miolo montale 20056.indd - Scuola Italiana Eugenio Montale

Transcrição

miolo montale 20056.indd - Scuola Italiana Eugenio Montale
INTERCÂMBIO FILOSÓFICO-CULTURAL ENTRE
A ESCOLA ITALIANA EUGENIO MONTALE E O
COLÉGIO SANTO AMÉRICO
D
ezenove alunos do 2°
ano A e B do Ensino
Médio da Escola Italiana
Eugenio Montale acompanhados
da diretora Mariangela Lanzillotta e do professor Carlo Alberto Dastoli visitaram, no dia
17 de maio de 2005, das 10h00
às 15h10min, o Colégio Santo
Américo.
A ida ao S. Américo foi a etapa
conclusiva do projeto comum
desenvolvido pelos Departamentos de Filosofia das duas escolas
sob a coordenação do prof. Ricardo Salgado do Colégio Santo
Américo e do prof. Carlo Alberto
Dastoli da Escola Italiana Eugenio Montale.
Tomando como eixo temático
o filme Matrix e a Alegoria da
Caverna de Platão, o projeto
teve início no mês de outubro de
2004 quando o professor Salga-
do e a professora Hilda visitaram
o Eugenio Montale e, junto com
o prof. Dastoli, escolheram o assunto e o tema do intercâmbio.
Naquela ocasião, os professores
do Santo Américo participaram
também de uma aula de filosofia, na qual puderam perceber
afinidades eletivas na abordagem
de alguns tópicos da programação das respectivas escolas.
Foram selecionados textos, exercícios e atividades comuns para
fomentar a discussão e o aprofundamento de uma série de
questões pertinentes ao assunto.
De forma mais específica, os alunos analisaram as seguintes questões: 1) a diferença entre mito e
filosofia, 2) a idéia de destino no
mundo grego e o problema da liberdade, 3) o papel da filosofia,
4) a diferença entre mundo virtual e mundo real, 5) a relação
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entre corpo e alma, 6) a distinção platônica entre mundo sensível (aparência, opinião, crença)
e mundo inteligível (conhecimento, ciência, conceito, idéia)
etc. Alguns desses temas estão
presentes no filme Matrix e foram objeto de análise, discussão
e reflexão em sala de aula.
No Santo Américo, o encontro se
deu em vários níveis, incluindo
Arte, Religião, História, Esporte
e Filosofia. Tudo em um só dia.
Quem diria?! Unir ingredientes aparentemente tão diversos.
Condensá-los no espaço de algumas horas. Agitá-los, cogitá-los,
fazê-los interagir, emergir, dando-lhes forma, conteúdo, vida,
cor, sabor e vigor. O resultado
foi surpreendente. Começou-se a
construir um elo entre o ensino
da filosofia no Santo Américo e
na Eugenio Montale. Os alunos
no final do corredor: o quarto em que o Papa João Paulo
II se hospedou quando esteve na sua primeira viagem
ao Brasil em 1980 já entrou
para a história e é conservado como uma relíquia no interior do mosteiro.
de ambas as escolas deram os
primeiros passos nessa direção.
As portas estão abertas. O dado
está lançado. A busca do conhecimento supõe a arte da convivência, do respeito e da troca.
O tempo passou num piscar
de olhos. Recebidos pelo prof.
Salgado, os alunos da Eugenio
Montale tiveram primeiramente
um encontro com Dom Geraldo González y Lima, Reitor do
Colégio Santo Américo, que a
explicou o Painel “História da
Salvação”, obra do artista plástico brasileiro Cláudio Pastro,
realizada no interior da Igreja
de São Bento do Morumbi. Em
aproximadamente uma hora,
os alunos percorreram sinteticamente as etapas decisivas do
Antigo e do Novo Testamento,
incluindo alusões à chegada dos
jesuítas ao Brasil e à história da
Hungria, pátria de origem dos
primeiros monges beneditinos
que fundaram o Colégio Santo
Américo em 1953.
