Jornal Nippak - Abrac Brasil

Transcrição

Jornal Nippak - Abrac Brasil
ANO 19 – Nº 2560 – SÃO PAULO, 04 A 10 DE FEVEREIRO DE 2016 – R$ 3,50
www.nippak.com.br
BRASIL-JAPÃO Olimpíadas e Japan House devem
fortalecer relações bilaterais em 2016
Passadas as comemorações
pelos 120 Anos do Tratado
de Amizade, Comércio e
Navegação Brasil-Japão,
2016 reserva para a comunidade nipo-brasileira,
pelo menos do ponto de
vista do governo japonês,
dois grandes eventos para
fortalecer ainda mais as
relações bilaterais: Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro e o
projeto Japan House. Para
o governo japonês, os Jogos Rio 2016 tem um significado especial porque a
maior competição esportiva do planeta representa
a passagem de bastão para
Tóquio, sede dos Jogos em
2020. Durante discurso
proferido na sétima edição
do FIB – Fórum de Integração Bunkyo – realizado
nos dias 21 e 22 de novembro do ano passado nas
dependências do Bunkyo
– Sociedade Brasileira de
Cultura Japonesa e de Assistência Social –, o cônsul geral do Japão em São
Paulo, Takahiro Nakamae,
disse esperar que a transição “ocorra de maneira a
ostentar os laços dos dois
povos para o público mundial, e lá acho que a comunidade nipo-brasileira merece destaque de honra”.
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‘Pena para crimes no Brasil
é muito light’, diz nikkei
vítima de violência
facebook/rika yamane
JIRO MOCHIZUKI
POSSE – Fortalecer a or- safios que esperam o novo realizada nesta segunda- São Paulo. Shodi Nomuganização e trabalhar para presidente da JCI Brasil- -feira, no Auditório Paulo ra sucederá Camila Stuck,
para atrair novos membros Japão, Shodi Nomura, que Kobayashi da Assembleia primeira não descendente a
são apenas alguns dos de- tomou posse em cerimônia Legislativa do Estado de assumir a organização.
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Fernanda Takai se apresenta em São Paulo nos dias 8 e 9
dudi polonis
A médica veterinária Rika atualmente em Curitiba
Yamane, de 39 anos, pas- (PR), onde está radicada
sou momentos de terror no desde 2002. Em entrevista
último dia 29, quando foi ao Jornal Nippak, na últiassaltada e violentamente ma terça-feira (2), ela disse
agredida na Praia do Fu- que estava em Fortaleza
turo, em Fortaleza (CE). desde o dia 27 para partiNatural de Quioto, no Ja- cipar de um aniversário e
pão, Rika Yamane mora descansar.
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Cônsul visita comunidades
nikkeis do Vale do Paraíba
divulgação
Uma opção para quem
quer fugir do ziriguidum
do Carnaval é conferir o
show da cantora Fernanda
Takai nesta segunda (8) e
terça (9), no Sesc Pinheiros, em São Paulo, onde
a vocalista da banda mineira Pato Fu estará apresentando seu álbum solo
mais recente, o premiado
“Na Medida do Impossível”. Depois de dois álbuns inspiradores na carreira solo, “Onde Brilhem
os Olhos Seus”, dedicado
à Nara Leão, e “Luz Negra”, a cantora apresenta
um repertório que mescla composições autorais
com diferentes parceiros
a regravações inusitadas,
com canções de autores
que vão de Padre Zezinho
a George Michael.
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Apesar da crise, Taça Tiemi Yajima mantém número de
participantes em sua 14ª edição
arquivo
O cônsul geral do Japão janeiro, as comunidades
em São Paulo, Takahiro nipo-brasileiras das cidaNakamae, em companhia des de Caçapava, Taubaté
do deputado estadual Hé- e Jacareí, na Região Melio Nishimoto (PSDB), vi- tropolitana do Vale do Pasitou, nos dias 23 e 24 de raíba.
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A crise financeira está afetando o desenvolvimento
de várias modalidades esportivas no país, principalmente aquelas que não
tem para onde correr. É o
caso do softbol. Fora do
programa olímpico desde
2008, em Pequim, o esporte
sobrevive graças ao trabalho de abnegados, como é
o caso do diretor técnico
comissário da Confederação Brasileira de Beisebol
e Softbol (CBBS), Nelson
Yajima, idealizador do
Torneio Início de Softbol
Feminino Sub 13 (Aberto)
e Festival T-Bol feminino
“Taça Tiemi Yajima”.
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JORNAL NIPPAK
2
São Paulo, 04 a 10 de fevereiro de 2016
AGENDA CULTURAL
CONCERTO
Matinais: BANDA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO
PAULO
Marcos Sadao Shirakawa Regente
Marcos Pedroso - Saxofone
Milton Vito - Saxofone
Ramiro Marques - Saxofone
Ederson Marques - Saxofone
Onde: Sala São Paulo (Praça
Júlio Prestes 16, Estação Luz)
Dia 21/02/2016
Horário: 11h
Ingressos: Gratuito - Ingressos disponíveis na bilheteria
da Sala São Paulo a partir
da segunda-feira anterior ao
concerto, limitados a quatro
por pessoa. A partir de cinco
ingressos, será cobrado o valor de R$2,00 (por ingresso).
Informações: 11/3223-3966
Devido à grande procura recomendamos que verifique se
há disponibilidade de ingressos.
EXPOSIÇÃO
DA BANALIDADE VOLUME
1
Artistas: Ana Elisa Egreja,
Julia Kater e Cabelo
Onde:
Instituto
Tomie
Ohtake (Rua Coropés 88, Pinheiros)
De 03/02 a 06/03/2016
Horário: de 3ª a domingo
das 11h às 20h – Carnaval:
O Instituto estará fechado nos
dias 06, 07, 08 e 09/02 e dia
10/02 horário das 12h às 20h.
Ingresso: Entrada Gratuita
Informações: 11/2245-1900
ou
www.institutotomieohtake.org.br
A ARTE E A CIÊNCIA – NÓS
ENTRE OS EXTREMOS
Curadoria: Paulo Miyada
Onde:
Instituto
Tomie
Ohtake (Rua Coropés 88, Pinheiros)
De 25/11 a 14/02/2016
Horário: de 3ª a domingo
das 11h às 20h – Carnaval:
O Instituto estará fechado nos
dias 06, 07, 08 e 09/02 e dia
10/02 horário das 12h às 20h.
Ingresso: Entrada Gratuita
Informações: 11/2245-1900
ou
www.institutotomieohtake.org.br
Exposição Itinerante CURITIBA/PR
CERÂMICA DO JAPÃO: A
GERAÇÃO EMERGENTE
DO FORNO TRADICIONAL
JAPONÊS
Onde: Museu Paranaense
(Rua Kellers 289, Alto São
Franscisco, Curitiba/PR)
De 12/01 a 07/02/2016
Horário: De terça a sexta-feira, das 9h às 18h, sábados,
domingos e feriados, das 10h
às 16h
Ingresso: Entrada Gratuita
Informações:
Consulado
Geral do Japão em Curitiba e
Museu Paranaense 41/33043300
CASARÃO DO CHÁ – MOGI
DAS CRUZES/SP
Onde: Casarão do Chá (Estrada do Chá cx 05, acesso
pela Estrada do Nagao, km
3, Cocuera, Mogi das Cruzes/
SP)
Visitação: Todos os domingos das 9h às 17h
Durante a semana visitas monitoradas: Escolas
– visitação gratuita; Grupos
Turisticos – R$100,00 até
30 pessoas. Agendamentos
11/4792-2164
Ingresso: Entrada Gratuita
Informações: 11/4792-2164
e www.casaraodocha.org.br
EVENTO
PAVILHÃO JAPONÊS –
PARQUE DO IBIRAPUERA
Visitação: quarta-feira, sábado, domingo e feriados
Horário: das 10h às 12h e
das 13h às 17h
Contribuição
adulto:
R$10,00
Programação especial:
O OLHAR JAPONÊS NO
BRASIL
De 21/01 a 28/02/2016
EXPOSIÇÃO DE ARTE
CRAFT (CERÂMICA)
Curadoria: Kenjiro Ikoma,
presidente da Comissão de
Arte Craft do Bunkyo
EXPOSIÇÃO DE BONSAI
Curadoria: Márcio Augusto
de Azevedo, fundador do
Bonsai Kai
EXPOSIÇÃO DE IKEBANA
Curadoria: Cristina Sagara,
vice-presidente da Comissão
de Administração do Pavilhão Japonês
CONCERTO DE MÚSICA
CLÁSSICA JAPONESA (aos
finais de semana)
Curadoria: Shen Ribeiro,
presidente da Associação
Brasileira de Música Clássica
Japonesa
AOBA MATSURI
Feira de verduras frescas e
comidas caseiras.
Onde: Miyagui Kenjin Kai
(Rua Fagundes 152, Liberdade)
Dia 06/02/2016
Horário: 9h às 18h
Informações: 11/3209-3265
KARAOKÊ-DANCE NIKKEY
CULTURAL
Pioneiro nessa atividade cujo
objetivo é de proporcionar
um ambiente familiar onde os
freqüentadores cantam suas
músicas preferidas e dançam
EDITORA JORNALÍSTICA
UNIÃO NIKKEI LTDA.
CNPJ 02.403.960/0001-28
Rua da Glória, 332 - Liberdade
CEP 01510-000 - São Paulo - SP
Tel. (11) 3340-6060
Fax (11) 3341-6476
Publicidade:
Tel. (11) 3340-6060
Fax (11) 3341-6476
[email protected]
[email protected]
JORNAL NIPPAK
Diretor-Presidente: Raul Takaki
Diretor Responsável: Daniel Takaki
Jornalista Responsável: Takao Miyagui (MTb. 15.167)
Redator Chefe: Aldo Shiguti
Repórter Fotográfica: Luci J. Yizima
Colaboradores: Erika Tamura, Jorge Nagao,
Shigueyuki Yoshikuni, Célia Kataoka, Paulo Maeda,
Cristiane Kisihara, Marcos Yamada e Jiro Mochizuki
Periodicidade: semanal
Assinatura semestral: R$ 80,00
[email protected]
ritmos como o chá chá chá,
rumba, forro, samba e country. Todos os domingos.
Onde: Nikkey Cultural (Praça Almeida Jr. 86 A, Liberdade)
Dia 07/02/2016
Horário: 8h às 22h (incluso:
café da manhã, missoshiru,
almoço às 12h30, refrigerantes, àgua, chá e café.).
Informações:
11/37747456/3774-7457/3774-7443
Estacionamento: Parceria
com estacionamento Samurai Park - Rua Conselheiro
Furtado, 549, Liberdade. Pagamento de R$14,00 (doze
reais) por período, na semana
e nos domingos com seguro.
PAELLA SOLIDÁRIA EM
PROL DO IKOI-NO-SONO
Atração musical: Norberto
Show com o ilusionista Roger Hideo
Onde: Nikkey Palace Hotel
(Rua Galvão Bueno 425, Liberdade)
Dia 14/02/2016
Horário: 12h
Convites: R$110,00 (individual)
Informações: 11/3209-0215
e
http://ikoinosono.org.br/
wordpress/2016/01/19/paella-solidaria/
YOSHIDA BROTHERS –
PAISES IRMÃOS
Participações: Wadaiko Sho
e Meninos do Morumbi
Onde: Teatro Sérgio Cardoso
(Rua Rui Barbosa 153, Bela
Vista)
Dias 20 e 21/02/2016
Horário: 20(21h) e 21(14h e
18h)
Ingresso:
R$40,00
a
R$100,00
Informações: 11/3288-0136
e ingressorapido.com.br
Retorno: 18/02/2016 (quinta
feira) após o almoço
Reservas por Telefone: Emilia 11/3751-9910 e 11/995108499, José Iritsu 11/998573845, Meily 11/3774-7456 e
11/3774-7457, Deise Inokida 11/3749-0374 e Ikuhiro Hayashu/Ayako Hayashi
11/99888-2935
CURSO
CURSOS DE FÉRIAS 2016
–
INSTITUTO
TOMIE
OHTAKE
22 a 26 fevereiro 2016
Informações e inscrições:
11/2245 1937 ou email [email protected]
PRISCILA MENEGASSO
Guia-sentimental de São
Paulo – Memórias
Periodo: 22, 24 e 26/02/2016
Horário: segunda, quarta e
sexta-feira, das 14h às 17h
Vagas: 20
Valor: R$80,00
DEBORAH PAIVA
Maratona de pintura
Período: 22 a 26 fevereiro
2016
Horário: segunda a sexta-feira, das 14h às 17h
Vagas: 20
Valor: R$350,00
INAÊ COUTINHO
FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA: origens, práticas, teorias, intersecções
Período: 22 a 26 fevereiro
2016
Horário: segunda a sexta-feira, das 18h30 às 21h30
Vagas: 30
Valor: R$350,00
ANIKE LAURITA
Oficina Colagem como linguagem
Período: 22 a 25 de fevereiro
2016
Horário: segunda a quinta-feira, das 14h às 17h
Vagas: 30
Valor: R$80,00
CAMILA FIX E JORN KONIJN
Workshop exposição de design
Período: 26, 27 e 28 de fevereiro 2016
Horário: sexta-feira, das 19h
às 22h; sábado das 10h às 18h
– com 1 hora de intervalo - e
domingo das 10h às 13h
Vagas: 25
Valor: R$350,00
IKI IKI TAISÔ PARA TERCEIRA IDADE
A ginástica será oferecida em
duas turmas, têm vagas limitadas, nos seguintes horários:
segunda-feira, das 9h30 às
11h e terça-feira, das 14h às
15h30.
Dia 18/01 a 12/04/2016
As inscrições serão aceitas
até preencher as vagas, e podem ser feitas na secretaria do
Bunkyo: Rua São Joaquim,
381, Liberdade, próx. Estação São Joaquim do Metrô)
Informações: 11/3208-1755
com Reiko Akabane.
No ato da inscrição, solicita-se apresentar atestado médico.
Informações e divulgação de
eventos com Cristiane Kisihara
[email protected]
Tel. 11/3340-6060
PALESTRA
PALESTRAS
GRATUITAS
DO CIATE
FEVEREIRO/2016 – 14 às
16h
16 – Terça-feira – Aumentando a sua Qualidade de Vida
18 – Quinta-feira – Encaminhe Profissionalmente através de seus talentos.
25 – Quinta-feira – Relatos
de problemas enfrentados pelos decasséguis com empreiteiros não idoneas.
Onde: CIATE - Centro de Informação e Apoio ao Trabalhador Retornado do Exterior
(Rua São Joaquim 381, 1º andar, Liberdade)
Informações e Inscrições:
11/3207-9014
EXCURSÃO
POUSADA NAULTILUS –
ILHA GRANDE
Ônibus super-luxo
Saída: 15/02/2016 segunda-feira às 23h
Passeios de escunas e pescarias durante o dia e a noite
karaoke-dance apos o jantar.
