Turismo de Negócios e Prostituição: Estudo Multi
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Turismo de Negócios e Prostituição: Estudo Multi
TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA EM ... Página 1 de 13 Turismo de Negócios e Prostituição: Estudo Multi-Casos com Garotas de Programas em uma Média Cidade Mineira Fernando Ohhira Pereira Kárem Cristina de Sousa Ribeiro Edileusa Godoi de Sousa Pablo Rogers Resumo Este trabalho buscou analisar a relação do turismo de negócios com o aumento da prostituição na cidade de Uberlândia-MG. Inicialmente, construiu-se uma base conceitual com definições fundamentais sobre o turismo de negócios e ainda, algumas reflexões acerca do tema prostituição. Na seqüência, foi apresentada uma pesquisa realizada junto às garotas de programas que atuam em Uberlândia-MG. Foi traçado o perfil das profissionais do sexo e avaliado a influência de hotéis, que acabariam facilitando o contato entre cliente e as garotas. Por fim, analisou-se o “novo perfil” das profissionais do sexo e a relação com o crescimento da prostituição como desenvolvimento do turismo de negócios. Os resultados apontaram que o crescimento do turismo de negócios em Uberlândia-MG resultou no aumento da prostituição, já que os turistas de negócios são os principais clientes das garotas de programas. Palavras-chave: Turismo de Negócios, Prostituição, Garotas de Programa. 1. Introdução O turismo e os diversos segmentos de mercado envolvidos nesse setor se apresentam como grandes e promissores setores econômicos para os próximos anos. De um modo geral, todas as previsões feitas por diversos organismos internacionais com destaque para a Organização, Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), a Economist Intelligence Unit (EIU/EUA), European Travel Comission (ETC) e a Organização Mundial do Turismo (OMT), são indicadoras de tendências de crescimento significativo para as atividades turísticas com taxas médias anuais que variam de 4% a 8%. Os números mostram a importância do turismo para o mundo, principalmente, como gerador de trabalho e renda. Carvalho (2003, p. 206) destaca que, “[...] num pa ís marcado por índices avassaladores de desemprego, apresenta-se como excelente saída de reabsorção dos trabalhadores demitidos do setor industrial.” Neste sentido, Beni (2001) define turismo como: [...] um elaborado e complexo processo de decisão sobre o que visitar, onde, como e a que preço. Nesse processo intervêm inúmeros fatores de realizaçã o pessoal e social, de natureza motivacional, econômica, cultural, ecológica e científica que ditam a escolha dos destinos, a permanência, os meios de transporte e o alojamento, bem como o objetivo da viagem em si para a fruição tanto material como subjetiva dos conteúdos de sonhos, desejos, de imaginação projetiva, de enriquecimento existencial histórico-humanístico, profissional, e de expansão de negócios (BENI, 2001: 37). Para o setor destacam-se vários segmentos como, por exemplo: turismo religioso, turismo rural, turismo radical, turismo de negócios e turismo de lazer, sempre com um amplo e diversificado mercado para cada tipo de consumidor. Neste estudo, abordou-se o turismo de negócios, com foco na sua possível influência no aumento da prostituição local. Uma vez que, é característica dos executivos utilizarem serviços de acompanhantes, pois na maioria das vezes, viajam sozinhos e têm poder econômico. Desta forma, tudo indica que o turismo de file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA EM ... Página 2 de 13 negócios pode fomentar também a prostituição local. O objetivo, portanto, foi explorar o conceito turismo de negócios, enfocando o seu desenvolvimento no contexto da cidade de Uberlândia-MG, mostrando o envolvimento de prostitutas e turistas de negócios no município. Assim, este trabalho discutiu: como o turismo de negócios tem contribu ído com o crescimento da prostituição na cidade de Uberlândia-MG? Desta forma, esta pesquisa destacou o papel das garotas de programa no desenvolvimento do turismo de negócios em Uberlândia-MG, ou seja, visou-se relacionar a questão do crescimento da prostituição com o crescimento do turismo de negócios na cidade, traçando o perfil das profissionais do sexo e avaliando a influência de hotéis, que acabariam facilitando o contato entre cliente e garotas de programa. Fizeram parte da pesquisa 15 garotas de programa que utilizam o Classificados do Jornal Correio para divulgar