na europa de motor home

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na europa de motor home
NA EUROPA DE MOTOR HOME
Conhecendo bem a Itália e de passagem pela Suíça e França
De repente, vindo do meio das estreitas e lotadas “vias” construídas nos tempos medievais, a musica
brasileira, Jorge Benjor e outros. O povo em volta de um pequeno palco montado no meio de um
espaço e sob o céu estrelado, literalmente sambando, ou tentando, mas se deliciando.
Estávamos em Montepulciano, na belíssima região da Toscana, Itália, num parket público para
motor homes, com água quente, sistema de esgoto e ótima iluminação, pagando pouco mais de 10
reais para passar uma noite. Antes, Montalcino e Roma, adiante, Florença e Pisa a nos esperar. Ao
redor, paisagens estonteantes dos campos de
girassóis ou vinhedos carregados, esperando
a colheita de setembro para se
transformarem nos reconhecidos vinhos
Brunellos e Barolos, entre outros tesouros da
enologia italiana. Os quilômetros, a boa
cozinha e os espetaculares vinhos, foram
“vencidos” com bravura e deleite por nós e
nossos companheiros de viagem, Claudinei e
Michelle Orsi, a bordo do novíssimo Motor
home – Fiat Ducato Challenger que se
comportou com absoluta presteza e segurança nos 2.978 quilômetros rodados entre os dias 18 e 31 de
agosto passado. Isso mesmo, acabamos de chegar e com muitas histórias para contar.
Sim, foi puxado, mas por absoluta opção nossa. Como todos os leitores desta conceituada revista
especializada devem saber, a escolha por motor home proporciona economia de tempo e dinheiro em
comparação a uma viagem convencional. Não necessitamos de traslados, diversos check ins e check
outs em hotéis; esperas em aeroportos; horas perdidas em vôos e incansáveis rotinas de carregar,
desarrumar e arrumar malas em cada destino. Todos estes transtornos existentes em viagens
convencionais se transformam em saborosas horas passeando e aproveitando belíssimos cenários
escolhidos criteriosamente antes de cada viagem. Como sempre repetimos, nas nossas viagens com
MH, desfazemos as malas no dia da chegada para somente refazê-las no dia da partida.
Nosso roteiro teve inicio com o desembarque em Milão, no Aeroporto de Malpensa, onde já nos
aguardava pontualmente o representante da empresa locadora do veículo. Vistoria feita, explicações
pormenorizados sobre as funcionalidades do veículo, partimos
imediatamente em direção ao nosso primeiro camping, a beira do
Lago de Lugano, na Suíça. Antes a passagem num “Carrefour” para
as compras iniciais da viagem.
Sobre as compras de comida, bebida e outras necessidades, um
capítulo a parte. Viajando para destinos europeus há mais de 10
anos, a cada ano se nota nitidamente a valorização de nossa moeda.
Nos mercados, principalmente, podemos afirmar que a maioria dos
artigos de primeira necessidade, como massas, água mineral,
temperos e outros, têm preços já inferiores ao do Brasil. Bebidas,
principalmente os consagrados vinho, nem se fala. Exceção feita à
carne bovina, com preços sempre altos, mas já ao nosso alcance, podendo ser substituídas por outras
mais consumidas por lá, como carne suína, frango e até de cervo.
Mesmo assim, não deixamos de apreciar uma bela costela em dois churrascos noturnos, sempre
“amparadas” por deliciosas massas ou arroz arbóreo, acompanhadas por cerveja ou vinhos toscanos.
Os demais campistas europeus, não acostumados com churrascos (sim, levamos sempre uma pequena
churrasqueira elétrica), ficavam curtindo o aroma de nossas carnes sendo assadas quase todas as
noites sob o toldo do motor home, nos mais variados lugares. Éramos uma atração constante e temos
certeza que fizemos escola por lá.
Depois de pernoitarmos e conhecermos rapidamente a cidade de Lugano, partimos em direção a
Itália, passando pelo Lago de Como, Bergamo, Verona (cidade de Romeu e Julieta) e finalmente
chegamos à romântica Veneza já no início da noite. Após
passearmos durante o dia na cidade, esgotando seus
encantos e pontos turísticos, inclusive com passeio de
gôndola, bem no final da tarde partimos com destino a
Bologna, onde acampamos e no dia seguinte tivemos uma
grata surpresa. Cidade simpática, bonita, enfeitada, com
um centro histórico deslumbrante. Dali, rumo às cidades
balneárias que beiram o Mar Adriático, começando por
Ravenna, Rimini, Ancona e Pescara.
