ESTUDOS BASEADOS NO LIVRO DE GÊNESIS

Transcrição

ESTUDOS BASEADOS NO LIVRO DE GÊNESIS
2o TRIMESTRE _ 2009 _ No 287
NO PRINCÍPIO
Estudos BasEados no Livro dE GênEsis
45ª
Assembléia
Geral
Um dever do consagrado,
um direito do membro
27, 28 e 29 de novembro de 2009
Estância Árvore da Vida – Sumaré, SP
Informações no site: www.portaliap.com.br
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MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA
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Transformar as pessoas
em discípulas de Cristo,
através do ensino e da prática
da palavra de Deus.
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LIÇÕES
B ÍBLICAS
REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS
2º TRIMESTRE – 2009 – Nº 287
Copyright © 2009 – Igreja Adventista da Promessa
Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial
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expediente
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S
No PriNcíPio
Estudos baseados no
livro de Gênesis.
SUMÁRIO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
ABREVIATURAS
4
APRESENTAÇÃO
5
O início da nossa história
7
Cuidando do jardim
14
O primeiro casamento
21
O paraíso perdido
28
Uma oferta ao Senhor
35
A terra corrompida
42
Um novo começo
49
A falência dos projetos humanos
55
Uma escolha soberana
61
Na escola da fé
67
Ele cumpre o que diz
73
O incansável amor de Deus
79
Triunfando nas provas
86
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ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA
UTILIZADAS NAS LIÇÕES
Antigo Testamento
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
I Samuel
II Samuel
I Reis
II Reis
I Crônicas
II Crônicas
Esdras
Neemias
Ester
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cantares
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Gn
Ex
Lv
Nm
Dt
Js
Jz
Rt
I Sm
II Sm
I Re
II Re
I Cr
II Cr
Ed
Ne
Et
Jó
Sl
Pv
Ec
Ct
Is
Jr
Lm
Ez
Dn
Os
Jl
Am
Ob
Jn
Mq
Na
Hc
Sf
Ag
Zc
Ml
NOVO Testamento
Mateus
Marcos
Lucas
João
Atos
Romanos
I Coríntios
II Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
I Tessalonicenses
II Tessalonicenses
I Timóteo
II Timóteo
Tito
Filemon
Hebreus
Tiago
I Pedro
II Pedro
I João
II João
III João
Judas
Apocalipse
Mt
Mc
Lc
Jo
At
Rm
I Co
II Co
Gl
Ef
Fp
Cl
I Ts
II Ts
I Tm
II Tm
Tt
Fm
Hb
Tg
I Pe
II Pe
I Jo
II Jo
III Jo
Jd
Ap
ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E
VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES
BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje
RA – Revista e Atualizada
RC – Revista e Corrigida
NVI – Nova Versão Internacional
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BV – Bíblia Viva
BJ – Bíblia de Jerusalém
TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia
NTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje
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APRESENTAÇÃO
Pela graça e para a glória de Deus, apresentamos aos estudantes das
escolas bíblicas da Igreja Adventista da Promessa a mais nova série de
lições bíblicas, cujo título é No princípio, baseada no livro de Gênesis.
“Gênesis é uma palavra grega que significa ‘origem, fonte, geração ou
princípio’. O título original hebraico Bereshith significa ‘No princípio’”.1
O livro de Gênesis é, portanto, o livro dos princípios. Ele pode ser dividido em duas partes: uma histórica e outra biográfica. A parte histórica
começa no capítulo 1, versículo 1 e termina no capítulo 11, versículo 9,
e aborda os princípios da raça humana, descrevendo quatro eventos: a
criação, a queda, o dilúvio, as nações.
A parte biográfica, por sua vez, começa no capítulo 11, versículo 10
e vai até o capítulo 50, versículo 26, e mostra os princípios da raça hebraica, retratando quatro pessoas: Abraão, Isaque, Jacó e José, dos quais
“virá a nação de Israel e por fim o Salvador Jesus Cristo”.2
Das treze lições desta série, oito fazem parte do bloco histórico (O
início da nossa história, Cuidando do jardim, O primeiro casamento, O
paraíso perdido, Uma oferta ao Senhor, A terra corrompida, Um novo começo e A falência dos projetos humanos) e cinco fazem parte do bloco
biográfico (Uma escolha soberana, Na escola da fé, Ele cumpre o que diz,
O incansável amor de Deus e Triunfado nas provas).
1. Wilkinson & Boa (2000:5).
2. Idem (2005:6).
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Cada lição é dividida em duas partes. Na primeira parte, Analisando o
relato bíblico, o escritor, de maneira didática (inserimos subtópicos para facilitar a sua leitura e a compreensão) e resumida (apenas dez parágrafos), comenta a narrativa bíblica que fundamenta a lição. Na segunda parte, Lições
para viver, temos três aplicações práticas, extraídas da narrativa analisada.
Colaboraram na pesquisa e na produção desta série os pastores Alan Pereira Rocha, Genilson S. da Silva, José Lima de Farias Filho, Valdeci Nunes de
Oliveira, o missionário Eleilton William de Souza Freitas, Eudoxiana Canto
Melo e Virgínia Ronchete David. Que Deus continue abençoando a vida deles. Que Deus também nos edifique espiritualmente, quando estivermos estudando e praticando os princípios bíblicos presentes nas lições desta série.
Ao Rei eterno, sejam dadas a honra e a glória, para todo o sempre!
Pr. Genilson S. da Silva
Diretor do Departamento de Educação Cristã
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1
4 ABR 2009
O início da
nossa história
Hinos sugeridos: BJ 33 – HC 124 / BJ 127 – SH 21
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 29 de março....................Gn 1:1-5
Segunda, 30 ...........................................Gn 1:6-8
Terça, 31..................................................Gn 1:9-13
Quarta, 1 de abril ...........................Gn 1:14-19
Quinta, 2..............................................Gn 1:20-23
Sexta, 3.................................................Gn 1:24-31
Sábado, 4.................................................Gn 2:1-3
ObjetIvO
Levar o estudante a
compreender que, mesmo
enfrentando diversos
ataques de falsas teorias
inventadas por homens, a
Bíblia continua sendo a única
fonte confiável que revela o
início da nossa história.
TEXTO BÁSICO: No princípio criou Deus os céus e a terra. (Gn 1:1)
INTRODUÇÃO: O livro de Gênesis, que servirá de base para as lições
deste trimestre, forma uma introdução indispensável para todo o restante da Bíblia Sagrada, forma o alicerce sobre o qual se ergue todo o
edifício das Escrituras. Sem esse importante livro, a Bíblia fica não só incompleta, mas incompreensível! Gênesis conta a história do começo da
criação do universo, do homem, do pecado, da redenção, do trabalho, do
casamento, das civilizações, etc. Em seu primeiro capítulo, encontramos
registrado o início da nossa história, tema da lição desta semana. Vejamos como tudo aconteceu.
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
No princípio criou Deus os céus e a terra (Gn 1:1). Embora pequeno, o
primeiro versículo do livro de Gênesis revela, de forma majestosa, que
Deus é o criador do universo! Mesmo enfrentando diversos ataques de
falsas teorias inventadas pelos homens, essa doutrina foi aceita como
verdadeira, desde o início. Nos últimos duzentos anos, porém, ela tem
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sido atacada com rigor!1 A chamada “teoria da evolução”, ensinada na
maioria das escolas públicas e particulares e também nas universidades,
constitui-se em um dos ataques mais vigorosos contra a criação divina.
Mas o que diz essa falsa teoria?
1. A falsa teoria da evolução: O evolucionismo foi apresentado ao mundo pelo naturalista inglês Charles Darwin, no seu livro A origem das espécies,
e pode ser definido como a teoria de que todas as coisas se originaram de
materiais preexistentes, por modificação gradual, mediante processos naturais.2 Segundo esse ponto de vista, “todas as espécies descendem de um
antepassado comum. Existe, então, uma continuidade entre todas as formas
de vida”.3 Entretanto, ao analisarmos o evolucionismo, concluímos que ele
não conta com o apoio dos fatos. A teoria é falsa! Vejamos por quê.
1.1 O argumento científico: Destacamos, aqui, dois argumentos. Em
primeiro lugar, quanto ao registro fóssil. Toneladas de fósseis têm sido
encontradas em todo o mundo, e todos eles têm sido facilmente classificados como peixes, répteis, aves, mamíferos e homens. Os pesquisadores não encontram restos de uma forma que esteja no meio do caminho,
“evoluindo”. Em toda essa massa incalculável de ossos, “não há prova
alguma, seja ela qual for, de qualquer mudança gradual de uma espécie
para outra”.4 Em outras palavras, o macaco sempre foi macaco, o homem
sempre foi homem, o peixe sempre foi peixe e assim por diante.
Em segundo lugar, quanto às leis da termodinâmica. A Bíblia afirma
que em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há
(Ex 20:11). Esse versículo bíblico está plenamente de acordo com a primeira lei da termodinâmica, a mais certa de todas as leis científicas, que
diz que “nada está sendo criado ou destruído. Além disso, uma segunda
lei, igualmente universal e comprovada, estatui que todos os sistemas
atuais tendem a decair e desordenar-se”.5 Essa tendência sugerida por
essas duas leis é oposta ao conceito da evolução que pressupõe um
princípio de ordem crescente.
1.2 O argumento teológico: Pelo menos dois argumentos teológicos
podem ser apresentados aqui. Em primeiro lugar, quanto ao princípio da
criação através de um criador. A crença dos evolucionistas de que, mediante
1. Moreland & Reynolds (2006:32).
2. Morris (1979:9).
3. Ferreira (2007:255).
4. Saint (1987:27).
5. Morris (1979:10).
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processos naturais, todas as coisas vieram a existir é falsa. Em Gênesis 1:1,
lemos: No princípio criou Deus. Segundo a cosmologia, que estuda a origem
do universo, “tudo o que foi começado tem que ter uma causa adequada”.6
Em Hebreus 3:4, lemos: Pois toda casa é estabelecida por alguém, mas aquele
que estabeleceu todas as coisas é Deus. Ele é o criador e arquiteto do universo!
(cf. Ne 9:6, Is 40:26; 45:12; At 17:24; Ef 3:9; Cl 1:16; Ap 4:11).
Em segundo lugar, quanto ao princípio da criação a partir do nada.
Outro engano dos evolucionistas é o de dizerem que todas as coisas se
originaram de materiais pré-existentes. A palavra criou, que aparece nos
versículos 1, 21 e 27 de Gênesis, capítulo 1, é a tradução da palavra hebraica bara, que ocorre 44 vezes, no Antigo Testamento, e significa a produção de algo fundamentalmente novo, por meio da ação de um poder
criador soberano, visto que nunca está relacionado a nenhuma menção
do material.7 Esse significado concorda com o que afirmou o autor de
Hebreus: ...o visível foi feito do que se não vê (11:3). Mais uma vez, a teoria
da evolução errou. Rejeite-a!
2. A correta teoria da criação: Estudamos um pouco sobre a falsa
teoria da evolução, passemos, agora, a considerar a correta teoria da
criação, que, de fato, nos ajudará a entender como se deu o verdadeiro
início da nossa história. A essa altura, podemos dizer que a conhecida
frase “a ciência, universalmente crê na evolução” é mentirosa. Milhares
de cientistas de alto gabarito são criacionistas bíblicos para valer8 e acreditam que há um Deus criador, por meio de quem todas as coisas foram
feitas. Voltemos o nosso olhar para a palavra de Deus e vejamos como se
deu o início da nossa história.
2.1 Deus formou: Depois de criar a terra (Gn 1:1), Deus começou a
organizá-la. O versículo 2 de Gênesis 1 diz: A terra era sem forma e vazia.
Wiersbe diz que existe um padrão nas atividades de Deus, durante a semana da criação: primeiro ele formou e depois encheu.9 Nos três primeiros
dias, Deus deu forma à terra. No primeiro dia, ele ordenou que a luz brilhasse e separou a luz das trevas (Gn 1:3-5), no segundo dia, Deus separou
águas e águas, colocou um firmamento entre as águas superiores e chamou
de céus (Gn 1:6-8), no terceiro dia, Deus reuniu as águas e fez surgir a porção
seca, criando, assim, a “terra”, a “vegetação” e os “mares” (Gn 1:9-13).
6. Thiessen (2001:29).
7. Bruce (2009:156).
8. Morris (1979:30).
9. Wiersbe (2006:16).
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2.2 Deus preencheu: A terra sem forma do versículo 2, ao final
do terceiro dia da criação, ganhou forma. Depois de criar as estruturas fundamentais do nosso mundo, Deus começou a preencher esse
mundo. No quarto dia da criação, ele colocou luminares nos céu (Gn
1:14-19). No quinto dia, Deus criou os peixes para povoarem os mares e
as aves para voarem no céu (Gn 1:20-23). No sexto e último dia, a criação chegou ao seu ápice: após criar toda a fauna, Deus disse: Façamos
o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança (...) Assim Deus
criou o homem (Gn 1:26-27).
Depois de seis dias de muita criatividade, por parte de um criador
extremamente sábio, a terra sofreu mudanças fenomenais. No final dos
seis dias, viu Deus tudo o que tinha feito, e que era muito bom (Gn 1:31).
“Tudo no universo, desde a maior das estrelas até a menor das folinhas,
produziu alegria no seu coração. Era uma linda sinfonia”.10 Assim, Deus,
no sétimo dia, já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou (Gn 2:2 – NVI). Vejamos, agora, na seqüência desta lição, três atitudes
que devemos tomar, depois de constatarmos que o Senhor, com sabedoria, fundou a terra (Pv 3:19).
1. Com base nos dois primeiros parágrafos do comentário anterior, responda: O que ensina a falsa teoria da evolução sobre como foi o início da nossa história?
2. Comente sobre os dois argumentos científicos apresentados no comentário anterior que negam a veracidade da teoria da evolução.
10. Pfeiffer (1986:5).
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3. Após ler Gn 1:1, 21, 27; Hb 3:4, 11:3; Ne 9:6, comente sobre os dois argumentos teológicos apresentados no comentário anterior que negam a veracidade da teoria da evolução.
4. Com base no item 2 do comentário anterior e em todo o capítulo 1 de Gênesis, fale sobre a correta teoria da criação. Como tudo aconteceu?
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. Tudo foi criado por Deus! Entreguemos nossa adoração a ele!
É impossível estudarmos o relato da criação e não ficarmos admirados
com o poder e a inteligência do nosso criador! Considere, por exemplo, a
vastidão da criação:11 Mais de 500 mil espécies de insetos, 30 mil espécies
de aranhas, 6 mil espécies de répteis, 5 mil espécies de mamíferos, 3 mil
espécies de rãs. Todas, segundo a Bíblia, criadas por Deus (Gn 1:12, 21, 24,
25). Entreguemos a nossa adoração a ele! Bendito seja o teu nome glorioso, e seja exaltado (...). Fizeste o céu, o céu dos céus, e todo seu exército, a
terra e tudo o que nela há, os mares e tudo o que neles há (Ne 9:5-6).
5. Após ler a primeira aplicação, explique a seguinte afirmação: “Tudo foi criado por Deus! Entreguemos a nossa adoração a ele!”
11. Champlin (2000:14).
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2. Tudo foi criado por Deus! Manifestemos nossa gratidão a ele!
O grande ensinamento de Gênesis capítulo 1 é: Existe um Deus por
trás de todas as coisas que acontecem! E é por esse motivo que de nada
vale o esforço de muitos para harmonizar a “teoria da evolução” com a
“teoria da criação”. É impossível fazer isso! No evolucionismo, não há
espaço para Deus. Porém, nós, que cremos nas Escrituras, sabemos que
existe um Deus que se preocupou com o nosso mantimento (Gn 1:29) e
com o nosso descanso (Gn 2:1-3), quando nos fez. Manifestemos nossa
gratidão a ele, todos os dias da nossa vida.
6. Após ler a segunda aplicação, explique a seguinte afirmação: “Tudo foi criado por Deus! Manifestemos a nossa gratidão a ele!”
3. Tudo foi criado por Deus! Depositemos nossa confiança nele!
A Bíblia é clara, quando diz que o Deus que é central na narrativa da criação – seu nome aparece trinta e cinco vezes – é o mesmo que a sustenta:
Tu os conservas com vida a todos (Ne 9:6); pois nele vivemos, nos movemos e
existimos (At 17:28). “É ele quem faz o sol brilhar e a chuva cair. Ele alimenta os pássaros e protege as flores. Isso pode ser poético, mas é também
verdadeiro”.12 É ele que tem cuidado da nossa vida! Diante dos perigos e das
dificuldades, lembre-se de que você tem um fiel criador e mantenedor. Deposite sua confiança nele! Afinal, é o Senhor que guarda os fiéis (Sl 31:23).
7. Após ler a terceira aplicação, explique a seguinte afirmação: “Tudo foi criado por Deus! Depositemos a nossa confiança nele!”
12. Stott (2007:14).
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CONCLUSÃO: Chegamos ao final do nosso primeiro estudo desta
nova série de lições. Nosso desejo é que todos nós tenhamos como certo o relato das Escrituras sobre o início da nossa história. Tudo aconteceu
exatamente como está escrito! Cabe-nos, pela fé, acreditar que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi
feito do que se vê (Hb 11:3). Estejamos certos disto: Tudo foi criado por
Deus! Entreguemos a nossa adoração a ele, manifestemos a nossa gratidão a ele e depositemos a nossa confiança nele, somente nele!
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2
11 ABR 2009
Cuidando
do jardim
Hinos sugeridos: BJ 165 – HC 115 / BJ 309 - HC 93
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 5 de abril................................Gn 2:4
Segunda, 6 ...................................................Gn 2:5
Terça, 7 ......................................................Gn 2:6-7
Quarta, 8 .......................................................Gn 2:8
Quinta, 9........................................................Gn 2:9
Sexta, 10 ..............................................Gn 2:10-14
Sábado, 11 ................................................Gn 2:15
ObjetIvO
Mostrar ao estudante da
palavra de Deus a correta
visão bíblica sobre o trabalho,
para que, de posse desse
ensino, possa vê-lo com
seriedade, satisfação e
equilíbrio.
TEXTO BÁSICO: Então o Senhor Deus pôs o homem no jardim do Éden,
para cuidar dele e nele fazer plantações. (Gn 2:15 – NTLH)
INTRODUÇÃO: Graças a Deus, é segunda-feira! Com toda
certeza, você não ouve essa frase com freqüência. Mesmo depois de
desfrutarmos do descanso restaurador do final de semana, ao invés
de estarmos ansiosos para começar mais uma semana de trabalho,
a segunda-feira é tida, por muitos, como o pior dia da semana;
isso porque a maioria, inclusive nós, cristãos, encara o trabalho
como algo penoso e doloroso. Mas será esta a visão bíblica do
trabalho? Como o podemos encarar? É por esse caminho que
pretendemos andar na lição desta semana. Com a Bíblia na mão,
caminhemos um pouco mais.
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
Como você vê o trabalho? No mundo grego antigo, especialmente entre os filósofos, o trabalho era visto como uma maldição, um mal absoluto,
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e ficar sem trabalho era um fato singularmente apreciado.1 Será esta a
visão bíblica? É certo que não. A Bíblia inicia sua narrativa com Deus trabalhando. No presente estudo, continuando a nossa caminhada no livro de
Gênesis, chegamos ao capítulo dois. E é com base nele que descobriremos
a maneira correta de encarar o trabalho. Analisemos o relato por partes:
Primeiro a criação, depois a morada e por fim, a missão do homem.
1. A criação do homem: Pelo menos “três marcas” peculiares da
criação de Adão, o primeiro trabalhador, são vistas neste capítulo. Em
primeiro lugar, a criação do homem foi enfatizada. Ao comparar o capítulo 1 e o capítulo 2 de Gênesis, houve quem dissesse tratar-se de duas
versões diferentes da criação, cada uma com um autor. Isso é um grande
mal entendido. O relato do capítulo 2 de Gênesis não é outro relato da
criação, mas apenas “uma visão mais pormenorizada do capítulo 1”.2
Nesses versículos, o autor do livro conta a mesma história e acrescenta
mais alguns detalhes. No capítulo 1, a ênfase está na criação do universo. Já no capítulo 2, a criação do homem é enfatizada.
Em segundo lugar, a criação do homem foi detalhada. Diz o texto:
...Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente (Gn 2:7). A criação do
homem foi especial, sem precedentes! O verbo “formou” faz lembrar o
oleiro criando uma obra de arte com suas mãos habilidosas.3 Já o verbo
“soprou” indica um sopro caloroso, pessoal, com a proximidade do contato face a face de um beijo.4 Formar do pó foi um passo enorme, mas o
pó estava longe de ser um homem. Com seu sopro, Deus comunicou sua
própria vida àquela massa sem vida.
