O MINISTÉRIO DA EVANGELIZAÇÃO EM PRETÓRIA
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O MINISTÉRIO DA EVANGELIZAÇÃO EM PRETÓRIA
O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 171 1. O MINISTÉRIO DA EVANGELIZAÇÃO EM PRETÓRIA (1) Pe. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória A sorte me visitou em 1999 quando fui a Quénia e a Nigéria. Visitei diferentes escolas de evangelização e fiquei surpreendido pelo número de pessoas envolvidas na evangelização. Havia muitos evangelizadores adultos e jovens, e visitei uma comunidade de religiosas: as Irmãs da Evangelização, que foram fundadas precisamente para este ministério. Participei num seminário para a evangelização, chamado "Curso Paulo", em Nairobi (Quénia) e também participei na escola permanente de evangelização na diocese de Issele-eku em Nigéria. Ao regresso a África do Sul, não sabia o que fazer com a grande riqueza de informação que tinha conseguido em África. Tivemos um seminário sobre as Curas e a libertação em Maio de 2000 em Cristo o Homem Novo. Depois deste seminário, algumas pessoas de Garankuwa/Soshanguve pediram-nos para continuar a experiência que vivemos durante aquele fim de semana. Foi assim que começamos alguns encontros (workshops) na tarde das sestas férias na paróquia de São Carlos Lwanga, Garankuwa/Soshnaguve. Centramos a atenção nas curas e libertação durante algum tempo e depois começamos um curso sobre a evangelização. Ao fim do ano 2000 sentimos que tinha chegado o tempo para definirmo-nos não tanto como um ministério de curas quanto como um ministério de evangelização. Em Dezembro de 2000, pedimos ao Arcebispo, que vinha a São Carlos Lwanga para as Confirmações, para abençoar e dar a comissão aos evangelizadores para este novo ministério na Arquidiocese. Isto foi feito e tivemos 40 evangelizadores, entre eles 15 jovens, comissionados para o trabalho de evangelização Existimos para ir para fora e partilhar a mensagem e a pessoa de Jesus com os católicos inactivos e com aqueles que não praticam em nenhuma igreja. Temos de amá-los, afirmá-los, escutá-los e finalmente evangelizá-los. Convidamo-los às nossas Pequenas Comunidades Cristãs (SCC) e a plena vida paroquial onde podem ser alimentados com a Palavra e com o Sacramento. No nosso O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 172 programa de evangelização sublinhamos e promovemos a conversão pessoal. Com a ajuda do evangelho mostramos a necessidade para a pessoa de entregar-se totalmente a Cristo e de abraçar a nova vida que Ele oferece. Isto implica cortar os laços com a vida de pecado e de rebelião. Também desafiamos as pessoas a comprometer-se na igreja e nas Pequenas Comunidades Cristãs (Evangelii Nuntiandi 50-54). Encaminhamos aqueles que entram na igreja para os programas de catecumenado da paróquia. Temos de utilizar todas e cada oportunidade para partilhar a Palavra de Deus e o amor e a misericórdia de Cristo com os outros: no autocarro, no comboio, durante os casamentos e funerais, durante os desastres e as celebrações, queremos partilhar Cristo. O nosso carisma é partilhar e apregoar a Palavra de Deus a todos. Queremos levar os Católicos activos a uma relação pessoal com o Senhor e a participação plena na vida da paróquia. A partir dessa relação pessoal com o Senhor, esperamos que vão compreender que, como Católicos baptizados, também partilham a Missão de nosso Senhor. Nós somos os seus olhos, as suas mãos, os seus pés, a sua boca, o seu coração, a sua cabeça e o seu trabalho depende de nós, não só dos ministros ordenados e dos/as religiosos/as. Exortamos aos evangelizadores para que vivam uma plena vida eclessial e sacramental. Têm de estar centrados em Cristo e viver a vida do Espírito: uma vida de oração, oração diária, sobretudo a Eucaristia, o terço e o Sacramento da Reconciliação, adoração do Santíssimo Sacramento e a Hora Santa. A Eucaristia e a Hora Santa são fundamentais na nossa espiritualidade. Tudo isto é completado com a leitura devota da Sagrada Escritura e com o estudo da mesma. A nossa é uma ESCOLA DE EVANGEIZAÇÃO, uma escola de amor e perdão, uma escola de cuidado e compaixão, uma escola de unidade, alegria e reconciliação. Também estamos comprometidos no serviço: o nosso serviço é sobretudo hospitalidade nas nossas paróquias, visitas aos doentes, aos pobres, aos prisioneiros e a qualquer pessoa em necessidade que esteja marginalizada pela sociedade. Cuidamos dos doentes de SIDA e das suas famílias. Estamos O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 173 preparados para animar retiros e encontros para jovens, adolescentes, catecúmenos, etc. Damos grande importância à Palavra de Deus e a nossa vida está centrada nela. O nosso ponto de partida na evangelização é que o mundo é criado por Deus e, portanto, é bom. As pessoas são criadas com amor por um Deus de amor e à sua Imagem. O mal moral e o pecado destruem a harmonia que existe entre Deus e toda a criação. Pecamos mas Deus nos salvou em Cristo. Toda a criação é boa, a gente é boa, a graça de Deus é oferecida a todos e trabalha no mundo. Esta graça dá-nos liberdade e esperança. Satanás e o pecado não têm a última palavra. Na história da salvação, Deus continuamente desafiou a gente a rejeitar o pecado, a arrepender-se, a perdoar e a começar de novo. O mundo não é perfeito; nós não somos perfeitos; caímos mas temos de depender da graça de Deus e tentar viver umas vidas dignas dos filhos de Deus redimidos pelo sangue de Cristo. Todos precisamos de cura Espiritual. No ministério de evangelização da Arquidiocese de Pretória, encorajamos a oração, o aconselhamento e a utilização dos dons carismáticos mencionados em 1Cor 12,4-11. Em vez de confiar nos espíritos ancestrais para conseguir informação, pedimos ao Espírito Santo que nos dê o dom de conhecimento, de profecia e discernimento para o bem da gente necessitada. Permitimos e permitimos com alegria que Deus intervenha e realize milagres nas vidas da gente. Não fomentamos nenhum tipo de divinação ou o uso de "medianeiros" (intermediários). Não podemos ser uma igreja que fica indiferente perante