A minha maior obrigação é a da proximidade às
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A minha maior obrigação é a da proximidade às
PUB Edição 1846 1,20 Euro 12 de fevereiro de 2016 a 18 de fevereiro de 2016 www.mundoportugues.pt Diretor: Maria da Conceição Granado de Almeida [email protected] REGIONAL JOSÉ LUÍS CARNEIRO SECRETÁRIO DE ESTADO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS EM ENTREVISTA P. 7 Carnaval encheu o país de folia De norte a sul e ilhas, a palavra de ordem foi a alegria dos foliões e como não podia deixar de ser os políticos foram as grandes vítimas “A minha maior obrigação é a da proximidade às comunidades portuguesas” História de um jornal que dava (e dá) voz a quem não a tinha Ao celebrar os 46 anos de exis tência continuamos a contar a história do nosso jornal, que “deu voz a quem não a tinha” e por isso mesmo foi especialmente visado e perseguido pela censura... P. 8 P. 2, 3 e 4 NEGÓCIOS FREDERICO FALCÃO, PRESIDENTE DO IVV EM ENTREVISTA Governo vai pagar 1,9 milhões para ficar com metade da TAP “Área de plantação de vinha nova P. 20 e 21 vai crescer 1% ao ano” CASA ERMELINDA FREITAS PELO MUNDO P. 12, 13, 14 e 40 I LIGA FC Porto vai à Luz a 6 pontos de Canadá: Comunidade em Brampton distância do Benfica... angaria mais de um milhão de dólares para hospital Estados Unidos: Programa ajuda imigrantes lusófonos a encontrar emprego Inovação: Lusodescendentes desenvolvem aplicação voltada para o universo latino Música:AF_EDP_LBANDS_MP_250x50.pdf Lusodescendente Shawn Mendes 1 12:27 esgota concerto em Lisboa M Y CM MY CY CMY K P. 16 Inaugura adega nova a pensar na modernização e competitividade Frederico Falcão é um homem do sector do vinho. Está há quatro anos no Instituto do Vinho e da Vinha. Confessa que foi um grande desafio que abraçou. C P. 10 O trabalho dos últimos anos na criação do “mito Casa Ermelinda” tem sido a prova da excelência do trabalho desenvolvido. P. 26 INOVAÇÃO P. 37 Portugueses criam a primeira toalha repelente de mosquitos SEGUNDO ESTUDO DA UNIV. AVEIRO P. 38 Indústria da cortiça ajuda a atenuar as alterações climáticas p.2 DESTAQUE 12 DE FEVEREIRO DE 2016 JOSÉ LUÍS CARNEIRO - SECRETÁRIO DE ESTADO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS EM ENTREVISTA “A minha maior obrigação é a da proximidade às comunidades portuguesas” Para o novo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, é fundamental o compromisso com uma política e um rosto de proximidade aos portugueses que vivem no estrangeiro. Nesta entrevista ao «Mundo Português», José Luís Carneiro abordou os principais dossiers da pasta que recentemente assumiu. Rede consular, ensino do português no estrangeiro, participação política, Conselho das Comunidades Portuguesas, meio associativo, foram temas de que falou abertamente um governante que quer estar “muito próximo das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo”. Ana Grácio Pinto e José Manuel Duarte O que o fez aceitar a pasta da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas? Há três dimensões que contribuíram para este convite a sua aceitação. Estou convencido que foi decisivo, em primeiro lugar, a minha experiência académica ter-se iniciado por estas áreas do conhecimento, áreas que têm que ver com as relações internacionais nas suas múltiplas dimensões: institucional, económica, das organizações e do conhecimento da vida diplomática e da vida consular. Essa é a minha área de partida, do ponto de vista dos estudos académicos e científicos, e que desenvolvi nos primórdios da minha vida profissional. Depois, a minha experiência autárquica também contribuiu para poder dar uma visão concreta a um mundo de conceitos. A vida das relações internacionais é sempre muito associada aos conceitos, e um autarca é aquele que concretiza os conceitos. E a dimensão da proximidade é uma das marcas de qualquer secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. “(…) estes quatro últimos anos também foram de uma ‘drenagem’ imensa de pessoas para o exterior. Eu vivi, como outros autarcas, o drama de não ter instrumentos, mecanismos ao nosso dispor para poder segurar essas pessoas no nosso país, proporcionando-lhes condições de vida que evitassem a sua partida. Muitos partiriam na mesma, porque vão por outras razões, mas uma grande maioria parte por falta de condições de vida (…)” Mas essa proximidade, que é a marca do autarca, não corre o risco de poder desvanecer-se, porque passa agora a ser um dirigente político que está longe… Mas muito próximo das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Essa é aliás a minha maior obrigação: a da proximidade com essas comunidades. Depois, há uma terceira dimensão e que tem a ver com o facto de ter desempenhado, durante dez anos, funções no Comité das Regiões, onde estão mais de 350 representantes dos municípios e das regiões da Europa. Costuma-se dizer que o Comité das Regiões é a voz das comunidades locais e regionais na política europeia. Portanto, julgo que estas três dimensões foram factores que contribuíram para o convite que me foi feito e que muito me honrou: a experiência académica na área das relações internacionais; a experiência no Comité das Regiões; a experiência autárquica feita a trabalhar em territórios que têm muita emigração, como são os do interior do distrito do Porto. São territórios que, infelizmente, pela força das dificuldades que se viviam naqueles concelhos há 40, 50 anos atrás, conheceram muita emigração - numa primeira grande fase para o Brasil e numa segunda fase para França, Suíça, Bélgica, Luxemburgo. O que me habilitou a um contato e um conhecimento dessa realidade e ao mesmo tempo a um sentimento comprometido com a necessidade de uma política e de um rosto de proximidade. Foi autarca num concelho onde a questão da emigração esteve sempre presente… Infelizmente, toda a região do baixo Tâmega tem níveis de emigração muito elevados e os últimos quatro anos foram anos de nova intensidade. Já tinha sido outrora. Aliás, fiquei há dias surpreendido com os números da emigração para França entre 1954 e 1974. Não tinha a noção do que significou essa ‘massa’ migratória: em França, passamos de 25 mil pessoas em 1954, para 750 mil pessoas. E estes quatro últimos anos também foram de uma ‘drenagem’ imensa de pessoas para o exterior. Eu vivi, como outros autarcas, o drama de não ter instrumentos, mecanismos ao nosso dispor para poder segurar essas pessoas no nosso país, proporcionando-lhes condições de vida que evitassem a sua partida. Muitos partiriam na mesma, porque vão por outras razões, mas uma grande maioria parte por falta de condições de vida. A pasta das Comunidades Portuguesas tem uma série de dossiers e um deles é o Conselho das Comunidades Portuguesas. O CCP é um conselho cuja competência está bem, ou mal aproveitada? O Conselho das Comunidades Portuguesas vai ter a sua reunião plenária, como queremos que aconteça, em abril. O que quero que seja o Conselho das Comunidades não resulta de uma interpretação pessoal. Resulta, em primeiro lugar, do cumprimento do que está estabelecido em termos legislativos. O CCP tem funções consultivas e, no meu entender, essas funções são importantes se cada conselheiro fizer da sua representação, uma interpretação plena dessa faculdade de ser ouvido, de ser considerado no processo político relativo às comunidades portuguesas. E, depois, se nos seus territórios de trabalho social, cívico e político, fizer um trabalho aprofundado com as comunidades, de forma a que aquilo que nos transmita, na relação com a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, corresponda efetivamente ao entendimento da comunidade que vai representar. Eu tenho uma expectativa positiva sobre o trabalho que cada conselheira e cada conselheiro irão desenvolver no diálogo de construção das melhores soluções de políticas públicas destinadas às nossas comunidades espalhadas pelo mundo. Não há então perspetiva de mudança no modelo deste órgão consultivo? Um dos problemas que se colocam muitas vezes às políticas públicas, é que não se dá a necessária estabilidade à legislação que se produz. Julgo que o pior que poderia fazer, tendo (os conselheiros) sido eleitos em setembro passado e aguardando tomar posse, seria estar a equacionar a alteração legislativa do quadro que deu origem ao Conselho das Comunidades e deu legitimidade à eleição que muito recentemente ocorreu. Não faria qualquer sentido estar agora a produzir alterações na legislação que ainda não testamos do ponto de vista do seu funcionamento e do alcance que visa ter. Portanto, o que quero transmitir aos conselheiros, é uma palavra de confiança no seu trabalho e na capacidade para representarem os interesses das comunidades que os elegeram e em nome das quais vão dialogar com a Secretaria de Estado. Por falar em modelos, que futuro para o Ensino do Português no Estrangeiro (EPE)? Ser basicamente ensinado como primeira língua ou língua de herança, ou ‘crescer’ para o ensino como língua curricular estrangeira? Uma realidade não deve excluir a outra, são realidades que se complementam. Nós devemos trabalhar em dois sentidos que são complementares. Devemos manter o ensino complementar, tal e qual como existe hoje, com uma oferta diversificada, onde, por exemplo, as associações têm um papel decisivo. Mas devemos também trabalhar para que DESTAQUE 12 DE FEVEREIRO DE 2016 “(…)Há uma dimensão que me preocupa e vai merecer da nossa parte uma atenção especial: garantir um envolvimento das associações no recenseamento e na participação eleitoral. Há 4,5 a 5 milhões de portugueses espalhados pelo mundo mas temos cerca de 300 mil que se recenseiam e desses, cinco por cento que vão votar. Há problemas que é preciso ultrapassar e quero contar com o movimento associativo para me auxiliar no recenseamento dos portugueses e também no seu processo de participação eleitoral. Porque só assim é que as comunidades portuguesas passarão a ter força política” a língua portuguesa ganhe mais espaço na estrutura curricular do sistema de ensino dos países de acolhimento. Aliás, vi com bons olhos a notícia da resolução do Parlamento luxemburguês que vai criar um instituto internacional da língua, dando uma dimensão estratégica ao ensino do português no Luxemburgo. Porque a Língua Portuguesa é a quinta língua mais falada no mundo, é a terceira língua mais falada fora da União Europeia e a primeira língua falada no hemisfério sul. Se olharmos para o mundo, vemos que o Brasil é um país que tem uma relação preferencial com o Mercosul, com a América Latina e com toda a realidade da Ibero-América. Se olharmos para o continente africano, vemos que a Guiné-Bissau integra a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que é uma comunidade francófona; que Cabo Verde é também parceiro dessa Comunidade Económica; que Angola é um país proeminente na África Austral e na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral; que Moçambique, sendo também membro dessa Comunidade, é simultaneamente membro da Comunidade islâmica e da Commonwealth, de expressão inglesa. Também Timor-Leste está numa relação especialmente estratégica em tudo o tem que ver com a Ásia. Portanto, estes países que têm como expressão oficial a Língua Portuguesa, e também a têm como língua do quotidiano, são países que interagem e são influentes em todos estes espaços sub-regionais. Significa que o Português não é apenas útil, estratégico, para Portugal, mas tem que ser visto pelos outros países, como estratégico para esses mesmos países: para a França, a Inglaterra, a Alemanha, a Espanha… Nós temos que sensibilizar as autoridades regionais e nacionais desses países, onde temos comunidades portuguesas, para a importância da Língua Portuguesa e para a necessidade dela ser considerada uma língua estratégica. Foi isso que transmiti às autoridades francesas, porque na definição das línguas estratégicas, o Português não foi considerado uma língua estratégica para a França, e nós entendemos que ela o é, para os interesses políticos franceses. Por isso, procuramos sensibilizar os autarcas, os poderes regionais e também o meu homólogo no governo francês para a importância de ganharmos mais espaço no ensino da Língua Portuguesa no sistema de ensino francês. Mas não é suficiente integrar o Português na estrutura curricular e pedagógica das escolas francesas. É também necessário que haja contratação de professores de português, porque se legislarmos no sentido de integrar o Português na estrutura curricular e depois não houver o respectivo acompanhamento com a contratação de professores, diria que dificilmente poderá haver resultados concretos para a expansão da língua. Isto não significa que não devamos continuar a valorizar tudo o que tem a ver com o ensino da língua e cultura de origem. Esta é uma dimensão, mas não é concorrente da outra dimensão de abertura da língua ao mundo e a outras comunidades que a queiram aprender. Temos que trabalhar nestes dois planos. Como vê, esta Secretaria de Estado, o relacionamento com o movimento associativo português no estrangeiro? Um autarca tem uma noção muito clara do que é o movimento associativo, que tem várias dimensões. Primeiro, é o resultado da expressão voluntária de cidadãos que se entregam a essa dimensão de cidadania, de construírem, em solidariedade, respostas de desenvolvimento desportivo, cultural, recreativo da sociedade. Desde logo, tem que ser valorizado por esse facto. Segunda dimensão muito importante é que as associações são um espaço de inclusão dos mais jovens, de inclusão na comunidade. Porque é ali que, muitas vezes, pessoas de recursos económicos, culturais e sociais diferentes, se integram e interagem, se protegem também, e muitas vezes conseguem depois encontrar canais de relação exteriores. Em terceiro lugar, são, em princípio, instituições que prosseguem fins de fraternidade, solidariedade e cidadania. E para nós, o associativismo tem um papel determinante a desempenhar na relação com as comunidades portuguesas. Mas há prioridades. Uma delas tem a ver com o movimento associativo vocacionado para as jovens gerações, porque temos que garantir que continuam o esforço de organização social, trabalho colectivo e trabalho fraternal, que foi desenvolvido pelas gerações anteriores. E, quem tem experiência, como o «Mundo Português», sabe bem que muitas das novas gerações estão afastadas do movimento associativo, por força dos seus interesses que são hoje muito diversos dos seus pais e avós. Mas há também movimentos a emergir das jovens gerações - estudantes, investigadores, profissionais - que se estão a organizar. E a Secretaria de Estado está muito atenta a esse movimento de jovens que queremos apoiar e ajudar a dinamizar. Há também o movimento vocacionado para a igualdade de oportunidades, onde os movimentos da mulher emigrante também têm que ter uma atenção especial. Aí há um trabalho já conhecido da antiga secretária de Estado das Comunidades, Manuela Aguiar, muito vocacionado para a mulher migrante e que deve ser desenvolvido. Sei que a Secretaria de Estado para a Igualdade também tem esta preocupação e vamos trabalhar em conjunto para desenvolver um projeto voltado para a igualdade nas comunidades portuguesas. Depois há todas as outras manifestações desenvolvidas pelo associativismo, desde logo o ensino da língua e a promoção da cultura portuguesa. Enfim, são expressões da dinâmica diversa e multifacetada das comunidades portuguesas que queremos acompanhar, dinamizar e aprofundar, procurando efectivamente avaliar os impactos que essas iniciativas têm na vida das comunidades. Temos que ter um conjunto de critérios claros, transparentes, conhecidos de todos, para que todos se possam habilitar aos apoios da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas. Há uma dimensão que me preocupa e vai merecer da nossa parte uma atenção especial: garantir um envolvimento das associações no recenseamento eleitoral e na participação eleitoral. Há 4,5 a 5 milhões de portugueses espalhados pelo mundo mas temos cerca de 300 mil que se recenseiam e desses, cinco por cento que vão votar. Há aqui problemas p.3 “(…) o Português não é apenas estratégico, para Portugal, mas tem que ser visto pelos outros países, como estratégico: para a França, a Inglaterra, a Alemanha, a Espanha… Nós temos que sensibilizar as autoridades regionais e nacionais desses países, onde temos comunidades portuguesas, para a importância da Língua Portuguesa e para a necessidade dela ser considerada uma língua estratégica (…)” que é preciso ultrapassar e quero contar muito com o movimento associativo para me auxiliar no recenseamento dos portugueses espalhados pelo mundo e também no seu processo de participação eleitoral. Porque só assim é que as comunidades portuguesas passarão a ter força política. Falou no recenseamento eleitoral. Será este o maior responsável por se votar tão pouco nas comunidades? Ou falta ainda a visão, por parte de quem vive no estrangeiro, da importância de expressar o seu voto? A forma de votar não poderá ser também um entrave a uma maior participação? Todos os factores estão interligados, embora assumindo o objectivo político do governo de avançar com o voto electrónico, que faz parte do programa de governo. Mas até lá chegar há muitas coisas que podem ser feitas. Por que é que as pessoas votam pouco? Uma parte porque quando saíram de Portugal, não se votava no país, e não podemos esquecer que há muitos que nunca votaram, nem cá nem lá. E já tive a experiência, cá em Portugal, de pessoas que nunca tendo ido votar, tinham receio de o fazer pela primeira vez, porque não sabiam como se votava. Portanto há uma percentagem de pessoas que não vão votar porque nunca criaram hábitos de participação política, porque nasceram e cresceram durante o antigo regime. Mas os cortes que foram empreendidos na rede consular, também afastaram os serviços consulares dos cidadãos. quando abrimos as mesas de voto nos serviços consulares, e se cortamos os serviços consulares próximos das comunidades, colocamos essas mesas de voto muitas vezes a centenas de quilómetros dos cidadãos. Não podemos querer maior participação eleitoral, se afastamos as mesas de voto e os locais eleitorais, das comunidades. Por isso, há aqui um esforço de aproximação do recenseamento e dos atos eleitorais, às comunidades. Há um conjunto de obstáculos que estão a ser identificados, em diálogo com o nosso representante na Comissão Nacional de Eleições. Vamos determinar quais são essas causas que dificultam o recenseamento e a participação eleitoral, para, no quadro das nossas possibilidades imediatas, tentarmos trabalhar com os partidos políticos com assento parlamentar, para remover alguns desses obstáculos. Haverá outras alterações que carecem da mudança da lei eleitoral, mas aí já é preciso haver condições para que isso possa acontecer no quadro parlamentar. p.4 DESTAQUE 12 DE FEVEREIRO DE 2016 José Luís Carneiro nasceu a 4 de Outubro de 1971. É licenciado em Relações Internacionais. Mestre em Estudos Africanos, é doutorando em Ciência Política e Administração. Entre 1998 e 2005 foi vereador sem pelouro na Câmara Municipal de Baião. Foi Presidente da Câmara Municipal de Baião entre 2005 e 2015. Foi Deputado à Assembleia da República entre Fevereiro e Novembro de 2005, e, nesse período, integrou a Comissão dos Negócios Estrangeiros. Foi eleito membro da Assembleia Parlamentar Euro-Mediterrânica. Integrou ainda o Comité das Regiões da União Europeia, entre 2006 e 2015, as Comissões de Educação, Juventude, Ciência e Cultura (Educ) e a comissão de Coesão Territorial (Coter), tendo presidido à Comissão de Recursos Naturais (Nat). Foi membro do Conselho Geral da Associação Nacional dos Municípios Portugueses e do Conselho Económico e Social, entre 2013 e 2015. Desempenhou as funções de Chefe de Gabinete do Grupo Parlamentar do Partido Socialista entre 2000 e 2002. Eleito deputado para a XIII Legislatura, integrou as Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação; e, como suplente, integrou as comissões de Assuntos Europeus e Agricultura e Mar. Foi, ainda, eleito vice-Presidente da Direção da Bancada Parlamentar do PS. É presidente da Federação Distrital do Partido Socialista do Porto desde 2012. É docente universitário, com funções suspensas, na Universidade Lusíada e no Instituto de Ciências da Informação Administração (Aveiro). Tem trabalhos publicados nas áreas da ciência política e relações internacionais, e no âmbito dos poderes locais e regionais. Mas estou convencido que haverá pequenas alterações que se poderão fazer e traduzir-se-ão numa maior facilidade para garantir a participação dos nossos cidadãos nos atos eleitorais. Porque a primeira grande questão, é a da qualidade da democracia e a qualidade da participação dos nossos cidadãos, que não tem sido devidamente acautelada. E julgo que todos temos responsabilidade e todos temos também o dever de contribuir para que os nossos cidadãos possam ter outras condições de participar na vida democrática do seu país, Portugal, mas também na vida democrática dos países de acolhimento. Não é importante apenas votarem nos atos eleitorais de Portugal. É importante votarem também nos atos eleitorais em França, Luxemburgo, Bélgica, Suíça, Estados Unidos, Canadá… Ou seja, por todo o mundo. Porque se os nossos portugueses não participarem nos atos eleitorais, os autarcas, os governos regionais e os governos desses países não terão bem a noção da importância política das nossas comunidades. Esta questão da proximidade, reporta também à área consular. Qual é a sua visão dos serviços consulares? Há experiências desenvolvidas num passado recente que procuraram minorar os impactos dos cortes na rede consular, nomeadamente as permanências consulares e as antenas consulares. São experiências que queremos consolidar e desenvolver. Essa é uma das dimensões em que estamos a trabalhar. Mas há uma segunda dimensão que tem a ver com a modernização dos serviços consulares. Está em curso um programa que vai proceder à sua modernização, criando um sistema de gestão integrado desses serviços, desmaterializando alguns dos procedimentos de funcionamento dos serviços consulares. Com isso, esperamos nós, seremos capazes de libertar um pouco mais os serviços para o atendimento e para a qualificação desse atendimento. Claro que, de uma forma paulatina e progressiva e tanto quanto as condições orçamentais do país o possibilitem, gostaríamos de ir reforçando alguns recursos em áreas de urgências, em situações de emergência. Isso significa a reabertura de postos consulares, ou o reforço nas permanências consulares? Diria que, nesta fase, aquilo que está ao nosso alcance fazer, é o de reforçar as permanências consulares. REDAÇÃO Email: [email protected] tel. (00351) 21 795 76 70 AMIGO N.º1 DO CONSELHO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS EM 1994 MEDALHA DE MÉRITO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS EM 2000 FUNDADORES Valentim Morais e Padre Vítor Melícias Lopes ADMINISTRAÇÃO Chefe de Redação José Manuel Duarte (CP 3414) [email protected] Redatores Principais Ana Grácio Pinto (CP 2857) [email protected] António Freitas (CP 1920) Carlos Morais [email protected] DIRETOR Ana Rita Almeida (CP 6092) [email protected] Maria da Conceição Granado de Almeida (TE 402) [email protected] COLABORADORES E CORRESPONDENTES PORTUGAL Manuela Aguiar, Carlos Luís, Eduardo Moreira, Vasco Callixto, Manuel Pinto Coelho, Nélson Simas, Paulo Geraldo, Joaquim Vitorino, José António Barreiros ESTRANGEIRO África do Sul: Carlos Silva Alemanha: João Marques, Manuel Campos Argentina: Martin Fabian d’Oliveira Bélgica: António Fernandes Brasil: Ramos André, António Gomes da Costa, José António Marcelino, Linda Gonçalves, Dagmar Lourenço Canadá: Carlos Morgadinho Espanha: Luís Longueira Estados Unidos: Adalino Cabral, Edmundo Macedo, Glória de Melo, José Martins, Nelson Tereso França: Duarte Silva, António Cravo Holanda: José Camacho Suíça: Manuel Beja, António Santos Venezuela: Rui Carloto Inglaterra: Rogério Fragoso Dinamarca: Susana Louro O sistema de gestão integrado dos serviços, de que falou, o que irá alterar? Essa gestão integrada permitirá a partilha e a libertação de recursos para garantir um atendimento mais qualificado e de maior proximidade. Se libertarmos recursos, no âmbito dos serviços consulares, esses estarão mais disponíveis para garantir o atendimento. Hoje já muitos cidadãos acedem aos consulados, por via da internet, pedindo informações, solicitando esclarecimentos. Mas, muitas vezes, fazem esses pedidos e os nossos serviços consulares não têm condições para corresponder ao aumento da procura. Por exemplo, só no Consulado-Geral de Portugal em Paris, estamos a fazer cerca de 600 atendimentos por dia, são mais de 15 mil por mês. Conseguem perceber o que se passou nos serviços consulares e as dificuldades com que se deparam os nossos profissionais... Gostaria de deixar aqui uma palavra de reconhecimento público aos nossos cônsules, vice-cônsules, cônsules honorários e aos nossos funcionários dos serviços consulares, que com todas as dificuldades, com a exiguidade de recursos, foram conseguindo corresponder a um aumento da procura. Procuraremos, no quadro das nossas possibilidades, ir ao encontro das comunidades, explicar-lhes o esforço que estamos a fazer e também envolver as autarquias dos países de acolhimento, como procurei fazer em França, para que nos auxiliem neste objectivo, porque têm comunidades portuguesas ativas nos seus territórios. É expectável um aumento de funcionários? Temos que acautelar duas questões. Uma, garantir a substituição daqueles que previsivelmente vão solicitar a aposentação. Há um conjunto vasto de funcionários que alcançaram o tempo e a idade para se aposentarem, e temos que garantir condições para a sua substituição, na medida em que nalguns casos estamos em situações de rotura eminente. Para esses casos, temos que encontrar soluções, é um dever. “(...) Está em curso um programa que vai proceder à sua modernização, criando um sistema de gestão integrado desses serviços, desmaterializando alguns dos procedimentos de funcionamento dos serviços consulares. Com isso, esperamos nós, seremos capazes de libertar um pouco mais os serviços para o atendimento e para a qualificação desse atendimento” Não perca o video com destaques desta entrevista Mas pedindo ao mesmo tempo aos cidadãos que nos lêem, nos vêem e nos ouvem por todo o mundo, o ser compreensivos com as necessidades especiais que o Estado português no momento está a viver. E sermos muito responsáveis nas opções que tomamos em relação ao futuro de todos nós. Esteve recentemente com a comunidade portuguesa em França. Essa proximidade é apara se manter? Quais são os critérios de escolha das comunidades para as suas viagens? O critério da visita a França teve que ver com o facto de ser a nossa maior comunidade - estamos a falar de 1,2 milhões de portugueses - e de ser uma das mais antigas. Irei agora visitar Londres e Manchester pelo facto de ser a comunidade que mais cresceu nos últimos anos: estamos a falar de meio milhão de portugueses na Grã-Bretanha. Depois, irei procurar percorrer o conjunto dos países europeus que têm as maiores comunidades, de forma a que, entre março e abril, possamos também deslocar-nos para outras regiões, nomeadamente para a América do Norte, América Central e do Sul e depois para África e a Ásia, onde temos importantes comunidades e interesses. O resultado da visita a França foi muito positivo, porque me permitiu contatar com o movimento associativo, cultural, desportivo, humanitário e social. E ao mesmo tempo, encontrar-me com representantes do poder político francês, desde logo com o meu homólogo francês, e com autarcas em Paris, Lyon e Bordéus. Pude também contatar com cidadãos que desenvolvem diversas actividades, e perceber a dinâmica económica e empresarial dos portugueses. Aquilo que posso dizer é que esta visita foi muito positiva. Fui acolhido com muito afeto pelos nossos portugueses. Jamais esquecerei essa primeira receção oficial, e espero que assim continue, nomeadamente na visita que vou fazer a Londres e Manchester, entre 12 e 15 de fevereiro e depois a Bruxelas (Bélgica), dia 17, e Luxemburgo, dia 18. Morada: Av. Elias Garcia, 57 - 7.