Em terceiro lugar, a criação do homem foi valorizada. O texto diz que o
Senhor soprou no nariz dele a respiração de vida (Gn 2:7). Esse gesto evidencia carinho. O valor dos seres humanos é incalculável! Somente nós,
seres humanos, temos a imagem de Deus (Gn 1:26-27). É por isso que,
mesmo tendo sido formado do pó da terra, como aos animais (Gn 2:19),
“não há elo biológico entre o homem e os animais”.5 Não é correto e nem
bíblico chamar os seres humanos de “animais racionais”. Somos “seres
humanos”! Os únicos capazes de pensar, escolher, criar, amar e adorar!
1. Stevens (2005:97).
2. Davidson (1963:84).
3. Wiersbe (2006:18).
4. Kdner (1979:57).
5. Hoff (1983:27).
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2. A morada do homem: “Três qualidades” desse lugar são evidenciadas
no capítulo 2 de Gênesis e, com elas, aprendemos que, no Éden não havia espaço para a ociosidade. Em primeiro lugar, a morada do homem foi preparada.
Além de criar o homem, Deus também preparou um lugar para ele viver, por
certo, um dos cuidados que qualquer pai tem com seus filhos. Em Gênesis,
capítulo 2, versículo 8, lemos que o Senhor Deus plantou um jardim na região
do Éden (NTLH). O verbo “plantar” é tirado da linguagem agrícola e, aqui, é
empregado metaforicamente em relação a Deus. O jardim do Éden era um
presente vindo direto das mãos de Deus, o criador, para o ser humano.
Em segundo lugar, a morada do homem era formidável. Éden significa
“deleite” ou “lugar de muita água” e indica que esse jardim, lugar da morada do homem, era um paraíso!6 Neste magnífico jardim, o Senhor Deus
fez nascer do solo todo tipo de árvores (Gn 2:9a), umas para propiciar
comida: boas para alimento (Gn 2:9c); e outras apenas para proporcionar
beleza e torná-lo mais bonito:7 agradáveis aos olhos (Gn 2:9b). O lugar era formidável! Analisando esse relato, é impossível não concluir que
Deus queria que a vida de Adão e Eva fosse de prazer e felicidade.
Em terceiro lugar, a morada do homem era cultivável. Nesse lugar de
indescritível beleza, não havia lugar para a ociosidade. No versículo cinco,
antes mesmo da formação do jardim, está implícito na frase: ...não havia
homem para cultivar o solo (Gn 2:5 – NVI). O solo era cultivável. Depois
de plantar o jardim, um vasto sistema de irrigação foi providenciado por
Deus: Saía um rio do Éden para regar o jardim; dali se dividia e se tornava
em quatro braços (Gn 2:10). As árvores forneciam alimento, mas alguém
teria de cuidar delas. Quem? É o que veremos na seqüência.
3. A missão do homem: Depois de estudarmos alguns detalhes sobre a criação e a morada do homem, estamos prontos para entender
corretamente a missão do homem e, assim, ter uma correta visão sobre
o trabalho. A missão do homem tem três características marcantes. Em
primeiro lugar, trata-se de uma missão singular. Deus colocou o homem
que ele havia criado para cuidar do jardim que ele havia plantado: O Senhor colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo (Gn
2:15). Uma missão singular! Deus podia fazer todo o trabalho sozinho,
afinal, ele plantara o jardim. Mas, por iniciativa própria, humilhou-se, a
fim de precisar de cooperação.8
6. Wiersbe (2006:24).
7. Allen (1987:180).
8. Stott (2007:23).
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Em segundo lugar, trata-se de uma missão digna. A responsabilidade de
Adão era “cultivar” o solo ou “trabalhá-lo”, como sugere o verbo abad, que
aparece no texto hebraico original.9 Dessa forma, Gênesis ensina a dignidade do trabalho na criação. Há quem pense que o trabalho é parte da maldição; porém, a Bíblia não ensina isso. Adão já trabalhava, antes da queda.
O que a Bíblia ensina é que a maldição, em decorrência da queda do ser
humano, transformou o trabalho bom em algo difícil e com fadiga. Em Gênesis, capítulo 3, versículo 17, Deus amaldiçoa a “terra” e não o trabalho.
Em terceiro lugar, trata-se de uma missão agradável. Não podemos imaginar que, mesmo iniciando sua vida na terra, o homem se sentiria feliz ficando
inativo. A ociosidade e a preguiça nunca estiveram nos planos de Deus. Querer um paraíso sem trabalho é buscar algo diferente do propósito de Deus.
Deus deu ao ser humano um trabalho que contribuiu para sua felicidade. As
obrigações existiam, mas eram agradáveis. “Sem um trabalho construtivo o
homem não pode obter da vida uma verdadeira satisfação”.10 Com isso em
mente, vejamos, na segunda parte desta lição, como encarar o trabalho.
1. Com base no primeiro parágrafo do comentário anterior, comente sobre como o mundo grego antigo, especialmente os filósofos, encaravam o trabalho. Será essa a visão bíblica?
2. Com base em Gn 1:26-27; 2:7 e no item “1” do comentário anterior, fale sobre as três marcas peculiares da criação de Adão, o primeiro trabalhador.
9. Harris (1998:1067).
10. Allen (1987:180).
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3. Com base em Gn 2:8-14 e no item 2 do comentário anterior, fale sobre as três qualidades da morada do homem, que são evidenciadas nesse texto. Naquele lugar, havia espaço para
ociosidade?
4. Com base em Gn 2:15; 3:17 e no item 3 do comentário anterior, fale sobre as três características marcantes da missão do homem,
no jardim do Éden. Responda também o que foi amaldiçoado em
Gn 3:17?
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. Encare o trabalho com seriedade!
Trabalhar é uma ordem divina. Como já estudamos, Adão e Eva foram
colocados no jardim para “cuidar dele” e “cultivá-lo” (Gn 2:15). A Bíblia
condena a preguiça e rejeita a ociosidade! O telhado da casa do preguiçoso é cheio de goteiras, e as vigas logo vão apodrecer e cair (Ec 10:18 – BV).
Para os irmãos que moravam na cidade de Tessalônica, Paulo escreveu:
Esforcem-se para (...) trabalhar com as próprias mãos, como nós instruímos;
a fim de que andem descentemente aos olhos dos que são de fora e não
dependam de ninguém (I Ts 4:11-12). Encare o trabalho com seriedade!
5. Após ler a primeira aplicação, explique por que o trabalho deve ser encarado com seriedade?
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2. Encare o trabalho com satisfação!
Como cristãos, não devemos trabalhar apenas para sobreviver, mas,
acima de tudo, para viver. Não trabalhamos apenas para ganhar a vida,
mas para ter uma vida. Não trabalhamos apenas para “preencher o tempo”, sempre de olho na próxima folga, nas férias ou no final de semana, mas, sabendo que somos cooperadores de Deus, devemos trabalhar
com satisfação em simplicidade de coração, temendo a Deus. E tudo o
que fizerdes, fazei-o de todo coração, como ao Senhor e não aos homens
(Cl 3:22-23). Não devemos trabalhar por ambição, mas de tal maneira
que possamos ofertar nosso trabalho a Cristo.
6. Após ler a segunda aplicação, explique por que o trabalho deve ser encarado com satisfação.
3. Encare o trabalho com equilíbrio!
Apesar de entendermos que o trabalho, remunerado ou não, é benção e não maldição, engrandece o caráter, dignifica o ser humano. Também sabemos que devemos ter uma visão equilibrada sobre ele, afinal, a
vida não é só trabalhar! A humanidade também precisa descansar, como
o próprio Deus o fez: Lembra-te do dia de sábado para o santificar (...).
Pois em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há,
mas ao sétimo dia descansou (Ex 20:8,11).Trabalho não é tudo! Observando o sábado, os homens lembram que Deus é o criador e reservam
tempo para adorá-lo.
7. Após ler a terceira aplicação, explique por que o trabalho deve ser encarado com equilíbrio.
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CONCLUSÃO: Seja sincero consigo mesmo: Você é uma das pessoas que tem o nome na lista daqueles que sofrem com a síndrome das
“famosas” segundas-feiras? Se a resposta for sim, cuidado! Sua visão a
respeito do trabalho pode estar equivocada. Comece, a partir de hoje,
a vê-lo como uma benção de Deus, um privilégio, um presente de um
Deus sábio que não tem comunhão com a ociosidade e nem com a
preguiça. Ao desenvolver o seu trabalho, não esqueça que você é um
colaborador de Deus, do cuidado com animais até a física nuclear, das
tarefas domésticas à contabilidade. Por isso, aceite o conselho de Paulo: ...quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo
para a glória de Deus (I Co 10:31). Amém!
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3
18 ABR 2009
O primeiro
casamento
Hinos sugeridos: BJ 11 – HA 283 / BJ 108 – CC 380
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 12 de abril. .........................Gn 2:18
Segunda, 13 .............................................Gn 2:19
Terça, 14......................................................Gn 2:20
Quarta, 15 ..........................................Gn 2:21-22
Quinta, 16..................................................Gn 2:23
Sexta, 17 .....................................................Gn 2:24
Sábado, 18 ................................................Gn 2:25
ObjetIvO
Mostrar ao estudante da
palavra de Deus os propósitos
e as características do
primeiro casamento, para
que, através desse ensino,
possa entender corretamente
o casamento segundo o
plano original de Deus.
TEXTO BÁSICO: Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem
esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. (Gn 2:18)
INTRODUÇÃO: Adão vivia num mundo maravilhoso! O jardim do Éden
era um lugar de beleza indescritível! O que mais ele poderia desejar? Ali,
Adão podia apreciar a beleza das árvores agradáveis à vista, deliciar-se
com o burburinho das águas cristalinas dos rios que cruzavam o Éden e
davam um toque a mais de beleza ao ambiente. E o que dizer do canto
dos pássaros, que enchia o ar de romantismo? À primeira vista, parecia
que não faltava nada a Adão. Porém, diz a Bíblia, que não se achava uma
ajudadora que fosse como sua outra metade (Gn 2:20). O que Deus fez? É
disso que trata a lição desta semana.
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
O trecho bíblico de Gênesis 2:18-24 ensina-nos que o casamento “nasceu no coração de Deus quando não havia ainda legisladores, leis, Estado
ou igreja”.1 Deus, que sonda os corações, sabia que, no peito Adão, a
solidão o sufocava. Não é bom que o homem esteja só (Gn 2:18a) foi a
1. Lopes (2005:24).
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observação que Deus fez. Pouco tempo depois, ele proveu a Adão uma
companheira, instituindo, assim, o casamento. Foi o primeiro da história
humana! Analisando esse relato bíblico, temos muito a aprender sobre o
casamento no plano original de Deus. Vejamos na sequência.
1. Os propósitos do primeiro casamento: Deus tinha, pelo menos,
três propósitos em mente, quando realizou o primeiro casamento. Em
primeiro lugar, resolver o problema da solidão. O casamento foi a forma
que Deus usou para resolver o problema da solidão humana. Entretanto,
seria um grave erro restringirmos a frase: Não é bom que o homem esteja
só (Gn 2:18) ao contexto do casamento.2 A solidão não é boa. Deus nos
fez seres sociais. A amizade também é um dom de Deus. Com a criação
de Eva, Deus deu a Adão alguém com quem se relacionar, conversar,
dividir alegrias, descobertas, etc. Além de resolver o problema da solidão, em segundo lugar, com o primeiro casamento, Deus queria oferecer
companhia adequada para o homem. Nos versículos 19 e 20 de Gênesis
2, lemos que Deus trouxe todos os animais diante de Adão para que ele
pudesse nomeá-los. Segundo Wiersbe,3 sem dúvida, os animais passaram diante dele em pares, e, talvez, Adão tenha se perguntado: “Por que
eu não tenho uma companheira?”. Ao invés de lhe conceder um animal,
Deus, com uma parte do corpo de Adão, formou uma auxiliadora à altura
dele (Gn 2:18), capaz de compreendê-lo e ajudá-lo.
Em terceiro lugar, com o primeiro casamento, Deus queria proporcionar amor mútuo. A mulher foi o presente de Deus para o homem. Adão
deve ter ficado boquiaberto com a beleza estonteante de Eva. Ela deve
ter sido a mulher mais bela do universo. Feita pelas mãos do próprio
Deus! Esculpida por ele. Diante dela, Adão declama o primeiro poema
de amor da história: Agora sim! Esta é carne da minha carne e ossos dos
meus ossos. Ela será chamada mulher porque Deus a tirou do homem (Gn
2:23). Ela foi feita dele, para ele. Eles pertenciam um ao outro e foram
feitos para se amarem mutuamente. Sempre!
É bom frisarmos, aqui, que, apesar de Eva ter sido criada para Adão,
como lemos em I Coríntios, capítulo 11, versículo 9, não devemos supor
uma importância menor da mulher, “mas sim que existe uma diferença
de papéis desde o início”.4 Além do mais, a expressão auxiliadora idônea
(Gn 2:18) não sugere, em hipótese alguma, sentido de inferioridade. A
2. Stott (2007:26).
3. Wiersbe (2006:25).
4. Grudem (1999:379).
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diferença entre os homens e as mulheres está nos papéis e não na importância. Ambos são iguais para Deus. Pois bem, depois de analisar os
propósitos, passemos, agora, a analisar as características do casamento,
no plano original de Deus.
2. As características do primeiro casamento: Com o crescente ataque que o casamento tem sofrido nos nossos dias, é bom relembrarmos sua base bíblica. Com base em Gênesis, capítulo 2, versículo 24,
veremos seis características bíblicas desse relacionamento. Em primeiro
lugar, o casamento deve ser uma união heterossexual. Esse texto é bem
claro: O casamento é a união entre um homem e uma mulher. O homossexualismo desonra e distorce os planos de Deus para a humanidade5 e é claramente condenado e reprovado nas Escrituras (Lv 18:22-29;
Dt 23:17-18; Rm 1:26-28).
Em segundo lugar, o casamento deve ser uma união monogâmica. Em
Gênesis 2:24, é um homem e uma mulher, ambas as palavras estão no
singular. Deus criou um homem e uma mulher. Tanto a “poligamia” (um
homem com várias mulheres) quanto a “poliandria” (uma mulher com
vários homens) estão fora do padrão de Deus para o casamento.6 Em
terceiro lugar, o casamento deve ser uma união exclusiva. O texto diz:
...deixará o homem seu pai e sua mãe. O marido tem de viver para a esposa e a esposa para o marido. Um casal dividido entre o casamento e
os pais terá problemas sérios.
É bom ponderarmos que o texto não ensina o casal a ignorar ou
descuidar dos pais; porém, mostra que a prioridade de um, com o
casamento, passa a ser o outro. Em quarto lugar, o casamento deve
ser uma união indissolúvel. O casamento tem que durar por toda a
vida. O relato bíblico diz: unir-se-á à sua mulher. A palavra “unir”,
no hebraico, significa cimentar. 7 O casamento deve ser para sempre!
(Mt 19:6b). Apesar de a Bíblia permitir o divórcio, em uma ou duas
situações bem definidas, não podemos confundir “permitir” com
“aprovar”. Foi por causa da dureza dos corações, mas no princípio
não foi assim (Mt 19:8).
Apesar de a sociedade atual fazer apologia do divórcio, ele continua
sendo uma coisa horrenda aos olhos de Deus: Eu odeio o divórcio, diz
5. Santos (2006:42).
6. Lopes (2005:28).
7. Kemp (2005:76).
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o Senhor (Ml 2:16 – NVI). O divórcio é a apostasia do amor.8 Não existe
divórcio sem dor, sem sofrimento. O perdão ainda continua sendo a
melhor saída. “Deus planejou que os laços matrimoniais deveriam ser
terminantemente indissolúveis”.9 Em quinto lugar, o casamento deve ser
uma união pública. Ao casarem, homem e mulher precisam deixar os
pais. Esse “deixar” que o texto apresenta também indica uma ocasião
social e pública. A família, a sociedade, os amigos, todos devem saber
o que está acontecendo.
Em sexto e último lugar, o casamento deve ser uma união física.
O versículo encerra-se da seguinte forma: ...e serão os dois uma só
carne (Gn 2:24). A expressão uma só carne se refere à união sexual e
revela a pureza e a santidade do sexo dentro do casamento. O que,
para os solteiros, é proibido, para os casados, é ordenado! Não vos
priveis um ao outro (I Co 7:5). Pois bem, como vimos neste segundo
item, com base em Gênesis 2:24, o casamento deve ser: Heterossexual, monogâmico, exclusivo, indissolúvel, público e físico. Vejamos,
agora, na seqüência deste estudo, alguns cuidados que devemos
tomar no casamento.
1. Com base no primeiro parágrafo do comentário anterior, comente o que ensina o trecho bíblico de Gn 2:18-24.
2. Com base no item 1 do comentário anterior, explique os propósitos que Deus tinha em mente quando realizou o primeiro casamento.
8. Lopes (2005:107).
9. Pfeiffer (1986:8).
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3. Com base no item 2 do comentário anterior, que trata das “seis” características do casamento no plano original de Deus, comente sobre as três primeiras: Heterossexual, monogâmico e exclusivo.
4. Ainda com base no item 2 do comentário anterior, explique a seguinte afirmação: “O casamento deve ser uma união indissolúvel, pública e física”.
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. No casamento segundo o plano original de Deus, a união precisa
ser mostrada.
Como já mencionamos no comentário anterior, um dos propósitos de
Deus com o casamento é oferecer companhia adequada. Deus proveu
para Adão uma companheira para colaborar com ele, viver em comunhão, ser uma só carne. Milhares de anos se passaram, desde que isso
aconteceu, mas a vontade de Deus não mudou. Junto, o casal é mais
forte! É triste constatar que alguns casais vivem em pé de guerra, num
campo de batalha. O casamento é regado por intrigas e discussões.
Mas não se engane, no casamento segundo o plano original de Deus,
a união precisa ser mostrada. Onde há união, o Senhor ordena benção e
vida para sempre (Sl 133:3).
5. Com base em Gn 2:24 e na primeira aplicação, responda: Por que, no casamento segundo o plano original de Deus, a união precisa ser mostrada?
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2. No casamento segundo o plano original de Deus, a aliança precisa ser mantida.
Hoje em dia, está cada vez mais fácil casar e cada vez mais difícil manter o
casamento. A aliança feita, no dia do casamento, de amar e respeitar, na doença e na saúde, na riqueza e na pobreza, na prosperidade e na adversidade,
até que a morte os separe, é quebrada com frequência, na nossa sociedade.
Em alguns países, 50% dos casamentos terminam em divórcio.10 Porém, no
casamento segundo o padrão de Deus, a aliança deve ser mantida. Nenhum
homem pode separar o que Deus ajuntou (Mt 19:6). Se o seu casamento está
por um fio, lembre-se: O perdão continua sendo melhor caminho.
6. Com base em Mt 19:6 e na segunda aplicação, responda: Por que, no casamento segundo o plano original de Deus, a aliança precisa ser mantida?
3. No casamento segundo o plano original de Deus, o amor precisa ser cultivado.
Deus fez a mulher de uma parte do homem (Gn 2:21) para nos ensinar
que, dentro do casamento, tanto a esposa é incompleta sem o esposo
quanto o esposo é incompleto sem a esposa. Os dois foram feitos para
amar-se mutuamente. Por isso, dentro do casamento, o amor precisa
ser cultivado. Só o verdadeiro amor supera as crises! Só o verdadeiro
amor não naufraga diante das tempestades: As muitas águas não podem
apagar este amor, nem os rios afogá-lo (Ct 8:7). Paulo disse que os maridos devem amar suas esposas como partes de si próprios, e concluiu:
Ninguém odeia o seu próprio corpo, mas dele cuida com todo amor (Ef
5:29). Cultivemos o amor!
10. Lopes (2005:98).
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7. Com base em Ct 8:6-7 e na terceira aplicação, responda: Por que, no casamento segundo o plano original de Deus, o amor precisa ser cultivado?
