Monitoramento do acervo com tecnologia RFID

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Monitoramento do acervo com tecnologia RFID
CONIGLIELLO, Lucilla. Monitoramento do acervo com tecnologia RFID. RABCI, out. 2011. Disponível em:
http://rabci.org/rabci/. Trad. por Renato Railo de: Monitorare lo scaffale con tecnologia RFID. Biblioteche Oggi, Milão, n. 9, nov.
2009, p. 38-41. Disponível em: http://www.bibliotecheoggi.it/. Acesso em 01.10.2011.
Monitoramento do acervo1 com tecnologia RFID:
experiência da Biblioteca de Ciências Sociais da Universidade de Florença*
Lucilla Conigliello2
Resumo: A Biblioteca de Ciências Sociais da Università di Firenze passou a adotar, a partir de 2007, a
tecnologia de identificação por radiofreqüência (RFID) para monitorar 82% de sua coleção de acesso
aberto ao público, o que representa cerca de 130 mil itens. Além do serviço de autoatendimento, o
principal aspecto aqui considerado é o monitoramento diário do acervo, cuja principal vantagem reside na
possibilidade de encontrar mais facilmente os livros. O sistema RFID é composto por diferentes
dispositivos e instrumentos, dentre os quais um scanner portátil capaz de decodificar livros rapidamente
sem a necessidade de movê-los das prateleiras – além de identificar também itens que estão fora da ordem
correta. Cabe dizer ainda que estas tarefas foram confiadas a um detento da penitenciária local, a quem foi
oferecido tal ocupação de forma a proporcionar-lhe condições especiais de detenção e a possibilidade de
reintegrar-se à sociedade.
Palavras-chave: RFID; Radiofreqüência; Acervo; Tecnologia de monitoramento; Inclusão social.
Abstract3: The Library of Social Sciences – University of Florence has adopted radio frequency
identification technology (RFID) since 2007, treating 82% of its open access book collections, about
130.000 volumes. Apart from self-check loan services, the main aspect here considered is the opportunity
to screen daily the shelves in order to easily find the books. The RFID system consists of different devices
and instruments, for back and front office. Among them a hand-held inventory reader can quickly scan
books without moving them from the shelf, and identify items which are out of proper order. This work
was carried out by a prisoner from the local jail, who was offered this job and obtained special terms of
detention.
Key words: RFID; Radio frequency; Book collections; Identification technology; Social inclusion.
O objetivo deste breve artigo é compartilhar com os leitores da revista
Biblioteche Oggi aspectos observados durante a experiência de dois anos realizada pela
Biblioteca de Ciências Sociais da Università degli studi di Firenze com a tecnologia
RFID4, utilizada na ocasião para a identificação e monitoramento de parte de seu
acervo, de cujo recorte constou cerca de 130 mil volumes – número que corresponde a
82% das monografias disponibilizadas ao público da biblioteca5.
Por trás desta iniciativa, comum inclusive a todas as bibliotecas que oferecem
acesso livre à suas coleções, esteve a necessidade de monitorar o acervo, pretendendo
com isso garantir sua qualidade – em relação aos serviços que deste decorre – através de
operações simples e objetivas de manutenção e reorganização.
Tal necessidade foi sentida principalmente devido ao alto número de consultas
e à amplitude do acervo, sendo este quase impossível de ser gerenciado somente com os
procedimentos tradicionais. E mais difícil ainda quando se adota integralmente a
classificação de Dewey como instrumento de organização, pois, para que esta seja
empregada corretamente, é necessário antes de tudo empenho – principalmente quando
1
Scaffale, em italiano, significa estante. Nesta tradução, grande parte das ocorrências foi traduzida por acervo, exceto
nos casos em que o uso por estante apresentou-se como aceitável. (N. T.)
2
Diretora da biblioteca. (N. T.)
3
Presente no artigo original, sendo do tradutor apenas a sugestão das palavras-chave. (N. T.)
4
A autora oferece por esta nota uma extensa bibliografia, que nesta tradução foi disposta no final do artigo sob o
tópico “Referências”. Cabe dizer ainda que, por ter sido oferecida como nota, manteve-se não só a mesma ordem de
títulos, como também os comentários a eles proferidos. (N. T.)
5
Para mais informações, ver: RFiD: un progetto di innovazione tecnologica alla Biblioteca di scienze sociali
dell’Università degli studi di Firenze. Firenze: Polistampa, 2008. (N. A.)
