PDF - Bancários de Curitiba

Transcrição

PDF - Bancários de Curitiba
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COM AS CARTAS NA MESA
Bancários iniciam organização
para Campanha Salarial 2009
VIDA SINDICAL
11º Congresso Estadual
define nova direção da CUT
CIDADANIA
A importância de
inserir bancários
na vida política
ISSN 1981-0237
SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE CURITIBA E REGIÃO • JUNHO/JULHO DE 2009 • Nº 36 • ANO VlI
DIRETORIA GERAL
Alessandro Greco Garcia - Banco do Brasil
Ana Luiza Smolka - Banco do Brasil
Ana Maria Marques - Itaú
Anselmo Vitelbe Farias - Unibanco
Audrea Louback - HSBC
Carl Friedrich Netto - Banco do Brasil
Carla Francielle Faust - HSBC
Claudi Ayres Naizer - HSBC
Edson Correia Capinski - HSBC
Edna do Rocio Andreiu - HSBC
Elize Maria Brasil - HSBC
Erie Éden Zimmermann - Caixa
Eustáquio Moreira dos Santos - Itaú
Genésio Cardoso - Caixa
Genivaldo Aparecido Moreira - HSBC
Hamilton Heffo - HSBC
Ilze Maria Grossl - HSBC
Jefferson Tramontini - Caixa
João Batista Melo Cavalcante - Caixa
Jorge Antonio de Lima - HSBC
José Carlos Vieira de Jesus - HSBC
José Florêncio Ferreira Bambil – Banco do Brasil
Karin Tavares - Santander
Karla Cristiane Huning - Bradesco
Kelson Morais Matos - Bradesco
Leonardo André de Araújo - Caixa
Lílian de Cássia Graboski – ABN/Real
Luceli Paranhos Santana - Itaú
Maeve Luciane Vicari - Bank Boston
Salete Aparecida Santos Mendonça Teixeira - Caixa
Sidney Sato - Itaú
Ubiratan Pedroso - HSBC
Valdir Lau da Silva - HSBC
Vanderleia de Paula - HSBC
CONSELHO FISCAL
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidência
Otávio Dias – Bradesco
([email protected])
Secretaria Geral
Carlos Alberto Kanak - HSBC
([email protected])
Secretaria de Finanças
Antonio Luiz Fermino - Caixa
([email protected])
Secretaria de Organização e
Suporte Administrativo
Marco Aurélio Vargas Cruz – HSBC
([email protected])
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Sonia Regina Sperandio Boz - Caixa
([email protected])
Secretaria de Formação Sindical
Marcio Mauri Kieller Gonçalves – Itaú
([email protected])
Secretaria de Igualdade e da Diversidade
Denívia Lima Barreto – HSBC
([email protected])
Secretaria de Assuntos Jurídicos
Coletivos e Individuais
Marisa Stedile – Itaú
([email protected])
Secretaria de Saúde e Condições
de Trabalho
Ademir Vidolin - Bradesco
([email protected])
Secretaria de Políticas Sindicais e
Movimentos Sociais
André Castelo Branco Machado - Banco do Brasil
([email protected])
Secretaria de Cultura
Herman Felix da Silva - Caixa
([email protected])
Efetivos
Luiz Augusto Bortoletto - HSBC
Ivanício Luiz de Almeida - Itaú
Denise Ponestke de Araújo - Caixa
Suplentes
Deonísio Schimidt - HSBC
Tania Dalmau Leyva - Banco do Brasil
Bras Heleison Pens - Itaú
FILIADO À
As matérias assinadas são de inteira
responsabilidade dos autores.
Secretaria de Mobilização
e Organização da Base
Júnior César Dias - Unibanco
([email protected])
Secretaria de Assuntos de Políticas
Sociais e estudos Sócio-Econômicos
Pablo Sérgio Mereles Ruiz Diaz - Banco do Brasil
([email protected])
Secretaria de Assuntos das Demais Categorias
do Ramo Financeiro
Margarete Segalla Mendes - HSBC
([email protected])
Secretário de Esportes e Lazer
Selio de Souza Germano – Itaú
([email protected])
Rua Vicente Machado, 18 - 8º andar • CEP 80420-010 • Fone (41) 3015-0523
Presidente: Otávio Dias ([email protected])
Secretária de Imprensa: Sonia Boz ([email protected])
Jornalista Responsável: Patrícia Meyer (5291/PR)
Colaboração: Fábio Souza e Renata Ortega • Diagramação: Mainardes.com
Impressão: Maxigráfica • Tiragem: 7.500 mil • ISSN 1981-0237
Revista Bancári@s:
Edição 36
Junho/Julho de 2009
Capa: Noviski
Impressão: Maxigráfica
ISSN 1981-0237
ÍNDICE
Bancos
Período que antecede a campanha salarial é marcado por
debates nas negociações específicas nacionais em bancos
públicos e privados
Campanha Salarial
Bancários se preparam para as negociações: crise não
será aceita como justificativa para barrar o aumento real e a
melhoria da PLR
Vida Sindical
11° CECUT constrói plano de luta dos trabalhadores
e elege nova direção estadual
Cidadania
Trabalhadores podem contar com representação consciente e
responsável na Câmara de São José dos Pinhais
Qualidade de vida
Quando a dedicação no trabalho se transforma em fator que
prejudica a saúde, a vida profissional e o bem estar do bancário
Jurídico
Assessoria esclarece dúvidas jurídicas. Saiba mais sobre planos
de saúde, auxílio doença e auxílio por acidente de trabalho
Prestação de Contas
Assembleia aprova por unanimidade a prestação de contas anual
do Sindicato. Veja os detalhes
Cultura
Espaço Cultural oferece entretenimento aos trabalhadores.
Confira a agenda de julho e agosto
Aconteceu
Espaço do Leitor e Recomendamos
Memórias da Luta
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EDITORIAL EDITORIAL
Assessoria de Comunicação Contraf/CUT.
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região foi anfitrião do
Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do HSBC, entre os dias
2 e 4 de junho. Após três dias de debates, que contou inclusive
com apresentação de representantes do banco e ato no Palácio
Avenida, os cerca de 80 dirigentes estipularam as prioridades da
campanha específica no HSBC.
O que os trabalhadores
bancários querem
Bancári@s
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Desde 15 de setembro do ano
passado o mundo vem assistindo e
ouvindo notícias sobre uma das
maiores crises do sistema financeiro
mundial. O Brasil vive uma condição
especial diante desta crise. Possui um
sistema financeiro considerado
sólido, em condições privilegiadas.
No final do ano passado, o governo
federal e a equipe econômica
liberaram R$ 150 bilhões através do
compulsório ao sistema financeiro,
com intuito amplamente divulgado
de fomentar o crédito. Tal medida foi
muito interessante, mas, de fato, o
que assistimos em seguida foi o
anúncio de uma das maiores fusões
do hemisfério sul: a aquisição do
Unibanco pelo Itaú. Nem é preciso
dizer que os trabalhadores bancários
ficaram apreensivos, temendo
perder seus empregos.
Enquanto o mundo e os trabalha
dores brasileiros sofrem com a crise,
contabilizando seus impactos, os
banqueiros seguem fazendo suas
negociatas, inclusive aumentando as
provisões 37% acima do determinado
pelo Banco Central e apresentando
expressiva lucratividade. Como se não
bastasse o lucro que não se reflete em
uma PLR digna aos trabalhadores, os
banqueiros utilizam de recursos contábeis para reduzir a distribuição dos resultados e descumprir as regras de pagamento
acertadas com o movimento sindical.
