Teoria da liderança de Flieder, uma adaptação à graduação do
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Teoria da liderança de Flieder, uma adaptação à graduação do
Características de liderança: um estudo investigatório em uma turma de graduação do curso de administração, segundo a escala Least Preferred co-worker scale de Fred Fiedler Resumo O trabalho em grupo pode ser um importante método pedagógico para propiciar a aprendizagem, porém cabe ao professor identificar a forma mais adequada de promover um ambiente facilitador na construção do conhecimento. A teoria contigencial de liderança de Fiedler pode ser utilizada como fio condutor da abordagem adotada pelo docente na medida em que esta cria meios de identificação dos tipos de lideranças dos indivíduos. Dessa forma este trabalho teve o propósito de investigar quais os tipos de lideranças existentes em uma turma do sexto período do curso de administração de uma instituição de ensino superior privada. Para tanto se utilizou um questionário composto por uma escala proposta por Fiedler em sua teoria de liderança que este estudo chamou de; “escala de colega de trabalho menos preferido” (CTMP). Adotando-se dessa forma o método indutivo, e com uma amostra intencional, utilizando-se de técnicas estatísticos para determinar o número mínimo da amostra, além de pesquisa bibliográfica em livros, sites, arquivos, documentos, resultando num CTMP entre baixo e médio de 92% indicando que os discentes desta turma exercem uma liderança para tarefas em grupo de forma mais direcionada do que participativa. Palavras-Chaves: Sistematização da Liderança, CTMP, Trabalho em grupo. Introdução O trabalho em grupo, termo que se utiliza frequentemente em sala de aula, depende da organização e do desenvolvimento das tarefas/atividades mantidas pelos professores. O trabalho em grupo tem se modificado ao longo dos tempos, e os professores estão dando ênfase à aprendizagem de cooperação e interação, isto é, um grupo de alunos trabalha em equipe e o resultado deste trabalho deve refletir que todos e cada um dos alunos tenham trabalhado com a informação de igual maneira. Na realização desse tipo de trabalho, em grupo, tem-se a possibilidade da interação entre os indivíduos, facilitando o processo de construção de conhecimento, através da troca deste entre os sujeitos, os quais são dessa forma transformados. Confirmando isso Piaget (1973) denota que interação é um processo complexo de trocas e significações, a partir do qual sujeito e objeto se modificam, num movimento em que os dois se superam e geram uma nova realidade. É através das interações, que o sujeito desencadeia um processo interno de construção, possibilitando às pessoas compartilhar idéias e gerando novas interações. As evidências do cotidiano sócio-ambiental demonstram que as tarefas de caráter individual tendem a ser menos freqüente, dando cada vez mais espaço ao desenvolvimento de empreitadas grupais, com interdependência de criatividades concernentes ao estado de mudança e às turbulências circunstanciais relacionadas às temáticas em tela (NÉRICI, 1987; LEITE e BEHAR, 2005). Assim, iniciativas de responsabilidades individuais estão sendo substituídas pela divisão do trabalho em grupos, cujos objetivos sejam comuns. Entende-se que desta forma o trabalho em grupo, trazido à sala de aula, auxilia a identificar e atenuar possíveis conflitos na construção do conhecimento, apoiando ou auxiliando os membros (alunos) de um grupo em conseguir sobrepor os obstáculos e alcançar de forma mais satisfatória as metas traçadas. Brown e Atkins (1991) destacam os seguintes elementos norteadores do trabalho em grupo: interdependência positiva, responsabilidade positiva, destrezas colaborativas, processamento global e o trabalho “face a face”. Ainda de acordo com Brown e Atkins (1991), este conjunto de elementos evidencia que ainda que se trabalhe em grupo, a construção do conhecimento, também é individual. Com isso pode ser dito que o trabalho em grupo auxilia os indivíduos a desenvolver qualidades coletivas no exercício de atividades, mas também possibilita a o desenvolvimento dos atributos individuais dos participantes. Porém a respeito do trabalho em grupo vale destacar o exercício da liderança entre os membros, onde