CONCLUSÃO: Você conhece alguém que está com o seu casamento
abalado pelas muitas águas, que, constantemente, insistem em apagar
o verdadeiro amor? Alguém que está com o seu casamento fora daquele que é o plano original de Deus para essa união? Se a resposta
for sim, diante de tudo o que você acabou de estudar, não deixe de
orar por esse casal. Se for o caso, visite-o, fale sobre os propósitos, as
características e os cuidados do casamento segundo o plano original
de Deus. Quem sabe Deus não pode usar você como facilitador para
ajudar esse casal! Entretanto, se o problema é com você, chame o seu
cônjuge, conversem, orem, reafirmem sua aliança entre vocês mesmos
e com Deus. Faça isso o quanto antes!
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4
O paraíso perdido
Hinos sugeridos: BJ 125 – CC 187 / BJ 295 – CC 239
25 ABR 2009
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 19 de abril. ..................Gn 2:16-17
Segunda, 20 ...........................................Gn 3:1-4
Terça, 21....................................................Gn 3:4-8
Quarta, 22 .............................................Gn 3:9-12
Quinta, 23...........................................Gn 3:13-16
Sexta, 24 ..............................................Gn 3:17-20
Sábado, 25 .........................................Gn 3:21-24
ObjetIvO
Levar o estudante da Bíblia
a refletir sobre o pecado de
Adão e sua mulher e sobre
os terríveis resultados que ele
trouxe a toda raça humana e
mostra, também, que a única
esperança para humanidade é
Jesus Cristo.
TEXTO BÁSICO: Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, os vossos
olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. (Gn 3:4-5)
INTRODUÇÃO: Quando Deus terminou a criação, após seis dias de
intenso trabalho, viu que tudo o que havia feito era muito bom (Gn 1:31).
Ele e sua obra estavam em total harmonia. Sendo obra prima da criação,
Adão e sua mulher viviam em um paraíso, um lugar de delícias,1 onde
não havia morte, dor e nem tristeza. O mundo era maravilhoso! Hoje, porém, ao olharmos em nossa volta, logo notamos que tudo está diferente.
O que aconteceu? É o que veremos nesta lição, que se baseia no terceiro
capítulo de Gênesis. Nela, veremos como se deu a entrada do pecado no
mundo, suas conseqüências e a esperança que temos em Cristo.
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
O ser humano foi criado livre e com todo o direito de fazer suas escolhas.
Tanto isso é verdade que Deus disse: De toda árvore do jardim comerás
1. Hoff (2003:27).
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livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás;
porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2:16-17). O
Senhor queria que Adão e Eva o amassem de forma livre e espontânea, não
como robôs programados; por isso, lhes deu opções. O teste foi inevitável!
Para entendermos isso melhor, vamos analisar quatro elementos do relato
de Gênesis 3: a proposta, a escolha, o resultado e a esperança.
1. A proposta sedutora da serpente: A Bíblia começa informando
que a serpente era o animal mais sagaz (hb. arum), isto é, sutil, astuto,
esperto2 (Gn 3:1). O disfarce perfeito! Satanás usou exatamente este
animal para tentar o ser humano. Em Ap 12:9, ele próprio é identificado como o grande dragão, a antiga serpente (...) o sedutor de todo o
mundo (grifo nosso). Ele, ainda hoje, com suas sutilezas e estratégias,
tem levado muitos à derrota. O relato da primeira tentação tem muito
a nos ensinar sobre seu método. Leia versos 1 a 5 de Gênesis 3 e observe os passos dado pela serpente.
Em primeiro lugar, a serpente, questiona a palavra de Deus, fazendo
uma pergunta maliciosa e alterando o mandamento, com o propósito
de lançar dúvida: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do
jardim? (Gn 3:1). A resposta de Eva mostrou que ela estava seguindo o
exemplo de Satanás e alterando a Palavra de Deus3 (compare Gn 2:16-17
com 3:2-3). Repare que Eva subtraiu, da ordem divina, a palavra “livremente”, e acrescentou a expressão “nem tocareis nele”. Além de conversar com o tentador, o que já é muito perigoso,4 Eva parece gosta da
conversa. A presa havia mordido a isca!
Em segundo lugar, a serpente, contradiz a palavra de Deus, afirmando:
É certo que não morrereis (Gn 3:4). E, em terceiro lugar, a serpente, manipula a palavra de Deus, lançando sedução ao coração humano, ao dizer
à mulher que, ao comerem do fruto proibido, seriam como Deus, conhecedores do bem e do mal (Gn 3:5). Esse foi o golpe final e fatal. Sua proposta
instigava o ego e sugeria rebeldia. Perceba que a essência da rebelião de
Lúcifer, no céu, foi a soberba de querer ser igual a Deus e de se tornar
independente do Senhor (Is 14:12-14; Ez 28:15-17). Foi o que ele sempre
tentou implantar no ser humano.
2. Kidner (1985: 63).
3. Wiersbe (2006:35).
4. Pfeiffer (1986:9).
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2. A escolha equivocada do homem: Só Deus é autossuficiente.
Os demais seres dependem dele como criador e sustentador, inclusive
o ser humano. Foi contra esse princípio que a serpente levaria Adão e
Eva a se rebelarem. A provável indagação era “por que deveriam permanecer naquela situação humilhante de dependência e subordinação? Por que não declaravam sua independência a se tornavam iguais
a Deus? Eles não iriam morrer; ao contrário, se tornariam como Deus”.5
Assim, eles duvidaram da bondade e da sinceridade de Deus e escolheram acreditar no tentador.
O autor de Gênesis (3:6) diz o seguinte: Vendo a mulher que a
árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável
para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao
marido, e ele comeu. Agora, compare esse versículo com I João 2:16 e
observe que há três áreas em que a tentação atua: a concupiscência
da carne (boa para se comer), a concupiscência dos olhos (agradável
aos olhos) e a soberba da vida (desejável para dar entendimento). De
fato, Eva foi induzida ao pecado; porém, Adão pecou conscientemente (I Tm 2:14). “Adão fez uma escolha, a escolha errada, e a humanidade tem sofrido desde então”.6
3. O resultado desastroso do pecado: O que aconteceu? Imediatamente, os olhos dos dois se abriram, e eles perceberam que estavam nus
(Gn 3:7). O termo nus (hb. arumim) tem a mesma raiz da palavra arum
(qualidade da serpente em Gn 3:1).7 Aprendemos com isso que a nudez
deles era muito mais do que física: era, também, espiritual. Também
aprendemos que, ao perceberem o erro absurdo que cometeram, sentiram vergonha de si mesmos, diante do outro e de Deus; perceberem
que estavam, de certa forma, parecidos com a serpente; sentiram-se
culpados, envergonhados e separados de Deus.
Além disso, Deus puniu a serpente, a mulher e o homem pelo pecado
(Gn 3:14-19). Warren Wiersbe8 comenta que o amor de Deus pelo pecador jamais elimina sua abominação santa pelo pecado, pois ele é amor
(I Jo 4:8,16) e luz (I Jo 1:5). O Deus santo trata do pecado visando ao bem
do pecador e à glória de seu nome. Por isso, Adão e Eva foram expulsos
do paraíso e condenados à morte física e espiritual. Deixaram de ser livres e
5. Stott (2007:32).
6. Wiersbe (2006:36).
7. Harris (1998:1173).
8. Wiersbe (2006:38).
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passaram a ser escravos do pecado; os seus descendentes já nasceram com
a natureza decaída, em escravidão e morte (Rm 5:12, 3:23, 6:23).
4. A esperança graciosa do salvador: O Senhor Deus, por causa de
sua perfeita santidade, não aceita o pecado; porém, por causa do seu
imenso amor, está disposto a perdoar o pecador (Jo 3:16; Rm 5:8). Por
isso, em toda a narrativa da queda, vemos lampejos da graça divina. Uma
evidência disso é Gn 3:15, em que Deus promete que, a partir da mulher,
nasceria aquele que esmagaria a cabeça da serpente. Essa promessa é
conhecida como proto-evangelho9, ou “primeiro evangelho”. É a primeira
vez que aparece, na Bíblia, a promessa do Salvador.
Adão confiou nestas palavras e, provavelmente, por isso, chamou sua
mulher de Eva, isto é, vida10 (Gn 3:20), pois dela nasceria aquele que é a
esperança de vida! No v.21, encontramos outro ato gracioso de Deus:
fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e a sua mulher. Sabemos
que, para providenciar a pele, um animal teve de morrer. Esse ato já era
prenúncio do que Cristo faria pelos pecadores, na Cruz. Jesus é a única
esperança, o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap
13:8). A seguir, vamos considerar três lições práticas que aprendemos
com o capítulo 3 de Gênesis.
1. Após ler o item 1 do comentário e Gn 3:1-5, responda: O que o relato da queda do homem nos ensina sobre o método do tentador?
2. Leia o item 2 do comentário, Gn 3:6; I Jo 2:15-16; I Tm 2:14 e comente a escolha equivoca do homem.
9. Bruce (2009:161).
10. Morris (1979:48).
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3. Com base em Gn 3:7-19 e no item 3 do comentário, responda: O que aconteceu com Adão e Eva, após terem cometido o pecado? Quais foram as conseqüências para toda a humanidade?
4. Após ler Gn 3:9,15,20-21, responda: Como encontramos, no capítulo 3 de Gênesis, a promessa e a esperança do salvador?
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. A história do paraíso perdido nos mostra a realidade da tentação.
Assim como o primeiro casal foi tentado pelo diabo no princípio, nenhum ser humano está livre da tentação. Portanto, não podemos ser ignorantes quanto às estratégias e os métodos do tentador. Ele sempre age
em nossos pontos fracos, nos seduzindo ao pecado. Porém, a tentação
acontece com a permissão de Deus e ele tem propósitos nisto: testar nossa
lealdade e desenvolver nosso caráter11. Mas é possível vencer as tentações!
Deus nunca permite sermos tentados além de nossas forças (1Co 10:13),
e nos dá meios suficientes para vencermos (Ef 6:10-18; II Co 10:4-5).
5. Leia a primeira aplicação, I Co 10:11-13 e responda: Por que a história do paraíso perdido nos mostra a realidade da tentação?
11. Lutzer (2003:15-17).
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2. A história do paraíso perdido nos mostra a gravidade do pecado.
O relato da queda do homem é também um alerta sobre a gravidade
do pecado. Note que o primeiro pecado não parecia muito sério; parecia
coisa trivial; porém, os resultados foram catastróficos. O pecado é grave
porque tem seu início na rebelião e na ingratidão; seu fim é sempre a
morte, porque o salário do pecado é a morte (Rm 3:23). O tentador enfatiza o prazer momentâneo do pecado, enquanto mantém nossa mente
afastada de suas consequências. Mas o pecado nunca é sem preço e seu
custo é caro demais. Portanto, não se engane: não brinque com pecado!
(Is 59:1-2; Jo 8:34; Tg 1:15).
6. Leia a segunda aplicação, Rm 3:23; Jo 8:34; Tg 1:15, e responda:
Por que a história do paraíso perdido nos mostra a gravidade
do pecado?
3. A história do paraíso perdido nos mostra a carência de salvação.
Quando Adão e Eva pecaram, fizeram aventais de folhas de figueira para cobrir sua culpa e sua vergonha; porém, isso não foi suficiente!
Ainda assim, se esconderam de Deus (Gn 3:7-8). Isso nos mostra a incapacidade dos recursos humanos em salvar a si mesmo. É por isso que
carecemos de um salvador. Por ser a morte, o preço pelo pecado, então,
o perdão por nossa culpa só é obtido através da morte de um inocente
em sacrifício (Hb 9:22; Jo 1:29). Cristo morreu em nosso lugar; o castigo
que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados
(Is 53:5). Que maravilhoso salvador!
7. Leia a terceira aplicação, Gn 3:7-8,21; Hb 9:22; Is 53:4-5, e responda: Por que a história do paraíso perdido nos mostra a carência de salvação?
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CONCLUSÃO: Estudamos, hoje, que o ser humano foi criado para
viver eternamente feliz; porém, no uso de seu livre arbítrio, escolheu
rebelar-se contra o Criador, e, por isso, foi expulso do paraíso e condenado à morte, o que trouxe terríveis consequências a toda a raça
humana. Esse relato não é um mito, como alguns supõem, tentando
mascarar a realidade de que, assim como por um só homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5:12). Essa verdade
é fundamental para entendermos, de forma correta, o evangelho. Cristo
é a nossa única esperança! Ele é o caminho de volta ao paraíso.
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5
2 mAI 2009
Uma oferta
ao Senhor
Hinos sugeridos: BJ 315 – CC 296 / BJ 151 – HC 5
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 26 de abril. .......................Gn 4:1-4
Segunda, 27 ...........................................Gn 4:5-7
Terça, 28..................................................Gn 4:8-10
Quarta, 29 ..........................................Gn 4:11-14
Quinta, 30...........................................Gn 4:15-18
Sexta, 1.................................................Gn 4:19-24
Sábado, 2............................................Gn 4:25-26
ObjetIvO
Mostrar ao estudante da Bíblia
Sagrada que uma oferta que
agrada ao Senhor é marcada
pela voluntariedade, pela
qualidade e pela sinceridade
TEXTO BÁSICO: Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do
fruto da terra uma oferta ao SENHOR. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e
de sua oferta. (Gn 4:3-4)
INTRODUÇÃO: Os irmãos Caim e Abel já nasceram fora do paraíso,
com a natureza pecaminosa, e protagonizaram uma das histórias mais
triste de todo relato bíblico. Caim matou seu próprio irmão! O intrigante
é que tudo começou quando cada um, a sua maneira, apresentou uma
oferta ao Senhor, que, por sua vez, aceitou com agrado Abel e sua oferta,
mas não aceitou Caim e sua oferta (Gn 4:3-4 – NVI). Mas por que Deus
aceitou uma oferta e rejeitou a outra? É isso que veremos na lição de
hoje, que tem muito a nos ensinar sobre a maneira correta de nos aproximarmos de Deus. Então, vamos ao estudo!
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
O capítulo 4 de Gênesis conta a história de Caim e Abel, os primeiros bebês nascidos no mundo, filhos de Adão e Eva. Nesse capítulo, nós também
encontramos o primeiro relato bíblico de um ato de adoração na história da
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humanidade. Pois bem, ao estudarmos um pouco mais sobre esse relato,
veremos que, sem uma atitude interior correta, as mais “bonitas” ofertas
externas tornam-se inaceitáveis para Deus. Para entendermos isso de forma
mais clara, tracemos um paralelo entre os dois filhos de Adão e Eva e entre
as atitudes deles com relação à oferta que apresentaram a Deus.
1. Os dois filhos: Deus ordenou a Adão e Eva: ...enchei a terra (Gn 1:28)
e eles obedeceram gerando filhos e filhas (Gn 5:4). O primogênito do
casal foi Caim (Gn 4:1). Apesar de Deus ter multiplicado grandemente
o sofrimento na gravidez e no parto (Gn 3:16), Eva deve ter se alegrado
com nascimento de seu primeiro filho. Ela exclamou: Com a ajuda de Deus,
o Senhor, tive um filho homem. E ela pôs nele o nome de Caim (Gn 4:1 –
NTLH). O significado que mais se aproxima ao nome de Caim é “adquirido
do Senhor”.1 Pena que ele foi uma grande decepção para seus pais.
Os dias, os meses e, quem sabe, até anos se passaram e Eva deu à
luz novamente: Tornou a dar a luz, e teve Abel (Gn 4:2). O nome desse
segundo filho deriva-se de um vocábulo hebraico que quer dizer “sopro”
ou “vapor”. Alguns comentaristas chegam a sugerir que o nome pode
também significar “fraqueza” ou “vaidade”.2 Os dois significados podem
ser verdadeiros. Não sabemos se esse era o objetivo de Adão e Eva, mas
os nomes desses dois irmãos lembram algumas verdades importantes.
Caim, “adquirido do Senhor”, nos lembra que a vida vem de Deus, enquanto que Abel, “vapor”, “sopro”, “fraqueza” ou “vaidade”, nos lembra
que a vida é breve.3
Apesar de serem irmãos, eles eram bem diferentes um do outro. Ao
passar os dias, ficava cada vez mais evidente que cada um tinha suas próprias habilidades e interesses distintos. Caim se tornou lavrador da terra.
Preparar a terra, semear e fazer colheitas eram as coisas que mais gostava de fazer. Abel, o caçula, tornou-se pastor de ovelhas. Seu prazer era
cuidar do rebanho (Gn 4:1-2). Os dois escolheram boas profissões! Sem
dúvida alguma, Adão deve ter ensinado para os seus filhos a importância
do trabalho. Deve ter dito para eles que eram privilegiados por poderem
trabalhar, como ele próprio fazia (Gn 2:15).
Ambos conheciam a Deus. Certamente, seus pais haviam lhes ensinado sobre o Criador e sobre o valor de buscá-lo. Por isso, eles tinham
necessidade de aproximar de Deus e adorá-lo. Então, passado o tempo,
1. Cézar (2001:33).
2. Allen (1987:187).
3. Wiersbe (2006:42).
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certo dia, ambos, Caim e Abel, trouxeram uma oferta ao Senhor (Gn 4:3-4).
O texto não diz e nem deixa transparecer que essa oferta foi ordenada.
Eles fizeram isso voluntariamente. Ralph L. Smith diz que esse gesto, provavelmente, era uma resposta de gratidão deles a Deus, pela dádiva da
fertilidade da terra e dos animais.4 Vejamos como aconteceu.
2. As duas ofertas: Caim e Abel, cada um de acordo com a sua profissão, ofereceram do resultado do seu trabalho ao Senhor: ...trouxe Caim
do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura (Gn 4:3-4). O Senhor se agradou de
Abel e de sua oferta, mas reprovou Caim e sua oferta. Não sabemos como
eles ficaram sabendo disso. Talvez Deus tenha demonstrado sua aprovação enviando fogo do céu, ou, quem sabe, isso se tornou evidente, quando
o rebanho de Abel se multiplicou, enquanto a colheita seguinte de Caim
foi um fracasso.5 Seja como for, Deus fez a sua escolha conhecida.
Ao se sentir rejeitado, Caim despejou toda a sua ira sobre seu irmão, e o
matou (Gn 4:5,8). Cabe-nos, aqui, uma pergunta: Por que o Senhor aceitou
uma oferta e rejeitou a outra? O problema estava na oferta ou no ofertante? Muitos dizem que o problema estava na oferta, visto que uma envolvia
morte e derramamento de sangue e a outra, não. Todavia, “não é correto
afirmar que a ausência de sangue desqualificou a oferta de Caim e qualificou o sacrifício prestado por Abel. Caim foi rejeitado por que a intenção do
seu coração era má”.6 Isso ficou evidenciado na sua atitude posterior.
O problema não foi o que eles ofertaram, mas a atitude com que o fizeram. Tanto a oferta de animais como a de frutos da terra, que, até então,
não haviam sido normatizadas, eram aceitas por Deus. Observe que, na
sentença de aprovação e reprovação de Deus, nos versículos 4 e 5 de Gênesis capítulo 4, os nomes dos ofertantes aparecem antes das referências
as suas ofertas. Deus está “mais interessado” na pessoa do ofertante do que
no tipo da oferta.7 Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um
coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus (Sl 51:17).
Caim não foi rejeitado por causa da oferta que escolheu, mas por causa
de si mesmo, diferentemente de Abel, que “veio a Deus com atitude certa
de um coração disposto a adorar e pela única maneira em que os ho-
4. Smith (2001:99).
5. Allen (1987:188).
6. Souza & Mcgree (2007:62).
7. Cézar (2001: 34).
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mens pecadores podem se aproximar do Deus santo”.8 Abel era especial!
O Novo Testamento mostra que a sua fé era diferente da de Caim: Pela
fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim (Hb 11:4); e
também mostra que as suas obras eram diferentes das dele: Caim (...) era
do maligno (...) suas obras eram más, e as do seu irmão justas (I Jo 3:11).
Culto e oferta só agradam a Deus quando o ofertante tem fé e obras,9 o
que não era o caso de Caim. A essa altura, é bom entendermos que a oferta
também é importante para Deus, mas não é o principal. Jesus disse: ...se
trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares que teu irmão tem alguma
coisa contra ti, deixa diante do altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te
com teu irmão (Mt 5:23-24). Note que a ênfase de Cristo está no ofertante.
Abel foi aprovado como ofertante! E nós? Na seqüência deste estudo, vamos
considerar, pelo menos, três marcas de uma oferta que agrada ao Senhor.
1. Após ler Gn 4:1-2 e o item 1 do comentário anterior, responda: Quais são as principais diferenças entre os dois primeiros filhos de Adão e Eva?
2. Leia os três primeiros parágrafos do item 2 do comentário anterior; Gn 4:3-4; I Jo 3:11a, e responda: Por que Caim e sua oferta foram rejeitados?