os problemas dos crentes. Temos de comprometermo-nos e actuar com compreensão e compaixão. O Senhor misericordioso, que é o Bom Pastor, espera que a igreja em África cuide da gente deste continente na sua vida concreta e nos seus problemas O ministério da evangelização é um desafio para sermos uma igreja em África, que toma a sério os valores africanos, os ideais, as aspirações, os sentimentos de culpabilidade, as necessidades e os objectivos. Este ministério pretende conduzir a gente à plenitude de vida e à cura mas, ao mesmo tempo reconhecer, que O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 174 podemos aceitar a dor e a pena nas nossas vidas (Col 1,24). O sofrimento é um mistério. A cruz de nosso Senhor tem um sentido e sabemos que algo bom pode nascer do nosso sofrimento (Rom. 8,28). Também devemos tentar considerar e saber se há alguma explicação natural razoável de alguns acontecimentos e incidentes. Jesus mandou os seus discípulos para predicarem e deu-lhes o poder de curar. Entre as muitas actividades que Jesus veio realizar nesta terra, podemos ver que Ele veio para fazer sobretudo duas coisas: 1. Para dar a vida, uma vida nova, uma relação amorosa com o seu Pai e com Ele, através do Espírito Santo. Jesus convidou a gente a arrepender-se e a fazer a experiência de uma transformação pessoal. 2. Para proclamar o Reino de Deus, o Reino de Justiça e de Paz, enquanto curava e libertava a gente dos elementos deficientes nas suas vidas, que precisavam de serem transformados, para que a vida nova pudesse entrar livremente neles. O ministério de Jesus é sobretudo um ministério de serviço. Ele veio para servir; Ele veio para dar a sua vida; foi o servo dos necessitados e marginalizados. A nossa atenção centra-se em Jesus. Começamos o ministério de evangelização desde a paróquia de São Carlos Lwanga em Soshanguve. Temos recebido os seguintes testemunhos daqueles que participaram nesta experiência: 1. A gente recebeu e sentiu a presença de um Deus que cuida e ama. 2. Há gente que tem uma esperança renovada depois de ter feito a experiência do desespero. 3. O sentimento de ser amado e protegido. Este é um elemento de companheirismo, a amizade daqueles que partilham a mesma experiência. 4. Um compromisso renovado com Cristo, enraizado especialmente na fé e na conversão. O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 175 5. O sentimento que Deus pode servir-se de nós para realizar o seu projecto. 6. Libertação dos espíritos, das aflições e da possessão. I. A MISSA DE CURAS Cada missa é uma missa de curas, como cada missa é uma missa de acção de graças ou uma missa do Espírito Santo. "Missa de curas" é o título (nome) que utilizamos para mostrar que se trata de uma missa em que o acento principal vai ser posto sobre o poder de Deus no Espírito Santo. O celebrante principal ou o comentador pode fazer alguns comentários durante algumas partes da missa para suscitar uma participação consciente e activa de todos os membros da assembleia. Isto tem de ser feito sem romper o ritmo normal da missa. Trata-se de uma forma de evangelização durante a missa. 1. A ASSEMBLEIA: Centramos a nossa atenção no poder de curas da assembleia, quando estamos todos reunidos em nome do Senhor. Há um poder de curas na comunidade dos crentes. 2. INVOCAÇÃO: Começamos a missa também convidando a comunidade dos santos e dos nossos antepassados. Consideramos os nossos antepassados como parte da comunidade. Juntos damos graças a Deus, por Jesus Cristo e no poder do Espírito Santo 3. O RITO PENITENCIAL: Pedimos à congregação de tomar consciência do poder curativo da misericórdia de Deus. O rito penitencial ajuda-nos a recordar o poder curativo do arrependimento. Celebramos a misericórdia de Deus e anelamos ter a experiência pessoal dessa misericórdia. É necessário que os que estão em pecado mortal tenham a oportunidade de confessar os seus pecados. O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 176 4. A PALAVRA: A Palavra de Deus cura. Jesus pronunciou essa Palavra e muita gente foi curada. A Palavra torna-nos conscientes de quão grande é o amor de Deus para nós. Temos a capacidade de ser amados e somos amados incondicionalmente. A gente deve escutar a palavra de Deus com corações abertos e dispostos a confiar no Deus que se revela nas Escrituras, a reconhecê-Lo como o Deus que nos dá o poder para vencer o pecado e a morte. 5. A EUCARISTIA: A Eucaristia é um sinal do amor de Deus. Deus está entre nós. Celebremos esta sua presença especial na Eucaristia. Cantamos e dançamos para Ele. A nossa comunhão é um sinal do nosso desejo de união com Deus. É também o nosso sinal de unidade. Quando a recebemos, peçamos a Deus para nos libertar de todas as nossas divisões. Que a paz reine na nossa comunidade. Recebamo-la para receber o poder para ir e evangelizar. Levemos a Boa Notícia aos outros. Vamos para sermos testemunhas de amor e de unidade no mundo ficando perto dos que sofrem. 6. IMPOSIÇÃO DAS MÃOS: Normalmente, depois da celebração da Eucaristia, os que querem ficar lá para receberem uma bênção individual podem fazê-lo. Rezamos por eles, ungimos com óleo e damos aconselhamento espiritual a outros. A equipa do ministério de cura, sob a supervisão do sacerdote ou de um líder por ele delegado colabora neste ministério. Deve ser feito com dignidade e equilíbrio, evitando toda exageração II. O MINISTÉRIO DAS CURAS Há cinco tipos diferentes de feridas dos que sofre a gente: "Feridas físicas que afectam qualquer parte do corpo, por exemplo, a pele, o sangue, os músculos, os ossos, os órgãos. Estas podem ser causadas por ferimentos, por infecção ou doença, ou por defeitos congénitos. Feridas emocionais: privação e trauma são duas causas comuns de doença (sofrimento) emocional. A nossa dimensão espiritual pode ficar ferida. Quando O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 177 isso acontece, a nossa vontade pode ser afectada até ao ponto de já não sermos capazes de decidir livremente. Perdemos a nossa semelhança com Deus. Feridas espirituais: A privação espiritual produz ferimento espiritual. Feridas