As horas fluiam e os olhos usufruiam da visita à igreja, da descida à cripta, da breve pausa na
biblioteca do mosteiro, que reúne um acervo de 50 mil obras em
várias línguas. A visita ao museu
do mosteiro possibilitou um
mergulho na história da Ordem
de São Bento fundada na Itália
há mais de 1500 anos e da Arquiabadia de Pannonhalma nascida na Hungria em 996. Itália,
Hungria e Brasil entrelaçados por
uma história plurissecular! Uma
surpresa aguardava os visitantes
Mas não só de arte, cultura
e história vive o homem. O
almoço, pausa merecida, depois de uma manhã repleta
de atividades, revigorou os alunos e professores para as tarefas
da tarde: esporte e seminário filosófico.
Uma partida de futebol de salão, na qual o Eugenio Montale
enfrentou o Santo Américo, terminou com um resultado de 5 a
1 para os nossos anfitriões. Em
seguida, o debate filosófico e a
discussão acalorada sobre o filme
Matrix e a Alegoria da Caverna
de Platão foram como que um
momento de distensão, reflexão
e renovada integração entre os
alunos das duas escolas. O tempo foi curto, mas a experiência
foi válida.
Ficamos com vontade de ficar e
continuar discutindo. Mas o importante é que inauguramos um
novo canal de comunicação, fundado no diálogo e na cooperação,
na busca amorosa e prazerosa do
saber, que é também um fazer
rumo à redescoberta do ser.
Nós, do Montale, somos partidários de um saber crítico e criativo,
que tudo renova e transforma no
encontro, na reflexão e na ação.
Queremos ser cada vez melhores
e contribuir para a construção de
um mundo cidadão, justo e alicerçado nos valores da vida, da
igualdade e da verdadeira liberdade. Filosofar é preciso e viver
também.
Giovanni Episcopo
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BANQUETE FILOSÓFICO
No dia 17 de maio, nós do II Liceo,
fomos ao Colégio Santo Américo
para um debate sobre o filme “Matrix” e o Mito da Caverna de Platão.
“O debate foi muito proveitoso e a
nossa escola demonstrou mais desenvoltura na apresentação do assunto”,
afirmou o aluno Lorenzo Di Muro.
“Durante esse encontro, os alunos
do Santo Américo e nós, do II Liceo,
colocamos em discussão tudo aquilo
que havíamos estudado em classe”,
disse a aluna Anna Nicolini.
Em meio às apresentações podíamos
fazer intervenções concordando ou
não e colocando para todos também
a nossa opinião pessoal.
É uma pena que a discussão tenha durado apenas uma hora. “Poderíamos
ter aprofundado mais o assunto se
tivéssemos tido mais tempo!”, exclamou Adriana Scuro do II Liceo A.
Bem, em meio a toda discussão,
Caroline Vicentini, do II B, disse
que o professor de filosofia do Santo Américo é também muito bom,
porque “os alunos estavam bem engajados e interessados no assunto, o
que foi fundamental para o sucesso
da visita.”
Além de filosofar, nós também visitamos a Igreja, onde encontramos
dom. Geraldo que nos explicou o
painel, almoçamos e jogamos uma
partida de futsal.
O nosso intercâmbio durou cerca de
5 horas e seria muito legal se repetíssemos mais vezes, “para aumentar
e desenvolver os nossos conhecimentos sobre argumentos vistos previamente em sala de aula”, concluiu o
aluno Bruno Falanghe.
Paula Borghi
ESAMI: CERIMONIA INIZIATICA
O TRAGUARDO?
L’
esame di Stato che
conclude gli studi delle scuole secondarie
italiane, oggi come ieri, è la
prima occasione in cui gli studenti sono chiamati a superare
una serie di prove istituzionali
che tendono all’oggettività e all’ufficialità. Dico “tendono”, perché l’aspetto soggettivo è sempre
alto. Ogni scritto è un caso a sé,
ogni colloquio è un caso a sé,
ogni scuola è un caso a sé.
