Jornal Avante de outubro

Transcrição

Jornal Avante de outubro
IMPRESSO ESPECIAL
CONTRATO
Nº 9912208223/2008
ECT/DR/RJ
ASSOCIAÇÃO DA
IGREJA METODISTA
DEVOLUÇÃO
GARANTIDA
CORREIOS
Publicação mensal da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro – 1ª RE
Ano XXXVII • Nº 418 • outubro de 2010
NESTE EXEMPLAR
Palavra do Bispo
Recebendo a
visita e a presença
de Deus
Página 3
Região
Projeto de
pastoreio de pastores
obtém êxito
Página 8
Região
Desempregados
têm ajuda para
encontrar trabalho
Página 9
Igrejas em Ação
Metodista da
Tijuca promove
evento social
Um lugar especial na infância
D
ar à infância a importância que
ela merece tem sido uma bandeira
dos metodistas na Primeira Região
e também de alguns segmentos da sociedade. Nesse sentido, os Grupos de Apoio
à Adoção, espaços de reflexão, conscientização e auxílio às adotantes, têm sido
parceiros da Igreja nessa tarefa. A causa
da adoção é também de interesse dos cristãos que creem que o Reino de Deus per-
Página 10
Igrejas em Ação
Cursos promovem
crescimento profissional
na Baixada Fluminense
Página 11
Igreja apoia iniciativas, em diversas instâncias,
que visam ao bem-estar das crianças
N
tence também às crianças (Leia entrevista
e matéria nas páginas 5 e 7). Mas o cuidado com os pequeninos é também para
os de casa. Nesse sentido, o Departamento Regional de Trabalho com Crianças
realizou mais um Encontro. O objetivo foi aproximá-las da mensagem
de Jesus e o seu amor, de modo que
não se desviem do caminho do bem.
Página 6.
Reforço Escolar pode evitar mortes
de adolescentes e jovens
o último Concílio Regional, o alto
índice de assassinatos entre adolescentes e jovens foi apontado pelo
bispo Paulo Lockmann como motivo de preocupação, exigindo uma reação por parte da
Igreja. Como reflexo dessa manifestação, a
Secretaria Regional de Ação Social divulgou
um texto, mostrando o reforço escolar como
um caminho para reverter esse quadro.
“A evasão escolar é uma das causas, segundo estatísticas, dessa realidade”, informa pastor Edvandro Machado em carta às
igrejas. Página 4.
E DITO RIA L
C A RTA S
Congregação
em Arraial do Cabo
Criança no foco
Q
uando Jesus nos orienta a ser como as crianças,
certamente não se refere apenas à ingenuidade e à
pureza de coração dos pequeninos, mas ao fato de
serem menores, incapazes e dependentes. Alegres, simples,
sorridentes e alheias aos problemas que as rodeiam, elas apenas confiam na proteção dos pais. Não se preocupam com o
que vão comer ou vestir e vivem felizes apesar das fragilidades, carências e dependência. É da mesma forma que devemos ser diante do amor do Pai celestial.
Jesus nunca pediu que as crianças fossem retiradas de
suas mensagens. Pelo contrário, quando algumas crianças
foram levadas para ser tocadas pelo Mestre foram os discípulos que dificultaram a chegada delas até o Senhor. Vendo a
atitude dos discípulos, Jesus repreendeu-os e pediu que eles
deixassem os pequeninos terem livre acesso dizendo: “Deixai
vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o
reino de Deus.” (Mc 10.13). Além de terem lugar cativo no
Reino de Deus, elas são exemplos para nós.
Neste mês, em que todos comemoram o Dia das Crianças, trazemos à tona assuntos que ameaçam o lugar e o bemestar delas em nossa sociedade. Ao mesmo tempo, divulgamos iniciativas que apresentam ou apoiam propostas para
uma infância saudável. Em entrevista ao Avante, o promotor
de Justiça Sávio Bittencourt fala sobre a nova política de adoção, pontuando os desafios existentes para a implementação
Quero agradecer a todos vocês do
Jornal Avante pela excelente matéria sobre a Congregação Metodista no bairro Coca-Cola, em Arraial do Cabo. (...) Como pastor da
igreja-sede, tenho apoiado e acompanhado todas as atividades desta
congregação, que está em pleno
crescimento, graças às orações,
empenho e trabalho dos irmãos e
irmãs. Muitos que estavam desanimados de ir a uma igreja agora
estão felizes por ter uma Metodista perto de casa. Deus nos deu a
visão, e o seminarista Cristiano
Alves abraçou a causa. Mesmo em
meio às dificuldades locais, Deus
tem honrado aquele lugar.
Pr. José Pedro Proveti,
IM em Arraial do Cabo Site Regional
Parabenizo a toda equipe que tem
nos abençoado com as informações
e divulgação de programações, sejam elas de dentro ou de fora do
nosso distrito. Que o Senhor continue abençoando-os e capacitando-os cada vez mais. Continuem
tro Estadual dos Grupos de Apoio à Adoção, realizado nos
espaços do Bennett (Página 7). O trabalho desses grupos tem
contado com o apoio e participação da Igreja Metodista, que
se engajou na causa abrindo suas portas para a criação dos
Grupos de Apoio à Adoção Ana Gonzaga.
Todos esses esforços têm refletido a preocupação dos
homens de bem com a realidade das crianças abrigadas em
nosso país. Mas fora dos abrigos há outras que carecem da
atenção da sociedade e da Igreja. Respondendo às estatísticas
turmas de reforço escolar em nossos espaços (Página 4).
Por fim, a Metodista em nossa Região investe também nos
pequeninos que vivem dentro da Igreja. Uma expressão disso
foi a realização de mais um Encontro Regional do Departamento Regional de Trabalho com Crianças, que reuniu uma
meninada bonita, no Acampamento Clay, aprendendo mais
sobre o viver em comunhão com Jesus. Um dos objetivos do
encontro foi fazer com que as crianças entendessem o passo
dado por Deus, por meio de Jesus Cristo, em direção ao ser
humano para garantir o nosso livre acesso a Ele. Que possamos, com a mesma simplicidade, absorver diariamente esta
lição, percebendo o amor de Deus e correndo feito crianças
ao seu encontro. Deus abençoe a sua leitura.
Nádia Mello
Editora
Publicação mensal da Igreja Metodista
na 1ª Região Eclesiástica
Fundado em maio de 1973
2
Ano XXXVII nº 418 outubro de 2010
Rua Marquês de Abrantes, 55 – Flamengo
22.230-061 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2557-3542 / 3509-1074
Fax: (21) 2557-7048
[email protected]
www.metodista-rio.org.br
Gostaria de destacar a criação da
“Escolinha de Música Infantil”,
na Igreja Metodista em Boa Sorte,
via site
Soneto para a minha Igreja*
Querida igreja, tão idosa e tão menina,
mais uma vez assisto ao teu aniversário!...
Celebro as bênçãos e o favor da mão divina
que tem traçado o teu brilhante itinerário!
Venceste a ira, com teu Príncipe da Paz!
Venceste o orgulho, revestida de humildade!
Da inveja ou gula não tens marcas nem sinais:
em ti percebo gratidão e sobriedade!
Teu altruísmo frustra os surtos de avareza!
Não tens luxúria, és revestida de pureza;
foge a preguiça, ante a tua intrepidez!...
E eu, que me atrelo em teu exemplo de excelência,
desejo, ó mestra, em mais um ano de existência,
render-te o abraço do aprendiz, mais uma vez!
*Josafá Sobreira da Silva, em homenagem aos
104 anos da Igreja Metodista em Cascadura
cipação é de R$ 60,00 por pessoa,
incluindo hospedagem e alimentação. A programação contará com a
presença de grupos musicais metodistas, laboratórios e mesa de discussão. Mais informações no site regional (www.metodista-rio.org.br).
5). O promotor de Justiça foi um dos palestrantes do Encon-
das recentemente, a área de Ação Social propõe que haja mais
Escola de Música
Barra Mansa. A ideia é incentivar
as crianças na iniciação musical
como projeto pedagógico, que é
coordenado pelo evangelista Ely
Marques dos Santos, com aulas
às quintas-feiras, às 19h30, nas
dependências da igreja.
Ely Marques dos Santos,
AC ON T E C E
da Lei que estabeleceu as mudanças nesse processo (Página
relacionadas ao assassinato de adolescentes e jovens, divulga-
assim, pois quero sempre poder
abrir esta página e encontrar vários eventos e notícias.
Luci Emanuelle, via e-mail
Federação de Homens
Em 19 de novembro, é o Dia das
Sociedades Metodistas de Homens. Para comemorar a data, a
Federação Metodista de Homens
realizará no dia 20 de novembro
um culto regional na Igreja Metodista de Cascadura, às 15h. Presença confirmada do Ministério
Toque de Poder, da 3ªRE. Informações sobre as atividades da Federação Metodista de Homens com o
presidente Marcus Vinícius Silva
pelo e-mail advmarcusvinicius@
uol.com.br.
Encontro de Música
De 19 a 21 de novembro, o Departamento Regional de Música e Arte
promoverá o I Encontro Regional
de Música e Arte, na Escola de
Missões. O evento, voltado para
pessoas envolvidas com música,
coreografia, teatro e simpatizantes
de música, terá como tema Valorizando o que é nosso. A taxa de parti-
Ação Social
O Encontro Regional de Ação Social será no Instituto Metodista
Bennett, em 11 de dezembro. Na
ocasião, será lançada uma cartilha
a ser utilizada pelos ministérios
locais de Ação Social. O evento
tratará de questões diversas, como
a melhoria da formação dos coordenadores locais de ação social; a
nova Legislação na área de assistência social; e a não adequação
das Amas e demais instituições sociais a essa lei. Também haverá oficinas com as Pastorais, Ministério
e Projeto ligados a Secretaria Regional de Ação Social. Participação
especial do pastor Renato Saidel, membro do Conselho Nacional de
Assistência Social (CNAS). Outras informações no site regional
(www.metodista-rio.org.br).
TriRegional de Juvenis
A Federação Metodista de Juvenis
está preparando um Encontro TriRegional, de 13 a 15 de novembro,
na Escola de Missões. O evento
reunirá adolescentes dos estados
do Rio de Janeiro (1ªRE), São Paulo (3ªRE); Minas Gerais e Espírito
Santo (4ªRE). Presença confirmada dos bispos Paulo Lockmann e
Roberto Alves. Informações com
o conselheiro regional da Femeju,
pastor Djalma Lima, pelo telefone
(21) 9637-9176.
Ex-alunos da Fateo
A Faculdade de Teologia em São
Paulo promoverá um encontro de
ex-alunos. O objetivo é reunir as
pessoas que cursaram Teologia
na instituição até o ano de 1970.
O evento está sendo programado
para novembro. Outras informações com o setor de Comunicação
e Relações Institucionais, pelo telefone (11) 4366-5983.