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São Paulo, 04 a 10 de fevereiro de 2016
JORNAL NIPPAK
3
COLUNA DA ERIKA TAMURA
BRASIL-JAPÃO
Japan House e Rio 2016 devem
fortalecer relações bilaterais
P
assadas as comemorações dos 120 Anos do
Tratado de Amizade,
Comércio e Navegação Brasil-Japão, 2016 reserva para a
comunidade nipo-brasileira,
dois grandes eventos para
fortalecer ainda mais as relações bilaterais, pelo menos
do ponto de vista do governo
japonês: Os Jogos Olímpicos
e Paralímpicos do Rio de Janeiro e o projeto Japan House.
Para o governo japonês,
os Jogos Rio 2016 tem um
significado especial porque
a maior competição esportiva do planeta representa
a passagem de bastão para
Tóquio, sede dos Jogos em
2020. Durante discurso proferido na sétima edição do
FIB – Fórum de Integração
Bunkyo – realizado nos dias
21 e 22 de novembro do ano
passado nas dependências do
Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de
Assistência Social –, o cônsul
geral do Japão em São Paulo,
Takahiro Nakamae, disse esperar que a transição “ocorra
de maneira a ostentar os laços
dos dois povos para o público mundial, e lá acho que
a comunidade nipo-brasileira
merece destaque de honra”.
Em seu discurso, o cônsul
disse que “será uma ótima
oportunidade para aprofundar as relações bilaterais na
área esportiva também”. “Assim como aconteceu na Copa
do Mundo, no ano passado,
acredito que muitos atletas japoneses e turistas irão ao Rio
de Janeiro passando por São
Paulo. Por sua vez, São Paulo
também sediará parte dos jogos, recebendo também concentrações de algumas competições”, destacou Nakamae.
JIRO MOCHIZUKI
Cônsul geral do Japão em São Paulo coordenou a segunda reunião para instalação do Japan House
Japan House – Outro projeto
que está merecendo atenção
do governo japonês é a construção do centro informativo
estratégico, batizado de Japan
House e que cujo objetivo é
“servir como uma porta de
entrada para conhecer o ‘Verdadeiro Japão’ e para o fortalecimento e engajamento do
Japão com o público no exterior, através das informações
e recursos de várias instituições e organizações, tanto públicas como privadas, aumentando assim a compreensão
dos aspectos culturais, sociais
e econômicos do país”.
Aprovado em julho de
2014 pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão,
a ideia é oferecer diversas
atividades em áreas como o
ensino de línguas e de intercâmbio cultural e, ao mesmo
tempo, formar conhecedores
e apreciadores da cultura japonesa.
As obras do Japan House, que funcionará na Av.
Paulista, 52 – onde fica uma
agência do Banco Bradesco –
já foram iniciadas. De acordo
com o cronograma, o projeto
deve abrir suas portas provisoriamente em novembro
deste ano, antes da inauguração definitiva, marcada para
março de 2017.
Em janeiro foi realizada
a segunda reunião nesse sentido. Participaram, além do
cônsul, a presidente do Bunkyo, Harumi Goya; a diretora administrativa executiva, Ângela Hirata; o diretor
de planejamento e curador,
Marcello Dantas – que criou
o pavilhão do Brasil na Expo
2010 de Xangai – e a diretora
de Mídia e Comunicação,
Nely Caixeta, além do exdesembargador Kazuo Watanabe.
Complementaridade – Ao
lado de Londres e Los Angeles, a capital paulista é uma
das três únicas metrópoles
no mundo escolhida pelo
governo japonês a receber a
construção. Conforme explanação do cônsul Nakamae, o
Japan House não tem a intenção de concorrer com o bairro
da Liberdade, que ao longo
dos anos tem contribuído
com a comunidade nikkei na
preservação e divulgação da
cultura japonesa. “A função
do Japan House deve ser de
complementaridade, respeitando e preservando essa cultura tradicional já existente”.
“Esse deve ser um projeto
amplo e abrangente com
a possibilidade de realizar
grandes cooperações com a
comunidade nipo-brasileira,
particularmente entre os nikkeis da nova geração com sua
característica extrovertida”,
destacou o cônsul.
(Aldo Shiguti)
forças armadas
Jamil Ono prestigia posse do general Riyuzo Ikeda como
comandante da 11ª Região Militar
O prefeito de Andradina
(SP), Jamil Ono (PT) participou, no último dia 28, no
Quartel General da 11ª Região Militar, em Brasília, da
passagem de cargo do alto
comando do Exército Brasileiro.
Jamil esteve ao lado do
general de brigada, Riyuzo
Ikeda, que passa a ser comandante da 11ª Região Militar,
cargo este que era ocupado
por Fernando Mirando do
Carmo. Participaram também
o assessor da presidência da
Sansuy S. A., Yasuyuki Hirasaki; o coronel do exército,
Toru Yamauchi; e o Dr. Masato Ninomiya, professor de
Jamil da primeira turma de
Direito Internacional no ano
de 1986 da USP (Universidade de São Paulo).
Ikeda, junto com o Comandante Militar do Sudeste,
João Camilo Pires e o general
Cláudio Coscia Moura, foram
fundamentais para a volta do
novo Tiro de Guerra 02-007
do Governo de Andradina e
também para a vinda da viatura blindada M-41.
“O general Ikeda foi parte
essencial para ter o Serviço
Militar novamente na cidade. A volta do TG foi um
dos compromissos do Governo de Andradina para que
o município tivesse um novo
centro de formação que preparasse os jovens para a vida
em comunidade e também
para defender o país, se necessário”, comenta o prefeito
Jamil.
Outro ponto que Jamil relembrou é que na abertura do
Secom/Prefeitura
Jamil Ono (1º à esq.) com o general de brigada, Riyuzo Ikeda, que passa a ser comandante da 11ª
Região Militar, Masato Ninomiya, Yasuyuki Hirasaki e demais autoridades
novo TG, o Governo de Andradina conseguiu reunir na
cidade três generais do alto
comando das Forças Armadas, um feito inédito em um
evento não organizado pelo
Exército Brasileiro. “Isto
mostrou o carinho e o cuidado
que o Exército teve com a
nossa comunidade, incluindo
Ikeda”, ressalta Jamil.
O retorno do Tiro de
Guerra aconteceu depois
que o Governo de Andradina se responsabilizou em
construir uma unidade do
bairro Pereira Jordão dentro
das exigências do Exército
Brasileiro, local que hoje já
formou 50 atiradores, e que
neste ano, outros jovens serão incorporados e farão
parte dessa unidade que pos-
sui uma área construída de
aproximadamente 300m².
Reconhecimento – No local
também está exposta a viatura Blindada de Combate
M-41 doada pelo Exército
Brasileiro, sendo um local
de visitação turística. “O Governo de Andradina ofereceu
toda a estrutura para a volta
da unidade, o que envolveu
também investimentos em
asfalto novo naquela região”,
explica Jamil. Pelo trabalho realizado,
o prefeito Jamil recebeu a
Medalha do Pacificador e Diploma de Colaborador Emérito do Exército, honrarias
concedidas às personalidades
que se destacaram por relevantes serviços prestados ao
Exército Brasileiro.
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Jornal Nippak
(11) 3340-6060
A conquista da Melissa
No meu artigo passado,
eu disse que essa semana escreveria sobre a palestra do
professor Daisuke Onuki.
Peço a compreensão de todos, mas aconteceu um fato
que me fez mudar de ideia,
e adiar o artigo sobre a palestra.
O fato que aconteceu, fez
de mim a pessoa mais feliz
desse mundo, e sem exageros. Vou falar sobre a conquista da minha filha, Melissa. Confesso que fiquei
com receio de escrever um
artigo meramente matriarcal, carregado de exageros
afetuosos, mas resolvi encarar isso.
Melissa é uma menina
de 12 anos, até os 10 anos
viveu no Japão. Estudou em
escola japonesa e brasileira.
Portanto é uma criança bilingue. Retornando ao Brasil, começou a estudar em
escola brasileira, e não têve
maiores dificuldades. Talvez uma palavra incompreendida aqui e outra ali, mas
nada que comprometesse o
seu rendimento. E paralelamente deu continuidade às
aulas de japonês.
Foi assim que no mês
de dezembro, Melissa fez a
prova Noryoku Shiken, ou
seja, a prova de proficiência da língua japonesa. Uma
prova com vários níveis de
dificuldade, desde o N5,
N4...até chegar ao N1, que é
o mais difícil.
Para se ter uma ideia do
grau de dificuldade, as grandes empresas japonesas no
Brasil, quando contratam os
seus tradutores, exigem pelo
menos o N2 de proficiência
para o exercício do cargo.
Melissa escolheu prestar o N1. E estudou muito
para isso, no início ela falava que estava muito difícil,
pois são linguagens muito
técnicas com os ideogramas
de uso mais formal. Totalmente compreensível esse
nível de dificuldade, afinal,
quem passa pelo N1, poderá
ser considerado professor
de língua japonesa em qualquer lugar do mundo, pois
o certificado é reconhecido
mundialmente.
E a minha filha com uma
segurança e uma auto confiança inabalável. Tanto é
que eu ficava preocupada,
se por acaso ela não conseguisse passar, como reagiria
à uma decepção? Conversei, mas ela sempre muito
segura, falou que está tudo
bem, pois estava estudando
para passar.
E essa semana saiu o resultado, e ela passou! Eu estava dentro do trem, quando
recebi a notícia, a primeira
reação foi chorar, chorar
muito. Eu sei o quão difícil
é essa prova, e sei também
os critérios rigorosos para o
cumprimento do exame.
E não é de hoje que a
Melissa vem me ensinando
coisas da vida. Esse exame é
um exemplo, ela acreditou,
buscou meios para chegar
lá, correu atrás, se preparou
e conseguiu. Orgulho é pouco para descrever o que eu
sinto hoje.
Mas na verdade, o que
eu quero passar, e isso sim
é a real intenção desse artigo, é que vale a pena criar
filhos bilingues. Quando a
Melissa estava no Japão,
frequentava cargas horárias
puxadas de estudos, ia na
escola japonesa e depois ia
para as aulas de português.
Fácil não é. Ela mesmo não
queria ir, achava desnecessário saber português. E tem
o fator econômico, porque
sai caro, é cansativo, é tra-
balhoso, mas vale muito a
pena. O próprio professor
Daisuke Onuki, disse que é
importante a criança saber
a língua materna, pois já foi
comprovado que, quando
essas crianças crescem acabam perdendo a referência
e podem desenvolver vários
problemas, como crise de
identidade e o pior que pode
acontecer é a falta de comunicação dentro de casa.
Aliás a saúde mental de
jovens e crianças no Japão
tem sido alvo de grandes estudos e eternas discussões.
Isso fica ainda mais evidente dentro da comunidade
brasileira no Japão.
Os pais têm que pensar
no futuro dos filhos, como
uma geração melhor do que
fomos ou somos, e parar de
passar a mão na cabeça pois
isso é ser conivente com
uma situação que não agrega nada para os filhos.
Eu tinha dó quando a minha filha voltava da escola
japonesa e dormia no sofá
de cansaço, mas eu a acordava e dizia para ir para a
aula de português porque
era importante. Se eu tivesse afrrouxado e deixasse ela dormir, não haveria
evolução. Às vezes os pais
agem com piedade, achando que estão protegendo
os filhos, mas nem sempre,
pois a vida bate mais forte,
e cabe aos pais prepararem
os filhos para enfrentarem a
vida e os seus percalços.
Agora mesmo, eu agi
com dor no coração em deixar meus filhos no Brasil e
vir para o Japão, mas isso
fortalece mais o nosso vínculo e tornam-os mais fortes. Resiliência é isso.
A base educacional tem
que partir dos pais, senão a
criança não evolui, se acomoda naquilo que o sistema
oferece. E acho que educação é o mínimo que os pais
podem fazer pelos filhos.
Fui muito criticada em criar
meus filhos bilingues, todos
que me criticavam falavam
que eu poderia estar forçando muito e que futuramente
isso poderia me trazer problemas. Sinceramente não
vi nenhum tipo de desvantagem até agora.
Preciso dizer que participar de cada etapa evolutiva
dos filhos dá uma sensação
maravilhosa, é como se cada
dificuldade fosse dissipada
assim, neste exato momento
de vitória.
A conquista da Melissa é
mérito dela, mas mexeu com
a família toda. Meus pais estão orgulhosos e felizes com
o desempenho da neta.
E hoje, mais do que nunca
tenho certeza que acertei nas
minhas decisões como mãe.
Levar a Melissa para o Brasil
não foi um retrocesso como
muitos acham, serviu como
uma mola propulsora, onde
se dá aquela recuada mas é
só para pegar impulso, porque depois ela sobe, sobe e
brilha. Portanto eu digo que
não me arrependo de nada, e
enfatizo que não quero nada
para mim, estou satisfeita
com tudo o que tenho, só
peço saúde para ver meus filhos voarem alto. Muito alto.
*Erika Tamura
nasceu em Araçatuba (SP) e
há 18 anos reside no Japão,
onde trabalha
na ONG Sabja (Serviço de
Assistência aos Brasileiros no
Japão). E-mail: erikasumida@
hotmail.com
JORNAL NIPPAK
4
São Paulo, 04 a 10 de fevereiro de 2016
JCI BRASIL-JAPÃO
Shodi Nomura toma posse como presidente e elege
como desafio atrair novos membros
F
ortalecer a organização
e trabalhar para atrair
novos membros são
apenas alguns dos desafios
que esperam o novo presidente da JCI Brasil-Japão,
Shodi Nomura, que tomou
posse em cerimônia realizada
nesta segunda-feira (1º de fevereiro), no Auditório Paulo
Kobayashi da Assembleia
Legislativa do Estado de São
Paulo. Desde 2012 na organização, Shiodi Nomura sucederá Camila Mitrowic Stuck,
primeira não descendente de
japoneses a comandar a JCI
Brasil-Japão desde que a entidade foi fundada, em 24 de
junho de 1982.
Na mesma solenidade,
foram empossados os novos
membros do Comitê Executivo (veja box nesta página).
Compuseram a Mesa de Trabalho o cônsul geral do Japão em São Paulo, Takahiro
Nakamae; o presidente da Câmara de Comércio e Indústria
Japonesa no Brasil, Toshifumi Murata; Rafael Jun Mabe,
eleito presidente 2017 da JCI
Brasil; a presidente do Bunkyo (Sociedade Brasileira de
Cultura Japonesa e de Assistência Social), Harumi Goya;
o deputado federal William
Woo (PV-SP) e o deputado
estadual Hélio Nishimoto
(PSDB), além da presidente
2015 e o recém-empossado.
Também prestigiaram a
cerimônia, políticos como
o vereador Aurélio Nomura
(PSDB) e o deputado federal Walter Ihoshi (PSD-SP)
e várias lideranças da comunidade como o presidente da
Associação Okinawa Kenjin
do Brasil e Centro Cultural Okinawa do Brasil, Eiki
Shimabukuro; o presidente
da Associação Okinawa Vila
Carrão, Tério Uehara; o presidente da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade (Acal), Hirofumi Ikesaki; o presidente do Enkyo,
Yoshiharu Kikuchi e o subsecretário de Empreendedorismo, Roberto Sekiya, além
de ex-presidentes, membros e
senadores da organização.
