o impacto das relações humanas no ambiente de trabalho
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O IMPACTO DAS RELAÇÕES HUMANAS NO AMBIENTE DE TRABALHO Marcos Aurélio de Andrade Especialização em Planejamento e Gerenciamento Estratégico- PUCPR Orientador: Prof. Dr.June Alisson Westarb Cruz RESUMO O objetivo deste trabalho é demonstrar qual deve ser a postura que um gestor de pessoas deve adotar, afim de tornar o ambiente de trabalho profissional e amistoso sem comprometer o desempenho da empresa. Muitas vezes as relações humanas no ambiente de trabalho tornam-se tão informais que o desenvolvimento ético e profissional é prejudicado. Que nível de relação o gestor deve focar e instigar em seus funcionários para que o ambiente de trabalho seja ao mesmo tempo agradável profissional e bem sucedido? Palavras-chave: Desempenho, Relações Humanas e comunicação. ABSTRACT The aim of this paper is to demonstrate what should be the position that a manager of people, must adopt in order to make the professional work environment and friendly without compromising performance. Often human relations in the workplace become so informal that the ethical and professional development is impaired. What level of respect the manager should focus on and instill in their employees to the work environment is both enjoyable and successful professional? Keywords: Performance, Communication and Human Relations. 1 INTRODUÇÃO Em tudo o que fazemos existe o princípio das relações humanas, a comunicação é o meio principal em que este relacionamento acontece. Precisamos nos relacionar em todas as situações e para a isso o uso da comunicação é indispensável. No ambiente de trabalho as relações humanas devem adquirir uma postura mais formal do que a que desenvolvemos no dia-a-dia, pois lidamos, principalmente, com hierarquias. Não podemos nos relacionar com o Presidente da Empresa da mesma forma que nos relacionamos com o Office-boy ou a Auxiliar de Escritório. Este trabalho visa analisar quais as formas mais adequadas de nos relacionarmos em todas as instâncias profissionais, respeitando as hierarquias, o horário de trabalho sem mesmo negligenciar as possíveis amizades que do ambiente de trabalho possam surgir. 2 2 REFERENCIAL TEÓRICO Para que haja sucesso no resultado de qualquer atividade humana que envolva mais de uma pessoa, sem dúvida é fundamental que o relacionamento humano seja respeitado e adequadamente utilizado. Importância das Relações Humanas no Ambiente de Trabalho A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos como consequência imediata das conclusões obtidas na Experiência em Hawthorne*, desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores. Foi basicamente um movimento de reação e de oposição à Teoria Clássica da Administração. (Mayo 1947, p.18). A experiência de Hawthorne foi realizada em 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos (National Research Council), em uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne e sua finalidade era determinar a relação entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários medida através da produção. A experiência foi coordenada por Elton Mayo, e estendeu-se à fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade do pessoal (turnover) e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal. Segundo Teoria das Relações Humanas de Mayo, havia a necessidade de humanizar e democratizar a administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano. O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a psicologia e a sociologia, as idéias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin foram capitais para o humanismo na administração. O Ser Humano Do momento em que nasce em diante, o ser humano vive de acordo com o modo de se relacionar com o mundo ou com a realidade, nossa situação existencial, física ou psíquica, depende de como nos relacionamos com o mundo, depende da qualidade com que nosso ser reage à