º • 1049-017 Lisboa - Portugal Fax: (00351) 21 795 76 65 Publicidade Assinaturas [email protected] Alípio Pereira (Coordenador) [email protected] [email protected] tlm. (00351) 91 983 77 76 Paulo Ferreira (Coordenador) tel. (00351) 21 795 76 71 tel. (00351) 21 795 76 68 Departamento de Eventos [email protected] Tânia Diniz [email protected] tel. (00351) 21 795 76 69 [email protected] Ana Lourenço (Coordenadora) [email protected] tlm. (00351) 91 983 77 75 tel. (00351) 21 795 76 73 Nádia Duarte Capital Social: 200.000 Euros SÓCIOS COM MAIS DE 5% DO CAPITAL NA EMPRESA: Carlos Manuel Cordeiro Baião Morais EDITOR e PROPRIETÁRIO MUNDO PORTUGUÊS Sociedade Jornalística S.A. Depósito Legal: 1971/83 Registo: Ministério da Justiça/107468 O Emigrante/Mundo Português: 107468 Estatuto Editorial: Ler em www.mundoportugues.pt [email protected] tel. (00351) 21 795 76 74 Serviços Administrativos Graça Vieira [email protected] tel. (00351) 21 795 76 66 /7 PORTE PAGO TIRAGEM No mês de JANEIRO 28.000 ex. AF_ANUNCIO_QUIOSQUE DIGITAL_MUNDOPORTUGUES_2016.pdf 1 03-02-2016 17:23:56 QUIOSQUE DIGITAL: UMA OUTRA FORMA DE LER A BORDO Através do Quiosque Digital, a leitura de bordo está disponível no ecrã do seu dispositivo móvel. Os jornais e revistas deverão ser descarregados depois do check-in efetuado , podendo ler os títulos em modo offline no seu smartphone ou tablet. Para ver que títulos estão disponíveis, insira o código da sua reserva na opção "Adicionar Reserva": o código é constituído por 6 dígitos alfa-numéricos e está indicado no seu bilhete de embarque e nas notificações de e-mail ou SMS. Este serviço é gratuito e está disponível através da aplicação móvel da TAP (válido para Clientes TAP a viajar em voos operados pela TAP). Esta funcionalidade já está disponível em dispositivos Android e iOS. Brevemente estará implementada nos dispositivos Windows. Esteja atento! Consulte também o Guia de Entretenimento Digital que resume os conteúdos existentes no sistema de entretenimento dos nossos aviões: esta publicação pode ser descarregada através do Quiosque Digital, mesmo sem adicionar uma reserva. C M Para saber mais sobre esta funcionalidade, utilize este QR Code e consulte toda a informação disponível em flytap.com. Y CM Desejamos-lhe boas leituras! MY CY CMY K DE BRAÇOS ABERTOS udo h á lu g a r p a r a t flytap.com p.6 CLUBE DOS LEITORES 12 DE FEVEREIRO DE 2016 DANIEL BASTOS - PORTUGAL Venha a noite que vier os olhos dos gatos círios de liberdade brilharão no escuro. Misteriosas criaturas veneram o silêncio, os encantos e agruras dos seus antepassados. Caudatos errantes saltam vedações percorrem os caminhos velados deixam pegadas nos corações. Quem me dera ser como os gatos reconhecer os ratos, brincar com as borboletas, possuir sete vidas! Desenho de Orlando Pompeo Os gatos E quando a dúvida e o medo de mim tomarem conta levando-me acaso a cair, saber eu prosseguir com a felina dignidade de cair de pé. “A velha armadura de Dom Quixote de La Mancha”, in ‘Terra’ JOÃO FERNANDES - CANADÁ No Canadá desde 1957 sempre com saudades de Portugal... Espero que estas duas linhas os vão encontrar a todos de boa disposição, são os votos deste emigrante que veio para este país em 1957, e ainda hoje sente muitas saudades de Portugal. Mas, enfim, é a vida. Quero dar os meus para- béns pelo vosso bom trabalho ao longo destes 45 anos, pois aprecio mesmo as vossas notícias e todo o conteúdo do jornal. Parabéns por isso. Os meus cumprimentos para toda a vossa equipa. As mensagens dos nossos amigos e leitores também nos chegam através da página do Mundo Português na rede social ‘Facebook’. Através dela, mantemos um contato diário com quem integra esta imensa comunidade, nos quatro cantos do mundo. A todos, o nosso Muito Obrigado por fazerem parte da Família do Mundo Português... Quanto mais se falar de Portugal, maior atração haverá na zona turística Precisamos de incrementar essa divulgação. Felicidades à equipa. Luís Milhano - Portugal Excelente página como janela para o «Mundo Português»! Acácio Costa - Portugal É muito lindo. Recebi o convite da minha prima e irei em breve visitá-lo (Portugal). É bom que, através do «Mundo Português , fico informada de tudo. Vejo esta cidade linda aconchegante. Se eu tivesse que sair do Brasil, escolheria Portugal. Me aguarde. Adilva Silva - Brasil O meu cantinho português... Eugénia de Oliveira - França Com o frio que temos por aqui, só o «Mundo Português» para nos aquecer o coração. Obrigado por todos os dias colocarem coisas novas nesta página (no Facebook). Anabela Espirituoso - Estados Unidos Adoro o caldo verde, tenho saudades. Mas é em Portugal que sabe melhor. Com outro sabor de Paris. Maria Gomes - França Bom dia para a Suíça e a todos os Portugueses espalhados pelo mundo! Dina Gomes Alves - Suíça Portugal sempre nos nossos corações... Dalva Nunes dos Santos - Brasil Um abraço para toda a equipa do jornal. Todas as semanas leio as vossas notícias. Ricardo Fernandes - Alemanha Adorei este bocado da nossa História! Bem haja «Mundo Português»! Parabéns pelo vosso trabalho, que é fazer chegar aos nossos emigrantes, espalhados pelos quatro cantos do Mundo, notícias do nosso Portugal! Muito sucesso para toda a equipa e ao seu diretor! Margarida Lamego - Portugal Es mucho interesante eso de Portugal que descubrió y muchas terras más. Juan Baptista - Venezuela Abraços a todos os portugueses espalhados pelo mundo. Marcos Andrés Zuasnabar - Argentina Que bom ler sobre as terras portuguesas. Dá para matar as saudades. Abraço para todos os portugueses que estão longe. REGIONAL 12 DE FEVEREIRO DE 2016 p.7 BOM TEMPO AJUDOU AOS FESTEJOS DE CARNAVAL Folia de norte a sul de Portugal e lhas Nas ruas, desde meados dos anos 50 do século passado, o desfile de Carnaval de Ovar contou com grupos com ritmos importados do Brasil. A região já conta mesmo com escolas de samba, que concentram os esforços de um ano de trabalho naqueles três dias de festa. Longe vai o chamado ‘Carnaval Porco’, assim apelidado porque os participantes atiravam um pouco de tudo. Uma batalha de ovos, tomates, farinha, que arrancava e terminava com a sirene dos bombeiros. Os estudantes brasileiros da Universidade de Coimbra levaram o samba para o Carnaval da Mealhada, ainda antes do 25 de abril. O primeiro rei do Carnaval da Mealhada foi o ator Jaime Barcelos, da telenovela brasileira “Gabriela”. Este ano, o rei foi o ex-candidato à Presidência da República “Tino de Rans”. O Carnaval de Torres Vedras arroga-se de ser o mais português dos carnavais. Matrafonas, Zés Pereiras e cabeçudos desfilaram pelas ruas. As referências à existência do Carnaval vêm do tempo de D. Sebastião, numa alusão a uns jovens que pregavam partidas com um galo. O Carnaval de Loulé tem mais de um século de história e começou por ser feito em prol dos mais necessitados. A ideia de criar um Carnaval organizado, cujas receitas revertessem para os pobres, data de 1906. Vinte anos depois, as receitas passaram a ser destinadas ao hospital. O Carnaval de Sines comemorou 90 anos. O desfile arrancou em 1926 com o rei e a rainha de Maduralândia, anunciados no jornal local. Começou por ser organizado por grupos de populares. O carnaval são três dias, mas não na festa da vila alentejana. A festa, este ano, começou logo em janeiro. Em Podence, Macedo de Cavaleiros, Carnaval é sinónimo de caretos nas ruas. A origem desta tradição perde-se no tempo. Homens com trajes de cores fortes, feitos a partir de colchas, máscara na cara e chocalhos à cintura. As mulheres solteiras são as visadas. Batem-lhes com os chocalhos e dançam em redor, sempre com a identidade salvaguardada pela máscara. O Carnaval da Madeira de 2015. Vestidos com roupas velhas e com a cara suja de fuligem, os foliões divertiam-se antigamente na rua principal do Funchal. Hoje, o Carnaval da Madeira é um produto turístico. Uma das atrações da festa madeirense é sempre o anti- go presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim. CERCA DE 30 MIL PESSOAS NO CORTEJO CARNAVAL DE SESIMBRA Cerca de 30 mil pessoas assistiram, segundo a autarquia, ao desfile de Carnaval na marginal da vila de Sesimbra, com seis escolas de samba e dois grupos de axé, que surgiu na década de 1980, no Brasil. “Com este tempo fantástico, com esta marginal, com o mar, com o ritmo e o colorido, com toda animação das escolas de samba, é um dos melhores carnavais de sempre”, disse à Lusa a vereadora da Cultura na Câmara Municipal de Sesimbra, Felícia Costa. Felícia Costa lembrou que, além do samba, Sesimbra vai ter também uma concentração de palhaços na segunda-feira, bem como as tradicionais cegadas, uma reposição das cantigas de escárnio e maldizer da Idade Média, com muita crítica social e política, e muita diversão durante as noites de Carnaval. Certo é que o Carnaval de Sesimbra atrai gente de muitos pontos do país, uns porque já se habituaram a marcar presença todos os anos, outros porque ainda não tinham tido oportunidade de conhecer, como Inês Mendes, que veio do Ribatejo com a família para assistir ao Carnaval sesimbrense. CARNAVAL DE OVAR COM PINÓQUIOS QUE MISTURAM MALÍCIA E CRÍTICA POLÍTICA O grande corso do Carnaval de Ovar arrancou com dezenas de pinóquios, aos quais as mentiras faziam crescer o nariz e a verdade aumentava o órgão sexual, no que o grupo ‘Vampiros’ combinou malícia e crítica política. “Sempre gostámos de desfilar com temas brejeiros e escolhemos o Pinóquio por duas razões”, explicou à Lusa o diretor do grupo, conhecido como ‘Zé’ Maia. “Quando ele diz mentiras, cresce-lhe o nariz; quando ele se porta bem, cresce-lhe outra coisa mais abaixo”, descreveu. As marionetas mecânicas criadas pelos 40 elementos do grupo têm essa dupla funcionalidade e passam ainda uma outra mensagem. “São uma criticazinha também aos nossos políticos, esses grandes mentirosos que nós gostávamos de lixar sexualmente, como eles merecem”, explicou. Entre os 2.000 figurantes que desfilaram pela Avenida Sá Carneiro, outra mensagem de duplo sentido foi “#aimarchavasmarchavas”, que serviu de tema ao grupo “Pindéricus”, constituído por 61 homens e, este ano, alargado a 21 músicos da banda filarmónica Boa União, que atuou ao vivo no carro alegórico. ALBERTO JOÃO JARDIM VOLTA À FOLIA DO CARNAVAL O cortejo alegórico de sábado do Carnaval da Madeira voltou a ter a participação do ex-presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, que integrou a ala dos percussionistas da trupe Turma do Funil. “O doutor Alberto João Jardim integra a banda de percussão com uma pandeireta e trajando um fato azul e amarelo, as cores da região, e com um chapéu igualmente azul e amarelo com plumas”, referiu o professor do Conservatório Esco- Carro alegórico do Carnaval de Loulé la das Artes e fundador do grupo José Nunes Atanázio. Nas folias de Carnaval, Alberto João Jardim começou na trupe Froufrou, de Ângela Morna, mas com a sua extinção passou a integrar a Turma do Funil, pela qual desfilou durante 27 anos consecutivos. A sua participação foi interrompida a partir de 2011, por questões de saúde, com exceção do ano de 2013, em que esteve presente. PUB p.8 História de 40 anos de vida de O EMIGRANTE/MUNDO PORTUGUES - 12 MUNDO PORTUGUES - 46 ANOS 12 DE FEVEREIRO DE 2016 HISTÓRIA DE UM JORNAL DIFERENTE FEITO PARA GENTE IGUAL censura implacável não nos dava tréguas e nem Um jornal Aas que dava voz a quem não a tinha foi cartas dos nossos leitores escapavam... especialmente visado pela censura - II no anocontato de 1973 pela chega-nos umavez carta de França Ao emigrar, muitos portuguesesAinda tomavam primeira com outrasdo formas nosso leitor FMS,Por Algarvio gema comentusiasmadamente uma profunda reflexão de organização social e outras realidades. isso,dequeriam sobre que a situação da agricultura nosso e a sua imaginá-las no seu país. A carta publicamos hojenoveio depaís, França em 1973 importância para o desenvolvimento do país. e nela o nosso leitor abordava o que devia ser a forma de revolucionar a nossa carta dizia então que se devia e retrógrada. agricultura, que na época era Na uma atividade ainda pobre “Obrigar os donos das terras a semeá-las, ou não Estávamosdeviam no ano arrendá-las de 1973 e constrói querendo a quemsociedades assim o livres quisesse e esclarechegou-nos fazer” de França uma carta à cidas, capazes de resistir aos múlredação, do nosso leitor FMS, um tiplos ataques da desinformação. e logo a seguir considerava que: algarvio de gema e que nos enviaNascido sob o lema AGIR SERà administração agrícola, assim como os va“os umacandidatos profunda reflexão sobre a VINDO, este foi talvez um dos Presidentes das Câmaras deviam ser escolhidos porserviços situação da agricultura em Portumaiores e inestimáveis gal e a sua importãncia aos para habitantes o de- que O votos distribuidos que tivessem mais dePOR19 EMIGRANTE/MUNDO senvolvimento TUGUÊS prestou comunidades anos e quedo ospaís. funcionários assim eleitos nãoàsdeveriam carta dizia então que se de- portuguesas e aos cidadãos portuterNaoutro trabalho durante a permanência nesse cargo”. via “obrigar os donos das terras a gueses que partiam para o estranNoutro ponto do mesmo artigo leitor achava que os semeá-las, ou não querendo de- este geiro. Dar-lhes (quando a censura “capitalistas não deviam ter passaporte deinformação turismo com viam arrendá-las a quem assim o deixava) uma isenta, quisesse fazer” validade superior a um mês por ano” séria e que promovesse a reflexão (...) A censura significava a morte da inteligência e do senso comum, mas tal como os nossos fundadores nunca se vergaram também hoje permanecemos fiéis a este desígnio de informar os nossos leitores com isenção e rigor. Que a censura continua a existir não temos qualquer dúvida. O grande drama dos jornalistas de hoje é ter a capacidade de reconhecer as diversas formas com que ela se enfeita para enganar, persuadir e influenciar (...) E logo a seguir considerava que: nos seus leitores. Por isso os leito“os candidatos à administração res do nosso jornal foram sempre Ora as ideias deste nosso leitor até podem ser discutíveis e agrícola, assim como os Presiden- tão participativos, revelando semmuitos podem mesmo não estar pre de um acordo com elas, mas não tes de Câmara deviam ser escolhigrande interesse pelas coihá dúvida nenhuma que poder publicá-las é um direito dos por votos distribuidos aos ha- sas que aconteciam em Portugal e bitantes que tivessem mais de 19 absoluto. Neste caso porém a censura vez mais decidia em todouma o mundo. anos os funcionários assim vezes, purae eque simplesmente cortar o que lheMuitas “parecia” nãoquando ser enfreneleitos não deveriam ter outro tra- tavam crises sociais e económicas admissível, decidindo assim pelo “senso comum” dos balho durante a permanência nes- nos próprios países de acolhimensecidadãos. cargo”. Noutro ponto da mes- to, era para o noso jornal que se viCuriosamente este é um ainda fenómeno comum a “tantas censuras” ma carta, este leitor achava ravam em busca de uma palavra e que “capitalistas noos mundo inteironão quedeviam nuncater permitem cidadão o permitisse tode um ao sinal que lhes passaportes de turismo com valimarcom as suas e procurar conhecimento da verdade, fazendo quedecisões eles fossem cada o dade superior a um mês por ano”. seude rumo. vez mais vuneráveisl a outros tipos “intoxicação informativa”. Ora as ideias deste nosso leitor Grande responsabilidade que até podiam ser discutíveis e muitos sempre tivémos no cumprimento Só a verdade e aestar reflexão pessoal sériapapel e honesta dos no saber podem mesmo não de acordo deste e sobretudo com elas, mas não hásociedades dúvida ne- livres cidadãos, constrói e esclarecidas, capazes informar sem influenciar, ajudando nhuma que poder publicá-las é um da a decidir sem obrigar, em suma, a de resisitir ao multiplos ataques desinformação. direito absoluto. Neste caso, po- ser um permanente amigo à disporém, a censura uma vez mais de- sição de todos e de cada um. Nascido o lema decortar AGIRoSERVINDO, talvez cidia pura esob simplesmente Esta é este uma foi missão queum ainda doslhe maiores e inestimáveis serviços que O EMIGRANTE que “parecia” não ser admishoje, apesar da mudança dos temsível, decidindo assim pelo “senso pos, nos anima eportuguesas por isso semaMUNDO PORTUGUÊS prestou às comunidades e comum” dos cidadãos. nalmente cá estamos a ser aqueaos cidadãos portugueses que partiam para o estrangeiro. DarCuriosamente este é um fenóamigo que informa, que diverte, lhes (quando a censura deixava) leuma informação isenta, séria meno a “tantas censuras” no mun- que ajuda a refletir, e que sobretudo e que promovesse a reflexão nos seus leitores. Por isso do inteiro, que nunca permitem ao está sempre disponível paraos ajudar leitores do nosso jornal foram sempre tão participativos cidadão o conhecimento da verda- os seus leitores em todos e os momde, fazendo com que um elestão fossem da vida, da sua família revelaram sempre grandenentos interesse pelas coisas quee dos cada vez mais vulneráveis a seuso amigos. aconteciam em Portugaloutros e em todo mundo.Por isso dizemos com tipos de “intoxicação informativa”. orgulho sempre renovado que o que Muitas vezes quando enfrentavam crises sociais e económicas Só a verdade e a reflexão pes- outrora foi uma lema, hoje é razão nos próprios países de acolhimento era para esteEjornal que se soal, séria e honesta dos cidadãos, de vida: AGIMOS SERVIMOS... viravam em busca de uma palavra e de um sinal que lhes permirtisse tomar as suas decisões e procurar o seu rumo. Grande responsabilidade que sempre tivémos no cumprimento deste papel e sobretudo no saber informar sem influenciar, ajudar a decidir sem obrigar, em suma a ser um permanente amigo à disposição de todos e de cada um. Esta é uma missão que ainda hoje, apesar da mudança dos tempos, nos anima e dentro das nossas possibilidades cá estamos semanalmente a ser aquele amigo que informa, que diverte, que ajuda a reflectir, e que sobretudo está sempre para os nossos emgrande todospreocupação os O disponível apoio à difusão da ajudar língua portuguesa foi leitores sempre uma do jornal O EMIGRANTE momentos da sua vida, da sua família e dos seus amigos. Por isso dizemos com orgulho sempre renovado que o que outrora foi um lema, hoje é razão de vida: AGIMOS E SERVIMOS... Continua 12 DE FEVEREIRO DE 2016 PENAMACOR Vila vai ter novas termas O Ministério da Economia aprovou a concessão e exploração de águas minerais na vila de Penamacor, medida que resultará na criação das Termas de S. Tiago e que dotará aquele concelho de duas estâncias termais. A concessão, que vigora por 50 anos, foi atribuída à Malcatur, sociedade hoteleira que detém um hotel e um spa naquela vila e que foi a promotora deste processo que culminou com a assinatura do respetivo contrato co o Governo. Durante a cerimónia, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, que coincidentemente é natural desta vila do distrito de Castelo Branco, ressalvou a importância de colocar os recursos naturais ao serviço da economia e do desenvolvimento do território. “São projetos que, em conjunto com a iniciativa privada, ajudam a criar emprego e são um estímulo para a economia”, afirmou. A falar naquele que é um dos concelhos mais desertificados do país, o governante também lembrou os benefícios deste tipo de aposta para o desenvolvimento dos territórios, nomeadamente através da dinamização do turismo. “São recursos que fazem parte do que pode ser o futuro desta região”, afirmou. O potencial turístico que se ganha foi também uma das ideias transmitidas pelo presidente da Câmara Municipal de Penama- cor, António Luís Beites, que se mostrou convicto de que esta concessão contribuirá “para o desenvolvimento do concelho”. O autarca destacou ainda o facto de este passar a ser um dos poucos concelhos do país a ter duas estâncias com águas termais, já que a freguesia de Águas também tem uma concessão atribuída e um balneário termal a funcionar. “Acreditamos que isto contribuirá fortemente para aumentar o potencial turístico de Penamacor e não temos dúvida nenhuma de que é uma mais-valia a vários níveis”, disse. O contrato de concessão prevê que a sociedade hoteleira proceda, no prazo de dois anos, à execução de uma nova captação de água. Além disso, no prazo em 36 meses, deverá realizar um estudo médico-hidrológico que apresente as indicações terapêuticas da água mineral natural, cujas análises iniciais já indicaram que águas com propriedades termais e ricas em ferro e magnésio. A Malcatur fica ainda obrigada a pagar à Direção Geral de Energia e Geologia uma compensação anual - calculada com base na água mineral extraída das captações autorizadas -, pagamento do qual ficará isenta nos primeiros três anos de exploração, “tendo em consideração os elevados investimentos realizados nas infraestruturas termais e hoteleiras”. ESTRADA VINHAIS/BRAGANÇA Obras vão estar concluídas em março O ministro do Planeamento e Infraestruturas anunciou que o projeto da retificação da estrada que liga Bragança a Vinhais, reclamado há vários anos, vai avançar, para encurtar para metade o tempo de viagem. O governante apontou a conclusão do projeto para “final de março”, deixando para uma fase posterior o financiamento, que o autarca local, Américo Pereira, calcula em 10 milhões de euros. As curvas dos pouco mais de 30 quilómetros que separam as duas localidades não desmotivaram, mas tornaram mais vagarosa a peregrinação de automóveis à Feira do Fumeiro, que hoje terminou, em Vi- nhais, e onde o ministro fez o anúncio. Numa zona onde, nesta época do ano, o gelo e a neve agravam os constrangimentos de mobilidade, o projeto pretende “cortar” as curvas mais perigosas, nomeadamente na zona de Soeiro, e encurtar em 10 quilómetros a ligação, o que significaria que seria possível fazer a viagem de Bragança a Vinhais em cerca de 20 minutos. “A obra tem de se fazer, é de justiça que se possa acelerar essa ligação”, afirmou o ministro Pedro Marques, indicando que, embora Bruxelas tenha deixado de financiar estradas, este projeto deverá contar com apoios do fundo de coesão. REGIONAL p.9 p.10 NACIONAL 12 DE FEVEREIRO DE 2016 TAP Governo de António Costa vai pagar 1,9 milhões de euros para o Estado ficar com 50% da TAP! O Governo de António Costa vai pagar 1,9 milhões de euros para o Estado ficar com 50% da TAP, resultado das negociações com o consórcio Atlantic Gateway, que detinha 61% do capital do grupo dono da transportadora aérea. A Atlantic Gateway fica agora com 45%, podendo chegar aos 50% com a aquisição do capital à disposição dos trabalhadores. Na cerimónia, que firmou o novo acordo, o empresário Humberto Pedrosa, que lidera o consórcio privado que venceu a privatização da TAP em 2015, afirmou estar confortável com a nova solução encontrada. “A boa vontade de ambas as partes permitiu que terminasse em casamento”, referiu. “O que aconteceu foi baralhar e dar de novo. O importante é que está assegurada a continuação da gestão privada da TAP e assegurado o nosso plano estratégico”, sublinhou Humberto Pedrosa. O Governo já chegou a acordo com o consórcio Atlantic Gateway, dos empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa, nas negociações para reverter o processo de privatização da TAP. O Estado vai pagar 1,9 milhões de euros para ficar com 50% das acções da companhia de aviação e Fernando Pinto deverá manter-se na presidência da empresa. Além dos 50% que o Estado passará a deter, 5% do capital da TAP está reservado aos trabalhadores, como prevê a leiquadro das privatizações. Caso haja adesão total à venda dessa tranche, que ainda terá de ser concretizada, o consórcio privado ficará limitado a uma participação de 45% na transportadora aérea. Ainda assim, a intenção é que a gestão da TAP permaneça privada. “O Estado passa a ter 50% das acções da TAP e o conselho de administração será paritário (seis elementos nomeados pelo Estado e seis pelo consórcio). A gestão da TAP tem sido de natureza privada e está bem entregue”, disse o ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques. O Estado terá voto de qualidade nas decisões estratégicas e direito a nomear o presidente, que continuará a ser o gestor brasileiro Fernando Pinto. Este acordo dá por terminadas as negociações que começaram no ano passado, depois de o PS ter formado Governo. A venda da TAP foi concluída em meados de Novembro, poucos dias antes da queda do executivo de Passos Coelho, que já em 2012 tinha tentado alienar 100% da transportadora aérea. O Governo de António Costa tinha a reversão da privatização inscrita no seu programa. Mas o objectivo era voltar a deter a maioria do capital. No final do ano passado, o primeiro-ministro garantiu, em conferência de imprensa, que o Estado iria “retomar 51% do capital” da TAP. “A execução do programa do Governo não está sujeita à vontade de particulares que resolveram assinar um contrato com o Estado português, numa situação no mínimo precária, visto que estavam a assinar com um Governo que tinha O consórcio Atlantic Gateway, dos empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa, com o ministro Mário Centeno e ministro Pedro Marques sido demitido na véspera”, afirmou na altura. “BOA VONTADE E DIÁLOGO PERMITIRAM CASAMENTO” O empresário Humberto Pedrosa, que lidera o consórcio Gateway, afirmou que está confortável com o acordo assinado com o Governo, que devolve ao Estado 50% da TAP, referindo que a “boa vontade e diálogo permitiram o casamento”. “Inicialmente disse que o nosso projeto e o do Governo não casavam, mas a boa vontade de ambas as partes e o diálogo permitiram que terminasse em casamento, como não podia deixar de ser entre pessoas de boa-fé”, afirmou Humberto Pedrosa, na cerimónia de assinatura do memorando de entendimento, no Ministério do Planeamento e Infraestruturas, em Lisboa. O líder do consórcio Gateway resumia assim a mudança de opinião em relação à titularidade do capital, que esteve a ser negociado com o Governo de António Costa, desde que este tomou posse. “Chegámos a um acordo de 50%-50% de participação social, pelo que a empresa será privada”, declarou. O Governo de António Costa vai pagar 1,9 milhões de euros para o Estado ficar com 50% da TAP. EM PENELA Visita do ministro adjunto ao centro de refugiados “Salaam aleikum” (que a paz esteja convosco), foram as primeiras palavras do ministro adjunto, Eduardo Cabrita, aos 20 refugiados que estão em Penela há três meses, numa manhã repleta de “obrigados”, ditos em três línguas: português, inglês e árabe. Durante a visita de Eduardo Cabrita, houve tempo para um menino moldavo declamar poesia que fala da fuga à guerra, escutar fado de que o refugiado sírio Samir tanto gosta, ouvir as crianças sírias e sudanesas a mostrar o que têm aprendido e vários agradecimentos: “shukran”, “thank you”, “obrigado”. Numa pequena sala do Centro de Acolhimento Paz, em Penela, que acolhe desde há três meses 20 refugiados sírios e sudaneses, Eduardo Cabrita deu as boas vindas aos refugiados em árabe, mas logo a seguir passou para o português - “eles percebem”, frisou Nataliya Bekh. “É importante que se sintam em casa, em paz e em liberdade nesta terra que queremos que seja a vossa terra”, afirmou o ministroadjunto, enquanto os refugiados, numa sala apinhada de jornalistas e representantes de instituições, tentavam perceber o representante do Governo. Depois de umas breves considerações, Eduardo Cabrita passou a palavra para os refugiados. “É um prazer”, disse em português Fouad Nadeem, sírio de Alepo, passando logo de seguida para o inglês, para agradecer por “tudo o que fizeram por nós”. O futebol, bem como algumas palavras baseadas no árabe, como “oxalá”, ajudaram a quebrar a timidez inicial. “Perceber é fácil, mas falar é difícil”, contava ao ministro o engenheiro químico Samir, de Homs. Nestes três meses de vida no pequeno concelho de Penela, com pouco mais de 3.000 habitantes, “já há uma história de integração”, com “muitos momentos felizes”, afirmou a diretora do centro, apontando para um mural de fotos de vários momentos, em que um dos mais marcantes foi protagonizado pela bebé Retal, que chegou com dez meses e que nesta vila “começou a dar os seus primeiros passos”. Depois da introdução no Centro de Acolhimento, ministro, comitiva e refugiados seguiram para a escola de Penela, onde estavam as crianças, tendo sido recebidos por um grupo de cordas a tocar a Balada de Despedida. “Fado, certo?”, perguntou Samir, dizendo logo de seguida: “é muito bom”. Numa das salas de aula, e confrontado por Eduardo Cabrita, o jovem Waseem disse, em português, que gosta de física e de matemática e que já fez amigos, e, apesar da língua ser “o mais difícil”, aventurou-se a ler algumas frases, enquanto Fouad se juntou às câmaras para o filmar: “sou um pai orgulhoso”. “As crianças estão completamente adaptadas”, disse o diretor do agrupamento de escolas, Avelino Santos. Exemplo da capacidade que Penela tem em integrar é Nikita, moldavo de 12 anos, que está há dois anos a viver na vila e que já pertence ao quadro de mérito da escola. Perante a comitiva, Nikita leu, em moldavo, um poema de Gregorio Viero, um dos seus poetas favoritos, que fala de um jovem que “foi para a guerra e nunca mais voltou, e a mãe ficou com as camisas dele e vai todos os sábados lavá-las ao rio, porque pensa que um dia ele pode voltar e vesti-las novamente”. Escolheu o poema a pensar “nas crianças” que hoje fogem da guerra. “Espero que sejam felizes em Portugal”, afirmou o ministro, nas despedidas. “Muito prazer”, respondeu em português outro dos refugiados sírios, Mahmoud. p.12 PELO MUNDO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 CONSELLERÍA DE EDUCACIÓN DA JUNTA DA GALIZA DIZ QUE NÚMERO DE DOCENTES É SUFICIENTE Professores de Português acusam Junta da Galiza de não ter aberto vagas em 2016 A Associação de Docentes de Português na Galiza (DPG) acusa a Junta da Galiza de “falta de vontade política” no ensino da língua portuguesa ao nível