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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
LEONARDO ALLEVATO MAGALHÃES
PERCEPÇÃO DE ESFORÇO EM MULHERES TREINADAS E DESTREINADAS NO
ATINGIMENTO DE 70 e 85 % DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA MÁXIMA EM 4 TIPOS
DE ERGÔMETRO
JULHO
2004
LEONARDO ALLEVATO MAGALHÃES
PERCEPÇÃO DE ESFORÇO EM MULHERES TREINADAS E DESTREINADAS NO
ATINGIMENTO DE 70 e 85 % DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA MÁXIMA EM 4 TIPOS
DE ERGÔMETRO
Trabalho de Conclusão de Curso II
apresentado em cumprimento
às exigências para obtenção do grau no
Curso de Educação Física
na Universidade Estácio de Sá
ORIENTADORA :Profª Drª Márcia Borges Albergaria
Rio de Janeiro
2004
i
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
LEONARDO ALLEVATO MAGALHÃES
PERCEPÇÃO DE ESFORÇO EM MULHERES TREINADAS E DESTREINADAS NO
ATINGIMENTO DE 70 e 85 % DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA MÁXIMA EM 4 TIPOS
DE ERGÔMETRO
Trabalho de Conclusão de Curso II
apresentado em cumprimento as
exigências para obtenção de grau no
Curso de Graduação em Ed. Física
na Universidade Estácio de Sá
Aprovado em ____/_____/_____
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Prof. MSc. Josué Morrison de Moraes
Universidade Estácio de Sá
Profª.MSc. Danielli Braga de Mello
Universidade Estácio de Sá
Prof.MSc. Eduardo da Silveira Netto
Universidade Estácio de Sá
Rio de Janeiro
2004
ii
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a todos
os profissionais de Educação Física
que tenham interesse em desenvolver
um trabalho sério e totalmente voltado
para a satisfação de alunos e clientes.
Que ele possa, de alguma forma,
contribuir para o trabalho deles.
iii
Agradecimentos
A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a minha formação e
desenvolvimento profissional principalmente o corpo docente da Universidade
Estácio de Sá, em especial os seguintes professores e professoras:
Márcia Albergaria
Ângelo Vargas
Edvaldo de Farias
Eduardo Netto
Vicente Lima
Henrique Baungarte
Kátia Fiúza
Fabiana Albino
Janaína Côdea
Célio Cordeiro
Josué de Moraes
Ana Iório
Tony Meireles
Jorge Teixeira
iv
EPÍGRAFE
“Se disserem mal de ti com
fundamento corrige-te;
do contrário, ri
e faça pouco caso.”
Epicteto, filósofo grego
v
Resumo
Para se determinar se existe algum tipo de ergômetro onde a percepção de esforço
é menor, 6 mulheres (3 treinadas (MT) e 3 destreinadas (MD)) realizaram um teste
submáximo em 4 tipos diferentes de ergômetro: bicicleta vertical (BV), bicicleta
horizontal (BH), transport (T) e esteira rolante (E). Foram registrados os valores de
Borg e do lactato sangüíneo a 70 e 85 % da freqüência cardíaca máxima (FC máx)
para ver se havia uma relação linear entre essas três variáveis e se a percepção de
esforço era a mesma entre os grupos e para cada sujeito nos diferentes ergômetros.
Um teste T pareado foi utilizado para ver se havia alguma diferença significativa na
percepção de esforço entre MT e MD (p ≤ 0.05). Não houve diferença significativa na
percepção de esforço entre os grupos. Analisando-se os grupos separadamente, o
grupo MD apresentou uma menor percepção de esforço em T e o grupo MT
apresentou uma menor percepção de esforço em BV tanto a 70 quanto a 85 % da
FCmáx. Individualmente não houve a mesma consistência nos resultados.
Concluímos que mulheres destreinadas têm uma menor percepção de esforço no
transport e mulheres treinadas têm uma menor percepção de esforço na bicicleta
vertical e que mulheres destreinadas têm uma percepção mais homogênea do
esforço exercido.
Palavras-chave: percepção de esforço, ergômetro, lactato
vi
Abstract
To determine whether there is one specific ergometer where perceived exertion is
lower, 6 women (3 trained (TW) and 3 untrained (UW)) completed a submaximal test
in four different types of ergometer: vertical bicycle (VB), horizontal bicycle (HB),
transport (T) and treadmill (TL). The values of Borg´s scale and blood lactate at 70
and 85 % of maximum heart rate (HRmax) were registered to check whether there was
a linear relationship between these three parameters and if the perceived exertion
was the same between groups and for each subject on the different ergometers. A
paired T-test was used to see if there was any signicant difference on perceived
exertion between groups (p ≤ 0.05). There was no significant difference on perceived
exertion between groups. When analysed separately, UW showed a lower perceived
exertion on T and the TW showed a lower perceived exertion on VB both at 70 and
85 % of HRmax. Individually there was no consistency in results. We conclude that
untrained women have a lower perceived exertion on transport and that trained
women have a lower perceived exertion on vertical bicycle and that untrained women
have a more homogeneous perception of the exertion.
