Boston fatura o 17º título
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Boston fatura o 17º título
A - 49 CMYK CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, quinta-feira, 19 de junho de 2008 • 49 ESPORTES [email protected] Novos tempos, sem paternalismo Duas boas notícias para o esporte, iniciativas de estatais. OS CORREIOS APOSTAM NA NOVA IMAGEM DA CONFEDERAÇÃO DE TÊNIS E APLICAM R$ 3,8 MILHÕES EM VÁRIOS PROJETOS PARA DESENVOLVER O ESPORTE, SOCIAIS, INCLUSIVE. 1. A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL INAUGURA HOJE, NO GINÁSIO DO CRUZEIRO, EM BRASÍLIA, UM DOS 17 CENTROS DE TREINAMENTOS DE GINÁSTICA ESPALHADOS PELO PAÍS. 2. Essas iniciativas confirmam que o atual governo é o que mais investiu até hoje em esportes. Ao contrário do que ocorria no passado, não dá “ajuda” ou “apoio” ao esporte. Nada disso. É marketing, trabalho profissional, investimento puro, tanto na marca da instituição patrocinadora, que se vale da projeção de nossas estrelas do esporte, quanto nos jovens que se beneficiam de cada uma das parcerias. ●●● Há algum tempo, o Banco do Brasil e os Correios eram investidores isolados. Aos poucos vieram a Caixa, a Petrobras, a Eletrobrás e a Infraero. Hoje, essas seis estatais investem no paraolimpismo, em 15 modalidades olímpicas e três não-olímpicas (futsal, surfe e automobilismo). As parcerias são as seguintes: Banco do Brasil: vôlei, vôlei de praia, vela (Robert Scheidt) e futsal Caixa Econômica: atletismo, ginástica artística, luta olímpica e Comitê Paraolímpico Petrobras: handebol Correios: natação, saltos ornamentais, maratonas aquáticas, pólo aquático, nado sincronizado, tênis e futsal Infraero: judô Eletrobrás: basquete ●●● A vantagem desses investimentos — em torno de R$ 130 milhões este ano — é que eles são contínuos, temporada a temporada, permitindo que cada modalidade programe o seu ciclo olímpico em médio e longo prazos. Mesmo porque, além disso, há os recursos das loterias federais, que só em 2007 fortaleceram o cofre do esporte com R$ 80 milhões. Este ano, de janeiro a maio, foram mais R$ 33 milhões. ●●● Nesses novos tempos, seria muito bom que os patrocinadores fixassem metas em seus contratos de parcerias, resultados a serem alcançados, objetivos mínimos, enfim. Isso para não dar a impressão de que temos apenas o investidor buscando a melhor exposição de sua imagem, explorando o resultado dos atletas, e, no outro extremo, as confederações que se comportam apenas como beneficiadas de um tempo paternalista que não existe mais. Muito barulho Bons ventos Custará R$ 23 milhões a reforma do Ginásio Nilson Nelson para receber a Copa do Mundo de Futsal, a partir de 29 de setembro. É muito dinheiro para “pequenos reparos”, como tem sido divulgado. Ontem, durante visita de um grupo de parlamentares da Comissão de Turismo e Esporte da Câmara dos Deputados, meia dúzia de funcionários da Novacap fazia barulho e dava a impressão de que as obras estão em pleno andamento. Não é bem assim. O lançamento do edital para contratar a empresa que fará a reforma, que sairia ontem, segundo havia informado o secretário de Obras, Márcio Machado, poderá ser divulgado hoje. E só depois de um mês é que se saberá quem venceu a concorrência. Se tudo correr bem, lá por 18 de julho. No entanto, o secretário de Esporte, Aguinaldo de Jesus, afirmou que as obras já começaram e “as empresas estão determinadas a trabalhar dia e noite, sábado e domingo” para deixar tudo pronto até 15 de setembro. Então já tem empresa contratada? Mas sem licitação, cujo edital só sairá hoje? Tem barulho demais nessa reforma. Em temporada européia, a dupla Lars Grael e Marcelo Jordão busca o bicampeonato no Troféu Internacional Benetti, em Viareggio, na Itália, onde venceu em 2006. Serão seis barcos da classe star na raia, de amanhã a domingo, sendo cinco favoritos olímpicos. Os brasileiros chegam à competição com dois expressivos resultados: quarto lugar entre 39 barcos de 14 países na etapa da Hungria do Campeonato Europeu, e 