1 Modernidade Líquida: análise sobre o consumismo e seus

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1 Modernidade Líquida: análise sobre o consumismo e seus
Modernidade Líquida: análise sobre o consumismo e seus impactos na Sociedade
da Informação.
Christiany Pegorari Conte1
Encarnacion Alfonso Lor2
Fábio Antônio Martignoni3
Resumo: Este trabalho é resultado da pesquisa, análise e discussão da obra
“Modernidade Líquida”, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, mais especificamente do
Capítulo II (Individualidade) do livro, apresentado pelos autores à disciplina Sociedade da
Informação e Teoria Social4, no curso de Mestrado em Direito da Sociedade da
Informação do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas. O presente
artigo busca, reportando-se ao pensamento de Bauman,
investigar os impactos
provocados nas mais variadas esferas pessoais carreados pela passagem do “antigo
mundo” para a pós-modernidade e, de modo mais pontual, no que tange aos padrões
comportamentais marcados pelo individualismo e, sobretudo, pelo consumo.
Palavras-chaves: Pós-modernidade; sociedade de controle; individualismo; consumismo.
Abstract: This article is resulted of the research, analysis and quarrel about the book
“Liquid Modernity”, of Polish sociologist Zygmunt Bauman, more specifically of Chapter II
(Individuality), that it was presented by the authors to discipline Information Society and
Social Theory, in the course of Master in Law in the Information Society of the University
Faculdades Metropolitanas Unidas - UniFMU. The present article searchs, referring it the
1
Mestranda em Direito da Sociedade da Informação pelo Centro Universitário das Faculdades
Metropolitanas Unidas, advogada e membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – IBCCrim e do
Instituto dos Advogados de São Paulo – IASP.
2
Mestranda em Direito da Sociedade da Informação pelo Centro Universitário das Faculdades
Metropolitanas Unidas, pesquisadora e membro da Coordenadoria de Direito Constitucional da Ordem dos
Advogados do Brasil – OAB/SP.
3
Mestrando em Direito da Sociedade da Informação pelo Centro Universitário das Faculdades
Metropolitanas Unidas e advogado.
4
Disciplina ministrada pelo Professor Marco Antônio Carvalho Teixeira, Doutor em Ciências Sociais
(Política) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
1
Bauman´s thought, to investigate the impacts provoked in the most varied personal
spheres caused by the passage of the “old world” for after-modernity and, in prompter
way, in what it refers to the mannering standards marked by the individualism and, over
all, by the consumerism.
Key words: after-modernity; society of control; individualism; consumerism.
Introdução
A modernidade é fruto de uma longa gestação, num processo cuja primeira
fase desdobrou-se entre os séculos XVI a XVIII, período das grandes navegações, da
descoberta do Novo Mundo, do renascimento cultural e da Reforma Protestante, primeiro
estímulo ao individualismo.
O Iluminismo inaugurou a segunda etapa da modernidade, caracterizada
pela universalização da razão e pelo primado do indivíduo e de sua liberdade.
A partir do século XX uma nova era, marcada por uma total ruptura com o
passado, provoca mudanças fundamentais no terreno das relações sociais, da ciência, da
filosofia, da educação, da moral e da economia. Ao mesmo tempo em que abandona
crenças, tradições, valores e ideologias o homem vai se isolando e perdendo referências.
É da transição para essa modernidade, de suas características, significados
e contradições, que trata Zygmunt Bauman em “Modernidade Líquida”; líquida, por ser
uma era com as principais particularidades dos fluídos: a inconstância e a mobilidade.
2
1. O individualismo e o consumismo na sociedade da modernidade líquida
Em “Modernidade Líquida”5, Bauman afirma que, há cerca de cinqüenta
anos, as previsões populares sobre o futuro travavam-se pelo confronto da visão de
Aldous Huxley, em “Admirável Mundo Novo” e a de George Orwell, no livro “1984”. O
primeiro escritor retratou, em 1931, um cenário do século VII d.F. (depois de Ford),
habitado por uma sociedade completamente organizada e feliz, vivendo na opulência,
devassidão e saciedade. George Orwell, por sua vez, apresentou, em 1949, a idéia de
uma sociedade futurista, tomada pela miséria e pela escassez, e dominada por um
governo totalitário.
Completamente antagônicas, as duas visões estavam de acordo num ponto:
no pressentimento de uma civilização estritamente controlada. A de Huxley, mediante
doses regulares de felicidade quimicamente transmitida pelo “Soma” (a droga do futuro) e
pelas ideologias propagadas em cursos noturnos, ministrados durante o sono; a de
Orwell, pelo Grande Irmão (Big Brother). Isto porque, a exemplo de Platão e Aristóteles,
incapazes de imaginar uma sociedade sem escravos, Huxley e Orwell não podiam
concebê-la sem uma oligarquia de poder que estabelecesse parâmetros, rotinas e ordens
a serem seguidas pelo resto da humanidade.
