- Festival ao Largo

Transcrição

- Festival ao Largo
Direção Artística
Luísa Taveira
(Companhia Nacional de Bailado)
Patrick Dickie
(Teatro Nacional de São Carlos)
Companhia Nacional de Bailado — Coro do Teatro Nacional de São Carlos — Escola Superior de Teatro e Cinema
Orquestra Gulbenkian — Orquestra Metropolitana de Lisboa — Orquestra Sinfónica Juvenil
Orquestra Sinfónica Portuguesa — Orquestra de Sopros e Percussão do Conservatório Regional de Artes do Montijo
André Baleiro — Airam Hernández — Christopher Bochmann — Cristiana Oliveira — Cristina Carvalhal
Dinis Sousa — Domenico Longo — Joana Carneiro — Laryssa Savchenko — Lorenzo Decaro — Luís Rodrigues
Maria Luísa de Freitas — Mário Laginha — Mary Elizabeth Williams — Nuno Silva — Pedro Amaral
Pedro Meireles — Pedro Neves — Sara Braga Simões
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FESTIVAL AO LARGO 2016 MILLENNIUM BCP
Fernando Pessoa escreveu que todos vivemos tal como sonhamos – sozinhos. À afirmação imaterial e poética impõe-se a pergunta terrena e material: e enquanto vivemos e sonhamos, não choramos, não cantamos, não amamos
e não acreditamos em comunidade?
Uma das mais poderosas formas de bem-estar e de reconciliação é a partilha comunitária da Música, de uma simples
melodia, não sozinhos, mas cercados por milhares de vozes. Claro que existe essa barreira, quase indecifrável, que
divide as emoções de massa da verdadeira consciência estética, mas a prova está nos resultados, esses bem decifráveis: perdemo-nos na multidão ou, no meio dela, nos descobrimos como indivíduos unidos, mesmo comungando
das nossas diferenças?
Porque acreditamos que a etimologia não engana e que comunhão e comunidade são da mesma família, porque
acreditamos que certas formas públicas de abraçarmos as diversas fatias da cultura são vitais para que essa mesma
cultura possa sobreviver, o Festival ao Largo regressa na sua já 8ª edição. Sempre empenhados em servir uma comunidade mais vasta, trazemos da sala escura para céu aberto um repertório mais abordável da música, do canto, da
dança e do teatro nas suas múltiplas vertentes eruditas e, com elas, fazermos uma verdadeira festa na cidade.
Artistas, imprensa escrita e audiovisual, patrocinadores, parceiros estratégicos, ou comércio local, todos concorremos para, numa só voz, servir a comunidade, procurando a captação de outros públicos. Damos evidente destaque
ao Coro do Teatro Nacional de São Carlos, à Orquestra Sinfónica Portuguesa e à Companhia Nacional de Bailado,
contando igualmente com a participação de artistas convidados, sendo de salientar nesta edição a presença do compositor e pianista Mário Laginha.
Eis a programação desenhada pelas respetivas direções artísticas da Companhia Nacional de Bailado e do Teatro
Nacional de São Carlos para a edição deste ano do Festival ao Largo. Ambas não descuraram a oportunidade de festejar efemérides ou de homenagear figuras marcantes da cultura nacional ou mundial: prova disso, a celebração do
400º aniversário da morte do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare e o convite oficial, a 15 de julho de
1916, do governo britânico para que Portugal participasse na Primeira Grande Guerra ao lado dos Aliados.
Um agradecimento especial é devido ao Millennium bcp e ao Lisbon Marriott Hotel por nos acompanharem nesta
edição.
Basta de palavras. O fantástico E. T. Hoffmann escreveu um dia que onde a acaba a palavra, começa a música.
Então, que ela comece!
Lisboa, 1 de junho de 2016
Carlos Vargas
Presidente do Conselho de Administração
08.07—sexta-feira 09.07—sábado
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21h30
MÚSICA
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Orquestra de Sopros e Percussão do Conservatório Regional de Artes do Montijo
Pedro Meireles, violino
Cesário Costa, direção musical
Mário Laginha
Mãos na pedra, olhos no céu
Édouard Lalo
Sinfonia Espanhola, op. 21
Piotr Ilitch Tchaikovski
Abertura 1812
Arquitetos riscam o céu, operários trabalham a pedra no fascínio pelo caos numa cidade em construção. “Opor-se à espessura
destes muros, a insurreição do olhar”, frase de um poema de Eugénio de Andrade que dá o tom maior a Mãos na pedra, olhos no
céu, obra de Mário Laginha composta para o filme de João Botelho e estreada em janeiro de 2001 na cerimónia de abertura do
Porto Capital Europeia de Cultura. Escrita bem mais cedo, em 1874, por Édouard Lalo, a Sinfonia Espanhola, op.21 é, na sua essência, um concerto para violino com 5 andamentos que Lalo dedicou ao seu amigo e grande violinista espanhol Pablo Sarasate
e cujo final apoteótico pretende descrever o frenesim de uma cidade espanhola. Ouvida pela primeira vez em 1882, a Abertura
1812, de Tchaikovski, fecha o programa numa outra cidade: a de Moscovo que festeja com sinos e canhões a retirada do território russo das tropas de Napoleão Bonaparte.
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Criada em 1993, a Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) é um dos corpos artísticos do Teatro Nacional de São Carlos e tem vindo a desenvolver uma atividade sinfónica própria, incluindo uma programação regular de concertos, participações em festivais de música nacionais e internacionais.
No âmbito de outras colaborações, destaque-se também a sua presença nos seguintes acontecimentos: 8.º Torneio Eurovisão de Jovens Músicos
transmitido pela Eurovisão para cerca de quinze países (1996); concerto de encerramento do 47.º Festival Internacional de Música e Dança de
Granada (1997); concerto de gala da Abertura da Feira do Livro de Frankfurt; concerto de encerramento da Expo’98; Festival de Música
Contemporânea de Alicante (2000) e Festival de Teatro Clássico de Mérida (2003).
Colabora regularmente com a Rádio e Televisão de Portugal através da transmissão dos seus concertos e óperas pela Antena 2, designadamente a realização da tetralogia O anel do Nibelungo, transmitida na RTP2, e da participação em iniciativas da própria RTP, como o Prémio
Pedro de Freitas Branco para Jovens Chefes de Orquestra, o Prémio Jovens Músicos-RDP e a Tribuna Internacional de Jovens Intérpretes.
No âmbito das temporadas líricas e sinfónicas, a OSP tem-se apresentado sob a direção de notáveis maestros, como Rafael Frühbeck de
Burgos, Alain Lombard, Nello Santi, Alberto Zedda, Harry Christophers, George Pehlivanian, Michel Plasson, Krzysztof Penderecki,
Djansug Kakhidze, Milán Horvat, Jeffrey Tate e Iuri Ahronovitch, entre outros.
A discografia da OSP conta com dois CD para a etiqueta Marco Polo, com as sinfonias n.os 1, 3, 5 e 6 de Joly Braga Santos, que gravou sob a direção do seu primeiro maestro titular, Álvaro Cassuto, e Crossing borders (obras de Wagner, Gershwin e Mendelssohn), sob a direção de Julia
Jones, numa gravação ao vivo pela Antena 2.
No cargo de maestro titular, seguiram-se José Ramón Encinar (1999-2001), Zoltán Peskó (2001-2004) e Julia Jones (2008-2011); Donato
Renzetti desempenhou funções de primeiro maestro convidado entre 2005 e 2007.
Atualmente, a direção musical está a cargo de Joana Carneiro.
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21h30
Orquestra de Sopros e Percussão do Conservatório Regional de Artes do Montijo
O Conservatório Regional de Artes do Montijo, como escola de ensino especializado de música, propõe-se formar músicos, criadores, professores mas também ouvintes. Uma vez que o ensino não se resume à sala de aula, realiza várias atividades, tais como audições de classe (por
instrumento); concertos de final de período (Natal, Páscoa e Verão), ópera infantil, espetáculos didáticos, entre outros.
O CRAM hoje é uma referência no ensino artístico na região de Setúbal, contando com uma Orquestra Sinfónica, uma Orquestra de Cordas,
Orquestra de Sopros e Percussão, Orquestras de Iniciação de Sopros e Cordas, vários Grupos de Música de Câmara, Coro Infantil e Juvenil.
