PDF - Sociedade Brasileira de Eubiose

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PDF - Sociedade Brasileira de Eubiose
REVISTA ON-LINE QUADRIMESTRAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE
ANO III - N° 8 - JUNHO A SETEMBRO DE 2014
Santuário do Departamento de Carmo de Minas - MG - SGSM
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
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EDITORIAL
O fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, professor Henrique
José de Souza, ensinou-nos que o processo eubiótico de iniciação não
requer sacrifícios pessoais, porém exige a observância diária das leis da
harmonia universal. Em outras palavras, devemos ter um cotidiano alegre,
oriundo de uma adesão espontânea e consciente às leis da natureza e da
evolução espiritual.
Assim, um dos primeiros compromissos do discípulo é com sua
família, porque, segundo as leis do carma, ninguém nasce numa família
errada. Existem sempre envolvimentos anteriores ao nascimento,
resultados de tramas evolucionais articuladas em várias encarnações.
Honrar pai e mãe em primeiro lugar, diz um Mandamento dos mais antigos
da Face da Terra.
Da mesma forma que acontece com a família, estabelecemos
também uma ligação cármica com a cidade, com a região em que nascemos
e naquela em que vivemos. Esta soma de influências é responsável pela
noção de herança nacional, cultural, laços sutis que nos ligam ao nosso
país de origem.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado a toda humanidade. Estamos
imbricados física, psíquica e espiritualmente com os humanos seres desde
os seus ancestrais mais remotos e, também envolvidos carmicamente com
toda a evolução na Face da Terra. Mas temos que afastar destas noções de
imbricamento a possibilidade de culpa, de responsabilidade total. Não
podemos fazer nosso todo o peso da humanidade.
Daí decorre outra questão: qual responsabilidade nos cabe
individualmente sobre a nossa vida pessoal, familiar, comunitária, como
habitante deste país, deste planeta?
São medições impossíveis de serem feitas, por se tratar de matéria
sutil, tênue, imensurável.
Mas a Eubiose nos aponta um antigo preceito da Sabedoria
Iniciática das Idades, segundo o qual quanto maior o estado de consciência
do discípulo, maior será a sua responsabilidade evolucional. Mas voltamos
a insistir: responsabilidade evolucional não é colocar o peso do mundo
sobre os nossos ombros. É participar com alegria do processo de evolução
da humanidade, sendo parceiro com milhões de outros envolvidos na
mesma senda divina.
E como estabelecer a harmonia entre projeto pessoal e projeto
universal de evolução?
Com certeza existem centenas de maneiras.
Mas o caminho apontado pela Eubiose é o do diálogo com o
seu Deus Interno, com aquela parte da consciência divina que habita
entre todos nós. E estes canais de comunicação com o Deus Interno são
ampliados através da meditação, das iogas, das práticas espirituais que nos
aproximam, dia a dia, do divino que existe em nós e em todo o universo.
Um dos seus nomes é Sol Central do Oitavo Sistema, donde se origina a Lei
que a tudo e a todos rege.
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EM TORNO DE BRANCA DE
NEVE E OS SETE ANÕES1
Henrique José de Souza
Iustração de Miranda Júnior
Desvendemos o que é falso para chegarmos ao verdadeiro. – Ragon
WALT DISNEY, o famoso criador dessa
prodigiosa “tríade animal”, com o nome de Camundongo
Mickey, Pato Donald e Cão Pluto – sempre a pregarem
amistosas peças um ao outro – enveredou-se agora pelo
campo iniciático dos Contos Infantis, a começar pelo de
BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES, prometendo
“dentro em breve trazer para o écran, todos quantos
fazem parte da maravilhosa série das MIL E UMA
NOITES (1001 OU 1010, se o quiserem, cujo termo
numérico em simbologia arcaica, refere-se ao de ISIS,
desde que se procure adicionar uma haste curva, nos dois
zeros aí existentes, transformando-os em “S”). E isso,
diz ele ainda, “para alegrar e instruir seus jovens fãs de
toda parte do mundo”, embora que, dizemos nós, muitos
jovens se façam velhos na maneira de pensar, enquanto
os verdadeiramente anciãos, na maioria dos casos e pelas
mesmas razões, se tornarem “crianças”... Haja vista,
esses “velhos babões” que, enfileirados em nossa artéria
principal, a Avenida Rio Branco, passam as tardes a dizer
graçolas às senhoritas, que por ali transitam... em busca
de outros frutos mais sadios.
Enquanto jovens de menos de 10 anos, assentados
ao lado de uma elite intelectual digna do maior respeito,
assistem às nossas aulas de ciências, filosofias, línguas
e religiões comparadas, com uma atenção e facilidade
interpretativa dos conhecimentos ministrados, que
honram, de fato, o incomparável Trabalho em que a S. T.
B. se acha empenhada há longos quinze anos, “em prol
do engrandecimento físico, moral e intelectual do Povo
Brasileiro”.
Não foi, entretanto, para dizer tais coisas que
tomamos a deliberação de escrever tão despretensioso
artigo; muito menos, para retrucar ao ilustre patrício
que há bem pouco se manifestava pelas colunas de certo
jornal carioca, defendendo uma tese ingrata, ou a “do
plural de anão ser anãos, contrariamente a ‘anões’, como
era o título do filme, que tanto sucesso causou em vários
cinemas desta capital. Opinião, dizemos nós, que muito
1
No número anterior desta revista, prometemos aos nossos leitores publicar o artigo de nosso dirigente, estampado no “São
Lourenço-Jornal” de 10 de janeiro de 1939, e agora cumprimos a promessa, certos de propiciarmos aos estudiosos da Teosofia aplicada
ao fabulário iniciático da “literatura jina” de todos os povos, a mais perfeita interpretação do conto BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES.
E como o presente número de DHÂRANÂ seja dedicado à privilegiada estância hidromineral, onde a Obra em que a STB se acha
empenhada, fez a sua espiritual eclosão (em 1921), o referido autor – depois de algumas modificações no seu iniciático estudo – resolveu
que fosse o primeiro da série com que vai homenagear o povo são-lourenciano, de acordo com o Sumário publicado no anterior número
da mesma revista. – Nota da Redação.
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Ilustração de Miranda Júnior
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desgostaria ao emérito professor do
inclusive, o de Gnomo, como
grande Rui Barbosa, ou seja, Carneiro
guardião das florestas, dos tesouros
Ribeiro, ao ensinar – em uma das
subterrâneos, como no próprio filme,
regras de sua gramática de curso
conduzindo eles as ferramentas
superior, “ser indiferente o plural da
adequadas para as pesquisas do ouro
referida palavra”, na razão de outras
etc., na mesma razão daquele “ouro
tantas apontadas na mesma regra.
filosofal”, que outro não é, senão, o
Repetimos, nada disso interessa
da mesma Verdade, à qual os gregos
ao caso, mas sim, o de nosso próprio
preferiram chamar: Teosofia2.
afã em instruir a quantos desejam
Nas mesmas escrituras
descobrir por baixo do véu diáfano
teosóficas e ocultistas, os quatro
da fantasia, a Verdade na sua original
elementos são relacionados, também,
pureza, o que tanto vale pela mesma
com os quatro pontos cardeais,
deusa ÍSIS, que se desvenda diante
dirigidos por seus respectivos
Assim, o verdadeiro título, tanto
dos olhos dos sedentos de Luz, como
Maharajas (grandes Reis). Para
do filme como do iniciático conto
“Sabedoria Iniciática das Idades”, por
TERRA, os mesmos Gnomos, cujo
infantil – bom que se saiba uma
outro nome: TEOSOFIA.
chefe ou rei sendo Gob, com certeza,
vez por todas: BRANCA DE NEVE
Sim, porque, tanto a Walt
foi donde se originou o do “Deserto
E OS SETE GNOMOS.
Disney, como àquele nosso ilustre
de Gobi”, que liga o Tibete à Mongólia
patrício dos “gramaticais melindres”, faltam os
exterior. E isso, por ser considerado “lugar-jina”, ou onde
superiores conhecimentos teosóficos, com os quais
habitaram e habitam ainda, misteriosos Seres, que muito
poderiam ter corrigido o verdadeiro erro que ali existe, e
influíram na evolução humana. Donde serem chamados
já provém de nossos avós, quando nos embalavam com
Mahatmas ou “grandes Almas”3. Em relação ao Ar, Silfos
semelhantes contos.
e Sílfides, ou “as potestades do ar”, a que se referem
Nesse caso, substituído deve ser o termo “anão”
alguns santos da Igreja, dentre eles, S. Agostinho. Quanto
pelo de “GNOMO”, pois que, o primeiro não é mais
à Água, Ondinas ou sereias, em relação ao mar, e xanas,
do que um fenômeno de degenerescência glandular,
para os rios, lagos etc. E para o Fogo, Salamandras.
produzido por hipofuncionamento da hipófise, enquanto
Nos rituais cabalísticos, a evocação é feita aos
o “gigante”, pelo hiperfuncionamento da mesma
quatro elementos. E a própria Igreja (mesmo sem o
glândula. A medicina o sabe, e até já constatou inúmeros
saber), quando o sacerdote dirige o turíbulo ou incensório
casos de pessoas normais que, pelo fato de terem sofrido
para os quatro cantos ou pontos cardeais, querendo
um choque cerebral (queda, pancada etc.) começaram a
imitar a cruz (nesse caso, a de braços iguais, e não, a
aumentar de tamanho.
fálica, onde se pretende ter morrido Jesus), reproduz
Assim, o verdadeiro título, tanto do filme como do
o grande mistério, que já provém das mais antigas
iniciático conto infantil – bom que se saiba uma vez por
iniciações do Oriente etc.
todas: BRANCA DE NEVE E OS SETE GNOMOS.
Pode-se considerar como segunda maneira de
Apresentemos outras razões, além de darmos as
expressar o termo “Gênio” (sentido figurado), em relação
devidas interpretações teosóficas ou ocultistas, ao filme e
aos grandes vultos da História, a começar pelos das artes,
conto, que serve de motivo ao nosso trabalho de hoje:
das ciências etc., como fossem: Wagner, Beethoven,
O termo gnomo tem por étimo, os sânscritos gnain,
Miguel Ângelo, Newton, Pasteur e outros mais. Algo
djin, JIM ou Jina, todos eles correspondendo em nosso
assim, como se se quisesse dizer que um Gênio, um Ser
idioma, ao de GÊNIO. Os mesmos GNANA o JNANA
superior, houvesse inspirado a todos eles. O mesmo
(sânscritos) são dados aos Conhecimentos Superiores,
Sócrates possuía o seu daemon, que nada tem a ver com
como Iluminação, Iniciação, Sabedoria Perfeita, Teosofia
a opinião eclesiástica, mas, a que vimos explanando até
etc. Donde, por exemplo, a Gnana-Yoga para auxiliar a
agora.
sua aquisição.
“Ninho de águias”, Panteon de gênios etc.
Três são as maneiras de conceber o termo Gênio: 1ª
etc., denomina-se a qualquer academia, silogeu ou
– em relação com os espíritos da natureza ou elementais,
instituição de intelectuais. E isso, como representantes
2
As ferramentas apontadas, ou sejam: enxada, picareta, pá etc. todas elas com a conformação de um “7”, que é, justamente, o
número dos referidos Gnomos. – Nota do autor.
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De fato, é a região dos nadjorpos, dos ermitãos ou anacoretas etc.
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Lugares Jinas do Brasil: Roncador (MT) - Pedra da Gávea (RJ) - Vila Velha (Pr)
ou “expoentes máximos” da cultura de um Povo ou País.
O mesmo Rui foi chamado “águia de Haya”. E ninguém
pode negar que o termo “gênio” não lhe fosse aplicado.
Finalmente, a terceira categoria, que antes
devera ser a primeira – desde que as outras duas dela
procedem – a dos Mahatmas propriamente ditos, como
Super-Homens, Gênios ou JINAS. Semelhante termo é
empregado na Índia para os Grandes Seres de Sabedoria,
como Guias ou Protetores da Humanidade. Os prosélitos
de Gandhi lhe dão essa alcunha, embora que o mesmo –
por maiores que sejam os seus valores – não pertença à
semelhante categoria.
Na província de Casemira, ao norte da Índia, existe
uma cidade com o nome SRINAGAR, cujo significado é:
Sri, ou senhor e Nagar, naga etc., serpente. Nesse caso,
o referido termo foi dado à velha cidade indiana, por
causa de um Templo ou Colégio iniciático, ali existente,
composto de Adeptos, Homens Perfeitos, Mahatmas,
Gênios ou Jinas. “Ninho de águias”, de HomensSerpentes, além do mais, pelo poder serpentino ou da
manifestação de Kundalini, (o fogo cósmico, “o poder
inflamado”, a grande força magnética ou fohatica latente
no fundo da matéria etc.), que tem lugar em todos os seres
dessa categoria.
O mesmo autor destas despretensiosas linhas,
visitou o referido Colégio iniciático quando na sua
juventude (16 anos ou “o adolescente das 16 primaveras”,
como rezam as escrituras orientais...), através de
acidentada viagem de S. Salvador (sua... terra natal) a
Portugal, daí a São Lourenço de Gôa (não esquecer que em
Portugal também existe um São Lourenço dos anciãos ou
ermitãos, adeptos, portanto, por sinal que, uma estância
hidromineral), em seguida, rumando para Ceilão, depois
a Calcutá, donde partiu para aquela localidade no norte
indiano, tocando em Allahabad e outras cidades de
parada, naquela época4.
E isso, em busca da Verdade, que hoje, a seu
modo e mui humildemente, transmite a seus irmãos
em Humanidade, a começar pelos filhos da privilegiada
Pátria onde o mesmo nasceu (BRASIL), como “Terra
do Fogo” ou da “brasa”. Por isso mesmo – como já teve
ocasião de dizer – “Santuário da iniciação moral do
gênero humano a caminho da sociedade futura”, que
outra não é, senão, a civilização de elite, que fará seu surto
nesta parte do Globo. E para cujo advento foi criada a
“Sociedade Teosófica Brasileira”, como Colégio iniciático
pelo mesmo dirigido.
Quando se diz, por exemplo, “lugares jinas
do Brasil” – como sejam a Serra do Roncador, para
onde se têm dirigido, digamos, inutilmente, diversas
expedições, (sendo que a mais proveitosa... a do cel.
Fawcett, acompanhado de seu filho, e que se tem como
mortos etc.) pois, a última denominada “Bandeira
Piratininga”, de todo infrutífera por não ter alcançado a
referida “serra”; do mesmo modo, Vila Velha, próximo a
Ponta Grossa, no Estado de Paraná; a mesma “Pedra da
Gávea”, onde o Champollion brasileiro, que foi Bernardo
Ramos, decifrou as suas reveladoras inscrições, como
de origem fenícia; senão, ainda, o pouco que se sabe da
“Lagoa encantada”, na Serra de Caparaó, cujo pico mais
alto, o Pontão da Bandeira, possui 2884 metros. E onde,
4
Foi, ainda, em SÃO LOURENÇO (estância hidromineral sul-mineira), onde a Obra em que a S. T. B. se acha empenhada, fez a
sua espiritual eclosão. E em uma Montanha Sagrada, que é sempre a origem histórica dos movimentos cíclicos da evolução espiritual da
Humanidade. Haja vista: Monte Meru, Gólgota, Sinai, Moria, Líbano etc. etc.
O termo LOURENÇO – que tanta influência possui em nossa vida – por sua vez, provém do laurus latino, ou loiro, donde, também
procedem outros tantos, como lauréis etc. E como se sabe, coberto de loiros, de lauréis, aureolado, etc. eram os heróis da antiguidade, e
ainda hoje, os que mais se distinguem na vida por seus feitos heroicos, inclusive, como “gênios das artes, das ciências etc. etc.” – Nota do
autor.
