Revista Síndico - Auxiliadora Predial

Transcrição

Revista Síndico - Auxiliadora Predial
SUMÁRIO
PANORAMA
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PRODUTOS E SERVIÇOS
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Notícias relacionadas ao universo condominial.
out/nov/dez 2011 Edição Nº 193
CONSELHO EDITORIAL
Ingo Voelcker, Christian Voelcker,
Luís Maffini e Luciene Machado
COORDENAÇÃO
Luís Maffini
(supervisor de Marketing)
COLABORAÇÃO
João Colombo
(analista de Marketing)
Auxiliadora Predial cria serviço de Ouvidoria
exclusivamente para condomínios.
Reuniões do Conselho do Leitor apontam os assuntos que os
gestores querem ler na Revista Síndico.
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Programa Desenvolver: atualização para síndicos
e qualificação para funcionários.
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Marcante crescimento de novas franquias
na Auxiliadora Predial em 2011.
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ENTREVISTA
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GESTÃO
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Proximidade com o final do ano demanda
planejamento para garantir férias tranquilas.
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EDITORA EXECUTIVA
Luciene Machado
jornalista responsável - MTb 4480
[email protected]
Vicente Palma Filho, síndico do
Condomínio Caravelle, em Porto Alegre.
PRODUÇÃO EDITORIAL
Palavra-Prima - 51 9808.7497
[email protected]
reportagem e fotografia
Luciene Machado - MTb 4480
Raquel Schneider - MTb 13.234
Tatiana Gappmayer - MTb 8888
Inclusão social: pessoas com deficiência
ganham espaço dentro dos condomínios.
capa
Fátima Rama (Marketing)
Condomínios deverão possuir certificação digital em 2012.
COMER­CIALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS
Artesul - 51 3228.0787 - 9981.3176
[email protected]
PROJETO gráfico E EDIÇÃO GRÁFICA
CAPA
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SEGURANÇA
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Adolescentes no condomínio: como evitar
problemas e envolver este público na gestão.
Paica Estúdio Gráfico - Tiba
DISTRIBUIÇÃO
Faster Mail Logística em Postagem
Porto Alegre terá o primeiro Plano Diretor de Acessibilidade
brasileiro. Condomínios terão que se adequar.
A Revista Síndico não se responsabiliza pe­­la
qualidade dos serviços prestados e pe­­los
produtos oferecidos pelos anun­­cian­­tes, sendo
os mesmos de inteira res­­­ponsabilidade das
PPCI objetiva dificultar a presença dos
fatores de riscos de incêndios nos prédios.
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empresas anunciantes. Não é permitida a
reprodução de tex­­­tos desta publicação sem
autoriza­­ção da editora, por escrito.
GERAL
Campanha estimula a doação de medula óssea entre a população.
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Outubro-Novembro-Dezembro/2011
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produtos & serviços
Analista de Ouvidoria, Cleonice Vieira Conceição, administra as demandas que chegam ao setor
Canal aberto para o cliente
Ouvidoria para Condomínios inaugura serviço com foco na comunicação eficiente
C
om o objetivo de facilitar a comunicação entre a empresa e os clientes
através de um canal mais eficiente, a Auxiliadora Predial lançou a Ouvidoria
para Condomínios. Em operação desde
agosto, o serviço possibilita registro de
todas as reclamações, sugestões, críticas
e elogios através de e-mail, telefone, cartas e do site, pelo portal do cliente. O
atendimento funciona de segunda a
sexta-feira, das 10h às 16h e tem como
um de seus principais focos a agilidade,
conforme destaca o diretor Operacional
da Auxiliadora Predial, Christian Voelcker.“Estabelecemos um fluxo dinâmico
em que, no máximo até quatro dias, damos retorno de todas as manifestações
de nossos clientes”.
De acordo com o diretor, a iniciativa
pretende garantir o atendimento adequado das manifestações dos clientes por
meio de um canal único. As demandas,
que até então chegavam por diversas fontes, passam a ser centralizadas – o que
garante qualidade, padronização e rapidez. “Percebemos que organizações de
sucesso e que realmente prezam pelo bom
atendimento, possuem este canal. Com
base na visão interna e de mercado, vimos
uma ótima oportunidade na Ouvidoria
de profissionalizar e garantir todos os
níveis de qualidade exigidos pelos nossos
clientes”, relata Voelcker.
Acompanhamento integral
da demanda
O setor tem a incumbência de acompanhar todo o processo de tratamento dessas manifestações, garantindo a qualidade necessária na resposta. “Com isso
buscamos qualificar também os processos internos, propondo melhorias que
diminuam essas manifestações”, explica
Voelcker, que tem expectativas positivas
em relação aos resultados da ação. “Temos a intenção de que a Ouvidoria seja
realmente a voz do cliente dentro da Auxiliadora Predial, permanentemente
acompanhando os atendimentos, propondo melhorias de processos, enfim,
garantindo a superação das expectativas
de nosso cliente”.
Ouvidoria para Condomínios
Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h
Telefone: 51 3216.6110
E-mail: [email protected]
Site: www.auxiliadorapredial.com.br (no portal do cliente)
Cartas: Rua Sete de Setembro, 1116 - Porto Alegre - RS - CEP 90010-191
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síndico 193
O serviço, que nasceu com foco exclusivo no atendimento a Condomínios
neste ano, deve ser ampliado em 2012
para os setores de Alugueis e Vendas.
A intenção é garantir melhorias constantes. O grande diferencial é a agilidade e garantia da qualidade na resposta, sempre visando a satisfação plena
do cliente.
Ouvidos da empresa
Com oito anos de empresa, Cleonice
Vieira Conceição, que começou a trabalhar na Auxiliadora Predial como atendente, ficou emocionada com a nova
atribuição de Analista de Ouvidoria.“Foi
gratificante e é também uma grande responsabilidade, pois represento os ouvidos
da empresa Eu gosto muito de lidar com
pessoas e a experiência que tive na Central de Atendimento me ajudou bastante
para esta nova tarefa”.
Ela conta que o retorno dos clientes
tem sido positivo, com participações
desde o início da prestação do serviço.
“Nas primeiras duas semanas, já tivemos os três tipos de manifestações: críticas, sugestões e elogios”, comenta a
funcionária, que percebe que seu papel
também é o de dar encaminhamento às
questões. “Não adianta somente detectar os problemas, é preciso encontrar
soluções. Vamos fazer o acompanhamento dos processos com foco nas melhorias”, ressalta.
panorama
Parcelas do 13º salário devem ser
pagas em novembro e dezembro
Com a
proximidade do
fim de 2011,
chega também o
tempo de organizar o pagamento do
13º salário dos funcionários. Estabelecida pela Lei 4.090/62, a
chamada Gratificação de Natal, deve ser feita em duas
parcelas, sendo que a primeira vence no dia 30 de novembro
(e corresponde a 50% da remuneração) e a segunda em 20 de
dezembro. Para facilitar o planejamento, a Auxiliadora Predial
disponibiliza aos síndicos orientações para eleger a melhor
forma de administrar os custos. O especialista de
Condomínios da Imobiliária, Denis Caetano, explica que os
assessores informam, com antecedência, sobre a necessidade
de criar uma reserva financeira para esse tipo de despesa aos
administradores. “Essa medida evita que o fluxo de caixa do
edifício fique muito limitado em novembro e dezembro. E a
programação para isso, parte da elaboração e estudo da
previsão orçamentária”, relata.
No entanto, Caetano ressalta que muitos gestores ainda
preferem fazer a chamada extra apenas nos últimos dois meses
do ano. Ele adverte que, dependendo da arrecadação e do
número de colaboradores, essa despesa pode sobrecarregar o
orçamento. “Além disso, nessa época os gastos das edificações
são mais elevados e, por isso, aumenta o risco da inadimplência,
agravando suas capacidades financeiras”, pondera. Patrícia
Freitas, gerente de Condomínios da Agência Centro, acrescenta
que os administradores devem procurar o seu assessor para
esclarecer as dúvidas sobre o assunto. Sobre os descontos e
impostos que incidem sobre o 13º salário, ela ressalta que o
empregador deve recolher sobre as duas parcelas 8% referente
ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e que na
segunda parte existe o desconto da contribuição do INSS, que
varia conforme a faixa salarial, e é feito sobre o valor integral da
gratificação. O Imposto de Renda também é subtraído sobre o
total e executado apenas em dezembro.
Portões a jato
Dados da Secretaria da Segurança
Pública do Rio Grande do Sul indicam
que foram registrados 7.288 casos de
furtos de veículos e 5.486 de roubos
no Estado, de janeiro a junho deste
ano. Uma das situações que pode
colocar os motoristas em risco é o
período em que eles ficam dentro do
automóvel aguardando para entrar ou
sair de uma garagem. Para reduzir
essa espera, a empresa Iala
desenvolveu os portões a jato, que
diminuem para três segundos o tempo
de abertura da porta. Atualmente, as
opções disponíveis no mercado levam
de 15 a 25 segundos para realizar essa
operação. O produto é composto por
motores e um quadro elétrico para
comandar o acesso. Além disso, são
instalados sensores de segurança para
evitar acidentes. O acionamento pode
ser feito pelo porteiro do edifício, por
controle remoto ou ainda através de
um sinal de luz alta do carro. Até o
momento, três condomínios da
Auxiliadora Predial contam com essa
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síndico 193
fotos: Divulgação/Iala
facilidade, como adianta Alsemiro
Brazil, síndico profissional da
Imobiliária, responsável pelas
edificações. “Eles são mais velozes e
evitam que os condôminos fiquem
expostos na rua”, frisa. Ele comenta
ainda que os dispositivos de presença
impedem danos aos carros. Segundo o
diretor comercial da companhia,
Leandro Schwartzman, há casos de
moradores que levam mais de um
minuto para sair de um edifício que
possui clausura (duas portas, em que
uma só abre após a outra ser fechada).
“Com o nosso mecanismo, conseguimos baixar para 15 segundos essa ação”,
aponta. O equipamento pode ser utilizado em construções novas ou adaptado às
estruturas existentes nas residências. Para isso, é feita a troca do motor atual por
um novo e algumas modificações na parte de serralheria, executadas pela própria
Iala. O diretor destaca que a empresa trabalha também com uma solução que
acelera a máquina já instalada, diminuindo em até 50% o período de espera, e
com motores de alta velocidade, com tempo de abertura/fechamento de sete
segundos. “Mesmo sendo um pouco mais lento que a versão a jato, é uma
alternativa rápida e com um valor mais acessível para pequenos condomínios ou
casas”, argumenta. Em média, a colocação de um portão a jato custa em torno de
R$ 10 mil e a de um de alta velocidade, R$ 4 mil. Mais informações podem ser
obtidas pelo telefone (51) 3392-0013 ou no site www.iala.com.br.
A Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) disponibiliza em seu
site dicas sobre como calcular o
consumo de alguns dos
equipamentos que mais gastam luz
dentro de casa. A matemática pode
ajudar a reduzir o valor da conta de
energia e ainda evitar o desgaste
dos eletrodomésticos. No caso do
chuveiro elétrico, por exemplo, o
consumo varia conforme a potência
em que ele é utilizado. Na posição
Inverno (quente), ela vai de 4500 a
6000 watts e na de Verão (morno),
de 2100 a 3500 watts. Segundo a
Aneel, na chave Inverno, em uma
hora de banho, são gastos de 4,50 a
6,0 kWh (quilowatts-hora).
Colocando- o no Verão, esse índice
oscila entre 2,10 a 3,50 kWh. A
fórmula para identificar o total
consumido é: potência em watts
dividida por 1000 vezes o tempo de
uso. Dessa forma, um chuveiro de
5500 watts ligado por duas horas
terá um gasto de 11 kWh
(5500/1000 x 2 = 11).
Na página da Agência há
também tabelas com o consumo do
ar condicionado, das máquinas de
lavar e secar roupa, da geladeira,
entre outros aparelhos. Assim como
informações que auxiliam a
conscientizar os usuários sobre a
necessidade de poupar e usar
racionalmente a energia. Para se ter
uma ideia, o simples ato de desligar
a tela do computador quando ele
não está sendo usado representa
uma economia de 0,08 kWh a cada
60 minutos. O mesmo ocorre com a
televisão. Ao apagá-la com o
controle, deixando-a no modo
stand by, uma TV de 20 polegadas
gasta mensalmente 4,30 kWh.
Outras sugestões e dados podem
ser acessados no link: http://www.
aneel.gov.br/arquivos/PDF/17-05_
materia1_3.pdf
Divulgação/Cristiane Franco
Poupando energia
e dinheiro
Porto Alegre interligada pela água
A utilização da hidrovia como alternativa para desafogar o trânsito entre a
Capital Gaúcha e Guaíba deve ser viabilizada até o final de 2011. A previsão inicial
de começar em abril o transporte de passageiros entre as duas cidades foi adiada
devido à necessidade de obras, como a realização da dragagem de um canal de
cerca de dois quilômetros no município da região Metropolitana, e a liberação do
terminal de Porto Alegre (que ficará em um dos armazéns do cais do porto).
Também ainda não foram colocados os equipamentos de segurança e a
sinalização. Quando liberada, a travessia será feita pela empresa Catsul através de
embarcações do tipo catamarã, com capacidade para 120 pessoas.
Outra possibilidade em estudo é a criação de uma linha ligando o Centro da
Capital aos bairros Ipanema, Belém Novo e Lami, na Zona Sul. A proposta foi
apresentada em reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), na
Câmara de Vereadores, ocorrida no primeiro semestre de 2011. Desde então, o
assunto está sendo debatido por um grupo formado pelas secretarias municipais
de Planejamento, do Meio Ambiente, Empresa Pública de Transporte e Circulação
(EPTC), Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), Metroplan e a Catsul. Mais
do que uma nova opção de deslocamento, o transporte fluvial pode incrementar
o turismo nas regiões onde for implementado.
Fonte: Câmara Municipal de Porto Alegre
Hotsite para os
80 anos da
Auxiliadora Predial
Completar oito décadas em
operação é uma marca que poucas
empresas brasileiras conseguem
alcançar e que merece ser
comemorada. Entre as várias
ações realizadas para celebrar os
seus 80 anos, a Auxiliadora Predial
criou um hotsite, reunindo todas as
informações sobre as atividades desenvolvidas para reforçar a data.
Nele é possível assistir a um vídeo feito pelo diretor-presidente da Imobiliária,
Ingo Voelcker, folhear a edição especial da Revista Síndico e ainda ver fotos de
eventos, homenagens e outras iniciativas relacionadas ao aniversário. No espaço
virtual há também um link para conhecer o livro 80 anos, 80 histórias, escrito por
Carlos Urbim, a partir do relato dos colaboradores da companhia. Para acessar o
hotsite digite: www.auxiliadorapredial.com.br/80anos.
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produtos & serviços
Conselho do Leitor da Revista Síndico
analisa, opina e sugere pautas
Encontros promovem troca de experiências e debatem temas que serão abordados na publicação
O
uvir os leitores da Revista Síndico e
colher suas opiniões e sugestões são
os principais objetivos das reuniões do
Conselho do Leitor da publicação. Em
sua segunda edição, ocorrida em 13 de
julho, no Auditório da Agência Petrópolis, o evento foi também a oportunidade
para conhecer melhor a realidade em que
vivem os gestores e os assuntos que mais
demandam dúvidas e que eles gostariam
de ver abordados. Durante o encontro,
os participantes receberam um exemplar
do livro: 80 anos, 80 histórias, escrito por
Carlos Urbim a partir do relato de casos
peculiares presenciados pelos colaboradores da Imobiliária. A iniciativa integra
as ações em homenagem ao aniversário
da empresa, comemorado em 2011.
Com a presença do supervisor de
Marketing, Luís Maffini, da editora da
revista, Luciene Machado, assessores e
síndicos, a reunião apontou que os temas
de interesse dos administradores são comuns. Entre eles estão preocupações com
a gestão de pessoas, terceirização de serviços e questões jurídicas.
A professora Janete Soares, do Condomínio Vila Porto Fino, em Capão da
Canoa, comentou que, quando assumiu
a função de gestora, o edifício estava em
um momento difícil, sem um pulso forte na administração. Assim, matérias
sobre como lidar com os colaboradores
lhe interessam muito. Nessa mesma temática, o síndico Fabrício Martins, do
Condomínio Estocolmo, de Porto Alegre,
indicou matérias relativas às formas de
valorizar as pessoas que atuam nas edificações. O contador, que está no cargo
desde junho deste ano, relatou que a noite é o tempo que tem para conversar com
os moradores.“Chego ao portão principal
às 19h, mas só consigo entrar em casa
perto das 21h.Vou passando e os vizinhos
me param para conversar”, descreveu.
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síndico 193
Os síndicos do 2º Conselho Leitor: José Manuel Peneda (Edifício Condado de Kent),
José Fernando Molina, (Edifício olar da Liberdade), Pedro Guilherme Luce (Edifício Solar
Mostardeiro), Fabrício Martins (Edifício Estocolmo) e Janete Soares, (Edifício Vila Porto Fino)
De olho nos contratos
Síndico há nove anos do Condomínio
Solar Mostardeiro, em períodos intercalados, o administrador de empresas
Pedro Guilherme Luce afirmou que não
consegue deixar a gestão do edifício.
“No momento, estamos com uma reforma geral em andamento”, destacou.
O também administrador de empresas
José Manuel Peneda, do Condomínio
Condado de Kent, reforçou a importância de contar com fornecedores de serviço qualificados, de confiança e com
responsáveis técnicos. Há 13 anos morando no prédio e síndico em sete gestões, ele lembrou que antes atuava no
Conselho e ressaltou os vários encargos
e responsabilidades dos síndicos, inclusive com penalidades que podem ser
impostas a eles. Em sua opinião, a revista deveria trazer ainda mais textos
sobre legislação.
José Fernando Molina, síndico do
Condomínio Solar da Liberdade, enfatizou que não enfrenta problemas com
prestadores de serviço, pois possui contratos de manutenção com todos os fornecedores, prática que ele recomendou
aos síndicos. Inclusive, sua sugestão de
reportagens é sobre a relevância de acordos bem elaborados e de cunho jurídico.
“Acho a revista excelente porque traz todas as orientações que necessitamos,
esclarecendo vários pontos”, elogiou.
Luís Maffini, supervisor de Marketing da Auxiliadora Predial
presenteando os síndicos com o livro 80 anos, 80 histórias
Atualização para síndicos e
funcionários de condomínios
Programa atualiza os síndicos sobre os principais temas referentes aos condomínios e qualifica os funcionários
H
á quatro anos, o Programa Desenvolver da Auxiliadora Predial oportuniza que os administradores e colaboradores de condomínios renovem e aprofundem o conhecimento sobre diferentes
assuntos relacionados às suas rotinas. A
iniciativa promove palestras gratuitas
com profissionais da Imobiliária. Os temas abordados são indicados pelo público interno da empresa, de acordo com as
demandas recebidas dos clientes, e através
das pesquisas de satisfação, que perguntam sobre os tópicos relevantes e de interesse.“Os síndicos também podem fazer
sugestões diretamente a seus assessores”,
acrescenta o supervisor de Marketing da
companhia, Luís Maffini. Além disso, ao
final de cada evento, é solicitado aos participantes que apontem outras questões
que gostariam que fossem abordadas.
Maffini salienta que a parte jurídica e
a de recursos humanos são as mais solicitadas para esses encontros. Já para os
funcionários dos condomínios (zeladores,
porteiros e de serviços gerais) são organizadas atividades voltadas para a capacitação em segmentos como o de segurança, manutenção e trabalho em equipe.
Assim como são repassadas dicas sobre
comportamento, postura e aparência, entre outros.“Damos esse suporte para que
eles possam aplicar excelência no atendimento e no trato com as pessoas no dia
a dia”, reforça.
Técnicas de Atendimento e Comportamento foi o foco do curso para funcionários de condomínios
Rede de informações
Neste ano, já foram realizadas três palestras. Sendo duas delas direcionadas aos
síndicos: a de Atualizações Jurídicas dos
Condomínios, ministrada pelo gerente
Jurídico da Auxiliadora Predial, Elias Rodrigues, em abril, e a de Atualizações Tributárias e Fiscais dos Condomínios, com
o gerente Financeiro, Vianei Rodrigues,
e com a contadora Simone Rembowski.
Este evento ocorreu em junho na Agência
Floresta e era destinado exclusivamente
para a carteira de clientes da unidade. O
terceiro encontro foi organizado para os
colaboradores, em maio, e contou com a
gerente da Auxiliadora Serviços, Susana
Cogo, falando sobre Técnicas de Atendimento e Comportamento.
A participação dos administradores
Divulgação e inscrições
A programação do Desenvolver é
divulgada através dos assessores
de condomínio e por meio de email marketing enviado ao públicoalvo. Inscrições diretamente pelo
assessor ou na Central de Atendimento: (51) 3216-6100.
Glória Baltazar Gonçalvez, síndica do
Condomínio Edifício Saint Moritz,em Porto
Alegre
nas atividades é intensa.“O mais interessante é que eles se auxiliam nas questões
referentes à gestão condominial. Formam
uma verdadeira rede de relacionamento,
trocam experiên­­cias e sugestões”, ressalta. O supervisor de Marketing argumenta também que as dúvidas, muitas vezes,
são comuns, facilitando a explicação ao
grupo e o entendimento das temáticas.