Um dos contributos mais importantes do CRAM relaciona-se com a aprendizagem em grupo. Diz a tradição que o individual deve prevalecer
sobre o coletivo e que a aprendizagem em grupo apenas se justifica após uma longa e cuidada preparação solitária. O CRAM, sem descorar
a preparação individual, pretende proporcionar aos seus alunos a prática da música como ato coletivo e social desde o início dos estudos.
Pedro Meireles
Iniciou os estudos de violino com a sua mãe e prosseguiu a sua formação no Conservatório de Música do Porto com Carlos Fontes e
Suzanna Lidegran, terminando o curso com a classificação máxima.
Como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, concluiu a licenciatura e o mestrado na Royal Academy of Music, tendo-lhe
sido atribuído um DipRAM e o Prémio J&A Beare.
Foi galardoado com primeiros lugares em concursos como o
Prémio Maestro Silva Pereira, o Prémio Marjorie Hayward, o
Prémio Mica Comberti, o Prémio de Viola Theodore Holland, o Sir
Arthur Bliss Memorial Prize e o Prémio de Viola Max Gilbert.
Venceu também, por três vezes, o Prémio Jovens Músicos da RTP.
Como concertista e como músico de câmara, realizou mais de duzentos concertos em algumas das mais conceituadas salas da
Europa. Em 2005 apresentou o Stradivarius “Viotti” da coleção da
Royal Academy of Music em concerto de gala no Victoria and
Albert Museum, em Londres. Foi concertino e concertino adjunto
das orquestras Royal Philharmonic, Orion Symphony, New London
Orchestra, Brandenburg Sinfonia e Ashover Festival Orchestra.
Foi professor de Violino no Conservatório Nacional, na Academia
de Música de Santa Cecília e na Academia de Música de Lisboa.
Presentemente, é Concertino Principal da Orquestra Sinfónica
Portuguesa e Concertino Auxiliar da Orquestra Gulbenkian.
Este ano, foi agraciado como Membro Associado da Royal
Academy of Music.
Joana Carneiro
Joana Carneiro é Maestrina Principal da Orquestra Sinfónica
Portuguesa, Diretora Musical da Orquestra Sinfónica de Berkeley,
Maestrina Convidada da Orquestra Gulbenkian e Diretora
Artística do Estágio Gulbenkian para Orquestra.
Na presente temporada, tem concertos com as Orquestras da Rádio
Sueca, Gotemburgo, London Sinfonietta, Castilla y León Symphony,
Royal Stockholm, Hong Kong, entre outras. Projetos futuros incluem concertos com a Orquestra Filarmónica de Los Angeles,
Orquestra Sinfónica de São Francisco, Oslo, Rádio Sueca,
Gotemburgo, Estocolmo, Helsínquia e Britten Sinfonia.
Joana Carneiro colaborará com Peter Sellars, dirigindo a produção
de La Passion de Simone, de Kaija Saariaho, em junho de 2016 e The
Gospel according to the Other Mary, de John Adams, em março de 2017.
Foi Maestrina Assistente da Filarmónica de Los Angeles, onde trabalhou com o seu mentor Esa-Pekka Salonen. Foi Maestrina
Assistente da Los Angeles Chamber Orchestra e Diretora Musical
da Campus Philharmonia Orchestra (Michigan).
Licenciou-se em Direção de Orquestra na Academia Nacional
Superior de Orquestra. Estudou com Kenneth Kiesler (Michigan),
Kurt Masur (Londres), Michael Tilson Thomas (Miami), Victor
Yampolsky (Chicago), Mallory Thompson (Chicago) e Jean Marc
Burfin (Lisboa).
Joana Carneiro é Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique.
11.07—segunda-feira
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21h30
MÚSICA
Orquestra Metropolitana de Lisboa
Nuno Silva, clarinete
Pedro Amaral, direção musical
Wolfgang Amadeus Mozart
Concerto para Clarinete em Lá maior, K.622
Ludwig van Beethoven
6.ª Sinfonia, op. 68 em Fá maior
Composto em 1791, o Concerto para Clarinete em Lá maior, K.622, foi a última obra instrumental de Mozart que viria a morrer em
Viena no final desse mesmo ano. Os três andamentos são um diálogo constante entre o clarinete e a orquestra que termina com
um tutti redentor como se fosse indiferente a toda a melancolia quase premonitória que atravessa toda a obra.
Outra atmosfera melancólica, esta bucólica e contemplativa, emana da 6.ª Sinfonia, op. 68 em Fá maior de Beethoven que se estreou em Viena em 1808. Em 5 andamentos e denominada “Pastoral”, é uma das obras mais conhecidas da fase romântica de
Beethoven e onde ele afirma o seu profundo amor pela Natureza que tanto amava.
Orquestra Metropolitana de Lisboa
A Orquestra Metropolitana de Lisboa mantém uma programação regular desde 1992. Os seus músicos asseguram uma intensa atividade, permitindo abordar géneros diversos, proporcionando a criação de novos públicos e a afirmação do caráter inovador do projeto AMEC |
Metropolitana, de que esta orquestra é a face mais visível.
Nos programas sinfónicos, jovens intérpretes da Academia Nacional Superior de Orquestra juntam-se à Metropolitana, cuja constituição regular integra já músicos formados nesta escola. Este desígnio, que distingue a identidade da Metropolitana, por ser exemplo singular no panorama
musical internacional. Cabe-lhe, ainda, a responsabilidade de assegurar uma programação regular junto de várias autarquias da região centro e
sul, para além de promover iniciativas de descentralização cultural por todo o país.
Apesar de sedeada em Lisboa, onde apresenta uma temporada de cerca de três dezenas de concertos com orquestra e dezenas de programas
de música de câmara, a OML estende atualmente a sua área de influência a 12 dos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa e às cidades
do Porto, Coimbra, Setúbal e Leiria.
Tem gravados mais de uma dezena de CDs – um dos quais disco de platina – para diferentes editoras, incluindo a EMI Classics, a Naxos e a
RCA Classics.
Ao longo destas duas décadas, colaborou com inúmeros maestros e solistas de grande reputação no plano nacional e internacional.
A Direção Artística da Orquestra Metropolitana de Lisboa é, desde julho de 2013, assegurada pelo maestro e compositor Pedro Amaral.
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—segunda
Nuno Silva
Estudou com António Saiote, Hans Deinzer, Pascal Moragués e
Hakan Rosengren. É diplomado em clarinete pelo Conservatório
Nacional, ESMAE e California State University, onde concluiu o
mestrado. Em 2001 licenciou-se em Ciências Musicais na
Universidade Nova de Lisboa. Encontra-se atualmente a frequentar o programa de doutoramento na Universidade de Évora. Foi
vencedor dos concursos nacionais de maior importância e foi também distinguido em concursos internacionais: semifinalista do
Concurso Internacional Valentino Bucchi em Roma em 1992, laureado no Concurso Internacional Aurelian Popa na Roménia em
1993 e semifinalista no Concurso Internacional de Cracóvia em
1994; em 2002 ficou apurado entre os três semifinalistas em clarinete do Concert Artists Guild, em Nova Iorque. A sua discografia
inclui o 2.º Concerto de Weber, com a Nova Filarmonia Portuguesa,
obras de Mathias Dorsam com o Quinteto Mistral, os CD
«Percursos» e «LX1988» com o Quarteto de Clarinetes de Lisboa,
«SWING.PT» e «Live Performances Mozart /Copland». Nuno Silva
é artista Buffet Crampon e D’Addario Woodwinds. É regularmente
convidado a atuar no Congresso Mundial do Clarinete. Atuou com
músicos de referência mundial, como Paul Meyer, Antoine
Tamestit, Yo Kosube ou Jin Wang. Atualmente é professor no
Conservatório Nacional e na Academia Nacional Superior de
Orquestra, assim como 1.º Clarinete Solista da Orquestra
Metropolitana de Lisboa.
