Atos - Fundamentos

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Atos - Fundamentos
Volume 19 / Número 1
EDIÇÃO PORTUGUÊS
ATOS
“Ensina-nos
a Orar”
Frank e
Wendy Parrish
UMA VIDA
DEVOCIONAL:
Tempo Diário
na Presença
de Deus
Frank R.
Adaptado
dosParrish
ensinos de
Jack W. Hayford
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
ATOS / 1
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“Ensina-nos a Orar”
Frank e Wendy Parrish
A
oração é uma ferramenta importante – a ferramenta mais poderosa – na vida de todos os crentes em Jesus Cristo. Contudo, muitas vezes, a
oração é mal compreendida, ou não é usada.
A Bíblia tem muito a nos ensinar sobre a importância da oração, os métodos de oração, as atitudes na
oração, e os resultados da oração. Este artigo abordará
os fundamentos básicos da oração, através de um estudo das instruções que Cristo deu a todos nós na “Oração do Senhor”.
O que é Oração?
Em sua forma mais simples, a “oração” pode ser
definida como uma comunicação com Deus. No entanto, há muito mais coisas envolvidas na oração, como
descobriremos logo.
2 / ATOS
Os discípulos de Jesus estavam familiarizados com
a oração. Contudo, a compreensão deles expandiu-se
muito, à medida que caminharam com Jesus. Eles freqüentemente testemunharam Jesus orando, e viram que
a oração era uma parte vital do Seu ministério. Eles
viram como as Suas orações eram oferecidas e como
eram respondidas. Eles perceberam que Jesus não estava oferecendo vãs repetições, nem fazendo exercícios religiosos externos. Jesus estava na verdade conversando com Deus-Pai. Ele estava pedindo que Deus
ajudasse e interviesse em problemas da vida real. E
coisas poderosas aconteciam em resposta às orações
de Jesus.
Assim sendo, os discípulos pediram a Jesus o seguinte: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11:1).
Esta é a mesma maneira que cada um de nós, como
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discípulos do Senhor Jesus Cristo que estão crescendo,
deveria começar nosso estudo de oração – com uma
oração! Dê uma pausa agora mesmo e faça uma oração semelhante à seguinte: “Senhor, enquanto eu estiver estudando sobre a oração, Tu poderias, por favor,
aumentar a minha compreensão e dar-me sabedoria?
Ajuda-me, por favor, a ver o motivo pelo qual Tu me
pedes para orar! O Senhor poderia me capacitar a tornar-me uma pessoa que ora fielmente? Senhor, ensiname a orar!”
“Invoca-Me...”
Deus é quem deseja que oremos. Ele criou a humanidade com a capacidade de falar com Ele. No íntimo
de cada pessoa encontra-se uma necessidade de buscarmos e alcançarmos a Deus, para recebermos ajuda,
direção e consolo. Igualmente, no interior de cada pessoa, encontra-se o desejo de adorarmos, honrarmos e
servirmos a um Ser Supremo. É vitalmente importante
que esses desejos sejam direcionados à Fonte correta:
o Próprio Deus.
Muitas vezes buscamos pessoas ou coisas erradas,
para recebermos um direcionamento. Erroneamente
honramos ou adoramos a falsos deuses, sistemas mundanos, ou outras pessoas – e até mesmo as nossas próprias realizações. Precisamos aprender a direcionar as
nossas orações e a nossa adoração ao Único que é
digno da nossa devoção – Aquele que nos criou, Deus
somente! É Deus – e somente Deus – que está disposto e que também é capaz de responder nossas orações com uma total sabedoria, soberania e amor.
A comunicação (ou a comunhão) com Deus é a chave para a razão pela qual fomos criados. Nossa vida é
incompleta sem nossas orações a Deus e sem as respostas de Deus retornando até nós. O propósito para o
qual fomos criados é o nosso relacionamento com Ele.
Nunca compreenderemos o nosso propósito pleno, nem
experimentaremos a plenitude da presença de Deus,
até compreendermos isso – e, aí então, orarmos!
Deus nos convida a nos achegarmos a Ele em oração. A Bíblia contém muitos e muitos versículos em
que Deus nos convida a conversarmos com Ele, a pedirmos a Ele, a olharmos para Ele, e a invocá-Lo. Esta
é a forma básica de oração – conversar com Deus.
“Clama a Mim, e responder-te-ei, e mostrar-te-ei
coisas grandes e poderosas, que não sabes.” (Jr
33:3.)
Um Padrão Para a Oração
Quando os discípulos pediram que Jesus lhes ensinasse a orar, Ele lhes deu um “padrão” para a oração a
ser seguido. Esta oração conhecida é comumente chamada de “Oração do Senhor”.
“Portanto, vós orareis desta maneira:Pai nosso,
que estás nos Céus, santificado seja o Teu nome.
Venha a nós o Teu Reino. Seja feita a Tua vontade,
assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada
dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas,
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assim como nós perdoamos os nossos devedores e
não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal,
porque Teu é o Reino, o poder, e a glória para sempre. Amém” (Mt 6:9-13).
A Oração do Senhor é linda e poderosa, e pode ser
feita exatamente como Jesus a fez. No entanto, observe que Jesus disse para orarmos “desta maneira”, que
significa que podemos orar de uma maneira semelhante. Isso nos ajuda a compreendermos que o propósito
que Jesus tinha para a Sua oração era maior do que
algo que era simplesmente repetido palavra por palavra.
Na verdade, Jesus ensinou os discípulos a não somente memorizarem e repetirem as mesmas orações
vez após vez (Mt 6:7). O Próprio Jesus fez muitos e
diferentes tipos de orações durante a Sua vida (Mt
26:36-42; Jo 17).
Jesus deu a Seus discípulos este exemplo de oração (Lc 11:2-4) como um “padrão” – uma maneira de
ensinar-nos a orar que inclui os princípios mais importantes da oração. Vamos examinar agora estes princípios.
Adotados por Deus-Pai
As primeiras palavras no padrão de Jesus para a
oração são: “Pai Nosso”.
Deus é o seu vivo e amoroso Pai Celestial. Ele não
é algum tipo de divindade desconhecida, nem uma “força” longínqua e indiferente. Deus é definitivamente uma
Pessoa, que é infinito em poder e sabedoria, e, contudo,
muito pessoal também.
O mais importante de tudo é que Deus o ama – “...
o Próprio Pai o ama...” (Jo 16:27.) Você foi criado
por Ele e para Ele (Gn 1:27; Is 43:1,7; Cl 1:16). Você
existe para se relacionar com Deus.
Contudo, pelo fato de que Deus é perfeitamente santo
e justo, Ele não pode tolerar o pecado. Todos nós desobedecemos (pecamos), e é o pecado que nos separou
de um Deus Santo (Rm 5:8-10; Ef 4:18; Cl 1:21). Desde a época em que a humanidade escolheu rebelar-se
no Jardim do Éden, fomos separados do relacionamento com Deus.
Mas Deus ama a cada pessoa de tal maneira que
Ele enviou Jesus para nos falar do Seu grande amor.
Jesus então demonstrou o amor de Deus, morrendo em
nosso lugar, como sacrifício pelos nossos pecados – Ele
tomou a punição que deveria ter sido nossa. Isso tornou possível o perdão de nossos pecados e possibilitou
novamente nosso relacionamento com o nosso Deus e
Pai. E Deus quer que este relacionamento com Ele dure
por toda a eternidade. “Pois Deus amou o mundo de
tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para
que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3:16; leia também Efésios 2:110.)
Quando você crê em Jesus Cristo e O recebe como
seu Salvador, você recebe as boas-vindas na família de
Deus como Seu filho ou filha (Rm 8:12-17; Gl 4:4-7). A
ATOS / 3
EDIÇÃO PORTUGUÊS
Volume 19 / Número 1
ATOS
“ENSINA-NOS A ORAR”
Índice
“Ensina-nos a Orar” .......................................................... 2
Obstáculos à Oração Eficaz ............................................ 11
Como Posso Perdoar? ..................................................... 13
UMA VIDA DEVOCIONAL:
Tempo Diário na Presença de Deus
1.
2.
3.
4.
5.
A Renovação do Hábito Devocional ........................ 20
Ação de Graças & Louvor ........................................ 22
Confissão & Purificação ........................................... 26
Ordem & Obediência ................................................. 30
Família & Igreja ......................................................... 34
Editores .............................................................. Frank & Wendy Parrish
Editor Internacional .............................................................. Gayla Dease
Revisor Final ........................................................................ Keith Balser
Fundador da World MAP ................................................ Ralph Mahoney
Artes Gráficas ................................................................... Vander Santos
Arte da Capa ........................................................................ Ben Parrish
Tradutor ............................................................................ Marcos Taveira
Revisora ............................................................................. Nadya Denis
Leitora de Provas ........................................................... Maura Ocampos
Impressão Gráfica ..................................................... Editora Betânia S/C
VISÃO E MISSÃO
DA REVISTA ATOS
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Latina que pregam ou ensinam a Palavra de Deus a 20
ou mais pessoas a cada semana, de forma que estejam
equipados para cumprir a Grande Comissão em sua
própria nação e ao redor do mundo.
ATOS, no original, (ISSN 0744-1789) é publicada a cada três meses pelo “World MAP”, 1419 N.
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4 / ATOS
Bíblia nos ensina que “as coisas velhas já passaram;
eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17). Quando você
se arrepende dos seus pecados e recebe a dádiva (gratuita) da salvação de Cristo, você “nasce de novo”
(Jo 3:3-7; 1 Pe 1:23). Você é uma “nova criação” (2
Co 5:17). O seu espírito morto é vivificado e os seus
pecados são perdoados (Cl 2:13,14). Você é lavado e
purificado pelo sangue de Cristo (Hb 9:14; 1 Jo 1:7; Ap
1:5), e pode ficar diante de Deus, tornando-se perdoado e santo. Aí então você pode conhecer a Deus como
seu Pai.
Você pode falar diretamente com Ele. Você se torna “semelhante a uma criança” em sua confiança em
Deus seu Pai (Mt 18:2-4).
A obra de Cristo – quando crida e recebida – restaura a humanidade a um relacionamento com DeusPai. A obra de Cristo também abre o caminho para
participarmos com Deus dos propósitos do Seu Reino
restaurado.
Como cristãos, podemos nos unir com nosso Pai
Celestial em comunhão, reconciliação, e num propósito
santo para nossa vida. Podemos nos aproximar de Deus
com uma confiança de fé e entrar em Sua presença
(Hb 10:19-22).
Comunhão com o Pai
O conceito de Paternidade que Jesus apresentou a
Seus discípulos foi algo estranho e novo. Deus raramente era revelado aos judeus com esse termo amoroso e íntimo. Ele havia sido chamado de Pai das Nações,
mas não era considerado como sendo o Próprio Pai de
alguém.
Jesus é o Filho de Deus, e Ele pode chamar Deus de
Pai. Devido ao sacrifício de Jesus e ao que Ele realizou
por nós, nós também podemos conhecer a Deus como
nosso Próprio Pai Celestial (Jo 1:12; Gl 3:26; 4:1-7).
No entanto, é possível que este amoroso Nome para
Deus – Pai – possa parecer tão difícil ou estranho para
você compreender, como o foi para os judeus. Talvez
você não tenha tido um modelo de pai terreno amoroso.
Ou talvez você nunca compreendeu que é um precioso
filho de Deus, e que Jesus deu a vida d’Ele para que
você pudesse ser restaurado ao seu devido lugar – como
um filho de Deus, que está em constante comunhão com
o Pai Celestial.
Mas isto é verdade! Se você creu no Senhor Jesus
Cristo para a sua salvação, você agora tem acesso total a Deus. Você é filho d’Ele, e Ele é o seu Pai Celestial!
Pois “você recebeu o Espírito de adoção, pelo qual
clamamos Abba, Pai. O Próprio Espírito testifica com
o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm
8:15,16).
Deus o ama. Pelo fato de que você foi justificado
pela obra de Jesus (Rm 5:19), você pode entrar na presença de Deus. Ele quer que você converse com Ele, e
deseja revelar-lhe Sua vontade.
É verdade que Deus é o Senhor Soberano de toda a
Criação. Ele governa sobre todo o Universo, por toda a
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eternidade. As Boas-Novas do Evangelho é que você
pode ser perdoado dos seus pecados e ser restaurado
como filho deste Grande e Soberano Deus! Você pode
fazer parte da Família de Deus e unir-se a seus irmãos
espirituais em adoração, oração e serviço ao nosso Grande Pai Celestial.
Você pode entregar alegremente a sua vida a Deus
a cada dia, confiando em Seu amor por você. Através
da oração e do estudo da Palavra de Deus, a Bíblia,
você poderá receber ajuda e instruções do Senhor no
sentido de como ser um filho fiel. Você pode unir-se
aos propósitos do Reino do Seu Pai e fazer parte do
Seu plano de levar as Boas-Novas a todas as tribos,
línguas e nações. Você pode orar “meu Pai” – e, com
alegria e confiança, receber as Suas amorosas respostas e convidar seu Deus-Pai para governar todas as
circunstâncias de sua vida.
Entronizado no Céu
Jesus ensinou a Seus discípulos um outro princípio
de oração ao dizer: “Pai Nosso, que estás nos Céus”
(Mt 6:9).
Ao orarmos a Deus, é bom nos lembrarmos de que
Deus é um Ser pessoal. Ele não é uma força mística, e
sim uma Pessoa distinta. Ele tem um lugar de habitação sobre o Seu Trono de Soberania sobre toda a criação (Sl 11:4; 47:8). A Sua “visão” da nossa vida e do
nosso mundo é muito acima da nossa; os Seus pensamentos são maiores e mais grandiosos do que os nossos jamais poderiam ser (Is 55:8,9).
Deus não é limitado pelo tempo, nem pelo espaço físico. Ele sempre existiu e sempre existirá. Ele é eterno
(Sl 90:2; 93:2). Ele é Todo-Poderoso e exaltado acima
da Criação, dos governos e de todas as outras forças.
Muito embora Deus tenha estabelecido as leis da
natureza, Ele não é limitado por elas. Ele pode fazer
com que o Sol pare (Js l0:12,14) ou fazer com que a
Terra dê chuvas torrenciais por muitos dias (Gn 7:1724). Deus não faz parte da Criação. Ele é o Criador! Deus criou o Universo físico, chamando-o à existência através da Sua Palavra (Jo 1:1-3; Cl 1:13-17).
Deus está na posição do mais alto poder, autoridade e
glória. Nada pode se comparar a Deus.
Deus vê tudo e conhece todas as coisas, até mesmo
os nossos pensamentos (Sl 139:4; Hb 4:13). Ele é muito
grande e imenso, e, contudo, está também muito perto
– escolhendo permitir que a Sua presença habite dentro de nós (1 Co 3:16).
É um grande desafio tentarmos compreender como
o Deus Vivo – o grande e glorioso Soberano sobre todo
o Universo – é também o nosso Pai, que quer ter um
relacionamento íntimo conosco!
O mesmo Deus:
Que falou com Abraão “Eu sou o Deus Todo-Poderoso” (Gn 17:1);
Que proclamou a Jeremias “Eis que Eu sou o SENHOR , o Deus de toda carne. Há algo que é difícil
demais para Mim?” (Jr 32:27);
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Sobre o Qual Jesus disse: “Com Deus todas as
coisas são possíveis” (Mt 19:26);
... é o mesmíssimo Deus que pede a você hoje para
falar com Ele em oração e que deseja responder-lhe e
mostrar-lhe os Seus caminhos!
Santificado Seja o Teu Nome
O padrão do Senhor para a oração continua com
“Santificado seja o Teu nome” (Mt 6:9). A glória de
Deus é suprema, acima de todos os nossos desejos e
necessidades. É de Deus nosso Pai que nos aproximamos em oração, mas também nos aproximamos do Seu
Trono como o Grande Rei do Universo (1 Rs 22:19; Sl
11:4; 83:18; Is 66:1).
O Trono de Deus é um lugar real, onde inumeráveis
exércitos angelicais estão oferecendo uma contínua adoração: “Santo, santo, santo, Senhor Deus Todo-Poderoso, que era, que é, e que há de vir!” (Ap 4:8.)
A palavra “santificado” significa “tornar santo, separado”. Jesus estava nos ensinando que o nome de
Deus-Pai, e, portanto, da Sua pessoa, não é algo comum ou impuro. Deus não é semelhante aos outros
deuses ou a algo que os homens fazem para adorarem.
Deus, o nosso Pai Celestial, é verdadeiramente o Único Soberano e Deus Todo-Poderoso – totalmente separado de todas as outras imitações – o qual é o único
que é digno do nosso louvor, devoção, amor, adoração e
obediência. Nada nem ninguém pode se comparar ao
Deus da Bíblia!
Somente Deus é Digno
Precisamos estar sempre cientes de que estamos
nos achegando diante dos átrios reais do Céu quando
oramos. Precisamos nos achegar diante de Deus com
reverência e um santo temor (Sl 89:6-9).
A Bíblia ensina que entramos “em Seus átrios com
louvor” (Sl 100:4). Portanto, todas as orações devem
começar com adoração e com um humilde prostrar do
nosso coração diante do nosso Rei.
Deus é o Supremo Dominador sobre toda a Criação
(Sl 89:11-13). Os governantes terrenos são simples sombras à luz da Sua grandeza. O Reino pertence a Deus.
Ele é o único Monarca. Deus é o mais poderoso. O Seu
Trono domina todos os mundos. O Céu O exalta, o Inferno treme diante d’Ele, e toda a Terra Lhe dá glória,
voluntária ou involuntariamente (Sl 89:5; Lc 19:37-40).
Assim sendo, o primeiro propósito das nossas orações deve ser a adoração ao nosso Deus, que é o Único que é digno.
Nas festas do Antigo Testamento, tudo era trazido
em adoração a Deus primeiramente. Aí então, as ofertas eram, algumas vezes, devolvidas ao adorador para
o seu próprio uso. Assim também, precisamos adorar o
nosso Deus primeiramente, dando-Lhe a glória e a
exaltação que somente Ele merece. Aí então podemos
apresentar nossos pedidos, e permitir que Ele nos responda da maneira que desejar.
A nossa adoração não compra nada de Deus. O
ATOS / 5
Senhor não é semelhante a nós no sentido de desejar
nosso louvor para sentir-Se melhor em relação a Si
Mesmo. No entanto, a adoração proveniente da Criação ao Criador nos lembra do quão grande, poderoso e
todo amoroso Deus é – do quão digno Ele é de receber
o nosso louvor!
Dando as Boas-Vindas à Presença de Deus
A adoração também dá as boas-vindas à presença
de Deus e cria uma atmosfera que permite a entrada
d’Ele. “Mas Tu és santo, entronizado nos louvores
de Israel” (Sl 22:3). Na versão inglesa King James
este mesmo versículo diz o seguinte: “Mas Tu és santo, Tu que habitas nos louvores de Israel”.
A palavra hebraica original referente a “entronizado”
e “habitas” é yawshab. Ela significa “sentar-se, estabelecer-se, ou permanecer”. Muito embora Deus esteja presente em toda parte, esse versículo nos ajuda a
compreender que o louvor convida Deus a vir e habitar
conosco de uma maneira singular.
Quando o povo de Deus adora verdadeiramente o
Senhor, o Seu poder e domínio do Reino vêm e habitam
naquele ambiente. A adoração fornece um ponto de entrada a fim de que o Seu Reino possa “vir” e a Sua
“vontade possa ser feita” nas circunstâncias humanas.
Não há melhor maneira de nos aproximarmos do
Trono de Deus em oração do que começarmos com
adoração, dando boas-vindas à Sua presença e a Seu
domínio, exatamente onde estivermos.
A Oração Glorifica a Deus
As nossas orações também podem ser uma forma de
adoração. O próprio ato da oração a Deus é uma declaração de que Ele existe. As orações são a proclamação
contínua de que “o Senhor é Deus” (Dt 7:9; Sl 100:3).
Quando pedimos e recebemos misericórdias especiais, declaramos que Deus é um Deus vivo e ativo,
que está perto de nós e nos ouve. Quando pedimos a
Sua bênção, declaramos que Ele pode suprir. Quando
dizemos, como Jesus o fez, “não a minha vontade,
mas a Tua vontade seja feita” (Mt 26:39,42), exaltamos a soberania e o poder de Deus. Quando pedimos
perdão, proclamamos que Ele é um Deus de graça.
Quando oramos humildemente, isto é um lembrete de
que Deus é o Senhor Soberano, o Criador, Aquele que
dá vida e a sustém, e que Ele é o Doador de toda dádiva
boa e perfeita (Sl 97; 104; 1 Tm 6:13; Tg 1:17; Ap 4:11).
Podemos nos aproximar do nosso Pai Amoroso, mas
isso precisa ser feito com reverência. Podemos ter ousadia ao pedirmos (Hb 4:16), mas precisamos ter respeito. Somos como um verme (Jó 25:6). Ele é o Deus
Eterno.