A I M I n f orma
IPTU dos imóveis
A Secretaria Executiva Regional
da Associação da Igreja
Metodista (AIM) chama a atenção
de pastores, tesoureiros e
coordenadores do Ministério de
Administração das Igrejas Locais,
a pedido da Sede Nacional da
Igreja Metodista, que sejam
encaminhadas urgentemente
para a Sede Regional as cópias
do IPTU de cada imóvel da
AIM, especificamente a parte
onde se demonstra o valor
venal do patrimônio. Qualquer
dúvida, entrar em contato com
a secretária da AIM, Rosemari
Pfaffenzeller, por meio do e-mail
[email protected] ou
pelo telefone (21) 2557-7999.
BISPO DA 1ª REGIÃO ECLESIÁSTICA
EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVEL
REVISÃO DA PALAVRA DO BISPO
Paulo Tarso de Oliveira Lockmann
Nádia Mello (MTb 19.333)
Filipe Pereira Mesquita
TIRAGEM: 10.500 exemplares
CONSELHO EDITORIAL
Os artigos são de responsabilidade dos
autores e não refletem necessariamente a
opinião do jornal ou da Igreja Metodista.
Ronan Boechat de Amorim (coordenador),
Selma Antunes da Costa, Marcelo Carneiro,
Deise Luce de Sousa Marques, Paula Damas Vieira,
e Nádia Mello.
REVISÃO DO JORNAL
Evandro Costa
DIAGRAMAÇÃO / EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
www.estudiomatiz.com.br
ASSINATURA INDIVIDUAL: R$ 20,00
ASSISTENTE DE REDAÇÃO
Paula Damas
IMPRESSÃO: Grafitto
PA L AV RA D O BI SPO
Recebendo a visita
e presença de Deus
“Não negligencieis a hospitalidade, pois, alguns, praticando-a, sem o saber, acolheram anjos.” (Hb 13.2)
D
esejo repartir sobre a
visita e presença de
Deus. Conforme o
texto citado acima, ao acolher
irmãos e irmãs, podemos estar recebendo mensageiros de
Deus, instrumentos de bênção
para a nossa vida. Comparo
esse tema diante da dificuldade que às vezes alguns colegas
enfrentam ao trabalhar com
grupos de discipulado, ao não
encontrar casas para hospedar
os grupos. E reflito, assim, o
quanto foram abençoadas as
pessoas que receberam a visita
e presença de Deus ao longo da
história bíblica.
Deus visita com
a Arca da Aliança
a casa e família
de Obede-Edom
(1 Cr 13.13-14)
Aron1 é a expressão mais
usada para referir-se à Arca da
Aliança. Conforme a tradição
bíblica em Êxodo (Ex 37.1-5),
Bezalel fez a Arca de madeira de acácia. Havia argolas de
ouro nos cantos da Arca, por
meio das quais eram colocadas varas para poder carregá-la.
Era revestida por dentro e por
fora de ouro; sobre ela ficava o
propiciatório – Kapporet, e os
querubins com as asas abertas.
Nela ficavam as tábuas da lei,
feitas de pedra (Dt 10.1-5; Êx
40.20), uma porção do maná
e a vara de Arão, que floresce
(Hb 9.4). No deserto, a Arca
era levada à frente do povo pelos levitas, que iam recitando
uma fórmula litúrgica. Com
ela à frente do povo, criam
ter a presença de Deus caminhando com eles. Foi usada
também na travessia do Jordão
(Js 3 e 4) e na tomada de Jericó
(Js 6 e 7). Quando na batalha
contra os filisteus, eles a levaram (1 Sm 4.3-11), mas ela
trouxe praga às cidades filistéias (1 Sm 6.3-4), o que indica que era bênção para os que
tinham aliança com Deus e
obedeciam a sua Lei, mas maldição aos que adoravam outros
deuses, e não tinham parte na
aliança. Isso ilustra o episódio
de Obede-Edon, pois, após a
morte de Uzá, ao tocar na Arca
sem poder, e, por isso, morrer, obrigou Davi, a por temor
a Deus, deixar a Arca na casa
de Obede-Edon. A presença
do Senhor junto à Arca trouxe
prosperidade a ele e a sua famí-
lia. Hoje, nos poucos símbolos,
temos que ensinar ao povo os
atos salvíficos de Deus que indicam sua presença.
O que aponta tudo isso? Primeiro, que a aliança com Deus
toma forma na centralidade
e presença da Palavra na vida
e nas casas do povo de Deus.
Segundo, que a consequência
da presença da Arca da Aliança
(com a Palavra de Deus) resulta em bênção e prosperidade à
família e à casa que a hospeda. A lei de Deus, o maná que
alimenta e a vara que floresce,
contidos na Arca da Aliança,
são indicativos da glória e presença do Deus abençoador.
Todo hospedeiro que recebe
esta aliança da Palavra do Senhor em sua casa será sempre
abençoado como Obede-Edon.
Sim, a Arca era um memorial
da manifestação de Deus na
história, dando seu ensino, estabelecendo sua Palavra. Por
favor, não estou fazendo apologia da Arca da Aliança, mas da
presença de Deus pela Palavra.
Jesus também
visitou as casas
Deixem-me mencionar duas
experiências de Jesus: A primeira foi quando Ele curou a
filha de Jairo (Lc 8.40-42; 4956), líder na Sinagoga. Essa
história ilustra que não basta
uma intensa religiosidade, seus
ritos e orações formais; é necessária a presença viva de Jesus, o Senhor da vida e da morte. Quando Ele chegou a casa,
imperava a morte; os incrédulos riram dEle. Então Jesus, o
Senhor da Palavra, profere uma
palavra de poder: Talitá Cumi.
Que, segundo Marcos, significava: Menina, eu te mando:
levanta-te. Jesus traz a ressurreição e a vida.
Que grande diferença para
a família de Jairo fez a visita de
Jesus: do choro para a alegria.
Assim, devemos anunciar que
um grupo de discipulado nas
casas atrai a presença de Jesus, o poder de Deus para essa
casa. Além do benefício da comunhão, do estudo da Palavra,
acompanha o grupo a bênção da
presença divina: “Porque, onde
estiverem dois ou três reunidos
em meu nome, ali estou no
meio deles.” (Mt 18.20).
Outra experiência bastante significativa é o episódio da
conversão de Zaqueu (Lc 19.1-
10), narrado somente por Lucas. Para se entender melhor
a conversão de Zaqueu, é preciso ler à luz do capítulo anterior (Lc 18), pois, ali, o fariseu
não é perdoado, apesar da sua
religiosidade. Já o publicano
pecador estigmatizado o é (Lc
18.9-14). Outro religioso, que
é o jovem rico, não herda o
Reino, porque amou mais a sua
riqueza do que a Deus. Já Zaqueu era o chefe dos publicanos. Embora tivesse no nome o
termo “puro ou justo”2, por sua
função, era considerado um
traidor, pois estava a serviço do
opressor romano3, arrecadando
os impostos dos judeus, função que a teologia oficial dos
religiosos fariseus classificava
como impura. Portanto, para
confronto nosso, os religiosos
são condenados, e os impuros
salvos. Grande paradoxo.
Neste sentido, é que o discipulado vem para desafiar as
famílias a saírem de uma vida
sem frutos, sem uma perspectiva de crescimento, no conhecimento e temor de Deus pela
Palavra. Há famílias que se
acostumaram com a escassez.
Sim, falta de amor, falta de perdão nos relacionamentos, falta
de comunicação e tantas outras
limitações, que podem, sim, ser
substituídas por abundância do
amor de Deus, perdão e comunhão. Sim, pelo discipulado,
as questões práticas do dia a
dia vão sendo iluminadas pela
Palavra. Trata-se do Evangelho
na casa e a presença de Deus.
Assim, estamos fazendo de
nossos lares um santuário.
Mas consideremos o episódio propriamente dito: o
interesse e curiosidade de
Zaqueu denota inicialmente
duas coisas. A primeira é que,
apesar da riqueza, Zaqueu não
era feliz; sua ação de cobrador
de impostos e agiota só gerava
rejeição e infelicidade, pois, se
não fora essa visível carência de
vida, de mudança, ele, homem
maduro, não se humilharia a
ponto de subir numa árvore.
Segundo, pelo que ouvira de
Jesus, estava convencido de
que só a atenção e presença de
Cristo poderia interromper sua
trajetória para a morte. Então,
Jesus se interessa por aquele
homem, porque o mesmo já
demonstrara o seu interesse
por Ele: “Chegai-vos a Deus,
e ele se chegará a vós outros.
Purificai as mãos, pecadores;
e vós que sois de ânimo dobre,
limpai o coração. Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o
vosso riso em pranto, e a vossa
alegria, em tristeza. Humilhaivos na presença do Senhor, e
ele vos exaltará.” (Tg 4.8-10)
Diante disso, Jesus se convida para ir e estar em casa de
Zaqueu. A presença do Filho
de Deus não pode ser um peso;
ela vem para os que a desejam.
Foi o caso de Zaqueu, mas foi
o que o profeta Jeremias disse:
“Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz
o SENHOR; pensamentos de
paz e não de mal, para vos dar
o fim que desejais. Então, me
invocareis, passareis a orar a
mim, e eu vos ouvirei. Buscarme-eis e me achareis, quando
me buscardes de todo o vosso
coração.”( Jr 29.11-13)
Que momento transcendente, sobrenatural, trouxe a
presença de Jesus à casa de Zaqueu! Sublinho a transcendência, porque temos o péssimo
hábito de afirmar a transcendência pelos atos, como passar
o Jordão a pé enxuto, como
Deus fez com Josué, ou a ressurreição de Lázaro. Mas você
quer algo mais sobrenatural do
que a presença de Deus, a sua
visita a uma casa, a uma família? Foi isso que aconteceu em
casa de Zaqueu. O texto não diz
que Jesus falou algo mais a ele,
e sim que sua presença mudou
o coração do cobrador de imposto. “Entrementes, Zaqueu
se levantou e disse ao Senhor:
Senhor, resolvo dar aos pobres
a metade dos meus bens; e, se
nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais.” ( Lc 19.8)
Enquanto isso, os “religiosos” murmuravam contra Jesus, por ter ido visitar a casa
de Zaqueu. A palavra de Jesus
confirma o que faz a presença
de Jesus na casa: “Então, Jesus
lhe disse: Hoje, houve salvação
nesta casa, pois que também
este é filho de Abraão. Porque
o Filho doHomem veio buscar e salvar o perdido.”( Lc 19.
9-10)
Sim, este é o objetivo em
toda a Bíblia: que a presença
de Deus no lar, na família, traga vida e salvação. Espero que
cada vez mais e mais pessoas se
disponham a serem anfitriões,
atraírem mais e mais a presença de Deus a suas casas, pelo
acolhimento de um grupo de
discipulado, e dando, família
por família, lugar para a Palavra de Deus. Deus os abençoe:
Amém, Amém e Amém.
Bispo Paulo Lockmann
1
Lewis. J. P. Dicionário Internacional de Teologia do
Antigo Testamento. São Paulo, 1998. p. 123.
Tuya M. Evangelio de San Lucas. Madrid: Editorial
Catolica, 1976. p. 186.