segundo Fiedler (1967) que relata a influência, por exemplo, da concepção de um líder, em consonância com os desempenhos obtidos nos grupos como um todo, afirma que líderes afetam o desempenho do grupo através dos meios verbais ou do comportamento gestual, os quais comunicam as direções dos líderes, avaliações, e atitudes para os membros do grupo. Muito recentemente a teoria da liderança tem tentado então relacionar o comportamento do líder diretamente com a performance do grupo. Essas teorias têm firmado, por exemplo, aquela consideração (relações humanas orientadas) do comportamento do líder encontrada efetivamente nos grupos, que lideres efetivamente convidam membros a participação e tomada de decisão no processo [...] Essa concepção comporta as premissas de um trabalho em grupo na busca pela “otimização” não de resultados numéricos, mas, de satisfação e objetividade com membros que estão sendo liderados e pelos líderes que exercem papel crucial no desenvolvimento de tarefas que em algum momento estará em ambientes como; empresas e outrora em sala de aula, por exemplo. Todos buscam resultados diferentes, mas, se convergem quando se tratam de harmonia entre os membros de um grupo. Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa foi investigar quais os tipos de liderança existentes numa determinada turma da 6ª. Série (período) do curso de administração. Respondendo dessa forma o seguinte questionamento: De que forma caracteriza-se o estilo de liderança de uma turma de graduação em administração, segundo a Escala de Colega de Trabalho Menos Preferido – CTMP de Fiedler? Procedimentos Metodológicos Neste trabalho investigou-se as características de lideranças existente numa turma do sexto período do curso de administração de empresas, numa instituição de ensino superior privada, sendo a população composta por 26 alunos e a amostra por 25 alunos, considera-se desta forma a seleção de uma amostra intencional. Destaca-se que a escolha por tal turma deu-se , por ter-se observado certa convivência entre os alunos, atributo fundamental para que seja aplicada a escala denominada “escala de colega de trabalho menos preferido” de autoria de Fiedler, a qual procura evidenciar as características de liderança dos indivíduos. Valendo-se que esta escala foi conferida através de um questionário distribuído entre os alunos para que estes os respondessem, e através de suas respostas deu-se a análise dos resultados Com o objetivo de validar o tamanho da amostra em relação a população, adotando-se um erro tolerável de 5%, utilizou-se o método estatístico para o cálculo do tamanho mínimo da amostra, como seguem descritos nos passos (1) e (2): Tomando-se para tanto as seguintes descrições: N – Tamanho da população n – Tamanho mínimo da amostra n0 – Uma primeira aproximação para o tamanho da amostra E0 – Erro Amostral Tolerável Passo (1): Um primeiro cálculo do tamanho da amostra, determinando-se que o erro amostral não passe de 5%. Passo (2): Já que o tamanho da população é conhecido corrige-se o cálculo anterior: Dessa maneira este estudo configura-se como investigatório e exploratório, utilizando-se do método indutivo, em que foram utilizados técnicas estatísticas para interpretação e validação da amostra, com uso do método da determinação do número mínimo da amostra com erro amostral máximo de cinco por cento. Bem como, utilizou-se a técnica de documentação indireta a partir da pesquisa em livros, revistas, periódicos e sites na Internet. Trabalhos em Grupo Alcântara (1973) apud Vilarinho (1979, p.69) cita que a Dinâmica de Grupos surgiu como resultado da evolução natural de diferentes correntes pedagógicas, que progressivamente tentavam dar ao ensino um caráter mais socializante e ativo. Na realidade, queria combater um ensino formal, livresco e acadêmico, possibilitando ao professor um desenvolvimento de conteúdos que extrapolassem os limites dos programas estabelecidos pelas escolas, possibilitando aos alunos a conquista de novos conhecimentos. Diversos autores, por exemplo, os em tela, abordam a necessidade da interação em grupo pela construção do conhecimento, aprofundada pelo um ponto de vista da capacitação de uma linguagem cognitiva aceita por todos os membros que fazem parte deste mesmo grupo, de