1
CONIGLIELLO, Lucilla. Monitoramento do acervo com tecnologia RFID. RABCI, out. 2011. Disponível em:
http://rabci.org/rabci/. Trad. por Renato Railo de: Monitorare lo scaffale con tecnologia RFID. Biblioteche Oggi, Milão, n. 9, nov.
2009, p. 38-41. Disponível em: http://www.bibliotecheoggi.it/. Acesso em 01.10.2011.
se trata dos setores mais significativos6 da biblioteca, a saber: a coleção circulante de
monografias gerais; as duas seções de referência (geral e específica); e a coleção de
manuais e livros adotados nos cursos (que possui mais ou menos 90 mil itens).
Pensou-se pela primeira vez na tecnologia de radiofreqüência quando da
transferência e reorganização da biblioteca para a atual sede – inaugurada em fevereiro
de 20047. Os primeiros equipamentos obtidos, então, como forma de otimizar o
trabalho, foram o sistema de detecção 3M 72108 para empréstimo automático (capaz de
trabalhar indiscriminadamente tanto com códigos de barras e fitas magnéticas, quanto
com etiquetas RFID9) e de uma estação de trabalho 3M 79510. No final de 2005, por sua
vez, decidiu-se iniciar um projeto de ampliação destas tecnologias – considerando-se,
inclusive, a iminente passagem do Sistema Biblitotecario da SBN11 para o Aleph12,
aplicativo compatível com o sistema de radiofreqüência através do protocolo de
comunicação SIP 213. Isso porque a biblioteca já funcionava no novo espaço há mais de
um ano e meio e havia já, portanto, compreendido conscientemente quais eram os
principais problemas relacionados à organização e quais as necessidades ligadas ao
trabalho de manutenção deste imponente acervo aberto. Fora que, naquele momento, o
trabalho de seleção e tratamento das coleções que seriam disponibilizadas ao público,
que havia inclusive se estendido para além da data de abertura da nova sede, estava já a
um nível avançado e os materiais imprescindíveis destas mesmas coleções estavam já a
postos. E, por conseqüência, o problema de manutenção da parte mais viva e
movimentada do acervo, com particular referência à coleção circulante de monografias,
começava a se impor.
O projeto iniciou-se no começo de 2006, quando então foi criado um grupo de
trabalho ad hoc14, com o dever de elaborar, primeiramente, um estudo de viabilidade15.
Após as atividades de levantamento e documentação das principais características do
sistema integrado RFID, bem como as de sua aplicação em bibliotecas, o grupo passou
a pesquisar sobre produtos existentes no mercado, avaliando, dentro do presente
contexto, as atividades (e prioridades) a ser desenvolvidas. Definidas as necessidades,
6
Core collection. (N.T.)
Antes da transferência para a nova sede, a Biblioteca era composta por sete distintas bibliotecas, todas espalhadas
pela cidade. Sobre a experiência da mudança, ver: Traslocare, riaggregare, rifondare: Il caso della Biblioteca di
scienze sociali dell’Università di Firenze. Firenze: Firenze University Press, 2006; as contribuições de GALEOTA,
G., STAGI, T. e CONIGLIELLO, L. em: Architettura della biblioteca e identità universitaria. Milano, Sylvestre
Bonnard, 2007. (Atti del convegno, Firenze, 28-29 settembre); CONIGLIELLO, L. Progettare biblioteche
nell’Università. Biblioteche Oggi, 24, 9, 2006, p. 60-61; e para uma introdução sintética sobre o caso, ver os textos
de MARAVIGLIA, M. G., GALEOTA, G e CONIGLIELLO, L., publicados pela Biblioteche Oggi, 25, 2, 2007. (N.
A.)
8
Para mais informações, ver:
http://multimedia.3m.com/mws/mediawebserver?mwsId=66666UuZjcFSLXTtmXfaOXTEEVuQEcuZgVs6EVs6E66
6666--&fn=6210-7210%20AG%208123-7437-5B.pdf. (N. T.)
9
Etiqueta ou tag RFID (ou ainda transponder – contração de transmitter-responder) é um dispositivo de
comunicação eletrônico cujo objetivo é receber, amplificar e retransmitir (ou enviar) um sinal de rádio enviado por
(ou para) uma base transmissora. Usado na tecnologia RFID, pode ser colocado em qualquer objeto para permitir que
o mesmo seja identificado à distância. (N. T.)