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Pedro Amaral
Compositor e maestro, Pedro Amaral é um dos músicos europeus
mais ativos da nova geração. Inicia os estudos em composição como
aluno privado de Lopes-Graça, a partir de 1986, ao mesmo tempo
que prossegue a sua formação musical geral, no Instituto
Gregoriano (1989/91). Ingressa depois na Escola Superior de
Música de Lisboa onde conclui o curso de composição na classe do
professor Christopher Bochmann, em 1994. Instala-se em Paris,
onde estuda com Emmanuel Nunes no Conservatório Superior,
graduando-se com o Primeiro Prémio em Composição por unanimidade do júri. Estuda ainda direção de orquestra com Peter
Eötvös (Eötvös Institute, 2000) e Emilio Pomàrico (Scuola Civica
de Milão, 2001).
Paralelamente à sua formação musical prática, prossegue os estudos universitários na École des Hautes Études en Sciences Sociales,
em Paris obtendo, em 1998, o Mestrado em Musicologia
Contemporânea com uma tese sobre Gruppen de K. Stockhausen e,
em 2003, um doutoramento com uma tese sobre Momente e a problemática da forma na música serial.
Em maio de 2010, estreou em Londres a sua ópera O sonho, a partir
de um drama inacabado de Fernando Pessoa. Unanimemente
aplaudida pela crítica, a obra foi apresentada em Londres e Lisboa.
Como compositor e/ou maestro, Pedro Amaral trabalha regularmente com diferentes ensembles e orquestras, nacionais e estrangeiros. Foi maestro titular da Orquestra do Conservatório Nacional
(2008/09) e do Sond’Ar-Te Electric Ensemble (2007/10). Desde o
ano letivo de 2007/2008, é Professor Auxiliar da Universidade de
Évora (Composição, Orquestração e disciplinas afins). Desde julho
de 2013, é diretor artístico e pedagógico da AMEC / Metropolitana.
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21h30
TEATRO
Escola Superior de Teatro e Cinema
em co-produção com o Teatro Municipal São Luiz
e o Teatro Nacional D. Maria II
Glorioso Verão | Festival Shakespeare
Espetáculo final dos alunos
Cristina Carvalhal, direção artística
Fernando Villas-Boas, tradução e dramaturgia
José Álvaro Correia, desenho de luz
Sérgio Delgado, sonoplastia
Maria Repas, voz
António Lagarto, design de cena
Conceição Mendes, produção
Miguel Cruz, luz
David Antunes, dramaturgia
Jean Paul Bucchieri, corpo/movimento
António Sofia; Bernardo Lobo Faria; Bruno Bernardo; Carolina Picoito Pinto; Catarina Claro;
David Cipriano; Joana Paz; Margarida Correia; Maria Mouga Muge; Mariana Portocarrero;
Marta Taborda; Matilde Jalles; Rodrigo de Castro Ribeiro; Sara Miguens e Teresa Alves, alunos/atores
Sara Caria e Vasco Grou Catarino, alunos/design de cena
Joana Pato e Sara Maria Teixeira, alunos/produção
Conceição Costa e Rute Reis, gabinete de produção
William Shakespeare
Sonho de uma Noite de Verão
Eis a nossa primeira celebração dos 400 anos da morte de Shakespeare: estreada algures entre 1594 e 1596, altura em que se
ocupava também com a escrita de ‘Romeu e Julieta’, Sonho de uma Noite de Verão consiste em quatro tramas interligadas que nos
contam os encontros e desencontros que rodeiam o casamento de Teseus com Hipólita e as consequentes aventuras de quatro
jovens atenienses apaixonados, as atribulações de seis atores amadores, as disputas conjugais entre Oberon e Titânia, e os encantamentos ao luar de elfos e fadas que habitam a floresta, cenário onde se desenrola a maior parte da peça. Eis as divertidas
peripécias que nos convidam a ver uma das mais representadas obras teatrais do maior dramaturgo isabelino, numa encenação
agora proposta por Cristina Carvalhal.
E se um grupo de pessoas soubesse de cor o Sonho de uma Noite de Verão e uma noite, subitamente, começasse a brincar a isso... Este foi o ponto de partida de
Cristina Carvalhal para a criação de um espetáculo, há já alguns anos, nos jardins do Palácio Vila-Flor, em Guimarães, e a que volta agora, com alunos finalistas da licenciatura em Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema.
Cristina Carvalhal
Bacharel em Formação de Atores pela Escola Superior de Teatro e Cinema (1986), licenciou-se em Teatro e
Educação nesta escola em 2006. Realizou adaptações teatrais e encenações de obras de Raymond Carver, Witold
Gombrowicz, Boris Vian e Peter Handke.
Dirigiu os espetáculos: A Paixão segundo Eurico, adaptação da obra de A. Herculano – Eurico, O Presbítero, A Pedra
de M. von Mayenburg, Exactamente Antunes com Nuno Carinhas, de J. L. Pires, Sonho de uma Noite de Verão de W.
Shakespeare, Uma Família Portuguesa de F. Oliveira e M. Real, A Orelha de Deus de J. Schwartz, Botox de M. C.
Caldas e P. Eiras, Cândido de Voltaire, Libração de L. Cunillé, Eu Sei Que Vou Te Amar de A. Jabor.
Ainda no Teatro, tem desenvolvido um extenso e reconhecido percurso como atriz. Participou, também, em diversas séries televisivas e em filmes dos mais conceituados realizadores portugueses.
Lecionou na Universidade de Évora, na Escola Superior de Teatro e Cinema, na Escola Superior de Arte e Design
e co-dirigiu um workshop de Teatro no Estabelecimento Prisional de Tires.
A Orelha de Deus recebeu o Prémio Autores 2010 Teatro – Melhor Espetáculo atribuído pela Sociedade
Portuguesa de Autores.
15.07—sexta-feira
21h30
Festival Estoril
Instituto de História Contemporânea
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MÚSICA
Portugal na Primeira Grande Guerra
em colaboração com o Festival Internacional de Música do Estoril
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Sara Braga Simões, soprano
André Baleiro, barítono
Joana Carneiro, direção musical
Ralph Vaughan Williams
Dona Nobis Pacem
Ludwig van Beethoven
7.ª Sinfonia em Lá maior, op. 92
Dona Nobis Pacem de Ralph Vaughan Williams é, segundo palavras do compositor, “uma prece pela paz e um aviso para as guerras que decerto virão”. Cantata para coro e orquestra escrita e estreada em 1936, utiliza textos de várias fontes como os da missa
latina, um discurso político proferido em 1855 por John Bright, poemas de Walt Whitman e passagens do Velho Testamento. A
7.ª Sinfonia em Lá maior, op.92 em quatro andamentos de Beethoven, foi ouvida pela primeira vez em Viena em 1813, dirigida
pelo próprio compositor e acolhida com grande aplauso do público.
De espantosa unidade e vibrante progressão rítmica, Beethoven considerava ser esta sinfonia uma das suas melhores obras e
Wagner descreveu-a como “apoteose da Dança”. Talvez por essa razão – e bem ao seu estilo revolucionário – Isadora Duncan
não hesitou dançar o Allegretto do segundo andamento.
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Criado em condições de efetividade em 1943, sob a direção de Mario Pellegrini, o Coro cumpre uma fase intensiva de assimilação do grande
repertório operístico e de oratória. Entre 1962 e 1975, colaborou nas temporadas da Companhia Portuguesa de Ópera, sediada no Teatro da
Trindade, deslocando-se com a mesma à Madeira, aos Açores, a Angola e a Oviedo (1965), a convite do Teatro Campoamor, e obtendo o
Prémio de Música Clássica conferido pela Casa da Imprensa. Participou em estreias mundiais de autores portugueses, como Fernando
Lopes-Graça (D. Duardos e Flérida) e António Victorino d’Almeida (Canto da Ocidental Praia).
A plena afirmação artística do conjunto é creditada a Gianni Beltrami, a partir de 1985. Registe-se a participação na Grande missa dos mortos
(Berlioz), em Turim. João Paulo Santos sucedeu a Beltrami, constituindo-se como o primeiro português no cargo. Sob a sua responsabilidade,
registam-se vários êxitos: Mefistofele (Boito); Blimunda e Divara (Corghi); a Sinfonia n.º 2 de Mahler, com a Orquestra da Juventude das
Comunidades Europeias; A criação (Haydn); a cantata Faust e o Requiem de Schnittke; Perséphone e Le rossignol (Stravinsky); Evgeni Onegin
(Tchaikovski); Les Troyens (Berlioz); Missa glagolítica (Janácek); Tannhäuser e Die Meistersinger von Nürnberg (Wagner); e Le grand macabre
(Ligeti). Com o Requiem de Verdi, deslocou-se a Bruxelas (1991).