uma forma, onde se possa fluir este conhecimento transmitido sem barreiras ou conflitos internos ou externos e observado as formalidades de ensino que podem bitolar ou mecanizar o processo de construção de conhecimento, como também, averiguar as possíveis falhas destas mesmas formalidades que impedem em muitos casos o livre pensamento ou posicionamento dos alunos, grupos ou líderes por melhorias em tal processo (construção do conhecimento). De acordo com Vilarinho (1979), os primeiros estudos sobre grupos foram feitos por psicólogos a partir da teoria estruturalista da Gestalt, em 1930. A referida teoria analisa a situação grupal como um todo, como forma própria, dentro do qual os elementos não têm individualidade. A partir do conhecimento desse todo, surgirá o conhecimento e a compreensão particular/individualizada. Os procederes metodológicos dos trabalhos em grupo refletem uma ênfase repetida de interação discente com total participação docente, quando este assume a postura de partícipe e tão somente o de condutor do evento. Um bom condutor de performance de trabalhos em grupos deve ter sempre em mente que as pessoas quando realizam trabalhos grupais passam a perceber um todo coletivo, ou seja, uma consciência de relação de identidade entre partes. Conforme Balcells e Martin (1985) o propósito do trabalho em grupo é uma aprendizagem individualizada, mas é alcançado no âmbito de um pequeno grupo, e na maioria dos casos por meio de discussão. O professor e aluno trabalham num esforço comum, mantendo no centro do processo didático a atividade do aluno. Para um processo organizado da construção do conhecimento deve-se desenvolver no discente segundo Nérici (1987) a observação, tentativa, experimentação, comparação, seleção, discriminação, caracterização, identificação, escolha e conclusão. Pode-se entender a importância da socialização do saber, tendo em vista que a percepção socializada entre pares torna-se mais consensual, o que para o estudo grupal elimina o trabalho homogêneo da individualidade, desenvolvendo o processo de interação sócio-ambiental. As várias abordagens trazidas quanto a formação e organização dos trabalhos em grupo, alcança os objetivos centrais de um líder, que auxiliam a compreender de uma forma mais acentuada as linhas teóricas que norteiam o posicionamento da “liderança” em diversos ambientes sejam eles organizacionais, frente à gestão das empresas no que se diz respeito aos trabalhos em grupos e dinâmicas elaboradas para atingir metas e na averiguação no processo de construção de conhecimento a fim de identificar os verdadeiros líderes em sala de aula e que poderiam auxiliar nesta mesma construção de conhecimento, agora, de uma forma dinâmica e efetiva, fazendo do aluno o participante em potencial “líder” e corrigindo possíveis falhas detectadas em sala de aula. Essa fundamentação da teoria do estudo em grupo nasceu com Kurt Lewin, o que levou ao desenvolvimento da Dinâmica de Grupos. Parker (1994) afirma que os estudos de Lewin concentraram-se essencialmente no comportamento de grupos e nas forças que ajudam a explicar as ações de grupos, auxiliando assim a compreender o que as pessoas fazem para aumentar a eficácia das equipes. Para Freire (2000) uma das tarefas mais importantes da prática educativa é propiciar condições em que os educandos, em suas relações uns com os outros e todos com o professor, ensaiem a experiência de assumir-se como ser social, capaz de reconhecer-se como sujeito. Trabalho em grupo pressupõe cooperação, portanto deve-se observar que apenas o fato de reunir pessoas (alunos) e mandá-los trabalhar em grupo por si só não caracteriza uma situação de esforços cooperativos (JOHNSON, JOHNSON e SMITH, 1998; KISS 2006). O sucesso de um grupo depende, dentre outros fatores, da abordagem do mediador, incentivador, ou líder, pois suas atitudes incentivarão os membros participantes a alcançarem os objetivos propostos. Contudo, a liderança surge não de mecanismos de construção do saber, ou seja, de um aprendizado em sala ou de conhecimentos que são transmitidos sejam teóricos ou empíricos, a fim de que o individuo venha dominar a essência de um líder, mas, nasce com o próprio individuo sendo genético essa capacidade ou não advinda de uma possível capacitação. Liderança