Descarregar Ficheiro - Ministério da Defesa Nacional

Transcrição

Descarregar Ficheiro - Ministério da Defesa Nacional
SUMÁRIO
4 EDITORIAL
5,6 MDN Endereça Mensagens de Fim de Ano
7 MDN Determina Recenseamento Militar
7,8 Apresentado Novo Vice-Ministro da Defesa Nacional
8 Kundi Paihama inaugura no Kuito Sede da Caixa de Segurança
Social das FAA
9 Angola e EUA Identificam Áreas de Cooperação no Domínio da
Defesa
10 IDN Realiza 5º Curso de Defesa Nacional
11 Paihama Defende Formação Contínua dos Efectivos das FAA
12,13 MDN Recebe Cumprimentos de Fim de Ano
FICHA TÉCNICA
PROPRIEDADE:
MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL
14 ISEM Vai Ser Instituto de Guerra
15 Angola e EUA Reforçam Cooperação no Domínio da Segurança
Marítima
16 Inspector Geral das FAA Agradece Disponibilidade de
EDIÇÃO:
GABINETE DE RELAÇÕES PÚBLICAS,
IMPRENSA E PROTOCOLO
Intidades Militares Sul-Africanas
17 Comandante Adjunta do Africom Esteve em Angola
18 Instituto de Defesa Nacional Efectua Visita de Intercâmbio
Director:
Coronel Silvestre Gustavo
à Portugal
19,20 General “Ingo” no Acto de Encerramento do IV Seminário
Director Adjunto:
Tenente-Coronel Victoriano dos Santos ”Alemão”
Metodológico dos Órgãos de Administração e Finaças
21 11ª Reunião da Comissão Bilateral Luso-Angolana no Domínio
Redacção:
Tte-Coronel Silvério da Conceição (Chefe),
e Elisabeth Patrício.
da Defesa
22,23 25ª Reunião da Comissão Mista Permanente de Defesa e
Segurança Zâmbia-Angola, Realizou-se em Livinsgtone
Colaboradores Nesta Edição
Tenente-General Miguel Júnior, os Senhores
Brigadeiros Armindo Bravo da Rosa “Kamaka” e
Silvestre Francisco, os Coronéis Mário Gustavo da
Silva e Moisés António, o Tenente-Coronel Florêncio
da Fonseca e o Major João Paulo
24 General Furtado Promete Colaborar na Identificação de
Antigos Combatentes
25 Ministro da Defesa Visita Institutos Superiores Militares
26,27 Impacto da Grande Guerra em Angola (III) - Portugal e a
Primeira Guerra Mundial
Fotografo:
Sargento-Ajudante Bento Henriques.
Distribuição:
Secção de Expediente e Arquivo/GRPIP
Design, Impressão e Acabamentos:
Edições de Angola, Lda
28,29 Prevenção Contra Minas Terrestres(II)
30,31 Chefiar não é Ocupar um Lugar de Chefia
32,33 O Papel do Museu Nacional de História Militar na
Preservação da Identidade Cultural de Angola
34,35 A Magnitude da Epidemia do VIH/SIDA
36 Jingongo Ubeca, Proucura um Lugar no Mundo da
Música e o Irmão Gémio Desaparecido
Tiragem: 3.000. Exemplares
Endereço: Rua 17 de Setembro
Cidade Alta - Luanda
Telefone: 222 339 051.
Registo no MCS nº 232/B/98
República de Angola
37 Gente de Casa
38,39 Marinha Venceu V Jogos Desportivos Militares
40 História Exemplar
41 Espaço Poesia
42 Mil Crianças Comemoram Festa de Natal no MINDEN
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
3
EDITORIAL
EDITORIAL
POR UMA CIDADANIA PLENA E ACTIVA
4
Pela sua importância, a Revista “Defender”
nº13 traz como Editorial excertos da Mensagem de Fim de Ano à Nação de Sua Excelência José Eduardo dos Santos, Presidente
da República e Comandante-Em-Chefe das
Forças Armadas Angolanas.
Segundo o Presidente da República, “um
país é feito de pessoas, compreendidas tanto na sua individualidade como no seu papel
de agentes sociais. Por essa razão, é importante que os actuais avanços políticos, económicos e institucionais da Nação se façam
sentir também no plano social e no plano da
mudança de mentalidades. O Estado deve
ser um agente dinamizador da transformação
espiritual, em particular no resgate dos valores éticos e morais que, ao longo dos muitos
anos de conflito, deram lugar a uma mentalidade imediatista e egoísta no seio da nossa sociedade”.
Para o mais alto mandatário da Nação,
“não poderá haver mudanças profundas e
duradouras se estas não tiverem na base,
como eixo central e estruturante, a própria família. Não haverá desenvolvimento real nem
modernização no país, sem famílias estruturadas e saudáveis, capazes de favorecer
o florescimento das novas gerações. É necessário que o Estado encontre na sociedade e nas famílias aliados e parceiros, conscientes da tarefa que temos nas nossas
mãos. Nenhum esforço é demasiado para
resgatar a dignidade e a integridade moral e
espiritual das nossas famílias. Estou a referir-me ao estímulo aos valores e atitudes
construtivas dos jovens, ao aproveitamento
das suas potencialidades intelectuais e ao
combate ao consumo desregrado de álcool,
ao consumo de drogas e a todas as praticas
anti – sociais. Estou a referir-me também ao
fortalecimento do papel dos país e dos professores, como agentes fundamentais da
educação e formação da nossa juventude,
que devem assentar no conhecimento científico e no conhecimento da nossa História
e dos valores positivos da nossa cultura. Os
pais e professores devem estar mais presentes, mais solidários e bem preparados para
as suas responsabilidades comuns. Estou
a referir-me ainda à violência doméstica,
em particular à violência contra a mulher,
mais frequente e ainda pouco denunciada,
na nossa sociedade, bem como a todas as
formas de abuso contra a integridade física
e psicológica da criança, que devemos combater sem vacilar. É preciso rever certos hábitos e tradições, principalmente no contexto da vida urbana, para defender sem reservas o estatuto da família bem estruturada,
onde predomine o amor, a compreensão e o
respeito recíproco, a cooperação e a igualdade de direitos, e se aceite a reprodução planeada e a paternidade responsável”.
Na referida mensagem, o Presidente José Eduardo dos Santos advoga que, “quer
na esfera familiar e nas relações económicas e sociais, quer no âmbito da administração pública, temos de defender acima de
tudo o principio de que a Lei deve ser respeitada por todos, combatendo tanto o abuso
de poder e todas as práticas ilícitas como o
desrespeito pelas hierarquias estabelecidas”.
“Estamos a construir uma sociedade democrática. Na verdadeira democracia existem princípios e regras que temos de respeitar. A liberdade individual e colectiva e a
igualdade de todos perante a Lei são direitos invioláveis que nos permitem agir e contribuir para o bem comum”, salientou o Presidente da República.
Na opinião de José Eduardo dos Santos,
“temos também de resgatar o valor do trabalho e promover o espírito empreendedor e o
reconhecimento do mérito como factores de
transformação económica e da ascensão social e como fonte legitima da prosperidade,
cerrando fileiras contra o grande mal da corrupção, tanto activa como passiva”.
“As conquistas que já obtivemos na construção física e material do nosso país são
expressivas e serão ainda maiores nos anos
que se seguem, se formos capazes de reconstruir também as mentalidades. A hora
de começarmos uma nova mentalidade é esta. Um novo país está a crescer e com ele
há-de florescer também um cidadão novo.
Tenho plena confiança nas nossas capacidades para juntos combatermos por uma
cidadania plena e activa. Esse novo combate exige não só humildade no reconhecimento dos nossos erros e limitações, mas também empenho e compromisso no fortalecimento das nossas virtudes e qualidades, finalizou o Presidente da República.
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
N O T Í C I A S
MDN ENDEREÇA MENSAGENS DE FIM DE ANO
or ocasião do fim do ano de 2008, Sua Excelência
Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama, endereçou mensagens de felicitações às Suas
Excelências Engenheiro José Eduardo dos Santos, Presidente da República e Comandante-Em-Chefe das Forças
Armadas Angolanas, Dr. Fernando da Piedade Dias dos
Santos “Nandó”, Presidente da Assembleia Nacional, Dr.
Cristiano André, Presidente do Tribunal Supremo, Engenheiro António Paulo Cassoma, Primeiro-Ministro e ao Chefe do Estado Maior General das FAA, General-de-Exército
Francisco Pereira Furtado, respectivamente.
Eis o teor das mensagens:
P
EXCELÊNCIA
Por ocasião do Fim de Ano de 2008, permita-me, que
em nome do Ministério da Defesa Nacional, das Forças
Armadas Angolanas e no meu próprio, LHE apresente a
expressão das nossas mais sinceras felicitações.
Sob a esclarecida direcção de Sua Excelência Camarada
Presidente e Comandante-Em-Chefe das FAA, o ano que
está prestes a terminar foi marcado pela consolidação do processo democrático em curso no nosso
país, com a realização exitosa das eleições legislativas de 05 de Setembro último, um acontecimento que teve o mérito de mobilizar a
maioria dos angolanos que ao aderirem massiva e ordinariamente às urnas deram um
exemplo de maturidade política ao mundo.
Foi igualmente, graças à perspicácia e
clarividência de Sua Excelência que estamos a construir a Pátria. Na verdade, o
país está a conhecer transformações maravilhosas, particularmente no domínio da
economia, que vem conhecendo níveis de
crescimento extraordinários, que tem merecido elogios de várias individualidades e
organismos internacionais.
Estamos seguros, que todos estes esforços e sacrifícios
consentidos por Sua Excelência têm como único objectivo
a melhoria das condições de vida de todos os angolanos.
Por outro lado, gostaria de reiterar o firme propósito de redobrarmos a nossa prontidão às superiores orientações
do Camarada Presidente no domínio da Defesa Nacional, na perspectiva de preservarmos a Independência, a
Soberania Nacional e a Paz duramente conquistada.
Na certeza de que sob Sua direcção continuaremos a
construir uma Pátria democrática, una e indivisível, onde
cada angolano se reveja e se sinta feliz, aceite querido
e amigo Camarada Presidente e Comandante-Em-Chefe
das Forças Armadas Angolanas, os nossos sinceros e respeitosos votos de boa saúde, extensivos à Sua estimada
família, assim como de ANO DE 2009 CHEIO DE PROSPERIDADES.
EXCELÊNCIA
Por ocasião do Fim de ANO de 2008, permita-me Excelência, que em nome do Ministério da Defesa Nacional, das
Forças Armadas Angolanas e no meu próprio,
LHE apresente a expressão das nossas
mais sinceras felicitações.
Estou seguro, que nesta nova legislatura a Assembleia Nacional redobrará os seus esforços para a manutenção em Angola de um Estado democrático de direito, que nos termos
da nossa constituição tem como
fundamento a unidade nacional, a
dignidade da pessoa humana, o pluralismo de expressão e de organização política, o respeito e garantia dos
direitos fundamentais do homem.
Para terminar aceite, Excelência,
N O T Í C I A S
os nossos sinceros votos de boa saúde, extensivos à sua
estimada família, assim como de ANO DE 2009 CHEIO
DE PROSPERIDADES.
EXCELÊNCIA
Por ocasião do Fim de Ano de 2008, permita-me Excelência, que em nome do Ministério da Defesa Nacional, das
Forças Armadas Angolanas e no meu próprio, LHE apresente a expressão das nossas mais sinceras felicitações.
Excelência, neste momento festivo, mas também de muita acção, auguro que o Tribunal Supremo continue a trabalhar na criação de condições infraestruturais para acomodar condignamente os magistrados e oficiais de justiça, premissa que resultará no bom funcionamento dos
Tribunais.
Termino, exprimindo ao Camarada Presidente do Tribunal
Supremo, os nossos sinceros votos de boa saúde, extensivos à Sua estimada família, assim como de o ANO DE
2009 CHEIO DE PROSPERIDADES.
EXCELÊNCIA
Por ocasião do Fim de Ano de 2008, permita-me Excelência, que em nome do Ministério da Defesa Nacional, das
Forças Armadas Angolanas e no meu próprio, LHE apresente a expressão das nossas mais sinceras felicitações.
Para gáudio dos angolanos, esta Quadra Festiva acontece numa altura em que o país avança em velocidade de
cruzeiro para o desenvolvimento harmonioso e sustentável. Nesta perspectiva, Excelência, auguro que ao ser investido recentemente ao tão elevado e importantíssimo
cargo do Executivo angolano, contaremos como sempre
com a sua experiência na governação do país. Da minha
parte conte com toda disponibilidade e abertura para as
pertinentes orientações de Sua Excelência.
Para terminar aceite, Camarada Primeiro-Ministro, os nossos votos de boa saúde, extensivos à Sua estimada família, assim como de ANO DE 2009 CHEIO DE PROSPERIDADES.
cipação activa nas tarefas de reconstrução, de engajamento no processo de desminagem e na assistência medica e medicamentosa às nossas populações, no combate ao analfabetismo, às endemias como a tuberculose e
a malária, bem como a pandemia do HIV/SIDA.
Aproveito esta sublime ocasião para exortar a todos os
militares das Forças Armadas Angolanas, a continuarem
a cumprir com vigilância, disciplina e prontidão, a sua
tradicional missão de garantir a inviolabilidade do nosso
solo pátrio, a defesa da Independência, a salvaguarda
da soberania nacional e das instituições democráticas.
Assim, aos Generais, Almirantes, Oficiais Superiores, Capitães, Subalternos, Sargentos, Praças, Marinheiros e Trabalhadores Civis ao serviço das Forças Armadas Angolanas, desejamos festas felizes, muita saúde e êxitos no
cumprimento da nossa difícil, mas nobre missão, votos
extensivos às respectivas famílias.
Finalmente, uma palavra de carinho e de rápidas melhoras para todos aqueles militares, que por vários motivos
encontram-se hospitalizados. BOAS FESTAS E ANO DE
2009 CHEIO DE PROSPERIDADES.
EXCELÊNCIA
Por ocasião do fim de ano de 2008, permita-me excelência que, em nome do Ministério da Defesa Nacional e do
meu próprio, LHE apresente a expressão das nossas mais
sinceras felicitações.
Neste peculiar momento, gostaria de manifestar a minha
satisfação pelo facto das Forças Armadas Angolanas estarem profundamente engajadas num aturado processo
de reedificação, face às necessidades de defesa e da garantia da estabilidade do território nacional.
Assim sendo, as Forças Armadas Angolanas não devem
descurar os factores como o adestramento, a coesão e
a prontidão das tropas, por forma a fazer face as ameaças que eventualmente possam criar instabilidade à segurança e à defesa nacional.
De igual modo, espero que as Forças Armadas Angolanas
continuem a manter a cultura de solidariedade, de partiJosé Eduardo dos Santos Comandante em Chefe/FAA
6
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
N O T Í C I A S
MDN DETERMINA RECENSEAMENTO MILITAR
De acordo com o Despacho nº 0111, de 19 de Dezembro
de 2008, do Gabinete do Ministro da Defesa Nacional e
ao abrigo da Lei Geral do Serviço Militar (Lei nº 1/93 de 26
de Março, os cidadãos nacionais do sexo masculino que
tenham nascido entre o primeiro dia de Janeiro e o dia 31
de Dezembro de 1991 devem fazer o recenseamento militar a partir do dia 12 de Janeiro do ano em curso.
