UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Transcrição
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA Reitor Prof. MSc. Pe. José Romualdo Degasperi Pró-Reitor de Graduação Prof. MSc. Ricardo Spíndola Mariz Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Prof. Dr. Adelaide dos Santos Figueiredo Pró-Reitor de Extensão Prof. Dr. Luiz Síveres UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA VIRTUAL Diretor Geral Prof. Dr. Francisco Villa Ulhôa Botelho Diretoria de Pós Graduação e Extensão Prof.ª MSc. Ana Paula Costa e Silva Diretoria de Graduação Prof.ª MSc. Bernadete Moreira Pessanha Cordeiro Coordenação de Atendimento ao Estudante e Relacionamento Profª. Msc Sandra Mara Bessa Secretaria Acadêmica Benedito Lyra F Júnior Coordenação de Pólos de EAD Esp. Núbia Aparecida Rosa Assessoria de Negócios Francisco Roberto Ferreira dos Santos Assessoria de Avaliação Profª. MSc. Lúcia Henriques Sallorenzo Coordenação de Informática Weslley Rodrigues Sepúlvida Coordenação de Produção Esp. Edleide E. de Freitas Alves Equipe de Produção Técnica Análise didático-pedagógica Conteudista Prof. MSc. José Eduardo Pires Campos Júnior Profa. Dra Leda Gonçalves de Freitas Prof. MSc. Juarez Moreira Profa. Especialista Ana Brigatti Profª. MSc. Ana Paula Costa e Silva Prof. Doutorando Carlos Alberto Lopes de Sousa Profª. Especialista Cynthia da Silva Rosa Profª. MSc. Elizabeth Danziato Rego Prof. Doutorando Francisco Villa Ulhôa Botelho Profª. MSc. Heloisa Helena de Oliveira Lobo Profª. Doutoranda Lêda Gonçalves de Freitas Profª. Doutoranda Lucia Henriques Sallorenzo Profª. Doutoranda Renata Brandini Lima Profª. MSc. Maria Valéria Jacques de Medeiros Silva Edição Profª. Especialista Cynthia Rosa Márcia Regina de Oliveira Yara Dias Fortuna Montagem Marcelo Rodrigues Gonzaga Anderson Macedo Silva Bruno Marques Beça da Silva UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Sumário Sumário Ementa ....................................................................................................................... 5 Objetivos da UEA: ....................................................................................................... 5 Dialogando ................................................................................................................. 5 Aula 01 ....................................................................................................................... 6 A educação a distância no cenário da globalização ......................................................... 6 O que é globalização? .......................................................................................................... 6 O Desenvolvimento das Novas Tecnologias ............................................................................. 8 A Influência da Globalização na Educação a Distância ............................................................... 9 O Lugar da Educação a Distância na Sociedade do Conhecimento ............................................. 10 A EAD na Era da Educação Continuada ................................................................................. 11 Aula 02 ..................................................................................................................... 16 Principais Experências Internacionais e Nacionais ........................................................ 16 Modelos de Educação a Distância ......................................................................................... 16 Experiências Internacionais ................................................................................................ 19 Experiências Nacionais ....................................................................................................... 21 Evolução Histórica da EAD .................................................................................................. 24 Aula 03 ..................................................................................................................... 28 Educação a Distância sem Distanciamento da Educação................................................ 28 O Professor no Contexto das Novas Tecnologias Aplicadas à EAD.............................................. 29 Definindo a Educação a Distância......................................................................................... 30 Principais Características da EAD ......................................................................................... 33 Modalidades de Aprendizado a Distância ............................................................................... 35 Aula 04 ..................................................................................................................... 38 As Novas Tecnologias de Comunicação e Informação no Contexto da EAD ....................... 38 Cultura .................................................................................................................. 41 Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem e a EAD ................................................................... 41 Navegando no Século XXI: Desafios e Tendências .................................................................. 45 Referências .............................................................................................................. 48 Glossário .................................................................................................................. 72 4 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Proposições de Estudo Ementa Globalização e a Educação a Distância. Experiências internacionais e nacionais em Educação a Distância. Fundamentos da Educação a Distância: conceitos, evolução histórica, características, modelos de aprendizado a distância e componentes básicos da metodologia da Educação a Distância. Tendências e desafios para a EAD. Objetivos da UEA: Esperamos que ao final desta Unidade você seja capaz de: Analisar a influência da globalização na educação a distância; Apontar o papel da Educação a Distância na sociedade do sonhecimento/informação e na educação continuada; Situar historicamente as principais experiências internacionais e nacionais em EAD; Conceituar a Educação a Distância a partir de diferentes referenciais; Identificar as características básicas da Educação a Distância; Comparar e conceituar experiências em EAD a partir das suas semelhanças e diferenças; Projetar a implantação da EAD em dado contexto sócio-histórico, considerando as opções conceituais e os desafios a serem vencidos. Dialogando Situação Problema Imagine que você foi convidado por uma renomada instituição de ensino para atuar na gestão de um curso de EAD. O coordenador da equipe, para conhecer seus pontos de vista e verificar seus conhecimentos prévios sobre o assunto, solicita que você apresente os aspectos que, em sua opinião, são mais significativos na evolução histórica de EAD, bem como destaque uma experiência em EAD (pode ser nacional ou internacional) que você considera relevante. Na sua resposta, você também deverá apresentar pelo menos dois argumentos que justifiquem os aspectos que escolheu para abordar. 5 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 01 Aula 01 Os impactos do mundo globalizado sobre a Educação a Distância são o tema central desta aula. As tecnologias da comunicação e da informação e a formação continuada perpassam essa abordagem. Lembre-se de estender seus conhecimentos explorando a leitura hipertextual, ou seja, acionando os links A educação a distância no cenário da globalização O que é globalização? O século XX foi marcadamente um tempo de grandes transformações. Descobertas surpreendentes nas ciências, inovações aceleradas e múltiplas nas artes, ampliação das conquistas sociais, transformações nos hábitos comportamentais e culturais. A despeito de tudo isso, foi também um tempo de grandes desajustes ideológicos, resultando, muitas vezes, em ações dramáticas e de grande perda e sofrimento para a humanidade. As duas grandes guerras são disso um exemplo; também o foram as ditaduras, tanto as de inspiração comunista como as de inspiração capitalista. Desenvolvendo-se em dimensão planetária, as transformações nas relações humanas em todas as suas variáveis (política, cultural, econômica, ideológica, educacional etc.) intensificaram-se de maneira acentuada, sobretudo a partir das duas últimas décadas daquele século. Depois da primeira metade de século (cujos legados são, entre outros, duas grandes guerras, bomba atômica, teoria da relatividade e psicanálise), a humanidade começa a segunda metade sob uma visão de mundo bilateral: de um lado, o ideal comunista de planificação econômica da sociedade; de outro, o ideal capitalista de liberalização econômica. De um lado, Estados comunistas lutando para assegurar as conquistas de suas revoluções; de outro, Estados imperialistas tentando assegurar seu espaço dominante no mundo. E ambos querendo ampliar seu raio de ação. Era o começo da Guerra Fria. Se nos anos 50 o que se viu foi um retorno momentâneo à paz, com a idéia de anos dourados predominando, nos 60 a sociedade se mobiliza em diferentes e, em alguns casos, inovadoras formas de pensar e agir. Movimentos feministas, de negros, de trabalhadores, de jovens, de liberação sexual ganham as ruas, as universidades e os meios de comunicação colocando em evidência as profundas contradições existentes tanto em um como em outro "pólo" do mundo. As lutas pelos direitos individuais só crescem. Fatos inusitados ocorrem; por exemplo, as manifestações de grande parcela dos americanos contra a guerra do Vietnã, e isso em solo americano. As tensões se acirram e, nos anos 70, em muitos países o que predomina é o terror, tanto nas ações dos 6 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 01 governantes como nas de seus opositores. É nessa época que os Estados Unidos sofrem sua reconhecida primeira grande derrota internacional, sendo vencidos pelo Vietnã. As lutas, porém, não cessam. E, nos anos 80, o mundo vai assistir a outros fenômenos inéditos, como a ascensão da força dos trabalhadores em muitos pontos do globo, inclusive no Brasil. O ano de 1989 é particularmente importante no que diz respeito a um certo significado para o termo globalização — o de um mundo regido apenas por uma diretriz ideológica e econômica. Chega-se, enfim, ao ápice do capitalismo pela derrocada vertiginosa do bloco comunista. Senão, vejamos: na Alemanha Oriental, o muro de Berlim, símbolo máximo da Guerra Fria, é derrubado; na Polônia, o Sindicato Solidariedade faz um acordo com o governo comunista para eleições gerais; na Bulgária, após 35 anos no poder, o ditador Todor Zhivkov renuncia; na Hungria, o Partido Comunista é dissolvido; na Romênia, o ditador Nicolae Ceausescu é destituído; na Tchecoslováquia, o Partido Comunista capitula e Václav Havel é eleito presidente provisório da República Tchecoslovaca. Rompida a bipolaridade capitalismo-comunismo, o mundo, enfim, globaliza-se em máxima potência. Mas, afinal, o que é a globalização? Na verdade, há controvérsias em torno do termo. Para alguns pensadores, a globalização é um fenômeno que teve início alguns séculos atrás, embora nem mesmo esses deixem de reconhecer que tal expressão passou a ser largamente utilizada nos anos 90 num sentido preponderantemente ideológico. Nessa perspectiva, globalização quer designar uma tendência mundial de integração econômica sob os postulados neoliberais, que, entre outros, defendem a desregulamentação dos mercados, a privatização de empresas estatais e a diminuição da presença do Estado nos assuntos relativos ao bem-estar social. Como conseqüência e alvo principal de críticas, observa-se o aumento da exclusão social, com crescimento do desemprego, da pobreza e das crises econômicas em muitos países que, invariavelmente, acabam refletindo-se na economia de outras nações. Pascual (1999:67) lembra-nos que: "Esse termo é um dos mais usados na atualidade e sua realidade se impõe nas ordens econômica, cultural e educacional, atingindo a economia mundial, mudando suas feições tradicionais Regionalizadas para um fortalecimento de grupos econômicos internacionais, em detrimento das pequenas e médias economias nacionais". O que é globalização? 7 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 01 Todavia, e simultaneamente ao advento da chamada globalização neoliberal, outro processo foi ganhando forma, trazendo ao mundo globalizado outras e revigorantes perspectivas: o desenvolvimento rápido e combinado das tecnologias da comunicação e da informática. Também nesse assunto, a controvérsia persiste. Há pensadores extremamente entusiastas das possibilidades que tal fenômeno pode suscitar; e há seus críticos. Diante dessa nova realidade e suas controvérsias, o que não se pode negar é que o mundo encontra-se num estágio de mutação intensa e constante. De acordo com Santomé (1998: 27): "O mundo em que vivemos já é um mundo global, no qual tudo está relacionado, tanto nacional como internacionalmente; um mundo onde as dimensões financeiras, culturais, políticas, ambientais, científicas etc. são interdependentes e onde nenhum de tais aspectos pode ser compreendido de maneira adequada à margem dos demais". Seguindo essa linha de raciocínio, Giddens (1991 e 1997, apud. Belloni 1999, p.3-7) sustenta que a globalização não implica apenas num fenômeno econômico "de surgimento de um 'sistema-mundo', mas tem a ver com a transformação do espaço e do tempo". Em outras palavras, o autor compreende a globalização como: "A intensificação das relações sociais em escala mundial, de modo a propiciar a ligação entre localidades distantes, de tal maneira que acontecimentos locais são modelados e influenciados, de certa forma, por eventos que estão ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-versa". O Desenvolvimento das Novas Tecnologias A globalização traz aspectos positivos e aspectos negativos. Dentre os positivos podemos citar a disseminação de novas tecnologias. Desde os primórdios da humanidade, os seres humanos vêm desenvolvendo tecnologias que contribuam para a facilitação das atividades que realizam. De acordo com Altoé e Silva (2005), o desenvolvimento de algumas tecnologias revolucionou e provocou importantes mudanças: telefone, luz elétrica, fotografia, cinema, televisão, vídeo, computador, satélite e internet. Antigamente, levava-se anos para criar e introduzir novidades tecnológicas. Na atualidade, as novidades tecnológicas aparecem a cada segundo, principalmente quando se pensa em novos aparelhos. 8 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 01 A globalização contribui muito com essa realidade. A possibilidade de se comunicar com pessoas em qualquer parte do planeta em tempo real colabora e muito com o desenvolvimento de novas tecnologias. Em educação a distância, é preciso estar atento às novas tecnologias, pois elas são importantes ao se pensar em novos meios e maneiras de utilizá-la e disseminá-la. A Influência da Globalização na Educação a Distância Todos estamos experimentando as mudanças que vêm ocorrendo na sociedade nas formas de se organizar, de produzir bens e comercializá-los, de ensinar e aprender, de oferecer opções de lazer. Aprender a gerenciar o processo de aprendizagem nessa transição para a Sociedade do Conhecimento é um desafio, que não só os indivíduos, mas também instituições educacionais e empresariais precisam encarar. Além de rever os processos de organização, flexibilizar currículos e adaptar-se a Pretto. novas situações, um outro fator tende a apresentar-se como fundamental para Linguagens e essas instituições: formar seus docentes no gerenciamento da aprendizagem Tecnologias na apoiada nas tecnologias telemáticas. educação Nesse contexto, educar é cooperar para que os indivíduos, sejam docentes ou discentes, transformem suas vidas num processo permanente de aprendizagem nas escolas, nas organizações e no mundo. Especificamente em relação aos alunos, é fundamental ao educador nesse contexto poder ser capaz de ajudá-los na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional e do seu projeto de vida. É igualmente importante ajudá-los no desenvolvimento de habilidades de compreensão e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais e tornarem-se cidadãos realizados. Assim como acontece com as demais áreas, a educação está muito pressionada por tantas mudanças. Sabemos que ela é e sempre será o caminho fundamental para a transformação da sociedade. Mas, afinal, o que muda na educação na era global? Uma sociedade em processo de rápidas e profundas mudanças nos obriga a rever e reconsiderar nossos postulados e práticas como educadores. Precisamos reaprender a ensinar e a aprender; precisamos também aprender a construir modelos diferentes dos que conhecemos até agora. Ensinar e aprender, hoje, não se reduzem a permanecer por certo tempo dentro de uma sala de aula. É um processo que implica modificar o que fazemos dentro dela, mas também o que podemos fazer além dela. Por exemplo, organizar ações de pesquisa e comunicação que permitam ao aluno também aprender em ambientes virtuais, acessando páginas na Internet, onde encontram textos, imagens, salas de aula virtuais, possibilidades de orientação a distância e muito mais. Como em outras épocas, há uma forte expectativa de que as novas tecnologias possam trazer soluções rápidas e eficientes para a educação. Sem dúvida, elas permitem ampliar os conceitos de aula, de 9 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 01 espaço, de tempo e o de comunicação audiovisual. Ajudam-nos a estabelecer pontes novas entre o presencial e o virtual, entre o estar juntos fisicamente e o estar a distância, porém conectados. Entretanto, o uso de novas tecnologias deve estar aliado há um reposicionamento dos profissionais de educação em relação à s novas tecnologias e seu uso, para que se tornem realmente eficientes na melhoria do processo educacional.  De acordo com Heide e Stilborne (2000), a educação atualmente é marcada por muitos estímulos e desafios. É importante que o uso de novas tecnologias seja conjugado a outras mudanças, como uma nova postura dos educadores, estratégias e recursos atualizados, para colaborar com o alcance de novos objetivos por parte dos alunos. Num contexto marcado pela globalização, incluindo seus aspectos positivos e aspectos negativos, a educação parece ser essencial na resolução de problemas econômicos e culturais. E como globalizar a educação? Uma das respostas que atende melhor a esta questão é: fazendo uso de uma modalidade cada vez mais emergente - educação a distância. A educação a distância permite que em todos os âmbitos seja possível o aperfeiçoamento. Seja acadêmico, profissional ou simplesmente para manter-se atualizado, esta modalidade permite a globalização dos processos educativos. Globalização, Educação e Qualidade" O Lugar da Educação a Distância na Sociedade do Conhecimento Ensinar e aprender sempre foram os desafios maiores enfrentados por educadores de todas as épocas. Mas particularmente agora, com o advento da sociedade da informação e do conhecimento, é preciso que o educador caminhe determinado e firme rumo a uma educação cada vez mais qualitativa, que propicie a integração de todas as dimensões do ser humano. No contexto planetário em que estamos inseridos, educar, mais que uma atividade, é um modo de ser, uma atitude global, que não tolera reducionismos nem fragmentações. Portanto, demanda do educador, entre outras, a capacidade de se manifestar nas dimensões afetiva, intelectual, espiritual, relacional e ética, fortalecendo em seus alunos a mesma capacidade. Artigo : Sociedade da informação: globalização, identidade cultural e conteúdos 10 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 01 No contexto da educação a distância, a utilização das tecnologias da informação e da comunicação amplia significativamente o acesso a conteúdos, a flexibilização de espaço e tempo e até mesmo a efetividade do processo educativo. Portanto, programas de educação a distância apoiados no uso dessas tecnologias podem contribuir decisivamente para a democratização da educação. Também as interações professor-aluno e aluno-aluno tendem a se dinamizar, diante das múltiplas possibilidades de troca disponíveis. Uma vez rompidas as barreiras de espaço e de tempo, a interação pedagógica é dinamizada por meio da utilização de ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas, permitindo um processo permanente de diálogo entre professor e aluno. Outro fato interessante de se observar no panorama desse novo contexto tecnológico é como a educação a distância estimula o desenvolvimento de projetos cooperativos. Ao contrário do que se poderia inadvertidamente imaginar, o trabalho em equipe é uma demanda permanente, não só na formulação de conteúdos, quando profissionais especializados em determinados assuntos são convidados a preparar o teor das aulas e/ou materiais, mas também nas redes de comunidades virtuais, onde há grande interação entre educadores de centros de educação a distância, não só no que diz respeito à s trocas de experiências, mas, em alguns casos, partilhando conteúdos e até condições físicas e tecnológicas para os cursos. Outra faceta do trabalho cooperativo na educação a distância é a constituição de equipes interdisciplinares no planejamento e gerenciamento de cursos por essa modalidade, o que costuma trazer resultados mais positivos, uma vez que são contempladas as múltiplas nuances do processo de aprendizagem frente ao aprendiz. Na sociedade do conhecimento em que se valoriza cada vez mais os saberes das pessoas, espera-se menos que a pessoa domine determinado conhecimento, mas que saiba encontrar e utilizar as informações necessárias para cada momento em sua vida, seja em atividades corriqueiras, seja na atuação profissional. Nesse contexto, a educação a distância tem papel fundamental, pois facilita o acesso à s informações e como utilizá-las de maneira efetiva. A EAD na Era da Educação Continuada A educação a distância apresenta-se como uma alternativa adequada à s necessidades da educação continuada. Cada vez mais, exige-se dos profissionais a formação de competências que lhes permitirão maiores oportunidades. Podemos destacar algumas que têm sido comuns em várias áreas: língua estrangeira; conhecimentos em informática; capacidade de identificar a necessidade de autoformação; postura flexível na relação com os colegas de trabalho e abertura à s mudanças e inovações tecnológicas. 