básico e secundário, por não ter aberto vagas em 2016. Mas a Consellería de Educación da Junta da Galiza explica que “ o número de docentes de português contratados é suficiente para cobrir as necessidades do sistema educativo, razão pela qual não foram abertas vagas”. Num comunicado enviado à agência Lusa, a DPG criticou a Consellaría de Educación de “nada ter feito pela integração da língua portuguesa no sistema público de ensino espanhol”. “Além do ensino do português não ter sido promovido houve até obstáculos, por parte de algumas direções de centros e inspeções educativas”, sustentam. A introdução do ensino da língua e cultura portuguesa no sistema educativo espanhol consta da lei 1/2014 aprovada em abril desse ano pelo parlamento daquela região de Espanha. O diploma nasceu de uma iniciativa popular, conhecida como Iniciativa Legislativa Popular Valentín Paz-Andrade. A petição a exigir o ensino do português nas escolas da Galiza teve mais de 17 mil assinaturas. Para a DPG, a Consellería de Educación da Junta da Galiza “não tem cumprido” o disposto na lei, que pretende estreitar os laços com os países da lusofonia, defendendo que “deveria ter sido feita uma aposta clara neste ano académico para a introdução da língua portuguesa no sistema de ensino formal galego, nos seus níveis de primária e secundária”. NÚMERO DE DOCENTES CONTRATADOS “É SUFICIENTE” Em resposta escrita a um pedido de esclarecimento enviado pela agência Lusa, fonte da Consellería de Educación da Junta da Galiza explicou que, “neste momento, o número de docentes de português contratados é suficiente para cobrir as necessidades do sistema educativo, razão pela qual não foram abertas vagas”. “No momento em que se registar maior procura por parte dos alunos será avaliada a possibilidade de abertura de novas vagas para a contratação de professores”, disse. PUB A fonte da Consellaría de Educacíon adiantou à Lusa que a lei Paz-Andrade “estabelece que a introdução do português como segunda língua estrangeira seja progressiva. “O nosso objetivo é impulsionar o ensino do português e, nesse sentido, já se deram passos muito importantes com um aumento considerável de alunos, o que fortalece o sistema educativo galego”, defendeu. Já a associação de docentes de português na Galiza acusou o Governo daquela região espanhola de “discriminar o português em relação à língua francesa que viu recentemente serem abertas as vagas para o ensino secundário”, referindo-se a um anúncio aberto, dia 21 de janeiro passado, pela Direção Geral de Centros e Recursos Humanos. Para a DPG, aquelas vagas foram abertas “em detrimento da língua portuguesa, tal como aconteceu com a língua italiana, com abertura de vagas realizada no passado dezembro de 2014”. “Consideramos que a língua portuguesa está a ser prejudicada em comparação com as restantes línguas no atual sistema educativo”, argumentou a associação, “exigindo” que seja “acelerado o processo de introdução da língua portuguesa no secundário”. A fonte do governo galego explicou que adiantou a introdução progressiva do português nas escolas galegas como consta também de um acordo assinado entre a Junta da Galiza e o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua. “Trata-se de um processo progressivo, no qual estamos a trabalhar e que aumentou de 800 alunos no ano letivo 2014/2015 para os 1.800 em 2015/2016”, adiantou. A Junta da Galiza adiantou que, no âmbito daquele acordo, teve início em 2015, em colaboração com Camões - Instituto da Cooperação e da Língua - a formação de professores galegos para lecionarem noções básicas de língua portuguesa no ensino primário e para a introduzir como segunda língua estrangeira no ensino secundário. ESTADOS UNIDOS Programa vai ajudar emigrantes lusófonos a encontrar emprego A Aliança de Falantes de Português de Massachusetts (MAPS, na sigla em inglês) está a desenvolver um programa para ajudar os imigrantes de língua portuguesa a encontrar trabalho, disse à Lusa fonte da organização. “É muito importante que tenhamos um entendimento claro das necessidades das nossas comunidades para que as possamos servir da melhor forma”, explicou em nota enviada à Lusa a diretora dos Serviços de Integração de Imigrantes da MAPS, Dulce Ferreira. O novo programa chama-se ‘MAPS Step-Up’ e, durante esta fase inicial, vai procurar averiguar as necessidades da comunidade em termos de formação profissional e emprego e criar uma série de soluções. “Esperamos que, ao contribuirmos para a eliminação de barreiras linguísticas e culturais, conectando os nossos clientes com empregadores e oportunidades de formação, lhes possamos dar as condições para avançarem nas suas carreiras e arranjarem melhores empregos, com melhores remunerações”, explicou Dulce Ferreira. A MAPS, que auxilia mais de 10 mil falantes de português todos os anos, garante que o programa já ajudou vários associados a conseguir emprego. A organização já estabeleceu parcerias com instituições de formação profissional, bem como com entidades empregadoras. O programa também vai financiar aulas de Inglês e formação profissional em Inglês. Nesta primeira fase, está disponível para falantes de português residentes em Boston, através dos escritórios da organização de serviços sociais e de saúde em Dorchester e Brighton. O programa será financiado com uma bolsa da cidade de Boston, a Community Development Block Grant, que nos últimos sete anos apoiou 321 projetos, atribuindo uma média de 741 mil dólares (cerca de 678 mil euros) a cada um. PELO MUNDO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 CANDIDATURAS ATÉ 15 DE ABRIL FLAD lança prémio para escritores dos PALOP A Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e as Edições Esgotadas querem distinguir escritores emergentes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Dessa forma, escritores oriundos de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné e São Tomé e Príncipe poderão concorrer, através do ‘site’ da FLAD, até ao dia 15 de abril deste ano ao Prémio Literário Eduardo Costley-White. O galardão garante a primeira edição da obra premiada, através das Edições Esgotadas, e recebe o nome do escritor moçambicano que faleceu, aos 50 anos, em 2014. “A iniciativa celebra os 800 anos da língua portuguesa, homenageando um dos expoentes máximos da poesia moçambicana, que dá nome ao prémio literário a ser atribuído”, explicou a FLAD em comunicado enviado à agência Lusa. Costley-White nasceu em Quelimane, na província de Zambezia, filho de mãe portuguesa e de pai inglês, e começou a publicar em 1984, com a obra «Amar Sobre o Índico». Pertenceu à geração literária fundadora da Revista Charrua, da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEM), da qual foi um membro destacado, e publicou mais de uma dezena de títulos. A Associação de Imprensa Moçambicana considerou-o, em 2001, a figura literária do ano e a antologia da sua obra poética “O Libreto da Miséria” foi, em 2012, Prémio BCI de Literatura. O prémio com o seu nome surge meses depois de a FLAD ter lançado o programa FLAD África, uma iniciativa de quatro anos que tem por objetivo retomar a presença da fundação no continente. “O papel da FLAD não se limita a aprofundar a relação entre Portugal e EUA, uma vez que o reforço das relações de Portugal com África, através das comunidades portuguesas e africanas, constitui um importante pilar da nossa atuação”, explicou, em nota enviada à agência Lusa, o presidente da FLAD, Vasco Rato. O mesmo responsável explicou que, “neste caso, difundir a língua portuguesa e exaltar os autores que escrevem em português foi um dos grandes objetivos que pautaram o lançamento do Prémio Literário Eduardo Costley-White.” Além da celebração dos oito séculos da língua portuguesa, com este prémio, a FLAD pretende assinalar também a comemoração dos seus 30 anos e os 20 anos de existência da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). p.13 CANADÁ Comunidade em Brampton angaria mais de um milhão de dólares para hospital Um grupo de portugueses no Canadá angariou mais de um milhão de dólares para ajudar na reconstrução de um hospital em Brampton, no sul do país. “O objetivo de um milhão de dólares canadianos (631 mil euros) foi alcançado logo ao fim de quatro anos, após a criação do grupo de trabalho de voluntários. Depois, propusemo-nos a continuar com a angariação de fundos até passarem os cinco anos”, contou à agência Lusa, Manuel Alexandre, de 63 anos, presidente dos Amigos Portugueses do Peel Memorial Hospital. O emigrante português, natural de Unhais da Serra (distrito de Castelo Branco), está no Canadá há 38 anos e explicou que os promotores receberam o apoio de uma empresa local, que se comprometeu em fazer uma doação com um valor semelhante aos recolhido pelos voluntários. Por isso, já foram depositados 1,6 milhões de dólares canadianos (um milhão de euros) na conta para o hospital. Este objetivo de superar um milhão de dólares foi almejado em estreita parceria com os sindicatos Liuna Local 183 e Local 506, organizando os Amigos do Peel Memorial diversos eventos de cariz solidário. O Peel Memorial Hospital deve entrar em funcionamento em fevereiro de 2017, permitindo aos uten- tes um serviço especializado de cuidados de ambulatório, incluindo atendimento nas urgências, intervenções cirúrgicas durante o dia e terá clínicas para ajudar os utentes a gerirem melhor as condições crónicas como a asma, diabetes e doenças renais. “Muitos dos portugueses que residem nesta área nunca fizeram nada por este hospital. Metemos uma marca portuguesa naquele hospital. Achamos que esta seria a altura de fazer alguma coisa gratificante e de reconhecimento para a comunidade portuguesa”, afirmou o emigrante à Lusa. O hospital, com seis pisos, tem capacidade para 500 utentes, crian- do diversos postos de trabalho “quer a tempo inteiro, quer em períodos mais curtos”. “Estamos numa situação de solidariedade. Se dermos um pouco de nós, no futuro, serão as nossas comunidades, os nossos filhos e netos, os principais beneficiários de tudo isto”, frisou Manuel Alexandre. Brampton é a nona cidade mais populosa do Canadá com 524 mil habitantes (dados de 2011), está localizada a sul do Ontário, a 50 km do noroeste de Toronto, sendo a comunidade portuguesa a quarta com maior expressão no município, onde residem cerca de 60 a 70 mil portugueses e luso-descendentes. ESTADOS UNIDOS Portugueses do Havai e Porto Rico abrem centro recreativo A Associação de Portugueses do Maui, no Havai, em conjunto com a Associação de Porto Rico, inauguram em maio uma sede na cidade de Paia, que custou 4,5 milhões de euros e vai acolher um salão recreativo e escritórios. “O centro é para o uso da comunidade. Paia só tem um centro comunitário e está a crescer”, explicou uma responsável da associação, Rocha Reed, à imprensa local. O projeto recebeu em janeiro uma doação de 250 mil dólares (230 mil euros) do concessionário da Toyota na ilha, o luso-descenden- te Damien Farias, que permitirá terminar a obra em março, a tempo de obter a licença de uso em abril e abrir em maio. Desde 2011, as duas associações já tinham angariado 4,86 milhões de dólares (cerca de 4,5 milhões de euros). A nova sede terá dois salões separados, que poderão ser alugados para casamentos e eventos e espaço comercial no rés-do-chão que será alugado a organizações que prestem apoio à população. Os primeiros portugueses a instalar-se neste arquipélago fo- ram baleeiros açorianos, que chegaram aos EUA através dos estados da Nova Inglaterra. Entre 1878 e 1888, 17 navios transportaram 11.057 emigrantes dos arquipélagos dos Açores e da Madeira para estas ilhas, que foram trabalhar essencialmente na cultura da cana-de-açúcar. Entre esses imigrantes, estava a avó de Rocha Reed, que chegou em 1886. Apesar de hoje praticamente não se falar português nas ilhas, existem muitos nomes de família como Rebelo, Perestrelo, Vieira, Câmara, Bettencourt, Silva, Soares, Cardoso e Freitas. Entre as contribuições da comunidade estão, por exemplo, a introdução do cavaquinho, ukulele na designação local, a massa sovada, conhecida como ‘sweet bread’ e as tradições do Espírito Santo, que continuam vivas. No novo centro, vai estar em exposição uma ‘carrinha da avó’, com produtos e objetos ilustrativos da herança portuguesa, como um ferro de passar roupa a carvão do século XIX ou um cavaquinho. No Havai, existem atualmente cerca de onze associações portuguesas. PUB p.14 PORTUGUESES NO MUNDO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 A REFLEX LATINO QUER PERMITIR ÀS VÁRIAS COMUNIDADES LATINAS EM FRANÇA, ENCONTRAREM TUDO O QUE COMPÕE O UNIVERSO LATINO Lusodescendentes desenvolvem aplicação voltada para o universo latino É uma aplicação móvel e nasceu da ideia de um jovem lusodescendente em França. A Reflex Latino dirige-se a todas as comunidades latinas e quer permitir aos inúmeros utilizadores, encontrarem perto de si, tudo o que compõe o universo latino. Lançada numa primeira fase em França, a aplicação deverá alargar o seu universo a outros países Ana Grácio Pinto A Reflex Latino é uma aplicação móvel que quer permitir às várias comunidades latinas em França, encontrarem perto da sua área de residência, tudo o que compõe o universo latino. A ideia foi do lusodescendente Bruno António, presidente da empresa Grupo Internacional 2903, que será responsável pela comercialização. O projeto foi apresentado a 15 de janeiro a profissionais e a partir de 7 de março estará disponível, gratuitamente, na App Store e no Google Play. Será lançada numa primeira fase, para o público - utilizadores e parceiros empresariais – da região da grande Paris. Mas Bruno António prevê desenvolver a aplicação a outras cidades, como Lyon, ClermondFerrand, Bordéus, Marselha, e num futuro próximo a outros países, como explicou a este jornal. Como surgiu a ideia da aplicação Reflex Latino? A ideia partiu da verificação de que há no estrangeiro um mercado latino com grande potencial. É o caso de França, onde há grandes co- munidades de origem latina: portuguesa, espanhola, italiana, brasileira, peruana, colombiana, etc. Além disso, a palavra ‘latino’ engloba um público muito vasto, sendo ao mesmo tempo, um termo comunitário. Notei que se havia consumidores e empresas, havia então qualquer coisa a fazer. A partir daí coloquei-me uma questão: o que falta a essas comunidades? Encontrei duas lacunas. A primeira é a valorização no caso dos portugueses há um défice de imagem. E a segunda é a estruturação - as comunidades latinas, em geral, não têm, a nível comunitário, uma rede global. A partir daí, pensei que seria importante encontrar algo que preenchesse essas duas lacunas e liguei isso a outra ideia: quando uma pessoa tem vontade de encontrar qualquer coisa que a ‘toque’ a nível do mercado afetivo, não tem facilidade em encontrar. Ou seja, não havia uma ferramenta que permitisse, por exemplo, encontrar um determinado comércio, restaurante, produto, etc. Daí ter surgido a ideia de criar este aplicativo. O Reflex Latino é uma aplicação muito vasta? Em termos de funcionalidades, é uma aplicação que se dirige principalmente às empresas e aos utentes da aplicação. A ideia é haver uma aplicação que permite, a um latino ou a qualquer pessoa que se interessa por esta vasta cultura, encontrar tudo o que se relaciona com a latinidade, através da funcionalidade ‘Pesquisa’. Terá ainda a funcionalidade ‘Promoções’, pois este aplicativo vai permitir aceder a descontos A equipa em Portugal é constituída por Ana Lisboa, Bruno Januário, Jonatan Pedrosa, Gonçalo Dias, António Lopes e Sofia Ferreira sobre os produtos e a ‘vendas flash’ - um cronómetro ira funcionar durante o tempo que o parceiro comercial definir e vai permitir ao utilizador da aplicação obter um alto desconto com um tempo limitado. Haverá também uma funcionalidade de ‘Mensagem’, que permitirá uma comunicação entre os parceiros comerciais da aplicação e destes com os utilizadores. Este é um produto moderno e feito com base em muito trabalho. Foram oito meses a elaborar esta aplicação, por uma equipa de 15 pessoas. Temos dez pessoa que trabalham na concepção e desenvolvimento do aplicativo, a cargo da empresa Mediatree, estando agora a ser implementadas as diferentes informações, e temos cinco comerciais a trabalhar com o Grupo Internacional 2903, responsável pela comercialização da aplicação. Uma das promoções que vão disponibilizar é o recibo pago pelo aplicativo. Do que se trata? Esta é uma das ideias que nos permite ter uma estratégia em termos de volume de utilizadores. A aplicação terá uma funcionalidade intitulada ‘Scan Latino’ que permite fazer o ‘flash’ do recibo de uma compra que o utilizador gostaria que lhe fosse paga. A partir daí, pode enviar a imagem desse recibo e participar num sorteio que irá pagar o recibo ‘vencedor’. A escolha do recibo a ser pago é aleatória, feita pelo instrumento informático da aplicação. Ao vencedor, a aplicação irá pagar o valor desse recibo. Para além das promoções diárias, esse será um dos nossos principais atrativos, até porque vai fidelizar utilizadores à nossa aplicação, e também vai permitir as empresas fidelizar a clientela. Já há parcerias estabelecidas com um leque variado de empresas? No lançamento, a 7 de março, teremos como base, várias empresas sobretudo radicadas na região de Paris. A partir do lançamento, vamos desenvolver a aplicação para outras cidades, como Lyon, Clermond-Ferrand, Bordéus, Marselha. Mas vamos já começar com uma base latina, voltada para por- A equipa em França é formada por Philippe Mendes, Arnaud Monne, Timothée Souillac, Daniel de Sousa e Bruno António tugueses, espanhóis, italianos e naturais de países da América do Sul. Os parceiros que estão mais envolvidos no projeto são empresas. Numa primeira fase, selecionamos ainda algumas associações, que nos vão permitir atrair mais público utilizador e também mais parceiros. A ideia é que a aplicação seja reveladora e valorizadora do empreendedorismo, tanto a nível empresarial como do associativismo. panhol. A vantagem e a diferença que o ‘Reflex Latino’ apresenta em relação a outros produtos congéneres, é que se dirige a todos latinos, inclusive os que não falam a língua original dos países e origem latina. Por exemplo, há lusodescendentes da nova geração que não falam português, e o mesmo acontece com pessoas de origem italiana ou espanhola. Daí o facto da aplicação ser inicialmente em francês. De entre o leque de empresas e associações, há muitas ligadas a Portugal ou há um ‘mix’ de várias comunidades latinas? A comunidade portuguesa tem um espaço importante, porém igual ao das outras nacionalidades latinas. Mas tem sido extremamente positiva o reação da comunidade portuguesa. Porque esta é uma comunidade que se está a renovar, há mais jovens e que tem aberto negócios em áreas diferentes das que são tradicionais da comunidade lusa em França. Estão interessados, porque esta será uma ferramenta ao mesmo tempo local e global: às pequenas empresas, permite comunicarem no seu bairro, na sua cidade, na sua região; às grandes empresas permite comunicarem para além dessas fronteiras geográficas. A expansão a outros países passará numa primeira fase já por Portugal? Antes de Portugal temos outros países definidos. Vamos primeiro trabalhar na Bélgica e no Luxemburgo, países de grande imigração. Mas chegará o momento de trabalharmos cá e lá (em Portugal). No final do primeiro semestre iremos começar também a trabalhar com Portugal para propor esta oferta também àqueles que regressam. A aplicação, no início, destina-se principalmente ao universo das comunidades latinas imigrantes, mas se para além dessas comunidades, os países latinos, como Portugal, ‘reagirem’ bem, poderemos seguir também essa vertente e alargar mais o mercado da aplicação. A partir do dia 16 de fevereiro, as empresas, pontos de interesse ligados ao lazer e ao prazer, poderão benefeciar de um referenciamento natural gratuito e entrar na rede Reflex Latino. Isto em qualquer parte do mundo. Esse referenciamento faz-se através do site www.reflexlatino.com Em que línguas poderá ser acedida a aplicação? A aplicação terá como primeira língua o francês, mas depois do lançamento poderá ser consultada também em inglês, português e es- NACIONAL 12 DE FEVEREIRO DE 2016 p.15 ORÇAMENTO DE ESTADO DE 2016 Aumenta o IMI para prédios comerciais de 2,25% Os proprietários consideraram “absolutamente assimilável” o aumento de 2,25% no valor de IMI para prédios comerciais, proposto no Orçamento de Estado para 2016, enquanto os inquilinos defendem que não se justifica para pequenos e médios comerciantes. Os proprietários consideraram “absolutamente assimilável” o aumento de 2,25% no valor de IMI para prédios comerciais, proposto no Orçamento de Estado para 2016, enquanto os inquilinos defendem que não se justifica para pequenos e médios comerciantes. Segundo o presidente da Associação Nacional de Proprietários (ANP), António Frias Marques, o aumento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para os prédios urbanos comerciais, industriais ou para serviços “é um valor ‘gerível’ e absolutamente assimilável”. Já “em relação aos pequenos e médios proprietários, em princípio, não vejo que tenha um grande impacto”, afirmou Frias Marques, frisando que o grande impacto será para as grandes superfícies comerciais, devido aos “milhares e milhares de metros quadrados de superfície” que ocupam. Já o presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL), Romão Lavadinho, considerou que a subida do IMI só devia ser aplicada a prédios de luxo, sublinhando que esta medida terá impacto para os pequenos e médios comerciantes. “Se se estiver a falar [de aumento do IMI] para os centros comerciais é outra questão, agora se estamos a falar em prédios que tenham habitação e que tenham lojas no rés-do-chão não há nenhuma justificação”, afirmou o representante dos inquilinos. De acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2016, hoje entregue pelo Governo na Assembleia da República, os prédios urbanos comerciais, industriais ou para serviços vão sofrer um aumento de 2,25% no valor de IMI em 2017, devido à correção monetária extraordinária do valor patrimonial tributário, em que serão “atualizados extraordinariamente, a 31 de dezembro de 2016, com base no fator 1,0225” sobre o IMI. Já os prédios urbanos de habitação própria e permanente vão estar inseridos num regime de ORÇAMENTO DE ESTADO DE 2016 Reposição do direito dos trabalhadores dos transportes Os trabalhadores das empresas de transportes públicos e das gestoras de infraestruturas vão voltar a ter viagens de graça, um direito que em 2013 tinha sido restringido às deslocações de e para o trabalho pelo Governo de Passos Coelho. Segundo a proposta do Orçamento do Estado para 2016 (OE2016) “os trabalhadores das empresas transportadoras, das gestoras da infraestrutura respetiva ou das suas participadas, que já beneficiem do transporte gratuito, quando no exercício das respetivas funções, incluindo a deslocação de e para o local de trabalho” passam a utilizar gratuitamente os transportes públicos. O Orçamento do Estado para 2013 (OE2013) tinha limitado a utilização gratuita dos transportes públicos rodoviários, fluviais e ferroviários aos agentes da PSP ou da GNR - mas apenas se estiverem em patrulha - e aos trabalhadores das empresas apenas nas deslocações entre casa e o emprego. Agora, o Governo liderado por António Costa reverte a medida, através de um artigo com “natureza imperativa”, isto é, que prevalece “sobre quaisquer outras normas, especiais ou excecionais, em contrário, com exceção dos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho”. As empresas transportadoras, as gestoras da infraestrutura respetiva ou suas participadas também “podem atribuir aos familiares dos seus trabalhadores ou trabalhadores reformados que beneficiavam de desconto nas tarifas de transportes a 31 de dezembro de 2012 descontos comerciais em linha com as políticas comerciais em vigor na empresa”. salvaguarda do IMI, condicionando os aumentos ao cobrado valor deste imposto. “A coleta do IMI respeitante a cada ano não pode exceder a coleta do IMI devida no ano imediatamente anterior adicionada, em cada um desses anos, do maior dos seguintes valores: 75 euros ou um terço da diferença entre o IMI resultante do valor patrimonial tributário fixado na avaliação atual e o que resultaria da avaliação anterior, independentemente de eventuais isenções aplicáveis”, lêse na proposta do OE para 2016. Em relação ao regime de salvaguarda do IMI para os prédios urbanos de habitação própria e permanente, os proprietários defendem que “não é exequível”, acrescentando que “aparentemente é uma medida para agradar, para fazer passar o Orçamento e para agradar ao eleitorado”. “Setenta por cento dos portugueses habitam em casa própria e apenas cerca de 20% é que habitam em casa arrendada e os restantes 10% habitam em habitação social”, referiu Frias Marques, explicando que, apesar de a maioria dos portugueses ter habitação própria, o regime de salvaguarda de IMI não trará benefícios. O representante dos inquilinos afirmou que “é uma solução que não resolve o problema, mas que ameniza”, acrescentado que facilita o pagamento em caso de aumento do IMI. PUB p.16 EMPRESAS & MERCADOS 12 DE FEVEREIRO DE 2016 CASA ERMELINDA INAUGURA ADEGA LEONOR FREITAS “Uma adega a pensar na modernização e competitividade” A vida de Leonor Freitas confunde-se, desde a primeira hora, com a terra e as propriedades da família. No ano de 1952, em plena noite de natal, nascia Leonor em Fernando Pó, que mais tarde cresceria em Setúbal onde fez o secundário e completou os estudos superiores no Instituto Superior de Serviço Social. Apesar de uma carreira bem sucedida na saúde sempre acompanhou as atividades da terra desenvolvidas pela família. o final da década de 0, impunha se uma modificação estratégica na empresa e por isso Leonor Freitas lança-se no engarrafamento com marca pr pria e decide abraçar totalmente esta atividade em 200 quando sai em definitivo do Ministério da aúde O objetivo era colocar no mercado excelentes vinhos com a melhor relação Qualidade-Preço. O trabalho dos últimos anos na criação do “mito Casa Ermelinda” tem sido a prova da excelência do trabalho desenvolvido. Leonor Freitas representa a quarta geração de mulheres à frente da empresa. Pode dizer-se que há verdadeiramente uma tradição feminina na Casa Ermelinda Freitas? A tradição existe, mas foi de uma forma natural devido à fatalidade de os homens da família terem morrido todos muito novos e as suas mulheres conseguiram ter a capacidade de dar continuidade a uma casa agrícola que hoje na quarta geração se transformou numa prestigiada casa vinícola. Há quantos hectares de vinha plantada e com quantas castas trabalham? Quando assumi a gestão da empresa, eonor de Freitas tinha herdado 60 ha de vinhas de apenas duas castas, Castelão e Fernão Pires, situadas em Fernando Pó, zona privilegiada da região de Palmela. Com o seu espírito empreendedor e inovador, a atual proprietária introduziu uma diversidade de castas como a Trincadeira, Touriga Nacional, Aragonês, Syrah e Alicante Bouschet, entre outras. Passados 16 anos, a Casa Ermelinda Freitas detém já 0 ha de vinha, das quais 1 0 ha são de Castelão, e o restante de outras castas como Touriga Nacional, Trincadeira, Syrah, Aragonês, Alicante Bouschet, Touriga Franca, Merlot e Petit Verdot, Fernão Pires, Chardonnay, Arinto, Verdelho, Sauvignon Blanc e Moscatel de Setúbal, etc…. Contabilizando um total de 29 castas. Qual é o segredo para os inúmeros prémios já recebidos pelos vinhos da Casa Ermelinda Freitas? As três gerações que trabalharam a terra antes de mim, o apoio da minha atual família, a equipa que comigo trabalha, a região, pois estamos numa região de grande qualidade e o mais importante os consumidores que têm preferido os vinhos da Casa Ermelinda Freitas. Eu resumo que aquilo que se fa é com amor a pensar na qualidade e na melhor relação qualidade preço. Em Portugal há a tendência de associar os vinhos de ‘qualidade’ às regiões do Douro e de Alentejo, mas a Casa Ermelinda Freitas catapultou Palmela para esse ‘ranking’, digamos assim, de qualidade. Essa é uma região que poderá ainda surpreender mais? Sem dúvida que poderá surpreender muito mais. É uma região com um microclima, pois estamos perto do mar beneficiamos das brisas marítimas o que torna um clima mais ameno assim como beneficiamos de um lençol freático elevado que proporciona grande riqueza de água, originando vinhos muito equilibrados ambém somos uma região de planície que proporciona um trabalho fácil podendo assim fazermos vinhos competitivos. É uma região que neste momento está a afirmar se e não tenho dúvidas que muito nos vai surpreender pela positiva. A inovação é uma das ‘palavras-chave’ da empresa - de que é exemplo o facto de terem lançado o primeiro champanhe ‘doc’ e ‘doc reserva’ da Península de Setúbal. O ‘segredo’ do negócio está também em não haver ‘medo’ de arriscar? O neg cio é por ele pr prio um risco, mas é na luta deste risco que se constr i, se inova e que se faz de cada dia uma luta diferente para termos resultados diferentes, mas positivos uem não inovar fica na estagnação, será esquecido e isso é o que não queremos para a Casa Ermelinda Freitas. Queremo-la sim, moderna respeitando a sua tradição. Por falar em inovação, há algum novo produto a lançar proximamente? Iremos ter produtos novos, mas para muito breve posso realçar o lançamento do Moscatel Roxo da Casa Ermelinda Freitas, que será mais um ícone da região, e mais um contributo para afirmar um produto único da região que é o Moscatel A adega Leonor Freitas, inaugurada em dezembro último pelo presidente da República, é uma aposta a pensar na crescente internacionalização? É sobretudo uma Adega a pensar na modernização e competitividade de modo a podermos oferecer bons produtos em Portugal, e proporcionar um crescimento na internacionalização da Casa Ermelinda Freitas. projeto e o que pretende? Este projeto surgiu do aproveitamento da primeira Adega da família, e pretendemos que seja um espaço din mico onde quem nos visita poderá constatar a evolução das várias gerações, e partilhar dos afetos da família. Assim será um espaço que vem complementar o atual, e estará aberto para poder ser visitado em conjunto ou separado com a nova Adega. A nova adega vem reforçar a capacidade de produção? Que aspectos a diferenciam da adega tradicional existente? Ela respeita os princípios da Adega Tradicional, mas com uma grande aposta na tecnologia moderna, de modo a estar ao nível do que existe de mais atual a nível internacional nossa aposta em todo o investimento é sempre a pensar na qualidade. Este espaço vem proporcionar quantidade, qualidade, espaço para poder receber melhor e mostrar o que se faz de melhor em Portugal e na Casa Ermelinda Freitas de uma forma de aproximação ao consumidor. Que projectos tem ainda por concretizar e que gostaria de ver realizados? Os projetos por concreti ar são muitos não os irei especificar, eles iram aparecendo à medida que o tempo decorra e que sejamos capa es de os dinami ar e dar vida Estamos satisfeitos com o que tem acontecido, mas não conformados, e nesta perspetiva queremos que a Casa Ermelinda Freitas seja uma referencia na região, e em ortugal ajudando a que o mundo rural seja cada ve mais participativo e reconhecido como um parceiro ativo dos outros setores da sociedade. Prometemos aos nossos consumidores pressentia-los com novos produtos sempre com a melhore relação qualidade preço e ir ao encontro do seu gosto. Com a presença do Chefe de Estado foi ainda aberto um museu. Como surgiu esse 12 DE FEVEREIRO DE 2016 EMPRESAS & MERCADOS vidade foi continuada por Germana de Freitas e, mais tarde, por Ermelinda de Freitas, com a colaboração da sua filha única, Leonor, que, embora com formação fora da área vitivinícola, assumiu a liderança da empresa, continuando assim a presença feminina nos negócios da família. Seria já com a atual gestão que se daria a decisiva mudança no negócio com a criação de marcas próprias. Assim, em 1997, iniciou-se um novo ciclo da vida da empresa com o lançamento do “Terras do Pó” tinto, primeiro vinho produzido e engarrafado da Casa Ermelinda Freitas. Quatro gerações a produzir vinhos de qualidade Situada em Fernando Pó, concelho de Palmela, a Casa Ermelinda Freitas foi fundada em 1920 por Leonilde da Assunção, sendo hoje uma das mais prestigiadas empresas vitivinícolas portuguesas. Com um forte cunho familiar, a empresa vive, atualmente, um dos seus períodos de maior expansão bem evidenciado nos vários investimentos realizados nas vinhas, na adega e na equipa técnica, sempre com o grande objetivo de atingir o máximo de qualidade. Fruto de toda esta dinâmica, a Casa Ermelinda Freitas tem alcançado uma elevada notoriedade, nomeadamente através da conquista de numerosos prémios. 