8. Pfeiffer & Harrison (1986:13).
9. Cézar (2001:34).
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3. Leia os dois últimos parágrafos do item 2 do comentário anterior, Hb 11:4; I Jo 3:11b, e responda: Por que Abel e sua oferta foram aceitos?
4. Após ler Sl 51:17; Jl 2:13; Jr 29:13; Mt 5:23-24, comente com a classe onde está a ênfase deste textos: nas ofertas ou nos ofertantes? O que isso nos ensina?
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. Uma oferta que agrada ao Senhor é marcada pela voluntariedade.
Leia com atenção todo o texto de Gênesis capítulo 4, versículos 1
a 5, e você vai constatar que as ofertas de Caim e Abel não são frutos
de uma imposição, mas produtos da voluntariedade. Elas foram espontâneas! Adorar a Deus não deve ser encarado como uma obrigação penosa, um fardo pesado a se carregar; muito pelo contrário, ela
deve brotar de um coração voluntário. Jesus disse que o Pai “procura”
os verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade (Jo
4:23). Ele “procura” e não os “obriga” a isso. Davi entendeu a vontade
de Deus, e tudo o que ofereceu ao Senhor foi espontaneamente e com
integridade de coração (I Cr 29:17 – NVI).
5. Com base na primeira aplicação, responda: Por que uma oferta que agrada ao Senhor é marcada pela voluntariedade?
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2. Uma oferta que agrada ao Senhor é marcada pela qualidade.
Preste atenção nos detalhes fornecidos pelo autor sagrado, no que diz respeito às ofertas de Caim e Abel. Primeiro Caim: A Bíblia não diz que ele pegou
as “primícias dos frutos da terra”, ou seja, os primeiros e melhores frutos. Mas
diz: Caim pegou alguns produtos da terra (Gn 4:3). Não estamos querendo
dizer que os frutos de Caim eram ruins, mas, talvez, não fossem os melhores.
Isso não desqualifica sua oferta, afinal, não havia uma regra que dizia que o
Senhor aceita apenas as “primícias dos frutos da terra”, como também não
existia uma regra que dizia que o Senhor só aceitava os “primogênitos das
ovelhas”. Entretanto, observe o diferencial em Abel, que por sua vez, pegou
o primeiro carneirinho (...) e ofereceu as melhores partes ao Senhor (Gn 4:3-4).
Aquele que tem atitudes internas corretas, sempre oferecerá o seu melhor ao
Senhor, e essa oferta, com certeza, lhe agradará! Faça isso.
6. Com base na segunda aplicação, responda: Por que uma oferta que agrada ao Senhor é marcada pela qualidade?
3. Uma oferta que agrada ao Senhor é marcada pela sinceridade.
Imagine Caim e Abel indo adorar a Deus. Caim, com seus lindos frutos
da terra, e Abel, com o melhor dos seus rebanhos. Duas ótimas ofertas!
Quem olhasse de fora, seria incapaz de pensar em rejeitar uma delas. Mas
Deus não vê como vê o homem. O homem olha para o que está diante dos
olhos, porém o Senhor olha para o coração (I Sm 16:7). Davi sabia disso: Bem
sei, meu Deus, que tu provas os corações e que da sinceridade te agradas (I
Cr 29:17). Deus se agradou da sinceridade de Abel e aceitou sua oferta. E
quanto a nós? Quando o adoramos, há sinceridade em nosso coração?
7. Com base na terceira aplicação, responda: Por que uma oferta que agrada ao Senhor é marcada pela sinceridade?
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CONCLUSÃO: Você conseguiu entender por que Abel e sua oferta
foram aceitos, enquanto Caim e sua oferta foram rejeitados? Que o
Senhor Deus nos livre do caminho de Caim (Jd 11), pois ele é a trilha
da morte! Procuremos sempre andar pelo caminho de Abel, que conseguiu aprovação de Deus como homem correto, tendo o próprio Deus
aprovado as suas ofertas (Hb 11:4 – NTLH). Com espírito quebrantado,
coração compungido e contrito, aproximemo-nos do Senhor! E, assim
como a de Abel, que a nossa oferta seja marcada pela voluntariedade,
pela qualidade e pela sinceridade.
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6
9 mAI 2009
A terra
corrompida
Hinos sugeridos: BJ 380 – CC 259 /BJ 282 – CC 279
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 3 de maio. ........................Gn 5:1-8
Segunda, 4 ............................................Gn 5:9-24
Terça, 5 .................................................Gn 5:25-32
Quarta, 6 ................................................Gn 6:1-12
Quinta, 7..............................................Gn 6:13-22
Sexta, 8....................................................Gn 7:1-16
Sábado, 9............................................Gn 7:17-24
ObjetIvO
Mostrar por que uma
civilização foi dizimada no
dilúvio, enquanto Noé e sua
família foram poupados, e que
hoje, a história se repete e
devemos, a exemplo de Noé,
fazer a diferença, andar com
Deus, e pregar a palavra.
TEXTO BÁSICO: Ao ver como a terra se corrompera, pois toda a humanidade havia corrompido a sua conduta, Deus disse a Noé: Darei fim a
todos os seres humanos, porque a terra encheu-se de violência por causa
deles. Eu os destruirei com a terra. (Gn 6:12-13 - NVI)
INTRODUÇÃO: Questionado sobre seu retorno à terra e o fim do mundo,
Jesus citou vários sinais que iriam acontecer e concluiu, dizendo: Como foi nos
dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias
anteriores ao dilúvio, o povo comia e bebia (...) até o dia em que Noé entrou na
arca (Mt 24:37-38). Com essas palavras, ele confirmou que o dilúvio realmente
aconteceu e nos mostrou o valor de estudarmos aqueles “dias anteriores ao
dilúvio”, quando toda a terra, com exceção de Noé e sua família, foi corrompida. Então, fique atento, pois esse será o assunto do estudo de hoje.
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
1. A civilização que foi destruída no dilúvio: A civilização perversa que foi dizimada pelas águas nasceu em Caim.1 Dê uma olhada
1. Hoff (2003:34).
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em Gênesis 4:16-24. Nesse texto, vemos que, após matar seu irmão,
ele se mudou para um lugar chamado “Node”, que não era distante
geograficamente, mas era longe da presença do Senhor (v.16). Caim
fundou, ali, uma cidade, e, de sua descendência, nasceu Jabal, o pai
dos que habitam em tendas e criam gado. Nasceram também Jubal, o
inventor de instrumentos musicais, e Tubalcaim, que fez instrumentos
cortantes de ferro e cobre.
Assim, surgiam, de forma embrionária, a política (devido à cidade), a
pecuária, a arte, a construção, a indústria, a ciência, etc. Essa é a civilização mais antiga de que se tem notícia!2 Mas, infelizmente, construída
longe de Deus e independente dele. Por isso, ela é marcada pela violência e pela lei do mais forte, pela promiscuidade e pela devassidão (Gn
4:24-25). Era uma sociedade que tinha tudo; era um sucesso em proezas e realizações; porém, era moralmente um fracasso.3 À medida que
o ser humano desenvolvia-se, mais notável era o progresso do pecado.
Como um câncer, o mal se alastrava.
A promessa de um salvador (Gn 3:15) parecia não fazer mais sentido, já
que Abel estava morto e Caim estava longe de Senhor. Todavia, Deus é soberano! Ele tudo pode e nenhum dos teus planos é frustrado (Jó 42:2). Então,
o Criador concedeu a Adão e Eva outro filho, e a esperança ressurgiu! Nasceu Sete, que substituiu Abel na verdadeira adoração. Conforme vemos no
capítulo 5, Sete surge em uma linhagem piedosa, composta de homens
santos, entre os quais se destaca Enoque, que andou com Deus e então,
já não foi mais encontrado, pois Deus o havia arrebatado (Gn 5:24).
Por certo tempo, estabeleceram-se duas linhagens: A linhagem maligna
de Caim e a linhagem piedosa de Sete. Entretanto, a condição moral, em
todo mundo, continuava extremante decadente, e essa situação se agrava
no capítulo 6 de Gênesis, quando os “filhos de Deus” se casaram com as
“filhas dos homens”. Seriam esses casamentos de anjos com seres humanos? Certamente, não!4 O sentido indicado pelo contexto é a corrupção
dos descendentes de Sete, ao se casarem com mulheres ímpias e descendentes de Caim.5 Já não havia mais nenhuma diferença entre eles.
Desse modo, o pecado atingiu o seu grau máximo e a maldade se
alastrou por toda terra. A conclusão bíblica é esta: A terra, porém, esta2. Morris (1979:55).
3. Kidner (1985:73).
4. Wiersbe (2006:51).
5. Morris (1979:62).
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va corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência
(v.11), ou, como lemos na Bíblia Viva: Isto cortou o coração dele!. “O
cenário para o dilúvio estava pronto”.6 Então, o Senhor decidiu: Destruirei, de sobre a face da terra... (v.7). A expressão “destruirei” significa, literalmente, “apagar”, como se faz com a borracha ou apagador.7 Hoje,
diríamos que Deus queria “deletar” aquela civilização maldita. Como isso
aconteceu? É o que veremos a seguir.
2. O dilúvio que destruiu aquela civilização: É impossível tratar sobre
dilúvio sem mencionar Noé, pois ele se destacava em meio à depravação
total de sua sociedade. Ele brilhou como um farol em meio às trevas! Em
meio àquela civilização corrompida, ele era diferente e, por isso, encontrou
graça aos olhos do Senhor (Gn 6:8). “Que tipo de pessoa era Noé? Ele era
o tipo de pessoa que você e eu devemos ser ao viver em nosso mundo
de hoje”.8 Sua história pode ser resumida em poucas palavras: era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos (Gn 6:9a).
Qual o segredo de Noé? A resposta é simples e magnífica: Ele andava
com Deus (Gn 6:9b). Certa vez, o Senhor lhe disse: Vou mandar um dilúvio
para cobrir a terra, a fim de destruir tudo o que tem vida (...). Mas com você eu
vou fazer uma aliança (Gn 6:17-18 – NTLH). Ele recebeu uma missão: deveria
fazer uma grande arca, para que, quando viesse o dilúvio, ele e sua família
estivessem seguros e também fossem salvas todas as espécies de animais
que pudessem se afogar nas águas. Noé obedeceu a todas as orientações
dadas por Deus, relacionadas ao material, às medidas e à construção.
A obra era monumental! A arca media 135m de comprimento, 22,5
m de largura e 13,5m de altura. Devido a seu fundo achatado, ela tinha
grande capacidade de carga e de flutuação. De acordo com Dr. Henry
Morris, considerando os três andares que possuía, ela tinha o tamanho
suficiente para abrigar o conteúdo de 522 vagões ferroviários modernos.9
Isso significa que, na arca, havia espaço para mais de 120.000 animais e
alimento para todos;10 ainda sobraria espaço para os seres humanos que
se convertessem. Note que tudo foi construído longe do mar e num tempo que ainda não chovia (Gn 2:5-6).
O escritor de Hebreus diz o seguinte: Pela fé Noé, quando avisado a
6. Stott (2007:40).
7. Allen (1987:196).
8. Wiersbe (2006:54).
9. Whitcomb (:95).
10. Wiersbe (2006:56).
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respeito de coisas que ainda não se viam, movido por santo temor, construiu uma arca para salvar sua família (Hb 11:7 – NVI). Seus contemporâneos devem ter achado tudo uma grande piada, afinal, Noé passou anos
construindo um barco enorme, no quintal de sua casa, sob um céu azul
e límpido.11 Certamente, Noé escutou todo tipo de deboches e críticas.
Mas ele não deu ouvido, simplesmente, obedeceu a Deus. Quando ele
terminou, Deus falou para que ele, sua família e os animais entrassem na
arca. Ele, mais uma vez, obedeceu.
Então, o Senhor fechou a porta da arca e abriu a comporta do céu! Todas as fontes do abismo jorravam águas e houve copiosa chuva sobre a terra
durante quarenta dias e quarenta noites (Gn 7:11-12). Este foi o juízo de Deus
para aquela civilização perversa. Ele já havia dado mais de um século para
que os pecadores se arrependessem, mas, agora, era tarde demais. Assim,
todos os seres humanos, exceto Noé e sua família, foram exterminados da
face da terra. E quanto a nós, hoje? Nós também vivemos numa terra corrompida, prestes a ser destruída, e precisamos seguir o exemplo de Noé. Por
isso, a seguir, consideraremos três lições práticas que aprendemos com ele.
1. Após ler a primeira parte do comentário e Gn 4:16-24, responda:
A partir de quem nasce aquela civilização que foi destruída pelo dilúvio? Como ela se desenvolveu e qual é a semelhança com a geração dos nossos dias?
2. Com base em Gn 4:25-26, 5:1,24; 6:1-3, comente a diferença entre a linhagem piedosa de Sete e linhagem maligna de Caim. Quando essa diferença deixou de existir? Como isso contribuiu para o dilúvio?
11. Stott (2007:41).
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3. Leia Gn 6:5-12 e responda: Como estava a terra nos dias que antecederam o dilúvio? Sabemos que Noé era diferente. Que tipo
de pessoa era ele? Qual era o seu segredo?
4. Após ler a segunda parte do comentário e ainda Gn 6:13-22; 7:6-7 e 16-17, comente sobre a arca e também sobre o dilúvio que destruiu aquela civilização perversa.
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. A exemplo de Noé, devemos fazer a diferença.
Noé era um homem justo e integro (Gn 6:9). O que é ser justo? É
ser um pecador em dia com Deus! O que é ser integro? É ser irrepreensível no caráter e correto diante dos homens. Embora os demais
descendentes de Sete tivessem se misturado com os descendentes
de Caim e se corrompessem, Noé escolheu manter-se fiel. Ele remou
contra a maré e fez a diferença em sua geração. O tempo em que
vivemos não é diferente. Portanto, não podemos nos conformar com
este mundo (Rm 12:1-2). Jesus espera que sejamos sal e luz em nossos
dias (Mt 5:13-16).
5. Leia a primeira aplicação, Gn 6:9a; Rm 12:1-2; Mt 5:13-16 e responda: O que significa “fazer a diferença” em uma terra corrompida?
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2. A exemplo de Noé, devemos andar com Deus.
Noé foi considerado perfeito no meio da sua geração. Qual era o
seu segredo? Ele andava com Deus (Gn 6:9). Andar com Deus significa andar na mesma direção de Deus. Assim diz o profeta: ...andarão
dois juntos, se não houver entre eles acordo? (Am 3:3). Trata-se de
um processo de comunhão e amizade com o Senhor, fruto de uma
escolha. Andar com Deus “significava conhecê-lo. Conhecer a Deus
significava amá-lo. Amá-lo significava ouvir. Ouvir, obedecer”.12 Não
vivemos, hoje, em condições semelhantes às de Noé? Por que devemos andar com Deus? Porque é só em sua companhia que podemos
ser justos em uma terra corrompida.
6. Após ler a segunda aplicação, Gn 6:9b e Am 3:3, comente o que significa “andar com Deus” em nossos dias.
3. A exemplo de Noé, devemos pregar a palavra.
O apóstolo Pedro chamou Noé de “pregador de justiça” (II Pe 2:5) ou aquele
que anunciou que todos deveriam obedecer a Deus (NTLH). De acordo com
um artigo da revista Ultimato, a pregação de Noé era tríplice: “... ele pregava
por meio de seu estilo de vida (era justo e íntegro), por meio da construção
da arca (levava Deus a sério) e por meio da palavra (não se calava)”.13 Nos dias
de Noé, o mundo foi destruído com água, mas, agora, será destruído com
fogo (II Pe 3:3-7), e cabe-nos, hoje, pregar o evangelho (Mt 28:19; Mc 16:15).
Somos pregadores da justiça, no século 21, e não podemos nos calar.
7. Com base na terceira aplicação e ainda em II Pe 2:5; 3:3-7; Mt 24:12-
14 e Mc 16:15, comente o que significa dizer que “somos pregadores
da justiça no século XXI”.
12. Spangler (2004:38).
13. Revista Ultimato (2007).
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CONCLUSÃO: O relato do dilúvio não é simplesmente um fato histórico; é, também, uma evidente mensagem de alerta para o mundo de hoje,
que está tão cheio de violência e perversidade e tão sujeito ao castigo
de Deus como o mundo em que viveu Noé. Notemos o aviso do Mestre,
que, em seu sermão profético, denunciou a maldade e o desinteresse da
geração dos últimos dias pela palavra: ...assim como foi nos dias de Noé,
também será a vinda do Filho do Homem (Mt 24:37). Que, a exemplo de
Noé, façamos a diferença, andemos com Deus, e preguemos a palavra,
nestes dias que restam, antes do juízo final.
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Um novo começo
Hinos sugeridos: BJ 224 – HC 58 / BJ 225 – CC 278
16 mAI 2009
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 10 de maio. .....................Gn 8:1-5
Segunda, 11 .........................................Gn 8:4-14
Terça, 12...............................................Gn 8:15-22
Quarta, 13 ...............................................Gn 9:1-7
Quinta, 14..............................................Gn 9:8-19
Sexta, 15 ..............................................Gn 9:20-29
Sábado, 16 ...................................................Gn 10
ObjetIvO
Mostrar ao estudante da
palavra de Deus, a partir
do exemplo de Noé, que
um novo começo requer
paciência, obediência e
prudência.
TEXTO BÁSICO: E a lembrou-se Deus de Noé, e de todo animal, e de
toda rês que com ele estava na arca; e Deus fez passar um vento sobre a
terra, e aquietaram-se as águas. (Gn 8:1)
INTRODUÇÃO: O dilúvio foi uma grande catástrofe, marcada pela
destruição daqueles que viviam em pecado e desobediência (Gn 6:5-7).
Porém, com certeza, essa medida extrema só foi adotada por Deus tê-la
considerado necessária. Aliás, o próprio Deus declarou que a terra estava
cheia de violência (Gn 6:13). Então, decidiu exterminar os seus moradores
e começar uma nova geração. Fizeram parte desse novo começo da história humana oito pessoas: Noé, sua esposa, seus três filhos e as mulheres
dos seus três filhos, os quais Deus preservou da destruição, por terem sido
achados justos diante dele. A presente lição trata desse novo começo.
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
A base bíblica da lição de hoje gira em torno dos capítulos 8 e 9 do
livro de Gênesis. A Edição Revista e Corrigida da Bíblia emprega os seguintes títulos para dividi-los: as águas do dilúvio diminuem (8:1-6), “Noé
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solta um corvo e depois uma pomba” (8:7-14), “Noé e sua família saem da
arca” (8:15-22), “o pacto que Deus fez com Noé” (9:1-19) e “Noé planta
uma vinha” (9:20-29). Eis um título que resumiria bem conteúdo desses
capítulos: “a volta da misericórdia”. Esses dois capítulos transbordam misericórdia divina, como vamos ver a seguir.
1. O juízo de Deus é suspenso: Deus estava insatisfeito com a conduta dos seres humanos. Por isso decidiu exterminá-los. O dilúvio, portanto, foi a forma de juízo utilizada para julgar os ímpios daquela geração.
Com isso, o Senhor deixou claro que toda maldade praticada pelos seres
humanos é punida. Deus não tem prazer na morte do ímpio (Ez 18:32;
33:11); antes, quer que ele se converta dos seus maus caminhos e viva (Ez
18:33; II Pe 3:9). Porém, em muitos casos, a morte é opção escolhida pelo
ímpio (Rm 1:21, 24, 28).
Ao cumprir com o propósito de Deus, as águas do dilúvio, após cento
e cinqüenta dias, começaram a diminuir (Gn 8:1-5). Cinco meses haviam
passado, desde que começara a chover, até então. Era o décimo sétimo
dia do sétimo mês, quando a arca repousou num dos montes de Arará.
Noé e os que com ele estavam na arca foram os únicos sobreviventes de
tudo o que havia na terra. Até então, permaneceram na arca, aguardando
o abaixamento completo das águas.
Da arca, Noé soltou alternadamente, e por mais de uma vez, um corvo e
uma pomba, que saíam da arca e voltavam para ela, até que não mais voltaram, por já terem encontrado terra firme. Aos vinte e sete dias do segundo
mês do ano seiscentos e um da vida de Noé, a terra ficou seca (Gn 8:13-14).
