Atos - Fundamentos
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Atos - Fundamentos
Volume 19 / Número 1 EDIÇÃO PORTUGUÊS ATOS “Ensina-nos a Orar” Frank e Wendy Parrish UMA VIDA DEVOCIONAL: Tempo Diário na Presença de Deus Frank R. Adaptado dosParrish ensinos de Jack W. Hayford VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 ATOS / 1 m V in oc m ha ê a e da co um rá mp en sa re ta be en rá do sã ria o e ? ? .. ? á. .. ar rá. ud ta aj bili e m ha cê me Vo cê Vo “Ensina-nos a Orar” Frank e Wendy Parrish A oração é uma ferramenta importante – a ferramenta mais poderosa – na vida de todos os crentes em Jesus Cristo. Contudo, muitas vezes, a oração é mal compreendida, ou não é usada. A Bíblia tem muito a nos ensinar sobre a importância da oração, os métodos de oração, as atitudes na oração, e os resultados da oração. Este artigo abordará os fundamentos básicos da oração, através de um estudo das instruções que Cristo deu a todos nós na “Oração do Senhor”. O que é Oração? Em sua forma mais simples, a “oração” pode ser definida como uma comunicação com Deus. No entanto, há muito mais coisas envolvidas na oração, como descobriremos logo. 2 / ATOS Os discípulos de Jesus estavam familiarizados com a oração. Contudo, a compreensão deles expandiu-se muito, à medida que caminharam com Jesus. Eles freqüentemente testemunharam Jesus orando, e viram que a oração era uma parte vital do Seu ministério. Eles viram como as Suas orações eram oferecidas e como eram respondidas. Eles perceberam que Jesus não estava oferecendo vãs repetições, nem fazendo exercícios religiosos externos. Jesus estava na verdade conversando com Deus-Pai. Ele estava pedindo que Deus ajudasse e interviesse em problemas da vida real. E coisas poderosas aconteciam em resposta às orações de Jesus. Assim sendo, os discípulos pediram a Jesus o seguinte: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11:1). Esta é a mesma maneira que cada um de nós, como VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 discípulos do Senhor Jesus Cristo que estão crescendo, deveria começar nosso estudo de oração – com uma oração! Dê uma pausa agora mesmo e faça uma oração semelhante à seguinte: “Senhor, enquanto eu estiver estudando sobre a oração, Tu poderias, por favor, aumentar a minha compreensão e dar-me sabedoria? Ajuda-me, por favor, a ver o motivo pelo qual Tu me pedes para orar! O Senhor poderia me capacitar a tornar-me uma pessoa que ora fielmente? Senhor, ensiname a orar!” “Invoca-Me...” Deus é quem deseja que oremos. Ele criou a humanidade com a capacidade de falar com Ele. No íntimo de cada pessoa encontra-se uma necessidade de buscarmos e alcançarmos a Deus, para recebermos ajuda, direção e consolo. Igualmente, no interior de cada pessoa, encontra-se o desejo de adorarmos, honrarmos e servirmos a um Ser Supremo. É vitalmente importante que esses desejos sejam direcionados à Fonte correta: o Próprio Deus. Muitas vezes buscamos pessoas ou coisas erradas, para recebermos um direcionamento. Erroneamente honramos ou adoramos a falsos deuses, sistemas mundanos, ou outras pessoas – e até mesmo as nossas próprias realizações. Precisamos aprender a direcionar as nossas orações e a nossa adoração ao Único que é digno da nossa devoção – Aquele que nos criou, Deus somente! É Deus – e somente Deus – que está disposto e que também é capaz de responder nossas orações com uma total sabedoria, soberania e amor. A comunicação (ou a comunhão) com Deus é a chave para a razão pela qual fomos criados. Nossa vida é incompleta sem nossas orações a Deus e sem as respostas de Deus retornando até nós. O propósito para o qual fomos criados é o nosso relacionamento com Ele. Nunca compreenderemos o nosso propósito pleno, nem experimentaremos a plenitude da presença de Deus, até compreendermos isso – e, aí então, orarmos! Deus nos convida a nos achegarmos a Ele em oração. A Bíblia contém muitos e muitos versículos em que Deus nos convida a conversarmos com Ele, a pedirmos a Ele, a olharmos para Ele, e a invocá-Lo. Esta é a forma básica de oração – conversar com Deus. “Clama a Mim, e responder-te-ei, e mostrar-te-ei coisas grandes e poderosas, que não sabes.” (Jr 33:3.) Um Padrão Para a Oração Quando os discípulos pediram que Jesus lhes ensinasse a orar, Ele lhes deu um “padrão” para a oração a ser seguido. Esta oração conhecida é comumente chamada de “Oração do Senhor”. “Portanto, vós orareis desta maneira:Pai nosso, que estás nos Céus, santificado seja o Teu nome. Venha a nós o Teu Reino. Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 assim como nós perdoamos os nossos devedores e não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal, porque Teu é o Reino, o poder, e a glória para sempre. Amém” (Mt 6:9-13). A Oração do Senhor é linda e poderosa, e pode ser feita exatamente como Jesus a fez. No entanto, observe que Jesus disse para orarmos “desta maneira”, que significa que podemos orar de uma maneira semelhante. Isso nos ajuda a compreendermos que o propósito que Jesus tinha para a Sua oração era maior do que algo que era simplesmente repetido palavra por palavra. Na verdade, Jesus ensinou os discípulos a não somente memorizarem e repetirem as mesmas orações vez após vez (Mt 6:7). O Próprio Jesus fez muitos e diferentes tipos de orações durante a Sua vida (Mt 26:36-42; Jo 17). Jesus deu a Seus discípulos este exemplo de oração (Lc 11:2-4) como um “padrão” – uma maneira de ensinar-nos a orar que inclui os princípios mais importantes da oração. Vamos examinar agora estes princípios. Adotados por Deus-Pai As primeiras palavras no padrão de Jesus para a oração são: “Pai Nosso”. Deus é o seu vivo e amoroso Pai Celestial. Ele não é algum tipo de divindade desconhecida, nem uma “força” longínqua e indiferente. Deus é definitivamente uma Pessoa, que é infinito em poder e sabedoria, e, contudo, muito pessoal também. O mais importante de tudo é que Deus o ama – “... o Próprio Pai o ama...” (Jo 16:27.) Você foi criado por Ele e para Ele (Gn 1:27; Is 43:1,7; Cl 1:16). Você existe para se relacionar com Deus. Contudo, pelo fato de que Deus é perfeitamente santo e justo, Ele não pode tolerar o pecado. Todos nós desobedecemos (pecamos), e é o pecado que nos separou de um Deus Santo (Rm 5:8-10; Ef 4:18; Cl 1:21). Desde a época em que a humanidade escolheu rebelar-se no Jardim do Éden, fomos separados do relacionamento com Deus. Mas Deus ama a cada pessoa de tal maneira que Ele enviou Jesus para nos falar do Seu grande amor. Jesus então demonstrou o amor de Deus, morrendo em nosso lugar, como sacrifício pelos nossos pecados – Ele tomou a punição que deveria ter sido nossa. Isso tornou possível o perdão de nossos pecados e possibilitou novamente nosso relacionamento com o nosso Deus e Pai. E Deus quer que este relacionamento com Ele dure por toda a eternidade. “Pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3:16; leia também Efésios 2:110.) Quando você crê em Jesus Cristo e O recebe como seu Salvador, você recebe as boas-vindas na família de Deus como Seu filho ou filha (Rm 8:12-17; Gl 4:4-7). A ATOS / 3 EDIÇÃO PORTUGUÊS Volume 19 / Número 1 ATOS “ENSINA-NOS A ORAR” Índice “Ensina-nos a Orar” .......................................................... 2 Obstáculos à Oração Eficaz ............................................ 11 Como Posso Perdoar? ..................................................... 13 UMA VIDA DEVOCIONAL: Tempo Diário na Presença de Deus 1. 2. 3. 4. 5. A Renovação do Hábito Devocional ........................ 20 Ação de Graças & Louvor ........................................ 22 Confissão & Purificação ........................................... 26 Ordem & Obediência ................................................. 30 Família & Igreja ......................................................... 34 Editores .............................................................. Frank & Wendy Parrish Editor Internacional .............................................................. Gayla Dease Revisor Final ........................................................................ Keith Balser Fundador da World MAP ................................................ Ralph Mahoney Artes Gráficas ................................................................... Vander Santos Arte da Capa ........................................................................ Ben Parrish Tradutor ............................................................................ Marcos Taveira Revisora ............................................................................. Nadya Denis Leitora de Provas ........................................................... Maura Ocampos Impressão Gráfica ..................................................... Editora Betânia S/C VISÃO E MISSÃO DA REVISTA ATOS Prover ensino bíblico prático e treinamento ministerial grátis a líderes de igreja na Ásia, África e América Latina que pregam ou ensinam a Palavra de Deus a 20 ou mais pessoas a cada semana, de forma que estejam equipados para cumprir a Grande Comissão em sua própria nação e ao redor do mundo. ATOS, no original, (ISSN 0744-1789) é publicada a cada três meses pelo “World MAP”, 1419 N. San Fernando Blvd., Burbank, CA 91504, EUA. Toda correspondência deve ser dirigida para o endereço acima ou para Caixa Postal 5053, 31611-970 Venda Nova, MG, Brasil ou ainda para o e-mail: [email protected] SR. AGENTE POSTAL: Favor enviar as mudanças de endereço para “World MAP”, Caixa Postal 5053, 31611-970 Venda Nova, MG, Brasil. Visite nosso website: www.world-map.com 4 / ATOS Bíblia nos ensina que “as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17). Quando você se arrepende dos seus pecados e recebe a dádiva (gratuita) da salvação de Cristo, você “nasce de novo” (Jo 3:3-7; 1 Pe 1:23). Você é uma “nova criação” (2 Co 5:17). O seu espírito morto é vivificado e os seus pecados são perdoados (Cl 2:13,14). Você é lavado e purificado pelo sangue de Cristo (Hb 9:14; 1 Jo 1:7; Ap 1:5), e pode ficar diante de Deus, tornando-se perdoado e santo. Aí então você pode conhecer a Deus como seu Pai. Você pode falar diretamente com Ele. Você se torna “semelhante a uma criança” em sua confiança em Deus seu Pai (Mt 18:2-4). A obra de Cristo – quando crida e recebida – restaura a humanidade a um relacionamento com DeusPai. A obra de Cristo também abre o caminho para participarmos com Deus dos propósitos do Seu Reino restaurado. Como cristãos, podemos nos unir com nosso Pai Celestial em comunhão, reconciliação, e num propósito santo para nossa vida. Podemos nos aproximar de Deus com uma confiança de fé e entrar em Sua presença (Hb 10:19-22). Comunhão com o Pai O conceito de Paternidade que Jesus apresentou a Seus discípulos foi algo estranho e novo. Deus raramente era revelado aos judeus com esse termo amoroso e íntimo. Ele havia sido chamado de Pai das Nações, mas não era considerado como sendo o Próprio Pai de alguém. Jesus é o Filho de Deus, e Ele pode chamar Deus de Pai. Devido ao sacrifício de Jesus e ao que Ele realizou por nós, nós também podemos conhecer a Deus como nosso Próprio Pai Celestial (Jo 1:12; Gl 3:26; 4:1-7). No entanto, é possível que este amoroso Nome para Deus – Pai – possa parecer tão difícil ou estranho para você compreender, como o foi para os judeus. Talvez você não tenha tido um modelo de pai terreno amoroso. Ou talvez você nunca compreendeu que é um precioso filho de Deus, e que Jesus deu a vida d’Ele para que você pudesse ser restaurado ao seu devido lugar – como um filho de Deus, que está em constante comunhão com o Pai Celestial. Mas isto é verdade! Se você creu no Senhor Jesus Cristo para a sua salvação, você agora tem acesso total a Deus. Você é filho d’Ele, e Ele é o seu Pai Celestial! Pois “você recebeu o Espírito de adoção, pelo qual clamamos Abba, Pai. O Próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8:15,16). Deus o ama. Pelo fato de que você foi justificado pela obra de Jesus (Rm 5:19), você pode entrar na presença de Deus. Ele quer que você converse com Ele, e deseja revelar-lhe Sua vontade. É verdade que Deus é o Senhor Soberano de toda a Criação. Ele governa sobre todo o Universo, por toda a VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 eternidade. As Boas-Novas do Evangelho é que você pode ser perdoado dos seus pecados e ser restaurado como filho deste Grande e Soberano Deus! Você pode fazer parte da Família de Deus e unir-se a seus irmãos espirituais em adoração, oração e serviço ao nosso Grande Pai Celestial. Você pode entregar alegremente a sua vida a Deus a cada dia, confiando em Seu amor por você. Através da oração e do estudo da Palavra de Deus, a Bíblia, você poderá receber ajuda e instruções do Senhor no sentido de como ser um filho fiel. Você pode unir-se aos propósitos do Reino do Seu Pai e fazer parte do Seu plano de levar as Boas-Novas a todas as tribos, línguas e nações. Você pode orar “meu Pai” – e, com alegria e confiança, receber as Suas amorosas respostas e convidar seu Deus-Pai para governar todas as circunstâncias de sua vida. Entronizado no Céu Jesus ensinou a Seus discípulos um outro princípio de oração ao dizer: “Pai Nosso, que estás nos Céus” (Mt 6:9). Ao orarmos a Deus, é bom nos lembrarmos de que Deus é um Ser pessoal. Ele não é uma força mística, e sim uma Pessoa distinta. Ele tem um lugar de habitação sobre o Seu Trono de Soberania sobre toda a criação (Sl 11:4; 47:8). A Sua “visão” da nossa vida e do nosso mundo é muito acima da nossa; os Seus pensamentos são maiores e mais grandiosos do que os nossos jamais poderiam ser (Is 55:8,9). Deus não é limitado pelo tempo, nem pelo espaço físico. Ele sempre existiu e sempre existirá. Ele é eterno (Sl 90:2; 93:2). Ele é Todo-Poderoso e exaltado acima da Criação, dos governos e de todas as outras forças. Muito embora Deus tenha estabelecido as leis da natureza, Ele não é limitado por elas. Ele pode fazer com que o Sol pare (Js l0:12,14) ou fazer com que a Terra dê chuvas torrenciais por muitos dias (Gn 7:1724). Deus não faz parte da Criação. Ele é o Criador! Deus criou o Universo físico, chamando-o à existência através da Sua Palavra (Jo 1:1-3; Cl 1:13-17). Deus está na posição do mais alto poder, autoridade e glória. Nada pode se comparar a Deus. Deus vê tudo e conhece todas as coisas, até mesmo os nossos pensamentos (Sl 139:4; Hb 4:13). Ele é muito grande e imenso, e, contudo, está também muito perto – escolhendo permitir que a Sua presença habite dentro de nós (1 Co 3:16). É um grande desafio tentarmos compreender como o Deus Vivo – o grande e glorioso Soberano sobre todo o Universo – é também o nosso Pai, que quer ter um relacionamento íntimo conosco! O mesmo Deus: Que falou com Abraão “Eu sou o Deus Todo-Poderoso” (Gn 17:1); Que proclamou a Jeremias “Eis que Eu sou o SENHOR , o Deus de toda carne. Há algo que é difícil demais para Mim?” (Jr 32:27); · · VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 · Sobre o Qual Jesus disse: “Com Deus todas as coisas são possíveis” (Mt 19:26); ... é o mesmíssimo Deus que pede a você hoje para falar com Ele em oração e que deseja responder-lhe e mostrar-lhe os Seus caminhos! Santificado Seja o Teu Nome O padrão do Senhor para a oração continua com “Santificado seja o Teu nome” (Mt 6:9). A glória de Deus é suprema, acima de todos os nossos desejos e necessidades. É de Deus nosso Pai que nos aproximamos em oração, mas também nos aproximamos do Seu Trono como o Grande Rei do Universo (1 Rs 22:19; Sl 11:4; 83:18; Is 66:1). O Trono de Deus é um lugar real, onde inumeráveis exércitos angelicais estão oferecendo uma contínua adoração: “Santo, santo, santo, Senhor Deus Todo-Poderoso, que era, que é, e que há de vir!” (Ap 4:8.) A palavra “santificado” significa “tornar santo, separado”. Jesus estava nos ensinando que o nome de Deus-Pai, e, portanto, da Sua pessoa, não é algo comum ou impuro. Deus não é semelhante aos outros deuses ou a algo que os homens fazem para adorarem. Deus, o nosso Pai Celestial, é verdadeiramente o Único Soberano e Deus Todo-Poderoso – totalmente separado de todas as outras imitações – o qual é o único que é digno do nosso louvor, devoção, amor, adoração e obediência. Nada nem ninguém pode se comparar ao Deus da Bíblia! Somente Deus é Digno Precisamos estar sempre cientes de que estamos nos achegando diante dos átrios reais do Céu quando oramos. Precisamos nos achegar diante de Deus com reverência e um santo temor (Sl 89:6-9). A Bíblia ensina que entramos “em Seus átrios com louvor” (Sl 100:4). Portanto, todas as orações devem começar com adoração e com um humilde prostrar do nosso coração diante do nosso Rei. Deus é o Supremo Dominador sobre toda a Criação (Sl 89:11-13). Os governantes terrenos são simples sombras à luz da Sua grandeza. O Reino pertence a Deus. Ele é o único Monarca. Deus é o mais poderoso. O Seu Trono domina todos os mundos. O Céu O exalta, o Inferno treme diante d’Ele, e toda a Terra Lhe dá glória, voluntária ou involuntariamente (Sl 89:5; Lc 19:37-40). Assim sendo, o primeiro propósito das nossas orações deve ser a adoração ao nosso Deus, que é o Único que é digno. Nas festas do Antigo Testamento, tudo era trazido em adoração a Deus primeiramente. Aí então, as ofertas eram, algumas vezes, devolvidas ao adorador para o seu próprio uso. Assim também, precisamos adorar o nosso Deus primeiramente, dando-Lhe a glória e a exaltação que somente Ele merece. Aí então podemos apresentar nossos pedidos, e permitir que Ele nos responda da maneira que desejar. A nossa adoração não compra nada de Deus. O ATOS / 5 Senhor não é semelhante a nós no sentido de desejar nosso louvor para sentir-Se melhor em relação a Si Mesmo. No entanto, a adoração proveniente da Criação ao Criador nos lembra do quão grande, poderoso e todo amoroso Deus é – do quão digno Ele é de receber o nosso louvor! Dando as Boas-Vindas à Presença de Deus A adoração também dá as boas-vindas à presença de Deus e cria uma atmosfera que permite a entrada d’Ele. “Mas Tu és santo, entronizado nos louvores de Israel” (Sl 22:3). Na versão inglesa King James este mesmo versículo diz o seguinte: “Mas Tu és santo, Tu que habitas nos louvores de Israel”. A palavra hebraica original referente a “entronizado” e “habitas” é yawshab. Ela significa “sentar-se, estabelecer-se, ou permanecer”. Muito embora Deus esteja presente em toda parte, esse versículo nos ajuda a compreender que o louvor convida Deus a vir e habitar conosco de uma maneira singular. Quando o povo de Deus adora verdadeiramente o Senhor, o Seu poder e domínio do Reino vêm e habitam naquele ambiente. A adoração fornece um ponto de entrada a fim de que o Seu Reino possa “vir” e a Sua “vontade possa ser feita” nas circunstâncias humanas. Não há melhor maneira de nos aproximarmos do Trono de Deus em oração do que começarmos com adoração, dando boas-vindas à Sua presença e a Seu domínio, exatamente onde estivermos. A Oração Glorifica a Deus As nossas orações também podem ser uma forma de adoração. O próprio ato da oração a Deus é uma declaração de que Ele existe. As orações são a proclamação contínua de que “o Senhor é Deus” (Dt 7:9; Sl 100:3). Quando pedimos e recebemos misericórdias especiais, declaramos que Deus é um Deus vivo e ativo, que está perto de nós e nos ouve. Quando pedimos a Sua bênção, declaramos que Ele pode suprir. Quando dizemos, como Jesus o fez, “não a minha vontade, mas a Tua vontade seja feita” (Mt 26:39,42), exaltamos a soberania e o poder de Deus. Quando pedimos perdão, proclamamos que Ele é um Deus de graça. Quando oramos humildemente, isto é um lembrete de que Deus é o Senhor Soberano, o Criador, Aquele que dá vida e a sustém, e que Ele é o Doador de