I PALESTRAS 2013 - Epagri - Governo do Estado de Santa Catarina

Transcrição

I PALESTRAS 2013 - Epagri - Governo do Estado de Santa Catarina
ISSN 2175-1889
ANAIS
Vol. I – Palestras
XIII Enfrute
Levando conhecimento e tecnologia para a fruticultura
Encontro Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado
De 23 a 25/07/2013
Fraiburgo, SC
Governo do Estado de Santa Catarina
Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural
de Santa Catarina
Exemplares desta publicação poderão ser solicitados a:
Epagri / Estação Experimental de Caçador. CP 591.
89500-000 Caçador, SC
Fone (049) 3561-2000
e-mail: [email protected]
Tiragem: 1000 exemplares
Impressão: ArtGrafica Desing & Impressos
Editoração: Marcelo Couto e Marise Vieceli
Direção de Arte: Diego A.S. de Moraes – ArtGraf
A responsabilidade do editor limita-se a adequação dos trabalhos às normas editoriais
estabelecidas.
A ortografia, a correção gramatical e o conteúdo dos trabalhos aqui publicados são de
responsabilidade exclusiva dos autores.
ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE
CLIMA TEMPERADO, 13, 2013, Fraiburgo, SC. Anais...
Caçador: Epagri, vol 1 (palestras), 2013. 138p.
Fruticultura; Clima Temperado; Enfrute
II
Comissão Organizadora
Gabriel Berenhauser Leite – Epagri
José Luiz Petri – Epagri
Marise Vieceli – Epagri
Marcelo Couto – Epagri
Ilze Chiarello – Uniarp
Tadeu Joaquim Borges – Prefeitura Municipal de Fraiburgo
III
Promoção:
Epagri/Estação Experimental de Caçador, Uniarp, Embrapa (Uva e
Vinho/Clima Temperado), Prefeitura Municipal de Fraiburgo,
Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca.
IV
SUMÁRIO
UNIQUE CHARACTERISTICS OF GENEVA® APPLE ROOTSTOCKS....................... 1
Gennaro Fazio; Herb Aldwinckle; Terence Robinson ............................................................... 1
ORCHARD COVERING WITH HAIL NETS – PAST, PRESENT AND FUTURE ...... 11
Michael Blanke ......................................................................................................................... 11
PRESERVAÇÃO INDUSTRIAL DE MADEIRAS ............................................................ 17
Silvio J. de Lima ....................................................................................................................... 17
SUNBURN OF APPLE FRUIT: TYPES OF DAMAGE AND PROTECTION .............. 23
Jozsef Racsko ........................................................................................................................... 23
A EXPERIÊNCIA COM PODA MECÂNICA E PODA DE RAIZ EM POMARES NOS
ESTADOS UNIDOS ............................................................................................................... 27
José Carlos Fachinello; Marcos Antônio Giovanaz;Carolina Goulart2; Mateus da Silveira Pasa
.................................................................................................................................................. 27
ESTRATÉGIAS PARA O MONITORAMENTO E CONTROLE DA MOSCA-DASFRUTAS SUL-AMERICANA EM FRUTEIRAS DE CLIMA TEMPERADO ............... 32
Marcos Botton; Ruben Machota Junior; Dori Edson Nava; Cristiano João Arioli; Anderson
Dionei Grützmacher ................................................................................................................. 32
O PAPEL DOS BIOLÓGICOS EM CRIAR SOLUÇÕES INTEGRADAS PARA UMA
AGRICULTURA SUSTENTÁVEL...................................................................................... 38
Denise Manker.......................................................................................................................... 38
SYNCRON Y NITROACTIVE: NUEVA OPCIÓN PARA LA INDUCCIÓN DE LA
BROTACIÓN DEL MANZANO .......................................................................................... 41
David Bernad Viamonte ........................................................................................................... 41
METODOS EFICIENTES DE RALEO EN DURAZNERO ............................................. 43
Danilo Cabrera, Pablo Rodríguez ............................................................................................. 43
RALEIO QUÍMICO EM AMEIXEIRA .............................................................................. 51
Alexandre Pozzobom Pavanello; Ricardo Antonio Ayub ........................................................ 51
DESTANIZAÇÃO DO CAQUI............................................................................................. 57
Ricardo Alfredo Kluge ............................................................................................................. 57
DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DE MAÇÃS NO MERCADO VAREJISTA
BRASILEIRO ......................................................................................................................... 63
Luiz C. Argenta; Marcelo J. Vieira; Walter S.P. Pereira; Francielle de Souza; Andreia M. T.
Scolaro; Fabiano Coldebella; Felipe Terra ............................................................................... 63
EXPERIENCES OF WASHINGTON GROWERS IN IMPROVING FRUIT QUALITY
.................................................................................................................................................. 76
Eugene M. Kupferman ............................................................................................................. 76
V
USING CONSUMER INSIGHTS TO BUILD PROFITABILITY FOR THE APPLE
INDUSTRY ............................................................................................................................. 81
Roger Harker ............................................................................................................................ 81
WILLINGNESS-TO-PAY FOR APPLE FRUIT QUALITY FROM CONSUMERS A
COMPREHENSIVE APPROACH OF WHY QUALITY IS IMPORTANT ................... 86
Karina Gallardo ........................................................................................................................ 86
WORKING WITH CONSUMERS TO DEFINE APPLE QUALITY .............................. 93
Ann Colonna ............................................................................................................................. 93
CONTROLE DO CRESCIMENTO DA MACIEIRA COM O USO DO VIVIFUL® ..... 98
José Luiz Petri, Fernando José Haverroth ................................................................................ 98
TECNOLOGIAS PARA PRODUÇÃO DE PERAS NO BRASIL................................... 103
Leo Rufato; Alberto Ramos Luz; Bruno Dalazen Machado; Janaína Muniz; Rafael Petineli;
Fernanda Grimaldi; Amauri Bogo; Maicon Magro; Mayra Juline Gonçalves; Daiane Correa;
Joseane de Souza Hipólito; Aike Anneliese Kretzschmar...................................................... 103
PEQUENAS FRUTAS: ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO ................ 111
Luis Eduardo Corrêa Antunes ................................................................................................ 111
CANCRO EUROPEU – ESTRATÉGIAS DE CONTROLE ........................................... 119
Rosa Maria Valdebenito Sanhueza ......................................................................................... 119
COMPORTAMENTO DE CLONES DE MACIEIRA EM DIFERENTES REGIÕES
DO SUL DO BRASIL .......................................................................................................... 127
João Caetano Fioravanço; José Masanori Katsurayama; Marcelo Couto; Ana Beatriz Costa
Czermainski; Paulo Ricardo Dias de Oliveira ........................................................................ 127
VI
UNIQUE CHARACTERISTICS OF GENEVA® APPLE ROOTSTOCKS
Gennaro Fazio1; Herb Aldwinckle2; Terence Robinson3
INTRODUCTION
The Geneva® apple rootstock breeding program has been operating since the early
1970’s. It was a unique program in that it had access to vast germplasm resources that later
became the USDA ARS apple collection in Geneva, NY (ALDWINCKLE et al., 1976;
UTKHEDE, 1986). This genetic diversity allowed for the achievement of one of the project
goals: breeding disease resistant apple rootstocks while achieving gains in productivity. A
visionary Cornell University plant breeder (Dr. Cummins) and plant pathologist (Dr.
Aldwinckle) are the scientists that decades ago pioneered the utilization of wild germplasm to
provide the apple industry with dwarfing disease resistant rootstocks (CUMMINS and
ALDWINCKLE, 1974). The USDA ARS joined the effort in the late 1990’s to keep the
momentum of the breeding program. The ultimate purpose Geneva® of the apple rootstock
breeding program matches the ultimate goal of apple growers: to maximize efficient
production of high quality apples by grafted apple scions in a commercial orchard setting.
Many factors influence fruit yield and quality, but there are a few choices that a grower can
make only once in the lifetime of an orchard – the choice of an apple rootstock compatible
with a productive orchard system is one of those major decisions that can enhance or shatter
the yield potential of an orchard. The expectation of the Geneva® breeding program is to
provide better choices and alternatives relative to the currently available population of apple
rootstocks. In this article I describe some of my findings and discuss the benefits of utilizing
certain Geneva apple rootstocks.
THE GENEVA® APPLE ROOTSTOCK BREEDING PROCESS
The program owes some of its uniqueness to the multi stage 20-30 year breeding
process that starts with a large number of seeds from multiple parents and cross combinations;
these are germinated and inoculated with fire blight bacteria (Erwinia amylovora) and crown
rot fungus (Phythophthora spp) within the first month after germination.
This first
inoculation stage generally eliminates 50-80% of the seedlings and the survivors are
1
USDA-Agricultural Research Service, Vegetable Crops Unit, Department of Horticulture, 1575 Linden Dr., University of
Wisconsin, Madison, WI 53706 U.S.A.;
2
Department of Plant Pathology. Cornell University, New York State Agricultural Experiment Station, Geneva 14456 ;
3
Department of Horticultural Sciences, Cornell University New York State Agricultural Experiment Station, Geneva, NY
14456.
1
established as single plant stool tree populations. In the second and third stage the focus is on
evaluation of propagation properties as well as generating initial evaluation trees that are
planted in a replicated orchard experiment to allow for important traits like precocity and
dwarfing to be measured.
In these orchards data is collected annually for yield, yield
efficiency, tree vigor, suckering, nutrient uptake efficiency and response to any other unique
stress events (JOHNSON et al., 2001). In stage four and five, rootstocks that have performed
well in previous stages are increased in numbers to be able to run highly replicated tests and
produce a reliable estimate of how resistant or tolerant a selection is to different biotic and
abiotic stresses that these new plants will be faced with in the life of an orchard. These tests
could include exposure to extreme soil temperatures, replant soils, multiple strains of fire
blight, wooly apple aphids, crown rot, viruses, and graft union strength with multiple scion
varieties. During stage six and seven the new selected rootstocks are observed in highly
replicated trials with different training systems that match vigor potential and characteristics
of each rootstock, the same rootstocks are also distributed to cooperating commercial
nurseries to bulk up production and evaluate propagation potential. During stage eight the
rootstocks are disseminated throughout the U.S. and the world for cooperator testing through
the NC-140 system and a network of international scientists. During stage nine and ten a
select few apple rootstocks are increased in production for commercial level tests (large
orchards, few rootstocks), intellectual property protection is filed followed by final release of
these rootstocks to nurseries and orchard growers. For most Geneva® apple rootstocks
released so far this multistage process has taken on average more than 30 years. In Brazil
there have been more than a dozen rootstocks in stage 7-9 testing phase including CG.4213,
CG.5757, CG.5257, and some that have been already released in the U.S. and other countries
around the world like G.969, G.202 and G.210.
UNIQUE GENETIC SOURCES
When compared to commercial and experimental rootstocks from other breeding
programs, most of the Geneva elite and commercial rootstocks stand out from the rest of the
apple rootstock germplasm (FAZIO et al., 2011). Currently in the Geneva breeding pipeline,
thanks to multiple crosses between elite rootstocks and with wild germplasm, there is a
tremendous amount of genetic variation which can be utilized for breeding, selection and
characterization of new traits, including disease resistance, vigor, precocity, and productivity.
While only a small portion of that variation is visible or experienced in the many different
flavors, colors, leaf and branch shapes, and growth habits, the remaining genetic variation is
2
concealed from the naked eye and can only be identified through experiments, conditions and
analysis designed to unveil that variation. Such is the case with what was observed in regards
to resistance to Rosselinia (although temporary) in some of the Geneva rootstock material,
which was not part of the initial disease screen but showed itself once exposed to the
Brazilian inoculums. The wide genetic base of the breeding program should allow a prompt
(in rootstock terms) response to new challenges and goals.
RESISTANCE TO WOOLY APPLE APHIDS (WAA)
Wooly apple aphids, are not just a nuisance to production but can have a significant
negative effect on fruit production in certain climates (BEERS et al., 2006). Most commercial
dwarfing rootstocks including M.9, B.9, M.26, M.7, Ottawa 3 are severely susceptible (BEERS
et al., 2010). Resistant apple rootstocks may contribute in the eradication of this pest in the
orchard by preventing the overwintering stage that occurs in the soil while the insects feed on
root systems, and the escape from aerial pesticide treatments during the growing season. The
Geneva® breeding program has been the first to release several dwarfing apple rootstocks
(G.41, G.969, G.214, G.210, G.202) that possess a different and more effective type of
resistance than the MM.106, MM.111 type.
MODIFICATION OF TREE BRANCHING AND ROOT ARCHITECTURE
In addition to dwarfing the scion, a number of Geneva rootstocks have shown the
ability to: 1. increase the number of feathers in the nursery stage of the tree and 2. flatten the
branch angles of grafted scions (FAZIO and ROBINSON, 2008a). The flattening of branches
seems to be well correlated with an increase in productivity of these apple rootstocks when
compared to others that do not have this trait (FAZIO and ROBINSON, 2008b). How can a
rootstock accomplish this? In the past several years we have learned that apple rootstocks
have the innate ability to modify the basic physiology of the tree by mudulating the
expression of genes in the scion (JENSEN et al., 2010) therefore it is possible that the apple
rootstocks are sending a signal that modifies wood properties/growth in the scion and shift
resources to fruit production. Another unique trait in several rootstocks in our breeding
program is the ability to produce root systems that have more fine roots than thick roots (high
fine/thick root ratio) which is heritable (FAZIO et al., 2009b) and might be involved in making
this set of apple rootstocks more productive than other commercial counterparts.
RESISTANCE TO FIRE BLIGHT
3
Resistance to E. amylovora bacteria which causes fire blight has been a major goal
since the inception of the Geneva breeding program (Cummins and Aldwinckle 1974). All
released rootstocks today are tolerant or immune to this disease and allow the survival of
susceptible scion varieties even under high disease pressure (NORELLI et al., 2002; RUSSO et
al., 2007). Breeding with new sources of fire blight resistance continues in Geneva in an
effort to prevent new strains from overcoming the resistance genes that have already been
deployed (FAZIO et al., 2009a).
TOLERANCE TO APPLE REPLANT DISEASE
Apple Replant Disease (ARD) is a major problem in the apple production areas of the
world as less fumigants are available to sterilize the soil prior to replanting an orchard.
Tolerance to ARD is one of the hidden traits that was not on the priority list in the initial
stages of the breeding program, but has been discovered in the elite germplasm developed in
Geneva. ARD causes stunting of young trees and substantial losses in production over the
lifetime of the orchard. It is a complex disease and several causative agents have been
implicated in the development of ARD symptoms including Cylindrocarpon destructans,
Phytophthora cactorum, Pythium spp., and Rhizoctonia solani (MAZZOLA, 1998; MAZZOLA
and MANICI, 2012). Not all orchard sites may be affected by all these pathogens, and some
may have only one or two that are a factor. Several studies in many different locations in the
U.S. and the world have demonstrated that certain Geneva rootstocks are very tolerant to
replant disease when compared to existing commercial stocks (AUVIL et al., 2011; FAZIO et
al., 2012; LEINFELDER and MERWIN, 2006; RUMBERGER et al., 2004; ST. LAURENT et al.,
2010; YAO et al., 2006).
Some of these experiments show that while fumigation was
successful in promoting growth for 2-3 years at an otherwise poor site, the rootstock’s
inherent genetic tolerance or resistance lasts as long as the orchard, well after the effects of
fumigation have vanished.
INCREASE IN TREE PRODUCTIVITY
Many Geneva® apple rootstocks have been the subject of numerous multi-state and
international field trials that have taken place for the past 20 years. While not all of the
rootstocks subject of the trials have been top performers with regards to cumulative yield,
yield efficiency and survival, several of them have consistently outperformed the standard
commercial varieties (M.9 clones, B.9, M.26, M.7, MM.106, B.118, etc.) at many locations
(AUTIO et al., 2011a; AUTIO et al., 2011b; AUTIO et al., 2001a; AUTIO et al., 2001b; AUTIO et
4
al., 2005a; AUTIO et al., 2005b; CZYNCZYK et al., 2010; KVIKLYS, 2011; MARINI et al., 2006a;
MARINI et al., 2000a; MARINI et al., 2000b; MARINI et al., 2006b; MARINI et al., 2008;
ROBINSON and JANICK, 2003; ROBINSON et al., 2006; RUSSO et al., 2007).
GENEVA® ROOTSTOCK RELEASES
Eleven Geneva® rootstocks have been released in the U.S. of which seven are being
supported for further commercial application. While several of these rootstocks may appear
in countries other than the U.S. many more genotypes are in the process of being tested and
commercialized in these countries.
Geneva® 11 is similar in size to B.9 in some trials and similar to M.9T337 in others. It
is very precocious, has very high yield efficiency and is reduces bienniality with Honeycrisp.
It is fire blight resistant and has good resistance to Phytophthora root rot, but it is not resistant
to woolly apple aphids or apple replant disease.
G.11 has good layerbed and nursery
characteristics and produces high quality nursery trees. It is proving to be an excellent
replacement for M.9 in North America and Europe.
Geneva® 41 is similar in size to vigorous clones on M.9 such as Nic29 or Pajam 2. It
is usually the most efficient dwarf rootstock in our trials and reduces bienniality with
Honeycrisp. It has excellent fruit size and induces wide branch angles. It is highly resistant
to fire blight and is also resistant to Phytophthora and woolly apple aphids. It has some
tolerance of apple replant disease and has good winter hardiness. In the stoolbed, G.41 is a
shy rooter and requires specialized rooting techniques including tissue cultured stoolbed
mother plants to improve its rooting. It has brittle roots and a brittle graft union similar in
strength to M.9 and must be handled with care. Its stellar orchard performance in both eastern
and western North America indicate that it will be a good alternative to M.9 in high fire blight
prone areas, in replant disease areas and in woolly aphid prone areas.
Geneva® 935 is similar in size to M.26 in some trials and similar to the vigorous
clones of M.9 in other trials. It is highly precocious has very high yield efficiency. It induces
wide branch angles, is highly resistant to fire blight and Phytophthora, and appears to have
some tolerance of apple replant disease. It also appears to be very winter hardy, but it is not
resistant to woolly apple aphid. Fruit size has been slightly smaller than with M.9. It is an
excellent new rootstock for weak growing cultivars like spur-type ‘Delicious’, ‘Honeycrisp’,
‘Sweet Tango’ or ‘NY1’.
Geneva® 202 produces a tree slightly larger than M.26. It has high yield efficiency
and is precocious. It is resistant to fire blight, Phytophthora, apple replant disease and to
woolly apple aphid. It is a useful with weak growing cultivars and as an alternative to M.26
5
in climates that have problems with woolly apple aphid. It has become a popular dwarfing
rootstock in New Zealand.
Geneva® 214 is similar in size to M.9 in some trials and similar in size to the vigorous
clones of M.9 in other trials. Due to the outstanding performance of G. 214 in the trials
reported in this article and other trials done in Washington State it was released in 2010. It is
slightly less yield efficient than G.41 but has better stoolbed propagation characteristics,
which may make it easier to introduce quickly.
Geneva® 969 is similar in size to M.26 in some trials and similar to M.7 in others. It
is highly yield efficient and was released in 2010 as a free standing semi-dwarf tree for
processing orchards. It is resistant to fire blight, Phytophthora, and to woolly apple aphid. It
has excellent stoolbed propagation characteristics, which may make it easier to introduce
quickly. It performs well in northern climates. It may be an excellent stock for weak growing
cultivars in northern climates like Honeycrisp and MN1914 when planted at high densities.
Geneva® 890 is similar in size to M.7 or MM.106. It is more yield efficient than either
M.7 or MM.106 and was released in 2010 as a free standing semi-dwarf tree for processing
orchards. It has excellent stoolbed propagation characteristic and is resistant to fire blight,
Phytophthora and woolly apple aphids.
CONCLUSIONS
Thanks to many years of investment into breeding and evaluation of apple rootstocks
the Geneva® breeding program has produced a series of unique apple rootstocks that
consistently outperform the current commercial standards in both productivity and disease
resistance. While some may be slightly harder to propagate than traditional rootstocks,
experienced nurseries have been able to maximize production. Their high field performance
has generated an increasing demand in the U.S. markets possibly trending to replace current
commercial rootstocks in the next two decades.
Acknowledgements
We give special thanks to international collaborators and testers of Geneva rootstocks,
Todd Holleran and Sarah Bauer of the USDA ARS apple rootstock breeding program.
Mention of a trade name, proprietary product or specific equipment does not constitute
a guarantee or warranty by USDA and does not imply its approval to the exclusion of other
products that may be suitable.
6
REFERENCES
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Mielke, C.A. Mullins, M. Parker, R.L. Perry, J.P. Prive, G.L. Reighard, T. Robinson, C.R.
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Masabni, E. Mielke, R. Moran, C.A. Mullins, M. Parker, R.L. Perry, J.P. Prive, G.L.
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10
ORCHARD COVERING WITH HAIL NETS – PAST, PRESENT AND FUTURE
Michael Blanke1
INTRODUCTION – INCREASING INCIDENCE OF HAIL
The incidence of hailstorms is on the increase, although a very local occurrence. While
one part of an orchard may be affected repeatedly every year by hail or even twice a year, an
adjacent plot may remain unaffected over years. Whether associated with climate change or
not, hail originates in the cumulonimbus clouds 10 km in the atmosphere (Blanke, 2007a).
Hail nets are only one means of hail protection, but the most expensive investment / option
(Table 1). Although hail nets can be a very efficient protection against the smaller hail stones
of ca. 5 mm (and also protect against birds and sunburn), they do not guarantee 100 %
protection: hail stones reaching coin-size can destroy even the most sophisticated hail net.
Table 1: Review of hail protection measures including hail nets
Measure
Application
No measure - risk Orchards or locations with very rare hail
incidence or low value fruit crop
Orchards or locations with rare hail
Hail insurance
incidence but high value crop
Hail planes or Silver iodine from planes or rockets
disperse hail (Steiermar [A], Rheinhessen)
rockets
Hail canons emit Requires reliable, detailed radar of hail
clouds; effect disputed; ca. 200 in Europe
a shock wave
Repeated incidence of hail and high value
Hail net
fruit crop, Most expensive (€ 1,500/year)
Financial investment
100 % financial risk for
the farmer
€1,500/ha: 10% premium; €15,000 crop value
€10-20/ha/year-investment plane € 150,000
4-8 ha coverage Installation: € 50,000-55,000
Installation: € 18,000/
ha - lasts ca. 25 years
COMPOSITION OF HAIL NETS
Light limitation in all fruit-growing areas along the 50 °N latitude like England,
Belgium, The Netherlands, Germany and Poland (Blanke, 2007a) hampers photosynthesis and
fruit colouration in contrast to an intense light environment, like Fraiburgo at 27 °S in Brazil,
where the shading effect of the hail nets may be beneficial and water conserving. The first
generation of black hail nets provided insufficient light transmission (ca. 80 % PAR), which
reduced fruit colouration (Solomakhin and Blanke, 2008) in the autumn. a time when the red
pigmentation (anthocyanin synthesis) starts in the apple peel (Wang et al., 2011). in the fruitgrowing regions along 50 °N similar to the second generation of coloured hail nets (Table 2).
Hail nets in Europe typically comprise two (or three in the Steiermark, Austria) interwoven
1
INRES – Horticultural Science, University of Bonn, D-53121 Bonn, Germany, email [email protected]
11
longitudinal fibres (parallel to the tree row) and a single transverse fibre (perpendicular to the
tree row); fibres are HD-PE mono-filaments. In the third generation, an intelligent design, viz,
a combination of fewer, thicker, black fibres (> 0.32 mm) and a large portion of translucent
crystalline fibres and large mesh size, enable greater light transmission, as well as better
strength and durability.
Table 2: Generations in hail net research and development in Central Europe
Generation
Time Features
Shortcoming
span
1985- Black hail nets: single Light transmisFirst
2004
transverse, double or triple sion low for
generation
longitudinal fibres
50°N
2005
Coloured
(red,
green,
blue)
Ditto plus lack
Second
to
fibres alone or combined with of
beneficial
generation
2009
white or black fibres
colour effect
2010- Grey (black transverse and Fixed support
Third
2015
white) or titanium hail nets systems
generation
with stronger, thicker fibres inflexible
and larger mesh size
2013
More flexible support systems
Fourth
ff
such as retractable roofs,
/future
Whailex, etc
generations
Light (PAR)
transmission
78-80 %
83-89 %
86- 90 %
.
Fig .1 Microscopy of a) MaBo’s new grey hail net (MaBo) with double
interwoven longi- tudinal fibres and a single black transverse fibre (left): Helios’
titanium hail net with double longitudinal interwoven translucent and single,
titanium reinforced transverse fibres (right)
The ‘new grey hail net’ (Fruit Security, MaBo; BayWa, Germany; Fig. 1a), also with
the largest mesh size of 2.9 x 8.8 mm, consisted of two interwoven, translucent and a single
transverse black fibre, which also transmitted ca. 85 % PAR.
12
In the ‘titanium hail net’ (Helios Co., Italy; Fig. 1b) uses translucent fibres with a
medium mesh size of 2.8 mm x 8.2 mm and UV-stabilizes only the single, white, transverse,
fibre with titanium, and transmitted ca. 86 % PAR.
The ‘transparent hail net’ (Brändlin Co., Germany; Fig. 2a) combined translucent
fibers with the smallest mesh size of 3.0 x 7.0 mm and reinforced only the edges with black
longitudinal fibres to achieve a large light transmission of ca. 88 % PAR.
Fig.2. Microscopy of Brändlin’s transparent net with interwoven double trans-lucent fibres
and single translucent transverse fibre but smallest mesh size (3.3 x 6.8 mm )and b) Zebra
net showing alternating strips of crystalline and black net [© Fruit Security, Austria ]
The ‘zebra hail net’ (Fruit Security Co., Austria./MaBo; Fig 2b) with the largest
mesh size of 3.0 x 8.8 mm consisted of longer (95 cm) patches of white and shorter (30 cm)
patches of transversal black fibres (8 %) and transmitted ca. 85 % PAR.
Overall, all four hail nets complied with the minimum fibre strength of 0.32 mm
recommended by Blanke (2007b) to withstand the weather conditions in Northwest Europe.
COLOURED HAIL NETS
Coloured hail nets in Europe typically consist, e.g., of red, longitudinal interwoven
fibres with a single, black transverse fibre, whereas New Zealand has a different design with
all red fibres. Coloured hail nets as the second generation of hail nets (Table 2) with selective
wavelengths, chosen deliberately, e.g., in the red light spectrum (660- 730 nm) to enhance
colouration of apple fruit failed to do so at 50 °N in Europe (Solomakhin and Blanke, 2010).
This was due to an overall 11-16 % less light transmission relative to a 6 % gain, e.g., in the
red light spectrum only (Blanke, 2009), while their role as coloured shade nets is still
uncertain (Basile, 2012) and a topic of further research.
13
No effect of the hail net (colour) on apple scab has been observed and there is no
reason to believe that the colour affects diseases; both mildew and spider mites have
occasionally increased in Europe, possibly due to lack of wind under hail nets (Blanke, 2009).
IMPROVING DURABILITY OF HAIL NETS
The bottleneck in European hail net design is the single transverse fibre, which tears
under excessive weight, e.g., with rain on light snow (Blanke, 2007b), leaving tails of hail net
in the alleyways behind. The objective of the design of the third generation of hail nets (Table
3) is a compromise between light transmission, durability and longevity using the proven
black and white fibres. This results in their grey visual appearance without use of grey fibres.
Table 3. Properties of the third generation hail nets including durability in kilo Langley(kLy)
Hail net and trade
Innovative design
Durability [kLy]
Durabilty
[years]
Grey net (MarktgeBlack, transverse and
950 kLy
12-15
meinschaft Bodensee
crystalline longtitdinal fibres
Transparent
net All fibres translucent, smaller 950 – 980 kLy
ca. 12 (8
(Brändlin, Germany)
mesh size
year warr)
Titanium net
All fibres translucent-transve- 1,250 kLy
ca. 20
(Helios, Italy)
rse fibre titanium reinforced
Zebra
net
(Fruit
Alternating strips of black
Crystalline
fibre: ca. 15
Security, Austria /
and crystalline transverse
600 kLy; black
MaBo Germany)
fibres
fibre: 1,100 kLy
The longevity of hail nets depends on the UV stabilization of the individual filaments
and is expressed in kilo Langley as dependent on the annual UV radiation in a fruit growing
region (Table 4); however, this value
is only a rough guideline without physical
deterioration.
Table 4: Calculation of theoretical hail net longevity based on local UV radiation
Langley values
Langley value of hail net (provided b y manufacturer)
Langley value in a fruit-growing region x
Theoretical longevity of a hail net (based on annual UV exposure only)
Sample value
800 kLy
100 kLy/year
8 years
14
DESIGN OF A NEW HAIL NET AND PREDICTION OF LIGHT TRANSMISSION
Table 5 Estimation of light transmission based on geometric hail net structure for a crystalline
hail net of 3.0 x 9.0 mm
Crystalline hail net:1 transverse, 2 longitudinal, interwoven filaments of 0.32 mm each
Mesh size: 3 x 9 mm = 27 mm2
Single, transverse filament of 0.32 mm
Double, longitudinal fibre standard: 0.32 mm x 2 =0.64 mm
Light window/aperture (3.0 mm [mesh] – 0.32 mm [filament diameter]) x (9.0 mm - 0.64 [double
fibre]) = 22.4 mm2
Geometric light transmission: 22.4 mm2/27.0 mm2 = 82,96 % => 83 %
Add 2.5 % for each translucent fibres: 83 % + (3 x 2.5 %) =>90 % light transmission
A guideline was developed at the University of Bonn for hail net design to predict the
light transmission based on geometric structures and accurate, standardized, in situ
measurements, including the light transmission effects of black, white and titanium filaments
and any interwoven filaments (Blanke, 2007b). An example is given in Table 5 of a
crystalline hail net consisting of a single, translucent, transverse, and two translucent,
longitudinal fibres; 2.5 % light transmission is added for each translucent fibre (except for
interwoven and for the titanium–reinforced, transverse fibre) (Blanke, 2007b).
CONCLUSION
All four new types of hail nets with their innovative combination of a large portion (or
area) of translucent filaments, few reinforced, black, transverse fibres are a good compromise
between large light transmission and durability, as well as an alternative to the present
crystalline hail nets with 88 % light transmission, required for successful fruit growing
(Middleton and McWaters, 2002), particularly for poorly coloured cultivars such as ‘Elstar
Elshof’, ’Jonagold’, ’Gala Mondial‘ and ’Pinova’ (Blanke, 2007b). Research-aided
observations will show how the new designs perform under orchard conditions, including
adverse conditions from hail and snow in combination with a range of support structures:
Climate change research (Blanke and Kunz, 2009) indicated a ca. two weeks earlier harvest at
50 ° N associated with poor colouration; a larger temperature due to global warming increases
the water vapour holding potential of the air with possibly more hail. New affordable UV
stabilization, particularly for translucent fibres and new support structures, will be the
challenge for research and development in the coming years.
15
ACKNOWLEDGEMENT
I am grateful for the grant to present this work at the Enfrute congress in Fraiburgo,
Brazil.
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fruit colour via modulation of the anthocyanin regulatory complex. Plant, Cell and
Environment 34, 1176-1190.
16
PRESERVAÇÃO INDUSTRIAL DE MADEIRAS
Silvio J. de Lima1
SAIBA MAIS SOBRE MADEIRA TRATADA COM OSMOSE K33 C – ÓXIDO
Madeira tratada significa madeira obtida de florestas cultivadas, portanto, recurso
natural renovável de ciclo curto, impregnada em unidades industriais, apresentando alta
durabilidade/ economia / segurança / versatilidade/ fácil manutenção e garantia de qualidade.
1. O que é madeira tratada a pressão?
É a madeira submetida à impregnação com soluções preservativas, que penetram nas
camadas permeáveis da madeira, protegendo-a contra a ação de agentes deterioradores por um
longo período.
2. Como é feito o tratamento a pressão?
O tratamento é realizado em unidade industrial denominada Usina de Preservação de
Madeira – UPM. A UPM é composta por autoclave (cilindro de tratamento), conjunto de
moto-bombas, tanques, tubulações e instrumentos de controle de operação. Neste
equipamento, a madeira é submetida a um vácuo inicial (retirada do ar e umidade das células
da madeira), pressão (introdução do preservativo nas camadas permeáveis) e vácuo final
(remoção do excesso de produto das superfícies das peças).
3. Quando a madeira deve ser tratada a pressão?
Recomenda-se este tratamento quando a madeira estiver sujeita a situações de
agressividade biológica e/ou em situações de responsabilidade estrutural, como por exemplo:
em contato com o solo, sujeita fontes de umidade ou situações de fortes intempéries. A
madeira tratada a pressão é recomendada em quaisquer situações em que se queira obter
maior durabilidade.
1
Montana Química S.A. Rua Ptolomeu, 674 CEP 04762-040 São Paulo – SP – Brasil Tel. (11) 3201-0200 Fax.: (11) 55212137. e-mail:[email protected].
17
4. Quais são os produtos utilizados no tratamento industrial da madeira?
Neste informativo nos referimos ao OSMOSE K33 C – Óxido, um preservativo
hidrossolúvel, de ação fungicida e inseticida, classificado quimicamente como Arseniato de
Cobre Cromatado (CCA – ÓXIDO).
Ele é utilizado com muita segurança nas Usinas de Preservação de Madeiras, dentro de
um sistema industrial fechado, em que não há contato direto do homem com o produto. É
utilizado após dissolvido em água e, uma vez penetrando nas camadas permeáveis da madeira,
seus componentes serão micro-distribuídos, limitando a solubilidade destes uma vez ocorrida
a fixação primária.