Tudo com o objetivo de ter mais lucro.
O que dizer então perante a informação de que em nenhum lugar no
mundo o spread bancário é tão alto
quanto no Brasil? Para empréstimos à
pessoa física, o diferencial chega a ser 10
vezes mais elevado para o brasileiro em
relação ao crédito equivalente no exterior.
A taxa real de juros total (juros
adicionados aos serviços administrativos,
riscos de inadimplência, margem de
lucro e tributação) do HSBC na Inglaterra
é 6,60% ao ano, mas no Brasil, o banco
esfola os seus clientes com nada menos
que 63,42% ao ano. O Santander, por sua
vez, cobra na Espanha 10,81% ao ano,
mas no Brasil essa taxa é de 55,74%.
São necessárias e urgentes medidas
para alterar a legislação brasileira, em
especial a reforma no artigo 192 da
Constituição, que regulamenta a Sistema
Financeiro Nacional.
Os acontecimentos recentes no
setor bancário, com as fusões e aquisições entre grandes bancos só tende a
agravar este quadro. O que queremos
são mais bancos, maior competitividade
no setor, mais opções, mais trabalhadores, e não a concentração do sistema,
colocando em risco o emprego dos
trabalhadores, bem como conquistas
históricas de muitas lutas.
Otávio Dias, presidente
bancos
ITAÚ UNIBANCO
Denúncia de assédio moral
gera auditoria nas agências
A ação incisiva do Sindicato gerou
ganhos nas condições de trabalho dos
bancários. Em reunião realizada no dia 02
de junho, o Itaú Unibanco firmou o
compromisso de auditar as agências
denunciadas por assédio moral. A mesa
de discussão entre os representantes da
entidade e do banco foi conquistada após
um protesto realizado em maio, que
afetou o funcionamento de três agências
de Curitiba (Mercês, Deodoro e Curitiba).
Compromissos do banco–
Durante a reunião, a direção do Itaú
Unibanco, que dizia ignorar o problema,
se comprometeu a ampliar as ações
investigativas para outras unidades,
garantindo sempre aos funcionários o
sigilo das informações prestadas. As
auditorias incluem entrevistas
individuais para identificar o perfil dos
gestores e inibir as práticas de desrespeito, ameaça e humilhação. Nova reunião
será agendada para apresentar os
resultados ao Sindicato.
Para os dirigentes, o protesto foi
positivo, pois abriu o canal de negociação com banco. “Conseguimos providências concretas de combate ao
assédio moral. Além disso, restabelecemos o diálogo, vencemos a resistência
em debater este problema e poderemos
apresentar novas denúncias”, avalia
Anselmo Farias, dirigente sindical e
trabalhador do Unibanco.
O Sindicato também recebeu um
correio eletrônico de agradecimento
dos bancários pela ação sindical,
reconhecendo o empenho da entidade
em resolver o problema de forma rápida.
O trabalhador comenta: “Temos colegas
nas agências que sofrem tanto com o
terrorismo dos gestores que mesmo
tomando remédios tarja preta não
conseguem dormir durante a noite, tem a
vida social abalada, vivem chorando e
chegam a tecer comentários como 'pegar
a arma dos vigilantes para acertar o
gerente e depois tirar sua própria vida'.
Isto reflete o tamanho do ódio e repugnância em relação à cobrança excessiva e
desumana dos gerentes, diante das ações
tendenciosas e do tratamento de ridicularização na frente de colegas e ainda das
metas abusivas”.
INCENTIVO À APOSENTADORIA
Inscrições para o programa começam em julho
Após a adesão, o desligamento poderá ser efetivado em até 12 meses a critério da área ou departamento.
(veja o quadro). Têm opção de do FUNBEP quanto do Plano de
A pressão do movimento sindical
surtiu efeito e assegurou aos bancários participar do programa bancários Aposentadoria Complementar têm o
em vias de se aposentar um programa de aposentados ou em condições de se melhor benefício suplementar a partir
incentivo mais justo. Dentre os avanços aposentar pelo INSS, com pelo menos dos 55 anos de idade. Desta forma, o
conquistados em 10 de junho estão a 50 anos de idade e que estejam lotados Sindicato está solicitando que o Itaú
adesão voluntária e o pagamento de em prédios administrativos. O prazo de Unibanco pague a totalidade das contrimeio salário por ano trabalhado limitado inscrição começa em julho e se encerra buições da modalidade autopatrocínio
para os trabalhadores que aderirem ao
a seis salários – e não mais 30% do em agosto.
Plano de Benefícios Pre- programa de incentivo à aposentadoria.
salário limitado a cinco vencimentos
•Meio salário por ano trabalhado,
limitado ao total de seis salários;
•PLR de 2,2 salários e adicional de R$
1.980 para bancários do Itaú; e PLR de
até 2,2 salários, mais adicional de R$
1.530 para bancários do Unibanco. Os
bancários receberão o mesmo valor da
PLR de 2008;
•Plano de saúde garantido por mais
24 meses, além do período já previsto
pela CCT, que pode chegar a até mais
9 meses;
•Valores equivalentes a 13 cestasalimentação, o que corresponde a R$
3.548,48 de crédito no cartão
alimentação;
•O banco irá pagar todas as verbas
rescisórias, inclusive a multa de 40%
sobre o montante do FGTS;
•A opção ao programa de aposentadoria não dá quitação total do
contrato de trabalho.
O QUE É
PRECISO MELHORAR...
•O programa precisa ser estendido
aos trabalhadores das agências.
•A idade mínima para as mulheres
deve ser reduzida para 48 anos.
•As contribuições para o plano de
benefícios previdenciários na
modalidade autopatrocínio deverão
ser pagas na totalidade pelo banco.
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Bancári@s
CONFIRA QUAIS SÃO OS DIREITOS PARA QUEM
ADERIR AO PROGRAMA
bancos
HSBC
Sindicato sediou Encontro Nacional
dos Dirigentes Sindicais
Bancári@s
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Os problemas dos trabalhadores do
HSBC são nacionais. Esta foi uma das
conclusões do encontro de dirigentes do
banco realizado no Espaço Cultural, em
junho. Cerca de 80 dirigentes de todo o país
participaram do evento que definiu a pauta
de reivindicações e debateu as estratégias
para negociação junto ao banco inglês.
Dentre os problemas está a falta de
funcionários, a ausência de transparência
em relação ao programa próprio de
remuneração e os salários injustos pagos
pela empresa. Os dirigentes também
questionaram a redução na rede de
agências e a falta de transparência da
empresa em relação aos seus posicionamentos, o que causa muito desconforto.
“O HSBC está adotando uma linha
estratégica clara de atender aos grandes
correntistas, privilegiando as agências
premier e deixando de lado os demais
clientes. Para o funcionário, o banco
também só vende ilusões. Alguns são
promovidos, mas isto não significa
incremento salarial condizente com o que
merecem pela nova função. Só assumem
mais responsabilidade e trabalho. Não
podemos aceitar esta postura de desvalorização profissional”, afirmou Marco
Aurélio Cruz, dirigente sindical.
Prioridades – Ao final do Encontro,
encerrado em 04 de junho, os dirigentes
estipularam as prioridades da campanha
específica no banco: a necessidade de
aprofundar as discussões sobre o programa próprio de remuneração variável (PPR)
e a exigência de uma revisão do HSBC em
sua postura sobre a previdência complementar, o Plano de Cargos e Salários (PCS)
e o Papa-filas.