Segundo o Despacho do Ministro da Defesa Nacional, General
Kundi Paihama, o processo, que termina no dia 28 de Fevereiro, realiza-se em todo o território nacional e no estrangeiro.
De acordo com a Lei Geral do Serviço Militar, os cidadãos
nacionais do sexo masculino submetem-se ao cumprimento do serviço militar obrigatório. Segundo esta disposição
legal, o cumprimento é um instrumento de valorização profissional, cívica, cultural e física.
O recenseamento militar é efectuado todos os anos aos
cidadãos do sexo masculino, visando determinar o potencial humano, no âmbito do processo de recrutamento e
incorporação nas Forças Armadas Angolanas dos pré-recrutas, sujeitos às obrigações militares.
O recenseamento visa o cumprimento do serviço militar obrigatório
APRESENTADO NOVO VICE-MINISTRO DA DEFESA NACIONAL
O Brigadeiro Cândido Pereira dos Santos Van-Dúnem, é
o novo Vice-Ministro da Defesa Nacional para os Recursos
Materiais e Infra-estruturas. O governante, foi nomeado pelo Presidente da República, Engenheiro José Eduardo dos
Santos, no quadro da formação do novo executivo, depois
das eleições legislativas de 05 Setembro de 2008.
Nesta perspectiva, o Vice-Ministro da Defesa Nacional para os Recursos Materiais e Infra-estruturas foi apresentado aos funcionários daquela área, em princípios do mês
de Novembro, pelo Almirante Gaspar Santos Rufino, na
ocasião Ministro da Defesa Nacional em exercício, numa
concorrida cerimónia.
De recordar que Cândido Pereira dos Santos Van-Dúnem,
substituiu o General Demóstenes Amos Chilingutila, que
exercia o cargo a luz do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional.
Brigadeiro Cândido dos Santos, Vice Ministro da Defesa Nacional
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
7
N O T Í C I A S
BIOGRAFIA DE CÂNDIDO VAN-DÚNEM
Cândido Pereira dos Santos Van-Dúnem, nasceu na província do Uíge aos 15 de Outubro de 1959. É filho de Joaquim Miguel e de Júlia Mesquita dos Santos Van-Dúnem.
Incorporou-se nas Forças Armadas em 1974, onde exerceu os seguintes cargos: de 1978 a 1979, foi Chefe da
Defesa Anti-Aérea de Brigada; de 1979 a 1982, foi Chefe da Defesa Anti-Aérea da Frente Leste; de 1982 a 1985,
foi Chefe do Departamento de Operação da Direcção
Defesa Anti-Aérea do Estado Maior General; de 1989 a
1992, foi Chefe Adjunto da Direcção de Defesa AntiAérea do Estado Moior General e de 1992 a 2001, foi
Chefe da Direcção de Defesa Anti-Aérea do Exército.
Exerceu ainda os cargos de Chefe Adjunto do Grupo de Prevenção de Conflitos da Comissão Conjunta para os Acor-
dos de Paz; Chefe do Grupo de Prevenção de Conflitos
da Comissão Conjunta; Representante de Angola na Comissão Mista Militar para o Acordo de Cessar-Fogo na República de Democrática do Congo; Conselheiro da Missão Militar de Angola junto das Nações Unidas e Conselheiro para Defesa e Segurança do Presidente da Comissão da União Africana.
O Brigadeiro Cândido Pereira dos Santos Van-Dúnem, participou em Várias operações militares de relevo, com particular destaque para as operações “7º Aniversário das
FAPLA”, em 1980; “PCA-BIÉ”, de 1982 a 1984 e “ZEBRA”,
de 1989 a 1990.
O Vice-Ministro da Defesa Nacional para os Recursos Matérias e Infra-Estruturas fala fluentemente o Inglês, o francês, o espanhol e o russo.
KUNDI PAIHAMA INAUGURA NO KUITO
SEDE DA CAIXA SOCIAL DAS FAA
Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama, inaugurou recentemente, na cidade do Kuito,
província do Bié, o edifício da Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolana (FAA) e a residência do
delegado daquela instituição, que atenderá os pensionistas da província.
Em declarações à imprensa, Kundi Paihama sublinhou que,
o Ministério da Defesa Nacional traçou um vasto programa virado para a reabilitação e construção de vários empreendimentos por forma a agilizar a resolução dos problemas que afligem os assistidos da Caixa de Segurança
Social das FAA.
Enalteceu ainda a qualidade das obras, sublinhando que,
além de minimizar a aflição dos pensionistas da Caixa
de Segurança Social das FAA, vai igualmente oferecer uma
imagem digna à cidade do Kuito.
Este projecto, segundo o Ministro, vai abranger as províncias de Benguela e Huila, com vista a melhorar cada vez
mais as condições de vida dos ex-militares das FAPLA,
UNITA, FNLA e da FLEC.
A construção e apetrechamento das infra-estruturas orçaram em quatro milhões e 700 mil dólares e estiveram
a cargo da empreiteira “Caluchad Group”.
A nova sede da Caixa de Segurança Social das FAA ora
inaugurada comporta dois (2) andares com vários compartimentos, que permitirão a melhoria das condições de
trabalho e de vida dos funcionários daquela instituição.
O
MDN quando procedia o corte da fita
Vista frontal da CSS do Bié
8
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
N O T Í C I A S
ANGOLA E EUA IDENTIFICAM ÁREAS DE
COOPERACÇÃO NO DOMÍNIO DA DEFESA
Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama chefiou a delegação militar angolana que manteve recententemente um encontro de trabalho com
a delegação dos Estados Unidos da América, liderada pela Secretária Assistente Adjunta do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América para os assuntos Africanos, Theresa Marie Whelan.
Em declarações a imprensa Theresa Whelan disse que
o objectivo da sua visita à Angola visou desenvolver a
cooperação militar no domínio da segurança marítima e
da saúde no seio das Forças Armadas e os esforços comuns a realizar com vista a manutenção da paz e estabilidade no continente africano.
Por sua vez o Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama disse que o encontro, serviu para uma troca
de impressões e experiências para uma cooperação técnico-militar entre as duas Forças Armadas.
O
Theresa Whelan com o General Kundi Paihama
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
9
N O T Í C I A S
IDN REALIZA 5º CURSO DE DEFESA NACIONAL
Encerramento do 5º curso de Defesa Nacional
ilitares das Forças Armadas Angolanas (FAA), alunos de várias faculdades da Universidade Agostinho Neto, de universidades privadas e funcionários públicos terminaram recentemente, em Luanda, o
5º Curso de Defesa Nacional para jovens, promovido pelo
Instituto de Defesa Nacional, de 09 a 19 de Dezembro
de 2008. Durante o encerramento do curso, 36 finalistas, divididos em três grupos, apresentaram temas sobre
a “diplomacia como elemento decisivo do factor político
e do potencial estratégico de Angola”, “o factor geopolítico
como factor estratégico de Angola” e “o conhecimento
científico tecnológico como factor de potencial económico e desenvolvimento de Angola”. O director do quinto curso de Defesa Nacional para jovens, Coronel Paulo Júnior,
destacou que dos 36 jovens participantes no curso, 15
eram mulheres, o que demonstra o interesse, cada vez
maior, das mulheres nas questões relacionadas com a
Defesa Nacional.
“Este interesse da mulher angolana em questões de Defesa Nacional representa a sua caminhada triunfal em
toda a vida do país”, frisou o Coronel Paulo Júnior, sublinhando que os formandos tiveram a oportunidade de
conhecer o funcionamento dos três ramos das Forças Armadas Angolanas (FAA), Exército, Força Aérea e Marinha
de Guerra.
Na ocasião, o Director-Geral Adjunto do Instituto de Defesa Nacional (IDN), Brigadeiro Armindo Bravo da Rosa, disse que o quinto curso marca uma importante etapa da-
M
quela instituição, na medida em que permitiu o estudo
e ensino de questões relacionadas com a defesa do país.
Para o Brigadeiro Bravo da Rosa, a instrução recebida vai
enriquecer os conhecimentos dos finalistas nos mais variados domínios das ciências políticas, económicas, sociais e culturais. “Este curso abre caminho para aprofundar, cada vez mais, os vossos conhecimentos sobre os temas mais candentes que a humanidade enfrenta actualmente aos quais o nosso país não pode e nem deve ficar
alheio”, afirmou.
Participantes ao 5º curso de Defesa Nacional
10
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
N O T Í C I A S
PAIHAMA DEFENDE FORMAÇÃO
CONTÍNUA DOS EFECTIVOS DAS FAA
Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama defendeu, no Huambo, a formação contínua dos
efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA), apelando aos oficiais para proporcionarem aos soldados a
oportunidade de superação académica, técnica e profissional.
Kundi Paihama que falava no acto central alusivo ao 17º
aniversário das Forças Armadas Angolanas que se assinalou no dia 9 de Outubro, adiantou que nada valerá os
meios sofisticados se os homens que os manusear não
dispuser deste importante instrumento que é a formação.
Reconheceu, por outro lado, o empenho das Forças Armadas na caminhada que conduziu o país à paz. “O espírito
de missão e valentia daqueles, que sem se importarem,
deram o sacrifício da própria vida, permitiu a conquista
da tão almejada paz para os angolanos”, sublinhou.
Kundi Paihama referiu que as Forças Armadas têm responsabilidades acrescidas, por ser sua missão garantir
o respeito pela ordem constitucional, as instituições democráticas, independência nacional, integridade do território, liberdade e a segurança das populações contra qualquer ameaça ou agressão externa.
Por sua vez, o Chefe de Estado Maior General das Forças
Armadas Angolanas (FAA), General-de-Exército Francisco
Furtado, anunciou a construção de grandes infra-estruturas de ensino militar no Huambo, no quadro da reedificação e modernização das Forças Armadas.
O General-de-Exército Pereira Furtado revelou que, no quadro da reedificação e modernização das FAA, está pre-
O
MDN no acto comemorativo do dia das FAA
vista na província do Huambo a criação da academia militar do Exército, a escola inter-armas dos oficiais, o primeiro colégio das Forças Armadas Angolanas.
“Tenho a certeza de que no próximo ano as obras da academia, a escola inter-armas dos oficiais, do colégio e do
instituto poderão arrancar em simultâneo”, disse.
Além do Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama, que presidiu ao acto central do dia das FAA no Huambo, a cerimónia contou com a presença do Chefe do Estado Maior General das FAA, Francisco Furtado, de representantes do governo da província, de entidades tradicionais e religiosas, oficiais do Exército, da Força Aérea, da Marinha de Guerra e Adidos de Defesa acreditados em Angola.
Militares das FAA desfilam diante a tribuna
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
11
R E P O R TAG E M
MDN recebe cumprimentos do CEMG/FAA
MDN RECEBE CUMPRIMENTOS DE FIM DE ANO
Pelo Tenente-Coronel Silvério Conceição
Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama, recebeu no pretérito dia 29 de Dezembro de
2008, cumprimentos de fim de ano dos oficiais e
funcionários do MINDEN e das FAA.
Na ocasião, ao discursar perante um auditório de mais
de quatrocentas pessoas, o Ministro da Defesa Nacional
começou por dizer que “é da praxe fazer-se o balanço
do trabalho realizado e do que ficou por se realizar bem
como identificar constrangimentos, corrigir as deficiências
e perspectivar e/ou traçar as estratégias para o ano seguinte”.
Nesta perspectiva, segundo o General Kundi Paihama,
“no que diz respeito ao Ministério da Defesa Nacional e as
Forças Armadas Angolanas, estou plenamente seguro
que em 2008, algumas tarefas conheceram o empenho,
competência e espírito de missão que nos são característicos. Cumprimos com zelo umas e com deficiências
outras no âmbito do nosso pelouro. Isto pode decorrer
de exigências conjunturais como também da disponibilidade de muitos dos nossos quadros desprovidos do verdadeiro sentido de ser e de estar no quadro público. Assim, temos dois caminhos a escolher: o primeiro é aceitarmos o cumprimento cabal do dever e o segundo é
O
12
deixar o lugar para quem ainda se sente no dever, pois a
pátria aos seus filhos ordena”.
Para o Ministro da Defesa Nacional, “o tempo que viemos
trabalhando juntos, dá-nos a ideia justa sobre quem deve
continuar connosco. Quero dizer com isso, que farei alguns
ajustamentos no quadro do pessoal em alguns órgãos do
MINDEN”, adiantou.
Por outro lado, o General Kundi Paihama, acompanhou
“com satisfação o desempenho das FAA, sobretudo na
sua valência de reedificação. Trata-se duma valência estruturalmente abrangente pelo que merece e exige o contributo de todos”.
O titular da pasta da Defesa não deixou de sublinhar “as
grandes reestruturações operadas no sistema de ensino militar, com a criação do Instituto Superior Técnico-Militar, bem como o apetrechamento do ISEM, com meios
à altura das actuais exigências. Ainda merece especial
referência a concessão e implementação do formato da
nova divisão administrativa–militar e a consequente nomeação dos respectivos comandos, a atenção dispensada e a dispensar na formação dos quadros, assim como o empenho e dedicação viradas para a área da logística e na criação das melhores condições de vida e de
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
R E P O R TAG E M
trabalho dos nossos heróicos e generosos militares.
Nesta linha só me resta e assiste o dever e o direito de
felicitar e encorajar a Chefia Militar”.
No ano que findou, o Kundi Paihama constatou “com agrado as acções desenvolvidas pelo Instituto de Defesa
Nacional, que através dos Cursos de Defesa Nacional para Jovens e de palestras, tem conseguido atrair e sensibilizar a população para os problemas da Defesa Nacional, em especial no que respeita a consciencialização
para os valores fundamentais que lhes são inerentes, e/
ou para os deveres que neste domínio à todos vinculam”.
Na sua alocução, o Ministro da Defesa Nacional não
deixou de louvar à Direcção Nacional de Recursos Humanos, “pelo bom e exitoso trabalho demonstrado na organização, no funcionamento interno e na coordenação
institucional, o que conferiu uma nova imagem do nosso
pelouro no relacionamento com os outros organismos,
muito embora ainda esteja por resolver a gritante injustiça sobre as promoções dos militares em comissão de
serviço no MINDEN, mas asseguro que a justiça será reposta. Não quero dizer com isto que haja algo a apontar
na acção da DNRH, mas sim na coordenação com a área
congénere das FAA. Por isso o assunto será visto e resolvido a nível superior”.
Para Kundi Paihama, “no âmbito dos compromissos internacionais, e cooperação bilateral e multilateral, é importante referir a forma empenhada e competente como o
nosso pelouro tem participado. Nesta senda, os encontros havidos durante o ano, com os vários países, no quadro das Comissões Mistas de Defesa e Segurança, e
não só, permitiram o reforço das relações de amizade e
de cooperação, o que proporcionou manter a troca de in-
formações e experiências, concorrentes para a resolução de conflitos regionais e/ou tranquilidade ao longo
das fronteiras comuns”.