5. Como e contra quê o produto Osmose K33 C protege a madeira?
Os elementos químicos do OSMOSE K33 C distribuem-se nas paredes das células da
madeira (“fibras”), dado que todos eles se encontram na forma de óxidos puros. O Cromo
promove um processo de ancoragem do Cobre (fungicida) e do Arsênio (inseticida) com os
elementos celulósicos da madeira. A partir deste processo, a madeira fica imunizada contra a
ação de fungos (apodrecimento) e insetos (brocas e cupins).
6. A madeira tratada a pressão é prejudicial ao ambiente?
Não, ao contrário:
 é madeira cultivada em reflorestamentos, isto é, de curto ciclo de crescimento;
 produtos de madeira preservada duram mais, reduzindo drasticamente a pressão da
demanda sobre florestas nativas;
 o preservativo Osmose K33 C, por ser oxido, tem uma melhor fixação na madeira em
relação aos produtos salinos, portanto mais seguro ao meio ambiente;
 produtos de madeira preservada são mais confiáveis e duráveis que produtos
alternativos que consomem muito mais energia no seu processo produtivo.
7. A madeira tratada a pressão causa algum dano à saúde humana?
A madeira tratada a pressão com Osmose K33 C – Óxido não exala odores ou vapores.
E por ser formulado somente com compostos óxidos, com alto grau de pureza, reage e fixa-se
à estrutura celular da madeira, formando compostos praticamente insolúveis. Além disso, não
18
deixa resíduos superficiais na madeira, mantém inalterada a sua condutividade elétrica e a
combustibilidade e não aumenta a corrosividade dos metais quando em contato com a mesma.
8. Há limitações de uso da madeira tratada a pressão?
A madeira tratada a pressão não deve ser utilizada:
 Em situações em que a madeira possa contaminar ou tornar-se componente de
alimento humano ou animal, como: recipientes ou silos, tábuas de bater carne, pilões
para tempero ou grãos e demais situações semelhantes, assim como em partes de
colmeias que possam vir a ter contato com o mel;
 Em situações em que a madeira possa vir a ter contato direto ou indireto com a água
potável pública, exceção a casos de contatos incidentais, como pontes e docas e, neste
caso recomendamos o contato com o departamento técnico da Montana Química.
9. Há limitações de uso da madeira tratada a pressão em suportes de culturas vegetais
ou projetos de jardinagem?
Não. A madeira tratada a pressão com o produto Osmose K33 C é o material perfeito
para estacas de plantação de tomates, uvas, maracujá, laranjas, bandejas de cultura de flores,
floreiras, móveis de jardins etc.
10. Madeiras tratadas a pressão oferecem algum risco quando utilizada como
equipamento de playground, decks de lazer, colunas ou painéis de paredes residenciais,
ou qualquer outra situação em que possa ocorrer o contato direto com seres humanos?
Não existem restrições de natureza técnica ou legal no Brasil que restrinjam a
utilização da madeira tratada para tais finalidades. Não há comprovação de danos à saúde
humana quando utilizada em qualquer das situações mencionadas. Na verdade, considerando
o valor estético, a durabilidade e versatilidade, o baixo custo e a segurança, a utilização da
madeira tratada com Osmose K33 C é recomendada nessas situações. Como medida de
precaução, recomendamos a aplicação de um acabamento de superfícies como o
OSMOCOLOR Stain, principalmente, quando a madeira tratada estiver sujeita ao contato
direto e freqüente com pessoas e animais domésticos.
19
11. Qual a melhor forma de utilizar a madeira tratada à pressão?
O primeiro passo é a definição da situação de uso da madeira. Para cada situação
existe uma retenção (quantidade de preservativo por volume de madeira), que assegura a
eficácia do tratamento.
Exemplo:
Categoria
de Uso
1
2
3
Condições de Uso
Interior de construções,
fora de contato com o
solo,
fundações
ou
alvenaria, protegida de
intempéries e de fontes
internas de umidade.
Interior de construções,
em
contato
com
alvenaria, sem contato
com o solo ou fundações,
protegida de intempéries
e de fontes internas de
umidade.
Interior de construções,
fora de contato com o
solo e continuamente
protegida de intempéries,
que pode ocasionalmente
ser exposta a fontes de
umidade.
4
Uso exterior, fora de
contato com o solo e
sujeita a intempéries.
5
Em contato com o solo,
água doce ou outras
situações favoráveis à
deterioração,
como
engaste em concreto e
alvenaria.
6
Exposição à água salgada
ou salobra.
Retenção Mínima
Kg i.a./m3
(Madeira
Tratável)
Aplicação
4,0
6,51
Carretéis
Janelas / Móveis Internos / Portas /
Embalagens
4,0
6,51
Batentes / Assoalhos / Guarda – Corpos /
Montantes/ Subcoberturas de Telhado
4,0
6,51
Corrimãos / Lambris / Vigas / Soleiras/
Colunas
4,0
6,51
6,5
9,6
9,6
6,5 – 9,61
24,02
40,0
Cercas / Batentes / Telhas / Shingles /
Tabeiras / Cumeeiras / Caibros / Terças /
Tesouras / Móveis Externos / Fechamentos /
Cruzetas3 para Postes/ Carrocerias de
Caminhões / Tampas Laterais e Assoalhos
para Semi-Reboques / Assoalhos para
Ônibus e Vagões Ferroviários
Mourões
Postes
Dormentes3
Pérgolas / Playgrounds/
Torres de Resfriamento /
Estacas / Escadas / Fundaç
Colunas / Defensas/
Pontes / Passarelas
Fonte: Tabela de Classe de risco da NBR-7190 (Texto em revisão).
1
Componentes estruturais de difícil manutenção, reparo ou substituição, e críticos para o desempenho e
segurança do sistema construtivo.
2
Quando da aplicação do duplo tratamento com creosoto, consultar o Depto. Técnico da Montana Química.
3
Cruzetas e dormentes: admite-se a utilização de madeiras nativas com cerne de alta resistência natural, sem
limitação de alburno, desde que este apresente penetração total.
20
12. A madeira tratada a pressão pode receber acabamento posterior?
A madeira tratada com o produto hidrossolúvel (base água) Osmose K33 C pode
receber qualquer tipo de acabamento posterior. O acabamento ideal é proporcionado por
produtos penetrantes, não-formadores de filmes ou películas, e que também apresentam
características hidrorrepelentes (repelentes à água ou umidade).
O produto ideal para tais aplicações é o OSMOCOLOR Stain pois, além de apresentar
todas essas características, oferece a possibilidade de acabamento em cores semitransparentes
(que imitam madeiras nobres) e cores sólidas, além de filtro solar.
13. É necessário seguir alguma recomendação especial no manuseio ou trabalho com a
madeira tratada a pressão?
Após o tratamento preservativo, recomenda-se que a madeira tratada com Osmose
K33 C seja comercializada somente depois de ocorrida a fixação primária, cuja demora ocorre
em função da temperatura ambiente. A 10oC, essa fixação demora 13 dias; a 25oC, demora 3
dias (72 horas) e a 90°C demora 2 horas (120 minutos).
Quando esta madeira for trabalhada, serrada, lixada ou entalhada, o uso de máscara
contra pó torna-se necessário, para evitar a inalação frequente e prolongada da serragem. Tais
serviços devem ser executados em locais externos, arejados e sem acúmulo de poeira.
Preferencialmente, qualquer corte, entalhe, furo, etc. deverá ser realizado antes do
tratamento.
14. Qual o procedimento para destinação final de sobras e resíduos da madeira tratada?
O procedimento ideal para a destinação final adequada é enviar os resíduos da madeira
para um aterro industrial controlado, que esteja devidamente registrado pelo Órgão Ambiental
local, de acordo com a legislação ambiental municipal e estadual vigente. Sobras e resíduos
da madeira tratada não podem ser reutilizados na fabricação de produtos destinados à queima
como carvão ou briquetes. Também não podem ser utilizados como combustível em fogões,
lareiras, churrasqueiras ou para qualquer tipo de queima a céu aberto, porque podem produzir
gases tóxicos. Os resíduos de madeira tratada também não devem ser utilizados em contato
com alimentos, água potável e cama para animais.
21
OBTENHA O MELHOR RESULTADO
Controle de qualidade: As retenções de ingredientes ativos da madeira tratada com
Osmose K33 C devem atender aos padrões de especificação AWPA, AS e ABNT através das
NBR’s 8456, 7511, 9480 e 7190.
Osmose K33® C é produzido atendendo ao standard P5 da AWPA – American Wood
Protection Association.
Para maiores informações, solicite a FISPQ – Ficha de Informação de Segurança da
Madeira Tratada a vácuo-pressão com CCA.
22
SUNBURN OF APPLE FRUIT: TYPES OF DAMAGE AND PROTECTION
Jozsef Racsko1
INTRODUCTION
Sunburn is a physiological disorder of apples and other fruit species caused by excess
solar radiation. Damage occurs in practically all growing regions of the world, causing severe
crop loss every year. Losses due to sunburn average 5-10 % in apples, similar damage ratio
has been observed in Brazil. Fuji is susceptible for sunburn damage, while Gala suffers from
damage less. Besides the primary external damage caused by pre-harvest exposure to elevated
solar radiation, sunburn can severely decrease fruit finish and quality, and thus market value.
Beyond sunburn symptoms, affected fruit usually show other skin disorders, such as lenticel
marking, and sunburn may predispose affected fruit to develop postharvest physiological
disorders such as ‘Fuji’ stain, sunburn scald in ‘Granny Smith’ or internal browning. Also,
various pathogens may gain entrance into the fruit through the affected area. Most of these
disorders make fruit unmarketable.
Sunburn affects apple fruit at many levels; it causes structural and morphological
changes,
alters
pigment
composition,
influences
adaptive
mechanisms,
impairs
photosynthesis, and consequently decreases fruit quality. Quality loss significantly affects
postharvest behavior, marketing and consumer acceptance of fruit. Internal fruit quality (e.g.,
firmness, soluble solids concentration, and titratable acidity) is affected by sunburn, and
changes in these traits continue during cold storage.
TYPES OF SUNBURN
Based on the environmental conditions causing the damage, three different types of
sunburn can be distinguished; sunburn browning, sunburn necrosis and photooxidative
sunburn. Sunburn browning is the most common type of sunburn occurring on sun-exposed
apples (i.e., fruit acclimated to high light) in the field. It results in a yellow, brown, bronze or
dark tan spot on the sun-exposed side of the fruit. Sunburn browning is induced under high
solar radiation when the apple fruit surface temperature reaches a certain minimum
temperature. This threshold or minimum fruit surface temperature varies with cultivar. For
instance, ‘Fuji’, ‘Honeycrisp’ have lower threshold temperature and ‘Gala’, ‘Pink Lady’ have
higher threshold temperature.
1
Valent BioSciences Corp., Libertyville, IL 60048 USA.
23
In addition to a certain threshold temperature of the peel, sunlight is required for sunburn
browning. Radiation from the UV-B range of the spectrum is thought to be essential.
Sunburn necrosis causes dark brown or black necrotic spot on the exposed fruit
surface. Sunburn necrosis occurs when the apple fruit surface temperature reaches 52±1 ºC for
at least 10 minutes. Sunlight is not directly involved in the induction process; rather sunburn
necrosis results from the high fruit surface temperature that causes thermal death. A dark
brown or black necrotic spot appears on the exposed fruit surface within 1 to 4 days after
exposure to such temperatures and cells in the necrotic spot often collapse. Damage may
occur from a few millimeters to several centimeters deep in the flesh tissue underneath the
exposed fruit surface. Sunburn necrosis can damage the apple epidermis so seriously that later
invasive pathogens may gain entry through the affected area.
The third type is photooxidative sunburn, which is characterized by symptoms of
white spot that appears on previously shade-grown (non-acclimated) apples that are suddenly
exposed to full sunlight. These apples are not acclimated to high sunlight; they have been
covered by leaves or other fruits within a cluster or even located inside the canopy. Sudden
exposure can occur after hand thinning or selective picking, after shifting of a branch as fruit
load increases, after summer pruning, or even after leaving harvested apples uncovered in the
bins after harvest or during transit to the packing shed. This type of damage is caused by
excess exposure to visible light, temperature is not a primary factor in symptom formation.
With continued exposure to full sunlight, the center of the photobleached area often turns
brown and cells become necrotic.
PROTECTION FROM SUNBURN
There are methods with various modes of action to control sunburn; 1.) climate
ameliorating techniques, and 2.) sunburn suppressants, are available to growers to decrease
sunburn under field conditions. Climate-ameliorating techniques involve technology
interventions that aim to reduce adverse effects of excess solar radiation by changing the
microclimate surrounding the fruit. Changes that cause a reduction in temperature and/or
incident sunlight should help decrease sunburn. One of the climate ameliorating techniques is
evaporative cooling, which involves overhead application of water to the trees in order to
reduce heat stress. The ameliorative effect of evaporative cooling manifests primarily in the
reduction of fruit surface temperature through the evaporation of water from the fruit surface
due to its high evaporative heat demand. Although evaporative cooling is highly effective in
lowering fruit surface temperature of apples, it does not reduce damaging UV radiation;
24
therefore sunburn browning does occur even when using evaporative cooling. The fruit
surface temperature cooling effects are proportional to the length of operation of the irrigation
system. Better color development, i.e., higher anthocyanin content of the peel, was reported
for red cultivars under overhead evaporative cooling. Besides its apparent benefits in many
cultivars for sunburn control and fruit color improvement, evaporative cooling systems have a
high cost of installation, a high water requirement, and must be checked and maintained daily.
Failure of the evaporative cooling system for just one day may result in substantial loss due to
sunburn if the fruit surface temperature reaches the threshold temperature for sunburn
browning. Also, the quality of irrigation water is critical; calcium and magnesium carbonates
deposited on fruit surfaces cause not only unattractive appearance of the fruit but they cannot
be easily removed on the packing line.
Another kind of protection through climate amelioration is the use of shade nets.
High-density polyethylene (HDPE) nets over the tree canopy for shading purposes reduces
incident sunlight on the fruit surface and fruit surface temperature via a reduction of the
transmission of direct solar radiation through the net; this decreases sunburn injury. Netting
has been used in different ways; most commonly, the net is draped over the canopy of the
whole block of trees or over a simple frame to form a tunnel along each row. Another method
includes stretching nets around individual trees. The color and density of the net significantly
affect the effectiveness of this technique to control sunburn. Due to optical properties of the
nets and specific needs of different apple cultivars for light quality for color development, it is
recommended that black shade nets for single-colored green or bi-colored apple cultivars with
good coloration or those otherwise susceptible to sunburn. Crystal or gray nets appeared to be
suitable for apple-growing regions with sunlight deficiency and without risk of sunburn. It has
been reported that fruit surface temperature of apples under shade net was 5-10 ºC cooler on
days with maximum air temperatures of 34-37 ºC.
Materials that are sprayed on the fruit to suppress sunburn in apple are called
suppressants. At least two classes of suppressants exist. There are white particle films that, by
definition, are physical inorganic blockers that block, reflect and scatter solar radiation. A
different class of sunburn suppressant is a sunscreen by definition, as it contains organic
chemical absorbing agents to further reduce the intensity of high-energy UV radiation by
absorption, in addition to physical inorganic constituents. The particle films are white and
composed of either kaolin clay (hydrated aluminum silicate), calcium carbonate, or talc
(hydrated magnesium silicate). By definition, they are physical inorganic blockers that block,
reflect, and scatter solar radiation. They provide a white, highly reflective cover on the fruit
25
surface that increases reflection of solar radiation, a key aspect of reducing sunburn incidence
in apples. As the binding of these products on the cuticle is weak, reapplication is necessary
after rainfall to maintain consistent coverage on the fruit surface. A major drawback of using
particle films on apples is the difficulty of completely removing the white residues from the
stem-end and calyx areas of the fruit at harvest, especially with kaolin-based and also some
calcium carbonate-based products.
Besides particle films, sunscreen is available as sunburn suppressant for commercial
use. The concept of sunscreen is to augment the natural waxes in the cuticle and pigments in
the upper epidermis of the apple fruit, which attenuate only a part of the damaging ultraviolet
rays and heat-producing infrared radiation, and enhance the optical properties of the natural
wax layer. Reflective inorganic compounds were added to the wax emulsion to reduce the
heat load on the fruit, and thus reduce the incidence of temperature-dependent types (i.e.,
sunburn browning and sunburn necrosis) of sunburn. This sunscreen transmits some
ultraviolet and most visible solar radiation, which are both required for color formation. In
contrast to particle film technology, this formulation provides a clean, rain-fast film on apples
that is not washed off by rain or overhead irrigation, and does not require specific
washing/brushing technology on the packing line to remove residue. It can be effectively
combined with evaporative cooling for better sunburn control due to a synergistic
combination of two modes of action; the wax emulsion protects the fruit from the harmful
UV-B radiation while evaporative cooling reduces fruit surface temperature.
26
A EXPERIÊNCIA COM PODA MECÂNICA E PODA DE RAIZ EM POMARES NOS
ESTADOS UNIDOS
José Carlos Fachinello1; Marcos Antônio Giovanaz2;Carolina Goulart2; Mateus da Silveira
Pasa2
INTRODUÇÃO
A falta de mão de obra no campo e o seu elevado custo estão forçando a mecanização
de muitas atividades nos pomares, desde o preparo do solo até a colheita. A produção de
frutas é uma das atividades agrícolas em que se necessita de grande quantidade de mão de
obra, geralmente especializada, para auxiliar nas práticas culturais de poda, raleio e colheita.
Com o objetivo de atingir o retorno do investimento em curto prazo e obter economia de
trabalho, uma das alternativas utilizada pelos produtores é o aumento da densidade de plantio.
O aumento de plantas por área proporciona precocidade de produção, redução dos custos de
mão de obra, principalmente na poda e raleio (Maas, 2008), além de permitir a mecanização
das atividades de manejo do pomar. Nesse contexto, a mecanização da fruticultura se torna
um ponto chave na produção frutícola para que os produtores possam planejar investimentos e
maximizar os resultados do pomar. O trabalho conjunto de empresas privadas e entidades
publicas estão desenvolvendo e testando equipamentos que possam auxiliar o produtor a
suprir a falta de mão de obra, reduzir o custo de produção sem interferir na qualidade das
frutas.
Durante a safra de frutas de 2012, no Estado de Nova York, USA, acompanhou-se a
utilização de equipamentos para realização da poda de verão e poda de raiz de plantas com o
objetivo de reduzir ou eliminar a poda de inverno, melhorar a exposição das frutas ao sol,
suprir a falta de mão de obra e reduzir o vigor de plantas de macieiras e pereiras.
PODA MECANIZADA
Em fruticultura a poda é utilizada com o objetivo de regularizar a produção e melhorar
a qualidade das frutas (Fachinello, et al 2008). De acordo com Webster (2005), a maioria dos
modernos sistemas de poda tem por objetivo adaptar as plantas a sistemas de alta densidade
de plantio, sendo direcionados a superar a tendência natural de crescimento acrotônico
apresentada pela macieira e pereira.
A mecanização da poda é uma estratégia que vem sendo adotada na fruticultura
mundial através de equipamentos mecânicos, pneumáticos, mistos, autopropelidos ou
1
2
Prof. Titular da FAEM/UFPEL, Pelotas, RS, Brasil. E-mail para contato: [email protected];
Engenheiro Agrônomo, Pós-Graduando da FAEM/UFPEL, Pelotas, RS, Brasil;
27
tracionados, podendo ser realizada tanto do período de dormência quanto no período
vegetativo (verão). Para obter sucesso com a mecanização da poda, é necessário que os
pomares sejam implantados para tal. Atualmente nos EUA, para as culturas da macieira e
pereira, esta sendo adotado o sistema de condução em Eixo Alto (Tall Spindle) com plantas
enxertadas sobre portaenxertos ananizantes. Neste sistema de alta densidade, ocorre a
formação de um muro frutal, o qual possibilita a realização da poda mecanizada, resultando
em uma poda semelhante para todas as plantas, não havendo prejuízo na produtividade.
Trabalhos desenvolvidos por ROBINSON et al. (2012), demonstraram que o uso de barras de
corte para poda de verão em macieiras conduzidas no sistema de Tall Spindle melhoram a
distribuição de luz na copa e a qualidade dos frutos e que a poda de inverno com plataformas
aumentou a eficiência do trabalho de 25-40 %.
Há vários anos as plataformas auxiliam para a realização da poda de inverno, no
entanto, nos EUA houve uma intensificação do uso com a implantação de pomares no sistema
de Tall Spindle. Em sua utilização destaca-se como principal vantagem a economia de tempo,
visto que melhora o posicionamento do trabalhador, não necessita mais transportar escada e
nem mesmo subir e descer para realizar a tarefa. Além disso, há duas outras vantagens de se
utilizar uma plataforma: estimular a mesma velocidade de trabalho de uma equipe inteira, e o
esforço físico humano é reduzido (se bem gerido). Isso permitiu que grupos de trabalho em
que haviam pessoas que não podiam subir e descer a escada várias vezes durante o dia, podem
agora ser capazes de realizar esse trabalho (Sazo e Robinson, 2013).
A poda verde, também conhecida como poda de verão (summer pruning), está sendo
adotada para macieiras conduzidas nos plantios adensados e adaptados para tal. Esta prática
iniciou na década passada com pesquisadores da França, os quais realizavam a poda no
período de verão com o objetivo de desenvolver uma parede de frutificação ‘Le Mur Fritie’.
Com base nos bons resultados encontrados pelos pesquisadores franceses, em 2011 e 2012
pesquisadores dos EUA iniciaram diversos experimentos no Estado de Nova Iorque com o
intuito de estudar os benefícios da poda mecanizada de verão em pomares conduzidos no
sistema de Tall Spindle. O principal objetivo da poda de verão mecanizada é ter uma parede
de frutificação estreita, com boa distribuição de luz, mas não criar uma resposta ao vigor das
árvores e reduzir os custos de poda em 2/3. A resposta ideal para o corte mecânico de verão é
gerar um novo crescimento em ramos curtos (3-8 cm de comprimento) com um botão floral
terminal, em vez de um broto vegetativo. O momento correto de poda mecânica de verão é
fundamental para a iniciação máxima da formação do botão floral durante no inicio do verão,
28
para uma boa formação de uma parede de frutificação efetiva e produtiva (Sazo e Robinson,
2013).
Para realização desta poda é utilizado uma barra formada por dentes ou discos,
posicionada na frente do trator e acionada pelo sistema hidráulico. O sistema permite fazer a
poda vertical e do ápice, aproximando ou afastando do tronco conforme a necessidade ou
idade das plantas, possibilitando uma aproximação de até 12 cm da base do tronco.
PODA DE RAÍZES
A poda de raízes é uma técnica mecânica de controle do crescimento vegetativo que
tem sido utilizada principalmente em pomares de macieira e pereiras em alta densidade. Esta
técnica consiste na redução da área radicular das plantas através da poda, reduzindo o fluxo de
nutrientes, água e hormônios para a parte superior da planta e, assim, limitando seu
crescimento. O momento e intensidade da poda de raízes devem ser adequados em função de
vários fatores, como clima, cultivar, produção no ano anterior, estado nutricional do pomar,
disponibilidade de água, tipo de equipamento, profundidade em que é realizado, entre outros.
De maneira geral, não se recomenda a realização da poda de raízes muito próximo a
floração, devido ao alto estresse causado, podendo resultar em baixa fixação e queda de frutas
(Vercammen et al., 2005). Porém, naquelas cultivares em que o fruit set é elevado, a queda de
frutas pode ser desejável para redução na necessidade de raleio, aliado à redução no
crescimento vegetativo. O mesmo raciocínio pode ser utilizado com relação intensidade
(distância do tronco, profundidade e “lados” da linha de plantio a serem podados). Além
disso, devido a limitação do sistema radicular, ocorre redução na absorção de água após a
realização da poda de raízes, a qual foi observada por Mass (2007) em pereiras ‘Conference’ e
macieiras ‘Melrose’ (Schupp e Ferree, 1990) e nutrientes. Devido a esses efeitos, é
recomendado que pomares submetidos a poda de raízes tenham irrigação disponível (Maas,
2007) aliada a uma adequada fertilização (Vercammen et al., 2005).
Em pereiras, Asín et al. (2007) constataram redução no crescimento vegetativo,
número de ramos, e incremento de 57% no retorno da floração, em pereiras cv. Blanquilla
submetidas à poda de raízes (40cm do tronco, em ambos os lados e a uma profundidade de
40cm) durante três anos. Da mesma forma, Vercammen et al. (2005), constataram 44% de
redução no crescimento vegetativo e maior número de gemas florais pereira ‘Conference’,
conduzindo as plantas a produções regulares.
Em macieiras ‘Golden Delicious’, a poda de raízes (50cm a partir do tronco, ambos os
lados e 45cm de profundidade) reduziu o diâmetro de tronco e comprimento de ramos, com
29
leve influência negativa sobre a produtividade e tamanho de frutas (Ferree e Knee, 1997). A
redução da produtividade e tamanho das frutas pode ser explicada pela redução na capacidade
fotossintética de plantas submetidas a poda de raízes, principalmente no ano de realização de
realização desta prática. Khan et al. (1998) observaram redução média de 28% no número de
folhas em várias cultivares de maçã no ano de realização da poda de raízes (20cm do tronco,
ambos os lados e 30cm de profundidade), prejudicando o fornecimento de fotoassimilados
para suportar a fixação e crescimento das frutas. Porém, no segundo ano após a realização da
poda de raízes, esses autores observaram incremento de até 98% no número de esporões
florais. A poda de raízes também atua na redução da alternância de produção e aumento do
retorno da floração, os quais foram observados em macieiras ‘Jonathan’ (Ferree, 1992) e,
‘Empire’ e ‘McIntosh’ (Elfving et al, 1996), respectivamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A poda mecânica requer que os pomares estejam planejados para o seu uso e
necessita de complementação manual quando os ramos laterais atingirem o diâmetro de 1/3 do
líder.

A poda de verão quando realizada no inicio da estação (novembro) possibilita
que os ramos despontados rebrotem e emitam novos brotos com gemas floríferas nas
extremidades. Se for realizada mais tarde pode ocasionar uma queda elevada de frutas.

A poda de raízes nem sempre traz uma resposta imediata, pois depende de
vários fatores. De pendendo das condições climáticas e do vigor das plantas a mesma pode ser
repetida mais que uma vez no ano. Se realizada em períodos de estresse hídrico, os danos
sobre o desenvolvimento dos frutos e o desenvolvimento geral das plantas serão importantes.
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30
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WEBSTER, A. D. Shoot growth. In: Fundamentals of temperate zone tree fruit
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31
ESTRATÉGIAS PARA O MONITORAMENTO E CONTROLE DA MOSCA-DASFRUTAS SUL-AMERICANA EM FRUTEIRAS DE CLIMA TEMPERADO
Marcos Botton1; Ruben Machota Junior2; Dori Edson Nava3; Cristiano João Arioli4; Anderson
Dionei Grützmacher5
INTRODUÇÃO
A Região Sul do Brasil é a principal produtora de frutas de clima temperado com
destaque para as culturas da macieira, pessegueiro e videira que em conjunto ocupam uma
área de 115,6 mil ha (IBGE, 2011). A fruticultura de clima temperado tem sofrido grandes
prejuízos devido ao ataque de insetos praga com destaque para a mosca-das-frutas sulamericana Anastrepha fraterculus (Wied., 1830) (Diptera: Tephritidae), principal espécie de
importância econômica que ocorre nos pomares da região Sul do País (NAVA; BOTTON,
2010). O controle racional e eficiente da mosca-das-frutas sul-americana tem como prérequisito o conhecimento do momento adequado para a adoção de medidas de controle
definidas através do monitoramento da praga. Neste caso, o sistema de manejo adotado para a
cultura da macieira tem tido grande destaque (BOTTON
et al., 2012) visto que o
monitoramento do inseto é realizado na maioria dos pomares, sendo as medidas de controle
(emprego de isca tóxica e aplicações de inseticidas em cobertura) adotadas conforme o nível
populacional, dando ênfase às áreas mais críticas dos pomares.
Nas demais frutíferas, entretanto, o controle do inseto tem sido realizado basicamente
com o uso de inseticidas organofosforados em cobertura, que apresentam elevada toxicidade,
baixa seletividade aos inimigos naturais e grande período de carência (NAVA; BOTTON,
2010). Por estes motivos, diversos inseticidas organofosforados estão sendo retirados do
mercado (ex.: fentiona, metidationa) ou tiveram redução no número de culturas registradas
(ex.: fenitrotiona). Em outros casos, mesmo com autorização do emprego do inseticida no
Brasil, devido à exportação de parte da produção ocorrer para países onde existem restrições
de uso pela inexistência de registro ou restritivo limite máximo de resíduos (ex.: dimetoato),
os produtos precisam ser retirados da grade de agroquímicos. Estes fatos, aliado a não
1
Eng. Agr., Dr., Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Livramento 515, Caixa Postal 130. 95700-000 Bento Gonçalves, RS.
E-mail: [email protected];
2
Eng. Agr., MSc. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade (PPGFs). Universidade Federal de Pelotas
(UFPel), Campus Capão do Leão, 96010-970, Pelotas, RS. Bolsista CNPq. E-mail: [email protected];
3
Eng. Agr., Dr., Pesquisador Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS. E-mail: [email protected];
4
Eng. Agr., Dr., Pesquisador da Estação Experimental de Videira. Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina
(Epagri), Caixa Postal 21, 89560-000, Videira, RS. E-mail: [email protected];
5
Eng. Agr., Dr., Professor da Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” (FAEM) e do PPGFs. UFPel, Campus Capão do
Leão, 96010-970, Pelotas, RS. E-mail: [email protected].
32
descoberta de novas moléculas eficazes no controle de larvas da mosca-das-frutas, tem
limitado o emprego do controle químico tradicional, levando a perdas significativas da
produção nas últimas safras.
MONITORAMENTO
Um aspecto fundamental para o manejo da mosca-das-frutas é a aferição da sua
população nos pomares. Diversos trabalhos avaliaram a eficiência de atrativos para o
monitoramento da espécie na Região Sul. Como o monitoramento deve proporcionar
informações que representem adequadamente o comportamento da população da espécie, a
avaliação de atrativos alimentares efetivos e confiáveis deve ser realizada de forma
permanente.
Nos últimos anos, falhas significativas no controle da mosca-das-frutas sul-americana
tem sido observadas em pomares de diversas espécies frutíferas mesmo com o emprego do
monitoramento. Uma das principais justificativas para esse problema está ligada a ineficiência
dos atrativos utilizados pelos produtores, principalmente o suco de uva a 25% e outros sucos
que não estão sendo capazes de detectar a presença da praga nos pomares. O uso de sucos de
frutas não tem sido confiável, principalmente no período de pré-colheita , onde em hipótese,
as moscas não são atraídas para as armadilhas em função da grande presença de voláteis
emitidos pelas frutas maduras ou em decomposição. Tal fato resulta em danos a produção
pelo inseto visto que a praga está presente no pomar, porém não é detectada nas armadilhas.
Como alternativas ao suco de uva, os produtores tem utilizado a levedura torula (Peletes de
Torula®, Isca Tecnologias Ltda.) e proteínas hidrolisadas tradicionais que de maneira geral
apresentam uma atração superior ao suco de uva (ZUANAZZI, 2012).
Uma nova formulação de proteína hidrolisada (CeraTrap ®, BioIbérica S.A.), obtida a
partir de hidrólise enzimática à frio tem apresentado resultados superiores a estes atrativos.
Além de ter a vantagem de não necessitar a reposição semanal ou quinzenal nas armadilhas
(com intervalos de até 60 dias), a mesma tem detectado populações dos insetos no período de
pré-colheita, sendo uma nova ferramenta para o monitoramento da espécie nos pomares
(BOTTON et al., 2012).
ISCAS TÓXICAS
O emprego de iscas tóxicas tem como objetivo controlar a população de adultos da
mosca-das-frutas tendo como base o emprego de um atrativo alimentar associado a um
inseticida em um sistema atrai e mata. No Brasil, a isca tóxica pode ser preparada com os
33
atrativos melaço-de-cana (5 a 7%), proteína hidrolisada (3 a 5%) ou milhocina (5%)
adicionando-se um inseticida organofosforado à calda (HÄRTER et al., 2010;; BORGES,
2011, ZANARDI, 2011). Dentre estes atrativos, o emprego da proteína hidrolisada (Biofruit®
- BioControle – Métodos de Controle de Pragas Ltda.) tem demonstrado os resultados mais
consistentes no controle da espécie quando comparado ao melaço de cana-de-açúcar, sendo o
atrativo preferencial para o controle da espécie (HÄRTER et al., 2010).
Estudos realizados em diferentes regiões demonstram que o uso de iscas tóxicas
auxilia de forma significativa o manejo da mosca-das-frutas nos pomares (RAGA; SATO,
2005; HÄRTER et al., 2010). Embora eficiente, a isca tóxica não tem sido utilizada de forma
rotineira pelos produtores. As principais restrições dizem respeito à baixa persistência das
iscas tóxicas após a ocorrência de chuva, sendo necessária a reaplicação, a demanda adicional
por mão-de-obra para aplicação, aos efeitos deletérios sobre os inimigos naturais e
polinizadores principalmente quando a isca é formulada com melaço de cana-de-açúcar e
inseticidas organofosforados como agente letal, além de atrair mais insetos para o pomar,
principalmente em áreas de pequenos que aplicam a tecnologia de forma isolada.