Opinião de síndicos
Para Glória Baltazar Gonçalvez, síndica
do Condomínio Edifício Saint Moritz,em
Porto Alegre, as reuniões trazem atualizações que auxiliam o trabalho dos gestores.“São ainda uma chance para conhecer a realidade de outros prédios e como
cada pessoa resolve os problemas”, salienta. Glória participou pela primeira vez do
Desenvolver acompanhando a palestra
sobre Atualizações Jurídicas dos Condomínios. Ela aponta que gostaria que os
eventos fossem mais frequentes e abordassem itens como cobranças, o que pode
ser descontado dos condôminos e aquilo
que não é permitido. A mesma opinião é
compartilhada pelo síndico Alceu Jorge
Lisboa, do Condomínio Edifício Simone,
que esteve na atividade realizada na Agência Floresta. “Eu incluiria na lista de assuntos relevantes a área de custos, para
que possamos avaliar todas as despesas
que envolvem um prédio e administrá-las
bem”, destaca.
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produtos & serviços
Auxiliadora Predial fechará 2011
com 50 agências
Auxiliadora Predial consolida expansão de franquias
B
oas ideias – e bons negócios – não
conhecem fronteiras. A Auxiliadora Predial, que presta serviços no Rio
Grande do Sul e em São Paulo, foi pioneira do setor na expansão pelo sistema
de franchising no mercado gaúcho. Nele, com uma rede de lojas que contempla
capital, região metropolitana, serra e
litoral, movimenta-se para agregar cada
vez mais unidades nos dois estados onde opera atualmente. Neste ano, os resultados devem ultrapassar as expectativas iniciais, segundo informa o gerente de Vendas e Franquias da Imobiliária,
Antônio Azmus. “Vamos superar a meta do segundo semestre: devemos fechar
Agência Assis Brasil
o ano com mais de 50 agências”.
O objetivo é manter a Auxiliadora
Predial como líder no mercado gaúcho
e consolidar a marca, também, em nível
nacional. “Estamos no caminho para
sermos nacionalmente conhecidos no
ramo. Depois da inserção em São Paulo,
podemos dizer que os demais estados
serão consequência do trabalho de prospecção”, projeta Azmus.
Por trás dos resultados positivos,
estão acompanhamento e treinamento
dos franqueados, além de uma seleção
criteriosa. “Desenhamos um perfil que
deve ser correspondido pelo franqueado
no momento da seleção”, explica.
As conquistas foram coroadas com
o fato de a empresa ter se tornado a única do setor imobiliário a receber o Selo
de Excelência em Franchising 2011, concedido pela Associação Brasileira de
Franchising (ABF). “A pesquisa mede
justamente a satisfação dos franqueados
– e conquistar quase 100% de aprovação
pela aquisição da marca significa muito”,
comemora Azmus.
Além das agências que foram inaugu­
­­radas desde o início de 2011 (veja tabe­­­la),
até o final de 2011 estão previstas ain­­­da
as unidades de Medianeira, João Wallig,
Sarandi, Cachoeirinha, Atlântida e Bento
Gonçalves, todas no Rio Grande do Sul.
Agência Cristóvão Colombo
Agência Jardim Paulista
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Agência Santana
Agência Wenceslau Escobar
Agência Protásio Alves
Agência São Pedro
síndico 193
Agência Jardim Europa
Franquias inauguradas desde o início do ano
(levantamento até agosto de 2011)
FEVEREIRO
Vila Clementino /
SP
Responsável: Rafael Giannnini
Endereço: Rua Loefgren, 1447/1451, Vila
Clementino - SP - Telefone: (11) 5088.7800
MARÇO
Canoas Dr. Barcelos / RS
Responsável: Cesar Borges
Endereço: Dr. Barcelos, 1508, Vila Rosa Canoas - RS - Telefone: (51) 3466.5566
Assis Brasil / RS
Responsável: Arion Peixoto
Endereço: Av. Assis Brasil, 1435, Passo D’Areia Porto Alegre - RS - Telefone: (51) 3085.7100
A Franquia da Assis Brasil é a 3ª Franquia que o
Arion Peixoto abriu, Av. do Forte e Baltazar
também são dele.
Cristóvão
Colombo / RS
Responsável: Omar Vontobel
Endereço: Av. Cristóvão Colombo, 926, Floresta
- Porto Alegre - RS - Telefone: (51) 3083.6666
Santana / RS
Responsável: Jeferson Pereira e Julio Turlaj
Endereço: Rua Santana, 1035, Farroupilha Porto Alegre - RS - Telefone: (51) 3061.1011
Wenceslau
Escobar / RS
Responsável: Marajoara Gonzales
Endereço: Av. Wenceslau Escobar, 3086,
Tristeza - Porto Alegre - RS
Telefone: (51) 3216.1160
ABRIL
Jardim Paulista /
SP
Responsável: Ildonei Lutaif
Endereço: Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 4565,
Jardins - SP - Telefone: (11) 2348.6600
MAIO
Responsável: Pedro Santa Maria
Endereço: Av. Protásio Alves, 5410 - Chácara
Protásio Alves / RS
das Pedras - Porto Alegre - RS
Telefone: (51) 2108.8866
São Pedro / RS
Responsável: Rogério Kreitchamann
Endereço: Av. São Pedro, 1124 - São Geraldo Porto Alegre - RS - Telefone: (51) 3092.9292
JULHO
Responsável: João Jornada e Cesar Coelho
Endereço: Av. Tulio de Rose, 580/Loja 101,
Jardim Europa / RS
Passo D’Areia - Porto Alegre - RS
Telefone: (51) 3061.1155
*Obs: NOS MESES OMITIDOS, COMO JANEIRO, NÃO HOUVE NENHUMA FRANQUIA INAUGURADA
Foco em
condomínios
Agência de Capão da Canoa passa a
ter direcionamento ao setor
Para quem frequenta o litoral gaúcho, ainda que somente na temporada de verão, a
expansão imobiliária é visível. Entre os empreendimentos, há aumento significativo de
construções direcionadas a condomínios na
região. Diante desta realidade, a unidade de
Capão da Canoa da Auxiliadora Predial passará a ter seu trabalho focado no setor, conforme relata o diretor Operacional da Auxiliadora Predial, Christian Voelcker. “Nos últimos anos, houve uma expansão vertiginosa
na construção de condomínios, tanto residenciais quanto comerciais. Com base nisso, decidimos nos dedicar à administração, reforçando a visão de nossos clientes e comunidade em geral, de uma administradora de qualidade e pioneira no seu ramo”.
A partir desta atuação, será possível oferecer ambiente exclusivo para atendimentos aos
síndicos, condôminos e funcionários de condomínios.“Com isso, visamos qualificar ainda
mais nossos serviços e aumentar nossa participação no mercado de administração de condomínios na região”, observa Voelcker, que
comenta, ainda, a estruturação recente de atendimentos diferenciados para condomínios
horizontais e verticais. Segundo ele, as demandas são diferentes. “Esta medida melhora o
foco da nossa equipe de atendimento, com especialistas em administração de condomínios
verticais e em horizontais. Isso já vem nos trazendo frutos, com aumento da nossa carteira
de clientes e altos índices de satisfação”, avalia.
O gerente da Agência Capão da Canoa,
André Silva, acredita que o novo posicionamento terá como resultado a eficiência no
atendimento.“Com toda a equipe voltada aos
condomínios em tempo integral o atendimento será mais ágil. As visitas aos condomínios
também poderão ser realizadas com mais
frequência”, relata. Com este passo, ele acredita que a unidade fica mais próxima da sua
meta: “O objetivo é sermos reconhecidos como a melhor administradora de condomínios
do litoral”, afirma.
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
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entrevista
“Cuido do condomínio como
se fosse a minha casa”
O síndico do Edifício Caravelle, localizado na Avenida Cristó-
rece e pela proximidade com o Centro e outras áreas da cidade.
vão Colombo, em Porto Alegre, gosta mesmo é de colocar a
“Com a construção do Shopping Total ficou ainda melhor. Te-
“mão na massa” para valorizar o prédio onde mora há cerca de
mos tudo o que precisamos por perto”, revela. O amor pelo
26 anos. No cargo desde 2002, e com o atual mandato até no-
edifício é tanto que acabou sendo transmitido à filha do casal,
vembro de 2012, Vicente Palma Filho zela pelo local como se
Márcia, que também mora no prédio. Sempre disponível para
fosse sua casa, olhando com atenção aos mínimos detalhes do
os moradores, Vicente acompanha os serviços executados nas
condomínio.“As reformas realizadas foram para cuidar do pa-
dependências do condomínio e mantém as contas equilibradas,
trimônio de todos”, afirma o bageense, que escolheu a Capital
sem gastar mais do que arrecada. “Acho que todos deveriam
gaúcha para viver em 1968. Ele e a esposa Odete elegeram o
passar pela experiência de ser síndico para dar valor ao traba-
bairro Floresta para residir pelas facilidades que a região ofe-
lho feito por quem assume essa responsabilidade”, comenta ele.
Vicente Palma Filho, síndico
do Edifício Caravelle, em
Porto Alegre, mantém
registrado de forma
organizada o antes e o
depois das reformas, ao
longo de sua gestão
Qual é a configuração do Edifício
Caravelle?
O prédio tem 51 anos, 58 apartamentos
(de um e dois dormitórios), seis andares
(sendo um deles o subsolo - onde ficam
quatro unidades) e mais duas lojas. O
imóvel que seria para o zelador é alugado
e a renda obtida vai para melhorias no
condomínio.
Quantas pessoas trabalham no prédio?
Temos uma nova zeladora, que está há
dois meses no cargo, contratada para fazer a limpeza. Para a seleção dessa funcionária, contamos com a ajuda da Auxiliadora Predial, que nos encaminhou
várias candidatas. Tínhamos outra pessoa
que ficou 37 anos aqui e saiu por motivos
pessoais.
O que o motivou a ser síndico?
Antes de me aposentar, quando ainda
morava no primeiro andar (hoje ele tem
um apartamento em outro pavimento),
o síndico era meu vizinho e ele sempre
dizia que gostaria que eu assumisse a
administração. Mas, não podia por causa
do meu trabalho. Porém, quando me
aposentei, resolvi aceitar o desafio e fui
eleito quase que por unanimidade. E es-
14
síndico 193
tou na função até hoje. Gosto de reformar
e realizar melhorias. Cuido do condomínio como se fosse a minha casa, quero
ver tudo arrumado, bonito e limpo. Embora nosso edifício não seja de luxo, é um
lugar onde dá prazer de viver.
Como é o seu dia a dia no
Condomínio?
Não tenho uma rotina, mas estou sempre
disponível para ajudar a solucionar qualquer problema que surja. Além disso,
passo na Auxiliadora Predial quase que
diariamente para verificar se está tudo
bem. Fico atento à questão dos pagamentos, se não há atrasos. Tenho também uma
lista de todos os vizinhos, com os nomes
e telefones, para o caso de emergências.
Sua atividade profissional o ajuda na
gestão do Caravelle?
