Viajante chic - Dicas de viagem

Transcrição

Viajante chic - Dicas de viagem
© da edição, 2012 by Gloria Kalil
© das ilustrações, 2012 by Veridiana Scarpelli
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adquiridos pela Agir, selo da EDITORA NOVA FRONTEIRA
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K21v
Kalil, Gloria
Viajante chic: dicas de viagem / por Gloria Kalil ; ilustrações
Veridiana Scarpelli. 2.ed. ­ Rio de Janeiro: Agir, 2012.
168p.: il.; 21cm
ISBN 978.85.220.1419­4 (brochura)
1. Viagens ­ Guias. 2. Viagens ­ Planejamento. 3. Etiqueta
de viagem. I. Título. II. Série.
cdd: 395.3
cdu: 395
VAMOS?
1 INTRODUÇÃO
2 PLANO DE VIAGEM
Providências gerais antes de viajar
É chato, mas é assim
(identidade, passaporte, carteira internacional etc.)
Nacional ou internacional?
Vale a pena ter um agente de viagem?
Hotel, flat ou casa dos outros?
Dinheiro (cheques, cartões etc.)
Melhor prevenir...
Palavras mágicas
3 MOTIVOS DE VIAGEM
Férias de família & companhia
Viajando com os amigos
Lua de Mel
Temáticas
Negócios
4 COM QUE MALA?
Assuntos que merecem sua atenção antes de fazer a mala
Passo a passo para arrumar sua mala
Bagagem de mão
Roupa para viajar
5 NO AR
Que classe!
Na fila do check-in
Na sala de embarque
Dentro do avião
Depois do voo
A viagem continua: conexões e escalas
6 NO MAR
O cruzeiro dos meus sonhos...
A escolha da cabine
O embarque
Vida a bordo
Desembarque
7 EM TERRA
No hotel
Hóspede na casa dos outros
Boas compras
8 TURISMO EXÓTICO
9 DE MALAS PRONTAS
Verão na cidade
Inverno na cidade
Inverno no campo
Férias de verão na praia (com opções de roupas para
Natal e réveillon)
Viagem de negócios
Na mala masculina
Navio: tudo o que você tem que levar na mala para curtir
em alto-mar
Viagem de final de semana
A mala do bebê (viagem de 7 a 10 dias)
AGRADECIMENTOS
O assunto deste livro é, além de chic, uma farra, uma
delícia: viagens! Viagens para marinheiros de todas as
categorias: os que se aventuram pela primeira vez fora de casa
e os que têm rodinhas nos pés e vivem passeando pelo
mundo.
Pertenço à turma desses últimos, os loucos por viagem.
Amo voltar a todos os lugares lindos que já visitei, assim como
amo visitar países em que nunca pisei antes e onde me sinto
completamente afastada da minha zona de conforto.
E você? A que categoria pertence?
Não importa. A animação, a aflição, a correria, o friozinho
na barriga que qualquer viagem provoca atinge todo tipo de
viajante, os experientes e os novatos.
Tem como diminuir as tensões e só deixar espaço para as
expectativas gostosas? Tem. Com organização e planejamento.
Coloco o pé na estrada várias vezes por ano. Muitas
viagens curtas pelo Brasil por conta de trabalho; muitas praias
para férias de verão; e ao menos duas viagens por ano para o
exterior para um mix de trabalho com descanso. Sou uma
viajante calejada e, portanto, posso ajudar a tornar sua viagem
mais fácil e prazerosa, desde a preparação até o retorno.
Deixe que eu ajude você a fazer as malas, a não esquecer
nenhum documento ou remédio que vão acabar com sua festa
caso fiquem para trás, a se livrar de um chato que faz parte da
excursão, a lembrar de seus direitos caso percam sua mala
(Deus me livre, bata na madeira três vezes) e até mesmo a
encarar o imprevisível. Sim, porque em viagem o imprevisível
não costuma falhar.
Por mais que se planeje, sempre estaremos diante do
acaso. Ao preparar este livro pedi aos internautas do meu site,
o www.chic.com.br, que mandassem relatos de suas andanças
pelo mundo: histórias engraçadas ou micos inacreditáveis, que
aconteceram de verdade e que seriam úteis para quem está
afivelando malas. Eles participaram e contribuíram demais
com o livro. Nem sei como agradecer!
Vamos embarcar juntos nesta viagem? Vou adorar sua
companhia.
QUEM TEM BOCA VAI A ROMA...
…mas quem tem olhos também. Como se sabe, brasileiro
não lê, brasileiro pergunta. Por ser um povo comunicativo, e
também por morar num país que, por séculos, conviveu com
uma população de muitos analfabetos, nós não temos o hábito
de ler avisos, painéis informativos, cartazes, placas indicativas.
A primeira coisa que fazemos é olhar para a pessoa mais
próxima e, num tom simpático, perguntar o que queremos
saber, mesmo que a informação esteja bem na nossa frente
num aviso enorme e bastante claro. Já reparou nisso?
Patrícia Rosa e Nina Marinetti chegam ao seu quarto de
hotel na Indonésia depois de horas e horas de aviões e
mudanças de países e aeroportos. Entram, acaloradas da
viagem, tiram os jeans e apenas de camiseta saem para um
pequeno terraço num ângulo do quarto onde vão, fissuradas,
fumar um cigarrinho depois de tanto tempo de abstinência.
Foi as duas saírem para a porta bater, e elas percebem, para
grande desespero, que ficaram trancadas do lado de fora.
Meio peladas e sem ter como se comunicar com o pessoal do
hotel.
O quarto era de frente e dava para uma grande avenida
onde carros, ônibus e caminhões andavam em alta velocidade
e ninguém passava a pé. As duas gritavam e gesticulavam
para ver se alguém as via e se aproximava para um socorro.
Nada. O barulho do trânsito abafava os gritos e ninguém
olhava para o quarto. Depois de quatro horas de desânimo,
pânico e medo, um guardinha do outro lado da avenida focou
na direção delas e veio andando até entender que o pedido era
de ajuda. Tudo isso por quê? Porque não leram um aviso na
parede perto da porta que, bem grande, dizia que ela não
abria por fora.
Sem medo de ser turista
Nada mais esnobe do que querer parecer insider de um
país ou de uma cidade estrangeira. A menos que a pessoa
more lá, ou, pelo menos, tenha uma casa ou apartamento na
tal cidade, o que ela vai ser sempre é uma turista. Uma turista
sambada que domina a geografia da cidade ou uma turista
novata que chega pela primeira vez a um lugar.
Por que as pessoas detestam ser chamadas de turistas?
Porque acham mais chic dizer que são viajadas e que já
dominam o lugar. Adoram mostrar o tempo todo que “são de
casa”.
Aliás, essa síndrome besta faz alguns desses insiders
perderem passeios maravilhosos e lugares incríveis só para
não se misturarem aos “novos viajantes”. Conheço um casal
que tem um apartamento perto da torre Eiffel em Paris e que
jamais subiu nela para não se misturar aos milhares de turistas
que fazem esse passeio maravilhoso diariamente. Pois eles não
sabem o que perdem: uma das vistas mais lindas da cidade (e
bem ao lado do apartamentinho deles).
Por isso, fique esperto. Toda vez que o guia der alguma
estrela para um lugar, um passeio, um monumento, não
hesite: vá conferir; ninguém ganha uma estrela à toa. Quanto
mais estrelas tiver, mais lindo o lugar. O mesmo vale para as
placas de Belvedere (que em italiano quer dizer “bela vista”)
— não conheço belvedere mal colocado ou indicando um
lugar sem graça. Viu uma placa escrita Belvedere? Pare e
prepare­se para um momento de beleza e respiro.
Na primeira vez a gente sempre esquece
(e nas outras também...)
Dificilmente você não esquece alguma coisa na sua
primeira viagem (e, muitas vezes, em qualquer viagem). Pode
ser um par de luvas, o cinto de um paletó sem o qual toda a
trabalheira de carregar o dito­cujo fica sem sentido, o kit de
unhas, a parte de cima do pijama, os biquínis escolhidos a
dedo. São coisas que chateiam, mas que têm solução possível.
Dureza é esquecer em casa algum documento sem o qual você
não embarca, um remédio que precisa de receita, os óculos de
grau, seu equipamento de última geração com a agenda de
endereços da sua vida.
Por isso, sendo ou não sua primeira viagem, sendo ela
curta ou longa, qualquer uma pede um tanto de concentração
no seu planejamento.
Providências gerais antes de viajar
Saber o clima. É época de chuva, de frio, de calor? O clima
é seco ou úmido? É época de inundações, nevascas, ou de
outras “catástrofes naturais” — daquelas que, infelizmente,
podem acontecer?
Os que gostam de paz e calma vão se sentir num paraíso
ao viajar na baixa temporada. Além dos preços mais baixos,
bom atendimento nas lojas e hotéis, praias vazias, lugares em
restaurantes e, maravilha das maravilhas, ruas com menos
trânsito. Normalmente é o período entre os meses de março e
maio, bem como de agosto a novembro... Mas nem sempre a
regra funciona, especialmente quando há eventos importantes
ou datas marcantes.
Estive em Veneza no comecinho de um mês de setembro, para
visitar a bienal. Achei que a cidade estaria mais calma, pois as
férias de julho, quando a Europa toda viaja de férias, já teriam
terminado. Vocês não imaginam o susto: Veneza parecia um
formigueiro humano. Milhares de pessoas se comprimiam
pelas ruelas e pelas praças num agito frenético. Na Piazza San
Marco e em frente à catedral, as filas e a massa humana (sem
falar nos pombos) eram de dar medo. Tive que combinar com
amigos pontos estratégicos de encontro, caso alguém se
perdesse na multidão. Um inferno. Imagino o horror que os
moradores dessa inacreditável cidade, construída em cima de
águas, devem ter quando as férias se aproximam e eles sabem
que serão invadidos por gente do mundo todo. Nem nas
farmácias se consegue entrar sem ter que esperar em filas
enormes. Alguém já foi à rua 25 de Março, em São Paulo,
numa véspera de Natal? Ou ao Saara, no Rio de Janeiro, perto
de um Dia das Mães? Pois Veneza é dez vezes pior!
Os que estão em busca de agitação preferem, é claro, a alta
temporada. Em geral, o período de férias escolares ou de
festas: os meses de janeiro, fevereiro, junho, julho e dezembro.
No mundo todo é importante considerar os períodos de
festas (Natal, réveillon, dependendo, claro, da religião e dos
costumes) e de feriados prolongados. Em todo lugar, é
momento de grande agitação.
Leve com você um guia da cidade aonde vai e marque de
forma bem visível o lugar do seu hotel.
Assim que chegar a uma cidade nova, peça um mapa na
portaria do hotel, compre um numa banca de jornal ou lance
mão do seu gps para se localizar e para calcular o que vai
poder fazer a pé, e a que distância ficam os pontos que
pretende visitar.
Faça contato com pessoas que viajaram para o mesmo
lugar que você, ou pegue boas dicas e endereços de amigos
nativos. Nem o melhor guia do mundo substitui a dica de
quem conhece seus gostos!
Viagem sempre tem imprevisto...
O Vinicius Castro Alves passou um ano planejando sua
primeira viagem de avião e internacional, com destino a
Buenos Aires:
“Comprei as passagens, aluguei apartamento. Pesquisei
tudo o que podia sobre a cidade: desde a localização dos
pontos turísticos até os golpes comuns dados por batedores de
carteira e problemas com taxistas. Tudo para ser perfeito! Mas
eis que chego a Buenos Aires e sou informado pelo taxista de
que a cidade inteira estava fechada, por duas razões: era dia
do Censo (na Argentina, as pessoas não trabalham, pois têm
que ficar em casa aguardando a visita do recenseador); e havia
falecido o ex­presidente Néstor Kirchner. Resultado: a
metrópole inteira fechada. Não tinha onde trocar dinheiro. Não
tinha onde comer. Não tinha o que fazer. Aquilo me espantou.
Dá pra imaginar uma metrópole, às 14h, não ter um fast­food
aberto, ou um supermercado? Desesperador! A sorte foi que a
empresa que me alugou o apartamento aceitou receber em
reais (o que não estava previsto no contrato) e eu havia levado
na bagagem um pacote de biscoito. No meu primeiro dia (tão
sonhado, esperado), passei trancado dentro do apartamento
comendo biscoito de água e sal. Isso provou que, por mais
organizada e planejada, sempre há imprevistos numa viagem,
seja porque irão contar a população do país, seja porque
morreu o ex­presidente amado por todos. Aprendi que, além
de biscoitos, não podem faltar na mala umas barrinhas de
cereais, amendoins, senão você passa fome mesmo. No fim, de
forma encantadora, Buenos Aires reverteu a situação e me
presenteou com boas lembranças.”
Se for viajar para um país que não conhece, antes da
viagem, vá a uma boa livraria e compre um guia com mapa
para ir se familiarizando com a língua, a moeda, os hábitos, os
passeios, os restaurantes, os hotéis de cada uma das cidades
que for visitar. É o melhor jeito de você acertar na localização
do hotel (assunto vital em uma viagem), além de já ser uma
deliciosa antecipação do seu passeio.
Ter um dicionário para consultar frases básicas é mesmo
uma mão na roda. Maria Taciana Pereira de Mendonça que o
diga! Ganhou uma viagem ao Canadá: dez dias, com direito a
acompanhante, para visitar Toronto, Montreal e Québec.
“Levei minha mãe comigo. Mas, detalhe: não sabíamos
falar inglês, exceto algumas palavrinhas soltas. Ao saber que
tería­mos guia conosco nos três primeiros dias, fiquei
tranquila. Porém, no quarto dia, quando estávamos voltando
para o quarto, demos falta do cartão­chave. Desci para
providenciar outro. Fiz gestos para o rapaz da recepção,
tentando mostrar que o cartão ficara dentro do quarto. Para
meu alívio, ele pareceu entender o ocorrido. Em seguida,
checou meu documento de identidade e me acompanhou para
abrir novamente a porta. Pulei de felicidade por ter dado certo
o nosso ‘diálogo’. Mas aprendi uma lição: procure aprender o
básico da língua do país em questão, porque imprevistos
sempre podem acontecer!”
Informe­se sobre hábitos que podem interferir nos seus
planos: a hora de repouso após o almoço em alguns países
europeus (siesta); o feriado aos sábados (sabá) em Israel;
hábitos alimentares etc. E muito cuidado com as restrições e
rituais religiosos de culturas diferentes da sua.
Marta Cruz Castro e o namorado chegaram a uma villa,
em Florença, aonde foram convidados pelos proprietários,
amigos italianos. Chegam à noite e tratam logo de arrumar os
aposentos destinados a eles: abrir janelas, achar o armário das
toalhas de banho e dos lençóis, tirar os panos que protegem os
móveis estofados e os abajures. Ajeita daqui e ajeita dali,
Marta coloca o tapetinho que estava enrolado num canto na
porta do banheiro. Em seguida, eles saem para jantar e,
depois, se jogam na cama, exaustos pelo dia de viagem e de
tantas novidades.
Na manhã seguinte, bem cedo, a porta do quarto se abre
com estrondo e uma mulher nigeriana entra aos gritos — era a
faxineira que cuidava da casa. Susto e pânico. De que se trata?
Difícil entender o que ela fala, especialmente porque o tom é
exaltado e a frase, dita aos trancos. Marta se levanta, enquanto
o namorado se encolhe embaixo dos lençóis, e tenta acalmar a
mulher, que faz gestos largos, levando­a até o banheiro e
mostrando o tapetinho no chão.
Depois de algum tempo o mistério se revela: sem saber,
Marta havia pegado o tapetinho de oração da mulher, uma
muçulmana tradicional que o usava para rezar várias vezes ao
dia. Muitas desculpas ditas em varias línguas e em muitos
tons não conseguiram convencer totalmente a mulher, que
saiu batendo a porta para nunca mais aparecer durante a
estada do casal.
Roupas proibidas. Cuidado para não fazer como o
príncipe britânico Jorge vi, que desembarcou no Brasil, na
década de 1930, com um conjunto safári bege como se
estivesse caçando nas selvas africanas. Será que não havia
ninguém no cerimonial para impedir o príncipe, até simpático,
de fazer esse papel? Consulte­se antes sobre o costume do
país.
Procure ir a todos os lugares cinco estrelas recomendados
nos guias: são sempre bons.
Não deixe de ir ao mercado municipal. Não tem jeito
melhor de conhecer um lugar do que ver o que as pessoas
comem.
Excessos que você pode evitar:
Agendar compromissos de mais e prazer de menos.
Estourar o cartão de crédito.
Excesso de peso (seu e da mala).
Achar que tem que trazer uma lembrancinha para todo
mundo (do porteiro do prédio ao chefe, da manicure a todas
as gerações da família).
Fazer piadas em público com o sotaque alheio. Português
e espanhol, bem ou mal, são línguas que todo mundo entende.
De modo que não tem a menor graça falar aos gritos na frente
de um português que “bicha” é “fila” e fazer disso piada entre
os amigos.
Fabiola de Freitas Miranda Costa cometeu essa gafe. Ela já
morava em Londres quando decidiu viajar com a amiga, Mari,
para Espanha e Grécia. Depois de desencontros nos aeroportos
de Londres, excessos de bagagem de mão (com direito a
esconder roupas e acessórios no sobretudo e jogar produtos de
higiene pessoal no lixo) e voos perdidos por se esquecerem da
vida num sarau em Barcelona, a aventura das duas rendeu
história até o último momento, na volta de Atenas:
“Entramos na van do transfer, onde dois rapazes também
estavam. Sem saber que eram brasileiros, pois não tinham cara
de latinos, comentamos que deveriam ser gays e que era uma
pena, já que eram bonitos. E não é que eles nos entenderam? A
sorte é que não devem ter se importado tanto, pois engatamos
um papo divertido logo em seguida. E ninguém tocou no
assunto da nossa gafe.”
É chato, mas é assim
(Identidade, Passaporte, Carteira Internacional etc.)
Tem que comprovar!
José de Arimateia Silva Junior foi preso pela Polícia
Federal britânica no seu primeiro dia de casado! Ele mesmo
conta o aperto:
“Estávamos lá, Juliana e eu, no aeroporto de Londres,
exaustos, após 12 horas de voo. Detalhe: Maria, mãe do nosso
amigo Sandro, que mora em Londres, estava conosco. Como
eu já tinha ido a Londres, conhecia bem como funcionava a
imigração. Mas nem por isso estava tranquilo. Ao contrário:
estava muito tenso, pois, bem em frente aos guichês de
entrada, lá estavam as cadeirinhas onde eles colocavam as
pessoas que seriam deportadas. Eu estava morrendo de medo
de me mandarem para lá. Pois bem, chegou nossa vez. Maria
teve que ir sozinha para o outro guichê, mas, antes que ela
fosse, pedi que tivesse uma intérprete para ajudá­la. No meu
guichê, conversando no meu inglesinho mais ‘sem­vergonha’
possível, falei que havíamos nos casado na noite anterior e que
estávamos em lua de mel. Meu desejo era mostrar Londres
para a minha esposa. O atendente da imigração perguntou:
‘Onde está a certidão de casamento?’ Ao que respondi: ‘Nos
casamos ontem e, no Brasil, demora cerca de 15 dias para a
certidão ficar pronta.’ ‘Mas como você quer que eu acredite
que vocês se casaram, se não tem nenhuma prova?’, retrucou.
De repente, Maria sai do seu guichê, tenta conversar comigo.
Pronto: foi a gota d’água! O policial gritou: ‘Tirem essa mulher
daqui!’ ‘É a Maria, que veio conosco, para visitar o filho que
mora aqui’, argumentei. O homenzinho enrubesceu e
ordenou: ‘Sentem­se ali naqueles bancos!’ E o que eu mais
temia ocorreu. Dali pra frente, fui separado de Juliana.
Tiramos as famosas mugshots: aquelas fotos com parede ao
fundo, segurando plaquinha com nomes e dados do
passaporte, em várias posições. Em seguida, me levaram para
uma sala com uma mesa e algumas cadeiras, todas presas no
chão por correntes. A coisa ia ser pesada, pensei. Depois de
oito horas e muitas perguntas, gritos, humilhações, batidas
furiosas na mesa (a agente britânica era meio ‘nervosinha’),
Juliana lembrou que trazia o recibo de aluguel de som para a
festa dentro da bolsa, assinado, com a data e com o nome dela.
Eles aceitaram! Por milagre fomos liberados, Juliana e eu.
Mas... e a Maria? Surgiu uma hora depois, cansadíssima,
deixando pra trás um pacote imenso de cigarros que requereu
muita explicação... Chorei até. Mas, enfim, iríamos curtir nossa
lua de mel em Londres! (Sem a Maria, claro, que foi para a
casa do filho.)”
Nesse assunto burocrático, não custa fazer uma lista
mínima. Há coisas que você realmente não pode esquecer, sob
pena de estragar a sua vida e a de quem estiver com você.
Uma boa dica é tirar xerox de tudo e guardar com você no
fundo da mala. E deixar os originais bem à mão! Nada de
chegar ao balcão para o check­in e ficar revirando bolsos e
pedindo pra abrir mala, perdido entre papéis. E mais: se você
tem filhos, eles precisam estar documentados. Não adianta
esbravejar com o atendente ou com o juiz de menores.