realidade. As relações do sujeito com o objeto, da pessoa com o mundo e com ela mesma, tem sido “a maneira mais didática para refletir sobre os efeitos emocionais da vida sobre a pessoa”. Algumas pessoas adoecem, devido à maneira desarmônica de se relacionar com o mundo, enquanto outras, vivenciando as mesmas experiências e contatando o mesmo mundo, são mais adaptadas e sofrem menos. (Ibidem, p.13) Há pessoas, por exemplo, que ficam completamente transtornadas e furiosas quando usam bebidas alcoólicas, outras ficam divertidas e alegres, outras ainda, ficam sexualmente desinibidas, outras tristes, enfim, são todas maneiras variadas de relacionamento sujeito-álcool. Seriam maneiras psicológicas ou biológicas de relacionamento? 3 Cada indivíduo é único em personalidade. No âmbito profissional essa exclusividade pode ser positiva ou negativa. Afinal, como lidar com uma mulher que a cada mês tenha crises agressivas de TPM e destrate colegas, subordinados, superiores e clientes? O cérebro humano ainda é um mistério que não foi totalmente desvendado e isso implica no comportamento do ser humano dentro e fora de seu ambiente de trabalho. No entanto, “uma vez compreendidas nossas reflexões, torna possível a pessoa corrigir a maneira de se relacionar com o mundo”. (Ibidem, p. 18). Ao invés de dizer que o trânsito me irrita, fulano me ofende, beltrano me aborrece e assim por diante, possamos redimensionar o discurso para eu me irrito com o trânsito, eu me ofendo com fulano, eu me aborreço com beltrano. A diferença de postura pode ser brutal, na medida em que trazemos para nós a maior parte da responsabilidade sobre nossos sentimentos e não, como estamos acostumados, a atribuir nossas emoções e sentimentos exclusivamente ao mundo, ao destino, aos outros. A mente humana A mente humana é repleta de complexidades. Uma mesma ação pode causar dezenas de outras reações em uma dezena de pessoas diferentes. Cada uma tem uma forma de reagir a certa situação. Mesmo as pessoas mais furiosas sabem que necessitam se controlar no ambiente de trabalho. Assim, se uma reunião que estava marcada para às 10 horas é adiantada para às 08 horas sem haver sido comunicada no dia anterior, certamente altera a agenda de todos os funcionários envolvidos nesta reunião. O problema está em como cada um recebe esta informação e se adapta a ela. Mesmo havendo um sentimento inicial de revolta podemos obter reações de resignação e imediata adaptação; reações de revolta explícita antes, durante e depois da reunião com pouca produtividade para deixar bem clara a sua postura contrária. São inúmeras as possibilidades. O Gestor de Pessoal deve compreender essas várias possibilidades cerebrais e comportamentais de cada funcionário e tentar modificar atitudes negativas em atitudes positivas. Nem sempre compreender as diferentes personalidades e comportamentos é fácil. E nem sempre é uma responsabilidade exclusiva do Administrador. Muitas vezes há que se recorrer à Psicologia ou mesmo Psiquiatria para compreender e em casos mais avançados, tratar. “Toda pessoa tem um lado obscuro que é preferível não conhecer”. (JUNG, 2003, p. 24). A idéia de buscar fora da pessoa os elementos que explicassem seu comportamento e sua desenvoltura vivencial teve ênfase com as teorias de Russeau, segundo o qual era a sociedade quem 4 corrompia o homem. Subestimou-se a possibilidade da sociedade refletir, exatamente, a totalidade das tendências humanas. Seres humanos que trazem em si um potencial corruptor o qual, agindo sobre outros indivíduos sujeito à corrupção, produzem um efeito corruptível. Ou seja, trata-se de um demérito tipicamente humano. (apud: JUNG, 1999, p. 43) Outra concepção acerca do lado obscuro de cada ser humano foi baseada na constituição biotipológica, segundo a qual a genética não estaria limitada exclusivamente à cor dos olhos, dos cabelos, da pele, à estatura, aos distúrbios metabólicos e, às vezes, às malformações físicas, mas também, determinaria