I PALESTRAS 2013 - Epagri - Governo do Estado de Santa Catarina
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I PALESTRAS 2013 - Epagri - Governo do Estado de Santa Catarina
ISSN 2175-1889 ANAIS Vol. I – Palestras XIII Enfrute Levando conhecimento e tecnologia para a fruticultura Encontro Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado De 23 a 25/07/2013 Fraiburgo, SC Governo do Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina Exemplares desta publicação poderão ser solicitados a: Epagri / Estação Experimental de Caçador. CP 591. 89500-000 Caçador, SC Fone (049) 3561-2000 e-mail: [email protected] Tiragem: 1000 exemplares Impressão: ArtGrafica Desing & Impressos Editoração: Marcelo Couto e Marise Vieceli Direção de Arte: Diego A.S. de Moraes – ArtGraf A responsabilidade do editor limita-se a adequação dos trabalhos às normas editoriais estabelecidas. A ortografia, a correção gramatical e o conteúdo dos trabalhos aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos autores. ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO, 13, 2013, Fraiburgo, SC. Anais... Caçador: Epagri, vol 1 (palestras), 2013. 138p. Fruticultura; Clima Temperado; Enfrute II Comissão Organizadora Gabriel Berenhauser Leite – Epagri José Luiz Petri – Epagri Marise Vieceli – Epagri Marcelo Couto – Epagri Ilze Chiarello – Uniarp Tadeu Joaquim Borges – Prefeitura Municipal de Fraiburgo III Promoção: Epagri/Estação Experimental de Caçador, Uniarp, Embrapa (Uva e Vinho/Clima Temperado), Prefeitura Municipal de Fraiburgo, Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca. IV SUMÁRIO UNIQUE CHARACTERISTICS OF GENEVA® APPLE ROOTSTOCKS....................... 1 Gennaro Fazio; Herb Aldwinckle; Terence Robinson ............................................................... 1 ORCHARD COVERING WITH HAIL NETS – PAST, PRESENT AND FUTURE ...... 11 Michael Blanke ......................................................................................................................... 11 PRESERVAÇÃO INDUSTRIAL DE MADEIRAS ............................................................ 17 Silvio J. de Lima ....................................................................................................................... 17 SUNBURN OF APPLE FRUIT: TYPES OF DAMAGE AND PROTECTION .............. 23 Jozsef Racsko ........................................................................................................................... 23 A EXPERIÊNCIA COM PODA MECÂNICA E PODA DE RAIZ EM POMARES NOS ESTADOS UNIDOS ............................................................................................................... 27 José Carlos Fachinello; Marcos Antônio Giovanaz;Carolina Goulart2; Mateus da Silveira Pasa .................................................................................................................................................. 27 ESTRATÉGIAS PARA O MONITORAMENTO E CONTROLE DA MOSCA-DASFRUTAS SUL-AMERICANA EM FRUTEIRAS DE CLIMA TEMPERADO ............... 32 Marcos Botton; Ruben Machota Junior; Dori Edson Nava; Cristiano João Arioli; Anderson Dionei Grützmacher ................................................................................................................. 32 O PAPEL DOS BIOLÓGICOS EM CRIAR SOLUÇÕES INTEGRADAS PARA UMA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL...................................................................................... 38 Denise Manker.......................................................................................................................... 38 SYNCRON Y NITROACTIVE: NUEVA OPCIÓN PARA LA INDUCCIÓN DE LA BROTACIÓN DEL MANZANO .......................................................................................... 41 David Bernad Viamonte ........................................................................................................... 41 METODOS EFICIENTES DE RALEO EN DURAZNERO ............................................. 43 Danilo Cabrera, Pablo Rodríguez ............................................................................................. 43 RALEIO QUÍMICO EM AMEIXEIRA .............................................................................. 51 Alexandre Pozzobom Pavanello; Ricardo Antonio Ayub ........................................................ 51 DESTANIZAÇÃO DO CAQUI............................................................................................. 57 Ricardo Alfredo Kluge ............................................................................................................. 57 DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DE MAÇÃS NO MERCADO VAREJISTA BRASILEIRO ......................................................................................................................... 63 Luiz C. Argenta; Marcelo J. Vieira; Walter S.P. Pereira; Francielle de Souza; Andreia M. T. Scolaro; Fabiano Coldebella; Felipe Terra ............................................................................... 63 EXPERIENCES OF WASHINGTON GROWERS IN IMPROVING FRUIT QUALITY .................................................................................................................................................. 76 Eugene M. Kupferman ............................................................................................................. 76 V USING CONSUMER INSIGHTS TO BUILD PROFITABILITY FOR THE APPLE INDUSTRY ............................................................................................................................. 81 Roger Harker ............................................................................................................................ 81 WILLINGNESS-TO-PAY FOR APPLE FRUIT QUALITY FROM CONSUMERS A COMPREHENSIVE APPROACH OF WHY QUALITY IS IMPORTANT ................... 86 Karina Gallardo ........................................................................................................................ 86 WORKING WITH CONSUMERS TO DEFINE APPLE QUALITY .............................. 93 Ann Colonna ............................................................................................................................. 93 CONTROLE DO CRESCIMENTO DA MACIEIRA COM O USO DO VIVIFUL® ..... 98 José Luiz Petri, Fernando José Haverroth ................................................................................ 98 TECNOLOGIAS PARA PRODUÇÃO DE PERAS NO BRASIL................................... 103 Leo Rufato; Alberto Ramos Luz; Bruno Dalazen Machado; Janaína Muniz; Rafael Petineli; Fernanda Grimaldi; Amauri Bogo; Maicon Magro; Mayra Juline Gonçalves; Daiane Correa; Joseane de Souza Hipólito; Aike Anneliese Kretzschmar...................................................... 103 PEQUENAS FRUTAS: ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO ................ 111 Luis Eduardo Corrêa Antunes ................................................................................................ 111 CANCRO EUROPEU – ESTRATÉGIAS DE CONTROLE ........................................... 119 Rosa Maria Valdebenito Sanhueza ......................................................................................... 119 COMPORTAMENTO DE CLONES DE MACIEIRA EM DIFERENTES REGIÕES DO SUL DO BRASIL .......................................................................................................... 127 João Caetano Fioravanço; José Masanori Katsurayama; Marcelo Couto; Ana Beatriz Costa Czermainski; Paulo Ricardo Dias de Oliveira ........................................................................ 127 VI UNIQUE CHARACTERISTICS OF GENEVA® APPLE ROOTSTOCKS Gennaro Fazio1; Herb Aldwinckle2; Terence Robinson3 INTRODUCTION The Geneva® apple rootstock breeding program has been operating since the early 1970’s. It was a unique program in that it had access to vast germplasm resources that later became the USDA ARS apple collection in Geneva, NY (ALDWINCKLE et al., 1976; UTKHEDE, 1986). This genetic diversity allowed for the achievement of one of the project goals: breeding disease resistant apple rootstocks while achieving gains in productivity. A visionary Cornell University plant breeder (Dr. Cummins) and plant pathologist (Dr. Aldwinckle) are the scientists that decades ago pioneered the utilization of wild germplasm to provide the apple industry with dwarfing disease resistant rootstocks (CUMMINS and ALDWINCKLE, 1974). The USDA ARS joined the effort in the late 1990’s to keep the momentum of the breeding program. The ultimate purpose Geneva® of the apple rootstock breeding program matches the ultimate goal of apple growers: to maximize efficient production of high quality apples by grafted apple scions in a commercial orchard setting. Many factors influence fruit yield and quality, but there are a few choices that a grower can make only once in the lifetime of an orchard – the choice of an apple rootstock compatible with a productive orchard system is one of those major decisions that can enhance or shatter the yield potential of an orchard. The expectation of the Geneva® breeding program is to provide better choices and alternatives relative to the currently available population of apple rootstocks. In this article I describe some of my findings and discuss the benefits of utilizing certain Geneva apple rootstocks. THE GENEVA® APPLE ROOTSTOCK BREEDING PROCESS The program owes some of its uniqueness to the multi stage 20-30 year breeding process that starts with a large number of seeds from multiple parents and cross combinations; these are germinated and inoculated with fire blight bacteria (Erwinia amylovora) and crown rot fungus (Phythophthora spp) within the first month after germination. This first inoculation stage generally eliminates 50-80% of the seedlings and the survivors are 1 USDA-Agricultural Research Service, Vegetable Crops Unit, Department of Horticulture, 1575 Linden Dr., University of Wisconsin, Madison, WI 53706 U.S.A.; 2 Department of Plant Pathology. Cornell University, New York State Agricultural Experiment Station, Geneva 14456 ; 3 Department of Horticultural Sciences, Cornell University New York State Agricultural Experiment Station, Geneva, NY 14456. 1 established as single plant stool tree populations. In the second and third stage the focus is on evaluation of propagation properties as well as generating initial evaluation trees that are planted in a replicated orchard experiment to allow for important traits like precocity and dwarfing to be measured. In these orchards data is collected annually for yield, yield efficiency, tree vigor, suckering, nutrient uptake efficiency and response to any other unique stress events (JOHNSON et al., 2001). In stage four and five, rootstocks that have performed well in previous stages are increased in numbers to be able to run highly replicated tests and produce a reliable estimate of how resistant or tolerant a selection is to different biotic and abiotic stresses that these new plants will be faced with in the life of an orchard. These tests could include exposure to extreme soil temperatures, replant soils, multiple strains of fire blight, wooly apple aphids, crown rot, viruses, and graft union strength with multiple scion varieties. During stage six and seven the new selected rootstocks are observed in highly replicated trials with different training systems that match vigor potential and characteristics of each rootstock, the same rootstocks are also distributed to cooperating commercial nurseries to bulk up production and evaluate propagation potential. During stage eight the rootstocks are disseminated throughout the U.S. and the world for cooperator testing through the NC-140 system and a network of international scientists. During stage nine and ten a select few apple rootstocks are increased in production for commercial level tests (large orchards, few rootstocks), intellectual property protection is filed followed by final release of these rootstocks to nurseries and orchard growers. For most Geneva® apple rootstocks released so far this multistage process has taken on average more than 30 years. In Brazil there have been more than a dozen rootstocks in stage 7-9 testing phase including CG.4213, CG.5757, CG.5257, and some that have been already released in the U.S. and other countries around the world like G.969, G.202 and G.210. UNIQUE GENETIC SOURCES When compared to commercial and experimental rootstocks from other breeding programs, most of the Geneva elite and commercial rootstocks stand out from the rest of the apple rootstock germplasm (FAZIO et al., 2011). Currently in the Geneva breeding pipeline, thanks to multiple crosses between elite rootstocks and with wild germplasm, there is a tremendous amount of genetic variation which can be utilized for breeding, selection and characterization of new traits, including disease resistance, vigor, precocity, and productivity. While only a small portion of that variation is visible or experienced in the many different flavors, colors, leaf and branch shapes, and growth habits, the remaining genetic variation is 2 concealed from the naked eye and can only be identified through experiments, conditions and analysis designed to unveil that variation. Such is the case with what was observed in regards to resistance to Rosselinia (although temporary) in some of the Geneva rootstock material, which was not part of the initial disease screen but showed itself once exposed to the Brazilian inoculums. The wide genetic base of the breeding program should allow a prompt (in rootstock terms) response to new challenges and goals. RESISTANCE TO WOOLY APPLE APHIDS (WAA) Wooly apple aphids, are not just a nuisance to production but can have a significant negative effect on fruit production in certain climates (BEERS et al., 2006). Most commercial dwarfing rootstocks including M.9, B.9, M.26, M.7, Ottawa 3 are severely susceptible (BEERS et al., 2010). Resistant apple rootstocks may contribute in the eradication of this pest in the orchard by preventing the overwintering stage that occurs in the soil while the insects feed on root systems, and the escape from aerial pesticide treatments during the growing season. The Geneva® breeding program has been the first to release several dwarfing apple rootstocks (G.41, G.969, G.214, G.210, G.202) that possess a different and more effective type of resistance than the MM.106, MM.111 type. MODIFICATION OF TREE BRANCHING AND ROOT ARCHITECTURE In addition to dwarfing the scion, a number of Geneva rootstocks have shown the ability to: 1. increase the number of feathers in the nursery stage of the tree and 2. flatten the branch angles of grafted scions (FAZIO and ROBINSON, 2008a). The flattening of branches seems to be well correlated with an increase in productivity of these apple rootstocks when compared to others that do not have this trait (FAZIO and ROBINSON, 2008b). How can a rootstock accomplish this? In the past several years we have learned that apple rootstocks have the innate ability to modify the basic physiology of the tree by mudulating the expression of genes in the scion (JENSEN et al., 2010) therefore it is possible that the apple rootstocks are sending a signal that modifies wood properties/growth in the scion and shift resources to fruit production. Another unique trait in several rootstocks in our breeding program is the ability to produce root systems that have more fine roots than thick roots (high fine/thick root ratio) which is heritable (FAZIO et al., 2009b) and might be involved in making this set of apple rootstocks more productive than other commercial counterparts. RESISTANCE TO FIRE BLIGHT 3 Resistance to E. amylovora bacteria which causes fire blight has been a major goal since the inception of the Geneva breeding program (Cummins and Aldwinckle 1974). All released rootstocks today are tolerant or immune to this disease and allow the survival of susceptible scion varieties even under high disease pressure (NORELLI et al., 2002; RUSSO et al., 2007). Breeding with new sources of fire blight resistance continues in Geneva in an effort to prevent new strains from overcoming the resistance genes that have already been deployed (FAZIO et al., 2009a). TOLERANCE TO APPLE REPLANT DISEASE Apple Replant Disease (ARD) is a major problem in the apple production areas of the world as less fumigants are available to sterilize the soil prior to replanting an orchard. Tolerance to ARD is one of the hidden traits that was not on the priority list in the initial stages of the breeding program, but has been discovered in the elite germplasm developed in Geneva. ARD causes stunting of young trees and substantial losses in production over the lifetime of the orchard. It is a complex disease and several causative agents have been implicated in the development of ARD symptoms including Cylindrocarpon destructans, Phytophthora cactorum, Pythium spp., and Rhizoctonia solani (MAZZOLA, 1998; MAZZOLA and MANICI, 2012). Not all orchard sites may be affected by all these pathogens, and some may have only one or two that are a factor. Several studies in many different locations in the U.S. and the world have demonstrated that certain Geneva rootstocks are very tolerant to replant disease when compared to existing commercial stocks (AUVIL et al., 2011; FAZIO et al., 2012; LEINFELDER and MERWIN, 2006; RUMBERGER et al., 2004; ST. LAURENT et al., 2010; YAO et al., 2006). Some of these experiments show that while fumigation was successful in promoting growth for 2-3 years at an otherwise poor site, the rootstock’s inherent genetic tolerance or resistance lasts as long as the orchard, well after the effects of fumigation have vanished. INCREASE IN TREE PRODUCTIVITY Many Geneva® apple rootstocks have been the subject of numerous multi-state and international field trials that have taken place for the past 20 years. While not all of the rootstocks subject of the trials have been top performers with regards to cumulative yield, yield efficiency and survival, several of them have consistently outperformed the standard commercial varieties (M.9 clones, B.9, M.26, M.7, MM.106, B.118, etc.) at many locations (AUTIO et al., 2011a; AUTIO et al., 2011b; AUTIO et al., 2001a; AUTIO et al., 2001b; AUTIO et 4 al., 2005a; AUTIO et al., 2005b; CZYNCZYK et al., 2010; KVIKLYS, 2011; MARINI et al., 2006a; MARINI et al., 2000a; MARINI et al., 2000b; MARINI et al., 2006b; MARINI et al., 2008; ROBINSON and JANICK, 2003; ROBINSON et al., 2006; RUSSO et al., 2007). GENEVA® ROOTSTOCK RELEASES Eleven Geneva® rootstocks have been released in the U.S. of which seven are being supported for further commercial application. While several of these rootstocks may appear in countries other than the U.S. many more genotypes are in the process of being tested and commercialized in these countries. Geneva® 11 is similar in size to B.9 in some trials and similar to M.9T337 in others. It is very precocious, has very high yield efficiency and is reduces bienniality with Honeycrisp. It is fire blight resistant and has good resistance to Phytophthora root rot, but it is not resistant to woolly apple aphids or apple replant disease. G.11 has good layerbed and nursery characteristics and produces high quality nursery trees. It is proving to be an excellent replacement for M.9 in North America and Europe. Geneva® 41 is similar in size to vigorous clones on M.9 such as Nic29 or Pajam 2. It is usually the most efficient dwarf rootstock in our trials and reduces bienniality with Honeycrisp. It has excellent fruit size and induces wide branch angles. It is highly resistant to fire blight and is also resistant to Phytophthora and woolly apple aphids. It has some tolerance of apple replant disease and has good winter hardiness. In the stoolbed, G.41 is a shy rooter and requires specialized rooting techniques including tissue cultured stoolbed mother plants to improve its rooting. It has brittle roots and a brittle graft union similar in strength to M.9 and must be handled with care. Its stellar orchard performance in both eastern and western North America indicate that it will be a good alternative to M.9 in high fire blight prone areas, in replant disease areas and in woolly aphid prone areas. Geneva® 935 is similar in size to M.26 in some trials and similar to the vigorous clones of M.9 in other trials. It is highly precocious has very high yield efficiency. It induces wide branch angles, is highly resistant to fire blight and Phytophthora, and appears to have some tolerance of apple replant disease. It also appears to be very winter hardy, but it is not resistant to woolly apple aphid. Fruit size has been slightly smaller than with M.9. It is an excellent new rootstock for weak growing cultivars like spur-type ‘Delicious’, ‘Honeycrisp’, ‘Sweet Tango’ or ‘NY1’. Geneva® 202 produces a tree slightly larger than M.26. It has high yield efficiency and is precocious. It is resistant to fire blight, Phytophthora, apple replant disease and to woolly apple aphid. It is a useful with weak growing cultivars and as an alternative to M.26 5 in climates that have problems with woolly apple aphid. It has become a popular dwarfing rootstock in New Zealand. Geneva® 214 is similar in size to M.9 in some trials and similar in size to the vigorous clones of M.9 in other trials. Due to the outstanding performance of G. 214 in the trials reported in this article and other trials done in Washington State it was released in 2010. It is slightly less yield efficient than G.41 but has better stoolbed propagation characteristics, which may make it easier to introduce quickly. Geneva® 969 is similar in size to M.26 in some trials and similar to M.7 in others. It is highly yield efficient and was released in 2010 as a free standing semi-dwarf tree for processing orchards. It is resistant to fire blight, Phytophthora, and to woolly apple aphid. It has excellent stoolbed propagation characteristics, which may make it easier to introduce quickly. It performs well in northern climates. It may be an excellent stock for weak growing cultivars in northern climates like Honeycrisp and MN1914 when planted at high densities. Geneva® 890 is similar in size to M.7 or MM.106. It is more yield efficient than either M.7 or MM.106 and was released in 2010 as a free standing semi-dwarf tree for processing orchards. It has excellent stoolbed propagation characteristic and is resistant to fire blight, Phytophthora and woolly apple aphids. CONCLUSIONS Thanks to many years of investment into breeding and evaluation of apple rootstocks the Geneva® breeding program has produced a series of unique apple rootstocks that consistently outperform the current commercial standards in both productivity and disease resistance. While some may be slightly harder to propagate than traditional rootstocks, experienced nurseries have been able to maximize production. Their high field performance has generated an increasing demand in the U.S. markets possibly trending to replace current commercial rootstocks in the next two decades. Acknowledgements We give special thanks to international collaborators and testers of Geneva rootstocks, Todd Holleran and Sarah Bauer of the USDA ARS apple rootstock breeding program. Mention of a trade name, proprietary product or specific equipment does not constitute a guarantee or warranty by USDA and does not imply its approval to the exclusion of other products that may be suitable. 6 REFERENCES Aldwinckle, H.S., R.D. Way, K.G. Livermore, J.L. Preczewski, and S.V. Beer, 1976. Fire blight in the Geneva apple collection. Fruit Varieties Journal 30:42-55. Autio, W., T.L. Robinson, T. Bradshaw, J. Cline, R.M. Crassweller, C.G. Embree, E. Hoover, G. Lang, J. Masabni, M.L. Parker, R. Perry, G.L. Reighard, J. Schupp, and M. Warmund, 2011a. Performance of several dwarfing rootstocks with 'Fuji' and 'McIntosh' as scion cultivars in the 1999 NC-140 dwarf apple rootstock trials. Acta Hort. 903:319-326. Autio, W., T.L. Robinson, J. Cline, R.M. Crassweller, C.G. Embree, E. Hoover, G. Lang, J. Masabni, M.L. Parker, R. Perry, G.L. Reighard, and M. Warmund, 2011b. 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Elucidation of the microbial complex having a causal role in the development of apple replant disease in Washington. Phytopathology 88:930-938. Mazzola, M. and L.M. Manici, 2012. Apple Replant Disease: Role of Microbial Ecology in Cause and Control. Annual Review of Phytopathology, Vol 50 50:45-65. Norelli, J.L., H.S. Aldwinckle, H.T. Holleran, T.L. Robinson, W.C. Johnson, C. Hale, and R. Mitchell, 2002. Resistance of 'Geneva' apple rootstocks to Erwinia amylovora when grown as potted plants and orchard trees. Acta Hort. 590:359-362. Robinson, T. and J. Janick. 2003. Performance of Cornell-Geneva apple rootstocks with 'Liberty' as the scion in NC-140 trials across North America. Robinson, T.L., G. Fazio, H.S. Aldwinckle, S.A. Hoying, and N. Russo, 2006. Field performance of Geneva apple rootstocks in the Eastern USA. Sodininkyste-ir-Darzininkyste 25:181-191. Rumberger, A., S.R. Yao, I.A. Merwin, E.B. Nelson, and J.E. Thies, 2004. Rootstock genotype and orchard replant position rather than soil fumigation or compost amendment determine tree growth and rhizosphere bacterial community composition in an apple replant soil. Plant and Soil 264:247-260. Russo, N.L., T.L. Robinson, G. Fazio, and H.S. Aldwinckle, 2007. Field evaluation of 64 apple rootstocks for orchard performance and fire blight resistance. Hortscience 42:15171525. 9 St. Laurent, A., I.A. Merwin, G. Fazio, J.E. Thies, and M.G. Brown, 2010. Rootstock genotype succession influences apple replant disease and root-zone microbial community composition in an orchard soil. Plant and Soil 337:259-272. Utkhede, R.S., 1986. Invitro screening of the world apple germplasm collection for resistance to phytophthora-cactorum crown rot. Scientia Horticulturae 29:205-210. Yao, S.R., I.A. Merwin, and M.G. Brown, 2006. Root dynamics of apple rootstocks in a replanted orchard. Hortscience 41:1149-1155. 10 ORCHARD COVERING WITH HAIL NETS – PAST, PRESENT AND FUTURE Michael Blanke1 INTRODUCTION – INCREASING INCIDENCE OF HAIL The incidence of hailstorms is on the increase, although a very local occurrence. While one part of an orchard may be affected repeatedly every year by hail or even twice a year, an adjacent plot may remain unaffected over years. Whether associated with climate change or not, hail originates in the cumulonimbus clouds 10 km in the atmosphere (Blanke, 2007a). Hail nets are only one means of hail protection, but the most expensive investment / option (Table 1). Although hail nets can be a very efficient protection against the smaller hail stones of ca. 5 mm (and also protect against birds and sunburn), they do not guarantee 100 % protection: hail stones reaching coin-size can destroy even the most sophisticated hail net. Table 1: Review of hail protection measures including hail nets Measure Application No measure - risk Orchards or locations with very rare hail incidence or low value fruit crop Orchards or locations with rare hail Hail insurance incidence but high value crop Hail planes or Silver iodine from planes or rockets disperse hail (Steiermar [A], Rheinhessen) rockets Hail canons emit Requires reliable, detailed radar of hail clouds; effect disputed; ca. 200 in Europe a shock wave Repeated incidence of hail and high value Hail net fruit crop, Most expensive (€ 1,500/year) Financial investment 100 % financial risk for the farmer €1,500/ha: 10% premium; €15,000 crop value €10-20/ha/year-investment plane € 150,000 4-8 ha coverage Installation: € 50,000-55,000 Installation: € 18,000/ ha - lasts ca. 25 years COMPOSITION OF HAIL NETS Light limitation in all fruit-growing areas along the 50 °N latitude like England, Belgium, The Netherlands, Germany and Poland (Blanke, 2007a) hampers photosynthesis and fruit colouration in contrast to an intense light environment, like Fraiburgo at 27 °S in Brazil, where the shading effect of the hail nets may be beneficial and water conserving. The first generation of black hail nets provided insufficient light transmission (ca. 80 % PAR), which reduced fruit colouration (Solomakhin and Blanke, 2008) in the autumn. a time when the red pigmentation (anthocyanin synthesis) starts in the apple peel (Wang et al., 2011). in the fruitgrowing regions along 50 °N similar to the second generation of coloured hail nets (Table 2). Hail nets in Europe typically comprise two (or three in the Steiermark, Austria) interwoven 1 INRES – Horticultural Science, University of Bonn, D-53121 Bonn, Germany, email [email protected] 11 longitudinal fibres (parallel to the tree row) and a single transverse fibre (perpendicular to the tree row); fibres are HD-PE mono-filaments. In the third generation, an intelligent design, viz, a combination of fewer, thicker, black fibres (> 0.32 mm) and a large portion of translucent crystalline fibres and large mesh size, enable greater light transmission, as well as better strength and durability. Table 2: Generations in hail net research and development in Central Europe Generation Time Features Shortcoming span 1985- Black hail nets: single Light transmisFirst 2004 transverse, double or triple sion low for generation longitudinal fibres 50°N 2005 Coloured (red, green, blue) Ditto plus lack Second to fibres alone or combined with of beneficial generation 2009 white or black fibres colour effect 2010- Grey (black transverse and Fixed support Third 2015 white) or titanium hail nets systems generation with stronger, thicker fibres inflexible and larger mesh size 2013 More flexible support systems Fourth ff such as retractable roofs, /future Whailex, etc generations Light (PAR) transmission 78-80 % 83-89 % 86- 90 % . Fig .1 Microscopy of a) MaBo’s new grey hail net (MaBo) with double interwoven longi- tudinal fibres and a single black transverse fibre (left): Helios’ titanium hail net with double longitudinal interwoven translucent and single, titanium reinforced transverse fibres (right) The ‘new grey hail net’ (Fruit Security, MaBo; BayWa, Germany; Fig. 1a), also with the largest mesh size of 2.9 x 8.8 mm, consisted of two interwoven, translucent and a single transverse black fibre, which also transmitted ca. 85 % PAR. 12 In the ‘titanium hail net’ (Helios Co., Italy; Fig. 1b) uses translucent fibres with a medium mesh size of 2.8 mm x 8.2 mm and UV-stabilizes only the single, white, transverse, fibre with titanium, and transmitted ca. 86 % PAR. The ‘transparent hail net’ (Brändlin Co., Germany; Fig. 2a) combined translucent fibers with the smallest mesh size of 3.0 x 7.0 mm and reinforced only the edges with black longitudinal fibres to achieve a large light transmission of ca. 88 % PAR. Fig.2. Microscopy of Brändlin’s transparent net with interwoven double trans-lucent fibres and single translucent transverse fibre but smallest mesh size (3.3 x 6.8 mm )and b) Zebra net showing alternating strips of crystalline and black net [© Fruit Security, Austria ] The ‘zebra hail net’ (Fruit Security Co., Austria./MaBo; Fig 2b) with the largest mesh size of 3.0 x 8.8 mm consisted of longer (95 cm) patches of white and shorter (30 cm) patches of transversal black fibres (8 %) and transmitted ca. 85 % PAR. Overall, all four hail nets complied with the minimum fibre strength of 0.32 mm recommended by Blanke (2007b) to withstand the weather conditions in Northwest Europe. COLOURED HAIL NETS Coloured hail nets in Europe typically consist, e.g., of red, longitudinal interwoven fibres with a single, black transverse fibre, whereas New Zealand has a different design with all red fibres. Coloured hail nets as the second generation of hail nets (Table 2) with selective wavelengths, chosen deliberately, e.g., in the red light spectrum (660- 730 nm) to enhance colouration of apple fruit failed to do so at 50 °N in Europe (Solomakhin and Blanke, 2010). This was due to an overall 11-16 % less light transmission relative to a 6 % gain, e.g., in the red light spectrum only (Blanke, 2009), while their role as coloured shade nets is still uncertain (Basile, 2012) and a topic of further research. 13 No effect of the hail net (colour) on apple scab has been observed and there is no reason to believe that the colour affects diseases; both mildew and spider mites have occasionally increased in Europe, possibly due to lack of wind under hail nets (Blanke, 2009). IMPROVING DURABILITY OF HAIL NETS The bottleneck in European hail net design is the single transverse fibre, which tears under excessive weight, e.g., with rain on light snow (Blanke, 2007b), leaving tails of hail net in the alleyways behind. The objective of the design of the third generation of hail nets (Table 3) is a compromise between light transmission, durability and longevity using the proven black and white fibres. This results in their grey visual appearance without use of grey fibres. Table 3. Properties of the third generation hail nets including durability in kilo Langley(kLy) Hail net and trade Innovative design Durability [kLy] Durabilty [years] Grey net (MarktgeBlack, transverse and 950 kLy 12-15 meinschaft Bodensee crystalline longtitdinal fibres Transparent net All fibres translucent, smaller 950 – 980 kLy ca. 12 (8 (Brändlin, Germany) mesh size year warr) Titanium net All fibres translucent-transve- 1,250 kLy ca. 20 (Helios, Italy) rse fibre titanium reinforced Zebra net (Fruit Alternating strips of black Crystalline fibre: ca. 15 Security, Austria / and crystalline transverse 600 kLy; black MaBo Germany) fibres fibre: 1,100 kLy The longevity of hail nets depends on the UV stabilization of the individual filaments and is expressed in kilo Langley as dependent on the annual UV radiation in a fruit growing region (Table 4); however, this value is only a rough guideline without physical deterioration. Table 4: Calculation of theoretical hail net longevity based on local UV radiation Langley values Langley value of hail net (provided b y manufacturer) Langley value in a fruit-growing region x Theoretical longevity of a hail net (based on annual UV exposure only) Sample value 800 kLy 100 kLy/year 8 years 14 DESIGN OF A NEW HAIL NET AND PREDICTION OF LIGHT TRANSMISSION Table 5 Estimation of light transmission based on geometric hail net structure for a crystalline hail net of 3.0 x 9.0 mm Crystalline hail net:1 transverse, 2 longitudinal, interwoven filaments of 0.32 mm each Mesh size: 3 x 9 mm = 27 mm2 Single, transverse filament of 0.32 mm Double, longitudinal fibre standard: 0.32 mm x 2 =0.64 mm Light window/aperture (3.0 mm [mesh] – 0.32 mm [filament diameter]) x (9.0 mm - 0.64 [double fibre]) = 22.4 mm2 Geometric light transmission: 22.4 mm2/27.0 mm2 = 82,96 % => 83 % Add 2.5 % for each translucent fibres: 83 % + (3 x 2.5 %) =>90 % light transmission A guideline was developed at the University of Bonn for hail net design to predict the light transmission based on geometric structures and accurate, standardized, in situ measurements, including the light transmission effects of black, white and titanium filaments and any interwoven filaments (Blanke, 2007b). An example is given in Table 5 of a crystalline hail net consisting of a single, translucent, transverse, and two translucent, longitudinal fibres; 2.5 % light transmission is added for each translucent fibre (except for interwoven and for the titanium–reinforced, transverse fibre) (Blanke, 2007b). CONCLUSION All four new types of hail nets with their innovative combination of a large portion (or area) of translucent filaments, few reinforced, black, transverse fibres are a good compromise between large light transmission and durability, as well as an alternative to the present crystalline hail nets with 88 % light transmission, required for successful fruit growing (Middleton and McWaters, 2002), particularly for poorly coloured cultivars such as ‘Elstar Elshof’, ’Jonagold’, ’Gala Mondial‘ and ’Pinova’ (Blanke, 2007b). Research-aided observations will show how the new designs perform under orchard conditions, including adverse conditions from hail and snow in combination with a range of support structures: Climate change research (Blanke and Kunz, 2009) indicated a ca. two weeks earlier harvest at 50 ° N associated with poor colouration; a larger temperature due to global warming increases the water vapour holding potential of the air with possibly more hail. New affordable UV stabilization, particularly for translucent fibres and new support structures, will be the challenge for research and development in the coming years. 