CEFET-MG é notícia
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CEFET-MG é notícia
Crianças de 6 a 14 anos de escola municipal, maioria proveniente da zona rural de Curvelo, participam de atividades esportivas e brincadeiras que mexem com o corpo e a mente Projeto ajuda na construção da autonomia, além de incentivar a socialização página 6 impresso ADRIANO GONÇALVES Oficinas de jogos, cantigas e danças - atividades lúdicas como meios de ensinar Belo Horizonte • # 13 • junho / julho 2011 cefetmg é notícia Informativo do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais JEFFERSON VELOSO Tradição e competência na formação de engenheiros Festival de Bandas reuniu alunos de diversos campi mostrando seus dotes musicais O CEFET-MG iniciou, em junho, as comemorações dos 40 anos de criação e oferta de cursos de engenharia; instituição levou cursos para o interior e planeja crescer ainda mais. Páginas 4 e 5 Navegando na educação, ciência e tecnologia CEFET-MG abraça Minas por meio de arte e cultura Conscientizar como forma de preservar Conhecido por suas aventuras como velejador e pelos livros, Amyr Klink fala sobre suas diversas áreas de atuação Festival fomentou iniciativas criativas de alunos e servidores e divulgou a produção cultural existente nas cidades sede e região Unidades de Nepomuceno, Curvelo e Campus I, em Belo Horizonte, comemoram o dia mundial do meio ambiente com atividades acadêmicas e reflexivas página 8 página 7 página 3 CLÁUDIA MURTA SÍLVIO SANTOS SOUZA O farmacêutico Azenilton Brito diz que aperfeiçoou a maneira de lidar com seus discentes e passou a entender a própria Curso Especial de Formação Pedagógica de Docentes do CEFET-MG busca individualidade capacitar bachareis para atuar como professores do ensino médio A arte de ensinar Em sua passagem pelo CEFET-MG para uma palestra, Klink visitou as oficinas das equipes de competição página 6 2 | CEFET-MG é notícia junho/julho | 2011 opinião Comemoração dos 40 anos de engenharia visa o futuro Prof. Helio Ribeiro da Silva Coordenador Geral dos cursos de engenharia de operação em 1972 O CEFET-MG está comemorando os 40 anos dos cursos de engenharia de operação Elétrica e Mecânica e eu, que participei ativamente da implantação e administração dos referidos cursos, completarei 80 anos de idade, sendo 40 anos dedicados ao CEFET-MG. Neste momento festivo é oportuno reconhecer que o CEFET-MG de hoje só foi possível pelo competente e dedicado trabalho dos professores e funcionários da Escola Técnica Federal de Minas Gerais, nome da instituição durante a implantação dos cursos de engenharia. A Escola Técnica sempre teve justas aspirações em criar e desenvolver os cursos de engenharia de operações, atendendo também a uma decisão do governo federal e das indústrias. Os pareceres, decretos e portarias 60/60, 25/65 do Conselho Federal de Educação, decreto 57.075, portaria 122/67 e, principalmente, o decreto 70.366/72, que autoriza a instalação dos Cursos de Engenharia de Operação na Escola Técnica Federal de Minas Gerais, formaram a estrutura legal para a nova iniciativa da escola. Hoje, quem visita e conhece o CEFET-MG depara com a seguinte estrutura: • 3 campi em Belo Horizonte • 7 campi no interior do estado • cursos técnicos • cursos de Engenharia • prédios • laboratórios • cursos superiores • bibliotecas • grupos de pesquisa • cerca de 15 mil alunos, etc, A partir disso, é capaz de concluir que se trata na realidade de uma universidade tecnológica da melhor qualidade. Como é possível as autoridades do governo desconhecerem esta realidade? Faço votos para que os ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação oficializem esta realidade. Parabéns CEFET-MG, futura Universidade Tecnológica. notas NELSON NUNES Professor Márcio Silva Basílio é eleito Diretor-Geral do CEFET-MG Em eleição realizada no dia 28 de junho, os servidores e alunos elegeram o professor Márcio Silva Basílio para o cargo de Diretor-Geral do CEFET-MG para o período de 2011 a 2015. A votação ocorreu em Belo Horizonte, e nos sete campi no interior de Minas Gerais. O professor Márcio obteve 635 votos entre os servidores e Comemorações do Dia do Químico 1757 votos entre os alunos. Em segundo lugar ficou o professor José Antônio Pinto, que recebeu 386 votos entre servidores e 1.809 votos entre os alunos. Estavam aptos a votar 10.119 alunos e 1.227 servidores, que, pela primeira vez na instituição, fizeram uso de urnas eletrônicas cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Aluna de Edificações faz curso de empreendedorismo nos Estados Unidos Comissão da ALMG visita o CEFET-MG VANESSA MOL A aluna do curso de Edificações do CEFET-MG, Campus I, Mariana Tuler (foto), está nos Estados Unidos para participar do Programa Escola de Empreendedorismo Global ou Program School for Global Entrepreneurship (PSGE), oferecido pela Lehigh University. Ela foi contemplada com uma bolsa de 50% do valor do curso, obtida a partir de parceria firmada entre o CEFET-MG e a instituição universitária internacional que ministrará o programa. O PSGE tem duração de cinco semanas e contempla 11 disciplinas voltadas para o mundo do empreendedorismo e dos negócios. O objetivo é orientar o aluno a montar sua pequena empresa e a lidar com as variações do mercado mundial – livre concorrência, propaganda – e a administrar bem o seu negócio para obter sucesso. A programação inclui, ainda, visitas a Nova York, Harrisburg e Pittsburg. Mariana foi aprovada em um processo seletivo que incluiu apresentação de currículo, histórico de notas e redação de texto descritivo sobre sua perso- nalidade. Demonstrou também conhecimento avançado em inglês. Outros estudantes participarão do curso, 50 deles são americanos e outros 19, de outros países. Todos ficarão hospedados na própria universidade, localizada em Bethelehem, próximo à Pensilvânia. Animada, a estudante aposta que voltará de lá com boas referências para montar sua própria empresa e com o inglês ainda mais afiado. “No meio profissional, me trará mais segurança para expor ideias e opiniões, debater e fazer discursos. Essa experiência me possibilitará também maior facilidade com o uso de outras línguas, o respeito pelas demais culturas e o ganho de conhecimento com toda essa convivência”, destacou. A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitou o CEFET-MG no dia 13 de junho (foto) para buscar informações sobre