às peculiares maneiras do indivíduo relacionar-se com o mundo: seu temperamento, seus traços afetivos, etc. (Ibidem) Buscando um meio termo, como apelo ao bom senso, podemos considerar a totalidade do ser humano como sendo um balanço entre duas porções que se conjugam de forma a produzir a pessoa tal como é, segundo Carl Jung em sua obra “A Energia Psiquica”, 2000, p. 98. Pessoal vs Profissional Não existe funcionário que, por mais exemplar que seja dentro da empresa, não necessite ausentar-se um dia ou mais de seus afazeres profissionais para resolver problemas pessoais. Esse fato é absolutamente compreensível, afinal, nunca se pode prever quando ficaremos doentes, ou alguém próximo a nós, que precise de nosso auxílio. Quando um funcionário apresenta sequencialmente atestados médicos que justifiquem seus atrasos ou afastamentos, cabe ao Gestor de Pessoas dentro da empresa compreender o que está se passando mais a fundo. Com o avanço da tecnologia, as pressões profissionais, a baixa qualidade de vida, a má alimentação e as muitas funções desempenhadas dentro e fora do ambiente de trabalho, não é raro termos que lidar com funcionários estressados e, em piores casos, com a chamada síndrome do pânico. Síndrome do Pânico Existem pessoas, não importa de que classe social, vagam pelos consultórios e clínicas do mundo inteiro sem que ninguém seja capaz de lhes dizer qual a verdadeira origem de seus males. A pessoa passa por uma série interminável de consultas e exames, em boa parte paga com dinheiro público, acaba entrando nas estatísticas de certas doenças, mas não tem seu problema resolvido. Três quartos das pessoas com distúrbio mental não estão onde deveriam estar: no psiquiatra ou no psicólogo. Estão nas mãos do cardiologista, do neurologista ou de outro especialista qualquer. É uma multidão que não trata a sua doença de forma adequada, pois um mau diagnóstico pode levar essas pessoas a conviver com enormes desconfortos, que acabam se estendendo à toda a sua família. (GIL, et. al. {Hiperlink}, acessado em 14/03/12). 5 Os sintomas físicos de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa aparente (apesar de existir, mas fica difícil de perceber). Os sintomas são como uma preparação do corpo para alguma "coisa terrível". A reação natural é acionar os mecanismos de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no cérebro e nos membros usados para fugir - em detrimento de outras partes do corpo, incluindo os órgãos sexuais. Segundo GIL, em site acessado em 14/03/12, eles podem incluir: Contração / tensão muscular, rijeza; Palpitações; Tontura, atordoamento, náusea; Dificuldade de respirar; Boca seca; Calafrios ou ondas de calor, sudorese; Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade; Terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes; a acontecer e de que se está impotente para evitar tal acontecimento; Confusão, pensamento rápido; Medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso; Medo de morrer; Vertigens ou sensação de debilidade. Uma crise de pânico dura vários minutos e é uma das situações mais angustiantes que podem ocorrer a alguém. A maioria das pessoas que tem uma crise terá outras, se não tratar. (Ibidem) Quando alguém tem crises repetidas ou sente muito ansioso, com medo de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico. (Ibidem) O fato é: como deve o Gestor interferir num caso de Síndrome do Pânico? Compreender é mais do que necessário, afinal, ninguém está livre de ser acometido por este mal. Se o tratamento proposto pela maioria dos médicos especialistas é por um auto-suporte, ou seja, o próprio paciente tentar compreender seu estado e buscar a solução, somado ao uso de medicamentos ansiolíticos ou anti-depressivos; talvez seja melhor propor ao funcionário um afastamento temporário, seja de uma semana ou quinze dias, para que ele isole suas obrigações na tentativa de solucionar seu estado psicológico. Essa solução pode ter um