Literatura - exercícios

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Literatura - exercícios
EXERCÍCIOS SOBRE PERÍODOS
DA LITERATURA
Estudantes,
Com relação à Literatura, muitos vestibulares, além dos períodos, solicitam a leitura de uma lista determinada
de obras literárias, a estudarmos em aulas posteriores, específicas. O Enem, todavia, não solicita a leitura de
autores clássicos em específico, entretanto isso está pressuposto no conhecimento da Literatura Nacional,
em termos de Períodos Literários, obras e autores marcantes para a formação cultural.
Ainda com relação ao Enem, é importante destacar a ementa:
Literatura no ENEM: Produção literária e processo social; Processos de formação literária e de
formação nacional; Produção de textos literários, sua recepção e a constituição do patrimônio literário
nacional; Relações entre a dialética cosmopolitismo/localismo e a produção literária nacional;
Elementos de continuidade e ruptura entre os diversos momentos da literatura brasileira; Associações
entre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário em seus gêneros
(épico/narrativo, lírico e dramático) e formas diversas; Representação literária: natureza, função,
organização e estrutura do texto literário.
Sendo assim, para estudo neste primeiro encontro, a seguir estão exercícios referentes aos Períodos
Literários e conceitos relacionados à Literatura.
Prof. Me. Giovana Reis Lunardi
Para iniciar os estudos, preencha a tabela a seguir: 
CONCEITOS IMPORTANTES PARA ESTUDO DA LITERATURA:
Literatura é:
Metalinguagem/Metapoesia
Intertextualidade
Conotação/Denotação
Conhecimento sobre
Figuras De Linguagem
Assunto: Trovadorismo
01. Sobre os períodos literários Trovadorismo e Humanismo, assinale a alternativa que apresenta as
afirmações adequadas com relação a serem verdadeiras ou falsas.
IIIIIIIVV(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Na cantiga de amigo o eu-lírico é feminino, embora seja um homem a produzi-la.
O período Humanismo é caracterizado pelo TEOCENTRISMO.
Vigorava no Trovadorismo o regime feudal.
Nas cantigas de escárnio não há crítica direta à sociedade.
Os autos são gêneros teatrais, moralizantes.
V, F, V, F, V.
V, V, F, F, V.
V, F, V, V, F.
F, F, V, F, V.
V, V, F,V, F
02. Relacione as cantigas nas colunas abaixo:
1- Cantigas de Amigo
2- Cantigas de Amor
3- Cantigas de Escárnio
4- Cantigas de Maldizer
_____ Os trovadores cantam composições críticas que dão pistas, mas não revelam o nome da personalidade
ou instituição atacada.
_____ A composição das trovas revela um homem apaixonado, submisso à sua amada, sendo escravo do
amor que sente.
_____ Críticas diretas, nomeando o criticado, com hegemonia de palavras, muitas vezes grosseiras e até
obscenas.
_____ O homem “canta” representando o sentimento feminino, ao molde do que Chico Buarque de Holanda
faz em muitas de suas músicas.
Assunto: cantigas lírico-amorosas – características em canções contemporâneas.
Tanto as cantigas de amor quanto as de amigo são lírico-amorosas. Porém, divergem bastante uma da outra.
Enquanto as de amor apresentam uma voz masculina que sofre muito, clamando por uma mulher inatingível,
as de amigo apresentam outros ambientes, estruturas e intenções. Leia essa cantiga de amigo.
TEXTO I
ai madre, moiro d'amor!
"Non chegou , madr', o meu amigo,
e oj'est (2) o prazo saido (3)!
ai , madre , moiro d'amor!
Porque mentiu o desmentido
pesa-mi (4), pois per si é falido (5).
ai, madre, moiro d'amor!
Non chegou , madr', o meu amado
e oj'est o prazo passado!
ai , madre , moiro d'amor!
Por que mentiu o perjurado
pesa-mi, pois mentiu a seu grado,
ai, madre , moiro d'amor!"
E oj'est o prazo saido!
Por que mentiu o desmentido?
ai , madre , moiro d'amor!
Vocabulário : 1-mãe ; 2-hoje está ; 3-vencido ; 4-pesame ; 5-liquidado , morto .
E oj'est o prazo passado!
Por que mentiu o perjurado?
http://www.brasilescola.com/literatura/trovadorismo.htm
- Acesso em 30 de novembro.
Agora, procure perceber, na leitura da canção “Esse Cara”, de Caetano Veloso, a presença de algumas
características das cantigas de amigo.
TEXTO II
Esse Cara
Caetano Veloso
Ah! Que esse cara tem me consumido
A mim e a tudo que eu quis
Com seus olhinhos infantis
Como os olhos de um bandido
Ele está na minha vida porque quer
Eu estou pra o que der e vier
Ele chega ao anoitecer
Quando vem a madrugada ele some
Ele é quem quer
Ele é o homem
Eu sou apenas uma mulher
http://letras.terra.com.br/caetano-veloso/144566/ Acesso em 30 de novembro.
03. Assinale a alternativa cuja relação entre os elementos das cantigas de amigo e da canção
contemporânea “Esse Cara” está CORRETA.
a) A mulher, em “Esse Cara”, está abaixo do homem.
b) O lamento do primeiro texto é pesaroso, e o do segundo demonstra raiva.
c) A estrutura da primeira canção é mais simples que a da segunda.
d) Há formalidade na linguagem dos dois textos.
e) Em ambos os textos o eu lírico é masculino.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS QUATRO QUESTÔES.
Olhos nos olhos
Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci
Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais
E que venho até remoçando
Me pego cantando
Sem mais nem porquê
E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você
Quando talvez precisar de mim
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz
(Chico Buarque de Holanda)
Assunto: Cantigas Trovadorescas x Música MPB
04. RELACIONE o poema da música Olhos nos olhos com as características das cantigas trovadorescas
medievais, citando seu principal ponto de semelhança.
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Assunto: Cantigas Trovadorescas x Música MPB
05. DESTAQUE um verso em que se percebe a vassalagem amorosa e explique-a, comparando com a
atualidade.
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Assunto: Cantigas Trovadorescas x Música MPB
06. Apesar de Olhos nos olhos se assemelhar mais às cantigas de amigo, há uma diferença fundamental no
comportamento do eu-lírico feminino. COMENTE essa diferença.
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Assunto: Cantigas Trovadorescas x Música MPB
07. IDENTIFIQUE, no notório trabalho de Chico Buarque de Holanda, uma música com a característica
trovadoresca do homem abordando a temática do eu lírico feminino. Retrate com suas palavras ou
literalmente o trecho em que isso acontece.
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Assunto: Classicismo
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Luís Vaz de Camões. Obra Completa. Rio de
Janeiro. Editora Nova Aguilar, 2003, pág. 270.)
08. Explique o Paradoxo presente no soneto camoniano
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Assunto: Camões lírico.
Leia o soneto camoniano com atenção.
Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim co'a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
[E] o vivo e puro amor de que sou feito,
Como matéria simples busca a forma.