15 ACKNOWLEDGEMENT I am grateful for the grant to present this work at the Enfrute congress in Fraiburgo, Brazil. REFERENCES CITED Basile et al. (2012): Photo-selective anti-hail nets affect fruit size and quality in Hayward kiwifruit. Scienita Horticulturae 124, 00-00 (in print). Blanke, M.M. (2007a). Perspectives of Fruit Research and Apple Orchard Management in Germany in a changing climate. WG ’Orchard Systems‘. Proc. Intl. Hort.Congress (IHC) August 2006, Seoul, Korea (J. Palmer, ed.). ISHS Acta Horticulturae 772, 441-447. Blanke, M. M. (2007b). Coloured hail nets- their microstructure as well as light and UV transmission detemine fruit colouration – [Farbige Hagelnetze: Ihre Netzstruktur sowie Lichtund UV-Durchlässigkeit bestimmen die Ausfärbung der Früchte]. Erwerbs-Obstbau (Springer Heidelberg) 49 (4), 127-139. Blanke, M. M. (2009). The structure of coloured hailnets affects light, photosynthesis and apple fruit colouration. Proceedings 1st. ‘Symposium on Horticulture in Europe’ (She), G.R. Dixon (ed.), Feb.2008, Vienna, ISHS Acta Horticulturae 817, 177-186. Blanke ; M.M., A. Kunz, 2009. Auswirkungen des rezenten Klimawandels auf die Phänologie von Kernobst am Standort KleinAltendorf. Erwerbs-Obstbau 51, 101-114. Middleton, S., McWaters, A. (2002). Hail Netting of Apple Orchards - Australian Experience. Compact Fruit Tree 31, 41-55. Solomakhin, A., Blanke, M. M. (2010). The microclimate under coloured hailnets affects leaf and fruit temperature, leaf anatomy, vegetative and reproductive growth as well as fruit colouration in apple. Annals of Applied Biology 156, 121-136. Lin-Wang K., Micheletti D., Palmer J., Volz R., Lozano L., Espley R., Hellens R.P., Chagnè D., Rowan D.D., Troggio M., Iglesias I., Allan A.C. (2011). High temperatures reduces apple fruit colour via modulation of the anthocyanin regulatory complex. Plant, Cell and Environment 34, 1176-1190. 16 PRESERVAÇÃO INDUSTRIAL DE MADEIRAS Silvio J. de Lima1 SAIBA MAIS SOBRE MADEIRA TRATADA COM OSMOSE K33 C – ÓXIDO Madeira tratada significa madeira obtida de florestas cultivadas, portanto, recurso natural renovável de ciclo curto, impregnada em unidades industriais, apresentando alta durabilidade/ economia / segurança / versatilidade/ fácil manutenção e garantia de qualidade. 1. O que é madeira tratada a pressão? É a madeira submetida à impregnação com soluções preservativas, que penetram nas camadas permeáveis da madeira, protegendo-a contra a ação de agentes deterioradores por um longo período. 2. Como é feito o tratamento a pressão? O tratamento é realizado em unidade industrial denominada Usina de Preservação de Madeira – UPM. A UPM é composta por autoclave (cilindro de tratamento), conjunto de moto-bombas, tanques, tubulações e instrumentos de controle de operação. Neste equipamento, a madeira é submetida a um vácuo inicial (retirada do ar e umidade das células da madeira), pressão (introdução do preservativo nas camadas permeáveis) e vácuo final (remoção do excesso de produto das superfícies das peças). 3. Quando a madeira deve ser tratada a pressão? Recomenda-se este tratamento quando a madeira estiver sujeita a situações de agressividade biológica e/ou em situações de responsabilidade estrutural, como por exemplo: em contato com o solo, sujeita fontes de umidade ou situações de fortes intempéries. A madeira tratada a pressão é recomendada em quaisquer situações em que se queira obter maior durabilidade. 1 Montana Química S.A. Rua Ptolomeu, 674 CEP 04762-040 São Paulo – SP – Brasil Tel. (11) 3201-0200 Fax.: (11) 55212137. e-mail:[email protected]. 17 4. Quais são os produtos utilizados no tratamento industrial da madeira? Neste informativo nos referimos ao OSMOSE K33 C – Óxido, um preservativo hidrossolúvel, de ação fungicida e inseticida, classificado quimicamente como Arseniato de Cobre Cromatado (CCA – ÓXIDO). Ele é utilizado com muita segurança nas Usinas de Preservação de Madeiras, dentro de um sistema industrial fechado, em que não há contato direto do homem com o produto. É utilizado após dissolvido em água e, uma vez penetrando nas camadas permeáveis da madeira, seus componentes serão micro-distribuídos, limitando a solubilidade destes uma vez ocorrida a fixação primária. 5. Como e contra quê o produto Osmose K33 C protege a madeira? Os elementos químicos do OSMOSE K33 C distribuem-se nas paredes das células da madeira (“fibras”), dado que todos eles se encontram na forma de óxidos puros. O Cromo promove um processo de ancoragem do Cobre (fungicida) e do Arsênio (inseticida) com os elementos celulósicos da madeira. A partir deste processo, a madeira fica imunizada contra a ação de fungos (apodrecimento) e insetos (brocas e cupins). 6. A madeira tratada a pressão é prejudicial ao ambiente? Não, ao contrário: é madeira cultivada em reflorestamentos, isto é, de curto ciclo de crescimento; produtos de madeira preservada duram mais, reduzindo drasticamente a pressão da demanda sobre florestas nativas; o preservativo Osmose K33 C, por ser oxido, tem uma melhor fixação na madeira em relação aos produtos salinos, portanto mais seguro ao meio ambiente; produtos de madeira preservada são mais confiáveis e duráveis que produtos alternativos que consomem muito mais energia no seu processo produtivo. 7. A madeira tratada a pressão causa algum dano à saúde humana? A madeira tratada a pressão com Osmose K33 C – Óxido não exala odores ou vapores. E por ser formulado somente com compostos óxidos, com alto grau de pureza, reage e fixa-se à estrutura celular da madeira, formando compostos praticamente insolúveis. Além disso, não 18 deixa resíduos superficiais na madeira, mantém inalterada a sua condutividade elétrica e a combustibilidade e não aumenta a corrosividade dos metais quando em contato com a mesma. 8. Há limitações de uso da madeira tratada a pressão? A madeira tratada a pressão não deve ser utilizada: Em situações em que a madeira possa contaminar ou tornar-se componente de alimento humano ou animal, como: recipientes ou silos, tábuas de bater carne, pilões para tempero ou grãos e demais situações semelhantes, assim como em partes de colmeias que possam vir a ter contato com o mel; Em situações em que a madeira possa vir a ter contato direto ou indireto com a água potável pública, exceção a casos de contatos incidentais, como pontes e docas e, neste caso recomendamos o contato com o departamento técnico da Montana Química. 9. Há limitações de uso da madeira tratada a pressão em suportes de culturas vegetais ou projetos de jardinagem? Não. A madeira tratada a pressão com o produto Osmose K33 C é o material perfeito para estacas de plantação de tomates, uvas, maracujá, laranjas, bandejas de cultura de flores, floreiras, móveis de jardins etc. 10. Madeiras tratadas a pressão oferecem algum risco quando utilizada como equipamento de playground, decks de lazer, colunas ou painéis de paredes residenciais, ou qualquer outra situação em que possa ocorrer o contato direto com seres humanos? Não existem restrições de natureza técnica ou legal no Brasil que restrinjam a utilização da madeira tratada para tais finalidades. Não há comprovação de danos à saúde humana quando utilizada em qualquer das situações mencionadas. Na verdade, considerando o valor estético, a durabilidade e versatilidade, o baixo custo e a segurança, a utilização da madeira tratada com Osmose K33 C é recomendada nessas situações. Como medida de precaução, recomendamos a aplicação de um acabamento de superfícies como o OSMOCOLOR Stain, principalmente, quando a madeira tratada estiver sujeita ao contato direto e freqüente com pessoas e animais domésticos. 19 11. Qual a melhor forma de utilizar a madeira tratada à pressão? O primeiro passo é a definição da situação de uso da madeira. Para cada situação existe uma retenção (quantidade de preservativo por volume de madeira), que assegura a eficácia do tratamento. Exemplo: Categoria de Uso 1 2 3 Condições de Uso Interior de construções, fora de contato com o solo, fundações ou alvenaria, protegida de intempéries e de fontes internas de umidade. Interior de construções, em contato com alvenaria, sem contato com o solo ou fundações, protegida de intempéries e de fontes internas de umidade. Interior de construções, fora de contato com o solo e continuamente protegida de intempéries, que pode ocasionalmente ser exposta a fontes de umidade. 4 Uso exterior, fora de contato com o solo e sujeita a intempéries. 5 Em contato com o solo, água doce ou outras situações favoráveis à deterioração, como engaste em concreto e alvenaria. 6 Exposição à água salgada ou salobra. Retenção Mínima Kg i.a./m3 (Madeira Tratável) Aplicação 4,0 6,51 Carretéis Janelas / Móveis Internos / Portas / Embalagens 4,0 6,51 Batentes / Assoalhos / Guarda – Corpos / Montantes/ Subcoberturas de Telhado 4,0 6,51 Corrimãos / Lambris / Vigas / Soleiras/ Colunas 4,0 6,51 6,5 9,6 9,6 6,5 – 9,61 24,02 40,0 Cercas / Batentes / Telhas / Shingles / Tabeiras / Cumeeiras / Caibros / Terças / Tesouras / Móveis Externos / Fechamentos / Cruzetas3 para Postes/ Carrocerias de Caminhões / Tampas Laterais e Assoalhos para Semi-Reboques / Assoalhos para Ônibus e Vagões Ferroviários Mourões Postes Dormentes3 Pérgolas / Playgrounds/ Torres de Resfriamento / Estacas / Escadas / Fundaç Colunas / Defensas/ Pontes / Passarelas Fonte: Tabela de Classe de risco da NBR-7190 (Texto em revisão). 1 Componentes estruturais de difícil manutenção, reparo ou substituição, e críticos para o desempenho e segurança do sistema construtivo. 2 Quando da aplicação do duplo tratamento com creosoto, consultar o Depto. Técnico da Montana Química. 3 Cruzetas e dormentes: admite-se a utilização de madeiras nativas com cerne de alta resistência natural, sem limitação de alburno, desde que este apresente penetração total. 20 12. A madeira tratada a pressão pode receber acabamento posterior? A madeira tratada com o produto hidrossolúvel (base água) Osmose K33 C pode receber qualquer tipo de acabamento posterior. O acabamento ideal é proporcionado por produtos penetrantes, não-formadores de filmes ou películas, e que também apresentam características hidrorrepelentes (repelentes à água ou umidade). O produto ideal para tais aplicações é o OSMOCOLOR Stain pois, além de apresentar todas essas características, oferece a possibilidade de acabamento em cores semitransparentes (que imitam madeiras nobres) e cores sólidas, além de filtro solar. 13. É necessário seguir alguma recomendação especial no manuseio ou trabalho com a madeira tratada a pressão? Após o tratamento preservativo, recomenda-se que a madeira tratada com Osmose K33 C seja comercializada somente depois de ocorrida a fixação primária, cuja demora ocorre em função da temperatura ambiente. A 10oC, essa fixação demora 13 dias; a 25oC, demora 3 dias (72 horas) e a 90°C demora 2 horas (120 minutos). Quando esta madeira for trabalhada, serrada, lixada ou entalhada, o uso de máscara contra pó torna-se necessário, para evitar a inalação frequente e prolongada da serragem. Tais serviços devem ser executados em locais externos, arejados e sem acúmulo de poeira. Preferencialmente, qualquer corte, entalhe, furo, etc. deverá ser realizado antes do tratamento. 14. Qual o procedimento para destinação final de sobras e resíduos da madeira tratada? O procedimento ideal para a destinação final adequada é enviar os resíduos da madeira para um aterro industrial controlado, que esteja devidamente registrado pelo Órgão Ambiental local, de acordo com a legislação ambiental municipal e estadual vigente. Sobras e resíduos da madeira tratada não podem ser reutilizados na fabricação de produtos destinados à queima como carvão ou briquetes. Também não podem ser utilizados como combustível em fogões, lareiras, churrasqueiras ou para qualquer tipo de queima a céu aberto, porque podem produzir gases tóxicos. Os resíduos de madeira tratada também não devem ser utilizados em contato com alimentos, água potável e cama para animais. 21 OBTENHA O MELHOR RESULTADO Controle de qualidade: As retenções de ingredientes ativos da madeira tratada com Osmose K33 C devem atender aos padrões de especificação AWPA, AS e ABNT através das NBR’s 8456, 7511, 9480 e 7190. Osmose K33® C é produzido atendendo ao standard P5 da AWPA – American Wood Protection Association. Para maiores informações, solicite a FISPQ – Ficha de Informação de Segurança da Madeira Tratada a vácuo-pressão com CCA. 22 SUNBURN OF APPLE FRUIT: TYPES OF DAMAGE AND PROTECTION Jozsef Racsko1 INTRODUCTION Sunburn is a physiological disorder of apples and other fruit species caused by excess solar radiation. Damage occurs in practically all growing regions of the world, causing severe crop loss every year. Losses due to sunburn average 5-10 % in apples, similar damage ratio has been observed in Brazil. Fuji is susceptible for sunburn damage, while Gala suffers from damage less. Besides the primary external damage caused by pre-harvest exposure to elevated solar radiation, sunburn can severely decrease fruit finish and quality, and thus market value. Beyond sunburn symptoms, affected fruit usually show other skin disorders, such as lenticel marking, and sunburn may predispose affected fruit to develop postharvest physiological disorders such as ‘Fuji’ stain, sunburn scald in ‘Granny Smith’ or internal browning. Also, various pathogens may gain entrance into the fruit through the affected area. Most of these disorders make fruit unmarketable. Sunburn affects apple fruit at many levels; it causes structural and morphological changes, alters pigment composition, influences adaptive mechanisms, impairs photosynthesis, and consequently decreases fruit quality. Quality loss significantly affects postharvest behavior, marketing and consumer acceptance of fruit. Internal fruit quality (e.g., firmness, soluble solids concentration, and titratable acidity) is affected by sunburn, and changes in these traits continue during cold storage. TYPES OF SUNBURN Based on the environmental conditions causing the damage, three different types of sunburn can be distinguished; sunburn browning, sunburn necrosis and photooxidative sunburn. Sunburn browning is the most common type of sunburn occurring on sun-exposed apples (i.e., fruit acclimated to high light) in the field. It results in a yellow, brown, bronze or dark tan spot on the sun-exposed side of the fruit. Sunburn browning is induced under high solar radiation when the apple fruit surface temperature reaches a certain minimum temperature. This threshold or minimum fruit surface temperature varies with cultivar. For instance, ‘Fuji’, ‘Honeycrisp’ have lower threshold temperature and ‘Gala’, ‘Pink Lady’ have higher threshold temperature. 1 Valent BioSciences Corp., Libertyville, IL 60048 USA. 23 In addition to a certain threshold temperature of the peel, sunlight is required for sunburn browning. Radiation from the UV-B range of the spectrum is thought to be essential. Sunburn necrosis causes dark brown or black necrotic spot on the exposed fruit surface. Sunburn necrosis occurs when the apple fruit surface temperature reaches 52±1 ºC for at least 10 minutes. Sunlight is not directly involved in the induction process; rather sunburn necrosis results from the high fruit surface temperature that causes thermal death. A dark brown or black necrotic spot appears on the exposed fruit surface within 1 to 4 days after exposure to such temperatures and cells in the necrotic spot often collapse. Damage may occur from a few millimeters to several centimeters deep in the flesh tissue underneath the exposed fruit surface. Sunburn necrosis can damage the apple epidermis so seriously that later invasive pathogens may gain entry through the affected area. The third type is photooxidative sunburn, which is characterized by symptoms of white spot that appears on previously shade-grown (non-acclimated) apples that are suddenly exposed to full sunlight. These apples are not acclimated to high sunlight; they have been covered by leaves or other fruits within a cluster or even located inside the canopy. Sudden exposure can occur after hand thinning or selective picking, after shifting of a branch as fruit load increases, after summer pruning, or even after leaving harvested apples uncovered in the bins after harvest or during transit to the packing shed. This type of damage is caused by excess exposure to visible light, temperature is not a primary factor in symptom formation. With continued exposure to full sunlight, the center of the photobleached area often turns brown and cells become necrotic. PROTECTION FROM SUNBURN There are methods with various modes of action to control sunburn; 1.) climate ameliorating techniques, and 2.) sunburn suppressants, are available to growers to decrease sunburn under field conditions. Climate-ameliorating techniques involve technology interventions that aim to reduce adverse effects of excess solar radiation by changing the microclimate surrounding the fruit. Changes that cause a reduction in temperature and/or incident sunlight should help decrease sunburn. One of the climate ameliorating techniques is evaporative cooling, which involves overhead application of water to the trees in order to reduce heat stress. The ameliorative effect of evaporative cooling manifests primarily in the reduction of fruit surface temperature through the evaporation of water from the fruit surface due to its high evaporative heat demand. Although evaporative cooling is highly effective in lowering fruit surface temperature of apples, it does not reduce damaging UV radiation; 24 therefore sunburn browning does occur even when using evaporative cooling. The fruit surface temperature cooling effects are proportional to the length of operation of the irrigation system. Better color development, i.e., higher anthocyanin content of the peel, was reported for red cultivars under overhead evaporative cooling. Besides its apparent benefits in many cultivars for sunburn control and fruit color improvement, evaporative cooling systems have a high cost of installation, a high water requirement, and must be checked and maintained daily. Failure of the evaporative cooling system for just one day may result in substantial loss due to sunburn if the fruit surface temperature reaches the threshold temperature for sunburn browning. Also, the quality of irrigation water is critical; calcium and magnesium carbonates deposited on fruit surfaces cause not only unattractive appearance of the fruit but they cannot be easily removed on the packing line. Another kind of protection through climate amelioration is the use of shade nets. High-density polyethylene (HDPE) nets over the tree canopy for shading purposes reduces incident sunlight on the fruit surface and fruit surface temperature via a reduction of the transmission of direct solar radiation through the net; this decreases sunburn injury. Netting has been used in different ways; most commonly, the net is draped over the canopy of the whole block of trees or over a simple frame to form a tunnel along each row. Another method includes stretching nets around individual trees. The color and density of the net significantly affect the effectiveness of this technique to control sunburn. Due to optical properties of the nets and specific needs of different apple cultivars for light quality for color development, it is recommended that black shade nets for single-colored green or bi-colored apple cultivars with good coloration or those otherwise susceptible to sunburn. Crystal or gray nets appeared to be suitable for apple-growing regions with sunlight deficiency and without risk of sunburn. It has been reported that fruit surface temperature of apples under shade net was 5-10 ºC cooler on days with maximum air temperatures of 34-37 ºC. Materials that are sprayed on the fruit to suppress sunburn in apple are called suppressants. At least two classes of suppressants exist. There are white particle films that, by definition, are physical inorganic blockers that block, reflect and scatter solar radiation. A different class of sunburn suppressant is a sunscreen by definition, as it contains organic chemical absorbing agents to further reduce the intensity of high-energy UV radiation by absorption, in addition to physical inorganic constituents. The particle films are white and composed of either kaolin clay (hydrated aluminum silicate), calcium carbonate, or talc (hydrated magnesium silicate). By definition, they are physical inorganic blockers that block, reflect, and scatter solar radiation. They provide a white, highly reflective cover on the fruit 25 surface that increases reflection of solar radiation, a key aspect of reducing sunburn incidence in apples. As the binding of these products on the cuticle is weak, reapplication is necessary after rainfall to maintain consistent coverage on the fruit surface. A major drawback of using particle films on apples is the difficulty of completely removing the white residues from the stem-end and calyx areas of the fruit at harvest, especially with kaolin-based and also some calcium carbonate-based products. Besides particle films, sunscreen is available as sunburn suppressant for commercial use. The concept of sunscreen is to augment the natural waxes in the cuticle and pigments in the upper epidermis of the apple fruit, which attenuate only a part of the damaging ultraviolet rays and heat-producing infrared radiation, and enhance the optical properties of the natural wax layer. Reflective inorganic compounds were added to the wax emulsion to reduce the heat load on the fruit, and thus reduce the incidence of temperature-dependent types (i.e., sunburn browning and sunburn necrosis) of sunburn. This sunscreen transmits some ultraviolet and most visible solar radiation, which are both required for color formation. In contrast to particle film technology, this formulation provides a clean, rain-fast film on apples that is not washed off by rain or overhead irrigation, and does not require specific washing/brushing technology on the packing line to remove residue. It can be effectively combined with evaporative cooling for better sunburn control due to a synergistic combination of two modes of action; the wax emulsion protects the fruit from the harmful UV-B radiation while evaporative cooling reduces fruit surface temperature. 26 A EXPERIÊNCIA COM PODA MECÂNICA E PODA DE RAIZ EM POMARES NOS ESTADOS UNIDOS José Carlos Fachinello1; Marcos Antônio Giovanaz2;Carolina Goulart2; Mateus da Silveira Pasa2 INTRODUÇÃO A falta de mão de obra no campo e o seu elevado custo estão forçando a mecanização de muitas atividades nos pomares, desde o preparo do solo até a colheita. A produção de frutas é uma das atividades agrícolas em que se necessita de grande quantidade de mão de obra, geralmente especializada, para auxiliar nas práticas culturais de poda, raleio e colheita. Com o objetivo de atingir o retorno do investimento em curto prazo e obter economia de trabalho, uma das alternativas utilizada pelos produtores é o aumento da densidade de plantio. O aumento de plantas por área proporciona precocidade de produção, redução dos custos de mão de obra, principalmente na poda e raleio (Maas, 2008), além de permitir a mecanização das atividades de manejo do pomar. Nesse contexto, a mecanização da fruticultura se torna um ponto chave na produção frutícola para que os produtores possam planejar investimentos e maximizar os resultados do pomar. O trabalho conjunto de empresas privadas e entidades publicas estão desenvolvendo e testando equipamentos que possam auxiliar o produtor a suprir a falta de mão de obra, reduzir o custo de produção sem interferir na qualidade das frutas. Durante a safra de frutas de 2012, no Estado de Nova York, USA, acompanhou-se a utilização de equipamentos para realização da poda de verão e poda de raiz de plantas com o objetivo de reduzir ou eliminar a poda de inverno, melhorar a exposição das frutas ao sol, suprir a falta de mão de obra e reduzir o vigor de plantas de macieiras e pereiras. PODA MECANIZADA Em fruticultura a poda é utilizada com o objetivo de regularizar a produção e melhorar a qualidade das frutas (Fachinello, et al 2008). De acordo com Webster (2005), a maioria dos modernos sistemas de poda tem por objetivo adaptar as plantas a sistemas de alta densidade de plantio, sendo direcionados a superar a tendência natural de crescimento acrotônico apresentada pela macieira e pereira. A mecanização da poda é uma estratégia que vem sendo adotada na fruticultura mundial através de equipamentos mecânicos, pneumáticos, mistos, autopropelidos ou 1 2 Prof. Titular da FAEM/UFPEL, Pelotas, RS, Brasil. E-mail para contato: [email protected]; Engenheiro Agrônomo, Pós-Graduando da FAEM/UFPEL, Pelotas, RS, Brasil; 27 tracionados, podendo ser realizada tanto do período de dormência quanto no período vegetativo (verão). Para obter sucesso com a mecanização da poda, é necessário que os pomares sejam implantados para tal. Atualmente nos EUA, para as culturas da macieira e pereira, esta sendo adotado o sistema de condução em Eixo Alto (Tall Spindle) com plantas enxertadas sobre portaenxertos ananizantes. Neste sistema de alta densidade, ocorre a formação de um muro frutal, o qual possibilita a realização da poda mecanizada, resultando em uma poda semelhante para todas as plantas, não havendo prejuízo na produtividade. Trabalhos desenvolvidos por ROBINSON et al. (2012), demonstraram que o uso de barras de corte para poda de verão em macieiras conduzidas no sistema de Tall Spindle melhoram a distribuição de luz na copa e a qualidade dos frutos e que a poda de inverno com plataformas aumentou a eficiência do trabalho de 25-40 %. Há vários anos as plataformas auxiliam para a realização da poda de inverno, no entanto, nos EUA houve uma intensificação do uso com a implantação de pomares no sistema de Tall Spindle. Em sua utilização destaca-se como principal vantagem a economia de tempo, visto que melhora o posicionamento do trabalhador, não necessita mais transportar escada e nem mesmo subir e descer para realizar a tarefa. Além disso, há duas outras vantagens de se utilizar uma plataforma: estimular a mesma velocidade de trabalho de uma equipe inteira, e o esforço físico humano é reduzido (se bem gerido). Isso permitiu que grupos de trabalho em que haviam pessoas que não podiam subir e descer a escada várias vezes durante o dia, podem agora ser capazes de realizar esse trabalho (Sazo e Robinson, 2013). A poda verde, também conhecida como poda de verão (summer pruning), está sendo adotada para macieiras conduzidas nos plantios adensados e adaptados para tal. Esta prática iniciou na década passada com pesquisadores da França, os quais realizavam a poda no período de verão com o objetivo de desenvolver uma parede de frutificação ‘Le Mur Fritie’. Com base nos bons resultados encontrados pelos pesquisadores franceses, em 2011 e 2012 pesquisadores dos EUA iniciaram diversos experimentos no Estado de Nova Iorque com o intuito de estudar os benefícios da poda mecanizada de verão em pomares conduzidos no sistema de Tall Spindle. O principal objetivo da poda de verão mecanizada é ter uma parede de frutificação estreita, com boa distribuição de luz, mas não criar uma resposta ao vigor das árvores e reduzir os custos de poda em 2/3. A resposta ideal para o corte mecânico de verão é gerar um novo crescimento em ramos curtos (3-8 cm de comprimento) com um botão floral terminal, em vez de um broto vegetativo. O momento correto de poda mecânica de verão é fundamental para a iniciação máxima da formação do botão floral durante no inicio do verão, 28 para uma boa formação de uma parede de frutificação efetiva e produtiva (Sazo e Robinson, 2013). Para realização desta poda é utilizado uma barra formada por dentes ou discos, posicionada na frente do trator e acionada pelo sistema hidráulico. O sistema permite fazer a poda vertical e do ápice, aproximando ou afastando do tronco conforme a necessidade ou idade das plantas, possibilitando uma aproximação de até 12 cm da base do tronco. PODA DE RAÍZES A poda de raízes é uma técnica mecânica de controle do crescimento vegetativo que tem sido utilizada principalmente em pomares de macieira e pereiras em alta densidade. Esta técnica consiste na redução da área radicular das plantas através da poda, reduzindo o fluxo de nutrientes, água e hormônios para a parte superior da planta e, assim, limitando seu crescimento. O momento e intensidade da poda de raízes devem ser adequados em função de vários fatores, como clima, cultivar, produção no ano anterior, estado nutricional do pomar, disponibilidade de água, tipo de equipamento, profundidade em que é realizado, entre outros. De maneira geral, não se recomenda a realização da poda de raízes muito próximo a floração, devido ao alto estresse causado, podendo resultar em baixa fixação e queda de frutas (Vercammen et al., 2005). Porém, naquelas cultivares em que o fruit set é elevado, a queda de frutas pode ser desejável para redução na necessidade de raleio, aliado à redução no crescimento vegetativo. O mesmo raciocínio pode ser utilizado com relação intensidade (distância do tronco, profundidade e “lados” da linha de plantio a serem podados). Além disso, devido a limitação do sistema radicular, ocorre redução na absorção de água após a realização da poda de raízes, a qual foi observada por Mass (2007) em pereiras ‘Conference’ e macieiras ‘Melrose’ (Schupp e Ferree, 1990) e nutrientes. Devido a esses efeitos, é recomendado que pomares submetidos a poda de raízes tenham irrigação disponível (Maas, 2007) aliada a uma adequada fertilização (Vercammen et al., 2005). Em pereiras, Asín et al. (2007) constataram redução no crescimento vegetativo, número de ramos, e incremento de 57% no retorno da floração, em pereiras cv. Blanquilla submetidas à poda de raízes (40cm do tronco, em ambos os lados e a uma profundidade de 40cm) durante três anos. Da mesma forma, Vercammen et al. (2005), constataram 44% de redução no crescimento vegetativo e maior número de gemas florais pereira ‘Conference’, conduzindo as plantas a produções regulares. Em macieiras ‘Golden Delicious’, a poda de raízes (50cm a partir do tronco, ambos os lados e 45cm de profundidade) reduziu o diâmetro de tronco e comprimento de ramos, com 29 leve influência negativa sobre a produtividade e tamanho de frutas (Ferree e Knee, 1997). A redução da produtividade e tamanho das frutas pode ser explicada pela redução na capacidade fotossintética de plantas submetidas a poda de raízes, principalmente no ano de realização de realização desta prática. Khan et al. (1998) observaram redução média de 28% no número de folhas em várias cultivares de maçã no ano de realização da poda de raízes (20cm do tronco, ambos os lados e 30cm de profundidade), prejudicando o fornecimento de fotoassimilados para suportar a fixação e crescimento das frutas. Porém, no segundo ano após a realização da poda de raízes, esses autores observaram incremento de até 98% no número de esporões florais. A poda de raízes também atua na redução da alternância de produção e aumento do retorno da floração, os quais foram observados em macieiras ‘Jonathan’ (Ferree, 1992) e, ‘Empire’ e ‘McIntosh’ (Elfving et al, 1996), respectivamente. CONSIDERAÇÕES FINAIS A poda mecânica requer que os pomares estejam planejados para o seu uso e necessita de complementação manual quando os ramos laterais atingirem o diâmetro de 1/3 do líder. A poda de verão quando realizada no inicio da estação (novembro) possibilita que os ramos despontados rebrotem e emitam novos brotos com gemas floríferas nas extremidades. Se for realizada mais tarde pode ocasionar uma queda elevada de frutas. A poda de raízes nem sempre traz uma resposta imediata, pois depende de vários fatores. De pendendo das condições climáticas e do vigor das plantas a mesma pode ser repetida mais que uma vez no ano. Se realizada em períodos de estresse hídrico, os danos sobre o desenvolvimento dos frutos e o desenvolvimento geral das plantas serão importantes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASÍN, L.; ALEGRE, S.; MONTSERRAT, R. Effect of paclobutrazol, prohexadione-Ca, deficit irrigation, summer pruning and root pruning on shoot growth, yield, and return bloom, in a ‘Blanquilla’ pear orchard. Scientia Horticulturae, v. 113, p.142-148, 2007. BLANK, M.M. Managing open field production of perennial horticultural crops with technological innovations. Acta. Hort., v.916, p.121-128, 2011. ELFVING, D.C.; SCHECHTER, I.; BOM. M. Effects of root pruning and benzyladenine application on tree growth and fruit size in ‘Empire’ and ‘McIntosh’ apple. Journal of Tree Fruit Production, v.1, p.1-13, 1996. 30 FERREE, D.C. Time of root pruning influences vegetative growth, fruit size, biennial bearing, and yield of ‘Jonathan’ apple. Journal of the American Society for Horticultural Science, v.117, p.198-202, 1992. FERRE, D.C.; KNEE, M. Influence of root pruning and rootstock on growth and performance of ‘Goden Delicious’ apple. HortScience, v.32, p.645-648, 1997. KHAN, Z.U.; MCNEIL, D.L.; SAMAD, A. Root pruning reduces vegetative and reproductive growth of apple trees growing under ultra-high density planting system. Scientia Horticulturae, v. 77, p.165-176, 1998. MAAS, F. Dynamics of fruit growth in ‘Conference’ pear as affected by root pruning, irrigation and climatic conditions. Acta Horticulturae, v.732, p.555-563, 2007. MAAS, F. Evaluation of Pyrus and Quince Rootstocks for High Density Pear Orchards. Acta Horticulturae, v.800, p.599-609, 2008. FACHINELLO, J. C.; NACHTIGAL, J. C.; KERSTEN, E. Fruticultura - fundamentos e práticas. Pelotas, RS: EMBRAPA, 2008, 178p. ROBINSON, T. L.; HOYING, S. A.; MIRANDA-SAZO, M.; DOMINGUEZ, L. I.; FACHINELLO, J. C. Yield, Fruit Quality and Mechanization of The Tall Spindle Apple Production System. In: X International Symposium on Integrating Canopy, Rootstock and Environmental Physiology in Orchard Systems. Stellenbosch (South Africa). 