é um conceito escorregadio e ilusório, que deixa perplexos mesmo os cientistas sociais. Após estudar mais de 3.000 livros e artigos sobre liderança, escrito ao longo dos últimos quarenta anos, certo pesquisador concluiu que não se sabe muito mais a respeito desses assuntos hoje em dia do que se sabia quando toda a confusão teve início (Clemens, J.K & Mayer, D.F, 1989, p. 13 e 14 Apud CESPEDES). Existe, pois, uma abordagem de conceito ilusório para questão tratada “liderança”, é mistério conforme em tela a sua interpretação, tendo em vista a complexidade de formar uma doutrina quanto ao que seria um verdadeiro líder ou como se pode forma um líder. Segundo Fiedler (1967) a muitas a preocupações na formação de um líder se dava desde a época de Platão na Grécia Antiga, onde se tinha preocupações e discussões sobre a adequada educação que poderia se dar aos líderes políticos, por exemplo. A Teoria Contigencial da Liderança de Fiedler - Estudo de Caso Este trabalho buscou realizar uma pesquisa sobre características de liderança de estudantes da graduação de um curso de administração, através da utilização de uma Escala, criada por Fred E. Fiedler, denominada Least Preferred co-worker scale, a qual foi denominada neste estudo de Escala do Colega de Trabalho Menos Preferido – CTMP, constante na Tabela 1. Para tanto se adaptou o estudo de Fiedler, aplicando-o, para observar as características de liderança dessa turma, em nível de trabalho em grupo. Como é possível observar, a escala é composta por 16 atributos, e cada um possui uma pontuação entre 1 e 8, e a análise é feita a partir do somatório dos pontos. Sendo assim, pede-se a uma pessoa para pontuar essas características, de um indivíduo com quem este não tenha trabalhado muito bem. Sendo através do somatório da pontuação obtida que se realiza a avaliação dos indivíduos, bem como obter as características de liderança do respondente. Por essa escala o autor procurou mensurar a motivação do líder, dar uma indicação da complexidade do pensamento de indivíduos, como também uma indicação das metas pessoais que os motiva para liderarem. Dai advém o entendimento sobre a importância da identificação das lideranças pelo professor para que seja estabelecida a melhor forma de obtenção de resultados positivos na dinâmica da construção do conhecimento. A missão do professor não seria transformar o índice de CTMP dos alunos, mas demonstrar a eles que o desenvolvimento de habilidades que os capacitariam a exercer melhor a liderança mudando seus estilos de acordo com os liderados. Tabela 1 - Escala do colega de trabalho menos preferido Pensar na pessoa que você trabalha menos bem. Ele pode ser alguma pessoa com que você trabalha agora, ou alguma pessoa que você conheceu no passado. Ele não precisa ser a pessoa que você menos gosta, mas deve ser a pessoa com quem você tem mais dificuldade em realizar um trabalho. Descreva esta pessoa como ele aparece para você. Agradável ___:___:___:___:___:___:___:__ Desagradável Amigável ___:___:___:___:___:___:___:__ Hostil Rejeitar ___:___:___:___:___:___:___:__ Aceitar Útil ___:___:___:___:___:___:___:__ Frustrante Desentusiástico ___:___:___:___:___:___:___:__ Entusiástico Tenso ___:___:___:___:___:___:___:__ Relaxado Distante ___:___:___:___:___:___:___:__ Fechado ___:___:___:___:___:___:___:__ Frio ___:___:___:___:___:___:___:__ Cooperativo ___:___:___:___:___:___:___:__ Suportável ___:___:___:___:___:___:___:__ Enfadonho ___:___:___:___:___:___:___:__ Brigão Autoconfiante Eficiente Triste ___:___:___:___:___:___:___:__ ___:___:___:___:___:___:___:__ ___:___:___:___:___:___:___:__ Caloroso Não-Cooperativo Hostil Interessante Harmonioso Hesitante Ineficiente Alegre ___:___:___:___:___:___:___:__ Fonte: Adaptado de Least Preferred co-worker scale - Fred E. Fiedler (1967) Vale ressaltar que Fiedler caracteriza o estilo de liderança dos indivíduos a partir de três níveis de pontuação denominados, baixo, médio e alto. Os quais dispõem-se na Tabela 2, conforme somatório: Tabela 2 – Classificação do Nível de CTMP Total da Pontuação Nível de CTMP 00├ 64 Baixo 64├ 96 Médio 96├ 128 Alto Fonte: Própria Tendo entendido as classificações do Nível de CTMP, pode-se observar como Fiedler caracteriza os indivíduos que compõem cada