resultado contrário porque ao invés de o funcionário sentir-se livre para resolver os seus problemas, pode-se sentir pressionado por um “prazo” dado para que se cure. Há que se investigar melhores maneiras de lidar com a Síndrome do Pânico dentro do ambiente de trabalho. TPM – Tensão pré-menstrual 6 Por se tratar de uma síndrome, não existem tratamentos específicos já que os sintomas variam muito de intensidade para cada mulher. Não há receita caseira para se curar a TPM, ou pelo menos tratá-la a ponto de se poder conviver com ela sem agressões e problemas no trabalho. Há que se consultar um médico ginecologista e expor a ele todos os sintomas antes e depois da menstruação. Muitas vezes, no ambiente de trabalho, a mulher não percebe que está sendo acometida pela síndrome da TPM. O Gestor pode estar atendo à periodicidade da irritabilidade de uma certa funcionária e associá-la a esta síndrome recomendando o tratamento devido. 3 APRESENTAÇÃO 7 Existem inúmeras técnicas que objetivam tornar as relações humanas mais agradáveis e eficientes, apresentarei algumas que são fundamentais e devem no mínimo provocar uma reflexão sobre o assunto. Como melhorar nossos relacionamentos Muitos psicólogos dizem que para lidarmos melhor com os outros, devemos pensar como se fôssemos os outros; colocarmo-nos no lugar do outro. Reportando ao velho ditado bíblico: fazer o que gostaríamos que fizessem conosco. Certamente levar problemas de casa para o trabalho não é um bom começo para melhorar nossos relacionamentos, principalmente os profissionais. Não somos máquinas, mas precisamos compreender quando nos desligarmos dos problemas caseiros ao pisarmos no ambiente de trabalho e vice-versa. Uma pessoa de “cara fechada” dificilmente atrairá simpatia ou comentários positivos. A tendência é que todos se afastem dela. O contrário também é verdade. Todos nós gostamos de lidar com pessoas simpáticas, positivas, otimistas e que aparentem e de fato estejam de bem com a vida. Se o problema que nos aborrece ocorre no ambiente de trabalho, é necessário encontrarmos meios, sempre éticos, mas eficazes para tentar solucioná-los. Da mesma forma acontece se o problema que nos aborrece ocorre em casa, com a esposa, o marido, os filhou ou outro parente. A boa aparência é um fator inegável para melhorarmos nossas relações pessoais. É difícil manter um contato agradável com uma pessoa que não esteja limpa, cheirosa e bem apresentável. O otimismo também é um fator que auxilia na melhora do relacionamento interpessoal. A tendência humana é estarmos próximos àqueles que têm uma boa palavra a ser dita, com uma visão positiva e otimista para com os problemas. Realizar cursos de aperfeiçoamento nos ajuda a melhorarmos o nosso lado técnico e humano, pois quanto mais interagimos com o ser humano mais compreendemos suas angústias e necessidades. De uma forma positiva este conhecimento deve trazer junto a complacência para que ignoremos as deficiências do outro ou sem um falso altruísmo possamos auxiliá-lo no que falta. Se um colega de trabalho escorrega em uma expressão gramatical, o verdadeiro colega, de uma forma muito hábil, pode corrigi-lo, sem nunca constrangê-lo. Deve, portanto, fazê-lo à sós. De forma contrária, a expressão errada, comumente pronunciada, pode-se tornar motivo de chacota pelos demais funcionários, gerando um ambiente hostil, sem ética. Obviamente ninguém gosta de conviver com “o senhor sabe-tudo” que vive corrigindo um e outro. Mas se essa pessoa mais esclarecida reconhecer as deficiências de seus colegas poderá de forma muito hábil contornar a situação sem nenhum constrangimento e antipatia. Melhor fosse que o Gestor de Pessoal, o Administrador de Empresas ou o Especialista em RH fosse esse “senhor sabe-tudo” provido de ética e habilidade para solucionar esse problema de uma forma geral, abrangente e definitiva entre seus funcionários, através de cursos de gramática, sugestões de leituras de livros, dinâmicas e incentivos culturais desde peças teatrais com desconto para seus funcionários até convênios com universidades a fim de aprimorar os conhecimentos técnicos e específicos de seus funcionários. 