2012. http://www.ishs.org/symposium/216 SAZO, M.M.; ROBINSON, T,L. Recent Advances of Mechanization for the Tall SpindleOrchard System in New York State – Part 1. New York Fruit Quarterly, spring 2013 SCHUPP, J.R.; FERRE, D.C. influence of time of root pruning on growth, mineral nutrition, net photosynthesis and transpiration of young apple trees. Scientia Horticulturae, v.42, p.299-306, 1990. VERCAMMEN, J.; VAN DAELE, G.; GOMAND, A. Root pruning: a valuable alternative to reduce the growth of ‘Conference’. Acta Horticulturae, v.671, p.533-537, 2005. WEBSTER, A. D. Shoot growth. In: Fundamentals of temperate zone tree fruit production.Backhuys Publishers. Leiden, The Netherlands, 2005. p. 120-135. 31 ESTRATÉGIAS PARA O MONITORAMENTO E CONTROLE DA MOSCA-DASFRUTAS SUL-AMERICANA EM FRUTEIRAS DE CLIMA TEMPERADO Marcos Botton1; Ruben Machota Junior2; Dori Edson Nava3; Cristiano João Arioli4; Anderson Dionei Grützmacher5 INTRODUÇÃO A Região Sul do Brasil é a principal produtora de frutas de clima temperado com destaque para as culturas da macieira, pessegueiro e videira que em conjunto ocupam uma área de 115,6 mil ha (IBGE, 2011). A fruticultura de clima temperado tem sofrido grandes prejuízos devido ao ataque de insetos praga com destaque para a mosca-das-frutas sulamericana Anastrepha fraterculus (Wied., 1830) (Diptera: Tephritidae), principal espécie de importância econômica que ocorre nos pomares da região Sul do País (NAVA; BOTTON, 2010). O controle racional e eficiente da mosca-das-frutas sul-americana tem como prérequisito o conhecimento do momento adequado para a adoção de medidas de controle definidas através do monitoramento da praga. Neste caso, o sistema de manejo adotado para a cultura da macieira tem tido grande destaque (BOTTON et al., 2012) visto que o monitoramento do inseto é realizado na maioria dos pomares, sendo as medidas de controle (emprego de isca tóxica e aplicações de inseticidas em cobertura) adotadas conforme o nível populacional, dando ênfase às áreas mais críticas dos pomares. Nas demais frutíferas, entretanto, o controle do inseto tem sido realizado basicamente com o uso de inseticidas organofosforados em cobertura, que apresentam elevada toxicidade, baixa seletividade aos inimigos naturais e grande período de carência (NAVA; BOTTON, 2010). Por estes motivos, diversos inseticidas organofosforados estão sendo retirados do mercado (ex.: fentiona, metidationa) ou tiveram redução no número de culturas registradas (ex.: fenitrotiona). Em outros casos, mesmo com autorização do emprego do inseticida no Brasil, devido à exportação de parte da produção ocorrer para países onde existem restrições de uso pela inexistência de registro ou restritivo limite máximo de resíduos (ex.: dimetoato), os produtos precisam ser retirados da grade de agroquímicos. Estes fatos, aliado a não 1 Eng. Agr., Dr., Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Livramento 515, Caixa Postal 130. 95700-000 Bento Gonçalves, RS. E-mail: [email protected]; 2 Eng. Agr., MSc. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade (PPGFs). Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Campus Capão do Leão, 96010-970, Pelotas, RS. Bolsista CNPq. E-mail: [email protected]; 3 Eng. Agr., Dr., Pesquisador Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS. E-mail: [email protected]; 4 Eng. Agr., Dr., Pesquisador da Estação Experimental de Videira. Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Caixa Postal 21, 89560-000, Videira, RS. E-mail: [email protected]; 5 Eng. Agr., Dr., Professor da Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” (FAEM) e do PPGFs. UFPel, Campus Capão do Leão, 96010-970, Pelotas, RS. E-mail: [email protected]. 32 descoberta de novas moléculas eficazes no controle de larvas da mosca-das-frutas, tem limitado o emprego do controle químico tradicional, levando a perdas significativas da produção nas últimas safras. MONITORAMENTO Um aspecto fundamental para o manejo da mosca-das-frutas é a aferição da sua população nos pomares. Diversos trabalhos avaliaram a eficiência de atrativos para o monitoramento da espécie na Região Sul. Como o monitoramento deve proporcionar informações que representem adequadamente o comportamento da população da espécie, a avaliação de atrativos alimentares efetivos e confiáveis deve ser realizada de forma permanente. Nos últimos anos, falhas significativas no controle da mosca-das-frutas sul-americana tem sido observadas em pomares de diversas espécies frutíferas mesmo com o emprego do monitoramento. Uma das principais justificativas para esse problema está ligada a ineficiência dos atrativos utilizados pelos produtores, principalmente o suco de uva a 25% e outros sucos que não estão sendo capazes de detectar a presença da praga nos pomares. O uso de sucos de frutas não tem sido confiável, principalmente no período de pré-colheita , onde em hipótese, as moscas não são atraídas para as armadilhas em função da grande presença de voláteis emitidos pelas frutas maduras ou em decomposição. Tal fato resulta em danos a produção pelo inseto visto que a praga está presente no pomar, porém não é detectada nas armadilhas. Como alternativas ao suco de uva, os produtores tem utilizado a levedura torula (Peletes de Torula®, Isca Tecnologias Ltda.) e proteínas hidrolisadas tradicionais que de maneira geral apresentam uma atração superior ao suco de uva (ZUANAZZI, 2012). Uma nova formulação de proteína hidrolisada (CeraTrap ®, BioIbérica S.A.), obtida a partir de hidrólise enzimática à frio tem apresentado resultados superiores a estes atrativos. Além de ter a vantagem de não necessitar a reposição semanal ou quinzenal nas armadilhas (com intervalos de até 60 dias), a mesma tem detectado populações dos insetos no período de pré-colheita, sendo uma nova ferramenta para o monitoramento da espécie nos pomares (BOTTON et al., 2012). ISCAS TÓXICAS O emprego de iscas tóxicas tem como objetivo controlar a população de adultos da mosca-das-frutas tendo como base o emprego de um atrativo alimentar associado a um inseticida em um sistema atrai e mata. No Brasil, a isca tóxica pode ser preparada com os 33 atrativos melaço-de-cana (5 a 7%), proteína hidrolisada (3 a 5%) ou milhocina (5%) adicionando-se um inseticida organofosforado à calda (HÄRTER et al., 2010;; BORGES, 2011, ZANARDI, 2011). Dentre estes atrativos, o emprego da proteína hidrolisada (Biofruit® - BioControle – Métodos de Controle de Pragas Ltda.) tem demonstrado os resultados mais consistentes no controle da espécie quando comparado ao melaço de cana-de-açúcar, sendo o atrativo preferencial para o controle da espécie (HÄRTER et al., 2010). Estudos realizados em diferentes regiões demonstram que o uso de iscas tóxicas auxilia de forma significativa o manejo da mosca-das-frutas nos pomares (RAGA; SATO, 2005; HÄRTER et al., 2010). Embora eficiente, a isca tóxica não tem sido utilizada de forma rotineira pelos produtores. As principais restrições dizem respeito à baixa persistência das iscas tóxicas após a ocorrência de chuva, sendo necessária a reaplicação, a demanda adicional por mão-de-obra para aplicação, aos efeitos deletérios sobre os inimigos naturais e polinizadores principalmente quando a isca é formulada com melaço de cana-de-açúcar e inseticidas organofosforados como agente letal, além de atrair mais insetos para o pomar, principalmente em áreas de pequenos que aplicam a tecnologia de forma isolada. Em 2006, foi introduzida no mercado brasileiro uma formulação de isca tóxica de pronto uso (Success 0,02 CB®) contendo o inseticida biológico espinosade. A isca caracterizase por apresentar alta eficiência no controle de moscas-das-frutas com reduzido efeito sobre inimigos naturais e polinizadores (RAGA; SATO, 2005) sendo utilizada mundialmente como ferramenta de manejo no sistema de produção orgânica. No entanto, por conter inseticida na sua formulação, a mesma não possui autorização de uso para as frutíferas de clima temperado e quando utilizada de forma experimental, provocou fitotoxicidade nas folhas de alguns cultivos (ex.: macieira e pessegueiro). Em 2012, um novo atrativo foi desenvolvido para ser empregado como isca tóxica para o controle da mosca-das-frutas. O atrativo ANAMED® (Isca Tecnologias Ltda.) tem como base a tecnologia SPLAT® (Specialized Pheromone & Lure Application Technology) caracterizando-se por conter atrativos e estimulantes de alimentação os quais devem ser associados a um inseticida no campo, atuando assim, como um produto atrai e mata. O ANAMED® apresenta maior resistência à remoção pela chuva e a degradação pela radiação ultravioleta, proporcionando maior eficácia que as formulações tradicionais para o controle de populações de moscas-das-frutas nos pomares, principalmente em locais com elevada precipitação pluvial como é o caso da Região Sul do Brasil (BORGES, 2011; ZANARDI, 2011; MAFRA NETO et al., 2013). Além disso, o atrativo empregado como isca tóxica apresenta um menor impacto sobre um importante inimigo natural da mosca da frutas que é o 34 parasitoide Diachamsmimorpha longicaudata (Hymenoptera: Braconidae) (ZANARDI, 2011). A disponibilidade de novas formulações e atrativos para ser empregados como iscas tóxicas é uma ferramenta que deve ser ampliada nos pomares visando melhorias no controle da praga. CAPTURA MASSAL A elevada capacidade de atração de adultos de A. fraterculus à campo e a estabilidade da proteína hidrolisada CeraTrap® pode viabilizar o emprego da técnica de captura massal nas frutíferas de clima temperado, principalmente em locais com menor pressão populacional. O emprego de elevadas densidades de armadilhas construídas com garrafas PET de 2 litros contendo o atrativo está sendo avaliado nas últimas duas safras (2011/12 e 2012/13) nos municípios de Antônio Prado, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, RS. Nestes municípios, o número total de frutos danificados pelo inseto ao final da safra foi comparado ao manejo comumente adotado em pomares orgânicos de macieira, pessegueiro e videira. Os resultados mais promissores foram obtidos em videira cultivada sob cobertura plástica. A tecnologia permite ajustar a densidade de armadilhas para cada local (condições de presença ou ausência de hospedeiros alternativos e bordas de mata nativa, por exemplo) de modo que as primeiras moscas-das-frutas, oriundas de populações incursoras sejam capturadas, evitando a infestação da praga no interior das unidades de produção. O emprego desta tecnologia deve ser adequada às diferentes situações e suscetibilidade dos hospedeiros de interesse comercial. Acredita-se que o emprego da captura massal em determinada região, de forma ampla, é uma estratégia que permitirá reduzir de forma significativa à população de moscas-dasfrutas ao longo das safras reduzindo consequentemente os prejuízos causados aos fruticultores. APLICAÇÃO DE INSETICIDAS EM PULVERIZAÇÃO O emprego de inseticidas pulverizados em área total é direcionado aos adultos presentes nos pomares, além dos ovos e larvas que se encontram no interior dos frutos. Neste caso, merece destaque os inseticidas organofosforados. A avaliação de novos grupos químicos de inseticidas sobre adultos e larvas de A. fraterculus demonstrou que a maioria destes produtos apresenta efeitos somente sobre os adultos, com reduzido controle de larvas no interior dos frutos (MACHOTA Jr. et al., 2012). 35 Um grupo químico de inseticidas que tem apresentado efeito mais significativo sobre larvas é o dos neonicotinóides, mesmo assim, sendo inferior aos organofosforados. Neste caso, merece destaque o acetamiprido, recentemente autorizado para o cultivo da macieira (AGROFIT, 2013). Resultados de campo indicam que o inseticida acetamiprido apresenta efeito similar ao fosmete (um dos principais inseticidas utilizados no controle da mosca das frutas) sendo uma alternativa para ser empregada na pré-colheita de maçãs quando o tema resíduo nos frutos passa a ser de extrema importância (KOVALESKI, 2013). O maior potencial de emprego dos novos inseticidas é como agente letal em iscas tóxicas. Este fato por si só, permitiria o uso de compostos de menor toxicidade, principalmente no período de pré-colheita (ex.: espinosade e espinetoram) com menor efeito secundário sobre inimigos naturais e polinizadores, minimizando o volume de organofosforados empregados atualmente nos pomares. O efeito de contato sobre os adultos dos inseticidas etofemproxe, espinosade e espinetoram não deve ser descartado, principalmente durante o período de colheita visando o controle de adultos antes da oviposição. O manejo das moscas-das-frutas na fruticultura de clima temperado é um desafio cada vez maior. A restrição ao emprego de inseticidas organofosforados obriga técnicos e produtores modificarem o manejo atual de pulverizações em cobertura sobre os frutos para tecnologias mais “limpas” . Neste caso, melhorias no monitoramento da praga e aumento no uso e eficácia da isca tóxica e/ou captura massal aliado a outras estratégias de controle como a técnica do inseto estéril e o controle biológico com a liberação de parasitoides deverão ser utilizados de forma associada. AGRADECIMENTOS Ao CNPq e a FAPERGS pelo apoio financeiro. Aos estudantes de Graduação e PósGraduação e as Instituições de Pesquisa e Ensino que tem colaborado na condução dos trabalhos com mosca-das-frutas na região Sul do Brasil. BIBLIOGRAFIA CITADA AGROFIT. Brasília: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, 2003. Disponível em: <www.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acesso em: 26 maio 2013. 36 BORGES, R. Seleção e avaliação de novas formulações de iscas tóxicas para o manejo de Anastrepha fraterculus em pomares de macieira. 2011. 76 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) - Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages. 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De acordo com a definição do EPA, Agencia de Proteção Ambiental dos EUA, Produtos Biológicos são certos tipos de produtos fitossanitários derivados de materiais naturais, como plantas, bactérias, protozoários ou certos minerais. Os Produtos Biológicos possuem atributos importantes que podem contribuir com práticas agrícolas sustentáveis. Eles geralmente afetam somente a praga-alvo ou organismos intimamente relacionados, tendo pouco impacto em organismos não-alvo. Isto resulta também em baixa toxicidade destes produtos, trazendo segurança também para aplicadores. Muito Biológicos também apresentam um período curto de intervalo entre a aplicação e a colheita e também de reentrada na lavoura, o que aumenta a flexibilidade de aplicação para os produtores. Eles normalmente se decompõem rapidamente, não sendo persistentes no meioambiente. Como resultado, os Biológicos são geralmente isentos de apresentação de dados de limites máximos de resíduos para seu registro (não deixam resíduos tóxicos nos alimentos) e, com isto, ajudam os agricultores a manejar o problema de resíduos químicos, aumentando as oportunidades para os mercados de exportação, por exemplo. O gerenciamento da Resistencia é outro importante benefício que poderemos ter utilizando os Biológicos dentro dos programas de aplicações. O desenvolvimento de resistência de patógenos aos agroquímicos é hoje um dos grandes desafios enfrentados pela agricultura moderna. No caso de fungicidas com somente um modo de ação, o aparecimento da resistência tem sido observado a partir de dois anos da introdução do produto no mercado. Deste modo, o tempo que o patógeno leva em criar resistência a estes produtos é bem mais rápido do que a capacidade em lançar novas moléculas no mercado, considerando que se leva dez anos para desenvolver e lançar um novo produto. Por outro lado, Biológicos são geralmente produtos que têm mais de um modo de ação, minimizando o problema da resistência e funcionado como excelentes ferramentas para seu manejo em programas de 1 Drª. Bayer CropScience – Davis - California/USA. 38 integração. Em muitos casos eles funcionam como protetores e são usados preventivamente, em contraste com a maioria dos produtos sintéticos que são usualmente sistêmicos por natureza. Entretanto, apesar de todos os benefícios dos Biológicos, alguns desafios ainda devem ser enfrentados para produzi-los de maneira que atendam as expectativas e necessidades dos agricultores. Por terem origem natural, há uma variabilidade inerente na multiplicação destes agentes que necessita ser enfrentada para desenvolver agentes confiáveis de proteção de plantas. A chave para manejar estas variáveis é ter um completo entendimento do agente biológico. Como mencionado anteriormente, há vários aspectos relacionados a estes produtos que contribuem com sua eficácia. Isto inclui o tipo de atividade apresentada pela cepa do microrganismo e sua interação tanto com a praga que está controlando, quanto com a planta que está protegendo. Por exemplo, uma nova área da pesquisa que emergiu recentemente é a do estudo das interações entre estes microrganismos e as plantas. Estas relações são muito mais complexas do que imaginado anteriormente e podem ter um papel importante na atividade de alguns Biológicos. Entender o modo como Biológicos afetam a habilidade da planta para mobilizar seu sistema de defesa, utilizar nutrientes ou outros processos é uma nova área de pesquisa muito promissora que pode levar a um melhor entendimento do modo de ação destes agentes. As respostas da planta quanto à resistência induzida, priming e resistência sistêmica adquirida devem ser consideradas quando da elucidação do modo de ação de um agente biológico de proteção de plantas. Além disto, organismos biológicos são uma fonte abundante de compostos naturais que são utilizados para combater potenciais ameaças ou competir por habitat. Em muitos casos, estes compostos são também responsáveis pela eficácia destes produtos e um entendimento completo do envolvimento deles nestes processos é crítico para desenvolver produtos consistentes e confiáveis. Assegurar de que não há compostos produzidos que possam ser tóxicos para o Homem é importante quando se fala em segurança alimentar. Novas tecnologias em genômica têm permitido um entendimento maior dos Produtos Biológicos. A habilidade de se fazer o sequenciamento genético completo de um microrganismo agora é rotina e a informação obtida deste processo tem ajudado a explicar por que diferentes cepas da mesma espécie podem ter características distintas como agentes biológicos de proteção de plantas. O estudo dos genes em cluster pode permitir com que se faça a previsão de quais moléculas podem ser produzidas e dentro de um processo de screening pode ajudar a eliminar cepas que possam produzir classes de compostos químicos indesejáveis. 39 Assim que o total entendimento do produto biológico e de seus vários aspectos que contribuem para sua eficácia é atingido, é possível então ajustar as condições de produção para incrementar sua atividade e, ao mesmo tempo, criar metodologias que possam monitorála. Estas metodologias podem ser empregadas para desenvolver métodos de fabricação e formulações consistentes. Assim que estas metodologias sejam desenvolvidas, o seu emprego em fábricas modernas com ferramentas eficientes de controle de qualidade vão permitir a produção de agentes de controle biológicos que atendam às demandas do mercado. Desenvolver formulações estáveis de Biológicos para proteção de plantas é também um grande desafio. É necessário estabilizar todos os aspectos que contribuem para a atividade de proteção, quer seja o microrganismo por si só ou os produtos naturais ou enzimas que possa produzir ou, ainda, a combinação destes. A meta é atingir o mesmo tempo de prateleira dos produtos convencionais, com formulações que permitam sua flexibilidade de uso, como em mistura de tanque, por exemplo. Outra vez, tendo um entendimento total de todos os fatores importantes para permitir sua alta eficácia é imprescindível para buscar metodologias para estabilizar sua formulação. Todas as áreas de pesquisas citadas são importantes para desenvolver Produtos Biológicos que possam trazer benefícios para os produtores e que possam ser também ferramentas importantes no desafio de aumentarmos a produção de alimentos de maneira sustentável nas próximas décadas. A cepa de Bacillus subtilis QST 713, de ocorrência natural no ambiente, foi isolada de um pomar de pêssegos da California por cientistas da Agraquest Inc., hoje de propriedade da empresa Bayer. Esta cepa tem apresentado eficácia significativa contra uma ampla gama de fungos e bactérias e não é tóxica para organismos benéficos ou não alvos e tem um excelente perfil ambiental. Ela age através de múltiplos modos de ação que envolve os lipopeptídeos no controle de fungos, compostos específicos para o controle de bactérias e também indução dos processos de resistência sistêmica induzida e resistência sistêmica adquirida, próprios das plantas. Produtos à base desta crepa de bactéria, como o fungicida biológico Serenade, têm sido utilizados com sucesso no controle de patógenos dentro de programas integrados de controle de doenças de plantas em vários países, inclusive no Brasil. Atualmente com registro no Brasil para as culturas de cebola, maçã e morango, Serenade tem sido utilizado como uma ferramenta importante no controle de patógenos destas culturas em rotação com os fungicidas químicos usualmente utilizados, trazendo alguns benefícios como o aumento de eficácia, manejo da resistência, diminuição de resíduos químicos e incrementos no vigor de plantas e na qualidade da produção. 40 SYNCRON Y NITROACTIVE: NUEVA OPCIÓN PARA LA INDUCCIÓN DE LA BROTACIÓN DEL MANZANO David Bernad Viamonte1 El cultivo del manzano se realiza en muchas áreas del mundo en condiciones ambientales muy diversas. Dentro de los factores que determinan su rentabilidad del cultivo se encuentran parámetros relacionados con la brotación.Estos parámetros están relacionados con el reposo invernal y las horas frío. En zonas caracterizadas por registrar baja cantidad de horas frío la calidad estos parámetros relacionados con la brotación disminuye y afecta directamente no sólo a la cosecha, sino también a las condiciones de manejo de la plantación. SYNCRON & NITROACTIVE son dos productos de Daymsa desarrollados para romper el reposo invernal y promover una brotación uniforme. Su acción combinada estimula las yemas y les aporta nutrientes fundamentales inductores de la brotación. Se ha realizado un desarrollo en numerosos cultivos aparte del manzano, como uva de mesa y cerezo consiguiendo, según los casos anticipo y sincronización de la brotación, aumento del porcentaje de yemas brotadas, rejuvenecimiento de brotes, al inducir la brotación de yemas latentes en la madera vieja, reducción de la dormancia apical y adelanto y uniformidad de la cosecha. En este sentido y para el cultivo del manzano en Brasil, el interés principal viene por la mejorar el porcentaje de yemas brotadas, dar uniformidad a la floración y/o para adelantar la floración y ganar precocidad y, en definitiva, incrementar el valor de la cosecha. Se muestran los resultados obtenidos en distintos cultivos de interés para Brasil, en los que se observa la mejora de los parámetros anteriormente descritos: adelanto en la floración, evaluando diferencias fenológicas entre los distintos tratamientos, mejora del porcentaje de brotación, mejora de la uniformidad y, finalmente, y como consecuencia, mejora de la cosecha y de su calidad. En el caso de la uva de mesa, como principales parámetros se han evaluado el adelanto de la brotación y la uniformidad de ésta, así como el incremento del porcentaje de brotación. En el caso del kiwi, los parámetros a destacar son el adelanto de la brotación, la uniformidad de la floración y la mejora del porcentaje de brotación fértil. 1 Ing. Agr. Director de I+D de Desarrollo Agrícola y Minero, S.A. (DAYMSA). Camino de Enmedio 120, 50013 Zaragoza (España). Email: [email protected] 41 En el caso del manzano los trabajos realizados tanto en Europa como en Brasil se han centrado en la floración y cuajado, con la determinación del efecto de la aplicación en la época de floración y el cuajado de frutos, y la maduración de fruto, realizando en seguimiento de la época de maduración y análisis de la calidad de los frutos. 42 METODOS EFICIENTES DE RALEO EN DURAZNERO Danilo Cabrera1, Pablo Rodríguez1 INTRODUCCIÓN El raleo de frutos en duraznero es una herramienta fundamental para la obtención de frutos de calidad comercial. A pesar de que se dan ‘ondas de caída’ naturales de frutos, estas se producen en momentos en que la competencia entre ellos ya se dio, por lo que este descarte natural no incide positivamente en cuanto al crecimiento de aquellos que quedan en el árbol. Por esta razón, es que hay que regular las cosechas mediante el control del número de frutos que un árbol de determinada variedad es capaz de producir. Esto no es más que el tratar de equilibrar entre los frutos, la distribución de una cantidad de alimento (energía) que es capaz de generar el árbol. Day (1998), en relación a la importancia de cada una de las etapas de desarrollo en el tamaño final de los frutos, cita que una investigación realizada por DeJong y otros (1991) permitió demostrar que la primera fase de crecimiento del fruto, o sea la de la división celular, es extremadamente importante en el tamaño final del mismo. Es por esto que es esencial optimizar el crecimiento del fruto quitando la competencia entre ellos durante este período, ya que de otro modo se compromete su tamaño final y lo que no es logrado en los primeros estadios de crecimiento del fruto, no podrá ser recuperado más adelante. Teniendo en cuenta esta premisa, el raleo manual ó químico de flores y/o el raleo químico de frutos son de las herramientas más eficientes que existen para poder realizar en el mejor momento, el descarte de estructuras florales y/o frutos. Esto está indicando que para establecer pautas de raleo se debe considerar por un lado el momento y por el otro la forma de llevarlo a cabo. La posibilidad de realizar un raleo eficiente en momento y forma, disminuyendo los costos de producción, es mediante el raleo de flores y/ó frutos en forma manual o con productos químicos. En los últimos años han aparecido métodos de raleo manual de estructuras florales y/o flores que reducen tempranamente la competencia por reservas en el árbol (Cabrera, 2007). Por otro lado, en los frutales de carozo no ha sido fácil encontrar productos, dosis y momentos para realizar un raleo químico tan efectivo como lo fue por ejemplo para la manzana (Costa et al., 2004). 1 Programa de Investigación en Producción Frutícola de INIA – INIA Las Brujas – Canelones, URUGUAY [email protected]. 43 En este trabajo se presentara una breve reseña de productos químicos raleadores para duraznero que fueron utilizados en un ensayo, comparándolos con raleo manual de yemas florales y raleo manual de frutos, buscando evaluar la eficiencia de los raleos de pre-floración y floración, y el beneficio en la calidad de fruto a la cosecha. RALEADORES QUÍMICOS Entre los productos utilizados como raleadores químicos en duraznero se citan los reguladores de crecimiento y sustancias químicas desecantes. Los reguladores de crecimiento son por ejemplo los promotores de la abscisión de los frutos, los inhibidores de la inducción floral y los interruptores de la dormancia. En cuanto a los Interruptores de la dormancia, en la bibliografía existen dos estrategias para el raleo en duraznero con este tipo de productos, una de ellas es su aplicación durante el reposo invernal y la otra es la aplicación durante el período de plena flor (Costa et al, 2004). Productos que tienen esta función son la Cianamida Hidrogenada (Dormex) y la Alkyl Amine Polymer (Armobreak). Chanana et al. 2002, trabajando con tratamientos de raleo manual y químico, evaluaron la Cianamida Hidrogenada aplicada en plena floración. La máxima ganancia de peso de fruto obtenida, del 35%, fue lograda con este producto al 0,5%, al que se sumó también, un incremento en el contenido de azúcares totales y una reducción de la acidez. Las sustancias químicas desecantes pueden ser productos cáusticos, fertilizantes o herbicidas. Byers (1999) citado por Solari y Zanetti (2005) determinó que los químicos desecantes tienen un efecto cáustico cuando se aplican en el estado de pimpollo rosado y si la aplicación se realiza en plena flor, interfiere con la fertilidad del óvulo, evitando así la fecundación. Si bien se desarrollan aparentemente pequeños frutos, sus semillas no tienen cavidad, se tornan castaño y se produce la abscisión. La urea ha sido evaluada en trabajos de raleo químico en duraznero como desecante de flores y/ó frutos recién cuajados y en ninguno de los casos ha presentado efectos fitotóxicos (Chanana et al. 2002). En esta especie se ha comprobado que el efecto raleador de la urea depende de la interacción de la dosis con el nivel de avance de la floración y de la variedad. Dosis de 12% resultan efectivas cuando se aplicaron a los árboles con floraciones concentradas del orden del 80%. En el caso de floraciones extendidas, dosis de 16% resultaron efectivas para todos los 44 estados de flor y para los frutitos recién cuajados (Di Marco et al, 1992, citado por Castillo et al, 1996). Sin embargo, estos mismos autores, trabajando con la variedad de duraznero Cal Red, observaron que concentraciones del 15% de urea provocaron los mayores niveles de raleo pero también daños fitotóxicos, mientras que concentraciones del 5% y del 10% tuvieron resultados similares al tratamiento de raleo manual en cuanto al número de frutos cosechados (Barbosa et al., 1992, citados por Solari y Zanetti, 2005). El producto 1-amino methanamide dihydrogen tetraoxosulfate (AMADS) comercializado como Wilthin y fabricado por UNOCAL Corp, es otro agente químico desecante que se aplica en floración, muy amigable con el medio ambiente y que ha sido utilizado tanto en árboles de frutales de pepita como de carozo. AMADS en dosis de 7,5 a 14 lts/há, produce el quemado selectivo del pistilo de las flores o los órganos reproductivos, interfiriendo negativamente con el proceso de la polinización (Marini and Reighard, 2008). La fruta que permanece en los árboles es por lo tanto de las flores polinizadas y fertilizadas antes de la aplicación del producto, o de las flores que permanecen sin abrirse al momento del tratamiento. La actividad de AMADS no es afectada por la lluvia o el frío luego de que el producto se ha secado, por lo que la respuesta al raleo con este producto es más predecible que con los raleadores de floración hormonales, que sí son muy influenciados por las características medioambientales durante y luego de la aplicación (Solari y Zanetti, 2005). Myers et al. (1993) y Solari y Zanetti (2005) no observaron daños por fitotoxicidad ni daño final en la fruta en ninguno de los estudios en que utilizaron Wilthin como raleador en durazneros y nectarinos y la necrosis en hojas fue mínima o ausente en la mayoría de los casos. La mezcla sulfocálcica es frecuentemente usada como agente raleador de floración en producción orgánica de manzana. Coneva y Cline (2006) citado por Osborne (2008) reportaron que este producto es eficiente en reducir el cuajado de frutos en manzano y en duraznero. Su modo de acción no es totalmente conocido pero se ha reportado la reducción que produce en la germinación de los granos de polen y el desarrollo del tubo polínico. Las dosis utilizadas de este producto aplicado en floración oscilan entre 1 y 3% (Osborne, 2008). MATERIALES Y MÉTODOS Raleo manual de yemas de flor y raleo con productos químicos fueron evaluados en un ensayo llevado a cabo en las zafras 2007 y 2008 por el Programa de Investigación en 45 Producción Frutícola de INIA, en un predio comercial de la zona de Rincón del Colorado, Canelones, Uruguay (34º40’03.33” S – 56º22’24.59” O – elev. 25 m). En plantas de duraznero Pavía Canario, en su 7ma hoja de crecimiento, plantado a 4.5 m entre filas por 2.5 m entre plantas (889 plantas por hectárea) se evaluaron diferentes tratamientos químicos, comparándolo con un tratamiento de raleo manual de yemas de flor y uno de raleo manual de frutos (testigo). El cuadro 1 muestra los tratamientos, las dosis de los raleadores químicos utilizados, los estados fenológicos y fechas de aplicación de los diferentes tratamientos. Cuadro 1. Tratamientos evaluados en ensayo comparativo de diferentes métodos de raleo en duraznero Pavía Canario – zafra 2007-2008. Tratamientos Dosis (%) Momento Fecha 1 Urea 12,0 Plena flor 6 set 2 Manual Raleo ---- 18 mm diámetro 24 oct 3 Dormex 0,5 Plena flor 6 set 4 de yemas flor Raleo ---- Botón Floral 30 ago 5 Wilthin 0,9 Plena flor 6 set 2,0 + 2,5 Plena flor 6 set Aceite Pescado 6 Mezcla Sulfocálcica + Todos los tratamientos de raleo químico y el raleo de yemas de flor fueron complementados con un raleo manual de frutos el día 24 de octubre, con el que se dejaron entre 300 y 350 frutos por planta. Los tratamientos con raleadores químicos fueron aplicados con un gasto de agua de 1300 litros por hectárea. Para estimar el efecto raleador de los distintos tratamientos, en 10 brindillas representativas ubicadas en diferentes posiciones del árbol, se contabilizaron las yemas florales al inicio de plena flor (30 agosto) y los frutos 30 días después de plena flor (6 octubre) y dicho dato se relacionó con la longitud de brindilla que le correspondía a cada estructura. En cuanto a calidad de fruto se calculó el peso medio de fruto a partir del peso y el número de frutos por planta. También se evaluaron los parámetros de sobrecolor, sólidos solubles y firmeza de pulpa. 46 RESULTADOS Y DISCUSIÓN Analizando la cantidad de fruta que quedó sobre la planta con respecto al número de flores totales, luego de realizados los tratamientos, y antes de realizar el raleo manual de frutos se observó que los tratamientos 3 y 4 fueron los más agresivos, quedando 27% y 40% de frutos respectivamente, seguidos por los tratamientos 1, 5 y 6 donde quedó entre 55% y 60% de frutos comparados con el tratamiento 2 en el que quedaron 69% de los frutos, indicando este último tratamiento el descarte (31%) que ocurrió naturalmente en esta variedad en dicha temporada. Se observó que luego de la caída natural de frutos en promedio quedó una distancia de entre 2 y 4 cm de brindilla por fruto, longitud de rama insuficiente para contener la cantidad de hojas necesarias para alimentar un fruto. De esta manera se determinó el efecto raleador de los diferentes tratamientos, observando que los tratamientos 3 y 4 permitieron mayor espacio entre frutos y por ende mayor cantidad de hojas por fruto, mientras que los tratamientos 1, 5 y 6 tuvieron un efecto raleador intermedio (Gráfico 1). Gráfico 1. Efecto de raleadores químicos y raleo manual en duraznero Pavía Canario sobre el espaciamiento (cm) entre yemas de flor observado al inicio de la floración (30 de agosto) y entre frutos 30 días después de plena flor (6 de octubre). En lo referente al tamaño final de fruto, se observaron diferencias significativas entre tratamientos (Gráfico 2) donde el tratamiento 3 dio los frutos con mayor tamaño, seguido de los tratamientos 1, 4 y 5 los cuales no tuvieron diferencias entre sí y dieron un tamaño de fruta comercial pero inferior al tratamiento 3 y los tratamientos 2 y 6 resultaron en frutos de tamaño pequeño, con casi nulo valor comercial. 