Checklist de documentos
(tudo à mão, pois podem ser pedidos até numa alfândega
mais chata)
passaporte ou documento de identidade
passagens
reservas de hotéis e de outros serviços que você tenha
contratado, como aluguel de carro, ingressos para shows,
passeios — os chamados vouchers
carteira de motorista internacional: tire antes de ir – é fácil
carta de confirmação de cursos, participações em
congressos, feiras, no caso de a viagem ter sido motivada
justamente por alguma empresa ou instituição
dinheiro, cheques de viagem, cartão de crédito
Passaporte
É o seu documento de identidade internacional. Trate de
providenciar, caso a sua viagem seja para fora do país ou para
países que não aceitam nosso rg.
Se você já possui um, verifique a data de validade e
respectivos vistos. É muito importante entender que a
validade do passaporte não tem nada a ver com a validade de
vistos. Cuidado para não perder a viagem.
Não há renovação automática; se o seu passaporte venceu,
serão exigidos todos os documentos novamente.
Seu passaporte vence em abril. Você acha que pode viajar
em março? Por incrível que pareça, não pode! Alguns países
exigem que o seu passaporte tenha no mínimo seis meses de
validade. Dessa forma, peça um novo passaporte antes de o
atual expirar, a fim de que sejam evitados problemas na
Fiscalização Imigratória do país de destino.
Menores de 18 anos, acompanhados de um dos pais ou
desacompanhados, precisam apresentar autoriza­ção de
viagem com firma reconhecida ou autorização judicial.
Verifique a documentação necessária no site da Polícia
Federal (www.dpf.gov.br).
Barrado por problemas de visto
É chato, mas países no mundo inteiro adotam medidas de
controle para entrada e circulação de estrangeiros nos seus
territórios. Por isso, tomar as providências legais para poder
entrar em qualquer país faz parte do planejamento das
viagens — seja para turismo, lazer, estudos ou trabalho.
Cada país usa diferentes critérios e faz diferentes
exigências para a entrada e permanência de estrangeiros. Não
adianta saber como é que funciona na Finlândia, porque em
Cuba é completamente diferente. Certifique­se junto à
embaixada ou consulado do país para onde for viajar sobre
quais são esses requisitos, dependendo do objetivo da sua
viagem. Ou consulte o agente de viagem.
Pode acontecer de o país recusar o seu visto de entrada.
Amargue o “não” sem culpa ou vergonha, pois trata­se de
loteria.
Leve consigo os endereços e telefones das embaixadas e
consulados brasileiros no seu país de destino. Pode ser útil em
casos de emergência e problemas com documentos.
Todos os países adotam penalidades extremamente
rigorosas ao tráfico de drogas, sendo que alguns países
aplicam a pena de morte a casos assim, independentemente do
alegado desconhecimento quanto à legislação local.
Formulário de imigração e alfândega
O formulário é o que você recebe — no avião e no navio
— para atestar sua entrada num país estrangeiro. Dê uma
estudada no jeitão deles.
LEGENDA 1. Número do seu voo. 2. Sobrenome. 3.
Primeiro nome. 4. Tipo de documento: marque “RG” ou
“Passaporte”. 5. Número do documento. 6. Data de
nascimento. 7. Sexo: masculino ou feminino. 8. Nacionalidade:
Arg, argentina; Bra, brasileira; Par, paraguaia; Uru, uruguaia;
Bol, boliviana; Chi, chilena; Outra. 9. País de residência. 10.
Endereço na Argentina ou nome do hotel. 11. Estado. 12.
Cidade. 13. Uso oficial: não escreva nada nessa área. 14.
Assinatura do passageiro.
Preencha com atenção o cartão ou formulário de entrada e
guarde o canhoto junto com seu passaporte, pois na saída você
terá que apresentá­lo. Do contrário terá que pagar multas.
Lembre­se também de que ele será o comprovante de sua
saída de um país.
Formulário de Entrada nos Estados Unidos
Voo de ida
LEGENDA 1. Sobrenome. 2. O primeiro nome. Ex.: Maria; se
for composto, Maria Cecília. 3. Data de nascimento. 4. País de origem.
5. Sexo (masculino ou feminino). 6. Data de emissão do passaporte. 7.
Data de validade do passaporte. 8. Número do passaporte. 9. Linha
aérea e número do voo. 10. País onde você mora. 11. País onde você
embarcou. 12. Cidade onde o seu visto foi emitido. 13. Data da
emissão do visto. 14. Endereço enquanto permanecer nos Estados
Unidos — número e rua. 15. Cidade e estado. 16. Número de contato
telefônico nos Estados Unidos. 17. Endereço de e­mail. obs: Ao
preencher, deixe um quadradinho de espaço entre cada palavra.
Alô, polícia!
Vai atravessar a fronteira? Então, prepare­se para dar
satisfações e preencher formulários dando conta da sua
entrada no país — tanto para o setor de imigração quanto para
a alfândega, que é órgão do governo onde são vistoriadas
bagagens e mercadorias que entram e saem dos países. Por
motivos de segurança, e por razões de controle dessas
mercadorias, como evitar sonegação de impostos e tráfico de
drogas e armas, há uma série de regras. Quem desobedece é
punido conforme as leis do país.
Nesse assunto, saiba que não basta estar com documentos
em dia, taxas pagas e ótima aparência, viu? Em alfândegas,
tudo pode acontecer.
As férias de oito dias em uma praia paradisíaca do Caribe
tinham sido perfeitas. Bronzeada no ponto certo, me sentindo
descansada, leve e linda, meu marido, uns amigos e eu
tomamos o avião de volta que faria uma escala em Porto Rico
antes de chegar ao Brasil. Ao passar pela alfândega
porto­riquenha, a caminho da sala de trânsito, fui separada da
turma do meu voo, tive meu passaporte confiscado e fui
convidada por um policial a segui­lo até uma porta ao lado.
Ao perguntar por quê, não tive nenhuma resposta. Ele abriu a
porta, fez um gesto para que eu entrasse, sentasse numa
cadeira e sumiu. A sala era comprida, e dois policiais
conversavam atrás de um pequeno balcão. Meus colegas de
sala eram um homem algemado a sua cadeira, uma criança
pequena com uma mãe que tentava explicar aos policiais que
os papéis da criança haviam sumido, mas que ela tinha, sim,
permissão para sair do país, e dois rapazes nitidamente
alterados que emitiam sons roucos e assobios desafinados
também algemados às suas cadeiras. E eu? Por que estava ali?
Levantei muito devagar e com a maior fineza perguntei ao
policial se havia algum problema e se eu podia saber por que
razão haviam me levado para aquela sala.
Eles nem se deram ao trabalho de olhar para a minha cara;
continuaram a conversar como se eu fosse transparente. Com
o sangue fervendo, voltei para minha cadeira e resolvi ficar
calma e não perder a cabeça. O tempo ia passando e meu voo
sairia dentro de uma hora. Pânico de perder a conexão. “Fica
fria, Gloria; nem um pio, nem um gesto de mau humor, nem
uma reação. Quieta.”
Quarenta e cinco minutos se passaram até que um dos
policiais viesse até mim, devolvesse meu passaporte e me
indicasse o caminho da saída. Nem desculpas, nem um
sorriso, nem uma palavra de consolo por terem me feito
passar por aquele embaraço. Na volta, minha turma, ainda
mais nervosa do que eu, comemorou minha saída da prisão
com abraços e palmas. “O que foi?”, perguntaram. Não sei,
não soube e nunca saberei o que aconteceu.
Na fila da imigração
Tanto faz se você vai de avião ou de navio — em algum
momento do embarque você vai ser submetido ao detector de
metais para o controle de porte de armas por meio de
equipamentos de raios X. Pode ir preparada, pois vai ter que
tirar relógios, colares e brincos volumosos e colocar tudo o que
estiver carregando (bolsa, sacolas) numa bandejinha na esteira
de entrada; caso você se esqueça de tirar alguma moeda do
bolso ou mesmo se estiver usando um sutiã com armação de
arame, pode ser que esse pouco de metal faça soar uma
campainha e os agentes vão colocar você de lado e checar mais
cuidadosamente. Rapazes: a fivela do cinto é mortal. Não
fiquem quase sem calças por isso.
Caso você tenha pinça, alicatezinho ou qualquer objeto
cortante, eles ficarão retidos. Para recuperar, você teria que
voltar ao balcão da companhia aérea, deixar o objeto e
recuperá­lo só na sua volta para casa. Compensa?
Passando pelo detector, você pega de volta todas as suas
coisas direitinho e na mesma hora.
A fila pode andar ou pode demorar duas horas. Por isso,
nunca programe viagens com prazos apertados entre um voo
e outro (conexão).
Nem sempre os familiares podem passar juntos na fila da
imigração. Amigo, namorado, colega passam separadamente.
Evite discussão ou qualquer cara feia com os policiais. Tire
os óculos escuros, capriche na figura, não faça gracinhas, não
pergunte muito.
Responda exatamente o que lhe perguntam — nem mais,
nem menos. O oficial faz perguntas básicas, tais como: motivo
da viagem, tempo de permanência, com quem está indo, se
tem amigo no país, profissão etc. Se tudo estiver como o
esperado por eles, a conversa é curta e grossa.
Importante: se você não fala inglês ou a língua do país,
não improvise. Isso pode causar mal­entendidos irreparáveis.
Mostre os seus documentos, apresente toda a papelada que
fala por si mesma e, em último caso, peça um tradutor.
Submeta­se às regras, ou você está frito.
Estudantes e adolescentes: os policiais da imigração e
alfândega não são seus pais. Não tentem enganá­los ou se
fazer de engraçadinhos: não é lugar para biquinho, nem
piadinha. Carreguem sempre com vocês os nomes das pessoas
(ou da instituição) responsáveis pela sua hospedagem, com
endereço completo.
Mesmo que você esteja viajando com cartões de crédito, é
importante sempre levar pelo menos quinhentos dólares em
espécie. O oficial poderá pedir para ver o seu dinheiro.
A bordo, no navio, existe um setor de imigração que retém
os passaportes e, dependendo do país e do acordo
diplomático, entrega ao passageiro junto com um documento
que permite a visita ao país. Em todos os países, o navio
recebe autoridades para controle de passaporte, tanto do
visitante quanto da tripulação.
Nada a declarar ou Bens a declarar
Após passar pela imigração, você irá pegar sua bagagem
(na esteira, no caso de avião; no desembarque, no caso de
navio etc.) e seguir para a fila da alfândega. Essa fila é bem
rápida e a maioria dos viajantes passa direto, bastando
entregar o formulário preenchido durante o voo.
A alfândega escolhe um passageiro aleatoriamente. Ou
então aquele que vem chegando com uma tv do tamanho de
um bonde, com caixas e caixas lacradas etc. Se você for “o
escolhido”, suas malas passarão pelos raios X ou serão abertas.
Você tem que apresentar as notas fiscais de equipamentos e de
compras acima de quinhentos dólares.
Entre na fila do “Nada a declarar” com:
Itens de consumo pessoal permitidos: 1 telefone celular; 1
máquina fotográfica; 1 relógio de pulso; roupas e produtos de
higiene (em volume compatível com a duração da viagem);
sapatos (idem).
Até us$500 em mercadorias. É o limite para suas compras
no exterior em todos os países, exceto Paraguai, onde o valor
baixa para us$250.
A sua cota para gastar no free shop: até us$500.
A quantidade permitida de produtos no free shop: 20
produtos com valor acima de us$10 cada — até 3 peças iguais;
20 produtos com valor abaixo de us$10 cada — até 10 peças
iguais. Se flagrado, o excedente será apreendido e irá a leilão.
Não é computada na cota a compra de livros, jornais,
revistas e folhetos. Você pode trazê­los em qualquer
quantidade.
Quem morou no exterior por mais de um ano tem direito
a trazer móveis, utensílios domésticos e objetos de uso
profissional.
Entre na fila de “Bens a declarar” quando:
Suas compras excederam os US$500, você já preencheu o
formulário e sabe que vai pagar uma multa de US$50 sobre o
valor excedente da mercadoria.
Entrou na fila errada:
Se for pego na fila do “nada a declarar” com compras
acima do limite permitido, então dançou feio: 100%. Além de
pagar o imposto sobre o produto, vai desembolsar mais 50%
de multa sobre o valor excedente. Se tiver dinheiro suficiente,
acerta na hora em moeda brasileira. Do contrário, os bens
ficam retidos até o acerto de contas no período de noventa
dias.
Nacional ou internacional?
Todo mundo tem vontade de um dia “ir para o exterior”.
Viajar para fora dá um sentimentozinho de superioridade
sobre quem nunca botou o nariz no mundo. Faz também com
que a pessoa se sinta sofisticada e mais sabida. Gente que
nunca foi a lugar algum dentro do próprio país é capaz de
preferir ir para uma cidadezinha de fronteira só para isso.
Conheço uma pessoa que não sossegou enquanto não foi a Foz
do Iguaçu, não porque fosse fissurado em cachoeiras, mas
para poder pisar no lado argentino e ter o gostinho de se sentir
internacional.
Acho meio esquisito conhecer países estrangeiros e não
conhecer nada do próprio país. Sei de gente que já esteve em
Nova York e Miami várias vezes, que já fez um giro pela
Europa, mas que nunca saiu de sua cidade natal no Brasil. É
tão desequilibrado como saber falar muito bem inglês e
francês, ser o rei da geografia e da informática, mas não passar
de ano porque leva bomba em português.
Temos um país que é um continente, tão grande e tão
variado. Temos as melhores praias, temos clima de montanhas
para quem gosta de um ar mais fresquinho, temos florestas
para quem é louco por uma aventura, temos grandes cidades
para banhos de cultura, temos comidas regionais de encher
olhos e estômagos. Só perde essa riqueza rara,
supervalorizada por todos os turistas do mundo, quem é ruim
da cabeça ou doente do pé.
Luciana Micheletti mudou seu conceito de viagem pelo
Brasil depois que o marido resolveu fazer uma surpresa:
“Meu marido aventureiro reservou uma grande surpresa
para mim: passar quatro dias no Pantanal de Mato Grosso do
Sul e mais três dias em Bonito. Na chegada a Bonito, fomos
recebidos pelos guias Fabio e Nêgo, que nos levaram da sede
para a nossa pousada. Como era meu aniversário, fui recebida
com flores no quarto, cartãozinho de felicidades e um jantar
romântico maravilhoso a dois. Mas todo o meu encantamento
da chegada acabou quando soube que teríamos que acordar às
6h15 para a nossa primeira trilha do dia… Como assim? Nem
em São Paulo eu acordo nesse horário! E fazer trilha de três
horas? Trilha eu estou acostumada a fazer na Quinta Avenida
em Nova York, não no meio do mato às 6h15 da manhã! Pois
é. Mas durante os quatro dias acabei fazendo não só essa
trilha, mas várias... Andei a cavalo (com medo, sim), andei de
barco, de canoa canadense (juraram que não virava), fizemos
workshop de astronomia no meio do nada durante a noite, além
de focagens noturnas todos os dias para tentar ver a onça, que,
é claro, não chegamos a ver, e por aí afora… Não posso deixar
de falar também de outro jantar maravilhoso no meio da mata,
todo produzido com muito capricho, cheio de velas
espalhadas pelas árvores, o caminho todo iluminado. Apesar
de todo o cansaço, do frio e do excesso da comida mágica
pantaneira: o Pantanal é maravilhoso, cheio de espécies de
animais e aves, o céu é estrelado e o ar é puro. Valeu a visita!”
vale a pena ter um agente de viagem?
Depois que a internet criou facilidades para compras de
passagem e reservas de hotéis em todos os lugares do mundo,
qualquer pessoa pode organizar suas idas e vindas sem ter
que depender de um agente de viagens. Basta que você tenha
(muito) tempo e (muita) paciência.
A verdade é que, para a maioria de nós, montar um
roteiro dá um trabalhão! Você precisa ser um craque, ter
vocação para fazer muita pesquisa, tempo para fazer
comparações, se comunicar com muita gente, calcular datas,
intervalos entre uma escala e outra dos voos e bater em várias
portas até armar o quebra­cabeça. Enfim, tudo o que o agente
de viagem faz por profissão! Eu não dispenso os serviços deles
por nada do mundo. Já levei muito baile de internet para
arriscar um problema com minhas férias ou meus
compromissos de trabalho.
Em alguns casos, pode até ser arriscado fazer tudo por
conta própria.
Não esqueço a cena patética que aconteceu comigo e um
amigo no lago Titicaca, na cidade de Copacabana, entre
Bolívia e Peru. Esquecemo­nos de fazer uma reserva de
traslado de lá para La Paz e nos vimos sozinhos, naquela
cidadezinha perdida no alto dos Andes. Sem ter onde ficar,
comer ou dormir, dependíamos da boa vontade do guarda da
fronteira, que fechou o guichê da alfândega na nossa cara,
alegando que era seu horário de almoço. Pior: tentou impedir
que nos juntássemos a uma excursão de ônibus que saía para
La Paz, a última do dia. Só faltou eu chorar até que ele, com a
maior má vontade, nos atendesse.
Na verdade, o que dá segurança, especialmente para o
marinheiro de primeira viagem, é o pacote turístico adquirido
numa agência de confiança: tem gente esperando você no
aeroporto, levando você para os hotéis, olhando pelas suas
malas. Além disso, qualquer problema no meio do passeio
você tem a quem recorrer. Uma boa agência tem
representantes locais em todos os cantos do mundo.
Os pacotes turísticos podem ser: sob medida para o seu
gosto e nas datas que você estipulou; ou os fechados, do tipo
“7 noites em ny”. Em ambos os casos, o resultado é que você
obteve, por um preço total fixo, passagem, hospedagem,
traslado e até mesmo (se quiser) os passeios turísticos locais.
Acostume­se, no entanto, com a ideia de que não dá para
mudar a programação no meio da viagem. Ou seja, se ficou
apaixonada por Madri, terá que seguir obrigatoriamente para
Paris se isso foi o combinado no seu pacote.
O pacote costuma sair mais em conta, pois as operadoras
negociam grandes volumes de passageiros com as empresas
aéreas, hotéis, locadoras etc., o que faz com que elas cedam
nos preços.
É sempre mais vantajoso viajar a dois do que sozinho,
senão você pode acabar tendo que dividir o quarto com um
estranho ou então vai ter que pagar um bom dinheiro para
ficar num quarto com outra cama vazia.
Sete noites em Nova York — leiam­se cinco dias. Pois
praticamente dois dias inteiros são tomados pelo traslado; a
agência faz uma logística que toma um tempão buscando
pessoas nos hotéis espalhados pela cidade. Saiba que dia de
viajar é sempre perdido e tomado pelos preparativos.
Mesmo que você já tenha fechado um pacote, a empresa
pode alterar o voo ou o hotel, desde que você seja avisado
disso antes de embarcar. Cada operadora tem sua política de
cancelamento. Tudo está previsto no contrato que você fez: os
seus direitos e os deveres da agência de turismo. Leia com
atenção para não ter um ataque depois.
Imagine que você tenha resolvido por conta própria
passagens e hospedagem. Ainda assim pode comprar pacotes
terrestres. Facilita muito para quem não conhece o lugar e
quer aproveitar ao máximo, sem se importar de andar em
grupo.
Atenção: muitos países num único pacote = compromissos
de mais. Resultado? Lazer de menos. Mais tempo em voos,
aeroportos, traslados e saguões de hotéis do que aquilo que
interessa numa viagem: conhecer o lugar!
Programe bem os seus gastos, pois você terá que
desembolsar dinheiro com outros itens não incluídos no
pacote, como taxas de embarque, documentos e telefonemas.
Sem falar em eventuais táxis, tarifas de internet cobradas à
parte nos hotéis, lanchinhos e, claro, compras. Normalmente
refeições, bebidas e ingressos serão cobrados à parte.
Checklist com seu agente de viagem
documento de confirmação de reserva de hotéis, carros,
passeios etc. (o voucher)
passagens com assento marcado
cópia da programação, contrato, telefones dos seus
agentes em outros países
Quase todas as agências fornecem ao viajante uma bolsa
de mão para facilitar a identificação durante toda a viagem.
Cadastre no seu celular (caso você leve) o nome da
agência, assim como o telefone 0800 dela no Brasil.
Excursão
Antes de se engajar numa excursão, faça um exame de
consciência e responda às seguintes questões:
Você se incomoda com barulho ou cantorias?
Consegue não morrer de irritação com alguém que sempre
esquece alguma coisa e obriga o ônibus a voltar para
procurar?
Reage calmamente aos atrasos diários de uma mesma
pessoa?
Leva na esportiva uma folgada que vive pedindo para os
maridos alheios carregarem suas malas ou seus pacotes de
compras?
Sabe lidar com aquela senhora que nunca tem trocado e
que acaba devendo uma boa grana para os colegas de viagem?
Se nada disso tira você do sério, saiba que você será Mister
ou Miss Simpatia da turma, pois são acontecimentos
praticamente inevitáveis nesse tipo de passeio.
Excursão é uma ótima escolha para quem não está
disposto a se preocupar com roteiros e com programação e,
sobretudo, está mais a fim de ter companhia o tempo inteiro.