11 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 01 Aprendizagem ao longo da vida Salgado (2001, p.209) analisa a dimensão da educação continuada ao enfatizar que: " (...) vale pousar sobre a realidade, partindo de pressupostos que sirvam de alicerce à quilo que pensamos ser uma forma dinâmica de percepcionar o ensino e a formação. E começamos a refletir sobre uma questão essencial à formulação de uma nova concepção de ensino: o papel pró-ativo da pessoa humana no seu percurso de desenvolvimento e aprendizagem ". A educação continuada é uma abordagem pedagógica que enfatiza a responsabilidade de cada sujeito pela sua evolução profissional. E, para que isso ocorra, supõe-se o desenvolvimento da capacidade de diagnosticar as necessidades de capacitação e aperfeiçoamento. Aos envolvidos nos programas de educação continuada surge a perspectiva de se posicionarem em relação ao seu papel de sujeito construtor de conhecimentos e de sua autonomia de aprendizagem, exercitando de maneira críticoreflexiva sua relação com o mundo e, em particular, com o espaço social do qual participam. Observatório da Sociedade da Informação A aprendizagem continuada (e, portanto, ao longo da vida) deverá ser incentivada neste terceiro milênio, não só do ponto de vista da educação escolar e formal, regular e sistemática, mas também pelas oportunidades assistemáticas e de educação informal. É, sem dúvida, uma das maiores expectativas da Sociedade do Conhecimento e da Informação. Gentili (1996, p.31, apud Preti:22-23) expressa com clareza a premissa básica dessa emergente era da aprendizagem continuada, ao afirmar que: "A sociedade de informação é a sociedade do futuro, onde haverá uma economia baseada no conhecimento e na informação (...) que causará um impacto maior do que a revolução industrial (...)." 12 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 01 Em relação a esta época e consoante ao exposto, a UNESCO recomendou, em 1998, no documento "Educação para o Século XXI: um tesouro a descobrir" â ” Relatório "Jacques Delors", que devemos estar atentos à existência das duas premissas básicas relacionadas a este novo século: 1. colocar a educação ao longo da vida (long life) no coração da sociedade; 2. necessidade de caminharmos para "Uma Sociedade Educativa". Para fundamentar tais premissas, o Relatório de Delors aponta os quatro pilares básicos e essenciais para um novo conceito de educação. São eles: Aprender a conhecer Implica aprender a aprender, compreendendo a aprendizagem como um processo que nunca está acabado; pelo contrário, vai se desenvolvendo ao longo da vida. São valores importantes para a curiosidade, o sentido do aprender a pensar, do pensar o novo, do aprender prazeroso, incentivando a construir e reconstruir o conhecimento; Aprender a fazer Busca o fazer com criatividade e autonomia, levando a pessoa a atuar em sua profissão com mais competência e habilidade. Neste século, mais do que nunca, não basta estarmos tão-somente preparados para o exercíco de uma profissão. Devemos estar sempre procurando nos atualizar em face da contínua e rápida evolução do conhecimento. As profissões, de modo geral, também sofrem os efeitos dessa rápida evolução, o que demanda a valorização de competências pessoais que tornem o profissional capaz de enfrentar situações inéditas, muitas vezes até imprevistas. São habilidades requeridas: saber comunicar-se, saber resolver conflitos, ter iniciativa e ser flexível. Nessa perspectiva, teoria e prática andam juntas; Aprender a ser Aponta a necessidade de se fortalecer as responsabilidades individuais, visando à construção de um destino coletivo harmonioso. Vislumbra a potencialização dos talentos individuais, para que não se esvaneçam e possam ser explorados como forma de melhor se conhecer e, assim, ocupar seu melhor espaço no mundo. Nessa perspectiva, ressaltam-se alguns talentos que podem propiciar a construção desse ser: memória, raciocínio, imaginação, aptidões físicas, senso estético, comunicabilidade, liberdade de pensamento, responsabilidade sobre os próprios atos, enfim, talentos que revigorem as potencialidades do ser humano de criar e ser; 13 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 01 Aprender a viver juntos Propicia à s pessoas tomarem consciência das semelhanças e da interdependência entre os seres humanos no planeta. Busca a superação das verdades absolutas e inquestionáveis, respeitando as individualidades num processo coletivo para aprender e se emancipar, buscando compreender os outros, a participar de projetos comuns, visando, por exemplo, o sentido do trabalho colaborativo e cooperativo. Resumo do Relatório Delors A análise desses quatro pilares do conhecimento remete-nos a importantes considerações sobre o papel da educação contemporânea, em especial na visão de que o processo de ensino-aprendizagem deve, cada vez mais, privilegiar a formação do aprendiz autônomo com destaque para o ensinar a pensar, a comunicar-se, a desenvolver o raciocínio lógico, a sua capacidade crítico-reflexiva, a fazer sínteses, ao saber pesquisar, a trabalhar em equipe, enfim, a tornar-se um ser socialmente competente. Será preciso trabalhar profundamente as dimensões cognitiva, afetiva e psicomotora, para que se possa desenvolver o saber ser, o conhecer e saber fazer. De igual modo, será demandado aos cidadãos saber demonstrar competência relacional (viver juntos) em todos os seus matizes, a fim de que possa atuar com desenvoltura nesta sociedade significativamente marcada pela existência de um ambiente tecnológico em escala planetária. Segundo Valente (2001), nunca o conhecimento e a aprendizagem foram tão valorizados como atualmente, numa clara indicação de que já vivemos sob os auspícios da sociedade do conhecimento. Outros pensadores (DRUCKER, 1993; NAISBITT & ABURDENE, 1990; TOFFLER, 1990) ressaltam, ainda, que fatores tradicionais de produção, como matéria-prima, trabalho e capital, terão um papel secundário nessa fase do desenvolvimento humano. Considerando, como já foi dito, que as demandas impostas ao cotidiano contemporâneo do mercado de trabalho pressupõem um constante aprimoramento profissional, a Educação a Distância se apresenta, assim, como resposta possível a tal demanda. Essa modalidade de ensino hoje está inserida nos ambientes acadêmico e organizacional, propiciando alternativa de educação continuada além dos limites de uma sala de aula convencional e em sintonia com o mundo globalizado, em que conhecimento e tempo são valiosas fontes de investimento pessoal e profissional. É por isso que, no tocante à formação acadêmica, cada vez mais destaca-se a urgência de as instituições incorporarem em seus programas universitários as modernas tecnologias de comunicação e 14 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 01 informação e a capacitação de seu corpo docente no conhecimento, uso e domínio de tais tecnologias, visando especialmente uma educação que estimule a autonomia do sujeito aprendiz. Evidentemente que o cumprimento desses pressupostos não se limita tão-somente a atuação e atribuições dos educadores. A participação de cada um de nós, indivíduos, cidadãos e profissionais, sujeitos e objetos deste novo século, é que poderá resultar num redimensionamento do conhecimento e do saber. Como vimos até agora, vivemos num mundo globalizado, que a cada dia exige mais das pessoas, dentre as caraterísticas dessa nova realidade, podemos citar: mudanças aceleradas, avanço tecnológico e automação. Com o avanço tecnológico surge o advento de que teríamos mais tempo, porém nos vemos absorvidos em um aparato tecnológico que nos faz trabalhar cada vez mais. Diante disso propomos que neste momento você se planeje e reserve algumas horas para estudar e também se divertir. Escolha o melhor dia e horário, vá até um locadora ou se julgar melhor adquira o DVD. Sugerimos os seguintes filmes: :: Ford, o homem e a Máquina (filme que retrata a história de Henry Ford) :: Madagascar (desenho animado que conta a história de animais que vivem em zoológico, cheios de mordomias e que sem muita noção de como é seu habitat natural, ao se deparar com esta realidade tem dificuladades para se adaptar - é uma boa opção para assistir junto à s crianças) Ao assistir o filme escolhido, procure verificar se existem características da globalização presentes no filme e se essas características podem ser relacionadas à educação a distância. Caso tenha dificuldade para assistir aos filmes sugeridos, lembre-se: são apenas sugestões. Você também pode escolher algum filme de seu interesse em que possam ser percebidas as características da globalização e compartilhar com os alunos que também estão cursando esta disciplina no momento. 15 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 Aula 02 Nesta aula, veremos as principais experiências da EAD em âmbito internacional e nacional. O conhecimento de tais experiências é essencial para ampliar a visão dessa modalidade educacional como resposta às demandas de formação e especialização de recursos humanos. Principais Experências Internacionais e Nacionais Modelos de Educação a Distância Tele-educação via satélite Modelo que permite o acesso à educação por meio da tecnologia de transmissão via satélite. Existe uma base em que são veiculadas as aulas e distribuídas para vários lugares, que dependendo da estrutura da instituição pode alcançar todo planeta. Uma estrutura bastante conhecida e que costuma ter bons resultados envolve uma estrutura local, com especialistas locais e sessões para discussão em grupos, o que colabora para que os grupos tenham atendimento individualizado e também um momento presencial de troca com o especialista. Pode ser uma estrutura apenas para veicular conteúdos ou permitir momentos interativos em que os participantes dos vários pontos posssam perguntar e interagir com os alunos que estão em seu ponto de transmissão e com outros pontos. A maneira como será conduzida a aula dependerá das possibilidades tecnológicas, bem como a maneira como a aula foi planejada. A tele-educação via satélite teve como precursora a audioconferência, que permite a comunicação simultânea entre diversas pessoas, localizadas em qualquer localidade, utilizando telefone fixo ou celular. Nos Estados Unidos, uma das primeiras instituições a realizar audioconferências educacionais foi a University of Winsconsin. A era das comunicações via satélite iniciou-se em 1965 e não tardou que se iniciassem experiências com transmissão de programas educacionais, tendo como precursora a Universitty of Alaska, oferendo cursos de educação continuada para professores e a University of Havaii. No Brasil, de acordo com Rizek (2008), nas décadas de 1970 e 1980, fundações privadas e organizações não-governamentais dão início a oferta de cursos supletivos a distância, no modelo de tele educação, com aulas via satélite complementadas por kits de materiais impressos. Em 1996, o Ministério da Educação lança o Projeto TV Escola, do MEC, um canal de televisão, via satélite, destinado exclusivamente à educação, tendo como principais objetivos aperfeiçoar e valorizar os 16 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 professores da rede pública de ensino fundamental e médio, e enriquecer o processo de ensinoaprendizagem. A TV Escola, apesar de sua transmissão via satélite, possui caraterísticas que se assemelham mais a vídeo aulas do que a tele educação, porém pode ser citada como ponto de partida. O modelo de vídeo aula no Brasil tem sido amplamente utilizado por diversas empresas para promover a educação continuada e também em universidades, seja utilizando apenas esse modelo, seja utilizando-o em conjunto com outros modelos. Atualmente algumas instituições podem ser citadas pelo uso dessa tecnologia: Eadcom/UNITINS; UNOPAR; FTC; UNIDERP; COC; UNIP; UNINTER; CESUMAR; Estácio; UNIMEP. Pólos de Apoio Presencial Nesse modelo, existe uma instituição responsável pelos cursos, como se fosse uma matriz, que responde pelos cursos e conta com pólos de apoio presencial. Os pólos de apoio presencial são unidades operacionais que oferecem apoio administrativo e acadêmico para os alunos. São utilizados para atividades educacionais presenciais relacionadas aos cursos ofertados à distância. A infra-estrutura de cada pólo precisa estar de acordo com os cursos disponíveis e oferecer condições para o desenvolvimento das atividades propostas. Geralmente conta com laboratórios de computadores ligados em rede e com acesso à Internet, bibliotecas, salas para encontros presenciais e laboratórios para execução de atividades práticas, espaços para estágios, defesa de trabalhos, pesquisas, avaliação e outras atividades necessárias a cada evento. O suporte de pessoal também é essencial nos pólos de apoio presencial, pois para muitos dos participantes pode ser o primeiro contato com EAD. A equipe do pólo deve estar preparada para auxiliar em questões relacionadas a EAD e a ambientação a esta modalidade. É indicado que estejam disponíveis tutores para apoiar o processo ensino-aprendizagem. Este modelo é adotado em diversos países pelas Universidades Abertas. Universidade Virtual Este modelo caracteriza-se pelo uso intensivo de Tecnologias de Informação e Comunicação, atende essencialmente as pessoas contempladas pela inclusão digital. A relação aluno-instituição é feita, quase que totalmente com uso de Tecnologias de Comunicação e Informação. 17 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 Se desenvolvidas com critérios rigorosos de qualidade e compromisso com a educação, a Universidade Virtual promove: maior interatividade entro os atores dos programas de EAD, flexibilidade, diminuição de deslocamento para estudo, redução de custos, acesso a instituições renomadas de ensino e a informações de bibliotecas e outros meios de informação em qualquer lugar do mundo e democratização ao acesso na educação superior, entre outros. Vários países ainda têm um acesso muito limitado à educação, e a universidade virtual contribui para a democratização de acesso à educação. No caso específico do Brasil, que conta com uma boa infra-estrutura de tecnologias de informação e comunicação e muitas instituições já têm experiência nessa área, encontramos condições bastante propícias para a disseminação de Universidades Virtuais. De acordo com Vianey (2003), as instituições líderes no desenvolvimento da Universidade Virtual no Brasil foram precursoras na pesquisa de tecnologia e metodologia para a educação a distância com o uso intensivo de Tecnologias de Comunicação e Informação. Isso aconteceu entre 1994 e 1997. Nesse quadro incluem-se instituições públicas (Universidades Federais de Santa Catarina, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo) e Instituições particulares (Universidade Anhembi Morumbi, Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Centro Universitário Carioca). Atualmente, podemos citar as seguintes instituições que utilizam o modelo em questão: Universidades. Católicas do PR; MG; DF e RS; UNISUL; FGV; AIEC; UFSC; UNIFESP; COC; UNIP; UNIS; Newton Paiva; UNIT; Estácio; UNIVERSO; UnB; UFF. Vídeo educação Neste modelo são elaborados vídeos com os conteúdos a serem aborados em cada curso. O ideal é que os vídeos sejam elaborados por professores gabaritados e com experiência no assunto, tema do vídeo, além de serem consideradas tecnologias de educação em sua elaboração. São marcados encontros para a veiculação dos vídeos, que contam com apoio de um monitor, que ajudará os alunos em suas dúvidas. Esse modelo geralmente é complementado com outros materiais de apoio didático. O modelo de vídeo educação também pode ser utilizado como apoio a outros modelos, em que podem ser disponibilizados vídeos com conteúdos para que os alunos assistam onde preferirem. De acordo com Rizec (2008), os primeiros registros sobre a utilização de televisão em cursos a distância, são do final da décadad de 60, com a disponibilização do programa de ensino supletivo, por meio de telecurso, organizado pela Fundação Padre Anchieta. A consolidação do modelo de vídeo aula acontece na década de 70 com a implantação dos telecursos pela Fundação Roberto Marinho, que ofereciam 18 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 escolarização a pessoas que não tinham acesso à educação formal. Os telecursos eram oferecidos em canais de TV aberta e podem ser considerados precursores da atual vídeo educação. A vídeo educação é oferecida nas seguintes instituições: IESDE, UNIASSELVI; UCB; ULBRA. Unidade Central Modelo em que os alunos realizam atividades a distância e vão à instituição em intervalos regulares para realização de atividades presenciais e para avaliações. Difere do modelo Pólo de Apoio Presencial, pois são estabelecidos encontros regulares que devem ser freqüentados pelos alunos, enquanto que nos Pólos de Apio Presencial, os alunos vão ao pólo apenas para avaliações e para utilizarem a estrutura, caso desejem ou tenham que realizar alguma atividade prática. Esse modelo teve origem na Universidade Federal de Lavras - UFLA e atualmente é utilizado pelas seguintes instituições: UFLA; UNISUL; UnB. A grande tendência da atualidade é que as instituições não usem apenas um modelo e sim façam uso de diversos modelos para atender seu público e desenvolver a EAD de acordo com as tendências atuais. A seguir, serão apresentadas experiências de instituições nacionais e internacionais que fazem uso dos modelos citados. Experiências Internacionais No âmbito internacional, merecem destaque especialmente as experiências em educação a distância realizadas no meio universitário. Um exemplo clássico é a inglesa Open University, criada em 1969 e considerada modelo metodológico e de gestão em educação a distância para universidades do mundo inteiro (PETERS, 2001 ). A Open University adotou um modelo que inclui momentos de estudo autônomo e a distância com momentos presenciais com o tutor, podendo ser em grupo ou individuais. The Open University A UOC - Universidad Oberta da Catalunya – Espanha – é exemplo de uma universidade totalmente virtual, é um modelo em que o aluno tem acesso ao Campus Virtual de qualquer lugar, permitindo o acesso ao conhecimento de maneira contínua e flexível. De acordo com a UOC este é um novo conceito de universidade que adota 10 princípios fundamentais: dimensão universal; ausência de barreiras de espaço e tempo; formação ao longo da vida; metodologia inovadora; investigação e inovação; 19 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 universidade a serviço do estudante; metacampus: a universidade no mundo; colaboração; compromisso ético e social e por último, cultura empreendedora. (SANTOS, 2008) Taylor (2003), professor da Universidade de Southern Queensland, na Austrália, expõe que em outros países o perfil dos estudantes de EAD inclui pessoas com mais maturidade, com idade entre 25 a 35 anos, diminuindo a evasão dos cursos. No exemplo da Universidade em que atua, podemos verificar a maioria de alunos que utilizam EAD: 5.720 freqüentam o campus; 12.606 moram na Austrália e fazem cursos via EAD; 4.582 fazem cursos via EAD e moram fora da Austrália e contam com tutores; 772 usam apenas tutoria online em seus cursos de EAD. A Universidade de Southern Queensland tem mais de 25 anos de experiência em EAD e utiliza as seguintes modalidades: correspondência, multimídia, videoconferência, sala de aula eletrônica (TV, CD-ROM), Internet. Moore e Kearsley (2007) apresentam vários exemplos interessantes de países que se destacam em experiências de EAD: A Coréia conta com KNOU universidade nacional de ensino a distância que se dedica apenas à EAD, desde 1972, formou mais de 250 mil alunos bem-sucedidos. Teve origem com programas que utilizavam televisão e programas gravados. Atualmente, utiliza bastante as videoconferências para estimular a interação entre alunos e professores e conta com Sistema de Biblioteca Digital com fitas em áudio e vídeo, disponíveis para empréstimo ou para download pela internet. Na Noruega, duas instituições privadas de ensino se destacam em EAD. A Norsk Korrespondanse Institut (NKI), que conta atualmente com 20 mil alunos, cursando principalmente cursos técnicos, vocacionais e administrativos. Na África do Sul encontramos umas das mais antigas universidades voltadas apenas para a Educação a Distânica, a University of South África (Unisa), nome que recebeu em 1916, apesar de ter sido fundada em 1873 com outro nome. Em 2002, a Unisa tinha mais de 150 mil alunos (um terço dos alunos universitários na África do Sul), matriculados em cursos de graduação e de pós-graduação. Na Turquia temos a Anadolu University. Em 2003 contava com 760.859 alunos. Os alunos contam com materiais impressos, cursos de TV, aconselhamento acadêmico pessoal, programas de rádio, centros de educação por vídeo, jornais, centros de computação, CD-ROMs e internet. No Paquistão foi criada, em 1974, a Allama Iqbal Open University (AIOU), contando com correspondência, transmissões por rádio e televisão, livros didáticos especiais e materiais de estudos impressos, meios que vêm sendo substituídos cada vez mais pelo satélite e pela internet. Em 2003 contava com cerca de 1 milhão de alunos matriculados. No mundo árabe, existem três universidades abertas que oferecem apenas cursos a distância e podem ser encontradas na Palestina, na Argélia e na Líbia. A Al-Quds Open University (QOU) – Palestina, foi criada em 1991 para atender os alunos palestinos na Faixa de Gaza e nos territórios ocupados. Atualmente possui filiais para apoiar os alunos palestinos em Royadh e Jeddah, na Arábia Saudita, e em Dubai Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Na Arábia Saudita onde se 20 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 exige que haja ambientes de estudo separados para homens e mulheres, a educação a distância permite que muitas mulheres tenham acesso ao estudo e a cursos superiores, o que seria inviável sem o uso de educação a distância; cumpre-se papel fundamental num momento em que a discussão sobre gêneros tem grande enfoque. Com a expansão da EAD no mundo, muitas são as instituições internacionais com experiências significativas nesta área; além das já mencionadas podemos citar: a UNED da Espanha e a da Costa Rica, a UNA na Venezuela, a Universidade Aberta em Portugal, a Télé-Université no Canadá, a Fernuniversität alemã, a Central Radio e Television University da China, a University of the Air do Japão, o Empire State College americano e muitas outras universidades que em todo mundo são reconhecidas pelo seu trabalho em EAD. Universidad Nacional de Educación a Distancía Segundo Preti (2000, p. 17): "A maioria dessas universidades vêm atendendo a mais de cem mil estudantes, ofertando cursos em diversas áreas, em face de sua flexibilidade e economia de escala, razão pela qual cada vez mais se justifica a implementação de programas de capacitação e aperfeiçoamento profissional a distância". Ao analisarmos a expansão da educação na modalidade a distância em esfera internacional, verificamos que são muitas e significativas as experiências realizadas. Isso, de certa forma, a qualifica como resposta à demanda de formação acadêmica e especialização profissional, em função dos desafios político-social, econômico, pedagógico e tecnológico realçados no crescente processo de globalização. Experiências Nacionais De acordo com Bordenave (1987, p. 57), são muito significativas as contribuições brasileiras nessa área, não só no que diz respeito às inovações, mas pelo seu alcance massivo e também por suas abordagens pedagógicas. Do ponto de vista do alcance da demanda reprimida neste país-continente, podemos considerar que algumas experiências brasileiras são de grande alcance e foram ou estão sendo realizadas com sucesso, sobretudo em programas de capacitação de professores. 