a possível transformação da instituição em Universidade Tecnológica Federal de Minas Gerais e avaliar as ações a serem implementadas. Já está aprovado um requerimento para que a discussão continue em uma audiência pública. Os deputados estaduais Bosco, presidente da comissão; Dalmo Ribeiro Silva, vice-presidente da comissão e autor do requerimento que originou a visita; Paulo Lamac, Neilando Pimenta e Carlin Moura reuniram-se com o diretor-geral do CEFET-MG, Prof. Flávio Santos. Durante o encontro, o dirigente da instituição apresentou aos parlamentares os projetos em andamento, bem como um histórico do CEFET-MG e as razões que levaram ao pleito de transformação em universidade tecnológica. O deputado Dalmo Ribeiro Silva afirmou que a questão não é individual e que está em pauta em toda a ALMG. Segundo o parlamentar, serão realizadas outras ações, como a visita, para que o CEFET-MG seja transformado em universidade tecnológica. O deputado Bosco reiterou que é importante união em torno do crescimento da instituição. “Estamos aqui na condição de parceiros e para buscar o que de fato é necessário para manter o CEFET-MG como referência”, observou. O deputado Carlin Moura, ex-aluno do curso técnico de Eletrônica do CEFET-MG, ressaltou a importância dos cursos técnicos da instituição e lembrou que o país necessita cada vez mais de mão de obra especializada para atuar nas diversas vagas de trabalho que surgem diariamente. Fato também observado pelos deputados Paulo Lamac e Neilando Pimenta. A Unidade de Timóteo comemorou o Dia do Químico, 18 de junho, com o ciclo de palestras “A História da Química Contada por Seus Personagens”, além de atividades acadêmicas e culturais, que contaram com a participação de alunos, professores, profissionais e pesquisadores do setor. A Profa. Isis Pimentel de Castro discorreu sobre as origens do ensino técnico no Brasil e a inserção do curso de Química no CEFET-MG, e os alunos do curso desenvolveram um mural contendo dezenas de personagens históricos que contribuíram para o desenvolvimento da química como ciência. O Prof. Dr. Luís Cláudio de Almeida Barbosa, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), abordou o tema “Agroquímicos e Inseticidas”, e o Prof. Sérgio Antônio Fernandes, também da UFV, falou sobre o tema “Química Supramolecular”. O evento contou ainda com apresentações musicais, com o Prof. Fabio Luis Rodrigues e o violinista Elder Freitas, e algumas premiações. Promovido pela coordenação do Programa de Seminários Científicos e Tecnológicos do CEFETMG (PROSCITEC) e pela coordenação do curso técnico de Química, as comemorações tiveram o apoio da Fundação Aperam Acesita, Vantec Máquinas e do Conselho Regional de Química. Aprovada a criação de Unidades Organizacionais no interior O Conselho Diretor do CEFET-MG aprovou a criação de Unidades Organizacionais (UORG) para a Coordenação de Desenvolvimento de Recursos Humanos (CDRH) e para o Serviço Médico, Odontológico e de Enfermagem (SMOdE) para todas as unidades do interior. O objetivo é melhorar a organização das atividades de recursos humanos dentro das unidades de Leopoldina, Araxá, Divinópolis, Timóteo, Varginha, Nepomuceno e Curvelo. Esses recursos já são utilizados nos campi de Belo Horizonte e essa criação será uma forma de beneficiar o servidor, com uma política de atenção à saúde, a implantação de exames periódicos e o desenvolvimento de outros programas na área de recursos humanos. Os Serviços Médicos, Odontológicos e de Enfermagem serão subordinados à Coordenação de Desenvolvimento de Recursos Humanos da respectiva unidade. expediente Informativo do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Diretor-Geral Prof. Flávio Antônio dos Santos Chefe da Ascom Cláudia Murta Vice-Diretora Profa. Maria Inês Gariglio Jornalista responsável Nelson Nunes - MG07944JP Chefe de Gabinete Prof. Henrique Elias Borges Estagiários Juliene Vilela Jefferson Veloso Edição Nelson Nunes, Vanessa Mol e Clésio Teixeira Revisão Marília Dinis Concepção Gráfica Leonardo Guimarães - SPM Av. Amazonas, 5253 • Nova Suíça Belo Horizonte • MG • CEP 30.421-169 Tel. (31) 3319-7004 • [email protected] www.cefetmg.br Impressão Gráfica Ponto Com Tel. (31) 3444-9144 Tiragem 2.500 exemplares junho/julho | 2011 CEFET-MG é notícia | 3 meio ambiente Que sacola levar ao supermercado que você me convidou? Mudança na lei municipal que proíbe o uso das sacolinhas de plástico no comércio de Belo Horizonte pode favorecer o uso de materiais mais baratos para os consumidores JEFFERSON VELOSO Clésio Teixeira A Câmara de Vereadores de Belo Horizonte examina projeto de decreto legislativo que pode atenuar as críticas feitas por consumidores da capital, que questionam o valor cobrado pelos supermercados para o custeio das sacolas biodegradáveis. A redução do custo das sacolas pode ajudar a conquistar mais adeptos para a ação, que marca uma nova atitude da cidade na luta pela preservação do meio ambiente. Autor da lei que tornou Belo Horizonte uma das cidades pioneiras, no Brasil, no banimento das sacolas plásticas produzidas a partir do petróleo, o vereador Arnaldo Godoy (PT) tem como objetivo corrigir o que ele compreende como um erro da Prefeitura ao regulamentar, de forma restritiva, os preceitos da lei. O decreto da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), publicado em 12 de abril, determina serem as sacolas compostáveis de amido de milho a única alternativa para substituir as sacolas plásticas utilizadas pelo comércio. A interpretação restritiva da lei pela PBH, segundo o vereador, não condiz com o propósito de permitir o uso de todas as tecnologias presentes no país e facilitar o seu cumprimento. “A lei é abrangente. Tivemos o cuidado de permitir os oxibiodegradáveis e as alternativas que possam surgir no futuro. A adoção de apenas um tipo de sacola ecológica estabelece um monopólio que só penaliza os pequenos comerciantes”, adiantou o parlamentar. Alternativas Nos três anos de vigência facultativa da lei, as sacolas oxibiodegradáveis foram adotadas por grandes redes de supermercados, farmácias e sacolões como uma alternativa barata. Agora, no entanto, o decreto da PBH privilegia uma alternativa cara. “Há muitos equívocos no acerto indevido entre a Prefeitura e grandes redes de supermercados. As sacolas estão sendo vendidas aos consumidores e esse não é o objetivo da lei. Estamos empenhados em assegurar