SEMANA DE LETRAS 2008 Segunda-feira, 22.09.08 Manhã: 8h00
Transcrição
SEMANA DE LETRAS 2008 Segunda-feira, 22.09.08 Manhã: 8h00
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES Coordenação do Curso de Letras SEMANA DE LETRAS 2008 PROGRAMAÇÃO GERAL E RESUMOS DAS ATIVIDADES Segunda-feira, 22.09.08 CONVERSA COM A COORDENAÇÃO Manhã: 8h00-9h30 Noite: 18h30-20h00 Sala 1000 Pauta: Atividades Formativas Currículo Velho e Currículo Novo Carga Horária de Optativas Solicitação de Matrícula e Perda de Registro Jubilamento Legislação Vigente na UFPR REUNIÃO DAS ÊNFASES Manhã: 9h50-10h30 Noite: 20h00-20h40 REUNIÃO DAS ÁREAS Manhã: 10h30-12h00 Noite: 20h40-22h00 Segunda-feira 22.09-08 14h00-18h00 Sala 1100 Minicurso A TRADUÇÃO DO TEXTO JORNALÍSTICO: UMA REFLEXÃO PRÁTICA Profª Drª Meta Elisabeth Zipser (UFSC) Profª Silvana Polchlopek (UFPR-DELEM) A quantidade de informações que circula nos órgãos de imprensa no mundo e no Brasil é representativa, sendo veiculadas em forma de notícias e reportagens, que diariamente organizam a nossa realidade. Tais meios de comunicação têm, de modo geral, a responsabilidade de divulgar a notícia, bem como, auxiliar na formação de opinião de seus leitores sobre as mesmas. Esse processo possibilita que um fato ou realidade conduza a diferentes enfoques e “leituras”, conforme Zipser (2002:03): “Trata-se, enfim, de uma leitura e não da leitura desse mesmo fato”, refletindo perspectivas de enfoque específicas dentro de cada cultura na qual o fato é relatado. A interface jornalismo-tradução, proposta desse mini-curso, estabelece o vínculo entre a realidade, o fato e a matéria jornalística escrita permitindo ilustrar o processo de formação de sentido dos textos quando inseridos em contextos situacionais e culturais diferenciados. Isso nos leva a compreender o jornalista como tradutor do fato (ZIPSER, 2002:5), enquanto que o fazer jornalístico, assim como o ato tradutório, são emoldurados por condições sociais e culturais específicas. Esses paralelos consolidam essa interface como um importante instrumento de conscientização para os estudantes de que as várias leituras de um mesmo texto possibilitam o exercício enriquecedor da argumentação, entendendo o texto jornalístico como um instrumento de travessias interculturais. Terça-feira, 23.09.08 8h00-9h00 Sala 1000 Palestra: A ARTE DO ESTRANHO EM UN EPISODIO EN LA VIDA DEL PINTOR VIAJERO Profª Drª Isabel Jasinski (UFPR-DELEM) A viagem de Rugendas pela Argentina, no século XIX, equivale a um redimensionamento do itinerário pictográfico do pintor alemão em Un episodio en la vida del pintor viajero, de Cesar Aira. O processo de dominação do espaço natural motivado pelo procedimento categorizador de Humboldt sofre um golpe desnorteador com o “episódio” acontecido na vida do pintor, que restabelece a potência ficcional e o vislumbre poético da verdade. O corpo do personagem passa por uma desorganização do previsível, que dialoga com a noção de CsO de Deleuze e Guattari em Mil platôs, situando-o no universo do indizível. No momento em que se torna canal da descarga elétrica que provoca o acidente, desfigurando-lhe o rosto, perde a identidade. O corpo torna-se estranho e o sentido, intangível. Efetua-se, então, a desterritorialização que o capacita a ver a realidade americana com outros olhos. Como estrangeiro, conforme entende Derrida, elabora a pergunta pela “verdade”, projetando-se na rostidade indígena monstruosa. O procedimento de representação da realidade mostra-se falido, incapaz de expressar. No entanto, cede lugar aos traços rápidos do carvão sobre o papel, à narrativa do movimento. Terça-feira, 23.09.08 9h00-9h30 Saguão do 10º Andar I SIMPÓSIO DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS SESSÃO DE PAINÉIS (Resumos Disponíveis na Programação do Simpósio) Terça-feira, 23.09.08 9h50-12h20 I SIMPÓSIO DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 1 – SALA 1000 SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 2 – SALA 1009 (Resumos Disponíveis na Programação do Simpósio) Terça-feira, 23.09.08 18h30-20h00 Sala 1100 Mesa-redonda LINGUAGEM E CULTURA: SUTILEZAS E ENVIESAMENTOS EM LEM Profª Drª Gertrud Friedrich Frahm (UFPR-DELEM) Subtema 1: Cesar Gapski (UFPR-G) Marianna Leichsering Sella (UFPR-G) Subtema 2: Cristina Uras Breternitz (UFPR-G) Rodrigo Giorgio M. da Silva (UFPR-G) Subtema 3: Daniela Gonçalves Ledesma (UFPR-G) A presente Mesa Redonda levantará questões delicadas e instigantes ligadas ao tema linguagem-cultura em relação ao contexto de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras. Parte-se de pressupostos de conceitos de linguagem e cultura polemizados com roupagens diversas ao longo da história de acordo com as áreas do conhecimento (Jordão 2006, 2007; Nicolescu, 1999; Byram 1998; Hofstede, 1997; Knapp e Knapp-Potthoff, 1990; entre outros). As pesquisas empíricas que servem de base para este trabalho foram desenvolvidas durante o primeiro semestre letivo de 2008, por equipes de futuros professores de línguas estrangeiras da UFPr. Os pesquisadores procuraram abordar temas locais visando contribuir para o desenvolvimento de perspectivas mais críticas do professor de línguas estrangeiras, para que este atente aos diferentes olhares de forma que desperte o professor-pesquisador para maiores engajamentos de natureza política, além das necessárias mudanças pragmáticas em sala de aula. As pesquisas detectaram que, à primeira vista, certas práticas aparentam ser eficiente nas suas abordagens, mas que se observadas mais atentamente merecem ser visitadas e re-visitadas com olhares mais ‘clínicos’. Neste debate o foco terá três aspectos específicos: os institutos de línguas estrangeiras, a cultura alvo e a formação na escola pública e privada em comparação. Terça-feira, 23.09.08 18h30-20h00 Sala 1000 Mesa-redonda MUSAS