21 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 Secretaria Nacional de Educação a Distância Um dos programas que merecem destaque é o Projeto LOGOS II. Presente em quase todas as Unidades Federadas, foi promovido nas décadas de 70 e 80 pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, visando à capacitação de professores leigos em exercício. Com objetivo similar ao Logos II, foi desenvolvido em algumas unidades federadas um outro projeto, o HAPRONT - Habilitação de Professores Não Titulados. A questão do grande número de professores leigos na prática docente constituía-se, na época, em um dos principais desafios para o desenvolvimento da educação brasileira. Ambos projetos tinham como foco prioritário o professor leigo em atuação nas quatro primeiras séries do antigo primeiro grau, hoje ensino fundamental. A sala de aula era, portanto, um palco privilegiado para o aluno-professor, um laboratório para aplicação imediata dos conteúdos e técnicas didáticas, onde ele podia vivenciar e analisar as informações aprendidas ao longo do curso. O MEB - Movimento de Educação de Base, ligado à Igreja Católica, promoveu importantes cursos a distância nos estados nordestinos, via rádio, constituindo-se, segundo Bordenave (1987, p. 57), no maior sistema de educação a distância não formal desenvolvido no Brasil até os idos de 80. Cabe também ressaltar o Projeto Saci — Sistema Avançado de Comunicações Interdisciplinares, iniciado nos anos 70, no Rio Grande do Norte, com o objetivo de estabelecer um sistema nacional de educação a distância via satélite. O Projeto Acesso, promovido pela Petrobras, é outro bom exemplo de programa a distância que veio responder a uma demanda específica de formação educacional. Teve um importante papel na década de 80 como alternativa de solução, indicada em pesquisa internacional, para o enfrentamento da crise mundial do petróleo. Naquela época, os estudos apontaram a baixa escolaridade de grande parte dos funcionários da empresa como responsável pela produção de petróleo aquém do esperado. O referido projeto atendia os funcionários que trabalhavam em regime de plantão (15 dias no mar, 15 na terra), lotados em plataformas marítimas no litoral brasileiro, oportunizando a qualificação de supletivo de primeiro e segundo graus, sem retirá-los de seu singular local de trabalho. 22 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 Ainda sobre as experiências brasileiras, refere Niskier (1993, p. 71) ao Projeto MINERVA. Lançado em 1970 pelo Serviço de Radiodifusão do MEC, atendeu alunos do antigo curso do Madureza Ginasial em cadeia nacional com todas as emissoras de rádio. De igual modo, merecem destaques as experiências realizadas pelas tevês educativas, sobretudo as do Maranhão, Ceará, Rio de Janeiro, Amazonas, a TV Universitária de Pernambuco, a FUNTEVE vinculada ao MEC, a TV Cultura de São Paulo e a Fundação Padre Anchieta, também de São Paulo. Pelo meio televisivo foram desenvolvidos importantes cursos a distância, tais como o MOBRAL — Movimento Brasileiro de Alfabetização, em 1979; o Telecurso 2º Grau, em 1978; e com notório destaque o Curso João da Silva, por ter adaptado o formato de telenovela a um programa educativo voltado ao ensino das quatro primeiras séries do antigo primeiro grau. Esse programa, segundo Bordenave (op. cit., p. 64), "Constituiu-se em inovação pedagógica pioneira no Brasil e no mundo e, por isso, foi à época alvo de visitas de peritos educacionais estrangeiros, não só porque atingiu um grande número de participantes da população em geral, pois conquistou audiências livres em todos os Estados, mas, sobretudo, pela forma técnico-pedagógica como foi concebido". Sua grande característica metodológica foi ter sido desenvolvido não por meio de aulas sistemáticas, mas como um conjunto de ações e acontecimentos da vida real, utilizando, segundo Bordenave (op. cit., p. 64), "os elementos artísticos da novela, na qual aos atores cabe, além da representação, a transmissão dos ensinamentos pedagógicos de um conteúdo programático inseridos nos scripts para TV (...)". O Projeto Conquista, destinado às últimas séries do ensino fundamental e também realizado em formato de telenovela, deu seguimento ao Curso João da Silva. UniRede 23 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 Em relação aos programas de EAD desenvolvidos atualmente em âmbito nacional, há um salto qualitativo a ser registrado, como por exemplo a implantação da Universidade Virtual Pública do Brasil - UNIREDE. Também os programas levados a cabo pelo Ministério da Educação — MEC merecem citação, entre os quais o TV ESCOLA, o PROINFO e o PROFORMAÇÃO, cujos resultados, não obstante as importantes críticas e ressalvas apontadas em pesquisas quanto às dificuldades de implementação, indicam significativa contribuição ao projeto educativo brasileiro. Conheça alguns exemplos: O exemplo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) O exemplo da Católica Virtual O exemplo da BR Evolução Histórica da EAD Antes de continuar, que tal fazer um tour pelo panorama da EAD? Então leia o texto: Revisão da Literatura: Educação à Distância e aproveite. Considerando a evolução histórica da EAD, atualmente podemos diferenciar cinco gerações. Dentre vários autores que se dedicam aos estudos de EAD não existe uma unanimidade quanto à quantidade de geração e classificação das gerações. Consideraremos a classificação proposta por Taylor (2008). Em relação a origem da Educação a Distância, alguns estudiosos defendem que as cartas foram as primeiras mídias a intermediar a comunicação entre professor e aluno: “Podemos citar as cartas de Platão a Dionísio; as numerosas cartas de Santo Agostinho, que contêm doutrina, exortação, conselho, condenação de erros e de heresias, abrangendo um variado leque de temas cristãos; as 124 cartas de Sêneca (epistolério a Lucílio), um tratado de ensino de filosofia estóica; as de Pierre de Maricourt, em 1296, explicando os princípios do magnetismo; as de Newton a Bentley, apresentando os argumentos sobre a existência de Deus; as de Eucler a uma princesa alemã, iniciando-a no conhecimento da ciências” (LANDIM,1997, p. 1) As Epístolas de São Paulo, também são um exemplo de Educação a Distância, em que informação e conhecimento são levados a lugares distantes, assumindo assim uma nova dimensão de circulação e mobilidade. 24 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 A passagem da oralidade para a escrita é também considerada como um outro embrião da Educação a Distância, pois é quando o homem passa a ampliar as fronteiras da informação e do conhecimento. Esse processo ganha um impulso decisivo com a invenção da prensa móvel em 1456, pelo alemão Johannes Gutenberg. Ainda sobre a primeira geração, Lópes (1992, apud. LIMA 1997) observa que a Educação a Distância tem sua origem a partir da criação, em diferentes países, de instituições que ofereciam cursos por correspondência, sendo esta a grande ênfase daquela fase, com escassa ou nula interatividade entre as partes. Tratava-se, fundamentalmente, de se chegar a um setor da população que não tinha outra forma de acesso à educação, fosse por razões geográficas, por falta de escolas próximas ou ainda por outras impossibilidades. Entre os países que mais impulsionaram a EAD nessa fase estão Rússia, Alemanha, Grécia, Inglaterra e Estados Unidos. A segunda geração aparece com a criação, em 1969, da Open University, período em que se começa a compreender a Educação a Distância como um sistema educativo. Era o tempo da democratização do saber e, com ele, a idéia de se oferecer oportunidades a setores da população adulta que, por diferentes razões, não tinham tido acesso à educação quando estavam em idade escolar. Textos sobre EAD A grande marca da segunda geração é o modelo de educação a distância proposto. Os cursos a distância deixam de se basear exclusivamente na remessa de materiais por correspondência e passam a explorar outros caminhos para acessar e estimular o aprendiz. A partir desse modelo, a oferta de cursos a distância é enriquecida com: reuniões, encontros e sessões periódicas de tutoriais; emissões radiofônicas; remessa de leituras específicas em material impresso complementar; titulação oficial. O surgimento da Open University influenciou muitos países do Oriente e Ocidente, que adaptaram o modelo institucional e pedagógico daquela Instituição às universidades criadas posteriormente. Desse 25 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 modo, foram aparecendo outras universidades e centros de educação a distância de renome em países como Alemanha, Paquistão, Israel, Canadá, Austrália, Costa Rica, Venezuela, Japão, Índia, Irlanda, França e Espanha. Já a terceira geração da educação a distância é fortemente caracterizada pelas tecnologias da comunicação e da informação (audioconferência, videoconferência, rádio e tv em rede) e pelos novos paradigmas educacionais. Segundo Passarelli (1993), a partir de tais paradigmas, a educação passa a contemplar a inserção daquelas tecnologias nos ambientes de ensino-aprendizagem, a fim de possibilitar ao indivíduo uma visão global do mundo. Inovação e descoberta são valorizadas como etapas fundamentais do processo de aprendizagem, transformando, assim, a escola no templo do "aprender a aprender", ou seja, o aluno deve ser estimulado a buscar alternativas de aprendizagem segundo a identificação de suas próprias necessidades. De acordo com Taylor (2008), a quarta geração é a geração da aprendizagem flexível, caraterizada pela forte influência de processos interativos, tendo como recurso principal o computador, seja por meio de softwares, seja pelo uso da internet. Ainda para Taylor (2008), a quinta geração é a chamada aprendizagem flexível inteligente. Essa geração engloba as tecnologias da quarta geração aliadas à comunicação via computadores com sistema de respostas automatizadas, além de acesso via portal a processos institucionais. O diferencial nessa geração será a diminuição de custos e melhoria da qualidade da interação. A disseminação das redes sem fios e de portais que popularizem a interação também fazem parte dessa geração. É preciso considerar ainda que novas tecnologias estão surgindo e que a EAD precisa acompanhar e se adequar às novidades, oferecendo opções de acordo com as novidades tecnológicas. Se é fato que a EAD tem uma longa trajetória no processo educativo, as perspectivas são de que, com o avanço tecnológico, aumente consideravelmente sua capacidade de atender às demandas educacionais da contemporaneidade. Sobre isso, Belloni (1999, p. 4) tece as seguintes considerações: "A EAD tende doravante a se tornar cada vez mais um elemento regular dos sistemas educativos, necessários não apenas para atender a demandas e/ou grupos específicos, mas assumindo funções de crescente importância, especialmente no ensino pós-secundário, ou seja, na educação da população adulta, o que inclui o ensino superior regular e toda a grande e variada demanda de formação contínua gerada pela obsolescência acelerada da tecnologia e do conhecimento". 26 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 02 Centro de Ensino Tecnológico de Brasília Como ocorre em outros países, a educação a distância no Brasil vai se desenvolvendo e aperfeiçoando de acordo com a própria evolução tecnológica dos meios de comunicação e informação, ofertando-se do mais simples material impresso até os mais avançados recursos tecnológicos, e também com a evolução dos conceitos pedagógicos. 27 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 03 Aula 03 Nesta aula, você conhecerá algumas definições sobre educação a distância e suas principais características, bem como alguns modelos dessa modalidade educativa. Educação a Distância sem Distanciamento da Educação O título proposto para esta parte de nosso estudo já reflete, em certa medida, a compreensão que devemos ter em relação ao processo de educar a distância no contexto da educação. Ao se formular alguma solução em educação a distância, é fundamental levar em consideração que a educação é, em linhas gerais, um processo individual e a serviço da continuidade, da atualização e da renovação de uma determinada cultura, podendo ser realizada de forma convencional ou não-convencional, presencial ou a distância. A Casa de Rubem Alves - Textos sobre Educação Lobo (1995, p. 13-16) assinala que as soluções em educação a distância devem sempre ser consideradas no contexto da educação e, como tal, necessariamente analisadas a partir dos fundamentos histórico, político e social em que se realiza como prática social de natureza cultural. Fagundes (1996, p. 20) reforça esse ponto de vista, ao afirmar que "nunca é demais enfatizar que a Educação a Distância precisa ser realizada como educação e não como simples processo de ensino e, muito menos, como uma tecnologia instrucional". Struchiner (1998, p. 4) vai além ao destacar que: "A EAD é globalizante e integradora, não se referindo a produtos, mas sim a processos, métodos e técnicas, o que caracteriza seu papel de mediadora numa relação onde professor e aluno estão fisicamente separados. Daí a necessidade, a nível pedagógico, de uma comunicação bidirecional mediatizada através de tecnologias adequadas, objetivando a formação integral 28 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 03 dos alunos, de forma que se transformem em construtores de seu próprio conhecimento e não em meros receptores de informações". Textos, Documentos e Debates sobre EAD Os programas realizados por meio da modalidade de educação a distância têm sido freqüentemente destinados à clientela formada por jovens e adultos. A respeito desse fato, Belloni (1999, p. 31) adverte que "o desenvolvimento de pesquisas sobre metodologias de ensino mais ativas para a educação de adultos, centradas no estudante e tendo como princípio sua maior autonomia, passa a ser condição sine qua non para o sucesso de qualquer experiência de EAD (...)". Nessa perspectiva, é fundamental ofertar ao aprendiz condições e orientações para que exercite a sua autonomia de aprendizagem, a autodisciplina de estudo, o saber selecionar e filtrar as informações e a resolução de problemas cada vez mais em sintonia com o mundo real que ele poderá encontrar em sua vida profissional. Trata-se, pois, de um paradigma emergente de aprendizagem, o qual se reflete na educação e estimula a possibilidade de surgimento de um novo perfil de aluno. Curiosamente, esse paradigma age também sobre o professor, incitado a desenvolver uma outra performance docente. A configuração desse novo cenário educativo, onde a relação linear professor-aluno é paulatinamente substituída por uma complexa rede de aprendizagem, faz de ambos parceiros no processo ensino-aprendizagem, parceiros na construção de conhecimentos. Assim, neste novo tempo, não cabe mais a relação aluno pergunta e só professor responde. O movimento na relação aluno-professor e aluno-aluno é multidirecional, interagindo sobre um eixo pedagógico vertical. Aqueles que compartilham de uma mesma experiência de aprendizagem, seja professor ou aluno, são responsáveis pelas possíveis respostas e perguntas que potencializem, que animem a troca de informações. Essa troca pode se dar com a mesma intensidade tanto nas ações presenciais como naquelas a distância. Nesse caso, qualquer que seja o meio de comunicação, o fundamental é que seja adequado às interações. O Professor no Contexto das Novas Tecnologias Aplicadas à EAD Ao professor de um modo geral, e não apenas àquele envolvido em programas de Educação a Distância, torna-se necessário o desenvolvimento de algumas novas competências a fim de responder com propriedade a esse novo momento da história da humanidade. É preciso que o professor desenvolva uma 29 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 03 visão multi-referencial, adquirindo conhecimentos sobre o contexto educacional e os impactos resultantes do advento das novas tecnologias comunicacionais e informacionais, não só sobre a educação mas sobre a sociedade como um todo. É preciso que o professor conceba um novo "olhar pedagógico" sobre o fazer docente, um olhar que vislumbre possibilidades de transformação do processo educativo, onde ele passa a desempenhar também o papel de orientador e facilitador do processo de construção de conhecimentos de seu alunado. Essas competências surtem especial efeito nas ações docentes da educação a distância. Com tais competências, o professor pode ser um apoio decisivo ao aluno distante na construção de seu saber. Em EAD, é importante assegurar ao aluno as condições necessárias de apoio tutorial para que ele vença o desafio de estudar sozinho. Afinal, o isolamento tem sido apontado na literatura mundial como um dos principais fatores de dificuldade na adaptação do aprendiz à metodologia a distância. Portanto, podemos observar com clareza que, nesse novo tempo, o docente em EAD ganha papel de destaque, uma vez que a ele são atribuídas novas formas pedagógicas de atuar em favor de seu aluno. No entanto, para que isso ocorra é preciso que os professores na prática da educação a distância estabeleçam um modelo, uma concepção pedagógica do que é educar por meio das novas tecnologias, levando em consideração uma de suas principais vantagens, que é encurtar distâncias, aproximando a educação. Definindo a Educação a Distância Não obstante a movimentação e interesse manifestos ultimamente a respeito da EAD, essa modalidade educacional continua sendo matéria pouco conhecida por parte considerável dos educadores brasileiros. Por isso, não se deve tomar a Educação a Distância como solução ideal para toda e qualquer demanda de conhecimento formal. O desconhecimento acerca das potencialidades e limitações desse tipo de educação tem gerado falsas concepções sobre a natureza da Educação a Distância, favorecendo, de um lado, a idéia de panacéia para a solução dos grandes problemas educacionais e, de outro, pressupostos preconceituosos, relacionando-a com um fazer fácil (LIMA, 1997). Armengol (1987), analisando diversas definições sobre Educação a Distância, revela que elas têm em comum o fator distância, o que determina estratégias a necessidade de usar meios de comunicação e pedagógicas totalmente diferentes das usadas na educação presencial. O aspecto da distância deve ser entendido como um fator que conduz a uma relação pedagógica diferente da que se realiza nos ambientes tradicionais de ensino. Muitos compreendem que, na educação a distância, a relação professoraluno acontece de forma indireta, através do meio didático adotado, estando ambos distantes no tempo e no espaço. Hoje, no entanto, com o advento das novas tecnologias e das possibilidades de utilização das 30 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 03 muitas formas de interatividade, a questão da distância em cursos mediados pela tecnologia tem sido bastante discutida. Porém, vale