Em 2006, foi introduzida no mercado brasileiro uma formulação de isca tóxica de
pronto uso (Success 0,02 CB®) contendo o inseticida biológico espinosade. A isca caracterizase por apresentar alta eficiência no controle de moscas-das-frutas com reduzido efeito sobre
inimigos naturais e polinizadores (RAGA; SATO, 2005) sendo utilizada mundialmente como
ferramenta de manejo no sistema de produção orgânica. No entanto, por conter inseticida na
sua formulação, a mesma não possui autorização de uso para as frutíferas de clima temperado
e quando utilizada de forma experimental, provocou fitotoxicidade nas folhas de alguns
cultivos (ex.: macieira e pessegueiro).
Em 2012, um novo atrativo foi desenvolvido para ser empregado como isca tóxica
para o controle da mosca-das-frutas. O atrativo ANAMED® (Isca Tecnologias Ltda.) tem
como base a tecnologia SPLAT® (Specialized Pheromone & Lure Application Technology)
caracterizando-se por conter atrativos e estimulantes de alimentação os quais devem ser
associados a um inseticida no campo, atuando assim, como um produto atrai e mata. O
ANAMED® apresenta maior resistência à remoção pela chuva e a degradação pela radiação
ultravioleta, proporcionando maior eficácia que as formulações tradicionais para o controle de
populações de moscas-das-frutas nos pomares, principalmente em locais com elevada
precipitação pluvial como é o caso da Região Sul do Brasil (BORGES, 2011; ZANARDI,
2011; MAFRA NETO et al., 2013). Além disso, o atrativo empregado como isca tóxica
apresenta um menor impacto sobre um importante inimigo natural da mosca da frutas que é o
34
parasitoide Diachamsmimorpha longicaudata
(Hymenoptera: Braconidae) (ZANARDI,
2011).
A disponibilidade de novas formulações e atrativos para ser empregados como iscas
tóxicas é uma ferramenta que deve ser ampliada nos pomares visando melhorias no controle
da praga.
CAPTURA MASSAL
A elevada capacidade de atração de adultos de A. fraterculus à campo e a estabilidade
da proteína hidrolisada CeraTrap® pode viabilizar o emprego da técnica de captura massal nas
frutíferas de clima temperado, principalmente em locais com menor pressão populacional.
O emprego de elevadas densidades de armadilhas construídas com garrafas PET de 2
litros contendo o atrativo está sendo avaliado nas últimas duas safras (2011/12 e 2012/13) nos
municípios de Antônio Prado, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, RS. Nestes municípios, o
número total de frutos danificados pelo inseto ao final da safra foi comparado ao manejo
comumente adotado em pomares orgânicos de macieira, pessegueiro e videira. Os resultados
mais promissores foram obtidos em videira cultivada sob cobertura plástica. A tecnologia
permite ajustar a densidade de armadilhas para cada local (condições de presença ou ausência
de hospedeiros alternativos e bordas de mata nativa, por exemplo) de modo que as primeiras
moscas-das-frutas, oriundas de populações incursoras sejam capturadas, evitando a infestação
da praga no interior das unidades de produção. O emprego desta tecnologia deve ser adequada
às diferentes situações e suscetibilidade dos hospedeiros de interesse comercial.
Acredita-se que o emprego da captura massal em determinada região, de forma ampla,
é uma estratégia que permitirá reduzir de forma significativa à população de moscas-dasfrutas ao longo das safras reduzindo consequentemente os prejuízos causados aos
fruticultores.
APLICAÇÃO DE INSETICIDAS EM PULVERIZAÇÃO
O emprego de inseticidas pulverizados em área total é direcionado aos adultos
presentes nos pomares, além dos ovos e larvas que se encontram no interior dos frutos. Neste
caso, merece destaque os inseticidas organofosforados. A avaliação de novos grupos químicos
de inseticidas sobre adultos e larvas de A. fraterculus demonstrou que a maioria destes
produtos apresenta efeitos somente sobre os adultos, com reduzido controle de larvas no
interior dos frutos (MACHOTA Jr. et al., 2012).
35
Um grupo químico de inseticidas que tem apresentado efeito mais significativo sobre
larvas é o dos neonicotinóides, mesmo assim, sendo inferior aos organofosforados. Neste
caso, merece destaque o acetamiprido, recentemente autorizado para o cultivo da macieira
(AGROFIT, 2013). Resultados de campo indicam que o inseticida acetamiprido apresenta
efeito similar ao fosmete (um dos principais inseticidas utilizados no controle da mosca das
frutas) sendo uma alternativa para ser empregada na pré-colheita de maçãs quando o tema
resíduo nos frutos passa a ser de extrema importância (KOVALESKI, 2013).
O maior potencial de emprego dos novos inseticidas é como agente letal em iscas
tóxicas. Este fato por si só, permitiria o uso de compostos de menor toxicidade,
principalmente no período de pré-colheita (ex.: espinosade e espinetoram) com menor efeito
secundário sobre inimigos naturais e polinizadores, minimizando o volume de
organofosforados empregados atualmente nos pomares. O efeito de contato sobre os adultos
dos inseticidas etofemproxe, espinosade e espinetoram não deve ser descartado,
principalmente durante o período de colheita visando o controle de adultos antes da
oviposição.
O manejo das moscas-das-frutas na fruticultura de clima temperado é um desafio cada
vez maior. A restrição ao emprego de inseticidas organofosforados obriga técnicos e
produtores modificarem o manejo atual de pulverizações em cobertura sobre os frutos para
tecnologias mais “limpas” . Neste caso, melhorias no monitoramento da praga e aumento no
uso e eficácia da isca tóxica e/ou captura massal aliado a outras estratégias de controle como a
técnica do inseto estéril e o controle biológico com a liberação de parasitoides deverão ser
utilizados de forma associada.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq e a FAPERGS pelo apoio financeiro. Aos estudantes de Graduação e PósGraduação e as Instituições de Pesquisa e Ensino que tem colaborado na condução dos
trabalhos com mosca-das-frutas na região Sul do Brasil.
BIBLIOGRAFIA CITADA
AGROFIT. Brasília: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, 2003.
Disponível em: <www.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acesso em:
26 maio 2013.
36
BORGES, R. Seleção e avaliação de novas formulações de iscas tóxicas para o manejo de
Anastrepha fraterculus em pomares de macieira. 2011. 76 f. Dissertação (Mestrado em
Produção Vegetal) - Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa
Catarina, Lages.
BOTTON, M.; MACHOTA JR., R.; NAVA, D. E.; ARIOLI, C.J. Novas alternativas para o
monitoramento e controle de Anastrepha fraterculus (Wied., 1830) (Diptera: Tephritidae)
na fruticultura de clima temperado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA,
22., 2012. Anais... Bento Gonçalves: SBF, 2012. Disponível em: <
http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/69914/1/Dori-Edson-Nava.pdf >. Acesso
em: 7 jun 2013.
HÄRTER, W. da R.; GRÜTZMACHER, A. D.; NAVA, D. E.; GONÇALVES, R. da S.;
BOTTON, M. Isca tóxica e disrupção sexual no controle da mosca-da-fruta sulamericana e da mariposa-oriental em pessegueiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, DF, v. 45, n. 3, p. 229-235, mar. 2010.
SIDRA. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/
bda/agric/default.asp>. Acesso em: 28 maio 2012.
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MACHOTA JUNIOR, R.; BORTOLI, L. C.; LOECK, A. E.; BOTTON, M. Efeito de
inseticidas sobre larvas da mosca-das-frutas sulamericana Anastrepha fraterculus (Wied.,
1830) (Diptera: Tephritidae) em laboratório. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENTOMOLOGIA, 24., 2012, Curitiba. Anais web. Curitiba: SEB: UFPR, 2012.
MAFRA-NETO, A.; BORGES, R.; BOTTON, M. Os desafios para o controle da mosca sul
americana. Agapomi, Vacaria, n.228, p.10-11, 2013.
NAVA, D. E.; BOTTON, M. Bioecologia e controle de Anastrepha fraterculus e Ceratitis
capitata em pessegueiro. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2010. 29 p. (Embrapa Clima
Temperado. Documentos, 315).
RAGA, A.; SATO, M. E. Effect of spinosad bait against Ceratitis capitata (Wied.) and
Anastrepha fraterculus (Wied.) (Diptera: Tephritidae) in laboratory. Neotropical
Entomology, Londrina, v. 34, n. 5, p. 815-822, set./out. 2005.
ZANARDI, O. Z. Biologia de Ceratitis capitata (Wiedemann, 1824) (Diptera: Tephritidae)
em frutos de caquizeiro, macieira e videira e efeito de iscas tóxicas para o seu controle e
sobre o parasitoide Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead, 1905) (Hymenoptera:
Braconidae) em laboratório. 2011. 79 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Programa de
Pós-Graduação em Fitossanidade, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
ZUANAZZI, J. V. Mosca das frutas, em curto prazo um panorama sombrio. Jornal da Fruta,
Lages, n. 256, p. 20, 2012.
37
O PAPEL DOS BIOLÓGICOS EM CRIAR SOLUÇÕES INTEGRADAS PARA UMA
AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
Denise Manker1
É reconhecido mundialmente que nós vivemos um grande desafio em aumentar a
produção agrícola para atender a uma população mundial que vai atingir 9 Bilhões de pessoas
em poucas décadas. Novas tecnologias que se apresentam hoje dentro da agricultura vão ter
um papel importante para atender a este desafio.
Uma destas ferramentas são os Produtos Biológicos ou Biopesticidas. De acordo com
a definição do EPA, Agencia de Proteção Ambiental dos EUA, Produtos Biológicos são
certos tipos de produtos fitossanitários derivados de materiais naturais, como plantas,
bactérias, protozoários ou certos minerais.
Os Produtos Biológicos possuem atributos importantes que podem contribuir com
práticas agrícolas sustentáveis. Eles geralmente afetam somente a praga-alvo ou organismos
intimamente relacionados, tendo pouco impacto em organismos não-alvo. Isto resulta também
em baixa toxicidade destes produtos, trazendo segurança também para aplicadores. Muito
Biológicos também apresentam um período curto de intervalo entre a aplicação e a colheita e
também de reentrada na lavoura, o que aumenta a flexibilidade de aplicação para os
produtores. Eles normalmente se decompõem rapidamente, não sendo persistentes no meioambiente. Como resultado, os Biológicos são geralmente isentos de apresentação de dados de
limites máximos de resíduos para seu registro (não deixam resíduos tóxicos nos alimentos) e,
com isto, ajudam os agricultores a manejar o problema de resíduos químicos, aumentando as
oportunidades para os mercados de exportação, por exemplo.
O gerenciamento da Resistencia é outro importante benefício que poderemos ter
utilizando os Biológicos dentro dos programas de aplicações. O desenvolvimento de
resistência de patógenos aos agroquímicos é hoje um dos grandes desafios enfrentados pela
agricultura moderna. No caso de fungicidas com somente um modo de ação, o aparecimento
da resistência tem sido observado a partir de dois anos da introdução do produto no mercado.
Deste modo, o tempo que o patógeno leva em criar resistência a estes produtos é bem mais
rápido do que a capacidade em lançar novas moléculas no mercado, considerando que se leva
dez anos para desenvolver e lançar um novo produto. Por outro lado, Biológicos são
geralmente produtos que têm mais de um modo de ação, minimizando o problema da
resistência e funcionado como excelentes ferramentas para seu manejo em programas de
1
Drª. Bayer CropScience – Davis - California/USA.
38
integração. Em muitos casos eles funcionam como protetores e são usados preventivamente,
em contraste com a maioria dos produtos sintéticos que são usualmente sistêmicos por
natureza.
Entretanto, apesar de todos os benefícios dos Biológicos, alguns desafios ainda devem
ser enfrentados para produzi-los de maneira que atendam as expectativas e necessidades dos
agricultores. Por terem origem natural, há uma variabilidade inerente na multiplicação destes
agentes que necessita ser enfrentada para desenvolver agentes confiáveis de proteção de
plantas. A chave para manejar estas variáveis é ter um completo entendimento do agente
biológico. Como mencionado anteriormente, há vários aspectos relacionados a estes produtos
que contribuem com sua eficácia. Isto inclui o tipo de atividade apresentada pela cepa do
microrganismo e sua interação tanto com a praga que está controlando, quanto com a planta
que está protegendo. Por exemplo, uma nova área da pesquisa que emergiu recentemente é a
do estudo das interações entre estes microrganismos e as plantas. Estas relações são muito
mais complexas do que imaginado anteriormente e podem ter um papel importante na
atividade de alguns Biológicos. Entender o modo como Biológicos afetam a habilidade da
planta para mobilizar seu sistema de defesa, utilizar nutrientes ou outros processos é uma
nova área de pesquisa muito promissora que pode levar a um melhor entendimento do modo
de ação destes agentes. As respostas da planta quanto à resistência induzida, priming e
resistência sistêmica adquirida devem ser consideradas quando da elucidação do modo de
ação de um agente biológico de proteção de plantas.
Além disto, organismos biológicos são uma fonte abundante de compostos naturais
que são utilizados para combater potenciais ameaças ou competir por habitat. Em muitos
casos, estes compostos são também responsáveis pela eficácia destes produtos e um
entendimento completo do envolvimento deles nestes processos é crítico para desenvolver
produtos consistentes e confiáveis. Assegurar de que não há compostos produzidos que
possam ser tóxicos para o Homem é importante quando se fala em segurança alimentar.
Novas tecnologias em genômica têm permitido um entendimento maior dos Produtos
Biológicos. A habilidade de se fazer o sequenciamento genético completo de um
microrganismo agora é rotina e a informação obtida deste processo tem ajudado a explicar por
que diferentes cepas da mesma espécie podem ter características distintas como agentes
biológicos de proteção de plantas. O estudo dos genes em cluster pode permitir com que se
faça a previsão de quais moléculas podem ser produzidas e dentro de um processo de
screening pode ajudar a eliminar cepas que possam produzir classes de compostos químicos
indesejáveis.
39
Assim que o total entendimento do produto biológico e de seus vários aspectos que
contribuem para sua eficácia é atingido, é possível então ajustar as condições de produção
para incrementar sua atividade e, ao mesmo tempo, criar metodologias que possam monitorála. Estas metodologias podem ser empregadas para desenvolver métodos de fabricação e
formulações consistentes. Assim que estas metodologias sejam desenvolvidas, o seu emprego
em fábricas modernas com ferramentas eficientes de controle de qualidade vão permitir a
produção de agentes de controle biológicos que atendam às demandas do mercado.
Desenvolver formulações estáveis de Biológicos para proteção de plantas é também um
grande desafio. É necessário estabilizar todos os aspectos que contribuem para a atividade de
proteção, quer seja o microrganismo por si só ou os produtos naturais ou enzimas que possa
produzir ou, ainda, a combinação destes. A meta é atingir o mesmo tempo de prateleira dos
produtos convencionais, com formulações que permitam sua flexibilidade de uso, como em
mistura de tanque, por exemplo. Outra vez, tendo um entendimento total de todos os fatores
importantes para permitir sua alta eficácia é imprescindível para buscar metodologias para
estabilizar sua formulação.
Todas as áreas de pesquisas citadas são importantes para desenvolver Produtos Biológicos
que possam trazer benefícios para os produtores e que possam ser também ferramentas
importantes no desafio de aumentarmos a produção de alimentos de maneira sustentável nas
próximas décadas.
A cepa de Bacillus subtilis QST 713, de ocorrência natural no ambiente, foi isolada de um
pomar de pêssegos da California por cientistas da Agraquest Inc., hoje de propriedade da empresa
Bayer. Esta cepa tem apresentado eficácia significativa contra uma ampla gama de fungos e
bactérias e não é tóxica para organismos benéficos ou não alvos e tem um excelente perfil
ambiental. Ela age através de múltiplos modos de ação que envolve os lipopeptídeos no controle
de fungos, compostos específicos para o controle de bactérias e também indução dos processos de
resistência sistêmica induzida e resistência sistêmica adquirida, próprios das plantas.
Produtos à base desta crepa de bactéria, como o fungicida biológico Serenade, têm sido
utilizados com sucesso no controle de patógenos dentro de programas integrados de controle de
doenças de plantas em vários países, inclusive no Brasil.
Atualmente com registro no Brasil para as culturas de cebola, maçã e morango, Serenade
tem sido utilizado como uma ferramenta importante no controle de patógenos destas culturas em
rotação com os fungicidas químicos usualmente utilizados, trazendo alguns benefícios como o
aumento de eficácia, manejo da resistência, diminuição de resíduos químicos e incrementos no
vigor de plantas e na qualidade da produção.
40
SYNCRON Y NITROACTIVE: NUEVA OPCIÓN PARA LA INDUCCIÓN DE LA
BROTACIÓN DEL MANZANO
David Bernad Viamonte1
El cultivo del manzano se realiza en muchas áreas del mundo en condiciones
ambientales muy diversas. Dentro de los factores que determinan su rentabilidad del cultivo
se encuentran parámetros relacionados con la brotación.Estos parámetros están relacionados
con el reposo invernal y las horas frío. En zonas caracterizadas por registrar baja cantidad de
horas frío la calidad estos parámetros relacionados con la brotación disminuye y afecta
directamente no sólo a la cosecha, sino también a las condiciones de manejo de la plantación.
SYNCRON & NITROACTIVE son dos productos de Daymsa desarrollados para
romper el reposo invernal y promover una brotación uniforme. Su acción combinada estimula
las yemas y les aporta nutrientes fundamentales inductores de la brotación.
Se ha realizado un desarrollo en numerosos cultivos aparte del manzano, como uva de
mesa y cerezo consiguiendo, según los casos anticipo y sincronización de la brotación,
aumento del porcentaje de yemas brotadas, rejuvenecimiento de brotes, al inducir la brotación
de yemas latentes en la madera vieja, reducción de la dormancia apical y adelanto y
uniformidad de la cosecha.
En este sentido y para el cultivo del manzano en Brasil, el interés principal viene por
la mejorar el porcentaje de yemas brotadas, dar uniformidad a la floración y/o para adelantar
la floración y ganar precocidad y, en definitiva, incrementar el valor de la cosecha.
Se muestran los resultados obtenidos en distintos cultivos de interés para Brasil, en los
que se observa la mejora de los parámetros anteriormente descritos: adelanto en la floración,
evaluando diferencias fenológicas entre los distintos tratamientos, mejora del porcentaje de
brotación, mejora de la uniformidad y, finalmente, y como consecuencia, mejora de la
cosecha y de su calidad.
En el caso de la uva de mesa, como principales parámetros se han evaluado el adelanto
de la brotación y la uniformidad de ésta, así como el incremento del porcentaje de brotación.
En el caso del kiwi, los parámetros a destacar son el adelanto de la brotación, la
uniformidad de la floración y la mejora del porcentaje de brotación fértil.
1
Ing. Agr. Director de I+D de Desarrollo Agrícola y Minero, S.A. (DAYMSA). Camino de Enmedio 120, 50013 Zaragoza
(España). Email: [email protected]
41
En el caso del manzano los trabajos realizados tanto en Europa como en Brasil se han
centrado en la floración y cuajado, con la determinación del efecto de la aplicación en la
época de floración y el cuajado de frutos, y la maduración de fruto, realizando en seguimiento
de la época de maduración y análisis de la calidad de los frutos.
42
METODOS EFICIENTES DE RALEO EN DURAZNERO
Danilo Cabrera1, Pablo Rodríguez1
INTRODUCCIÓN
El raleo de frutos en duraznero es una herramienta fundamental para la obtención de
frutos de calidad comercial. A pesar de que se dan ‘ondas de caída’ naturales de frutos, estas
se producen en momentos en que la competencia entre ellos ya se dio, por lo que este descarte
natural no incide positivamente en cuanto al crecimiento de aquellos que quedan en el árbol.
Por esta razón, es que hay que regular las cosechas mediante el control del número de
frutos que un árbol de determinada variedad es capaz de producir. Esto no es más que el tratar
de equilibrar entre los frutos, la distribución de una cantidad de alimento (energía) que es
capaz de generar el árbol.
Day (1998), en relación a la importancia de cada una de las etapas de desarrollo en el
tamaño final de los frutos, cita que una investigación realizada por DeJong y otros (1991)
permitió demostrar que la primera fase de crecimiento del fruto, o sea la de la división celular,
es extremadamente importante en el tamaño final del mismo. Es por esto que es esencial
optimizar el crecimiento del fruto quitando la competencia entre ellos durante este período, ya
que de otro modo se compromete su tamaño final y lo que no es logrado en los primeros
estadios de crecimiento del fruto, no podrá ser recuperado más adelante. Teniendo en cuenta
esta premisa, el raleo manual ó químico de flores y/o el raleo químico de frutos son de las
herramientas más eficientes que existen para poder realizar en el mejor momento, el descarte
de estructuras florales y/o frutos. Esto está indicando que para establecer pautas de raleo se
debe considerar por un lado el momento y por el otro la forma de llevarlo a cabo.
La posibilidad de realizar un raleo eficiente en momento y forma, disminuyendo los
costos de producción, es mediante el raleo de flores y/ó frutos en forma manual o con
productos químicos.
En los últimos años han aparecido métodos de raleo manual de estructuras florales y/o
flores que reducen tempranamente la competencia por reservas en el árbol (Cabrera, 2007).
Por otro lado, en los frutales de carozo no ha sido fácil encontrar productos, dosis y
momentos para realizar un raleo químico tan efectivo como lo fue por ejemplo para la
manzana (Costa et al., 2004).
1
Programa de Investigación en Producción Frutícola de INIA – INIA Las Brujas – Canelones, URUGUAY
[email protected].
43
En este trabajo se presentara una breve reseña de productos químicos raleadores para
duraznero que fueron utilizados en un ensayo, comparándolos con raleo manual de yemas
florales y raleo manual de frutos, buscando evaluar la eficiencia de los raleos de pre-floración
y floración, y el beneficio en la calidad de fruto a la cosecha.
RALEADORES QUÍMICOS
Entre los productos utilizados como raleadores químicos en duraznero se citan los
reguladores de crecimiento y sustancias químicas desecantes.
Los reguladores de crecimiento son por ejemplo los promotores de la abscisión de
los frutos, los inhibidores de la inducción floral y los interruptores de la dormancia.
En cuanto a los Interruptores de la dormancia, en la bibliografía existen dos
estrategias para el raleo en duraznero con este tipo de productos, una de ellas es su aplicación
durante el reposo invernal y la otra es la aplicación durante el período de plena flor (Costa et
al, 2004).
Productos que tienen esta función son la Cianamida Hidrogenada (Dormex) y la Alkyl
Amine Polymer (Armobreak).
Chanana et al. 2002, trabajando con tratamientos de raleo manual y químico,
evaluaron la Cianamida Hidrogenada aplicada en plena floración. La máxima ganancia de
peso de fruto obtenida, del 35%, fue lograda con este producto al 0,5%, al que se sumó
también, un incremento en el contenido de azúcares totales y una reducción de la acidez.
Las sustancias químicas desecantes pueden ser productos cáusticos, fertilizantes o
herbicidas. Byers (1999) citado por Solari y Zanetti (2005) determinó que los químicos
desecantes tienen un efecto cáustico cuando se aplican en el estado de pimpollo rosado y si la
aplicación se realiza en plena flor, interfiere con la fertilidad del óvulo, evitando así la
fecundación. Si bien se desarrollan aparentemente pequeños frutos, sus semillas no tienen
cavidad, se tornan castaño y se produce la abscisión.
La urea ha sido evaluada en trabajos de raleo químico en duraznero como desecante de
flores y/ó frutos recién cuajados y en ninguno de los casos ha presentado efectos fitotóxicos
(Chanana et al. 2002).
En esta especie se ha comprobado que el efecto raleador de la urea depende de la
interacción de la dosis con el nivel de avance de la floración y de la variedad. Dosis de 12%
resultan efectivas cuando se aplicaron a los árboles con floraciones concentradas del orden del
80%. En el caso de floraciones extendidas, dosis de 16% resultaron efectivas para todos los
44
estados de flor y para los frutitos recién cuajados (Di Marco et al, 1992, citado por Castillo et
al, 1996).
Sin embargo, estos mismos autores, trabajando con la variedad de duraznero Cal Red,
observaron que concentraciones del 15% de urea provocaron los mayores niveles de raleo
pero también daños fitotóxicos, mientras que concentraciones del 5% y del 10% tuvieron
resultados similares al tratamiento de raleo manual en cuanto al número de frutos cosechados
(Barbosa et al., 1992, citados por Solari y Zanetti, 2005).
El
producto
1-amino
methanamide
dihydrogen
tetraoxosulfate
(AMADS)
comercializado como Wilthin y fabricado por UNOCAL Corp, es otro agente químico
desecante que se aplica en floración, muy amigable con el medio ambiente y que ha sido
utilizado tanto en árboles de frutales de pepita como de carozo. AMADS en dosis de 7,5 a 14
lts/há, produce el quemado selectivo del pistilo de las flores o los órganos reproductivos,
interfiriendo negativamente con el proceso de la polinización (Marini and Reighard, 2008).
La fruta que permanece en los árboles es por lo tanto de las flores polinizadas y
fertilizadas antes de la aplicación del producto, o de las flores que permanecen sin abrirse al
momento del tratamiento.
La actividad de AMADS no es afectada por la lluvia o el frío luego de que el producto
se ha secado, por lo que la respuesta al raleo con este producto es más predecible que con los
raleadores de floración hormonales, que sí son muy influenciados por las características
medioambientales durante y luego de la aplicación (Solari y Zanetti, 2005).
Myers et al. (1993) y Solari y Zanetti (2005) no observaron daños por fitotoxicidad ni
daño final en la fruta en ninguno de los estudios en que utilizaron Wilthin como raleador en
durazneros y nectarinos y la necrosis en hojas fue mínima o ausente en la mayoría de los
casos.
La mezcla sulfocálcica es frecuentemente usada como agente raleador de floración en
producción orgánica de manzana. Coneva y Cline (2006) citado por Osborne (2008)
reportaron que este producto es eficiente en reducir el cuajado de frutos en manzano y en
duraznero. Su modo de acción no es totalmente conocido pero se ha reportado la reducción
que produce en la germinación de los granos de polen y el desarrollo del tubo polínico. Las
dosis utilizadas de este producto aplicado en floración oscilan entre 1 y 3% (Osborne, 2008).
MATERIALES Y MÉTODOS
Raleo manual de yemas de flor y raleo con productos químicos fueron evaluados en un
ensayo llevado a cabo en las zafras 2007 y 2008 por el Programa de Investigación en
45
Producción Frutícola de INIA, en un predio comercial de la zona de Rincón del Colorado,
Canelones, Uruguay (34º40’03.33” S – 56º22’24.59” O – elev. 25 m). En plantas de
duraznero Pavía Canario, en su 7ma hoja de crecimiento, plantado a 4.5 m entre filas por 2.5
m entre plantas (889 plantas por hectárea) se evaluaron diferentes tratamientos químicos,
comparándolo con un tratamiento de raleo manual de yemas de flor y uno de raleo manual de
frutos (testigo).
El cuadro 1 muestra los tratamientos, las dosis de los raleadores químicos utilizados,
los estados fenológicos y fechas de aplicación de los diferentes tratamientos.
Cuadro 1. Tratamientos evaluados en ensayo comparativo de diferentes métodos de raleo en
duraznero Pavía Canario – zafra 2007-2008.
Tratamientos
Dosis (%)
Momento
Fecha
1
Urea
12,0
Plena flor
6 set
2 Manual
Raleo
----
18 mm diámetro
24 oct
3
Dormex
0,5
Plena flor
6 set
4 de yemas flor
Raleo
----
Botón Floral
30 ago
5
Wilthin
0,9
Plena flor
6 set
2,0 + 2,5
Plena flor
6 set
Aceite
Pescado
6
Mezcla Sulfocálcica
+
Todos los tratamientos de raleo químico y el raleo de yemas de flor fueron
complementados con un raleo manual de frutos el día 24 de octubre, con el que se dejaron
entre 300 y 350 frutos por planta.
Los tratamientos con raleadores químicos fueron aplicados con un gasto de agua de
1300 litros por hectárea.
Para estimar el efecto raleador de los distintos tratamientos, en 10 brindillas
representativas ubicadas en diferentes posiciones del árbol, se contabilizaron las yemas
florales al inicio de plena flor (30 agosto) y los frutos 30 días después de plena flor (6
octubre) y dicho dato se relacionó con la longitud de brindilla que le correspondía a cada
estructura.
En cuanto a calidad de fruto se calculó el peso medio de fruto a partir del peso y el
número de frutos por planta. También se evaluaron los parámetros de sobrecolor, sólidos
solubles y firmeza de pulpa.
46
RESULTADOS Y DISCUSIÓN
Analizando la cantidad de fruta que quedó sobre la planta con respecto al número de
flores totales, luego de realizados los tratamientos, y antes de realizar el raleo manual de
frutos se observó que los tratamientos 3 y 4 fueron los más agresivos, quedando 27% y 40%
de frutos respectivamente, seguidos por los tratamientos 1, 5 y 6 donde quedó entre 55% y
60% de frutos comparados con el tratamiento 2 en el que quedaron 69% de los frutos,
indicando este último tratamiento el descarte (31%) que ocurrió naturalmente en esta variedad
en dicha temporada.
Se observó que luego de la caída natural de frutos en promedio quedó una distancia de
entre 2 y 4 cm de brindilla por fruto, longitud de rama insuficiente para contener la cantidad
de hojas necesarias para alimentar un fruto. De esta manera se determinó el efecto raleador de
los diferentes tratamientos, observando que los tratamientos 3 y 4 permitieron mayor espacio
entre frutos y por ende mayor cantidad de hojas por fruto, mientras que los tratamientos 1, 5 y
6 tuvieron un efecto raleador intermedio (Gráfico 1).
Gráfico 1. Efecto de raleadores químicos y raleo manual en duraznero Pavía
Canario sobre el espaciamiento (cm) entre yemas de flor observado al inicio
de la floración (30 de agosto) y entre frutos 30 días después de plena flor (6
de octubre).
En lo referente al tamaño final de fruto, se observaron diferencias significativas entre
tratamientos (Gráfico 2) donde el tratamiento 3 dio los frutos con mayor tamaño, seguido de
los tratamientos 1, 4 y 5 los cuales no tuvieron diferencias entre sí y dieron un tamaño de fruta
comercial pero inferior al tratamiento 3 y los tratamientos 2 y 6 resultaron en frutos de tamaño
pequeño, con casi nulo valor comercial.
47
Gráfico 2. Efecto de tratamientos de raleadores químicos y raleo
manual sobre el tamaño de fruto (g) de duraznero Pavía Canario.
No se observaron diferencias entre tratamientos para las variables de color, sólidos
solubles y firmeza de la pulpa.
Estos tratamientos fueron evaluados durante 4 años y los resultados fueron
inconsistentes, como se cita en otros trabajos de raleo químico en frutales de carozo, sin
embargo es de resaltar que ninguno de los tratamientos en ninguna de las temporadas produjo
sobre-raleo.
La inconsistencia en la capacidad de raleo de los productos químicos evaluados se
pudo deber a la variabilidad entre años de factores como floración, temperatura, humedad
relativa, radiación solar, entre otros.
A partir de los costos (Gráfico 3) de los diferentes tratamientos se pudo concluir que
aquellos con productos químicos bajaron los costos a la vez que se hizo con ellos un trabajo
más eficiente para obtener fruta de calidad óptima (Cuadro 2).
Gráfico 3. Costo (mano de obra para raleo y aplicación, productos
raleadores y combustible) de diferentes estrategias de raleo
químico y manual en duraznero Pavía Canario.
48
Cuadro 2. Tiempo en horas de mano de obra para realizar los diferentes tratamientos de
raleo.
Tratamiento
Horas de raleo /
1-
Urea
ha 205
2-
Raleo frutos
282
3-
Dormex
109
4-
Raleo Botones
5-
Wilthin
159
6-
Aceite + Mezcla
237
126 + 148 = 274
CONCLUSIONES
Regular la carga en duraznero es una práctica necesaria que debe ajustarse para lograr
las mejores y constantes eficiencias productivas en base a fruta de óptima calidad comercial.
Es importante para cada situación determinar el equilibrio entre carga y calidad de
fruta, haciendo que dicha relación sea la que brinde más beneficio al productor y permita que
esta sea una actividad rentable.
En este sentido se debe considerar que la práctica de raleo insume costos de por lo
menos 15 a 20 por ciento de la dedicación de la mano de obra por hectárea, con respecto al
costo del manejo general del monte.
Es por eso que los raleadores químicos resultan herramientas muy útiles para su uso en
duraznero, debiéndose ajustar momentos y dosis para cada situación de cultivo pero teniendo
en cuenta que los resultados obtenidos son inconsistentes debido a que depende de muchos
factores.
Al planificar la práctica de raleo en plantaciones de duraznero, los tratamientos de
raleo químico con Urea o Dormex como el raleo manual de botones florales se presentan
como alternativas viables tanto para bajar los costos de producción, como para racionalizar el
uso de la mano de obra y para obtener fruta de óptima calidad comercial.
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49
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WESTWOOD, M. N. 1982. Fruticultura de zonas templadas. Ed. Munti Prensa, Madrid.
461pp.
50
RALEIO QUÍMICO EM AMEIXEIRA
Alexandre Pozzobom Pavanello1; Ricardo Antonio Ayub2
INTRODUÇÃO
Atualmente, não se pode pensar em comercializar frutas, principalmente para consumo
in natura, sem que disponha de um produto de qualidade. Por sua vez, a qualidade é
determinada por um conjunto de características, como coloração, estado fitossanitário, sabor e
calibre superior a 4,5 cm, são as que apresentam um melhor retorno final ao produtor.
