Eichhornia crassipes - Invasive Plants in Portugal

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Eichhornia crassipes - Invasive Plants in Portugal
Eichhornia crassipes (jacinto-de-água)
Erva aquática, flutuante, de folhas intumescidas e flores azuis/violetas muito vistosas.
Nome científico: Eichhornia crassipes (Mart.) Solms.
Nomes vulgares: jacinto-de-água, jacinto-aquático
Família: Pontederiaceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 dezembro)
Nível de risco: (em desenvolvimento)
Sinonímia: Pontederia crassipes Mart. & Zucc., Piaropus crassipes (Mart.) Raf., E. speciosa Kunth,
Pontederia azurea Hook., Pontederia azurer Roem & Schult, Piaropus crassipes Raf., Piaropus mesomelas
Raf., Piaropus tricolor Raf., Heteranthera formosa Miq., E. azureae Miq., Pontederia elongata Balf., E.
crassicaulis Schlect., Pontederia crassicaulis Schlect., E. cordifolia Gandoger
Data de atualização: 16/10/2014
Como reconhecer
Erva aquática rizomatosa, geralmente flutuante.
Folhas: aéreas, crescendo em tufos, com limbo de até 8 x
9 cm, romboidal a suborbicular; pecíolos de comprimento
variável, os mais curtos muito intumescidos na metade
inferior, e todos contendo aerênquima esponjoso.
Flores: azuis/violetas, com 5-7 cm de diâmetro, reunidas
(8-12 flores) em espigas com cerca de 15 cm; anteras
amarelas, variegadas de azul.
Frutos: cápsulas com 3 valvas que contêm inúmeras
Folhas aéreas evidenciando os pecíolos muito insementes (entre 3 e 450) de pequenas dimensões.
tumescidos na metade inferior
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Eichhornia crassipes (jacinto-de-água)
Floração: março a julho com um período de floração muito curto (2 a 3 dias).
Características que facilitam a invasão
Eichhornia crassipes tem crescimento extremamente rápido: em condições adequadas, a espécie pode
duplicar a sua população em 5 dias. A taxa de crescimento é mais elevada na Primavera, ocorrendo uma
diminuição no Outono devido à descida da temperatura e à formação de geadas. Pode sobreviver em
terra se houver muita água disponível.
Reproduz-se facilmente por via vegetativa, através de rizomas ou pequenos fragmentos os quais podem
originar uma nova planta. Cada fragmento pode ser arrastado pela corrente e originar novos focos de
invasão distantes da população original.
Também se reproduz por via seminal. As sementes mantêm-se viáveis durante muitos anos (até 20 anos)
e devido às suas reduzidas dimensões são facilmente arrastadas pela corrente. As sementes são também
dispersas por aves aquáticas.
ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO
Área de distribuição nativa
América do Sul, na Bacia Amazónica.
Distribuição em Portugal
Portugal continental (Douro Litoral, Beira Litoral,
Estremadura,
Ribatejo,
Alto
Alentejo),
arquipélago dos Açores (ilhas de Flores, Faial,
Graciosa, Terceira and São Miguel).
Outros locais onde a espécie é invasora
Invasora em todos os continentes.
Razão da introdução
Para fins ornamentais.
Ambientes preferenciais de invasão
Canais de irrigação, lagoachos, lagoas e regolfos de barragens.
Não suporta água salobra e a salinidade limita a sua distribuição. Favorecida por águas ricas em
nutrientes, principalmente azoto, fósforo e potássio. Pode suportar flutuações drásticas no nível de água,
acidez e níveis baixos de nutrientes.
IMPACTES
É considerada uma das piores invasoras aquáticas do mundo.
Impactes nos ecossistemas
Forma tapetes que podem cobrir totalmente a superfície da água levando à alteração do ambiente
aquático. Diminui a qualidade da água, a biodiversidade (fauna e flora aquáticas), a luz disponível e o
fluxo de água, e aumenta a eutrofização.
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Eichhornia crassipes (jacinto-de-água)
Impactes económicos
Entope canais e impede a navegação, acabando por diminuir o aproveitamento recreativo, piscícola, ou
outros.
Custos elevados na aplicação de medidas de controlo e manutenção dos equipamentos de rega onde
entra.
Habitats Rede Natura 2000 mais sujeitos a impactes

Águas oligomesotróficas calcárias com vegetação bêntica de Chara spp. (3140);

Lagos eutróficos naturais com vegetação da Magnopotamion ou da Hydrocharition (3150);

Lagos e charcos distróficos naturais (3160).
CONTROLO
O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área
invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de
intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será
fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de
forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.
As metodologias de controlo usadas em Eichhornia crassipes incluem:
Controlo físico
Remoção manual/mecânica (metodologia preferencial). Remoção manual ou com “ceifeiras” mecânicas,
ou “aspiradores”. Por vezes, usam-se barreiras flutuantes, para conter a espécie dentro de uma área
pequena. Para o sucesso desta metodologia é fundamental que não fiquem fragmentos de grandes
dimensões na água.
Na Pateira de Fermentelos, desde 2006, que é usada, com grande sucesso, uma ceifeira mecânica para
eliminação do jacinto-de-água.
Controlo químico
Pulverização foliar de herbicida. Pulverizar com herbicida (principio ativo: glifosato ou 2,4-D em
formulações adaptadas a ambientes aquáticos) mas é dispendioso e apenas temporário. Tem efeitos em
espécies não alvo e a sua eficácia está muito dependente da idade e estado fenológico das plantas e da
temperatura, pelo que pode resultar em níveis de sucesso muito baixos.
Controlo biológico
Existem vários agentes de controlo biológico (artóprodes e fungos) libertados em vários países com
algum sucesso para controlo de E. crassipes: Eccritotarsus catarinensis (Carvalho) (Hemiptera: Miridae),
sugador de seiva; Neochetina bruchi Hustache e N. eichhorniae Warner (Coleoptera: Curculionidae) que
se alimentam no interior dos caules; Niphograpta albiguttalis Warren (Lepidoptera: Pyralidae), que se
alimenta nos pecíolos; Orthogalumna terebrantis Wallwork (Acari: Scarcoptiformes: Galumnidae) mineira
de folhas, e o fungo Cercospora rodmanii (Mycosphaerellales: Mycosphaerellaceae).
Em Portugal, realizaram-se testes com Neochetina sp. que revelaram bons resultados. No entanto, a
impossibilidade do seu uso no nosso país determina que este tipo de controlo não seja ainda uma
alternativa.
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REFERÊNCIAS
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plants: A list of biocontrol agents released against invasive alien plants in South Africa. Disponível: http://www.arc.agric.za/arcppri/Documents/WebAgentsreleased.pdf [Consultado 16/10/2014].
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www.cabi.org/isc [Consultado 12/11/2012].
Dufour-Dror J-M (2012) Alien invasive plants in Israel. The Middle East Nature Conservation Promotion Association, Ahva,
Jerusalem, 213pp.
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si=70&fr=1&sts=sss [Consultado 12/11/2012].
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control of water hyacinth, Eichhornia crassipes (Mart.) Solms-Laubach (Pontederiaceae), in South Africa. African Entomology
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Laranjeira C (2008) Eichhornia crassipes control in the largest portuguese frshwater lagoon. In: EPPO/COE whorkshop, Mérida.
Disponível:
http://archives.eppo.int/MEETINGS/2008_conferences/eichhornia_files/08_laranjeira/laranjeira1.HTM
[Consultado 12/11/2012].
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