47 Gráfico 2. Efecto de tratamientos de raleadores químicos y raleo manual sobre el tamaño de fruto (g) de duraznero Pavía Canario. No se observaron diferencias entre tratamientos para las variables de color, sólidos solubles y firmeza de la pulpa. Estos tratamientos fueron evaluados durante 4 años y los resultados fueron inconsistentes, como se cita en otros trabajos de raleo químico en frutales de carozo, sin embargo es de resaltar que ninguno de los tratamientos en ninguna de las temporadas produjo sobre-raleo. La inconsistencia en la capacidad de raleo de los productos químicos evaluados se pudo deber a la variabilidad entre años de factores como floración, temperatura, humedad relativa, radiación solar, entre otros. A partir de los costos (Gráfico 3) de los diferentes tratamientos se pudo concluir que aquellos con productos químicos bajaron los costos a la vez que se hizo con ellos un trabajo más eficiente para obtener fruta de calidad óptima (Cuadro 2). Gráfico 3. Costo (mano de obra para raleo y aplicación, productos raleadores y combustible) de diferentes estrategias de raleo químico y manual en duraznero Pavía Canario. 48 Cuadro 2. Tiempo en horas de mano de obra para realizar los diferentes tratamientos de raleo. Tratamiento Horas de raleo / 1- Urea ha 205 2- Raleo frutos 282 3- Dormex 109 4- Raleo Botones 5- Wilthin 159 6- Aceite + Mezcla 237 126 + 148 = 274 CONCLUSIONES Regular la carga en duraznero es una práctica necesaria que debe ajustarse para lograr las mejores y constantes eficiencias productivas en base a fruta de óptima calidad comercial. Es importante para cada situación determinar el equilibrio entre carga y calidad de fruta, haciendo que dicha relación sea la que brinde más beneficio al productor y permita que esta sea una actividad rentable. En este sentido se debe considerar que la práctica de raleo insume costos de por lo menos 15 a 20 por ciento de la dedicación de la mano de obra por hectárea, con respecto al costo del manejo general del monte. Es por eso que los raleadores químicos resultan herramientas muy útiles para su uso en duraznero, debiéndose ajustar momentos y dosis para cada situación de cultivo pero teniendo en cuenta que los resultados obtenidos son inconsistentes debido a que depende de muchos factores. Al planificar la práctica de raleo en plantaciones de duraznero, los tratamientos de raleo químico con Urea o Dormex como el raleo manual de botones florales se presentan como alternativas viables tanto para bajar los costos de producción, como para racionalizar el uso de la mano de obra y para obtener fruta de óptima calidad comercial. BIBLIOGRAFÍA BYERS, R.E. 1999. Effects of bloom-thinning chemicals on peach fruit set. Journal of the Tree Fruit Production. 2 (2): 59-79. CABRERA, D. 2007. Raleo de yemas florales en duraznero. DVD, Nº 82 y Nº 94, INIA, http://www.inia.org.uy/online/site/video_ver.php?video_id=82 http://www.inia.org.uy/online/site/video_ver.php?video_id=94 49 CABRERA, D. Y P. RODRÍGUEZ, 2008. 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Considerando que a tendência do mercado nacional e internacional de frutas, cada vez mais, será valorizar o aspecto qualitativo, o agricultor terá que atuar com maior eficiência técnica e econômica em seus processos produtivos para se manter no mercado. A ameixeira frequentemente apresenta alta intensidade de florescimento e este excesso permanecendo na planta até a colheita produzirão frutos pequenos de baixa qualidade comercial. Além do excesso de frutos na planta afetar o tamanho dos frutos, também pode ocorrer quebra de ramos e desequilíbrio entre a parte vegetativa e produtiva ocasionando alternância de produção (COSTA; VIZZOTTO, 2000). Por isso, há necessidade de se fazer o raleio, para que os frutos apresentem tamanho ideal, mantenham características organolépticas desejáveis e não ocorra alternância de produção. Quando utilizadas práticas corretas de manejo, pode se alcançar ótimas produtividades e bom retorno financeiro. Segundo dados coletados no Ceasa de São Paulo e Curitiba, quando a ameixa é colhida com calibres variando entre III; IV; V, boa sanidade e coloração, os preços de comercialização para o produtor atingem valores que variam de R$ 2,50 a 3,50 o quilo. Com isso, a prática do raleio é essencial, entretanto, apresenta altos custos para o produtor. O raleio manual de um grande número de plantas não é prático nem econômico representando cerca de 30% das despesas anuais (DUNCAN, 2004), principalmente, devido a grande utilização de mão-de-obra que o raleio manual requer. E como o custo da mão-de-obra está cada vez maior, e a disponibilidade cada vez menor, tem-se buscado alternativas, como o raleio químico. O raleio químico consiste na aplicação de produtos químicos na floração ou logo após, provocando a abscisão de frutos, diminuindo ou eliminando, a atividade do raleio manual. A 1 Eng. Agr. MSc, Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, Av. Carlos Cavalcanti, 4748, 84030-900, Ponta Grossa – PR, Brasil. E-mail: [email protected]; 2 Prof PhD. Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, Av. Carlos Cavalcanti, 4748, 84030-900, Ponta Grossa – PR, Brasil, Bolsista Produtividade do CNPq. E-mail: [email protected]. 51 aplicação pós floração é interessante, porque se sabe que a fixação de frutos é satisfatória, diferentemente na florada onde há riscos climáticos que podem comprometer a fixação dos frutos (MELAND; BIRKEN, 2010). Os principais produtos utilizados para o raleio químico de ameixeiras são ANA (ácido naftalenoacético), ethephon e tiossulfato de amônia, entretanto, são aplicados logo após o pleno florescimento, antes de poder verificar se o vingamento de frutos foi satisfatório. A ação fisiológica da maioria dos raleantes químicos é desencadear um desequilíbrio entre os fluxos no transporte de auxina, ocasionando abscisão. A aplicação de ethephon pode promover a abscisão de frutos com menores concentrações de AIA, provocando a síntese e o transporte de enzimas que atuam na parede celular (celulases) e na lamela média (pectinases), degradando a parede promovendo abscisão (MELAND; BIRKEN, 2010), sendo um bom raleante químico de frutas de caroço (PAVANELLO; AYUB, 2012). A mistura de ethephon com NAAM (Ácido Naftaleno Acetamida) aplicados 30 dias após o florescimento apresentaram bons resultados para ameixeira cv. Victoria e uma única aplicação de 0,25 ml Lˉˡ de ethephon na fase de floração ou 0,075 ml Lˉˡ de ethephon + 10 mg Lˉˡ de ANA um mês após a plena florada, reduziu a frutificação, aumentou a qualidade dos frutos e o retorno da floração na cv. Victoria (MELAND, 2007) e para cv. Jubileum, a aplicação de 0,375 ml Lˉˡ de ethephon na fase de floração ou 0,250 ml Lˉˡ de ethephon com frutos de 10 milímetros de diâmetro, reduziram a frutificação para 10 à 15 frutos por 100 flores, a qual é necessária para atingir as exigências do mercado consumidor. Muitos fatores devem ser levados em conta quando ethephon for usado como raleante químico, dentre eles, cultivar, volume de calda, época de aplicação, concentração e temperatura (MARINI, 2004). Nesse contexto foi avaliado o efeito de diferentes concentrações de ethephon (ácido 2cloroetilfosfônico) no raleio químico das ameixeiras na região de Arapoti, centro leste do Paraná. Avaliou-se também a influência dos tipos de raleio no custo de produção. Serão relatados alguns resultados de 3 safras consecutivas de pesquisas (2010;2011;2012). MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram realizados em pomar comercial de ameixeira cv. Irati e Reubennel, com 5 anos de idade, ambas sobre o porta-enxerto A-9 em espaçamento 5,0 x 3,0 m, conduzidas no sistema de vaso. As coordenadas geográficas de referência são 24º07’11’’ Sul e 49º46’58’’ Oeste e 850 m de altitude. A temperatura no momento da aplicação foi de 23 °C. 52 Os tratamentos foram 9 concentrações de ethephon 0; 0,025; 0,05; 0,06; 0,08; 0,10; 0,12; 0,15; 0,20 ml Lˉˡ aplicadas com 700 litros por hectare de volume de calda, 30 dias após a plena florada, no estadio de chumbinho, frutos com 5 mm e queda dos restos florais. O produto comercial utilizado foi Ethrel 240® (24% m/v, ácido 2-cloroetilfosfônico, Bayer Cropscience) e o pulverizador utilizado para aplicação foi atomizador 1500L. O diâmetro dos frutos foi determinado com máquina classificadora do produtor, em que o Calibre I corresponde ao diâmetro de 3,5 a 3,9 cm, Calibre II, 4,0 a 4,4 cm, Calibre III, 4,5 a 4,9 cm e Calibre IV, 5,0 a 5,5 cm. As caixas para embalagem das ameixas foram de 6 kg, com valor unitário de R$1,70. Para pulverização de um hectare são gastos aproximadamente 30 minutos. O custo para o transporte das caixas é R$ 1,00/caixa, tendo como destino o CEAGESP. O custo para classificação dos frutos foi de R$ 0,04/kg. Os custos de raleio químico foram calculados a partir de hora máquina R$ 16,00, hora homem R$ 6,25 e o produto Ethrel® R$ 100,00L. Para safra 2012, foram necessárias 70 horas/homem para o raleio manual da cv. Irati e 120 horas/homem para o raleio manual da cv. Reubennel, porém estas horas/homem variam de pomar para pomar (espaçamento, cultivar, porta-enxerto, declividade, manejo da poda entre outros) e de ano para ano, dependendo do pegamento dos frutos. Para os custos de colheita foi considerado 500 kg/ameixa colhida homem/dia. RESULTADOS Após 45 dias da aplicação dos tratamentos, verificou-se em contagem de frutos por ramo, que com o aumento na concentração de ethephon, menor o número de frutos por ramo. Nas avaliações realizadas na colheita e na classificação dos frutos, o aumento na concentração de ethephon reduziu linearmente o número de frutos calibre I e calibre II e aumentou o número de frutos calibre III e IV. O aumento da concentração de ethephon aumentou linearmente o peso médio dos frutos de ambas as cvs. Com a intensificação do raleio e redução do número de frutos, há uma menor competição entre eles, ocasionando um aumento no peso médio dos frutos. A cv. Irati obteve um acréscimo de 20% por fruto entre a testemunha e a maior concentração de ethephon, entretanto, a cv. Reubennel teve um acréscimo de 150%. A cv. Reubennel por ser tardia, os frutos permanecem por um maior período na planta e em condições ideais de competição entre frutos e vegetação, os frutos tendem a desenvolver mais, quando comparados com a cv. Irati. Na safra 2012, para cv. Reubennel a maior produtividade foi de 55243 kg/ha no tratamento com ethephon, gerando uma receita bruta de R$ 59495,00. Com apenas uma 53 aplicação de ethephon 0,06 ml Lˉˡ, o produtor obteve um renda 54% superior à testemunha. Para o tratamento com 0,12 ml Lˉˡ de ethephon, a produtividade foi inferior, porém a receita similar. Entretanto, a maior receita bruta foi para o tratamento com raleio manual, sendo 97% superior a testemunha e 27% superior ao tratamento ethephon 0,06 ml Lˉˡ (Tabela 1). Em relação à porcentagem de frutos por calibre de cada tratamento, observou-se que no tratamento sem raleio, os frutos se concentram nos calibre I e II, nos tratamentos com ethephon, os calibre tendem a concentrar nos calibres II e III e para o raleio manual, os calibres ficam entre III e IV (Tabela 1). Tabela 1. Produtividade Média, Calibre, % de Frutos, Preço/Kg, Rendimento por calibre e Receita Bruta para Ameixeira cv. Reubennel submetida ao raleio com Ethephon (ml Lˉˡ), raleio manual e sem raleio (Arapoti – PR, 2012). Trat (ml Lˉˡ) Sem raleio Ethephon 0,06 Ethephon 0,12 Raleio Manual Produt. Média Calibre (kg/Ha) 51516 55243 37357 42000 % de Preço frutos R$/Kg 52,3 0,5 I Rendimento Receita por calibre Bruta R$ R$/Ha 13471 II 47 1 24212 III 0,7 2 721 IV 0 3 0 I 14,6 0,5 4032 II 70,4 1 38891 III 15 2 16572 IV 0 3 0 I 5,5 0,5 1027 II 43,2 1 16138 III 50 2 37357 IV 1,3 3 1457 I 0,6 0,5 126 II 33 1 13860 III 52 2 43680 IV 14,4 3 18144 38404 59495 55979 75810 Em relação aos custos de produção, observou-se que há uma grande diferença entre os custos do raleio químico e raleio manual. Os custos de raleio manual representam cerca de 54 16% do custo de produção e do raleio químico 0,1%. Outros itens que representam grande parte dos custos são: colheita de 11 a 14%, embalagens 31 a 39% e transporte 19 a 23% (Tabela 2). A produtividade foi superior para o tratamento com ethephon 0,06 ml Lˉˡ, entretanto, foi o tratamento o qual apresentou uma das menores receitas líquidas ao produtor, devido a sua baixa receita bruta, por apresentar muitos frutos calibres II. O tratamento com ethephon 0,12 ml/L, apresentou receita líquida superior ao tratamento 0,06 ml Lˉˡ, principalmente por apresentar menores custos com colheita, classificação, embalagens e transporte (Tabela 2). O ethephon é um raleante químico para as ameixeiras, porém, não apresenta o mesmo resultado na uniformidade da distribuição dos frutos nos ramos, como no raleio manual. O raleio químico com ethephon pode auxiliar na diminuição dos frutos a serem raleados manualmente, consequentemente, diminuindo as horas homem do raleio manual. Tabela 2. Produtividade (kg/ha) e análise dos custos em R$ e % em relação à receita bruta, de um pomar de ameixeira cv. Reubennel raleado quimicamente com ethephon, manualmente e sem raleio, por hectare (Arapoti–PR, 2012). Ítens - cv. Reubennel Sem raleio 0.06 ml Lˉˡ 0.12 ml Lˉˡ R$ R$ R$ % % % Raleio Manual R$ % Produção/kg/Ha 51516 (Tab 1) 55243 37357 42000 Custo de raleio 0 (0%) 29 (0,1%) 46 (0,1%) 6000 (16%) Custo de colheita 5151 (14%) 5524 (14%) 3735 (13%) 4200 (11%) Classificação 2061 (5,5%) 2210 (6%) 1494 (5,2%) 1680 (5%) Embalagens 6 kg 14596 (39%) 15652 (39%) 10584 (37%) 11900 (31%) Transporte 8586 (23%) 9207 (23%) 6226 (21%) 7000 (19%) Adm., Manut. Etc. 3000 (8%) 3000 (8%) 3000 (10%) 3000 (8%) Insumos 2800 (7,5%) 2800 (7%) 2800 (10%) 2800 (7%) Seguro (Granizo) 1000 (3%) 1000 (3%) 1000 (3,5%) 1000 (3%) Custo Total Receita Bruta (Tab 1) Receita Líquida 37194 (100%) 39422 (100%) 28887 (100%) 37580 (100%) 38404 59495 55979 75810 1210 20073 27089 38230 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, G.; VIZZOTTO, G.; Fruit thinning of peach trees. Plant Growth Regulation, v. 31, p. 113-119, 2000. DUNCAN, R. Chemical Blossom Thinning of Peaches. Pomology Farm advisor, UC Cooperative Extension, Stanislaus Country, 2004. Disponível em: < http://cestanislaus.ucdavis.edu/files/40396.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2013. MARINI, R.P. Combinations of ethephon and Accel for thinning ‘Delicious’ apple tree. J. Am. Hort. Sci, v.192, p.175-181, 2004. MELAND, M. Efficacy of chemical bloom thinning agents of European plums. Acta Agric Scand, Sec. B, v. 57, p.235-242, 2007. MELAND, M.; BIRKEN, E. Ethephon as a Blossom and Fruitlet Thinner Affects Crop Load, Fruit Weight and Fruit Quality of the European Plum Cultivar ‘Jubileum’. Acta Horticulturae, v. 884, p.315-321, 2010. PAVANELLO, A. P.; AYUB, R. A. Aplicação de ethephon no raleio químico de ameixeira e seu Efeito Sobre a Produtividade. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal-SP, v. 34, n.1, p.309-316, 2012. WEBSTER, A.D.; SPENCER, J.E. Fruit thinning plums and apricots. Plant Growth Regulation, v. 31, p. 101-112, 2000. 56 DESTANIZAÇÃO DO CAQUI Ricardo Alfredo Kluge1 INTRODUÇÃO As cultivares de caquizeiro (Diospyros kaki L.) podem ser divididas em dois tipos distintos: aquelas cujos frutos não apresentam mudanças na coloração de polpa em função da polinização (constantes em relação à polinização – PC) e aquelas cujos frutos apresentam polpa clara quando não polinizados (sem sementes) e escura quando polinizados (com sementes) (variáveis em relação à polinização – PV). Cada um destes grupos pode ainda ser subdivididos em adstringentes (A) e não adstringentes (NA). Dessa forma, as cultivares de caquizeiro podem ser classificadas entre os tipos básicos: PCA (Taubaté, Hachiya, Pomelo e Rubi), PCNA (Fuyu, Jiro e Fuyuhana) e PV, sendo que os frutos das cultivares de polinização variável podem ser adstringentes (Aizumishirazu, Rama Forte e Giombo) ou não adstringentes (Zenjimaru, Shogatsu e Mizushima). No Brasil, os frutos são classificados em três grupos. O primeiro é denominado “sibugaki”, que compreende frutos de polpa sempre taninosa e de cor amarelada, quer apresentem ou não sementes. As principais cultivares são Taubaté, Pomelo, Hachiya e Coração de boi. O segundo grupo, denominado “amagaki”, abrange frutos de polpa sempre não taninosa e de cor amarelada, apresentando ou não sementes. São chamados caquis doces ou duros. As principais cultivares são Fuyu, Jiro, Hanagosho e Fuyuhana. O terceiro grupo é denominado “variável” e inclui frutos de polpa taninosa e de cor amarelada quando sem sementes e, não taninosa, parcialmente ou totalmente, quando com uma ou mais sementes. Quando as sementes são numerosas a polpa é de cor escura, sendo, popularmente chamado caqui “chocolate”. As principais cultivares deste grupo são Rama Forte, Giombo e Kaoru. A região de Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo, é responsável por aproximadamente 60% da produção nacional de caqui. As cultivares ‘Giombo’ e ‘Rama Forte’ são muito plantadas na região. Considerando que a maioria dos frutos destas cultivares apresenta-se adstringente no momento da colheita, e que seu consumo é principalmente in natura, há a necessidade de se realizar tratamentos para remoção da adstringência. 1 Engo Agro, Professor associado, Departamento de Ciências Biológicas, ESALQ/USP. Av. Pádua Dias, 11, Piracicaba, SP. CEP 13418-900. E-mail: [email protected]. 57 ADSTRINGÊNCIA DO CAQUI As cultivares adstringentes de caqui apresentam, como principal característica, altos teores de taninos solúveis, os quais precipitam as proteínas presentes na saliva bucal, principalmente a amilase, e se unem aos receptores de sabor, causando uma sensação de secura no palato, característica de alimentos adstringentes. Caquis do tipo PCA podem conter mais de 5% de taninos no período de três semanas, após a antese, quando então os taninos solúveis começam a diminuir, atingindo o valor de 2% na colheita. A redução da adstringência durante o desenvolvimento e amadurecimento de cultivares adstringentes e o desaparecimento da adstringência de cultivares não adstringentes está relacionado com a capacidade natural de remover o conteúdo de tanino existente na polpa do fruto. Este fenômeno pode ser devido à quantidade de compostos voláteis, tais como etanol e acetaldeído produzidos pela semente durante o desenvolvimento do fruto, os quais são provavelmente iniciados pela condição de anaerobiose e altas concentrações de CO2 no período de desenvolvimento do fruto. Frutos contendo aproximadamente 0,25% de tanino solúvel mostraram-se ligeiramente adstringentes, enquanto aqueles contendo menos de 0,1% revelaram-se praticamente não adstringentes. Existem dois diferentes mecanismos na perda natural da adstringência. O primeiro é dependente da produção de etanol e acetaldeído pelas sementes durante o desenvolvimento dos frutos, estando associado aos tipos PVNA, PVA e PCA. O segundo mecanismo, constatado em frutos de cultivares do tipo PCNA, está relacionado ao menor tamanho das células de tanino, de baixo peso molecular e menor reatividade, do que ao grau de coagulação. Os frutos de cultivares adstringentes acumulam baixos níveis de etanol e acetaldeído durante todo o período de crescimento e desenvolvimento. Foi demonstrado “in vitro” que o acetaldeído reage com o tanino do caqui formando um gel insolúvel, ou seja, o tanino solúvel de frutos adstringentes é polimerizado pelo acetaldeído, formando um composto insolúvel e não adstringente. O acetaldeído formado sob condições anaeróbicas está envolvido tanto no processo natural quanto artificial da remoção da adstringência. O acetaldeído formado em condições naturais é também responsável pela formação do aroma. Também foi constado que pode haver outros mecanismos de insolubilização dos taninos não provocado pelo acúmulo de acetaldeído. Taninos aderidos a fragmentos da parede celular podem se tornar insolúveis. Pode também haver reação entre a pectina parcialmente degradada e os taninos solúveis, sem acumulação de acetaldeído. Quanto à localização dos taninos na polpa, é conhecido que os taninos são 58 armazenados em células especializadas. Idioblastos de tanino são diferenciados de outras células pelo tamanho e forma. Eles são sempre maiores que as células parenquimáticas adjacentes, alcançando grandes comprimentos em algumas variedades. PROCESSOS DE DESTANIZAÇÃO A destanização refere-se à remoção da adstringência do caqui, que nada mais é que transformar o tanino da forma solúvel para a insolúvel. Há várias formas de remover a adstringência do caqui, sendo que os principais métodos estão abaixo relacionados. AMADURECIMENTO NATURAL O fruto do caquizeiro é considerado climatérico, sendo que uma das características deste tipo de fruto é continuar o seu processo de amadurecimento após a colheita. Uma vez colhido no estádio ideal, o processo de amadurecimento continuará e inclui várias alterações, como perda natural da adstringência, amolecimento da polpa e outras alterações associadas a melhoria do sabor e aroma. Desta forma, pode-se deixar o fruto no ambiente que ele perderá naturalmente sua adstringência, sendo um método comum usado em caqui ‘Taubaté’. Nos caquis do grupo variável, como ‘Rama Forte’ e ‘Giombo’, este método não é aconselhado, pois os frutos amolecem excessivamente e adquirem manchas. O desaparecimento natural do tanino solúvel em cultivares não adstringentes, como o ‘Fuyu’, é feito através do etanol e/ou acetaldeído produzidos pela semente durante os primeiros estádios da maturação. APLICAÇÃO DE ETILENO O etileno é um hormônio vegetal associado ao amadurecimento de frutos climatéricos. No caso de aplicação de etileno em caqui, ocorre uma aceleração da maturação, havendo aumento da respiração; redução acelerada da firmeza da polpa e rápida perda da adstringência. Esta aplicação pode ser feita por injeção do etileno em câmara hermética ou a imersão dos frutos em solução de Ethrel (ethephon ou ácido 2-cloroetilfosfônico). Embora haja uma rápida remoção da adstringência, os frutos tem curta vida útil, pois amolecem rapidamente e são facilmente atacados por fungos. Também há uma maior dificuldade no transporte destes frutos. Ao invés do etileno também podem ser o carbureto, que libera o acetileno, que tem função similar ao etileno. 59 APLICAÇÃO DE ETANOL A aplicação do etanol ou álcool etílico é uma prática comum entre os produtores. Uma quantidade determinada de álcool é colocada dentro de um recipiente ou despejado sobre panos e depois colocado entre as caixas de caqui. Em seguida é assentada uma lona por cima das caixas para evitar o escape do gás evaporado. O etanol, ao evaporar, penetra no fruto, sendo convertido em acetaldeído que, por sua vez, reage com o tanino solúvel, tornando-o insolúvel. Embora seja um tratamento bastante eficiente para destanização, resulta em frutos excessivamente moles, com menor vida útil. Além disso, invariavelmente, ocorrem manchas na casca dos frutos. APLICAÇÃO DE ALTO CO2 O gás carbônico (CO2) também pode ser utilizado para remover a adstringência do caqui. Na atmosfera normal este gás se encontra na concentração de 0,037% sendo que os tratamentos usados para destanizar o caqui devem ser realizadas com concentrações muito superiores (70-80%). Deve ser feita em câmara hermética, com controladores de CO2 em seu interior, não sendo permitida a entrada de pessoas durante o tratamento, considerando que o CO2 nestas concentrações é letal. O CO2, quando aplicado em altas concentrações nos tecidos do fruto, aumenta a produção de acetaldeído, devido à ativação da via do malato que faz produzir mais piruvato, sendo esse rapidamente convertido em acetaldeído. Da mesma forma que o tratamento com etanol, o acetaldeído formado reage com o tanino solúvel tornando-o insolúvel e não adstringente. Mundialmente, é o processo mais utilizado para a remoção da adstringência de caqui. No Brasil, é pouco utilizado. USO DE ATMOSFERA MODIFICADA O uso de embalagem plástica apropriada pode originar uma atmosfera ao redor dos frutos com baixa concentração de oxigênio e alta de gás carbônico. Isso vai gerar condições para que haja a destanização dos frutos, e em alguns casos a manutenção da firmeza dos frutos. Os materiais plásticos mais utilizados são o polietileno e o polipropileno. USO DE EMBALAGEM A VÁCUO O uso do embalamento a vácuo é uma alternativa recentemente desenvolvida que permite destanizar os frutos e ao mesmo tempo manter a firmeza de polpa. Entretanto, para a técnica funcionar há a necessidade de usar também a refrigeração. Se os frutos embalados a 60 vácuo forem armazenados em temperatura ambientes haverá rápida perda de firmeza e desenvolvimento de sabores desagradáveis. A embalagem a vácuo faz com que o oxigênio seja reduzido a quase zero e isso faz com que haja a formação de uma condição anaeróbica. A ausência de oxigênio provoca a descarboxilação do piruvato, elevando a produção de CO2 que por sua vez vai estimular a produção de acetaldeído que irá reagir com os taninos solúveis, provocando a destanização. Esta condição também permite reduzir o metabolismo dos frutos, dentre eles a produção de etileno, e os efeitos a ele associados. Desta forma, com o uso da embalagem a vácuo é possível destanizar os frutos e conservar os frutos por mais tempo. Um dos materiais que se mostra promissor para realizar a embalagem a vácuo é o polinylon. OUTROS MÉTODOS Existem outros métodos, menos usados que também podem provocar a destanização do caqui, como água morna, água gelada e vinagre. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Antoniolli, L.R. Remoção da adstringência e armazenamento refrigerado de frutos de caquizeiro (Diospyros kaki L.) cv. Giombo. 1999. Dissertação (Mestrado em Fisiologia e Bioquímica de Plantas) – ESALQ/ Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1999. Edagi, F.K.; Chiou, D.G.; Terra, F.A.M.; Sestari, I.; Kluge, R.A. Remoção da adstringência de caquis 'Giombo' com subdosagens de etanol. Ciência Rural, v. 39, p. 2022-2028, 2009. Edagi, F.K.; Kluge, R.A. Remoção de adstringência de caqui: um enfoque bioquímico, fisiológico e tecnológico. Ciência Rural, v.39, n.2, p.585-594, 2009. Monteiro, M.F. Técnicas de remoção da adstringência e refrigeração de caqui 'Giombo'. 2011. Dissertação (Mestrado em Fisiologia e Bioquímica de Plantas) – ESALQ/Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2011. Muñoz, V.R.S. Destanização do caqui (Diospyros kaki L.) ‘Rama Forte’. 2002. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) – Universidade Estadual de Campinas, 2002. Terra, F. de A.M. Métodos combinados para destanização e conservação pós-colheita de caquis 'Giombo'. 2010. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – ESALQ/ Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2010. Vitti, D.C.C. Destanização e armazenamento refrigerado de caqui 'Rama Forte' em função da época de colheita. 2009. Tese (Doutorado em Fisiologia e Bioquímica de Plantas) – ESALQ/Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2009. 61 Tabela 1. Patógenos constatados no Sul do Brasil em frutas de clima temperado Patógeno Hospedeiros Glomerella cingulata/ Maçã, pêra, pêssego, ameixa, morango, framboesa, amora, Colletotrichum gloeosporioides mirtilo, quivi, caqui, uva. Botrytis cinerea Maçã, pêra, pêssego, ameixa, morango, framboesa, amora, mirtilo, quivi, uva. Botryosphaeria dothidea Maçã, pêra, quivi. Monilinia fructicola pêssego, ameixa Penicillium expansum Maçã, pêra, pêssego, ameixa, morango, framboesa, amora, mirtilo, quivi, caqui, uva. Rhizopus stolonifer/ Maçã, pêra, pêssego, ameixa, morango, framboesa, amora, Mucor sp. mirtilo, uva e caqui. Cryptosporiopsis perennans, Maçã Complexo de Fuligem e Sujeira de mosca Phomopsis sp quivi Tabela 2. Produtos registrados para o controle biológico de doenças de fruteiras PRODUTO ORGANISMO FORMULAÇÃO EMPRESA PATÓGENOS Aspire Wettable powder Botrytis spp., Candida Ecogen,Inc WP Penicillium spp oleophila I-182 Bio-save Botrytis cinerea, Frozen cell 100, BioPseudomonas EcoScience Penicillium spp., concentrated pellets Corp save 1000 syringae Mucor pyroformis, ESC-10 Geotrichum candidum Bio-save Pseudomonas Frozen cell EcoScience Botrytis cinerea, 110 syringae concentrated pellets Corp Penicillium spp., ESC-11 Mucor pyriformis, Geotrichum candidum Serenade Bacillus subtilis Suspensão aquosa Agraquest Botrytis cinerea Sonata Bacillus pumillus Suspensão aquosa Agraquest Botrytis cinerea 62 DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DE MAÇÃS NO MERCADO VAREJISTA BRASILEIRO Luiz C. Argenta1; Marcelo J. Vieira2; Walter S.P. Pereira3; Francielle de Souza4; Andreia M. T. Scolaro5; Fabiano Coldebella4; Felipe Terra4 INTRODUÇÃO A produção Brasileira de maçãs aumentou em mais de um milhão de toneladas nos últimos 35 anos. O aumento foi de aproximadamente 50 mil para 350 mil toneladas na década de 80, para 726 mil toneladas na década de 90 e para 934 mil toneladas na primeira década desse século (ABPM, comunicação pessoal). Nos últimos quatro anos, a produção Brasileira de maçãs variou de aproximadamente um milhão a um milhão e duzentas mil toneladas, sendo aproximadamente 60.8% de ‘Gala’, 32,7% de ‘Fuji’ e 6,5% de outras cultivares, incluindo ‘Eva’, ‘Daiane’ e ‘Cripps Pink’ (ABPM, comunicação pessoal; IBGE, 2011). O destino das maçãs Brasileiras produzidas nos últimos anos tem sido o consumo in natura interno (67,6%), consumo in natura externo (7%) e industrialização para produção de suco e outros alimentos (25,4%) (ABPM, comunicação pessoal). A qualidade das maçãs produzidas no Brasil também aumentou expressivamente nas últimas décadas. Esse aumento da qualidade se deve primeiramente pelo plantio de novas variedades, mutações coloridas de ‘Gala’ e ‘Fuji’, tais como a Royal Gala®, Imperial Gala®, Galaxy®, Brookfield™, Maxigala, Fuji Suprema, Kiku™ 8 e Mishima. Adicionalmente, o uso de porta-enxertos anão, os novos métodos aprimorados de manejo de pomares, a colheita dos frutos em estádio de maturação mais adequado e os métodos aprimorados de armazenagem e de controle da ação do etileno têm promovido aumento considerável da qualidade das maçãs Brasileiras comercializadas in natura. Melhoria da qualidade das maçãs Brasileiras ofertadas no mercado também ocorreu pela implementação do regulamento técnico de identidade e qualidade de maçãs empacotadas no Brasil (Instrução Normativa no5 do Ministério da Agricultura) (Brasil, 2006). Infelizmente, a melhoria da qualidade das maçãs Brasileiras ofertadas não tem resultado em majoração proporcional do retorno financeiro aos produtores e à ‘indústria’ de 1 Estação Experimental de Caçador, Epagri, Caçador, SC. [email protected]. Centro de Ciências Agro veterinárias, Udesc, Lages, SC. Bolsista Capes, Doutorando. [email protected] 3 WP Agro Business Consultoria, Piracicaba, SP. [email protected] 4 AgroFresh, Fraiburgo, SC, [email protected] [email protected]; [email protected] 5 Centro de Ciências Agro veterinárias, Udesc, Lages, SC. Mestranda. [email protected]. 2 63 maçãs, devido primeiramente ao aumento dos custos de produção ocorrida nas últimas décadas (Pérès, 2009). No entanto, parece inquestionável o papel da qualidade para manutenção ou aumento do consumo per capita de frutas frescas. Aparentemente, a demanda por frutas frescas, incluindo maçãs, continuará expandindo no Brasil, nos próximos anos, devido ao crescimento populacional e da sua renda, caso o consumo per capita não seja reduzido. A expansão da oferta e da diversidade de frutas frescas e alimentos industrializados (lanches) parecem favorecer o aumento da exigência dos mercados e dos consumidores por qualidade. A disposição dos consumidores pagarem maior preço por frutas de maior qualidade tem sido demonstrada (Gallardo et al., 2011; Yue et al., 2011). A escolha de frutos pelos consumidores se baseia inicialmente na aparência externa, sobretudo na coloração da epiderme, mas, a repetição da compra pode ser retraída quando as expectativas dos consumidores pela qualidade interna (referentes ao sabor, textura, ausência de distúrbios, etc.) dos frutos não são atendidas (Harker et al., 2003; 2008; Brown et al., 2006; Zeebroeck et al., 2007; Kupferman, 2010). Segundo Batt et al. (1998), a resposta dos consumidores a compra de maçãs de baixa qualidade varia entre outras coisas com a redução do retorno a compra de maçã, troca de cultivar e/ou substituição de maçã por outra espécie de fruta. Pesquisa recente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA, 2011) evidencia que aproximadamente 60% dos consumidores Brasileiros se dispõem a substituir o consumo de frutas por outros alimentos tais como laticínios, produtos de padaria e guloseimas quando a qualidade e/ou preços se distanciam das suas expectativas. Mais de 90% das maçãs Brasileiras são colhidas nos meses de Janeiro a Abril, em pomares localizados nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Pérès, 2009). Isso significa que antes de chegar aos consumidores, a maior parte das maçãs são armazenadas por um a dez meses e transportadas a longas distâncias do local de produção. Aproximadamente 80% das frutas e verduras in natura são comercializadas aos consumidores em supermercados e o restante em feiras de ruas, lojas de frutas e verduras (‘sacolões’), etc (CNA, 2011), indicando que os supermercados são locais apropriados para estudos sobre ‘qualidade no mercado’ e padrões de consumo de maçãs. O presente trabalho foi realizado para avaliar a qualidade de maçãs nos supermercados Brasileiros em função do mês e explorar possíveis relações entre qualidade, preço, região de consumo e tipo de supermercado. 64 MÉTODOS Amostras de maçãs das cultivares ‘Gala’ e seus clones, ‘Fuji’ e seus clones e ‘Red Delicious’ foram coletadas mensalmente a partir de Março de 2010 até Janeiro de 2011, em 20 supermercados localizados nas seguintes cidades (5): Curitiba (PR), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Os vinte supermercados foram selecionados antecipadamente, em Fevereiro de 2010. Selecionaram-se, em cada cidade, dois supermercados de rede nacional e dois supermercados de rede regional do respectivo estado. Os frutos foram amostrados sempre nos mesmos supermercados ao longo dos 11 meses, na quarta semana de cada mês. Amostras de 22 frutos por cultivar (3) foram coletadas ao acaso nas gôndolas de cada supermercado (4) e cidade (5), nos 11 meses, exceto para ‘Gala’ que não foram amostradas no mês de Janeiro. Os 14.080 frutos amostrados ao longo dos 11 meses foram analisados no mesmo dia da amostragem, na respectiva cidade. Todas as amostragens e análises dos frutos foram realizadas por um único técnico treinado (Enga. Agrônoma) o qual viajou mensalmente para as cinco cidades. Os frutos foram analisados individualmente quanto à qualidade interna e externa. A qualidade interna foi determinada pela análise da firmeza de polpa, teor de açúcares solúveis e distúrbios fisiológicos, patológicos ou por insetos. A qualidade externa foi avaliada determinando-se a percentagem de cor vermelha e severidade dos seguintes defeitos na superfície: distúrbios fisiológicos (murcha, escaldadura superficial, senescência, danos por deficiências minerais, etc.), distúrbios patológicos (podridões, lesões de doença pré-colheita, etc.), danos por insetos, danos por fatores abióticos (ex: granizo, geada, toxidez química, danos mecânicos, etc.) e defeitos morfológicos. A presença dos defeitos externos foi determinada para cada fruto. Os dados de qualidade externa foram usados para determinar a categoria de cada fruto seguindo o regulamento técnico de identidade e qualidade de maçãs (Instrução Normativa no5 do Ministério da Agricultura) (Brasil, 2006). Dessa forma, os frutos foram qualificados como Categoria 1 (máxima qualidade), Categoria 2 ou Categoria 3 (mínima qualidade). Nas gôndolas, se determinou a temperatura do ar e da polpa de uma maçã por cultivar e se anotou os nomes das cultivares, dos preços de venda anunciados e a forma de exposição dos frutos. Quando autorizado por representantes dos supermercados, se determinou a temperatura da sala de estocagem de frutas e verduras e se analisou as embalagens de maçãs correspondentes aos lotes de maçãs expostas nas gôndolas. Anotou-se a data de empacotamento, a variedade, o calibre e a categoria descritos nos rótulos das caixas. 