No seu discurso de fim de ano, o Ministro da Defesa Nacional não deixou e enfatizar que “no ano de 2009, o Governo vai concentrar a sua atenção e os seus esforços
na implementação das acções contidas no plano nacional e promover maior aproximação entre o Estado e a
Sociedade Civil para que possa haver uma rápida e conjugada solução das preocupações sociais que ainda vivem as nossas populações”.
Neste contexto, “as Forças Armadas Angolanas não devem ficar à margem desta importante tarefa que tem como objectivo fundamental a construção de uma Angola
melhor, desenvolvida e próspera. Devemos continuar a
prestar uma particular atenção aos efectivos militares
no activo, aos antigos combatentes e aos deficientes
de guerra, bem como aos trabalhadores civis, através de
acções concretas que promovam harmonia social. A par
disso, não podemos nos esquecer de missões primárias,
tais como o apoio às populações, consubstanciado na
pronta acção em períodos de calamidades naturais e de
combate às grandes endemias”, manifestou o Ministro
da Defesa Nacional.
A terminar o General Kundi Paihama disse que em 2009,
“teremos muito trabalho na medida em que são ingentes as tarefas acometidas ao Governo no quadro da execução do plano nacional, já acima citado. E para alcançarmos os nossos objectivos, será necessário mobilizar
vontades e aglutinar sinergias, aumentando os níveis de
desempenho, espírito de sacrifício, disciplina e de solidariedade humana e institucional”, rematou.
MDN recebe os cumprimentos do Genaral “Hanga”
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
13
R E P O R TAG E M
ISEM VAI SER INSTITUTO DE GUERRA
Parte frontal ISEM (Foto de arquivo)
Instituto Superior de Ensino Militar (ISEM) vai chamar-se Instituto Superior de Guerra (ISG), passando a contar com o Curso Superior de Guerra de nível mais alto da formação militar no país e o Curso Geral
de Guerra, que permite a promoção para Oficial General
das Forças Armadas Angolanas.
Esta informação foi divulgada em princípios de Dezembro pelo Chefe do Estado Maior General Adjunto, Geraldo Sachipengo “Nunda”, no encerramento do 14º Curso
de Comando e Direcção, 9º de Comando e Estado Maior,
5º Curso de Promoção a Oficial Superior e 5º Curso de
Língua Portuguesa, no Instituto Superior de Ensino Militar. Sem avançar a data da alteração da designação do
Instituto Superior de Ensino Militar, o General frisou apenas que a mudança de nome é feita de acordo com as
orientações do Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas.
Durante a sua intervenção naquele acto, o General Geraldo Sachipengo “Nunda”, afirmou que a força de liderança é fornecida pela moral, pelo espírito de combate, pela confiança mútua entre os líderes e os comandados”,
acrescentando que, uma vez que o General tem como
principal matéria-prima o homem, precisa dirigir bem as
tropas, conhecer a natureza humana e conquistar a confiança deles. “O nosso soldado quando é conduzido com
O
14
propriedade responde ao desafio e não ao benefício do
bem-estar, pois ele deve ser mantido em alerta e sempre em condições bem determinadas”, disse.
Na visão do Chefe do Estado-Maior General Adjunto das
FAA, para lidar com o subordinado é preciso ter elementos humanos, como justiça e honestidade que são essenciais na actuação do Comandante. Ao sublinhar alguns
atributos como o mérito, a liderança e a habilidade na execução de tarefas, o General “Nunda” sustentou que “ um
superior de comando deve ser um bom juiz e capaz de ter
homens adequados nos lugares apropriados e na hora
certa”.
Por outro lado, o Comandante do Instituto Superior de Ensino Militar, General Jorge Manuel dos Santos “Sukissa”,
considerou este ano lectivo como sendo um dos melhores, por a instituição apresentar boas condições infra-estruturais, técnica militar, materiais de estudo e de ensino. Neste ano lectivo os 137 oficiais matriculados concluíram os cursos, sendo 105 nacionais e 32 oficiais vindos
de Moçambique, Zâmbia e Cabo Verde. Estes países enviaram os seus oficiais no quadro da cooperação militar
existente com Angola. Dos 105 oficiais nacionais que
frequentaram o curso com aproveitamento, 63 são do
Exército, 19 da Força Aérea, 19 da Marinha de Guerra e
4 são membros da Polícia Nacional.
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
R E P O R TAG E M
Almirante Mark Fitzgerald quando era recebido pelo almirante Miau
ANGOLA E EUA REFORÇAM COOPERAÇÃO
NO DOMÍNIO DA SEGURANÇA MARÍTIMA
s Estados Unidos da América manifestaram o interesse de reforçar a cooperação com Angola nos
domínios da segurança marítima, protecção da indústria petrolífera e no combate ao tráfico de seres humanos.
A intenção foi anunciada recentemente em Luanda, pelo
Comandante das Forças Navais dos Estados Unidos da
América em África e Europa, Almirante Mark Fitzgerald,
que durante dois dias manteve encontros com responsáveis do Ministério da Defesa Nacional, do Estado Maior
General, da Marinha, da Comissão do Golfo da Guiné e
do Ministério das Relações Exteriores.
Em declaração a imprensa, o Almirante Mark Fitzgerald,
disse que a sua visita se enquadra na troca de ideias
no domínio da protecção do espaço marítimo. “A área marítima tem sofrido muitas ameaças, por isso vamos abordar em conjunto esse assunto para encontrarmos solução
para os dois países”, adiantou o responsável militar.
O Almirante americano, disse existirem bons laços de cooperação e de amizade com Angola e que nesta altura,
a principal preocupação é melhorar essa cooperação.
Sobre o conflito no Congo Democrático, afirmou que o
seu país está interessado em ver a situação daquele país
africano resolvida. “ Como americano tenho a maior preocupação com a área marítima, mas gostaríamos de ver a
situação da RDC estabilizada e vamos ver se o governo angolano me dá algumas ideias para levar ao meu governo”.
Por sua vez, o Director Nacional de Relações Internacio-
O
nais do Ministério da Defesa Nacional, Almirante André
Gaspar Mendes de Carvalho “Miau”, afirmou que a visita vai permitir o estreitamento das relações com os EUA.
No domínio militar, Angola coopera com os EUA nas áreas
da saúde, sobretudo no combate ao VIH/SIDA e na formação da língua inglesa. Neste âmbito, alguns oficiais
das FAA deslocaram-se aos EUA para fazer formação nessas áreas.
Mark Fitzgerald com o Almirante Gaspar Santos Rufino
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
15
R E P O R TAG E M
INSPECTOR-GERAL DAS FAA
AGRADECE DISPONIBILIDADE DE
ENTIDADES MILITARES SUL-AFRICANAS
Por Falcão de Lucas
Inspector-Gera das Forças Armadas Angolanas, General Rafael Sapilinha “Sambalanga” agradeceu a
disponibilidade do Departamento de Defesa da
África do Sul na capacitação de militares angolanos em
auditoria interna.
O pronunciamento foi feito em princípios do mês de Dezembro, em Pretória, durante a cerimónia formal de encerramento de uma acção formativa a que frequentaram oito
oficiais das Forças Armadas Angolanas.
“Encontramo-nos aqui para testemunhar a materialização de um dos objectivos estratégicos da IGFAA, que consiste na formação e qualificação dos inspectores dos
órgãos que conformam o sistema de inspecção militar”,
referiu, a propósito.
Na ocasião, o General Rafael Sapilinha “Sambalanga”,
exortou os oficiais ora formados a aplicarem os conhecimentos adquiridos, com vista ao melhor controlo e fiscalização correcta da administração dos meios humanos,
O
General “Sambalanga” com seu homólogo sul-africano (Foto de arquivo)
16
materiais e financeiros postos a disposição do Exército
Nacional. O Brigadeiro Chipa, em nome dos especialistas,
assegurou que os ensinamentos serão implementados
de acordo com a legislação e regulamentos por que se regem as Forças Armadas Angolanas e demais leis aplicáveis na República de Angola.
“Faremos com que os padrões de qualidade sejam garantidos na nossa actividade diária, em conformidade com
as normas estabelecidas”, ressaltou o oficial-general.
O ciclo, de carácter contínuo, tem agendado o início da segunda acção formativa do género para os primeiros meses de 2009.
De realçar que o acto, dirigido pelo Inspector-Geral do Departamento de Defesa sul-africano, Major-General Mxolisi Petane, foi assistido pelo Adido de Defesa acreditado
junto à Embaixada de Angola na África do Sul, TenenteGeneral Fernando João da Rosa “Pety”, oficiais das Forças de Defesa sul-africanas, entre outros convidados.
Inspectores das FAA em terras sul-africanas
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
R E P O R TAG E M
COMANDANTE ADJUNTA DO
AFRICOM ESTEVE EM ANGOLA
Mary Yates com o CEMG/FAA
Comandante Adjunta para Actividades Civis e Militares do Comando dos Estados Unidos da América para
África, Mary Carlin Yates, esteve em princípios do mês de
Dezembro em Angola, onde abordou, com as autoridades
angolanas a cooperação militar e civil entre os dois países.
Na ocasião, Mary Yates, manteve contactos com o ViceMinistro da Defesa para os Recursos Materiais e InfraEstruturas, Brigadeiro Cândido dos Santos Van-Dúnem e
com o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas
Angolanas, General-de-Exército Francisco Pereira Furtado.
Para a Comandante Adjunta da AFRICOM “Angola é um
país muito importante para a segurança na região”, daí as
frequentes visitas de responsáveis militares americanos.
Mary Carlin Yates é diplomata de carreira, com a catego-
A
ria de Ministro Conselheiro e começou a sua carreira em
1980. Foi Embaixadora dos EUA no Ghana e no Burundi,
além de outras missões no continente. Como Comandante Adjunta do AFRICOM, dirige planos e programas do
comando associados à saúde, ajuda humanitária e acção
de desminagem, resposta à desastres, reforma do sector da segurança e operações de apoio à paz.
A Comandante Adjunta para Actividades Civis e Militares
do Comando dos Estados Unidos da América para África, também é responsável pelas campanhas de sensibilização, comunicação estratégica e a construção de parcerias com o AFRICOM e vela para que o desenvolvimento e a implementação dessas políticas estejam de acordo com a política externa norte-americana.
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
17
R E P O R TAG E M
INSTITUTO DE DEFESA NACIONAL EFECTUA
VISITA DE INTERCÂMBIO À PORTUGAL
Pelo Brigadeiro Armindo Bravo da Rosa “Kamaka”, em Lisboa
nquadrada no âmbito da cooperação Técnico Militar entre Angola e Portugal (Projecto 1), uma delegação do Instituto de Defesa Nacional – IDN, Chefiada pelo Senhor Brigadeiro Armindo Bravo da Rosa, Director Geral – Adjunto, efectuou uma visita de intercâmbio
ao IDN de Portugal e demais Instituições do Ministério da
Defesa de Portugal e aos três ramos das Forças Armadas
Portuguesas.
A referida visita, que decorreu de 26 á 31 de Outubro de
2008, teve como finalidade aprofundar o conhecimento
mútuo sobre a missão, organização e funcionamento das
instituições congéneres, bem como aprimorar as metodologias nas acções de formação, nomeadamente nos cursos de Defesa Nacional, círculos de estudos, seminários
e Estágios no domínio da Defesa Nacional e recolher experiências sobre questões de Defesa Nacional nas Universidades e Institutos Superiores Militares.
No IDN/Portugal a delegação angolana foi condignamente recebida pelo seu Director Adjunto, Major – General Carlos Martins Branco, seguido de um encontro de trabalho
onde se destacaram várias áreas de cooperação, como
da Investigação, da Formação, da Divulgação e da troca
de informação.
E
Brigadeiro “Kamaka” em amena cavaqueira com um oficial luso
Na sequência dessa jornada de trabalho foi acordada a
necessidade de se celebrar um protocolo conjunto, com o
objectivo de abrir mais caminhos e de criar sinergias para
outros protocolos mais específicos, práticos e exequíveis.
Para o efeito, as duas delegações acordaram em cada
um dos Institutos indicar um Oficial-Delegado para acompanhamento regular das acções do futuro protocolo.
A delegação do IDN/Angola manteve também contacto
com a Comissão Portuguesa de História Militar, na pessoa do seu Director, General Alexandre de Sousa Pinto,
no âmbito da Comissão de História Militar (Angola), já
que está prevista a admissão do nosso país na Comissão Internacional da História Militar como membro efectivo, acto esse que poderá acontecer já no próximo XXXV
Congresso Internacional de História Militar, a decorrer
entre Agosto/Setembro – 2009, na cidade do Porto, sob
o Tema “A Guerra no tempo de Napoleão, antecedentes,
campanhas militares e impactos de longa duração”.
A delegação angolana do IDN teve ainda a grata oportunidade de conhecer e trabalhar no Arquivo Histórico e na
Academia de Ciências Militares Aeronáuticas da Força
Aérea Portuguesa, bem como na Biblioteca e no Arquivo
Central da Marinha, situada nos Jerónimos.
Integraram a delegação do IDN o Brigadeiro (Ref.) Anselmo Francisco Domingos, Consultor Principal e o Coronel
Paulo Inácio Júnior, Chefe do Departamento de Ensino
e Planeamento. Recorde-se que o Instituto de Defesa Nacional – IDN, foi criado ao abrigo do Decreto N.º 1/98,
de 30 de Janeiro, que aprova o seu Estatuto Orgânico.
O IDN é um órgão tutelado pelo Ministério da Defesa
Nacional ao qual compete o estudo, a investigação e o
ensino das questões relativas à Defesa Nacional.
Militares angolanos e portugueses trocando impressões
18
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
R E P O R TAG E M
General “Ingo” a esquerda, presidiu a cerimónia de encerramento
GENERAL “INGO” NO ACTO DE ENCERRAMENTO DO IV SEMINÁRIO
METODOLÓGICO DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS:
“Especialistas mais enriquecidos e motivados para cumprirem cada vez melhor com a sua tarefa”
Pelo Tenente-Coronel Silvério Conceição
General Benigno Vieira Lopes “Ingo”, Director Nacional de Recursos Humanos do Ministério da Defesa Nacional, disse no acto de encerramento do
IV Seminário Metodológico dos Órgãos de Administração
e Finanças que, “a realização do evento constitui por si
só um importante passo no exercício permanente que os
Órgãos de Administração e Finanças devem desenvolver
para a elevação constante do desempenho dos seus responsáveis, técnicos e pessoal auxiliar”.
Ao discursar no acto que teve lugar em finais do mês de
Outubro, em Luanda, o General “Ingo” sublinhou que “as
ciências da gestão e as técnicas da sua execução decorrem da escassez dos recursos face as necessidades e/ou
demandas com vista a maximização das disponibilidades
existentes”.
Na opinião do Director Nacional de Recursos Humanos do
Ministério da Defesa Nacional, “é necessário que se programem e se levem a cabo em colaboração com as instituições vocacionadas para o efeito, acções de formação
que respondam a dinâmica de modernização e simplificação administrativa que está a ser implementada pelo
Governo no capítulo da gestão orçamental e da contabilidade pública, pois a administração militar apesar das suas
especificidades é parte da administração pública com a
qual deve manter uma relação de integração”.