L’esame di Stato di oggi è diverso rispetto a ieri. Un tempo
si doveva saggiare la maturità
personale anziché le conoscenze, le competenze e le capacità
individuali. Tanto è vero che
l’esame finale era detto “di
maturità” e così viene inteso
ancora da molti. C’è tuttavia
qualcosa che non è cambiato.
L’esame era, ed in certa misura ancora è, una “cerimonia”
che genera tensione non per la
sua oggettività, ma per la sua
ufficialità. In questo non c’è
nulla di male, o di traumatico.
Il candidato renderà conto in
modo trasparente di come ha
investito il proprio tempo nella scuola. L’importante è che
non sia soggetto a forme di
stress che gli impediscano di
produrre, esporre e organizzare
il proprio sapere.
Il fatto che le prove si concludano con il rilascio di un diploma tende a dare all’esame
di Stato un ruolo quasi iniziatico. Al diploma, che è un
documento di carattere “costitutivo”, con un valore legale
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che non dipende da ciò che si è
studiato e da come lo si è studiato, si affianca ora una certificazione “ricognitiva” delle
ore di insegnamento impartite,
cui dovrebbero corrispondere
le conoscenze e le competenze acquisite nelle stesse unità
di tempo. Questa è una delle
novità introdotte dall’ultima
riforma dell’esame di Stato.
Come a dire che non conta
solo il diploma, contano anche
le padronanze che uno ha e la
sua determinazione a fare sempre meglio. I migliori esami di
qualità sono solo una tappa del
processo di avanzamento e di
miglioramento.
L’esame di Stato consiste in tre
prove scritte e in un colloquio.
La prima prova scritta accerta
le capacità di uso della lingua
italiana e di alcuni tipi di scrittura (analisi di un testo, saggio
breve o articolo di giornale,
sviluppo di un argomento storico, trattazione di un tema di
attualità). È richiesto il controllo della forma espressiva.
Alcuni si dichiarano ancora a
favore del tema tradizionale,
effusivo, in cui lo studente manifesta in libertà le proprie idee
e il proprio giudizio. A questa
obiezione risponderei che in
sede d’esame, con quel tipo
di tema, il candidato scriveva
sempre “per” l’esaminatore in
quanto tale. Volendo o non
volendo, era portato a captarne la benevolenza con una
trattazione conformista, anticonformista o di equilibrio tra
le tesi contrapposte, perdendo
a volte di vista la coerenza tra
il proprio pensiero e il proprio
linguaggio.
La seconda prova scritta varia
con l’indirizzo di studi. La traduzione da una lingua classica, la soluzione di una serie di
problemi di matematica, una
composizione in una lingua
moderna, una prova scrittografica. Il carattere di omogeneità nello svolgimento delle
prove è garantito da procedure standard, che tutte le sedi
d’esame devono rispettare. È
anche richiesta una sorveglianza severa, ma non va ignorato
il diritto dei giovani ad essere
assistiti durante le prove. La
commissione non è la Sfinge,
il candidato non è Edipo (anche perché altrimenti la commissione rischierebbe molto
ad ogni risposta azzeccata…).
La terza prova scritta è preparata sul posto ed è la più chiara
espressione dell’autonomia formativa e valutativa della scuola. Niente plichi sigillati che
vengono da lontano, da aprire
con cautela conservando anche
i frammenti delle buste. L’ambito delle prove viene discusso
dalla commissione in anticipo
e con obbligo di riservatezza.
I quesiti o i test vengono elaborati all’ultimo momento e
proposti ai candidati con un
tempo di svolgimento generalmente non superiore a tre ore.
Il punteggio assegnato alle prove scritte concorre per non più
di 45 punti su 100 alla determinazione del punteggio finale
(15 punti è il punteggio massimo previsto per ciascuna delle tre prove). Il punteggio più
alto previsto per il colloquio è
di 35 punti.
Il colloquio inizia con un argomento a scelta del candidato, e consiste in una ricerca, in
un progetto o in un percorso
da esporre alla commissione
anche in forma multimediale.