Referência – Em suas falas,
as autoridades que discursaram destacaram a importância da JCI Brasil-Japão não
só para a comunidade nipo-brasileira como também para
o fortalecimento das relações
bilaterais. A presidente do
Bunkyo lembrou que, passado
mais de um século da chegada
dos primeiros imigrantes de
japoneses, as associações nikkeis continuam sendo uma
referência na vida da comunidade nipo-brasileira.
De acordo com Harumi
Goya, assim como as demais
associações, também o Bunkyo compartilha das mesmas
angústias quando o assunto
refere-se sobre o papel que
desempenhará as novas gerações no futuro. “Esperamos
que continuem trazendo valiosos aprendizados”, ressaltou.
O presidente da CCIJB,
Toshifumi Murata, revelou
que em 2016 a entidade busca novas formas de contribuir
fotos: jiro mochizuki
COMITÊ EXECUTIVO JCI BRASIL-JAPÃO 2016
jiro mochizuki
Membros do Comitê Executivo 2016 da JCI Brasil-Japão
Camila Stuck cumprimenta seu sucessor, Shodi Nomura, observados por Cibele e Patrícia
Autoridades participam da cerimônia da quebra da tampa do barril
Murata, Nishimoto, cônsul, Camila, Shodi, William, Goya e Jun Mabe
com a comunidade e propôs
uma maior interação com a
JCI Brasil-Japão.
Já o deputado estadual Hélio Nishimoto disse que “fico
tranquilo sempre que vejo
entidades como a JCI BrasilJapão”. “Pois sempre temos
certeza de um futuro melhor
quando há envolvimento de
novas lideranças”, explicou
o parlamentar, que enalteceu
ainda a mescla de membros
mais experientes como um
fator preponderante para que
a empreitada tenha sucesso.
William Woo destacou a
“dívida pessoal” que tanto ele
como o deputado Walter Ihoshi têm com a organização.
“Com o apoio da JCI BrasilJapão tivemos os melhores
mandatos”, afirmou Woo,
acrescentando que o engajamento dos jovens na organização acontece “sem nenhum
ganho pessoal”. “São pessoas
que acreditam em princípios”,
frisou o deputado, que convocou os empresários presentes
a lutarem pelo fortalecimento
de uma sociedade mais justa
e educadora.
O cônsul Takahiro Nakamae destacou que a entidade
Toshifumi Murata (centro) com membros da JCI Brasil-Japão
exerce um importante papel
não só na formação de novos
líderes como também para o
fomento das relações bilaterais. E finalizou seu dicurso
pedindo para que a entidade
dê continuidade ao legado recebido de nossos ancestrais.
Antídoto – Ao Jornal Nippak, Walter Ihoshi disse que
a posse de Shodi Nomura
significa “o início de um trabalho de um jovem que demonstra muita capacidade
em tudo que já fez como líder
da nossa comunidade, como
alguém que participa da Câmara Júnior há vários anos e
de alguém que foi preparado
para esse momento”.
“A Câmara Júnior tem
feito um trabalho no mundo
para servir a humanidade e
os jovens tem essa percepção
que, cuidar das pessoas é uma
missão de todos nós. Desejo
boa sorte ao Shodi Nomura
e, ao mesmo tempo, parabenizo a Camila, que foi uma
presidente atuante e, como
não descendente de japoneses, demonstrou que a comunidade nikkei está totalmente
inserida na sociedade brasileira”, explicou Ihoshi.
Para o vereador Aurélio
Nomura, a JCI é um “celeiro
de novas lideranças”. “E hoje,
nesse momento que estamos
vivendo, marcado por demandos políticos, escândalos
e corrupção, nós precisamos
ter um antídoto. E esse antídoto está exatamente aqui,
nesse celeiro, nesse trabalho
de investir nos jovens como
faz a JCI”, disse o vereador,
lembrando que “eu mesmo
já participei da organização
quando jovem”. “Aprende-
Presidente 2015: Camila Mitrowic Stuck
Presidente atual: Alexandre Shodi Nomura
Secretária Geral: Patrícia Mayumi Murakami
Secretária Geral Adjunta: Maria Crystina Igarashi
Tesoureiro: Cibele Mitrowic Stuck
Tesoureiro Adjunto: Adriano Mitsuo Yoshino
VP Comunitário: Luiz Bruno Isoda
VP Comunitário Adjunto: Hugo Takeji Teruya
VP Individual: Márcia Mariko Nakano
VP Individual Adjunto: Bruno Yoshio Katayama
VP Negócios: Cleber Kamiya
VP Negócios Adjunto: Yugo Mabe Junior
VP Internacional: Marcos Paulo Gawriliuk
VP Internacional Adjunto: Rodolfo Eiji Wada
VP Sênior: Iju Shimizu Junior
VP Senior Adjunto: Claudio Kiyoshi Yamamoto
Assessor Legal: Max Ide Hasimoto
Conselho Fiscal: Fabio Kawauchi, Marcelo Shiraishi, Danilo Fujita
Conselho Fiscal (Suplente): Daniel Kawachi
mos muito através dos debates e discussões e hoje
estamos vendo até uma sofisticação, ou seja, a ampliação dos elos de amizade de
realcionamentos, que saíram
de uma esfera eminentemente
doméstica para alcançar um
nível internacional. Saiu da
Câmara de Comércio ao buscar a formação e qualificação
de novas lideranças para algo
muito mais amplo pois, nesse
mundo globalizado, muitos jovens nem vão ficar no
Brasil. Então, acho que esse
preparo deu um grande salto,
não só pela globalização mas
pela necessidade de cada vez
mais entidades como a JCI
marcarem uma posição na
sociedade”, destacou Aurélio
Nomura.
(Aldo Shiguti)
Rafael, Ihoshi, Nomura, Sekiya, Kikuchi, Ikesaki, Korosue e Woo
‘Para ser membro basta ter vontade de fazer a diferença’
Antes de passar o bastão,
a presidente de 2015 da JCI
Brasil-Japão, Camila Stuck,
fez um balanço positivo de
sua gestão. Primeira não
descendente de japoneses
a comandar a entidade, Camila disse que pôde abrir as
portas para novos membros
e “quebrar paradigmas”.
“Sempre fui muito bem recebida em todos eventos”,
explicou ela, lembrando que
em seu mandato a comunidade nipo-brasileira teve
uma agenda bastante intensa com as comemorações
dos 120 Anos do Tratado
de Amizade, Comércio e
Navegação Brasil-Japão, o
Centenário da Instalação do
Consulado Geral do Japão
em São Paulo, os 60 Anos
do Bunkyo e os 100 Anos
da JCI Mundial, realizado
em Kanazawa (Japão) com
a participação de 10 mil
membros do mundo todo,
incluindo representantes do
Brasil.
Para ela, não foi tarefa
fácil conciliar as atividades
de presidente da JCI BrasilJapão com a vida familiar.
“Sem amor e dedicação não
poderia ter assumido esse
compromisso”, enfatizou
JIRO MOCHIZUKI
No auge, organização reuniu cerca de 800 membros; hoje são 50
Camila, acrescentando que
em sua gestão deu prosseguimento aos projetos já existentes, como os Projetos Integração e Oratória nas Escolas,
e deu o pontapé para outros,
como o Primeira Turma do
Projeto Integração Novas
Tecnologias - Smartphones e
Tablets e o Projeto Plantando
Alegria.
“Atingimos todas as metas que havíamos planejado”,
afirmou Camila, acrescentando que ingressou na JCI
Brasil-Japão por intermédio
do marido, Fabio Kawauchi,
que presidiu a organização
em 2011.
Shodi Nomura, seu suces-
sor, terá a missão de “manter
o mesmo nível”. “Acredito
que uma gestão começa pelo
sucesso da gestão anterior.
Mas isso não quer dizer que
alguns pontos não possam
ser melhorados”, disse Shodi,
lembrando teve importantes
passagens por outras associações, como a Represa e o
Interkaikans antes de fazer
parte da JCI Brasil-Japão.
Segundo ele, um dos motivos que o fez ingressar na organização ocorreu em 2012,
quando teve oportunidade de
assistir a um vídeo intitulado
“JCI Operation Hope – Arigatou”, um registro sobre o
trabalho dos membros da JCI
no mundo todo em prol das
vítimas da tragédia que devastou a costa nordeste do
Japão em 11 de março de
2011.
Fazer a diferença – “Aquelas cenas me fizeram acreditar na grandeza dos princípios da JCI, o que motivou
a ingressar nesta organização”, explicou, afirmando
que pretende trabalhar para
fortalecer a entidade, investindo na formação e no
desenvolvimento dos membros, intensificando os trabalhos em projetos sociais,
além de trabalhar em parceria com outras entidades,
como a Abeuni, Asebex, Interkaikans, Bunkyo e, principalmente, no Programa de
Captação e Retenção de Novos Membros.
“No auge, chegamos a
ter 800 membros. Hoje, somos em 50. Nosso principal
desafio será entender como
funciona essa geração”,
conta Shodi, explicando
que para fazer parte da JCI
Brasil-Japão é preciso ter
entre 18 e 40 anos e, principalmente, “querer fazer a
diferença na sociedade”.
(Aldo Shiguti)
São Paulo, 04 a 10 de fevereiro de 2016
JORNAL NIPPAK
5
VIOLÊNCIA
Vítima de violência, nikkei desabafa: ‘Não somos
nós que devemos ficar presos dentro de casa’
A
médica
veterinária
Rika Yamane, de 39
anos, passou momentos de terror no último dia 29,
quando foi assaltada e violentamente agredida na Praia do
Futuro, em Fortaleza (CE).
Natural de Quioto, no Japão,
Rika Yamane mora atualmente em Curitiba (PR), onde
está radicada desde 2002. Em
entrevista ao Jornal Nippak,
ela disse que estava em Fortaleza desde o dia 27 para
participar de um aniversário e
descansar. O crime aconteceu
por volta das 9h30 da última
sexta-feira. O horário, aliás,
ela faz questão de deixar bem
claro “pois tem muita gente
dizendo que foi à noite, o que
também não justificaria”.
No sábado (30), ela relatou a agressão em sua página
no Facebook. “Eu estava correndo pelo calçadão da praia
do Futuro, um dos principais
pontos turísticos de Fortaleza, da mesma forma que
para onde quer que eu viaje
sempre dou uma corridinha.
Quando percebi que estava
ficando meio deserto, virei
para voltar pelo mesmo caminho. Não deu tempo de
correr nem 50 metros, fui atacada pelas costas, primeiro
com uma paulada na cabeça
e vários socos e joelhadas
na cara. Juntei todas as minha forças, foquei em fugir e
comecei a gritar o mais alto
que conseguia e a dar coto-
facebook/rika yamane
atacada agora por dois. Mas
em vez disso, ele o agarrou e
mandou deixar eu ir porque
era mulher. Fugi correndo e
pedi socorro para um rapaz
que vinha com dois cães, pois
pensei que, ‘se passeia com
cães eu posso confiar’. Enquanto explicava o que aconteceu, uma moça veio perguntar se eu precisar de algo
e então pedi gelo. Começou a
juntar muita gente e chamaram a polícia”, relata.
De acordo com a Polícia
Militar, o suspeito foi preso quando tentava cometer
um segundo crime, ainda na
Avenida José Diogo, em Fortaleza. O suspeito foi encaminhado ao 2º Distrito Policial,
no Bairro Aldeota, onde está
preso. Segundo a PM, o suspeito afirmou em depoimento
que praticava roubos e furtos
para pagar dívidas com traficantes de drogas e que era
ameaçado de morte. Os pertences que haviam sido roubados foram recuperados.
Impunidade – Na terça-feira
(2), já na capital paranaense,
onde se recupera dos ferimentos, Rika Yamane conversou com a reportagem do
Jornal Nippak por telefone.
Disse que veio de Quioto
com a família, com três anos
de idade e morou em outras
localidades antes de fixar residência em Curitiba.”Fiquei
sabendo que aquele local é
violento há mais de 20 anos
“O problema não é Fortaleza. O problema é a impunidade no país”
veladas e socos”, conta ela,
lembrando que “isso o deixou
mais irritado e ele me bateu
mais algumas vezes”. “Continuei gritando e me mexendo
e batendo de todas as formas
que conseguia”, relatou ela,
acrescentando que acertou
várias cotoveladas em seu
agressor para não sofrer abuso sexual. Segundo a médica,
a agressão foi vista por várias
pessoas, mas “fui ignorada”.
“Quem vinha na direção e
percebia simplesmente dava
meia volta ou atravessava a
rua”, conta a nikkei, que teve
seu iPod roubado.
“Nisso veio do outro lado
da rua, um rapaz mais alto e
que parecia conhecer o bandido. Fiquei com medo de ser
“Eu lutei para não ser violentada e ele terá a pena diminuída”
e ninguém fez nada até hoje.
É por isso que eles praticam
crimes”, conta Rika, que fica
revoltada “só de pensar que o
criminoso já esteja em liberdade”. “Não somos nós que
devemos ter medo de sair de
casa. O bandido é que tem
que pensar antes de praticar
o crime”, critica Rika, explicando que “lutei para não ser
estuprada e escapar do criminoso e ele ainda terá sua pena
diminuída por causa disso”.
“É injusto. Eu que me esforcei para não ser violentada”,
diz a médica, que ainda faz
um desabafo: “Bandido se dá
muito bem no Brasil”.
“O problema não é Fortaleza. Podia ter acontecido
em Curitiba, Rio de Janeiro
ou São Paulo. O problema é
a impunidade que existe no
Brasil. A pena é muito light.
O bandido pratica um crime
hoje e amanhã já está na rua.
É por isso que o crime só
aumenta”, critica Rika, afirmando que, apesar da agressão, não pensou em voltar
para o Japão nem pretende
mudar sua rotina.
“Por enquanto não estou
trabalhando para cuidar dos
ferimentos. Mas é revoltante
saber que um preso no Brasil
pode ser beneficiado com o
auxílio-reclusão enquanto a
vítima tem que pagar o tratamento do próprio bolso”,
finaliza a veterinária.
(Aldo Shiguti)
comunidade
INTERNACIONAL
Cônsul geral do Japão Takahiro Nakamae visita
comunidades nikkeis do Vale do Paraíba
Japão mobiliza tropas contra
possível míssil norte-coreano
agência lusa (agência Brasil)
O cônsul geral do Japão em São Paulo, Takahiro
Nakamae, em companhia do
deputado estadual Hélio Nishimoto (PSDB), visitou, nos
dias 23 e 24 deste mês, as
comunidades nikkeis das cidades de Caçapava, Taubaté e
Jacareí, na Região Metropolitana do Vale do Paraíba.
