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REPORTAGEM| www.backstage.com.br 138 Equipamentos de ponta e pesquisa sonora garantiram qualidade à gravação OS DEZ DE AVIÕES DO O show aconteceu no Forró do Sítio, na cidade de Eusébio, a 60 quilômetros de Fortaleza. O espaço teve dois palcos: um na lateral esquerda, para as bandas de baile e a dupla sertaneja César Menotti e Fabiano, e outro, no centro, para os aniversariantes da noite. Miguel Sá [email protected] Fotos: Internet / Divulgação Revisão técnica: José Anselmo “Paulista” À s duas horas da manhã, as cerca de 30 mil pessoas presentes já haviam curtido as atrações do palco secundário, mas o cansaço passou longe. Quando o Aviões do Forró entrou no palco principal, o local explodiu, com as pessoas dançando sem parar até as sete da manhã. O público pode não saber disso, mas ele também viu uma prova de como o áudio brasileiro amadureceu nos últimos dez anos. Além do sucesso consolidado das músicas do grupo, o uso de equipamentos de ponta e uma bem cuidada pesquisa sonora proporcionaram a qualidade que garantiu o entusiasmo do público para o registro do terceiro DVD do grupo. SONORIZAÇÃO O evento foi grande. Por isto, o áudio do show é uma história de muitas parcerias. Quem pilotou o som foi Tibério Gama Cardoso, mais conhecido como Tibasom, de 36 anos, 18 deles dedicado ao áudio. Ele entrou na banda substituindo Roberto Silva, o Marujo, também presente na festa. “Começou meio difícil. Tivemos que dar uma melhorada nos timbres usados no forró, que eram muito rústicos”, relembra Marujo, hoje dono de uma empresa de som. Para a sonorização do ambiente, Tiba fez questão de usar o sistema line array da Machine. Por meio de Walmy Bastos, re- ANOS FORRÓ presentante da empresa na Bahia, Tiba conseguiu os equipamentos com as empresas Torres Som, de Alagoinhas, e Tek Audio Sonorização, de Ubaitaba. Elas forneceram um total de 64 caixas Mach Line 4.8, além das 30 SB 218 para subgraves. Tiba trabalhou em conjunto com a equipe de engenharia da Machine para projetar a cobertura sonora do ambiente. A gravação do DVD fez com que fosse necessário tomar cuidado especial com o volume do PA, que não podia ser muito alto. “Eu trabalho em sincronia com o pessoal do Estúdio Carranca. Não posso fazer um PA muito alto porque vira bagunça na mixagem. Por isto, tenho torre de delay, front fill e mais as caixas dentro do camarote (para poder não aumentar muito o volume do PA). Está cheio de microfones shot gun, tem que ter cuidado com o volume. Estou sonorizando um ambiente, então tem que ter o delay. Não é só colocar 12 caixas de um lado e 139 REPORTAGEM| www.backstage.com.br 140 “ Uns 15 dias antes do evento nos foram enviadas todas as plantas da área e a estrutura que iria ser utilizada, o que foi fundamental para dimensionarmos a quantidade de equipamento e onde eles deveriam ser utilizados (Walmy Bastos) ” Da esquerda para a direita: Tiba, João Carlos, Marujo e Walmy Cada torre de delay teve 8 caixas Mach 4.8 Equipes trabalharam juntas 12 do outro”, ressalta Tiba. Walmy Bastos também foi o responsável da Machine pelo suporte técnico no local do show. “Uns 15 dias antes do evento nos foram enviadas todas as plantas da área e a estrutura que iria ser utilizada, o que foi fundamental para dimensionarmos a quantidade de equipamento e onde eles deveriam ser utilizados”, detalha. O sistema line array de PA usou 32 cai- Parcerias dão o tom da festa A dimensão do evento fez com que João Carlos, sócio da Machine, acompanhasse o evento pessoalmente com Rocha, o representante da empresa no Ceará. Elder dos Santos Torres, da Torres Som, e Wilde Queiroz, da Tek Audio, também estiveram lá para conferir o