Considerando que a tendência do mercado nacional e internacional de frutas, cada vez mais,
será valorizar o aspecto qualitativo, o agricultor terá que atuar com maior eficiência técnica e
econômica em seus processos produtivos para se manter no mercado.
A ameixeira frequentemente apresenta alta intensidade de florescimento e este excesso
permanecendo na planta até a colheita produzirão frutos pequenos de baixa qualidade
comercial. Além do excesso de frutos na planta afetar o tamanho dos frutos, também pode
ocorrer quebra de ramos e desequilíbrio entre a parte vegetativa e produtiva ocasionando
alternância de produção (COSTA; VIZZOTTO, 2000). Por isso, há necessidade de se fazer o
raleio, para que os frutos apresentem tamanho ideal, mantenham características organolépticas
desejáveis e não ocorra alternância de produção.
Quando utilizadas práticas corretas de manejo, pode se alcançar ótimas produtividades
e bom retorno financeiro. Segundo dados coletados no Ceasa de São Paulo e Curitiba, quando
a ameixa é colhida com calibres variando entre III; IV; V, boa sanidade e coloração, os preços
de comercialização para o produtor atingem valores que variam de R$ 2,50 a 3,50 o quilo.
Com isso, a prática do raleio é essencial, entretanto, apresenta altos custos para o
produtor. O raleio manual de um grande número de plantas não é prático nem econômico
representando cerca de 30% das despesas anuais (DUNCAN, 2004), principalmente, devido a
grande utilização de mão-de-obra que o raleio manual requer. E como o custo da mão-de-obra
está cada vez maior, e a disponibilidade cada vez menor, tem-se buscado alternativas, como o
raleio químico.
O raleio químico consiste na aplicação de produtos químicos na floração ou logo após,
provocando a abscisão de frutos, diminuindo ou eliminando, a atividade do raleio manual. A
1
Eng. Agr. MSc, Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, Av. Carlos
Cavalcanti, 4748, 84030-900, Ponta Grossa – PR, Brasil. E-mail: [email protected];
2
Prof PhD. Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, Av. Carlos
Cavalcanti, 4748, 84030-900, Ponta Grossa – PR, Brasil, Bolsista Produtividade do CNPq. E-mail: [email protected].
51
aplicação pós floração é interessante, porque se sabe que a fixação de frutos é satisfatória,
diferentemente na florada onde há riscos climáticos que podem comprometer a fixação dos
frutos (MELAND; BIRKEN, 2010).
Os principais produtos utilizados para o raleio químico de ameixeiras são ANA (ácido
naftalenoacético), ethephon e tiossulfato de amônia, entretanto, são aplicados logo após o
pleno florescimento, antes de poder verificar se o vingamento de frutos foi satisfatório.
A ação fisiológica da maioria dos raleantes químicos é desencadear um desequilíbrio
entre os fluxos no transporte de auxina, ocasionando abscisão. A aplicação de ethephon pode
promover a abscisão de frutos com menores concentrações de AIA, provocando a síntese e o
transporte de enzimas que atuam na parede celular (celulases) e na lamela média (pectinases),
degradando a parede promovendo abscisão (MELAND; BIRKEN, 2010), sendo um bom
raleante químico de frutas de caroço (PAVANELLO; AYUB, 2012).
A mistura de ethephon com NAAM (Ácido Naftaleno Acetamida) aplicados 30 dias
após o florescimento apresentaram bons resultados para ameixeira cv. Victoria e uma única
aplicação de 0,25 ml Lˉˡ de ethephon na fase de floração ou 0,075 ml Lˉˡ de ethephon + 10 mg
Lˉˡ de ANA um mês após a plena florada, reduziu a frutificação, aumentou a qualidade dos
frutos e o retorno da floração na cv. Victoria (MELAND, 2007) e para cv. Jubileum, a
aplicação de 0,375 ml Lˉˡ de ethephon na fase de floração ou 0,250 ml Lˉˡ de ethephon com
frutos de 10 milímetros de diâmetro, reduziram a frutificação para 10 à 15 frutos por 100
flores, a qual é necessária para atingir as exigências do mercado consumidor. Muitos fatores
devem ser levados em conta quando ethephon for usado como raleante químico, dentre eles,
cultivar, volume de calda, época de aplicação, concentração e temperatura (MARINI, 2004).
Nesse contexto foi avaliado o efeito de diferentes concentrações de ethephon (ácido 2cloroetilfosfônico) no raleio químico das ameixeiras na região de Arapoti, centro leste do
Paraná. Avaliou-se também a influência dos tipos de raleio no custo de produção. Serão
relatados alguns resultados de 3 safras consecutivas de pesquisas (2010;2011;2012).
MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram realizados em pomar comercial de ameixeira cv. Irati e
Reubennel, com 5 anos de idade, ambas sobre o porta-enxerto A-9 em espaçamento 5,0 x 3,0
m, conduzidas no sistema de vaso. As coordenadas geográficas de referência são 24º07’11’’
Sul e 49º46’58’’ Oeste e 850 m de altitude. A temperatura no momento da aplicação foi de 23
°C.
52
Os tratamentos foram 9 concentrações de ethephon 0; 0,025; 0,05; 0,06; 0,08; 0,10;
0,12; 0,15; 0,20 ml Lˉˡ aplicadas com 700 litros por hectare de volume de calda, 30 dias após
a plena florada, no estadio de chumbinho, frutos com 5 mm e queda dos restos florais. O
produto comercial utilizado foi Ethrel 240® (24% m/v, ácido 2-cloroetilfosfônico, Bayer
Cropscience) e o pulverizador utilizado para aplicação foi atomizador 1500L. O diâmetro dos
frutos foi determinado com máquina classificadora do produtor, em que o Calibre I
corresponde ao diâmetro de 3,5 a 3,9 cm, Calibre II, 4,0 a 4,4 cm, Calibre III, 4,5 a 4,9 cm e
Calibre IV, 5,0 a 5,5 cm.
As caixas para embalagem das ameixas foram de 6 kg, com valor unitário de R$1,70.
Para pulverização de um hectare são gastos aproximadamente 30 minutos. O custo para o
transporte das caixas é R$ 1,00/caixa, tendo como destino o CEAGESP. O custo para
classificação dos frutos foi de R$ 0,04/kg. Os custos de raleio químico foram calculados a
partir de hora máquina R$ 16,00, hora homem R$ 6,25 e o produto Ethrel® R$ 100,00L. Para
safra 2012, foram necessárias 70 horas/homem para o raleio manual da cv. Irati e 120
horas/homem para o raleio manual da cv. Reubennel, porém estas horas/homem variam de
pomar para pomar (espaçamento, cultivar, porta-enxerto, declividade, manejo da poda entre
outros) e de ano para ano, dependendo do pegamento dos frutos. Para os custos de colheita foi
considerado 500 kg/ameixa colhida homem/dia.
RESULTADOS
Após 45 dias da aplicação dos tratamentos, verificou-se em contagem de frutos por
ramo, que com o aumento na concentração de ethephon, menor o número de frutos por ramo.
Nas avaliações realizadas na colheita e na classificação dos frutos, o aumento na
concentração de ethephon reduziu linearmente o número de frutos calibre I e calibre II e
aumentou o número de frutos calibre III e IV. O aumento da concentração de ethephon
aumentou linearmente o peso médio dos frutos de ambas as cvs. Com a intensificação do
raleio e redução do número de frutos, há uma menor competição entre eles, ocasionando um
aumento no peso médio dos frutos. A cv. Irati obteve um acréscimo de 20% por fruto entre a
testemunha e a maior concentração de ethephon, entretanto, a cv. Reubennel teve um
acréscimo de 150%. A cv. Reubennel por ser tardia, os frutos permanecem por um maior
período na planta e em condições ideais de competição entre frutos e vegetação, os frutos
tendem a desenvolver mais, quando comparados com a cv. Irati.
Na safra 2012, para cv. Reubennel a maior produtividade foi de 55243 kg/ha no
tratamento com ethephon, gerando uma receita bruta de R$ 59495,00. Com apenas uma
53
aplicação de ethephon 0,06 ml Lˉˡ, o produtor obteve um renda 54% superior à testemunha.
Para o tratamento com 0,12 ml Lˉˡ de ethephon, a produtividade foi inferior, porém a receita
similar. Entretanto, a maior receita bruta foi para o tratamento com raleio manual, sendo 97%
superior a testemunha e 27% superior ao tratamento ethephon 0,06 ml Lˉˡ (Tabela 1).
Em relação à porcentagem de frutos por calibre de cada tratamento, observou-se que
no tratamento sem raleio, os frutos se concentram nos calibre I e II, nos tratamentos com
ethephon, os calibre tendem a concentrar nos calibres II e III e para o raleio manual, os
calibres ficam entre III e IV (Tabela 1).
Tabela 1. Produtividade Média, Calibre, % de Frutos, Preço/Kg, Rendimento por calibre e
Receita Bruta para Ameixeira cv. Reubennel submetida ao raleio com Ethephon (ml Lˉˡ),
raleio manual e sem raleio (Arapoti – PR, 2012).
Trat
(ml Lˉˡ)
Sem raleio
Ethephon
0,06
Ethephon
0,12
Raleio
Manual
Produt.
Média
Calibre
(kg/Ha)
51516
55243
37357
42000
%
de
Preço
frutos
R$/Kg
52,3
0,5
I
Rendimento
Receita
por calibre
Bruta
R$
R$/Ha
13471
II
47
1
24212
III
0,7
2
721
IV
0
3
0
I
14,6
0,5
4032
II
70,4
1
38891
III
15
2
16572
IV
0
3
0
I
5,5
0,5
1027
II
43,2
1
16138
III
50
2
37357
IV
1,3
3
1457
I
0,6
0,5
126
II
33
1
13860
III
52
2
43680
IV
14,4
3
18144
38404
59495
55979
75810
Em relação aos custos de produção, observou-se que há uma grande diferença entre os
custos do raleio químico e raleio manual. Os custos de raleio manual representam cerca de
54
16% do custo de produção e do raleio químico 0,1%. Outros itens que representam grande
parte dos custos são: colheita de 11 a 14%, embalagens 31 a 39% e transporte 19 a 23%
(Tabela 2).
A produtividade foi superior para o tratamento com ethephon 0,06 ml Lˉˡ, entretanto,
foi o tratamento o qual apresentou uma das menores receitas líquidas ao produtor, devido a
sua baixa receita bruta, por apresentar muitos frutos calibres II. O tratamento com ethephon
0,12 ml/L, apresentou receita líquida superior ao tratamento 0,06 ml Lˉˡ, principalmente por
apresentar menores custos com colheita, classificação, embalagens e transporte (Tabela 2).
O ethephon é um raleante químico para as ameixeiras, porém, não apresenta o mesmo
resultado na uniformidade da distribuição dos frutos nos ramos, como no raleio manual. O
raleio químico com ethephon pode auxiliar na diminuição dos frutos a serem raleados
manualmente, consequentemente, diminuindo as horas homem do raleio manual.
Tabela 2. Produtividade (kg/ha) e análise dos custos em R$ e % em relação à receita bruta, de
um pomar de ameixeira cv. Reubennel raleado quimicamente com ethephon, manualmente e
sem raleio, por hectare (Arapoti–PR, 2012).
Ítens - cv. Reubennel
Sem raleio
0.06 ml Lˉˡ
0.12 ml Lˉˡ
R$
R$
R$
%
%
%
Raleio Manual
R$
%
Produção/kg/Ha
51516
(Tab 1)
55243
37357
42000
Custo de raleio
0
(0%)
29
(0,1%)
46
(0,1%)
6000
(16%)
Custo de colheita
5151
(14%)
5524
(14%)
3735
(13%)
4200
(11%)
Classificação
2061
(5,5%)
2210
(6%)
1494
(5,2%)
1680
(5%)
Embalagens 6 kg
14596
(39%)
15652
(39%)
10584
(37%)
11900
(31%)
Transporte
8586
(23%)
9207
(23%)
6226
(21%)
7000
(19%)
Adm., Manut. Etc.
3000
(8%)
3000
(8%)
3000
(10%)
3000
(8%)
Insumos
2800
(7,5%)
2800
(7%)
2800
(10%)
2800
(7%)
Seguro (Granizo)
1000
(3%)
1000
(3%)
1000
(3,5%)
1000
(3%)
Custo Total
Receita Bruta
(Tab 1)
Receita Líquida
37194 (100%) 39422 (100%) 28887 (100%) 37580 (100%)
38404
59495
55979
75810
1210
20073
27089
38230
55
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56
DESTANIZAÇÃO DO CAQUI
Ricardo Alfredo Kluge1
INTRODUÇÃO
As cultivares de caquizeiro (Diospyros kaki L.) podem ser divididas em dois tipos
distintos: aquelas cujos frutos não apresentam mudanças na coloração de polpa em função da
polinização (constantes em relação à polinização – PC) e aquelas cujos frutos apresentam
polpa clara quando não polinizados (sem sementes) e escura quando polinizados (com
sementes) (variáveis em relação à polinização – PV). Cada um destes grupos pode ainda ser
subdivididos em adstringentes (A) e não adstringentes (NA). Dessa forma, as cultivares de
caquizeiro podem ser classificadas entre os tipos básicos: PCA (Taubaté, Hachiya, Pomelo e
Rubi), PCNA (Fuyu, Jiro e Fuyuhana) e PV, sendo que os frutos das cultivares de polinização
variável podem ser adstringentes (Aizumishirazu, Rama Forte e Giombo) ou não
adstringentes (Zenjimaru, Shogatsu e Mizushima).
No Brasil, os frutos são classificados em três grupos. O primeiro é denominado
“sibugaki”, que compreende frutos de polpa sempre taninosa e de cor amarelada, quer
apresentem ou não sementes. As principais cultivares são Taubaté, Pomelo, Hachiya e
Coração de boi. O segundo grupo, denominado “amagaki”, abrange frutos de polpa sempre
não taninosa e de cor amarelada, apresentando ou não sementes. São chamados caquis doces
ou duros. As principais cultivares são Fuyu, Jiro, Hanagosho e Fuyuhana. O terceiro grupo é
denominado “variável” e inclui frutos de polpa taninosa e de cor amarelada quando sem
sementes e, não taninosa, parcialmente ou totalmente, quando com uma ou mais sementes.
Quando as sementes são numerosas a polpa é de cor escura, sendo, popularmente chamado
caqui “chocolate”. As principais cultivares deste grupo são Rama Forte, Giombo e Kaoru.
A região de Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo, é responsável por
aproximadamente 60% da produção nacional de caqui. As cultivares ‘Giombo’ e ‘Rama
Forte’ são muito plantadas na região. Considerando que a maioria dos frutos destas cultivares
apresenta-se adstringente no momento da colheita, e que seu consumo é principalmente in
natura, há a necessidade de se realizar tratamentos para remoção da adstringência.
1
Engo Agro, Professor associado, Departamento de Ciências Biológicas, ESALQ/USP. Av. Pádua Dias, 11, Piracicaba, SP.
CEP 13418-900. E-mail: [email protected].
57
ADSTRINGÊNCIA DO CAQUI
As cultivares adstringentes de caqui apresentam, como principal característica, altos
teores de taninos solúveis, os quais precipitam as proteínas presentes na saliva bucal,
principalmente a amilase, e se unem aos receptores de sabor, causando uma sensação de
secura no palato, característica de alimentos adstringentes.
Caquis do tipo PCA podem conter mais de 5% de taninos no período de três semanas,
após a antese, quando então os taninos solúveis começam a diminuir, atingindo o valor de 2%
na colheita. A redução da adstringência durante o desenvolvimento e amadurecimento de
cultivares adstringentes e o desaparecimento da adstringência de cultivares não adstringentes
está relacionado com a capacidade natural de remover o conteúdo de tanino existente na polpa
do fruto. Este fenômeno pode ser devido à quantidade de compostos voláteis, tais como etanol
e acetaldeído produzidos pela semente durante o desenvolvimento do fruto, os quais são
provavelmente iniciados pela condição de anaerobiose e altas concentrações de CO2 no
período de desenvolvimento do fruto.
Frutos contendo aproximadamente 0,25% de tanino solúvel mostraram-se ligeiramente
adstringentes, enquanto aqueles contendo menos de 0,1% revelaram-se praticamente não
adstringentes.
Existem dois diferentes mecanismos na perda natural da adstringência. O primeiro é
dependente da produção de etanol e acetaldeído pelas sementes durante o desenvolvimento
dos frutos, estando associado aos tipos PVNA, PVA e PCA. O segundo mecanismo,
constatado em frutos de cultivares do tipo PCNA, está relacionado ao menor tamanho das
células de tanino, de baixo peso molecular e menor reatividade, do que ao grau de coagulação.
Os frutos de cultivares adstringentes acumulam baixos níveis de etanol e acetaldeído
durante todo o período de crescimento e desenvolvimento. Foi demonstrado “in vitro” que o
acetaldeído reage com o tanino do caqui formando um gel insolúvel, ou seja, o tanino solúvel
de frutos adstringentes é polimerizado pelo acetaldeído, formando um composto insolúvel e
não adstringente. O acetaldeído formado sob condições anaeróbicas está envolvido tanto no
processo natural quanto artificial da remoção da adstringência. O acetaldeído formado em
condições naturais é também responsável pela formação do aroma.
Também foi constado que pode haver outros mecanismos de insolubilização dos
taninos não provocado pelo acúmulo de acetaldeído. Taninos aderidos a fragmentos da parede
celular podem se tornar insolúveis. Pode também haver reação entre a pectina parcialmente
degradada e os taninos solúveis, sem acumulação de acetaldeído.
Quanto à localização dos taninos na polpa, é conhecido que os taninos são
58
armazenados em células especializadas. Idioblastos de tanino são diferenciados de outras
células pelo tamanho e forma. Eles são sempre maiores que as células parenquimáticas
adjacentes, alcançando grandes comprimentos em algumas variedades.
PROCESSOS DE DESTANIZAÇÃO
A destanização refere-se à remoção da adstringência do caqui, que nada mais é que
transformar o tanino da forma solúvel para a insolúvel. Há várias formas de remover a
adstringência do caqui, sendo que os principais métodos estão abaixo relacionados.
AMADURECIMENTO NATURAL
O fruto do caquizeiro é considerado climatérico, sendo que uma das características
deste tipo de fruto é continuar o seu processo de amadurecimento após a colheita. Uma vez
colhido no estádio ideal, o processo de amadurecimento continuará e inclui várias alterações,
como perda natural da adstringência, amolecimento da polpa e outras alterações associadas a
melhoria do sabor e aroma. Desta forma, pode-se deixar o fruto no ambiente que ele perderá
naturalmente sua adstringência, sendo um método comum usado em caqui ‘Taubaté’. Nos
caquis do grupo variável, como ‘Rama Forte’ e ‘Giombo’, este método não é aconselhado,
pois os frutos amolecem excessivamente e adquirem manchas.
O desaparecimento natural do tanino solúvel em cultivares não adstringentes, como o
‘Fuyu’, é feito através do etanol e/ou acetaldeído produzidos pela semente durante os primeiros
estádios da maturação.
APLICAÇÃO DE ETILENO
O etileno é um hormônio vegetal associado ao amadurecimento de frutos climatéricos.
No caso de aplicação de etileno em caqui, ocorre uma aceleração da maturação, havendo
aumento da respiração; redução acelerada da firmeza da polpa e rápida perda da
adstringência. Esta aplicação pode ser feita por injeção do etileno em câmara hermética ou a
imersão dos frutos em solução de Ethrel (ethephon ou ácido 2-cloroetilfosfônico). Embora
haja uma rápida remoção da adstringência, os frutos tem curta vida útil, pois amolecem
rapidamente e são facilmente atacados por fungos. Também há uma maior dificuldade no
transporte destes frutos. Ao invés do etileno também podem ser o carbureto, que libera o
acetileno, que tem função similar ao etileno.
59
APLICAÇÃO DE ETANOL
A aplicação do etanol ou álcool etílico é uma prática comum entre os produtores. Uma
quantidade determinada de álcool é colocada dentro de um recipiente ou despejado sobre
panos e depois colocado entre as caixas de caqui. Em seguida é assentada uma lona por cima
das caixas para evitar o escape do gás evaporado. O etanol, ao evaporar, penetra no fruto,
sendo convertido em acetaldeído que, por sua vez, reage com o tanino solúvel, tornando-o
insolúvel. Embora seja um tratamento bastante eficiente para destanização, resulta em frutos
excessivamente moles, com menor vida útil. Além disso, invariavelmente, ocorrem manchas
na casca dos frutos.
APLICAÇÃO DE ALTO CO2
O gás carbônico (CO2) também pode ser utilizado para remover a adstringência do
caqui. Na atmosfera normal este gás se encontra na concentração de 0,037% sendo que os
tratamentos usados para destanizar o caqui devem ser realizadas com concentrações muito
superiores (70-80%). Deve ser feita em câmara hermética, com controladores de CO2 em seu
interior, não sendo permitida a entrada de pessoas durante o tratamento, considerando que o
CO2 nestas concentrações é letal. O CO2, quando aplicado em altas concentrações nos tecidos
do fruto, aumenta a produção de acetaldeído, devido à ativação da via do malato que faz
produzir mais piruvato, sendo esse rapidamente convertido em acetaldeído. Da mesma forma
que o tratamento com etanol, o acetaldeído formado reage com o tanino solúvel tornando-o
insolúvel e não adstringente. Mundialmente, é o processo mais utilizado para a remoção da
adstringência de caqui. No Brasil, é pouco utilizado.
USO DE ATMOSFERA MODIFICADA
O uso de embalagem plástica apropriada pode originar uma atmosfera ao redor dos frutos
com baixa concentração de oxigênio e alta de gás carbônico. Isso vai gerar condições para que
haja a destanização dos frutos, e em alguns casos a manutenção da firmeza dos frutos. Os
materiais plásticos mais utilizados são o polietileno e o polipropileno.
USO DE EMBALAGEM A VÁCUO
O uso do embalamento a vácuo é uma alternativa recentemente desenvolvida que
permite destanizar os frutos e ao mesmo tempo manter a firmeza de polpa. Entretanto, para a
técnica funcionar há a necessidade de usar também a refrigeração. Se os frutos embalados a
60
vácuo forem armazenados em temperatura ambientes haverá rápida perda de firmeza e
desenvolvimento de sabores desagradáveis.
A embalagem a vácuo faz com que o oxigênio seja reduzido a quase zero e isso faz
com que haja a formação de uma condição anaeróbica. A ausência de oxigênio provoca a
descarboxilação do piruvato, elevando a produção de CO2 que por sua vez vai estimular a
produção de acetaldeído que irá reagir com os taninos solúveis, provocando a destanização.
Esta condição também permite reduzir o metabolismo dos frutos, dentre eles a produção de
etileno, e os efeitos a ele associados. Desta forma, com o uso da embalagem a vácuo é
possível destanizar os frutos e conservar os frutos por mais tempo. Um dos materiais que se
mostra promissor para realizar a embalagem a vácuo é o polinylon.
OUTROS MÉTODOS
Existem outros métodos, menos usados que também podem provocar a destanização
do caqui, como água morna, água gelada e vinagre.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Antoniolli, L.R. Remoção da adstringência e armazenamento refrigerado de frutos de
caquizeiro (Diospyros kaki L.) cv. Giombo. 1999. Dissertação (Mestrado em Fisiologia e
Bioquímica de Plantas) – ESALQ/ Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1999.
Edagi, F.K.; Chiou, D.G.; Terra, F.A.M.; Sestari, I.; Kluge, R.A. Remoção da adstringência
de caquis 'Giombo' com subdosagens de etanol. Ciência Rural, v. 39, p. 2022-2028, 2009.
Edagi, F.K.; Kluge, R.A. Remoção de adstringência de caqui: um enfoque bioquímico,
fisiológico e tecnológico. Ciência Rural, v.39, n.2, p.585-594, 2009.
Monteiro, M.F. Técnicas de remoção da adstringência e refrigeração de caqui 'Giombo'.
2011. Dissertação (Mestrado em Fisiologia e Bioquímica de Plantas) – ESALQ/Universidade
de São Paulo, Piracicaba, 2011.
Muñoz, V.R.S. Destanização do caqui (Diospyros kaki L.) ‘Rama Forte’. 2002. Tese
(Doutorado em Engenharia Agrícola) – Universidade Estadual de Campinas, 2002.
Terra, F. de A.M. Métodos combinados para destanização e conservação pós-colheita de
caquis 'Giombo'. 2010. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – ESALQ/ Universidade de
São Paulo, Piracicaba, 2010.
Vitti, D.C.C. Destanização e armazenamento refrigerado de caqui 'Rama Forte' em
função da época de colheita. 2009. Tese (Doutorado em Fisiologia e Bioquímica de Plantas)
– ESALQ/Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2009.
61
Tabela 1. Patógenos constatados no Sul do Brasil em frutas de clima temperado
Patógeno
Hospedeiros
Glomerella cingulata/
Maçã, pêra, pêssego, ameixa, morango, framboesa, amora,
Colletotrichum gloeosporioides
mirtilo, quivi, caqui, uva.
Botrytis cinerea
Maçã, pêra, pêssego, ameixa, morango, framboesa, amora,
mirtilo, quivi, uva.
Botryosphaeria dothidea
Maçã, pêra, quivi.
Monilinia fructicola
pêssego, ameixa
Penicillium expansum
Maçã, pêra, pêssego, ameixa, morango, framboesa, amora,
mirtilo, quivi, caqui, uva.
Rhizopus stolonifer/
Maçã, pêra, pêssego, ameixa, morango, framboesa, amora,
Mucor sp.
mirtilo, uva e caqui.
Cryptosporiopsis perennans,
Maçã
Complexo de Fuligem e Sujeira de
mosca
Phomopsis sp
quivi
Tabela 2. Produtos registrados para o controle biológico de doenças de fruteiras
PRODUTO ORGANISMO FORMULAÇÃO
EMPRESA
PATÓGENOS
Aspire
Wettable
powder
Botrytis
spp.,
Candida
Ecogen,Inc
WP
Penicillium spp
oleophila
I-182
Bio-save
Botrytis
cinerea,
Frozen
cell
100, BioPseudomonas
EcoScience
Penicillium spp.,
concentrated pellets Corp
save 1000
syringae
Mucor
pyroformis,
ESC-10
Geotrichum candidum
Bio-save
Pseudomonas
Frozen
cell EcoScience
Botrytis
cinerea,
110
syringae
concentrated pellets Corp
Penicillium spp.,
ESC-11
Mucor pyriformis,
Geotrichum candidum
Serenade
Bacillus subtilis Suspensão aquosa
Agraquest
Botrytis cinerea
Sonata
Bacillus pumillus Suspensão aquosa
Agraquest
Botrytis cinerea
62
DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DE MAÇÃS NO MERCADO VAREJISTA
BRASILEIRO
Luiz C. Argenta1; Marcelo J. Vieira2; Walter S.P. Pereira3; Francielle de Souza4;
Andreia M. T. Scolaro5; Fabiano Coldebella4; Felipe Terra4
INTRODUÇÃO
A produção Brasileira de maçãs aumentou em mais de um milhão de toneladas nos
últimos 35 anos. O aumento foi de aproximadamente 50 mil para 350 mil toneladas na década
de 80, para 726 mil toneladas na década de 90 e para 934 mil toneladas na primeira década
desse século (ABPM, comunicação pessoal). Nos últimos quatro anos, a produção Brasileira
de maçãs variou de aproximadamente um milhão a um milhão e duzentas mil toneladas, sendo
aproximadamente 60.8% de ‘Gala’, 32,7% de ‘Fuji’ e 6,5% de outras cultivares, incluindo
‘Eva’, ‘Daiane’ e ‘Cripps Pink’ (ABPM, comunicação pessoal; IBGE, 2011). O destino das
maçãs Brasileiras produzidas nos últimos anos tem sido o consumo in natura interno (67,6%),
consumo in natura externo (7%) e industrialização para produção de suco e outros alimentos
(25,4%) (ABPM, comunicação pessoal).
A qualidade das maçãs produzidas no Brasil também aumentou expressivamente nas
últimas décadas. Esse aumento da qualidade se deve primeiramente pelo plantio de novas
variedades, mutações coloridas de ‘Gala’ e ‘Fuji’, tais como a Royal Gala®, Imperial Gala®,
Galaxy®, Brookfield™, Maxigala, Fuji Suprema, Kiku™ 8 e Mishima. Adicionalmente, o uso
de porta-enxertos anão, os novos métodos aprimorados de manejo de pomares, a colheita dos
frutos em estádio de maturação mais adequado e os métodos aprimorados de armazenagem e
de controle da ação do etileno têm promovido aumento considerável da qualidade das maçãs
Brasileiras comercializadas in natura. Melhoria da qualidade das maçãs Brasileiras ofertadas
no mercado também ocorreu pela implementação do regulamento técnico de identidade e
qualidade de maçãs empacotadas no Brasil (Instrução Normativa no5 do Ministério da
Agricultura) (Brasil, 2006).
Infelizmente, a melhoria da qualidade das maçãs Brasileiras ofertadas não tem
resultado em majoração proporcional do retorno financeiro aos produtores e à ‘indústria’ de
1
Estação Experimental de Caçador, Epagri, Caçador, SC. [email protected].
Centro de Ciências Agro veterinárias, Udesc, Lages, SC. Bolsista Capes, Doutorando. [email protected]
3
WP Agro Business Consultoria, Piracicaba, SP. [email protected]
4
AgroFresh, Fraiburgo, SC, [email protected] [email protected]; [email protected]
5
Centro de Ciências Agro veterinárias, Udesc, Lages, SC. Mestranda. [email protected].
2
63
maçãs, devido primeiramente ao aumento dos custos de produção ocorrida nas últimas
décadas (Pérès, 2009). No entanto, parece inquestionável o papel da qualidade para
manutenção ou aumento do consumo per capita de frutas frescas. Aparentemente, a demanda
por frutas frescas, incluindo maçãs, continuará expandindo no Brasil, nos próximos anos,
devido ao crescimento populacional e da sua renda, caso o consumo per capita não seja
reduzido.
A expansão da oferta e da diversidade de frutas frescas e alimentos industrializados
(lanches) parecem favorecer o aumento da exigência dos mercados e dos consumidores por
qualidade. A disposição dos consumidores pagarem maior preço por frutas de maior qualidade
tem sido demonstrada (Gallardo et al., 2011; Yue et al., 2011). A escolha de frutos pelos
consumidores se baseia inicialmente na aparência externa, sobretudo na coloração da
epiderme, mas, a repetição da compra pode ser retraída quando as expectativas dos
consumidores pela qualidade interna (referentes ao sabor, textura, ausência de distúrbios, etc.)
dos frutos não são atendidas (Harker et al., 2003; 2008; Brown et al., 2006; Zeebroeck et al.,
2007; Kupferman, 2010). Segundo Batt et al. (1998), a resposta dos consumidores a compra
de maçãs de baixa qualidade varia entre outras coisas com a redução do retorno a compra de
maçã, troca de cultivar e/ou substituição de maçã por outra espécie de fruta. Pesquisa recente
da Confederação Nacional da Agricultura (CNA, 2011) evidencia que aproximadamente 60%
dos consumidores Brasileiros se dispõem a substituir o consumo de frutas por outros
alimentos tais como laticínios, produtos de padaria e guloseimas quando a qualidade e/ou
preços se distanciam das suas expectativas.
Mais de 90% das maçãs Brasileiras são colhidas nos meses de Janeiro a Abril, em
pomares localizados nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Pérès, 2009). Isso
significa que antes de chegar aos consumidores, a maior parte das maçãs são armazenadas por
um a dez meses e transportadas a longas distâncias do local de produção.
Aproximadamente 80% das frutas e verduras in natura são comercializadas aos
consumidores em supermercados e o restante em feiras de ruas, lojas de frutas e verduras
(‘sacolões’), etc (CNA, 2011), indicando que os supermercados são locais apropriados para
estudos sobre ‘qualidade no mercado’ e padrões de consumo de maçãs.
O presente trabalho foi realizado para avaliar a qualidade de maçãs nos supermercados
Brasileiros em função do mês e explorar possíveis relações entre qualidade, preço, região de
consumo e tipo de supermercado.
64
MÉTODOS
Amostras de maçãs das cultivares ‘Gala’ e seus clones, ‘Fuji’ e seus clones e ‘Red
Delicious’ foram coletadas mensalmente a partir de Março de 2010 até Janeiro de 2011, em
20 supermercados localizados nas seguintes cidades (5): Curitiba (PR), São Paulo (SP), Belo
Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE).
Os vinte supermercados foram selecionados antecipadamente, em Fevereiro de 2010.
Selecionaram-se, em cada cidade, dois supermercados de rede nacional e dois supermercados
de rede regional do respectivo estado. Os frutos foram amostrados sempre nos mesmos
supermercados ao longo dos 11 meses, na quarta semana de cada mês. Amostras de 22 frutos
por cultivar (3) foram coletadas ao acaso nas gôndolas de cada supermercado (4) e cidade (5),
nos 11 meses, exceto para ‘Gala’ que não foram amostradas no mês de Janeiro. Os 14.080
frutos amostrados ao longo dos 11 meses foram analisados no mesmo dia da amostragem, na
respectiva cidade. Todas as amostragens e análises dos frutos foram realizadas por um único
técnico treinado (Enga. Agrônoma) o qual viajou mensalmente para as cinco cidades.