relacionais: A dimensão relacional do nosso ser inclui relações como o ambiente, com as outras pessoas e com Deus. Quando estas relações se tornam viciadas ou destrutivas, sofremos as consequências. As relações incluem o mundo espiritual, isto é, Deus, anjos e também demónios. Cada uma destas relações pode tornar-se viciada e destrutiva. Por exemplo, podemos tentar manipular Deus submetendo-O aos nossos desejos através da prática de certos rituais. Podemos estabelecer relações destrutivas com o mundo dos espíritos maus procurando o seu poder através de práticas ocultas. Podemos ser vítimas dos nossos espíritos maus através do desarranjo ou da tentação. Feridas sociológicas: Estas feridas têm a sua origem na opressão e na injustiça que existem no mundo. Temos problemas de conflitos armados entre vários grupos que lutam pelo poder e domínio de recursos limitados, distribuição desigual de recursos, racismo, tribalismo, patriarquismo, imigração, fome, ditadura e corrupção. As feridas destas situações podem ser curadas através da oração e da acção social. O ministério de evangelização é uma tentativa humilde de uns poucos de nós de revitalizar o ministério de proclamação e de cura na Igreja Católica depois do Sínodo de África. Continuamos a nossa partilha no diálogo e no debate com todos aqueles que defendem ideias diferentes das nossas. O diálogo exige uma atitude equilibrada. No podemos ser ingénuos nem excessivamente críticos. Temos de ser abertos e receptivos, dispostos a deixar-nos transformar pelo encontro. Diálogo não significa deixarmos de lado as nossas convicções religiosas. Temos de caminhar com a integridade da nossa fé. Temos de continuar firmes na nossa fé em Cristo, o Mediador, mas recordando que Deus se tem revelado também noutras religiões, embora seja de uma maneira imperfeita. O nosso encontro com outras religiões nos ajudará a aprofundar a nossa fé ao vermos quão comprometidos e espirituais são os aderentes à Religião O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 178 Tradicional Africana. A inculturação será o resultado desse diálogo e partilha. LIBERTAÇÃO O Dr. Francis Macnutt fala do exorcismo, que compreende "como a oração formal da Igreja para libertar uma pessoa possuída por espíritos maus. A libertação é um processo, sobretudo através da oração, para resgatar uma pessoa que está oprimida ou infestada por maus espíritos mas não possuída por eles. O exorcismo formal, na tradição Católica exige a permissão do Bispo e é exercido raramente (1). É prudente para a equipa do ministério de libertação de apresentar-se oficialmente ao Bispo e de exercer o seu ministério com a permissão do pároco local. Os membros da equipa têm de ser pessoas bem formadas. A sua formação tem de incluir estudos bíblicos e o ensinamento da Igreja na área dos espíritos e da cura. Os casos que precisam de um exorcismo formal têm de ser transferidos ao exorcista diocesano. A libertação deveria ser realizada com cuidado, apenas quando, na oração, concluímos que realmente se trata de uma actividade demoníaca. Em certos casos é necessário consultar o médico e às vezes o psicólogo. Há situações em que o método (approach) integrado é recomendado. A equipa precisa ter experiência e prudência Jesus veio para libertar as pessoas de todas as formas de opressão, externa e interna, opressão material, física e espiritual. Ele liberta as pessoas para que gozem da vida divina e da sua guia protectora. Perdoou os pecados, falou em favor dos fracos e marginalizados, defendeu as crianças, curou os enfermos, perdoou os pecados, pus ordem nas relações e desafiou os hipócritas e os injustos (Lk 11,20). A vitória final de Jesus foi a cruz (Jo 12,31). Os discípulos, pelo menos numa ocasião, fracassaram completamente na sua tentativa de realizar a libertação (Mt. 17,14-16). Jesus não tratou todas as condições como o resultado de maus espíritos e Ele agiu em condições semelhantes como se em alguns casos fosse necessária a libertação e em outros casos não. Uma pessoa muda e cega é curada através da libertação (Mt 9,32; 12,22-23). A cura de outras O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 179 pessoas não é relacionada com a libertação (Mt 9,32; Mc 7,3237). Era, de facto, muito bem conhecido no mundo que algumas desordens mentais podiam ser o resultado de causas orgânicas ou psicológicas e não eram atribuídas necessariamente a causas demoníacas. Rezamos pela cura com grande ênfase no ministério de libertação. Neste caso, dirigimo-nos directamente aos espíritos maus, e em nome de Jesus mandamo-los de deixar a pessoa aflita. Também mandamos ao espírito mau de doença de deixar a pessoa e de libertá-la. Segundo a nossa experiência os africanos atribuem a maioria das aflições a pessoas más ou à feitiçaria. O Pe. Gabriele Amorth diz: "Somos conscientes da acção de Cristo, que destruiu o reino de Satanás e estabeleceu o Reino de Deus. É por isso que, os casos em que Jesus libertou as pessoas possuídas pelos demónios são particularmente importantes. No seu ensinamento a Cornélio sobre Cristo Pedro não menciona nenhum milagre senão que Ele curou "todos os que tinham caído sob o poder do diabo" (Actos 10,38). Compreendemos, pois, porque a primeira autoridade que Jesus deu aos apóstolos era o poder de expulsar demónios (Mt 10,1; Lc 9,1; Mc 6,7.13). Podemos dizer o mesmo para todos os crentes: "Estes são os sinais que acompanharão os que tiverem acreditado: em meu nome expulsarão demónios" (Mc 16,17). Assim, Jesus cura e restabelece o plano divino que tinha sido arruinado pela rebelião de alguns anjos e dos seus seguidores. É necessário dizer-lho bem claramente: o mal, o sofrimento, a morte e o inferno não são actos de Deus. A centralidade de Cristo é tal que só podemos ser salvos no seu nome. É só no seu nome que podemos vencer e libertar-nos do inimigo da nossa salvação, Satanás (Mt 8,28-34; Mc 7,24-30). Jesus mandou embora os espíritos com uma ordem. Assim exercia o ministério de exorcismo. "Eu to mando, vai embora!". Jesus utilizava a sua própria autoridade quando tratava com o inimigo que frustrava o vontade de Deus