Ficou a cargo dos dirigentes não
apenas fomentar o debate sobre as
questões, como a construção de uma
proposta atendendo as demandas apresentadas pelos trabalhadores. A COE/HSBC
deverá encaminhar também, por meio da
Contraf/CUT, a realização de uma
campanha nacional de valorização
dos trabalhadores, com os motes:
contratação já, PCS e basta de demissões.
HSBC afirma que permanece no
país – Os representantes do HSBC
Edwin Schulze, Gilmar Lepchak,
Antonio Carlos e Sergio Loução foram
responsáveis por apresentar as perspectivas do banco inglês no país. Segundo os
executivos, a estratégia de negócios da
empresa é investir no varejo. Contradizendo rumores de que o cenário de
concentração do setor atingiria o banco,
eles enfatizaram que o HSBC está
traçando para o Brasil uma trajetória de
longo alcance. “O movimento é de
investimento, não de desinstalação.”,
comentou um dos representantes.
Sobre a remuneração variável e as
alterações nas regras do programa
próprio que geraram insatisfação,
Schulze explicou que tudo não passou
de um problema de comunicação e
que os trabalhadores não estavam
suficientemente atentos para os
O movimento sindical considerou as
explicações vazias e pouco satisfatórias,
salientando que ninguém entende o
programa de remuneração, o que
significa que não se trata de um problema
pontual de comunicação, mas de descaso.
Protesto – No dia 03 de junho, o
Palácio Avenida foi palco de um protesto
nacional contra a postura que o HSBC
adota em relação aos bancários e
clientes. Nas intervenções dos dirigentes, a denúncia direta à população
curitibana dos principais problemas do
banco inglês. Foi enfatizado que o HSBC
teve um propósito claro, desde que
comprou, à preço de banana, o
Bamerindus e chegou ao Brasil: “nocautear” trabalhadores e clientes. "Eu era
feliz e não sabia", ironizou Jorge
Antônio, presidente do Sindicato de
Niterói, falando sobre as mudanças que
ocorreram na gestão de pessoas com o
fim do Bamerindus, dentre elas: demissões em massa, adoecimento, remuneração injusta e desvalorização, assim como
metas abusivas e sobrecarga de trabalho.
SANTANDER REAL
Bancários protestam em todo o país
Pagamento do adicional de PLR, fim das demissões e manutenção e ampliação dos direitos dos
trabalhadores dos dois bancos foram as principais reivindicações neste mês de junho.
A garra dos trabalhadores do
Santander Real garantiu o pagamento de
R$ 500 como parcela adicional da PLR,
creditado no dia 19 de junho. O valor
está muito aquém do que os bancários
merecem, especialmente porque o
banco pagou bônus milionários de até
R$ 1,4 milhão para superintendentes e
fixou a remuneração anual média de R$
8,6 milhões para os 26 diretoresexecutivos em 2009. Entretanto, foi uma
vitória dos protestos nacionais organizados pelos trabalhadores.
Demissões – Outro grave problema enfrentado pelos trabalhadores
bancários do Santander são as demis
sões. Entre março de 2008 e março
de 2009, o banco espanhol extinguiu
3.300 empregos no Brasil. As dispensas
desrespeitam um processo de negociação que já conquistou vários mecanismos para evitar as demissões, como a
criação de um centro de realocação
profissional e os aditivos à convenção
coletiva que estabeleceram a licença
remunerada pré-aposentadoria (pijama)
e incentivos para aposentadoria.
Saúde e previdência –
Os
trabalhadores também repudiam as
mudanças sem negociação com as
entidades sindicais realizadas pelo banco
no HolandaPrevi e nos planos de itados.
assistência médica e odontológica. Em
relação ao plano de previdência, por
exemplo, o Santander, ao invés de estender
o antigo HolandaPrevi, do Real, para os
bancários que não tinham plano com uma
patrocinadora, criou um novo plano. Para
quem já tem o HolandaPrevi, o novo
plano é péssimo, com redução de mais de
50% dos valores depositados. A orientação dos sindicatos é de que ninguém faça
adesão. As alterações nos planos de
assistência médica e odontológica também
significam prejuízos aos trabalhadores, já
que o nível e abrangência do plano variam
de acordo com o cargo, o que significa
uma adaptação discriminatória.
BRADESCO
Inovar é... melhorar a vida dos bancários
Melhores condições de trabalho,
remuneração justa, plano de cargos e
salários, segurança, auxílio educação e
licença maternidade, entre outras...
Essas são as verdadeiras novidades que
os bancários do Bradesco querem ver
implementadas. Por isso, o movimento
sindical de todo o país está retomando a
Campanha de Valorização dos
Funcionários do banco. Com o mote
Inovar é..., a mobilização destaca reivindicações históricas dos bancários e
pretende discuti-las de forma descontraída por meio de um álbum de figurinhas.
Como participar – Os bancários
sindicalizados de Curitiba e região do
Bradesco estão recebendo, periodicamente, pacotes de figurinhas, que
compõem um álbum de 13 páginas. Os
desenhos relembram os bonequinhos do
Amar é..., famosos por ilustrar capas de
cadernos e adesivos na década de 1980.
Com as figurinhas em mãos, os bancários poderão reviver a tradicional brincadeira de troca para completar o álbum.
Premiação – O Sindicato também
premiará os dez primeiros sindicalizados que completarem o álbum da
Campanha e apresentarem a entidade.
O trabalhador poderá escolher entre um
vale CD (no valor máximo de R$ 25),
dois convites para a tradicional feijoada,
servida aos sábados no Espaço Cultural,
ou um mês gratuito de qualquer
atividade oferecida pelo Sindicato
(musculação, dança de salão ou pilates).
“Mais do que premiar os bancários,
o objetivo é conscientizar os trabalhadores do Bradesco sobre a importância
da união e da organização para avançarmos em relação a estas reivindicações,
que implicam diretamente em melhores
condições de trabalho e remuneração”,
enfatiza Ademir Vidolin, dirigente
sindical e trabalhador no Bradesco. Ele
destaca ainda que as trocas de figurinha
são uma ótima oportunidade para os
bancários trocarem também suas
opiniões sobre as reivindicações e as
condições de trabalho na empresa.
bancos
CAIXA ECONÔMICA
PCC: bancários oficializam proposta
Após um debate rico e intenso, foram
definidos os pontos estruturantes da
proposta para o Plano de Cargos e Salários
(PCC) dos empregados da Caixa
Econômica Federal. A deliberação final
aconteceu na plenária nacional realizada no
dia 16 de junho, em São Paulo, com a
Bancári@s
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participação de 146 delegados.
Tendo em vista a construção de um
PCC mais justo e sem discriminações, o
grupo de trabalho recebeu 155 sugestões, que foram sintetizadas a partir de
1.480 contribuições enviadas por
trabalhadores de todo o país. O
proposta focada na valorização das
funções e suas comissões, além da
extinção do CTVA para a criação do
Ajuste de Remuneração de Função
(ARF).
Confira abaixo os principais pontos
definidos:
Capa
bancos
Campanha Salarial 2009
Jogando as cartas na mesa
Bancários se preparam para campanha salarial pressionados por um cenário de crise.
Que expectativas ter em relação à
campanha salarial dos trabalhadores
bancários em um momento econômico de
incertezas, provocado pela crise mundial? A
resposta do movimento sindical bancário é
unânime: será uma campanha forte,
organizada e centrada na luta por uma
remuneração mais digna e justa. “Os bancos
brasileiros não foram afetados pela crise e
continuam lucrando muito. A crise não será
aceita como justificativa para barrar o
aumento real e a melhoria na regra e no
pagamento da Participação nos Lucros e
resultados que é o que a categoria merece”,
afirma Otávio Dias, presidente do Sindicato
dos Bancários de Curitiba e região.