8 Muitas empresas acreditam que os tradicionais churrascos oferecidos ao fim de cada ano, como encerramento do mesmo sejam o suficiente para auxiliar na melhora dos relacionamentos interpessoais de seus funcionários. É um enorme engano. O relacionamento deve ser trabalhado o tempo todo dentro da empresa, mesmo quando seus resultados já forem nítidos. A valorização do funcionário como ser humano e o reconhecimento de suas necessidades extra-profissionais, bem como a interferência da empresa neste processo pode ser muito proveitosa com um investimento financeiro não necessariamente elevado. Essa interferência pode vir em forma de bônus, férias prêmio, adicional financeiro, bem como prêmios eletrodomésticos, literário, etc. Saber como promover essa interferência, sem gerar nos funcionários o espírito de competitividade vem a ser outra arte. Frustrações e os Desafios do Trabalho O trabalho preenche quase a metade do tempo de vida em que cada pessoa está desperta. O trabalho é a única constante de todas as atividades humanas. A resposta do homem ao trabalho transpõe um caleidoscópio de sentimentos e atitudes. Uma pessoa pode amar o trabalho – deleitando-se nele diariamente, motivada a fazer mais, magnetizada pelas suas possibilidades, até mesmo ser consumida pelos seus desafios. Esta pessoa praticamente vive para trabalhar. No entanto, para cada pessoa que ama o trabalho, há outras que simplesmente o toleram como uma necessidade da vida, achando-o oneroso, enfadonho e insatisfatório. Elas se levantam e se dirigem para o trabalho com relutância, frequentemente submetendo-se a chefes injustos, tarefas desinteressantes ou condições de trabalho desumanas. Trabalham tão somente para ganhar a vida. No mundo do trabalho encontramos fracasso e sucesso, medo e expectativa, tédio e desafio, conflito e harmonia, injustiça e justiça. Com frequência a mesma pessoa encontra todos esses elementos no mesmo trabalho por um período de anos. A vida, especialmente a vida no trabalho, está repleta do desconhecido. O motivado e bem sucedido, frequentemente, desenvolve o seu trabalho com motivos errados, e termina numa calamidade emocional e pessoal. O desmotivado e malsucedido frequentemente responde com amargura e apatia, o que corrói a sua felicidade emocional e pessoal. (WHITE, 1994, p. 14). Vemos pessoas limitadas quanto a sua educação, habilidade, experiência ou oportunidade. Vemos outras, com todas estas vantagens, que, contudo, se encontram desmotivadas e infelizes. Vemos também pessoas de grandes limitações que encontram felicidade e realização ao fazerem da vida uma aventura diária. Vantagens e habilidades, certamente não levam, necessariamente, ao sucesso e à felicidade. A vida no trabalho está cheia de dilemas e contradições. O trabalho e o mundo nos colocam face a face conosco mesmos, revelando facetas de nosso ser que não gostamos de ver. Vemos avareza e ambição, orgulho e aborrecimento, frustração e dúvida, erguendo suas horrendas cabeças, quando, ao mesmo tempo desejamos ver fruto apropriado do nosso ser interior crescendo em nossa vida. Diante disso o sentimento de culpa e a 9 consciência começam a esgotar-nos emocionalmente em nossa tentativa desesperada de resolver o combate incessante entre aspectos da vida prática e de nossa tranquilidade emocional. “Quando discutimos este dilema com as pessoas, verificamos que poucos estão completamente satisfeitos com o seu trabalho e poucos sabem onde o trabalho deve condizer com as demais coisas de suas vidas. Os conflitos pessoais, trabalho excessivo, ambição excessiva, pressões financeiras, receio de desemprego, tédio, falta de oportunidade e incontáveis outros problemas atormentam sua existência. Alguns gostam de trabalhar em demasia e negligenciam a família; outros detestam o