É um longo litoral cujas praias têm grandes espaços de
areia e todas, ou quase todas, com um “mar” de guarda-sóis milimetricamente perfilados, numa bela
estética muito incomum por aqui. Por passarmos lá em plena estação de férias, encontramos um
enorme número de banhistas, equivalente aos que invadem a
praia de Balneário Camboriú em janeiro. Rápidos mergulhos
e pegamos a estrada. Aí mais uma vantagem do motor home:
a opção de ficar ou seguir quando bem entender, sem
nenhum transtorno maior, como reserva de hotéis feitas
antecipadamente, traslados e outros empecilhos à livre
movimentação.
Depois disso, mudança de rumo. Rumo à outra costa italiana,
com parada em Salerno, para conhecer no dia seguinte a
quase
indescritível Costa Amalfitana. Inicialmente
passamos por todo costão de barco e depois voltamos de ônibus, com paradas em seus vilarejos, já
que o trânsito na via que beira as encostas somente estava permitido para pequenos veículos. Para as
mulheres, o melhor do passeio, pois as pequenas cidadelas literalmente penduradas nas encostas são
realmente charmosas e de tirar o fôlego, com muitas lojinhas.
Ao final da tarde, seguimos no sentido de Nápolis, onde dormirmos aos pés do enorme Vulcão
Vesúvio. No dia seguinte, passeamos pela cidade redescoberta de Pompéia, soterrada pelas cinzas do
vulcão no primeiro século pós-cristo e somente há pouco mais de um século redescoberta. A cidade
está praticamente intacta o que assombra e deslumbra, pelo seu estado de conservação e grandeza.
Imperdível.
Em Roma, nosso destino seguinte, temos monumentos maiores, mais belos, Como o Anfiteatro
Flaviano, na verdade o nome do Coliseu. A inigualável Fontana di Trevi, entre outros, sem falar no
Vaticano e na indescritível Capela Cistina. Mas Pompéia é uma cidade inteira, enorme, completa. É
algo diferente, único e em agosto com um calor quase vulcânico.
Depois de Roma, fomos para a região da Toscana, já descrita no início de nossa matéria, com a
inesquecível passagem pela região da Toscana, onde compramos alguns vinhos especiais para
degustar por aqui. Não esquecer a considerada capital da região da Toscana, Firenze e posteriormente
Pisa onde, lógico, foram tiradas as inevitáveis fotos segurando a
torre. Não se pode deixar de colocar que em Bologna temos não
uma, mas duas torres inclinadas, bem maiores e impressionantes.
De Pisa para Cinque Terre, onde percorremos de trem as
encostas e suas pequenas vilas que se comparam, ou tentam, as
da Costa Amalfitana.
Na undécima hora, uma decisão que só os campistas de motor
home podem tomar. No final da tarde um “pulinho” de pouco
mais de 400 quilômetros até a charmosa cidade de Chamonix, na França, onde se vislumbra o maior
pico da Europa, o Aiguile du Midi, ou “agulha do meio”, que faz parte dos alpes e com neve eterna.
Um presente nosso aos nossos companheiros, já que tínhamos ido lá por duas vezes. Mas é tão
diferente, espetacular que qualquer adjetivo superlativo é pouco para descrever o passeio de
bondinho até mais de 3.800 metros de altura, onde ficamos literalmente cercados pela neve contida
ao nosso redor e em dezenas de picos ao lado.
Dali, uma noite a beira do Lac Léman, um enorme lago que parte fica em Genebra, na Suíça, bem no
centro, parte na França, de onde partimos no dia seguinte ao encontro de incríveis 38 quilômetros de
túneis sob os Alpes Suíços rumo a Milão, onde entregamos o carro. Intacto.
Finalizando, duas observações absolutamente pertinentes. Primeiro, os campings da Itália, completos
e mega estruturados. Chegam ao detalhe de terem banheiro especial para cachorros, inclusive com
banheira para banhos dos animais. Em todos, indistintamente, além da estrutura padrão de alto nível,
com bares, restaurantes, piscinas, internet, energia elétrica máquinas de lavar e secar roupas, contam
com água quente em todas as torneiras, inclusive nas pias e tanques. Segundo, as insuperáveis
rodovias européias que nos dão muito conforto e segurança, principalmente com a qualidade do leito
asfáltico, o número de pistas e até a exagerada
sinalização.
No mais, depois de quinze dias de carro, com muita
segurança, economia e conforto, fizemos por
merecer um descanso de quatro dias em Istambul,
antiga Constantinopla, onde além dos belos
monumentos históricos, fomos vítimas, eu e meu
companheiro, de compras, muitas compras,
principalmente no Grand Bazar, onde se encontram
6.000 lojinhas, para o deleite das esposas, Neide e
Michelle.
Texto de:
Por Flávio R. Félix - Advogado
Roteiro e logística da viagem feito por Neide Dutra, Diretora da Ponte Aérea Viagens e Turismo
Ltda.

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