1 O DVD COMO SUPORTE DE INFORMAÇÃO DIGITAL ÁUDIO E
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1 O DVD COMO SUPORTE DE INFORMAÇÃO DIGITAL ÁUDIO E
O DVD COMO SUPORTE DE INFORMAÇÃO DIGITAL ÁUDIO E VÍDEO Armando Marques (nº52111), David Fernandes (nº52213) e Duarte Estrada (nº52221) Instituto Superior Técnico Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa, Portugal E-mail: {ajamclam,dvdfernandes,duarte84}@gmail.com Assim sendo, utilizando os avanços tecnológicos ao nível da precisão da gravação, consegue-se obter hoje a capacidade de 17,9 GB de informação num DVD de duas faces e duas camadas ao invés dos 700 MB do CD. Todos os discos DVD apenas de leitura, independentemente do tipo, são discos DVD-ROM, isto inclui DVD’s vídeo, áudio e dados. Um DVD adequadamente formatado e estruturado para possuir um conteúdo de vídeo é designado de DVD Vídeo. DVD’s adequadamente formatados e estruturados para possuir um contudo de áudio são designados DVD Áudio. Todos os outros (incluindo outros tipos de DVD com vídeo) designam-se, como já foi referido, de DVD’s de dados. Muitas pessoas usam o termo DVD-ROM para se referir apenas a DVD’s de dados, mas isso, tecnicamente, não é correcto. O DVD utiliza o modelo de ficheiro e compressão padrão, MPEG-2. As imagens MPEG-2 têm quatro vezes mais resolução que as imagens MPEG-1 e podem ser distribuídas em 60 campos entrelaçados por segundo onde dois campos constituem uma trama da imagem. A qualidade áudio dos DVD é, actualmente, comparável com a qualidade dos CD’s. As normas e os esquemas de desenvolvimento do DVD são, todos eles, mantidos pelo grupo DVD Forum. Este grupo é formado pelas principais companhias dessa área do mercado, sendo na sua maior parte indústrias ligadas à electrónica. RESUMO Inicialmente, o DVD foi desenvolvido e voltado para o mercado das aplicações de vídeo, que até então era dominado pelas cassetes tradicionais VHS. Devido aos problemas no início, nomeadamente de incompatibilidade com os vários leitores existentes, qualidade do vídeo, etc., foram-se fazendo melhorias, até que se começou a perceber que o DVD tinha vindo para substituir os CD’s no mercado. Assim o DVD alcançou o sucesso rapidamente e com o passar do tempo, devido à sua grande capacidade de armazenamento e versatilidade, os DVD’s deixaram de ser apenas utilizados para aplicações de vídeo, e passaram a ter muitas outras funcionalidades, como por exemplo, áudio, dados, jogos, entre outras. Com a realização deste artigo pretende-se explicar o conceito de DVD, a tecnologia que o sustenta, a sua relação com a cadeira de Comunicação de Áudio e Vídeo e como este revolucionou o mundo digital. Neste artigo analisa-se a sua evolução ao longo do tempo, as suas características, aspectos técnicos, codificação de dados, particularidades e potencialidades, assim como a sua importância ao nível da indústria e mercado. 1. INTRODUÇÃO A sigla DVD significa Digital Versatile Disc e este é um disco óptico de armazenamento que pode ser utilizado para o armazenamento de dados, incluindo filmes com vídeo e som de qualidade. No que diz respeito à capacidade de armazenamento, quanto mais, melhor. Tendo como objectivo essa ideia e um suporte já muito utilizado e com provas dadas, o CD, o objectivo para o desenvolvimento do DVD era portanto obter maior capacidade de armazenamento num disco de dimensões iguais às de um CD. As duas maneiras mais óbvias de o conseguir são comprimir mais informação em cada faixa do disco ou gravar várias camadas do mesmo. O DVD é uma tecnologia de disco óptico com uma capacidade de armazenamento de 4,7 GB numa face, de uma camada do disco, o que é suficiente para 133 minutos de filme. Os DVD’s podem ser de uma ou de duas faces, e podem ter duas camadas em cada uma das faces. 