O preço inclui tudo o que o pacote turístico oferece — mais
refeições e passeios. É uma viagem inteiramente guiada por
profissionais que falam a sua língua. Você acorda cedo, faz
city tour, compras, refeições e termina a noite numa casa de
tango ou num teatro, de lá para cá, no ônibus da sua turma —
sempre cercada de cuidados e atenção.
Está aí uma modalidade de viagem para quem gosta de
acordar cedo e de horários pré­fixados e não quer saber de
estresse.
Dica útil: curtiu muito um vilarejo onde só vai passar
poucas horas? Dispense o almoço. Coma um sanduíche rápido
e use esse tempo para passear e esticar o prazer de estar num
lugar que você achou especial. Ainda por cima porque, em
geral, o guia indica o mesmo restaurante para todos da
excursão, o que vai deixar o local lotado e o serviço demorado.
Perda de tempo total. Reserve a fome para um jantar gostoso e
sem pressa na sua volta ao ponto central de hospedagem.
Para todas as situações em que você dividir a viagem com
outras pessoas, como num ônibus de excursão, não custa
lembrar:
Respeite lugar marcado.
Evite consumo de comidas e salgadinhos com cheiro forte,
que deixam o ambiente inteiro impregnado de sabores
enjoados... Prefira uma fruta, como uma boa e conhecida
maçã.
Contenha o ímpeto das crianças, especialmente os chutes
nos bancos dos passageiros da frente.
Cuidado ao reclinar o banco. Verifique antes se não está
praticamente deitando no colo de alguém.
Bagagem de mão excessiva atrapalha, ainda mais se você
dormir e largar tudo esparramado no caminho do passageiro
ao lado.
Em ônibus ou trem, feche o banheiro com cuidado ao sair.
Respeite o pobre passageiro do fundão.
Francisco Luiz das Neves Bezerra, de Juazeiro do Norte
(ce), fez um verdadeiro apelo para que o Viajante chic desse um
puxão de orelha em muita gente sem noção de espaço e de
educação nos ônibus:
“Em janeiro, a equipe da empresa de cerimonial em que
trabalho resolveu ir de micro­ônibus para um casamento.
Saímos ainda de madrugada, todo mundo sonolento. Muitas
pessoas falavam alto, ao celular, riam às gargalhadas. Mas o
pior foi um rapaz (quase me tira do sério) ouvindo o forrozão
no celular, no último volume. Em vez de usar fones, achou
que podia impor seu gosto a todos. Aquela viagem de menos
de duas horas tornou­se muito, mas muito longa!”
Aluguel de carro: sim ou não?
Para alugar um carro e se dar bem, você precisa saber a
língua do país por onde está circulando, precisa saber se
entender com mapas ou com o gps e ter em mente que é
dificílimo hoje em dia achar lugares para estacionar, seja onde
for. Além do mais, terá que:
Munir­se de uma carteira de motorista internacional (tire
antes, no Brasil) e de uma enorme esperteza para entender os
sinais de trânsito, que não são tão universais quanto você
imagina.
Nas estradas brasileiras, rodar durante o dia. É mais
seguro. Ainda assim, informe­se sobre o estado da rodovia e
só saia de casa se estiver descansado. Nossas estradas são
muito perigosas por conta do tráfego de caminhões, da má
conservação e da imprudência dos motoristas.
Na rodovia de acesso às cidades, entrar sempre na direção
centro. Em geral, é lá que ficam o bairro mais histórico, as
igrejas e os templos. Vale a pena. Visitas a museus, templos,
igrejas, bairros históricos... Vale, sim.
Para quem não quer perder tempo, o táxi é o melhor jeito
de chegar ao ponto que você deseja numa cidade
desconhecida. Pare o carro e pague um motorista para levá­lo.
É mais barato do que ficar rodando e se estressando com
mapas e indicações.
É melhor ir de trem?
Na Europa, o trem é uma opção de transporte pontual,
rápido e seguro, tanto para fazer ligações ponto a ponto
quanto para visitar dezenas de países pelo sistema de passes
(Europass). Idem para o trem­bala no Japão (Japan Rail Pass).
É possível encontrar trens com compartimentos privativos,
serviços de primeira e segunda classe, com refeição incluída;
vagão­restaurante; salgadinhos; jornais etc.
Os trens na Europa são superpontuais e saem com
diferença de minutos. Rodrigo Martins viajou com seu marido
durante seis meses: 14 países e 51 destinos na Europa e norte
da África. Conta que, em Milão, o frio apertou e a neve
chegou!
“Foi quando adquiri aquele sobretudo pesado, de botões
dourados, forro reforçado, lindo de morrer e que custou
muitos euros. Daquele em que você investe, pois sabe que será
casaco para o resto da vida. Florença, três dias depois da
compra do sobretudo, entramos num trem para Lucca, e o
trem não partia. Após cinco minutos de atraso, achei estranho,
fui averiguar e descobri que tinham trocado os trens. O trem
em que estávamos iria partir em trinta minutos, e o da outra
plataforma estava de saída. Resultado: correria para pegar o
outro trem, e, claro, o sobretudo ficou para trás no
porta­bagagem superior... Foi tamanha a frustração e o
desespero de pensar que havia perdido o sobretudo com
menos de três dias de uso que só pensamos em parar na
próxima estação e voltar correndo de táxi na tentativa de
recuperá­lo. Porém, tive um insight: lembrei que o trem em
que havíamos deixado o sobretudo partiria em trinta minutos.
Então, paramos na estação seguinte e ficamos lá aguardando e
rezando para que ninguém tivesse pegado o casaco do
bagageiro. E lá veio o trem. E lá estava o sobretudo! Ficamos
tão felizes que os outros passageiros ficaram com cara de
interrogação, pensando: ‘Por que tanta festa?’ Moral da
história: pontualidade é uma característica dos trens na
Europa. Atrasou? Desconfie. Em compensação, quer ir ao
encalço dele? Calcule o tempo, ele estará lá.”
Atenção Ao contrário do que se pensa, trem na Europa
não é um transporte barato. Por isso não caia na armadilha em
que caiu Juliana Gama Faleiros. Designer de semijoias, a moça
costuma ir à Feira de Vicenza, todos os anos, com um grupo
de pessoas. Foi adotada por eles como cicerone.
“Fomos a Veneza. E resolvi que sairíamos de lá no último
trem para que pudéssemos ver a beleza da cidade à noite.
Descobri o trem de 0h05 por apenas dois euros. Baratérrimo!
Eu mesma paguei a passagem para todo mundo. Mas na hora
de pegar o trem: surpresa! Era um trem de carga... Imagine a
cena: mulheres do ramo joalheiro, lindas, com sapatos e bolsas
Chanel, em um trem de carga... Mas como um bom grupo
mantém sempre o humor, o gelo foi quebrado quando um
joalheiro de Curitiba, muito espirituoso, disse: ‘Ainda bem
que custou apenas dois euros... Por menos do que isso,
teríamos que ir empurrando!’”
Vale a pena ter guia?
Vale. No Brasil, cada vez mais o turismo prepara guias
locais para essa tarefa. Eles sabem de tudo e fazem você ver
coisas que jamais seriam notadas se não mostrassem.
Nos lugares exóticos e onde você não sabe ler nenhuma
plaquinha, o guia é imprescindível. Conheço muitos casos em
que acaba virando amigo dos viajantes, tamanha a
colaboração.
A internauta Marise Caetano relembra sua viagem ao
Egito, na companhia da irmã, quando garotas. Se não tivesse
contratado um motorista do Cairo como guia, a situação teria
se complicado:
“Tínhamos um motorista egípcio que não falava uma
palavra de inglês, mas, em compensação, era muito dedicado.
Alugamos camelos para passear na área das pirâmides, numa
época que era tudo deserto. Depois de algum tempo
percebemos que a cidade estava ficando longe e os camelos só
obedeciam ao cameleiro. Lá pelas tantas nosso motorista
apareceu, soltou os cachorros em cima do cameleiro e nos
resgatou!”
Visitas guiadas a templos e museus, mesmo os mais
conhecidos das grandes cidades, rendem o dobro de
conhecimento e interesse quando bem­mostrados. Sou
gratíssima a todos os guias que duplicaram a graça dos meus
passeios pelo que me fizeram descobrir e apreciar. Em alguns
lugares, é possível adquirir um audioguia, que não é tão
simpático, mas também funciona.
Hotel, flat ou casa dos outros?
Por mais caprichada a pesquisa, há muitas surpresas no
longo capítulo da boa acolhida longe de casa. Mas nada pior
do que ficar sem onde se hospedar, garante Flávia Canêdo,
que na década de 1980 resolveu “mochilar” sozinha pelos
países comunistas da Europa. De trem, saindo de Istambul
rumo a Belgrado, chegou a Sofia, na Bulgária, portando
somente um visto de passagem, ou seja, tinha apenas 24 horas
para ficar em terras búlgaras.
“A parada obrigatória na capital búlgara me fez achar que
valia a pena utilizar o tal visto e dar uma olhada na cidade.
Azar dos azares: havia um congresso da Unesco e era
impossível encontrar hospedagem. Depois de tentar de tudo
junto à única pessoa que falava inglês no setor de Informações
de Turismo, decidi que o melhor era fazer como já havia feito
em Londres e em Madri: passar uma noite na estação de trem.
Impossível: num país então comunista, a ideia era inviável. A
estação era abarrotada de policiais de cara amarrada e o clima
era pesado, tenso.”
Por fim, a mocinha poliglota encontrou uma vaga num
chalé num camping fora de Sofia.
“Noite, um ônibus, um bonde, outro ônibus, e me vi, uns
trinta minutos depois, sendo posta pra fora do ônibus por um
motorista que só falava búlgaro e que me apontava o nada
dizendo, deduzi eu, que era ali que eu tinha que descer. Desci.
Longe, uma luzinha. Caminhei para ela e me deparei com
outra base militar guardada por dois homens armados.
Mostrei o papel que a moça havia me dado, eles leram e me
apontaram um túnel. Marchei pra ele. Tudo escuro, zero de
luz. Felizmente, na época eu era fumante e tinha comigo um
isqueiro que acendi e que me permitiu chegar ao outro lado,
onde, enfim, encontrei o tal camping. Dia seguinte, ônibus,
bonde, ônibus, e ao ir buscar a mochila no setor de guardados
da estação encontro uma fila quilométrica! Aguardar a minha
vez significaria perder o trem e ficar ilegal na Bulgária. Ilegal
na Cortina de Ferro! Pânico, ninguém falava inglês! Restou­me
a mímica. Eu dizia: ‘Train... Piuííí... 11h30!’ E mostrava o
relógio... ‘Myrucksack!’, e apontava a mochila de um garoto na
fila... Eles me entenderam, deixando que eu passasse na frente,
pegasse a mochila para não perder o trem. Pensei: ‘Bulgária,
nunca mais!’ Mas que nada! Apesar de tudo, gostei e voltaria
lá, assim como voltei a outros países que visitei naquela
época.”
O que é importante para você na escolha de um hotel?
Em primeiro lugar: preço — é isso que você vai dizer?
Concordo, mas outras coisas devem ser analisadas também.
Os guias de viagem costumam dar classificação por estrelas,
dependendo dos equipamentos, localização e serviços
oferecidos — taxando os hotéis de nenhuma, uma ou várias
estrelas, sendo que cinco é a classificação máxima, reservada
para os melhores e mais luxuosos do mundo.
Também válida e respeitável é a classificação encontrada
nos sites de viagem que pontuam os hotéis pelos índices de
satisfação dos hóspedes que já passaram por lá — o velho e
bom jeito: pergunte a quem já foi.
Sobre a localização — verifique se o hotel baratinho que
você está escolhendo fica numa rua central ou longe de tudo,
num bairro afastado que não tem café, restaurante, linha de
metrô ou farmácia por perto.
Limpeza — procure saber se os lençóis e toalhas de banho
são limpos e se o carpete não tem cheiro de mofo.
Segurança — cofre no quarto para deixar dinheiro, bijus,
relógio, documentos, passagem de volta. Por que sair com
tudo isso pela rua?
Não custa checar: colchão decente, televisão, telefone,
internet, água quente, ar­condicionado ou aquecedor
funcionando, cabides suficientes, café da manhã incluído ou
pago à parte?
Resort
É o sonho de consumo de quem vai viajar com a família toda:
pai, mãe, tio, tia, avó, crianças pequenas e adolescentes. Pense
num resort como um grande clube onde todos vão estar em
segurança e com atividades garantidas durante o dia e
também à noite. Num resort você tem de tudo: bares, piscinas,
quadras de esporte, academias, cinemas, shows à noite, babás
para ficar com as crianças, monitores para brincar com elas de
dia. Para que os hóspedes não esquentem a cabeça com nada,
muitos adotaram o sistema all-inclusive, ou seja, bebidas (de
marcas populares), refeições e quase todas as atividades de
lazer incluídas no preço. Em geral, champanhe e outras
bebidas especiais são pagas à parte. Mas tem um porém: esse
paraíso pode ser o inferno para quem estiver atrás de sossego,
serviço atento e privacidade. Para essa turma, resort só fora de
temporada. Durante as férias, especialmente as escolares, é
melhor procurar uma alternativa.
Também não é o lugar ideal para se hospedar se você
pretende conhecer a cidade ou a vizinhança do resort; esse
sistema de hotelaria fará de tudo para que você não saia de lá
de dentro e consuma todos os serviços que ele tem a oferecer
(e que — diga­se de passagem — são muitos).
Flat service/apart-hotel/hotel residencial
Ideal para quem viaja por mais tempo, gosta de se sentir mais
na própria casa e de receber amigos — sem perder a
mordomia de ver tudo arrumado no dia seguinte. Além, é
claro, da economia com a alimentação, já que possuem
cozinha aparelhada com copos, pratos, talheres e utensílios
para refeições caseiras. Há várias opções de hotel residencial,
com apartamentos amplos para abrigar toda a família.
Pousada
Para quem não precisa nem quer muitos equipamentos e gosta
do ambiente mais caseiro, mais campestre ou mais simples.
Pousadas são hoteizinhos que normalmente têm a cara dos
donos e passam longe dos padrões internacionais de hotelaria.
Pousada não é sinônimo de preço baixo: há muitas altamente
sofisticadas e com preços nas alturas.
Albergue
Cama limpa num quartão coletivo e banheiro também
coletivo; garantia de pouso barato, mais voltado para jovens e
estudantes. O ideal é tirar antes uma carteira de alberguista e
filiar­se a uma associação internacional para pernoitar em
diferentes endereços, conforme o plano da viagem.
Casa dos outros
Só vá se for insistentemente convidado. Não é para passar
férias prolongadas — a menos que a anfitriã seja sua mãe.
Dinheiro (cheques, cartões etc.)
Para as viagens internacionais, você vai ter que comprar
dólares, euros ou libras — dependendo do destino; ou trocar
os seus reais indo a bancos ou casas de câmbio dos países
visitados (nas viagens para a América Latina). A
palavra­chave para achá­las é “câmbio”; em inglês, “change”.
Nos hotéis ou nos aeroportos também é possível fazer essa
troca. Porém, as taxas de conversão são menos favoráveis do
que nos bancos.
Leve pouco dinheiro vivo, seja na moeda que for. Cartão
pré­pago ou de crédito é muito mais seguro e todo mundo
aceita.
Prepare­se para ouvir a toda compra — do cafezinho à tv
de plasma — a pergunta sobre qual modalidade você prefere:
dinheiro ou cartão? Guarde as frases: “Cash or charge?”
(inglês), “Vous allez payer comment? En espéce ou carte de crédit?”
(francês), ou “¿En efectivo o con tarjeta?” (espanhol).
Dinheiro vivo
Leve moedas pequenas para alugar carrinho do aeroporto,
para pegar ônibus nas cidades e até para pagar banheiros.
Tenha algum dinheiro trocado para eventuais comprinhas,
taxas e outros gastos na chegada — mas apenas o suficiente
até você ir com calma trocar o seu dinheiro ou cheque de
viagem pela moeda local num banco, onde as taxas são mais
favoráveis. Olhe bem a “cara” do dinheiro do país onde você
vai ficar, para não ser vítima de trocos com notas falsas.
Cartão de crédito
Pergunte ao gerente do seu banco se o seu cartão atual permite
saque internacional. Se não permitir, peça um só para viajar
porque é muito mais prático e seguro do que levar dinheiro. O
risco é ficar sujeito à variação do câmbio e tomar um susto
quando a conta chegar; não tem como saber a quanto vai estar
cotado o dólar ou o euro na sua volta.
Cartão de viagem pré-pago em moeda estrangeira
Vendido por corretoras e bancos, na prática, nada mais é do
que a compra antecipada de dólares (ou euros, libras, pesos,
ienes e outras moedas internacionais) que você pretende levar
na viagem. A vantagem é que serve para saque e débito na
moeda do local de destino. Em muitos lugares você tem
desconto por pagar com seu cartão, considerado dinheiro
vivo. Você consegue recarregar a distância, embora possa
pagar novas taxas por isso. O ideal, então, é prever os gastos.
Além disso, pode incluir pessoas adicionais (marido, filhos),
para que acessem o mesmo saldo. Para quem manda o filho
adolescente para viagens de intercâmbio é uma enorme
vantagem: você é o titular, abastece e acompanha os gastos a
distância.
Dinheiro da volta
Deixe sempre alguns reais no fundo da carteira na hora da
volta. Você pode estar louca para tomar um cafezinho bem
brasileiro ainda ali no aeroporto.
Melhor prevenir...
Remédios
Leve todos os que costuma tomar diariamente ou mesmo
esporadicamente. Calcule a quantidade com folga para
alguma mudança de planos na volta. E mais: leve receita
médica para evitar qualquer confusão na alfândega.
Já teve alergia? Não. Mesmo assim, por precaução, leve
um antialérgico. Já teve dor nas costas? Leve um relaxante
muscular. Saiba que nem todo medicamento vendido sem
receita no Brasil pode ser vendido da mesma maneira no
exterior. Eu, que sou uma enxaquecosa, já passei um aperto
danado em Nova York por não ter conseguido comprar sem
receita meu remédio salvador depois de haver consumido os
que levei. No que me vi sem reserva, saí como uma
desesperada para conseguir a qualquer custo uma caixinha
para ter comigo na bolsa nos dias que ainda restavam de uma
estadia prolongada. Tive que achar uma amiga americana
para me indicar um médico que me atendesse e me passasse
uma receita. Foram horas perdidas com o caso, e gastos extras
com remédio e táxi.
Informe­se sobre quais são as vacinas exigidas para a sua
viagem. Mesmo dentro do Brasil, há regiões em que elas são
fundamentais.
Não menospreze os efeitos da altitude no seu pobre
organismo. Melhor dizendo: nem pense em ir para o lago
Titicaca, a quase quatro mil metros acima do nível do mar, se
você não faz exercício nenhum. Vai ficar sem ar.
Claro que você vai andar mais do que o de costume:
band­aid na bolsa, sempre! E vai permanecer muito tempo
longe do hotel. Carregue com você: lenço de papel,
absorvente, lixa de unha e cotonete.
No caso de ser portador de doença crônica ou de uma que
exija medicamento especial, o ideal é trafegar com receita
médica traduzida para o idioma do país em questão — ou em
inglês.
Palavras Mágicas
Oito palavras mágicas para um turista (válidas em
qualquer lugar do mundo, nas mais diferentes línguas):
A barreira da língua é mesmo um problema para o
viajante. E, por mais que ele tente se virar, é sempre muito
nervosismo antes de chegar ao final feliz.
Renata Cerolini estudava em regime de intercâmbio em
Madri quando foi convidada por uma amiga para passar cinco
dias em Paris.
“Fiquei em um hotel mais afastado do centro, em
Levallois­Perret. A minha amiga morava perto de St. Germain
e trabalhava no mesmo bairro, no bar da família, onde me
convidou para ir à noite. Chegamos lá, bebi alguns drinques e
logo percebi que meu francês não tinha servido de nada: a
comunicação era péssima. Para me fazer entender, respondia
ou em espanhol ou em inglês, dependendo da pessoa. Foi
nessa miscelânea de línguas que alguém me disse que o metrô
fechava à meia­noite. Nisso, olhei no meu relógio e vi que
eram 23h45. Cheguei à estação esbaforida e feliz, afinal ela
estava aberta. Faltavam dez minutos para a meia­noite e
nada... nem um ruído do trem vindo. Concluí que havia
perdido! Resolvi que o melhor a fazer era ir embora e pegar
um táxi. Mas quando peguei a saída dei de cara com o portão
de ferro da estação fechado. Sim, eu estava presa dentro da
estação de metrô, na França, sem falar francês e sem sinal no
celular. Acabei achando um interfone com um botão, escrito
‘emergências’ (em francês, é claro). Eis que surge uma voz
feminina falando comigo, só que em francês! Depois de muito
nervosismo, entendi que havia um botão de emergência ao
lado do portão, bastava eu apertar. Eu ia até o portão, olhava,
procurava e nada. Voltava para o interfone e dizia: ‘I can’t find,
¡No existe!’ A voz insistia que sim! Até que certa hora a moça
do outro lado sumiu! Teria desistido de mim? Mas, para meu
alívio, comecei a ouvir uma movimentação; ela avisara a
polícia, que me orientou a apertar o tal botão ao lado do portão,
só que atrás de uma caixa de luz. De onde eu estava, não
podia vê­lo. Apertei e, como num passe de mágica, o portão
de ferro começou a abrir.”