seus telefones e sites na internet. Para a pesquisa junto às garotas que anunciaram no jornal impresso foi utilizada uma página do dia 22/04/2004. A coleta de dados foi realizada por meio do formulário, essa técnica deve ser entendida como um “[...] roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preenchidas por ele com as respostas do pesquisado.” (LAKATOS, 1992, p. 107). Com questões fechadas, os pesquisadores deixaram claro para as garotas pesquisadas que não era necessário se identificar. Esta coleta de dados se realizou por telefone, com números encontrados na página do Classificados do Jornal Correio e em sites de casas de massagem na internet. Por se tratar de “prostitutas de luxo”, não foi possível realizar entrevistas pessoalmente, pois além de não terem tempo para encontros, muitas queriam cobrar o valor de R$ 50,00 para a coleta de dados ser feita pessoalmente. Portanto, para discutir esta temática, este trabalho se estruturou da seguinte forma: primeiramente foi realizada uma exposição sobre os conceitos encontrados na literatura sobre o turismo de negócios, e em seqüência exposto algumas considerações sobre a prostituição e a sua relação com o turismo de negócios. A partir daí, foi realizada uma análise do município de Uberlândia e sua infra-estrutura, mostrando o potencial que a cidade tem para o turismo de negócios e os grandes investimentos em hotelaria. Por fim, foram analisados os formulários da pesquisa, o que possibilitou identificar o perfil das garotas de programa e as características do serviço sexual em Uberlândia e sua relação com o turismo de negócios. 2. Turismo de Negócios e Prostituição O turismo de negócios movimenta vários setores da economia, como meios de transportes, restaurantes, hotelaria o comércio que lucram junto ao seu desenvolvimento. Ao analisar este segmento, Beni (2001) o conceitua como: [...] deslocamento de executivos e homens de negócios, portanto turistas potenciais, que afluem aos grandes centros empresariais e cosmopolitas a fim de efetuarem transações e atividades profissionais, comerciais e industriais, empregando seu tempo livre no consumo de recreação e entretenimento típicos desses grandes centros, incluindo-se também a freqüência a restaurantes com gastronomia típica e internacional. (BENI, 2001, p. 423) Ao seguir este raciocínio, não se pode privar o turista de conhecer ou de permitir que dentro das leis, façam o querem. E colocando o foco sobre a prostituição e lazer, fica fácil observar a união entre o turismo e a prostituição. A prostituição parece que sempre esteve inserida na sociedade. Contudo, a sociedade capitalista a reprimiu como forma de trabalho, mas nunca conseguiu extingui-la. De acordo com Machado (1988), a sociedade capitalista enxerga a prostituição como forma de trabalho, mas a considera algo “sujo”: Além de um trabalho sujo, é provável que moralmente nunca tenha se desligado da figura do pecado: é um trabalho, mas, mais que isso, é um trabalho contraditório porque pode conduzir ou produzir prazer e se isso se dá, associa -se a ele a vergonha. (MACHADO, 1988, p. 40) A igreja durante a hist ória sempre condenou o prazer proporcionado pelo sexo. Os homens reprimiam o desejo fazendo jejum e autopunição. Fagundes (1998) analisou este contexto: A atividade sexual tornou-se sinônimo de perda, de queda e quase de morte. A sexualidade foi banida pela cristandade como o advento da castidade, a abstinência de atividade sexual tornou-se virtude máxima. (FAGUNDES, 1998, p. 16) file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA EM ... Página 3 de 13 O discurso da igreja reprimindo o sexo ajudou a sociedade burguesa na busca de uma disciplinarização e higienização da sociedade capitalista. A medicina com o discurso higienista, apoiada pela ciência, pesquisou sobre os aspectos sociais das prostitutas verificando como vivem, quem utiliza seus serviços e discutindo as suas doenças. Criaram-se, então, medidas para evitar o contato das prostitutas com a sociedade. A doença entrou como a maior preocupação para seu estratégico controle. Assim, para a medicina aprofundar seus estudos sobre a prostituição foi necess ário deixar de vê-la como pecado, adotou-se então, uma perspectiva com a preocupação da prevenção de doenças venéreas. No discurso médico, a sociedade era o “corpo social” que sempre deveria estar saudável com o progresso, pois o capitalismo necessitaria de uma sociedade disciplinada e qualquer atividade