toda dádiva boa e perfeita (Sl 97; 104; 1 Tm 6:13; Tg 1:17; Ap 4:11). Podemos nos aproximar do nosso Pai Amoroso, mas isso precisa ser feito com reverência. Podemos ter ousadia ao pedirmos (Hb 4:16), mas precisamos ter respeito. Somos como um verme (Jó 25:6). Ele é o Deus Eterno. É na oração que reconhecemos a nossa própria indignidade e o quanto verdadeiramente necessitamos de Deus. À medida que nos aproximamos de Deus, também aprendemos sobre a amorosa disposição de Deus em nos ouvir e aproximar-Se de nós (Tg 4:8). À medida 6 / ATOS que oramos e que Deus nos responde, percebemos que a nossa verdadeira ajuda e provisões vêm d’Ele somente. N’Ele – e somente n’Ele – encontra-se tudo de que precisamos. Essa é mais uma razão para O glorificarmos. Santificado seja o abençoado nome do nosso Deus! Venha o Teu Reino O padrão de Jesus para a oração continua: “Venha o Teu reino...” (Mt 6:10.) A Bíblia revela claramente que o maior desejo de Deus é estabelecer o domínio do Seu Reino nos afazeres da humanidade. E o maior desejo de todos os verdadeiros cristãos deveria ser ver a vida e o poder do Reino de Deus entrando em todas as situações – até mesmo agora! Esta é uma das principais razões pelas quais oramos: precisamos convidar o domínio e o poder do Reino de Deus sobre a Terra, da mesma forma como já foi realizado no Céu. Muitas pessoas crêem erroneamente que Deus faz o que Ele quiser, independentemente dos nossos pedidos. A Bíblia, no entanto, é clara ao afirmar que o homem é responsável em convidar a ordem e o domínio de Deus – a Sua presença, propósito e poder – a este mundo. Deus deseja mover-Se em nosso favor, mas Ele ordena que nós convidemos a Sua obra através da oração. O Domínio Perdido do Homem Deus criou o homem e a mulher e lhes deu a responsabilidade de dominarem sobre a Terra como administradores (Gn 1:26-28). A humanidade, no entanto, traiu a confiança de Deus, e fez uma escolha de rebelar-se e desobedecer (Gn 3:1-7). Conseqüentemente, a humanidade perdeu a comunhão íntima com Deus e perdeu o direito e a capacidade de dominar como Deus pretendia que ela o fizesse (Gn 3:15-24). Então, devido ao fato de que o homem escolheu as mentiras de Satanás, em vez da Verdade da Palavra de Deus, Satanás pôde tomar a autoridade que a humanidade entregou a ele, de maneira que agora “o mundo todo jaz sob o domínio do maligno” (1 Jo 5:19). Desde então a humanidade tem estado vulnerável ao engano satânico. Nossas próprias escolhas pecaminosas e rebeldes também têm contribuído para a dolorosa confusão em que o nosso mundo se tornou. A morte e a destruição invadiram todos os aspectos da vida como nós a conhecemos. Muitas das tragédias, dores e sofrimentos do nosso mundo não estão de acordo com a maneira pela qual Deus criou e pretendeu que o nosso mundo funcionasse. Isso é o resultado do pecado que entrou no nosso mundo através da rebeldia e desobediência voluntária do homem (Rm 5:12; 8:18-22). A Nova Vida do Reino Deus, no entanto, em Sua grande misericórdia e em Seu grande amor, forneceu à humanidade uma escolha VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 redentora. Ele enviou Jesus, o Qual anunciou que o homem pode ser restaurado ao domínio e aos propósitos do Reino de Deus: “Arrependei-vos, pois é chegado o Reino do Céu” (Mt 4:17). Era tempo de se iniciar um novo domínio de Reino! Esse não era um reino político, ou um reino externo, físico. O Reino de Deus é, antes de mais nada, um reino espiritual – e ele começa quando lhe damos as boasvindas em nosso coração (Lc 17:20,21). Jesus demonstrou a vida desse novo Reino que Ele estava oferecendo. Todos os milagres que Ele realizou, todas as necessidades que Ele supriu, todas as orações que Ele fez – cada uma dessas coisas demonstrou que o poder do domínio de Deus estava agora disponível á humanidade. Jesus demonstrou e ensinou como Deus é de fato, a fim de que pudéssemos responder corretamente ao Senhor e unirmo-nos nos propósitos do Seu Reino. Jesus demonstrou a grande misericórdia, o perdão e o amor de Deus. No entanto, Ele também confrontou o mundo demoníaco com força e autoridade. No ato final da Sua crucificação e ressurreição, Jesus estraçalhou o poder do Inferno (Cl 2:15) e nos ofereceu essa mesma capacidade para derribarmos, através da oração, qualquer força satânica com que nos depararmos (Ef 3:1012; 6:10-18). O reino espiritual também envolve a batalha espiritual (oração) para estabelecermos a justa ordem e o domínio de Deus. Promovendo o Reino de Deus Vemos agora o que Deus, através de Cristo, tornou disponível à humanidade: um perdão completo, restauração do relacionamento com Deus, e o governo do Seu Reino liberado a nós e através de nós. Quando aceitamos a Cristo, passamos a fazer parte do Reino de Deus (Jo 3:3-5). Na qualidade de “Embaixadores do Reino” (2 Co 5:20), o nosso privilégio e dever é também sermos promotores do Reino – compartilharmos o Evangelho desse Reino com o mundo ao nosso redor (Mt 24:14; At 1:8). Jesus nos disse que Ele nos dá as chaves do Reino (Mt 16:19). As chaves nos permitem entrada como também autoridade. Mas será que usaremos essa responsabilidade para convidarmos o domínio de Deus em nosso meio? A verdadeira causa do sofrimento humano é que os homens estão vivendo fora da ordem divina. O mundo está vivendo em rebelião contra o domínio soberano de Deus. O maior desejo de Deus é ver as boas-vindas ao governo do Reino de Deus em todos os corações, e no mundo de uma maneira geral, a fim de cumprir o Seu grande plano de redenção. A verdadeira resposta a todas as necessidades colocadas em oração encontra-se em Deus e na vida e no poder do Seu Reino sendo liberados a nós e através de nós! Intercessão do Reino As nossas orações permitem que façamos uma parceria com Deus. Esperamos n’Ele, descobrimos a Sua vontade, e oramos de acordo com o que Ele deseja fazer para VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 promover o Seu Reino. O poder é de Deus, mas nós somos privilegiados com a responsabilidade de convidarmos o poder e o domínio do Seu Reino a entrarem no âmbito terrestre através da oração. O Reino total de Deus não será completamente concretizado até o glorioso retorno de Cristo (1 Co 15:20-28; Ap 11:15). Mas, devido ao que Cristo já realizou através da Sua vida, morte e ressurreição, o domínio e o poder do Reino de Deus já foi liberado parcialmente onde quer que ele seja solicitado. Quão mais grandiosa e nobre a nossa vida pode tornarse quando os nossos olhos são elevados para além das nossas próprias necessidades, e nos unimos com Cristo em intercessão pelos outros e por Sua causa. Os melhores frutos eternos são colhidos quando persistimos em oração: pelo progresso do Reino de Deus; pelas necessidades da Sua Igreja; pelos Seus ministros e servos; para amarrarmos e nos opormos às forças do Inferno; e para a evangelização do mundo! Quando Jesus declarou na Cruz “Está consumado” (Jo 19:30), Ele estava anunciando que o poder do pecado e o poder da morte eterna sobre a humanidade estavam quebrados para sempre (Hb 2:14-16). Jesus estava também anunciando o término da Sua obra, da perspectiva do Céu. Agora, tudo o que nos resta na Terra é escolhermos: Receber a obra de Cristo e ser salvos; Submeter-nos a Deus, adorar diante do Seu Trono e ser transformados à imagem de Cristo pelo Seu amor e poder; e, Aceitar a responsabilidade de convidarmos o governo de Deus nas circunstâncias terrestre através da oração diária. É o poder do Reino de Deus, através da oração, que liberta os cativos, restaura a visão aos cegos, ressuscita os mortos, cura os enfermos, e traz a salvação a multidões. Vamos, portanto, nos levantar com fé e orar fervorosamente: “Venha o Teu Reino, Senhor!” ·· · Seja Feita a Tua Vontade A oração de Jesus continua com “Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no Céu” (Mt 6:10). Esta pequena afirmação, “Seja feita a Tua vontade”, às vezes faz com que temamos e tremamos. Talvez tenhamos medo do que essa oração possa nos custar! É verdade que precisamos nos achegar com humildade e reverência diante de Deus com as nossas petições, dispostos a submetermo-nos ao Seu Senhorio e a recebermos o Seu governo soberano. Mas não há nada a temermos! Ao contrário, podemos ter uma grande confiança e regozijo na amorosa vontade de Deus. Não há uma sensação de paz maior do que quando deixamos de lado os nossos próprios desejos e nos achegamos ao Pai em oração, buscando-O para cumprirmos os Seus desejos. Quando conhecemos a Sua vontade, podemos pedir de acordo com a mesma, e, aí então, levantarmo-nos na poderosa promessa: “Se estiverdes em Mim, e as Minhas palavras estiverem em vós, pedireis ATOS / 7 o que desejardes, e vos será feito” (João 15:7; veja também 1 João 5:14). A Vontade de Deus Mas como conhecemos a vontade de Deus? A maneira principal é através da Bíblia. Podemos ter a certeza de que não estamos “pedindo mal” (Tg 4:3) quando oramos de acordo com as promessas da Santa Palavra de Deus. Podemos também passar tempo em oração e meditação, esperando em Deus e pedindo que o Espírito Santo ore através de nós, de acordo com a vontade de Deus. Podemos orar em nossa linguagem espiritual, especialmente quando não sabemos exatamente como orarmos numa dada situação. À medida que permitirmos que o Senhor nos guie em oração, Ele imprimirá em nossa mente o que Ele quer que oremos (Rm 8:26,27). Estudar a Bíblia e passar tempo na presença de Deus através da oração nos ensinam o que Lhe agrada. À medida que lançamos as nossas preocupações sobre Ele, conhecemos a Sua paz (Fp 4:6,7; 1 Pe 5:7). A Bíblia ensina que a paz de Deus pode ser um guia para nós (Rm 14:17; Cl 3:15). Se estivermos fazendo algo que desagrade a Deus ou que viole a Sua vontade, a Sua paz nos deixará e ficaremos com o nosso coração tumultuado. Isso também pode nos ajudar a compreendermos a vontade de Deus. Deus pode revelar a Sua vontade a nós de muitas maneiras. Ele pode nos mostrar a Sua vontade através de conselheiros consagrados ao Senhor (Pv 19:20; 24:6). Às vezes Deus usa as circunstâncias, a voz interna do Espírito Santo, ou até mesmo visões e sonhos para revelar-nos a Sua vontade. Mas lembre-se: Qualquer direcionamento verdadeiro de Deus concorda com os princípios das Escrituras! Deus não viola nem muda o que Ele já disse ou prometeu (Nm 23:19,20; Sl 33:11; Tg 1:17). É importante nos lembrarmos de permanecermos submissos a Deus, obedecer-Lhe em todas as coisas, e colocarmos diariamente a nossa confiança n’Ele através da oração. Aí então Ele nos direcionará (Pv 3:5,6). “Dá-nos Hoje...” Jesus continua ensinando aos discípulos como orar, ao dizer: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mt 6:11). Jesus nos garante que Deus nos ama como nosso Pai e deseja nos dar coisas boas (Mt 7:11). Ele quer fornecer para nós coisas boas, como por exemplo: trabalho para podermos comprar a nossa comida; força e saúde para trabalharmos e servi-Lo; sabedoria; relacionamentos santos; abrigo; vestuário – mas Ele nos diz para Lhe pedirmos (Tg 4:2). Precisamos nos achegar a Deus em oração, pedindo e buscando (Lc 11:5-13) a fim de recebermos d’Ele. Muito embora Deus já saiba o que precisamos (Mt 6:8), ainda assim Ele quer que conversemos com Ele com relação às nossas necessidades e desejos, e que os entreguemos a Ele. Que grande privilégio Deus nos deu: podemos ter uma comunhão diária com Ele e conversarmos com Ele sobre as nossas necessidades. A nossa vida espiritual é muito 8 / ATOS mais rica e satisfatória quando dependemos de Deus para tudo – e O louvamos por cada provisão! Toda boa dádiva que temos provém de Deus (Tg 1:17). Precisamos permanecer simples e confiantes em nossa vida de oração. Não é necessário pedirmos por um armazém de futuras provisões. Precisamos pedir e depender de Deus pelo pão nosso de cada dia (Mt 6:25-34). A palavra “de cada dia” é traduzida melhor como “necessário”, ou “suficiente”. Deus sabe o que é melhor para nós. Talvez não seja algo grandioso, mas é a Sua provisão adequada, e, como tal, ela vem acompanhada das Suas bênçãos! Precisamos ficar satisfeitos com o que Deus nos dá para hoje e deixar as necessidades de amanhã em Suas mãos sábias e fiéis (Mt 6:34; Fp 4:11; 1 Tm 6:6-8,17; Hb 13:5). Jesus nos relembrou: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4:4). As nossas necessidades temporais devem ser equilibradas com as nossas necessidades espirituais. Precisamos mais do que simplesmente comida e vestuário. Precisamos depender da alimentação e provisão de Deus para todo o nosso ser – corpo, alma, e espírito. Ao submetermos o nosso dia ao Senhor e pedirmos a Sua provisão diária, podemos ter a expectativa de recebermos a Sua graça, força, provisão, ajuda, sabedoria – tudo de que precisamos! “Obrigado, Senhor, porque Tu és o Deus Todo-Suficiente – e Tu nos dás o pão de cada dia suficientemente” (2 Co 3:4,5). Perdoa os Nossos Pecados Uma outra prioridade na oração é o perdão, tanto o ato de recebermos o perdão de Deus, como também o ato de oferecê-lo aos outros. “E perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores” (Mt 6:12). Recebendo o Perdão No padrão de Jesus para a oração, Ele incluiu a nossa necessidade pessoal de purificação e perdão regulares e diários provenientes de Deus. Algumas versões usam a palavra “dívidas”; outras usam “transgressões” nessa oração. Ambas estão exatamente corretas, pois representam dois tipos de desobediência. Uma “transgressão” é uma desobediência voluntária a uma regra ou padrão que Deus já estabeleceu em Sua Palavra. Quando escolhemos ir além dos limites da ordem de Deus, “transgredimos” e entramos em território ilegal. Isso é pecado. Andar na graça de Deus NÃO significa que podemos fazer o que quisermos, sem consideração alguma (Rm 6:1,2; Hb 10:26-29). Pecado é pecado, e precisa ser confrontado e julgado todas as vezes que o escolhermos. Uma “dívida” se refere às nossas falhas numa situação, quando deveríamos ter nos comportado de uma maneira diferente da maneira com que nos comportamos. Isso também é pecado. A Bíblia descreve essa atitude da seguinte maneira: “Portanto, para quem sabe a coisa certa a fazer, e não a faz, para ele isto é pecado” (Tg 4:17). VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Pecamos, escolhendo fazer a coisa errada; também podemos pecar não fazendo o que sabemos que é o certo! Talvez não tenhamos cometido um pecado vil, ou uma rebelião voluntária, que precisa ser confessada. No entanto, talvez tenhamos uma área em nossa vida que esteja muito longe do padrão de Deus para a santidade. Às vezes estamos cegos numa área de pecado, ou de tolerância ao pecado, em nossa vida. Precisamos nos achegar a Deus em oração e pedir que Ele resplandeça a luz da Sua verdade em nosso coração. Até mesmo uma atitude crítica, ou uma palavra de impaciência e de ira é o suficiente para justificar um arrependimento e um toque purificador de Deus. O remédio bíblico para ambos os tipos de pecado é claro: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:9). O nosso perdão é garantido quando nos arrependemos diante de Deus (Sl 103:12; Mq 7:19; Hb 10:17). Precisamos lidar com o nosso pecado diariamente em oração, para mantermos o nosso caminhar com Deus aberto e puro. Os que são sensíveis ao Espírito Santo e que estão crescendo como cristãos sempre estão cientes de que precisam mais da santidade de Deus e menos dos seus próprios caminhos egoísticos. Os puros de coração são aqueles a quem Deus promete revelar a Si Mesmo (Mt 5:8). a uma vida cristã santa. Vamos fazer da confissão e do perdão uma parte diária das nossas orações! [Para mais detalhes com relação ao perdão e ao seu importante papel na oração, leia, por favor, “Obstáculos à Oração Eficaz – Obstáculo 2”, na página 14. Leia também “Como Posso Perdoar?”, nas páginas 13 e 14, para as instruções sobre o perdão aos outros.] Força Contra a Tentação O padrão de Jesus para as petições continua: “Não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do Maligno” (Mt 6:13). A Bíblia nos ensina que Deus nunca nos conduz à tentação: “Ninguém que está sendo tentado diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado quando atraído e engodado pelos seus próprios desejos. Depois, havendo o desejo concebido dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1:13-15). Se Deus não nos conduz à tentação, então o que Jesus estava pretendendo ao estimular-nos a orar dessa maneira? Pelo fato de que vivemos num mundo corrompido e repleto de pecado, as tentações vêm a todos os crentes. Muito embora Deus não nos tente, Ele promete usar as tribulações e tentações que enfrentamos nesta vida para moldar o nosso caráter (Rm 8:28,29). Ele até mesmo galardoa os que permanecem fiéis a Ele em face às tentações (Tg 1:2-4; 12-14). Jesus nos ensina de fato a orarmos, pedindo ajuda e força, para resistirmos às tentações, quando elas vierem, para não “entrarmos em tentação” (Mt 26:41; Lc 22:40,46). Todas as vezes que vencemos as tentações, somos fortalecidos para resistirmos a elas no futuro. Podemos orar para não cairmos quando as tentações nos sobrevierem, e para que “sejamos fortalecidos com poder através do Seu Espírito no homem interior” (Ef 3:16), a fim de resistirmos às tentações. O nosso tempo de oração e de leitura bíblica nos fortalece. Ele também nos torna mais sensíveis para reconhecermos mais facilmente as circunstâncias que poderiam nos levar para um mau caminho. Quando estamos Deus é nossa Força e Defensor contra o diabo e seus ataques malignos. Perdoando os Outros Precisamos também tomar tempo em oração para perdoarmos os que nos ofenderam. A alma repleta de amargura não pode aproximar-se de Deus numa verdadeira comunhão. Um coração amargurado também é semelhante a uma doença infecciosa que pode envenenar os outros – até mesmo uma igreja inteira! (Hb 12:15). A Bíblia deixa bem claro que, pelo fato de Deus ternos concedido muita graça e perdão, não temos nenhum direito de recusarmos dar esse mesmo tipo de perdão extravagante aos outros (Mt 18:21-35). Se quisermos ser perdoados, precisamos também ser perdoadores (Mt 6:14,15; Mc 11:25,26). Se concedermos misericórdia, também receberemos misericórdia (Mt 5:7). O perdão é uma chave fundamental à oração eficaz e VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 ATOS / 9 familiarizados com a Palavra de Deus, podemos nos opor às mentiras e tentações do diabo (Mt 4:3-10). Graça Para Ajudar É importante nos lembrarmos de que o fato de sermos tentados não é um pecado – a tentação somente se torna pecado quando cedemos a ela e participamos de pensamentos ou comportamentos pecaminosos. Se resistirmos às tentações, não seremos atraídos ao pecado. Se cedemos às tentações e pecamos, precisamos nos aproximar de Deus rapidamente, numa oração de arrependimento. Contudo, é nas ocasiões em que talvez nos sintamos envergonhados demais para nos aproximarmos de Deus em oração, que Satanás pode sussurrar ao nosso coração que estamos muito sujos ou indignos para nos aproximarmos do Trono de Deus. No entanto, o Trono de Deus é um Trono de graça: “Cheguemos pois com confiança ao Trono da Graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempos de necessidade” (Hb 4:16). É quando desapontamos ao Senhor que mais precisamos da Sua misericórdia. É diante dos Seus pés de perdão que precisamos nos lançar. Foi Ele que falou: “Orai sem cessar” (1 Ts 5:17), que significa que devemos nos aproximar de Deus em oração, até mesmo quando pecamos. Capacitação Divina Deus é a nossa Força e o nosso Defensor contra as artimanhas do diabo e seus ataques malignos. Jesus já despojou o diabo de toda a sua autoridade (Cl 2:15). Quando entregamos nossa vida a Deus e resistimos ao