Segue un accertamento della
preparazione sulle singole materie, di fronte alla commissione al completo salvo l’assenza
giustificata al massimo di uno
dei suoi membri. Il colloquio
prevede anche una discussione sulle prove scritte, non con
carattere di correzione ma di
commento agli elaborati. Non
è prevista una revisione del
punteggio, perché la revisione
della prove individuali è avvenuta in sede separata, secondo
criteri e parametri omogenei.
Si può però tener conto della
discussione sugli elaborati al
momento di valutare l’esito del
colloquio.
I punti attribuiti alle prove
scritte e al colloquio, 80 al
massimo, si sommano al punteggio di ammissione all’esame, assegnato dal consiglio di
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classe (da 12 a 20 punti, compresi i cosiddetti crediti). In
determinati casi la commissione può assegnare un bonus da
1 a 5 punti, per compensare un
esito ritenuto inadeguato non
tanto alle prestazioni, quanto
alla personalità del candidato.
Il meccanismo non è così complesso come sembra, ed è stato
pensato per assicurare la continuità tra valutazione curricolare e valutazione finale. Inoltre
da qualche anno il consiglio di
classe coincide con la commissione d’esame, mentre il presidente è sempre esterno alla
scuola. Meglio prima? Meglio
ora? Il problema non è questo.
Il risultato finale non è mai dipeso solo dal candidato, ma anche dai suoi esaminatori e dallo
stile di conduzione dell’esame.
In conclusione: l’aspetto ufficiale e obiettivo di ogni tipo
di esame premia sempre chi si
è preparato con regolarità e costanza. Non si studia per l’esame ma perché si ama il sapere,
come persone e come cittadini.
L’esame è un traguardo di tappa, non è un traguardo finale.
Gli esami non finiscono mai,
diceva Eduardo de Filippo. Per
questa ragione, anziché pensare
all’esame che bussa alle porte,
conviene sempre pensare agli
esami che verranno.
Alessandro Dell’Aira
ANNA DORSA
TERRITORI
DELLA MEMORIA
FLUTTUANTE
S
ai, qui a San Paolo – mi
dice Anna nelle lunghe
telefonate e nelle notizie
che ci scambiamo con la posta
elettronica tra Roma e il Brasile – c’è un quartiere giapponese dove compro la carta di riso
con cui dò forma ai miei territori della memoria fluttuante
fatti di cartapesta.
È straordinario per me pensare
ai rotoli di carta di varia caratura assiepati in quei negozi, tra
i quali la carta più sottile usata per scrivere haiku preghiere, dalla Dorsa è utilizzata per
stampare al computer immagini dedotte dal mondo dell’informazione mediatica.
Coniugare linguaggi, materiali e forme all’apparenza incongruenti tra loro è pratica costante della Dorsa perlomeno
dall’89, quando a Roma presso
lo spazio dell’Ambasciata brasiliana mostrò un’installazione
in organza, territorio di affioramenti per una personale rivisitazione di Andrea del Castagno.
Già allora risultava evidente,
come nella successiva mostra
di Rio de Janeiro del’91, le cui
opere pittoriche destituite della
forma canonica si sviluppavano
su pareti contigue, l’accentuato
interesse spaziale associato alla
volontà di fare uscire la pittura
dai limiti tradizionali.
Parlare di questa artista vuol
dire necessariamente mettere
in gioco la pittura, perché di
una pittrice si tratta. Di una
pittrice, tuttavia, costantemente sollecitata dall’urgenza di
rinnovare il linguaggio pittorico proiettandolo al di fuori di
confini prestabiliti.
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Anche in questa mostra romana
riaffira la memoria della pittura
manierista del Pontormo come
immagine universale del dolore
iconizzato nel volto della Vergine della Deposizione della chiesa di Santa Felicita a Firenze: un
manifesto della grande pittura
che è anche memoria dell’olocausto divino, nell’installazione
della Dorsa rimescolato e fuso
con le tante immagini documentate attraverso i media dei
più recenti olocausti dell’umanità perpetrati dal terrorismo,
dalle guerre in Kossovo, in Afghanistan, in Iraq.