Somadas todas as parcelas de tempo mencionadas nos capítulos 7 e 8 de
Gênesis, é possível determinar o tempo em que as águas permaneceram
sobre a terra. Nos cálculos feitos por Davidson, esse tempo foi de 371 dias.1
2. A ordem de Deus é transmitida: Ao pisar em terra firme, a primeira providência tomada por Noé consistiu na construção de um altar
e no oferecimento de um sacrifício a Deus, como prova de sua gratidão,
por ter sido poupado da morte, numa circunstância em que todos os
outros seres viventes haviam sido mortos e como sinal de consagração
de sua vida a Deus. Teve Noé o cuidado de utilizar apenas aves e animais limpos (Gn 8:20), uma vez que estes já tinham sido classificados por
Deus, no dia em que ordenara a entrada deles na arca (Gn 7:2).
Após sentir o suave cheiro do sacrifício de Noé (Gn 8:21), o Senhor assumiu perante si mesmo o compromisso de que jamais destruiria os ha1. Prof. Davidson (1987:92).
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bitantes da terra da maneira como tinha feito, isto é, através das águas.
Assegurou, também, que o ciclo da natureza continuará o seu curso normal, sem interrupção, enquanto a terra durar (Gn 8:21-22). Foi aí que, a
exemplo do que fizera com Adão e Eva, o Senhor abençoou Noé e seus
filhos, Sem, Cam e Jafé, ordenando-lhes que frutificassem, se multiplicassem e enchessem a terra (Gn 9:1).
E foi o que aconteceu. De acordo com Gênesis, capítulo 10, versículo
32, desses três filhos de Noé, surgiram os povos que se espalharam por
todas as regiões da terra de então, após o dilúvio. Os descendentes de Jafé
foram para o oeste da região do Arará, onde, atualmente, é a Ásia menor e
a Europa. Em direção a Canaã, Egito e norte da África, isto é, ao sudoeste,
foram aqueles que descenderam de Cam. Para o sudeste da Mesopotâmia,
no local que hoje é conhecido por Golfo Pérsíco, foram os filhos de Sem.2
3. A aliança de Deus é estabelecida: Após a transmissão da ordem,
veio o estabelecimento da aliança: E eu, eis que estabeleço o meu concerto
convosco e com a vossa semente depois de vós (Gn 9:8 e 9). O concerto
feito por Deus com Noé consistiu na reafirmação da promessa de que
ele não mais destruiria os habitantes da terra com um dilúvio: não será
mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais
dilúvio, para destruir a terra (Gn 9:11 e 12).
O Senhor deixou o arcoíris como sinal desta aliança, e como garantia
de que sua promessa seria cumprida (Gn 9:11-15). É provável que o arcoíris já existisse, mas, agora, passava a ter um novo significado. Ao vê-lo
nas nuvens, o ser humano se lembraria da promessa misericordiosa de
Deus. Sendo assim, ele poderia plantar e edificar, sem receio de ver, de
repente, tudo destruído por um outro dilúvio.
Em razão do dilúvio que devastou a terra, esta precisou de algum tempo
para voltar a produzir alimento. Então, Deus autorizou o uso de carnes, e o
regime alimentar vegetariano que parecia prevalecer até então (Gn 1:29),
foi alterado (Gn 9:3-5). O Senhor, porém, proibiu o uso do sangue como
alimento, depois de afirmar que, nele, estava a vida (Gn 9:3-4), e em virtude da importância que passaria a ter como objeto de sacrifício. Assim, em
um mundo purificado pelo juízo de Deus, houve um novo começo. Logo a
seguir, temos as lições desse novo começo para a nossa vida cristã.
2. Stott (2007:43).
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1. Leia Gn 7:22 e 23, 8:3 e 4, o comentário e responda: Tendo
exterminado todo o ser vivente, a partir de quanto tempo as águas
do dilúvio começaram a baixar e onde finalmente a arca repousou?
2. Leia Gn 8:14-20, o comentário e responda: Por quantos dias as
águas permaneceram sobre a terra e que fez Noé, logo depois
de sair da arca?
3.Leia Gn 9:1 e 7, 10:31 e 32, o comentário e responda: Que ordem
deu Deus a Noé e a seus filhos, no tocante ao povoamento da terra
e como isso se tornou possível?
4. Leia Gn 9:18; 10:32, o comentário, e responda: Em que consistiu a aliança de Deus com Noé e que sinal dessa aliança deixou o Senhor?
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. Para que haja um novo começo, é necessário que haja paciência.
Durante todo o tempo em que as águas permaneceram sobre a terra,
Noé e sua família continuaram resignados, dentro da arca. Foi necessária muita paciência da parte de cada um dos integrantes dessa família,
pois a convivência, por tanto tempo, com todos aqueles animais, deve
ter sido muito desconfortável. Entretanto, não consta que tenham re52 |
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clamado de tal desconforto. Estavam certos de que, no tempo certo,
as águas baixariam e, então, poderiam sair da arca com segurança. A
palavra de Deus recomenda: Sede vós também pacientes (Tg 5:7-8); necessitais de paciência (Hb 10:26).
5. Leia Hb 10:26 e Tg 5:7 e 8, o comentário da aplicação 1, e responda: Enquanto esteve na arca, que exemplo digno de ser imitado nos deixou Noé e sua família?
2. Para que haja um novo começo é necessário que haja obediência.
O que vimos em Noé durante sua estada na arca foi um exemplo de
obediência a Deus. Aliás, ele a demonstrou essa obediência já ao receber a incumbência de construir a arca, e, mesmo depois de a ter construído, não entrou nela, senão no momento em que Deus o autorizou.
O mesmo aconteceu no momento de sair. Em muitas situações de nossa
vida, precisamos seguir o exemplo deixado por Noé: nunca devemos
fazer algo, se Deus não nos mandou fazer, assim como não devemos
deixar de fazer o que ele nos mandou fazer. Para o Senhor, vale mais
obedecer do que sacrificar (I Sm 15:22).
6. Leia o conteúdo da segunda aplicação e responda: Que outro importante exemplo nos deixou Noé?
3. Para que haja um novo começo, é necessário que haja prudência.
Confirmando as palavras do Senhor de que a imaginação do coração
do homem é má continuamente (Gn 6:5, 8:21), Noé, o homem escolhido
por Deus para representar os novos moradores da terra, acabou por dar
sinais de fraqueza, ao embriagar-se e despir-se no meio de sua tenda
(Gn 9:20 e 21). Já havia dado prova de paciência e de obediência, mas
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não foi tão cuidadoso quanto deveria ter sido, com relação à prudência.
Deus, certamente, o perdoou, pois continuou sendo tratado como justo
(Ez 14:14). Ficou, porém, a certeza de que, mesmo depois do dilúvio, os
seres humanos continuaram errando e, por isso, dependentes da graça
e da misericórdia de Deus.
7. Leia Gn 6:5, 8:21 e responda: A que conclusão podemos chegar, com base nesses textos?
CONCLUSÃO: É muito triste lembrar o que aconteceu no passado, quando da inundação da terra pelo dilúvio e da destruição das
criaturas que nela viviam. Porém, não é menos triste saber que algo
semelhante está para acontecer no futuro, sem que a maioria das
pessoas se deem conta disso. Todavia, assim como a arca foi, no passado, um meio de salvação para Noé e sua família, da mesma forma,
Jesus Cristo se apresenta, hoje, como o único meio de salvação para
aqueles que nele acreditam. Portanto, crer em Jesus Cristo é o primeiro passo a ser dado por aqueles que quiserem usufruir o novo
mundo, que por Deus será criado.
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8
23 mAI 2009
A falência dos
projetos humanos
Hinos sugeridos: BJ 238 – CC 169 / BJ 156 – HC 334
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 17 de maio. ...................Gn 11:1-4
Segunda, 18 .........................................Gn 11:5-6
Terça, 19..................................................Gn 11:7-8
Quarta, 20 .......................................Gn 11:10-13
Quinta, 21........................................Gn 11:14-19
Sexta, 22 ...........................................Gn 11:20-25
Sábado, 23 ......................................Gn 11:26-32
ObjetIvO
Conscientizar o estudante
de que precisa valorizar a
sabedoria de Deus, confiar
na presciência de Deus e
reconhecer a soberania de
Deus, para conduzir-se bem e
para que seus projetos tenham
a aprovação do Senhor.
TEXTO BÁSICO: ...e o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm
a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição
para tudo que intentam fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali a sua
linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro. (Gn 11:6-7)
INTRODUÇÃO: Nas lições anteriores desta série, estudamos a respeito
de ações humanas mal sucedidas: a de Adão e Eva, que quiseram saber
mais do que lhes convinha; a de Caim, que matou o próprio irmão, e a da
massa humana que se corrompeu, até ser destruída no dilúvio. Cada escolha
errada foi um projeto falido. O relato de Gn 11:1-9, que é base deste estudo,
apresenta mais um caso de falência: o projeto de construção de uma cidade
pelos descendentes de Noé. Nossa proposta é apresentar o ponto de vista
bíblico sobre o que levou esse projeto à decadência e buscar orientações, na
palavra de Deus, para a boa condução de nossos projetos de vida.
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
Na lição anterior, Um novo começo, aprendemos que Deus abençoou
Noé e sua família e ordenou-lhes que se multiplicassem e se espalhassem
pela terra (Gn 9:1,7). O estudo de hoje nos mostrará que os descendentes
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de Noé, contrariando a ordem divina, decidiram instalar-se na terra de Sinar (Gn 11:2) – antigo nome da Babilônia – e construir, ali, uma cidade com
uma torre. Contudo, Deus interrompeu esse projeto rebelde. Vamos, então,
analisar esse episódio, que nos mostra, em primeiro lugar, a arrogância dos
projetos humanos e, em segundo lugar, a decadência desses projetos, pela
intervenção de Deus, e extrair dele ensinos importantes para a nossa vida.
1. A arrogância dos projetos humanos: Os descendentes de Noé, que
haviam encontrado a planície de Sinar, eram unidos pelo uso de uma mesma língua e comungavam os mesmos costumes. Sobre isso, o texto nos diz:
E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala (Gn 11:1). Esses elementos em comum permitiam que as pessoas se entendessem bem
e se acomodassem ao seu estilo de vida; além disso, eram fundamentais
para o sucesso do seu projeto. Assim, em oposição à ordem de Deus de se
multiplicar e povoar a terra, aquele povo escolheu manter-se fechado.
Não bastasse estar unido pela língua, o povo de Sinar estava unido pelos mesmos propósitos: E disseram uns aos outros: Vinde, façamos tijolos e
queimemo-los bem (...), edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo
tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não
sejamos espalhados por toda a terra (Gn 11:3-4). Percebemos que os desejos comuns àquela gente eram fazer algo grandioso, tornar-se um povo
poderoso e permanecer onde estava. Foi em torno desses propósitos que
os habitantes de Sinar se uniram para executar seu projeto.
Assim, a despeito de valer-se de atitudes positivas, como a cooperação, a coragem e o uso de seu potencial físico e intelectual, aquele
povo tinha uma intenção arrogante: conquistar glória para si: ...tornemos célebre o nosso nome (v. 4). Não havia lugar para Deus no projeto
de vida daquelas pessoas. Nesse sentido, ao contrário do que poderíamos pensar, o propósito de construírem uma cidade, permanecerem naquela planície, falando a mesma língua, não era benéfico, pois
a união, ainda que não fosse negativa em si mesma, seria usada para
mantê-las distantes dos propósitos divinos.
Deus lhes havia dado liberdade para escolherem seu rumo, apesar de
lhes ter ordenado que se espalhassem, e lhes havia dado toda a capacidade que possuíam para executarem projetos; entretanto, estavam usando a liberdade e as capacidades que o Senhor lhes dera para tomarem
para si a glória que só ele merece. O ser humano, tomado de arrogância,
ousava tornar-se autor e protagonista de sua história. Como símbolo de
sua soberba, começava a erguer uma torre que chegasse até os céus.
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2. A decadência dos projetos humanos: Ao construir a torre, os
homens de Sinar queriam provocar a descida de alguma divindade.
Segundo a crença da época, os deuses desciam à terra, através de
torres como aquela, para abençoar o povo.1 O topo da torre, onde
ficava o santuário, era considerado a “entrada dos deuses”.2 Daí se
percebe o tamanho da ofensa feita a Deus, que desceu, não para se
rebaixar ou se conformar à vontade humana, mas para executar juízo
sobre aquele povo rebelde (vv. 5-8). O Senhor, então, impediu a continuidade da obra, confundindo a língua do povo e espalhando-o por
toda a terra (Gn 11:8-9).
É importante entendermos que a ação de Deus não ocorreu pelo
desejo de progresso do ser humano, mas pela autossuficiência e
pela prepotência deste. Não era o trabalho humano em si a causa
do juízo de Deus, mas a motivação com que era levado a efeito. O
mal consistia em que o projeto empreendido por aquelas pessoas
estava na contramão da vontade de Deus. A decadência era, portanto, necessária. Deus precisava preservar o ser humano, e a maneira
que escolheu foi desfazer a unidade que os descendentes de Noé
queriam manter.
Mas por que o Senhor quis preservar aquele povo? Em primeiro
lugar, porque já havia um plano de salvação para a humanidade, que
Deus cumpriria fielmente; em segundo lugar, porque o Senhor não
tem prazer na destruição do ser humano e preferiu espalhá-lo a ter de
destruí-lo ou a deixar que a finalização daquela obra levasse aquele
povo a afundar-se definitivamente no pecado (v. 6). Deus preservou a
humanidade de se perder em seus próprios projetos mal intencionados. Por isso, aquela cidade, conhecida como “portão de Deus”, tornouse palco de confusão e passou a ser conhecida como Babel3 (Gn 11:9).
É curioso o fato de que o Deus da unidade tenha desfeito a união
daquele povo. Acontece que o problema não era a união, mas a intenção arrogante das pessoas que promoviam aquela obra. De fato,
nenhuma ação, por mais nobre que seja, justifica uma má intenção. O
Senhor sabia o que motivava aquelas pessoas, e agiu com justiça, mas
também com misericórdia. Assim, o que os descendentes de Noé não
1. Walton, Matthews, Chavalas (2003:41).
2. Champlin (2000:97).
3. Tudo indica que o sentido de confusão dado a Babel se deve à semelhança desse nome
com a palavra hebraica balal, que significa “confundir” (Cf. Champlin, 200:96, vol. 1).
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quiseram fazer espontaneamente, tiveram de fazer obrigatoriamente,
pois ninguém pode zombar de Deus (Gl 6:7).
O episódio da construção de Babel foi, portanto, a demonstração do
progresso e do engrandecimento humano. Aquelas pessoas queriam
tornar-se absolutamente independentes de Deus. Queriam o progresso, a estabilidade econômica, social e emocional, o orgulho pelas grandes conquistas, mas não queriam Deus. Tratava-se de uma sociedade
de ações louváveis, de grandes ambições, mas completamente distante do seu criador. Seu potencial físico, intelectual e artístico a levaria
a realizações tremendas (Gn 11:6), mas sua arrogância a destruiria. A
seguir, vamos conhecer três lições importantes que nos ajudarão a não
repetir a atitude desse povo.
1. Leia Gn 9:1,7, 11:2 e responda: Qual fora a ordem de Deus a Noé e seus filhos e o que fizeram seus descendentes?
2. Leia Gn 1:1,3-4, o item 1 e responda: O que contribuía para o sucesso do projeto dos descendentes de Noé e com que propósitos eles construíam uma cidade com uma torre?
3. Com base no item 2, responda: Por que foi necessária a decadência do projeto do povo de Babel e por que Deus espalhou a humanidade, em vez de destruí-la?
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4. A partir do item 2 e de Gn 11:3-9; Pv 16:18, responda: Qual o
resultado da arrogância a excelentes projetos e grandes conquistas
humanas e qual o resultado da arrogância para o próprio ser humano?
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. Para evitar a falência dos nossos projetos, precisamos valorizar a sabedoria de Deus.
O povo de Babel pensava que teria tudo de bom, se permanecesse onde
estava, ao invés de obedecer à instrução sábia de Deus. Da mesma forma,
o mundo atual acredita que a paz entre as pessoas e as nações, a justiça,
a tolerância cultural e religiosa podem ser conquistadas por meios que
não provêm da sabedoria divina, uma vez que indivíduos e nações defendem seus próprios interesses. Não há coerência, nem sabedoria alguma na
maneira mundana de conduzirmos nossos projetos de vida. A sabedoria
divina, que nos ensina a amar a Deus e ao próximo, é a segurança de que
estamos nos conduzindo bem. Devemos, portanto, valorizá-la.
5. A partir da primeira aplicação, responda: Por que precisamos
valorizar a sabedoria divina para conduzirmos bem nossos
projetos de vida?
2. Para evitar a falência dos nossos projetos, precisamos confiar na presciência de Deus.
Deus, na sua presciência, sabia de antemão o resultado da construção de Babel: não haveria restrição para as ações da humanidade (v. 6).
Projetos mais arrogantes viriam, até que o ser humano se destruiria pela
própria soberba. Deus não permitiu que isso acontecesse. Semelhantemente, o Senhor frustra muitos projetos de cientistas arrogantes. Por
isso, a ciência, que tem sido uma bênção para a humanidade, sempre
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terá, diante de si, um limite colocado por Deus, para que o ser humano
reconheça sua finitude. Portanto, não precisamos nos desesperar, quando nossos projetos forem frustrados. O Senhor conhece o futuro e é
amoroso o bastante para nos preservar da soberba.
6. Com base na segunda aplicação, explique a importância de confiarmos na presciência de Deus para nos conduzirmos bem.
3. Para evitar a falência dos nossos projetos, precisamos reconhecer a soberania de Deus.
Ao executar juízo sobre o povo de Babel, Deus mostrou que, apesar
de dar liberdade à humanidade para empreender grandes projetos, sabe
até onde a ação humana deve ir. Precisamos crer que o Deus soberano
observa atentamente as ações dos homens mais poderosos do planeta
e coloca limites aos projetos destes. Quando o Senhor determinou que
chegassem ao fim, todos os grandes impérios caíram, e cairá todo poder
humano que se levanta contra Deus. Sendo assim, devemos lembrar que
temos liberdade para realizar grandes coisas, mas que só seremos vitoriosos em nossos projetos se reconhecermos a soberania de Deus.
7. Leia a terceira aplicação e responda: Qual a importância de
reconhecermos a soberania de Deus na condução de nossos
projetos de vida?
CONCLUSÃO: Neste estudo, aprendemos que a arrogância levou à
falência o projeto dos descendentes de Noé. Deus, que lhes dera tudo
que tinham e os preservara do dilúvio, fora esquecido por eles. A lição
que esse episódio nos traz é que só o Senhor merece toda honra e toda
glória. Portanto, ao fazermos nossos projetos, precisamos valorizar sua
sabedoria, confiar na sua presciência e reconhecer a sua soberania. Se
Deus estiver no comando de nossas vidas, teremos a certeza de que ele
levará a bom termo o que projetarmos.
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9
30 mAI 2009
Uma escolha
soberana
Hinos sugeridos: BJ 234 – SH 392 / BJ 299 – CC 308
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 24 de maio. ...................Gn 12:1-9
Segunda, 25 ...................................Gn 12:10-20
Terça, 26..........................................................Gn 13
Quarta, 27 ..........................................Gn 14:1-11
Quinta, 28........................................Gn 14:18-24
Sexta, 29 .................................................Gn 15:1-6
Sábado, 30 .........................................Gn 15:7-20
ObjetIvO
Mostrar ao aluno, através do
exemplo do chamado de Abrão,
que a escolha soberana de Deus
é surpreendente, encorajadora,
misericordiosa e abrangente,
e encorajá-lo a atender ao
Deus soberano com renúncia,
submissão e adoração.
TEXTO BÁSICO: Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua
parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei
uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma
bênção! (Gn 12:1-2)
INTRODUÇÃO: Em nossos dias, soberania só é entendida como um atributo de cada pessoa. Cada indivíduo quer e procura fazer suas próprias
escolhas e ditar suas próprias regras. Consequentemente, as pessoas se recusam a aceitar a interferência de Deus em suas vidas. A Bíblia, no entanto,
nos apresenta um relato, em Gn 12:1-9, sobre o momento em que Abrão foi
escolhido para ser aquele de quem descenderia o Cristo. A ordem não fazia
sentido algum, mas ele confiou no Deus soberano que o escolhia. No estudo desse relato, aprenderemos que a escolha soberana de Deus é surpreendente, encorajadora, misericordiosa e abrangente. Também conheceremos
três princípios que nos encorajarão a nos rendermos à soberania de Deus.