para o seu povo. A saída dos espíritos era acompanhada ás vezes por gritos, gemidos ou fortes movimentos físicos (Mc 9,26; Lc 4,33-36.41). Os discípulos O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 180 utilizaram o mesmo método invocando o nome de Jesus que lhes tinha dado a autoridade de comandar aos espíritos. "Senhor, até os demónios se nos submetem em teu nome!" (Lc 10,17). "Em nome de Jesus Cristo, eu te ordeno que te retires dela" (Actos 16,18; 3,6; 9,14). O mesmo Espírito Santo actuava em Jesus e nos apóstolos. São Paulo escreveu acerca de uma grande variedade de poderes espirituais invisíveis contra os quais temos de lutar: "Revesti-vos da armadura de Deus, para poderdes resistir às insídias do diabo. Pois o nosso combate não é contra o sangue nem contra a carne, mas contra os Principados, contra as Autoridades, contra os Dominadores deste mundo de trevas, contra os Espíritos do Mal, que povoam as regiões celestiais" (Ef. 6, 11-13). i) Acreditamos nestes espíritos? Acreditamos em Deus. Acreditamos no amor de Deus, no seu poder e compaixão. Também acreditamos que estes espíritos negativos existem porque a igreja assim ensina e se trata de um ensino confirmado pelos evangelhos. Somos convidados pela Igreja a viver plenamente a nossa vida cristã, uma vida de oração, confissão, culto, sacramentos, etc. Estas práticas protegem a pessoa dos ataques dos espíritos e também a libertam. Quando estamos unidos a Cristo, somos vencedores. O maligno tentará influenciar a nossa vontade, de tentar-nos, de intimidar-nos, e a maior segurança é viver na presença de Deus. Normalmente nos encontramos com os seguintes espíritos: Os espíritos do oculto: estes podem vir como resultado da participação em rituais mágicos, espiritismo, astrologia, etc. Os espíritos dos pecados: pornografia, adições, abuso de substâncias, imoralidade, avareza, ódio, etc. Estes pecados precisam de serem confessados. Os espíritos de trauma: de experiências da juventude, violação, abuso, pobreza, racismo e qualquer outra dor que poderia ter oferecido uma oportunidade ao maligno para entrar. O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 181 Outros espíritos: os espíritos dos antepassados devem ser respeitados. Os espíritos enfurecidos dos antepassados exigem normalmente mudanças na família e operam sempre sob o senhorio de Cristo. Podemos discernir as suas queixas e tentar mudar para o bem da família e para o bem de todos. Há alguns espíritos inquietos dos antepassados, que estão à procura de uma morada mexendo de um lugar para outro. Devemos rezar por eles. Há outros espíritos estranhos que não formam parte dos antepassados da família mas cuja presença é para o bem da família. Se são temerosos de Deus, devemos deixá-los em paz. Fantasmas e espíritos maus devem ser exorcizados. Os espíritos arrogantes dos antepassados, que trazem destruição, dor e morte devem ser exorcizados. II.) Algumas manifestações externas Há algumas indicações para sabermos se os maus espíritos estão ou não estão presentes: Alguém pode não ser capaz de exprimir a sua fé em Jesus Cristo. Pode haver reacções violentas perante o crucifixo ou pessoas sagradas. Reacções irracionais e negativas em relação a Sagrada Comunhão podem ser também um sinal da presença de um espírito. Os demónios reagem perante a presença do Divino. Alguns sinais podem ser romper vasos sagrados. Profanação de bíblias e igrejas, e blasfémias são sinais mais evidentes. Obstrução directa do trabalho de Deus: A rapariga com o espírito de divinação obstruía o trabalho de Deus (Actos 16,16-18). Espíritos em pessoas que encontraram Jesus pronunciaram o seu nome numa tentativa de ganhar poder sobre Ele (Mc 1,23; 5,7). Fazemos a experiência de burla, riso descontrolado, conversa compulsiva e distracção, por exemplo, quando alguém está a ser aconselhado ou a receber a oração pela cura e o mau espírito pretende obstruir isto. É importante antes do ministério, do aconselhamento ou dos encontros utilizar a nossa autoridade cristã para proibir O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 182 qualquer interferência dos espíritos inimigos. Não é sempre necessário de fazer este tipo de orações publicamente. Alguns expertos no ministério de curas aconselham que digamos algumas orações privadamente e com calma. Qualquer que seja o tipo de actividade que vai desenvolver, tudo deveria ser feito sob a direcção do Espírito Santo. Centre-se em Deus e no Espírito. Evite a preocupação exagerada pelos espíritos. Há uma presença certa dos espíritos quando alguém está envolvido no culto satânico. O sentir-se claramente atraído por práticas ocultistas como feitiçaria, espiritualismo, horóscopos, astrologia, etc. é também um sinal de presença satânica Há fenómenos paranormais, tais como casas oprimidas e movimentos inexplicáveis de objectos, portas e janelas que indicam a presença de espíritos que afectam a casa e que causam às vezes alterações emocionais nos outros. O pecado mortal, a rejeição de Deus, o aborto, a dominação pelos pais, o abuso podem estar ligados a espíritos maus (Rev. 18,2). Também devem ser consideradas algumas doenças e desordens que resistem ao tratamento. Nem todas as doenças são causadas pelos espíritos. É só quando os tratamentos normais não produzem os resultados esperados que podemos procurar outras explicações. Em alguns casos, durante o aconselhamento espiritual, podemos encontrar situações de escuridade interior, confusão espiritual, procura intencional de crenças heréticas, dificuldade para aceitar as verdades básicas cristãs, bloqueio persistente do compromisso por Cristo. Estas experiências podem ser o resultado do estado emocional pessoal naquele momento preciso, ou dúvidas normais ou podem ser causadas por um espírito. O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 183 É necessário averiguar bloqueios notórios na personalidade normal ou no desenvolvimento espiritual. Quando alguém permanece emocionalmente adolescente e espiritualmente criança, poderia haver razões psicológicas para isso o poderia tratar-se de um espírito que está a travar o