A afirmação do presidente do
Sindicato foi confirmada pelo anúncio do
Banco Central de que, na contramão da
crise internacional, os 50 maiores bancos
que operam no Brasil apresentaram um
lucro líquido somado de R$ 7,596 bilhões
no primeiro trimestre de 2009.
Apesar do resultado positivo, as
empresas financeiras extinguiram 1.534
postos de trabalho no mesmo período.
Foram desligados 8.236 bancários e
contratados apenas 6.882 entre janeiro e
março. O que significa uma inversão do
que ocorreu em 2008, quando houve um
Bancári@s
10
aumento de 3.139 novas vagas no
mesmo período.
“As demissões estão concentradas
nos grandes bancos privados, principalmente em razão das fusões do ItaúUnibanco e Santander-Real, contrariando os compromissos assumidos
publicamente pelos presidentes dessas
empresas de que não haveria fechamento de postos de trabalho”, destacou
Carlos Cordeiro, presidente da
Contraf/CUT.
A pesquisa realizada pela
Contraf/CUT e pelo Dieese demonstra
também que houve redução nos salários
pagos. A remuneração média dos
bancários contratados nos primeiros
três meses de 2009 é 54,45% inferior à
média dos desligados no mesmo
período. Os desligados no primeiro
trimestre recebiam remuneração média
de R$ 3.939,84. Já os contratados têm
remuneração média de R$ 1.794,46.
Este cenário demonstra a importância da união dos trabalhadores bancários
para esta campanha salarial. “A alta
rotatividade na categoria bancária e
lucratividade dos bancos, características
comprovadas pelas estatísticas divulgadas recentemente, demonstram que é
justo e imprescindível a elevação e
simplificação da Participação nos
Lucros e Resultados, a valorização dos
pisos salariais e um plano de cargos e
salários para todos”, diz Otávio Dias. “É
o momento de mostrarmos a nossa
força aos patrões e reverter este panora-
ma desfavorável que se apresenta”.
Ponto de partida – A Campanha
Salarial começou com a distribuição da
consulta a base, que foi devolvida até dia
25 de junho. Nos dias 04 e 05 de julho
será realizada a Conferência Estadual dos
Bancários. Já entre 17 e 19 de julho,
durante a Conferência Nacional em São
Paulo, haverá a definição da minuta de
reivindicações a ser entregue para a
Federação Nacional dos Bancos. Se
cumprida a tradição, cerca de duas
semanas após o término da conferência
nacional é realizada a entrega.
“É um processo pautado pelo debate,
transparência e democracia. Todas as
reivindicações apontadas pelos trabalhadores são exaustivamente discutidas local,
regional e nacionalmente. As inscrições
para as delegações que vão para a
conferência estadual são abertas e
gratuitas, e dentre os presentes são eleitos
os representantes para a conferência
nacional”, explica Otávio Dias.
Re p r e s e n t a n t e s p a t r o n a i s
resistem em corrigir salários acima
da inflação – De acordo com o
Dieese/PR, as negociações salariais das
categorias que tiveram suas data-base no
primeiro semestre de 2009 foram muito
mais duras que no ano anterior. Os
trabalhadores conseguiram reposição da
inflação e ganho real, entretanto, se em
2008 o aumento real se concentrou na
faixa entre 2% e 3%, agora têm ficado
entre 0,5% e 2%. Além disso, segundo o
Dieese/PR, os acordos estão demoran-
do mais para ser fechados este ano.
Por outro lado, setores pouco afetados
pela crise, como o bancário por exemplo,
poderão conseguir um desempenho
melhor.
Campanha já começou – O
Comando Nacional e os representantes
dos bancos já estiveram reunidos algumas
vezes, no primeiro semestre deste ano,
para debater uma nova regra para a
Participação nos Lucros e Resultados
(PLR), reivindicação que não foi atendida
em 2008, quando a mesma regra do ano
anterior foi aplicada.
Entre as premissas apresentadas
pelos bancários para balizar os debates
durante a campanha nacional da categoria estão: indicadores transparentes de
apuração para que todos possam fazer o
cálculo de quanto receberão; indicadores
coletivos e não individuais; não-desconto
dos programas próprios de remuneração;
e em caso de fusão e incorporação, os
parâmetros têm de ser revistos para que
ninguém seja prejudicado.
Além disso, é urgente definir qual
será a referência a ser utilizada. Por
exemplo, se for o lucro, será o líquido, o
bruto ou o recorrente? Se haverá outra
fonte de receita para compor a PLR,
como a prestação de serviços e qual
balanço será utilizado. O principal
avanço da reunião do dia 29 de maio foi
a concordância dos bancos em debater o
conceito de lucro que será utilizado para
o cálculo da PLR. Hoje, cada banco
aplica um conceito diferente. “Não
queremos repetir a regra da PLR
aplicada no ano passado”, afirma
Otávio Dias. “É essencial que a regra
seja mais clara para o trabalhador
bancário”, conclui.
Para ficar informado sobre a
Campanha Salarial 2009, acesse
www.bancariosdecuritiba.org.br.
Vida Sindical
Bancários participam ativamente do
11° CONGRESSO ESTADUAL DA CUT
Uma delegação de 11 trabalhadores
bancários participou, entre os dias 19 e 21
de junho, do 11º Congresso Estadual da
Central Única dos Trabalhadores
(CECUT), etapa preparatória ao 10º
Congresso Nacional da CUT (CONCUT),
que se realizará entre 05 e 08 de agosto.
A crise econômica mundial e seus
impactos para os trabalhadores foram os
temas mais debatidos durante as atividades
do congresso. Neste cenário, os primeiros e
maiores prejudicados são os trabalhadores,
o que evidencia o papel da CUT em
mobilizar a classe para defender a manutenção de seus direitos e empregos. Além
da crise, três outros importantes painéis
estiveram em pauta: Conferência Nacional
de Comunicação, Igualdade de Oportunidades na Vida, no Trabalho e no
Movimento Sindical, e a Campanha “O
Petróleo Tem Que Ser Nosso!”.
Nova direção estadual da CUT é
eleita – A eleição da nova direção da CUTPR foi a última atividade do 11º CECUT.
Não houve disputa de chapa. A chapa única
foi referendada pelos trezentos delegados
que participaram do evento e, dessa forma,
o petroleiro Roni Barbosa foi reeleito para
o cargo de presidente.
Confira os principais cargos na direção
executiva da CUT-PR:
Vice-Presidência: Raimundo Ribeiro Santos
Filho – Bahia [Sintrapav-PR]; Secretaria
CUT/PR
Evento construiu um plano de luta dos trabalhadores do Paraná para o próximo
período e elegeu uma nova direção estadual para a Central.
Geral: Marisa Stedile [Bancários de
Curitiba]; Tesouraria: Valdemir Bibiano
do Prado – Negão [Bancários de
Londrina]; Secretaria do Meio Ambiente:
Neveraldo Oliboni [STR Nova
Prata/Fetraf-Sul]; Secretaria de
Formação Sindical: Isabel Cristina
Gonçalves [Sindesc];Secretaria de
Relações do Trabalho: José Alexandre
dos Santos – Zezão [Sintracon Curitiba];
Secretaria de Comunicação: Miguel
Angel Alvarenga Baez [APP-Sindicato];
Secretaria de Políticas Sociais: Luiz
Antônio Ribeiro de Souza – Luizinho
Sindicato lamenta falecimento
do companheiro Bolacha
Bancári@s
O movimento sindical bancário perdeu,
no dia 23 de abril, o dirigente Márcio Rogério
Garrido de Lima, conhecido por todos pelo
simpático apelido de “Bolacha”. Pai de três
12 filhos, ele deixa esposa e um legado de
trabalhador exemplar e homem ponderado.