2
Ag enda episcopal
Outubro
1
2
3
5
6
7
8e9
10 12 13 14 15 a 17 19 20 e 21 22 23 24 25 e 26
27 28 29 30 31 Estudo e reflexão
Família
Eleições
Igreja Metodista de Queimados
Sede Regional (tarde)
Reuniões
Sede Regional (tarde)
Encontro de Avivamento Missionário na Escola de Missões
Igreja Metodista de Araruama
Sede Nacional
Sede Regional (tarde)
Estudo e reflexão
Reunião da Delegação ao 19º Concílio Geral
Culto de Ação de Graça
Retiro com os Superintendentes Distritais
Grupo João Batista Clínica de Pastoreio de Pastores/as – Tempo Parcial
Clínica de Pastoreio de Pastores/as – Tempo Parcial
Igreja Metodista de Dorândia (manhã)
Igreja Metodista de Guadalupe (noite)
Semana Teológica – Faculdade de Teologia
– Rudge Ramos
Sede Regional (tarde)
Sede Regional (manhã)
Estudo e reflexão
Seminário Integrado – Distritos de Pádua e Itaocara
Encontro de Esposas de Pastores (manhã)
3
A ç ã o Social e Missão
Assassinato de Adolescentes e Jovens:
Causa Missionária da Igreja
Ação Social propõe mais turmas de reforço
escolar nas igrejas para diminuir taxa de homicídio
P
n Por Edvandro Machado, secretário executivo regional de Ação Social
4
esquisa recente realizada
com base em dados do
Ministério da Saúde e do
IBGE traz informações com índices estatísticos aterradores no
que se refere ao assassinato de
adolescentes e jovens entre 12 e
18 anos no Brasil. E, no epicentro deste conflito estãoo estado
e a cidade do Rio de Janeiro.
A pesquisa considera as 267
cidades com mais de 100 mil habitantes e constata que 33.504
jovens de 12 a 18 anos serão vítimas de assassinato entre 2006 e
2012 no Brasil, caso as taxas de
homicídio de 2006 permaneçam
inalteradas. De todos os jovens
mortos em 2006, 45% foram vítimas de assassinato.
Se levarmos em consideração somente os dados relativos
à cidade do Rio de Janeiro, veremos que, sozinha, ela responde pelo maior número absoluto
dentre as demais cidades pesquisadas no país: 3.423 (10% do
total) de jovens com menos de
19 anos morrerão até 2012.
Com relação ao restante do
Estado do Rio, os fatos apontam
que 4.402 adolescentes entre
12 e 18 anos vão morrer em sete
anos apenas em quatro cidades: Duque de Caxias, Itaboraí,
Cabo Frio e Rio de Janeiro. Resende aparece com o maior risco de homicídio à mão armada
contra jovens no estado.
A gravidade do quadro apresentado sobre assassinato de
jovens e adolescentes em nosso
Estado torna-se ainda mais clara se compararmos com os dados referentes à cidade de São
Paulo levantados pela mesma
pesquisa.
São Paulo, a maior cidade
do país, tinha 1.404.014 adolescentes de 12 a 18 anos em 2006,
contra 696.242 no Rio. Mesmo
tendo mais do que o dobro da
população de jovens,São Paulo
registrou quase metade das vítimas. O levantamento projeta
que 3.423 jovens cariocas serão assassinados até 2012, ante
1.992 paulistas, caso as taxas de
2006 não sofram alteração.
Esses dados demonstram
ainda que a morte alcança nossos jovens não de forma igualitária, atingindo a todos indiscriminadamente. Ela se dá de forma
seletiva, assumindo contornos
que chegam a ter requintes de
crueldade.
A probabilidade de ser vítima não é a mesma para toda a
população. Rapazes tem 11,91
vezes mais risco do que moças;
negros, 2,6 vezes mais risco do
que brancos. A faixa etária com
maior incidência de assassinatos vai dos 19 a 24 anos.
Se compararmos os fatos
descritos até aqui com as estatísticas carcerárias, veremos
que os que lotam nossos cárceres são em sua quase totalidade
também jovens de 19 a 24 anos,
homens, negros, pardos e com
nível escolar fundamental incompleto.
Por que essas mortes não
despertam grandes comoções
em meio à opinião pública? Porque as vítimas são rapazes pobres, negros e da periferia.
A pesquisa aponta também
que as ações que visem à prevenção da violência devem começar mais cedo. Na faixa de 0
a 11 anos quase não há assassinatos de crianças, mas o quadro muda radicalmente depois.
Antes de ser um fora da lei, o
adolescente foi abandonado
pela lei. A evasão escolar está
na ponta do problema.
Além da ação do Estado por
meio de políticas públicas que
ataquem o problema de forma
mais eficaz, a participação de
toda a sociedade, em especial
da Igreja, se faz necessária.
Por que devemos
nos envolver com
este problema?
Em Mateus, Jesus nos afirma que atendendo às necessidades humanas em suas mais
variadas formas (vestindo os
nus, visitando os encarcerados,
alimentando os famintos, etc.)
estaríamos amparando o próprio
Senhor Jesus e só assim seríamos reconhecidos por Ele como
seus discípulos.
Ao contrário disso, podemos
ter a agenda de nossas Igrejas
cheia de atividades “tidas como
religiosas e espirituais” (expulsar demônios, curar enfermos,
operar sinais e prodígios, etc.),
mas se isso não se fizer acompanhar de um encontro verdadeiro com o nosso próximo, exercendo o amor e a misericórdia
para com ele, atendendo a suas
necessidades de forma objetiva
e prática conforme a realidade
que nos confronta, ouviremos
do Senhor as seguintes palavras: “Apartai-vos de mim que
Eu não vos conheço” (Mt 25.
31–46), enquadrando-nos na
descrição feita pelo apóstolo
Paulo sobre os que se “dirão”
cristão nos últimos dias: “Tendo
forma de piedade, negando-lhe,
entretanto, o poder” (2 Tm 3.
1–5). Leia os textos e confira.
A propagação da educação e
cultura foi tão importante para
John Wesley em toda a sua vida,
que a Enciclopédia Britânica
cita a seu respeito: “Nenhum
homem fez tanto no século dezoito, para criar o gosto pela boa
leitura e para prover livros aos
mais baixos preços”. 1
A preocupação com as crianças e com sua educação formal
está presente de forma latente
em toda a história do metodismo. Ainda no período do Clube Santo, na Universidade de
Oxford, quando o movimento
metodista dava os seus primeiros passos, já havia ações neste
sentido.
“Os Metodistas de Oxford
estabeleceram uma escola para
crianças pobres. Com o seu dinheiro e com alguma ajuda de
fora, pagavam a professora, e até
ajudavam a vestir as crianças.
Numa época quando não existiam escolas públicas e quando
os pobres eram esquecidos pela
Igreja,Wesley e os seus companheiros se mobilizarampara ensinarasprimeirasletrasparaospobresda redondeza, proporcionado-lhes também os rudimentos
da religião, como então a compreendiam.” 2
Anos mais tarde, com o movimento já organizado em sociedades, pondo-se na Inglaterra ao
redor das cidades de Londres,
Bristol e Newcastle-on-Tyne,
em todos estes centros se estabeleceram sociedades fortes
com propriedades amplas onde
eram desenvolvidas muitas atividades. A educação e o cuidado
de crianças tinham prioridade,
nunca sendo esquecidos, principalmente para os filhos dos rudes e pobres mineiros de carvão
como nos lembra o reverendo
Duncan Reily:
“Em todas as localidades
havia escolas onde as crianças
eram ensinadas, e, até um certo
ponto, hospedadas. Alémdascrianças que recebiam instrução no chamado “Salão Novo”
de Bristol, bem pertos e estabeleceu a escola Kingswood paraos filhos dos pobresmineiros
de carvão,que se tornaram tão
importantes na vida do Metodismo no seu começo.” 3
Durante 50 anos, até o final
de sua vida, John Wesley lutou com todas as suas forças e
empenho para que a Escola de
Kingswood, destinada principalmente para que os filhos dos
operários das minas de carvão
recebessem ensino, permanecesse ativa.
Também no Centro Metodista de Newcastle havia uma
escola em que John Wesley dispensou grande amor e energia,
e segundo o que ele mesmo escreveu, seria estabelecido “uma
escola para 40 crianças pobres
com um professor. No mesmo
local, organizou-se mais tarde,
uma “escola diurna mistade
criancinhas” e uma “escola Industrial feminina”.4
Não devemos nos esquecer de que estavam no período histórico conhecido como
Revolução Industrial, marcado
pela miséria e concentração de
renda. E no sentido de desenvolver ações que diminuíssem
o grande fosso que cada vez
mais separava ricos e pobres na
Inglaterra. Motivados por um
genuíno avivamento espiritual,
os metodistas daquele período
souberam agir com fidelidade
ao evangelho, amor e coragem,
pois sabiam que no “novo céu e
nova terra” prometidos no Livro
de Apocalipse os covardes não
poderão entrar. (Ap 21.8).
Lembremo-nos do Plano
para a Vida e Missão da Igreja
Metodista quando faz referência
às necessidades e oportunidades
para que a missão, que deve ser
exercida pela Igreja neste século, chegue a bom termo:
“A missão acontece quando
a Igreja sai de si mesma, envolve-se com a comunidade e se
torna instrumento da novidade
do Reino de Deus (Mt4.16-24,
2.18-20). Aluzdoconhecimento
da Palavra de Deus, em confron-
to com a realidade discernindo
os sinais do tempo presente a
Igreja trabalha, assumindo os
dramas e esperanças do nosso
povo ( 1 Co 5.17-21; Ap 21.1-8;
Is 43.14-21; 2 Tm 2.9-10).” 5
O que e como fazer?
AAtuar no sentido de envolver nossas igrejas locais para
a implantação de turmas de
reforço escolar (e fortalecendo
aquelas que já existem) com as
crianças da comunidade em que
a Igreja está inserida é uma ação
simples e eficaz na produção de
resultados preventivos, no que
se refere a diminuir as taxas de
assassinatos entre jovens.
O próprio espaço físico destinado ao culto dominical (se
não houver salas de aula apropriadas) com pouca ou nenhuma adaptação, alguma irmã ou
irmão doando seu tempo de
forma voluntária (com um pequeno treinamento, em alguns
casos), o amor e boa vontade da
congregação e o envolvimento
da pastora/pastor somados são
a fórmula necessária para que
tenhamos êxito nesta obra missionária para com as crianças.
Estas que são os primeiros e o
exemplo no caminho de acesso ao Reino de Deus, segundo
Cristo Jesus (Ele que era o próprio Reino)
“Jesus, porém, chamandoas para junto de si, ordenou:
Deixai vir a mim os pequeninos
e não os embaraceis, porque dos
tais é o Reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o Reino de Deus como uma
criança, de maneira alguma entrará nele”. (Lc 18. 16 e 17)
Pastor Edvandro Machado Cavalcante
Secretário Executivo de Ação Social
da Igreja Metodista – 1. Região.