218 de Ouro, 273 de Prata e 161 de Bronze a nível nacional e internacional com as suas marcas mais relevantes: Terras do Pó, Dona Ermelinda e Quinta da Mimosa. 2008 ANO DO MELHOR VINHO TINTO DO MUNDO Em 2008, deu-se um dos pontos altos da vida da empresa: o vinho Casa Ermelinda Freitas Syrah 2005 foi distinguido com o troféu de melhor vinho tinto do Mundo, no prestigiado concurso “Vinalies Internationales” em Paris, França. Este prémio foi ganho em prova cega entre mais de três mil vinhos provenientes de 36 países de todo o mundo. Consolidar a reputação alcançada e aumentar a produção de vinhos de qualidade são os objetivos imediatos a concretizar através da aposta nas castas portuguesas mais diferenciadoras. Uma aposta que permita o crescimento das quotas de mercado a nível nacional e, principalmente, a nível internacional, com especial incidência em grandes mercados como os Estados Unidos da América e Inglaterra. Além disso, a Casa Ermelinda Freitas pretende continuar a ser uma referência da região de Palmela pela qualidade dos seus vinhos e pela valorização de toda a cultura da vinha e do vinho. A HISTÓRIA DA FAMÍLIA EMPRESA CASA ERMELINDA FREITAS A Casa Ermelinda Freitas é uma empresa familiar que se dedica à produção de vinho há quatro gerações, tendo sempre apostado na qualidade das vinhas e dos vinhos, mesmo quando estes, nos primeiros tempos, eram produzidos e vendidos a granel, sem marca própria. Iniciada por Leonilde da Assunção no início dos anos 20 do século passado, a ati- APOSTA NO ENOTURISMO A empresa aposta também no desenvolvimento do enoturismo, transmitindo a quem visita a Casa Ermelinda Freitas, ensinamentos sobre o fantástico mundo dos vinhos que promovem o culto da vinha e do vinho, nomeadamente através de uma vinha pedagógica, onde as crianças, jovens e adultos podem observar e aprender sobre as diferentes castas cultivadas. Esta vertente do enoturismo é particularmente incentivada por Leonor Freitas que pretende fazer da Casa Ermelinda Freitas “um símbolo pedagógico da região, levando às escolas a cultura e a história da vinha e do vinho, que é uma arte secular”, e contribuindo assim para a promoção do turismo e economia do concelho de almela qui fica pois o desafio para uma visita a um local fantástico onde muito se aprende sobre o vinho. p.17 p.18 EMPRESAS & MERCADOS 12 DE FEVEREIRO DE 2016 QUEIJOS SANTIAGO - JOÃO SANTIAGO- DIRETOR GERAL Com quase 100 anos de história e de saber fazer Com quatro unidades de produção em Portugal - Montemuro (Mafra), Monforte (Portalegre), Maia (Porto) e Palmela (Setúbal), a Queijos Santiago detém a responsabilidade pela recolha, produção, embalamento e distribuição de todos os seus produtos, o que permite garantir a máxima qualidade dos queijos que chegam à mesa de todos os Portugueses. Com quatro unidades de produção em Portugal - Montemuro (Mafra), Monforte (Portalegre), Maia (Porto) e Palmela (Setúbal), a Queijos Santiago detém a responsabilidade pela recolha, produção, embalamento e distribuição de todos os seus produtos, o que permite garantir a máxima qualidade dos queijos que chegam à mesa de todos os Portugueses. A história começou em 1918, em Castelo Branco, quando o casal Santiago se dedicou a criar 300 ovelhas que produziam cerca de 50 litros de leite por dia. João Santiago, CEO da Queijos Santiago e neto dos fundadores recebe-nos em plena Serra do Montemuro, a “dois passos” de Lisboa e na zona saloia da Malveira. Recorda-nos que o avô era da Soalheira e a avó da Póvoa, enquanto os pais são naturais de Alcains, ou seja da mais que conhecida e afamada zona dos Queijos da Soalheira aos pés da Serra da Gardunha. “Os meus avós e os meus pais em 1969 vieram para Lisboa e criaram a primeira fábrica de queijo em Sacavém, depois em Algés abrimos a segunda fábrica e em 1995 viemos para a Serra de Montemuro. Fizemos uma unidade de produção nova que ficou pronta em 1992. No ano 2000 adquirimos uma empresa na Maia”. A produção da Queijos Santiago está dividida em três segmentos: queijos frescos & requeijões, queijos regionais/curados e queijos ralados & fatiados. No total, apresenta mais de 70 produtos no mercado, orgulhando-se de, no segmento de queijos frescos, ser líder incontestável de mercado, sendo também referência no segmento dos queijos curados, designadamente com produtos regionais. Hoje em dia, estamos perante um dos maiores players do mercado, a Queijos Santiago conta com mais de 250 colaboradores diretos, sem contar com os indiretos que trabalham nas produções de leite. A Queijos Santiago tem unidades de produção nas principais regiões Portuguesas, em zonas de Denominação de Origem Protegida – os reconhecidos DOP. No portfolio da Queijos Santiago podemos encontrar o queijo NISA DOP ou mesmo o queijo de Azeitão DOP. O saber, a qualidade e a tradição são as palavras que mais surgem quando falamos sobre a Queijos Santiago. “A tradição aliada à qualidade exige que o processo de produção seja cuidado desde a recolha do leite à sua comercialização. Para tal, a Queijos Santiago conta com um vasto conjunto de produtores de leite regionais exclusivos, apoiados por técnicos especializados” afirma João Santiago, CEO da Queijos Santiago. “A relação de confiança e fidelização que temos com os nossos produtores exclusivos garante-nos uma média de 80 000 litros de leite por dia - entre vaca, leite e cabra” acrescenta. No segmento de queijos frescos, a Queijos Santiago produz mais de 150 mil queijos por dia, que se distinguem pela qualidade do leite. É (...) 2015 foi o ano de viragem e aposta forte na internacionalização, foi criado um departamento específico para desenvolvimento do negócio internacional, tendo como meta conquistar o gosto dos consumidores internacionais. “Queremos alcançar uma quota de venda de 15% nos mercados internacionais nos próximos três anos” refere João Santiago, CEO da Queijos Santiago. (...) João Santiago diretor geral da Queijos Santiago 12 DE FEVEREIRO DE 2016 EMPRESAS & MERCADOS p.19 queijos à conquista dos mercados internacionais a qualidade da matéria-prima associada ao processo de produção inspirado nas vantagens artesanais que permitem um resultado final com um perfil nutricional equilibrado e sabor inconfundível. “Somos líderes de mercado com uma distribuição massificada dos nossos produtos. Podemos encontrar queijo fresco e requeijão Santiago em todos os supermercados” refere João Santiago. No entanto, a posição da Queijos Santiago é também de relevo na área dos queijos curados ou regionais. Os curados Queijos Santiago destacam-se pelo processo de cura prolongada selecionados pelos melhores leite de vaca, cabra e ovelha. O cuidado máximo no processo de produção garante um paladar intenso aos queijos curados puros, enquanto os queijos de mistura apresentam características mais suaves. A utilização de 100% de leite português faz com que os Queijos Santiago sejam verdadeiramente nacionais, em que várias referências são inclusivamente DOP – Denominação de Origem Protegida. Entre a gama da Queijos Santiago podemos encontrar as submarcas Cerrado do Vale, Quinta do Olival, Convento, entre outras. Além-fronteiras, a Queijos Santiago já está presente em alguns mercados europeus, como Espanha e França. 2015 foi o ano de viragem e aposta forte na internacionalização, foi criado um departamento específico para desenvolvimento do negócio internacional, tendo como meta conquistar o gosto dos consumidores internacionais. “Queremos alcançar uma quota de venda de 15% nos mercados internacionais nos próximos três anos” refere João Santiago, CEO da Queijos Santiago. A empresa apresenta uma vasta gama de produtos, associada à qualidade e história no mercado nacional. Queijos Santiago, Saber que Sabe Bem! (...) Os curados Queijos Santiago destacam-se pelo processo de cura prolongada selecionados pelos melhores leite de vaca, cabra e ovelha. O cuidado máximo no processo de produção garante um paladar intenso aos queijos curados puros, enquanto os queijos de mistura apresentam características mais suaves. A utilização de 100% de leite português faz com que os Queijos Santiago sejam verdadeiramente nacionais, em que várias referências são inclusivamente DOP – Denominação de Origem Protegida. Entre a gama da Queijos Santiago podemos encontrar as submarcas Cerrado do Vale, Quinta do Olival, Convento, entre outras (...) PUB p.20 ENTREVISTA 12 DE FEVEREIRO DE 2016 FREDERICO FALCÃO - PRESIDENTE DO IVV (INSTITUTO DA VINHA E DO VINHO Àrea de plantação de vinha nova vai crescer 1% ao ano Frederico Falcão é um homem do sector do vinho a que está ligado desde que saíu da universidade em 1995. Passou por diversas empresas e recentemente estava na “Companhia das Lezírias” quando foi convidado para o Instituto do Vinho e da Vinha. onfessa que foi um grande desafio que l e lançaram á quatro anos atrás Entrevista de JOSE MANUEL DUARTE O que é o IVV no panorama dos vinhos? O que é que o IVV faz? Quais são as suas atribuições? O IVV tem como função coordenar todo o sector vitivinícola. É também o interlocutor do Estado Português nas reuniões em Bruxelas junto da Comissão Europeia sobre os assuntos relativos ao setor vitivinícola. É também o representante de Portugal nas reuniões com a OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) promovendo resoluções internacionais onde estão vários países do mundo, onde depois, em termos europeus, essas resoluções são adotadas. Internamente, o IVV tem ainda toda a parte relativa à gestão do cadastro de vinha. Para além dos direitos de plantação que são também geridos pelo IVV, compete ainda a promoção… A vinha tem atualmente um sistema de autorizações de plantação, ou seja, a plantação não é livre e todo o registo das parcelas está no IVV. O desenho das parcelas e todos os atributos – as castas, o ano de plantação, os compassos de plantação, enfim, uma série de dados – estão no Instituto que gere todo esse cadastro. Em termos de promoção, nos dias de hoje já não é o IVV que define as estratégias e as ações de promoção. É o próprio setor que se organiza e decide para onde e como quer promover. Essa promoção é hoje feita através da ViniPortugal, através das associações, das comissões vitivinícolas regionais, mas é sobretudo através da ViniPortugal que essa promoção genérica se faz. Através destas organizações o setor escolhe para onde quer ir, o que fa er. uando pretende co-financiamento das ações de promoção apresenta candidaturas ao IVV, que as analisa e decide sobre apoio. Quando são ações de promoção no mercado interno, as verbas utilizadas são do próprio instituto e, portanto, não saem do orçamento de estado. Em mercados de países terceiros o setor tem disponíveis verbas europeias, sendo que Portugal tem o e um envelope financeiro para o nosso setor de 65 milhões de euros anuais. Dentro deste pacote de apoio, uma das medidas que é financiada é a promoção em mercados de países terceiros. Portanto, é o instituto da vinha e do vinho que gere também esse orçamento, recebe as candidaturas dos agentes económicos ou das associações do setor, analisa os projectos, e decide sobre o co-financiamento. epois, obviamente, tem que haver algum controlo, já que não podem ser passados “cheques em branco”, pelo que é feito um controlo sobre o uso das verbas que são disponibilizadas ao setor. Temos portanto estas duas grandes vertentes, a parte da vinha e de gestão de todo o cadastro, e a parte da promoção. Depois há todo o trabalho legislativo em relação ao setor vitivinícola que é também o IVV que prepara. Quer dizer as próprias taxas servem para os privados fazerem a sua própria promoção.. O IVV não tem um cêntimo do Orçamento de Estado, apenas tem receitas próprias sendo que o grosso das receitas vem de uma taxa que é aplicada sobre os vinhos e que está inalterada à muitos anos e que diria que é simbólica, mas que toda junta acaba por ser uma verba interessante que depois reverte para o setor. ma parte da taxa fica para os custos do próprio instituto, mas a maioria da taxa reverte para o setor, para apoio em acções de promoção. É o próprio setor que se subsidia, que se apoia a si próprio, com a coordenação do IVV. (...) Em matéria de vinho não produzimos o suficiente para aquilo que consumimos e que exportamos. Portugal produziu em 2015 cerca de 7 milhões de hectolitros, consome quatro, e exporta três. Repare que apesar de Portugal ter produzido este ano cerca de 7 milhões de hectolitros, andámos durante vários anos a produzir apenas seis. Ou seja, aquilo que produzíamos não era suficiente para as nossas necessidades (...) Já que estamos a falar de promoção, estamos num momento em que realmente os vinhos portugueses têm um reconhecimento extraordinário e internacional. O que é que aconteceu? O que foi feito? Nós estamos a viver de facto um tempo extraordinário para os vinhos, e eu tive sorte nesse aspeto, porque foi durante o meu tempo no Instituto que o setor cresceu brutalmente, mas não tem a ver comigo, tem a ver com uma série de acontecimentos. Creio que o que se investiu nas vinhas em Portugal foi importante. Houve muita reconversão, reestruturação de vinha com a plantação de castas mais adaptadas ao gosto do consumidor atual. Eu creio que essa reestruturação de vinhas foi fundamental para termos vinhos melhores. Claro que todos os países europeus aplicaram também essas medidas e no entanto não evoluíram da mesma maneira que nós. Temos hoje um grupo de técnicos no setor, quer da viticultura, quer da enologia, muito capacitados e fizeram uma revolução na enologia nacional, que foi muito importante para melhorar a qualidade dos nossos vinhos mas, mais uma vez, aqui também todos os europeus tiveram, ou seja, foi importante, mas não foi por aqui que marcámos a diferença. Onde eu acho que claramente nós nos diferenciámos foi com a promoção e a forma de prever. Portugal criou em 2009, a pedido do setor, uma marca “Wines of Portugal” e esta marca tem sido usada em todas as acções de promoção externas portuguesas de vinhos nacionais. O facto de termos uma marca Portugal associada em várias acções, ajudou a puxar muito o nome de Portugal lá fora, e isto obviamente, aliado ao sucesso das marcas individuais dos agentes económicos, que atingiram lugares cimeiros em revistas internacionais de provas. Portugal, hoje em dia, é um dos países com maior rácio de medalhas conquistadas em concursos em relação ao número de amostras enviadas, nós temos sempre muito mais medalhas que os outros. Portanto, qualidade nós temos e muita. Conseguimos ganhar algum reconhecimento na imprensa especializada pelo facto de termos vin os de altíssima qualidade e ficarem muito bem pontuados pelos jornalistas. Depois, com todas estas ações que se vão fazendo na Europa e em países terceiros, associando a marca país aos vinhos que vão ganhando esta distinção, começamos a ganhar o reconhecimento lá fora, que há algum tempo atrás não tínhamos e que não pensávamos que fosse tão rápido. Portugal tem sido nestes últimos meses capa de revistas internacionais e, portanto, estamos a viver um grande momento no que diz respeito aos vinhos portugueses. Por tudo isto, estamos na altura certa para elevar ainda mais o esforço na promoção, em promover Portugal, promovendo os vinhos portugueses. Quem quiser implantar uma nova vinha terá de perguntar ao IVV se pode e que tipo de casta vai aplicar? E ainda há espaço para crescer mais em termos de mais plantações? É uma questão um pouco mais técnica. Nós tínhamos um sistema de direitos de plantação, e neste sistema as quotas eram estáticas por país, ou seja, nenhum país podia crescer mais do que a área que já tinha, portanto se algum agente económico, se algum viticultor quisesse plantar uma vinha, teria de comprar a sua quota a outro viticultor. Portugal tinha uma quota estática de cerca de 244.000 hectares. Esse sistema terminou em Dezem- bro de 2015 e começou um novo sistema de autorizações de plantação. Estas autorizações são um pouco diferentes porque cada país vai poder crescer, anualmente, até 1% da área plantada no ano anterior. Ou seja, o IVV irá poder disponibilizar aos viticultores cerca de 2.100 hectares para plantar em 2016, em 2017, em 2018 e por aí fora até 2030, ano em que termina este novo regime. Serão assim cerca de 2.000 a 2.100 hectares de novas vinhas por ano. E há margem para esse crescimento anual? Creio que há. Toda a Europa, incluindo Portugal, tem vindo a perder área de vinha nos últimos anos. Aquilo que nós vemos acontecer no novo mundo com crescimento da vinha, vemos precisamente o contrário na Europa, que é uma regressão na área da vinha. No entanto, os vinhos europeus (e Portugal aqui tem tido um papel importante) estão a crescer em termos de vendas, em termos de consumo, dentro e fora de portas e por isso acreditamos que há margem para crescer. Reitero que 1% não é uma percentagem que nos preocupe muito, até porque ela pode não ser efetivamente plantada - vamos disponibilizar esta área para os agentes económicos, que estejam no mercado ou que sejam novos no setor. Vamos criar condições para as pessoas que queiram investir na vinha, disponibilizando áreas para crescer e para expandir. Acreditamos claramente que este crescimento que nós estamos a presenciar dos vinhos portugueses se vai manter nos próximos anos. ENTREVISTA 12 DE FEVEREIRO DE 2016 2030. Havia o risco de liberalização total da plantação de vinhas que poderia desequilibrar o mercado europeu de vinhos. O vinho em Portugal é excedentário relativamente ao consumo? ão n s não produzimos o suficiente para aquilo que consumimos e que exportamos. Portugal produziu em 2015 cerca de 7 milhões de hectolitros, consome quatro, e exporta três. Repare que apesar de Portugal ter produzido este ano cerca de 7 milhões de hectolitros, nós andámos durante vários anos a produzir apenas seis. Ou seja, aquilo que produzíamos não era suficiente para as nossas necessidades portanto Portugal tem sempre que importar vinho. Ou seja, não somos excedentários, temos alguma falta de vinho e portanto temos que o importar. É verdade que muita da importação é depois reexportada e acrescenta valor mas a verdade é que a média da nossa produção nos últimos anos não chega para as nossas necessidades e portanto até por aí acreditamos que há margem para Portugal crescer. Esta medida interessa sobretudo a Portugal… Esta medida interessa a Portugal, interessava-nos um crescimento que não fosse muito grande e repentino. Ou seja, crescer 10% era um crescimento muito grande, crescer 0,1% ou 0,2% não era suficiente para as nossas necessidades, portanto acreditamos que 1 por cento é um valor aceitável que ser suficiente para compensar as nossas necessidades sem desequilibrar o mercado. E foi o instituto quem esteve muito envolvido nessas negociações em termos europeus com a comissão e com os outros países europeus, a negociar este novo sistema que irá vigorar até E há ideia de como isto será feito? A legislação saiu toda no ano passado, tendo o decreto-lei sido publicado em agosto e a portaria, que regulamenta mais especificamente o novo sistema saiu em Outubro de 2015. Nós neste momento estamos a trabalhar no sistema informático que irá receber todas essas candidaturas às novas áreas, sendo o IVV quem lidera o processo em termos nacionais. Quanto às condições de elegibilidade das candidaturas, eu diria que são mínimas, sendo duas ou três. A principal será ter terreno ou ter um titulo de arrendamento da terra, e pouco mais. Depois, estão definidas condiç es de prioridade, para o caso das intenções de plantação ultrapassarem a área que iremos disponibilizar e, aí sim, há que aplicar as condições de prioridade. Estas prioridades são várias e estamos precisamente agora a trabalhar nessa hierarquização. Temos as regras de prioridade pensadas que terão que estar definidas e publicadas até 1 de Março de 2016. Portanto, o IVV irá receber as candidaturas, irá analisá-las de acordo com as prioridades e depois fazer a distribuição. As atribuições não podem ser cumulativas? O que não for consumido nestes 2.100 hectares que iremos disponibilizar anualmente, ou seja aquilo que os viticultores não quiserem usufruir, não acumula para o ano seguinte – perde-se, em termos nacionais. Deixa de existir aquilo que existia antigamente que eram as reservas de direitos, e portanto a quota que não for utilizada extingue-se. Isto implica uma certa promoção da parte do IVV Da parte do IVV implica muita informação aos agentes económicos. Temos feito um esforço muito grande, mas há ainda, claramente, uma lacuna que nós temos e que est identificada para conse uir azer chegar informação aos viticultores. Nós divulgamos muita informação através da comunicação social, diretamente às direções regionais de agricultura, às associações do setor, mas depois nem sempre chega aos viticultores. Uma das formas de ultrapassar o problema é encontrar forma de comunicar mais rapidamente com os agentes económicos. Uma das formas que temos prevista, já para este ano, é a co- municação por sms - não em demasia, porque senão pode-se tornar cansativo e deixa de surtir o efeito desejado, mas é muito importante que consigamos fazer chegar a mensagem a todos e, a melhor forma, é claramente o sms, porque os e-mails não resultam, as cartas não resultam e o sms, por ser mais prático e mais simples as pessoas leem e pelo menos ficam alertas para a mensagem e depois se quiserem procuram mais informação nos canais habituais. Não vê aqui a possibilidade de haver algum risco de perda de qualidade através da inserção de mais vinha? Como já referi, acreditamos que há potencial para crescimento. A reestruturação foi muito importante em Portugal, fez-se muita reestruturação e foi essencial para a melhoria da qualidade de vinhos. No entanto, e não deixa de ser uma verdade, perdeu-se algum potencial vitícola nas vinhas mais velhas. Não se perderam totalmente as castas porque há alguma recuperação e alguma preservação do nosso património genético e Portugal está muito à frente dos outros parceiros europeus nessa linha de atuação, mas em termos de área plantada no país nós estamos a afunilar claramente em termos de número de castas. Ao arrancar vinhas velhas, estamos a perder, em alguns casos, muito potencial qualitativo e muita diversidade. Claro que corremos algum risco de estar a perder alguma qualidade. É um alerta que eu também vou fazendo, mas essa decisão é do agente económico, não cabe ao estado definir se a vin a tem qualidade ou não para produzir, terão de ser os próprios agentes económicos a ter essa sensibilidade, mas é importante que as pessoas analisem bem antes de tomar iniciativa na reestruturação - que percebam o que é que têm na vinha e pesarem tudo na balança, porque há vinhas novas muito produtivas mas que não têm qualidade suficiente e que aca am por ter de ser substituídas. E o contrário – vinhas velhas pouco produtivas, mas com um potencial qualitativo muito grande e que, por isso, podem ser muito rentáveis economicamente para os seus proprietários. Nas novas plantações, o IVV não vai definir castas estarão aptas as 343 que existem na portaria respetiva. O IVV deu abertura às associaç es interprofissionais portanto às comissões vitivinícolas regionais, ao Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto e ao Instituto do Vinho da Madeira para que estas entidades possam definir prioridades nas castas nas suas regiões. Posso- -lhe adiantar que apenas uma região irá usar essa prorrogativa, que foi a região da Madeira. Nenhuma outra re ião definiu prioridade para castas. E lembro que as comissões vitivinícolas são formadas pelos agentes económicos, pelas associações do sector. (...) O vinho português está na moda. Há quem no setor não goste da palavra “moda”, isto porque as “modas” passam. Eu confesso que uso muitas vezes a palavra moda. É verdade que todas as modas passam, mas há modas que duram um ano ou dois e há modas que podem durar 100 anos ou 200 anos. Se Portugal está na moda eu espero que seja uma daquelas modas que dura muitos anos (...) Onde é que está o ponto de equilíbrio? Até onde é que o IVV deve balancear qualidade versus quantidade? A grande diferença de Portugal, nós não somos melhores nem piores que os outros, é que nós somos diferentes. A nossa diferença são as 343 castas, a nossa diferença é que Portugal é o terceiro país do mundo com maior diversidade genética, e o segundo país do mundo com maior diversidade genético por km quadrado. Nós temos uma diversidade genética muito grande nas nossas vinhas, o que faz com que os nossos vinhos sejam diferentes de todos os outros. No entanto, como já referi, há uma certa preocupação com o afunilamento de castas, fruto da reestruturação e das novas plantações. Nós sentimos essa preocupação, o próprio setor sente essa preocupação. Posso-lhe dizer que a Viniportugal está a preparar um evento em Londres para jornalistas especializados, precisamente para focar em castas que fogem destas castas principais, em castas que a maior parte dos consumidores nunca ouviu falar mas são castas que hoje em dia estão a dar cartas, estão a mostrar que têm um potencial qualitativo muito grande, e Portugal tem de passar esta mensagem ao mundo, mostrar também ao setor que não deve só apostar em 20 ou 30 castas e que há muito material genético e há muitas outras castas que merecem que se aposte