Atuava no comércio, fui chefe de setor
durante muitos anos de uma grande rede
de hiper e supermercados, e acredito que
essa experiência auxilia no trabalho de
controlar as finanças, de equilibrar as
contas para não ficar no vermelho. Ajuda
ainda no contato com as pessoas, a lidar
com os moradores e ter jogo de cintura
para atendê-los nos mais variados horários e resolver as dificuldades, seja uma
reclamação por causa dos animais de
estimação ou de barulho.
Quais foram as primeiras medidas
adotadas desde que assumiu?
A primeira foi trocar a imobiliária que
cuidada do Caravelle. Após verificar que
havia problemas no pagamento de alguns
tributos e que não era cobrada a multa
por atraso da cota de condomínio, achei
que era hora de procurar outra empresa
e assim passamos a trabalhar com a Auxiliadora Predial. Depois, foi construído
um banheiro para a zeladora, dando-lhe
maior comodidade. Mudei também a janela do corredor principal e a porta de
entrada do prédio. Outras realizações envolveram a pintura externa do edifício,
feita em 26 de novembro de 2008, e a troca dos cabos de aço do elevador que estavam vencidos. Duas medidas que considero muito importantes foram fazer o
CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) e a Convenção do Condomínio.
Contei com a ajuda do Dr. Pedro Guilherme Becker, da Auxiliadora Predial, que foi
quem fez o texto com as regras para nós.
Foram efetuados outros
investimentos durante a sua gestão?
Fizemos um novo telhado, situação que
mais me preocupava. Não conseguia dormir direito cada vez que ventava. Em um
dia de vendaval tivemos a parte lateral
da cobertura do prédio arrancada, com
calha e tudo. Com a aprovação dos moradores em assembleia, substituímos o
madeiramento, a algerosa (que serve para a vedação da entrada de água junto à
telha e à parede), as calhas e o telhado.
Esse foi o maior investimento realizado
no edifício e o pagamento está sendo
feito através de chamada extra. Além disso, o elevador ganhou um espelho e forro novo no piso e colocamos mármore
nas escadas da entrada do Caravelle.
Que obras ou ações estão em
andamento no momento?
Quando terminarmos de pagar o telhado,
uma melhoria a ser feita é a pintura interna dos corredores, que espero realizar
sem precisar de uma chamada extra. Isso
porque vamos ter uma economia com a
mudança da zeladora, já que os encargos
com a antiga funcionária – devido ao
tempo de serviço – eram altos. Com essa
reserva planejo executar a obra.
Qual sua principal meta na gestão?
Até o final do mandato, espero conseguir
fazer a pintura interna, instalar sensores
de luz nos corredores e trocar as portas
do elevador. Quero fazer aos poucos, mas
bem feito.
O Condomínio registra
inadimplência?
Nossa inadimplência é muito baixa, deve
ficar em torno de 1%. Estou sempre de
olho nessa questão. Se há um atraso, ligo
para o morador e pergunto o que está
acontecendo, se existe alguma dificuldade, e já converso sobre alternativas de
pagamento.
Síndico Vicente Palma Filho, na fachada do
Edifício Caravelle, no bairro Floresta, em
Porto Alegre
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
15
entrevista
Como é a participação dos
moradores?
A participação nas reuniões é boa, os
condôminos trazem suas reclamações e
sugestões. E tenho também a ajuda dos
integrantes do Conselho Fiscal (Ernani
Moller, Reni Mayer e Silva e Carlos Wild)
e do Conselho Consultivo (Alice Lecena
e Edith Blauth). Conto ainda com o auxílio dos moradores e, especialmente, de
Dóres Moller e da vice-síndica, Terezinha
Bettin, que entrou na atual administração.
Quais características são
imprescindíveis em um síndico?
Ele tem que querer melhorar o condomínio, gostar do que faz, ser paciente e
organizado. E, o principal, ter um bom
relacionamento com as pessoas.
Como avalia o atendimento da
Auxiliadora Predial?
Estou satisfeito. É uma empresa que está há 80 anos no mercado e passa credibilidade. Confio na marca. Os funcionários ajudam e facilitam a minha administração. Como o assessor de condomínio Paulo César Hofsetz, que com
a sua experiência e conhecimento da
área imobiliária faz um excelente atendimento para o condomínio, e o Fernando Soares, que cuida da parte financeira e recebe as notas do edifício. Eles
fazem toda a parte administrativa, financeira e de pessoal, desde o recrutamento até a folha de pagamento.
A reforma do telhado é uma das obras que
traz orgulho ao síndico Vicente: “quando
chovia, não dormia direito preocupado que
caísse uma telha e inundasse os
apartamentos”
16
síndico 193
O elevador ganhou novo piso e
espelho na gestão de Vicente
Palma Filho. As portas estão na
mira para serem substituídas
Qual a sua maior satisfação como
síndico?
Fazer melhorias no edifício e ver que
alguém reconhece o que foi realizado.
Por exemplo, no Natal gosto de enfeitar
o prédio e uma vez recebi uma carta de
uma senhora comentando sobre isso e
agradecendo. Guardo isso até hoje como
um prêmio.
Perfil
Que orientações daria para um
síndico de primeira viagem?
A pessoa deve estar preparada para ouvir
reclamações e ter paciência para resol­­­­ver
problemas.O síndico precisa ser organiza­
­­do, gastar de acordo com o que arrecada,
saber equilibrar as contas, possuir um bom
arquivo do que foi feito e fazer vários or­
­­çamentos antes de executar um serviço.
Minha casa.
Viagem que gostaria de fazer? Não gosto muito de viajar. Prefiro
pequenas saídas, como ir a Bagé
ou a Rivera (Uruguai) fazer
compras.
Um sonho? Acertar na loteria para ajudar meus familiares e
conhecidos que precisam.
Uma personalidade? Roberto Carlos.
O vizinho ideal? Aquele que não incomoda (risos). Os meus
vizinhos são ótimos.
Uma alegria? Quando minha filha nasceu.
O futuro? Só Deus sabe.
Ser síndico é? É ser uma pessoa de confiança para todos.
Um lugar especial?
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
17
gestão
Inclusão social posta em prática
Mesmo com limitações, funcionários podem desempenhar diversas funções em condomínios
N
o Brasil, de acordo com dados do
IBGE, existem 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, incluindo física e mental, o que representa
14,5% da população. O número revela
mais do que indivíduos com uma característica particular – trata-se de uma
representativa força de trabalho que, a
cada dia, encontra mais espaço no mercado. De acordo com os dados do relatório anual produzido pelo Ministério do
Trabalho sobre o assunto, dos 44,1 milhões de empregos ativos no ano passado,
306 mil foram declarados como de pessoas com deficiência, 0,7% do total de
vínculos empregatícios. Em 2009, eram
288,6 mil. Ou seja, de um ano para outro,
houve um acréscimo de 6%. No caso da
prestação de serviços em condomínios,
não é diferente: desde o início da abertura de vagas para pessoas com deficiência na Auxiliadora Serviços, em 2004, o
número de contratações quadruplicou,
como relata a gerente Operacional da
empresa, Susana Cogo. “Quando iniciamos, eram três funcionários em atividade. Hoje temos 12 pessoas, com deficiências auditivas, visuais e físicas, que prestam serviços em condomínios na portaria e de serviços gerais, tanto em funções
noturnas como diurnas”. As opções são
diversas: quem tem limitações físicas, por
exemplo, pode atender em portarias; pessoas com dificuldades visuais têm aptidões para tarefas administrativas e o
portador de deficiência auditiva encontra
colocação em áreas de manutenção e
serviços gerais.
Susana ressalta que, mais do que cumprir a legislação, o ato de oferecer chances
iguais a todos e trabalhar pela inclusão
trata-se e um dos princípios da Imobiliária. “É uma questão de inserção social,
mas, mais do que isto, é uma diretriz nossa a de dar oportunidade a quem tenha
vontade de trabalhar. Os funcionários do
nosso quadro são profissionais com con-
18
síndico 193
dições de atender com qualidade aos
clientes – independentemente de qualquer deficiência”.
De acordo com Susana, com frequên­
­cia, o diferencial do serviço prestado por
este tipo de mão de obra está justamente
na superação das expectativas. “Muitas
vezes, existe a compensação na forma de
um esforço extra. Justamente por ter uma
deficiência, a pessoa atende com ainda
mais dedicação ao cliente”.
Entre os funcionários, está Maicon
dos Santos Rodrigues, de 25 anos, com
deficiência múltipla, que começou a atuar
na empresa como aprendiz, em 2009.
Além do acompanhamento médico e da
qualificação por uma instituição de ensino especializada, o fato de contar com
uma vaga na Auxiliadora Predial foi importante na evolução do seu quadro, se-
O que está na legislação:
 De acordo com o Artigo 93, da Lei 8.213, de 24 de junho de 1991, a empresa
com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% a 5% de seus
cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência
habilitadas.
 O Decreto 3.298 dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências.
“É meu primeiro trabalho e eu estou muito feliz. Quero
continuar e, cada vez mais, melhorar e ajudar os colegas.”
Maicon dos Santos Rodrigues , desde 2009 na Auxiliadora Predial
gundo Susana. “Quando ele começou a trabalhar
aqui, nem caminhava. O retorno que temos da empresa de integração que nos encaminhou Maicon e
faz o acompanhamento de todo o trabalho é que
estar empregado em uma empresa como a nossa
trouxe estabilidade, garantia e incentivo a ele, que
cada vez mais supera seus limites. É um exemplo de
sucesso e dedicação”, destaca, comentando que ele
tem previsão de efetivação no cargo em setembro.
Um passo à frente da legislação
A legislação que tornou obrigatória a contratação
de determinadas cotas de pessoas com deficiência
teve um papel importante para a mudança de paradigma no País, conforme aponta o diretor de relações
trabalhistas da ABRH/RS, Paulo Delfino da Costa
Fagundes. “É fato que a lei impulsionou a inclusão.
Antes, estas contratações eram pouco representativas
e ocorriam, de modo geral, por uma decisão pes­­soal
dos dirigentes das companhias. A legislação deu um
sentido amplo e as empresas passaram a se preparar
para receber essas pessoas”.
O esforço das companhias, contudo, na avaliação
do especialista, tem ido além do previsto. O que teve
início com uma obrigação, segundo ele, transformouse em uma causa com benefícios abrangentes para
todos os envolvidos.“O que se vê é um investimento
não apenas em recrutar estas pessoas e cumprir cotas, mas em qualificá-las, realizar treinamentos internos. Conheço casos de empresas que investem em
softwares especiais para cegos trabalharem, investindo recursos que vão além do que custaria um posto
de trabalho convencional”, relata, apontando que
houve uma grande evolução no pensamento das
companhias em relação a suas responsabilidades
sociais. Outro aspecto importante é que a inclusão,
em muitos casos, envolve também os funcionários
sem deficiências. “No caso da deficiência auditiva,
por exemplo, dependendo da situação, será necessário que os demais aprendam a linguagem de libras
para que possam se comunicar”, observa.
