Julho

Transcrição

Julho
De Olho no PRÊMIO
Cecília E. Nascimento
A maior pérola do mundo
1° de julho
As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro
puro, como vidro transparente. Apocalipse 21:21, ARA
Em 1943, nas Filipinas, foi encontrada, dentro de uma ostra gigante, a maior pérola natural do mundo, com o
peso de 6,4 quilos. Foi um mergulhador filipino que descobriu a pérola que mede nada mais nada menos do
que 24 centímetros de diâmetro! Ela ficou conhecida como a Pérola de Alá, por seu formato irregular, que
lembraria o turbante do profeta islâmico Maomé.
Os chineses fabricam "pérolas" luminosas a partir de um tipo raro de fluorita. Não são pérolas no sentido
tradicional, mas joias feitas pelo homem. São chamadas de luminosas por brilharem no escuro. A maior delas
tem 1,6 metros de diâmetro e levou três anos para ser lapidada.
Mesmo com esse tamanho todo, a pérola artificial chinesa não chega aos pés daquelas que serão encontradas
nas doze portas da nova Jerusalém. João teve um privilégio extraordinário. Ele contemplou em visão aquilo
que "nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem
preparado para aqueles que o amam" (1 Coríntios 2:9, ARA). Ele conta que cada uma dessas portas é feita
por apenas uma pérola. Con segue imaginar o tamanho? Eu sinceramente não. Deve ser algo realmente
extraordinário!
Muitas vezes, fico pensando em toda essa riqueza que o Apocalipse retrata sobre o Céu: portas de pérola,
praça de ouro puro, pedras preciosas e cristal por toda parte. Por que isso? Deus não é ligado em bens
materiais, nem osten ta seu poder, embora seja o único que tem todos os motivos para isso. Quem faz isso
somos nós. Os seres humanos é que têm o péssimo hábito de exibir aquilo que possuem e, às vezes, até de
fingir possuir o que não têm.
Na verdade, o Céu torna tudo isso sem valor. Por que as pérolas, as pedras preciosas e o ouro são tão
valorizados? Justamente por serem raros. No momento em que pisarmos no ouro, abrirmos a maçaneta de
uma porta de pérola e encontrarmos pedras preciosas por todos os lados como quem hoje vê concreto e
asfalto, nada disso terá importância.
Transformados, no corpo e na mente, contemplaremos tudo isso, mas saberemos dar valor apenas ao Deus
que preparou cada detalhe para nós. Porém, ele nos convida desde agora a colocar nosso coração naquilo que
é precioso de verdade: o seu reino e a sua justiça, deixando de lado a atração mundana pelo que o dinheiro
pode comprar.
A cidade invisível
2 de julho
Abraão agiu assim, mantendo o olhar numa cidade invisível que tem fundamentos reais e eternos ­ a Cidade
planejada e construída por Deus. Hebreus 11:10, A Mensagem
De modo geral, as cidades surgem naturalmente. As pessoas vão se aglomerando em torno de algum lugar
por causa do clima agradável, propício para a agricultura ou por causa da boa oferta de emprego, e assim
surge um vilarejo que vai crescendo até se tornar uma cidade.
Essa aglomeração espontânea, às vezes, traz problemas de saneamento, mobilidade e outros. Para evitar essas
questões, existem as cidades planejadas, nas quais tudo é organizado para dar mais qualidade de vida aos
moradores.
Acredita­se que as primeiras cidades planejadas tenham surgido no vale do rio Indo, o berço da civilização
indiana. O trabalho dos arqueólogos revela a preocupação dos moradores com o planejamento urbano: as
ruas eram divididas em avenidas comerciais e residenciais.
No Brasil, são consideradas planejadas as cidades de Salvador, Teresina, Aracaju, Belo Horizonte, Goiânia,
Brasília e Palmas. Salvador é a mais antiga delas. Foi fundada em 1549, projetada pelo arquiteto Luís Dias
para ser a primeira capital do Brasil, com o objetivo de servir de sede adminis trativa do novo país e ter uma
fortificação militar adequada, protegendo­a de invasões.
A Bíblia fala de uma cidade planejada totalmente diferente. Segundo Hebreus 11, Deus é seu "arquiteto e
edificador" (verso 10, ARA). Abraão, que viveu como estrangeiro seguindo a ordem divina, esperava por
essa cidade. Se as obras arquitetônicas projetadas por seres humanos já conseguem nos deixar de queixo
caído diante de tamanha beleza, imagine como será a cidade planejada pelo próprio Deus!
Apesar de viver como nômade, Abraão era um homem rico. Tinha tantos servos e rebanhos que ele e o
sobrinho Ló precisaram se separar, a fim de terem espaço para seus rebanhos. Ainda assim, não era nisso que
ele concentrava suas energias. Seu pensamento não se voltava para a herança terrena e a grande terra que
Deus lhe prometeu. O patriarca esperava a cidade eterna. E você, em que concentra suas energias? Em coisas
materiais ou na cidade invisível? Que a cidade planejada pelo Senhor seja hoje o seu grande sonho de
consumo.
Para que serve o ouvido?
3 de julho
Tenho muito a dizer sobre este assunto, mas é difícil argumentar com vocês, pois se apegaram ao mau hábito
de não ouvir. Hebreus 5:11, A Mensagem
Você já deve ter visto a cena algumas vezes. O treinador quase se descabela de tanto gritar nas laterais do
campo: "Toca a bola! Toca a bola!" No entanto, o craque, achando que dá conta da jogada sozinho, continua
com a bola no pé, sem perceber o jogador do time adversário que se aproxima para desarmar a jogada.
Enquanto isso, um atacante estava posicionado perto do gol, no jeito para decidir a partida.
É antigo o ditado de que temos dois ouvidos e apenas uma boca por um motivo bem importante: é essencial
escutar mais e falar menos. Faz muito sentido. Difícil mesmo é colocar isso na prática. Temos o péssimo
costume de achar que nossa opinião vale mais que a dos outros. Assim, falamos o que queremos e fechamos
os ouvidos na hora de escutar e aprender. Isso leva a problemas sérios nos relacionamentos, pois a
comunicação fica abalada.
A surdez espiritual tem consequências ainda mais profundas, acontece quando deixamos de dar ouvidos à
voz de Deus. Isso pode ocorrer de diversas maneiras, das quais duas se destacam:
1. Quando lemos a Bíblia de maneira seletiva, ou seja, nos apegamos aos textos que parecem nos trazer
vantagens e ignoramos outros, mais difíceis ou que exigem uma mudança em nosso estilo de vida. Damos
desculpas para não segui­los, dizendo coisas como: "Os tempos são outros", "Deus é bom, ele me aceita
como sou". Sim, os tempos são outros, mas os princípios divinos são eternos, não dependem de tempo nem
lugar. Embora Deus de fato nos ame e nos aceite como somos, ele deseja realizar uma obra de transformação
em nós. É o processo de santificação, que começa aqui na Terra e exige nossa cooperação.
2. Quando ignoramos a voz de Deus por meio das pessoas que nos cercam. O Senhor usa amigos, pais,
professores, líderes e pastores para transmitir mensagens a nós. Às vezes, são mensagens de amor, promessa,
esperança e graça. Em outras ocasiões, são repreensões e chamados para a mudança. Em geral, gostamos de
ouvir as primeiras e temos dificuldade com as segundas. Tornamo­nos, por escolha própria, surdos
espirituais.
Deus tem muito a nos ensinar e deseja fazê­lo. Porém, precisamos deixar de nos apegar "ao mau hábito de
não ouvir". Que nossa oração hoje seja um pedido ao Senhor para termos ouvidos atentos a sua voz.
Medalha de participação
4 de julho
A pessoa que não põe a sua esperança nas coisas que faz, mas simplesmente crê em Deus, é a fé dessa
pessoa que faz com que ela seja aceita por Deus, o Deus que trata o culpado como se ele fosse inocente.
Romanos 4:5
Faltam poucos dias para eu participar de minha primeira corrida de rua. Inscrevi­me na categoria de cinco
quilômetros, mas tem um detalhe: quando completei a inscrição, não fazia ideia se eu seria capaz de
percorrer essa distância. Pode parecer bem pouco para quem está acostumado a correr; mas, para mim, é uma
grande novidade. Então, dias atrás, fui para o parque aqui perto de casa com o objetivo de descobrir se eu
conseguiria. Comecei bem devagar e, embora cansada, fiquei muito feliz e surpresa ao ver que percorri os
cinco quilômetros sendo capaz de correr o tempo inteiro.
No domingo, o dia da corrida, meu tênis terá um chip, que vai cronometrar o tempo em que completarei o
percurso. O pódio está fora de cogitação para mim, mera iniciante. No entanto, algo interessante acontece nas
corridas de rua: todos os que completam a prova recebem uma medalha ­ de parti cipação, é claro. Uma
medalha de participação não é um prêmio no sentido de mostrar que você se saiu melhor do que os outros. Ê
apenas o reconheci mento de que você chegou. Da perspectiva da competição, ela não vale nada. Do ponto de
vista da superação pessoal, vale muito!
Nossa chegada ao Céu será bem mais parecida com a distribuição de medalhas de participação do que com
um pódio para os primeiros lugares. Em Romanos, Paulo explica que Deus nos aceita quando temos fé nele,
não quando fazemos uma lista de coisas corretas. A verdade é que nem mesmo a vida mais correta do mundo
seria capaz de garantir a salvação, sem fé e a dependência de Deus. O texto vai além e diz que o Senhor trata
o culpado como se fosse inocente. Como isso acontece? Quando o culpado se arrepende, pede perdão e
entrega seus erros a Cristo. Ele toma os pecados e os cobre com sua justiça infinita. Assim, em vez de olhar
para o pecador, Deus vê Jesus com sua justiça, pureza e santidade.