É na oração que reconhecemos a nossa própria indignidade e o quanto verdadeiramente necessitamos de
Deus. À medida que nos aproximamos de Deus, também aprendemos sobre a amorosa disposição de Deus
em nos ouvir e aproximar-Se de nós (Tg 4:8). À medida
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que oramos e que Deus nos responde, percebemos que
a nossa verdadeira ajuda e provisões vêm d’Ele somente. N’Ele – e somente n’Ele – encontra-se tudo de que
precisamos. Essa é mais uma razão para O glorificarmos. Santificado seja o abençoado nome do nosso Deus!
Venha o Teu Reino
O padrão de Jesus para a oração continua: “Venha
o Teu reino...” (Mt 6:10.)
A Bíblia revela claramente que o maior desejo de
Deus é estabelecer o domínio do Seu Reino nos afazeres da humanidade. E o maior desejo de todos os verdadeiros cristãos deveria ser ver a vida e o poder do
Reino de Deus entrando em todas as situações – até
mesmo agora!
Esta é uma das principais razões pelas quais oramos: precisamos convidar o domínio e o poder do Reino de Deus sobre a Terra, da mesma forma como já foi
realizado no Céu.
Muitas pessoas crêem erroneamente que Deus faz
o que Ele quiser, independentemente dos nossos pedidos. A Bíblia, no entanto, é clara ao afirmar que o homem é responsável em convidar a ordem e o domínio de Deus – a Sua presença, propósito e poder – a este mundo. Deus deseja mover-Se em nosso
favor, mas Ele ordena que nós convidemos a Sua obra
através da oração.
O Domínio Perdido do Homem
Deus criou o homem e a mulher e lhes deu a responsabilidade de dominarem sobre a Terra como administradores (Gn 1:26-28). A humanidade, no entanto,
traiu a confiança de Deus, e fez uma escolha de rebelar-se e desobedecer (Gn 3:1-7). Conseqüentemente, a
humanidade perdeu a comunhão íntima com Deus e
perdeu o direito e a capacidade de dominar como Deus
pretendia que ela o fizesse (Gn 3:15-24).
Então, devido ao fato de que o homem escolheu as
mentiras de Satanás, em vez da Verdade da Palavra de
Deus, Satanás pôde tomar a autoridade que a humanidade entregou a ele, de maneira que agora “o mundo
todo jaz sob o domínio do maligno” (1 Jo 5:19). Desde
então a humanidade tem estado vulnerável ao engano
satânico. Nossas próprias escolhas pecaminosas e rebeldes também têm contribuído para a dolorosa confusão em que o nosso mundo se tornou. A morte e a destruição invadiram todos os aspectos da vida como nós a
conhecemos.
Muitas das tragédias, dores e sofrimentos do nosso
mundo não estão de acordo com a maneira pela qual
Deus criou e pretendeu que o nosso mundo funcionasse. Isso é o resultado do pecado que entrou no nosso
mundo através da rebeldia e desobediência voluntária
do homem (Rm 5:12; 8:18-22).
A Nova Vida do Reino
Deus, no entanto, em Sua grande misericórdia e em
Seu grande amor, forneceu à humanidade uma escolha
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redentora. Ele enviou Jesus, o Qual anunciou que o homem pode ser restaurado ao domínio e aos propósitos
do Reino de Deus: “Arrependei-vos, pois é chegado
o Reino do Céu” (Mt 4:17). Era tempo de se iniciar
um novo domínio de Reino!
Esse não era um reino político, ou um reino externo,
físico. O Reino de Deus é, antes de mais nada, um reino espiritual – e ele começa quando lhe damos as boasvindas em nosso coração (Lc 17:20,21).
Jesus demonstrou a vida desse novo Reino que Ele estava oferecendo. Todos os milagres que Ele realizou, todas as necessidades que Ele supriu, todas as orações que
Ele fez – cada uma dessas coisas demonstrou que o poder
do domínio de Deus estava agora disponível á humanidade. Jesus demonstrou e ensinou como Deus é de fato, a
fim de que pudéssemos responder corretamente ao Senhor e unirmo-nos nos propósitos do Seu Reino.
Jesus demonstrou a grande misericórdia, o perdão e o
amor de Deus. No entanto, Ele também confrontou o
mundo demoníaco com força e autoridade. No ato final
da Sua crucificação e ressurreição, Jesus estraçalhou o
poder do Inferno (Cl 2:15) e nos ofereceu essa mesma
capacidade para derribarmos, através da oração, qualquer força satânica com que nos depararmos (Ef 3:1012; 6:10-18). O reino espiritual também envolve a batalha espiritual (oração) para estabelecermos a justa ordem e o domínio de Deus.
Promovendo o Reino de Deus
Vemos agora o que Deus, através de Cristo, tornou disponível à humanidade: um perdão completo, restauração
do relacionamento com Deus, e o governo do Seu Reino
liberado a nós e através de nós.
Quando aceitamos a Cristo, passamos a fazer parte do
Reino de Deus (Jo 3:3-5). Na qualidade de “Embaixadores do Reino” (2 Co 5:20), o nosso privilégio e dever é
também sermos promotores do Reino – compartilharmos
o Evangelho desse Reino com o mundo ao nosso redor
(Mt 24:14; At 1:8). Jesus nos disse que Ele nos dá as chaves do Reino (Mt 16:19). As chaves nos permitem entrada
como também autoridade. Mas será que usaremos essa
responsabilidade para convidarmos o domínio de Deus em
nosso meio? A verdadeira causa do sofrimento humano é
que os homens estão vivendo fora da ordem divina. O mundo está vivendo em rebelião contra o domínio soberano de
Deus. O maior desejo de Deus é ver as boas-vindas ao
governo do Reino de Deus em todos os corações, e no
mundo de uma maneira geral, a fim de cumprir o Seu grande
plano de redenção.
A verdadeira resposta a todas as necessidades
colocadas em oração encontra-se em Deus e na vida
e no poder do Seu Reino sendo liberados a nós e através de nós!
Intercessão do Reino
As nossas orações permitem que façamos uma parceria com Deus. Esperamos n’Ele, descobrimos a Sua vontade, e oramos de acordo com o que Ele deseja fazer para
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promover o Seu Reino. O poder é de Deus, mas nós somos privilegiados com a responsabilidade de convidarmos
o poder e o domínio do Seu Reino a entrarem no âmbito
terrestre através da oração.
O Reino total de Deus não será completamente concretizado até o glorioso retorno de Cristo (1 Co 15:20-28;
Ap 11:15). Mas, devido ao que Cristo já realizou através
da Sua vida, morte e ressurreição, o domínio e o poder do
Reino de Deus já foi liberado parcialmente onde quer que
ele seja solicitado.
Quão mais grandiosa e nobre a nossa vida pode tornarse quando os nossos olhos são elevados para além das
nossas próprias necessidades, e nos unimos com Cristo
em intercessão pelos outros e por Sua causa. Os melhores
frutos eternos são colhidos quando persistimos em oração: pelo progresso do Reino de Deus; pelas necessidades
da Sua Igreja; pelos Seus ministros e servos; para amarrarmos e nos opormos às forças do Inferno; e para a
evangelização do mundo!
Quando Jesus declarou na Cruz “Está consumado”
(Jo 19:30), Ele estava anunciando que o poder do pecado
e o poder da morte eterna sobre a humanidade estavam
quebrados para sempre (Hb 2:14-16). Jesus estava também anunciando o término da Sua obra, da perspectiva
do Céu. Agora, tudo o que nos resta na Terra é escolhermos:
Receber a obra de Cristo e ser salvos;
Submeter-nos a Deus, adorar diante do Seu Trono e
ser transformados à imagem de Cristo pelo Seu amor e
poder; e,
Aceitar a responsabilidade de convidarmos o governo
de Deus nas circunstâncias terrestre através da oração diária.
É o poder do Reino de Deus, através da oração, que
liberta os cativos, restaura a visão aos cegos, ressuscita os
mortos, cura os enfermos, e traz a salvação a multidões.
Vamos, portanto, nos levantar com fé e orar fervorosamente: “Venha o Teu Reino, Senhor!”
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Seja Feita a Tua Vontade
A oração de Jesus continua com “Seja feita a Tua
vontade, assim na terra como no Céu” (Mt 6:10).
Esta pequena afirmação, “Seja feita a Tua vontade”,
às vezes faz com que temamos e tremamos. Talvez tenhamos medo do que essa oração possa nos custar!
É verdade que precisamos nos achegar com humildade
e reverência diante de Deus com as nossas petições, dispostos a submetermo-nos ao Seu Senhorio e a recebermos o Seu governo soberano. Mas não há nada a temermos! Ao contrário, podemos ter uma grande confiança e
regozijo na amorosa vontade de Deus.
Não há uma sensação de paz maior do que quando
deixamos de lado os nossos próprios desejos e nos achegamos ao Pai em oração, buscando-O para cumprirmos
os Seus desejos. Quando conhecemos a Sua vontade, podemos pedir de acordo com a mesma, e, aí então,
levantarmo-nos na poderosa promessa: “Se estiverdes em
Mim, e as Minhas palavras estiverem em vós, pedireis
ATOS / 7
o que desejardes, e vos será feito” (João 15:7; veja também 1 João 5:14).
A Vontade de Deus
Mas como conhecemos a vontade de Deus? A maneira principal é através da Bíblia. Podemos ter a certeza de
que não estamos “pedindo mal” (Tg 4:3) quando oramos
de acordo com as promessas da Santa Palavra de Deus.
Podemos também passar tempo em oração e meditação, esperando em Deus e pedindo que o Espírito Santo
ore através de nós, de acordo com a vontade de Deus.
Podemos orar em nossa linguagem espiritual, especialmente
quando não sabemos exatamente como orarmos numa dada
situação. À medida que permitirmos que o Senhor nos guie
em oração, Ele imprimirá em nossa mente o que Ele quer
que oremos (Rm 8:26,27).
Estudar a Bíblia e passar tempo na presença de Deus
através da oração nos ensinam o que Lhe agrada. À medida que lançamos as nossas preocupações sobre Ele, conhecemos a Sua paz (Fp 4:6,7; 1 Pe 5:7). A Bíblia ensina que a paz de Deus pode ser um guia para nós (Rm
14:17; Cl 3:15). Se estivermos fazendo algo que desagrade
a Deus ou que viole a Sua vontade, a Sua paz nos deixará
e ficaremos com o nosso coração tumultuado. Isso também pode nos ajudar a compreendermos a vontade de Deus.
Deus pode revelar a Sua vontade a nós de muitas maneiras. Ele pode nos mostrar a Sua vontade através de
conselheiros consagrados ao Senhor (Pv 19:20; 24:6). Às
vezes Deus usa as circunstâncias, a voz interna do Espírito Santo, ou até mesmo visões e sonhos para revelar-nos a
Sua vontade. Mas lembre-se: Qualquer direcionamento verdadeiro de Deus concorda com os princípios das Escrituras! Deus não viola nem muda o que Ele já disse ou
prometeu (Nm 23:19,20; Sl 33:11; Tg 1:17).
É importante nos lembrarmos de permanecermos submissos a Deus, obedecer-Lhe em todas as coisas, e colocarmos diariamente a nossa confiança n’Ele através da
oração. Aí então Ele nos direcionará (Pv 3:5,6).
“Dá-nos Hoje...”
Jesus continua ensinando aos discípulos como orar, ao
dizer: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mt 6:11).
Jesus nos garante que Deus nos ama como nosso Pai e
deseja nos dar coisas boas (Mt 7:11). Ele quer fornecer
para nós coisas boas, como por exemplo: trabalho para
podermos comprar a nossa comida; força e saúde para
trabalharmos e servi-Lo; sabedoria; relacionamentos santos; abrigo; vestuário – mas Ele nos diz para Lhe pedirmos
(Tg 4:2).
Precisamos nos achegar a Deus em oração, pedindo e
buscando (Lc 11:5-13) a fim de recebermos d’Ele. Muito
embora Deus já saiba o que precisamos (Mt 6:8), ainda
assim Ele quer que conversemos com Ele com relação às
nossas necessidades e desejos, e que os entreguemos a
Ele.
Que grande privilégio Deus nos deu: podemos ter uma
comunhão diária com Ele e conversarmos com Ele sobre
as nossas necessidades. A nossa vida espiritual é muito
8 / ATOS
mais rica e satisfatória quando dependemos de Deus para
tudo – e O louvamos por cada provisão! Toda boa dádiva
que temos provém de Deus (Tg 1:17).
Precisamos permanecer simples e confiantes em nossa vida de oração. Não é necessário pedirmos por um armazém de futuras provisões. Precisamos pedir e depender de Deus pelo pão nosso de cada dia (Mt 6:25-34). A
palavra “de cada dia” é traduzida melhor como “necessário”, ou “suficiente”. Deus sabe o que é melhor para
nós. Talvez não seja algo grandioso, mas é a Sua provisão
adequada, e, como tal, ela vem acompanhada das Suas
bênçãos!
Precisamos ficar satisfeitos com o que Deus nos dá
para hoje e deixar as necessidades de amanhã em Suas
mãos sábias e fiéis (Mt 6:34; Fp 4:11; 1 Tm 6:6-8,17; Hb
13:5).
Jesus nos relembrou: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”
(Mt 4:4). As nossas necessidades temporais devem ser
equilibradas com as nossas necessidades espirituais. Precisamos mais do que simplesmente comida e vestuário.
Precisamos depender da alimentação e provisão de Deus
para todo o nosso ser – corpo, alma, e espírito.
Ao submetermos o nosso dia ao Senhor e pedirmos a
Sua provisão diária, podemos ter a expectativa de recebermos a Sua graça, força, provisão, ajuda, sabedoria –
tudo de que precisamos! “Obrigado, Senhor, porque Tu és
o Deus Todo-Suficiente – e Tu nos dás o pão de cada dia
suficientemente” (2 Co 3:4,5).
Perdoa os Nossos Pecados
Uma outra prioridade na oração é o perdão, tanto o ato
de recebermos o perdão de Deus, como também o ato de
oferecê-lo aos outros. “E perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores” (Mt 6:12).
Recebendo o Perdão
No padrão de Jesus para a oração, Ele incluiu a nossa
necessidade pessoal de purificação e perdão regulares e
diários provenientes de Deus.
Algumas versões usam a palavra “dívidas”; outras usam
“transgressões” nessa oração. Ambas estão exatamente
corretas, pois representam dois tipos de desobediência.
Uma “transgressão” é uma desobediência voluntária a
uma regra ou padrão que Deus já estabeleceu em Sua
Palavra. Quando escolhemos ir além dos limites da ordem
de Deus, “transgredimos” e entramos em território ilegal.
Isso é pecado. Andar na graça de Deus NÃO significa
que podemos fazer o que quisermos, sem consideração
alguma (Rm 6:1,2; Hb 10:26-29). Pecado é pecado, e precisa ser confrontado e julgado todas as vezes que o escolhermos.
Uma “dívida” se refere às nossas falhas numa situação,
quando deveríamos ter nos comportado de uma maneira diferente da maneira com que nos comportamos. Isso também é pecado. A Bíblia descreve essa atitude da seguinte
maneira: “Portanto, para quem sabe a coisa certa a fazer, e não a faz, para ele isto é pecado” (Tg 4:17).
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
Pecamos, escolhendo fazer a coisa errada; também
podemos pecar não fazendo o que sabemos que é o certo!
Talvez não tenhamos cometido um pecado vil, ou uma
rebelião voluntária, que precisa ser confessada. No entanto, talvez tenhamos uma área em nossa vida que esteja
muito longe do padrão de Deus para a santidade. Às vezes
estamos cegos numa área de pecado, ou de tolerância ao
pecado, em nossa vida. Precisamos nos achegar a Deus
em oração e pedir que Ele resplandeça a luz da Sua verdade em nosso coração. Até mesmo uma atitude crítica, ou
uma palavra de impaciência e de ira é o suficiente para
justificar um arrependimento e um toque purificador de Deus.
O remédio bíblico
para ambos os tipos de
pecado é claro: “Se confessarmos os nossos
pecados, Ele é fiel e
justo para perdoar os
nossos pecados e nos
purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:9). O
nosso perdão é garantido quando nos arrependemos diante de Deus
(Sl 103:12; Mq 7:19; Hb
10:17). Precisamos lidar
com o nosso pecado diariamente em oração,
para mantermos o nosso caminhar com Deus
aberto e puro.
Os que são sensíveis ao Espírito Santo e
que estão crescendo
como cristãos sempre
estão cientes de que precisam mais da santidade de Deus
e menos dos seus próprios caminhos egoísticos. Os puros
de coração são aqueles a quem Deus promete revelar a Si
Mesmo (Mt 5:8).
a uma vida cristã santa. Vamos fazer da confissão e do
perdão uma parte diária das nossas orações!
[Para mais detalhes com relação ao perdão e ao seu
importante papel na oração, leia, por favor, “Obstáculos à
Oração Eficaz – Obstáculo 2”, na página 14. Leia também “Como Posso Perdoar?”, nas páginas 13 e 14, para
as instruções sobre o perdão aos outros.]
Força Contra a Tentação
O padrão de Jesus para as petições continua: “Não
nos conduzas à tentação, mas livra-nos do Maligno”
(Mt 6:13).
A Bíblia nos ensina que Deus nunca
nos conduz à tentação:
“Ninguém que está
sendo tentado diga:
Sou tentado por Deus;
porque Deus não pode ser tentado pelo
mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é
tentado quando atraído e engodado pelos
seus próprios desejos. Depois, havendo
o desejo concebido
dá à luz o pecado; e
o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1:13-15).
Se Deus não nos
conduz à tentação, então o que Jesus estava
pretendendo ao estimular-nos a orar dessa maneira?
Pelo fato de que
vivemos num mundo corrompido e repleto de pecado, as
tentações vêm a todos os crentes.
Muito embora Deus não nos tente, Ele promete usar
as tribulações e tentações que enfrentamos nesta vida para
moldar o nosso caráter (Rm 8:28,29). Ele até mesmo
galardoa os que permanecem fiéis a Ele em face às tentações (Tg 1:2-4; 12-14).
Jesus nos ensina de fato a orarmos, pedindo ajuda e
força, para resistirmos às tentações, quando elas vierem,
para não “entrarmos em tentação” (Mt 26:41; Lc
22:40,46). Todas as vezes que vencemos as tentações,
somos fortalecidos para resistirmos a elas no futuro.
Podemos orar para não cairmos quando as tentações nos
sobrevierem, e para que “sejamos fortalecidos com poder através do Seu Espírito no homem interior” (Ef
3:16), a fim de resistirmos às tentações.
O nosso tempo de oração e de leitura bíblica nos fortalece. Ele também nos torna mais sensíveis para reconhecermos mais facilmente as circunstâncias que poderiam nos levar para um mau caminho. Quando estamos
Deus é nossa Força e Defensor
contra o diabo e seus ataques
malignos.
Perdoando os Outros
Precisamos também tomar tempo em oração para perdoarmos os que nos ofenderam. A alma repleta de amargura não pode aproximar-se de Deus numa verdadeira comunhão. Um coração amargurado também é semelhante
a uma doença infecciosa que pode envenenar os outros –
até mesmo uma igreja inteira! (Hb 12:15).
A Bíblia deixa bem claro que, pelo fato de Deus ternos concedido muita graça e perdão, não temos nenhum
direito de recusarmos dar esse mesmo tipo de perdão extravagante aos outros (Mt 18:21-35). Se quisermos ser perdoados, precisamos também ser perdoadores (Mt 6:14,15;
Mc 11:25,26). Se concedermos misericórdia, também receberemos misericórdia (Mt 5:7).
O perdão é uma chave fundamental à oração eficaz e
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
ATOS / 9
familiarizados com a Palavra de Deus, podemos nos opor
às mentiras e tentações do diabo (Mt 4:3-10).
Graça Para Ajudar
É importante nos lembrarmos de que o fato de sermos tentados não é um pecado – a tentação somente
se torna pecado quando cedemos a ela e participamos de
pensamentos ou comportamentos pecaminosos. Se resistirmos às tentações, não seremos atraídos ao pecado.
Se cedemos às tentações e pecamos, precisamos nos
aproximar de Deus rapidamente, numa oração de arrependimento. Contudo, é nas ocasiões em que talvez nos
sintamos envergonhados demais para nos aproximarmos de Deus em oração, que Satanás pode sussurrar ao
nosso coração que estamos muito sujos ou indignos para
nos aproximarmos do Trono de Deus.
No entanto, o Trono de Deus é um Trono de graça:
“Cheguemos pois com confiança ao Trono da Graça,
para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempos de necessidade” (Hb 4:16). É quando desapontamos ao Senhor que
mais precisamos da Sua misericórdia. É diante dos Seus
pés de perdão que precisamos nos lançar. Foi Ele que falou: “Orai sem cessar” (1 Ts 5:17), que significa que devemos nos aproximar de Deus em oração, até mesmo quando pecamos.