desenvolvimento. Um laço inalterável (uma dependência necessária) com a tentação e com o pecado em áreas de práticas sexuais aberrantes, luxuria sexual e outros hábitos, adição, drogas, álcool, tabaco, jogo, anorexia, fatalismo, criticismo, descrença, falta de perdão, amargura, fúria e engano poderiam ser sinais da presença de um espírito. Os medos irracionais e as fobias, culpabilidade angustiosa e ódio de si mesmo podem ser sinais da presença de um espírito negativo. Também pode haver um forte sentido da presença de parentes mortos, de espíritos desencarnados agitados de parentes mortos. É importante celebrar a Missa com a Arvore de Família sobre o altar. Como não temos nenhuma garantia e como algumas de estas manifestações podem ser o resultado de outras causas, precisamos de discernimento para poder saber com que tipo de espírito estamos a lidar. Precisamos de conhecimentos de medicina e de psicologia para ter um ideia clara do que está a acontecer. Temos de utilizar o sentido comum, prudência e discernimento em todos os casos. Não devemos espiritualizar tudo mas utilizar também a nossa razão. Não vejamos espíritos maus em todas as coisas e situações. Isto não é de nenhuma maneira saudável. Uma espiritualidade saudável centra-se em Deus e na bondade da criação. É por isso que este ministério precisa de pessoas equilibradas, capazes de utilizar o sentido comum. Se alguém está excessivamente preocupado com os espíritos maus, há muitas probabilidades que ele vai deixar de lado outras preocupações pastorais importantes. Cada coisa deve O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 184 ter o seu tempo e lugar, e temos de preocupar-nos de tudo o que é importante na vida. II. O ministério de libertação É necessário trabalharmos em equipa. O ministério de libertação, contrariamente ao ministério de exorcismo, pode ser exercido por qualquer baptizado. Os que acreditam podem expulsar demónios (Mc 16,17). Todo o cristão pode praticar a libertação. Qualquer pode fazê-lo, mas o ministério não é para qualquer. Trata-se de um ministério difícil. É necessário rezar por ele porque é dado a muitos como um dom. Não se nomeie a si mesmo para este ministério, mas deixe ao grupo discernir com a ajuda do director espiritual, e que eles decidam com a ajuda do Espírito Santo quem deverão trabalhar nesta equipa. Que a equipa aprenda a trabalhar e a crescer juntos. Que se perdoem mutuamente e depois que alguns membros do grupo intercedam enquanto outros praticam a libertação. Desenvolvam o hábito da oração e do jejum. Há pessoas que não deveriam fazer parte deste ministério: as pessoas sensíveis e vulneráveis não podem exercer este ministério. Neófitos devem ser desencorajados de formar parte deste ministério. Os que gostam de mostrar-se poderosos e que gostam da ostentação não podem participar neste ministério. Os que não têm experiência devem permanecer na retaguarda e não na vanguarda. Os membros do ministério de libertação devem ser santos, sábios, prudentes, humanamente maduros e com experiência. 1. Crie uma atmosfera adequada. Prepare um crucifixo, velas, óleo sagrado e tudo o que poderia precisar. Proteja-se a si mesmo, a sua família, o seu trabalho e propriedade com o Sangue de Cristo antes de comprometer-se neste ministério. Houve ocasiões em que achamos que a exposição do Santíssimo Sacramento foi uma ajuda. A Eucaristia torna-nos conscientes do amor de Deus e da presença de Jesus no meio de nós. O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 185 Esteja cheio do poder do Espírito Santo. Conheça o poder de Deus operando dentro de nós. Este conhecimento aumenta quando permanecemos fiéis à nossa vida de oração. Oração e jejum são sempre necessários neste ministério (Mc 8,29). Invoque o nome de Jesus para que lhe dê sabedoria e poder. Que o Espírito encha o lugar e cada um ali presente. Invoque a presença da Bem-aventurada Virgem Maria e de São Miguel. A sua assistência é necessária de uma maneira especial neste tipo de oração. 2. Tente averiguar como é que o espírito conseguiu a entrada. Foi a causa do pecado? Então o pecado tem de ser confessado como uma condição para a sua libertação. Durante a entrevista tente ver se há necessidade de renuncia a práticas ocultas. Há necessidade de pedir perdão? (Lc 6,28; Rom 12,14). Conduza a pessoa por meio de uma oração de abandono à Senhoria de nosso Senhor Jesus. Ele/ela também poderia renovar o seu compromisso baptismal, renunciar a qualquer espírito que poderia estar presente nele/nela, sobretudo um espírito que não honra Jesus Cristo como Senhor e Deus. Ordene ao espírito de sair no nome de Jesus. Actue com a autoridade de Jesus, portanto tenha confiança. Não é necessário muito barulho. Que a pessoa para quem rezam peça a ajuda de Jesus e participe activamente na oração. A pessoa quer verdadeiramente ser libertada? A pessoa acredita em Jesus Cristo? 1. Oração de libertação NO NOME DE JESUS EU TE ORDENO, O ESPÍRITO DE--------------, EU TE ORDENO DE IR EMBORA SEM FAZER MAL ALGUM A ESTA PESSOA DE MANEIRA ALGUMA, E SEM FAZER MAL A NENHUM DOS PRESENTES, EU TE ORDENO NO NOME DE JESUS PARA NÃO VOLTAR DE NOVO. 2. Depois desta oração, observe a pessoa. Se não há manifestações, peça à pessoa que continue com uma vida espiritual intensa e exorte todos aqueles por quem rezou que O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 186 continuem a manter a oração e a vida sacramental. Encorajeos a continuar num grupo de oração para que possam contar com o apoio dos seus irmãos e irmãs. Participem num seminário sobre o desenvolvimento espiritual ou entrem no Rito de Iniciação Cristã para Adultos, um ministério de evangelização, os focolares, o movimento de renovação ou grupos espirituais semelhantes. Acompanhe-os sempre que seja possível. Encoraje a pessoa a responsabilizar-se pelas suas próprias acções. Quando a confissão é necessária, tem de ser feita. Quando a pessoa precisa de perdoar, devemos encoraja-la a fazê-lo. Evite exageros, tenha cuidado de não cair na armadilha da superstição. Precisa da opinião e às vezes da assistência e da colaboração de pessoal médico, psiquiatras, psicólogos, conselheiros para chegar a uma visão (wholistic approach) abrangente da cura da pessoa. Perguntese a si mesmo: rezei suficientemente? Ainda preciso de mais tempo para rezar? É necessário jejuar? Preciso de mais tempo para o jejum e para o discernimento? È necessário referir a pessoa a um psicólogo? Preciso da assistência de um sacerdote-exorcista? 