1 - CAMARGO, Báez, Gênio e espírito
do metodismo wesleyano, Imprensa metodista: 1986,p.24
2 - REILY, Duncan Alexander, Wesley e
as Crianças, p.6
3 - REILY, Duncan Alexander., ob. Cit.,
p.7
4 - REILY, Duncan Alexander., ob. Cit.,
p.9
5 - Plano para a Vida e Missão da Igreja.
Colégio Episcopal da Igreja Metodista,
Biblioteca Vida e Missão, Documentos,
n. 1, p.4
E NTREV ISTA
A criança e a nova política de adoção
Sávio Bittencourt, promotor de justiça, fala sobre a nova lei de adoção, sua experiência como
pai adotivo e seu envolvimento com o Grupo de Apoio à Adoção Quintal da Casa de Ana
Avante: Já é possível ter uma
ideia dos resultados que essa
nova lei de adoção trouxe
para o programa de adoção
no Brasil?
Sávio Bittencourt: Ainda é
cedo. Temos que lutar por sua
implementação. Ela tem pontos positivos, como a fixação
do prazo máximo de a criança
passar em uma instituição, que
é de dois anos. Outro ponto é a
ênfase na necessidade de rever
a situação da criança institucionalizada a cada seis meses.
Enfim, acho que a lei deu um
passo, mas os passos subsequentes vão depender das instituições. É fundamental que a
sociedade civil continue se organizando por meio de grupos
de apoio à adoção para cobrar
das instituições, interagir com
elas e ajudá-las a cumprir o
preceito legal.
Avante: Que mudança e prá-
ticas mais efetivas podem
ser adotadas com relação à
adoção?
Sávio Bittencourt: É fundamental que o Judiciário e o Ministério Público deem à infância
a importância que ela merece.
A única vez que a Constituição
Brasileira fala em prioridade
absoluta, refere-se à proteção
da criança e do adolescente.
Porém, quando o Judiciário se
organiza, é para proteger outros
bens jurídicos que são importantes também, como o consumidor, as ações individuais e
criminais, mas
não tão
importantes quanto cuidar da
criança e do adolescente. Portanto, acho que passa por uma
questão de vontade política
desses órgãos. O Poder Executivo também deve participar
criando políticas públicas para
fortalecer a rede de atendimento às famílias biológicas, a fim
de que elas não precisem abandonar suas crianças e possam
ser estruturadas como famílias
de verdade. Então, todos os
poderes têm que dar uma colaboração vigorosa para que a
realidade mude.
Avante: Há muitos casais
aguardando para adotar uma
criança e muitas crianças esperando por pais. O brasileiro ainda tem preferência por
um perfil de criança?
Sávio Bittencourt: Acho que
essa preferência existe. No
cadastro nacional de pais para
adoção, há uma nítida preferência por crianças abaixo de 3
anos. Mas isso não quer dizer
que eles não possam mudar
de ideia e adotar crianças mais
velhas, ou grupo de irmãos, ou
fazer adoções inter-raciais, ou
ainda adotar crianças portadoras de alguma deficiência.
As pessoas têm determinado
receio de fazer essa adoção
tardia. Então, precisamos agir
em duas frentes. Ampliando o
perfil dos pais, o que é possível.
Outro passo é o Judiciário e o
Ministério Público cumprirem
os seus deveres de forma rápida, para que a criança, ainda em
baixa idade, esteja disponível
para adoção ou tenha voltado para a sua família
em uma reintegração
segura.
Avante: O que os grupos de
apoio à adoção têm feito nesse sentido? De que maneira
eles têm trabalhado para mudar essa mentalidade?
Sávio Bittencourt: A primeira
informação é que o grupo de
apoio à adoção preconiza a adoção legal. Além disso, o grupo
de apoio à adoção trabalha pela
manutenção dos vínculos das
famílias biológicas, das famílias
de origem, quando há um condimento essencial chamado
afeto. Quando há afeto, a pobreza não é motivo para se destituir o poder familiar. É uma
luta muito grande para uma
mãe afetiva ficar com o filho.
E dizer que as pessoas abrigam
só por causa da pobreza, é uma
injustiça com 99% dos brasileiros que diante das maiores dificuldades criam seus filhos com
dignidade, enfrentando todos
os obstáculos. Não há uma tensão entre pais adotivos e biológicos. São os pais adotivos que
estão ajudando os biológicos
a manter seus filhos. E são os
pais adotivos que querem que
o vínculo seja rompido quando
aquela pessoa que tem vínculo
biológico não tem condição de
dar afeto. Pelo menos 80 mil
crianças abrigadas são filhas
desse tipo de pessoa, que não
têm capacidade de amar e não
têm probabilidade de serem recuperadas tão cedo.
Avante: Como é o seu envolvi-
mento pessoal com a causa?
Sávio Bittencourt: Acho que a
minha vida e a minha missão é
ser pai. Tenho cinco filhos: três
biológicos e dois adotivos. E costumo dizer que adotei os cinco,
mesmo os biológicos. Porque
ser pai biológico é muito fácil,
porque as pessoas podem ser
pais e mães a partir de um ato
desvinculado do amor. O que o
torna digno de ser chamado de
pai é o afeto que coloca sobre
aquela criança, a preocupação
que você tem e a vontade de
educar. Não adianta dizer que
ama, quando não tem tempo
para brincar, quando chega em
casa depois de trabalhar tanto
em busca de dinheiro e poder,
e não tem tempo para trocar
uma ideia com o seu filho adolescente. Você precisa adotar,
inclusive, os seus filhos biológicos, senão eles não serão seus
filhos. Podem ser no papel, mas
não serão afetivamente, e não
haverá uma relação de amor.
Avante: Que projetos o Quin-
tal da Casa de Ana tem desenvolvido para melhorar a
vida dessas crianças institucionalizadas?
Sávio Bittencourt: O Quintal
da Casa de Ana, por meio de
um concurso que a Petrobras
fez, premiando alguns projetos
sociais, conseguiu contratar
psicólogos e assistentes sociais
treinados no Quintal para visitar
todas as mais de 300 crianças
abrigadas em Niterói. Fomos a
favelas e lugares perigosos para
tentar fazer um diagnóstico
dessas crianças. Isso tudo foi
autorizado pela Justiça e pelo
Ministério Público. E nós conseguimos fazer inúmeras reintegrações familiares responsáveis,
acompanhadas até hoje. Depois
também indicamos para o Ministério Público aquelas crianças que não tinham mais condição de reintegração. E muitas
crianças tiveram seu poder familiar destituído e foram colocadas em adoção. Conseguimos
reduzir o contingente de crianças abrigadas e criar uma rotina
de acompanhamento, depois
consagrada na lei. Temos uma
escola para pais que já abrigaram os seus filhos e estão com
eles de volta em casa, como
também para aqueles que correram risco de abrigar. Eles vão
até o Quintal da Casa de Ana e
aprendem noções básicas de higiene e como lidar com o filho.
E os depoimentos das escolas
são fantásticos, pois mostram
que quando os pais se dedicam
mais, a partir desses encontros,
as crianças conseguem ser alfabetizadas e tirar boas notas em
função do carinho que é dado
em casa. Também há grupos
reflexivos e a preparação dos
adotantes. Temos adoções seguras, porque os pais adotivos
se dedicam a falar sobre suas
experiências com os interessados em adoção. O grupo de
apoio à adoção fixa uma cultura
nova de adoção, para que ela
seja vista com respeito, e não
com preconceito.
Avante: O senhor lançou duas
publicações com base nessa
nova lei, os livros Do abandono à garantia do direito a
convivência familiar e comunitária e A Revolução do afeto:
dez passos para a felicidade.
Quais as abordagens e motivações destes dois livros?
Sávio Bittencourt: Os dois livros ficaram prontos em épocas diferentes, mas como são
da mesma editora, chegaram
ao público no mesmo momento. A revolução do afeto, da
Editora Santuário, é um livro
que fala sobre a relação trabalho, familia e afeto. Mostra as
oportunidades que perdemos
de estar com as pessoas que
dizemos que mais amamos a
partir do momento em que
estamos sempre ocupados. O
livro recoloca o afeto como
condimento essencial para
a felicidade. E a Nova Lei de
Adoção, que fala da garantia da
convivência familiar, é um livro
mais jurídico, que comenta as
inovações que foram trazidas
por esse novo documento, que
modificou o Estatuto da Criança e do Adolescente para tratar
desse assunto.
A primeira informação é que o grupo de apoio
à adoção preconiza a adoção legal. Além disso,
o grupo de apoio à adoção trabalha pela
manutenção dos vínculos das famílias biológicas,
das famílias de origem, quando há um condimento
essencial chamado afeto.
5
N OTÍCIA S DA REGI ÃO
Pequeninos
comprometidos
com Deus
Alegria e
novos laços
de amizade
marcaram
o encontro
regional
Encontro Regional leva crianças a buscarem
comunhão com Deus pela oração
Várias atividades
aconteceram ao ar livre
As crianças doaram
alimentos não perecíveis,
encaminhados ao Imag
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unhão e perd
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co
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ão
aç
or
Temas como
evento
urante todo o
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A
criançada metodista se
reuniu no Acampamento Clay em Sacra Família, em Paulo de Frotin, durante
13º Encontro Regional de
Crianças, realizado de 17 a 19
de setembro. No evento, cerca
6
de 100 pequeninos participaram de diferentes atividades
acompanhadas por uma equipe
de 38 pessoas, com o objetivo
de levá-los à compreensão da
comunhão com Deus por meio
da oração.
A equipe de organização cuidou de todos os
detalhes para que as crianças se sentissem acolhidas
em todos os momentos
Segundo a coordenadora
do Departamento Regional do
Trabalho com Criança, Rogéria Valente, o maior desafio foi
levar os pequenos metodistas
à compreensão do objetivo de
encontro. Para tanto, foi elaborada uma programação dinâmica e diversificada. “Buscamos
fazer com que houvesse um
entendimento por parte das
crianças acerca do sacrifício de
Cristo na Cruz, o passo dado
por Deus em direção ao ser
humano para garantir o nosso
livre acesso ao Pai; percepção
do amor de Deus expresso em
seu Plano de Salvação e aceitação do sacrifício de Cristo por
nós decidido pelo nosso compromisso pessoal e intransferível com Ele”, explicou Rogéria
Valente.
O Culto de Abertura teve
como tema: Criados para a comunhão com Deus / Recebendo
o perdão de Deus. Nesse culto,
para contar a história de Abraão
conversando com Deus, o teto
da capela foi enfeitado com estrelas que brilhavam no escuro
representando o momento em
que Senhor fala das descendências do patriarca. “Precisavam ver a emoção das crianças.
As carinhas deles quando a luz
acendeu. Muito emocionante.
Sei que desse momento eles
D
Crianças que oram
e acordo com a coordenadora, muitas crianças participaram dos cultos dando testemunhos sobre as respostas de Deus a suas orações. Foi o caso de Marcelo, de
Piabetá, 12 anos. Ele disse que, ao saber do Encontro, pediu ao pai para ir, e ele não deixou. Diante dessa resposta
negativa, Marcelo pediu ao pastor e à igreja que orassem.