Segundo Fagundes, são frequentes as situações
em que as habilidades surpreendem mais do que a
deficiência. Ele relata que em certa ocasião participava de uma simulação para evacuação de emergência no prédio da empresa onde trabalhava. Entre os
funcionários, estava uma mulher com dificuldades
Maicon dos Santos Rodrigues,
com deficiência múltipla, é
um dos funcionários da
Auxiliadora Serviços
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
19
gestão
motoras. “Eu imaginava que ela precisaria ser alocada em um setor que ficasse
no andar térreo, pois em caso de emergência, teria problemas para descer as
escadas. Qual não foi a minha surpresa
ao ver que ela desceu antes de todos os
demais”, conta.
Assim como acontece para os candidatos a qualquer emprego, qualificação
para a vaga a ser preenchida é um aspecto preponderante – e o mesmo acontece
no caso das pessoas com deficiência. Reside aí um dos principais desafios no que
se refere à inclusão, segundo o especialista. “Atualmente, as empresas estão executando o que seria uma função do Estado:
a de oferecer educação e treinamento para pessoas com deficiência. Faltam candidatos com a qualificação necessária e,
através de cursos, as empresas vêm suprindo esta necessidade para garantir a mão
de obra, mas é inegável a importância de
mais investimentos públicos na área”.
Além do que se vê
Além de proporcionar acesso a vagas convencionais, o Sistema Nacional de Emprego (Sine) também atua na inserção de
pessoas com deficiência no mercado de
trabalho. As principais ações executadas
Oneide
Figueiredo, que
tem deficiência
visual, é funcionário
público e síndico do
condomínio Prado
Menino Deus
20
síndico 193
nas agências nesta área são cadastrar as
pessoas com deficiência, encaminhá-las
para as vagas e acompanhá-las no processo de busca de trabalho ou de reingresso no mercado. O órgão tem ainda um
papel na orientação das empresas e pode,
ainda, realizar consultorias para avaliar
como pode ser esta inserção. É nesta área
que atualmente trabalha o funcionário
público de 47 anos, Oneide Figueiredo.
Com glaucoma desde que nasceu, ele
conta com apenas 1% da visão, mas, ao
longo da vida, buscou superar desafios e
qualificar-se. “Eu visito muitas empresas
e avalio em que posições podemos alocar
as pessoas, experimento as funções. Muitas vezes, não basta dizer, é preciso mostrar para as pessoas que é possível executar determinada tarefa. Já fiz desde pão
até empacotamento de parafusos e freios
de carro”, relata ele, acrescentando que,
atualmente, há muitas possibilidades em
aberto.“Hoje em dia, pode-se dizer que é
difícil uma pessoa com deficiência ficar
desempregada. O que é preciso é incentivar o ensino destas pessoas, afinal todos
precisam de qualificação e no caso de
quem tem alguma deficiência, mais ainda”.
Para Figueiredo, em muitos aspectos,
a vida de uma pessoa com deficiência
Segundo Susana Cogo, o número de
contratações de funcionários com deficiência
vem aumentando
não é diferente das demais: possui alegrias e tristezas, derrotas e conquistas, em
outras palavras, bons e maus momentos.
“Como nasci assim, já me habilitei com
esta deficiência. Tenho limitações, mas,
na verdade, todas as pessoas têm”, observa, relatando que é possível compensar
determinadas falhas com outras habilidades:“Às vezes a pessoa tem dificuldade
em um sentido, mas pode utilizar todos
os demais - com treinamento adequado,
é possível compensar e superar estas
questões”, garante. Ele alerta ainda para
a importância das pessoas com deficiência como uma parcela de destaque da
população economicamente ativa. “Representamos quase 30 milhões de brasileiros. Como perder uma fatia tão grande de mão de obra, de consumidores, de
cidadãos, somente porque quem integra
ela está um pouco fora do padrão? Não
faria sentido”, resume.
Casado e pai de dois filhos – uma
garota de 16 e um menino de sete anos
– o funcionário público é síndico no condomínio Prado Menino Deus, no bairro
Menino Deus, em Porto Alegre, onde
reside. Em seu segundo mandato, busca
na simplicidade e humildade as explicações para uma boa administração. “O
condomínio é uma casa grande que temos que manter arrumada. Aqui, tem 52
apartamentos. Eu não sinto a falta de dois
olhos: sinto que tenho mais de cem olhinhos me ajudando nesta tarefa”, conclui.
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
21
21
capa
Adolescentes: desafios
da vida em condomínio
Barulho, danos ao patrimônio e uso indevido de áreas comuns são alguns dos problemas enfrentados
pelos síndicos. Reverter essa situação demanda diálogo e envolvimento dos pais
A
preocupação com a segurança nos
dias de hoje vem mudando cada vez
mais a forma de morar das pessoas. A
possibilidade de oferecer proteção, aliada
às facilidades de lazer disponibilizadas
nas áreas comuns de um condomínio,
leva muitas famílias com filhos a busca-
rem nesses empreendimentos um lugar
para chamar de lar. As atrações para as
crianças e adolescentes são muitas e vão
das salas de jogos, quadras esportivas,
academia, piscinas até as pracinhas, oferecendo conforto e diversão cercados por
muros e câmeras de vigilância. Contudo,
nem sempre a convivência entre moradores e aqueles que estão entrando na
puberdade é tranquila. Muitos administradores lidam em sua rotina com queixas
de destruição do patrimônio, barulho e,
em casos mais sérios, de consumo de
drogas nas dependências das construções.
Ocorrências como essas são uma realidade para a síndica Sônia Lopes Soares,
do Condomínio Laçador, em Porto Alegre, desde que assumiu a gestão em dezembro de 2010. Com oito blocos, 254
unidades e em torno de 500 condôminos,
a edificação conta com um número pequeno de adolescentes, mas quando reunidos, às vezes, são sinônimo de problemas. As reclamações são de lâmpadas e
sensores de luz quebrados, pichações e
utilização da quadra de esportes para
andar de patins e skate, o que é proibido
pelo Regulamento Interno. “Já ocorreu
deles arrancarem as plantas dos vasos e
usarem as folhas para sujarem as paredes”,
revela. As situações são mais frequentes
nos finais de semana e durante as férias,
quando eles passam mais tempo em casa,
muitas vezes sem ocupação.
Principais motivos de reclamações
 Danos ao patrimônio do condomínio ou de
moradores, como riscos nos carros e roubo de
gasolina.
 Barulho em horário proibido.
 Andar de patins, skate ou bicicleta em áreas proibidas
pelo Regulamento Interno.
 Uso indevido dos espaços comuns.
 Pichações.
 Consumo de álcool ou drogas nas garagens e outras
áreas condominiais.
22
síndico 193
A primeira medida executada por
Sônia para alterar esse cenário foi aperfeiçoar o sistema de câmeras nas portarias,
estacionamentos e nas entradas de cada
bloco, tornando-o mais abrangente. Isso
foi necessário porque ao conversar com
muitos pais sobre o que seus filhos haviam
feito, boa parte deles exigiu provas e, até
mesmo, a ameaçaram com processos ju-
Sônia Soares, síndica do Edifício Laçador diz
que muitos pais não aceitam as
reclamações sobre os filhos, chegando a
ameaçar com processos judiciais.
rídicos. “Meu contato é sempre com os
familiares, explicando os fatos e apontando os prejuízos que eles terão que restituir
à administração. Entretanto, sem ter como
identificar os culpados pelas danificações,
todos os moradores acabam pagando
pelo conserto”, comenta. Ela observa, porém, que as posturas dos pais diferem e
alguns seguem as leis condominiais e respeitam os direitos e deveres dos condôminos. “Mas, outros querem passar a
responsabilidade de educar, dar limites,
para a escola e o condomínio”, salienta.
Recuperação dos espaços
e atividades
A melhoria dos ambientes de lazer foi
outra ação iniciada pela síndica do Laçador. Na sala de jogos, por exemplo, a mesa de pingue-pongue foi montada, os
bancos da pracinha foram restaurados,
assim como serão também os balanços.
Mesmo com as benfeitorias, as raquetes
de pingue-pongue e algumas bolas da
mesa de snooker já foram destruídas ou
sumiram. “Agora, vou comprar novas e
deixar na portaria. Quem for retirar terá
que se registrar”, adianta. O próximo passo, espera Sônia, é recuperar o piso da
quadra esportiva. Para ocupar o tempo
das crianças e adolescentes no período de
descanso escolar, ela firmou parceria com
entidades como o Serviço Social do Comércio (Sesc) e Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest Senat) para que
eles apresentem seus projetos de recreação
abertos às comunidades nas férias. “Divulgo a programação para que as pessoas
inscrevam-se nas atividades”, ressalta.
A administradora de empresas, formada pela Unisinos, destaca que tem alguns planos para envolver os jovens nas
discussões e cuidados com o local onde
moram. Um deles é a realização de uma
assembleia de condôminos junto com
seus filhos, na qual possa apresentar as
dificuldades da edificação, o quanto custa consertar o que é depredado e viabilizar que eles indiquem soluções para essas
questões. Além disso, a gestora pretende
organizar palestras com especialistas sobre maneiras de boa convivência entre
os vizinhos, Regulamento Interno e direitos e deveres dos moradores. “Quero
ainda aprimorar e ampliar as áreas de
lazer, aproveitando o espaço que temos,
como as mesas de pedra, para jogos de
xadrez e damas”, projeta.
Olhar profissional
A mestre em Psicologia Clínica Roberta
Monteiro explica que a adolescência é
uma etapa da vida na qual os jovens enfrentam intensas demandas físicas, psíquicas e sociais, levando-os a se confrontarem com transformações na forma de
se relacionar com suas questões internas
e com aqueles que os rodeiam. Por isso,
a tendência de romper certos jeitos que
tinham de viver suas experiências e de
ver o mundo é saudável.“Porém, quando
essas ‘transgressões’ extrapolam o que
seria esperado, alguns cuidados devem
ser tomados”, alerta a psicóloga e psicanalista. Nessas circunstâncias, vale lembrar que os adolescentes precisam de
referências, orientações e atenção para
enfrentar esse momento e usufruir dele
em toda sua potencialidade. Roberta faz
a ressalva que, por mais que a mãe e o pai
queiram ter uma presença amiga com os
filhos, é fundamental que eles possam
exercer sua função de pais, contendo as
ações deles e sendo figuras organizadoras
em suas vidas.
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
23
capa
Dicas de como envolver os
adolescentes nos cuidados
com o condomínio
 Convidar o grupo de adolescentes
do edifício para entrar nos ambientes comuns para uma conversa aberta sobre as dificuldades
encontradas na convivência é uma
opção que pode ser bem recebida
por eles.