10
Para mais informações, ver:
http://multimedia.3m.com/mws/mediawebserver?mwsId=66666UuZjcFSLXTtM8T_NXMEEVuQEcuZgVs6EVs6E6
66666--&fn=3M%20Staff%20Workstation%20795.pdf. (N. T.)
11
O Sistema Bibliotecario Nazionale é a rede de bibliotecas italianas que, entre outras coisas, possui um catálogo
online unificado. http://www.sbn.it/opacsbn/opac/iccu/free.jsp. (N. T.)
12
Software para automação de catálogos de biblioteca. http://www.exlibrisgroup.com/. (N. T.)
13
Session Initiation Protocol. Para mais informações, indica-se:
http://www.jack.eti.br/www/arquivos/apostilas/voip/seguranca_protocolo_sip.pdf. (N. T.)
14
Destinado a esta finalidade. (N. T.)
15
Studio di fattibilità (feasibility study): análise detalhada cujo objetivo é identificar e fortalecer aspectos que podem
ajudar e/ ou atrapalhar o andamento de determinado projeto. Para mais informações, ler:
http://www.capina.org.br/download/pub/ve1997.pdf. (N. T.)
7
2
CONIGLIELLO, Lucilla. Monitoramento do acervo com tecnologia RFID. RABCI, out. 2011. Disponível em:
http://rabci.org/rabci/. Trad. por Renato Railo de: Monitorare lo scaffale con tecnologia RFID. Biblioteche Oggi, Milão, n. 9, nov.
2009, p. 38-41. Disponível em: http://www.bibliotecheoggi.it/. Acesso em 01.10.2011.
pôde-se em poucos meses elaborar um projeto, que, por conseguinte, recebeu na
primavera de 2007 a primeira parcela do financiamento solicitado para desenvolvê-lo,
permitindo então que o mesmo fosse colocado em prática.
A primeira ação consistiu no tratamento de cerca de 70 mil itens que compõem
a coleção monográfica circulante, localizada no segundo andar da biblioteca; além
disso, foram adquiridos um scanner portátil 3M modelo 80316 para o monitoramento do
acervo e dois instrumentais de programação pad work station 89517. Já no decorrer de
2008 o recebimento da segunda parcela do financiamento permitiu que o projeto fosse
levado adiante com o etiquetamento18 dos volumes localizados no térreo, da seção de
obras de referência do segundo andar e de grande parte dos fundos19 especiais de livre
acesso localizados no corredor do segundo andar. Em seguida, foram adquiridos um
segundo scanner portátil e outros dois pad work station para a programação. A maior
parte das tags foi programada e aplicada in loco20 por operadores externos (105 mil
livros), sendo que o restante ficou a cargo dos bibliotecários.
Fora isso, o projeto associou-se a outra iniciativa: a de reintegração social. Isso
porque as tarefas de monitoramento RFID e a manutenção do acervo aberto foram
confiadas a um presidiário, que em atinência ao Art. 5 da Lei 981/91, elaborada com o
intuito de criar postos de trabalho a indivíduos desfavorecidos, recebeu a oportunidade
de inserir-se no mercado de trabalho e ao regime de semiliberdade.
Tal oportunidade foi resultado da colaboração com a administração do Istituto
penitenziario Fiorentino di Sollicciano e com L’altro diritto (departamento da
Università di Firenze que realiza atividades de reflexão teórica e pesquisas sociológicas
em cadeias21) que em conjunto escolheram um detento com as características
necessárias para atuar neste determinado trabalho – e cuja escolha se deu através do
perfil profissional e pelo histórico do percurso reabilitativo. Inclusive, a Biblioteca de
Ciências Sociais e a Coordenação Central das Bibliotecas do Ateneo Fiorentino22
investiram parte dos próprios recursos para possibilitar-lhe o trabalho, através de
garantias previstas por lei.
Enquanto os bibliotecários responsáveis por atender ao público se ocupavam
de reorganizar os livros consultados, o operador técnico passava o scanner portátil
RFID pelo dorso dos volumes, controlando-os e permitindo sua reorganização. A média
diária era de 220 metros de documento (em 6 horas de trabalho) e tal resultado mudou a
qualidade do serviço prestado pela biblioteca, uma vez que o nível de satisfação de
estudantes e pesquisadores aumentou consideravelmente com a queda do número de
itens procurados e não encontrados, deixando, inclusive, a equipe satisfeita, pois o
16
Para mais informações, ver:
http://multimedia.3m.com/mws/mediawebserver?mwsId=66666UuZjcFSLXTtmXfaNxT6EVuQEcuZgVs6EVs6E66
6666--&fn=803%20OM%208363-5C.pdf. (N. T.)