INTERROMPIDAS, CORPOS SILENCIADOS: A CONSTRUÇÃO DE PERSONAGENS FEMININAS EM ALGUMAS OBRAS LITERÁRIAS CONSAGRADAS Coordenação: Profª Drª Regina Przybyczien (UFPR-PG em Letras) Greicy Pinto Bellin (UFPR-M) Marcelo Lima (UFPR-D) Jackeline Peters Dück (UFPR-M) Stuart Hall menciona a importância do feminismo, como crítica teórica e como movimento social, colocando-o como um dos cinco grandes descentramentos do sujeito na modernidade tardia. Entre os inúmeros objetos de análise da crítica feminista -- referida na contemporaneidade como “crítica de gênero” por estender sua análise também às construções simbólicas e culturais do masculino – encontram-se as representações literárias. Utilizando como viés de análise a categoria de gênero, as comunicações integradas desta mesa-redonda visam apresentar reflexões sobre diferentes construções do feminino na literatura. A primeira comunicação analisa a idealização romântica que transforma a mulher em objeto estético por meio do culto da “bela mulher morta” – exemplificada no conto “O retrato oval” de Edgar Allan Poe. O segundo trabalho se debruça sobre a ambigüidade e indeterminação do retrato feminino de Capitu em Dom Casmurro de Machado de Assis, obra na qual a construção de gênero e classe do narrador é tão importante quanto a da personagem, pois ele representa os valores burgueses do Segundo Império segundo os quais a personagem é medida e julgada. A terceira comunicação toma uma personagem construída por uma escritora: a Maria Emília do conto “O Senhor Diretor” de Lygia Fagundes Telles. Situada num momento histórico em que os valores patriarcais estão em crise e a sexualidade feminina não apenas aflora livremente, mas é transformada em mercadoria, a personagem representa o aprisionamento da mulher nos papéis tradicionais que a sociedade patriarcal lhe reservou, condenando-se a uma vida solitária e estéril. Terça-feira, 23.09.08 20h30-22h00 Sala 1000 Mesa-redonda MULHER NEGRA E LITERATURA Coordenação: Prof. Dr. Paulo Vinicius Baptista da Silva (UFPR-DETFE) Profª Drª Conceição Evaristo (UFF) José Endoença Martins (UNIANDRADE-M) Paraguassu Fátima Rocha (UNIANDRADE-M) A proposta da mesa é partir da análise sobre a invisibilidade e estereotipia da mulher negra na literatura e chegar à reflexão sobre o fazer literário de mulheres negras. Autoras negras buscam colocar em primeiro plano de seu fazer literário suas lutas e agruras. José Endoença Martins propõe análise das personagens Pecola Breedlove, Milkman Dead e Jadine Childs, da ficção de Tony Morrison, a partir das metáforas Calibã (assimilação), Ariel (nacionalismo) e Exu (catalismo). Paraguassu de Fátima Rocha discute a busca de identidade e humanização da personagem feminina negra nos romances Úrsula (1959) da romancista afrobrasileira, Maria Firmina dos Reis, e da obra da escritora contemporânea Conceição Evaristo, o romance Ponciá Vicêncio (2003). Conceição Evaristo, por sua vez, analisa formas de estereotipia e invisibilidade da mulher negra na literatura brasileira e o movimento de tomar o lugar da escrita, no qual mulheres negras tematizam suas dores e alegrias íntimas. Terça-feira, 23.09.08 20h00-22h00 Sala 1100 SIMPÓSIO UM CESTO DE CENTOS COORDENAÇÃO GERAL: PROFª DRª MARILENE WEINHARDT 20h00-21h00 Sala 1100 "NO DIA EM QUE COMPLETAR CEM ANOS, PUBLICAREI UM LIVRO, MEU ROMANCE MAIS IMPORTANTE: UM DICIONÁRIO" Prof. Dr. Paulo Soethe (UFPR/DELEM) A conferência fará considerações sobre o processo de criação de Guimarães Rosa e suas estratégias de inserção discursiva do texto literário em diversas áreas, como a política, a ética, a antropologia social. 21h00-22h00 Sala 1100 ARTHUR AZEVEDO E O TEATRO BRASILEIRO Prof. Dr. Walter Lima Torres Breve panorama sobre a atividade multifacetada de Arthur Azevedo (18551908), que acabou sendo escolhido para patrono do teatro brasileiro graças ao seu legado para nossa cultura e prática teatral desde a virada do séc. XIX par ao XX. Quarta-feira, 24.09.08 8h00-9h30 I SIMPÓSIO DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 3 – SALA 1111 (Resumos Disponíveis na Programação do Simpósio) Quarta-feira, 24.09.08 8h00-9h30 Sala 1000 Mesa-redonda LINGUAGEM E CULTURA: ESTRATÉGIAS DE COPING EM LEM Coordenação: Profa. Dra. Gertrud Friedrich Frahm (UFPR-DELEM) Subtema 1: Bruno Dezinho (UFPR-G) Sabrina Ferreira (UFPR-G) Subtema 2: Carlos Rempel (UFPR-G) Talita Dück (UFPR-G) Subtema 3: Patrícia Massarute Pereira (UFPR-G) Vanderléia Belarmino (UFPR-G) A presente Mesa Redonda visa debater o tema linguagem e cultura de uma perspectiva aplicada à sala de aula de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras. Foram realizadas, durante o primeiro semestre letivo de 2008, pesquisas em diferentes escolas, cujo intuito foi colocar o futuro professor de línguas estrangeiras da UFPr em contato direto com as práticas de pesquisas empíricas na escola. Os estudos incorporam o debate da literatura que se apresenta inclusive divergente (Jordão, 2006 e 2007; Amato, 2005 entre outros). Termos como intercultural, transcultural, multicultural e pluricultural recheiam livros e revistas sobre ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, são tentativas de dar conta da complexidade que enlaça, numa espécie de ‘bipolaridade’, o binômio linguagemcultura (Nicolescu, 1999). As pesquisas empíricas realizadas exploraram três assuntos específicos pragmáticos em diálogo com os debates teóricos: desenho animado em aula de espanhol, ensino de língua estrangeira para a terceira idade, e o teatro como elemento integrador escola-comunidade no ensino de alemão. Quarta-feira, 24.09.08 9h50-12h00 Sala 1000 VERBOS E ESTRUTURAS ARGUMENTAIS DO PB Coordenação: Profª Drª Teresa Cristina Wachowicz (UFPR-DLLCV) Profª Drª Maria José Foltran (UFPR-DLLCV) Lara Frutos Gonzalez (UFPR-G) Valdilena Rammé (UFPR-G) Amanda Ceccon (UFPR-G) Adriano Scandolara (UFPR-G) Anamaria Kaiser Saggin (UFPR-G) O objetivo desta mesa, intitulada “Verbos e estruturas argumentais do PB”, é divulgar pesquisa realizada a partir do projeto “SINTAXE E SEMÂNTICA DO LÉXICO VERBAL EM PB”, registrado no banco Thales da UFPR, que envolve atualmente duas professoras do DELIN e três alunos e duas ex-alunas de Iniciação Científica. A partir de levantamento de aproximadamente 1500 verbos do PB, elaboramos a análise de seu comportamento aspectual e temático, envolvendo inclusive alternâncias sintáticas projetadas pelo léxico, bem como especificidades morfológias e diacrônicas. Sob o ponto de vista aspectual, baseamo-nos em teorias de estruturas lexicais temporais de Vendler 1967, Dowty 1979, que prevêem verbos estado, atividade, accomplishments e achievements, incluindo subespecificação de accomplishments e achievements do tipo mudança de estado, tema incremental e de trajetória (Tenny 1994). Sob o ponto de vista temático, baseamo-sos em teorias de atribuição composicional de aspecto (Cançado 2002) que pressupõem combinatória de propriedades temáticas no léxico (Dowty 1991, Van Valley 2003, Grimshaw 2004). Para ilustrar nossa discussão, lançamos mão do verbo esfriar. Sendo um verbo deadjetival, classifica-se como degree achievement, de mudança de estado, que licencia, em uma sentença como ‘João esfriou a sopa’, papel ‘desencadeador com controle’ do sujeito João e ‘afetado’ do objeto direto sopa. O verbo também projeta alternância causativa em sentenças como A sopa esfriou ou O vento esfriou a sopa. Mais do que divulgação do projeto, nosso objetivo também se pauta na idéia de atrair estudantes de Letras interessados em desenvolver pesquisa nesta área. Quarta-feira, 24.09.08 9h50-12h00 Sala 1111 Simpósio APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS DO GRUPO DE ESTUDOS DE POESIA MODERNA Coordenação Profª Sandra Mara Stroparo (UFPR-DLLCV) A MODERNIDADE DE BAUDELAIRE E SUA HERANÇA LITERÁRIA Profª Sandra Mara Stroparo (UFPR-DLLCV) “Baudelaire como o primeiro dos modernos, interessado pela pintura e pela música do seu tempo. Baudelaire como inaugurador da poesia contemporânea. Em Baudelaire nasce o verso que ainda lemos, assim como o lirismo que o nosso tempo ainda permite. Na cidade descrita por Baudelaire o homem de hoje, dândi ou flâneur, descobre a possibilidade de encontros e de solidão...” Todos os lugares comuns da crítica sobre esse autor francês parecem nos perseguir já há mais de um século, sustentando a nossa compreensão sobre a idéia de modernidade e sobre o nosso próprio tempo. Assim, sua obra mais importante, As flores do mal, e suas diversas influências em outros autores, acabam por nos ajudar a entender uma história de que fazemos parte: se acreditamos na autoridade da voz poética. Consideraremos também os paralelos: T.S. Eliot, Walt Whitman, J.K. Huysmans, Richard Wagner. A INFLUÊNCIA DE BAUDELAIRE EM ELIOT Jeniffer I. A. de Albuquerque (UFPR-G) Há muito a crítica vem rastreando a influência de Baudelaire como sendo um dos escritores que revelaram o espírito da modernidade. Um dos escritores que se beneficiou dos escritos de Baudelaire foi T.S.Eliot. O escritor, em diversos momentos, mencionou que sem a tradição que começou com Baudelaire e culminou em Valery, o seu trabalho não teria sido o que se tornou. Neste texto, será discutida a complexa influência da obra Le Fleurs Du Mal (As flores do Mal) de Baudelaire, seja temática, ou no que diz respeito ao estilo de composição poética na lírica de T.S.Eliot, em especial, na obra The Waste Land (A Terra Devastada). Para tanto, analisaremos, principalmente, os poemas que se encontram nos “Quadros Parisienses”, dentro de As Flores do Mal. Lahis T. L. Budal (UFPR-G) Neste trabalho pretendo investigar algumas das possíveis relações existentes entre parte da obra de Charles Baudelaire e de Walt Whitman. Tentarei estabelecer pontos de convergência e divergência entre as maneiras de abordar a multidão/solidão em relação com o homem/poeta modernos em ambas as obras considerando os contextos em que cada poeta estava inserido O LIRISMO N’ AS FLORES DO MAL Luciana Kimi Iwamoto(UFPR-G) Através do estudo dos poemas mais caracteristicamente líricos d'As flores do mal, este trabalho pretende discutir a forma como o lirismo se encontra presente na poesia de Baudelaire. Analisando os traços constitutivos do lirismo romântico – fortemente marcado pela idealização e pela subjetividade –, e estabelecendo alguns paralelos com a lírica clássica e medieval, o que se propõe aqui é examinar as características daquilo que se poderia chamar de lirismo moderno, dissociado do idealismo e da interioridade românticos. Para tanto, serão abordados os trabalhos de teóricos e estudiosos que tratam do assunto, tais como Friedrich Schiller, R. Howard Bloch, Francisco Achcar e, especialmente, Michel Collot, em seu artigo intitulado "Le coeur-espace: aspects du lyrisme dans Les Fleurs du Mal". BAUDELAIRE: ENTRE O FLÂNEUR E O DÂNDI Adriano Scandolara (UFPR-G) O trabalho tem como objetivo fazer uma breve apresentação sobre o que é a figura observadora e intrigante do flâneur, o "homem das multidões" que aparece na Paris progressivamente mais urbanizada no final do século XIX: como surge, no que consiste a sua atividade de flânerie, qual a sua importância no contexto da modernidade e quais são as suas semelhanças e diferenças em relação ao dandismo prototípico de J.K. Huysmans (particularmente, no personagem de Des Esseintes de Às Avessas) e da figura história de George 'Beau' Brummell. Em seguida, demonstrar como ambos os elementos – que são, em muitos aspectos, conflitantes – estão presentes simultaneamente na vida e na obra de Charles Baudelaire: como o poeta consegue conciliar o requinte e o desejo de isolamento do dândi (a idéia da torre