2. HISTÓRIA • Motivação: Desde o início dos anos 80, com o aparecimento dos primeiros computadores pessoais, que o problema do armazenamento de dados começou a ser analisado. Desde as disquetes aos CD’s, passando pelos discos rígidos de diversas capacidades, sempre se tentou ir desenvolvendo a tecnologia para permitir maior armazenamento de informação. • Desenvolvimento: A pesquisa decorreu em diversas áreas tecnológicas, desde o processo de codificação de imagem, com a passagem do MPEG1 para MPEG2, à codificação de som, com o famoso MP3 e o AAC (advanced audio coding), passando pelo desenvolvimento da leitura óptica e novos discos de suporte. 1 Figura 2: Evolução dos sistemas de gravação ópticos [2] • Consenso: Desta forma, a Philips e a Sony abandonaram o seu projecto, MMCD, e concordaram totalmente com o SD propondo apenas uma modificação, alterar o nome para EFMPlus. O EFMPlus, criado por Kees Immink, foi escolhido devido à sua grande resistência contra estragos, nomeadamente, riscos e impressões digitais, mesmo apesar de ser 6% menos eficiente que o sistema SD da Toshiba, resultando daí uma capacidade de 4,7 Gbytes opondo-se aos 5 Gbyte originais do SD. A sigla adoptada foi DVD, as iniciais de Digital Vídeo Disc, porém, em 1995 foi decidido oficialmente que mudaria para Digital Versatile Disc. Figura 1: Evolução da tecnologia áudio (à esquerda) e do vídeo (à direita) [1] A figura 1 apresenta, de forma resumida, o desenvolvimento que foi feito nas duas áreas essenciais para o aparecimento do DVD, o áudio e o vídeo. • Concorrentes: Assim, no princípio da década de 90, efectuava-se o desenvolvimento de dois tipos de discos ópticos de alta capacidade. Um denominava-se de MultiMedia Compact Disc (MMCD) e era apoiado pela Philips e pela Sony, o outro chamava-se Super Density Disc (SD) e era apoiado pela Toshiba, Time-Warner, Matsushita Electric, Hitachi, Mitsubishi Electric, Pioneer, Thomson e JVC. O presidente da IBM, Lou Gerstner, apresentou uma proposta de forma a juntar os dois sistemas, prevenindo assim a repetição dos custos originários da guerra dos formatos, entre o VHS e o Betamax, que tinha ocorrido nos anos 80. • Entrada no mercado: O resultado da especificação do DVD, foi finalizado para os leitores de DVD’s e DVDROM para aplicações de computador, em Dezembro de 1995. Em Maio de 1997, o DVD Consortium foi substituído pelo DVD Forum, que é aberto a todas as outras companhias (não só à Philips, Sony e Toshiba). Os leitores de DVD e os discos DVD começaram a estar disponíveis no Japão em Novembro de 1996, nos Estados Unidos em Março de 1997, na Europa em 1998, na Austrália e 1999 e na América do Sul em 2002/2003. O primeiro DVD de filme, foi o Twister, lançado em 1996 nos Estados Unidos. Nesse mesmo ano, o preço do leitor de DVD ficou abaixo dos 300 dólares, aproximadamente € 225, e começaram a ser vendidos os primeiros leitores de DVD, pela Wal-Mart. Ainda que no início tenham tido pouca procura em comparação com os vídeos VHS, posteriormente outras lojas seguiram o seu exemplo, fazendo assim com que o DVD se tornasse rapidamente popular nos EUA e, com o passar do tempo, pelo resto do Mundo. Nos dias de hoje, um DVD apresenta um preço muito mais acessível e pode ser A evolução da maneira como a informação foi sendo armazenada, está patente na figura 2, não entrando em conta com o sistema de VHS, um potencial adversário à entrada em cena do DVD. 2 • Vídeo: O vídeo comprimido em MPEG-2 tem um resolução de 720x480 pixels por imagem e uma taxa de 30 imagens por segundo nos países com o formato de transmissão NTSC, ou uma resolução de 720x576 pixels por imagem e uma taxa de 25 imagens por segundo nos países com o formato de transmissão PAL. Os ficheiros MPEG-2 podem ser criados