diabo, ele tem de fugir de nós (Tg 4:7). Podemos clamar ao Senhor com confiança – sabendo que, quando clamamos “livra-nos do maligno”, Deus tem toda a autoridade e poder para fazê-lo (2 Pe 2:9). “E o Senhor me livrará de toda obra maligna e me preservará para o Seu Reino Celestial” (2 Tm 4:18). O Senhor até mesmo escolheu compartilhar a Sua autoridade conosco (Mt 16:19; 28:18-20; Mc 13:33,34; Lc 10:19), a fim de que possamos usar esta autoridade na oração. Através da oração, podemos ter a expectativa de obtermos: vitória sobre o pecado (Rm 6:4-23; 2 Co 5:17); ajuda em tempos de aflições (Is 53:5; 1 Pe 2:24); triunfo sobre as tristezas (2 Co 2:3-5; 4:16-18); graça [“capacitação divina”] nas tribulações (2 Co 12:9); e certeza de que Deus operará os Seus melhores e mais elevados propósitos em todas as situações quando nos entregamos a Ele (Rm 8:28). ·· ·· · Força, Libertação e Vitória Quando o mal se levanta contra nós e as tentações vêm de fato, temos a certeza de que, à medida que oramos, o Senhor sabe como nos livrar das tentações (Hb 2:18; 2 Pe 2:9). Não há nenhuma tentação que enfrenta10 / ATOS mos, da qual Deus não possa nos ajudar a escaparmos (1 Co 10:13). Assim sendo, a nossa oração pode ser feita confiantemente: “Pai, quando eu enfrentar o mal e as tentações, ajuda-me a resistir-lhes e a ser dirigido em Tua força, libertação e vitória!” Aleluia! O Reino, o Poder e a Glória A Oração do Senhor, de acordo com a maioria dos primeiros manuscritos, na verdade termina com “livra-nos do Maligno”. No entanto, as traduções mais recentes geralmente incluem as palavras finais “pois Teu é o Reino, o poder, e a glória para sempre. Amém!” (Mt 6:13.) Estas palavras nos estimulam a terminarmos nossas orações com um louvor a Deus, dando-Lhe a nossa fé e a nossa confiança de que Ele é capaz! Podemos trazer todas as nossas petições diante do Trono de Deus em oração, e, aí então, declarar que a nossa fé e confiança por tudo o que precisamos está somente n’Ele. O nosso maior recurso é a grandeza de Deus. Podemos ter a confiança de que o Grande Deus da Bíblia, o nosso amoroso Pai Celestial, suprirá as nossas necessidades, nos dará a vitória final, responderá as nossas orações em Seu tempo perfeito e cumprirá os Seus propósitos. Deus nos dá poder, mas somente Ele é Todo-Poderoso. Ele compartilha a Sua sabedoria conosco, mas somente Ele é Onisciente. E somente Ele merece toda a glória! Podemos então concluir humildemente as nossas orações, com a seguinte declaração repleta de louvor: “Senhor, a Ti pertence todo o poder e autoridade do Reino. Que tudo seja feito para o bem do Teu Reino, de acordo com o Teu poder, e para a Tua glória. Que assim seja feito!” Oração: um Precioso Tesouro A oração é uma responsabilidade de todos os crentes, algo que Deus ordenou que fizéssemos. No entanto, a oração não deve ser uma tarefa pesada. Ao contrário, a nossa grande alegria e privilégio é o fato de sermos bem-recebidos na presença de Deus todos os dias! A oração também não é uma tarefa para alguns escolhidos apenas. Muito embora apenas alguns possam pregar, ou proporcionar uma liderança, ou dar ouro e prata, todos podem contribuir na oração! Do mais idoso ao mais jovem, do bebê em Cristo ao santo com maturidade, de um leito de aflições ou de um lugar de força, todos os crentes em Jesus Cristo podem orar! Este é o mais precioso e valioso tesouro da Igreja: convidar a presença, a provisão e o governo do Reino de Deus em nossa vida e em todas as necessidades e situações! “Bendito és Tu, SENHOR Deus de Israel, nosso Pai, para todo o sempre. Tua, ó S ENHOR, é a grandeza, o poder, e a glória, a vitória, e a majestade; pois tudo o que está no Céu e na terra é Teu; Teu é o Reino, ó SENHOR, e Tu estás exaltado como Chefe sobre todos. As riquezas e a honra vêm de Ti, e Tu reinas sobre tudo. Em Tuas mãos estão o poder e a força; em Tuas mãos está o engrandecer e dar força a todos. Agora, pois, nosso Deus, Te agradecemos e louvamos o Teu glorioso nome!” (1 Cr 29:10-13). Amém e amém! VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Obstáculos à Oração Eficaz Frank e Wendy Parrish T odos nós queremos orar eficazmente. Nós queremos a garantia bíblica de que Deus nos ouve e que Ele responde de fato as nossas orações – até mesmo se não for a resposta que estávamos esperando (Sl 34:17; Is 30:19). Mas, algumas vezes, pode parecer que as nossas orações não estão sendo ouvidas ou respondidas por Deus. A Bíblia deixa claro que há razões para as orações não-ouvidas ou não-respondidas. Vamos examinar agora o que as Escrituras nos ensinam sobre os obstáculos comuns à oração. 1. O maior obstáculo à oração eficaz é o pecado “Se eu considerar a iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (Sl 66:18). Esse versículo foi escrito por Davi, um homem que certamente não era perfeito. Davi, às vezes, pecava de fato diante do Senhor. Mas ele também reconhecia o seu pecado, arrependia-se, e, aí então, fazia o melhor possível para continuar vivendo em obediência diante de Deus. Deus Não Galardoa a Rebeldia Deus pode escolher ouvir e responder a oração do pecador. Caso contrário, como um pecador não-salvo pode- VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 ria pedir a salvação? Deus ouve os clamores da humanidade pela salvação e sempre concede misericórdia e salvação quando as pessoas se arrependem do pecado e crêem no Senhor Jesus Cristo (Rm 10:13). Mas isso é diferente de orarmos a Deus uma vez que tenhamos entregado nossa vida ao Senhor na salvação. Uma vez que somos salvos, entramos na família de Deus. Tornamo-nos filhos de Deus (Jo 1:12; Gl 3:26). Deus é o nosso Pai, e Ele nos deu regras de como devemos nos portar como parte de Sua família. Essas regras encontram-se na Palavra de Deus. Quando obedecemos ao Senhor e aos Seus Mandamentos (regras), surge a possibilidade de muitas bênçãos e regalias que fazem parte do fato de estarmos em Sua família. Mas, para recebermos as bênçãos e respostas de Deus, precisamos nos achegar a Ele com uma simplicidade característica de uma criança (Mt 18:2-4) e em obediência à Sua Palavra. Se quisermos que Deus nos ouça em oração e nos responda, então precisamos nos achegar a Ele com honestidade e com um coração confiante. Não podemos estar vivendo em rebeldia contra Ele, ou em pecado constante, e, ainda assim, termos a expectativa de que Ele nos ouvirá. Um exemplo da resposta do Senhor aos Seus filhos, ATOS / 11 quando eles clamaram a Ele, enquanto ainda estavam em rebeldia, encontra-se em Juízes 10:13,14: “Contudo vós Me deixastes e servistes a outros deuses. Portanto, não vos livrarei mais. Andai e clamai aos deuses que escolhestes; que vos livrem eles no tempo do vosso aperto.” Deus foi misericordioso com relação aos fracassos deles por algum tempo. Mas, quando os filhos de Israel continuavam em seu pecado, rebeldia e idolatria, Deus não mais lhes respondia nem os libertava. Deus nunca galardoa nem incentiva a nossa rebeldia contra Ele. Ele não supre as nossas necessidades se usarmos essa provisão para seguirmos os prazeres terrenos ou as paixões carnais. Deus não dá o Seu poder aos orgulhosos, ou uma vida fácil aos preguiçosos. Ele não responde orações que são egoísticas ou ímpias: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4:3). Deus ouve e responde orações que estão de acordo com a Sua vontade (Jo 14:13; 15:16; 16:23-26). A Bíblia é clara no sentido de que não podemos esperar que Deus ouça e responda as nossas orações quando estamos pecando deliberadamente contra Ele, buscando o mal, ou quando não estamos arrependidos de nossas ações. “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o Seu ouvido agravado para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Is 59:1,2). Deus permitiu que a nação de Israel fosse derrotada em Ai (Josué 7) e, mais tarde, ser levada em cativeiro à Babilônia (2 Crônicas 36), em vez de apoiar o pecado intencional. Deus fala sério com relação à nossa obediência. A nossa desobediência intencional a Deus e à Sua Palavra traz sérias conseqüências, das quais não é a menor delas o fato de Deus ter os Seus ouvidos fechados às nossas orações. Ao orarmos estamos nos aproximando de um Deus santo. Por isso ser verdade, deveríamos nos achegar com humildade e honestidade diante da Sua santa presença, cientes de que Ele sabe de tudo o que está em nosso coração. Se estivermos “considerando a iniqüidade” (escondendo ou apegando-nos ao pecado, ou pedindo com motivações ímpias), Ele não nos ouvirá. Deus Ouve os Arrependidos Isso não significa que tenhamos de viver uma vida perfeita para que Deus nos ouça em oração. Nenhum de nós ficou sem cometer pecado nesta vida (Sl 53:1-3; Rm 3:23; 1 Jo 1:8). Tropeçamos e falhamos de vez em quando. Deus tem compaixão dos que estão tentando fazer o melhor possível para viverem como verdadeiros seguidores de Cristo, mas que talvez tropecem ocasionalmente no pecado, e, em seguida, se arrependem. Contudo, esses são bem diferentes dos que amam e buscam o pecado sem arrependimento, ou daqueles que obedecem somente uma parte da Palavra de Deus, e, contudo, ignoram voluntariamente o restante. “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, 12 / ATOS e os Seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que praticam o mal.” (1 Pe 3:12.) Temos um Advogado Como cristãos, realmente tropeçamos e falhamos ocasionalmente. Talvez escolhamos pecar, e, até mesmo, às vezes, rebelarmo-nos contra Deus e a Sua Palavra. Como poderemos então ser eficazes na oração? Como Deus poderá nos ouvir? Até mesmo os próprios discípulos de Jesus – que andaram com o Senhor e foram ensinados por Ele durante anos – lutavam contra o fracasso e atitudes erradas. Na própria noite da véspera em que Jesus deveria morrer na cruz, a preocupação orgulhosa e egoística dos discípulos era quem dentre eles era o maior! (Lc 22:24.) Jesus havia ensinado aos discípulos sobre o amor e a humildade. Contudo, eles agiam de uma maneira carnal e orgulhosa. Jesus disse a Seus discípulos que eles seriam conhecidos pelo amor de uns aos outros (Jo 13:35; 1 Jo 3:1-18). Contudo, eles nem ao menos conseguiam demonstrar amor o suficiente para ficarem em vigília com Ele durante uma hora (Mt 26:40,41). Jesus orou por uma unidade amorosa. Contudo, naquela noite, eles se uniram somente no temor e no abandono a Cristo (Mt 26:56). Os discípulos de Jesus pareciam surdos e cegos a tudo o que Jesus lhes havia ensinado. No entanto, foi a esses mesmos homens que Jesus disse: “... aquele que crê em Mim também fará as obras que Eu faço, e as fará maiores do que estas...” (Jo 14:12.) Jesus – totalmente ciente da imaturidade, egoísmo e inveja deles (e nossa) – ainda assim fez a Sua mais sublime oração naquela noite: para que os crentes fossem um (Jo 17:11). Jesus até mesmo orou para que eles se tornassem um lugar de habitação para a Trindade! (Jo 14:16,17,23.) Como Jesus poderia dizer e orar essas coisas com relação a meros seres humanos como nós? É por causa do Seu grande amor e graça! Ele estava para “ir para o Pai”, onde Ele “viveria para sempre para fazer intercessão” por nós (Hb 7:25; 1 Jo 2:1). “Jesus Cristo, o Mesmo ontem e hoje, e eternamente” (Hb 13:8), que conhece as nossas fraquezas e fracassos, está orando por nós e está empenhado em aperfeiçoar-nos (1 Pe 5:10)! Jesus sabe que somos débeis. Ele sabe que até mesmo o mais sincero compromisso com Ele nunca resultará numa perfeição imaculada nesta vida. A nossa carne é fraca (Mt 26:41). Jesus sabia que Pedro logo fracassaria (Lc 22:32-34). Contudo, Ele orou por Pedro para que a sua fé continuasse e para que ele se tornasse uma força para seus irmãos (vs.32). Esse mesmo Jesus está orando agora mesmo pela sua fé e força – até mesmo se você tem fracassado! Jesus Cristo Se dedica a nós em oração. Ele promete que nunca nos deixará nem nos abandonará (Mt 28:20). Os nossos fracassos ocasionais não nos desqualificam dos propósitos de Deus. Se nos arrependermos e nos convertermos dos nossos pecados, o mesmo Senhor que requer a nossa obediência também é o nosso Grande Libertador, Redentor e Intercessor que nos perdoa! VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Temos um Grande Advogado diante do Pai, que vive eternamente para interceder por nós (Hb 7:25; 1 Jo 2:1). Quando tropeçamos ou falhamos e pecamos, podemos nos arrepender e sermos perdoados e restaurados na retidão de Cristo, para uma vez mais nos aproximarmos do Trono de Deus com ousadia! Ele não nos rejeita nem fecha os Seus ouvidos aos nossos clamores, quando nos achegamos com humildade e arrependimento ao Seu Trono da Graça. (Veja Hebreus 4:16; 1 João 1:9). Essa é a confiança que podemos ter em oração, até mesmo quando fracassamos e pecamos. Louvado seja o Senhor pelo Seu grande amor e fidelidade! Seja Rápido em seu Arrependimento! A busca voluntária do pecado ou a rebeldia contra o Senhor freqüentemente resulta em orações não-respondidas ou o não-recebimento da plenitude da bênção de Deus. COMO POSSO PERDOAR? Perdão sem Limites “Quantas vezes deveríamos perdoar a alguém que peca contra nós?” Jesus deu a Pedro uma resposta surpreendente a essa pergunta: “Eu não digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18:22). O nosso Senhor não estava dando uma limitação matemática ou legalística. Ao contrário, Jesus estava ensinando a Pedro que o perdão deveria ser concedido sem um limite definido – exatamente como o perdão de Deus para conosco. Em seguida, o Senhor contou uma parábola para ilustrar o grande perdão de um Deus perfeito e santo, e o que isso requer de nós ao perdoarmos os outros. Faça uma pausa e leia essa parábola em Mateus 18:23-35. É óbvio que devemos perdoar aos outros. Mas o que é o perdão? Como realmente perdoamos a alguém? Perdoando da maneira que a Bíblia ensina, podemos ser libertos da dor e dos danos que alguém nos causou e sermos curados desse sofrimento através do nosso amoroso Pai Celestial. O Perdão é Uma Escolha O perdão não é um sentimento ou emoção. O perdão é uma escolha que fazemos conscientemente. Tomamos uma decisão de perdoar alguém, independentemente de como nos sentimos em relação a essa pessoa ou ao que ela fez. O perdão significa abrirmos mão de uma transgressão e da subseqüente dor causada por uma outra pessoa. Isso inclui a nossa recusa de buscarmos uma vingança, de corrigirmos ou confrontarmos alguém que nos ofendeu. O perdão é um ato que envolve a nossa vontade, o nosso coração e a nossa mente. Como, então, perdoamos a alguém da melhor maneira possível? VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 No entanto, Deus, que sonda nosso coração, é fiel no sentido de nos ajudar a “sondarmos e examinarmos os nossos caminhos” (Lm 3:40) e a abrirmos nosso coração diante d’Ele em arrependimento. Sejamos rápidos para irmos primeiramente a Deus em arrependimento e arrependermo-nos dos pecados conhecidos, levantando nosso coração a Deus. Quando confessamos nossos pecados, Ele é fiel no sentido de nos perdoar e nos purificar (Sl 32:5; 1 Jo 1:9). Semelhantemente a Davi, vamos clamar por uma retidão diante de Deus, como também por um relacionamento puro e imaculado com Ele (Leia Salmos 1-19). Que possamos estar dispostos a orarmos: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece as minhas ansiedades, e vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139:23,24). Pondo o Perdão em Prática Ao lidar com assuntos espirituais, como o perdão, o seguidor de Cristo sempre precisa de: Sinceridade de coração; Uma atitude humilde, de abertura e prontidão para aprender; Um desejo genuíno de ver tornando-se uma realidade as prioridades de Deus pelo amor, unidade, reconciliação e retidão em nossos relacionamentos. As condições acima são elementos necessários e importantes do perdão. As sete diretrizes seguintes podem ser usadas como passos eficazes e frutíferos em direção ao perdão: ·· · 1. Peça para Deus revelar o que está em seu próprio coração Jeremias deixa claro que nem sempre podemos confiar em nossos próprios sentimentos ou percepções (Jr 17:9). Geralmente achamos que as nossas atitudes são corretas e justificáveis. Precisamos que o Senhor nos mostre o que está verdadeiramente em nosso próprio coração (Pv 21:2). Se tivermos intolerância, justiça própria, espírito crítico, ira ou amargura em nosso coração, essas coisas impedirão o que Deus quer fazer e envenenarão nossas atitudes com relação aos outros. O primeiro passo do perdão é pedirmos que o Espírito Santo revele qualquer atitude errada, mágoa profunda ou crítica amargurada que possamos ter como resultado do fato de termos sido ofendidos por alguém (Sl 44:21; 139:23,24). 2. Arrependa-se do pecado em seu coração Se você tiver qualquer crítica, ira, ressentimento ou amargura em seu coração com relação a alguém que o tenha ofendido ou machucado, você precisa Continua na página 14. ATOS / 13 Os pontos determinantes de uma vida de oração confiante e eficaz são: a nossa obediência a Deus; e a nossa compreensão do grande amor e perdão de Cristo, o nosso Advogado. “E qualquer coisa que Lhe pedirmos, d’Ele receberemos; porque guardamos os Seus mandamentos e fazemos o que é agradável à Sua vista.” (1 Jo 3:22.) ·· 2. Um outro obstáculo à oração eficaz é a falta de perdão ou a rivalidade Jesus ensinou o seguinte aos Seus discípulos: “E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém...” (Mc 11:25.) Jesus enfatizou a importância do amor e da unidade nos relacionamentos quando Ele orou pela Igreja (Jo 17:20,21). Continuação da página 13. arrepender-se dessas atitudes. A amargura é uma “enfermidade” espiritual mortal, que pode contaminar a sua vida, como também a vida de outros, e atrapalhar a obra de Deus (Hb 12:15). Arrependa-se e peça que o Senhor o perdoe e o purifique de atitudes ímpias para com os que o ofenderam (Ef 4:3032; 1 Jo 1:9). Caso contrário, você não conseguirá ser sincero em seu perdão à pessoa que o ofendeu. 3. Faça a escolha de perdoar O perdão não é um sentimento. O perdão é uma escolha da sua vontade. Somente você pode escolher perdoar a pessoa que o feriu ou o ofendeu (Mc 11:25,26). Ninguém mais pode tomar essa decisão por você. Você precisa escolher perdoar e “abrir mão” da pessoa e do ato que ela cometeu e que o ofendeu. Às vezes as ofensas podem ser grandes. Peça ao Senhor a graça e a força para perdoar. 4. Tome tempo para orar A melhor maneira de perdoarmos alguém é tomarmos um tempo a sós com Deus em oração. Fale as suas palavras de perdão em voz alta ao Senhor. Você pode dizer algo semelhante ao seguinte: “Deus Pai, escolho perdoar [diga o nome da pessoa] pelo que ele (ela) fez/falou [cite especificamente o ato que a pessoa fez ou a coisa que ela falou]”. Se for mais de uma ofensa, cite cada uma. Em seguida, tome um tempo para perguntar ao Senhor se há qualquer outro ponto de mágoa ou ofensa pelo qual você deva perdoar a pessoa, e, então, faça isso. Não é necessário dizer à pessoa que você a perdoou, a menos que ela venha até você e peça o seu perdão. 5. Ore pelo ofensor Depois que você perdoou alguém, tome um tem14 / ATOS Paulo também exortou veementemente aos crentes com relação a amarmos e perdoarmos uns aos outros: “E sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4:32; leia também Efésios 4:1-6 e Colossenses 3:12-15). Algo que é crucial à vida de oração eficaz é o amor – o amor de Deus governando em nossos corações e motivando as nossas orações. Contudo, essa pura motivação de amor pode ser desafiada através de tensões ou tribulações em nossos relacionamentos com os outros. As Mentiras que nos Separam de Deus O relacionamento mais importante para os cristãos é o seu relacionamento com Deus. Nossas orações ao Senhor precisam ser abertas e puras. No entanto, as circunstâncias po para orar por essa pessoa. Levante as suas mãos e ofereça-a a Deus para que Ele lide com ela. Decida abrir mão do seu desejo de “vingar-se” dela, e libere-a para Deus. Em seguida, peça que o Senhor a abençoe, de acordo com o que a Bíblia ensina (Mt 5:44; Lc 6:27,28; Tg 1:19,20; 1 Pe 3:8,9). 