Tragedia divina e umana coesistono sullo stesso piano riprodotte in immagini che coniugano insieme il linguaggio alto
della pittura con l’informazione quotidiana. L’uno e l’altro
riprodotti
meccanicamente
attraverso la stampa laser sui
sottilissimi fogli di carta di riso
di cui si è detto, più tradizionalmente utilizzati per gli ideogrammi degli haiku della poesia
giapponese.
Le immagini strappate, sovrapposte, nei rimandi continui tra
celazione e affioramento, intarsiano insieme l’umana tragedia e il supremo sacrificio
divino nelle molteplici varianti
consentite con le riproduzioni meccaniche ottenute con la
stampante e le deformazioni e
alterazioni dei soggetti resi possibili dall’elaborazione al computer.
Le forme plastiche fluttuanti
della installazione della Dorsa
presentata ad Arte Fuori Centro utilizzano le nuove tecnologie combinandole con l’antica tradizione della cartapesta,
con questo proseguendo nel
solco di una sperimentazione
ormai di antica data, che la
vede costantemente versata in
una ricerca condotta al limite
di linguaggi all’apparenza non
omologabili.
Gli elementi tridimensionali di
questa installazione di cartapesta organizzano lo spazio attra-
verso forme mobili, ad ognuna
delle quali è affidata una parte
della narrazione.
Un racconto su sofferenze e
dolore di Cristo e degli uomini
che ambisce a superare i limiti
del tempo reale dell’informazione mediatica, di cui comunque si alimenta, per l’accesso
ad una superiore memoria universale rivelata per singole parti: parti fluttuanti, appunto,
elementi leggeri come mobiles
nello spazio, che rivelano-nascondono sulle e tra le forme di
cartapesta verità sempre mutevoli di eventi e di volti; citazioni del trascendente come delle
quotidiane cronache di guerra
ossessivamente diffuse dall’informazione dei media.
La cartapesta di questa installazione solidifica il concetto di
pittura in libere forme disseminate riconvertendosi inoltre
anche in poesia essendo fatta di
carta di riso.
Se agli haiku la cultura giapponese affida versi poetici, che
appesi agli alberi sono mossi e
trasportati dal vento, alla sua
memoria fluttuante la Dorsa
consegna la personale riflessione su di un mondo, il nostro,
insanguinato da guerre che anche noi, come lei, non vogliamo né condividiamo.
Riflessioni, le sue, di cui ci fa
partecipi con immagini sfocate
e mobili che non urlano principi né pronunciano dichiarazioni perentorie. Si tratta se mai
di affioramenti, di appunti per
dimenticare. Per dimenticare e
nello stesso tempo ricordare,
come avviene con l’elemento
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plastico disposto a terra, che
se rammenta, come fa, un burka afghano nella forma e nel
colore, ricorda anche negli azzurri oltremare e cobalto usati i
pigmenti dalla Dorsa da sempre
privilegiati come luogo della personale irrinunciabile memoria.
Ivana D’Agostino
curatrice della Mostra di Anna Dorsa
“Territori della Memoria”
(Roma -11-18 gennaio 2005)
60 ANNI DOPO
2
7 gennaio 1945. I primi
soldati russi giunsero ai
portoni della più grande
macchina di morte nazista per
liberare i prigionieri sopravvissuti, ma ormai era troppo tardi:
ad Auschwitz quasi non c’erano
più gli esseri umani, e quelli
che c’erano erano sommersi dal
peso della devastante umiliazione nazista.
Apparentemente nulla può essere considerato più grave di
massacri, torture, persecuzioni
e impiccagioni in piazza, ma
niente, assolutamente niente, è
stato più atroce della violenza
psicologica vissuta dai prigionieri dei campi. È meglio essere
assassinato in modo crudele che
non essere più uomo e continuare a vivere.