usando o processo de codificação CBR, Constant Bit Rate, ou VBR, Variable Bit Rate. Se é usado o processo de codificação CBR é necessário um débito binário de aproximadamente 6 Mbits por segundo para permitir que o vídeo comprimido seja tão bom como a fonte original CCIR-601. Se for usado o processo de VBR, pode ser usado um débito binário médio de 4 Mbits por segundo para que o vídeo comprimido gerado se pareça tão bom como a fonte original. O vídeo CCIR-601 em componentes passa por uma série de pré filtros e por equipamento de análise espacial e temporal para gerar um sinal de vídeo digital de lata qualidade em componentes. O sinal digital é depois convertido do formato RGB em componentes para o formato Y/Cr/Br em componentes. Cada imagem do vídeo digital é comprimida usando-se o algoritmo DCT, Discreet Cosine Transformation, que remove a informação redundante. De seguida cada imagem é comparada com as imagens anteriores e posteriores para eliminar a informação redundante entre as imagens. Finalmente a informação de vídeo comprimido é formatada para cumprir com o standard do formato MPEG-2. Um fluxo binário MPEG-2, é composto por uma sequência de fatias, imagens e grupos de imagens, GOP Group Of Images. Uma imagem MPEG-2 corresponde à resolução total de uma trama, com duas fatias que correspondem a cada campo de uma trama entrelaçado. Existem três tipos de trama codificados em MPEG-2, uma trama I que contém toda a informação requerida para reconstituir a trama original e as imagens subsequentes dentro do GOP serão tramas P ou B. As tramas P e B são tramas preditivas, o que significa que elas só guardam as mudanças da trama anterior para a posterior. Um GOP é uma sequência de tramas comprimidas que começa com uma imagem que é uma trama I. encontrado à venda em qualquer supermercado ou loja da especialidade. [4] 3. TECNOLOGIA A tecnologia do DVD foi desenvolvida para ser inversamente compatível com a dos CD’s, isto é, um leitor de DVD deve ser capaz de reproduzir CD’s. Este facto constituiu o primeiro desafio tecnológico pois o nível na superfície do disco a que são gravados os CD’s é diferente dos DVD’s; assim como é também possível gravar em várias camadas do DVD, o que requer que o laser tenha a capacidade de ajustar o foco de modo a ler a informação das várias camadas. Esta dificuldade tecnológica foi resolvida com o recurso a diferentes lentes que permitem focar simultaneamente várias distâncias ao mesmo tempo. A compatibilidade inversa também inclui os diferentes tipos de codificação utilizados no passado, como o MPEG utilizado no Vídeo CD. A maior parte da informação armazenada nos DVD-Video é guardada no formato MPEG-2. Estas tecnologias de compressão foram os grandes impulsionadores para o desenvolvimento das capacidades de armazenamento, mantendo uma qualidade superior com elevados factores de compressão. 3.1. MPEG-2 O formato DVD-Video requer que a informação vídeo seja comprimida no formato MPEG-2. Este formato de compressão é usado para reduzir a quantidade de informação armazenado dos elementos vídeo para um nível manejável. A qualidade de vídeo Broadcast ou "CCIR 601" requer aproximadamente 21 Mbytes por segundo de espaço de armazenamento, o que significaria que um disco DVD-5 (4,37Gbytes) poderia guardar apenas 3,7 minutos de vídeo sem compressão. • Sistema: O primeiro nível na organização da norma MPEG-2 é o sistema e tem como objectivo combinar uma ou mais fluxos de áudio e vídeo codificados num único fluxo binário, designado por fluxo MPEG-2. É a este nível que é definida a sintaxe do fluxo, encarregue pelo controlo da temporização, e a multiplexagem e sincronização dos fluxos áudio e vídeo. Existem dois níveis de fluxos, o sistema que contém a informação necessária a