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vagando em uma gôndola, formato de
segundo as lendas, “voga um cisne dourado,
concha, termo procedente do “chacra”,
e em cuja margem, arrancados os capins,
sânscrito, que quer dizer: roda, flor, loto
em vez de raízes, ostentam pepitas e filões
etc., sendo que, como centro de força no
de ouro”, dizemos, todos eles “lugares
homem, refere-se ao Muladhara ou raiz,
Jinas”, porque aí viveram outras gentes: “De
situado no cóccix, bem semelhante ao de
Gentes del otro mundo”, como diria Roso de
“coche”, carro, gôndola etc. como a de
Luna. E tão sábias, que se tornaram dignas
Lohengrin “puxada por um cisne branco”
de tão precioso “título”.
etc.
Vasta, por sua vez, a etimologia
Da mesma lenda, a “taça eucarística
do termo “cisne”, que em nada difere de
ou do eucrístico”, esse mesmo “Eu” ou
quanto vimos apontando até agora, pois,
Consciência Imortal, que reside em todas
o mais próximo que é o inglês Sween,
as criaturas, como o afirmou o grande
provém do Kohan ou Chohan tibetano, que
Iluminado, que foi Paulo, em Efesus,
é dado aos “Sete Raios manifestativos da
O
LOHENGRIN
vagneriano
III, 16/17: “Todo ser bom pode falar ao
própria Divindade”, na razão dos Arcanjos
(extraído das lendas
Cristo em seu EU interno”, a que nós
da Igreja, e que deram nome aos sete dias
escandinavas), não é mais
acrescentamos, seja budista, mulçumano,
da semana, que outros não são, senão, os
do que “o Chohan-Jina
judeu, cristão etc., pois, quem faz o Homem
mesmos astros que giram em torno do Sol,
ou Jin”, ou o “genial cisne
não é a religião, mas o caráter.
formando um sistema planetário: Miguel
– como um Ser Superior,
Tal lenda assemelha-se ainda à do
ou Mikael para domingo; Gabriel, segundaprovindo de desconhecido
“Rei Artus e os Doze Cavaleiros da Távola
feira; Samael, terça; Rafael, quarta; Saquiel,
e maravilhoso País, como
prova, logo o obrigam a
Redonda” (os doze signos zodiacais, donde
quinta; Anael, sexta e Cassiel, sábado,
revelar seu verdadeiro nome
logo foram copiadas: Jesus e seus doze
embora que seus nomes esotéricos sejam
e procedência (“meu reino
apóstolos; Carlos Magno e os doze pares
bem outros...
não
é
deste
mundo”,
dizia
de França etc., etc. ...). O termo Artus
Kala-Hamsa, nas escrituras
Jesus...), tem que deixar o
lido anagramaticamente, oferece-nos o
orientais, é o Cisne ou “Ave de Sabedoria”,
mundo dos mortais.
tradicional Sutra sânscrito, como “o fio de
a “chocar seus sete ovos de ouro”, na razão
ouro ou colar das 777 pérolas”, em relação
do mesmo sistema planetário, ou um Sol
com as vidas ou encarnações da Mônada. Sendo que tal
central e sete astros em seu redor.
“fio de oiro”, o que liga a alma humana à Alma Divina,
Não tem algo de simbólico com o que vimos
na mesma razão crística da taça desse nome, senão, ao
de enunciar, o conto e filme: Branca de Neve e os Sete
próprio termo Mahatma, como um Ser que já alcançou
Gnomos?
semelhante união com o divino...
Do mesmo modo que o tem, segundo as teorias
E a prova de que os termos Buda e Cristo não
teosóficas, com uma Ronda completa, cuja é formada de
implicam personalidades distintas, mas, categorias iguais
7 Raças-Mães, cada uma delas com sete sub-raças, ramos
às enunciadas, a que todo Homem pode chegar, como o
e famílias...
afirmou o apóstolo de Patmos. Donde, Gautama, o Buda;
E como cada uma dessas raças represente um dos
Jesus, o Cristo.
estados de consciências, que a Mônada tem de alcançar,
De fato, o termo Cristo provém do Krestus grego,
através sua longa peregrinação pela Terra, quando
que quer dizer: Ungido, Iluminado, Sábio etc. E Buda,
alguém se distancia dos demais, pratica o que está contido
tanto do Bodi sânscrito, com os significados “Iluminação,
naquele outro conto intitulado A Bota de sete léguas, pois,
Conhecimento Perfeito, Sabedoria etc. (donde se dizer
evoluindo mais depressa do que os outros, a estes poderá
que “o Buda alcançou a Sabedoria debaixo da Árvore
servir de guia na mesma caminhada ou peregrinação...
de Bodi), como do Bod tibetano, com os mesmos
O LOHENGRIN wagneriano (extraído das lendas
significados. E a prova de que, ao Tibete dá-se o nome
escandinavas) não é mais do que “o Chohan-Jina ou Jin”,
Bod-Yul ou “País do Conhecimento”, da Sabedoria
ou o “genial cisne – como um Ser Superior, provindo de
Perfeita etc.
desconhecido e maravilhoso País, como prova, logo o
Nesse caso, ignorantíssimo o cristão que
obrigam a revelar seu verdadeiro nome e procedência
ridicularizar um budista e vice-versa, porquanto, a origem
(“meu reino não é deste mundo”, dizia Jesus...), tem que
de seus credos é a mesma.
deixar o mundo dos mortais.
E a prova a temos no que diz Frei Domingos Vieira,
Não se deve esquecer de que, Lohengrin vem
no seu Dicionário da língua portuguesa, quando trata
encontrar-se com Elsa (Eva ou a mulher humana),
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ao Monte Moria.
Daí, o termo nazareno não se
referir absolutamente à sua terra natal,
mas à seita dos “nazar” (semelhante
a “nagar, naga etc.” de que já falamos
em outros lugares), ou que traziam os
cabelos à altura dos ombros, como até
hoje se denomina o referido penteado,
mesmo entre senhoras.
O temo nazar lido
anagramaticamente, dá-nos o razan
de velhas línguas orientais, com o
significado de “cortar”, aparar etc. Sendo
que, o razor inglês, para navalha etc.
procede do mesmo étimo.
Tudo na vida é Iniciação! O mesmo
Seu próprio nome, Jesus – já
Voltaire caracterizou, em poucas palavras, O Teósofo, continua a mesma H.
o
temos
dito inúmeras vezes – não
os benefícios dos Mistérios, ao dizer que,
P. Blavatsky, não deve sujeitarconcorda absolutamente com o
“entre o caos das superstições populares,
se aos prejuízos e opiniões de
verdadeiro, para não dizer desde logo, é
existia uma instituição que evitou
ninguém, pois tem que formar
falso, porque em arameu (no tibetano, no
as
suas
próprias
convicções,
sempre a queda do homem em absoluta
de
acordo
com
as
regras
da
sânscrito etc.) não existe tal nome, e sim,
animalidade: a dos Mistérios.
evidência, que lhe proporciona
Jeoshua Ben Pandira, que quer dizer: “o
Do mesmo modo, H. P. Blavatsky:
a ciência a que se dedica, sem
Filho do Homem”.
“O Teósofo não crê em milagres divinos
atender a encômios de fanáticos
O que admira, entretanto, que
nem diabólicos, nem em bruxos, augúrios
sonhadores, nem a dogmatismos
os tais espíritos superiores, que se
etc., mas tão somente, em Adeptos
religiosos...
apresentam nas sessões de espiritismo,
(Mahatmas etc.) capazes de REALIZAR
não estejam a par de tais conhecimentos,
FATOS DE CARÁTER FENOMÊNICO,
e continuem a chamá-lo assim, além de esquecidos de
a quem julgar – por palavras e atos – dignos dos mesmos.
que foi Ele mesmo quem ensinou “não evocarás as almas
O estudante de Ocultismo (Teosofia, melhor dito) não
dos mortos”; do mesmo modo que Moisés, castigando
deve professar determinada religião, embora tenha que
severamente (como Manu ou dirigente de povo que era)
respeitar toda opinião e crença para chegar a ser um
os que ousassem fazê-lo.
“Adepto da Boa Lei”. Excetuando, dizemos nós, os casos
Para se praticar o Bem, não há necessidade de
em que em jogo esteja a evolução ou progresso espiritual
evocar
os nossos “Jinas” queridos. Para isso, fazemos
da Humanidade, pois são os mesmos Adeptos por Ela
inscrever sobre as suas campas: Recquiescat in pace.
referidos, os primeiros a apontar semelhantes erros. Sine
O mesmo Kardec afirma que, “em cem
qua, non...
comunicações,
noventa e nove por cento são falsas”. E
O Teósofo, continua a mesma H. P. Blavatsky, não
que, “toda falange de espíritos possui seu Guia”. Nesse
deve sujeitar-se aos prejuízos e opiniões de ninguém, pois
caso, para que se sujeitar a enganadoras comunicações;
tem que formar as suas próprias convicções, de acordo
muito pior, (mesmo que verdadeiras fossem), atraindo
com as regras da evidência, que lhe proporciona a ciência
para o mundo das ilusões, aqueles que possuem no outro,
a que se dedica, sem atender a encômios de fanáticos
Guias ou Instrutores? To be or not to be.
sonhadores, nem a dogmatismos religiosos... Jesus
Os ensinamentos da Doutrina Arcaica (no grego
pregou uma doutrina secreta, e “secreta” naquele tempo
Teosofia;
no sânscrito, Gupta-Vidya, Brahma-Vidya,
(como hoje, dizemos nós), significava: “mistérios de
Sanatana-Dharma etc.) possuem origem divina, que
Iniciação, que foram repudiados e alterados pela Igreja.”
se perde na noite dos tempos. “Origem divina” não
O mesmo Jesus – que a Igreja ignora onde esteve
quer dizer, entretanto, uma revelação partida de um
todo período dos 13 aos 30 anos, pois a própria Bíblia não
Deus antropomorfo, sobre uma montanha, cercado
o revela, sujeitou-se a várias iniciações, inclusive, entre os
de raios e trovões, mas, segundo o compreendemos,
“nazarenos” ou “essênios”, cujo Colégio ficava próximo
do termo Budismo: “No Cristianismo
existem vários traços do Budismo na sua
formação”... E o Budismo é anterior ao
Cristianismo, mais ou menos, 645 anos5.
Quanto ao de “Teósofo”
(procedente de Teosofia ou TheosSophia), nunca o significado que lhe dá
a maioria, inclusive, as enciclopédias
conhecidas, de “Sabedoria de Deus,
divina etc.”, mas, “Sabedoria dos deuses”,
dos super-homens, Mahatmas, Gênios ou
Jinas.
5
Muito pior, quando os clubes carnavalescos apresentam em seus carros alegóricos a imagem do Buda (valendo pela do Cristo);
quando se lhe toma ainda como marca de uma farinha, bem conhecida em nossa praça etc. E famosa cervejaria, quando se serve do de
Brahma, embora se trate do mesmo Deus dos Cristãos, que não poderia, de modo algum, diferir dos das demais religiões. Ignorância,
portanto, ou falta de “iniciação”...– Nota do autor.
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Por isso mesmo, SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES, conservada na língua dos Mistérios ou das raças pré-históricas, por Seres
Superiores (Mahatmas, Gênios ou Jinas) como excelsos Frutos de evoluções passadas, com o nome de Shuda-Dharma-Mandalan ou
primitiva “Religião-Sabedoria”, da qual foram Portadores – de acordo com a evolução das respectivas épocas de seus aparecimentos
na Terra – todos os Grandes Iluminados, como fossem: Ram ou Rama (na razão de “ramo racial”, manu etc.), Moisés, Buda, Platão,
Pitágoras, Apolônio de Tíana, Confúcio, Lao-Tsé, Jeoshua etc. etc.
uma linguagem e sistema de Ciência comunicados à
Humanidade primitiva, por outra Humanidade tão
avançada, que parecia divina aos olhos da (humanidade)
imatura.
A Teosofia é a lei fundamental da ciência oculta,
de que a positiva ou oficial nada mais é do que uma tênue
projeção e à qual já Blavatsky denominou de “unidade
radical e última essência de tudo quanto se manifesta na
Natureza, desde o átomo ao astro; do ínfimo infusório
ao anjo ou deus mais elevado, tanto no mundo físico que
conhecemos, como no psíquico, ou mesmo, espiritual,
que não concebemos”, pois, como disse Platão na sua
República, “somos durante a nossa escravidão desta
vida ilusória, eternos prisioneiros que de costas para
a Luz, tomamos como realidades as sombras que se
projetam nas paredes de nosso cárcere”, o que tanto vale
pelo “pote de argila” bíblico, senão, o mesmo “cárcere
carnal”, como verdadeiro sentido do termo “cáucaso”
onde se acha encadeado o Prometeu mítico, que é essa
mesma Humanidade a que pertencemos, acorrentada
nos grilhões de sua ignorância, pois que, um abutre
devora as suas entranhas, na razão de não haver, até hoje,
encontrado internamente (ou em seu Seio) a Centelha
crística, búdica, o que quiserem, desde que, Iluminação
da qual todo homem carece para alcançar o pináculo da
glória, onde tremeluz o mágico triângulo da Iniciação.
Mais uma vez afirmamos: “A Teosofia começa onde
a ciência termina”. E a prova que a Química de hoje, não
é mais do que a Alquimia de outrora; a Astronomia, em
lugar da Astrologia; a Medicina, substituindo a Teurgia. E
assim por diante.
Por isso mesmo, SABEDORIA INICIÁTICA DAS
IDADES, conservada na língua dos Mistérios ou das
raças pré-históricas, por Seres Superiores (Mahatmas,
Gênios ou Jinas) como excelsos Frutos de evoluções
passadas, com o nome de Shuda-Dharma-Mandalan
ou primitiva “Religião-Sabedoria”, da qual foram
Portadores – de acordo com a evolução das respectivas
épocas de seus aparecimentos na Terra – todos os
Grandes Iluminados, como fossem: Ram ou Rama (na
razão de “ramo racial”, manu etc.), Moisés, Buda, Platão,
Pitágoras, Apolônio de Tíana, Confúcio, Lao-Tsé, Jeoshua
etc. etc.
Dhâranâ On-line
Theos, em grego, equivale a Movimento, Ação,
Força espiritual; do mesmo modo que, Theoin foram
chamados os astros, por seu eterno movimento.
Perde-se na noite dos tempos, a existência da
Teosofia, razão de ser chamada: Doutrina Arcaica,
Sabedoria Iniciática das Idades. Conheciam-na todos
os grandes povos da antiguidade, assim na Ásia como
na África, na Europa, América e Oceania, segundo o
demonstram a unidade e universidade de seus símbolos
gravados em caracteres indeléveis nos seus respectivos
templos. E quem houver penetrado nas profundezas desta
ciência, lerá sempre as mesmas verdades nos muros de
Palenque, como nos de Luxor; nos pagodes lavrados na
entranha da rocha na Índia, como nos restos ciclópicos
de toda região mediterrânea e nos colossos que na ilha
de Páscoa, nos revelam a existência de continentes
submersos, como fossem os da Lemúria e da Atlântida.
Os brâmanes da Índia, do mesmo modo que
os iogues do mesmo país, os hierofantes do Egito, os
profetas de Israel, os Essênios cabalistas, os próprios
cristãos da primeira hora (ou Gnósticos, de Gnose,
conhecimento, Iluminação etc.); do mesmo modo que,
todos os filósofos pensadores, possuíram sua Doutrina
Esotérica, o que tanto vale pela excelsa TEOSOFIA, de
que vimos nos ocupando até agora.