“Häftling, ho imparato che
sono un häftling. Il mio nome
è 174.517; siamo stati battezzati, porteremo finché vivremo
il marchio tatuato sul braccio
sinistro”. Primo Levi racconta
in questo piccolo brano tratto
dalla sua opera “Se questo è un
uomo” (narrativa di testimonianza sulla sua esperienza ad
Auschwitz) come lui, così come
tutti gli altri prigionieri, sia stato trasformato in una nullità assoluta, in un corpo vuoto, in un
“non uomo”. Infatti l’obiettivo
dei campi nazisti non era quel-
lo di sterminare le popolazioni
considerate inferiori e pericolose per la supremazia ariana, ma
quello di distruggere l’individuo, l’individualità.
Non possiamo considerare i prigionieri dei campi di concentramento nazisti come prigionieri
qualsiasi, perchè la loro pena è
stata quella che nessun uomo è
in grado di pagare senza morire:
rinunciare alla propria dignità,
al proprio essere.
L’unico modo di uscirne vivi
era mantenersi ad un livello minimamente superiore a quello
delle bestie, perché quelli che
soccombevano ed arrivavano
ad uno stato di vita animalesco non avevano quasi nessuna
possibilità di sopravvivenza, ma
neanche quelli che mantenevano la mente attiva; non era comunque facile trovare il punto
limite fra l’annullamento totale della coscienza e il minimo
di dignità: “Dobbiamo dare il
nero alle scarpe, non perchè
così prescrive il regolamento,
ma per dignità e per proprietà.
[...] per restare vivi, per non
cominciare a morire.” (Primo
Levi, Se questo è un uomo).
L’esperienza nei campi è sta18
ta molto traumatica per tutti
quelli che l’hanno vissuta, oppressi ed oppressori – tutti ne
sono usciti stravolti. Le atrocità
commesse dal nazismo hanno
ucciso la coscienza di un’intera
nazione e hanno rubato l’anima
a molti sopravvissuti dei campi. E quelli che sono riusciti a
non perdere la propria identità
avevano e hanno avuto fino all’ultimo giorno della loro vita il
segno irrimediabile dell’offesa
nel proprio spirito:
“Chi è stato torturato rimane
torturato (...) Chi ha subito il
tormento non potrà più ambientarsi nel mondo.” (Jean
Améry, filosofo austriaco torturato dalla Gestapo e deportato
ad Auschwitz )
Il 27 gennaio di quest’anno, a
60 anni di distanza, ricordiamo la liberazione di Auschwitz
come un atto eroico da parte
dell’Armata Rossa e come la
fine della crudeltà vissuta dai
prigionieri, ma il 27 gennaio
1945 non è stata una giornata
così bella per i 7.000 sopravvissuti del campo: questi non
sapevano più chi erano, se
avevano ancora una famiglia e
una casa, non avevano mezzi
per sopravvivere e, soprattutto,
avevano vergogna.
Vergogna di essere ebrei, vergogna del numero tatuato
sul braccio, di essere magri,
malati, senza vestiti e sporchi, vergogna, insomma, della
consapevolezza della propria
condizione. E, come aggiunge
Levi, tantissimi avevano vergogna di aver dimenticato la
cultura, il paese, la religione,
di aver rubato e anche ucciso,
di essere sopravvissuti per aver
tolto il pane a un amico o a un
fratello.
L’Olocausto non è stato un crimine dei nazisti contro gli ebrei,
è stato un crimine dell’umanità contro se stessa. Tutti quelli
che hanno almeno una piccola
idea di cosa esso sia stato non
possono lavarsi le mani e non
sentire un minimo di peso sulla
coscienza, siamo tutti coinvolti
– siamo tutti umani.
Vorrei ricordare soltanto che
la situazione che si è presentata nell’Olocausto non si limita
alla Germania nazista della II
guerra mondiale, “piccoli olocausti” succedono ogni giorno
in ogni parte del mondo, sotto
i nostri occhi.
Gilda Silva – III liceo
E la loro vergogna si estende
a tutti noi, a tutta l’umanità.