nelas. Eu dou-lhe o exemplo: o Douro tem castas que estavam quase desaparecidas, castas que hoje em dia começam a ter muita plantação e p.21 produzem uma qualidade fantástica. E quem diz estas diz muitas outras - existem castas que as pessoas nunca ouviram falar e que são castas fantásticas com um grande potencial qualitativo e que felizmente alguns agentes económicos mais atentos, mais preocupados, vão estudando, vão plantando e começam a lançar os vinhos e a despertar a atenção de tudo e todos. Será que estamos só a atravessar um momento de moda, ou não? Há quem no setor não goste da palavra “moda”, isto porque as “modas” passam. Eu confesso que uso muitas vezes a palavra moda. É verdade que todas as modas passam, mas há modas que duram um ano ou dois e há modas que podem durar 100 anos ou 200 anos. Se Portugal está na moda eu espero que seja uma daquelas modas que dura muitos anos. Nós temos todas as condições para nos mantermos nos próximos anos no foco internacional, sobretudo pela nossa diversidade genética. Nós mostrámo-nos pela diferença e pela nossa qualidade e no entanto, se formos analisar, os vinhos mais pontuados que nós tivemos assentam todos em 20 ou 30 castas. Portanto temos todo um background de património genético com potencial qualitativo impressionante que ainda está por explorar. Eu acho que os próximos anos vão ser os anos que vamos começar a divulgar novas castas, e por aí acredito que temos condições para andar durante muitos anos a manter a atenção dos jornalistas internacionais, das revistas internacionais, dos consumidores internacionais. É um facto que os consumidores de vinho, quer a nível interno, quer a nível externo se vão fartando daqueles vinhos que são sempre iguais. Repare que os consumidores referem muitas vezes que os vinhos do chamado “Novo Mundo” sabem todos ao mesmo, são todos iguais, são todos das mesmas castas, todos no mesmo perfil e aca am por ser cansativos. Portanto os próprios consumidores querem vinhos diferentes, e Portugal tem castas incrível e vai seguramente continuar a marcar, por muitos anos, esta diferença. O IVV publicou dois catálogos das castas portuguesas. Portugal tem hoje em dia, todas as castas estudadas, referenciadas, com estudos genéticos. O IVV fez o lançamento desses dois catálogos com provas de vinhos de castas que ninguém conhecia e portanto é uma preocupação nossa tentar chamar a atenção para as novas castas, e principalmente chamar a atenção dos agentes económicos para o grande potencial que temos e para o grande caminho que temos pela frente. EMPRESAS & MERCADOS QUINTA DO GRADIL Conquista três selos “Best Buy” com três referências “Uma marca mais democrática, mais fácil de beber, mais leve”, assim se apresenta Castelo do Sulco da Quinta do Gradil, a marca de Lisboa mais premiada na última edição da revista americana Wine Enthusiast. Para além de ver três dos seus vinhos distinguidos com o selo Best Buy, nomeadamente o Reserva Tinto, os Colheitas Branco e Tinto, Castelo do Sulco também acaba de ser distinguida em Portugal pelo Enólogo Aníbal Coutinho, nos Prémios W’15. Com “intensos aromas de flor de laranjeira e lima e notas de fruta tropical”, o Castelo do Sulco Branco 2014 foi reconhecido a nível nacional como Melhor Vinho Branco Diário nos Prémios W’15, de Aníbal Coutinho. Desde 2008, os Prémios W revelam o trabalho de excelência da fileira do vinho que, sendo crescente em Portugal, é também cada vez mais difícil de selecionar e premiar. Nos Estados Unidos da América, a equipa de provas da reputada revista americana Wine Enthusiast, atribuiu três selos Best Buy a três das quatro referências que compõem a gama Castelo do Sulco – Branco, Tinto e Re- serva Tinto 2014. Para ser um Best Buy, um vinho tem que conseguir uma boa pontuação e ter um preço económico, que, nos Estados Unidos, normalmente não supera os 15 dólares. “Este reconhecimento a Castelo do Sulco é muito importante nesta altura de vida da marca. Com dois anos de vida no nosso país e em mercados extremamente exigentes, continuamos a missão de demonstrar a qualidade dos vinhos da região de Lisboa. ”, refere Luís Vieira, administrador da Parras Vinhos e proprietário da Quinta do Gradil. Com dois anos de presença no mercado nacional e internacional, Castelo do Sulco tem tido muita aceitação e reconhecimento no seu segmento. Esta marca surge como resposta a uma tendência cada vez maior para o consumo de vinhos de qualidade por consumidores cada vez mais informados e em busca de propostas com a melhor relação qualidade-preço. A marca aposta na afirmação dos vinhos de Lisboa como selo de qualidade, e reforça uma tendência “cool” que a capital tem vindo a registar internacionalmente. NOVO COMPAL CLÁSSICO Chega ao mercado com sabor de Cereja do Fundão Um novo néctar de sabor intenso e inigualável, feito a partir da cereja congelada descaroçada. Uma inovação que resulta de uma parceria entre a marca Compal e a Câmara Municipal do Fundão. Trata-se de uma edição limitada no mercado nacional, o novo Compal Clássico Cereja do Fundão, uma proposta única e inovadora no mercado que resulta de uma parceria com a Câmara Municipal do Fundão. Este novo néctar foi produzido a partir da polpa das cerejas descaroçadas, e por isso tem um aroma muito próximo do fruto, um sabor mais natural e uma doçura muito equilibrada, que só as melhores Cerejas do Fundão podem dar. A imagem da embalagem remete para as cerejeiras em flor, tão típicas desta região da Beira Interior. A estratégia da Câmara Municipal do Fundão centra-se, essencialmente, na criação de parcerias, neste caso com a marca Compal, para promover os produtos da região. “Esta é mais uma parceria que se insere na estratégia de apoio, desenvolvimento e promoção dos produtos da nossa região. Consideramos que a parceria com uma das marcas mais conceituadas a nível nacional, na área dos néctares de fruta, é um enorme reconhecimento do enorme valor da Cereja do Fundão. Este novo néctar permite saborear este fruto fora do seu período habitual de consumo, de uma forma fresca e natural”, salienta Paulo Fernandes, Presidente da Câmara Municipal do Fundão. Por seu turno, João Nuno Pinto, Diretor Marketing da Sumol+Compal, destaca que “esta parceria demonstra, mais uma vez, a continuidade na aposta levada a cabo pela Compal nas frutas portuguesas de maior qualidade e em estabelecer ligações com entidades, como a Câmara Municipal do Fundão, que promovam o desenvolvimento de produtos da região de elevado valor, como é o caso da tão famosa Cereja do Fundão”. 12 DE FEVEREIRO DE 2016 PUB p.22 O QUE OS PARTICIPANTES PENSAM DO SISAB PORTUGAL LÍDIA TARRÉ GELPEIXE RESPONSÁVEL DE EXPORTAÇÃO NUNO MARQUES EMPRESA CERVEJAS DA MADEIRA DIR. EXPORTAÇÃO RUI MOREIRA CASA ANGOLA O SISAB PORTUGAL é muito importante, é das feiras mais importantes que nós faemos. á estamos presentes no SIS P TUGAL há mais de 10 anos. É uma feira com muita visibilidade, que traz muitos dos nossos clientes atuais, e que fez com que nós abríssemos alguns dos mercados que já temos hoje. A GelPeixe começou a exportar há 10 anos e ficámos, desde logo, presentes no SIS P TUGAL. É uma feira que nos tem acompanhado, tanto para entrar em novos mercados, como para fideli ar os clientes á existentes. “A evolução do SISAB PORTUGAL é a evolução do nosso próprio negócio” “Aqui mostra-se Portugal como um todo e não apenas como uma parte” A evolução do SISAB PORTUGAL, para nós, é a evolução do nosso próprio negócio enquanto exportação, ou seja é uma plataforma crítica para o nosso crescimento fora de Portugal, dado a situação em que está o mercado doméstico, a exportação para nós é um mercado estratégico e, por aí, o SISAB PORTUGAL é um parceiro muito importante para continuarmos nesta plataforma de crescimento. Conseguimos, com a ajuda do SISAB PORTUGAL, fazer alguns contactos que normalmente conseguem dar em alguns negócios que, de outra forma, não viriam. Sem dúvida que o SISAB PORTUGAL é importante para Portugal. Mais uma vez, a questão da plataforma de exportação, ou seja, exatamente a mesma razão que faz com que nós estejamos aqui. Acredito, igualmente, que para a economia portuguesa, que são milhares de pequenas empresas que andam à procura de aumentar as suas vendas, o SISAB PORTUGAL pode dar exatamente o mesmo contributo, ajudando a vender lá para fora aquilo que não conseguimos vender aqui. O SISAB PORTUGAL, neste momento, em Portugal, é a única plataforma que existe de contato com importadores. Portanto, é uma feira profissional. á participamos no SISAB PORTUGAL há sete anos. Somos presença assídua no SISAB PORTUGAL e faz sempre parte da nossa estratégia de marketing de internacionalização. É importante estar presente no SISAB PORTUGAL, devido à facilidade de contato com o importador. Aqui, cada contato é um contato profissional. Essa é a grande vantagem e a essência do SISAB PORTUGAL. O SISAB Portugal não é apenas uma feira como as outras - é uma feira, é um evento, porque à parte comercial, junta também a parte cultural e, portanto, é algo que complementa. Temos aqui a nossa cultura, a nossa identidade e os nossos produtos. É fundamental, em Portugal, haver um evento como este. Exatamente por essa questão: mostra a nossa cultura, a nossa identidade e não apenas aquilo que produzimos. Nós temos que mostrar Portugal como um todo e não apenas como uma parte. E não há nenhuma feira que consiga isto desta maneira, apenas o SISAB PORTUGAL o consegue. O SISAB PORTUGAL teve uma evolução muito positiva, tanto a nível de participantes, como a nível de compradores de vários países. Desejamos muitas felicidades à organização e que a feira se mantenha, porque, realmente, é importante que tragam os clientes até nós. É um trabalho que é de grande mérito e também cabe às empresas saberem que são elas que fazem a diferença a nível de entrada, nos clientes, porque exportar não é só estar presente nas feiras. É antes da feira, planeá-la muito bem e, depois da feira, trabalhar os contatos muito bem. Não é ter muitos papelinhos no final da feira, muito bem preenc idos, que faz a diferença, mas é toda a parte pós feira que tem que ser trabalhada muito bem. O que distingue esta feira das demais é o estarmos em casa - acaba por ser muito importante. E, também, porque conseguimos ver e reunir com os clientes que sabemos que cá vêm sempre e apresentarmos o nosso produto, porque, mesmo fazendo muitas feiras internacionais, aqui é mais fácil apresentarmos as nossas novidades e estarmos em contato com os nossos clientes que já sabemos que vêm sempre. ARLINDO CUNHA CVR DO DÃO PEDRO MONTEZ ADEGA COOPERATIVA DE ALMEIRIM O SISAB PORTUGAL acho que já é uma instituição. É uma feira, um salão que nasceu com o conceito, que eu acho que é muito sábio, de acompanhar os grandes mercados que, potencialmente, estão mais sintonizados com os produtos portugueses. E esses mercados que estão mais sintonizados com os produtos portugueses são os mercados da diáspora, da lusofonia! Hoje em dia, o SISAB PORTUGAL é muito mais do que isso, mas os seus grandes pontos de apoio são esses e isso acompanha, sem sombra de dúvida. Sabemos que há mercados emergentes muito importantes mas, o grosso do nosso mercado, seja para o vinho, seja para produtos transformados, seja para o azeite, continuam a ser aqueles onde estão portugueses e seus descendentes e, nisso o SISAB PORTUGAL teve, e continua a ter, um papel muito importante. Vimos a esta feira, SISAB PORTUGAL, pela primeira vez, mas as nossas expetativas são enormes depois do que nos disseram. Estamos aqui, obviamente, para exportar, uma vez que a adega, até hoje, não conseguiu manter grandes contatos internacionais e, portanto, o motivo da nossa presença é estar cá, hoje, para angariar contatos que nos permitam começar a exportar os nossos vinhos. É o sítio certo, porque é uma feira extremamente importante e porque temos bons produtos - temos os melhores produtos do mundo, provavelmente, e temos que os exportar. Logo no primeiro dia, á se fi eram contatos com chineses, com a Rússia e com a Suíça. As nossas expectativas são fortes., vamos ver como vai acabar. o final espero ter uma carteira de encomendas enorme, para ajudar a adega e para ajudar o país. PROJETO ÚNICO NO MUNDO LUÍS CAPOULAS, Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, reconhecendo a importância do evento para o desenvolvimento das exportações do setor, confirmou a sua presença na próxima edição do SISAB PORTUGAL no dia 2 de MARÇO pelas 11H30, estando também no almoço de comemoração dos 21 anos do SISAB PORTUGAL PREPAR O FUTURO CONSOLIDANDO A EXPORTAÇÃO Portugal um país de excelência com um evento único, visionário e pioneiro que congrega os responsáveis do tecido económico Mundial É fundamental que a sua empresa confirme já a sua inscrição na próxima edição do SISAB PORTUGAL® 2016 até ao próximo dia 22 de fevereiro para garantir todas as vantagens de pertencer ao universo de expositores deste certame que tem vindo a garantir anualmente mais negócios a todos os expositores e a presença cada vez mais numerosa de compradores internacionais... A atividade comercial das empresas em Portugal tem estado centrada no mercado nacional nos últimos vinte ou trinta anos, por isso não será de estranhar que cada vez que se fale de exportação, esta seja encarada como mais um “cliente”, relativamente marginal para onde se dirige mais ou menos 6% da facturação e sem se ter em conta que se trata de uma área muito específica que requer uma grande atenção ds empresas. Ultimamente porém, com a crise instalada e uma retoma que teima em não acontecer, começou-se a pensar a exportação a sério. No entanto só “pensar” não chega. Há que estar preparado e sobretudo saber COMO, ONDE e QUANDO agir… A grande questão é que nos próximos 10 anos a fatia que as empresas terão de fazer com a exportação terá de chegar aos 70 por cento da facturação, o que vai obrigar a uma mudança profunda nos departamentos de marketing, comercial e até de produção. A presença anual no SISAB PORTUGAL deverá vir a constituir o “grande exame” do mercado, onde se poderá avaliar o que foi feito, de bem e de menos bem, mas principalmente o que deixou de ser feito, porque nestes próximos dez anos as empresas terão de “aprender” a afetar ao mercado internacional, tudo o que já fizerem nos últimos anos para conquistar a posição que têm no mercado nacional. O SISAB PORTUGAL nas suas múltiplas valências é uma potente ferramenta de comunicação com o mercado e como tal deve ser usado para comunicar a estratégia própria das empresas. O SISAB PORTUGAL é o meio que cria para as empresas portuguesas a proximidade através do marketing desenvolvido à medida das suas próprias necessidades. Em 2016 o maior evento de sempre In 2016 the biggest event ever p.26 DESPORTO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 LIGA PORTUGUESA FC Porto vai à Luz a 6 pontos do Benfica Um ‘bis’ do avançado paraguaio Walter Gonzalez permitiu ao Arouca arrancar uma histórica vitória em casa do FC Porto (2-1), na 21.ª jornada da I Liga, atrasando ainda mais os ‘dragões’ na luta pelo título. Com este desaire, o primeiro em casa este campeonato, a equipa de José Peseiro, que na próxima jornada se desloca ao terreno do Benfica, passa ter uma desvantagem de seis pontos para os ‘encarnados’ Um erro de Maicon custou a primeira derrota em casa do FC Porto, que, ao perder 2-1 com o Arouca, está mais longe do topo da classificação da I Liga portuguesa de futebol. Nem a mudança de treinador colocou os ‘dragões’ no caminho certo do título, com o primeiro lugar do Benfica a estar já a seis pontos de distância, uma diferença que pode ser ainda maior se o Sporting ganhar na segunda-feira ao Rio Ave, em jogo da 21.ª jornada. O ‘carrasco’ dos portistas foi o paraguaio Walter González, que marcou os dois golos dos arouquen21ª JORNADA BELENENSES – BENFICA, 0-5 V. SETÚBAL – MARÍTIMO, 1-1 TONDELA - V. GUIMARÃES, 1-1 P. DE FERREIRA - BOAVISTA, 0-1 U. MADEIRA – MOREIRENSE, 0-1 ACADÉMICA – NACIONAL, 2-2 FC PORTO – AROUCA, 1-2 SPORTING - RIO AVE SP. BRAGA - ESTORIL-PRAIA 22ª JORNADA SEXTA-FEIRA, 12 FEVEREIRO BENFICA – FC PORTO, 20:30 (BTV) SÁBADO, 13 FEVEREIRO MOREIRENSE - BELENENSES, 16:15 (SPORT TV) NACIONAL - SPORTING, 18:30 (SPORT TV) V.GUIMARÃES – V. SETÚBAL, 20:45 (SPORT TV) DOMINGO, 14 FEVEREIRO AROUCA – UNIÃO DA MADEIRA, 16:00 ESTORIL-PRAIA – TONDELA, 16:00 BOAVISTA – ACADÉMICA, 17:00 (SPORT TV) MARÍTIMO – SPORTING DE BRAGA, 19:15 (SPORT TV) SEGUNDA-FEIRA, 15 FEVEREIRO RIO AVE – PAÇOS DE FERREIRA, 20:00 (SPORT TV) ses: o primeiro quando estavam decorridos pouco mais de 10 segundos - e este correu mais rápido que José Ángel - e o segundo aos 66 minutos, graças a uma fífia de Maicon, que não conseguiu controlar a bola. Pelo meio, aos 14 minutos, o camaronês Vincent Aboubakar atenuou o desaire ‘azul e branco’, marcando o golo que levantou o estádio do Dragão. Com este resultado, o FC Porto segue no terceiro lugar, com 46 pontos, e está a seis pontos do Benfica e a cinco do Sporting, que tem um jogo em atraso, enquanto o Arouca, que interrompeu uma série de quatro jogos sem vencer, subiu ao sétimo lugar, com 28. O Benfica isolou-se provisoriamente na liderança da I Liga portuguesa - à hora de fecho desta edição tem mais um jogo que o Sporting - ao impor uma goleada ao Belenenses, por 5-0, em jogo da 21.ª jornada, no qual brilhou a dupla atacante benfiquista Jonas e Mitroglou. Os bicampeões saíram para o intervalo com uma vantagem mínima, graças ao tento de Mitroglou, Com a derrota com o Arouca a equipa de José Peseiro, que na próxima jornada se desloca ao terreno do Benfica, passa ter uma desvantagem de seis pontos para os ‘encarnados’ aos 41 minutos, mas, no segundo tempo, sentenciaram a goleada, por Jonas, aos 53 e 87 minutos, e novamente pelo avançado grego, que completou o primeiro ‘hat-trick’ com a camisola das ‘águias’, aos 58 e 76. Em vésperas de receber o FC Porto, na próxima jornada, e o Zenit, para os ‘oitavos’ da Liga dos Campeões, o Benfica vai passar o fim de semana instalado na liderança do campeonato, agora com mais um ponto do que o Sporting, que apenas joga na segunda-feira, com receção ao Rio Ave. A jogar em casa, o Paços de Ferreira deixou-se surpreender pelo Boavista, que ganhou por 1-0 e soP J V E D GOLOS 1º BENFICA 52 21 17 1 3 59-14 2º 3º SPORTING FC PORTO 51 46 20 21 16 14 3 4 1 3 43-14 41-14 4º SP. BRAGA 36 20 10 6 4 33-14 5º VITÓRIA 31 21 8 7 6 30-31 6º P. FERREIRA 30 21 8 6 7 29-25 7º AROUCA 28 21 6 10 5 28-27 8º RIO AVE 28 20 8 4 8 30-32 9º VITÓRIA FC 26 21 6 8 7 32-38 10º 11º 12º BELENENSES ESTORIL-PRAIA MOREIRENSE 25 23 23 21 20 21 6 6 6 7 5 5 8 9 10 27-46 19-25 24-35 13º 14º U. MADEIRA 23 22 21 6 6 5 4 10 11 15-26 28-40 21 21 21 21 21 5 6 10 24-32 5 4 5 6 11 11 16-28 22-39 2 4 15 15-35 15º MARÍTIMO NACIONAL 16º 17º BOAVISTA ACADÉMICA 20 18 18º TONDELA 10 21 mou o quarto jogo consecutivo sem perder. O espanhol Mário Martínez, aos 62 minutos, deu novo folego aos ‘axadrezados’ na fuga aos lugares de despromoção, com os homens orientados por Erwin Sánchez a permanecerem no 16.º e antepenúltimo lugar, mas agora dois pontos acima da ‘linha de água’. Em sentido descendente está o Paços de Ferreira, que não vence há quatro encontros e está na sexta posição, com 30 pontos, a um do Vitória de Guimarães, que ocupa o último lugar de qualificação para a Liga Europa. No campeonato dos ‘aflitos’, Académica e Nacional empataram 2-2, em Coimbra, num jogo em que os anfitriões empataram nos últimos minutos, depois de terem marcado dois golos na própria baliza. Os ‘estudantes’ marcaram primeiro, aos 45 minutos, por Nii Plange, mas, na segunda parte e em cinco minutos, os madeirenses viraram o resultado, com dois autogolos de Christopher Oualembo (46) e Ricardo Nascimento (50). A distribuição de pontos foi assegurada por João Real, aos 90+1, mas não foi suficiente para tirar a sua equipa dos lugares de despromoção. A Académica é penúltima, com 18 pontos, menos três do que o Nacional, que é 15.º Também o Moreirense venceu o União da Madeira, por 1-0, com um golo de Rafael Martins. O avançado brasileiro fez o seu décimo golo no campeonato, aos 10 minutos, permitindo aos minhotos interromper uma série de duas derrotas consecutivas e subir ao 12.º posto, com 23 pontos. O União da Madeira está uma posição abaixo na classificação e com os mesmos pontos do Moreirense, tendo interrompido uma série de cinco encontros sem sofrer golos. O Tondela e Vitória de Guimarães empataram 1-1. Licá deu vantagem aos vimaranenses, aos dois minutos, e Nathan Júnior empatou para os anfitriões, aos 24. O Vitória de Setúbal e Marítimo também empataram a uma bola, em jogo disputado em Setúbal. André Claro, aos 42 minutos, deu vantagem aos setubalenses, mas o brasileiro Fransérgio, aos 71, na conversão de uma grande penalidade, assegurou o empate para os madeirenses. Mitroglou e Jonas ‘castigaram’ o Belenenses na vitória encarnada por 5-0 DESPORTO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 p.27 II LIGA Chaves e Feirense ganham vantagem na corrida à subida O Desportivo de Chaves e o Feirense estão em vantagem na corrida pela subida à I Liga, depois de terem vencido os respetivos jogos da 28ª jornada da II Liga, beneficiando também da derrota do rival Freamunde. O FC Porto venceu fora o Freamunde por 2-1. O Desportivo de Chaves e o Feirense ganharam vantagem na corrida pela subida ao escalão principal do futebol português, ao vencerem os respetivos jogos da 28ª jornada da II Liga, beneficiando também da derrota do rival Freamunde. Frente a adversários que necessitam desesperadamente de pontos para se manterem na divisão secundária, o Chaves impôs-se por 2-1 no estádio do Leixões, 16.º classificado, enquanto o Feirense venceu por 2-0 no reduto do Sporting da Covilhã, 19.º e primeira equipa acima da ‘linha de água’. Os flavienses consolidaram o segundo lugar, libertando-se da companhia do Freamunde, que também foi ultrapassado pelo Feirense, depois de ter perdido por 2-1 na receção ao líder FC Porto B, o qual, no entanto, só poderá subir à I Liga em caso de despromoção da representação principal. O Freamunde até inaugurou cedo o marcador, aos 11 minutos, por intermédio de Robson, e resistiu ao ataque do FC Porto B durante uma hora, mas o líder da prova deu a volta ao resultado em apenas oito minutos, com golos de Ismael, aos 72, e André Silva, aos 80. Além de ter saído da zona de promoção, o Freamunde detém agora apenas um ponto de vantagem sobre o Portimonense, vencedor na receção ao Sporting B (20), e dois sobre o Desportivo das Aves e o Gil Vicente, que bateu o Santa Clara (2-1) e empatou com o Famalicão (2-2), respetivamente. A Oliveirense manteve-se no último lugar da competição, apesar de ter empatado 2-2 no recinto do Sporting de Braga B, resultado idêntico aos dos restantes ‘companheiros de infortúnio’ - Benfica B, Mafra e Oriental -, que também apenas conseguiram conquistar um ponto. O Vitória de Guimarães B, a quinta equipa situada na zona de despromoção, fez ainda pior, ao perder por 3-1 no estádio do Olhanense, enquanto Penafiel e Atléti- co registaram a sexta igualdade da ronda, em 12 partidas. 28ª JORNADA 29ª JORNADA PORTIMONENSE - SPORTING B, 2-0 FAMALICÃO - GIL VICENTE, 2-2 SANTA CLARA - DESP. AVES, 1-2 PENAFIEL – ATLÉTICO, 1-1 LEIXÕES - DESP. CHAVES, 1-2 OLHANENSE - V. GUIMARÃES B, 3-1 SP. BRAGA B - OLIVEIRENSE, 2-2 SP. COVILHÃ – FEIRENSE, 0-2 FARENSE - MAFRA, 0-0 ORIENTAL - A. VISEU, 1-1 BENFICA B - VARZIM, 1-1 FREAMUNDE - FC PORTO B, 1-2 VARZIM - ATLÉTICO A.VISEU - BENFICA B MAFRA - SP.BRAGA B FARENSE - SP. COVILHÃ FC PORTO B - FAMALICÃO SPORTING B - ORIENTAL DESP. AVES - OLHANENSE DESP. CHAVES - FREAMUNDE GIL VICENTE - SANTA CLARA OLIVEIRENSE - PENAFIEL FEIRENSE - PORTIMONENSE V. GUIMARÃES B - LEIXÕES PUB Novidade Zona Industrial de Tábua, Lote1 3420-316 Tábua 235 412 090/1 [email protected] p.28 DESPORTO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 FUTEBOL Fugiu à guerra na Síria e veste a camisola do Desp. Aves Anas Alaji fugiu às bombas na Síria e tornou-se o primeiro futebolista desse país a alinhar num clube português, o Desportivo das Aves, da II Liga. “Desde criança que tenho o sonho de jogar na Europa. Estou aqui para dar o meu melhor e honrar o meu país, a Síria” confessa. Aos 18 anos de idade, Anas Alaji fugiu às bombas na Síria e tornou-se o primeiro futebolista desse país a alinhar num clube português, o Desportivo das Aves, da II Liga. Admira Cristiano Ronaldo, mas o seu ídolo é mesmo o futebolista argentino Angel Di Maria. Provindo de Damasco, a capital da Síria, e chegado a Istambul após cumprir escala em Beirute, o jogador ficou duas semanas em casa de familiares à espera do visto da embaixada de Portugal na Turquia, período em que aproveitou para treinar no Besiktas, ao lado do internacional português Ricardo Quaresma. Elogiado pelas qualidades futebolísticas ao serviço do Al- -Wadha, o jogador impressionou também pelo seu “caráter”, com Roman Leobovets, administrador da SAD do Aves, a elogiar à agência Lusa a forma como Alaji “resistiu à pressão dos familiares na Turquia para que ficasse no Besiktas” que entretanto já o abordara para que encurtasse a viagem. Numa conversa com a Lusa, o jovem sírio que não se vê como um refugiado, mas tão só como futebolista, explicou a razão que o trouxe para cá: “desde criança que tenho o sonho de jogar na Europa. Estou aqui para dar o meu melhor e honrar o meu país, a Síria”. Ser futebolista “num país em guerra e onde estão sempre a cair bombas”, reconheceu, “não foi fácil”. Mas, ainda assim, contou que, apesar de todos os condicionalismos, conseguiu “ajudar a seleção a alcançar bons resultados”, tendo representado aquele país em Sub-17 no Campeonato do Mundo do escalão. A partilhar casa na Vila das Aves com outros jogadores estrangeiros do plantel do clube local, Alaji ultrapassa o desconhecimento do português e do inglês, com o recurso a um “site” de traduções online, sendo também o computador a forma que tem de comunicar com a família no Médio Oriente. “É difícil para mim, mas tenho de me adaptar ao meio em que agora estou”, confessou o extremo sírio, explicando que tem conseguido contactar com a família na Síria “porque eles vivem numa zona onde não há problemas”. Confessando-se um admirador de Cristiano Ronaldo – facto bem patente nas chuteiras que usa para treinar - é, contudo, o fu- tebolista argentino Angel Di Maria o seu ídolo. Falando à Lusa, o treinador do Aves, Ulisses Morais confessou admiração pelo “caráter” de alguém que “se percebe que na sua vida teve momentos extremamente difíceis”, “crescendo com as dificuldades”. “Este é o lado bom que vai encontrar depois do que um país, em cenário de guerra, não lhe pôde oferecer”, frisou o treinador, para quem Alaji é “jogador extraordinário, com um talento enorme”. E sobre a comparação com Di Maria, o técnico foi mais longe: “tem essa fantasia e é um jogador explosivo mas acresce a isso o facto de recuperar rapidamente quando perde a bola, algo que o Di Maria só adquiriu na fase adulta”. Alaji assinou pelo Aves o seu primeiro contrato profissional algo inexistente no futebol sírio, segundo Leobovets - e começa agora a dar os primeiros passos para cumprir o sonho que o fez atravessar a Europa do Leste a Oeste. BENFICA Luisão vai ser de novo operado ao antebraço esquerdo O Benfica anunciou que o capitão Luisão vai ser de novo operado ao antebraço esquerdo, depois de sofrer uma nova fratura na zona que foi recentemente sujeita a uma intervenção cirúrgica. “Luisão sofreu uma refratura de um dos focos, pós-queda, do cúbito esquerdo. O atleta será submetido a intervenção cirúrgica”, refere o boletim clinico divulgado pelo clube bicampeão nacional de futebol. O defesa central, de 34 anos, sofreu a primeira fratura a 21 de novembro, no jogo da quarta eliminatória da Taça de Portugal – derrota em com o Sporting em Alvalade, por 2-1, após prolongamento - e tem estado afastado da competição desde então. Estava previsto que o capitão do Benfica pudesse regressar em breve à competição, mas esta nova lesão vai mantê-lo afastado da equipa e o clube não indicou uma estimativa do tempo de paragem. Lisandro López, que tem alinhado no centro da defesa ao lado de Jardel, também está a contas com um estiramento da face posterior da coxa direita, contraído no último jogo frente ao Moreirense. BRUNO DE CARVALHO DESEJA MELHORAS O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, desejou que o futebolista Luisão, capitão do Benfica, tenha uma rápida recuperação da segunda operação a que vai ser submetido ao braço esquerdo. “Luisão é um jogador que sempre respeitou a sua camisola e com quem já me cruzei várias ve- zes, onde foi sempre de uma correção e educação exemplar. As rivalidades são para ser vividas, mas o respeito por quem é verdadeiramente profissional deve sempre existir. Ao Luisão o desejo de recuperação rápida”, escreveu Bruno de Carvalho, na sua página pessoal no Facebook. O central brasileiro lesionou-se no dérbi com o Sporting para a Taça de Portugal, a 21 de novembro, e a sua recuperação estava agora a chegar ao fim, com a reintegração iminente para os próximos