Os frutos foram analisados individualmente quanto à qualidade interna e externa. A
qualidade interna foi determinada pela análise da firmeza de polpa, teor de açúcares solúveis e
distúrbios fisiológicos, patológicos ou por insetos. A qualidade externa foi avaliada
determinando-se a percentagem de cor vermelha e severidade dos seguintes defeitos na
superfície: distúrbios fisiológicos (murcha, escaldadura superficial, senescência, danos por
deficiências minerais, etc.), distúrbios patológicos (podridões, lesões de doença pré-colheita,
etc.), danos por insetos, danos por fatores abióticos (ex: granizo, geada, toxidez química,
danos mecânicos, etc.) e defeitos morfológicos. A presença dos defeitos externos foi
determinada para cada fruto. Os dados de qualidade externa foram usados para determinar a
categoria de cada fruto seguindo o regulamento técnico de identidade e qualidade de maçãs
(Instrução Normativa no5 do Ministério da Agricultura) (Brasil, 2006). Dessa forma, os frutos
foram qualificados como Categoria 1 (máxima qualidade), Categoria 2 ou Categoria 3
(mínima qualidade).
Nas gôndolas, se determinou a temperatura do ar e da polpa de uma maçã por cultivar
e se anotou os nomes das cultivares, dos preços de venda anunciados e a forma de exposição
dos frutos. Quando autorizado por representantes dos supermercados, se determinou a
temperatura da sala de estocagem de frutas e verduras e se analisou as embalagens de maçãs
correspondentes aos lotes de maçãs expostas nas gôndolas. Anotou-se a data de
empacotamento, a variedade, o calibre e a categoria descritos nos rótulos das caixas.
65
Coletaram-se dados das embalagens de maçãs em 56%, 42% e 40% das visitas aos
supermercados, para ‘Gala’, ‘Fuji’ e ‘Red Delicious’, respectivamente.
Os preços médios de venda realizados pelos produtores em 2010 e 2011 foram
informados pela Associação Brasileira dos Produtores de Maçãs (ABPM, comunicação
pessoal).
A firmeza de polpa foi medida, após remoção da epiderme, em dois lados opostos da
região equatorial de cada fruto, por meio da utilização de um penetrômetro manual com
ponteira de 11 mm de diâmetro. Uma amostra de suco (~0,2 mL) foi extraída de uma fatia
longitudinal externa de cada maçã para análises do teor de sólidos solúveis (SS). O teor de SS
do suco foi determinado com auxílio de um refratômetro digital com compensação automática
da temperatura (Atago, Japão). A incidência (%) de frutos com distúrbios internos e defeitos
externos foi determinada pela contagem dos frutos com sintomas em relação ao número total
de frutos da amostra. Nas análises de firmeza de polpa, dano mecânico e distúrbios
fisiológicos, foram utilizados, para cada amostra, 22 repetições sendo cada repetição
composta por um fruto. Para determinação do teor de SS, para cada amostra foram utilizados
cinco repetições composta de quatro frutos.
Os dados foram submetidos à análise da variância (ANOVA) e a diferença entre os
tratamentos (Cultivar, Mês, Região) determinada pelo teste de Tukey (p<0,05). O coeficiente
de correlação e a sua significância entre as variáveis estudadas foram determinadas por meio
do teste Pearson Product-Moment (p<0,05).
RESULTADOS
Qualidade Interna
A firmeza da polpa das maçãs expostas nos supermercados diminuiu continuamente de
Março a Julho para níveis inferiores a 12 lb e então tendeu a aumentar a patamares de
aproximadamente 14 lb para ‘Gala’ e 15 lb para ‘Fuji’ e ‘Red Delicious’. A redução da
firmeza da polpa ao longo do ano foi mais acentuada em maçãs ‘Fuji’ e ‘Red Delicious’ do
que em maçãs ‘Gala’. A menor amplitude de firmeza da polpa verificada em maçãs ‘Gala’ ao
longo do ano se deve ao fato de que em Março, a firmeza da polpa desta cultivar já estava
baixa.
Este comportamento de redução e aumento da firmeza de polpa gerando janelas de
baixa firmeza da polpa não é surpreendente e pode estar relacionado às logísticas de colheita e
classificação dos frutos. Em função do grande volume de frutos a ser colhido em curto espaço
66
de tempo, parte da produção é inevitavelmente colhida em estádio avançado de maturação,
inapropriado para armazenagem por médios ou longos períodos. Desequilíbrios entre oferta e
demanda e, eventualmente, limitações da capacidade de classificação e empacotamento fazem
com que parte dos frutos colhidos sobre maduros sejam armazenados por períodos superiores
ao seu potencial.
O aumento da firmeza da polpa a partir de Agosto possivelmente está relacionado à
oferta de frutos colhidos precocemente, em estádios ideais de maturação para máxima
conservação pós-colheita, e ao emprego de tecnologias avançadas de conservação, incluído
atmosfera controlada e controle do etileno pelo 1-MCP (SmartFresh, AgroFresh Inc.).
A firmeza da polpa é o atributo de qualidade interna de maçãs que mais se
correlaciona com índices de preferência dos consumidores (Harker, 2001; Harker et al., 2002;
2008). Segundo Kupferman (2010), a firmeza da polpa e a crocância são mais importantes do
que outros atributos de qualidade tais como acidez e o teor de açúcares solúveis. A
preferência dos consumidores aumenta significativamente à medida que a firmeza da polpa
passa de 8 para 14 libras (Harker et al., 2008). Por outro lado, quando os níveis de firmeza são
inferiores a 11 libras, observa-se redução da crocância e da suculência dos frutos e aumento
significativo da incidência de ‘polpa farinácea’ sendo estas características percebidas de
forma negativa pelos consumidores (Harker et al., 2002).
Estudos de Harker et al. (2008), indicam que a firmeza da polpa de maçãs deve ser
superior a 14 libras para máxima aceitação pelos consumidores. Importante notar que a
firmeza da polpa média das maçãs ‘Gala’ foi igual ou inferior a 14 lb ao longo de todo o
período de análises, Março a Dezembro. Assumindo que a variação da firmeza da polpa entre
frutos de cada amostra siga uma Distribuição Normal, mais de 50% das maçãs ‘Gala’
ofertadas nos mercados estudados, apresentavam firmeza da polpa inferior a 14 lb ao longo de
todo o ano.
A menor firmeza da polpa não resulta apenas em menor apreciação sensorial pelos
consumidores. Maçãs com menor firmeza da polpa normalmente apresentam maior incidência
de escurecimento da polpa (Vieira et al., 2013) e são mais vulneráveis a danos mecânicos
(Segatori et al., 2008) e podridões (Zeebroeck et al., 2007). As análises do presente estudo
evidenciam maior incidência de escurecimento da polpa de maçãs ‘Galas’ no mês de menor
firmeza da polpa, em Julho. Adicionalmente, a firmeza da polpa de maçãs ‘Galas’ dos 20
supermercados se correlacionou negativamente com a incidência média de escurecimento da
polpa nos meses de Julho e Outubro. Estudo da variação da qualidade das maçãs ‘Galas’ entre
67
as cinco cidades estudadas também evidencia relação negativa entre firmeza da polpa e
escurecimento da polpa e entre firmeza da polpa e podridões.
A firmeza da polpa média de maçãs ‘Fuji’ foi superior a 14 lb durante a maior parte
dos meses estudados. Exceção ocorreu nos meses de Julho, Setembro e Outubro quando
maçãs ‘Fuji’ apresentaram firmeza da polpa média inferior a 14 lb. De maneira geral, maçãs
‘Fuji’ exibem menor perda de firmeza da polpa durante a maturação na planta e durante a
armazenagem (Argenta, 2002; Argenta et al.; 2010). Mesmo assim, maçãs ‘Fuji’ podem ser
rejeitadas pelos consumidores devido ao desenvolvimento de sabor e odor diferente do padrão
característico da cultivar, após longos períodos de armazenagem, sobretudo quando os frutos
apresentam menor firmeza da polpa (Varela et al.; 2005).
A firmeza da polpa média de maçãs ‘Red Delicious’ também foi inferior a 14 lb na
maioria dos meses ao longo do ano sendo mínima em Julho, assim como observado para
maçãs ‘Gala’. Maçãs Red Delicious são as mais produzidas na América do Norte há muitas
décadas. No entanto, pomares de maçãs dessa cultivar têm sido substituídos por pomares de
cultivares de maçãs tais como Fuji que exibem maior conservação da firmeza e suculência
após a colheita (Harker et al.; 2008).
O Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Maçãs (Instrução Normativa no
5) determina que para serem comercializadas, as maçãs ‘Gala’ e ‘Red Delicious’ devem
apresentar firmeza da polpa superior a 9 lb enquanto as maçãs ‘Fuji’ devem apresentar
firmeza da polpa superior a 10 lb (Brasil., 2006). Considerando a variabilidade de firmeza da
polpa entre os frutos, se verifica que parte das maçãs ‘Gala’, disponíveis nos mercados entre
Junho e Julho, apresentava firmeza da polpa inferior ao limite determinado pela norma.
Apesar das maçãs analisadas nesse estudo frequentemente apresentarem firmeza da polpa
superior ao limite mínimo tolerado pela Instrução Normativa no 5 (Brasil., 2006), o tema
padrões mínimos de qualidade de maçãs expedidas para o mercado deve ser continuadamente
debatido pelo setor produtivo em resposta ao crescente aumento da produção nacional de
frutas, ao aumento das exigências dos mercados e consumidores e aos estudos de que indicam
preferência dos consumidores por maçãs com firmeza da polpa superior a 14 lb (Harker et al.,
2008).
O presente estudo identificou que o conteúdo médio de sólidos solúveis (SS) nas
maçãs expostas nos supermercados foi superior a 12%, para as três cultivares estudadas, em
todos os meses analisados. Exceção ocorreu para a ‘Gala’ em abril, quando o conteúdo médio
de SS foi inferior a 12%. Embora a firmeza da polpa de maçãs seja o atributo de qualidade
interna de maior aderência à preferência dos consumidores, o conteúdo de SS também se
68
correlaciona com índices de preferências pelos consumidores (Harker et al., 2008). Pesquisas
desenvolvidas no Reino Unido demonstraram que os consumidores podem ser divididos em
dois grandes grupos: os que preferem maçãs firmes e doces (com alto teor de SS) e aqueles
que preferem maçãs ácidas. Todavia, segundo Harker et al. (2002) para assegurar qualidade, o
conteúdo de SS de maçãs deve ser igual ou superior a 12%. Segundo Kupferman (2010),
consumidores não gostam de maçãs com elevado conteúdo amido e baixo conteúdo de SS.
Qualidade externa:
Maçãs são classificadas, antes do empacotamento, por categorias (CAT 1, CAT 2 e
CAT 3) seguindo o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Maçãs (Brasil, 2006).
Essa classificação se baseia em aspectos estéticos externos tais como coloração e a ocorrência
de distúrbios ou defeitos de formação.
A categoria média das maçãs ‘Gala’ coletadas nos supermercados variou de 1,6
(máxima qualidade) a 2,0 (mínima qualidade) ao longo do ano. A categoria de maçãs ‘Fuji’
coletadas nos supermercados foi semelhante às de ‘Gala’ para vários meses, exceto para o
mês de Novembro, quando a categoria média das maçãs ‘Gala’ ofertadas nos supermercados
foi inferior (maior qualidade) a de ‘Fuji’ (p<0,05). A categoria de maçãs ‘Red Delicious’
variou menos que as categorias de maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’, permanecendo entre 1,4 e 1,8 ao
longo do ano. Apesar dessa menor variação, a categoria de maçãs ‘Red Delicious’ não diferiu
estatisticamente (p<0,001) da categoria de maçãs ‘Gala’ ao longo do ano e foi menor (melhor
qualidade) em relação a maçãs ‘Fuji’ nos meses de Março, Maio, Outubro e Janeiro.
Em 40 a 56% das visitas aos supermercados onde foram coletadas as amostras de
maçãs, foi possível identificar a embalagem (origem) dos frutos expostos na gôndola. Isso
permitiu comparar a categoria dos frutos expostos no ponto de comercialização e a categoria
dos frutos no momento da expedição no local de empacotamento. Os resultados indicam que
há perda significativa da qualidade (aumento da categoria) entre o ponto de expedição das
maçãs, nos parques de classificação e empacotamento e o momento de exposição comercial
aos consumidores. Essa perda de qualidade pós-empacotamento foi evidente para as três
cultivares, ao longo de todo o ano, exceto para ‘Gala’ que ocorreu principalmente no 2º
semestre do ano.
A qualidade das maçãs expostas nas gôndolas dos supermercados variou em função da
região de comercialização, dependendo da cultivar. Maçãs ‘Fuji’ expostas nas gôndolas dos
supermercados das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte apresentaram
menor categoria (maior qualidade) que aquelas comercializadas nas cidades de Curitiba e
69
Recife. De forma semelhante, a categoria de maçãs ‘Galas’ expostas nas gôndolas foi máxima
(mínima qualidade) nos supermercados de Curitiba e mínima (máxima qualidade) nos
supermercados do Rio de Janeiro. A categoria de maçãs ‘Red Delicious’ não variou
significativamente em função da cidade. A análise da categoria média das maçãs por cidade
também evidenciam a perda da qualidade (aumento da categoria) entre o ponto de expedição
das maçãs nos parques de classificação e empacotamento e o momento de exposição
comercial aos consumidores. A depreciação da qualidade (aumento da categoria) das maçãs
das três cultivares analisadas, após o empacotamento, foi associada ao elevado índice de dano
mecânico. A incidência de maçãs com danos mecânicos nas amostras analisadas variou de 13
a 50% dependendo da cultivar e época de análise sendo que a maior incidência foi observada
em Agosto com destaque para a cultivar ‘Red Delicious’ (50%) seguida pelas cultivares Gala
e Fuji (45%). A correlação entre dano mecânico e a categoria das maçãs foi significativa para
as três cultivares. Resultados das análises de correlação também indicaram que a ocorrência
de danos mecânicos foi associada negativamente a firmeza da polpa dos frutos. Segundo
Segatori et al. (2008), o risco de desenvolvimento de dano mecânico aumenta com a redução
da firmeza da polpa.
O dano mecânico caracteriza-se pela deformação da superfície dos frutos, sem
rompimento visível a olho nu da epiderme, provocado por batidas, vibrações e compressão
dos frutos em diferentes etapas da colheita ao empacotamento e da expedição a partir dos
parques de armazenagem, classificação e empacotamento até a exposição aos consumidores,
nos supermercados. A ocorrência de dano mecânico deprecia a aparência externa dos frutos e
aumenta o risco de contaminação por fungos e bactérias quando há indução de
microrrachaduras da epiderme (Zeebroeck et al., 2007). Embora as perdas da qualidade por
danos mecânicos ocorram, em grande parte, após o empacotamento, durante o transporte e
comercialização, ela afeta o retorno financeiro da cadeia produtiva como um todo.
O Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Maçãs (Brasil, 2006) prevê
tolerância de até 1 cm2, 2cm2 e 5cm2 para maçãs CAT 1, CAT 2 e CAT 3, respectivamente.
Assumindo que as empresas empacotadoras estejam seguindo as normas legais de
classificação, pode se inferir que a maior parte dos danos mecânicos descritos no presente
estudo resulta de práticas inapropriadas de carregamento, descarregamento, transporte e
manuseio das maçãs nos entrepostos e nos supermercados. Destacam-se o transporte não
refrigerado a longa distância por estradas mal pavimentadas, descarregamento e
empilhamento manual das caixas nos entrepostos e nos supermercados, descarregamento a
granel dos frutos nas gôndolas por operadores dos supermercados, manuseio irregular pelos
70
consumidores ao escolher os frutos nas gôndolas, etc. Frequentemente a altura de
empilhamento de caixas nos caminhões e nos entrepostos de comercialização do atacado,
excede a recomendação dos fabricantes das embalagens, resultando em rompimento da coluna
das embalagens e compressão das frutas das camadas inferiores.
Além dos danos mecânicos, as altas temperaturas de estocagem dos frutos nos
entrepostos e supermercados contribuem para o aumento da sua categoria (redução da
qualidade) antes de serem consumidas. Neste estudo, constatou-se que a temperatura da polpa
média dos frutos na gôndola dos supermercados foi sempre superior a 17oC. Ao longo dos 11
meses de amostragem, encontrou-se maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ expostas em ambiente refrigerado
em apenas de 12,5% dos expositores analisados. A temperatura é o fator que mais afeta as
reações biológicas relacionadas à maturação e senescência dos frutos e o crescimento de
fungos patogênicos (Wills et al., 1998). Kupferman (2010) examinou a deterioração da
qualidade de maçãs transportadas para diversas cidades dos Estados Unidos a partir do estado
de Washington e notou que na maioria dos casos os frutos chegaram aos mercados em boas
condições, exceção ocorreu para aqueles que foram transportados sob temperatura ambiente,
não refrigerada. Portanto, a manutenção da cadeia de frio após o empacotamento, durante o
transporte e comercialização, é fundamental para manutenção da qualidade de maçãs.
A qualidade das maçãs expostas nos supermercados também foi negativamente afetada
pela extensão de tempo entre o empacotamento da fruta e o seu consumo. O tempo médio
entre a data de embalagem dos frutos e a sua exposição nas gôndolas dos mercados foi de 28,
17 e 55 dias para maçãs ‘Gala’, ‘Fuji’ e ‘Red Delicious’, respectivamente. Os maiores
intervalos entre a data de empacotamento e exposição dos frutos nas gôndolas dos mercados
foram de 58 dias em Novembro para a ‘Gala’, 45 dias em Abril para a ‘Fuji’ e 95 dias em
Novembro para a ‘Red Delicious’. Esse resultado é particularmente importante porque em
nenhum dos supermercados, onde foi possível anotar a temperatura da sala de estocagem (40
a 50% das visitas), a temperatura do ambiente foi inferior a 15oC.
Vários fatores podem contribuir para o alto intervalo de tempo entre a data de
embalagem dos frutos e a data de exposição nas gôndolas. Destaca-se a distância entre o local
de produção e os pontos de comercialização dos frutos e, principalmente, a estocagem de
maçãs por mercados atacadistas ou grandes redes de supermercados que possuem entrepostos
de distribuição para as lojas. A compra de grandes quantidades de frutas em uma só vez pelos
atacadistas e grandes redes de supermercado possivelmente favorece a obtenção de baixos
preços, enquanto a manutenção de ‘estoque regulador’ reduz a pressão de comprar a qualquer
preço para evitar descontinuidade da exposição de frutas nas lojas. Adicionalmente, em
71
alguns casos, frutos de determinada cultivar, categoria e tamanho podem permanecer
empacotadas no local de produção, nos parques de armazenagem, classificação e
empacotamento, por maior tempo devido a menor demanda do mercado por tal fruta.
A incidência de maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ com sintomas de podridões, nas gôndolas dos
supermercados, aumentou expressivamente ao longo do ano, especialmente a partir do mês de
Junho. Entre Junho de 2010 e Janeiro de 2011, a incidência de maçãs com podridões nos
supermercados foi máxima para ‘Fuji’ e mínima para ‘Red Delicious’. Em ‘Fuji’, a incidência
de podridões variou de 12 a 20% entre Novembro de 2010 e Janeiro de 2011, enquanto a
incidência de maçãs ‘Red Delicious’ com sintomas de podridões se manteve estável abaixo de
5% ao longo de todo o ano. As diferenças entre maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ quanto à incidência de
podridões observadas nesse estudo estão de acordo com as observações de que maçãs ‘Fuji’
são mais susceptíveis a podridões que maçãs ‘Gala’(Sanhueza et al., 2006).
A incidência de maçãs com sintomas de escaldadura superficial nos supermercados foi
observada para a cultivar ‘Fuji’ e excepcionalmente no mês de Outubro para a cultivar ‘Red
Delicious’. Em maçãs ‘Fuji’, a incidência de escaldadura superficial ocorreu a partir de
Setembro sendo máxima em Janeiro.
Preço:
A variação sazonal dos preços se relacionou claramente aos períodos de maior (safra)
e menor (entre-safra) oferta de maçãs pelos produtores. Os preços de venda das maçãs nos
supermercados aumentaram gradativamente ao longo do ano atingindo valores máximos nos
meses de Novembro e Dezembro para ‘Gala’ e ‘Fuji’. Os preços também permanecem
elevados para ‘Fuji’ nos meses de Janeiro a Março. Os preços de maçãs ‘Red Delicious’
variaram menos que os de ‘Gala’ e ‘Fuji’ ao longo do ano e foram máximos nos meses de
Janeiro a Abril. A categoria das maçãs das três cultivares permaneceu estável ou aumentou
levemente ao longo do ano, significando que houve leve redução da qualidade externa das
maçãs expostas na gôndola, ao longo do ano. Por isso, a análise dos dados de variação dos
preços nos supermercados e da qualidade dos frutos expostos nas gôndolas em função do mês
indica que os preços foram mais relacionados à sazonalidade da oferta que à qualidade dos
frutos. No entanto, houve correlação significativa entre preço e incidência de cor vermelha
para maçãs ‘Galas’ e ‘Fujis’. Adicionalmente, houve correlação significativa entre preço e
categoria para maçãs ‘Fujis’ quando os dados foram analisados separadamente para cada mês
de amostragem dos frutos.
72
A ausência de correlação entre preço e categoria dos frutos nas gôndolas não significa
necessariamente que os preços de venda das maçãs pelos produtores (empacotadores) não
tenha sido relacionada à categoria. A ausência de correlação entre preço e categoria dos frutos
nas gôndolas possivelmente está relacionada ao aumento da categoria (redução da qualidade)
das maçãs após a expedição no ponto de empacotamento, especialmente devido à alta
incidência de danos mecânicos. Importante notar que houve correlação significativa entre
danos mecânicos e categoria das maçãs expostas na gôndola dos supermercados.
Curiosamente, os preços de venda das maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ aos consumidores,
aplicado nos supermercado, variaram ao longo do ano precisamente com a mesma tendência
da variação dos preços aplicados pelo setor produtivo das maçãs. Isso significa que os preços
aplicados nos supermercados foram mais relacionados aos preços de venda pelos
empacotadores que a categoria dos frutos nas gôndolas. O preço pago ao produtor
(empacotador) normalmente varia em função da categoria sendo os maiores preços obtidos na
categoria 1 (frutos com mais de 50% de cor vermelha).
Os dados do presente estudo também mostram a grande diferença dos preços aplicado
na venda ao atacado e supermercados e na venda aos consumidores. Aparentemente, a
manutenção dessa diferença de preços aplicados pelo setor produtivo e pelo varejo está
relacionada, em parte, a relação excessivamente alta entre número de empresas de venda de
maçãs no setor produtivo e o número de empresas compradoras de maçãs no atacado e varejo
(Pérès, 2009), além dos elevados custos relacionados ao transporte, distribuição, serviços de
comercialização e às perdas por deterioração durante essas fases.
Segundo Harker et al. (2001), a escolha dos consumidores por maçãs baseia-se na
relação preço e qualidade sendo que a qualidade é mais importante do que os preços. Quando
o preço de maçãs aumenta no mercado, os consumidores podem substituir a compra de maçãs
por outras frutas, especialmente se elas não tiverem com alta qualidade (Harker et al., 2003).
Isto evidencia que a competição no mercado inter-cadeias produtivas de frutas possivelmente
é tão grande quanto à competição intra-cadeia produtiva de frutas.
O aumento da qualidade e o apelo aos valores nutricionais das frutas são algumas das
importantes estratégias para aumento do consumo de frutas e competição frente às cadeias
produtivas de produtos industrializados e guloseimas (Harker et al., 2003). A saúde continua
sendo o principal fator que influência os consumidores a escolher frutas nos mercados.
Contudo, se o gosto não for bom, a compra não é repetida, independente de quão saudável
seja a fruta (Harker, 2001). Isto sugere que o aumento do consumo de maçã pode ser
estimulado pelo aumento da qualidade dos frutos ofertados.
73
RECONHECIMENTO
O presente estudo foi financiado pela AgroFresh Inc., Dow AgroSciences.
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75
EXPERIENCES OF WASHINGTON GROWERS IN IMPROVING FRUIT QUALITY
Eugene M. Kupferman1
The goal of my presentation is to provide growers and other fruit industry personnel of
Brazil with insights into the experiences of Washington State growers with methods to
optimize apple quality.
INTRODUCTION
The experiences of Washington growers must be considered keeping in mind that the
structure and culture of that industry may be different than that in Brazil. Thus it serves to
spend couple of minutes orienting ourselves as to the situation in Washington.
The Washington State apple industry is the largest in the USA due to climate which is
dry, cold in winter and uniformly warm in summer with cold nights in the fall which promote
red color development. The industry is located on the eastern edge of the Cascade mountains
about 2 hour drive from Seattle. It has been in existence for over 100 years.
Growers have planted extensive desert land to orchards with the largest orchard about
2000 hectares. Many varieties have been attempted with varying degree of success. Red
Delicious accounted for over two thirds of the production for many years, but has now
declined to less than one third since consumers have found this fruit to be often soft and
mealy and lacking in flavor. Recently the price of Reds has risen due to improved quality for
reasons I will discuss later. The variety mix has broadened over the last 10 years to include
many which were unknown just a few years ago such as Honeycrisp, Ambrosia, Akane,
Minneiska, Jazz, Pinata and Pacific Rose. These newer varieties are more profitable than Red
Delicious.
Along with changes in varieties, the structure of the industry has also changed. Just 25
years ago there were around 6,500 growers bringing fruit to about 140 packinghouses. Today
there are less than one-third as many growers bringing fruit to 20 large storage/ packing
operators. The industry had been made up of cooperative packing operations in which small
growers own the company but now there is only one cooperative left. The typical business
model is vertically structured with a single family owning large orchards, a storage and
packing facility and marketing organization. There is little place for small growers.
1
Dr. Professor Emeritus, Washington State University, USA
76
On the other side of market chain is the distributor/retailer. In the US there are fewer
small grocery stores and many large supermarkets than 20 years ago. Small stores are
differentiating themselves by providing local or organic products. Supermarkets are looking
for a consistent product supplied year round at low cost. When a salesperson/marketer sits
across from a produce buyer representing 1,000 – 1,500 stores the conversation today is very
different. Price, consistency of appearance and year round supply is most important.
WHAT IS QUALITY
The term quality is defined very differently by each sector of the industry. Some
definitions include: ‘right food in the right market at the right price at the right time’ or ‘high
quality fruit at optimum price’, or ‘uniformity of fruit in a box, a container’. Quality can be
used to describe variety (Honeycrisp vs Red Delicious), yield, fruit size or resistance to
preharvest/postharvest problems, etc.
The studies described earlier today have shown that consumers are willing to pay a
higher price for fruit that has optimum appearance and taste, but at what cost in yield and
collage? Retail price is only one indicator of profitability and economic success. Discussions
and debates on quality often do not meet with agreement because there is no common
definition: are we considering profitability, or consumer acceptance?
For example, quality for a supermarket is an Anjou pear that is hard and green so the
fruit can withstand handling. On the other hand the consumer wants Anjou pears that are
buttery and juicy.
GRADE STANDARDS
The US Federal government developed descriptors of fruit quality (appearance, size,
firmness, and cleanliness) to have a common set of descriptors for market purposes across the
country. These are called Federal Grade Standards. There are inspectors stationed in
packinghouses to certify that the fruit meet these standards. There are a set of standards for
international shipments and others to certify the fruit has been stored in Controlled
Atmosphere.
Washington growers recognized early that a higher uniformity of product designation
was necessary for their apples so they developed standards for Washington apples and in 1915
they were placed within those of the Federal government. The Washington apple grade
standards are stricter than those of the Federal Government.
77
Starting from the strictest to the most liberal these standards are: Washington Extra Fancy, US
Extra Fancy, Washington Fancy, US Fancy, US No. 1 and the least US No 1 Hail.
As usual there is a clash between those who want to put aside the legal Grade
Standards for a more liberal agreement between buyer and seller. After all if there is
agreement between these two why should the government enter into the negotiation? Backers
of the legal structure point out that the Washington apple logo is one of the most recognized
marketing symbols worldwide and the establishment and support of the logo has been both
long term and costly. Detractors of the Grade Standards point out that each one of the large
apple companies has their own logo and marketing program which is distinct from every. The
shippers assert that lumping their fruit in the marketplace just brings everyone down to the
lowest level.
As Washington moved into new apple varieties there was an attempt by some to
develop Grade Standards specific to each variety based in part on (formal and informal)
consumer evaluations. This was an attempt by concerned growers to develop a high bar for a
new variety. On the other side, marketers and packers pointed out that this would only hinder
sales of a new variety as they had no confidence in the data and more importantly they wanted
to have the freedom to develop standards based on unique experiences in the marketplace
with each variety. And this is where the stalemate is at the moment. The Federal and
Washington State grade standards and inspections are ongoing, but they are pretty general and
often only address minimum standards rather than goals to guarantee that every apple in the
marketplace will be an edible apple.
ALTERNATIVES TO GRADE STANDARDS TO IMPROVE QUALITY
1)
Improved orchard practices – including the proper variety selection. Growing and
proper harvest management are the real keys to building a better fruit. Proper preharvest and
harvest maturity management are keys to postharvest success. We need to build stronger fruit.
2)
Technological advances – improved temperature management in storage, handling
and shipment. Use of Controlled Atmosphere and SmartFresh are postharvest methods that
hold fruit quality. They do not improve quality.
3)
Demands by Retailers – some growers consider that their most important client is the
person who places the order and writes the check (the retailer or wholesaler). The retailer is in
a strong position to define quality and dictate conditions. Examples of retailer demands are:
78
packaging, fruit color, uniformity in box and day to day, wax, absence of disease or
discoloration. Only by having fruit that the retailer is willing to display can it be sold. In
cherries, sorting has needed to be mechanized to the point that in some packing plants every
individual cherry is evaluated electronically for size, color and blemish - due to demands by
retailers.
4)
Demands by the Consumer – at first glance these are people who should have the
strongest voice in fruit quality and in some cases they have made their voices heard forcing
higher quality products. In cherries, large displays of cherries showed retailers that consumers
are not willing to buy small fruit. Recently consumers have refused to buy cherries in bulk
displays due to sanitary reasons and this gave rise to clam shell packing, multiple apples in
rigid plastic trays or perforated grape bags. This has forced new methods of sorting fruit.
Consumers turned away from Red Delicious due to soft, tasteless but beautiful fruit. This
gave rise to the planting of new apple varieties, increased planting of cherries, increased
production of wine grapes and the rise of the wine industry in Washington.
The Fuji apple was developed in Japan for people who like a very sweet apple. It is
often served peeled and sliced and eaten with toothpicks for dessert. I was interested in
learning when I was in Japan that there are two kinds of Fuji apples the first a sweet treat as I
just described and the second with a bit of acidity in spring after Controlled Atmosphere to
give a more tart taste of early springtime. This second type of Fuji is harvested earlier than the
sweeter one and stored to keep that higher acidity. Finally, optimum fruit size is complicated.
I understand that in Brazil the consumers in the southern part are said to prefer larger apples
than those in the northeast. Every apple variety has a genetically determined optimum size.
For example, Gala are a small apple variety while Fuji were selected for their larger size.
Growing large Galas has resulted in weak, watery fruit of limited storage life and marketing
potential late in the season. Similarly, growing small Fuji apples results in an apple with very
weak aroma, tough flesh and poor color. Consumer demand falls off when they experience
fruit of size that is not compatible with its genetics.
5)
Changes due to Competition – Competition naturally force an organization to deal
with ways to optimize efficiency and quality to optimize profitability. Due to climate, growers
in Washington State were able to grow a Red Delicious with 5 defined lobes, full red color
and large size. These fruits naturally have a distinct length to width ratio so they are not
round. In the other parts of the US, Red Delicious is more round, less red and not as crisp…
79
until the industry developed ReTain to promote these attributes. An alternative to the use of
the chemical is to change to different varieties and so Honeycrisp was born in the mid-West
and now it is being planted in Washington in great numbers. Climate in Washington results in
a Pacific Rose that looks more appealing than those grown in its native country, New Zealand.
6)
Reduced Players – the reduction in the number of orchardists in Washington has led
to a much more uniform product of higher quality. Those with orchards in poor locations,
climate or poor tree management are out of business. Similar situation exists as a result of the
consolidation within the postharvest industry. Tighter controls of postharvest practices are in
place due to both improved expertise and capitalization. Weak fruit are identified earlier and
more sophisticated marketing programs are developed. The final policemen in this chain are
the retails/distributors who focus on optimization, which does not always lead to higher
quality but does lead to optimization as more professionalism it brought into play.
IN SUMMARY
The first step in having high quality fruit is to grow high quality fruit. Harvest maturity
is closely focused on fruit quality and postharvest practices are up-to-date and implemented in
an appropriate and timely fashion with attention to the needs and capability of the fruit. Grade
Standards are a legal method for evaluating fruit and has its role in a modern apple industry
where buying and selling is done on the internet or by phone. It allows for a common
language resulting in a common set of expectations. It does nothing to improve the quality of
an individual apple. Finally, listening to your retailers and consumers keeps everyone up-todate on what the future looks like. After all we are in the food business, along with
McDonalds and the newest fancy restaurant...if it does not taste good they will not come back
for a second helping.
80
USING CONSUMER INSIGHTS TO BUILD PROFITABILITY FOR THE APPLE
INDUSTRY
Roger Harker1
Sensory and Consumer Science is one of the disciplines that can help the fresh
produce sector identify opportunities for profitable industry growth. There are two broader
topics that will be considered: (1) understanding the factors that influence purchase of fruit
and consumption in the home and (2) understanding how eating quality can help increase
consumer demand for fruit. Dr Roger Harker will outline some of his team’s research on these
topics with a particular focus on what the results mean for the apple industry.