O Coro tem atuado sob a direção de algumas das mais prestigiadas batutas, como Antonino Votto, Tullio Serafin, Vittorio Gui, Carlo Maria Giulini,
Oliviero de Fabritiis, Otto Klemperer, Molinari-Pradelli, Franco Ghione, Alberto Erede, Alberto Zedda, Georg Solti, Nello Santi, Nicola Rescigno,
Bruno Bartoletti, Heinrich Hollreiser, Richard Bonynge, García Navarro, Wolfgang Rennert, Rafael Frühbeck de Burgos, Franco Ferraris, James
Conlon, Harry Christophers, Michel Plasson e Marc Minkowski, entre outros. Também foi dirigido em óperas e concertos pelos mais importantes
maestros portugueses, com relevo especial para Pedro de Freitas Branco. Atualmente, a direção musical está a cargo de Giovanni Andreoli.
15.07—sexta-feira
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21h30
Sara Braga Simões
Venceu vários prémios nacionais e internacionais, sendo considerada pela crítica internacional de ópera como uma soprano de extensão impressionante (Opera Now) e com um desempenho excecional (Opera Magazine).
É convidada regular das temporadas do Teatro Nacional de São
Carlos e nos principais teatros, salas de concerto e festivais de música portugueses. Tem-se apresentado, também, em Espanha,
França, Inglaterra, Eslovénia, Andorra e Moçambique.
Para além de ter interpretado dezenas de papéis principais de repertório lírico, o seu repertório concertístico abarca obras de compositores como Händel, Pergolesi, Vivaldi, Ravel, Berio, George
Crumb, George Benjamin, Peter Maxwell Davies e, também, as
obras Messiah de Händel, Ein Deutsches Requiem de Brahms, Gloria
de Poulenc e Des Knaben Wunderhorn de Mahler, entre outras.
Fez a estreia absoluta de sete óperas de século XXI, destacando-se
a estreia absoluta da ópera O Sonho de Pedro Amaral, em Londres,
com a London Sinfonietta.
Foi dirigida por maestros como: Lawrence Renes, Martin André,
Stefan Asbury, Peter Rundell, Johannes Willig, Laurence
Cummings, Marcos Magalhães, Ferreira Lobo, Cesário Costa,
António Saiote, Marc Tardue, Osvaldo Ferreira, Pierre-Andre
Valade, entre outros.
Gravou, com o pianista Luís Pipa, a integral da obra para Canto e
Piano de Eurico Thomaz de Lima.
Ao longo do seu percurso académico, Sara Braga Simões teve como
mestres Manuela Bigail, Rui Taveira e Peter Harrison. Continuou
os seus estudos em Londres com Susan McCulloch. Atualmente,
recebe orientação de Elisabete Matos.
André Baleiro
Vive em Berlim onde é finalista do curso de canto na Universidade
das Artes (UdK), sob a orientação do Prof. Kammersänger
Siegfried Lorenz, Markus Brück, Eric Schneider e Axel Bauni.
Recentemente colaborou com a Kammeroper de Munique no papel principal da nova produção Kaspar Hauser com música de F.
Schubert. Da sua experiência no palco operático destacam-se os
papéis de Apollon (La descente d’Orphée aux Enfers), Caporale (Il
cappello di paglia di Firenze), Pantalone (Turandot), Don Parmenione
(L’occasione fa il ladro), Capitaine (Les trois Souhaits) e Conte Belfiore
(Fra i due litigante il terzo gode).
Já se apresentou, em concerto, em França, Espanha, Alemanha e
Suíça, bem como no Japão onde interpretou o Requiem de G. Fauré.
Destacam-se também o Requiem Alemão de J. Brahms em Lausanne
e a Paixão segundo São Mateus.
Apresenta-se regularmente em recital com o maestro João Paulo
Santos e colaborou pela primeira vez com o pianista Eric Schneider
em fevereiro deste ano, onde apresentou o ciclo integral
Italienisches Liederbuch de Hugo Wolf em Berlim.
Em 2012, obteve o 2.º prémio no 6.º Concurso de Canto Lírico da
Fundação Rotária Portuguesa e um prémio da fundação Walter &
Charlotte Hamel Stiftung em Hannover. Em 2014, foi finalista no
concurso Franz Schubert em Steyr, Áustria. Desde 2012 é bolseiro
da Fundação Calouste Gulbenkian.
16.07—sábado 17.07—domingo
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10
21h30
MÚSICA
Fantasia para Romeu e Julieta
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Cristiana Oliveira, soprano
Airam Hernández, tenor
Dinis Sousa, direção musical
Piotr Ilitch Tchaikovski
Abertura Romeu e Julieta
Charles Gounod
Árias e duetos de Romeu e Julieta
Serguei Prokofiev
Suites 1 e 2 de Romeu e Julieta
Romeu e Julieta, indubitavelmente a mais popular obra de Shakespeare, inspirou os compositores deste programa. Se a peça teatral teve sucesso imediato, será curioso observar que o mesmo não aconteceu às obras que ouviremos e que, à época das suas
primeiras audições, não obtiveram a aceitação que elas hoje nos merecem: com fracos aplausos, Gounod estreou em 1867 a sua
ópera Roméo et Juliette, que só 30 anos mais tarde viria a ser consagrada pelo público, Tchaikovski teve de reescrever duas vezes
a sua Abertura e só a estreou verdadeiramente em 1870, e Prokofiev, desanimado com a fria receção do bailado que escrevera
para o Kirov decidiu entre 1936 e 1937, adaptá-lo para 2 Suites Orquestrais que evocam os momentos mais importantes da tragédia dos jovens amantes de Verona. É com “Romeu e Julieta”, arquétipo do amor trágico escrito por Shakespeare entre 1591 e
1595 que voltamos a celebrar os 400 anos da sua morte.
Cristiana Oliveira
Vencedora de vários prémios internacionais
no domínio da interpretação, tem recebido
aclamadas críticas na imprensa especializada.
Apresentou-se em vários recitais de Lieder em
Portugal, Espanha, Itália e Estados Unidos da
América. Estreou o ciclo “Quatro canções
para Inês” de António Chagas Rosa.
Com um crescente reconhecimento na interpretação de Oratória foi solista no Requiem e
Missa da Coroação de Mozart, Oratória de Natal
de Saint-Saëns, Requiem de Bomtempo,
Requiem de Verdi, Stabat Mater de Dvořák,
Stabat Mater de Rossini e Requiem de Dvořák.
É, no entanto, na ópera que mais se tem
destacado, entre outros, nos os papéis de
Marie em La fille du régiment de Donizetti;
Madame Cortese em Il viaggio a Reims de
Rossini; Micaela em Carmen de Bizet;
Sophie em Werther; Gilda em Rigoletto de
Verdi; Violetta em La traviata de Verdi.
Nas suas interpretações operáticas teve
oportunidade de se apresentar em várias salas e eventos de referencia nacional e internacional, vários festivais em Barcelona, na
Northwest Opera Ireland, no Teatro
Nacional de São Carlos, no Centro Cultural
de Belém, no Coliseu do Porto e na Aula
Magna, entre outros, com aclamados maestros e encenadores de renome.
Airam Hernández
Em 2015/2016, enquanto membro do ensemble Opernhaus Zürich, interpretou Dr.
Cajus em Falstaff, Gastone em La traviata,
Steuermann em Die Fliegende Hollander e
Malcom em Macbeth. Estreou-se no Teatro
Real de Madrid como Geharnischter Mann
em Die Zauberflöte de Barrie Kosky.
Futuros compromissos incluem a sua primeira apresentação como Alfredo em La
traviata de Robert Wilson na Perm Opera
(Rússia), novamente Alfredo em La traviata
em Füssen (Alemanha), Apollo/Dionysus
na estreia de Orest de Manfred Trojahn na
Zurich Opera House, a estreia na
Nederlandse Opera no papel de Borsa na
nova produção de Rigoletto de Damiano
Michieletto e Arbrace em Indomeneo na
Zurich Opera House.