desmultiplexagem e temporização dos níveis de compressão, e compressão que inclui os dados codificados que serão entregues aos descodificadores de áudio e vídeo. Existem ainda dois sub-níveis ao nível do sistema, os packs e os packets. Os packs são conjuntos de packets, onde a informação relativa aos vários fluxos elementares, áudio ou vídeo, são organizados juntamente com outras informações que dizem respeito à leitura do fluxo e sua descodificação. Figura 3: Exemplo de uma estrutura de um GOP [3] O formato DVD-Vídeo requer que um fluxo de vídeo digital comprimido em MPEG-2 que não pode incluir mais do que 18 imagens em cada GOP, tamanho máximo do GOP. O formato DVD-Vídeo também requer que a informação vídeo em MPEG-2 seja multiplexada com o áudio, subimagens, imagens paradas e informação de controlo associadas. Quando é usada uma codificação em VBR, o número de bits dedicados ao processo de codificação MPEG varia 3 dependendo do conteúdo do fluxo de vídeo. Se o conteúdo da cena é uma pessoa a falar, com um fundo relativamente estático, são necessários poucos bits para descrever correctamente a cena. Se o conteúdo de vídeo for uma cena com muita acção e movimento, ou uma cena com muitos e pequenos detalhes, é necessário uma maior quantidade de informação para prevenir a introdução de artefactos digitais no ficheiro de vídeo digital comprimido. As técnicas de compressão de vídeo digital estão sujeitas a perdas, Lossy, tanto o MPEG-1 como o MPEG-2 podem criar artefactos digitais durante o processo de compressão. Os artefactos digitais podem ser distorção da cor, degradação da cor, degradação do movimento, aumento do ruído, duplicação de tramas, geração de blocos (efeito de bloco), etc. O artefacto digital mais comum gerado pelo vídeo comprimido em MPEG é o efeito de bloco, este efeito é a presença de blocos padrão de 8x8 pixels no fluxo de vídeo comprimido que não fazem parte do vídeo original, e é causado pelo uso do algoritmo DCT que ópera em blocos de 8x8 pixels. Os artefactos de vídeo digital podem ser eliminados recorrendo a um variado conjunto de técnicas, tais como o aumento do débito binário médio usado na compressão dos conteúdos ou a filtragem do fluxo de vídeo para eliminar o ruído de alta-frequência. • Acesso aleatório: Devido às propriedades do codec MPEG-2, com a organização em tramas I, P e B, para fazer uma visualização normal não há problemas pois a sequência de descodificação segue a lógica temporal. No entanto para fazer um avanço rápido para a frente, o chamado fastforward, o leitor deve ter uma lógica associada de passagem somente pelas tramas I, que não dependem de outros, e assim avançar mais rápido, não por comprimir o tempo mas por passar apenas algumas das imagens da sequencia normal de vídeo. O problema ganha maior proporção quando se tenta fazer o vídeo andar para trás pois neste caso a descodificação segue o percurso contrário ao normal então o leitor terá de efectuar a descodificação de trás para a frente. • Áudio: No que diz respeito ao Áudio o codec utilizado em MPEG-2 é o AAC, Advanced Audio Coding, que é inversamente compatível com o famoso MP3, mas que vem melhorar as suas potencialidades pois comprime mais eficientemente mantendo uma qualidade comparável ao CD-Áudio. O AAC foi desenvolvido pelo grupo MPEG que inclui Dolby, Fraunhofer (FhG), AT&T, Sony e Nokia — empresas que também se envolveram na programação de codificadores de áudio, como MP3 e AC3 (também conhecido como Dolby Digital). O codificador AAC no QuickTime carrega uma nova tecnologia de processamento de sinal do Dolby Laboratories e apresenta codificação de dados a uma taxa de dados variável para o QuickTime. O AAC, assim como o MP3, explora o facto de existirem componentes dos sinais áudio que são