17
Para mais informações, ver:
http://multimedia.3m.com/mws/mediawebserver?mwsId=66666UuZjcFSLXTtMXT6NxM6EVuQEcuZgVs6EVs6E6
66666--&fn=895%20Contractor%20Pkg.pdf. (N. T.)
18
Colocação das tags (etiquetas) magnéticas nos livros. (N. T.)
19
Acervo de obras. (N. T.)
20
No próprio local. (N. T.)
21
O Centro de Documentação L’altro diritto, fundado em 1996 pelo Dipartimento di teoria e storia del diritto
dell’Università di Firenze, desenvolve atividades de pesquisa relacionados aos tema de marginalização e desvios
sociais, instituições penais e penitenciárias. Dele surgiu, em 1997, o Centro di informazione giuridica, que trabalha
através de voluntários nos presídios de Sollicciano, Prato (La Dogaia), Solliccianino (Casa Circondariale “Mario
Zozzini” di Firenze) e Empoli, com o objetivo de informar aos detentos sobre seus direitos e eventualmente ajudá-los
a consegui-los através de ações concretas. Para mais informações: http://www.altrodiritto.unifi.it. (N. A.)
22
Ateneo, em italiano, é sinônimo de universidade (università). A referência é, portanto, à própria Università di
Firenze. (N. T.)
3
CONIGLIELLO, Lucilla. Monitoramento do acervo com tecnologia RFID. RABCI, out. 2011. Disponível em:
http://rabci.org/rabci/. Trad. por Renato Railo de: Monitorare lo scaffale con tecnologia RFID. Biblioteche Oggi, Milão, n. 9, nov.
2009, p. 38-41. Disponível em: http://www.bibliotecheoggi.it/. Acesso em 01.10.2011.
objetivo a que se propôs alcançar era justamente este de melhoria dos serviços e
aumento da satisfação da comunidade usuária.
Vale tecer, entretanto, alguns comentários sobre os obstáculos encontrados, os
nós ainda não desfeitos e os aspectos problemáticos que exigem posteriores soluções:
- O scanner portátil para controle do acervo não possui interface direta com o
catálogo topográfico23 da biblioteca; assim, continua-se periodicamente a utilizar-se dos
dados relativos às seções das coleções a ser monitoradas contidos na OPAC24, o que,
por conseqüência, quase nunca estão totalmente alinhados com a realidade das estantes,
principalmente em relação às novas aquisições;
- O scanner indica somente os livros que estão “fora de lugar”, mas não indica
os ausentes (tanto os que estão emprestados, quanto os que estão perdidos) e não existe
a possibilidade de criar automaticamente uma lista destes itens faltantes;
- O sistema RFID não é integrado ao sistema de gerenciamento do usuário.
Isto é, com um simples smart card seria possível gerenciar, além do autoatendimento, o
número dos que ingressam na biblioteca, dos acessos à internet (através da autenticação
obrigatória), do pagamento dos serviços de fotocópia e impressão de documentos etc.
Porém, para implantar esta tecnologia seria necessário obter uma autorização por parte
do Ateneo, que certamente investiria até em muitos outros serviços, além daqueles da
biblioteca, caso fosse possível;
- O autoempréstimo funciona com a identificação dos usuários via código de
barras e com a identificação dos volumes via RFID, ou seja, duas tecnologias sendo
operadas ao mesmo tempo; além disso, por outro lado, existem alguns volumes que
também são identificados através de código de barras, pois são aqueles que pertencem
às coleções não monitoradas por radiofreqüência, cuja opção se deu após uma avaliação
preliminar que entendeu não incluí-los no projeto pelo fato destes serem menos
consultados e que, por esta razão, poderão ser no futuro transferidos para um depósito;
- O sistema RFID não é integrado ao sistema antifurto, uma vez que estes são
magnéticos e, portanto, a proteção do acervo contra roubo é ainda confiada às
tradicionais fitas magnéticas, que custam muito. Porém, dado que toda a coleção das
revistas e 18% das monografias em estantes abertas – que em conjunto ainda
representam a maioria do acervo aberto em relação aos acervos tratados também com
RFID – ainda são garantidas somente pelas fitas magnéticas, uma transferência imediata
de tecnologia seria complicada.