desafios. Porém, uma refratura do braço deitou o processo por terra e adiou o regresso do defesa aos relvados. DESPORTO LIGA EUROPA Reforços de inverno FC Porto, Sporting e Sporting de Braga aproveitaram para inscrever o máximo de três futebolistas para os 16 avos de final da prova, na maioria ‘reforços de inverno’. Suk foi um dos jogadores inscritos pelo FC Porto As equipas portuguesas em competição na Liga Europa - FC Porto, Sporting e Sporting de Braga – aproveitaram para inscrever o máximo de três futebolistas para os 16 avos de final da prova, na maioria ‘reforços de inverno’. O FC Porto, que foi relegado da Liga dos Campeões, inscreveu os avançados Marega e Suk, contratados em janeiro, mas também o defesa José Ángel, que já integrava o plantel, retirando da lista de inscritos Cissokho, Tello, Imbula e Pablo Osvaldo. O avançado Hernan Barcos, o defesa Sebastián Coates e o médio Bruno César foram as apostas do Sporting para a fase a eliminar da Liga Europa, tendo o líder da I Liga portuguesa deixado ‘cair’ Marcelo, Montero, Jonathan Silva e Tanaka. O guarda-redes Marafona e o médio Josué, que foram contratados na reabertura do mercado de transferências, e o avançado Stoiljković foram inscritos pelo Braga, que retirou da lista Joan Roman, Crislan, Kritciuk e Luís Silva. O médio português conquistou mais uma oportunidade no Liverpool, tendo sido inscrito pelo clube inglês para a fase decisiva da prova, tal como aconteceu com o defesa luso Diogo Figueiras nos espanhóis do Sevilha. LIGA DOS CAMPEÕES Benfica inscreve Grimaldo, Jovic e Sálvio Reforços de inverno para a Liga dos Campeões. O Benfica inscreveu o espanhol Alejandro Grimaldo e o sérvio Luka Jovic, contratações de inverno, na lista de jogadores para a Liga dos Campeões de futebol, assim como o argentino Salvio. De acordo com o site oficial do organismo, o extremo argentino faz parte das opções do técnico Rui Vitória na ‘Champions’, depois de ter falhado a fase de grupos devido a grave lesão. Grimaldo e Jovic também estão registados e podem defrontar o Zenit São Petersburgo, nos oitavos de final da mais importante competição europeia de clubes, enquanto Br- yan Cristante e Victor Andrade, jogadores que foram emprestados ao Palermo e Vitória de Guimarães, respetivamente, foram excluídos. Por seu lado, a formação russa, comanda pelo português André Villas-Boas, inscreveu Yuri Zhirkov, Aleksandr Kokorin e Maurício, jogadores contratados durante a reabertura do mercado de transferências. Destaque ainda para o FC Barcelona, detentor da Liga dos Campeões, que já pode contar o turco Arda Turan e Aleix Vidal, depois dos catalães terem cumprido castigo da FIFA em que não podiam inscrever novos jogadores. PUB 12 DE FEVEREIRO DE 2016 p.29 p.30 DESPORTO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 SELEÇÕES Três ‘grandes’ dominam seleções sub-20 e sub21 de futebol mas estão a perder ‘peso’ Sporting, Benfica e FC Porto foram os clubes com mais futebolistas convocados nas seleções de sub-20 e sub-21 mas estão a perder influencia nas camadas mais jovens. É o resultado de um estudo elaborado pelo adjunto na seleção de sub-21 Alexandre Silva, cuja segunda parte foi divulgada pela Federação Portuguesa de Futebol. Sporting, Benfica e FC Porto foram os clubes com mais futebolistas convocados nas seleções de sub-20 e sub-21 entre julho de 2005 e dezembro de 2015, cedendo neste período 24% dos jogadores chamados. De acordo com um estudo elaborado pelo adjunto da seleção de sub-21 Alexandre Silva, cuja segunda parte foi divulgada quarta-feira pela Federação Portuguesa de Futebol, os três ‘grandes’ mantêm o domínio na transição para os seniores, mas perdem a influência manifestada nos escalões de formação (sub-15 a sub19), aos quais forneceram 63% dos jogadores naqueles 10 anos e meio. Com 9,2%, o Sporting foi o clube que mais jogadores deu aos sub-20 e sub-21, seguido pelo Benfica (7,8%) e pelo FC Porto (7,1%). Numa lista de 175 clubes, Belenenses (4,5%), Sporting de Braga (3,7%), Vitória de Plantel que representou Portugal na fase final do Campeonato da Europa de Futebol, que se disputou em junho passado na República Checa Guimarães (3,1%), Vitória de Setúbal (2,7%), Marítimo (2,4%), Olhanense (2,3%) e Paços de Ferreira (2%) fecham o ‘top’-10’, mas 40,5% dos jogadores para estas seleções foram cedidos por outros clubes portugueses. Nestes escalões nota-se uma maior dispersão dos jogadores chamados, uma vez que, na passagem para os seniores, muitos dos futebolistas formados nas es- ESPANHA Ricardo Costa vai jogar no Granada Ricardo Costa vai vestir a camisola do Granada e mostrou-se satisfeito por poder voltar a Espanha, depois de ter atuado na última época no futebol grego, que definiu como “menos competitivo”. “Venho para ajudar a equipa a alcançar os seus objetivos, que são jogar bem, ganhar partidas e dar alegrias aos adeptos” disse. O defesa-central português Ricardo Costa disse que chegou ao Granada, da liga espanhola de futebol, para o defender “até à morte”. Ricardo Costa, que foi apresentado pelo Granada, mostrou-se satisfeito por poder voltar a Espanha, depois de ter atuado na última época no futebol grego, que definiu como “menos competitivo”. O defesa-central, de 34 anos, comprometeu-se com o Granada para o que resta desta temporada e para a próxima, depois de se desvincular do PAOK Salónica. “Quando me chamaram do Granada, decidi logo que queria vir e foi tudo muito rápido”, disse o internacional luso, que traçou como meta “trabalhar ao máximo para competir bem todos os dias”. Ricardo Costa adiantou que pretende transmitir toda a sua experiência e visão do futebol à equipa: “Venho para ajudar a equipa a alcançar os seus objetivos, que são jogar bem, ganhar partidas e dar alegrias aos adeptos.” O jogador diz sentir-se fisicamente bem, depois de ter dispu- tado três jogos na semana passada, e não afasta a possibilidade de se tornar no líder do Granada, referindo ser parte da sua “pesonalidade” e porque “no futebol há que dar a cara”. “Todos sabem como sou, estive quatro anos no Valência e fui um dos capitães, porque o principal é defender o meu emblema. Vim para defender o Granada até à morte”, sublinhou ainda o jogador português. O central diz sentir-se “preparado” para jogar no domingo contra o Real Madrid, salientando que seria “fabuloso” poder es- trear-se contra os ‘merengues’, numa partida que “todos querem jogar”. O presidente do Granada, Quique Pina, referiu que a equipa precisava de “experiência e liderança” e que a contratação de Ricardo Costa “é a ideal para conseguir essas coisas”. “Nenhum dos jogadores que contratámos vem em plano de estrela, porque sabem que este é um clube humilde e modesto, e que a humildade é a única coisa que faz com que cheguem a cumprir os seus objetivos”, frisou Ricardo Costa. colas de Sporting, Benfica e FC Porto são emprestados ou transferem-se para outros clubes, nomeadamente estrangeiros, cujo peso sobe ligeiramente, para 14,6%. Ao longo deste período, foram 93 os clubes estrangeiros aos quais as seleções recorreram, contra os 82 emblemas portugueses que tiveram representantes nas 144 convocatórias analisadas (71 dos sub-21 e 73 dos sub-20). No escalão etário mais alto houve jogadores de 126 clubes, no mais baixo foram 123 os fornecedores. Entre os 18 países estrangeiros que ‘alimentaram’ estas duas equipas, Espanha aparece no topo, com 19 clubes, à frente de Itália e Reino Unido, ambos com 15, e de França, com 14. De fora da Europa, Angola e Estados Unidos, com um clube cada, foram os únicos representados. DESPORTO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 p.31 TAÇA DE PORTUGAL Lei do mais forte ‘põe’ FC Porto com um pé na final O FC Porto deixou praticamente assegurada a presença na final da Taça de Portugal, ao vencer no terreno do Gil Vicente, por 3-0, em jogo da primeira mão das meias-finais, disputado em Barcelos. O Sp. Braga venceu o Rio Ave e também está em vantagem para a final do Jamor. O FC Porto já tem ‘pé e meio’ na final da Taça de Portugal de futebol após vencer, em Barcelos, o Gil Vicente por 3-0, na primeira mão das meias-finais. O resultado começou a ser construído pouco antes do intervalo, com um remate de fora da área de Rúben Neves (45+1), foi dilatado por Suk (59) e consolidado por Sérgio Oliveira (70), este na conversão perfeita de um livre direto na primeira vez que tocou na bola. O triunfo, esperado dada a diferença de qualidade e andamento entre o terceiro classificado da I Liga e o quinto da II, ajusta-se perfeitamente e até podia ter sido mais dilatado, mas o Gil Vicente, a espaços, deu boa réplica, sobretudo na primeira parte, período em que enviou mesmo uma bola à barra com o resultado em 0-0. A segunda mão, no Dragão, dentro de cerca de um mês, será, dado o resultado obtido hoje, uma formalidade para o FC Porto confirmar o acesso ao Jamor, onde já não marca presença desde 2010/11, época em que conquistou o troféu diante do Vitória de Guimarães. Ainda assim, foi uma turma de Barcelos atrevida e a pressionar o FC Porto que se apresentou nos primeiros minutos, como foi exemplo um remate de muito longe de Simy a tentar aproveitar o adiantamento de Helton (7). Com Brahimi a jogar em apoio a Suk, o FC Porto só ‘acordou’ da letargia com que iniciou a partida aos 15 minutos, com um cabeceamento de Suk ao lado, após um excelente cruzamento de Maxi Pereira da direita. O Gil Vicente, que esta época ainda não tinha perdido em casa em todas as competições, respondeu dez minutos depois com um remate de Vítor Gonçalves à barra, de novo perante um Helton mal colocado. No lance imediato, Marega, de cabeça, após centro de Varela da esquerda, podia ter feito bem melhor e, pouco depois, foi novamente Varela pela esquerda a criar muito perigo, mas Bruno Silva evitou males maiores (31). Na sequência do canto, Danilo cabeceou com ‘selo de golo’, mas Serginho estava atento. A pressão do FC Porto acentuava-se e, aos 37 minutos, Marega só não se estreou a marcar com a camisola ‘azul e branca’ porque Renan o impediu quase em cima da linha de golo. O Gil Vicente já não conseguia pressionar como nos primeiros minutos e, pouco antes do apito para o intervalo, Ruben Neves experimentou um pontapé de ressaca após um canto da esquerda e fez o primeiro golo da partida. A segunda parte começou praticamente com um falhanço incrível de Renan - sem oposição na pequena área portista, levou a bola à barra (48). Mas seria o FC Porto a voltar a marcar, com Suk, de cabeça, a corresponder da melhor maneira a um centro ‘açucarado’ de Layún, com a defesa gilista parada a pedir fora-de-jogo (59), e a fazer o primeiro golo de dragão ao peito. Aos 67 minutos, Bruno Silva foi expulso (cartão vermelho direto) por derrubar Layún, que se isolava perante Serginho, e Sérgio Oliveira, entrado segundos antes, fez um grande golo (70) na conversão do respetivo livre direto na primeira vez em que tocou na bola. mão das meias-finais, num jogo em que imperou a tática. O único golo do encontro surgiu bem cedo, logo aos 7 minutos, por Pedro Santos, que converteu de forma exemplar uma grande penalidade marcada a punir mão na bola dentro da grande área de Marcelo após centro de Hassan. O Sporting de Braga parte para a segunda mão em vantagem, ainda que magra, mas conseguiu os dois objetivos principais de Paulo Fonseca enunciados na véspera: ganhar e não sofrer golos. O Rio Ave, avisado pela goleada sofrida em Braga para o campeonato (5-1), adotou uma postura mais defensiva e não criou uma situação clara de golo em todo o jogo, mas pareceu satisfeito no final da partida. SP. BRAGA COM VANTAGEM Um golo de Pedro Santos deu ao Sporting de Braga um triunfo por 1-0 sobre o Rio Ave, na primeira PUB p.32 DESPORTO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 ANDEBOL MARTA ONOFRE FC Porto termina campeonato de andebol só com vitórias Recorde nacional do salto com vara em pista coberta O heptacampeão nacional de andebol FC Porto alcançou o pleno de vitórias na fase regular do campeonato ao vencer em casa do Passos Manuel, por 35-25, e vai disputar os quartos de final dos ‘play-offs’ com o Avanca (8.º). Orientado pelo antigo ponta-direita Ricardo Costa, de 39 anos, o FC Porto continua dominador a nível interno e a somar recordes, já que obteve o feito inédito no andebol nacional de ser o primeiro clube a terminar só com vitórias a fase regular. A este novo feito, ao que se soma o de melhor arranque de um campeonato, que os portistas já detinham e bateram à pas- sagem da 16.ª jornada, a equipa de Ricardo Costa igualou ainda o máximo de 22 triunfos consecutivos, alcançado pelo seu antecessor Ljubomir Obradovic, em 2012/13. A 22.ª e derradeira jornada da fase regular encerrou definitivamente algumas contas ainda em aberto, no que toca apenas às classificações, uma vez que os oito clubes apurados para os quartos de final dos ‘play-offs’ já eram conhecidos. O ABC sofreu para vencer em casa do Fafe, por 31-30, e assegurar o segundo lugar da fase regular, que lhe permite disputar os quartos de final, a realizar à me- FOTOGRAFIA DE ARQUIVO O heptacampeão nacional de andebol FC Porto alcançou o pleno de vitórias na fase regular do campeonato ao vencer em casa do Passos Manuel. lhor de três jogos, com o Passos Manuel. No dérbi da capital, uma vez que na Maia houve outro, entre o ISMAI e o Águas Santas (2629), o Sporting impôs-se no terreno do Benfica, pela margem mínima de um golo (32-31), e assegurou o terceiro lugar, ganhando ligeira vantagem sobre o rival ‘encarnado’. O Sporting vai assim defron- ANDEBOL TÉNIS Oliveirense-FC Porto e Vendrell-Benfica nos ‘quartos’ da Liga Europeia O FC Porto vai defrontar a Oliveirense nos quartos de final a Liga Europeia de hóquei em patins, concluída a fase de grupos, enquanto o Benfica terá pela frente a formação espanhola do Vendrell. FOTOGRAFIA DE ARQUIVO O FC Porto vai defrontar a Oliveirense nos quartos de final a Liga Europeia de hóquei em patins, concluída a fase de grupos, enquanto o Benfica terá pela frente a formação espanhola do Vendrell. O duelo entre FC Porto e Oliveirense não será o único entre equipas do mesmo país, uma vez que também o bicampeão em título FC Barcelona e o Liceo da Corunha se vão defrontar nos ‘quartos’. O outro confronto dos ‘quartos’ da Liga Europeia opõe os espanhóis do Vic, segundos do Grupo B, aos italianos do Forte dei Marmi, primeiros do agrupamento C. FC Porto, que entrou para a derradeira jornada já com o primeiro lugar do grupo garantido, e Benfica asseguraram as primeiras posições dos grupos, respetivamente A e B, enquanto a Oliveirense, no D, cedeu a liderança para o Liceo, embora em igualda- tar nos quartos de final dos ‘play-offs’, que têm o primeiro jogo a 20 de fevereiro, o Águas Santas (6.º classificado), enquanto o Benfica (4.º) vai medir forças com o Madeira SAD (5.º). ISMAI (9.º), AD Fafe (10.º), Belenenses (11.º) e Sporting da Horta (12.º) vão integrar o grupo B, a disputar em seis jornadas, que irá decidir a permanência e a descida de divisão. de pontual. Do quarteto luso persente na fase de grupos, só a equipa da AD Valongo, terceira classificada do grupo C, atrás dos italianos do Forte dei Marmi e dos espanhóis do Vendrell, ficou pela primeira fase. O FC Porto obteve um triunfo di- latado sobre os italianos do Breganze, por 13-4, o Benfica ‘esmagou’ os franceses do Merignac, por 8-0, e a Oliveirense venceu a formação italiana do Viareggio, por 5-3. A AD Valongo despediu-se da presente edição da Liga Europeia com um triunfo frente ao Vendrell, por 5-2. João Sousa afastado na primeira ronda do torneio de Montpellier O tenista português João Sousa, sexto cabeça de série, foi eliminado na primeira ronda do torneio de Montpellier, em França, ao perder com o belga Ruben Bemelmans. Após ter chegado à terceira ronda do Open da Austrália, primeiro torneio do ‘Grand Slam’ da temporada, o vimaranense, 33.º do mundo, foi batido pelo belga, 107.º, por 6-4, 3-6 e 6-4, em uma hora e 54 minutos. Depois de perder o primeiro parcial, João Sousa recuperou e venceu o segundo, obrigando a uma ‘negra’. Contudo, cedeu também o seu serviço no jogo seguinte, acabando por ser eliminado pelo belga, que vai defrontar o alemão Jan-Lennard Struff na próxima ronda. Em três torneios esta temporada, João Sousa foi eliminado pela segunda vez na ronda inaugural, depois de já ter caído na estreia em Auckland, na Nova Zelândia, só tendo passado a primeira eliminatória no Open da Austrália. A atleta do Sporting Marta Onofre bateu o recorde nacional de pista coberta no salto com vara, ao transpor a fasquia a 4,45 metros, na fase de apuramento do Nacional de Clubes, em Pombal. A atleta do Sporting, que tinha como melhor registo 4,40 metros, bateu por um centímetro o anterior recorde nacional de pista coberta, que pertencia a Eleonor Tavares, desde 2014. A marca de Marta Onofre confirma o mínimo para o Europeu de Amesterdão, em julho, que ela já possuía, e fica a cinco centímetros do mínimo para os Jogos Olímpicos do Rio2016. O recorde nacional ao ar livre pertence a Eleonor Tavares, com 5,50 metros, uma marca obtida em 2011. AUTOMOBILISMO António Félix da Costa continua no Campeonato Alemão de Turismos “Já é oficial que vou continuar com a equipa Schitzer no DTM este ano”. O piloto português António Félix da Costa anunciou que vai continuar a competir no Campeonato Alemão de Carros de Turismo (DTM), mantendo-se ao volante de um BMW. “Já é oficial que vou continuar com a equipa Schitzer no DTM este ano”, escreveu o piloto luso na sua página oficial na rede social Twitter. Esta será a terceira temporada de Félix da Costa no DTM, depois de ter terminado na 21.ª posição em 2014 e em 11.º em 2015, quando venceu a sua única corrida no campeonato, na segunda ‘manga’ da etapa de Zandvoort, na Holanda. O piloto português está também a competir na Fórmula E, campeonato destinado a carros elétricos, disputando no sábado, em Buenos Aires, a quarta corrida da época, numa altura em que é nono da geral, com uma desistência e dois oitavos lugares. p.34 EMPRESAS & MERCADOS 12 DE FEVEREIRO DE 2016 QUEQUES&QUEIJADAS - FABRICO DE BOLOS TRADICIONAIS Uma ideia inovadora e com sabores da doçaria conventual para os palatos de bons apreciadores A Q&Q - Queques&Queijadas - dedica-se, desde 2011, à produção destes pequenos doces, adaptando algumas das receitas aos dias de hoje, introduzindo novos sabores e respeitando o legado de um negócio familiar com 16 anos de existência. Mantendo o fabrico artesanal, investiram em 2012 num processo de ultracongelação para poderem levar as suas queijadas além-fronteiras. Criando novos produtos, aumentando a capacidade de produção, melhorando o processo de embalamento, hoje, tem uma marca símbolo de qualidade. Carlos Silva, natural do Porto, chegou a este ramo de negócio recentemente. “Um negócio familiar” é como define a Q&Q que quer desenvolver o negócio além-fronteiras, ou seja, um projeto internacional inovador. No entanto, este projeto inovador no ramo da pastelaria, com fábrica em Rio Tinto, já tem 20 anos. Salienta: “…Um amigo de infância tinha com o pai um negócio artesanal e local no fabrico de queijadas que naquela altura se encontrava em dificuldades. Solicitou a ajuda ao atual grupo de sócios…”. Acreditando na potencialidade dos produtos, mantiveram o negócio como um ‘hobbie’ nos primeiros tempos, mas movidos pela paixão por estes produtos, hoje, é um negócio estruturado. DOZE VARIEDADES Assim, em 12 variedades e sa- bores de pastelaria, que vão desde a amêndoa, tangerina, laranja, cenoura, maracujá, chocolate e coco, salienta: “…Sem perda de qualidade alguma, com facilidade de reposição e manuseamento, que evita espaço de armazenamento no ponto de venda, permite que este produto ultracongelado preste um bom serviço e faça uma montra lindíssi- ma e cheia de cor. A pastelaria ou café só tem que deixar o produto descongelar para estar pronto a colocar na montra, sendo que pode estar dois a três dias exposto sem perder qualidades algumas. O consumidor final vai agradecer! Elaborado e fabricado seguindo receitas de base da doçaria conventual, de excelente aspeto e muito bom sabor, estas queijadas inovadoras já chegaram a países estrangeiros, como por exemplo Canadá, EUA, Suíça, Espanha, Holanda e Ilhas Jersey. Refere Carlos Silva:“…Acreditando no bom sabor e na qualidade, através do mercado dos portu- gueses no estrangeiro e atendendo que as queijadas ultracongeladas têm validade longa, acreditamos e queremos ser a referência alternativa ao pastel de nata. O pastel de nata viaja muito bem como as nossas queijadas e vice-versa. As provas nalgumas feiras internacionais tem ajudado, já que o consumidor vai-se conquistar pela experiência na prova, diz e refere Carlos Silva, “ se for bem trabalhado pelo lojista, acaba por vender-se mais que o pastel de nata e dá uma qualidade à montra muito grande. A marcação de sabores, dentro destas variedades é muito forte e patente. O consumidor fica rendido. Lá fora, tal como o pastel de nata, a queijada sabe a Portugal.” A Q&Q - Queques&Queijadas vai estar no SISAB PORTUGAL com novos lançamentos. Com as variedades que já produz, a produção cifra-se atualmente em 7 a 8 mil unidades por dia e, por via da exportação e de encontrar parceiros internacionais, vai aumentar exponencialmente a venda. A equipa que produz a doçaria refere-a como:“…Reduzida, mas muito apaixonada pelo que faz”. Registe-se que pode consultar a página desta empresa em www. qeq.pt PORTUGAL 12 DE FEVEREIRO DE 2016 p.35 PORTUGAL ESTÁ NA MODA Forte potencial para conquistar eventos internacionais Várias empresas do setor dos eventos encontraram-se na primeira edição de Meet@MeoArena, no pavilhão Meo Arena, com o objetivo de discutir a evolução e o possível futuro da área. Contou também com a presença do CEO, Colja Dams, da agência alemã VOK DAMS. Trata-se da primeira conferência do Meet@MeoArena, iniciativa promovida pelo Meo Arena Corporate Events e pela revista Event Point, para falar sobre o que se ainda pode fazer para promover ainda mais Portugal como local de eleição para eventos internacionais. As boas vindas e a abertura da sessão ficaram a cargo da Secretária de Estado do Turismo – Ana Mendes Godinho. A conferência começou então com Colja Dams, CEO da agência de eventos alemã VOK DAMS, orador habitualmente convidado para falar sobre eventos especiais. SOCIAL MEDIA: VONTADE DE AS PESSOAS SE JUNTAREM O lema do orador alemão é que os eventos sejam internacionais e a sua campanha de eleição são as “Tendências de Eventos – Campanhas ao Vivo”. Realçou que nos tempos em que vivemos é importante que um evento possa ser partilhado para o mundo inteiro, de modo a chegar ao máximo número de pessoas e, talvez fazer o mais difícil, mudar a visão de cada um. Recorda que os organizadores de eventos não se podem esquecer que “um evento são pessoas juntas! Isto é que é um evento…” e que é essa mesma vontade de as pessoas se juntarem num local para discutirem assuntos de interesse comum que tem de ser explorada e não pode ser esquecida em momento algum. Colja Dams tocou então no ponto fundamental da questão – o que ainda falta fazer para que seja uma tendência escolher Portugal para eventos? O empresário alemão não se poupa nos elogios e realça que Portugal já é um dos destinos de eleição para muitas empresas europeias. “É um país amigável, com bom tempo, fácil de viajar, tem as infraestruturas certas e acima de tudo, são um povo que se esforça bastante”, são estes os principais motivos que o orador alemão diz que atraem as marcas que trazem os grandes eventos para Portugal. E PORTUGAL? ESTÁ NA MODA? A conferência contou ainda com um debate em torno do tema “Portugal está na moda? Como trazer mais grandes eventos para o nosso país?”, onde se abordou a evolução e as principais tendências no sector dos eventos e do turismo em Portugal, a indústria dos grandes eventos e o potencial do nosso país para os atrair. Contou com a presença de vários oradores ligados ao setor como o ex-Secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, que exerce agora a função de Project Director para Portugal e Europa no grupo hoteleiro Porto Bay; o representante da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), José Vital Morgado; João Paulo Oliveira da agência Leading; Jorge Vinha da Silva, administrador executivo do Meo Arena (antigo Pavilhão Atlântico) e Pedro Rodrigues da agência de eventos corporativos Desafio Global Ativism. “É necessário haver uma colaboração de vários sectores da economia para promover cada vez mais eventos em Portugal”, afirmou José Vital Morgado, representante da AICEP, no debate. Reforça a ideia que o segredo do negócio é haver colaboração entre as entidades privadas e as públicas e que Portugal já tem a confiança e a credibilidade para trazer cada vez mais eventos internacionais. Relembra o caso do evento da Web Summit, que é o maior evento de empreendedorismo, tecnologia e inovação da Europa e vai acontecer em Lisboa durante os próximos três anos. É a primeira vez que o evento sai da casa-mãe, em Dublin, Irlanda, e decorre noutra cidade europeia. E Lisboa é o porto de destino. “Isto só foi possível porque tivemos o governo de perto. O embaixador de Portugal em Dublin teve um papel fundamental para conseguirmos organizar o evento tecnológico em Lisboa.”. Também João Paulo Oliveira, da agência Leading, concorda com a ideia de que as empresas portuguesas de eventos têm vindo a evoluir bastante e que tudo mudou a partir da Expo 98. “Criamos infraestruturas na altura que ainda hoje são bastante importantes para atrairmos marcas e criarem cá os seus eventos.”. Lamenta só que muitas vezes as empresas de eventos têm o contacto com as pessoas certas mas que “depois falta o fazer! Já com o Web Summit conseguimos conquistá-los e trazê-los. Também ajudou termos a AICEP do nosso lado desta vez.”. Já Pedro Rodrigues, da empresa de eventos mais corporativos Desafio Global Ativismo levanta a preocupação de que a “Web Summit ainda é só 50% da vitória! Falta ainda realizar o evento. Acredito que temos todo um mundo de oportunidades que não podemos deixar escapar”. Falou também da falta de espaços para eventos que há em Lisboa e a “necessidade de construir um novo centro de congressos para a cidade” e que se pode até requalificar um edifico já construído, mas que algo tem que ser feito para criar melhores condições na capital para eventos. Jorge Vinha da Silva, adminis- trador executivo do Meo Arena, faz uma chamada de atenção que que ninguém se esqueça da importância de captar eventos internacionais e o impacto gigante que isso tem para o turismo nacional: “quando promovemos uma cidade como Lisboa, estamos também a promover Portugal”. É então necessário entender o retorno que um país pode ter ao organizar e promover eventos como congressos internacionais que reúnem convidados do mundo inteiro, e para isso mesmos estes eventos servem também para “colocar Portugal como destino principal para turismo nos nossos convidados. Para conhecerem o nosso país durante o evento e quererem cá voltar ou até recomendar a outros parceiros”. Bernardo Trindade, da Porto Bay, partilha da mesma opinião e que eventos como o Web Summit vão “revolucionar Portugal! Estima- -se que venham 40 mil dos maiores protagonistas da tecnologia e ao vir aqui estas mesmas pessoas vão colocar o nosso país no topo da lista para visitarem mais tarde!”