CONSUMPTION IN THE HOME
Consumers have wide range of fruit to choose from, with the international market in
traded fruit being dominated by apple, banana and citrus. Few studies have considered why a
consumer would select one over another, but the majority of consumers purchase many
different types of fruit that they simultaneously hold in inventory in their homes. Consumers’
reasons for purchasing fruit include liking for the flavour, appreciation of the potential health /
wellness benefits, and protection against specific illnesses. Barriers to purchase and
consumption are perhaps more important and include high price, risk that fruit will deteriorate
before it is eaten, and lack of convenience. Convenience factors relating to fruit include no
preparation or clean up, ease of handling, variety of uses, suitable for the entire family,
consistent and high availability. Apples clearly tick many of the boxes for convenience for
consumers and it is likely that this is the reason it is such a popular category of fruit. Even so,
international research suggests that many consumers regularly buy apples, but fail to eat them
and end up throwing away a significant proportion of purchased apples at the end of each
week. In many parts of the world consumers continue to struggle to eat the recommended
daily intake of fruit. Consumers that succeed seem to have identified eating opportunities that
fit into their daily routine; for example, some fruits are more easily incorporated into the diet
through inclusion in a breakfast menu. Recent studies have identified that research should
consider consumption from the viewpoints of the product, the person and the situation. For
the fruit industry, it is the appreciation of the role of the ‘situation’ in determining what type
1
Dr. The New Zealand Institute for Plant and Food Research Ltd. Private Bag 92169, Auckland 1142, New Zealand. Email:
[email protected].
81
of fruit is eaten that may be an important new insight. Studies have shown that situations such
as eating fruit in a car, at home on your own, when entertaining friends or at work with your
boss can all have an impact on what type of fruit is selected and how much a consumer is
willing to pay for it. For the apple industry the knowledge of consumers and fruit
consumption offers the possibility of high value niche and mainstream opportunities to
promote increased consumption of apples.
EATING QUALITY
The opportunities described above invoke the need for marketing, branding and
advertising. However, there is another route to increased industry profitability and growth,
which involves a commitment to delivering superior quality fruit to consumers. There are a
number of examples where this strategy has worked through the release of new ‘better’ tasting
cultivars and/or through imposing higher grade standards for fruit quality. In our experience
these work best when the growers are provided with tools to improve the eating quality and
are rewarded financially when they achieve these standards.
Before embarking on a strategy to improve the eating quality of your fruit, one
question that needs to be asked is what level of evidence is needed to convince industry of the
scale of the opportunity they are pursuing. Each consumer methodology has its own set of
biases, for example in survey questionnaires consumers often over-report behaviours that are
socially prestigious. We have used a range of methodologies that involve consumers tasting
fruit and providing responses in terms of how much they like the product, how acceptable it
is, and their willingness to pay for the product.
Measurements of liking (e.g. answering the question: How much do you like the fruit?
using a scale from ‘dislike extremely’ to ‘like extremely’) are intuitive for consumers and
involve a holistic synthesis of complex sensory inputs – consumers seem to be better at this
than identifying individual components of what they like or dislike (e.g. sweetness, acidity,
flavour). In more complex consumer methodologies such as ‘conjoint analysis’, information
on liking can then be combined alongside factors such as fruit size and price to establish
which are more important and how much someone will pay for fruit of a particular eating
quality. It is always good to anchor consumers’ decisions in reality, for example by allowing
them to take fruit home that reflects their decision. Using such conjoint methods we have
found that factors such as taste and price are much more important drivers of willingness to
purchase than visual cues such as fruit size.
82
Another approach is popularly known as an ‘experimental auction’ and usually
involves consumers bidding to exchange one product for another. There are specific sets of
rules as to how the auction is run, but the consumers who win the auctions are forced to pay
and exchange goods, which evokes a strong sense of reality within the experiment. Using
experimental auctions we have successfully demonstrated the value of novel fruit over
standard fruit and how consumers may have emotionally-based as well as taste-based
understanding of apple quality.
INSTRUMENTAL PREDICTION OF EATING QUALITY
While the research on fruit described above is very consumer-centric, it has to be
anchored in good postharvest knowledge and robust instrumental measurements of quality.
The apple industry uses a number of instrumental predictors of quality that can be applied at
harvest and/or as the fruit are released from storage into the supply chain and eventually onto
the retail sector.
Aspects of fruit quality that are known to affect consumer liking scores include
firmness (generally measured using a puncture test), sugar content (generally measured as
soluble solids concentration; SSC using a refractometer), and acidity (generally measured by
titration; TA). Firmness has been widely found to positively relate with eating quality – the
firmer the apple the more consumers will like it. Generally the firmer apples are perceived by
consumers as crisp, crunchy and juicy. Recognition of the importance of firmness has led to
widespread introduction of quality standards defining minimum acceptable firmness values as
well as a series of new cultivars which are firmer.
The sweeter a fruit is, the more it is liked by consumers and this also tends to also be
the case with apples. In our experience, SSC seems to modify slightly predictions of liking
based on firmness. SSC is often included in regulations on minimum standards of quality.
While consumers generally respond positively to apples that are crisp, juicy and sweet, there
is a diversity of responses to acidity. Some consumers prefer sweet and high acid apples;
others prefer sweet and low acid apples and some consumers like both categories of apples.
Preferences for acidity seem to be influenced by cultural expectations and TA specifications
should probably be applied only for specific cultivars.
Measurements such as firmness, SSC and TA are relatively good predictors of the
sensory experience delivered to consumers. Regulations based on these measurements are
generally applied at harvest (although regulations may vary widely from country to country)
or are imposed on fruit companies by importers, wholesalers and retailers further down the
83
supply chain. Our research has focussed on the development of eating quality predictors that
can be applied earlier in the production-to-harvest-to-storage sequence and, associated with
these measurements, a set of tools that allow growers to modify their product profile during
fruit development on the tree.
DRY MATTER CONCENTRATION A NEW QUALITY INDEX FOR APPLES
Dry matter concentration (DMC; dry weight as a percentage of fresh weight of tissue)
is a good example of these newer quality indices; it has been used to predict eating quality in
a number of different fruits including kiwifruit, stonefruit, avocados and more recently apples.
The measure has a particular advantage for fruit that contain significant amounts of starch at
harvest because DMC is often closely related to starch concentration, and the starch breaks
down to sugar during storage and ripening. However, DMC is more reasonably considered as
a complex, but holistic measure of the transfer of all photosynthates and minerals from the
tree to the fruit. DMC has been shown to predict consumer liking of apples and is starting to
be used by some companies as a quality index.
CONCLUSION
To be successful and profitable the fruit industry needs to focus on delivering products
that meet consumer demand for good eating quality. There are a number of measurements that
can be used to predict eating quality and which can be used to help growers meet consumer
needs and consequently increase the demand for fruit. Implementation of these types of
targets for eating quality are more straightforward when there is good up-front evidence of the
benefits to industry and a set of production and postharvest tools that can be used to ensure
everyone can meet the standards.
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Palmer JW, Harker FR, Tustin DS, Johnston J 2010. Fruit dry matter concentration: a new
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85
WILLINGNESS-TO-PAY FOR APPLE FRUIT QUALITY FROM CONSUMERS A
COMPREHENSIVE APPROACH OF WHY QUALITY IS IMPORTANT
Karina Gallardo1
BACKGROUND
The U.S. is the second largest producer, in volume, of apples in the World with 4.3
million tons, ranking after China with 36 million tons (U.N. Food and Agriculture
Organization, 2011). On average from 2000 to 2010, there were about 152,000 bearing
hectares for apple production. For the same period, the mean annual per capita consumption
of apples in the U.S. was 8 kg. Of all apples produced in the United States, 64% (2.7 million
tons) is marketed as fresh, while 36% (1.5 million tons) is marketed as processed. The mean
return for U.S. apple producers was $0.59/kg and $1.37/ton for the fresh and processing
market, respectively (U.S. Department of Agriculture, 2011).
The State of Washington accrues the largest volume of apple production in the United
States, with 2.95 million tons (72% of all U.S. apple production) valued at 2.2 million dollars
(U.S. Department of Agriculture, National Agricultural Statistics Service, 2013). During
2010-11, the apple industry contributed to the Washington economy by an estimated $7.02
billion in direct, indirect, and induced economic activity. The apple industry accounted for 59,
650 jobs and total annual employee compensation of $1.95 billion (Globalwise Inc., 2012).
Despite the importance of the apple industry to the U.S. economy, apple growers face
challenges that might hinder the economic sustainability in the long run. The challenges
include increasing input costs, in special labor, stagnant domestic demand, and increasing
competition from other fruits and snacks. In this context it is important to the apple industry
to focus on the issues that would ensure long-term competitiveness. There is evidence, from a
vast number of studies, and sales observations, that improved fruit quality, leads to premium
(or higher) prices. In this seminar, I will present results from a production cost study done in
Gala apples in 2009, an assessment of fruit quality, and a review of willingness-to-pay
studies, including my own research.
1
Assistant Professor Extension Specialist. School of Economic SciencesWashington State University.
86
WASHINGTON APPLE PRODUCTION COSTS
Since the first commercial plantings of Gala apples in the 1980’s, the popularity of this
cultivar has grown exponentially. Bearing acres of Gala variety in Washington State have
increased substantially from 230 acres planted in 1986 to 32,780 acres in 2011. Gala is the
second largest cultivar grown in Washington, following the traditional variety and still
dominant in bearing acreage, Red Delicious.
The data used in the Gallardo, Taylor and Hinman (2012) study were obtained from a
group of Washington fruit growers who have experience growing Gala apples. Their
production practices and requirements for labor, equipment, and supplies are the basis for the
assumptions used in this study and represent what this group of fruit growers considers to be
the latest developments in apple production methods. The primary value of the cost of
production studies is the identification of the typical practices and corresponding costs of a
modern, well-managed Gala apple orchard in Washington State (Gallardo, Taylor, and
Hinman, 2012).
The production cost estimates in the presentation give a snapshot of the ever- changing
economic conditions that affect Gala apple production in the U.S. Pacific Northwest. Given
the set of assumptions in the study, it was estimated that the cost of production for a five-year
old Gala block was $25,581/ha. This estimate includes variables costs such as pruning,
chemical applications, harvest, and machinery repairs. It also includes fixed costs such as
depreciation on capital, overhead, and the interest to account for the cost of using the orchard
assets for Gala production as opposed to alternative activities. Note that these costs do not
include packing costs. When packing costs are included, costs increased considerably by
about 50%, changing expecting returns (Gallardo, Taylor, and Hinman, 2012).
FRUIT QUALITY
There are three dimensions to quality, search or appearance, experience, and credence.
Search quality is given by the external cues consumers are exposed to. This quality dimension
generates consumers’ first impression and influences the first impulse to buy or not to buy the
fruit. Typically, grades and standards are based on these cues. The experience quality relies
on individuals overall sensory perceptions, because this set of attributes are difficult to
observe by visual inspection alone. It is believed that experience quality attributes are
determinant in assuring repeated food sales, because it is the quality of similar products
bought in the past, that is, one’s previous experiences, that serve as an indicator of present and
future quality (Shapiro, 1983). Several studies have demonstrated that optimal quality
87
characteristics as defined by consumers are associated with willingness to pay premium prices
for fruit. Credence quality requires third party verification because it is not possible to
confirm their presence by simple inspection or after tasting the product. Examples of credence
quality are organic, sustainable, functional, locally grown, among others.
STUDIES INVESTIGATING THE VALUE AND PREFERENCES OF APPLE FRUIT
QUALITY
Manalo (1990) concluded that consumers value apple crispness the most, followed by
size, color and flavor.
Tronstad et al. (1992) found that larger fruit sizes, controlled
atmosphere storage, “Extra Fancy” grades, and summer-months seasonality positively
influenced apple prices. Daillant- Spinnler et al. (1996) discovered British consumers
considered apple texture and taste to be more important than aroma and appearance.
Kajikawa (1998) revealed that Japanese wholesale prices for apples imported from New
Zealand and the U.S. were associated with brix, acid, and juice content. Carew (2000) found
that apple grades, cultivars, storage length, and marketing season were features that
influenced apple prices. Jesionkowska et al. (2006) determined that Polish consumers value
flavor and juiciness the most, followed by sweetness and firmness. McCluskey et al. (2007)
found that a premium of 52.8 cents per kg could be attained if apples had a firmness of at least
62.28 N and 13.5 °Brix. Dinis et al. (2011) emphasized the importance of apple taste,
appearance, smell and origin to consumers’ value of apples. Yue and Tong (2011) found that
quality attributes tartness and sweetness of the apple variety SweeTango® were considered
superior when compared to the Honeycrisp variety.
Also, SweeTango ® crispness and
firmness was considered superior when compared to the Zestar™ variety. Cerda et al. (2012)
determined that the variety Fuji (compared with Royal Gala and Granny Smith), organic
(compared to conventional), and flavor defined as mostly sweet (compared to mostly sour)
were the most preferred apple characteristics by Chilean consumers. McCluskey at al. (2013)
found that consumers in the U.S. Pacific Northwest are willing to pay more for firmness in
Red Delicious than in Gala ($0.582/lbf versus $0.044/lbf), but are willing to pay more for
sweetness in Gala compared to Red Delicious ($0.40 versus $0.37). Also found that Hispanics
in the U.S. are willing to pay less for Galas and more for Red Delicious. In sum, fruit quality
traits affect consumers’ preferences and their willingness to pay price premiums for improved
fruit quality.
It is relevant to this presentation to note the effect of perceived quality given by the
Washington State logo in apples. Quagrainie, McCluskey, and Loureiro (2003) state that
88
prices premiums in apples are good indicators of reputation and they found evidence of a
collective “Washington” reputation. However, the reputation was declining due to declining
perceived eating quality in Washington grown apple cultivars, at the time of the study, 1996
to 1999. The authors recommended that in order to maintain and build on its good reputation,
the apple industry in Washington should consider establishing minimum standards for what
constitutes eating quality in addition to the normal grading. Almost all WA apples are above
the USDA quality standards, however these standards do not include quality attributes such as
flavor and texture.
WILLINGNESS TO PAY STUDIES
In the following slides, I will present results from my own research as part of the socio
economic activities of the project called RosBREED: Enabling Marker Assisted Breeding in
Rosaceae. This is a 4-year project funded by the Specialty Crop Research Initiative of the
U.S. Department of Agriculture National Institute of Food and Agriculture. The mission of
the project is to develop and apply marker-assisted breeding based on improved knowledge of
industry value and consumer preferences, to accelerate and increase the efficiency of
rosaceous cultivar release and successful cultivar adoption. The directors of the project are
Amy Iezzoni from Michigan State University and Cameron Peace from Washington State
University. The focus of RosBREED is fruit quality. The socio economics team goal is to
help accelerate and increase the efficiency of cultivar development and adoption by
identifying valuable breeding trait targets, by objectively identifying important breeding trait
targets and prioritize the most valuable target traits for marker-assisted breeding development.
The socio economics team approach is to elicit values and relative importance for target fruit
quality traits from different entities along the supply chain. This includes, breeders, growers,
market intermediaries operations, shippers, packers, brokers, marketers, processors, and
consumers. We are using a series of surveys to elicit breeders, growers, shippers, and packers,
and consumers’ perceived relative importance and values for apple, peach, strawberry, sweet
and tart cherry quality traits. In this presentation, I will focus only on apples.
Breeders were asked to assign a level of importance on a comprehensive list of genetic
traits on a scale 1-5 (1=very unimportant, 5=very important). Breeders were also asked to
indicate the likelihood of selecting traits that were rated as important or very important for
breeding. Fruit quality traits crispness, juiciness, consistent quality during storage and shelflife at retail were rated as very important and assigned the highest likelihood of inclusion in
the breeding program (Gallardo et al., 2012; Yue et al., 2012)
89
We conducted a series of audience surveys with instant feedback at five apple
producer meetings across the United States. We surveyed a total of 395 apple growers. They
ranked fruit flavor, crispness, firmness, shelf life at retail, and fruit juiciness as the most
important fruit quality traits for a successful apple cultivar. As expected, growing location
and producers’ years of experience impacted the relative importance assigned to traits.
We conducted a mail-in survey to elicit apple, peach, strawberry, and cherry market
intermediary operations (e.g., shippers, packers, brokers, marketers, and processors) ratings of
importance for various fruit quality traits. We obtained responses from 60 apple market
intermediary operations. They indicated that storage life, shelf life at retail, fruit crispness,
fruit flavor, and fruit firmness were the most important fruit traits for their operations. We
also elicited apple market intermediaries’ operations willingness to pay for fruit quality traits.
Apple packers and shippers indicated that they would be willing to pay $0.295/kg, $0.284/kg.,
$0.282/kg., and $0.271/kg., respectively, for an improvement in the fruit quality traits shelf
life at retail from less to more than 1 week, crispness from not to very crisp, flavor from weak
to intense, and external appearance from less to more than 3% defects per lot.
These results increase awareness of the importance of fruit quality traits for the whole
supply chain. This information, we hope, will serve to better inform breeding programs when
developing apple cultivars to focus on the fruit quality traits of maximum value and
importance to the whole supply chain.
CONCLUSIONS
I would like to finalize my presentation with the following ideas to remember. U.S.
apple growers (and, I would venture to say, specialty crop growers everywhere else in the
World) face challenges. From a production perspective, input costs are increasing, being labor
scarcity a real threat. From a demand perspective, there is intense competition from
alternative, “exotic” fruits and snacks. In addition, U.S. domestic demand for apples has been
stagnant for the last two decades. In this context, eating quality plays a preeminent role in
guaranteeing and expanding market share in domestic and international markets.
LITERATURE REVIEWED
Carew, R. 2000. A hedonic analysis of apple prices and product quality characteristics
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92
WORKING WITH CONSUMERS TO DEFINE APPLE QUALITY
Ann Colonna1
In the years I have been working with the food industry to help them define consumer
quality, there has been much work done in our lab with fruit such as apples, pears, peaches
and cherries among many other products. Working with growers, packers, marketers and
retailers, the picture grows clearer only with continual testing of consumer preference in the
field of sensory science. Consumers are constantly changing and becoming more savvy. They
expect their fruit to be beautiful, ripe and flavorful.
There are many different sensory
techniques that one might employ to help define what consumers believe is excellent fruit
quality.
SENSORY TESTING
Sensory testing is a scientific method used to evoke, measure, analyze and interpret
those responses to products as perceived through the senses of sight, smell, touch, taste and
hearing (Stone and Sidel, 1993). It is a set of techniques for the accurate measurement of
human response to foods. Sensory science informs us about how the sensory characteristics
of the item relate to perceived quality and consumer acceptance.
Sensory science is important because many products get to market, have distribution
and then fail soon after. 80-90% of new food products fail within one year of introduction.
Knowing what the consumer desires wasn’t as important when there were fewer products –
now the marketplace is highly competitive.
With the increased emphasis on knowing
customers’ wants and needs, defining the characteristics of food products is an ever growing
responsibility of management, marketing, market research and R&D and is more important
than ever.
Sensory can be used in grading, quality assurance, new product development,
marketing, product maintenance, optimization, category review and as a support for
advertising claims. In marketing a product, it would be important to assess concept appeal,
product expectations, product usage, purchase intent and purchase habits.
Product
maintenance is a critical component of quality control to produce a more uniform and
1
M.S.Sensory Program Manager. Food Innovation Center, Oregon State University.
93
consistent product. It is important to avoid affecting product characteristics or change
consumer acceptance once you have a well-liked product.
FOCUS GROUPS
There are different methods we use in sensory science to understand the consumers’
desires and the most important product attributes. We aim to know what drives liking. At the
beginning stages the sensory scientist might start with focus groups to understand current
attitudes and perspectives about a product category, consumption behavior, identify
motivations or barriers to usage. This is done with relatively small groups of current or
potential users of the product. A moderator probes three to four groups of 10-12 consumers
each about new and existing potential product offerings. Examples we have worked on
include “apple croutons” and freeze dried “pear puffs.” The goal is to understand consumers’
core values, what resonates most with consumers and how they can be leveraged to drive
purchase.
IN-HOME USE TESTING
In-home use testing is a technique, which allows the consumer to use the product in a
normal, everyday setting. The consumer is asked to try the product at home/work for a
designated length of time and then give feedback to the researcher through written ballots or
focus groups. The scientists gain insights into a more realistic assessment of product usage
and frequency.
In the northwest United States, the Pear Bureau Northwest wanted to
introduce consumers to a novel container to see if it would increase pear consumption. Inhome use testing allowed for evaluation of their new “Pear Packer” clamshell packaging for
pears. At the end of the study, consumers were interviewed in focus groups to see if the
portable Pear Packer encouraged them to eat more pears, which it did.
DISCRIMINATION TESTING
At other times, the objective might be to better understand if altered production
practices result in different or better products.
In this case, a technique, with trained
consumers or individuals with average or above average abilities to detect differences, called
discrimination testing might be employed. One might want to compare the sensory qualities
of fruit subjected to different postharvest treatments. For example, there has been much work
done to understand how well 1-MCP might improve the quality of apples. Does fruit from
two treatments differ in flavor? Sweetness? Crunchiness?
To determine if any of these
94
changes are apparent to the consumer, it is first necessary to assess whether they can detect
the difference. Discrimination tests such as the simple triangle test, duo-trio test or 2Alternative Forced Choice test (if there is a known attribute being tested) can be employed to
understand the ability of the consumer to perceive a difference.
CONSUMER TESTING
Once differences have been established, large scale consumer tests might be used to
understand overall liking and what drives purchase intent of products. This tool can assess
personal response to a product and its specific product characteristics such as appearance,
color, size, flavor, sweetness or texture. Consumer testing has proven highly effective in
designing products or services that will sell in a larger quantity or at a higher price.
Companies that excel in consumer testing and knowledge of their consumers better ensure
their overall success.
Consumer testing relies on target market consumers as the test base. For the fresh
apple market, those consumers who are interested in purchasing apples and those who
currently do so are most important. This type of testing involves going into metropolitan areas
and testing in venues with a large population of users or potential users and likers of the
product being tested. It is critical to assess the opinions of the correct population for the
product and to have a large sample size (typically n=100-500 target consumers divided over
three to four cities). Often it is easy to use employees from one’s own company or consumers
from a small town or region, however employees come with their own biases and are too
close to the products. It is vital to get a large enough sample size with consumers who will
have many varied opinions in order to extrapolate that data across a population.
In designing a sensory study, it is important to keep a few key guidelines in mind such
as subjects used, test location, test method, product handling and preparation. Participants
must be pre-screened and recruited. This can be done from a central location facility or in
real time at off-site targeted festivals or stores. The test location must reside in a place where
many target users can be recruited. Ideally, it should have adequate space, privacy for each
consumer, proper environmental controls (lighting, odor, noise), space for product handling,
preparation and an adequate number of test administrators. During testing, consumers must
be separated to avoid response bias. Products must be consistently prepared and served with
consideration of production lot, age, size and storage conditions, among other things, to
ensure reproducible data.
95
APPLES
In the past decade, the Washington State apple industry has invested heavily to assess
what drives consumer acceptance of and preference for apples. These experiments have
largely centered on measuring consumer preference for specific apple eating characteristics
such as firmness, sweetness and tartness. These consumer acceptance measures were
correlated with the instrumental measures of these attributes. These measurements can then be
used in setting quality standards to provide consumers with apples of optimum quality.
The Washington apple industry has spent many thousands of dollars to understand
consumer preferences of their fruit. They understand that sensory science is important to the
bottom line. Selling fruit that consumers don’t like or won’t buy again is bad for business.
Our studies that measured consumer liking of Red Delicious, Gala, Fuji, Golden Delicious
and Braeburn apples and correlated these liking measures against
destructive and non-
destructive measurements, found that firmness is the primary edible quality factor that is
important in consumer acceptance. It was also shown that high soluble solids content and
titratable acidity may result in a higher consumer liking, but only if the apples are also firm.
Our studies measuring consumer preference for fruit treated with 1-MCP
demonstrated that consumers could tell a difference between both MCP-CA (Controlled
Atmosphere) fruit vs. Control CA fruit and MCP-RA (Regular Atmosphere) fruit vs. Control
fruit stored in CA (p<0.01). However, there was no statistically significant preference for any
of the fruit tested: similar numbers of consumers indicated preference for the MCP-CA or
MCP-RA treated fruit (50%) as the Control fruit (40%) with 10% of the consumers indicating
no preference.
Another of our studies focused on Granny Smith apples to determine if consumers
preferred the “blush” apple vs. the all green apple. We found that the green Granny Smith
apple was significantly preferred for appearance and peel color. However, the blush Granny
Smith apple was scored significantly higher on average in the attributes Overall Liking,
Flavor and Sweetness for both the peeled and unpeeled apple trials. The blush Granny Smith
apple was scored significantly closer to “just about right” in the attributes Sweetness and
Sourness/Tartness than the green Granny Smith apple both peeled and unpeeled. There were
no significant differences in the attributes Juiciness or Texture liking. For both peeled and
unpeeled apples, the blush Granny Smith apple was significantly preferred overall.
96
PEARS
Our consumer studies with pears looked at the ideal firmness and soluble solids levels for
preferred eating quality. Consumers were asked to evaluate four pear samples each time. Each
pear had been conditioned differently (3 different ethylene treatments and 1 warm air treatment).
We found that that Anjou fruit of about 2.5 lbf were considered excellent eating quality by
consumers. Fruit that was slightly higher in soluble solids was less appealing to consumers. The
research also showed that consumers are willing to pay more for fruit that meets their quality
criteria. In the first trial consumers stated that they would pay only $0.13 more per pound for fruit
conditioned for two days in ethylene, but $0.69 more for fruit conditioned for 6 days in ethylene
when compared to fruit conditioned for 7 days in warm air (no ethylene).
Our lab was also involved in commercial trials with new pear varieties.
Declining
processing demand has increased interest and evaluation of new fresh market pear alternatives.
Increasing interest in new cultivars initiated projects in California and Oregon to test the
horticultural and sensory attributes of potential commercially-viable cultivars. Goals were to
introduce growers to new possibilities for various types of markets, gain localized production and
post-harvest information, and test consumer reaction. Consumer sensory evaluation data along
with production and post-harvest quality data resulted in identifying several new potentially
commercially valuable cultivars.
CHERRIES
We have also collaborated in consumer sensory evaluation of six commercially grown
sweet cherry cultivars. The cultivars were evaluated for color, flavor, sweetness, size and stem vs.
stemless preference. The participants in this evaluation preferred a cherry that was large in size
(30 mm or larger) and dark in color. Sweet tasting cherries were preferred the most (65%) while
cherries that lacked flavor or were too sour were preferred the least. Consumers showed a strong
preference for cherries with stems. Also noteworthy, the ‘Regina’ cherry was the most preferred
of the cultivars tested, and beat out one of the most widely grown and popular varieties in the
Pacific Northwest, the ‘Bing.’
Sensory evaluation, whether it be through assessing concept liking at the beginning of the
product development process or in testing new cultivars through large scale consumer taste tests,
is a vital part of what it takes for the commercial success of food products. Money invested in
understanding the consumer pays off with targeted products for the market and higher prices paid
at the store. Whether by undertaking varietal trials or setting eating quality standards, the fruit
industry can leverage what the consumer desires to better deliver excellent eating quality fruit.
Consistent and well-executed sensory testing is the key to unlocking your consumer’s desire.
97
CONTROLE DO CRESCIMENTO DA MACIEIRA COM O USO DO VIVIFUL®
José Luiz Petri1, Fernando José Haverroth2
A macieira tem seu crescimento vegetativo favorecido quando utilizado porta enxertos
vigorosos ou plantada em regiões de inverno ameno. Nestas condições produz ramos com
crescimento excessivo, retarda a entrada em frutificação, dificulta os tratamentos
fitossanitários, aumentando os trabalhos de poda de inverno e verão. Nas condições climáticas
do Sul do Brasil, o período de desenvolvimento vegetativo de macieiras ‘Gala’ e ‘Fuji’
mostra-se superior ao observado em típicas regiões de clima temperado, o qual associado a
altas temperaturas e altos índices pluviométricos durante o ciclo, podem resultar em
crescimento de ramos acima de 1 metro. Crescimento vigoroso dos ramos reduz a
produtividade por aumentar a quantidade de giberelinas e decresce a penetração de luz (Privé
et. al. 2004). Também pode influenciar negativamente a produtividade, a qualidade da fruta e
o controle de doenças (Forshey et. al. 1992). O excessivo crescimento vegetativo em espécies
frutíferas pode competir com o crescimento dos frutos, afetando negativamente a frutificação
pela diminuição do número de células por fruto, limitando a capacidade de aumento de
tamanho dos frutos (Basak ; Redamacher, 2000; Yamaguchi et al., 2002). Além disso, o
crescimento vigoroso da parte aérea reduz a distribuição da luz no interior da copa (Privé et
al. 2004), afetando negativamente a qualidade dos frutos e o controle de doenças. A poda é
uma das práticas de manejo mais dispendiosas em tempo e em mão-de-obra na produção de
maçãs, especialmente quando as plantas são vigorosas (Privé et al., 2006). Neste sentido, o
uso de fitorreguladores destaca-se como uma das técnicas mais eficientes e com menor custo
para controlar o crescimento vegetativo em pomáceas (Sharma et al., 2009). Por meios
químicos pode-se reduzir o excessivo crescimento, limitar o tamanho da planta ou restringir o
crescimento por um período determinado, permitindo um melhor balanço entre o crescimento
vegetativo e frutificação (Miller, 1988). Uma nova classe de inibidores da biossíntese de
giberelinas,
o
proexadione
cálcio
(cálcio
3-óxido-4-propionil-5-oxo-3-ciclohexano
carboxilato) é um novo regulador de crescimento, que inibe as etapas finais da biossíntese de
giberelinas (Rademacher, 2000), diminuindo o crescimento vegetativo devido a redução dos
níveis endógenos de giberelinas biologicamente ativas (GA1) e acumulando seu precursor
1
2
Eng. Agr., M.Sc., Epagri – Estação Experimental de Caçador,Caçador, SC. E-mail: [email protected]
Eng. Agr., Dr., Embrapa Agroindústrial Tropical, Fortaleza-CE. E-mail: [email protected]
98
biologicamente inativo GA20 (Rademacher et al., 2006). Nesta classe inclui o Prohexadione
cálcio, que é particularmente efetivo e tem potencial para aumentar a produtividade da
macieira e reduz a necessidade de poda (Rademacher, 1992; Greene, 1992). Ele reduz o
crescimento dos ramos de macieira pelo bloqueio da síntese da atividade da giberelina,
particularmente GA20 e GA1 (Nakayama et. al., 1992). A atividade biológica é efetiva por três
a quatro semanas, tempo que um segundo tratamento pode ser necessário (Winkler, 1996).
Prohexadione cálcio é particularmente ativo em macieira, sendo que para otimizar a redução
de crescimento dos ramos deve-se levar em consideração a dosagem, a qual depende do vigor
e a idade da planta e também da sensibilidade da cultivar (Basak, 1998). Múltiplas aplicações
com baixa dosagem foram mais efetivas que uma aplicação em alta dosagem (Bubán, et. al.,
2004). Aplicações de proexadione cálcio a 333 g ha-1, realizadas aos 20 a 28 dias após a plena
floração, reduzem o comprimento médio e a massa fresca média dos ramos podados em
macieira ‘Imperial Gala’ (Hawerroth et al., 2012). Prohexadione cálcio apresenta baixa
toxicidade, sendo que no solo é rapidamente metabolizado para CO2, não representando risco
para a saúde dos consumidores (Winkler, 1996). Os resultados sugerem que concentrações de
125 à 250 mg L-1 sejam aplicadas duas vezes, obtendo-se um crescimento mais uniforme que
uma aplicação (Evans et. at., 1997). Além do efeito no crescimento dos ramos, podem
aumentar a indução floral, formando um maior número de órgãos de frutificação. A aplicação
de prohexadione cálcio poderá reduzir o crescimento, melhorando a penetração da luz,
reduzindo a poda e melhorando a produtividade e a eficiência dos tratamentos fitossanitários.
No Brasil, o proexadione cálcio é registrado e comercializado com o nome de Viviful®, o qual
contém 27,5% do princípio ativo. Nos últimos anos foi desenvolvida uma série de
experimentos nas regiões produtoras de maçãs no Brasil, estudando-se época de aplicação,
concentração e número de aplicações. Os resultados evidenciam a redução do crescimento dos
ramos do ano, o que leva a uma redução do número de ramos podados, com consequente
redução da mão de obra de poda (Figuras 1 e 2). Quanto a época de aplicação os resultados
indicam de 20 a 30 dias após a plena floração, sendo que pode ser necessário uma reaplicação
de 30 a 45 dias após a primeira. Quando aplicado na floração apresenta efeito no aumento da
frutificação efetiva. O Quadro 1 apresenta as alternativas de época e concentração de
aplicação.
99
Fuji
n° de ramos podados/pl anta
20
Gala
18,8
15,3
15
10
7,7
6,2
5,7
5
2,0
1,9
0,9
0
0
580
1160
2320
Concentração de Viviful ® - g ha-1
Figura 1. Efeito de concentração de Viviful® no número de ramos podados em
macieiras ‘Fuji’ e ‘Gala’. Fraiburgo, SC, 2013.
Comprimneto medio dos ramos (cm)
Fuji
Gala
35
29,9 30,3
30
25
22,9
21,4
22,2
19,2
20
15,8
14,3
15
10
5
0
0
580
Concentração de Viviful
1160
®-
g
2320
ha-1
Figura 2. Efeito de concentração de Viviful® no comprimento médio dos ramos de
macieiras ‘Fuji’ e ‘Gala’. Fraiburgo, SC, 2013.