Por que viajamos? Porque relacionamos viagens à
felicidade. Felicidade de escapar, variar, conhecer, partilhar,
esquecer, encontrar, descansar — qualquer coisa que vai nos
fazer mais felizes enquanto durar. Um tempo suspenso na
vida, um fôlego, umas férias do cotidiano e a convicção, ou a
esperança, de voltar recuperado, acrescido, mais inteligente,
mais sabido, mais alegre. Renovado para a vida de sempre.
Férias de família & companhia
Férias para visitar os parentes
Você mora no Sul e a família toda no Nordeste (ou vice­versa).
A cada dois ou três anos Gessiane Barbosa se prepara para
visitar a família que mora no Nordeste. Por muitos meses ela
passa seus finais de semana na rua 25 de Março munida de
uma lista de nomes de todos os familiares e compra um
presente para cada um. A lista é enorme e vai do avô quase
centenário aos bebês que nasceram e ela nem conhece, mas
que são filhos de irmãs e primas próximas. Além dos
presentes, ela compra várias malas para levar toda aquela
“mudança”. Pergunto se não bastava levar alguma coisa para
a mãe e as irmãs, mas ela responde que não, o resto da
parentada vai ficar ofendida se não for lembrada, e é um
modo de agradecer e retribuir os almoços e jantares que vão
ser feitos em sua homenagem quando chegar. E olhe que os
parentes são tantos que serão pelo menos dois ou três almoços
e jantares por dia. Não é à toa que Gessiane volta das férias
exausta, com a conta bancária no vermelho e com uns bons
quilos a mais na balança. Foi boa a viagem, Gessiane? “Foi”,
responde com um grande sorriso, “mas eu não via a hora de
voltar ao trabalho para descansar!”
Férias com a família
Aproveite a mudança de cenário e de ares para baixar o tom,
evitar discussões do dia a dia e fazer o que nunca dá tempo
(ou vontade) de fazer em casa: jogar baralho, bater bola com o
filho, fazer comprinhas com a mãe e com a filha, falar de
assuntos divertidos e, principalmente, mudar a rotina e deixar
todo mundo livre para ter seus momentos a sós. Não precisa
fazer tudo junto, o tempo todo.
Numa viagem, em que tudo é novidade, cada um pode
respirar fundo e sair um pouco dos seus papéis: o pai volta aos
seus tempos de atleta e se arrisca numa prancha de surfe; a
mãe mostra uma habilidade desconhecida; a irmã menor
dirige o pedalinho; a adolescente topa acordar mais cedo para
fazer uma caminhada — tudo é surpresa. Só assim a viagem
da família pode entrar para as lembranças boas.
Não se sinta como se estivesse na sua própria casa —
gritar pelo nome do filho onde quer que esteja ou ter crises de
humor em público são atitudes que devem ficar fora do
programa.
Procure locais com atividades compatíveis com a idade de
todos: dos filhos ou parentes que acompanham você (a mãe, a
avó). Não adianta ir para uma casinha isolada no alto da
montanha com dois filhos na idade da balada, certo? Nem leve
sua mãe se é para deixá­la na frente da televisão a noite toda.
Esse programa ela já faz na casa dela com muito mais
conforto.
Você está grávida
Não teime com o seu obstetra. Só ele poderá autorizar ou não
sua viagem e dar os melhores conselhos para enfrentar
desconfortos como enjoos, fadigas, cólicas e outras amolações
típicas da gravidez. Ou, então, escolha destinos em que o
atendimento médico é farto e o sistema de comunicação
também. Além disso, faça refeições leves e nutritivas,
suspenda bebidas gasosas e álcool. Melhor período para
viajar: entre o quarto e o sexto mês de gravidez.
Movimente­se, alongue­se, hidrate­se!
Viajando com crianças
Cada vez mais as crianças acompanham os pais nas viagens,
ou por falta de babás ou porque os avós estão curtindo suas
férias também. Por isso, o melhor é escolher hotéis com
cuidadores ou monitores para crianças. Do contrário, vocês
passarão todo o tempo atrás deles, com medo de que se
percam, de que se joguem na piscina, de que se machuquem.
Pior, não vai nem jantar no restaurante do hotel para não os
deixar dormindo sozinhos no quarto.
Se vocês forem contra esse esquema de “infância
monitorada” dos resorts e hotéis­fazendas (são ótimos, mas
não custam barato), então a solução é optar por esquemas
mais protegidos: um chalé no térreo, próximo da área social,
que permita a você permanecer fora do quarto e curtir seu
jantar, seu drinque na piscina, sem estar longe caso a criança
acorde assustada e chame por você. E, nesse caso, leve
brinquedos, cadernos e lápis de cor — pois o animador das
férias será você!
Resorts: são bem­organizados para receber crianças.
Hotéis kids friendly: trazem opções para crianças — e
também para adolescentes acompanhados ou não dos pais. É
bom dar uma olhada nos sites que pontuam esses hotéis e
serviços e fazer contato com quem já foi para ver se são
realmente confiáveis. A maioria oferece: quartos espaçosos
para quatro pessoas (dois adultos e duas crianças); quartos
interligados; babá sob demanda; brindes para crianças;
programação infantil na tv; menu infantil no restaurante. E o
melhor: trabalham também no domingo até as 17h.
Rotina ideal dos “sem babá”: tomar um bom café da
manhã, passear bastante durante o dia e almoçar no fim da
tarde. Assim, o casal pula o jantar e fica à noite com seu bebê,
pede algo no quarto e descansa para o novo dia.
Nos navios, a maior parte das companhias oferece equipe
de entretenimento para crianças e adolescentes, permitindo
que você tenha tempo livre para relaxar e aproveitar os
jantares temáticos, festas, atividades de lazer, torneios
esportivos etc. As crianças menores de três anos, entretanto,
ficam com os pais, e ninguém da tripulação está autorizado a
fazer o papel de baby-sitter.
A bolsa de mão do bebê (itens imprescindíveis)
Pedi a um amigo com filha pequena, um superpai, que
fizesse essas listas e fiquei horrorizada com a quantidade de
tralha de que a bebê precisa para se deslocar. Mas esse meu
amigo sabe o que está dizendo, porque viaja o tempo todo
com a pequena e é ele mesmo quem faz (e carrega) as malas
dela (e ela). Ser pai é sofrer em avião.
mamadeiras: 1 para água e 1 para leite na bolsa de mão + 2
na bagagem. Leve junto escovinha para limpeza das
mamadeiras, e 1 pote com divisórias e tampas apropriadas em
que você coloca a porção correta de leite em pó, para facilitar o
preparo da mamadeira.
5 paninhos de boca, chupetas em quantidade e amarrador
de chupeta (tende a cair).
1 cobertor, e outro mais resistente para o caso de ter que
trocar a fralda no avião, aeroporto, restaurante...
fraldas descartáveis — a quantidade depende do percurso.
Dê preferência às noturnas, que são mais resistentes e
absorventes.
remédios: um antitérmico; um para tosse ou sintomas de
gripe; um antialérgico; um antisséptico (tipo mertiolate); um
para prender e outro para soltar o intestino.
soro fisiológico para limpeza de olhos e nariz;
termômetro; algodão; cotonete; band­aid; lenços umedecidos.
o bichinho preferido ou aquele brinquedinho calmante.
Viagem com animais de estimação
No ônibus
Aceitam­se cães e gatos de pequeno porte, em caixas
adequadas, no bagageiro. Precisam estar documentados:
atestado de vacina em dia e gta — guia de transporte animal,
expedido pelo Ministério da Agricultura.
No carro
Em caixas de transporte apropriadas; ou então no banco de
trás do carro, com cinto de segurança para cães.
No navio
Depende da embarcação. Alguns até possuem canis.
No avião
Consulte o veterinário para saber se o bichinho aguenta as
condições da viagem — até porque algumas companhias
exigem que o animal seja sedado antes do voo. De qualquer
modo, ele ficará numa área pressurizada e climatizada no
porão do avião, numa caixa com rede protetora e, no
desembarque, segue com as outras bagagens para a esteira —
o que é bem estressante para ele (e para os donos). Para
complicar mais, alguns países podem retê­lo por mais tempo
no aeroporto ou até mesmo exigir que ele fique de quarentena
por alguma razão. Li o caso de um cão superpremiado que
morreu porque o avião atrasou e o bichinho ficou muito
tempo sem água. Também já houve caso de extravio. Por isso,
leve com você uma foto do seu querido pet.
Há empresas que aceitam os de colo viajando com seu
dono.
Reserve o transporte dele com antecedência e infor­me­se
sobre a documentação necessária.
A boa­nova para donos de cães é que cresce o número de
hotéis que os aceitam como hóspedes.
Viajando com os amigos
Perdi meu companheiro de viagem
Nada pode deixar a gente mais aflita e suando frio do que
um encontro malmarcado ou uma combinação malfeita
quando se está numa cidade desconhecida. Tetê e Eduardo
Assad estavam hospedados em um hotel no Brooklyn, no
estado de Nova York, e foram para Manhattan passar o dia,
cada um para o seu lado. Combinaram então de se encontrar
na casa de uma amiga americana que morava na cidade. Tetê,
que conhecia o endereço, pois havia jantado com a amiga em
seu apartamento na véspera, passou por escrito o endereço
para Eduardo, e eles acertaram o horário do encontro: 18h30.
Por volta das 18h ela foi se dirigindo para a rua e, vai para lá,
vai para cá, não consegue se lembrar da entrada do prédio,
todos muito parecidos. Sem celular e sem ter como se
comunicar com a amiga ou com Eduardo, ela se sente perdida
e sem rumo. Confiou na memória, não guardou o endereço
escrito no bolso e se deu mal. Desanimada e nervosa, decide
voltar para o Brooklyn e dar o programa por perdido. Pois não
é que ao se aproximar da entrada da estação vê sair do meio
da multidão Eduardo a caminho da casa da amiga? Por sorte
ele havia terminado o que queria fazer em Manhattan mais
cedo e voltado para o hotel para um banho. Não fosse isso a
noitada dos três amigos teria sido um desastre por conta de
um arranjo feito sem cuidado. Não se sai de casa em uma
cidade que não é a nossa sem tudo devidamente anotado e
bem­guardado.
Você, o marido e a amiga!
Sua amiga que está (ou é) solteira deu a entender que
gostaria muito de ir com você, seu marido e mais um casal
numa viagem a Buenos Aires que vocês estão combinando?
Pode dar certo se algumas coisas forem combinadas antes. A
mais importante delas é que cada um paga sua parte em tudo:
táxis, refeições, entradas para museus, ônibus de excursões,
lanchinhos...
Mulher sozinha que não se toca e acha que casais devem
pagar suas contas, mesmo que sejam só as miúdas, se
transforma num peso morto que os maridos ou namorados
vão odiar e tratar com impaciência. Mulheres sozinhas não são
coitadas; têm que rachar todas as contas e, se quiserem ser
simpáticas, ainda fazer de vez em quando a gentileza de
convidar os casais amigos para um lanchinho ou um drinque
em retribuição pela companhia. Qualquer homem sozinho e
bem­educado faria isso numa boa.
Coisas que acabam com uma viagem
Combinar passeios e compromissos demais.
Qualquer programa que exija que uns esperem os outros.
Gente que não deve sair junto: glutões x culturetes;
esportistas x sedentários; matutinos x boêmios; consumistas x
anticonsumistas; compradores de roupa x compradores de
eletrônico; quem anda depressa x quem anda devagar.
Abrir mão da privacidade e achar que tem que fazer tudo
com os companheiros de viagem.
É péssimo nunca ter dinheiro trocado e vir com aquela
conversa de que não fez câmbio, fazendo com que os outros
paguem suas despesas. Pague suas contas, nem que sejam de
tostões.
Se puder, evite mesão. Em qualquer restaurante, é difícil
acomodar mais de seis.
De qualquer modo, o melhor é dividir a conta conforme o
que cada um consumiu — evitando o constrangimento de
quem não bebe pagar pelo uísque de 15 anos do vizinho, ou
de aquele que está fazendo dieta pagar pela sobremesa das
sete crianças. Ah, você acha chato ficar fazendo mil contas?
Pois deixe que o candidato ao prejuízo faça isso. Ele não se
aborrece contando tostões. É justo e chic.
Lua de mel
Patricia Perri Saheli esperou uma semana depois do
casório para sair de lua de mel, pois o marido não poderia
deixar o escritório naqueles dias. O marido cuidou de todos os
detalhes da viagem para Florianópolis...
“Desembarcamos na capital, pegamos um carro rumo a
Ibiraquera, praia a uma hora de distância de Floripa. Não era
bem o que imaginava, mas topei. Parecia um vilarejo de
pescadores com ruazinhas de terra e casas de madeira. Mas
minha surpresa foi quando meu marido parou o carro na
estradinha de terra poeirenta, desceu e disse: chegamos! Bom,
ao olhar o local, não sabia se pulava para o banco do motorista
e tentava uma participação no filme Noiva em fuga ou se
chorava. Mas, como diz o ditado, já que estava no inferno,
resolvi abraçar o diabo! Passamos a noite ali. A janela do
quarto nem podia ser aberta, porque senão a cama ficaria
marrom de tanta poeira. Acordei, no dia seguinte, com o
barulho de vozes lá fora. ‘Meu querido marido’ havia
convidado dois amigos com suas respectivas esposas e um
bebê para ficar com a gente! Nem preciso descrever minha
expressão de boas­vindas! Nesse dia, acho que tive o chilique
do século! Na hora peguei minhas coisas e implorei para que
pelo menos arrumássemos uma casa melhor pra ficar. Meu
marido, sem imaginar o quanto eu ficaria brava, tratou de
providenciar lugar melhor. Dividi meus 15 dias de lua de mel
com a ‘turma’. Qualquer pessoa, na época, diria que o
casamento não ia durar uma semana. Porém, estou casada há
dez anos, tenho três lindos filhos, e duas vezes por ano meu
marido e eu viajamos para algum lugar do mundo sozinhos: eu
escolho, faço roteiro, reservo tudo. E quem tem que ficar
surpreso é ele! Minha dica é: planeje bem suas viagens,
pesquise, leia opiniões de quem já foi, faça roteiros
direcionados que agradem você e seu parceiro. Reserve
alguma surpresa, como um jantar romântico, shows ou o que
você quiser para que essa seja uma de muitas viagens
inesquecíveis!”
A lua de mel é sua grande chance de realizar fantasias
que, aos olhos dos outros, podem parecer ridículas, piegas e
fora de moda. Mas cada casal tem seu estilo. O melhor da lua
de mel será encontrar o seu.
Hotéis de charme, sem criançada, família, barulho? Os
pombinhos agradecem...
Nem sempre dizer no hotel que se está em lua de mel é
bom negócio. Eles podem interpretar como sinal verde para
providências que podem não agradar o casal: música especial
a cada vez que adentram o salão de refeições, sobremesas
enfeitadas, chuva de pétalas na cama, lençóis perfumados etc.
A lua de mel não é desculpa para tirar os passeios típicos
da programação. Chega a ser vergonhoso fazer uma viagem a
Roma e não conhecer o Coliseu.
Temáticas
São aquelas em que o roteiro é feito em função das paixões
e dos interesses de cada um: os loucos por bicicleta vão
passear pelos campos do mundo sobre suas adoradas duas
rodas, os que preferem beber vinhos vão atrás dos vinhedos
que produzem as melhores marcas, os ecológicos vão
descansar os olhos nas áreas mais reservadas do planeta, os
compradores compulsivos vão atrás de descontos nos
melhores endereços de outlets e shoppings do mundo. Qual é a
sua paixão? Seja qual for, agências de viagens estão prontas
para oferecer pacotes sob medida para todos os estilos de
pessoas e crenças. São as chamadas viagens temáticas, para
quem sai de casa com um único objetivo: fazer o que gosta e
não exatamente fazer turismo.
O que vai e o que não vai
Equipamentos de esqui, golfe, instrumentos musicais,
pranchas de surfe, bicicletas etc. seguem uma legislação
específica. Consulte antes a companhia aérea e trate de
acondicionar seus complementos em estojos fortes e
embalagens que suportem o joga para lá e para cá das esteiras.
Lembre­se: por mais que você peça para botar a etiqueta
“Frágil” em alguns dos seus volumes despachados, ninguém
trata sua bagagem com carinho ou qualquer deferência. Pense
sempre no pior.
Negócios
Canso de viajar para fazer palestras e quase sempre volto
sem ter tido um tempinho extra para conhecer o lugar.
Viagem a trabalho é assim: as horas são contadas e tudo está
organizado para o encontro com clientes, tour por fábricas, o
tempo passado em palcos de auditório e jantares oficiais
(embora alguns muito agradáveis e proveitosos). A cabeça (e o
relógio) está ligada no trabalho. Só dá tempo mesmo de
conhecer o hotel, o room service (e ficar sabendo se o
queijo­quente é bom), a sala do clube ou do teatro onde a
palestra acontece e um bom restaurante com os organizadores
do evento depois que tudo termina. No dia seguinte, avião e
volta para casa.
Faça um cálculo de a quantas reuniões, refeições e hotéis
você terá que ir antes de planejar a mala. Então, separe o que
vestir, sem cometer excessos. O código internacional faz valer
o terno e gravata para os homens. Para as mulheres: saia (ou
calça) mais top caprichado, ou vestidos.
Privilegie os tecidos que não amassam (e ocupam pouco
lugar na mala). Mas conte com a colaboração do chuveiro do
hotel, um grande passador de roupa. Enquanto você toma um
banho rápido, pendure a peça atrás da porta. O vapor dá uma
força e faz o resto.
Respeite os horários e evite excessos alimentares ou
etílicos. Você está lá para trabalhar e não para se divertir.
Procure não ser muito expansiva nem saia abraçando e
beijando quem nem conhece.
Evite tocar em assuntos íntimos ou falar mal de quem
quer que seja.
Não é porque você está em serviço e a empresa está
pagando sua estada que você deixa de dar gorjetas. Compense
o pessoal do hotel e dos restaurantes pelos serviços.
Minibar e telefone — em geral, ficam por sua conta. Mas
no caso de a empresa arcar com tudo, colabore e mantenha o
senso de proporção. Não transforme a sua conta num assalto
para o bolso de quem vai pagar.
Compromisso bate-volta
Você terá muito mais agilidade se viajar com uma bolsa
ou mochila e uma mala de bordo, sem perder tempo com
bagagem na esteira.
Os frascos em miniatura são uma mão na roda em
qualquer viagem. Mas, no bate­volta, nem se fala! Coloque os
seus produtos de beleza essenciais — hidratantes (corpo e
rosto), protetor solar, tônico, demaquilante etc. — em
pequenos frascos para não viajar com um nécessaire enorme. O
mesmo vale para xampu e condicionador, caso você não se
hospede em hotel.
Deixe espaço na mala, pois você sempre volta com mais
coisas: revistas, livros, presentinhos, brindes.
Aproveite promoções de cartões especiais que dão direito
à sala vip dos aeroportos. No seu caso, vale a pena, pois você
será presença constante nos aeroportos.
Acessórios são a estrela da mala feminina: lenços, colares e
pulseiras mudam a roupa conforme a mudança de clima e de
“tom” da viagem.
Não tem quem não fique apreensivo na hora fatídica em
que a esteira da bagagem começa a girar e as malas começam
a aparecer naquele buraco franjado da sala do desembarque.
Viagem curta ou longa, duvido que tenha alguém que, nesses
momentos tensos, não pense “tomara que minha mala tenha
chegado”. Em geral, chegam. Mas podem não chegar no
mesmo voo, não chegar no mesmo dia e até mesmo não
chegar nunca mais. O que fazer? Nada, a não ser torcer para
que a sorte (e as malas) não nos abandone.
OLHADA GERAL: ESCOLHENDO A MALA
Não há dúvida de que a mala com quatro rodinhas, feita
de matéria­prima leve e, ao mesmo tempo, rígida, é a melhor
para arrumar e levar; você empurra com a maior facilidade e
não precisa nem de carrinho nem de carregador. O único
problema é que é de difícil acomodação no porta­malas de
carros. Lembre­se disso quando estiver viajando com amigos e
quiser rachar o táxi para o aeroporto.
Não economize na qualidade da boa mala. Ela tem que
durar no mínimo uns dez anos.
Malas maiores e mais rasas ajeitam melhor a roupa do que
as pequenas e fundas; malas retangulares são as ideais para
não amassar casacos e paletós.
Viagens longas: uma mala média ou grande para roupas e
sapatos. O seu manequim influencia o tamanho da mala:
tamanho G, mala G.
Viagens de automóvel: malas menores e moles se
acomodam com mais facilidade no porta­malas.
Viagens com clima de andarilho: mochilões
superequipados, resistentes e cheios de compartimentos são
insubstituíveis.
Viagens curtas ou de negócios: duas malas pequenas (ou
mala de bordo + mochila ou mala de mão), mesmo que mais
vazias, prestam mais serviços do que uma média cheia.
Final de semana na praia ou no campo: sacolas resistentes
a água, a lama e a bagageiros de ônibus de localidades mais
distantes.