considerar que ela existe e não pode ser desconsiderada. Referindo-se a Moore, Armengol ressalta que a Educação a Distância está relacionada àqueles métodos educacionais nos quais, devido à separação física entre alunos e professores, as fases interativas são conduzidas por outros meios que não a troca direta, interpessoal. Outra importante definição comentada por Armengol é a de Holmberg, segundo a qual a Educação a Distância é essencialmente auto-estudo. Esclarece, porém, que o estudante não está só; ao contrário, ele se beneficia da interação com os seus tutores e pares. Dessa forma, um certo tipo de conversação com trânsito em dois sentidos — mensagem escrita e uso do telefone, por exemplo — ocorre entre o estudante, os tutores e os outros membros do curso. Realiza-se, portanto, uma conversação indireta a respeito da matéria de estudo, estimulando os estudantes a discutirem os conteúdos entre eles mesmos, caracterizando, assim, a denominada "conversação didática guiada". O caráter inovador da Educação a Distância emana, na visão de Holmberg, das idéias básicas de que a aprendizagem pode ocorrer sem a presença do professor. São muitas as definições de Educação a Distância, porém é importante observar que a principal característica enfatizada na maior parte delas diz respeito à questão da não-convencionalidade em relação à sala de aula, das dimensões espacial e temporal e da relação professor-aluno. Outra tentativa de definição da Educação a Distância surge em Moran (1994), que ressalta: "É preciso ampliar o conceito de ensino a distância, a fim de que se possa incorporar outras possibilidades que as novas tecnologias de comunicação propiciam a todas as modalidades de educação". Segundo Moran, podemos ter as seguintes situações de Educação a Distância: a) Ensino regular com uso de tecnologias a distância: alunos de cursos regulares podem receber materiais, comunicar-se com outras classes, outros professores, tirando dúvidas ou intercambiando suas discussões e resultados; b) Ensino regular com tecnologias a distância substitutivas: turmas de cursos regulares podem receber programas, aulas e outros tipos de apoio de outros locais para suprir uma falta de professor especializado, por exemplo; c) O Ensino regular aberto: são cursos presenciais com parte de suas aulas a distância. Como exemplo, temos o Virtusclass, da Universidade Federal de Pernambuco, ambiente virtual de estudo usado por vários professores para complementar suas aulas presenciais; 31 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 03 Virtus d) Ensino regular a distância monitorado: são cursos de nível médio ou superior, com titulação reconhecida por instituição oficial de educação, em que é assegurado ao aluno um professor orientador ou tutor para acompanhá-lo em períodos definidos no andamento do curso. Exemplos disso são a Open University, na Inglaterra, e a UNED — Universidade Nacional de Educação a Distância, na Espanha; e) Ensino regular a distância não monitorado: o aluno é avaliado e identificado só no final do curso, a exemplo dos telecursos no Brasil; f) Cursos livres a distância: cursos de atualização com direito a certificados; utilizam tecnologias de comunicação e podem ser feitos por qualquer pessoa. Colocam-se na perspectiva da educação permanente. Na visão de Ruggiero (1989), a educação a distância é uma estratégia, uma maneira de se implementar currículo, que põe de manifesto um determinado projeto educativo no marco de um determinado projeto político. Essa definição considera, além dos aspectos técnicos apontados pelas demais, a perspectiva político-filosófica. Zentgraf (1992, p. 9), por sua vez, entende que: "o termo a distância se refere a uma relação professor-aluno diferente da que se processa em estudos convencionais, uma vez que o professor se faz presente junto ao aluno através de um canal de comunicação, podendo ambos estar distantes no tempo e no espaço. A Educação a Distância se constitui num processo educativo planejado, acompanhado e avaliado, com base na Tecnologia Educacional, não devendo ser confundido com o uso eventual de multimeios". Ao analisar diversas definições de Educação a Distância, Lima (op. cit., 1997) ressalta que os autores assinalaram a idéia de um processo educativo, organizado e sistematizado, no qual a relação professor/aluno se dá de forma mediatizada, havendo a necessidade de se estabelecer uma via de comunicação entre ambos. A questão da definição da Educação a Distância foi tratada por muitos outros teóricos. Afinal, encontrar em uma única definição toda a abrangência, acerca da compreensão do que seja realmente Educação a Distância constitui tarefa das mais complexas para todo estudioso e profissional do tema. 32 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 03 Aretio (1987) é outro que analisou diversas definições relativas à Educação a Distância. Após estudar dezoito autores, propôs um conceito integrador, definindo a EAD como um sistema tecnológico de comunicação de massa bidirecional, no qual a interação professor/aluno caracteriza-se por uma ação sistemática e conjunta, apoiada em recursos didáticos diversos e na organização tutorial, possibilitando ao aluno a aprendizagem autônoma. Principais Características da EAD O mencionado fator distância constitui, para muitos autores, a característica fundamental dessa modalidade, ainda que momentos presenciais possam ter lugar em EAD. Outra característica muito citada é o processo pedagógico com foco na aprendizagem do aluno e não no ensino propriamente dito dos conteúdos. Disso resulta uma outra característica: materiais didáticos autoinstrucionais. O que significa que o modo de elaboração dos conteúdos bem como a linguagem adotada devem levar em conta o objetivo de estimular o aluno ao estudo, ainda que sozinho. Tão complexo fazer implica conhecimentos de áreas diversas do conhecimento, o que sugere a constituição de uma equipe multidisciplinar. Em plena era do conhecimento, poderia parecer restritivo eleger áreas definitivas possíveis de agregar valor a um programa de Educação a Distância. Esse, portanto, não é o nosso propósito. Algumas, porém, são fundamentais por ofertarem as bases gerais das reflexões e possibilidades de procedimentos em tal modalidade de educação: Pedagogia, Psicologia, Comunicação, Informática. A interatividade também é arrolada como essencial à EAD. Saraiva (1994, p.30-31) argumenta que a resistência à Educação a Distância baseada na crítica à falta de interatividade tende a diminuir com a possibilidade do uso das novas tecnologias, que facilitam e agilizam os processos comunicacionais entre pessoas ou grupos de pessoas. Saraiva destaca que, utilizando-se das novas tecnologias, a Educação a Distância é uma metodologia que permite multiplicar as oportunidades educacionais de qualidade. Ainda quanto à interatividade, comenta Trindade (1997, p. 26): "Entre alunos e agentes de ensino, em que pese seu distanciamento físico, pode ser garantida por meio de diferentes meios tecnológicos, o que resulta em maior eficiência para o processo de aprendizado". A mediação pedagógica é outra característica freqüentemente considerada em programas de EAD, embora, a bem da verdade, em qualquer situação de ensino-aprendizagem ela seja fundamental. Na Educação a Distância tal mediação pode se dar por meio dos textos e demais materiais didáticos especialmente elaborados para atender a essa finalidade e também pela ação de um tutor. A mediação na EAD deve corresponder a uma orientação por excelência pedagógica, com ênfase nos processos comunicacionais. A característica básica desse processo é a linguagem conversacional, pré- 33 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 03 requisito indispensável para que ocorram trocas pedagógicas e, por conseguinte, construção de conhecimentos. A mediação pedagógica envolve, portanto, considerações outras muito além daquelas relativas às condições de infra-estrutura tecnológica. Ela traduz a concepção educacional e de aprendizagem concernentes a um determinado curso ou programa de EAD. Essas porém são concepções gerais, uma vez que os autores abordam as características da Educação a Distância cada qual com sua peculiaridade. Suárez (1991), por exemplo, assinala quatro características. São elas: a) o aluno; b) o material didático; c) o apoio tutorial (professor e/ou tutor); e d) a mediação pedagógica. O aluno é, com certeza, o principal foco da EAD, uma metodologia educativa em que a autoaprendizagem é o fator mais importante. Para que tal interação aconteça na máxima potencialidade, é indispensável que o material didático seja concebido e desenvolvido levando em conta esse elemento. Quanto ao professor e/ou tutor, seu papel é chave no acompanhamento de um programa ou curso a distância. A ele cabe, geralmente, o contato mais direto com o aluno, assim como o mapeamento de sua trajetória ao longo do curso. O aluno deve encontrar no professor e/ou tutor um facilitador e orientador de seu processo de aprendizagem. Porém, convém ressaltar que a concepção de tutoria pode variar conforme definições do programa de Educação a Distância em que ela está inserida. Segundo Armengol (1987), a Educação a Distância caracteriza-se, principalmente, por: "[...] ter uma população estudantil adulta, relativamente dispersa e massiva. Seus cursos são elaborados com metodologia de ensino que favorece o estudo independente, utilizando-se materiais auto-instrucionais, possibilitando ao aluno ser o responsável pela sua aprendizagem, assim como desenvolver o 'aprender a aprender'. Por possuírem 'linguagem didática guiada', esses materiais se constituem numa forma mediadora de conversação". A Educação a Distância é uma prática educativa viabilizada por meios comunicacionais, o que exige certa compreensão de conceitos relativos à tecnologia. De acordo com Mata (1995), tecnologia deve ser entendida como processo lógico de planejamento, de elaboração dos currículos, métodos, procedimentos e meios que conduzam à aprendizagem. Andrade (1993) também considera novas tecnologias todas as técnicas aplicadas de modo original na solução de problemas, sejam elas invenções ou comportamentos, recentes ou não. 34 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 03 Associação Brasileira de Educação a Distância Não obstante as possibilidades que as novas tecnologias comunicacionais e informacionais trouxeram para a EAD, vale ressaltar que são muitas as variáveis pedagógicas que podem interferir no sucesso de um curso. Modalidades de Aprendizado a Distância Modalidade Encontros presenciais De acordo com Trindade (1997), a Educação a Distância pode ser realizada utilizando-se distintos modelos. Um dos que o autor enfatiza é o modelo de Educação a Distância "puro", que se caracteriza pelo fato de o processo de aprendizado ser supostamente autônomo, sem contato face-a-face compulsório entre alunos e professores e entre os próprios alunos, sem atividade presencial obrigatória, com exceção dos exames finais em cursos com tal pré-requisito. Modalidade Semipresencial Outro modelo é o de Educação a Distância com alguns elementos da educação presencial convencional. Como parte intrínseca dessa metodologia, peculiaridades típicas de uma sala de aula são mantidas, tais como freqüência e participação compulsórias dos alunos a palestras presenciais, sessões de debates, oficinas, atividades em laboratórios etc. Trindade (1997) observa, por sua vez, que a existência de um peso significativo de sessões presenciais compulsórias em um programa de Educação a Distância não é tema pouco polêmico. Salienta que algumas escolas de pensamento sustentam a tese de que as sessões presenciais são fundamentais em qualquer processo de aprendizado, pois elas facilitam, entre outras vantagens, a compreensão do processo de comunicação e do comportamento humano. Por outro lado, lembra o mesmo autor que as razões contra a introdução de um volume significativo de atividades presenciais obrigatórias em regimes de Educação a Distância baseiam-se na idéia de que elas tendem a subverter a natureza intrínseca da Educação a Distância, podendo, inclusive, enfraquecer a motivação dos alunos para produzirem o esforço necessário para o auto-aprendizado. Dessa forma, enfatiza a necessária conjugação entre os elementos presenciais e a distância, bem como o planejamento objetivo e metodológico de todas as atividades, condição essencial para que os sistemas de Educação a Distância sejam eficientes. 35 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 03 Modalidade Com Tutoria Este modelo pode ser conjugado tanto com o modelo sem encontros presenciais quanto com o semipresencial. Neste modelo o aluno conta com o apoio de um tutor que o ajudará nas dúvidas sobre os meios utilizados no curso (correspondência, material impresso, internet, etc.), sobre o conteúdo e incentivará o aluno durante todo processo. No modelo sem encontros presenciais será responsável por todo processo de interação com o aluno, tentando minimizar a falta que o aluno pode sentir do contato com o professor e os colegas. O tutor tem papel fundamental para sucumbir um dos grandes desafios desse modelo que é a evasão, principalmente com pessoas que nunca participaram de cursos a distância. No modelo com encontros semi presenciais o tutor tem o mesmo papel do modelo sem encontros presenciais, porém conta com os momentos presenciais de interação, que poderão ser realizados por um professor, com a ajuda do tutor ou com a sua participação. É importante que o tutor participe dos encontros presenciais. Muitos autores ressaltam o papel fundamental do tutor em ações de EAD. O papel do tutor será mais bem detalhado na UEA 5, que abordará Sistemas Interativos. Modalidade Com Tutoria Inteligente Este modelo também pode ser usado em modelos sem encontros presenciais e também em semipresenciais. Neste modelo o material utilizado na educação a distância tem papel fundamental, pois ele conterá elementos que poderiam ser utilizados pela pessoa do tutor. O material deve ser auto-explicativo, sempre considerando que o aluno estudará realmente sozinho e não terá tutores para recorrer em caso de dúvida. Se for utilizado em modelos semi presenciais, o aluno poderá anotar suas dúvidas e interagir com outras pessoas nos encontros presenciais. Para o modelo sem encontros presenciais é preciso que no momento de elaboração dos materiais sejam consideradas todas as dúvidas que possam surgir e também elementos dialógicos e interativos que dêem ao aluno a sensação de que o material está conversando com ele. No caso de programas de computador e internet, podem ser considerados vários elementos interativos. Maiores detalhes sobre tutor inteligente serão abordados na UEA 5 – Processos Interativos. 36 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 03 Pontos Comuns para as Modalidades apresentadas Zentgraf (1992) assinala que as estratégias ou metodologias de utilização dos meios de comunicação na educação a distância são muito variadas, devendose fazer a necessária combinação da comunicação coletiva a distância com elementos de comunicação interpessoal, tendo em vista a superação das limitações de uma educação impessoal e não-dialogada. Desse modo, pode-se, para efeitos didáticos, segundo a referida autora, considerar, no Brasil, três grandes modalidades de estratégias, sendo a primeira por correspondência, em que o material gráfico pode ser acoplado a outros meios, realizando-se a relação professor-aluno, notadamente via correio. Há também a modalidade semi-indireta, quando os momentos de ensino individualizados a distância são intercalados por encontros pedagógicos periódicos. Segue-se ainda a estratégia por multimeios, em que a comunicação se efetiva por televisão ou rádio ou ambos os canais e outros recursos são utilizados como complemento. É importante assinalar, finalmente, que os estudos dos modelos de Educação a Distância, bem como suas possíveis estratégias didáticas de implementação remete-nos, invariavelmente, à análise das distintas possibilidades de um processo comunicacional. O oportuno comentário de Belloni (1999, p. 27) ao abordar as distintas definições de Educação a Distância enfatiza o aspecto de que não há consenso entre os autores a respeito de uma única definição sobre EAD, revelando, assim, a complexidade em torno do assunto. A autora identifica, porém: "[...] algumas fortes tendências em relação ao futuro da EAD no campo educacional, considerando a perspectiva de educação ao longo da vida: em primeiro lugar, haverá uma grande expansão de experiências diversificadas de Ensino a Distância que virão a complementar ou substituir os sistemas convencionais no atendimento a certas demandas emergentes de formação inicial e/ou contínua; em segundo lugar, surgirão cada vez mais formas híbridas de educação e formação, combinando atividades presenciais e a distância e tendendo a promover a cooperação, intercâmbio e integração dos dois tipos de sistemas; e, por último, essas inovações educacionais tenderão a utilizar de modo mais intenso e integrado todas as potencialidades pedagógicas das NTIC (CARMO, 1997; PERRIAULT, 1996; BLANDIN, 1990)". Assim é que, sintetizando o que foi tratado até aqui, parece não haver discordância entre os autores no sentido de que a Educação a Distância é uma prática educativa realizada predominantemente a distância e intermediada por um sistema de multimeios, materiais e tutorias. Por outro lado, muito embora o fator a distância, como você viu, seja considerado como a sua principal característica, constitui, também, um dos pontos mais polêmicos e, por isso, passível de crítica pelos que discutem a sua validade. 37 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 04 Aula 04 Você estudará, agora, os impactos e influências das novas tecnologias sobre a Educação a Distância. Os ambientes e as comunidades virtuais de aprendizagem também são assunto desta aula. Aproveite!! As Novas Tecnologias de Comunicação e Informação no Contexto da EAD No final da década de 90, a UNESCO promoveu uma ampla discussão sobre o impacto das novas tecnologias nos ambientes educacionais, visando extrair dessa tarefa diretrizes e recomendações para a Educação no mundo face a esse novo momento da humanidade. O resultado desse esforço está publicado no Relatório Jacques Delors. De maneira resumida, podemos dizer que se trata de uma síntese reflexiva a cerca do processo educacional e suas possibilidades no contexto mundial contemporâneo, definitivamente alterado pelo advento das chamadas novas tecnologias de comunicação e informação, as NTCIs. Entre outras recomendações, o citado relatório sugere que as novas tecnologias devem suscitar: a) a reflexão sobre o acesso ao conhecimento no mundo; b) a diversificação e o aperfeiçoamento do Ensino a Distância recorrendo às novas tecnologias; c) a crescente utilização dessas tecnologias no âmbito da educação de adultos, em particular para a formação contínua de professores; d) o reforço da infra-estrutura tecnológica nos países em desenvolvimento, assim como a difusão das tecnologias por toda a sociedade, pré-requisitos indispensáveis no contexto dos sistemas educativos formais e não-formais; e e) o lançamento de programas de difusão de novas tecnologias sob os auspícios da UNESCO. Site da UNESCO sobre programa na área de educação É apresentada, ainda, uma importante ressalva que, em linhas gerais, está expressa na seguinte premissa: ensinar é uma arte e nada pode substituir a riqueza do diálogo pedagógico. A revolução midiática, porém, abre ao ensino vias inexploradas até porque inéditas. As novas tecnologias ampliaram 38 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 04 sensivelmente as possibilidades de armazenamento, busca e transmissão da informação, colocando à disposição do estudante um manancial inesgotável de informações. Essas modificações podem permitir ao estudante desenvolver suas potencialidades para a pesquisa, enquanto ao professor caberá ensiná-lo a avaliar e gerir, na prática, as informações que coletar. Essa perspectiva coloca-se igualmente para cursos presenciais bem como para aqueles desenvolvidos a distância em ambientes virtuais. Moraes (1996) assinala a questão do paradigma educacional emergente e de suas implicações na formação do professor e nas práticas pedagógicas. Assim, propõe: "Uma educação centrada no 'sujeito coletivo' que reconhece a importância do outro, a existência de processos coletivos de construção do saber e a relevância de se criar ambientes de aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento do conhecimento interdisciplinar, da intuição e da criatividade existente no mundo e oferecer a nossa parcela de contribuição para a evolução da humanidade". Enfatiza também que: "Ao lado desses aspectos, reconhecemos o indivíduo como hólon, um todo constituído de corpo, mente, sentimento e espírito, dotado de uma dimensão social, que necessita educar-se ao longo da vida, desenvolver-se, (...) em direção a um crescimento interior, do autoconhecimento, que o indivíduo saberá quem ele é, qual o seu mais alto potencial e as qualidades que possui (...). Daí a importância fundamental de focalizarmos o desenvolvimento humano como fator preponderante desse momento de transição, como a argamassa principal de um processo de transformação que não significa apenas mudança, mas sim transformação radical que afetará cada um de nós e as próximas gerações". O amplo leque de possibilidades tecnológicas hoje ao alcance da Educação a Distância põe em questão até mesmo a denominação a distância, ou seja, a distância geográfica deixa de ser limitante, as fronteiras estão cada vez mais diluídas. É com base nesse pressuposto, por exemplo, que Litwin (2001) considera que a "distância física, deixou