Capacitação Divina
Deus é a nossa Força e o nosso Defensor contra as
artimanhas do diabo e seus ataques malignos. Jesus já despojou o diabo de toda a sua autoridade (Cl 2:15). Quando
entregamos nossa vida a Deus e resistimos ao diabo, ele
tem de fugir de nós (Tg 4:7).
Podemos clamar ao Senhor com confiança – sabendo
que, quando clamamos “livra-nos do maligno”, Deus tem
toda a autoridade e poder para fazê-lo (2 Pe 2:9). “E o
Senhor me livrará de toda obra maligna e me preservará para o Seu Reino Celestial” (2 Tm 4:18).
O Senhor até mesmo escolheu compartilhar a Sua
autoridade conosco (Mt 16:19; 28:18-20; Mc 13:33,34;
Lc 10:19), a fim de que possamos usar esta autoridade na
oração.
Através da oração, podemos ter a expectativa de obtermos:
vitória sobre o pecado (Rm 6:4-23; 2 Co 5:17);
ajuda em tempos de aflições (Is 53:5; 1 Pe 2:24);
triunfo sobre as tristezas (2 Co 2:3-5; 4:16-18);
graça [“capacitação divina”] nas tribulações (2 Co
12:9); e
certeza de que Deus operará os Seus melhores e
mais elevados propósitos em todas as situações quando nos entregamos a Ele (Rm 8:28).
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Força, Libertação e Vitória
Quando o mal se levanta contra nós e as tentações
vêm de fato, temos a certeza de que, à medida que oramos, o Senhor sabe como nos livrar das tentações (Hb
2:18; 2 Pe 2:9). Não há nenhuma tentação que enfrenta10 / ATOS
mos, da qual Deus não possa nos ajudar a escaparmos (1
Co 10:13). Assim sendo, a nossa oração pode ser feita
confiantemente: “Pai, quando eu enfrentar o mal e as tentações, ajuda-me a resistir-lhes e a ser dirigido em Tua
força, libertação e vitória!” Aleluia!
O Reino, o Poder e a Glória
A Oração do Senhor, de acordo com a maioria dos primeiros manuscritos, na verdade termina com “livra-nos
do Maligno”. No entanto, as traduções mais recentes geralmente incluem as palavras finais “pois Teu é o Reino,
o poder, e a glória para sempre. Amém!” (Mt 6:13.)
Estas palavras nos estimulam a terminarmos nossas
orações com um louvor a Deus, dando-Lhe a nossa fé e a
nossa confiança de que Ele é capaz! Podemos trazer todas as nossas petições diante do Trono de Deus em oração, e, aí então, declarar que a nossa fé e confiança por
tudo o que precisamos está somente n’Ele.
O nosso maior recurso é a grandeza de Deus. Podemos ter a confiança de que o Grande Deus da Bíblia, o
nosso amoroso Pai Celestial, suprirá as nossas necessidades, nos dará a vitória final, responderá as nossas orações
em Seu tempo perfeito e cumprirá os Seus propósitos.
Deus nos dá poder, mas somente Ele é Todo-Poderoso. Ele compartilha a Sua sabedoria conosco, mas somente Ele é Onisciente. E somente Ele merece toda a glória!
Podemos então concluir humildemente as nossas orações, com a seguinte declaração repleta de louvor: “Senhor,
a Ti pertence todo o poder e autoridade do Reino. Que tudo
seja feito para o bem do Teu Reino, de acordo com o Teu
poder, e para a Tua glória. Que assim seja feito!”
Oração: um Precioso Tesouro
A oração é uma responsabilidade de todos os crentes,
algo que Deus ordenou que fizéssemos. No entanto, a oração não deve ser uma tarefa pesada. Ao contrário, a nossa grande alegria e privilégio é o fato de sermos bem-recebidos na presença de Deus todos os dias!
A oração também não é uma tarefa para alguns escolhidos apenas. Muito embora apenas alguns possam pregar, ou proporcionar uma liderança, ou dar ouro e prata,
todos podem contribuir na oração! Do mais idoso ao mais
jovem, do bebê em Cristo ao santo com maturidade, de um
leito de aflições ou de um lugar de força, todos os crentes
em Jesus Cristo podem orar! Este é o mais precioso e
valioso tesouro da Igreja: convidar a presença, a provisão
e o governo do Reino de Deus em nossa vida e em todas
as necessidades e situações!
“Bendito és Tu, SENHOR Deus de Israel, nosso Pai,
para todo o sempre. Tua, ó S ENHOR, é a grandeza, o
poder, e a glória, a vitória, e a majestade; pois tudo o
que está no Céu e na terra é Teu; Teu é o Reino, ó
SENHOR, e Tu estás exaltado como Chefe sobre todos. As
riquezas e a honra vêm de Ti, e Tu reinas sobre tudo.
Em Tuas mãos estão o poder e a força; em Tuas mãos
está o engrandecer e dar força a todos. Agora, pois,
nosso Deus, Te agradecemos e louvamos o Teu glorioso nome!” (1 Cr 29:10-13). Amém e amém!
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
Obstáculos
à Oração
Eficaz
Frank e Wendy Parrish
T
odos nós queremos orar eficazmente. Nós queremos a garantia bíblica de que Deus nos ouve e que
Ele responde de fato as nossas orações – até mesmo se não for a resposta que estávamos esperando (Sl
34:17; Is 30:19).
Mas, algumas vezes, pode parecer que as nossas orações não estão sendo ouvidas ou respondidas por Deus.
A Bíblia deixa claro que há razões para as orações
não-ouvidas ou não-respondidas. Vamos examinar agora
o que as Escrituras nos ensinam sobre os obstáculos comuns à oração.
1. O maior obstáculo à oração eficaz é o pecado
“Se eu considerar a iniqüidade no meu coração, o
Senhor não me ouvirá” (Sl 66:18). Esse versículo foi escrito por Davi, um homem que certamente não era perfeito. Davi, às vezes, pecava de fato diante do Senhor. Mas
ele também reconhecia o seu pecado, arrependia-se, e, aí
então, fazia o melhor possível para continuar vivendo em
obediência diante de Deus.
Deus Não Galardoa a Rebeldia
Deus pode escolher ouvir e responder a oração do pecador. Caso contrário, como um pecador não-salvo pode-
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
ria pedir a salvação? Deus ouve os clamores da humanidade pela salvação e sempre concede misericórdia e salvação quando as pessoas se arrependem do pecado e crêem no Senhor Jesus Cristo (Rm 10:13). Mas isso é diferente de orarmos a Deus uma vez que tenhamos entregado nossa vida ao Senhor na salvação.
Uma vez que somos salvos, entramos na família de
Deus. Tornamo-nos filhos de Deus (Jo 1:12; Gl 3:26). Deus
é o nosso Pai, e Ele nos deu regras de como devemos nos
portar como parte de Sua família. Essas regras encontram-se na Palavra de Deus. Quando obedecemos ao Senhor e aos Seus Mandamentos (regras), surge a possibilidade de muitas bênçãos e regalias que fazem parte do fato
de estarmos em Sua família.
Mas, para recebermos as bênçãos e respostas de Deus,
precisamos nos achegar a Ele com uma simplicidade característica de uma criança (Mt 18:2-4) e em obediência à
Sua Palavra. Se quisermos que Deus nos ouça em oração
e nos responda, então precisamos nos achegar a Ele com
honestidade e com um coração confiante. Não podemos
estar vivendo em rebeldia contra Ele, ou em pecado constante, e, ainda assim, termos a expectativa de que Ele nos
ouvirá.
Um exemplo da resposta do Senhor aos Seus filhos,
ATOS / 11
quando eles clamaram a Ele, enquanto ainda estavam em
rebeldia, encontra-se em Juízes 10:13,14: “Contudo vós
Me deixastes e servistes a outros deuses. Portanto, não
vos livrarei mais. Andai e clamai aos deuses que escolhestes; que vos livrem eles no tempo do vosso aperto.” Deus foi misericordioso com relação aos fracassos
deles por algum tempo. Mas, quando os filhos de Israel
continuavam em seu pecado, rebeldia e idolatria, Deus não
mais lhes respondia nem os libertava.
Deus nunca galardoa nem incentiva a nossa rebeldia
contra Ele. Ele não supre as nossas necessidades se usarmos essa provisão para seguirmos os prazeres terrenos ou
as paixões carnais. Deus não dá o Seu poder aos orgulhosos, ou uma vida fácil aos preguiçosos. Ele não responde
orações que são egoísticas ou ímpias: “Pedis, e não
recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4:3). Deus ouve e responde orações
que estão de acordo com a Sua vontade (Jo 14:13; 15:16;
16:23-26).
A Bíblia é clara no sentido de que não podemos esperar que Deus ouça e responda as nossas orações quando
estamos pecando deliberadamente contra Ele, buscando o
mal, ou quando não estamos arrependidos de nossas ações.
“Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para
que não possa salvar; nem o Seu ouvido agravado
para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que não vos
ouça” (Is 59:1,2).
Deus permitiu que a nação de Israel fosse derrotada
em Ai (Josué 7) e, mais tarde, ser levada em cativeiro à
Babilônia (2 Crônicas 36), em vez de apoiar o pecado intencional. Deus fala sério com relação à nossa obediência. A nossa desobediência intencional a Deus e à Sua
Palavra traz sérias conseqüências, das quais não é a menor delas o fato de Deus ter os Seus ouvidos fechados
às nossas orações.
Ao orarmos estamos nos aproximando de um Deus
santo. Por isso ser verdade, deveríamos nos achegar com
humildade e honestidade diante da Sua santa presença,
cientes de que Ele sabe de tudo o que está em nosso coração. Se estivermos “considerando a iniqüidade” (escondendo ou apegando-nos ao pecado, ou pedindo com
motivações ímpias), Ele não nos ouvirá.
Deus Ouve os Arrependidos
Isso não significa que tenhamos de viver uma vida perfeita para que Deus nos ouça em oração. Nenhum de nós
ficou sem cometer pecado nesta vida (Sl 53:1-3; Rm 3:23; 1
Jo 1:8). Tropeçamos e falhamos de vez em quando. Deus
tem compaixão dos que estão tentando fazer o melhor possível para viverem como verdadeiros seguidores de Cristo,
mas que talvez tropecem ocasionalmente no pecado, e, em
seguida, se arrependem. Contudo, esses são bem diferentes
dos que amam e buscam o pecado sem arrependimento, ou
daqueles que obedecem somente uma parte da Palavra de
Deus, e, contudo, ignoram voluntariamente o restante.
“Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos,
12 / ATOS
e os Seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto
do Senhor é contra os que praticam o mal.” (1 Pe 3:12.)
Temos um Advogado
Como cristãos, realmente tropeçamos e falhamos ocasionalmente. Talvez escolhamos pecar, e, até mesmo, às
vezes, rebelarmo-nos contra Deus e a Sua Palavra. Como
poderemos então ser eficazes na oração? Como Deus
poderá nos ouvir?
Até mesmo os próprios discípulos de Jesus – que andaram com o Senhor e foram ensinados por Ele durante anos
– lutavam contra o fracasso e atitudes erradas. Na própria
noite da véspera em que Jesus deveria morrer na cruz, a
preocupação orgulhosa e egoística dos discípulos era quem
dentre eles era o maior! (Lc 22:24.)
Jesus havia ensinado aos discípulos sobre o amor e a
humildade. Contudo, eles agiam de uma maneira carnal e
orgulhosa. Jesus disse a Seus discípulos que eles seriam
conhecidos pelo amor de uns aos outros (Jo 13:35; 1 Jo
3:1-18). Contudo, eles nem ao menos conseguiam demonstrar amor o suficiente para ficarem em vigília com Ele durante uma hora (Mt 26:40,41). Jesus orou por uma unidade
amorosa. Contudo, naquela noite, eles se uniram somente
no temor e no abandono a Cristo (Mt 26:56).
Os discípulos de Jesus pareciam surdos e cegos a tudo
o que Jesus lhes havia ensinado. No entanto, foi a esses
mesmos homens que Jesus disse: “... aquele que crê em
Mim também fará as obras que Eu faço, e as fará maiores do que estas...” (Jo 14:12.) Jesus – totalmente ciente da imaturidade, egoísmo e inveja deles (e nossa) – ainda
assim fez a Sua mais sublime oração naquela noite: para
que os crentes fossem um (Jo 17:11). Jesus até mesmo
orou para que eles se tornassem um lugar de habitação
para a Trindade! (Jo 14:16,17,23.)
Como Jesus poderia dizer e orar essas coisas com relação a meros seres humanos como nós? É por causa do
Seu grande amor e graça! Ele estava para “ir para o
Pai”, onde Ele “viveria para sempre para fazer intercessão” por nós (Hb 7:25; 1 Jo 2:1). “Jesus Cristo, o
Mesmo ontem e hoje, e eternamente” (Hb 13:8), que
conhece as nossas fraquezas e fracassos, está orando por
nós e está empenhado em aperfeiçoar-nos (1 Pe 5:10)!
Jesus sabe que somos débeis. Ele sabe que até mesmo
o mais sincero compromisso com Ele nunca resultará numa
perfeição imaculada nesta vida. A nossa carne é fraca
(Mt 26:41).
Jesus sabia que Pedro logo fracassaria (Lc 22:32-34).
Contudo, Ele orou por Pedro para que a sua fé continuasse e para que ele se tornasse uma força para seus irmãos
(vs.32). Esse mesmo Jesus está orando agora mesmo pela
sua fé e força – até mesmo se você tem fracassado!
Jesus Cristo Se dedica a nós em oração. Ele promete
que nunca nos deixará nem nos abandonará (Mt 28:20).
Os nossos fracassos ocasionais não nos desqualificam dos
propósitos de Deus. Se nos arrependermos e nos convertermos dos nossos pecados, o mesmo Senhor que requer a nossa obediência também é o nosso Grande Libertador, Redentor e Intercessor que nos perdoa!
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
Temos um Grande Advogado diante do Pai, que vive
eternamente para interceder por nós (Hb 7:25; 1 Jo 2:1).
Quando tropeçamos ou falhamos e pecamos, podemos nos
arrepender e sermos perdoados e restaurados na retidão de
Cristo, para uma vez mais nos aproximarmos do Trono de
Deus com ousadia! Ele não nos rejeita nem fecha os Seus
ouvidos aos nossos clamores, quando nos achegamos com
humildade e arrependimento ao Seu Trono da Graça. (Veja
Hebreus 4:16; 1 João 1:9). Essa é a confiança que podemos
ter em oração, até mesmo quando fracassamos e pecamos.
Louvado seja o Senhor pelo Seu grande amor e fidelidade!
Seja Rápido em seu Arrependimento!
A busca voluntária do pecado ou a rebeldia contra o
Senhor freqüentemente resulta em orações não-respondidas ou o não-recebimento da plenitude da bênção de Deus.
COMO POSSO PERDOAR?
Perdão sem Limites
“Quantas vezes deveríamos perdoar a alguém
que peca contra nós?”
Jesus deu a Pedro uma resposta surpreendente a essa pergunta: “Eu não digo até sete vezes,
mas até setenta vezes sete” (Mt 18:22).
O nosso Senhor não estava dando uma limitação matemática ou legalística. Ao contrário, Jesus
estava ensinando a Pedro que o perdão deveria ser
concedido sem um limite definido – exatamente
como o perdão de Deus para conosco.
Em seguida, o Senhor contou uma parábola para
ilustrar o grande perdão de um Deus perfeito e santo, e o que isso requer de nós ao perdoarmos os
outros. Faça uma pausa e leia essa parábola em
Mateus 18:23-35.
É óbvio que devemos perdoar aos outros. Mas
o que é o perdão? Como realmente perdoamos a
alguém? Perdoando da maneira que a Bíblia ensina, podemos ser libertos da dor e dos danos que
alguém nos causou e sermos curados desse sofrimento através do nosso amoroso Pai Celestial.
O Perdão é Uma Escolha
O perdão não é um sentimento ou emoção. O
perdão é uma escolha que fazemos conscientemente. Tomamos uma decisão de perdoar alguém,
independentemente de como nos sentimos em relação a essa pessoa ou ao que ela fez.
O perdão significa abrirmos mão de uma transgressão e da subseqüente dor causada por uma
outra pessoa. Isso inclui a nossa recusa de buscarmos uma vingança, de corrigirmos ou confrontarmos alguém que nos ofendeu.
O perdão é um ato que envolve a nossa vontade,
o nosso coração e a nossa mente. Como, então,
perdoamos a alguém da melhor maneira possível?
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
No entanto, Deus, que sonda nosso coração, é fiel no sentido de nos ajudar a “sondarmos e examinarmos os nossos caminhos” (Lm 3:40) e a abrirmos nosso coração diante d’Ele em arrependimento.
Sejamos rápidos para irmos primeiramente a Deus em
arrependimento e arrependermo-nos dos pecados conhecidos, levantando nosso coração a Deus. Quando confessamos nossos pecados, Ele é fiel no sentido de nos perdoar e nos purificar (Sl 32:5; 1 Jo 1:9). Semelhantemente a
Davi, vamos clamar por uma retidão diante de Deus, como
também por um relacionamento puro e imaculado com Ele
(Leia Salmos 1-19).
Que possamos estar dispostos a orarmos: “Sonda-me,
ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece
as minhas ansiedades, e vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139:23,24).
Pondo o Perdão em Prática
Ao lidar com assuntos espirituais, como o perdão, o seguidor de Cristo sempre precisa de:
Sinceridade de coração;
Uma atitude humilde, de abertura e prontidão
para aprender;
Um desejo genuíno de ver tornando-se uma
realidade as prioridades de Deus pelo amor,
unidade, reconciliação e retidão em nossos
relacionamentos.
As condições acima são elementos necessários e importantes do perdão.
As sete diretrizes seguintes podem ser usadas
como passos eficazes e frutíferos em direção ao
perdão:
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·
1. Peça para Deus revelar o que está em seu
próprio coração
Jeremias deixa claro que nem sempre podemos
confiar em nossos próprios sentimentos ou percepções (Jr 17:9). Geralmente achamos que as
nossas atitudes são corretas e justificáveis. Precisamos que o Senhor nos mostre o que está verdadeiramente em nosso próprio coração (Pv 21:2).
Se tivermos intolerância, justiça própria, espírito
crítico, ira ou amargura em nosso coração, essas
coisas impedirão o que Deus quer fazer e envenenarão nossas atitudes com relação aos outros. O
primeiro passo do perdão é pedirmos que o Espírito Santo revele qualquer atitude errada, mágoa profunda ou crítica amargurada que possamos
ter como resultado do fato de termos sido ofendidos por alguém (Sl 44:21; 139:23,24).
2. Arrependa-se do pecado em seu coração
Se você tiver qualquer crítica, ira, ressentimento
ou amargura em seu coração com relação a alguém
que o tenha ofendido ou machucado, você precisa
Continua na página 14.
ATOS / 13
Os pontos determinantes de uma vida de oração confiante e eficaz são:
a nossa obediência a Deus; e
a nossa compreensão do grande amor e perdão de
Cristo, o nosso Advogado.
“E qualquer coisa que Lhe pedirmos, d’Ele receberemos; porque guardamos os Seus mandamentos e fazemos o que é agradável à Sua vista.” (1 Jo 3:22.)
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2. Um outro obstáculo à oração eficaz é
a falta de perdão ou a rivalidade
Jesus ensinou o seguinte aos Seus discípulos: “E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa
contra alguém...” (Mc 11:25.) Jesus enfatizou a importância do amor e da unidade nos relacionamentos quando
Ele orou pela Igreja (Jo 17:20,21).
Continuação da página 13.
arrepender-se dessas atitudes. A amargura é uma
“enfermidade” espiritual mortal, que pode contaminar a sua vida, como também a vida de outros, e
atrapalhar a obra de Deus (Hb 12:15). Arrependa-se
e peça que o Senhor o perdoe e o purifique de atitudes ímpias para com os que o ofenderam (Ef 4:3032; 1 Jo 1:9). Caso contrário, você não conseguirá
ser sincero em seu perdão à pessoa que o ofendeu.
3. Faça a escolha de perdoar
O perdão não é um sentimento. O perdão é uma
escolha da sua vontade. Somente você pode escolher perdoar a pessoa que o feriu ou o ofendeu
(Mc 11:25,26). Ninguém mais pode tomar essa decisão por você. Você precisa escolher perdoar e
“abrir mão” da pessoa e do ato que ela cometeu e
que o ofendeu.
Às vezes as ofensas podem ser grandes. Peça
ao Senhor a graça e a força para perdoar.
4. Tome tempo para orar
A melhor maneira de perdoarmos alguém é tomarmos um tempo a sós com Deus em oração.