Key words: perceived exertion, ergometer, lactate
vii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
1.1. PROBLEMA .................................................................................................................. 1
1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 3
1.3. RELEVÂNCIA ............................................................................................................... 4
1.4. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .................................................................................... 5
1.5. DEFINIÇÃO DE TERMOS......................................................................................... 5
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 7
2.1. PERCEPÇÃO DE ESFORÇO .................................................................................... 7
2.2. ESCALA DE BORG ..................................................................................................... 8
2.3. ZONA ALVO ............................................................................................................... 10
2.4. TESTE DE ESFORÇO SUB-MÁXIMO ................................................................... 11
2.5. CARACTERÍSTICAS FEMININAS .......................................................................... 12
2.6. LIMIAR ANAERÓBIO ................................................................................................ 13
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 14
3.1. TIPO DE PESQUISA ................................................................................................. 14
3.2. SELEÇÃO DOS SUJEITOS ..................................................................................... 14
3.3. INSTRUMENTOS E MATERIAL ............................................................................. 15
3.4. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ........................................................ 16
4. ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................... 18
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................... 19
6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .................................................................. 22
ANEXOS ............................................................................................................................. 27
APÊNDICES ....................................................................................................................... 33
1. INTRODUÇÃO
Mesmo com o advento do conceito de wellness (Nahas, 2003), muitos alunos
freqüentadores de academias ainda aderem a um programa de exercícios com o
objetivo de atingirem objetivos estéticos, ou seja, redução do percentual de gordura
aliada ao aumento de massa muscular. Ao serem perguntados sobre os objetivos
com relação à atividade física, 82% das respostas relatadas pelos alunos em uma
determinada academia da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro são relacionadas
à estética corporal (ALLEVATO, 2004). Nessa mesma academia, 58% dos alunos
que se matricularam no ano de 2003 foram do gênero feminino (ALLEVATO, 2004).
1.1. PROBLEMA
Uma das estratégias utilizadas com o objetivo de se alcançar uma redução
dos níveis de gordura corporal é a prescrição de exercícios aeróbios aliados ao
treinamento contra-resistência.
Para se controlar a intensidade dos exercícios aeróbios, alguns indicadores
podem ser utilizados - o equivalente metabólico (MET), o consumo máximo de O2
(VO2 máx) e a lactacidemia - porém, são parâmetros inexeqüíveis de se mensurar no
ambiente de uma academia de ginástica; a freqüência cardíaca (FC) mensurada
através da palpação torna-se uma medida imprecisa se medida durante o exercício
(DUNBAR et al, 1994; DISHMAN, 1994) e muitos não podem adquirir um
2
freqüêncímetro. Um outro parâmetro para se medir a intensidade do exercício é a
percepção subjetiva do esforço realizado, através da Escala de Borg.
Entretanto, observa-se que mesmo com essas estratégias recomendadas
pelo American College of Sports Medicine (ACSM) - cujas recomendações vamos
aqui considerar - muitas pessoas não conseguem atingir seus objetivos
principalmente por não conseguirem manter uma intensidade adequada do exercício
(DISHMAN, 1994; FOSTER et al, 2001)
O que fazer, então, para se acabar com essa dificuldade?
A partir de uma avaliação não-sistemática por parte do autor, observou-se que
algumas alunas já treinadas relatavam não estarem satisfeitas com os resultados
que esperavam atingir ao iniciarem um programa de exercícios, não obstante o fato
de estarem seguindo as recomendações dos profissionais de Educação Física
principalmente com relação à realização de exercícios aeróbios em ergômetros. O
mesmo acontecia com alunas destreinadas que têm dificuldade em atingir um nível
ótimo de intensidade durante os exercícios aeróbios em ergômetros devido ao seu
grau de inatividade física.
Observou-se, a partir desses comentários, que essas mesmas pessoas não
realizavam esses exercícios em uma zona alvo de certa intensidade considerada
alta (70 a 85% da FCmáx), como é recomendado pelo American College of Sports
Medicine (ACSM, 2000) a fim de atingirem benefícios cardiovasculares, além de
produzirem uma aceleração de seu metabolismo corporal e, assim, aumentarem a
velocidade de oxidação das reservas corporais de gordura.
A solução parece simples – aumentar a intensidade do exercício. Contudo,
muitas pessoas não toleram um exercício cardiovascular nessa intensidade indicada
– essa intolerância, porém, não acontece em todos os tipos de ergômetro, ou seja, a
3
resposta perceptiva subjetiva do exercício é diferente em cada tipo de ergômetro,
bem como em pessoas treinadas e destreinadas. Sendo assim, em algum tipo de
ergômetro a pessoa consegue atingir uma determinada zona alvo com uma menor
percepção de esforço, ou seja, a pessoa parece sentir que exerce um menor esforço
ao realizar o exercício.
O problema é: existe uma correlação entre os valores da percepção de
esforço entre as mulheres treinadas e entre as mulheres destreinadas e essa
correlação existe também intra-grupos?
E intra-individualmente, existe essa correlação em cada tipo de ergômetro
para cada percentual de freqüência cardíaca analisado?
Ou seja, existe algum tipo de ergômetro onde se consiga atingir uma menor
percepção de esforço e assim fazer com que a intensidade do exercício possa
chegar mais próxima do ideal?
1.2. OBJETIVOS
Esse estudo tem como objetivos verificar em qual dos 4 (quatro) tipos de
ergômetro disponíveis em uma academia da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro
mulheres treinadas e destreinadas têm a menor percepção de esforço ao atingirem
uma determinada freqüência cardíaca dentro de uma zona alvo de treinamento e
qual desses grupos tem a menor percepção de esforço, bem como se há diferenças
na percepção de esforço dentro dos grupos e intra-individualmente.
