CEFET-MG é notícia

Transcrição

CEFET-MG é notícia
Crianças de 6 a 14 anos de escola
municipal, maioria proveniente
da zona rural de Curvelo, participam
de atividades esportivas e brincadeiras
que mexem com o corpo e a mente
Projeto ajuda na
construção da
autonomia, além
de incentivar
a socialização
página 6
impresso
ADRIANO GONÇALVES
Oficinas de jogos, cantigas
e danças - atividades lúdicas
como meios de ensinar
Belo Horizonte • # 13 • junho / julho 2011
cefetmg
é notícia
Informativo do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
JEFFERSON VELOSO
Tradição e
competência
na formação de
engenheiros
Festival de Bandas reuniu alunos de diversos campi mostrando seus dotes musicais
O CEFET-MG iniciou, em junho, as
comemorações dos 40 anos de criação
e oferta de cursos de engenharia;
instituição levou cursos para o interior e
planeja crescer ainda mais. Páginas 4 e 5
Navegando na
educação, ciência
e tecnologia
CEFET-MG abraça
Minas por meio
de arte e cultura
Conscientizar como
forma de preservar
Conhecido por suas aventuras como
velejador e pelos livros, Amyr Klink fala
sobre suas diversas áreas de atuação
Festival fomentou iniciativas criativas de
alunos e servidores e divulgou a produção
cultural existente nas cidades sede e região
Unidades de Nepomuceno, Curvelo e Campus I,
em Belo Horizonte, comemoram o dia mundial do meio
ambiente com atividades acadêmicas e reflexivas
página 8
página 7
página 3
CLÁUDIA MURTA
SÍLVIO SANTOS SOUZA
O farmacêutico Azenilton Brito
diz que aperfeiçoou a maneira de
lidar com seus discentes
e passou a entender a própria
Curso Especial de Formação Pedagógica de Docentes do CEFET-MG busca
individualidade
capacitar bachareis para atuar como professores do ensino médio
A arte de ensinar
Em sua passagem pelo CEFET-MG
para uma palestra, Klink visitou as oficinas
das equipes de competição
página 6
2 | CEFET-MG é notícia
junho/julho | 2011
opinião
Comemoração dos 40 anos de engenharia visa o futuro
Prof. Helio Ribeiro da Silva
Coordenador Geral dos cursos de engenharia
de operação em 1972
O CEFET-MG está comemorando os 40 anos dos cursos de engenharia de operação Elétrica e Mecânica e eu,
que participei ativamente da implantação e administração
dos referidos cursos, completarei 80 anos de idade, sendo 40 anos dedicados ao CEFET-MG.
Neste momento festivo é oportuno reconhecer que o
CEFET-MG de hoje só foi possível pelo competente e dedicado trabalho dos professores e funcionários da Escola
Técnica Federal de Minas Gerais, nome da instituição durante a implantação dos cursos de engenharia.
A Escola Técnica sempre teve justas aspirações em criar
e desenvolver os cursos de engenharia de operações, atendendo também a uma decisão do governo federal e das
indústrias. Os pareceres, decretos e portarias 60/60,
25/65 do Conselho Federal de Educação, decreto 57.075,
portaria 122/67 e, principalmente, o decreto 70.366/72,
que autoriza a instalação dos Cursos de Engenharia de Operação na Escola Técnica Federal de Minas Gerais, formaram a estrutura legal para a nova iniciativa da escola.
Hoje, quem visita e conhece o CEFET-MG depara com
a seguinte estrutura:
• 3 campi em Belo Horizonte
• 7 campi no interior do estado
• cursos técnicos
• cursos de Engenharia
• prédios
• laboratórios
• cursos superiores
• bibliotecas
• grupos de pesquisa
• cerca de 15 mil alunos, etc,
A partir disso, é capaz de concluir que se trata na realidade de uma universidade tecnológica da melhor qualidade. Como é possível as autoridades do governo desconhecerem esta realidade? Faço votos para que os ministérios
da Ciência e Tecnologia e da Educação oficializem esta realidade.
Parabéns CEFET-MG, futura Universidade Tecnológica.
notas
NELSON NUNES
Professor Márcio Silva Basílio é eleito
Diretor-Geral do CEFET-MG
Em eleição realizada no dia
28 de junho, os servidores e alunos elegeram o professor Márcio Silva Basílio para o cargo de
Diretor-Geral do CEFET-MG para
o período de 2011 a 2015. A
votação ocorreu em Belo Horizonte, e nos sete campi no interior de Minas Gerais.
O professor Márcio obteve
635 votos entre os servidores e
Comemorações do Dia do Químico
1757 votos entre os alunos. Em
segundo lugar ficou o professor
José Antônio Pinto, que recebeu
386 votos entre servidores e
1.809 votos entre os alunos.
Estavam aptos a votar
10.119 alunos e 1.227 servidores, que, pela primeira vez na
instituição, fizeram uso de urnas
eletrônicas cedidas pelo Tribunal
Regional Eleitoral (TRE).
Aluna de Edificações faz curso de
empreendedorismo nos Estados Unidos
Comissão da ALMG visita o CEFET-MG
VANESSA MOL
A aluna do curso de Edificações do CEFET-MG, Campus I,
Mariana Tuler (foto), está nos
Estados Unidos para participar
do Programa Escola de Empreendedorismo Global ou Program School for Global Entrepreneurship (PSGE), oferecido
pela Lehigh University.
Ela foi contemplada com
uma bolsa de 50% do valor do
curso, obtida a partir de parceria firmada entre o CEFET-MG e
a instituição universitária internacional que ministrará o programa.
O PSGE tem duração de cinco semanas e contempla 11
disciplinas voltadas para o mundo do empreendedorismo e dos
negócios. O objetivo é orientar
o aluno a montar sua pequena
empresa e a lidar com as variações do mercado mundial – livre concorrência, propaganda
– e a administrar bem o seu negócio para obter sucesso. A
programação inclui, ainda, visitas a Nova York, Harrisburg e
Pittsburg.
Mariana foi aprovada em
um processo seletivo que incluiu
apresentação de currículo, histórico de notas e redação de texto descritivo sobre sua perso-
nalidade. Demonstrou também
conhecimento avançado em inglês. Outros estudantes participarão do curso, 50 deles são
americanos e outros 19, de outros países. Todos ficarão hospedados na própria universidade, localizada em Bethelehem,
próximo à Pensilvânia.
Animada, a estudante aposta que voltará de lá com boas referências para montar sua própria
empresa e com o inglês ainda
mais afiado. “No meio profissional, me trará mais segurança
para expor ideias e opiniões, debater e fazer discursos. Essa experiência me possibilitará também maior facilidade com o uso
de outras línguas, o respeito pelas demais culturas e o ganho de
conhecimento com toda essa
convivência”, destacou.