CAMÕES, Luís Vaz de. “Transforma-se o amador
na cousa amada”.
In Lírica. 16. ed. São Paulo: Cultrix, 1996, p.109.
09. Assinale a alternativa cuja interpretação do texto está INADEQUADA.
a) O homem idealiza o objeto de seu amor, como se o transformasse em um espelho de si mesmo.
b) Há uma ideia de complementaridade entre “acidente” (sinônimo de “predicado”) e “sujeito”.
c) Os dois primeiros tercetos privilegiam uma forma de amor inerente à visão do filósofo Platão.
d) Uma leitura mais materialista e erotizada está descartada pelo platonismo presente no texto.
e) Jogo linguístico (conforma/forma; semideia/ideia) e filosofia (Platão) mesclam-se na composição do
poema.
Assunto: Conteúdo Poético
10. O soneto, uma das formas poéticas mais tradicionais e difundidas nas literaturas ocidentais, expressa,
QUASE SEMPRE, conteúdo
a)
b)
c)
d)
e)
dramático, revelando uma cena cotidiana;
satírico, estabelecendo uma jocosidade grosseira;
lírico, revelando o modo apaixonado de sentir e de viver;
épico, deixando marcas históricas de um povo, de uma época, de uma nação;
cronístico, estabelecendo uma crítica de costumes sutil.
11. Assinale com V (Verdadeiro) ou F (Falso), os enunciados abaixo.
a)
b)
c)
d)
(
(
(
(
) São características do Renascimento a cultura Laica, racional, científica e não-feudal.
) No Classicismo o que predomina é a volta a antigos valores: Cultura Greco-romana.
) Mecenas eram os ricos patrocinadores das artes e das ciências
) Não havia, nesse período a valorização do homem.
12. Assinale o melhor conceito de Barroco.
A – Barroco é um estilo de época que surgiu antes do Classicismo, onde predomina o Cultismo, o Ceptismo,
Fusionismo, o Sensoralismo, além de outras características.
B – Barroco é um estilo individual que surgiu após o Classicismo, onde predomina o Cultismo, o Ceptismo,
Fusionismo, o Sensoralismo, além de outras características.
C – Barroco é um estilo de época que surgiu após o Classicismo onde predomina muitas características.
D – Barroco é um estilo de época que surgiu após o Classicismo, onde predomina o Cultismo, o Ceptismo,
Fusionismo, o Sensoralismo, além de outras características.
13. Considere as seguintes afirmações:
I-
A temática e a linguagem barroca expressam os conflitos experimentados pelo
homem do século XVII.
II-
A linguagem barroca caracteriza-se pelo emprego de figuras, como a comparação e
a alegoria, entre outras.
A antítese e o paradoxo são as figuras que a linguagem barroca emprega para
expressar a divisão entre mundo material e mundo espiritual.
A estética barroca privilegia a visão racional do mundo e das relações humanas,
buscando na linguagem a fuga às constrições do dia-a-dia.
IIIIV-
Dentre elas, apenas:
a) I e III estão corretas.
b) II e IV estão corretas.
c) III está correta.
d)
e)
I, II e IV estão corretas.
I, II e III estão corretas.
14. Leia atentamente os seguintes versos, de Gregório de Matos:
Ardor em coração firme nascido!
Pranto por belos olhos derramado!
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido!
Dentre as diversas características encontradas no Barroco brasileiro, a estrofe acima exemplifica:
a)
b)
c)
d)
O gosto por jogos lingüísticos de antíteses e paradoxos.
A postura de desespero do artista frente à efemeridade da vida.
O caráter catequizador da arte barroca.
A busca pela salvação do espírito.
15. Leia o seguinte fragmento de um sermão do Padre Antônio Vieira:
A primeira cousa que me desedifica peixes de vós é que comeis uns aos outros. Grande escândalo é
este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes
comem os pequenos. Se fora pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara
um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos,
nem mil, para um só grande (…) Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes
que se comem uns aos outros. Tão alheia cousa é não só da razão, mas da mesma natureza, que, sendo
criados no mesmo elemento, todos cidadãos da mesma pátria, e todos finalmente irmãos, vivais de vos
comer.
VIEIRA, Antônio. Obras completas do padre Antônio Vieira: sermões.
Sobre o trecho acima, assinale a alternativa que NÃO corresponde à proposta estética barroca:
a) a utilização da alegoria, da comparação, como recursos oratórios, visando à persuasão do ouvinte
b) a presença do discurso dramático, com uma tendência didática e moralizante próprios da Contrarreforma.
c) a tentativa de convencer o homem da época, envolvido em práticas e sentimentos comuns ao
Renascimento, a retomar o caminho do espiritualismo e dos valores cristãos.
d) o tratamento do tema principal — a denúncia à cobiça humana — através do conceptismo, ou jogo de
ideias.
e) culto do contraste, sugerindo a oposição bem/ mal, em linguagem simples, concisa, direta e expressiva da
intenção barroca de resgatar os valores greco-latinos.
Assunto: Arcadismo
16. O Arcadismo sucedeu ao Barroco, mas preferiu resgatar modelos semelhantes aos do Classicismo.
Marque a única alternativa que NÃO diz respeito ao estilo árcade:
a) referência constante ao campo
b) religiosidade aparente
c) presença de lemas como “fugere urbem” e “carpe diem”
d) referência aos deuses da mitologia greco-romana
e) presença marcante do bucolismo
Assunto: poesia árcade
Leia, a seguir, a Lira XI.
Não toques, minha musa, não, não toques
Na sonorosa lira,
Que às almas, como a minha, namoradas
Doces canções inspira:
Assopra no clarim que apenas soa,
Enche de assombro a terra!
Naquele, a cujo som cantou Homero,
Cantou Virgílio a guerra.
Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu.
Rio de Janeiro: Anuário do Brasil, s/d. p. 30.
17. Marília de Dirceu apresenta um dos principais traços do Arcadismo. A opção que APONTA essa
característica temática, presente no texto, é
a) O bucolismo.
b) A presença de valores ou elementos clássicos.
c) O pessimismo e negatividade.
d) A fixação do momento presente.
e) A descrição sensual da mulher amada
Assunto: Poesia de Tomás Antônio Gonzaga
Leia o trecho a seguir:
Enquanto pasta alegre o manso gado,
minha bela Marília, nos sentemos
à sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
na regular beleza,
que em tudo quanto vive nos descobre
a sábia Natureza
18. No trecho acima, de Tomás Antônio Gonzaga, PERCEBE-SE, como características do estilo árcade:
a) a presença de um eu-lírico apaixonado por sua amada
b) o refúgio na natureza e a referência à vida pastoril
c) referência à máxima “Carpe Diem”
d) idealização da amada
e) referência à antiguidade clássica
Assunto: Estilos de Época
19. Associe os textos transcritos a seguir aos estilos de época enumerados abaixo. Em seguida, marque a
alternativa CORRETA.
1.
2.
3.
4.
5.