de ser a principal característica da EAD (...)". De fato, tal pensamento procede se pensarmos nas vastas possibilidades que tal aparato tecnológico põe à disposição da EAD, entre as quais propiciar ao aluno a distância realizar distintas formas de interação com seus colegas e tutores, fazendo refluir, de certo modo, o sentido da solidão. As Novas Tecnologias de Comunicação e Informação no Contexto da Educação a Distância 39 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 04 De acordo com Moore e Kearsley (2007) vivemos numa era de explosão da informação. Na escola de Gerenciamento da Informação e Sistemas da University of Califórnia – Berkeley, foram feitas pesquisas para tentar fazer os cálculos de quanta informação é produzida e chegaram a conclusão de que é como se todas as pessoas do mundo produzissem o equivante a quinze mil páginas de textos manuscritos por ano. Os pesquisadores descobriram que está diminuindo a quantidade de textos impressos, pois a maioria das informações é digital e é onde ocorre o crescimento mais acelerado da produção da informação. Também foi descoberto que está havendo uma democratização da informação, cerca de 55% dos discos rígidos estão instalados em computadores pessoais. Uma das conseqüências da explosão das informações é a defasagem das informações; há uma desatualização muito grande das informações a que temos acesso que elas precisam ser constantemente atualizadas ou complementadas, reforçando ainda mais a necessidade de que a aprendizagem seja contínua. Moore e Kearsley (2007) indicam alguns avanços tecnológicos atuais que têm influência na vida das pessoas e no processo de EAD: a) internet com banda larga; b) apresentações multimídia variadas são apresentadas em diferentes mídias; c) ampla utilização de aparelhos e gravadores de DVD; d) áudio e vídeo transmissíveis em tempo real; e) cabos de memória USB; f) possibildiade de armazenar dados na internet; g) ampliação do uso de redes sem fio; h) música, vídeos e aparelhos de MP3 e MP4; i) televisão digital interativa; j) câmeras digitais e web câmeras; k) computadores portáteis cada vez menores; l) ampla utilização de correio eletrônico; e m) mensagens por textos, ilustrações e videofones. Os mesmos autores fazem uma previsão da tendência dos avanços tecnológicos para os próximos anos: sensores táteis muito semelhantes às sensações humanas; total interação por voz com máquinas; superação de usuários de internet via TV superando aqueles que utilizam computador. brinquedos e robôs com reações emocionais; TV em 3D sem o uso de óculos especiais; videoconferência em 3D; realidade virtual, sendo utilizada para o ensino de diversas disciplinas, como Ciências, Geografia, etc. 40 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 04 É muito provável que essas previsões sejam alcançadas e até superadas, pois, diferente de outros séculos em que se levava, muitos anos para surgirem novas tecnologias, atualmente levam-se segundos. Cultura Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem e a EAD Antes de abordarmos a questão da educação em ambiente virtual, vamos conversar um pouco sobre interação e interatividade, tão comentados nesta era da navegação virtual. Comecemos por observar que, para alguns autores, há diferença conceitual entre os dois termos. Para Belloni (1999), interação humana é a ação recíproca entre dois sujeitos, e pode ser direta ou mediatizada por algum recurso comunicacional. Já a interatividade pode estar relacionada tanto às potencialidades técnicas oferecidas por um determinado meio quanto à ação humana com a respectiva retroação da máquina. Ambientes de Suporte á Educação a Distância Por outro lado, Guadamuz (1997) distingue dois tipos de interatividade: transitiva e intransitiva. Ele entende como "interatividade transitiva a que é permitida pela máquina, a intervenção do usuário para modificar o curso de alguma coisa, para realizar uma ação sobre o programa, é a comunicação com a máquina. Já a interatividade intransitiva é entendida como interação significante que ocorre na cognição e na afetividade do usuário em situação de aprendizagem ao reagir mentalmente, é a comunicação com o autor da programação". Esse último é, segundo a autora, o de uso mais corrente do termo interatividade, abrangendo a interação humana, naturalmente mediatizada por um recurso telemático. Segundo Jonassen (1996), um curso desenvolvido em ambiente virtual e numa perspectiva construtiva e colaborativa deve estimular os alunos a realizarem uma aprendizagem significativa. Outra possibilidade significativa é a de construção de comunidades virtuais de aprendizagem, onde as informações são compartilhadas e socializadas entre os participantes, por meio de fóruns temáticos, lista de discussão e chats. A conformação de tais espaços virtuais, aliás, tem se manifestado como tendência da educação em todo o mundo. 41 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 04 Em comunidades assim, a idéia é que a aprendizagem seja construída por meio da participação de seus membros, do diálogo e da troca de experiências. Para que ela se desenvolva na plenitude é preciso que os membros da comunidade desenvolvam a prática da troca de informações no ambiente virtual e que todos se envolvam na construção conjunta do conhecimento concernente àquele grupo. Por conseguinte, a busca do conhecimento compartilhado manifesta-se como desdobramento dessa nova faceta da Educação a Distância na era digital. Site sobre ferramentas de interação para EAD Vale ressaltar que tais comunidades só se tornaram possíveis com o advento da grande rede mundial de computadores, a Internet. Outro fenômeno típico dela decorrente é o hipertexto, recurso de edição de conteúdos por conexões (links), que também pode ser utilizado na criação de cd-roms. Além desses, outros recursos comunicacionais e telemáticos estão ao dispor da EAD, desde o mais tradicional material impresso até os satélites, passando por vídeos, rádio, teleconferência e outros. Ambientes de Aprendizagem a Distância Mata (1995) ressalta que "todo esse aparato pode oferecer inúmeras possibilidades para criar, armazenar, distribuir, apresentar informações, motivar, interagir e estabelecer relações no âmbito da mediação pedagógica". Como sabemos, todo esse contexto tecnológico começou a expandir-se de forma bastante expressiva nas duas últimas décadas do século XX, expansão que logo se fez notar no campo educacional, tanto na modalidade presencial como na a distância. Desde então, as novas tecnologias têm propiciado um novo ritmo à chamada era da informação. A aprendizagem passa a ser mediada pelo computador, que, cada vez mais, se afirma como meio de grande potencial interativo. As perspectivas educacionais ampliam-se sensivelmente, conformando novos perfis de educador e de aprendiz, pois como bem observa Bordenave (1987), "a idéia de que a educação só é possível quando o professor e o aluno acham-se fisicamente no mesmo lugar vem do tempo em que a palavra, o gesto e o desenho eram os únicos meios de comunicação disponíveis". O avanço da ciência e o advento de novas tecnologias têm feito informação e conhecimento caminharem em ritmo muito acelerado. Isso significa que os profissionais precisam estar permanentemente sendo 42 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 04 reciclados, atualizados, procurando ter acesso a novas informações. A informação e o conhecimento são, cada vez mais, fatores decisivos que influenciam a modernização e o desenvolvimento de qualquer sociedade e do cidadão em si. Revista Conect@ com textos sobre cultura digital Comenta Yalli (1995) que, neste terceiro milênio, parece ser patente que a educação não poderá ser oferecida apenas mediante um sistema de ensino face a face — e isso para todos os segmentos da população. Alerta ainda que as diversas correntes educativas da atualidade consideram a impossibilidade de seguir restringindo a educação ao espaço rígido de uma sala. O motivo é que a educação contemporânea requer condições que os meios educativos atuais, nascidos em épocas históricas com outras exigências, não são mais operacionais. Corroborando tais considerações, Leite e Silva (1998) abordam a questão da sociedade conectada e os caminhos para a formação de professores, ressaltando que: "É inegável o grande potencial das redes de computadores para a educação. No entanto, se observarmos o caso das universidades públicas brasileiras, por exemplo, carentes de recursos humanos e de infra-estrutura tecnológica, a viabilidade da formação dos educadores em novas tecnologias torna-se bastante questionável e ao mesmo tempo incipiente. Isso, sem dúvida, prejudica a formação de profissionais da educação que terão dificuldade em utilizar apropriadamente essas tecnologias em ambientes de ensino-aprendizagem." Diante desse cenário desafiador, o que se busca também é compreender novas maneiras de ensinar e aprender. Assim, tal influência se manifesta nas nossas formas de pensar, nas nossas possibilidades de nos relacionarmos com o outro, mas em especial no ambiente educativo no modo como aprendemos e ensinamos. Site da Cidade do Conhecimento Convém frisar que a tecnologia em si não é boa ou má, tampouco uma solução milagrosa para os dilemas da educação. Somos nós que daremos a ela um uso adequado ou não. Desse modo, todos nós, sobretudo os educadores, precisamos encarar o novo com a mente aberta, desprovida de qualquer preconceito e motivados pela vontade de aprender. A atitude de ignorá-lo não é pertinente em uma época em que a medicina, as engenharias, a pesquisa científica e mesmo a educação, entre outras áreas do conhecimento, têm sido, em maior ou menor grau, consideravelmente beneficiadas com seu avanço. 43 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 04 Vale recordar que, já em outros tempos, mais especificamente com o advento da impressão tipográfica, a educação sofreu forte impulso. Não só pela possibilidade de registro e armazenamento dos conteúdos em forma de livros, mas pela possibilidade de tais conteúdos impressos poderem ser enviados a outras localidades, o que poderia se considerar como fase embrionária da Educação a Distância. Segundo Pontes (1999), a dimensão da educação virtual " é, antes de tudo, educação a distância, que, com essa denominação e com outras tecnologias mais simples já havia rompido a limitação a um ambiente fixo e aos métodos viáveis somente com a presença física, face a face, de professor e estudantes". Ele vai além e afirma que tal modalidade educacional não poderia sequer ter sido concebida fora do contexto das novas tecnologias de comunicação e informação. Comenta Pontes: "Virtual - o mais recente adjetivo agregado à educação — é definido como 'o que existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito atual; suscetível de se realizar; potencial; o que está predeterminado e contém todas as condições essenciais à sua realização; que tem capacidade para produzir um efeito, ainda que não produza no momento presente; implícito, tácito' (...) Essas definições são de três dicionários em diferentes línguas (português, espanhol e inglês) e são consensuais". Ferramentas sobre Criação de Cursos e Comunicação Via Web Ele ressalta, entretanto, que pelo menos por enquanto estamos longe de um consenso em torno de definições do que seja educação virtual. De acordo com Demo (2001, p. 56), a própria dificuldade de se definir a realidade virtual começa pelo termo realidade, porque se trata de realidade ao mesmo tempo menos palpável e cada vez mais presente. Assim, afirma: "Todas as definições se mostram parciais. Seu oposto não é o real, obviamente, porque o mundo da informática é incrivelmente real; não é atual, porque a Internet é rede que não se vê, apalpa, mas aí está em torno do planeta eletronicamente ativada; não é simulado, porque a Internet, ao lado de veicular fantasias e falsificações, também permite a vigência de relacionamentos extremamente fortes". Desse modo, os programas educativos contemporâneos mediados pelo computador superam a barreira do tempo e do espaço. 44 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 04 Navegando no Século XXI: Desafios e Tendências É bem possível que ao estudar esta UEA você tenha percebido que, muito embora sejam bastante evidentes as inúmeras possibilidades e tendências de aplicação e expansão da Educação a Distância com o uso das novas tecnologias, grandes são também os desafios a serem superados. Observa, assim, Sarramona (1988) que, apesar de todas as razões que justificam o uso da Educação a Distância, essas não podem ocultar as limitações que condicionam sua eficácia. Salienta, portanto, aspectos relacionados à questão da importância do planejamento e avaliação rigorosos, do elevado grau de dependência da motivação discente, da necessidade de que os estudantes desenvolvam hábitos de estudo independente, da dificuldade de se estabelecer informações de retorno imediato, das limitações inerentes ao estudo solitário e da necessidade da pontualidade e correção no envio e recepção das mensagens. Link para Comitê Gestor da Internet no Brasil Vale ressaltar que muitos dos problemas apontados pela literatura internacional relativos à EAD não foram resolvidos pelas novas tecnologias. Parte deles, porém, foram sensivelmente minimizados, sobretudo no que diz respeito à interatividade, seja em atividades síncronas ,seja nas assíncronas. As atividades síncronas são aquelas em que os participantes interagem em tempo real, como nos chats, por exemplo. As atividades assíncronas ocorrem quando os participantes não estão conectados simultaneamente, a exemplo dos fóruns e do e-mail. Do ponto de vista da interação pedagógica, em que são estabelecidas as relações aluno-aluno e professor-aluno, podemos dizer que esses tipos de atividades são muito importantes em cursos virtuais, notadamente as assíncronas, por propiciarem oportunidade de tempo para maior reflexão, contribuindo assim com uma perspectiva construtiva da aprendizagem. No que tange à participação do tutor ou professor, é fundamental que ele esteja preparado para atuar nesse contexto virtual. Isso porque, ao mesmo tempo em que precisa estar diariamente acompanhando o processo de desenvolvimento do curso, deve também se empenhar em oferecer elementos que gerem motivação nos alunos a exercitarem as trocas virtuais como forma de praticarem a necessária autonomia. Assim como a motivação, outro fator determinante é a afetividade, componente básico da aprendizagem em qualquer circunstância. De acordo com Preti (2000), no tocante à dimensão afetiva em programas educativos a distância, deve-se: 45 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 04 "conhecer e tomar posição não é algo árido, seco e vazio. Requer coração, emoção e paixão. Todo projeto educativo deve ser encarado como algo prazeroso, para que marque a diferença.(...) O entusiasmo naquilo que se faz é ponto de partida e de chegada para a concretização de projetos alternativos em educação, para que o processo de auto-aprendizagem se dê na sua totalidade e a pessoa se realize como ser humano". Temos, segundo o mesmo autor, que superar a visão reducionista de Homo Faber (materialismo e empirirismo) e nos aventurarmos na perspectiva e na possibilidade do Homo Ludens, do homem que educa o outro e educa a si mesmo num processo construtivo, interativo e, ao mesmo tempo, prazeroso e lúdico. Portanto, o sujeito-aprendiz, com suas emoções e sentidos, não é excluído, banido como um não-ser. Ele interage com o outro e com o objeto de sua aprendizagem, com o meio no qual está "inserido" e pelo qual é influenciado e que, ao mesmo tempo, ele influencia. Dessa forma, todos os momentos de encontro, de trocas, de diálogos e olhares são valorizados. Ao falar sobre a afetividade na educação, refere o mestre Paulo Freire (1998) que "na verdade, é preciso descartar como falsa a separação radical entre seriedade docente e afetividade. A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. Ensinar exige querer bem os educandos". Essa é, pois, outra fundamental preocupação e um procedimento didático que os professores atuando em ambientes virtuais têm que aprender a desenvolver. Considerando a importância da afetividade em todas as esferas educacionais, ressaltamos que qualquer que seja o modelo de EAD utilizado esse fator precisa ser contemplado. A questão afetiva e relacional não se restringe ao tutor e sim a todas as pessoas envolvidas no processo, seja da área administrativa, do suporte, qualquer um que tenha contato com o aluno pode afetar o seu processo de aprendizagem e precisa estar preparado para relacionar-se de maneira adequada. Na tele educação via satélite, haverá um professor apresentando sua aula para alunos em salas de aula distantes presencialmente dele, a sua forma de atuar pode ser o diferencial que levará ao sucesso do curso e o aluno a concluí-lo, da mesma forma o monitor que estiver em sala presencialmente com os alunos tem que ser preparado para desempenhar sua função da forma esperada. Pólos de apoio presencial contam com uma equipe de apoio e também tutores que irão suprir, em muitos casos as dificuldades encontradas pelo aluno que está na maior parte do tempo estudando sozinho. Em ambientes virtuais, como no modelo Universidade Virtual, já é comprovado que a forma de atuação e o envolvimento do tutor são importantes diferenciais para os alunos. 46 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Aula 04 Em vídeo-educação, além dos monitores em sala estarem devidamente preparados para relacionar-se com os alunos, a maneira como é planejado o vídeo também deve considerar a forma de abordagem, preferencialmente sendo desenvolvido como se as pessoas do vídeo conversassem de maneira amigável com os alunos. No modelo Unidade Central, os encontros presenciais representam os momentos de interação com outros participantes e devem ser pensadas atividades que proporcionem e incentivem esses momentos. Desse modo, são diversos os aspectos que precisam ser cuidadosamente examinados para que os cursos a distância em ambientes virtuais tenham qualidade, pois que dependem, substancialmente, de uma infra-estrutura de certa complexidade e de uma equipe multidisciplinar atualizada e dinâmica. O tutor de sua turma informará data e local para realização de um chat. Para o chat reflita sobre a seguinte frase de Benjamin Franklin: “para fazer com que maus costumes de um país mudem e novos e melhores costumes sejam introduzidos, é necessário primeiro... convencer as pessoas de que seus interesses serão promovidos pelas mudanças propostas e que esse não é trabalho de um único dia”. Você acredita que essa frase tem alguma relação com educação a distância? Pense sobre isso. O debate será feito no chat. 47 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Referências Referências Bibliográficas ANDRADE, Arnon A. Mascarenhas de. Novas tecnologias? Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, ABT, V.22, n. 113/114, p.20-22, jul./out.1993. ARETIO, Lorenzo Garcia. Para uma definição de educação a distância. Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, ABT, v. 16, n. 78/79, p.56-61, set./dez. 1987. ARMENGOL, Miguel Casas. Universidad sin clases: educación a distância en América Latina. Biblioteca de Cultura Pedagógica. Venezuela, OEA, UNA, 1987, 341p. BLANDIN, B. ´´Formateurs et Formation Multimédia'', in Les Éditions d'Organisation. Paris, 1990. BARRETO,R.G. As novas tecnologias e implicações na formação do leitor. In: Marildes Marinho (or.). Ler e navegar: espaços e percursos da leitura. Campinas (SP): Mercado de Letras/ Associação de Leitura do Brasil (ALB) , 2001. BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. Campinas,SP, Autores associados, 1999,p.3-7 BORDENAVE, Juan E. Dias. Teleducação ou educação a distância: fundamentos e métodos. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1987. 77p. ___________. Pode a educação a distância ajudar a resolver os problemas educacionais do Brasil?. Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro - ABT, v. 17, n. 80/91, p. 31 - 36, jul./dez. 1988. BRASIL. ministério da Educação e do Desporto - mec. Plano decenal de educação para todos. Brasília, 1993. 102 p. CARMO, H. Ensino Superior a Distância, vols. I e II. Lisboa: Universidade Aberta, 1997. ___________´´A Educação Intercultural de Professores: A Experiência da Universidade Aberta". Trabalho apresentado no XIX FIPLP, Recife, 1997ª DELORS, Jacquesn et ai. Educação: Um Tesouro a Descobrir. Porto: Edições ASA, 1996. DRUCKER, P.F. (1993). Post- Capitalism Society. New York: Harper Collins. Traduzido para o Português como Sociedade Pós- Capitalista. São Paulo: Pioneira. FAGUNDES, Léa da Cruz. Educação a Distância e as Novas Tecnologias. Revista Tecnologia Educacional, vol. 25, no. 132/133, 20-23, Dez, 1996. 48 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa -, Paz e Terra, 8ª ed., São Paulo, 1998. FREITAS, Kátia Siqueira de. Importância da teleducação na capacitação de professores. Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, ABT, v. 22, n. 123/124, p. 42 - 6, mar./jun. 1995. GENTILI, Pablo. Neoliberalismo e educação : manual do usuário. In: SILVA, Tomaz Tadeu da, GENTILI, Pablo. Escola S.A: quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo. Brasília: CNTE, 1996, p.9-49 KERR, C. The uses of the university. Cambridge, Mass., Harvard and University Press, 1999.130p. KEEGAN, D.Y. On Defining Distance Education, "Distance Education". v. 1,(1), p.13 - 36, 1980. In: TRINDADE, Armando Rocha. Fundamentos da Educação à Distância. Panorama Conceitual da Educação e do Treinamento à Distância. Tradução por: José Geraldo Campos Trindade, Brasília, UNB, mar., 1997. 