que pudesse degradar o corpo seria vista como uma doença. Desta maneira, a figura da prostituta foi estigmatizada e mal vista por todos. Contudo, atualmente este perfil de mulher marginalizada, suja, que se vende para sobreviver está se transformando. De acordo com Fonseca (2005, p. 1): “Hoje, um número crescente de prostitutas é gente comum e está mais próxima de nós do que se imagina. Pode ser aquela pacata vizinha, uma colega de faculdade ou aquela balconista bonitinha.” O comércio sexual tem evoluído criando um novo perfil, e os intermediários como cafetões e rufiões estão sendo dispensados. Elas estão utilizando a tecnologia como o celular, a internet, o marketing em jornais e os cartões para trabalhar por conta própria. As garotas que trabalham em agências não se preocupam com o marketing, o agenciador divulga com a distribuição de cartões em hot éis, restaurantes e mala direta e nos sites na internet. A internet tem facilitado o contato entre cliente e a prostituta, os sites contêm fotos e telefones das garotas que ajuda na escolha conforme o gosto do cliente. O weblog - uma página web atualizada freqüentemente, composta por pequenos parágrafos apresentado de forma cronológica - é também uma opção utilizada em sites para dar nota a uma garota de programa e fazer comentários, estimulando outros internautas a fazer programa com uma prostituta e também para as garotas de programa contar suas experiências com clientes. Com a evolu ção dos meios de informação o comportamento das prostitutas está alterando. Hoje elas não precisam sair para ruas, com roupas curtas, para conseguir programas. As novas profissionais do sexo escapam do estigma da antiga prostituta de rua, que era vista como um “lixo” pela sociedade, vivendo em guetos e vendendo seu corpo para sobreviver. Com a violência dos centros urbanos, elas preferem ficar em agências ou casas de show e até mesmo em casa esperando ligação. Muitas utilizam a prostituição como um extra para melhorar a renda. Ao analisar o cenário da cidade de Uberlândia-MG, tudo aponta que foi a partir do desenvolvimento do turismo de negócios que houve o crescimento da prostituição de luxo para executivos no município. A seguir foi apresentada uma análise da infra-estrutura de Uberlândia, mostrando o potencial que a cidade tem para o turismo de negócios e os grandes investimentos em hotelaria. 3. Sobre a cidade de Uberlândia -MG Localizada em Minas Gerais, no Triângulo Mineiro, com uma população de aproximadamente 600 mil habitantes, Uberlândia é hoje o maior centro atacadista-distribuidor do país, sendo sede de grandes empresas, como o Grupo Algar, Martins, Souza Cruz e Monsanto. Está estrategicamente entre cinco principais capitais: Campo Grande, Cuiabá, Goiânia, Belo Horizonte, São Paulo e Brasília. Os investimentos em infra-estrutura hoteleira têm sido relevante , principalmente para a captação de eventos. Os hotéis no município são em sua maioria de duas a três estrelas. Segundo dados da Secretaria Municipal de Turismo, Uberlândia conta com 1.804 unidades habitacionais, totalizando 3.455 leitos. Nessa estrutura, estão empregadas, atualmente, mais de 600 pessoas. (BARCELOS, 2002) O Center Convention é outro potencial para atender os executivos e eventos, com capacidade para quatro mil pessoas com suas instalações de alta tecnologia e a qualidade na prestação de serviços. A cidade conta também com o Convention & Visitor Bureau, que tem como objetivo captar e promover eventos divulgando o município nacionalmente e internacionalmente. Para o acesso, Uberlândia possui rodovias que ligam aos principais centros do país, contabilizando file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA EM ... Página 4 de 13 anualmente cerca de 1,3 milhões de passantes. O aeroporto Tenente Cel. Aviador César Bombonato conta em média com 17 vôos diários segundo estatísticos da Infraero, das empresas: TAM, Varig, Totais Linhas Aéreas, Gol e a companhia Passaredo. Uberlândia é uma cidade que possui muitas faculdades e universidades - UFU, UNITRI, UNIMINAS, UNIPAC, ESAMC, FPU, Faculdade Católica e UNIUBE. Recebe semestralmente e anualmente estudantes de vários municípios e estados. Com o crescimento do turismo de negócios e as exigências do mercado, o SENAC, MICROLINS, CENATEC e COTEMGE passaram a oferecer cursos técnicos na área para aperfeiçoamento profissional. O município de Uberlândia se destaca com grandes empresas e pela infra-estrutura em eventos onde