um desses: Um indivíduo que descreve seu ou sua colega de trabalho menos preferido em muito negativo e em rejeição (um baixo CTMP) mostra de fato as pessoas com quem ele ou ela não podem trabalhar – em efeito, “Se eu não posso trabalhar com você, você não é nada bom!” Isto é o típico teste padrão de uma pessoa que, quando forcada a fazer uma escolha, opta primeiramente por fazer suas tarefas e preocupa-se sobre suas relações inter-pessoais depois. Alguém que descreve até seu colega de trabalho menos preferido em condições relativamente mais positivas em efeito olha para o individual não só como um colega de trabalho mas também como uma pessoa que poderia caso contrário ter algo aceitável, se não admiráveis, características. O líder com CTMP alto vê fecha relações inter-pessoais como um requisito para realização de tarefa (tradução nossa). Sendo assim, pela escala de Fiedler (CTMP), pode-se investigar não apenas a visão que se tem de um colega em relação ao outro em um ambiente de trabalho em grupo, mas, seu objetivo principal é avaliar ou investigar o próprio indivíduo que responde ou dá o seu posicionamento em relação ao seu colega de trabalho. Nesta visão entende-se que pela concepção de Fiedler, as pessoas observam questões relativas aos trabalhos para depois pensarem na pessoalidade entre cada indivíduo em relação ao grupo. Contudo, pode-se obter líderes com alto, médio ou baixo CTMP sendo interessante estar em níveis medianos. Muitos indivíduos têm alto CTMP ou baixo CTMP das pessoas, mas caem em um lugar mais próximo ao centro da escala do CTMP. Fiedler descreve o líder intermediário como segue: ...cognitivamente mais complexo, pouco autoritário ou condescendente, pouco preocupado com respostas socialmente desejáveis, e mais crítico e orientador de tarefas do que os que têm alto ou baixo CTMP. Ele parece também ser um pouco mais preocupado com competência pessoal e um pouco menos com calor pessoal na seleção deste companheiros do trabalho, conseqüentemente menos interessado em time de trabalho (tradução nossa). Os elementos do modelo da teoria contigencial de liderança de Fiedler é uma tentativa de avaliação dos tipos de liderança apresentada em um grupo estudado, pensa-se que alguns líderes parecem ser mais capazes de atuar em determinadas situações e apresentam dificuldades em obter melhores resultados em outras. A pesquisa de Fiedler especificamente buscou classificar diferentes situações em termos de favorecimento para o líder. Segundo Fiedler (1964) a forma como uma situação pode ser favorável ou desfavorável para o líder pode ser relacionada a três fatores chaves: 1. A qualidade do relacionamento entre o lider e os seguidores. Quando as relações são boas (por exemplo, o líder é confiante, respeitado, e querido), o líder encontra nisso facilidade para exercer influência e autoritarismo do que se as relações não são boas (por exemplo, o líder não é querido e desconfiado). Fiedler tem dito que “pesquisas tem mostrado que isto é sem dúvida a mais simples e importante dimensão” em avaliar favorecimento de uma situação para o líder. 2. O grau para que a tarefa seja bem estruturada. Em alguns casos, as metas são especificas, os passos na tarefa são definidos, e o modo adequado para conseguir é um assunto de conhecimento técnico. Em muitos casos, contudo, as tarefas são ambíguas umas podem não ser certas como para organizar o trabalho, e o procedimento adequado é problemático. Nas escolas, por exemplo, existe a diferença entre a organização de um plano emergencial para a evacuação para a construção e aperfeiçoamento da disciplina na escola. 3. Poder da posição do líder. Estas referências são para até que ponto o líder é prerrogativas são investidas como o direito de contratar, despedir, dar ou reter aumentos de pagamento, promover, designar novamente, e castigar ou repreender. Esses três fatores de “favorecimento situacional” podem ser organizados em oito combinações possíveis, como mostrado na tabela 4 , e, por causa da simplicidade, podem ser reagrupados em categorias “muito favoráveis”, “favorecimento intermediário”, e “desfavorável”. Pesquisas extensas suportam a contenção que o método de avaliação de Fiedler, o favorecimento de situações para o líder, é útil em sugerir o estilo de