4
1.3. RELEVÂNCIA
O tema foi escolhido em virtude da preocupação do autor com a insatisfação
de algumas alunas que verbalmente relatavam não conseguir atingir seus objetivos
com relação à atividade física, sobretudo com relação à redução do percentual de
gordura e que, ao realizarem exercícios cardiovasculares em diferentes tipos de
ergômetro, sentiam-se muito cansadas ao serem estimuladas a atingirem um nível
de freqüência cardíaca mais alto dentro de uma zona alvo de treinamento
considerada ótima, minimizando, dessa forma, os possíveis ganhos com aquela
atividade.
A realização desse estudo é de considerada relevância pelo fato de que, com
ele, será possível nortear melhor o trabalho do profissional de Educação Física no
sentido de prescrever exercícios cardiovasculares em ergômetros de maneira mais
eficaz através da Escala de Percepção de Esforço (Escala de Borg), ou seja, fazer
com que os alunos possam atingir uma zona alvo ótima de treinamento conscientes
do maior ou menor esforço necessário para seu atingimento em função do tipo de
ergômetro escolhido.
Além disso, ele poderá nortear a decisão de proprietários de academia na
hora da compra de ergômetros para seus estabelecimentos.
5
1.4. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O estudo será realizado apenas com mulheres na faixa etária de 21 a 30 anos
por serem essas as ocorrências mais freqüentes em termos de gênero e faixa etária
na academia onde será realizado o estudo (ALLEVATO, 2004), sendo 3 (três)
mulheres treinadas e 3 (três) destreinadas.
1.5. DEFINIÇÃO DE TERMOS
Percepção de esforço: é a sensação de quão pesada e extenuante é uma
atividade física.
Mulheres treinadas: mulheres que estejam realizando atividades aeróbias
em quaisquer dos ergômetros em estudo por um período de pelo menos 6 (seis)
meses, durante um mínimo de 3 (três) dias por semana e 30 (trinta) minutos por dia.
Mulheres destreinadas: mulheres que não estejam realizando atividades
aeróbias em quaisquer dos ergômetros em estudo por um período de pelo menos 6
(seis) meses, durante um mínimo de 3 (três) dias por semana e 30 (trinta) minutos
por dia.
Ergômetro: dispositivo utilizado para se medir os efeitos fisiológicos do
exercício.
Transport: ergômetro de rotação elíptica.
Zona alvo: intervalo de percentuais de freqüência cardíaca estipulados para o
treinamento cardiovascular.
Lactacidemia: processo de medição dos níveis de lactato sangüíneo.
6
Lactímetro: aparelho utilizado para se medir os níveis de lactato sangüíneo.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. PERCEPÇÃO DE ESFORÇO
Segundo RAPPAPORT, 1995, a Psicofísica é uma disciplina da Psicologia que
procura relacionar, funcionalmente, os estímulos ou eventos físicos com as
sensações provocadas; SCHULTZ, 1975 já havia definido mais simplificadamente o
conceito da disciplina – relação entre mente e o mundo material.
Os estudos sobre percepção originaram-se no século XIX com Gustav
Fechner, médico, físico, matemático e filósofo, considerado o pai da Psicofísica, cujo
objetivo primário era medir, de forma acurada, as sensações em termos do
referencial dos estímulos físicos (RAPPAPORT, 1995).
Os estudos de Fechner transcenderam o campo da Psicologia Experimental,
sendo utilizados em diversas outras ciências como por exemplo, a Sociologia e a
Fisiologia.
Cerca de um século depois do início dos estudos de Fechner, por volta da
década de 50, o Dr. Gunnar Borg introduz o conceito de esforço percebido,
juntamente com métodos para medi-lo (BORG, 2000).
Segundo Borg, “esforço percebido é a sensação de quão pesada e
extenuante é uma tarefa física”. (BORG, 2000)
Aplicando-se esse conceito à fisiologia do exercício, nota-se que ele está
intimamente ligado ao conceito de intensidade do exercício. (BORG, 2000)
Contudo, aspectos motivacionais, emocionais e patológicos podem estar
envolvidos - mesmo que de forma menos dominante – fazendo com que esse
8
conceito seja ampliado, ou seja, “ele passa a depender da situação e do contexto, da
definição operacional e do método de exercício utilizado” (BORG, 2000) e também
leva em conta o nível de aptidão pessoal, as condições ambientais e os níveis gerais
de fadiga. (BORG et al, 1983 in ACSM, 2000)
Talvez por conta disso, Borg diz, ainda, que a percepção de esforço pode ser
considerada uma Gestalt já que fatores isolados podem influenciar na percepção do
esforço.
A base da teoria gestáltica foi resumida por Schultz como sendo “a
concentração na unidade de percepção” (SCHULTZ, 1975) e é exatamente a isso
que Borg se refere quando diz que a situação especial em que o trabalho é realizado
pode enfatizar alguns de seus aspectos tais como tensão, dores e fadiga dos
músculos periféricos e do sistema pulmonar, suprimindo algumas sensações e
fazendo com que o indivíduo perceba e concentre-se em outras. (BORG, 1962). Tal
fato é corroborado pelo estudo de WHALEY et al, 1997a, onde ele analisa sujeitos
saudáveis e cardiopatas, mostrando que uma patologia influencia na percepção de
esforço.