Para o General Benigno Vieira Lopes “Ingo”, “a acção dos
Órgãos da Administração e Finanças se bem dimensionada, hábil e rigorosamente implementada nos termos
das disposições legais, pode constituir um factor multiplicador de sinergias de que a Direcção superior do Mi-
O
nistério da Defesa e do comando das Forças Armadas
devem ter disponível a todo tempo”.
“Tendes assim, enquanto especialistas, a missão de redobrar esforços pelo muito que ainda há por se fazer, no
sentido de se melhorar a nossa administração militar e
a concretização deste desiderato implica a assumpção
de atitudes e comportamentos que conformem uma cultura administrativa ao serviço da Nação”, salientou o Director Nacional de Recursos Humanos do MINDEN.
A finalizar, o General Benigno Vieira Lopes “Ingo”, disse
que, “com a realização deste IV Seminário Vossas Excelências saíram mais enriquecidos e motivados para cumprirem cada vez melhor com a nobre tarefa de administrarem os recursos financeiros e patrimoniais alocados pelo Governo ao Ministério da Defesa e as Forças Armadas
Angolanas”, rematou.
Altas patentes do MINDEN e das FAA prestigiaram o evento
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
19
R E P O R TAG E M
COMUNICADO FINAL
Com o objectivo de se capacitar e potenciar os Gestores das
Unidades do MINDEN de conhecimentos para a boa gestão das
finanças públicas, com particular destaque para a observância
dos princípios da responsabilidade e transparência, tendo como
guia a metodologia da execução Orçamental, Financeira, e Patrimonial, decorreu de 30 à 31 de Outubro de 2008, em Luanda,
no Anfiteatro do edifício nº3 do Ministério da Defesa Nacional,
o IV Seminário Metodológico dos Órgãos de Administração e Finanças do Ministério da Defesa, sob o lema “Por uma rigorosa
observância das disposições legais, reforcemos os conhecimentos sobre a gestão orçamental, financeira e patrimonial”
1. A sessão de abertura foi presidida por Sua Excelência o Sr.
General António Ndala “Hinkaka”, Director Nacional de Administração e Finanças do MINDEN, ladeado por Suas Excelências
os Senhores Generais Benigno Vieira Lopes “Ingo”, Director Nacional de Recursos Humanos e Pascoal Miguel Zombo “Diló”,
Conselheiro de Sua Excelência Ministro da Defesa Nacional.
2.O Seminário, que foi dirigido por Sua Excelência o Senhor General António Ndala “Hinkaka, contou com a participação dos
Gestores do Ministério da Defesa Nacional, incluindo os Gestores das Chancelarias de Defesa junto das Embaixadas no Exterior do País, Gestores do Estado Maior General, bem como dos
três Ramos das Forças Armadas Angolanas.
3. O Seminário analisou os progressos alcançados na implementação das recomendações do IIIº Seminário realizado de 28 à
29 de Setembro de 2006, em Luanda e congratulou-se com o
grau do seu cumprimento.
4. A Comissão Organizadora apreciou, discutiu e aprovou o Relatório de Balanço sobre os Métodos da Execução Orçamental,
Financeira e Patrimonial do Estado.
5. O Seminário discutiu e aprovou, com pequenas correcções
Coronel Santos Sebastião, um dos palestrantes
o relatório da Comissão Organizadora, sobre a organização e o
funcionamento das Chancelarias de Defesa da República de Angola, no período que medeia o 3º e 4º Seminários Metodológicos.
6. Durante os dois dias de trabalho foram ministradas palestras subordinadas aos temas: “Actividade prática sobre os modelos para a preparação do Orçamento Geral do Estado; Actividade prática sobre a Execução Financeira do Orçamento Geral
do Estado; e Actividade Prática sobre a Execução Patrimonial”.
7. Os temas abordados proporcionaram grande interesse, tendo
motivado um debate franco e aberto por parte dos participantes.
8. A sessão de encerramento foi presidida por Sua Exce-lência
o Senhor Benigno Vieira Lopes, Director Nacional de Recursos
Humanos em representação do Vice-Ministro da Defesa Nacional para a Administração e Finanças.
Feito em Luanda, aos 31 de Outubro de 2008.
Os especialistas trabalharam arduamente para o êxito do Seminário
20
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
R E P O R TAG E M
11ª REUNIÃO DA COMISSÃO BILATERAL
LUSO-ANGOLANA NO DOMÍNIO DA DEFESA
Pelo Coronel Mário Gustavo da Silva em Lisboa
ecorreu nos dias 26 e 27 de Novembro de 2008,
em Lisboa, Portugal, a 11ª Reunião da Comissão
Bilateral Luso-Angolana no domínio da Defesa que
procedeu a análise das conclusões constantes nos apuramentos finais da 10ª Reunião da Comissão Bilateral, realizada em Maio de 2007, em Luanda e efectuou o balanço do primeiro ano da Execução do Programa-Quadro 20072010, bem como foram trocados pontos de vista sobre
aspectos relacionados com a Paz e Segurança Regional
e sobre assuntos em desenvolvimento na Comunidade
de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
As delegações reunidas em Lisboa, passaram em revis ta as conclusões da 10ª reunião, realizada em Luanda,
em Maio de 2007, e reconheceram que as mesmas foram cumpridas na grande maioria, ou que se encontram
em vias de resolução positiva.
O ponto forte da Reunião, foi o balanço da execução do
Programa-Quadro do Quadriénio 2007-2010, no seu primeiro ano de vigência. Assim sendo, as delegações procederam, de forma exaustiva, a uma avaliação do desempenho de cada projecto, dos 12 que conformam o Programa-Quadro. Deste modo, as partes identificaram factores que durante o primeiro ano de execução do Programa-Quadro, constituíram-se em empecilhos ao normal
desenvolvimento de cada um dos Projectos e assumiram
o compromisso de tudo fazer para progressivamente eliminá-los. Apesar das dificuldades, identificadas, que os
projectos atravessaram, as delegações reconheceram os
esforços desencadeados para a sua superação e, por
esta razão, caracterizaram de positivo o desenvolvimento do Programa-Quadro da vigência.
As delegações trocaram pontos de vista sobre questões
comuns de natureza multilateral, nomeadamente, sobre
os Centros de Excelência de Formação de Formadores da
CPLP, Centro de Análise Estratégica da CPLP e a Abertura
dos Exercícios da série Felino e Terceiros Países, por constituírem matérias que se reflectem na CTM bilateral.
As questões sobre a Paz e Segurança Regional fizeram
igualmente parte da agenda de trabalhos da Reunião e,
face a importância que essas matérias representam na
actualidade, as delegações analisaram assuntos de diversa natureza, relacionados com os avanços na implementação da parceria estratégica EU/UA relativa à Paz e Segurança, ao Ciclo EURORECAMP AMAN, à RDC, ao USAFRICOM e à US “África Partnership Station” (Segurança
Marítima em África, especialmente no Golfo da Guiné).
A delegação angolana à reunião foi chefiada por Sua Excelência o Senhor Almirante Gaspar Santos Rufino, Vice-Mi-
D
nistro da Defesa para Política de Defesa Nacional e integrou o General Fernando Torres Vaz da Conceição, Adido
de Defesa junto da Embaixada de Angola em Portugal,
o Tenente General Carlos Filomeno de Sousa Couceiro,
Chefe do Gabinete de Intercâmbio e Cooperação Internacional da EMG/FAA, o Coronel Apolinário Pedro Gaspar,
Director do Gabinete Vice-Ministro para a Política de Defesa Nacional, o Coronel Miguel Gaspar, Chefe da Repartição de Planeamento e Organização da DSS/EMG, o Coronel Mário Gustavo da Silva, Adjunto Técnico do Departamento de Cooperação Militar da DNRI e a Sra. Joana
Almeida Constantino, Secretária do Vice-Ministro.
A delegação portuguesa foi chefiada por Sua Excelência
o Senhor Dr. Paulo Vizeu Pinheiro, Director Geral de Política de Defesa Nacional do Ministerio da Defesa Nacional e integrou o Dr. João Pedro Saldanha Serra, Director do
Departamento de Cooperação Técnico-Militar e o TenenteCoronel Abel Matroca, Adjunto Militar do Departamento de
Cooperação Técnico-Militar
Momento da assinatura dos acordos
A troca de pastas entre os signatários
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
21
R E P O R TAG E M
25ª REUNIÃO DA COMISSÃO MISTA
PERMANENTE DE DEFESA E SEGURANÇA
ZÂMBIA – ANGOLA, REALIZOU-SE EM LIVINSGTONE
Pelo Pelo Major João Paulo, em Livinsgtone
25ª Reunião da Comissão Mista Permanente de Defesa e Segurança Zâmbia–Angola, realizou-se de 10
a 14 de Dezembro de 2008, em Livingstone, Zâmbia, onde foram analisados vários assuntos de defesa e
segurança dos dois países.
Ao discursar no acto de encerramento da referida reunião,
o General Roberto Leal Monteiro “Ngongo”, Ministro do
Interior, que chefiou a delegação angolana, disse que a
mesma “constitui-se mais um testemunho evidente das
excelentes relações de amizade e de cooperação existentes entre os nossos dois países”.
Nesta perspectiva, “auguramos que nos próximos tempos,
logremos uma cooperação cada vez mais sólida e mutuamente vantajosa, à altura dos desafios que nos são impostos”, salientou.
Para o Ministro do Interior da República de Angola, “o facto dos dois Estados integrarem uma mesma região geoestratégica, aconselha-nos a não agirmos de forma isolada, impondo-nos a necessidade de juntos caminharmos,
visando objectivos comuns na defesa e protecção dos nobres interesses dos nossos povos, que se traduzem na
paz e na estabilidade politica e social”.
A
Segundo Roberto Leal Monteiro “Ngongo”, “o aprofundamento das nossas relações bilaterais constitui, hoje, um
imperativo através do qual nos inspiramos na preparação
e tomada de medidas comuns, com a finalidade de se
prevenir e combater práticas criminosas nos nossos territórios. Estamos convencidos de que, desta reunião, as
relações entre os nossos dois povos e países sairão mais
reforçadas e aprofundados os tradicionais laços de amizade e de irmandade que nos unem”, rematou.
Instantâneo de uma reunião Angola/Zambia (Foto de arquivo)
Delegações angolana e zambiana analizam cooperação (Foto de arquivo)
22
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
R E P O R TAG E M
COMUNICADO DE IMPRENSA
1. Realizou-se, de 10 a 14 de Dezembro de 2008, em
Livingstone, Zâmbia, a 25ª Reunião da Comissão Mista Permanente de Defesa e Segurança, Zâmbia/Angola.
2. A Delegação Zambiana foi chefiada pelo Honorável
George W. MPOMBO, MP, Ministro da Defesa e integrou
o Honorável Dr. Kalombo T. MWANSA, MP, Ministro do Interior, funcionários seniores dos Órgãos de Defesa e Segurança e de outras estruturas do Governo.
3. A Delegação Angolana foi chefiada por Sua Excia Sr.
General Roberto Leal Ramos Monteiro “NGONGO”, Ministro do Interior e integrou Sua Excia Sr. Almirante Gaspar Santos Rufino, Vice-Ministro para a Politica de Defesa Nacional, altos funcionários dos Órgãos de Defesa
e Segurança e de outras estruturas do Governo.
4. A Delegação Angolana apresentou ao Governo e ao povo zambiano os sentimentos de pesar pelo passamento físico de Sua Excelência Dr. Levy Patrick MWANAWASA, Presidente da República da Zâmbia, ocorrido em
Agosto de 2008. A Comissão notou com apreço as contribuições positivas do falecido Presidente Mwanawasa
não somente na Zâmbia, mas também na Região da África Austral e no Continente no seu todo.
5. A Delegação Angolana saudou o povo zambiano pelo sucesso alcançado nas eleições presidenciais realizadas no dia 30 de Outubro de 2008 que decorreram
num clima de paz e tranquilidade, e resultaram na eleição de Sua Excelência Sr. Rupiah Bwezani Banda, como o quarto presidente da República da Zâmbia.
6. A Delegação Zambiana felicitou o povo angolano pela realização com êxito das suas eleições legislativas
e formulou votos de que as eleições presidenciais previstas para 2009 decorram com igual sucesso, tendo
igualmente notado que, com desempenhos do género
a região continuará a ser um modelo de democracia no
continente. Neste contexto, a Comissão expressou-se
confiante de que as próximas eleições na África do Sul
e no Malawi, terão igual sucesso.
7. A Comissão analisou vários assuntos que afectam os
dois países em particular e a SADC, no geral, ocorridos
desde a ultima Reunião da Comissão Mista Permanente de Defesa e Segurança, realizada em Benguela, Angola, de 19 a 24 de Novembro de 2007.
8. Relativamente às grandes questões no domínio da
Defesa e Segurança, a Comissão notou com satisfação
o crescente nível de cooperação entre os dois países.
9. A nível regional, destacam-se entre as grandes questões analisadas, aquelas ligadas ao terrorismo, à migração ilegal, ao tráfico de humanos e de drogas. Do mesmo modo a Comissão notou com grande preocupação
que os crimes transnacionais organizados, se constituem numa das maiores ameaças a segurança internacional.
10. A Comissão expressou profundas preocupações em
relação a persistente instabilidade reinante na parte
Leste da RDC, onde fruto do incremento pelas forças rebeldes do combate às instituições do Governo legítimo,
chegou-se a actual grave crise humanitária. Neste sentido a Comissão deliberou:
a) Condenar as acções da rebelião;
b) Condenar a ingerência estrangeira nos assuntos internos da RDC;
c) Exortar as partes em conflito a recorrerem aos mecanismos de solução política;
d) A Comissão exortou também a comunidade internacional, em especial a ONU, no sentido de intensificar
os seus esforços visando o alcançar de uma paz duradoira na RDC.
11. De igual forma, a Comissão manifestou a sua profunda preocupação face à degradante situação política
que persiste na República do Zimbabwe e exortaram
aquele país irmão a ultrapassar o diferendo existente
entre o Governo e a principal força da oposição. Neste
contexto a Comissão apoia os esforços contínuos envidados pela SADC na resolução do impasse.
12. A Comissão, notou que os números de refugiados na
região tem vindo a diminuir fruto da melhoria da situação política e de segurança.
13. A Comissão notou que o VIH/SIDA continua sendo
uma ameaça ao desenvolvimento sócio-económico dos
dois países e comprometem-se a redobrarem esforços
no combate a este flagelo.
14. A Comissão notou, igualmente, com preocupação
o alastramento do surto de cólera na região e apela as
autoridades competentes dos dois países a tomarem
as medidas que se impõem no sentido de minimizar o
seu impacto.
15. A Delegação Angolana manifestou a sua profunda
gratidão ao povo e ao Governo da República da Zâmbia
pela calorosa hospitalidade que lhe foi brindada.