que ela mantenha seu caráter educativo e de envolvimento de todos, de forma equânime, no esforço de minimizar os danos que causamos ao meio ambiente”, destacou Arnaldo Godoy. Os cidadãos de Belo Horizonte já adotaram as sacolas retornáveis Menos plástico no meio ambiente No primeiro mês de vigência da lei que proíbe o uso da sacola plástica de polipropileno, levantamento feito pela Associação Mineira de Supermercados (Amis) mostra que cerca de 60 toneladas de plástico deixaram de ser descartados no meio ambiente com mais de 13,5 milhões de sacolas não utilizadas. Outro dado destacado pela pesquisa é que, na última semana do primeiro mês de implantação da lei das sacolinhas, de cada 10 consumidores, sete já estão levando sacolas retornáveis. O levantamento feito pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) de Belo Horizonte, responsável pela coleta de lixo da capital, indica que o impacto direto da proibição ainda não foi significativo. Em um mês, as sacolinhas “economizadas” pesaram 60 toneladas, enquanto o lixo so- mou cerca de 90 mil toneladas. No entanto, os supermercadistas, os administradores do sistema de coleta de lixo da capital e o próprio vereador autor da lei que proíbe o uso das sacolinhas são unanimes em destacar que a lei é fundamentalmente uma mudança de atitude, o despertar da população para os problemas ambientais da cidade e o papel de cada cidadão na sua solução. Conscientização e ação para a preservação ambiental Unidades do CEFET-MG comemoram o dia mundial do meio ambiente com atividades acadêmicas e reflexivas JEFFERSON VELOSO Jefferson Veloso No mês de comemoração do dia internacional do meio ambiente, diversas atividades foram realizadas em três campi do CEFET-MG. A data, que é celebrada oficialmente no dia 5 de junho, é um convite à reflexão e ao debate sobre iniciativas que possam contribuir para a preservação ambiental. Na Unidade de Nepomuceno, as atividades da “II Feira de Educação Ambiental” contaram com palestras, exibição de filmes, oficinas, exposições e estandes. Participaram servidores, alunos e comunidade local. No Campus X, em Curvelo, a “I Semana do Meio Ambiente” aconteceu com o objetivo de conscientizar os discentes e envolvidos da importância de se tornarem agentes sustentáveis e promoverem atitudes ambientais em suas comunidades. Houve encontros com especialistas da área ambiental e da polícia ambiental, com docentes da instituição, assim como exposição de paineis confeccionados pelos alunos do curso técnico em Meio Ambiente. A equipe da Coleta Seletiva Solidária do Campus I, em Belo Horizonte, organizou o evento da “Semana Mobilize-se”, com o objetivo de conscientizar os alunos e servidores da importância da se- Alunos de Engenharia Ambiental e do Curso Técnico em Meio Ambiente fizeram a separação do lixo do campus I Caracterização de resíduos WAGNER PEDROSO paração dos lixos recicláveis e não recicláveis. Constaram da programação: entrega em salas de aula das “Caixas Coletoras de Papel”, exposição “Jardim do Desprezo”, Intervenção dos Ecochatos, campanha “Resto Zero”, no restaurante, e lançamento do blog da coleta seletiva, o tonacoleta.blogspot.com. Devido ao grande número de alimentos desperdiçados dentro do restaurante, a equipe organizou a campanha “Resto Zero”, com o objetivo de premiar as pessoas que deixaram os seus pratos limpos. Em Nepomuceno, uma das Palestras abordou como tema matas ciliares A caracterização de resíduos sólidos foi realizada no Campus I, com o objetivo de fazer o levantamento da quantidade e tipo de lixo gerado no local. A iniciativa serve ainda de termômetro para avaliar se a coleta seletiva está sendo feita corretamente dentro da instituição. O projeto da coleta seletiva tem como finalidade a separação do lixo reciclável e não reciclável, para melhorar as condições de vida dos catadores de materiais recicláveis. O trabalho da separação do lixo reduz o número de resíduos que iriam para os aterros sanitários. Segundo a coordenadora do projeto Dayse Cristina “é de grande importância a conscientização das pessoas em relação ao lixo, jogá-los nas lixeiras corretamente, para que os catadores do lixo reciclável possam aproveitar melhor os materiais enviados”, declarou. 4 | CEFET-MG é notícia junho/julho | 2011 graduação 40 anos de tradição na formação de engenheiros O CEFET-MG iniciou, em junho, as comemorações da criação e oferta de cursos de engenharia Nelson Nunes e Vanessa Mol A história dos cursos de engenharia no CEFETMG começou no dia 7 de agosto de 1972, quando foi proferida a aula inaugural dos cursos de Engenharia de Operação Elétrica e Mecânica. De lá para cá, a instituição aumentou consideravelmente o número de cursos de engenharia e os levou para o interior do estado, tornando-se referência na área. Os cursos de engenharia foram implantados no CEFET-MG a partir do Decreto nº 547, de 18 abril de 1969, que autorizava a criação de cursos de cur- ta duração, chamados Engenharia de Operação Elétrica e Engenharia de Operação Mecânica. Delza Cleide Catete, aluna da primeira turma de Engenharia de Operação Mecânica do CEFET-MG, era técnica-administrativa na instituição, fez o curso e tornou-se docente do Curso Técnico de Mecânica de 1976 até 1991. “Minha formação foi muito boa, pude desenvolver bem diversas atividades e ministrei vários tipos de aulas. Como professora dei aulas de Desenho Técnico, Metrologia, Resistência de Matérias, Ensaios Destrutivos e Não-Destrutivos e Elementos de Máquinas”, disse. Primeiro Campus a receber os cursos de egenharia do CEFET-MG, mesm VANESSA MOL Ampliação de cursos Atualmente, a instituição conta com os cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia de Produção Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia de Computação, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Ambiental, Engenharia Mecatrônica, Engenharia de Materiais, Engenharia de Minas e Engenharia de Automação Industrial, distribuídos em suas várias unidades. Primeiro curso superior de uma unidade do interior, Engenharia de Controle e Automação, ofertado em Leopoldina, já começou a dar seus frutos. Para o aluno da primeira turma, Rodrigo de Albuquerque Pacheco Andrade, natural de Muriaé, a possibilidade de estudar próximo de casa foi primordial para sua formação. Atualmente, Rodrigo cursa mestrado em Engenharia Mecânica, na Universidade de São Paulo – USP, e também