2.2. ESCALA DE BORG
A partir de seus estudos sobre percepção de esforço, Borg criou um método
de classificação por escala para quantificar essa percepção; essa escala ficou
conhecida como Escala de Percepção de Esforço (EPE) ou Escala de Borg. (BORG,
2000)
9
Tal escala tem uma relação linear com a freqüência cardíaca e o VO 2 máximo
(BORG, 2000); essas variáveis, por sua vez, têm relação direta com a intensidade
do exercício.
O uso da Escala de Borg para prescrever a intensidade do exercício é bem
aceito na comunidade científica internacional (GLASS, 1991; DUNBAR et al, 1992;
KANG et al, 1998) e, sobre o tema, o ACSM escreveu:
“(...) a Taxação de Esforço Percebido revelou ser um recurso valioso na
prescrição do exercício para indivíduos que têm dificuldade com a palpação da FC e
nos casos em que a resposta da FC ao exercício pode ter sido alterada em virtude
de uma mudança na medicação. (...) Conseqüentemente, a Taxação de Esforço
Percebido deve ser usada como diretriz para estabelecer a intensidade do exercício”
(ACSM, p. 99, 2000).
Duas escalas foram desenvolvidas por Borg para a mensuração do esforço
percebido, a escala RPE (Ratings of Perceived Exertion) e a CR-10 (Category-ratio
10).
A escala RPE é a que se utiliza comumente para a mensuração do esforço
percebido; a CR-10, por sua vez, é mais utilizada para a mensuração da dor.
A escala RPE tem uma relação linear com a FC e com o VO 2, dando, assim,
uma medida confiável da intensidade do exercício.
A escala CR-10 foi desenvolvida, originalmente, para mensurar a percepção
de dor e foi construída baseada na escala RPE a fim de que esforços extremos
fossem mais bem mensurados, já que “quase todas as percepções sensórias
fundem-se à dor nas intensidades mais elevadas” (BORG, 2000), até mesmo porque
a prescrição da intensidade do exercício através da percepção do esforço é mais
precisa em intensidades mais elevadas (DISHMAN, 1994; ESTON et al, 1987;
CHEN, 2002). Apesar disso, a escala CR-10 também apresenta traços de
linearidade com a FC e o VO2 (BORG, 2000).
10
Além disso, a maioria dos estudos sobre esforço percebido obteve
coeficientes de confiabilidade similares para as duas escalas com relação à FC, VO 2
e lactato sangüíneo (BOUTCHER et al, 1989; SPODARYK et al, 1990; HETZLER et
al, 1991; STEED et al, 1994; ZENI et al, 1996, LJUNGGREN e JOHANSSON, 1998;
MOREAU et al, 1999, BORG, 2000).
Existem variações entre os diversos tipos de exercícios cardiovasculares submáximos em ergômetros no que se refere às respostas perceptivas registradas na
Escala de Borg, tanto com relação aos diferentes tipos de ergômetro (DUNBAR et
al,1992; DUNBAR et al, 1994; THOMAS et al, 1995; KANG et al, 1998) como quando
se analisa o exercício no mesmo ergômetro em condições diferenciadas (WHALEY
et al, 1997a; GREEN, 2002).
Além disso, as respostas perceptivas também diferem entre indivíduos
treinados e não treinados (TRAVLOS e MARISI, 1996) e apenas um estudo (GLASS,
1991) mostra diferenças na percepção de esforço entre os gêneros.
2.3. ZONA ALVO
A determinação de dois limites, um inferior e outro superior, para se estipular
a intensidade do treinamento constitui a zona alvo de treinamento. Tais limites
podem ser determinados em valores percentuais relacionados à FC, ao VO2 ou
ainda com relação à EPE.
O estabelecimento de dois limites permite a prescrição de exercícios tanto
para indivíduos aptos quanto para os sedentários ou portadores de alguma patologia
dentro de uma mesma zona alvo.
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Melhoras fisiológicas podem ser obtidas tanto trabalhando-se no limite inferior
durante um maior período de tempo quanto no limite superior durante um menor
período de tempo (ACSM, 2000)
Ao se determinar a intensidade do exercício deve-se levar em conta a aptidão
física e fatores como risco de lesão e aderência ao exercício (ACSM, 2000), porém,
para a maioria dos indivíduos é recomendado a realização de exercícios o mais
próximo possível do limite superior durante o maior espaço de tempo possível
(POLLOCK, 1998).
O ACSM recomenda a realização de exercícios cardiorrespiratórios com uma
intensidade que varia 55 a 90% da FCmáx mas, para a maioria dos indivíduos,
intensidades dentro da variação de 70 a 85% são suficientes para conseguir os
aprimoramentos na aptidão cardiorrespiratória. (ACSM, 2000)
2.4. TESTE DE ESFORÇO SUB-MÁXIMO
Testes de esforço sub-máximos podem ser utilizados preferencialmente aos
testes máximos por serem mais seguros tanto para o avaliado quanto para o
avaliador que muitas vezes não têm os equipamentos necessários para conduzi-lo
(ACSM, 2000).
O teste sub-máximo consiste em determinar a resposta da FC a um ou mais
ritmos de trabalho, além de proporcionar um reflexo bastante preciso da aptidão de
um indivíduo com um risco reduzido e um menor esforço por parte do indivíduo
(ACSM, 2000).
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Durante o teste sub-máximo a resposta da FC pode ser alterada por diversos
fatores tais como temperatura e umidade do ambiente, tempo transcorrido desde a
última refeição, atividade anterior ao teste, fumo, dentre outros (ACSM, 2000).