65 Coletaram-se dados das embalagens de maçãs em 56%, 42% e 40% das visitas aos supermercados, para ‘Gala’, ‘Fuji’ e ‘Red Delicious’, respectivamente. Os preços médios de venda realizados pelos produtores em 2010 e 2011 foram informados pela Associação Brasileira dos Produtores de Maçãs (ABPM, comunicação pessoal). A firmeza de polpa foi medida, após remoção da epiderme, em dois lados opostos da região equatorial de cada fruto, por meio da utilização de um penetrômetro manual com ponteira de 11 mm de diâmetro. Uma amostra de suco (~0,2 mL) foi extraída de uma fatia longitudinal externa de cada maçã para análises do teor de sólidos solúveis (SS). O teor de SS do suco foi determinado com auxílio de um refratômetro digital com compensação automática da temperatura (Atago, Japão). A incidência (%) de frutos com distúrbios internos e defeitos externos foi determinada pela contagem dos frutos com sintomas em relação ao número total de frutos da amostra. Nas análises de firmeza de polpa, dano mecânico e distúrbios fisiológicos, foram utilizados, para cada amostra, 22 repetições sendo cada repetição composta por um fruto. Para determinação do teor de SS, para cada amostra foram utilizados cinco repetições composta de quatro frutos. Os dados foram submetidos à análise da variância (ANOVA) e a diferença entre os tratamentos (Cultivar, Mês, Região) determinada pelo teste de Tukey (p<0,05). O coeficiente de correlação e a sua significância entre as variáveis estudadas foram determinadas por meio do teste Pearson Product-Moment (p<0,05). RESULTADOS Qualidade Interna A firmeza da polpa das maçãs expostas nos supermercados diminuiu continuamente de Março a Julho para níveis inferiores a 12 lb e então tendeu a aumentar a patamares de aproximadamente 14 lb para ‘Gala’ e 15 lb para ‘Fuji’ e ‘Red Delicious’. A redução da firmeza da polpa ao longo do ano foi mais acentuada em maçãs ‘Fuji’ e ‘Red Delicious’ do que em maçãs ‘Gala’. A menor amplitude de firmeza da polpa verificada em maçãs ‘Gala’ ao longo do ano se deve ao fato de que em Março, a firmeza da polpa desta cultivar já estava baixa. Este comportamento de redução e aumento da firmeza de polpa gerando janelas de baixa firmeza da polpa não é surpreendente e pode estar relacionado às logísticas de colheita e classificação dos frutos. Em função do grande volume de frutos a ser colhido em curto espaço 66 de tempo, parte da produção é inevitavelmente colhida em estádio avançado de maturação, inapropriado para armazenagem por médios ou longos períodos. Desequilíbrios entre oferta e demanda e, eventualmente, limitações da capacidade de classificação e empacotamento fazem com que parte dos frutos colhidos sobre maduros sejam armazenados por períodos superiores ao seu potencial. O aumento da firmeza da polpa a partir de Agosto possivelmente está relacionado à oferta de frutos colhidos precocemente, em estádios ideais de maturação para máxima conservação pós-colheita, e ao emprego de tecnologias avançadas de conservação, incluído atmosfera controlada e controle do etileno pelo 1-MCP (SmartFresh, AgroFresh Inc.). A firmeza da polpa é o atributo de qualidade interna de maçãs que mais se correlaciona com índices de preferência dos consumidores (Harker, 2001; Harker et al., 2002; 2008). Segundo Kupferman (2010), a firmeza da polpa e a crocância são mais importantes do que outros atributos de qualidade tais como acidez e o teor de açúcares solúveis. A preferência dos consumidores aumenta significativamente à medida que a firmeza da polpa passa de 8 para 14 libras (Harker et al., 2008). Por outro lado, quando os níveis de firmeza são inferiores a 11 libras, observa-se redução da crocância e da suculência dos frutos e aumento significativo da incidência de ‘polpa farinácea’ sendo estas características percebidas de forma negativa pelos consumidores (Harker et al., 2002). Estudos de Harker et al. (2008), indicam que a firmeza da polpa de maçãs deve ser superior a 14 libras para máxima aceitação pelos consumidores. Importante notar que a firmeza da polpa média das maçãs ‘Gala’ foi igual ou inferior a 14 lb ao longo de todo o período de análises, Março a Dezembro. Assumindo que a variação da firmeza da polpa entre frutos de cada amostra siga uma Distribuição Normal, mais de 50% das maçãs ‘Gala’ ofertadas nos mercados estudados, apresentavam firmeza da polpa inferior a 14 lb ao longo de todo o ano. A menor firmeza da polpa não resulta apenas em menor apreciação sensorial pelos consumidores. Maçãs com menor firmeza da polpa normalmente apresentam maior incidência de escurecimento da polpa (Vieira et al., 2013) e são mais vulneráveis a danos mecânicos (Segatori et al., 2008) e podridões (Zeebroeck et al., 2007). As análises do presente estudo evidenciam maior incidência de escurecimento da polpa de maçãs ‘Galas’ no mês de menor firmeza da polpa, em Julho. Adicionalmente, a firmeza da polpa de maçãs ‘Galas’ dos 20 supermercados se correlacionou negativamente com a incidência média de escurecimento da polpa nos meses de Julho e Outubro. Estudo da variação da qualidade das maçãs ‘Galas’ entre 67 as cinco cidades estudadas também evidencia relação negativa entre firmeza da polpa e escurecimento da polpa e entre firmeza da polpa e podridões. A firmeza da polpa média de maçãs ‘Fuji’ foi superior a 14 lb durante a maior parte dos meses estudados. Exceção ocorreu nos meses de Julho, Setembro e Outubro quando maçãs ‘Fuji’ apresentaram firmeza da polpa média inferior a 14 lb. De maneira geral, maçãs ‘Fuji’ exibem menor perda de firmeza da polpa durante a maturação na planta e durante a armazenagem (Argenta, 2002; Argenta et al.; 2010). Mesmo assim, maçãs ‘Fuji’ podem ser rejeitadas pelos consumidores devido ao desenvolvimento de sabor e odor diferente do padrão característico da cultivar, após longos períodos de armazenagem, sobretudo quando os frutos apresentam menor firmeza da polpa (Varela et al.; 2005). A firmeza da polpa média de maçãs ‘Red Delicious’ também foi inferior a 14 lb na maioria dos meses ao longo do ano sendo mínima em Julho, assim como observado para maçãs ‘Gala’. Maçãs Red Delicious são as mais produzidas na América do Norte há muitas décadas. No entanto, pomares de maçãs dessa cultivar têm sido substituídos por pomares de cultivares de maçãs tais como Fuji que exibem maior conservação da firmeza e suculência após a colheita (Harker et al.; 2008). O Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Maçãs (Instrução Normativa no 5) determina que para serem comercializadas, as maçãs ‘Gala’ e ‘Red Delicious’ devem apresentar firmeza da polpa superior a 9 lb enquanto as maçãs ‘Fuji’ devem apresentar firmeza da polpa superior a 10 lb (Brasil., 2006). Considerando a variabilidade de firmeza da polpa entre os frutos, se verifica que parte das maçãs ‘Gala’, disponíveis nos mercados entre Junho e Julho, apresentava firmeza da polpa inferior ao limite determinado pela norma. Apesar das maçãs analisadas nesse estudo frequentemente apresentarem firmeza da polpa superior ao limite mínimo tolerado pela Instrução Normativa no 5 (Brasil., 2006), o tema padrões mínimos de qualidade de maçãs expedidas para o mercado deve ser continuadamente debatido pelo setor produtivo em resposta ao crescente aumento da produção nacional de frutas, ao aumento das exigências dos mercados e consumidores e aos estudos de que indicam preferência dos consumidores por maçãs com firmeza da polpa superior a 14 lb (Harker et al., 2008). O presente estudo identificou que o conteúdo médio de sólidos solúveis (SS) nas maçãs expostas nos supermercados foi superior a 12%, para as três cultivares estudadas, em todos os meses analisados. Exceção ocorreu para a ‘Gala’ em abril, quando o conteúdo médio de SS foi inferior a 12%. Embora a firmeza da polpa de maçãs seja o atributo de qualidade interna de maior aderência à preferência dos consumidores, o conteúdo de SS também se 68 correlaciona com índices de preferências pelos consumidores (Harker et al., 2008). Pesquisas desenvolvidas no Reino Unido demonstraram que os consumidores podem ser divididos em dois grandes grupos: os que preferem maçãs firmes e doces (com alto teor de SS) e aqueles que preferem maçãs ácidas. Todavia, segundo Harker et al. (2002) para assegurar qualidade, o conteúdo de SS de maçãs deve ser igual ou superior a 12%. Segundo Kupferman (2010), consumidores não gostam de maçãs com elevado conteúdo amido e baixo conteúdo de SS. Qualidade externa: Maçãs são classificadas, antes do empacotamento, por categorias (CAT 1, CAT 2 e CAT 3) seguindo o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Maçãs (Brasil, 2006). Essa classificação se baseia em aspectos estéticos externos tais como coloração e a ocorrência de distúrbios ou defeitos de formação. A categoria média das maçãs ‘Gala’ coletadas nos supermercados variou de 1,6 (máxima qualidade) a 2,0 (mínima qualidade) ao longo do ano. A categoria de maçãs ‘Fuji’ coletadas nos supermercados foi semelhante às de ‘Gala’ para vários meses, exceto para o mês de Novembro, quando a categoria média das maçãs ‘Gala’ ofertadas nos supermercados foi inferior (maior qualidade) a de ‘Fuji’ (p<0,05). A categoria de maçãs ‘Red Delicious’ variou menos que as categorias de maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’, permanecendo entre 1,4 e 1,8 ao longo do ano. Apesar dessa menor variação, a categoria de maçãs ‘Red Delicious’ não diferiu estatisticamente (p<0,001) da categoria de maçãs ‘Gala’ ao longo do ano e foi menor (melhor qualidade) em relação a maçãs ‘Fuji’ nos meses de Março, Maio, Outubro e Janeiro. Em 40 a 56% das visitas aos supermercados onde foram coletadas as amostras de maçãs, foi possível identificar a embalagem (origem) dos frutos expostos na gôndola. Isso permitiu comparar a categoria dos frutos expostos no ponto de comercialização e a categoria dos frutos no momento da expedição no local de empacotamento. Os resultados indicam que há perda significativa da qualidade (aumento da categoria) entre o ponto de expedição das maçãs, nos parques de classificação e empacotamento e o momento de exposição comercial aos consumidores. Essa perda de qualidade pós-empacotamento foi evidente para as três cultivares, ao longo de todo o ano, exceto para ‘Gala’ que ocorreu principalmente no 2º semestre do ano. A qualidade das maçãs expostas nas gôndolas dos supermercados variou em função da região de comercialização, dependendo da cultivar. Maçãs ‘Fuji’ expostas nas gôndolas dos supermercados das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte apresentaram menor categoria (maior qualidade) que aquelas comercializadas nas cidades de Curitiba e 69 Recife. De forma semelhante, a categoria de maçãs ‘Galas’ expostas nas gôndolas foi máxima (mínima qualidade) nos supermercados de Curitiba e mínima (máxima qualidade) nos supermercados do Rio de Janeiro. A categoria de maçãs ‘Red Delicious’ não variou significativamente em função da cidade. A análise da categoria média das maçãs por cidade também evidenciam a perda da qualidade (aumento da categoria) entre o ponto de expedição das maçãs nos parques de classificação e empacotamento e o momento de exposição comercial aos consumidores. A depreciação da qualidade (aumento da categoria) das maçãs das três cultivares analisadas, após o empacotamento, foi associada ao elevado índice de dano mecânico. A incidência de maçãs com danos mecânicos nas amostras analisadas variou de 13 a 50% dependendo da cultivar e época de análise sendo que a maior incidência foi observada em Agosto com destaque para a cultivar ‘Red Delicious’ (50%) seguida pelas cultivares Gala e Fuji (45%). A correlação entre dano mecânico e a categoria das maçãs foi significativa para as três cultivares. Resultados das análises de correlação também indicaram que a ocorrência de danos mecânicos foi associada negativamente a firmeza da polpa dos frutos. Segundo Segatori et al. (2008), o risco de desenvolvimento de dano mecânico aumenta com a redução da firmeza da polpa. O dano mecânico caracteriza-se pela deformação da superfície dos frutos, sem rompimento visível a olho nu da epiderme, provocado por batidas, vibrações e compressão dos frutos em diferentes etapas da colheita ao empacotamento e da expedição a partir dos parques de armazenagem, classificação e empacotamento até a exposição aos consumidores, nos supermercados. A ocorrência de dano mecânico deprecia a aparência externa dos frutos e aumenta o risco de contaminação por fungos e bactérias quando há indução de microrrachaduras da epiderme (Zeebroeck et al., 2007). Embora as perdas da qualidade por danos mecânicos ocorram, em grande parte, após o empacotamento, durante o transporte e comercialização, ela afeta o retorno financeiro da cadeia produtiva como um todo. O Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Maçãs (Brasil, 2006) prevê tolerância de até 1 cm2, 2cm2 e 5cm2 para maçãs CAT 1, CAT 2 e CAT 3, respectivamente. Assumindo que as empresas empacotadoras estejam seguindo as normas legais de classificação, pode se inferir que a maior parte dos danos mecânicos descritos no presente estudo resulta de práticas inapropriadas de carregamento, descarregamento, transporte e manuseio das maçãs nos entrepostos e nos supermercados. Destacam-se o transporte não refrigerado a longa distância por estradas mal pavimentadas, descarregamento e empilhamento manual das caixas nos entrepostos e nos supermercados, descarregamento a granel dos frutos nas gôndolas por operadores dos supermercados, manuseio irregular pelos 70 consumidores ao escolher os frutos nas gôndolas, etc. Frequentemente a altura de empilhamento de caixas nos caminhões e nos entrepostos de comercialização do atacado, excede a recomendação dos fabricantes das embalagens, resultando em rompimento da coluna das embalagens e compressão das frutas das camadas inferiores. Além dos danos mecânicos, as altas temperaturas de estocagem dos frutos nos entrepostos e supermercados contribuem para o aumento da sua categoria (redução da qualidade) antes de serem consumidas. Neste estudo, constatou-se que a temperatura da polpa média dos frutos na gôndola dos supermercados foi sempre superior a 17oC. Ao longo dos 11 meses de amostragem, encontrou-se maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ expostas em ambiente refrigerado em apenas de 12,5% dos expositores analisados. A temperatura é o fator que mais afeta as reações biológicas relacionadas à maturação e senescência dos frutos e o crescimento de fungos patogênicos (Wills et al., 1998). Kupferman (2010) examinou a deterioração da qualidade de maçãs transportadas para diversas cidades dos Estados Unidos a partir do estado de Washington e notou que na maioria dos casos os frutos chegaram aos mercados em boas condições, exceção ocorreu para aqueles que foram transportados sob temperatura ambiente, não refrigerada. Portanto, a manutenção da cadeia de frio após o empacotamento, durante o transporte e comercialização, é fundamental para manutenção da qualidade de maçãs. A qualidade das maçãs expostas nos supermercados também foi negativamente afetada pela extensão de tempo entre o empacotamento da fruta e o seu consumo. O tempo médio entre a data de embalagem dos frutos e a sua exposição nas gôndolas dos mercados foi de 28, 17 e 55 dias para maçãs ‘Gala’, ‘Fuji’ e ‘Red Delicious’, respectivamente. Os maiores intervalos entre a data de empacotamento e exposição dos frutos nas gôndolas dos mercados foram de 58 dias em Novembro para a ‘Gala’, 45 dias em Abril para a ‘Fuji’ e 95 dias em Novembro para a ‘Red Delicious’. Esse resultado é particularmente importante porque em nenhum dos supermercados, onde foi possível anotar a temperatura da sala de estocagem (40 a 50% das visitas), a temperatura do ambiente foi inferior a 15oC. Vários fatores podem contribuir para o alto intervalo de tempo entre a data de embalagem dos frutos e a data de exposição nas gôndolas. Destaca-se a distância entre o local de produção e os pontos de comercialização dos frutos e, principalmente, a estocagem de maçãs por mercados atacadistas ou grandes redes de supermercados que possuem entrepostos de distribuição para as lojas. A compra de grandes quantidades de frutas em uma só vez pelos atacadistas e grandes redes de supermercado possivelmente favorece a obtenção de baixos preços, enquanto a manutenção de ‘estoque regulador’ reduz a pressão de comprar a qualquer preço para evitar descontinuidade da exposição de frutas nas lojas. Adicionalmente, em 71 alguns casos, frutos de determinada cultivar, categoria e tamanho podem permanecer empacotadas no local de produção, nos parques de armazenagem, classificação e empacotamento, por maior tempo devido a menor demanda do mercado por tal fruta. A incidência de maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ com sintomas de podridões, nas gôndolas dos supermercados, aumentou expressivamente ao longo do ano, especialmente a partir do mês de Junho. Entre Junho de 2010 e Janeiro de 2011, a incidência de maçãs com podridões nos supermercados foi máxima para ‘Fuji’ e mínima para ‘Red Delicious’. Em ‘Fuji’, a incidência de podridões variou de 12 a 20% entre Novembro de 2010 e Janeiro de 2011, enquanto a incidência de maçãs ‘Red Delicious’ com sintomas de podridões se manteve estável abaixo de 5% ao longo de todo o ano. As diferenças entre maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ quanto à incidência de podridões observadas nesse estudo estão de acordo com as observações de que maçãs ‘Fuji’ são mais susceptíveis a podridões que maçãs ‘Gala’(Sanhueza et al., 2006). A incidência de maçãs com sintomas de escaldadura superficial nos supermercados foi observada para a cultivar ‘Fuji’ e excepcionalmente no mês de Outubro para a cultivar ‘Red Delicious’. Em maçãs ‘Fuji’, a incidência de escaldadura superficial ocorreu a partir de Setembro sendo máxima em Janeiro. Preço: A variação sazonal dos preços se relacionou claramente aos períodos de maior (safra) e menor (entre-safra) oferta de maçãs pelos produtores. Os preços de venda das maçãs nos supermercados aumentaram gradativamente ao longo do ano atingindo valores máximos nos meses de Novembro e Dezembro para ‘Gala’ e ‘Fuji’. Os preços também permanecem elevados para ‘Fuji’ nos meses de Janeiro a Março. Os preços de maçãs ‘Red Delicious’ variaram menos que os de ‘Gala’ e ‘Fuji’ ao longo do ano e foram máximos nos meses de Janeiro a Abril. A categoria das maçãs das três cultivares permaneceu estável ou aumentou levemente ao longo do ano, significando que houve leve redução da qualidade externa das maçãs expostas na gôndola, ao longo do ano. Por isso, a análise dos dados de variação dos preços nos supermercados e da qualidade dos frutos expostos nas gôndolas em função do mês indica que os preços foram mais relacionados à sazonalidade da oferta que à qualidade dos frutos. No entanto, houve correlação significativa entre preço e incidência de cor vermelha para maçãs ‘Galas’ e ‘Fujis’. Adicionalmente, houve correlação significativa entre preço e categoria para maçãs ‘Fujis’ quando os dados foram analisados separadamente para cada mês de amostragem dos frutos. 72 A ausência de correlação entre preço e categoria dos frutos nas gôndolas não significa necessariamente que os preços de venda das maçãs pelos produtores (empacotadores) não tenha sido relacionada à categoria. A ausência de correlação entre preço e categoria dos frutos nas gôndolas possivelmente está relacionada ao aumento da categoria (redução da qualidade) das maçãs após a expedição no ponto de empacotamento, especialmente devido à alta incidência de danos mecânicos. Importante notar que houve correlação significativa entre danos mecânicos e categoria das maçãs expostas na gôndola dos supermercados. Curiosamente, os preços de venda das maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ aos consumidores, aplicado nos supermercado, variaram ao longo do ano precisamente com a mesma tendência da variação dos preços aplicados pelo setor produtivo das maçãs. Isso significa que os preços aplicados nos supermercados foram mais relacionados aos preços de venda pelos empacotadores que a categoria dos frutos nas gôndolas. O preço pago ao produtor (empacotador) normalmente varia em função da categoria sendo os maiores preços obtidos na categoria 1 (frutos com mais de 50% de cor vermelha). Os dados do presente estudo também mostram a grande diferença dos preços aplicado na venda ao atacado e supermercados e na venda aos consumidores. Aparentemente, a manutenção dessa diferença de preços aplicados pelo setor produtivo e pelo varejo está relacionada, em parte, a relação excessivamente alta entre número de empresas de venda de maçãs no setor produtivo e o número de empresas compradoras de maçãs no atacado e varejo (Pérès, 2009), além dos elevados custos relacionados ao transporte, distribuição, serviços de comercialização e às perdas por deterioração durante essas fases. Segundo Harker et al. (2001), a escolha dos consumidores por maçãs baseia-se na relação preço e qualidade sendo que a qualidade é mais importante do que os preços. Quando o preço de maçãs aumenta no mercado, os consumidores podem substituir a compra de maçãs por outras frutas, especialmente se elas não tiverem com alta qualidade (Harker et al., 2003). Isto evidencia que a competição no mercado inter-cadeias produtivas de frutas possivelmente é tão grande quanto à competição intra-cadeia produtiva de frutas. O aumento da qualidade e o apelo aos valores nutricionais das frutas são algumas das importantes estratégias para aumento do consumo de frutas e competição frente às cadeias produtivas de produtos industrializados e guloseimas (Harker et al., 2003). A saúde continua sendo o principal fator que influência os consumidores a escolher frutas nos mercados. Contudo, se o gosto não for bom, a compra não é repetida, independente de quão saudável seja a fruta (Harker, 2001). Isto sugere que o aumento do consumo de maçã pode ser estimulado pelo aumento da qualidade dos frutos ofertados. 73 RECONHECIMENTO O presente estudo foi financiado pela AgroFresh Inc., Dow AgroSciences. REFERÊNCIAS Argenta, L.C. Fisiologia pós-colheita: Maturação, colheita e armazenagem dos frutos. In: Empresa de pesquisa agropecuária e extensão rural de Santa Catarina - EPAGRI. A cultura da macieira. Florianópolis. EPAGRI, 2002. p.691-743. Argenta, L.C.; Vieira, M.J.; Scolaro, A.M.T. Validação de catálogos de cores como indicadores do estádio de maturação e do ponto de colheita de maçãs. Revista Agropecuária Catarinense, v.23, n.3, Nov. 2010. Batt, P.J., Sadler, C. Consumer attitudes towards the labelling of apples. Food Australia v.50, p.449-450. 1998 Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regulamento técnico de identidade e qualidade da maçã. Brasília, 2006. 9p. (Instrução Normativa, 5). Brown, S.; Maloney, K. What constitutes eating quality to a New York consumer and how do we measure quality objectively? New York Fruit Quartealy. V. 14, n. 4, p. 3-6. 2006. Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Hábitos de consumo de frutas, legumes e verduras no Brasil (FLVs). CNA, 2011. ABPM - comunicação pessoal. Gallardo, R.K., E. Kupferman, and A. 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Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v.45, n.2, p. 157-167. 2007. 75 EXPERIENCES OF WASHINGTON GROWERS IN IMPROVING FRUIT QUALITY Eugene M. Kupferman1 The goal of my presentation is to provide growers and other fruit industry personnel of Brazil with insights into the experiences of Washington State growers with methods to optimize apple quality. INTRODUCTION The experiences of Washington growers must be considered keeping in mind that the structure and culture of that industry may be different than that in Brazil. Thus it serves to spend couple of minutes orienting ourselves as to the situation in Washington. The Washington State apple industry is the largest in the USA due to climate which is dry, cold in winter and uniformly warm in summer with cold nights in the fall which promote red color development. The industry is located on the eastern edge of the Cascade mountains about 2 hour drive from Seattle. It has been in existence for over 100 years. Growers have planted extensive desert land to orchards with the largest orchard about 2000 hectares. Many varieties have been attempted with varying degree of success. Red Delicious accounted for over two thirds of the production for many years, but has now declined to less than one third since consumers have found this fruit to be often soft and mealy and lacking in flavor. Recently the price of Reds has risen due to improved quality for reasons I will discuss later. The variety mix has broadened over the last 10 years to include many which were unknown just a few years ago such as Honeycrisp, Ambrosia, Akane, Minneiska, Jazz, Pinata and Pacific Rose. These newer varieties are more profitable than Red Delicious. Along with changes in varieties, the structure of the industry has also changed. Just 25 years ago there were around 6,500 growers bringing fruit to about 140 packinghouses. Today there are less than one-third as many growers bringing fruit to 20 large storage/ packing operators. The industry had been made up of cooperative packing operations in which small growers own the company but now there is only one cooperative left. The typical business model is vertically structured with a single family owning large orchards, a storage and packing facility and marketing organization. There is little place for small growers. 1 Dr. Professor Emeritus, Washington State University, USA 76 On the other side of market chain is the distributor/retailer. In the US there are fewer small grocery stores and many large supermarkets than 20 years ago. Small stores are differentiating themselves by providing local or organic products. Supermarkets are looking for a consistent product supplied year round at low cost. When a salesperson/marketer sits across from a produce buyer representing 1,000 – 1,500 stores the conversation today is very different. Price, consistency of appearance and year round supply is most important. WHAT IS QUALITY The term quality is defined very differently by each sector of the industry. Some definitions include: ‘right food in the right market at the right price at the right time’ or ‘high quality fruit at optimum price’, or ‘uniformity of fruit in a box, a container’. Quality can be used to describe variety (Honeycrisp vs Red Delicious), yield, fruit size or resistance to preharvest/postharvest problems, etc. The studies described earlier today have shown that consumers are willing to pay a higher price for fruit that has optimum appearance and taste, but at what cost in yield and collage? Retail price is only one indicator of profitability and economic success. Discussions and debates on quality often do not meet with agreement because there is no common definition: are we considering profitability, or consumer acceptance? For example, quality for a supermarket is an Anjou pear that is hard and green so the fruit can withstand handling. On the other hand the consumer wants Anjou pears that are buttery and juicy. GRADE STANDARDS The US Federal government developed descriptors of fruit quality (appearance, size, firmness, and cleanliness) to have a common set of descriptors for market purposes across the country. These are called Federal Grade Standards. There are inspectors stationed in packinghouses to certify that the fruit meet these standards. There are a set of standards for international shipments and others to certify the fruit has been stored in Controlled Atmosphere. Washington growers recognized early that a higher uniformity of product designation was necessary for their apples so they developed standards for Washington apples and in 1915 they were placed within those of the Federal government. The Washington apple grade standards are stricter than those of the Federal Government. 77 Starting from the strictest to the most liberal these standards are: Washington Extra Fancy, US Extra Fancy, Washington Fancy, US Fancy, US No. 1 and the least US No 1 Hail. As usual there is a clash between those who want to put aside the legal Grade Standards for a more liberal agreement between buyer and seller. After all if there is agreement between these two why should the government enter into the negotiation? Backers of the legal structure point out that the Washington apple logo is one of the most recognized marketing symbols worldwide and the establishment and support of the logo has been both long term and costly. Detractors of the Grade Standards point out that each one of the large apple companies has their own logo and marketing program which is distinct from every. The shippers assert that lumping their fruit in the marketplace just brings everyone down to the lowest level. As Washington moved into new apple varieties there was an attempt by some to develop Grade Standards specific to each variety based in part on (formal and informal) consumer evaluations. This was an attempt by concerned growers to develop a high bar for a new variety. On the other side, marketers and packers pointed out that this would only hinder sales of a new variety as they had no confidence in the data and more importantly they wanted to have the freedom to develop standards based on unique experiences in the marketplace with each variety. And this is where the stalemate is at the moment. The Federal and Washington State grade standards and inspections are ongoing, but they are pretty general and often only address minimum standards rather than goals to guarantee that every apple in the marketplace will be an edible apple. ALTERNATIVES TO GRADE STANDARDS TO IMPROVE QUALITY 1) Improved orchard practices – including the proper variety selection. Growing and proper harvest management are the real keys to building a better fruit. Proper preharvest and harvest maturity management are keys to postharvest success. We need to build stronger fruit. 2) Technological advances – improved temperature management in storage, handling and shipment. Use of Controlled Atmosphere and SmartFresh are postharvest methods that hold fruit quality. They do not improve quality. 3) Demands by Retailers – some growers consider that their most important client is the person who places the order and writes the check (the retailer or wholesaler). The retailer is in a strong position to define quality and dictate conditions. Examples of retailer demands are: 78 packaging, fruit color, uniformity in box and day to day, wax, absence of disease or discoloration. Only by having fruit that the retailer is willing to display can it be sold. In cherries, sorting has needed to be mechanized to the point that in some packing plants every individual cherry is evaluated electronically for size, color and blemish - due to demands by retailers. 4) Demands by the Consumer – at first glance these are people who should have the strongest voice in fruit quality and in some cases they have made their voices heard forcing higher quality products. In cherries, large displays of cherries showed retailers that consumers are not willing to buy small fruit. Recently consumers have refused to buy cherries in bulk displays due to sanitary reasons and this gave rise to clam shell packing, multiple apples in rigid plastic trays or perforated grape bags. This has forced new methods of sorting fruit. Consumers turned away from Red Delicious due to soft, tasteless but beautiful fruit. This gave rise to the planting of new apple varieties, increased planting of cherries, increased production of wine grapes and the rise of the wine industry in Washington. The Fuji apple was developed in Japan for people who like a very sweet apple. It is often served peeled and sliced and eaten with toothpicks for dessert. I was interested in learning when I was in Japan that there are two kinds of Fuji apples the first a sweet treat as I just described and the second with a bit of acidity in spring after Controlled Atmosphere to give a more tart taste of early springtime. This second type of Fuji is harvested earlier than the sweeter one and stored to keep that higher acidity. Finally, optimum fruit size is complicated. I understand that in Brazil the consumers in the southern part are said to prefer larger apples than those in the northeast. Every apple variety has a genetically determined optimum size. For example, Gala are a small apple variety while Fuji were selected for their larger size. Growing large Galas has resulted in weak, watery fruit of limited storage life and marketing potential late in the season. Similarly, growing small Fuji apples results in an apple with very weak aroma, tough flesh and poor color. Consumer demand falls off when they experience fruit of size that is not compatible with its genetics. 5) Changes due to Competition – Competition naturally force an organization to deal with ways to optimize efficiency and quality to optimize profitability. Due to climate, growers in Washington State were able to grow a Red Delicious with 5 defined lobes, full red color and large size. These fruits naturally have a distinct length to width ratio so they are not round. In the other parts of the US, Red Delicious is more round, less red and not as crisp… 79 until the industry developed ReTain to promote these attributes. An alternative to the use of the chemical is to change to different varieties and so Honeycrisp was born in the mid-West and now it is being planted in Washington in great numbers. Climate in Washington results in a Pacific Rose that looks more appealing than those grown in its native country, New Zealand. 6) Reduced Players – the reduction in the number of orchardists in Washington has led to a much more uniform product of higher quality. Those with orchards in poor locations, climate or poor tree management are out of business. Similar situation exists as a result of the consolidation within the postharvest industry. Tighter controls of postharvest practices are in place due to both improved expertise and capitalization. Weak fruit are identified earlier and more sophisticated marketing programs are developed. The final policemen in this chain are the retails/distributors who focus on optimization, which does not always lead to higher quality but does lead to optimization as more professionalism it brought into play. IN SUMMARY The first step in having high quality fruit is to grow high quality fruit. Harvest maturity is closely focused on fruit quality and postharvest practices are up-to-date and implemented in an appropriate and timely fashion with attention to the needs and capability of the fruit. Grade Standards are a legal method for evaluating fruit and has its role in a modern apple industry where buying and selling is done on the internet or by phone. It allows for a common language resulting in a common set of expectations. It does nothing to improve the quality of an individual apple. Finally, listening to your retailers and consumers keeps everyone up-todate on what the future looks like. After all we are in the food business, along with McDonalds and the newest fancy restaurant...if it does not taste good they will not come back for a second helping. 