Recentemente, era diretor regional da
FEEB/PR (gestão 2008/2012), mas já havia
exercido a função de secretario de esportes
do Sindicato dos Bancários de Curitiba e
região, entre 2002 e 2005, na gestão de
Marisa Stedile. “O Márcio, ou
Bolacha, era bancário do ex-Banco
Nacional, atual Unibanco. Na base,
trabalhamos juntos, e Ele sempre se
mostrou um funcionário exemplar.
Depois, realizou um competente
trabalho frente a Secretaria de Esportes.
Sentimos muito sua partida, mas se Deus
precisou dele, temos que nos conformar
e pedir que descanse em paz...”, enfatiza
Anselmo Farias, trabalhador do
Unibanco e dirigente sindical.
[Sintcom-PR]; Secretaria de Organização
e Política Sindical: Maíra Beloto de
Camargo [Sismmac]; Secretaria da
Mulher Trabalhadora: Regina Perpétua
Cr uz [SindiVigilantes Curitiba];
Secretaria da Juventude: Patrick Baptista
[Sismuc]; Secretaria de Política Racial:
Tainara Maria Motta [APP/NS
MetroSul] e Secretaria de Saúde: Carlos
Aparecido da Silva – Carlão [SindServ
Cambé]. Os bancários Jorge Ferreira
(Metralha), Edílson José Gabriel, Eliana
Maria dos Santos e Maria de Fátima
Costamilan também compõe a direção.
cidadania
Bancário, vereador e cidadão
O trabalhador bancário Ubiratan
Pedroso, ou Bira do Banco, assumiu em
janeiro deste ano uma importante
função no cenário político do Paraná.
Bira, que atua já há 17 anos no
Bamerindus/HSBC, elegeu-se vereador
na Câmara de São José dos Pinhais. O
bancário tem uma forte atuação sindical
desde 2004, e agora está liberado de
forma integral para atender as demandas
sindicais e de sua nova atribuição. O que
o motivou a participar do Sindicato foi a
consciência de que poderia contribuir na
luta por melhores condições de
trabalho. Na Câmara, ele é presidente da
Comissão de Constituição e Justiça, uma
das mais importantes.
Acima de tudo, o bancário é um
cidadão que deseja participar diretamente de ações que possam
transformar a sociedade. Para o
vereador, por exemplo, minimizar o
desemprego é uma de suas prioridades.
Certamente, esta preocupação em
assegurar a renda e o sustento das
famílias é decorrente da consciência
política, fortalecida na atuação sindical.
Em entrevista a revista Bancári@s,
Bira defende a necessidade de uma
participação ativa dos trabalhadores no
cenário político de nosso país.
Bancári@s: O que o motivou a entrar
na política e concorrer às eleições para
Câmara de Vereadores de São José dos
Pinhais?
Bira: Em 2004, fui candidato a vereador
a pedido do Partido dos Trabalhadores e
fizemos uma excelente votação. Ano
passado, vencemos o pleito na
Prefeitura e me elegi vereador. A
vontade de melhorar a vida das pessoas
é o principal motivo de eu estar na
política.
Bancári@s: Qual seu perfil na atuação
política?
Bira: Quero pautar minha atuação
política de forma transparente e sempre
ligada aos interesses da comunidade,
evitando o perfil assistencialista. O
vereador é eleito para fazer leis, fiscalizar
o Executivo e apoiar os movimentos
reivindicatórios legítimos de uma
sociedade. Pretendo atuar de forma
diferenciada no parlamento, apresentando projetos e liderando debates que
sejam úteis para a cidade.
Bancári@s: Qual sua opinião sobre os
trabalhadores que estão desacreditados
da política brasileira?
Bira: Estamos passando por um
processo de esgotamento do modelo
atual de democracia representativa. O
fato é que precisamos com a máxima
urgência de uma reforma política. É
uma das mais difíceis mudanças que
teremos que encarar, mas se não ocorrer
o Brasil estará em risco devido a um
modelo totalmente anacrônico e
ultrapassado de se fazer política. Hoje,
nossos representantes eleitos se sentem
donos do mandato, agem segundo sua
forma de pensar, sem prestar contas.
Como não temos a cultura de cobrar e
participar, chegamos ao descrédito em
relação à classe política e a total falta de
transparência.
Bancári@s: Por que é importante que os
trabalhadores bancários se envolvam na
esfera política?
Bira: Todo trabalhador deve se
manifestar politicamente, afinal, é através
da política que são definidos seu salário, a
saúde da sua família, a segurança pública e
a educação dos seus filhos. Não vejo
como existir uma atuação dos trabalhadores que seja desvinculada da
política. Para os bancários esta atuação é
ainda mais expressiva, visto que a
categoria tem uma longa tradição dentro
do movimento sindical, o que os leva a
expandir suas atuações para outros
espaços de poder, além do sindicato.
Benefícios da participação de bancários na política
“Para os trabalhadores é fundamental a presença de
políticos identificados com nossas questões. O exemplo que
podemos citar é da atuação do senador Paulo Paim (metalúrgico e líder sindical). Em seu currículo estão projetos como o que
valoriza o salário mínimo nacional atrelando ao crescimento
do PIB, o que extingue o fator previdenciário e reajusta os
benefícios dos aposentados na mesma proporção que os demais
assalariados. Se os trabalhadores não elegem seus representantes, o espaço parlamentar será ocupado pelo lobby do grande
capital, como banqueiros, ruralistas e empresariado.”
Marisa Stedile, secretária de Assuntos Jurídicos
Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários
13
Bancári@s
“As decisões políticas se refletem na vida dos trabalhadores. Na Câmara Federal tramitam projetos prejudiciais aos
trabalhadores, como o que permite a terceirização. Também
há projeto bons, como o que propõe a ratificação da
Convenção 158 da OIT que proíbe a demissão imotivada. O
papel do sindicato é influenciar e pressionar para que os
parlamentares aprovem projetos de interesse social. Se
tivermos parlamentares comprometidos com a categoria,
temos a certeza que votarão com os trabalhadores, o que não
acontece quando são eleitos representantes do empresariado.”
qualidade de vida
UMA VIDA PROFISSIONAL
INTERROMPIDA
Na busca pela realização profissional e pessoal, o bancário dificilmente prevê que seus
projetos e idéias possam ser distorcidos, afetando seus valores, autoconfiança e saúde.
O relato a seguir demonstra que uma jornada de dedicação e responsabilidade no
trabalho pode, muitas vezes, ser interrompida por doença ou até mesmo por uma
demissão repentina, ambas causadas pela rotina estressante imposta pelo banco.
Quando ingressei no banco, há 10 anos,
a sensação que tive é a de que estava
chegando a uma festa. Depois de algumas
sessões de seleção pessoal, você é escalado
para o que chamam de grandes oportunidades de crescimento profissional na organização. Logo, você aceita a vaga sem
questionar, afinal, trata-se de um banco,
lugar aparentemente limpo, organizado e
com pessoas bonitas e inteligentes. Foi o
que fiz, certo de que ali estava a minha
grande oportunidade.