2.5. CARACTERÍSTICAS FEMININAS
Existem diversas diferenças morfológicas e fisiológicas entre os gêneros
masculino e feminino que são importantes serem consideradas quando se avalia a
performance humana.
O tamanho diminuído do coração das mulheres em relação ao dos homens
faz com que elas tenham um menor volume sistólico que aliado a um número menor
de células vermelhas leva a um menor carreamento de O 2 e conseqüente diferença
artério-venosa diminuída. (POLLOCK, 1998). Essa desvantagem leva a uma
capacidade aeróbia diminuída.
O efeito da menstruação sobre o desempenho atlético é bastante variável
com alguns estudos relatando efeitos negativos e outros relatando efeitos positivos;
do ponto de vista fisiológico, porém, as respostas metabólicas e cardiovasculares
durante o repouso e o exercício sub-máximo não são afetados sistematicamente
durante as diferentes fases do ciclo menstrual. (FOSS e KETEYIAN, 2000).
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2.6. LIMIAR ANAERÓBIO
O limiar anaeróbio ou limiar de lactato refere-se ao nível de intensidade mais
alto do exercício até onde o nível de lactato sangüíneo permanece inalterado ou se
altera até 1 mM com relação aos valores pré-exercício. (McARDLE et al, 1996;
DENADAI, 2000).
A quantidade de lactato produzida é rapidamente oxidada pelo coração e
pelas fibras musculares adjacentes àquelas utilizadas durante o exercício e que
possuem alto poder de oxidativo. Por causa disso, os níveis de lactato permanecem
estáveis durante um certo tempo mesmo com um aumento do consumo de O 2
(McARDLE, 1996).
A dosagem do lactato sangüíneo é empregada para avaliação da aptidão de
atletas de resistência e velocidade e apresenta uma correlação com o desempenho
de boa a excelente, além de ser um critério objetivo para a avaliação da resistência
aeróbia, tanto dentro de um mesmo grupo, quanto em grupos diferentes (WEINECK,
1999; ROCHA, 2004).
O lactato pode também ser usado para o direcionamento do treinamento
utilizando-se paralelamente a FC. (WEINECK, 1999)
Fatores como nível de treinamento, alimentação, repouso, tipo de ergômetro e
tempo gasto em cada estágio podem influenciar nos valores do lactato sangüíneo
(WEINECK, 1999; ROCHA, 2004).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. TIPO DE PESQUISA
Esse estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa de campo realizada com
mulheres destreinadas e treinadas há pelo menos 6 meses nos ergômetros que
serão utilizados no estudo.
O estudo foi realizado apenas com mulheres na faixa etária de 21 a 30 anos,
por ser essa a faixa etária de maior ocorrência nessa academia (ALLEVATO, 2004),
sendo 3 (três) treinadas e 3 (três) destreinadas.
3.2. SELEÇÃO DOS SUJEITOS
Os sujeitos foram selecionados de acordo com os seguintes critérios: pessoas
do sexo feminino entre 21 e 30 anos de uma determinada academia da zona norte
do estado do Rio de Janeiro por ser esse o intervalo de classe de maior ocorrência
no local da realização do estudo (ALLEVATO, 2004), classificadas como treinadas,
ou seja, deveriam estar realizando treinamento cardiovascular em um ou mais dos
ergômetros em estudo há pelo menos 6 meses, com uma freqüência mínima de 3
vezes por semana, durante 30 minutos por dia, ou como destreinadas, ou seja, não
estarem realizando nenhum tipo de treinamento cardiovascular na faixa de 70 a 85%
da FCmáx nos últimos 3 meses. Outro critério de seleção foi a condição de não
estarem fazendo uso de nenhum contraceptivo oral ou injetável.
15
Algumas alunas desta academia foram, então, convidadas a participarem do
estudo através de contato verbal do autor, tanto no ambiente da academia, no caso
das treinadas ou durante a avaliação funcional, no caso das destreinadas.
Tanto nos casos das treinadas como das destreinadas, as 3 (três) primeiras
mulheres de cada categoria que preencheram os critérios de seleção foram
escolhidas para participarem do estudo como voluntárias.
3.2.1. Ética Em Pesquisa
O presente trabalho atende as Normas para a Realização de Pesquisa em
Seres Humanos, Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde de 10/10/1996.
Todos os participantes do estudo concordaram em assinar o Termo de
Consentimento contendo o objetivo do estudo, os procedimentos de avaliação, o
caráter de voluntariedade da participação do sujeito e isenção de responsabilidade
por parte do avaliador e da Academia onde foi realizado o estudo e que pode ser
visto no anexo 3. Além disso, foi também elaborado um Termo de Informação à
Instituição na qual se realizou a pesquisa, com os mesmos itens do termo de
participação consentida, constante do apêndice B.
3.3. INSTRUMENTOS E MATERIAL
Os dados do estudo foram coletados nos seguintes ergômetros:

Bicicleta vertical da marca Johnson, modelo JPC-5100

Bicicleta horizontal da marca Dunlop, modelo R 2200
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
Esteira da marca Johnson, modelo JET 7000

Transport EFX da marca Precor, modelo 544
Além disso, foram utilizados um freqüêncímetro da marca Acumen, modelo
Excel, a Escala de Percepção de Esforço (Escala de Borg) reproduzida a partir de
BORG, 2000 e um lactímetro da marca Accutrend da Roche.