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
Abrão era descendente de Sem, que era filho de Noé. Morava em Ur dos
caldeus, uma cidade ao norte da Mesopotâmia. Como filho primogênito de
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Tera, seria o herdeiro legítimo de todos os privilégios e as responsabilidades
que cabiam ao patriarca de um clã (família). Abrão, porém, não teria herdeiro,
pois Sarai, sua esposa, era estéril. Mas o rumo da história desse homem foi
completamente mudado, quando recebeu uma ordem e promessas maravilhosas de Deus. Abrão havia sido escolhido para algo muito especial. Vamos
conhecer, agora, quatro características dessa escolha soberana de Deus.
1. A escolha soberana de Deus é surpreendente: O texto de Gn
12:1-9 inicia-se assim: Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da
tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei (v.1).
Essas palavras foram ditas no momento menos esperado para Abrão e
por quem ele não conhecia. Com certeza, Abrão se surpreendeu com
aquele pedido, pois, nos versículos anteriores, não há informação alguma de que ele tivesse qualquer noção do pedido que Deus lhe faria. Não
há também nenhum indício de que o futuro patriarca buscava uma divindade diferente daquelas que o povo de Ur costumava adorar.
Antes de narrar a escolha soberana de Deus com relação a Abrão, o
autor de Gênesis, no capítulo anterior (vv. 10-27), apresenta a genealogia
de Sem. Há, também, a narrativa da constituição das famílias de Abrão
e Naor, bem como a mudança de Abrão, sua esposa, seu sobrinho, Ló,
e seu pai, Tera, de Ur para Harã. Foi após a morte de Tera que ocorreu
o momento inesperado. Deus ordenou que Abrão saísse de sua terra,
quando este pensava que ficaria ali, para suceder seu pai no patriarcado
da família. O Senhor o surpreendeu, escolhendo-o para ser o patriarca de
todos os fiéis (Gn 12:3). Abrão nunca havia imaginado tal coisa.
2. A escolha soberana de Deus é encorajadora: Deus não havia pedido algo fácil a Abrão. Sair de Harã implicava perdas para ele: dos privilégios de herdeiro de seu pai, da companhia de amigos e parentes. Porém,
ao escolhê-lo, o Senhor também lhe fez promessas: ...de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem;
em ti serão benditas todas as famílias da terra (Gn 12:2-3). Com esse encorajamento, o Senhor mostrou que sua escolha implicava algo muito maior
que qualquer prestígio terreno: um plano eterno de salvação.
As promessas de Deus encorajaram Abrão a tomar a decisão de partir de Harã: Levou Abrão consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu
irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as pessoas que lhes acresceram em Harã. Partiram para a terra de Canaã; e lá chegaram (Gn 12:5).
Ao encorajá-lo, o Senhor estava produzindo fé no coração de seu servo,
fazendo-o confiar em sua palavra. Só Deus poderia cumprir promessas
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tão grandiosas! Abrão entendeu que aquele que lhe prometia o impossível é digno de confiança. Foi, pois, o caráter confiável de Deus, revelado
nas suas promessas, que encorajou Abrão.
3. A escolha soberana de Deus é misericordiosa: Como já dissemos
anteriormente, não há nada no texto bíblico que nos leve a acreditar
que Abrão já adorava a Deus, antes de ter esse encontro com ele. Abrão
habitava em uma terra idólatra e não conhecia o Senhor. Não partiu dele
a iniciativa de buscar a Deus. Abrão estava cuidando de sua família e de
seus bens e não lhe passava pela mente que havia um Deus amoroso
preocupado em salvar a humanidade. Tampouco ele sabia que esse Deus
o escolhera para ser pai daquele que seria o Salvador.
Foi o Senhor quem buscou Abrão, que, como todo o restante da humanidade, estava condenado a morrer eternamente! Ele, que merecia
passar o restante de sua vida na infelicidade de nunca ter um filho, recebeu a promessa de que seria pai de uma nação. Abrão estava morto em
seus pecados (Ef 2:5), sem a mínima condição de ter fé. Deus, porém, lhe
encheu a vida de esperança e o fez crer no impossível. Isso nos lembra o
que foi dito pelo profeta Jeremias: As misericórdias do Senhor são a causa
de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim (Lm
3:22). Deus escolheu Abrão por pura misericórdia!
4. A escolha soberana de Deus é abrangente: Se observarmos atentamente nas promessas de Deus a Abrão, perceberemos que elas não se
limitam a uma pessoa em particular. Ele não seria o único beneficiado. O
restante da humanidade também estava incluído na bênção: ...em ti serão benditas todas as famílias da terra. Deus tinha um plano para salvar
a humanidade e escolheu Abrão para ser pai da nação através da qual
esse plano se concretizaria. A partir da descendência dele, o ser humano
conheceria o seu criador, o único Deus.
Nesse sentido, a escolha de Deus não foi por um indivíduo em especial. Na verdade, ao escolher Abrão, o Senhor queria mostrar seu
amor à humanidade toda e reconduzi-la para junto de si. O patriarca
não viveu para ver quão grande se tornaria sua descendência, mas
creu que a promessa de Deus se cumpriria. De fato, ela se cumpriu
plenamente: no devido tempo, Deus enviou seu Filho Jesus Cristo ao
mundo, para pagar o preço de nosso resgate com seu próprio sangue.
A promessa de Deus se cumpriu no descendente de Judá, filho de
Jacó, que foi neto de Abrão (Mt 1:1-17). Através do sangue de Jesus,
fomos reconciliados com o Pai e passamos a ser seus filhos. Em Jesus,
a salvação é garantida a todo que crê.
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Podemos entender, portanto, que a escolha de Deus não teve por
base qualquer qualidade especial do patriarca. Não havia nada em
Abrão que o tornasse mais digno que outras pessoas para ser o pai da
nação de Israel e o pai de todos os crentes em Jesus. Trata-se de uma
escolha soberana. Essa escolha se tornou manifesta de forma surpreendente, encorajadora, misericordiosa e abrangente. Abrão creu, não
porque já tivesse fé antes de ser escolhido, mas porque foi capacitado
a crer, por aquele que lhe fizera promessas de um futuro grandioso. Foi
tão somente o caráter confiável de Deus a garantia do patriarca.
1. Leia o item 1 do comentário anterior e responda: Por que a escolha soberana de Deus foi surpreendente para Abrão? O que isso tem a ver com a nossa vida?
2. Após ler Gn 12:2-3 e o item 2 do comentário anterior, responda: O que o Senhor fez a Abrão, após lhe ordenar que saísse de sua terra? Que efeito as promessas de Deus têm em nossas vidas?
3. Leia o item 3 do comentário anterior e explique a afirmação: “A escolha soberana de Deus é misericordiosa”.
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4. Com base em Gn 12:3 e no item 4 do comentário anterior, comente sobre a abrangência da escolha soberana de Deus.
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. A escolha de Deus é soberana! Vamos atendê-la com renúncia.
Abrão tinha tudo para negar-se a atender a ordem de Deus. Como
renunciaria ao convívio de seus parentes e amigos, aos prestígios de
que desfrutaria como chefe de sua família? Deus parecia estar pedindo demais! Todavia, ao invés de olhar para o valor do que teria de
renunciar, Abrão atentou para a excelência do caráter do Deus que o
escolhia, nas promessas que lhe fazia. Precisamos também reconhecer
que o Senhor é mais precioso que qualquer bem terreno ou qualquer
prazer temporário. Deus é soberano e nos quer por inteiro (Mt 15:27;
Lc 14:26-27). Por ele, vale a pena renunciarmos nossas vontades infames. Se o buscarmos, ele nos capacitará a isso.
5. Leia a primeira aplicação e responda: Por que devemos atender à escolha soberana de Deus com renúncia? O que o exemplo de Abrão nos ensina sobre isso?
2. A escolha de Deus é soberana! Vamos atendê-la com submissão.
Chama-nos à atenção a primeira parte do versículo 4 de Gênesis
12, que diz: Assim partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito. Abrão,
além de demonstrar renúncia, demonstrou submissão completa a
Deus. Ele se preocupou em fazer tudo como o Senhor lhe tinha dito,
e não o fez por simples obrigação, mas por fé. Abrão realmente entendeu a soberania de Deus! Da mesma forma, se entendemos que
Deus merece a nossa submissão, temos prazer em obedecer-lhe e
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desejamos a sua interferência na nossa vida. Portanto, não haverá
lugar para a insubordinação, quando reconhecermos que as escolhas
de Deus são o melhor para nós.
6. Com base na segunda aplicação, responda: De que forma podemos
mostrar submissão a Deus?
3. A escolha de Deus é soberana! Vamos atendê-la com adoração.
Nos versículos 7 e 8 do capítulo 12, o autor de Gênesis diz que Abrão
edificou altares a Deus. Com essa atitude, o patriarca estava reconhecendo o Senhor como o único digno da sua adoração; estava renunciando a si mesmo e reconhecendo o Deus soberano como o único
Senhor de sua vida. Abrão mostrou-se um verdadeiro adorador, pois o
reconhecimento de sua confiança em Deus não era apenas de palavras,
mas também de atos. Será que temos feito o mesmo? Não precisamos
mais construir altares de tijolos para adorar a Deus, mas precisamos reconhecer, com palavras e atitudes, a excelência do seu caráter.
7. Leia Gn 12:7-8; Jo 4:23-24, a terceira aplicação e responda: Como podemos oferecer verdadeira adoração ao Deus soberano?
CONCLUSÃO: Abrão não tinha motivos para se gloriar, mas tinha
muitos motivos para se alegrar, pois fora surpreendido, encorajado e
alcançado pela misericórdia de Deus. Ele fora escolhido dentre todos
os seres humanos de seu tempo para gerar a nação eleita por Deus,
a nação de Israel, da qual viria o Salvador. Que o estudo do relato
de Gn 12:1-9 nos sirva de auxílio para entendermos a surpreendente,
encorajadora, misericordiosa e abrangente escolha soberana de Deus
para nós, e que o exemplo do patriarca nos encoraje a atendê-la com
renúncia, submissão e adoração.
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Na escola da fé
Hinos sugeridos: BJ 121 – HA 15 / BJ 368 – HC 126
6 JUN 2009
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 31 de maio. ...........................Gn 16
Segunda, 1 de junho ...............................Gn 17
Terça, 2 ............................................................Gn 18
Quarta, 3 ........................................................Gn 19
Quinta, 4.........................................................Gn 20
Sexta, 5............................................................Gn 21
Sábado, 6.......................................................Gn 22
ObjetIvO
Compreender, por meio da história de Abraão, que podemos
alcançar o amadurecimento da
fé e demonstrar isso em atitude práticas como: obediência
imediata, entrega sacrificial e
confiança inabalável.
TEXTO BÁSICO: Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe
disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui! Acrescentou Deus: Toma
teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá;
oferece-o ali em holocausto. (Gn 22:1-2)
INTRODUÇÃO: Por meio de uma escolha soberana, Deus seleciona
Abraão e decide que faria nascer dele uma grande nação. Esta seria separada para Deus, seria uma nação santa, escolhida para uma finalidade determinada. Como qualquer pessoa, ele teve altos e baixos em sua trajetória espiritual. O diferencial é que ele se colocou inteiramente à disposição
de Deus. Querido leitor, vamos observar o desenrolar da história desse
patriarca destacado como Pai da Fé e amigo de Deus, tão conhecida por
todos nós, pois ainda tem muito a nos ensinar sobre como alcançar êxito
espiritual. Faça um propósito de ingressar na escola da fé e aprender com
um dos melhores alunos que por ela passou e foi por Deus aprovado.
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
Deus fez a promessa a Abrão de que ele seria pai de muitos filhos. Entretanto, sua esposa, Sarai, era estéril. Sarai, analisando apenas sob a perspecti-
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va humana, verificou sua limitação física e, provavelmente, confrontada pelo
padrão social da época, segundo o qual uma mulher era honrada através da
geração de filho, sentiu-se frustrada e envergonhada. Isso a incentivou a providenciar meios alternativos para ter um filho. Mesmo sem a aprovação de
Deus, seu esposo concordou em ter um filho com a serva Agar. Eles tiveram
Ismael (Gn 16), cujo nascimento gerou muitas discórdias e desgostos a todos
os envolvidos. Entretanto, Abrão estava apenas iniciando sua carreira na escola da fé. Dali para frente, ele ainda aprenderia muito com o Senhor.
1. Na Escola da fé, Abraão aprendeu a ser paciente: Quando Abrão
tinha noventa e nove anos - mais de vinte anos depois de receber a
promessa de Deus -, o Senhor, por sua infinita misericórdia, ratifica-lhe
a promessa. Não nos parece muito coerente que um homem nessa
idade seja o fecundo pai de uma multidão. Por ser isso naturalmente
improvável, Deus se apresenta a Abrão como o Deus “Todo Poderoso” (Gn 17:1), porque ele precisava crer que o Senhor era suficiente
para garantir o pacto e cumprir o que prometera, e que, para ele, não
haveria nenhuma limitação ou empecilho. Abrão precisava continuar
acreditando na promessa de Deus.
Deus reitera a promessa para ambos e muda-lhes os nomes para
Abraão e Sara, não porque os novos nomes tivessem significado em si,
mas porque queria fazer um novo pacto e mostrar que a promessa era
para os dois. Nessa nova aliança, Deus mostra que havia duas partes:
...quanto a mim (Gn 17:4-8), a parte dele, e as incumbências de Abraão (Gn
17:9-14). Deus pede que todos da casa de seu servo sejam circuncidados,
num ato de devoção a ele. Então, Abraão e os seus obedecem, sendo,
assim, caracterizados como um povo santo, diferenciado para Deus. Um
ano depois desse acontecimento, Abraão aprenderia que vale a pena
esperar, ser paciente, pois Deus cumpre o que diz!
2. Na Escola da fé, Abraão aprendeu a ser confiante: A promessa
não é aparentemente absurda apenas para nós. Abraão prostrou-se e riu
(Gn 17:17). Alguns estudiosos dizem que seu riso foi de alegria. Entretanto,
pelos versículos subsequentes, verifica-se o lapso de fé de Abraão, que riu
pelo mesmo motivo que Sara riria mais adiante (Gn 18:12). Riu por incredulidade. Ele menciona a idade avançada de ambos e sugere que Ismael seja
herdeiro. A sua incredulidade limitava as expectativas. Então, Deus, que é
infinitamente mais poderoso do que imaginamos (Ef 3:20), devolve-lhe a
esperança que fora abatida pelas contingências (pela idade, pela esterilidade e pela demora) e afirma: ...Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás
o seu nome Isaque, e com ele estabelecerei a minha aliança (Gn 17:19).
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O menino deveria chamar-se Isaque (Gn 17:19). Esse nome, que significa
“ele ri”, provavelmente se tornaria um memorial de que, mesmo em meio à
incredulidade humana, não há nada demasiadamente difícil para o nosso
Deus (Gn 18:14). No versículo 21 do capítulo 17 de Gênesis, Deus coloca
um prazo para o cumprimento da promessa: no período de um ano, Isaque
finalmente nasceria. A vontade soberana de Deus se mostra determinante.
Tudo tem seu tempo determinado (Ec 3:1), e quem determina o tempo
certo sempre é Deus. Um ano depois, nasceu Isaque (Gn 21:5).
3. Na Escola da fé, Abraão aprendeu a ter comunhão: Abraão recebe uma visita nada usual: Deus e dois anjos. O patriarca, como um bom
hospitaleiro, recebe-os de forma solícita, proporcionando-lhes descanso,
água para lavar os pés e alimento. Esse tratamento com os visitantes era
um costume que tinha o intuito de tornar possíveis inimigos em amigos.
Tal atitude de Abraão revela por que ele fora chamado, posteriormente,
de amigo de Deus (Is 41:8). Ele estava aprendendo a ter um relacionamento íntimo com Deus, através do qual ele podia ter a revelação dos planos
do Senhor, além de demonstrar um caráter de humanidade e generosidade, que sempre são recompensados (Pv 15:33; Tg 4:6; Lc 6:38; At 20:35).
Na escola da fé, além de ter comunhão com Deus, no capítulo 18 de
Gênesis, versículos do 17 ao 33, Abraão demonstrou ter também comunhão com outras pessoas. Nessa visita divina, o patriarca pôde exercitar
mais uma característica apreciada por Deus, o altruísmo, por meio da oração intercessória de amor e preocupação pelos justos que moravam em
Sodoma e Gomorra. Neste episódio (Gn 18:22-19:29), o patriarca teve o
privilégio de aprender sobre o caráter de Deus. Aprendeu que Deus está
sempre pronto a perdoar e que sua misericórdia é infinita (Sl 118:1).
4. Na Escola da fé, Abraão aprendeu a ser obediente: Abraão crescia no processo de aprendizado; contudo, ainda teve vários deslizes. Por
exemplo: foi repreendido de seu erro por um ímpio. Abimeleque, sendo
alertado por Deus de que pecara, ao tomar Sara para fazer parte do seu
harém (Gn 20:2), devido a uma meia verdade dita por Abraão, repreende
o reincidente (Gn 20:9, 10, cf. 12:10-20); ou mesmo quando permite discórdias em seu lar, incentivadas por um erro do passado. Sua passividade
e sua aprovação do pecado resultaram no penoso afastamento do seu
também amado filho Ismael (Gn 21:8-21).
Abraão havia aprendido muito com seus erros e acertos. Já havia recebido a bênção pela qual tanto esperara, o filho da promessa, por meio
de um milagre divino (Gn 21:2). Passou pela escola da vida. Porém, ainda
lhe restava a prova final, que seria a mais dura prova pela qual teria de
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passar: oferecer seu próprio filho. Se passasse em mais este teste, estaria aprovado na escola da fé. A palavra “provar” (Gn 22:1), no hebraico
(idioma original do Antigo Testamento), significa que ele teria de passar
por um teste que revelaria sua fé em Deus. O Senhor queria provas de
obediência absoluta e fé incontestável.
Deus tem prazer em nos ver passar vitoriosos pelas provações. Ele não
nos prova simplesmente para nos ver fracassar, mas nos prepara para
sermos aprovados. Abraão vivenciara um grande crescimento espiritual.
Ele tinha sua casa em harmonia, tinha paz com seus vizinhos, tinha prosperidade e seu tão querido filho era razão de alegria no lar. Ele reconhecia o agir de Deus em sua vida, e se sentia amado. Então, o texto nos diz:
...depois destas coisas (Gn 22:1), pôs Deus Abraão à prova. Deus queria
aquele que era o motivo de toda a sua alegria, aquele que o enchia de
orgulho, o filho da promessa. Na escola da fé, Abraão foi aprovado!
1. Após ler Gn 12:1,5, 17:1-2, 21:5, o item 1 do comentário anterior,
comente com a classe a seguinte afirmação: “Na escola da fé,
Abraão aprendeu a ser paciente”.
2. Após ler Gn 17:17, 18:12-14; Ef 3:20, o item 2 do comentário anterior,
comente com a classe o que Deus estava querendo ensinar a Abraão,
quando disse: Há, acaso, coisa demasiadamente difícil para o Senhor?
3. Após ler Gn 18:1-5, 23-33, 19:29; Is 41:8, o item 3 do comentário
anterior, comente com a classe o relacionamento de comunhão
que Abraão desenvolveu com Deus e, consequentemente,
com seus irmãos.
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4. Após ler Gn 20:2,9-10, 21:8-21, 22:1-12, o item 4 do comentário anterior, responda: Depois de muitos deslizes, erros e acertos, Abraão aprendeu o segredo da obediência? Comente.
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. Na escola da fé, aprendemos a demonstrar obediência imediata.
Abraão ouviu e agiu (Gn 22:3). Abraão aprendeu a responder “Eis-me
aqui” ao chamado do Senhor. Essa frase significa que ele atendia com
prontidão. Não parecia contraditório que justamente o filho prometido
pelo Senhor fosse agora requerido? A incoerência do pedido é maior
quando levamos em conta que o caráter santo de Deus não permite
sacrifícios humanos. As leis dadas, depois, a Moisés proíbem tais sacrifícios humanos e relatam como isso é abominação para Deus. Mas
Abraão não perdeu tempo pensando nisso. Ele obedeceu imediatamente. Deus, que nos ama incomparavelmente, tem sua lógica própria
e nos ensina a confiar nele de todo o coração.