6. Peça uma cura ao Senhor Entregue novamente a sua vida a Deus e peçaLhe para curá-lo e libertá-lo dos efeitos das ofensas. Deus é um Redentor, e Ele pode tomar até mesmo as piores ofensas e usá-las para o bem – para moldar a sua vida e para favorecer os propósitos d’Ele – se você permitir a obra d’Ele em seu coração (Rm 8:28; 2 Co 3:18; Tg 1:2-4). 7. Resista ao diabo Satanás tentará trazer de volta a ofensa à sua mente, ou reavivar uma vez mais a sua memória ou emoções com pensamentos negativos. Você precisa exercer a sua autoridade como crente em Cristo e amarrar as obras do diabo (Mt 16:19). Recuse-se a nutrir quaisquer pensamentos de falta de perdão novamente. Resista à obra do diabo, e ele fugirá de você (Tg 4:7,8). Há aqueles que nos ofendem através de suas palavras ou de seu comportamento, e nós, algumas vezes, tropeçamos e ofendemos os outros. No entanto, um dos fundamentos da fé cristã é o perdão de Deus para todos os nossos pecados através de Cristo. Nós, portanto, como verdadeiros seguidores de Jesus, devemos fazer nada menos que isso, escolhendo perdoar aos que nos ofenderam. É por meio da Sua graça e poder que podemos perdoar, e é através da nossa escolha e desejo que devemos fazê-lo! Façamos como Jesus nos ensinou: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6:12). VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 difíceis podem nos tentar a nos escondermos de Deus, a culpá-Lo, ou a termos amargura em nosso coração com relação a Ele. Como podemos nos achegar a Deus com humildade e confiança na oração, se estivermos irados ou ressentidos com Ele? Se acharmos que Deus nos “tratou injustamente”, ou não fez o que achávamos que seria o melhor, precisamos encarar essas atitudes em nosso coração e confessá-las a Deus. A Bíblia nos garante que Deus é amoroso, santo, reto e justo em todos os Seus caminhos. Se acharmos que Deus não tem essas características, estamos crendo em algo que não é verdadeiro com relação a Deus. Precisamos escolher pesquisar nas Escrituras e descobrir quem Deus é verdadeiramente. Em seguida, devemos crer no que a Palavra de Deus diz sobre Ele: “Deus não é homem, para que minta, nem filho do homem, para que Se arrependa. Porventura diria Ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria? (Nm 23:19.) Unidos no Matrimônio, Unidos na Oração O segundo relacionamento mais importante que temos é com o nosso cônjuge. Maridos e esposas precisam comportar-se com muita sabedoria. A Bíblia diz que as nossas orações serão impedidas, se não estivermos realmente nos esforçando para obtermos a unidade e o entendimento com o nosso cônjuge, (1 Pe 3:7). Qualquer motivo que impeça as nossas orações é errado e requer uma mudança imediata. Marido e esposa se conhecem muito bem. Eles conhecem as lutas, tribulações e vitórias um do outro. Eles podem orar individualmente um pelo outro com sabedoria e compreensão. Orar pelo seu cônjuge é uma das coisas mais importantes que você pode fazer por ele. O casal deveria se unir em oração como co-herdeiros da graça (Rm 8:16,17). A oração unificada é um dos maiores privilégios e responsabilidades da união matrimonial. Há um grande poder na oração unificada, até mesmo para se introduzir a presença de Deus (Mt 18:19,20). Assim sendo, qualquer comportamento, hábito, atitude ou temperamento que atrapalhe a união conjugal – atrapalhando assim a oração unificada – é algo pecaminoso e precisa ser tratado. Obstruindo a Bênção da Oração Depois do nosso relacionamento com Deus e com o nosso cônjuge, precisamos aprender também a viver sem disputas e separações em nossos relacionamentos com os outros. Pessoas difíceis inevitavelmente cruzam o nosso caminho nesta vida. Contudo, isso pode ser uma ferramenta maravilhosa que Deus usa para moldar o nosso caráter – se permitirmos ser transformados. Jesus nos ensinou uma forma de sermos mais “aperfeiçoados” à imagem de Deus, a qual estava diretamente relacionada à maneira pela qual reagimos a pessoas difíceis (Leia Mateus 5:38-48). Quando estamos em desacordo com uma pessoa, talvez sejamos tentados a ficarmos irados e sermos preconceituosos com relação a ela, ou a nutrirmos um desejo de VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 vingança. Talvez falamos mal de nossos irmãos, ou repetimos fofocas sobre eles. Pode ser que fiquemos com suspeitas, críticas ou opiniões contrárias, e entregamos nossa mente a pensamentos malignos. Talvez justificamos as nossas ações porque nos sentimos “injustiçados” por esses irmãos. Essas atitudes pecaminosas quebram a nossa unidade ordenada por Deus. Elas também obstruem a nossa intimidade com o Próprio Deus e as bênçãos que o Senhor quer nos dar. Jesus ilustrou claramente as atitudes certas e erradas na oração ao contar uma parábola sobre dois homens judeus: “Dois homens subiram ao Templo, para orar; um, fariseu, e o outro, coletor de impostos. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças Te dou, porque não sou como os demais homens – roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este coletor de impostos. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O coletor de impostos, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para a sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Lc 18:10-14). Pode ser que fiquemos frustrados com orações nãorespondidas ou com a falta de uma resposta de Deus. Contudo, ao mesmo tempo, talvez tenhamos atitudes erradas com relação aos outros. Mas o que pode ser feito para se remover esses obstáculos à oração eficaz? Tendo a Mente de Cristo “De sorte que haja em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-Se a Si Mesmo, tomando a forma de servo, fazendoSe semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se a Si Mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” (Fp 2:5-8.) A Bíblia nos instrui a deixarmos que a mente de Cristo seja introduzida em nossa natureza. Devemos ser continuamente transformados à Sua imagem (Rm 12:2; 2 Co 3:18). Isso requer que os nossos pensamentos, atitudes e motivações carnais sejam transformados e refinados continuamente. Paulo escreveu à Igreja da Galácia sobre Cristo sendo formado neles (Gl 4:19). Isso acontece de várias maneiras: Quando recebemos a Cristo como nosso Salvador, Ele entra em nossa vida e começa a operar a Sua natureza dentro de nós, à medida que submetemos nossas vontades à vontade d’Ele. Essa é uma obra que Ele faz dentro de nós, à medida que permanecemos n’Ele diariamente. Ele nos deu as Escrituras para que as seguíssemos e obedecêssemos. Todas as vezes que escolhemos a obediência e rejeitamos o pecado, tornamo-nos mais semelhantes a Cristo! · · ATOS / 15 · Ele nos deu o Espírito Santo para nos convencer do pecado (Jo 16:8; Rm 8:12-15) e para nos ajudar, capacitando-nos a escolher a retidão. Que presente glorioso: Sermos transformados cada vez mais à imagem do nosso querido e amoroso Salvador! Porque Deus nos Amou Parte da obra de transformação de nossa vida é a escolha de perdoarmos os que agiram erradamente contra nós. Jesus Cristo, como Deus, viu o mundo em seu estado pecaminoso e rebelde. Ele viu todos os governantes ímpios, a destruição através de séculos de guerras, abortos, feitiçarias e idolatria, religiões falsas, abusos de crianças, imoralidade sexual... todos os pecados e as suas conseqüências. Contudo, Jesus veio ao mundo – não para condená-lo, mas para que o mundo, através d’Ele, pudesse ser salvo (Jo 3:16,17). Ele escolheu tomar sobre Si Mesmo as penalidades por todos os pecados da humanidade, de todas as eras. Que amor perfeito! Que grande perdão! Essa mesma mente (atitude, pensamento, motivação) devemos ter também para com os outros se formos seguidores de Cristo (1 Jo 4:10,11). Jesus nos perdoou tanto! Como podemos ficar julgando uns aos outros, ou não perdoar as pessoas? Deus nos mostrou uma grande misericórdia e compaixão. Ele concedeu o Seu perdão a nós, enquanto ainda éramos pecadores e Seus inimigos (Rm 5:6,8,10). Como podemos fazer menos que isso aos outros, até mesmo aos nossos próprios inimigos? Como podemos nos achegar a Deus em oração e contar com a Sua resposta amorosa, quando não estamos dispostos a amar os nossos irmãos em Cristo? Tome alguns minutos e leia Mateus 18:21-35. Examine cuidadosamente o que Jesus ensinou aos Seus discípulos com relação a termos atitudes de falta de amor e perdão, e as severas conseqüências disso. Reconcilie-se com os Outros Jesus nos ensinou exatamente o que fazermos com a falta de perdão e as disputas, que são os obstáculos à oração eficaz: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta” (Mt 5:23,24). “E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, também vos perdoe as vossas ofensas.” (Mc 11:25.) Está claro que devemos perdoar rapidamente e reconciliarmo-nos com os outros em amor, a fim de que possamos nos aproximar justificadamente do altar de oração. Devemos assumir a responsabilidade por nossas ações. Quando ofendemos uma pessoa ou lhe causamos sofrimento, precisamos ir até ela e pedir-lhe perdão. Ou, se alguém nos prejudicou, precisamos escolher perdoar a essa pessoa. Faça o máximo possível para reconciliar-se. Se alguém 16 / ATOS rejeitar seus esforços para a reconciliação, perdoe-lhe – e continue orando para que Deus traga uma unidade entre vocês. Se você for tratado injustamente, perdoe! Se alguém o caluniar, perdoe! Se você for maltratado ou ofendido, perdoe! O perdão não significa fingirmos que não aconteceu uma adversidade, ou que não fomos genuinamente prejudicados. O perdão significa escolhermos abrir mão das situações e das pessoas – entregando-as a Deus em oração para que Ele lide com elas. Estamos escolhendo abrir mão da vingança, amargura, ira, ou da ofensa que pode acompanhar a falta de perdão, e, em vez disso, permitindo que o amor e a mente de Cristo dominem e reinem em nós! Deus não Se lembra mais de nossos pecados quando são perdoados (Jr 31:34; Mq 7:19). Ele tem o poder de apagar o pecado e parte dos seus efeitos. Quando escolhemos perdoar aos outros, também podemos orar e pedir que o Senhor cure até mesmo as nossas memórias mais dolorosas pela Sua graça e poder. Ele deseja fazer isso, e Ele tem o poder para fazê-lo! A Bíblia enfatiza uma coisa que deveria sempre caracterizar o verdadeiro seguidor de Cristo: o verdadeiro amor de uns para com os outros (Jo 13:35; 1 Pe 4:8,9; 1 Jo 4:7-12). Esse tipo de amor é operado em nossa vida quando entregamos nossa mente egoística e carnal à obra transformadora de Deus através do Espírito Santo. Com a graça de Cristo, podemos perdoar aos outros e orar a Deus sem impedimentos. 3. Um terceiro obstáculo à oração eficaz são os desejos errados “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tg 4:3.) Muitas vezes, na oração, as coisas que pedimos a Deus não são necessariamente ruins, mas, as razões pelas quais as queremos podem ser errôneas. Pedimos algo por motivos errados, ou “pedimos mal”. Isso geralmente significa que estamos pedindo algo com uma motivação egoística, ou sem nenhum pensamento ou cuidado com relação aos outros, ou pelo que Deus considera ser o melhor. Deus é um Pai amoroso. Ele nunca dará aos Seus filhos coisas que são carnais ou prejudiciais. A concessão de pedidos egoísticos somente nos tornaria mais egoístas, separando-nos de Deus e impedindo que os Seus propósitos mais elevados se cumprissem através de nós. Você daria a uma criança tudo o que ela pedisse? Será que uma criança sempre sabe o que é bom ou o que é prejudicial? Da mesma maneira o nosso Pai Celestial talvez não responda a todos os pedidos, se Ele perceber que não é a coisa mais amorosa para nós. Nem sempre pedimos a Deus com desejos puros. Será que estamos buscando o perdão de Deus somente para escaparmos dos nossos sentimentos de culpa? Será que desejamos a cura para que possamos buscar os nossos próprios prazeres? Será que queremos um suprimento financeiro para o nosso próprio ganho egoístico, ou porque não queremos depender totalmente do Senhor? VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Não é errado buscarmos o perdão, a cura ou o suprimento financeiro. Mas quais são as nossas motivações? “Será que o que pedimos melhorará o nosso caminhar com Deus, ou será que nos afastará d’Ele?” Simão, o feiticeiro, pediu o poder do Espírito Santo. Esse parece ser um bom pedido. Mas, infelizmente, Simão queria esse poder por um motivo profano e egoístico (At 8:18-23). Ele o queria para o seu próprio ganho e glória. Somos “mera carne”, e, portanto, é difícil orarmos sempre com motivações completamente puras. Temos a seguinte admoestação: “O coração é enganoso acima de todas as coisas, e desesperadamente perverso...” (Jr 17:9,10.) Deus, no entanto, promete nos revelar o que está em nosso coração e que poderia atrapalhar o nosso caminhar com Ele (Fp 3:15). Jesus nos ensinou o seguinte em Seu modelo de oração: “Venha o Teu Reino, seja feita a Tua vontade” (Mt 6:10). Precisamos desejar a vontade de Deus acima de todas as demais coisas. Nossa vida, nosso coração, nossos desejos e nosso espírito precisam ser renovadamente consagrados a Deus todos os dias (Dt 6:5). Ele é o Senhor Soberano, o nosso Pai fiel e digno de confiança. Podemos pedir Sua ajuda para que possamos orar de acordo com a Sua vontade – e Ele nos ajudará. Se nosso coração for consumido com Deus e nossa vontade for entregue à vontade d’Ele, poderemos orar melhor, de acordo com os desejos do Senhor. “Confia no Senhor, e faze o bem; habita na terra, e alimenta-te da Sua fidelidade. Deleita-te também no Senhor, e Ele te dará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia n’Ele, e Ele tudo fará” (Sl 37:35). Quando a nossa confiança e o nosso deleite estão no Senhor, Ele nos concede os desejos corretos pelos quais devemos orar e Ele traz o cumprimento. Talvez haja ocasiões em que não temos certeza de como orar de acordo com a vontade de Deus. Nem sempre conseguimos discernir o que é melhor em todas as situações. Nessas ocasiões, podemos orar no espírito (com a nossa língua espiritual), confiando que o Espírito Santo nos dirigirá e nos ajudará a orar. “Semelhantemente também o Espírito nos ajuda em nossas fraquezas, pois não sabemos pelo que deveríamos orar, mas o Próprio Espírito faz intercessão por nós, com gemidos inexprimíveis. E Aquele que sonda os corações sabe qual é a intenção do Espírito, porque Ele faz intercessão pelos santos de acordo com a vontade de Deus.” (Rm 8:26,27.) A Verdadeira Fé em Deus Suponhamos que um filho não creia que o seu pai diga a verdade. O menino duvida que o pai o ame, e ele não confia que o pai cuidará dele. Assim sendo, aquele filho pede que o pai lhe dê uma grande quantia de dinheiro, para que ele possa abrir a sua própria conta bancária. Esse menino decidiu que prefere tomar conta de si mesmo. Como um pai deveria reagir a esse tipo de expressão de profunda desconfiança? Quanto mais improcedente seria para nós fazermos esse tipo de pedido ao nosso completamente amoroso e perfeito Pai Celestial! Contudo, muitas vezes, esse é o tipo de pedido que trazemos a Deus em oração. A crença em Deus e em Seu Filho Jesus Cristo é muito mais do que um mero reconhecimento da existência d’Eles. A verdadeira fé em Deus e em Seu Filho significa uma crença completa em Quem Eles são: o caráter d’Eles como sendo puro; a natureza d’Eles como sendo o amor; as palavras d’Eles como sendo absolutamente verdadeiras; a salvação proveniente d’Eles como sendo segura; o amor d’Eles como sendo certo; e muito mais! A nossa fé em Deus não deve ser baseada no que achamos que Deus pode ser. A nossa fé deve basear-se somente na verdade de Quem Deus realmente é! Podemos aprender a verdade sobre Quem Deus é através da Bíblia, que está repleta de revelações e verdades sobre Deus. Por exemplo, se o nosso pai terreno foi ríspido e cruel, talvez tenhamos medo de confiar em nosso Pai Celestial. Talvez tenhamos medo de reconhecer nossas falhas para Deus e sermos punidos por Ele. A Bíblia, no entanto, nos garante que Deus é amoroso e digno de confiança (Dt 32:4; 1 Jo 4:8). Ele é misericordioso para os que se arrependem e perdoa rapidamente (Sl 86:5; 103:1-5). Deus ama Seus Filhos e tem somente boas dádivas para eles (Mt 7:911). 4. A dúvida também é um obstáculo à oração eficaz Em toda a Bíblia, a fé (o oposto da dúvida) em Deus é necessária à oração eficaz. Jesus declarou o seguinte princípio diretivo: “Seja-vos feito segundo a vossa fé” (Mt 9:29). A Bíblia ensina que “sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem se aproxima de Deus precisa crer que Ele existe e que Ele é galardoador dos que O buscam diligentemente” (Hb 11:6). O Espírito Santo diz o seguinte através do Apóstolo A Fé Tem a Ver com Aquele em Quem Cremos! A verdadeira fé não é uma questão de quantidade. Não se refere a quanta fé temos, ou quão grande é a nossa própria fé. Jesus nos ensinou que até mesmo uma fé muito pequena pode realizar grandes coisas (Mt 17:20). Não é preciso nos esforçarmos e criarmos uma “grande fé”. Precisamos apenas nos lembrar do quão grande Deus é e colocar a nossa fé n’Ele! A fé não tem a ver com o quanto tentamos crer. Ela VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Tiago: “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peçaa a Deus, que a todos dá liberalmente e sem repreensão, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando, porque o que duvida é semelhante à onda do mar que é levada pelo vento, lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa” (Tg 1:5-7). Precisamos ter fé em Deus, e não dúvidas, se temos a expectativa de sermos ouvidos na oração e obtermos respostas. Mas o que significa termos fé e não dúvidas? ATOS / 17 tem a ver com Aquele em Quem cremos! Jesus fez esta colocação de forma simples, porém poderosa: “Tende fé em Deus” (Mc 11:22). Você sabia que todos os cristão têm fé? A Bíblia diz: “Deus deu a cada um uma medida de fé” (Rm 12:3). Deus nos dá a fé. Não podemos produzi-la por nós mesmos. A fé já foi dada a nós, mas precisamos escolher recebê-la e usá-la apropriadamente. Usamos de forma apropriada a nossa fé, colocando-a no lugar em que ela pertence – no Senhor! Podemos escolher colocar erradamente a nossa fé em nós próprios, em outras pessoas, no dinheiro, nas circunstâncias, em muitas outras coisas, ou podemos escolher colocar a nossa fé no Deus Vivo e Verdadeiro! Ficando Firmes em Nossa Fé Assim como devemos receber e usar apropriadamente a nossa fé, devemos também escolher recusar as dúvidas. Se ouvirmos as dúvidas com relação a Deus, elas podem “sufocar” a nossa fé, semelhantemente a um cobertor molhado colocado em cima de uma fogueira. A primeira arma de Satanás contra a humanidade foi semear dúvidas sobre as palavras de Deus: “Foi isto o que Deus disse?” (Gn 3:1.) Essas dúvidas logo transformaram-se em mentiras cabais sobre o que Deus realmente havia dito (Gn 3:4,5). Satanás ainda tenta fazer com que duvidemos de Deus hoje em dia. Precisamos estar especialmente vigilantes quando uma resposta a uma oração parece demorar, ou não veio da maneira que esperávamos. Nessas ocasiões, Satanás e seus comparsas nos atacam, para tirar vantagem de nossas preocupações e temores. Eles talvez tentem minar nossa confiança em Deus e em Suas promessas. Sussurram que estamos sós, ou abandonados, ou que não somos amados, ou que não são somos dignos... e todo tipo de palavras