Na certeza de que o banco proveria
meu sustento e também cuidaria do meu
futuro, fiquei feliz com tudo aquilo.
Conheci muitas pessoas, aprendi coisas
novas e trabalhei muito mais do que
precisava para atingir os resultados que
esperavam de mim, sempre seguindo o
conselho dos meus “líderes” de que a
minha dedicação seria recompensada.
Após alguns anos, fui transferido,
atendendo ao desafio proposto pelo “meu
protetor”. Trabalhei ainda mais, lutei pelos
interesses do banco com afinco e dedica
Bancári@s
14
ção, deixando de lado meus sonhos
pessoais. Levei a empresa, cuja camisa
sempre vesti, a um lugar invejável no
mercado de trabalho, pois com a vitória
do banco eu também me orgulhava.
Depois de mais algum tempo, veio
um novo convite, mais uma oportunidade de carreira e crescimento. Mesmo
diante de condições de transferência
não favoráveis do ponto de vista
financeiro, atendi o apelo dos diretores
que insistiam em dizer que o banco
precisava de mim. Fui convencido e
assumi novas responsabilidades.
Mais próximo do “poder”, percebi
que não compreendia muito o significado de trabalhar. Como um louco,
buscava me superar, antever os
problemas e, de forma pró ativa,
atender as expectativas dos gestores.
Remuneração, benefícios, vida
pessoal, tudo estava em segundo
plano, pois eu estava ali para atender o
banco. Ao poucos, as coisas começam
ram a mudar sutilmente.
O que eu havia aprendido não mais
acontecia. Na organização, o bancário
normalmente ficava em determinada
função por um período de tempo até
adquirir as famosas “competências”
que o cargo exigia. Sucessivamente, ele
ia, então, galgando posições. Mas eu
percebi que essa lógica não estava mais
sendo seguida, que companheiros com
menos experiência e ainda em processo de aprendizado eram apadrinhados
e chegavam mais facilmente aos postos
pelos quais os outros tanto trabalhavam e ansiavam.
Ao perguntar aos meus gestores o
motivo do preterimento, ouvia respostas genéricas, que eu devia ter paciência,
que precisava me mostrar mais comprometido. Mas eu nunca parava para
refletir sobre essas respostas. Até que,
um dia, vi com clareza o que eu significava para o banco: apenas uma “peça da
engrenagem”. Todos aqueles anos de
trabalho duro não significavam nada.
Tentei banir esses pensamentos de
minha mente, sufocando-os com as
boas lembranças do passado e tentando
acreditar que as injustiças e favorecimentos que via eram apenas delírios de
minha mente “ansiosa”. Eu continuava
aguardando as avaliações de final de ano
com grande expectativa, certo de que
minha chefia me reconheceria.
Por muitas vezes, fui repreendido
por tarefas e resultados comerciais que
não eram de minha responsabilidade.
Cheguei até a fazer coisas que considero
absurdas para provar minha competência. Mesmo assim, fui taxado de
incompetente. Já aqueles que ocupavam
os cargos de decisão, por razões que eu
até hoje desconheço (mas, com certeza,
diferente daquelas adotadas em um
ambiente de meritrocacia), lá estavam,
protegidos pelos senhores da verdade
absoluta, a salvo para poder usar suas
“habilidades comerciais”.
Em ambientes assim, há ocasiões
em que amigos leais te informam que
você foi indicado para um cargo que
exige profundo conhecimento do
mercado que domina. Você fica cheio de
expectativas, aguardando o momento de
tal promoção. E quando chega a hora,
você é chamado para uma conversa com
aquele que se diz “líder” (mas, na
verdade, é apenas um diretor) e ouve:
'você é um bom profissional, só que não
é participativo e não sabe trabalhar em
times' e que o cargo almejado precisava
de alguém com o perfil de jogador.
Depois que passei por isso, comecei
a receber avaliações medíocres, mesmo
com excelentes avaliações de colegas de
trabalho. Recebi aumentos pífios e, até
mesmo, desprezo deste diretor. Fui alvo
de gozação em público por parte dele.
Diante das humilhações corriqueiras e
no ímpeto de buscar ajuda, resolvi
denunciar ao RH do banco.
Elaborei um relatório expondo minha
dedicação e excelência no trabalho e
exigindo respeito por parte de meus
gestores. Pleiteei até uma transferência
para outra área, uma oportunidade para
recomeçar. Acreditei fielmente que o
RH me ajudaria, já que se mostraram tão
solícitos no atendimento.
Mas a “espera” por uma resposta
gerou em mim um clima de tensão,
ansiedade e instabilidade emocional.
Passei a ser uma pessoa extremamente
irritada e a me preocupar excessivamente com o trabalho, ou melhor, com
medo de perdê-lo. Boatos e desconfiança em relação aos outros começaram a
invadir minha mente. Não me reconhecia mais. Comecei a ter dificuldades para
dormir, me concentrar e para tomar
decisões simples. Minha autoconfiança
estava comprometida. Mesmo assim,
continuei tentando ser ouvido e não
procurei ajuda médica.
Até que, de surpresa, recebi uma
terrível notícia: estava demitido! E que a
demissão já estava prevista há meses e
só não havia ocorrido ainda porque
meu superior direto teria me dado uma
nova chance. Mas o banco chegou a
conclusão que minha performance não
estava de acordo com a política do RH,
pois eu não soube aceitar o fato de que
outra pessoa foi promovida ao cargo a
que fui indicado e já não atingia mais as
metas do banco.
Nesse dia, o chão foi tirado dos meus
pés. De repente, me vejo num hospital,
sendo atendido por vários profissionais
que tentavam acalmar meus batimentos
cardíacos. E eu me perguntando o que
uma pessoa de 38 anos, jovem, cheia de
vida, de sonhos, com um condicionamento físico bom, estava fazendo ali.
Que vida era aquela?
Após uma crise de ansiedade e estafa
mental, decidi retomar o controle.
Reencontrei meus valores, meu orgulho
e paixão pela vida. Mais do que isso,
decidir viver! Só que eu precisaria
conviver com uma seqüela do banco,
uma síndrome do pânico. Mas todo
aquele ambiente hostil, que tive que
suportar nos últimos meses da minha
vida como bancário, não fazia mais parte
da minha história.
Alguns dias em casa e eu descobri
que existe vida após o banco. O tempo de
escravidão havia terminado. Posso ter
saído cambaleando no momento da
demissão, mas saí íntegro e absolutamente certo de que tenho valores, que o
reconhecimento não está nas mãos dos
outros e de que para ser feliz é preciso
dizer não.
*Se você tem presenciado ou
observado abusos e injustiças contra os
trabalhadores bancários no ambiente de
trabalho, denuncie!
Entre em contato pelo e-mail:
[email protected]
ou pelo telefone (41) 3015-0523.
jurídico
Bancári@s
16
Benefício Acidentário
Por Diego Martins Caspary
Assessor jurídico do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região
maioria dos afastamentos tem
ocorrido mediante a concessão do
Auxílio Doença (B31), quando na
verdade o benefício devido deveria ser o
Geralmente, o trabalhador
procura orientação médica e
continua trabalhando. Porém, o
fato de continuar exercendo a
atividade tende a agravar o
quadro clínico apresentado. O
trabalhador deve, portanto,
procurar auxílio médico e, por
conseguinte, pleitear o afastamento devido para que possa
efetuar o tratamento indicado,
visando à melhora em relação ao
problema de saúde adquirido.