Carla Melani, psicóloga e especialista
em Psicologia na Comunicação, complementa que os jovens, ao se darem conta
de tantas situações novas, necessitam
sentir-se responsáveis e possuidores da
confiança dos adultos. O que ocorre em
diversos condomínios, segundo Carla, é
que muitos pais repassam os encargos
com seus filhos, primeiro, para as escolas
e, depois, para os síndicos, que acabam
ocupando o lugar de educadores. “Mas,
eles são cuidadores do todos e não podem
assumir a posição de ‘babás’ dos moradores. A sensibilidade dos administradores tem que ser acionada nessas horas”,
frisa. Ela argumenta também que, para a
boa convivência nessa minicomunidade,
as famílias devem ter claras as regras do
lugar onde moram para informar às
crianças e adolescentes a melhor postura
a ser adotada para viver em sociedade. A
psicóloga sugere que uma conversa informativa, retomando as normas da edificação, pode dar mais resultados do que
uma atitude acusadora.
Resolvendo conflitos
Em relação a como tratar os problemas
causados pelos jovens, Carla pondera que
os gestores podem definir a forma como
eles serão abordados por meio de um
debate entre os vizinhos durante uma
reunião de condomínio, estabelecendo o
procedimento geral que será empregado
nessas ocorrências. Manter os espaços
comuns bem cuidados, limpos e acolhe24
síndico 193
dores demonstra aos jovens a preocupação da administração com a sua etapa de
vida e que esses locais não são apenas um
ambiente de depósito de dificuldades,
como alguns transformam as áreas de
recreação. “Eles precisam estar envolvidos nessa conservação. E este é um trabalho muitas vezes cansativo, que exige
tempo e pode ser repetitivo”, relata.
a importância dos amigos
A psicanalista Roberta Monteiro salienta outro ponto importante: o das
amizades na vida dos adolescentes. Conforme ela, a experiência de ter uma turma
de amigos com o qual o jovem possa se
identificar é fundamental. Nesse contexto, os condomínios favorecem a formação
dos chamados grupos de iguais. “Se por
um lado podem dizer que isso caracteriza um limite de impulso para ações de
rebeldia deles, por outro, em tempos de
preocupação com a violência urbana,
isso viabiliza vivências essenciais em um
ambiente seguro”, defende. No entanto,
Roberta afirma que, quando existem situações que exigem um olhar especial
sobre esses adolescentes, é necessário
entender aquilo que se encontra velado
no ato em si (como delinquência, uso de
drogas, entre outros).“A possibilidade de
falar a respeito favorece outras vias de
expressão mais saudáveis. Lembrando
que dependendo do caso pode ser necessário um acompanhamento mais específico”, conclui.
 Criar um Conselho com jovens,
agregando responsabilidades e
autonomias possíveis a eles dentro da administração de alguns
conflitos, torna-os aliados na resolução de problemas repetitivos.
 Realizar atividades festivas, esportivas ou educativas, mesmo que
eventuais, ajuda a reuni-los, passa
confiança da administração neles
e é, ainda, uma oportunidade para compartilhar informações,
atualizá-los dos planos do condomínio e acolher pedidos.
 Atender às reivindicações dos adolescentes não é fazer tudo o que
eles querem, mas dar retorno sobre as solicitações e expor a situação quando não for possível ou
adequado concretizá-las naquele
momento.
 Preservar as áreas comuns bem
cuidadas e convidativas, com opções que façam parte do universo
dos jovens, como salas de jogos,
quadras para esportes, salas com
TV a cabo e com acesso à internet.
Essas medidas auxiliam a comprometê-los com as dependências
comuns.
 Diálogo, atenção e tolerância funcionam mais que atitudes acusatórias.
Fonte: Carla Melani, psicóloga e especialista
em Psicologia na Comunicação.
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
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gestão
2012 bate à porta: hora de planejar
Com 2011 quase terminando, preparamos uma lista com os principais itens a serem analisados
pelos administradores para que esse período seja tranquilo e sem surpresas desagradáveis
A
ssim como nos programamos para
a chegada do verão, vários fatores
devem ser previstos pelos síndicos já a
partir de outubro para que a saúde financeira e a segurança do condomínio
sejam preservadas nessa época em que
a maioria das pessoas deixa a cidade em
direção ao litoral. Inclusive, esse é o momento para o gestor começar a organizar
o seu próprio descanso e a projetar as
prioridades para o ano novo. Pode parecer cedo, mas planejar todas as providências antecipadamente significa, muitas vezes, a diferença entre sair de férias
e ficar pensando nos problemas e realmente aproveitar esse período despreocupado. Para auxiliar nessa tarefa, Simone Roese de Almeida e Maurício Peretto, ambos supervisores da Gestão Total
26
síndico 193
da Auxiliadora Predial, apontam os elementos mais importantes que precisam
ser verificados pelos administradores.
Saúde financeira
Esse é o momento em que devem ser
evitadas despesas extraordinárias, especialmente porque é o período em que
os moradores têm maiores gastos, seja
pelas festas de final de ano, seja pelo
acúmulo de tributos nos primeiros meses do ano. Avalie os contratos que serão
necessários para essa época. Muitos serviços passam a ser mais demandados
nos meses de calor, como a manutenção
da piscina e do jardim. Fique atento ao
preço dos produtos de cuidados com as
piscinas, que sobem consideravelmente
até março. Esses gastos devem ser ante-
cipados para não comprometer o caixa
do condomínio.
“A prevenção continua sendo a melhor forma de amenizar dificuldades”,
aconselha Peretto. Já Simone lembra que
as contas ordinárias são para pagar as
despesas essenciais como água, luz, telefone, mão de obra, pessoal, material de
limpeza e contratos mensais de manutenção, como os de elevadores, jardins e
portões. Fora disso, o condomínio deve
buscar os recursos através de chamadas
extras e definir o que é prioridade. Uma
dica para economizar ao executar uma
melhoria ou obra necessária é arrecadar
uma parte ou o total do valor do investimento primeiro e depois negociar com
os prestadores de serviços. “Com o dinheiro em caixa, os descontos podem
chegar até 10%”, sugere a supervisora.
 Com boa parte dos moradores fora
do condomínio, a temporada de veraneio pode representar aumento na
inadimplência. Para contornar essa situação, uma boa política é possuir um
fundo de reserva que suporte financeiramente o caixa, evitando assim o pagamento de juros sobre o saldo devedor
em caso de muitos atrasos.
 Outra dica é fazer uma ampla divulgação para os condôminos sobre a facilidade de quitar a cota condominial
através do débito em conta e também o
cadastramento de acessos via internet
para a emissão da segunda via do doc.
Há ainda a possibilidade de encaminhar
o boleto por e-mail para aqueles que
estiverem viajando.
 Com o recebimento do 13º salário e
das férias, o fim do ano é um ótimo período para renegociar as inadimplências
existentes. Muitas pessoas aproveitam
essa injeção de recursos para colocar as
contas em dia.
 Se prevista em Convenção, uma alternativa que pode ser implementada
pelos síndicos para combater os atrasos
é oferecer descontos para quem realiza
o pagamento antecipado. Entretanto, a
opção deve vigorar somente nos meses
chamados de férias de verão.
 Em dezembro, o gestor deve fazer um
balanço final de como foi financeiramente o ano que passou, além de analisar as demandas, os principais gastos e
as despesas extras que foram necessárias.
 É também a época de pensar nas prioridades para os próximos 12 meses. Planejamento é essencial e pode ser feito
através da previsão orçamentária, que
ajuda a garantir o equilíbrio financeiro
da edificação. Os assessores de condomínio da Auxiliadora Predial auxiliam
os administradores nessa tarefa e esclarecem as dúvidas.
Férias
Com o merecido descanso à vista, os
síndicos devem tomar alguns cuidados
para ficarem afastados do condomínio
sem sobressaltos.
 Antes de sair é preciso delegar as atri-
Deixe com o responsável, e mais um morador por garantia, uma lista com todos os prestadores
de serviços
buições para outra pessoa, nesse caso o
subsíndico. Se ocorrer dos dois estarem
fora ao mesmo tempo, a função pode
ser repassada para um conselheiro ou,
como último recurso, para um condômino.
 Deixe com o responsável, e mais um
morador por garantia, uma lista com
todos os prestadores de serviços. O ideal é indicar dois ou três nomes de cada
empresa que possam atender, a qualquer
hora, às situações de emergência que
mais ocorrem, como conserto de portão,
cerca eletrônica, circuito interno e elevadores. Como os funcionários dessas
companhias também tiram férias, é necessária mais de uma opção de contato.
 Providencie uma cópia da convenção
e do regulamento interno para deixar
com o responsável em sua ausência.
 Para evitar surpresas, faça uma revisão
preventiva dos equipamentos. Os elevadores, por exemplo, merecem uma manutenção detalhada. Os cuidados com o
tempo adequado para fazer a limpeza da
caixa d’água e a renovação dos extintores
não podem ser deixados de lado.
 Prepare uma relação para o zelador
ou gestor (se o condomínio possuir um)
das medidas programadas para o perío­
­do, além do cronograma de tarefas e
rotinas.
 Faça uma listagem dos pagamentos
que devem ser feitos na época e, se contar com os serviços de uma administradora, deixe todos eles discriminados e
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
27
27
gestão
autorizados. Assim como uma verba
para ações imediatas em emergências.
 Informe aos condôminos e à administradora, através de um comunicado
por escrito, a temporada em que estará
de férias, quem fica responsável pelo
condomínio e os contatos dessa pessoa.
 A mesma atitude deve ser tomada
pelos moradores, avisando ao administrador o tempo em que estarão fora para que possam ser desligados os registros
de gás e água (se eles forem individualizados) e solicitar algum contato para
situações de urgência. Para os condôminos, deixar a chave da residência com
um parente ou amigo de confiança pode ser importante para as ocorrências
de vazamentos e infiltrações.
Funcionários
Além de planejar o pagamento do 13º
salário (veja matéria na página 8) os
gestores precisam programar e agendar
as férias de sua equipe. A seleção de um
funcionário para assumir as atribuições
durante essa época deve ser feita com
28
síndico 193
antecedência, uma vez que escolher um
bom profissional requer tempo.
 No fim do ano, muitos condomínios
presenteiam seus colaboradores como
forma de reconhecimento. Esse investimento também necessita ser previsto
para não sobrecarregar as contas nos
últimos meses. A Auxiliadora Predial
oferece aos síndicos cestas natalinas como opções para marcar essa data. Mais
informações pelo Telecompras, (51)
3216.6166, das 8h às 17h, ou pelo www.
auxiliadorapredial.com.br.
Segurança
Quesito importante a ser reforçado nesse período, quando há uma menor circulação de pessoas pelo condomínio.
 Verifique o funcionamento de todos
os mecanismos de proteção, como cercas
eletrônicas, câmeras, circuito interno,
botão do pânico, entre outros.
 Consulte empresas especializadas em
relação às vulnerabilidades do condomínio, atitude essa que deve ser adotada
o ano todo.
 Se for preciso, contrate temporariamente reforço para a segurança do
edifício.
 Converse com a equipe de segurança,
salientando os procedimentos da edificação, a importância de não se dar informações relacionadas aos moradores
e suas rotinas e sobre o que fazer e quem
chamar em situações de emergência.