A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da
Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitou
o CEFET-MG no dia 13 de junho (foto) para buscar informações sobre a possível transformação da instituição em Universidade Tecnológica Federal de Minas Gerais e avaliar as ações a serem implementadas. Já está
aprovado um requerimento para que a discussão continue em uma audiência pública.
Os deputados estaduais Bosco, presidente da comissão; Dalmo Ribeiro Silva, vice-presidente da comissão e autor do requerimento que originou a visita; Paulo Lamac, Neilando Pimenta e Carlin Moura reuniram-se com o diretor-geral do CEFET-MG, Prof. Flávio Santos. Durante o encontro, o dirigente da instituição apresentou aos parlamentares os projetos em
andamento, bem como um histórico do CEFET-MG e
as razões que levaram ao pleito de transformação em
universidade tecnológica.
O deputado Dalmo Ribeiro Silva afirmou que a questão não é individual e que está em pauta em toda a
ALMG. Segundo o parlamentar, serão realizadas outras ações, como a visita, para que o CEFET-MG seja
transformado em universidade tecnológica. O deputado Bosco reiterou que é importante união em torno do crescimento da instituição. “Estamos aqui na
condição de parceiros e para buscar o que de fato é
necessário para manter o CEFET-MG como referência”,
observou.
O deputado Carlin Moura, ex-aluno do curso técnico de Eletrônica do CEFET-MG, ressaltou a importância dos cursos técnicos da instituição e lembrou que
o país necessita cada vez mais de mão de obra especializada para atuar nas diversas vagas de trabalho que
surgem diariamente. Fato também observado pelos deputados Paulo Lamac e Neilando Pimenta.
A Unidade de Timóteo comemorou o Dia do
Químico, 18 de junho, com o ciclo de palestras “A
História da Química Contada por Seus Personagens”, além de atividades acadêmicas e culturais,
que contaram com a participação de alunos, professores, profissionais e pesquisadores do setor.
A Profa. Isis Pimentel de Castro discorreu sobre as origens do ensino técnico no Brasil e a inserção do curso de Química no CEFET-MG, e os
alunos do curso desenvolveram um mural contendo dezenas de personagens históricos que contribuíram para o desenvolvimento da química
como ciência.
O Prof. Dr. Luís Cláudio de Almeida Barbosa,
da Universidade Federal de Viçosa (UFV), abordou
o tema “Agroquímicos e Inseticidas”, e o Prof. Sérgio Antônio Fernandes, também da UFV, falou sobre o tema “Química Supramolecular”.
O evento contou ainda com apresentações musicais, com o Prof. Fabio Luis Rodrigues e o violinista Elder Freitas, e algumas premiações. Promovido pela coordenação do Programa de Seminários Científicos e Tecnológicos do CEFETMG (PROSCITEC) e pela coordenação do curso técnico de Química, as comemorações tiveram o
apoio da Fundação Aperam Acesita, Vantec Máquinas e do Conselho Regional de Química.
Aprovada a criação de Unidades
Organizacionais no interior
O Conselho Diretor do CEFET-MG aprovou a
criação de Unidades Organizacionais (UORG)
para a Coordenação de Desenvolvimento de Recursos Humanos (CDRH) e para o Serviço Médico, Odontológico e de Enfermagem (SMOdE) para
todas as unidades do interior.
O objetivo é melhorar a organização das atividades de recursos humanos dentro das unidades de Leopoldina, Araxá, Divinópolis, Timóteo,
Varginha, Nepomuceno e Curvelo. Esses recursos
já são utilizados nos campi de Belo Horizonte e
essa criação será uma forma de beneficiar o servidor, com uma política de atenção à saúde, a implantação de exames periódicos e o desenvolvimento de outros programas na área de recursos
humanos.
Os Serviços Médicos, Odontológicos e de Enfermagem serão subordinados à Coordenação de
Desenvolvimento de Recursos Humanos da respectiva unidade.
expediente
Informativo do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Diretor-Geral
Prof. Flávio Antônio dos Santos
Chefe da Ascom
Cláudia Murta
Vice-Diretora
Profa. Maria Inês Gariglio
Jornalista responsável
Nelson Nunes - MG07944JP
Chefe de Gabinete
Prof. Henrique Elias Borges
Estagiários
Juliene Vilela
Jefferson Veloso
Edição
Nelson Nunes, Vanessa Mol
e Clésio Teixeira
Revisão
Marília Dinis
Concepção Gráfica
Leonardo Guimarães - SPM
Av. Amazonas, 5253 • Nova Suíça
Belo Horizonte • MG • CEP 30.421-169
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Impressão
Gráfica Ponto Com
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Tiragem
2.500 exemplares
junho/julho | 2011
CEFET-MG é notícia | 3
meio ambiente
Que sacola levar ao supermercado que você me convidou?
Mudança na lei municipal que proíbe o uso das sacolinhas de plástico no comércio de Belo Horizonte
pode favorecer o uso de materiais mais baratos para os consumidores
JEFFERSON VELOSO
Clésio Teixeira
A Câmara de Vereadores de
Belo Horizonte examina projeto de
decreto legislativo que pode atenuar as críticas feitas por consumidores da capital, que questionam o valor cobrado pelos supermercados para o custeio das
sacolas biodegradáveis. A redução
do custo das sacolas pode ajudar
a conquistar mais adeptos para a
ação, que marca uma nova atitude da cidade na luta pela preservação do meio ambiente.
Autor da lei que tornou Belo
Horizonte uma das cidades pioneiras, no Brasil, no banimento
das sacolas plásticas produzidas a
partir do petróleo, o vereador
Arnaldo Godoy (PT) tem como objetivo corrigir o que ele compreende como um erro da Prefeitura ao regulamentar, de forma
restritiva, os preceitos da lei. O decreto da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), publicado em 12 de
abril, determina serem as sacolas
compostáveis de amido de milho
a única alternativa para substituir
as sacolas plásticas utilizadas pelo
comércio.
A interpretação restritiva da lei
pela PBH, segundo o vereador,
não condiz com o propósito de
permitir o uso de todas as tecnologias presentes no país e facilitar o seu cumprimento. “A lei
é abrangente. Tivemos o cuidado
de permitir os oxibiodegradáveis
e as alternativas que possam surgir no futuro. A adoção de apenas um tipo de sacola ecológica
estabelece um monopólio que só
penaliza os pequenos comerciantes”, adiantou o parlamentar.
Alternativas
Nos três anos de vigência facultativa da lei, as sacolas oxibiodegradáveis foram adotadas
por grandes redes de supermercados, farmácias e sacolões como
uma alternativa barata. Agora, no
entanto, o decreto da PBH privilegia uma alternativa cara. “Há
muitos equívocos no acerto indevido entre a Prefeitura e grandes redes de supermercados. As
sacolas estão sendo vendidas aos
consumidores e esse não é o objetivo da lei. Estamos empenhados em assegurar que ela mantenha seu caráter educativo e de
envolvimento de todos, de forma
equânime, no esforço de minimizar os danos que causamos ao
meio ambiente”, destacou Arnaldo Godoy.