Para os teste realizados nas bicicletas vertical e horizontal foi utilizado o
protocolo de Balke modificado que consiste em se manter uma velocidade constante
de 60 rotações por minuto (rpm) com incrementos de 15 watts a cada minuto.
Nos testes realizados na esteira rolante foi utilizado o protocolo de Bruce que
consiste em incrementos na velocidade e na inclinação a cada 3 (três) minutos.
Nos testes realizados no transport foi estipulado um protocolo que consistia
em se manter uma velocidade constante de 100 passadas por minuto para as
mulheres destreinadas e de 120 passadas para as mulheres treinadas, com
incremento de um nível de resistência a cada minuto.
3.4. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS
Após uma anamnese, preenchimento do PAR-Q e assinatura de um termo de
consentimento, foi feita uma adaptação aos ergômetros em estudo, quando foi
explicado às avaliadas como os testes se desenvolveriam. Após isso, foi realizado
um único teste em cada ergômetro com cada um dos sujeitos. Os testes referentes a
uma mesma avaliada foram realizados em dias diferentes.
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Durante os testes, a freqüência cardíaca dos sujeitos foi constantemente
monitorada através do freqüêncímetro.
Antes de se iniciar cada teste, foi medida a quantidade de lactato sangüíneo
em cada uma das avaliadas, além se perguntar a cada uma delas o tipo de atividade
física realizada no dia anterior a cada teste, a quantidade de horas de sono na noite
anterior e a quantidade de refeições realizadas no dia do teste.
Não foi realizado nenhum tipo de aquecimento prévio, porém permitiu-se que
a avaliada se alongasse se assim o quisesse. Os testes se desenvolveram de
acordo com os protocolos apresentados no item anterior.
Quando cada avaliada atingia 70% de sua FCmáx, era feita a medida da
quantidade de lactato sangüíneo, além de se apresentar a Escala de Borg à avaliada
para que ela indicasse o valor correspondente àquela intensidade.
O mesmo procedimento foi adotado quando a avaliada atingia 85% de sua
FCmáx.
Imediatamente após ser coletado o sangue para a medição realizada a 85%
da FCmáx, a intensidade do ergômetro voltava novamente aos valores iniciais do teste
para que no 3º minuto após esse procedimento fosse realizada nova medição da
quantidade de lactato sangüíneo.
Após esses procedimentos o teste era encerrado.
Os dados foram anotados em formulário apropriado, tabulados e analisados.
4. ANÁLISE DOS DADOS
Após a tabulação dos dados, os mesmos foram analisados estatisticamente e
plotados em gráfico específico.
Os valores da quantidade de lactato sangüíneo foram normatizados para que
se compensasse as diferenças relativas a valores iniciais que poderiam estar
alterados devido a variáveis que não foram controladas durante o teste.
Para análise dos valores da percepção subjetiva de esforço entre o grupo das
treinadas e das destreinadas foi utilizado um teste-t pareado bi-caudal com nível de
significância para que houvesse diferença significativa de p ≤ 0,05 (VIEIRA, 1981).
Para análise dos valores da percepção subjetiva de esforço intragrupos e
intra-individual dentro da mesma faixa de FC foi utilizado uma medida estatística de
tendência central - a moda (Mo) - que calcula o valor que mais ocorreu em um
determinado evento (VIEIRA, 1981).
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Foram avaliadas, nesse estudo, 6 (seis) mulheres, sendo 3 (três) treinadas
(IMC = 24; 22,9; 22,7; idade = 24, 29, 22) e 3 (três) destreinadas (IMC = 26; 22,7; 24;
idade = 24, 28, 25) que foram testadas segundo a metodologia descrita no item 3.4.
Para se minimizar a influência de variáveis intervenientes e a fim de se obter
uma maior fidedignidade na análise dos resultados foram coletados dados acerca de
algumas dessas variáveis que pudessem intervir nos resultados.
As variáveis horário de realização do teste, atividades realizadas no dia
anterior ao teste, horas de sono na noite anterior ao teste, refeições realizadas no
dia do teste, período do ciclo menstrual e outras observações relevantes foram
registrados para se associar a quaisquer alteração nos resultados.
Analisando-se os valores da escala de Borg entre os grupos MT e MD para
cada tipo de ergômetro e em cada percentual de FC, não foram encontradas
diferenças significativas (p>0,05) nos valores que variaram de 3 a 11 para o grupo
MT e de 5 a 10 para o grupo MD respectivamente para os cortes de 70 e de 85 % da
FCmáx, indicando que a percepção de esforço é semelhante tanto para mulheres
treinadas quanto para mulheres destreinadas nos 4 (quatro) tipos de ergômetro
analisados.
Os valores obtidos da Escala de Borg em todos os ergômetros em cada faixa
de FC são apresentados na figura abaixo.
20
VALORES DE BORG
14
12
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
D85
D70
6
T85
7
8
9
10
11
T70
Figura 1: Valores de Borg obtidos em todos os ergômetros (D = destreinadas; T = treinadas)
Analisando-se os grupos separadamente, o grupo MD apresentou uma menor
percepção de esforço no transport, tanto em 70% da FCmáx (Mo=3) quanto em 85%
da FCmáx (Mo=5) e o grupo MT apresentou uma menor percepção de esforço na
bicicleta vertical, tanto em 70% da FCmáx (Mo=4) quanto em 85% da FCmáx (Mo=6).