de marfim) com a exposição e a necessidade de dissolução com as multidões anônimas do flâneur? INTERSECÇÕES ENTRE WAGNER E BAUDELAIRE Áureo Lustosa Guérios Neto (UFPR-G) Baudelaire pode ser considerado, em poesia, o último dos românticos e o primeiro dos modernos, bem como o primeiro simbolista, que, paradoxalmente, não se enquadra nos moldes do movimento. Em música, o mesmo pode ser dito de Wagner, músico muitíssimo controverso, amigo de Nietzche, genro de Lizt, ídolo de Hitler, que também beirou as fronteiras entre romantismo e modernismo. As características comuns aos trabalhos de um e de outro não são poucas e o próprio Baudelaire foi o primeiro a apontar nessa direção ao escrever algumas páginas sobre a ópera Tannhäuser e ao enviar uma carta a Wagner expressando sua admiração. Assim sendo, o presente trabalho procura averiguar, a partir da leitura das cartas do poeta, os pontos de congruência das duas obras encontrados pelo próprio Baudelaire. Também será levado em conta estudiosos que abordam o assunto, como Balakian no capítulo sobre Baudelaire de ‘O Simbolismo’ ou Breatnach em ‘Baudelaire, Wagner, Mallarmé’, ou ainda de Acquisto em ‘Baudelaire in Wagner's Forests’. Quarta-feira, 24.09.08 14h00-16h00 Sala 1100 Simpósio PRAGMÁTICA: O PODER DA LINGUAGEM E A LINGUAGEM DO PODER Coordenação: Profª Drª Elena Godoi (UFPR-DELEM) Sebastião L. dos Santos Luzia S. Dias Carla A. Berwig Anely Ribeiro Carlos T. Grzybovski O objetivo deste Simpósio é examinar o uso da linguagem em determinados contextos e situações. O quadro teórico se insere na Pragmática Inter-cultural Contemporânea, mas as fundamentações teóricas específicas variam de acordo com a natureza dos objetos investigados. As abordagens contemplam múltiplos pontos de vista que se guiam pela inter- e transdiciplinaridade. Os participantes abordarao vários tópicos, entretanto, o foco principal se concentra no poder e na identidade: os fenômenos que perpassam os contextos físico, socio-histórico, mental e lingüístico. Serão discutidos os mecanismos da piada, que é regida pelo princípio de comunicação ostensivo-inferencial, e o papel do locutor como co-responsável pela ativação da resolução da incongrüência, uma vez que a narração se relaciona com o poder que o ouvinte exerce sobre este e com a cultura que permeia ambos. Se analisarão as políticas lingüísticas atuais da Espanha em suas ex-colônias na América e também no mundo a partir das ações do governo espanhol e do poder econômico das empresas privadas espanholas e seus efeitos sobre o ensino do espanhol no Brasil. Se apresentará o estudo do grau de (in)diretividade na realização de pedidos e ordens, em contextos específicos, no português e no espanhol. Será discutido o fenômeno da polidez lingüística em um contexto específico de um serviço público de comunicação telefônica. Fatores como a variação lingüística, distância social e as relações de poder são contemplados, pois modificam ou influenciam as negociações, gerando polêmica, aceitação ou agressividade. As interações inter/transdisciplinares da linguagem no âmbito da comunicação organizacional se discutirão com base no Paradigma da Complexidade, A interface entre gênero, poder e o uso da linguagem será analisada a partir da Abordagem da Dominância para examinar se esta pode ser validada num contexto de interações de casais em setting psicoterapêutico. Quarta-feira, 24.09.08 Sala 1100 18h30-20h00 IV SIMPÓSIO DE ESTUDOS DA TRADUÇÃO COORDENAÇÃO GERAL: PROF. DR. MAURÍCIO MENDONÇA CARDOZO Conferência de Abertura TRADIÇÃO JUDAICA E TRADUÇÃO Profª Drª Maria Clara Castellões de Oliveira (UFJF) Esta conferência tem por objetivo abordar a existência de uma especificidade no pensamento sobre tradução manifestado por intelectuais de extração judaica. Essa especificidade se constrói por meio de metáforas – algumas das quais abordadas nesse momento – relacionadas a uma história de exílios e deslocamentos e a uma longa tradição de interpretação da Torá por parte dos rabinos antigos e dos cabalistas. Pretende-se, outrossim, enfatizar a interlocução entre o pensamento tradutório de Walter Benjamin, Franz Rosenzweig e Jacques Derrida. Quarta-feira, 24.09.08 20h30-22h00 Sala 1000 IV SIMPÓSIO DE ESTUDOS DA TRADUÇÃO COORDENAÇÃO GERAL: PROF. DR. MAURÍCIO MENDONÇA CARDOZO Mesa-redonda JUSTIFICATIVA E DISCUSSÃO DE UMA PROPOSTA DE TRADUÇÃO D'AS METAMORFOSES DE OVÍDIO NO VERSO ÉPICO DE CARLOS ALBERTO NUNES Coordenação Prof. Rodrigo Tadeu Gonçalves (UFPR-DLLCV) Álvaro Kasuaki Fujihara (UFPR-G) Leandro Dorval Cardoso (UFPR-G) Luana de Conto (UFPR-G) Marianna Sella (UFPR-G) Marina C. Legroski (UFPR-G) Esta mesa-redonda pretende discutir aspectos técnicos e teóricos da proposta do nosso grupo de tradução das Metamorfoses de Ovídio em versos da tradição épica estabelecida por Carlos Alberto Nunes. O verso de Nunes nas suas traduções dos poemas épicos de Homero e Virgílio compõe-se de uma tentativa de mimetizar o verso épico clássico, o hexâmetro datílico, através de seqüências de pés ternários de ritmo datílico, compostos por seqüências de sílabas tônicas e átonas. Na discussão, apresentaremos propostas similares de metrificação em português e a problemática da tradição épica em português, além de propormos uma leitura schleiermacheriana da proposta de utilização do verso de Nunes, considerado por muitos críticos como alienígena no sistema de metrificação português. Quarta-feira, 24.09.08 20h00-22h00 Sala 1100 SIMPÓSIO UM CESTO DE CENTOS COORDENAÇÃO GERAL: PROFª DRª MARILENE WEINHARDT 20h00-21h00 POLÍTICA E LITERATURA EM OCTAVIO DE FARIA Prof. Dr. Luís Bueno (UFPR-DLLCV) Octávio de Faria era um dos mais influentes intelectuais nas décadas de 1930 e 1940. Por um lado, foi um teórico da direita, mas, por outro foi um romancista que procurou desenvolver uma literatura psicológica entre nós. Procuraremos estabelecer uma articulação entre seu pensamento político e sua prática de romancista na década de 30. 