malignas e contrárias às promessas da Palavra de Deus! Assim sendo, Abraão “não duvidou da promessa de Deus através da incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, estando totalmente convencido de que, o que Ele havia prometido, Ele também era capaz de fazê-lo” (Rm 4:20,21). Cristo disse: “Todo aquele que disser a esta montanha: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo que disser lhe será feito...” (Mc 11:23,24.) Nós também precisamos continuar firmes em nossa fé em Deus, sem vacilarmos. Precisamos rejeitar a ferramenta de Satanás – as dúvidas quanto a Deus – e, em vez disso, colocar a nossa fé no Deus Vivo e em tudo o que Ele é em Sua grandeza, glória, poder e amor, pois, verdadeiramente, “Aquele que prometeu é fiel”! (Hb 10:23.) Buscando a Sua Força Será que alguma tribulação difícil ou alguma circunstância dolorosa fez com que você duvidasse de Deus e de Quem Ele verdadeiramente é? O que você faz se você é tentado a duvidar de Deus? Se você duvidou de Deus será 18 / ATOS que tudo está perdido? Você perdeu a sua oportunidade de receber a bênção de Deus? Em Marcos Capítulo 9, a Bíblia conta a história, de um homem que estava lutando contra as dúvidas. O filho desse homem era mudo e endemoninhado, e ele queria saber se Jesus poderia ajudá-los. “Mas se Tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos” (Mc 9:22). Jesus respondeu: “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê” (vs.23). Jesus confrontou a dúvida daquele homem. Ele não agiu de uma maneira “religiosa” nem fingiu ter uma grande fé. Ele foi realista com Jesus, exatamente como nós precisamos ser realistas com Deus na oração. Deus vê nosso coração e não O enganamos, fingindo que cremos, quando não cremos. A Bíblia diz que aquele homem foi humilde e quebrantado diante de Jesus, chorando. Ele clamou que queria crer, mas precisava que Cristo o ajudasse a vencer o lado dele que estava lutando para crer por completo (vs.24). Muito embora a fé daquele homem fosse incerta, ele clamou ao Senhor por ajuda – e isso, por si só, foi um ato de fé em Jesus – e Jesus respondeu! Jesus respondeu com um grande amor e ternura. Ele não repreendeu aquele homem por não ter fé suficiente. Não! Ao contrário, Ele curou e libertou o filho daquele homem! Se uma tribulação difícil nos der um momento de dúvida em Deus, precisamos, semelhantemente àquele homem, nos achegar com humildade e quebrantamento diante do Senhor. Precisamos reconhecer quando cremos só parcialmente e, em seguida, pedir a ajuda do Senhor para uma vez mais crermos plenamente. O Senhor nos responderá e ajudará. Lembre-se de que Jesus disse: “A Minha graça é suficiente para você, pois a Minha força é aperfeiçoada na fraqueza” (2 Co 12:9). Quando a nossa fé estiver fraca, Ele ajudará a fortalecer-nos! A fé é uma escolha que fazemos no sentido de crermos que Deus é Quem Ele diz que é. Orar em fé significa que nos aproximamos de Deus, crendo que Ele existe – e que Ele nos ama, nos ouve, nos responde, e tem somente o melhor para nós em mente. A nossa fé não é em nossa própria fé; a nossa fé é em Deus e em Sua fidelidade! 5. Um Outro Obstáculo à Oração Eficaz é um Controle Carnal Podemos discernir muito bem o coração de Deus com relação a um assunto e orar ao Senhor de uma maneira correta. No entanto, a resposta pode demorar ou ficar complicada, se tentarmos em seguida tomar as rédeas em nossas próprias mãos e “ajudarmos” a Deus com os resultados! Abraão trouxe muitos sofrimentos e aborrecimentos sobre a sua própria família e sobre as gerações dos futuros israelitas, tentando cumprir a promessa de Deus da sua própria maneira com Hagar (Leia Gênesis 16). Mais tarde, no Livro de Gênesis, lemos sobre Jacó, o VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 “enganador”. Jacó desejava a bênção, e talvez ele tenha pedido a Deus por ela. Contudo, em vez de esperar a resposta de Deus, Jacó tomou as rédeas em suas próprias mãos. Os seus métodos precipitados e enganadores para obter a bênção causaram-lhe anos de demora e tristeza (Gn 27-33). Podemos ver uma outra ilustração dessa verdade hoje em dia. Talvez uma esposa ore fervorosamente pela salvação de seu marido. Porém, se ela tentar forçá-lo a uma mudança com os seus próprios métodos, é bem provável que ela se torne um obstáculo ao arrependimento dele. É essencial que nos lembremos de que, ao pedirmos que Deus nos dê algo, não devemos tentar controlar os resultados com os nossos próprios esforços. Precisamos ser pacientes e sensíveis aos desejos de Deus. Precisamos pedir, e, aí então, confiar que Ele responderá em Seu tempo perfeito e de Sua maneira perfeita. Oração e Obediência Há ocasiões, no entanto, em que oramos, e Deus nos direciona a fazermos algo que Ele requer para trazer a resposta. Há muitos exemplos na Bíblia – tanto no Antigo como no Novo Testamento – em que houve instruções ou direcionamentos bem específicos com relação a como recebermos a resposta do Senhor às nossas orações. Um desses exemplos foi a exigência de que Naamã mergulhasse no Rio Jordão sete vezes para ser curado (2 Rs 5:10-14). Não havia nada de especial com relação àquele rio (vv. 10,12). Mas, havia algo importante com relação à disposição de Naamã em obedecer que o ajudou a reconhecer o Único Deus Verdadeiro, que tem todo o poder (vs.15). Deus dá muita importância à obediência. Quando oramos, a nossa vontade própria precisa estar submissa à vontade de Deus. Precisamos estar dispostos a fazer qualquer coisa que Deus nos peça. Mas como sabemos se Deus está exigindo um passo específico de obediência como parte de Sua resposta às nossas orações? Muitas vezes, isso já está escrito na Palavra de Deus. Há muitos versículos nas Escrituras que começam com “Se vós...” , seguidos com “então Eu...”. Deus já nos revelou os Seus caminhos em muitos casos. (Leia, por exemplo, Levítico 26 ou Deuteronômio 28.) Em outras ocasiões, talvez “ouçamos”, dentro do nosso coração, o Senhor dirigindo-nos a darmos um certo passo de ação depois que oramos. Isso, porém, SEMPRE estará de acordo com a Palavra de Deus. Deus nunca Se contradiz, dizendo algo que seja diferente do que Ele já revelou através da Sua Palavra. Nessas ocasiões, precisamos dar passos cuidadosos e submetermos o nosso direcionamento a Deus, permitindo pacientemente que a Sua paz e provisão nos dirijam. Podemos também submeter a nossa situação a conselheiros de retidão e pedir a ajuda deles. Pode haver ocasiões em que oramos, e, aparentemenVOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 te, Deus nos pede apenas que esperemos n’Ele e não façamos nada. Essa pode ser a coisa mais difícil de todas! Espere no Senhor O mais importante a ser lembrado é que devemos permanecer humildes e submissos a Deus em todas as questões de oração. Nunca devemos tentar forçar as situações ou as pessoas a mudarem através da nossa própria força ou impaciência. Devemos estar dispostos a esperar no Senhor e confiar que a resposta virá no tempo d’Ele. Também devemos estar dispostos a obedecer, se Deus nos pedir para darmos um passo de ação como parte da Sua resposta. Parceria com Deus Há ocasiões em que oramos fervorosamente por alguém, e, contudo, não vemos nenhuma mudança. Podemos ser tentados a achar que as nossas orações não estão fazendo nenhuma diferença. Você pode ter a certeza de que Deus realmente responde as orações. Contudo, Ele nunca viola o livre arbítrio das pessoas nem as força a fazer o que Ele deseja. Ele não criou as pessoas para serem marionetes ou robôs. Fomos criados com a capacidade de fazermos escolhas. Assim sendo, muito embora você possa estar orando por alguém de acordo com a vontade de Deus, a pessoa pela qual você está orando pode ainda assim escolher rejeitar a Deus e às Suas tentativas de atraí-la a Si Mesmo. Por exemplo, talvez você esteja orando todos os dias para que alguém seja salvo. Você sabe que essa é a vontade de Deus, pois “o Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia, mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrependerse” (2 Pe 3:9). À medida que oramos, Deus entra em ação no sentido de atrair a pessoa a Si Próprio. Mas, essa pessoa ainda pode escolher rejeitar a Deus e o Seu amor, ou rejeitar os obreiros que Deus envia em seu caminho. Contudo, continue orando por essas pessoas! Conclusão Deus deixou claro em Sua Palavra que deseja que nos aproximemos d’Ele regularmente em oração. Ele também nos deu avisos claros sobre as coisas que podem impedir a eficácia das nossas orações: o pecado, a falta de perdão, motivações ímpias, dúvidas e ações carnais. Mas, louvado seja Deus, pois a Sua Palavra nos fornece diretrizes claras e abundantes para identificarmos e vencermos esses obstáculos – para que Deus possa usar as nossas ações para a Sua glória, para o bem do Seu povo, e para a expansão do Seu Reino! “A oração dos retos é o Seu contentamento.” (Pv 15:8.) ATOS / 19 UMA VIDA DEVOCIONAL: Tempo Diário na Presença de Deus Adaptado dos ensinos de Jack W. Hayford por Frank e Wendy Parrish Capítulo 1 A Renovação do Hábito Devocional A. ORAÇÃO DEVOCIONAL – UM HÁBITO DIÁRIO Todos os líderes de igreja compreendem e crêem na importância da oração, e a maioria deles poderia dizer que ora de alguma maneira quase que diariamente. No entanto, uma prática específica de oração pode tornar-se negligenciada muito facilmente: a nossa oração devocional diária. Realmente é muito fácil permitirmos que nossas atividades e outros imprevistos nos privem de nossa devoção diária, a sós, com o Senhor. Isso não significa que paramos de orar. Talvez dirijamos reuniões de oração em nossa igreja, em grupos pequenos, ou oremos por indivíduos que vêm falar conosco para receberem uma ajuda espiritual. Pode 20 / ATOS até mesmo ser que intercedamos por pessoas ao redor do mundo. Podemos ensinar sobre a oração, e até mesmo escrever artigos sobre ela. Contudo, é muito fácil negligenciarmos um aspecto muito importante da oração – ficarmos a sós em comunhão com o Senhor. Outras coisas – até mesmo coisas boas – podem nos privar do nosso tempo de oração diária, a sós. A oração diária a sós – juntamente com o estudo diário da Palavra de Deus – fornece o tempo para recebermos direções, correções e o consolo de Deus. É a nossa oportunidade de ouvir diretamente de Deus sobre as coisas que são significativas para nós pessoalmente. Vamos examinar agora algumas importantes lições que nos revigoram em nossa vida de oração devocional diária: VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 1. Quanto Tempo Eu Devo Orar? Muitas pessoas se perguntam quanto tempo elas devem passar em oração pela manhã. É melhor não estabelecermos um limite de tempo específico. Caso contrário, a oração pode tornar-se uma tarefa ou um fardo pesado, em vez de ser uma oportunidade de compartilharmos de um relacionamento de amor com o nosso Pai Celestial. Você provavelmente conversa com seu cônjuge todos os dias. Mas será que faz um plano rígido de passar exatamente 30 minutos, todos os dias, conversando com ele? Provavelmente não! Alguns dias, há assuntos importantes para se discutir, e talvez sejam necessárias várias horas de conversação para vocês chegarem a um acordo ou a um plano de ação. Em outros dias, talvez não haja tantos assuntos a serem tratados. O tempo devocional diário com Deus é algo semelhante. É a nossa oportunidade de conversarmos com Ele a respeito de qualquer assunto sobre o qual precisamos conversar, seja qual for o tempo necessário para aquele dia. Às vezes, conversamos a maior parte do tempo; em outras ocasiões, talvez ouçamos muito mais! Mas, qualquer que seja o caso, estamos em comunhão com o Senhor, conversando com Ele e ouvindo d’Ele. A. ARRANJE O TEMPO PARA A ORAÇÃO. Se quisermos ter mais tempo disponível para a oração, significa que precisamos gastar menos tempo fazendo outras coisas. Portanto, devemos decidir o que pode ser eliminado, a fim de que a oração possa tomar o lugar. Todo mundo, provavelmente, pode abrir mão de alguma atividade à noite para poder dormir mais cedo. Podemos, por exemplo, ouvir o noticiário ou o boletim meteorológico, antes de ir dormir. Se desistíssemos disso, poderíamos ir para a cama um pouco mais cedo, e, aí então, poderíamos acordar mais cedo pela manhã para termos um tempo de oração e um tempo de devoção ao Senhor. 2. Oração: Comunhão com o Senhor O propósito do tempo devocional diário com o Senhor é o de ser algo pessoal. É um tempo de nos achegarmos diante do Senhor de uma forma sincera e honesta – de nos achegarmos humildemente diante d’Ele em adoração todos os dias. É a nossa oportunidade de desfrutarmos de um relacionamento pessoal e direto com Deus, nosso Pai. Podemos experimentar a obra amorosa, penetrante e transformadora de Deus através do Espírito Santo, a qual causará um impacto em todo o nosso ser – corpo, alma e espírito. 3. A Oração nos Prepara Para o Dia Precisamos reprimir as ocupações demasiadas e as exigências desta vida, a fim de fazermos do nosso tempo com o Senhor uma prioridade a cada dia. Sabemos, obviamente, que, se perdermos o momento devocional diário com o Senhor não significa que o resto do dia esteja fadado ao fracasso. A nossa confiança está n’Aquele a Quem oramos, e não somente em nossas orações. Deus é fiel no sentido de nos ajudar a qualquer hora que nos voltamos a Ele. VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 É verdade, no entanto, que alguns problemas podem ser evitados, e outros podem ser mais facilmente vencidos, quando nos preparamos totalmente através das nossas orações matutinas. Muito embora nosso tempo de devoção pessoal seja uma bênção para nós, ele também agrada muito ao Senhor. Ele realmente quer estar conosco e Se importa muito com nossa vida. É uma grande honra e um privilégio podermos cumprimentar o Senhor a cada dia, sabendo que Ele deseja estar envolvido conosco. Que possamos honrar diariamente a Sua presença através de nossas conversações com Ele em oração. B . UM PADRÃO PARA A ORAÇÃO DIÁRIA Há quatro partes importantes em nossa devoção diária. O esboço a seguir nos dá uma breve descrição de cada uma delas. Elas serão explicadas mais detalhadamente em todo o restante deste artigo. Este esboço não tem o propósito de ser uma fórmula a ser seguida rigidamente, nem um curso a ser completado num tempo definido. É uma diretriz para você seguir, no seu próprio ritmo, ou para ser adaptada à sua situação. O importante é começar sua jornada devocional diária com Deus. O esboço a seguir o ajudará a fazer isso. AÇÃO DE GRAÇAS E LOUVOR – OFERECENDO A SI MESMO A. Propósito diário no louvor B. Ofereça seu corpo ao Senhor C. Cante um cântico novo D. Adore no Espírito CONFISSÃO E PURIFICAÇÃO – OFERECENDO O SEU CORAÇÃO A. Peça uma sondagem B. Não se engane C. Estabeleça uma vigilância D. Mantenha o objetivo em vista ORDEM E OBEDIÊNCIA – OFERECENDO O SEU DIA A. Entregue o seu dia a Deus B. Demonstre uma necessidade semelhante à de uma criança D. Peça direções específicas E. Obedeça às instruções FAMÍLIA E IGREJA – OFERECENDO OS SEUS ENTES QUERIDOS A. Cite os membros de sua família diariamente B. Cite os outros parentes também C. Lembre-se da Família do Pai D. Inclua os solteiros O restante deste artigo seguirá o esboço acima em nosso estudo em conjunto. ATOS / 21 Capítulo 2 AÇÃO DE GRAÇAS & LOUVOR: Oferecendo a Si Mesmo Entrando em Sua Presença Deus quer que nos encontremos com Ele diariamente. E Ele está esperando para Se aproximar de nós com a Sua presença. Mas será que há algo que podemos fazer para 22 / ATOS ajudar a darmos as boas-vindas à Sua presença em nossa vida? Sim, há! “Submetei-vos pois a Deus. Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Aproximai-vos de Deus, e Ele Se aproximará de vós.” (Tg 4:7,8a.) VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Pelo que Ele fez – dons, bênçãos, proteção, respostas de orações, etc. Devemos resistir ao diabo! A condição bíblica para Deus Se aproximar de nós com a Sua presença é a seguinte: Nós precisamos nos aproximar d’Ele primeiramente! Ele está pronto para responder, mas espera que nos aproximemos primeiramente d’Ele. Para nos “aproximarmos” de Deus, somos instruídos a fazer duas coisas: submetermo-nos e resistirmos. Precisamos nos submeter numa humilde adoração e obediência diante do Pai. E precisamos resistir às distrações e desânimos que o diabo tenta lançar sobre nós para nos afastar de Deus. Precisamos fazer ambas as coisas para nos aproximarmos de Deus, e para que Ele, em seguida, Se aproxime de nós. A. PROPÓSITO DIÁRIO NO LOUVOR A Bíblia diz em Salmos 100:4: “Entrai por Suas portas com ações de graças, e em Seus átrios com louvor.” Toda aproximação a Deus envolve adoração. Na verdade, o louvor é um convite para que a própria presença de Deus venha e habite em nosso meio: “Porém, Tu és santo, o que habitas entre os louvores de Israel” (Sl 22:3). Deus é digno de todo o nosso louvor. Há duas razões básicas pelas quais podemos louvar a Deus: Por Quem Ele é – a verdade sobre a natureza e o caráter de Deus. VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 1. Louve-O por Quem Ele é Louvar a Deus todos os dias por Quem Ele é transformará a sua vida! Você se lembrará diariamente da verdade de Quem Deus é, e esta lembrança edificará a sua fé. Você pode começar, dizendo simplesmente: “Senhor, eu Te louvo hoje porque Tu és o meu Salvador. Tu não somente me salvaste dos meus pecados do passado, mas Tu és também o meu Salvador agora mesmo. O Teu poder salvador me ajudará hoje. Eu Te agradeço por ser um Salvador tão forte e fiel assim”. Num outro dia, você poderá pensar sobre um aspecto diferente do caráter de Deus: “Senhor, eu Te louvo, porque Tu és Todo-Poderoso. Tu és infinitamente mais forte do que qualquer coisa que eu possa enfrentar hoje. Obrigado porque Tu estarás comigo e me fortalecerás, não importa o que possa acontecer”. Ou você poderá agradecer ao Senhor por ser a Verdade: “Senhor, eu Te louvo porque Tu és tão fiel e verdadeiro. Eu posso sempre confiar na verdade da Tua Palavra – ela nunca falhará. A Tua verdade me liberta, e estou grato por isso hoje”. Louve a Deus por uma diferente faceta ou aspecto da Sua natureza todos os dias. Você pode refletir sobre um dos muitos nomes bíblicos referentes a Jesus também, como, por exemplo, “a Luz do Mundo” (Jo 8:12). À medida que você passa cada dia recordando sobre Quem Deus é, e que maravilhoso Salvador Jesus é, o seu louvor e adoração ficarão revigorados e significativos. E você apreciará muito mais o fato de Quem Deus é todos os dias! 2. Louve-O Pelo que Ele Fez Separe um tempo para louvá-Lo pelo que Ele fez. Há algumas bênçãos passadas pelas quais simplesmente não conseguimos agradecer ao Senhor o suficiente – como por exemplo, a nossa salvação. Agradeça-Lhe também pelas coisas mais recentes que Ele fez. Escolha algo que Deus fez em sua vida ontem e louve-O por isso hoje, como um lembrete novo da Sua fidelidade e bondade. “Dando graças sempre, por todas as coisas, a DeusPai, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo.” (Ef 5:20.) B . OFEREÇA SEU CORPO AO SENHOR Romanos 12:1 nos diz para oferecermos os nossos corpos a Deus: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo, e aceitável a Deus...” “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” (1 Co 6:19,20.) É uma expressão bíblica, como também prática, o fato de nos entregarmos a Deus e de envolvermos nossos corpos em adoração a Ele. Isso também pode nos ajudar a ATOS / 23 permanecermos atentos em nosso tempo de oração, e não cochilarmos, nem ficarmos distraídos. Como oferecemos nossos corpos em adoração? Uma maneira é ajoelharmo-nos. Se você não puder ajoelhar-se, sente-se diante do Senhor com um