Para terminar: BRANCA DE NEVE, na sua alvura
imaculada, tanto vale pela Branca ou Proveitosa Magia,
que é a Sabedoria dos Deuses ou Super-Homens. Do
mesmo modo que, a má rainha, ou de necromânticos
desejos, sentimentos etc., a Magia Negra ou da Humana
Ignorância das coisas superiores ou divinas. Razão por
que consulta o “espelho mágico”, que nada possui de
demoníaco, no sentido que lhe quis dar Walt Disney,
autor do precioso filme. Trata-se, sim, da consulta que faz
a feiticeira ou má rainha (pois que a Boa vale pela RajaYoga ou Yoga real, ou seja, a da união com o Eu Superior
etc.) à sua própria consciência, algo assim, como a alma
inferior ou animal, que ouve a Voz da Razão, e cuja lhe
responde sempre contrariamente aos seus inferiores
desejos. É ainda a voz do remorso, que a todos os homens,
sem exceção alguma aponta os erros cometidos por
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serem contrários à sua própria evolução, inclusive, essas
ideologias absurdas, que se manifestam em diversas
partes do mundo, todas elas incapazes de realizar o
magno problema da Felicidade Humana, ou seja: o da
Fraternidade universal da Humanidade, sem distinção de
raça, crença, casta ou cor.
Nesse caso, simples ideia de Domínio, como o
primeiro dos quatro cavaleiros apocalípticos: Domínio,
Guerra, Fome e Peste.
O “escudeiro que se condói da sorte da jovem,
em vez de matá-la, deixando-a abandonada na floresta”
(como aquele outro do conto Genoveva de Brabant, tendo
o mesmo proceder desde que todos os contos repetem
sempre a mesma luta entre o Bem e o Mal, que se trava
no “campo de Kurushetra”, que é o da vida, como o
denomina o Bhagavad-Gîta), dizemos, a parte espiritual
que falta na rainha e se manifesta através de outro ser
mais compassivo...
“Floresta negra”, como a do Jungfrau das lendas
escandinavas, senão, a do Inferno de Dante, onde vai ter
o incauto que, ao invés de preferir o caminho da Direita
ou da Magia Branca, do Bem etc., escolhe o da esquerda
(“lei do menor esforço”, portanto) ou Magia Negra, do
Mal etc. Por isso mesmo, indo ter ao infernal ou inferior
Portal, onde está gravada a trágica ameaça: LASCIATE
OGNI SPERANZA, O VOI QUI ENTRATE...
E assim, os verdadeiros guardiães da floresta, os
espíritos da natureza, os Gênios ou Jinas, em número
de SETE, não só, na razão dos sete astros que giram em
torno do Sol, como já o dissemos em outros lugares, mas
também, como “os sete dons da Inteligência” 6, que são
os mesmos do Espírito Santo, de que fala, de outro modo,
a Igreja.
Esses mesmos “dons” ou privilégios fornecidos
pelas Boas Fadas, que envolvem todos os contos infantis.
Preciosos “dons”, como são aqueles dos “oito poderes
do iogui”, mantidos no coração, mas desperdiçados,
acontece aos imprevidentes de toda classe, a começar
pelos que o fazem em detrimento do próximo, por isso
que, declarados MAGOS NEGROS, muitas vezes com a
capa hipócrita da “santidade”.
“Guarda os teus sidhis (poderes psíquicos) para a
próxima encarnação”, já dizia, Gautama, o Buda, pois, o
fato de os conservar, maior e melhor número de skhandas
(tendências) teremos como lastro em nossa própria
defesa, e de quantos de nós se acercarem em busca de
remédio seguro aos seus males: a Luz ou Iluminação, que
transcende de todos os Seres que jamais se afastam da
LEI.
6
O número SETE é profundamente venerado pelos que conhecem o mistério de tudo quanto se manifesta no universo, inclusive,
entre os brâmanes, em cujas escrituras se encontra:
Sapta-Rishis, os sete sábios da Índia (sete gênios como os de Branca de Neve) + Sapta-Pura, as sete cidades celestes; SaptaDvipa, as sete ilhas santas (continentes que o Globo terrestre deve possuir desde o começo até o fim de sua evolução; do mesmo modo
que, globos das cadeias planetárias, já que uma coisa influi na outra, na razão hermética, de que “o que está em cima é igual ao que está
embaixo”); Sapta-Saamudra, os seis mares; Sapta-nadi (os sete rios sagrados, e também, os sete centros de força ou chacras, no homem);
Sapta-par-atta, as sete montanhas santas; Sapta-arania, os sete desertos sagrados; Sapta-Vruksha, as sete árvores celestes; Sapta-cula,
as sete castas; Sapta-loka, os sete mundos superiores e inferiores etc.
Segundo os brâmanes, o número “sete” encerra, em seu sentido místico, uma representação alegórica do Deus imanifesto,
da Tríade inicial e da Tríade manifesta: Zyaus, o deus irrevelado – germe imortal de tudo quanto existe; Tríade inicial, Nara-Nari-Viraj,
porque Zvaus tendo dividido seu corpo em duas metades (o Pai-Mãe das escrituras, mas, em verdade, as partes solar e lunar no homem,
que tanto vale, por polaridades positiva e negativa, que influem no pouco conhecido ainda, fenômeno endócrino, como também, no do
sistema neurovegetativo, ou dos desequilíbrios, em alguns, entre o Vago ou lunar, e o Simpático ou solar etc. ...), macho e fêmea, Nara
e Nari, produziu o Viraj, o Verbo Criador. Tríade manifesta, Brahmâ, Shiva e Vishnu, que tanto vale pela cristã, Pai, Filho e Espírito Santo,
ou as Normas ou Parcas Mitológicas, com os nomes: Cloto, Laquesis e Atropos, como as três conhecidas forças: centrífuga, centrípeta e
equilibrante.
A Tríade inicial, puramente criadora, transforma-se em manifesta, uma vez o Universo saído do Caos, para criar perpetuamente,
conservar eternamente e consumar sem cessar.
Devemos lembrar, como um sinal indelével de origem, como os judeus deram, igualmente, um sentido misterioso ao número
“sete”. Segundo a Bíblia: o mundo foi criado em SETE dias, as terras devem repousar todos os sete anos; o dia do jubileu sabático, volta
todas as sete vezes, sete anos; o grande lustro de ouro do templo, possui sete braços, cujas sete chamas representam os sete planetas;
sete sacerdotes fazem ressoar sete trombetas, durante sete dias, em volta de Jericó e as muralhas dessa cidade se desmoronam no
sétimo dia, depois que o exército israelita deu sete voltas em torno da mesma.
Encontra-se no Apocalipse:
As sete igrejas (sete religiões, melhor dito); os sete candelabros; as sete estrelas; as sete lâmpadas; os sete selos (ou sinetes etc.);
os sete anjos; os sete vasos; as sete chagas.
Do mesmo modo, o profeta Isaías, querendo dar uma ideia do brilho da auréola, que cerca Jeová, diz: “Que ela é sete vezes maior
do que a Luz do Sol e semelhante à Luz dos sete dias reunidos (melhor dito, valor igual aos sete astros, que giram em torno do sol).
Vem ainda, o chamado mal de umbigo ou de “sete dias”; o de certas doenças, com o fito, por exemplo, na razão de 7, 14, 21 etc.
A transformação das células orgânicas, que se dá de sete em sete anos, como prova a exigência da vacina em tais períodos. – E assim por
diante. – Nota do autor
Dhâranâ On-line
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... a princesa encantaRedenção, portanto, por
os obstáculos que se apresentam
da ou “adormecida” (A
esforço próprio, como o ensina
em nossa vida diária, mas... que
Humanidade
envolvida
o mesmo Jeoshua com estas mui
tomamos como realidades embora
pelos grosseiros véus
conhecidas palavras, embora que
capazes de nos arrancar lágrimas
da Matéria ou de Maya,
mal interpretadas: “Faze por ti que
de dor e de desespero... “Castelo
como ilusão dos sentidos), só desperta quando
Eu te ajudarei”. Sim, porque sendo
de cartas”, castelos no ar, senão,
misterioso
príncipe,
proEle manifestação crística, ensina
os mesmos que se formam com a
vindo de longínquo país, como o Lohengrin vagaos homens, que podem ser iguais
fumaça de nossos cigarros!
neriano, beija-lhe os lábios, onde se encontrava
ou Um com Ele. De outro modo,
“Cavalheiro da triste figura”
a maçã envenenada – ou o “fruto da árvore do
no Portal de Delfos: GNOSCE
ou D. Quixote, sim, o nosso eu
Mal” (representado pela rainha feiticeira etc.),
pois que o beijo daquele representa o próprio
KEAUTON (Nosce te ipsum) ou
inferior, que não quer aceitar
Hálito divino (“nas narinas de Adam”, como di“conhece a ti mesmo”, o que tanto
os sábios conselhos de nosso
zem
as
santas
escrituras)
capaz
de
fazer
ressusvale pela oriental sentença: “Busca
“escudeiro-mor” (ou Sancho
citar o Espírito adormecido no Seio da Matéria...
dentro de ti mesmo o que procuras
Pança, por ter um grande ventre,
fora”. O que bem denota não ser
ou repleto de experiências como
pagando a outros, que poderemos alcançar semelhante
a Voz da Consciência ou da Razão). Por isso mesmo,
Superação, ou Redenção, se o quiserem.
obrigando-O a ser manteado conosco, como o foi o da
preciosa novela de Cervantes, por alguns camponeses,
que se achavam na hospedaria onde os mesmos
E como Walt Disney tenha se servido de dois
(peregrinos ou Oedipos, palavra grega que quer dizer:
contos para o seu filme, ou seja Branca de neve e os sete
pés inchados, isto é, de tanto caminhar, sofrer etc. etc.)
gnomos e A Bela Adormecida no Bosque, de cujo truque
procuravam repousar da longa jornada... para um fim
bem poucos se aperceberam, não se deve esquecer de que,
desconhecido, melhor dito, em busca da “Dulcineia de
no segundo, a princesa encantada ou “adormecida” (A
Toboso”, que no final de contas (nova “ilusão”) não era
Humanidade envolvida pelos grosseiros véus da Matéria
mais do que uma simples camponesa...
ou de Maya, como ilusão dos sentidos), só desperta
E quando se sobrepõe ao nome de D. Quixote, o de
quando misterioso príncipe, provindo de longínquo
La Mancha, na razão dessa mesma mancha ou mácula (a
país, como o Lohengrin wagneriano, beija-lhe os lábios,
da ignorância do Superior), que concorre para a grande
onde se encontrava a maçã envenenada – ou o “fruto
infelicidade humana, pois que, as mesmas escrituras
da árvore do Mal” (representado pela rainha feiticeira
orientais afirmam “toda desgraça humana provém de
etc.), pois que o beijo daquele representa o próprio
Avidya (ou não conhecimento, contrariamente à Vidya)”.
Hálito divino (“nas narinas de Adam”, como dizem as
E é assim que um simples conto infantil trazido
santas escrituras) capaz de fazer ressuscitar o Espírito
para o écran (estropiado até no título, mas que, em
adormecido no Seio da Matéria...
boa hora fez rir à nossa petizada) serviu para iniciar os
Simbolismo, igual ainda, ao de Prometeu à espera
leitores de Dhâranâ, do mesmo modo que, futuramente,
do Epimeteu libertador, na Tragédia de Ésquilo, pois
se vida tivermos, outros estudos mais profundos iremos
que, “a natureza não dando saltos”, a Humanidade só
dando, de acordo com o progresso de todos aqueles que
poderá ser redimida aos poucos, na razão dos que estando
nos quiserem honrar com a sua leitura, pouco importa a
à frente dos demais, ipsofacto, Guias ou Condutores
idade...
se tornem dos que se acham mais atrasados na excelsa
Vereda da Iniciação.
REFERÊNCIA:
Verdadeira Lâmpada maravilhosa, de que era
Dhâranâ - Ano XII - de outubro a dezembro de 1939 - nº 102
portador Aladim, pois que, este termo decompondo-se em
Allah (Deus) e Djim (ou Jim, Gênio etc.), comprova que,
Imagem pág.6 - https://www.google.com.br/search?q=wallpaper+free+
deixam de ser fantasias para se tornarem REALIDADES,
branca+de+neve+e+os+sete+an%C3%B5es&hl=pt-BR&rlz=1T4MXGB_pt-BRB
todas as nossas esperanças no sentido de espiritual
R585BR585&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=Bf-EU6XBCtGKqAbu4CYCA&ved=0CCsQsAQ&biw=1360&bih=566#facrc=_&imgrc=UPd2pcVpA
progresso; desde que a própria Divindade, que é a “Luz da
QrjMM%253A%3B7n02dpsJPFV-VM%3Bhttp%253A%252F%252Fpt.bestLanterna” que dirige os nossos passos, nos encaminhará
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ao Porto Seguro de nossa própria Redenção.
best-wallpaper.net%252FSnow-White-and-the-Seven-Dwarfs_wallpapers.
Contrariamente, como o “cavalheiro da triste
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figura”, teremos que lutar contra “fantásticos moinhos
Imagem pág. 8, 9, 10,12 - Wikipédia
de vento e pacíficos rebanhos de ovelhas”, que são todos
Dhâranâ On-line
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DO TUDO E DO TODO
Luis César de Souza
O que é o início, o meio e o fim e ao
mesmo tempo o infinito? Espaço-tempo. O
que era antes de ser, que será? Preexiste e
permeia todas as coisas, está além de todas
as coisas. Passado, presente, futuro, eterno.
Incognoscível? Indefinível? Inominável, sem
rosto?
Louvado história afora, no mundo
atual. Desconhecido para muitos, temido
por muitos, distante, muito próximo, invisível? Está no átomo, nos quanta, nas células,
moléculas, no ar. Nas árvores, nos pássaros,
na mente e coração humanos.
Dizem que as crianças e os sábios lhes
são mais próximos. Há, para lhe agradar - ou
para acompanhar o seu cosmunismo concreto -, que ser intemerato, manso, terno,
rigoroso, bom e justo. Ajusta-se bem aos que
se lhes propõem certa disciplina espiritual,
para que não se afastem dos caminhos que
levam a sua santa morada. A natureza da
Natureza é a sua natureza. Crea (presente
do verbo crear) geometrizando, gosta de
matemática e música clássica. Não tem cor.
Barbudo ou imberbe, macho, fêmea, suas
cores preferidas são três: amarela, azul e
vermelha.
Nem toda felicidade abrirá um sorriso
em sua face, pois que não ama os excessos,
está mais para o equilíbrio. Excesso de luxo,
por exemplo. De vaidade. De erudição? Excesso de prazeres físicos? Que pensaria dos
poderosos, abomináveis? Dos ricos, exploradores? De que seria feito seu reino, de plena justiça? Como alcançá-lo, em que alfarrábios o encontramos, em que localidades?
Há templos, mesquitas, sinagogas, igrejas,
mas não vemos seus olhos por lá. Existem as
sagradas escrituras, mas não a compreendemos bem, melhor é deixar pra lá. Para que
procurar por algo inexistente, sem forma,
abstrato, apenas por que falam que existe e
é forte, poderoso, maior que tudo e todos e
concomitantemente é o nada? Um fato da
inexistência, essência da existência?
Dhâranâ On-line
Seria apenas uma invenção das necessidades humanas? Quando cansado pega
um disco-voador na estação das Plêiades,
centro de uma de suas galáxias. De volta ao
passado, dá uma volta, passa despercebido,
toma um chá, dois dedos de prosa com auxiliares feitos de fogo, dá uma olhada, mexe
o dedo mínimo de Mercúrio, pronuncia a
palavra mágica ou mantra ARSGALAKSHA
– invocando a junção de Júpiter e Saturno,
os poderes perenal e temporal - e retorna
pela estação subterrânea na Serra do Roncador. Fica em seu lugar o que os tibetanos
chamam de tulku, uma espécie de sócio, ou
sósia. Este por sua vez possui 14 auxiliares
arcangélicos encobertos mundo afora, sete
nos mundos interiores e sete na face da Terra, sem falar numa gama extensa de seres
superiores que incessantemente trabalham
por sua obra e a de seu irmão, incluindo-se o
círculo de resistência. O que fica ingere frutas e mel e não gosta de andar nas ruas. Alquimistas e guerreiros xavantes ajudam nas
tarefas e o protegem dos olores terrenais.
De tão claro é obscuro. Em todos os
lugares e em nenhum. Que diabolus é isso?