imperceptíveis ao ouvido humano e a existência de redundância. No entanto, este novo codec utiliza uma versão modificada da DCT, a MDCT, para processar o sinal de acordo coma sua complexidade, novos padrões de correcção de erros e uma aplicação moderna do algoritmo de Luhn para prevenir amostrar corrompidas. Algumas das vantagens do AAC sobre o codec utilizado no MPEG-1, o MP3, são o facto de a compressão oferecer resultados de alta qualidade em arquivos de menor dimensão, o suporte de múltiplos canais de áudio, até 48 canais de frequência, áudio de alta resolução, amostras com taxas até 96 kHz, eficiência de descodificação aprimorada, exigindo menor poder de processamento na descodificação. Figura 4: Tipos especiais de leitura de DVD [3] O processo de descodificação está representado na figura 4 através de um exemplo. 3.2. Gravação Figura 5: Superfície de um DVD gravado [1] Os dados armazenados em discos ópticos são gravados sob a forma de buracos microscópicos ou marcas, o espaço entre 2 buracos chama-se plano ou espaço, uma imagem exemplificativa desta nomenclatura está apresentada na figura 5. • Informação: Os discos graváveis são feitos de um material desenhado para ser alterado fisicamente quando afectado pelo calor de um laser, criando marcas na sua superfície. À medida que o disco gira, as marcas passam por debaixo do feixe laser e são detectadas consoante a alteração que causam na intensidade do laser. Estas alterações ocorrem a um ritmo elevado, cerca de 300.000 vezes por segundo, e criam uma sequência de intervalos que é interpretada como um sinal digital codificado. Ao contrário do que se possa pensar, os buracos e planos não representam directamente zeros e uns 4 mas sim cadeias binárias de vários comprimentos que não são apenas os dados de informação do disco. • Correcção de erros: Metade da informação guardada serve de suporte à modulação dos dados e cerca de 13% do restante para corrigir erros, derivados de imperfeições do disco, riscos ou sujidade como um cabelo humano que pode cobrir cerca de 150 buracos de um disco. À medida que o disco vai sendo lido, a informação de correcção de erros é separada e verificada de maneira que se houver uma incoerência, os códigos de correcção de erros são utilizados para corrigir a falha. No caso de não conseguir corrigir o erro, uma de duas situações ocorre, ou o leitor passa para a secção seguinte do disco ou envia um sinal de erro e pára a leitura. Figura 6: Comparação entre espaçamento dos buracos em CD's e DVD's [2] • Camadas: Uma das inovações mais interessantes que o DVD trouxe foi a possibilidade de aumentar a capacidade de armazenamento utilizando várias camadas do disco. Utilizando um laser com a capacidade de focar a dois níveis pode-se ler duas camadas do disco, assim para ler a camada de baixo bastaria focar o laser na camada inferior, lendo através da camada superior. Para que tal seja possível, a camada exterior é coberta com um material semi-reflectivo que permite ao laser ler através da camada quando focado nela. Quando um leitor lê um disco, começa da zona interior e move-se em direcção ao exterior seguindo um caminho em espiral, que equivale a cerca de 12 km se fosse esticado em recta. Ao chegar ao fim da primeira camada o laser efectua uma mudança de foco para a camada interior de forma a continuar a leitura de forma suficientemente suave. [2] 3.3. Formatos O nome DVD, disco versátil digital, é de facto muito apropriado às suas características, tal a gama de variantes que emergiram a partir deste formato. Um dos maiores responsáveis por esta propriedade foi a adopção do Universal Data Format, UDF, que é o formato aconselhado para guardar ficheiros e volumes num disco. • Compatibilidade: As normas do DVD não requerem compatibilidade