Doença por Acidente de Trabalho
(B91), tendo em vista ser a patologia
decorrente da atividade laboral do
trabalhador. As desvantagens de não se
obter o auxílio de caráter acidentário são
inúmeras. Dentre elas, podemos
destacar a menor estabilidade
quando do retorno ao trabalho, a falta de
depósito do FGTS, entre outros.
Como o trabalhador deve agir – O
procedimento, então, a ser adotado pelo
trabalhador acometido por problema de
saúde deve ser o de procurar orientação
técnica e, se for o caso, utilizar o judiciário
para fazer valer seus direitos. As ações
judiciais são encaminhadas para uma vara
especializada em acidente de trabalho, na
Justiça estadual, onde o autor passa por
perícia médica judicial, através de médico
indicado pelo próprio juiz, portanto,
isento, sem qualquer relação com
empregador, tampouco com INSS. Nesta
perícia médica será efetuada avaliação
sobre a extensão do problema de saúde,
bem como, se existe relação com o
ambiente de trabalho, encaminhando-se,
então, para o benefício devido, seja ele
Auxílio-Doença por Acidente de
Trabalho (B91), Auxílio-Acidente (B94)
ou Aposentadoria por Invalidez
Acidentária (B92).
Para maiores esclarecimentos
procure a Secretaria de Assuntos
Jurídicos do Sindicato.
17
Bancári@s
Hoje em dia, existe um contingente
muito grande de bancários com
problemas de saúde. A LER/DORT,
bem como distúrbios psiquícos, estão se
tornando cada vez mais comuns entre os
trabalhadores da área. A atividade
exercida pelos bancários exige esforço e
repetitividade, ensejando diversos
males. Além disso, existe intensa
cobrança por produtividade, metas a
serem cumpridas, etc.
Geralmente, o trabalhador procura
orientação médica e continua trabalhando. Porém, o fato de continuar exercendo a atividade tende a agravar o quadro
clínico apresentado. O trabalhador deve,
portanto, procurar auxílio médico e, por
conseguinte, pleitear o afastamento
devido para que possa efetuar o tratamento indicado, visando à melhora em
relação ao problema de saúde adquirido.
Auxílio Doença X Auxílio por
Acidente de Trabalho – Nesta etapa
inicia um novo problema ao trabalhador. A partir do 16º dia de afastamento
do trabalhador, o Instituto Nacional de
Seguro Social passa a ter responsabilidade sobre o mesmo. No entanto, a
prestação de contas
Assembleia aprova
contas do Sindicato
Em assembleia realizada no dia 21 de maio, no auditório do Espaço Cultural e
Esportivo, os trabalhadores bancários aprovaram por unanimidade a prestação de
contas anuais da entidade. Desta forma, o Sindicato dos Bancários renova seu
compromisso com a transparência e com a ética, princípios essenciais para a
entidade e para a Central Única dos Trabalhadores.
Para o secretario de finanças, Antonio Fermino, uma prestação de contas efetiva
é imprescindível para a credibilidade do Sindicato perante a base e toda a sociedade.
“Temos o dever de zelar para que a gestão dos recursos financeiros do Sindicato
atenda de forma fiel aos interesses da categoria”, afirma.
A íntegra do balanço
patrimonial está disponível
na página da Internet
do Sindicato.
Bancári@s
18
cultura
ACONTECEU
PREMIAÇÃO
Bancário do Santander
ganha notebook
O primeiro sorteio da Campanha de Sindicalização 2009 promovida pela entidade
foi realizado no dia 29 de abril. O bancário Marcio Fernando Bittencourt, do banco
Santander, foi o ganhador de um notebook. Os próximos sorteios serão nos dias 29 de
agosto e 21 de dezembro. Serão sorteados entre todos os sindicalizados uma TV LCD e
uma moto Titan. A campanha de sindicalização da entidade visa fortalecer a categoria,
ampliando a representatividade do Sindicato em 20%, e também abrange um programa
específico para incentivar filiações. Indicações de sindicalizações que sejam confirmadas
pela Secretaria Geral da entidade podem ser trocadas por prêmios, que variam de feijoada
no Espaço Cultural até uma bicicleta de 18 marchas. No dia 04 de junho, as primeiras
trocas já foram realizadas no Espaço Cultural e Esportivo.
ITAÚ UNIBANCO
Sindicato organiza
luta por emprego
No dia 6 de maio, o Sindicato e a
Comissão de Organização dos Empregados dos bancos Itaú e Unibanco
promoveram uma reunião para discutir
a implementação de uma Campanha
Nacional pela Defesa e Manutenção do
Emprego. O encontro contou com a
participação de Luiz Cláudio Marcolino,
presidente do Sindicato dos Bancários
de São Paulo, Osasco e região.
“O encontro foi positivo, pois
conseguimos detalhes importantes
sobre a fusão entre os bancos, o que é
fundamental para esclarecer e
tranqüilizar os trabalhadores de que
nossa prioridade será acompanhar e
fiscalizar essa transição”, avalia Maeve
Vicari, dirigente sindical e trabalhadora
no Itaú.
SAÚDE
BB: Bancários sofrem ataques
cardíacos nas agências
Bancári@s
No mês de maio, três bancários do Banco
do Brasil sofreram ataques cardíacos nos
locais de trabalho – dois deles em uma
mesma agência e o outro em uma agência
20 Estilo. Para os dirigentes sindicais, os casos
demonstram que é urgente a contratação de
mais funcionários para as unidades do
banco. É visível que os problemas cardíacos
dos trabalhadores são decorrentes de um
clima insustentável que se estabelece nas
agências do BB, de estresse e sobrecarga.
Desde que assumiu as contas do Estado
do Paraná, as unidades superlotadas,
com clientes descontentes, se tornaram
características do banco na capital. É
lamentável que a sobrecarga de trabalho
seja um dos fatores responsáveis pelo
adoecimento destes bancários. A Cassi
alega que o ambiente de trabalho não
tem influência nestes casos.
HSBC: Renovado
acordo específico
Os bancários do HSBC aprovaram,
no dia 06 de maio, os acordos específicos
do banco, essenciais para assegurar os
direitos dos trabalhadores dos departamentos de Gestão de Fraudes e Call
Center. Com a validação dos acordos,
fica assegurado aos trabalhadores o
cumprimento da jornada de trabalho,
pausas, escalas e folgas. Consulte mais
detalhes no site do Sindicato.
Cicloturismo conquista bancários
Em um dia ensolarado, cerca de 30 pessoas, entre trabalhadores bancários e familiares, aceitaram o convite do Sindicato e
participaram de uma pedalada de 35 km, pelo Caminho do Vinho, em São José dos Pinhais. O grupo era composto, em sua
maioria, por “marinheiros de primeira viagem”, ou seja, trabalhadores bancários não atletas, que toparam o “desafio” de
pedalar e desfrutar a paisagem que contemplava ainda um almoço e uma breve confraternização. “Respeitamos o limite de
cada um e todos saíram satisfeitos”, comentou Selio Germano, secretario de Esportes e Lazer do Sindicato. Uma nova
pedalada já está sendo programada para julho. Mais informações na página 15.
CAMPANHA DE SINDICALIZAÇÃO
FETEC-CUT-PR
Bancários recebem
faz mudanças
prêmios por indicações na diretoria
Os primeiros trabalhadores que
toparam o desafio e participaram
ativamente da Campanha de Sindicalização 2009 realizando indicações de
colegas, receberam seus merecidos
prêmios, no dia 04 de junho, no Espaço
Cultural e Esportivo.
