Itaúmetro: Quais são as chances de sua seleção nas eliminatórias?
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Itaúmetro: Quais são as chances de sua seleção nas eliminatórias?
Macro VISÃO terça-feira, 27 de setembro de 2011 Itaúmetro: Quais são as chances de sua seleção nas eliminatórias? A área de Pesquisa Econômica do Itau Unibanco está lançando uma serie de artigos para entrar no clima da Copa de 2014. Este é o primeiro. Ele analisa as chances de sucesso dos países sul-americanos nas eliminatórias para a Copa. Faltam menos de 1000 dias para a Copa do Mundo de 2014 e todos já gostariam de saber quais seleções farão parte do evento. Temos apenas uma certeza: o Brasil, como país-sede, estará presente. Os demais, sem exceção, terão que passar pelas eliminatórias. Inclusive a Espanha, atual campeã. Neste artigo analisamos as chances das seleções sul-americanas nas eliminatórias da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que começam em outubro deste ano. O formato das eliminatórias sul-americanas variou bastante ao longo dos anos, mas desde a Copa de 1998, na França, a mesma fórmula é adotada: todos jogam contra todos, em turno e returno. Normalmente, disputam dez seleções do continente e se classificam aquelas que fizerem mais pontos após as 18 rodadas. Neste ano teremos nove seleções, já que o Brasil é o país-sede. Os participantes serão: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. O número de vagas para o continente depende da FIFA. Desta vez, assim como nos últimos anos, se classificam as quatro seleções que fizerem mais pontos. A quinta vai para um jogo de “repescagem” contra uma seleção da Ásia e também se classifica se vencer este “mata-mata”. Para estimar a probabilidade de classificação de cada país, criamos o “Itaúmetro da Copa”. Primeiro, selecionamos as variáveis que possam ajudar a explicar a classificação na Copa ao longo das últimas edições. Encontradas essas variáveis, estimamos, através de técnicas econométricas, quão importante essas variáveis são para explicar a classificação. Finalmente, aplicamos as elasticidades encontradas ao valor corrente das variáveis explicativas para quantificar a probabilidade atual de cada país se classificar para a Copa. Neste artigo trazemos a primeira versão do “Itaúmetro”. Durante as eliminatórias, publicaremos atualizações incorporando os resultados dos jogos efetivamente ocorridos. E expandir o modelo para outras confederações, como a Concacaf (América do Norte, Central e Caribe). Podemos dizer que três fatores podem determinar o sucesso do País nas eliminatórias: qualidade da seleção, tradição na competição e condições econômicas. Analisemos cada um desses fatores e possíveis variáveis para caracterizá-lo. A qualidade da seleção é possivelmente o fator de maior apelo. Quem tem o melhor time, quem está jogando melhor tende a ter os melhores resultados. Especialmente neste tipo de competição longa, em que um escorregão fortuito tem pouco peso no resultado final. Para medir este efeito podemos usar os resultados de cada time em jogos às vésperas de cada eliminatória ou variáveis como o valor de mercado dos jogadores – os times mais “caros” deveriam ter os melhores jogadores. Uma variável objetiva e bastante completa neste sentido é o ranking da FIFA. Afinal, ele tende a resumir efetivamente a performance recente da seleção. E tem a praticidade de ser facilmente coletado no site da entidade. Usaremos esta medida. A tradição, ou o “peso da camisa”, é um fator subjetivo, psicológico, mas sem dúvida importante em competições esportivas. Para descrevê-la o mais direto é pelo número de participações em Copas passadas. Uma alternativa talvez fosse quantas vezes o país foi efetivamente campeão mundial. Mas o problema é que apenas Argentina e Uruguai conquistaram a Copa, ficando difícil diferenciar dentre as demais seleções. Ademais, o foco são as eliminatórias, e não a Copa em A última página deste relatório contém informações importantes sobre o seu conteúdo. Os investidores não devem considerar este relatório como fator único ao tomarem suas decisões de investimento. Macro Brasil – terça-feira, 27 de setembro de 