Por fim, pode-se concluir com a afirmação de que a uma instituição autônoma
que se transferiu para um novo espaço, certamente mostrou-se como acertado o projeto
de reorganizar-se com o sistema RFID integrado, considerando-se as potencialidades e
(mesmo) os problemas decorrentes da falta de interface com outras estruturas e serviços
da biblioteca.
Por isso tudo que a equipe está satisfeita com escolha, que proporcionou à
biblioteca a possibilidade de oferecer um serviço de qualidade, através de um
instrumento eficaz de controle e gestão da nossa riqueza mais valiosa: o acervo de livre
acesso.
Importante ressaltar também que a Università di Firenze trouxe outras duas
iniciativas RFID para as bibliotecas de humanidades, especificamente as dos prédios de
Psicologia e Pedagogia.
23
Catálogo auxiliar cujas fichas são organizadas segundo o número de classificação e indicam a localização da obra
no acervo. Para saber mais, ver: MEY, Eliane Serrão Alves. Introdução à catalogação. Brasília: Briquet de Lemos,
1995. (N. T.)
24
On-line Public Access Catalog, mantido pelo SBN. Neste ponto, a autora diz que, como não há interface direta,
para que eles possam localizar as seções, utilizam-se de dados oferecidos pela OPAC, que nem sempre estão
alinhados com a realidade atual – já que freqüentemente novos títulos são adquiridos. (N. T.)
4
CONIGLIELLO, Lucilla. Monitoramento do acervo com tecnologia RFID. RABCI, out. 2011. Disponível em:
http://rabci.org/rabci/. Trad. por Renato Railo de: Monitorare lo scaffale con tecnologia RFID. Biblioteche Oggi, Milão, n. 9, nov.
2009, p. 38-41. Disponível em: http://www.bibliotecheoggi.it/. Acesso em 01.10.2011.
Um minuto por Claudio
Claudio Crastus, o bibliotecário detento que cuidava de nosso acervo, faleceu
abruptamente em 12 de outubro de 2009, enquanto este artigo estava prestes a ser
impresso. Era uma pessoa especial, um verdadeiro poeta, e para conhecê-lo melhor
convidamos todos a visitar seu sítio pessoal: http://www.claudiocrastus.it.
Claudio descobriu os livros de maneira repentina, ainda quando preso, e fez
deles a força necessária para conquistar a própria liberdade. Soube ouvir as vozes que
saíam dos livros, tocando-lhe como revelação, e das quais fez de instrumento para
escutar as próprias vozes interiores, para compreender o mundo e para dar um sentido
autêntico à dor e à vida humana. Aprendeu em seguida a dar voz à sua própria
experiência e a nós resignificá-la através da poesia, criando uma ponte entre àqueles e
os novos livros, dos quais novas vozes agora falam a todos que desejarem escutá-las.
Quantos de nós recordamos de quando citava Sêneca e nos exprimia com ternura o
quanto se nutria dos livros, tal qual um recém-nascido no seio de sua mãe!
Claudio devolveu o amor que dos livros recebeu estando conosco por 4 anos,
cuidando a cada dia dos aque aqui estão com a mesma disponibilidade e paciência de
um amigo e com a mesma tenacidade e respeito de quem tem um débito de gratidão a
restituir. Fica aqui a lembrança de todos os bibliotecarios da Ciências Sociais de
Florença, que o amaram e para os quais foi um doce e forte mentor.
Tchau Claudio.
Referências (ver nota nº 4, pág. 1)
- Sobre a aplicação da tecnologia RFID em bibliotecas, indica-se:
GIAMMARCO, F. di. E ora in biblioteca si affaccia RFiD. Biblioteche Oggi, XXII, 4, 2004, p. 73-74.
MANONI, Paola. Gestire le collezioni in radiofrequenza: l'esperienza della Biblioteca apostolica
vaticana. Biblioteche Oggi, XXV, 3, 2007, p. 43-48.
GAMBARI, Stefano. L'uso delle risorse documentarie. IN: GUERRINI, Mauro. Biblioteconomia: guida
classificata. Milano: Editrice Bibliografica, 2007, p. 690-692 (cap. 025.7).
- É possivel comparar entre si também estas experiências:
MIRAGLIOTTA, G. La tecnologia RFID: le applicazioni attuali e le prospettive. Rovereto, 2008.
Disponível
em:
http://www.trentinocultura.net/doc/catalogo/cat_biblio/cbt/rfid/Intervento_Miragliotta_RFID.pdf.
(Comunicazioni tenute presso la Biblioteca civica di Rovereto il 29 febbraio 2008).