Quando seu pai o deixou ir ao evento, ele entendeu ser
resposta da oração. Paula, de Japeri, 11 anos, também deu
seu testemunho. Depois de perder o pai e enfrentar a depressão da avó, ela começou a frequentar a igreja com um
parente. Assim que aceitou a Cristo como Salvador, passou
a orar pela conversão de sua mãe, que aconteceu pouco
tempo depois. Ana Neri, de Duque de Caxias, 10 anos,
contou que, com sua mãe, orava pela conversão de seu pai:
um homem valentão a quem muitos temiam. Hoje ele
também está aos pés de Deus.
não se esqueceram”, contou
a coordenadora, animada com
os resultados do evento.
No dia seguinte, as crianças participaram de oficinas
temáticas, onde estudaram a
oração do Pai Nosso. Também
houve um jantar missionário.
Na oportunidade, eles vestiram
roupas típicas de países, locais
de missões e populações que
recebem o olhar missionário
(moradores de rua, por exemplo). As mesas do refeitório
estavam enfeitadas com bandeirinhas de diversos países.
Nesse dia, o tema do culto da
noite foi: Perdão, o segredo da
oração/perdoando ao próximo.
O culto final, que teve
como base da pregação a temática Oração propõe ação / Perdoando a si mesmo, as crianças
levaram ao altar doações de
leite em pó, que serão enviadas ao Instituto Metodista Ana
Gonzaga (Imag). Elas também
trouxeram notícias engraçadas,
que, durante os dias do acampamento, resultaram num divertido jornal. Os pequeninos
ainda apresentaram coreografias, corais, tocaram teclado e
entoaram cânticos nos cultos.
N OTÍCIA S DA REGI ÃO
Por uma adoção legal
Implementação e resultados da nova lei são discutidos em Encontro Estadual
O Encontro
reuniu
representantes
da área de
adoção e
pessoas
envolvidas com
o tema
C
om o objetivo de analisar os efeitos da nova lei
de adoção, o Instituto
Metodista Bennett hospedou
nos dias 17 e 18 de setembro o
7º Encontro Estadual dos Grupos de Apoio à Adoção do Rio
de Janeiro. Durante o evento,
os participantes analisaram os
resultados do documento, em
vigor desde novembro de 2009,
que reformulou o programa
de adoção no Brasil. Durante
o evento, que contou com o
apoio da Pastoral do Bennet,
foram abordados os seguintes
assuntos: A Evolução do Plano
Matter, Adoção Consentida na
Vigência da Lei 12.010/2009,
Adoção Especial e Adoção Positiva, A Importância dos Grupos
de Apoio à Adoção e Executivo,
Legislativo e Judiciário: como
os Três Poderes estão atuando
em prol da Nova Cultura da
Adoção? Na ocasião, foi feito também um levantamento
das dificuldades que os grupos
enfrentam. Dessa análise, surgiram algumas propostas para
ajudá-los, que serão apresentadas no Encontro Nacional dos
Grupos de Apoio à Adoção.
Participações
importantes
Representantes do Judiciário, Legislativo e Executivo
marcaram presença no evento.
Entre eles, a presidente da Comissão de Direitos Humanos
da OAB/RJ, Margarida Pressburger; e a presidente da Associação Nacional de Grupos de
Apoio à Adoção (Angaad), Bárbara Toledo. O momento de
louvor contou com a participação da Orquestra Tocante, do
Instituto Tocando em Você, o
coral infanto-juvenil Bento de
Núrsia, do Colégio de São Bento, e o Coral Colégio Metodista
Bennett. A Orquestra Grupo
Pão de Açúcar se apresentou no
segundo dia.
De acordo com Silvana Moreira, presidente do Grupo de
Apoio à Adoção Ana Gonzaga
(Gaaag) e organizadora do
evento, as mudanças geradas
pela nova lei já podem ser percebidas. “Há um envolvimento
com a nova cultura de adoção,
invertendo o paradigma de buscar uma criança para uma família, e sim, uma família para
uma criança. Temos vários abrigados fora do perfil mais procurado: negras; acima de 5 anos;
e grupo de irmãos”, declarou.
O problema da adoção inter-racial e por idade também
foi destacado pela juíza Mônica Labuto, da 1ª Vara Regional
da Infância, Juventude e Idoso. Ela confirmou essa mudança ao falar do efeito da nova lei.
“Houve um aumento de perfil
dos adotantes e menos casos
de problemas de adoção por
raça. Com isso, crianças negras
são adotadas com mais facilidade. Além disso, a questão da
faixa etária nem sempre tem
impedido alguns abrigados de
ganharem uma nova família”,
declarou. Antes da nova lei,
essa dificuldade era maior.
A juíza ainda enfocou a importância do Judiciário com relação ao período de permanência do abrigado, que não pode
ser superior a dois anos. “Por
meio das audiências concentradas, que agora serão realizadas
a cada seis meses nos abrigos,
pode-se fazer um levantamento das crianças que estariam
em situação irregular, ou seja,
abrigada há mais de dois anos,
buscando implementar a nova
política de adoção”.
O promotor de justiça Sávio Bittencourt, um dos fundadores do Grupo de Apoio à
Adoção Quintal da Casa de
Ana, também fez algumas observações sobre o documento.
“A nova lei de adoção possui
pontos extremamente positivos, mas ainda falta a sua aplicação de forma a uniformizar a
postura de promotores e juízes
no Brasil”, comentou. Segundo ele, ainda é preciso lutar
pela implementação da lei. Ela
deu um passo, mas os passos
subsequentes vão depender
do interesse das instituições.
“É fundamental que a sociedade civil continue a interagir
por meio dos grupos de adoção para ajudar a cumprir o
preceito legal. É fundamental
que o Judiciário e o Ministério
Público tenham capacidade de
se aparelhar dando à infância
a importância que ela merece”,
esclareceu. (veja entrevista com
o promotor na página 5).
Experiências bemsucedidas
Hoje no Brasil existem mais
de 27 mil pais na lista de adoção. No entanto, de acordo
com o Cadastro Nacional de
Acolhidos do Conselho Nacional de Justiça, das 16 mil crianças abrigadas no Brasil, cerca
de 4 mil apenas estão aptas a
serem adotadas. Eliana Bayer,
psicóloga da Vara de Infância,
Juventude e Idoso de Teresópolis, faz referência ao perfil de
criança idealizado pelos candidatos à adoção como um dos
fatores que contribuem para
esse paradoxo. “O trabalho dos
grupos de apoio à adoção é
também no sentido de preparação, é um espaço para refletir
sobre o desejo de adoção e a
realidade da adoção no Brasil”,
declarou a psicóloga.
O evento foi propício, ainda, para compartilhar experiências e casos bem-sucedidos.
Hoje mãe de coração, Elaine
dos Santos e o marido resolveram adotar. Ela já havia tentado, mas não conseguia engravidar. Então, começou a participar dos encontros dos grupos
de apoio à adoção de Campo
Grande, Adoçando Vidas, antes
da chegada da Camila, com 2
anos de idade. “Após nove meses, ela chegou. Os Encontros
foram o meu pré-natal”, declarou emocionada. Já Gláucia
Lockmann foi na contramão
do perfil ao viver a experiência
da adoção tardia. “A maioria
das pessoas quando pensa em
adotar, pensa em levar para
casa um bebê. Mas a maior
parte das crianças dos abrigos
já é crescida e vai ficando na
espera de uma família. Esse
trabalho apóia essas famílias
para que venham atender essas
crianças maiores, como irmãos
(adoções múltiplas) e crianças
com problema, muitas vezes
renegadas”, incentiva. Quando
Gláucia adotou Fernando, ele
ia completar 7 anos de idade.
Durante o evento, também foram relatadas experiências de
pessoas que adotaram crianças
com necessidades especiais, soropositivas e grupos de irmãos.
Outras questões ligadas à
nova lei de adoção serão levadas para Encontro Nacional
dos Grupos de Apoio à Adoção
Ana Gonzaga, como a Licença
Maternidade para mães adotantes. Segundo o Estatuto da
Criança e Adolescentes (ECA),
o benefício é garantido em caso
de adoção de menor até 12
anos. “A gente estimula adoção
tardia, mas quem adota uma
criança acima de 12 anos não
tem direito a esse benefício”,
lamentou Silvana Moreira. Ela
lembra ainda de outro fato que
dificulta o processo de adoção.
“No âmbito estadual, atualmente, para habilitar-se à adoção, gasta-se em torno de mil
reais em certidões negativas cíveis e criminais, quando deveria ser gratuito para quem está
se habilitando”.
Participação do coral formado por alunos do Colégio Metodista Bennett
7
N OTÍCIA S DA REGI ÃO
Líderes saudáveis, Igreja saudável
Igreja Metodista encerra com êxito parceria com Mapi e dá continuidade a projeto
de pastoreio e mentoria de pastores
David Kornfield
Entenda como funciona o Ministério de
Apoio para Pastores e Igrejas (Mapi)
Visão
Cada pastor
com um mentor;
cada igreja com
liderança saudável.
Momento de oração durante Clínica de Mentoria
D
Atos &
Fatos
urante três anos, cerca de 200 pastores da
Primeira Região participaram da Clínica de Mentoria, no Instituto Metodista de
Formação Missionária (Escola
de Missões), em Teresópolis.
O último evento, realizado em
agosto, no entanto, selou o fim
da parceria formal com o pastor e missionário do Serviço de
Evangelização para a América
Latina (Sepal), David Kornfield, idealizador do Ministério
de Apoio para Pastores e Igrejas (Mapi). A partir de agora,
a 1ª RE dará os seus passos
sozinha nesse projeto.
O objetivo da Clínica é
viabilizar um tempo e um espaço onde pastores ministrem
a outros pastores como forma
de partilhar experiências. O
conteúdo e ferramentas apresentados durante todo esse período de trabalho contribuíram
com o pastoreio de pastores e
a vivência da igreja local. De
acordo com o bispo Paulo Lockmann, a união com o Mapi
para estimular a vida pastoral
teve como objetivo formar líderes e igrejas saudáveis. “Uma
igreja forte começa com bis-
8
pos, superintendentes, pastores e pastoras saudáveis”.
O projeto prioriza a saúde
da família pastoral visando
também ao bem-estar da igreja, além de promover companheirismo entre os próprios
pastores. O lema do Mapi “Sozinho não!” reflete o esforço
para evitar que as lideranças
caminhem isoladas e acompanha os trabalhos desenvolvidos pelo Sepal, uma entidade
interdenominacional que existe há 17 anos. O pastoreio de
pastores e líderes é uma referência entre os metodistas da
Primeira Região e vem sendo
trabalhado agora também pela
3ªRE e 5ªRE.
O Mapi e a 1ª RE
A parceria entre o Mapi e
a 1ª RE para a implementação
de um projeto que buscasse
criar os grupos de pastoreio
mútuo teve início a partir da
implementação de Clínicas
Pastorais. Após a realização das
primeiras Clínicas, foram feitos os Encontros de Segmentos (Encontros Avançados).
Segundo a pastora Carla Simone, integrante do Grupo João
Batista, liderado pelo pastor
Ewander Macedo, nesses encontros “busca-se conscientizar os pastores da necessidade
de se ter um mentor, alguém
que nos aconselhe e ajude de
forma madura e equilibrada”.