negócios são realizados diariamente. Contudo, juntamente com o crescimento do turismo, várias outras atividades se desenvolvem diretamente ou indiretamente. Destaca-se a prostituição como forma de trabalho que tudo indica tem aumentado, indiretamente, com o turismo de negócios na cidade. Neste contexto, sobressai-se a hotelaria por ter um papel fundamental para infra-estrutura tur ística, e seu valor para o turismo de negócios em Uberlândia, servindo também de apoio para prostituição. Existem na cidade hotéis de padrão econômico e luxo que recebem diariamente homens de negócios. Segundo Dias (2002), hotel é uma palavra de origem francesa que: [...] designava os edifícios, públicos ou privados, que fossem suntuosos e imponentes em relaçã o aos demais da localidade. Assim, até hoje, pode-se observar, na França, a utilização do nome hôtel não só para designar um meio de hospedagem, mas também para identificar edifícios que se destaquem, pelo porte, estilo arquitetônico ou quaisquer outras características. (DIAS, 2002, p. 99) Em Uberlândia, muitos hotéis aceitam e alguns até facilitam a prostituição, oferecendo um apoio intermediário para os executivos que procuram garotas de programa, cobrando apenas um adicional na diária, transformando o hotel em Motel. No Brasil, o termo motel e hotel têm significados diferentes, o motel surgiu nos Estados Unidos como hospedagem situada a rodovias para viajantes e depois foi incorporado em nosso país com outra finalidade, afastado do centro, o motel serve para encontros amorosos tanto por sua segurança como por manter o anonimato dos casais. No caso brasileiro, com a violência urbana, os casais que mantinham seus encontros em automóveis, ruas desertas, foram obrigados a procurar segurança, que era oferecida em motéis. Devido o sexo ser considerado um prazer, ser reprimindo e estigmatizado como pecado, as pessoas procuraram um local para manterem suas relações sexuais longe do olhar repressor da sociedade, o motel passou a idéia do sigilo e segurança. Neste cenário, os hotéis brasileiros tiveram que se adaptar a essa nova realidade, passando a aceitar, mesmo que de uma maneira discreta, os hóspedes, acompanhados de garotas de programa, pois a satisfação destes esteve sempre em primeiro lugar. Na cidade de Uberlândia esta realidade não é diferente. Verificou-se que existe uma relação entre prostituição e os meios de hospedagem na cidade. Esta relação, em sua maioria, é imposta pelo pr óprio hóspede (cliente) e pela preocupação da “máxima satisfação”, devido à concorrência entre os hotéis. Portanto, tudo aponta que o turismo de negócios movimenta o comércio do sexo na cidade, com a grande procura por “sexo fácil”. As garotas de programa encontraram neste público a oportunidade para oferecer seus serviços. Há o apoio intermediário dos profissionais que trabalham em hotéis e restaurantes que facilitam o contato entre prostituta e cliente, recebendo em troca uma “caixinha”. Em seqüência, foram apresentados os dados obtidos por meio da pesquisa empírica, cuja análise destes foi possível apontar as causas que levam as mulheres a se prostituir, o perfil delas, o público alvo, a complexa estrutura presente e mesmo as suas ligações com a infra-estrutura hoteleira do município de Uberlândia. 4. A Prostituição e Suas Características em Uberlândia Os resultados da pesquisa empírica apontam que as garotas de programa em Uberlândia são jovens, 53 % das entrevistadas têm entre 18 a 22 anos, e 47% têm entre 23 a 29 anos (Gráfico 1). A idade é um fator importante na prostituição, quanto mais jovem, mais valiosa é a garota. Em Uberlândia, constatou-se que, file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA EM ... Página 5 de 13 além de serem garotas jovens e de classe média, a maioria faz programas para manter o status, comprando bolsas, sapatos e roupas de grife. Algumas trabalham durante o dia e fazem programas a noite. Chegam a faturar R$ 5.000 por mês. Atendem a hotéis, motéis e domicílio. Gráfico 1 8 7 6 5 18 a 22 anos 4 23 a 29 anos 3 2 30 a 44 anos 1 Acima de 45 anos 0 Idade O Gráfico 2 mostra o estado civil das prostitutas pesquisadas. 