Barroco
Arcadismo
Romantismo
Naturalismo
Parnasianismo
( ) ... Bom Crioulo emudeceu profundamente sob os golpes da chibata. Apanhou calado, retorcendo-se a
cada golpe... Morria-lhe na garganta um grunhido estertoroso e imperceptível, cheio de angústia; o sangue,
convulsionado rugia dentro, nas artérias, no coração, no íntimo da natureza física, palpitante, caudaloso,
numa pletora descomunal.
( ) Quero que a estrofe cristalina/ dobrada ao jeito/ do ourives, saia da oficina/ sem um defeito...
( ) É bom, minha Marília, é bom ser dono/ de um rebanho que cubra o monte e o prado;/ porém, gentil
pastora, o teu agrado/ vale mais que um rebanho e mais que um trono.
( ) Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe
disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões. Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o
ídolo dos noivos em disponibilidade...
( ) Os que semeiam sem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão: os que semeiam sem
sair são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Ah,
pregadores! Os de cá, achar-vos-ei com mais paço; os de lá com mais passos:
A sequência CORRETA de respostas é
a)
b)
c)
d)
e)
5, 2, 3, 4, 1
2, 1, 4, 5, 3
1, 3, 2, 4, 5
3, 4, 1, 5, 2
4, 5, 2, 3, 1
Assunto: Romantismo
20. É possível classificar os versos do texto lido na questão 14 como tipicamente românticos PORQUE
a) o eu lírico indica que vive em tempos em que a gentileza é condenada pelas pessoas.
b) os casais de namorados privilegiam o contato físico em detrimento do sentimento.
c) a voz poética valoriza o amor acima de tudo, ou seja, age de acordo com as ordens do coração.
d) os amantes se dirigem às parceiras com frieza, menosprezam a fidelidade no relacionamento.
e) o locutor do texto demonstra ser obrigado a agir conforme as regras sociais do mundo moderno.
Assunto: Romantismo
21. As características do movimento romântico enumeradas a seguir foram exploradas em “Amante à moda
antiga”, EXCETO
a) valorização do subjetivismo
b) recusa ao comportamento racional
c) idealização amorosa
d) atração pela morte
e) evasão no tempo e no espaço
Para responder às próximas duas questões, leia o texto a seguir.
Amor: entre o sonho e a realidade
Se te amo, não sei!
Amar! se te amo, não sei.
Oiço aí pronunciar
Essa palavra de modo
Que não sei o que é amar.
Se amar, é sonhar contigo,
Se é pensar, velando, em ti,
Se é ter-te n’alma presente
Todo esquecido de mi!
Se é cobiçar-te, querer-te
Como uma benção dos céus
A ti somente na terra
Como lá em cima a Deus;
Se é dar a vida, o futuro,
Para dizer que te amei:
Amo; porém se te amo
Como oiço dizer, – não sei.
DIAS, Gonçalves. Poesia lírica e indianista. 1.
ed. São Paulo: Ática, 2003, p. 199.
Assunto: Poesia romântica – sentimentalismo e subjetividade.
22. Com base na 1ª estrofe do poema, é CORRETO afirmar que o eu lírico
a) tem convicção de que ama, mesmo sem se sentir amado.
b) mostra-se inconstante em relação a seus sentimentos.
c) considera o amor um sentimento indefinível.
d) tem dúvidas acerca do que significa amar.
e) nega a existência do amor.
Assunto: Poesia romântica => características de forma e conteúdo.
23. Considerando os traços estilísticos desse poema, identifique com V a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e
com F, a(s) falsa(s):
( ) O poema é lírico, enfocando o amor a partir de uma visão romântica, comparando o ser amado a uma
dádiva dos céus.
( ) O poema apresenta versos de métrica regular (7 sílabas), estruturado em forma de soneto.
( ) O poema caracteriza-se pelo tom subjetivista e sentimentalista, revelando a preocupação do eu lírico
com os seus sentimentos.
( ) O poema foge à estética romântica, fazendo referência de forma explícita ao amor físico.
A sequência CORRETA é:
a) VFVF
b) VFFV
c) FVVF
d) VVFV
e) FFVF
Assunto: Conceitos de Romantismo (escola artística, século XIX) e romantismo (comportamento sonhador,
fantasioso).
24. A rigor, o Romantismo foi um movimento artístico expressivo do século XIX. Porém, nos séculos XX e
XXI, é comum ver-se pessoas sendo classificadas como “românticas”. Pensando nisso, leia a canção a
seguir.
O Último Romântico
Lulu Santos, Antônio Cícero e
Sérgio Souza
Faltava abandonar a velha
escola
Tomar o mundo feito coca-cola
Fazer da minha vida sempre
O meu passeio público
E ao mesmo tempo fazer dela
O meu caminho só
Único
Talvez eu seja
O último romântico
Dos litorais
Desse Oceano Atlântico...
Só falta reunir
A zona norte à zona sul
Iluminar a vida
Já que a morte cai do azul...
Só falta te querer
Te ganhar e te perder
Falta eu acordar
Ser gente grande
Prá poder chorar...
Me dá um beijo, então
Aperta a minha mão
Tolice é viver a vida
Assim, sem aventura...
Deixa ser
Pelo coração
Se é loucura então
Melhor não ter razão...
Só falta te querer
Te ganhar e te perder
Falta eu acordar
Ser gente grande
Prá poder chorar...
Me dá um beijo, então
Aperta a minha mão
Tolice é viver a vida
Assim, sem aventura...
Deixa ser
Pelo coração
Se é loucura então
Melhor nem ter razão...
(...)
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
http://letras.terra.com.br/lulusantos/47141/ - Acesso em 21
de dezembro de 2009.
Feita a leitura da canção, COMPARE as características do “Último romântico” apresentado na letra com as
características do Romantismo (escola literária). Depois, ANALISE as alternativas e assinale a INCORRETA.
a) A canção “O Último Romântico” é exemplo de um romântico atual (romantismo – forma de
comportamento), que é diferente de um personagem ou de um eu lírico do Romantismo (escola literária).
b) Por influência da Revolução Francesa (1789), cujo lema era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, um
dos pilares do Romantismo é a “liberdade”. Isso pode ser provado nos primeiros sete versos da canção.
c) “Já que a morte cai do azul” (verso 15). Os românticos do século XIX viam a morte como uma
possibilidade de evasão. Na canção, pode-se ler que o romântico do século XX pretende aproveitar a vida já
que a morte é inevitável.
d) Os fracassos amorosos, nos textos do século XIX, aparecem carregados do excesso de sentimentalismo e de
subjetividade românticos. Na canção, há um sofrimento mais contido: “Falta eu acordar / Ser gente grande / Prá
poder chorar...”.
e) Uma característica fundamental no Romantismo é a evasão, ou seja, o indivíduo foge de uma situação
adversa, pelos caminhos da morte, da infância, da loucura. O romântico da canção também o faz: “Deixa ser
/ Pelo coração / Se é loucura então / Melhor não ter razão...”.