A partir daí foram levantados facilitadores, que receberam o desafio de organizar e
alimentar outros grupos. Esses
facilitadores tiveram encontros para receber ferramentas
para a realização da tarefa e o
desdobramento dos trabalhos.
Segundo a pastora Carla, isso
vem acontecendo de forma natural, espontânea e gradativa. O trabalho desenvolvido
pela Clínica de Mentoria já se
propaga entre os metodistas,
e, segundo o bispo Paulo Lockmann, atualmente, na 1ªRE, mais de 200 pastores têm se
reunido a cada quinze dias ou
mensalmente para compartilharem suas experiências e
apoiarem uns aos outros. “A
clínica ajuda a fazer amigos no
corpo pastoral, promove a unidade e desperta para a necessidade de sermos parte de um
grupo que reparte a caminhada”, conclui o bispo.
Treinamento Discípulos e Mestres
n Este ano, Ministério Regional de Discipulado recebeu o desafio
de abrir três novas frentes do Treinamento Discípulos e Mestres
(TDM) na 1ªRE. Na Metodista Central de Niterói, na Metodista
de Betel em Campo Grande, e no Acampamento da Metodista
Central de Macaé, em Rocha Leão. Além disso, o Ministério dará
continuidade ao treinamento nos distritos do Sul do Estado. O
TDM também foi aberto na Baixada, na Metodista Central de
Nova Iguaçu e na Metodista Central de Duque de Caxias. O
Treinamento tem como objetivo capacitar os líderes para a área
do discipulado, fornecendo ferramentas para serem aplicadas em
benefício do avanço missionário e da edificação da Igreja. Os trabalhos já se encontram no sexto módulo do treinamento.
Área de Atuação
David Kornfield
coordena o Mapi
– Ministério de
Apoio para Pastores
e Igrejas –, cuja
equipe oferece
treinamento
a milhares
de pastores,
anualmente. Além disso, mantém uma rede de apoio com
mais de 1.100 pastores por todo o país. O ministério se
expressa por meio de quatro estratégias:
1. Pastoreio de pastores e líderes;
2. Casamentos e famílias pastorais sólidas e atraentes;
3. Equipes pastorais que compartilham os mesmos valores e visão; e
4. Catalisar um movimento de mentoria nas denominações.
As três primeiras estratégias criam grupos pequenos ao
redor do pastor comprometidos em vivenciarem a cultura
do Reino de Deus.
Publicações
David publicou as séries Grupos de Discipulado,
Grupos Familiares, Grupos de Apoio e Ferramentas Para
Pastores e Liderança. Seus últimos livros são o Líder
que Brilha e Casamentos que se Fortalecem por Meio
da Mentoria. A sua esposa, Débora Kornfield publicou
vários livros incluindo Vítima, Sobrevivente, Vencedor! (Perspectivas sobre abuso sexual) e Karis – Adorando
Deus no Deserto.
Formação
David é doutor em Educação Comparativa (University of
Chicago-EUA), mestre em Educação (Azusa Pacific-EUA),
mestre em Antropologia (University of Chicago-EUA), e
bacharel em Antropologia (Wheaton College-EUA).
Acesse o site do Mapi www.pastoreiodepastores.org.br
para mais informações.
Novo reitor do Bennett
n O professor Clóvis de Oliveira Paradela é o novo reitor do Instituto Metodista Bennett. Ele foi eleito pelo Colégio Episcopal
da Igreja Metodista e pela Assembleia Geral das Instituições Metodistas de Educação, após processo de seleção conduzido pelo
Conselho Diretor da instituição (Consad). A decisão foi divulgada
no final do mês de setembro. Clóvis Paradela, mestre em Administração Pública e professor universitário, tem atuado como consultor organizacional na área pública e em entidades privadas, com
especialização e experiência em planejamento e gestão de recursos
humanos e estruturação, e implantação e coordenação de Programas de Qualidade. Ele também tem trajetória relevante no âmbito
da área educacional da Igreja Metodista, onde atua como pastor.
N OTÍCIA S DA REGI ÃO
Auxílio ao desempregado
Prodam abre oportunidade de emprego para quem está fora do mercado de trabalhos
O
desemprego é uma
triste realidade para
milhões de brasileiros. Ciente de que esse problema interfere na vida espiritual
de qualquer cidadão, a Primeira Região Eclesiástica da
Igreja Metodista criou o Projeto Dando as Mãos (Prodam).
“A pessoa desempregada, na
medida em que não goza do
equilíbrio financeiro nem emocional por não ter suas necessidades básicas satisfeitas, tem
dificuldade de alcançar uma
vida abundante em Cristo, por
meio de uma comunhão plena
e equilibrada”, atesta a psicóloga Cláudia Tavares de Oliveira,
da coordenação do projeto.
Os coordenadores do projeto tomam como base a postura
de Jesus. “Em sua pregação,
Ele nos fala que veio para que
o homem tenha vida e a tenha
em abundância”. E completam:
“Assim, cremos que a Igreja de
Cristo, como uma comunidade
terapêutica de fé, deva se envolver e buscar soluções para
problemas sociais de forma a
conduzir aqueles que nos procuram ao alcance de uma vida
mais feliz”.
O esforço dos voluntários
do Prodam é o de auxiliar o
trabalhador desempregado e os
postulantes ao primeiro emprego e desejosos de crescimento
profissional a fim de que sejam
bem-sucedidos no mercado de
trabalho. Para os coordenadores do Projeto, é na unidade do
Corpo de Cristo que a Igreja
tem tentado atuar de forma cooperativa, organizada e integra-
da para promover a edificação
da vida de seus membros e daqueles que procuram a Casa de
Deus em busca de apoio. Por
isso, o Dando as Mãos oferece
uma gama de serviços e orientações que permita que as pessoas atinjam seus objetivos.
O Prodam, que compõe a
Secretaria Regional de Ação
Social em parceria com as pastorais, atua nos espaços físicos
e virtuais (pela internet) da
Igreja Metodista no Rio de Janeiro. Essa abertura foi criada
por voluntários e parceiros para
desenvolver um trabalho de assessoria e encaminhamento de
candidatos a vagas de empregos
e onde os postos de trabalho
possam buscar profissionais
para serem avaliados.
Como ajudar nesta obra
A Coordenação do Prodam dá algumas informações de como os
voluntários podem colaborar com o projeto. Veja:
>Disponibilizando seu tempo para orar por nós e por aqueles que
necessitam de trabalho/emprego;
>Atuando na orientação e atendimento aos candidatos que buscam
a inserção no mercado de trabalho com vistas a mostrar-lhes a
mecânica do recrutamento e seleção das empresas, elaboração de
currículos, o comportamento adequado em entrevistas, e etc.;
>Pesquisando e informando aos candidatos quanto às vagas disponíveis no mercado de trabalho;
>Pesquisando e informando aqueles que possuem postos de trabalho a respeito do Prodam para que tenham acesso ao nosso banco
de currículos; e
>Divulgando o trabalho e visitando as igrejas, a partir da orientação
da coordenação do projeto, para recrutarem voluntários e implantar o projeto nas Igrejas Metodistas da 1ª. Região Eclesiástica.
Entre em contato com a coordenação do Projeto
Dando as Mãos (Prodam): Cláudia Tavares de Oliveira
e-mail: [email protected] Saúde em tempo integral
Durante Cenps 2010, profissionais, estudantes da área e ministérios discutiram
questões voltadas para o bem-estar geral do cidadão
C
om o tema Saúde Integral em Tempos de Crise, foi realizado de 4 a
7 de setembro o III Congresso
Evangélico Nacional de Profissionais de Saúde – Cenps
2010 –, no Instituto Metodista Bennett, Flamengo, Rio de
Janeiro. O evento reuniu diversos profissionais da área de
saúde, estudantes e vários ministérios cristãos. Durante os
quatro dias, foram discutidas
ações em favor da saúde integral e a vocação de estudantes
e profissionais evangélicos nessa área sob uma cosmovisão
bíblico-cristã.
O Congresso contou com
o preletor internacional Paul
Bendor-Samuel, que atualmente mora Kuala Lumpur,
Malasia, onde fica o escritório
da Interserve International, organização comprometida em
servir à Ásia e ao mundo árabe
pela colocação de profissionais
qualificados. Participaram ainda o sociólogo Alexandre Brasil
Fonseca; pastor Ariovaldo Ramos, da Igreja Batista de Água
Branca, em São Paulo; e a psicóloga Carolina Tavares da Silva Louback; além de médicos
de diferentes especialidades.
A abertura do evento contou com a preleção do reverendo Guilhermino Cunha, da
Igreja Presbiteriana do Rio de
Janeiro. Em seguida, foi aberta
uma mesa de discussão com o
tema Desigualdades Sociais e
Saúde Integral no Brasil. Durante o encontro, os participantes assistiram a palestras
com os temas Saúde Integral e
Crise Global, O futuro dos profissionais de saúde cristãos no
mundo pós-crise e a Valorização
da dimensão espiritual no trabalho em saúde em uma sociedade secularizada, além de reflexões bíblicas e testemunhos.
No encerramento do evento,
o bispo Paulo Lockmann, da
Primeira Região da Igreja Metodista, que compreende todo
o Estado do Rio de Janeiro,
ministrou uma palestra com o
tema Saúde Integral, a Crise e
os Apocalipses.
A terceira edição do congresso esteve sob coordenação
do presidente do Cenps, Wil-
son Bonfim, que faz parte do
Médicos de Cristo, da área de
Expansão Missionária da Igreja
Metodista e do World Methodist Council.
Como nasceu
o Cenps
Em 2004, durante o V
Congresso Nacional de Médicos de Cristo (MDC), em São
Eu fui ao congresso...
“Momento ímpar. Ficou evidente a importância do profissional da Saúde
e seu papel na evangelização, considerando particularmente sua proximidade nos
momentos de crise humana, quando a Palavra de Deus faz diferença.” Rogério Campos Fernandes, Igreja Batista de Nilópolis
“O contato com outros colegas da área de saúde que professam a mesma fé reunidos
com o mesmo compromisso fez deste congresso uma experiência enriquecedora.”
Gláucia Medeiros, Presbiteriana de Bento Ribeiro e membro do Corpo de
Psicólogos Cristãos do Rio de Janeiro – CPPC
“Para mim, o Congresso só veio a somar no meu crescimento espiritual,
no conhecimento e nas experiências vividas. Ajudou a aumentar a fé e
tomar uma decisão ao lado de Cristo em relação à obra missionária, além de melhorar
no aprendizado e desenvolvimento de missões integrais.”
Rosa Silveira, Primeira Igreja Bastista de São Gonçalo
Paulo, um membro da Aliança
Evangélica para a Saúde Integral (Aesi) pensou na possibilidade de realizar o Congresso
de MDC em Belo Horizonte.