80 % são solteiras e 20% divorciadas. As solteiras, em maioria, são garotas jovens. Muitas dizem não ter nenhum namorado por opção ou que o namorado não aceitaria sua profissão. As divorciadas têm que ganhar dinheiro para cuidar da família. Gráfico 2 12 10 8 Solteira 6 Casada 4 Divorciada 2 0 Estado Civil Conforme o Gráfico 3, 33% das prostitutas têm filhos, a maioria com 1 filho, de namoro que não deu certo ou pai que não paga pensão e não assume a criança. Sem emprego ou apoio da família, a prostituição apareceu como uma forma de ganhar dinheiro rápido e fácil, possibilitando uma vida melhor ao filho. Mas, a maior parte das prostitutas pesquisadas (67%) não tem filhos. Gráfico 3 10 8 6 SIM 4 NÃO 2 0 Tem Filhos Quanto ao grau de escolaridade (Gráfico 4), 47% terminaram o segundo grau e não voltaram a estudar. Isto mostra a dificuldade das garotas de programa em conseguir um emprego. Hoje o mercado exige que a pessoa seja qualificada. 33% cursam o terceiro grau, muitas prostitutas estudam em faculdades particulares. Algumas prostituem para pagar os estudos e sonham em um dia parar de fazer programa, quando tiver um emprego decente. Vale lembrar que esta pesquisa foi realizada com os telefones de anúncio do Classificados, ou seja, a maioria das profissionais trabalha por conta própria. Nas agências, o número de universitárias é maior. 7% cursam o segundo grau e querem continuar os estudos, 7% têm o primeiro grau incompleto e 7% o terceiro grau incompleto não pensam em voltar a estudar. Algumas garotas pensam que o estudo pode tirá-la um dia da prostituição. Outras acreditam que nunca ganharão o suficiente com o estudo e preferem levar a vida da prostituição. file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA EM ... Página 6 de 13 Gráfico 4 Primeiro grau completo 7 Primeiro grau cursando 6 Primeiro grau incompleto 5 Segundo grau completo 4 Segundo grau cursando 3 Segundo grau incompleto 2 Terceiro grau completo 1 Terceiro grau cursando 0 Terceiro grau incompleto Escolaridade Com relação a naturalidade das prostitutas (Gráfico 5), 33% que trabalham em Uberlândia são de Goiás. De Minas Gerais são 13% de garotas. No município, são 20% uberlandenses, 13% do estado do Pará, 7% de São Paulo e 7% de Santa Catarina. Analisando estes dados, é interessante ressaltar que na prostituição, as garotas que trabalham em agência ficam um tempo em uma cidade e se mudam para outra, tendo uma grande rotatividade. Verificou-se por meio dos resultados da pesquisa que várias das prostitutas vieram a Uberlândia em busca de emprego e acabaram na prostituição, e outras já vieram para se prostituir. As agências contratam sempre garotas novas para ter “novidade” para o cliente. Gráfico 5 5 Uberlândia 4 Minas Gerais São Paulo 3 Goiás 2 Rio de Janeiro Pará 1 Santa Catarina Espirito Santo 0 Procedência Em Uberlândia, 27 % por conta própria, 60% trabalham em agências, e 7% em casa de massagem e casa de show (Gráfico 6). A maioria das profissionais trabalha em agência. Esta oferece para as garotas, principalmente para universitárias, o anonimato. A própria agência toma conta do marketing com anúncios e distribuições de cartões, mala direta aos clientes, não expondo a imagem da garotas de programa. Diferente das garotas que fazem programas por conta própria, estas profissionais fazem todo o marketing pessoal e dizem que faturam mais que se tivessem em alguma agência. Gráfico 6 10 8 Por conta própria 6 Agência 4 Casa de Massagem 2 Casa de Show 0 Trabalho As garotas de programas utilizam mais de um meio para divulgar seus serviços. O Gráfico 7 mostra file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA EM ... Página 7 de 13 que 40% utilizam o Jornal Correio , 6% indicação de hotéis, 11% utilizam a internet, 6% divulgam entre taxistas, 22% a agência divulga, 17% utilizam cartões com distribuição em hotéis, restaurantes e semáforos, 6% no Diário Comercial que é um jornal do comércio divulgado uma vez por semana. Analisando o Gráfico 7, percebe-se que a divulgação é importante para as “novas prostitutas”, pois estas aguardam a ligação do cliente. Elas utilizam também a estratégia de divulgar mais de um número de telefone e pseudônimo para conseguir mais ligações. As garotas de programa ficam com medo de falar sobre a divulgação, principalmente quando envolve hotel e restaurante, por saberem que os hotéis em Uberl ândia têm resistência a divulgação da prostituição, diferente das capitais que os hotéis oferecem Books com fotos das garotas. Gráfico 7 Jornal Correio 6 Indicação de Hotéis 5 Site na Internet 4 3 Intermediários 2 Taxistas 1 Agência Cartões 0 Meios utilizados para divulgação Diário Comercial No Gráfico 8, fica comprovado que o público alvo é o executivo que vem a cidade a negócios com 71%: 19 % atendem a