56p, (mimeo). KEEGAN, D.Y. On Defining Distance Education, "Distance Education". v. 1,(1), p.13 - 36, 1980. In: TRINDADE, Armando Rocha. Fundamentos da Educação à Distância. Panorama Conceitual da Educação e do Treinamento à Distância. Tradução por: José Geraldo Campos Trindade, Brasília, UNB, mar., 1997. 56p, (mimeo). LEITE, Lígia Silva e SILVA, Christina Marília Teixeira da. A educação a distância capacitando Professores: em busca de novos espaços para a aprendizagem. http://www.intelecto.net/ead/ligia-cris.htm . 1998. LIMA, Elizabeth Danziato Rego. Possibilidades e Limites da Educação a Distância: " Um Salto Para o Futuro'' no Distrito Federal. Universidade Católica de Brasília - UCB, Brasília, Dissertação de Mestrado, 1997. LOBO, Neto Francisco José da Silveira. Educação à distância e novas tecnologias. Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, ABT, v. 22, n. 123/124, p. 13 - 16, mar./jun. 1995. LÓPES, Maria de Jesus. La educación a distancia no Futuro. In: I Congresso Galego de Ensiñanza a Distancia. Madri, 24/25 set. 1992,(mimeo). MATA, Maria Lutgarda. Educação a distância e novas tecnologias - um olhar crítico. Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, ABT, v. 22, n. 123/124, p. 8 - 12, mar./jun. 1995. MORAN, no José Workshop Manuel. Mudanças Internacional na sobre Comunicação Educação pessoal. Virtual), São Paulo, Universidad de Paulinas, Estadual 1998. do Ceará,___________Novos Caminhos no Ensino à Distância. In: Informe CEAD Centro de Educação a Distância. SENAI, Rio de Janeiro, Ano 1, nº 5, out/nov/dez, 1994. 49 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Observação da interação professor-aluno: uma revisão crítica. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n. 12, p. 19-27, mar. 1975. Naisbitt, J. & Aburdene, P. (1990). Megatrends 2000. New York: Avon Books Niskier,Arnaldo. Tecnologia educacional: uma visão política/ Arnaldo Niskier.-Petrópolis, RJ: Vozes, 1993. PASCUAL, Jesus Garcia. Caracteristicas da Sociedade Comteporânea e Educação Virtual:Algumas Reflexões. WISE' 99 - Worshop Internacional sobre Educação Virtual- Fortaleza - CE. p.67., 1999. PASSARELLI, Brasilina. Hipermídia na aprendizagem - Construção de um protótipo interativo: A escravidão no Brasil. Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, ABT, v. 22, n. 113/114, p. 35-38, jul./out., 1993. PETERS, O. Otto Didática do ensino a distância .São Leopoldo, RS, Vale do Rio dos Sinos,2001. PERRENOUD, P.(2000). Novas Competências para ensinar. Porto Alegre, Artes Médicas, 2000. PERRIAULT, J. La Communication du Savoir à Distance. Paris: L'Harmattan, 1996. PONTES, Elício. Ambientes Virtuais de Aprendizagem Cooperativa. WISE 99( Conferência no Workshop Internacional sobre Educação Virtual), Universidade Estadual do Ceará, UNESCO, Governo do Estado do Ceará, Fortaleza, (versão revisada) 2000. PRETI, Oreste (org.). Educação a distância: construindo significados .Cuiabá: NEAD/IE -Ramos. Multirreferencialidade nas Ciências e na Educação. Joaquim Gonçalves Barbosa (Coordenador), UFSCar, 1998. RUGGIERO, Suzana M. Produción de materiales audiovisuales para sistemas educativos a distância: um planejamento crítico. Revista Iberoamericana de Educación Superior a Distancia, San José, UNED, v.1, n.3, 1989. SALGADO, S (2000). Programa "Roda Viva". TV Cultura, in Valente (2001). SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e Interdisciplinariedade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. SARAIVA, Terezinha. O desafio da educação a distância. Relatório do Seminário Nacional de Educação a Distância. Brasília, MEC, p. 30-31, 1994. SARRAMONA, Jaime. La posibilidad de la educacion técnico - profesional a distância. Revista de Tecnologia Educativa. Santiago, OEA, v. X, n.4, p. 221 - 235, 1988. 50 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências SOCIEDADE da informação, nova ordem econômica inclui o Brasil. Jornal do Comércio, Recife, 15 jun. 1997. Economia, p.4. STRUCHINER, Miriam, REZENDE, Flavia, RICCIARDI, Regina Maria Vieira e CARVALHO, Maria Alice Pessanha de. Elementos Fundamentais para o Desenvolvimento de Ambientes Construtivistas de Aprendizagem a Distância. Revista Tecnologia Educacional, vol. 26 (142) , Jul/Ago/Set, 03-11, 1998. SUÁREZ, Joaquím Lara. Uso de nuevas tecnologias de información y la reconstrucción del aula. Revista de Educación A Distância. Centro Nacional de Educación Básica a Distância. Instituto Nacional de Bachillerato a Distância, Madri, n. 2, p. 59 - 66, nov. 1991. Toffer, A.(1990). Power Shift: Knowledge, wealth and violence at the edge of the 21 st century. New York : Bantam Books. Traduzido para o Português como Powershift: as mudanças do poder, Editora Record. TRINDADE, Armando Rocha. Fundamentos da Educação à Distância. Panorama Conceitual da Educação e do Treinamento à Distância. Tradução por: José Geraldo Campos Trindade, Brasília, UNB, mar., 1997. 56p,( mimeo). VALENTE, José Armando. Criando oportunidades de aprendizagem continuada ao longo da vida. ( Artigo a ser publicado na Revista Pátio. Artes Médicas . Campinas, 2001. YALLI, Juan Simon. Educação a distância. Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, ABT, v. 22, n. 123/124, p. 37 - 41, mar./jun. 1995. ZENTGRAF, Maria Cristina. Educação a distância e formação e aperfeiçoamento do magistério. Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, ABT, v.18, n. 89/90/91, p. 19 - 26, jul./dez. 1989. "Um Salto Para o Futuro": Teleducação como um meio de capacitação docente. Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, ABT, v.21, n. 105/106, p. 7 - 11, mar./jun. 1992. Referências Eletrônicas Globalização, Novas Tecnologias, Educação e Trabalho: uma reflexão sobre a possibilidade de superação da exclusão http://www.nuppead.unifacs.br/global.pdf Artigo sobre A "Era da Globalização" e o Novo Paradigma Educacional http://rpaisant.vilabol.uol.com.br/artigos/globeduc.html Artigo sobre Sociedade da informação: democratizar o quê? http://www.faced.ufba.br/not/83.htm 51 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Artigo sobre A Globalização e os Impactos da Tecnologia da Informação http://www.focca.com.br/scientiauna105.htm Artigo sobre Globalização, ontem e hoje http://www.terra.com.br/voltaire/atualidade/globalizacao.htm (Site Atualidade) Artigo sobre A globalização numa perspectiva sociocibernética http://www.uff.br/mestcii/cc2.htm Portal sobre Globalização, Internacionalização, Localização e Tradução http://www.globalization.com (em inglês) Textos de Conferências proferidas pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso sobre Globalização e Outros Temas Contemporâneos http://www.planalto.gov.br/publi_04/colecao/globa.htm Boletim Outra Globalização http://www.outraglobalizacao.jor.br/ Revista Carta Capital http://www.terra.com.br/cartacapital/globalizacao/capa.htm Artigo sobre O Estado da Globalização http://www.artnet.com.br/gramsci/arquiv109.htm Projeto NEG - Núcleo de Estudos da Globalização http://globalization.cjb.net/ Artigos sobre Globalização, resistências e alternativas http://www.diplo.com.br/aberto/0103/indice.htm Resenha do livro do professor João Antonio Zuffo - A Infoera: O imenso desafio do futuro http://www.lsi.usp.br/~infoera/ Educação a Distância Educnet - Conceitos sobre EAD, Instituições, Tecnologia e Links interessantes http://www.cciencia.ufrj.br/educnet/ 52 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Definições Clássicas e características de EAD http://www.webschool.com.br/ead_conceitos.php3 Escola do Futuro da USP - Núcleo de Pesquisa das Novas Tecnologias da Comunicação Aplicadas à Educação http://www.futuro.usp.br Fundação Getúlio Vargas - Ensino baseado na Web. http://www.fgvsp.br/ead Fundação Vanzolini - Laboratório de Tecnologias em Educação (LTE) http://www.vanzolini-ead.org.br Artigo sobre Educação a Distância e as Novas Tecnologias de Informação e Aprendizagem http://www.engenheiro2001.org.br/programas/980201a1.htm Intelecto - Informações, artigos, links sobre EAD entre outros http://www.intelecto.net Artigo sobre Noções de Educação a Distância http://www.intelecto.net/ead/ivonio1.html Grupo Temático de Educação a Distância (GT-EAD) http://www.mat.unb.br/ead/ Links para artigos interessantes e outros sites sobre EAD http://www.connect.com.br/%7Efabia/ Site do Prof. Nelson Pretto (UFBA) http://www.ufba.br/~pretto/ Projeto E - Fundação Vanzolini http://www.projetoe.org.br Projeto Kidlink Brasil http://mirror.kidlink.dk/brasil/currmwl.html Projeto SIAE - Sistema Integrado de Apoio ao Ensino (USP) http://www.usp.br/siae Prossiga - Biblioteca Virtual de Educação à Distância http://www.prossiga.br/edistancia/ 53 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão da PUC-SP http://cogeae.pucsp.br Artigo sobre a Educação à Distância Mediada por Computador (EDMC) - Uma Proposta Pedagógica para a Pós-Graduação http://www.puccamp.br/~prates/edmc.html Artigo sobre Educação a Distância e o WWW http://tecfa.unige.ch/edu-comp/edu-ws94/contrib/peraya.fm.html Journal of Library Services for Distance Education http://www.westga.edu/library/jlsde/ Educational MOOs (and a Mush) Peterson's Distance Learning http://iiswinprd03.petersons.com/distancelearning/default.asp Resources for Distance Education http://webster.commnet.edu/HP/pages/DARLING/distance.htm TEAMS Distance Learning http://teams.lacoe.edu/ Using Research to Design Effective Distance Education http://www.oise.utoronto.ca/~ggay/distance.htm Using the World Wide Web to Build Learning Communities in K-12 http://www.ascusc.org/jcmc/vol2/issue3/gordin.html American Center of Study of Education - Journal of Distance Learning http://www.ed.psu.edu/acsde/ Archipelago - Multimedia Distance Learning & Education http://www.archipelago.com/ Asynchronous Learning http://www.enmu.edu/async/asynchronous.htm Campus Digital - Educação a Distância pela Internet http://www.campusdigital.com/campus/index2.htm 54 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Facilitating Interaction in Computer Mediated Online Courses http://jan.ucc.nau.edu/~mpc3/moderate/flcc.html Flexible Learning http://cedir.uow.edu.au/NCODE/ Interaction Options for Learning in the Virtual Classroom – ATL http://www.atl.ualberta.ca/articles/disted/interact_options.cfm TeleEducation NB Home Page http://teleeducation.nb.ca/home/ Telementoring Resources & WWW Links http://nsn.bbn.com/telementor_wrkshp/tmlink.html Telementoring-Web Links about Telementoring http://www.2learn.ca/Projects/Together/KWORDS/telemenw.html The Distance and Education Training Council Online http://www.detc.org/ The KnowledgeWeb - A KMI book http://kmi.open.ac.uk/knowledgeweb/ Third Stream Computing Distance Learning Info Page http://www-ts.cs.oberlin.edu/rooms/distlearning.html Two instruments for evaluating the effectiveness of eletronic education systems http://www.educationau.edu.au/archives/Cons3/Consult3.htm TeleEducation NB Home Page http://teleeducation.nb.ca/home/ TeleLearning – NCE http://www.telelearn.ca/ Web Based Instruction Resources http://english.usu.edu/jcurry/wbi.html Impressões de um educador online a partir do uso de ferramentas de courseware. http://www.aquifolium.com.br/educacional/artigos/vanguarda.html 55 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências O Professor Virtual - reflexões sobre seu papel e sua formação http://www.revistaconecta.com/conectado/katia A Interação no Processo de Educação a Distância http://www. Netpage.em.com.br/mines/semint.htm Student's Distress with a Web- based Distance Education Course http://www.slis.indiana.edu SEED - Secretaria de Educação a Distância http://www.mec.gov.br/seed/default.shtm ABED - Associação Brasileira de Ensino a Distância http://www.abed.org.br Quem tem medo do Ensino a Distância http://www.colegioeinstein.com.br/consuelo.html Tecnologia e Educação Textos de Pierre Levy http://portoweb.com.br/PierreLevy/educaecyber.html Edutecnet - Rede de Educação e Tecnologia http://www.edutecnet.com.br/ Repositório de Informática na Educação na UFRGS http://penta2.ufrgs.br/edu/home_edu.htm Enciclopédia de Tecnologia Educacional http://coe.sdsu.edu/eet/ Site com Links para artigos sobre Educação a Distância e Instituições http://www.cudenver.edu/~mryder/itc_data/distance.html Hazel's Homepage, Internet na sala de aula, videoconferência e outros http://www.marshall-es.marshall.k12.tn.us/jobe/ International Telementor Center http://www.telementor.org/ 56 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências National Telecommunications and Information Administration http://www.ntia.doc.gov/ Download do Windows NetMeeting 3.01 http://www.microsoft.com/windows/netmeeting/download/nm301x86.asp Video Conferencing in the Classroom http://www.marshall-es.marshall.k12.tn.us/jobe/vcsuggest.html Videoconferencing Cook Book http://sunsite.utk.edu/video_cookbook/ Videoconferencing for Learning http://www.kn.pacbell.com/wired/vidconf CEO Forum of Education and Technology http://www.ceoforum.org/ Clearinghouse for Training, Education and Development http://cted.inel.gov/cted/ Educational Technology & Society http://ifets.gmd.de/periodical/ Encyclopedia of Educational Technology http://coe.sdsu.edu/eet/ High Education Case Study Library http://www.microsoft.com/education/hed/cssearch.asp IIEE LFTF - Colaborative Projects http://lttf.ieee.org/projects.htm Interactive Multimedia Eletronic Journal of Computer - Enhanced Learning http://imej.wfu.edu/ Issues in Teaching with Technologies http://olt-bta.hrdc-drhc.gc.ca/pract/issues.html Journal of Computer Assisted Learning http://www.lancs.ac.uk/users/ktru/jcaljrnl.htm 57 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Journal of Interactive Media in Education http://www-jime.open.ac.uk/ Media Literacy Online Project http://interact.uoregon.edu/MediaLit/HomePage Telecoms Virtual Library http://www.analysys.com/vlib/ The Cronicle of High Education http://chronicle.com/ The Commonwealth of Learning http://www.col.org/ The NODE Learning Technologies Network http://node.on.ca/ Using interactive technology for access to student services at a distance- sharing experiences http://www2.nu.edu/nuri/llconf/conf1995/workman.html Aprendizagem Colaborativa em Mundos Virtuais http://www.unicamp.br/~hans/lite/sapiens/relat.html Site do Prof. Moran com textos e links sobre Comunicação e Novas Tecnologias http://www.eca.usp.br/prof/moran Vale do Futuro- Internet na Escola http://www.valedofuturo.com.br/ Ambiente WebCT http://yguassu.redealuno.usp.br:8900 Palestras sobre WebCT http://www.usp.br/cce/mural Dúvidas e sugestões WebCT [email protected] Escola do Futuro http://www.futuro.usp.br 58 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências HTML na Sala de Aula http://www.bauru.unesp.br/np/cursos/html/inicio.htm Educação Continuada de Professores: Uma Exigência do Século XXI http://www.bauru.unesp.br/fc/boletim/educon/secxxi.htm Educação Continuada - Caminho da Cidadania http://www.bauru.unesp.br/fc/boletim/educon/educonci.htm Instituições de Pesquisa , Ensino e Assessoria em EAD PUC-Campinas http://www.puccamp.br/ Telecurso 2000 http://www.telecurso2000.org.br/tele2k/scripts/home.asp Universidade São Francisco http://www.usf.br/ Universidade da Amazônia http://www.unama.br Universidade Anhembi Morumbi http://www.anhembi.br Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal http://www.uniderp.br/home.nsf Universidade do Sul de Santa Catarina http://www.unisul.rxt-sc.br Universidade Potiguar http://www.unp.br Universidade Veiga de Almeida http://uva.br Centro Universitário Newton Paiva http://www.newtonpaiva.br/newtonpaiva6.htm 59 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Centro Universitário Monte Serrat http://www.unimonte.br Centro Universitário do Triângulo http://www.facintr.com.br Centro Superior de Ensino Vila Velha http://www.uvv-es.br Unisinos - Cursos on line na área de Comunicação http://www.unisinos.br/procex/extensao/eventos/index.htm Universidade Federal da Bahia http://www.ufba.br e http://www.ufba.br/educacaoadistancia.html Universidade Anhembi Morumbi http://www.anhembi.br/home.html e http://www1.anhembi.br/ead/cursos1.htm Universidade Federal de Pernambuco ( Virtus) http://www.cac.ufpe.br/pesquisa/index.htm Universidade Federal de Santa Catarina http://www.led.ufsc.br/ Universidade Federal de Uberlândia - Núcleo de Educação Continuada à Distância http://www.proex.ufu.br/necad/index.html Universidade Federal Fluminense ( UFF) http://www.uff.br/mestcii/curso Universidade Sem Fronteiras http://w3.to/universidadesemfronteiras/ Universidade Federal de Santa Catarina http://www.led.ufsc.br/ Universidade Federal do Ceará - Cursos de graduação à distância de Biologia, Física, Matemática Química http://sw.npd.ufc.br/ Universidade Federal do Maranhão - Curso de Especialização em Informática na Educação http://www.ufma.br/ e http://caetano.deinf.ufma.br/edutech/ie/ 60 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Universidade Federal do Pará - Curso de Graduação on line em Matemática http://marajo.ufpa.br/ e http://marajo.ufpa.br/informes/universiaberta.htm Universidade Virtual (Colégio Einstein) http://www.colegioeinstein.com.br/unvirt1.htm Universidade Virtual ( UNIVIR)- Universidade Carioca http://www.univir.br/curso/curso.htm Universidade Virtual da UNB http://www.universidadevirtual.br/index.html Universidade Virtual do Centro Oeste( Univir-CO) http://www.universidadevirtual.br UNESP Bauru http://www.bauru.unesp.br UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas http://www.unicamp.br/ Instituições Internacionais Purdue University https://engineering.purdue.edu/FrE/ Western Governors Univerity - Educação sem fronteiras http://www.wgu.edu/wgu/index.html Consórcio para Trabalho em Rede nas Escolas http://cosn.org/ TeleCampus da Universidade do Texas http://www.utexas.edu/cc/cit/de/deprimer/deprimindex.html Educação a Distância e Conselho de Treinamento (DETC) http://www.detc.org/ Cottage E-School, Teaching on line http://cottagemicro.com/eschool/index.htm 61 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências University of Wisconsin, Distance Education Clearinghouse http://www.uwex.edu/disted/home.html Distance Learning Resource Network (DLRN) http://www.dlrn.org/ Electronic Emissary - Universidade do Texas http://www.tapr.org/emissary/ Mentergy - Where e-Learning means business http://www.ilinc.com/ Teacher Professional Development Institute http://www.tappedin.org/ Telementoring Over the Net http://www.igc.org/iearn/circles/mentors.html Telementoring Web http://mbhs.bergtraum.k12.ny.us/mentor/index.html Telementoring Young Women http://www.edc.org/CCT/telementoring/ Case Study Index http://www.syllabus.com/case_study.html CMC Information Sources http://www.december.com/cmc/info/ Department of Media and Communication(Oslo) http://www.media.uio.no/indeksE.shtml Distance Education at a Glance - Ohio University http://www.uidaho.edu/evo/distglan.html Distance Education Clearinghouse http://www.uwex.edu/disted/home.html Distance Learning http://distancelearn.about.com/ 62 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Ed At A distance- interaction – USDLA http://www.usdla.org/Pages/Liiw.html ED Magazine http://www.usdla.org/Pages/mag.html UCLA Center for Communication Policy http://www.ccp.ucla.edu/ USDLA - United States Distance Learning Association http://www.usdla.org/ UW Center for learning & teaching through technology http://lt3.uwaterloo.ca/ Universidade do Porto - Mestrado em Tecnologia Multimídia http://www.medialab.fe.up.pt/disciplinas/ensdis/default.htm Universidade UNED http://www.uned.es Universidade Aberta de Portugal http://www.univ-ab.pt/ Indicações de Carlos Alberto Ferreira, Gerente do Programa Educacional da Microsoft Brasil http://www.masie.com http://www.newpromise.com http://www.imguniversity.com http://www.ccconline.org http://uts.cc.utexas.edu/~mframe/utsys/utsyscou.html http://www.unet.maine.edu http://www.hoyle.com/distance.htm http://history.idbsu.edu/westciv http://www.suu.edu/ced/distance http://www.suu.edu/art101 http://www.scholars.com http://www.peritas.com http://www.utexas.edu/world/lecture http://www.edgorg.com/course.htm 63 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências http://edweb.sdsu.edu/people/bdodge/ctptg/ctptg.html http://www.yahoo.com/Education/Instructional_Technology/Online_Teaching_and_Learning http://www.ics.uci.edu/~archive/documentation/distance_learning/subsection3.7.1.html http://www.multimediatraining.com/faq.html http://miso.wwa.com/~otcg2/demo0.html http://www.zdnet.com/intweek/daily/970711x.html Sites que não são sobre Educação mas são úteis para a área da Educação (também indicados por Carlos Alberto Ferreira) http://www.edu.yorku.ca/~rowston/chapter.html http://www.rci.rutgers.edu/~au/workshop/int-def.htm http://www.in.on.ca/tutorial/netiquette.html http://www.copyright.com http://fairuse.stanford.edu http://www.w3.org/Provider/Style/Overview.html http://www.useit.com/papers/webwriting Livros disponíveis gratuitamente na Internet Biblioteca Nacional http://www.bn.br Programa Prossiga http://www.prossiga.br Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro http://www.bibvirt.futuro.usp.br The Online Books http://onlinebooks.library.upenn.edu/ International Bible Society http://www.gospel.com.net/ibs/bibles Obra completa de Shakespeare, Instituto de Tecnologia de Massachusetts http://tech.mit.edu/Shakespeare/works.html Teses sobre EAD e Tecnologias em Educação Modelo de avaliação para cursos no ensino à distância: estrutura, aplicação e avaliação 64 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Rosângela Schwarz Rodrigues em http://www.eps.ufsc.br/disserta98/roser/index.htm Resumo: O estudo apresenta revisão bibliográfica sobre educação a distância. A construção do modelo baseada na revisão bibliográfica, que considera procedimentos e metodologias de várias instituições, nacionais e internacionais, garantindo a abrangência dos critérios e itens a serem avaliados, permitindo uma visão macro de todo o processo, desde o diagnóstico inicial até o relatório final de avaliação. Na avaliação do modelo proposto, observa-se que na validação do modelo a aplicação é viável, embora trabalhosa; exigindo acompanhamento de todo o processo, análise estatística no caso de um número significativo de alunos e a análise de um grande número de variáveis. Nas conclusões verifica-se que o modelo de avaliação permite, além da avaliação global, também identificar os pontos de excelência e onde são necessários ajustes, possibilitando verificar o nível de adequação de cada item. Entre as recomendações apresentadas, sugere-se que seja aplicado à outros cursos, que sejam envolvidas outras mídias, que tenham duração maior e que sejam feitos em parceria com outras instituições ou promovidos por iniciativa isolada de instituições de ensino. O conhecimento tecnológico e o paradigma educacional Regina de Fátima Fructuoso de Andrade Bolzan em http://www.eps.ufsc.br/disserta98/regina/index.htm Resumo: O presente trabalho caracteriza-se numa abordagem conceitual acerca dos fundamentos de ensino a distância e o desafio de relacionar a tecnologia com a metodologia, na perspectiva de transformar a informação recebida em conhecimento adquirido e produzido constantemente. Diante disso, a análise do trabalho recai, num primeiro momento, sobre os pressupostos que criaram o ensino a distância. Em seguida, aprofunda-se o conhecimento acerca dos paradigmas presentes na prática pedagógica que contribui para resultar a escolarização desigual brasileira. Também é apresentada a experiência dos cursos de educação a distância desenvolvido pelo PPGEP, principalmente o Primeiro Ciclo Catarinense de Teleconferências sobre Tecnologia e Educação. Objetiva analisar, como abordagem prática, este ciclo ocorrido de agosto a outubro de 1996. O ciclo buscou fundamentar a adequação entre conteúdo e mídia para os professores do primeiro e do segundo graus do sistema de ensino público do estado de Santa Catarina, sendo desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, através do Laboratório de Ensino a distância em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. O produto do ciclo foi a formação e a capacitação dos professores quanto ao uso das novas tecnologias de comunicação e informação aplicadas à educação. 