liderança mais agradável para ser efetivo em várias situações. Isto é sumarizado na tabela 5 Tabela 4 – Categorias de “Situações favoráveis“ no modelo de liderança de Fiedler. Baseado no Fred E. Fiedler, A theory of Leadership Effectiveness (New York: McGrawn-Hil Book Company, 1967), P. 146 Muito Favorável Favorecimento Intermediário Desfavorável 1 2 3 4 5 6 7 8 Relações Líder-Membro Bom Bom Bom Bom Pobre Pobre Pobre Pobre Estrutura da Tarefa Alto Alto Baixo Baixo Alto Alto Baixo Baixo Posição de Poder Forte Fraco Forte Fraco Forte Fraco Forte Fraco Fonte: Adaptado de Fiedler (1967) Nessa tabela podem-se observar, conforme denotado, as 8 (oito) combinações possíveis de favorecimento do líder, sendo interpretadas da seguinte forma. · Situação Muito favorável: O líder está em situação muito favorável quando consegue ter boa relação com os membros do grupo e ao mesmo tempo ter uma estrutura da tarefa alta, ou seja tarefas determinadas, e uma alta posição de poder. Ou ainda, quando tiver boa relação entre os membros do grupo e alternar entre estrutura de tarefa alta e posição de poder fraca, ou estrutura de tarefa baixa e forte posição de poder. · Situação de Favorecimento Intermediário: Neste caso o líder encontra-se em situação de favorecimento intermediário quando tiver bom relacionamento com os membros do grupo e baixa estruturação de tarefas e fraca posição de poder. Com também quando a sua relação com os membros do grupo for fraca, mas possui alta estrutura dos trabalhos, com posição de poder forte ou fraca. · Situação Desfavorável: Ocorre quando o líder não possui boa relação com os membros do grupo e a sua estruturação de tarefas é baixa, valendo que a posição de poder pode ser forte ou fraca. Entendido as Categorias de “Situações Favoráveis” dos líderes trazidas por Fiedler, evidencia-se na Tabela 5 a sugestão deste autor para o estilo de liderança que o líder deve utilizar para maior eficácia em situações de contingências. Tabela 5 – O modelo contingencial de Fiedler utiliza uma análise da variação situacional para sugerir qual é o estilo que o líder deve utilizar para maior eficácia. Situações em Contingência A B Favorecimentos Estilo de liderança mais efetivo C Posição de Estrutura Relativa Poder do das Tarefas Líder R e l a ç ã o Favorecimento com os da Situação membros para o Líder Estilo de liderança do Líder Forte Estruturado Bom Favorável Trabalho Orientado (baixo CTMP) Fraco Estruturado Bom Favorável Trabalho Orientado (baixo CTMP) Forte Desestruturado Bom Favorável Trabalho Orientado (baixo CTMP) Fraco Desestruturado Bom Favorável Relações Orientadas (Alto CTMP) Forte Estruturado Pobre Intermediário Relações Orientadas (Alto CTMP) Fraco Estruturado Pobre Intermediário Relações Orientadas (Alto CTMP) Forte Desestruturado Pobre Intermediário Relações Orientadas (Alto CTMP) Fraco Desestruturado Pobre Intermediário Trabalho Orientado (baixo CTMP) Fonte: Adaptado de Fiedler (1967) A Tabela 5 evidencia-se como devem ser as características no que diz respeito a Posição de Poder do Líder, a Estrutura Relativa das Tarefas, a Relação com os Membros, para que na situação de contingência ele tenha uma Situação Favorável ou Intermediária, levando em consideração o estilo de liderança do líder. Como a referida tabela mostra, ambas situações: favoráveis e desfavoráveis. A Lógica dessa generalização se torna clara se for seguido uma situação. Por exemplo, pensando quando a situação é altamente desfavorável para o líder – uma tarefa orientada também é exigida. Com o poder dele ou dela já enfraquecido, pouco suporte vem do grupo, e com uma tarefa a realizar nas mãos. Apenas uma direção determinística que parta de uma orientação sobre a necessidade de realizar a tarefa poderá estabelecer uma mudança no grupo, promovendo a atenuação da negatividade de seu relacionamento com mesmo se a tarefa for realizada satisfatoriamente. Mas em circunstâncias moderadamente favoráveis, especialmente quando o bom relacionamento com o grupo fortalecerá a efetividade do líder, o estilo de relacionamento orientado é indicado. Fiedler (1967) afirma: Performance de liderança depende muito tanto da organização como ela depende muito dos atributos que o líder possua. Exceto talvez por um caso incomum, isto é simplesmente