suporte ao evento. “Nós temos experiência no mercado de som, e procuramos sempre o melhor. Tivemos o conhecimento de que a Machine estava lançando produtos de qualidade e resolvemos trocar nosso sistema. Fomos bem atendidos, gostamos do equipamento e por isto estamos aqui”, declara Wilde. “Prefiro usar equipamento nacional para valorizar a indústria brasileira e, além do mais, este é um excelente equipamento”, diz Elder. Dois dias antes do show, também houve uma apresentação do PA para técnicos de som da região. Augusto Castro, da AC Produções, que trabalha em conjunto com a Explosão Som e Luz, se entusiasmou com o som. “Não é fácil colocar à prova o produto e, graças a Deus, hoje a indústria nacional está se superando, mostrando capacidade de concorrer com os internacionais”, enfatiza o empresário. João Carlos comemora o sucesso. “O principal objetivo aqui é divulgar o line array da Machine no estado do Ceará, tendo em vista que já temos 80% da amplificação daqui”, completa. REPORTAGEM| www.backstage.com.br 142 Sistema de line array foi composto por 16 caixas Mach 4.8, por lado xas Mach 4.8 (16 em cada lado) e 16 no delay (oito em cada lado). Quatro caixas do mesmo modelo foram distribuídas na frente do palco e mais quatro foram usadas no Aviões do Forró Carlos Artistides e Isaias Duarte, sócios da A3 Entretenimento, procuravam nacionalizar o som do forró no início da década de 2000. “Quando lançamos uma banda de forró, queríamos uma banda diferente , que fosse jovem. Pegamos o forró e levamos para onde o sertanejo, o axé e o rock estão”, conta Isaias. Carlos Artistides, filho de Zequinha Aristides, pessoa importante no cenário do forró, é o responsável pela construção do som da banda. Ele afirma que a internet e as mudanças no mercado fonográfico mudaram as estratégias de lançamento de música. “Nós sempre procuramos equilibrar a agenda de shows com o ensaio, elaborando novidades para o público, porque hoje está muito dinâmico, muito rápido, as coisas acontecem rápido e, se não acompanhar, fica para trás. Hoje lançamos uma música por mês e, no final do ano, lançamos um CD completo com 12 músicas já testadas, já aprovadas, e mais duas ou três inéditas. Até uns cinco anos atrás, lançávamos um CD por ano, todo inédito, a partir daí é que o trabalho ia ser conhecido”, exemplifica. Sistema se encaixa esteticamente na estrutura do palco Tiba e Claudinho apostam nos line arrays da Machine camarote, que ficava ao lado do palco. Vinte e quatro subs SB 218 reforçaram o PA e duas foram usadas no camarote. “ “ Nos tons eu uso o E904, na percussão também, a maioria Sennheiser, e os cantores Xande e Solange usam o SKM 5200 (Tiba) As caixas usaram os amplificadores Machine 2.8 SD, de 1800 watts; 6.0 SD, de 6000 watts; e 14.0 SD, de 14000 watts. O rack de processamento contava com três Lake LC 26 para o PA, um dbx 4800 para as torres de delay e um dbx 260 para os front fills. Na housemix, Tiba gosta de trabalhar com as ferramentas da Digidesign. Ele operou o som por meio de uma Digidesign Venue Profile da Torres Som. Como tem dois i-Locks, ferramentas que permitem o uso dos plug-ins da Waves, ele pode explorar bastante este recurso de processamento. Na configuração usada no show, ela estava com 48 canais. Para a captação dos instrumentos acústicos e das vozes, os microfones mais usados por ele na captação da banda são os da Sennheiser. “Nos tons eu uso o E904, na percussão também, a maioria Sennheiser, e os cantores Xande e Solange usam o SKM 5200 com a bobina MD5235; mas para os metais fui atrás dos microfones da AudioTechnica”, diz Tiba. Palco secundário O palco das atrações de abertura teve os equipamentos da Projesom, empresa de Fortaleza. Foram