Quando analisados individualmente, os resultados não foram consistentes
como os resultados intergrupos, ou seja, não houve convergência de resultados
quando cada avaliada foi analisada isoladamente agrupando-se seus resultados em
cada percentual de FC analisado, com exceção de uma treinada cuja percepção de
esforço foi a mesma (70% da FCmáx = 4, 85% da FCmáx =11) em todos os
ergômetros, com exceção do corte de 70% da FCmax na bicicleta horizontal cujo
valor foi 8. Isso pode ter sido influência de uma série de fatores que não aqueles
controlados no estudo, pois não houve relação causal entre os fatores controlados e
os valores encontrados, o que é corroborado por diversos estudos. (DUNBAR et
12
21
al,1992; THOMAS et al, 1995; TRAVLOS e MARISI, 1996; ZENI et al, 1996;
MOREAU et al, 1999).
Não houve uma relação linear dos valores de lactato com os valores
encontrados para a percepção de esforço nem com o percentual de freqüência
cardíaca estudado, podendo ser reflexo de adaptações fisiológicas individuais, até
mesmo porque os valores iniciais do lactato foram considerados altos, o que não
deve ser considerado uma anormalidade já que indivíduos podem apresentar valores
iniciais entre 3 e 5 mMol/L; isso, por si só, extrapolaria o valor do limiar de lactato
proposto por diversos autores (DENADAI, 2000)
Por estar sujeita à influência de fatores internos e externos (WEINECK, 1996;
BORG, 2000; ROCHA, 2004), os resultados dos estudos tornam-se controversos
quando variáveis como aptidão física, aspectos patológicos, motivacionais,
emocionais e condições ambientais, dentre outras, não são controlados (DUNBAR et
al,1992; DUNBAR et al,1994; THOMAS et al, 1995; TRAVLOS e MARISI, 1996;
KANG et al, 1998; DENADAI, 2000).
Apesar disso, todos os estudos analisados são unânimes em confirmar a
confiabilidade da Escala de Borg para prescrição da intensidade do exercício.
6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Os resultados do estudo realizado mostram que existe um tipo ergômetro
onde mulheres treinadas e destreinadas na faixa etária de 21 a 30 anos de uma
determinada academia da zona norte do estado do Rio de Janeiro percebem o
esforço realizado em uma intensidade menor, sendo esse ergômetro o transport
para as mulheres destreinadas e a bicicleta vertical para as mulheres treinadas e,
mostram, ainda, que mulheres destreinadas têm uma percepção de esforço mais
homogênea do que as treinadas, provavelmente por causa da inabilidade motora e
da falta de condicionamento físico.
Recomenda-se que se aumente o número de sujeitos avaliados para
corroborar os resultados obtidos com esse estudo e que se diversifique a população
estudada para avaliar se os resultados serão condizentes com os aqui
apresentados.
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ANEXOS
ANEXO 1
PAR-Q
(Um Questionário para Pessoas com 15 a 69 Anos de Idade)
O bom senso é seu melhor guia ao responder essas questões. Queira ler as
questões com extremo cuidado e responder cada uma delas com honestidade.
SIM
NÃO
1.Seu medico já lhe disse que você é portador de uma afecção
e que somente deve realizar a atividade recomendada por um
médico?
2.Você sente dor no tórax quando realiza uma atividade física?
3.No ultimo mês, você teve dor toráxica quando não estava
realizando uma atividade física?
4.Você perdeu o equilíbrio em virtude de uma tonteira ou já
perdeu a consciência?
5.Você sofre de algum problema ósseo ou articular que poderia
ser agravado por uma mudança em sua atividade física?
6.Seu médico está lhe receitando atualmente medicamentos
(por exemplo, diuréticos) para pressão arterial ou alguma
condição cardíaca?
7.Você está a par de alguma outra razão pela qual não deveria
realizar uma atividade física?
NOTA: Se o PAR-Q está sendo fornecido a uma pessoa antes de ela participar de
um programa de atividade física ou de uma avaliação da aptidão, esta seção pode
ser utilizada com finalidades legais ou administrativas.
Li, compreendi e completei este questionário. Todas as dúvidas que eu tinha foram
respondidas de uma maneira plenamente satisfatória.