No sábado, 23, a primeira
visita ocorreu na sede da
Associação Cultural Nipo-brasileira de Caçapava, na
rua Castro Alves, 440, na
Vila Santos, onde foram recepcionados pelo presidente
Roberto Suizu, diretores e
associados. A segunda visita
foi na sede da Associação
Cultural Nipo-brasileira de
Taubaté, na rua Dona Benta, 1.104, Jardim Gurilândia,
onde o cônsul e comitiva foram recebidos pelo dirigente
Yuichi Wada, que estava
acompanhado de diretores e
associados.
No domingo, 24, o cônsul
Takahiro Nakamae visitou a
sede da Associação Cultural
e Desportiva Nipo-brasileira
de Jacareí, na avenida Lucas
Nogueira Garcêz, 1.940, Jardim Nova Esperança. Lá foi
recepcionado pelo presidente
Alberto Ueda, diretores e associados.
Bastante solícito, o cônsul
Nakamae colocou-se à dispo-
divulgação
Líder norte-coreano Kim Jong-un passa tropas em revista
Takahiro Nakamae na Associação Cultural Nipo-Brasileira de Caçapava
O cônsul na Associação Cultural e Desportiva NB de Jacareí
sição para prestar esclarecimentos de assuntos consulares a associados e dirigentes
das entidades visitadas.
Segundo o deputado Hélio
Nishimoto, “esses contatos
aproximam nossos relacionamentos, especialmente nas
áreas da assistência social,
cultura e dos esportes”.
(da redação)
O governo japonês determinou no último dia 29 ao
Exército que se prepare para
a possibilidade de ter de destruir um míssil que a Coreia
do Norte pode lançar em breve. O objetivo é evitar que
caia sobre o território japonês.
“Tomamos todas as medidas necessárias para responder a qualquer tipo de
situação”, afirmou o ministro porta-voz do Executivo,
Yoshihide Suga, citado pela
agência Kyodo. Ele não deu
mais dados sobre a iniciativa
do Ministério da Defesa, de
modo a não revelar “informação sensível” sobre a capacidade do Japão para interceptar mísseis.
As últimas imagens de satélite da base norte-coreana
de Sohae mostraram que há
movimentação nas instalações e que a Coreia do Norte
pode estar preparando o lan-
çamento, em breve, de um
projétil de longo alcance,
como Seul, Tóquio e Washington tinham alertado.
O ministro dos Negócios
Estrangeiros japonês, Fumio
Kishida, disse que acertou,
em teleconferência com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, uma cooperação sobre a questão do
lançamento norte-coreano.
“Trabalharemos estreitamente com os Estados Unidos
e outros países envolvidos e
tomaremos todas as medidas
possíveis para garantir a segurança do público”, disse
Kishida, em entrevista.
O novo lançamento pode
ocorrer no momento em que
os países do Conselho de Segurança das Nações Unidas
estudam sanções adicionais
à Coreia do Norte devido ao
seu quarto teste nuclear, feito
no início do mês.
(com Agência Brasil)
ASSINE
Jornal Nippak
(11) 3340-6060
Hélio Nishimoto discursa observado por Takahiro Nakamae
Hélio Nishimoto e o cônsul Nakamae com lideranças em Taubaté
JORNAL NIPPAK
6
São Paulo, 04 a 10 de fevereiro de 2016
karaokê
­­
Abrac realiza Assembleia e estuda
locais para o Brasileirão 2017
A
Abrac – Associação
Brasileira de Canção
- presidida por Akemi
Nishimori realizou a Assembléia Geral Ordinária, dia 16
de janeiro, na Chácara Recanto de Beija-Flor (Cotia), com
a participação de representantes regionais e diretores da
Associação. Com o vídeo institucional “Fazendo História
com a Música”, os convidados tiveram a oportunidade
de conhecer um pouco da história da Abrac e em seguida
todos discutiram uma extensa
pauta, com o balanço geral
das atividades realizadas no
ano passado, o financeiro e
os eventos deste ano, que promete grandes momentos para
a comunidade nikkei.
Após as saudações iniciais
feita por Akemi Nishimori e
Tetsuji Arie, vice-presidente
da Abrac, Pedro Mizutani,
também vice-presidente, fez
uma avaliação geral do II
Concurso Brasileiro da Canção Internacional realizado
no Parque Maeda . Akemi,
por sua vez, apresentou o
Relatório Geral das atividades desenvolvidas em 2015.
Após a apresentação do Balanço Anual da Abrac 2015
feita pelo Tesoureiro Sadao
Shigueoka, o presidente do
Parque Maeda, André Maeda
saudou a todos e mostrou-se
feliz pela realização do Brasileirão 2016 nos dias 22,23
e 24 de julho, e anunciou a
inauguração da nova ala do
Complexo com a construção
celia kataoka
A presidente da Abrac, Akemi Nishimori com representantes das regionais e convidados
Costão do Santinho: Caroline Ribeiro Bremm, Sérgio Takao Sato e
Karina Sindermann
de um Hotel para acomodar
os participantes do Concurso.
Maeda garantiu que a infra- estrutura e exigências da
ABRAC serão atendidas para
a boa realização do Concurso.
Brasileirão – Muitos cantores tiveram projeção dentro
e fora do Brasil, graças aos
Kampai
palcos dos grandes Concursos, que apresentam os cantores de forma especial. No
Concurso Internacional, a
Comissão Organizadora quer
valorizar os cantores e atingir toda a mídia brasileira.
Esta é a intenção de Akemi
Nishimori e Pedro Mizutani.
A Comissão Organizadora do
II Concurso Internacional,
realizado no Parque Maeda ,
atingiu os seus objetivos.
Nesta oportunidade, o
jantar comemorativo dos 30
anos da Abrac teve a apresentação do maestro João
Carlos Martins.O próximo
Concurso Internacional será
em São Paulo, mas ainda não
tem data e local definidos.
Para a realização do Brasileirão 2017, várias propostas foram apresentadas.
Dentre elas, o Costão do Santinho em Florianópolis foi
colocado como uma opção.
O complexo foi apresentado
por Sérgio Takao Sato, mas a
definição do local será anunciada em breve.
(Celia Kataoka, especial
para o Jornal Nippak)
Pedro Mizutani e Akemi Nishimori
Liga Centro Oeste: Shigeyoshi Une, Aquico Miyamura e Augusto Katao
Akemi Nishimori e convidadas.
NIPÔNICA
Triplo xXx... Tu Vens... Tu Vens...!
Em meados de agosto
passado escrevi uma Nipônica usando como título o
refrão, “Tu vens... tu vens...
eu já escuto os teus sinais”,
da música Anunciação, de
Alceu Valença, crente de
que a concretização daquilo
a que me referia não passasse do final do ano. Ledo
engano. E acreditava tanto
nisso, que alguns amigos de
meu círculo me cobravam,
até com ironia, por minha
afirmação demorar a se concretizar. Para alguns, aliás,
impossível em se tratando
da pessoa a quem me referia.
Minha reposta, sempre,
era para que aguardassem
mais um pouco, usando exatamente a figura do que ele
ainda representava como razão, pela alegação de que os
órgãos que o investigavam
não poderiam se precipitar
devido ao risco que correriam caso, por exemplo, o
prendessem e logo tivessem
de soltá-lo, levando tudo
a perder. Ainda acho isso,
de tantas evidências até para
quem não tem poder e nem
acesso a elas. Que digam as
redes sociais... e, agora, o
mundo inteiro!
E por que ainda representa
tanto assim? Ótima pergunta.
Né, não?! A alegação principal é a de que tirou milhões
da miséria... pelo trabalho social (Bolsa Família?). Alguns,
não em sua defesa, ainda lhe
atribuem inteligência e esperteza, principalmente pela
quase nenhuma formação
acadêmica. Até mesmo o crítico que mais admiro, Reinaldo Azevedo, com o qual,
nesse aspecto, discordo.
A mim, o “cara” não engana. Aliás, nunca me enganou.
Não sou grande coisa, sei,
apenas um simples mortal,
mas foi minha percepção!!.
Fazer o quê?! Já escrevi a
respeito, aqui, e faço referência em meu livro, Sonhos
Que De Cá Segui (1997),
para explicar a admiração dos
brasileiros ao empresário (?)
japonês que os empregava...
igual a um político muito co-
nhecido nosso, do tal “rouba,
mas faz!” Ambos, aplicavam
a máxima romana do “ao
povo, pão e circo”, cada um à
sua maneira.
O japonês dava inúmeros benefícios aos brasileiros
como excursões gratuitas em
ônibus e hotéis de alta qualidade, empréstimos em dinheiro a endividados no Brasil a juros zero, etc., tudo para
encobrir as sonegações que
aplicava ao governo. Quando
preso, aos brasileiros “beneficiados” custavam acreditar
que ele fosse... “mau” assim!
No caso do político brasileiro, como já é do conhecimento de todos, fico apenas
com o exemplo de um tio...
taxista! Beneficiado por suas
tantas obras tornou-se um
de seus admiradores “istas”.
Para ser claro, um “malufista” roxo!! Para ser mais claro
ainda, o “povo” da máxima
romana, nesse caso, foram os
motorizados, ou classe média
para cima... rsrs.
Retomando ao do tema,
“este”, beneficiou realmente
o povo, mas graças ao que
colheu do que o anterior
plantou, visto que não tinha
projeto de governo quando
assumiu, mas ficando com
os louros e só tirou milhões
da miséria porque deu um
Bolsa-Família acima do
novo índice que “eles” determinaram como classe
média (renda per capita de
R$ 291 a R$ 1.019 – 2012).
Simples assim!
Os sinais que escuto,
agora, à máxima romana,
estão aumentando aos poucos, de forma a confirmar
outra, a de que “toda mentira tem perna curta”!! Né,
não?!!
Máxima romana
Leva o autor à glória
Apesar de tudo.
*Silvio Sano
é
arquiteto,
jornalista e escritor. E-mail:
silviossam@
gmail.com
COLUNA DO JORGE NAGAO
Novelha
Era uma vez uma velha
biblioteca no centro velho,
onde a velhice era visível. O
diretor era velho, a faxineira
era velhíssima, a moça do
café era uma anciã, a bibliotecária era mais velha ainda.
Menos velhos eram os seguranças, Eumesmo e Elepróprio, mas até elesotros
já estavam com um pé na
aposentadoria. Ah, velhos
também eram os frequentadores da bibliô. Cada dia
mais velhos.
E os livros? Eram velhos como velhas eram suas
histórias. Os móveis eram
velhos, do século XIX. Lá,
onde tudo era velho, reinava
a velharia. Não havia novidade, só velhidade, como
diz minha amiga Carmen
Vaz.
Um dia, a velha rotina da
velha biblioteca foi quebrada com a chegada da Manu,
a estagiária de 17 anos. O
velho ambiente, com esse
sopro de juventude, foi mudando do vinagre pro vinho.
Até os velhos escritores
ficaram assanhados com a
menina, que parecia ouvir:
— Me pegue, Manu! –
dizia Hemingway.
— Não, garota. Põe as
mãos em mim – suplicava
Edgar Allan.
— Vem cá, minha Lolita! – suspirava Nabokov.
— Que bom te ver, Moreninha! – se alegrava Joaquim Manuel de Macedo.
— Me leva pra casa! –
suplicava Jorge Amado.
— Eu queria sentir o seu
dedo na minha “orelha” –
gracejava Graciliano.
— Ó virgem dos lábios
de mel, seus cabelos são
mais negros que a asa da
graúna – declamava Alencar.
— Eu queria ser o seu livrinho pra poder ficar juntinho de você – cantava Erasmo… de Roterdã.
Enciumada com as cantadas que a Manu levava, a
Velha reclamou:
— E eu? Não mereço
uma palavra de carinho?
— Posso falar? – disse
GGM.
— Gabo?! Fala, amor! –
animou-se ela.
— Te desejo “Cem anos
de solidão”! – disse o vencedor do Nobel de 1982.
Quá-quá-quá! (gargalhada pré KKK) – se ouviu em
todos os cantos.
— Velho babaca! – resmungou a Velha.
As velhas estantes, antes
abandonadas, se renovaram,
pois Manu não só retirava
o pó, como lustrava os móveis. Por onde a jovem passava, ficava no ar um frescor, um perfume. E a velha
bruxa tramava para sugar a
juventude de Manu.
Mas o que era doce
acabou-se. Com o tempo,
a jovem foi envelhecendo
rapidamente, enquanto a
velha vampira rejuvenescia. Ela ganhava um ano por
semana, enquanto ocorria o
inverso com a velha.
Entretida naquele dia a
dia, ela estranhava a velha
que já não era mais velha,
mas não dava muito importância. Certo dia, porém, ela
se olhou num espelho mágico e ficou horrorizada. E
gritou:
– Velha! Estou velha!
Cadê você, Velha?
A velha rejuvenesceu
tanto que sumiu para sempre. Já era!
Era uma vez uma velha…
Minibio: Japonês, em
reprodução
geral,/ é sério como o Raoni/ que detesta assédio./ Diferente é o Nagao/ que é um
japa que ri:/ rir é melhor que
o tédio.
Ele anda na linha, para
na vírgula e desce no ponto
final.
prestigie o blog: https://
umcircodepercalcosfalsos.
wordpress.com/2016/02/01/
novelha-2/
.............................................
CARNAVALÉRIO
Valério Oliveira é um
dos mais originais poetas
contemporâneo.
Seu livro “O ser humano
na era de sua reprodutibilidade tática” foi recentemente lançado pela Editora
Patuá, do Edu que adora
Stella Artois.
A ironia é um artifício
que ele usa porque acha que
ela está desaparecendo da
literatura brasileira porque
os leitores já não compreendem o seu sentido duplo.
Uma pequena mostra de sua
arte literária:
Duplipensar
Entre/ o mau/ e o pior/ o
piau é/ o melhor
Meus medinhos
Amo a poesia mas tenho
medo/ dos poetas/
Amo a ciência mas tenho
medo/ dos cientistas/
Amo a religião mas tenho medo/ dos religiosos/
Amo a política mas tenho muito medo/ um pavor
selvagem/ dos políticos/
de seus assessores/ de seus
militantes
Final feliz
Saio do cinema/ de mãos
dadas/ comigo mesmo
.............................................
Com Fátima Costa, fiz a
marchinha Painho, inspirada em Ivete Sangalo.
A letra:
Quem é essa aí, Painho?/
Quem é essa aí, Painho?/
cheia de trelelê/
É muito assunto, viu? É
muito assunto, viu?/ Para
com esse conversê!
Essa mulherada/ tá muito
folgada/ só porque é carnaval/ Vê se te manca,
Pai,/ se não parar você
vai/ ficar sem o seu bilau...
Jorge
Nagao,
além do Nippak
e www.portalnikkei.com.br,
também está na
constelação do
www.algoadizer.
com.br.