100
Quadro 1 – Alternativas de época de aplicação e concentração de Viviful® na cultura da
macieira.
Época de aplicação
Concentração
400 a 800 g ha-1
Plena floração
1.200 g ha-1
Ramos de 5 a 15 cm
Observações
Viviful®
Ramos com 5 cm
600 g ha-1
30 dias após a primeira aplicação
600 g ha-1
Ramos 5 cm
400 g ha-1
30 dias após a primeira aplicação
400 g ha-1
60 dias após a primeira aplicação
400 g ha-1
Controle do crescimento e aumento
da frutificação efetiva.
Reassumindo o crescimento dos
ramos, reaplicar.
Aplicação aos 30 dias após,
somente se houver reassumido o
crescimento dos ramos.
Aplicações aos 30 e 60 dias após a
primeira aplicação somente se
reassumido o crescimento dos
ramos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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proexadione-Ca. Acta Horticulturae, v. 514, p. 41-51, 2000.
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development. Journal of Japanese Society for Horticultural Science, v. 71, p. 155-163,
2002.
102
TECNOLOGIAS PARA PRODUÇÃO DE PERAS NO BRASIL
Leo Rufato1; Alberto Ramos Luz2; Bruno Dalazen Machado2; Janaína Muniz2; Rafael
Petineli2; Fernanda Grimaldi2; Amauri Bogo1; Maicon Magro2; Mayra Juline Gonçalves2;
Daiane Correa2; Joseane de Souza Hipólito3; Aike Anneliese Kretzschmar1
No Brasil, a produção da pereira não se destaca entre as frutíferas de maior
expressão, apesar do grande mercado interno. A cultura da pereira caracterizou-se por
períodos alternantes de expansão e retração, sem evidenciar um crescimento sustentável. Isso
demonstra que ao contrário da maioria das frutas, não se obteve o devido desenvolvimento da
cultura da pereira no Brasil.
Nos últimos 20 anos, a produção média de pera foi de 14,5 mil toneladas ao ano. A
área colhida em 2011 foi de aproximadamente 1.750 hectares, com uma produção de 20,5 mil
toneladas e rendimento médio de 14,5 t ha-1. Produtividade esta inferior às obtidas pelos
vizinhos produtores, Argentina e Chile, que neste mesmo ano, atingiram 26,5 e 26,9 t ha-1,
respectivamente.
Atualmente, os principais estados produtores são Rio Grande do Sul (894 ha), Santa
Catarina (500 ha), Paraná (236 ha), Minas Gerais (95 ha) e São Paulo (25 ha). Estudos
recentes têm demonstrado potencial produtivo em mais uma região brasileira, no Vale do São
Francisco, localizado no semiárido brasileiro.
Em decorrência da produção pouco significativa no Brasil, o país é dependente da
importação de pera para atender o mercado interno, configurando-se na atualidade como o
segundo maior importador mundial da fruta. Entre as frutas de clima temperado, a pera é a
terceira mais consumida e a primeira mais importada pelo país. Em 2011, o consumo foi de
210 mil toneladas, equivalente a 0,84 Kg por pessoa. De acordo com os dados do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil (ALICEWEB, 2013), em 2011,
foram gastos aproximadamente US$ 204 milhões com importação de peras. No ano anterior, o
valor gasto com importação de peras representou 50,7 % da quantidade total de frutas
importadas e 44 % do valor gasto neste segmento.
Contudo, algumas iniciativas de produtores têm demonstrado que é viável a
produção de pera no Brasil, conseguindo-se bons retornos econômicos, através da utilização
1
Professor (a) Dr.(a) em fruticultura da Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro das Ciências Agroveterinárias
(UDESC/CAV) – SC, Brasil. [email protected];
2
Aluno (a) do Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias da UDESC/CAV;
3
Aluna de Pós doutorado, CAV/UDESC.
103
de cultivares de baixa qualidade como Kieffer e Garber, além das cultivares europeias como
Rocha, Santa Maria, Packham’s Triumph e Abate Fetel, entre outras. Como exemplo, na safra
(2012/13), obteve-se colheita em Vacaria-RS de 85 toneladas por hectares de Packham’s
Triumph, 57 t ha-1 de William’s e 41 t ha-1 de Red Bartlett.
Como toda e qualquer atividade frutícola, deve-se ter cuidado na implantação dos
pomares de pereiras, pois são plantas perenes, com potencial produtivo de mais de 20 anos, o
que torna a correta escolha de cultivares, portaenxertos, polinizadores e espaçamento de
plantio de extrema importância, não possibilitando a correção futura de erros cometidos na
fase inicial. Outro cuidado para esta fase é a instalação de quebra ventos.
Ainda na fase de planejamento do pomar, deve-se atentar a escolha correta do
portaenxerto. Um bom portaenxerto para a cultura da pereira é aquele que apresenta pouco
problema de incompatibilidade de enxertia com as cultivares comerciais, facilidade de
propagação, controle do vigor da planta, indução de frutas de maior tamanho e adaptação a
diferentes condições de solo e clima.
A incompatibilidade de enxertia é definida como a incapacidade de formar a união
entre o portaenxerto e a copa; incapacidade de uma planta enxertada crescer normalmente; a
ocorrência de morte prematura da planta enxertada ou ainda a intolerância fisiológica a nível
celular,
a
qual
pode
ocorrer
de
três
maneiras:
incompatibilidade
bioquímica,
incompatibilidade anatômica e incompatibilidade fisiológica.
Dentre os portaenxertos que estão apresentando características favoráveis ao cultivo
de pereira no Brasil, segundo dados de pesquisas, destacam-se os marmeleiros Adams e BA
29. Estes marmeleiros são considerados ananizantes e de compatibilidade moderada com as
principais cultivares copa de pereira, no entanto, possuem sistema radicular superficial,
fazendo-se necessário a utilização de sistema de irrigação, principalmente quando se utiliza o
marmeleiro Adams. Outro fator importante, é que estes portaenxertos possibilitam maiores
densidades de plantio, com espaçamentos de 0,8 a 1,2 m entre plantas (Adams) e 1,2 a 1,6 m
entre plantas (BA 29). Ressalta-se que estes dois portaenxertos não permitem menores
espaçamentos do que os indicados acima, pois quando as plantas atingirem sua maturidade, o
espaçamento terá efeito negativo na formação de gemas florais em função do sombreamento
causado por sobreposição de ramos, entre os marmeleiro, podemos destacar ainda o Sydo,
com bom potencial de aplicação para as condições brasileiras, com possibilidade de uso com
espaçamento de 1,2 a 1,5m entre plantas.
Outro portaenxerto que é bastante difundido nos pomares brasileiros é o Pyrus
calleryana, porém com excessivo vigor, o que tem dificultado o manejo. Dentro deste
104
contexto, estudos tem sido realizados em parceria entre a Universidade do Estado de Santa
Catarina – UDESC/CAV, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA/Uva e
Vinho, e a iniciativa privada, na busca de identificar genótipos de Pyrus sp. que apresentem
vigor reduzido e adaptação as condições climáticas da região sul do Brasil, já possundo duasl
seleções avançadas para testes em campo, com possibilidade de redução de vigor com
diminuição da incompatibilidade.
Já com relação às cultivares, estudos realizados pela UDESC, demonstram que
cultivares como Packham’s Triumph, Rocha e Santa Maria, apresentam potencial de produção
(Tabelas 1 e 2) (Figuras 1, 2 e 3).
Os pomares de pereira no Brasil apresentam deficiência na polinização, claramente
observada pelo reduzido número de sementes nos frutos. Para se obter eficiência satisfatória
na polinização cruzada, as plantas polinizadoras devem ser dispostas nas filas a uma distância
máxima de 20 metros uma da outra, uma vez que as abelhas tendem a trabalhar ao longo das
linhas em vez de transversalmente a estas, exigindo a colocação das polinizadoras juntamente
com a cultivar principal, em cada linha, visando máxima eficiência.
A indução da partenocarpia tem proporcionado o aumento da frutificação efetiva, a
partir da utilização de fitorreguladores. Estudos na região Sul do Brasil com Promalin ® (1 mL
L-1) aplicado em plena floração (PF) seguido de Retain® (1 a 2 g L-1) 15 dias após a plena
floração demonstraram-se eficientes no aumento da frutificação das cultivares Packham’s
Triumph e William’s (Tabela 3 e 4). Da mesma forma o uso de Stimulate® (1 mL L-1)
aplicado no início da floração e em plena floração proporcionou maior frutificação efetiva
para a cv. Rocha nas condições edafoclimáticas de São Joaquim, SC, assim como a aplicação
de Thidiazuron (20 mg L-1) em plena floração aumentou a frutificação efetiva em 60 % da cv.
Packham’s Triumph e 147 % da cv. Rocha em relação às plantas sem tratamento. Resultados
preliminares foram verificados com a aplicação conjunta de Stimulate® e Hold® em pereira
‘Rocha’ no município de Vacaria, RS, no qual verificou-se aumento da frutificação efetiva em
torno de 30 % e com produtividade de 18,6 t ha-1 quando comparado às plantas testemunhas
com 14t ha-1.
Para o plantio de pereira, recomenda-se a utilização de mudas pré-formadas. Quando
se optar por mudas de haste única, deve-se utilizar técnicas para promover a ramificação da
muda o mais breve possível. Existem várias técnicas com este objetivo, no entanto, há
divergência entre autores de qual técnica é mais eficiente. Dentre elas, cita-se o rebaixamento
de plantas, que consiste no corte de 0,8 a 1,2 m durante o inverno ou início de primavera, com
o objetivo de reduzir a dominância apical favorecendo o desenvolvimento dos ramos laterais;
105
uso do “topping”, que consiste na pressão realizada na gema apical durante o período de
crescimento, no qual reduz a produção de auxinas na região e estimula o desenvolvimento de
ramos laterais; aplicação de Promalin® ou produtos a base de giberelinas, nas gemas e ramos
laterais para acelerar o crescimento; quebra de dormência localizada na parte basal da planta.
À medida que ocorre o crescimento e ramificação das mudas, deve-se atentar à
condução dos ramos, pois os brotos e ramos da parte basal possuem crescimento inibido pelos
ramos da parte superior, por esta razão, manifesta-se o crescimento acropetal, potencializado
pela falta de frio hibernal. Em geral, ramos superiores são vigorosos, os quais devem ser
arqueados com ângulo de 90º ou mais em relação ao líder central. Já os ramos da parte basal,
o arqueamento deve ser com ângulo inferior a 90° ou até mesmo deixá-los livres, por
possuírem menor vigor, evitando a dominância acrotônica. O arqueamento de ramos é uma
técnica usada para diminuir o crescimento do ramo e promover a quebra de dormência das
gemas axilares, além de induzir a formação de órgãos de frutificação, pois aumenta o acúmulo
de carboidratos na planta.
Para o controle do crescimento vegetativo e divisão dos fotoassimilados em toda
planta, pode-se utilizar técnicas como: arqueamento de ramos, poda, anelamento, corte de
tronco, uso de fitorreguladores, etc.
A incisão anelar insere-se num conjunto de práticas (anelamento e corte de tronco,
figuras 4 e 5), que visam à manipulação do crescimento e a gestão da capacidade produtiva de
fruteiras; agindo na interrupção da translocação da seiva no floema, aumentando o
armazenamento de carboidratos na porção do ramo logo acima do corte, assim como,
hormônios de crescimento produzidos pelo meristema e folhas jovens. Em experimentos
conduzidos no planalto catarinense, observou-se que a prática do anelamento reduziu em 32%
o vigor das plantas, quando avaliado o crescimento anual da copa e em 24% com a prática do
corte de tronco. A redução no vigor refletiu diretamente na produtividade, onde os
anelamentos simples e duplo aumentaram respectivamente 28% e 91 % (46,1 e 69,0 t ha-1) a
produtividade em relação à testemunha (36 t ha-1).
O uso de fitorreguladores em conjunto com as técnicas citadas, contribui para
redução de vigor. Estudo realizado no município de São Joaquim, SC, com Moddus ® (etiltrinexapac), aplicado na dose de 0,8 mL L-1 15 dias após a plena floração na cultivar
Packham’s Triumph, refletiu no aumento de 7,4 % de produtividade (39,8 t ha-1) quando
comparado com às plantas testemunhas (34,3 t ha-1).
O manejo das plantas visa uma arquitetura que melhor aproveite a energia solar, com
máxima conversão desta para a produção de frutos, uma vez que, plantas com equilíbrio entre
106
as partes vegetativa e produtiva são mais produtivas; possuem produções constantes; frutos
com melhor qualidade; e redução de mão-de-obra nas operações culturais.
Após correta implantação e condução do pomar, a colheita e a conservação dos
frutos deve ocorrer com a máxima eficiência. Para isto, alguns parâmetros peculiares de cada
cultivar são levados em consideração no momento da colheita, como o teor de sólidos
solúveis (º brix) e firmeza de polpa (libras). A cv. Rocha apresenta boa capacidade de
conservação, sendo os frutos colhidos com teor de sólidos solúveis em torno de 12 º brix e
firmeza de polpa entre 12 e 14 libras (5,5 – 6,5 kgf). Para a cv. Packham’s Triumph o ponto
ideal de colheita varia de 11 a 12,5 º brix e firmeza de polpa entre 12 e 13 libras (5,5 – 6 kgf).
Já, para a cv. Santa Maria, em torno 11 a 13 º brix e 11 libras (5 kgf), porém esta apresenta
pouco período de armazenamento.
Portanto, verifica-se a evolução nas tecnologias para a produção de peras no Brasil, o
que permite melhor exploração da cultura, com aumento da produtividade e incentivo ao
aumento da área plantada, no entanto, embora promissor, constantes estudos voltados ao
desenvolvimento de tecnologias devem ser desenvolvidos para melhoria do cenário atual.
Literatura consultada
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RUFATO, L.; KRETZSCHMAR, A. A.; BOGO, A. A cultura da pereira. Florianópolis:
DIOESC, 2012, 247 p.
107
Anexos
Tabela 1. Produtividade média estimada (t ha-1) das combinações entre cv. copa de pereira
europeia sobre o portaenxerto de marmeleiro Adams nas safras 2010/11, 11/12 e 12/13 em
Lages/SC.
Tratamento
Rocha
Abate Fetel
Packham’s Triumph
Santa Maria
William’s
Forelle
Max Red
Conference
Clapp’s Favourite
2010/2011
0,85
0,00
0,22
0,15
0,45
0,00
0,05
0,00
0,00
Produtividade estimada (t ha-1)
2011/2012
5,75
0,05
2,03
0,54
1,94
0,00
0,23
0,00
0,00
2012/2013
15,92
12,32
22,47
7,72
3,10
1,96
0,00
0,00
0,00
Tabela 2. Produtividade média estimada (t ha-1) das combinações entre cv. copa de pereira
europeia sobre o portaenxertos marmeleiros, em dois espaçamento de plantio, nas safras
2010/11, 11/12 em Urupema/SC.
Cultivar/portaenxerto
Abbè Fetel/Adams
Clapp's Favourite/EMA
Santa Maria/Adams
Packham's Triumph/EMA
Decana du Comice/Adams
Rocha/Adams
Conference/Adams
Packham's Triumph/Adams
Rocha/Adams
Santa Maria/Adams
Packham's Triumph/EMC
Abbè Fetel/EMC
Abbè Fetel/Adams
Rocha/EMC
Produtividade estimada (t ha-1)
2010/11
2011/12
4,0 m x 1,0 m
0,3
2,0
0,0
0,5
4,6
27,5
0,9
11,9
0,6
6,7
2,8
9,6
0,1
2,0
6,8
10,5
0,3 m x 1,0 m
3,8
13,3
19,8
62,3
8,5
8,2
0,0
3,2
0,0
2,9
5,7
26,1
108
Tabela 3. Produtividade estimada (t ha-1) (safras 2009/10, 10/11, e 11/12) da cv. Packham’s Triumph, nos municípios de São Joaquim/SC (SJ),
Rio Rufino/SC (RR) e São Francisco de Paula/RS (SFP), submetidas à aplicação de fitorreguladores.
Tratamentos
São Joaquim
2009/10 2010/11 2011/12
Promalin® (1 ml L) x 3
27.8
40.9
24.6
Viviful® (PCa) (1,25 g) L PF
30.9
39.2
36.0
Viviful® (PCa) (2,50) g L PF
26.6
36.4
29.4
Viviful® (PCa) (1,25) g L 15 DAPF
31.3
41.6
26.1
ReTain® (2 g L) 15 DAPF
26.7
18.2
21.3
Promalin® (1 ml L) PF + ReTain® (2 g L) 15 DAPF
36.2
51.0
20.8
Promalin® (1 ml L) PF + ReTain® (1 g L) 15 DAPF
27.3
49.1
18.3
Promalin® (1 ml L) PF + Viviful® (0,65 g) L 15 DAPF
21.2
50.7
27.2
TDZ (20 mg L) PF
33.0
39.2
21.4
Testemunha - Água
22.7
37.3
34.3
*PF – Plena floração; **DAPF – Dias após plena floração
Packham's
Rio Rufino
2009/10 2010/11 2011/12
45.0
17.1
35.7
38.8
44.1
30.8
44.1
29.7
35.8
23.3
47.6
38.7
41.1
34.0
42.8
34.9
40.1
32.1
36.3
14.5
-
São Francisco de Paula
média variação
2009/10 2010/11 2011/12
%
52.2
25.9
23.7
-10.7
58.5
17.0
23.3
-12.2
52.4
17.2
23.9
-9.9
60.9
26.7
24.1
-9.2
73.6
13.5
21.8
-18.0
56.5
24.5
26.1
-1.7
49.6
26.7
32.0
20.5
59.9
10.0
27.2
2.3
43.0
15.7
26.1
-1.9
42.4
12.2
26.6
0.0
Tabela 4. Produtividade estimada (t ha-1) (safras 2009/10, 10/11, e 11/12) da cv. William’s, nos municípios de São Joaquim/SC (SJ), Rio
Rufino/SC (RR) e São Francisco de Paula/RS (SFP), submetidas à aplicação de fitorreguladores.
Tratamentos
Promalin® (1 ml L) x 3
Viviful® (PCa) (1,25 g) L PF
Viviful® (PCa) (2,50) g L PF
Viviful® (PCa) (1,25) g L 15 DAPF
ReTain® (2 g L) 15 DAPF
Promalin® (1 ml L) PF + ReTain® (2 g L) 15 DAPF
Promalin® (1 ml L) PF + ReTain® (1 g L) 15 DAPF
Promalin® (1 ml L) PF + Viviful® (0,65 g) L 15 DAPF
TDZ (20 mg L) PF
Testemunha - Água
*PF – Plena floração; **DAPF – Dias após plena floração
São Joaquim
2009/10 2010/11 2011/12
37.1
23.9
42.5
25.2
38.5
27.9
35.6
35.4
37.1
29.0
45.5
22.4
46.6
36.6
37.3
25.2
55.1
27.7
43.8
27.8
-
William's
Rio Rufino
2009/10 2010/11 2011/12
23.6
31.8
21.1
32.7
19.7
29.3
24.5
28.0
19.7
28.1
28.3
36.5
38.3
46.3
34.8
43.0
24.7
27.6
34.0
35.0
-
São Francisco de Paula
média variação
2009/10 2010/11 2011/12
%
11.1
14.1
13.5
23.7
-10.7
10.6
12.6
4.3
23.3
-12.2
15.6
15.9
10.9
23.9
-9.9
9.5
9.9
12.3
24.1
-9.2
9.5
8.9
6.8
21.8
-18.0
7.7
20.5
7.4
26.1
-1.7
8.0
16.9
11.3
32.0
20.5
12.4
13.7
8.0
27.2
2.3
9.0
13.9
9.0
26.1
-1.9
9.7
11.2
7.3
26.6
0.0
109
Figura 1. Frutos da pereira “Santa
Maria”, colhidos na safra 2011/12 no
município de Urupema, SC.
Figura 2. Frutos da pereira “Packham’s
Triumph”, colhidos na safra 2011/12 no
município de São Joaquim, SC.
Figura 3. Frutos da pereira “Rocha”,
colhidos na safra 2012/13 no município
de Vacaria, RS.
Figura 4. Corte de tronco realizado no
período de floração (2012/13), em
pereira “Packham’s”, no município de
Vacaria, RS.
Figura 5. Anelamento realizado no período
de floração (2012/13), em pereira
“Packham’s”, no município de Vacaria,
RS.
110
PEQUENAS FRUTAS: ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO
Luis Eduardo Corrêa Antunes1
As pequenas frutas representam mais uma oportunidade para o fruticultor diversificar
a produção e obter bons lucros. Plantios de espécies como amora-preta (Rubus spp), mirtilo
(Vaccinium spp) e framboesa (Rubus spp) podem apresentar alto retorno em pequenas áreas,
existindo, ainda, empresas bem organizadas e conhecedoras do mercado internacional
empenhadas em produzir e exportar estas frutas. Existe, ainda, grande procura por produtos à
base dessas frutas por parte dos consumidores, incentivados especialmente por pesquisas que
apontam o seu extraordinário valor como alimento funcional. Do ponto de vista de consumo,
além de comercializadas como frutas frescas, dão ótimos produtos industrializados, como
congelados, polpas para iogurtes e sorvetes, geléias e sucos, além de ser utilizadas como
ingredientes pela indústria farmacêutica e de cosméticos.
Segundo dados da FAO (2011) a produção mundial das chamadas pequenas frutas,
morango (244 mil ha), mirtilo (120 mil ha), amora-preta (20 mil ha) e framboesa (100 mil ha),
representa importante fonte de renda e alimento em todos os continentes do globo. Devido ao
aumento de demanda e à importância econômica destas culturas, houve aumento da área de
plantio na última década. Nos Estados Unidos, em 2010, a cadeia produtiva de pequenas
frutas gerou mais de três bilhões de dólares em receita. Devido as qualidades nutricionais das
frutas vermelhas e aos benefícios à saúde humana, os consumidores têm demonstrado
interesse pelo consumo destas frutas que possuem alta concentração de antocianinas, fenóis e
elevada atividade antioxidante.
A América do Sul, tradicional produtor de frutas de clima temperado, visando a
contra-estação do hemisfério Norte, tem se destacado no mercado mundial da produção de
pequenas frutas. Chile e Argentina se destacam neste cenário, principalmente quando se trata
de exportações. Neste contexto, o Brasil (3º produtor mundial de frutas) aparece como o
maior produtor sul-americano de morangos e ocupa, ainda, modesta posição no ranking de
produção de mirtilo, amora-preta e framboesa.
Do grupo das pequenas frutas, o morango é o principal representante. O início do
cultivo do morangueiro no Brasil não é bem conhecido. Entretanto, a cultura começou a
expandir-se a partir de 1960, com o lançamento da cultivar Campinas (Castro, 2004).
1
Eng. Agrônomo, Doutor, Pesquisador Embrapa Clima Temperado, Pelotas-RS. Bolsista do CNPq, E-mail:
[email protected]
111
Atualmente o morangueiro é cultivado no Estado do Rio Grande do Sul (RS), São Paulo (SP)
e Minas Gerais (MG), além de regiões com diferentes solos e climas, como Santa Catarina
(SC), Paraná (PR), Espírito Santo (ES), Goiás (GO) e Distrito Federal (DF). A produtividade
média por Estado, em t/ha, é de 32,7 no RS; 21,3 no PR; 25,2 em MG; 34 no ES e SP .Além
de possuir uma grande importância social, é uma atividade econômica que, em muitos casos, é
a principal atividade do município onde a cultura é explorada, sendo também referência
turística, como é o caso do município de Bom Princípio, no Rio Grande do Sul, entre outros.
A cultura é praticada por pequenos produtores rurais que utilizam a mão-de-obra
familiar durante todo o ciclo de produção, sendo a maior parte produzida destinada ao
mercado in natura. Há também um sistema de parceria, onde um dos sócios custeia toda a
implantação da lavoura (mudas, cobertura plástica, insumos, caixas de embalagem e a terra
onde é cultivado) e da outra parte há o compromisso do trabalho braçal (plantio, tratos
culturais, colheita e embalagem do produto). Neste sistema, o sócio operacional (braçal)
recebe de 25 a 30 % do preço bruto obtido com a venda do morango.
Os programas de melhoramento genético de morangueiro no Brasil iniciaram em
1941, no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), sendo que a produção de morango
sextuplicou ao final da década de 60, em função dos novos clones e das técnicas de produção
de matrizes isentas de vírus. A partir de 1950, iniciou, na Estação Experimental de Cascata,
atual Embrapa Clima Temperado, o programa de melhoramento de morango. As principais
variedades cultivadas na década de 60, 70 e 80, como Campinas, Princesa Isabel, Jundiaí,
Piedade, Monte Alegre e Guarani (IAC), Konvoy, Cascata, Konvoy-Cascata, BR 1, Vila
Nova, Santa Clara e Burkley (Embrapa), foram criadas pelos programas de melhoramento
citados.
Nos últimos anos o padrão varietal tem mudado muito. No inicio deste século, a
variedade predominante era Dover, principalmente por sua resistência na pós-colheita, o que
favorecia o transporte para longas distancias. Com a introdução de novas variedades, mais
doces e com melhor qualidade, houve alterações no padrão varietal. As principais variedades
cultivadas atualmente no Brasil são Oso Grande (54 %), Camarosa (20 %), Dover (6 %),
Albion/Aromas (4 %), outras variedades (16 %).
Anualmente são demandados, pelo sistema produtivo, cerca de 175.000.000 de mudas,
sendo 15 % importados do Chile e Argentina e o restante, produzido por viveiristas locais (65
%) e pelo próprio produtor (20 %). O Brasil, além de não possuir cultivares genuinamente
brasileiras, não é auto-suficiente na produção de mudas de morangueiro, necessitando
completar a demanda via importação. Viveiros Chilenos e Argentinos são os principais
112
produtores e exportadores de mudas para o Brasil. Os números de mudas importadas, não bem
conhecidos oficialmente, são estimados em cerca de 50 milhões de mudas que chegam ao país
através de nossas fronteiras, sendo os Estados do Sul do Brasil os que, atualmente, mais
demandam.
Até o presente momento, o sistema de produção mais representativo é o protegido com
túnel baixo e com sistema de fertirrigação. Há regiões que cultivam morango a campo aberto
sem proteção, pois não há significativa incidência de chuvas no período de colheita e há baixo
risco de geadas. Nos últimos anos houve um crescimento da produção de morangos fora de
solo em sistemas horizontais e também em sistema vertical.
A densidade de plantio varia bastante, desde 45.000 plantas/ha (região Sul) à 80.000
plantas/ha (São Paulo e Minas Gerais) para plantios a campo, podendo chegar a 200.000
plantas/ha em cultivo fora de solo.
Com área que varia de 3.500 a 3.800 ha, o Brasil é o principal produtor de morangos
da América do Sul, seguido de Chile, Peru e Argentina. Atualmente, o Brasil produz cerca de
105.000.000 toneladas, sendo o mercado interno de morangos frescos o principal destino da
produção (90 %). Do Rio Grande do Sul a Minas Gerais e Espírito Santo, passando pelo
Distrito Federal, a produção de morangos abrange, pelo menos, oito estados brasileiros.
Entretanto, há uma grande demanda reprimida de consumo em função dos resíduos de
agrotóxicos encontrados na fruta. Além disso, a produção de morangos com base na
certificação poderá abrir uma importante oportunidade de exportação, uma vez que o Brasil
produz na contra estação do hemisfério norte.
Com as novas variedades e sistemas de produção mais adequados, são produzidos
morangos nos 12 meses do ano. Esta produção está concentrada entre junho (inverno) a
novembro (final da primavera) e, devido a isto, há redução dos preços pagos ao produtor
(U$1,1/kg). Com produção fora de época, em regiões mais altas e frias, entre janeiro a março
(verão brasileiro) e com a utilização de variedades de dias neutros (Aromas e Albion), o
produtor chega a receber US$ 5,0/kg, em cultivo a campo e fora de solo. No Sul de Minas
Gerais há produtores que estão produzindo a variedade Oso Grande fora de solo, em sistema
vertical, obtendo US$ 8,0/kg neste período do ano. A escolha na adoção de um sistema ou
outro dependerá do destino da produção. No plantio sobre o solo os custos variam de R$ 1,00
a R$ 1,20 por planta, ou seja, aproximadamente 60 mil reais por hectare. Na produção em
sistema fora de solo os custos podem chegar entre R$ 1,80 a R$ 2,00 por muda plantada (180
mil reais por hectare). Com um custo maior nos sistema fora de solo o produtor deverá
objetivar a produção em períodos de baixa oferta de morangos, no sentido de obter maior
113
renda com a produção fora de época. Desta forma a cadeia de produção do morango superaria
os 200 milhões de reais por ano em investimentos na produção.
A produção brasileira de morangos é assombrada pela aplicação indiscriminada de
agrotóxicos, sendo um dos alimentos mais contaminados, segundo dados do Programa de
Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), da Anvisa. No sentido de mitigar
os impactos desta contaminação do alimento, ambiental e humana, o Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou, em 2008, a Instrução Normativa Nº
14, DE 1º DE ABRIL DE 2008, que aprova as Normas Técnicas Específicas para a Produção
Integrada de Morango - NTEPI-Morango. Apesar das orientações técnicas descritas, há
grandes gargalos tecnológicos que podem ser superados para produção sustentável desta
rosácea.
Várias práticas de manejo como uso da plasticultura, fertirrigação, manejo integrado
de pragas, associadas ao uso de variedades adaptadas e produtivas, a partir de mudas de
origem comprovada e fisiologicamente aptas ao cultivo, poderão levar à sustentabilidade da
produção de morangos no Brasil e oportunizar novos mercados e novos consumidores para o
produto brasileiro.
No que se refere à amora-preta, a produção mundial é de aproximadamente 20 mil
hectares, sendo que dois terços desta são destinados ao mercado de processamento. No Brasil,
ocorrem cinco espécies nativas de amoras que produzem frutos pequenos e com coloração
branca, rosa, vermelha ou preta, porém nenhuma foi domesticada. A Embrapa Clima
Temperado tem, há 40 anos, trabalhado no desenvolvimento de sistemas de produção da
amora-preta. No Brasil, o melhoramento de amora-preta foi iniciado na década de 1970 com a
introdução de uma pequena coleção, da qual faziam parte Brazos, Cherokee e Comanche,
além de um clone de identidade desconhecida, originário do Uruguai.
A partir da primeira introdução de variedades, em 1972, em Pelotas-RS, a Embrapa
lançou uma série de cultivares adaptadas às condições edafoclimáticas do Sul do Brasil, como
as cultivares Ébano (1981); Negrita (1983); Tupy e Guarani (1988); Caingangue (1992) e
Xavante lançamento conjunto com a Universidade de Arkansas (2004).
A amora-preta in natura é altamente nutritiva. Contêm 85 % de água, 10 % de
carboidratos, elevado conteúdo de minerais, vitaminas B e A e cálcio. Pode ser produzido nas
formas de geléias, suco, polpas para sorvete e iogurte. Além disso, são atribuídas às frutas de
amoreira-preta propriedades nutraceuticas, podendo ser usada no controle de hemorragias em
animais e seres humanos, controle da pressão arterial e efeito sedativo, complexação com
metais, função antioxidante, ação contra o crescimento e alimentação de insetos. Dentre os
114
materiais lançados no Brasil destaca-se ‘Tupy’, reconhecida com a cultivar mais importante
hoje cultivada no mundo. Resultado do cruzamento entre as cultivares ‘Uruguai’ x
‘Comanche’, realizado na Embrapa Clima Temperado em 1982, os “seedlings” foram
avaliados no campo experimental, sendo que a seleção C.4.82.5 deu origem à cultivar. Suas
plantas são de porte ereto, vigorosas, com espinhos, perfilhamento médio e florescem em
setembro e outubro. A colheita, nas condições de Pelotas, ocorre de meados de novembro a
início de janeiro.
As frutas têm 8 a 10 g de peso médio, sabor equilibrado acidez/açúcar e teor de sólidos
solúveis entre 8 e 10 °Brix, coloração preta e uniforme, consistente e firme, semente pequena,
película resistente e aroma ativo. É de baixa necessidade em frio e, durante três anos de
avaliação, produziu 3,8 kg planta-1 ano-1 no Rio Grande do Sul. É recomendada para o
consumo in natura pelo fato de apresentar baixa acidez. É, atualmente, a cultivar de amoreirapreta mais plantada no Brasil (200 ha), além de ocupar uma posição de destaque
(aproximadamente 6.000 ha) no México onde é produzida, principalmente, para exportação
aos Estados Unidos.
Atualmente, o programa de melhoramento genético de amora-preta possui cerca de 12
mil seedlings em avaliação, algumas dezenas de seleções avançadas e para 2013/2014 está
previsto o lançamento da BRS Xingu, fruto de projeto constituinte desta proposta de arranjo.