Não seja espaçoso. Não ocupe todo o bagageiro com as
suas bolsas, pacotes ou malas e não espalhe suas bolsas ou
sacolas pelo chão ou no pé do vizinho.
Uma regra de ouro: procure levar só o que você pode
carregar sem precisar de ajuda.
O PESO DAS MALAS
Por mais que se tente padronizar, as regras para o
transporte aéreo de bagagem variam em função do tamanho
dos aviões, do destino do voo e da classe de serviços pela qual
o passageiro optou. Além disso, a legislação está em
permanente mudança. Consulte a companhia aérea (dentro e
fora do país) para não ter que doar metade dos seus pertences
na fila de embarque, ou pagar o olho da cara por excesso.
Na maioria dos voos internacionais, é permitido
despachar: Na primeira classe e na classe executiva: duas
malas de 32kg cada, sendo que a soma das duas não deve
ultrapassar a dimensão de 158cm. Na classe econômica: duas
malas de 23kg cada, sem que a soma ultrapasse a dimensão de
158cm. Para as crianças, há uma medida à parte.
A franquia para a mala de bordo nos voos internacionais
varia de 12 a 20kg por pessoa. Nos voos nacionais, 5kg;
pouquíssimo, considerando que às vezes só a mala já pesa
isso.
Para bagagem a ser despachada: Nos voos nacionais: 30kg
por pessoa (primeira classe) e até 23kg por pessoa (nas
demais). Voos domésticos em outros países: assim como no
Brasil, mudam as regras em função do tamanho do avião, em
geral menores. Isso pode dar muita dor de cabeça para certas
conexões. Por exemplo: chegar a Nova York e visitar um
amigo na Pensilvânia, com o dobro da bagagem permitida.
Consulte antes.
Em caso de extravio das malas: indenização de vinte
dólares por quilo de bagagem. Uma miséria!
MALAS, ALFÂNDEGA E SEGURANÇA
No quesito cadeados, o melhor a fazer é aceitar que, por
razões de segurança, policiais podem abrir malas para
eventuais buscas. Por isso, venceu o sistema americano de
cadeados com segredo — e não de chaves — aprovados pela
tsa (Transportation Security Administration). Eles podem ser
abertos pelas chaves mestras dos agentes de segurança, sem
danificar a bagagem.
Peça etiquetas de identificação para o pessoal da agência
ou da companhia aérea — tanto para a mala despachada
quanto para a de bordo. Preencha com seu nome e número do
celular ativo durante a viagem ou de alguém de fácil acesso.
Não basta telefone comercial, porque, se o extravio da mala
acontecer à noite, não haverá como localizar o dono.
Invente uma personalização qualquer para que ela não se
confunda com a infinidade de malas iguais que vão aparecer
nas esteiras. Dê laços com fitas coloridas, etiquetas luminosas,
qualquer coisa que você reconheça de longe. Nunca imagine
que sua mala é a única cor­de­rosa do voo.
Plastificar a bagagem tem sido um bom recurso para
impedir possíveis violações no seu percurso até o avião,
embora o agente federal possa abrir qualquer mala
considerada suspeita — inclusive as plastificadas.
Assuntos que merecem sua atenção antes de fazer a mala
O clima que você vai encontrar. Consulte pela internet ou
ligue para as pessoas do lugar. Assim você evita passar pelo
aperto de Valéria Assis, na lua de mel em Bariloche, mais de
vinte anos atrás.
“Fomos ao Serro Catedral e, enquanto todos se divertiam
na neve, eu e meu marido fomos tomar um chá, pois nossas
roupas arrumadinhas nos impediam de usufruir do passeio.
Voltamos para o hotel, chateados com nosso amadorismo.
Bom, resolvemos repetir o roteiro no final do ano. Detalhe:
prometemos alugar roupas adequadas para o passeio
frustrado. E, assim, saímos do hotel como dois astronautas
coloridos. Quando entramos no ônibus cheio de jovens, alguns
não continham o riso. Mais um mico: estávamos no verão,
nem sinal de neve no Serro Catedral!”
A duração da viagem.
As atividades previstas. Faça um teste mental: você vai
andar o dia inteiro; jantar à noite; ir à festa especial, fazer
ginástica uma hora por dia etc. Liste as ocasiões. Informe­se
dos passeios para não ir de chinelinho de dedo na estação de
esqui, como Lorena Bezerra — outra que se deixou levar pelos
hábitos de vestir do lugar onde mora:
“Não gosto muito de usar calças, então, na viagem para
Santiago do Chile, levei apenas uma calça jeans e uma de
algodão. Em um belo dia, vesti a tal calça de algodão +
camiseta + moletom e havaianas. Saímos para um passeio.
Achei que íamos visitar um shopping, mas, na verdade,
subimos a cordilheira dos Andes. Imagina o meu desespero,
indo ao encontro de uma estação de esqui (fechada, porque
ainda não estava nevando), a uma temperatura abaixo de zero,
com aquela roupa? Quando chegamos lá em cima, todos
devidamente 'empacotados' andando e batendo fotos felizes
da vida e aquecidos, e eu sem sentir meus dedos em cinco
minutos de caminhada! Mas a sensação de estar lá em cima,
admirar aquela vista (apesar da massa de névoa que havia ali),
era inexplicável. A emoção era tão grande que tirei o moletom,
encarei aquela névoa e os pingos de chuva e bati fotos no
maior estilo! O resultado foram dedos dos pés e das mãos
inchados e dormentes por algumas horas, lábios roxos e
frequentes calafrios... Mas nada como uma lareira dentro de
uma cabana no meio do nada, lá em cima, para me aquecer, e
a experiência maravilhosa e inesquecível!”
Combina?
Roupas de cores neutras são fáceis de coordenar e admitem
acessórios de cores fortes.
Acessórios.
Seja generosa em matéria de lenços, meias, bijuterias, cintos
etc. Não ocupam espaço e dão o tempero fashion para as suas
roupas.
Tecidos.
Separe os magros, fáceis de manter e que não amassam:
malhas, microfibras etc.
Se a sua viagem é do tipo intercâmbio, ou algo mais
prolongado, deixe para comprar parte das suas roupas por lá
mesmo. Você se sentirá melhor com tecidos adaptados ao
clima e vestindo a moda com o jeitão do lugar.
Sapatos. Esqueça os novos. Leve os companheiros com
quem você sempre se deu bem em longas caminhadas.
Acondicione em sacos individuais. Aproveite para recheá­los
com as meias, cintos ou bijus. Você economiza espaço na mala
e ainda evita que os sapatos amassem.
Passo a passo para arrumar sua mala
Escolha uma boa mala para as suas roupas e sapatos.
Nada de misturar suas roupas e acessórios com os do marido
ou filho, numa mala gigante e difícil de carregar.
Coloque em cima da cama as roupas que estão na lista que
preparamos para você, conforme o clima do lugar e a duração
da sua viagem.
No fundo da mala
sacola de nylon bem leve para voltar com as compras, as
roupas usadas, os folhetos de passeios e as lembrancinhas.
cabides: leve meia dúzia daqueles levinhos de lavanderia
e que podem ser pendurados no banheiro. Não conte com os
do hotel, feitos para não serem tirados do armário. Ao voltar,
deixe­os por lá.
Primeiro andar: calças, saias, vestidos, jaquetas, camisas,
paletós e casaco
Estenda as calças na mala, deixando parte das pernas de
fora (tipo do joelho para baixo). Depois, vá estendendo por
cima as peças que couberem abertas. Roupa de mulher não
ocupa tanto a extensão da mala. Por isso, quanto mais abertas
as roupas, melhor. Amassam menos.
Acomode as saias, vestidos, jaquetas, camisas e paletós.
Esses três últimos são dobrados com as mangas para trás e até
onde o tamanho da mala permitir.
Paletós, com as mangas do avesso. Procure colocar uma
peça sobre a outra alternando o sentido, para nivelar a mala.
Agora, é hora de dobrar de volta as pernas das calças,
evitando que fiquem amassadas;
O trench coat (ou a peça mais longa da lista) encerra este
andar.
Segundo andar: malhas, camisetas, shorts, minivestidos,
túnicas
Dobre malhas e camisetas ou faça vários rolinhos e vá
encaixando inteligentemente, de modo que as roupas fiquem
no mesmo nível. No verão, entram shorts e minivestidos.
Xales, lenços e cachecóis: dobrados ou em rolos, são um
bom recheio no andar das roupas menores.
Para fechar este andar, estenda um lenço bem fino — com
metade para fora da mala.
Terceiro andar: roupa íntima
Sobre o lenço vá colocando a lingerie: calcinhas, camisolas,
sutiã, robe de chambre. Feche com a outra metade do lenço. É
um bom jeito de evitar que o fiscal da alfândega veja todas as
suas calcinhas na mala.
Quarto andar: sapatos, bolsas, cintos, artigos de higiene,
bijus
É a hora dos acessórios. Enfie cada pé de sapato em
saquinhos de pano. E vá colocando nas laterais da mala, de
um jeito que amassem menos. Aproveite para enfiar meias
dentro dos sapatos.
Coloque os cintos esticados, acompanhando a borda da
mala.
Botas podem ser protegidas pelos sacos apenas na região
dos pés.
Coloque as bolsas.
Nos buracos e laterais encaixe tudo o que você quer levar
e que não vai ser usado na viagem: xampu hermeticamente
fechado dentro de plásticos; cremes; condicionador; secador
(se quiser); óculos extras — na caixinha, é claro; tomada
universal. E assim por diante. Eu prefiro separar os cosméticos
e frascos a levar tudo junto num grande nécessaire que ocupa
um espaço enorme na mala. O único cuidado é enrolar bem
em plástico para que não vazem.
Se levar pijama, deixe­o por último. Evita ter que desfazer
a mala em escalas curtas.
Truque para diminuir o volume: o seu casacão de neve,
superfofo, pode se transformar num tapete se você usar um
plástico de fechamento a vácuo. Esse tipo de embalagem pode
reduzir em até 75% qualquer volume de roupa.
COMO DOBRAR SEM AMASSAR
Paletó
Do avesso Vire paletós e casacos do avesso, com as
mangas por dentro. Dependendo do tamanho da mala, dobre
ao meio e recheie com rolinhos de outras peças para não
marcar as dobras.
Camisa
Abaixo da cintura Abotoe as camisas e coloque as mangas
para trás. Dobre numa linha abaixo da cintura — ou até o
limite da extensão da mala. Assim, a marca da dobra não fica
bem no meio da barriga ou do peito, na hora de usar.
Camiseta
Rolinhos É um bom jeito de acomodar camisetas e outras
malhas finas na mala.
DEIXE EM CASA
O segundo casaco: por mais frio que esteja, você só
conseguirá usar um de cada vez.
O quarto par de sapatos: um par esportivo, um social e
tênis são suficientes.
Roupas extravagantes: esqueça as que só combinam com
elas mesmas.
O segundo terno: a menos que você tenha vários
compromissos profissionais.
Qualquer roupa que não esteja 100% em dia. Viagem não
é hora de consertos, nem de contratempos.
COISAS QUE NÃO VAI TER A QUEM PEDIR EMPRESTADAS
cortador e lixa de unha
prestobarba
aspirina
band­aid
máquina fotográfica
CHECKLIST DE TOILETTE
(coisas que vão na mala despachada)
Para os cabelos
escovas redondas e pente
grampos e elásticos
xampu e condicionador
touca de banho
secador de cabelo (se não for se hospedar em hotel)
Para rosto e corpo
algodões
protetores solares
hidratante de corpo
desodorante
estojinho de unha com esmaltes
perfume
pinça
creme de limpeza e loção tônica
cremes noturnos
maquiagem (a de sempre)
absorventes
Atenção Nas viagens de avião, como as malas vão numa
cabine despressurizada, dispense embalagens do tipo spray: o
líquido pode se esparramar e comer as suas roupas...
Bagagem de mão
Desde o 11 de Setembro, ficou proibido entrar em aviões
com qualquer objeto cortante (incluindo pinça e agulha!) e
com frascos contendo mais do que 100ml de qualquer produto
de higiene ou cosmético (gel, pasta de dentes, perfumes etc.).
Ainda que você providencie miniaturas, os conteúdos
precisam estar visíveis e acondicionados em nécessaire
transparente de 20x20cm e não podem exceder um litro no
total! Quebrou a regra? Prepare­se para ter seu hidratante
preferido confiscado.
Produtos comprados no free shop antes do embarque
também serão lacrados, em conformidade com as regras.
Porém, é sempre bom perguntar sobre a legislação de cada
país, pois conheço quem tenha deixado seus cosméticos
recém­comprados no balcão da companhia, numa conexão na
Ásia, e sem direito a choro.
Coloque o necessário para passar uma noite fora, caso sua
bagagem se extravie.
No inverno (ela)
1 camisa branca ou 1 suéter fininho
1 camiseta de mangas longas
meias soquetes e meia­calça
cachecol
1 par de luvas
roupa íntima
No verão (ela)
1 vestidinho leve ou 1 blusa
1 par de sandálias
roupa íntima
camiseta para dormir
No inverno (ele)
1 camisa
1 camiseta de mangas longas
meias
cachecol
1 par de luvas
1 cueca
No verão (ele)
1 camiseta de mangas curtas
1 camisa
1 sapato para usar sem meias
1 cueca
óculos escuros
COISAS QUE NÃO PODEM FALTAR
Já deve ter acontecido com você (como já aconteceu
comigo): lembrar, no meio da viagem, que esqueceu um
remédio, a escova preferida de cabelo, a tesourinha sem a qual
você não vive ou, pior, algum acessório que pode custar um
dinheiro que não precisava gastar! Tudo isso pode ser evitado
com um planejamento melhor das coisas que vão junto com
você e do nécessaire arrumado para ser despachado na mala:
CHECKLIST DAS COISAS QUE VÃO NA SUA MALA DE MÃO
documento de identidade e passaporte
passagens
reservas de hotéis
carteira de motorista
dinheiro, cheques de viagem, cartão de crédito
guia de viagem da cidade para onde você vai
cópias de documentos importantes
autorização de viagem (menores desacompanhados dos
pais ou só com um dos pais)
confirmações de curso, convites de eventos, mapa do
congresso etc.
chaves dos cadeados das malas
carteirinha de Seguro Saúde Internacional: leia a apólice e
verifique os telefones de contato e de emergência
livro ou revista
máquina fotográfica (carregador de bateria pode ir na
mala)
celular (carregador na mala)
notebook (acessórios na mala)
caderninho de endereços
hidratante (mini)
desodorante (mini)
lenços umedecidos
escova de dente e minipasta
óculos (de grau e escuros ou kit com lentes de contato)
medicamentos (diários e preventivos)
joias (andam com você no trajeto. Pisou no hotel,
guarde­as no cofre junto com passaporte e outros documentos
e objetos de valor)
protetores auriculares para viagens longas (se for seu
hábito).
Leve seu travesseiro (se você for maníaco e não dormir
sem o seu).
Roupa para viajar
Você vai passar boas horas sentada até chegar. Nem por
isso precisa viajar de jogging de plush, como se estivesse de
pijaminha... Prefira calça comprida de cor escura, de tecido
elástico que não amasse e que deixe seus movimentos livres. A
blusa também deve ser gostosa de vestir. Evite babados e
amarrações difíceis. Uma básica de malha resolve. Nos pés,
sapatos de amarrar. Dependendo da quantidade de horas de
viagem, os pés incham. E, na hora de calçar os sapatos de
volta, é um aperto!
Leve um cardigã para se proteger do ar­condicionado, seja
em avião, ônibus, trem ou salões dos navios; mesmo que seja
verão e que esteja o maior sol lá fora, você vai precisar desse
bendito casaquinho.
Alivie o peso da mala levando o seu casaco mais pesado
na mão. Leve um que cubra, no mínimo, o seu bumbum. Do
contrário, você se sentirá sempre gelada...
Óculos escuros não podem faltar. É a maquiagem para
todas as horas: esconde olheiras e disfarça o cansaço. Mas
atenção: tire quando se aproximar do fiscal da alfândega. Eles
costumam achar tudo suspeito...
Aviso aos rapazes: não viajem de bermuda e regata.
Ninguém quer ficar muito perto de pernas e braços peludos.
Tome banho e passe desodorante antes de embarcar: é
essencial.
Esse é o seu cartão de embarque, com informações
necessárias do voo: Portão (gate): é onde você será chamado
para embarque. Por diferentes razões, a aeronave pode pousar
em outro local, o que modificará o portão. Nesse caso, atente
para os chamados de voz. Número do voo (flight number): por
meio desse número você vê pelo painel eletrônico do
aeroporto se a aeronave já pousou; se o voo foi confirmado; ou
a estimativa de chegada ou saída. Assento (seat): é o seu lugar
marcado. Qualquer pedido de alteração, só com a
concordância do comissário de bordo. Embarque (boarding):
horário em que se inicia a chamada dos passageiros do voo.
O primeiro voo da Cleusimar
A decisão foi tomada, e Cleusimar vai de avião visitar a
família. A passagem está baratinha, a data é boa, e faz um
tempão que ela não vê as tias e as primas; como se não
bastasse, o irmão do seu pai, seu padrinho, acabou de ser
operado e andou perguntando por ela. Sem contar que ela não
tem muito tempo e que uma viagem de ônibus comeria quatro
dias inteiros da sua folga. O único problema agora é encarar a
ideia de subir num trem daquele que voa. “Como é possível
que uma coisa daquela, tão pesada e tão cheia de gente, voe? E
se eu passar mal, será que tem quem me acuda? Tem
banheiro? Preciso levar comida?”, fica se perguntando. As
irmãs já viajaram, dão risada das perguntas e dizem para ela
relaxar que não vai ter problema nenhum: os banheiros são
decentes, a comidinha é meio leve, mas quebra um galho, e a
única coisa para a qual a gente tem que se preparar são umas
chacoalhadas que o avião pode dar. O resto é só chegar ao
aeroporto com bastante antecedência, prestar atenção no que
diz a passagem, ler os avisos que estão por todos os lados no
aeroporto, que vai dar tudo certo. E se tiver ainda alguma
dúvida, vale também ir ao balcão da companhia e fazer todas
as perguntas que sentir vontade sobre o despacho das malas, o
embarque, a chegada. Não esqueça, Cleusimar, que quem tem
boca (e olho) chega a Roma, a Fortaleza, a Miami, a Paris...
Que classe!
Cada companhia desenvolve serviços especiais para seu
público, mas, em geral, a diferença se faz sentir em dois
quesitos: espaço e alimentação.
Primeira classe O grande diferencial é ter espaço e
privacidade. São verdadeiras camas, com direito a roupa de
cama, chinelos, nécessaire com cosméticos, pijama e travesseiro.
Serviço de restaurante com menu à la carte e bebida livre. Tudo
individual: cinema, telefones e tomadas para espetar os
eletrônicos costumam entrar no pacote de mordomias.
Classe executiva A diferença em relação à classe turística
está nas poltronas reclináveis, bastante espaçosas, e nas opções
bem mais caprichadas do cardápio. Costuma oferecer tomadas
individuais para celulares e computadores, travesseiro,
cobertor, kit com chinelo, meias, máscara de dormir, escova de
dentes e barbeador.
Classe turística ou econômica O principal problema é a
distância muito pequena entre os assentos. Isso obriga
passageiros que viajam na poltrona do meio ou da janela a
escalar o companheiro de viagem a cada saída para ir ao
banheiro. O entretenimento é coletivo, o serviço de restaurante
só é oferecido nas horas estipuladas e com um cardápio muito
limitado. Muitas companhias oferecem travesseiro, manta
para se cobrir e meias. Forte tendência: vários itens da
executiva podem ser comprados em separado para o seu voo
econômico — assento mais confortável, outra opção de
comida a bordo. Informe­se.
Dia de aeroporto
Não se iluda: viagens internacionais ocupam um dia
inteiro de preparação — para ir e para voltar.
Reconfirme as passagens com 72 horas de antecedência
junto às companhias aéreas, para evitar surpresas com
possíveis cancelamentos de voo ou alteração de datas.
Procure chegar ao aeroporto três horas antes do horário de
embarque (quatro em feriados e alta estação).
Na fila do check-in
Entre no aeroporto com a passagem e seus documentos
bem à mão. Localize o balcão da companhia pela qual vai
viajar e procure a fila onde estão os passageiros que vão para o
mesmo destino que você. Se não descobrir qual é a sua fila,
pergunte a alguém da companhia aérea que está lá para
orientá­lo. Fique na fila com sua bagagem, com a passagem e
os documentos na mão para não atrasar o embarque. Quando
chegar sua vez, vá até o balcão para registrar seu acolhimento
no voo. É o que se chama de check­in; eles vão receber sua
passagem, checar seu documento, pesar suas malas, marcá­las
e despachá­las para seu destino. É aí também que o
funcionário da companhia vai explicar o horário previsto do
embarque e a porta por onde ele será feito. Com todos os
tíquetes desse procedimento em mãos, você está pronto para
dirigir­se à sala do embarque, onde vai aguardar o avião. Não
pense que esse aviso é definitivo. Muitos aviões mudam de
porta de embarque por razões técnicas, então fique de olho
nos painéis de aviso da sala de embarque e também muito
atento aos comunicados que são dados por alto­falantes.