Os cidadãos de Belo Horizonte já adotaram as sacolas retornáveis
Menos plástico no meio ambiente
No primeiro mês de vigência
da lei que proíbe o uso da sacola
plástica de polipropileno, levantamento feito pela Associação
Mineira de Supermercados (Amis)
mostra que cerca de 60 toneladas
de plástico deixaram de ser descartados no meio ambiente com
mais de 13,5 milhões de sacolas
não utilizadas. Outro dado destacado pela pesquisa é que, na última semana do primeiro mês de
implantação da lei das sacolinhas,
de cada 10 consumidores, sete já
estão levando sacolas retornáveis.
O levantamento feito pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) de Belo Horizonte, responsável pela coleta de lixo da capital, indica que o impacto direto da proibição ainda não foi
significativo. Em um mês, as sacolinhas “economizadas” pesaram
60 toneladas, enquanto o lixo so-
mou cerca de 90 mil toneladas.
No entanto, os supermercadistas, os administradores do sistema de coleta de lixo da capital
e o próprio vereador autor da lei
que proíbe o uso das sacolinhas
são unanimes em destacar que a
lei é fundamentalmente uma mudança de atitude, o despertar da
população para os problemas
ambientais da cidade e o papel de
cada cidadão na sua solução.
Conscientização e ação para a preservação ambiental
Unidades do CEFET-MG comemoram o dia mundial do meio ambiente com atividades acadêmicas e reflexivas
JEFFERSON VELOSO
Jefferson Veloso
No mês de comemoração do
dia internacional do meio ambiente, diversas atividades foram
realizadas em três campi do CEFET-MG. A data, que é celebrada
oficialmente no dia 5 de junho, é
um convite à reflexão e ao debate sobre iniciativas que possam
contribuir para a preservação ambiental.
Na Unidade de Nepomuceno,
as atividades da “II Feira de Educação Ambiental” contaram com
palestras, exibição de filmes, oficinas, exposições e estandes. Participaram servidores, alunos e comunidade local. No Campus X,
em Curvelo, a “I Semana do Meio
Ambiente” aconteceu com o objetivo de conscientizar os discentes e envolvidos da importância de
se tornarem agentes sustentáveis
e promoverem atitudes ambientais em suas comunidades. Houve encontros com especialistas da
área ambiental e da polícia ambiental, com docentes da instituição, assim como exposição de
paineis confeccionados pelos alunos do curso técnico em Meio
Ambiente.
A equipe da Coleta Seletiva Solidária do Campus I, em Belo Horizonte, organizou o evento da
“Semana Mobilize-se”, com o
objetivo de conscientizar os alunos
e servidores da importância da se-
Alunos de Engenharia
Ambiental e do Curso
Técnico em Meio Ambiente
fizeram a separação
do lixo do campus I
Caracterização
de resíduos
WAGNER PEDROSO
paração dos lixos recicláveis e
não recicláveis. Constaram da
programação: entrega em salas de
aula das “Caixas Coletoras de Papel”, exposição “Jardim do Desprezo”, Intervenção dos Ecochatos, campanha “Resto Zero”, no
restaurante, e lançamento do
blog da coleta seletiva, o tonacoleta.blogspot.com.
Devido ao grande número de
alimentos desperdiçados dentro
do restaurante, a equipe organizou a campanha “Resto Zero”,
com o objetivo de premiar as
pessoas que deixaram os seus
pratos limpos.
Em Nepomuceno, uma das Palestras
abordou como tema matas ciliares
A caracterização de resíduos
sólidos foi realizada no Campus I,
com o objetivo de fazer o levantamento da quantidade e tipo de
lixo gerado no local. A iniciativa
serve ainda de termômetro para
avaliar se a coleta seletiva está sendo feita corretamente dentro da
instituição.
O projeto da coleta seletiva
tem como finalidade a separação
do lixo reciclável e não reciclável,
para melhorar as condições de
vida dos catadores de materiais recicláveis. O trabalho da separação
do lixo reduz o número de resíduos que iriam para os aterros sanitários. Segundo a coordenadora do projeto Dayse Cristina “é de
grande importância a conscientização das pessoas em relação ao
lixo, jogá-los nas lixeiras corretamente, para que os catadores
do lixo reciclável possam aproveitar melhor os materiais enviados”, declarou.
4 | CEFET-MG é notícia
junho/julho | 2011
graduação
40 anos de tradição
na formação
de engenheiros
O CEFET-MG iniciou, em junho, as comemorações
da criação e oferta de cursos de engenharia
Nelson Nunes e Vanessa Mol
A história dos cursos de engenharia no CEFETMG começou no dia 7 de agosto de 1972, quando
foi proferida a aula inaugural dos cursos de Engenharia de Operação Elétrica e Mecânica. De lá para
cá, a instituição aumentou consideravelmente o número de cursos de engenharia e os levou para o interior do estado, tornando-se referência na área.
Os cursos de engenharia foram implantados no
CEFET-MG a partir do Decreto nº 547, de 18 abril
de 1969, que autorizava a criação de cursos de cur-
ta duração, chamados Engenharia de Operação Elétrica e Engenharia de Operação Mecânica.
Delza Cleide Catete, aluna da primeira turma de
Engenharia de Operação Mecânica do CEFET-MG, era
técnica-administrativa na instituição, fez o curso e
tornou-se docente do Curso Técnico de Mecânica de
1976 até 1991. “Minha formação foi muito boa,
pude desenvolver bem diversas atividades e ministrei vários tipos de aulas. Como professora dei aulas de Desenho Técnico, Metrologia, Resistência de
Matérias, Ensaios Destrutivos e Não-Destrutivos e Elementos de Máquinas”, disse.
Primeiro Campus a receber os cursos de egenharia do CEFET-MG, mesm
VANESSA MOL
Ampliação
de cursos
Atualmente, a instituição conta com os cursos de Engenharia
Elétrica, Engenharia de Produção
Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia de Computação, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Ambiental,
Engenharia Mecatrônica, Engenharia de Materiais, Engenharia
de Minas e Engenharia de Automação Industrial, distribuídos
em suas várias unidades.
Primeiro curso superior de
uma unidade do interior, Engenharia de Controle e Automação,
ofertado em Leopoldina, já começou a dar seus frutos. Para o
aluno da primeira turma, Rodrigo de Albuquerque Pacheco Andrade, natural de Muriaé, a possibilidade de estudar próximo
de casa foi primordial para sua
formação.