Fale as suas palavras de perdão em voz alta ao
Senhor. Você pode dizer algo semelhante ao seguinte: “Deus Pai, escolho perdoar [diga o nome
da pessoa] pelo que ele (ela) fez/falou [cite especificamente o ato que a pessoa fez ou a coisa que
ela falou]”. Se for mais de uma ofensa, cite cada
uma. Em seguida, tome um tempo para perguntar
ao Senhor se há qualquer outro ponto de mágoa
ou ofensa pelo qual você deva perdoar a pessoa,
e, então, faça isso.
Não é necessário dizer à pessoa que você a
perdoou, a menos que ela venha até você e peça o
seu perdão.
5. Ore pelo ofensor
Depois que você perdoou alguém, tome um tem14 / ATOS
Paulo também exortou veementemente aos crentes com
relação a amarmos e perdoarmos uns aos outros: “E sede
uns para com os outros benignos, misericordiosos,
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos
perdoou em Cristo” (Ef 4:32; leia também Efésios 4:1-6
e Colossenses 3:12-15).
Algo que é crucial à vida de oração eficaz é o amor – o
amor de Deus governando em nossos corações e motivando as nossas orações. Contudo, essa pura motivação
de amor pode ser desafiada através de tensões ou tribulações em nossos relacionamentos com os outros.
As Mentiras que nos Separam de Deus
O relacionamento mais importante para os cristãos é o
seu relacionamento com Deus. Nossas orações ao Senhor
precisam ser abertas e puras. No entanto, as circunstâncias
po para orar por essa pessoa. Levante as suas
mãos e ofereça-a a Deus para que Ele lide com
ela. Decida abrir mão do seu desejo de “vingar-se”
dela, e libere-a para Deus. Em seguida, peça que
o Senhor a abençoe, de acordo com o que a Bíblia
ensina (Mt 5:44; Lc 6:27,28; Tg 1:19,20; 1 Pe 3:8,9).
6. Peça uma cura ao Senhor
Entregue novamente a sua vida a Deus e peçaLhe para curá-lo e libertá-lo dos efeitos das ofensas. Deus é um Redentor, e Ele pode tomar até
mesmo as piores ofensas e usá-las para o bem –
para moldar a sua vida e para favorecer os propósitos d’Ele – se você permitir a obra d’Ele em seu
coração (Rm 8:28; 2 Co 3:18; Tg 1:2-4).
7. Resista ao diabo
Satanás tentará trazer de volta a ofensa à sua
mente, ou reavivar uma vez mais a sua memória
ou emoções com pensamentos negativos. Você
precisa exercer a sua autoridade como crente em
Cristo e amarrar as obras do diabo (Mt 16:19). Recuse-se a nutrir quaisquer pensamentos de falta
de perdão novamente. Resista à obra do diabo, e
ele fugirá de você (Tg 4:7,8).
Há aqueles que nos ofendem através de suas
palavras ou de seu comportamento, e nós, algumas vezes, tropeçamos e ofendemos os outros.
No entanto, um dos fundamentos da fé cristã é o
perdão de Deus para todos os nossos pecados
através de Cristo. Nós, portanto, como verdadeiros seguidores de Jesus, devemos fazer nada menos que isso, escolhendo perdoar aos que nos ofenderam. É por meio da Sua graça e poder que podemos perdoar, e é através da nossa escolha e
desejo que devemos fazê-lo!
Façamos como Jesus nos ensinou: “Perdoa as
nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos
nossos devedores” (Mt 6:12).
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
difíceis podem nos tentar a nos escondermos de Deus, a
culpá-Lo, ou a termos amargura em nosso coração com
relação a Ele. Como podemos nos achegar a Deus com
humildade e confiança na oração, se estivermos irados ou
ressentidos com Ele? Se acharmos que Deus nos “tratou
injustamente”, ou não fez o que achávamos que seria o
melhor, precisamos encarar essas atitudes em nosso coração e confessá-las a Deus.
A Bíblia nos garante que Deus é amoroso, santo, reto e
justo em todos os Seus caminhos. Se acharmos que Deus
não tem essas características, estamos crendo em algo
que não é verdadeiro com relação a Deus.
Precisamos escolher pesquisar nas Escrituras e descobrir quem Deus é verdadeiramente. Em seguida, devemos
crer no que a Palavra de Deus diz sobre Ele: “Deus não é
homem, para que minta, nem filho do homem, para que
Se arrependa. Porventura diria Ele e não o faria? Ou
falaria e não o confirmaria? (Nm 23:19.)
Unidos no Matrimônio, Unidos na Oração
O segundo relacionamento mais importante que temos é com o nosso cônjuge. Maridos e esposas precisam
comportar-se com muita sabedoria. A Bíblia diz que as
nossas orações serão impedidas, se não estivermos realmente nos esforçando para obtermos a unidade e o entendimento com o nosso cônjuge, (1 Pe 3:7). Qualquer
motivo que impeça as nossas orações é errado e requer
uma mudança imediata.
Marido e esposa se conhecem muito bem. Eles conhecem as lutas, tribulações e vitórias um do outro. Eles
podem orar individualmente um pelo outro com sabedoria e compreensão. Orar pelo seu cônjuge é uma das
coisas mais importantes que você pode fazer por
ele.
O casal deveria se unir em oração como co-herdeiros da
graça (Rm 8:16,17). A oração unificada é um dos maiores
privilégios e responsabilidades da união matrimonial. Há um
grande poder na oração unificada, até mesmo para se introduzir a presença de Deus (Mt 18:19,20). Assim sendo, qualquer comportamento, hábito, atitude ou temperamento que
atrapalhe a união conjugal – atrapalhando assim a oração
unificada – é algo pecaminoso e precisa ser tratado.
Obstruindo a Bênção da Oração
Depois do nosso relacionamento com Deus e com o
nosso cônjuge, precisamos aprender também a viver sem
disputas e separações em nossos relacionamentos com os
outros. Pessoas difíceis inevitavelmente cruzam o nosso
caminho nesta vida. Contudo, isso pode ser uma ferramenta maravilhosa que Deus usa para moldar o nosso caráter – se permitirmos ser transformados.
Jesus nos ensinou uma forma de sermos mais “aperfeiçoados” à imagem de Deus, a qual estava diretamente
relacionada à maneira pela qual reagimos a pessoas difíceis (Leia Mateus 5:38-48).
Quando estamos em desacordo com uma pessoa, talvez sejamos tentados a ficarmos irados e sermos preconceituosos com relação a ela, ou a nutrirmos um desejo de
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
vingança. Talvez falamos mal de nossos irmãos, ou repetimos fofocas sobre eles. Pode ser que fiquemos com suspeitas, críticas ou opiniões contrárias, e entregamos nossa
mente a pensamentos malignos. Talvez justificamos as nossas ações porque nos sentimos “injustiçados” por esses
irmãos. Essas atitudes pecaminosas quebram a nossa unidade ordenada por Deus. Elas também obstruem a nossa
intimidade com o Próprio Deus e as bênçãos que o Senhor
quer nos dar.
Jesus ilustrou claramente as atitudes certas e erradas
na oração ao contar uma parábola sobre dois homens judeus: “Dois homens subiram ao Templo, para orar; um,
fariseu, e o outro, coletor de impostos. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus,
graças Te dou, porque não sou como os demais homens – roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda
como este coletor de impostos. Jejuo duas vezes na
semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O
coletor de impostos, porém, estando em pé, de longe,
nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia
no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim,
pecador! Digo-vos que este desceu justificado para a
sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Lc 18:10-14).
Pode ser que fiquemos frustrados com orações nãorespondidas ou com a falta de uma resposta de Deus. Contudo, ao mesmo tempo, talvez tenhamos atitudes erradas
com relação aos outros. Mas o que pode ser feito para se
remover esses obstáculos à oração eficaz?
Tendo a Mente de Cristo
“De sorte que haja em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus
não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-Se a Si Mesmo, tomando a forma de servo, fazendoSe semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se a Si Mesmo, sendo obediente até à
morte, e morte de cruz.” (Fp 2:5-8.)
A Bíblia nos instrui a deixarmos que a mente de Cristo seja introduzida em nossa natureza. Devemos ser continuamente transformados à Sua imagem (Rm 12:2; 2 Co
3:18). Isso requer que os nossos pensamentos, atitudes e
motivações carnais sejam transformados e refinados continuamente.
Paulo escreveu à Igreja da Galácia sobre Cristo sendo formado neles (Gl 4:19). Isso acontece de várias maneiras:
Quando recebemos a Cristo como nosso Salvador, Ele
entra em nossa vida e começa a operar a Sua natureza
dentro de nós, à medida que submetemos nossas vontades à vontade d’Ele. Essa é uma obra que Ele faz
dentro de nós, à medida que permanecemos n’Ele diariamente.
Ele nos deu as Escrituras para que as seguíssemos e
obedecêssemos. Todas as vezes que escolhemos a obediência e rejeitamos o pecado, tornamo-nos mais semelhantes a Cristo!
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ATOS / 15
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Ele nos deu o Espírito Santo para nos convencer do
pecado (Jo 16:8; Rm 8:12-15) e para nos ajudar, capacitando-nos a escolher a retidão.
Que presente glorioso: Sermos transformados cada vez
mais à imagem do nosso querido e amoroso Salvador!
Porque Deus nos Amou
Parte da obra de transformação de nossa vida é a escolha de perdoarmos os que agiram erradamente contra
nós.
Jesus Cristo, como Deus, viu o mundo em seu estado
pecaminoso e rebelde. Ele viu todos os governantes
ímpios, a destruição através de séculos de guerras, abortos, feitiçarias e idolatria, religiões falsas, abusos de crianças, imoralidade sexual... todos os pecados e as suas
conseqüências.
Contudo, Jesus veio ao mundo – não para condená-lo,
mas para que o mundo, através d’Ele, pudesse ser salvo
(Jo 3:16,17). Ele escolheu tomar sobre Si Mesmo as penalidades por todos os pecados da humanidade, de todas
as eras. Que amor perfeito! Que grande perdão!
Essa mesma mente (atitude, pensamento, motivação)
devemos ter também para com os outros se formos seguidores de Cristo (1 Jo 4:10,11). Jesus nos perdoou tanto!
Como podemos ficar julgando uns aos outros, ou não perdoar as pessoas? Deus nos mostrou uma grande misericórdia e compaixão. Ele concedeu o Seu perdão a nós,
enquanto ainda éramos pecadores e Seus inimigos (Rm
5:6,8,10). Como podemos fazer menos que isso aos outros,
até mesmo aos nossos próprios inimigos?
Como podemos nos achegar a Deus em oração e contar com a Sua resposta amorosa, quando não estamos dispostos a amar os nossos irmãos em Cristo?
Tome alguns minutos e leia Mateus 18:21-35. Examine cuidadosamente o que Jesus ensinou aos Seus discípulos com relação a termos atitudes de falta de amor e
perdão, e as severas conseqüências disso.
Reconcilie-se com os Outros
Jesus nos ensinou exatamente o que fazermos com a
falta de perdão e as disputas, que são os obstáculos à oração eficaz: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que o teu irmão tem alguma
coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e
vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão, e depois
vem e apresenta a tua oferta” (Mt 5:23,24). “E, quando
estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa
contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus,
também vos perdoe as vossas ofensas.” (Mc 11:25.)
Está claro que devemos perdoar rapidamente e reconciliarmo-nos com os outros em amor, a fim de que possamos nos aproximar justificadamente do altar de oração.
Devemos assumir a responsabilidade por nossas ações.
Quando ofendemos uma pessoa ou lhe causamos sofrimento, precisamos ir até ela e pedir-lhe perdão. Ou, se
alguém nos prejudicou, precisamos escolher perdoar a essa
pessoa.
Faça o máximo possível para reconciliar-se. Se alguém
16 / ATOS
rejeitar seus esforços para a reconciliação, perdoe-lhe – e
continue orando para que Deus traga uma unidade entre
vocês.
Se você for tratado injustamente, perdoe! Se alguém
o caluniar, perdoe! Se você for maltratado ou ofendido,
perdoe! O perdão não significa fingirmos que não aconteceu uma adversidade, ou que não fomos genuinamente
prejudicados. O perdão significa escolhermos abrir mão
das situações e das pessoas – entregando-as a Deus em
oração para que Ele lide com elas. Estamos escolhendo
abrir mão da vingança, amargura, ira, ou da ofensa que
pode acompanhar a falta de perdão, e, em vez disso, permitindo que o amor e a mente de Cristo dominem e reinem em nós!
Deus não Se lembra mais de nossos pecados quando
são perdoados (Jr 31:34; Mq 7:19). Ele tem o poder de
apagar o pecado e parte dos seus efeitos. Quando escolhemos perdoar aos outros, também podemos orar e pedir
que o Senhor cure até mesmo as nossas memórias mais
dolorosas pela Sua graça e poder. Ele deseja fazer isso, e
Ele tem o poder para fazê-lo!
A Bíblia enfatiza uma coisa que deveria sempre caracterizar o verdadeiro seguidor de Cristo: o verdadeiro amor
de uns para com os outros (Jo 13:35; 1 Pe 4:8,9; 1 Jo
4:7-12). Esse tipo de amor é operado em nossa vida quando entregamos nossa mente egoística e carnal à obra
transformadora de Deus através do Espírito Santo. Com a
graça de Cristo, podemos perdoar aos outros e orar a
Deus sem impedimentos.
3. Um terceiro obstáculo à oração eficaz
são os desejos errados
“Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o
gastardes em vossos deleites.” (Tg 4:3.)
Muitas vezes, na oração, as coisas que pedimos a Deus
não são necessariamente ruins, mas, as razões pelas quais
as queremos podem ser errôneas. Pedimos algo por motivos errados, ou “pedimos mal”. Isso geralmente significa
que estamos pedindo algo com uma motivação egoística,
ou sem nenhum pensamento ou cuidado com relação aos
outros, ou pelo que Deus considera ser o melhor.
Deus é um Pai amoroso. Ele nunca dará aos Seus filhos coisas que são carnais ou prejudiciais. A concessão
de pedidos egoísticos somente nos tornaria mais egoístas,
separando-nos de Deus e impedindo que os Seus propósitos mais elevados se cumprissem através de nós.
Você daria a uma criança tudo o que ela pedisse? Será
que uma criança sempre sabe o que é bom ou o que é
prejudicial? Da mesma maneira o nosso Pai Celestial talvez não responda a todos os pedidos, se Ele perceber que
não é a coisa mais amorosa para nós.
Nem sempre pedimos a Deus com desejos puros. Será
que estamos buscando o perdão de Deus somente para
escaparmos dos nossos sentimentos de culpa? Será que
desejamos a cura para que possamos buscar os nossos
próprios prazeres? Será que queremos um suprimento financeiro para o nosso próprio ganho egoístico, ou porque
não queremos depender totalmente do Senhor?
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
Não é errado buscarmos o perdão, a cura ou o suprimento financeiro. Mas quais são as nossas motivações?
“Será que o que pedimos melhorará o nosso caminhar
com Deus, ou será que nos afastará d’Ele?”
Simão, o feiticeiro, pediu o poder do Espírito Santo.
Esse parece ser um bom pedido. Mas, infelizmente, Simão queria esse poder por um motivo profano e egoístico
(At 8:18-23). Ele o queria para o seu próprio ganho e
glória.
Somos “mera carne”, e, portanto, é difícil orarmos sempre com motivações completamente puras. Temos a seguinte admoestação: “O coração é enganoso acima de
todas as coisas, e desesperadamente perverso...” (Jr
17:9,10.)
Deus, no entanto, promete nos revelar o que está em
nosso coração e que poderia atrapalhar o nosso caminhar
com Ele (Fp 3:15). Jesus nos ensinou o seguinte em Seu
modelo de oração: “Venha o Teu Reino, seja feita a Tua
vontade” (Mt 6:10). Precisamos desejar a vontade de Deus
acima de todas as demais coisas. Nossa vida, nosso coração, nossos desejos e nosso espírito precisam ser renovadamente consagrados a Deus todos os dias (Dt 6:5). Ele é
o Senhor Soberano, o nosso Pai fiel e digno de confiança.
Podemos pedir Sua ajuda para que possamos orar de acordo
com a Sua vontade – e Ele nos ajudará.
Se nosso coração for consumido com Deus e nossa
vontade for entregue à vontade d’Ele, poderemos orar
melhor, de acordo com os desejos do Senhor. “Confia no
Senhor, e faze o bem; habita na terra, e alimenta-te da
Sua fidelidade. Deleita-te também no Senhor, e Ele te
dará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia n’Ele, e Ele tudo fará” (Sl 37:35). Quando a nossa confiança e o nosso deleite estão no
Senhor, Ele nos concede os desejos corretos pelos quais
devemos orar e Ele traz o cumprimento.
Talvez haja ocasiões em que não temos certeza de
como orar de acordo com a vontade de Deus. Nem sempre conseguimos discernir o que é melhor em todas as
situações. Nessas ocasiões, podemos orar no espírito
(com a nossa língua espiritual), confiando que o Espírito
Santo nos dirigirá e nos ajudará a orar. “Semelhantemente também o Espírito nos ajuda em nossas fraquezas, pois não sabemos pelo que deveríamos orar,
mas o Próprio Espírito faz intercessão por nós, com
gemidos inexprimíveis. E Aquele que sonda os corações sabe qual é a intenção do Espírito, porque Ele
faz intercessão pelos santos de acordo com a vontade de Deus.” (Rm 8:26,27.)
A Verdadeira Fé em Deus
Suponhamos que um filho não creia que o seu pai diga
a verdade. O menino duvida que o pai o ame, e ele não
confia que o pai cuidará dele. Assim sendo, aquele filho
pede que o pai lhe dê uma grande quantia de dinheiro, para
que ele possa abrir a sua própria conta bancária. Esse menino decidiu que prefere tomar conta de si mesmo. Como
um pai deveria reagir a esse tipo de expressão de profunda desconfiança?
Quanto mais improcedente seria para nós fazermos
esse tipo de pedido ao nosso completamente amoroso e
perfeito Pai Celestial! Contudo, muitas vezes, esse é o tipo
de pedido que trazemos a Deus em oração.
A crença em Deus e em Seu Filho Jesus Cristo é
muito mais do que um mero reconhecimento da existência d’Eles. A verdadeira fé em Deus e em Seu Filho
significa uma crença completa em Quem Eles são: o
caráter d’Eles como sendo puro; a natureza d’Eles como
sendo o amor; as palavras d’Eles como sendo absolutamente verdadeiras; a salvação proveniente d’Eles como
sendo segura; o amor d’Eles como sendo certo; e muito
mais!
A nossa fé em Deus não deve ser baseada no que
achamos que Deus pode ser. A nossa fé deve basear-se
somente na verdade de Quem Deus realmente é! Podemos aprender a verdade sobre Quem Deus é através da
Bíblia, que está repleta de revelações e verdades sobre
Deus.
Por exemplo, se o nosso pai terreno foi ríspido e cruel,
talvez tenhamos medo de confiar em nosso Pai Celestial.
Talvez tenhamos medo de reconhecer nossas falhas para
Deus e sermos punidos por Ele. A Bíblia, no entanto, nos
garante que Deus é amoroso e digno de confiança (Dt
32:4; 1 Jo 4:8). Ele é misericordioso para os que se arrependem e perdoa rapidamente (Sl 86:5; 103:1-5). Deus ama
Seus Filhos e tem somente boas dádivas para eles (Mt 7:911).
4. A dúvida também é um obstáculo à oração eficaz
Em toda a Bíblia, a fé (o oposto da dúvida) em Deus é
necessária à oração eficaz. Jesus declarou o seguinte princípio diretivo: “Seja-vos feito segundo a vossa fé” (Mt
9:29). A Bíblia ensina que “sem fé é impossível agradar
a Deus, pois quem se aproxima de Deus precisa crer
que Ele existe e que Ele é galardoador dos que O buscam diligentemente” (Hb 11:6).
O Espírito Santo diz o seguinte através do Apóstolo
A Fé Tem a Ver com Aquele em Quem Cremos!
A verdadeira fé não é uma questão de quantidade.
Não se refere a quanta fé temos, ou quão grande é a nossa própria fé. Jesus nos ensinou que até mesmo uma fé
muito pequena pode realizar grandes coisas (Mt 17:20).
Não é preciso nos esforçarmos e criarmos uma “grande fé”. Precisamos apenas nos lembrar do quão grande
Deus é e colocar a nossa fé n’Ele!
A fé não tem a ver com o quanto tentamos crer. Ela
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
Tiago: “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peçaa a Deus, que a todos dá liberalmente e sem repreensão, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando, porque o que duvida é semelhante à onda do
mar que é levada pelo vento, lançada de uma para
outra parte. Não pense tal homem que receberá do
Senhor alguma coisa” (Tg 1:5-7).