Qualquer distração na livraria ou em alguma das lojinhas
pode fazer você não ouvir o aviso e até mesmo perder o avião.
Para viagens domésticas e certos destinos da América do
Sul, é possível cumprir o ritual do check­in em casa, por
internet ou celular, o que encurta ou até mesmo evita filas.
Nos voos domésticos, caso você esteja sem bagagem para
despachar, o check­in on­line permite que você se dirija direto
para a sala de embarque. Com bagagem, entra numa fila um
pouco menor, no check­in expresso, já que você está de posse
do cartão de embarque com os dados necessários da viagem.
Nos voos internacionais, entretanto, não há como escapar
da apresentação pessoal. A equipe da imigração fará as
perguntas de praxe sobre o conteúdo da bagagem. Na alta
temporada, as filas são enormes.
Esperar a sua vez no guichê do check­in para só então
revirar a bolsa em busca dos documentos necessários é uma
tremenda desconsideração com os companheiros de fila.
Na hora de marcar assentos na classe turística, saiba que:
crianças amam janelinha; os que têm pernas longas e os que
precisam ir ao banheiro com frequência viajam melhor no
corredor.
Alguma dieta especial? Avise antes a companhia aérea.
Mas saiba que você corre o risco de passar fome em alguns
voos se disser que é vegetariano. Às vezes compensa só tirar o
presunto do pão.
O pior pode acontecer: seu voo pode ser cancelado, o
aeroporto, fechado para pousos e decolagens, ou você pode
ser vítima do famoso overbooking. É isso mesmo: a companhia
aérea pode vender mais bilhetes do que os assentos
disponíveis no voo, contando com a média de desistências.
Essas e outras situações desestabilizadoras infelizmente se
repetem nos aeroportos. Os funcionários, nesses momentos,
transformam­se em robôs, não informam a contento e nem
demonstram algum traço de humanidade pela senhora que
vai perder o batizado da neta, em Rondônia, e há três horas
está tentando avisar a família sem saber o que dizer ao
telefone.
Na sala de embarque
Mesmo com os dados do cartão de embarque em mãos, é
para lá de comum surgirem mil e uma alterações na
programação: a aeronave estacionar em outro portão, o voo
atrasar, o aeroporto fechar etc. Preste atenção aos avisos
sonoros e se ligue nas mensagens do painel de chegadas e
partidas: voos confirmados, estacionados, atrasados etc.
Comprinhas no free shop, cafezinho, jornais: de olho no
relógio, pois há quem se esqueça da vida (e da viagem).
Por uma questão de logística, as companhias criam filas
diferenciadas para o embarque: por número de assento,
passageiros especiais etc. Entre na certa.
Dentro do avião
Chic é ser civilizado. Não dá nem para parecer elegante se
suas atitudes atrapalham a viagem dos outros.
Sente no lugar marcado. Depois que o embarque for
encerrado e todo mundo estiver acomodado, aí sim você pode
negociar com os comissários de bordo a mudança para outro
mais conveniente. Aliás, são eles que resolvem qualquer
problema durante o voo. Nada de sair batendo boca com o
vizinho, mesmo que coberto de razão.
O bagageiro acima do seu assento não é só seu. Tente ser
justo na divisão de espaço. E separe com você o que deve usar
durante a viagem, para não levantar e abrir o bagageiro de
tempos em tempos.
Mesmo que sua bagagem de mão fique longe de você, e
não no compartimento acima da sua cabeça, não se preocupe.
Ela não saiu voando e pode ser resgatada a qualquer
momento.
O banheiro do avião não se parece em nada com o da sua
casa. Para entrar já tem um problema: push não é “puxe”. É
justamente o contrário: “empurre” a portinhola e lembre­se de
fechar para dar o sinal de occupied para quem está do lado de
fora. Lá dentro, perca alguns minutos olhando ao redor — até
entender onde estão os apetrechos para todas as suas
necessidades: papel para forrar o vaso, papel higiênico, papel
para enxugar as mãos, lixinho para o papel de mão etc. Deixe
o lugar em ordem ao sair.
Voar dá enjoo? Pode acontecer, sim. Especialmente em
aeronaves menores, mais sujeitas à turbulência. Caso a pessoa
passe mal e precise vomitar, há um saquinho bem em frente à
sua poltrona.
Saiba que você está atrapalhando
Incontinência verbal — é muito chato.
Quando arruma suas coisas no corredor da aeronave, sem
tirar a mochila das costas, batendo com ela nas pessoas
sentadas. Trate sua mochila como um passageiro a mais.
Ligar equipamentos ruidosos e luminosos —
especialmente nos voos noturnos.
Se você resolve tirar os sapatos, sem que os pés estejam
limpos e cheirosos.
Alô, passageiros!
Quero ir ao banheiro, mas o vizinho de poltrona não acorda.
Como peço passagem? Não precisa pedir. Pule o colega. Se não
conseguir, você tem todo o direito de acordá­lo educadamente
ou pedir ajuda aos comissários de bordo.
A pessoa do meu lado não para de roncar. O que faço? Azar.
Com roncador e criança chorona, não há o que fazer.
Protetores auriculares existem para isso e devem estar em
todo kit viagem, junto com seu livro e sua máscara para
dormir.
Quem tem direito ao braço da poltrona? Todo mundo tem
direito a pelo menos um braço. Numa fileira de três poltronas,
por exemplo, a pessoa que está perto da janela usa o braço
mais perto da janela, a do corredor, o externo; a que está no
meio escolhe. Tem braço sobrando, dá para todo mundo.
É gafe pedir para ver a cabine do piloto? Não. Se você tem
curiosidade... Por que não?
Não quero conversar. Mas meu colega de poltrona está carente.
Como fugir? Enfie a cara num livro ou numa revista. Se não
gosta de ler, finja que está dormindo. É o melhor jeito. Ouça
música com fones de ouvido, ou qualquer outra forma de
distanciamento.
Outros avisos
É comum o piloto falar “afivelem os cintos, pois iremos
passar por uma forte turbulência”. Isso não é o mesmo que
falar “o avião vai cair”; é apenas para aumentar sua
segurança.
Espere o comandante autorizar o uso dos aparelhos
eletrônicos. E atenda aos chamamentos para desligá­los
quando necessário.
Pode, sim, levar uma almofadinha, sua manta predileta...
Beleza no voo
Hidrate­se (antes e durante).
Proteja os lábios — rapazes e moças!
Beba pouquíssimo álcool.
Coma pouco.
Bebês e crianças a bordo
Impeça que seu filho fique chutando a poltrona da frente.
Tente distraí­lo na viagem com coisas de que ele goste: livros,
joguinhos, naninha…
O pior dos mundos para os pais é fazer um voo mais
longo que seis horas. É preferível pegar um com escalas para
que a criança possa descer e correr um pouco pelo aeroporto.
Principalmente se o voo for diurno.
O pediatra pode, sim, recomendar medicamentos para
prevenir enjoos e reduzir a irritação durante a viagem.
É bom levar um sling. Bebê no colinho tem mais chance de
dormir na viagem do que na insegurança do bebê­conforto.
Brinquedinhos: para o avião é fundamental, desde que
não tenha sons infernais que incomodem os outros
passageiros. Filmes no dvd portátil são uma boa distração,
desde que a criança fique com fone de ouvido.
A saída do avião...
Na hora de descer, proteja­se da pressão nos ouvidos —
chupe uma bala, faça de conta que está engolindo, boceje,
masque chiclete, tome uma bebida. Bebês podem ser
amamentados ou então auxiliados pela chupeta.
Depois do voo
Chegou ao seu destino? E agora? Não tem segredo, basta
seguir seus companheiros de viagem, que vão se direcionar
para a esteira que deve trazer as malas. No alto de cada uma
delas vai estar identificado o número do voo que chegou e o
nome da companhia aérea. Procure o seu.
No Brasil o carrinho de malas é de graça. Em muitos
países você desembolsará suas primeiras moedas estrangeiras.
Se você estiver desembarcando de um voo internacional, o
pessoal da alfândega poderá escolher a bagagem para
averiguações (ver Malas, alfândega e segurança, p.80). Pare e
prepare­se para dar explicações sobre o que comprou; guarde
sempre as notas fiscais dos eletrônicos, especialmente. São eles
os mais visados pela curiosidade dos fiscais.
Ao sair, não entupa a porta: afaste­se do portão de
desembarque antes de cair nos braços dos amigos ou
familiares que o aguardam — afinal, quem vem atrás não é
obrigado a esperar o fim da sessão de abraços emocionados
antes de seguir caminho.
Será que minha mala vai chegar?
Não tem quem não respire aliviado ao ver as malas
aparecerem na esteira de chegada. São poucas as situações
mais desanimadoras e aflitivas do que ficar por último no
saguão do aeroporto e constatar que sua mala não apareceu.
Mas pode acontecer. Respire fundo, fique calmo e dirija­se
imediatamente ao balcão da companhia aérea para saber o
passo a passo desse chatérrimo procedimento.
Algumas companhias localizam rapidamente as malas no
sistema do computador. Tranquilizado, você aguarda em casa
ou vem pessoalmente ao aeroporto fazer o resgate — depende
da empresa. Outras pedem que você preencha um formulário
e que espere, em casa, uma posição final. Pode se preparar
para bons momentos de tensão até saber o que aconteceu e
onde foram parar as suas preciosas malas.
Antes de viajar, faça suas contas. No caso de perda total
da sua bagagem (que também pode acontecer), as companhias
pagam algo como quatrocentos dólares para uma mala de
vinte quilos; e 640 dólares para a mala de 32 quilos. Caso você
considere pouco (e é uma miséria), faça um seguro­bagagem
antes de partir.
Não carregue coisas de muito valor na mala de viagem e
tente sempre que possível diferenciá­la das demais, na esteira
são dicas que geralmente funcionam. Mas nem sempre evitam
o acaso de ter a mala trocada na esteira. Silvania Freitas saiu
do Ceará para passar o feriado de 7 de Setembro com o
marido (hoje ex), na época trabalhando no Rio Grande do Sul.
“Comprei várias roupas íntimas, sensuais, coloridas.
Cortei cabelo, peguei um bronzeado, arrumei unhas, enfim,
tudo para impressionar, aproveitar e matar a saudade. Como
não tinha uma mala pequena, uma amiga me emprestou uma
sacola de viagem, suficiente para os quatro dias. Por ter uma
estampa bem diferente, não tive a preocupação de colocar
qualquer identificação. Chegando à capital gaúcha, feliz, entre
beijos e abraços, começamos a nos esquentar dentro do carro.
Já no flat, pedi para tomar um banho e colocar uma lingerie...
E, para minha surpresa, ao abrir a bolsa, só encontrei cuecas
bem gastas, calça jeans e camisetas velhas. ‘Peguei a bolsa
errada!’, gritei, desesperada. Fomos direto para o aeroporto,
porém o guichê da empresa já estava fechado. O resgate da
bolsa ficou para o dia seguinte. No flat, não tive ânimo pra
nada, só pensava nas coisas de valor que estavam na sacola,
incluindo minhas joias. Pela manhã, felizmente, consegui
trocar a bolsa. Para o meu espanto, eram mesmo iguaizinhas!”
A viagem continua: conexões e escalas
Num voo direto, o avião decolou na cidade de origem e só
parou na cidade de destino. Mas nem sempre isso é possível.
O avião pode parar durante o percurso (escala) sem que você
tenha que sair da aeronave. Ou então o avião para, e você é
obrigado a trocar de aeronave para prosseguir: é a famosa
conexão, muitas vezes complicada para os passageiros de
primeira viagem. É hora de ficar ligado:
Ao sair da aeronave, preste atenção no funcionário que
mostra para onde vão os passageiros em trânsito. Se, por
alguma razão, você pegou o caminho errado, procure
informações no balcão da sua companhia. Está aí uma grande
vantagem de viajar com agências de viagem. No aperto, você
tem como recorrer a elas ou receber instruções mais
detalhadas.
Na maioria dos casos, embora você mude de aeronave, a
sua bagagem será transferida entre os aviões. Você não precisa
se preocupar com ela. Quer dizer: reze apenas para que façam
a transferência a tempo...
Algumas conexões representam horas de espera no
aeroporto. Programe­se, pois você já estava ciente disso desde
quando comprou a passagem.
Se você está esperando há mais de cinco horas sua
conexão para Dubai, num aeroporto em Delhi, em plena
madrugada, tem todo o direito de dormir em cima de quantas
cadeiras conseguir pegar. Mas se você perdeu um voo de
ponte aérea Rio­São Paulo, nem pense em se esparramar em
várias cadeiras, deixando pessoas em pé.
Viajar de navio, depois da invenção do avião, era para
poucos e ricos — pessoas que tinham tempo para perder, de
dez a doze dias até chegar ao seu destino, sem falar em outros
tantos no caminho de volta. Esse tipo de viagem ainda existe,
mas há outras modalidades mais aceleradas e baratinhas.
Hoje, viajar de navio é o delírio possível de pessoas que estão
muito mais interessadas na festa e no agito que uma viagem
curta representa do que no sossego infindável de uma
travessia longa e calminha.
No Brasil a moda se instalou recentemente, e as
companhias marítimas andam oferecendo pacotes de
cruzeiros que passam três ou quatro dias pela nossa costa a
preços (financiados a perder de vista) de uma dúzia de
bananas. Com música, comida farta, festa e farra garantidas.
Luiz Paulo Sena foi todo feliz passar o Carnaval num
navio que passeava entre a costa e as ilhas do litoral de São
Paulo e do Rio.
“Eu sabia que ia ser pauleira, pois já haviam me prevenido
que feriados desse tipo são animados mesmo. Se você quiser
uma viagem mais família, com a família, evite essa data para
não ter que dar com um cara bêbado e pelado cantando ‘Ai, se
eu te pego’ às quatro da madrugada no corredor do seu
quarto. E, se quiser dormir ou entrar na piscina sem ser
incomodado com gritos e água espalhada, evite o Natal,
quando pode acontecer de haver oitocentas crianças
embarcadas! O caso é que eu estava a fim de me divertir e fui.
Correu tudo muito bem: boa companhia, boa bebida, bailes até
altas horas. Só na última hora tive um problema digno do
Carnaval: a tripulação adverte os passageiros que deixem, na
noite anterior ao desembarque, todas as malas fechadas no
corredor em frente à cabine para que, durante a madrugada,
elas sejam transportadas até a saída do navio. Assim, quando
o navio atraca, elas vão direto para a estação marítima. O que
acontece é que, meio alto pela festa de despedida (aonde fui
vestido de pirata), me esqueci de separar uma roupa normal
para desembarcar, assim como pente, escova de dente,
óculos... mesmo tendo sido avisado tanto verbalmente quanto
por escrito no programa de bordo, para não esquecer.
Resultado: desci do navio desentendido, de fantasia, cego e
quase descalço.... O resto é só imaginar.”
Cartão de identificação
Legenda No momento do embarque, você recebe o cartão
do convidado (guest card). Ele costuma trazer, na frente ou no
verso, o desenho do navio; nome; data de chegada e saída;
tarja magnética para controle de entrada e saída do navio; e
dois códigos de barras para localização — tanto em alto­mar,
numa emergência, quanto em terra firme, caso você se
distancie dos demais passageiros. O cartão único também
registra o seu cartão de crédito. Assim, torna­se moeda de
compra no navio. Lembre­se de que o mesmo será feito no
cartão de identificação dos menores de idade. Portanto,
cuidado com os gastos de seus filhos!
O cruzeiro dos meus sonhos...
Você vai entrar num resort flutuante, com ambientes e
programação para todos os gostos — tipo de música, de
comida, de jogos, esportes etc. A cada ano, a decoração reforça
a ideia de um mundo à parte, totalmente voltado para
consumo, festa e lazer — no estilo Las Vegas. Você encontra
cruzeiros que oferecem desde um simulador com carro de
Fórmula 1 de verdade até show ao vivo com o cantor das
multidões.
Assim como nos resorts, o sistema mais usado é o
all-inclusive — com refeições incluídas e consumo pessoal de
bebida à parte. Algumas companhias utilizam o open bar — à
base de coquetéis e bebidas populares. Finalmente, há
cruzeiros que, além do sistema all-inclusive, mantêm alguns
restaurantes luxuosos pagos à parte.
Cruzeiros atuais criam mil e um atrativos cobrados à
parte: serviço de quarto 24 horas; cibercafé; cinema 4­D, spa e
assim por diante.
Internet 24 horas é um serviço opcional, caro, cobrado à
parte e que pode ser efetuado em qualquer ponto do oceano,
via satélite. Outra opção é pagar taxas sob demanda, na calling
station — com serviços de uma lan house (tem, inclusive,
salgadinhos para consumo) e até de envio de dinheiro para o
país de origem etc.
Cliente prime
Os cruzeiros atuais oferecem uma classe especial: sessenta
(ou em torno de 0,5% do total das cabines) suítes de alto luxo,
externas, com varanda e piscina privativa e serviço 24 horas,
com gracinhas a que os outros passageiros não têm acesso —
mordomos arrumam sua mala, cuidam da sua bagagem, há
restaurante especial etc. É numa dessas suítes que se hospeda
o Rei. Todos os demais passageiros estão numa classe única:
poderão usar todos os serviços e participar de todas as
atividades a bordo do cruzeiro.
A escolha da cabine
Cabines externas com sacada ou cabines externas com obló
(vigia) — aquela janelinha redonda que ilumina o ambiente e
deixa ver o mar. Ambas são consideradas nobres.
Cabines internas: ótimas para quem gosta de escuro total,
breu mesmo! Balançam menos que as externas.
Cabines no meio do navio balançam menos ainda.
Pode acontecer de você parar justamente na cabine perto
da casa das máquinas, embaixo do deque, ao lado do salão de
festas etc. Além disso, o barulho do ar­condicionado e do
próprio motor do navio fazendo manobras incomoda...
Conclusão: protetores auriculares são verdadeiros salva­vidas
num cruzeiro.
Se houver alguma avaria na cabine que obrigue você a
mudar, normalmente a companhia fará de tudo para oferecer
um upgrade, ou seja, uma cabine melhor para compensar o
aborrecimento.
O embarque
A melhor maneira de chegar à estação marítima é de táxi
— assim você evita perda de tempo estacionando o carro. No
Brasil, as estações marítimas começam a dar mais comodidade
ao passageiro — com ar­condicionado e bons banheiros. Antes
dessa moda de cruzeiros, elas eram mais aparelhadas para
carga.
As agências de turismo costumam oferecer ônibus para o
traslado. Nesse caso, só não pode dormir na última poltrona,
como aconteceu com a goianiense Elis Cristina Arataque, a
caminho do porto, em Natal (rn).
“Acordei em uma garagem, no ponto final do ônibus, sem
que ninguém tivesse dado por minha falta. Comecei a bater na
porta do ônibus, pois estava trancada, e logo veio o motorista,
surpreso, me dizendo que eu estava a mais de uma hora do
porto. Aos prantos, liguei para minha irmã para que ela
avisasse a companhia sobre o meu atraso.
O motorista do ônibus foi muito cordial comigo, pegou o
próprio carro e me levou até o embarque. Consegui chegar a
tempo de conhecer um dos lugares mais lindos que já vi:
Fernando de Noronha!”
O navio atraca pela manhã, no horário marcado na
passagem. Como o número de pessoas a bordo, em média, é
de 3.500, o embarque completo pode demorar até seis horas.
Porém, a vantagem é que, ao embarcar, o passageiro já pode
usufruir de todos os benefícios a bordo: ir para a piscina,
almoçar, usar academia etc.
Não há limite de bagagem por passageiro. Porém,
lembre­se de que um casal com quatro volumes vai ter que se
apertar na cabine com a bagagem e futuras sacolas de
compras.
Dependendo do local, o navio pode ficar a certa distância
do porto. Nesse caso, a companhia fará o traslado dos
passageiros por meio de transportes marítimos locais.
A decoração e a programação de cores dos navios atuais
facilitam muito a sua localização — há ambientes temáticos,
bares, academias etc., e um deles sempre servirá como
sinalização para a sua cabine. De qualquer modo, perca um
tempinho estudando o mapa do navio para não desperdiçar
horas indo e voltando pelo mesmo corredor...
Você recebe diariamente o seu jornal de bordo com a
programação detalhada do dia seguinte, tanto das atividades
do navio quanto das saídas para conhecer pontos turísticos.
Por exemplo: às 8h, passeio no Pão de Açúcar, e assim por
diante.
Vida a bordo
Num cruzeiro, parte das pessoas aproveita as paradas
para fazer turismo, e outra prefere curtir a vida a bordo. Em
ambos os casos, você sempre estará na companhia de centenas
de pessoas. Por isso, antes de começar a reclamar, saiba que:
Carnaval é a ocasião mais festiva e barulhenta. Ninguém
dorme, a animação dura dias...
Réveillon, Natal e Páscoa são ocasiões especiais, com tudo
pensado para agradar famílias inteiras, o que significa muitas
crianças... Embarque no espírito de escoteiro ou escolha outra
data.
O último dia de qualquer cruzeiro é sempre o mais
agitado, especialmente pelas despedidas entre as pessoas que
já criaram laços a bordo. É um dia cheio de surpresas. Dica:
não deixe suas arrumações para a última hora.
