Prof. Dr. Hussein Kalout
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Prof. Dr. Hussein Kalout
Os Desafios do Terrorismo Global Hussein Kalout Harvard University Grupos organizados de Matiz Islâmica Diferentes categorias em estudo no mundo muçulmano: • Grupo 1: Fraternidades político-religiosas edificadas em partidos políticos (Irmandade Muçulmana, Al-Nahada e Movimento Hizmet); • Grupo 2: Agremiações político-sociais que se intitulam de movimentos de resistência nacionalista de vertente religiosa (Hamas e Hezbollah); • Grupos 3: organizações criminosas - seitas subversivas (Estado Islâmico, Al-Qaeda, Jabhat Al-Nusra, Ansar Al-Sharia e Boko Haram). Grupos organizados de Matiz Islâmica • O modus operandi e os objetivos políticos dessas categorias caminham em raias diferentes. • Grupo 1: Busca a política como exercício legitimo para disseminar a sua filosofia, proteger a sua massa e manter ativa a rede clerical e projetos sociais aos quais encontra-se ancorado. • Grupo 2: Busca salvaguardar a defesa de sua identidade nacional, sua autodeterminação e sua existência como força sócio-política, organizando-se, por vezes, em partidos políticos, e usam da violência armada como método para defender os seus objetivos. Normalmente, surgem em áreas sob ocupação militar estrangeira • Características Grupos 1 e 2: Assistencialismo; Vácuo estatal; Forte base popular; Legitimidade sócio-política; Reconhecimento Internacional; Instituições Legais da perspectiva do direito. Grupos organizados de Matiz Islâmica Grupo 3: É desprovido das conotações das categorias anteriores e opera como força mercenária. • Estrutura assemelha-se à máfia e atua como engrenagem mercante do narcotráficos, tráficos de seres humanos, tráfico de órgãos, tráfico de armas, venda ilegal de recursos energéticos e como ator bumerangue que opera como “guerrilhas de procuração” manuseados por terceiros atores e que fazem da violência o seu primeiro instrumento de abordagem para legitimar-se. • Sua receita econômica; orientação política; inspiração teológica é proveniente, precipuamente, por ESTADOS NACIONAIS. • Conseguem se enraizar facilmente em territórios onde: a) Estado é letárgico; b) Instituições Estatais disfuncionais e vulneráveis; c) Em sociedades cujo nível de corrupção é elevado; d) Latente o nível de clivagem sócio-religiosa Estrutura “Estado Islâmico” • A causa do extremismo islâmico, em boa medida, não está atrelada apenas a condicionamentos sociais como a marginalização, a ignorância e o desemprego, mas, preponderantemente, está vinculada à políticas maximalistas do complexo industrialreligioso sob o poder de alguns países do Golfo. • O EI foi confeccionado para servir de instrumento obscuro de política externa • Composição do Estado Islâmico: forjado a partir de um conglomerado de forças exógenas. • Composição do EI: árabes, paquistaneses, afegãos, europeus, americanos, latinos, eslavos, caucasianos e, ainda, guerrilheiros chechenos com experiência da guerra dos Bálcãs. • Números de de Combatentes entre 40 mil e 80 mil – 90 nacionalidades. Grupos Terroristas e Armados na Síria Estado Islâmico Jabhat AlNusra (65%) (20%) ‘Rebeldes’ (15%) Estrutura “Estado Islâmico” Médio Orientais/Árabes (55%) Estado Islâmico Não-árabes e Não-europeus (25%) Europeus (20%) Nacionalidades dos integrantes do EI Sírios (20%) Iemenitas Iraquianos (3%) (20%) Argelinos Tunisianos (3%) (15%) MédioOrientais / Árabes (55%) Egípcios Sauditas (3%) (13%) Libaneses Jordanianos (4%) (10%) Marroquinos (8%) Nacionalidades dos integrantes do EI Franceses (30%) Austrália; Canada; EUA Britânicos (1%) (15%) Europeus (20%) Países Baixos Alemãs (5%) (12%) Bósnios (10%) Nacionalidades dos integrantes do EI Russos (chechenos) (37%) Asiáticos Paquistaneses (10%) (20%) Combatentes nãoárabes e nãoEuropeus/Ocidentais (25%) Uzbeques Afegãos (13%) (15%) Combate aos Grupos Terroristas 1. Arcabouço de Organizações como EI: • Infraestrutura Operacional • Infraestrutura Logística • Infraestrutura Financeira 2. Cooperação e coordenação de Estratégias conjuntas (com coeficiente mínimo de componente político). • Assimetrias entre as principais potências mundiais e regionais do Oriente Médio sobre Síria e o EI • Fragmentação de estratégias – ausência de esforço coletivo real Mídia e Autoridades Estatais • Capacitação: combater o terrorismo exige habilidade técnica; capacidade pericial; capacidade investigativa; capacitação persecutória específica; Capacitação idiomática. • Considerações ao projeto de lei: existem lacunas que precisam ser preenchidas; projeto: mais focado na punição; menos focado na definição do conceito do método. • “Empowerment” – dos aparatos de Inteligência e Segurança. Considerações Finais • Estudo da acadêmica militar dos EUA, em West Point, aponta que 75% dos atentados ocorreram em países islâmicos contra a própria população muçulmana. Ou seja, a população muçulmana é a maior vítima do terrorismo. • Assimetrias no trato quanto a ato terroristas praticados no Ocidente x Oriente Médio; África. • Ataques de Paris (Beirute, Ancara e Kuwait) – desproporcionalidade no trato. • O papel dos órgãos de Inteligência e Segurança junto à Mídia e à Sociedade Objeto do problema BRASIL somos foco? somos rota? somos alvo? Definição de terrorismo: Terrorismo antes de tudo é método. Método que pode estar a serviço de propósitos políticos Método é consubstanciado pela prática da coerção, em que um grupo político organizado procura atingir suas finalidades por meio do uso motivado, premeditado e sistemático da violência contra civis ou populações não-combatentes. Muito Obrigado! Hussein Kalout Harvard University