16. A Delegação Angolana formulou o convite à Delegação Zambiana para participar na 26ª Reunião da Comissão Mista Permanente de Defesa e Segurança, a ter
lugar na República de Angola, em 2009, em data e local
a determinar. A Delegação zambiana aceitou o convite.
17. As deliberações da Reunião foram tomadas num
clima cordial e fraternal, fruto das excelentes relações
existentes entre as duas Repúblicas irmãs
Livingstone, Zâmbia, 12 de Dezembro de 2008.
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
23
R E P O R TAG E M
GENERAL FURTADO PROMETE COLABORAR NA
IDENTIFICAÇÃO DE ANTIGOS COMBATENTES
s Forças Armadas vão colaborar na identificação dos
antigos combatentes e veteranos de guerra dos distintos movimentos da luta de libertação nacional.
A informação foi prestado pelo chefe de Estado Maior
das FAA, general Francisco Furtado, recentemente em Luanda, a margem de uma palestra sobre a importância
do 11 de Novembro, proferida pelo Vice-Ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra, Clemente Canjuca. “Para nós é salutar trabalharmos na harmonização
da base de dados para a valorização dos antigos combatentes e veteranos de guerra, porque consideramos de extrema importância a sua definição”, sublinhou o chefe do
Estado Maior das FAA.
O CEMG/FAA, Francisco Furtado disse ser necessário sal-
A
vaguardar os direitos daqueles que se sacrificaram, alguns dos quais dando a sua própria vida para que Angola fosse um país independente e onde se cultiva a cultura da paz. “ Mais uma vez, queremos dizer que estamos
disponíveis para prestar o apoio necessário ao Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra na
identificação dos verdadeiros antigos combatentes e militares”, afirmou a alta patente das FAA.
A identificação abrangerá militares provenientes de qualquer um dos movimentos que participaram na luta armada de libertação nacional e na pacificação do país.
O seu contributo, referiu o Chefe de Estado Maior General das
FAA, permitiu a estabilização do país, a reconciliação nacional e o desenvolvimento harmonioso da República de Angola.
CEMG/FAA passa em revista as tropas em parada (Foto de arquivo)
24
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
R E P O R TAG E M
MDN incentiva superação académica e profissional dos militares (Foto de arquivo)
MINISTRO DA DEFESA VISITA
INSTITUTOS SUPERIORES MILITARES
Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama, afirmou recentemente, durante a sua visita aos
Institutos Superiores Técnico Militar (ISTM) e de Ensino Militar (ISEM), situados em Luanda, que os quadros
formados nestas instituições vão responder às necessidades do país.
O Ministro da Defesa elogiou o corpo docente, sobretudo
os civis, sublinhando que “o conceito de Defesa não é só
tarefa das Forças Armadas Angolanas”.
Ao mostrar-se satisfeito com o funcionamento daqueles
estabelecimentos de ensino militar, o Ministro referiu que,
o Instituto Superior Técnico Militar está dentro do formato global para a formação de quadros, desde as infra – estruturas, programa de formação ao corpo docente.
O General Kundi Paihama felicitou o Estado Maior General
das FAA por contribuir para a edificação do Instituto Superior Técnico Militar e os professores cubanos que estão
a dar o seu apoio na área académica.
Dos mil candidatos, civis e militares com idades compreendidas entre os 18 e 24, provenientes das províncias
do Huambo, Benguela, Huila, e Luanda, apenas 308 cadetes ficaram aptos para o ano propedêutico, nos cursos
de Engenharia (electrónica, mecânica, construção civil, informática) e Medicina. Devido a algumas desistências, apenas 293 cadetes estão a frequentar as aulas.
Com dez turmas (oito de Engenharia e duas de Medicina),
o ISTM conta com 30 professores, sendo 14 cubanos e
16 angolanos, e destes 13 são civis e três militares.
Segundo o comandante do Instituto Superior Técnico Mi-
O
litar, Tenente-General Américo Valente, os cadetes que frequentam o ano propedêutico já receberam preparação
militar.
A preocupação da direcção, segundo Américo Valente, está relacionada com o primeiro ano académico que arranca no próximo ano, 2009, por haver necessidade de contratar mais de 113 professores, sendo 33 cubanos e 80
angolanos.
Além disso, o referido instituto vai precisar, a partir do próximo ano, mais salas de aula, laboratórios e um condomínio residencial para o corpo docente e oficiais do comando, de equipamentos mobiliários, meio informáticos
e subsídios para os professores colaboradores.
Sob o lema “formar, crescer e vencer”, o Instituto Superior
Técnico Militar terá daqui a seis anos, 1.800 cadetes,
formando 300 oficiais com formação superior por ano.
“Todos os técnicos superiores militares eram formados
nas instituições para a formação de civis ou no exterior
do país, hoje esta instituição veio cobrir essa lacuna”, disse o director do Instituto, para acrescentar que, em termos
de curriculum, obedecem aos trâmites legais do ensino superior no país.
“Temos uma estreita colaboração com a Secretaria de Estado do Ensino Superior, de modo a que haja equivalência
dos quadros em relação às outras instituições de ensino
superior” disse.
O Instituto Superior de Ensino Militar, ‘ISEM’ mereceu igualmente a visita do Ministro da Defesa Nacional, onde obteve informações sobre o seu funcionamento.
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
25
O P I N I Ã O
IMPACTO DA GRANDE GUERRA EM ANGOLA (III)
PORTUGAL E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Pelo Tenente-General Miguel Júnior*
ara compreendermos a participação de Portugal
na Primeira Guerra Mundial, é preciso ter em conta
todo um conjunto de elementos históricos que se
prendem com alianças feitas entre Portugal e a Inglaterra e outros aspectos decorrentes de planos da Alemanha
como potência colonial.
Há que destacar aqui que a aliança anglo-lusa é antiga
e foi, sucessivamente, ajustada no tempo. Segundo o arrolamento feito, a aliança entre as duas nações data desde que Portugal se tornou uma unidade política autónoma e era alvo de ameaças dos Estados de Aragão e Castela. Essas ameaças obrigaram as partes a subscrever
alguns acordos (1373 e1386). Deste os mais remotos
acordos, as partes assinaram, conforme as necessidades e os desafios, outros tratados. A título de exemplo,
o Tratado de WhiteWall de 1660 já coloca em evidência
o auxílio ou a assistência militar inglesa a Portugal para
defesa dos seus territórios.
Ideia similar está patente também no Tratado de 1703
onde se coloca ênfase no apoio militar, em qualquer circunstância, a Portugal. A ideia de assistência militar sempre esteve incorporada no corpo dos diferentes tratados
que as partes rubricaram. Tanto mais que a aliança anglo-lusa, amarrada aos velhos princípios, foi renovada e
P
26
reforçada, quer em 1904, quer em 1912. Como se vê, eles
renovaram os acordos dois anos antes de rebentar a Grande Guerra.
Quando rebenta a guerra e a Inglaterra declara guerra à
Alemanha, Portugal, amarrado a aliança tradicional, não
tem outra alternativa senão tomar parte na guerra do lado do seu aliado natural. Como Portugal está amarrado
a um acordo com a Inglaterra, logo não se justifica a neutralidade de sua parte. Aliás, a Inglaterra reiterou o seu
incondicional apoio aos portugueses em caso de um ataque a qualquer possessão portuguesa. Desta maneira,
a República Portuguesa manifesta a sua atitude formal
pública quanto à guerra no dia 7 de Agosto de 1914, após
discussão do Congresso da República.
Depois de explicitar as suas posições em relação à guerra, Portugal tem como preocupação reforçar militarmente as suas possessões: Angola e Moçambique. Esta medida vai ser tomada porque esses domínios fazem fronteira com os territórios (colónias) sob alçada alemã, nomeadamente: o Sudoeste Africano e o Leste Africano (Namíbia e Tanzânia).
Há que esclarecer, no entanto, as razões subjacentes no
acto português e outras questões. Destaquemos os seguintes factos. Desde há muito que outras potências co-
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
O P I N I Ã O
loniais estão interessadas nas colónias portuguesas, na
medida em que Portugal enfrenta imensas dificuldades.
Em 1898 Portugal vivia, para bem esclarecer, uma situação muito aflitiva em termos económicos e financeiros.
E a dívida portuguesa era avultada. Como forma de encontrarem uma saída para a situação calamitosa em que estava Portugal, aventou-se a hipótese de alienarem parte
das suas colónias.
Nestas circunstâncias, a Alemanha procurou tirar partido da situação devido aos seus apetites expansionistas.
Por isso, ela tinha pressionado a Inglaterra para colocassem as colónias portuguesas sob a esfera da influência
das duas potências. Neste sentido, os alemães e os ingleses assinaram dois acordos a fim de, numa situação
mais delicada, repartirem os territórios portugueses.
Quando a situação se tornou nebulosa para Portugal, a
Alemanha prontificou-se a auxiliar com um empréstimo
mas com a condição de colocarem a colónia de Angola
como caução.
Por aqui já podemos ver os propósitos da Alemanha. Trata-se para bem dizer de uma velha aspiração alemã, e que
levou a mesma a obrigar a Inglaterra a assinar um acordo
em 1898. A Inglaterra assinou esse acordo porque estava numa situação crítica e sem grandes alternativas.
O ímpeto alemão era evidente. No entanto, Portugal manobrou diplomaticamente quando tinha tomado conhecimento do acordo e fez outro acordo secreto, em 1889,
com a Inglaterra (Tratado de Windsor). Tal proeza se deveu a coragem de marquês de Soveral. Por isso, o acordo anglo-alemão tem perdido força com o evoluir da situação, mas a Alemanha alimenta a esperança. Mais tarde
a Alemanha forçou outro acordo em 1913. Logo não se
podia esperar outra atitude por parte de Portugal, quando se colocou o problema da guerra de 1914.
Uma vez manifesta a condição para salvaguardar as suas
possessões (Angola e Moçambique), puseram em marcha um plano de defesa. Para a defesa de Angola, Portugal envia um corpo de expedicionários. O corpo tem
na sua composição “um quartel-general, um batalhão de
infantaria, uma bateria de metralhadoras, uma bateria
de artilharia de montanha, um esquadrão de cavalaria,
serviços de saúde, engenharia, administração militar,
transportes e de etapas”. O tenente-coronel Alves Roçadas comanda o corpo expedicionário na primeira etapa,
e o general Pereira de Eça estará a frente do mesmo na
segunda etapa.
Ao corpo expedicionário atribuem duas missões: a primeira assegurar a ordem no seio das populações autóctones e a segunda controlar a fronteira sul em pontos
mais importantes (ver relatório de Alves Roçadas, 1918).
Em Setembro de 1914, os expedicionários partem e chegam a Angola em Outubro. Mas enquanto decorriam esforços para o fortalecimento das colónias com pessoal
e meios, Portugal tratou de acautelar a preparação das
suas tropas para participarem no teatro de operações
da Europa. Para o efeito, começaram a preparar uma Divisão Auxiliar, que evoluiu mais tarde para Divisão de
Instrução. Esta unidade congregou 30.000 homens. Nestas condições, as tropas portuguesas entraram, em 1917,
para a Grande Guerra. (Continua no próximo número)
*Conferência proferida no Ciclo de Oficiais Generais.
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
27
O P I N I Ã O
Militares do Exército desminando um caminho de ferro
PREVENÇÃO CONTRA MINAS TERRESTRES (II)
Pelo Coronel Moisés António
3- CARACTERÍSTICA E FUNCIONAMENTO DAS MINAS.
a) Características da mina.
Uma mina é constituída por um corpo, metalizado, plástico, de madeira etc., dentro do qual existe uma carga que
pode ser explosiva ou química e um conjunto de mecanismos mais ou menos complexos - espoleta - que faz funcionar a mina quando a acção iniciadora correcta actuar
sobre ela.
b) Funcionamento das minas.
A acção iniciadora faz parte de um conjunto de fenómenos denominados cadeia de fogo da mina, que têm que
suceder para que uma mina detone e que consiste em cinco elementos:
-
Acção iniciadora;
Espoleta/disparador;
Detonador;
Reforçador;
Carga principal.
Nem todas as minas têm reforçador e há espoletas que
incorporam o detonador e algumas até o reforçador.
A cadeia de fogo da mina inicia-se quando uma acção iniciadora provoca o funcionamento da espoleta que leva
uma chama, percussão ou corrente eléctrica ao detonador. A iniciação do detonador provoca a detonação do reforçador (se houver) e, por consequência, o rebentamento da carga principal. Se esta sequência for interrompida
em qualquer ponto, a mina não funcionará.
28
Atenção, que uma mina pode ter mais que uma cadeia de
fogo. Quando se neutralizar uma mina tem que se interromper todas as cadeias de fogo.
As acções iniciadoras que provocam o início da cadeia de
fogo de uma mina podem ser mais variadas:
- Pressão, a mais vulgar e que consiste em exercer uma
força de cima para baixo sobre a mina, com o pé de uma
pessoa, a roda de um carro ou lagarta de um tanque de
guerra;
- Tracção, normalmente exercida num fio ligado à espoleta;
- Distensão, que é a quebra da tensão exercida num fio
(corte de arame de tropeço) que impedia a espoleta de
funcionar;
- E muitos outros, tais como vibração no solo, alteração do
campo magnético ambiente, comando à distância por fio
ou por rádio, acção retardada, etc.
4. COMPONENTES DAS MINAS.
Os principais componentes das minas que entram na cadeia de fogo são as espoletas, que podem ser relativamente simples ou altamente complicadas, principalmente se
forem de influência, pois nestes casos constam de circuitos electrónicos integrados.
As espoletas são denominadas pelos meios que usam
para iniciarem a cadeia de fogo: mecanismos, químicos,
de fricção, de influência, de anti-pertubação (anti-levantamento). Recebem ainda o nome de acção iniciadora que
provoca o seu funcionamento, por exemplo espoleta química de pressão.
As minas funcionam com espoletas standard que vêm
fornecidas junto com elas ou até mesmo incorporadas ne-
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
O P I N I Ã O
las. Existem, no entanto, outras que não tendo espoleta
própria, têm de improvisar uma, geralmente à partir do
disparador.
OS PRINCIPAIS TIPOS DE ESPOLETAS SÃO:
- Mecânicas (uma mola impele um percutor contra uma cápsula fulminante que, por sua vez, faz funcionar um detector);
- Química (um invólucro de ácido é partido pela acção iniciadora. O acido derramado corroe um arame que prendia o
percutor, que uma vez liberto vai fazer funcionar o detonador);
- De fricção (a acção iniciadora inflama uma substância
dentro da espoleta, por fricção. A chama provocada faz funcionar o detonador);
- Eléctricas (a acção iniciadora fecha o circuito no qual está incluso um detonador).
- Os disparadores são frequentemente usados em armadilhas e na activação de minas. Também constituem um
método alternativo para fazer detonar minas ou cargas explosivas.
- Os detonadores são elementos seguintes da cadeia de
fogo das minas. São iniciados pela acção produzida pela espoleta (chama, calor ou pancada). Normalmente quando as espoletas são incorporadas nas minas, a segurança é garantida pela separação do detonador.
Os reforçadores são muito usados, apesar de algumas minas não disporem deles.