3. A pessoa tem de permanecer aberta a mudança. Veja como pode mudar a situação. Perdoe todo o que precisa de perdoar na sua vida. 4. O espírito saiu? Façam o discernimento em equipa. Pergunte a pessoa como se sente. Alguns sinais físicos da saída do espírito incluem: um rosto mais descontraído; o fim dos gemidos, gritos ou convulsões; a capacidade de rezar e de invocar o nome de Jesus sem outras reacções ou manifestações; a pessoa é também capaz de falar normalmente e de comportar-se naturalmente. Podem comprometer-se a apoiar a pessoa através da oração nos dias seguintes. 7. Encha todos os espaços de tempo vazio invocando o Espírito Santo de novo. Graças a Deus. Este ministério de cura é integral: abrange as emoções, a inteligência, a vontade e o corpo. Rezamos com a gente para O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 187 serem curados, oferecendo-nos a nós mesmos para sermos utilizados como instrumentos de Deus. Comunicamos com os crentes e aconselhamo-los. Precisamos de conhecermos as raízes do problema. Oferecemo-lhes o nosso ministério para ajudá-los a experimentar o amor de Deus. Impomo-lhes as mãos e ungimo-los com o Óleo da Alegria. Exortamos a gente a começar um novo tipo de vida: uma vida de amor e não de ódio, uma vida de paz e não de violência, uma vida de perdão e não de vingança, uma vida de partilha em vez de uma vida de cobiça. As pessoas não podem ser curadas se não vivem em harmonia com o ambiente. Tentamos encorajar a gente a romper as cadeias da preguiça, ódio, materialismo, individualismo e racismo. Ser integro (whole) é ser uma pessoa para os outros, um verdadeiro cristão - alguém que se preocupa pelos outros, libertado de rejeição pessoal para tornar-se um filho de Deus livre. Encorajamos as pessoas para serem activos, inovadores e criativos, utilizando todas as oportunidades que se apresentam e contribuindo para o bem da sociedade. Devemos compreender que o processo de discernimento tem de fazer a distinção entre os espíritos ancestrais e os espíritos demoníacos. Não podemos confundi-los, já que alguns espíritos não são maus e não podem causar mal às pessoas. Tratamo-los com respeito. Também é importante distinguir as causas naturais de doenças, causas sobrenaturais e causas demoníacas. É preciso recordar que às vezes Deus pode permitir a doença como um meio de purificação para que procuremos sempre a vontade de Deus. O RITO DE CURAS: SERVIÇO DE ORAÇÃO (A PREPARAÇÃO REMOTA CONSISTE EM JEJUM E DISCERNIMENTO -CONSULTAÇÃO DA FAMÍLIA, PREPARAÇÃO DAS COISAS QUE SEREÃO NECESSÁRIAS DURANTE A ORAÇÃO. NÃO É NECESSÁRIO UTILIZAR TODOS OS SÍMBOLOS NO MESMO SERVIÇO. DECIDA O QUE QUER FAZER E DEIXE DE LADO TODO O QUE PARECE SUPERFLUO) O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 188 A) ORAÇÃO À TRINDADE Nesta oração, reconheça a presença de Deus Pai que nos ama com um amor incondicional. Acreditamos na presença de Jesus que disse que onde dois ou três estão reunidos em meu nome, eu estou lá no meio deles. Renovamos a nossa fé no Espírito Santo que nos foi dado. B) CANTO E CONVITE AOS SANTOS E AOS ANTEPASSADOS DA FAMÍLIA "Santos de Deus, santos anjos, nossos irmãos e irmãs defuntos, estamos aqui. Concedei-nos a graça da vossa presença para completar a nossa família. Na presença do Criador e Pai nós vos suplicamos: vinde. Conheceis o Primeiro Antepassado, Jesus Cristo, ele é o nosso redentor e o vosso redentor, está aqui presente: vinde à nossa companhia. Conhecem o Espírito Santo dador de vida e esse Espírito esta aqui. Vinde, nossos pais e nossas mães e continuai a rezar pelo nosso bem-estar. Vós destes-nos a vida Amastes-nos. Sabemos que continuais a cuidar-nos. Concedei-nos os favores de Deus. Dai-nos boa saúde e paz. Deus abençoar-nos-á. Deus curar-nos-á. Em Jesus, nós vos pedimos de seres os nossos medianeiros. Junto com vós e em Jesus prometemos guardar os valores que temos recebido e dar glória ao Pai. (Um ancião da família pode invocar os nomes dos antepassados da família)…Uni-vos à nossa oração pela cura de… Rezai connosco pela recuperação de…Rezai connosco pela protecção de…. Na vossa presença, Senhor, renovamos a nossa unidade com os nossos antepassados. Pedimos perdão pelos nossos pecados passados. Pelo sangue de Jesus Cristo, pedimos pela cura dos nossos parentes. Curai os nossos parentes e rogai por aqueles de entre nós que estão vivos e moram entre os vivos e os defuntosvivos (living-dead). Senhor, ensinai-nos a arte do perdão. Concedei-nos a graça de perdoar-nos mutuamente todas as ofensas e feridas do passado. O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 189 (Durante a invocação dos antepassados da família, a família pode utilizar símbolos e gestos da sua cultura, depois de ter consultado o sacerdote). SENHOR TENDE PIEDADE CRISTO TENDE PIEDADE SENHOR TENDE PIEDADE (Se parecer apropriado, os membros da família podem recordar aqueles momentos de dissensão, de divisão, de lutas internas, de tensão e de discórdia na família. Demorem o tempo necessário para pedir-se mutuamente perdão. Um balde de água misturada com aloés é introduzido e os membros da família são convidados a lavar as sua mãos e depois a trocar o sinal da paz. Qualquer membro da família que quiser confessar-se pode fazê-lo a esta altura) C) ORAÇÃO INTRODUTÓRIA: Senhor Jesus Cristo, sois o curandeiro da mente, do corpo e da alma. Estamos aqui cientes que "pelas vossas feridas fomos curados". Impõe a vossa mão poderosa sobre o nosso irmão…/irmã…. Restaura-lhe a saúde e a integridade. Pai, nós vos louvamos porque só vós sois santo; nós vos louvamos porque sois compassivo, nós vos louvamos porque sois capaz de curar e estais disposto a escutar as nossas orações. Nós vos louvamos porque nos criastes