Em 2013 venceu o Primeiro Prémio e “a melhor pontuação” no Concurso Internacional
de Canto de Logroño e o Segundo Prémio
no Concurso Internacional de Canto “Josep
Mirabent i Magrans”. Em 2014, foi finalista
no Concurso Internacional de Canto
“Francisco Viñas” em Barcelona e
Semifinalista no Concurso Operalia em Los
Angeles.
Em 2010 iniciou estudos de canto com
Dolors Aldea em Barcelona, formando-se
em estudos vocais em 2013.
Dinis Sousa
Dinis Sousa vive atualmente em Londres,
onde exerceu a Fellowship em direção de orquestra na Guildhall School of Music and
Drama.
É fundador e diretor artístico da Orquestra
XXI, com quem se apresenta regularmente
nas mais prestigiadas salas de Portugal, recolhendo grandes elogios da crítica especializada. Tem trabalhado de perto com o
maestro Sir John Eliot Gardiner, sendo seu
assistente esta temporada em projetos com
as Orquestras Sinfónica de Londres e
Filarmónica de Berlim, e com a Orchestre
Révolutionnaire et Romantique nos BBC
Proms. Tem dirigido grupos como a
Southbank Sinfonia, Orquestra Clássica da
Madeira e Haydn Chamber Orchestra e
preparou a Guildhall Symphony Orchestra
para o maestro Bernard Haitink.
A 10 de junho de 2015, foi condecorado
pelo Presidente da República com o grau de
Cavaleiro da Ordem do Infante D.
Henrique.
19.07—terça-feira
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11
21h30
MÚSICA
Orquestra Sinfónica Juvenil
Christopher Bochmann, direção musical
Hector Berlioz
Abertura de O Corsário
Max Reger
Variações sobre
um tema de Mozart,
op. 132
Otto Nicolai
Abertura de
As Alegres Comadres
de Windsor
Richard Strauss
Valsa de O Cavaleiro
da Rosa
A Abertura de O Corsário, de Berlioz conheceu outros dois títulos: “La Tour de Nice” e “The Red Rover”, de James Fenimore
Cooper, escritor norte-americano que o compositor tanto admirava. Só em 1852, aquando da publicação definitiva da partitura,
é que Berlioz decidiu rebatizá-la com o título do conto em verso de Lord Byron que narra as aventuras de Conrad, o corsário
rebelde. As Variações sobre um tema de Mozart, op. 132, de Max Reger, é um conjunto de variações para orquestra inspirado no primeiro andamento da Sonata para piano em Lá, K.331, de Mozart, e que permanece a obra orquestral mais conhecida e gravada
de Reger. Com a Abertura de As Alegres Comadres de Windsor, ópera escrita em 1849 por Otto Nicolai para a Staatsoper de Berlim,
termina a nossa celebração a Shakespeare. A Valsa da ópera O Cavaleiro da Rosa, ópera de Richard Strauss, foi estreada com retumbante sucesso em Dresden, em 1901. E na mais mozarteana ópera de Strauss, que importa o anacronismo de uma valsa
numa época onde ela ainda nem sequer existia? A música de Strauss enquadra-se esplendorosamente no perfume e na sofisticação de uma Viena da corte de Maria Teresa de Áustria.
Orquestra Sinfónica Juvenil
Fundada em 1973, a Orquestra Sinfónica Juvenil é, hoje, reconhecida como uma instituição fundamental no nosso panorama músico-pedagógico.
Sendo, em Portugal, a única orquestra de jovens com atividade permanente, desempenha um papel fulcral na formação de jovens músicos, numa
perspetiva de aperfeiçoamento de alto nível e profissionalização.
Conta nos seus quadros com 90 elementos das diversas escolas de música da área de Lisboa.
A OSJ e os seus agrupamentos são convidados para atuar em importantes acontecimentos artísticos, com apresentações na Grécia, China,
Espanha e Índia.
A OSJ encomenda regularmente obras a jovens compositores portugueses, apresentando-as em estreias mundiais.
Realiza anualmente estágios de aperfeiçoamento orquestral, que têm conhecido um grande sucesso, permitindo uma proximidade com as populações.
Para além dos Maestros-Titulares (Alberto Nunes de 1973–83) e Christopher Bochmann (desde 1984), foi dirigida por Francisco d'Orey, Jorge
Matta, António Saiote, Roberto Perez, Georges Adjinikos, José Palau, Andrew Swinerton, Vasco Azevedo, Julius Michalsky, Pedro Amaral e
Filipe Carvalheiro.
A Orquestra Sinfónica Juvenil desenvolve as suas atividades com o apoio do Ministério da Cultura, do Instituto Português do Desporto e
Juventude, da RTP, da Câmara Municipal de Lisboa e com o apoio mecenático da Fundação EDP, instituição com a qual tem desenvolvido um
fecundo programa de bolsas.
19.07—terça-feira
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12
21h30
Christopher Bochmann
Filho de pais violoncelistas, viveu nove anos na Turquia, em criança.
Cantou no coro de St. George´s Chapel, Castelo de Windsor, continuando os estudos no Radley College.
Teve aulas particulares com Nadia Boulanger, em Paris, antes de entrar para a New College, Universidade de Oxford, onde trabalhou com
David Lumsden, Kenneth Leighton e Robert Sherlaw Johnson.
Em Oxford, adquiriu os graus de B.A.Hons., B.Mus., M.A. e D.Mus.
Teve, também, aulas particulares com Richard Rodney Bennett, em Londres.
Desde 1980, vive e trabalha em Lisboa. Foi professor do IGL e do CN e diretor e coordenador do Curso de Composição na ESML.
Atualmente, é Professor Catedrático da Universidade de Évora.
Em 2003, publicou o livro “Linguagem Harmónica do Tonalismo” (JMP).
Desde 1984, é maestro titular da Orquestra Sinfónica Juvenil com a qual já dirigiu centenas de concertos. Com esta orquestra, gravou três CD
com obras suas, para além de ter estreado várias outras.
Ganhou vários prémios de composição, entre os quais o Prémio Lili Boulanger (duas vezes) e o Clements Memorial Prize.
Foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura (Portugal) e com a Order of the British Empire (Reino Unido).
21.07—quinta-feira
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13
21h30
MÚSICA
Orquestra Gulbenkian
Mário Laginha, piano
Pedro Neves, direção musical
Mário Laginha
Concerto para piano e orquestra
Ludwig van Beethoven
Sinfonia n.º 5 em Dó menor, op. 67
Mário Laginha explica-nos que o seu mundo musical “é forçosamente contaminado pelas características que me atraem em
qualquer estilo e música”. E neste seu Concerto para piano e orquestra com três andamentos, estreado em 2009 no 31.º Festival
Internacional de Música do Algarve, não recusa as referências de Mozart, Beethoven, Prokofiev ou Ravel, mas também as do
jazz ou mesmo da música étnica. Os primeiros acordes da 5.ª Sinfonia em Dó menor, op. 67 de Beethoven, estreada em Viena em
1808, identificam, de imediato, uma das obras mais conhecidas da música ocidental de todo o mundo em que os seus quatro andamentos oscilam uma tensão e uma solenidade que, no final da obra, se dissolvem num clima arrebatador de magnificência e
de triunfo.
Orquestra Gulbenkian
A Orquestra Gulbenkian foi fundada em 1962. Inicialmente constituída por 12 músicos, conta hoje com um efetivo de sessenta e seis instrumentistas, número que pode ser aumentado de acordo com os programas executados. Esta constituição permite-lhe tocar um amplo repertório que
abrange os principais períodos da História da Música, desde o Classicismo à Música Contemporânea.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza no Grande Auditório uma série regular de concertos, colaborando com alguns dos mais reputados maestros e intérpretes. Sendo uma referência musical no nosso país, distinguiu-se também em muitas das principais salas de concertos
do mundo.
Ao longo da sua história, a Orquestra Gulbenkian gravou diversos discos que receberam importantes prémios internacionais. Paul McCreesh é
o atual maestro titular da Orquestra Gulbenkian, sendo Susanna Mälkki a maestrina convidada principal e Joana Carneiro e Pedro Neves os
maestros convidados. Claudio Scimone, titular entre 1979 e 1986, é maestro honorário, e Lawrence Foster, titular entre 2002 e 2013, foi nomeado maestro emérito.