insignificante para fala de uma líder eficaz ou um líder ineficaz, nós podemos falar apenas de um líder que tenda a ser efetivo em uma situação e ineficaz em outra. Se nós quisermos um incremento organizacional e um grupo efetivo nós devemos aprender não só como treinar líderes mais eficazmente, mas também como construir um ambiente de organização em que o líder pode apresentar bem. Por causa do CTMP mensurar certos aspectos da estrutura motivacional dos indivíduos que estão com suas características de personalidade estável é difícil transformar por treinamentos. Para Fiedler o pensamento de liderança não deve ter como meta de treinamento a transformação básica do CTMP dos indivíduos, mas, prover a eles as habilidades que capacitam para acrescentar a análise do favorecimento da situação em termos de seu estilo de liderança. Para o estudioso estes programas deveriam ensinar (1) os modos de se dar bem melhor com os subordinados, (2) modos de rotinas de manejo administrativos mais eficazmente, (3) conhecimento técnico necessário para tomada de decisão, e – não menos importante – (4) Como avaliar o favorecimento de várias situações. O intento de tal treinamento poderia ser para suplementar as experiências como um importante fator em ajudar o líder para controle de situações favoráveis ou desfavoráveis em termos dos estilos deles ou delas. Por exemplo, um baixo CTMP (que é alto nível tarefa-orientada) o líder poderia ser ensinado para ver que é o natural dele ou dela, e assim saber que com o seu estilo de liderança altamente diretiva é improvável ser produtivo em situações em que a posição de poder é fraca e a tarefa é debilmente estruturada. Uma possibilidade para maior eficácia poderia ser a troca desse estilo para negociar com essas contigências, mas o modelo de Fiedler sugeriria, ao invés dessa troca, buscar uma forma de posição de poder crescente, ou reestruturar a tarefa para fazer com que o seu poder na situação seja mais favorável, ou ainda, reestruturando a tarefa, fazendo com que a situação seja mais favorável para um estilo de liderança com baixo CTMP. O Alto CTMP poderia precisar aprender principalmente que quando a situação é desfavorável para os estilo deles, eles devem transformar a situação em favor do seu estilo. Na situação em que (1) as relações dos líderes membros são pobres, (2) os trabalhos não são estruturados, e (3) o poder de posição do principal é fraco, caso ele faça muitas perguntas aos liderados, estes últimos poderiam pensar que ele é permissivo e sem poder de decisão. Neste caso o líder deveria incrementar posições de poder a fim de alcançar seus objetivos. Denotado sobre como caracterizar o estilo de liderança, segundo a escala de Colega de Trabalho Menos Preferido – CTMP de Fiedler, bem como evidenciado como este autor a interpreta e a como deve se tratar em situações de contingência para os líderes. Este trabalho traz evidenciada adiante a aplicação dessa escala conforme explicado no início deste. A aplicação da Escala e análise dos resultados Para este trabalho aplicou-se a Escala do Colega de Trabalho Menos Preferido – CTMP no sexto período da graduação em Administração de uma Instituição de Ensino Superior Privada, composta por uma população de 26 estudantes. Escolheu-se esta turma por ter-se observado uma maior convivência entre eles, já que o sexto período representa o terceiro ano do curso, ou ainda terceiro ano de convivência na graduação, entendendo-se que já há certo conhecimento e experiências vividas entre eles em nível de trabalhos em grupos. Para mensuração dos resultados foi realizada uma observação de quais os scores totais (pontuação) postos pelos alunos, e utilizando-se de métodos estatísticos foi realizada a análise dos dados, através de análise de freqüência e proporção. Tendo-se aplicado a pesquisa uma amostra de 25 alunos da população de 26 alunos. Com o objetivo de validar o tamanho da amostra em relação a população, adotando-se um erro tolerável de 5%, utilizou-se o método estatístico para o cálculo do tamanho mínimo da amostra, como seguem descritos nos passos (1) e (2): Tomando-se para tanto as seguintes descrições: N – Tamanho da população n – Tamanho mínimo da amostra n0 – Uma primeira aproximação para o tamanho da amostra E0 – Erro Amostral