Atualmente, Rodrigo cursa
mestrado em Engenharia Mecânica, na Universidade de São Paulo – USP, e também trabalha na
Empresa Sensoft Indústria e Automação de São Carlos, no interior de São Paulo. Segundo o
egresso, o curso de Engenharia de
Controle e Automação trouxe benefícios econômicos e sociais para
as cidades locais. “O profissional
formado no Campus de Leopoldina poderá trabalhar na região
gerando capital de giro e know
how regionalizado, transformando, futuramente, a cidade e a
Zona da Mata em pólo em tecnologia, junto com a criação de
outros cursos de engenharia”,
observou.
Delza Catete, única mulher da 1ª turma de
Engenharia de Operação Mecânica,
recebendo a homenagem do Prof. Flávio Santos
Campus faz parte do início da
engenharia na instituição
O Campus II foi inaugurado
em 1973, mas as reuniões para a
aquisição da então Escola de Veterinária da UFMG pela Escola Técnica Federal de Minas Gerais
(ETFMG) começaram em 1971, visando à implantação do curso de
Engenharia de Operações.
A aquisição foi parte de um projeto desenvolvido pelo Ministério da
Educação e Cultura (MEC) e o
Sucesso no mercado de trabalho: dos 15 engenheiros contratados pe
Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).
O acordo previa, dentre outras
iniciativas, a construção de prédios,
instalações, equipamentos de oficinas e laboratórios, bem como a
formação e preparação de recursos
humanos de seis centros de engenharia de operações junto a algumas escolas técnicas federais, entre elas a de Minas Gerais.
Reconhecimento e valoriza
Os mais antigos cursos de engenharia em atividade no CEFET-MG
são os de Engenharia Mecânica e Engenharia Elétrica, ambos de 1979,
quando substituíram os antigos cursos de engenharia de operação. O reconhecimento desses cursos já pode
ser medido pela entrada dos profis-
sionais no mercado de trabalho.
Em março deste ano, a empresa Vale S.A., por meio do Projeto de
seletiva nacional Talent Pool, contratou 15 engenheiros para atuar na
região Norte do Brasil. Dos contratados, 11 foram formados no CEFET-MG, seis em Engenharia Mecâ-
Linha do tempo • implantação dos cursos de engenharia no CEFET-MG
1979
• Engenharia Elétrica
• Campus II
• Belo Horizonte
1979
• Engenharia Mecânica
• Campus II
• Belo Horizonte
1999
• Engenharia de Produção Civil
• Campus II
• Belo Horizonte
2005
2006
• Eng. de Controle e Automação • Eng. de Automação Industrial
• Campus III
• Campus IV
• Leopoldina
• Araxá
20
• Engenharia de C
• Campus II
• Belo Horizonte
junho/julho | 2011
CEFET-MG é notícia | 5
ARQUIVO CEFET-MG
Solenidade reúne alunos e
professores da primeira turma
mo após a expansão, o Campus II ainda é sinônimos de cursos superiores
A abertura do início das comemorações dos 40 anos de implantação dos cursos de engenharia do CEFET-MG foi marcada
por uma solenidade especial que
contou com a presença de formandos e professores da primeira turma das engenharias de Operação Elétrica e Mecânica, os primeiros cursos superiores ofertados
pela instituição.
A solenidade foi aberta com a
apresentação do Coral do CEFET-MG, regido pelo maestro Lucas D’Oro. Na sequência, o diretor-geral, Prof. Flávio Santos, a
vice-diretora, Profa. Inês Gariglio,
o diretor do Campus II, Yukio Shigaki, o presidente da comissão organizadora do evento, Prof. Eduardo Coppole, e o primeiro coordenador dos cursos de engenharia da instituição, Prof. Hélio Ribeiro, pronunciaram-se por meio
de discursos emocionados.
Em sua fala, Flávio Santos
destacou o crescimento do CEFET-
MG nos últimos 40 anos. “Além
dos tradicionais cursos técnicos, a
instituição oferta 14 graduações
(dez delas na área de engenharia)
e sete mestrados. Já são mais de
12 mil alunos e 80% do quadro
de docentes possui mestrado e
doutorado”, detalhou.
A Profa. Inês Gariglio falou
com orgulho de sua trajetória na
instituição e prestou uma homenagem especial aos professores
que, há 40 anos, levaram adiante o sonho de ver o CEFET-MG
avançar: “Foram vocês que lançaram as raízes profundas para
que esta instituição pudesse,
como uma árvore frondosa, florescer e crescer”.
Na oportunidade, o diretor
do Campus II fez questão de
mencionar o perfil diferenciado
dos estudantes da instituição.
“Nossos alunos nos dão muito orgulho. São campeões em minibajas, aerodesigns, fórmulas, maratonas da ecologia, guerra de ro-
bôs, entre outras competições“,
destacou o professor Yukio.
De pé para a plateia, em um
discurso emocionado, Hélio Ribeiro falou de lutas e glórias e
recordou a primeira formatura:
“Lembro-me de todos vibrando
muito. Foi bonito. A emoção
toma a minha alma”. Concluindo seu pronunciamento, o professor defendeu a transformação do CEFET-MG em Universidade Tecnológica, enquanto um
passo natural da própria história da instituição. “Quer queiram, quer não, o CEFET-MG já é
uma universidade tecnológica”,
afirmou.
Encerrando o evento, o Prof.
Coppole recorreu a uma frase do
chefe da missão Apollo 13, a terceira tripulada com destino à
Lua, para falar da importância da
engenharia para o crescimento de
uma nação: “Os engenheiros são
os grandes responsáveis pela riqueza de um país”.
ROBSON CUNHA
VANESSA MOL
Recordações e emoção marcaram o reencontro dos primeiros alunos de engenharia do CEFET-MG
Convidados
especiais
ela Vale para atuar no norte do Brasil, 11 se formaram no CEFET-MG
ação no mercado nacional
nica e cinco em Engenharia Elétrica.
Para um dos aprovados, o ex-aluno de Engenharia Mecânica Marcos
Júnio Ferreira, “é consenso entre os
selecionados que a credibilidade do
CEFET-MG no provimento de ensino
de qualidade e preocupação com a
formação acadêmica e técnica dos
07
Computação
2008
• Engenharia de Materiais
• Campus I
• Belo Horizonte
egressos corroborou com o sucesso
nessa seleção”, disse. Segundo ele,
os egressos creem que terão uma excelente oportunidade para o crescimento profissional e que, atrelado ao
sucesso das empresas, poderão praticar e aprimorar os conhecimentos
obtidos na graduação.
2008
• Engenharia Mecatrônica
• Campus V
• Divinópolis
O formando da primeira turma
do curso de Engenharia de Operação Elétrica Guilherme Araújo
Santiago, que veio especialmente do Espírito Santo para prestigiar
o evento, achou o encontro “sensacional”. “Foi um reconhecimento mais do que merecido
para os pioneiros. Nós, alunos, fomos beneficiados pelo esforço
dessas pessoas”, destacou.