Em um mundo em que tudo é mensurado pelo mérito, é difícil compreender a realidade da salvação que não
merecemos. E difícil entender a graça do Senhor que apaga nossas transgressões e nos dá uma nova chance.
Entretanto, esse é nosso Deus, que estende a cada dia o convite para deixarmos de confiar naquilo que
fazemos e passarmos a nos valer apenas do que ele fez por nós.
As obras que eu faço
5 de julho
­ Escutem! ­ diz Jesus. ­ Eu venho logo! Vou trazer comigo as minhas recompensas, para dá­las a cada um
de acordo com o que tem feito. Apocalipse 22:12
Ontem conversamos um pouco sobre a graça. Vimos que Deus olha para nossa fé e não para o que fazemos
na hora de nos conceder o dom da salvação. E algo impressionante e até difícil de compreender em nossa
mente finita.
E triste ver que algumas pessoas distorcem o conceito da salvação pela graça e passam a defender algo que
ficou conhecido como "graça barata". O que é isso? E o falso conceito de que, pelo fato de a salvação ser de
graça, ela não traz consigo nenhuma mudança na vida do salvo.
Trata­se de um conceito muito cômodo. Afinal, a pessoa que assim crê se sente no direito de satisfazer todas
as suas vontades, desconsiderar um compromisso sério com Deus e ainda assim viver com a esperança da
recompensa eterna no paraíso.
O equilíbrio entre o legalismo ­ a vontade de se salvar pelas próprias obras e pelo cumprimento perfeito da
lei ­ e o evangelho do "oba­oba" é algo difícil de encontrar. Contudo, é esse caminho equilibrado que a Bíblia
nos recomenda seguir.
Jamais devemos confiar em nossas próprias obras para nos salvar, pois elas não passam de "trapos sujos", de
acordo com Isaías 64:6. Tampouco podemos achar que a aceitação do sacrifício de Cristo nos dá permissão
para viver como queremos. Essa é uma estratégia de Satanás para nos dar falsa sensação de segurança,
fazendo­nos pensar que estamos ao lado de Deus, quando, na verdade, estamos muito distantes.
É esse tipo de pensamento que nos leva a achar que podemos tratar as pessoas de qualquer maneira, viver
concentrados nas próprias vontades sem levar em conta a missão de buscar e salvar o perdido, ouvir qualquer
música, assistir a qualquer filme, jogar qualquer jogo, que podemos nos envolver com qualquer tipo de
amizade, sem que essas coisas tenham qualquer influência em nosso relacionamento com Deus. Afinal, Deus
é amor, não é mesmo?
Sim, Deus é amor. Mas o próprio Jesus disse o seguinte: "Aquele que crê em mim fará também as obras que
eu faço" (João 14:12, ARA). E quais foram as obras de Cristo? São elas que devem orientar nosso
procedimento aqui na Terra. Você tem alguma dúvida de como o cristão salvo pela fé deve se comportar?
Olhe para Jesus e peça ajuda para fazer as obras que ele fez.
Inevitável
6 de julho
Qualquer pessoa que queira viver para Cristo enfrentará problemas, não há como evitá­los. [...] Mas não se
permita intimidar por causa disso. Persevere no que você ouviu e aprendeu. 2 Timóteo 3:12, 14, A
Mensagem
Você acha que tem problemas demais em sua vida? Fica imaginando por que acontecem com você, já que faz
tudo para ser fiel a Deus? Bem­vindo ao clube!
Bem perto do fim de sua vida, ao aconselhar o jovem líder da igreja chamado Timóteo, o apóstolo Paulo foi
bem claro: qualquer pessoa que queira viver para Cristo enfrentará problemas. E tem mais: não há como
evitá­los.
Parece pessimista, não é mesmo? A realidade é que os problemas fazem parte da existência de todos os seres
humanos, daqueles que vivem para Deus e dos que vivem para si mesmos. Qual é a diferença então? Vamos
destacar duas bem importantes:
Em primeiro lugar, quem vive para Deus tem como inimigo "o príncipe deste mundo" (João 16:11, ARA). A
Bíblia o descreve como um "leão que ruge, procurando alguém para devorar" (1 Pedro 5:8). Isso significa
que ele fica à espreita, em busca de cada oportunidade para nos fazer cair. É nessas horas que precisamos
colocar em prática o conselho de Paulo a Timóteo: devemos perseverar naquilo que ouvimos e aprendemos.
Perseverar é se manter firme, não desistir nem vacilar, mesmo diante das circunstâncias mais negativas. É
não ter vergonha de defender aquilo em que você acredita, mesmo diante da zombaria dos amigos. É não
fazer parte da turma mais "legal" da escola quando isso afeta seus valores. É perder uma prova para guardar o
sábado e não ser compreendido pelos professores. É ser rejeitado por um namorado ou uma namorada que
não entende sua decisão de manter­se puro.
Em segundo lugar, quem vive para Deus tem a seu lado, em todo o tempo, o maior Solucionador de
problemas. Quando tudo parece impossível, contamos com o auxílio daquele para quem nada é impossível.
"Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2 Coríntios 12:10, ARA). O poder divino é
verdadeiramente demonstrado quando temos a certeza de que só conseguimos vencer porque ele agiu em nós.
As dificuldades não são criadas pelo Senhor, mas podemos aproveitá­las para nos aproximar dele e, assim,
estarmos mais fortalecidos, maduros e firmes na fé.
No clube dos seres humanos cheios de problemas, faça parte do grupo dos que contam com o auxílio de
Deus.
No princípio
7 de julho
No princípio, criou Deus os céus e a terra. Gênesis 1:1, ARA
Cenário 1: A Terra era sem forma e vazia. Caos. Escuridão total. Ausência de vida. Apenas Deus, que era, é e
sempre será. Em seu poder infinito, ele exclama: "Haja luz!" E a luz passa a existir. A partir de então, em um
processo que durou seis dias literais, a Terra, seus luminares, corpos d'água, plantas e seres vivos foram
criados, por meio da palavra de Deus. O que não era passou a ser. Essa é a história da criação. E preciso ter fé
para crer nesse relato extraordinário e sem precedentes.
Cenário 2: Inicialmente, a Terra não tinha compostos orgânicos. Não havia vida. A atmosfera não continha
oxigênio, fundamental para a existência de seres vivos. Por meio da ação de raios, as substâncias
conseguiram produzir aminoácidos, que, muito gradualmente, foram se combinando e dando origem a formas
primitivas de vida, as quais, ao longo de longas eras, tornaram­se cada vez mais diferenciadas e complexas.
Tudo ocorreu de modo natural sem nenhum tipo de intervenção divina. Um detalhe: não é possível
comprovar cada etapa dessa teoria, já que as condições atuais são totalmente diferentes. Ou seja, para crer
nesse relato da origem, também é preciso exercer fé.
Algumas perguntas não saem da minha cabeça: de onde teria vindo a Terra em si? Como surgiram os tais
elementos químicos inorgânicos que foram se transformando em compostos orgânicos gradualmente? A
questão das origens é uma das preocupações mais antigas da humanidade. Como surgiu o universo? Como
surgiu a vida? De onde viemos? Para onde vamos, se é que vamos para algum lugar?
Como você percebeu, é necessário ter fé para aceitar tanto o relato bíblico quanto as teorias humanas. A
grande diferença é que a crença na história da criação envolve aceitar também que há um Ser infinitamente
superior a nós, que sabe o que é melhor para nossa vida. Ou seja, envolve humildade, reconhecimento da
própria pequenez. E o ser humano, envolto pelo pecado, quer ser dono do próprio nariz, tem profunda
dificuldade de acolher a ideia de que precisa prestar contas a Deus. Prefere crer que tudo veio do acaso.
Prefere se afundar em um universo sem sentido do que aceitar o cuidado de Deus sobre sua vida. Assim, de
que lado dessa história você está?
O grande fiasco
8 de julho
A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda. Provérbios 16:18, ARA
Faz exatamente dois anos, mais de 58 mil torcedores enchiam o estádio do Mineirão naquele 8 de julho de
2014. Seria uma grande partida. Brasil e Alemanha disputavam uma vaga para a final da Copa do Mundo.
Em qua se todas as casas do país, televisor ligado e olhos atentos. O hino nacional brasileiro foi entoado com
emoção por jogadores e torcedores. O árbitro apitou e teve início o grande e inesperado fiasco. Ninguém
estava preparado para o que estava por vir. Se achávamos que a Copa de 2014 seria a grande chance de nos
redimir da derrota em casa, em 1950, na final contra o Uruguai, desta vez não chegaríamos nem à final.
Perdendo de 7 a 1, a seleção alcançou uma sucessão de recordes negativos: a pior derrota do Brasil em
Copas, com o maior número de gols sofridos, a maior goleada em uma semifinal, a maior goleada numa
partida entre campeões do mundo, a pior derrota de um anfitrião da Copa, o maior número de gols em um
curtíssimo intervalo de tempo ­ a Alemanha marcou quatro gols em apenas seis minutos.
Foi uma derrota avassaladora e, de certo modo, merecida. O time europeu vinha investindo em sua equipe
por meio de um trabalho sólido ao longo de anos. E os brasileiros confiaram na história, em seus craques,
deixando de lado o trabalho duro. Alienados a isso, jogadores e torcedores eram otimistas. Acreditavam no
hexa com todas as forças.