trabalha na Empresa Sensoft Indústria e Automação de São Carlos, no interior de São Paulo. Segundo o egresso, o curso de Engenharia de Controle e Automação trouxe benefícios econômicos e sociais para as cidades locais. “O profissional formado no Campus de Leopoldina poderá trabalhar na região gerando capital de giro e know how regionalizado, transformando, futuramente, a cidade e a Zona da Mata em pólo em tecnologia, junto com a criação de outros cursos de engenharia”, observou. Delza Catete, única mulher da 1ª turma de Engenharia de Operação Mecânica, recebendo a homenagem do Prof. Flávio Santos Campus faz parte do início da engenharia na instituição O Campus II foi inaugurado em 1973, mas as reuniões para a aquisição da então Escola de Veterinária da UFMG pela Escola Técnica Federal de Minas Gerais (ETFMG) começaram em 1971, visando à implantação do curso de Engenharia de Operações. A aquisição foi parte de um projeto desenvolvido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e o Sucesso no mercado de trabalho: dos 15 engenheiros contratados pe Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O acordo previa, dentre outras iniciativas, a construção de prédios, instalações, equipamentos de oficinas e laboratórios, bem como a formação e preparação de recursos humanos de seis centros de engenharia de operações junto a algumas escolas técnicas federais, entre elas a de Minas Gerais. Reconhecimento e valoriza Os mais antigos cursos de engenharia em atividade no CEFET-MG são os de Engenharia Mecânica e Engenharia Elétrica, ambos de 1979, quando substituíram os antigos cursos de engenharia de operação. O reconhecimento desses cursos já pode ser medido pela entrada dos profis- sionais no mercado de trabalho. Em março deste ano, a empresa Vale S.A., por meio do Projeto de seletiva nacional Talent Pool, contratou 15 engenheiros para atuar na região Norte do Brasil. Dos contratados, 11 foram formados no CEFET-MG, seis em Engenharia Mecâ- Linha do tempo • implantação dos cursos de engenharia no CEFET-MG 1979 • Engenharia Elétrica • Campus II • Belo Horizonte 1979 • Engenharia Mecânica • Campus II • Belo Horizonte 1999 • Engenharia de Produção Civil • Campus II • Belo Horizonte 2005 2006 • Eng. de Controle e Automação • Eng. de Automação Industrial • Campus III • Campus IV • Leopoldina • Araxá 20 • Engenharia de C • Campus II • Belo Horizonte junho/julho | 2011 CEFET-MG é notícia | 5 ARQUIVO CEFET-MG Solenidade reúne alunos e professores da primeira turma mo após a expansão, o Campus II ainda é sinônimos de cursos superiores A abertura do início das comemorações dos 40 anos de implantação dos cursos de engenharia do CEFET-MG foi marcada por uma solenidade especial que contou com a presença de formandos e professores da primeira turma das engenharias de Operação Elétrica e Mecânica, os primeiros cursos superiores ofertados pela instituição. A solenidade foi aberta com a apresentação do Coral do CEFET-MG, regido pelo maestro Lucas D’Oro. Na sequência, o diretor-geral, Prof. Flávio Santos, a vice-diretora, Profa. Inês Gariglio, o diretor do Campus II, Yukio Shigaki, o presidente da comissão organizadora do evento, Prof. Eduardo Coppole, e o primeiro coordenador dos cursos de engenharia da instituição, Prof. Hélio Ribeiro, pronunciaram-se por meio de discursos emocionados. Em sua fala, Flávio Santos destacou o crescimento do CEFET- MG nos últimos 40 anos. “Além dos tradicionais cursos técnicos, a instituição oferta 14 graduações (dez delas na área de engenharia) e sete mestrados. Já são mais de 12 mil alunos e 80% do quadro de docentes possui mestrado e doutorado”, detalhou. A Profa. Inês Gariglio falou com orgulho de sua trajetória na instituição e prestou uma homenagem especial aos professores que, há 40 anos, levaram adiante o sonho de ver o CEFET-MG avançar: “Foram vocês que lançaram as raízes profundas para que esta instituição pudesse, como uma árvore frondosa, florescer e crescer”. Na oportunidade, o diretor do Campus II fez questão de mencionar o perfil diferenciado dos estudantes da instituição. “Nossos alunos nos dão muito orgulho. São campeões em minibajas, aerodesigns, fórmulas, maratonas da ecologia, guerra de ro- bôs, entre outras competições“, destacou o professor Yukio. De pé para a plateia, em um discurso emocionado, Hélio Ribeiro falou de lutas e glórias e recordou a primeira formatura: “Lembro-me de todos vibrando muito. Foi bonito. A emoção toma a minha alma”. Concluindo seu pronunciamento, o professor defendeu a transformação do CEFET-MG em Universidade Tecnológica, enquanto um passo natural da própria história da instituição. “Quer queiram, quer não, o CEFET-MG já é uma universidade tecnológica”, afirmou. Encerrando o evento, o Prof. Coppole recorreu a uma frase do chefe da missão Apollo 13, a terceira tripulada com destino à Lua, para falar da importância da engenharia para o crescimento de uma nação: “Os engenheiros são os grandes responsáveis pela riqueza de um país”. ROBSON CUNHA VANESSA MOL Recordações e emoção marcaram o reencontro dos primeiros alunos de engenharia do CEFET-MG Convidados especiais ela Vale para atuar no norte do Brasil, 11 se formaram no CEFET-MG ação no mercado nacional nica e cinco em Engenharia Elétrica. Para um dos aprovados, o ex-aluno de Engenharia Mecânica Marcos Júnio Ferreira, “é consenso entre os selecionados que a credibilidade do CEFET-MG no provimento de ensino de qualidade e preocupação com a formação acadêmica e técnica dos 07 Computação 2008 • Engenharia de Materiais • Campus I • Belo Horizonte egressos corroborou com o sucesso nessa seleção”, disse. Segundo ele, os egressos creem que terão uma excelente oportunidade para o crescimento profissional e que, atrelado ao sucesso das empresas, poderão praticar e aprimorar os conhecimentos obtidos na graduação. 2008 • Engenharia Mecatrônica • Campus V • Divinópolis O formando da primeira turma do curso de Engenharia de Operação Elétrica Guilherme Araújo Santiago, que veio especialmente do Espírito Santo para prestigiar o evento, achou o encontro “sensacional”. “Foi um reconhecimento mais do que merecido para os pioneiros. Nós, alunos, fomos beneficiados pelo esforço dessas pessoas”, destacou. Delza Cleide Catete, ex-aluna do curso de Engenharia de Operação, ficou emocionada com a homenagem e revelou que mantém, até hoje, contato com seus colegas de sala: “A turma ainda é muito unida”. Única mulher da primeira turma, ela contou que sofreu muito preconceito para entrar para o mercado de trabalho, mas acabou se realizando na área acadêmica. As fotos do evento podem ser visualizadas no www.flickr.com/ photos/cefetminas. 