10º colocado — 37 barcos de 18 países — no Campeonato do Hemisfério Oriental, na Croácia. “É o ex-cartola que virou atleta de novo. Boa forma de aprofundar minha paixão pelo esporte e sem tanto rancor de tanta coisa que vejo de errado em nosso país…”, escreve Lars, em email à coluna. Teste de resistência Daniel Ferreira/CB/D.A Press de 30km a 40km, mas cheguei a fazer um simulado de 72km. Forcei um pouco o ritmo, porém nada que comprometa o meu rendimento na Volta do Lago”, garantiu Levy, que no ano passado venceu com recorde a prova de dupla ao lado de Marcos Lopes, registrando 7h08. O atleta, que conta com o apoio de Obcursos, Churrascaria Floresta, Academia Isac Rocha, Pani7 e Clínica Souto Vital, é bastante dedicado às suas metas. Ele afirmou que abriu mão da prova Comrades, na África, em 15 de julho, para competir nos 100km. “Sei que será um grande prazer disputar aqui em Brasília”, disse. O ex-triatleta Gilberto Nassif, o Giba, disputará pela primeira vez uma prova de longa distância oficialmente. Portanto, sua meta principal é cruzar a linha de chegada, o que para ele já será uma grande vitória. “Venho treinando desde janeiro. Já fiz treinos de 50km, 60km e até 75km, mas acredito que o ultramaratonista Manoel Mendes tem mais bagagem do que eu para vencer, apesar de achar a competitividade secundária. O que importa para mim é a superação.” ENEILA REIS DA EQUIPE DO CORREIO Volta do Lago, uma das mais tradicionais provas de revezamento da cidade, chega à sua quinta edição, no próximo domingo, com novidades. A competição disputada por equipes de dois, quatro, seis ou oito atletas terá na programação mais duas categorias: a missões diplomáticas (reservada a representantes internacionais) e a individual, para quem tiver fôlego de completar o percurso de 100km sozinho. Dez atletas confirmaram a participação no desafio solitário, entre eles Manoel Mendes, Rodrigo Savini, Levy Serafim da Costa, Gilberto Nassif, o Giba, e Patrícia Lucindo Rodrigues. A largada dessa turma está marcada para as 5h, no Eixão Sul, altura do Cine Centro São Francisco. Na seqüência estão previstas as provas das equipes amadoras, às 6h, intermediárias, às 7h30, e elite, às 8h30. Para o maranhense Manoel Mendes, o Manoelzinho, 47 anos, um apaixonado por longas distâncias, correr sozinho envolve superação. Acostumado com ultramaratonas, ele garantiu que 100km ou 200km não importam. Apesar de preparado para a corrida, o funcionário da Feminino BrasilTelecom, radicado há 40 anos Patrícia Lucindo Rodrigues, 37 em Brasília, acredita numa disputa anos, que já morou em Brasília e acirrada, pois terá adversários mais atualmente está radicada em Sanjovens. Seu objetivo principal é contos (SP), é a única mulher inscrita cluir o percurso. “Ano passado, mesna prova individual. “Já tinha feito mo sem ter a categoria individual, alguns treinamentos longos, pocorri sozinho a Volta do Lago e fiz o rém me animei quando participei tempo de 10h10. Espero baixar essa GILBERTO (E), MANOEL, LEVY E RODRIGO TREINAM PARA A PROVA DE DOMINGO: de uma disputa oficial, em maio. DESAFIO É TER FÔLEGO PARA COMPLETAR O PERCURSO NO INDIVIDUAL marca”, ressaltou. Fiz a travessia de Bertioga a MareO microempresário Rodrigo Sasias, com 75km, e venci no feminivini, 36 anos, contou que a prova reno”, contou. “O interessante é que Rodrigo, que fez dois percursos extensos a gente começa a correr numa maratona e depresenta um marco na sua vida. Segundo ele, a competição de longa distância será a última em 2007, ambos com 140km — Brasília/Pire- pois já acha aquela distância pequena. A tenque participará até passar num concurso pú- nópolis, em abril, e Pirenópolis/Brasília, em dência é só aumentar o percurso. Foi o que eu blico e conseguir uma carreira estável. “Estou outubro —, aposta num estado psicológico fiz. Corro há 10 anos, e a um nas longas distânvoltado para o trabalho e os estudos. Quase forte para terminar a prova. “Se me sentir cias, sempre com acompanhamento de um não tenho tempo para