com a tecnologia anterior, os CD’s, compatibilidade inversa, no entanto os fabricantes estão atentos à importância deste facto e desenvolvem técnicas que a permitam. A dificuldade deste problema consiste no facto que os buracos num CD estão a um nível diferente dos DVD’s, como está patente na figura 6. A solução para este problema consiste na utilização de lentes com diferentes focos ou holográficas. Para além disto, os CD’s não reflectem a luz na zona de funcionamento dos lasers de DVD, 635-650 nm, e desta forma é necessário utilizar um segundo laser para funcionar a 780 nm. Por fim, a nível de dados, os sistemas de DVD lêem CD’s nos formatos mais comuns recorrendo a firmware. [1] Figura 7: Família do DVD [1] Os formatos existentes actualmente são o DVD-ROM, DVD-Video, DVD-Audio, DVD-R e DVD-RAM, representados na figura 7. • DVD-ROM: O DVD-ROM é utilizado para armazenamento de dados pois inclui formatos de ficheiros utilizados pelos computadores, desenvolvidos para substituir os CD-ROM’s convencionais num futuro próximo. Tal como nos CD-ROM o método de codificação usado na gravação é o Non-Return to Zero Inverted, NRZI, onde as transições detectadas do buraco para o plano são interpretadas como 1’s binários e a ausência de transições como zeros binários. 5 • Outros formatos: Os outros tipos de formatos não são explorados neste artigo em detalhe pois não se relacionam directamente com o tema proposto. Assim o DVD-Audio é o formato de áudio que tem mais do dobro da fidelidade que um CD normal, devido à sua formatação especialmente dedicada a conteúdo áudio, tais como a possibilidade de áudio multicanal, maiores taxas de amostragem e a possibilidade de mostrar títulos de álbuns e letras de canções. O DVD-R é formatado para receber dados e foi originalmente concebido para criação profissional, porém, na actualidade existem versões para o consumidor em geral muito populares, os utilizadores podem escrever apenas uma vez neste disco. Os DVD-RAM e os DVD-RW têm características semelhantes aos DVD-ROM mas com a possibilidade de serem escritos várias vezes embora recorrendo a técnicas diferentes baseadas em gravação por mudança de fase. [1] O débito associado aos DVD’s é de 26,16 Mbps que é reduzido a metade depois da desmodulação 16/8, resultando numa taxa de 13,08 Mbps. Finalmente, após o ajuste de correcção de erros, estabiliza num taxa de transferência de 11,08 Mbps. • DVD-Video: Quanto ao formato DVD-Video, este é um tipo especializado de DVD-ROM optimizado para a apresentação de áudio e vídeo de alta qualidade. Este formato utiliza as potencialidades de compressão do MPEG2 para permitir 94 minutos de vídeo num DVD standard e mais tempo para discos de maior capacidade. Com base nas especificações UDF o disco comporta várias directorias específicas para os diversos conteúdos, por exemplo, a informação sobre os menus do DVD estão presentes na pasta VIDEO_TS.IFO, enquanto os ficheiros de vídeo, Vídeo Object Block- VOB, estão contidos na pasta VIDEO_TS. São suportados até 10 VOB’s que normalmente correspondem a divisões lógicas do conteúdo a apresentar, tipicamente capítulos de filmes que podem ser acedidos de forma aleatória pelo utilizador devido a estrutura. Outros conteúdos que não são destinados a serem lidos pelos leitores de DVD são gravados depois e são ignorados por estes equipamentos. 