arquivo1 - franthiesco ballerini

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arquivo1 - franthiesco ballerini
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SEXTA-FEIRA, 20 DE JUNHO DE 2008
O ESTADO DE S. PAULO
CADERNO 22 D3
D3
CADERNO
Cinema Estréia:
DIVULGAÇÃO
Sapatofone
para você,
Agente 86
ENTREVISTA
Steve Carell, ator
“Fazerpiadas
políticasé
imprescindível
nohumor”
Elefoireveladoaograndepúbliconofilme OTodo-Poderoso, na qual foi tão popular
queresolveramfazerumaseqüência só para ele (A Volta
do Todo-Poderoso), apesar
do protagonista do primeiro
filme ter sido Jim Carrey. O
Virgem dos 40 Anos consolidou sua fama e, atualmente,
Steve Carell é a razão do sucesso da série televisiva The
Office, agora em sua quarta
temporada. Em entrevista
ao Estado, o comediante de
45 anos fala do peso da fama
tardia e da cena em que fica
nu em Agente 86. Respostas,
claro, repletas com seu humor inteligente e irônico.
Inspirado na série dos anos 60, filme vem
impregnado do estilo do ator Steve Carell
Franthiesco Ballerini
LOS ANGELES
Agente 86, que estréia hoje em
circuito mundial, é uma ousadia que Hollywood se permite
de vez em quando. Apesar de
terportrásuma atraçãoquedurou cinco temporadas e ganhou
sete Emmys, entre 1965 e 1970,
o filme não é uma versão do seriado, mas a adaptação da série
para o estilo de humor de Steve
Carell, um dos humoristas mais
importantes do cinema americano atual. “Escolhemos o Steve assim que surgiu a idéia do
longa e ele logo se envolveu, remodelando o personagem, dando o seu tom e estilo e criando
piadas. Ele foi à primeira reunião achando que ia fazer um
teste.Quandosoubeque jáestava contratado, surtou”, disse à
imprensa o diretor Peter Segal,
no lançamento da produção,
em Los Angeles.
Mesmo assim, a idéia dos
produtorese estúdioé ressuscitarofenômenoda sérieviacinema – no Brasil foi exibido até os
anos90–comseqüênciasprotagonizadaspelosagentes86(Steve Carell) e 99 (Anne Hathaway). O seriado terá um peso
maior se houver outros filmes.
“Dependedopúblico.Seelegostar, ficaremos felizes em fazer
seqüências. A idéia é seguir os
passos da série e manter a tensão sexual entre os dois personagens”, explica Segal.
Inspirado no sucesso de JamesBond nos anos 1960, os produtores Leonard Stern e David
Susskind criaram, com Mel
Brooks e Bucky Henry, a série
cômica sobre espionagem, protagonizada por Don Adams como o detetive atrapalhado Maxwell Smart, ou Agente 86. Ele
atua numa organização secreta, Control, cuja missão é combater vilões nazistas e comunistas,especialmenteSiegfried,interpretado por Bernie Koppe –
e no longa por Terence Stamp,
astro dos dois primeiros episódios de Superman. No lugar de
BarbaraFeldon,aagente99Anne Hathaway garante. “Adorei
o figurino, pois me deixava intimidadora,mas capazdeenfrentar cenas de ação. Confesso que
O Diabo Veste Prada foi uma
grande escola. Sem ele eu não
conseguiria correr de salto alto
na linha de trem”, diz a atriz.
O filme presta homenagens
à série, como a cena em que 86
pega o sapatofone e o cone do
silêncio.Caprichanosefeitosespeciais, mas seu forte são os
diálogos primorosos entre os
personagens. “Mel Brooks era
consultor ativo da série, mas
Carell foi vital e muitas das piadas trocadas entre ele e Hathaway no set foram incluídas no
trabalho”, conta o produtor
Charles Roven (Batman).
Outra presença importante
é a de dois veteranos, Alan
Arkin – Oscar por Pequena
Miss Sunshine – e Terence
Stamp. “Topei fazer o filme
porque são pessoas que me deixam à vontade. Até por isso
aceitei vir a Los Angeles, cidade que não gosto. Só consigo
me manter em Hollywood não
vivendo por aqui”, declarou o
temperamental Stamp. “Só faço longas que me movam, não
que me afetem pelo dinheiro
ou fama”, replicou Alan
Arkin, que vive o chefe da Control. Ambos sabem que serão
requisitados para as seqüências. E esperam o resultado
das bilheterias para incluir
mais filmagens de seus personagens na agenda. ●
Comoencaraoápicedacarreira
agora,apósos 40anos?