treinar, mas como eu e bem na prova espero estar no pódio.” profissional para evitar lesões.” A estudante da Levy Serafim da Costa, 37 anos, explicou faculdade de educação física destacou que já o Manoel Mendes insistimos com a organização da Volta do Lago para incluir a categoria que optou pela prova individual depois que conhece o percurso brasiliense, afinal, no ano individual na programação vou prestigiar a passou a focar as longas distâncias, ou seja, a passado disputou a prova num quarteto. Hoje partir dos 70km. “Tenho treinado uma média sua principal meta é chegar ao final. corrida”, comentou. A BASQUETE Mike Segar/Reuters Boston fatura o 17º título Boston (EUA) — O Boston Celtics, maior detentor de títulos da Liga de Basquete Profissional dos Estados Unidos (NBA), é campeão pela 17ª vez. O time não ganhava o campeonato desde 1986, mas acabou com o jejum de 22 anos na noite de terça-feira. Com uma incrível vitória sobre o Los Angeles Lakers, por 131 x 92, fechou a série melhor-de-sete jogos da final por 4 x 2. Foi a coroação de quem mais investiu para a temporada 2007/08 da NBA, com a contratação dos astros Ray Allen e Kevin Garnett, que se juntaram a outro que já estava lá (Paul Pierce) para formar a base do time. Foi também a confirmação do sucesso já demonstrando na temporada regular, quando o Celtics teve a melhor campanha. E foi, principalmente, a ressurreição do basquete de Boston, depois de anos de frustração. Eleito o melhor jogador das finais (MVP), Paul Pierce viveu uma boa parte desse jejum — sempre jogou no Celtics, desde 1998, quando entrou na NBA. Dessa vez, no entanto, ele aproveitou a chance para ser campeão. “Essa conquista significa muita coisa. Agora eu faço parte da história”, comemorou o jogador, que teve média de 21,8 pontos por jogo na série contra o Lakers e ainda teve uma atuação heróica na primeira CMYK por José Cruz FESTA DOS CELTICS: VITÓRIA COM A MAIOR VANTAGEM DA HISTÓRIA DA NBA EM UM JOGO FINAL partida do confronto, quando continuou em quadra após sofrer contusão. Mas, além das atuações individuais de Paul Pierce, Kevin Garnett e Ray Allen, a força do Celtics esteve sempre no sistema defensivo. Com uma marcação implacável, a equipe de Boston controlou o ataque do Lakers durante quase toda a série — principalmente no sexto e último jogo. “Eles tiveram a melhor defesa de todos os playoffs”, admitiu Kobe Bryant, o astro do time de Los Angeles, que tinha sido eleito o melhor jogador da temporada regular. Ao conseguir controlar a força ofensiva de Bryant, que marcou apenas 22 pontos — bem abaixo de sua média —, ficou fácil para o Celtics assegurar o título, para delírio da torcida que lotou o ginásio em Boston. Foi, na verdade, um massacre dos campeões, que aplicaram a maior vitória da história da NBA num jogo que definiu o título: foram 39 pontos de vantagem, superando o recorde da temporada de 1965, quando o mesmo A - 49 Jogo aberto ATLETISMO A Volta do Lago, com disputa por equipes de até oito atletas num percurso de 100km, abre espaço também para a categoria individual Celtics bateu o mesmo Lakers por 129 x 96. O título foi decidido praticamente no segundo quarto do confronto de terçafeira, quando os donos da casa abriram 23 pontos de vantagem. Depois disso, diante de um rival abatido, o time de Boston tratou de administrar o jogo e até aumentar a diferença no placar. Tanto que, nos minutos finais, os principais jogadores não estavam nem mais na quadra: no banco de reservas, Kevin Garnett, Paul Pierce e Ray Allen já comemoravam a conquista. Durante o jogo, os três astros do Celtics tiveram atuação destacada, mas não estiveram sozinhos. O armador Rajon Rondo, por exemplo, terminou com 21 pontos, oito assistências, sete rebotes e seis roubos de bola. Enquanto isso, Paul Pierce conseguiu 17 pontos e 10 assistências, Ray Allen marcou 26 pontos (foram sete cestas de três pontos, em nove tentativas) e Kevin Garnett ficou com 26 pontos e 14 rebotes. Enfim, um conjunto perfeito, coroado pelo título da NBA.