3.4. Estrutura física O primeiro passo para aumentar a capacidade dos discos foi diminuir o espaçamento entre os buracos, como ficou claro na figura 6. De seguida, tentou-se aumentar a capacidade utilizando várias camadas para gravar os dados, até um total de 4, duas de cada lado do disco. Os avanços na área da óptica conduziram à evolução dos lasers que tornaram possível esta opção, assim sendo nasceram as várias gamas de capacidades em DVD’s. • A primeira, o DVD de uma única camada, também conhecido por DVD-5, consiste em 2 substratos de policarbonato com 0,6 mm que são unidas de forma a criar um disco com 1,2 mm de espessura, a camada estampada do disco é obtida através de uma camada fina de alumínio que por ser reflectivo permite ao laser detectar o padrão de dados do disco. Este tipo de disco permite uma capacidade 4,7 GB. [2] Figura 9: Camadas de um DVD-5 [2] A figura 9 apresenta de forma esquemática as camadas, faladas anteriormente, de um DVD-5. • Outro tipo de DVD é o DVD-9 que utiliza 2 camadas separadas para armazenar informação, a camada mais próxima do laser é composta por uma cobertura semireflectiva que permite ao laser focar nela e ler também a camada inferior de material mais reflectivo. Neste esquema, a capacidade do DVD aumenta para 8,5 GB. [2] Figura 8: Estrutura dos ficheiros num DVD-Video [2] A estrutura mais detalhada dos ficheiros num DVD-Video é apresentada na figura 8. 6 Figura 10: Camadas de um DVD-9 [2] • O DVD-10 tem à mesma dados em duas camadas mas ao contrário do tipo anterior a informação está gravada nos dois substratos, de tal forma que para ser lido tem que ser fisicamente virado para se ler a face oposta. Por utilizar os dois substratos esta configuração permite uma capacidade de 9,4 GB. [2] Figura 13: Relação entre preço e capacidade de vários suportes [1] 4. COMPARAÇÕES COM OUTRAS TECNOLOGIAS É interessante efectuar comparações com outras tecnologias concorrentes com o DVD, especialmente o CD, e assim perceber melhor quais as vantagens do formato. Assim pode-se dizer que a primeira vantagem é obviamente a capacidade pois nenhum suporte no mercado tem potencial como o DVD para a mesma qualidade. Em termos de segurança e confiança, o DVD leva também vantagem pois apresenta melhores métodos de correcção de erros garantido uma melhor performance. Também ao nível das opções que se podem ter num DVD nenhuma tecnologia consegue ultrapassá-lo, no entanto, o DVD está sujeito a limitações de segurança, tais como os códigos de região, que o tornam menos amigável. Figura 11: Camadas de um DVD-10 [2] Na figura 11 estão patentes as diferenças entre o DVD-9 e o DVD-10, no primeiro o laser lê as duas camadas do mesmo lado enquanto que no segundo o laser incide dos dois lados do DVD. • O último modo, e também o mais complexo e caro de produzir, é o DVD-18 que inclui dados nas duas camadas e a dois níveis diferentes. Esta configuração permite uma capacidade de 17,9 GB mas para se aceder a toda a informação tem que se proceder como com o DVD-10, isto é, é necessário voltar o DVD para aceder às duas camadas da outra face. [2] Figura 12: Camadas de um DVD-18 [2] Pode-se verificar a complexidade envolvida na leitura de um DVD-18 através do esquema apresentado na figura 12. O processo de gravação físico dos DVD’s é muito semelhante ao dos CD’s, no entanto como a quantidade de informação envolvida é bastante superior requer a presença de memórias para assegurar que o fluxo de dados na gravação não seja perturbado, estas memórias são chamadas de buffers. Figura 14: Penetração no Mercado [1] Por outro lado, o mercado de CD’s continua forte e está estabelecido há muitos anos o que não facilitaria a entrada em cena do DVD porém os dados obtidos permitem verificar que esta foi um sucesso enorme. De notar que o DVD apresenta melhor relação capacidade/preço que o CD. [1] É de notar que o DVD apresenta melhor relação capacidade/preço que o CD, isto é, paga-se menos por cada gigabyte em DVD do que num CD, como se pode observar pela figura 13. [2] 7 exigências do filme digital e tridimensional assim como as sempre crescentes exigências de aumento de capacidade dos sistemas informáticos. No