Delza Cleide Catete, ex-aluna
do curso de Engenharia de Operação, ficou emocionada com a
homenagem e revelou que mantém, até hoje, contato com seus
colegas de sala: “A turma ainda é
muito unida”. Única mulher da
primeira turma, ela contou que
sofreu muito preconceito para
entrar para o mercado de trabalho, mas acabou se realizando na
área acadêmica.
As fotos do evento podem ser
visualizadas no www.flickr.com/
photos/cefetminas.
2009
• Engenharia de Computação
• Campus VII
• Timóteo
40 anos depois...
O CEFET-MG oferece, atualmente, 11 cursos de engenharia –
seis deles são ministrados em Belo
Horizonte e outros cinco em cidades do interior, onde estão localizados outros campi do CEFET-MG.
São eles: Engenharias de Produção Civil, Computação, Materiais, Ambiental, Elétrica e Mecânica (BH); Engenharia de Controle e Automação (Leopoldina); Engenharia da Computação (Timóteo); Engenharia Mecatrônica (Divinópolis); Engenharia de Automação Industrial e Engenharia
de Minas (Araxá). No total, são
2.652 alunos matriculados.
De acordo com a diretoria de
graduação, há outros sete projetos pedagógicos de abertura de
novos cursos de engenharia tramitando na instituição - Engenharia Civil (Varginha e Curvelo),
Engenharia Química (Timóteo e
Contagem), Engenharia de Transportes (BH), Ciência da Computação (Contagem), Engenharia de
Sistemas Mecatrônicos (Varginha).
2010
• Engenharia Ambiental
• Campus I
• Belo Horizonte
A proposta pedagógica dos
cursos do CEFET-MG abrange, além
das disciplinas que são comuns a todas as engenharias (matemática, física, química e matérias ligadas às
ciências sociais e aplicadas e humanas), atividades extra-curriculares acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão, que podem ser selecionadas pelo aluno, de acordo
com seus interesses e possibilidades.
Elas se classificam em cinco tipos: (I) Iniciação Científica e Tecnológica; (II) Monitoria; (III) Atividade de Extensão; (IV) Atividade
de Prática Profissional; (V) Outras
atividades complementares. As
últimas abrangem a participação
em empresa júnior e incubadora
de empresas, produção científica
e tecnológica, participação em
simpósios, congressos e seminários, projeto aplicado a competições, participação em programas
de intercâmbio cultural, visitas
técnicas, entre outras atividades.
Para mais informações, acesse o
site www.cefetmg.br.
2010
• Engenharia de Minas
• Campus IV
• Araxá
6 | CEFET-MG é notícia
junho/julho | 2011
ensino
Curso de Formação de Docentes completa 30 anos
A opção é procurada por bacharéis, muitos com atuação profissional em suas áreas,
que desejam aprimorar ou iniciar carreira no magistério
SÍLVIO SANTOS SOUZA
Detalhes
do curso
Vanessa Mol
Capacitar bachareis para atuar
como professores do ensino médio é o objetivo do Curso Especial
de Formação Pedagógica de Docentes do CEFET-MG, que está
completando 30 anos em 2011.
A formação é compatível com a licenciatura plena e é voltada para
o ensino das disciplinas acadêmicas de Química, Física e Biologia
ou de disciplinas técnicas, como
Eletrônica, Informática e Mecânica. Cabe ao aluno aprovado escolher sua habilitação, desde que
comprove que a graduação cursada tenha carga horária de, no
mínimo, 180 horas na área que
pretende lecionar.
O curso foi implementado
com o objetivo de suprir a demanda por professores no país e
tem despertado a atenção de
profissionais com nível superior interessados em iniciar carreira de
magistério em busca de novos desafios ou de complementação da
renda de trabalho.
É o caso do farmacêutico Azenilton Brito Júnior, que se formará em julho próximo. Ele, que
sempre teve interesse em ser professor, começou recentemente a
lecionar Química em uma escola
estadual em Ribeirão das Neves.
Com oferta de 88 vagas anuais, o curso é ministrado em Belo Horizonte.
O edital do processo seletivo será divulgado em setembro
“Trabalhando menos horas
por dia, como professor, sobra
tempo para eu fazer um mestrado”, planeja. Ele conta que o
curso também tem ajudado bastante no trabalho, principalmente em relação à maneira de lidar
com os alunos, entender a individualidade e o ritmo de cada um.
“Já consigo perceber resultados
positivos. Sinto, por exemplo,
que eles estão mais receptivos e
próximos”, avaliou.
Para a ex-aluna Estael Lucia
Vasconcelos, formada em 2010,
o curso abriu outra perspectiva de
carreira. Graduada em Sistema de
Informação, ela divide seu tempo
entre a área de tecnologia da informação em uma empresa do
ramo de telecomunicações e as
aulas de informática básica que leciona em uma escola técnica.
De 30 a 50 anos
“Passei em um concurso para
professor em Betim, e o diploma
que obtive no CEFET-MG valeu
como pontuação. Além disso,
consegui levar para sala de aula o
conhecimento que adquiri, prin-
cipalmente as técnicas de melhoria da relação professor e aluno”,
revelou Estael.
Segundo o coordenador do
curso, Prof. José Geraldo Pedrosa, as turmas são formadas por
estudantes na faixa etária de 30
a 50 anos. Além de pessoas estabelecidas profissionalmente,
que exercem outro trabalho e
têm uma experiência prática na
profissão, também é comum encontrar mestres e doutores que
descobrem a importância da formação pedagógica para a atuação em sala de aula.
Em funcionamento no Campus VI, em Belo Horizonte, o curso de formação pedagógica de
docentes oferece 88 vagas anuais.
O edital é divulgado em setembro,
e o processo seletivo acontece em
novembro. É noturno (das 19h às
22h40), tem duração de um ano
e carga horária de 615 horas, distribuída em disciplinas em sala de
aula (300h), estágio (300h) e atividades extracurriculares (15h),
como palestras e seminários. A seleção é composta por prova escrita
e apresentação de currículo.
A grade curricular contempla
o aprendizado em “Fundamentos
da Educação”, “Didática”, “Psicologia da Educação”, “Português”, “Prática de ensino” e o estágio, que é processual, realizado
em quatro temporadas de 15
dias durante o ano e uma temporada de 30 dias na etapa final
do curso.
O corpo docente é formado
por 12 professores da área de educação, todos doutores, com atuação nos programas de mestrado
do CEFET-MG e engajados em
pesquisas. Outras informações,
acesse www.formaprof.cefetmg.br.