Precisamos ter fé em Deus, e não dúvidas, se temos a
expectativa de sermos ouvidos na oração e obtermos respostas. Mas o que significa termos fé e não dúvidas?
ATOS / 17
tem a ver com Aquele em Quem cremos! Jesus fez
esta colocação de forma simples, porém poderosa: “Tende fé em Deus” (Mc 11:22).
Você sabia que todos os cristão têm fé? A Bíblia diz:
“Deus deu a cada um uma medida de fé” (Rm 12:3).
Deus nos dá a fé. Não podemos produzi-la por nós mesmos. A fé já foi dada a nós, mas precisamos escolher
recebê-la e usá-la apropriadamente.
Usamos de forma apropriada a nossa fé, colocando-a
no lugar em que ela pertence – no Senhor! Podemos escolher colocar erradamente a nossa fé em nós próprios,
em outras pessoas, no dinheiro, nas circunstâncias, em
muitas outras coisas, ou podemos escolher colocar a nossa fé no Deus Vivo e Verdadeiro!
Ficando Firmes em Nossa Fé
Assim como devemos receber e usar apropriadamente
a nossa fé, devemos também escolher recusar as dúvidas.
Se ouvirmos as dúvidas com relação a Deus, elas podem
“sufocar” a nossa fé, semelhantemente a um cobertor
molhado colocado em cima de uma fogueira.
A primeira arma de Satanás contra a humanidade foi
semear dúvidas sobre as palavras de Deus: “Foi isto o
que Deus disse?” (Gn 3:1.) Essas dúvidas logo transformaram-se em mentiras cabais sobre o que Deus realmente havia dito (Gn 3:4,5).
Satanás ainda tenta fazer com que duvidemos de Deus
hoje em dia. Precisamos estar especialmente vigilantes
quando uma resposta a uma oração parece demorar, ou
não veio da maneira que esperávamos. Nessas ocasiões,
Satanás e seus comparsas nos atacam, para tirar vantagem de nossas preocupações e temores. Eles talvez tentem minar nossa confiança em Deus e em Suas promessas. Sussurram que estamos sós, ou abandonados, ou que
não somos amados, ou que não são somos dignos... e todo
tipo de palavras malignas e contrárias às promessas da
Palavra de Deus!
Assim sendo, Abraão “não duvidou da promessa de
Deus através da incredulidade, mas foi fortificado na
fé, dando glória a Deus, estando totalmente convencido de que, o que Ele havia prometido, Ele também era
capaz de fazê-lo” (Rm 4:20,21). Cristo disse: “Todo aquele que disser a esta montanha: Ergue-te e lança-te no
mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se
fará aquilo que diz, tudo que disser lhe será feito...”
(Mc 11:23,24.)
Nós também precisamos continuar firmes em nossa fé
em Deus, sem vacilarmos. Precisamos rejeitar a ferramenta de Satanás – as dúvidas quanto a Deus – e, em vez
disso, colocar a nossa fé no Deus Vivo e em tudo o que
Ele é em Sua grandeza, glória, poder e amor, pois, verdadeiramente, “Aquele que prometeu é fiel”! (Hb 10:23.)
Buscando a Sua Força
Será que alguma tribulação difícil ou alguma circunstância dolorosa fez com que você duvidasse de Deus e de
Quem Ele verdadeiramente é? O que você faz se você é
tentado a duvidar de Deus? Se você duvidou de Deus será
18 / ATOS
que tudo está perdido? Você perdeu a sua oportunidade de
receber a bênção de Deus?
Em Marcos Capítulo 9, a Bíblia conta a história, de
um homem que estava lutando contra as dúvidas. O filho
desse homem era mudo e endemoninhado, e ele queria
saber se Jesus poderia ajudá-los. “Mas se Tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos”
(Mc 9:22).
Jesus respondeu: “Se tu podes crer, tudo é possível
ao que crê” (vs.23).
Jesus confrontou a dúvida daquele homem. Ele não agiu
de uma maneira “religiosa” nem fingiu ter uma grande fé.
Ele foi realista com Jesus, exatamente como nós precisamos ser realistas com Deus na oração. Deus vê nosso
coração e não O enganamos, fingindo que cremos, quando
não cremos.
A Bíblia diz que aquele homem foi humilde e quebrantado diante de Jesus, chorando. Ele clamou que queria crer,
mas precisava que Cristo o ajudasse a vencer o lado dele
que estava lutando para crer por completo (vs.24). Muito
embora a fé daquele homem fosse incerta, ele clamou ao
Senhor por ajuda – e isso, por si só, foi um ato de fé
em Jesus – e Jesus respondeu!
Jesus respondeu com um grande amor e ternura. Ele
não repreendeu aquele homem por não ter fé suficiente.
Não! Ao contrário, Ele curou e libertou o filho daquele
homem!
Se uma tribulação difícil nos der um momento de dúvida em Deus, precisamos, semelhantemente àquele homem, nos achegar com humildade e quebrantamento diante do Senhor. Precisamos reconhecer quando cremos
só parcialmente e, em seguida, pedir a ajuda do Senhor
para uma vez mais crermos plenamente. O Senhor nos
responderá e ajudará. Lembre-se de que Jesus disse: “A
Minha graça é suficiente para você, pois a Minha
força é aperfeiçoada na fraqueza” (2 Co 12:9). Quando
a nossa fé estiver fraca, Ele ajudará a fortalecer-nos!
A fé é uma escolha que fazemos no sentido de crermos que Deus é Quem Ele diz que é. Orar em fé significa que nos aproximamos de Deus, crendo que Ele existe
– e que Ele nos ama, nos ouve, nos responde, e tem somente o melhor para nós em mente. A nossa fé não é em
nossa própria fé; a nossa fé é em Deus e em Sua fidelidade!
5. Um Outro Obstáculo à Oração Eficaz
é um Controle Carnal
Podemos discernir muito bem o coração de Deus com
relação a um assunto e orar ao Senhor de uma maneira
correta. No entanto, a resposta pode demorar ou ficar complicada, se tentarmos em seguida tomar as rédeas em nossas próprias mãos e “ajudarmos” a Deus com os resultados!
Abraão trouxe muitos sofrimentos e aborrecimentos
sobre a sua própria família e sobre as gerações dos futuros israelitas, tentando cumprir a promessa de Deus da
sua própria maneira com Hagar (Leia Gênesis 16).
Mais tarde, no Livro de Gênesis, lemos sobre Jacó, o
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
“enganador”. Jacó desejava a bênção, e talvez ele tenha
pedido a Deus por ela. Contudo, em vez de esperar a resposta de Deus, Jacó tomou as rédeas em suas próprias
mãos. Os seus métodos precipitados e enganadores para
obter a bênção causaram-lhe anos de demora e tristeza
(Gn 27-33).
Podemos ver uma outra ilustração dessa verdade
hoje em dia. Talvez uma esposa ore fervorosamente pela
salvação de seu marido. Porém, se ela tentar forçá-lo a
uma mudança com os seus próprios métodos, é bem
provável que ela se torne um obstáculo ao arrependimento dele.
É essencial que nos lembremos de que, ao pedirmos
que Deus nos dê algo, não devemos tentar controlar os
resultados com os nossos próprios esforços. Precisamos
ser pacientes e sensíveis aos desejos de Deus. Precisamos pedir, e, aí então, confiar que Ele responderá em Seu
tempo perfeito e de Sua maneira perfeita.
Oração e Obediência
Há ocasiões, no entanto, em que oramos, e Deus nos
direciona a fazermos algo que Ele requer para trazer
a resposta.
Há muitos exemplos na Bíblia – tanto no Antigo como
no Novo Testamento – em que houve instruções ou
direcionamentos bem específicos com relação a como recebermos a resposta do Senhor às nossas orações. Um
desses exemplos foi a exigência de que Naamã mergulhasse no Rio Jordão sete vezes para ser curado (2 Rs
5:10-14). Não havia nada de especial com relação àquele
rio (vv. 10,12). Mas, havia algo importante com relação à
disposição de Naamã em obedecer que o ajudou a reconhecer o Único Deus Verdadeiro, que tem todo o poder
(vs.15).
Deus dá muita importância à obediência. Quando oramos, a nossa vontade própria precisa estar submissa
à vontade de Deus. Precisamos estar dispostos a fazer
qualquer coisa que Deus nos peça.
Mas como sabemos se Deus está exigindo um passo
específico de obediência como parte de Sua resposta
às nossas orações? Muitas vezes, isso já está escrito na
Palavra de Deus. Há muitos versículos nas Escrituras
que começam com “Se vós...” , seguidos com “então
Eu...”. Deus já nos revelou os Seus caminhos em muitos casos. (Leia, por exemplo, Levítico 26 ou Deuteronômio 28.)
Em outras ocasiões, talvez “ouçamos”, dentro do nosso coração, o Senhor dirigindo-nos a darmos um certo passo
de ação depois que oramos. Isso, porém, SEMPRE estará
de acordo com a Palavra de Deus. Deus nunca Se contradiz, dizendo algo que seja diferente do que Ele já revelou
através da Sua Palavra.
Nessas ocasiões, precisamos dar passos cuidadosos e
submetermos o nosso direcionamento a Deus, permitindo
pacientemente que a Sua paz e provisão nos dirijam. Podemos também submeter a nossa situação a conselheiros
de retidão e pedir a ajuda deles.
Pode haver ocasiões em que oramos, e, aparentemenVOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
te, Deus nos pede apenas que esperemos n’Ele e não
façamos nada. Essa pode ser a coisa mais difícil de todas!
Espere no Senhor
O mais importante a ser lembrado é que devemos permanecer humildes e submissos a Deus em todas as questões de oração. Nunca devemos tentar forçar as situações
ou as pessoas a mudarem através da nossa própria força
ou impaciência. Devemos estar dispostos a esperar no
Senhor e confiar que a resposta virá no tempo d’Ele. Também devemos estar dispostos a obedecer, se Deus nos pedir
para darmos um passo de ação como parte da Sua resposta.
Parceria com Deus
Há ocasiões em que oramos fervorosamente por alguém, e, contudo, não vemos nenhuma mudança. Podemos ser tentados a achar que as nossas orações não estão fazendo nenhuma diferença.
Você pode ter a certeza de que Deus realmente responde as orações. Contudo, Ele nunca viola o livre arbítrio das pessoas nem as força a fazer o que Ele deseja.
Ele não criou as pessoas para serem marionetes ou robôs. Fomos criados com a capacidade de fazermos escolhas.
Assim sendo, muito embora você possa estar orando
por alguém de acordo com a vontade de Deus, a pessoa
pela qual você está orando pode ainda assim escolher
rejeitar a Deus e às Suas tentativas de atraí-la a Si Mesmo.
Por exemplo, talvez você esteja orando todos os dias
para que alguém seja salvo. Você sabe que essa é a vontade de Deus, pois “o Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia, mas é
longânimo para convosco, não querendo que alguns
se percam, senão que todos venham a arrependerse” (2 Pe 3:9).
À medida que oramos, Deus entra em ação no sentido
de atrair a pessoa a Si Próprio. Mas, essa pessoa ainda
pode escolher rejeitar a Deus e o Seu amor, ou rejeitar os
obreiros que Deus envia em seu caminho. Contudo, continue orando por essas pessoas!
Conclusão
Deus deixou claro em Sua Palavra que deseja que
nos aproximemos d’Ele regularmente em oração. Ele
também nos deu avisos claros sobre as coisas que podem impedir a eficácia das nossas orações: o pecado, a
falta de perdão, motivações ímpias, dúvidas e ações
carnais.
Mas, louvado seja Deus, pois a Sua Palavra nos fornece diretrizes claras e abundantes para identificarmos e
vencermos esses obstáculos – para que Deus possa usar
as nossas ações para a Sua glória, para o bem do Seu
povo, e para a expansão do Seu Reino!
“A oração dos retos é o Seu contentamento.” (Pv
15:8.)
ATOS / 19
UMA VIDA
DEVOCIONAL:
Tempo Diário
na Presença
de Deus
Adaptado dos ensinos de
Jack W. Hayford
por Frank e Wendy Parrish
Capítulo 1
A Renovação do
Hábito Devocional
A. ORAÇÃO DEVOCIONAL
– UM HÁBITO DIÁRIO
Todos os líderes de igreja compreendem e crêem na
importância da oração, e a maioria deles poderia dizer que
ora de alguma maneira quase que diariamente. No entanto, uma prática específica de oração pode tornar-se negligenciada muito facilmente: a nossa oração devocional
diária.
Realmente é muito fácil permitirmos que nossas atividades e outros imprevistos nos privem de nossa devoção
diária, a sós, com o Senhor. Isso não significa que paramos
de orar. Talvez dirijamos reuniões de oração em nossa igreja, em grupos pequenos, ou oremos por indivíduos que vêm
falar conosco para receberem uma ajuda espiritual. Pode
20 / ATOS
até mesmo ser que intercedamos por pessoas ao redor do
mundo. Podemos ensinar sobre a oração, e até mesmo
escrever artigos sobre ela.
Contudo, é muito fácil negligenciarmos um aspecto muito
importante da oração – ficarmos a sós em comunhão com
o Senhor. Outras coisas – até mesmo coisas boas – podem
nos privar do nosso tempo de oração diária, a sós.
A oração diária a sós – juntamente com o estudo diário
da Palavra de Deus – fornece o tempo para recebermos
direções, correções e o consolo de Deus. É a nossa oportunidade de ouvir diretamente de Deus sobre as coisas
que são significativas para nós pessoalmente.
Vamos examinar agora algumas importantes lições que
nos revigoram em nossa vida de oração devocional diária:
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
1. Quanto Tempo Eu Devo Orar?
Muitas pessoas se perguntam quanto tempo elas devem
passar em oração pela manhã. É melhor não estabelecermos um limite de tempo específico. Caso contrário, a
oração pode tornar-se uma tarefa ou um fardo pesado, em
vez de ser uma oportunidade de compartilharmos de um
relacionamento de amor com o nosso Pai Celestial.
Você provavelmente conversa com seu cônjuge todos
os dias. Mas será que faz um plano rígido de passar exatamente 30 minutos, todos os dias, conversando com ele?
Provavelmente não! Alguns dias, há assuntos importantes
para se discutir, e talvez sejam necessárias várias horas de
conversação para vocês chegarem a um acordo ou a um
plano de ação. Em outros dias, talvez não haja tantos assuntos a serem tratados.
O tempo devocional diário com Deus é algo semelhante. É a nossa oportunidade de conversarmos com Ele a
respeito de qualquer assunto sobre o qual precisamos conversar, seja qual for o tempo necessário para aquele dia.
Às vezes, conversamos a maior parte do tempo; em outras ocasiões, talvez ouçamos muito mais! Mas, qualquer
que seja o caso, estamos em comunhão com o Senhor,
conversando com Ele e ouvindo d’Ele.
A. ARRANJE O TEMPO PARA A ORAÇÃO.
Se quisermos ter mais tempo disponível para a oração,
significa que precisamos gastar menos tempo fazendo outras coisas. Portanto, devemos decidir o que pode ser eliminado, a fim de que a oração possa tomar o lugar.
Todo mundo, provavelmente, pode abrir mão de alguma atividade à noite para poder dormir mais cedo. Podemos, por exemplo, ouvir o noticiário ou o boletim meteorológico, antes de ir dormir. Se desistíssemos disso, poderíamos ir para a cama um pouco mais cedo, e, aí então, poderíamos acordar mais cedo pela manhã para termos um tempo de oração e um tempo de devoção ao Senhor.
2. Oração: Comunhão com o Senhor
O propósito do tempo devocional diário com o Senhor é
o de ser algo pessoal. É um tempo de nos achegarmos
diante do Senhor de uma forma sincera e honesta – de nos
achegarmos humildemente diante d’Ele em adoração todos os dias. É a nossa oportunidade de desfrutarmos de
um relacionamento pessoal e direto com Deus, nosso Pai.
Podemos experimentar a obra amorosa, penetrante e
transformadora de Deus através do Espírito Santo, a qual
causará um impacto em todo o nosso ser – corpo, alma e
espírito.
3. A Oração nos Prepara Para o Dia
Precisamos reprimir as ocupações demasiadas e as exigências desta vida, a fim de fazermos do nosso tempo com
o Senhor uma prioridade a cada dia. Sabemos, obviamente,
que, se perdermos o momento devocional diário com o Senhor não significa que o resto do dia esteja fadado ao fracasso. A nossa confiança está n’Aquele a Quem oramos, e
não somente em nossas orações. Deus é fiel no sentido de
nos ajudar a qualquer hora que nos voltamos a Ele.
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
É verdade, no entanto, que alguns problemas podem
ser evitados, e outros podem ser mais facilmente vencidos, quando nos preparamos totalmente através das nossas orações matutinas.
Muito embora nosso tempo de devoção pessoal seja
uma bênção para nós, ele também agrada muito ao Senhor. Ele realmente quer estar conosco e Se importa
muito com nossa vida.
É uma grande honra e um privilégio podermos cumprimentar o Senhor a cada dia, sabendo que Ele deseja estar
envolvido conosco. Que possamos honrar diariamente a
Sua presença através de nossas conversações com Ele
em oração.
B . UM PADRÃO PARA A ORAÇÃO DIÁRIA
Há quatro partes importantes em nossa devoção diária. O esboço a seguir nos dá uma breve descrição de
cada uma delas. Elas serão explicadas mais detalhadamente em todo o restante deste artigo.
Este esboço não tem o propósito de ser uma fórmula
a ser seguida rigidamente, nem um curso a ser completado num tempo definido. É uma diretriz para você seguir,
no seu próprio ritmo, ou para ser adaptada à sua situação. O importante é começar sua jornada devocional
diária com Deus. O esboço a seguir o ajudará a fazer
isso.
AÇÃO DE GRAÇAS E LOUVOR
– OFERECENDO A SI MESMO
A. Propósito diário no louvor
B. Ofereça seu corpo ao Senhor
C. Cante um cântico novo
D. Adore no Espírito
CONFISSÃO E PURIFICAÇÃO
– OFERECENDO O SEU CORAÇÃO
A. Peça uma sondagem
B. Não se engane
C. Estabeleça uma vigilância
D. Mantenha o objetivo em vista
ORDEM E OBEDIÊNCIA
– OFERECENDO O SEU DIA
A. Entregue o seu dia a Deus
B. Demonstre uma necessidade semelhante à de uma
criança
D. Peça direções específicas
E. Obedeça às instruções
FAMÍLIA E IGREJA
– OFERECENDO OS SEUS ENTES QUERIDOS
A. Cite os membros de sua família diariamente
B. Cite os outros parentes também
C. Lembre-se da Família do Pai
D. Inclua os solteiros
O restante deste artigo seguirá o esboço acima em nosso
estudo em conjunto.
ATOS / 21
Capítulo 2
AÇÃO DE GRAÇAS
& LOUVOR:
Oferecendo a Si Mesmo
Entrando em Sua Presença
Deus quer que nos encontremos com Ele diariamente.
E Ele está esperando para Se aproximar de nós com a Sua
presença. Mas será que há algo que podemos fazer para
22 / ATOS
ajudar a darmos as boas-vindas à Sua presença em nossa
vida? Sim, há! “Submetei-vos pois a Deus. Resisti ao
diabo, e ele fugirá de vós. Aproximai-vos de Deus, e
Ele Se aproximará de vós.” (Tg 4:7,8a.)
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
Pelo que Ele fez – dons, bênçãos, proteção, respostas
de orações, etc.
Devemos resistir ao
diabo!
A condição bíblica para Deus Se aproximar de nós com
a Sua presença é a seguinte: Nós precisamos nos aproximar d’Ele primeiramente! Ele está pronto para responder, mas espera que nos aproximemos primeiramente
d’Ele.
Para nos “aproximarmos” de Deus, somos instruídos a
fazer duas coisas: submetermo-nos e resistirmos. Precisamos nos submeter numa humilde adoração e obediência diante do Pai. E precisamos resistir às distrações e
desânimos que o diabo tenta lançar sobre nós para nos
afastar de Deus. Precisamos fazer ambas as coisas para
nos aproximarmos de Deus, e para que Ele, em seguida,
Se aproxime de nós.
A. PROPÓSITO DIÁRIO NO LOUVOR
A Bíblia diz em Salmos 100:4: “Entrai por Suas portas com ações de graças, e em Seus átrios com louvor.” Toda aproximação a Deus envolve adoração.
Na verdade, o louvor é um convite para que a própria
presença de Deus venha e habite em nosso meio: “Porém, Tu és santo, o que habitas entre os louvores de
Israel” (Sl 22:3).
Deus é digno de todo o nosso louvor. Há duas razões
básicas pelas quais podemos louvar a Deus:
Por Quem Ele é – a verdade sobre a natureza e o
caráter de Deus.