por amor, Senhor Jesus remistes-nos pelo vosso sangue e pelas vossas feridas somos curados. Espírito de amor e de liberdade, restaurai ao/a vosso/a servo/a o/a nosso/a irmão/ã a saúde e a integridade. Infundi nele/a o Sopro de Deus, cura física, cura espiritual e emocional. Infundi nele/a o vosso poder, perdoai-o/a. Confiamos em vós Senhor. A PALAVRA (Podem fazer uma das seguintes leituras: Mc 2,112; Tiago 5,13-18; 2Cor 1,3-11; Mc 7,24-30; Lc 4,18-20; Is 53,1-5; Lc 18,35.43; Mt 9,18-26; Rom 8,26-39). O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 190 D) PARTILHA DA PALAVRA Deveria ser sublinhado aqui que a cura é um sinal importante da realidade da salvação. Deus quer que sejamos curados emocionalmente e fisicamente. O desejo de Deus é que façamos a experiência da vida em abundância (Jo 10,10). Deus quer a nossa integridade. Podemos suportar o sofrimento em união com Cristo. É o tipo de sofrimento que contribui para a nossa purificação, para a santidade e para a salvação do mundo. Somos desafiados pelo Evangelho a manifestar amor e compaixão para com os enfermos e para com os membros vulneráveis da nossa comunidade. A nossa presença ajudaos a suportar os seus sofrimentos com paciência e a permanecerem firmes na sua fé. E) INTERCESSÕES: Aqui oferece-se a oportunidade a membros da família e alguns membros da comunidade cristã de apresentar as suas petições. As nossas orações poderiam incluir outras necessidades da nossa comunidade. Podemos concluir as nossas intercessões rezando simultaneamente no Espírito. (Durante estas orações simultâneas, podemos incluir uma oração para o arrependimento, para o perdão mútuo, para a libertação de espíritos malévolos, para a transformação e liberdade total da opressão física e espiritual). F) BÊNÇÃO DA ÁGUA Senhor Deus Todo-Poderoso Criador de toda a vida, de corpo e alma, Nós vos pedimos para + abençoar esta água: Enquanto a utilizarmos com fé Perdoai os nossos pecados E libertai-nos de toda a doença E do poder do mal. Senhor, Na vossa misericórdia Dai-nos a água viva O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 191 Que jorra continuamente como uma fonte De salvação: Libertai-nos, corpo e alma, de todo o perigo E admiti-nos na vossa presença em pureza de coração. Nós vo-lo pedimos por Cristo nosso Senhor G) BÊNCÃO DO SAL Deus Todo-Poderoso, Nós vos pedimos de abençoar + este sal Como una vez abençoastes o sal espalhado sobre a água Pelo profeta Eliseu. Onde quer que este sal e esta água são aspergidos Remove o poder do mal, E protegei-nos sempre Com a presença do vosso Espírito Santo. Concedei-nos por Cristo nosso Senhor. Amen. (Sal pode ser misturado com água benta) H) BÊNÇÃO DO ÓLEO DA ALEGRIA: Líder: O nosso auxílio é no nome do Senhor Todos: Que fez o céu e a terra. Óleo criatura de Deus Tiro o demónio fora de ti Por Deus o Pai Todo-Poderoso Que fez o céu, a terra e o mar E todo o que eles contêm. Que o poder do adversário, as legiões do demónio, E todos os ataques e maquinações de Satanás Sejam desfeitas e retiradas longe de esta criatura óleo. Que este óleo traga saúde ao corpo E à alma de todos aqueles que o utilizam, No nome de Deus +, o Pai, e de nosso Senhor Jesus Cristo +, seu Filho, E do Espírito Santo +, o Advogado, Assim como no amor do mesmo Jesus Cristo nosso Senhor, Que virá para julgar ambos os vivos e os mortos e o mundo pelo fogo. Amen. O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 192 Líder: Senhor ouvi a minha oração Todos: E que o meu clamor cheque até vós. Líder: O Senhor esteja convosco Resposta: E convosco também Oremos: Senhor Deus Todo-Poderoso, ante quem as multidões de anjos ficam consternados E cujo serviço celestial reconhecemos, Nós vos suplicamos de olhar favoravelmente E de abençoar e santificar esta criatura, o óleo, Que pelo vosso poder foi extraído Do sumo das olivas. Vós a destinastes para a unção dos doentes, a fim de que, quando são curados, Vos dêem graças a Vós, Deus vivo e verdadeiro. Concedei-nos, nós vos pedimos, que aqueles que utilizarão este óleo, Que abençoamos + em vosso nome, Sejam libertos de todo o sofrimento e enfermidade E de todas as insídias do inimigo. Seja ele instrumento para afugentar toda a espécie de adversidade do vosso povo, Feito na vossa imagem e redimido pelo sangue precioso do vosso Filho, Para que nunca voltem a sofrer A mordedura da antiga serpente, Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amen. I) IMPOSIÇÃO DAS MÃOS O sacerdote e alguns membros da família impõem as mãos demoradamente e com calma sobre o irmão ou a irmã doente. Alguns membros da comunidade, especialmente os que fazem parte da equipa de curas, podem impor também as mãos. (Pode cantar-se um canto meditativo suavemente como som de fundo). J) UNÇÃO COM ÓLEO: Ungimos a pessoa doente na frente, no peito, nas mãos e nos pés. Alguns membros da família são O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 193 convidados a aproximar-se para serem ungidos com óleo. Para eles é o óleo da cura, da integridade e da reconciliação. Podem manifestar as necessidades e aspirações pessoais enquanto se reza por eles. K) BÊNÇÃO DAS VELAS Deus eterno e Todo-Poderoso, nós vos damos graças por Jesus Cristo nosso Salvador e Luz do mundo. Abençoai estas velas + e que elas nos recordem a vossa luz e a vossa presença. Que a vossa luz ilumine as áreas escuras dos nossos corações e das nossas mentes. Que sejamos luz do mundo, levando a vossa Palavra aos outros, partilhando o vosso amor com os pobres e o vosso conforto com os angustiados. Como luzes do mundo, ajudai-nos a eliminar a ignorância e a cobiça, e ajudai o vosso povo a crescer em conhecimento e no espírito de partilha. Que a luz da fé brilhe nesta casa e nos nossos lares para que nunca sucumbamos às pressões deste mundo. Sede o centro das nossas vidas. Concedei-nos por Jesus Cristo nosso Senhor. L) BÊNÇÃO DO INCENSO OU IMPEPHO Deus de Amor, Deus Criador. Tudo o que criastes é bom. Nós vos damos graças e vos bendizemos, porque pela vossa palavra e poder fizeste todas as coisas, e tudo o que precisamos para viver é vosso dom. Concedei-nos que, em