Projeto oferece oficinas para alunos de escola municipal
Crianças de 6 a 14 anos, maioria proveniente da zona rural de Curvelo, participam de jogos
e brincadeiras que fazem bem para o corpo e a mente
ADRIANO GONÇALVES
Nelson Nunes c/ colaboração da
Unidade de Curvelo
A expressão “pular o muro”
muitas vezes pode ser pejorativa,
mas, no caso do professor de Educação Física da Unidade do CEFETMG em Curvelo, Adriano Gonçalves da Silva, ao cair do outro
lado do muro ele ajudou a melhorar a realidade de crianças de
6 a 14 anos da Escola Municipal
Filomena de Oliveira Leite. Desde
o final de 2010, ele coordena um
projeto de extensão que oferece
oficinas com jogos, brincadeiras,
cantigas e danças para valorizar e
resgatar a cultura regional e local,
bem como a construção de novas
possibilidades de expressão através da corporeidade.
As oficinas acontecem semanalmente às terças-feiras, com
duração de 30 minutos para as
turmas, que possuem de 25 a 30
alunos. Para o Prof. Adriano Gonçalves, o projeto ajuda na construção da autonomia e da autoestima das crianças, além de incentivar a socialização e a troca de
experiências entre o grupo.
“Além das cantigas, trabalho
com jogos e esportes, enfatizando
sempre a possibilidade de reinterpretá-los e reconstruí-los. Por isso,
é possível que uma mesma ativi-
dade, voleibol, por exemplo, seja
trabalhada tanto com crianças de
seis quanto com as de 14 anos.
Cada grupo pode reinventar regras
e técnicas de forma autônoma” disse o Prof. Adriano Gonçalves.
Segundo a diretora da escola,
Profa. Helenice Paixão Amarante,
os demais professores da instituição observaram que os alunos obtiveram alta de rendimento por
causa do projeto. A dirigente diz
que a continuidade trará ainda
mais benefícios. “Queremos, através desse projeto, descobrir as potencialidades de nossos alunos na
música, dança, jogos, brincadeiras e levá-los a expressar suas vontades e conhecimentos. Portanto,
contribuir para a sua autoestima
e autonomia dentro de uma sociedade tão competitiva”, disse.
Os alunos também aprovaram
a novidade. “Eu adoro participar
das atividades, é tudo novo e diferente do que já sabíamos. O
projeto nos ajuda a ter disciplina,
além de fazer exercícios pra ficar em
forma”, avaliou a estudante Sabrina Macedo de Oliveira do 2º ano
do ensino fundamental. Julia Jardim
dos Reis, do 5º ano, destacou que
existe um benefício completo “As
atividades propostas contribuem
para meu crescimento mental, físico e psíquico”, disse.
Nos encontros, são trabalhadas as temáticas:
• Vivência de jogos e brincadeiras tradicionais
• Vivência de cantigas e danças tradicionais
• Construção de brinquedos a partir de material reutilizado
• Construção e organização de jogos e brincadeiras
O projeto de extensão
transformou a vida dos
participantes, que unem a
prática esportiva e o
aprendizado por meio de
brincadeiras e jogos
junho/julho | 2011
CEFET-MG é notícia | 7
diversão
CEFET-MG abraça Minas Gerais por meio de arte e cultura
Instituição fomentou iniciativas criativas de seus alunos e servidores com vistas
em dar visibilidade à produção cultural existente nas cidades sede e região
JEFFERSON VELOSO
Unidades abrem as portas
para comunidade
Assessoria de Comunicação Social
Abraçar Minas Gerais por meio
da arte. Com essa proposta foi
realizado o III Festival de Arte e
Cultura do CEFET-MG, que contou
com apresentações artísticas nas
cidades de Belo Horizonte, Curvelo, Divinópolis, Nepomuceno,
Varginha, Timóteo, Leopoldina e
Araxá.
De performances de estudantes do CEFET-MG em ônibus municipais de Varginha, passando
por exposição de fotos em Divinópolis, encontro de literatura e
educação em Leopoldina e apresentações musicais e de dança em
Belo Horizonte, o evento agregou
atividades ainda nas áreas do
teatro, vídeo, artes plásticas, fotografia e música.
O III Festival de Arte e Cultura
do CEFET-MG fomentou iniciativas
criativas de seus alunos e servidores com vistas em dar visibilidade à produção cultural existente
nas cidades sede e regiões.
Em Leopoldina, aconteceu,
dentro do III Festival, o I Encontro
Leopoldinense de Literatura e
Educação, organizado pela Academia Leopoldinense de Letras e
Artes. Em Araxá, uma extensa
programação com estandes, barraquinhas e exposições permitiu
que a comunidade local fizesse visitas orientadas para apresentação
dos cursos e das profissões da Unidade de Araxá.
Clube da Esquina versão instrumental
Alunos e ex-alunos do CEFET-MG agitaram o Festival de Bandas
JEFFERSON VELOSO
O grupo Solares de Minas, do
Conservatório Estadual de Música “Lia Salgado”, de Leopoldina,
apresentou o show Viagens Instrumentais no Campus III, quartafeira, dia 15.
No repertório executado, músicas de compositores mineiros,
tendo como influência o “clube da
esquina”, movimento mineiro que
influenciou a Música Popular Brasileira.
Festival de Bandas
e Mostra de Dança
Na Mostra de Dança, alunos aliaram criatividade e técnica
A integração do III Festival
aconteceu com o Festival de Bandas e a Mostra de Dança, eventos
que aconteceram no Campus I do
CEFET-MG com a participação de
alunos e servidores de todas as
unidades.
Tradicional, a Mostra de Dança aconteceu no Ginásio Poliesportivo do Campus I. Alunos dos
campi de Belo Horizonte, Nepomuceno, Curvelo, Leopoldina e
Araxá apresentaram suas coreografias. O Campus de Leopoldina
foi representado pelo Grupo Assum Preto. Também se apresentaram, como convidados, estudantes do Projeto Superar de
Belo Horizonte, um projeto social
em parceria com o Instituto Helena Antipoff.
No Festival de bandas, os alunos mostraram seus trabalhos,
nos quais os ritmos passaram do
rock pesado ao pop chegando ao
sertanejo. Apresentaram-se seis
bandas de Belo Horizonte e outras
seis bandas - Curvelo, Divinópolis,
Nepomuceno, Varginha, Timóteo e Araxá - de unidades do interior. O evento foi fechado com
um show da banda Graveola e o
lixo polifônico.
Integrado ao Festival de Bandas, aconteceu um workshop sobre música e cidadania. Participaram Tamas Bodolay, do grupo
Pequena Morte; Mariana e Hebert,
da banda Pelos de Cachorro; e
Marcos Sarieddine, da Junk Dogs.