A Embrapa Clima Temperado introduziu a primeira coleção de mirtilo no Brasil, em
1983 - umas das primeiras, na América do Sul – entretanto, o progresso em termos de adoção
da cultura foi lento, se comparado a outros países do Cone Sul. Como o acúmulo de frio,
mesmo no sul do Brasil, é baixo, a primeira tentativa de introdução da cultura foi realizada
com cultivares do grupo “rabbiteye”. Estas cultivares, principalmente Bluegen, Powderblue,
Aliceblue e Climax mostraram-se altamente produtivas na região (com produções de até 6 kg
por planta, na cv. Powderblue, cerca de 18 ton ha-1). Mais tarde, plantas oriundas de sementes
de polinização aberta da cv. Bonita, foram introduzidas da Flórida e quatro dessas seleções
destacaram-se e estão sendo colocadas em testes, em diversos locais. Entretanto, as frutas
dessas cultivares não são bem aceitas pelos importadores estrangeiros. Assim, algumas
cultivares tipo “highbush” foram também introduzidas mais recentemente, além de sementes
de cultivares conservadas no USDA- Oregon e sementes de cinco progênies de cruzamentos
envolvendo as classificadas como “ Southern highbush”, as quais tem menor necessidade em
frio que as “highbush” do norte. Foram também realizadas hibridações na Embrapa Clima
Temperado e hoje, o campo de seedlings tem ainda cerca de 3 mil plantas, em avaliação. Ao
longo dos anos foram selecionados diversos genótipos, os quais foram recentemente
115
colocados em coleções nos municípios de Pelotas, RS e Canoinhas, SC. Dentre as seleções
em observação destacam-se a Sel. 103 e a Seleção 110, Blue 26 e Blue 57.
Além destas espécies tradicionais, as frutas nativas surgem com grandes possibilidades
para a diversificação na produção, pois o Brasil é especialmente rico na diversidade de
espécies que podem se transformar em pomares de expressão econômica. No Sul do País
existem diversas frutíferas nativas com características organolépticas e componentes
fitoquímicos que as diferenciam e lhes conferem grande potencial comercial, tanto para
exploração in natura como para agregação de valor na elaboração de produtos nutritivos e
saborosos, sem perder atributos, como integralidade, pois se conservam sem necessitar de
aditivos químicos.
Dentre as características marcantes dos frutos nativos, destaca-se o fato de que
normalmente demandam pequeno aporte de insumos, o que se constitui em um fator
diferencial, especialmente ao se promover a produção com bases ambientais inteligentes. Por
se tratarem de alimentos ricos em compostos nutraceuticos, alguns deles já reconhecidos pelas
propriedades funcionais, são cada vez mais apreciados em mercados locais e até mesmo no
cenário nacional e internacional. Entre as frutíferas nativas do Sul do Brasil, por exemplo,
existem muitas espécies com potencial para o cultivo, como a pitangueira, o araçazeiro (foram
lançadas duas cultivares na década de 90, pela Embrapa Clima Temperado, a "Ya-cy",
produtora de frutos de película amarela, e a "Irapuã" com película vermelha), a jabuticabeira,
a uvalheira e o butiazeiro, entre outras. O avanço de outras atividades agrícolas nesta região
provocou a redução de exemplares e ameaçou a própria existência de outras espécies, que
necessitam ser reintroduzidas nas comunidades rurais, pois passaram a ter grande apelo
comercial e até mesmo aspecto atávico para alguns consumidores.
Por outro lado, a privilegiada e exclusiva diversidade de ecossistemas e de microclimas do território brasileiro e, em especial, na Região Sul, aliadas aos valores culturais e
variada composição étnica, permitem o cultivo de muitas espécies presentes no comércio
mundial, além de criar inúmeras possibilidades de exploração comercial das amplas e
exclusivas espécies de frutas, nativas ou exóticas. Neste sentido Seguel (2012) apresenta o
modelo de domestificação de uma espécie frutífera nativa do Sul do Chile, a murtilla (Ugni
molinae Turcz), cujo trabalho de resgate e seleção de materiais nativos já proporcionou a
proteção e o patenteamento das primeiras cultivares no Chile e Estados Unidos, tornando-se
mais um produto de exportação para o país andino.
Do mesmo modo, a fruticultura também representa uma comprovada alternativa de
transformação de comunidades dotadas de baixos indicadores de desenvolvimento econômico
116
e social, por ter vocação de ser promotora da inclusão social e da melhoria da qualidade de
vida da população alvo de programas de desenvolvimento local e regional. Portanto, trata-se
de uma atividade com diversas características compatíveis para programas de redução da
pobreza rural ou de baixos níveis de renda familiar no campo.
A diversificação do sistema produtivo com frutas, baseada nas características regionais
favoráveis (edafoclimáticas e sócio-econômico-culturais) e nas potencialidades locais, é uma
das alternativas para melhorar a rentabilidade e sustentabilidade do setor frutícola na região
Sul e Sudeste. Com o desenvolvimento de tecnologias que permitam o aprimoramento e a
diversificação deste setor na região, seja com a inserção de espécies nativas ou exóticas,
espera-se que ocorra o incremento da produtividade e da lucratividade, com mais geração de
emprego e renda na zona rural. Por outro lado o aprimoramento das tecnologias ajudarão a
reduzir as perdas pós-colheita nessas culturas, com isso maximizando a rentabilidade do
produtor e com menores preços do produto para o consumidor. Além da produção de frutas
para consumo in natura, a fruticultura permite a agregação de valor ao produto final. Assim, a
partir de uma matéria-prima de qualidade, indústrias de pequeno, médio e grande porte
poderão elaborar produtos diferenciados, como doces, polpas e bebidas, principalmente sucos
e néctares, a preços competitivos e baseados na valorização da produção local, e que podem
contribuir de forma significativa para o aumento da renda familiar, bem como viabilizar um
maior período de atividade durante o ano em agroindústrias que hoje passam boa parte do ano
ociosas, como é o caso das indústrias de pêssegos em calda na região de Sul do Rio Grande
do Sul.
Com a adoção de políticas publicas de aquisição de alimentos, por parte dos
municípios, de produtos (hortifrutigranjeiros) para atendimento a demanda das escolas para
suprir a merenda escolar, haverá maiores oportunidades dos produtores incluírem seus
produtos neste importante canal de comercialização regional.
Com a disponibilização de tecnologias que permitam o cultivo de diversas espécies,
escalonadas no tempo/espaço inclusive, espera-se aumento das áreas de produção de frutas
para consumo in natura, bem como aumento de oferta de frutas e mudas de qualidade para o
sistema agroindustrial. Assim, haverá maior demanda por mão-de-obra e profissionalização
dos elos da cadeia ligados à produção e à logística de distribuição. Aliado à disponibilização
de tecnologias que permitam melhores condições de trabalho na propriedade agrícola e
agregação de valor aos produtos gerados na propriedade, espera-se que haja mais
oportunidades para os jovens do campo, devido ao aumento de renda e ampliação de
oportunidades.
117
Com as tecnologias apropriadas espera-se ofertar ao consumidor produtos seguros, de
melhor qualidade e com rastreabilidade. Com a realização dos estudos científicos, recomendações
técnicas e a adoção das melhores práticas agrícolas, são esperadas que ocorra um estímulo dos
fruticultores a modernizarem-se como empreendimentos agrícolas e a continuarem vivendo e
trabalhando no campo. Havendo sustentabilidade da base da cadeia de produção de pequenas
frutas, as indústrias processadoras de frutas poderão adquirir matéria-prima de qualidade, gerando
mais emprego durante um maior período do ano.
Com o aprimoramento de técnicas de monitoramento de pragas e doenças e a adoção das
melhores práticas agrícolas, haverá maior racionalização de insumos, menor impacto ambiental,
menor custo de produção, maior qualidade das frutas produzidas e, consequentemente, maior
inocuidade do produto produzido. O aumento nas informações de relevância técnica e científica
sobre qualidade e segurança da fruta subsidiará as políticas públicas de proteção e saúde do
consumidor brasileiro, com aumento de demanda das pequenas frutas.
REFERENCIAS CONSULTADA
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global scene. Journal American Pomological Society, v. 61, n. 3, p. 148-150, 2007.
118
CANCRO EUROPEU – ESTRATÉGIAS DE CONTROLE
Rosa Maria Valdebenito Sanhueza1
A ocorrência de um surto do cancro europeu das pomáceas no Brasil foi reconhecido
recentemente pelas autoridades sanitárias do país que informaram a presença do patógeno em
pomares dos Estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Quando foi confirmada
a introdução no país de Neonectria ditissima (Sinn. N. galligena), que é praga quarentenária
A1, se definiu a necessidade de treinamento dos produtores e técnicos brasileiros e foram
definidas as recomendações para contenção das perdas usando-se entre outras táticas, o
controle químico e cultural.
O conceito de controle de um patógeno pressupõe a identificação correta do organismo
e/ou dos sintomas que são alvo do controle e é um conceito “relativo”. Isso quer dizer que
para assegurar que um tratamento é eficaz ou eficiente, deve-se documentar simultaneamente
o que ocorre nas plantas não tratadas com o tratamento sob avaliação.
Essas pré-condições para o sistema patógeno – hospedeiro são difíceis de serem
cumpridas no Brasil, pois, diferentemente do que ocorre em outros países, cancros com
sintomas semelhantes ocorrem nas macieiras e, os sintomas iniciais das duas doenças podem
ser confundidos mesmo pelos especialistas. Isto exige a inoculação das plantas e/ou análise
laboratorial dos sintomas da doença que pretende ser controlada.
Perdas apreciáveis causadas pelo cancro europeu das pomáceas constatadas nos países
ou área produtoras de maçãs que apresentam condições climáticas apropriadas para ocorrência
de epidemias mostram que, dependendo das variedades e da infecção das mudas plantadas, a
perda de plantas pode ser de 100% já no primeiro ano como constatado da Suécia na cv
Discovery em 2008.
As perdas crescentes verificadas recentemente em alguns países têm sido causadas
principalmente pelo uso de mudas contaminadas e, adicionalmente, pelas condições
climáticas que aumentam a disponibilidade e dispersão de inóculo.
Levantamento de prevalência de inóculo e da alta frequência de condições
meteorológicas adequadas para inicio das epidemias em Vacaria mostram que a manutenção
de plantas infectadas nos pomares é uma prática que ameaça gravemente a pomicultura do
país e confirma a previsão da doença constituir maior severidade no Brasil que na Europa.
1
Eng. Agr. Dra em Fitopatologia, Centro de Pesquisa Proterra.
119
Assim, enquanto 30 dias antes do inicio de queda das folhas em Vacaria há ascósporos
maduros e conídios, na Europa e no Chile a maior pressão liberação de ascósporos ocorre
principalmente na primavera.
Essa constatação desmente a opinião de alguns técnicos brasileiros e europeus sobre o
pouco perigo que essa doença teria se introduzida no Brasil.
CONTROLE CULTURAL
As praticas recomendadas incluem principalmente o uso de mudas sadias e
adicionalmente, a incineração das mudas infectadas no primeiro ciclo e dos ramos de um e de
dois anos que apresentem cancros; poda dos ramos doentes até antes do fim do verão para
diminuir a população do patógeno no pomar quando se inicie a queda das folhas; remoção dos
restos de poda sem triturá-los antes da quebra de dormência e, monitorar permanentemente a
infecção das macieiras nos pomares.
CONTROLE QUÍMICO NOS POMARES
Numerosas pesquisas têm sido feitas no exterior relativas ao controle químico
do agente causal do cancro europeu (Neonectria ditissima/ sinn. N galligena) visando
associar esta tática de controle a outras como o controle cultural. As publicações disponíveis
desse assunto foram fundamentadas na sua maioria nos trabalhos feitos na década de 30 e
complementadas a partir de 2000. As pesquisas desse assunto abordam a proteção dos cortes
de poda para evitar a infecção deles, o tratamento dos cancros que visa curar a infecção e
reduzir a produção de inoculo (efeito erradicante), a proteção das feridas da queda das folhas
e a diminuição da infecção das maçãs.
PROTEÇÃO NA QUEDA DAS FOLHAS
Na Inglaterra e no Canadá se encontram de forma mais clara e organizadas as
recomendações para uso de controle químico nos pomares, separando-se os pomares pela
determinação do grau de risco nos pomares. Esse risco é determinado na prevalência da
doença no pomar. Assim o pomar que apresenta até 5% de plantas doentes terá baixo risco; de
5 a 25% risco moderado e acima de 25%, risco alto.
Assim, enquanto nos pomares de risco baixo, ao controle cultural deve ser associada
a proteção com pulverizações
somente com produtos cúpricos (calda bordalesa formulada
ou oxicloreto de cobre) nas fases de 10%, 50% e 90%, nos de de risco moderado e alto, aos
120
tratamentos antes citados, se recomenda pulverização de produtos curativos ou com ação
curativa e erradicantes.
No caso de pomares com mais de 25% das plantas com cancros e com histórico de
perdas de fruta armazenada causada por N. galligena ( pomares de de risco moderado e alto),
ao controle cultural deve ser associadas as recomendações que seguem:
1-
Quatro pulverizações consecutivas que se iniciam logo no inicio da queda das folhas e
encerram quando o pomar apresenta 90% de queda das folhas. A sequência de tratamentos é:
tebuconazole – calda bordalesa formulada ou oxicloreto de cobre- tebuconazole ou tiofanato
metílico - calda bordalesa formulada ou não ou oxicloreto de cobre;
2-
Cúpricos no estádio de gema inchada;
3-
Nos estádios seguintes preferir dithianon e captan para quando feito o controle de
Sarna da macieira visto que eles controlam esporos do patógeno. O dodine e o clorotalonil e
as associações de esses protetores com estrobilurinas ou anilinopirimidinas também tem
algum controle;
4-
Pulverizações de captan ou de associações de esses protetores com estrobilurinas ou
anilinopirimidinas no período de floração a queda de pétalas para proteção das maçãs;
5-
Em pré-colheita usar tiofanato metílico ou os utilizados a queda de pétalas.
Modo de ação dos fungicidas: o único fungicida registrado no Brasil para macieira,
com ação curativa nesta doença é o tiofanato metílico. Todos os outros produtos citados são
protetores.
Doses recomendadas: a quantidade de produto por ha é a recomendada nos registro
desses produtos para a sarna da macieira.
Uso e segurança de fungicidas cúpricos: pesquisas recentes têm mostrado que
dependendo do tipo de fungicida, pode causar toxicidade quando usado em doses altas nos
cortes de poda e também na proteção das feridas da queda das folhas.
É por isto que na literatura que recomenda esses produtos se dá ênfase no uso de calda
bordalesa preparada no pomar ou formulada (0,25% de cobre ou 10-8-100) e na utilização de
oxicloreto de cobre (300 a 500g/100L de água). Nesses produtos o cobre é liberado
121
lentamente e no caso da calda bordalesa ocorre diminuição da toxicidade pelo cal usado no
seu preparo.
Trabalhos conduzidos na Nova Zelândia com o uso de 50g/L hidróxido de cobre
mostraram o aumento a incidência da doença a pulverização foi feita no período da queda das
folhas. Igualmente, dados desse país mostraram a ineficiência de uma dose baixa do ditianon
(18g/L de produto comercial). Esses resultados recomendam a utilização da dose de registro
para sarna da macieira do ditianon, como consta nos trabalhos da Inglaterra e de doses de até
30g de ativo de hidróxido de cobre.
TRATAMENTO DOS CANCROS
As pesquisas desenvolvidas sobre a proteção de cortes de poda para evitar a infecção
deles e sobre o tratamento dos cancros reforçam a ideia que para um produto (Pasta) ser bom,
precisa estimular/ permitir a cicatrização com formação de calo pela cicatrização do ferimento
feito, ter efeito curativo para curar a infecção que pode ter ficado no cancro tratado e,
suprimir a produção de inóculo ou seja de conídios e/ou peritécios (efeito erradicante).
No desenvolvimento de pastas para proteção de cortes de poda e/ou o tratamento dos
cancros requer a caracterização do mesmo, translocação e persistência do ingrediente ativo na
madeira e monitoramento do desenvolvimento da lesão pelo menos por 12 meses.
Tenacidade das pastas é um fator importante nas condições do Sul do Brasil e pode
definir a vantagem ou não de uma pasta. No Chile, por exemplo, foi utilizado clorotalonil
como pasta seladora mas a proteção foi perdida com ~40 mm de chuva. Já autores da Nova
Zelândia sugerem que maior eficiência de uma pasta pode ser obtida pela ocorrência de uma
chuva leve.
Na década de 60 vários fungicidas foram avaliados tendo como alvo uma ação
erradicante, sendo os mais eficientes produtos mercuriais hoje banidos e produtos cúpricos. A
partir de 1970 foi relatada a eficiência de captafol, benomil, tiofanato metílico e foi
estabelecido que o controle é melhor se o cancro for limpo. Na atualidade trabalhos de
pesquisa relataram que as pastas mais eficientes para N. galligena são as feitas com Calda
bordalesa, Oxicloreto de cobre, sulfato de cobre, e clorothalonil, tiofanato metílico,
tebuconazole e octinolinona.
A pesar de todos os especialistas estabelecerem que o tratamento mais eficaz se
consegue limpando-se o cancro pela lógica desse procedimento possibilitar que o fungicida
atinja o alvo, tentativas variadas tem sido feitas para viabilizar tratamentos sem a limpeza da
área afetada. Pesquisas feitas com esse fim mostraram que o uso de óxido de mercúrio e com
122
octinolinona conseguiram deter a infecção completamente quando os produtos foram
aplicados nos cancros limpos, e, quando a pasta foi aplicada sobre os cancros, 30 a 50%
daqueles voltaram a apresentar os sintomas da doença.
Os fungicidas mais efetivos se translocam do gel (pasta) até a madeira próxima ao
cancro e ali persiste até 6 meses. Outros trabalhos compararam pastas preparadas com
diferentes géis como veículos e constataram que o tiofanato metílico foi menos eficiente que o
carbendazim.
RESULTADOS EXPERIMENTAIS SOBRE A PROTEÇÃO DOS CORTES DE PODA
E TRATAMENTO DOS CANCROS EM VACARIA.
Resultados de estudos feitos com limpeza de cancros em Vacaria mostraram
a
necessidade de se ter alguns cuidados como requisito para se ter sucesso nessa prática de
contenção da doença:
1)
Limpeza do cancro: a operação de limpeza do cancro a pesar de ser mais trabalhosa é
necessária visto que o patógeno coloniza profundamente os ramos e tronco e, posteriormente
pode alcançar o tecido vascular. A limpeza contribui para estimular a cicatrização e assim,
cancros que somente foram limpos com rineta (faca com lâmina afiada) e desinfectados com
álcool 96%, formam um calo que cicatrizou a borda da ferida;
2)
Ferramentas para a limpeza dos cancros: é indispensável que se usem rinetas ou
ferramentas semelhantes que tenham lâminas lisas, fáceis de desinfetar e que façam cortes
limpos sem transportar pedaços de tecidos doentes para a parte sadia. Não devem ser usadas
grozas nem escovas de aço;
3)
Área a do cancro a ser limpa: de preferência deve ser retirado o tecido até 2 cm ao
redor da área do cancro raspando-se primeiro á área com sintomas e depois de desinfectar a
área aparentemente sadia com álcool 96%;
4)
Veículo usado nas pastas: O uso de cola (acetato vinílico) ou tinta acrílica como
veículo dá igual resultado sempre que o tratamento de limpeza seja bem feito. Deve ser
123
verificada a possibilidade desses produtos não serem fitotóxicos e de preferência usá-las
diluídas em água (1/3 v/v);
5)
Estruturas desenvolvidas nos cancros tratados: dependendo do tamanho do cancro,
do diâmetro dos ramos, da qualidade do processo de limpeza e do tipo de pasta usada, nas
área com cancros tratados, após seis meses se desenvolveram esporodóquios (Conídios) e
peritécios facilmente detectáveis (fim de março). Parte dos peritécios estavam imaturos mas
bem formados de tamanho característico da espécie. Os maduros quando colocados em
câmara úmida no Laboratório após 2 dias, liberaram ascósporos na forma de cirros
brancos.(Figura 1).
Peritécios e conídios foram constatados mesmo em ramos do ano infectados no outono
anterior.
COMENTÁRIOS FINAIS:
É indispensável nos pomares infectados treinar o pessoal que irá fazer o tratamento
dos cancros, mantendo essa atividade no ciclo todo.
Os processos de cicatrização (calo) e a ação curativa são eventos diferentes e se
somam para a supressão do cancro.
Deve ser evitado o uso de altas doses de fungicidas cúpricos e de síntese nas pastas
até se ter maiores resultados de pesquisa
A associação de tiofanato metílico, tebuconazole e protetor é indispensável nas pastas
até se verificar a sensibilidade do patógeno aos benzimidazoles.
É importante lembrar que para racionalizar o uso de fungicidas nos pomares, a
determinação de ausência ou de incidência baixa da doença nos pomares pelo monitoramento.
Deve-se dar treinamento dos produtores no reconhecimento dos sintomas ou envio de
amostras para instituições que possam fazer a identificação do patógeno será indispensável,
pois no ciclo passado de confundia com freqüência cancro papel com cancro europeu.
É necessário também que os produtores usem quando determinado pelas autoridades
de defesa, somente o recomendado oficialmente evitando improvisações ou práticas não
embasadas em pesquisa.
124
BIBLIOGRAFIA
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inóculo de Nectria galligena bajo las condiciones ambientales de un huerto de
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TAYLOR, R. E.; BYRDE, R. J. W. Control of Nectria eye-rot of apple by an eradicant
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Figura 1. Estruturas de Neonectria ditissima (sinn. N galligena) no 28/o2/2013 em Vacaria,
RS.
125
126
COMPORTAMENTO DE CLONES DE MACIEIRA EM DIFERENTES REGIÕES
DO SUL DO BRASIL
João Caetano Fioravanço1; José Masanori Katsurayama2; Marcelo Couto3; Ana Beatriz Costa
Czermainski1; Paulo Ricardo Dias de Oliveira1
INTRODUÇÃO
Em muitos países, a avaliação de materiais em diferentes lugares é uma atividade de
pesquisa sistematicamente desenvolvida (Blažek & Křelinová, 2006; Yuri et al., 2011;
Iglesias et al., 2012). O lançamento de novas cultivares é, inclusive, antecedido de
investigações que procuram entender as atitudes e os hábitos de compra e de consumo da
população, gerando, assim, as informações básicas para definir as estratégias de marketing
(Péneau et al., 2006).
No Brasil, a introdução e avaliação de cultivares de macieira também foi uma
atividade de pesquisa intensamente realizada. Camilo e Denardi (2006) fazem referência à
avaliação, em Santa Catarina, de mais de 500 cultivares oriundas de outros países, a maioria
delas com pouca adaptação às condições climáticas das regiões produtoras situadas a menos
de 1.200 metros de altitude. Nos últimos anos, no entanto, pesquisas dessa natureza foram
reduzidas drasticamente, provavelmente devido ao predomínio das cultivares Gala e Fuji, que
criaram a impressão de que a introdução de novos materiais não é mais necessária.
Em consonância com as tendências mundiais, considerou-se que estudos dessa
natureza são importantes e, em 2006, foi iniciado um estudo para avaliar o desempenho dos
principais clones disponíveis no Brasil e de algumas cultivares, de maneira a conhecer melhor
suas características agronômicas, identificar potencialidades de mercado e oferecer
informações para subsidiar a escolha de cultivares para a implantação de novos pomares.
MATERIAL E METODOS
A atividade é composta por três experimentos, conduzidos em Vacaria-RS (Embrapa
Uva e Vinho/EEFT), Caçador-SC (Epagri/Estação Experimental) e São Joaquim-SC
(Epagri/Estação Experimental). Os clones e cultivares em avaliação são os seguintes:
1
Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho. Caixa Postal, 130, CEP 95700-000 - Bento Gonçalves, RS.
[email protected]; [email protected]; [email protected];
2
Pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina/Epagri. Caixa Postal 81, CEP
88600-000 – São Joaquim, SC. [email protected];
3
Pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina/Epagri. Caixa Postal 591, CEP
89500-000 – Caçador, SC. [email protected].
127
- Clones do grupo Gala: Baigent, Gala Real, Galaxy, Imperial Gala, Maxi Gala e Royal Gala;
- Clones do grupo Fuji: Fuji Precoce, Fuji Select, Fuji Suprema e Mishima;
- Cultivares: Daiane, Pink Lady e Braeburn (em Vacaria e São Joaquim, foi substituída em
2007 pela 'Fuji Precoce', através de sobre-enxertia, permanecendo em Caçador).
Os clones e cultivares foram enxertados sobre dois porta-enxertos: M-9 e
Marubakaido com filtro de M-9 com aproximadamente 20 cm de comprimento. Eles foram
plantados em outubro de 2006, nos espaçamentos de 1,0 x 3,5 m e 1,4 x 4,0 m. Foi adotado o
delineamento experimental em blocos ao acaso, com 12 tratamentos (clones e cultivares), três
repetições e dez plantas por parcela (em São Joaquim foram cinco plantas por parcela).
As plantas foram conduzidas com o auxílio de espaldeiras, no sistema de líder central.
As práticas culturais seguiram o sistema de produção habitualmente utilizado para a cultura,
observando-se as particularidades de cada safra. Em Vacaria e Caçador, em todas as safras
foram realizadas aplicações de cianamida hidrogenada (0,2 a 0,35%) e óleo mineral (3,0 a
4,0%) para a quebra da dormência. O raleio dos frutos foi feito manualmente nos três locais.
Anualmente foram feitas diversas avaliações, cobrindo aspectos de: vigor das plantas,
fenologia, intensidade de floração, frutificação, produção e qualidade do fruto. Nesse artigo,
por limitação de espaço, serão apresentadas apenas as produtividades do quarto, quinto e
sexto ano após o plantio, que correspondem às safras 2010/11, 2011/12 e 2012/13, e um
demonstrativo da produtividade acumulada de todas as safras em cada porta-enxerto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em Vacaria, sobre o M-9, as maiores produtividades médias foram observadas nas
cultivares Baigent, Maxi Gala e Imp. Gala, enquanto no Maruba/M-9 as mais destacadas
foram 'Maxi Gala', 'Baigent', 'Imperial Gala', 'Daiane', 'Royal Gala', 'Gala Real' e 'Galaxy'
(Tabela 1). Em Caçador, no M-9, as mais produtivas foram 'Fuji Select', 'Mishima' e 'Fuji
Suprema', enquanto, no Maruba/M-9, foi a 'Fuji Suprema' (Tabela 2). Em São Joaquim, a
mais produtiva no M-9 foi 'Pink Lady', enquanto no Maruba/M-9, destacaram-se 'Fuji
Suprema', 'Daiane', 'Pink Lady', 'Gala Real, 'Maxi Gala', 'Baigent', 'Imperial Gala', 'Fuji
Precoce' e 'Royal Gala' (Tabela 3).
128
Tabela 1. Produtividade das cultivares e clones de macieira sobre dois porta-enxertos no
quarto, quinto e sexto ano após o plantio. Vacaria, RS, safras 2010/11 a 2012/13.
M-9
Maruba/M-9
Cultivar/clone
1
2010/11 2011/12 2012/13 Média 2010/11 2011/12 2012/13 Média1
Maxi Gala
40,79
79,88
52,10
57,59 a
46,82
75,58
53,19
58,53 a
Baigent
47,94
85,62
57,97
63,84 a
40,73
75,70
54,43
56,95 a
(a)
(a)
(a)
Imperial Gala 31,30
78,53
49,98
53,27 a
43,21
76,93
50,39
56,84 a
Daiane
48,95
33,50
56,29
46,25 b
55,92
48,89
51,92
52,24 a
Royal Gala
34,77
70,69
38,09
47,85 b
38,68
62,87
49,54
50,36 a
Gala Real
29,28
66,88
47,01
47,72 b
39,42
64,83
45,51
49,92 a
(a)
(a)
(a)
Galaxy
23,70
66,45
40,07
43,41 b 29,69
70,48
48,26
49,48 a
Mishima
48,27
42,40
59,71
50,13 b
37,55
38,63
53,09
43,09 b
Fuji Suprema 48,70
25,92
64,08
46,23 b
45,76
36,39
43,76
41,97 b
Pink Lady
55,49
53,21
69,32
59,34 a
38,77
31,98
44,53
38,43 b
Fuji Select
41,12
43,64
56,27
47,01 b
30,29
29,74
34,49
31,51 c
(a)
(a)
(a)
(a)
(a)
(a)
Fuji Precoce 25,70
36,44
45,30
35,81 b 28,65
31,47
29,53
29,88 c
(a)
1
Correspondem à terceira, quarta e quinta safras.
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Tabela 2. Produtividade das cultivares e clones de macieira sobre dois porta-enxertos no
quarto, quinto e sexto ano após o plantio. Caçador, SC, safras 2010/11 a 2012/13.
M-9
Maruba/M-9
Cultivar/clone
1
2010/11 2011/12 2012/13 Média 2010/11 2011/12 2012/13 Média1
Fuji Suprema 74,47
47,84
38,08
53,46 a
73,94
66,07
59,05
65,40 a
Daiane
28,91
32,55
31,50
30,99 b
49,23
48,84
51,17
49,75 b
Mishima
77,68
45,59
42,57
55,28 a
54,76
49,89
44,01
49,55 b
Pink Lady
15,31
28,01
43,47
28,93 b
21,39
39,50
45,98
35,62 c
Baigent
27,32
20,22
30,25
25,93 b
32,38
22,98
45,18
33,51 c
Maxi Gala
23,93
23,26
29,32
25,50 b
34,39
18,24
42,66
31,76 c
Fuji Select
89,08
46,22
37,41
57,57 a
11,24
37,46
25,52
24,74 d
Gala Real
20,73
16,65
20,46
19,28 c
27,14
20,03
24,63
23,93 d
(a)
(a)
Imperial Gala
6,75
6,20
6,48 d
23,53
18,25
22,52
21,43 d
Braeburn
11,62
18,04
22,63
17,43 c
12,58
19,63
21,53
17,91 e
Royal Gala
15,26
7,46
20,01
14,24 c
19,48
1030
15,98
15,25 e
(a)
(a)
(a)
Galaxy
22,16
23,35
30,88
25,46 b 6,03
12,61
19,53
12,73 e
(a)
1
Correspondem à terceira, quarta e quinta safras.
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
129
Tabela 3. Produtividade das cultivares e clones de macieira sobre dois porta-enxertos no
quarto, quinto e sexto ano após o plantio. São Joaquim, SC, safras 2010/11 a 2012/13.
M-9
Maruba/M-9
Cultivar/clone
1
2010/11 2011/12 2012/13 Média 2010/11 2011/12 2012/13 Média1
Fuji Suprema 71,27
36,41
54,00 53,89 b
59,46
57,22
51,76
56,15 a
Daiane
28,44
34,57
31,62
31,54 c
57,11
48,49
55,13
53,57 a
Pink Lady
63,55
56,54
85,46
68,52 a
39,56
40,34
75,59
51,83 a
Gala Real
29,78
26,79
37,49
31,35 c
55,97
39,14
56,63
50,60 a
Maxi Gala
27,17
25,36
33,55
28,70 c
46,17
62,40
40,00
49,54 a
Baigent
35,97
28,25
44,12
36,11 c
48,24
38,98
49,48
45,59 a
Imperial Gala
34,28
34,28 c
51,33
27,85
54,05
44,42 a
(b)
(b)
Fuji Precoce
34,71
47,26
40,98 a
Royal Gala
37,27
29,65
31,33
32,75 c
42,76
35,88
41,08
39,92 a
Fuji Select
57,30
42,19
48,19 B49,23 b
23,30
20,33
31,34
25,00 b
Mishima
58,95
32,12
43,71 44,93 b
24,71
23,90
24,89
24,51 b
(a)
(a)
(a)
Galaxy
30,06
22,32
35,46
29,28 c 11,72
18,22
41,00
23,66 b
(a)
1
Correspondem à terceira, quarta e quinta safras, (b)Correspondem à quarta e quinta safras.
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Nas Figuras 1, 2 e 3 são apresentadas as produtividades acumuladas nos dois portaenxertos. As cultivares F. Select, Mishima e Galaxy exibiram as maiores produtividades no
M-9, nos três locais; 'Maxi Gala', 'Imperial Gala', 'Daiane', 'Gala Real' e 'Royal Gala' foram
superiores no Maruba/M-9; 'Baigent', 'Pink Lady' e 'Fuji Suprema' produziram mais no M-9
ou no Maruba/M-9, dependendo do local de plantio. A análise dos dados indicou que são
significativos (p<0,001) o efeito de local e da interação entre porta-enxertos e clones em cada
local (o detalhamento desses resultados não é apresentado aqui).
Figura 1. Produtividade acumulada das cultivares e clones de macieira sobre dois
porta-enxertos. Vacaria, RS, safras 2007/08 a 2012/13.
(a)
No Maruba/M-9 corresponde ao acumulado de 2008/09 a 2012/13. (b)Nos dois porta-enxertos
corresponde ao acumulado de 2008/09 a 2012/13. (c)No M-9 equivale ao acumulado de 2008/09 a
2012/13.
130
Figura 2. Produtividade acumulada das cultivares e clones de macieira sobre dois portaenxertos. Caçador, SC, safras 2008/09 a 2012/13.
(a)
Nos dois porta-enxertos equivale ao acumulado de 2009/10 a 2012/13.
acumulado de 2011/12 a 2012/13.
(b)
No M-9 equivale ao
Figura 3. Produtividade acumulada das cultivares e clones de macieira sobre dois portaenxertos. São Joaquim, SC, safras 2008/09 a 2012/13.
(a) No Maruba/M-9 corresponde ao acumulado de 2010/11 a 2012/13. (b) No M-9 corresponde à safra
2012/13. (c) No Maruba/M-9 equivale ao acumulado de 2011/12 a 2012/13.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados mostram que os clones e cultivares apresentam produtividades distintas
em função do local de plantio e do porta-enxerto utilizado. Na média das safras 2010/11 a
2012/13, em Vacaria, os clones de Gala foram os mais produtivos, em ambos os portaenxertos. Em Caçador, destacaram-se principalmente os clones de Fuji. Em São Joaquim, no
M-9, sobressaiu-se a cultivar Pink Lady, enquanto no Maruba/M-9, destacaram-se alguns
clones de Gala e Fuji e as cultivares Daiane e Pink Lady.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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