Não me leve a mal. Ser otimista é muito bom. Ajuda demais ter uma perspectiva positiva da vida, mas o
otimismo deve ser acompanhado por trabalho duro. De nada adianta ficar de braços cruzados e ter a
ingenuidade de pensar que tudo dará certo, como num passe de mágica. Quer ser otimista em relação às notas
na escola? Isso é ótimo, mas faça sua parte e estude bastante.
Quer ter otimismo na vida espiritual? Há excelentes motivos para isso: a vitória sobre o mal foi garantida por
Jesus, que estende a você o convite da salvação e da vida eterna. Contudo, não fique parado, pensando que
tudo isso acontecerá sem nenhum envolvimento de sua parte. Você precisa aceitar o que Cristo já fez. Não se
trata de uma aceitação passiva, mas de um processo ativo, que leva à mudança de vida. Enquanto espera o
grande dia da volta de Jesus, prepare­se, treine e esteja pronto. Assim seu otimismo não será frustrado.
De onde menos se espera
9 de julho
O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Mateus 25:40, ARA
Jason McElwain, apelidado de "J­Mac", foi diagnosticado com autismo aos dois anos de idade. No início,
tinha bastante dificuldade de interagir com outras crianças, mas, com o tempo, começou a desenvolver
habilidades sociais. Desde menino, gostava de basquete. Quando estava no ensino médio, Jim Johnson, o
técnico do time de sua escola, deixava que ele ficasse no banco de reservas acompanhando as partidas.
Na última partida da temporada de 2006, quando Jason estava com 18 anos, o técnico lhe entregou um
uniforme e disse que o deixaria entrar se, no final do jogo, o time estivesse ganhando com folga. Faltavam
quatro minutos para o fim da partida e a equipe liderava por mais de dois dígitos. Era a vez de J­Mac.
Os colegas, simpáticos e solidários a ele, passaram­lhe a bola. Errou a cesta. Deram­lhe uma nova chance.
Errou de novo. Até aí, nada demais. Era o esperado. Mas ninguém estava preparado para o que viria a seguir:
Jason acertou seis arremesses de três pontos e um de dois pontos seguidamente. Foram vinte pontos em
menos de quatro minutos. A torcida foi à loucura, aplaudindo­o mais e mais. Seu feito foi eternizado ao
receber o prêmio ESPY, do canal ESPN, de melhor momento do esporte em 2006. Superou inclusive os 81
pontos que Kobe Bryant marcou em uma só partida naquele ano. Jason recebeu os cumprimentos do
presidente dos Estados Unidos. Atualmente, ele faz palestras motivacionais e ajuda a angariar fundos para
pesquisas sobre o autismo.
Temos a tendência de julgar as pessoas. Classificá­las por aquilo que parecem ser capazes de fazer ou não.
Colocamos no banco de espera de nossa vida os diferentes e os que parecem mais debilitados. Buscamos
amizades com os populares, bonitos e inteligentes. Ao agirmos assim, perdermos a oportunidade de ver
talentos incríveis desabrochando.
Além disso, Jesus foi bem claro: quando estendemos a mão amiga e de misericórdia para os pequeninos aos
olhos deste mundo, estamos fazendo o bem ao Senhor. E assim que ele considerará no grande dia do juízo.
Abra a mente. Deixe de lado os preconceitos. Olhe ao redor, procure alguém que esteja de escanteio e chame
essa pessoa para entrar em campo. Você vai se surpreender.
Os caminhos da formiga
10 de julho
Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! Provérbios 6:6, NVI
Qual é a sua reação quando descobre que tem trabalho para fazer? Quando precisa ajudar nas tarefas de casa
ou realizar um projeto da escola? Quan do algum líder, na igreja ou na sala de aula, pede ajuda para carregar
algumas caixas ou organizar uma sala desarrumada, você está entre os primeiros a se apresentar ou fica
torcendo para que outros se manifestem? Você só vai se realmente não aparecer ninguém ou ainda olha para
o lado como se não estivesse ouvindo nada? Só ajuda, de cara amarrada, se o chamarem pelo nome?
Os hábitos de ser prestativo, trabalhar duro e dar o melhor são características necessárias durante a vida
inteira para você se sair bem na profissão que escolher e para ter um lar feliz. E o interessante é que essas
habilidades se desenvolvem cedo, desde a infância.
Ter preguiça não é novidade nem exclusividade dos dias de hoje. O sábio Salomão, há muito tempo, advertiu
as pessoas contra ela. Ele orientou os preguiçosos a observarem as formigas. Sabe por quê? As formigas
estão entre os representantes mais organizados do reino animal. Elas trabalham incansavelmente. Em suas
colônias, cada membro tem uma função específica e desempenha fielmente sua tarefa. Elas agem por turno e,
a qualquer momento do dia ou da noite, 30 a 40% das formigas estão em atividade, enquanto as ou tras
descansam, mas sempre em prontidão para entrar em ação se necessário.
A população do formigueiro é dividida por castas. A mais numerosa é composta pelas operárias, que cuidam
da alimentação, da proteção da colônia e dos ovos da rainha. Esta tem a função exclusiva de colocar ovos. Há
também as fêmeas aladas e os machos, que geram novos membros para o grupo. Tudo flui na mais perfeita
ordem, garantindo o bem­estar de todas as formigas.
Hoje você tem uma escolha importante a fazer: observar os caminhos da formiga e aprender com ela. Quando
perceber que alguém necessita de ajuda, ofereça­se sem ser chamado. Arrume seu quarto, sua cama, lave a
louça ou varra o chão de maneira voluntária, simplesmente por fazer parte da família e querer ajudar, sem
esperar ser mandado pela mãe ou pelo pai. O serviço feito com alegria garante um sorriso no rosto das
pessoas que você ama e também do Deus que sonha grandes coisas para sua vida. Ele espera que você
desenvolva um espírito trabalhador desde agora.
Depois disso
11 de julho
Toquem, a trombeta em Sião, decretem jejum santo, convoquem uma assembleia sagrada. Reúnam o povo,
consagrem a assembleia; ajuntem os anciãos, reúnam as crianças, mesmo as que mamam no peito. Até os
recém­casados devem deixar os seus aposentos. Joel 2:15, 16, NVI
Os gafanhotos são insetos extraordinários, capazes de saltar uma distância de até 20 vezes o comprimento de
seu corpo. Já imaginou se eles pudes sem competir na modalidade de salto em distância dos Jogos Olímpicos?
O capítulo 2 do livro do profeta Joel descreve um poderoso exército de gafanhotos vindo para assolar o povo
de Deus. Seria um dia terrível, de juízo pela desobediência e rebeldia contra o Senhor. Esse exército
destruiria tudo o que encontrasse pelo caminho. O profeta afirma que "nunca houve uma coisa assim no
passado e no futuro nunca mais haverá" (verso 2).
Deus não sente prazer na destruição. Ao contrário, o anúncio de tamanha catástrofe tinha um objetivo:
chamar o povo a mudar de vida. Para essa mudança acontecer, a Bíblia conta que as pessoas deveriam se
reunir em uma assembleia consagrada. Quem você acha que faria parte dessa assembleia? Os homens
importantes e líderes? Com certeza, mas não somente eles. Os ido sos e as crianças deveriam comparecer
também, até mesmo os bebês! Até os recém­casados, que costumavam ser dispensados das obrigações sociais
para se dedicarem ao início da vida a dois, deveriam estar presentes.
Sabe o que isso significa? Que o chamado de Deus para uma mudança de vida e entrega completa a ele é um
convite que se estende a todos. Não imagine que você seja jovem demais para isso. Não pense que pode
deixar para depois.
Sabe o que é mais incrível? O capítulo continua contando que "depois disso", ou seja, depois da
reconsagração das pessoas de todas as idades ao Senhor, ele derramará seu Espírito sobre todos: "Os filhos e
as filhas de vocês anunciarão a minha mensagem; os velhos sonharão, e os moços terão visões" (verso 28).
Esse é o texto mais conhecido de Joel 2. Porém, não podemos nos esquecer de que essa promessa vem
antecedida de um requisito. Para o espírito ser derramado sobre todos, cada um precisa comparecer diante de
Deus com o coração arrependido e disposto a ser totalmente transformado por ele.
Desprezo não correspondido
12 de julho
Ele foi rejeitado e desprezado por todos; ele suportou dores e sofrimentos sem fim. Era como alguém que
não queremos ver; nós nem mesmo olhávamos para ele e o desprezávamos. Isaías 53:3
Já ouviu falar em desprezo não correspondido? Pois aqui em casa esse fenômeno acontece todos os dias!
Meu bebê de seis meses está aprendendo a se movimentar sozinho. Ele ainda não sabe engatinhar, mas rola e
se arrasta para todos os lados. Se os olhos dele cruzarem com um brinquedo interessante, dá um jeito de
chegar lá para pegá­lo. Faz uma força que chega a surpreender.
Agora, se há algo que chama ainda mais a atenção dele são nossos dois gatinhos. Quando ele vê os gatos,
começa a fazer barulho de felicidade e a balançar os bracinhos e perninhas na direção deles.
O grande problema é que essa empolgação não é nada correspondida. Na verdade, depois de ganharem
alguns "carinhos" meio desajeitados do bebê, eles se afastam na mesma hora. Se meu pequeno fosse
participar de uma daquelas corridas de bebês engatinhando que às vezes passam na televisão, o melhor
incentivo para ele cruzar a linha de chegada seria um dos gatinhos esperando ao final. Mesmo sendo
absolutamente rejeitado, a empolgação dele não diminui em nada. Sempre que vê os gatos, é o mesmo
sorriso, a mesma vontade de estar perto.