A principal é o último elemento da cadeia de fogo e constitui a base da mina. É ela que ataca o alvo pelo efeito
da onda de choque (sopro), estilhaços fogo ou agentes
químicos.
(continua no próximo número).
Militares do Exército numa acção de desminagem
Vítimas de Minas
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
29
P O R
D E N T RO
CHEFIAR NÃO É OCUPAR UM LUGAR DE CHEFIA
Pelo Tenente--Coronel Psicólogo Florêncio da Fonseca
exercício da chefia em todos os domínios da vida,
requer qualidades ímpares para se poder influenciar os subordinados a cumprirem com êxito as tarefas a eles atribuídas.
Nas Forças Armadas, as qualidades e responsabilidades
que se exigem ao chefe militar são redobradas, pois que
não basta os conhecimentos técnicos, a experiência prática, ou a bravura.
Xenofonte (430-350 a.C.) citado por Amaral (1988) considerou que nem todos podem ser chefes, pois que para
ele não se é chefe necessariamente ocupando um lugar
de chefia: Ainda de acordo com Xenofonte, os reis e governantes não são aqueles que usam um ceptro, nem os que
foram escolhidos pela multidão, nem tão pouco os
que a sorte designou nem os que usurparam
o poder pela violência ou pela astúcia, mas
aqueles que sabem mandar.
É chefe, portanto, aquele que sabe chefiar
e por isso se faz obedecer. Em todos os domínios, os homens consentem em obedecer
àqueles que consideram superiores. “O dever de um chefe, segundo Xenofonte é mandar fazer aquilo que é necessário fazer, e o
dever do subordinado é obedecer ”.
O poder pertence, pois aos chefes, aos que
possuem em si autoridade natural, e estes são,
antes de mais os que sabem. Xenofonte considera por outro lado que; não basta para se ser reconhecido como chefe ter mais conhecimentos ou saberes, é
preciso ter também o dom da palavra, persuadir, apelar à
razão e aos sentimentos dos subordinados.
Assim, os melhores chefes, são os que possuem conhecimentos úteis e se servem melhor da palavra: não se
imagina um comandante de uma Cia de tanques, comandar sem comunicar com os seus subordinados. Enfim não
basta ao chefe os conhecimentos, e o dom da palavra,
é também necessário o estudo das paixões humanas,
entender o homem na sua dimensão multifacetada. Porque chefiar pressupõe influenciar o comportamento do
subordinado para que este cumpra com êxito as ordens
superiores e isto só é possível conhecendo a personalidade dos subordinados.
O “poder” do chefe é a faculdade de mandar e a capacidade de se fazer obedecer não impondo o respeito ou a cortesia, mas conquistando. Os subordinados reconhecem
tudo isto e mais naquele que é digno deste título. São as
qualidades do chefe, a sua aptidão natural, a sua superioridade, o seu carisma que geram um ascendente psicológico sobre os subordinados e os levam à aceitação
da autoridade e ao acatamento das ordens e não apenas os galões ou o lugar que ocupa.
O
30
Por outro lado, ainda de acordo com Xenofonte referindo-se ao talento do chefe. Quanto ao talento de comandar,
necessário em todas as áreas, considera que há entre os
homens, grandes diferenças de inteligência:
E ilustra com o seguinte exemplo: Num navio de guerra,
quando se está no alto mar e é preciso remar o dia inteiro para chegar a bom porto, há comandantes que sabem
dizer e fazer o que é necessário para estimular o espírito dos remadores e para fazê-los trabalhar de boa vontade; outros há que são de tal forma incapazes que levam mais que o dobro do tempo a fazerem o mesmo trajecto. Num caso, chefes e subordinados desembarcam
cobertos de suor mas felicitando-se uns aos outros, no
outro caso, todos chegam sem suar mas detestando o chefe e detestados por ele.
Não pretendemos nesta abordagem dar uma
receita acabada para o exercício de chefia, porém, baseado na nossa experiência de mais
de duas décadas como chefe e subordinado,
ser produto da influência de todos aqueles
com quem trabalhamos ao longo deste tempo, permite-nos fazer esta reflexão. Assim, julgamos que a questão que aqui se levanta não
é se a arte de chefiar deve ser ensinada ou não,
mas o que deve o chefe militar aprender para melhor desempenhar as suas tarefas.
Recorremos a Galton Courtois (1989) e concordamos com
algumas qualidades apontadas por ele, como sendo os
pilares para que o chefe aprimore a sua condição de chefe e seja digno desta distinção, são nomeadamente:
Fé na missão; para fazer qualquer coisa, o primeiro passo é julga-la possível, Luís XIV.
Chefe que não é capaz de comunicar entusiasmo aos seus
subordinados assemelha-se a um mecânico, que pretende fazer deslocar uma locomotiva sem vapor.
O chefe que não crê na causa que serve não é digno de
o ser. Mas não basta crer, é necessário que a sua fé e
o seu entusiasmo irradiem para os subordinados, para
que cada um daqueles, que tem a missão de conduzir
compreenda a sua responsabilidade na obra comum a
realizar. Ao chefe compete fazer com que os homens comunguem no ideal que o anima.
Sentido de autoridade; A importância da autoridade do
chefe para a eficiência do grupo é inquestionável. Um batalhão bem manejável, ainda que menos instruído, vale
mais do que um batalhão mais instruído, mas menos manejável, dizia Lyautey.
Na medida do possível, cabe ao chefe prevenir o descontentamento e tomar medidas antes de qualquer queixa.
Para o conseguir, é preciso ter contacto com os subordinados. Pois que chefiar não è um privilégio é um encargo.
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
P O R
Conhecimento dos Homens: A arte de conduzir Homens
é difícil. Primeiro porque depende de dons naturais desigualmente repartidos, mas também porque as leis psicológicas que estão na base das relações entre chefes
e subordinados são complexas.
Atenta-se ao seguinte Exemplo; certo Homem experimentado que, já idoso chegou rapidamente a dirigir com êxito uma indústria, empregando numeroso pessoal, respondeu aos amigos que se admiravam de tão pronto triunfo: Na verdade; eu não conhecia as máquinas, mas conhecia tão bem os Homens.
Pensamos que é fundamental avaliar as pessoas, como
de uma casa se trata-se, para ver o que valem. No final cada um tem um valor, que aumenta exponencialmente a
cada dia.
Espírito de justiça: Ser justo é a primeira qualidade que
um Homem digno desse nome reclama daquele que tem
autoridade sobre ele.
O sentimento de justiça é de tal maneira inato ao coração do homem que qualquer injustiça, mesmo vinda de
um chefe amado revolta o subordinado. Compreenderá
que um superior seja exigente, severo até, mas ficará desorientado com uma manobra desleal ou uma acção arbitrária, e, se não lhe é possível manifestar este sentimento, guardará no fundo do coração uma ferida secreta, que
mais tarde se tornará em lamento amargo, em rancor
persistente e talvez em ódio implacável.
D E N T R O
Ser justo é distribuir elogios e censuras com critèrio, é
saber reconhecer a boa vontade de cada um, è aprofundar as coisas e ter em conta, as causas que travaram o
esforço daquele que fez o quanto pôde.
Ser justo é saber atribuir a quem de direito, mesmo e sobretudo ao inferior, o mérito de uma ideia inteligente, é
saber distribuir lealmente a parte de êxito que cabe a cada um dos colaboradores.
Exemplo; O chefe é um ponto de mira para os seus subordinados, o seu exemplo tem tanto mais importância quanto mais apreciado ele é. Os bons exemplos arrastam.
Concretizam um acto ou uma atitude que não passava,
até então, de uma visão abstracta do espírito.
Os homens não podem ser conduzidos com prescrições
da razão pura; têm necessidade de ver o seu ideal encarnado num homem que os leve após si pela sedução do
seu exemplo.
O exemplo do chefe fala sempre mais alto que a sua voz.
Mas, se a vida do chefe está em contradição com as
suas palavras, há aí um ilogismo que escandaliza aos fracos e revolta os fortes.
Influenciar Homens é a tarefa mais complexa. A esta conclusão chegaram muitos estudiosos das várias ciências.
Apesar desta complexidade è tarefa de todos chefes e
outros que aspiram ser, aprimorarem muitas qualidades
que podem vir a facilitar esta tarefa, afinal chefiar é uma
arte. Esta é a nossa singela contribuição.
Chefes militares durante uma palestra (Foto de arquivo)
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
31
P O R
D E N T RO
O PAPEL DO MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA MILITAR NA
PRESERVAÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL DE ANGOLA*
Pelo Brigadeiro Silvestre Francisco
INTRODUÇÃO
Concebido inicialmente com o nome de Museu Nacional
das Forças Armadas (Abranches, 1979:44), foi inaugurado a 31 de Julho de 1978 com a designação de Museu
Central das Forças Armadas (1978:1-6), a luz do Decreto
80/76 de 3 de Setembro, e instalado na Fortaleza de
S. Miguel, um monumento colonial português do século
XVI, que ao longo da sua existência, foi sucessivamente
destinado para vários serviços do Estado, antes e depois
da Independência Nacional, e desde 1978 a esta parte,
instalações do Museu Militar.
A Fortaleza de S.Miguel é um dos antigos depósitos históricos de Angola e o cartaz mais representativo da cidade
de Luanda.
Todavia, na sequência das transformações político-militares que ocorrem no país desde 1991, foi alterada a designação de Museu Central das Forças Armadas para Museu Nacional de História Militar, tendo em vista adequála não só aos padrões internacionais da nomenclatura dos
Museus de Armas e de História Militar, mas também e
sobretudo, a realidade actual do país. Tal decisão tem
a sua força legal no Despacho nº 0069/2005 de 15 de
Setembro, exarado por S. Exª Sr. Chefe do Estado Maior
General das Forças Armadas Angolanas, em virtude de ser
constatado que a resistência contra a dominação estrangeira teve lugar em todos os espaços geográficos que constituem presentemente o território da República de Angola.
Entretanto, desde Dezembro último a esta parte, o museu
encontra-se encerrado ao público por razões de restauro.
O PAPEL DO MUSEU NACIONAL
DE HISTÓRIA MILITAR NA PRESERVAÇÃO
DA IDENTIDADE CULTURAL DE ANGOLA
Qualquer que seja a disciplina a que um
determinado Museu responde, a sua actividade fundamenta-se pela preservação
da memória colectiva, razão pela qual os
Museus são efectivamente depositários
privilegiados da cultura dos povos, cabendo
ao Estado criar as condições de preservar
os lugares de memória, para que os cidadãos tenham acesso ao passado e dele tirarem os ensinamentos que julgarem pertinentes para caminharem seguramente
no presente em busca
do futuro melhor.
Em Angola o acesso dos cidadãos a cultura, está consagrado nos Artigos 49º e 50º da Lei Constitucional vigente
(1992: 15), porque a cultura como elemento fundamental da soberania nacional (Fonseca-2008:45), é inequivocamente parte intrínseca do desenvolvimento. E o desenvolvimento é um desiderato comum inerente a todos.
Por isso, a sua essência deve consubstanciar-se na identidade nacional, evitando-se deste modo, a existência de
uma nação rica, mas genericamente dependente de outras
nações. Daí a imperiosidade de conhecer e preservar o
passado e todos os seus componentes históricos, visando orientar na actualidade, a trajectória futura.
No caso vertente, a preservação da memória do passado histórico e a difusão da cultura, permitem promover e
facilitar o acesso dos cidadãos aos bens culturais de evidente interesse cultural e histórico-militar, na medida em
que, segundo o Professor Mário Mendonça de Oliveira
(1998:3-24), «a memória de um povo engloba igualmente os testemunhos de todas as instituições criadas pelos
homens e toda e qualquer manifestação da sua criação;
acrescentando que neste acervo de memórias, as de carácter militar são importantíssimas para a história de cada nação; sendo tarefa do Exército conservá–las para o
bem comum, pois a memória cultural é um património de
todos».
Nesta óptica, torna–se imprescindível evidenciar que o
objectivo fundamental do museu em referência, consiste
em perpetuar as acções heróicas do passado que consubstanciam efectivamente a memória colectiva resultante do legado histórico-militar e patriótico dos
nossos ancestrais, cuja nota de realce incide sobremaneira aos heróis da longa resistência contra a penetração e ocupação colonial, da luta pela independência nacional, da guerra civil de 1976
a 2002, sem excluir, naturalmente, os
que foram vitimas das agressões estrangeiras (sul-africanas e zairenses),
na era do Apartheid e do Mobutismo,
respectivamente.
Em suma, o Museu Nacional de História Militar, presta uma profunda e sentida homenagem aos heróis que com
o seu sangue escreveram indelevelmente as páginas
douradas do percurso da nossa História-Pátria.
Brigadeiro Silvestre Director do Museu (Foto de arquivo)
P O R
Acervo: O Museu tem sob a sua guarda 3. 877 peças diversas, em condições precárias de conservação. Entretanto, esforços têm sido envidados no sentido de melhorar a sua manutenção.
Quanto ao Método Expositivo, a história da resistência e
da luta pela independência nacional, bem como da luta
pela conquista da paz, tem um longo percurso de cerca
de 511 anos intercalados por pequenos interregnos de
tempo, desde 1491 quando se deu a primeira rebelião
armada no Congo conduzida por Panzo-a-Nzinga, contra
a presença portuguesa, a 4 de Abril de 2002, ano em que
o povo angolano conquistou a paz.
Neste caso, o Museu utiliza o método de exposição cronológica da história batalha de Angola.
No domínio de estatística, nos últimos três anos, foram registados 81.161 visitantes, entre os quais 18.257 estrangeiros.
Face ao exposto, e porque segundo Paula Bobone, «a cultura orienta-se para o passado, tendendo à preservação
e transmissão de valores de geração para geração», acrescentando que «a essência da modernidade consiste na
presença do passado no presente, devendo para o efeito, olhar sistematicamente às raízes e as tradições (Bobone, 2002:54)». Neste contexto, como instituição de memória colectiva destinada a proceder o ensino inerente
à exaltação da coragem, heroísmo, patriotismo e do sacrifício consentido ao longo dos séculos pelo povo angolano, na sua caminhada em busca da liberdade; o Museu
Nacional de História Militar, desempenha de facto um papel relevante no processo de promoção de acções educativas concernentes à preservação da Identidade Cultural
de Angola, pois a longa luta pela liberdade do país também foi inequivocamente um acto de cultura (José E. Dos
Santos, 2007:5).
D E N T R O
Finalmente, quanto as «Estratégias para um futuro positivo», tema principal deste 1º Congresso Internacional
dos Museus Militares, se se considerar que o passado
e o futuro constroem-se no presente, é evidente notar que
as estratégias não terão nenhuma expressão se não tiverem em conta o homem como factor decisivo para a materialização das metas preconizadas. Pelo que, neste domínio, devem ser tidas em conta as seguintes propostas:
1 - Proceder a formação continua de quadros profissionais
de museologia e de outras disciplinas afins.
2 - Implementar o sistema de cooperação e intercâmbio
entre os diferentes museus militares, por forma a permitir a circulação da informação científico-técnica.