Tolerável Passo (1): Um primeiro cálculo do tamanho da amostra, determinando-se que o erro amostral não passe de 5%. Passo (2): Já que o tamanho da população é conhecido corrige-se o cálculo anterior: Dessa forma, entende-se a amostra adotada de 25 alunos, para um erro tolerável de 5%, é satisfatória, já que está acima do tamanho mínimo da amostra calculado. Tendo explicitado sobre a validade da amostra apresenta-se na Tabela 6 – Distribuição de Freqüência do Nível de CTMP os resultados obtidos da aplicação da Escala na referida turma de graduação. Tabela 6 - Distribuição de Freqüência do Nível de CTMP Distribuição de Freqüência da Amostra Score Nível de Freqüência Percentual CTMP 000├16 0 0% Baixo 016├ 32 4 16,00% Baixo 032├ 48 7 28,00% Baixo 048├ 64 7 28,00% Baixo 064├ 80 5 20,00% Médio 080├ 96 1 4,00% Médio 096├ 112 1 4,00% Alto 112├ 128 0 0,00% Alto 128├ 0 0,00% Alto Total 25 100,00% - Média 53,55 Mediana 55 Variância 315,59 Desvio Padrão 17,76485 Fonte: Própria Conforme dados dispostos na Tabela, pode-se observar que 72% dos estudantes possuem um CTMP Baixo, 24% CTMP Médio, e 4% têm alta pontuação. Observa-se que a média dos somatórios obtidos corresponde ao total de 53,55 e a mediana 55, ambas correspondendo a um CTMP baixo. Tem-se também que o Desvio Padrão da turma está em aproximadamente 17,77, ou seja a dispersão do score da amostra desvia-se cerca de 17,77 pontos da média. Tomando ainda os dados da tabela 6, pode-se observar que a maior parte dos integrantes do grupo possuem características de liderança um alto nível de estruturação de tarefas. Evidenciando, segundo Fiedler, que esses mostram de fato as pessoas com quem ele ou ela não podem trabalhar – em efeito, evidenciando que os mesmos optam primeiramente por fazer suas tarefas e preocupa-se sobre suas relações interpessoais depois. Tomando a Teoria Contigencial da Liderança de Fiedler, entende-se que desta forma o professor, para preparar os alunos para momentos de contigências, deve ter uma posição de estimular a busca de uma forma de posição de poder crescente, ou da reestruturação da tarefa para fazer com que a situação seja mais favorável, ou ainda, reestruturando a tarefa, fazendo com que a situação seja mais favorável para um estilo de liderança com fraca posição de poder, escala de colega de trabalho menos preferido de Fiedler. Conclusão Diante do objetivo proposto por este trabalho, investigar quais os tipos de liderança existentes numa determinada turma da 6ª série do curso de administração, a partir da Teoria Contigencial da Liderança de Fiedler, utilizando-se para tanto a aplicação de um questionário contendo uma escala por ele constituída, denominada escala de Colega de Trabalho Menos Preferido – CTMP. Observou-se com isso que tais alunos possuem característica de liderança com tarefa orientada, ou seja, as maiorias, 72% (setenta e dois por cento), dos alunos deram uma pontuação baixa aos seus colegas de trabalho menos preferidos, mostrando de fato as pessoas com quem não podem trabalhar, configurando-se, segundo Teoria em questão, que essas pessoas quando forçadas a fazer uma escolha, optam primeiramente por fazer suas tarefas e preocupa-se sobre suas relações interpessoais depois. Por fim denota-se também sobre a utilização da Teoria Contigencial de Fiedler, poder ser uma usual e importante ferramenta utilizada para que o professor possa conhecer as características de liderança dos alunos. E, dessa forma, estimulá-los ao desenvolvimento de soluções em situações de contigências, sem que percam suas características de liderança. Referências BALCELLS, J. P.; MARTIN, J. I. F. (1985). Os métodos no ensino universitário. Lisboa. Livros Horizonte BROWN, G. ATKINS M. Effective Teaching in Higher Education. London: Routledge, 1991. DEMO, P. Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 2000. FERRARI, A.T. Metodologia da Pesquisa Científica. São Paulo: Mcgraw – Hill do Brasil, 1982. FIEDLER, Fred E. A theory of leadership effectiveness. New York: McGraw – Hill Book Company, 1967. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários para a prática educativa. 14. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000. GIBB, J. R. Manual de dinámica de grupos. 6. ed. 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