E-mail: [email protected]
São Paulo, 04 a 10 de fevereiro de 2016
JORNAL NIPPAK
7
CULTURA
O
HAICAI BRASILEIRO
Jornal Nippak publica aqui os haicais enviados pelos
leitores. Haicai é um tipo de poema que se originou
no Japão. Seu maior expoente é Matsuo Bashô (16441694). O haicai caracteriza-se por descrever, de forma breve
e objetiva, aspectos da natureza (inclusive a humana) ligados
à passagem das estações. Hoje, no mundo inteiro, pessoas de
todas as idades e formações escrevem haicais em suas línguas,
atestando a universalidade dessa forma de expressão.
TEMAS DE FEVEREIRO
Cachoeira – Jacaré – Mandacaru
Temporal perene
alimenta a cachoeira:
Penteadeira de Iara.
Antonio Cabral Filho
Rio de Janeiro, RJ
O minguado gado
vagueia entre mandacarus.
Por quanto tempo?
Irene M. Fuke
São Paulo, SP
Na velha pousada,
A cachoeira cantante
É grande atração.
Reneu do Amaral Berni
Goiânia, GO
Desliza no rio
feito uma tora inerte –
Ah, um jacaré!
Benedita Azevedo
Magé, RJ
volta do Pantanal –
o jacaré faz a fama
entre tantas fotos
José Marins
Curitiba, PR
sempre imponente
mesmo no sol inclemente
o mandacaru
Se-Gyn
Goiânia, GO
chuva no sertão
logo em breve surgirá
mandacaru em flor
Carlos Viegas
Brasília, DF
Entre sólidas rochas
cachoeira desce o véu –
Olhar se refresca
Madô Martins
Santos, SP
nesta cachoeira
lembrança da minha terra –
o frescor da infância
Seishin
São Roque, SP
Mal e mal se move
Jacaré de boca torta
em seu terrário.
Cristiane Kovacs Cardoso
São Paulo, SP
O dia termina...
Em volta da cachoeira
só as oferendas!
Mahelen Madureira
Santos, SP
Banho de cachoeira –
a água caindo nas costas
renova o espírito.
Silvio Gargano Jr.
Batatais, SP
na beira do lago
emerge um jacaré
súbita correria
Elisa Campos
São Paulo, SP
Solo de caatinga –
Mandacaru resistente
enfeita o sertão.
Mario Isao Otsuka
São Paulo, SP
Jacarés no rio
Ninguém ousa atravessar
Até quando será?
Yone
São Paulo, SP
Próximo da trilha
barulho inconfundível…
Cachoeira à frente.
Iraí Verdan
Magé, RJ
Chuva repentina
na trilha da cachoeira –
minha roupa nova
Neide Rocha Portugal
Bandeirantes, PR
Fim de feriado...
Na trilha da cachoeira
garrafas de plástico.
Zekan Fernandes
São Paulo, SP
Temas de março/2016 (postar até 10 de fevereiro)
Dia de outono – Orquídea – Malhação de Judas
lhora será verificada em minha
própria produção. Seria como
se achasse “cheguei ao ponto
desejado, nada preciso fazer
além”.
Em outros termos, lembrando-me de Shunryu Suzuki,
autor de Mente Zen, Mente de
Principiante, é como sempre
Cada pessoa pode participar com apenas uma identidade.
A seleção dos trabalhos é
feita pelos haicaístas Edson Kenji Iura e Francisco Handa.
Envie suas cartas para:
Haicai Brasileiro
A/C Jornal Nippak
Rua da Glória, 332
CEP 01510-000
São Paulo-SP
E-mail:
[email protected]
Cc. [email protected]
Temas de abril/2016 (postar até 10 de março)
Água transparente – Laranja – Jandaia
Haicai como experiência (4)
Quando escrevo a respeito
do haicai, bem como sobre
a composição, uso o termo
“principiante”. Ainda que
alguns sejam realmente principiantes e outros veteranos,
isso se aplica a todos, inclusive a mim. Se não pensar
desta maneira, nenhuma me-
Envie seus haicais (no
máximo três de cada tema
sugerido) digitados ou em
letra legível, com nome
(mesmo quando preferir o
uso de pseudônimo), endereço e RG.
fosse a primeira vez. Isso se
aplica ao haicai. Cada composição é como fosse a primeira
vez. Com a mente vazia, o que
quer dizer atenta, o haicaísta
compõe a partir do kigô sugerido. Por isso, conhecer os
kigô é de grande importância,
pois neste momento, o foco
Francisco Handa
deverá ser aprofundado através da percepção imediata.
Pensar muito sobre o que se
vai escrever é pura abstração.
Alguns haicais lidos por mim,
nesta mesma coluna, cometem erros desta natureza. Pois
a abstração anula a experiência do mundo das sensações.
LITERATURA
Livro aborda aspectos peculiares da história japonesa
Os aficionados pela cultura japonesa têm, agora,
acesso à coletânea de textos
publicados semanalmente na
coluna cultural do jornal Nikkey Shimbun e considerado
um sucesso absoluto pelos
leitores. Extraídos do site de
língua japonesa “Curso para
a Formação de Japoneses da
Geração Internacional”, a
obra “Cultura Japonesa – Entendo o Japão”, reúne textros
inéditos, traduzidos para o
português com o objetivo de
expor de forma simples e atual, as peculiaridades da história e da cultura japonesa.
Ricamente ilustrado, a
obra é bilingue – todo o texto
em japonês tem furigana para
facilitar a leitura – e aborda
os seguintes temas: “É nas
crises que se revela o caráter
nacional – o dever público e o
grande terremoto do leste europeu”; “Kowashi Inoue – um
país virtuoso por meta”; “O
Japão que Einstein viu”; “O
orgulho da mulher japonesa
– De “Bushidô para as mulheres”; “A revolução tecnológi-
divulgação
ca das empresas tradicionais”
e “A história da imigração japonesa: A Colônia Hirano”.
Destaques para a tragédia
de 11 de março de 2011 –
uma das piores da história do
Japão –, que devastou a costa nordeste japonesa. O texto
traz o sentimento do “dever
público” não apenas por militares da Força de Autodefesa
e por bombeiros mas também
por civis, como funcionários
de shopping center.
Igualmente
merecem
atenção os capítulos sobre o
resgate da história dos pioneiros em “A Colônia Hirano”, que celebrou 100 anos
de imigração em 2015, “O
Japão que Einstein Viu”, com
as impressões da visita que o
físico alemão fez ao país em
novembro de 1922.
Serviço – Ao custo de R$
35,00, o livro pode ser adquirido no Nikkey Shimbun
(11/3340-6060); Livraria Fonomag (11/3104-3399); Livraria Sol (11/3208-6588) e Livraria Takano (11/3209-3313)
O pé
Ai o meu pé! Sim! O
mesmo pé de sempre. Aquele que nasceu com o osso
defeituoso e resolveu parar de se desenvolver para
acompanhar o resto do
corpo. Só fui descobrir isso,
numa daquelas graves crises
de dores. Nada grave, dizia
o médico. Precisava apenas
cuidar das micro-fraturas
e obedecer às limitações
impostas pela natureza.
Daquela vez, fiquei alguns
bons meses em tratamento
médico e castigo. Não podia
andar muito e nem carregar
peso nenhum quase. Era no
tempo em que andava com
alguns amigos e costumávamos viajar bastante. Éramos
jovens adultos vivendo a
adolescência tardia com mochilões pelas trilhas e rotas
que um ou outro inventava
de querer desbravar. Bons
tempos aqueles. Aos trancos
e barrancos caminhávamos.
Anos mais tarde, já em
outra. Os amigos, cada um
em suas jornadas individuais e eu, na minha batalha
insana, num daqueles dias
que corria feito uma louca
para chegar sabe-se lá onde.
Em casa, quando já poderia
voltar a atenção para meus
movimentos e pensamentos, eis que CRASH!!!! Por
pura falta de atenção e inteligência, estatelo os ossos
do pé na dura cadeira de pau
ferro. Aquela talvez tenha
sido a maior dor física que
já suportei em minha vida.
Quase
instantaneamente
à dor, o medo. Não havia
como colocar o pé no chão.
Como um saci lesado, providenciei um táxi e corri ao
pronto socorro. Fratura. Depois do diagnóstico, nada a
fazer além de cuidar da recuperação dos ossos. Longos meses de repouso. Longos meses recebendo os cuidados de outros. Sorte que
havia quem me socorresse.
Eterna gratidão às pessoas
que estiveram ao meu lado.
Depois disso, tudo leva a
crer que passei a cuidar bem
melhor do meu pé. Sapatos
confortáveis e anatômicos.
Nenhum aperto. Nada de
carregar peso alem do que
posso. Cuidado com a alimentação para não ficar com
excesso de peso. E assim
vamos fazendo.
Mas nem tudo caminha
como reza a cartilha. Há a
sapatilha bonita e colorida
para combinar com o vestido novo, só por algumas
horinhas. A falta de alguém
para ajudar a carregar o
peso em excesso que resolvi
carregar no porta-malas do
carro, o excesso de compras
num daqueles passeios ao
mercadão central da cidade.
De pouquinho em pouquinho, o pé vai suportando. De
abuso em abuso ele vai reclamando e a dona do pé, insana, no dia seguinte por já
não sentir tanto incômodo,
acha que pode calçar a sapatilha colorida novamente.
Depois, acha que pode caminhar descalça quilômetros e
quilômetros descalça pelas
areias das praias, só porque
o incômodo passa quando se
repousa por algumas horas.
Assim vai até que o pé resolve gritar novamente.
Agora, cá estou eu. De
molho. Corpo e mente.
Para ajudar, a droga receitada é uma droga! O
corpo rejeitou e se encheu
de coceiras. Suores e coceiras pelo corpo todo e, para
ajudar tem o calor insuportável destes dias. Alívio apenas embaixo da água morna,
quase fria do chuveiro. Parei
com as drogas. Melhor manquitolar do que me coçar e
ferir a pele.
Incrível, depois de 36
horas sem a droga, hoje já
não sobem os calorões seguidos da insuportável coceira. O pé ainda dói, mas
o movimento já é um pouco
mais veloz. Manquitolando
ainda.
Amanhã é dia de bloco.
Vai passar. Tudo passa
nesta vida, até a nossa.
Mari Satake
escreve semana
sim, semana
não neste
espaço
[email protected]
Faleceu em 01 de janeiro de 2016,
aos 85 anos, o sr. Mitsuo Nakano.
Missa de 49º Dia
Dia 13 de fevereiro às 11 horas
Templo Daikozan Shoboji
Rua Luís Góis, 504
Vila Mariana - São Paulo
JORNAL NIPPAK
8
São Paulo, 04 a 10 de fevereiro de 2016
música 1
Fernanda Takai se apresenta em São Paulo na
segunda e terça de carnaval no Sesc Pinheiros
Bruno Sena
Neta de japoneses, Fernanda Takai pretende divugar a canção Love Song também no Japão
Tipo” com Pitty, “De um Jeito ou de Outro” com Marcelo
Bonfá, e “Quase Desatento”
com Marina Lima e Climério
Ferreira. Sucessos nacionais
foram regravados, como “A
Pobreza”, de Renato Barros
e “Como Dizia o Mestre”, de
Benito di Paula. O CD traz,
ainda, “Doce Companhia”,
sua versão em português para
uma música da cantora mexicana Julieta Venegas.
Essas e as demais músicas de “Na Medida do Im-
Cantora sugere criação de um ‘programa de residência’
entre artistas brasileiros e japoneses
Em 2015, ao lado de Maki
Nomiya, da Pizzicato Five, e
John Ulhoa, Fernanda Takai
compôs Love Song, uma
música exclusiva para a comemoração aos 120 Anos do
Tratado de Amizade Japão/
Brasil e 100 Anos de Instalação do Consulado Geral
do Japão em São Paulo. Infelizmente, a música não faz
parte do repertório destas
duas apresentações em São
Paulo, conforme revelou a
cantora com exclusividade
ao Jornal Nippak. Neta de
japoneses por parte dos avós
paternos, a artista antecipou,
no entanto, que pretende retornar ao Japão, país que já
visitou em quatro ocasiões
– a última vez aconteceu em
2009, quando cantou com a
Camerata Vale Música e o
maestro Marcelo Bratke no
Suntory Hall (Tóquio) e Shirakawa Hall (Nagoya) – para
divulgar a música por lá. Natural de Serra do Navio, no
Amapá, mas com raízes em
Minas Gerais, Fernanda Takai
conta que artistas japoneses
e brasileiros poderiam criar
um programa de residência,
como existe em outras áreas.
“Tanto o Japão quanto o Brasil são ricos na diversidade de
paisagens e climas. Isso influi
na alma criativa da gente”,
destaca.
Por Aldo Shiguti
Jornal Nippak: Alguma
chance de os fãs nikkeis
curtirem “Love Song” no
show?
Fernanda Takai: Acho
que não, pois eu não tive a
oportunidade de ensaiar com
a minha banda solo esta música. Nos últimos dois meses
estive envolvida em dois espetáculos de música e teatro,
um em BH e e outro em Porto
Alegre.
JN: “Love Song”, aliás,
uma composição sua com a
Maki Nomiya e John Ulhoa,
foi feita a pedido do Consulado do Japão em São Paulo
para celebrar os 120 Anos
de Amizade Brasil-Japão e
o Centenário do Consulado
em São Paulo. De alguma
forma, essa canção a aproximou mais do seu público
japonês?
FT: A canção só vai ganhar mais força lá no Japão e
aqui quando fizermos um videoclipe dela, eu acho. Também quero muito voltar ao
país para divulgá-la. O mais
importante foi essa primeira
etapa que comemorou os 120
anos. Agora vamos nos empenhar para que seja mais
conhecida.
JN: Gostou do resultado? Curtiu essa aproximação?
FT: Gostei muito! Eu e
Maki san já tínhamos trabalhado juntas antes. Ela esteve
aqui cantando comigo por
duas vezes, eu apresentei meu
show em Tóquio e ela fez uma
participação especial. Além
disso, temos um EP chamado
Maki Takai No Jet Lag, lançado pela Taiyo Record em
possível”, como “Pra Curar
Essa Dor” e a polêmica
“Amar Como Jesus Amou”
compõem o repertório do
show. Fernanda Takai será
acompanhada pela banda
formada por Larissa Horta
(baixo e vocais), Lenis Rino
(bateria e vocais), Lulu Camargo (teclado e gaita) e
Tiago Borba (guitarra, violões e vocais).
O projeto “Na Medida do
Impossível” rendeu à cantora
as indicações de “Melhor
Cantora”, “Melhor Álbum”
e “Melhor projeto visual” no
Prêmio da Música Brasileira
- das quais venceu os últimas
duas. A capa do disco também foi vencedora do Red
Dot Design Award, considerado o Oscar do design.
Desde 1992, a artista integra a banda mineira Pato Fu,
com a qual alimenta uma parceria de 11 álbuns, 5 DVDs,
apresentações em dezenas de
festivais (como Rock In Rio,
Planeta Atlântida, Festival de
Verão) e o reconhecimento
em diversos prêmios de público e crítica (MTV, Multishow, Prêmio da Música
Brasileira, entre outros).