Assunto: Características românticas no século XIX e na contemporaneidade.
25. Pensando nos conceitos de Romantismo já estudados por você, leia o fragmento da canção
contemporânea “Os Outros”, do final do século XX, escrita pelo compositor Leoni (1961-), e um
trecho do poema “Segredo”, do romântico Casimiro de Abreu (1839-1860).
Os Outros
Composição: Leoni
Segredos
Casimiro de Abreu
Já conheci muita gente
Gostei de alguns garotos
Mas depois de você
Os outros são os outros
Ninguém pode acreditar
Na gente separado
Eu tenho mil amigos mas você foi
O meu melhor namorado
Procuro evitar comparações
Entre flores e declarações
Eu tento te esquecer
A minha vida continua
Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender
Depois de você, os outros são os outros e só
(...)
Eu tenho uns amores - quem é que os não tinha
Nos tempos antigos? - Amar não faz mal;
As almas que sentem paixão como a minha
Que digam, que falem em regra geral.
http://letras.terra.com.br/kid-abelha/46816/
Acesso em 08 de dezembro de 2009.
- A flor dos meus sonhos é moça e bonita
Qual flor entreaberta do dia ao raiar,
Mas onde ela mora, que casa ela habita,
Não quero, não posso, não devo contar!
(...)
- Depois... mas já vejo que vós, meus senhores,
Com fina malícia quereis me enganar.
Aqui faço ponto; - segredos de amores
Não quero, não posso, não devo contar!
Rio - 1857
(Grandes Poemas do Romantismo Brasileiro. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1995.)
Como você percebeu, há marcas do Romantismo do século XIX na postura romântica de produções
contemporâneas.
Relacione os trechos destacados nas duas colunas.
COLUNA I
I. “Já conheci muita gente
Gostei de alguns garotos”
II. “(...) mas você foi
O meu melhor namorado”
III. “A minha vida continua
Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender”
Nos tempos antigos? - Amar não faz mal;”
B. “- A flor dos meus sonhos é moça e bonita
Qual flor entreaberta do dia ao raiar,”
C. “Aqui faço ponto; - segredos de amores
Não quero, não posso, não devo contar!”
D. “As almas que sentem paixão como a minha
Que digam, que falem em regra geral.”
E. “- Depois... mas já vejo que vós, meus
senhores, Com fina malícia quereis me enganar.”
Agora, assinale a sequência CORRETA.
COLUNA II
A. “Eu tenho uns amores - quem é que os não
tinha
a) I. A; II. D; III. E.
b) I. E; II. B; III. A.
c) I. A; II. B; III. C.
d) I. A; II. C; III. D.
e) I. D; II. B; III. C.
Assunto: Figuras de linguagem – antítese, paradoxo, comparação, hipérbole, gradação.
26. As figuras de linguagem são alguns dos muitos recursos utilizados pelos escritores em suas produções.
Os versos destacados na primeira coluna foram extraídos dos fragmentos do exercício anterior (se
necessário, retome as estrofes completas). Relacione as colunas.
COLUNA I
I. “Era um sonho dantesco... O tombadilho / (...) /
Em sangue a se banhar.”
II. “Legiões de homens negros como a noite, /
Horrendos a dançar...”
III. “Um paraíso eterno: / (...) Achamos um
inferno.”
COLUNA II
A. antítese.
B. paradoxo.
C. comparação.
D. gradação.
E. hipérbole.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
a) I – E; II – C; III – A.
b) I – D; II – C; III – B.
c) I – E; II – A; III – A.
d) I – D; II – A; III – C.
e) I – E; II – B; III – B.
Assunto: Estudo dos aspectos formais e dos temas desenvolvidos pelos poetas românticos brasileiros.
27. A ideia de liberdade perpassa as produções românticas, tanto em termos de forma quanto de conteúdo.
Castro Alves (1847-1871), em sua lírica amorosa, por vezes traz elementos de morbidez da segunda fase do
Romantismo brasileiro. Leia um fragmento do poema “Mocidade e Morte”.
Mocidade e Morte
Castro Alves
Oh! Eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh'alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n'amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
Árabe errante, vou dormir à tarde
A sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma vez responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
Morrer... quando este mundo é um paraíso,
E a alma um cisne de douradas plumas:
Não! o seio da amante é um lago virgem...
Quero boiar à tona das espumas.
Vem! formosa mulher-camélia pálida,
Que banharam de pranto as alvoradas.
Minh'alma é a borboleta, que espaneja
O pó das asas lúcidas, douradas...
E a mesma vez repete-me terrível,
Com gargalhar sarcástico: — impossível!
Eu sinto em mim o borbulhar do gênio.
Vejo além um futuro radiante:
Avante! — brada-me o talento n'alma
E o eco ao longe me repete - avante!—
O futuro... o futuro... no seu seio...
Entre louros e bênçãos dorme a glória
Após um nome do universo n'alma,
Um nome escrito no Panteon da história.
E a mesma voz repete funerária: —
Teu Panteon – a pedra mortuária!
(fragmento)
(Grandes Poemas do Romantismo Brasileiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.)
Retome o poema observando-o em termos de forma e conteúdo, e assinale a alternativa CORRETA.
a) O tema geral do texto é o conflito entre o desejo de viver e a morte implacável.
b) A evasão pela morte desaparece no poema “Mocidade e Morte”.
c) A mocidade, no poema, surge como possibilidades frustradas pela sombra da morte.
d) A possibilidade produtiva é a vivência do gênio romântico, anunciada na quinta estrofe.
e) O aspecto formal presente nesse poema prova que os românticos preconizam o uso do verso livre.
Assunto: Realismo
28. Eleja, dentre as alternativas a seguir, a alternativa CORRETA sobre o Realismo.
a) imita a realidade sem comprometimento.
b) representa a vida como ela é.
c) trata de expor os atributos da sociedade.
d) retoma o caráter crítico e burlesco do Barroco.
e) busca contextualizar o homem na sociedade.
Assunto: Realismo e Naturalismo
29. Julgue as afirmativas a seguir como falsas (F) ou verdadeiras (V).
I – Machado de Assis escreveu romances e contos realistas com um tom mais psicológico;
II – o Romantismo e o Realismo são antagônicos, pois aquele buscava um Brasil idealizado, enquanto este
desvela as mazelas da sociedade;
III – o Naturalismo não se harmoniza com o Realismo;
IV – No Naturalismo, há preocupação com a estética do texto (expressão do belo);
V – no Naturalismo, a sociedade é tratada sob um olhar documental.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
a) V-F-F-F-V
b) V-V-F-F-V
c) V-V-V-F-F
d) V-V-F-F-F
e) F-F-V-V-F
Assunto: Naturalismo
30. No Naturalismo, temos a tendência documental dos fatos, tal como ocorrem, e que situam o homem no
meio em que vive. Em O cortiço, de Aloísio Azevedo, um aglomerado de pessoas vive em um ambiente sujo
e tumultuado, que é o cortiço.