moradores da cidade, principalmente em casas de show e massagem, cerca de 10% a turista que visitam Uberlândia. As prostitutas atendem moradores, mas todas as entrevistadas confirmaram que o executivo é o principal cliente, aquele que não reclama do preço do programa e sempre utiliza seus serviços. Com estes dados, constata-se que realmente o turismo de negócios na cidade favorece a prostituição. Os executivos são os melhores clientes, e a procura aumenta quando a cidade realiza grandes eventos segundo as prostitutas. Gráfico 8 15 Executivos (turista de negócios) 10 Moradores da cidade 5 Turista 0 Público Alvo O Gráfico 9 evidencia que o uso da tecnologia é a melhor forma de conseguir programas. As garotas de programas não saem de casa ou agência, elas esperam o chamado do cliente via telefone. 53% acham que o telefone é mais utilizado para conseguir o programa, 33% falaram que nenhum lugar é bom para programa, e 13% disseram que a agência é o melhor lugar. Esta é a característica da “nova prostituta”, aquela que abandonou as ruas e passou a utilizar mais as novas tecnologias como celular, e sites para conseguir programas. file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA EM ... Página 8 de 13 Gráfico 9 8 Shopping Center 6 Perto de hotéis Boates Swinger 4 Nenhum desses lugares Telefone 2 0 Agência Melhor lugar para conseguir programa Quanto ao local onde é realizado o programa (Gráfico 10), 61% afirmaram que utilizam o hotel onde o cliente está hospedado, o que comprova que os hotéis aceitam os hospedes acompanhado por garotas de programa. Apesar de alguns hotéis n ão aceitarem prostitutas em seus estabelecimentos, ele acabam não tendo alternativa, pois o principal cliente (executivo) utiliza os serviços das prostitutas e não se importa em pagar um adicional na diária: 26% utilizam o motel sendo levadas pelos executivos e também por moradores da cidade, 9% é realizado na casa do cliente e 4% casa de show onde o cliente pode fazer o programa. Gráfico 10 14 Motel 12 Hotéis Rotativos 10 8 Hotel onde o cliente está hospedado 6 Casa de massagem 4 Casa do cliente 2 Casa de show 0 Local onde é realizados os programas Conforme o Gráfico 11, as profissionais do sexo em Uberlândia cobram em média de 90,00 a 140,00 reais por programa, são 56 % das entrevistadas: 31% cobram de 50,00 a 80,00 e 13% mais de 200,00 reais. O programa varia de cliente para cliente, são as garotas que definem quanto será o programa, o tempo de duração também é contado, um programa mais de 1 hora custa acima de 100,00 reais. Assim, uma prostituta que consegue um programa por dia, no final da semana ganha em média 700 reais, um valor em que provavelmente, nenhuma empresa em Uberlândia paga para um funcionário sem estudo ou graduando. Gráfico 11 10 8 R$ 50,00 a 80,00 6 4 R$ 90,00 a 140,00 2 Mais de R$ 200,00 0 Ganho Médio programa Conforme se constata no Gráfico 12, 100% das profissionais do sexo fazem mais de 30 programas mensais. Algumas chegam a fazer 60 programas por mês. Faturando em média acima de R$ 3.000,00. Portanto, fica evidente porque muitas jovens escolhem a prostituição, o sal ário é bom e não tem necessidade de diploma. file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA EM ... Página 9 de 13 Gráfico 12 15 10 De 1 a 6 De 6 a 12 5 De 12 a 60 0 Quantos Programas Mensais De acordo com o gráfico 13, 13% disseram que sofreram repressão por saberem que ela era garota de programa: 87% relataram não ter sofrido repressão em nenhum lugar. A partir destes dados percebe-se que a população está aceitando mais a prostituição como forma de trabalho. As garotas quando fazem uma compra e precisam revelar sua profissão, não ficam constrangidas em falar que são prostitutas. Portanto, tudo indica que o preconceito de antigamente está sendo mudado. Gráfico 13 14 12 10 8 Sim 6 4 Não 2 0 Existe repressão nos locais frequentados Conforme o Gráfico 14, 13% disseram que existe a prostituição de menores, 67% confirmaram que não existe prostituição de menores, principalmente em agências que elas são obrigadas a apresentarem documentos e assinarem um contrato que estão fazendo programa por opção própria: 20% não sabem da existência da prostituição infantil. Gráfico 14 10 8 6 Sim 4 Não 2 Não sabe 0 Existe prostituição de menores da cidade De acordo com o Gráfico 15, 38% se prostituem por dificuldade financeira, por não conseguirem encontrar um emprego digno: 50% começaram com a prostituição por independência financeira - queriam comprar suas coisas sem depender de ninguém: 13% pelo pr óprio prazer. Nota-se que o motivo que levam as garotas a optar pela prostituição est á relacionado com o dinheiro. Em segundo, vem o status social, pois algumas garotas de programa são consumistas e um emprego de secretária não tem condição de dar o luxo que elas almejam. file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA E... Página 10 de 13 Gráfico 15 8 6 Dificuldade Financeira 4 Independência Financeira Influência de outros 2 Próprio Prazer 0 Motivo para prostituir Outros O Gráfico 16 mostra que as prostitutas têm consciência do uso de preservativo. 