Somam-se ainda à trajetória de Takai participações
especiais em shows da banda
inglesa Duran Duran e a gravação, em 2012, nos EUA, do
álbum bilíngue “Fundamental”, fruto de uma parceria
com Andy Summers, guitarrista do The Police.
FERNANDA TAKAI – NA
MEDIDA DO IMPOSSÍVEL
Data/horário:
8 e 9 de fevereiro, às 18h.
Local:
Sesc Pinheiros
Rua Pais Leme, 195
Pinheiros, São Paulo.
Ingressos:
R$ 40 (inteira)/
R$ 20 (meia entrada)
Informações:
http://www.sescsp.org.br/
Bruno Sena
U
ma opção para quem
quer fugir do ziriguidum é conferir
o show da cantora Fernanda
Takai nesta segunda (8) e terça (9), no Sesc Pinheiros, em
São Paulo, onde a vocalista
da banda mineira Pato Fu estará apresentando seu álbum
solo mais recente, o premiado
“Na Medida do Impossível”.
Depois de dois álbuns
inspiradores na carreira solo,
“Onde Brilhem os Olhos
Seus”, dedicado à Nara Leão,
e “Luz Negra”, a cantora
apresenta um repertório que
mescla composições autorais
com diferentes parceiros a
regravações inusitadas, com
canções de autores que vão
de Padre Zezinho a George
Michael.
O disco foi gravado no
estúdio 128 Japs, em Belo
Horizonte, e produzido por
John Ulhoa. Em um repertório de 13 músicas, Fernanda
divide a autoria de “Seu
2010.
JN: O público japonês
e o nipo-brasileiro são diferentes do público brasileiro? Como eles interagem
com a cantora Fernanda
Takai?
FT: Acho que é um público mais concentrado,
aprecia os detalhes. Nossa
interação é ótima, pois não
há muitos artistas brasileiros
com ascendência japonesa
com uma carreira que visita
a música, literatura, teatro e
cinema. Fico muito feliz por
representar essa união.
JN: Pretende intensificar esse intercâmbio com o
Japão?
FT: Sempre! Torcendo demais para que as Olimpíadas
aqui e lá nos tragam ótimos
ventos.
JN: Nesses 120 Anos de
Amizade, o que você acha
que poderia e ainda não
foi feito para incrementar
“Fico feliz por representar essa união entre o Brasil e o Japão”
ainda mais esse intercâmbio
na área musical?
FT: Talvez um programa
de residência por alguns meses de artistas de lá por aqui
e os nossos por lá. Isso acontece em tantas áreas, por que
não na música? E seria algo
como sentir o país: morar, ver
outros artistas locais, produzir coisas juntos, viajar pelas
diferentes regiões. Tanto o Japão quanto o Brasil são ricos
na diversidade de paisagens
e climas. Isso influi na alma
criativa da gente.
MÚSICA 2
Débora Iha une moda e música com tradição
No final do ano passado,
Débora Iha viajou à Ilha de
Okinawa para se apresentar
no programa Shinshu Shima
No Uta com cantores de lá,
que uniu música, família e
amigos. A viagem foi o prêmio que a cantora garantiu
ao vencer o 3º Shima Uta
No Saiten, um concurso de
Minyo (músicas clássicas de
Okinawa), ocorrido em setembro do ano passado em
São Paulo.
Em entrevista ao Jornal
Nippak, Débora Iha, que
além de cantar, também é
estilista de moda por profissão – divide seu tempo entre
a moda e a ‘Banda Utiná’ da
qual faz parte – conta como
iniciou na música e a tocar o
sanshin (instrumento de três
cordas típico de Okinawa).
“A minha influência musical
veio da minha família, em
especial do meu avô”, diz.
“Eu sempre ouvia, e assistia muito programas, muitos
musicais japoneses, logo
tentava escrever as canções
e ficava tentando cantar.
divulgação
Débora Iha com integrantes da banda Utiná: cantora voltou ainda mais orgulhosa de suas raízes
Meu avô tocava muito bem o
sanshin. As lembranças que
tenho da casa dos meus avós
e das festas são as músicas
alegres contagiantes ao som
desse instrumento”, conta,
lembrando que sua histó-
ria com o sanshin começou
quando seu pai faleceu e deixou o instrumento.
“Aquele pequeno objeto
era para mim uma lembrança
que eu tinha dele, dos meus
avós, sentia que aquele ‘som’
não poderia ficar adormecido
numa caixa. Aquele som era
uma lembrança nítida de momentos de alegria de uma família feliz, que poderia sim
ecoar infinitamente. Assim
resolvi aprender a tocar, e
isso já se completam 6 anos
e até hoje sinto muito emoção quando ouço as canções
tradicionais de Okinawa”,
comenta com saudades Débora.
A cantora também destaca
que, “ganhar em primeiro
lugar no concurso 3º Shima
Uta no Saiten foi um “sonho
maravilhoso”, “um orgulho”.
“Cantar na terra dos meus
antepassados foi um prazer
inesquecível. Lá conheci
muitos parentes que só conhecia por nomes e fotos, e
conhecê-los pessoalmente foi
algo inexplicável, mágico”,
destaca a cantora, que aos 15
anos de idade já participava
de concursos de Karaokês e
cantava em festas de amigos
e familiares.
Há 16 anos, Débora se dedica à carreira solo, cantando
e tocando sanshin. De 7 anos
para cá montou uma banda
de ‘Banda Utiná’, onde divide o palco
composta por
sete integrantes; Ricardo
Nakase (vocal), Ivan Chinen
(baixo e sanshin), Michel
Chinen (guitarra), Bruno
Chinen Kora (guitarra), Cezar Nakase (violão), Victor
Augusto (bateria). “Nosso
estilo de música é bem eclético, tocamos vários gêneros
musicais. Acredito que na
música não existe fronteiras,
tudo é válido, e a junção de
sons tão diferentes entre si,
resulta numa grande harmonia, que normalmente em
shows fazemos um medley
de músicas clássicas okinawanas, J pop, pop americano
e MPB (Música Popular Brasileira)”, destaca.
Para ela, conhecer Okinawa foi uma experiência
inesquecível, onde além de
conhecer suas belezas, conheceu também um pouco
mais da cultura do povo okinawano. Voltou ainda mais
orgulhosa de dizer que é
‘Uchinanchu’ (como são chamadas as pessoas que nascem
em Okinawa). Também pretende estudar mais sobre a
cultura japonesa e tentar unir
com a rica cultura brasileira.
(Luci Júdice Yizima)
São Paulo, 04 a 10 de fevereiro de 2016
JORNAL NIPPAK
9
comunidade
‘Miss Akimatsuri’ está com inscrições abertas
para jovens descendentes da região do Alto Tietê
M
ulheres com idade
entre 16 e 30 anos,
descendentes de japoneses e que residem na região do Alto Tietê, já podem
se inscrever para o concurso
“Miss Akimatsuri”. As interessadas têm que preencher
o formulário disponível no
site oficial do evento - www.
akimatsuri.com.br - e enviar
duas fotos, uma de corpo
inteiro e outra somente de
rosto. O concurso está na 7ª
edição e será realizado em
9 de abril (sábado), durante
a programação da 31ª Festa do Akimatsuri (Festa do
Outono). As inscrições terminam no dia 13 de março
(domingo).
Só serão aceitas as inscrições de jovens solteiras e
que não estejam em regime
de união estável. As menores
de idade deverão apresentar
autorização assinada pelo
BAILE
ERIKA
KAWAHASHI – A tecladista,
professora, vocalista e jurada
Erika Kawahashi realizou no
último dia 23, nas dependências da Associação Miyagui
divulgação
responsável legal, bem como
uma cópia do documento de
identidade, conforme orienta-
ções no site da festa. Todas as
participantes precisarão preencher um termo de uso de
imagem.
Os nomes das pré-selecionadas serão divulgados no
site do Akimatsuri em 14 de
março (segunda-feira). Em
16 de março (quarta-feira),
os nomes das participantes
já estarão definidos. No total,
serão classificadas 15 candidatas, que participarão de
ensaios e do grande desfile
do concurso, que acontecerá
no primeiro dia do festival japonês. Se houver desistência,
a Comissão Organizadora do
Akimatsuri poderá classificar
as demais inscritas de acordo
com os critérios: beleza, plástica, elegância, desenvoltura
e simpatia.
A 1ª colocada do concurso
receberá prêmios, assim
como as 1ª e 2ª princesas e a
Miss Simpatia.
O Miss Akimatsuri tem
como objetivo valorizar a
cultura e os valores da comunidade japonesa na região.
O concurso possibilita ainda
para a vencedora a partici-
Kenjin do Brasil, no bairro
da Liberdade, em São Paulo,
o primeiro Baile Érika Kawahashi de 2016. “E com
muito êxito, felizmente”, destacou Erika, acrescentando
que o salão estava “super lotado, com pessoas vindas de
todas as partes, inclusive, de
Sorocaba e Mogi das Cruzes,
que muito nos honrou”. O próximo Baile Érika Kawahashi,
será realizado no dia 27 de
fevereiro, na Associação Miyagui do Brasil, na Rua Fagundes, 152, Liberdade, São
Paulo, das 17h30 às 22h.
Antes, haverá meia hora
inicial de karaokê. “As pessoas que desejarem cantar,
basta levar o seu CD e dar
aquele 'show', sem nenhum
acréscimo por isso. É só chegar um pouco antes das 17h30
Na segunda foto (da esq. p/dir): Marianne Mary Miyashita (Miss Akimatsuri), Laís Kaori Matsutani Miura
(1ª Princesa), Carolina Sayuri Shiguedomi (2ª Princesa) e Bianca Naomi de Carvalho (Missa Simpatia)
pação no “Miss Nikkey São
Paulo” e no “Miss Nikkey
Brasil”, eventos estadual e
nacional que abrem oportunidades para o mercado da
moda nikkei.
A 31ª Festa do Akimatsuri
acontecerá nos dias 9, 10, 16
e 17 de abril, no Centro Esportivo do Bunkyo de Mogi
das Cruzes, localizado na
Avenida Japão, 5.919, bairro
Porteira Preta.
e fazer a sua inscrição”, explica Erika, lembrando que
para aquelas que forem desacompanhadas haverá personal-dancers da Academia
Dançando na Lua.
7º Concurso
Miss Akimatsuri
Inscrições gratuitas até 13 de
março pelo site: www.akimatsuri.com.br
Podem participar:
mulheres com idade entre 16
e 30 anos, residentes no Alto
Tietê
Informações pelo telefone
(11) 4791-2022
31ª edição do Akimatsuri –
dias 09, 10, 16 e 17 de abril.
KARAOKÊ/BRASILEIRÃO
Presidente da UPK visita Lins para fechar detalhes
shigueyuki yoshikuni
O presidente da União
Paulista de Karaokê (UPK),
Elzo Sigueta, acompanhado
dos assessores Atushi Abe,
Morio Minami e Oduvaldo
Adatihara, deslocaram da
Capital até Lins, no dia 28,
onde foram recebidos pelo
presidente da Abcel (Associação Beneficente, Cultural
e Esportiva de Lins), Akio
Matsuura, alé de diretores e
também pelo presidente da
Liga Noroeste da Canção Japonesa, Takashi Tangoda.
Na pauta, os últimos detalhes para a realização do
22º Concurso de Karaokê do
Estado de São Paulo, o Paulistão, marcado para os dias
19, 20 e 21 de fevereiro, na
Arena Blue Tree de Lins. A
comitiva vistoriou o local do
evento e, entre outros assuntos, ficou decidido que a solenidade da abertura será no dia
20, sábado, às 11h30, num Elzo Sigueta, presidente da União Paulista de Karaokê, durante visita à Abcel
intervalo das apresentações
O término está previsto 19h20. O evento conta com mara e do Bradesco.
dos cantores, no segundo dia
para domingo, dia 21, às a parceria da Prefeitura, Câ(Shigueyuki Yoshikuni)
do evento.
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JORNAL NIPPAK
10
São Paulo, 04 a 10 de fevereiro de 2016
Carnaval, feriadão e calor. Bons
motivos para pescar na praia!
Curtas
Cachaça Wiba
WIBA! é cuidadosamente produzida
na Cidade de Torre de Pedra, a 170 km
de São Paulo, em um alambique construído num terreno de 45.000 metros.
Antes de ir para o consumidor, passa
por vários processos de filtragem,
para que não fique nenhuma substância em desacordo com o estabelecido
por lei. O alambique é fiscalizado pelo
Ministério da Agricultura, e possui o
certificado de Análise da ESALQ-USP. Todo modelo de produção é sustentável, ou seja, todos os
subprodutos que seriam descartados, são reutilizados, garantindo o
ciclo sustentável de produção. Este método de produção garantiu
três cachaças deliciosas: a Branca; Amburana e Blend de Carvalhos. E é só o começo, em breve essa família vai crescer. Mais informações no site www.cachacawiba.com.
br fone (11) 5041-1591 email: [email protected] instagram: cachacawiba
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Bolsa Apetrecho Gg
Standard - Ebf Pesca
Bolsa ideal para o armazenamento dos acessórios e tralhas de pesca. Fabricado em nylon,
contêm dois bolsos laterais, bolso frontal,
bolso para documentos, etc. Especificações:
altura: 37 cm largura: 24 cm e comprimento:
40 cm. EBF PESCA – Especialista em Acessórios de Pesca. Procure nossos produtos nas
lojas de pesca, caça e camping de sua preferência. Informações
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oficial e facebook.com/ebfpesca
Fishing Co
Destaque e sucesso na Pesca Trade Show, nossa
proposta é oferecer produtos de qualidade, com
muito conforto, flexibilidade e proteção solar. As
camisetas são produzidas com malha 91% poliamida e 9% elastano, com tecnologia Dry Fit,
antibacteriano e protetor solar UFP 50+ (homologado). As bermudas e calças são produzidas com
tecido Elastic 90% poliéster e 10% elastano, todas
com regulador de ajuste na cintura, para oferecer
o máximo de conforto. Procure nas melhores lojas
de aventuras. Informações
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com.br - email: [email protected] e
fone (11) 2692 5944
Produtos Karandá – Força Pantaneira
Fundada em
janeiro
de
2002, a Empresa é fruto
da ousadia e
do espírito empreendedor dos seus proprietários. Anteriormente
revendia produtos acabados como chapéus de palha, sentindo o
mercado promissor que se descortinava a sua frente, começa a
investir e passa também a produzir o seu próprio chapéu, apostando na qualidade do produto oferecido e na inovação. Fiel à sua
missão de “surpreender os seus clientes com produtos inovadores
e garantir a excelência dos produtos e serviços prestados” a empresa conta hoje com um vasto mix de produtos: chapéus produzidos com fibra, palha, tecido, couro e material reciclado como
lona de caminhão, artigos para cutelaria e selaria em geral. Hoje
a marca Karandá está consolidada em todo o Brasil, levando o
sonho de uma família que com transparência, honestidade, valorização do potencial humano e respeito ao seu cliente, tem a
cada dia conquistado seu espaço no mercado. Informações no site
www.karanda.com.br - fone (67)
3292 1175 – email: [email protected] facebook/ contatoKaranda e instagram: karanda_oficial
Massa para pesca – União Pesca
Neste verão é ter sempre na mão a isca
certa para melhorar suas chances de sucesso na pescaria. Com esta massa, basta acrescentar água e está pronta para lhe
propiciar a fisgada certeira. Sabores: erva-doce, goiaba, banana, milho verde, mel,
bichinho da laranja, carnívora, amendoim,
natural vermelha e natural amarela, em
embalagem de 500g. Procure nas melhores lojas de pesca. Suas pescarias com
sossego, tranquilidade e segurança!