. Todos estes investimentos têm então de serem vistos como uma mais-valia, pois garantidamente irá haver um grande retorno para o país. Bernardo Trintate mostra-se ainda bastante confiante nas capacidades das empresas de eventos portuguesas e sabe o quanto o nosso povo consegue ser pessimista mas diz ainda que “o que é trendy é ser pessimista mas eu estou otimista”. Ficou ainda o convite, feito por Jorge Vinha da Silva, de reunir mais vezes este sector para se discutir o que pode ser feito e como se podem ajudar uns aos outros. “Fica aqui o compromisso de nos encontrarmos umas duas vezes por ano”. PUB p.36 INVESTIGAÇÃO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 MEDICAMENTO QUE DEU NOBEL DA MEDICINA É PRODUZIDO EM PORTUGAL Portugal na vanguarda da produção de medicamentos Portugal é o produtor do medicamento contra os parasitas que, este ano, deu o prémio Nobel da Medicina a dois investigadores. Este medicamento é exportado para todo o mundo e irá erradicar duas doenças que atacam milhões em África. William Campbel (norte-americano) e Satoshi Omura (japonês) receberam, no dia 10 de dezembro de 2015, o prémio Nobel da Medicina pelas descobertas relacionadas com um novo meio para combater infeções parasitárias. O nome deste medicamento é ‘Ivermectina’, é produzido nos arredores de Lisboa e irá baixar drasticamente duas doenças parasitárias. O presidente da empresa Hovione Farmaciencia, produtora deste medicamento, refere que é um orgulho fabricar este produto. Todos os anos é fabricado entre uma a duas toneladas de ‘Ivermectina’ que vão dar para 300 a 600 milhões de comprimidos. Este medicamento é distribuí- do gratuitamente para a África subsaariana e América do Sul. Nestes países, existem milhões de pessoas que sofrem de “cegueira dos rios” e filaríase linfática , as duas doenças causadas por estes parasitas. Este parasita é transmitido pela picada de uma mosca. Estes medicamentos estão integrados na lista dos medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde, sendo por isso medicamentos de distribuição gratuita. Embora seja possível erradicar estas doenças, ainda não o foi devido s guerras e conflitos internos existentes nestes países. Em certos países como a Colômbia, Togo, Equador e Iémen, estas doenças parasitárias estão quase erradicadas. Estes medicamentos podem ser William Campbel tomados de forma preventiva, mas também como cura para pessoas afetadas, mas em casos onde o indivíduo esteja cego não é possível recuperar a cegueira. Mais de 20 milhões de pessoas são afetadas pela cegueira do rio. Em , mura identificou a substância que permitiu o medicamento, mas foi o norte-americano, ampbel que a purificou. Posteriormente, em 1987, a Merck passou a distribuir o medicamento gratuitamente e, dez anos depois, foi a empresa portuguesa Hovione que o começou a produzir. Esta empresa especializou-se na área da saú- de e, sozinha, detém mais de 400 patentes. A empresa Hovione Farmaciencia tem mais de 1.300 trabalhadores e está envolvida em cerca de 50 projetos de novos medicamentos, sendo que mais de 10% são aprovados pelas autoridades norte-americanas. Em África, mais de 20 milhões de pessoas são afetadas pela cegueira do rio e mais de 100 milhões por elefantíase. Satoshi Omura Prepare-se para o frio Estão a chegar os meses frios e, para lhes fazer face, vamos rever que cuidados devemos ter com as temperaturas. Neste período de mais frio e humidade, as principais preocupações são as gripes, pneumonias, otites, faringites, sendo por isso necessário ter um maior cuidado com os indivíduos que sejam mais suscetíveis a este tipo de doenças, tais como crianças, idosos e pessoas com doenças crónicas, particularmente, as respiratórias. FATORES DE RISCO Os grupos que têm um risco mais elevado de contrair este tipo de doenças são as crianças, idosos, pessoas com doenças crónicas ou imunodeprimidas, grávidas, trabalhadores em serviços de saúde e trabalhadores em creches ou escolas. SINAIS E SINTOMAS Os principais sinais e sintomas são dores musculares, tosse e espirros, febre, cansaço, dor de cabeça e congestão nasal. TRATAMENTO O tratamento das doenças virais é realizado, geralmente, através da gestão e alívio dos sintomas, através da administração de antipirético, analgésicos e anti-inflamat rios. A antibioterapia - medicação com antibi ticos - é inefica contra estas doenças virais, mas em certos casos, quando há uma infeção bacteriana associada à infeção viral, é necessário a toma de antibióticos. PREVENÇÃO De forma a evitar estas doenças, cada um de nós deve ter cuidados acrescidos durante estes meses frios. Evitar o contato com pessoas infetadas e adotar medidas de higiene, como a lavagem das mãos, são cuidados de primeira linha. Manter a habitação e o espaço de trabalho arejado, com luz solar e livre de poluição (tabaco) são também meios efica es de prevenção. O aquecimento é algo prioritário, tanto dentro como fora de casa. Deve optar por roupas por camadas e quanto mais confortável se sentir, melhor se está a prevenir. VACINAÇÃO GRIPE A vacina da gripe é utilizada para prevenir a doença sazonal que mais afeta a população portuguesa, a gripe. Este meio de prevenção é aconselhado às pessoas com mais suscetibilidade de contraírem a doença, tais como pessoas com mais de 65 anos, pessoas com doenças crónicas pulmonares, diabetes, imunodeprimidas há mais de 6 meses e pertencentes a instituições. Para estes grupos, as vacinas são gratuitas, sendo por isso uma mais-valia para a promoção da sua saúde. INOVAÇÃO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 p.37 UMA TOALHA PORTUGUESA NA LUTA CONTRA AS EPIDEMIAS Portugueses criam a primeira toalha repelente de mosquitos A Enamorata é uma empresa que rapidamente começa a ganhar nome no mercado têxtil nacional. Depois de um grande sucesso na produção e venda de swimwear, a marca aposta agora nos mercados da inovação tecnológica e da saúde pública, através do aproveitamento de uma simples toalha de praia à qual - em parceria com a também portuguesa Smart Inovation - deu o potencial de combater a propagação de vírus, como a malária ou o dengue. Nos últimos anos, o mundo tem sido abalado com uma série de epidemias, desde a gripe A, passando pelo ébola e, mais recentemente, o vírus Zika. A Organização Mundial da Saúde tem alertado para os riscos que estes surtos acarretam e, cada vez mais, pedem-se apoios para combater estas ameaças. No entanto, não são apenas as agências humanitárias que estão nessa luta. Várias empresas pelo mundo têm procurado inovar e agir em prol da saúde pública. É, neste âmbito, que surge referenciado o nome ‘Enamorata’, uma empresa têxtil portuguesa que criou a primeira toalha de praia repelente de mosquitos, um dos principais transportadores das doenças anteriormente mencionadas. Criada em janeiro de 2012, em Vila Verde, distrito do Minho, a Enamorata é uma das marcas que tem conseguido uma grande visibilidade nos últimos anos, captando a atenção do público nacional e estrangeiro pelos mais diversos motivos. A empresa, que na sua génese se sentiu inspirada pelos “lenços de namorados”, uma antiga tradição da vila, começou por investir no mercado têxtil através da criação de bikinis e fatos de banho de grande qualidade. A primeira coleção de têxtil balnear da Enamorata foi apresentada a 10 de fevereiro de 2012, num evento inserido nas celebrações do “Mês do Romance”, uma iniciativa do “Namorar Portugal”, um projeto local que visa a divulgação e promoção do artesanato da região de Vila Verde. Fátima Costa, fundadora da empresa, explicou em entrevista ao «Mundo Português» todo o processo que a levou à criação desta marca. Economista de profissão e com anos de experi ncia na área financeira de grupos e organi aç es t xteis, a empresária viu com agrado a hipótese de se aventurar no empreendedorismo e investir numa área que conhece bem. Para as peças criadas pela Enamorata, cuja produção é “100% made in Portugal”, Fátima Costa revela que “a inovação e a irreverência são dois grandes vetores”, sendo que a empresa privilegia o uso de materiais novos e/ou alternativos, assim como a incorporação de elementos que ajudem a diferenciar as peças. Um bom exemplo, conseguido através de uma parceria com a empresa bracarense Ouro Ave, é o uso de peças de filigrana como complemento de um bi ini usado num concurso de beleza internacional, realizado no Panamá, onde a representante de Portugal conseguiu o prémio de ‘runner-up’.”Eu diria que inovação, design, criatividade, funcionalidade e portugalidade são os valores que pautam a nossa criação”, acrescentou. Em termos de marketing, a estratégia da Enamorata, segundo Fátima Costa, assenta na divulgação através da participação em eventos e concursos de beleza, sendo que a marca procura também um local na imprensa nacional e estrangeira e o apoio de bloggers de moda. O objetivo da empresa é que se valorize tanto a inovação que procura “introduzir nas peças de modo a responder às expectativas dos clientes”, como a tecnologia que incorpora como, por exemplo, o desenvolvimento da toalha repelente de mosquitos, que combate os vírus da malária, dengue ou a febre-amarela, entre outros. A criação desta “toalha anti mosquitos” tem sido um ponto de viragem para a empresa, tendo em conta a visibilidade que deu à marca na imprensa nacional e internacional. Criada em colaboração com a empresa lusa Smart Inovation, esta toalha tem potencial para salvar milhares de vidas, servindo uma missão de solidariedade não muito comum em empresas de têxteis. A ideia inicial seria a de criar bikinis ou fatos de banho - os principais produtos da empresa - com essa nanotecnologia incorpo- rada, algo que não se mostrou funcional devido ao tamanho reduzido das peças. Com esta hipótese impossibilitada, as duas empresas viraram-se para as toalhas de praia, o que “alavancou a marca, tendo despertado a atenção de vários meios de comunicação”. Fátima Costa revela ainda que, graças a este produto, recebeu propostas de potenciais parceiros comerciais em vários países espalhados pelo mundo, particularmente nas zonas que mais têm sofrido com a propagação das epidemias. Entre estes encontram-se países como o Brasil, Colômbia, Angola, Moçambique, Caraíbas, Filipinas ou Singapura. Neste último, a Enamorata encontra se na fase final do processo de certificação necessário para que a toalha possa ser comercializada nas farmácias do país asiático. Esta nanotecnologia começa também a dar cartas em Angola, de onde a empresa recebeu inclusive pedidos para que se desenvolvam novos produtos, sendo que neste momento se está a desenvolver um pareo de praia com as mesmas caraterísticas. A incorporação de repelente em artigos de vestuário não é recente, mas só agora consegue tamanha eficácia e segurança “O repelente não é tóxico, pode ser usado a partir dos seis meses de idade”, garante Fátima Costa, assegurando que esta nanotecnologia se mantém efica por um per odo de até 100 lavagens e acrescentando que se trata de uma tecnologia certificada pelo nstituto Higiene e Medicina Tropical (IHMT). A preocupação com a saúde pública é evidente, como confirma a fundadora da empresa. No entanto, por muito valor que atribua à missão solidária que tem em mãos, Fátima Costa admite que “a parceria com a Smart Inovation poderá levar a Enamorata a alargar o seu leque de artigos, mas sempre dentro do segmento do beach/leisure wear, tal como previsto na sua estratégia”, afirmando que não abdicará do seu mercado inicial. Esta toalha de praia, um aliado valioso no combate às epidemias mundiais, tem um preço de venda ao público de 50 euros e pode ser encomendada através do site oficial da Enamorata. p.38 CIÊNCIA 12 DE FEVEREIRO DE 2016 ATÉ 4 DE MARÇO ESTUDO DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO REVELA QUE CORTIÇA AJUDA A REMOVER GASES COM EFEITO ESTUFA Politécnico de Viseu abre vagas de acesso a maiores de 23 anos Indústria da cortiça ajuda a atenuar as alterações climáticas Está a decorrer até ao próximo dia 4 de março o período de candidaturas para a realização de provas de acesso ao Ensino Superior para ‘Maiores de 23 anos’ aos diversos cursos de licenciatura que o Instituto Politécnico de Viseu disponibiliza.Esta forma de ingresso permite o acesso ao ensino superior a muitos cidadãos e profissionais que almejam melhorar os seus conhecimentos e habilitações numa perspetiva de formação contínua, prosseguindo ou retomando os seus estudos. Informação mais detalhada sobre todo o processo de candidaturas e inscrições pode ser consultada nos editais das escolas superiores do IPV, na página web www.ipv.pt. Estudo português sobre cirurgia de ambulatório distinguido em Paris Um estudo desenvolvido por investigadores da Unidade de Cirurgia de Ambulatório do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) foi distinguido, com o primeiro prémio, no Congresso Europeu de Cirurgia de Ambulatório, que decorreu em Paris. “Este trabalho quis conhecer a taxa e compreender as razões do adiamento e da exclusão dos doentes para cirurgia de ambulatório, na Unidade de Cirurgia de Ambulatório do CHUC, e estabelecer estratégias para a sua diminuição. Para isso, foi realizado um estudo prospetivo e descritivo, a partir do registo das consultas de anestesia entre julho de 2012 a junho de 2013”, explica Inês Mesquita, Interna de Formação Específica de Anestesiologia e primeira autora do trabalho vencedor. A investigadora destaca que “a realização do estudo só foi possível com o apoio incondicional e orientação de Maria Lurdes Bela, Assistente Hospitalar Graduada em Anestesiologia, assim como pelo contributo dos outros coautores”. A distinção vai permitir a Inês Mesquita um estágio, com a duração de dois dias, numa Unidade de Cirurgia de Ambulatório na Europa, acreditada pela Associação Internacional de Cirurgia Ambulatório (IAAS). Usar produtos feitos de cortiça ajuda a remover da atmosfera os gases com efeito estufa. Além de ser um dos grandes contributos da economia portuguesa, a cortiça é “um reservatório de carbono”, o que contribui para que este elemento seja retirado da atmosfera, conclui um estudo desenvolvido na Universidade de Aveiro, pela investigadora Ana Cláudia Dias. Ana Grácio Pinto “O setor de cortiça é um sumidouro efetivo de gases com efeito de estufa, uma vez que o sequestro de dióxido de carbono da atmosfera é bastante superior às emissões desses gases emitidos ao longo do setor, desde a floresta até ao destino final dos produtos de cortiça”, explica Ana Cláudia Dias, investigadora do Departamento de Ambiente e Ordenamento e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro (UA) e coordenadora do estudo que pretendeu avaliar a pegada de carbono do setor da cortiça em Portugal. A investigação da (UA) foi a primeira em Portugal a quantificar a pegada de carbono do setor da cortiça e confirma o contributo ecológico do sobreiro e do ecossistema que o envolve. “Por cada tonelada de cortiça produzida, o montado sequestra mais de 73 toneladas de dióxido de carbono, o equivalente às emissões daquele gás libertadas para percorrer cerca de 450 mil quilómetros de automóvel”, revela uma nota divugada pela UA. EXPERIÊNCIA EM CORUCHE Na Herdade da Machuqueira do Grou, em Coruche, o Instituto Superior de Agronomia (ISA), parceiro da UA neste estudo, realizou uma experiência ao longo dos últimos sete anos, que registou a quantidade de dióxido de carbono retirada da atmosfera por um ecossistema de montado (formado por sobreiros, solo e toda a restante vegetação característica dos montados) com uma média de 177 árvores por hectare. Os investigadores avaliaram ainda a quantidade de gases com efeito de estufa emitida pelo setor nacional da cortiça, “desde a floresta até ao destino final dos produtos feitos à base de cortiça, incluindo o respetivo processamento industrial”, informa a UA, revelando que “o saldo é extremamente positivo para o meio ambiente”. CORTIÇA: UM RESERVATÓRIO DE CARBONO Como a cortiça tem a capacidade de reter o carbono absorvido durante o crescimento do sobreiro, permite que esta árvore seja “um reservatório de carbono ao longo do seu ciclo de vida, garantindo que por cada tonelada de cortiça duas de dióxido de carbono sejam sequestradas da atmosfera”. Sendo assim, “os produtos produzidos a partir de cortiça nacional constituem reservatórios crescentes de carbono, quer durante a sua utilização, quer quando são depositados A investigadora Ana Cláudia Dias com uma pen revestida de cortiça em aterro, tendo acumulado entre 150 e 250 mil toneladas de dióxido de carbono por ano nos últimos 15 anos”, sublinha Ana Cláudia Dias. Os resultados da investigação indicam que “a utilização de produtos de cortiça contribui para a mitigação das alterações climáticas, quer pela sua capacidade de acumular carbono, quer pelo facto de substituírem produtos alternativos mais intensivos do ponto de vista energético”, acrescenta a cientista. Financiado por fundos nacionais através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do Compete, o projeto desenvolveu um modelo de cálculo que permite que os produtos de cortiça passem a ser incluídos nos inventários nacionais de gases com efeito de estufa, tal como já sucede com os produtos de madeira. Ana Cláudia Dias não tem dúvidas em afirmar que o estudo dotou o setor da cortiça de informação e ferramentas que ajudam à tomada de decisão “no que respeita a práticas que possam otimizar a pegada de carbono do setor” e reforçam o papel do setor “como elemento importante na mitigação das alterações climáticas”. O montado é um ecossistema criado pelo homem e característico da região do Alentejo. São, na verdade, florestas de sobreiros que subsistem apenas no Mediterrâneo - sobretudo nas regiões a sul da Península Ibérica, Argélia e Marrocos. Portugal, onde o montado é legalmente protegido, tem a maior extensão de sobreiros do mundo e lidera as exportações, com uma quota que ronda os 65%. Segundo a Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR), Portugal concentra 34 por cento da área mundial de montado, o correspondente a uma área de 736 mil hectares e 23 por cento da floresta nacional. A APCOR cita um estudo do ISA que refere que o montado pode fixar cerca de seis toneladas de carbono por hectare e ano, o que corresponde, no caso de Portugal, a mais de quatro milhões de toneladas de carbono por ano. Um sobreiro vive em média 200 anos. Criada rede social para partilha de experiências entre doentes oncológicos FalarSobreCancro.org é o nome da rede social que nasceu para troca de informações e experiências entre doentes oncológicos. O site é público, livre e gratuito e pretende ser um meio de interação com a comunidade oncológica, entre doentes, familiares, amigos, profissionais de saúde, investigadores e voluntários. “Com o FalarSobreCancro.org o que queremos é, por um lado, criar uma rede de contacto entre pessoas que enfrentam a mesma luta e dar acesso aos pacientes a profissionais de saúde que dissipem algumas dúvidas e esclareçam a veracidade de algumas matérias”, explica Rui Oliveira, administrador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e docente da Universidade do Minho que, com Nuno Martins, docente do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA), é responsável pelo desenvolvimento da plataforma. O projeto nasceu no âmbi- to da tese de doutoramento de Nuno Martins que estudou o trabalho de comunicação de cidadãos e instituições na luta contra o cancro, através dos media participativos online. O trabalho atingiu uma nova fase de investigação com o FalarSobreCancro.org, que passou a estar centrado no estudo de uma solução prática que ajude a comunidade oncológica na luta contra a doença. A rede social apresenta ainda o ‘Boletim Clínico’ gerido apenas pelo IPO-Porto e que inte- gra conteúdos clínicos e científicos que só podem ser publicados por profissionais de saúde devidamente habilitados, cujo objetivo é exclusivamente informativo e educativo. Para aceder à rede basta fazer um registo. O utilizador pode, depois, verificar todos os membros que fazem parte da comunidade, aceder à atividade de cada utilizador, interagir em grupos temáticos (medicinas alternativas, cancro da mama, entre outros) e ainda escolher quem pretendem ou não seguir. AF_AnuncioMundoPT_250x320.pdf C M Y CM MY CY CMY K 2 05/02/16 18:43 p.40 MÚSICA 12 DE FEVEREIRO DE 2016 MÚSICA BERLIM Lusodescendente Shawn Mendes esgota concerto em Lisboa em duas horas DJ aveirense lança disco de música ‘house’ Filho de pai português e mãe inglesa, Shawn Mendes nasceu em 1998, no Canadá, e deu nas vistas em 2013, na Internet, ao colocar vídeos com versões de canções, através da aplicação Vine. O concerto de estreia do cantor canadiano Shawn Mendes, de ascendência portuguesa, marcado para 8 de maio em Lisboa já está esgotado, revelou a editora Universal Music. Os bilhetes para o concerto na Sala Tejo - adjancente ao Meo Arena - foram colocados hoje à venda, tendo esgotado em menos de duas horas. O concerto em Lisboa fechará uma digressão europeia que tem início em meados de abril, na Alemanha. Filho de pai português e mãe inglesa, Shawn Mendes nasceu em 1998, no Canadá, e deu nas vistas em 2013, na Internet, ao colocar vídeos com versões de canções, através da aplicação Vine. Um ano depois assinou contrato com a editora Island Records e lançou o tema “Life of the Party”. Tinha 15 anos e tornou-se no artista mais novo a entrar no tabela da Billboard, dos 25 mú- sicos que mais venderam um single de estreia. O tema acabou por ser incluído num EP, editado no verão de 2014, antecedendo a edição do primeiro álbum, “Handwritten”, em 2015, e que o colocou entre os artistas adolescentes de música pop. É com este álbum, que inclui os temas “Stitches” e “Something big”, que Shawn Mendes está nomeado para os Juno, os prémios da indústria discográfica do Canadá. Shawn Mendes, natural de Pickering, no Ontário, está nomeado para “Álbum do Ano”, “Álbum pop do ano”, “Artista do Ano” e “Prémio Escolha dos Fãs”. MÚSICA Palco Rock Street do rock in Rio Lisboa é dedicado ao Brasil Os músicos Wilson Simoninha, Toni Garrido e Mart’nália vão atuar em maio, no festival Rock in Rio Lisboa, no Parque da Bela Vista, anunciou a organização. Estes artistas vão atuar na Rock Street, um dos espaços do festival - que inclui um palco, comércio e restauração - que este ano será dedicado à cultura do Brasil. O cartaz contará com Mart’nália, que vai cantar músicas do pai, Martinho da Vila, Wilson Simoninha, filho de Wilson Simonal, que recuperará canções de Jorge Ben Jor, Toni Garrido, que vai interpretar canções de Tim Maia. Serjão Loroza, Ciro Cruz e Léo Gandelman também estarão na Rock Street. O festival Rock in Rio Lisboa decorrerá nos dias 19, 20, 26, 27 e 28 de maio, estando já confirmada a presença de nomes como Bruce Springsteen, Maroon 5 e Queen + Adam Lambert. PUB Antigo disc jockey (DJ) da discoteca Estação da Luz em Aveiro, Jepe lançou no início deste mês em Berlim o segundo vinil de músicas originais, três anos depois de se ter mudado para a capital alemã à “aventura”. João Pedro da Silva, ou Jepe como é conhecido no mundo da música eletrónica, decidiu mudar-se para Berlim há três anos em busca do sonho de trabalhar como DJ a nível internacional. “Vim para Berlim sem nada. Foi uma aventura, estive três meses para conseguir alugar um quarto e fui partilhar casa com uma alemã. Foram seis meses de descoberta”, relembrou o DJ, em entrevista à agência Lusa. Apesar de recém-chegado a Berlim, Jepe tocou no Watergate, um dos principais clubes da cidade, e tem trabalhado em países como Áustria, China, França, Itália e República Checa. “Quando vim para Berlim tive logo as primeiras oportunidades porque era um nome novo na cidade. Com a edição do disco, sente-se o impulso, o interesse das pessoas, porque têm sede de coisas novas”, disse. O disco KTMN, apresentado na capital alemã e com pré-venda exclusiva para Berlim, conta com quatro temas de “música house pura”, incluindo um original, um remix e dois temas experimentais. “São quatro temas diferentes de propósito, para mostrar que não sou um artista de um estilo só. Gosto de explorar vários domínios apesar disso trazer coisas menos boas porque não estar ligado a um estilo faz com que não pertenças muito a uma certa onda, a um certo tipo de fãs. Tal como no futebol, os fãs segmentam e são fundamentalistas”, explicou o DJ em declarações à agência Lusa em Berlim. O disco é editado pela Blossom Kollektiv, um projeto que Jepe partilha com Miguel Morgado, um músico português sediado em Innsbruck na Áustria, e que desde 2013 tem vindo a editar nomes como Mathias Vogt, Art of Tones e Felkon. Em Portugal, Jepe trabalhou como corretor da bolsa e, antes de se mudar para a Alemanha, era DJ residente da Estação da Luz em Aveiro, mantendo também o projeto Johnwaynes em parceria com o músico António Bastos. “Estou em fase de re-branding pós-Johnwaynes e a transição desse projeto, que atingiu um certo status em 10 anos, demora tempo”, referiu o DJ. Além do lançamento do disco na Alemanha, o músico tem uma apresentação oficial em Innsbruck na Áustria a 12 de fevereiro. CULTURA 12 DE FEVEREIRODE 2016 p.41 ALGUMAS SÃO RARAS E NUNCA FORAM EXPOSTAS Museu Nacional de Arqueologia conta a história da Lusitânia Romana em 200 peças A província romana da Lusitânia, foi uma entidade administrativa criada entre 16 e 13 a.C. O território que os romanos unificaram, acabou repartido entre Portugal e Espanha e mais de dois mil anos depois, uma grande exposição parte de uma seleção de bens arqueológicos de imensa importância, para dar a conhecer aquela província do império romano. «Lusitânia Romana. Origem de dois povos/Lusitania Romana. Origen de dos pueblos», esteve patente em Mérida, Espanha, no ano passado e chega agora a Portugal. Está patente no Museu Nacional de Arqueologia, onde pode ser visitada até 30 de junho. A província romana da Lusitânia ocupava grande parte de Portugal, entre o Douro e o Algarve, a atual Extremadura espanhola e uma pequena área da Andaluzia. O território que os romanos unificaram, acabou repartido por dois países: Portugal e Espanha e mais de dois mil anos depois, esta grande exposição reúne 210 bens culturais de grande interesse arqueológico, histórico e artístico, pertencentes a 14 museus e instituições culturais de Portugal e cinco de Espanha. Os organizadores destacam uma inscrição em pedra em carateres latinos, segundo a fonética lusitana, originária de Arronches, que abre a exposição, e a Tábua de Vipasca, de Aljustrel, um dos dois únicos regulamentos de extração mineira, do mundo romano, conhecidos (o outro encontra-se no Museu Geológico, em Lisboa). A exposição é o resultado de uma organização conjunta entre o Museu Nacional de Arte Romano (MNAR) de Mérida, Espanha, e o Museu Nacional de Arqueologia (MNA) e com a colaboração científica da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL). No ano passado, a exposição esteve patente no Museo Nacional de Arte Romano (MNAR) de Mérida, tendo sido visitada por quase 121 mil pessoas. Dividida em dez núcleos temáticos, dá a conhecer a Lusitânia romana, “não olhando aos territórios separados pela fronteira política”, mas recuperando “as fronteiras históricas romanas que, ao longo das últimas décadas, historiadores e arqueólogos da Antiguidade Clássica, espanhóis e portugueses, mas também de muitas outras nacionalidades, têm afincadamente valorizado no seu trabalho, realizando uma investigação que trata a Lusitânia como um todo”, refere uma nota divulgada pelo MNA. A exposição termina com a projeção de um audiovisual sobre «O Legado Romano» no território português e da Extremadura espanhola. A Lusitânia romana “é talvez uma das menos conhecidas pela historiografia, apesar de ser uma das mais interessantes, devido à sua localização geográfica no Império Romano, como ‘finis terrarum’ (terras do fim do mundo), pela diversidade de povos que a habitavam e recursos endógenos existentes, bem como ao significado político da sua criação”, informa o MNA. Teve como capital a colónia Augusta Emerita, a atual cidade espanhola de Mérida. Foi mandada fundar em 25 a.C., pelo próprio imperador Augusto, que incumbiu o seu genro Marcos Agripa de a criar e ali distribuir terras aos veteranos (eméritos) de duas legiões, essencialmente «Lusitânia Romana. Origem de dois povos» Até 30 de Junho de 2016 Museu Nacional de Arqueologia Praça do Império – Belém (Na ala ocidental do Mosteiro dos Jerónimos Horário: De 3ª feira a domingo das 10h às 18h. As últimas admissões são às 17h45 na entrada principal e às 17h30 na entrada oriental. Está fechada às 2as, Domingo de Páscoa e 1 de maio Preçário: 5 euros. A entrada é gratuita no primeiro domingo de cada mês para visitas individuais ou grupos de até 12 pessoas. É ainda gratuita para crianças até aos 12 anos Como chegar: Autocarros: 714, 727, 728, 751,729 Autocarros da linha de Sintra: 113, 149 Elétrico: 15 Comboio da linha de Cascais: saída em Belém Barco: Saída no cais de Belém itálicos, que integraram os contingentes militares envolvidos nas guerras de pacificação do noroeste da Península Ibérica, realizadas nos anos 20 do século I a.C. contra os povos Ástures e Cântabros. Augusta Emerita, ao contrário das outras duas capitais da Hispânia romana (Tarraco, atual Tarragona e Carthago Nova, hoje Cartagena) não tinha uma saída direta para o mar, e daí que principalmente Olisipo, atual Lisboa, mas também a restante rede de importantes cidades implantadas junto aos rios Tejo e Sado – Scalabis (Santarém), Salacia (Alcácer-do-Sal) e Cetobriga (Setúbal) – constituíssem um complexo de “portas” de entrada e saída para o oceano. Os vestígios arqueológicos que se mostram agora no Museu Nacional de Arqueologia vêm contar a história da antiga ocupação humana do território da Lusitânia hoje a maior parte de Portugal e parte de Espanha. p.42 BOA MESA 12 DE JANEIRO DE 2016 Culinária CARNE Bife com molho de pimenta PORQUE SABE SEMPRE BEM... Cooktail de Amêndoa INGREDIENTES ¼ de Campari; ¼ de vermute seco; ¼ de Amaretto di Saronno; ¼ de água tónica; Limão (raspa); 1 amêndoa; PREPARAÇÃO Num copo de misturas para cocktail adicione o Campari, o vermute e o Amaretto. Sirva num copo de cocktail, cubra com água tónica e junte a amêndoa e o limão. PEIXE Bacalhau com Gambas INGREDIENTES 2 bifes de vaca do lombo com aproximadamente 180g cada Flor de sal q.b. 50g de manteiga 100 ml de caldo de carne natural (meio cubo de caldo natural) 2 colheres de sopa bem cheias de mistura de pimentas em grão PREPARAÇÃO Num almofariz esmague um pouco as pimentas. Quando mais esmgadas tiverem, mais forte fica o molho. Tempere os bifes de ambos os lados com um pouco de flor de sal, tendo em conta que o caldo de carne já é salgado. Numa frigideira, leve ao lume a manteiga e deixe aquecer bem. Frite os bifes de ambos os lados a gosto. Depois dos bifes fritos coloque-os num prato. 