Paralelamente a essa proposta,
o Conselho Diretor da União
Nacional Evangélica da Saúde
(Unes), sugeriu convidar outras organizações para se reunirem em um grande e único
congresso com várias organizações de saúde em uma só localidade. Surge então a proposta
do Congresso Evangélico Nacional de Profissionais de Saúde (Cenps). Os representantes
do MDC, Unes e Aesi se reuniram no mesmo ano em Belo
Horizonte, e o convite para a
realização do evento na cidade foi formalizado pelo pastor
Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha.
Em fevereiro de 2005, os
médicos Wilson Bonfim, membro de MDC; Célio Galante,
presidente da Unes; e Soraya
Dias, presidente da Aesi estiveram pela segunda vez com
os irmãos da Igreja Batista da
Lagoinha para acertar os primeiros passos do Cenps. Em
setembro de 2006, o I Cenps
acontece, contando com seus
ciclos de debates e workshops.
O evento gerou uma carta aberta a todas as igrejas brasileiras.
Atualmente, o Cenps conta
com cerca de 20 instituições
e grupos que apóiam e promovem suas atividades.
9
I G REJ A S EM A ÇÃ O
Crescendo em Ação
Evento, em sua sétima edição, leva serviços
sociais à comunidade da Tijuca
C
aridade é o amor em
ação. Esse foi o sentimento que levou a
Igreja Metodista da Tijuca a
realizar no dia 19 de setembro o Projeto Crescendo em
Ação. O objetivo é atender à
população carente do bairro e
adjacências em suas necessidades sociais. Em sua sétima
edição, o evento atendeu este
ano cerca de 5.500 pessoas e
realizou cerca de 2.200 atendimentos nas mais diversas
modalidades: clínica médica,
fisioterapia,
fonoaudióloga,
pediatria, nutrição, oftalmologia e odontologia, além de
clínica Pastoral, recadastramento de CPF, elaboração e
encaminhamento de currículo
e orientação jurídica.
Na ocasião, houve ainda
um bazar, barracas com comidas típicas, tenda de oração,
verificação de pressão e glicose, prevenção ao uso de drogas,
e também cortes de cabelo.
“A proposta do Projeto é
promover os mais variados tipos de atendimentos a população carente, gerando perspectivas de vida por meio da
inclusão social”, explicou o
pastor da Metodista da Tijuca,
Elias José da Silva Filho. Ele
também afirmou que a missão
da igreja é proclamar as boasnovas de salvação e demonstrar permanentemente o com-
promisso com o bem-estar da
pessoa como um todo, não se
limitando só ao aspecto espiritual ou social.
Crianças beneficiadas pelo projeto
Seja um
voluntário
Para ser um voluntário nesse
proejto é muito fácil: “Fale quero ser voluntário”
Mande um e-mail para
[email protected]
ou entre em contato
através dos telefones
2284-7223 /2569-3295
/8854-1936
Compareça ao evento e
esteja disposto a trabalha para
o Senhor Jesus!
Metodistas da Tijuca animados com os resultados dos
trabalhos
Festa em Edson Passos
Dia da Independência é comemorado com louvor e adoração
O
Olhar
Feminino
Vários grupos musicais se apresentaram durante o
evento
10
dia 7 de setembro,
Dia da Independência
do Brasil, foi comemorando com uma grande festa
pela Igreja Metodista em Edson Passos. Segundo a liderança da igreja, a comemoração já
é uma tradição da igreja, mas
este ano o impacto foi maior.
As celebrações começaram no
domingo, dia 5, e se encerraram no dia 7, com uma grande
festa ao ar livre. Estima-se que
cerca de mil pessoas prestigiaram as atividades desenvolvias
ao longo de três dias.
Na rua, em frente à igreja,
foram montados um palanque e
barracas, que venderam doces,
salgados, caldos quentes, angu
à baiana, artesanatos e enfeites
em geral. Para as crianças, em
um espaço coberto, foram colocados brinquedos para que elas
também pudessem se divertir.
Durante a festa, no dia
7, apresentaram-se diversas
bandas e cantores evangélicos,
como Eliane Martins, Álvaro
Tito, Ministério Sai da Tenda e Ministério de Louvor da
igreja local. “A participação da
comunidade e de toda a igreja,
desde as crianças aos idosos,
foi perceptível. Certamente a
união, o mesmo objetivo e a
certeza de estarem trabalhando
para um bem comum foram os
ingredientes necessários para
fazer o sonho de uma grande
festa se tornar realidade”, disse a pastora local Giselma de
Souza Almeida Matos.
Devido ao grande sucesso
deste ano, a organização do
evento prometeu novidades
para o ano que vem. Interessados em conhecer de perto os
trabalhos da Igreja Metodista
em Edson Passos podem visitála na Rua Paulo de Macedo,
212 – Mesquita. Outras informações pelo telefone 27966984.
Deus, conforto, consolo, amor
e sua doce presença. Quando
não sabemos mais o que fazer,
orar é a resposta!
Oramos por nossos filhos,
oramos pelos filhos que adotamos, oramos. Levamos nosso
clamor ao Senhor! Leia o livro
Todo filho precisa de uma mãe
que ora. Você vai entender o
processo, e faça. Você vai experimentar o poder de Deus na
sua vida e família.
Você não precisa estar com
problemas com seus filhos,
pois, por melhor que eles sejam, ainda assim precisam de
oração. Separe um dia da semana, convide amigas, irmãs,
vizinhas para estarem com
você durante apenas uma hora
orando. Você verá, ou melhor,
sentirá o cuidado e amor do Pai
por você e seus filhos. “Porque
as armas da nossa milícia não
são carnais, mas sim poderosas
em Deus para destruição das
fortalezas”. (2 Co 10.4).
Não desista, não desanime,
porque o Senhor está pronto
para ouvir o seu clamor e, assim, mover os céus a seu favor. Então, repito: Nunca pare
de lutar. E seja grandemente
abençoada. Que Deus seja
com você.
Nunca pare de lutar!
E
nquanto escrevo estas
linhas, penso num trecho da musica Nunca
pare de lutar, da cantora Ludmila Ferbe: “O que vem pra
tentar ferir o valente de Deus”.
Sei o que vem para tentar me
ferir, me parar. E você? O que
tem tentado paralisar sua fé?
Medo? Depressão? Angustia...
Mais do que nunca, tenho visto e até sentido na própria pele
o que a Bíblia nos diz: “Sabemos que somos de Deus, e que
todo o mundo está no maligno”.
(Jo 5.19).
Quero contar minha experiência. Há aproximadamente três meses, o Senhor me
desafiou a convidar mulheres
crentes ou não crentes para
estarem comigo uma vez por
semana apenas intercedendo
por nossos filhos durante uma
hora. E foi o que fiz. Organizei-me, imprimi convites e
distribui na Igreja. Também
convidei pessoas da rua onde
moro, até com um pouco de
receio, pois iria abrir minha
casa para estranhos. A princípio, queria mães que ainda
não fossem cristãs, mas nosso
Deus sabe de todas as coisas.
Ele levantou um grupo de cinco mulheres guerreiras de oração. Juntas, temos buscado ao
Senhor pelos nossos filhos. E o
que tenho experimentado nesse dia, nessa hora é poder de
Rosângela Mandú
Presidente
da
Associação
Esposas
de
de
Pastores
I G REJAS EM A ÇÃ O
Aprendizado para vida
Metodistas da Baixada oferecem cursos focados
no crescimento profissional e espiritual de alunos
n Evandro Costa
P
reocupadas com a vida
pessoal e espiritual de
seus membros, as Igrejas Metodistas de Nova Iguaçu
e São João Meriti desenvolveram projetos voltados para o
crescimento profissional e a
comunhão com Deus por meio
da ministração de cursos. A IM
Central de Nova Iguaçu decidiu atuar no campo da culinária, e a IM Central de São João
de Meriti, na área elétrica.
Como resultado, as metodistas conquistaram alunos mais
preparados para o mercado de
trabalho e mais confiantes na
providência divina.
Com a mão na
massa
Com o Curso Pão Nosso,
a Metodista de Nova Iguaçu
usou a arte de cozinhar como
estratégia de evangelismo. Todas as quintas-feiras, às 13h,
cerca de 12 alunas aprendem
a fazer pães, bolos e biscoitos.
Enquanto a massa está no forno, o grupo também se reune
para orar, ler a Palavra e trocar
experiências.
A aluna Sheila Cândida
atesta o crescimento espiritual
que o curso lhe tem proporcionado. “Tenho tido oportunidade de partilhar com minhas
amigas o que tenho aprendido.
Não se trata apenas de mexer
com massas, mas lidar umas
com as outras. Verdadeiramente, Deus tem operado grandes
maravilhas em minha vida e
tenho levado isso para a minha
família e comunidade”.
Outro objetivo do Pão Nosso
é ser um agente multiplicador
do Evangelho. A proposta é capacitar outros líderes a implantarem o projeto em suas igrejas.
A aluna Taís Baptista confirma
o caráter multiplicador do curso. “Aprendemos a multiplicar
o pão, o conhecimento, a Palavra de Deus, o amor, tudo o
que temos aprendido, como
a comunhão com Senhor em
nossas vidas”, garante.
De acordo com a professora, esse aprendizado, além
de garantir o pão de cada dia,
pode tornar-se uma renda a
mais para a família. “Com pouco, pode-se fazer um pão para
alimentar a família. Mas com
uma receita mais elaborada,
pode-se aumentar a renda familiar”, orienta dona Carmen.
Mexendo com
eletricidade
Se no curso de culinária
apenas as mulheres estão matriculadas. No Curso de Eletri-
cista, oferecido pela Igreja Metodista de São João de Meriti,
o mesmo não acontece. A dona
de casa Rute Rocha dá um toque feminino à classe aberta
a jovens, pessoas de meia idade e idosos. De acordo com o
pastor João Rafael, “o objetivo
do curso, que é um dos braços
do Projeto Semear, é dar oportunidade para as pessoas que
não teriam acesso a um curso
profissional. Pessoas sem qualificação que estão no mercado
de trabalho em busca de uma
oportunidade encontraram na
igreja essa possibilidade”.
O comerciário Andercley
Batista é um dos alunos. Ele
encontrou no curso, que é teórico e prático, sua segunda
profissão. “Com cinco dias, já
consegui um estágio na área.
Está virando um novo objetivo
profissional e financeiro para
a minha família”, declarou.
Dona Rute procurou o curso
em busca de aprimoramento.
“Já mexo com algumas coisas simples em casa. E entrei
no curso para me aperfeiçoar,
como aprender a fazer instalações”, conta. Assim também o
fez Antonio Moraes, que é profissional da área: “Pensei que
sabia tudo, mas tinha muita
coisa a aprender”.
Aulas práticas de eletricidade em São João
Em Nova Iguaçu, mulheres colocam a mão na “massa”
No final do curso, ministrado duas vezes por semana
pelo professor Sérgio Lacerda,
os atuais 15 alunos receberão
um certificado de conclusão.
“Já tem ex-aluno trabalhando.
Fico feliz porque eles voltam
para contar a vitória”, declarou
Lacerda. De acordo com o pastor João, o certificado de curso
livre emitido pela igreja dá ao
aluno a possibilidade de ele
exerce a profissão. “O objetivo
de abençoar essas pessoas foi
alcançado”, declarou.