duas Yamaha PM5D – uma para PA e outra para o monitor de Cesar Menotti e Fabiano. As outras bandas tiveram a Yamaha M7CL para o monitor. A amplificação dos line array da DAS, Aero 38, eram Machine, com os modelos PSL para o PA e a linha SD nos subs. Foram usados cerca de 40 amplificadores 143 REPORTAGEM| www.backstage.com.br Equipe da A3 144 SOM NO PALCO Para a gravação do DVD, a configuração do equipamento de palco teve de ser mudada, principalmente por causa dos convidados Dorgival Dantas e a dupla César Menotti e Fabiano. “Normalmente trabalho com até 24 auxiliares. Aqui tivemos que fazer um acoplamento de mais auxiliares por causa dos convidados”, diz o técnico de monitor Luis Cláudio Pereira Filho, o Claudinho, com a banda há sete anos. Por conta da gravação, guitarras, violões e baixo foram colocados em linha e um biombo acrílico foi colocado para a percussão, além do que já era usado na bateria. Ainda que houvesse a preocupação de deixar o palco o mais limpo possível, foi usado um par de sistemas line array Mach 4.8 como sidefill com oito caixas de cada lado, mais quatro subs. “Normalmente usamos monitores de chão para o Alexandre e amplificadores para baixo e guitarra, mas hoje está tudo em linha”, expõe Claudinho. Os sistemas de in-ear usados foram os SR 2000 e EK2000 IEM, além dos SR 300 (G3). produtor musical Emanuel Dias. O estúdio levou uma equipe de Line Machine também para o side no palco três pessoas: Junior Evangelista, no patch da UM; Brupara o topo da caixa e os AKG 451 no Lins, como operador do rack de nos over. O sinal chegava em 48 capalco; e Luis, como roadie, os três nais no Pro Tools HD da unidade sob a coordenação de Gera Vieira. móvel após passar por 16 canais Uma das principais tarefas na gravacom pré-amplificadores Neve 9098, ção de um DVD é a captação da API e Focusrite. Estes 16 canais plateia, feita com oito microfones: eram convertidos nos Apogee AD16. quatro shot guns da Audio-TechOs 32 restantes passavam pela connica, dois da Rode e mais dois versão analógico/digital dos précardioides NT5, também da Rode. amplificadores Mackee Onix 800R. Na captação de instrumentos, foram “Nós misturamos esses prés com a usados também o Sennheiser 441 conversão Apogee na bateria e na GRAVAÇÃO DO DVD A unidade móvel de áudio do Estúdio Carranca foi escolhida pelo Sandro, da Torres Som, mostra amplificação Machine usada no evento REPORTAGEM| www.backstage.com.br 146 Globais fizeram a apresentação do show do Aviões do Forró Tiba gosta de usar as mesas Venue/ Venue Profile No rack de processamento, equipamentos Lake e dbx voz dos cantores principais. Os Mackee ficam para o restante da banda: baixo, guitarra, acordeom e sopros”, explica Gera Vieira. Na unidade móvel, o áudio dos instrumentos gravados no Pro Tools era enviado para as caixas KRK V8 pela mesa Yamaha 02R. Os ambientes chegavam na mesa Yamaha 01V. O diretor técnico do Aviões do Forró, Melksedec, operou a gravação do áudio do show. jam o Brasil inteiro e têm o mesmo sucesso que gêneros como o sertanejo e o axé tinham na época. Também há dez anos, apenas as empresas de som do Sudeste tinham acesso aos equipamentos de ponta. Hoje, empresas de alcance regional também oferecem o que há de mais avançado. E o melhor é que a indústria brasileira também está neste pacote. Para saber online SUCESSO O cuidado na produção também é parte da razão do sucesso que o forró do Aviões faz no Brasil. Em 2002, o ritmo ainda era um movimento regional, com o epicentro no Nordeste, e hoje é um fenômeno nacional, com bandas que via- http://machineamplificadores.com.br/ www.a3entretenimento.com.br/ www.avioesdoforro.com.br/
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