Informações e compras no tel: (42) 3524 4505 ou 3524 3748
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Camisas Gafanhotos Team
Qualidade, conforto,
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nos movimentos. Peças 100% sublimadas,
100% poliéster, confeccionadas com tecido de tecnologia TrueLife Dry (que simula a
transpiração e transporta o suor para as camadas mais externas
do tecido), TrueLife Bio (que simula o sistema imunológico a
fim de prevenir o surgimento de bactérias que se proliferam na
umidade e no calor) e TrueLife UV (que simula a ação da melanina, a fim de proteger a pele contra os raios UV. Tamanhos P, M,
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sua equipe de aventuras. Veja os produtos,
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gafanhotosteam.com.br fone (47) 3395
0295 ou WhatsApp (47) 9166 8529
O Brasil conta com cerca de
8.000km de litoral e, neste
feriadão de carnaval com
a previsão de dias de muito
calor, uma boa idéia é juntar
descanso e pescaria.
para esse blefe.
Mauro Yoshiaki Novalo
A
proveitar os dias do
feriadão prolongado –
carnaval – na praia não
deixa de ser uma boa opção para
quem tem para onde ir e ficar
acomodado. Com os dias quentes e ensolarados deste verão,
nada melhor do que ter diversão
para família inteira, pois dependendo do local (mais tranquilo e
sem movimento) poderá curtir o
sol e praia enquanto pesca.
Como qualquer outra modalidade, tem equipamento específico para melhorar seus resultados. Confira nossa sugestão do
que usar na hora de montar a sua
tralha. Evite acidentes, lembrar
que a prática só é possível se a
praia estiver livre de outros frequentadores e banhistas.
Licença de Pesca Amadora
Como toda e qualquer atividade pesqueira, só é permitida com a autorização do órgão
competente, no caso, o Ministério da Pesca e Aquicultura.
Assim, o pescador deverá estar
de posse da “Licença da Pesca
Amadora”, que quando solicitada deve ser apresentada a
fiscalização, com a carteira de
identidade e o boleto bancário
comprovando o pagamento da
taxa correspondente a categoria
do praticante. Pode ser obtido
via internet, no endereço eletrônico http://sinpesq.mpa.gov.br/
pndpa/web/pesca_amadora.php
validade é 1 ano contada a partir
do dia do pagamento do boleto
bancário.
Tralha
As varas para esta modalidade podem ser telescópicas ou
em partes. No caso das longas
varas para molinetes, em muitos
modelos o passador próximo ao
cabo acompanha o diâmetro do
carretel do molinete e é dobrável
para evitar quebras e facilitar na
hora do transporte.
Opção 1 – Pesca na espuma
• Vara até 2,75m e capacidade de arremesso para 80 gramas - ponta fina ou de agulha
Vara leve para o pescador
ficar com ela na mão para sentir a batida do peixe. Conhecida
como pescaria na espuma, isto é,
a curta distância, os peixes são
menores e rápidos na mordida
• Carretilha ou molinete médio para pequeno
Não precisa de muita linha,
pois irá efetuar lançamentos de
no máximo 60 metros
• Linha 0,18mm a 0,20mm
Como a finalidade é a procura dos peixes de menor porte
que ficam na espuma das ondas,
linha fina para alta sensibilidade
e menos ação dos ventos e ondas
com líder até 0,35 mm
• Necessidade do líder para o
caso de um peixe de maior porte
bater na isca
Líder com 3 vezes o comprimento da vara, para o pescador
poder duelar com o peixe com
segurança e, aguentar na hora do
arremesso do peso do chumbo +
iscas
• Anzóis pequenos modelos
Akita Kitsune - 6 ou 7 e Maruseigo - 6 a 8
Como o objetivo é o peixe
de menor porte com boca menor,
um anzol afiado e pequeno é o
recomendado
Opção 2 – Pesca de espera
• Vara de 3m ou maior, com
capacidade de arremesso de
chumbada de 80 gramas para
mais
Aqui o peixe visado está
longe da areia e, para conseguir
os longos lançamentos é necessário vara com maior potência.
A escolha recai sobre varas que
possam arremessar chumbadas mais pesadas = igual maior
distância alcançada. Destaca-se
também que vara longa propicia
a linha ficar bem mais alta que
as ondas, melhorando assim a
sensibilidade e visibilidade da
batida do peixe.
Suf Cast denomina modelo
com comprimento que supera
3,90m - tendo como referência
principal sua capacidade de arremesso ou cast weight anotada
em libras ou gramas.
• Carretilha ou molinete médio para grande;
Para distâncias maiores, precisará de mais linha e assim a
necessidade de aumentar capacidade e tamanho do molinete /
carretilha.
• Linha base de espessura em
torno de 0,20 mm;
Aumenta-se somente um
pouco o diâmetro mas a linha
continua fina, para que saia com
velocidade e o mínimo de atrito
com o ar
• Líder até 0,55 mm;
O líder é para proteger contra os peixes de maior porte que
porventura entrem na pescaria
e, também para suportar no momento do arremesso o peso da
chumbada + iscas
• Anzóis médios modelo Maruseigo tamanhos entre 10 a 16
Aumenta-se o tamanho do
anzol, para oferecer uma isca
maior. O modelo em questão
apresenta robustez combinando com ponta altamente afiada,
além de um desenho especial
que resulta em fisgada mais certeira.
Para as varas das duas opções, observar a anotação do cast
que a mesma suporta pois, se for
inferior o arremesso é frouxo,
enquanto se for superior ao tolerado pode ocasionar a quebra.
Chumbadas (para as duas
opções)
Para locais em que existam
muitas pedras, utilizar os arredondados como: gota, beach
bomber, pingo, bola, etc. Óbvio
que precisa adequar o peso x distância pretendida x capacidade
do equipamento.
Para locais sem enrosco,
com fundo de areia, utiliza-se
chumbadas com linhas retas e
que permitam neutralizar parcialmente a ação maré, correnteza e etc, neste caso o formato
mais indicado é a pirâmide, triângulo, beach bomber ou aranha
(garateia) e seus derivados.
• Normalmente na pesca de
praia o mais utilizado é o modelo
pirâmide, que agarra no fundo
de areia devido ao seu formato,
proporcionando boa ancoragem
quando a maré está forte.
• Carambola e beach bomber
são os mais aerodinâmicos, proporcionando arremessos longos
devido ao formato aerodinâmico
e capacidade de cortar o ar.
• Gota mais utilizada quando
se tem fundo de pedra. Este
modelo quando tracionado tem
como tendência subir à superfície, minimizando o risco de enrosco.
• Medalha – tem um furo no
meio e ação igual ao de gota.
• Oliva – é a chumbada mais
comum, com furo que vai de
ponta a ponta, sendo colocado
antes do anzol deixando a linha
solta, proporcionando maior
sensibilidade na mordida do peixe. Normalmente utilizada para
isca viva.
• Já o modelo aranha (garateia) alia formato aerodinâmico
com ganchos abertos no lançamento. Depois do contato na
areia estes ganchos enroscam no
fundo arenoso, travando a chumbada. Antes de recolher é dar um
tranco e os ganchos desarmam.
Rabicho ou chicote
O chicote ou rabicho é constituído de um conjunto de terminais, que levará: os anzóis e
chumbada unidas ao arranque
por um girador. Estes terminais
ficam na distância determinadas
através de nós de correr, e entre
eles coloca-se uma miçanga para
evitar cortes.
Inicialmente, a linha a ser
usada no rabicho deverá ser ligeiramente mais resistente que
a linha mestre com aproximadamente 80 cm de comprimento.
Utilize linhas transparentes
(evite as coloridas) e dê preferência as de fluorocarbono.
Na ponta deverá ser presa um
snap (facilita na hora de trocar
a chumbada por outra), e depois
o mdelo de chumbada que julgar
conveniente.
Podem ter 2 ou 3 pernadas
(linha que une o terminal ao anzol), e o comprimento destas são
ajustadas conforme o fundo ou
por exemplo se quiser simular
que a isca esteja viva, uma linha
fina bem mais comprida que o
líder fornecerá os movimentos
Iscas
As melhores iscas são as capturadas no local da pescaria. Se
a praia tiver corruptos (pequenos
crustáceos que se enterram na
areia), então com um apetrecho
especialmente montado para isto
facilita a sua captura. Outras iscas: minhocas de praia, tatuíras,
baratinhas do mar, moluscos e
sem esquecer das lulas e camarões em pedaços. Para os grandes peixes: pedaços de pequenos
peixes ou sardinhas inteiras. O
momento de conseguir a isca é
na maré baixa, quando observamos os buraquinhos na areia,
que posteriormente a água do
mar vai cobrir. Maré enchendo é
hora de iniciar a pescaria.
Para não perder a isca no
instante do arremesso é aconselhável o uso de elastricot ou um
pedaço de linha bem fina.
Se a praia não for de tombo,
ou seja, afunda lentamente o ideal é identificar os canais - paralelos a praia – onde os peixes ficam a caça. Para perceber no visual, acompanhe a formação da
onda e onde morrer, aí está um
canal. O arremesso é para cair
após o canal, recolher até sentir
na linha uma pressão maior, indicando correnteza mais forte =
canal. Colocar a vara no apoiador, travar o equipamento e recolher o suficiente para manter a
linha esticada e, aguardar a batida do peixe.
Se preferir iscas artificiais, as
imitações de camarões são boas
para esta modalidade.
É bom ter tesouras, alicates e
material reserva (linhas, anzóis e
etc). Proteção é fundamental então tenha sempre a mão: protetor
solar, bonés ou chapéus, óculos
escuros, banquetas e os apoios
de varas - para facilitar sua vida
na hora da reposição da isca e
conforto para a pesca de espera.
Prefira frutas, alimentos leves
e não esquecer de beber muita
água para evitar desidratação.
No final da pescaria, lavar
com água doce toda a tralha que
levou para a areia, mesmo que
não tenha utilizado. Aproveite
o feriadão e divirta-se mas, com
responsabilidade. Ótimas pescarias!
Apoio:
Cachaça Wiba!
www.cachacawiba.com.br
EBF Pesca
www.ebfpesca.com.br
Fishing Co
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Gafanhotos Team
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Karandá
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Maré Iscas
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Moro e Deconto
www.morodeconto.com.br
Mustad
www.mustad.com.br
União Pesca
www.uniaopesca.com.br
NIPPAK PESCA
Mauro Yoshiaki Novalo
Texto:
Mauro Yoshiaki Novalo
Revisão:
Aldo Shiguti
Publicidade
[email protected]
Tel. (11) 3208-4863
São Paulo, 04 a 10 de fevereiro de 2016
JORNAL NIPPAK
11
softbol
Apesar da crise, Taça Tiemi Yajima
mantém tradição há 14 anos
A
crise financeira está
afetando o desenvolvimento de várias modalidades esportivas no país,
principalmente aquelas que
não tem para onde correr. É o
caso do softbol. Fora do programa olímpico desde 2008,
em Pequim e, consequentemente longe dos holofotes
e de qualquer possibilidade
de receber investimento do
governo federal, o esporte
sobrevive graças ao trabalho
de abnegados. Um exemplo
é o Torneio Início de Softbol
Feminino Sub 13 (Aberto)
e Festival T-Bol feminino
“Taça Tiemi Yajima” 2016,
que acontece n os dias 13 e 14
deste mês, no Centro de Treinamento da Yakult/CBBS, em
Ibiúa (SP).
Evento que abre oficialmente o calendário da CBBS,
a competição foi idealizada
pelo diretor técnico comissário da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol
(CBBS), Nelson Yajima, que
atua também como supervisor
do Departamento de Árbitros
da entidade ou, resumindo,
um voluntário da entidade.
Yajima organizou o torneio como forma de homenagear e manter viva a memória
de sua flha, Tiemi Yajima, que
faleceu em 1994, com apenas
11 anos de idade. Às custas de
muito sacrifício, a competição
atingirá sua 14ª edição este
ano com a participação de 12
equipes: Maringá “A” e “B”,
Paraná Clube, Nikkei Curitiba, Marília, Tozan, Indaiatuba, Atibaia, Gecebs, São Paulo-Gigante, Arujá-Universo e
Coopercotia. Praticamente o
mesmo número de equipes do
ano passado, com a ausência
da Aelu, do Peru.
Crise – “Na verdade, a maioria das equipes, especialmente
as da Capital, estão sofrendo
uma redução no seu quadro
de atletas, diria que em cerca
de 30%”, explica Yajima, afirmando que “nosso objetivo
sempre foi o de incentivar as
categorias de base, que contam com apenas dois campeonatos ao longo do ano promovidos pela CBBS”. “A maioria dos times da Capital vem
incompletos.”, conta Yajima,
lembrando que chegou a con-
evento estava bem animado
e a organizadora do evento,
monge Miyosei, “ficou contente pois foram consumidos
todas as comidas preparadas
com carinho pelas senhoras”. Além do yakisoba e
udon a maior procura foi pelo
Hiyashi Chyuka (lamen gelado).
arquiivo
A equipe do Paraná Clube conquistou o torneio em 2014: competição deve reunir 12 times este ano
custos sozinho. “Oficialmente
não tenho ajuda, recebo ajuda
apenas de amigos”, destaca
ele, acrescentando que este
ano as homenagens serão
mais singelas.
“Mas também temos nossas recompensas. É muito
gratificante quando uma jogadora de seleção fala que
ainda guarda a medalha que
ganhou. Isso não tem dinheiro
que paga”, garante Yajima.
(Aldo Shiguti)
Yajima entrega a taça para Maringá, campeã do ano passado
sultar os dirigentes da equipe
de Maringá, última campeã
do torneio, para saber se daria
ou não continuidade ao torneio. “Eles me disseram para
continuar, caso contrário aí
sim, é que a categoria acabaria de vez”, assegura Yajima,
explicando que sua decisão
não estava apenas na escassez
cada vez maior de atletas, mas
também na crise financeira
pela qual passa o país.