2009 • Engenharia de Computação • Campus VII • Timóteo 40 anos depois... O CEFET-MG oferece, atualmente, 11 cursos de engenharia – seis deles são ministrados em Belo Horizonte e outros cinco em cidades do interior, onde estão localizados outros campi do CEFET-MG. São eles: Engenharias de Produção Civil, Computação, Materiais, Ambiental, Elétrica e Mecânica (BH); Engenharia de Controle e Automação (Leopoldina); Engenharia da Computação (Timóteo); Engenharia Mecatrônica (Divinópolis); Engenharia de Automação Industrial e Engenharia de Minas (Araxá). No total, são 2.652 alunos matriculados. De acordo com a diretoria de graduação, há outros sete projetos pedagógicos de abertura de novos cursos de engenharia tramitando na instituição - Engenharia Civil (Varginha e Curvelo), Engenharia Química (Timóteo e Contagem), Engenharia de Transportes (BH), Ciência da Computação (Contagem), Engenharia de Sistemas Mecatrônicos (Varginha). 2010 • Engenharia Ambiental • Campus I • Belo Horizonte A proposta pedagógica dos cursos do CEFET-MG abrange, além das disciplinas que são comuns a todas as engenharias (matemática, física, química e matérias ligadas às ciências sociais e aplicadas e humanas), atividades extra-curriculares acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão, que podem ser selecionadas pelo aluno, de acordo com seus interesses e possibilidades. Elas se classificam em cinco tipos: (I) Iniciação Científica e Tecnológica; (II) Monitoria; (III) Atividade de Extensão; (IV) Atividade de Prática Profissional; (V) Outras atividades complementares. As últimas abrangem a participação em empresa júnior e incubadora de empresas, produção científica e tecnológica, participação em simpósios, congressos e seminários, projeto aplicado a competições, participação em programas de intercâmbio cultural, visitas técnicas, entre outras atividades. Para mais informações, acesse o site www.cefetmg.br. 2010 • Engenharia de Minas • Campus IV • Araxá 6 | CEFET-MG é notícia junho/julho | 2011 ensino Curso de Formação de Docentes completa 30 anos A opção é procurada por bacharéis, muitos com atuação profissional em suas áreas, que desejam aprimorar ou iniciar carreira no magistério SÍLVIO SANTOS SOUZA Detalhes do curso Vanessa Mol Capacitar bachareis para atuar como professores do ensino médio é o objetivo do Curso Especial de Formação Pedagógica de Docentes do CEFET-MG, que está completando 30 anos em 2011. A formação é compatível com a licenciatura plena e é voltada para o ensino das disciplinas acadêmicas de Química, Física e Biologia ou de disciplinas técnicas, como Eletrônica, Informática e Mecânica. Cabe ao aluno aprovado escolher sua habilitação, desde que comprove que a graduação cursada tenha carga horária de, no mínimo, 180 horas na área que pretende lecionar. O curso foi implementado com o objetivo de suprir a demanda por professores no país e tem despertado a atenção de profissionais com nível superior interessados em iniciar carreira de magistério em busca de novos desafios ou de complementação da renda de trabalho. É o caso do farmacêutico Azenilton Brito Júnior, que se formará em julho próximo. Ele, que sempre teve interesse em ser professor, começou recentemente a lecionar Química em uma escola estadual em Ribeirão das Neves. Com oferta de 88 vagas anuais, o curso é ministrado em Belo Horizonte. O edital do processo seletivo será divulgado em setembro “Trabalhando menos horas por dia, como professor, sobra tempo para eu fazer um mestrado”, planeja. Ele conta que o curso também tem ajudado bastante no trabalho, principalmente em relação à maneira de lidar com os alunos, entender a individualidade e o ritmo de cada um. “Já consigo perceber resultados positivos. Sinto, por exemplo, que eles estão mais receptivos e próximos”, avaliou. Para a ex-aluna Estael Lucia Vasconcelos, formada em 2010, o curso abriu outra perspectiva de carreira. Graduada em Sistema de Informação, ela divide seu tempo entre a área de tecnologia da informação em uma empresa do ramo de telecomunicações e as aulas de informática básica que leciona em uma escola técnica. De 30 a 50 anos “Passei em um concurso para professor em Betim, e o diploma que obtive no CEFET-MG valeu como pontuação. Além disso, consegui levar para sala de aula o conhecimento que adquiri, prin- cipalmente as técnicas de melhoria da relação professor e aluno”, revelou Estael. Segundo o coordenador do curso, Prof. José Geraldo Pedrosa, as turmas são formadas por estudantes na faixa etária de 30 a 50 anos. Além de pessoas estabelecidas profissionalmente, que exercem outro trabalho e têm uma experiência prática na profissão, também é comum encontrar mestres e doutores que descobrem a importância da formação pedagógica para a atuação em sala de aula. Em funcionamento no Campus VI, em Belo Horizonte, o curso de formação pedagógica de docentes oferece 88 vagas anuais. O edital é divulgado em setembro, e o processo seletivo acontece em novembro. É noturno (das 19h às 22h40), tem duração de um ano e carga horária de 615 horas, distribuída em disciplinas em sala de aula (300h), estágio (300h) e atividades extracurriculares (15h), como palestras e seminários. A seleção é composta por prova escrita e apresentação de currículo. A grade curricular contempla o aprendizado em “Fundamentos da Educação”, “Didática”, “Psicologia da Educação”, “Português”, “Prática de ensino” e o estágio, que é processual, realizado em quatro temporadas de 15 dias durante o ano e uma temporada de 30 dias na etapa final do curso. O corpo docente é formado por 12 professores da área de educação, todos doutores, com atuação nos programas de mestrado do CEFET-MG e engajados em pesquisas. Outras informações, acesse www.formaprof.cefetmg.br. Projeto oferece oficinas para alunos de escola municipal Crianças de 6 a 14 anos, maioria proveniente da zona rural de Curvelo, participam de jogos e brincadeiras que fazem bem para o corpo e a mente ADRIANO GONÇALVES Nelson Nunes c/ colaboração da Unidade de Curvelo A expressão “pular o muro” muitas vezes pode ser pejorativa, mas, no caso do professor de Educação Física da Unidade do CEFETMG em