O amor de Jesus por nós tem a mesma empolgação incessante. Infelizmente, porém, nossa reação costuma
ser de total desprezo. Talvez você pense que eu esteja exagerando. Afinal, você ama a Jesus, frequenta a
igreja e tudo mais. Contudo, na maioria das vezes, não ignoramos a Cristo de forma aberta. Não lhe damos as
costas de maneira deliberada. Fazemos isso, porém, por meio de nossos pensamentos e ações. Dizemos que o
amamos, mas, lá no fundo, não queremos abrir mão do controle de nossa vida e não obedecemos ao que Deus
nos pede. O amor a Jesus está totalmente ligado à obediência. Foi ele mesmo quem disse: "Se vocês me
amam, obedecerão aos meus mandamentos" (João 14:15, NVI).
Nós o desprezamos todas as vezes que colocamos a própria vontade em primeiro lugar e agimos como se o
sacrifício na cruz não tivesse valor algum. No entanto, Jesus continua nos aguardando com o mesmo sorriso
amável, o mesmo amor puro, a mesma ansiedade de estar ao nosso lado e nos guiar passo a passo até o Céu.
Que tomemos hoje a decisão de não deixá­lo esperando.
Há vagas
13 de julho
A cidade era quadrada, pois o seu comprimento era igual à sua largura. O anjo mediu a cidade com a vara
de ouro e viu que media dois mil e duzentos quilômetros. O seu comprimento, largura e altura eram iguais.
Apocalipse 21:16
A cidade mais populosa do mundo é Xangai, na China. São cerca de 18 milhões de habitantes em uma área
de mais de 2.600 km2. Se considerar mos a região metropolitana, há cidades ainda maiores, como São Paulo,
que se aproxima dos 12 milhões de habitantes. Ao somarmos os municípios contíguos, a grande São Paulo
chega a cerca de 21 milhões de pessoas. É muita gente. Tudo isso, dentro de uma área de mais ou menos
1.500 km2.
As grandes cidades atraem pessoas com características diversas. Elas oferecem muitas oportunidades de
trabalho, estudo, lazer e cultura. Também têm problemas do tamanho de sua área e população, enfrentando
desafios no transporte, na segurança e na saúde. O prefeito da cidade de São Paulo, por exemplo, precisa
cuidar do mesmo número de pessoas que os governado res dos estados do Mato Grosso do Sul, Sergipe,
Rondônia, Tocantins, Acre, Amapá e Roraima somados. Uma única cidade tem mais habitantes do que sete
estados brasileiros.
Agora imagine uma cidade com 4.840.000 km2. Fazendo a conversão aproximada das medidas dos tempos
bíblicos para o sistema métrico atual, esse seria o tamanho da nova Jerusalém, de acordo com Apocalipse 21.
Isso significa que nela caberiam 1.861 cidades do tamanho de Xangai ou 3.226 do tamanho de São Paulo.
Um detalhe: o texto bíblico fala que são 2.200 km de comprimento, largura e altura. Você consegue imaginar
como isso seria possível? Pois eu não faço a menor ideia! Veja bem, o prédio mais alto do mundo, o edifício
Burj Khalifa, localizado na cidade de Dubai, tem 828 m de altura e 163 andares. A altura da cidade santa
corresponde a 2.657 prédios como esse empilhados um em cima do outro.
Realmente é impossível para nossa mente humana captar as maravilhas que Deus está preparando no Céu
para nós. Elas ultrapassam toda e qualquer possibilidade de compreensão. Mas algo fica claro, mesmo que os
detalhes estejam reservados para conhecermos pessoalmente depois que Jesus voltar: com uma dimensão tão
grande como essa, sem dúvida há lugar para todos. Na nova Jerusalém e na Terra renovada, existe um lugar
especial reservado para você.
Deus sob medida?
14 de julho
Disse Lameque às suas mulheres: "Ada e Zilá, ouçam­me; mulheres de Lameque, escutem minhas palavras:
Eu matei um homem porque me feriu, e um menino, porque me machucou. Se Caim é vingado sete vezes,
Lameque o será setenta e sete". Gênesis 4:23, 24, NVI
Em um jogo de futebol, a cena é comum: o jogador recebe um pequeno toque do adversário e cai rolando no
chão como se tivesse sofrido uma falta grave. Às vezes, o juiz não percebe a estratégia e marca falta ou dá
um cartão desnecessário. Distorcendo uma regra boa, que existe para conter a violência e garantir um bom
espírito desportivo dentro de campo, a pessoa tenta conseguir vantagem para si e seu time. Infelizmente, a
prática de distor cer conceitos para o proveito pessoal não é nova nem se restringe ao mundo dos esportes.
Gênesis 4 relata a triste história do primeiro homicídio neste mundo. Depois que Caim matou Abel, Deus o
condenou a uma vida errante pela Terra, mas garantiu que, se alguém o matasse, isso não seria motivo de
celebração. Ao contrário, sua morte seria vingada sete vezes (verso 15). Veja bem, o fato de Deus não
concordar com o ato de Caim e puni­lo por seu pecado de modo algum significava que havia deixado de
amá­lo, ou que não havia esperança de salvação caso ele se arrependesse verdadeiramente. Ele mesmo disse,
por meio do profeta Ezequiel: "Eu, o senhor Deus, não me alegro com a morte de um pecador. Eu gostaria
que ele parasse de fazer o mal e vivesse" (Ezequiel 33:11).
Passam­se alguns capítulos da história humana. Caim se casa e tem descendentes. Em sua quinta geração,
nasce Lameque, que nos apresenta o primeiro caso de poligamia registrado nas Escrituras, prática que nunca
fez parte do plano de Deus para a humanidade. Além disso, Lameque matou duas pessoas. Diante de tal ato,
o que ele fez? Entristeceu­se e pediu perdão? Nada disso. Raciocinou do seguinte modo: se Caim matou um e
sua morte seria vingada sete vezes, então eu, que matei dois, serei vingado muito mais ­ 77 vezes!
Parece absurdo (e é mesmo!), mas quantas vezes não queremos fazer o mesmo? Tentamos criar um Deus sob
medida, cujas regras e leis sempre nos sejam favoráveis. Distorcemos a Palavra a fim de que sempre
estejamos certos, sem necessidade de nos humilharmos e nos arrependermos. Muito cuidado! Deus é o
mesmo sempre, para todos, e nossa obediência a ele precisa ser sincera e completa.
A grande inversão
15 de julho
Mas quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos contribuir tão generosamente como fizemos?
Tudo vem de ti, e nós apenas te demos o que vem das tuas mãos. 1 Crônicas 29:14, NVI
Imagine que você seja um atleta de sucesso. Treina por anos e se torna profissional. Vai representar o Brasil
nas Olimpíadas e consegue nada mais nada menos do que a medalha de ouro. É aplaudido pela torcida, sai
nos noticiários e nas revistas. Enfim, seu grande sonho se torna realidade. A medalha é tão linda e especial
que você manda emoldurá­la e a coloca no local de mais destaque da sala de sua casa.
Os anos se passam. A vida continua e você parte para outras experiências. Casa­se, trabalha em outra área,
tem filhos. E a medalha continua ali, reluzindo em sua sala. Certo dia, um novo amigo, que não conhece sua
história, vai até sua casa. Ele chega ali e não consegue deixar de reparar no belo quadro com a medalha
dourada. Então pergunta: "E essa medalha aí? É do quê?" Você responde: "Sabe que eu não sei? Ela é tão
linda, e eu gosto tanto de olhar para ela que a deixo aí, para vê­la todos os dias."
Faz sentido? É claro que não. A medalha é apenas o símbolo de uma conquista. Ela não tem valor em si
mesma, apenas pelo que representa. No entanto, sabia que é justamente isso que fazemos frequentemente
com Deus? Ele nos abençoa poderosamente. Pode ser que tenha abençoado você com um talento musical
extraordinário, ou com uma beleza fora do comum, que rende elogios por onde passa; ou ainda com uma
inteligência acima da média, que o ajuda a aprender rápido e a tirar notas altas na escola.
O que fazemos então? Olhamos para cada uma dessas coisas e começamos a nos orgulhar delas. Nós as
colocamos em uma linda moldura e as penduramos na parede, em um lugar visível, para que todos possam
admirá­las, especialmente nós mesmos. Ficamos encantados com a bênção. Porém, há um detalhe muito
triste: esquecemo­nos de quem nos deu a bênção e o que ela representa. Ficamos tão concentrados nas coisas
boas que acontecem em nossa vida que corremos o risco de deixar de lado o Senhor que nos deu todas elas.
A medalha não é um fim em si mesma. Nem a bênção. Cada um de seus talentos e cada alegria que você tem
na vida devem ser lembretes do Deus que cuida de você com carinho e lhe dá talentos especiais.
Castigo por misericórdia
16 de julho
Então o SENHOR Deus disse o seguinte: ­ Agora o homem se tomou como um de nós, pois conhece o bem e
o mal. Ele não deve comer a fruta da árvore da vida e viver para sempre. Gênesis 3:22
Ninguém gosta de castigos. Mesmo quando fazemos alguma coisa errada, ficamos torcendo para que
ninguém perceba ou, se perceber, não faça nada. Quando o craque do time para o qual torcemos é punido e
precisa cumprir suspensão, sentimos uma pontada de tristeza, mesmo percebendo que foi merecido.