“Em 2015 já senti dificuldade em realizá-lo por ser
um evento diferenciado, em
que desde a primeira edição
distribuo brindes e prêmios a
todas as atletas, independentemente da classificação. Essa
é uma marca do torneio, que
todas as crianças ficam esperando”, diz Yajima, afirmando
que praticamente arca com os
14º Torneio Início de Softbol
Internacional Feminino Sub
13 (Aberto) e Festival T-Bol
feminino “Taça Tiemi Yajima”
2016
Onde: C.T. Yakult – Rodovia
Bunjiro Nakao, km 58,5 – Ibiúna (SP)
Quando: Dias 13 e 14 de fevereiro. Abertura: a partir das 8
horas
Informações pelo telefone:
11/9 9985-3060
Entrada franca
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COLUNA AKIRA SAITO
Um passo no escuro
Torneio é uma das duas competições da categoria Atletas aguardam competição com ansiedade
TÊNIS DE MESA
Modalidade têm atletas de alto nível graças ao trabalho
de clubes espalhados pelo país
divulgação
Atletas durante intervalo de treinamento na ADR Itaim Keiko: clube é um dos mais tradicionais do país
A estrutura brasileira do
tênis de mesa é muito diferente a da China e Japão, pois
aqui temos sua base de formação nos clubes, já que nas
escolas e nas Prefeituras, ambas ajudam muito pouco na
captação e capacitação.
Por ter visitado os 27 estados do país pelo tênis de
mesa, posso falar com propriedade que devido a algumas pessoas abnegadas é que
JOE HIRATA – O cantor Joe
Hirata abriu seu calendário
de shows em 2016 no último
dia 30, com uma apresentação no Festival das Estrelas,
no Templo Budista Jogan
Ji Fudô Miyô, em Diadema
(região do Grande ABC), comemorando a entrada do Ano
do Macaco. Segundo ele, o
a modalidade cresce.
Alguns estados trabalhando com clubes e outras
com as Prefeituras.
Estes são os clubes que
têm trabalhado forte e contribuindo bastante com o TM
estadual/nacional:
RS - Ivoti e Sogipa
SC - Base nas prefeituras
PR – Acema (Associação Cultural e Esportiva de
Maringá), Acel (Associação
Cultural e Esportiva de Londrina), Assai, Toledo, Cascavel, Campo Mourao e Nikkey
Curitiba
SP - São Caetano, Vale do
Paraíba, Jundiaí, Itaim Keiko,
Kenzen, Itaquera, Acrepa,
Ateme, Bunka SA e SBC,
Casa Verde e Uceg (União
Cultural e Esportiva Guarulhense)
RJ - Fluminense, ACTM,
Madureira, MG - Varginha,
Praia Clube, MS - Nippo,
Amambay e TopSpin.
Nos demais estados, todos
tem trabalhado bem forte, porém, com poucos atletas na
seleção brasileira atual.
Engo Marcos Yamada
Consultor Especialista em TM.
“O limite se baseia
naquilo que se sabe e tem
segurança, o desconhecido
é um passo importante
para aqueles que querem
ir além”
Início de ano, novos projetos, novas ideias, novos
lugares, para muitos tudo é
novo. Com isso, a sensação
que se tem é a de insegurança, afinal de contas, está
se dando um passo rumo a
algo totalmente desconhecido.
Para algumas pessoas
este fator é algo muito difícil, e em alguns casos até
pode levar a uma fatal desistência, por sentirem a
extrema necessidade de se
ter segurança. As crianças
sofrem muito com isso, por
mudarem de escola, de professor, de amigos, enfim,
qualquer mudança é encarada como um fator novo de
insegurança. O adulto possui também esta sensação,
mas muitas vezes esquece
que com as crianças pode
ser muito mais difícil entender. Seja um adulto que já
pensou e foi criança e não
espere que uma criança saiba como pensa um adulto.
Um exercício fácil para
os adultos, mas de grande
utilidade é fechar os olhos,
respirar
profundamente,
prestar atenção no ar sendo
inspirado percorrendo todo
nosso corpo e depois sendo
expirado, acalmar a mente
e depois dar um passo e depois outro. O ato de dar um
passo no escuro representa
o medo do desconhecido,
representa não saber onde
irá pisar. Talvez a segurança
seja ficar parado, porém,
é assim também em nossa
vida, sem darmos o passo no
escuro não percorreremos o
caminho das descobertas, do
aprendizado e da evolução.
Vença a insegurança, dê
seu passo no escuro e se
orgulhe de conquistar mais
esta etapa rumo ao desconhecido!!!!!
GANBARIMASHOU!!!!!
*Akira Saito, professor e praticante de Budo
há 32 anos, morou no Japão de maio de 1990
a setembro de 1996, onde treinou karate sob a
tutela do Hanshi Konomoto Takashi – 9º dan,
graduando-se até o 3º Dan e tornando-se instrutor da matriz na cidade de Sagara-cho e das
filiais das cidades de Hamamatsu-shi e Hamakita-cho até o retorno ao Brasil. Atualmente
tem a graduação de 5 Dan e recebeu o título de
Renshi-Shihan da matriz no Japão.
E-mail: [email protected]
www.karatedogojukai.com.br
www.saitobrothers.com
www.artesdojapao.com.br
www.akirasaito.blogspot.com
JORNAL NIPPAK
12
São Paulo, 04 a 10 de fevereiro de 2016
CARNAVAL
Na Ala de Compositores da Mocidade Alegre,
Edson Akimoto une trabalho e paixão
S
e o carnaval para uns é
pura brincadeira e diversão, para outros é
paixão, muito trabalho e responsabilidade. É o caso do
gerente financeiro, músico e
compositor de samba, Edson
Akimoto, que se divide entre sua atividade na loja de
acessórios para veículos e a
quadra da Escola de Samba
Mocidade Alegre como compositor de samba, leva muito
a sério, unindo o útil ao agradável. Além de compor sambas enredos, ele toca vários
instrumentos como cavaquinho, violão e bandolim desde
os 18 anos de idade.
Akimoto em um bate
papo informal a reportagem
conta como nasceu a sua paixão pelo samba. “Comecei
quando moleque a dedilhar o
violão, cavaquinho e o bandolim com os amigos, a partir
daí nasceu a minha simpatia
e admiração pelo samba”,
afirma. “Aos 18 anos de idade
comecei a fazer aulas e produções musicais com grupos
de samba e bandas, de lá para
cá não parei mais, aí virou
paixão e trabalho”, admite
Edson.
De acordo com Akimoto,
seu maior desafio foi vencer
o preconceito, pois já sofreu
muita discriminação por ser
branco e descendente de japonês, onde a maioria dos compositores são negros. Seu apelido nas rodas de samba e pelas
quadras das escolas de samba
por onde passou como Rosas
arquivo pessoal
Edson Akimoto (primeiro à esquerda), durante ensaio na quadra da Mocidade Alegre
de compositores da Mocidade
Alegre, que criam e disputam
em concurso o samba enredo
que vai agitar a passarela do
samba em São Paulo. “Nós
como compositores recebemos uma sinópse do tema da
escola. São muitas horas de
sacrifícios, ansiedade para o
processo de criação. Nos reunimos para escrever o samba,
ritmo onde vários compositores disputam e concorrem ao
samba que será o samba enredo da escola. É uma disputa
cruel e acirrada para que tudo
saia perfeito”, comenta Akimoto que apesar de disputar
em várias escolas, se mantém
fiel a Mocidade Alegre.
(Luci Judice Yizima)
Desfile das Escolas de Samba
do Grupo Especial e Grupo de
Acesso de São Paulo
Onde: Sambódromo do Anhembi - Av. Olavo Fontoura, 1209
- Santana, São Paulo - SP
Quando: De 05, 06 e 07 de Fevereiro
Confira a ordem dos desfiles das Escolas
de Samba do Grupo Especial e Grupo de
Acesso
SEXTA-FEIRA, 05 DE FEVEREIRO
23H15 – PÉROLA NEGRA
Tema: “Do Canindé ao samba no pé. A Vila Madalena nos
passos do balé”.
00H20 – UNIDOS DE VILA MARIA
Tema: “A Vila famosa é mais bela, Ilhabela das
maravilhas”
01H25 – ÁGUIA DE OURO
Tema: “Ave Maria cheia de faces”.
Para Edson Akimoto (c), maior desafio foi vencer o preconceito
Nikkeis superam a timidez e mostram muito
samba no pé no Anhembi
O empresário japonês,
Tsubasa Miyoshi não quer fazer feio no carnaval. Ele vem
ao Brasil 4 meses antes do
carnaval para aprender o samba enredo da Império da Casa
Verde, onde sai há 11 anos,
e hoje é destaque de mestre
sala. Mas também vem fazer
negócios, pois no Japão ele
tem uma loja de fantasias de
carnaval e dá aulas de samba.
Em entrevista, o empresário e passista Tsubasa diz
que, “O carnaval faz parte de
mim, e não tem como tirar. Se
não tem carnaval, não existe
Tsubasa. Sempre saio na Escola de Samba da Liberdade
de Tóquio, no Japão, escola
fundada por japoneses”.
A foliã Marcia Matsuo
que já está com o enredo da
Escola Acadêmicos do Tatuapé na ponta da língua, e
muito samba para desfilar
no Anhembi, destaca que o
samba é sua paixão, tem uma
energia diferente e contagiante. “É impossível ficar indiferente ao som de uma bateria,
é gostoso e muito contagiante. Eu adoro o carnaval”, enfatiza Matsuo.
de Ouro, Unidos do Tucuruvi,
Águia de Ouro era Japão ou
japa. Mas em 1996 ele se encantou mesmo, e encontrou a
sua ‘família do samba’ foi na
Escola de Samba Mocidade
Alegre, no qual integra a ‘Ala
dos Compositores’, e está até
hoje. Ele também participou
por 3 anos consecutivos dos
carnavais na cidade de Laranjeiras, no interior paulista,
compondo o samba enredo da
Escola de Samba Unidos de
Laranjeiras. O compositor já
fez parte da Escola de Samba
Portela, no Rio de Janeiro.
O músico participa do
projeto “Morada do Samba”,
é uma roda de samba antes de
começar os ensaios, um aquecimento onde são tocadas as
músicas de composições próprias, na qual sua filha Luiza
Akimoto canta com os outros
compositores, um repertório
variado que tem desde chorinho e os clássicos do samba.
Segundo ele são 35 compositores que fazem parte da ala
E completa, “Assim como
no passado o carnaval era
genuinamente encantador ao
som das marchinhas. Hoje,
com a modernização do carnaval e alta tecnologia das escolas de samba em São Paulo
se profissionalizaram, e estão
cada ano mais competitivas
igual as do Rio de Janeiro.
Não precisamos sair de São
Paulo para curtir no Rio, temos carnaval tão bom quanto
dos cariocas”.
Outro folião que vai levar
para avenida 100 pessoas entre nikkeis e japoneses através
do Instituto Paulo Kobayashi,
na Escola de Samba Águia de
Ouro, é o empresário Victor
Kobayashi. “Diferentemente
do ano passado que levamos
650 pessoas entre nikkeis e
japoneses para a avenida, devido o tema da Águia de Ouro
ser 120 Anos de Amizade entre Brasil e Japão, esse ano o
tema é ‘Ave Maria cheia de
faces’ estamos com 100 pessoas na ala do IPK que prometem fazer bonito na avenida”, garante Kobayashi.
A japonesa Akiko Tsukada pelo quarto ano con-
02H30 – ROSAS DE OURO
Tema: “Arte à flor da pele. A minha história vai marcar
você”.
03H35 – NENÊ DE VILA MATILDE
Tema: “Nenê apresenta seu musical: Rainha Raia nas Asas
do Carnaval”.
04H40 – GAVIÕES DA FIEL
Tema: “É Fantástico! Imagine, admire e sinta!”.
05H45 – ACADÊMICOS DO TATUAPÉ
Tema: “É ela, a Deusa da Passarela – Olha a Beija-flor aí
gente!”.
SÁBADO, 06 DE FEVEREIRO
22H30 – UNIDOS DO PERUCHE
Tema: “Ponha um pouco de amor numa cadência e vai
ver que ninguém no mundo vence a beleza que tem o
samba…100 anos de samba, minha vida, minha raiz”.
23H35 – IMPÉRIO DE CASA VERDE
Tema: “O Império dos Mistérios”.
00H40 – ACADÊMICOS DO TUCURUVI
Tema: “Celebrando a religiosidade, Tucuruvi canta as
festas de Fé”
01H45 – MOCIDADE ALEGRE
Tema: “Ayo – A alma ancestral do samba”
02H50 – VAI-VAI
Tema: “Je Suis Vai-Vai, bem-vindos a França”
03H55 – DRAGÕES DA REAL
Tema: “Surpresa! Adivinha o que eu trouxe pra você?”
O empresário japonês Tsubasa na Império da Casa Verde
secutivo vem ao Brasil para
trabalhar voluntariamente e
ao mesmo tempo aprender a
costurar fantasias na oficina
da Escola de Samba Império
da Casa Verde. No Japão, a
comerciante tem uma oficina
de fantasias em sua residência em Tóquio, e garante que
capricha nos modelitos da
Escola de Samba Liberdade
do Japão. “Aprender nunca
é demais. As pessoas aqui no
Brasil são atenciosas, a cada
dia aprendo uma coisa diferente. Quero ter a qualidade e
o capricho das fantasias brasileiras, para isso preciso me
reciclar” diz. E completa, “é
muito prazeroso fazer fantasias e ver a alegoria na passarela do samba brilhar, é
uma sensação maravilhosa e
até me emociono”. Tsukada
afirma ter clientes fiéis no Japão. (LJY)
05H00 – X-9 PAULISTANA
Tema: “Açaí guardiã ! Do amor de Iaçã ao esplendor de
Belém do Pará”.
DOMINGO, 07 DE FEVEREIRO
21H00 – BARROCA ZONA SUL
Tema: “Bakhita”.
22H00 – TOM MAIOR
Tema: “Travessias de Milton Nascimento, todo artista tem
de ir aonde o povo esta..”.
23H00 – COLORADO DO BRÁS
Tema: “Transformando a química da Vida”.
00H00 – MORRO DA CASA VERDE
Tema: “Mzemba-a-Nzinga, Dom Afonso I – Um Rei
Cristão no Império Africano do Congo”.
01H00 – CAMISA VERDE E BRANCO
Tema: “Nas águas sagradas de Oxum, Iemanjá e Oxalá,
Camisa Verde dá um banho de alegria”.
02H00 – MANCHA VERDE
Tema: “Mato Grosso, uma Mancha Verde no coração do
Brasil”
03H00 – IMPERADOR DO IPIRANGA
Tema: “A Imperador reluz esperança Com… Don Quixote
Dela Mancha”.
04H00 – LEANDRO DE ITAQUERA
Tema: “Rainhas de todos nós, mulheres guerreiras! Ê,
Baiana… Com suas bênçãos, a Leandro conta sua história
e celebra o centenário do samba”.
Marcia Matsuo na quadra da Acadêmicos do Tatuapé
Victor Kobayashi (2º a partir da direita) na quadra da Águia de Ouro
05H00 – INDEPENDENTE TRICOLOR
Tema: “O que conta no faz de contas”.