SALVIONI, O. La tecnologia RFiD in biblioteca: l’esperienza della Biblioteca del Dipartimento di
scienze letterarie e filologiche – Università di Torino. Rovereto, 2008. Disponível em:
http://www.trentinocultura.net/doc/catalogo/cat_biblio/cbt/rfid/Intervento_Salvioni_RFID.pdf.
(Comunicazioni tenute presso la Biblioteca civica di Rovereto il 29 febbraio 2008).
PELLIZZARI, E. Sistema automatico di gestione con RFiD presso la Biblioteca centrale interfacoltà
dell’Università degli studi di Brescia. “Trace ID” edizione 2008, Milano, 2 aprile 2008. Disponível em:
http://www.unibs.it/on-line/ bib/Home/EconomiaeGiurisprudenza/Informazioni/documento9196.html.25
MARTÍNEZ OLMO, M; PÉREZ-MONTES SALMERÓN, C. M. La tecnología RFiD aplicada a
bibliotecas: la experiencia de la Biblioteca Tomás Navarro Tomás. Madrid: 2008. Disponível em:
http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=38515407. (X Jornadas de Gestión de la Infomación “La
25
Infelizmente a página não foi localizada. (N. T.)
5
CONIGLIELLO, Lucilla. Monitoramento do acervo com tecnologia RFID. RABCI, out. 2011. Disponível em:
http://rabci.org/rabci/. Trad. por Renato Railo de: Monitorare lo scaffale con tecnologia RFID. Biblioteche Oggi, Milão, n. 9, nov.
2009, p. 38-41. Disponível em: http://www.bibliotecheoggi.it/. Acesso em 01.10.2011.
dimensión del cambio: usuarios, servicios y profesionales”, Biblioteca Nacional, Madrid, 20-21 novembre
2008).
- Na Itália, o principal canal que oferece continuamente informações atuais sobre a evolução da
tecnologia RFID a nível nacional e internacional é RFID Italia (http://www.rfiditalia.com/), do qual
participal:
Osservatori della School of Management del Politecnico di Milano;
RFiD Lab -Università di Parma;
Rfid Lab – Università La Sapienza;
Laboratorio per le tecnologie Wireless e RFID dell’Università di Messina;
Lecce Electro Magnetic Lab (LEML) dell’Università del Salento Aton e Intermec.
- O site recolhe, também, muitos case studies, tais como:
CIPOLLONI, D. Biblioteche, l’RFID funziona
http://rfid.uniteam.it/pdf/Rfid-Italia_BookMonitor.pdf.26
(11/
08/
2006).
Disponível
em:
Biblioteca comunale “Giulo Tedeschi” di Arzignano (20/09/2006).
Una biblioteca da 700mila tag (Ânglia Oriental27, 21/12/2007). Disponível em:
http://www.3rfid.it/index.php3?content=newsdetail&id=149&lang=ITA&PHPSESSID=af0ead414323f39
e77795b209be43814.
Biblioteche dell’Essex (22/06/2007).
RFID:
libreria
da
record
(Lisboa,
17/01/2008).
Disponível
em:
http://www.3rfid.it/index.php3?content=newsdetail&id=152&lang=ITA&PHPSESSID=af0ead414323f39
e77795b209be43814.
Biblioteca municipale di Ginevra (01/02/2008);
Max Planck Institute (Francoforte, 11/07/2008);
Biblioteca comunale di Vignola (07/11/2008);
Biblioteca “Giosuè Carducci” di Spoleto (17/04/2009).
- Cabe dizer, por fim, que no dia 28 de setembro de 2009 o RFiD Italia migrou para o novo ecossistema
digital THEBIZLOFT, mantido por CEDITES, acessível por este endereço: http://www.thebizloft.com/.
* CONIGLIELO, Lucilla. Monitorar o acervo com tecnologia RFID. RABCI, out. 2011.
Disponível em: http://rabci.org/rabci/. Trad. por Renato Railo de: Monitorare lo scaffale con
tecnologia RFID. Biblioteche Oggi, Milão, n. 9, nov. 2009, p. 38-41. Disponível em:
http://www.bibliotecheoggi.it/. Acesso em 01.10.2011.
** A tradução do presente artigo foi gentilmente autorizada para fins acadêmicos tanto pela
autora, quanto pela Editrice Bibliografica, mantenedora do periódico Biblioteche Oggi.
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Todos os links, a partir deste, quando encontrados, foram oferecidos pelo tradutor. (N. T.)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_da_%C3%82nglia_Oriental. (N. T.)
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