21.07—quinta-feira
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14
21h30
Mário Laginha
Com uma carreira que leva já mais de duas décadas, Mário Laginha
é habitualmente conotado com o mundo do jazz. Mas o universo
musical que foi construindo é mais vasto, passando pelas sonoridades brasileiras, indianas, africanas, pela pop e o rock, e pelas bases
clássicas que presidiram à sua formação.
Mário Laginha gravou um único disco a solo, Canções e Fugas, e tem
partilhado a sua arte com outros músicos e criadores: Maria João,
Pedro Burmester, Bernardo Sassetti até ao seu inesperado desaparecimento, Cristina Branco, e músicos como Trilok Gurtu, Gilberto
Gil, Lenine, Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Kai
Eckhardt, Julian Argüelles, Howard Johnson, André Mehmari ou
Django Bates.
A obra mais recente do Mário Laginha Trio é Mongrel, e Iridescente é
a sua última aventura musical com Maria João. Mário Laginha e o
seu Novo Trio lançaram Terra Seca, um disco que desbrava novos caminhos para o jazz e a música portuguesa.
O concerto para piano está entre algum do reportório musical que mais me
apaixonou ao longo dos anos. Mozart, Beethoven, Brahms, Schumann,
Prokofiev, Rachmaninoff, Ravel entre outros, escreveram concertos com
uma inspiração e uma técnica orquestral que facilmente fazem alguém como
eu sentir-se intimidado com a perspetiva de também o tentar fazer. Decidi,
assim, que tinha que pôr de lado esse peso e encarar a tarefa com a mesma
descontração com que componho para formações bem mais pequenas. As minhas influências passam por muitos dos compositores que referi, mas também pelo jazz, a música étnica, etc, etc.
Talvez seja um pouco redutor, mas parece-me aceitável dizer que a linguagem do jazz se desenvolveu afastando-se do universo clássico. A forma como
se tocam os instrumentos, o som que se tira deles, as próprias formações, tudo
isso conferiu uma identidade muito própria ao jazz. Por essa razão, pode parecer um contrasenso tentar reaproximar aquilo que naturalmente se separou.
Mas não é assim que eu vejo a questão. O meu universo musical é forçosamente contaminado pelas características que me atraem em qualquer estilo
de música. Aquilo que eu pretendo fazer é simplesmente tentar perceber o que
posso utilizar, como devo utilizar e quando utilizar essas características. É
um terreno difícil, mas não foi o risco que me fez desistir de experimentar.
Mário Laginha
Pedro Neves
Pedro Neves é maestro titular da Orquestra Clássica de Espinho,
assumindo recentemente o cargo de maestro convidado da
Orquestra Gulbenkian. Foi maestro titular da Orquestra do
Algarve entre 2011 e 2013, e é convidado regularmente para dirigir
a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, a Orquestra
Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a
Orquestra Filarmonia das Beiras, a Orquestra Clássica do Sul, a
Orquestra Clássica da Madeira, a Joensuu City Orchestra
(Finlândia) e a Orquestra Sinfónica de Porto Alegre (Brasil). Em
2012 colaborou pela primeira vez com a Companhia Nacional de
Bailado.
No âmbito da música contemporânea tem colaborado com o
Sond’arte Electric Ensemble, com o qual realizou estreias de vários
compositores portugueses e estrangeiros, realizando digressões
pela Coreia do Sul e Japão, com o Grupo de Música Contemporânea
de Lisboa, e com o Remix Ensemble Casa da Música.
Pedro Neves iniciou os seus estudos musicais na sua terra natal, estudou violoncelo com Isabel Boiça, Paulo Gaio Lima e Marçal
Cervera, respetivamente no Conservatório de Música de Aveiro,
Academia Nacional Superior de Orquestra em Lisboa e Escuela de
Música Juan Pedro Carrero em Barcelona, com o apoio da
Fundação Gulbenkian. No que diz respeito à direção de orquestra
estudou com Jean Marc Burfin, obtendo o grau de licenciatura na
Academia Nacional Superior de Orquestra, com Emilio Pomàrico
em Milão e com Michael Zilm, do qual foi assistente. O resultado
deste seu percurso faz com que a sua personalidade artística seja
marcada pela profundidade, coerência e seriedade da interpretação musical.
22.07—sexta-feira 23.07—sábado
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15
21h30
ÓPERA
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Mary Elizabeth Williams, Santuzza
Lorenzo Decaro, Turiddu
Luís Rodrigues, Alfio
Maria Luisa de Freitas, Lola
Laryssa Savchenko, Mamma Lucia
Domenico Longo, direção musical
Pietro Mascagni
Cavalleria Rusticana
Ópera em versão de concerto
O estrondoso sucesso de Cavalleria Rusticana, em 1890 no Teatro Costanzi, em Roma, trouxe ao compositor Pietro Mascagni
uma notoriedade nunca mais igualada nas suas óperas posteriores. “Nunca a devia ter escrito primeiro”, afirmava amiúde o
compositor. Baseada na obra teatral de Giovanni Verga, um dos pilares do verismo, a ópera colhe no ciúme e na traição o seu ímpeto dramático mais essencial. Às vozes de Turiddu e de Alfio une-se a de Santuzza, esta dividida entre a sua fé religiosa e a
afronta de um amor impossível. Eis o triângulo amoroso de consequências trágicas que se desenrola sob o calor mediterrâneo
num rude povoado siciliano.
Mary Elizabeth Williams
Compromissos atuais e futuros incluem Lady
Macbeth (Macbeth), Welsh National Opera,
Lady Macbeth e Chimène (Le Cid), Theater
St. Gallen, papel principal na ópera Norma,
Florida Grand Opera, Abigaille (Nabucco)
Oper Leipzig, Leonora (La forza del destino) e
o papel principal na Tosca, Welsh National
Opera, papel principal na ópera Aida e
Elisabetta (Maria Stuarda), Seatle Opera.
Foi galardoada com o prémio Artist of the
Year atribuído pela Seatle Opera, temporada de 2011-2012, após escolha do público.
Compromissos recentes incluem o papel
principal em La Wally, Dallas Opera, papel
principal em Aida, Teatro Massimo de
Palermo, Abigaille (Nabucco), Vlaamse Opera,
Seatle Opera, Oper Stuttgart, Welsh National
Opera e Savonlinna Opera Festival, Santuzza
em Cavalleria Rusticana, Stadttheater
Klagenfurt, papel principal em Tosca, Welsh
National Opera, Seatle Opera, Opera Bonn,
Arizona Opera, Michigan Opera Theater,
New Orleans Opera e Virginia Opera, papel
principal em La Wally e Odabella (Attila),
Theater St. Gallen, Amelia (Un ballo in maschera), Theater Basel, papel principal em Adriana
Lecouvreur, Washigton Concert Opera, papel
principal em Aida, entre muitos outros.
Lorenzo Decaro
Um dos mais requisitados tenores da atualidade, Lorenzo Decaro, interpretou já papéis
principais em óperas de Verdi e Puccini nalguns dos mais importantes palcos italianos e
europeus, incluindo o Teatro alla Scala,
Maggio Musicale Fiorentino, Teatro
Filarmónico de Verona, Teatro San Carlo de
Nápoles, Teatro Comunale de Bolonha, Teatro
Régio de Turim, Teatro Massimo de Palermo,
Teatro Petruzzelli de Bari e Ópera de Nice.
Colaborou com conceituados maestros como
Daniel Barenboim, Zubin Mehta, Roberto
Abbado, Riccardo Frizza, Nicola Luisotti,
Gianandrea Noseda, Stefano Ranzani, e com
encenadores como Daniele Abbado,
Gianfranco de Bosio, Jean Louis Grinda,
Maurizio Scaparro, Graham Vick e Robert
Wilson. Recentes compromissos incluíram a
sua estreia no Teatro alla Scala como cover dos
papéis de Gabriele Adorno em Simon
Boccanegra e Radames em Aida.
Dos seus futuros compromissos destacam-se Dick Johnson em La Fanciulla del West,
no Grange Park, Turiddu em Cavalleria
Rusticana em Lisboa e Toulon, Pinkerton
em Madama Butterfly em Tóquio, Kanazawa
e Osaka.