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
1. Louve-O por Quem Ele é
Louvar a Deus todos os dias por Quem Ele é transformará a sua vida! Você se lembrará diariamente da verdade de Quem Deus é, e esta lembrança edificará a sua fé.
Você pode começar, dizendo simplesmente: “Senhor,
eu Te louvo hoje porque Tu és o meu Salvador. Tu não
somente me salvaste dos meus pecados do passado, mas
Tu és também o meu Salvador agora mesmo. O Teu poder
salvador me ajudará hoje. Eu Te agradeço por ser um Salvador tão forte e fiel assim”.
Num outro dia, você poderá pensar sobre um aspecto
diferente do caráter de Deus: “Senhor, eu Te louvo, porque Tu és Todo-Poderoso. Tu és infinitamente mais forte
do que qualquer coisa que eu possa enfrentar hoje. Obrigado porque Tu estarás comigo e me fortalecerás, não
importa o que possa acontecer”.
Ou você poderá agradecer ao Senhor por ser a Verdade: “Senhor, eu Te louvo porque Tu és tão fiel e verdadeiro. Eu posso sempre confiar na verdade da Tua Palavra –
ela nunca falhará. A Tua verdade me liberta, e estou grato
por isso hoje”.
Louve a Deus por uma diferente faceta ou aspecto da
Sua natureza todos os dias. Você pode refletir sobre um
dos muitos nomes bíblicos referentes a Jesus também, como,
por exemplo, “a Luz do Mundo” (Jo 8:12). À medida que
você passa cada dia recordando sobre Quem Deus é, e
que maravilhoso Salvador Jesus é, o seu louvor e adoração ficarão revigorados e significativos. E você apreciará
muito mais o fato de Quem Deus é todos os dias!
2. Louve-O Pelo que Ele Fez
Separe um tempo para louvá-Lo pelo que Ele fez. Há
algumas bênçãos passadas pelas quais simplesmente não
conseguimos agradecer ao Senhor o suficiente – como por
exemplo, a nossa salvação. Agradeça-Lhe também pelas
coisas mais recentes que Ele fez. Escolha algo que Deus
fez em sua vida ontem e louve-O por isso hoje, como um
lembrete novo da Sua fidelidade e bondade.
“Dando graças sempre, por todas as coisas, a DeusPai, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo.” (Ef 5:20.)
B . OFEREÇA SEU CORPO AO SENHOR
Romanos 12:1 nos diz para oferecermos os nossos corpos a Deus: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo, e aceitável a Deus...”
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do
Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus,
e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso
corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”
(1 Co 6:19,20.)
É uma expressão bíblica, como também prática, o fato
de nos entregarmos a Deus e de envolvermos nossos corpos em adoração a Ele. Isso também pode nos ajudar a
ATOS / 23
permanecermos atentos em nosso tempo de oração, e não
cochilarmos, nem ficarmos distraídos.
Como oferecemos nossos corpos em adoração? Uma
maneira é ajoelharmo-nos. Se você não puder ajoelhar-se,
sente-se diante do Senhor com um coração humilde (os
discípulos estavam todos sentados quando o Espírito veio
pela primeira vez no Dia de Pentecostes). Isso não é um
formalismo ou ritual religioso. É uma expressão externa
de que estamos prostrando nosso coração e submetendo a
nossa vida em obediência a Deus.
Talvez você se sinta especialmente alegre ou grato ao
Senhor pela Sua bondade. Se este for o caso, pode ser que
você queira dançar diante do Senhor, semelhantemente a
Davi (2 Sm 6:14). Permita que Deus veja o louvor e a
alegria em seu coração pelo que Ele fez!
Podemos também levantar nossa face ao Senhor (Jó
22:26-28). A Bíblia também nos dá as seguintes instruções: “Aplaudi com as mãos, todos os povos! Cantai a
Deus com voz de triunfo!” (Sl 47:1.) Davi exclamou: “Levantarei as minhas mãos em Teu Nome” (Sl 63:4).
Ofereça seu corpo, em oração, ao Senhor, no início
do dia. Você descobrirá que é muito mais fácil resistir às
tentações do mundo com relação ao seu corpo, se você o
oferecer ao Senhor. As nossas mãos levantadas a Deus,
num louvor santo, de manhã cedo, não permitirão que
cedamos tão rapidamente a ações ímpias de desobediência.
Quando o nosso corpo não é oferecido e submetido a
Deus, ficamos mais vulneráveis a tentações. O comer demais, a preguiça ou o sexo ilícito são todos pecados do
corpo (1 Co 6:18; leia também Romanos 6). Louvar a Deus
com nossas palavras e nosso corpo é uma maneira pela
qual podemos ficar fortes para resistirmos ao mundo, à
carne e ao diabo. Vamos oferecer nosso corpo a Deus em
louvor todos os dias!
C. CANTE UM CÂNTICO NOVO
Salmos 96:1 diz: “Cantai ao Senhor um cântico
novo”. Também lemos em Salmos 59:16 o seguinte: “Cantarei da Tua força; pela manhã cantarei do Teu amor”.
Cantar ao Senhor é uma forma aceitável e poderosa de
adoração.
Podemos nos sentir intimidados ao cantarmos louvores
quando não o fazemos freqüentemente. Talvez nos sintamos desconfortáveis cantando a sós, ou talvez achemos
que não cantamos bem o suficiente. A questão, no entanto, não é a de darmos um show; é simplesmente expressarmos nosso amor e adoração a Deus através do cântico.
Podemos, portanto, estar certos de uma coisa: Qualquer
que seja o esforço que fizermos ao cantarmos louvores ao
nosso Deus será um doce som aos Seus ouvidos!
O Que Cantamos?
Uma maneira de cantarmos é “com o entendimento”
(1 Co 14:15). Podemos cantar corinhos ou hinos com os
quais estejamos familiarizados. Ou podemos abrir nossas
Bíblias e compormos nossos próprios cânticos, usando as
palavras das Escrituras. Isso funciona bem especialmente
com os Salmos, uma vez que eles foram escritos originalmente como cânticos.
Também podemos cantar “com o espírito” (1 Co
14:15), cantando “cânticos espirituais” (Cl 3:16). Paulo
usava os dons do Espírito para ajudá-lo a cantar “cânticos
novos”, que são cânticos que o Espírito Santo nos dá. Eles
Você pode
desejar
dançar diante
de Deus
(2 Sm 6:14).
Deixe Deus ver
o louvor e a
alegria de seu
coração pelo
que
Ele fez!
24 / ATOS
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
Efésios 5:18,19 diz: “Enchei-vos do Espírito...
cantando e salmodiando em vossos corações
ao Senhor”. Nossa oração e nosso cântico
podem ser “com o Espírito” (1 Co 14:15).
Cantar e orar no espírito tem um significado
especial. Significa cantar e orar em uma
língua ou idioma que vem do Espírito Santo.
estão disponíveis a todos os crentes cheios do Espírito, que
usam as capacitações fornecidas por Ele.
D. ADORE NO ESPÍRITO
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade;
porque o Pai procura a tais que assim O adorem. Deus
é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem
em espírito e em verdade.” (Jo 4:23,24.)
Efésios 5:18,19 diz: “Enchei-vos do Espírito... cantando e salmodiando em vossos corações ao Senhor”.
Nossa oração e nosso cântico podem ser “com o Espírito” (1 Co 14:15). Cantar e orar no Espírito têm um
significado especial. Significa cantar e orar em uma língua
ou idioma que vem do Espírito Santo.
Esses cânticos ou orações são compostos de sons ou
palavras que não foram aprendidos. Essa linguagem não é
compreendida pela mente da pessoa que está orando ou
cantando. Tampouco ela é geralmente compreendida por
alguém que esteja perto e que talvez esteja ouvindo. Contudo, ela é compreendida por Deus, porque ela é pelo Seu
Espírito. “Porque o que fala numa língua estranha não
fala aos homens, mas a Deus...” (1 Co 14:2.)
O Apóstolo Paulo nos diz que, às vezes, não sabemos
orar como deveríamos, e nem pelo que orar (Rm 8:26,27).
No entanto, o Espírito Santo pode orar a Deus através de
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
nós, com sons ou com uma linguagem que não compreendemos. Paulo nos assegura que essas orações estão sempre de acordo com a vontade de Deus.
Após orarmos “no espírito”, talvez tenhamos uma
compreensão melhor de como devemos orar em nossa
própria língua ou na aprendida. Em 1 Coríntios 14:14-16,
Paulo menciona a oração “com o entendimento”. Isso
pode ser a interpretação do que já oramos em outras línguas.
A oração em línguas é uma poderosa ferramenta e um
dom gracioso do Espírito Santo de Deus. Ela deve ser uma
parte importante da nossa vida devocional diária.
O cântico no Espírito pode ter um propósito semelhante. Às vezes simplesmente não conseguimos expressar em
palavras o quanto amamos ao Senhor Jesus. Uma vez mais,
o Espírito Santo nos ajuda, dando-nos sons e cânticos de
louvor numa língua que não compreendemos com nossa
mente.
Sabemos, com certeza, que o cântico no Espírito é um
transbordamento de amor, alegria e louvor a Deus, e que
isso fortalece nosso espírito (1 Co 14:2,4,17).
Paulo está agradecido a Deus pelo fato de que em suas
devoções a sós ele ora em línguas (línguas dadas pelo Espírito) mais do que qualquer outra pessoa (1 Co 14:18).
Que exemplo poderoso para seguirmos em nossa própria
vida devocional diária!
ATOS / 25
Capítulo 3
CONFISSÃO &
PURIFICAÇÃO
Oferecendo o seu Coração
A. PEÇA UMA SONDAGEM
Juntamente com nosso corpo, precisamos também oferecer o nosso coração a Deus. Davi foi um homem que
experimentou grandes vitórias como também grandes fra26 / ATOS
cassos diante de Deus. No entanto, em tudo o que passou,
ele é um exemplo insuperado de alguém que desejava fervorosamente andar diante de Deus “com todo o seu coração” (Dt 6:5).
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
Davi fez a seguinte oração: “Sonda-me, ó Deus, e
conhece o meu coração; prova-me e conhece as minhas ansiedades; e vê se há em mim algum caminho
mau, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139:23,24).
Esse Salmo é o retrato de um homem que vivia numa
comunhão íntima com Deus. Contudo, ele estava pedindo
que Deus sondasse o seu coração e provasse os seus pensamentos com relação a qualquer coisa ímpia sobre a qual
ele talvez não soubesse.
O Salmo 139 também nos diz que Deus nos conhece
melhor do que nós próprios nos conhecemos. O propósito de pedirmos que Deus sonde nosso coração é o
de descobrirmos pecados: de permitirmos que o Senhor saliente qualquer coisa que Ele vê como sendo uma
área perigosa em nossa vida, que poderia causar danos ou
prejuízos a nós mesmos ou a outros. Precisamos aceitar
os Seus tratamentos conosco – sem desculpas – e confessar livremente nossos pecados a Deus, para que possamos ser libertos.
Guarde a Sua Caminhada Cristã
Há muitos crentes que estão presos em práticas indignas ou em hábitos pecaminosos, e que talvez não os reconheçam como tais. Esses hábitos e práticas talvez envolvam relacionamentos, empregos ou distrações que eles carregam desde a época anterior à de quando conheceram a
Cristo.
Geralmente esses comportamentos são aceitáveis para
o mundo, mas os olhos penetrantes do Senhor revelam
que eles não são dignos de Seus filhos e filhas. O Senhor
quer nos libertar de todo pecado ou escravidão – porque,
se não forem tratados, eles resultarão, mais tarde, numa
colheita de dor e destruição em nossa vida e na vida de
outros.
Pouquíssimas pessoas simplesmente decidem, num certo dia, virar as costas para Deus e viver uma vida pecaminosa. Na maioria das vezes, cedemos ao pecado aos pouquinhos, e, com o passar do tempo, participamos cada vez
mais de comportamentos mundanos. Mais tarde, acabamos longe de Deus e de Seus caminhos.
Precisamos aprender – e ensinar aos outros também – a pedirem que o Senhor faça uma sondagem diária
em nosso coração e em nossos pensamentos. Precisamos
aprender a esperar em Sua presença, para ouvirmos Sua
voz e responder ao que Ele nos diz. Se pedirmos que o
Senhor nos mostre nossos pecados ocultos, Ele nos ajudará a vê-los. À medida que tentarmos ouvir Sua voz e buscarmos obedecer a Sua Palavra, aprenderemos a seguir
Suas instruções para a liberdade! “Mostra-me os Teus
caminhos, ó Senhor; ensina-me as Tuas veredas. Guiame na Tua verdade e ensina-me.” (Sl 25:4,5.)
B . NÃO SE ENGANE
“Engano” significa crer que algo é certo, quando é errado. O profeta Jeremias nos alertou sobre como o coração humano pode ser tão facilmente enganado. “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem poderá conhecê-lo?” (Jr 17:9.)
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
É possível que qualquer pessoa seja enganada, até
mesmo um cristão. “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está
em nós. Se confessarmos os nossos pecados [a Deus],
Ele é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados
e nos purificar de toda injustiça.” (1 Jo 1:8,9.)
1. Três Áreas de Engano
O Apóstolo João nos mostra três possíveis maneiras
pelas quais podemos ser enganados:
a. Achar que não temos nenhum pecado – e, portanto,
que não precisamos do perdão de Deus.
b. Achar que não precisamos confessar os pecados, e
que, se realmente pecarmos, não há a exigência de fazermos nada a respeito; pensar que Deus fará vistas grossas
ou nos perdoará, até mesmo se não enfrentarmos a situação ou não contarmos a Ele sobre o ocorrido.
c. Achar que não seremos perdoados – que Deus não
nos perdoará, de fato, até mesmo quando realmente confessarmos os nossos pecados.
2. O Engano Estraga a Comunhão
Se formos enganados em qualquer uma das três áreas
mencionadas, nossa comunhão com Deus ficará prejudicada. Descobriremos que é difícil orarmos, louvarmos ou
adorarmos ao Senhor. Não conseguiremos encontrar alegria e paz na Palavra de Deus. Será difícil voltarmos nosso coração completamente para o Senhor.
a. Os que crêem que nunca pecam continuarão tendo
problemas causados pelos próprios pecados. No entanto,
não ficarão sabendo o motivo pelo qual eles têm esses
problemas – ou o motivo pelo qual a vida deles está numa
constante confusão.
b. Os que pecam, mas não se arrependem, nem confessam os pecados a Deus – achando que Ele os perdoará
sem um arrependimento – podem ficar com o coração
endurecido (Hb 3:13). Os seus pecados nunca são resolvidos, muito embora o Espírito Santo possa estar convencendo-os a esse respeito (Jo 16:8). Com o passar do tempo, eles não mais ouvirão o Senhor alertando-os. Andar
tão longe assim dos caminhos de Deus é muito perigoso.
c. Algumas pessoas crêem que, muito embora elas contem a Deus os seus pecados, Ele não as perdoa de fato. O
fardo desse engano lhes dá um coração pesado. Talvez
vivam sob uma escura nuvem de vergonha, culpa e condenação.
A Bíblia, no entanto, nos diz a verdade: “Se confessarmos os nossos pecados [a Deus], Ele é fiel e justo
para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar
de toda injustiça” (1 Jo 1:8,9). Como é bom estarmos
abertos, sermos honestos e confessarmos a Deus que
somos pecadores, e arrependermo-nos diante d’Ele, especificando cada pecado. Assim sendo, Deus está sempre pronto a perdoar-nos, restaurar-nos e fortalecer-nos.
Podemos evitar pecados futuros, achegando-nos a Deus
quando nos sentimos tentados – antes de pecarmos – e
pedindo que Ele nos ajude e nos dê força para resistirmos. É melhor nos achegarmos a Ele de antemão, pedinATOS / 27
do Sua ajuda, do que nos achegarmos depois,
pedindo perdão.
3. Seja Sensível ao Espírito
Devemos pedir a Deus diariamente que Ele
nos torne muito sensíveis ao Seu Espírito Santo,
para que Ele nos alerte quando estivermos em
perigo. Devemos reconhecer humildemente nossa necessidade do Seu ensino, correção e perdão. Quando somos sensíveis, Ele nos avisa muito rapidamente se estamos pecando contra o Seu
amor ou Sua verdade. Recebemos mais do que
um simples consolo – recebemos Sua sábia instrução e direção.
Creio que todos compreendemos que, se falhamos com Deus, não perdemos a nossa salvação. O menor pecado, no entanto, pode estragar rapidamente a nossa comunhão com Deus
(o nosso caminhar e a nossa conversa com Ele).
Devemos pedir-Lhe rapidamente o Seu perdão, porque não queremos que nossa comunhão
com Ele seja quebrada. Queremos agradar ao
Senhor em todas as coisas, e não entristecê-Lo
em nada!
C. ESTABELEÇA UMA VIGILÂNCIA
Davi escreveu o seguinte: “Que as palavras
da minha boca e a meditação [pensamentos]
do meu coração sejam aceitáveis aos Teus
olhos, ó Senhor, minha força e meu Redentor” (Sl 19:14).
1. Guardando a Sua Mente
a. Três Fontes Principais de Pensamentos. Há três
fontes principais de onde os pensamentos e as tentações
vêm à nossa mente:
1) O Mundo – do que vemos e ouvimos
2) A Carne – dos desejos humanos e ímpios
3) O Diabo – do mundo espiritual
O simples fato de um pensamento vir à nossa mente
não significa que tenhamos de permanecer pensando nele.
Contudo, se realmente permitirmos que pensamentos
ímpios permaneçamem nossa mente, eles causarão, mais
tarde, palavras e ações ímpias. Portanto, precisamos detêlos rapidamente e substituí-los por pensamentos santos.
b. Faça de Jesus o Senhor de Sua Mente. Quando iniciamos cada dia com oração e ações de graças a
Deus, recebemos a Sua paz. Essa paz funciona como um
guardião sobre nosso coração e nossa mente (Fp 4:6,7) e
nos ajuda a sermos mais sensíveis à convicção de pecado
que o Espírito Santo nos traz.
Quando surgir um pensamento errado, converse com o
Senhor sobre isso. A oração deterá rapidamente os pensamentos errados! Todos os cristãos têm pensamentos
errados numa ou noutra ocasião, mas Jesus pode ser o
Senhor de nossa mente, como também de nosso coração.
28 / ATOS
A
VERDADE
Encha sua mente com a
Palavra de Deus. Ela vai
encher seu coração e sua
mente com verdade e
santidade.
c. Encha Sua Mente com a Verdade. Decida não
mais olhar ou ouvir aquilo que alimenta pensamentos impróprios em sua mente. Uma maneira infalível de purificar
os pensamentos é recusar-se a olhar ou ouvir o que é ímpio!
Em seguida, encha sua mente com a Palavra de Deus. Ela
contém palavras que limpam, purificam, avivam e que enchem seu coração e sua mente com verdade e santidade
(Sl 119:11,105; Pv 6:23; 2 Tm 3:16; Hb 4:12).
2. Guardando a Sua Boca
As palavras que falamos têm poder, e precisam ser
vigiadas cuidadosamente. “A morte e a vida estão no
poder da língua...” (Pv 18:21.) Mas, é da abundância de
nosso coração que procedem as nossas palavras: “Pois,
da abundância do coração, fala a boca” (Mt 12:34).
Assim sendo, o que dizemos reflete realmente a condição
do nosso coração.
A Bíblia nos ensina que há elos importantes entre a
boca e o coração:
Para o Bem:
1. Em nossa salvação: “... se confessares com a
tua boca ao Senhor Jesus, e em teu coração creres
que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm
10:9).
2. Em nossa fé: “E Jesus, respondendo, disse-lhes:
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
Tende fé em Deus, porque em verdade vos digo que,
qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te
no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se
fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito”
(Mc 11:22,23).
Para o Mal:
1. Em nosso caráter: “Os lábios ardentes com um
coração maligno são como o caco coberto de escórias
de prata” (Pv 26:23).
2. Em nossa atitude: “Mas, se tendes amarga inveja, e um sentimento faccioso em vossos corações,
não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Esta
sabedoria não vem do alto, mas é terrena, sensual e
demoníaca” (Tg 3:14,15).
É óbvio que há uma ligação entre as palavras de nossa boca e nosso coração. Do coração podem fluir palavras de salvação, cura e bênção, ou palavras de destruição, ferimento e maldição. Vemos agora a sabedoria da
oração do Salmista: “Que as palavras da minha boca
e a meditação do meu coração sejam aceitáveis aos
Teus olhos, ó Senhor, minha força e meu Redentor”
(Sl 19:14).
Como podemos aplicar da melhor maneira possível
esta sabedoria, a cada dia, em nossas orações devocionais?
Primeiramente, reveja com o Senhor o dia anterior. Será
que você disse qualquer coisa que precisa de confissão ou
desculpas? Será que houve em seu coração atitudes de
amargura, orgulho ou ira? Vida e poder fluem do nosso
coração, como também palavras para o bem e para o mal.