2011 si. Portanto, vale a tradição em eliminatórias, ou seja, quem efetivamente consegue se classificar. Por fim, os fatores econômicos. A intuição aqui é de que países mais desenvolvidos têm melhor organização esportiva e fazem mais investimentos em infra-estrutura esportiva e, portanto, tendem a ter melhores resultados. Estimamos um modelo do tipo Probit – que justamente oferece estimativas da probabilidade de um evento binário, como o que estamos analisando – para dados desde as eliminatórias da Copa de 1994. Os resultados mostraram que tanto o número de classificações anteriores desde 1930 (tradição), como o ranking da FIFA no início das eliminatórias (qualidade corrente da seleção) são bastante significativos para explicar a probabilidade de sucesso nas eliminatórias. Por outro lado, as variáveis econômicas escolhidas – PIB per capita, crescimento do PIB, inflação - não se mostraram relevantes. Tabela 1 - Itaúmetro País Tradição* Ranking FIFA Probabilidade de classificação Argentina 15 9 94.2% A tabela ao lado resume os resultados do modelo. O ranking da FIFA é de agosto de 2011 e, portanto, já incorpora o efeito da última Copa América. O “Itaumetro” sugere que Argentina e Uruguai dificilmente ficam fora da Uruguai 10 5 85.9% Copa. A Argentina se destaca por ser a de maior sucesso em Chile 8 11 75.3% eliminatórias passadas (participou Paraguai 8 25 63.1% de 15 das 18 Copas até agora). E o Uruguai, campeão da última Copa Peru 4 26 43.3% América, é hoje o sul-americano Colômbia 4 35 34.6% mais bem rankeado pela FIFA. Chile também parece bem Venezuela 0 44 13.6% posicionado, enquanto o Paraguai busca a última vaga. A Equador 2 66 7.9% repescagem é uma bola bem Bolívia 3 85 3.9% dividida entre Peru e Colômbia. Mas notem que a Venezuela corre Participação em finais de Copa do mundo, desde 1930 por fora. O país é penalizado por Fonte: FIFA, Itaú ter pouca tradição, mas o resultado na última Copa América – que fez a seleção galgar 25 posições no ranking da FIFA – deixa-a com bom “momentum” para a competição. Equador e Bolívia são os grandes azarões. Qual a importância de cada uma das variáveis - “tradição” e “ranking FIFA” – na determinação da probabilidade? O efeito depende da posição atual da seleção. Tomemos como exemplo o Peru, que está na zona intermediária das probabilidades. Se o país tivesse participado de uma Copa a mais, observaria sua probabilidade saltar de 43,3% para 48%. O mesmo ganho de probabilidade poderia ser obtido alternativamente com uma um avanço de 5 posições no ranking da FIFA. Por fim, o velho chavão como disclaimer: futebol é uma caixinha de surpresas! Quando Uruguai e Bolívia entrarem em campo no dia 7 de outubro para o primeiro jogo das eliminatórias, tudo começará do zero. Serão onze contra onze e quem fizer primeiro sai na frente. Ilan Goldfajn Economista Chefe Caio Megale Economista Guilherme da Nóbrega Economista Página 2 Macro Brasil – terça-feira, 27 de setembro de 2011 Pesquisa macroeconômica no Itaú Ilan Goldfajn – Economista-Chefe Arthur Passos Adriano Lopes Aurelio Bicalho Caio Megale Darwin Dib Felipe Salles Giovanna Siniscalchi Guilherme da Nóbrega Guilherme Martins Ítalo Franca Luiz G. Cherman Laura Haralyi Luka Barbosa João Pedro Bumachar Mauricio Oreng Natasha Daher Roberto Prado Para acessar nossas publicações e projeções visite nosso site: http://www.itau.com.br/itaubba-pt/pesquisa-economica/analises-economicas/ Informação relevante As informações contidas neste relatório foram produzidas pelo Itaú Unibanco Holding, dentro das condições atuais de mercado e conjuntura econômica, com base em informações e dados obtidos de fontes públicas. Tais informações não constituem, tampouco devem ser interpretadas como sendo uma oferta ou solicitação de compra ou venda de um instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. Todas as recomendações e estimativas aqui apresentadas derivam de nosso julgamento e podem ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O Itaú Unibanco Holding não se responsabiliza por quaisquer decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui divulgados. 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