Relatório Mensal

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Relatório Mensal
Relatório Mensal
Maio de 2015
Cenário Internacional:
EUA
A Ata divulgada no mês de Maio 2015, referente a reunião do FOMC (Federal Open Market
Committee) de 28 e 29 de Abril, indicou uma equipe preocupada com a fraqueza da
atividade econômica no 1º trimestre. A reunião aconteceu já de posse dos dados do PIB do
1º tri, que cresceu apenas 0,2%, bem abaixo da expectativa do mercado, que era em torno
de 1%. Não só o PIB, mas os dados do mercado de trabalho, de vendas no varejo e da
construção civil vieram abaixo das expectativas. Apesar disto, o FOMC continua
expressamente confiante na retomada de um ritmo mais rápido de crescimento. Afinal, o
desempenho do 1º trimestre foi influenciado por fatores transitórios, como o clima mais
severo que o usual e a greve dos portos da costa oeste, que interrompeu o funcionamento
de algumas cadeias produtivas importantes. A abordagem data dependent do FOMC
continuará norteando sua política monetária, “reunião a reunião”. Por fim, o aperto
monetário poderá não ser muito agressivo. O documento mencionou estimativas do juro
real de equilíbrio, menores que a sua média histórica.
Em um discurso, a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano),
Janet Yellen, afirmou que a instituição segue no caminho para elevar as taxas de juros
ainda neste ano, mas que, quando isso ocorrer, será feito de forma gradual e cautelosa,
uma vez que o mercado de trabalho não se recuperou totalmente, a inflação continua
baixa e o crescimento econômico tem desapontado.
Zona do Euro
A Ata publicada em Maio 2015, da última reunião de política monetária do Banco Central
Europeu (BCE), realizada em abril, mostrou que a instituição está satisfeita com o pacote
de medidas de estímulo à economia do zona do euro anunciado em janeiro. Segundo o
documento, a maioria dos dirigentes concorda que as ações foram necessárias e que a
firme implementação delas servirá melhor à recuperação econômica.
No começo do ano, o BCE anunciou um programa de relaxamento quantitativo (QE, na
sigla em inglês) que prevê a compra mensal de 60 bilhões de euros em ativos. O programa
começou no dia 9 de março e tem previsão de acabar em setembro de 2016, mas pode
continuar depois deste prazo até que a inflação ao consumidor se aproxime da meta (de
algo ligeiramente abaixo de 2,0%) e apresente um ritmo sustentável.
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Cenário Internacional:
China
O Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês) cortou a taxa básica de juros, na
terceira redução desde novembro do ano passado, em meio à desaceleração da economia.
Em um breve comunicado divulgado no seu website, o BC chinês afirma que cortou a taxa
básica de juros de um ano em 0,25 ponto porcentual, para 5,1%. A taxa de depósito de um
ano também foi cortada em 0,25 pp, para 2,25%. O BC também deixou a porta aberta para
novas medidas de relaxamento, ao afirmar que vai "continuar a promover o retorno das
taxas de juros reais para níveis razoáveis".
Reino Unido
O Banco da Inglaterra (BoE) espera que o crescimento da economia do Reino Unido
acelere no segundo trimestre após um fraco início de ano. Segundo a ata da reunião de 11
de maio, o banco central acredita que o crescimento entre abril e junho deva acelerar para
0,7% ante o primeiro trimestre. O BoE também estima que o PIB do primeiro trimestre
seja revisado para crescimento de 0,5%, anterior 0,3%. Todos os nove membros do comitê
de política monetária votaram pela manutenção da taxa de juros de referência em 0,5%,
assim como do tamanho do programa de compras de ativos em 375 milhões de libras.
Grécia
O Banco Central Europeu (BCE) elevou de 78,9 bilhões de euros para 80 bilhões de euros
(US$ 89,3 bilhões), o montante que os bancos gregos podem tomar emprestado por meio
do programa de assistência de liquidez emergencial (ELA , na sigla em inglês). Pelo ELA, o
Banco Central da Grécia empresta dinheiro para as instituições financeiras do país com
taxas de juros mais altas do que a cobrada pelas linhas regulares do BCE e o risco do
crédito permanece no país.