Analisando essa sociedade de controle, o filósofo francês Gilles Deleuze
(1925-1995)6, prognosticou a relação entre a identidade pessoal e um código
intransferível (cifra). Os indivíduos, segundo Deleuze, sofreriam uma espécie de divisão
resultante do estado de sua senha, ora aceita, ora recusada. As massas, por sua vez,
tornar-se-iam simples amostras, dados, mercados que precisam ser rastreados,
cartografados e analisados.
5
Bauman, Zygmunt. Modernidade líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
p. 64-106.
6
Post-Scriptum
sobre
as
sociedades
de
controle.
Disponível
em:
<http://www.approach.com.br/nucleos/release>. Acesso em: 10 mar. 2007.
3
O que poderia ser considerado como uma idéia visionária de Deleuze, ou
como mera ficção científica de Huxley e Orwell, é hoje uma realidade. O professor da
Universidade de Roma, Stefano Rodotà, em palestra realizada em São Paulo, por
ocasião do I Seminário Internacional sobre Proteção de Dados Pessoais, deixou
registradas nos anais do evento as seguintes e impressionantes declarações7:
As tecnologias de localização vêm sendo implementadas com freqüência
cada vez maior. Cito, como referência, os aparelhos miniaturizados que
podem ser colocados nas costuras de uma roupa, e de lá transmitir sinais
para um sistema GPS (Global Positioning System), ou então, os microsensores (smart dust). O corpo pode ser alterado tecnologicamente para
possibilitar sua localização. Estão hoje disponíveis chips para serem
implantados embaixo da pele (verychips)8, contendo, por exemplo,
informações médicas, informações sobre indivíduos que possam ser
seqüestrados9 ou sobre criminosos importantes. (...) Sempre estamos
conectados; de tempo em tempo podemos transmitir determinados sinais
que permitem a captura e o processamento de nossos movimentos,
hábitos e contatos. (...) O corpo está se tornando, cada vez mais, um
corpo eletrônico.
O controle importa no estabelecimento de valores pela elite dominante, diz
Bauman, reafirmando o que há muito tempo descobrira Karl Marx. Isso explica o porquê
de os administradores das empresas capitalistas haverem dominado o mundo por, pelo
menos, duzentos anos, circunscrevendo a gama de alternativas dentro das quais
confinaram as trajetórias da vida humana.
Observe-se, como exemplo, a fase do fordismo, modelo norte-americano de
práticas produtivas em massa, idealizadas em torno de 1914 por Henry Ford em sua
indústria automobilística de Michigan, que perdurou até meados dos anos setenta, e
denominada por Bauman de sociedade “pesada”, “enraizada”, “sólida”. Tratava-se de um
7
Anais do I Seminário Internacional sobre proteção de Dados Pessoais, realizado em São Paulo, no
período de 23 a 25 de novembro de 2005 e promovido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), com o apoio do Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Proteção e
Defesa do Consumidor (DPDC). Disponível em <http://ce.desenvolvimento.gov.br/dataprotection>. Acesso
em: 23 abr. 2007.
8
Esses chips, do tamanho de um grão de arroz, são introduzidos no corpo por uma injeção ou pistola
semelhante à usada para vacinação. Periódico Endi (El nuevo dia) on-line. Disponível em:
<http://www.endi.com/xstatic/endi/template/nota.aspx?n=26843>. Acesso em: 08 jun. 2007.
9
O uso do microchip para evitar seqüestros está sendo utilizado no Brasil, conforme artigo intitulado
“Famílias gaúchas na fila para receber os chips”. Centro de Mídia Independente – CMI Brasil. Disponível
em: <http://brazil.indymedia.org/pt/blue/2005/02/308592.shtml>. Acesso em: 08 jun. 2007.
4
mundo dos que ditavam as leis e dos que as obedeciam; dos projetistas de rotinas e dos
supervisores; de pessoas dirigidas por outras, do modo por elas determinado.
O fordismo, partindo das teorias do engenheiro norte-americano Frederick
Winslow Taylor, tinha como objetivo forçar o controle da administração sobre os
trabalhadores e, como principais características a verticalização da produção, da matériaprima ao transporte; a produção em massa, mediante a adoção de sistemas tecnológicos
voltados para o aumento da produtividade e a especialização dos trabalhadores. Nesse
contexto, as atividades humanas reduziam-se a movimentos simples, rotineiros e
predeterminados, a serem obediente e mecanicamente seguidos, por força de uma
separação meticulosa entre projeto e execução. O empregado da Ford Motor Company,
seguindo o que lhe era imposto, tinha como missão executar suas tarefas à risca, no
menor tempo possível.