coração humilde (os discípulos estavam todos sentados quando o Espírito veio pela primeira vez no Dia de Pentecostes). Isso não é um formalismo ou ritual religioso. É uma expressão externa de que estamos prostrando nosso coração e submetendo a nossa vida em obediência a Deus. Talvez você se sinta especialmente alegre ou grato ao Senhor pela Sua bondade. Se este for o caso, pode ser que você queira dançar diante do Senhor, semelhantemente a Davi (2 Sm 6:14). Permita que Deus veja o louvor e a alegria em seu coração pelo que Ele fez! Podemos também levantar nossa face ao Senhor (Jó 22:26-28). A Bíblia também nos dá as seguintes instruções: “Aplaudi com as mãos, todos os povos! Cantai a Deus com voz de triunfo!” (Sl 47:1.) Davi exclamou: “Levantarei as minhas mãos em Teu Nome” (Sl 63:4). Ofereça seu corpo, em oração, ao Senhor, no início do dia. Você descobrirá que é muito mais fácil resistir às tentações do mundo com relação ao seu corpo, se você o oferecer ao Senhor. As nossas mãos levantadas a Deus, num louvor santo, de manhã cedo, não permitirão que cedamos tão rapidamente a ações ímpias de desobediência. Quando o nosso corpo não é oferecido e submetido a Deus, ficamos mais vulneráveis a tentações. O comer demais, a preguiça ou o sexo ilícito são todos pecados do corpo (1 Co 6:18; leia também Romanos 6). Louvar a Deus com nossas palavras e nosso corpo é uma maneira pela qual podemos ficar fortes para resistirmos ao mundo, à carne e ao diabo. Vamos oferecer nosso corpo a Deus em louvor todos os dias! C. CANTE UM CÂNTICO NOVO Salmos 96:1 diz: “Cantai ao Senhor um cântico novo”. Também lemos em Salmos 59:16 o seguinte: “Cantarei da Tua força; pela manhã cantarei do Teu amor”. Cantar ao Senhor é uma forma aceitável e poderosa de adoração. Podemos nos sentir intimidados ao cantarmos louvores quando não o fazemos freqüentemente. Talvez nos sintamos desconfortáveis cantando a sós, ou talvez achemos que não cantamos bem o suficiente. A questão, no entanto, não é a de darmos um show; é simplesmente expressarmos nosso amor e adoração a Deus através do cântico. Podemos, portanto, estar certos de uma coisa: Qualquer que seja o esforço que fizermos ao cantarmos louvores ao nosso Deus será um doce som aos Seus ouvidos! O Que Cantamos? Uma maneira de cantarmos é “com o entendimento” (1 Co 14:15). Podemos cantar corinhos ou hinos com os quais estejamos familiarizados. Ou podemos abrir nossas Bíblias e compormos nossos próprios cânticos, usando as palavras das Escrituras. Isso funciona bem especialmente com os Salmos, uma vez que eles foram escritos originalmente como cânticos. Também podemos cantar “com o espírito” (1 Co 14:15), cantando “cânticos espirituais” (Cl 3:16). Paulo usava os dons do Espírito para ajudá-lo a cantar “cânticos novos”, que são cânticos que o Espírito Santo nos dá. Eles Você pode desejar dançar diante de Deus (2 Sm 6:14). Deixe Deus ver o louvor e a alegria de seu coração pelo que Ele fez! 24 / ATOS VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Efésios 5:18,19 diz: “Enchei-vos do Espírito... cantando e salmodiando em vossos corações ao Senhor”. Nossa oração e nosso cântico podem ser “com o Espírito” (1 Co 14:15). Cantar e orar no espírito tem um significado especial. Significa cantar e orar em uma língua ou idioma que vem do Espírito Santo. estão disponíveis a todos os crentes cheios do Espírito, que usam as capacitações fornecidas por Ele. D. ADORE NO ESPÍRITO “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim O adorem. Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4:23,24.) Efésios 5:18,19 diz: “Enchei-vos do Espírito... cantando e salmodiando em vossos corações ao Senhor”. Nossa oração e nosso cântico podem ser “com o Espírito” (1 Co 14:15). Cantar e orar no Espírito têm um significado especial. Significa cantar e orar em uma língua ou idioma que vem do Espírito Santo. Esses cânticos ou orações são compostos de sons ou palavras que não foram aprendidos. Essa linguagem não é compreendida pela mente da pessoa que está orando ou cantando. Tampouco ela é geralmente compreendida por alguém que esteja perto e que talvez esteja ouvindo. Contudo, ela é compreendida por Deus, porque ela é pelo Seu Espírito. “Porque o que fala numa língua estranha não fala aos homens, mas a Deus...” (1 Co 14:2.) O Apóstolo Paulo nos diz que, às vezes, não sabemos orar como deveríamos, e nem pelo que orar (Rm 8:26,27). No entanto, o Espírito Santo pode orar a Deus através de VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 nós, com sons ou com uma linguagem que não compreendemos. Paulo nos assegura que essas orações estão sempre de acordo com a vontade de Deus. Após orarmos “no espírito”, talvez tenhamos uma compreensão melhor de como devemos orar em nossa própria língua ou na aprendida. Em 1 Coríntios 14:14-16, Paulo menciona a oração “com o entendimento”. Isso pode ser a interpretação do que já oramos em outras línguas. A oração em línguas é uma poderosa ferramenta e um dom gracioso do Espírito Santo de Deus. Ela deve ser uma parte importante da nossa vida devocional diária. O cântico no Espírito pode ter um propósito semelhante. Às vezes simplesmente não conseguimos expressar em palavras o quanto amamos ao Senhor Jesus. Uma vez mais, o Espírito Santo nos ajuda, dando-nos sons e cânticos de louvor numa língua que não compreendemos com nossa mente. Sabemos, com certeza, que o cântico no Espírito é um transbordamento de amor, alegria e louvor a Deus, e que isso fortalece nosso espírito (1 Co 14:2,4,17). Paulo está agradecido a Deus pelo fato de que em suas devoções a sós ele ora em línguas (línguas dadas pelo Espírito) mais do que qualquer outra pessoa (1 Co 14:18). Que exemplo poderoso para seguirmos em nossa própria vida devocional diária! ATOS / 25 Capítulo 3 CONFISSÃO & PURIFICAÇÃO Oferecendo o seu Coração A. PEÇA UMA SONDAGEM Juntamente com nosso corpo, precisamos também oferecer o nosso coração a Deus. Davi foi um homem que experimentou grandes vitórias como também grandes fra26 / ATOS cassos diante de Deus. No entanto, em tudo o que passou, ele é um exemplo insuperado de alguém que desejava fervorosamente andar diante de Deus “com todo o seu coração” (Dt 6:5). VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Davi fez a seguinte oração: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece as minhas ansiedades; e vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139:23,24). Esse Salmo é o retrato de um homem que vivia numa comunhão íntima com Deus. Contudo, ele estava pedindo que Deus sondasse o seu coração e provasse os seus pensamentos com relação a qualquer coisa ímpia sobre a qual ele talvez não soubesse. O Salmo 139 também nos diz que Deus nos conhece melhor do que nós próprios nos conhecemos. O propósito de pedirmos que Deus sonde nosso coração é o de descobrirmos pecados: de permitirmos que o Senhor saliente qualquer coisa que Ele vê como sendo uma área perigosa em nossa vida, que poderia causar danos ou prejuízos a nós mesmos ou a outros. Precisamos aceitar os Seus tratamentos conosco – sem desculpas – e confessar livremente nossos pecados a Deus, para que possamos ser libertos. Guarde a Sua Caminhada Cristã Há muitos crentes que estão presos em práticas indignas ou em hábitos pecaminosos, e que talvez não os reconheçam como tais. Esses hábitos e práticas talvez envolvam relacionamentos, empregos ou distrações que eles carregam desde a época anterior à de quando conheceram a Cristo. Geralmente esses comportamentos são aceitáveis para o mundo, mas os olhos penetrantes do Senhor revelam que eles não são dignos de Seus filhos e filhas. O Senhor quer nos libertar de todo pecado ou escravidão – porque, se não forem tratados, eles resultarão, mais tarde, numa colheita de dor e destruição em nossa vida e na vida de outros. Pouquíssimas pessoas simplesmente decidem, num certo dia, virar as costas para Deus e viver uma vida pecaminosa. Na maioria das vezes, cedemos ao pecado aos pouquinhos, e, com o passar do tempo, participamos cada vez mais de comportamentos mundanos. Mais tarde, acabamos longe de Deus e de Seus caminhos. Precisamos aprender – e ensinar aos outros também – a pedirem que o Senhor faça uma sondagem diária em nosso coração e em nossos pensamentos. Precisamos aprender a esperar em Sua presença, para ouvirmos Sua voz e responder ao que Ele nos diz. Se pedirmos que o Senhor nos mostre nossos pecados ocultos, Ele nos ajudará a vê-los. À medida que tentarmos ouvir Sua voz e buscarmos obedecer a Sua Palavra, aprenderemos a seguir Suas instruções para a liberdade! “Mostra-me os Teus caminhos, ó Senhor; ensina-me as Tuas veredas. Guiame na Tua verdade e ensina-me.” (Sl 25:4,5.) B . NÃO SE ENGANE “Engano” significa crer que algo é certo, quando é errado. O profeta Jeremias nos alertou sobre como o coração humano pode ser tão facilmente enganado. “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem poderá conhecê-lo?” (Jr 17:9.) VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 É possível que qualquer pessoa seja enganada, até mesmo um cristão. “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados [a Deus], Ele é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 Jo 1:8,9.) 1. Três Áreas de Engano O Apóstolo João nos mostra três possíveis maneiras pelas quais podemos ser enganados: a. Achar que não temos nenhum pecado – e, portanto, que não precisamos do perdão de Deus. b. Achar que não precisamos confessar os pecados, e que, se realmente pecarmos, não há a exigência de fazermos nada a respeito; pensar que Deus fará vistas grossas ou nos perdoará, até mesmo se não enfrentarmos a situação ou não contarmos a Ele sobre o ocorrido. c. Achar que não seremos perdoados – que Deus não nos perdoará, de fato, até mesmo quando realmente confessarmos os nossos pecados. 2. O Engano Estraga a Comunhão Se formos enganados em qualquer uma das três áreas mencionadas, nossa comunhão com Deus ficará prejudicada. Descobriremos que é difícil orarmos, louvarmos ou adorarmos ao Senhor. Não conseguiremos encontrar alegria e paz na Palavra de Deus. Será difícil voltarmos nosso coração completamente para o Senhor. a. Os que crêem que nunca pecam continuarão tendo problemas causados pelos próprios pecados. No entanto, não ficarão sabendo o motivo pelo qual eles têm esses problemas – ou o motivo pelo qual a vida deles está numa constante confusão. b. Os que pecam, mas não se arrependem, nem confessam os pecados a Deus – achando que Ele os perdoará sem um arrependimento – podem ficar com o coração endurecido (Hb 3:13). Os seus pecados nunca são resolvidos, muito embora o Espírito Santo possa estar convencendo-os a esse respeito (Jo 16:8). Com o passar do tempo, eles não mais ouvirão o Senhor alertando-os. Andar tão longe assim dos caminhos de Deus é muito perigoso. c. Algumas pessoas crêem que, muito embora elas contem a Deus os seus pecados, Ele não as perdoa de fato. O fardo desse engano lhes dá um coração pesado. Talvez vivam sob uma escura nuvem de vergonha, culpa e condenação. A Bíblia, no entanto, nos diz a verdade: “Se confessarmos os nossos pecados [a Deus], Ele é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:8,9). Como é bom estarmos abertos, sermos honestos e confessarmos a Deus que somos pecadores, e arrependermo-nos diante d’Ele, especificando cada pecado. Assim sendo, Deus está sempre pronto a perdoar-nos, restaurar-nos e fortalecer-nos. Podemos evitar pecados futuros, achegando-nos a Deus quando nos sentimos tentados – antes de pecarmos – e pedindo que Ele nos ajude e nos dê força para resistirmos. É melhor nos achegarmos a Ele de antemão, pedinATOS / 27 do Sua ajuda, do que nos achegarmos depois, pedindo perdão. 3. Seja Sensível ao Espírito Devemos pedir a Deus diariamente que Ele nos torne muito sensíveis ao Seu Espírito Santo, para que Ele nos alerte quando estivermos em perigo. Devemos reconhecer humildemente nossa necessidade do Seu ensino, correção e perdão. Quando somos sensíveis, Ele nos avisa muito rapidamente se estamos pecando contra o Seu amor ou Sua verdade. Recebemos mais do que um simples consolo – recebemos Sua sábia instrução e direção. Creio que todos compreendemos que, se falhamos com Deus, não perdemos a nossa salvação. O menor pecado, no entanto, pode estragar rapidamente a nossa comunhão com Deus (o nosso caminhar e a nossa conversa com Ele). Devemos pedir-Lhe rapidamente o Seu perdão, porque não queremos que nossa comunhão com Ele seja quebrada. Queremos agradar ao Senhor em todas as coisas, e não entristecê-Lo em nada! C. ESTABELEÇA UMA VIGILÂNCIA Davi escreveu o seguinte: “Que as palavras da minha boca e a meditação [pensamentos] do meu coração sejam aceitáveis aos Teus olhos, ó Senhor, minha força e meu Redentor” (Sl 19:14). 1. Guardando a Sua Mente a. Três Fontes Principais de Pensamentos. Há três fontes principais de onde os pensamentos e as tentações vêm à nossa mente: 1) O Mundo – do que vemos e ouvimos 2) A Carne – dos desejos humanos e ímpios 3) O Diabo – do mundo espiritual O simples fato de um pensamento vir à nossa mente não significa que tenhamos de permanecer pensando nele. Contudo, se realmente permitirmos que pensamentos ímpios permaneçamem nossa mente, eles causarão, mais tarde, palavras e ações ímpias. Portanto, precisamos detêlos rapidamente e substituí-los por pensamentos santos. b. Faça de Jesus o Senhor de Sua Mente. Quando iniciamos cada dia com oração e ações de graças a Deus, recebemos a Sua paz. Essa paz funciona como um guardião sobre nosso coração e nossa mente (Fp 4:6,7) e nos ajuda a sermos mais sensíveis à convicção de pecado que o Espírito Santo nos traz. Quando surgir um pensamento errado, converse com o Senhor sobre isso. A oração deterá rapidamente os pensamentos errados! Todos os cristãos têm pensamentos errados numa ou noutra ocasião, mas Jesus pode ser o Senhor de nossa mente, como também de nosso coração. 28 / ATOS A VERDADE Encha sua mente com a Palavra de Deus. Ela vai encher seu coração e sua mente com verdade e santidade. c. Encha Sua Mente com a Verdade. Decida não mais olhar ou ouvir aquilo que alimenta pensamentos impróprios em sua mente. Uma maneira infalível de purificar os pensamentos é recusar-se a olhar ou ouvir o que é ímpio! Em seguida, encha sua mente com a Palavra de Deus. Ela contém palavras que limpam, purificam, avivam e que enchem seu coração e sua mente com verdade e santidade (Sl 119:11,105; Pv 6:23; 2 Tm 3:16; Hb 4:12). 2. Guardando a Sua Boca As palavras que falamos têm poder, e precisam ser vigiadas cuidadosamente. “A morte e a vida estão no poder da língua...” (Pv 18:21.) Mas, é da abundância de nosso coração que procedem as nossas palavras: “Pois, da abundância do coração, fala a boca” (Mt 12:34). Assim sendo, o que dizemos reflete realmente a condição do nosso coração. A Bíblia nos ensina que há elos importantes entre a boca e o coração: Para o Bem: 1. Em nossa salvação: “... se confessares com a tua boca ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10:9). 2. Em nossa fé: “E Jesus, respondendo, disse-lhes: VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Tende fé em Deus, porque em verdade vos digo que, qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito” (Mc 11:22,23). Para o Mal: 1. Em nosso caráter: “Os lábios ardentes com um coração maligno são como o caco coberto de escórias de prata” (Pv 26:23). 2. Em nossa atitude: “Mas, se tendes amarga inveja, e um sentimento faccioso em vossos corações, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Esta sabedoria não vem do alto, mas é terrena, sensual e demoníaca” (Tg 3:14,15). É óbvio que há uma ligação entre as palavras de nossa boca e nosso coração. Do coração podem fluir palavras de salvação, cura e bênção, ou palavras de destruição, ferimento e maldição. Vemos agora a sabedoria da oração do Salmista: “Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam aceitáveis aos Teus olhos, ó Senhor, minha força e meu Redentor” (Sl 19:14). Como podemos aplicar da melhor maneira possível esta sabedoria, a cada dia, em nossas orações devocionais? Primeiramente, reveja com o Senhor o dia anterior. Será que você disse qualquer coisa que precisa de confissão ou desculpas? Será que houve em seu coração atitudes de amargura, orgulho ou ira? Vida e poder fluem do nosso coração, como também palavras para o bem e para o mal. Assim sendo, peça a sondagem e a convicção de pecado, provenientes do Senhor, a cada dia. Em seguida, responda rapidamente com arrependimento e sincero pedido de perdão aos que você talvez tenha ofendido com suas palavras. Em segundo lugar, entregue ao Senhor, de antemão, suas palavras e ações do dia que está se iniciando. PeçaLhe que o ajude a falar palavras de vida e bênção, e a escolher a manter um coração reto diante d’Ele. Você pode até mesmo fazer a seguinte oração: “Senhor, coloque uma proteção em meu coração e em minha boca. Eu peço que o Teu Espírito me dê um sinal ou me corrija quando eu estiver para falar algo que não Te agrade. Dá-me a graça e a força para honrar e obedecer aos Teus direcionamentos”. Há uma gloriosa esperança que você pode confessar com relação a isso em Salmos 49:3: “A minha boca falará sabedoria, e a meditação do meu coração dará entendimento”. Aleluia! D. MANTENHA O OBJETIVO EM VISTA Deus nos chama de fato à pureza. Ele nos ensina a examinarmos o nosso coração, a confessarmos os nossos pecados e a sermos purificados. Mas por que isso é tão importante assim? Qual é o objetivo? Há o objetivo externo da nossa atenção à nossa vida santa. Esforçamo-nos para termos um coração correto, VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 ações sábias e um linguajar santo, a fim de que nossa vida seja frutífera e eficaz para Deus todos os dias. Viver dias que valham a pena é de fato um objetivo digno (Sl 90:12). Mas Deus tem também um importante propósito interno para nós. “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus, dos que são chamados de acordo com o Seu propósito. Porque os que dantes conheceu, Ele também predestinou para serem conformes à imagem do Seu Filho, para que Ele pudesse ser o Primogênito dentre muitos irmãos.” (Rm 8:28,29.) Deus tem um grande propósito para a vida de todos os crentes. O Seu desejo é que nós “sejamos conformes à imagem de Seu Filho”. O objetivo d’Ele para nós é fazer-nos semelhantes a Jesus! Assim sendo, quando nos achegamos ao Senhor a cada dia em oração, pedindo-Lhe que sonde nosso coração, Ele faz a Sua obra em nossa vida no sentido de nos moldar e nos purificar: Ele nos purifica, livrando-nos daquilo que impede que sejamos semelhantes a Jesus. Ele nos mostra onde estamos enganados, a fim de que possamos conhecê-Lo melhor e nos tornar mais semelhantes a Ele – a Verdade! Ele purifica nosso coração, mente e palavras, a fim de que possamos ser mais sábios e mais sensíveis – e, por conseguinte, oferecer a Sua esperança, vida e verdade aos outros! · · · Não Desista! Em Filipenses 3:13,14, o Apóstolo Paulo fala sobre prosseguirmos para o alvo a cada dia: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado, mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Os objetivos maiores são alcançados completando-se uma série de objetivos diários menores. Durante nosso período de oração, Deus pode trazer várias coisas à nossa mente que Ele quer que façamos, que farão parte do Seu plano para o nosso dia. (Abordaremos sobre isso mais detalhadamente em nossa seção seguinte.) Quando completarmos as tarefas menores com fé e obediência, teremos “prosseguido” em direção ao objetivo (ou propósito) maior de Deus para nossa vida. Cada pequena decisão de obediência e retidão leva até mesmo à liberação dos propósitos