Em cima da mesa e na profundeza dos abismos, no riso da monalisa, sua oculta beleza e
mistério. O próprio bem e o próprio mal, que
só existe porque assim o permite, o necessário e o dos ignaros - com direito a livre-arbítrio: a ganância, a violência, a ardilosidade,
o engano, a mentira disfarçada de verdade.
A verdade absoluta e as verdades relativas, o
macro e o microcosmo, o yin e o yang; negativo, positivo, neutro.
Que insondável, indecifrável, solar
e luminoso como o dia, escuro e profundo
como a noite. A fonte da criatividade, da paz
e da alegria dentro de nós, a canção que faltava em nossa alma, o amor, a compaixão, a
vida real sem recesso. Muito simples, muito
complexo, o uni-verso.
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SÃO LOURENÇO
CAPITAL ESPIRITUAL DO MUNDO
Paulo Cardoso Nunes
Vista do Templo da Eubiose, Praça da Vitória e cidade de São Lourenço
“Foi, ainda, em SÃO LOURENÇO e em uma Montanha Sagrada, que é sempre a
origem histórica dos movimentos cíclicos da evolução espiritual da Humanidade...”
Henrique José de Souza
PREÂMBULO
À medida que meditava sobre como proferir essa
palestra, ocorreu-me que ela poderia ser desenvolvida
em três tempos, como, aliás, é tudo que compõe nossa
existência: nascer, viver, morrer; aprender, depreender,
ensinar; aceitar, negar, redimir; chegar, desfrutar, partir;
o túnel, a luz no túnel, a iluminação; a vida humana,
a Eubiose, a Obra; que se resumem em: PASSADO,
PRESENTE e FUTURO.
E assim pensando, cheguei à conclusão de que a
minha idade (75 anos, 55 dos quais dentro da SBE) dáme o direito de me colocar no terceiro tempo: o redimir, o
ensinar, a vida interna, a iluminação, o futuro, o partir, o
morrer.
E assim meditando, vi-me componente de uma
raça, de um povo, de uma família racial, pois somos
conduzidos pelo Manu. E em mim, gritou o miscigenado
sangue tupi, pois “tupis” todos nós somos, conforme bem
Dhâranâ On-line
o disse Mennotti del Picchia, referindo-se aos Tapuias e
aos Tupis na formação da raça brasileira.
“Os tupis desceram para serem absorvidos. Para se
diluírem no sangue da gente nova. Para viver subjetivamente e transformar numa prodigiosa força
a bondade do brasileiro e o seu grande sentimento
de humanidade. O nacionalismo sadio, de grande
finalidade histórica, de predestinação humana,
esse é forçosamente tupi. O nacionalismo tupi não
é intelectual. É sentimental. É de ação prática, sem
desvios da corrente histórica. Pode aceitar as formas de civilização, mas impõe a essência do sentimentalismo, a fisionomia irradiadora da alma”.
“O tapuia isolou-se na selva, para viver; e foi morto
pelos arcabuzes e pelas flechas inimigas. O tupi socializou-se sem temor da morte; e ficou eternizado
no sangue da nossa raça. O TAPUIA É MORTO, O
TUPI É VIVO”.
junho a setembro - 2014
14
Chegaram, então, aos meus ouvidos os magistrais
versos de Gonçalves Dias, no Canto do Piaga, quando
convoca o seu povo, para ouvi-lo:
Ó Guerreiros da Taba sagrada,
Ó Guerreiros da Tribo Tupi,
Falam Deuses nos cantos do Piaga,
Ó Guerreiros, meus cantos ouvi.
Por que dormes, ó Piaga divino?
Começou-me a Visão a falar,
Por que dormes? O sacro instrumento
De per si já começa a vibrar.
E no Juca Pirama ele se apresenta como humano:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
Para logo, exaltá-los a permanecer e continuar a
luta, na Canção do Tamoio:
Gonçalves Dias
“Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar!»
Ficou claro para mim que eu não conseguiria
excluir a minha experiência, a minha vivência dessa nossa
conversa. Afinal, eu entrei para a SBE em março de 1959
(Peregrino – em BH) – Série Interna em 24 de fevereiro de
1963, ou seja, 55 anos de ininterrupta presença.
Muitos de vocês têm o direito de perguntar por que
eu estou aqui. Por que eu estou fazendo esta “Palestra de
Abertura”. A resposta é simples: a escolha não foi minha.
Não estou aqui pelo meu querer, nem por minha vontade.
Estou aqui pela vontade do Grão-Mestre que me convidou
para esse trabalho. E eu aprendi que o “convite” de um
membro do Apta, seja lá para o que for, deve ser entendido
como uma convocação. Estou, pois, cumprindo uma
“Missão para a qual fui convocado”.
possível fazer. As minhas palavras serão utilizadas no
máximo das minhas possibilidades, mas também da
minha coragem.
Mas além, de tudo, do meu dever. Os Iocanans (e
não pensem que estou me julgando ser um deles, mas as
suas lições devem nos servir de exemplo), falam o que
precisa ser dito, ainda que as suas cabeças sejam cortadas
posteriormente.
“O temor é o suplício dos covardes. Para evitá-lo,
lançam mão de todas as infâmias”. Eu não temo.
ESPERO, PORTANTO, TRANSMITIR AQUILO
QUE O
GRÃO-MESTRE ESPERA DE MIM.
Se vou me sair bem, ou não, não me compete
analisar. O que devo pensar é que farei o que me for
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
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ATO DE CONTRIÇÃO
Faço, assim, um ato de contrição. Por mais que a
minha mente insista e se apresse em começar logo o que
tenho a dizer, a minha alma grita e se debate, querendo
participar. Afinal ela é a grande intermediária entre a
inteligência espiritual e a inteligência física. É ela que
molda a ideia e a apresenta ao mundo.
palavras, visando a salvar a vida do nosso Mestre, ele
proferiu: “MIL VIDAS EU TIVESSE, MIL VIDAS EU
DARIA”.
Pois bem, atendendo ao grito da minha consciência
emocional, da minha alma, reportando-me a este novo
século, pensei:
Foi isto que aprendemos, quando nos foi dito que
nas nossas atitudes a paixão deve ceder lugar à razão.
• Os meus primeiros sete anos, o meu compromisso de servo da Lei, sem visar recompensas, corresponde
aos anos 2001 a 2007, quando tive o privilégio e o direito
de residir na Capital Espiritual do Mundo: São Lourenço.
E, para que isto ocorra, a participação da nossa
consciência emocional não pode ser prescindida. Mas ela
deve estar sob a inspiração da consciência espiritual.
• O segundo setenário que corresponde aos anos
2008 a 2014, tive que cumpri-lo ausente desta Cidade.
Foram duas fases bem
distintas:
•No primeiro setenário servi ao
TEMPLO;
•O segundo foi de trabalho nos
Departamentos como Instrutor:
ESCOLA.
• Mas não se faz nada disto sem a
vivência no Mundo: TEATRO.
E mais uma vez os inspirados
vates do passado, através do genial
Camões, apresentam-se com o
soneto Sete Anos de Pastor:
Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela.
Mas não servia ao pai, servia a ela,
que a ela só por prêmio pretendia.
As conclusões cabem
Todos conhecem a história
somente
aos nossos pensamentos
de Jacó que, tendo se apaixonado
mais
íntimos,
mesmo porque
por Raquel, filha de Labão, aceitou
a nossa Iniciação não se
a exigência deste de trabalhar de
circunscreve, não se restringe a
graça durante sete anos para têLuís Vaz de Camões
uns poucos anos de uma vida.
la como esposa. Ao final dos sete
Estes são apenas ciclos nos
anos, Labão, em vez de conceder a
quais adquirimos experiência;
Jacó a mão de Raquel, impôs-lhe a
conhecimentos
que
devem
se transformar em Sabedoria.
mão da filha mais velha: Lia. Para ter Raquel, Jacó deveria
trabalhar mais sete anos. E ele assim, o fez, por amor a
Importa, no entanto, o fato de estarmos em 2014,
Raquel.
quando o equilíbrio se manifesta.
Trabalhou 14 anos para ter aquela com a qual daria
origem a uma nova estirpe do povo hebreu, como Manu e
tronco de um autêntico Ramo Racial.
E o soneto assim se conclui:
Começa de servir outros sete anos
dizendo: “Mais servira se não fora
para tão longo amor tão curta a vida!
E aqui eu me recordo das palavras do Iocanan
“Cafarnaum”, em 30 de março de 1951. Na época o nosso
Mestre estava muito mal de saúde. Ele apresentou-se
em frente ao Templo de São Lourenço e, entre outras
Dhâranâ On-line
Mais do que nunca o momento exige
que a ESCOLA, o TEATRO e o TEMPLO; a
TRANSFORMAÇÃO, a SUPERAÇÃO e a
METÁSTASE estejam em harmonia, em perfeita
integração.
A palavra integração obriga-me a abrir aqui um
parêntese. No início deste ano o Mestre da Ordem do
Ararat – V. Jefferson Henrique de Souza - expediu um
Edital determinando que os trabalhos daquela valorosa
Ordem, em 2014, teriam como tema a “COOPERAÇÃO”.
Recordei-me, então, de um curso que fiz há muitos
anos, quando nos foi ensinado que numa empresa deve
junho a setembro - 2014
16
haver “Competição e Cooperação”, ou seja, os funcionários devem competir entre si, mas com cooperação. Ficava claro
que em primeiro lugar deveríamos pensar na Empresa, no seu crescimento e no seu sucesso. E, somente depois, pensar
no nosso crescimento pessoal.
Ora, na Instituição SBE, não pode haver COMPETIÇÃO entre os seus membros. Mas pode e deve haver
INTEGRAÇÃO, ou seja, COOPERAÇÃO COM INTEGRAÇÃO. Em primeiro lugar deve estar a INSTITUIÇÃO, a
OBRA. Depois, aí sim, poderemos pensar nos nossos problemas de ordem pessoal.
O ano 2014 - se não nos reserva muitas surpresas - será um marco na história das nossas vidas.
Não é por acaso que iniciamos o ano civil e o ano astrológico com dois Odissonais no primeiro mês: 1º e 30 de
janeiro. 1º e 30 de março.
O PASSADO
1. COMO TUDO COMEÇOU
A VINDA DE BADEZIR
Há mais ou menos 850 anos a.C. Chegava ao
Brasil o Imperador Fenício: Badezir, acompanhado
dos seus filhos Gêmeos Yet-Baal e Yet-Bel, além de um
significativo séquito. Iniciada a implantação do Sistema
Geográfico de Teresópolis - RJ, o trabalho sucumbiu
em face de violenta manifestação das forças do mal
que culminou com o sacrifício dos Gêmeos na Baía de
Guanabara.
Interpretação da inscrição fenícia da Pedra da Gávea (RJ)
por Silva Ramos
Dhâranâ On-line
Pedra da
Gávea (RJ):
alguns autores
acreditam
que seja uma
esfinge fenícia.
junho a setembro - 2014
17
A LENDA DE TERESÓPOLIS
JHS – Dhâranâ nº 102
– 1939 – Referindo-se
à Fundação Espiritual
Muitos anos depois, após a terrível batalha entre os
Caacupês (lunares da baixada) e os Gurupiras (solares,
ou da Montanha), nasce o Prometido, Futuro Chefe e Guia
dos Gurupiras: MORA-MOROTIN.
Vinte e um anos depois, quando MORA-MOROTIN
alcançou a maioridade, ele conduz o seu povo à «região
da fartura, da paz e da felicidade».
Era o ano 1.000 da nossa Era. Iniciava-se a
preparação do SISTEMA GEOGRÁFICO SUL-MINEIRO, com a inauguração da Embocadura de
AIURUOCA, ou a “Caverna da Luz”.
“Foi, ainda, em SÃO
LOURENÇO e em uma
Montanha Sagrada, que é
sempre a origem histórica
dos movimentos cíclicos
da evolução espiritual da
Humanidade. Haja vista:
Monte Meru, Gólgota,
Sinai, Mória, Líbano etc.,
JHS - Henrique José de
etc. O termo LOURENSouza (1883/1963)
ÇO – que tanta influência
possui em nossa vida – por
Fundador da Sociedade
sua vez, provém do laurus
Brasileira de Eubiose
latino, ou loiro, donde,
também procedem outros tantos, como lauréis
etc. ...”
INAUGURAÇÃO DAS DEMAIS EMBOCADURAS
Ano 1200 – Conceição do Rio Verde
Ano 1500 – São Thomé das Letras – Descobrimento do
Brasil
Ano 1789 – Maria da Fé – Revolução Francesa
Ano 1800 – Carmo de Minas – Avatara de Serra de Sintra
Ano 1883 – Itanhandu – Nascimento dos Gêmeos
Espirituais
Ano 1940 – Pouso Alto – Julgamento de Lusbel
“Para onde, senão para o Ocidente, anunciado
por sibilas e profetas como berço das últimas
sub-raças, a luz dessa Sabedoria teria ido? Para
que parte do mundo, senão para a América –
onde desde Cabral e Colombo se vêm recolhendo
as mônadas de todas as raças para delas sair
a raça sintética – teriam partido os deuses
protetores da humanidade? Para que região da
América, senão para o Brasil – a lendária terra
da Promissão e cujo nome representa o Agni
sagrado dos Árias – teria sido transportado o
Sanctum Sanctorum do grande povo?
Enquanto essas inaugurações ocorriam, a
Montanha Sagrada estava sendo preparada por KADIR,
que na tradição do povo local apresentava-se como um
sublime e misterioso Ser que ficou conhecido na região
como Josué Mateus.
Frase de JHS que finaliza este item,
referindo-se às Sete Cidades em torno de
São Lourenço:
“O silêncio, a quietude mística que envolve a
todas elas, serão como gotas de orvalho caídas
no coração do homem justo, sábio e bom, cujo
coração é de fato, a corola de uma Flor estranha, a palpitar noite e dia, atendendo aos aurifulgentes impulsos da Luz Divina, emanada do
único e verdadeiro Sol:
P A R A B R A H M Ã!”
Gólgota - em relação com o Cristo
Tabor - onde se deu a “Transfiguração do Cristo”
Sinai - em relação com Moisés
Meru - em relação com Krishna
Mória - em relação com os Essênios
Himalaia - Tibete – Buda Vivo da Mongólia.
Líbano - Polidorus Isurenos e Mama Shaib,
de onde saíram os Gêmeos Espirituais, mais os
Sete Egos que deveriam preparar o Mundo para a
Missão de JHS.
“Aponta-o – na sua gigantesca e apoteótica
magnificência: O DEDO DE DEUS.”
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
18
suntuoso Templo não foi aberto até hoje, aguardando o momento justo em que os fogos internos
se dignem romper suas colossais e rochosas
capas externas, lançando ao espaço... o ígneo
selo J.H.S., como a síntese de todas as Sínteses
espirituais”.
2. PROFECIAS - CITAÇÕES
www.panoramio.com
VISHNU PURANA
Montanha Moreb - MG
“E assim, na Idade Negra, a decadência moral
continuará a sua marcha, até que a raça humana se aproxime da sua extinção.
Quando o fim de tal idade estiver próximo,
descerá sobre a Terra uma parte daquele Ser
divino, que existe em sua própria natureza espiritual, dotado das OITO FACULDADES.
Ele restabelecerá a Justiça na Terra; e as mentes
dos que viverem até o fim serão tão puras como o
cristal. Os homens assim transformados, serão
como SEMENTES DE UMA NOVA RAÇA, que
seguirá, as leis da Idade de Ouro ou da Pureza,
para transformar o mundo. Dois elevados Seres,
Dois DEVA-PIS, volverão à Terra para felicidade dos homens”...
MOREB - A Montanha que vê. Será a últi-
ma Montanha do Ciclo Ariano, que recolhe em
seu seio as glórias das sete que a antecederam.