Henry Ford não se limitou a traçar essas diretrizes. Duplicou o salário
nominal de seus operários de US$ 2,50 para US$ 5,00 dólares ao dia. O que pretendeu
com isso não se explica pela sua famosa frase “quero que meus trabalhadores sejam
pagos suficientemente bem para comprar meus carros”, mas sim, pela intenção de frear a
alta rotatividade dos operários, economizando, assim, o dinheiro gasto na sua preparação
e treinamento.
Espelhando o que ocorria nos impenetráveis domínios da Ford, e
corroborando a teoria de a elite dominante impor os seus valores, a sociedade do
capitalismo pesado caracterizou-se pela organização e pela ordem, essa última traduzida
por Bauman com o sentido de monotonia, regularidade, repetição e previsibilidade. Em
resumo, um mundo controlado, com fronteiras fechadas, fixando ao solo não apenas os
trabalhadores, mas as pessoas e o capital.
Hoje, quem começa a carreira numa empresa, não sabe onde ela se
encerrará. O capital, por seu turno, somente permanece em determinado local enquanto
isso for conveniente aos investidores. É o que Zygmunt Bauman denomina de “mundo do
5
capitalismo leve”, associado à idéia de liquidez e à possibilidade, como ocorre com os
líquidos, de uma rápida acomodação das pessoas e das coisas aos mais diversos
encaixes. Uma sociedade imediatista, em que o tempo importa mais do que o espaço
ocupado, mesmo porque esse espaço será preenchido apenas transitoriamente.
A modernidade fluída, apoiada em táticas pré-determinadas e solidificadas,
não comporta tradições ideológicas. Ao contrário, poucas coisas são pré-determinadas e,
menos ainda, irrevogáveis, bem como poucas derrotas são definitivas e, raríssimos
contratempos, irreversíveis; em contrapartida, nenhuma vitória é, tampouco, final. Tomese como exemplo entre nós, brasileiros, o futebol. Há poucos anos, um jogador parecia
trazer estampado na própria pele o distintivo de seu clube. Na atualidade, de acordo com
a melhor proposta, transfere-se para qualquer parte do mundo, disposto a enfrentar, sem
nenhum constrangimento, o time de seu próprio país de origem. Joga onde lhe pagarem
mais. É o efeito do individualismo, outra marca da modernidade fluida.
Conciliar esse individualismo com os interesses coletivos é um desafio para
o mundo contemporâneo e, também, uma tarefa das mais difíceis, pois as instituições e
valores do passado, elos que entrelaçavam os projetos individuais aos coletivos, são
referências estranhas à fase líquida da modernidade, em que, cada um por si tenta
capacitar-se para as incertezas do futuro.
Falando sobre o poder, Píer Paolo Pasolini10, em entrevista concedida em
junho de 1975 ao jornalista Gideon Bachmann nos sets de filmagem de Saló, questionado
sobre as cenas de sadismo presentes em seu último filme, justificou-as como sendo uma
“metáfora do que o poder faz com o corpo humano, comercializando-o e reduzindo-o a
uma simples coisa”. O tema, retomado no jornal Folha de São Paulo de 18.03.2007,
ratifica as constatações de Bauman e resgata o pensamento de Pasolini sobre a
sociedade de consumo, numa reflexão intitulada “Genocídio das culturas”:
Cada um odeia o poder a que está submetido. Sendo assim, odeio com
especial veemência o poder de hoje [1975]. Trata-se de um poder que
10
Poeta e cineasta italiano (1922-1975).
6
manipula os corpos de modo horrível, que não tem nada a dever à
manipulação de Hitler. Manipula-os transformando-lhes a consciência,
isto é, da pior maneira, instituindo novos valores que são alienantes e
falsos. São os valores do consumo que cumprem o que Marx chama de
genocídio das culturas viventes.11
Em tempos dominados pela mídia e em constante mutação, as
possibilidades parecem infinitas, mas acarretam a angustiosa sensação de insegurança e
de incerteza do inacabado.
Com efeito, como assevera Maria Suely Paula da Silva, mestranda em
Ciências Sociais, a época em que vivemos é apontada pela maioria dos autores
nacionais e internacionais, como a era das incertezas, das fragmentações, das
desconstruções, da busca de valores, do vazio, do niilismo12, do imediatismo, do
hedonismo13, da substituição da ética pela estética, do narcisismo e do consumo de
sensações. Nesse contexto, os indivíduos tendem a sentir-se confusos diante da
velocidade com que o seu mundo se modifica, tornando nebulosa sua própria inserção
nesse mundo.