Luís Rodrigues
Estudou no Conservatório Nacional com José
Carlos Xavier e na Escola Superior de Música
de Lisboa com Helena Pina-Manique.
Ganhou o 2.º Concurso de Interpretação do
Estoril, o 4.º Concurso de Canto Luísa Todi e
o Prémio Jovens Músicos da R.D.P. em Música
de Câmara, com o pianista David Santos.
Luís Rodrigues tem vindo a construir em
Portugal uma sólida carreira no domínio da
Ópera, com papéis como Figaro, Guglielmo,
Albert, Nick Shadow, Escamillo, Gianni
Schicchi, Beauperthuis, Sulpice e Don
Profondo no Teatro Nacional de São Carlos,
Mr. Gedge (Albert Herring) e Eduard (Neues vom
Tage) no Teatro Aberto, Semicúpio (Guerras do
Alecrim e Mangerona) no Acarte, Teatro da
Trindade e Teatro Nacional D. Maria II (Prémio
Bordalo da Imprensa 2000 para Música
Erudita), Marcello (La bohème) com o Círculo
Portuense de Ópera e a Orquestra Nacional do
Porto no Coliseu desta cidade, Tom (The
English Cat) com a Cornucópia e a ONP no
Rivoli e Teatro São Carlos, Guarda Florestal (A
Raposinha Matreira) com a Casa da Música.
Intérprete de reconhecida versatilidade,
apresenta-se também regularmente em
Concerto ou Recital.
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16
21h30
Maria Luísa de Freitas
Maria Luísa de Freitas nasceu em Luanda,
iniciou os seus estudos de canto no
Conservatório de Lisboa com o Prof. José
Carlos Xavier.
Conquistou diversos prémios, entre os quais,
Bocage no Concurso Nacional de Canto
Luisa Todi, La Voce Concurso Spiris Argiris
em Itália, 1.º prémio Concurso Internacional
de Canto Bidu Sayão no Brasil, 2.º prémio
Concurso Nacional de Canto Luisa Todi.
Trabalhou com Maestros como Marc
Tardue, Marko Letonja, Johannes Stert,
Julia Jones, João Paulo Santos, Michail
Jurowski, Massimiliano, Damerini, Osvaldo
Ferreira, José Cura, Martin André, Gregor
Buhl, César Viana, Sébastien Rouland,
François Xavier Roth, Yaniv Dinur,
Lawrence Foster, Pedro Neves, Nuno Côrte
Real, Nicholas Kraemer, Antonio Pirolli,
Joana Carneiro, entre outros.
Trabalhou com os encenadores Luis Miguel
Cintra, João de Mello Alvim, Graham Vick,
Peter Konwitschny, Marie Mignot, Joaquim
Benite, João Mota, Christof Loy, André
Teodósio,
Fernando
Gomes,
Guy
Montavon, Rui Horta, Andrea de Rosa.
Da sua notável carreira, destacam-se papéis
tais como: Carmen (Carmen), Maddalena
(Rigoletto) Filipievna, Olga (Evgueni Oneguin)
Lola (Cavalleria Rusticana), Miss Baggott (Let's
Make an Opera) Zita (Gianni Schicchi),
Baronessa (Cappello di Paglia di Firenze) Zweite
Norna (Götterdämmerung) La Cieca (La
Gioconda) Marcellina (Le Nozze di Figaro), Baba
The Turk (The Rake’s Progress), entre outros.
O seu vasto repertório de concerto e oratória
inclui obras de Bach, Berlioz, Frank Martin,
Vivaldi, Berio, Beethooven, Fernando
Cupertino, Jorge Prendas, Falla, entre vários.
Em 2016, os seus compromissos incluem
Oratória de Natal de Bach, Dialogues des
Carmélites (Francis Poulenc) e Nabucco
(Giuseppe Verdi).
Laryssa Savchenko
Nasceu na Ucrânia. Em 1987, acabou os seus
estudos no Conservatório Nacional de Kiev
e obteve o diploma canto lírico. Entre 1989
e 1997, trabalhou como solista no Teatro
Municipal da Opera de Kiev, onde interpretou os seguintes papeis: Madalena (em
Rigoletto de Verdi), Marta (em Iolanta de
Tchaikovski), Liubacha (em A Noiva do Czar
de Rimsky-Korsakov) entre outros.
Em 1997 trabalhou como professora de canto na Academia de Música da ilha Graciosa.
Em 1999, lecionou canto no Conservatório
Regional da Ponta Delgada São Miguel,
Açores.
Desde 2001, é professora de canto
(2001-2013) no Conservatório Nacional de
Lisboa e foi cantora do Coro do Teatro
Nacional do São Carlos, tendo participado
em várias temporadas do São Carlos como
solista: Cantata Alexander Nevsky de
Prokofiev, Petitte Messe Solennelle de Rossini,
Marta em Iolanta de Tchaikovski, Aleko de
Rachmaninov , Larina em Eugeni Onegin de
Tchaikovski, Suzuki em Madama Butterfly de
Puccini, Requem de Verdi, entre outros.
Trabalhou com os seguintes maestros:
Vladimir Fedoseev, Will Humburg,
Volodymyr Gluchko, Zoltan Pesko, Jonathan
Webb, Christopher Bochmann, José Lobo,
João Paulo Santos, Michail Yurowski e
Lawrence Foster.
Domenico Longo
Depois de estudar violoncelo no
Conservatório N. Piccinni de Bari, diplomou-se com mérito em Direção de
Orquestra na Academia Superior de Música
de Pescara com Donato Renzetti. Foi finalista no Concurso Intenacional Mario
Gusella.
Dirigiu, entre outras, as seguintes orquestras: Pomeriggi Musicali de Milão, Teatro
Petruzzelli de Bari, Orquestra de Camera
delle Marche, Filarmónica Marchigiana,
Teatro Comunale de Bolonha, Mozart
Sinfonietta, Sinfónica de Pescara, Sinfónica
Metropolitana de Bari, Comunidade de
Madrid e Cidade de Granada.
Refira-se, também, a sua colaboração no
Prémio Nobel atribuído a Dario Fo por
Misterio buffo.
Dirigiu I Pagliacci com a Orquestra Magna
Grécia no Teatro Pergolesi, Werther com a
Filarmónica Marchigiana, La traviata no
Teatro Comunale de Bolonha, Black el payaso e I Pagliacci no Teatro de la Zarzuela de
Madrid e no Festival Internacional de
Música e Dança de Granada e, em 2015,
Macbeth, no Teatro Nacional de São Carlos.
Dirigiu, ainda, os cantores Yolanda
Auyanet, Cinzia Forte, Nicola Martinucci,
Antonio Gandía, J. Jesús Rodríguez e
Frabián Veloz.
Mantém uma intensa colaboração com a
Orquestra Sinfónica Metropolitana de Bari,
destacando-se o concerto final do Festival
Notti Sacre com Dimitra Theodossiu.
É professor de violoncelo no Conservatório
G. Paisiello de Tarento.
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17
22h
DANÇA
Companhia Nacional de Bailado
George Balanchine
Serenade
William Forsythe
Herman Schmerman
Hans van Manen
5 Tangos
George Balanchine, nome pioneiro da dança, com apenas 30 anos e acabado de desembarcar no Novo Mundo, cria em 1934,
Serenade, o seu primeiro bailado “americano” segundo as suas palavras. Ao som da Serenata para cordas em Dó de Tchaikovski
– compositor por quem Balanchine nutria especial reverência – estavam assim lançadas as primeiras sementes do bailado norte-americano. Também segundo palavras do coreógrafo William Forsythe, o seu bailado Herman Schmerman com música eletrónica de Thom Willems, seu colaborador de longa data, “não tem qualquer significado, apenas o prazer da dança”. Criado em
1992, o bailado é um pas-de-deux muito inventivo. Para terminar este programa da Companhia Nacional de Bailado, dança-se 5
Tangos do coreógrafo holandês Hans van Manen. Estreado pelo Dutch National Ballet, em 1997, o bailado é uma sequência trepidante de danças que combinam o bailado clássico com a paixão arrebatadora do tango interpretado pelo bandoneon do compositor argentino Astor Piazzolla.