“Todas as glórias das Montanhas falarão por
MOREB. É o sinal da Consolidação. Depois,
quando todo o ciclo ariano estiver completo, um
Portal abrir-se-á através de um vulcão, no Monte Moreb. Formar-se-á em São Lourenço um
dos mais famosos vulcões do mundo, cujas lavas
acumuladas formarão a mais alta montanha do
Globo Terráqueo.”
DO REI DO MUNDO
“Então, enviarei um povo agora desconhecido
que, com mão firme, arrancará as más ervas
da loucura e do vício, e conduzirá aqueles que
ficarem fiéis ao Espírito dos homens na batalha
contra o mal. Eles fundarão uma nova vida sobre a Terra purificada pela morte das nações...”
“Então, os povos da AGARTA sairão das suas
cavernas subterrâneas e aparecerão na superfície da terra...”.
MENSAGEM DE MONTE LÍBANO,
ENVIADA A JHS POR POLIDORUS
ISURENOS, em 18 de setembro de 1935:
“Dizem as prodigiosas Sibilas que o verdadeiro
sinal da Era redentora do mundo mostrar-se-á
pela BOCA DAQUELE que, falando de LADACK... explicará seu real sentido aos que se
fizeram dignos dele. Mas, em primeiro lugar
é necessário que os mais sagrados montes da
Terra, iluminados pelos Deuses, alcancem a
dignidade de mansão das almas redimidas por
seus próprios esforços, ainda aureolados pela
supracitada palavra LADACK.”
...”Assim é o prodigioso marco do Monte Santo
mais excelso, situado ao Sul, cujo nome não é
conhecido, senão do mesmo Senhor decifrador
da Palavra Perdida. Tal Monte Santo, de ignorado nome e lugar, é a régia morada de Hélios
e Selene, protótipos do Androginismo Perfeito,
ainda que trazendo sobre seus ombros o pesado
Cruzeiro do Sexo... A entrada, o Portal de tão
Dhâranâ On-line
Nenhuma dúvida resta sobre esse tempo, após
todos os horrores pelos quais vem passando o nosso
Planeta desde o ano 1914, com duas Guerras Mundiais
e outras tantas regionais que causam a morte e a
infelicidade de milhões de Seres.
junho a setembro - 2014
HERMÉS – O TRIMEGISTO
Cumpriu-se no Monte Moreb - no dia 28 de
setembro de 1921 - a primeira etapa da profecia de Hermés ao seu discípulo Asclépias que
“a cidade para onde afluiria o novo povo seria
construída no Ocidente”.
19
ROSO DE LUNA – Capital Espiritual do Brasil
A Cidade de São Lourenço foi erguida por
LOURENÇO Duarte da Veiga, às margens do rio Verde,
em 1835.
O Dr. Mário Roso de Luna a cognominou, há
muitos anos, de Capital Espiritual do Brasil. Ao morrer,
rogava aos deuses o fizessem renascer no Brasil.
3. O BUDA BRANCO DO OCIDENTE
Não é possível falar de São Lourenço como
“Capital Espiritual do Mundo”, sem falar da História da
nossa Obra.
Assim, temos:
15 DE SETEMBRO DE 1883
Nasce em Salvador (BA) – Brasil, uma criança do
sexo masculino que recebeu o nome de HONORATO
JOSÉ DE SOUZA e que, futuramente, se apresentaria ao
Mundo como HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA.
22 DE SETEMBRO DE 1883
Com sete dias de vida a criança contrai varíola. É
desenganada pelos médicos. É salva por um misterioso
Ser (um Adepto), com ervas milagrosas.
• O fato repercutiu no Mosteiro de NarabanchiKuri - na Mongólia - onde mãos invisíveis cobriram
uma imagem do Buda, com um manto de folhas verdes,
enquanto o BUDA VIVO perdia a visão física (ficou
cego).
http://phoinixnagual.blogspot.com.br/2009_12_20_archive.html
Existe no Mosteiro de Chigat-Sé uma galeria
de Budas. São em número de sete, e o último possui a
tez branca, para indicar que o “futuro Buda sairá do
Ocidente”. Seria, pois o 32º, e sabemos bem quem ele foi.
“...Possui tez alva, olhos azuis e cabelos loiros,
enquanto os demais, são todos escuros como os nascidos
no Oriente”.
ANO 1899
HENRIQUE com 15 anos de idade. Chegara o
momento de iniciar o seu preparo para a Missão para
a qual viera para a Face da Terra. Deveria ser instruído
pelos Mestres do Oriente, aqueles que constituíam, na
época, o GOVERNO OCULTO DO MUNDO, ao mesmo
tempo em que estaria se preparando para ILUMINAR O
MUNDO A PARTIR DO OCIDENTE.
Em 2 de julho daquele ano HENRIQUE empreende
uma fuga espetacular para o oriente, passando por
Lisboa, Estreito de Gibraltar, Mar Mediterrâneo, Cairo,
Canal de Suez, Estreito de Ormuz, Oceano Índico, Goa,
Ceilão, Colombo, Calcutá, Allahabad, Delhi, Simlah,
Srinagar, Leth.
Em Srinagar tiraram do jovem HENRIQUE um
modelo (máscara) com a qual cinzelaram uma estátua
expressando o BUDA BRANCO DO OCIDENTE. Essa
estátua atualmente acha-se numa Praça daquela Cidade.
Foi inaugurada de uma maneira muito estranha:
Henrique e seu irmão Antonio
Dhâranâ On-line
No dia da inauguração convidaram para oficiar
esse ato o excelso RIMPOTCHÊ. Para isso mandaram
dois homens do povo irem buscá-lo numa liteira, uma vez
que naquela época não havia melhor veículo na região.
De súbito, viu-se RIMPOTCHÊ andando a pé. O povo
junho a setembro - 2014
20
Hermés - abril de 2014
http://en.wikipedia.org/wiki/Thikse_Monastery
Hélio Jefferson de Souza em Srinagar
simples que ele me dirigiu, pude depreender que os
Deuses não falam claramente, mas sempre deixam uma
mensagem. O que percebi das suas palavras em relação
aos locais visitados (Índia), referindo-se às dificuldades
encontradas foi:
“Desci ao Muladara, ao Chacra-Raiz do Mundo, onde dorme a Serpente Kundalini, a fim de
despertá-la, para que a Terra se ilumine para
receber Maitreia. No meu retorno para o Ocidente espero que os nossos Irmãos percebam
essa necessidade, e façam o mesmo, de forma
que cada um seja uma imensa chama no trabalho de preparo para a vinda do Grande Senhor”.
A estátua do Buda Maitreya em Thikse é de dois
andares de altura.
abriu alas e ele passou entre a multidão, encaminhando
para a estátua do Jovem Ocidental. Quando se aproximou
da referida estátua, surpreendeu a todos os presentes
sumindo por ela adentro. E nunca mais foi visto.
Assim foi inaugurada a estátua de MAITREIA.
O TRABALHO NO OCIDENTE
CR de 19 de abril de 1957
“Rimpotchê no Oriente, era o verdadeiro Dalai-Lama, razão pela qual, Ele entrou pela estátua
de Maitreia adentro, em Lhasa. Como quem diz
– alegoricamente – vem para o Ocidente onde se
encontra o verdadeiro Maitreia Buda”.
28 de setembro de 1921 – Fundação Espiritual
(Manoel Tenreiro Correia) – Dhâranâ nº 102 - 1939
Em 1999 - 100 anos depois - o V. Hélio Jefferson
de Souza, acompanhado de um grupo de Irmãos, foi até
Srinagar. O Sol nascido no Ocidente foi até o Oriente
iluminá-lo. E assim ele foi visto, reconhecido e exaltado
pelos Adeptos e outros Seres de Hierarquia que, de perto e
de longe, o honravam.
Tive o privilégio de receber uma ligação telefônica
do V. Hélio, quando já se encontrava em Nova Delhi
– retornando ao Brasil. Nas palavras aparentemente
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
“E, assim, naquele ano de 1921, nas proximidades do insignificante e desconhecido burgo,
sobre o “morro da Esperança”, em cujo cume
contemplamos hoje o grandioso monumento da
FRATERNIDADE UNIVERSAL, o arregimentador das mônadas da nossa raça, assumia o
compromisso, tendo por testemunha a Terra
inteira, de construir a Barca de Salvação que
servisse de celeiro às “sementes” da raça a que
hoje pertencemos. E, de quebrada em quebrada,
até eles chegou a voz do Oriente, clamando:
CHEN-RAZI! CHEN-RAZI!
21
SÃO LOURENÇO
Em visita ao nosso Mestre, em 15 de setembro
de 1933, Dalma Dorge - Secretário particular do Buda
Vivo - relatou-lhe a última visão deste. Sua Santidade,
além de recuperar a visão física que perdera há muitos
anos (1883), descreveu com detalhes os nossos Mestres,
subindo a Montanha Moreb, no dia 28 de setembro de
1921, proferindo, entre outras, a seguintes palavras:
“Meus dias estão chegados!... Eis meus sucessores a quem passo o meu madeiro!... Aquele é o
meu sucessor!... mas, no país do Ocidente! Sobre ambos paira o Cavaleiro das Idades, montado em seu Cavalo Branco. Mais acima está a
majestosa efígie daquele que virá como Chenrazi, o Espírito Misericordioso da Montanha,
cujo nome é MAITREIA BUDA, ou o CRISTO
UNIVERSAL”.
ECCE ORIENTE LUX - ECCE OCIDENTE
LUX
Ano 1924 - O 31º Buda Vivo deixa a Face da Terra e
muda-se para a Pedra da Gávea.
Ano 1928 – 28 de abril – HENRIQUE recebe o Bastão
de Comando da Obra na Face da Terra.
O DEUS-HOMEM (HJS) torna-se o HOMEM-DEUS
(JHS).
“EIS A LUZ NO OCIDENTE”
5. EFEMÉRIDES DA OBRA – EM SÃO
LOURENÇO
28 de setembro de 1930 – Inauguração da
Confraria Jina
Dhâranâ nº 102:
“E São Lourenço, pequeno e insignificante burgo afogado em lamaçais até o ano 1921, começou desde então a sentir a benéfica influência
dessas Duas Augustas Presenças”.
No interior da Montanha Moreb pelos excelsos
Gêmeos Espirituais, quando Estes visitaram a cidade de
São Lourenço pela segunda vez.
O Progresso experimentado a partir de 1921
PANTEON JINA DO MONTE SANTO LOURENÇO
PRABASHA DHARMA - MONTANHA MOREB – 4ª
VISITA DOS GÊMEOS.
Livro de Presenças do Hotel Miranda
(28 de agosto de 1933) –
“Antes de deixarmos o Hotel Miranda, onde
estávamos hospedados o seu proprietário nos
pediu para deixarmos no Livro de Impressões,
as nossas sobre São Lourenço, seu hotel etc.,
etc.”.
“A primeira vez que pisamos neste solo abençoado, foi em 1921, quando atendendo à Voz
da Consciência, buscamos este recanto maravilhoso de nossa Terra, e onde a Natureza sempre
“Protegida pelos deuses, sede dos JINAS do
BRASIL, na cidade de São Lourenço, não
podiam deixar de se manifestar todos os poderes consagrados, por Leis, de cuja existência
nossos infelizes antepassados não tinham a
menor ideia. Daí aquele progresso vertiginoso e
quantos encantos excepcionais com que eles se
espantavam e nós, seus descendentes, achamos
naturalíssimos...”
Dhâranâ On-line
8 de fevereiro de 1933 – Inauguração Círculo de
Resistência
junho a setembro - 2014
22
“Detém-te aqui! Este é o Lugar santificado
pelos Deuses invisíveis – os mesmos, que doravante, guiarão os teus passos pela excelsa
Vereda que de há muito trilhas, mas que, em
cada encarnação mister se faz que outros te
façam lembrar quem és, donde vens e para onde
vais... E contigo, o vultoso número de “almas
peregrinas”, que devem seguir fielmente os teus
passos.”
“Para aqueles que te não compreenderem, este
Fogo Misterioso, que outro não é senão, o do
Verbo Divino, continuará apenas, como “o ígneo
elemento”, que concorre para o assombroso
metabolismo que se processa, no Seio da Terra,
convertendo-se em “Águas miraculosas”, que
curam ou aliviam os sofredores do corpo; enquanto que o Outro, o Verbo Solar ou Divino, é
o Mesmo que, através de privilegiadas Bocas,
tanto no passado, como no presente e no futuro,
hão de curar a quantos se achem maleficamente
“doentes do Espírito”...
E a Voz do Ígneo elemento continuou:
“Toma as tuas preciosas Ferramentas de
“Obreiro do Grande Edifício Humano”, pois
que, dentro em pouco darás início à Construção de mais outro, cujo inconfundível valor, no
entanto, não te desobrigará de passares pelos
mais dolorosos sofrimentos, mas, será um dia o
orgulho do privilegiado País, cujos aurifulgentes
destinos lhe darão o direito de abrir uma nova
página na História Humana...”
“E os Deuses exultaram de contentamento, por
verem assim realizados os seus próprios desejos,
isto é, de que seria, esta parte do Globo, como
Nova Canaã ou Terra da Promissão, donde
todos os povos, acossados pelos terríveis vendavais deste fim de ciclo, tomariam como abrigo
seguro, em pleno momento e depois de tamanha
devastação (sim, a guerra que alguns anos depois teve lugar e continua devastando o nosso
planeta)”.
São Lourenço, 28.8.33 – H. J. Souza – Pres. da S.T.B.
Dhâranâ On-line
21 de dezembro de 1933
É INAUGURADA A
VILA HELENA, EM SÃO
LOURENÇO
A Chave de
Pushkara é enterrada sob
os 16 degraus da escada de
entrada.
Hermés - abril de 2014
em festa, não cessa de cantar os seus régios
valores...”.
“Mais adiante, ao nos referirmos à segunda vez
que viemos a São Lourenço, ou arcano II...”.
“Sim, foi neste privilegiado Lugar onde, há dez
anos, o Fogo Sagrado se manifestando, como a
Moisés, através da “Sarça ardente”, assim nos
falou”:
Nela (Vila Helena)
se concretizam as
mais profundas abstrações filosóficas.
Inauguração da Vila Helena em
Nela se encontram
21.12,.1933
todas as ciências conhecidas e ocultas representadas por símbolos
que passam despercebidos aos olhos dos profanos, mas revelam, a quem os saiba interpretar,
quantos mistérios encobre a gênese Universal,
sua evolução e seu fim. (Manoel Tenreiro Correia - Dhâranâ nº 102 - 1939)
28 de setembro de 1940 – EXPOSIÇÃO DA CHAVE
DE PUSHKARA
Exposição da CHAVE DE PUSHKARA no
Santuário da STB – São Lourenço - durante 78 horas,
depois de ter ela percorrido algumas ruas de São
Lourenço.
Sob as ordens e orientações do Supremo Senhor
Akbel, os Munindras de São Lourenço retiraram a Chave
de Pushkara da Vila Helena, e, num significativo cortejo
de automóveis perpassaram por várias ruas de São
Lourenço – a Shamballah na Face da Terra – à guisa de
uma tessitura de natureza cósmica.
Após esse percurso pela Capital Espiritual do
Mundo, o precioso Objeto foi conduzido de trem até à
cidade do Rio de Janeiro.
9 de setembro de 1942 – Inauguração do Templo
do Caijah
Este Templo acha-se nos Mundos Interiores, logo
abaixo do Templo de São Lourenço. Este se liga àquele
através do Templo do Mecatulan.
15 de setembro de 1942 - MUDANÇA DOS
GÊMEOS ESPIRITUAIS PARA SÃO LOURENÇO
Mudaram-se exatamente seis dias após a inauguração do
Templo do Caijah. Residiram em São Lourenço durante
seis anos, tendo retornado ao Rio de Janeiro no ano 1948.
junho a setembro - 2014
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30 de junho de 1949 - É REVELADO O NOME DA
MONTANHA SAGRADA MOREB
Meio século da Fundação Cíclica da Obra em
Itaparica, o excelso Senhor Rabi Muni, no Ritual das
18 horas, revela o nome da Montanha Sagrada de São
Lourenço: MOREB.