trabalho e receiam a vida diária; alguns ignoram os problemas e atravessam o dia como robôs.” (Ibidem) Muitas questões e problemas confrontam as pessoas em suas ocupações seculares, segundo Jerry White, em sua obra “Seu Trabalho, Sobrevivência ou Satisfação, 1994, p. 15: Que posso fazer quando não gosto de minha ocupação, mas não posso mudar por causa das restrições educacionais e financeiras? b) Como posso realizar bem meu trabalho sem “vender minha alma” à companhia? c) Por que tenho tantos conflitos com meus supervisores? d) Meu trabalho é tão exigente que requer quinze ou vinte horas extras na semana para mantêlo em dia. Ele está prejudicando a minha família, mas como posso recusar fazer aquilo que meu chefe solicita? e) Estou sempre correndo, receoso, porque, se não fizer o meu trabalho bem feito, há dez pessoas esperando para tirá-lo de mim. f) Tenho tentado, muitas vezes, dar as devidas prioridades à minha família, mas sempre fracasso. As minhas prioridades desatinam e meu plano despedaça-se. Como posso obter consistência? g) Pelo fato de trabalhar quarenta ou mais horas semanais em minha ocupação, ir seqüencialmente à faculdade e tentar melhorar meu inglês fazendo cursos, não disponho de tempo para minha família. Que devo fazer? h) As crianças estão na adolescência e são rebeldes. O meu trabalho está, finalmente, sendo recompensado, e, para ter um êxito necessito dedicar-me a ele cem por cento. Devo desistir de minha carreira somente por causa das crianças? Que decisão devo tomar para mudar de ocupação ou colocação? j) É errado ser ambicioso? l) Se eu me propusesse a fazer tudo que me dizem que “devo” fazer para ser um pai exemplar, um empregado eficiente, um profissional competente, eu precisaria de uma centena de horas extras cada semana. Isso seria possível? m) Sou “apenas” um operário de uma fábrica. O que devo fazer para ter minha competência notada por meus superiores e ingressar em uma carreira dentro da empresa? 10 Não existem respostas definitivas ou milagrosas para o Administrador de Empresas e Gestor de Pessoal poder sanar todas as dúvidas acima expostas. O que cabe é definir com maior clareza as palavraschave aqui mencionadas. Para tanto, vamos novamente recorrer a Jerry White, 1994, p. 16. Ocupação ou trabalho: Aquela tarefa ou habilidade que é a principal fonte de sua renda financeira – aquilo que se espera que você faça para receber o pagamento ou salário. Família: Sua esposa ou marido, filhos e as atividades decorrentes de sua responsabilidade para com eles. O termos que aponta alguma solução é organização. Organização mental, à princípio, para depois darmos seguimento às demais organizações quer sejam de tempo, agenda, dedicação, etc. O gestor de Pessoal necessita compreender estas questões e suas consequentes frustrações para poder ser um auxiliar na compreensão das relações humanas no trabalho. O gestor de pessoal não é um ser inatingível que não tenha problemas extra-profissionais. Todas as dúvidas, receios e até mesmo alguma ou algumas das frustrações acima expostas podem atingir também o gestor de pessoas. Não há que temer quando não se alcança sozinho a organização mental para dar seguimento às outras organizações. Há que ser humilde e possuir clareza suficiente para procurar uma ajuda psicológica, a fim de que o próprio gestor possa ser essa ajuda psicológica para seus funcionários. 4 Análise dos dados Através da pesquisa bibliográfica que originou este material, pudemos comprovar a importância do Gestor em auxiliar seus funcionários resolver ou pelo menos reconhecer os problemas pessoais que podem interferir em sua carreira profissional. É necessário que o gestor seja uma pessoa esclarecida e que tenha conhecimentos em psicologia humana para poder diagnosticar mais prontamente as deficiências que possam surgir em seu ambiente de trabalho relativo às Relações Humanas. O mesmo é um mediador e, às vezes, até um apaziguador de possíveis rusgas entre funcionários ou até membros de cargos mais elevados dentro da empresa. O relacionamento profissional e amigável entre os colegas de empresa é o objetivo principal do Gestor que lida com Recursos Humanos. Isso se conquista com um ambiente agradável, ergonomicamente adaptado para que o funcionário evite se machucar, causar prejuízos físicos a si próprio e materiais para a empresa. Reuniões e Palestras com foco em Qualidade Total auxiliam na busca deste ambiente, pois chegase à conclusão de que um funcionário contente compõe uma empresa bem sucedida. 