Assim sendo, peça a sondagem e a convicção de pecado,
provenientes do Senhor, a cada dia. Em seguida, responda
rapidamente com arrependimento e sincero pedido de perdão aos que você talvez tenha ofendido com suas palavras.
Em segundo lugar, entregue ao Senhor, de antemão,
suas palavras e ações do dia que está se iniciando. PeçaLhe que o ajude a falar palavras de vida e bênção, e a
escolher a manter um coração reto diante d’Ele. Você pode
até mesmo fazer a seguinte oração: “Senhor, coloque uma
proteção em meu coração e em minha boca. Eu peço que
o Teu Espírito me dê um sinal ou me corrija quando eu
estiver para falar algo que não Te agrade. Dá-me a graça
e a força para honrar e obedecer aos Teus direcionamentos”.
Há uma gloriosa esperança que você pode confessar
com relação a isso em Salmos 49:3: “A minha boca falará sabedoria, e a meditação do meu coração dará entendimento”. Aleluia!
D. MANTENHA O OBJETIVO EM VISTA
Deus nos chama de fato à pureza. Ele nos ensina a
examinarmos o nosso coração, a confessarmos os nossos
pecados e a sermos purificados. Mas por que isso é tão
importante assim? Qual é o objetivo?
Há o objetivo externo da nossa atenção à nossa vida
santa. Esforçamo-nos para termos um coração correto,
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
ações sábias e um linguajar santo, a fim de que nossa
vida seja frutífera e eficaz para Deus todos os dias.
Viver dias que valham a pena é de fato um objetivo digno
(Sl 90:12).
Mas Deus tem também um importante propósito interno para nós. “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus,
dos que são chamados de acordo com o Seu propósito.
Porque os que dantes conheceu, Ele também
predestinou para serem conformes à imagem do Seu
Filho, para que Ele pudesse ser o Primogênito dentre
muitos irmãos.” (Rm 8:28,29.)
Deus tem um grande propósito para a vida de todos os
crentes. O Seu desejo é que nós “sejamos conformes
à imagem de Seu Filho”. O objetivo d’Ele para nós é
fazer-nos semelhantes a Jesus!
Assim sendo, quando nos achegamos ao Senhor a cada
dia em oração, pedindo-Lhe que sonde nosso coração, Ele
faz a Sua obra em nossa vida no sentido de nos moldar e
nos purificar:
Ele nos purifica, livrando-nos daquilo que impede
que sejamos semelhantes a Jesus.
Ele nos mostra onde estamos enganados, a fim de
que possamos conhecê-Lo melhor e nos tornar mais
semelhantes a Ele – a Verdade!
Ele purifica nosso coração, mente e palavras, a fim
de que possamos ser mais sábios e mais sensíveis –
e, por conseguinte, oferecer a Sua esperança, vida
e verdade aos outros!
·
·
·
Não Desista!
Em Filipenses 3:13,14, o Apóstolo Paulo fala sobre prosseguirmos para o alvo a cada dia: “Irmãos, quanto a mim,
não julgo que o haja alcançado, mas uma coisa faço,
e é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,
prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
Os objetivos maiores são alcançados completando-se
uma série de objetivos diários menores. Durante nosso
período de oração, Deus pode trazer várias coisas à nossa mente que Ele quer que façamos, que farão parte do
Seu plano para o nosso dia. (Abordaremos sobre isso mais
detalhadamente em nossa seção seguinte.) Quando completarmos as tarefas menores com fé e obediência, teremos “prosseguido” em direção ao objetivo (ou propósito) maior de Deus para nossa vida. Cada pequena decisão de obediência e retidão leva até mesmo à liberação
dos propósitos de Deus para nossa vida!
Entregue sua vida – e cada dia de sua existência – a
Deus. Ore para “prosseguir” n’Ele e obedecer-Lhe, não
importando o que possa vir contra você. Não desista de
seus esforços no sentido de fazer a vontade de Deus.
Você pode alcançar seus objetivos em Deus. Você
conquistará o seu prêmio celestial quando “prosseguir”.
E Deus será fiel no sentido de usar tudo para moldá-lo
cada vez mais à imagem de Jesus! Que abençoada esperança e promessa!
ATOS / 29
Capítulo 4
ORDEM & OBEDIÊNCIA
Oferecendo o seu Dia
A Bíblia nos fala sobre o valor de cada dia, e salienta a
necessidade de o usarmos de forma sábia e proveitosa.
Cada dia é uma dádiva de Deus. Precisamos da Sua
sabedoria para usá-lo sabiamente. “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que possamos alcançar um
coração sábio.” (Sl 90:12.)
Cada dia tem suas próprias alegrias e desafios. Devemos fixar nossa mente e nossas mãos aos deveres de
hoje e evitar as preocupações com os deveres de ama30 / ATOS
nhã. “Não vos preocupeis pois pelo dia de amanhã,
porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a
cada dia o seu mal.” (Mt 6:34.)
Precisamos usar a oração e a Palavra de Deus a
cada dia a fim de recebermos o que precisamos diariamente. “Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.” (Mt
6:11.) “Este Livro da Lei não se apartará de tua boca,
mas meditarás nele de dia e de noite, para que possas
ter o cuidado de fazer de acordo com tudo o que está
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
escrito nele, porque então farás prosperar o teu caminho, e aí então terás muito êxito.” (Js 1:8; veja também
Salmos 119:11,105; 2 Timóteo 3:16,17.)
É óbvio que nossos dias devem ser usados com responsabilidade, e não devem ser desperdiçados (Ef 5:16). Deus
nos fez “administradores” de nossos dias – do nosso tempo
– e somos responsáveis diante d’Ele de como os usamos.
Quando submetemos cada dia a Deus, Ele nos ajuda a ordenarmos e a dirigirmos nossos passos. O significado essencial de submissão é “ordem certa” no propósito e no
relacionamento. Não tem a ver com dominação. Na verdade, refere-se a coisas que estão num arranjo adequado, a
fim de poderem funcionar apropriadamente. Nossos dias
“se encaixam” muito melhor, quando são primeiramente
submetidos a Deus para a Sua direção. “Mas, quanto a
mim, eu confio em Ti, ó Senhor; eu digo: Tu és o meu
Deus. Os meus dias estão em Tuas mãos.” (Sl 31:14,15.)
Deus não força os Seus caminhos em nossas atividades diárias. Precisamos pedir que o Seu senhorio esteja
sobre o nosso dia e pedir em oração a Sua sabedoria e
provisão com relação a tudo o que diz respeito a nós. “Se
um de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que
a todos dá liberalmente, e não o lança em rosto e serlhe-á dada.” (Tg 1:5.)
Podemos confiar nas promessas de Deus crendo que
Ele nos ajudará, nos guiará e estará conosco a cada dia (Sl
32:8; 48:14; Mt 28:20). Podemos iniciar nosso dia com alegria, gratos por essa dádiva para servirmos ao Senhor e
aos outros.
A. ENTREGUE O SEU DIA A DEUS
“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia n’Ele, e
Ele tudo fará... descansa no Senhor, e espera pacientemente por Ele.” (Sl 37:5,7.)
Estas duas palavras, “entrega” e “descansa”, são
muito importantes.
“Entregando” todas as áreas de nossa vida a Deus e
“descansando” no conhecimento e na certeza de que Ele
fará com que todas as coisas contribuam para o nosso
bem (Rm 8:28), trazemos a ordem divina para cada dia.
A palavra original em hebraico referente a “entregar”
é galal. Ela significa “rolar, rolar para baixo, rolar para
longe, remover”. Assim sendo, devemos “rolar os nossos
caminhos” – os nossos fardos, preocupações e obras – de
cima e para longe de nós mesmos, entregando-os ao cuidado de Deus, confiando n’Ele. (Veja também Provérbios
16:3.) Exatamente como um camelo, carregado com um
pesado fardo, ajoelha-se, inclina-se para um lado e permite que a sua carga role para longe de si, assim também
devemos nos ajoelhar em oração e “rolar” nossos fardos,
entregando-os aos cuidados de Deus. Jesus confirmou isso,
ao dizer: “Pois o Meu jugo é suave, e o Meu fardo é
leve.” (Mt 11:30.)
Quando tentamos carregar nossos próprios fardos ficamos sobrecarregados, desanimados e exaustos; mas,
quando os entregamos ao Senhor a cada dia, e confiamos
que Ele realizará Seus bons propósitos, podemos ter a Sua
paz e descansar durante todo o nosso dia (Fp 4:6,7).
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
Chegue diante do Senhor em oração diariamente, e digaLhe o que lhe o preocupa. Descreva-Lhe o seu dia ponto
por ponto – pessoas, lugares, eventos, decisões, etc. Em
seguida, descanse em Sua grande capacidade de responder nossos pedidos no tempo d’Ele e da maneira d’Ele.
Alguns dos nossos dias talvez não terminem da maneira que esperávamos. É animador nos lembrarmos de que
Deus nunca é pego de surpresa pelos eventos “inesperados” com que nos deparamos.
Nossos planos e propósitos talvez fracassem, mas nunca os do Senhor. Nada será um desperdício ou perda total,
se entregarmos nossa vida e nossos dias a Ele todas as
manhãs, e O obedecermos o dia todo.
Talvez haja dias em que você não consiga ter seu tempo devocional com Deus. Pode ser que você esteja tão
ávido em ficar ocupado, fazendo a obra para o Senhor
que não separe tempo para esperar no Senhor da obra.
Quando você se prepara em oração, você tem a verdadeira força espiritual para aquele dia. Ordenar o seu dia
diante de Deus permite que você confie que Ele o guiará
sabiamente através dos problemas inesperados que surgem. Isso faz uma grande diferença no dia – uma diferença muito grande!
Nunca é muito tarde para orar, mas oferecer o seu dia
ao Senhor de manhã talvez o poupe de ansiedades ou problemas desnecessários. “Entregue” o seu dia ao Senhor
desde o início, e, aí então, “descanse” n’Ele!
B . DEMONSTRE UMA NECESSIDADE
SEMELHANTE À DE UMA CRIANÇA
“Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele
dirigirá as tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” (Pv
3:6,7.)
Assim como a criança precisa de um pai, nós também
precisamos de Deus. Somos totalmente dependentes d’Ele.
Precisamos muito de Deus, todos os dias.
Sermos “sábios aos nossos próprios olhos” significa
sermos orgulhosos e arrogantes; sentirmos excessivamente
confiantes em nós mesmos e em nossa própria capacidade; acharmos que podemos fazer as coisas sem a ajuda de
Deus. Nossa natureza humana quer independência. Talvez achemos que não precisamos nos voltar para Deus,
exceto, algumas vezes, em tempos de crises.
No entanto, isso não é verdade. A verdade é: precisamos da ajuda do Senhor para todos os momentos, em todos os dias. Fomos criados por Ele – e precisamos ser
sustentados por Ele.
O êxito de nossa vida e ministério depende do poder do
Espírito de Deus. Precisamos sempre – e de todas as
maneiras – depender d’Ele. Essa é a dependência simples, semelhante à de uma criança, que precisamos manter.
Verdadeira Maturidade
O fato de sermos semelhantes a uma criança e dependentes de Deus não significa que não devemos crescer
nunca. Deus também deseja que amadureçamos como fiATOS / 31
A Bíblia ensina que
podemos pedir a
Deus uma direção
específica.
lhos e filhas – que cresçamos espiritualmente e que façamos uma parceria com Ele na realização dos Seus propósitos (Ef 4:11-16).
Davi foi um bom exemplo de um homem que era um
líder maduro, e, contudo, permanecia dependente do Senhor. Davi era um guerreiro corajoso e um líder dinâmico. No entanto, em muitas orações ele expressou uma
dependência em Deus semelhante à de uma criança, como
por exemplo: “Inclina os Teus ouvidos, ó Senhor, e
ouve-me, pois estou fraco e necessitado” (Sl 86:1);
“De certo fiz calar e sossegar a minha alma, como
uma criança desmamada para com a sua mãe” (Sl
131:2).
Davi era um homem de êxito, de habilidades de liderança e de realizações. Contudo, ele reconhecia prontamente sua necessidade da ajuda de Deus e sua total dependência do Senhor. Ele compreendia o princípio de
que Deus era a sua Fonte para tudo o que ele necessitava
– e, por ser um dos filhos de Deus, ele poderia ousadamente
pedir e confiar na ajuda de Deus.
Lembremo-nos das palavras de Jesus com relação a
isso: “Eu sou a Videira, e vós os ramos... sem Mim nada
podeis fazer... Se permanecerdes em Mim e as Minhas
palavras permanecerem em vós, pedireis o que desejardes, e será feito por vós... Vós produzireis muitos
frutos...” (Leia João 15:1-8.)
C. PEÇA DIREÇÕES ESPECÍFICAS
“Mostra-me os Teus caminhos, ó Senhor; ensiname os Teus caminhos. Dirige-me em Tua verdade e ensina-me, pois Tu és o Deus da minha salvação. Em Ti
espero todo o dia.” (Sl 25:4,5.) “Os teus ouvidos ouvirão uma palavra por detrás de ti, dizendo: ‘Este é o
caminho, andai nele’ sem vos desviardes nem para a
direita nem para a esquerda.” (Is 30:21.)
Essas palavras das Escrituras ajudam-nos a entender
que: 1) Podemos pedir que Deus nos dê direções específi32 / ATOS
cas; e 2) Podemos ter a expectativa de que
Ele nos dará instruções em pontos cruciais,
se permanecermos abertos a Ele e ao Seu
direcionamento – “Em Ti espero todo o
dia”.
Deus não quer que nos tornemos místicos
ou supersticiosos em nossos deveres diários. Não precisamos que Deus nos diga, todos os dias, o que Ele já nos disse nas Escrituras.
Por exemplo, não precisamos que Ele nos
diga se devemos ou não ir para o trabalho.
As Escrituras já nos dizem que isso é o que
se espera de nós (2 Ts 3:10). Tampouco precisamos que Deus nos diga que devemos
amar nosso cônjuge ou ensinar aos nossos
filhos sobre Ele. Uma vez mais, essas são
coisas que Deus já nos disse em Sua Palavra (Ef 5:25; Dt 6:7).
Contudo, o Senhor de fato guiará e dirigirá nossos caminhos em nossa vida e nos
ajudará, quando precisarmos tomar decisões importantes.
Ele nos ajudará a evitarmos erros ou enganos graves, à
medida que O obedecermos e dependermos d’Ele (Rm
8:14).
A Bíblia nos ensina como recebermos especificamente
o direcionamento de Deus em nossa vida: “Confia no
Senhor com todo o teu coração, e não te estribes no
teu próprio entendimento; em todos os teus caminhos
reconhece-O, e Ele direcionará os teus caminhos. Não
sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e
aparta-te do mal” (Pv 3:5-7).
1. Confia no Senhor. Isso significa que precisamos
primeiramente entregar nossa vida por completo a Deus
através de Cristo, e colocar a nossa confiança para a nossa salvação e para a nossa vida no Senhor somente.
2. Não te estribes no teu próprio entendimento.
Precisamos reconhecer que os pensamentos e caminhos
naturais do homem não são os mesmos que os de Deus (Is
55:8,9). Assim sendo, precisamos depender de Deus e da
Sua Palavra para a sabedoria e o direcionamento que precisamos para viver cada dia.
3. Em todos os teus caminhos reconhece-O. Coloque o seu dia diante do Senhor em oração, e determine
que o seu coração obedecerá a Sua Palavra. “ReconhecêLo” significa colocá-Lo em primeiro lugar em todas as
coisas – fazendo a Sua vontade e obedecendo a Sua Palavra da melhor maneira possível, sendo rápido em pedir
perdão quando você pecar ou fracassar.
4. Não sejas sábio aos teus próprios olhos. Independentemente de quanto tempo você tenha caminhado
com Deus ou estado no ministério, não se deixe enganar,
pensando que você sabe a resposta de todas as questões e
problemas de hoje. É presunção não orar, achando que
você não precisa da ajuda de Deus. Peça a ajuda do Senhor em todos os detalhes do seu dia.
5. Ele direcionará os teus caminhos. Essa é a promessa de Deus, e Ele a cumprirá! O Senhor está nos diVOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
Deus
vai
dirigir
seus
caminhos.
Se você reconhecer
Deus em todas as
coisas, Ele o ajudará e
o guiará a cada dia.
zendo: “Se você Me reconhecer em todas as coisas, Eu o
ajudarei e o guiarei a cada dia. Você saberá o que fazer e
terá o de que precisa”.
Contudo, lembre-se: Precisamos separar um tempo a
cada dia para orarmos, para humildemente pedirmos ao
Senhor por um direcionamento específico. Em seguida,
confie que Ele o direcionará fielmente em todos os detalhes que você encontrará pelo caminho.
D. OBEDEÇA ÀS INSTRUÇÕES
Jesus nos diz claramente que o nosso Pai Celestial suprirá as nossas necessidades:
“Olhai para as aves do céu, pois não semeiam, nem
segam, nem ajuntam em celeiros; contudo, o vosso Pai
Celestial as alimenta... Considerai os lírios dos campos,
como crescem: não trabalham, nem fiam; e, contudo, Eu
vos digo que até mesmo Salomão, em toda a sua glória,
não vestiu como qualquer um deles. Ora, se Deus assim
veste a erva do campo... não vos vestirá muito mais a
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
vós? Pois, o vosso Pai Celestial sabe que necessitais de
todas estas coisas.” (Leia Mateus 6:25-33.)
Não devemos nos preocupar sobre o que comeremos
ou vestiremos. Assim como nosso Pai Celestial Se importa e supre as necessidades dos pássaros e das flores, muito mais ainda Ele Se importa conosco e supre nossas necessidades.
No entanto, será que simplesmente ficamos sentados e
esperamos passivamente pela Sua provisão, ou será que
há algo que devemos fazer para podermos desfrutar do
Seu suprimento? A Bíblia responde essas perguntas para
nós. Deus cumpre as Suas promessas quando fazemos o que Ele requer em Sua Palavra.
A Bíblia diz: “Pedi, e dar-se-vos-á...”; “Portanto,
orai...”; “Dá-nos o pão nosso de cada dia [alimentação]...” (Lc 11:9; Mt 6:9,11.)
Esta é a coisa simples que Deus requer de nós: “Pedi
e recebereis”. Não desperdice tempo com preocupações.
Em vez disso, use o tempo para pedir!
Será que Deus está dizendo que se não orarmos não
receberemos? Sim, Ele está! “Não tendes porque não
pedis.” (Tg 4:2.)
A Vontade de Deus – O Pão Nosso de Cada Dia
Jesus disse: “A Minha comida é fazer a vontade
d’Aquele que Me enviou e terminar a Sua obra” (Jo
4:34).
O que isso significa? Assim como a fome do corpo
somente pode ser satisfeita comendo-se uma refeição, do
mesmo modo a fome do coração e da alma somente pode
ser satisfeita fazendo-se a vontade de Deus. E somente
podemos fazer a vontade de Deus quando conhecemos a
Sua vontade.
Nosso Pai tem um plano e um propósito para nossa
vida, que descobrimos enquanto oramos e enquanto estudamos a Sua Palavra. Conhecer a Sua vontade faz parte
do “pão nosso de cada dia” pelo qual oramos.
A chave para conhecermos a vontade de Deus é pedirmos por ela – e pedirmos todos os dias. Em seguida,
devemos confiar que Ele nos dirigirá nela.
Essa é uma maneira pela qual Deus fará com que todas
as coisas contribuam para o Seu bom propósito em Cristo
Jesus. A Sua vontade principal para cada um de nós é fazer-nos mais semelhantes a Seu Filho. Assim sendo, nada
será perdido; nada será desperdiçado (Rm 8:28,29).
Talvez você não perceba sempre que parte do bom propósito de Deus foi cumprida num certo dia. Pode ser que
aquele tenha parecido simplesmente como mais um dia
comum. Mas dê tempo a Deus para Ele produzir a Sua
colheita. Talvez leve uma semana ou um ano – ou até
mesmo a metade de nossa vida. Contudo, chegará o dia
em que perceberemos que “Jesus me dirigiu em todo o
caminho. Ele esteve comigo e me sustentou. Ele fez com
que todas as coisas contribuíssem juntamente para o bem!”
Entregue cada dia – e a sua vida – a Deus. Ordene
cada dia diante d’Ele. Peça a Deus com alegria pelo “pão
nosso de cada dia” da Sua vontade para você – e fique
em paz!
ATOS / 33
Capítulo 5
FAMÍLIA & IGREJA:
Oferecendo os seus
Entes Queridos
A. CITE OS MEMBROS DE SUA
FAMÍLIA DIARIAMENTE
“Jó se levantava de madrugada e oferecia holocaustos de acordo com o número de todos eles... e isso
ele fazia regularmente.” (Leia Jó 1:1-5.)