 Para datas como o Natal, Ano Novo
e Carnaval, peça à companhia de segurança contratada uma ação mais efetiva,
com rondas e reforço da circulação nas
áreas comuns, como os pátios.
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
29
segurança
Condomínios mais
acessíveis para todos
C
om cerca de 200 mil pessoas com
deficiência, conforme o Censo de
2000 do IBGE, a Capital gaúcha é a primeira do País a contar com um Plano
Diretor de Acessibilidade (PDAc), Lei
Complementar nº 678/11. Sancionada
pelo prefeito José Fortunati, em 22 de
agosto deste ano, estabelece as diretrizes
e as condições para os projetos e as intervenções urbanísticas e de transportes
no município, considerando a geografia,
arquitetura e demandas locais. Qualificando assim os espaços de uso coletivo
(públicos ou privados).
O objetivo é tornar Porto Alegre acessível para quem possui algum tipo de
dificuldade de locomoção, garantindo a
circulação de forma segura, independente e sem obstáculos nas calçadas. O arquiteto e urbanista João Toledo, coordenador executivo de Acessibilidade da
Secretaria Especial de Acessibilidade e
Inclusão Social (Seacis), ressalta que o
plano traz muitos avanços como o respeito aos cidadãos, a valorização da mobilidade de todos, além de promover a
inclusão social e o melhor desempenho
do ambiente construído.
“A regulamentação coloca ainda o
tema em debate constante, uma vez que
determina a revisão periódica de outros
instrumentos legais já existentes”, salienta Toledo. O coordenador explica que as
legislações sobre o assunto – como, por
exemplo, as leis municipal 8.317/99 e
federal 10.098/00 – serão complementares ao PDAc. Para a definição do plano,
foi firmado um convênio entre a Prefeitura, Ministério das Cidades e Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia
Universidade Católica do RS para a realização de um diagnóstico sobre a acessibilidade na Capital. O levantamento,
30
síndico 193
Luciene Machado
Plano Diretor de Acessibilidade define normas para assegurar o acesso universal
nos espaços públicos e privados da Capital e rotas sem barreiras
Por iniciativa do síndico Décio Anversa, do Edifício Viena, em Porto Alegre, foi instalado um
elevador no hall que, anteriormente, só dava acesso aos elevadores por meio de escadas
concluído em novembro de 2008, teve a
participação de 30 estagiários da gradua­
­ção da faculdade e cinco pesquisadores,
sendo quatro arquitetos e um estatístico.
“Fizemos um raio-x de Porto Alegre”,
afirma Mario Ferreira, coordenador da
pesquisa, arquiteto e professor da PUC.
Começando pelo Centro Histórico
e depois passando aos bairros, o estudo
indicou 21 situações que mostram as
fotos: Divulgação ThyssenKrupp Elevadores
Opções de adaptação realizada em escadas
reduzida (como gestantes, idosos, obesos e pessoas com fraturas).
Problemas mais comuns
nos condomínios
Assim como as vias de circulação de Porto Alegre, os acessos aos condomínios
foram analisados pelo estudo. O coordenador do levantamento comenta que
foram verificados fatores como a descontinuidade do piso da calçada para a entrada das garagens, do declive nessas
áreas, localização das guaritas de segurança e o avanço dos toldos e coberturas
de acrílico, além da linha de alinhamento das edificações, invadindo o espaço
dos passeios públicos. Elementos que
deverão ser adequados em prazos a serem
decididos após a criação da Comissão
Técnica de Acessibilidade, que irá definir
como serão as rotas sem obstáculos.
O arquiteto e urbanista João Toledo,
da Seacis, adianta que, tanto nos condo-
Ricardo Giusti/PMPA
diferenças referentes à acessibilidade na
Capital. Entre os itens avaliados estavam
as condições dos passeios públicos e
existência de rebaixamento neles, do
mobiliário urbano (como bancas de revistas, hidrantes, floreiras, lixeiras etc),
vegetação, contêineres, frades (obstáculos para evitar estacionamento nas calçadas), semáforos para pedestres e faixas
de segurança. Ferreira informa que um
dos pontos críticos observados foi a
ocorrência de mais de uma barreira em
um único trecho de calçada, dificultando a locomoção. Destacou ainda a falta
de coordenação entre os órgãos municipais sobre a colocação de mais de um
equipamento urbano em um mesmo
lugar. O tipo de piso empregado nos
passeios também preocupa os pesquisadores. A diferença de revestimento e
a má conservação podem causar acidentes e impedir a passagem de uma pessoa
com deficiência visual ou mobilidade
Solenidade de Sanção do Projeto
de Lei Complementar do
Executivo – Plano Diretor de
Acessibilidade de Porto Alegre
mínios residenciais unifamiliares, multifamiliares e de interesse social como nos
comerciais, as áreas de uso comum deverão permitir acesso e movimentação
sem barreiras físicas e arquitetônicos às
pessoas, em especial àquelas com defi­­­
ciên­­cia ou mobilidade reduzida. Ele argumenta ainda que a maior dificuldade
das edificações mais antigas é que a maioria não foi concebida para receber esse
público. No Brasil, o assunto começou a
ser abordado apenas a partir de 1970 e
depois da publicação da primeira normatização nesse sentido. “O principal
erro, entretanto, ocorre por desconhecimento técnico dos proprietários e por
não contratarem profissionais capacitados para avaliarem e realizarem as adaptações necessárias”, relata.
Mercado de acessibilidade
em ascensão
Com a conscientização sobre a importância da acessibilidade, aumenta a demanda
por soluções e produtos desenvolvidos
especialmente para esse segmento.Atuan­
­do no setor desde 2002, a ThyssenKrupp
Elevadores montou uma divisão específica para essa área. A companhia, inclusive, participa do grupo de trabalho da
Prefeitura que discute o PDAc. O gerente
do departamento de Acessibilidade da
ThyssenKrupp, Rafael Villar, conta que a
empresa estruturou as filiais e capacitou
consultores de vendas para atender especificamente a esses clientes. “Após a definição de trabalhar com esse mercado,
passamos a pesquisar tecnologias e as
normas para os itens da linha, que possui
plataformas verticais e para plano incliOutubro-Novembro-Dezembro/2011
31
nado, cadeiras elevatórias, elevadores
residenciais Home Lift e elevador de uso
restrito para acessibilidade”, detalha.
Em relação às opções disponíveis para as edificações mais antigas,Villar pondera que um dos principais problemas
envolve o acesso do hall e da garagem aos
elevadores ou ainda à cobertura, devido
a diferenças de alturas ou presença de
escadas, que dificultam a circulação.“Nesses casos, verificamos os locais e indicamos a melhor alternativa, sendo a colocação de uma plataforma vertical ou a de
plano inclinado as mais recomendadas”,
reforça. Ele afirma que, dessa forma,
evitam-se obras civis de grande porte e
o ambiente ocupado é menor. Para os
condomínios mais antigos, as modernizações dos elevadores existentes são outra possibilidade. Nos prédios residenciais e comerciais com equipamentos
bem conservados é possível trocar o subteto, a botoeira por uma com identificação dos andares em braile, as portas por
outras mais leves, elementos estéticos,
componentes eletrônicos para melhorar
a performance, entre outras medidas.“Em
alguns casos, fazemos também a substituição total da máquina”, acrescenta.
Um alerta feito pelo gerente é sobre
a necessidade dos síndicos buscarem
prestadores de serviço que cumpram as
normas estabelecidas pela NBR 9050
(voltada para edificações e prédios pú-
Porteiro eletrônico deve estar em altura
possível a um cadeirante e em Braile
32
síndico 193
Werner Drevnovicz/Divulgação PMPA
segurança
Capital terá o primeiro Plano Diretor de Acessibilidade do país
Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), 10% da população mundial, cerca de 650
milhões de pessoas, vivem com
alguma deficiência. No Brasil, segundo o IBGE, esse índice é de
14,5%, aproximadamente 24,6
milhões de pessoas.
blicos — como corrimão, vão de porta
largura, adaptação de banheiros e declive
de rampas) e a NBR 15655 parte 1 (para
as plataformas verticais), ambas da ABNT.
“Como há um crescimento da procura,
muitas empresas estão oferecendo produtos de acessibilidade sem essa preocupação”, salienta. Ele frisa que as pessoas
devem averiguar a idoneidade da companhia, se ela tem responsável técnico
credenciado no Crea e se oferece manutenção adequada. Sobre o investimento
nesses produtos,Villar compara que, muitas vezes, a instalação de uma plataforma
vertical é mais econômica do que a construção de uma rampa. “Isso porque a
rampa tem um custo elevado pelo material e para estar nas normas da NBR 9050.
Além disso, geralmente, ela exige muito
espaço, podendo ocupar a entrada do
edifício ou até duas vagas de estacionamento desse condomínio”, ressalta.
geral
Solidariedade que salva vidas
Campanha encoraja cadastro para doação de medula óssea
O
número de transplantes de medula óssea realizados no Brasil aumentou 169% nos últimos cinco anos
em relação ao começo da década. O de
procedimentos feitos com doadores
encontrados no País em pessoas não
aparentadas foi seis vezes maior no período. Os dados divulgados em julho
pelo Registro Nacional de Doadores de
Medula Óssea (Redome) são animadores, mas ainda insuficientes para o tamanho do desafio: este tipo de transplante, que é a única esperança de cura
para muitos portadores de leucemias e
outras doenças do sangue, requer alto
grau de compatibilidade entre doador
e receptor. A chance de encontrar uma
medula compatível pode chegar a uma
em 100 mil. É por este motivo que se
torna necessário ampliar ao máximo o
número de doadores voluntários. Mobilizado pela campanha do Rotary Club
POA Farrapos, do qual é membro, o
gerente de Contabilidade da Auxiliado-
Jens Martin Voelcker atua como voluntário em ações para incentivar a ação
ra Predial Jens Martin Voelcker tem
chamado atenção para o problema e
vem trabalhando de forma voluntária
em ações para aumentar esses números.
“O envolvimento de pessoas que se
prontificam a fornecer seus cadastros
como possíveis doadores está crescen-
Passo a passo para se tornar um doador
 Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula
óssea.
 Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada
uma amostra de sangue com 5ml para testes. Estes testes determinam as
características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o
doador e o paciente.
 Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um
sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes
que estão necessitando de um transplante.
 Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado
para exames complementares e para realizar a doação.
 A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções, e se
recompõe em apenas 15 dias.
 É muito importante que sejam mantidos atualizados os dados cadastrais
para facilitar e agilizar a chamada do doador no momento exato.
 É possível se cadastrar como doador voluntário de medula óssea nos
Hemocentros nos estados.
(Fonte: INCA)
do, mas ainda precisa aumentar, pois
isto é decisivo para a chance de sobrevivência de quem precisa”.