AGENTES 99 E 86 – Anne Hathaway e Steve Carell, que está na pele, terno e trapalhadas de Maxwell Smart
Não estou surpreso com o
sucesso que tenho hoje.
Sempre soube que eu era o
cara, só ficava esperando,
esperando e esperando a fama chegar (risos). Claro que
estou surpreso, mas não
acho que a fama seja um estado permanente. Estou curtindo o momento, mas não
boto muita pressão nisso
porque se trata de algo bastante escorregadio.
Oquevocêmaisgostouemviver
MaxwellSmart?
Houve três coisas realmente interessantes em fazer o
filme. A primeira de todas
foi o serviço de buffet, com
ótimas opções todos os dias
das filmagens. A segunda
foi o elenco, fantástico. E a
terceira, claro, foi lascar um
beijo em Dwayne Johnson,
dono de uma pele lisinha e
com um cheiro de cookies
fresquinhos.
Nãoficouconstrangidoemmostrarotraseiro nofilme?
Até tinha me esquecido que
isso estava incluído no roteiro. A primeira coisa que fiz,
antes de filmá-la, foi ligar para minha mulher e dizer:
“Querida, tem quase 500
pessoas aqui no set e eu tenho que me curvar ao público ao estilo lua cheia.” No
fim, acabei fazendo porque
ela me disse que eu seria capaz de juntar os pedaços de
minha dignidade e continuar vivendo.
Na França, o nome do filme é
Max,aAmeaça...
Eu, ameaça? Acho que eles
não olharam direito para o
meu rosto. Sério, ameaça?
Eu não sou uma ameaça
nem para meu filho de 4
anos quanto mais para a sociedade.
Vocêincluiumuitaspiadaspolíticasno filme. É um reflexo de sua
formaçãocomohumoristanaSecondCity emChicago?
Uma das melhores coisas de
se viver neste país é ter a
oportunidade de tirar sarro
de tudo abertamente, tanto
no cinema quanto na televisão. É uma forma de esclarecer vários aspectos da nossa sociedade e de se divertir
ao mesmo tempo. Fazer piadas políticas é uma das coisas mais imprescindíveis
no humor, seja ele de qualquer país. ● F.B.
Para ver, rir e esquecer, tudo rapidamente
Pode até ser tática da indústria cultural, mas o longa passa pelos olhos como pipoca e refrigerante
Crítica
LUIZCARLOS MERTEN
Há uma overdose de Agente 86.
Com o filme de Peter Segal, foram lançados o livro Agente 86
(Panda Books), de Odair Braz
Junior, e DVDs que retraçam a
história do agente secreto mais
atrapalhado da TV. Criado por
Mel Brooks e Buck Henry, Maxwell Smart surgiu para ser a
própria negação do nome. Se
Smart quer dizer esperto, ele é
atrapalhado, o que não o impede de derrotar os vilões e ficar
com a mocinha. Steve Carell
veste a pele do herói no cinema,
e o mínimo que se pode dizer é
que é o ator ideal para o papel.
Anne Hathaway faz a Agente
99 com a graça que todo mundo
reconheceu em O Diário da
Princesa e O Diabo Veste Prada.
The Rock tem cenas hilárias.
Agente 86 pode desagradar a
fãs de carteirinha do seriado pelasliberdades que toma em relação aos personagens, como, por
exemplo, fazer com que Smart,
no começo, ignore a identidade
da Agente 99. Mas isso não impede a fruição do espetáculo,
que é movimentado e razoavelmente divertido. O problema é
que é descartável demais. O filme nem terminou e você já começouaesquecê-lo.Devesertá-
tica da indústria do entretenimento. Ao ver Agente 86, o espectador já deve estar pensando em Batman, Superman...
A Warner lança em DVD um
pacotecomaprimeiratemporada da série na NBC, com cinco
discos, incluindo o piloto e o premiado episódio duplo A Nau dos
Espiões, dos anos 1960. Já a Sony
lançaatemporadacompletapastiche, feita 20 anos depois. Don
Adams e Barbara Feldon faziam a dupla na telinha. ●
Serviço
● Agente 86 (Get Smart, EUA/
2008, 110 min.) – Comédia. Dir.
Peter Segal. Com Steve Carell e
Anne Hathaway e Dwayne ‘The
Rock’ Johnson. 12 anos.
Cotação: Regular
Assista ao trailer de Agente 86 no site
www.estadao.com.br/e/d3
CARELL – “Fama é escorregadia”