5. Com base na primeira aplicação, fale sobre a importância de se demonstrar obediência imediata.
2. Na escola da fé, aprendemos a demonstrar entrega sacrificial.
Se Deus nos fizesse a mesma ordenança que fez a Abraão, a nossa
primeira pergunta poderia ser “Por que comigo?”. O que, para nós,
é um sinônimo de pesar, sofrimento e uma dura prova, para Abraão
também deve ter sido. Entretanto, ele não questionou, nem duvidou
da fidelidade divina, mas simplesmente fez daquele momento um ato
de adoração, um ato de entrega sacrificial, um ato de entrega do seu
melhor a Deus, que aprovou sua atitude. Deus fez isso porque, na verdade, não queria a vida de Isaque, mas o coração de Abraão: Agora sei
que temes a Deus, pois não me negaste o teu filho (Gn 22:12).
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6. Depois de ler a segunda aplicação, fale sobre o valor da entrega sacrificial.
3. Na escola da fé, aprendemos a demonstrar confiança inabalável.
Abraão estava totalmente decidido a sacrificar Isaque (Gn 22:9,10). Porém, Deus interveio na hora exata (Gn 22:11), impedindo-o de matá-lo.
Deus não precisava de mais provas. Entretanto, é interessante notar a confiança inabalável de Abraão em Deus. Ele disse, em resposta a Isaque: Deus
proverá para si o cordeiro (Gn 22:8). A fé de Abraão havia amadurecido, e
ele cria que, de alguma maneira, Deus o ajudaria naquela ocasião. O nosso
Deus é “Jeová-Jiré”, o Deus provedor (Gn 22:13-14). Ele sempre provê o
que nos é necessário, ao seu tempo e do seu modo! Creiamos nisso!
7. Tendo lido a terceira aplicação, comente a seguinte afirmação: “Na escola da fé, aprendemos a demonstrar confiança inabalável”.
CONCLUSÃO: Abraão, que fora chamado por Deus do meio de um
povo totalmente pagão, destaca-se, entre os santos, como um herói. Na
escola da fé, ele se sobressaiu a muitos, foi aprovado com louvor em seu
teste final. Na perspectiva divina, Abraão já havia entregado o que lhe
era mais importante. Assim, evidenciou sua confiança inabalável. Deus o
avaliou, o aprovou e o elegeu Pai da Fé. Ingresse nessa escola, aprenda
a obedecer imediatamente ao chamado de Deus, adore-o com todas as
suas atitudes e confie que nosso Deus suprirá todas as suas necessidades, no momento certo. Aprenda com o Pai da Fé.
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13 JUN 2009
Ele cumpre
o que diz
Hinos sugeridos: BJ 337 – HC 459 / BJ 419
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 7 de junho..............................Gn 23
Segunda, 8 .........................................Gn 24:1-14
Terça, 9 ..............................................Gn 24:15-32
Quarta, 10 .......................................Gn 24:33-57
Quinta, 11........................................Gn 24:58-67
Sexta, 12 .........................................................Gn 25
Sábado, 13 ....................................................Gn 26
ObjetIvO
Mostrar ao estudante que
quem crê que Deus cumpre
o que diz não reage com
violência, covardia e teimosia.
TEXTO BÁSICO: Apareceu-lhe o SENHOR e disse: Não desças ao
Egito. Fica na terra que eu te disser; habita nela, e serei contigo e te
abençoarei. (Gn 26:2-3a)
INTRODUÇÃO: Se promessa é divida, como diz o provérbio popular, há
pessoas que estão grandemente endividadas. Como fazem promessas! O
filho promete para o pai não usar mais drogas, e usa. O marido promete
para a família que não irá mais beber, e bebe. A namorada promete para
Deus e para si mesma que não fará sexo com o namorado antes do casamento, e faz. A filha promete que não vai mais sair com aquelas “amigas”, e
sai. A mulher promete que não vai mais ter crises de ciúme, e tem. Há, sem
dúvida, mais promessas não cumpridas do que cumpridas.1 O mesmo não
ocorre com Deus. Ele, sim, cumpre o que diz, sempre. A lição de hoje, que
tem por base o capítulo 26 do livro de Gênesis, deixa isso muito claro!
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
Fatos sobre a vida de Isaque podem ser lidos nos capítulos 21, 22, 24,
25, 26, 27, 28 e 35 do livro de Gênesis. A sua história transcorre paralelamente à história de outras pessoas: Abraão, Sara, Hagar, Ismael, Rebeca,
1. César (2006:268).
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Jacó e Esaú. De todos esses oito capítulos, o que mais gasta tempo tratando a respeito de Isaque, sem interrupções, é o capitulo 26. Ele pinta um
retrato honesto do filho de Abraão e Sara. Realça tanto os defeitos quanto
as suas virtudes. A ênfase desse capítulo é: Deus cumpre o que diz, apesar
de nossas imperfeições e limitações. Vamos, então, analisá-lo.2
1. Se Deus cumpre o que diz, não há motivo para insubmissão: Uma
grande fome assolou a terra. A crise atingiu a todos. Nem mesmo a casa
de Isaque, o filho de Abraão, o amigo de Deus, ficou livre dela! Os filhos de
Abraão também sofrem! A escassez era absoluta. Faltava o básico. Diante
disso, Isaque arrumou as malas, pegou a mulher e partiu para Gerar. Teve de
viajar pouco mais de cem quilômetros. Tudo indica que o plano de Isaque
era descer para o Egito. “Grandes contingentes de semitas estavam migrando para o Egito”.3 Deus, porém, o proibiu de seguir avante. Sem rodeios, ordenou-lhe: Não desças ao Egito. Habita na terra que eu te disser (Gn 26:2).
Não se deve pensar que essa ordem de Deus era uma ordem fácil de
se atender. Não era mesmo! “Nada era mais difícil do que permanecer
em um lugar, para morrer de fome, quando havia cereal no Egito”.4 Sendo
assim, a ordem de Deus para Isaque ficar em Gerar, terra da sequidão,
parecia ilógica, para não dizer absurda. Mas Isaque resolveu submeter-se
à direção divina, sem questionar, sem argumentar e sem murmurar! A sua
singela e imediata obediência é narrada da seguinte maneira: Assim, habitou Isaque em Gerar (Gn 26:6). Ele abriu mão do próprio plano, em função
do plano de Deus. Que ousadia epiritual!
2. Se Deus cumpre o que diz, não há motivo para insegurança: A
narrativa continua. E uma admirável demonstração de obediência é seguida por uma descarada manifestação de covardia. Ao chegar a Gerar, a
atenção de todos se voltou para a mulher dele. Todo mundo queria saber
quem era aquela linda mulher! Isaque disse: É minha irmã (Gn 26:7a). O
que levou Isaque a mentir? O medo de que os pagãos o matassem para
ficar com sua bela mulher. O que Deus tinha acabado de dizer a Isaque?
Isto: ...peregrina nesta terra, e serei contigo e te abençoarei (Gn 26:3a).
Diante disso, não havia motivo para receio algum.
Pior do que o medo de Isaque foi o seu egoísmo. Para salvar a própria
vida, Isaque expôs a vida da própria mulher. Desde então, ela corria sérios riscos de sofrer abusos de todo tipo (Gn 26:10). Como Isaque pôde
2. Lopes (2001: 84).
3. Champlin (2000:177).
4. Allen (1987:266).
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se portar de maneira tão insana e covarde?! Ainda bem que sua farsa não
durou muito tempo. A sua mentira foi casualmente descoberta e severamente repreendida por Abimeleque, que parecia possuir uma conceito
de casamento bem mais elevado e bem mais sólido. Deveria ser o contrário! Afinal, Isaque era crente em Deus! Uma triste reprimenda!
3. Se Deus cumpre o que diz, não há motivo para inatividade: Após
retratar a fraqueza de Isaque, a narrativa destaca a sua iniciativa. Isaque era
um homem de caráter tranqüilo. Gostava de meditar (Gn 24:63). Mas não era
uma pessoa passiva! A pessoa passiva não investe. A pessoa passiva não semeia! Isaque investiu e semeou! Em vez de se entregar ao pessimismo, ele se
entregou ao trabalho: Semeou Isaque naquela terra (Gn 26:12b). O normal seria não semear nada. Afinal, a terra era árida. Não havia sinal de chuva. Enfim,
o cenário era desfavorável. Nada disso, porém, impediu Isaque de semear.
O resultado foi estrondoso: Houve uma farta colheita: ...e, no mesmo
ano, recolheu cento por um (Gn 26:13a). Isaque e seus vizinhos tinham
acesso ao mesmo solo e dependiam do mesmo sol e da mesma chuva,
mas as colheitas de Isaque eram mais fartas do que as deles.5 Por qual
motivo? A resposta é encontra na seqüência do versículo: ...porque o Senhor o abençoava (Gn 26:13). O fruto da terra não era fruto do acaso ou
da sorte, mas da bênção de Deus na vida de Isaque! Quando Deus lhe
disse para ficar em Gerar, prometeu protegê-lo e abençoá-lo. O Senhor
cumpriu a promessa. Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira
nenhuma pode negar-se a si mesmo (II Tm 2:13).
4. Se Deus cumpre o que diz, não há motivo para revanchismo:
Em pouco tempo, Isaque tornou-se muito rico: Enriqueceu-se o homem,
prosperou, ficou riquíssimo; possuía ovelhas e bois e grande número de
servos (Gn 26:14a). A sua riqueza, então, começou a incomodar bastante:
...de maneira que os filisteus lhe tinham inveja (Gn 26:14b). A inveja desses filisteus era de natureza agressiva: ...e, por isso, lhe entulharam todos
os poços que os servos de seu pai haviam cavado, nos dias de Abraão,
enchendo-os de terra (Gn 26:15).
Por causa de suas conquistas, Isaque foi também rejeitado. Acabou
sendo expulso por Abimeleque, que passou a sentir-se ameaçado com a
presença dele. Isaque, então, partiu para os vales de Gerar. Após enfrentar inveja e rejeição, enfrentou seguidas e injustas contendas (Gn 26:1921). Isaque era um homem pacífico e paciente. Não gostava de conflitos
5. Wiersbe (:153).
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e confrontos. Ele soube enfrentar a inveja, a rejeição e as contendas, sem
deixar o coração se amargurar.6 O capítulo se encerra não com revanchismo, mas com reconciliação. Deus cumpre o que diz!
Ao final desta parte, vale a pena pensar um pouco numa questão:
Gerar foi um lugar não somente de bênção, mas também de tensões
para a vida de Isaque. O fato de estar no lugar onde Deus o mandou
estar não o livrou das tensões. Assim é a vida de todos os que servem a
Deus, em todos os tempos e em todos os locais. Os períodos de bênçãos
se misturam com os períodos de tensões. Há dias ensolarados e há dias
tenebrosos. Será assim até a volta de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de
Abraão (Mt 1:1), o pai de Isaque. Mas, mesmo assim, não há razão para
temor: o Deus de Isaque está ao nosso lado e jamais se omite!
1. Leia Gn 26:1-3, 6, o item 1 e responda: Como Isaque reagiu diante da ordem de Deus para ficar em Gerar?
2. Leia Gn 26:7-11, o item 2 e responda: Por qual razão Isaque negou a sua ligação conjugal com Rebeca?
3. Após ler Gn 26:12-14a, o item 3 e explique afirmação: “Se Deus cumpre o que diz, não há motivo para inatividade”.
6. Lopes (2007:67-78).
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4. Após ler Gn 26:14b-21, 26-31, o item 4, responda: De que modo Isaque lidou com a inveja, com a rejeição e com a contenda?
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. Se você crê que Deus cumpre o que diz, não reaja com violência.
Qual deve ser a nossa reação, quando somos objetos de inveja, rejeição e contenda? A nossa reação deve ser a de Isaque. A reação cristã ao
mal – inveja, rejeição, contenda – é, naturalmente, a resistência, não uma
resistência violenta, mas a resistência amorosa e pacífica7. Devemos amar
os que nos perseguem (Mt 5:44), nos odeiam (Lc 6:27), nos amaldiçoam,
nos maltratam (Lc 6.28), nos bate no rosto e nos tiram a capa (Lc 6:29). Devemos reagir a tudo isso com amor. Quando temos outra reação, saímos
do lado de Jesus, que tanto ensinou quanto viveu a não-violência.
5. Com base na primeira aplicação, responda: Como devemos tratar aqueles que nos destratam?
2. Se você crê que Deus cumpre o que diz, não reaja com covardia.
Há dois tipos de medo: o bom e o ruim. O medo bom nos protege,
pois nos traz para perto do Senhor (II Cr 20:3). Já o medo ruim nos acovarda, pois nos leva para longe do Senhor (Gn 3:8-10). O medo bom nos
livra do pecado e nos torna mais santos. O medo ruim nos leva ao pecado e nos torna imorais. O medo ruim fez de Isaque um homem mentiroso, egoísta e covarde. Por causa do medo ruim, Isaque negou os laços
conjugais com Rebeca, a sua esposa. O medo bom é sempre bem-vindo!
E o medo ruim? Que Deus nos livre dele.
7. Piper (2008:236).
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6. Após ler a segunda aplicação, explique esta declaração: Se você crê que Deus cumpre o que diz, não reaja com covardia.
3. Se você crê que Deus cumpre o que diz, não reaja com teimosia.
Para se livrar da grande fome, o Egito era a saída mais óbvia. O Egito, porém, como vimos acima, não fazia parte da agenda de Deus para
Isaque. Este, então, abortou os planos de descer para lá. Se você quer
ter uma vida que agrade a Deus, respeite as escolhas e as direções dele
para a sua vida. Não teime em descer para o Egito. Quem tem juízo não
teima com Deus, o Senhor absoluto de tudo e de todos. Não seja como
os ímpios, em cujos planos não existe lugar para Deus (Sl 10:4). Peça:
...faze-me viver, Senhor, conforme as tuas ordenanças (Sl 119:149). Diga:
...ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus (Sl 143:10).
7. Qual deve ser a nossa atitude diante das ordenanças e direções de Deus? Leia a terceira aplicação.
CONCLUSÃO: Deus é Deus de promessas. A sua palavra começa, continua e termina com promessas. Há grandessíssimas e preciosas promessas
(II Pe 1:4) para os aflitos, para os arrependidos, para os contritos, para os
humildes, para os misericordiosos, para os obedientes, para os pequeninos, para os pobres, para os que oram, para os retos, para os santos, para
os tentados, para os trabalhadores, para as viúvas, para os órfãos.8 As promessas são de bênçãos, de consolo, de dons espirituais, de fortaleza, de
limpeza, de longa vida, de paz, de misericórdia, de perdão, de preservação,
de progresso, de proteção, de sabedoria, de salvação. E o melhor de tudo é
que o Senhor, no tempo certo, irá cumprir todas, uma por uma! Amém!
8. Bíblia de referência Thompson (2002:1.159).
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12
20 JUN 2009
O incansável
amor de Deus
Hinos sugeridos: BJ 259 – MV 150 / BJ 50 – CC 7
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 14 de junho...........................Gn 27
Segunda, 15 ..........................................Gn 28-29
Terça, 16..........................................................Gn 30
Quarta, 17 .....................................................Gn 31
Quinta, 18......................................................Gn 32
Sexta, 19 ..................................................Gn 33-34
Sábado, 20 .............................................Gn 35-36
ObjetIvO
Levar o estudante a entender
que a mentira, a astúcia, os atos
inescrupulosos não operam
as bênçãos de Deus. Estas só
são derramadas pela fé nas
promessas divinas. Mas, acima
de tudo, tais bênçãos alcançam
os homens porque Deus os
ama de forma incansável.
TEXTO BÁSICO: E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer
que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te
haja feito o que te tenho dito. (Gn 28:15)
INTRODUÇÃO: Discórdias entre marido e mulher: o pai ama mais
um filho, a mãe ama mais o outro. Predileção, mentira, astúcia, farsa:
armas carnais usadas para obter bênçãos de Deus. Junto a tudo isso,
promessas de Deus de abençoar o mundo através dessa gente. Como?
Diz um ditado popular: “Pau que nasce torto nunca se endireita“. Não
se endireita? O estudo de hoje mostrará que o incansável amor de Deus
endireita. Com paciência e amor, Deus muda a vida de Jacó, o enganador, que passa a se chamar Israel, o lutador, que deixa de lado a astúcia
e passa a confiar nas promessas divinas.
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
Em Gênesis 25:19-34 e nos capítulos 27 a 35 é relatada a história do
nascimento e da vida de Esaú e Jacó, filhos de Isaque e Rebeca. A vida
dessa família é uma prova de que o amor de Deus é incansável. Tudo
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começou quando Isaque se encontrava velho, cego e cansado. Como
legítimo representante da herança divina, ele planejou transmitir a bênção da primogenitura, que assegurava autoridade maior no sistema de
vida patriarcal. Tradicionalmente, o filho mais velho, no caso, Esaú, seria o
agraciado. Mas, neste episódio, seria diferente: Jacó receberia a bênção,
como fruto da vontade de Deus (Gn 25:22-23).
1. Uma horrível conspiração: Desde o ventre da mãe, Deus havia
determinado: O Mais velho servirá ao mais moço. Isaque e Rebeca estavam conscientes da decisão divina, e deveriam tê-la compartilhado com
seus filhos. Tudo indica que não o fizeram. Quando Isaque se preparou
para transmitir a bênção divina, não se dirigiu a Jacó, mas a Esaú, o filho
que mais amava (Gn 27:1-4). O pai amava mais um filho, a mãe mais o
outro (Gn 25:28). A predileção é uma forma errada e explosiva de amar.
Veja que, na ocasião da bênção, Rebeca decidiu interferir. Ela usou de
astúcia e mentira para enganar seu marido e assegurar a bênção para seu
filho predileto (Gn 27:5-29).
Tudo leva a crer que Isaque fez questão de ignorar que o mais velho
serviria o menor. Por sua vez, Rebeca fez questão de não confiar na
promessa divina que garantia a bênção a Jacó. Diante da determinação do marido de não cumprir o decreto divino, Rebeca armou uma
fraude, corrompeu virtudes que eram parte de seu charme durante a
juventude (Gn 24:15-20, 57-60).1 E Jacó, confiante na astúcia (Gn 27:35),
fez tudo como combinado com a mãe. Em vez de se arrepender, ficou
com medo de ser descoberto (Gn 27:12). Esaú, por sua vez, mostrou-se
irresponsável com a santidade da bênção, a ponto de negociá-la de forma vil (Gn 25:29-34).
Com atos pecaminosos, a família patriarcal estava interferindo numa decisão divina. Jacó foi além: Com o apoio da mãe, envolveu Deus na farsa (Gn
27:20). Em qualquer tempo, com qualquer pessoa ou família, isso é muito
grave. Quem decide viver alheio à vontade de Deus, precisa saber que as
consequências são dolorosas. Esaú passou a odiar Jacó e a planejar sua
morte (Gn 27:41). A discórdia entre Isaque e Rebeca se acentuou (Gn 25:28,
27:1-45), a solidão de Rebeca cresceu, e ela nunca mais viu o filho predileto.
De igual modo foi o sofrimento de Jacó, que perdeu a proteção familiar, em
Canaã, e foi viver num lugar incerto, em Padã Arã (Gn 28:1-10).
“Mas tudo isso ocorreu na família patriarcal?” Sim! A Bíblia nunca es-
1. Gardner (2002:292).
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condeu isso de ninguém. A Bíblia Sagrada é honesta! Ela mostra o desespero de Rebeca, ao ver seu esposo próximo à morte, ao ver seu filho
Esaú bufando de ódio, ao ver Jacó fugindo sem pai, sem mãe e sem
irmão. O que Deus faz com tudo isso? Ele tem promessas a cumprir com
essa família e é fiel! Mas como torná-las realidade, no meio de intrigas e
mentiras? Em sua soberania, Deus vai acompanhar Jacó, passo a passo, e,
com seu incansável amor, vai ensinar ao futuro patriarca que, em vez da
astúcia e da esperteza humana, é melhor confiar nas promessas divinas.
2. Uma grandiosa transformação: Desolado na estrada para Padã Arã,
Jacó viu Deus vir em sua direção, através de um sonho que lhe encheu de
esperança. “Embora ele desejasse conquistar a promessa de Deus por meio
de suas manobras enganadoras, o Senhor não abandonou seu propósito
declarado.”2 Deus vai convencê-lo de que seus servos não prosperam com
astúcias, mas com a sua bênção. Por isso, Jacó vê uma escada posta da
terra ao céu, e, nela, anjos sobem e descem. Mas por cima dela estava o
Senhor, no comando das ações, prometendo dar a Jacó as mesmas bênçãos dadas a Abraão e Isaque (Gn 28:13-15). Deus promete estar sempre
a seu lado, mudá-lo e cumprir nele seus santos propósitos (Gn 28:15).