80 USING CONSUMER INSIGHTS TO BUILD PROFITABILITY FOR THE APPLE INDUSTRY Roger Harker1 Sensory and Consumer Science is one of the disciplines that can help the fresh produce sector identify opportunities for profitable industry growth. There are two broader topics that will be considered: (1) understanding the factors that influence purchase of fruit and consumption in the home and (2) understanding how eating quality can help increase consumer demand for fruit. Dr Roger Harker will outline some of his team’s research on these topics with a particular focus on what the results mean for the apple industry. CONSUMPTION IN THE HOME Consumers have wide range of fruit to choose from, with the international market in traded fruit being dominated by apple, banana and citrus. Few studies have considered why a consumer would select one over another, but the majority of consumers purchase many different types of fruit that they simultaneously hold in inventory in their homes. Consumers’ reasons for purchasing fruit include liking for the flavour, appreciation of the potential health / wellness benefits, and protection against specific illnesses. Barriers to purchase and consumption are perhaps more important and include high price, risk that fruit will deteriorate before it is eaten, and lack of convenience. Convenience factors relating to fruit include no preparation or clean up, ease of handling, variety of uses, suitable for the entire family, consistent and high availability. Apples clearly tick many of the boxes for convenience for consumers and it is likely that this is the reason it is such a popular category of fruit. Even so, international research suggests that many consumers regularly buy apples, but fail to eat them and end up throwing away a significant proportion of purchased apples at the end of each week. In many parts of the world consumers continue to struggle to eat the recommended daily intake of fruit. Consumers that succeed seem to have identified eating opportunities that fit into their daily routine; for example, some fruits are more easily incorporated into the diet through inclusion in a breakfast menu. Recent studies have identified that research should consider consumption from the viewpoints of the product, the person and the situation. For the fruit industry, it is the appreciation of the role of the ‘situation’ in determining what type 1 Dr. The New Zealand Institute for Plant and Food Research Ltd. Private Bag 92169, Auckland 1142, New Zealand. Email: [email protected]. 81 of fruit is eaten that may be an important new insight. Studies have shown that situations such as eating fruit in a car, at home on your own, when entertaining friends or at work with your boss can all have an impact on what type of fruit is selected and how much a consumer is willing to pay for it. For the apple industry the knowledge of consumers and fruit consumption offers the possibility of high value niche and mainstream opportunities to promote increased consumption of apples. EATING QUALITY The opportunities described above invoke the need for marketing, branding and advertising. However, there is another route to increased industry profitability and growth, which involves a commitment to delivering superior quality fruit to consumers. There are a number of examples where this strategy has worked through the release of new ‘better’ tasting cultivars and/or through imposing higher grade standards for fruit quality. In our experience these work best when the growers are provided with tools to improve the eating quality and are rewarded financially when they achieve these standards. Before embarking on a strategy to improve the eating quality of your fruit, one question that needs to be asked is what level of evidence is needed to convince industry of the scale of the opportunity they are pursuing. Each consumer methodology has its own set of biases, for example in survey questionnaires consumers often over-report behaviours that are socially prestigious. We have used a range of methodologies that involve consumers tasting fruit and providing responses in terms of how much they like the product, how acceptable it is, and their willingness to pay for the product. Measurements of liking (e.g. answering the question: How much do you like the fruit? using a scale from ‘dislike extremely’ to ‘like extremely’) are intuitive for consumers and involve a holistic synthesis of complex sensory inputs – consumers seem to be better at this than identifying individual components of what they like or dislike (e.g. sweetness, acidity, flavour). In more complex consumer methodologies such as ‘conjoint analysis’, information on liking can then be combined alongside factors such as fruit size and price to establish which are more important and how much someone will pay for fruit of a particular eating quality. It is always good to anchor consumers’ decisions in reality, for example by allowing them to take fruit home that reflects their decision. Using such conjoint methods we have found that factors such as taste and price are much more important drivers of willingness to purchase than visual cues such as fruit size. 82 Another approach is popularly known as an ‘experimental auction’ and usually involves consumers bidding to exchange one product for another. There are specific sets of rules as to how the auction is run, but the consumers who win the auctions are forced to pay and exchange goods, which evokes a strong sense of reality within the experiment. Using experimental auctions we have successfully demonstrated the value of novel fruit over standard fruit and how consumers may have emotionally-based as well as taste-based understanding of apple quality. INSTRUMENTAL PREDICTION OF EATING QUALITY While the research on fruit described above is very consumer-centric, it has to be anchored in good postharvest knowledge and robust instrumental measurements of quality. The apple industry uses a number of instrumental predictors of quality that can be applied at harvest and/or as the fruit are released from storage into the supply chain and eventually onto the retail sector. Aspects of fruit quality that are known to affect consumer liking scores include firmness (generally measured using a puncture test), sugar content (generally measured as soluble solids concentration; SSC using a refractometer), and acidity (generally measured by titration; TA). Firmness has been widely found to positively relate with eating quality – the firmer the apple the more consumers will like it. Generally the firmer apples are perceived by consumers as crisp, crunchy and juicy. Recognition of the importance of firmness has led to widespread introduction of quality standards defining minimum acceptable firmness values as well as a series of new cultivars which are firmer. The sweeter a fruit is, the more it is liked by consumers and this also tends to also be the case with apples. In our experience, SSC seems to modify slightly predictions of liking based on firmness. SSC is often included in regulations on minimum standards of quality. While consumers generally respond positively to apples that are crisp, juicy and sweet, there is a diversity of responses to acidity. Some consumers prefer sweet and high acid apples; others prefer sweet and low acid apples and some consumers like both categories of apples. Preferences for acidity seem to be influenced by cultural expectations and TA specifications should probably be applied only for specific cultivars. Measurements such as firmness, SSC and TA are relatively good predictors of the sensory experience delivered to consumers. Regulations based on these measurements are generally applied at harvest (although regulations may vary widely from country to country) or are imposed on fruit companies by importers, wholesalers and retailers further down the 83 supply chain. Our research has focussed on the development of eating quality predictors that can be applied earlier in the production-to-harvest-to-storage sequence and, associated with these measurements, a set of tools that allow growers to modify their product profile during fruit development on the tree. DRY MATTER CONCENTRATION A NEW QUALITY INDEX FOR APPLES Dry matter concentration (DMC; dry weight as a percentage of fresh weight of tissue) is a good example of these newer quality indices; it has been used to predict eating quality in a number of different fruits including kiwifruit, stonefruit, avocados and more recently apples. The measure has a particular advantage for fruit that contain significant amounts of starch at harvest because DMC is often closely related to starch concentration, and the starch breaks down to sugar during storage and ripening. However, DMC is more reasonably considered as a complex, but holistic measure of the transfer of all photosynthates and minerals from the tree to the fruit. DMC has been shown to predict consumer liking of apples and is starting to be used by some companies as a quality index. CONCLUSION To be successful and profitable the fruit industry needs to focus on delivering products that meet consumer demand for good eating quality. There are a number of measurements that can be used to predict eating quality and which can be used to help growers meet consumer needs and consequently increase the demand for fruit. Implementation of these types of targets for eating quality are more straightforward when there is good up-front evidence of the benefits to industry and a set of production and postharvest tools that can be used to ensure everyone can meet the standards. FURTHER READING Campbell RL, Smith BG, Jaeger SR, Harker FR 2008. Deterioration and disposal of fruit in the home: consumer interviews and fruit quality assessments. Journal of the Science of Food and Agriculture 89: 24–32. Harker FR, Kupferman EM, Marin AB, Gunson FA, Triggs CM 2008. Eating quality standards for apples based on consumer preferences. Postharvest Biology and Technology 50: 70–78. Jaeger SR., Harker FR 2005. Consumer evaluation of novel kiwifruit: willingness to pay. J. Sci. Food Agric. 85, 2519-2526. 84 Jaeger SR, Harker R, Triggs CM, Gunson A, Campbell RL, Jackman R, Requejo-Jackman C 2011. Determining consumer purchase intentions: The importance of dry matter, size and price of kiwifruit. 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Of all apples produced in the United States, 64% (2.7 million tons) is marketed as fresh, while 36% (1.5 million tons) is marketed as processed. The mean return for U.S. apple producers was $0.59/kg and $1.37/ton for the fresh and processing market, respectively (U.S. Department of Agriculture, 2011). The State of Washington accrues the largest volume of apple production in the United States, with 2.95 million tons (72% of all U.S. apple production) valued at 2.2 million dollars (U.S. Department of Agriculture, National Agricultural Statistics Service, 2013). During 2010-11, the apple industry contributed to the Washington economy by an estimated $7.02 billion in direct, indirect, and induced economic activity. The apple industry accounted for 59, 650 jobs and total annual employee compensation of $1.95 billion (Globalwise Inc., 2012). Despite the importance of the apple industry to the U.S. economy, apple growers face challenges that might hinder the economic sustainability in the long run. The challenges include increasing input costs, in special labor, stagnant domestic demand, and increasing competition from other fruits and snacks. In this context it is important to the apple industry to focus on the issues that would ensure long-term competitiveness. There is evidence, from a vast number of studies, and sales observations, that improved fruit quality, leads to premium (or higher) prices. In this seminar, I will present results from a production cost study done in Gala apples in 2009, an assessment of fruit quality, and a review of willingness-to-pay studies, including my own research. 1 Assistant Professor Extension Specialist. School of Economic SciencesWashington State University. 86 WASHINGTON APPLE PRODUCTION COSTS Since the first commercial plantings of Gala apples in the 1980’s, the popularity of this cultivar has grown exponentially. Bearing acres of Gala variety in Washington State have increased substantially from 230 acres planted in 1986 to 32,780 acres in 2011. Gala is the second largest cultivar grown in Washington, following the traditional variety and still dominant in bearing acreage, Red Delicious. The data used in the Gallardo, Taylor and Hinman (2012) study were obtained from a group of Washington fruit growers who have experience growing Gala apples. Their production practices and requirements for labor, equipment, and supplies are the basis for the assumptions used in this study and represent what this group of fruit growers considers to be the latest developments in apple production methods. The primary value of the cost of production studies is the identification of the typical practices and corresponding costs of a modern, well-managed Gala apple orchard in Washington State (Gallardo, Taylor, and Hinman, 2012). The production cost estimates in the presentation give a snapshot of the ever- changing economic conditions that affect Gala apple production in the U.S. Pacific Northwest. Given the set of assumptions in the study, it was estimated that the cost of production for a five-year old Gala block was $25,581/ha. This estimate includes variables costs such as pruning, chemical applications, harvest, and machinery repairs. It also includes fixed costs such as depreciation on capital, overhead, and the interest to account for the cost of using the orchard assets for Gala production as opposed to alternative activities. Note that these costs do not include packing costs. When packing costs are included, costs increased considerably by about 50%, changing expecting returns (Gallardo, Taylor, and Hinman, 2012). FRUIT QUALITY There are three dimensions to quality, search or appearance, experience, and credence. Search quality is given by the external cues consumers are exposed to. This quality dimension generates consumers’ first impression and influences the first impulse to buy or not to buy the fruit. Typically, grades and standards are based on these cues. The experience quality relies on individuals overall sensory perceptions, because this set of attributes are difficult to observe by visual inspection alone. It is believed that experience quality attributes are determinant in assuring repeated food sales, because it is the quality of similar products bought in the past, that is, one’s previous experiences, that serve as an indicator of present and future quality (Shapiro, 1983). Several studies have demonstrated that optimal quality 87 characteristics as defined by consumers are associated with willingness to pay premium prices for fruit. Credence quality requires third party verification because it is not possible to confirm their presence by simple inspection or after tasting the product. Examples of credence quality are organic, sustainable, functional, locally grown, among others. STUDIES INVESTIGATING THE VALUE AND PREFERENCES OF APPLE FRUIT QUALITY Manalo (1990) concluded that consumers value apple crispness the most, followed by size, color and flavor. Tronstad et al. (1992) found that larger fruit sizes, controlled atmosphere storage, “Extra Fancy” grades, and summer-months seasonality positively influenced apple prices. Daillant- Spinnler et al. (1996) discovered British consumers considered apple texture and taste to be more important than aroma and appearance. Kajikawa (1998) revealed that Japanese wholesale prices for apples imported from New Zealand and the U.S. were associated with brix, acid, and juice content. Carew (2000) found that apple grades, cultivars, storage length, and marketing season were features that influenced apple prices. Jesionkowska et al. (2006) determined that Polish consumers value flavor and juiciness the most, followed by sweetness and firmness. McCluskey et al. (2007) found that a premium of 52.8 cents per kg could be attained if apples had a firmness of at least 62.28 N and 13.5 °Brix. Dinis et al. (2011) emphasized the importance of apple taste, appearance, smell and origin to consumers’ value of apples. Yue and Tong (2011) found that quality attributes tartness and sweetness of the apple variety SweeTango® were considered superior when compared to the Honeycrisp variety. Also, SweeTango ® crispness and firmness was considered superior when compared to the Zestar™ variety. Cerda et al. (2012) determined that the variety Fuji (compared with Royal Gala and Granny Smith), organic (compared to conventional), and flavor defined as mostly sweet (compared to mostly sour) were the most preferred apple characteristics by Chilean consumers. McCluskey at al. (2013) found that consumers in the U.S. Pacific Northwest are willing to pay more for firmness in Red Delicious than in Gala ($0.582/lbf versus $0.044/lbf), but are willing to pay more for sweetness in Gala compared to Red Delicious ($0.40 versus $0.37). Also found that Hispanics in the U.S. are willing to pay less for Galas and more for Red Delicious. In sum, fruit quality traits affect consumers’ preferences and their willingness to pay price premiums for improved fruit quality. It is relevant to this presentation to note the effect of perceived quality given by the Washington State logo in apples. Quagrainie, McCluskey, and Loureiro (2003) state that 88 prices premiums in apples are good indicators of reputation and they found evidence of a collective “Washington” reputation. However, the reputation was declining due to declining perceived eating quality in Washington grown apple cultivars, at the time of the study, 1996 to 1999. The authors recommended that in order to maintain and build on its good reputation, the apple industry in Washington should consider establishing minimum standards for what constitutes eating quality in addition to the normal grading. Almost all WA apples are above the USDA quality standards, however these standards do not include quality attributes such as flavor and texture. WILLINGNESS TO PAY STUDIES In the following slides, I will present results from my own research as part of the socio economic activities of the project called RosBREED: Enabling Marker Assisted Breeding in Rosaceae. This is a 4-year project funded by the Specialty Crop Research Initiative of the U.S. Department of Agriculture National Institute of Food and Agriculture. The mission of the project is to develop and apply marker-assisted breeding based on improved knowledge of industry value and consumer preferences, to accelerate and increase the efficiency of rosaceous cultivar release and successful cultivar adoption. The directors of the project are Amy Iezzoni from Michigan State University and Cameron Peace from Washington State University. The focus of RosBREED is fruit quality. The socio economics team goal is to help accelerate and increase the efficiency of cultivar development and adoption by identifying valuable breeding trait targets, by objectively identifying important breeding trait targets and prioritize the most valuable target traits for marker-assisted breeding development. The socio economics team approach is to elicit values and relative importance for target fruit quality traits from different entities along the supply chain. This includes, breeders, growers, market intermediaries operations, shippers, packers, brokers, marketers, processors, and consumers. We are using a series of surveys to elicit breeders, growers, shippers, and packers, and consumers’ perceived relative importance and values for apple, peach, strawberry, sweet and tart cherry quality traits. In this presentation, I will focus only on apples. Breeders were asked to assign a level of importance on a comprehensive list of genetic traits on a scale 1-5 (1=very unimportant, 5=very important). Breeders were also asked to indicate the likelihood of selecting traits that were rated as important or very important for breeding. Fruit quality traits crispness, juiciness, consistent quality during storage and shelflife at retail were rated as very important and assigned the highest likelihood of inclusion in the breeding program (Gallardo et al., 2012; Yue et al., 2012) 89 We conducted a series of audience surveys with instant feedback at five apple producer meetings across the United States. We surveyed a total of 395 apple growers. They ranked fruit flavor, crispness, firmness, shelf life at retail, and fruit juiciness as the most important fruit quality traits for a successful apple cultivar. As expected, growing location and producers’ years of experience impacted the relative importance assigned to traits. We conducted a mail-in survey to elicit apple, peach, strawberry, and cherry market intermediary operations (e.g., shippers, packers, brokers, marketers, and processors) ratings of importance for various fruit quality traits. We obtained responses from 60 apple market intermediary operations. They indicated that storage life, shelf life at retail, fruit crispness, fruit flavor, and fruit firmness were the most important fruit traits for their operations. We also elicited apple market intermediaries’ operations willingness to pay for fruit quality traits. Apple packers and shippers indicated that they would be willing to pay $0.295/kg, $0.284/kg., $0.282/kg., and $0.271/kg., respectively, for an improvement in the fruit quality traits shelf life at retail from less to more than 1 week, crispness from not to very crisp, flavor from weak to intense, and external appearance from less to more than 3% defects per lot. These results increase awareness of the importance of fruit quality traits for the whole supply chain. This information, we hope, will serve to better inform breeding programs when developing apple cultivars to focus on the fruit quality traits of maximum value and importance to the whole supply chain. CONCLUSIONS I would like to finalize my presentation with the following ideas to remember. U.S. apple growers (and, I would venture to say, specialty crop growers everywhere else in the World) face challenges. From a production perspective, input costs are increasing, being labor scarcity a real threat. From a demand perspective, there is intense competition from alternative, “exotic” fruits and snacks. In addition, U.S. domestic demand for apples has been stagnant for the last two decades. In this context, eating quality plays a preeminent role in guaranteeing and expanding market share in domestic and international markets. LITERATURE REVIEWED Carew, R. 2000. A hedonic analysis of apple prices and product quality characteristics in British Columbia. Can. J. Agr. Econ. 48(3):241-257. Cerda, A.A., L.Y. Garcia, S. Ortega-Farias, and A.M. Ubilla. 2012. Consumer preferences and willingness to pay for organic apples. 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Consumer preferences and willingness to pay for existing and new apple varieties: Evidence from apple tasting choice experiments. HortTechnology 21(3):376-362. 92 WORKING WITH CONSUMERS TO DEFINE APPLE QUALITY Ann Colonna1 In the years I have been working with the food industry to help them define consumer quality, there has been much work done in our lab with fruit such as apples, pears, peaches and cherries among many other products. Working with growers, packers, marketers and retailers, the picture grows clearer only with continual testing of consumer preference in the field of sensory science. Consumers are constantly changing and becoming more savvy. They expect their fruit to be beautiful, ripe and flavorful. There are many different sensory techniques that one might employ to help define what consumers believe is excellent fruit quality. SENSORY TESTING Sensory testing is a scientific method used to evoke, measure, analyze and interpret those responses to products as perceived through the senses of sight, smell, touch, taste and hearing (Stone and Sidel, 1993). It is a set of techniques for the accurate measurement of human response to foods. Sensory science informs us about how the sensory characteristics of the item relate to perceived quality and consumer acceptance. Sensory science is important because many products get to market, have distribution and then fail soon after. 80-90% of new food products fail within one year of introduction. Knowing what the consumer desires wasn’t as important when there were fewer products – now the marketplace is highly competitive. With the increased emphasis on knowing customers’ wants and needs, defining the characteristics of food products is an ever growing responsibility of management, marketing, market research and R&D and is more important than ever. Sensory can be used in grading, quality assurance, new product development, marketing, product maintenance, optimization, category review and as a support for advertising claims. In marketing a product, it would be important to assess concept appeal, product expectations, product usage, purchase intent and purchase habits. Product maintenance is a critical component of quality control to produce a more uniform and 1 M.S.Sensory Program Manager. Food Innovation Center, Oregon State University. 93 consistent product. It is important to avoid affecting product characteristics or change consumer acceptance once you have a well-liked product. FOCUS GROUPS There are different methods we use in sensory science to understand the consumers’ desires and the most important product attributes. We aim to know what drives liking. At the beginning stages the sensory scientist might start with focus groups to understand current attitudes and perspectives about a product category, consumption behavior, identify motivations or barriers to usage. This is done with relatively small groups of current or potential users of the product. A moderator probes three to four groups of 10-12 consumers each about new and existing potential product offerings. Examples we have worked on include “apple croutons” and freeze dried “pear puffs.” The goal is to understand consumers’ core values, what resonates most with consumers and how they can be leveraged to drive purchase. IN-HOME USE TESTING In-home use testing is a technique, which allows the consumer to use the product in a normal, everyday setting. The consumer is asked to try the product at home/work for a designated length of time and then give feedback to the researcher through written ballots or focus groups. The scientists gain insights into a more realistic assessment of product usage and frequency. In the northwest United States, the Pear Bureau Northwest wanted to introduce consumers to a novel container to see if it would increase pear consumption. Inhome use testing allowed for evaluation of their new “Pear Packer” clamshell packaging for pears. At the end of the study, consumers were interviewed in focus groups to see if the portable Pear Packer encouraged them to eat more pears, which it did. DISCRIMINATION TESTING At other times, the objective might be to better understand if altered production practices result in different or better products. In this case, a technique, with trained consumers or individuals with average or above average abilities to detect differences, called discrimination testing might be employed. One might want to compare the sensory qualities of fruit subjected to different postharvest treatments. For example, there has been much work done to understand how well 1-MCP might improve the quality of apples. Does fruit from two treatments differ in flavor? Sweetness? Crunchiness? To determine if any of these 94 changes are apparent to the consumer, it is first necessary to assess whether they can detect the difference. Discrimination tests such as the simple triangle test, duo-trio test or 2Alternative Forced Choice test (if there is a known attribute being tested) can be employed to understand the ability of the consumer to perceive a difference. CONSUMER TESTING Once differences have been established, large scale consumer tests might be used to understand overall liking and what drives purchase intent of products. This tool can assess personal response to a product and its specific product characteristics such as appearance, color, size, flavor, sweetness or texture. Consumer testing has proven highly effective in designing products or services that will sell in a larger quantity or at a higher price. Companies that excel in consumer testing and knowledge of their consumers better ensure their overall success. Consumer testing relies on target market consumers as the test base. For the fresh apple market, those consumers who are interested in purchasing apples and those who currently do so are most important. This type of testing involves going into metropolitan areas and testing in venues with a large population of users or potential users and likers of the product being tested. It is critical to assess the opinions of the correct population for the product and to have a large sample size (typically n=100-500 target consumers divided over three to four cities). Often it is easy to use employees from one’s own company or consumers from a small town or region, however employees come with their own biases and are too close to the products. It is vital to get a large enough sample size with consumers who will have many varied opinions in order to extrapolate that data across a population. In designing a sensory study, it is important to keep a few key guidelines in mind such as subjects used, test location, test method, product handling and preparation. Participants must be pre-screened and recruited. This can be done from a central location facility or in real time at off-site targeted festivals or stores. The test location must reside in a place where many target users can be recruited. Ideally, it should have adequate space, privacy for each consumer, proper environmental controls (lighting, odor, noise), space for product handling, preparation and an adequate number of test administrators. During testing, consumers must be separated to avoid response bias. Products must be consistently prepared and served with consideration of production lot, age, size and storage conditions, among other things, to ensure reproducible data. 95 APPLES In the past decade, the Washington State apple industry has invested heavily to assess what drives consumer acceptance of and preference for apples. These experiments have largely centered on measuring consumer preference for specific apple eating characteristics such as firmness, sweetness and tartness. These consumer acceptance measures were correlated with the instrumental measures of these attributes. These measurements can then be used in setting quality standards to provide consumers with apples of optimum quality. The Washington apple industry has spent many thousands of dollars to understand consumer preferences of their fruit. They understand that sensory science is important to the bottom line. Selling fruit that consumers don’t like or won’t buy again is bad for business. Our studies that measured consumer liking of Red Delicious, Gala, Fuji, Golden Delicious and Braeburn apples and correlated these liking measures against destructive and non- destructive measurements, found that firmness is the primary edible quality factor that is important in consumer acceptance. It was also shown that high soluble solids content and titratable acidity may result in a higher consumer liking, but only if the apples are also firm. Our studies measuring consumer preference for fruit treated with 1-MCP demonstrated that consumers could tell a difference between both MCP-CA (Controlled Atmosphere) fruit vs. Control CA fruit and MCP-RA (Regular Atmosphere) fruit vs. Control fruit stored in CA (p<0.01). However, there was no statistically significant preference for any of the fruit tested: similar numbers of consumers indicated preference for the MCP-CA or MCP-RA treated fruit (50%) as the Control fruit (40%) with 10% of the consumers indicating no preference. Another of our studies focused on Granny Smith apples to determine if consumers preferred the “blush” apple vs. the all green apple. We found that the green Granny Smith apple was significantly preferred for appearance and peel color. However, the blush Granny Smith apple was scored significantly higher on average in the attributes Overall Liking, Flavor and Sweetness for both the peeled and unpeeled apple trials. The blush Granny Smith apple was scored significantly closer to “just about right” in the attributes Sweetness and Sourness/Tartness than the green Granny Smith apple both peeled and unpeeled. There were no significant differences in the attributes Juiciness or Texture liking. For both peeled and unpeeled apples, the blush Granny Smith apple was significantly preferred overall. 96 PEARS Our consumer studies with pears looked at the ideal firmness and soluble solids levels for preferred eating quality. Consumers were asked to evaluate four pear samples each time. Each pear had been conditioned differently (3 different ethylene treatments and 1 warm air treatment). We found that that Anjou fruit of about 2.5 lbf were considered excellent eating quality by consumers. Fruit that was slightly higher in soluble solids was less appealing to consumers. The research also showed that consumers are willing to pay more for fruit that meets their quality criteria. In the first trial consumers stated that they would pay only $0.13 more per pound for fruit conditioned for two days in ethylene, but $0.69 more for fruit conditioned for 6 days in ethylene when compared to fruit conditioned for 7 days in warm air (no ethylene). Our lab was also involved in commercial trials with new pear varieties. Declining processing demand has increased interest and evaluation of new fresh market pear alternatives. Increasing interest in new cultivars initiated projects in California and Oregon to test the horticultural and sensory attributes of potential commercially-viable cultivars. Goals were to introduce growers to new possibilities for various types of markets, gain localized production and post-harvest information, and test consumer reaction. Consumer sensory evaluation data along with production and post-harvest quality data resulted in identifying several new potentially commercially valuable cultivars. CHERRIES We have also collaborated in consumer sensory evaluation of six commercially grown sweet cherry cultivars. The cultivars were evaluated for color, flavor, sweetness, size and stem vs. stemless preference. The participants in this evaluation preferred a cherry that was large in size (30 mm or larger) and dark in color. Sweet tasting cherries were preferred the most (65%) while cherries that lacked flavor or were too sour were preferred the least. Consumers showed a strong preference for cherries with stems. Also noteworthy, the ‘Regina’ cherry was the most preferred of the cultivars tested, and beat out one of the most widely grown and popular varieties in the Pacific Northwest, the ‘Bing.’ Sensory evaluation, whether it be through assessing concept liking at the beginning of the product development process or in testing new cultivars through large scale consumer taste tests, is a vital part of what it takes for the commercial success of food products. Money invested in understanding the consumer pays off with targeted products for the market and higher prices paid at the store. Whether by undertaking varietal trials or setting eating quality standards, the fruit industry can leverage what the consumer desires to better deliver excellent eating quality fruit. Consistent and well-executed sensory testing is the key to unlocking your consumer’s desire. 97 CONTROLE DO CRESCIMENTO DA MACIEIRA COM O USO DO VIVIFUL® José Luiz Petri1, Fernando José Haverroth2 A macieira tem seu crescimento vegetativo favorecido quando utilizado porta enxertos vigorosos ou plantada em regiões de inverno ameno. Nestas condições produz ramos com crescimento excessivo, retarda a entrada em frutificação, dificulta os tratamentos fitossanitários, aumentando os trabalhos de poda de inverno e verão. Nas condições climáticas do Sul do Brasil, o período de desenvolvimento vegetativo de macieiras ‘Gala’ e ‘Fuji’ mostra-se superior ao observado em típicas regiões de clima temperado, o qual associado a altas temperaturas e altos índices pluviométricos durante o ciclo, podem resultar em crescimento de ramos acima de 1 metro. Crescimento vigoroso dos ramos reduz a produtividade por aumentar a quantidade de giberelinas e decresce a penetração de luz (Privé et. al. 2004). Também pode influenciar negativamente a produtividade, a qualidade da fruta e o controle de doenças (Forshey et. al. 1992). O excessivo crescimento vegetativo em espécies frutíferas pode competir com o crescimento dos frutos, afetando negativamente a frutificação pela diminuição do número de células por fruto, limitando a capacidade de aumento de tamanho dos frutos (Basak ; Redamacher, 2000; Yamaguchi et al., 2002). Além disso, o crescimento vigoroso da parte aérea reduz a distribuição da luz no interior da copa (Privé et al. 2004), afetando negativamente a qualidade dos frutos e o controle de doenças. A poda é uma das práticas de manejo mais dispendiosas em tempo e em mão-de-obra na produção de maçãs, especialmente quando as plantas são vigorosas (Privé et al., 2006). Neste sentido, o uso de fitorreguladores destaca-se como uma das técnicas mais eficientes e com menor custo para controlar o crescimento vegetativo em pomáceas (Sharma et al., 2009). Por meios químicos pode-se reduzir o excessivo crescimento, limitar o tamanho da planta ou restringir o crescimento por um período determinado, permitindo um melhor balanço entre o crescimento vegetativo e frutificação (Miller, 1988). Uma nova classe de inibidores da biossíntese de giberelinas, o proexadione cálcio (cálcio 3-óxido-4-propionil-5-oxo-3-ciclohexano carboxilato) é um novo regulador de crescimento, que inibe as etapas finais da biossíntese de giberelinas (Rademacher, 2000), diminuindo o crescimento vegetativo devido a redução dos níveis endógenos de giberelinas biologicamente ativas (GA1) e acumulando seu precursor 1 2 Eng. Agr., M.Sc., Epagri – Estação Experimental de Caçador,Caçador, SC. E-mail: [email protected] Eng. Agr., Dr., Embrapa Agroindústrial Tropical, Fortaleza-CE. E-mail: [email protected] 98 biologicamente inativo GA20 (Rademacher et al., 2006). Nesta classe inclui o Prohexadione cálcio, que é particularmente efetivo e tem potencial para aumentar a produtividade da macieira e reduz a necessidade de poda (Rademacher, 1992; Greene, 1992). Ele reduz o crescimento dos ramos de macieira pelo bloqueio da síntese da atividade da giberelina, particularmente GA20 e GA1 (Nakayama et. al., 1992). A atividade biológica é efetiva por três a quatro semanas, tempo que um segundo tratamento pode ser necessário (Winkler, 1996). Prohexadione cálcio é particularmente ativo em macieira, sendo que para otimizar a redução de crescimento dos ramos deve-se levar em consideração a dosagem, a qual depende do vigor e a idade da planta e também da sensibilidade da cultivar (Basak, 1998). Múltiplas aplicações com baixa dosagem foram mais efetivas que uma aplicação em alta dosagem (Bubán, et. al., 2004). Aplicações de proexadione cálcio a 333 g ha-1, realizadas aos 20 a 28 dias após a plena floração, reduzem o comprimento médio e a massa fresca média dos ramos podados em macieira ‘Imperial Gala’ (Hawerroth et al., 2012). Prohexadione cálcio apresenta baixa toxicidade, sendo que no solo é rapidamente metabolizado para CO2, não representando risco para a saúde dos consumidores (Winkler, 1996). Os resultados sugerem que concentrações de 125 à 250 mg L-1 sejam aplicadas duas vezes, obtendo-se um crescimento mais uniforme que uma aplicação (Evans et. at., 1997). Além do efeito no crescimento dos ramos, podem aumentar a indução floral, formando um maior número de órgãos de frutificação. A aplicação de prohexadione cálcio poderá reduzir o crescimento, melhorando a penetração da luz, reduzindo a poda e melhorando a produtividade e a eficiência dos tratamentos fitossanitários. No Brasil, o proexadione cálcio é registrado e comercializado com o nome de Viviful®, o qual contém 27,5% do princípio ativo. Nos últimos anos foi desenvolvida uma série de experimentos nas regiões produtoras de maçãs no Brasil, estudando-se época de aplicação, concentração e número de aplicações. Os resultados evidenciam a redução do crescimento dos ramos do ano, o que leva a uma redução do número de ramos podados, com consequente redução da mão de obra de poda (Figuras 1 e 2). Quanto a época de aplicação os resultados indicam de 20 a 30 dias após a plena floração, sendo que pode ser necessário uma reaplicação de 30 a 45 dias após a primeira. Quando aplicado na floração apresenta efeito no aumento da frutificação efetiva. O Quadro 1 apresenta as alternativas de época e concentração de aplicação. 99 Fuji n° de ramos podados/pl anta 20 Gala 18,8 15,3 15 10 7,7 6,2 5,7 5 2,0 1,9 0,9 0 0 580 1160 2320 Concentração de Viviful ® - g ha-1 Figura 1. Efeito de concentração de Viviful® no número de ramos podados em macieiras ‘Fuji’ e ‘Gala’. Fraiburgo, SC, 2013. Comprimneto medio dos ramos (cm) Fuji Gala 35 29,9 30,3 30 25 22,9 21,4 22,2 19,2 20 15,8 14,3 15 10 5 0 0 580 Concentração de Viviful 1160 ®- g 2320 ha-1 Figura 2. Efeito de concentração de Viviful® no comprimento médio dos ramos de macieiras ‘Fuji’ e ‘Gala’. Fraiburgo, SC, 2013. 100 Quadro 1 – Alternativas de época de aplicação e concentração de Viviful® na cultura da macieira. Época de aplicação Concentração 400 a 800 g ha-1 Plena floração 1.200 g ha-1 Ramos de 5 a 15 cm Observações Viviful® Ramos com 5 cm 600 g ha-1 30 dias após a primeira aplicação 600 g ha-1 Ramos 5 cm 400 g ha-1 30 dias após a primeira aplicação 400 g ha-1 60 dias após a primeira aplicação 400 g ha-1 Controle do crescimento e aumento da frutificação efetiva. Reassumindo o crescimento dos ramos, reaplicar. Aplicação aos 30 dias após, somente se houver reassumido o crescimento dos ramos. Aplicações aos 30 e 60 dias após a primeira aplicação somente se reassumido o crescimento dos ramos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BASAK, A.; RADEMACHER, W. Growth regulation of pome and stone fruit trees by use of proexadione-Ca. Acta Horticulturae, v. 514, p. 41-51, 2000. EVANS, R.R.; EVANS, J.R.; RADEMACHER, B.H.; KAPPEL, F. Prohexadione calcium for suppression of vegetative growth in eastern apples. Acta Horticulturae, v. 451, p. 663-666, 1997. FORSHEY, C.G.; ELFVING, D. C. E.; STEBLINS, R. L. 1992. Truing na pruning of apple and pear trees. Amer. Soc. Hort. Sci. Alexandria, VA., 1992. 166p. GREENE, D. W. Tree growth management and fruit quality of apple trees treated with Prohexadione – Calcium (BAS – 125). HortScience, v. 3, p. 1209-1212, 1999. HAWERROTH, F.J.; PETRI, J.L.; LEITE, G.B.; YOSHIKAWA, E.R.Épocas de aplicação de proexadione cálcio no controle do desenvolvimento vegetativo de macieiras 'Imperial Gala '. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 34, n. 4, p. 957-963, 2012. 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Varietal difference in cell division and enlargement periods during peach (Prunus persica Batsch) fruit development. Journal of Japanese Society for Horticultural Science, v. 71, p. 155-163, 2002. 102 TECNOLOGIAS PARA PRODUÇÃO DE PERAS NO BRASIL Leo Rufato1; Alberto Ramos Luz2; Bruno Dalazen Machado2; Janaína Muniz2; Rafael Petineli2; Fernanda Grimaldi2; Amauri Bogo1; Maicon Magro2; Mayra Juline Gonçalves2; Daiane Correa2; Joseane de Souza Hipólito3; Aike Anneliese Kretzschmar1 No Brasil, a produção da pereira não se destaca entre as frutíferas de maior expressão, apesar do grande mercado interno. A cultura da pereira caracterizou-se por períodos alternantes de expansão e retração, sem evidenciar um crescimento sustentável. Isso demonstra que ao contrário da maioria das frutas, não se obteve o devido desenvolvimento da cultura da pereira no Brasil. Nos últimos 20 anos, a produção média de pera foi de 14,5 mil toneladas ao ano. A área colhida em 2011 foi de aproximadamente 1.750 hectares, com uma produção de 20,5 mil toneladas e rendimento médio de 14,5 t ha-1. Produtividade esta inferior às obtidas pelos vizinhos produtores, Argentina e Chile, que neste mesmo ano, atingiram 26,5 e 26,9 t ha-1, respectivamente. Atualmente, os principais estados produtores são Rio Grande do Sul (894 ha), Santa Catarina (500 ha), Paraná (236 ha), Minas Gerais (95 ha) e São Paulo (25 ha). Estudos recentes têm demonstrado potencial produtivo em mais uma região brasileira, no Vale do São Francisco, localizado no semiárido brasileiro. Em decorrência da produção pouco significativa no Brasil, o país é dependente da importação de pera para atender o mercado interno, configurando-se na atualidade como o segundo maior importador mundial da fruta. Entre as frutas de clima temperado, a pera é a terceira mais consumida e a primeira mais importada pelo país. Em 2011, o consumo foi de 210 mil toneladas, equivalente a 0,84 Kg por pessoa. De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil (ALICEWEB, 2013), em 2011, foram gastos aproximadamente US$ 204 milhões com importação de peras. No ano anterior, o valor gasto com importação de peras representou 50,7 % da quantidade total de frutas importadas e 44 % do valor gasto neste segmento. Contudo, algumas iniciativas de produtores têm demonstrado que é viável a produção de pera no Brasil, conseguindo-se bons retornos econômicos, através da utilização 1 Professor (a) Dr.(a) em fruticultura da Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro das Ciências Agroveterinárias (UDESC/CAV) – SC, Brasil. [email protected]; 2 Aluno (a) do Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias da UDESC/CAV; 3 Aluna de Pós doutorado, CAV/UDESC. 103 de cultivares de baixa qualidade como Kieffer e Garber, além das cultivares europeias como Rocha, Santa Maria, Packham’s Triumph e Abate Fetel, entre outras. Como exemplo, na safra (2012/13), obteve-se colheita em Vacaria-RS de 85 toneladas por hectares de Packham’s Triumph, 57 t ha-1 de William’s e 41 t ha-1 de Red Bartlett. Como toda e qualquer atividade frutícola, deve-se ter cuidado na implantação dos pomares de pereiras, pois são plantas perenes, com potencial produtivo de mais de 20 anos, o que torna a correta escolha de cultivares, portaenxertos, polinizadores e espaçamento de plantio de extrema importância, não possibilitando a correção futura de erros cometidos na fase inicial. Outro cuidado para esta fase é a instalação de quebra ventos. Ainda na fase de planejamento do pomar, deve-se atentar a escolha correta do portaenxerto. Um bom portaenxerto para a cultura da pereira é aquele que apresenta pouco problema de incompatibilidade de enxertia com as cultivares comerciais, facilidade de propagação, controle do vigor da planta, indução de frutas de maior tamanho e adaptação a diferentes condições de solo e clima. A incompatibilidade de enxertia é definida como a incapacidade de formar a união entre o portaenxerto e a copa; incapacidade de uma planta enxertada crescer normalmente; a ocorrência de morte prematura da planta enxertada ou ainda a intolerância fisiológica a nível celular, a qual pode ocorrer de três maneiras: incompatibilidade bioquímica, incompatibilidade anatômica e incompatibilidade fisiológica. Dentre os portaenxertos que estão apresentando características favoráveis ao cultivo de pereira no Brasil, segundo dados de pesquisas, destacam-se os marmeleiros Adams e BA 29. Estes marmeleiros são considerados ananizantes e de compatibilidade moderada com as principais cultivares copa de pereira, no entanto, possuem sistema radicular superficial, fazendo-se necessário a utilização de sistema de irrigação, principalmente quando se utiliza o marmeleiro Adams. Outro fator importante, é que estes portaenxertos possibilitam maiores densidades de plantio, com espaçamentos de 0,8 a 1,2 m entre plantas (Adams) e 1,2 a 1,6 m entre plantas (BA 29). Ressalta-se que estes dois portaenxertos não permitem menores espaçamentos do que os indicados acima, pois quando as plantas atingirem sua maturidade, o espaçamento terá efeito negativo na formação de gemas florais em função do sombreamento causado por sobreposição de ramos, entre os marmeleiro, podemos destacar ainda o Sydo, com bom potencial de aplicação para as condições brasileiras, com possibilidade de uso com espaçamento de 1,2 a 1,5m entre plantas. Outro portaenxerto que é bastante difundido nos pomares brasileiros é o Pyrus calleryana, porém com excessivo vigor, o que tem dificultado o manejo. Dentro deste 104 contexto, estudos tem sido realizados em parceria entre a Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC/CAV, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA/Uva e Vinho, e a iniciativa privada, na busca de identificar genótipos de Pyrus sp. que apresentem vigor reduzido e adaptação as condições climáticas da região sul do Brasil, já possundo duasl seleções avançadas para testes em campo, com possibilidade de redução de vigor com diminuição da incompatibilidade. Já com relação às cultivares, estudos realizados pela UDESC, demonstram que cultivares como Packham’s Triumph, Rocha e Santa Maria, apresentam potencial de produção (Tabelas 1 e 2) (Figuras 1, 2 e 3). Os pomares de pereira no Brasil apresentam deficiência na polinização, claramente observada pelo reduzido número de sementes nos frutos. Para se obter eficiência satisfatória na polinização cruzada, as plantas polinizadoras devem ser dispostas nas filas a uma distância máxima de 20 metros uma da outra, uma vez que as abelhas tendem a trabalhar ao longo das linhas em vez de transversalmente a estas, exigindo a colocação das polinizadoras juntamente com a cultivar principal, em cada linha, visando máxima eficiência. A indução da partenocarpia tem proporcionado o aumento da frutificação efetiva, a partir da utilização de fitorreguladores. Estudos na região Sul do Brasil com Promalin ® (1 mL L-1) aplicado em plena floração (PF) seguido de Retain® (1 a 2 g L-1) 15 dias após a plena floração demonstraram-se eficientes no aumento da frutificação das cultivares Packham’s Triumph e William’s (Tabela 3 e 4). Da mesma forma o uso de Stimulate® (1 mL L-1) aplicado no início da floração e em plena floração proporcionou maior frutificação efetiva para a cv. Rocha nas condições edafoclimáticas de São Joaquim, SC, assim como a aplicação de Thidiazuron (20 mg L-1) em plena floração aumentou a frutificação efetiva em 60 % da cv. Packham’s Triumph e 147 % da cv. Rocha em relação às plantas sem tratamento. Resultados preliminares foram verificados com a aplicação conjunta de Stimulate® e Hold® em pereira ‘Rocha’ no município de Vacaria, RS, no qual verificou-se aumento da frutificação efetiva em torno de 30 % e com produtividade de 18,6 t ha-1 quando comparado às plantas testemunhas com 14t ha-1. Para o plantio de pereira, recomenda-se a utilização de mudas pré-formadas. Quando se optar por mudas de haste única, deve-se utilizar técnicas para promover a ramificação da muda o mais breve possível. Existem várias técnicas com este objetivo, no entanto, há divergência entre autores de qual técnica é mais eficiente. Dentre elas, cita-se o rebaixamento de plantas, que consiste no corte de 0,8 a 1,2 m durante o inverno ou início de primavera, com o objetivo de reduzir a dominância apical favorecendo o desenvolvimento dos ramos laterais; 105 uso do “topping”, que consiste na pressão realizada na gema apical durante o período de crescimento, no qual reduz a produção de auxinas na região e estimula o desenvolvimento de ramos laterais; aplicação de Promalin® ou produtos a base de giberelinas, nas gemas e ramos laterais para acelerar o crescimento; quebra de dormência localizada na parte basal da planta. À medida que ocorre o crescimento e ramificação das mudas, deve-se atentar à condução dos ramos, pois os brotos e ramos da parte basal possuem crescimento inibido pelos ramos da parte superior, por esta razão, manifesta-se o crescimento acropetal, potencializado pela falta de frio hibernal. Em geral, ramos superiores são vigorosos, os quais devem ser arqueados com ângulo de 90º ou mais em relação ao líder central. Já os ramos da parte basal, o arqueamento deve ser com ângulo inferior a 90° ou até mesmo deixá-los livres, por possuírem menor vigor, evitando a dominância acrotônica. O arqueamento de ramos é uma técnica usada para diminuir o crescimento do ramo e promover a quebra de dormência das gemas axilares, além de induzir a formação de órgãos de frutificação, pois aumenta o acúmulo de carboidratos na planta. Para o controle do crescimento vegetativo e divisão dos fotoassimilados em toda planta, pode-se utilizar técnicas como: arqueamento de ramos, poda, anelamento, corte de tronco, uso de fitorreguladores, etc. A incisão anelar insere-se num conjunto de práticas (anelamento e corte de tronco, figuras 4 e 5), que visam à manipulação do crescimento e a gestão da capacidade produtiva de fruteiras; agindo na interrupção da translocação da seiva no floema, aumentando o armazenamento de carboidratos na porção do ramo logo acima do corte, assim como, hormônios de crescimento produzidos pelo meristema e folhas jovens. Em experimentos conduzidos no planalto catarinense, observou-se que a prática do anelamento reduziu em 32% o vigor das plantas, quando avaliado o crescimento anual da copa e em 24% com a prática do corte de tronco. A redução no vigor refletiu diretamente na produtividade, onde os anelamentos simples e duplo aumentaram respectivamente 28% e 91 % (46,1 e 69,0 t ha-1) a produtividade em relação à testemunha (36 t ha-1). O uso de fitorreguladores em conjunto com as técnicas citadas, contribui para redução de vigor. Estudo realizado no município de São Joaquim, SC, com Moddus ® (etiltrinexapac), aplicado na dose de 0,8 mL L-1 15 dias após a plena floração na cultivar Packham’s Triumph, refletiu no aumento de 7,4 % de produtividade (39,8 t ha-1) quando comparado com às plantas testemunhas (34,3 t ha-1). O manejo das plantas visa uma arquitetura que melhor aproveite a energia solar, com máxima conversão desta para a produção de frutos, uma vez que, plantas com equilíbrio entre 106 as partes vegetativa e produtiva são mais produtivas; possuem produções constantes; frutos com melhor qualidade; e redução de mão-de-obra nas operações culturais. Após correta implantação e condução do pomar, a colheita e a conservação dos frutos deve ocorrer com a máxima eficiência. Para isto, alguns parâmetros peculiares de cada cultivar são levados em consideração no momento da colheita, como o teor de sólidos solúveis (º brix) e firmeza de polpa (libras). A cv. Rocha apresenta boa capacidade de conservação, sendo os frutos colhidos com teor de sólidos solúveis em torno de 12 º brix e firmeza de polpa entre 12 e 14 libras (5,5 – 6,5 kgf). Para a cv. Packham’s Triumph o ponto ideal de colheita varia de 11 a 12,5 º brix e firmeza de polpa entre 12 e 13 libras (5,5 – 6 kgf). Já, para a cv. Santa Maria, em torno 11 a 13 º brix e 11 libras (5 kgf), porém esta apresenta pouco período de armazenamento. Portanto, verifica-se a evolução nas tecnologias para a produção de peras no Brasil, o que permite melhor exploração da cultura, com aumento da produtividade e incentivo ao aumento da área plantada, no entanto, embora promissor, constantes estudos voltados ao desenvolvimento de tecnologias devem ser desenvolvidos para melhoria do cenário atual. Literatura consultada ALICEWEB. Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior. Importação brasileira. Disponível em: <http://www.aliceweb.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 20 fev. 2013. ANGELINI, R.; FIDEGHELLI, C.; PONTI, I. Il Pero, Milano, Itália, 2007, 339 p. FAO. Food Agriculture Organization of the United Nations. Agriculture production domain. Disponível em: <http://faostat.fao.org/>. Acesso em: 18 jan. 2013. IBGE. Instituto brasileiro de geografia e estatística. Disponível em: <http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/lista_tema.aspx?op=0&no=1&de=83>. Acesso em: 24 fev. 2013. MITCHAM, E. J.; ELKINS, R. Pear Production and Handling Manual. Davis: University of California, 2007, 215 p. RUFATO, L.; KRETZSCHMAR, A. A.; BOGO, A. A cultura da pereira. Florianópolis: DIOESC, 2012, 247 p. 107 Anexos Tabela 1. Produtividade média estimada (t ha-1) das combinações entre cv. copa de pereira europeia sobre o portaenxerto de marmeleiro Adams nas safras 2010/11, 11/12 e 12/13 em Lages/SC. Tratamento Rocha Abate Fetel Packham’s Triumph Santa Maria William’s Forelle Max Red Conference Clapp’s Favourite 2010/2011 0,85 0,00 0,22 0,15 0,45 0,00 0,05 0,00 0,00 Produtividade estimada (t ha-1) 2011/2012 5,75 0,05 2,03 0,54 1,94 0,00 0,23 0,00 0,00 2012/2013 15,92 12,32 22,47 7,72 3,10 1,96 0,00 0,00 0,00 Tabela 2. Produtividade média estimada (t ha-1) das combinações entre cv. copa de pereira europeia sobre o portaenxertos marmeleiros, em dois espaçamento de plantio, nas safras 2010/11, 11/12 em Urupema/SC. Cultivar/portaenxerto Abbè Fetel/Adams Clapp's Favourite/EMA Santa Maria/Adams Packham's Triumph/EMA Decana du Comice/Adams Rocha/Adams Conference/Adams Packham's Triumph/Adams Rocha/Adams Santa Maria/Adams Packham's Triumph/EMC Abbè Fetel/EMC Abbè Fetel/Adams Rocha/EMC Produtividade estimada (t ha-1) 2010/11 2011/12 4,0 m x 1,0 m 0,3 2,0 0,0 0,5 4,6 27,5 0,9 11,9 0,6 6,7 2,8 9,6 0,1 2,0 6,8 10,5 0,3 m x 1,0 m 3,8 13,3 19,8 62,3 8,5 8,2 0,0 3,2 0,0 2,9 5,7 26,1 108 Tabela 3. Produtividade estimada (t ha-1) (safras 2009/10, 10/11, e 11/12) da cv. Packham’s Triumph, nos municípios de São Joaquim/SC (SJ), Rio Rufino/SC (RR) e São Francisco de Paula/RS (SFP), submetidas à aplicação de fitorreguladores. Tratamentos São Joaquim 2009/10 2010/11 2011/12 Promalin® (1 ml L) x 3 27.8 40.9 24.6 Viviful® (PCa) (1,25 g) L PF 30.9 39.2 36.0 Viviful® (PCa) (2,50) g L PF 26.6 36.4 29.4 Viviful® (PCa) (1,25) g L 15 DAPF 31.3 41.6 26.1 ReTain® (2 g L) 15 DAPF 26.7 18.2 21.3 Promalin® (1 ml L) PF + ReTain® (2 g L) 15 DAPF 36.2 51.0 20.8 Promalin® (1 ml L) PF + ReTain® (1 g L) 15 DAPF 27.3 49.1 18.3 Promalin® (1 ml L) PF + Viviful® (0,65 g) L 15 DAPF 21.2 50.7 27.2 TDZ (20 mg L) PF 33.0 39.2 21.4 Testemunha - Água 22.7 37.3 34.3 *PF – Plena floração; **DAPF – Dias após plena floração Packham's Rio Rufino 2009/10 2010/11 2011/12 45.0 17.1 35.7 38.8 44.1 30.8 44.1 29.7 35.8 23.3 47.6 38.7 41.1 34.0 42.8 34.9 40.1 32.1 36.3 14.5 - São Francisco de Paula média variação 2009/10 2010/11 2011/12 % 52.2 25.9 23.7 -10.7 58.5 17.0 23.3 -12.2 52.4 17.2 23.9 -9.9 60.9 26.7 24.1 -9.2 73.6 13.5 21.8 -18.0 56.5 24.5 26.1 -1.7 49.6 26.7 32.0 20.5 59.9 10.0 27.2 2.3 43.0 15.7 26.1 -1.9 42.4 12.2 26.6 0.0 Tabela 4. Produtividade estimada (t ha-1) (safras 2009/10, 10/11, e 11/12) da cv. William’s, nos municípios de São Joaquim/SC (SJ), Rio Rufino/SC (RR) e São Francisco de Paula/RS (SFP), submetidas à aplicação de fitorreguladores. Tratamentos Promalin® (1 ml L) x 3 Viviful® (PCa) (1,25 g) L PF Viviful® (PCa) (2,50) g L PF Viviful® (PCa) (1,25) g L 15 DAPF ReTain® (2 g L) 15 DAPF Promalin® (1 ml L) PF + ReTain® (2 g L) 15 DAPF Promalin® (1 ml L) PF + ReTain® (1 g L) 15 DAPF Promalin® (1 ml L) PF + Viviful® (0,65 g) L 15 DAPF TDZ (20 mg L) PF Testemunha - Água *PF – Plena floração; **DAPF – Dias após plena floração São Joaquim 2009/10 2010/11 2011/12 37.1 23.9 42.5 25.2 38.5 27.9 35.6 35.4 37.1 29.0 45.5 22.4 46.6 36.6 37.3 25.2 55.1 27.7 43.8 27.8 - William's Rio Rufino 2009/10 2010/11 2011/12 23.6 31.8 21.1 32.7 19.7 29.3 24.5 28.0 19.7 28.1 28.3 36.5 38.3 46.3 34.8 43.0 24.7 27.6 34.0 35.0 - São Francisco de Paula média variação 2009/10 2010/11 2011/12 % 11.1 14.1 13.5 23.7 -10.7 10.6 12.6 4.3 23.3 -12.2 15.6 15.9 10.9 23.9 -9.9 9.5 9.9 12.3 24.1 -9.2 9.5 8.9 6.8 21.8 -18.0 7.7 20.5 7.4 26.1 -1.7 8.0 16.9 11.3 32.0 20.5 12.4 13.7 8.0 27.2 2.3 9.0 13.9 9.0 26.1 -1.9 9.7 11.2 7.3 26.6 0.0 109 Figura 1. Frutos da pereira “Santa Maria”, colhidos na safra 2011/12 no município de Urupema, SC. Figura 2. Frutos da pereira “Packham’s Triumph”, colhidos na safra 2011/12 no município de São Joaquim, SC. Figura 3. Frutos da pereira “Rocha”, colhidos na safra 2012/13 no município de Vacaria, RS. Figura 4. Corte de tronco realizado no período de floração (2012/13), em pereira “Packham’s”, no município de Vacaria, RS. Figura 5. Anelamento realizado no período de floração (2012/13), em pereira “Packham’s”, no município de Vacaria, RS. 110 PEQUENAS FRUTAS: ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO Luis Eduardo Corrêa Antunes1 As pequenas frutas representam mais uma oportunidade para o fruticultor diversificar a produção e obter bons lucros. Plantios de espécies como amora-preta (Rubus spp), mirtilo (Vaccinium spp) e framboesa (Rubus spp) podem apresentar alto retorno em pequenas áreas, existindo, ainda, empresas bem organizadas e conhecedoras do mercado internacional empenhadas em produzir e exportar estas frutas. Existe, ainda, grande procura por produtos à base dessas frutas por parte dos consumidores, incentivados especialmente por pesquisas que apontam o seu extraordinário valor como alimento funcional. Do ponto de vista de consumo, além de comercializadas como frutas frescas, dão ótimos produtos industrializados, como congelados, polpas para iogurtes e sorvetes, geléias e sucos, além de ser utilizadas como ingredientes pela indústria farmacêutica e de cosméticos. Segundo dados da FAO (2011) a produção mundial das chamadas pequenas frutas, morango (244 mil ha), mirtilo (120 mil ha), amora-preta (20 mil ha) e framboesa (100 mil ha), representa importante fonte de renda e alimento em todos os continentes do globo. Devido ao aumento de demanda e à importância econômica destas culturas, houve aumento da área de plantio na última década. Nos Estados Unidos, em 2010, a cadeia produtiva de pequenas frutas gerou mais de três bilhões de dólares em receita. Devido as qualidades nutricionais das frutas vermelhas e aos benefícios à saúde humana, os consumidores têm demonstrado interesse pelo consumo destas frutas que possuem alta concentração de antocianinas, fenóis e elevada atividade antioxidante. A América do Sul, tradicional produtor de frutas de clima temperado, visando a contra-estação do hemisfério Norte, tem se destacado no mercado mundial da produção de pequenas frutas. Chile e Argentina se destacam neste cenário, principalmente quando se trata de exportações. Neste contexto, o Brasil (3º produtor mundial de frutas) aparece como o maior produtor sul-americano de morangos e ocupa, ainda, modesta posição no ranking de produção de mirtilo, amora-preta e framboesa. Do grupo das pequenas frutas, o morango é o principal representante. O início do cultivo do morangueiro no Brasil não é bem conhecido. Entretanto, a cultura começou a expandir-se a partir de 1960, com o lançamento da cultivar Campinas (Castro, 2004). 1 Eng. Agrônomo, Doutor, Pesquisador Embrapa Clima Temperado, Pelotas-RS. Bolsista do CNPq, E-mail: [email protected] 111 Atualmente o morangueiro é cultivado no Estado do Rio Grande do Sul (RS), São Paulo (SP) e Minas Gerais (MG), além de regiões com diferentes solos e climas, como Santa Catarina (SC), Paraná (PR), Espírito Santo (ES), Goiás (GO) e Distrito Federal (DF). A produtividade média por Estado, em t/ha, é de 32,7 no RS; 21,3 no PR; 25,2 em MG; 34 no ES e SP .Além de possuir uma grande importância social, é uma atividade econômica que, em muitos casos, é a principal atividade do município onde a cultura é explorada, sendo também referência turística, como é o caso do município de Bom Princípio, no Rio Grande do Sul, entre outros. A cultura é praticada por pequenos produtores rurais que utilizam a mão-de-obra familiar durante todo o ciclo de produção, sendo a maior parte produzida destinada ao mercado in natura. Há também um sistema de parceria, onde um dos sócios custeia toda a implantação da lavoura (mudas, cobertura plástica, insumos, caixas de embalagem e a terra onde é cultivado) e da outra parte há o compromisso do trabalho braçal (plantio, tratos culturais, colheita e embalagem do produto). Neste sistema, o sócio operacional (braçal) recebe de 25 a 30 % do preço bruto obtido com a venda do morango. Os programas de melhoramento genético de morangueiro no Brasil iniciaram em 1941, no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), sendo que a produção de morango sextuplicou ao final da década de 60, em função dos novos clones e das técnicas de produção de matrizes isentas de vírus. A partir de 1950, iniciou, na Estação Experimental de Cascata, atual Embrapa Clima Temperado, o programa de melhoramento de morango. As principais variedades cultivadas na década de 60, 70 e 80, como Campinas, Princesa Isabel, Jundiaí, Piedade, Monte Alegre e Guarani (IAC), Konvoy, Cascata, Konvoy-Cascata, BR 1, Vila Nova, Santa Clara e Burkley (Embrapa), foram criadas pelos programas de melhoramento citados. Nos últimos anos o padrão varietal tem mudado muito. No inicio deste século, a variedade predominante era Dover, principalmente por sua resistência na pós-colheita, o que favorecia o transporte para longas distancias. Com a introdução de novas variedades, mais doces e com melhor qualidade, houve alterações no padrão varietal. As principais variedades cultivadas atualmente no Brasil são Oso Grande (54 %), Camarosa (20 %), Dover (6 %), Albion/Aromas (4 %), outras variedades (16 %). Anualmente são demandados, pelo sistema produtivo, cerca de 175.000.000 de mudas, sendo 15 % importados do Chile e Argentina e o restante, produzido por viveiristas locais (65 %) e pelo próprio produtor (20 %). O Brasil, além de não possuir cultivares genuinamente brasileiras, não é auto-suficiente na produção de mudas de morangueiro, necessitando completar a demanda via importação. Viveiros Chilenos e Argentinos são os principais 112 produtores e exportadores de mudas para o Brasil. Os números de mudas importadas, não bem conhecidos oficialmente, são estimados em cerca de 50 milhões de mudas que chegam ao país através de nossas fronteiras, sendo os Estados do Sul do Brasil os que, atualmente, mais demandam. Até o presente momento, o sistema de produção mais representativo é o protegido com túnel baixo e com sistema de fertirrigação. Há regiões que cultivam morango a campo aberto sem proteção, pois não há significativa incidência de chuvas no período de colheita e há baixo risco de geadas. Nos últimos anos houve um crescimento da produção de morangos fora de solo em sistemas horizontais e também em sistema vertical. A densidade de plantio varia bastante, desde 45.000 plantas/ha (região Sul) à 80.000 plantas/ha (São Paulo e Minas Gerais) para plantios a campo, podendo chegar a 200.000 plantas/ha em cultivo fora de solo. Com área que varia de 3.500 a 3.800 ha, o Brasil é o principal produtor de morangos da América do Sul, seguido de Chile, Peru e Argentina. Atualmente, o Brasil produz cerca de 105.000.000 toneladas, sendo o mercado interno de morangos frescos o principal destino da produção (90 %). Do Rio Grande do Sul a Minas Gerais e Espírito Santo, passando pelo Distrito Federal, a produção de morangos abrange, pelo menos, oito estados brasileiros. Entretanto, há uma grande demanda reprimida de consumo em função dos resíduos de agrotóxicos encontrados na fruta. Além disso, a produção de morangos com base na certificação poderá abrir uma importante oportunidade de exportação, uma vez que o Brasil produz na contra estação do hemisfério norte. Com as novas variedades e sistemas de produção mais adequados, são produzidos morangos nos 12 meses do ano. Esta produção está concentrada entre junho (inverno) a novembro (final da primavera) e, devido a isto, há redução dos preços pagos ao produtor (U$1,1/kg). Com produção fora de época, em regiões mais altas e frias, entre janeiro a março (verão brasileiro) e com a utilização de variedades de dias neutros (Aromas e Albion), o produtor chega a receber US$ 5,0/kg, em cultivo a campo e fora de solo. No Sul de Minas Gerais há produtores que estão produzindo a variedade Oso Grande fora de solo, em sistema vertical, obtendo US$ 8,0/kg neste período do ano. A escolha na adoção de um sistema ou outro dependerá do destino da produção. No plantio sobre o solo os custos variam de R$ 1,00 a R$ 1,20 por planta, ou seja, aproximadamente 60 mil reais por hectare. Na produção em sistema fora de solo os custos podem chegar entre R$ 1,80 a R$ 2,00 por muda plantada (180 mil reais por hectare). Com um custo maior nos sistema fora de solo o produtor deverá objetivar a produção em períodos de baixa oferta de morangos, no sentido de obter maior 113 renda com a produção fora de época. Desta forma a cadeia de produção do morango superaria os 200 milhões de reais por ano em investimentos na produção. A produção brasileira de morangos é assombrada pela aplicação indiscriminada de agrotóxicos, sendo um dos alimentos mais contaminados, segundo dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), da Anvisa. No sentido de mitigar os impactos desta contaminação do alimento, ambiental e humana, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou, em 2008, a Instrução Normativa Nº 14, DE 1º DE ABRIL DE 2008, que aprova as Normas Técnicas Específicas para a Produção Integrada de Morango - NTEPI-Morango. Apesar das orientações técnicas descritas, há grandes gargalos tecnológicos que podem ser superados para produção sustentável desta rosácea. Várias práticas de manejo como uso da plasticultura, fertirrigação, manejo integrado de pragas, associadas ao uso de variedades adaptadas e produtivas, a partir de mudas de origem comprovada e fisiologicamente aptas ao cultivo, poderão levar à sustentabilidade da produção de morangos no Brasil e oportunizar novos mercados e novos consumidores para o produto brasileiro. No que se refere à amora-preta, a produção mundial é de aproximadamente 20 mil hectares, sendo que dois terços desta são destinados ao mercado de processamento. No Brasil, ocorrem cinco espécies nativas de amoras que produzem frutos pequenos e com coloração branca, rosa, vermelha ou preta, porém nenhuma foi domesticada. A Embrapa Clima Temperado tem, há 