Curvelo, Adriano Gonçalves da Silva, ao cair do outro lado do muro ele ajudou a melhorar a realidade de crianças de 6 a 14 anos da Escola Municipal Filomena de Oliveira Leite. Desde o final de 2010, ele coordena um projeto de extensão que oferece oficinas com jogos, brincadeiras, cantigas e danças para valorizar e resgatar a cultura regional e local, bem como a construção de novas possibilidades de expressão através da corporeidade. As oficinas acontecem semanalmente às terças-feiras, com duração de 30 minutos para as turmas, que possuem de 25 a 30 alunos. Para o Prof. Adriano Gonçalves, o projeto ajuda na construção da autonomia e da autoestima das crianças, além de incentivar a socialização e a troca de experiências entre o grupo. “Além das cantigas, trabalho com jogos e esportes, enfatizando sempre a possibilidade de reinterpretá-los e reconstruí-los. Por isso, é possível que uma mesma ativi- dade, voleibol, por exemplo, seja trabalhada tanto com crianças de seis quanto com as de 14 anos. Cada grupo pode reinventar regras e técnicas de forma autônoma” disse o Prof. Adriano Gonçalves. Segundo a diretora da escola, Profa. Helenice Paixão Amarante, os demais professores da instituição observaram que os alunos obtiveram alta de rendimento por causa do projeto. A dirigente diz que a continuidade trará ainda mais benefícios. “Queremos, através desse projeto, descobrir as potencialidades de nossos alunos na música, dança, jogos, brincadeiras e levá-los a expressar suas vontades e conhecimentos. Portanto, contribuir para a sua autoestima e autonomia dentro de uma sociedade tão competitiva”, disse. Os alunos também aprovaram a novidade. “Eu adoro participar das atividades, é tudo novo e diferente do que já sabíamos. O projeto nos ajuda a ter disciplina, além de fazer exercícios pra ficar em forma”, avaliou a estudante Sabrina Macedo de Oliveira do 2º ano do ensino fundamental. Julia Jardim dos Reis, do 5º ano, destacou que existe um benefício completo “As atividades propostas contribuem para meu crescimento mental, físico e psíquico”, disse. Nos encontros, são trabalhadas as temáticas: • Vivência de jogos e brincadeiras tradicionais • Vivência de cantigas e danças tradicionais • Construção de brinquedos a partir de material reutilizado • Construção e organização de jogos e brincadeiras O projeto de extensão transformou a vida dos participantes, que unem a prática esportiva e o aprendizado por meio de brincadeiras e jogos junho/julho | 2011 CEFET-MG é notícia | 7 diversão CEFET-MG abraça Minas Gerais por meio de arte e cultura Instituição fomentou iniciativas criativas de seus alunos e servidores com vistas em dar visibilidade à produção cultural existente nas cidades sede e região JEFFERSON VELOSO Unidades abrem as portas para comunidade Assessoria de Comunicação Social Abraçar Minas Gerais por meio da arte. Com essa proposta foi realizado o III Festival de Arte e Cultura do CEFET-MG, que contou com apresentações artísticas nas cidades de Belo Horizonte, Curvelo, Divinópolis, Nepomuceno, Varginha, Timóteo, Leopoldina e Araxá. De performances de estudantes do CEFET-MG em ônibus municipais de Varginha, passando por exposição de fotos em Divinópolis, encontro de literatura e educação em Leopoldina e apresentações musicais e de dança em Belo Horizonte, o evento agregou atividades ainda nas áreas do teatro, vídeo, artes plásticas, fotografia e música. O III Festival de Arte e Cultura do CEFET-MG fomentou iniciativas criativas de seus alunos e servidores com vistas em dar visibilidade à produção cultural existente nas cidades sede e regiões. Em Leopoldina, aconteceu, dentro do III Festival, o I Encontro Leopoldinense de Literatura e Educação, organizado pela Academia Leopoldinense de Letras e Artes. Em Araxá, uma extensa programação com estandes, barraquinhas e exposições permitiu que a comunidade local fizesse visitas orientadas para apresentação dos cursos e das profissões da Unidade de Araxá. Clube da Esquina versão instrumental Alunos e ex-alunos do CEFET-MG agitaram o Festival de Bandas JEFFERSON VELOSO O grupo Solares de Minas, do Conservatório Estadual de Música “Lia Salgado”, de Leopoldina, apresentou o show Viagens Instrumentais no Campus III, quartafeira, dia 15. No repertório executado, músicas de compositores mineiros, tendo como influência o “clube da esquina”, movimento mineiro que influenciou a Música Popular Brasileira. Festival de Bandas e Mostra de Dança Na Mostra de Dança, alunos aliaram criatividade e técnica A integração do III Festival aconteceu com o Festival de Bandas e a Mostra de Dança, eventos que aconteceram no Campus I do CEFET-MG com a participação de alunos e servidores de todas as unidades. Tradicional, a Mostra de Dança aconteceu no Ginásio Poliesportivo do Campus I. Alunos dos campi de Belo Horizonte, Nepomuceno, Curvelo, Leopoldina e Araxá apresentaram suas coreografias. O Campus de Leopoldina foi representado pelo Grupo Assum Preto. Também se apresentaram, como convidados, estudantes do Projeto Superar de Belo Horizonte, um projeto social em parceria com o Instituto Helena Antipoff. No Festival de bandas, os alunos mostraram seus trabalhos, nos quais os ritmos passaram do rock pesado ao pop chegando ao sertanejo. Apresentaram-se seis bandas de Belo Horizonte e outras seis bandas - Curvelo, Divinópolis, Nepomuceno, Varginha, Timóteo e Araxá - de unidades do interior. O evento foi fechado com um show da banda Graveola e o lixo polifônico. Integrado ao Festival de Bandas, aconteceu um workshop sobre música e cidadania. Participaram Tamas Bodolay, do grupo Pequena Morte; Mariana e Hebert, da banda Pelos de Cachorro; e Marcos Sarieddine, da Junk Dogs. Eles conversaram com os participantes do Festival de Bandas do CEFET-MG sobre ação política focada na experiência dos outrorock, formação de coletivos, ocupação de espaços públicos, poder das mídias sociais para formação de redes e cidadania cultural. Oficinas e diversidade de temas Outro ponto alto do III Festival foram as oficinas, que contaram com temas tão variados como fotografia, teatro, artes plásticas, música e vídeo. A oficina de Introdução à Criação de Jogos Digitais apresentou aos participantes princípios básicos da criação de jogos, mostrando a relação entre o tema e a mecânica e os principais jogos modernos influenciados por videogames. O principal objetivo foi capacitar os participantes para a