A vivência da perda associa-se à proliferação de apelos ao consumo e
ao sucesso, fazendo com que as pessoas, mesmo angustiadas,
perplexas e inseguras, estejam mais interessadas em escolher entre as
diversas marcas de produtos e as mais infinitas ofertas, do que com sua
condição de Ser e Estar no mundo.14
O mundo cheio de possibilidades, complementa Bauman, assemelha-se a
uma mesa de bufê repleta de tantas delícias, que nem o mais delicado comensal
poderia esperar experimentar de todas. Os comensais são consumidores, e a mais difícil
e irritante das tarefas que se pode pôr diante de um consumidor é a de fazer escolhas,
11
A entrevista concedida por Pasolini foi objeto de um documentário filmado por Giuseppe Bertolucci,
intitulado “Pasolini prossimo nostro”, e apresentado no último Festival de Cinema de Amsterdã (nov./dez.
2006). Fonte: Folha de São Paulo. Caderno Mais. Ano 86, n. 28.473, 18 mar. 2007.
12
O niilismo é uma doutrina segundo a qual nada existe de absoluto, de descrença de valores. FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova
Fronteira, 1975, p. 973.
13
Doutrina que considera ser o prazer individual e imediato o único bem possível, princípio e fim da vida
moral. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro:
Editora Nova Fronteira, 1975, p. 715.
14
As inquietações da modernidade. Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte.
Disponível em: <http://www.cefetrn.br/dpeq/holos/anterior/artigos/art13.htm>. Acesso em: 18 mar. 2007.
7
de dispensar algumas opções inexploradas e estabelecer prioridades. Por ironia, a
infelicidade dos consumidores deriva do excesso e não da falta de opções.
Com efeito, parece haver em cada um de nós uma Imelda Marcos, ex
primeira-dama das Filipinas e símbolo do consumismo sem freios, que possuía em seus
armários um estoque de três mil pares de calçados.15 Adquirem-se, compulsivamente,
não apenas pares e pares de sapatos, mas toda espécie de produtos supérfluos,
comprados por impulso, a partir da influência da propaganda veiculada nos meios de
comunicação, num incessante incentivo ao consumo.
Consumir representa o elixir contra a incerteza aguda e enervante sobre o
porvir e o sentimento de incômoda insegurança. Propagou-se um comportamento geral
de comprar, não apenas produtos e serviços, mas também as habilidades necessárias ao
nosso sustento, o tipo de imagem que desejamos para nós, os métodos de
convencimento de nossos possíveis empregadores, etc. Os livros de auto-ajuda
profissionais constituem, aliás, o mais recente fenômeno do setor editorial brasileiro.
Cerca de 95% (noventa e cinco por cento) do catálogo de títulos da
Sextante, que detém os direitos do “O Monge e o Executivo”, é composto por livros de
auto-ajuda profissional.16 O Ateliê de Pesquisas Organizacionais, instituto ligado a uma
firma de consultoria em Recursos Humanos, concluiu uma pesquisa sobre leitores de
livros de auto-ajuda no Brasil. A descoberta: trata-se de um público formado pelos mais
diferentes grupos sociais, com idades entre 28 a 35 anos.17 O estudo indica também que
os profissionais são induzidos ao consumo desse tipo de literatura pelas próprias
empresas, e que muitos adeptos formam-se e desenvolvem-se somente com essa
15
Como a lendária ex-primeira-dama Filipina, muita gente compra demais. E isso pode ser uma
doença.
Laboratório
de
Comportamento
Exploratório
USP/RP.
Disponível
em:
http://scotty.ffclrp.usp.br/periodicos/veja/compradores%20.compulsivos.htm. Acesso em: 09 jun. 2007.
16
Estudo
mostra
impacto
dos
livros
de
auto-ajuda.
Disponível
em
<http://www2.uol.com.br/canalexecutivo/nota07/300320078.htm.> Acesso em: 09 jun. 2007.
17
Pesquisa revela o perfil dos leitores de livros de auto-ajuda. Texto publicado em 02 abr. 2007 pelo
site da Caixa de Previdência dos Servidores Municipais de Cubatão. Disponível em:
<http://www.caixacubatao.sp.gov.br/infotexto.php?cod=250> Acesso em: 09 jun. 2007.
8
espécie de ajuda, como revela Luis Felipe Cortoni, diretor da LCZ Consultoria, que
controla o Ateliê.