Eles conversaram com os participantes do Festival de Bandas do
CEFET-MG sobre ação política focada na experiência dos outrorock,
formação de coletivos, ocupação
de espaços públicos, poder das
mídias sociais para formação de
redes e cidadania cultural.
Oficinas e diversidade de temas
Outro ponto alto do III Festival
foram as oficinas, que contaram
com temas tão variados como fotografia, teatro, artes plásticas,
música e vídeo. A oficina de Introdução à Criação de Jogos Digitais apresentou aos participantes princípios básicos da criação de
jogos, mostrando a relação entre
o tema e a mecânica e os principais jogos modernos influenciados
por videogames.
O principal objetivo foi capacitar os participantes para a realização de um jogo digital, orientando-os na preparação de protótipos com material gráfico de fácil acesso. Na oficina, eles realizaram um pequeno projeto desde a escolha do tema ao desenvolvimento das regras de um jogo
digital, em ênfase na produção de
personagens, objetos e cenários
em 2D.
JEFFERSON VELOSO
Detalhe da estação fotografado por Luiz Henrique (MEA2A),
um dos participantes da oficina
Curvelo em fotos
Aprender sobre fotografia e
praticar. Essa foi a proposta da
oficina “Passeio Fotográfico”, comandada pelo fotógrafo social
Marcos Antônio Bueno, que
aconteceu em Curvelo. Nos dois
encontros realizados, o fotógrafo falou sobre a história da fotografia, os tipos de câmeras existentes e as técnicas para a obtenção de imagens adequadas a
cada situação.
Logo após a apresentação da
teoria, os alunos foram a campo
fotografar a Praça Central do Brasil, um dos cartões postais da cidade.
Onésima, membro do Centro
Popular de Cultura e Desenvolvimento de Curvelo (CPCD), participou do curso e disse que antes
não imaginava a quantidade de
técnicas que existem por trás de
uma boa foto.
CLÁUDIA MURTA
Na oficina de stop motion participantes
demonstram destreza com massinhas
Animação e cinema
A oficina de stop motion tem
como objetivo principal a criação
em coletivo de um curta metragem de animação, partindo da
concepção de uma ideia (storyboard, linguagem cinematográfica, etc.).
Passando pela produção; construção de esqueletos, modelagem de personagens, criação de
cenários, iluminação, captura dos
movimentos por fotografia, até a
pós-produção; noções básicas de
edição e composição das imagens
constituirão o curta.
Stop Motion é uma técnica conhecida como “animação de massinha”, na qual o animador trabalha fotografando objetos, quadro a quadro. Entre um quadro e
outro, o animador muda um pouco a posição dos objetos.
Contação de Histórias: soltando as vozes dos livros • Em meio aos
livros, na biblioteca, alunos e servidores do CEFET-MG contam e
ouvem as mais diferentes histórias.
8 | CEFET-MG é notícia
junho/julho | 2011
entrevista
Navegando com destreza na educação, ciência e tecnologia
Velejador e escritor, Amyr Klink, que é formado em economia e administração de empresas,
fala sobre suas atuação como empresário, pesquisador e cidadão
Nelson Nunes
Amyr Klink é conhecido, principalmente, por suas aventuras
como velejador e pelos livros que
escreveu relatando suas aventuras;
porém, formado em economia e
administração de empresas atua
em outras áreas. Nesta entrevista, ele fala sobre a importância da
pesquisa e da tecnologia para o
seu trabalho e sua opinião sobre
o ensino praticado nas universidades brasileiras.
Você é navegador, escritor,
formado em economia e administração e agora apresentador
de TV. De onde vem predisposição para navegar em tantas
áreas?
Tenho muitas atividades diferentes, como gestão de projetos,
construímos plataformas flutuantes, embarcações. Gosto do
que faço, então tudo que está ligado a essa atividade de construir
barcos, administrar embarcações,
atividades náuticas em geral me
interessa. Acabei me dedicando a
coisas que eu gosto de fazer com
alguma competência.
Qual a importância da formação informal e como essas
experiências foram absorvidas
e unidas à formação formal
para o desempenho das duas
atividades?
Na área de gestão, administração de empresas, economia e
contabilidade tenho uma formação formal. O problema da escola no Brasil é crítico. Por exemplo,
eu fiz um curso que era disputadíssimo na Universidade de São
Paulo, na verdade, era um curso
extremamente fraco. Quando
montamos o estaleiro, há alguns
anos atrás, começamos a contratar estagiários das melhores escolas de engenharia naval do Brasil, e os alunos eram extremamente
fracos, os professores também. O
Brasil tem deficiência brutal nessa
área. Não é culpa só da escola, só
do professor, mas é um conjunto
de fatores. O professor é fraco, a
escola paga pouco, a carga horária é pequena, a profissão do
professor é desvalorizada e desestimulada e não se tem experiência prática. Hoje, você pega
alunos das grandes escolas brasileiras e eles não têm a menor noção da atividade prática.
Estudei quase oito anos na
área de gestão e economia, formei-me e ninguém me ensinou
como se monta uma empresa. Um
profissional que não sabe montar
uma empresa, hoje, é pior que um
analfabeto. Um homem e uma
mulher que não sabem constituir
uma empresa estão alijados socialmente do mercado de trabalho
em todos os sentidos. Eu aprendi
na prática. Aprendi mais administrando um estaleiro e barcos de
tecnologia extremamente complexas, que são minha paixão,
meu interesse. Aprendi mais nes-
“
CLÁUDIA MURTA
Não basta colocar
tecnologia em um projeto,
tem que colocar capacidade
de administração,
desenvolvimento humano,
uma série de outros atributos
Amyr Klink proferiu a palestra “Superando Desafios” durante a
comemoração dos 40 anos de engenharia no CEFET-MG
sa experiência prática – adquiri um
estaleiro, o fiz funcionar – do
que se tivesse passado 10 anos em
Haward. Em Haward, também
não se aprende como gerir uma
empresa no Brasil. O Brasil é um
país complicado, tem características peculiares, a legislação aqui é
complexa, dúbia, temos regras
tributárias em um número excessivo, exagerado, insensato e isso
não se aprende em Haward. Em
Haward, aprende-se a ter uma visão estratégica, que também é importante, mas faz falta, em minha
opinião, na escola em geral no Brasil, essa experiência aplicada.
Quem está suprindo essa falta
hoje é o próprio mercado de trabalho, que busca alunos nas escolas e que, de certa maneira, está
destruindo o vínculo desses alunos
com a escola. Hoje, um aluno de
Naval da USP é disputado por empresas para entrar para a área financeira e depois de um tempo ele
larga, não conclui o curso, o que
é péssimo. As duas coisas são importantes, mas essa formação formal tem que contemplar a experiência aplicada.
Qual a importância das pesquisas e da tecnologia para as
suas navegações?