Em geral, associamos a palavra "castigo" a justiça, correção, disciplina; não a amor e misericórdia. Porém, o
castigo que vem de Deus sempre está ligado a esses dois últimos elementos. Quando o primeiro casal de
seres huma nos desobedeceu à ordem divina e comeu o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, foi
grande a tristeza que tomou conta do Céu. A inocência estava perdida, e o espírito de rebelião
temporariamente triunfou. A natureza humana ficaria manchada pelo pecado para sempre. Já imaginou se,
nessas condições, o homem e a mulher tivessem vida eterna? Você gostaria de ter vida sem fim presenciando
as misérias e o sofrimento que a cada dia assolam nosso mundo e as pessoas que mais amamos? Por isso,
Deus expulsou Adão e Eva do jardim e impediu o acesso à árvore da vida. Por amor e misericórdia, veio o
castigo.
Não será diferente por ocasião do juízo final. Ellen White explica: "O pecador não consegue ficar feliz na
presença de Deus [...]. Se lhe fosse permitido entrar no Céu, nem lá haveria felicidade para o pecador. [...]
Seus pensa mentos, interesses e motivos seriam diferentes daqueles que caracterizam os habitantes sem
pecado que ali estão. Ele seria uma nota dissonante na música celestial. [...] Não é um decreto arbitrário de
Deus que exclui os ímpios do Céu; eles ficam do lado de fora por se sentirem inadequados na companhia dos
santos. Para eles, a glória de Deus seria um fogo consumidor. Prefeririam que logo viesse a destruição para
que não tivessem de enfrentar o encontro com Aquele que morreu para redimi­los" (Caminho a Cristo, p. 18,
ed. luxo).
Por misericórdia, o Céu é tirado de alguns. Para que isso não nos aconteça, precisamos nos acostumar com o
Céu hoje, familiarizando­nos com a presença de Deus agora. Assim, sua presença não será para nós um fogo
consumidor do qual queremos nos esconder. Será motivo de grande alegria e celebração.
Os filhos de Deus e as filhas dos homens
17 de julho
Os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram bonitas e escolheram, para si aquelas que lhes
agradaram. Então disse o SENHOR: "Por causa da perversidade do homem, meu Espírito não contenderá
com ele para sempre; e ele só viverá cento e vinte anos". Gênesis 6:2, 3, NVI
A vida é feita de escolhas, pequenas e grandes. O tempo inteiro estamos tomando decisões que afetam umas
às outras. Algumas delas pesam mais e são mais relevantes do que outras. Para o atleta profissional, por
exemplo, a escolha de um treinador é decisiva. Dele depende grande parte do sucesso do atleta, suas vitórias
e conquistas, ou derrotas e esquecimento.
Todo ser humano precisa fazer algumas escolhas cruciais: se servirá a Deus, e de que maneira ­ essa, sem
dúvida, é a mais importante. Depois, vem a profissão e a escolha da pessoa com quem dividirá a vida, no
casamento. Essas duas são importantes, mas a profissão é bem mais fácil de ser mudada, sem graves
consequências.
O casamento, por sua vez, é uma decisão de grande impacto. A Bíblia fala de terríveis consequências de
casamentos realizados sem a bênção de Deus. O capítulo 6 de Gênesis conta que os filhos de Deus, ou seja,
os descendentes de Adão que serviam ao Deus verdadeiro, se interessaram pelas filhas dos homens, isto é,
pelas descendentes da linhagem de Caim. Viram que elas eram bonitas ­ e como a aparência engana! Olhando
apenas a beleza, casaram­se, e a maldade começou a aumentar. Em vez de influenciarem as esposas na
adoração ao Deus verdadeiro, foram influenciados para o mal. A perversidade cresceu tanto que o Senhor
precisou tomar algumas medidas drásticas: pri meiramente, reduziu o tempo de vida dos seres humanos ­ de
mais de 900 anos para 120; em segundo lugar, quando nem isso resolveu o problema, pre cisou mandar o
dilúvio para recomeçar a história da humanidade com a única família leal que restara, a de Noé.
Sei que você ainda é bem jovem. O casamento ainda está a anos de distância em sua vida. Mas essa é uma
escolha na qual você não pode errar. Peça a Deus, desde agora, que o ajude a encontrar a pessoa certa na hora
certa, para que, juntos, vocês possam servi­lo, caminhando em família rumo ao Céu.
Para conseguir ouvir
18 de julho
Então o SENHOR passou por ali e mandou um vento muito forte, que rachou os morros e quebrou as rochas
em pedaços. Mas o SENHOR não estava no vento. Quando o vento parou de soprar, veio um terremoto;
porém o SENHOR não estava no terremoto. Depois do terremoto veio um fogo, mas o SENHOR não estava
no fogo. E depois do fogo veio uma voz calma e suave. 1 Reis 19:11, 12
O sociólogo italiano Domenico De Masi criou o interessante e conhecido conceito de "ócio criativo". Na
contramão de uma sociedade que preza pela produtividade incessante, ele afirma que ficar sem fazer nada
por um tempo estimula a criatividade pessoal e, por isso, por mais contraditório que pareça, gera
trabalhadores mais produtivos.
Logo, a empresa que quer produzir mais e melhor não deve exigir de seus funcionários uma jornada de
trabalho longa e estafante. Em vez disso, deve proporcionar condições para que eles tenham uma vida
equilibrada e consigam estar no trabalho com as melhores condições mentais para ter boas ideias e mais
produtividade.
A busca pelo ócio criativo leva alguns executivos e homens de negócios a se dedicarem sem culpa a
atividades prazerosas, como esportes e atividades físicas, sabendo que o tempo que passam ali os ajuda a
trabalhar melhor.
Contudo, esse não é um conceito fácil de colocar em prática. Mesmo com a comprovação de que é
impossível se manter ativo 24 horas por dia, sem tempo para descansar, o mundo continua cheio de pessoas
estressadas, de todas as idades, até mesmo adolescentes e crianças.
Uma grave consequência de não parar nunca é o fato de, na grande correria, termos sérias dificuldades para
ouvir a voz de Deus. O livro de 1 Reis conta que o profeta Elias teve uma experiência impressionante com o
Senhor. Ele viu um vento forte, um terremoto e um fogo ­ manifestações surpreendentes da natureza.
Pensando que Deus se encontrava em cada um desses fenômenos, procurou­o em vão. Sabe como o Todo­
poderoso Rei do universo escolheu se manifestar? Por meio de uma voz calma e suave. O Senhor falou
baixinho. Elias precisou se aquietar e aguçar os ouvidos para escutar.
No meio da confusão da vida, essa voz calma e suave pode muito bem passar despercebida. Pare um pouco.
Respire. Espere. Escute com cuidado o que o sussurro de Deus tem a dizer para você.
De quem é a culpa?
19 de julho
Elas sofreram queimaduras dolorosas causadas por esse fogo e amaldiçoaram o nome de Deus, que tem
autoridade sobre essas pragas. Mas não se arrependeram dos seus pecados, nem louvaram a glória de Deus.
Apocalipse 16:9
O menino vai mal na prova. No dia anterior, preferiu ficar jogando no computador enquanto fingia que
estudava. E a culpa é do professor, que não explicou a matéria direito e ainda fez perguntas muito difíceis. O
time perde de goleada no torneio da escola, mas a culpa é do juiz que não marcou um pênalti.
Conhece gente assim? Que nunca assume a responsabilidade e sempre joga a culpa nos outros? Que nunca
reconhece os próprios erros? Sabe qual é o grande problema dessa atitude? Quem age assim não percebe a
necessidade de mudança e continua a cometer os mesmos erros, o tempo todo, achando que o mundo inteiro
está contra si, quando, na verdade, seu maior inimigo é ele mesmo. Quando adulto, torna­se desconfiado,
mal­humorado e nunca cresce na vida. E a culpa, claro, sempre é dos outros.
Na esfera espiritual, não é diferente. Quando algo difícil ou ruim acontece em nossa vida, temos duas opções:
culpar a Deus, ficando chateados e nos afastando dele, ou reconhecemos nossa culpa, aproveitando a situação
para nos aproximar dele.
Apocalipse 16 relata o derramamento das sete últimas pragas que assolarão a Terra pouco antes do retorno de
Cristo e terão grandes proporções: úlceras nas pessoas, contaminação da água do mar e dos rios, aumento ex ­
cessivo da temperatura do sol, trevas, etc. Diante dessas manifestações sobrenaturais, a expectativa seria de
que os perversos se arrependessem de seus maus caminhos e se voltassem ao Senhor. Em vez disso, porém,
amaldiçoam a Deus e continuam a agir como antes. Seu destino já está selado, pois nem mesmo diante de
uma demonstração clara do poder divino eles se arrepen dem ou se humilham.
Aprenda a reconhecer sua responsabilidade e culpa desde agora. Peça perdão às pessoas e a Deus. Seja
sensível aos bons conselhos e à voz divina falando a você. Assim, quando vierem as pragas, você fará parte
do grupo dos salvos que louvam ao Senhor por perceber que os tempos difíceis são o sinal mais claro de que
a redenção está muito próxima.
Submergir para renovar
20 de julho
E as águas prevaleceram sobre a terra cento e cinquenta dias. Gênesis 7:24, NVI
O mergulho é um esporte muito antigo, que acompanha a curiosidade humana pela vida submarina. Ele pode
ser feito de diversas maneiras, usando equipamentos especiais ou não, de forma profissional ou amadora. O
historiador grego Heródoto conta que Xerxes I organizou expedições para buscar nas profundezas do oceano
os tesouros submersos dos persas. Segundo o filósofo Aristóteles, Alexandre, o Grande, também desceu ao
fundo do mar para observar a fauna e a flora marinhas.