100% das entrevistadas responderam que fazem programa com camisinha e sempre têm preservativos na bolsa. Nas agências onde trabalham, existe sempre instrução para a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e o nível de educação das garotas que trabalham em Uberlândia, nestas agências é alto, por muitas estarem cursando o terceiro grau. Gráfico 16 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Sempre Algumas vezes Nunca Usa Preservativo Os dados mostrados no Gráfico 16 que indicaram que todas usam preservativo, podem ser confirmados no Gráfico 17, que mostra as doenças mais comuns neste meio: 93% não conhece alguma colega que tenha contraído uma doença no trabalho. Elas sempre usam camisinha e fazem exames duas vezes por ano: 7% disseram que algumas colegas tiveram o corrimento vaginal. Estes dados apontam a existência da consciência por parte das prostitutas pesquisadas sobre as DST´s (Doença Sexualmente Transmissível). Gráfico 17 14 12 Aids 10 Gonorréia 8 6 Sifílis 4 Corrimento vaginal Não sabe 2 0 Doença mais comum neste meio Conforme o Gráfico 18, 80% concordaram que Uberlândia favorece a prostituição, principalmente quando se está desempregada, quase passando fome, e olha nos Classificados de emprego a notícia que está precisando de moças para trabalhar em agência e casas de massagem com ótimos ganhos. Dessa maneira, a promessa de “dinheiro fácil” na prostituição parece encorajar muitas garotas: 20% não concordam que a cidade facilita a prostituição. file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA E... Página 11 de 13 Gráfico 18 12 10 8 6 Sim 4 Não 2 0 Uberlândia favorece a profissão Os resultados da pesquisa apontam que existe o apoio intermediário para a prática da prostituição em Uberlândia. O Gráfico 19 mostra que 60% confirmaram que alguns profissionais ajudam, mas querem uma “caixinha” pela ajuda: 40 % afirmaram a inexistência da ajuda. Nesta pergunta, foi notado que as garotas tinham medo de falar da existência da ajuda, talvez por pensarem que poderiam ser prejudicadas futuramente. Gráfico 19 10 8 6 4 Sim 2 Não 0 Existe ajuda de "apoio intermediário" Os recepcionistas de hotel são os que mais “ajudam” as garotas de programa, com 44% das respostas das garotas pesquisadas: 19 % são indicadas pelos taxistas que também recebem depois do programa, e 38% disseram não ter ajuda de ninguém somente o chamado do cliente. O Gráfico 20 confirma que o hotel é o lugar onde se inicia a procura do hóspede pela prostituição e os recepcionistas facilitam o contato. Gráfico 20 7 6 Garçons 5 Segurança de hotéis e motéis 4 Recepcionista de hotel 3 2 Taxista 1 0 Não existe Quais profissionais ajudam O Gráfico 21, mostra que 60% responderam que pagam uma comissão pelo chamado no hotel ou motel, 40% disseram que não pagam nada. A comissão pela indicação da garota é em média 20 reais por chamada. Ou se a garota for indicada três vezes o recepcionista faz um programa de graça. Esta comissão estimula os profissionais a ligar para as prostitutas, no caso de serem garotas de agência, o pr óprio agenciador dá uma gratifica ção. file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA E... Página 12 de 13 Gráfico 21 10 8 Sim 6 Não 4 De 10,00 2 De 20,00 0 Existe comissão pela ajuda? Quantos reais? Em relação à legaliza ção da prostituição (Gráfico 22), 60% acham que a legalização é adequada por oferecer benefícios futuramente, 7% são contra a lei e 53% não conhecem o projeto lei para legalização. Não existe uma preocupação por parte das prostitutas da cidade em relação a leis para melhoria da profissão, pois para elas esta é uma fase passageira. Gráfico 22 8 7 6 5 4 3 2 1 0 É adequado, pois oferece aposentadoria e benefícios Sou contra Não conhece O que acha da Legalização da prostituição, do Projeto Lei de Fernando Gabeira De acordo com o