Inútil reclamar da lentidão do serviço dos restaurantes.
Num transatlântico, ninguém atende simultaneamente 3.500
hóspedes, mesmo que uma parte opte por jantar no primeiro
turno (início da noite); outra, no segundo turno (horário
nobre); e a última prefira o bufê à beira da piscina. Calcule ao
menos uma hora e meia para cada refeição à mesa. Para o
bufê, conte com longas filas.
Crianças acima de três anos, assim como adolescentes,
contam com atividades supervisionadas, num verdadeiro
clube de férias! Pais podem descansar. Mas não abusem dos
pobres monitores abandonando seus filhos para sempre com
eles...
Condições climáticas adversas podem impedir o seu
sonhado passeio em Veneza. Paciência. O mar e os ventos são
incontroláveis e podem interferir no roteiro pré­programado.
A companhia fará o possível para compensar os viajantes com
roteiro e programações adicionais.
Sua saúde
Os navios possuem hospital e serviços médicos para
atender os passageiros com problemas de saúde e responder a
situações de emergência. Isso não quer dizer que realizem
cirurgias complicadas a bordo! Em casos graves,
providencia­se o resgate do paciente e sua internação em
hospitais parceiros da companhia, ou conforme a cobertura do
seguro­saúde do passageiro. Atenção: todo atendimento
médico feito a bordo é pago à parte. Até um simples curativo
pesará muito no seu bolso.
Uma série de ações faz parte da rotina do navio para
garantir o bem­estar dos passageiros. Por isso, não se
surpreenda se órgãos sanitários internacionais e nacionais
baixarem para o controle de saúde e limpeza. Eles podem
examinar as mãos dos passageiros, inspecionar as cabines,
exigir testes antidoping, de gravidez etc.
Os passageiros são alertados para evitar consumo de
certos alimentos fora do navio — como sucos, bebidas com
gelo — e outras advertências comuns em viagens. A
alimentação interna passa por controle rígido de órgãos
sanitários, e amostras são congeladas para comprovar a
qualidade do produto consumido.
Cachorros podem visitar as cabines para fazer controle de
drogas. O passageiro (ou os tripulantes na mesma situação) é
desembarcado imediatamente caso haja irregularidades.
Por mais que você fique íntimo da tripulação, não insista em:
Pagar à camareira para trabalhar como baby-sitter ou
qualquer serviço para crianças menores de três anos. É
proibido.
Ter um caso com aquele maître que mais parece o George
Clooney. Se ele for descoberto, será desembarcado do navio
pelo comandante.
Participar da festinha da tripulação. De fato, são as mais
animadas. Porém, fechadas.
Pedir para que sua prima de Salvador lhe faça uma
visitinha quando estiver em escala por lá.
Mudar a programação das excursões turísticas. Não há
jeitinho que resolva. Se você foi avisado no seu jornal diário de
bordo da mudança de fuso horário e não prestou atenção,
azar. Não há como mudar a excursão de pelo menos trezentas
pessoas por sua causa.
Compras Estando em águas internacionais, o comércio é
no regime duty-free, com preços internacionais.
ladrão de casaca Por incrível que pareça, há roubos em
navios. Guarde o que for de valor no cofre e nem pense que
está em casa, espalhando bolsas e objetos pessoais por onde
passar. E mais: saiba que os roubos, em geral, não são
cometidos pela tripulação... Bonito, não é?
Esqueceram de mim
Se por qualquer razão você se perder em terra firme
durante uma visita turística, a tripulação terá como localizá­lo
por meio do código do seu cartão magnético. Caso não dê para
buscá­lo imediatamente (pois logo ao final do embarque a
tripulação anuncia o nome do passageiro por alto­falante), a
companhia providenciará traslado, quase sempre de avião,
para reembarque na escala seguinte. Má notícia: você pagará
por todos os custos.
Gorjetas
A maioria das equipes de bares e restaurantes e
camareiros que formam a tripulação compõe o salário com as
gorjetas. Algumas operadoras de turismo já incluem esses
valores no total do cruzeiro (gorjetas pré­pagas). Também há a
possibilidade de encontrar uma lista­padrão no quarto do
hóspede, que contém envelopes com os nomes dos tripulantes
ou funções para o pagamento das gorjetas. É norma
internacional dar gorjetas a camareiros, garçons e maîtres.
Crianças não pagam. O valor também costuma ser menor para
a turma entre 14 e 17 anos.
No navio (mesmo no Brasil), a moeda corrente é o dólar.
Mas como você já registrou seu cartão de crédito, não precisa
de moeda sonante. Abaixo os preços sugeridos para adultos:
Maître (comanda os garçons e é responsável pelo
atendimento geral): US$3,50 por pessoa (pelo cruzeiro)
Garçom: US$3,50 por pessoa (por dia)
Ajudante do garçom: US$1,75 por pessoa (por dia)
Camareiro: US$3,50 por pessoa (por dia)
Além da gorjeta, outra forma de gratificar o colaborador é
preencher a pesquisa de satisfação ou cartão de comentário
ainda no navio, citando o nome do tripulante e todo o
profissionalismo com o qual o hóspede foi atendido. Isso, em
muitos casos, pode virar uma promoção para o tripulante.
Desembarque
Em sua última noite de cruzeiro, você será alertado para
deixar suas bagagens prontas — facilitando assim o
desembarque. Lembre­se de deixar separada a roupa que vai
vestir no dia seguinte e a bagagem de mão, com artigos
pessoais e documentos, para não sair de pijama do navio.
Alfândega Em viagens internacionais, funciona como no
aeroporto. Na volta para casa, alguns passageiros serão
escolhidos para verificação da bagagem.
Dica de viagem para quem quiser fugir do cruzeiro convencional:
Aproveite a programação de grandes transatlânticos
quando estiverem fazendo sua travessia anual, depois da alta
temporada — quase sempre bem mais vazios. Duas opções:
saindo do Brasil de avião, em novembro ou em março, para a
Europa. Lá, escolha um cruzeiro que passe quinze dias por
vários países europeus e, depois, faça a travessia de volta ao
Brasil. Ou saindo do Brasil de navio, em novembro ou março,
passando quinze dias por vários países da Europa; volte de
avião.
No hotel
Por indicação de amigos, pesquisas na internet ou por
recomendação da agência, você chegou ao hotel onde vai viver
os seus dias de hóspede. E, embora esteja pagando, lembre­se
de duas coisinhas: (1) você não está em casa; (2) o lugar
também tem suas regras. Leia com atenção as instruções,
quase sempre deixadas no criado­mudo, na mesinha do
quarto ou atrás da porta; lá você vai saber o horário para o
café da manhã, como chamar os serviços de quarto, o
funcionamento de telefone, internet e restaurante, onde ficam
as toalhas para a piscina etc. Chegando ao quarto, abra
armários, veja se tem cabides suficientes, verifique o estado de
travesseiros e cobertores, cheque se as toalhas são suficientes,
teste controles remotos de TV e ar­condicionado, ligue o
chuveiro e aprenda a esquentar a água. Só depois dessa geral é
que você vai poder se acomodar e se sentir instalado.
No momento do check­in — quando você apresenta as
suas reservas e preenche a ficha de entrada —, informe­se
sobre a duração das diárias. Em geral, não importa a hora de
chegada, diárias de hotéis vencem às 12h. Passou desse
horário, você deverá liberar o quarto para outro hóspede. Ou,
caso não haja problema de lotação, sua diária será estendida.
Qualquer mudança, nesse caso, tem que ser negociada logo na
chegada. Não tem choro nem jeitinho que resolva depois…
Diária vencida não quer dizer que você será expulso do
hotel e suas malas, jogadas no meio da rua. Se seu voo for
tarde da noite, faça o check­out no horário normal, deixe a
bagagem no guarda­malas do próprio hotel e volte para pegar
na hora de ir para o aeroporto. Há hotéis que estendem o
horário de saída — especialmente aos domingos, finais de
semana prolongados e feriadões. Informe­se.
Sabe aquelas coisas de valor, como joias e passaporte, que
vieram grudadinhas em você? Pisou no hotel, devem ir direto
para o cofre.
Muitos itens ou serviços de hotelaria são cobrados à parte:
fitness, internet, itens do frigobar, telefone, lavanderia etc.
Carregue sempre com você o cartão do hotel. Além de ser
a chave do seu quarto, acender luzes e ligar o ar­condicionado,
traz o endereço de onde você está hospedado em caso de se
sentir perdido pela cidade.
Na porta do hotel, você pode pendurar a famosa
mensagem “do not disturb” para que ninguém venha
perturbá­lo. Há quem acredite ser chamariz para possíveis
roubos. Não parece verdade, ao menos nos bons endereços. Já
a mensagem “please, make up room”, ou “favor arrumar o
quarto”, é útil — evita que você volte louca por um banho e dê
de cara com a camareira em plena atividade.
Fale baixo. E, nos corredores, sussurre.
Maneire no volume da televisão — especialmente à noite,
quando os ruídos parecem ligados num amplificador.
Consumo de frigobar e de telefone pode pesar mais no seu
bolso do que a passagem de avião.
Evite encher o prato com todas as opções que o sistema
self-service do hotel oferece, como se fosse a última refeição da
sua vida.
A quem dar gorjetas
Dar gorjeta não é um gesto obrigatório. Em países como o
Japão, pega mal receber qualquer gratificação. Mas, no
Ocidente, tornou­se de tal modo habitual que a equipe que
presta serviços diretamente ao hóspede passou a esperar por
isso. No Brasil não há uma tabela fixa. Você pode se basear em
referências internacionais.
Carregador de malas: um dólar por mala.
Camareira: no Brasil fica entre dez e vinte reais,
principalmente quando a estada passa de duas diárias. Em
outros países, varia de cinco a dez dólares por noite.
Rapaz que serve o andar (room service): em torno de 10%
da conta.
Capitão-porteiro (chama o táxi): não é usual dar gorjetas.
Mas caso ajude com bagagens ou tente encontrar táxi na rua,
recomenda­se um dólar ou mais.
Concièrge (presta todo tipo de informação e serviços:
desde a reserva de restaurantes à compra de entrada para
espetáculos ou confirmação de voo): dez reais ou mais.
O turista em restaurantes e bares
Restaurantes nacionais Cobranças de 10% do valor total.
Em geral, já está incluso na conta, mas sendo o pagamento
desse percentual opcional.
Na maioria dos países, o salário fixo dos colaboradores
também é complementado pelas gorjetas. Nos Estados Unidos,
normalmente os restaurantes esperam de 15 a 20% de gorjeta,
e na maioria dos restaurantes europeus a taxa de 10 a 15% já
vem inclusa na conta, mas, se o serviço foi extraordinário,
pode­se deixar um pouco mais.
Bares A gorjeta gira em torno de 10% nos bares dos
Estados Unidos. Espera­se um dólar de gorjeta a cada drinque
solicitado ao bartender, que normalmente é pago no ato do
pedido. Já no Reino Unido, não é usual dar gorjeta em pub.
Caso esteja impressionado com o serviço, o cliente pode
oferecer uma bebida como forma de agradecimento.
Hóspede na casa dos outros
Os parentes (ou amigos) insistiram no convite, e vocês
acabaram aceitando se hospedar na casa deles. Pois para que
continuem a ser bem­vindos e, sobretudo, queridos, alguns
cuidados têm que ser tomados, além de um presente que,
naturalmente, tem que ser dado e muito bem­escolhido como
prova de agradecimento. Por mais intimidade que se tenha
com seus hospedeiros, hóspede tem data certa para chegar e
para partir. Nada pior do que o tipo que estica a estada, por
mais divertida que esteja. Outras pequenas regras fazem da
temporada na casa dos outros um prazer para todos, e não um
tormento desesperador:
Tratem a casa deles como se estivessem num palácio.
Cuidem para não molhar mesas com copos gelados, não
deixar cinzeiros sujos na sala ou mesmo no quarto,
não deixar o banheiro molhado depois do banho.
Façam algumas gentilezas para os anfitriões, como levar o
cachorro para passear, trazer flores, ir para a cozinha e
preparar uma comidinha, levar a criança da casa ao cinema.
Nunca tratem as pessoas que trabalham na casa como se
fossem seus empregados: nada de pedir comidas especiais ou
uma bainha rápida para a calça nova; usar a secretária para
marcar seus encontros; e muito menos ainda pedir que
comprem outra marca de adoçante.
Não percam a chave da casa, não fiquem horas ao
telefone, não façam interurbanos. Não deem trabalho!
Não usem o computador dos donos da casa como se
estivesse numa lan house. Se precisar, peçam licença (a cada
vez).
Ao sair, deem gorjeta para quem ajudou na estada.
Levem um presente para os donos da casa: pode ser um
vinho, uma cachaça para a caipirinha, um bom azeite ou
algumas delícias para a hora do aperitivo. Se você tiver algum
pendor para chef, compre os ingredientes e prepare uma massa
ou uma sobremesa do seu caderninho de receitas.
Férias foram feitas para relaxar, mas não sejam folgados.
Tratem a casa de seu anfitrião tão bem quanto trata a sua (ou
até melhor). Não deixem a cama desarrumada e mantenham
suas roupas em ordem.
Cada casa tem a sua dinâmica. Por isso, respeitem os
horários e hábitos do lugar: se o almoço vai para a mesa às
14h, estejam prontos e não atrasem, ou avisem com
antecedência que não vão comparecer.
Se vocês não têm um banheiro próprio, pendurem suas
toalhas molhadas na área de serviço. Aliás, perguntem se
vocês precisam levar toalhas e roupas de cama.
Fiquem atentos e vejam se os donos da casa não precisam
de alguma ajuda. Ofereçam uma mãozinha antes que lhes
peçam alguma coisa...
Circular de pijama pela casa dos outros é horroroso.
Vistam uma roupa antes de sair do quarto.
Dessa maneira, todo mudo vai se lembrar com prazer da
visita. E o convite será sempre renovado.
Boas compras
Fora do seu país, dá a impressão de que toda compra vale
a pena, seja porque você nunca viu antes ou porque fica na
ilusão de que levará uma parte da emoção que cada lugar
despertou. Os souvenirs irresistíveis dos museus, as ofertas das
livrarias, as comidas de sabores únicos, as roupas e acessórios,
às vezes tão desejados por aqui, estão lá, à sua frente, e ainda
por cima em liquidação!
Como não transformar a sua viagem num entra e sai de
provador, de lojas e de espera em filas de caixas?
Melhor ir sozinho às compras, assim não estraga o
programa turístico de ninguém. Reserve um tempo folgado.
Compras de última hora feitas na correria são ruins (e saem
caro) em qualquer lugar do mundo.
Se você vai permanecer por vários dias numa cidade
muito diferente da sua, aproveite para temperar seu
guarda­roupa, comprando uma peça ou outra por lá. Além de
variar seu visual, vai deixar você mais parecido com as
pessoas nas ruas...
Cuidado com as compras étnicas. Muitas peças
maravilhosas — como um shalwar qamiz (aquela calça fofa
afunilada nos tornozelos usada no Paquistão) ou uma estátua
de macaco balinês — fazem sentido quando você está lá, no
clima da viagem. Aqui (felizmente, aliás), vão parar no fundo
do armário.
A numeração de calçados e roupas não é a que você
conhece. Experimente.
Momento duty-free ou Momento free shop
Duty-free é a isenção de impostos que o turista ganha ao
comprar produtos nas zonas livres dos aeroportos
internacionais. Embora as grandes marcas internacionais
tenham lojas nesse espaço, não pense que vai encontrar por lá
tudo o que viu nas mesmas lojas da cidade. Os artigos
duty-free são bem mais limitados e muitas vezes feitos
especialmente para esse tipo de loja.
Hoje é possível fazer encomendas pela internet e retirá­las
no free shop do seu país de origem, sem enfrentar filas. Ótimo,
especialmente para bebidas e outros comestíveis. É cada vez
mais difícil transportar esse tipo de volume nos voos
internacionais.
A França pratica o détaxe, um sistema de reembolso do
imposto sobre valor das compras que o turista fizer igual ou
acima de 175 euros, numa mesma loja e no mesmo dia — em
todo o país. O procedimento acabou aceito nos países da
União Europeia, assim como na Argentina (tax-free), Canadá
(goods and services tax), cada qual com seu piso para aplicar os
descontos etc.
Quase sempre, esses países deixam fora do reembolso:
serviços (locação, hospedagem), alimentos, cigarros, pedras
preciosas avulsas etc. Até o momento, o Canadá é o único a
permitir devolução de impostos pagos por hospedagem.
Algumas lojas caríssimas costumam elevar o valor
mínimo para dar o desconto, apesar da legislação...
Na hora de pagar a compra, você deverá apresentar o
passaporte e preencher o formulário de reembolso para
apresentá­lo na alfândega, no momento de saída do país, junto
com as mercadorias e as notas de compras. Assim, você e a
loja têm direito à devolução dos impostos — que chegam pelo
correio, pelo cartão de crédito ou em espécie, no próprio banco
do aeroporto.
Os grandes magazines costumam reservar uma área para esse
trâmite, e já existem até empresas especializadas em
providenciar a restituição para o turista.
No dia de viajar, lembre­se de carregar na bolsa as notas
de compras e o formulário da détaxe, junto com o seu
passaporte — separados do resto da sua papelada. Não se
esqueça de colocar essas compras especiais por cima de tudo
na mala, já que é possível que o policial queira conferi­las.
A maioria dos estados americanos não aderiu ao tax-free!
Tabela comparativa de numeração de calçados — só para
você ter uma base:
Meninos, eu vi (aconteceu comigo): na Tailândia, tive
acessos de riso ao ver um amigo ser obrigado a colocar uma
saia longa, estampadinha, por cima da bermuda para poder
entrar nos templos e nos palácios. Era de dar pena ver aquele
homem, normalmente muito elegante, de tênis, camisa polo,
boné e óculos escuros, subindo e descendo as escadarias dos
monumentos com sua saia de algodão presa por um elástico
na cintura! Tenho fotos inesquecíveis do vexame.
Gafes como essas fazem parte da viagem a países de
cultura muito diferente da nossa. O guia pago, nesses lugares,
é uma grande segurança para enfrentar o desconhecido. Sem
eles, fica difícil negociar preços e entender as mudanças
bruscas de regras — como aconteceu com o amigo da Laís
Campos, num passeio de camelo, no Egito:
“Eram dez horas da manhã, lá estávamos nós, de
Alexandria até o Cairo, num ônibus repleto de turistas de
todas as nacionalidades, sob o sol de 40°. Aquela imensidão
do deserto fazia parceria com os comerciantes e ambulantes
poliglotas... Se der bom­dia a um deles, aí complicou, eles
ficarão no seu pé até que vista um turbante e suba no camelo.
Meu amigo resolveu montar por dez dólares, dez minutos.
Passado um tempo, comecei a ver a movimentação dos
gringos de volta para o ônibus, para prosseguir a excursão
pelo deserto. A guia turística egípcia, que falava perfeitamente
italiano, fechou a porta. Nada do meu amigo! Saí para
procurá­lo e logo o avistei, em cima do camelo, gesticulando
com o comerciante que resolvera cobrar vinte dólares pelo
passeio. Naquela altura, todos nós já havíamos comprado
todos os papiros, pirâmides e quinquilharias... Foi duro tirá­lo
de lá sem pagar. No ônibus de volta, senti um alívio, pois
quando não estamos em nosso território, a dimensão das
coisas é bem diferente: a gente se sente areia no deserto!”
Nesse turismo para lugares muito distantes dos nossos
costumes e em que a língua é de fato uma barreira, a
informação dada pelos guias de viagem, ou que você recebe
diretamente do pessoal que trabalha nos navios ou do próprio
concièrge do hotel, pode evitar problemas ainda maiores:
deportação e até prisão!
Nós, brasileiros, somos expansivos e comunicativos. Mas
não expresse isso beijando todo mundo desde o primeiro
contato, tocando o interlocutor que você mal conhece
enquanto conversa, ou, pior, interrompendo quando ele fala.
Trate todo mundo por “senhor” e “senhora” a menos que eles
peçam o contrário. O ator norte­americano Richard Gere,
budista de carteirinha, acostumado a visitar a Índia, foi
condenado à prisão por três meses por ter beijado na bochecha
a atriz de Bollywood Shilpa Shetty num evento público, ato
ofensivo para os grupos de defesa dos valores hindus.
Gestos e sinais não são tão universais quanto parecem!
Até o movimento de “sim” e “não” com a cabeça pode ser
invertido se você estiver na Tailândia. O popular “V de
vitória” e o polegar para cima, tipo “positivo”, são
xingamentos na Austrália. A mão em figa tem forte conotação
sexual na Romênia e na Grécia... Resumo: não se arrisque na
mímica.
Há muitas esquisitices pelo mundo. Desde 1992, por
exemplo, é proibido mascar chicletes em Cingapura, como
forma de evitar que sejam colados em bancos, portas com
sensores etc. Em 2004, a lei foi revista para permitir a venda de
chicletes sem açúcar para fins medicinais, mediante receita de
dentistas e farmacêuticos. Olha só: chicletinho na bolsa é
proibido.