O padre italiano Giovanni Borelli foi o primeiro a desenvolver um equipamento para aumentar o conforto do
mergulho. Em 1679, mergulhou com uma roupa feita de couro impermeável untada com sebo. Dessa
maneira, conseguiu afastar o frio das gélidas águas do oceano. Hoje existem trajes de neopreno, cilindros de
oxigênio, máscaras para melhorar a visualização ­ tudo para garantir um mergulho seguro e confortável. É
possível fazer cursos ou mergulhar em uma viagem turística acompanhado de um instrutor. Muitas pessoas
que mergulham relatam a sensação de renovação que acompanha a experiência.
O relato bíblico do dilúvio conta sobre a ocasião sobrenatural em que o planeta inteiro ficou debaixo d'água.
Foram 40 dias e 40 noites de uma chuva incomum, na qual caiu água de todos os lados. A Bíblia relata que
"se arrebentaram todas as fontes do grande mar, e foram abertas as janelas do céu" (Gênesis 7:11).
O mal havia se alastrado de tal maneira que não houve alternativa: foi preciso destruir tudo e recomeçar com
a única família fiel que havia restado. Debaixo das águas, ficou a geração ímpia que se recusou a crer em
Deus. O dilúvio sepultou aquelas pessoas e suas práticas. Só então foi possível o recomeço, o renascimento.
O que, em sua vida, você necessita lançar hoje nas profundezas do mar? O que precisa ser descartado para
sempre, ser levado ao abismo para nunca mais voltar? Deus lhe dá hoje a oportunidade de submergir para
renascer; de mandar embora a vaidade, o egoísmo, a rebeldia, a desobediência, o orgulho, a falta de amor.
Peça ao Senhor que o ajude a deixar essas coisas lá no fundo e volte à superfície renovado, pronto para
recomeçar.
A força do amor
21 de julho
O amor é forte como a morte. Cântico dos Cânticos 8:6, ARA
A história da família Hoyt não é como outra qualquer. Em 1962, Dick e Judy estavam radiantes pela chegada
de seu filhinho, o pequeno Rick. Estava tudo preparado. O coração transbordava de alegria. Na hora do
nascimento, o inesperado: faltou oxigenação para o cérebro do bebê, e ele foi diagnosticado com paralisia
cerebral. A opinião dos médicos foi clara: deixem­no internado, pois ele não vai se recuperar. Nunca poderá
ter uma vida normal.
Os pais ouviram o conselho e o ignoraram. Levaram seu pequenino para casa e começaram a cuidar dele com
todo amor. Perceberam que, apesar de não andar nem falar, ele observava tudo com muita atenção, e seus
olhos seguiam toda a movimentação a seu redor. Com o auxílio de uma equipe da Universidade de Tufts,
conseguiram um computador através do qual Rick aprendeu a se comunicar. Depois de muita luta da parte
dos pais, ele foi aceito no sistema público de ensino, formou­se no ensino médio e também na faculdade, na
área de educação especial.
Quando estava com 15 anos, Rick ficou sabendo que haveria uma corrida beneficente em prol de um atleta
que havia ficado paralisado depois de um acidente. Eram cinco milhas, o equivalente a oito quilômetros. Ele
pediu ao pai para participar. Dick não fazia o perfil atlético, mas concordou em empurrar o filho na cadeira
de rodas. Foram quase os últimos a chegar, mas a sensação foi incrível. Rick contou ao pai que, enquanto
estava correndo, parecia que ele não era deficiente.
Era tudo o que o pai precisava ouvir. Aquele foi apenas o início da participação dos dois em diversos eventos
esportivos: mais de mil corridas, incluindo maratonas e triatlos, além de seis competições de Ironman (já
imaginou nadar 3.800 metros, pedalar 180 km e correr uma maratona empurrando outra pes soa?). O amor
desse pai é tão grande que, ao perceber que podia fazer alguma coisa para que seu filho se sentisse mais livre
e feliz, não mediu esforços.
Essa é a história do amor de um pai humano por seu filho. Envolve determinação, esforço, suor, exaustão.
Cheios de defeitos, ainda somos capazes de um amor assim. Com esse exemplo, você consegue vislumbrar
como é o amor perfeito de Deus, o Pai celestial, por seus filhos? Deus ama você com um amor incomparável.
Sob constante vigilância
22 de julho
Viemos a ser um espetáculo para o mundo, tanto diante de anjos como de homens. 1 Coríntios 4:9, NVI
Na época em que a Alemanha era separada por um muro físico e ideológico, a parte oeste capitalista e a parte
leste comunista, foi criada a Stasi, polícia secreta da Alemanha Oriental. O objetivo era patrulhar os cidadãos
do regime comunista. Em 1989, quando a divisão terminou após a queda do muro de Berlim, a Stasi contava
com cerca de 90 mil funcionários em tempo integral, além de 175 mil informantes. E muita gente!
Eles mantinham arquivos sobre praticamente todos os cidadãos, principalmente sobre aqueles que se
destacavam em alguma área pública, como os atletas, por exemplo, que viajavam e saíam bastante do país
para as competições. A princípio, os arquivos da Stasi foram destruídos, mas, em 1995, o governo alemão
contratou uma equipe para reconstruí­los. Conseguiram restaurar 33 milhões de páginas. Para muitos, foi
estarrecedor descobrir que, desde novos, nunca estiveram sozinhos. Nas caixas e mais caixas de registros,
encontraram o relato minucioso de tudo aquilo que haviam feito desde a juventude.
A privacidade é muito importante para o ser humano. Nós nos sentimos violados e invadidos quando
descobrimos que alguém vinha nos espionando, que mexeu em nossas coisas sem permissão ou abriu uma
correspondência pessoal.
A grande realidade, porém, está expressa no texto para reflexão de hoje. Somos espetáculo diante do
universo inteiro. Embora consigamos esconder algumas coisas das pessoas que nos rodeiam, nada escapa de
Deus.
O Céu mantém registro de nossos atos. Entretanto, Deus não atua como uma polícia secreta, a fim de nos
espionar para ver se encontra algum ato que nos condene. Pelo contrário, ao registrar nossa vida, seu maior
desejo é descobrir que confiamos a ele nossas fraquezas e dificuldades, que colocamos nossas perplexidades
sob o manto da justiça de Cristo e, ao olhar para nós, pode dizer: "Perdoado!"
Não se engane. Você pode esconder seus pensamentos e ações até de seu melhor amigo e de sua mãe, que
conhece cada expressão facial que você faz. Deus, porém, sabe de cada detalhe. E o mais surpreendente de
tudo é que, mesmo sabendo, ele o ama demais e já fez todo o necessário para você receber a salvação.
Quando vale a pena ser do contra
23 de julho
Depois irei falar com o rei, mesmo sendo contra a lei; e, se eu tiver de morrer por causa disso, eu morrerei.
Ester 4:16
A Arábia Saudita é um país repleto de regras para as mulheres. O livro Alcorão é a constituição oficial do
país e a base do direito civil. Todas as mulheres são obrigadas a usar o véu para sair de casa. Só podem
viajar, estudar, trabalhar e se casar se tiverem a permissão dos homens da família. Nas universidades
femininas, os cursos disponíveis são limitados e em campos tradicionalmente ocupados por mulheres, como
pedagogia e enfermagem. É o único país no qual as mulheres são proibidas de tirar carteira de habilitação e,
pedagogia e enfermagem. É o único país no qual as mulheres são proibidas de tirar carteira de habilitação e,
consequentemente, de dirigir.
Ali nasceu, cresceu e vive a jovem Woodjan Shahrkhani, hoje com 20 anos. Ela começou a lutar judô
escondida, e conseguiu uma autorização especial para competir nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012,
com apenas 16 anos. A moça pediu permissão para participar usando o hijab, o véu islâmico. O Comitê
Olímpico Internacional analisou a solicitação, ponderando os riscos, mas decidiu autorizar. Mesmo sem um
desempenho brilhante, a adolescente fez história nas Olimpíadas ao ser uma das primeiras participantes
femininas de um país tão fechado para a liberdade das mulheres.
Na história antiga, a Pérsia foi um reino que também não abria muito espaço para as mulheres. Quando
Assuero deu uma ordem à esposa, a rainha Vasti, e não foi obedecido, ele não pensou duas vezes: seguiu o
conselho dos "sábios" do reino e a depôs. Após uma espécie de concurso de beleza formado por moças
recrutadas de modo obrigatório, Ester alcançou a condição de rainha. Ela conhecia a história de sua
antecessora e sabia que, apesar do título, não tinha muita voz nem vez.
Isso, porém, não a impediu de ter a bravura necessária no tempo de crise. Diante do iminente massacre de seu
povo, Ester compareceu à presença do rei sem ser chamada, correndo risco de morte. Mas Deus esteve com
ela. Assuero a ouviu, e o povo judeu teve a libertação.
Há momentos em que vale a pena ser do contra, desafiar a ordem estabelecida. Quando os princípios divinos
estão em cheque, é o momento de, com oração e respeito, apresentar uma proposta diferente. Nesses casos,
Deus vai à frente e abençoa seu povo. Mas é preciso coragem.
O Deus que cuida
24 de julho
Eu sou pobre e necessitado, mas tu, SENHOR, cuidas de mim. Tu és a minha ajuda e o meu libertador; não
te demores em me socorrer, ó meu Deus! Salmo 40:17
Há pouco mais de 50 anos, a delegação brasileira se preparava para cruzar o planeta e representar o país nos
Jogos Olímpicos de Tóquio. O grupo era formado por 68 atletas. O resultado da participação do Brasil não
foi muito expressivo: apenas uma medalha, de bronze, no basquete.