21h00-22h00 CERZINDO CORAÇÕES: A IMPROVÁVEL TRAJETÓRIA DA CANÇÃO “RASGA O CORAÇÃO” NA CULTURA BRASILEIRA Prof. Dr. Benito M. Rodriguez (UFPR-DLLCV) No centenário do primeiro recital de violão popular no Instituto Nacional de Música, revisita-se a complexa trajetória de apropriações e deslocamentos experimentados por "Rasga o coração", celebrizada como canção por Catulo Cearense, de peça instrumental popular a forma sinfônica, e daí à dramaturgia brasileira da década de 1970, cruzando nesse percurso questões como autoria, autenticidade e engajamento. Quinta-feira, 25.09.08 8h00-9h30 Sala 1000 Mesa-redonda LITERATURA INFANTO-JUVENIL E RELAÇÕES RACIAIS Coordenação: Prof. Dr. Paulo Vinicius Baptista da Silva (UFPR-PPGE) Paulo Sérgio Pestana (UNIANDRADE-M) Débora Cristina de Araújo (UFPR-PPGE) A proposta da mesa é discutir formas de construção de personagens racializados na literatura infanto-juvenil brasileira. A análise de pesquisas brasileiras sobre a temática é ponto de partida para a discussão sobre discriminação racial, identidade afro-brasileira e alteridade em obras a literatura infanto-juvenil. Paulo Vinicius Baptista da Silva apresenta um panorama de pesquisas brasileiras sobre relações raciais na Literatura Infanto-Juvenil. Paulo Sérgio Pestana analisa as personagens afro-descendentes nos romances infanto-juvenis Nó na garganta, de Mirna Pinsli e A cor da ternura, de Geni Guimarães. Débora Cristina de Araújo discute a construção de personagens negras na literatura infanto-juvenil de autores afro-brasileiros, o processo de “alfabetização da diáspora” e o ensino de História e Cultura Afro-brasileira. Quinta-feira, 25.09.08 8h00-9h30 Sala 1009 IV SIMPÓSIO DE ESTUDOS DA TRADUÇÃO COORDENAÇÃO GERAL: PROF. DR. MAURÍCIO MENDONÇA CARDOZO SESSÃO DE COMUNICAÇÕES: PROJETOS EM FASE INICIAL Perdas e ganhos em uma tradução brasileira do Ulysses de James Joyce: o caso Houaiss Áureo Lustosa Guérios Neto (UFPR-G) Este trabalho busca analisar o que pode ter havido de sucesso ou de insucesso nas escolhas operadas por esta tradução do romance de Joyce, prestando especial atenção não (ou ao menos não apenas) a casos de "correspondência" mais ou menos adequada mas sim a quanto o trabalho de tradução respeitou (ou desrespeitou) certas características fundamentais do romance joyceano, que se baseiam na caracterização independente de vozes e discursos de personagens e narradores. Perdas e ganhos em uma tradução brasileira do Ulysses de James Joyce: o caso Galindo Fabrízia Ribeiro (UFPR-G) Este trabalho busca analisar o que pode ter havido de sucesso ou de insucesso nas escolhas operadas por esta tradução do romance de Joyce, prestando especial atenção não (ou ao menos não apenas) a casos de "correspondência" mais ou menos adequada mas sim a quanto o trabalho de tradução respeitou (ou desrespeitou) certas características fundamentais do romance joyceano, que se baseiam na caracterização independente de vozes e discursos de personagens e narradores. Perdas e ganhos em uma tradução brasileira do Ulysses de James Joyce: o caso Pinheiro Jônathas Rodrigo Bittencourt Duarte (UFPR-G) Este trabalho busca analisar o que pode ter havido de sucesso ou de insucesso nas escolhas operadas por esta tradução do romance de Joyce, prestando especial atenção não (ou ao menos não apenas) a casos de "correspondência" mais ou menos adequada mas sim a quanto o trabalho de tradução respeitou (ou desrespeitou) certas características fundamentais do romance joyceano, que se baseiam na caracterização independente de vozes e discursos de personagens e narradores. Quinta-feira, 25.09.08 9h50-12h00 I SIMPÓSIO DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 4 – SALA 1000 (Resumos Disponíveis na Programação do Simpósio) Quinta-feira, 25.09.08 9h50-12h00 Sala 1009 IV SIMPÓSIO DE ESTUDOS DA TRADUÇÃO COORDENAÇÃO GERAL: PROF. DR. MAURÍCIO MENDONÇA CARDOZO SESSÃO DE COMUNICAÇÕES: PROJETOS EM ANDAMENTO Questão de encontro: Buber e Levinás Norma Müller (UFPR-G) O presente trabalho investigará as noções de “relação”, “transcendência” e “encontro” presentes na obra Eu e Tu de Martin Buber e Totalidade e Infinito de Emanuel Levinás. A escolha se dá em razão da questão da alteridade, discutida por ambos autores, já que as fronteiras do Eu e do Outro e o conceito de relação discutidos em ambos os livros são noções caras aos Estudos da Tradução em seu atual estágio de discussão. Em vista disso e da grande importância dos autores escolhidos no que diz respeito a este tema, amplamente discutido na Filosofia, é que se pretende a partir de uma análise crítica e do cotejo de ambos os textos construir uma hipótese sobre a possibilidade ou não do encontro na relação euoutro e, mais especificamente na relação tradutória. Projeto de Tradução: Thomas Bernhard Sirlene Neubauer(UFPR-G) A comunicação a ser apresentada visa fazer a exposição do meu trabalho de conclusão de curso. A proposta da minha monografia é apresentar a tradução de um ou mais contos do escritor austríaco Thomas Bernhard (1931-1989) que foram publicados no livro entitulado “Erzählungen”, de 1979. A escolha de um ou mais contos que pretendo traduzir deverá ser norteada pelo que chamo, por enquanto, de “forma monológica da linguagem”, que é considerado o movimento básico da escrita de Bernhard. Há nos textos uma recusa da possibilidade de uma comunicação adequada, ao que o próprio Bernhard parece ter se referido ao dizer: “Falo a língua que apenas eu entendo e ninguém mais, assim como cada um entende apenas a sua própria língua; e aqueles que acreditam que entendem são idiotas e charlatões.” É essa a questão que me interessa discutir a princípio: a da palavra que, assim como a figura humana retratada