65 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Hipermídia aplicada ao ensino técnico de nível médio Delmar Carvalho de Souza em http://www.eps.ufsc.br/disserta98/delmar/index.htm Resumo: As escolas técnicas de nível médio, se por um lado incorporam os recursos que a tecnologia disponibiliza e assimilam as necessidades geradas no mercado de trabalho, por outro ainda enfrentam problemas como repetência, abandono da escola e formação deficitária dos seus alunos. Este estudo tenciona contribuir para tornar o ensino ministrado nas escolas profissionais secundárias mais eficiente e motivador para professores e alunos, capacitando os alunos a tornarem-se independentes (autônomos) das estruturas de ensino tradicionais. Julgamos que essa autonomia conferida aos alunos deve ser o grande objetivo da escola. Fundamentada nas contribuições da ergonomia cognitiva, esta dissertação apresenta a concepção de um ambiente hipermídia que chamamos de "Ambiente Gerador de Questionamentos" (AGQ), cujo objetivo é colocar o aluno no centro de importância do ensino. Aprendizagem aberta, construção do conhecimento e autonomia são conceitos que procuramos incorporar a essas reflexões. Análise ergonômica do sistema Hipernet buscando o aprendizado da cooperação e da autonomia Edla Maria Faust Ramos em http://www.eps.ufsc.br/teses96/edla/index/index.htm Resumo: O controle social e político do curso das mudanças que o mundo vem sofrendo impõe que as ferramentas tecnológicas, promotoras das mesmas, sejam compreendidas pelo homem comum. A compreensão citada acima pode ser impedida pela própria complexidade do recurso tecnológico, donde, no caso da informática, a área de interfaces ou ergonomia de software tem um papel político fundamental. Outra questão determinante dessa compreensão está nas próprias relações de dependência que se estabelecem entre os detentores do saber tecnológico e os não iniciados. Essas relações conferem poder e privilégios aos primeiros e estão presentes em todos os espaços de aprendizado. É preciso uma pedagogia da autonomia e da liberdade para suplantá-las. Neste contexto, este trabalho contribuiu para a construção do conceito de aprendizado autônomo, definindo o papel das relações cooperativas no mesmo. Essa construção se consolidou a partir da síntese teórica elaborada sobre três teorias: a epistemologia genética de Jean Piaget, a sócio/biologia de Maturana e Varela e a pedagogia da libertação de Paulo Freire. O resultado prático decorrente foi o 66 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências estabelecimento dos pressupostos pedagógicos básicos do aprendizado autônomo e cooperativo da telemática. O trabalho investiga também a área de ergonomia de software, uma vez que os ambientes computacionais precisam ser concebidos de forma consoante aos princípios pedagógicos adotados. O trabalho consiste ainda da participação na implementação e da descrição e avaliação de uma experiência pioneira de educação à distância alternativa (o projeto hiperNet). A experiência observada permitiu analisar exploratoriamente a consistência dos pressupostos pedagógicos e levou a concluir que os mesmos eram fatores que se relacionavam com o surgimento de condutas de aprendizado autônomo e com estabelecimento de relações cooperativas na rede. O mesmo processo de observação permitiu também realizar uma análise ergonômica do atual protótipo do sistema hiperNet, identificando os fatores promotores das condutas de aprendizado almejadas. Nesse processo de análise realizou-se a adaptação e a síntese das propostas metodológicas de Barthet e Diaper. Finalmente pode-se dizer que o trabalho colabora para delinear o novo conceito de educação à distância que poderá ser posto em prática nessa nova era da informação. Com isso contribuiu-se para explicitar o papel político e social das novas tecnologias da telemática. Uma arquitetura baseada em agentes para suporte ao ensino à distância Marcello Thiry Comicholi da Costa em http://www.eps.ufsc.br/teses99/thiry/index.htm Resumo: Existe atualmente uma demanda pela modelagem de sistemas de suporte ao ensino colaborativo em ambientes distribuídos. Estes sistemas são ambientes eletrônicos que suportam e mediam trabalho e aprendizado cooperativo em uma rede de computadores. Este trabalho apresenta uma plataforma orientada a agentes para suportar a cooperação de usuários através da Internet. A plataforma proposta define uma arquitetura multi-agente que adota a estrutura de um sistema de federação de agentes. A comunicação dos agentes utiliza um estrutura formalizada baseada na Linguagem de Comunicação de Agentes (ACL - Agent Communication Language). A arquitetura distribuída é organizada através de três classes de agentes: agentes de interface, agentes de informação e agentes consultivos. Esta abordagem foi inicialmente proposta em (Thiry, 1998a). Uma extensão desta abordagem para a aplicação no ensino à distância foi proposta em (Thiry, 1998b). Os agentes utilizam técnicas diferentes para resolver problemas específicos e interpretar situações. As principais abordagens de raciocínio utilizadas são raciocínio baseado em casos (o enfoque é ensino baseado em casos) e regras de produção. O trabalho discute a utilização da plataforma descrita como uma interessante ferramenta para suportar o ensino à distância, apresentando uma aplicação para seu uso através da Internet. 67 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências A construção de um modelo de curso "Lato Sensu" via Internet - A experiência com o curso de especialização para gestores de instituições de ensino técnico UFSC / SENAI Dênia Falcão de Bittencourt em http://www.eps.ufsc.br/disserta99/denia/index.html Resumo: O trabalho apresenta uma metodologia para a construção de um curso de educação a distância baseado principalmente na Internet. Norteado por princípios pedagógicos e tecnológicos, enfoca as diversas etapas desde o planejamento até a sua aplicação em um caso real, demonstrando os recursos necessários e os agentes envolvidos. O caso apresentado relata a experiência com o Curso de Especialização para Gestores de Instituições de Ensino Técnico, desenvolvido pelo Laboratório de Ensino a Distância, e efetivado por meio do convênio entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Contribuição para a modelagem de um ambiente inteligente baseado em realidade virtual Luis Alberto Alfaro Casas em http://www.eps.ufsc.br/teses99/casas/index.html Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar a utilização potencial do computador como ferramenta de ensino/aprendizagem, partindo da idéia de que as atividades contínuas e abertas na educação são necessárias nas organizações educativas, produtivas e de serviços, e de que as novas tecnologias podem contribuir para isto. A base teórica desta pesquisa está centrada no desenvolvimento cognitivo humano, levando em consideração a sua base biológica. Depois de estabelecer o estado de arte do ensino assistido por computador, são apresentadas as características da Realidade Virtual imersiva e suas contribuições na construção do conhecimento. São Analisados, também, os ambientes inteligentes para o ensino/aprendizagem, que serviram como fonte de conhecimento para a proposta de um modelo de agente tutor inteligente, cuja arquitetura integra métodos das áreas de pesquisa de STI, computação gráfica e arquitetura de agentes, combinação que resulta em um conjunto único de capacidades. Finalmente, são estabelecidas as conclusões e sugestões da pesquisa. O uso da Internet na educação superior de graduação: estudo de um caso de uma universidade pública brasileira Roberto Avila Paldês em http://www.geocities.com/CapeCanaveral/Launchpad/5606/portugues/paginic.html#D 68 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Resumo: A presente pesquisa se propôs a investigar a utilização da rede mundial de computadores, a Internet, pelos alunos de graduação de uma universidade pública brasileira. Interessou-se em estudar como professores da universidade selecionada estão incluindo o emprego desse novo recurso tecnológico no desenvolvimento de suas matérias. A investigação se preocupou com a contribuição qualitativa que a Internet pode oferecer à educação superior e, em particular, à proposta pedagógica das diversas disciplinas curriculares. A fundamentação teórica se deu na confluência da concepção interacionista de desenvolvimento com a busca de níveis mais elevados de comportamento intelectuais no aprendizado e com o efeito do emprego de múltiplos veículos de comunicação nas mensagens cognitivas. Como parte da investigação, foi realizada uma pesquisa de natureza exploratória para a familiarização da presente situação da universidade selecionada e para detalhar as características do universo a ser estudado. O estudo de caso foi o método de procedimento adotado e se voltou para o grupo de indivíduos que foram identificados como usuários da rede Internet, no apoio pedagógico ao ensino presencial. Foram utilizados como instrumentos o questionário de pesquisa, a análise documental, as entrevistas semi-estruturadas e a observação assistemática de um evento selecionado. A dinâmica na investigação das relações e a flexibilidade das questões de pesquisa, bem como da seqüência nas etapas da pesquisa, foram coerentes com o método de abordagem de tendência dialética. Os resultados obtidos na investigação sugerem que a Internet é uma fonte de informações com uma grande penetração entre professores e que muitos deles envolvem seus alunos no empregar da rede, embora tal uso esteja sendo feito, na maioria das vezes, fora das salas de aula. Constatou-se que o aumento potencial da comunicação entre as pessoas, disponibilizado pelo correio eletrônico, ainda não foi explorado suficientemente em aplicações educacionais. Também ficou evidenciado que os professores reconhecem a utilidade pedagógica da rede e têm muitas propostas quanto ao seu emprego em um futuro próximo. Os professores, entretanto, esbarram em limitações como: tempo disponível para fazer frente às novas exigências, falta de um projeto institucional integrador das intenções e a carência de recursos técnicos para a exploração, em sala, dos benefícios da Internet. Foi verificado, ainda, que o problema da disponibilidade de pontos de acesso à rede é o fator que mais preocupa os professores, antes mesmo de citações mais esperadas, como a baixa velocidade de resposta ou a dificuldade de utilização da rede. Por meio de uma análise qualitativa, fruto das entrevistas e das visitas à universidade, constatou-se que as intenções são maiores que as realizações que se tem conseguido alcançar. Isso nos levou a sugerir um planejamento institucional para definir o que a universidade espera do emprego da Internet e para carrear os recursos humanos e materiais requeridos pelo projeto pedagógico. 69 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências Educação continuada e à distância de profissionais da ciência da informação no Brasil via Internet Carlos Henrique Naves em http://www.intelecto.net/cn-ead/inicio.htm Resumo: O final do século XX tem delineado uma grande transformação nos procedimentos de ensinoaprendizagem associados aos processos de disseminação de informação e ao uso de novas tecnologias. Uma parte significativa desta transformação está relacionada ao uso da educação a distância como forma de atingir novos públicos e desenvolver novas metodologias de ensino. A educação a distância utiliza-se de desenvolvimentos tecnológicos para disseminar informação para estudantes através de outros canais que não os tradicionais. Uma vez que um dos principais focos da Ciência da Informação é o desenvolvimento de ambientes onde o controle de interações suporta o consumidor de informação, aparentemente será mais comum que no futuro o provedor de informação desenvolva uma atitude mais ativa. Atualmente as bibliotecas digitais abrigam em seu acervo material de referência e cursos que podem ser acessados diretamente pelo estudante. Este trabalho apresenta os resultados de uma experiência realizada sob os auspícios do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia na qual profissionais da informação são treinados a distância utilizando-se exclusivamente de ferramentas disponíveis na Internet. Conclui-se que é possível treinar eletronicamente profissionais que irão fornecer informações obtidas eletronicamente e que inclusive poderão vir a prover serviços de informação para outras formas de treinamento a distância, criando uma simbiose entre o processo de ensino e aprendizagem e a disseminação e o provimento de informação. Atitude de consumidores frente às novas tecnologias Alípio Ramos Veiga Neto em http://www.marvey.com.br/tecnofobia/TECNOFOBIA.htm Resumo: Atualmente, nossa sociedade depende, cada vez mais, de computadores e novos equipamentos tecnológicos que têm auxiliado os indivíduos em seu dia a dia. Porém, existe ainda um grande número de pessoas que apresentam dificuldades em adequar-se às novas tecnologias, isto é, com tecnofobia. Elas sentem um grande desconforto e até aversão por aparelhos e equipamentos tecnológicos, tendendo a evitar a interação com computadores. Na área educacional, grande parte das dificuldades de 70 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Referências implementação de computadores em escolas públicas deve-se à resistência de professores na utilização de novas tecnologias. Os objetivos desta pesquisa foram detectar a existência de uma relação entre a formação do indivíduo e uma maior ou menor resistência às novas tecnologias, bem como levantar possíveis diferenças quanto ao nível de tecnofobia entre consumidores de produtos de informática e estudantes de educação. Uma amostra de 50 sujeitos divididos em dois grupos, 25 estudantes de pedagogia e 25 consumidores de informática, responderam a um questionário elaborado pelo Autor com um total de 22 questões, que serviram para determinar como os sujeitos se sentem quando precisam utilizar computadores ou produtos tecnológicos; para verificar quais as formas utilizadas na aprendizagem de informática; os contatos que tiveram com equipamentos tecnológicos na escola; e suas atitudes como consumidores frente a novos lançamentos tecnológicos. Os resultados apresentados indicaram, de modo geral, que os estudantes apresentam níveis de tecnofobia não muito superiores aos dos consumidores porém, enquanto grupo, suas atitudes são conservadoras em relação à novas tecnologias, levando-os a manterem-se afastados destas. 71 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Glossário A Aparelho ideológico do estado/AIE Conjunto de instituições, de diversas naturezas, que são utilizadas pelo Estado para inculcar sua ideologia na população de forma sub-liminar, aparentemente não-intencional. A escola é um dos mais importantes e eficientes AIE . Daí, porque governos totalitários se apossam imediatamente do sistema escolar para manobrá-lo em favor de sua manutenção. Assincrona O que não é sincrono, que não se realiza ao mesmo tempo.. Atitudes São os comportamentos que o aluno apresenta diferentes daqueles que apresentava antes de passar por essa disciplina. Por exemplo: curiosidade científica, perseverança no questionamento, responsabilidade quanto à aprendizagem, consciência e teorias, agente de seu processo de aprendizagem, solidariedade, competicão, trabalho em equipe, etc. Avaliação anticipativa É a avaliação na qual as instituições se colocam antecipadamente ao Estado (ao MEC, no caso da educação), organizando sua própria sistemática de avaliação, impondo seus interesses e intenções, seus indicadores e metodologia. Quando as IES assumem esta postura, geralmente, desenvolvem processos conjugados de auto-avaliação e de avaliação externa muito enriquecedores que, inclusive, facilitam o atendimento às exigências avaliativas do MEC e CNE. B Behaviorista A partir do inglês "behavior" que quer dizer comportamento, é uma outra denominação da corrente comportamentalista. Bases axiológicas Fundamentos nas teorias dos valores morais. Axiologia – Estudo ou teoria de alguma espécie de valor, particularmente de valores morais. Teoria crítica dos conceitos de valor (dicionário Aurélio). 72 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Broadcast É a transmissão onde o sinal de áudio e vídeo é originado em apenas uma unidade e transmitido simultaneamente para as demais unidades participantes. Pode ser de televisão, videoconferência ou outra. Bom senso Sabedoria; juízo claro. C Centros universitários Tipo de instituição de ensino superior criados a partir da flexibilização feita pela LDB, e regulamentada pelo Decreto nº 2.306, de 19/08/97, com características diferentes das universidades e demais instituições de ensino existentes antes de 1996: São centros universitários as instituições de ensino superior pluridisciplinares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela qualificação de seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar, nos termos das normas estabelecidas pelo Ministério da Educação para seu credenciamento (Dec. Nº 2.306/97, art. 12). Ciência Conhecimento acumulado e aceito, que tem sido sistematizado e formulado como referência. Ciberespaço Conjunto de computadores, serviços e toda atividade que constitui a rede Internet. Mundo virtual, onde transitam informações e onde pessoas se relacionam virtualmente, por meios eletrônicos. Cibernética Ciência que estuda as comunicações e o sistema de controle não só dos organismos, mas também nas máquinas. (Aurélio, versão 3, Século 21) Ciclos de promessa de pedido e de oferta Fenômeno complexo constituído, por excelência, pelas ações linguísticas da coordenação de ações entre indivíduos, tanto no interior das organizações como em suas interações com o mundo exterior. Possui 73 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário etapas e fases que se subdividem em diversos processos. Na etapa da constituição da promessa: fases de criação de contexto e de negociação. Na etapa em que ocorre o cumprimento da promessa: fases de realização e de avaliação da mesma ( Echeverría, R.). Cognição Denominação do processo interno do indíviduo de aquisição, maturação e elaboração do conhecimento. Em algumas abordagens é sinônimo de aprendizagem. Competências: 1. Capacidade para realizar algo. Não se aprende nos livros, mas é algo que o sujeito adquire a partir de sua prática, fundada em teorias reconhecidas. Ex: as competências sociais, as competências relacionais, as competências colaborativas. 