SHOW DI FISICA
L’Istituto di Fisica dell’Università
di São Paulo (USP) ha organizzato degli incontri per studenti delle scuole pubbliche e private. Il 3
dicembre 2004 il Liceo Scientifico della Scuola Eugenio Montale
vi ha partecipato con l’obiettivo
di rafforzare la motivazione verso
questa disciplina.
L’incontro si è concretizzato con
uno show interattivo di fisica. Gli
alunni hanno seguito lo “spettacolo” che a tutti i costi voleva rifuggire da una lezione cattedratica di Scienze, sono stati coinvolti
in dimostrazioni di elettricità, di
elettromagnetismo e in una “conversazione pratica” sul momento
angolare…, dove tra scherzi, scosse e molte risate si é voluto infondere loro l’abitudine di chiedersi
“perché”.
Se nel bambino c’è l’età dei perché, nell’adolescenza invece un
po’ per pigrizia e un po’
per rassegnazione si perde
il piacere della ricerca, del
rompersi la testa dietro una
risposta che soddisfi, in realtà le domande non hanno
risposte semplici, né chiare,
né immediate.
Speriamo che questa visita
abbia stimolato la curiosità
dei nostri ragazzi verso ciò
che ci circonda.
Susanna Battaglio e
Maria Santancini
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GIOVANNI PAOLO II - IL PAPA DEL DIALOGO
sonaggio. In questi giorni facevano vedere film
e documentari sulla vita del sommo papa, ed io,
curioso come sono, li ho visti quasi tutti. Ad un
tratto ho cambiato canale per cercare di avere
informazioni attuali sul Vaticano. Ho visto qualcosa su cui riflettere. Scene della guerra in Iraq
e in un montaggio ben fatto una sequenza di
un’immagine del papa che parlava con il signor
presidente degli Stati Uniti d’America George
W. Bush nel giugno del 2004 durante una visita
a Washington.
Come primo impulso ho sentito una gran rabbia. Un uomo che lottò contro i regimi assolutistici e totalitari, che parlava di diritti umani,
che rappresentava la chiesa cattolica e la sua filosofia umanistica, come poteva dialogare con un
tiranno come il signor Bush? Così come risposta
quasi immediata apparve un’immagine del papa
accanto a Fidel Castro durante il suo viaggio a
Cuba. Lì sono rimasto proprio confuso e quasi
come un bambino che scopre le prime cose della
vita ho cominciato a pensare.
“M
orto un papa se ne fa un altro”.
Questa frase che sembra avere
un’aria un po’ ironica e maligna
ci potrebbe aiutare a capire cosa sia veramente la
figura di un papa come Giovanni Paolo II.
Ecco che ad un tratto, in un’altra sequenza di
immagini impressionanti, vedo il primo papa
appartenente ad un paese dell’Est europeo che
parla con leaders di varie religioni in un incontro non so dove e non so quando. Questi dati
non mi importavano in quel momento. A me
bastavano le immagini. Arafat, Bush, Castro,
Pinochet e tanti altri capi di stato hanno dialogato con il papa durante questi 26 anni di
pontificato.
Karol Wojtyla, polacco, 84 anni. Affetto dal
morbo di Parkinson e sopravvissuto ad un attentato in Piazza San Pietro. Questi sono alcuni
dettagli della vita del santo papa morto lo scorso
tre aprile 2005.
Prima che inizi la mia breve riflessione voglio
che sia chiara la mia completa spontaneità e forse
irrazionalità nello scrivere su questo pontefice.
L’emozione mi ha invaso. E quasi con un atto
automatico mi sono messo a scrivere questo articolo con l’unico obiettivo di mostrare cosa può
pensare un giovane di 18 anni, di una quarta
liceo, di una scuola come l’Eugenio Montale,
che vede un esempio chiaro di umanità, disciplina, serietà, onore e principalmente di vita come
Karol Wojtyla e non riesce a non esprimersi in
questo modo.
Era lunedì 4 aprile 2005 ed io ero a casa che
assistevo ansioso e concentrato alle notizie sulla
morte del papa. Mentre vedevo quella immensa
quantità di giovani e non che ammiravano l’immagine di Karol Wojtyla, mi sono preso l’impegno di cercare qualcosa sulla vita di quest’uomo.