Sobre a estética naturalista, podemos dizer que se trata de:
a) uma narrativa documental, preocupada em registrar o comportamento do homem
b) um narrador imerso na vida das personagens, por quem tem compaixão
c) uma visão do homem culto e instruído, portanto diferente dos animais
d) um jogo de paradoxos que coloca as personagens em diferentes planos
e) uma distinção de comportamento, que coloca o homem em posição superior à do animal
Assunto: “O Cortiço”
31. (PUC-RS) Sobre O Cortiço, obra de Aluísio Azevedo, autor contemporâneo de Machado de Assis, é
correto afirmar:
a) as personagens representam seres humanos em busca da harmonia espiritual.
b) a linearidade da narrativa define seu caráter inovador.
c) a descrição impressionista do espaço associa-se à representação das personagens.
d) o determinismo do meio constitui-se na tese predominante do autor.
e) a reflexão acerca da psique humana aparece de forma subliminar.
Assunto: Naturalismo
32. (PUC-PR) Uma das características do Naturalismo é o determinismo. Assinale a alternativa que contém o
exemplo correto para essa característica.
a) determinismo é apresentar a vida como ela é.
b) determinismo é a tendência de imitar a realidade.
c) o destino das personagens está subordinado às condições de raça, meio e momento histórico.
d) o narrador determina qual é o conflito que viverão as personagens.
e) a paisagem e as personagens obedecem a uma ordem científica.
33. Assunto: Arcadismo e Parnasianismo
(UFPE) O Arcadismo (no século XVIII) e o Parnasianismo (em fins do século XIX) apresentam, em sua
caracterização, pontos em comum. São eles:
a) bucolismo e busca da simplicidade de expressão.
b) amor galante e temas pastoris.
c) ausência de subjetividade e presença da temática e da mitologia greco-latina.
d) preferência pelas formas poéticas fixas, como o soneto, e pelas rimas ricas.
e) a arte pela arte e o retorno à natureza.
34. Assunto: Simbolismo
CÁRCERE DAS ALMAS
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
(Cruz e Sousa)
Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema
CÁRCERE DAS ALMAS, de Cruz e Sousa, são
a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.
b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática naturalista.
c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.
d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras.
e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do
cotidiano.
Assunto: Simbolismo
35. (Unesp) Assinale a alternativa em que se CARACTERIZA a estética simbolista.
a) culto do contraste, que opõe elementos como amor e sofrimento, vida e morte, razão e fé, numa tentativa
de conciliar pólos antagônicos.
b) busca do equilíbrio e da simplicidade dos modelos greco-romanos, através, sobretudo, de uma linguagem
simples, porém nobre.
c) culto do sentimento nativista, que faz do homem primitivo e sua civilização um símbolo de independência
espiritual, política, social e literária.
d) exploração de ecos, assonâncias, aliterações, numa tentativa de valorizar a sonoridade da linguagem,
aproximando-a da música.
e) preocupação com a perfeição formal, sobretudo com o vocabulário carregado de termos científicos, o que
revela a objetividade do poeta.
Assunto: Movimento literário da segunda metade do século XIX
36. Sobre o Realismo, Naturalismo, Parnasianismo e Impressionismo, é CORRETO afirmar que
a) são escolas literárias da primeira metade do século XIX
b) somente o Realismo, Naturalismo e Impressionismo compartilham de similaridades
c) o Parnasianismo é o único estilo literário que trabalha com textos em prosa
d) no Impressionismo, não há espaço para exposição da realidade
e) a visão do eu-lírico no Parnasianismo é egocêntrica e indiferente
Assunto: Metalinguagem
Leia o poema abaixo.
POÉTICA
Vou lançar a teoria do poeta sórdido.
Poeta sórdido,
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
O poema deve ser como a nódoa no brim.
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.
Sei que a poesia é também orvalho
Mas este fica para as menininhas, as estrelas
Alfa, as virgens cem por cento e as amadas
Que envelheceram sem maldade.
(Manuel Bandeira)
37. A respeito do poema ‘Poética’ são feitas várias considerações acerca dos objetivos do artista. Marque a
afirmativa CORRETA
a)
b)
c)
d)
e)
O eu lírico aproxima a poesia do caos, da desmoralização.
A voz poética defende uma arte próxima das pessoas marginais.
A pureza e o sentimentalismo são símbolo dos novos tempos.
O título do poema antecipa o teor metalinguístico do texto.
O texto expõe o valor da intertextualidade na literatura.
Assunto: Intertextualidade
Leia com atenção o poema de Carlos de Oliveira.
LAVOISIER
Na poesia,
natureza variável
das palavras
nada se perde
ou se cria,
tudo se transforma:
cada poema
no seu perfil
incerto
e caligráfico
já sonha
outra forma.
38. O recurso da intertextualidade, empregado pelo poeta no poema “Lavoisier”, NÃO permite ao leitor
a) estabelecer grau de importância da arte literária no mundo.
b) compreender qual é a concepção de poesia para eu-lírico.
c) dialogar com dois discursos diferentes: o científico e o estético.
d) d) aplicar seus conhecimentos prévios na interpretação do texto.
e) atribuir à literatura múltiplas possibilidades para interpretação dos versos.
QUESTÃO - ENEM – (Considerar texto teórico na análise da pintura de Anita Malfatti)
Assunto: Antecedentes do Modernismo
39. Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna,
Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranóia ou Mistificação:
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem as coisas e em consequência fazem arte pura,
guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos
clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é formada dos que vêem anormalmente a natureza e a
interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como
furúnculos da cultura excessiva. (...).
Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas
tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia.
O Diário de São Paulo, dez./1917.
Em qual das obras abaixo identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo?
a)
d)
Acesso a Monte Serrat – Santos.
b)
Nossa Senhora Auxiliadora e Dom Bosco
e)
A Boba
Vaso de Flores
c)
A Santa Ceia.
Assunto: Antecedentes da Semana de Arte Moderna
40. Nos trechos “Picasso e companhia”, “futurismo, cubismo, impressionismo e ‘tutti quanti’”, o locutor do
texto o locutor do texto se refere
a) às transformações tecnológicas ocorridas no início do século XX.
b) aos ideais estéticos vigentes com o advento do Comunismo.
c) aos preceitos simbolistas mantidos no tempo da modernidade.
d) aos movimentos artísticos de vanguarda surgidos na Europa.
e) à prática de artistas brasileiros copiarem modelos estrangeiros.
Assunto: Antecedentes da Semana de Arte Moderna
41. Em outro trecho do mesmo artigo, Lobato usa Todas as artes são regidas por princípios imutáveis. No
primeiro parágrafo do texto em análise nas questões 13 a 15, ele emprega Enquanto a percepção sensorial
se fizer no homem normalmente...Nas duas passagens transcritas, o crítico considera que a arte tradicional
a) imita a realidade e reproduz com fidelidade o que é visto no mundo.
b) transforma visualmente o que percebe pelos cinco sentidos humanos.
c) desconsidera a capacidade de o artista mudar a natureza e os objetos.
d) precisa ser revista e questionada em um século tão polêmico como o XX.
e) retrata a postura independente dos pintores em qualquer momento.