Entre os livros mais citados na pesquisa figuram “O monge e o Executivo”,
“Quem mexeu no meu queijo?”, “Pai rico, pai pobre”, “A arte da guerra” e “O gerente
minuto”. Os autores mais lembrados, por sua vez foram: Lair Ribeiro, Içami Tiba, Roberto
Shinyashiki e Luís Marins.
Em estudo semelhante, a Revista Exame, entrevistando trinta presidentes
de grandes empresas, noticiou, em sua edição de 19.10.2006,18 que 57% (cinqüenta e
sete por cento) deles afirmaram ter lido pelo menos um livro nos últimos doze meses,
sendo o mais citado “O Monge e o Executivo”. Sua reportagem, porém, mergulha um
pouco mais nessa seara, questionando, também, a necessidade de os altos executivos
se submeterem a experiências pouco usuais, como embarcar para o Canadá para
participar de um evento com o Dalai Lama, líder espiritual do budismo tibetano, freqüentar
cursos sobre levitação ou enfrentar desafios e aventuras em plena selva. Necessidade?
Competitividade? Vazio? Consumamos de tudo, pois. Afinal, como bem resume Zygmunt
Bauman: “A única coisa que não figura em nossa lista de compras é a opção de não
comprar”.
Relata a psicanalista Anna Verônica Mautner, que uma paciente, “mulher
muito rica, bonita e bem casada, confessou que apesar disso, só era feliz na Daslu”.19 Tal
depoimento reafirma o pensamento de Bauman sobre o consumismo contemporâneo,
não vinculado exclusivamente às diversas necessidades do homem, mas ao desejo e,
sobretudo, à liberação das fantasias desejosas: o querer, que, por prescindir de
justificações, está destinado a permanecer insaciável.
18
Como os presidentes aprendem. Reportagem de Silvana Mautone. Disponível em:
<http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/ediçoes/0879/gestaoepessoas/m0114360.html> Acesso em:
09 jun. 2007.
19
Consumismo. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq0706200701.htm>. Acesso
em: 09 jun. 2007.
9
No Japão, país em que a ânsia pelo consumo foi catalogada por cientistas
locais como neofilia, os fabricantes de bebidas, para atender os clientes neofílicos,
lançam cervejas para a primavera, verão, outono e inverno, com distintos teores
alcoólicos e nomes que desaparecem em um ou dois meses. As indústrias
automobilísticas, por seu turno, oferecem cores exóticas de automóveis, como o
“chocolate amargo” e o “creme irlandês”, de modo a atrair consumidores ligados em
tendências.20
Em Teerã, as geladeiras de aço escovado e porta dupla concentram grupos
de pessoas a admirá-las na vitrine. Outro agrupamento humano, no interior de uma
livraria, reclama pelo “Código da Vinci”21, obra ainda não liberada pela censura local.
Numa das principais redes de fast-food da cidade, famílias fazem fila para levar os
espetinhos de frango e o arroz, feito à maneira iraniana.22
No Brasil, repetindo um ritual comum entre os mais favorecidos, o geofísico
Leandro, 24 anos, sobrenome não declarado, que se deslocou de Brasília para São Paulo
para participar da 11ª Parada do Orgulho GLBT23, revela, orgulhoso, à reportagem da
Folha de São Paulo: "A calça é Calvin Klein, a camisa é Calvin Klein e a cueca também é
Calvin Klein". Louco por moda e por grifes, registra o jornal, ele aproveita a viagem para
mergulhar nas compras nos Jardins.24
Isso não significa que os menos favorecidos tenham sido totalmente
esquecidos pelo mercado. Conforme noticiou a revista Isto é Dinheiro25, os executivos da
20
Busca
por
novos
produtos
vira
“epidemia”
no
Japão.
Disponível
em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo.ult94u97303.shtml>. Acesso em: 09 jun. 2007.
21
Livro de autoria do norte-americano Dan Brown, que se tornou best-seller mundial, vendendo milhões de
exemplares.
22
Ícones ocidentais convivem com islã em rua comercial de Teerã. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u96140.shtml>. Acesso em: 09 jun. 2007.
23
A 11ª Parada do Orgulho GLBT – Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros foi realizada na Cidade de
São Paulo, no dia 10 de jun. 2007, reunindo um público calculado em 3,5 milhões de pessoas. Fonte: Jornal
Folha
de
São
Paulo,
11
jun.
2007,
Caderno
Cotidiano.
Disponível
em:
<http://www1.uol.com.br/fsp/cotidiano/ff1106200701.htm> . Acesso em: 09 jun. 2007.
24
Edição de domingo, dia 10 jun. 2007, ano 87, n. 28.558, Caderno Cotidiano.
25
Os
reis
do
mercadinho.
Clipping
Ministério
do
Planejamento.