9 e 10 de março de 1955 – Mudança para São
Lourenço
Dia da visita do Buda Celeste ao Templo. Nessa
mesma data ocorreu a nova mudança dos G.E. (que
residiam em São Paulo desde 17 de agosto de 1952),
para São Lourenço. A mudança completou-se no dia 10.
Templo de São Lourenço - inaugurado em 24.2.1949
6 de março de 1958 - MUDANÇA DOS “GE” PARA
SÃO PAULO
Os Gêmeos que estavam residindo em São
Lourenço desde março de 1955.
24 de fevereiro de 1962 – Fundação do 1º Quadrante
Cósmico
Estiveram na Vila Helena, os Dois Budas da Era de
Aquário, trazidos por Helena Iracy, além de Pio XII, como
o “Vigilante Silencioso”.
25 de fevereiro de 1963 - CRIAÇÃO DO NOVO
PRAMANTA
6. FATOS MISTERIOSOS – EM SÃO
LOURENÇO
Helena Jefferson de Souza, Henrique José de Souza e
Antonio Castaño Ferreira
28 de janeiro de 1944
Transferência da Sede e Foro da SBE, da Capital
Federal (Rio de Janeiro) para a cidade de São Lourenço
(MG) - Brasil. O Edital publicado no Diário Oficial,
Secção I, de 26 de fevereiro de 1944, à página 3163.
6 de fevereiro de 1944
NASCIMENTO DE HERMÉS JEFFERSON DE
SOUZA (São Lourenço). Último filho dos nossos Mestres
e único nascido na Capital Espiritual do Mundo.
24 de fevereiro de 1949 - INAUGURAÇÃO DO
O nosso V. I. Toninho (Antônio José Silva Jundiaí), relembrou-me, recentemente, de ter-lhe dito
em certa época que “a Iniciação exige mistério”. Esse
meu modo de pensar abrange a Iniciação, naturalmente,
em todas as suas possibilidades, mas, sobretudo, no
fato de que num Colégio Iniciático os conhecimentos
devem ser conduzidos do Céu para a Terra (portanto de
forma misteriosa), de modo que a Ciência Iniciática das
Idades não seja substituída pela Ciência dos Homens
(experimentadora) que, analisa, em primeira instância, os
interesse pessoais de cada um.
Tudo na vida é Iniciação! Voltaire caracterizou, em
poucas palavras, os benefícios dos mistérios, ao dizer
que, “entre o caos das superstições populares, existia
uma instituição que evitou sempre a queda do homem em
absoluta animalidade: a dos Mistérios”.
TEMPLO DE SÃO LOURENÇO
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
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http://gitanaamaya.blogspot.com.br/2011/04/brasil-historia-do-povo-cigano.html
Um grupo de ciganos esteve na viagem de Henrique
e Helena a Portugal e Índia.
Em fevereiro de 1962 - Antes da Fundação do
Primeiro Quadrante Cósmico, esteve na Vila Helena um
Grupo de 13 Ciganos e, mais tarde, outro grupo de 98.
•Legião de Anjos nos Céus de São Lourenço
– 31 de julho de 2000
No dia da descida da V. Dona Helena, durante
todo o dia o céu de São Lourenço cobriu-se de nuvens
movimentando-se do poente para o nascente. Não
era difícil perceber que se tratava de legiões de Anjos,
saudando a Mãe Divina.
Ciganos
Mas não é disto que quero falar, mas sim de
mistérios em relação com a Cidade de São Lourenço, dos
quais anotei quatro, sendo que três deles foram vivências
minhas.
•O Mistério dos Ciganos
Falando de um Bairro que surgia em São Lourenço,
nosso Mestre registrou:
Dhâranâ nº 124 - “Kara-Mara gigo Asgardi”
(o POVO ELEITO expulso da Terra Santa).
No dia em que fomos visitar os referidos terrenos, divisamos do lugar onde estávamos um
novo bairro, semelhante a um presépio, pela
maneira com que estão arrumadas as casas,
a cavalo do morro, formando uma curvatura à
guisa de ferradura.
Mas, como os seus residentes e proprietários
entendam, de Cartomancia e Quiromancia,
logo nos acudiu à memória, o esoterismo de tão
estranho chalezinho. Nele, residem os chefes de
um grupo de ciganos, que tomou S. Lourenço
por apoteose final da sua existência...
Começamos por dizer que, faz parte do referido
“mistério”, a escolha para habitação, e até, de
preferência, para os seus acampamentos, etc.
os lugares da “letra C”, ou que tinham o som de
Q e K.
Em S. Lourenço, por exemplo, não mais encontraram lugar no “Bairro Carioca”. Então, os
nossos “amigos ciganos”, preferiram os terrenos da “Vila Carneiro” para fazer jus à letra
“C”.
A história da nossa Obra registra que os ciganos
de São Lourenço auxiliaram KADIR (Josué Mateus) a
preparar a Montanha.
Dhâranâ On-line
•Ritual na Montanha, em homenagem aos
Três Reis dos Cavalos Alados
Num determinado ano, muito antes de assumir a
função templária que exerci durante 20 anos, estava em
visita a São Lourenço, e fui convidado pelo V. Renato
Carvalho (Cel. Renato) para fazer uma saudação a
AKDORGE, em referência a sua vinda de Oriente para
Ocidente, juntamente com KADIR e AKADIR, fato que
ocorrera no ano de 1963.
Iniciado o Ritual, eis que surgiram três cavalos
vindos do matagal próximo, os quais se colocaram de
frente para a Pedra, onde estávamos.
Ali permaneceram durante todo o Ritual. Findo,
este, deixaram o local da mesma forma que vieram. Sem
ninguém para conduzi-los.
•As duas crianças que entraram no Templo
– Santuário
Eu residia em São Paulo. Domingo à tarde. Horário
de visita ao Templo.
Estava juntamente com a minha esposa e mais o
Antônio (Português), conversando no átrio do Templo.
Subitamente passaram por nós em desabalada carreira,
duas crianças de mais ou menos 6 anos, adentrando
o Santuário. A corda que fica estendida para impedir
que as pessoas acessem o Santuário não foi suficiente
para barrar as duas crianças. Quando percebemos, elas
estavam em torno da Pira, brincando com uma grande
bola azul.
Pressurosos, e ao mesmo tempo temerosos de que
elas pudesse atingir a Taça com a bola, fomos até elas, e
delicadamente as retiramos dali.
Ao chegarmos do lado de fora, imediatamente
surgiu um mulher que as levou do local.
junho a setembro - 2014
25
Curiosidades:
• As crianças aparentavam 6 anos de idade, a mesma de quando os Budas adormeceram em 1955.
• Uma era morena, vestia uma camiseta vermelha e
um calção verde (Buda Terreno).
• A outra era loira, vestia uma camiseta verde e um
calção vermelho (Buda Celeste).
• Conduziam uma bola azul (Globo Azul).
Como era meu hábito, antes de viajar para São
Paulo, naquela tarde fui até à Clínica São Lourenço, onde
se encontrava o V. Vidal e contei-lhe o acontecido, na
esperança de que ele me confirmasse ter presenciado a
visita dos dois Budas ao Templo.
Para minha decepção, o seu comentário se resumiu
a: “alegorias da Obra”.
E nada mais disse. Mas em mim a cena e o mistério
ficaram gravados.
O PRESENTE
Chegamos ao ano 2014. Este
ano 2014 pode ser simbolizado pelos
DOIS BUDAS, com o valor de 7 cada
um deles.
responsabilidade de conduzir a Obra
dos Deuses na Face da Terra, e mantêla vitoriosa, vibra o Sol Central do
Oitavo Sistema, em torno do qual
gira a vida em todos os planos. E isto
se faz através dos Templos, através
daqueles que estão nos Templos que
continuam como local de santidade!
O BUDA CELESTE: LPD
– na Montanha Moreb; O BUDA
TERRENO: HJS – no Monte Ararat.
Sim, o equilíbrio expresso no Arcano
14.
Se pensarmos nos Três Teotrins:
CELESTE, TERRENO e HUMANO,
com o valor de 7 cada um, termos,
Arcano 21.
http://www.espiritualismo.info/arte_divinatoria.html
Mas há também o BUDA
HUMANO: a Tríade JHS – Face da
Terra.
Há muito que os nossos atuais
Supremos Dirigentes, Hélio-SeleneJefferson, arcam com o sofrimento
e a dor contidos nos mistérios do
Arcano 12, perante a Obra, perante
os Irmãos, perante o Brasil, perante a
Humanidade.
PARA COMPLETAR OS
MISTÉRIOS DOS 22 ARCANOS
MAIORES: Laurenta, A Vitória, falta um, ou seja, a
Instituição que está presente através da 66ª Convenção
da SBE em São Lourenço que, por sua vez, remete-nos ao
Arcano 12.
Ora, todas as vezes que a OBRA, na face da terra,
NÃO vibra com os valores do Arcano 21 (dos Três
Teotrins), mas sim com o inverso, ou seja, o Arcano 12,
a Consciência de Obra tantas vezes exigida, e necessária,
faz com que alguns sejam sacrificados, porque assumem
o papel de Iocanans.
Eis o Equilíbrio que precisamos e devemos fazer
funcionar neste ano que nos traz tantas esperanças,
e exorcizar as sombras contidas o Arcano 12, para
podermos alcançar o esplendor do Arcano 21, e os lauréis
da Vitória do Arcano 22.
Sim, pois através daqueles que têm a
Dhâranâ On-line
Estão sendo sacrificados de mil
e um modos, seja pela incompreensão
dessa mesma humanidade, seja pela
incompreensão dos próprios Irmãos
da Obra!
E por que isto ocorre?
1. A FALTA DE CONVICÇÃO
A história de Parsifal
Quem conhece a obra Parsifal, sabe que além dele
existiam outros personagens importantes:

Anfortas – O Rei do Graal, cujo Templo encontrava-se no Monte Salvat.

Klingsor – O Senhor do Mal.

Kundry – A Alma humana.
Anfortas trazia há anos uma chaga que não parava
de sangrar e era causa de um sofrimento horrível. Como
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guardião do Graal, tinha sob a sua responsabilidade a
guarda da Lança e a do Cálice (mistérios do Gólgota).
Caiu nas tentações de Kundry, o que o obrigou a lutar com
Klingsor, para quem perdeu a Lança com a qual foi ferido.
Sua ferida somente se cicatrizaria quando chegasse um
“Prometido” (Parsifal). Ao se defrontar com o Graal e
com Anfortas, Parsifal deveria perguntar a razão da sua
dor. O encontro aconteceu, mas Parsifal, na sua pureza
(os puros não vêm o mal, mesmo quando são motivo
dele, pois não há mal no seu coração) não fez a pergunta
esperada, mesmo porque desde criança lhe fora ensinado
que nunca fizesse perguntas.
Foi, então, expulso daquele lugar sagrado, e
passou anos peregrinando (iniciação), até que adquiriu
a consciência que lhe permitisse retornar ao Templo,
quando, então, fez a pergunta que propiciou a cura da
ferida de Anfortas e o direito de substituí-lo, como Rei do
Graal.
• O reconhecimento do Graal. A aceitação. O compromisso.
Há uma enorme semelhança entre nós (membros
da Instituição SBE) e Parsifal. Com frequência –
repetidas vezes - acontece conosco o mesmo engano
cometido por Parsifal.
Fitamos o Graal, mas não o reconhecemos. E não
o reconhecendo, não o aceitamos. E não o aceitando,
permanecemos no Mundo como Peregrinos da Vida, até
que a dor e o sofrimento nos conduzam novamente, à
Capital Espiritual do Mundo, e, mais uma vez, às portas
do Templo.
Quantos retornam? Só a Lei o sabe. O fato é que
enquanto houver um só que seja fora do caminho, a ferida
de ANFORTAS não se cicatrizará.
Quem carrega hoje a DOR DE ANFORTAS? Quem
traz a ferida que não se cicatriza?
Resposta:
O TEOTRIM HUMANO: a sublime TRÍADE JHS
que, na Face da Terra, sofre a dor da humanidade inteira.
Carrega essa dor que, de tão pesada, faz-lhes sofrer o
seu impacto nos membros inferiores: a pernas, já que
os pés do Peregrino continua o seu caminhar infinito,
procurando salvar a humanidade.
Quem, entre nós ignora esta realidade?
A humanidade tem à sua frente os DISCÍPULOS
DA SBE, por deveres e direitos adquiridos que somente
a MUNINDRAS é possível acontecer - pois nos
Dhâranâ On-line
Parsifal
“Fitamos o Graal, mas não o reconhecemos. E não o
reconhecendo, não o aceitamos...”
foram concedidos pelo CHACRAVARTI, e mediante
COMPROMISSO NOSSO.
A nós, pois, em primeiro lugar, cabe a insigne
RESPONSABILIDADE, a insigne MISSÃO, o insigne
DEVER de não permitir que a CHAGA DE ANFORTAS
se mantenha sangrando!
2. O CAMPO DE KURUSHETRA
O processo iniciático, ou seja, fazer parte da SBE,
visitar ou morar em São Lourenço, conduz-nos a três
tempos bem distintos:
• O PRIMEIRO TEMPO: O ENCANTO
Inicia-se quando entramos para a SBE. Ao
tomarmos conhecimento dos ensinamentos de JHS
julgamos que somos deuses, começamos a NOS colocar
acima da humanidade; sentimo-nos no Céu. Pensamos
que somente os conhecimentos divulgados pelo Eubiose
são verdades, enquanto que o resto é mentira. Somente
nós nos salvaremos, mesmo porque nos foi dito que
somos os salvadores da humanidade.
junho a setembro - 2014
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• O TERCEIRO TEMPO: A REALIDADE
O despertar e a compreensão dos dois tempos
anteriores. Viver a “Vida Interna”.
É também o tempo do PERDÃO, ou seja, SABER
PERDOAR, para SER PERDOADO.
ENQUANTO A INSTITUIÇÃO PERMANECER
NO CAMPO DE KURUSHETRA,
PREVALECERÃO A DOR E O SOFRIMENTO
CONTIDOS NO ARCANO 12.
ENQUANDO A INSTITUIÇÃO PERMANECER
NO CAMPO DE KURUSHETRA, A FERIDA
DE ANFORTAS NÃO SE CICATRIZARÁ.
Revista Dhâranâ nº 124 – Ano 1945 - o Mestre escreve:
Situação idêntica acontece quando vimos morar em
São Lourenço. Pensamos que penetramos no Céu, e surge
em nós a mesma sensação de que somos Deus.
• O SEGUNDO TEMPO: O DESENCANTO
Manifesta-se a dúvida. Começa um sentimento
de que somos iguais a todos os demais seres da Terra
e que em nós nada de novo aconteceu. Começamos a
desacreditar nos ensinamentos recebidos, mesmo porque
estes exigem elevação, renúncia, sacrifício, presença. E
isto não é tão fácil. É melhor deixar para depois, mesmo
porque nos Graus era mais fácil, pois havia os Instrutores
que nos ensinavam e diziam como fazer isto ou aquilo.
Agora somos nós mesmos que temos que fazer e não
somos nada daquilo que imaginávamos.
Aqueles que vieram morar em São Lourenço,
pensando ter vindo para o Céu, perceberam que apenas
armaram uma barraca na porta do Céu, mas nunca
penetraram nesse mesmo Céu.
Na América do Norte foram construídos Templos, de comum acordo entre as diversas religiões, para, nos mesmos realizarem as suas
cerimônias religiosas. Um deles, é a Capela
dos Sinos Amigos, em Ohio, como “símbolo da
fraternidade entre os homens”, e onde oficiam
católicos, protestantes, judeus etc., etc.”.
E continua o Mestre:
Que diferença enorme para o que se passa em
nossa própria Terra; onde as religiões em vez de
seguirem tão magnífico exemplo, se dão combate mutuamente, quer do púlpito, quer nos seus
jornais e panfletos distribuídos mensalmente...!