Endereços
Igreja Metodista em
Nova Iguaçu
Rua Ione Torres Ienes, 111
Metrópole (Nova Iguaçu)
Telefone: 2768-3241
Igreja Metodista em
São João de Meriti
Rua da Matriz, 687
Centro (São João de Meriti)
Telefone: 2756-1713
Café da manhã com Jesus
Congregação do Morro Azul faz da primeira refeição do dia um banquete espiritual
U
m café da manhã
bem diferente acontece na Congregação
Metodista do Morro Azul, no
Flamengo. Ligada à Catedral
Metodista do Catete, a congregação, antes do alimento para
o corpo, oferece um banquete
espiritual para membros da
igreja e da comunidade local.
A devocional consta de oração,
louvor e a mensagem da Palavra de Deus. A evangelista Maria Emília Ferreira, responsável
pelo café da manhã com Cristo, fala dos frutos dessa iniciativa: “Alcançamos um resultado
além do esperado. No primeiro
momento, achei que só viesse
adulto, e aí começaram a vir
crianças para também adorar
ao Senhor. E isso é muito bom
para nossa Igreja e o Reino de
Deus”.
A Congregação do Morro
te. Por meio do evangelismo,
nossa comunidade cristã segue
crescendo à medida que a vontade de Deus vai se firmando.
A igreja vai se multiplicando
como aconteceu no inicio do
século 20”.
História da IM
do Morro Azul
Atividade alimenta o corpo
e a alma de metodistas e
visitantes
Azul existe há cinco anos. Segundo o pastor Ricardo Lisboa,
o trabalho local está dentro da
visão profética do bispo Paulo Lockmann. “A importância
da igreja na comunidade é a
transformação de vidas. Essa
visão profética do nosso bispo
é para que a igreja permaneça e
alcance todas as pessoas”. Ele
vê ainda o ensino cristão e a
evangelização como principais
caminhos para essa conquista.
“Esse é o nosso sonho, que surge exatamente no discipulado,
onde não há um projeto puramente do coração do homem.
Pela vontade de Deus, a igreja
vai se localizando naturalmen-
No início da década de
50, o então pastor da Igreja
Metodista do Catete, Antonio
Baggio, iniciou um trabalho
missionário na comunidade do
Morro Azul. Em 1952, a Sociedade Metodista de Homens
sugeriu a criação de um novo
ponto de pregação. Ao longo dos anos seguintes, houve
várias mudanças. O trabalho
missionário continuou até o
final do pastorado do reverendo Waldermar de Figueiredo
(1965/66), fundador da Igreja
Metodista Wesleyana. Por conta dessa mudança, os trabalhos
evangelísticos no Morro Azul
foram interrompidos em 1966.
Em 2003, o reverendo
Rogério da Silva de Oliveira
(2001–2003) foi convidado
para pregar no terraço de uma
creche no Morro Azul. Na ocasião, foi oferecido um espaço
onde o trabalho de evangelização foi retomado. O ponto
missionário passou a ter cultos
noturnos dirigidos pelo então
evangelista Ricardo Lisboa.
Em 2004, no pastorado do
reverendo Jorge Cruz (2004–
2006), o norte-americano Steve
May conheceu a comunidade e
alugou um espaço onde funcionaria o Project Brasil, com
aulas de inglês durante o dia
e cultos à noite. Em fevereiro
de 2005, foi inaugurada a sede
do Ponto Missionário, dirigido
11
I grejas em aç ão I Notas
Igreja em Bonsucesso colhe frutos de trabalhos
evangelísticos recebendo novos membros
Metodista em
Bonsucesso
n No primeiro domingo de
agosto, a Igreja Metodista em
Bonsucesso fez uma grande
em festa. Isso porque a comunidade de fé recebeu dez novos
membros por meio de batismo,
transferência e profissão de fé.
“O Senhor está derramando
chuvas de bênçãos na Rua da
Proclamação. A seara é grande,
mas certamente o Senhor continuará enviando ceifeiros para
a obra. Agradecemos a Deus
essas bênçãos e ao pastor Pedro Araújo, que nos tem apoiado em todos os trabalhos”, afirmou a liderança do Ministério
de Comunicação local. A Igreja
Metodista em Bonsucesso fica
na Rua da Proclamação, 943.
Intercâmbio entre
igrejas
n A Igreja Metodista da Penha
realizou nos dias 13 e 14 de
agosto um intercâmbio com a
Igreja Metodista de Campos do
Jordão, São Paulo. Segundo a
liderança da igreja, 92 pessoas
participaram da viagem. Essa
atividade faz parte de uma estratégia para motivar a Igreja
da Penha, gerando comunhão e
fortalecendo o relacionamento
entre os membros. “Fomos muito bem recebidos pela Igreja de
Campos do Jordão. E não vamos
parar por aqui. Já estamos preparando mais um passeio que
será realizado mais para o final
do ano”, afirmou o pastor local,
Robson Alexandre Pereira.
12
4ª Festa da Roça
em Aperibé
n A Igreja Metodista em Aperibé promoveu no dia 28 de
agosto, a 4ª Festa da Roça. O
evento contou com uma grande cavalgada, com a participação de 130 cavaleiros e a presença de cerca de 450 pessoas.
Constou na programação um
torneio de futebol, conquistado pela Igreja Metodista de
Boa Nova; almoço, servido
para 350 pessoas; e apresentação do Ministério Resgatando a Noiva e outros cantores.
Marcaram presença autoridades locais, como o prefeito
Flávio Gomes e sua família. “A
festa já é um marco na cidade,
despertando a curiosidade de
todos pela alegria contagiante
dos metodistas. Assim, pudemos testemunhar a felicidade
de termos Jesus Cristo como
Senhor e Salvador”, declarou
o pastor local, Reinaldo José
de Santana. A Metodista em
Aperibé já está preparando outro evento evangelístico com a
participação dos Cavaleiros de
Cristo, a ideia é percorrer todos os distritos e localidades
distantes.
Uma igreja viva e
missionária
n Nesse segundo semestre,
a Igreja Metodista em Magé
completou três anos. Organizada em ministérios e Grupos
de Discipulado, a igreja tem
atualmente mais de 20 células
e grupos pequenos. Também
Viagem para Campos do Jordão promove comunhão entre
os membros da Metodista da Penha
Dominical. As festividades
contaram com a presença do
Ministério Toque de Poder e
diversas atividades. O encerramento foi no dia 26, com
um café da manhã especial
intitulado Café da manhã pra
mim e pra você! No culto de
ação de graças, as classes da
ED realizaram apresentações
teatrais. Ao final, todos foram
para frente da igreja e soltaram uma faixa, presa a balões
Ênfases no discipulado e na formação de grupos pequenos de gás, com a frase: “A Igreja
Metodista Central em Dumarcam ações da Metodista em Magé
que de Caxias acredita que a
conta com a participação de todista de levar vida a todas as Escola Dominical é feita Pra
cerca de 200 pessoas nas ati- pessoas. Somos uma comuni- mim e pra Você!”. O resultado
vidades locais. A Escola Domi- dade atuante para o bem-estar desse trabalho não poderia ter
nical, nos moldes do discipula- espiritual, emocional e social sido melhor: toda a igreja está
do, tem a participação de mais de todo ser humano”, disse o certa da importância da ED.
de 100 alunos. A mais recente pastor Sávio. O Campo Misatuação da igreja é a imple- sionário fica na Rua Dr. Otávio Congregação
mentação de uma reunião para Kelly, 29 – Usina, ao lado da em Arraial
n Nos dias 4 e 5 de agosto, foi
o público feminino, que acon- Praça Xavier de Brito.
inaugurada uma Congregação
teceu no dia 20 de setembro,
Metodista no morro da Cocacontando com a presença de Culto dos
Cola, em Arraial do Cabo, na
30 mulheres. “Ainda não che- juvenis
gamos aonde queremos, mas n Os adolescentes da Igreja Região dos Lagos. O evento
sei que o nosso Deus está pre- Metodista de Cantagalo, Três contou com a presença da
parando o coração de alguns Rios, tiveram a oportunidade Igreja de Arraial do Cabo e a
homens e mulheres para serem de fazer um culto especial no de Baixo Grande, bem como
lideres saudáveis no discipula- dia 12 de setembro. Toda a pro- das Congregações do Arrudo, pessoas de caráter como o gramação ficou sob a responsa- da, Vinhateiro, Retiro e Geride Cristo”, afirmou o pastor lo- bilidade dos juvenis: direção, bá. Foram aproximadamente
louvor, coreografia e dramati- 650 pessoas que prestigiaram
cal, Oséas Porto Andrade.
zação, contando com apoio das os dois dias de comemoração.
professoras da Escola Domini- As obras no local levaram cerMetodista
cal. A peça teatral abordou a ca de três meses até tudo ficar
na Usina
n Foi inaugurado, no final do questão do despertamento da pronto. A frente do novo camprimeiro semestre deste ano, o igreja para o cumprimento de po missionário está o seminaCampo Missionário Metodista sua missão frente aos desafios rista Cristiano Alves. O pastor
na Usina, Tijuca. Com a pre- atuais. “Todos foram impacta- da Igreja em Arraial, José Pesença de cerca de 140 pessoas, dos pelo poder de Deus. Foi dro Proveti, tem acompanhado
o novo espaço foi consagrado, uma noite marcante para toda e aprovado todas as atividades
tendo à frente o pastor Sávio a igreja. Os juvenis estão de da congregação. “Muitas pesPereira Carvalho. Atualmente, parabéns e nossa oração é para soas já estão congregando
a igreja conta com aproxima- que Deus continue os abenço- conosco e estão felizes, pois
damente 30 pessoas e realiza ando e que eles continuem a agora tem uma igreja metodisquatro encontros semanais. ser usados para o crescimento ta perto de suas casas”, disse
Nesse segundo semestre, fo- do Reino do Senhor em toda a o pastor.
ram realizados dois grandes terra”, declarou o pastor local,
Alegria
eventos: o Sábado Alegre, ati- Walkimar Gomes.
vidade voltada para crianças; e
em Botafogo
n Após meses de obras, foi
uma noite de louvor, com a par- ED em Duque de
consagrado, no dia 26 de seticipação das Igrejas Metodista Caxias
do Jardim Botânico, Morro n Durante o mês de setembro, tembro, o novo templo da IgreAzul e Engenho Novo. “Que- a Igreja Metodista Central em ja Metodista Missionária em
remos fazer diferença neste Duque de Caxias comemo- Botafogo. Segundo a liderança
bairro, dentro da proposta me- rou o aniversário da Escola local, foi um culto emocionante, que contou com a presença
do bispo Paulo Lockmann. “Foram momentos de alegria para
os membros da Igreja. Depois
de oito anos no bairro, eles puderam experimentar a emoção
de estar no próprio templo,
que terá sua inauguração oficial este mês”, afirmaram. A
Metodista em Botafogo fica na
Rua São Clemente, 295.
Bispo Paulo Lockmann prestigia consagração
do novo templo em Botafogo

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