Disponível
em:
<http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=309489>. Acesso em: 09.jun.2007.
10
Johnson & Johnson adquiriram o hábito de visitar periodicamente os bairros pobres das
periferias brasileiras, com o objetivo de entender melhor os hábitos de compra desse
consumidor e desenvolver produtos e estratégias para conquistá-lo. Resultado: aumento
de vendas de 17% (dezessete por cento) em um ano (período de 2004-2005).
A Unilever, fabricante do Omo, atenta a essa mesma classe, decidiu criar,
principalmente para a região Nordeste, um sabão em pó com características especiais,
mormente com relação à resistência da embalagem. Explicação: nos bairros mais
carentes muitas donas-de-casa lavam suas roupas à beira do rio e o pacote de sabão,
invariavelmente, cai na água.
Ao tratar do consumismo, o filme “1,99”, de Marcelo Masagão26, expõe
situações que convidam à reflexão: um supermercado exibe suas mercadorias em
embalagens brancas, destacando famosas frases publicitárias, como: “abuse e use”,
“para quem sabe o que quer” etc.; uma seção expõe produtos com frases começadas
pela palavra “você”. “Você é mais bonito”, “você, mais charmosa”. Em todas as situações,
o cliente, demonstrando ansiedade, aparece postado diante das inúmeras opções de
escolha, limitadas a marcas e slogans.
Fora do supermercado, em meio a velhos e sujos pneus amontoados, as
pessoas excluídas do mundo asséptico do consumo, circulam sem nenhuma ordem.
Dentro do estabelecimento, seu principal lugar é como empregadas. Duas delas,
convidadas a ingressar para trabalhar como seguranças, são obrigadas a vestir roupas
padronizadas para esconder o “cabelo ruim” e a “roupa brega”, não condizentes com o
bom gosto dos clientes. Trata-se de um fiel retrato da sociedade de consumo, que ao não
abrigar igualmente a todos, costuma gerar frustrações por desejos não atendidos,
provocando, em algumas pessoas, apatia e conformismo, mas, em outras, o desalento
26
O capitalismo cobra 1,99 para destruir a vida. Núcleo Piratininga de Comunicação – NPC, comentado
por
Sergio
Dominges.
Disponível
em:
<http://www.piratininga.org.br/novapagina/leitura.asp?id_noticia=37&topico=cinema>. Acesso em: 09 jun.
2007.
11
condutor às drogas e à violência, pois se não podem pertencer à sociedade, muitos
excluídos também não se sentem obrigados a seguir suas regras.27
Em outra cena do filme, destaca-se a fisionomia angustiada de um
consumidor frente a uma parede repleta de produtos com dizeres apelativos. Por fim, ele
decide levar um pacote estampado com a palavra “único” e sai de foco, feliz pela escolha.
Imediatamente, um funcionário aparece com outro pacote “único” para substituir o que foi
retirado.
A felicidade do consumidor retratado por Masagão demonstra, a exemplo do
afirmado por Bauman, que, na modernidade líquida, esse sentimento se resume ao
prazer imediato, ao entretenimento, à diversão e ao consumo, conjunto esse definidor do
sucesso. Na mesma linha, Mário Quilici, psicanalista e pesquisador, registra a atual
substituição da máxima de Descartes “penso, logo existo” pelo princípio “consumo, logo
existo”.28
O ter faz o ser, acrescenta o psicólogo José Antônio Zago29, razão pela qual
somos solicitados a ter a posse de coisas e de pessoas, classificando-se o indivíduo pela
marca de sua roupa, pelo cargo que ocupa, pelo carro que tem ou pela quantidade de
pessoas que dirige. O lema é ser feliz, embora o princípio dessa felicidade seja
estabelecido externamente, por coisas que estão além do indivíduo.
Nesse contexto, tudo que não tenha utilidade ou não proporcione mais
prazer é descartado, tornando a durabilidade precária ou inexistente. Os mecânicos de
automóveis de hoje não são treinados para consertar motores quebrados ou danificados,
mas para retirar e jogar fora as peças usadas ou defeituosas, substituindo-as por outras.
Isso se repete na vida social, onde cada “peça” é também substituível.
27
CINTRA,
Celso
Mori.
Estamos
todos
descartáveis.
Disponível
em:
<http://ultimainstancia.uol.com.br/imprime_noticia.php?idNoticia=28398>. Acesso em: 08 mar. 2007.
28
O consumismo. Disponível em http://wwwpaginas.terra.com.br/arte/rudeldouglas/consumismo.htm>.
Acesso em: 08 mar. 2007.
29
Sociedade
de
Consumo
e
Droga.
Jornal
Existencial
On-Line.