entanto, esta nova tecnologia não iria obter o apoio de todos os fabricantes, visto existir uma tecnologia concorrente em desenvolvimento, o Blu-Ray. Tanto uma como a outra se baseiam em discos semelhantes ao DVD mas são gravadas com lasers que trabalham com comprimentos de onda menores, na casa dos 400 nm, daí o nome azul dado ao disco Blu(e)-Ray, isto permite que a quantidade de informação gravada na superfície aumente significativamente, como se pode constatar na tabela da figura seguinte. [5] 5. IMPORTÂNCIA PARA OUTRAS INDÚSTRIAS O desenvolvimento desta tecnologia só foi possível devido ao envolvimento de várias indústrias e tecnologias, desde o campo da óptica ao suporte físico passando pelos fabricantes e organizações internacionais. • A indústria cinematográfica necessita de um suporte capaz de guardar um dia inteiro de filmagem, com uma excelente qualidade de vídeo e com grande qualidade de som, Surround Sound Áudio, este suporte é o DVDVídeo. Ainda por cima facilita a existência de técnicas de segurança e protecção de conteúdos, como por exemplo os códigos de região que asseguram que o produto só pode ser utilizado em determinadas zonas geográficas preservando os acordos estabelecidos com as empresas produtoras e os vendedores. • A indústria informática necessita de uma capacidade cada vez mais elevada devido ao aumento da complexidade das aplicações multimédia que estão constantemente a ser desenvolvidas, o DVD-ROM satisfaz esta necessidade, esta indústria também necessita de novas versões de DVD graváveis e regraváveis para armazenamento de dados e arquivo tais como o DVD-RAM, DVD-R e DVD-RW. Tabela 1: Tabela com tecnologias de futuro [5] A longo prazo, é passível de se admitir que a Internet se irá fundir com a TV por cabo, TV, rádio, telefone, satélites e até revistas e jornais, isto é, a Internet vai dominar o mundo das comunicações. Noticias, filmes, música, publicidade, educação, jogos, transacções bancárias, correio electrónico e a maior parte das formas de informação vão ser distribuídas por esta gigantesca rede de informação sempre que forem precisas e em tempo real, desta forma não será necessário suporte digital para armazená-los pois eles estarão sempre disponíveis para utilizar. Os discos serão apenas necessários para efectuar cópias de segurança ou arquivos, pois não fará sentido comprar ou alugar discos se o conteúdo está disponível à distância de um clic e poderá ser entregue no computador ou TV. No entanto, é legítimo dizer que num futuro próximo a tecnologia DVD e os seus sucessores vão dominar a maneira como se armazena informação quer para computadores ou sistemas de entretenimento. [1] • A indústria do entretenimento necessita de DVD’s para os novos jogos de vídeo com um conteúdo de vídeo melhor e mais realista. Mais uma vez o DVD-ROM satisfaz esta necessidade. No que diz respeito à indústria da música, é necessário um formato com maior qualidade que o CD, bem como um tempo de reprodução maior, a solução ideal passa pelo DVD-Áudio. [1] 7. REFERÊNCIAS [1] G. O. Young, J. Taylor, DVD Demystified, 2nd ed., Ed. New York: McGraw-Hill, 2001, ch. 1-9, 13. [2] L. Purcell, CD-R/DVD: Disc Recording Demystified, Ed. New York: McGraw-Hill, 2000, ch. 1, 2, 4, 7. [3] Pereira, Fernando, Gravação Digital de Vídeo, Comunicação de Áudio e Vídeo, 2007 [4] http://en.wikipedia.org/wiki/DVD [5] http://pt.wikipedia.org/wiki/Hddvd [6] http://pt.wikipedia.org/wiki/DVD Figura 15: Mapa dos códigos de região [3] 6. FUTURO Desde cedo se pensou numa maneira de evoluir a tecnologia DVD para obter maior capacidade, o formato pensado era o HD-DVD, High Density DVD, para conjugar com a tecnologia de HDTV, televisão de alta definição. As novas gerações de DVD’s serão desenvolvidas tendo em conta as 8