Nos templos asiáticos não se entra de sapatos. Não tente
dar uma de espertinha guardando o seu na bolsa para não se
perder entre os milhares do lado de fora. Se for descoberta,
tomará uma advertência do mesmo jeito. A ideia é de que você
está entrando em lugar santo, e, do vestuário, o sapato é
considerado a peça mais suja.
À mesa, sempre espere o sinal dos anfitriões antes de
começar a comer. A diversidade nesse assunto é enorme.
Observe e imite o pessoal da casa: se toma sopa com ruídos,
faça o mesmo; se levanta a taça para o brinde, idem; se limpa o
molho com o pão, limpe também...
Espirrar, cuspir ou tossir ruidosamente na China, em
Taiwan, em Hong Kong e na Coreia do Sul pode transformar
você no inimigo número 1 da saúde pública. A densidade da
população forçou um controle rigoroso das doenças virais —
como a influenza ou a gripe suína. Contenha­se em público, ou
pagará multas pesadas.
Sabe a sua tia que fica magoada caso você recuse um prato?
Na China é assim também. Finja ao menos experimentar...
A malha não combina com coisa nenhuma, o vestido fica
péssimo com os sapatos que vieram, o paletó é pesado demais,
e tem top de menos para calça de mais. Um inferno!
Mala errada é um tormento. Faz você se sentir uma pessoa
incapaz, inadequada, sem noção. Fora o tempo que se perde
em ir atrás de alguma roupa que combine com as peças
desencontradas que estão ali na sua mala. Desacertos como
esses podem ser minimizados se você checar direito a
temperatura média do lugar para onde está indo, levar em
conta os compromissos que vai ter e, especialmente, se não
perder a cabeça e quiser levar roupinhas novas que comprou
para inaugurar na viagem.
Pois pode ir tirando a cabeça das nuvens: em viagem a
gente só deve levar roupas e sapatos com que a gente se dá
muito bem; só peça tipo amor correspondido. Aquelas que já
foram previamente testadas, amaciadas e conhecidas. Aquelas
que a gente põe sem pensar muito, já sabendo com que
acessório usar durante o dia e quais os que se pode acrescentar
para mudar um pouco o visual para sair à noite. Quer uma
ajuda? Olhe as listinhas/guia que preparamos para você.
Verão na cidade
Sem praia
Duração: 15 dias
Onde: cidades como Rio de Janeiro, Miami, Roma
Cores: cru, branco, bege, preto, 1 cor viva e 1 tom mais claro
1 paletó ou jaqueta de tecido + calça para a noite
1 paletó ou jaqueta de tecido + calça ou saia para o dia
1 calça cáqui para o dia
1 calça cápri cáqui ou de outra cor neutra para o dia
1 calça jeans
1 calça cápri preta
1 saia cáqui ou em outro tom neutro para o dia
1 saia leve
2 vestidos para a noite (1 preto, 1 colorido)
2 vestidos coloridos (1 estampado, 1 liso) para o dia
4 camisetas (2 coloridas, 1 branca, 1 listrada)
2 camisas, blusas ou túnicas (1 branca, 1 de outra cor)
4 tops decotados para usar embaixo dos paletós ou
avulsos (regatas, de alcinhas)
1 par de sapatos de salto alto
2 pares de sandálias (1 para o dia, 1 de salto alto para a noite)
1 par de sandálias esportivas para o dia (baixa e colorida)
1 par de sapatilhas coloridas
1 bolsa esportiva maior
1 bolsa pequena para a noite
2 camisolas, pijamas ou camisetas para dormir
1 quimono de algodão
2 pares de meias soquetes (brancas)
4 sutiãs (2 brancos, 1 cor da pele, 1 preto)
8 calcinhas (4 brancas, 2 cor da pele, 2 pretas)
Para caminhadas/esportes: sua roupa favorita + tênis
Se a cidade tiver praia, acrescente:
2 bermudas (ou 1 bermuda e 1 short)
1 maiô e 2 biquínis
saídas de praia (canga, camiseta, camisa etc.)
1 chapéu ou boné
1 bolsa de praia
1 par de chinelinhos
Inverno na cidade
Duração: 15 dias
Onde: cidades como Buenos Aires, Paris, Nova York
Cores: duas neutras – 1 cor da estação, 1 cor forte
1 mantô neutro (preto, cinza ou marrom, que sirva para o
dia e para a noite)
1 trench coat impermeável
1 jaqueta de couro, camurça ou nylon
1 blazer, paletó ou jaqueta na cor preta
2 calças pretas (1 para o dia, com stretch, 1 para a noite)
2 calças (uma cáqui, outra cinza)
1 calça jeans
1 saia preta
1 vestido habille (se tiver compromisso formal)
2 tops mais sofisticados para a noite (fru­frus, rendas,
cetins); podem até ser decotados, pois, se você for dançar, os
lugares normalmente são aquecidos
4 malhas leves (preta, bege e coloridas, listradas, de pouco
volume: esquentam tanto quanto os malhões, sem fazer
volume na mala)
2 camisetas brancas (de mangas longas)
2 camisetas pretas (1 de mangas curtas, 1 de mangas longas)
2 camisetes cor da pele, para usar sob as malhas
1 xale grande preto, vermelho ou estampado como saída
noturna
2 cachecóis (1 preto, 1 colorido)
1 par de luvas
2 cintos (1 preto, 1 marrom)
1 par de sapatos resistentes para o dia
1 par de sapatos baixos para o dia
1 par de escarpins pretos para a noite
1 bolsona para o dia
1 bolsa pequena para a noite
1 quimono ou roupão
2 camisolas ou pijamas
2 meias­calças grossas (1 preta, 1 vermelha)
1 meia­calça preta fina
4 pares de meias soquete (2 pretos, 1 marrom e 1 branco)
4 sutiãs (2 brancos, 1 cor da pele, 1 preto)
8 calcinhas (4 brancas, 2 cor da pele, 2 pretas)
Para caminhadas/esportes: sua roupa favorita + tênis
Inverno no campo
Duração: 15 dias
Onde: cidades tipo Campos do Jordão, Petrópolis
Cores: azul­jeans, preto, 1 cor neutra (cáqui, marinho ou
marrom) e cores vivas para lãs
1 jaqueta impermeável de nylon
1 jaqueta jeans
1 jaqueta de couro
1 poncho, pelerine ou xale grande
2 calças jeans
4 calças (2 mais leves, 2 mais quentes, sendo 1 preta para a
noite)
1 camisa (xadrez, jeans ou branca)
1 saia ou minissaia (pode ser jeans)
1 bermuda ou short
5 malhas de lã (1 de gola alta, 2 redondas, 2 em V)
4 camisetas de mangas longas (1 preta, 1 branca, 2
coloridas)
2 camisetas de mangas curtas (1 preta, 1 branca)
1 par de botas marrom
1 par de botas pretas para a noite
1 par de sapatos baixos de amarrar
1 par de chinelos invernais (opcional)
1 mochilão para o dia
1 bolsa para a noite
2 cintos
vários cachecóis, gorros, luvas
1 quimono ou roupão
2 pijamas
6 pares de meias soquetes (2 brancos, 2 escuros, 1 preto e 1
para dormir)
4 sutiãs (2 brancos, 1 cor da pele, 1 preto)
8 calcinhas (4 brancas, 2 cor da pele, 2 pretas)
1 maiô + 1 par de chinelinhos (para sauna ou piscina
aquecida do hotel)
Para caminhadas/esportes: sua roupa favorita + tênis
Férias de verão na praia
(com opções de roupas para Natal e réveillon)
Duração: 15 dias
Onde: praias como Trancoso, Pipa, Porto de Galinhas
Cores: branco, cru, bege, 1 cor viva e 1 tom mais claro
2 cardigãs leves ou malhas­rede mais chics para se
proteger do vento noturno
1 jaqueta leve de jeans ou moletom
1 jaqueta de nylon com capuz ou capa plástica (sempre
chove no verão)
1 calça de brim leve (marinho, areia, cáqui, colorida)
1 calça de viscose estampada tipo Bali ou saia jeans para a
noite
2 bermudas
2 shorts
2 leggings ou 2 saias (1 minissaia jeans e 1 curta ou longa)
1 túnica ou vestidinho curto para a tarde ou a noite
1 vestido branco de algodão, curto ou longo, bordado,
especial para a noite de réveillon
1 vestido estampado para a noite de Natal, curto ou longo,
dependendo da moda
4 camisetas/tops coloridos (regatas, ou tops mais fashion)
2 camisetas brancas (1 simples, 1 mais caprichada)
2 blusas leves (bordadas ou com detalhes diferentes)
2 camisas brancas (embora só aguentem ser usadas uma
vez cada)
5 biquínis
2 maiôs inteiros
4 saídas de praia (canga, camiseta, vestidinho, túnica, que
não façam volume na mala)
1 boné e 2 chapéus (1 para a praia, 1 para sol)
2 havaianas (ouro e prata)
1 par de sandálias baixas de cor neutra
1 sandália para a noite
1 sacolona para a praia
1 clutch de palha para a noite
2 camisetas para dormir
1 quimono de algodão
3 pares de meias soquetes (brancas)
3 sutiãs (1 branco, 1 preto, 1 cor da pele)
8 calcinhas (brancas, pretas, cor da pele)
lencinhos para o cabelo e bijus à vontade
Para caminhadas/esportes: sua roupa favorita + tênis
Viagem de negócios
Duração: 7 dias
Onde: eventos, congressos, feiras, convenções
Cores: preto, branco, bege ou cáqui + 1 cor da moda
1 terno ou tailleur preto (blazer + saia + calça)
1 terno ou tailleur de cor neutra – cáqui, marinho, bege
(blazer + saia + calça)
1 jaqueta ou paletó avulso que combine com as calças ou
saias dos outros ternos (xadrez, risca de giz)
1 jaqueta de couro ou tecido (não jeans)
1 suéter leve
1 cardigã
1 calça preta, cinza ou marinho
1 vestido preto para a noite
2 vestidos para jantar (podem ser do tipo envelope de
jérsei, que são femininos e não ocupam muito espaço na mala)
2 camisetas brancas
2 camisetas pretas
1 camiseta listrada preta e branca
2 camisetas coloridas
2 blusas para a noite (renda, fru­frus, cetim)
2 camisas brancas
1 par de escarpins para o dia (altos ou baixos)
1 par de escarpins pretos
1 par de sandálias de salto alto para a noite
2 bolsas (você não vai ficar trocando de bolsa; basta uma
grande para o dia e a pequena para a noite)
2 cintos
3 lenços ou echarpes
2 pares de meias soquetes
3 sutiãs (1 branco, 1 preto, 1 cor da pele)
5 calcinhas (3 brancas, 1 preta, 1 cor da pele; meias­calças –
neutras e coloridas)
1 roupão
1 camisola
1 chinelo
Para caminhadas/esportes: sua roupa favorita + tênis
Observação para a mala de negócios Não se espante nem
ache caretice a recomendação de terninho ou tailleur para as
viagens de negócios. Ninguém está falando em terno
masculino ou tailleur com cara de uniforme de generala do
exército. Nenhum desses modelos precisa nem deve ser
supertradicional. Ao contrário, varie nas proporções das peças
de modo que fiquem bem atualizados. Por exemplo: faça a
saia no formato A, se ele vestir melhor para o seu biótipo, e
paletós mais ajustados, com detalhes da moda. O mesmo vale
para calças, mais afuniladas ou largas, de tecidos modernos,
que não amassem. Paletós e saias ou calças podem inclusive
ser de padrões diferentes para justamente não ficar com cara
de uniforme.
Na mala masculina
Vai num dia, volta no outro? O nécessaire e os apetrechos
eletrônicos são os mesmos que você levaria se fosse passar um
mês fora. Aqui, lembretes para qualquer tipo e tamanho de
mala.
Nécessaire
produtos para a barba (a seu modo: creme, barbeador,
pós­barba... o que estiver acostumado a usar)
pente, xampu e os produtos de cabelo a que estiver
habituado
desodorante
escova de dentes, pasta e fio dental
algum hidratante
perfume
remédios habituais e alguns band­aids, camisinhas e
cotonetes
protetor solar
Na mala
estojo de unhas (trim, lixa, tesourinha)
máquina de cabelo (e de pelos em geral)
óculos escuros e de leitura
parafernália de lentes de contato (se usar)
1 miniguarda­chuva
adaptador de tomada
fonte de computador e mouse avulso (se usar)
carregador de celular e tablet
Não esquecer meias, cuecas e cintos suficientes, além de
roupa completa com tênis para um esporte ou caminhada
Na mala de mão
Leve com você uma cueca, um par de meias e uma
camiseta ou camisa polo branca ou preta (manga longa ou
curta, dependendo da estação) para o caso de extravio da
bagagem
Navio: tudo o que você tem que levar na mala para curtir
em alto-mar
Duração: 7 dias
Onde: América Central, Mediterrâneo ou pelo Brasil
Cores: preto, branco, bege ou cáqui + cores da moda
Para a piscina
2 ou 3 biquínis, para a piscina
pareôs ou saídas de praia
uma boa sacola de palha ou de plástico para colocar
protetor solar, óculos, pente, carteira, o livro que você levou
para ler quando tivesse um tempinho
chapéu
chinelinho
Para o dia
1 jaqueta impermeável de nylon colorida
2 camisas brancas
2 bermudas
2 calças claras (cru, areia, branca, cáqui)
1 calça azul ou jeans
1 tricô leve, tops e camisetas
1 saia longa de algodão ou vestido (colorido ou
estampado)
1 sandália baixa
1 par de tênis
Para a noite
3 vestidos leves de alcinhas, com decotes bonitos para a
noite (informe­se antes sobre a programação, para ver se há
pedido de algum traje específico — como a rigor, ou fantasia
etc.) para a Festa do Capitão
2 calças compridas (sendo 1 preta)
4 blusas ou tops em tecidos mais preciosos, como cetim,
seda ou georgette
1 par de sandálias de salto
1 saia esvoaçante
xales ou echarpes para o ventinho que sempre sopra à
noite no mar
1 camisola
1 quimono de algodão
3 sutiãs (2 brancos e 1 preto ou cor da pele) e 5 calcinhas (3
brancas e 2 pretas ou cor da pele)
Para caminhadas/esportes: sua roupa favorita + tênis
Festa do Capitão ou Noite do Comandante Se o traje
especificado for a rigor, as mulheres devem ir de vestido de
baile longo (às vezes a moda libera e até favorece os curtos);
decotes, transparências, brilhos, bordados e tecidos preciosos;
sapatos, sandálias, joias ou bijus muito especiais. Para os
homens: smoking tradicional. Hoje também está liberado o
terno escuro para essa solenidade nos cruzeiros.
viagem de final de semana
Na praia, temperatura quente
2 biquínis (ou 1 maiô, 1 biquíni)
1 canga
1 chapéu ou boné
1 bolsa para a praia
1 ou 2 saídas de praia
3 camisetas (brancas e coloridas)
2 bermudas (ou 1 bermuda, 1 short)
1 jaqueta bem leve ou de jeans branco/neutro
1 calça
2 vestidinhos (ou minissaias + tops para a noite)
1 sandália de praia
1 sandália ou sapatilha
1 sandália para a noite
1 quimono de algodão
1 camisola
2 meias soquetes brancas
2 conjuntos de lingerie
lenços, bijuterias e outros acessórios que não pesem na mala
Para caminhadas/esportes: sua roupa favorita + tênis
Temperatura “friozinho” no campo
2 biquínis (ou 1 biquíni e 1 maiô)
1 saída de piscina ou sauna
1 sandália para pés molhados
1 chapéu
1 calça jeans
1 calça de brim ou veludo para o dia
1 camisa jeans
1 camisa xadrez ou listrada
2 camisetas
2 bermudas
2 calças para a noite, ou 1 calça e 1 saia (ou minissaia)
1 malha ou blusa para a noite
1 cardigã
1 jaqueta ou 1 casaquinho de couro, camurça, jeans
1 par de botas
1 sapato baixo de amarrar
1 quimono ou roupão
1 camisola
1 meia­calça preta ou colorida
3 meias soquetes
2 conjuntos de lingerie
xales, echarpes, lenços e outros acessórios que não pesem
na mala
Para caminhadas/esportes: sua roupa favorita + tênis
A mala do bebê (viagem de 7 a 10 dias)
1 lata de leite em pó é sempre garantia; não é em todo
lugar que se encontra a marca preferida do bebê
fraldas — diurnas e noturnas (de acordo com a
quantidade que o bebê usa): como é um item que ocupa
espaço na mala, compre as restantes no lugar do destino: na
farmácia no aeroporto ou próxima ao hotel. Dê preferência às
noturnas e às específicas para mar e piscina que seguram
vazamentos (2 por dia)
cobertores universais, que se adaptam a qualquer carrinho
de bebê
2 cobertores de frio e mais 1 para troca de fraldas/apoio
2 lençóis, pois nunca se sabe se o colchão do hotel ou de
onde vamos ficar hospedados está com cheiro de mofo, poeira
etc.
capa de chuva para carrinho de bebê
mosquiteiro para carrinho (se for praia ou campo)
carrinho de bebê — prefira os mais leves, de alumínio, que
cabem no banco traseiro de qualquer carro e substituem a
cadeirinha, obrigatória no Brasil. Despache no check­in, eles
embalam direitinho
boia de braço; 3 maiôs ou sungas (se houver piscina/praia)
bonés ou toucas
body e regata (2 ou 3 por dia)
camisetas (ao menos 3 por dia). Para meninas, o coringa é
o vestido (2 por dia)
culotes e camisetas à vontade
5 shorts
3 casacos leves e 1 pesado (calor). Ou 3 pesados e 1 leve
(frio). Os de botões são os mais fáceis de pôr e tirar
1 casaco impermeável com capuz para proteger do vento
2 pares de sandália (calor) ou 1 sapato forrado ou bota
forrada (frio)
2 pares de tênis
1 macacão impermeável forrado, com luva (vento e frio)
1 macacão de manga longa, ou body + meia­calça ou
legging (menina)
2 macacões curtos
2 pares de meia por dia das curtas (calor). Para o frio, leve
também as longas (tipo meia­calça para meninas), uns 5 pares
e umas 3 leggings
2 pijamas
1 sabonete e 1 xampu infantis
1 pente e 1 escova
1 escovinha de dentes e creme dental (dependendo da
idade)
pomada e mordedor, caso esteja na fase de romper
dentinhos
protetor solar
cremes para assadura (um para prevenir e um para curar)
repelente para insetos e pomada para picadas
FIM DE VIAGEM
Este livro é para todos os que acham que o mundo é maior
e mais interessante do que as paredes do próprio quarto.
Sou daquelas que acha que viajar é bom até quando dá
errado. Como disse Carlos Drummond de Andrade: “Viajar é
um prazer que nem sempre se saboreia em viagem.”
Pois então que se saboreie em casa. Mas, ao menos, é algo
para se saborear para sempre...
AGRADECIMENTOS
Pelas informações ou dicas: Ricardo Cisneiros (bebê a
bordo e bagagem do bebê); Ronaldo Rezende (viagem de
navio); à equipe do Senac­SP (gorjetas nos hotéis, restaurantes
e cruzeiros); Walter Vicente Ferreira, coordenador de design
do Senai­sp (tabela com a numeração comparada de calçados).
Vinicius e Gabriela Bisogni (lua de mel); Andre do Val e
Eduardo Viveiros — editor executivo e editor do site Chic
(www.chic.com.br) —, pelo empenho na promoção junto aos
nossos internautas­viajantes para que compartilhassem
conosco suas histórias. São eles os viajantes chics:
Patrícia Rosa e Nina Marinetti, Vinicius Castro Alves,
Maria Taciana Pereira de Mendonça, Marta Cruz Castro,
Fabiola de Freitas Miranda Costa, José de Arimatéia Silva
Junior, Luciana Micheletti, Francisco Luiz das Neves Bezerra,
Rodrigo Martins, Juliana Gama Faleiros, Marise Caetano,
Flávia Canêdo, Renata Cerolini, Gessiane Barbosa, Tetê e
Eduardo Assad, Patricia Perri Saheli, Valéria Assis, Lorena
Bezerra, Cleusimar Marques, Silvania Freitas, Luiz Paulo Sena,
Elis Cristina Arataque, Lais Campos.
Alguns textos do livro Viajante Chic foram retirados de
outras obras ou colaborações da autora:
“Guia para viajar linda — O guarda­roupa ideal para
vários tipos de viagens / Passo a passo da mala Chic”. Revista
Criativa, Criativa de bolsa. 5ª especial, edição n.164, São Paulo,
dez./2012.
“Alô, passageiros”, Revista Voo Livre, Espírito Santo,
2009.
Alô, chics!. São Paulo: Ediouro, 2007.
Chic[érrimo]: moda e etiqueta em novo regime. São Paulo:
Ediouro, 2008.
Chic: um guia de moda e estilo para o século xxi. São
Paulo: Senac, 2011.
Editor responsável Guilherme Vieira
Produção Adriana Torres e Ana Carla Sousa
Produção editorial Gabriel Machado
Pesquisa e edição de texto Leusa Araujo
Revisão Bete Muniz
Projeto gráfico e diagramação Luciana Facchini
Ilustrações Veridiana Scarpelli
Imagens de capa e da página 116 Miro

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