Rio de Janeiro,_____de ___________________ de 2004
NOME______________________________________________
ASSINATURA________________________________________
TESTEMUNHA_______________________________________
PESQUISADOR______________________________________
© Sociedade Canadense para a Fisiologia do Exercicio
Société canadienne de physiologie de l’exercise
ANEXO 2
ANAMNESE
Nome:___________________________________________________
Idade: ___________________________________________________
Endereço: ________________________________________________
Telefone: ________________________________________________
1. Qual o esporte que você mais pratica?
2. Quantas vezes por semana você costuma beber bebida alcoólica?
3. Fuma quantos cigarros por dia?
4. Que medicamentos usa habitualmente?
5. Há quantos anos você treina sistematicamente?
6. Nos últimos 6 meses, quantas horas por semana você treinou?
7. No último ano, quantas vezes você interrompeu seu treinamento?
8. Por que interrompeu seu treinamento?
9. Come carne, peixe ou galinha diariamente?
10. Bebe leite diariamente?
11. Come ovos e queijos?
12. Come frutas?
13. Come açúcar refinado?
14. Doces?
15. Gorduras animais?
16. Quantas horas dorme por noite?
17. Faz uso de anticoncepcionais?
30
Avaliação morfológica
Peso: __________ Altura: __________
IMC: _________
Dobras cutâneas:
Triciptal: ____________
Suprailíaca: __________
Coxa: _______________
Percentual de gordura corporal: ____________
Adaptado de ROCHA, 2004
31
ANEXO 3
Consentimento informado sobre o teste de esforço
Finalidade e execução do teste
Será realizado um teste de esforço em dois tipos de bicicleta ergométrica, uma
esteira rolante e um aparelho elíptico conhecido como transport. A intensidade do
exercício começará com um nível baixo e avançará por estágios, com exceção do
transport que transcorrerá em estágio único. Podemos encerrar o teste a qualquer
momento devido a sinais de fadiga ou de modificações anormais em sua freqüência
cardíaca ou a sintomas que você possa experimentar. É importante reconhecer que
você pode parar quando quiser caso sinta fadiga ou qualquer outro desconforto,
porém, será sempre encorajada a continuar.
Riscos e desconfortos inerentes
Existe a possibilidade de ocorrerem certas modificações durante o teste. Estas
incluem pressão arterial anormal, desmaio, ritmo cardíaco irregular, rápido ou lento
e, em circunstâncias raras, ataque cardíaco, apoplexia ou morte. Devem ser
envidados todos os esforços no sentido de minimizar esses riscos através da
avaliação preliminar em relação à sua saúde e aptidão e pelas observações
minuciosas feias durante o teste.
Responsabilidade do participante
Seu relato imediato de qualquer sintoma ou de qualquer sensação incomun que
possa ocorrer com você durante o teste de esforço é de primordial importância. Você
é responsável pela comunicação plena de sua história médica, assim como dos
sintomas que podem ocorrer durante o teste. Espera-se também que você
comunique a quem vai realizar o teste todas as medicações (incluindo aquelas
obtidas sem prescrição) tomadas recentemente.
Indagações
São encorajadas todas as perguntas acerca dos procedimentos usados no teste de
esforço ou dos resultados de seu teste. Se você tem quaisquer preocupações ou
dúvidas, queira pedir-me informações adicionais.
Uso dos valores registrados
Os valores obtidos com o teste de esforço serão utilizados com finalidade científica
em um estudo sobre percepção de esforço com o devido respeito a sua privacidade.
Liberdade de consentimento
Concordo voluntariamente em participar de um teste de esforço a fim de determinar
minha capacidade de realizar exercícios em uma determinada intensidade. Minha
permissão em realizar esse teste de esforço é dada voluntariamente. Compreendo
que tenho o direito de interromper o teste em qualquer ponto se assim o desejar.
Desde já autorizo a divulgação dos dados com fins científicos sem, no entanto,
desrespeitarem minha privacidade.
Li este formulário e compreendo os procedimentos do teste a que irei me
submeter e os riscos e desconfortos inerentes. Conhecendo esses riscos e
desconfortos e tendo tido a oportunidade de formular as questões que me foram
respondidas satisfatoriamente, consinto em participar desse teste.
Rio de Janeiro, de
de 2004
TESTEMUNHA__________________
AVALIADO______________________
AVALIADOR _____________________
32
ANEXO 4
Escala subjetiva de esforço
(Escala de Borg)
0
Nenhuma atividade
0.3
0.5 Extremamente leve
1
Muito leve
1.5
2
Leve
2.5
3
Moderado
4
5
Forte
6
7
Muito forte
8
9
10 Extremamente forte
11
12 Máximo absoluto
BORG, G. (2000). Escalas de Borg para a dor e o esforço
percebido. Manole.
APÊNDICES
APÊNDICE A
FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS
MT 1
FC
BORG
E1
E2
E3
E4
MT 2
FC
BORG
MT 3
FC
BORG
70%
85%
70%
85%
70%
85%
70%
85%
LACTATO
REPOUSO
E1
70%
85%
3º min
REPOUSO
E2
70%
85%
3º min
REPOUSO
E3
70%
85%
3º min
REPOUSO
E4
70%
85%
3º min
MD 1
FC
BORG
MD 2
FC
BORG
MD 3
FC
BORG
APÊNDICE B
TERMO DE INFORMAÇÃO À INSTIUIÇÃO
De: Leonardo Allevato Magalhães
Para:
Assunto:
Data:
Venho por meio desta solicitar autorização para realização da pesquisa
“xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx” na Academia xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, com início em xx de
yyyy de 2004.
Os indivíduos avaliados serão submetidos a uma bateria de testes de
xxxxxxxxxxxxx.
Todos os indivíduos a serem avaliados estão cientes que em estudos desta
natureza podem ocorrer algum tipo de desconforto. Caso aconteça algum, ou
qualquer outro problema que tenha relação direta com a participação nesse
estudo, todos os indivíduos voluntários à pesquisa receberão atendimento
imediato, sem nenhum tipo de ônus material ou pessoal.
Caso alguma anormalidade seja detectada antes ou durante a coleta de
dados deste estudo, o teste será interrompido, sendo de inteira responsabilidade
do avaliado a procura dos tratamentos cabíveis. Todos estão cientes também que
podem abandonar este estudo a qualquer momento, sem que nenhuma
implicação recaia sobre eles, além de concordarem com a utilização das
informações obtidas nesse estudo para fins científicos, desde que não sejam
divulgadas suas identificações.
Atenciosamente,
_________________________