Porém... os tempos são chegados. E ai daqueles
que não aceitarem as novas diretrizes da aurora
espiritual que começa a raiar no horizonte do
mundo.
E eu me pergunto: que diria o nosso Mestre
hoje, vendo a Instituição se debatendo no Campo de
Kurushetra?
E na mesma revista, ELE planta dentro do nosso
coração a ESPERANÇA, dizendo:
Na fase do “Desencanto”, morando, ou não em São
Lourenço, encontramo-nos no Campo de Kurushetra, o
mesmo que Krishna, no seu Carro Celestial – acima da
batalha que embaixo ocorria - mostra ao seu discípulo
Arjuna.
Absolutamente, nunca, jamais eu estaria
qualificando os Irmãos de Magos Brancos e Magos
Negros; de Solares e Lunares. Somos todos Irmãos, de
uma mesma categoria. E aqui cabem os ensinamentos
contidos no Salmo que diz: “ramos de uma mesma árvore
não podem dar frutos diferentes”.
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
“Porque está escrito nas páginas dos mais altos
e sagrados livros da humanidade, desde aqueles que codificam e eternizam as experiências
divinas e filosóficas da Índia, as tradições de
eternidade do Egito, até ao Velho e Novo Testamento, que rasgaram, no Ocidente, o proscênio
da civilização cristã, que as hostes do mal tentarão sempre contra a alma humana e contra as
legiões construtivas do Bem, mas que estas últimas hão de ser sempre vitoriosas, permitindo
que o espírito dos homens faça surgir das trevas
momentâneas novos dias luminosos para a evolução do pensamento e da vida”.
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Pois bem, o equilíbrio que tanto almejamos,
que tanto sonhamos, que tanto esperamos somente se
dará quando todos os PARSIFAIS da OBRA tiverem
abandonado o CAMPO DE KURUSHETRA e retornado
ao Templo, à Casa de Deus.
Quando todos - como ARJUNA - estiverem
cavalgando no Carro de Krishna - o Arcano 7 – O Carro
da Lei, a Mercavah Celeste que todos temos que alcançar
um dia.
Aí, sim, estaremos como espectadores de uma
ilusão que não é mais nossa, pois estaremos VIVENDO A
REALIDADE, CULTIVANDO O PERDÃO.
Em determinado momento da História da nossa
Obra, quando o nosso Mestre dizia que Roncador e Vila
Velha se fundem em Niterói... com vistas, naturalmente
à tragédia dos Bhante Jauls e à transferência do Governo
Espiritual do Mundo de Oriente para o Ocidente, via
ele interminável fila de almas (Mônadas) peregrinas se
dirigindo de todas partes do Globo para se encarnarem no
Brasil.
É essa mesma REALIDADE a que me refiro que
– no Ano 2005 - fez com que o mesmo fenômeno se
repetisse, ou seja:
Almas (Mônadas), de todo o Globo um uma
procissão interminável se dirigiam a São Lourenço,
com vistas ao acontecimento que se daria no dia 28 de
setembro daquele majestoso Ano.
Viram esse fenômeno todos aqueles a quem foi
dada essa dignidade.
O FUTURO
Vs. Jefferson Henrique de Souza, Hélio Jefferson de Souza, Selene Jefferson de Souza
Quem somos nós para falar do futuro. Nem os
Deuses puderam defini-lo com precisão. Podemos,
no entanto, vislumbrá-lo, com base no que ocorre no
presente, e com base no que nos foi ensinado, e, acima de
tudo, CONFIANDO, ACREDITANDO e CONVICTOS
naquilo que nos foi dito pelo SUPREMO REVELADOR.
São Lourenço – marca o fim do Itinerário de IO
22 para 23 graus de Latitude Sul – Trópico de
Capricórnio
Este Itinerário foi cumprido em 2005. Iniciouse um outro, mas já agora partindo de São Lourenço:
MONTE MOREB, em direção ao Roncador: MONTE
ARARAT, e que deverá ser cumprido nos próximos 1.000
anos, tendo Hélios e Selene à nossa frente, como nossos
Manus e Condutores, mesmo porque, segundo nos foi
ensinado, neles estarão os GÊMEOS ESPIRITUAIS
através de oito encarnações que farão no referido período.
Dhâranâ On-line
SÓ ENTÃO ACONTECERÁ, VERDADEIRAMENTE,
O FUTURO.
Mas esse período, essa passagem de “presente para
o futuro”, exige o semear das sementes, e o cuidar para
que elas brotem, cresçam, floresçam e frutifiquem.
Todos os grandes Seres quando vêm a Face da
Terra, trazem consigo a sua Corte. Assim aconteceu com o
nossos Mestres. Assim acontece com os Vs. Hélio, Selene
e Jefferson.
A corte hoje somos nós. Nós somos Vidal; nós
somos Ferreira. A nós cabe hoje a responsabilidade
de ajudar a conduzir a Obra até o futuro. Nós somos a
Esperança do Mestre. Nós somos a esperança de HÉLIOSELENE-JEFFERSON.
E não é por outro motivo, senão o da força do
SANGUE DO MANU, que as novas sementes estão
brotando com toda a pujança exigida pelo momento atual.
junho a setembro - 2014
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ostensiva, ou seja, atuam através de outras energias, em
outro plano.
Assim, vimos:
HÉLIO FILHO – tem feito um trabalho
belíssimo, tentando consolidar a mentalidade
e a consciência de uma política sã no nosso
meio. Para isso incentiva com a sua presença,
eventos os mais diversos, com o apoio e a
participação de valorosos Irmãos que ouviram
o seu chamado.
E mais, muito mais que isso, vem
percorrendo o SGR, por anos seguidos,
consciente do significado dessa peregrinação. Os seus
pronunciamentos não deixam dúvidas sobre a nobreza do
sangue que corre em suas veias.
SÉRGIO HENRIQUE – A presença na
política de São Lourenço, como fez o seu
Pai em tempos passados, como membro
da Câmara Municipal. Tem sido uma luta
constante no anseio não só de dar dignidade
àquele parlamento, como para cumprir um
sonho do nosso Mestre.
NEUSA – Trabalho semelhante ao seu Irmão,
Hélio - semelhante sim, mas perseguindo um
outro objetivo. Também por anos seguidos
percorre o SGI. Esforço que começa a
esplender com a inauguração – em 2013 - da
primeira sede própria, e respectivo Santuário
- dos Sete que pretende construir - na Quarta
Cidade, ou seja, Nazaré.
Para isto tem contado com o apoio
dos Irmãos, e muito mais que isto, com a
participação, esforço e denodo da sua irmã
GLÓRIA HELENA que pouco aparece, mas
que surge neste novo cenário exigido pelos
novos tempos, com vitalidade admirável.
E há a presença, o sacrifício e o esforço
daqueles que não estão em evidência, por
que não lhes cabe, o trabalho de natureza
Estou falando dos filhos da V. Selene, cujos nomes
tenho a honra e o privilégio de pronunciar bem alto:
LIZIA, ANA MARIA e HENRIQUE. Da mesma forma
que os filhos do V. Hermés: ALINA e ARIEL. E mais ainda
a ANA CRISTINA, filha do V. HÉLIO. Quem com eles
convive sabe do que estou falando.
Já o diz o Mestre Gulab-Sing (Kut-Humi):
“No mundo existem diversos Seres de futuras rondas
trabalhando a seu favor.”
OS TRÊS SISTEMAS GEOGRÁFICOS
Há muito nos foi dito que os Três Sistemas
Geográficos precisam estar completos, precisam
funcionar harmonicamente, da mesma forma que Corpo,
Alma e Espírito. Qualquer dos três que não esteja bem,
os demais sofrem a consequência. Assim, São Lourenço:
Espírito. Itaparica: Alma e Xavantina: Corpo, precisam
estar completos e em harmonia.
Sem os três Sistemas Geográficos em harmonia,
o espiritual não se realiza.
Por isto disse JHS:
“Quem quiser encontrar a Verdade em nossos estudos, não deve fazê-lo através de um só... Acontece muitas vezes, que a resposta mais transcendente se acha em outro. Resta, arrancar o Véu
espesso de Maya de diante dos olhos.”
E disse mais:
“Quanto à Flor de Lis ao candelabro das três
velas à Viña (ou Lira) de Shiva à letra hebraica
Shin representam uma só e mesma coisa... digamos, a Tríplice Manifestação do Logos Criador,
tanto no Universo, como no homem. Finalmente,
sua expressão terrena: o GOVERNO ESPIRITUAL (e oculto) DO MUNDO.”
Vs. Henrique, Ana Maria, Selene, Lízia, Alina, Ariel, Ana Cristina e Hélio
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
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Davi
UFANISMO?
Salmo 121
Nas suas virtudes está dito:
Quando reinam a justiça, a paz e a
união, reina a prosperidade.
E no versículo VI está escrito:
Seja feita a paz no teu exército, / e
abundância nas tuas torres.
Enquanto que o versículo VII contém:
Por causa de meus irmãos, e de meus
vizinhos, / pedi eu a paz para ti.
Salmo 132
No versículo I está escrito:
Quão suave é habitarem os irmãos
em união!
Temos, sim, que nos ufanar de sermos brasileiros e
de pertencermos às fileiras da SBE.
O Hino “Spes Messis in Semine”, assim nos ensina:
“Nós Somos a Semente da Raça do porvir”. Sim, somos
Semente de uma Nova Raça.
Não somos os melhores, como a nossa excelsa Mãe
já o dizia – e eu tive a oportunidade de ouvi-la confirmar
que: “NÃO SOMOS MELHORES DO QUE NINGUÉM;
SOMOS APENAS DIFERENTES”. E isto nos dá uma
enorme responsabilidade.
EXORTAÇÃO
Eu não saberia terminar essa nossa conversa, sem
uma exortação:
Para isso escolhi palavras, ideias e imagens
iluminadas de seres que deixaram um rastro indelével,
como luz a nos guiar:
JHS
Carta-Revelação de 8 de
novembro de 1956
“Irmãos, sede unidos, sede bons, irmãos e companheiros, uns para com
os outros. O orgulho e a vaidade retiram a fama, sim, a fama da bondade e da inteligência. Fama que deve
ficar para trás de nós, e não na nossa
frente, para não haver vaidade e orgulho...”
Cecília Meireles
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem
mais.
Multiplica os teus braços, para
semearem tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro.
Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Carta-Revelação de 23 de fevereiro de 1959
Olavo Bilac
Criança!
Não verás país nenhum como este:
Imita, na grandeza, a terra em que
nasceste!
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
“...Eu peço aos Irmãos... peço mesmo... a vereda - como falei de manhã - a vereda é árdua, é
dura. Há de haver em todo o tempo no caminho
do Discípulo, seja ele qual for, muitos choques, e,
para levar este juramento avante há necessidade
de que haja muita compreensão entre os Irmãos,
entre todos os Irmãos... Meus filhos!... Filhos
de Allahmirah!... Se houve mal-entendido, mágoas, egoísmo, é difícil, é impossível que cheguem
ao topo do nosso mastro. Por isso, quando encontrarem as pedras do caminho: intrigas, as maledicências, antes de fazerem um juízo, procurem
sentir dentro de si a verdade, dentro de cada um,
a Verdade dessa Obra única e verdadeira, para
levardes avante o juramento que fizestes, já que
não recuastes diante de Allahmirah, diante de
MIM.”
31
SE NÃO SERVIMOS ÀS QUATRO ORDENS,
ESTAREMOS SERVINDO A NENHUMA DELAS.
SE NÃO SERVIMOS AOS TRÊS IRMÃOS,
ESTAREMOS SERVINDO A NENHUM DELES.
HAVENDO PAZ ENTRE NÓS,
HAVERÁ PAZ NO MUNDO!
CONCLUSÃO
Poderão dizer: “falar é fácil; mas como realizar
tudo isto”?
Não há dificuldade.
• Há, sim, desamor, vaidade, intolerância, orgulho, inveja.
• Há falta de coragem para dizer o que deve ser
dito.
• Há falta de coragem para fazer o que deve ser
feito.
Por isso eu peço perdão à Lei;
Peço perdão aos Vs. Hélio, Selene e Jefferson;
Peço perdão a todos os membros do Apta;
Peço perdão aos nossos Irmãos;
Peço perdão aos meus Superiores e aos meus
subordinados;
Peço perdão aos meus iguais;
Peço perdão aos meus amigos e aos meus inimigos;
Peço perdão à humanidade.
Pelo que fiz e pelo que deixei de fazer;
Pelo que farei e pelo que deixarei de fazer.
E se existir alguém que esteja necessitando do
meu perdão, sinta-se perdoado!
VIVA SÃO LOURENÇO!
VIVA O BRASIL!
VIVA A TRÍADE JHS!
VIVA A NOSSA OBRA!
Templos: São Lourenço,(SGSM), Itaparica (SGI), Nova Xavantina (SGR)
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
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SINARQUIA PLANETÁRIA NO SÉCULO XXI:
governo e a sociedade do conhecimento
RONALDO LYRIO BORGO
“Um governo deve se fazer amar para ser respeitado. O governo que se faz temido não pode
deixar de ser odiado. E a História o confirma, quer no passado, quer no presente, como
o seria no futuro se as coisas caminhassem do mesmo modo. Tal governo é aniquilado por
suas próprias mãos, não importa como, mas o fato é que nunca o deixou de ser.” (Pequeno
Oráculo - Prof. Henrique José de Souza)
O tema vem a propósito de estabelecer um diálogo
sobre conhecimento e governo no século XXI, como tema
sociológico fora dos ciclos acadêmicos, porém inserido
e aderente aos novos paradigmas antiglobalizantes da
sociedade do conhecimento, principalmente difundidos a
partir dos Fóruns Sociais- Mundiais ocorridos até então.
Atualmente é muito comum ler as notícias alarmantes em
torno das crises e desvios de governo, em que, regra geral,
o contorno é firmado com a palavra sustentabilidade.
Desenvolvimento Sustentável tornou-se moda na política
institucional, e, a falácia em torno da sustentabilidade,
uma moda na diplomacia de governo. Tem sido uma
constante no marketing de governo, e, vem se repetindo
quase que diariamente. A maior preocupação dos
governos tem sido a de estabelecer bons objetivos para
seus planos e ações, de modo que sejam bem assimilados
e ingeridos pela maioria do povo, através da mídia
pública.
É impressionante o fato de que os governos, quase
sempre, não estabelecem consulta pública para seus
temas mais polêmicos e estratégicos. Dessa forma, a
ação de governo, a ação de Estado, são baseadas em um
colóquio unidirecional, ou seja, do congresso eleito para
a nação, aquele que o povo elegeu, o congresso deve
deliberar com a anuência do presidente da República e
demais órgãos dos três Poderes. De modo que não há um
colóquio de mão dupla, digamos assim, bidirecional entre
ideias, ações, planos e ações de governo e o povo, que é a
massa de mercado que sustenta todo o estabelecimento,
toda estrutura de Estado e de governo de uma nação.
Enfim, o povo nunca é consultado sobre as demandas
sociais e de governo, e, como tal, as questões e termos
mais importantes e estratégicos, ficam portanto por conta
da intelligentsia dos três Poderes. Acontece que a maioria
fica isolada das decisões que vão impactar o futuro e todas
as suas vidas, de seus filhos e gerações.