5 CONCLUSÃO 11 Com o material exposto, podemos concluir que a principal postura do Gestor de Pessoal é a de Mediador e Proporcionador de oportunidades de crescimento pessoal e profissional de seus funcionários através de cursos, palestras e reconhecimento em forma de premiações. Um Gestor de pessoal pode promover em seu ambiente de trabalho facilidades que envolvam desde uma disposição de móveis mais espaçosa a fim de que o funcionário não se sinta “estrangulado” por mesas, cadeiras e armários. O reflexo disso se dará diretamente na forma como as Relações Humanas profissionais dos funcionários e até mesmo dos cargos mais elevados dentro da empresa tornem-se amistosas. Essa sensação de bem estar, fica diretamente em contrário ao risco de comprometer o desempenho da empresa em seus negócios, pois terá em seu quadro de pessoal, funcionários motivados para o trabalho e o desenvolvimento de suas atribuições profissionais. Um funcionário bem instruído, além de ser mais eficiente, é um cartão de visita para a empresa. Um funcionário satisfeito com seu salário, com reconhecimento de importância, mesmo que em servindo o cafezinho diário, trabalha com um sorriso no rosto e isso é um sinônimo de empresa bem sucedida. Uma empresa que valoriza o material humano acima de seus equipamentos, valoriza a mão de obra. Os equipamentos são melhor tratados e os riscos de gastos com manutenções por mal uso ficam quase nulos limitando-se ao gasto com manutenção comum. O Gestor de Pessoal deve ser um tipo profissional de pai com quem os funcionários podem contar e até mesmo confidenciar. Obtém-se informações importantes para o funcionamento de uma empresa numa suposta conversa informal com seus funcionários. A avaliação dos funcionários deve ser o mais imparcial possível feita pelo Gestor de Pessoal, eximindo-se de sentimentos pessoais que possam interferir positiva ou negativamente na avaliação de um profissional. Analisar cargos e efetuar recolocações de funcionários, não pode, de forma alguma ser vista como algum tipo de rebaixamento profissional. A recolocação dos funcionários tem que visar o melhor desempenho da empresa e nunca um privilégio ou punição pessoal a algum funcionário. Em tese, a recolocação ou re-alojamento de funções deverá agradar a todos. Desta forma, fica comprovada a importância vital para a empresa da presença de um Gestor de Pessoal, mais do que simplesmente um especialista em Recursos Humanos. Um gestor que tenha visão abrangente, que perceba pequenos detalhes que podem melhorar a vida no trabalho promovendo a facilitação e o acesso a material de trabalho adequado sem perder o foco no material humano que tem sob seu comando. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12 ALMEIDA, L. O Trabalhador no mundo contemporâneo – Psicodrama nas organizações – Ed. Agora, 1ª Ed., 2004. CLIFTON, F. – O tesouro da enciclopédia britânica, Ed. Nova Fronteira COVEY, S.T. – Os sete hábitos das pessoas muito eficazes, Ed. Best Seller, 14ª Ed. 1989 DIMITRIUS, J.E. & MAZZARELLA, M. – Decifrar Pessoas – Ed. Alegro, 1ª Ed., 2000 FIORI, J. L., Polarização Mundial e Crescimento, Ed. Vozes, 1ª, 1969 JUNG, C. G. Psicologia do Inconsciente – Ed. Vozes, 2000 LARK, S. M. – TPM, a tensão pré-menstrual – Ed. Cultrix – 1ª Ed., 2001 LIEVORE, J. A, O Sucesso na cabeça – Ed. Vozes, Ed. 1ª, 2000 McCULLOUG, C. – O favorito da fortuna – Ed. 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