por Bernhard, é doente, sendo incapaz de comunicar. Além disso, há também uma preocupação em contemplar questões de recepção, o que compreende, por exemplo, levantar as questões que envolvem o autor, o que o torna quem é, como e porque é estudado, qual é o seu peso dentro da literatura de língua alemã e para além dela. O pensamento do escritor Johann Wolfgang von Goethe sobre tradução William Haack (UFPR-G) O trabalho consiste de uma tradução das anotações do escritor Johann Wolfgang von Goethe sobre tradução. A obra do escritor é grandiosa, por isso é necessário uma seleção de textos, em que a presença de um conceito de tradução esteja presente para evidenciar não só o pensamento do escritor, mas também as influências que marcaram um dos períodos de apogeu sobre a questão da tradução. Reescrita e tradução: fragmentos de um discurso amoroso na obra Um Copo de Cólera, de Raduan Nassar Mauro Berté (UFPR-G) O discurso dos protagonistas e personagens enamorados das narrativas de Raduan Nassar são “figuras” exemplares, no sentido que Roland Barthes enuncia em Fragmentos de um Discurso Amoroso. Segundo Barthes, a figura é o enamorado em ação, é delimitada (como um signo) e memorável (como uma imagem ou um conto). Essas frações de discursos são captadas e trabalhadas (definidas) intuitivamente, sobretudo, de leituras literárias regulares. A literatura, portanto, passa a ser a fonte desse discurso amoroso, em um mundo indiferente a ele, em que milhares o falam, mas ninguém o sustenta, nem mesmo as artes, como alega Barthes. Logo, procura-se reconhecer esse material significante no “texto” e na “escritura” de Raduan Nassar, em especial na novela Um Copo de Cólera, obra que, não isoladamente, sustenta o discurso amoroso e evidencia um protagonista cultivador do silêncio e da solidão, atitudes que remetem ao discurso amoroso, segundo Barthes, banido de todo espírito gregário. A proposta consiste na reescrita de Fragmentos de um Discurso Amoroso, partindo de fragmentos de Um Copo de Cólera. Dessa atividade promove-se a problematização da reescrita enquanto tradução em sentido mais amplo. Equivalência tradutória: uma abordagem semântica Álvaro Kasuaki Fujihara (UFPR-G) Embora contemporaneamente haja uma certa ênfase por parte de diversas vertentes teóricas no âmbito dos estudos da tradução (cf. Desconstrução, Teoria do Escopo et alii) no caráter autônomo da produção tradutória (i.e. no entendimento de que a tradução não é o original em outra língua, de que a tradução é outra produção textual e que como tal partilha diversas características com textos que não são traduções), tais abordagens parecem não ser suficientes para dar conta da tradução enquanto fenômeno empírico. Se por um lado a tradução é uma produção textual dotada de relativa autonomia, por outro é inegável sua dependência do texto de partida. Embora chamar a atenção para a diferença entre o original e a tradução seja indispensável, entendo aqui que é nas semelhanças que encontramos as especificidades mais essenciais da tradução, ou seja, são as semelhanças que me permitem afirmar que determinados textos são traduções enquanto outros não o são. Assim, o presente trabalho pretende explorar o potencial heurístico da noção de equivalência em tradução, verificando a contribuição que a discussão sobre o tema pode fornecer ao entendimento do que seja tradução, focando mais especificamente no aspecto semântico da questão. Para tanto, partirei de uma discussão já posta no âmbito da semântica sobre a natureza da significação, para procurar respostas possíveis para a questão da possibilidade de duas expressões terem o mesmo significado em diferentes línguas. Quinta-feira, 25.09.08 14h00-16h00 Sala 1100 Mesa-redonda MULTILINGÜISMO INDIVIDUAL: A DIMENSÃO COGNITIVA Coordenação: Profª Drª Marcia Helena Boëchat Fernandes (UFPR-DELEM) Profª Karim Siebeneicher Brito Profª Miyoko Saito Profª Silvana Polchlopek Profª Valéria de Fátima Carvalho Vaz Boni Tornar-se multilíngüe tem sido um empreendimento cada vez mais freqüente e valorizado por aqueles que vislumbram aproximações entre nações, culturas, e pessoas, e que investem em um futuro, de diversas maneiras, mais próspero. Além disso, o multilingüismo sempre foi a condição da maioria da população mundial, e necessita de mais espaço entre os estudos da linguagem. Constituem o objeto de nossas pesquisas os processos mentais envolvidos na aquisição/aprendizagem e na utilização de outra(s) língua(s) além da segunda (ou primeira língua estrangeira). As pesquisas em Aquisição de Terceira Língua (TLA, L3) revelam que esta área possui diferenciais importantes que não lhe permitem mais permanecer sob a ótica dos estudos em Aquisição de Segunda Língua (SLA), dados os fatores que caracterizam o indivíduo que passou pela experiência de desenvolver habilidades em duas ou mais línguas além da materna, e que modificaram desde sua visão de mundo até sua percepção da própria identidade. O cérebro de uma pessoa que já aprendeu pelo menos uma língua além da materna está repleto de experiências cognitivas e lingüísticas que não nos permitem mais considerá-la monolíngüe ao iniciar o processo de aprendizagem de uma terceira língua (ou segunda língua estrangeira). Ao longo do tempo durante o qual aprende e utiliza suas diversas línguas, o indivíduo multilíngüe internaliza recursos lingüísticos e cognitivos que podem passar a ser usados espontaneamente, ou articulados através da reflexão. Neste trabalho, exploramos o universo cognitivo do falante multilíngüe, que acreditamos ser influenciado por seu próprio poliglotismo, que modifica seu comportamento, transforma sua subjetividade e acarreta implicações importantes para a aprendizagem. Apresentaremos o estado da arte, os modelos teóricos e os fatores que afetam as relações interlingüísticas de um