Dentre os 68 atletas, um detalhe interessante: havia apenas uma mulher. Seu nome, Aída dos Santos.
Nenhuma estrutura lhe fora dada. Aída viajou sem treinador e sem material para competir. Nem roupa para a
cerimônia de abertura ela possuía. Usou um uniforme adaptado de outra competição. Isolada do restante da
delegação brasileira, dava um jeito de treinar sozinha na vila olímpica feminina.
Mesmo assim, teve um desempenho surpreendente: ficou em quarto lugar no salto em altura. Foi a primeira
brasileira a disputar uma final olímpica. Esse resultado continuou sendo o melhor de uma atleta brasileira do
sexo feminino até 1996, quando a dupla do vôlei de praia Jacqueline e Sandra conquistou a medalha de ouro.
É admirável a garra e a perseverança dessa filha de uma lavadeira, que não contou com o apoio de ninguém,
mas não permitiu que isso a detivesse.
É possível que, muitas vezes, nos sintamos como Aída: isolados, incompreendidos, desprovidos de recursos,
pobres. Olhamos para os lados e vemos outros recebendo apoio. É impossível não notar a falta de justiça. Há
coisas na vida que não podemos controlar. Porém, não podemos nos esquecer de que temos controle sobre
nossa reação a elas. E muito fácil olhar para a falta de suporte e nos render ao desânimo, à depressão e ao
desespero. Contudo, podemos, como Aída, fazer o inesperado e encarar a situação como um incentivo que
nos impulsiona a chegar ainda mais longe.
Além do mais, há algo de que nunca devemos nos esquecer: temos um Deus que nos apoia sempre e não se
esquece do pobre e necessitado. A única coisa que precisamos fazer é reconhecer nossa frágil condição e
gritar por socorro, assim como o salmista no texto de hoje. Deus está pronto para vir em nosso auxílio.
Destruição em forma de garrafa
25 de julho
Noé era agricultor; ele foi a primeira pessoa que fez uma plantação de uvas. Um dia Noé bebeu muito vinho,
ficou bêbado e se deitou nu dentro da sua barraca. Gênesis 9:20, 21
Já ouviu falar do astro do basquete David Thompson? Durante as décadas de 1970 e 1980, ele era imbatível.
É um dos cinco jogadores da NBA que conseguiu marcar 70 pontos em uma única partida! Chegou ao "Hall
da Fama" em 1996 e ganhou vários outros prêmios por ser um atleta de destaque. Infelizmente, porém, sua
carreira foi interrompida rapidamente. Por quê?
Thompson se deixou levar pelo vício do álcool e da cocaína, comprometendo não só seu desempenho
esportivo, como também sua vida pessoal. Foi um jogador do porte de Michael Jordan, mas praticamente
caiu no esquecimento. É isso que o alcoolismo e as drogas são capazes de fazer na vida das pessoas.
Quando Noé é apresentado na Bíblia em Gênesis 6, somos informados de que ele era "um homem direito e
sempre obedecia a Deus" (versos 9, 10). Esse comportamento era ainda mais surpreendente e digno de nota
por acontecer em meio a uma geração que se afastava deliberadamente do Senhor, de tal modo que precisou
ser destruída. O íntegro Noé foi poupado do dilúvio junto de sua família por acreditar em Deus. A ele e a
seus descendentes coube a missão de repovoar a Terra, lembrando­se da aliança feita pelo Senhor com a
humanidade.
É este homem justo, porém, que, poucos capítulos depois, encontramos bêbado, pelado dentro de sua tenda e
zombado pelo filho caçula, que não teve respeito nenhum pelo pai. O obediente Noé, que teve fé suficiente
para dedicar 120 anos de sua vida à construção de uma arca para se proteger de um fenômeno que ele nunca
vira ocorrer antes, caiu diante da bebida. Noé, que não foi destruído pelo dilúvio, o qual causara a devastação
de todo um planeta, se deixou envergonhar pelo produto da fermentação da uva, por uma bebida
aparentemente inofensiva.
A atração do álcool continua a levar muitas vidas à queda, seja ela temporária, como a de Noé, ou de efeito
mais duradouro, como no caso de David Thompson. Se ainda não aconteceu, vai chegar o dia em que a
tentação da bebida aparecerá na sua frente. Pode ser por meio de amigos que farão pressão para você provar
só um pouquinho. Satanás sempre procura formas atraentes de apresentar seus enganos. Tome hoje a decisão
de nunca cair na armadilha do álcool.
Orientadores espirituais
26 de julho
Joiada viveu muito, até ficar bem velho. Ele morreu aos cento e trinta anos de idade e foi sepultado junto
com os reis na Cidade de Davi, por causa do bom serviço que havia prestado ao povo de Israel, a Deus e ao
Templo. 2 Crônicas 24:15, 16
Hoje é celebrado o dia dos avós. Dizem que os avós são pais cobertos de açúcar, pois o tempo e a experiência
dão a eles muita paciência e um amor sem igual pelos netos. Se você tem o privilégio de ter avós, aproveite o
dia para dar um abraço apertado e dizer o quanto aprecia tê­los em sua vida. Se moram longe, telefone para
eles.
Hoje quero contar sobre uma avó que neto nenhum gostaria de ter. O nome dela era Atalia. O reino de Judá
sofria com uma sucessão de reis maus. Jorão e Acazias fizeram o que era mau perante o Senhor. O último foi
morto após reinar por menos de um ano. E para piorar a situação, entra Atalia na história, a mãe de Acazias.
Ela era filha do rei Acabe, de Israel. Essa informação já deve dizer muito sobre o tipo de educação que
recebeu. Ao ficar ciente da morte do filho, sabe o que ela fez? Mandou matar toda a família real ­ ou seja, a
própria família ­ para garantir que o trono seria somente dela.
O bebê Joás, seu neto, fazia parte dessa lista. Porém, Jeoseba, tia do pequeno, teve a coragem de escondê­lo
dentro do templo, onde seu marido Joiada era sacerdote; assim ele foi poupado. Ali ficou até completar sete
anos, sendo cuidado por Jeoseba e Joiada, que mantiveram o menino sob risco da própria vida. Enquanto
isso, a perversa Atalia governava o país.
Até que Joiada decidiu colocar em prática seu plano de coroar rei o jovem príncipe herdeiro, o qual ninguém
sabia que ainda estava vivo. Deus o abençoou nessa iniciativa e Joás reinou por 40 anos sobre Judá. A figura
amorosa da avó que ele não teve em Atalia, encontrou em Joiada e Jeoseba. A Bíblia conta que Joás "fez o
que agrada a Deus" "enquanto o sacerdote Joiada vivia" (2 Crônicas 24:2). E Joiada viveu bastante tempo:
130 anos! O Senhor prolongou a vida do sacerdote para dar a Joás a oportunidade de aprender sobre os
caminhos divinos.
Hoje Deus também conserva pessoas ao nosso redor para nos orientar. Temos a preciosa oportunidade de
prestar atenção ao que elas dizem e seguir o rumo que leva ao Céu. Seja o pai, a mãe, o avô, o tio ou um
vizinho experiente, não perca a chance de aprender deles e, assim como Joás, fazer o que agrada a Deus não
só enquanto essas pessoas estão por perto, mas a todo momento.
Acostumados ao mal
27 de julho
Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês são incapazes
de fazer o bem, vocês, que estão acostumados a praticar o mal. Jeremias 13:23, NVI
É hora do pênalti, um momento decisivo. O artilheiro se concentra, mira e chuta no ângulo, como se fosse a
coisa mais fácil do mundo. A ginasta se alonga. Olha para a barra e começa uma sucessão de movimentos
perfeitos. Você fica imaginando como aquilo é possível.
Eles fazem jogadas e saltos surpreendentes porque estão acostumados. Treinaram à exaustão e aquilo que
parece impossível para os outros é natural para eles. O ser humano se acostuma a tudo ­ a toda sorte de coisas
boas, mas também a maldades impensáveis.
O costume de fazer o mal não começa de uma hora para a outra. A princípio, é muito difícil ir contra o que
sabemos ser correto e seguimos ao longo de toda a vida. Mas a cada desvio, a cada erro, fica mais fácil sair
do padrão novamente. A consciência dói menos, o medo diminui. O processo se repete até que o mal passa a
parecer natural e, às vezes, até correto. Afinal, "todo mundo faz". Ou então, "não está prejudicando
ninguém". As desculpas são muitas.
Pergunte a um ladrão. Ele provavelmente terá uma explicação muito boa para o fato de ganhar a vida
desonestamente. Quem sabe se sinta injustiçado pela sociedade, ou ache que quem não cuida bem das
próprias coisas merece mesmo perdê­las. Acostumou­se tanto ao mal de roubar que não vê problema nenhum
nesse ato.
Mesmo sem nunca ter roubado ninguém, não estamos livres da tentação de nos acostumarmos ao mal. O
inimigo de Deus trabalha com esse objetivo. Ele vai tirando aos poucos nossa sensibilidade e, assim,
deixamos de ouvir a voz da consciência e do Espírito Santo falando a nosso coração. A culpa que sentíamos
vai indo embora e passamos a pensar que temos toda justificativa do mundo para desobedecer aos pais,
ofender as pessoas, assistir a programas ruins ou jogar jogos violentos.
O mal se torna tão enraizado que o profeta Jeremias afirma que nos tornamos "incapazes de fazer o bem".