de Deus para nossa vida! Entregue sua vida – e cada dia de sua existência – a Deus. Ore para “prosseguir” n’Ele e obedecer-Lhe, não importando o que possa vir contra você. Não desista de seus esforços no sentido de fazer a vontade de Deus. Você pode alcançar seus objetivos em Deus. Você conquistará o seu prêmio celestial quando “prosseguir”. E Deus será fiel no sentido de usar tudo para moldá-lo cada vez mais à imagem de Jesus! Que abençoada esperança e promessa! ATOS / 29 Capítulo 4 ORDEM & OBEDIÊNCIA Oferecendo o seu Dia A Bíblia nos fala sobre o valor de cada dia, e salienta a necessidade de o usarmos de forma sábia e proveitosa. Cada dia é uma dádiva de Deus. Precisamos da Sua sabedoria para usá-lo sabiamente. “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que possamos alcançar um coração sábio.” (Sl 90:12.) Cada dia tem suas próprias alegrias e desafios. Devemos fixar nossa mente e nossas mãos aos deveres de hoje e evitar as preocupações com os deveres de ama30 / ATOS nhã. “Não vos preocupeis pois pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” (Mt 6:34.) Precisamos usar a oração e a Palavra de Deus a cada dia a fim de recebermos o que precisamos diariamente. “Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.” (Mt 6:11.) “Este Livro da Lei não se apartará de tua boca, mas meditarás nele de dia e de noite, para que possas ter o cuidado de fazer de acordo com tudo o que está VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 escrito nele, porque então farás prosperar o teu caminho, e aí então terás muito êxito.” (Js 1:8; veja também Salmos 119:11,105; 2 Timóteo 3:16,17.) É óbvio que nossos dias devem ser usados com responsabilidade, e não devem ser desperdiçados (Ef 5:16). Deus nos fez “administradores” de nossos dias – do nosso tempo – e somos responsáveis diante d’Ele de como os usamos. Quando submetemos cada dia a Deus, Ele nos ajuda a ordenarmos e a dirigirmos nossos passos. O significado essencial de submissão é “ordem certa” no propósito e no relacionamento. Não tem a ver com dominação. Na verdade, refere-se a coisas que estão num arranjo adequado, a fim de poderem funcionar apropriadamente. Nossos dias “se encaixam” muito melhor, quando são primeiramente submetidos a Deus para a Sua direção. “Mas, quanto a mim, eu confio em Ti, ó Senhor; eu digo: Tu és o meu Deus. Os meus dias estão em Tuas mãos.” (Sl 31:14,15.) Deus não força os Seus caminhos em nossas atividades diárias. Precisamos pedir que o Seu senhorio esteja sobre o nosso dia e pedir em oração a Sua sabedoria e provisão com relação a tudo o que diz respeito a nós. “Se um de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e não o lança em rosto e serlhe-á dada.” (Tg 1:5.) Podemos confiar nas promessas de Deus crendo que Ele nos ajudará, nos guiará e estará conosco a cada dia (Sl 32:8; 48:14; Mt 28:20). Podemos iniciar nosso dia com alegria, gratos por essa dádiva para servirmos ao Senhor e aos outros. A. ENTREGUE O SEU DIA A DEUS “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia n’Ele, e Ele tudo fará... descansa no Senhor, e espera pacientemente por Ele.” (Sl 37:5,7.) Estas duas palavras, “entrega” e “descansa”, são muito importantes. “Entregando” todas as áreas de nossa vida a Deus e “descansando” no conhecimento e na certeza de que Ele fará com que todas as coisas contribuam para o nosso bem (Rm 8:28), trazemos a ordem divina para cada dia. A palavra original em hebraico referente a “entregar” é galal. Ela significa “rolar, rolar para baixo, rolar para longe, remover”. Assim sendo, devemos “rolar os nossos caminhos” – os nossos fardos, preocupações e obras – de cima e para longe de nós mesmos, entregando-os ao cuidado de Deus, confiando n’Ele. (Veja também Provérbios 16:3.) Exatamente como um camelo, carregado com um pesado fardo, ajoelha-se, inclina-se para um lado e permite que a sua carga role para longe de si, assim também devemos nos ajoelhar em oração e “rolar” nossos fardos, entregando-os aos cuidados de Deus. Jesus confirmou isso, ao dizer: “Pois o Meu jugo é suave, e o Meu fardo é leve.” (Mt 11:30.) Quando tentamos carregar nossos próprios fardos ficamos sobrecarregados, desanimados e exaustos; mas, quando os entregamos ao Senhor a cada dia, e confiamos que Ele realizará Seus bons propósitos, podemos ter a Sua paz e descansar durante todo o nosso dia (Fp 4:6,7). VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Chegue diante do Senhor em oração diariamente, e digaLhe o que lhe o preocupa. Descreva-Lhe o seu dia ponto por ponto – pessoas, lugares, eventos, decisões, etc. Em seguida, descanse em Sua grande capacidade de responder nossos pedidos no tempo d’Ele e da maneira d’Ele. Alguns dos nossos dias talvez não terminem da maneira que esperávamos. É animador nos lembrarmos de que Deus nunca é pego de surpresa pelos eventos “inesperados” com que nos deparamos. Nossos planos e propósitos talvez fracassem, mas nunca os do Senhor. Nada será um desperdício ou perda total, se entregarmos nossa vida e nossos dias a Ele todas as manhãs, e O obedecermos o dia todo. Talvez haja dias em que você não consiga ter seu tempo devocional com Deus. Pode ser que você esteja tão ávido em ficar ocupado, fazendo a obra para o Senhor que não separe tempo para esperar no Senhor da obra. Quando você se prepara em oração, você tem a verdadeira força espiritual para aquele dia. Ordenar o seu dia diante de Deus permite que você confie que Ele o guiará sabiamente através dos problemas inesperados que surgem. Isso faz uma grande diferença no dia – uma diferença muito grande! Nunca é muito tarde para orar, mas oferecer o seu dia ao Senhor de manhã talvez o poupe de ansiedades ou problemas desnecessários. “Entregue” o seu dia ao Senhor desde o início, e, aí então, “descanse” n’Ele! B . DEMONSTRE UMA NECESSIDADE SEMELHANTE À DE UMA CRIANÇA “Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele dirigirá as tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” (Pv 3:6,7.) Assim como a criança precisa de um pai, nós também precisamos de Deus. Somos totalmente dependentes d’Ele. Precisamos muito de Deus, todos os dias. Sermos “sábios aos nossos próprios olhos” significa sermos orgulhosos e arrogantes; sentirmos excessivamente confiantes em nós mesmos e em nossa própria capacidade; acharmos que podemos fazer as coisas sem a ajuda de Deus. Nossa natureza humana quer independência. Talvez achemos que não precisamos nos voltar para Deus, exceto, algumas vezes, em tempos de crises. No entanto, isso não é verdade. A verdade é: precisamos da ajuda do Senhor para todos os momentos, em todos os dias. Fomos criados por Ele – e precisamos ser sustentados por Ele. O êxito de nossa vida e ministério depende do poder do Espírito de Deus. Precisamos sempre – e de todas as maneiras – depender d’Ele. Essa é a dependência simples, semelhante à de uma criança, que precisamos manter. Verdadeira Maturidade O fato de sermos semelhantes a uma criança e dependentes de Deus não significa que não devemos crescer nunca. Deus também deseja que amadureçamos como fiATOS / 31 A Bíblia ensina que podemos pedir a Deus uma direção específica. lhos e filhas – que cresçamos espiritualmente e que façamos uma parceria com Ele na realização dos Seus propósitos (Ef 4:11-16). Davi foi um bom exemplo de um homem que era um líder maduro, e, contudo, permanecia dependente do Senhor. Davi era um guerreiro corajoso e um líder dinâmico. No entanto, em muitas orações ele expressou uma dependência em Deus semelhante à de uma criança, como por exemplo: “Inclina os Teus ouvidos, ó Senhor, e ouve-me, pois estou fraco e necessitado” (Sl 86:1); “De certo fiz calar e sossegar a minha alma, como uma criança desmamada para com a sua mãe” (Sl 131:2). Davi era um homem de êxito, de habilidades de liderança e de realizações. Contudo, ele reconhecia prontamente sua necessidade da ajuda de Deus e sua total dependência do Senhor. Ele compreendia o princípio de que Deus era a sua Fonte para tudo o que ele necessitava – e, por ser um dos filhos de Deus, ele poderia ousadamente pedir e confiar na ajuda de Deus. Lembremo-nos das palavras de Jesus com relação a isso: “Eu sou a Videira, e vós os ramos... sem Mim nada podeis fazer... Se permanecerdes em Mim e as Minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que desejardes, e será feito por vós... Vós produzireis muitos frutos...” (Leia João 15:1-8.) C. PEÇA DIREÇÕES ESPECÍFICAS “Mostra-me os Teus caminhos, ó Senhor; ensiname os Teus caminhos. Dirige-me em Tua verdade e ensina-me, pois Tu és o Deus da minha salvação. Em Ti espero todo o dia.” (Sl 25:4,5.) “Os teus ouvidos ouvirão uma palavra por detrás de ti, dizendo: ‘Este é o caminho, andai nele’ sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” (Is 30:21.) Essas palavras das Escrituras ajudam-nos a entender que: 1) Podemos pedir que Deus nos dê direções específi32 / ATOS cas; e 2) Podemos ter a expectativa de que Ele nos dará instruções em pontos cruciais, se permanecermos abertos a Ele e ao Seu direcionamento – “Em Ti espero todo o dia”. Deus não quer que nos tornemos místicos ou supersticiosos em nossos deveres diários. Não precisamos que Deus nos diga, todos os dias, o que Ele já nos disse nas Escrituras. Por exemplo, não precisamos que Ele nos diga se devemos ou não ir para o trabalho. As Escrituras já nos dizem que isso é o que se espera de nós (2 Ts 3:10). Tampouco precisamos que Deus nos diga que devemos amar nosso cônjuge ou ensinar aos nossos filhos sobre Ele. Uma vez mais, essas são coisas que Deus já nos disse em Sua Palavra (Ef 5:25; Dt 6:7). Contudo, o Senhor de fato guiará e dirigirá nossos caminhos em nossa vida e nos ajudará, quando precisarmos tomar decisões importantes. Ele nos ajudará a evitarmos erros ou enganos graves, à medida que O obedecermos e dependermos d’Ele (Rm 8:14). A Bíblia nos ensina como recebermos especificamente o direcionamento de Deus em nossa vida: “Confia no Senhor com todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento; em todos os teus caminhos reconhece-O, e Ele direcionará os teus caminhos. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal” (Pv 3:5-7). 1. Confia no Senhor. Isso significa que precisamos primeiramente entregar nossa vida por completo a Deus através de Cristo, e colocar a nossa confiança para a nossa salvação e para a nossa vida no Senhor somente. 2. Não te estribes no teu próprio entendimento. Precisamos reconhecer que os pensamentos e caminhos naturais do homem não são os mesmos que os de Deus (Is 55:8,9). Assim sendo, precisamos depender de Deus e da Sua Palavra para a sabedoria e o direcionamento que precisamos para viver cada dia. 3. Em todos os teus caminhos reconhece-O. Coloque o seu dia diante do Senhor em oração, e determine que o seu coração obedecerá a Sua Palavra. “ReconhecêLo” significa colocá-Lo em primeiro lugar em todas as coisas – fazendo a Sua vontade e obedecendo a Sua Palavra da melhor maneira possível, sendo rápido em pedir perdão quando você pecar ou fracassar. 4. Não sejas sábio aos teus próprios olhos. Independentemente de quanto tempo você tenha caminhado com Deus ou estado no ministério, não se deixe enganar, pensando que você sabe a resposta de todas as questões e problemas de hoje. É presunção não orar, achando que você não precisa da ajuda de Deus. Peça a ajuda do Senhor em todos os detalhes do seu dia. 5. Ele direcionará os teus caminhos. Essa é a promessa de Deus, e Ele a cumprirá! O Senhor está nos diVOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Deus vai dirigir seus caminhos. Se você reconhecer Deus em todas as coisas, Ele o ajudará e o guiará a cada dia. zendo: “Se você Me reconhecer em todas as coisas, Eu o ajudarei e o guiarei a cada dia. Você saberá o que fazer e terá o de que precisa”. Contudo, lembre-se: Precisamos separar um tempo a cada dia para orarmos, para humildemente pedirmos ao Senhor por um direcionamento específico. Em seguida, confie que Ele o direcionará fielmente em todos os detalhes que você encontrará pelo caminho. D. OBEDEÇA ÀS INSTRUÇÕES Jesus nos diz claramente que o nosso Pai Celestial suprirá as nossas necessidades: “Olhai para as aves do céu, pois não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; contudo, o vosso Pai Celestial as alimenta... Considerai os lírios dos campos, como crescem: não trabalham, nem fiam; e, contudo, Eu vos digo que até mesmo Salomão, em toda a sua glória, não vestiu como qualquer um deles. Ora, se Deus assim veste a erva do campo... não vos vestirá muito mais a VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 vós? Pois, o vosso Pai Celestial sabe que necessitais de todas estas coisas.” (Leia Mateus 6:25-33.) Não devemos nos preocupar sobre o que comeremos ou vestiremos. Assim como nosso Pai Celestial Se importa e supre as necessidades dos pássaros e das flores, muito mais ainda Ele Se importa conosco e supre nossas necessidades. No entanto, será que simplesmente ficamos sentados e esperamos passivamente pela Sua provisão, ou será que há algo que devemos fazer para podermos desfrutar do Seu suprimento? A Bíblia responde essas perguntas para nós. Deus cumpre as Suas promessas quando fazemos o que Ele requer em Sua Palavra. A Bíblia diz: “Pedi, e dar-se-vos-á...”; “Portanto, orai...”; “Dá-nos o pão nosso de cada dia [alimentação]...” (Lc 11:9; Mt 6:9,11.) Esta é a coisa simples que Deus requer de nós: “Pedi e recebereis”. Não desperdice tempo com preocupações. Em vez disso, use o tempo para pedir! Será que Deus está dizendo que se não orarmos não receberemos? Sim, Ele está! “Não tendes porque não pedis.” (Tg 4:2.) A Vontade de Deus – O Pão Nosso de Cada Dia Jesus disse: “A Minha comida é fazer a vontade d’Aquele que Me enviou e terminar a Sua obra” (Jo 4:34). O que isso significa? Assim como a fome do corpo somente pode ser satisfeita comendo-se uma refeição, do mesmo modo a fome do coração e da alma somente pode ser satisfeita fazendo-se a vontade de Deus. E somente podemos fazer a vontade de Deus quando conhecemos a Sua vontade. Nosso Pai tem um plano e um propósito para nossa vida, que descobrimos enquanto oramos e enquanto estudamos a Sua Palavra. Conhecer a Sua vontade faz parte do “pão nosso de cada dia” pelo qual oramos. A chave para conhecermos a vontade de Deus é pedirmos por ela – e pedirmos todos os dias. Em seguida, devemos confiar que Ele nos dirigirá nela. Essa é uma maneira pela qual Deus fará com que todas as coisas contribuam para o Seu bom propósito em Cristo Jesus. A Sua vontade principal para cada um de nós é fazer-nos mais semelhantes a Seu Filho. Assim sendo, nada será perdido; nada será desperdiçado (Rm 8:28,29). Talvez você não perceba sempre que parte do bom propósito de Deus foi cumprida num certo dia. Pode ser que aquele tenha parecido simplesmente como mais um dia comum. Mas dê tempo a Deus para Ele produzir a Sua colheita. Talvez leve uma semana ou um ano – ou até mesmo a metade de nossa vida. Contudo, chegará o dia em que perceberemos que “Jesus me dirigiu em todo o caminho. Ele esteve comigo e me sustentou. Ele fez com que todas as coisas contribuíssem juntamente para o bem!” Entregue cada dia – e a sua vida – a Deus. Ordene cada dia diante d’Ele. Peça a Deus com alegria pelo “pão nosso de cada dia” da Sua vontade para você – e fique em paz! ATOS / 33 Capítulo 5 FAMÍLIA & IGREJA: Oferecendo os seus Entes Queridos A. CITE OS MEMBROS DE SUA FAMÍLIA DIARIAMENTE “Jó se levantava de madrugada e oferecia holocaustos de acordo com o número de todos eles... e isso ele fazia regularmente.” (Leia Jó 1:1-5.) 34 / ATOS A Bíblia registra que Jó era um homem justo. Uma prática sua era levar os familiares diante do Senhor em oração. Ele se importava profundamente com o relacionamento deles com Deus. Isso ilustra um princípio-chave do seu papel como seguidor do Senhor Jesus. Cada crente VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 foi chamado a importantes responsabilidades espirituais – quer você seja um líder de igreja ou não. Uma das responsabilidades de todo cristão sincero é orar pelos que são íntimos dele – incluindo familiares, amigos e irmãos e irmãs em Cristo com os quais temos comunhão. Liderança de Servo Através da Oração Contudo, se você for um marido e pai, você tem um papel dado por Deus como líder espiritual de sua família sob o Senhorio de Cristo. Isso aumenta sua responsabilidade de orar por sua família. Em Efésios 5:23-28, o papel do marido é comparado ao de Cristo. Nesta passagem lemos o seguinte: “Porque o marido é o cabeça da mulher assim como Cristo é o Cabeça da Igreja...” (Vs. 23.) Cristo é tanto o Cabeça da Igreja (vs. 23), como também o Servo da Igreja (Mt 20:28). Ele Se tornou o Cabeça da Igreja, entregando voluntariamente Sua vida na Cruz. Portanto, Deus O ressuscitou e O exaltou como Cabeça do Corpo (Ef 1:22,23; Fp 2:5-11). Cristo serviu a Igreja (Sua Noiva – Ef 5:25) entregando Sua vida, e Ele continua a servir a Igreja como seu Senhor Exaltado! Leiamos uma das maneiras pelas quais Cristo serve Sua Noiva agora: “Portanto Ele [Cristo] também pode salvar perfeitamente os que vêm a Deus através d’Ele, uma vez que Ele vive sempre para fazer intercessão por eles” (Hb 7:25). “É Cristo que morreu e que também ressuscitou, que está à direita de Deus, que também faz intercessão por nós.” (Rm 8:34.) Jesus, o nosso grande Salvador e Senhor, é também o nosso grande Intercessor! Muito embora uma parte da Sua intercessão inclua o Seu papel como Mediador de uma vez por todas entre Deus e o homem (1 Tm 2:5), Ele também é o nosso grande Sumo Sacerdote (Hb 2:17; 3:1; 4:14-16), o Qual, neste exato momento, traz as necessidades da Igreja diante do nosso amoroso Pai Celestial. Cristo é o perfeito exemplo para os maridos do papel de servo que faz parte da liderança espiritual: “Que cada um de vós atente não somente para os seus próprios interesses, mas também para os interesses dos outros. Que essa mente esteja em vós, a qual estava também em Cristo Jesus...” (Fp 2:4,5.) O principal exercício do marido com relação ao seu papel de liderança de servo é orar pelos membros de sua família. Ore por sua Família Assim sendo, maridos, vocês têm a responsabilidade espiritual de orar diariamente por sua esposa e família. No entanto, todos os crentes também devem orar pelos membros de sua família diariamente! Você pode ser solteiro ou casado; você pode ter filhos ou não; você pode ter avós morando em sua casa, ou até mesmo netos. Independentemente das circunstâncias, cada um dos membros de nossa família que está vivo precisa VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 das nossas orações. Examinemos agora algumas maneiras práticas pelas quais isto pode ser realizado: 1. Ore Por seu Cônjuge Os cônjuges são unidos de uma maneira bem significativa. A Bíblia diz que somos “uma só carne” com o nosso cônjuge (Gn 2:23,24). Paulo confirma essa mesma verdade e também a usa para ilustrar o mistério de como os cristãos são unidos ao Corpo de Cristo (Ef 5:28-33). Paulo nos deu a seguinte instrução: “Maridos, amai vossa esposa, assim como Cristo também amou a Igreja e Se entregou por ela” (Ef 5:25). Uma das maneiras de amarmos nosso cônjuge e de “entregarmos nossa vida” (fazermos sacrifícios) por ele é orarmos regularmente a seu favor. Geralmente conhecemos nosso cônjuge melhor do que qualquer outra pessoa. Conhecemos seus temores, sonhos, fraquezas e desejos. A melhor maneira de empregarmos o que sabemos a seu respeito é orarmos por ele todos os dias. Você pode orar algo semelhante a: “Senhor, peço-Lhe que abençoe minha esposa (ou marido) hoje. Fortalece-a, dá-lhe muita paz, ajuda-a a ser mais semelhante a Ti. Dálhe sabedoria em todas as decisões. Abençoa as suas atividades. Circunda-a com a Tua presença e paz. Protege-a e guarda-a com saúde hoje”. Se o seu cônjuge tiver uma tarefa ministerial a cumprir, ore sobre isso também. Tome alguns minutos para orar no Espírito por seu cônjuge. Enquanto você estiver fazendo isso, talvez o Senhor lhe dê uma revelação sobre uma necessidade específica pela qual você deve orar. A oração diária por seu cônjuge o abençoará e fortalecerá seu casamento diante de Deus de uma maneira linda e poderosa. 