Os bancários Ezequiel Ferreira
Dallabrida e Kelly Francine da Silva, do
HSBC, realizaram respectivamente, 16
e 10 indicações. Ezequiel ganhou uma
bicicleta e uma camisa do Grêmio,
enquanto Kelly ganhou uma
bicicleta. Há outros bancários que já
formalizaram seu pedido de troca, mas
ainda não compareceram para receber
os prêmios. A Campanha de Sindicalização 2009 continua e há duas
formas de participar: cruzando os
dedos e esperando os sorteios de uma
moto, em 29 de agosto, e uma TV LCD,
em 21 de dezembro, ou arregaçando as
mangas e realizando indicações de
colegas para a filiação no Sindicato.
No dia 6 de junho, a FETEC-CUTPR realizou Plenária do Sistema
Diretivo, conforme previsão estatutária. A reunião, que ocorreu no
Espaço Cultural, aprovou mudanças na
composição da Diretoria Executiva da
entidade, além de fazer uma análise
conjuntural e debater os preparativos
para a Campanha Salarial 2009. O
trabalhador bancário Elias Hennemann
Jordão, do Bradesco, foi nomeado
presidente da entidade.
HSBC fecha agências e sindicato protesta
O motivo da mobilização dos
bancários foi a insatisfação diante das
alterações ocorridas no PSV/PPR,
das demissões pontuais que estão
acontecendo no banco em todo o país
e do fechamento de 43 agências no
mês anterior, nenhuma na capital
paranaense. O sindicato também
exige mais contratações. Protestos semelhantes também foram realizados 21
em Londrina, Umuarama, Cruzeiro do
Oeste, Assis Chateaubriand e Campo
Mourão, nesta última cidade sem
paralisação das atividades da agência.
Bancári@s
No dia 29 de abril, o Sindicato
promoveu ato em três agências
premier do HSBC em Curitiba. As
unidades Centro Cívico, Água Verde e
Comendador Araújo, agências que
atendem aos grandes correntistas, só
abriram as portas ao meio-dia.
Recomendamos
Es
p
r
o
t
i
o
ç
d
o le
a
Cicloturismo
Participei do Cicloturismo dos Bancários e
gostei muito. Foi a primeira vez que participei
desse tipo de atividade e foi muito bom, bem
organizada e muito agradável. Espero que o
Sindicato promova sempre eventos assim, que
são uma oportunidade de lazer aliada a
atividade física saudável, além de podermos
conhecer outros colegas amantes do ciclismo.
Obrigado pela oportunidade e aguardo a
próxima pedalada.
Diogo, bancário.
O passeio do cicloturismo foi ótimo. Não
tenho nem sugestões a fazer, pois estava tudo
muito bem organizado. Parabéns à Secretaria de
Esportes e Lazer e a equipe que o ajudou a
organizar. Para os próximos, podem contar com
minha presença.
Walcyr, bancário
Diante do contentamento dos bancários que participaram do Cicloturismo
no dia 16 de maio, a Secretaria de Esportes
e Lazer do Sindicato prometeu e irá fazer
uma segunda pedalada em julho, conforme anúncio da página 15. Portanto, os
bancários podem ficar tranquilos de que
os passeios ciclísticos terão sequência.
Para quem ainda está inseguro em
participar, que a avaliação positiva dos
colegas sirva como incentivo. A atividade
respeita os limites de cada um, tem um
clima agradável de muito companheirismo, há toda uma infraestrutura de apoio e
sempre belas paisagens para se apreciar.
Para mais informações escreva para:
[email protected]
Bancári@s
22
O sindicato agradece os correios eletrônicos enviados.
Continuem encaminhando seus comentários sobre a revista.
E-mail: [email protected]
Livro: O processo
Autor: Franz Kafka
Gênero: Romance
Páginas: 272
Ano de Lançamento: 2005, pela Cia
de Bolso
Na manhã em que completaria 30 anos, o bancário Josef K
é preso em seu próprio quarto e levado a julgamento. Sem saber
o motivo da detenção, o funcionário dedicado começa a exigir
esclarecimentos do inspetor rude e agressivo que o acusa.
Tentativas inúteis, já que a acusação é desconhecida, o tribunal
obscuro e o processo judicial inatingível. Assim é O processo,
romance de Franz Kafka, escrito na década de 1920, que faz
uma crítica direta do sistema judiciário. Ambientado em um
mundo paralelo, onde não existe saída lógica, o texto trás a tona
muitas perguntas e poucas respostas.
Filme: O plano perfeito
Direção: Spike Lee
Gênero: Ação/Drama
Tempo de duração: 129 minutos
Ano de Lançamento: 2006
Nova York. Um ousado assalto a banco. Dezenas de reféns
dentro da agência do Manhattan Trust e outras dezenas de
peritos e policiais fora dela. O “circo armado” lembra o clássico
Um dia de Cão, com Al Pacino. Entretanto, diferentes do complexo e sensível personagem ladrão vivido pelo galã, em O plano
perfeito os assaltantes são profissionais, com um plano minuciosamente arquitetado. Os ladrões parecem estar sempre um passo
à frente da polícia, mas o que parece ser apenas mais um assalto a
banco se transforma em uma trama ainda mais complexa.
i
Memorias da
a
t
u
l
As conquistas de 2008
polícia e da imprensa.
No balanço da campanha 2008,
outro ponto positivo foi a decisão
judicial contra o HSBC. A 10ª Vara de
Trabalho de Curitiba determinou que o
banco não poderia, durante a campanha salarial, alterar os horários de
entrada e saída dos trabalhadores. O
Sindicato ingressou com a ação após
receber contínuas denúncias de que o
banco estava antecipando o horário de
início de expediente, especialmente nas
sedes administrativas, para 3 ou 4 horas
da madrugada, como “plano de
contingência” para burlar a greve. Em
seguida, o banco foi flagrado
descumprindo a decisão judicial.
Também foi lamentável a postura de
violência psicológica e prática antissindical cometida pelo banco HSBC, obrigando os trabalhadores a exercerem suas
atividades em locais insalubres ou
mesmo de suas residências, burlando o
direito de greve dos bancários. Apesar
destas tentativas de sufocamento do
movimento sindical, as conquistas das
últimas campanhas salariais demonstram que os obstáculos estão sendo
vencidos gradativamente e muita
resistência virá por aí.
23
Bancári@s
Nesta edição, nos preocupamos em
resgatar com a categoria como foi a campanha
salarial do ano passado. Há pontos positivos e
outros negativos, mas a história serve para que
possamos seguir com passos firmes rumo ao
futuro; por mais conquistas na Campanha
Salarial 2009.
A Campanha Salarial de 2008 foi
finalizada após 15 dias de resistência.
Mais de dez centros administrativos
permaneceram sem expediente e
dezenas de agências fechadas. A maciça
adesão dos trabalhadores garantiu uma
série de conquistas: principalmente
valorização do piso salarial, aumento
real – mantendo o cenário de ganho real
desde 2004 e manutenção dos direitos.
Vale lembrar que os banqueiros
pressionaram por alterações em áreas
vitais da Convenção como estabilidade
pré-aposentadoria, o vale-transporte e o
auxílio-creche/babá.
O fim da greve e a aceitação da
Convenção 2008/2009 foram marcados
por uma das maiores assembléias
conjuntas da história da categoria
bancária de Curitiba e região – que atraiu
aproximadamente 1,4 mil trabalhadores.
Outro ponto forte foi a manutenção de
uma mobilização coesa, provando a
grande capacidade de organização
mesmo diante de decisões judiciais
favoráveis aos banqueiros, pressão da

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