Não permita que esse processo de dessensibilização aconteça em você. Peça a Deus que o ajude a escutar
aquela voz incômoda que lhe diz para voltar atrás e fazer o que é correto.
A água lava tudo
28 de julho
Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidade e lançará todos os nossos pecados nas
profundezas do mar. Miqueias 7:19, ARA
A água exerce fascínio sobre o ser humano desde o início da história. Sua imensidão e beleza nos levam a
refletir no quanto somos pequenos e em nosso lugar no planeta. Nos Jogos Olímpicos, os esportes aquáticos
ganham destaque e são disputados em piscinas e mar aberto.
Há muito tempo também são reconhecidas as propriedades curativas da água. A hidroterapia, ou seja, o
tratamento usando água em várias formas e temperaturas, remonta ao antigo Egito. Era igualmente praticada
na índia e Babilônia. Os gregos popularizaram o tratamento por meio de termas e casas de banho. Muitas
delas ainda existem em ruínas que podem ser visitadas na atualidade.
Minha avó, uma senhora de quase 90 anos, de cabelo comprido, amarrado em um coque, e de sorriso largo,
tem uma opinião muito prática sobre a água. Quando eu era menina, sempre a ouvia dizer: "A água lava
tudo." A frase servia para mostrar que sempre há solução para toda mancha ou sujeira.
A água também tem um papel de destaque na Bíblia desde os tempos do antigo povo de Israel. Todo aquele
que se tornava cerimonialmente impuro precisava, dentre outras coisas, lavar­se para voltar a ficar limpo.
Tudo na lei cerimonial tinha o propósito de apontar para o plano perfeito da salvação.
A necessidade da água demonstra que o pecado nos torna sujos. Ele mancha nosso caráter, nossa conduta e
consciência.
Contudo, não precisamos ficar assim para sempre. Deus diz, por intermédio do profeta Miqueias, que está
disposto a lançar nossos pecados nas pro fundezas do mar. Ele também afirma, por meio de Isaías: "Os seus
pecados os deixaram manchados de vermelho, manchados de vermelho escuro; mas eu os lavarei, e vocês
ficarão brancos como a neve, brancos como a lã" (1:18).
A água lava tudo. E Jesus, a Água da Vida, quer lavar você. O seu maior desejo é torná­lo puro e livre da
condenação.
A sede por fama
29 de julho
Vamos construir uma cidade, com uma torre que alcance os céus. Assim nosso nome será famoso e não
seremos espalhados pela face da terra. Gênesis 11:4, NVI
A vontade de alcançar a fama leva as pessoas a cometer as maiores loucuras. Atletas entopem o corpo de
anabolizantes e substâncias ilegais na tentativa de quebrar recordes e entrar para a história. Em geral, é claro,
o que acaba acontecendo é que eles de fato entram para a história, como casos vergonhosos de pessoas que
tentaram trapacear para conseguir a vitória a qualquer custo.
E não para por aí. Para ter cinco minutos de fama, há pessoas que fazem qualquer coisa. Participam de reality
shows de baixo nível e se expõem de modo vulgar na rua, na TV ou pela internet.
Infelizmente, o desejo por popularidade não ilude apenas atletas e subcelebridades. Ele tenta cada um de nós.
Leva você a sentir vontade de fazer algo que sabe estar errado apenas para ser reconhecido entre os amigos
ou para fazer parte do grupo popular da escola. O grande problema é que a fama em um mundo marcado pelo
pecado muitas vezes não acompanha os melhores comportamentos. Em geral, os alunos estudiosos, que
tratam bem professores e colegas, não costumam ser os mais populares. Às vezes, são alvo de provocação e
zombaria. E quem quer ser zombado? Então, para não passar por isso, é possível que você se sinta tentado a
ir contra seus princípios a fim de ser aceito e reconhecido entre os amigos.
Sabe, a vontade de ficar famoso não é nada nova. A Bíblia conta que isso começou há muito tempo, quando
os seres humanos decidiram construir uma torre altíssima que chegasse até o céu. Veja bem, não existe nada
de errado em edificar um prédio de muitos andares. O grande problema era a motivação: aqueles homens
duvidaram da promessa divina de não destruir mais o mundo com água e queriam se tornar famosos, como
aqueles que desafiaram o próprio Deus. O resultado foi a dispersão do grupo por meio da confusão das
línguas.
Tome muito cuidado com a fama a qualquer preço. Vale muito mais uma vida discreta e correta do que ser
conhecido por atitudes erradas. Saiba que, ao cumprir a vontade do Senhor, seus atos são aplaudidos e
celebrados por todo o Céu. E lá, você ganha a fama de filho de Deus, redimido e salvo ­ a melhor fama que
existe.
Personalidade forte
30 de julho
Simão Pedro, que trazia uma espada, tirou­a e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando­lhe a orelha
direita. (O nome daquele servo era Malco.) João 18:10, NVI
O mundo dos esportes está repleto de atletas e treinadores com personalidade forte. Intempestivos, explodem
e falam o que lhes dá na cabeça, nem sempre nos melhores momentos. Desse pavio curto, resultam expulsões
de quadra ou de campo, agressões ao adversário e até ao juiz.
Entretanto, a mesma personalidade forte, que às vezes torna difícil se conformar com as regras do convívio
social e dos esportes, pode ser canalizada para o sucesso desses atletas. O gênio forte traz mais confiança e
coragem de fazer diferente. Qual é a diferença entre o jogador violento e o jogador ousado? O segundo
aprendeu a dominar a personalidade forte, e o primeiro se deixa dominar por ela.
A Bíblia está repleta de grandes homens de Deus que lutavam com um gênio difícil. Moisés precisou passar
40 anos cuidando de rebanhos nas montanhas de Midiã para aprender a mansidão. Ele, que ficou conhecido
como um homem "mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra" (Números 12:3, ARA),
foi o mesmo que, aos 40 anos, matou um egípcio por impulso, tentando fazer justiça com as próprias mãos.
Pedro também tinha um temperamento forte. Falava o que vinha à cabeça e, ao perceber a aproximação de
um grupo para prender Jesus, sacou da espada e cortou fora a orelha de Malco! Quando, porém, o Espírito
Santo encheu sua vida, Pedro passou a usar essa força para pregar o nome de Jesus sem temor diante do povo
e das autoridades. Nem a prisão o amedrontava.
Talvez você seja conhecido por ter um gênio difícil ou uma personalidade forte. Saiba que Deus não se deixa
impressionar com isso. Ele quer usar toda essa força interior para fazer grandes coisas em sua obra. Para isso,
você precisa permitir. A luta contra o eu é uma batalha constante. Se o seu temperamento é forte, ótimo! Diga
hoje ao Senhor: "Pai, a ti eu entrego minha personalidade, meu temperamento e minha vontade. Quero dar a
ti a força de minhas opiniões, para que elas sejam usadas como tu desejas. Muda o meu coração. Ajuda­me a
ser completamente teu,"
Quando o Espírito Santo entra na vida, sua força não é usada para provocar brigas, para dar respostas rudes
ou ficar de mau humor. Na realidade, é canalizada para fazer a vontade do Senhor com grande ímpeto e
energia.
Honestidade que vira notícia
31 de julho
Tortuoso é o caminho do homem carregado de culpa, mas reto, o proceder do honesto. Provérbios 21:8, ARA
Durante a Copa do Mundo no Brasil, um grupo de turistas mexicanos embriagados entrou em um táxi de
madrugada na cidade de São Paulo. O motorista os levou até o hotel onde estavam hospedados, no bairro
Morumbi. Na confusão que fizeram, derramaram cerveja no carro. Quando o taxista chegou em casa,
começou a limpar a bagunça e encontrou uma pasta no banco de trás do veículo. Dentro dela, quarenta
ingressos para jogos do mundial.
O que fazer? Aproveitar a sorte e ir com a família e os amigos assistir aos jogos de graça? Não foi essa a
decisão de Adilson Luiz da Cruz. Ele voltou ao hotel onde havia deixado os passageiros e devolveu os
ingressos encontrados. A história de honestidade chegou aos telejornais e aos sites informativos na internet.
É claro que Adilson está de parabéns. Ele fez o que era correto. Não se aproveitou da situação. Ele poderia
ter dito: "Ah, eles estavam bêbados, foram descuidados. Não merecem os ingressos de volta." Poderia ter
racionalizado justificativas para o erro, como tantas vezes gostamos de fazer.
Fico me perguntando: por que é que casos de pura honestidade e boa vontade viram notícia? Devolver o que
não é seu não seria simplesmente a coisa certa a fazer? Tais atos ganham notoriedade justamente porque,
embora corretos, são raros. O mais comum é a desonestidade, tirar vantagem, querer ganhar em cima dos
outros. Por isso, o honesto acaba parecendo extraordinário.
Provérbios diz que o caminho do honesto é reto, mas o do homem cheio de culpa é tortuoso. Sou de Minas
Gerais, terra de muitos morros e, por isso, cortada por estradas repletas de curvas. A paisagem é linda, mas
há muitos trechos perigosos, nos quais é preciso ir bem devagar. Mas isso não impede os muitos acidentes.
Hoje moro na região Centro­Oeste do Brasil, onde predominam as planícies e estradas retas, nas quais é
possível ver o horizonte. As viagens rendem mais, e o índice de acidentes é menor. A linha reta é a menor
distância entre dois pontos. É a forma mais veloz, simples e direta. Assim é a vida da pessoa honesta: sem
curvas ou complicações na rota para chegar o mais rápido possível à presença de Deus. Virando notícia ou
não, vale sempre a pena escolher o caminho da retidão.