Disponível
em:
<http://www.existencialismo.org.br>. Acesso em: 08 mar. 2007.
12
Até mesmo o conceito de Internet de alta velocidade se torna fluído e
mutável, já que num passado recente, para que assim fosse considerada, uma conexão
deveria alcançar 100 (cem) quilobits por segundo (kbps)30. Hoje, fala-se em 5 (cinco) ou
10 (dez) megabits por segundo (Mbps). Daqui a uma década, segundo as previsões do
cientista Vint Cerf31, “usaremos vários gigabits por segundo (Gbps)”32.
A sociedade da modernidade líquida, diferentemente da que a precedeu,
não se comporta como produtora, em que os indivíduos tendem a consumir apenas o
imprescindível para atender às suas necessidades básicas. Não, na vida organizada em
torno do consumo a pessoa orienta-se por desejos e quereres ilimitados. Se na
sociedade produtora a sensação de desejar o luxo constituía um pecado, na sociedade
consumidora o luxo não faz sentido, pois a idéia é tornar os luxos de hoje nas
necessidades de amanhã. Sobre o assunto, o filósofo francês Jean Baudrillard (19292007) registrou: “É o mundo dos simulacros em que as pessoas vivem, a sociedade de
imagens idealizadas pela TV e rotuladas pelos meios de comunicação de massa”.33
A forma de conceituar a saúde também distancia a sociedade produtora e a
sociedade de consumo; se naquela a saúde consistia num estado próprio e desejável do
corpo e do espírito humanos, nesta, ela é um padrão a ser atingido, um ideal de aptidão,
o que significa ter um corpo flexível e ajustável, pronto para viver o extraordinário e o
inesperado. O culto ao corpo não provoca atitudes de moderação e austeridade, não
perfiladas com a lógica da sociedade de consumo. Ao contrário, acarreta mais consumo,
traduzido na procura de vitaminas e de alimentos especiais, considerados saudáveis.
Repetindo as questões formuladas pelo sociólogo inglês T. H. Marshall
(1893-1981), Bauman pergunta: atrás de quê e do quê corre essa sociedade?
30
Os
O bit corresponde a uma unidade mínima de informação. Bps, por sua vez, significa bits por segundo, ou
seja, a medida da taxa de transferência de dados.
31
Vint Cerf é um dos criadores do protocolo da Internet, o TCP-IP (Protocolo de controle de transmissão da
Internet), padrão mundial para as comunicações. Fonte: Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil,
do Ministério da Ciência e Tecnologia. Brasília, 2002.
32
Jornal “O Estado de São Paulo”. Edição de 17.06.2007. Reportagem de Ethevaldo Siqueira.
33
Entrevista inédita, realizada por Kátia Maciel em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, durante a Segunda
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92). Jornal Folha de São
Paulo. Caderno Mais. Ano 86, n. 28.466, 11 mar. 2007.
13
consumidores podem estar buscando sensações de todo o tipo, mas também tentando
fugir da insegurança causada pelo medo da própria incompetência ou negligência que lhe
atribui uma sociedade individualizada.
Finalizando, cita Albert Camus34, observando que as pessoas da
modernidade líquida sofrem por incapacidade de possuir o mundo de forma
suficientemente completa, por tentar fazer de sua vida uma obra de arte e por buscar
uma identidade difícil de encontrar num mundo de coisas deliberadamente instáveis. O
pensamento e a prática unidimensionais que dominam essa nova sociedade, diz
Bauman, aparentam inteira preocupação com o sujeito individual, mas, concretamente,
dissolvem-no na racionalidade das escolhas econômicas, convertendo-o em mero
cumpridor de papéis sociais, definidos conforme as conveniências do mercado.
O texto de Zygmunt Bauman é uma crítica inteligente à pós-modernidade,
convidando, pela sua contundência, à reflexão. Que significam, na prática, os diversos
conceitos de modernidade e pós-modernidade? Será que esses novos tempos trouxeram
apenas malefícios? É preciso efetivamente romper com as tradições ligadas ao “mundo
antigo”? As pessoas que se encontram em meio ao atual turbilhão relatado por Bauman
são as primeiras a passar por isso? O consumismo é exclusivamente um mal?
O caos que hodiernamente se vive é uma das faces da sociedade da
informação, vinculando a era da informática e ao consumo desenfreado, transformando
em “objetos” descartáveis, tanto informações como indivíduos. Mas, como afirma o
professor Marshall Berman35, ele próprio um crítico da modernidade,
(...) um grande e sempre crescente número de pessoas vem caminhando
através desse turbilhão há cerca de quinhentos anos, embora muitas
delas tenham provavelmente experimentado a modernidade como uma
ameaça radical (...). Para ser inteiramente moderno, é preciso ser
34
Escritor e filósofo francês (1913-1960), expressou uma visão da humanidade num universo absurdo,
considerando como única possibilidade de liberdade e dignidade a consciência desse absurdo. Nova
Enciclopédia ilustrada Folha. V. 1. São Paulo: Publifolha, 1996, p. 157.