Trabalhamos com tecnologia o
tempo inteiro, mas a tecnologia
hoje, por si só, é “incontrável”, de
certa forma, por vários meios. Temos o privilégio inédito na história da humanidade de anseio ao
conhecimento. Não tem tecnologia quem, de fato, não quer ou
não está interessado ou não sabe
ler ou não sabe ir atrás. Mas a tecnologia e a pesquisa de materiais
são, no nosso caso, muito importantes, mas, mais importante
ainda é o processo. Não basta colocar tecnologia em um projeto,
tem que colocar capacidade de
administração, desenvolvimento
humano, uma série de outros
atributos dos quais você precisa e,
acho que eles dividem importância em um projeto.
Temos hoje, por exemplo,
grandes pesquisadores como os
professores, que não são muito
valorizados aqui e acabam indo
para fora. É um conhecimento
que perdemos. Temos essa política, digamos, que eu acho hipócrita, de dizer que todos são
iguais, nós não somos todos
iguais. Cada indivíduo é diferente, vivemos o medo do preconceito às avessas, então não existe um programa para alunos super dotados, o que no mundo inteiro existe. “Os alunos são
iguais...”, claro que não são iguais,
estamos colocando leis diferenciadas de acordo com raça, condição econômica. O fato de não
fazermos isso faz com que percamos uma grande parcela de conhecimento.
Países como a Noruega têm
um programa que identifica aluno com capacidades excepcionais em algumas áreas e protegem esse aluno economicamente para que ele se transforme em
professor, que seja extremamente bem remunerado na atividade
de professor e tenha a tarefa de
dividir conhecimento e a capacidade que ele tem.
Qual a sua sugestão para os
alunos aproveitem bem os intercâmbios?
Acho que toda a espécie de intercâmbio é de extrema importância, é extremamente valiosa
para a formação de um aluno. Um
fenômeno engraçado que se observa hoje é que o Brasil se tornou
um destino de intercâmbio muito mais desejado do que países
com os quais a sonhávamos em
fazer intercâmbio. Temos muita
“gordura” para retirar para que o
Brasil se torne um destino para intercâmbio. O que acho bacana e
importante é o aluno enxergar o
que ele conhece. Às vezes, temos
que parar de pensar que aqui
nada funciona, que lá fora tudo é
mais fácil e entender que este cenário aparentemente mais nebuloso aqui, na verdade, é um privilégio muito grande. Por exemplo, o aluno que sai de universidade na Suécia para fazer um intercâmbio fora não pensará no
que é preciso melhorar, pois no
país dele tudo é melhor. Ele pode
enxergar, por exemplo, oportunidades que nós não veríamos aqui.
Então, no exercício do intercâmbio na fase de formação de aluno,
na fase inicial, quando ele entra
para o mercado de trabalho, é extremamente importante, é um
privilégio para analisar o que tem
aqui. É importante olhar o que
acontece lá fora, mas sem desperdiçar o que se tem como possibilidade aqui ou como perspectiva para mudar e fazer.
Você que conhece boa parte
do mundo, como percebe a relação do Brasil com o mercado
do turismo?
Existem segmentos no Brasil
que estão completamente estagnados. Os números que praticamos quando se fala em turismo
no Brasil, em minha opinião, são
completamente ridículos. Foram
gastos 15 milhões em projetos
ano passado, é uma das áreas que
ainda estamos engatinhando e
que eu vejo com grande alegria
porque há muito que ser feito.
Nós ainda não aprendemos a valorizar o diferencial que temos.
Não aprendemos a facilitar a comunicação na área de turismo,
nenhuma cidade brasileira tem sinalização viária, temos Belo Horizonte, São Paulo, ninguém tem
idéia do que seja sinalização viária, não aprendemos a valorizar
sistemas cartográficos. Não criamos políticas práticas que possibilitem que as pessoas falem três
ou quatro idiomas. Eu não conheci ninguém no Brasil na área
de turismo que fale espanhol corretamente porque entendemos
a língua e isso nos dá o direito de
falar errado. Ainda não temos nenhum financiamento que orienta
de maneira eficiente para atividades, ainda são feitos investimentos padronizados ou enviados
de fora, então ainda existem muitas coisas, problemas que são
diamantes altamente preciosos.
Não temos transportes públicos
ainda. Existem muitos problemas
que no futuro serão grandes
oportunidades. Não fico cele-
brando, como muitas pessoas,
que o país está crescendo. O turismo no Nordeste hoje é puramente computado em números.
Fizemos um trabalho certa vez no
Ceará quando estavam celebrando o número de vôos para lá e
nunca se parou para observar
que esses italianos e alemães vinham fazer sexo infantil. Das várias distorções que temos, à medida que vão sendo corrigidas elas
abrem um portfólio de negócios
e de oportunidades muito grande, mas precisamos evoluir em vários aspectos, o primeiro deles, em
minha opinião, é esse da capacitação pessoal, da formação.
O Brasil é um país bonito,
mas não é o país mais bonito do
mundo. O que temos de diferencial aqui? É um conjunto de fatores – charmes – que envolvem a
beleza natural, a cultura e outros
atrativos turísticos e não somente a areia, a qualidade da água e
as horas de sol. Neste sentido é
que precisamos evoluir e compreender o diferencial que temos,
pois se formos olhar tecnicamente, as cidades brasileiras não são
muito bonitas, são uma bagunça,
cheias de “puxadinhos”, nada de
muito diferente de outros países.
O que torna o Brasil um país especial é um conjunto muito sutil
de atrativos que a gente sente e
nem sempre consegue identificar.
E ambientalmente,caminhamos bem nesse sentido?
O Brasil possui uma legislação
ainda mais restritiva que outros
países que se preocupam mais
com seus atributos naturais. Sinto que atualmente há um esforço
grande em preservar, mas ainda temos dificuldade de compreender
como podemos exercer de modo
sustentável todas as atividades e
transformar o esforço da preservação em um atributo econômico.
Uma lei determina a proibição de
determinados tipos de ocupação,
mas as cidades não possuem planos diretores. Não adianta criar
uma legislação para proteger as
margens dos rios e aplicá-la em todos os rios brasileiros, cada local
possui uma situação diferente.
Os rios que atravessam cidades,
áreas degradadas, estão em situações diferentes. Infelizmente, os
legisladores ambientais no Brasil
têm essa dificuldade, eles estão
tentando colocar restrições que de
certa maneira uniformizam um
problema que não é uniforme. No
caso dos portos, por exemplo, existem muitas áreas para exploração
e devem ser economicamente estimuladas e existem áreas que
poderiam ser portos, mas não
têm vocação natural. Não adianta nesta área criar uma legislação
que permite que 5% da área seja
dedicada para a atividade, pois
não funciona assim. Esse é um
aprendizado que estamos tendo
em pouco tempo em uma área
onde outras nações já erraram há
vários séculos.

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