Gráfico 23, 93 % não assinariam a carteira de trabalho, como profissional do sexo nem elas assumem a profissão por ser estigmatizada e pelo medo do preconceito: 7% assinariam a carteira. Este gráfico mostra que se o projeto for aprovado, ele não terá aprovação pelas prostitutas da cidade, elas sonham em um dia deixar de fazer programas e terem uma vida normal. Gráfico 23 14 12 10 8 Sim 6 4 Não 2 0 Assinaria a Carteira de Trabalho, como profissional do Sexo Em síntese, o perfil das profissionais do sexo em Uberlândia é em sua maioria jovens de 18 a 25 anos, solteiras, algumas têm filho, terminaram o segundo grau e estudam, fazem cursinho ou estão cursando o terceiro grau e são de vários lugares do Brasil. Trabalham por conta própria e por agência, utilizam o Jornal Correio, cartões e sites para a divulga ção dos serviços, tem como público alvo os executivos, o telefone é a principal ferramenta para o contato, utilizam os hotéis em que os clientes estão hospedados, ganham em média R$ 100,00 por programa e fazem mais de 30 por mês. Começaram na prostituição pela independência financeira, tem consciência sobre as DST’s (Doença file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006 TURISMO DE NEGÓCIOS E A QUESTÃO SEXUAL: GAROTAS DE PROGRAMA E... Página 13 de 13 Sexualmente Transmissível) e sempre usam preservativos, acham que a cidade favorece a prostituição, tem ajuda de recepcionista de hotel e pagam pela ajuda, não conhece sobre a legalização da prostituição e se a lei for aprovada não assinariam carteira como “prostituta”. 5. Conclusão A cidade de Uberlândia/MG se desenvolveu por sua localização e com os investimentos de grandes empresas no município. Hoje é o maior pólo atacadista e atrai empresas e executivos a negócios. Com sua infra-estrutura hoteleira e para eventos capta congressos, feiras nacionais e internacionais. Com o crescimento do turismo de negócios no munic ípio, a pesquisa revelou o estágio incipiente da oferta de serviços sexuais de garotas de programa de luxo. Somando-se todos os fatos, é possível perceber que como toda atividade altamente rentável, no caso a prostituição feminina, existe toda uma estrutura confinada que a controla, com detalhes muitas vezes imperceptíveis e minuciosos. Um fator bastante relevante é a presença de turistas de negócios na região, o que movimenta bastante esta prática local. Há uma vasta opção de hospedagem que foi se concretizando ao longo dos anos e, a grande maioria das pessoas que trabalham para atender aos turistas de negócios, além de cumprirem com os serviços usuais, fornecem informações ou mesmo disponibilizam dos serviços ligados ao sexo. Conclui-se que, a prostituição ligada ao turismo de negócios já é uma prática vinculada à cidade, e poderá a vir prejudicar a imagem de Uberlândia, afinal, conforme analisado, prostituição não é crime, mas sofre diversos tabus aos olhos da sociedade. Portanto, existe a necessidade de um maior conhecimento e discussão do assunto, para que tal atividade não deteriore um ramo que pode atrair investimentos e alavancar a economia local, como o turismo. 6. Referências Bibliográficas BARCELOS, Cecília, RAMOS, Claiton M. 2002.Turismo de Gravatas. Negócios, Uberlândia 6 (43): 20-27. BENI, Mário Carlos. 2001. Análise Estrutural do Turismo. 6. ed. São Paulo: Editora SENAC. CARVALHO, Rodrigo José Vieira. 2003. Turismo Sexual: a transmutação do espaço e do sentimento no Turismo. Disponível em: <http://www.estudosturisticos.com.br>. Acesso em: 23 de ago. 2005. ______. 2003. Turismo Sexual: O Turismo Sexual, uma realidade brasileira em pauta. Disponível em: <http://www.estudosturisticos.com.br>. Acesso em: 23 de ago. 2005. CLASSIFICADOS: Relax/Acompanhantes. 2004. Jornal Correio , 26/04/2004, p. C 12. FAGUNDES, Flávio Rezende. 1998. Av. João Naves de Ávila, Um Duplo Sentido para a Tolerância. Monografia.Uberlândia: UFU. FONSECA, Cláudia. 2005. In: TRINDADE, Eliane. Microempresárias do Sexo. Disponível em: <http://www.terra.com.br/istoe/politica/146416.htm>. Acesso em: 26 dez. 2005. LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. 1992. Metodologia do Trabalho Científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos . 4. ed. São Paulo: Atlas. MACHADO, Maria Clara Tomaz. 1988. Prostituição: Além da Moral Burguesa Um misto de resistência e conformismo. In: História e Perspectivas, Uberlândia, 1 (1): 37-53, Jul. Dez. file://E:\ANAIS SLADE\br_busca_js\br_busca_js\t02840200321.html 21/11/2006