35
BERMAN, Marshall. Modernidade: ontem, hoje e amanhã. Centro Federal de Educação Tecnológica de
São Paulo. Disponível em: <http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/tudosolidodesmancha.html>. Acesso em:
26 jun. 2007.
14
antimoderno: desde o tempo de Marx e Dostoievski até o nosso próprio
tempo tem sido impossível apreender e aproveitar as potencialidades do
mundo moderno sem se revoltar e lutar contra algumas das suas
realidades mais palpáveis.
Prosseguindo em seu discurso, o autor de “Tudo que é sólido se
desmancha no ar”, acrescenta:
O que aconteceu ao modernismo entre os séculos XX e XXI? De vários
modos, prosperou e cresceu para além de suas próprias esperanças
selvagens. Na pintura e na escultura, na poesia e no romance, no teatro e
na dança, na arquitetura e no design, em todo um setor de mídia
eletrônica e em um vasto conjunto de disciplinas científicas que nem
sequer existiam um século atrás. (...) O pensamento moderno, desde
Marx e Nietzsche, cresceu e se desenvolveu, de vários modos; não
obstante, nosso pensamento acerca da modernidade parece ter
estagnado e regredido.36
No Brasil, confirmando o pensamento de Berman, dados históricos
revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em uma publicação
intitulada “Estatísticas do Século XX”37, informam que entre 1991 e 2000:
a)
a expectativa de vida de um homem brasileiro subiu dos 33,4 anos em
1910 para os 64,8 anos em 2000. A das mulheres praticamente
dobrou entre 1910 (quando era de 34,6 anos) e 1990 (quando passou
para 69,1 anos);
b)
no início do século, as doenças infecciosas e parasitárias eram a
principal causa de morte; hoje, são as crônicas e degenerativas;
c)
ao longo do século XX, os preços unitários das exportações brasileiras
cresceram mais do que os das commodities, e superaram também os
preços dos manufaturados exportados pelos países avançados;
d)
em relação à cultura, houve um avanço significativo sobre o número
de bibliotecas, museus, cinemas, teatros e livrarias.
Especificamente com relação ao consumo, lembre-se que ele representa
um ponto crucial na expansão do volume de dinheiro na economia e, conseqüentemente,
36
37
Op. Cit.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/seculoxx/default.shtm>. Acesso em: 26 jun. 2007.
15
na facilitação e barateamento do crédito. Tal avanço adicione-se, deve-se ao crescimento
no poder de compra das classes de baixa renda. Essa parcela da população teve um
forte aumento de renda nos últimos anos, afirma Antônio Gustavo Matos do Vale, diretor
de administração do Banco Central, acrescentando que “os mais pobres são justamente
os que têm maior propensão para o consumo”.38 Não seria essa a passagem de entrada
para os excluídos de que trata o filme de Marcelo Masagão, não apenas como novos
empregados – necessários para atender ao aumento da demanda -, mas também como
clientes?
O
consumismo,
característico
da
pós-modernidade,
não
pode
ser
considerado, destarte, somente em seus aspectos negativos, posto que possui,
igualmente, uma porção de destaque numa economia de livre concorrência, na qual os
consumidores gozam de soberania, integrando o rol de agentes participantes de uma
estrutura econômica liberal.
2. Considerações Finais
O cenário retratado pelo texto de Zygmunt Bauman é contemporâneo,
expondo relevantes impactos introduzidos pela sua denominada “Modernidade Líquida”.
Essa sociedade moderna tem como ícones principais a produção e o
consumo, não como meios, mas como finalidades a serem atingidas.
O individualismo (satisfação dos desejos pessoais) tem uma posição
peculiar dentro do sistema em que se encontra inserido, qual seja, o do consumo
desenfreado, não apenas como satisfação de seu querer, mas, também, para a
construção de uma imagem social.
38
População de baixa renda prefere o dinheiro. Clipping Ministério do Planejamento de 11 jun. 2007.
Disponível em: <http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=360308>. Acesso em: 26 jun.
2007.
16
Desconhecer ou renegar, no entanto, as vantagens dessa nova Era seria
simplificar em demasia um tema repleto de ângulos a serem observados e analisados,
seria tentar homogeneizar o heterogêneo e desprezar a capacidade humana de
raciocinar e eleger livremente seus caminhos.
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