indivíduo multilíngüe, ao expressar-se nas diversas línguas que o formam. Quinta-feira, 25.09.08 18h30-20h00 Sala 1100 Simpósio O PROJETO DE EXTENSÃO “PENSANDO O LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO BÁSICA” E A PROVA DE PRODUÇÃO DE TEXTO DO VESTIBULAR UFPR Coordenação: Profª Drª Cláudia Mendes Campos (UFPR-DLLCV) Cloris Torquato, “A questão do letramento na prova de produção de texto do vestibular UFPR” Luciana Pereira, “ A leitura na prova de produção de texto do vestibular UFPR” Josélia Ribeiro, “ O gênero resumo na prova de produção de texto do vestibular UFPR” Daniela Zimmermann, “Análise dos processos de referenciação – o caso das anáforas indiretas” Neste simpósio, apresentaremos um panorama do projeto de extensão “Pensando o letramento na educação básica”, promovido pelo grupo de pesquisa Processos de Construção Textual e realizado durante o ano de 2008 pelo Departamento de Lingüística, Letras Clássicas e Vernáculas da UFPR. Com o objetivo de produzir orientações teóricas e metodológicas para professores da educação básica, o projeto propôs uma reflexão sobre leitura, produção e avaliação de textos a partir da análise de redações de vestibular. Para tanto, foram investigados os seguintes aspectos dos textos produzidos por candidatos na prova de Compreensão e Produção de Textos do Processo seletivo 2007/2008 da UFPR: letramento, leitura, intertextualidade, gêneros textuais, coesão e coerência. Para esta sessão, selecionamos alguns dos resultados desse trabalho, que serão apresentados pelas professoras diretamente envolvidas com cada um deles. CLORIS TORQUATO discutirá como os textos escritos por vestibulandos podem indiciar algumas das práticas de letramento, escolares ou não, em que eles estiveram envolvidos e/ou engajados. LUCIANA PEREIRA tratará do processo de leitura que antecede a redação da proposta, destacando os seguintes passos: leitura do enunciado e dos textos de apoio, levantamento de hipóteses a serem confirmadas ou não, apreensão dos elementos verbais e não-verbais e acionamento do conhecimento de mundo do leitor/candidato. JOSÉLIA RIBEIRO discutirá as características do gênero resumo identificadas nos textos dos vestibulandos, considerando que se espera do candidato que reconheça o gênero artigo de opinião e produza o gênero resumo. DANIELA ZIMMERMANN apresentará algumas observações/reflexões sobre o uso de anáforas indiretas nas redações, chamando a atenção para o fato de que neste recurso coesivo ocorre a ativação de referentes novos (porém previsíveis no conteúdo textual), que mantém a unidade de sentido e unidade temática de um texto, podendo ser usado como recurso lingüístico que auxilia na construção do gênero proposto. Quinta-feira, 25.09.08 18h30-20h00 Sala 1000 IV SIMPÓSIO DE ESTUDOS DA TRADUÇÃO COORDENAÇÃO GERAL: PROF. DR. MAURÍCIO MENDONÇA CARDOZO SESSÃO DE COMUNICAÇÕES: PROJETOS CONCLUÍDOS Tradução e relação: uma breve reflexão sob a luz do conceito derridiano de hospitalidade Simone Petry (UFPR-G) O presente trabalho propõe uma reflexão sobre o fazer tradutório. Essa reflexão tem início com a apresentação de uma noção de tradução que é constitutiva da visada ética da tradução articulada pelo teórico Antoine Berman, para quem a essência dessa prática é ser relação com o Outro. Em seguida, propõe-se uma problematização da noção de relação através do diálogo desta com o conceito derridiano de hospitalidade. Por fim, essa problematização se apresenta como uma problematização do próprio fazer tradutório, tendo em vista a discussão de uma noção de tradução como relação. Uma passagem por Paulo Henriques Britto: na poesia e na teoria Gabriel Dória Rachwal (UFPR-G) O presente trabalho se ocupa da produção de Paulo Henriques Britto em dois campos distintos: a teoria da tradução e a poesia. Em relação à poesia, trabalha-se centralmente com o livro Tarde, em especial com quatro poemas considerados ilustrativos da idéia de “passagem pela cena (jogo) de significação”. Em relação à produção teórica no campo dos estudos da tradução, trabalha-se com alguns dos artigos do autor em que fica explícito seu posicionamento crítico quanto aos pressupostos teóricos de autores desconstrucionistas e/ou pósestruturalistas. Feitos esses trabalhos, a monografia se esforça em estabelecer um diálogo entre as produções de Britto no campo da poesia e no campo da teoria da tradução. Nesse diálogo têm papel importante o imperativo da ficção e o caráter meta-reflexivo da produção de Britto em ambos os “espaços”: poesia e teoria. Quinta-feira, 25.09.08 20h30-22h00 Sala 1000 IV SIMPÓSIO DE ESTUDOS DA TRADUÇÃO COORDENAÇÃO GERAL: PROF. DR. MAURÍCIO MENDONÇA CARDOZO Mesa-redonda PROJETOS DE TRADUÇÃO Coordenação: Prof. Dr. Caetano Waldrigues Galindo (UFPR-DLLCV) Profª Sandra Mara Stroparo (UFPR-DLLCV) Prof. Dr. Guilherm Gontijo Flores (UFPR-DLLCV) Os três membros da mesa vêm tendo alguma atividade no campo da tradução literária. Cada um deles se propõe descrever brevemente o projeto em que está ou esteve recentemente envolvido. Como ele surgiu, quais suas singularidades, características editoriais e literárias. A finalidade é ao mesmo tempo manter os alunos informados sobre essas atividades “paralelas” dos professores e fornecer-lhes algum contato com a varieda realidade do mercado editorial literário. Quinta-feira, 25.09.08 20h00-22h00 SIMPÓSIO UM CESTO DE CENTOS COORDENAÇÃO GERAL: PROFª DRª MARILENE WEINHARDT 20h00-21h00 MACHADO DE ASSIS LEITOR DE LUÍS DE CAMÕES Prof. Dr. Marcelo Corrêa Sandmann (UFPR-DLLCV) Machado de Assis leu extensamente os clássicos portugueses e, entre os autores que mais visitou, figura Luís de Camões. Ao longo de toda a obra machadiana, encontram-se referências de vária natureza à poesia e ao poeta português. A presente comunicação pretende fazer um apanhado de alguns momentos significativos do aproveitamento de versos, poemas e episódios camonianos por Machado, sobretudo na produção poética do escritor. 