© Bruno Simão
Este é um programa de reportório onde se reúnem alguns dos coreógrafos que mais marcaram a História da Dança.
A belíssima e feminina Serenade de Balanchine, a abstração de William Forsythe com um dueto virtuosístico e a inspiração latina
de 5 Tangos de Hans van Manen são uma janela aberta para o que de melhor se produziu no séc. XX.
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22h
Serenade
George Balanchine, Coreografia © The George Balanchine Trust — Piotr Ilitch Tchaikovski, Música — Nanette Glushak,
Assistente da Fundação Balanchine © The George Balanchine Trust — Barbora Hurskova e Fernando Duarte, Ensaiadores
Estreia absoluta—Nova Iorque, Adelphi Theatre, American Ballet, 1 de março de 1935
Estreia na CNB—Lisboa, São Luiz Teatro Municipal, 14 de outubro de 1982
Herman Schmerman
Dueto
William Forsythe, Coreografia, Espaço Cénico e Desenho de Luz — Thom Willems, Música
Gianni Versace e William Forsythe, Figurinos — Maurice Causey, Remontagem — Fátima Brito, Ensaiadora
Estreia absoluta—Frankfurt, Opernhaus, Ballet Frankfurt, 26 de setembro de 1992
Estreia na CNB—Porto, Teatro Municipal do Porto, Rivoli, 29 de janeiro de 2016
5 Tangos
Hans van Manen, Coreografia — Astor Piazzolla, Música — Jean-Paul Vroom, Cenários e Figurinos
Jan Hofstra, Desenho de luz — Nathalie Caris e Mea Venema, Assistentes do Coreógrafo — Fernando Duarte, Ensaiador
Estreia absoluta—Amesterdão, Ballet Nacional da Holanda, 3 de novembro de 1977
Estreia em Portugal—Lisboa, Grande Auditório Gulbenkian, Ballet Gulbenkian, 23 de abril de 1982
Estreia na CNB—Lisboa, Teatro Camões, 16 de maio de 2003
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22h
George Balanchine
Coreografia
George Balanchine nasceu em São Petesburgo, em 1904, tendo-se formado e integrado no Teatro Mariinsky. Aos vinte anos, no entanto,
abandonava definitivamente a Rússia. Iniciou a sua carreira nos Ballets Russes de Diaghilev, hoje reconhecida como brilhante e influente
companhia do séc. XX. Apollo (1928) e Filho Pródigo (1929) são ainda hoje grandes obras de repertório. Após a morte do empresário, uma
breve itinerância europeia levou-o a fixar-se nos EUA. Aí colaborou em filmes, na Broadway, e fundou uma escola, base sustentadora do futuro New York City Ballet. Foi para esta Companhia que Balanchine criou a maioria das suas peças, construindo um corpo inigualável de
obras primas como: Divertimento n.º 15 (1956), Agon (1957), Liebeslieder Walzer (1960), Jewels (1967), Sinfonia em 3 Andamentos e Concerto para
Violino (1972), Who Cares? (1970), Le Tableau de Couperin (1975), Vienna Waltzes (1977) e Mozartiana (1980). Estas vieram juntar-se ao grupo
de coreografias criadas antes do New York City Ballet, Serenade (1934), Concerto Barroco (1941), Quatro Temperamentos, Tema e Variações (1947),
Sinfonia de Bizet (1947), para formar um opus gigante, marcado pela perfeita compreensão musical e uma inesgotável invenção em todos os
registos da dança clássica. George Balanchine faleceu em 30 de abril de 1983, em Nova Iorque.
William Forsythe
Coreografia
Mantém-se ativo, no panorama da coreografia, há mais de 45 anos. É reconhecido o seu trabalho na reorientação da dança, a partir da identificação com o reportório clássico, rumo a uma forma artística dinâmica e condizente com o século XXI. Iniciou os seus estudos na Flórida,
dançou no Joffrey Ballet e depois no Ballet de Estugarda, onde foi nomeado coreógrafo residente, em 1976. Ao longo dos sete anos seguintes
coreografou, ainda, para companhias europeias e norte-americanas. Entre 1984 e 2004 dirigiu o Ballet de Frankfurt. No ano seguinte criou
a Companhia Forsythe que dirigiu ao longo de dez anos. As suas mais recentes criações foram desenvolvidas e apresentadas exclusivamente
por esta companhia, mas o seu reportório anterior é dançado por elencos como os do Ballet Mariinsky, The New York City Ballet, The San
Francisco Ballet, o Ballet Nacional do Canadá, o Semperoper Dresden Ballet, o Royal Ballet ou o Ballet da Ópera de Paris. Tem sido distinguido com os mais distintos prémios nos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália ou Suécia. Tem recebido encomendas para
produção de instalações de arquitetura e performance. Inúmeros museus, bienais e festivais têm apresentado as suas instalações e filmes. Em
colaboração com especialistas em comunicação e pedagogos tem desenvolvido novas abordagens à documentação da dança, pesquisa e educação. A sua aplicação informática Tecnologias da Improvisação é utilizada como ferramenta de ensino por companhias profissionais, conservatórios, universidades ou programas de pós-graduação em arquitetura. Forsythe é regularmente convidado para apresentação de palestras
e workshops em universidades e instituições culturais. Em 2015 foi nomeado Coreógrafo Associado do Ballet da Ópera de Paris. Artifact II, In
The Middle Somewhat Elevated e The Vertiginous Thrill of Exactitude, são criações de Forsythe anteriormente dançadas pela Companhia
Nacional de Bailado.
Hans van Manen
Coreografia
Hans van Manen, natural de Amstelveen, Holanda, nasceu em julho de 1932. Estudou dança com Sonia Gaskell, Françoise Adret e Nora Kiss.
A sua carreira profissional iniciou-se em 1951, no Ballet Recital de Sonia Gaskell, e em 1952 no Ballet da Ópera da Holanda, onde coreografou o seu primeiro bailado, Feestgericht, em 1957. Após uma passagem pelos Ballets de Paris, de Roland Petit, van Manen ingressou na companhia Nederlands Dans Theater, onde trabalhou como bailarino, coreógrafo e, de 1961 a 1971, como Diretor Artístico. Seguiram-se dois
anos como coreógrafo freelancer e, em 1973, Hans van Manen ocupou a posição de Coreógrafo Residente e Mestre de Bailado no Ballet
Nacional da Holanda. As suas coreografias têm sido apresentadas em companhias como o Ballet de Estugarda, a Ópera de Berlim, o Ballet
de Houston, o Ballet Nacional do Canadá, Ballet da Pensilvânia, The Royal Ballet, o Ballet Real da Dinamarca, o Ballet Scapino, a Ópera de
Viena, o Tanzforum de Colónia e a Companhia de Alvin Ailey. Para a Nederlands Dans Theater, à qual regressou em 1988, van Manen criou
mais de 60 bailados, sendo alguns deles: Sinfonia em 3 Andamentos, Metaphors, Five Sketches, Squares, Mutations, Grosse Fugue, Opus Lemaître,
Canções sem Palavras, Andante e Fantasia. Para o Ballet Nacional da Holanda criou, entre outros, Twilight, Adagio Hammerklavier, Sagração da
Primavera, Cinco Tangos, Bits and Pieces e Three Pieces for Het. Para o Royal Ballet, van Manen criou Four Schumann Pieces. Ao completar 35 anos
de carreira como coreógrafo, Hans van Manen foi armado Cavaleiro da Ordem de Orange Nassau, pela Rainha da Holanda. Em 1993 foi-lhe
também atribuído o Prémio Alemão da Dança, pela sua influência na dança na Alemanha, durante mais de 20 anos. Hans van Manen é também um reconhecido fotógrafo. Em Portugal, o Ballet Gulbenkian dançou sete coreografias de Hans van Manen, entre 1978 e 1997, das quais
se destacam Canções Sem Palavras, Cinco Tangos e Grosse Fugue. A par de Cinco Tangos, Solo, Kammerballet, Sarcasm, Adágio Hammerklavier e
Twilight, são obras de van Manen interpretadas pela CNB. Em 2015, Hans van Manen tornou-se membro da Academia Holandesa para as
Artes.
Patrocinador Principal
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Textos Rui Esteves
A BMW apoia o Teatro
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