Assunto: Semana de Arte Moderna (1922)
42. A Semana de Arte Moderna, ocorrida em 1.922 na cidade de São Paulo, ALMEJAVA
a) imitar as ideias revolucionárias dos movimentos de vanguarda europeia.
b) colocar o Brasil em um patamar mais próximo da evolução artística mundial.
c) obrigar os patrocinadores do evento a reverem conceitos ultrapassados.
d) ridicularizar os objetivos parnasianos, notoriamente formais e conservadores.
e) solucionar os equívocos históricos na poesia e na prosa do século XIX.
Assunto: Movimentos de Vanguarda Europeia
43. Todas imagens abaixo foram associadas a um movimento de vanguarda europeia.
Marque a alternativa em que a vanguarda em destaque foi CORRETAMENTE representada.
a) Cubismo
c) Dadaísmo
(O Grito)
(Retrato equestre de Carmen B.Franco)
d) Expressionismo
b) Futurismo
(Mademoiselles de Avignon)
e) Surrealismo
(Rua Morneau com mulher)
(Metamorfose de Narciso)
Assunto: Vanguardas Europeias
44. As rápidas e profundas mudanças no panorama social do século XX justificam as diferentes reações
humanas e respectivas posturas estéticas ocorridas na Europa. Marque a CORRETA identificação dos
movimentos de vanguarda europeia a partir dos trechos de manifestos artísticos transcritos a seguir.
a) DADAÍSMO: Automatismo psíquico, mediante o qual se pretende exprimir, quer verbalmente, quer
por escrito ou outra qualquer forma, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento
independente de qualquer vigilância exercida pela razão, e alheio a toda e qualquer preocupação
estética ou moral. O (...) assenta na crença da realidade superior de certas formas de associação, na
onipotência do sonho, no jogo desinteressado do pensamento.
b) SURREALISMO: Somos contra todos os sistemas e a ausência deles é o melhor sistema. Que todo
homem grite: é necessário levar a cabo um grande trabalho destruidor, negativo. Varrer. Limpar. A
linguagem do indivíduo afirma-se no estado de loucura, de loucura agressiva, completa, de um
mundo abandonado às mãos dos bandidos que se destroçam e destroem os séculos.
c) EXPRESSIONISMO: O espírito novo reside integralmente na surpresa. A surpresa é o elemento
principal da nova arte. Os nossos olhos chegam ao sol. Uma cor não é cor em si mesma. Só o é em
contraste com outras. O contraste é a arte da profundidade. O simultâneo é uma técnica. A técnica
trabalha a matéria-prima, a matéria universal, o mundo. A poesia é o espírito desta matéria.
d) FUTURISMO: Declaramos que o esplendor do mundo foi enriquecido por uma beleza nova, a beleza
da velocidade. Um automóvel que passa apressado, com chassi adornado por grandes canos, como
cobras com um resfolegar explosivo... um automóvel roncando. Cantaremos o homem ao volante,
cujo eixo ideal atravessa a Terra, correndo no circuito da órbita desta.
e) CUBISMO: Queremos glorificar a guerra – único doador de saúde ao mundo – militarismo,
patriotismo, o braço destruidor do anarquista, as belas ideias que matam o desprezo pela mulher.
Desejamos destruir os museus, as bibliotecas, lutar contra o moralismo, o feminismo e todas as
mesquinhezas oportunistas e utilitaristas.
Assunto: 1ª.fase da poesia modernista
Instrução: Para responder às questões, leia com atenção o poema de Manuel Bandeira, “Poética”.
Manuel Bandeira, considerado como o precursor do Modernismo brasileiro, escreveu Poética. Leia-o e
responda às questões.
POÉTICA
I
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto
expediente protocolo e manifestações de apreço
ao senhor diretor
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no
dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
II
Todas as palavras sobretudo os barbarismos
universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de
exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
III
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo.
De resto não é lirismo
Será contabilidade de co-senos secretário do
amante exemplar com cem modelos de cartas e
as diferentes maneiras de agradar às mulheres,
etc.
IV
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
V
- Não quero mais saber do lirismo que não é
libertação.
45. Marque a afirmativa CORRETA.
a) O poeta está em dúvidas sobre as regras poéticas a serem seguidas nos novos tempos.
b) O progresso mundial influencia as composições dos novos artistas.
c) O locutor do texto ironiza o comportamento de quem segue normas preestabelecidas.
d) O eu lírico rejeita a prática de consulta a dicionários, constante fonte de pesquisa.
Assunto: 1ª. Fase do Modernismo
46. Marque a interpretação inaceitável para os versos abaixo.
erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
(Oswald de Andrade)
a) O título do texto é ambíguo: pode-se referir
ao idioma lusitano ou ao colonizador do Brasil.
b) O vocábulo “erro” significa que o eu lírico
condena a adoção da cultura indígena pelo
português.
c) O coloquialismo linguístico reforça postura
irreverente do artista na releitura da história do
país.
d) Os versos sugerem que os descobridores do
Brasil deveriam ter assimilado os valores dos
nativos.
e) O poema faz menção aos primeiros contatos
entre os navegadores e os habitantes nativos
da terra descoberta.
47. O poema a seguir é um dos mais conhecidos de Carlos Drummond de Andrade.
CIDADEZINHA QUALQUER
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
É INCORRETO dizer que o poema
a) é herdeiro da vertente regionalista do Modernismo da década de 30.
b) ironiza a idealização da vida rural, tão cantada no século XIX.
c) substitui a idealização da vida rural por uma visão mais crítica.
d) usa vocabulário simples, de acordo com a proposta do Modernismo.
e) mostra na primeira estrofe um quadro paradisíaco, que é desfeito depois.
48. Associe os textos a seguir ao movimento de vanguarda correspondente.
( ) ...E eis que agora eu sei o nome das montanhas que rodeiam essa baía maravilhosa/ O Gigante deitado/
A Gávea/ O Corcovado/ O Pão de Açúcar que os companheiros de Jean de Léry chamavam de Pote de
Manteiga/ E as estranhas agulhas da Serra dos Órgãos/ Bom dia vocês. (Oswald de Andrade
( ) Leitor: Está fundado o Desvairismo./ Este prefácio, apesar de interessante, inútil. Alguns dados. Nem
todos. Sem conclusões. Para/ quem me aceita são inúteis ambos./ Aliás muito difícil nesta prosa saber onde/
termina a blague, onde principia a seriedade./ Nem eu sei. (Mário de Andrade)
( ) Outrora, quando fui outro, eram castelos e cavaleiros/ (ilustrações, talvez, de qualquer livro de infância),/
Outrora, quando fui verdadeiro ao meu sonho,/ Eram grandes paisagens do Norte, explícitas de neve,/ Eram
grandes palmares do Sul, opulentos de verdes./ Outrora. (Fernando Pessoa)
Os versos transcritos pertencem respectivamente ao
a)Surrealismo – Futurismo – Expressionismo.
b) Cubismo – Dadaísmo – Surrealismo.
c) Expressionismo – Cubismo – Dadaísmo.
d) Futurismo – Cubismo – Expressionismo.
e) Surrealismo – Expressionismo – Cubismo.