21h00-22h00 AMOR E INTERESSE DE JANE AUSTEN A MACHADO DE ASSIS Profª Drª Patrícia Cardoso (UFPR-DLLCV) Partindo da afirmação de Otto Maria Carpeaux de que haveria algo em comum entre a inglesa Jane Austen e o brasileiro Machado de Assis, acompanharei a trajetória dos protagonistas de Sense and sensibility e A mão e a luva, buscando observar o tipo de diálogo que se pode estabelecer entre os dois autores nessas obras. Sexta-feira, 26.09.08 8h00-9h30 I SIMPÓSIO DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 5 – SALA 1009 (Resumos Disponíveis na Programação do Simpósio) Sexta-feira, 26.09.08 8h00-9h30 Sala 1000 Mesa-redonda OS RELATIVISMOS E SUAS RELAÇÕES COM OS ESTUDOS DA LINGUAGEM Coordenação: Prof. Dr. José Borges Neto (UFPR-DLLCV) Prof. Rodrigo Tadeu Gonçalves (UFPR-DLLCV) Prof. Dr. Caetano Waldrigues Galindo (UFPR-DLLCV) Profª Drª Lígia Negri (UFPR-DLLCV) Prof. Dr. Maurício Mendonça Cardozo (UFPR-DELEM) Esta mesa-redonda discutirá diferentes abordagens consideradas relativistas com relação aos estudos da linguagem. A proposta será a de abordar diferentes autores em suas relações com as crenças de que aspectos da cognição, do pensamento e da percepção da realidade dependem em algum grau da língua que falamos. Os participantes partirão de lugares teóricos diferentes para promover o debate em torno do tema de modo a tentar promover algum tipo de diálogo produtivo em torno deste aspecto freqüentemente considerado como pertencente apenas à atividade da especulação filosófica. Sexta-feira, 26.09.08 9h50-12h20 I SIMPÓSIO DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS SESSÃO DE COMUNICAÇÕES 6 – SALA 1009 (Resumos Disponíveis na Programação do Simpósio) Sexta-feira, 26.09.08 9h50-12h00 IV SIMPÓSIO DE ESTUDOS DA TRADUÇÃO COORDENAÇÃO GERAL: PROF. DR. MAURÍCIO MENDONÇA CARDOZO Mesa-redonda TRADUÇÃO DE GRAMÁTICAS ANTIGAS Coordenação: Profª Giovanna Mazzaro Valenza (UFPR-DLLCV) Joseane Prezzotto (UFPR-M) Alessandro Beccari Pretende-se, nesta mesa-redonda, discutir o processo de tradução de gramáticas antigas para o português e apresentar trabalhos recentes de alunos de graduação e pós-graduação da UFPR sobre as idéias lingüísticas na Antiguidade. A mesa-redonda abordará as obras DISSOI LOGOI (anônimo), DE LINGVA LATINA (Marco Terêncio Varrão) e DE MODIS SIGNIFICANDI (Tomás de Erfurt). Sexta-feira, 26.09.08 18h30-20h00 Sala 1100 Palestra VLADÍMIR VYSOTSKY, O BARDO MAIS QUERIDO DA RÚSSIA Profª Drª Elena Godoi (UFPR-DELEM) O objetivo desta conferência é apresentar um dos grandes poetas russos do século XX - Vladimir Vysotsky -, refletir sobre sua poética no contexto históricocultural das últimas décadas do regime soviético, analisar alguns dos seus poemas e alguns clipes de suas performances. Conhecer Vysotsky, conhecer sua poesia – um pouco que seja – pode ser, para o leitor brasileiro, um caminho para se aproximar mais daquele povo, daquela cultura, daquela arte que por aqui são pouco conhecidos até entre os intelectuais, para quem a literatura russa freqüentemente se resume em nomes de Tchekhov, Dostoievski e Maiakovski. Vysotsky foi um bardo soviético, um daqueles poetascantores-compositores que compõem seus versos e suas músicas e eles mesmos cantam seus poemas, com o acompanhamento, próprio também, de uma guitarra. Durante o regime soviético, este gênero, chamado “canção de autor” (avtorskaia piesnia), era ligado a uma estética, que privilegiava radicalmente o valor poético em vez da sofisticação musical, e a uma ética progressista, para não dizer dissidente, que valorizava a sinceridade, a amizade e o individualismo, e, com isso, era fatalmente condenado a uma dura censura e à não-aceitação ideológica por parte do poder oficial. Nos anos 50-80, o regime soviético tinha se transformado num monstruoso “teatro da falsidade”, e a avtorskaia pesnia se contrapõe como um “teatro da sinceridade”, embora seu herói trágico, muitas vezes vista uma máscara de palhaço. A própria existência da avtorskaia piesnia corresponde a uma expressão informal, pessoal em uma sociedade, onde o monopólio estatal sobre as opiniões excluía qualquer diálogo social. Sexta-feira, 26.09.08 18h30-20h00 Sala 1111 Simpósio CRÔNICA: GÊNERO FRONTEIRIÇO Coordenação: Profª Drª Raquel Illescas Bueno (UFPR-DLLCV) Ana Paula Mendonça (UFPR-G) Karla Renata Mendes (UFPR-M) Saulo Gomes Thimoteo (UFPR-M) Sidnei Moraes Cavazotti (UFPR-G) O Simpósio “Crônica: gênero fronteiriço” propõe—se a divulgar resultados parciais de trabalhos desenvolvidos a partir do projeto de pesquisa “A crônica de viagem na literatura brasileira da modernidade”, com extensões para abrigar os interesses de orientandos que analisam crônicas a partir de outros recortes, que não a literatura de viagem produzida no Brasil. As fronteiras a serem abordadas são de diversas naturezas: ensaísmo e crítica literária em textos de Graciliano Ramos (Ana Paula Mendonça); relato de viagem e diário nas crônicas de Cecília Meireles (Karla Renata Mendes); limites entre conto e crônica na obra de Luis Fernando Veríssimo (Sidnei Moraes Cavazotti), ensaísmo político e memorialismo na produção cronística de José Saramago (Saulo Gomes Thimoteo). Com esses estudos se procurará avançar na teorização sobre a crônica, visando a inclusão definitiva do gênero seja nos estudos acadêmicos da área de estudos literários, seja nos cânones que a crítica – mesmo quando desconstrucionista – vai construindo ao longo deste século 21. Sexta-feira, 26.09.08 A PARTIR DE 20H30 SHOW DE ENCERRAMENTO POESIA É FADO Espetáculo Lítero-Musical com canções portuguesas e leitura de poesias de autores portugueses Participantes: Anamaria Filizola, Patrícia Cardoso, Marcelo Corrêa Sandmann e o Grupo Serestuna