Biografie di vario tipo e autori, foto, discorsi,
viaggi. Ho trovato tutto sul papa nella rete dei
computer. Però qualcosa mi ha veramente colpito. C’era qualcosa di interessante su questo per-
Non sono qua per dire che diventerò papa, o che
sono per la vita clericale. Scrivo perché tutti ab14
biano la possibilità di riflettere sul modo in cui
vivono e di ripensare i loro valori. Se pensassimo
a come hanno vissuto certe persone potremmo
essere delle persone migliori. Solo così potremo
creare un mondo migliore di questo. Wojtyla
usava il dialogo come strumento di cambiamento di questa società. Noi giovani possiamo fare
altrettanto. E i meno giovani anche. Come dice il
proverbio, non è mai troppo tardi. L’unico modo
di cambiare il mondo è cambiare noi stessi.
che noi saremo giudicati per quello che scegliamo di essere e non per quello che avremmo potuto essere.
Come ultima osservazione spero che il prossimo papa persegua gli ideali di quest’ultimo e che
appartenga ad un paese del mondo sottosviluppato per avere più chiara la realtà di quelli più
deboli.
Grazie, Giovanni Paolo II per essere un altro
esempio nelle nostre vite, così come prima di te
lo sono stati altri.
Chiamatemi utopista, idealista, sognatore. Gli
attributi dati dalle persone poco ci importano e
io ci tengo ad essere così. Quello che veramente
conta sono le nostre scelte e i nostri atti. Chi ha
fede e crede nella vita dopo la morte si ricordi
Giovanni N. M. Lacava, IV Liceo
L’ARTE PER NOI
VISITA ALLA 26ª BIENNALE
A
rte non è solo un quadro, una
scultura o un mucchio di legno raggruppato, ma é unire tutti
i nostri sentimenti e pensieri, che
crediamo di poter dividere con
tutti, anche con quelli che giudicheranno l’arte banale, senza filo
né senso.
Per molti la biennale è stata solo
un’ulteriore mostra in mezzo ad altre già fatte o che saranno fatte.
Per alcuni però ogni biennale è
una nuova scoperta, ogni sala è un
mondo da esplorare, è una vita da
capire: basta provare a capire col
nostro cuore quello che sentiva
l’artista. I colori dell’arte hanno
sfumature che non tutti riescono
a differenziare, le forme ti fanno
viaggiare in un altro mondo, immaginare che tutto sia possibile,
creare delle vite dentro un pezzo
di parete.
Arte è comunicare, arte è amare e
odiare, arte è esternare quello che
si sente.
Noi siamo andati alla ventiseiesima biennale ai primi d’ottobre del
2004. Territorio di libertà, liberi
di fare qualsiasi cosa per esprimersi, liberi di aprire il cuore e capire.
Nella biennale abbiamo apprezzato tantissime cose, come per
esempio un mucchio di legno che
forse significa un serpente, il Fusca appeso coi dei fili colorati che
a tanti è piaciuto. Il fascino maggiore della biennale è la diversità
di pensieri e di visioni degli artisti
e degli spettattori.
È divertente non solo vedere e in15
terpretare l’opera esposta, ma vedere l’interpretazione che gli altri ne
danno, sia questa una scultura, un
quadro o quello che sia.
Per esempio, per Vicky l’aereo pieno di oggetti taglienti rappresenta
una balena piena d’incisioni, simbolo di una protesta contro i cacciatori di balene.
Un altro esempio è il Fusca: Per
Marti non era un gioccattolo per
bambini, come ci ha detto la guida, ma sì il passato, il presente e il
futuro (passato, perché il Fusca é
un vecchio modello; presente, perché lo vediamo in quel momento e
futuro perché “vola”).
Questo testo è anche arte, è l’insieme dei nostri pensieri, che crediamo di poter dividere con voi. Questo è il nostro modo d’interpretare,
di capire e di sentire.
Qual è il vostro?
Victoria Deviá e Martina Bergues