Assunto: Modernismo em Portugal
49. Os versos portugueses, transcritos nas alternativas a seguir contêm traços de diferentes tendências
vanguardistas. Marque a letra que APRESENTA poema de traços dadaístas.
a) A minha aldeia humilde da Pobreza!/ Depois da reza/ Junto ao lar,/ A tigela de caldo a fumegar/ E o loiro
pão de milho que ainda cheira/ E sabe ao sol da eira. (Teixeira de Pascoaes)
b) Quando eu morrer batam em latas,/ Rompam aos saltos e aos pinotes,/ Façam estalar no ar chicotes,/
Chamem palhaços e acrobatas!/ Que o meu caixão vá sobre um burro... (Mário de Sá Carneiro)
c) O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,/ Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre
pela minha aldeia,/ Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. (Fernando Pessoa)
d) Recordar? Esquecer? Indiferente!.../ Prender ou desprender?/ É mal? É bem// Quem disser que se pode
amar alguém/ Durante a vida inteira é porque mente! (Almada-Negreiros)
e) Ó minha terra na planície rasa,/ Branca de sol e cal e de luar,/ Minha terra que nunca viste o mar/ Onde
tenho o meu pão e a minha casa... (Florbela Espanca)
50. Leia a tirinha de Bill Watterson (1958 - ), autor de Calvin & Haroldo.
A palavra que no texto foi usada com um sentido conotativo é:
(A) “agente”.
(B) “balão”.
(C) “cérebro”.
(D) “estratégia”.
(E) “mira”.
51. Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza prosopopeia.
a) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do mundo.” (Clarice Lispector)
b) “As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem…” (Drummond)
c) “Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu.” (Clarice Lispector)
d) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira Gullar)
e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo Neto)
52. Pode-se dizer quanto aos textos criados baseados em outro texto anterior, que
I. Na paródia, você usa um texto anterior para fazer uma crítica.
II. Na paráfrase, você diz a mesma coisa de outra forma, mas a ideia permanece a mesma e há
semelhança no vocabulário usado de forma a permitir a analogia ao texto anterior.
III. Alusão é uma maneira de fazer uma colagem de trechos ou personagens noutros textos.
IV. Na citação, você usa um trecho literal de outro autor para se comunicar, dentro de um texto seu.
Das informações acima,
a) apenas as I, II, III estão corretas.
b) apenas as II, IV estão corretas.
c) apenas as I, II, IV estão corretas.
d) Todas as informações estão corretas.
e) Todas as informações estão erradas.
Assunto: 1ª.fase do Modernismo
53. Associe a característica modernista citada na primeira coluna aos versos transcritos na segunda coluna.
1ª.coluna
I – Releitura dos fatos históricos oficiais
II – Emprego de linguagem cotidiana na poesia
III – Ênfase nos aspectos folclóricos do Brasil
IV – Irreverência, intenção humorística
2ª.coluna
( ) Tenho duas rosas na face,/ Nenhuma no coração./
No lado esquerdo da face/ Costuma também dar
alface,/ No lado direito não. – Murilo Mendes –
( ) Os aguapés dos aguaçais/ Nos igapós dos Japurás/
Bolem, bolem, bolem./ Chama o Saci: - Si Si si si!/ - Ui
ui ui ui! Uiva a Iara/ Nos aguaçais dos igapós… Manuel Bandeira –
( ) Para dizerem milho dizem mio/ para melhor dizem
mió/ Para pior pio/ Para telha teia/ Para telhado teiado/
E vão fazendo telhados. – Oswald de Andrade –
( ) Seu branco, dê o fora,/ Deixe os nego em pais./
Nóis tem cachacinha,/ Tem coco de sobra,/ Nóis tem
iaiá preta,/ Nóis dança de noite;/ Nóis reza com fé... –
Murilo Mendes –
( ) Quando o português aqui chegou/ Debaixo duma
bruta chuva/ Vestiu o índio/ Que pena!/ Fosse uma
manhã de sol/ O índio tinha despido/ o português. –
Oswald de Andrade –
A sequência CORRETA é
a) I – II – III – III - IV
b) III – I – I – II – IV
c) IV – III – II – II – I
d) II – II – I – IV – III
e)I – IV – IV – III – II
54. Leia, atentamente, o poema a seguir.
DESENCANTO
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... Remorso vão...
Dói-me nas veias... Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre
A principal intenção poética do artista Manuel
Bandeira é:
a) expor sua tristeza e sua angústia por ser poeta.
b) refletir acerca da vida amarga de quem
escreve.
c) pedir amparo ao leitor para poder suportar suas
dores.
d) mostrar qual é o estado de espírito dele como
artista.
e) invocar a amargura para compor sua obra
literária.
55. Em “Desencanto”, Manuel Bandeira concretiza, em versos, o que é denominado:
a) metalinguagem
b) intertextualidade
c) ironia
d) alusão
e) citação
56. Leia as frases com atenção e assinale a alternativa que indica corretamente o ponto comum entre os
respectivos trechos:
I - O vento vem vindo de longe,a noite se curva de frio. (Cecília Meireles)
II - Do relâmpago a cabeleira ruiva.Vem açoitar o rosto meu.(Alphonsus de Guimaraens)
III - Se você gritar mais alto, eu agradeço.
IV - Nunca se afizera ao regime novo - essa indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a
polícia! "Qualquer coisinha": Uma mucama assada no forno porque se engraçou dela o senhor; uma novena
de relho porque disse: "Como é ruim, a sinhá"... (Monteiro Lobato)
a) a metonímia e a prosopopeia - trechos I e II; eufemismo - trechos III e IV.
b) o assíndeto e a metonímia - trechos I e II; eufemismo - trechos III e IV.
c) o assíndeto e a prosopopeia - trechos I e II; hipérbole - trechos III e IV.
d) a inversão e a prosopopeia - trechos I e II; ironia - trechos III e IV.
e) a aliteração e a prosopopeia - trechos I e II; ironia - trechos III e IV.
Assunto: Poesia Marginal
57. Os versos que confirmam o engajamento dos poetas no cenário político da década de 70, no Brasil,
foram transcritos em
a) Quem dera eu achasse um jeito/ de fazer tudo perfeito,/ feito a coisa fosse o projeto/ e tudo já nascesse satisfeito. Paulo Leminski –
b) Nos beirais das casas sobre as telhas cresciam capins/ mais verdes que a esperança/ (ou o fogo de teus olhos) –
Ferreira Gullar –
d) aprendam a olhar atrás do espelho/ onde a história jamais penetra/ a profunda história do não registrado/ aprendam a
procurar debaixo da pedra/ a história do sangue evaporado/ a história do anônimo desastre - Afonso Henriques Neto –
e) Na esquina da rua São Luís uma procissão de mil pessoas/ acende velas no meu crânio/ há místicos falando
bobagens ao coração das viúvas/ e um silêncio de estrela partindo em vagão de luxo. - Roberto Piva
Assunto: Metalinguagem
58. O poema a seguir é de João Cabral de Melo Neto, autor de destaque da 2ª.fase da poesia modernista.
Leia-o com atenção.