2. Ore Por seus Filhos Criar filhos é uma tarefa desafiadora! A maioria dos pais não se sentem apropriadamente qualificados, e, às vezes, eles podem ficar desanimados quando os filhos não são tão perfeitos. As Escrituras exortam os pais a “criá-los [os filhos] na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6:4). “Instrui a criança no caminho em que ela deve andar!” (Pv 22:6.) “Ensina-os [os mandamentos de Deus] diligentemente aos teus filhos.” (Dt 6:7.) Nossos filhos não nos pertencem. Eles pertencem a Deus. Ele os confia aos nossos cuidados, para tomarmos conta deles e criá-los em Seus caminhos, a fim de que se tornem fiéis seguidores de Cristo, e honrem a Deus com a vida e os talentos. Isso requer muito tempo, compromisso e esforço – e especialmente muita oração. Como pais, precisamos ser os primeiros e melhores intercessores de nossos filhos! Você pode orar por seus filhos, a sós, em seu tempo devocional pessoal, mas você e seu cônjuge também devem orar juntos pelos filhos. A oração pode ser ainda mais poderosa quando dois estiverem de acordo (Mt 18:19,20). ATOS / 35 Ore por seu cônjuge, seus filhos e demais membros da família. Alguns motivos pelos quais os pais podem orar pelos filhos são: Para que a obra do diabo seja amarrada, a fim de que ele não possa roubar de seus filhos, nem destruí-los, e para que o poder e o propósito de Deus sejam realizados na vida deles (Mt 16:19). Para que eles recebam a Jesus Cristo como Salvador, e se tornem discípulos fiéis (Dt 6:4-7; Jó 3:16; Ef 6:4). Para que eles sejam abertos às instruções e correções de Deus (Sl 119:9-11; Mt 18:1-4). Para que conheçam e sigam a vontade de Deus para a vida deles e para que sejam obedientes e submissos a seus pais (Ef 6:1-3; Cl 3:20). Para que Deus lhes conceda um cônjuge bom e devoto; para que permaneçam sexualmente puros até que se casem (2 Cr 6:14-7:1; 1 Tm 4:12). Para que a bênção de Deus esteja sobre eles e sobre tudo o que diz respeito a eles (Mt 19:13-15). Por qualquer outra necessidade que você souber, ou que eles expressaram a você. Quando não tiver certeza sobre o que orar, ore por eles em sua linguagem espiritual (Rm 8:26). Além disso, tome tempo para esperar no Senhor, para que Ele lhe mostre especificamente como orar por seus filhos. Ore por você mesmo(a), como pai, ou mãe, para que Deus lhe dê ajuda, graça, força e sabedoria; para você compreender o cora- · · · · · · · 36 / ATOS ção e o desejo de Deus para os seus filhos, a fim de que você possa orar mais eficazmente. Ore por seus filhos diariamente. Essa é a melhor dádiva e herança que você poderá dar a eles! B . CITE OS OUTROS PARENTES TAMBÉM A maioria de nós tem parentes, além dos membros da nossa família imediata. Talvez sejam irmãos, parentes por casamentos, sobrinhos, netos, etc. Talvez não morem todos perto de você, mas, por fazerem parte da sua família, devem ser incluídos em suas orações. Deus o ama, e ama a sua família também! Como seguidor de Cristo, você deve orar especialmente pela salvação dos membros de sua família que não são salvos. Talvez você seja a única pessoa que esteja orando por eles. Que privilégio abençoado poder trazê-los diante do Trono de Deus! Muito embora seja difícil orar por todos eles, todos os dias, você pode orar por vários deles, citando o nome, a cada dia da semana. Se não souber dos detalhes de suas necessidades, você pode pedir a bênção de Deus sobre eles, ou orar em sua linguagem espiritual a favor deles. Permita que o amor de Cristo o motive a orar pelos membros de sua família (2 Co 5:14,15). Você então colherá o galardão do poder de salvação e das bênçãos de Deus sendo demonstrados a eles! C. LEMBRE-SE DA FAMÍLIA DO PAI “Por causa disto me coloco de joelhos diante do Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, do Qual toda a família no Céu e na terra recebe o nome.” (Ef 3:14,15.) A Família do Pai Celestial é a Igreja. A Igreja é constituída pelos que foram redimidos por Deus “de todas as tribos, línguas, povos, e nações” (Ap 5:9). São as pessoas que receberam a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, que crêem n’Ele e confiam n’Ele para a salvação, e que O seguem como discípulos. Não faz nenhuma diferença de que denominação ou grupo de igreja as pessoas fazem parte. Se Jesus Cristo for verdadeiramente o Salvador e Senhor delas, elas pertencem à Família de Deus! Como membros do mesmo corpo (Rm 12:4,5), precisamos orar uns pelos outros. A Bíblia nos dá uma revelação de como Deus deseja que oremos por Sua Família: 1. A Oração de Jesus No final do Seu ministério, Cristo, orou por todas as gerações que fariam parte do Seu Corpo Vivo – a Igreja – sobre esta terra (Jo 17:20-23). Há muitas coisas pelas quais Jesus poderia ter orado naquele momento. No entanto, Ele orou essencialmente por uma só coisa: que os crentes “fossem um em Nós [Jesus e o Pai]” (vs. 21). Jesus orou pela unidade entre os crentes. VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Essa oração deve sinalizar duas coisas para nós: A importância da unidade entre igrejas e crentes; A necessidade de os líderes enfatizarem e orarem pela unidade. Como líder, você deve orar pela unidade em sua igreja. Você também pode ajudar a estimular a unidade, ensinando aos membros da sua congregação a orarem uns pelos outros. À medida que fizerem isso, eles terão um amor maior uns pelos outros. Como líder, você também deve orar por outros ministros e igrejas da sua região, e ensinar a sua congregação a fazer o mesmo. Separe um tempo em suas reuniões para orar uns pelos outros e pelos crentes de outras igrejas também. Esses dois pontos de oração não somente agradarão ao Senhor, mas também edificarão uma forte unidade espiritual em sua igreja e comunidade. Mas por que a unidade é tão importante assim? Jesus nos contou a razão: Para que o mundo cresse que Jesus é o verdadeiro Salvador da humanidade, enviado de Deus-Pai (Jo 17:2123). A unidade entre os crentes é um poderoso testemunho do Evangelho aos incrédulos, e ela pode dar início a um avivamento! ·· 2. O Apóstolo Paulo e a Oração O homem através do qual o Espírito Santo inspirou (2 Tm 3:16) mais de um terço do Novo Testamento – o Apóstolo Paulo – era um homem de muita oração. Ele orava “noite e dia” pela Igreja (1 Ts 3:10). Ele fala aos coríntios sobre o seu “profundo fardo por todas as igrejas” (2 Co 11:28) – um fardo que certamente nasceu na oração. Paulo orava por aqueles que ele havia treinado e levantado no ministério: “sem cessar eu faço memória de ti nas minhas orações...” (2 Tm 1:3.) Ao descrever como ele lutava em oração pela igreja da Galácia, Paulo comparou isso ao trabalho de parto de uma mãe, dando à luz um filho (Gl 4:19). Paulo era um homem de oração intensa! Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, escreveu algumas das suas orações pelas igrejas. Separe tempo para ler e estudar as seguintes passagens bíblicas em que Paulo descreve algumas das coisas pelas quais ele orava: Roma- nos 1:9-12; 2 Coríntios 13:7-9; Efésios 1:15-19; 3:14-21; Filipenses 1:9-11; Colossenses 1:9-12; 2 Tessalonicenses 1:11,12. Ao estudar essas orações, observe algumas coisas importantes: Paulo orava com sinceridade e paixão. Paulo acreditava na importância da oração. Ele investia muito tempo e esforço em suas orações, e geralmente orava em prolongados períodos de tempo. Ele confiava que Deus ouvia suas orações e que Ele se moveria de acordo com a Sua sabedoria e vontade. Muito embora a oração não faz com que “mereçamos” as bênçãos, ela de fato traz uma liberação da obra e do poder de Deus. Como líderes, precisamos passar muito tempo em oração pelas pessoas e situações que Deus colocou em nossa vida. Paulo tinha um enfoque correto. Ele não orava por programas bem-sucedidos de igrejas ou por sermões que entretivessem as pessoas. Paulo orava de fato por pessoas. Ele orava por suas necessidades específicas (1Tm 3:14), como também pela obra eterna e transformadora de Deus na vida delas (Ef 1:15-19). Como líderes, devemos orar pelas necessidades imediatas das pessoas. No entanto, também devemos orar: Pela maturidade espiritual delas. Para que o caráter de Cristo seja formado nelas. Para que conheçam verdadeiramente a Cristo, e experimentem o poder e a medida plena do amor de Deus por elas. Para que a vontade de Deus para a vida e ministério delas lhes seja revelada. Para que sejam cheias com todas as bênçãos espirituais. Há muitas outras maneiras de orarmos pelas pessoas. Anime-se em estudar as orações de Paulo a fim de receber mais revelações sobre como e pelo que orar pelo seu rebanho. Você deve orar por outros ministros, e ensinar os membros de sua igreja a orarem uns pelos outros. VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 · · · · · 3. Os Líderes Precisam de Oração Como líder de igreja, é importante que você ensine a sua congregação a orar por você durante o tempo de oração devocional. O seu papel de liderança espiritual é vital. Você precisa da graça e da ajuda de Deus a fim de liderar ATOS / 37 com eficiência. Você também é um alvo para o diabo. Uma estratégia comum do adversário é tentar ferir o pastor, a fim de que ele possa dispersar as ovelhas (Mt 26:31). Muitos líderes crêem erroneamente que é um sinal de fraqueza pedir oração. No entanto, é de fato a coisa mais sábia que o líder pode fazer! Jesus, no final do Seu ministério, fez uma oração muito importante (João 17) pelos Seus discípulos mais íntimos – os que liderariam a Igreja após Sua morte e ressurreição. O estudo da oração d’Ele lhe ensinará algumas coisas importantes pelas quais você também pode pedir que a sua congregação ore por você: Para ser “guardado” do mal do mundo e dos ataques de Satanás (vv 11,15). Para viver, trabalhar e ministrar com outros crentes em unidade (vs. 11) Para ser “santificado” (separado) para o ministério da Palavra (vv. 17,19). Para ser “enviado” ao mundo, assim como Cristo foi enviado, com as Boas-Novas da salvação pela fé n’Ele (vs. 18). O Apóstolo Paulo pediu, muitas vezes, que os outros orassem por ele. Ele compreendia que o ministério frutífero e transformador de vidas somente poderia ser feito pelo poder do Espírito Santo (Zc 4:6; 1 Co 2:4; 4:19,20; 2 Co 4:7). Paulo admitia que ele era fraco e dependente de Deus (2 Co 12:9,10). Contudo, Paulo acreditava que o poder de Deus seria liberado através da oração, e ele sabia que faria uma diferença vital em seu ministério se os outros estivessem orando por ele. Paulo não pedia que os outros orassem pelo seu conforto ou prosperidade. Ele pedia que eles orassem para que Deus abrisse portas para a Palavra, a fim de que ele pudesse falar ousadamente sobre Cristo, para que ele fosse mais eficaz, em mais lugares, em benefício do Evangelho, e para que a sua vida fosse poupada quando ele estivesse sendo perseguido (2 Co 1:11; Ef 6:18-20; Fp 1:19; Cl 4:2-4; 2 Ts 3:1,2). Uma maneira de ensinar a sua congregação como orar é exortá-la a orar por você, assim como Paulo o fez. “Continuem fervorosamente na oração, estando vigilantes nisso com ação de graças; orando também por nós...” (Cl 4:2,3.) Peça aos membros de sua congregação que orem para que você caminhe em santidade, para que você seja sempre ungido pelo Espírito Santo para toda boa obra, para que você receba novas revelações da Santa Palavra de Deus, e para que você cresça em sua capacidade de ensinar e liderar com eficiência (2 Co 7:1; Ef 1:17,18; 4:11,12; 5:18). A sua congregação alegremente dirá um “Amém!” a um pedido desses! · · · · D. INCLUA OS SOLTEIROS “Pai de órfãos e defensor de viúvas é Deus em Sua santa habitação. Deus coloca o solitário em famílias...” (Sl 68:5,6.) Todos nós precisamos de relacionamentos sãos e sadios com os outros. Precisamos de pessoas que comparti38 / ATOS lhem de nossas alegrias e tribulações, e que orem por nós. Essas necessidades são geralmente supridas por um cônjuge ou por outros membros da família. Contudo, há pessoas que não são casadas e que talvez estejam sem outros membros da família por perto. Talvez sejam jovens e órfãos, ou mais velhos e vivendo sozinhos. Deus quer que todos nós saibamos o que significa sermos amados, cuidados, e recebermos orações da nossa família no Senhor. Ele também quer liberar ministério através de nós, com o nosso serviço e orações pelos muitos solteiros e sozinhos que Ele trará em nosso caminho. Deus quer colocá-los em nossas famílias. Pode ser a família da nossa igreja, ou talvez até mesmo o nosso lar. Todos nós conhecemos pessoas em nossas vizinhanças, igrejas, escolas ou locais de trabalho que talvez sejam solitárias. Talvez elas queiram relacionar-se com os outros e ser calorosamente aceitas, mas não têm certeza do que devem fazer. Devemos ficar atentos às pessoas pelas quais Deus quer que comecemos a orar, e incluí-las nas atividades e outros eventos de nossa igreja. Isso pode significar ou não, que Deus quer que você se torne um amigo especial dessas pessoas. No entanto, você pode começar, orando por elas. Em seguida, seja sensível com relação a outras maneiras pelas quais você pode incluí-las e ajudá-las a crescerem espiritualmente. Peça a Deus que introduza em seu coração o amor que está no coração d’Ele pelos que estão sozinhos. O amor d’Ele o ajudará a alcançar e estimular as pessoas que talvez estejam solitárias e sofrendo, no sentido de aproximálas de Deus. Isso era visto claramente na vida de Jesus, quando Ele estava aqui na Terra (Mt 9:36; Mc 1:40,41). Agora, através da graça e do poder do Seu Espírito, nossas mãos podem tornar-se as mãos de Deus. Podemos nos tornar a família em que o Pai introduzirá os Seus “solitários”. NOTA DEVOCIONAL FINAL: “Portanto exorto primeiramente que sejam feitas súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, por reis e por todos os que estão em autoridade...” (1 Tm 2:1,2.) A oração intercessória deve ter um lugar importante em suas devoções diárias. Tome tempo para interceder pelo mundo, por nações específicas, pelas tribos e povos que ainda não tiveram o Evangelho proclamado a eles, pelos missionários e evangelistas que estão trabalhando na Colheita do Senhor, e para que o Senhor “envie mais obreiros à Sua seara” (Mt 9:38). Esse tipo de oração intercessória diária será um tempo bem gasto – e colherá “frutos para a vida eterna” (Jo 4:36). Nota do Editor: Para mais informações sobre “intercessão”, veja, por favor, “Ensina-nos a Orar”, que começa na página 2 desta edição da ATOS. VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005 Você Precisa Renovar Sua Assinatura de ATOS? Veja aqui como saber disso: Verifique sua etiqueta de endereço no envelope da Revista ATOS. No topo direito da etiqueta há uma DATA (month/year) depois da palavra “EXPIR”; Se a data está a QUATRO MESES ou MENOS DE QUATRO MESES da data atual, então está na hora de renovar! Você não precisa renovar sua assinatura a cada edição da Revista ATOS; você só precisa renovar SE sua assinatura de dois anos estiver vencendo nos próximos quatro meses. Veja aqui como renovar sua assinatura de dois anos da Revista ATOS: Destaque o Formulário de Renovação da Revista ATOS desta revista; Siga TODAS as instruções do Formulário de Renovação; Responda a TODAS as perguntas do Formulário de Renovação – escreva claramente em letra de fôrma; e, Remeta o Formulário de Renovação, sem demora, para o escritório do World MAP mais próximo de você! Não se esqueça de renovar sua assinatura a cada dois anos e assim você não ficará desalentado, desejando saber por onde andará sua Revista ATOS. NOTA: A Revista ATOS não é um “curso por correspondência”. Você não receberá um “certificado” ou “diploma” depois que ler a Revista ATOS. Nossa esperança e oração é que você receba algo mais valioso: Ensinamento bíblico e treinamento para o ministério prático! Isso o ajudará a tornar-se mais eficaz no ensino, no serviço e no testemunho a outros. A Revista ATOS é enviada, gratuitamente, aos líderes de igreja que a solicitem na Ásia, África e América Latina. Esses líderes receberão a Revista ATOS durante dois anos, e após esse período eles deverão renovar sua assinatura para que continuem a recebê-la por mais dois anos. FORMULÁRIO DE RENOVAÇÃO DE ASSINATURA e/ou SOLICITAÇÃO DE O CAJADO DO PASTOR Marque SIM ou Não conforme seu interesse: 1. Como minha assinatura da Revista ATOS expirará nos próximos seis meses, preciso renová-la: SIM NÃO 2. O número de minha etiqueta é: Data de vencimento é: _____________/_____________ 3. Eu sou líder de igreja na Ásia, África ou América Latina e ensino ou prego a Palavra de Deus a um grupo de 20 ou mais pessoas, pelo menos uma vez por semana. (Isso DEVE ser verdade para você receber a Revista ATOS ou O Cajado do Pastor.) 4. Você tem uma cópia de O Cajado do Pastor em qualquer idioma? SIM NÃO 5. Estou solicitando uma cópia de O Cajado do Pastor. SIM NÃO 6. POR FAVOR, COLOQUE SEU NOME E ENDEREÇO COMPLETOS ABAIXO EM LETRAS GRANDES. Sobrenome(s): Primeiro(s) Nome(s): Endereço (rua, número, bairro): Cidade: Estado: País: Código Postal: - Cargo (ou responsabilidade) na igreja: ____________________________________________________________ Minha assinatura: _____________________________________________ Data: _____/_____/______________ 7. Esta edição de ATOS foi: fácil de entender difícil de entender de grande ajuda desnecessária Escreva e compartilhe conosco sobre como a Revista ATOS ou o livro O Cajado do Pastor têm ajudado em seu ministério. Apreciaríamos receber fotos sua usando a Revista ATOS ou O Cajado do Pastor em seu trabalho de pregação ou ensino. REMETA ESTE FORMULÁRIO COMPLETO PARA A REVISTA ATOS. VEJA O ENDEREÇO NA PÁGINA 4. Solicite sua cópia deste poderoso equipamento literário de World MAP! O Cajado do Pastor – conhecido por alguns como “Uma Escola Bíblica em Livro” – é uma obra de 1000 páginas projetada para treinar e equipar líderes de igreja. Contém escritos, com base bíblica, de muitos autores cheios do Espírito. Esse livro foi compilado para satisfazer as necessidades especiais de líderes de igreja que trabalham na Ásia, África e América Latina. Neste livro, O Cajado do Pastor, você achará: [1] Um Manual de Treinamento Para Novos Crentes que cobre todos os assuntos que você precisa ensinar a novos convertidos. [2] Uma Concordância Tópica com milhares de referências bíblicas, que cobrem 200 principais tópicos da Bíblia. Essa seção de referência de O Cajado do Pastor o ajudará a ensinar a Bíblia a outros. [3] Um Guia Para Treinamento de Líderes, contendo o melhor material de treinamento de liderança de igreja reunido por World MAP durante os últimos trinta anos. Tudo isso e muito mais está contido em um único volume chamado O Cajado do Pastor! Para receber sua cópia deste poderoso Livro Para Treinamento de Líderes, O Cajado do Pastor, leia e preencha cuidadosamente o Formulário de Solicitação anexo a esta revista. Após responder todas as perguntas, e escrever suas respostas tão claramente quanto possível, remeta o formulário para o endereço de World MAP mais próximo de você. Você receberá sua cópia do livro O Cajado do Pastor o mais rápido possível (mas devido aos embaraços que ocorrem às vezes no correio, por favor, dê um prazo de 6 meses, pelo menos, para O Cajado do Pastor chegar até você).