obediência à vossa palavra e vontade, os vossos fiéis possam utilizar sempre as coisas criadas em espírito de agradecimento. Abençoai este incenso +, e fazei das nossas vidas um sacrifício vivo de louvor. Que vos ofereçamos uma oblação viva através dos nossos sacrifícios quotidianos. Que as nossas orações cheguem até Vós como incenso. Recebei as nossas orações, Senhor, e concedei-nos as graças que precisamos para viver a nossa fé e para servir a humanidade. Protegei-nos de todo o mal e revesti-nos com a vossa justiça. Nós vo-lo pedimos por Cristo nosso Senhor. M) BENÇAÕ DA CASA Sacerdote: Em nome do pai e do Filho e do Espírito Santo. O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória Todos: Sacerdote: 194 A paz do Senhor esteja com esta casa e com todos os seus moradores. E consigo também. Senhor Jesus Cristo, entraste na casa de Zaqueu. Nós vos suplicamos, entrai nesta casa com a plenitude da vossa bênção. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amen. N) ESCOLHA UMA LEITURA (Mt 7,24-28; Heb 3,1-6; Lc 19,1-10; Gen 18,1-8; Jo 14,2-6; Sal 91) O) ORAÇÃO DE LIBERTAÇÃO E PROTECÇÃO Oração contra o malefício (Do ritual grego) Kyrie eleison. Deus, nosso Senhor, Rei dos tempos, TodoPoderoso e majestoso, Vós que fizestes tudo e que transformais tudo apenas com a vossa vontade. Vós que na Babilónia transformastes em orvalho as flamas da fornalha "sete vezes mais quente" e protegeste e salvaste as três santas crianças. Sois o médico e doutor da alma. Sois a salvação daqueles que se aproximam de vós. Nós vos pedimos de tornar impotente, de afastar todo o poder diabólico, a sua presença e maquinação; toda a influência maligna, malefício ou olho mau e todas as más acções contra este vosso povo, especialmente o vosso servo…Onde há inveja e malícia, dai-nos a abundância de bondade, paciência, vitória e caridade. Senhor, Vós que amais o vosso povo, nós vos pedimos de estender as vossas mãos poderosas e os vossos altos e grandes braços e que venhais em nossa ajuda. Ajudai-nos, a nós que fomos feitos na vossa imagem; mandai o anjo da paz sobre nós, para proteger-nos o corpo e a alma. Que ele mantenha longe de nós e aniquile todo o poder maligno, todo o veneno e malícia invocada contra nós por gente corrupta e invejosa. Então, sob a protecção da vossa autoridade possamos cantar em acção de graças, "O Senhor é a minha salvação, de quem terei medo? Não temerei o mal porque estás comigo, meu Deus, minha força, meu Deus poderoso, Senhor da paz, Pai de todos os tempos". Sim, Senhor nosso Deus, tende compaixão de nós, vossa imagem, e salvai o vosso servo…de toda a ameaça ou dano do O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 195 maligno, e protegei-o/a afastando-o de todo o mal. Nós vo-lo pedimos pela intercessão da Nossa Bem-aventurada, Gloriosa Senhora, Maria sempre Virgem, Mãe de Deus, dos mais esplêndidos arcanjos e de todos os santos. Amen. P) ORAÇÃO DE BÊNÇÃO DA CASA Oremos Nosso Pai celestial, sois sempre bom connosco. Já durante a nossa vida terrestre somos privilegiados de receber os vossos dons, nós vos louvamos e damos graças de todo o coração. Tornai-nos cada vez mais agradecidos a vós por todos os dons materiais e espirituais que nos concedeis. Olhai para nós com amor, pomos toda a nossa confiança e esperança em vós. Abençoai +++esta casa e protegei todos os que moram nela. Dai-lhes a vossa paz, preservai-os de todo o mal, e libertai-os da sua fraqueza e da sua culpa. Dai-lhes uma porção plena dos bens deste mundo, e abri os seus corações às necessidades dos outros. Ajudai-nos a recordar sempre que as nossas moradas terrestres serão destruídas, e seguiremos a vossa chamada a morar na comunidade e unidade eterna com Vós. Fortalecei em nós o desejo de ficar convosco. Nos vos pedimos, nossos antepassados, na presença de nosso Senhor Jesus Cristo que é o vosso Senhor, o Primeiro dos Antepassados. Continuai contribuindo para o bem da nossa vida na terra. Que haja harmonia, reconciliação e unidade nesta casa. Inspirai-nos para seguirmos os valores da nossa cultura e os valores do nosso Evangelho. Que os filhos desta família cresçam em sabedoria e nos valores de Ubuntu (humanidade). Abençoai todos nós aqui presentes. Nós vo-lo pedimos por Cristo nosso Senhor. Amen. Q) MEMBROS DA FAMÍLIA PODEM FAZER ESTAS BREVES INTERCESSÕES Que possamos fazer a experiência da alegria e da vida em abundância. Senhor ouvi-nos Concedei-nos Senhor saúde de mente e corpo. O Ministério da Evangelização em Pretória, P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória 196 Que sejamos generosos e prontos em ajudar aos que estão em necessidade. Senhor, ouvi-nos. Que a nossa sociedade cuide dos pobres e dos que não têm lar. Senhor, ouvi-nos. Que gozemos da intercessão da nossa Mãe, Maria, e de São José e que tomemos a família de Nazaré como o modelo da nossas famílias. Que os nossos fiéis defuntos descansem na vossa paz e vivam na vossa presença. Encomendamos à vossa misericórdia as almas de… (Mencionamos alguns nomes de membros próximos da família que faleceram. Acendemos um vela abençoada para eles). Podem cantar um hino aos irmãos defuntos NOSSO PAI, UM MISTÉRIO DO TERÇO E HINOS APROPRIADOS (Os pais levam o sacerdote a todos os quartos e fora ao redor da casa. Abençoamos a casa com água benta e incenso. Ungimos os lintéis com óleo. Abençoamos outros objectos e carros). (Pedimos aos que nos ajudam com o seu discernimento que façam uma pequena pausa e que implorem ao Espírito Santo para que fale nos seus corações, dando-lhes uma palavra de sabedoria ou profecia destinada a esta família. Partilhamos essas palavras de exortação e encorajamento com a família e depois concluímos com uma acção de graças. Podemos utilizar este tempo para louvar a agradecer ao Senhor com oração, canto e dança). R. BÊNCÃO FINAL: Convidamos os pais para que abençoem os seus filhos O sacerdote dirá a seguinte oração: ABENÇÕE-NOS DEUS TODO-PODEROSO, PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO. AMEN. S) PARTILHA DA REFEIÇÃO Num espírito de alegria e de celebração partilhamos juntos uma refeição de cura e reconciliação.