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
“Em razão do estilhaçar da categoria social
povo em um conjunto de indivíduos sem nexo
forte; em razão da perda do poder de classe
pela ausência, cada vez mais notória, da
consciência e força de classe (que o “demos”
= povo deteria), o que redunda em alienação contínua de poder (porque se não existe mais essa consciência, ela não pode, sem
conveniência hipócrita, ser utilizada para
comprovar a justeza do regime atual em que
todos almejam e dizem falar e agir em prol
do bem geral, enfim, do povo) a Sinarquia,
como reunião e acordo dos poderes individuais, como libertação consciente desse poder em forma de ação positiva, estabelece-se
como um sistema filosófico-político-econômico não só viável como inovador em sua
resposta coerente ao duplo desafio que as
democracias de há muito impendem sobre
o homem-cidadão: substituição de uma categoria política morta (“demos”) por uma
categoria social emergente (o indivíduo em
suas múltiplas ligações); ultrapassagem de
um poder de classe enraizado que já nada
significa, simplesmente por não se basear
numa categoria social que o justifique, ou
seja, que o torne operativo, por um poder
real que dimana do próprio indivíduo, que
tece sem preconceitos as combinações interindividuais de poder possíveis a partir de
uma elaboração sobre o seu presente e futuro sem restrições de índole forçada (falamos
de todos aqueles agrupamentos que mais do
que potenciar as faculdades individuais, as
oprimem, ao ponto de cada um não agir senão em função daquilo que pode ser e não
daquilo que na realidade tenta ser e que no
fundo é em potência).” (Wikipédia - Justificação da Sinarquia)
33
Outrossim, na contextualização da sustentabilidade versus insustentabilidade do planeta frente às mudanças
climáticas globais, em meio à diversidade de crises cíclicas do capital, guerras e catástrofes bem atuais, surgiu das
inventivas sociológicas e seus think tanks anglo-californianos a iniciativa para reafirmar o welfare da sociedade do
conhecimento como a evolução civilizatória admissível para o século XXI fundamentada nas mais diversas tecnologias
da informação e comunicação, ao modo de novo paradigma sociopolítico: o empowerment ou empoderamento dos
cidadãos, ou a potencialização sociopolítica dos cidadãos em torno do conhecimento, uma vez que esteja consolidada
uma cidadania em rede, intensamente baseada em redes sociotécnicas, ou redes sociais, por fim “redes humanas”
interconectadas nas malhas web-mundo ou internet, como novo paradigma da sociologia fundamentada em uma
horizontalidade de poder em todos os níveis da sociedade, com extensão de atribuição de poderes para a tripla hélice:
governos, sociedade civil e corporações. Porém, regra geral os mecanismos de empowerment até hoje empregados, são
mais “válvulas de escape” para impedir que grandes problemas sociais e psicológicos das massas submetidas a diversos
processos político-sociais não se tornem um “caos generalizado” e desestabilizem os poderes constituídos.
Ao lado a ilustração da
estatística de acesso domiciliar
à rede Internet por gênero
“masculino & feminino”, extraído
do relatório “Medindo a Sociedade
da Informação” da União
Internacional de Telecomunicações
- UIT/2010. Note-se que o termo
utilizado Empowering Women
refere-se ao empoderamento da
mulher através do acesso à rede,
ou inclusão digital pelo acesso a
infraestrutura de tecnologias de
informação e comunicação (TIC´s)
da tal sociedade da informação.
Note-se que a diferença porcentual
de acesso à Internet entre os
gêneros é pouca, e que no Brasil foi
medido acesso em cerca de 35% dos
domicílios em 2008, e cerca de 42%
para ambos os gêneros em 2010.
Atualmente (2013)
presume-se que este percentual
chegue a 60%, e, com os vários
programas de ciência e tecnologia
para a inclusão digital e social do
governo, boa parte da população
urbana municipal tenha acesso à
Internet através dos telecentros
comunitários, infocentros e
bibliotecas municipais no Brasil.
Valorizar a vida e a cidadania
através da consulta pública
estendida a todas as classes sociais
é um processo que estabelece
um grande conselho público, ou
conselho indireto, ou consultoria
da maioria, que certamente
contribuiria sobremaneira para
consolidar esse governo através do empowerment do povo, e constituiria assim uma base sólida de nação, através de uma
vida nacional estimulada e encorajada.
A democracia flaciosa despreza o princípio do empowerment do povo, porque remonta à velha prática da
democracia americana pós-Roosevelt, ou do congressismo da elite dominante, centrada no Congresso como berço de
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
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poderes constitucionais, o status quo da intelligentsia
com base nas velhas premissas de governo mediático
entre povo e presidente.
“Defender a América e o Brasil é defender
para a Humanidade a terra generosa de
onde brota a esplendente árvore de um novo e
glorioso capítulo da civilização.”
(Pequeno Oráculo - Prof. Henrique José de Souza)
A visão de consulta pública na forma de
campanhas de opinião pública, planejadas pelo governo
juntamente com as organizações da sociedade civil e
corporações diversas, que teriam a função primordial
de esclarecer a todos sobre o tema sob consulta, e a
importância de subsidiar o governo com a opinião do
povo para tomar uma decisão conjunta, ou unida, a
fim de promover a sustentabilidade socioeconômica,
política, ambiental, não é provisionada, isto não está
na ordem do dia, não está na ordem das ideias, melhor
dizendo, não é ideologia de governo. A consulta pública,
digamos que coloca o povo de uma maneira geral, suas
classes, sua divisão de classe e associações diversas para
pensar o país, pensar seus temas e problemas, refletir
e subsidiar a tomada de decisão do governo, em vez
de ficar submetidos às brigas medíocres de poderes,
tem se tornado prática de governos tradicionalistas e
até monárquicos. A consulta pública quase sempre é
colocada como mecanismo de manuseio da opinião
pública e não propriamente de construção de capacitação,
de modo a promover na sociedade do conhecimento, um
governo sustentado no empoderamento nacional, baseado
na expressão da maioria consciente, da verdadeira
representatividade da União que sustenta uma nação
chamada democrática, com um governo democrático.
Dhâranâ On-line
“Esta é a parte mais controversa do sistema
paracientífico de Saint-Yves. Resultado da compreensão
mais profunda do homem, da sua natureza intrínseca,
é o conhecimento de que a Sinarquia é portadora. Esse
conhecimento arvora-se num dado anterior à própria
narrativa histórica, sendo ao mesmo tempo suscetível de
observação empírica. Saint-Yves combina transcendente
e imanente para conduzir à aceitação inequívoca da
infalibilidade lógica e real das três funções humanas
(física, social e cultural) com sua raiz profunda na
própria natureza humana. A primeira (nutriçãoreprodução) relaciona-se com a ordem econômica. A
segunda (socialização) relaciona-se com a ordem moral
e a justiça legal. A terceira (intelectualidade e ação
derivada) relaciona-se com a ordem cultural simbólica e
instrumental.
A partir desta premissa ao mesmo tempo lógica
e real, Saint-Yves analisa a sociedade do seu tempo e
conclui algo que pode muito bem ser transportado para os
dias de hoje:
1. É comum separar a moral da política.
2. É comum separar a ciência e a moral da
dinâmica sociocultural.
3. É comum separar a cultura da ética pessoal,
social e profissional, relativizando a moral.
Para reverter estes erros propõe:
1. Submissão da política à moral.
2. Submissão do poder à autoridade.
3. Submissão da lei à vontade esclarecida
dos mandantes que são também aqueles que
obedecem”
(Wikipédia - Sinarquia como Representação)
Em resumo, promover um plebiscito, após
ampla campanha e consulta pública, em torno de temas
estratégicos para a nação, além de suportar as boas
ações de governo, legitima o poder público nacional para
tomar “a decisão” que irá impactar a realidade, mudar as
perspectivas e rumos do país, garantir sustentabilidade
e sociabilidade ao desenvolvimento. Indo mais longe,
seria promover uma base para uma sinarquia para o
Brasil. E aqui, nós nos detemos em um tema sensível, que
é fundamental para a inicialização de projetos políticos
que visem a uma sinarquia mundial, a partir do Brasil,
e, todo o argumento lançado acerca do empowerment
na sociedade do conhecimento para objetivar uma
sustentabilidade desejada, vem à propósito de justificar
uma pré-histórica sinarquia brasileira, baseada no
alavancamento ou construção de um futuro governo de
sábios, de um grande conselho de sábios para uma nação,
que estaria na base do governo eleito.
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A LÓGICA
NA MENTE
SUPERIOR
EURÊNIO DE OLIVEIRA JÚNIOR
Dhâranâ On-line
junho a setembro - 2014
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Por Aguscr (Espejo) - FLICKR
O esoterismo esclarece-nos – e a Eubiose o faz
de maneira minuciosa – que a mente humana, a qual
provém da Mente Universal, agasalha duas posturas,
expõe dois estados, na visão horizontal do processo. Uma
atitude está voltada para o mundo das formas, o chamado
“estado manifestado das coisas”; e outra, para a visão da
unidade, de onde essa Mente Universal provém, atitude
essa que é a probabilidade que nós, humanos, temos de
conhecer e de reconhecer a nossa origem.
Na óptica vertical desse mesmo processo (e o
entroncamento entre o horizontal e o vertical é que
produz a Cruz do Mundo), o afastamento desse momento
crucial (= fonte da cruz) é que ocasiona a formação
dos polos do entendimento, os quais, quanto mais
distantes desse ponto magno, adquirem o significado da
dificuldade da reaproximação e da conciliação; gerando,
por sua vez, novas e renovadas visões dessa irresignada
dificuldade.
Neste torvelinho reside a mente concreta, pois
que submetida ao grosseiro, como seja, aos pontos que
substituem e não raro suprimem uns aos outros.
Já a mente superior acha-se imersa no abstrato,
o campo sem polos, sem contraposições, que a todas as
possibilidades, abarca.
Daí a notória distinção entre a fantasia e a
abstração.
A fantasia é uma criação.
A abstração, uma constatação ou um estado.
Vamos voltar à análise da face mental voltada
para os efeitos, também nomenclaturada de concreta,
raciocinante, positiva; e sempre em cotejo com a face
aparentemente (tão só aparentemente) contrária, já que
aspirante e participante do “outro lado” (?!!!) da nossa
própria história.
A mente comum, ordinária (pelo convívio que com
ela todos temos, quase que o tempo todo, enquanto vivos)
conhece o mundo pela denominada “razão”.
A fantasia é uma criação.
A abstração, uma constatação ou um estado.
Na fantasia, há uma formulação com seus
desavisos. Na abstração, uma vivência por supressão da
formulação fantasiosa que nos interdita e desvia-nos da
real verticalização, a que se chega por partida daquele
ponto crucial.
Certa feita, ouvi por explicação do professor Jorge
Inácio Penteado da Silva Telles, de notável filosofia, um
mote comparativo das figuras de Caim e Abel, filhos
primevos do casal Adão e Eva. Sabemos que Caim
matou Abel. E o fez por ciúme, pela desfeita que houvera
recebido. Porque as oferendas dele, Caim, para o Senhor,
geravam fumaça que se expandia na horizontal; e, as de
Abel (el-ab, o primeiro), propunham-se à vertical, na
diretriz do Alto. Muito plausível essa interpretação da
passagem do Velho Testamento, a apontar os dois naipes
de mente humana.
Contudo, bem entendendo esse procedimento,
não precisamos fazer o nosso “caim” matar o universal
“abel”. A Deus o que seja de Deus; e, a César, o que lhe
pertence, embora com a provisoriedade dessas projeções
materiais.
Dhâranâ On-line
Por Bruno de aSSIS - FLICKR
Sem perquirições filosóficas, descabíveis nesta
oportunidade, a razão sensaciona-se (e a rede das
sensações cobrem, qual manto intrincado, as nossas
vidas) pelos atributos da relação, da conexidade, da
correspondência, do cotejo.
Daí o surgimento da tipologia lógica: como setor
da filosofia que trata do pensamento na sua generalidade,
seja por indução (concepções que saem do particular para
o amplo), por dedução (caminho inverso, do todo para
o entendimento singelo), por hipótese, por inferência
(defluindo um entendimento de outro). Aqui campeiam
os encadeamentos, as interdependências, e, também, as
mutualidades.
Mutualidades a serem vistas como
correspondências. A analogia, “o que está em relação
com”.
Essa a proveniência das escolhas. Entre o certo
e o errado, o bem e o mal, o quente e o frio, o claro e o
escuro. E a contraposição de um com o outro, de um
relativamente ao outro.
Tais são as escolhas lógicas do mundo,
genericamente visto.
junho a setembro - 2014
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Mas, do lado de cá (da
mente mundana ou concreta),
tenho também, embora de
maneira sutil e fugidia mesmo,
de admitir ou se quisermos,
adotar, um conceitual. Porque
enquanto cá estamos, não
ideamos propriamente o
lá: imaginamos (formamos
imagem), mas não estamos
no mundo da ideia – que será
certamente mais amplo e
rico que a mera imagem ou
fantasia.
Essas as origens das
extremações.
O que está “bem”
deste lado, não comporta
estar “bem” do lado oposto.
Contudo, o Oriente,
partindo da China (não
a atual, mas a histórica e
vetusta China), legou-nos o
símbolo perfeito a traduzir
“o movimento do mundo”:
o Yin/Yang.
Equivale dizer,
O que está “bem” deste lado, não comporta estar
um polo contém o germe
Ou seja, partimos de
“bem” do lado oposto.
do outro, do oposto. Não
um conceitual: lá refoge ao
é puro. É, em realidade,
aqui; lá é outra coisa.
apenas conceitual (apreciação que faço e adoto para
Ao mesmo tempo em que nos dispomos a
mim).
participar do lá, adotamos como ponto de partida o que de
Claro está que nesta área da mente lógica, quando
melhor temos aqui: o conceito sobre o lá.
um lado adquire enorme dimensão, o outro como que
Por onde concluímos que a admissão do abstrato,
desaparece. O ódio “parece” não conter qualquer vestígio
parte do lógico, pois é o lógico que formula e “entende” a
de amor; e este, nenhum indício de ódio.
coexistência de dois naipes mentais.
No entanto, na mente que aspira à essência, ou ao
Apenas que este, que está aqui, o “raciocínio
espírito (a face iluminada e luminosa da mente de cada
lógico”, não entende e não abarca o que está lá, e cujo
um), ambos os lados, detectados pela face mundana, são
start ou partida acha-se num “raciocínio sem lógica”,
possíveis em existência; são coexistentes.
ilógico, portanto. Mas é, também, um raciocínio (advém
Logo, tenho a escolha: a que lado “me entrego”.
da razão). E cujo oposto não constitui verdade, pois o
“ilógico”, por ser mais, de cuja particularização advém o
Todavia, para admitir, na minha vigília (estado
lógico, “entende” e agasalha este, o lógico.
de alerta), que sou detentor de “um outro lado”
quanto aos raciocínios que tenho, eu devo passar por
experimentações.
Tais experiências são, ou naturais, ou
proporcionadas pelas circunstâncias do ambiente;
sempre pendentes do estado a que me proponho.
Equivale dizer, uma proporção depende do
voluntário (ação da vontade); outra proporção, do
acontecimento, na maior parte por escolha. Este, de
sua vez, pode ocorrer por deliberada magia, à qual me
disponho a participar. O fato é que essa magia, se branca
e mais especificamente teúrgica, vai gradativamente
estabelecendo a perduração desse estado, por
ressonância.
Eis como caminha, pouco a pouco, o
estabelecimento das renovadas condições da mente
abstrata, também dita superior; que, sob-rigor, é
idimensional (fora das dimensões, ao menos as que posso
imaginar, formar imagem). Assim como o espírito é
idimensional.
Dhâranâ On-line
Em suma, a mente superior igualmente guarda
uma lógica; ao menos na sua admissibilidade, na fonte de
sua existência para nós. Aqui, uma lógica mais fiel ao seu
étimo, qual seja, a formulação do logos ou logoi (o Logos
que nos é mais próximo), uma lógica, indene de dúvida,
transcendental, que ultrapassa os limites da simples
razão.
Essa lógica transcendental, atrelada à lógica do
raciocínio, é que leva à realização na Terra.
serve.
Se livre, solta, meramente mística, pouco nos
É aqui que temos de realizar os valores maiores de
que nos damos conta.
de nós.
junho a setembro - 2014
Isto é evolução. O que o Logos espera de cada um
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE
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DHÂRANÂ ON-LINE
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Dhâranâ On-line - Revista de Ciência, Filosofia, Arte e Religiões Comparadas. É uma publicação
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Ano III – edição 8 – junho a setembro de 2014
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