Jacó entendeu que, apesar de suas falhas, Deus estava ao seu lado
(Gn 28:16). Animado, aproveitou o momento de promessas para “testar”
Deus. “Será que ele cumprirá o que prometeu?” Jacó ainda não confiava plenamente em Deus. Então, fez um voto para por Deus à prova
(Gn 28:20-22). Mas o Senhor entende Jacó. Deus sabe que quem está
acostumado a usar o engano para obter vantagens e, de repente, começa a reconhecer a presença de Deus e prometer entregar-lhe o dízimo,
está tendo um grande progresso espiritual. O incansável amor de Deus
começa a dar frutos na vida de Jacó. Por isso, Deus não recriminou a
iniciativa espiritual de seu servo.
Jacó chega à casa dos parentes de sua mãe. Os capítulos 29 a 31
narram a saga do futuro patriarca no extremo norte da Palestina. Ele
trabalha sete anos para ter Raquel, sua preferida, como esposa. Mas, na
hora das núpcias, seu tio Labão o engana, entregando-lhe a outra filha,
Lia. Jacó foi enganado? Foi. Como os nossos pecados não confessados
se voltam contra nós! De Deus não se zomba. Agora, Jacó sabe o que
Isaque e Esaú sentiram. Deus ama Jacó, e, por isso, terá de alterá-lo profundamente. Ele foi obrigado a trabalhar mais sete anos e se casou com
2. Gardner (2002:293).
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Raquel. Depois que formou uma grande família, rebanhos e empregados, decidiu voltar para Canaã. Teve de sair fugitivo e, depois, enfrentar
seu sogro na estrada. Tudo terminou em paz.
Próximo a Canaã, Jacó estava com medo de Esaú, mas estava disposto
a reparar seus erros. É um Jacó alterado pelo amor de Deus. Mas, antes
de se acertar com Esaú, Jacó se acertou definitivamente com Deus: lutou com o Senhor a noite inteira. Em forma de homem, Deus deslocou
a coxa de Jacó, que ficou manco. Então, “Jacó percebeu a sua própria
fraqueza e a superioridade daquele que o tocou. No momento em que
se submeteu, tornou-se um novo homem”.3 Deus o abençoou e lhe deu
um novo nome: Israel. É a certeza de vitória sobre seu relacionamento
com Esaú e de triunfos por toda a sua vida.
Jacó é aquele que prevalece pelo engano; Israel é aquele que prevalece pela luta com Deus e com os homens. Como bem disse John
Stott, “Deus luta conosco para derrubar nossa obstinação; nós lutamos
com Deus para buscar as suas promessas”.4 De enganador a lutador; de
suplantador inescrupuloso a um homem disposto a ser governado por
Deus. Ao perder para Deus, venceu a si mesmo. Uma vitória do incansável amor de Deus, que transformou Jacó no pai de doze filhos, as bases
das doze tribos de Israel, dentre os quais, Judá, a raiz de Davi, de onde
descenderia o Messias, o Salvador do mundo.
1. Com base em Gn 25:21-23, responda: Depois que Isaque orou a Deus
e este abriu a madre de Rebeca, qual a determinação divina para o casal, com relação à bênção da primogenitura?
3. Allen (1986:48)
4. Stott (2007:51).
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2. Com base em Gn 27:1-17, explique a reação de Isaque à determinação divina e a reação de Rebeca, ante a decisão do marido de dar a bênção a Esaú. Dê sua opinião a respeito da conduta do patriarca e de sua esposa.
3. Com base em Gn 27:18-29, explique a maneira de Jacó conseguir bênçãos. Dê sua opinião a respeito da conduta do futuro patriarca.
4. Com base em Gn 29:21-26, explique que lição Deus permitiu que o astuto Labão desse no enganador Jacó. Que lições você tira desse episódio para sua vida espiritual e moral?
5. Com base em Gn 28:12-17 e 32:22-30, explique as ações de Deus para corrigir a maneira de agir errada de Jacó e transformá-lo de enganador a lutador, de obstinado a submisso a Deus. Que você aprende com essas atitudes de Deus?
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. O incansável amor de Deus supera nossas fragilidades.
Deus decidiu que Esaú serviria a Jacó (Rm 9:10-12). Isaque ignorou.
Rebeca não confiou, como Sara (Gn 18:12). Deus, porém, se manteve
firme, amando-os e mantendo suas promessas. “O Senhor dos exércitos não pode ser impedido pela oposição, fracasso ou falta de fé
do homem. Ele é capaz de fazer a sua vontade prevalecer apesar de
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tudo”.5 Resultado: Rebeca reconheceu seu erro, Isaque deu a bênção
a Jacó e ambos se uniram para proteger os filhos (Gn 27:42 a 28:9). O
mesmo pode ocorrer com você: se você ainda usa armas humanas, o
incansável amor de Deus está pronto a alcançá-lo, mudá-lo e transformá-lo numa pessoa que vive pela fé no Filho de Deus (Gl 2:20). Você
está disposto a essa mudança?
6. Com base no texto anterior, discuta com a classe sobre a longanimidade do amor de Deus e como esse amor pode ser mais bem usufruído pelos cristãos de hoje? De que forma esse amor pode fortalecer a fé nas promessas de Deus?
2. O incansável amor de Deus oferece novas oportunidades.
Que faria você com Isaque, Rebeca, Jacó e Esaú, ao saber de suas atitudes pecaminosas? Desistiria ou os ajudaria a mudar e, depois, dar-lhes-ia
nova oportunidade? Deus é amor! (I Jo 4:8) Ele sempre ajuda o pecador
a rever seus atos, a mudar suas atitudes e lhe dá nova oportunidade. Fez
isso com Jacó, Davi, Jonas, Pedro, Paulo, você. Ele sempre dá uma segunda chance aos fracassados. Todo ato de arrependimento é respondido
por Deus com perdão (Sl 51:17; Jn 3:8-10). Jacó confessou ser indigno,
e, por isso, Deus amou a Jacó (Gn 32:10; Rm 9:13). O teu amor, ó Senhor,
alcança os céus, e a tua fidelidade chega até as nuvens (Sl 36:5). Um Deus
tão amoroso assim merece o seu amor, você não acha?
7. Com base no texto anterior, que se deve fazer para que os pecados cometidos não se tornem impedimentos às bênçãos divinas? Que impacto o amor de Deus tem sobre os pecados confessados? (Sl 51:17; Jn 3:8-10; Rm 9:13).
5. Allen (1986:42).
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3. O incansável amor de Deus restaura nossos relacionamentos.
Depois que confessou sua indignidade, Jacó orou: Livra-me, peço-te,
das mãos de meu irmão, das mãos de Esaú, pois eu o temo, para que
não venha ele matar-me, e a mãe com os filhos (Gn 32:11). Jacó era o
principal culpado pelo ódio assassino do irmão. Não há argumentos,
presentes, estratégias humanas que resolvam o ódio. Só Deus! Jacó
sabe disso. Deus o ouviu e fez a paz entre eles. Você já causou grandes desavenças entre irmãos de sangue e da igreja? Já foi a causa de
rompimentos, fraturas relacionais? Já causou profundo ressentimento
ou ódio em alguém querido? Busque a restauração! Suas palavras e
gestos são importantes, mas insuficientes. Clame a Deus! Ponha a crise
no altar do Senhor. Só o Deus de amor restaura inteiramente os relacionamentos (Lc 15:25-32; Ef 2:14 e 16).
8. Com base no texto anterior, explique por que recorrer ao amor de Deus é uma atitude indispensável para a restauração de relacionamentos interrompidos.
CONCLUSÃO: A Bíblia Sagrada é o livro mais vendido, lido e respeitado no mundo. Não é à toa. Ela não esconde os defeitos e as virtudes
de suas personagens. Abraão, Isaque e Jacó são os patriarcas mais
respeitados da história do povo de Deus. Todos erraram, se arrependeram, foram transformados, alcançaram promessas e morreram firmes
na fé. Por seus méritos? Eles sabiam que não. Souberam que Deus os
amou e os suportou incansavelmente, até que pudessem responder
positivamente ao chamado divino e ser bênção para o mundo. E você?
Você é sujeito aos mesmos erros e paixões que eles, mas Deus o ama
incansavelmente, e pode mudá-lo profundamente, a fim de usá-lo poderosamente como bênção neste mundo (Tg 5:17 e 18). É a sua vez de
ser abençoado por Deus! Amém!
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27 JUN 2009
Triunfando
nas provas
Hinos sugeridos: BJ 353 – HC 454 / BJ 196 – HC 372
LEITURA DIÁRIA
Domingo, 21 de junho....................Gn 37-38
Segunda, 22 ..........................................Gn 39-40
Terça, 23...................................................Gn 41-42
Quarta, 24 ..............................................Gn 43-44
Quinta, 25...............................................Gn 45-46
Sexta, 26 ..................................................Gn 47-48
Sábado, 27 .............................................Gn 49-50
ObjetIvO
Mostrar ao estudante da
palavra de Deus, a partir
da história de José, que
o sucesso não precisa
nos deixar corruptos nem
vingativos nem amnésicos.
TEXTO BÁSICO: Deus me enviou adiante de vós, para conservar
vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande
livramento. (Gn 45:7)
INTRODUÇÃO: Carlos Drummond de Andrade nasceu em 1902, na
cidade mineira de Itabira. Foi um dos maiores poetas que o Brasil já teve.
“José” é um dos seus mais famosos e populares poemas e começa assim:
E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou,
e agora, José, e agora você? A lição de hoje gira em torno de “José”, não
do “José” do poeta, mas do “José” de Jacó. O “José” do poeta não tem saída: Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer
no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. O outro
“José”, o de Jacó, tem saída: tem Deus. Analisemos a sua história.
I. ANALISANDO O RELATO BÍBLICO
De todas as histórias das Escrituras Sagradas, a história de José é uma
das mais conhecidas e mais apreciadas. A sua história, que começa no
capítulo 37 e termina no capítulo 50 de Gênesis, é uma história da soberania divina sobre a história humana. José é uma prova eloquente de que
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Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que
foram chamados de acordo com o seu propósito (Rm 8:28 – NVI). Vejamos,
então, como Deus fez com que todas as provações de José cooperassem
para a realização do seu plano. Analisemos a procedência, a severidade,
a superação e a finalidade da provação de José.
1. Uma análise sobre a procedência da provação de José: Jacó amava
muito seu filho José. Era, na verdade, o preferido dele. Talvez essa predileção esteja relacionada a três fatos. Primeiro: José era o primeiro filho de
Raquel, a esposa favorita de Jacó. Segundo: José nasceu quando Jacó já
era idoso. Terceiro: A atitude e o caráter de José eram diferentes. Jacó deixou muito clara a sua preferência, quando lhe deu uma túnica comprida e
colorida. Depois desse mimo, José passou a ser odiado pelos seus irmãos
(Gn 37:4a). O ódio, que era grande, ficou ainda maior, quando José contou
o seu sonho (Gn 37:5b). Além disso, seus irmãos o invejavam (Gn 37:11a).
A vida do predileto do pai, do escolhido para receber as bênçãos de filho
mais velho, do que usava vestimentas distintas e sonhava coisas estranhas
passou, então, a ficar muito difícil dentro de casa. O clima com seus irmãos
ficou por demais tenso e hostil. A comunicação ficou ofensiva (Gn 37:4) e
irônica (Gn 37:19). “Havia ódio no coração deles e veneno em suas palavras.
Antes de decidir pela morte de José, firiram-no com a língua”.1 Note que
José não era a causa de suas próprias aflições. Estas, porém, não vieram de
pessoas distantes, estranhas, inimigas, mas de seus próprios irmãos.
2. Uma análise sobre a severidade da provação de José: Por ordem de
seu pai, José foi até a perigosa região de Siquém para ver se seus irmãos,
que apascentavam o rebanho da família, estavam bem. Ao vê-lo de longe,
seus irmãos começaram a ridicularizá-lo. Eles foram além. Falaram em assassiná-lo. A combinação de ódio e inveja é letal. Um de seus irmãos discordou
do homicídio e sugeriu somente um castigo (Gn 37:22). Foi o que aconteceu.
José foi jogado no fundo do poço. Ele clamou por ajuda, mas seus irmãos o
ignoraram. Ele foi rejeitado por aqueles que mais deveriam amá-lo.
O pior veio a seguir. José foi vendido para uma caravana de ismaelitas
que viajava para o Egito. “Eles não venderam um inimigo capturado na
guerra nem um estranho ou um criminoso perigoso, mas o próprio irmão, sua própria carne (Gn 37:7)”.2 Pois bem, depois disso, os irmãos de
José, com muita calma, mergulharam a túnica de José no sangue do bode
recém-morto. Levaram-na para Jacó, seu pai, e disseram: Achamos isto; vê
1. Lopes (2007:101).
2. Idem pp. 102-103.
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se é ou não a túnica de teu filho (Gn 37:33). Diante daquela evidência sangrenta, Jacó concluiu que o seu amado filho José havia sido morto por um
animal selvagem. Ele chorou por muitos dias e recusou ser consolado.
3. Uma análise sobre a superação da provação de José: O jovem José
foi, então, levado para o Egito, onde foi vendido para Potifar, oficial de Faraó,
capitão da guarda. “Ele se tornou escravo numa terra da qual não conhecia
sequer a língua”.3 E Deus, onde estava? O Senhor estava com José (Gn 39:2).
“Era ali que Deus estava. Bem ali. Ele jamais foi embora. Jamais partiu”.4 Isso
fez toda a diferença! Deus lhe deu, primeiramente, competência técnica, de
modo que ia muito bem em tudo o que fazia. Em pouco tempo, passou a
cuidar da casa e do campo do seu senhor. Ele foi promovido.
Tudo ia de bem a melhor para José, até que a mulher do seu senhor
passou a assediá-lo sexualmente e diariamente. “As mulheres egípcias
eram bem conhecidas por sua infidelidade conjugal e imoralidade”.5 Ele
não aceitou ser o amante dela. Ela, então, para se vingar dele, o acusou de
abuso sexual. José foi parar na cadeia. Ali, o Senhor, que era com José (Gn
39:21), lhe deu discernimento espiritual. A seguir, mediante uma cadeia de
interessantes eventos, depois de ter sido esquecido por mais dois anos,
José foi levado perante o rei da terra. Ele interpretou, ali, corretamente
um sonho, impressionou Faraó com suas orientações e tornou-se repentinamente poderoso e próspero. Examine o que recebeu (Gn 41-39-43).
Chegava ao fim a provação de treze anos!
4. Uma análise sobre a finalidade da provação de José: O sonho de
Faraó se cumpriu do jeito que José havia dito. Depois das sete vacas gordas (sete anos fartura), vieram as magras (sete anos de escassez). A situação era crítica e todos estavam famintos. De todas as partes, vinha gente
para o Egito, em busca de cereais. Entre os que iam, pois, para lá, foram
também os filhos de Israel (Gn 42:5a). Eles foram duas vezes ao Egito. Sem
poder se conter por mais tempo, José revela sua verdadeira identidade,
para o assombro dos irmãos (Gn 45:4b), que ficaram grandemente espantados, profundamente aterrorizados e visivelmente entristecidos.
A seguir, José passou a mostrar-lhes que tudo que lhe ocorreu fazia parte de um plano maior, um plano de Deus: Agora, pois, não vos entristeçais,
nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque,
para conservação da vida, Deus me enviou diante da vossa face. Deus – e
3. Swindoll (2000:62).
4. Idem (:63).
5. Vassão (2000:73).
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não seus irmãos – enviou José para o Egito. E ele o enviou por uma razão:
para preservar a vida (Gn 50:18-20). Deus enviou José para o Egito “para
preservar a vida de sua família (Gn 45:7) de modo que, um dia, a nação de
Israel pudesse dar ao mundo Jesus Cristo, o Pão da Vida (Jo 6:48)”.6
José sofreu muito e por muito tempo no Egito. Treze anos, dos 17 (ano
da sua chegada humilhante ao Egito) aos 30 anos (ano da sua promoção
grandiosa no Egito). No tempo certo, no tempo de Deus, José triunfou.
Deus livrou José de todas as suas aflições. Deus está sempre por cima
de tudo e de todos. Ele planeja. Ele realiza. Ele intervém. No dia certo,
no mês certo, no ano certo, ele nos faz triunfar nas provas. Não se pode
adiantar nem atrasar o tempo de Deus. Ó profundidade da riqueza, tanto
da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os
seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! (Rm 11:33).
1. Com base em Gn 37:1-11, responda: Qual a procedência, da
provação de José?
2. Após a leitura de Gn 37:12-36, explique a severidade da provação de José. Baseie-se no item 2, do comentário anterior.
3. Leia Gn 41:1-46 e responda: Como José superou a provação? Leia também o item 3 do comentário.
6. Wiersbe (2008:197).
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4. Leia Gn 45:4-8, 50:18-20 e responda: Qual a finalidade da provação
de José?
II. LIÇÕES PARA VIVER
1. O sucesso não precisa nos deixar corruptos.
José foi um homem integro tanto na época das vacas gordas (Gn 41:4749) quanto na época das vacas magras (Gn 41:53-57). Em tempo algum se
aproveitou da sua autoridade e da sua influência. José tinha caráter. Ele não
abusou do seu poder, uma vez sequer! Todo dinheiro foi para onde deveria
ir. Não houve fraude nem desvio financeiro. Ele não abriu nenhuma conta
no exterior. Não privilegiou ninguém. Não somos sempre afligidos. Às vezes, Deus nos eleva a uma posição de autoridade e liderança em renomadas empresas públicas ou privadas. Nesses lugares, precisamos demonstrar
integridade – o que somos quando ninguém está por perto para verificar.
5. Com base no comentário acima, discuta com a classe esta afirmação: “O sucesso não precisa nos deixar corruptos”.
2. O sucesso não precisa nos deixar vingativos.
José sofreu vários e enormes golpes, mas não contra-atacou, quando
tinha poder e chance para fazê-lo. Não se vingou dos seus irmãos que o
venderam como escravo, nem da mulher de Potifar, que o acusou falsamente, nem do copeiro chefe que se esquecera dele. Além de agradecido
e íntegro, José era uma homem de coração perdoador (Gn 50:15-19). Ele
pagou o mal com o bem (Gn 45:21-23, 47:11-12). Quantos utilizam o sucesso alcançado para perseguir e castigar as pessoas que as ofenderam.
O melhor mesmo é ter uma atitude perdoadora. “Perdoar é restaurar, é
cancelar a dívida, é não cobrar mais. É deixar o outro livre e ficar livre O
perdão oferece cura para os ofensores e ofendidos”.7 Perdoe!
7. Lopes (2007:115).
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6. “O sucesso não precisa nos deixar vingativos”. O que essa declaração
significa? Utilize a segunda explicação.
3. O sucesso não precisa nos deixar amnésicos.
De onde veio o sucesso de José? De Deus (Gn 39:2-6, 41:16, 25-39).
O próprio José, por duas vezes, admitiu, diante dos seus irmãos, que
fora Deus quem o fizera chegar aonde chegara (Gn 45:4-8, 50:15-21).
Ninguém vai oferecer um trono a você, mas talvez ofereça a você um
cargo de chefia, uma bolsa de estudos, um prêmio, um contrato novo,
um aumento de salário, uma chance de abrir um negócio.8 Você vai, de
um modo ou de outro, alcançar sucesso. E quando o alcançar, pode ser
tentado a esquecer quem o ajudou você a chegar lá (Dt 8:18; I Cr 29:12).
O sucesso sabota as lembranças do bem sucedido. O sucesso provoca
amnésia espiritual. O sucesso leva ao esquecimento de Deus (Dt 6:10-12,
8:11-16). Mas não precisa ser assim! Siga o exemplo de José!
7. Por que o sucesso pode provocar amnésia espiritual? Recorra à terceira aplicação.
CONCLUSÃO: José sofreu muito e por muito tempo no Egito. Treze
anos, dos 17 (ano da sua chegada humilhante ao Egito) aos 30 anos (ano
da sua promoção grandiosa no Egito). Foram treze anos em que, graças
a Deus, ele triunfou nas provas. Não é possível saber por quanto tempo
você, que está lendo estas linhas, continuará sob provação. Mas lembrese disto: Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados (ou
provados) além do que podem suportar (I Co 10:13). No tempo certo, o
seu Deus virá ao seu encontro e fará com que você triunfe sobre todas as
suas aflições. Enquanto a sua virada não acontece, continue servindo-o
com integridade e disposição.
8. Lucado (2005:132).
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