Nas últimas semanas, Atenas tem pagado dívidas e compromissos do dia a dia como
salários e pensões com dinheiro de suas reservas. O governo grego admite, porém, que
está ficando sem opções, enquanto terá mais dívidas vencendo no próximo mês. Caso não
se chegue a um acordo, a Grécia terá de impor controles de capital ou mesmo deixar o
euro.
Japão
O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve inalterada sua política monetária,
dados os sinais de que a economia do país está melhorando moderadamente. A decisão
de manter no patamar atual o programa de compra de ativos com volume anual de 80
trilhões de ienes foi tomada por 8 votos a 1. Mais uma vez, o único dirigente contrário à
manutenção foi Takahide Kiuchi, que sugeriu a redução do programa para 45 trilhões de
ienes anuais.
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Cenário Internacional:
Austrália
O Banco da Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês) anunciou uma redução de sua
taxa de juros de referência em 0,25 ponto porcentual, para 2,00% ao ano. Este é o segundo
corte em 2015 e leva a taxa de juros do país ao seu menor nível histórico. Segundo o
presidente da instituição, Glenn Stevens, a medida se justifica pela forte queda dos preços
das commodities e pelo fortalecimento do dólar australiano, que pressiona a economia
local. "A perspectiva para a inflação ofereceu uma oportunidade para mais afrouxamento
da política monetária", acrescentou.
Turquia
A agência de classificação de risco Standard & Poor´s (S&P) rebaixou de BBB para BBB- o
rating de longo prazo em moeda local da Turquia, citando "desafios à independência
operacional do Banco Central".
Hungria
O Banco Nacional da Hungria cortou a taxa básica de juros para a mínima recorde de
1,65%, ante 1,80%, em uma tentativa de aumentar o índice de preços ao consumidor e dar
dinamismo ao crescimento econômico.
Argentina
Os sindicatos do setor de transporte, que em 31 de março praticamente paralisaram a
Argentina ao comandar uma greve geral que atingiu serviços de ônibus, trens e aviões,
decidiram repetir a tática no dia 9 de junho, uma terça-feira. A razão em parte é a
resistência do governo em ampliar a faixa de isentos ao imposto sobre o salário, hoje em
15 mil pesos (R$ 5,1 mil). Esse será o quarto ato nos últimos cinco anos contra o tributo
que desconta até 35% da renda, de acordo com a faixa salarial. Há duas semanas, o
kirchnerismo (governo) aceitou reduzir o valor cobrado dos que ganham entre 15 mil
pesos e 25 mil pesos, o que na prática significou um aumento no salário líquido de 5% a
6%. A medida foi considerada insuficiente pela categoria.
Romênia
O Banco Central da Romênia cortou a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, para
a nova mínima histórica de 1,75%, segundo a agência de notícias Mediafax. A redução da
taxa foi a sétima no ciclo de relaxamento monetário iniciado em agosto de 2014.
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Cenário Interno:
PIB
A economia brasileira registrou queda de 0,2 % no primeiro trimestre de 2015. Os
números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O PIB é a soma de todos os serviços e produtos produzidos no País em valor monetário em
um determinado período. O crescimento ou encolhimento da economia impacta
diretamente questões do dia a dia como emprego, salário, consumo e taxas de juro. O
salário-mínimo, por exemplo, é reajustado levando em consideração a inflação do ano
anterior e o PIB de dois anos antes, o que significa que o resultado divulgado hoje pelo
IBGE da soma de bens e serviços produzidos no Brasil em 2015 será a base do valor que os
trabalhadores que recebem os menores salários do País terão de salário em 2017. Se a
economia cresce mais, o salário-mínimo é automaticamente maior, se cresce menos, ele é
proporcionalmente menor.