Segundo Voelcker, as atividades envolvem principalmente a sensibilização
das pessoas para a questão. “Muitos desconhecem o problema e não sabem como
ajudar. Nossa ideia é levar a informação
às pessoas, através da realização de palestras de especialistas em empresas, por
exemplo, e também auxiliando na intermediação de contatos entre os doadores
e os responsáveis pela coleta do material”.
A intenção, conforme ele, é que pela mobilização dos voluntários membros desta unidade do Rotary, sejam cadastrados
3 mil novos possíveis doadores até 2012.
“Para quem se prontifica, é um gesto simples, mas com a capacidade de salvar uma
vida”, ressalta, lembrando ainda da importância de se manter o cadastro atualizado. “Qualquer mudança de telefone
ou endereço deve ser sempre comunicada”. Estas alterações podem ser feitas no
site do Instituto Nacional de Câncer:
www.inca.gov.br, onde também estão
outros dados sobre o assunto. Já informações sobre a campanha realizada pelo
Rotary Club POA Farrapos podem ser
encontradas em www.rotary4670.org.br.
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
33
gestão
Digitalmente certificados
Condomínios devem possuir certificação para poderem acessar o canal Conectividade Social
da Caixa Econômica Federal. Dezembro de 2011 é o prazo
A
partir de 2012, as informações
refe­­­rentes ao recolhimento do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), à seguridade social (INSS)
e outros benefícios dos funcionários das
edificações deverão ser, obrigatoriamente, transmitidas ao canal Conectividade Social da Caixa Econômica Federal, via internet e assinadas digitalmente. Para que essa operação seja
possível, os síndicos precisam providenciar a certificação digital de seus condomínios até dezembro deste ano. O
responsável pela área Contábil da Auxiliadora Predial, Jens Voelcker, explica
que esse documento é como uma carteira de identidade para ser utilizada
nos meios eletrônicos, como a web,
computadores e celulares. “Com ele, os
dados do edifício ficam mais seguros”,
salienta. O diretor Operacional da Imo-
34
síndico 193
biliária, Christian Voelcker, acrescenta
que a empresa conta com a parceria da
Safeweb Segurança da Informação para
facilitar esse procedimento para os
clientes.
Os gestores das edificações — como
responsáveis legais por elas — deverão
comparecer em datas a serem pré-agendadas na agência da Auxiliadora Predial
de seu relacionamento para efetuarem
a emissão do CNPJ do condomínio.“Essa iniciativa traz mais conforto, comodidade e agilidade aos administradores,
uma vez que não precisarão aguardar
em filas. O processo é concluído em
poucos minutos”, aponta o gerente comercial da Safeweb, Luciano Schewe.
Parte da documentação necessária está
sendo preparada pela equipe da Imobiliária, contribuindo para que o tempo
de atendimento seja breve. Ele detalha
ainda que cada certificado possui uma
característica matemática (um par de
chaves assimétricas) que o torna único.
“Isso permite que ele possa ser usado
para identificar uma entidade no meio
eletrônico sem erros, dando certeza da
autoria, e para firmar documentos no
ambiente virtual”, relata. Segundo o artigo 12 da Medida Provisória 2.200-1 de
julho de 2001, a assinatura digital possui
validade jurídica.
Prevenindo custos extras
Entre os benefícios da ação estão a simplificação do processo de recolhimento
do FGTS, redução dos custos operacionais e disponibilização de um canal direto de comunicação com a Caixa, que
é o agente operador do benefício. Assim
como aumenta o sigilo das transações
com o Fundo, diminui a ocorrência de
inconsistências e a necessidade
de regularizações futuras, eleva
a proteção contra irregularidades e facilita o cumprimento das
obrigações da empresa relativas
ao Fundo de Garantia.
Com relação às dificuldades
que podem ser enfrentadas pelos síndicos ao não realizarem
a certificação, Schewe destaca
a impossibilidade de informar
afastamentos, rescisões, recolhimentos de FGTS executados, entre
outros, que geram despesas adicionais
às edificações. Jens Voelcker ressalta
também que para obter o documento é
preciso que os condomínios possuam
CNPJ e a convenção registrada em cartório. “Além disso, uma nova assinatura
digital deve ser feita a cada mudança de
gestor”, conclui.
Organizando os papéis
Importante reforçar que para a emissão do certificado digital não serão
aceitas cópias autenticadas, apenas os originais.
 Convenção Condominial (registrada no Cartório de Registro de
Imóveis)
 Ata de eleição do síndico registrada
 Cartão CNPJ do condomínio
 Documento de Identidade do síndico com foto recente (máximo 5
anos) e fé pública
 CPF (dispensável se constar no documento de identidade)
 Comprovante de endereço em nome do titular
 Certidão do instrumento de individualização do Condomínio emitida
pelo cartório de Registro de Imóveis de sua localização*
 Lista de participantes da eleição do síndico, sendo obrigatória a
participação de pelo menos um proprietário de imóvel localizado no
condomínio (necessária a comprovação de sua propriedade e firma
reconhecida do mesmo na referida Ata).*
*Documentos exigidos para as edificações sem convenção registrada em cartório.
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
35
segurança
Condomínios mais seguros
com o PPCI atualizado
Manter o Plano de Proteção e Prevenção Contra Incêndio em dia diminui as chances de incidentes e danos
S
aber como agir, conhecer as rotas de
fuga da edificação e ainda contar com
os equipamentos corretos são medidas
essenciais que fazem a diferença em casos
de incêndios. Para apontar os cuidados
e adequar os recursos necessários, todos
os condomínios são obrigados a elaborarem o seu Plano de Proteção e Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e a contarem
com o Alvará do Corpo de Bombeiros.
O não cumprimento dessa regra – estabelecida pela Lei Estadual 10.987/97 e
regulamentada através do Decreto Estadual 37.380/97 para todas as cidades
gaúchas, com exceção de Porto Alegre*
– acarreta notificação e penalidades. A
multa pelo atraso na apresentação do
PPCI é de 75 Ufirs (Unidade Fiscal de
Referência – em agosto/2011 seu valor
era de R$ 1,0641) e, nas situações de demora no atendimento à advertência, são
cobradas 50 Ufirs para cada item não
colocado ou regularizado.
Para o engenheiro de Segurança do
Trabalho Paulo Roberto Ferraz, da PRF
Engenharia, na Capital gaúcha, o plano
é um importante agente de precaução a
incêndios e de redução dos danos causados por eles. Isso porque em sua definição
são identificados os fatores de risco das
construções e os sistemas de combate
precisos, assim como a distribuição destes instrumentos nos pavimentos, considerando suas abrangências de atuação e
as distâncias máximas a serem percorridas para alcançá-los. Entre os itens verificados estão as condições das saídas de
emergência (proteção das escadas, guarda-corpos, corrimãos, sentido das aberturas das portas e obstrução das vias de
evacuação) e das instalações elétricas e
de gás. Além da existência de extintores
de incêndio, alarme e detecção de incêndio, hidrantes, hidráulica automática
(sprinklers), iluminação de emergência
e treinamento de pessoal (básico e de
Brigada de Emergência).
Validade e fiscalização
Ferraz explica que o PPCI é aprovado
pelo Corpo de Bombeiros. Após essa etapa, devem ser feitas as adequações e melhorias informadas no plano para que
possa ser solicitada a vistoria, depois da
qual é emitido o Alvará de Prevenção e
Proteção Contra Incêndio pelos bombeiros. O engenheiro salienta que os dois
documentos são a garantia de que a edificação está com todos os equipamentos
aprovados e dispostos segundo a legislação vigente e que os mesmos estão em
condições de uso.“Inclusive, o alvará deve ser renovado a cada dois anos para
Corpo de Bombeiros de Porto Alegre
36
síndico 193
Corpo de Bombeiros de Porto Alegre
ocupações de riscos leve (como os condomínios residenciais) e anualmente
para as de médio e grande (como as edificações mistas – residencial e comercial)”, reforça. No Estado, a fiscalização é
feita pelo próprio Corpo de Bombeiros,
sendo que em Porto Alegre ela também
é efetuada pela Secretaria Municipal de
Obras e Viação (Smov).
A elaboração do Plano de Proteção e
Prevenção Contra Incêndio deve ser executada por empresas ou profissionais
liberais registrados no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado (Crea/RS), com supervisão do Responsável Técnico (engenhei-
Saiba como prevenir as principais
causas de incêndio em condomínios
O engenheiro de Segurança do Trabalho Paulo Roberto Ferraz indica as ocorrências que mais oferecem riscos e as medidas de segurança a serem adotadas.
 Disposição irregular do gás de cozinha (GLP): a precaução começa com a
adequação do local do botijão, que deve ser segundo as normas específicas e
com a utilização de mangueiras e válvulas reguladoras de pressão padronizadas pelo Inmetro e dentro do prazo de validade.
ro, engenheiro de Segurança do Trabalho
ou arquiteto). A lei atual determina ainda
o treinamento de condôminos. Na Capital, o curso de combate contra incêndio
e básico em primeiros-socorros, ministrado pelos bombeiros, deve ser feito
anualmente e tem duração de cinco horas/aula. O número de alunos varia conforme a área do local e quantidade de
funcionários, de acordo com a Resolução
Técnica do Corpo de Bombeiros
nº14/2009. Já nas demais cidades, ele deve ser feito a cada cinco anos.
*Em Porto Alegre, a obrigatoriedade do PPCI e do
Alvará do Corpo de Bombeiros é definida pelo
Código de Proteção Contra Incêndio do Município
(Lei Complementar 420/98).
 Más condições das instalações elétricas: ao reformá-las é importante contratar profissionais e empresas legalmente habilitados, assim como evitar sobrecarregar as ligações existentes (evitando o excesso na utilização de “Tês”) e
utilizar disjuntores adequados às instalações, de acordo com o projeto elétrico.
 Acidente doméstico: é preciso ter cuidado para não acender velas ou incensos
próximos a materiais de fácil combustão (como papéis, cortinas, entre outros),
não esquecer cigarros acesos enquanto for realizar outra atividade e não aquecer demasiadamente os óleos vegetais ao preparar frituras.
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
37
ADVOGADOS
BOMBAS E MOTORES
CAIXA D’ÁGUA - IMPERMEABILIZAÇÃO
ALARMES
ARQUITETURA
CAIXA D’ÁGUA - LIMPEZA
BOMBAS E MOTORES
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
39
ELEVADORES
GRADES - PORTÕES
hidrômetros
engenharia
IMPERMEABILIZAÇÕES
EXTINTORES DE INCÊNDIO
INCÊNDIO - PREVENÇÃO
FACHADAS
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
40
síndico 193
LAUDOS - MARQUISES
PINTURAS
material de limpeza
PAINÉIS DE MEDIDORES
PINTURAS
Outubro-Novembro-Dezembro/2011
41
PINTURAS
PORTEIROS ELETRÔNICOS
RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL
portaria e limpeza
segurança do trabalho
TELHADOS
portas automáticas
PORTEIROS ELETRÔNICOS
42
síndico 193

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