3 - Promover acções que visam a sensibilização das instituições governamentais competentes, no sentido de prestarem apoios evidentes aos museus militares e não só.
4 - Incentivar o apoio bibliográfico referencial aos museus
militares carenciados.
5 - Promover e incentivar o apoio de meios técnicos aos museus militares.
BIBLIOGRAFIA
- História de Angola; 1965, pp. 64-69.
- Santos, José Eduardo dos; Discurso de Abertura do IIIº
Simpósio da Cultura Nacional. Luanda, 2007, p.5.
- Bobone, Paula; Socialmente Correcto. Lisboa, 2002, p.54.
- Carvalho, Emílio de; A Igreja Africana no Centro da sua
História. Luanda, 1995, pp. 55-77.
- Meihy, José Carlos; Manual de História Oral. S.PauloBrasil, 2002, p. 54.
- Cavalcante, Neusa; Restauração: Teoria e História, s/d,
pp. 6-9.
- V/A. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, LisboaRio de Janeiro; vol.XIII s/d,pp.225-278.
- V/A. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa-Rio de Janeiro, s/d, vol. XII. pp.398-399.
- Oliveira, Mário Mendonça de; Orientação para a Preservação e Difusão do Acervo Cultural do Exército Brasileiro.
Rio de Janeiro, 1998, pp.1.1-3-24.
- Fonseca, António; Jornal de Angola de 14.3.2008. p.45.
-Jornal de Angola de 01.08.1978. p.1-6.
-Abranches, Henrique; Manual de Museologia. Luanda,
1979, p.44
-Abranches, Henrique; Identidade e Património Cultural,
Luanda, 1983, pp.33 - 72.
- Santos, Nuno Beja Valdez dos; A Fortaleza de S. Miguel.
Luanda, 1967, pp.7 - 60.
- Padrão; F. Cerviño; A Colonização do Sul de Angola (14851974). Portugal, 1998, pp. 167-172.
- Dicionário Universal Fundamental da Língua Portuguesa;
2002, p.463
* Comunicação apresentada no Iº Congresso Internacional
dos Museu Militares, realizado de 24 a 29 de Agosto de
2008 no Rio de Janeiro-Brasil
Vista frotal do Museu Nacional de História Militar (Foto de arquivo)
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
33
C O N S U LT Ó R I O
A MAGNITUDE DA EPIDEMIA DO VIH/SIDA*
VIH/SIDA tornou-se cada vez mais frequente entre
nós, e nos nossos dias esta doença é já a primeira
causa de morte nos hospitais, ultrapassando todas
as outras doenças infecciosas como a malária a tuberculose, a cólera, etc.
O rápido aumento da doença em muitos países vizinhos
de Angola, a situação de paz, as trocas comerciais nos locais de fronteira, a grande circulação de pessoas no interior do país, o retorno de populações outrora refugiadas
nos países vizinhos, a falta de informação sobre a doença e o reduzido uso de preservativo como método de prevenção, vêm facilitando o aumento das pessoas infectadas e
consequentemente o aumento da morbilidade e mortalidade.
As acções educativas para a mudança de comportamento devem ser realizadas de forma sistemática nas Escolas, Centros de Instrução Militar e nos ciclos de preparação Combativa.
Recentes estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS),
indicam que a formação sobre a possibilidade de tratamento dos doentes com Sida, tem vindo a reduzir o estigma e a descriminação relativos aos portadores da doença, já que segundo essa organização “a possibilidade do
tratamento facilita a tarefa educativa, pois onde existe
esperança as pessoas receiam menos a Sida, predispõem-se a fazer o teste do HIV, são mais abertas relativamente a sua doença e procuram tratar-se de imediato
quando doente”.
A situação de VIH/SIDA nas FAA é um problema
tão grave e importante, que sua Excelência Chefe do Estado Maior General das FAA, baixou directrizes especificas no seu despacho nº 0046CEMGFA/2001 que citamos:
Urgindo implementar acções programadas para o controlo da transmissão das Doenças de
Transmissão das Doenças de Transmissão Sexual e VIH/Sida nas Forças Armadas Angolanas,
de forma a tomarem-se medidas enérgicas e
de excepção; Determino:
1. Aprovar o Programa das DTS/SIDA nas
Forças Armadas Angolanas, do qual é parte integrante o seu orçamento.
2. Que o Vice Chefe de Estado Maior para o Planeamento preveja na promoção mensal da execução do Orçamento das FAA, uma rubrica para cobrir
os encargos financeiros das acções previstas no cronograma do
orçamento do Programa de Luta
Contra as ITS/VIH/SIDA.
3. Que os Chefes dos Estados Maiores
dos Ramos e os Comandantes das UEO
O
34
sejam os responsáveis directos pela execução das acções previstas no Programa das ITS /VIH/SIDA a seu nível. Assim apresentamos as 11 principais estratégias
de luta contra a Sida nas FAA.
ACTIVIDADES CORRENTES
I – Principais Estratégias
01. Informação, Educação e Comunicação (IEC)
02. Formação
03. Intervenções para mudança de comportamentos
04. Combate ao preconceito
05. Aconselhamento
06. Testagem Voluntária
07. Tratamento das doenças oportunistas
08. Sangue Seguro
09. Tratamento com antiretrovirais (TARV)
10. Adesão ao Tratamento
11. Apoio Psico-social.
Para aplicar estas estratégias cada componente das FAA
tem uma missão a cumprir:
1.Missão do Estado Maior General
Garantir que as politicas nacionais de combate ao VIH/
SIDA, sejam aplicadas e contextualizadas nas FAA.
2. Missão dos Comandos
Assumir a responsabilidade de garantir o cumprimento de todas as intervenções concorrentes ao VIH
/SIDA: prevenção, diagnostico, tratamento, adesão e combate ao preconceito.
3. A Missão da Educação Patriótica
Incorporar nas acções de Acção Psicológica e
Ensino Patriótico os conhecimentos e comportamentos que favoreças a prevenção e o combate
ao VIH/SIDA.
4. A Missão dos Serviços de Saúde das FAA
Disponibilizar todos os meios técnicos de conhecimentos para as acções de informação, comunicação, educação, prevenção, diagnóstico, tratamento e adesão para o VIH/SIDA
e doenças oportunistas formar e capacitar técnicos no âmbito do combate ao
VIH/SIDA.
5. A Missão da Logística
Proporcionar uma aporte alimentar adequado aos Efectivos Militares com dietas
específicas para os seropositivos de acordo com a prescrição médica.
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
C O N S U LT Ó R I O
6. A Missão dos Efectivos Militares
Aplicar as orientações e conhecimentos baixados dos
Comandos, da Educação Patriótica e dos Serviços de Saúde para a luta contra o VIH/SIDA nas FAA.
7. A Missão do Militar
Cada militar é um combatente contra a SIDA, cada combatente é um defensor da saúde.
II – O aconselhamento como
actividade de prevenção prioritária
A significativa ocorrência das ITS/VIH/SIDA no nosso país,
aconselha ao desenvolvimento de novas e mais eficazes estratégias de prevenção, para além do uso permanente do preservativo nas relações sexuais ocasionais.
O aconselhamento é instrumento importante para cortar
a cada cadeia de transmissão, na medida em que proporciona um reflexo sobre os riscos de infecção, permitindo
a superação da situação de conflito e a mudança de comportamento.
Define-se como aconselhamento o processo de escuta activa individualizado centrado no interessado. Para levar a
reflexão sobre valores, atitudes e comportamentos no
âmbito da ITS/HIV/SIDA, o processo de aconselhamento contem três componentes:
- Apoio emocional; Apoio educativo; Apoio de Riscos.
Neste contexto, o aconselhamento tem por objectivos: promover a reflexão que possibilite a percepção dos próprios
riscos e adopção de práticas seguras; a redução de Stress;
adesão ao tratamento e a notificação de parceiros.
A realização do teste é importante para administração precoce do tratamento, para a diminuição da transmissão
vertical e reinfecção dos portadores.
Assim torna-se imperativo estender o diagnóstico e o tratamento controlado dos doentes nas Regiões Militares,
priorizando-se as áreas fronteiriças de maior risco de contagio, sendo por isso urgente tornar os medicamentos
mais acessíveis a todo Efectivo Militar e os seus dependentes quando doentes com a Sida e que tenha identificação médica para o efeito.
O ACTIVISMO COMO ELEMENTO FUNDAMENTAL
NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO CONTRA O VIH/SIDA
A formação de quadros capazes e apoiar a expansão desta iniciativa é fundamental. O activista pode ser um educador patriótico que se torna num educador de pares para multiplicar os conhecimentos que recebe dando-os aos
seus camaradas de trabalho, incluindo também a capacitação em matéria de apoio psico-social para os doentes e suas famílias, actividade que se bem conduzida reduzirá o estigma, a descriminação, a exclusão, impulsionando o controlo activo da doença nas Forças Armadas
Angolanas.
*-Boletim Informativo da Direcção dos Serviços de Saúde/EMGFAA.
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
35
P O R
D E N T RO
JINGONGO UBECA, PROCURA UM
LUGAR AO SOL NO MUNDO DA MÚSICA
E O IRMÃO GÉMEO DESAPARECIDO
Pelo Tenente-Coronel Silvério Conceição
Tenente Ricardo Alfredo Jombe, tem 37 anos de idade e funciona na Direcção Patriótica do Estado Maior
do Exército, onde exerce as funções de oficial de
Recreação. É músico há 23 anos, “pois comecei a cantar
em 1986, com 12 anos de idade, na altura imitando cantores como David Zé, Artur Nunes e Urbano de Castro”,
lembra.
Gingongo Ubeca (nome artístico), começou a batalhar no
ano de 2003 para colocar um disco no mercado para fazer
passar a sua mensagem, mas na altura não foi bem sucedido no que diz respeito a apoios e patrocínios. “Cheguei
a gravar um disco em 2005 intitulado “O Começo é Assim”, mas devido alguns factores técnicos, preferi não
pô-lo no mercado porque eu aparecia fardado na capa. Então decidi que ele fosse distribuído apenas nas unidades
militares”, disse com tristeza estampada no rosto.
Entretanto, hoje, o sonho de ter um disco no mercado concretizara-se. Gingongo Ubeca, lançou a sua primeira obra
discográfica no dia 20 de Dezembro de 2008, na cidade
do Lubango, província da Huíla. O disco que intitula-se “Ili
Mohónde” que na língua nacional nhaneka quer dizer “Está
no Sangue” foi produzido nos estúdios da LP Produções
O
Jingongo Ubeca em actuação
em Luanda, com o suporte musical do agrupamento “os
Jovens do Prenda” (4 faixas) e com a participação de outros músicos singulares tais como o capitão Lito, que é
integrante do agrupamento Central das Forças Armadas,
Domingos Capitão e do Itaul que é viola ritmo da Banda
Maravilha. A produção da referida obra discográfica, que
contém os estilos Semba, Kizomba, Kilapanga e Sungura,
ficou por sua conta e risco.
Quanto ao nome artístico Jingongo Ubeca, o nosso interlocutor explicou que “jingongo porque sou gémeo e normalmente os gémeos nascidos nas províncias de Luanda,
Bengo, Kwanza-Norte, Malange, etc lhes é dado essa alcunha. Depois tem aquela distinção do cabeça que é o
primeiro, do caçula que é o segundo e eu achei por bem
dar-me o nome de Jingongo o Ubeca. O Ubeca na língua
kimbundo quer dizer sozinho, porque sou gémeo e o meu
parceiro está desaparecido há cerca de 33 anos. Eu nasci em 1971 e em 1975, no princípio de Abril o meu parceiro encontra-se a brincar no quintal e acabou por ser raptado. Até hoje não tenho a localização dele, nem mesmo
noticias. Mas as vezes o que me espanta é que aparecem pessoas em vários pontos do país como Kuando-Kubango e Kuanza-Sul, locais aonde eu nunca estive e perguntam-me se eu já cumpri serviço militar nestas províncias. Essas coincidências fazem nascer dentro de mim a
esperança de que talvez o meu parceiro esteja vivo e qualquer dia a gente se vai reencontrar”, vociferou animado.
O disco “Ili Mohónde”
36
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
GENTE D A C ASA
G E N T E
D E
C A S A
ALFREDO PAULO, A RESPONSABILIDADE
NA PRIMERA PESSOA
Por Elizabeth Patrício
Na sua 13ª edição, “Defender” traz nesta página o rosto
simpático do senhor Alfredo Paulo, trabalhador humilde
e incasável, assíduo e responsável. Aliás, quando o assunto é trabalho, o nosso interlocutor arregaça as mangas e se
entrega de corpo e alma à labuta. Pode-se mesmo dizer que
faça chuva faça sol, ele só abandona a sua mesa de trabalho quando por cima dela não haver mais nenhum papel.
Alfredo, como é carinhosamente chamado pelos colegas,
é funcionário do Ministério da Defesa Nacional desde 1987.
Isto é, labuta nesta instituição militar há 21 anos, onde
começou como chefe adjunto do Posto de Controlo de Passagem. Anos depois, foi chamado a integrar o quadro de
pessoal do Gabinete do Ministro, mas propriamente na
Secretaria Geral. Hoje, devido a sua determinação e prestação de serviço de assinalável qualidade, é chefe de
secção da Secretaria Geral do Gabinete do Ministro.
Para Alfredo Paulo, os primeiros dias de trabalho na Secretaria-geral do Gabinete do Ministro foram de muito esfor-
ço porque precisava de se adaptar a um ambiente que tem
a sua própria especificidade. Mas depois de ter sido submetido a vários cursos, “com empenho e dedicação consegui ultrapassar as dificuldades e alinhar na rotina de
trabalho”, disse com uma réstia de felicidade no rosto.
Em relação ao futuro, o colega Alfredo foi parco em palavras: “ o meu maior anseio é fazer cada vez melhor para engrandecer o Ministério da Defesa Nacional e me aplicar
mais para melhorar o meu padrão de vida”, salientou.
Óptimo companheiro de labuta, com a mão sempre pronta para ajudar e transmitir experiência, o “Fedy” como também lhe chamam, aproveitou esta oportunidade para endereçar uma mensagem aos colegas de trabalho deste
Ministério da Defesa Nacional: “é necessário que nós funcionários nos dediquemos mais, tendo sempre em conta a situação da pontualidade e da assiduidade. Igualmente, devemos apostar na nossa formação e superação profissional porque afinal o mundo não é estático”, rematou.
Nome: Alfredo Paulo
Signo: Capricórnio
Música: Semba
Equipa: 1º de Agosto
Prato preferido: Funge de
Calulú
Tempo livre: Ler, ouvir música
e conviver com pessoas que
me são queridas.
Virtude: Sinceridade
Mania: Sou teimoso no bom
sentido
Qualidade: Sou simples.
Muita concentração no trabalho
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
37
D E S P O R T O
MARINHA VENCE V JOGOS DESPORTIVOS MILITARES
Pelo Tenente-Coronel Silvério Conceição
O boxe foi uma das modalidades presentes no evento
Marinha de Guerra Angolana foi a grande vencedora dos V Jogos Desportivos Militares que decorreram
de 18 de Setembro à 08 de Outubro de 2008 na
cidade do Lwena, província do Moxico.