realização de um jogo digital, orientando-os na preparação de protótipos com material gráfico de fácil acesso. Na oficina, eles realizaram um pequeno projeto desde a escolha do tema ao desenvolvimento das regras de um jogo digital, em ênfase na produção de personagens, objetos e cenários em 2D. JEFFERSON VELOSO Detalhe da estação fotografado por Luiz Henrique (MEA2A), um dos participantes da oficina Curvelo em fotos Aprender sobre fotografia e praticar. Essa foi a proposta da oficina “Passeio Fotográfico”, comandada pelo fotógrafo social Marcos Antônio Bueno, que aconteceu em Curvelo. Nos dois encontros realizados, o fotógrafo falou sobre a história da fotografia, os tipos de câmeras existentes e as técnicas para a obtenção de imagens adequadas a cada situação. Logo após a apresentação da teoria, os alunos foram a campo fotografar a Praça Central do Brasil, um dos cartões postais da cidade. Onésima, membro do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento de Curvelo (CPCD), participou do curso e disse que antes não imaginava a quantidade de técnicas que existem por trás de uma boa foto. CLÁUDIA MURTA Na oficina de stop motion participantes demonstram destreza com massinhas Animação e cinema A oficina de stop motion tem como objetivo principal a criação em coletivo de um curta metragem de animação, partindo da concepção de uma ideia (storyboard, linguagem cinematográfica, etc.). Passando pela produção; construção de esqueletos, modelagem de personagens, criação de cenários, iluminação, captura dos movimentos por fotografia, até a pós-produção; noções básicas de edição e composição das imagens constituirão o curta. Stop Motion é uma técnica conhecida como “animação de massinha”, na qual o animador trabalha fotografando objetos, quadro a quadro. Entre um quadro e outro, o animador muda um pouco a posição dos objetos. Contação de Histórias: soltando as vozes dos livros • Em meio aos livros, na biblioteca, alunos e servidores do CEFET-MG contam e ouvem as mais diferentes histórias. 8 | CEFET-MG é notícia junho/julho | 2011 entrevista Navegando com destreza na educação, ciência e tecnologia Velejador e escritor, Amyr Klink, que é formado em economia e administração de empresas, fala sobre suas atuação como empresário, pesquisador e cidadão Nelson Nunes Amyr Klink é conhecido, principalmente, por suas aventuras como velejador e pelos livros que escreveu relatando suas aventuras; porém, formado em economia e administração de empresas atua em outras áreas. Nesta entrevista, ele fala sobre a importância da pesquisa e da tecnologia para o seu trabalho e sua opinião sobre o ensino praticado nas universidades brasileiras. Você é navegador, escritor, formado em economia e administração e agora apresentador de TV. De onde vem predisposição para navegar em tantas áreas? Tenho muitas atividades diferentes, como gestão de projetos, construímos plataformas flutuantes, embarcações. Gosto do que faço, então tudo que está ligado a essa atividade de construir barcos, administrar embarcações, atividades náuticas em geral me interessa. Acabei me dedicando a coisas que eu gosto de fazer com alguma competência. Qual a importância da formação informal e como essas experiências foram absorvidas e unidas à formação formal para o desempenho das duas atividades? Na área de gestão, administração de empresas, economia e contabilidade tenho uma formação formal. O problema da escola no Brasil é crítico. Por exemplo, eu fiz um curso que era disputadíssimo na Universidade de São Paulo, na verdade, era um curso extremamente fraco. Quando montamos o estaleiro, há alguns anos atrás, começamos a contratar estagiários das melhores escolas de engenharia naval do Brasil, e os alunos eram extremamente fracos, os professores também. O Brasil tem deficiência brutal nessa área. Não é culpa só da escola, só do professor, mas é um conjunto de fatores. O professor é fraco, a escola paga pouco, a carga horária é pequena, a profissão do professor é desvalorizada e desestimulada e não se tem experiência prática. Hoje, você pega alunos das grandes escolas brasileiras e eles não têm a menor noção da atividade prática. Estudei quase oito anos na área de gestão e economia, formei-me e ninguém me ensinou como se monta uma empresa. Um profissional que não sabe montar uma empresa, hoje, é pior que um analfabeto. Um homem e uma mulher que não sabem constituir uma empresa estão alijados socialmente do mercado de trabalho em todos os sentidos. Eu aprendi na prática. Aprendi mais administrando um estaleiro e barcos de tecnologia extremamente complexas, que são minha paixão, meu interesse. Aprendi mais nes- “ CLÁUDIA MURTA Não basta colocar tecnologia em um projeto, tem que colocar capacidade de administração, desenvolvimento humano, uma série de outros atributos Amyr Klink proferiu a palestra “Superando Desafios” durante a comemoração dos 40 anos de engenharia no CEFET-MG sa experiência prática – adquiri um estaleiro, o fiz funcionar – do que se tivesse passado 10 anos em Haward. Em Haward, também não se aprende como gerir uma empresa no Brasil. O Brasil é um país complicado, tem características peculiares, a legislação aqui é complexa, dúbia, temos regras tributárias em um número excessivo, exagerado, insensato e isso não se aprende em Haward. Em Haward, aprende-se a ter uma visão estratégica, que também é importante, mas faz falta, em minha opinião, na escola em geral no Brasil, essa experiência aplicada. Quem está suprindo essa falta hoje é o próprio mercado de trabalho, que busca alunos nas escolas e que, de certa maneira, está destruindo o vínculo desses alunos com a escola. Hoje, um aluno de Naval da USP é disputado por empresas para entrar para a área financeira e depois de um tempo ele larga, não conclui o curso, o que é péssimo. As duas coisas são importantes, mas essa formação formal tem que contemplar a experiência aplicada. Qual a importância das pesquisas e da tecnologia para as suas navegações? Trabalhamos com tecnologia o tempo inteiro, mas a tecnologia hoje, por si só, é “incontrável”, de certa forma, por vários meios. Temos o privilégio inédito na história da humanidade de anseio ao conhecimento. Não tem tecnologia quem, de fato, não quer ou não está interessado ou não sabe ler ou não sabe ir atrás. Mas a tecnologia e a pesquisa de materiais são, no nosso caso, muito importantes, mas, mais importante ainda é o