40 anos, trabalhado no desenvolvimento de sistemas de produção da amora-preta. No Brasil, o melhoramento de amora-preta foi iniciado na década de 1970 com a introdução de uma pequena coleção, da qual faziam parte Brazos, Cherokee e Comanche, além de um clone de identidade desconhecida, originário do Uruguai. A partir da primeira introdução de variedades, em 1972, em Pelotas-RS, a Embrapa lançou uma série de cultivares adaptadas às condições edafoclimáticas do Sul do Brasil, como as cultivares Ébano (1981); Negrita (1983); Tupy e Guarani (1988); Caingangue (1992) e Xavante lançamento conjunto com a Universidade de Arkansas (2004). A amora-preta in natura é altamente nutritiva. Contêm 85 % de água, 10 % de carboidratos, elevado conteúdo de minerais, vitaminas B e A e cálcio. Pode ser produzido nas formas de geléias, suco, polpas para sorvete e iogurte. Além disso, são atribuídas às frutas de amoreira-preta propriedades nutraceuticas, podendo ser usada no controle de hemorragias em animais e seres humanos, controle da pressão arterial e efeito sedativo, complexação com metais, função antioxidante, ação contra o crescimento e alimentação de insetos. Dentre os 114 materiais lançados no Brasil destaca-se ‘Tupy’, reconhecida com a cultivar mais importante hoje cultivada no mundo. Resultado do cruzamento entre as cultivares ‘Uruguai’ x ‘Comanche’, realizado na Embrapa Clima Temperado em 1982, os “seedlings” foram avaliados no campo experimental, sendo que a seleção C.4.82.5 deu origem à cultivar. Suas plantas são de porte ereto, vigorosas, com espinhos, perfilhamento médio e florescem em setembro e outubro. A colheita, nas condições de Pelotas, ocorre de meados de novembro a início de janeiro. As frutas têm 8 a 10 g de peso médio, sabor equilibrado acidez/açúcar e teor de sólidos solúveis entre 8 e 10 °Brix, coloração preta e uniforme, consistente e firme, semente pequena, película resistente e aroma ativo. É de baixa necessidade em frio e, durante três anos de avaliação, produziu 3,8 kg planta-1 ano-1 no Rio Grande do Sul. É recomendada para o consumo in natura pelo fato de apresentar baixa acidez. É, atualmente, a cultivar de amoreirapreta mais plantada no Brasil (200 ha), além de ocupar uma posição de destaque (aproximadamente 6.000 ha) no México onde é produzida, principalmente, para exportação aos Estados Unidos. Atualmente, o programa de melhoramento genético de amora-preta possui cerca de 12 mil seedlings em avaliação, algumas dezenas de seleções avançadas e para 2013/2014 está previsto o lançamento da BRS Xingu, fruto de projeto constituinte desta proposta de arranjo. A Embrapa Clima Temperado introduziu a primeira coleção de mirtilo no Brasil, em 1983 - umas das primeiras, na América do Sul – entretanto, o progresso em termos de adoção da cultura foi lento, se comparado a outros países do Cone Sul. Como o acúmulo de frio, mesmo no sul do Brasil, é baixo, a primeira tentativa de introdução da cultura foi realizada com cultivares do grupo “rabbiteye”. Estas cultivares, principalmente Bluegen, Powderblue, Aliceblue e Climax mostraram-se altamente produtivas na região (com produções de até 6 kg por planta, na cv. Powderblue, cerca de 18 ton ha-1). Mais tarde, plantas oriundas de sementes de polinização aberta da cv. Bonita, foram introduzidas da Flórida e quatro dessas seleções destacaram-se e estão sendo colocadas em testes, em diversos locais. Entretanto, as frutas dessas cultivares não são bem aceitas pelos importadores estrangeiros. Assim, algumas cultivares tipo “highbush” foram também introduzidas mais recentemente, além de sementes de cultivares conservadas no USDA- Oregon e sementes de cinco progênies de cruzamentos envolvendo as classificadas como “ Southern highbush”, as quais tem menor necessidade em frio que as “highbush” do norte. Foram também realizadas hibridações na Embrapa Clima Temperado e hoje, o campo de seedlings tem ainda cerca de 3 mil plantas, em avaliação. Ao longo dos anos foram selecionados diversos genótipos, os quais foram recentemente 115 colocados em coleções nos municípios de Pelotas, RS e Canoinhas, SC. Dentre as seleções em observação destacam-se a Sel. 103 e a Seleção 110, Blue 26 e Blue 57. Além destas espécies tradicionais, as frutas nativas surgem com grandes possibilidades para a diversificação na produção, pois o Brasil é especialmente rico na diversidade de espécies que podem se transformar em pomares de expressão econômica. No Sul do País existem diversas frutíferas nativas com características organolépticas e componentes fitoquímicos que as diferenciam e lhes conferem grande potencial comercial, tanto para exploração in natura como para agregação de valor na elaboração de produtos nutritivos e saborosos, sem perder atributos, como integralidade, pois se conservam sem necessitar de aditivos químicos. Dentre as características marcantes dos frutos nativos, destaca-se o fato de que normalmente demandam pequeno aporte de insumos, o que se constitui em um fator diferencial, especialmente ao se promover a produção com bases ambientais inteligentes. Por se tratarem de alimentos ricos em compostos nutraceuticos, alguns deles já reconhecidos pelas propriedades funcionais, são cada vez mais apreciados em mercados locais e até mesmo no cenário nacional e internacional. Entre as frutíferas nativas do Sul do Brasil, por exemplo, existem muitas espécies com potencial para o cultivo, como a pitangueira, o araçazeiro (foram lançadas duas cultivares na década de 90, pela Embrapa Clima Temperado, a "Ya-cy", produtora de frutos de película amarela, e a "Irapuã" com película vermelha), a jabuticabeira, a uvalheira e o butiazeiro, entre outras. O avanço de outras atividades agrícolas nesta região provocou a redução de exemplares e ameaçou a própria existência de outras espécies, que necessitam ser reintroduzidas nas comunidades rurais, pois passaram a ter grande apelo comercial e até mesmo aspecto atávico para alguns consumidores. Por outro lado, a privilegiada e exclusiva diversidade de ecossistemas e de microclimas do território brasileiro e, em especial, na Região Sul, aliadas aos valores culturais e variada composição étnica, permitem o cultivo de muitas espécies presentes no comércio mundial, além de criar inúmeras possibilidades de exploração comercial das amplas e exclusivas espécies de frutas, nativas ou exóticas. Neste sentido Seguel (2012) apresenta o modelo de domestificação de uma espécie frutífera nativa do Sul do Chile, a murtilla (Ugni molinae Turcz), cujo trabalho de resgate e seleção de materiais nativos já proporcionou a proteção e o patenteamento das primeiras cultivares no Chile e Estados Unidos, tornando-se mais um produto de exportação para o país andino. Do mesmo modo, a fruticultura também representa uma comprovada alternativa de transformação de comunidades dotadas de baixos indicadores de desenvolvimento econômico 116 e social, por ter vocação de ser promotora da inclusão social e da melhoria da qualidade de vida da população alvo de programas de desenvolvimento local e regional. Portanto, trata-se de uma atividade com diversas características compatíveis para programas de redução da pobreza rural ou de baixos níveis de renda familiar no campo. A diversificação do sistema produtivo com frutas, baseada nas características regionais favoráveis (edafoclimáticas e sócio-econômico-culturais) e nas potencialidades locais, é uma das alternativas para melhorar a rentabilidade e sustentabilidade do setor frutícola na região Sul e Sudeste. Com o desenvolvimento de tecnologias que permitam o aprimoramento e a diversificação deste setor na região, seja com a inserção de espécies nativas ou exóticas, espera-se que ocorra o incremento da produtividade e da lucratividade, com mais geração de emprego e renda na zona rural. Por outro lado o aprimoramento das tecnologias ajudarão a reduzir as perdas pós-colheita nessas culturas, com isso maximizando a rentabilidade do produtor e com menores preços do produto para o consumidor. Além da produção de frutas para consumo in natura, a fruticultura permite a agregação de valor ao produto final. Assim, a partir de uma matéria-prima de qualidade, indústrias de pequeno, médio e grande porte poderão elaborar produtos diferenciados, como doces, polpas e bebidas, principalmente sucos e néctares, a preços competitivos e baseados na valorização da produção local, e que podem contribuir de forma significativa para o aumento da renda familiar, bem como viabilizar um maior período de atividade durante o ano em agroindústrias que hoje passam boa parte do ano ociosas, como é o caso das indústrias de pêssegos em calda na região de Sul do Rio Grande do Sul. Com a adoção de políticas publicas de aquisição de alimentos, por parte dos municípios, de produtos (hortifrutigranjeiros) para atendimento a demanda das escolas para suprir a merenda escolar, haverá maiores oportunidades dos produtores incluírem seus produtos neste importante canal de comercialização regional. Com a disponibilização de tecnologias que permitam o cultivo de diversas espécies, escalonadas no tempo/espaço inclusive, espera-se aumento das áreas de produção de frutas para consumo in natura, bem como aumento de oferta de frutas e mudas de qualidade para o sistema agroindustrial. Assim, haverá maior demanda por mão-de-obra e profissionalização dos elos da cadeia ligados à produção e à logística de distribuição. Aliado à disponibilização de tecnologias que permitam melhores condições de trabalho na propriedade agrícola e agregação de valor aos produtos gerados na propriedade, espera-se que haja mais oportunidades para os jovens do campo, devido ao aumento de renda e ampliação de oportunidades. 117 Com as tecnologias apropriadas espera-se ofertar ao consumidor produtos seguros, de melhor qualidade e com rastreabilidade. Com a realização dos estudos científicos, recomendações técnicas e a adoção das melhores práticas agrícolas, são esperadas que ocorra um estímulo dos fruticultores a modernizarem-se como empreendimentos agrícolas e a continuarem vivendo e trabalhando no campo. Havendo sustentabilidade da base da cadeia de produção de pequenas frutas, as indústrias processadoras de frutas poderão adquirir matéria-prima de qualidade, gerando mais emprego durante um maior período do ano. Com o aprimoramento de técnicas de monitoramento de pragas e doenças e a adoção das melhores práticas agrícolas, haverá maior racionalização de insumos, menor impacto ambiental, menor custo de produção, maior qualidade das frutas produzidas e, consequentemente, maior inocuidade do produto produzido. O aumento nas informações de relevância técnica e científica sobre qualidade e segurança da fruta subsidiará as políticas públicas de proteção e saúde do consumidor brasileiro, com aumento de demanda das pequenas frutas. 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N. galligena), que é praga quarentenária A1, se definiu a necessidade de treinamento dos produtores e técnicos brasileiros e foram definidas as recomendações para contenção das perdas usando-se entre outras táticas, o controle químico e cultural. O conceito de controle de um patógeno pressupõe a identificação correta do organismo e/ou dos sintomas que são alvo do controle e é um conceito “relativo”. Isso quer dizer que para assegurar que um tratamento é eficaz ou eficiente, deve-se documentar simultaneamente o que ocorre nas plantas não tratadas com o tratamento sob avaliação. Essas pré-condições para o sistema patógeno – hospedeiro são difíceis de serem cumpridas no Brasil, pois, diferentemente do que ocorre em outros países, cancros com sintomas semelhantes ocorrem nas macieiras e, os sintomas iniciais das duas doenças podem ser confundidos mesmo pelos especialistas. Isto exige a inoculação das plantas e/ou análise laboratorial dos sintomas da doença que pretende ser controlada. Perdas apreciáveis causadas pelo cancro europeu das pomáceas constatadas nos países ou área produtoras de maçãs que apresentam condições climáticas apropriadas para ocorrência de epidemias mostram que, dependendo das variedades e da infecção das mudas plantadas, a perda de plantas pode ser de 100% já no primeiro ano como constatado da Suécia na cv Discovery em 2008. As perdas crescentes verificadas recentemente em alguns países têm sido causadas principalmente pelo uso de mudas contaminadas e, adicionalmente, pelas condições climáticas que aumentam a disponibilidade e dispersão de inóculo. Levantamento de prevalência de inóculo e da alta frequência de condições meteorológicas adequadas para inicio das epidemias em Vacaria mostram que a manutenção de plantas infectadas nos pomares é uma prática que ameaça gravemente a pomicultura do país e confirma a previsão da doença constituir maior severidade no Brasil que na Europa. 1 Eng. Agr. Dra em Fitopatologia, Centro de Pesquisa Proterra. 119 Assim, enquanto 30 dias antes do inicio de queda das folhas em Vacaria há ascósporos maduros e conídios, na Europa e no Chile a maior pressão liberação de ascósporos ocorre principalmente na primavera. Essa constatação desmente a opinião de alguns técnicos brasileiros e europeus sobre o pouco perigo que essa doença teria se introduzida no Brasil. CONTROLE CULTURAL As praticas recomendadas incluem principalmente o uso de mudas sadias e adicionalmente, a incineração das mudas infectadas no primeiro ciclo e dos ramos de um e de dois anos que apresentem cancros; poda dos ramos doentes até antes do fim do verão para diminuir a população do patógeno no pomar quando se inicie a queda das folhas; remoção dos restos de poda sem triturá-los antes da quebra de dormência e, monitorar permanentemente a infecção das macieiras nos pomares. CONTROLE QUÍMICO NOS POMARES Numerosas pesquisas têm sido feitas no exterior relativas ao controle químico do agente causal do cancro europeu (Neonectria ditissima/ sinn. N galligena) visando associar esta tática de controle a outras como o controle cultural. As publicações disponíveis desse assunto foram fundamentadas na sua maioria nos trabalhos feitos na década de 30 e complementadas a partir de 2000. As pesquisas desse assunto abordam a proteção dos cortes de poda para evitar a infecção deles, o tratamento dos cancros que visa curar a infecção e reduzir a produção de inoculo (efeito erradicante), a proteção das feridas da queda das folhas e a diminuição da infecção das maçãs. PROTEÇÃO NA QUEDA DAS FOLHAS Na Inglaterra e no Canadá se encontram de forma mais clara e organizadas as recomendações para uso de controle químico nos pomares, separando-se os pomares pela determinação do grau de risco nos pomares. Esse risco é determinado na prevalência da doença no pomar. Assim o pomar que apresenta até 5% de plantas doentes terá baixo risco; de 5 a 25% risco moderado e acima de 25%, risco alto. Assim, enquanto nos pomares de risco baixo, ao controle cultural deve ser associada a proteção com pulverizações somente com produtos cúpricos (calda bordalesa formulada ou oxicloreto de cobre) nas fases de 10%, 50% e 90%, nos de de risco moderado e alto, aos 120 tratamentos antes citados, se recomenda pulverização de produtos curativos ou com ação curativa e erradicantes. No caso de pomares com mais de 25% das plantas com cancros e com histórico de perdas de fruta armazenada causada por N. galligena ( pomares de de risco moderado e alto), ao controle cultural deve ser associadas as recomendações que seguem: 1- Quatro pulverizações consecutivas que se iniciam logo no inicio da queda das folhas e encerram quando o pomar apresenta 90% de queda das folhas. A sequência de tratamentos é: tebuconazole – calda bordalesa formulada ou oxicloreto de cobre- tebuconazole ou tiofanato metílico - calda bordalesa formulada ou não ou oxicloreto de cobre; 2- Cúpricos no estádio de gema inchada; 3- Nos estádios seguintes preferir dithianon e captan para quando feito o controle de Sarna da macieira visto que eles controlam esporos do patógeno. O dodine e o clorotalonil e as associações de esses protetores com estrobilurinas ou anilinopirimidinas também tem algum controle; 4- Pulverizações de captan ou de associações de esses protetores com estrobilurinas ou anilinopirimidinas no período de floração a queda de pétalas para proteção das maçãs; 5- Em pré-colheita usar tiofanato metílico ou os utilizados a queda de pétalas. Modo de ação dos fungicidas: o único fungicida registrado no Brasil para macieira, com ação curativa nesta doença é o tiofanato metílico. Todos os outros produtos citados são protetores. Doses recomendadas: a quantidade de produto por ha é a recomendada nos registro desses produtos para a sarna da macieira. Uso e segurança de fungicidas cúpricos: pesquisas recentes têm mostrado que dependendo do tipo de fungicida, pode causar toxicidade quando usado em doses altas nos cortes de poda e também na proteção das feridas da queda das folhas. É por isto que na literatura que recomenda esses produtos se dá ênfase no uso de calda bordalesa preparada no pomar ou formulada (0,25% de cobre ou 10-8-100) e na utilização de oxicloreto de cobre (300 a 500g/100L de água). Nesses produtos o cobre é liberado 121 lentamente e no caso da calda bordalesa ocorre diminuição da toxicidade pelo cal usado no seu preparo. Trabalhos conduzidos na Nova Zelândia com o uso de 50g/L hidróxido de cobre mostraram o aumento a incidência da doença a pulverização foi feita no período da queda das folhas. Igualmente, dados desse país mostraram a ineficiência de uma dose baixa do ditianon (18g/L de produto comercial). Esses resultados recomendam a utilização da dose de registro para sarna da macieira do ditianon, como consta nos trabalhos da Inglaterra e de doses de até 30g de ativo de hidróxido de cobre. TRATAMENTO DOS CANCROS As pesquisas desenvolvidas sobre a proteção de cortes de poda para evitar a infecção deles e sobre o tratamento dos cancros reforçam a ideia que para um produto (Pasta) ser bom, precisa estimular/ permitir a cicatrização com formação de calo pela cicatrização do ferimento feito, ter efeito curativo para curar a infecção que pode ter ficado no cancro tratado e, suprimir a produção de inóculo ou seja de conídios e/ou peritécios (efeito erradicante). No desenvolvimento de pastas para proteção de cortes de poda e/ou o tratamento dos cancros requer a caracterização do mesmo, translocação e persistência do ingrediente ativo na madeira e monitoramento do desenvolvimento da lesão pelo menos por 12 meses. Tenacidade das pastas é um fator importante nas condições do Sul do Brasil e pode definir a vantagem ou não de uma pasta. No Chile, por exemplo, foi utilizado clorotalonil como pasta seladora mas a proteção foi perdida com ~40 mm de chuva. Já autores da Nova Zelândia sugerem que maior eficiência de uma pasta pode ser obtida pela ocorrência de uma chuva leve. Na década de 60 vários fungicidas foram avaliados tendo como alvo uma ação erradicante, sendo os mais eficientes produtos mercuriais hoje banidos e produtos cúpricos. A partir de 1970 foi relatada a eficiência de captafol, benomil, tiofanato metílico e foi estabelecido que o controle é melhor se o cancro for limpo. Na atualidade trabalhos de pesquisa relataram que as pastas mais eficientes para N. galligena são as feitas com Calda bordalesa, Oxicloreto de cobre, sulfato de cobre, e clorothalonil, tiofanato metílico, tebuconazole e octinolinona. A pesar de todos os especialistas estabelecerem que o tratamento mais eficaz se consegue limpando-se o cancro pela lógica desse procedimento possibilitar que o fungicida atinja o alvo, tentativas variadas tem sido feitas para viabilizar tratamentos sem a limpeza da área afetada. Pesquisas feitas com esse fim mostraram que o uso de óxido de mercúrio e com 122 octinolinona conseguiram deter a infecção completamente quando os produtos foram aplicados nos cancros limpos, e, quando a pasta foi aplicada sobre os cancros, 30 a 50% daqueles voltaram a apresentar os sintomas da doença. Os fungicidas mais efetivos se translocam do gel (pasta) até a madeira próxima ao cancro e ali persiste até 6 meses. Outros trabalhos compararam pastas preparadas com diferentes géis como veículos e constataram que o tiofanato metílico foi menos eficiente que o carbendazim. RESULTADOS EXPERIMENTAIS SOBRE A PROTEÇÃO DOS CORTES DE PODA E TRATAMENTO DOS CANCROS EM VACARIA. Resultados de estudos feitos com limpeza de cancros em Vacaria mostraram a necessidade de se ter alguns cuidados como requisito para se ter sucesso nessa prática de contenção da doença: 1) Limpeza do cancro: a operação de limpeza do cancro a pesar de ser mais trabalhosa é necessária visto que o patógeno coloniza profundamente os ramos e tronco e, posteriormente pode alcançar o tecido vascular. A limpeza contribui para estimular a cicatrização e assim, cancros que somente foram limpos com rineta (faca com lâmina afiada) e desinfectados com álcool 96%, formam um calo que cicatrizou a borda da ferida; 2) Ferramentas para a limpeza dos cancros: é indispensável que se usem rinetas ou ferramentas semelhantes que tenham lâminas lisas, fáceis de desinfetar e que façam cortes limpos sem transportar pedaços de tecidos doentes para a parte sadia. Não devem ser usadas grozas nem escovas de aço; 3) Área a do cancro a ser limpa: de preferência deve ser retirado o tecido até 2 cm ao redor da área do cancro raspando-se primeiro á área com sintomas e depois de desinfectar a área aparentemente sadia com álcool 96%; 4) Veículo usado nas pastas: O uso de cola (acetato vinílico) ou tinta acrílica como veículo dá igual resultado sempre que o tratamento de limpeza seja bem feito. Deve ser 123 verificada a possibilidade desses produtos não serem fitotóxicos e de preferência usá-las diluídas em água (1/3 v/v); 5) Estruturas desenvolvidas nos cancros tratados: dependendo do tamanho do cancro, do diâmetro dos ramos, da qualidade do processo de limpeza e do tipo de pasta usada, nas área com cancros tratados, após seis meses se desenvolveram esporodóquios (Conídios) e peritécios facilmente detectáveis (fim de março). Parte dos peritécios estavam imaturos mas bem formados de tamanho característico da espécie. Os maduros quando colocados em câmara úmida no Laboratório após 2 dias, liberaram ascósporos na forma de cirros brancos.(Figura 1). Peritécios e conídios foram constatados mesmo em ramos do ano infectados no outono anterior. COMENTÁRIOS FINAIS: É indispensável nos pomares infectados treinar o pessoal que irá fazer o tratamento dos cancros, mantendo essa atividade no ciclo todo. Os processos de cicatrização (calo) e a ação curativa são eventos diferentes e se somam para a supressão do cancro. Deve ser evitado o uso de altas doses de fungicidas cúpricos e de síntese nas pastas até se ter maiores resultados de pesquisa A associação de tiofanato metílico, tebuconazole e protetor é indispensável nas pastas até se verificar a sensibilidade do patógeno aos benzimidazoles. É importante lembrar que para racionalizar o uso de fungicidas nos pomares, a determinação de ausência ou de incidência baixa da doença nos pomares pelo monitoramento. Deve-se dar treinamento dos produtores no reconhecimento dos sintomas ou envio de amostras para instituições que possam fazer a identificação do patógeno será indispensável, pois no ciclo passado de confundia com freqüência cancro papel com cancro europeu. É necessário também que os produtores usem quando determinado pelas autoridades de defesa, somente o recomendado oficialmente evitando improvisações ou práticas não embasadas em pesquisa. 124 BIBLIOGRAFIA LATORRE, E.A. ; PASLACK, K.H.; SARA, A.M. Aportes al control químico de Nectria galligena en manzanos em http://www.fitopatologiachile.cl/trabajos02/V.html#Articulo_34. 1994. LATORRE, B.A., Rioja, M.E. Lillo, C. Munoz, M. The effect of temperature and wetness duration on infection and a warning system for European canker (Nectria galligena)of apple in Chile. Crop Protection 21, 285–291. 2002. LOLAS, M. ; PALMA, R. a. Evaluación de fungicidas para el control preventivo de Nectria galligena en un huerto de manzanos de la VII región de Chile Fitopatología, 1994 v.29(1): 19-81 LOLAS, M. ;PALMA, R. Estudio preliminar sobre la producción y liberación del inóculo de Nectria galligena bajo las condiciones ambientales de un huerto de manzano de la VII región de Chile. 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N galligena) no 28/o2/2013 em Vacaria, RS. 125 126 COMPORTAMENTO DE CLONES DE MACIEIRA EM DIFERENTES REGIÕES DO SUL DO BRASIL João Caetano Fioravanço1; José Masanori Katsurayama2; Marcelo Couto3; Ana Beatriz Costa Czermainski1; Paulo Ricardo Dias de Oliveira1 INTRODUÇÃO Em muitos países, a avaliação de materiais em diferentes lugares é uma atividade de pesquisa sistematicamente desenvolvida (Blažek & Křelinová, 2006; Yuri et al., 2011; Iglesias et al., 2012). O lançamento de novas cultivares é, inclusive, antecedido de investigações que procuram entender as atitudes e os hábitos de compra e de consumo da população, gerando, assim, as informações básicas para definir as estratégias de marketing (Péneau et al., 2006). No Brasil, a introdução e avaliação de cultivares de macieira também foi uma atividade de pesquisa intensamente realizada. Camilo e Denardi (2006) fazem referência à avaliação, em Santa Catarina, de mais de 500 cultivares oriundas de outros países, a maioria delas com pouca adaptação às condições climáticas das regiões produtoras situadas a menos de 1.200 metros de altitude. Nos últimos anos, no entanto, pesquisas dessa natureza foram reduzidas drasticamente, provavelmente devido ao predomínio das cultivares Gala e Fuji, que criaram a impressão de que a introdução de novos materiais não é mais necessária. Em consonância com as tendências mundiais, considerou-se que estudos dessa natureza são importantes e, em 2006, foi iniciado um estudo para avaliar o desempenho dos principais clones disponíveis no Brasil e de algumas cultivares, de maneira a conhecer melhor suas características agronômicas, identificar potencialidades de mercado e oferecer informações para subsidiar a escolha de cultivares para a implantação de novos pomares. MATERIAL E METODOS A atividade é composta por três experimentos, conduzidos em Vacaria-RS (Embrapa Uva e Vinho/EEFT), Caçador-SC (Epagri/Estação Experimental) e São Joaquim-SC (Epagri/Estação Experimental). Os clones e cultivares em avaliação são os seguintes: 1 Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho. Caixa Postal, 130, CEP 95700-000 - Bento Gonçalves, RS. [email protected]; [email protected]; [email protected]; 2 Pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina/Epagri. Caixa Postal 81, CEP 88600-000 – São Joaquim, SC. [email protected]; 3 Pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina/Epagri. Caixa Postal 591, CEP 89500-000 – Caçador, SC. [email protected]. 127 - Clones do grupo Gala: Baigent, Gala Real, Galaxy, Imperial Gala, Maxi Gala e Royal Gala; - Clones do grupo Fuji: Fuji Precoce, Fuji Select, Fuji Suprema e Mishima; - Cultivares: Daiane, Pink Lady e Braeburn (em Vacaria e São Joaquim, foi substituída em 2007 pela 'Fuji Precoce', através de sobre-enxertia, permanecendo em Caçador). Os clones e cultivares foram enxertados sobre dois porta-enxertos: M-9 e Marubakaido com filtro de M-9 com aproximadamente 20 cm de comprimento. Eles foram plantados em outubro de 2006, nos espaçamentos de 1,0 x 3,5 m e 1,4 x 4,0 m. Foi adotado o delineamento experimental em blocos ao acaso, com 12 tratamentos (clones e cultivares), três repetições e dez plantas por parcela (em São Joaquim foram cinco plantas por parcela). As plantas foram conduzidas com o auxílio de espaldeiras, no sistema de líder central. As práticas culturais seguiram o sistema de produção habitualmente utilizado para a cultura, observando-se as particularidades de cada safra. Em Vacaria e Caçador, em todas as safras foram realizadas aplicações de cianamida hidrogenada (0,2 a 0,35%) e óleo mineral (3,0 a 4,0%) para a quebra da dormência. O raleio dos frutos foi feito manualmente nos três locais. Anualmente foram feitas diversas avaliações, cobrindo aspectos de: vigor das plantas, fenologia, intensidade de floração, frutificação, produção e qualidade do fruto. Nesse artigo, por limitação de espaço, serão apresentadas apenas as produtividades do quarto, quinto e sexto ano após o plantio, que correspondem às safras 2010/11, 2011/12 e 2012/13, e um demonstrativo da produtividade acumulada de todas as safras em cada porta-enxerto. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em Vacaria, sobre o M-9, as maiores produtividades médias foram observadas nas cultivares Baigent, Maxi Gala e Imp. Gala, enquanto no Maruba/M-9 as mais destacadas foram 'Maxi Gala', 'Baigent', 'Imperial Gala', 'Daiane', 'Royal Gala', 'Gala Real' e 'Galaxy' (Tabela 1). Em Caçador, no M-9, as mais produtivas foram 'Fuji Select', 'Mishima' e 'Fuji Suprema', enquanto, no Maruba/M-9, foi a 'Fuji Suprema' (Tabela 2). Em São Joaquim, a mais produtiva no M-9 foi 'Pink Lady', enquanto no Maruba/M-9, destacaram-se 'Fuji Suprema', 'Daiane', 'Pink Lady', 'Gala Real, 'Maxi Gala', 'Baigent', 'Imperial Gala', 'Fuji Precoce' e 'Royal Gala' (Tabela 3). 128 Tabela 1. Produtividade das cultivares e clones de macieira sobre dois porta-enxertos no quarto, quinto e sexto ano após o plantio. Vacaria, RS, safras 2010/11 a 2012/13. M-9 Maruba/M-9 Cultivar/clone 1 2010/11 2011/12 2012/13 Média 2010/11 2011/12 2012/13 Média1 Maxi Gala 40,79 79,88 52,10 57,59 a 46,82 75,58 53,19 58,53 a Baigent 47,94 85,62 57,97 63,84 a 40,73 75,70 54,43 56,95 a (a) (a) (a) Imperial Gala 31,30 78,53 49,98 53,27 a 43,21 76,93 50,39 56,84 a Daiane 48,95 33,50 56,29 46,25 b 55,92 48,89 51,92 52,24 a Royal Gala 34,77 70,69 38,09 47,85 b 38,68 62,87 49,54 50,36 a Gala Real 29,28 66,88 47,01 47,72 b 39,42 64,83 45,51 49,92 a (a) (a) (a) Galaxy 23,70 66,45 40,07 43,41 b 29,69 70,48 48,26 49,48 a Mishima 48,27 42,40 59,71 50,13 b 37,55 38,63 53,09 43,09 b Fuji Suprema 48,70 25,92 64,08 46,23 b 45,76 36,39 43,76 41,97 b Pink Lady 55,49 53,21 69,32 59,34 a 38,77 31,98 44,53 38,43 b Fuji Select 41,12 43,64 56,27 47,01 b 30,29 29,74 34,49 31,51 c (a) (a) (a) (a) (a) (a) Fuji Precoce 25,70 36,44 45,30 35,81 b 28,65 31,47 29,53 29,88 c (a) 1 Correspondem à terceira, quarta e quinta safras. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Tabela 2. Produtividade das cultivares e clones de macieira sobre dois porta-enxertos no quarto, quinto e sexto ano após o plantio. Caçador, SC, safras 2010/11 a 2012/13. M-9 Maruba/M-9 Cultivar/clone 1 2010/11 2011/12 2012/13 Média 2010/11 2011/12 2012/13 Média1 Fuji Suprema 74,47 47,84 38,08 53,46 a 73,94 66,07 59,05 65,40 a Daiane 28,91 32,55 31,50 30,99 b 49,23 48,84 51,17 49,75 b Mishima 77,68 45,59 42,57 55,28 a 54,76 49,89 44,01 49,55 b Pink Lady 15,31 28,01 43,47 28,93 b 21,39 39,50 45,98 35,62 c Baigent 27,32 20,22 30,25 25,93 b 32,38 22,98 45,18 33,51 c Maxi Gala 23,93 23,26 29,32 25,50 b 34,39 18,24 42,66 31,76 c Fuji Select 89,08 46,22 37,41 57,57 a 11,24 37,46 25,52 24,74 d Gala Real 20,73 16,65 20,46 19,28 c 27,14 20,03 24,63 23,93 d (a) (a) Imperial Gala 6,75 6,20 6,48 d 23,53 18,25 22,52 21,43 d Braeburn 11,62 18,04 22,63 17,43 c 12,58 19,63 21,53 17,91 e Royal Gala 15,26 7,46 20,01 14,24 c 19,48 1030 15,98 15,25 e (a) (a) (a) Galaxy 22,16 23,35 30,88 25,46 b 6,03 12,61 19,53 12,73 e (a) 1 Correspondem à terceira, quarta e quinta safras. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 129 Tabela 3. Produtividade das cultivares e clones de macieira sobre dois porta-enxertos no quarto, quinto e sexto ano após o plantio. São Joaquim, SC, safras 2010/11 a 2012/13. M-9 Maruba/M-9 Cultivar/clone 1 2010/11 2011/12 2012/13 Média 2010/11 2011/12 2012/13 Média1 Fuji Suprema 71,27 36,41 54,00 53,89 b 59,46 57,22 51,76 56,15 a Daiane 28,44 34,57 31,62 31,54 c 57,11 48,49 55,13 53,57 a Pink Lady 63,55 56,54 85,46 68,52 a 39,56 40,34 75,59 51,83 a Gala Real 29,78 26,79 37,49 31,35 c 55,97 39,14 56,63 50,60 a Maxi Gala 27,17 25,36 33,55 28,70 c 46,17 62,40 40,00 49,54 a Baigent 35,97 28,25 44,12 36,11 c 48,24 38,98 49,48 45,59 a Imperial Gala 34,28 34,28 c 51,33 27,85 54,05 44,42 a (b) (b) Fuji Precoce 34,71 47,26 40,98 a Royal Gala 37,27 29,65 31,33 32,75 c 42,76 35,88 41,08 39,92 a Fuji Select 57,30 42,19 48,19 B49,23 b 23,30 20,33 31,34 25,00 b Mishima 58,95 32,12 43,71 44,93 b 24,71 23,90 24,89 24,51 b (a) (a) (a) Galaxy 30,06 22,32 35,46 29,28 c 11,72 18,22 41,00 23,66 b (a) 1 Correspondem à terceira, quarta e quinta safras, (b)Correspondem à quarta e quinta safras. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Nas Figuras 1, 2 e 3 são apresentadas as produtividades acumuladas nos dois portaenxertos. As cultivares F. Select, Mishima e Galaxy exibiram as maiores produtividades no M-9, nos três locais; 'Maxi Gala', 'Imperial Gala', 'Daiane', 'Gala Real' e 'Royal Gala' foram superiores no Maruba/M-9; 'Baigent', 'Pink Lady' e 'Fuji Suprema' produziram mais no M-9 ou no Maruba/M-9, dependendo do local de plantio. A análise dos dados indicou que são significativos (p<0,001) o efeito de local e da interação entre porta-enxertos e clones em cada local (o detalhamento desses resultados não é apresentado aqui). Figura 1. Produtividade acumulada das cultivares e clones de macieira sobre dois porta-enxertos. Vacaria, RS, safras 2007/08 a 2012/13. (a) No Maruba/M-9 corresponde ao acumulado de 2008/09 a 2012/13. (b)Nos dois porta-enxertos corresponde ao acumulado de 2008/09 a 2012/13. (c)No M-9 equivale ao acumulado de 2008/09 a 2012/13. 130 Figura 2. Produtividade acumulada das cultivares e clones de macieira sobre dois portaenxertos. Caçador, SC, safras 2008/09 a 2012/13. (a) Nos dois porta-enxertos equivale ao acumulado de 2009/10 a 2012/13. acumulado de 2011/12 a 2012/13. (b) No M-9 equivale ao Figura 3. Produtividade acumulada das cultivares e clones de macieira sobre dois portaenxertos. São Joaquim, SC, safras 2008/09 a 2012/13. (a) No Maruba/M-9 corresponde ao acumulado de 2010/11 a 2012/13. (b) No M-9 corresponde à safra 2012/13. (c) No Maruba/M-9 equivale ao acumulado de 2011/12 a 2012/13. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados mostram que os clones e cultivares apresentam produtividades distintas em função do local de plantio e do porta-enxerto utilizado. Na média das safras 2010/11 a 2012/13, em Vacaria, os clones de Gala foram os mais produtivos, em ambos os portaenxertos. Em Caçador, destacaram-se principalmente os clones de Fuji. Em São Joaquim, no M-9, sobressaiu-se a cultivar Pink Lady, enquanto no Maruba/M-9, destacaram-se alguns clones de Gala e Fuji e as cultivares Daiane e Pink Lady. 131 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BLAŽEK, J.; KŘELINOVÁ, J. Seven-year orchard performance of eleven new apple cultivars from Holovousy in comparison with some commonly grown ones. Horticultural Science, v.33, n.4, p.131-139, 2006. CAMILO, A. P.; DENARDI, F. Cultivares: descrição e comportamento no Sul do Brasil. In: EPAGRI. A cultura da macieira. Florianópolis: EPAGRI, 2006. p.113-168. cap.5. IGLESIAS, I.; ECHEVERRÍA, G.; LOPEZ, M.L. Fruit color development, anthocyanin content, standard quality, volatile compound emissions and consumer acceptability of several ‘Fuji’ apple strains. Scientia Horticulturae, v.137, p.138–147, 2012. PÉNEAU, S.; HOEHNM E.; ROTH, H.R. et al. Importance and consumer perception of freshness of apples. Food Quality and Preference, v.17, n.1-2, p.9-19, 2006. 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