No final do evento, a Marinha de Guerra Angolana conquistou oito medalhas de ouro, oito de prata e três medalhas
de bronze, seguindo-se o Estado Maior General com oito
medalhas de ouro, sete de prata e seis de bronze. A
Força Aérea Nacional ficou em terceiro lugar com
seis medalhas de ouro, cinco de prata e sete de
bronze, enquanto que o Exército ficou em quarto
lugar com cinco medalhas de ouro, cinco de prata
e nove de bronze.
Os jogos que foram realizados sob o lema:
“massifiquemos o desporto e cultura nas
FAA, preservando a paz e a unidade nacional”, foi disputado nas modalidades de futebol onze, futsal, xadrez, andebol, basquetebol, voleibol, boxe, atletismo e triatlo militar.
O Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama,
convidado para presidir a cerimónia de encerramento dos
V Jogos Desportivos Militares, no seu discurso começou
por dizer que “sinto-me particularmente feliz, porque estes jogos decorreram sem sobressaltos. Desde o primeiro dia desta jornada desportiva que hoje termina, é visível
o empenho da chefia das Forças Armadas Angolanas, das
A
38
autoridades provinciais, dos atletas, em suma uma entrega total da organização deste evento que muito contribui
para o êxito total dos mesmos, mormente para o aumento dos níveis de coesão, de camaradagem, de amizade,
e de solidariedade entre os efectivos das Forças Armadas
Angolanas”.
Para Kundi Paihama, “só o facto destes V Jogos Desportivos Militares, decorrerem sob o lema “ massifiquemos o desporto e cultura nas FAA, preservando a paz e unidade nacional”, e conseguirem
congregar militares de todas as regiões, constitui só por si um êxito, por ser uma ocasião soberana para o reforço da unidade nacional”.
Segundo o Ministro da Defesa Nacional, “os
V jogos Desportivos Militares ocorreram num
momento particularmente importante para a
vida da Nação, uma vez que tomou posse recentemente o novo Governo da IIIª República,
que no seu programa, mormente no que tange
ao desporto, preconiza entre outros objectivos a atingir, a generalização do deporto nas escolas e comunidades, garantindo as condições necessárias, materiais e
humanas para o acesso a prática desportiva salutar, assente nos princípios da democracia, bem como a adopção
de medidas adequadas à redução das assimetrias regionais no que respeita a demonstração de actos con-
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
D E S P O R T O
cretos de capacidades e habilidades desportivas.
Nesta óptica, “estão incluídos os militares das Forças Armadas, cujas Unidades devem continuar a fazer parte do
processo de massificação do desporto em Angola, porque
a prática do desporto nas Forças Armadas, tem o condão
não só de unir jovens militares provenientes de várias
regiões militares do país, mais é também com o desporto que se adquirem altos níveis de aptidão física, que os
torna fortes e capazes sobretudo corajosos para o cumprimento das mais complexas missões que a sua condição
de combatentes lhes obriga no dia-a-dia”, salientou o General Kundi Paihama.
No seu discurso o Ministro da Defesa Nacional não deixou de saudar à organização dos V jogos Desportivos Militares, “pelo facto dos mesmos se constituírem numa
verdadeira festa para as Forças Armadas Angolanas, e
não só, na medida em que pudemos observar uma perfeita simbiose entre o desporto e a cultura. E felicito a
Marinha de guerra Angolana por ser o justo vencedor”.
A terminar o General Kundi Paihama encorajou a direcção das Forças Armadas Angolanas, a prosseguir com actividades dessa natureza nas suas múltiplas vertentes,
pelo seu valor físico, mental e espiritual. Nesta perspectiva, auguramos que os Jogos Desportivos Militares tenham uma periodicidade regular, cabendo as estruturas
competentes trabalharem para que todos os anos ou de
dois em dois anos, todos os militares, com qualidades
e tendências para a prática do desporto, possam estar
juntos, vivendo momentos de extraordinárias emoções
e alegria”.
Tiro ao alvo, uma modalidade tradicional
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
39
M E M Ó R I A S
D E
G U E R R A
R
A
L
P
M
E
X
E
A
I
R
Ó
T
HIS
é o protagonista.
enda, “Cer teza”
Pr
o
o
irr
ba
do
r
rio
inte
biente e pelo fact
saempolgado pelo am
adora da guer ra de
rb
em
An
rtu
jov
pe
sa
e
en
um
,
im
ica
m
a
át
si
st
As
ente, “Ceranónimo de
i
A imagem dram
ró
alm
he
Fin
l.
um
cia
r
en
ive
ist
nv
rizonte ex
de estar a co
anos
parecera do seu ho
militar, após treze
iço
rv
se
do
re
gola lhe indaga:
liv
la
teza” viu-se
madas Ango
Ar
as
rç
mata é dura, né?
Fo
s
da
e
iform
amparava o seu
- Kota, a vida na
tria,
Pá
da
envergando o un
iço
rv
bem no muro que
se
-se
ao
ou
os
st
an
co
re
os
”
ng
za
lo
“Cer te
nas. Durante os
o território nasponde:
.
de lés a lés todo
u
re
or
rc
corpo pesado e re
,
m para o homem
pe
ala
”,
at
za
M
te
na
,
“Cer
gu
un
o-K
da guer ra não é bo
ak
te
W
,
en
to
en
bi
cu
ra
am
Ne
pa
O
s
no
o!
o
ido
ar
et
- Cl
os subm
bo, Macional combatend
eparação que som
Cambundi-Catem
o
pr
çã
a,
c
da
up
o
fra
ac
a
eit
m
m
sp
Ca
Nu
de
e,
r.
A
tece
em Mussend
tre outras regiões
ra tudo pode acon
ismbala-Nguimbo en
frentá-la, na guer
para além das vic
a,
vid
a
er
vinga, Cuimba, Lu
rd
pe
os
m
de
e
po
qu
os
ha
.
de segund
e. Mas tin
anónimas do país
rviço Militar Obri
amente nos oferec
Se
uit
o
at
gr
a
ra
a
pa
ela
us
o
e
ca
ad
qu
am
va em
situdes
Depois de ser ch
estar porque esta
“Cer teza”, frequen
lá
o
e
ul
qu
Pa
…
vo
os
ba
m
po
em
o
ha
vih
ss
do no
ser; tín
gatório, Abraão Sa
es de Logística
Pátria, da Nação,
pecialistas Menor
evivência da própria
Es
br
o da guerra…
de
so
viv
r
la
iu
te
co
sa
de
Es
r,
is
a
ive
po
u
to
eguiu sobrev
be”, onde de
ns
om
co
Ng
ta
o
Ko
procuranisc
o
nc
as
Fra
M
Militar Sul
te para o horizonte
o
“Comandante
en
giã
am
Re
ad
or
na
m
do
de
ca
a
com palao foi colo
“Cer teza” olh
guerra e responde
terminado o curs
cimento. Não
da
te
s
as
ei
ab
áv
de
ag
ap
ão
in
lot
s
do pe
do imagen
Região Micomo especialista
transferido para a
i
fo
,
po
m
ões, acho que
vras humildes:
te
os
to
ui
ng
durou m
teatro das operaç
e os seus lo
nt
no
ra
os
Du
an
.
ro
ze
ei
tre
nt
fa
in
- Foram
s,
litar Norte como
ro das operaçõe
azáfama do teat
na
tive sorte…
s.
so
ro
er
et
im
ilím
os
an
siste o jovem.
teiro de 82 m
or
m
o
exisu
ejo
an
rte, Kota?... – In
m
So
m
bé
de
m
ta
on
como elemento da
za
te
en
rte
bi
Ce
ga” num am
Forças Armadas,
re
os
as
sf
,
ad
“e
ão
uc
de
ed
irm
s
os
eu
en
an
M
m
massa de ho
Foram longos
dia havia de
a
o
im
um
o
óx
pr
sã
,
o
do
e
ta
qu
rteza
vitória na altência do Es
não se tinha a ce
breviveu as inta com sentido da
lu
so
”
em
za
te
qu
er
a,
“C
Or
.
as
ia
o. M
E eu sobrevivi
para vitór
amanhecer tranquil
s de sobreviver.
do palmo a palse
en
te
nd
pó
fe
hi
s
de
,
ta
ar
ui
m
ilit
am
ma tem
preendedor. Aliás,
tempéries da vid
ís.
ito patriótico e em
pa
pír
es
do
o
l
eu
ria
m
to
ao
rri
s
te
graça
a presa fácil para
farmo a integridade
o é patriota é um
, para “Cer teza” a
nã
to
e
m
en
qu
co
om
o
m
ad
em
el
ld
m
so
cív
ba
um
desbém tom
Naquele inesque
a. Com a licença de
e os patriotas tam
m
vid
qu
ra
a
o
ar
de
su
Cl
e
.
da
qu
igo
rte
is
m
pa
ró
ini
de he
da já não fazia
definitivamente li
vários exemplos
pímãos, ele estava
bate. Aliás, temos
s
o da alma e do es
da
e
çã
ca
igo
vo
im
a
mobilização nas
in
as
do
M
a.
as
tri
ad
Pá
isc
la
dif
bo
pe
as
das em
passar
a sua vida
vre dos ataques,
hadas; das súmuitas vezes ultra
in
m
m
ze
ca
fa
s
as
no
ng
lo
ico
s
ót
re da
rito patri
das impreminas; estava liv
iver.
região para região;
de
ias
nc
culdades e sobrev
rê
breviveu também
rfe
te
ns
in
s
tra
da
o;
bitas
iã
av
de
iveu só à guerra, so
e
ev
br
ro
so
te
em.
o
óp
nã
lic
ta
he
Ko
de
-Eo
dos
ciais – Atiçou o jov
visíveis viagens
às dificuldades so
noites sem dormir;
e
s
o
me
ga
eg
o
lon
pr
nã
s
m
eu
da
se
,
;
de
os
as
ao
z.
desmobilizad
lu
mináveis colun
os
a
uit
gu
m
ín
m
m
co
de
u
e
ce
inha comm água
- Como aconte
sorte. Recebi a m
zia parte do
dias sem pão e se
ria
fa
óp
so
pr
ile
la
íra
pe
r
sa
na
de
do
ar”, on
Quando acabei
deixei aban
Agora, a “vida milit
guardadas no
positei no banco.
ão
de
ar
e
fic
ia
ár
ias
et
ígn
on
m
ins
e as
o, abri a minha
pensação
passado. A farda
ecido pelo Govern
er
tos bons e maus
of
en
ica
om
iân
m
ec
s
m
do
de
s
õe
o curso
ício, mas supere
baú das recordaç
dificuldades no in
e
”.
ço
Tiv
o
.
ga
nã
na
an
ici
im
“c
of
m
no
ra
ria
pa
próp
que permanecera
. Portanto, dinheiro
à sua frente uma
, “Cer teza” tem
agora sou mestre
te
e
en
as
o
ilm
nã
civ
,
o
iva
id
ct
st
pe
Ve
a pers
jovem
tro destino. Nest
é problema.
tá à sua frente, o
nova vida. Um ou
foi dada pelo Golhe
e
qu
ra o amigo que es
e
pa
ad
e
nid
o-s
tu
ind
or
rig
op
Di
a
desperdiçou
ecânica num es
tar o curso de m
ção social pósreplica:
verno para frequen
dinheiro da desexemplo de integra
o
o
m
eir
co
ad
rd
is,
ve
po
De
um
.
é
ícios
- O Kota
cola de ar tes e of
num banco da
ilitar, né?
do a sete chaves
da
ar
gu
desmobilização m
,
nós os jovens, pois
ão
aç
iliz
mob
.
plo também para
na
em
ici
ex
of
um
ria
é
óp
,
pr
só
a
o
su
nã
-E
capital, abriu a
cosmopolita cida
bém nos espera.
tro, até a
ente integrado na
a “kwemba” tam
o
br
m
ve
No
guiu pelo dia aden
Hoje, completam
se
de
os
te
pr
an
a
ld
eir
ca
qu
es
va
l
e iluminande o so
A animada ca
o, “Certeza”
invadiram a cidad
de de Luanda on
s
sc
la
fre
tre
re
es
um
r
as
e
be
qu
be
um a
altura em
ens do bairconvida qualquer
te.
queira com os jov
va
ca
a
ad
do-a positivamen
im
no
an
i
a
al
tem um
mulembeira,
da
a”
ad
ar
“p
ro onde reside. Na
ronel
Pelo Tenente-Co
40
ão
Silvério Conceiç
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
E S PA Ç O
P O E S I A
ESPAÇO POESIA
NO CAMPO DE MINAS DO CAZOMBO
Pelo Tenente-Coronel Silvério Conceição
No campo de minas do Cazombo
Não há espaço para o futebol indígena.
Só o canto inusitado
Do soldado voluntário se ouve
No silêncio do engenho pronto a explodir.
No campo de minas do Cazombo
A bola do Zé se nega a passar
De pé para pé
Não vá o inato talento do Zé
Ingloriamente soçobrar.
No campo de minas do Cazombo
O engenhoso gesto do soldado
Procura despertar o talento inato do Zé
Na bola tímida que procura
A liça rejuvenescida para rebolar…
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional
41
Ú LT I M A
P Á G I N A
MIL CRIANÇAS COMEMORAM
FESTA DE NATAL NO MINDEN
C
om objectivo de comemorar condignamente a quadra festiva de 2008, o Ministério da Defesa Nacional, realizou no dia 19 de Dezembro de 2008, no Cine Miramar, em Luanda, uma “tarde infantil” com mais de
mil crianças, filhos dos oficiais e funcionários da instituição.
Na ocasião, o Director Nacional de Recursos Humanos
do MINDEN, General Benigno de Oliveira Vieira Lopes
“Ingo”, que presidiu o acto, disse que “estamos aqui pa-
ra cumprir mais uma missão que é uma tradição no Ministério da Defesa Nacional. Por isso, aproveitamos esta
oportunidade natalícia para convivermos com alegria”.
O evento foi abrilhantado pelo grupo infantil “Brincando
com Alice” que rechearam o momento com músicas e
danças, que alegraram os petizes.
De referir que o ponto mais alto do encontro, aconteceu
quando foram distribuídos brinquedos às crianças presentes.
Muitas crianças na festa de Natal do MINDEN
“DEFENDER” ACONSELHA:
| Droga de abuso (psicotrópicas) é a droga que, por agir sobre os
mecanismos de gratificação do cérebro, é usada com propósitos
não médicos, devidos aos efeitos estimulantes ou tranqüilizantes.
A DEFENDER aconselha diga não as drogas!
42
DEFENDER
Órgão de Informação, Formação, Cultura e Recreação do Ministério da Defesa Nacional

Documentos relacionados

HOMENAGEM AOS MILITARES PORTUGUESES, NA GUERRA E

HOMENAGEM AOS MILITARES PORTUGUESES, NA GUERRA E Subitamente a questão do ultramar português chegou à ribalta dos noticiários de todos os continentes e passou a inscrever-se, como tema recorrente, em inúmeras chancelarias e nas agendas políticas...

Leia mais