Composição do 1º tri de 2015
5,70%
1,20%
-0,20%
Importação
Exportação
-1,30%
FBCF ¹
-1,30%
Consumo de
Governo
-1,50%
Consumo de
Famílias
PIB
¹ Formação Bruta de Capital Fixo
Desemprego
A taxa de desemprego subiu de 6,2% em março para 6,4% em abril. A população
desocupada segue aumentando (2,9% M/M) e continua em tendência de alta, enquanto a
população ocupada cresce ligeiramente (0,1% M/M). Desta forma, nesse mês não houve
redução líquida de postos de trabalho, e, portanto, o desemprego cresceu principalmente
por conta das pessoas que passaram a procurar emprego e que não foram contratadas. O
rendimento médio real mostrou uma queda mais amena em abril (-0,5% M/M) do que em
março (-2,8% M/M). Porém, a sua medida de tendência negativa segue aumentando de
forma mais intensa, de -1,3% em março para -1,6% em abril. O crescimento acumulado em
12 meses caiu de 1,7% para 1,2%, o menor nível desde novembro/2005.
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Cenário Interno:
Tributação
Pelo ajuste fiscal, o governo decidiu editar uma medida provisória que eleva a alíquota da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20% para as instituições
financeiras. A medida vai atingir bancos, corretoras de câmbio e de valores mobiliários e
sociedades de crédito.
Medida Provisória
O Governo aprovou as seguintes medidas provisórias:
• Medida Provisória 664, que restringe as regras de acesso à pensão por morte e ao
auxílio-doença, entre outros itens.
• Medida Provisória 665, que restringe o acesso ao seguro-desemprego e ao abono
salarial, entre outros itens.
• Medida Provisória 668, que trata do aumento das alíquotas de PIS/Pasep e Cofins de
produtos importados, entre outros itens.
Bolsa de Valores
Com a elevação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15%
para 20% para as instituições financeiras e com a saída de capital estrangeiro da bolsa de
valores o Ibovespa terminou o mês de Maio 2015 em queda. Continuamos a visualizar os
fundamentos como incertos.
Para o mês de Maio 2015 o Ibovespa desvalorizou-se 6,17%, conforme gráfico abaixo:
Ibovespa – Maio/2015
56.229
-6,17%
52.760
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Cenário Interno:
Câmbio
O Banco Central anunciou a rolagem dos vencimentos de swap de julho, que será feita ao
longo do próximo mês. Mais uma vez, a autoridade monetária optou por postergar 80%
dos contratos. O BC informou que irá rolar 7 mil contratos nesta segunda-feira. Mantido
este ritmo pelos 20 dias úteis do mês, a rolagem será de 140 mil contratos (US$ 7 bilhões),
de 178.840 contratos que vencerão (US$ 8,742 bilhões). Assim, cerca de US$ 1,742 bilhão
será retirado do sistema.
Para o mês de Maio 2015 o Dólar valorizou-se 5,45% em relação ao Real, conforme gráfico
abaixo:
Dolar USD/BRL - Maio/2015
5,45%
R$ 3,01
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Cenário Interno:
Juros / Inflação
A Ata da 190ª reunião do Copom, na qual a Selic foi aumentada mais uma vez em 0,50 p.p,
para 13,25%, não trouxe qualquer sinalização de que o atual ciclo de aperto monetário das
condições monetárias está próximo do fim. Pelo contrário, houve considerações mais
negativas sobre a dinâmica inflacionária e trechos que sinalizaram a continuidade da
elevação da Selic no ritmo atual.
No encerramento do XVII seminário de metas para a inflação, Alexandre Tombini manteve
o tom mais duro em relação ao seu combate. Tombini destacou três dos temas discutidos
neste seminário: o primeiro é o mercado de trabalho, o segundo diz respeito ao
comportamento das expectativas de inflação e o terceiro é a relação entre a política
monetária e a política macroprudencial. Os dois primeiros temas foram citados nas últimas
atas do Copom. Com relação ao mercado de trabalho, o Copom passou a falar da piora
observada nos últimos meses. Já sobre a questão das expectativas, o BC tem dado ênfase
para redução das expectativas de inflação de longo prazo, mas alerta que o recuo das
previsões do mercado para o IPCA de 2016 ainda não se mostrou suficiente.
Antes da finalização desse relatório, ocorreu no dia 03/06/2015 a reunião do Copom que
definiu a alta da taxa Selic em 0,5%, atingindo a 13,75% a.a.
Meta Selic
(junho/14 a junho/15)
13,75%
11,00%
jun-14
jul-14
ago-14
set-14 out-14 nov-14 dez-14
jan-15
fev-15 mar-15 abr-15 mai-15 jun-15
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