processo. Não basta colocar tecnologia em um projeto, tem que colocar capacidade de administração, desenvolvimento humano, uma série de outros atributos dos quais você precisa e, acho que eles dividem importância em um projeto. Temos hoje, por exemplo, grandes pesquisadores como os professores, que não são muito valorizados aqui e acabam indo para fora. É um conhecimento que perdemos. Temos essa política, digamos, que eu acho hipócrita, de dizer que todos são iguais, nós não somos todos iguais. Cada indivíduo é diferente, vivemos o medo do preconceito às avessas, então não existe um programa para alunos super dotados, o que no mundo inteiro existe. “Os alunos são iguais...”, claro que não são iguais, estamos colocando leis diferenciadas de acordo com raça, condição econômica. O fato de não fazermos isso faz com que percamos uma grande parcela de conhecimento. Países como a Noruega têm um programa que identifica aluno com capacidades excepcionais em algumas áreas e protegem esse aluno economicamente para que ele se transforme em professor, que seja extremamente bem remunerado na atividade de professor e tenha a tarefa de dividir conhecimento e a capacidade que ele tem. Qual a sua sugestão para os alunos aproveitem bem os intercâmbios? Acho que toda a espécie de intercâmbio é de extrema importância, é extremamente valiosa para a formação de um aluno. Um fenômeno engraçado que se observa hoje é que o Brasil se tornou um destino de intercâmbio muito mais desejado do que países com os quais a sonhávamos em fazer intercâmbio. Temos muita “gordura” para retirar para que o Brasil se torne um destino para intercâmbio. O que acho bacana e importante é o aluno enxergar o que ele conhece. Às vezes, temos que parar de pensar que aqui nada funciona, que lá fora tudo é mais fácil e entender que este cenário aparentemente mais nebuloso aqui, na verdade, é um privilégio muito grande. Por exemplo, o aluno que sai de universidade na Suécia para fazer um intercâmbio fora não pensará no que é preciso melhorar, pois no país dele tudo é melhor. Ele pode enxergar, por exemplo, oportunidades que nós não veríamos aqui. Então, no exercício do intercâmbio na fase de formação de aluno, na fase inicial, quando ele entra para o mercado de trabalho, é extremamente importante, é um privilégio para analisar o que tem aqui. É importante olhar o que acontece lá fora, mas sem desperdiçar o que se tem como possibilidade aqui ou como perspectiva para mudar e fazer. Você que conhece boa parte do mundo, como percebe a relação do Brasil com o mercado do turismo? Existem segmentos no Brasil que estão completamente estagnados. Os números que praticamos quando se fala em turismo no Brasil, em minha opinião, são completamente ridículos. Foram gastos 15 milhões em projetos ano passado, é uma das áreas que ainda estamos engatinhando e que eu vejo com grande alegria porque há muito que ser feito. Nós ainda não aprendemos a valorizar o diferencial que temos. Não aprendemos a facilitar a comunicação na área de turismo, nenhuma cidade brasileira tem sinalização viária, temos Belo Horizonte, São Paulo, ninguém tem idéia do que seja sinalização viária, não aprendemos a valorizar sistemas cartográficos. Não criamos políticas práticas que possibilitem que as pessoas falem três ou quatro idiomas. Eu não conheci ninguém no Brasil na área de turismo que fale espanhol corretamente porque entendemos a língua e isso nos dá o direito de falar errado. Ainda não temos nenhum financiamento que orienta de maneira eficiente para atividades, ainda são feitos investimentos padronizados ou enviados de fora, então ainda existem muitas coisas, problemas que são diamantes altamente preciosos. Não temos transportes públicos ainda. Existem muitos problemas que no futuro serão grandes oportunidades. Não fico cele- brando, como muitas pessoas, que o país está crescendo. O turismo no Nordeste hoje é puramente computado em números. Fizemos um trabalho certa vez no Ceará quando estavam celebrando o número de vôos para lá e nunca se parou para observar que esses italianos e alemães vinham fazer sexo infantil. Das várias distorções que temos, à medida que vão sendo corrigidas elas abrem um portfólio de negócios e de oportunidades muito grande, mas precisamos evoluir em vários aspectos, o primeiro deles, em minha opinião, é esse da capacitação pessoal, da formação. O Brasil é um país bonito, mas não é o país mais bonito do mundo. O que temos de diferencial aqui? É um conjunto de fatores – charmes – que envolvem a beleza natural, a cultura e outros atrativos turísticos e não somente a areia, a qualidade da água e as horas de sol. Neste sentido é que precisamos evoluir e compreender o diferencial que temos, pois se formos olhar tecnicamente, as cidades brasileiras não são muito bonitas, são uma bagunça, cheias de “puxadinhos”, nada de muito diferente de outros países. O que torna o Brasil um país especial é um conjunto muito sutil de atrativos que a gente sente e nem sempre consegue identificar. E ambientalmente,caminhamos bem nesse sentido? O Brasil possui uma legislação ainda mais restritiva que outros países que se preocupam mais com seus atributos naturais. Sinto que atualmente há um esforço grande em preservar, mas ainda temos dificuldade de compreender como podemos exercer de modo sustentável todas as atividades e transformar o esforço da preservação em um atributo econômico. Uma lei determina a proibição de determinados tipos de ocupação, mas as cidades não possuem planos diretores. Não adianta criar uma legislação para proteger as margens dos rios e aplicá-la em todos os rios brasileiros, cada local possui uma situação diferente. Os rios que atravessam cidades, áreas degradadas, estão em situações diferentes. Infelizmente, os legisladores ambientais no Brasil têm essa dificuldade, eles estão tentando colocar restrições que de certa maneira uniformizam um problema que não é uniforme. No caso dos portos, por exemplo, existem muitas áreas para exploração e devem ser economicamente estimuladas e existem áreas que poderiam ser portos, mas não têm vocação natural. Não adianta nesta área criar uma legislação que permite que 5% da área seja dedicada para a atividade, pois não funciona assim. Esse é um aprendizado que estamos tendo em pouco tempo em uma área onde outras nações já erraram há vários séculos.
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