34 / ATOS
A Bíblia registra que Jó era um homem justo. Uma
prática sua era levar os familiares diante do Senhor em
oração. Ele se importava profundamente com o relacionamento deles com Deus. Isso ilustra um princípio-chave do
seu papel como seguidor do Senhor Jesus. Cada crente
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
foi chamado a importantes responsabilidades espirituais –
quer você seja um líder de igreja ou não.
Uma das responsabilidades de todo cristão sincero é
orar pelos que são íntimos dele – incluindo familiares, amigos e irmãos e irmãs em Cristo com os quais temos comunhão.
Liderança de Servo Através da Oração
Contudo, se você for um marido e pai, você tem um
papel dado por Deus como líder espiritual de sua família
sob o Senhorio de Cristo. Isso aumenta sua responsabilidade de orar por sua família.
Em Efésios 5:23-28, o papel do marido é comparado ao
de Cristo. Nesta passagem lemos o seguinte: “Porque o
marido é o cabeça da mulher assim como Cristo é o
Cabeça da Igreja...” (Vs. 23.) Cristo é tanto o Cabeça
da Igreja (vs. 23), como também o Servo da Igreja (Mt
20:28). Ele Se tornou o Cabeça da Igreja, entregando voluntariamente Sua vida na Cruz. Portanto, Deus O ressuscitou e O exaltou como Cabeça do Corpo (Ef 1:22,23; Fp
2:5-11).
Cristo serviu a Igreja (Sua Noiva – Ef 5:25) entregando Sua vida, e Ele continua a servir a Igreja como seu
Senhor Exaltado! Leiamos uma das maneiras pelas quais
Cristo serve Sua Noiva agora: “Portanto Ele [Cristo]
também pode salvar perfeitamente os que vêm a Deus
através d’Ele, uma vez que Ele vive sempre para fazer intercessão por eles” (Hb 7:25). “É Cristo que
morreu e que também ressuscitou, que está à direita
de Deus, que também faz intercessão por nós.” (Rm
8:34.)
Jesus, o nosso grande Salvador e Senhor, é também
o nosso grande Intercessor! Muito embora uma parte
da Sua intercessão inclua o Seu papel como Mediador
de uma vez por todas entre Deus e o homem (1 Tm
2:5), Ele também é o nosso grande Sumo Sacerdote (Hb
2:17; 3:1; 4:14-16), o Qual, neste exato momento, traz
as necessidades da Igreja diante do nosso amoroso Pai
Celestial.
Cristo é o perfeito exemplo para os maridos do papel
de servo que faz parte da liderança espiritual: “Que cada
um de vós atente não somente para os seus próprios
interesses, mas também para os interesses dos outros.
Que essa mente esteja em vós, a qual estava também
em Cristo Jesus...” (Fp 2:4,5.)
O principal exercício do marido com relação ao
seu papel de liderança de servo é orar pelos membros de sua família.
Ore por sua Família
Assim sendo, maridos, vocês têm a responsabilidade
espiritual de orar diariamente por sua esposa e família. No
entanto, todos os crentes também devem orar pelos membros de sua família diariamente!
Você pode ser solteiro ou casado; você pode ter filhos
ou não; você pode ter avós morando em sua casa, ou até
mesmo netos. Independentemente das circunstâncias, cada
um dos membros de nossa família que está vivo precisa
VOLUME 19 – NÚMERO 1 – 2005
das nossas orações. Examinemos agora algumas maneiras práticas pelas quais isto pode ser realizado:
1. Ore Por seu Cônjuge
Os cônjuges são unidos de uma maneira bem significativa. A Bíblia diz que somos “uma só carne” com o nosso
cônjuge (Gn 2:23,24). Paulo confirma essa mesma verdade e também a usa para ilustrar o mistério de como os
cristãos são unidos ao Corpo de Cristo (Ef 5:28-33).
Paulo nos deu a seguinte instrução: “Maridos, amai
vossa esposa, assim como Cristo também amou a Igreja e Se entregou por ela” (Ef 5:25). Uma das maneiras
de amarmos nosso cônjuge e de “entregarmos nossa
vida” (fazermos sacrifícios) por ele é orarmos regularmente a seu favor. Geralmente conhecemos nosso cônjuge melhor do que qualquer outra pessoa. Conhecemos seus
temores, sonhos, fraquezas e desejos. A melhor maneira
de empregarmos o que sabemos a seu respeito é orarmos
por ele todos os dias.
Você pode orar algo semelhante a: “Senhor, peço-Lhe
que abençoe minha esposa (ou marido) hoje. Fortalece-a,
dá-lhe muita paz, ajuda-a a ser mais semelhante a Ti. Dálhe sabedoria em todas as decisões. Abençoa as suas atividades. Circunda-a com a Tua presença e paz. Protege-a
e guarda-a com saúde hoje”.
Se o seu cônjuge tiver uma tarefa ministerial a cumprir, ore sobre isso também. Tome alguns minutos para
orar no Espírito por seu cônjuge. Enquanto você estiver
fazendo isso, talvez o Senhor lhe dê uma revelação sobre uma necessidade específica pela qual você deve
orar.
A oração diária por seu cônjuge o abençoará e fortalecerá seu casamento diante de Deus de uma maneira linda
e poderosa.
2. Ore Por seus Filhos
Criar filhos é uma tarefa desafiadora! A maioria dos
pais não se sentem apropriadamente qualificados, e, às
vezes, eles podem ficar desanimados quando os filhos não
são tão perfeitos.
As Escrituras exortam os pais a “criá-los [os filhos]
na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6:4). “Instrui a criança no caminho em que ela deve andar!”
(Pv 22:6.) “Ensina-os [os mandamentos de Deus] diligentemente aos teus filhos.” (Dt 6:7.)
Nossos filhos não nos pertencem. Eles pertencem a
Deus. Ele os confia aos nossos cuidados, para tomarmos
conta deles e criá-los em Seus caminhos, a fim de que se
tornem fiéis seguidores de Cristo, e honrem a Deus com a
vida e os talentos.
Isso requer muito tempo, compromisso e esforço – e
especialmente muita oração. Como pais, precisamos ser
os primeiros e melhores intercessores de nossos filhos!
Você pode orar por seus filhos, a sós, em seu tempo
devocional pessoal, mas você e seu cônjuge também devem orar juntos pelos filhos. A oração pode ser ainda
mais poderosa quando dois estiverem de acordo (Mt
18:19,20).
ATOS / 35
Ore por
seu
cônjuge,
seus
filhos e
demais
membros
da
família.
Alguns motivos pelos quais os pais podem orar pelos
filhos são:
Para que a obra do diabo seja amarrada, a fim de
que ele não possa roubar de seus filhos, nem destruí-los, e para que o poder e o propósito de Deus
sejam realizados na vida deles (Mt 16:19).
Para que eles recebam a Jesus Cristo como Salvador, e se tornem discípulos fiéis (Dt 6:4-7; Jó 3:16;
Ef 6:4).
Para que eles sejam abertos às instruções e correções de Deus (Sl 119:9-11; Mt 18:1-4).
Para que conheçam e sigam a vontade de Deus para
a vida deles e para que sejam obedientes e submissos a seus pais (Ef 6:1-3; Cl 3:20).
Para que Deus lhes conceda um cônjuge bom e
devoto; para que permaneçam sexualmente puros
até que se casem (2 Cr 6:14-7:1; 1 Tm 4:12).
Para que a bênção de Deus esteja sobre eles e sobre tudo o que diz respeito a eles (Mt 19:13-15).
Por qualquer outra necessidade que você souber,
ou que eles expressaram a você.
Quando não tiver certeza sobre o que orar, ore por eles
em sua linguagem espiritual (Rm 8:26). Além disso, tome
tempo para esperar no Senhor, para que Ele lhe mostre
especificamente como orar por seus filhos. Ore por você
mesmo(a), como pai, ou mãe, para que Deus lhe dê ajuda,
graça, força e sabedoria; para você compreender o cora-
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36 / ATOS
ção e o desejo de Deus para os seus filhos, a fim
de que você possa orar mais eficazmente.
Ore por seus filhos diariamente. Essa é a melhor dádiva e herança que você poderá dar a eles!
B . CITE OS OUTROS
PARENTES TAMBÉM
A maioria de nós tem parentes, além dos membros da nossa família imediata. Talvez sejam irmãos, parentes por casamentos, sobrinhos, netos,
etc. Talvez não morem todos perto de você, mas,
por fazerem parte da sua família, devem ser incluídos em suas orações.
Deus o ama, e ama a sua família também!
Como seguidor de Cristo, você deve orar especialmente pela salvação dos membros de sua família que não são salvos. Talvez você seja a única
pessoa que esteja orando por eles. Que privilégio
abençoado poder trazê-los diante do Trono de
Deus!
Muito embora seja difícil orar por todos eles,
todos os dias, você pode orar por vários deles, citando o nome, a cada dia da semana. Se não souber dos detalhes de suas necessidades, você pode
pedir a bênção de Deus sobre eles, ou orar em
sua linguagem espiritual a favor deles.
Permita que o amor de Cristo o motive a orar
pelos membros de sua família (2 Co 5:14,15). Você
então colherá o galardão do poder de salvação e
das bênçãos de Deus sendo demonstrados a eles!
C. LEMBRE-SE DA FAMÍLIA DO PAI
“Por causa disto me coloco de joelhos diante do
Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, do Qual toda a família no Céu e na terra recebe o nome.” (Ef 3:14,15.)
A Família do Pai Celestial é a Igreja. A Igreja é constituída pelos que foram redimidos por Deus “de todas as
tribos, línguas, povos, e nações” (Ap 5:9). São as pessoas que receberam a Jesus Cristo como seu Senhor e
Salvador, que crêem n’Ele e confiam n’Ele para a salvação, e que O seguem como discípulos. Não faz nenhuma
diferença de que denominação ou grupo de igreja as pessoas fazem parte. Se Jesus Cristo for verdadeiramente o
Salvador e Senhor delas, elas pertencem à Família de
Deus!
Como membros do mesmo corpo (Rm 12:4,5), precisamos orar uns pelos outros. A Bíblia nos dá uma revelação de como Deus deseja que oremos por Sua Família:
1. A Oração de Jesus
No final do Seu ministério, Cristo, orou por todas as
gerações que fariam parte do Seu Corpo Vivo – a Igreja –
sobre esta terra (Jo 17:20-23). Há muitas coisas pelas quais
Jesus poderia ter orado naquele momento. No entanto, Ele
orou essencialmente por uma só coisa: que os crentes “fossem um em Nós [Jesus e o Pai]” (vs. 21). Jesus orou pela
unidade entre os crentes.
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Essa oração deve sinalizar duas coisas para nós:
A importância da unidade entre igrejas e crentes;
A necessidade de os líderes enfatizarem e orarem
pela unidade.
Como líder, você deve orar pela unidade em sua igreja.
Você também pode ajudar a estimular a unidade, ensinando aos membros da sua congregação a orarem uns pelos
outros. À medida que fizerem isso, eles terão um amor
maior uns pelos outros.
Como líder, você também deve orar por outros ministros e igrejas da sua região, e ensinar a sua congregação a
fazer o mesmo. Separe um tempo em suas reuniões para
orar uns pelos outros e pelos crentes de outras igrejas também.
Esses dois pontos de oração não somente agradarão
ao Senhor, mas também edificarão uma forte unidade
espiritual em sua igreja e comunidade.
Mas por que a unidade é
tão importante assim? Jesus
nos contou a razão: Para que
o mundo cresse que Jesus é o verdadeiro Salvador da humanidade, enviado de Deus-Pai (Jo 17:2123). A unidade entre os crentes é um poderoso testemunho do Evangelho aos incrédulos, e ela pode dar início a
um avivamento!
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2. O Apóstolo Paulo e a
Oração
O homem através do qual
o Espírito Santo inspirou (2
Tm 3:16) mais de um terço
do Novo Testamento – o
Apóstolo Paulo – era um homem de muita oração. Ele
orava “noite e dia” pela
Igreja (1 Ts 3:10). Ele fala
aos coríntios sobre o seu
“profundo fardo por todas
as igrejas” (2 Co 11:28) –
um fardo que certamente
nasceu na oração. Paulo orava por aqueles que ele havia
treinado e levantado no ministério: “sem cessar eu faço
memória de ti nas minhas orações...” (2 Tm 1:3.) Ao
descrever como ele lutava em oração pela igreja da Galácia,
Paulo comparou isso ao trabalho de parto de uma mãe,
dando à luz um filho (Gl 4:19). Paulo era um homem de
oração intensa!
Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, escreveu algumas das suas orações pelas igrejas. Separe tempo para
ler e estudar as seguintes passagens bíblicas em que Paulo
descreve algumas das coisas pelas quais ele orava: Roma-
nos 1:9-12; 2 Coríntios 13:7-9; Efésios 1:15-19; 3:14-21;
Filipenses 1:9-11; Colossenses 1:9-12; 2 Tessalonicenses
1:11,12.
Ao estudar essas orações, observe algumas coisas importantes:
Paulo orava com sinceridade e paixão. Paulo acreditava na importância da oração. Ele investia muito tempo
e esforço em suas orações, e geralmente orava em prolongados períodos de tempo. Ele confiava que Deus ouvia
suas orações e que Ele se moveria de acordo com a Sua
sabedoria e vontade.
Muito embora a oração não faz com que “mereçamos”
as bênçãos, ela de fato traz uma liberação da obra e do
poder de Deus. Como líderes, precisamos passar muito
tempo em oração pelas pessoas e situações que Deus colocou em nossa vida.
Paulo tinha um enfoque
correto. Ele não orava por
programas bem-sucedidos
de igrejas ou por sermões
que entretivessem as pessoas. Paulo orava de fato
por pessoas. Ele orava por
suas necessidades específicas (1Tm 3:14), como também pela obra eterna e transformadora de Deus na vida
delas (Ef 1:15-19). Como líderes, devemos orar pelas
necessidades imediatas das
pessoas. No entanto, também devemos orar:
Pela maturidade espiritual
delas.
Para que o caráter de
Cristo seja formado nelas.
Para que conheçam verdadeiramente a Cristo, e
experimentem o poder e
a medida plena do amor
de Deus por elas.
Para que a vontade de
Deus para a vida e ministério delas lhes seja revelada.
Para que sejam cheias
com todas as bênçãos espirituais.
Há muitas outras maneiras de orarmos pelas pessoas.
Anime-se em estudar as orações de Paulo a fim de receber mais revelações sobre como e pelo que orar pelo seu
rebanho.
Você deve orar por
outros ministros, e
ensinar os membros de
sua igreja a orarem uns
pelos outros.
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3. Os Líderes Precisam de Oração
Como líder de igreja, é importante que você ensine a
sua congregação a orar por você durante o tempo de oração devocional. O seu papel de liderança espiritual é vital.
Você precisa da graça e da ajuda de Deus a fim de liderar
ATOS / 37
com eficiência. Você também é um alvo para o diabo. Uma
estratégia comum do adversário é tentar ferir o pastor, a
fim de que ele possa dispersar as ovelhas (Mt 26:31).
Muitos líderes crêem erroneamente que é um sinal de
fraqueza pedir oração. No entanto, é de fato a coisa mais
sábia que o líder pode fazer!
Jesus, no final do Seu ministério, fez uma oração muito
importante (João 17) pelos Seus discípulos mais íntimos –
os que liderariam a Igreja após Sua morte e ressurreição.
O estudo da oração d’Ele lhe ensinará algumas coisas importantes pelas quais você também pode pedir que a sua
congregação ore por você:
Para ser “guardado” do mal do mundo e dos ataques de Satanás (vv 11,15).
Para viver, trabalhar e ministrar com outros crentes
em unidade (vs. 11)
Para ser “santificado” (separado) para o ministério
da Palavra (vv. 17,19).
Para ser “enviado” ao mundo, assim como Cristo
foi enviado, com as Boas-Novas da salvação pela
fé n’Ele (vs. 18).
O Apóstolo Paulo pediu, muitas vezes, que os outros
orassem por ele. Ele compreendia que o ministério frutífero e transformador de vidas somente poderia ser feito pelo
poder do Espírito Santo (Zc 4:6; 1 Co 2:4; 4:19,20; 2 Co
4:7). Paulo admitia que ele era fraco e dependente de Deus
(2 Co 12:9,10). Contudo, Paulo acreditava que o poder de
Deus seria liberado através da oração, e ele sabia que faria uma diferença vital em seu ministério se os outros estivessem orando por ele.
Paulo não pedia que os outros orassem pelo seu conforto ou prosperidade. Ele pedia que eles orassem para
que Deus abrisse portas para a Palavra, a fim de que ele
pudesse falar ousadamente sobre Cristo, para que ele fosse mais eficaz, em mais lugares, em benefício do Evangelho, e para que a sua vida fosse poupada quando ele estivesse sendo perseguido (2 Co 1:11; Ef 6:18-20; Fp 1:19; Cl
4:2-4; 2 Ts 3:1,2).
Uma maneira de ensinar a sua congregação como
orar é exortá-la a orar por você, assim como Paulo o
fez. “Continuem fervorosamente na oração, estando vigilantes nisso com ação de graças; orando também por nós...” (Cl 4:2,3.) Peça aos membros de sua
congregação que orem para que você caminhe em santidade, para que você seja sempre ungido pelo Espírito
Santo para toda boa obra, para que você receba novas
revelações da Santa Palavra de Deus, e para que você
cresça em sua capacidade de ensinar e liderar com eficiência (2 Co 7:1; Ef 1:17,18; 4:11,12; 5:18). A sua congregação alegremente dirá um “Amém!” a um pedido
desses!
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D. INCLUA OS SOLTEIROS
“Pai de órfãos e defensor de viúvas é Deus em Sua
santa habitação. Deus coloca o solitário em famílias...”
(Sl 68:5,6.)
Todos nós precisamos de relacionamentos sãos e sadios com os outros. Precisamos de pessoas que comparti38 / ATOS
lhem de nossas alegrias e tribulações, e que orem por nós.
Essas necessidades são geralmente supridas por um cônjuge ou por outros membros da família.
Contudo, há pessoas que não são casadas e que talvez estejam sem outros membros da família por perto.
Talvez sejam jovens e órfãos, ou mais velhos e vivendo
sozinhos.
Deus quer que todos nós saibamos o que significa sermos amados, cuidados, e recebermos orações da nossa
família no Senhor. Ele também quer liberar ministério através de nós, com o nosso serviço e orações pelos muitos
solteiros e sozinhos que Ele trará em nosso caminho. Deus
quer colocá-los em nossas famílias. Pode ser a família da
nossa igreja, ou talvez até mesmo o nosso lar.
Todos nós conhecemos pessoas em nossas vizinhanças, igrejas, escolas ou locais de trabalho que talvez sejam
solitárias. Talvez elas queiram relacionar-se com os outros
e ser calorosamente aceitas, mas não têm certeza do que
devem fazer. Devemos ficar atentos às pessoas pelas quais
Deus quer que comecemos a orar, e incluí-las nas atividades e outros eventos de nossa igreja.
Isso pode significar ou não, que Deus quer que você se
torne um amigo especial dessas pessoas. No entanto, você
pode começar, orando por elas. Em seguida, seja sensível
com relação a outras maneiras pelas quais você pode incluí-las e ajudá-las a crescerem espiritualmente.
Peça a Deus que introduza em seu coração o amor que
está no coração d’Ele pelos que estão sozinhos. O amor
d’Ele o ajudará a alcançar e estimular as pessoas que talvez estejam solitárias e sofrendo, no sentido de aproximálas de Deus.
Isso era visto claramente na vida de Jesus, quando
Ele estava aqui na Terra (Mt 9:36; Mc 1:40,41). Agora,
através da graça e do poder do Seu Espírito, nossas
mãos podem tornar-se as mãos de Deus. Podemos nos
tornar a família em que o Pai introduzirá os Seus “solitários”.
NOTA DEVOCIONAL FINAL:
“Portanto exorto primeiramente que sejam feitas
súplicas, orações, intercessões e ações de graças por
todos os homens, por reis e por todos os que estão em
autoridade...” (1 Tm 2:1,2.)
A oração intercessória deve ter um lugar importante
em suas devoções diárias. Tome tempo para interceder
pelo mundo, por nações específicas, pelas tribos e povos
que ainda não tiveram o Evangelho proclamado a eles, pelos
missionários e evangelistas que estão trabalhando na Colheita do Senhor, e para que o Senhor “envie mais obreiros à Sua seara” (Mt 9:38).
Esse tipo de oração intercessória diária será um tempo
bem gasto – e colherá “frutos para a vida eterna” (Jo
4:36).
Nota do Editor: Para mais informações sobre “intercessão”, veja, por favor, “Ensina-nos a Orar”, que começa na
página 2 desta edição da ATOS.
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