O “Triângulo das Bermudas” e o “Ciclo da Vida”
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O “Triângulo das Bermudas” e o “Ciclo da Vida”
DE OLHO NA NOTÍCIA O “Triângulo das Bermudas” e o “Ciclo da Vida” O modelo de relação de ajuda do CVV é dito não-diretivo porque parte do pressuposto de que não é necessário que o plantonista mostre os caminhos que a pessoa deve seguir para resolver seus problemas. A confiança na força construtiva do ser humano e o respeito pelo modo próprio do indivíduo encontrar soluções para suas dificuldades implicam em atendimentos que têm o objetivo de criar um “Clima Psicologicamente Favorável”, no qual a pessoa ajudada sente-se aceita como é e compreendida empaticamente. Esse ambiente de “Liberdade Experiencial”, construído por um ouvir atento e interessado, possibilita a essa pessoa um contato com seus sentimentos e com seu modo de pensar e agir que lhe permite repensar a situação pela qual está passando. Para entender melhor como esse processo acontece, é fundamental compreender o que os voluntários do CVV denominam “Triângulo das Bermudas” e “Ciclo da Vida”. O “Triângulo das Bermudas” é um esquema didático que os voluntários do CVV elaboraram para mostrar, nos Programas de Seleção de Voluntários (PSV) e nas reuniões e cursos de treinamento e aperfeiçoamento, que a relação de ajuda deve ser centrada nas pessoas que os procuram. Em outras palavras, ele revela qual o foco que o plantonista deve ter nos seus atendimentos dos plantões. É possível perceber que, no que seriam os vértices do “triângulo”, há três nomes: no vértice superior está a “pessoa (sentimento)”, no vértice esquerdo está o “indivíduo (nome, endereço, profissão,..)” e no vértice direito esta o “problema”. Para os voluntários do CVV, a pessoa é o conjunto das experiências que o indivíduo vive na forma de sentimentos, pensamentos e ações, sendo que são as experiências emocionais as que motivariam o modo de pensar e agir. O objetivo do plantonista é ajudar as pessoas que os procuram a compreender os seus sentimentos porque é o modo de sentir que determina o modo de pensar e de agir que constituem também a pessoa. Em outras palavras, numa relação de ajuda, a pessoa auxiliada pode falar sobre os seus problemas, suas características externas (denominadas como aspectos do individuo) e sua pessoa (os sentimentos, pensamentos e ações próprias dela), mas o plantonista sempre devera focar a pessoa e, mais especificamente, o modo de sentir dela. Dessa forma, a escuta não diretiva estará atenta aos problemas, ao individuo e a pessoa, mas a comunicação não diretiva se destinara a mostrar que a pessoa foi compreendida, isto é, que o motivo pelo qual aquele individuo esta passando por aqueles problemas foi entendido. Resenha da dissertação de mestrado André Barreto Prudente FFCLRP-USP Alan / Ribeirão Preto (SP) 6