CATAR FEIJÃO
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo, seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e o oco, palha e eco.
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quanto ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a com o risco.
a) Explique por que o poema ‘Catar feijão’, de João Cabral de Melo Neto é metalinguístico.
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b) Ao comparar um procedimento corriqueiro ao ato de criar textos, o poeta dessacraliza o fazer
poético. Justifique, em um pequeno texto, a afirmativa anterior.
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Assunto: Tendências poéticas contemporâneas
59. Identifique as tendências contemporâneas da poesia brasileira e aponte, pelo menos, duas
características de cada uma dessas manifestações.
21
a) ‘Soneto Eco 92’ Mayanand Sobral
b) ‘Geleia Geral’ – Caetano Veloso e Torquato Neto
Geleia Geral
Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se
inicia
Resplandente, cadente, fagueira num calor girassol com
alegria
Na geléia geral brasileira que o Jornal do Brasil anuncia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
A alegria é a prova dos nove e a tristeza é teu porto
seguro
Minha terra é onde o sol é mais limpo e Mangueira é
onde o samba é mais puro
Tumbadora na selva-selvagem, Pindorama, país do
futuro
Não vê no meio da sala as relíquias do Brasil:
Doce mulata malvada, um LP de Sinatra, maracujá, mês
de abril
Santo barroco baiano, superpoder de paisano, formiplac
e céu de anil
Três destaques da Portela, carne-seca na janela,
alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade, hospitaleira amizade,
brutalidade jardim
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
Plurialva, contente e brejeira miss linda Brasil diz "bom
dia"
E outra moça também, Carolina, da janela examina a
folia
Salve o lindo pendão dos seus olhos e a saúde que o
olhar irradia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
Um poeta desfolha a bandeira e eu me sinto melhor
colorido
Pego um jato, viajo, arrebento com o roteiro do sexto
sentido
Voz do morro, pilão de concreto tropicália, bananas ao
vento
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
c) Poema sem título de Paulo Leminski
Marginal é quem escreve à margem,
deixando branca a página
para que a paisagem passe
e deixe tudo claro à sua passagem.
Marginal, escrever na entrelinha,
sem nunca saber direito
quem veio primeiro,
o ovo ou a galinha.
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Assunto: Poesia contemporânea
60. No último livro que publicou em vida, Teia (1996), a escritora Orides Fontela escreveu o poema a
seguir.
João
I
De barro
o operário
e a casa
(de barro
o nome
e a obra).
II
O pássaro-operário
madruga:
construir a
casa
construir
o canto
IV
O duro
impuro
labor: construir-se.
ganhar – construir –
o dia.
V
O canto é anterior
ao pássaro
III
O pássaro
faz o seu
trabalho
e o trabalho faz
o pássaro.
a casa é anterior
ao barro
O nome é anterior
à vida.
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Podemos afirmar que:
1 – nem a parte I nem a parte II indicam que o pássaro ‘joão-de-barro’ pode ser visto como metáfora de um
determinado tipo social.
2 – apenas a parte III sugere que o trabalho feito pelo joão-de-barro aproxima-se daquele feito pelo operário.
3 – o poema, em seu todo, aproxima-se metaforicamente o ‘joão-de-barro’ de um trabalhador brasileiro (um
‘João’, como o título indica.
4 – como no caso do pássaro, também para o operário vale a ideia de que o homem faz o trabalho e o
trabalho faz o homem.
Estão CORRETAS apenas as afirmações
a) 1 e 3.
b) 1 e 4.
c) 2 e 3.
d) 2 e 4.
e) 3 e 4.
Para Finalizar, um pouco de prosa.
Assunto: Prosa pós-moderna
61. Dalton Trevisan escreveu a obra A faca no coração. Leia o excerto a seguir.
Primeiro ela deitou uma droga no licor de ovo – a garganta em fogo, João correu para a cozinha e
tomou bastante leite. Depois ela misturou soda cáustica na loção de cabelo, que lhe queimou as
mãos. O vidro moído no caldo de feijão rangia-lhe nos dentes – e rolava no chão do banheiro, as
entranhas fervendo.
Chaveados no guarda-roupa o creme de barba, o talco, o perfume. João decidiu só comer na
companhia dos filhos – e se, para matá-lo, envenenasse Maria também os filhos?
Ele dormia, cansado da viagem de negócio. Maria abriu o gás do aquecedor. Salvo pelo menino,
que bateu na porta:
- Pai, acorde. Que cheiro é esse, pai? [...]
Já dormia em quarto separado. Ela recebia fores de antigos noivos. Fim de semana viajou sozinha
para o aborto de um filho que não era dele.
O pai de João foi procurá-lo no escritório:
- Meu filho, que está esperando? Você quer morrer – é isso?
Sem coragem de abandonar os meninos com aquela doida. Ou quem sabe amava a doida?
Na poltrona da sala, o copo de uísque na mão, lia o programa dos cinemas:
- Que filme gostaria de ver, Maria?
Um dos guris brincando a seus pés no tapete.
- Para você, querido.
Voltou-se e recebeu três tiros no rosto.
- Mãe, por que a senhora fez isso? – e o piá limpava no pulôver branco a mãozinha grudenta.
- Agora não adianta mais.
Olho arregalado, a sogra surgiu na porta:
- O meu filho essa desgraçada matou.
Deitado o seu menino no sofá de palhinha. Vertia sangue das feridas e pingava numa bacia no
chão.
- Tão bonito. Nem tinha pelo no braço. No carnaval saiu de mulher. Ninguém desconfiou.
De joelho, a velha enxugava a sangueira no bigode:
- Por que não dá o tiro de misericórdia?
Maria virou-lhe as costas:
- Tirem daqui essa louca.
Sozinha no quarto, vestiu-se de vermelho, pintou o olho, enfeitou-se de brinco. Toda em sossego
sorria para o espelho.
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I – GRIFE, no texto, uma ocorrência de discurso indireto livre.
II – Responda ao que se pede:
a) Há semelhança do texto literário com notícias policiais. JUSTIFIQUE.
b) Como a atmosfera de suspense é construída no texto? COMENTE a resposta dada.
c) O conto pode ser classificado como prosa urbana. JUSTIFIQUE
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Então, terminam aqui algumas questões sobre os
períodos literários.
Claro que, há mais exercícios e leituras que devem ser
feitos em busca do sucesso nos vestibulares e Enem.
Com relação aos vestibulares, é fundamental a leitura
das listas de obras e também resolução de exercícios
sobre. Por enquanto é só pessoal!
Bons estudos!!!!!
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