1 colher de chá de molho inglês 200 ml de natas Arroz branco (opcional) 2 cebolas picadas 2 folhas de louro 200 ml de azeite 600g de tomate pelado cortado em cubinhos 400g de cenoura cortada em rodelas finas À gordura que ficou, misture a pimenta, o molho inglês e o caldo de carne. Deixe ferver alguns minutos até que o molho reduza para metade. Bata as natas com uma vara de arames até que ganhem um pouco de consistência e volume. Junte as natas ao molho e misture bem. Deixe cozinhar alguns segundos até que o molho fique cremoso. Sirva o bife com o molho por cima, e delicie-se com esta receita pensada especialmente para si. SOBREMESA Suspiros de Namorados INGREDIENTES 6 claras 500g de açúcar branco 1 pitada de sal Para o recheio: 1 iogurte grego 2 colheres de sopa de topping de morango Vahiné + algum para servir frutos vermelhos em pedaços PREPARAÇÃO Aqueça o forno a 120º. Bata as claras com a pitada de sal em castelo bem firme. Sem deixar de bater, adicione o açúcar aos poucos, continue a bater por mais 2 minutos quando terminar o açúcar. Coloque 2 colheradas em cada forma de papel de queque e leve ao forno durante cerca de 1h. Deixe arrefecer completamente. Para servir, tire com cuidado a parte de cima do suspiro, deite um pouco do iogurte batido com as 2 colheres de topping de morango, a seguir, coloque alguns pedaços defrutos vrmelhos. Volte a colocar a parte de cima do supiro e termine com um pouco de topping por cima. Nota: a receita faz cerca de 12 suspiros, eu só usei 2. Os restantes pode deixar simples, que são deliciosos ou conge- INGREDIENTES 900 g de bacalhau demolhado Molho bechamel q.b. 500 g de gambas descascadas 1 pacote de batata palha 5 ovos Queijo mozzarella q.b. 1 cebola picada 3 dentes de alho picados Salsa picada q.b. Azeite q.b. Caldo de peixe q.b. Sal e pimenta preta q.b. PREPARAÇÃO Faça um refogado numa panela juntando a cebola e os olhos sobre um pouco de azeite. De seguida, tempere com pimenta o bacalhau, devidamente desfiado, e coloque-o na panela juntamente com o refogado, deixando-o cozinhar durante alguns minutos. Enquanto a comida coze adicione o caldo de peixe e a salsa, mexendo um pouco até que os ingredientes se misturem. De seguida, junte as gambas e deixe cozer durante mais alguns minutos. Por fim, adicione a batata palha e os ovos, previamente mexidos e temperados com uma pitada de sal. Coloque o preparado num recipiente próprio para ir ao forno e vá adicionando, de forma alternada, as camadas de bacalhau e o bechamel, de modo a que o sabor doce do molho envolva todos os restantes ingredientes. Para finalizar, polvilhe o topo com queijo mozzarella ralado e, se desejar, acrescente mais uma camada fina de molho bechamel. Leve ao forno para dourar, retirando quando considerar que a camada superior já se encontrada suficientemente tostada. Retire com cautela, deixe arrefecer e delicie-se. p.43 SAÚDE 12 DE FEVEREIRO DE 2016 SAIBA COMO DEVE DE ANDAR DE AVIÃO Síndrome da classe turística: a doença do viajante Uma nova doença tem dado que falar, a Síndrome da Classe ur stica. sta é uma doen a que muitos via antes podem vir a ter, principalmente aqueles que viajam muito de avião. Seja em trabalho ou por lazer, as viagens de longo curso são cada vez mais uma realidade. Dantes pensava-se que a única preocupação do viajante era o desconforto da viagem, mas começou a contatar-se que o fato da pessoa ficar sentada e im vel durante v rias horas num lugar apertado pode levar à formação de trombos nos membros inferiores, que poder ter consequ ncias sérias. sta situa o é chamada de S ndrome da Classe Turística. sta s ndrome é causado pela dificuldade do retorno venoso o sangue fica estagnado nos membros inferiores), o que pode levar à forma o de trombos co gulos . s pessoas que s o mais afetadas s o as que via am v rias horas na posição de sentado, indivíduos com varizes, doenças cardíacas, idosos e/ou gr vidas. ambém ser-se fumador, obesos e sofrer diabetes mellitus são fatores de risco. s situa es respons veis por esta s ndrome são a compressão que existe na região dos m sculos gémeos e da curva do oelho, a diminuição da pressão dentro do avião (leva a uma dificuldade do retorno venoso e a reduzida humidade atmosférica que pode causar desidratação. Existem alguns cuidados que podem ajudar a prevenir estas situações, tais como, não colocar a bagagem debaixo do assento (permite uma maior mobilidade das pernas), usar meias el sticas de compress o facilitam o retorno venoso , usar roupa confort vel e que não seja apertada, beber muitos líquidos (contraria a pouca humidade existente nos aviões) e não permanecer sentado com as pernas cruzadas durante muito tempo. CURIOSIDADE Dentro dos aviões a temperatura costuma estar um pouco mais baixa, isto porque é necess rio controlar a energia gasta para compensar a amplitude térmica decorrente das temperaturas negativas que se sentem fora do avião a grande altura. Para colmatar esta situação podem ser usadas algumas es- tratégias, tais como, levar consigo um casaco mais quente, pedir aos assistentes de bordo uma manta ou reservar um lugar na parte detr s do avi o, lugar onde o frio do ar condicionado não chega tanto. As viagens de avião podem ser desconfort veis mas podemos contrariar este des- conforto. lém das estratégias disponibilizadas no artigo (gerir o espaço à volta do nosso acento, utilizar roupa confort vel e beber l quidos , também podemos pedir s hospedeiras de bordo alguma almofada ou algum conselho de como poder ficar mais confort vel. p.44 HORÓSCOPO SIGNO DA ÉPOCA AQUÁRIO 12 DE FEVEREIRO DE 2016 Os aquarianos são inovadores e têm uma boa relação com as pessoas em geral. Têm um espírito irrequieto e defendem a liberdade e a espontaneidade. Gostam de trabalhar em grupo e acreditam no potencial de cada individuo mas não são pessoas muito emotivas. São racionais mas ao mesmo tempo são visionários e estão quase sempre focados no futuro, debochando do passado e ignorando o presente. Na mitologia, o signo é representado ora por um jovem, ora por um velho. Ambos trazem uma ânfora cheia d’água, que derramam ao solo. O inconsciente flui através de suas mãos, tornando-o instrumento para a busca de soluções originais e descobertas transformadoras. 21 jan a 19 fev. CARNEIRO 21 mar. a 20 abr. Rui Vitória (16.04.1970) TOURO Leonor Poeiras (06.05.1980) GÉMEOS Ana Bola (02.06.1952) CARANGUEJO Amália Rodrigues (23.07.1920) LEÃO Ana Malhoa (06.08.1979) VIRGEM André André (26.08.1989) 21 abr. a 21 22 mai. a 21 jun. 21 jun. a 23 jul. 24 jul. a 23 ago. 24 ago. a 23 set. Trata-se de um momento emocionalmente muito intenso em termos interiores e a nível da relação a dois. Uma mudança profissional poderá ocorrer nesta altura que poderá trazer resultados frutuosos no futuro. Aproveite resolver situações. Se mostrar, nesta semana, uma maior tolerância para com os outros, verá que eles usarão de uma maior franqueza para consigo, o que lhe proporcionará momentos de grande satisfação. Os seus conhecimentos poderão ser alargados. Nesta fase poderá sentir a sua saúde um pouco debilitada podendo ocorrer estados febris devido a pequenas inflamações no aparelho respiratório. O sistema nervoso também poderá estar mais tenso e ter mudanças repentinas de humor. Ao longo deste período as suas relações com os outros tornar-se-ão mais claras, transparentes e harmoniosas, beneficiando de uma maior compreensão por parte dos familiares, amigos ou colegas de trabalho. A sua imagem sairá reforçada. Atravessa agora um período um pouco mais difícil a nível profissional, o que poderá radicar na sua presunção de que tem sempre as melhores ideias, e também numa certa incapacidade de diálogo. É melhor deixar que a maioria decida e aceitar. Ao longo desta semana sentirá uma forte necessidade de enriquecimento mental mesmo durante actividades totalmente lúdicas como sejam os jogos que exijam agilidade de raciocínio. Não considere que está a perder tempo. BALANÇA ESCORPIÃO SAGITÁRIO CAPRICÓRNIO AQUÁRIO PEIXES Rita Guerra (22.10.1967) Rogério Samora (28.11.1958) Sara Matos (20.12.1989) Jorge Mendes (07.01.1966) Carlos Lopes (18.02.1947) Sónia Tavares (11.03.1977) 24 set. a 23 out. 24 out. a 22 nov. 23 nov. a 21 dez. 22 dez. a 20 jan. 21 jan. a 19 20 fev. a 20 mar. Poderá sentir um desejo incontrolado de adquirir bens materiais, mais por motivos de ostentação do que necessidade. A razão tende a ser dominada pelo impulso, o que pode levá-lo a fazer gastos avultados. Procure travar os seus ímpetos. Este é um momento de reflexão e prudência no que diz respeito a decisões que tenha de tomar. A sua atenção será solicitada para vários assuntos a que terá de dar resposta adequada, provocando-lhe uma certa desorientação. Poderá estar desanimado, insatisfeito e frágil sem saber porquê. Deve evitar o convívio com pessoas depressivas nesta altura. Possivelmente irá sentir necessidade de se refugiar no seu mundo interior mais secreto ou na intimidade do seu lar. Período de grande actividade intelectual e capacidade de expressão. Aproveite para se organizar e pôr em dia aquelas tarefas que tem vindo a adiar. A sua enorme curiosidade e impaciência vão fazê-lo movimentar-se por vários focos de interesse. Está numa fase em que vai poder realizar todos os projectos que tem em mãos. Vai estar num momento cheio de iniciativas e de ideias, conseguindo que os outros lhe dêem apoio para as concretizar. Cuidado para evitar conflitos. Analise o passado e verifique se as suas expectativas de vida e objectivos foram atingidos. Interrogue-se se agiu correctamente segundo as suas opiniões ou por influência de terceiros. Este é um momento em que se sentirá impelido a comunicar. Sudoku Dependendo do nível de dificuldade, o objetivo é completar os quadrados em falta com números de 1 a 9. Há, no entanto, três regras a respeitar: o mesmo número não se pode repetir nem na linha horizontal, nem na linha vertical, nem no mesmo quadrado. À Descoberta De Portugal Pego das Pias, Odemira SOLUÇÕES Isolado entre rochas altas e um verde luxuriante, existe um lugar único de uma beleza ímpar, tornando este espaço mágico. O seu nome tem origem nas cas deixadas na rocha. A força do caudal das águas associada ao declive da zona deverá ter provocado os redemoinhos que perfuraram a rocha criando as chamadas “pias” . Miradouros Palavras Cruzadas Miradouro da Senhora do Monte, Graça Horizontais: 1. Repousar; 9. Elo; 10. Vento brando e aprazível; 11. Nome da letra grega correspondente ao X; 12. Centésima parte do hectare; 13. Autores (abrev.) 14. Fazer tocar a proa na terra ou cais; 16. Relativo a coroa; 18. Melancia; 19. Tribunal constitucional; 21. Dueto; 22. Ente; SOLUÇÕES Horizontais: 1. DESCANSAR; 9. ANEL; 10. AURA; 11. CSI; 12. ARE; 13. AA; 14. ABICAR; 16. CORONAL; 18. SANDIA; 19. TC; 21. DUO; 22. SER; 23. LIAM; 25. DOUZE; 26. ASSEVERAR Verticais: 1. DACA; 2. ENSACA; 3. SEI; 4. CL; 5. NARINA; 6. SUECA; 7. AR; 8. RAER; 12. ABOIO; 14. ARDUME; 15. ALTEZA: 17. ONDAS; 18. SALA; 20. CRER; 22. SOR; 24. I; 25. DE Verticais: 1. Capital do Bangladesh; 2. Mete em caso ou saco; 3. Estou informado; 4. Centilitro (abrev.); 5. Venta; 6. Espécie de bisca em que cada parceiro joga com dez cartas e obriga a naipe; 7. Atmosfera; 8. Vassourar o forno; 12. Canto plagente com os vaqueiros guiam as boiadas; 14. Ardor; 15. Tratamento dado hoje aos príncipes e infantes e outrora aos reis; 17. Vagas; 18. Compartimento; 20. Acreditar; 22. Redução de senhor (popular); diversas cavidades circulares na rocha, provocadas aparentemente por redemoinhos numa altura em que o nível das águas no local era superior ao actual, pelo menos a avaliar pelas mar- Junto ao Santuário da Senhora do Monte, este miradouro é um dos menos frequentados e de maior beleza da Capital Portuguesa. Delimitado pelo bonito Lar- go do Monte, este miradouro é sombreado por frondosas árvores que o circundam e conta com um painel de azulejos indicativos dos locais que ali se conseguem avistar. A partir dele pode observar-se, o Castelo de São Jorge, parte da Baixa de Lisboa e o estuário do rio Tejo, bem como, do Bairro Alto até ao Parque Florestal de Monsanto. PARABÉNS 12 DE FEVEREIRO DE 2016 Parabéns a você FEV 10 Quarta-feira de cinzas Ana Ferreira Andorra Andorra La Vella Antonio Camilo Sotteville Les Rouen França Antonio Coelho Remscheid Alemanha Antonio Maia St. Etienne Du Rouvray França Antonio Mestre Bramsche Alemanha Antonio Paulos Sao Paulo Brasil Armenio Grilo Saint Orens De Gameville França Carlos Martins Teresopolis Brasil Carminda Guimaraes Paris França Celso Almeida Rio De Janeiro Brasil David Chaves Seckach Alemanha Estela Rezende Rio De Janeiro Fatima Soares Arnsberg Florinda Pereira Rio De Janeiro Francisco Viriato Arbon Gomes Ernesto Fontaine Les Dijon Guerreiro Marcelino Comodoro Rivadavia Henrique Proenca Sao Paulo Joao Freitas Sao Roque Joaquim Serra Rio De Janeiro Jose Aguiar Rio De Janeiro Brasil Alemanha Brasil Suíça França Argentina Brasil Brasil Brasil Brasil Jose Luz Comodoro Rivadavia Argentina Luis Brito Corbeil-essonnes França Manuel Oliveira Germiston South África Do Sul Manuel Trigo Venissieux França Maria Marques Boulogne-billancourt França Maria Ramalho Rio De Janeiro Brasil Miguel Moreira Rio De Janeiro Brasil Oscar Brito Comodoro Rivadavia Argentina Parcidio Peixoto Viroflay França Pinheiro Antonio Niderhaslach França Pires Julia Escaldaes-engordany Andorra Santos Alberto Bischheim Sidonio Silus Rio De Janeiro Valdemar Caetano Els Cortals FEV 11 França Brasil Andorra Dia Mundial do Doente Adriano Pinto Paris Almeida Joaquim Argenteuil Amadeu Goncalves Bischheim Antonio Costa Vancouver Antonio Fernandes Etterbeek Armindo Marques Montreal Artur Santos London Augusto Rygon Rio De Janeiro Baltazar Jacinto Bezons Diamantino Pinheiro Rio De Janeiro Eduardo Gregorio Labarthe Sur Leze Fernando Ferreira Puteaux Gabriel Capelo Bischheim Goncalves Maria Paris Graciano Oliveira Rio De Janeiro Grilo Joaquim Merignac Isabel Rolo Maintal Joaquim Goncalves Noisy Le Sec Jose Costa Tingalpa Jose Galvao Sao Paulo Jose Graca Kummerfeld Jose Leite Garges Les Gonesse Jose Lopes Houilles Jose Quadros Praia Da Barra Juliana Martins Lucerna Lucilia Oliveira Rio De Janeiro Luis Machado Nilopolis Luiz Vinagre Olaria - Rj Manuel Joaquim Andorra La Vella França p.45 A EMIGRAÇÃO VISTA PELO CARTOON DO ZÉ MANEL(publicado originalmente em 1970) O desejo de emigrar por parte dos jovens não é recente. Já em 1970 se encontravam alguns jovens a procurar a emigração e, algumas vezes, até crianças... Martoccia Dominique Beauchamp Nilton Barbosa Rio De Janeiro Pedro Simao Gien Silvino Russo Rio De Janeiro Velez Manuel Paris Vitor Nochieri Sao Paulo Wagner Pinheiro Sao Paulo França Brasil França Brasil França Brasil Brasil França França Canadá Bélgica FEV 12 Dia da mão vermelha Brasil Afonso Bastos França Le Perreux Sur Marne Alemao Gualter Arnsberg Alemanha Almeida Edgar Marseille França Alves Jose Amorbach Alemanha Antonio Dias Rio De Janeiro Brasil Antonio Lino Sulz Alemanha Avelino Ferreira Soisy Sous Montmorency França Correia Jose St. Clement Jersey C.I Da Steven Gagny França Domingos Lopes Echirolles França França França Canadá Inglaterra Brasil França Brasil França França França França Alemanha França Austrália Brasil Alemanha França França Portugal Suíça Brasil Brasil Brasil Andorra Duarte Belmira Bourges Francisco Pita Sampaio - Rj Gilberto Morgado Rio De Janeiro Joao Dias Villeurbanne Joao Silva Dolembreux Joao Souza Rio De Janeiro Jose Bernardo Backnang Jose Teixeira Lingolsheim Manuel Torres Romainville Maria Oliveira Sao Paulo Miguel Silveira San Jose Ribeiro Francisco Anyos Sampaio Gloria Andorra La Vella Walter Giorgini Rio De Janeiro Brasil Brasil França Bélgica Brasil Alemanha França França Brasil U.S.A. Andorra Andorra Brasil JAN FEV 13 Dia Mundial da Rádio Aida Fernandes Oeiras Alfredo Correia Rio De Janeiro Alonso Carrasco Dusseldorf Antonio Lopes Aubervilliers Antonio Peixoto Belem Antonio Teixeira Limours Antonio Teixeira Fafe Antonio Viegas Sao Paulo Arnaldo Salta Rio De Janeiro Casimiro Oliveira Zurich Constanca Moreira Rio De Janeiro Cristina Correia Petropolis Da Conceicao Encamp Delfim Ribeiro Champigny Sur Marne Portugal Brasil Alemanha França Brasil França Portugal Brasil Brasil Suíça Brasil Brasil Andorra França Eduardo Silva Brasil Barra Mansa Fernando Mendes Argenteuil França Ferreira Antonio Clermont Ferrand França Francisco Oliveira Santos Brasil Goncalves Alberto Wiltz Luxemburgo Graca Hilario Goussainville França Henrique Godinho Rio De Janeiro Brasil Joao Trindade Rio De Janeiro Brasil Joaquim Goncalves Saint Orens De Gameville França Jose Gomes Sault Ste. Marie Canadá Jose Granado Vila Velha Brasil Jose Vilela Niteroi Brasil Leal Luis Troyes França Manuel Moreira St. Etienne Du Rouvray França Manuel Pereira Saverne França Maria Graca Rio De Janeiro Brasil p.46 PARABÉNS 12 DE FEVEREIRO DE 2016 Parabéns a você Maria Lopes Comodoro Rivadavia Padre Finatto Pierrelaye Pinto Joao Munster Raul Oliveira Rio De Janeiro Silva Hernani Clermont-ferrand Silvia Madeira Offenbach Tiago Duarte Bressonnaz Tobias Cruz Rio De Janeiro FEV 14 Argentina França França Brasil França Alemanha Suíça Brasil Dia dos Namorados Afonso Manuel Andorra La Vella Americo Simoes Fontenay Antonio Ferreira Buchs Andorra França Suíça Antonio Freitas Pretoria África Do Sul Antonio Martins La Roquettes S/liagre França Antonio Resende Rio De Janeiro Brasil Augusto Silva Bamberg Alemanha Cidalia Silva Bollion Suíça Fatima Silva Hagen Alemanha Humberto Marques Colombes França Joaquim Azevedo Wizernes França Joaquim Branco Vila Das Aves Portugal Jose Oliveira La Varenne França Jose Pereira Toulouse França Jose Ventura Epernay França Manuel Cruz Salvador Manuel Lage Eglisau Manuel Rodrigues Levallois Perret Maria Deerszteler Niederkassel Maria Fontes Rio De Janeiro Oliveira Maria Versailles Paulo Moreira Rio De Janeiro Pereira Jose Villeneuve Salomao Viegas Hamburg Vera Faria Rio De Janeiro FEV 15 Brasil Suíça França Alemanha Brasil França Brasil Suíça Alemanha Brasil Portugal reconhece a independência dos EUA Alves Manuel Andorra La Vella Alves Manuel Andorra La Vella Andorra Andorra Alves Manuel Andorra La Vella Andorra Angelo Rosado Rio De Janeiro Brasil Antero Oliveira Le Havre França Manuel Laje Stuttgart Alemanha Antonio Nunes Belo Horizonte Brasil Antonio Oliveira Lure França Antonio Palma Thunder Bay Canadá Armando Damiao Saint Jean França Belmiro Pereira Colombes França Brito Fernando Sant Julia De Loria Andorra Camilo Costa Rio De Janeiro Brasil Carlos Pereira Saint Didier França Da Filipe Encamp Andorra Guilherme Silva Brasilia Brasil Ilidio Francisco Sidney Austrália Joaquim Alves Menden Alemanha Jorge Soares Rio De Janeiro Brasil Jose Ferreira Champigny Sur Marne França Jose Matoso Montpellier França Jose Pereira Tewksbury U.S.A. Jose Rodrigues La Massana-andorra Andorra Julia Schutte Hamburg Alemanha Manuel Almeida Santos Brasil Manuel Baptista Olinda Brasil Manuel Fernandes Luxembourg Luxemburgo Manuel Remus Rio De Janeiro Brasil Maria Alves Freiburg Alemanha Maria Alves Freiburg Alemanha Maria Mota Helmsange Luxemburgo Natali Cetrangolo Suíça Payerne Paulo Pais Arcueil França Paulo Silva Hamburg Alemanha Pereira Carlos Le Chambon Feugerolles França Pereira Carlos Firminy França Pereira Manuel St. Fons França Rodrigues Maria La Massana Andorra Victor Alves Rosny Sur Bois França Laurentino Catarino Rio De Janeiro Brasil FEV 16 Dia do Repórter “O Emigrante/ Mundo Português” dá os parabéns a todos os seus leitores que festejam nesta data o seu aniversário. Para que fique para a história e para que esta continue a ser a página de sucesso que tem sido até aqui, envie-nos a sua data de nascimento e passará a fazer parte desta grande família que é “O Emigrante/Mundo Português”. Abilio Miguel Limeil-brevannes Abilio Silva Biaufond Albino Silva Rio De Janeiro Aline Nogueira Rio De Janeiro Antonio Antunes Villejuis Antonio Lanita Agasul Antonio Pinto Paris Araujo Antonio Els Cortals Arlindo Gomes Richmond Armindo Martins Vanderbijlpark Carlos Soares Elizabeth David Oliveira St. Seine L Abbaye David Santos Luxembourg Ferreira Luz Encamp Garcia Silvio Paris Godinho Alberto Ste.Croix En Plaine Gracinda Pereira Rio De Janeiro Jose Almeida La Neuveville Jose Fraga Chaville Luis Machado Roquettes Luiz Matos Rio De Janeiro Manuel Neto Rottweil Manuel Varela Saint Gaudens Marcilio Viegas Rio De Janeiro Marcolino Patatas Sao Paulo Maria Pereira Rio De Janeiro Maria Teixeira Rio De Janeiro Prof Oliveira Limoges Ruben Fernandes St. Brelade Valter Duarte Rio De Janeiro FEV 17 França Suíça Brasil Brasil França Suíça França Andorra Canadá África Do Sul U.S.A. França Luxemburgo Andorra França França Brasil Suíça França França Brasil Alemanha França Brasil Brasil Brasil FEV 18 Dia de S.Teotónio Brasil França Jersey C.I Brasil Dia que se celebra o nascimento de Almirante Gago Coutinho Alvaro Guedes Sao Paulo Ana Almeida Rio De Janeiro Antonio Cruz Bossiere Armando Gonzaga Rio De Janeiro Armando Torres Asperg Augusto Ruas Rio De Janeiro Euda Peixoto Rio De Janeiro Gilberto Serpa Rio De Janeiro Brasil Horacio Goncalves Montmorency França Inacia Cavaco Comodoro Rivadavia Argentina Jaime Pinto Clichy Sous Bois França Joaquim Pereira Criciuma Brasil Joaquim Pinho Rio De Janeiro Brasil Jorge Rodrigues Zurich Suíça Jose Carreira Geneve Suíça Jose Ferreira Niort França Jose Gomes Minusio Suíça Jose Goncalves Tremembe Brasil Julio Lagoa La Massana Andorra Leiria Luiz Granges Suíça Lino Vasconcelos Rio De Janeiro Brasil Luis Carvalho Sao Vicente Brasil Luis Pinto Rio De Janeiro Brasil Manuel Sousa Rio De Janeiro Brasil Marcio Matos Liestal Suíça Miguel Rodrigues Geuensee Suíça Morais Jose Wolpertswende Alemanha Nunes Fatima Escaldaes-engordany Andorra Obert Celine Selestat França Sofio Neves Campos Dos Goytacazes, Rj Brasil Verissimo Miguel Gennevilliers França Brasil Brasil Suíça Brasil Alemanha Brasil Brasil Abilio Oliveira Fontenay Adelino Antunes Ormesson S/marne Agostinho Pocas Fleury Les Aubrais Alvaro Pereira Rio De Janeiro Americo Santos London Anabela Lopes Andorra La Vella Andiaria Teixeira Rio De Janeiro Angelo Soares Carmel Ca Antonio Santos Maisons Alfort Antonio Silva Rio De Janeiro Aquilino Antunes Bry Sur Marne Artur Neto Recife Augusto Dias Meudon França França França Brasil Inglaterra Andorra Brasil U.S.A. França Brasil França Brasil França Cabral Fernando Renens Suíça Carreira Prudencio Vancouver Canadá Costa Silva Rosny Sur Bois França Daniel Cruz Paris França Fernanda Cabeta Dudelange Luxemburgo Jean Figueiredo St. Andre Le Gal França Joao Silva Sao Paulo Brasil Joaquim Costa Rio De Janeiro Brasil Jose Francisco Santo Andre Brasil Manoel Maia Rio De Janeiro Brasil Manuel Martins Clery-st-andre França Manuel Oliveira Neuchatel Suíça Maria Salgueirinho Rio De Janeiro Brasil Norberto Almeida Visconde Do Rio Branco Brasil Nuno Lopes Kassel Alemanha Oliveira Deolinda Geneve Suíça Paulo Dias Geneve Suíça Renato Rasquinho Sint-lambrechts-woluwe Bélgica Ricardo Sousa Comodoro Rivadavia Argentina Waldemar Goncalves Vinhedo Brasil FEV 19 Dia do Desporto Adelino Pedro Oensingen Agostinho Ribeiro Rio Tinto Americo Ribeiro Soissons Antonio Carvalho Oberglatt Antonio Costa Florencio VarelaBuenos Aires Antonio Manuel Ville D'avray Antonio Rodrigues Ville D'avray Antonio Rodrigues St. Pierre Des Corps Antonio Saraiva Rottweil Armenio Martins Sao Paulo Carlos Bastos Rio De Janeiro Constantino Tavares Maisons Alfort Dina Costa Ramos Ermelinda Azevedo Niteroi Gustavo Cifuentes Comodoro Rivadavia Isaura Moura Magdeburg Joao Barroqueiro Niederbruck Suíça Portugal França Suíça Argentina França França França Alemanha Brasil Brasil França Brasil Brasil Argentina Alemanha França BOM FIM DE SEMANA 12 DE FEVEREIRO DE 2016 Cartoon da semana (...) Da quase vintena de países que compõem o grupo da moeda única, é em Portugal que está assente o “olho gordo” da Comissão Europeia e onde se espera o maior défice orçamental para 2017 (...) Uma mão amiga ajuda o primeiro-ministro António Costa a colocar o “quadro” orçamental para 2016 MUNDO PORTUGUÊS JOSÉ MANUEL DUARTE Orçamento português na ementa de almoço de Costa com Merkel SEX, 12 FEV O Conselho de Ministros aprovou finalmente o Orçamento de Estado para 2016. Mas não se pense que este ciclo está terminado. Em bom rigor os problemas só agora começam para se poder “gerir um país”. O Fundo Monetário Internacional já alertou para os riscos de derrapagem das contas públicas portuguesas e a própria Comissão Europeia assume que Portugal é o país com mais riscos de derrapagem da União. As previsões económicas reveladas esta semana pela Comissão Europeia trazem más notícias para Portugal sobretudo pela falta de margem para o presente orçamento. Da quase vintena de países que compõem o grupo da moeda única, é em Portugal que está assente o “olho gordo” da Comissão Europeia e onde se espera o maior défice orçamental para 2017. Claro que todo este quadro significa mais perda de capacidade de decisão nacional. Foi nestas alturas que José Sócrates e Passos Coelho se avistaram sistematicamente com Ângela Merkel, e por isso não é de estranhar que na passada sexta-feira enquanto esta crónica era escrita, António Costa estivesse sentado à mesa com a senhora Merkel para um almoço onde a ementa começava inevitavelmente pelo orçamento português sem dúvida nenhuma... O TEMPO QUE VAI FAZER EM PORTUGAL A chuva vai ser rainha em todo o país. Sol só mais para o meio da semana... DOM 14 FEV NOVIDADES NO ORÇAMENTO... Função pública - Subsídio fica em duodécimos O subsídio de Natal vai continuar a ser pago por duodécimos em 2016, ao ritmo da reversão do corte salarial que vigorar em cada mês Horas extraordinárias pagas pela metade O pagamento das horas extraordinárias na função pública vai continuar a ser feito por metade do valor previsto na lei. Andar de carro vai custar mais 1,4% por ano O governo prepara-se também para aumentar em cerca de 1,4% o imposto de circulação (IUC), o antigo selo do carro, pago anualmente pelos donos dos automóveis. Estado dá garantias ao Fundo de Resolução Os contribuintes são convidados a dar um aval de até dois mil milhões de euros ao Fundo de Resolução (FR) dos bancos em vez de emprestarem diretamente sempre que há resgates e ajudas à banca, lê-se na proposta preliminar. Bancos - Taxa normal sobe, mas não os derivados TER 16 FEV AÇORES TER 14 FEV MADEIRA TER 14 FEV Sumos e água com gás mantêm taxa a 23% A descida do IVA da restauração de 23% para 13% vai deixar de fora, além das bebidas alcoólicas, os refrigerantes, os sumos, os néctares, as águas com gás e as águas "adicionadas de gás carbónico ou outras substâncias". Casais mantêm majoração de 10% no subsídio António Costa vai manter a majoração de 10% no subsídio de desemprego atribuído aos casais desempregados, como acontecia até aqui. CIRCULAR PELA VIA DA DIREITA Uma campanha do Uma campanha sempre em movimento e que cada vez mais vai registando novas adesões para a causa do “CIRCULAR PELA DIREITA”. Desta vez foram mais três empresas de transportes que passam a circular com os seus camiões devidamente assinalados com o autocolante que reproduzimos à esquerda a divulgar a acção. A TRANSMAIA e os transportes HARPA DOURADA na Maia, assim como a MENDES E SANDRA de Guimarães, passam a partir de agora a inscrever os seus profissionais numa campanha que é já um sucesso nas estradas de Portugal. Recorde-se que também a A PSP - Polícia de Segurança Pública aderiu à campanha do Mundo Português de “Circular Pela Deixam de estar isentas de imposto do selo As garantias e comissões cobradas pelas operações realizadas entre instituições financeiras, excetuando-se apenas as que se destinem à concessão de crédito. O limite máximo da taxa sobre os bancos (contribuição sobre o setor bancário) será de 0,105% sobre o valor dos passivos, mais cinco milésimas em relação aos 0,1% referidos nos últimos dias. Já a taxa mínima mantém-se em 0,01%. Uma campanha imparável Via da Direita”, juntamente com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Guarda Nacional Republicana, Prevenção Rodoviária Portuguesa, a Infraestruturas de Portugal, a BRISA, a ANTRAM, e o entusiasmo continua a ser contagiante, com muitas outras entidades a pretender aderir também. Muitos camiões já rodam nas estradas portuguesas com o dístico “Eu circulo pela direita”, como forma de testemunhar a sua adesão a uma campanha que os profissionais elogiam e que já esperavam há muito tempo. Mais do que multar ou impor, importa esclarecer e sensibilizar os automobilistas porque afinal é segurança para todos. Para mais informações sobre a campanha [email protected] www.mundoportugues.pt Tel. (+351) 21 795 76 68 /9 Av. Elias Garcia, 57 - 7º · 1049-017 · Lisboa - Portugal CONHEÇA OS NOSSOS EVENTOS, AÇÕES E MARCAS Clique nos links! www.mundoportugues.org A MAIOR MOSTRA MUNDIAL DE EMPRESAS, MARCAS E PRODUTOS PORTUGUESES PARA EXPORTAÇÃO 29 FEVEREIRO - 1 - 2 MARÇO 2016 MEO ARENA. LISBOA. PORTUGAL loja.mundoportugues.pt www.encontromundialdejovens.com www.sisab.org www.empresarioslusofonos.pt www.eit.pt www.encontrodelusoeleitos.com