2. O sujeito adquire competência a partir do desenvolvimento harmônico de um conjunto de habilidades em relação a uma função específica. Comunidades virtuais de aprendizagem São coletividades onde pessoas que se agrupam no mundo virtual, de forma colaborativa e com base na reciprocidade, todos ensinam a todos e todos aprendem com todos. Nas comunidades virtuais a concepção sócio-interativa, que hoje se torna cada vez mais importante em educação, se realiza de forma plena (Azevedo, W., 2002). Custos e despesas Não são sinônimos. Os custos estão relacionados ao processo de produção de bens ou serviços. Enquanto os produtos estão estocados, os custos são ativados, aparecem nos balanços (não na demonstração dos resultados) e só fazem parte do cálculo do lucro ou prejuízo quando de sua venda. Os gastos incorridos até o momento em que o produto fica pronto para a venda são custos, a partir daí são considerados despesas. Conceito Pode ser definido como um nome ou símbolo dado a um grupo de objetos, pessoas, ou eventos tendo algo em comum. Exemplos: "mobília" é um conceito que se aplica a cadeira, mesa, armário etc. Emoções é o conceito para alegria, felicidade, afeição, ira etc. Denominação de classe que pode se referir a objetos, eventos, ou propriedade de eventos 74 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Conhecimento É o processo de percepção, decodificação, compreensão e incorporação de algumas informações, que se tornam significativas para mim e se incorporam ao contexto e ao repertório que já possuía até agora e o modifica em algum aspecto. Conhecimento Resultado da observação feita por um sujeito sobre um objeto. Entretanto, o resultado não é nem óbvio nem simples. O conhecimento é o processo mediante o qual apreendemos a complexidade do mundo. Nesse sentido, todo conhecimento é uma maneira de reduzir a complexidade, criando uma descrição com sentido do todo ou das partes. As discussões sobre o conhecimento são estudadas pela epistemologia e a gnosiologia. Conhecimentos Aquisições feitas pelo esforço mental com vistas a solucionar problemas e obtidos por meio de informações, análises, estudos, hipóteses, pesquisas, debates, aspectos definidos, tópicos polêmicos, etc. Conhecimento comum Modalidade de conhecimento caracteristicamente prática; conhecimento tradicional de uma dada sociedade; bom senso. Conhecimento científico Um tipo de conhecimento entre outros que se caracteriza pelo uso dos métodos e critérios de produção de conhecimento legitimados por uma comunidade de cientistas. Conhecimento intuitivo Conhecimento baseado na experiência direta do indivíduo, não intelectual da realidade. Contrutivismo Abordagem que entende que o conhecimento é construído através das interações entre o sujeito e o meio num processo permanente. O termo é também encontrado como sinônimo de cognitivismo. É muitas vezes utilizado para denominar a teoria de Jean Piaget. Pela popularização dessa expressão é comum encontrar o termo como sinônimo de uma metodologia educacional. 75 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Cosmovisão Visão de mundo, de homem, de educação que as pessoas têm como decorrência de sua história de vida e como fruto de sua ideologia. Criatividade Produção de uma idéia, conceito, criação ou descoberta que é nova, original, útil, ou que satistaça seu criador ou alguém mais, por um certo período de tempo. Crítica Por crítica entende-se tanto a análise como o conhecimento e o posicionamento valorativo diante de uma realidade. A crítica pode referir-se de maneira lógica ou empírica à estrutura e validade das afirmações, ou esclarecer doutrinas e esquemas de pensamento. Ela pode contribuir de muitas maneiras para o esclarecimento da prática e para o desenvolvimento de alternativas de soluções. D Dados Informação fundamental coletada em um estudo, em geral expressa numericamente. Datashow Projetor multimídia, recurso audiovisual acoplado a computador e que tem substituído, com vantagens, o retroprojetor. Permite, entre outras inovações, a inclusão de som e movimento nas apresentações de textos. Maiores informações: http://www.datashow,com.br, http://www.epson.com.br Design instrucional A palavra design é de origem inglesa e refere-se à concepção de um projeto ou um modelo, é utilizada também para significar o produto que resultou desse processo. Podemos dizer que o design é a interface entre um usuário e um artefato. Design Instrucional é uma denominação utilizada para falar do planejamento educacional para educação a distância e também do resultado de um planejamento concretizado num material para EAD. Da mesma forma o design instrucional é a interface entre o aprendiz e um material desenvolvido com a finalidade de promover um tipo de aprendizagem. Designer instrucional É a denominação do profissional que elabora o design instrucional. 76 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Desktop É uma denominação corrente para o computador de mesa, usado também para denominar a escrivaninha ou ponto de trabalho que é o próprio computador. Didática Arte ou ciência do ensino, envolve não apenas conteúdos, mas também componentes intuitivos e valorativos E Educação bancária É a educação caracterizada, por Paulo Freire, pelo ato de depositar, transferir, transmitir valores e conhecimentos, pela qual: a) o educador é o que educa; os educandos, os que são educados; b) o educador é o que sabe;os educandos, os que não sabem; c) o educador é o que pensa;os educandos, os pensados; d) o educador é o que diz a palavra;os educandos, os que a escutam docilmente; e) o educador é o que disciplina;os educandos, os disciplinados; f) o educador é o que opta e prescreve a sua opção;os educandos, os que seguem a prescrição; g) o educador é o que atua;os educandos, os que têm a ilusão de que atuam, na atuação do educador; h) o educador escolhe o conteúdo programático;os educandos jamais são ouvidos nesta escolha, acomodam-se a ele; i) o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que se opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele; j) o educador, finalmente, é o sujeito do processo;os educandos, meio objetos (Freire, 1985, p 67). Ementário Conjunto dos resumos do conteúdo de todas as disciplinas do curso que, geralmente, se mantém inalterado, enquanto não se modifica a estrutura curricular do mesmo. O professor, ao assumir uma disciplina recebe da coordenação do curso a ementa de sua disciplina para orientar-se na elaboração de seus planos. 77 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Epistemologia genética A teoria de Jean Piaget, que se dedicou a compreender como se dá a gênese - daí ser genética - do conhecimento - daí epistemologia no indivíduo em suas etapas de desenvolvimento. Piaget trabalhoy com a idéia de que novos níveis de conhecimento estão sendo indefinidamente construídos através das interações entre o sujeito e o meio e por ser um processo permanente, e estar sempre em desenvolvimento, esta teoria é também denominada "construtivismo". Expressão icônica Expressar-se por imagens. E-learning treinamento que acontece através de uma rede, usualmente via Internet ou de uma intranet de uma empresa. Tem suas raízes nos anos 80, quando as empresas utilizavam CD-Roms para ensinar profissionais técnicos (IDG Now!, 03/05/2001) F Face-a-face Terrmo usado para descrever ambientes de salas de aula tradicionais. Facilitador Instrutor on-line que dá assistência ao ensino via web. Facilitador da aprendizagem Denominação do profissional que no processo educativo assume papel não-diretivo e que é responsável pela condução de um grupo em direção à aprendizagem. Originalmente adotado apenas nos trabalhos com grupos e de abordagem vivencial é hoje amplamente utilizado em programas voltados para adultos por aqueles profissionais que buscam fugir do modelo de ensino tradicional e expositivo para utilização de jogos e técnicas vivenciais. Está associado a renovação da postura tradicional do professor. Fato científico Descrição ou explicação de uma coisa ou fenômeno em termos científicos. 78 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Feedback Termo proveniente da teoria de sistemas, representa a informação que torna a alimentar o ciclo de um processo. Na relação interpessoal é uma técnica para facilitar a comunicação onde alguém indica para uma outra pessoa como teria sido seu desempenho numa situação ou numa tarefa. Flipsharts loco de papel (do inglês flip = piparote; chart = carta, quadro) constituído por folhas grandes, sustentadas por cavaletes, em que se escreve com pincéis durante apresentações verbais, como reforço ao texto falado. H Habilidades Qualidade de quem pode fazer algo autonomamente, estando sempre associada a uma ação física ou mental. Capacidade intelectual, aptidão específica e talento especial para a realização de um exercício, ofício ou ministério. Habilidades Refere-se a tudo aquilo que o aluno deve aprender a fazer desenvolvendo suas capacidades intelectuais, afetivas, psíquicas e motoras. Por exemplo: capacidade de organizar seu próprio estudo; capacidade de avaliar seu próprio trabalho e trabalhos de outros; capacidade de formular uma hipótese, realizar uma pesquisa; capacidade de coletar, organizar informações; capacidade de utilizar seus sentidos conforme a necessidade; domínio e utilização de seus movimentos e de sua ação motora; etc. Hipótese Uma hipótese é uma declaração de crença relativa a um fenômeno, fato ou relacionamento entre várias variáveis. Uma hipótese deve sempre ser testada contra fatos antes de ser aceita ou rejeitada. Hipóteses (utilidades) As hipóteses podem ser úteis para: explicar novos relacionamentos; estimular novas pesquisas; servir como fontes metodológicas; avaliar técnicas de pesquisa; 79 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário levar a novos princípios. Hipóteses (características) 1. são formuladas de maneira declarativa; 2. devem descrever um relacionamento entre duas ou mais variáveis; 3. devem ser testáveis; 4. devem ser operacionais, no sentido de que não deve haver ambigüidade nas variáveis ou relacionamentos propostos; 5. devem refletir uma preocupação com um problema, baseada em algum conhecimento, pesquisa anterior, ou necessidades identificadas. I Informação Representação estruturada de dados. Input Termo proveniente da teoria de sistemas, significa a informação ou os insumos que dão início a um processo. Instituições confessionais Instituições de ensino instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional (religião) e ideologia específicas que incluam em sua entidade mantenedora representantes da comunidade. Instituições isoladas Tipo de instituições de ensino superior que não se organizam como universidades ou centros universitários. Geralmente são denominadas faculdades ou institutos e, também, identificadas como instituições não-universitárias. Instituições privadas ou particulares São escolas, de todos os níveis de ensino, que não pertencem ao Poder Público. Podem ser confessionais (que pertencem a algum grupo religioso), comunitárias ou particulares no sentido estrito, ligadas a grupos ou pessoas físicas ou jurídicas (LDB, art. 20). 80 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Interatividade 1. O termo interatividade surgiu no contexto das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, com a denominada geração digital. A interatividade está na "disposição ou predisposição para mais interação, para uma hiper-interação, para bidirecionalidade - fusão emissão-recepção -, para participação e intervenção". (SILVA, Marco. Que é Interatividade in Boletim Técnico do Senac. Rio de Janeiro, v.24, n.2 maio/ago, 1998). Portanto, não é apenas um ato de troca, nem se limita à interação digital, é a abertura para mais e mais comunicação, mais e mais trocas, mais e mais participação. 2. Interruptabilidade, nãolinearidade, potência, cooperação, permutabilidade e predisposição do sujeito a falar, ouvir, argumentar e disponibilizar-se conscientemente para mais comunicação, ou seja, transitar, transmigrar e desenvolver um modo de pensar e agir segundo uma racionalidade-em-trânsito. (http://www.faced.ufba.br/~dept02/sala_interativa/texto_grupo.html) 3. Atividade mútua e simultânea da parte dos dois participantes, normalmente trabalhando em direção de um mesmo objetivo (LIPPMAN, Andrew. 1988). 4. Em ambientes informáticos pode-se perceber uma ênfase na capacidade da máquina, uma valorização da potencialidade técnica. Porém, entende-se que a interação não pode apenas ser entendida como uma variação quantitativa de velocidade de resposta do computador. É preciso valorizar a bidirecionalidade, a comunicação contextualizada, enfim, aquilo que ocorre entre os interagentes e a evolução inventiva e criativa dos relacionamentos. (http://usr.psico.ufrgs.br/~aprimo/pb/pgie.htm). Interdisciplinaridade É uma abordagem curricular que vai além da justaposição de disciplinas e ao mesmo tempo evita a diluição das mesmas em generalidades. (...) O conceito fica mais claro quando se considera o fato trivial de que todo conhecimento mantém diálogo permanente com outros conhecimentos, que pode ser de questionamento, de confirmação, de complementação, de negação, de ampliaçãoe de iluminação de3 aspectos não distinguidos (Parecer CNE/CEB n.º 15/98, item 4.3) Intersubjetividade A subjetividade diz respeito às interpretações que um sujeito dá à realidade, ou seja, à forma pessoal através da qual a realidade é percebida por um indivíduo. A intersubjetividade diz respeito à possibilidade de interação entre o mundo subjetivo de um ou mais sujeitos. L Layout esboço gráfico de uma idéia, anúncio ou mensagem. 81 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário M Mala direta É uma forma de organização de endereços, físicos ou eletrônicos, de pessoas físicas ou jurídicas com as quais a instituição pode precisar contatos. Quanto melhor classificada (por ex: lista de consultores, de dirigentes de escolas superiores, de autoridades ligadas à educação, ...) maior sua contribuição à eficiência institucional. Maturação Termo freqüentemente utilizado para denominar o amadurecimento das funções biológicas, o alcance da prontidão. Maiêutica Do grego, parto das idéias, do Filósofo Sócrates (480 AC – 399 AC) quando da caracterização de sua sistemática dialógica, cujo princípio fundante consistia na afirmação de que todo homem possui, em si, o conhecimento de todas as coisas, necessitando apenas de questões adequadas que o façam refletir e buscar respostas. Método São técnicas suficientemente gerais para se tornarem comuns a todas as ciências ou a uma significativa parte delas. Latim — methodus, do grego — méthodos, de meta, objetivo, finalidade. Método cientíifico É essencialmente um rodízio de fatos a hipóteses, a leis, a teorias, e de volta a fatos como bases para o teste e refinamento de hipóteses mais adequadas. Método científico (Interpretações) É errôneo pensar que existe um só método científico. Há muitos e variados métodos. Métodos científicos mudam com a descoberta de novos instrumentos de observação, novas técnicas de experimentação e com novos instrumentos, tal como o cálculo. Métodos científicos diferem de uma ciência para outra. Todavia, há alguns princípios que são comuns a todas as ciências. Mídias São assim denominados materiais físicos utilizados para armazenar dados e também os veículos ou meios utilizados na comunicação e na divulgação publicitária. 82 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Modos síncronos ou assíncronos de oferta de cursos de EAD – modo síncrono imita a sala de aula tradicional, ou seja, as aulas acontecem em tempo real e conectam estudantes e instrutores através de streaming de áudio e vídeo ou uma sala de chat. Já o modo assíncrono permite que estudantes acessem cursos “empacotados” na hora que desejarem, trabalhando da forma que lhe convier e se comunicando com o professor e outros estudantes através de e-mail ( IDG Now, 3/5/01). Motivação Força interior que determina a direção do comportamento para alvos apropriados à sua satisfação. As motivações podem ser de origem interna ou externa, provocadas por outros ou pela própria pessoa. No processo de ensino a motivação é uma poderosa arma do professor no despertar do interesse dos alunos por sua disciplina. N Nova ecologia pedagógica Um ambiente que tem características específicas e diferentes daqueles que estamos acostumados a encontrar no meio educacional. Um ambiente que combina a comunicação de “um para um”, de “um para muitos” e de “muitos para muitos” e que precisa ser conhecido antes de se pensar em desenvolvimento de programas online (Azevedo, W., 2002). O Output Resultados do sistema. P Paradigma Forma padronizada ou modelo orientador da pesquisa e da organização de seus resultados em um campo delimitado de conhecimento. Paradigma É um conjunto de pressupostos que regem nossa forma de interpretar uma situação e seu contexto e também de promover ações nesse contexto. 83 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Pesquisa Abordagem disciplinada do estudo de fenômenos naturais. Busca sistemática, objetiva e precisa de solução para um problema bem definido. Pesquisa (Característica) De modo geral, a pesquisa operacional pode ser caracterizada como a aplicação de métodos científicos, técnicas e instrumentos a problemas envolvendo a operação de sistemas, de forma a fornecer àqueles, no controle das operações, soluções otimizadas aos problemas. Pesquisa (Objetivos) A pesquisa tem como objetivo imediato a aquisição de conhecimento e pode visar à resolução de problemas específicos, geração de teorias e avaliação de teorias existentes. Não existe pesquisa sem teoria explícita ou implícita (Richardson, 1989). Pesquisa (Princípios de) 1. busque conhecer tanto quanto possível sobre o objeto de pesquisa; 2. prove, se possível, que o objeto existe na área a ser pesquisada; 3. use o mais eficiente método de detecção; 4. assegure-se de que verá o objeto de busca se o encontrar; 5. assegure-se de que você não veria o objeto se ele não estivesse lá; 6. busque sistematicamente em vez de casuisticamente. Pesquisa científica Processo que conduz à expansão e consolidação do conhecimento científico. Ponto de equilíbrio Na quantificação dos custos, é o volume mínimo de vendas que a organização deve realizar para cobrir seus custos fixos, sem lucro ou prejuízo. A partir deste ponto, o crescimento das vendas passa a produzir lucros em escala variável. Positivismo Sistema de pensamento sintetizado por Auguste Comte (século XIX), segundo o qual todo conhecimento deve estar fundamentado na experiência e nos fatos. Propõe que o mundo físico e social é ordenado e que o cientista deve descobrir as leis de tal ordem. O Positivismo adota o mecanicismo de Descartes. São sistemas complementares. 84 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Publicações oficiais Legislação e outros documentos produzidos por órgãos do Governo que informam sobre as políticas públicas e noticiam a realização de programas de interesse da população. No caso da EAD, é fundamental acompanhar as publicações do MEC - disponíveis inclusive em meio eletrônico-, em especial da Secretaria de Educação a Distância, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, da Secretaria de Educação Superior e do Conselho Nacional de Educação. Q Qualitativa (Pesquisa - Características) Pesquisa qualitativa tem como características principais: a) concentra sua preocupação no processo e não simplesmente nos resultados e no produto; b) tem como fonte direta os dados do ambiente; c) é descritiva; d) analisa os dados indutivamente; e) preocupa-se com uma abordagem quantitativa, concentrando sua atenção nos pressupostos que servem de fundamento à vida das pessoas (Triviños, 1992). Quantitativa (Abordagem) Um elo comum em todas as variáveis da abordagem quantitativa é que nela se empregam números ou símbolos para representar fenômenos de interesse ou modelo da realidade. S Senso comum conhecimento de aplicação prática; opinião compartilhada pelos membros de uma dada sociedade; conhecimento tácito. Síncrono O que se realiza ao mesmo tempo, em tempo real. 85 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Sistema A denominação sistema é utilizada para fazer referência a um conjunto, a um agrupamento de partes coordenadas, qualquer que seja o assunto de que se trata. É utilizada nos mais diversos campos: informática, biologia, legislação, educação e outras. Sistemas simbólicos São as estratégias utilizadas pelo homem para representar a realidade, tanto para interpretá-la como para comunicá-la. Sociedade do Conhecimento Caracteriza-se por reivindicar o conhecimento como fonte principal de riqueza e bem-estar, num mundo cada vez mais globalizado. Apoia-se fortemente no desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação, impulsionadas pelos avanços da informática e da telemática, exigindo uma mudança de paradigma em todos os âmbitos da vida em sociedade. Subsistema Considerando-se o sistema como um agrupamento maior, utiliza-se a denominação subsistema para fazer referência a um subconjunto daquele agrupamento. Pode-se dizer que o subsistema é em si mesmo também um sistema. T Técnica(s) conjunto de procedimentos práticos de uma arte ou ciência para se obter determinados efeitos ou resultados materiais. Tecnologia instrucional È “um conjunto de princípios e prescrições articulados, derivados de um sistema teórico coerente, aplicados à função educacional” (Borges-Andrade, J.E. Por uma competência técnica no treinamento. In Psicologia, Ciência e Profissão, 1986:17) Telemática Fusão das tecnologias de telecomunicação com os mais modernos avanços de informática. 86 UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica Glossário Transdisciplinar Trata-se de uma perspectiva que supera a proposta de composição de muitas disciplinas - áreas do conhecimentos - somando suas diferentes perspectivas, para interpretar uma realidade ou solucionar um problema, numa tentativa de encontrar uma totalidade que elimine essas divisões. U Universidades São “instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisas, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional; II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.” (LDB, art. 52) V Vídeografia Forma de telecomunicação que se caracteriza pela transmissão de textos e gráficos simples e que podem ser visualizados em telas, como monitores de televisão, por exemplo. 87