Análise da implantação de curso em saúde coletiva com foco nas

Transcrição

Análise da implantação de curso em saúde coletiva com foco nas
Trabalho em Saúde
Tempus - Actas de Saúde Coletiva
Análise da implantação de curso em saúde coletiva
com foco nas estratégias de integração curricular
Analysis of the implementation of collective health
with focus on curriculum integration strategies
Análisis de la implementación del curso en la
salud pública con un enfoque en las estrategias de
integración curricular
Antonio José Costa Cardoso1
Fernando Ferreira Carneiro1
Dais Rocha1
Márcio Florentino Pereira1
Maria Margarita Urdaneta Gutierrez1
Resumo
O objetivo deste trabalho é descrever o
Projeto Político-Pedagógico do curso de Gestão
em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília
e analisar sua implantação a partir de 2010, com
foco nas estratégias de integração curricular.
Construído coletivamente pelos professores do
Departamento de Saúde Coletiva, o ponto de
partida foi a definição do perfil dos egressos:
sanitaristas com competências para participar
da formulação e gestão de políticas públicas
saudáveis de caráter intersetorial na prática dos
serviços de saúde, mobilizados pelas condições
de vida da população e pela determinação social
da saúde-doença-cuidado, o que implica quebra
das fronteiras entre as disciplinas e a articulação
dos processos de ensino-aprendizagem ao
1 Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências da Saúde. Universidade de Brasília.
mundo do trabalho e à pesquisa. Articulando
conteúdos em grau crescente de complexidade
por meio de estratégias de integração curricular,
o curso está organizado em três unidades
que funcionam como matrizes cognitivas
que orientam a análise e intervenção sobre a
realidade sanitária, mas também a organização
curricular. Com base na Aprendizagem
Baseada em Problemas e Projetos, as unidades
têm por missão analisar as condições de saúde
da população, avaliar a estrutura e desempenho
do SUS e formular/implantar planos de ação.
Algumas disciplinas funcionam como eixos
curriculares, articulando o curso vertical
e horizontalmente. As atividades práticas
seguem a lógica do processo de produção
em saúde, com grande esforço no sentido da
diversificação dos cenários de aprendizagem,
utilizando
enfoque
epidemiológico
e
sócio histórico do processo saúde-doençacuidado. Revelou-se fundamental cuidar da
profissionalização docente, instituir processo
de acompanhamento e avaliação do curso e
promover a atuação do corpo docente como
um colegiado de curso.
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 135
Palavras-Chave: Saúde coletiva; Formação
profissional em saúde; Ensino superior;
course vertically and horizontally. Practical
activities follow the logic of the production
Educação universitária; Transdisciplinaridade;
Integração curricular.
process in health with the defined purpose of
diversifying the learning scenarios or settings
through the utilization of an epidemiological
and socio-historical approach to healthdisease-care. This experience indicates the
fundamental importance of professionalizing
the teaching staff, of implementing a follow-up
and evaluation process of the course and finally,
of encouraging the involvement of the teaching
ABsTRACT
The paper aims to describe the PoliticalPedagogical Project of the Management in
Collective Health undergraduate course at
the University of Brasilia and to analyze the
process of its implementation in 2010 with
focus on curriculum integration strategies.
Built in a joint effort by the teaching staff of the
Department of Collective Health the starting
point to structuring the course was to define the
profile of its graduates. The profile would be
that of a ´sanitarista´: a profession that implies
having the competencies to participate in the
formulation and management of health-related
intersectoral public policies in the area of
staff as members of a faculty/collegiate.
Keywords: Collective Health; Professionalization in health; Higher education;
University education; Transdisciplinarity;
Curriculum Integration.
ResumeN
El objetivo del presente trabajo es describir
health services, oriented by the life conditions
of the population and the social determinants of
health-disease-care, a perspective that breaks
away from the traditional disciplinary frontiers
enhancing in this manner the articulation
between teaching-learning processes and
the work and research realities. Articulating
contents in increasing degree of complexity
through strategies of curriculum integration,
the course is organized into three teaching units
el Proyecto Político-Pedagógico del curso
de pré-grado en Gestión en Salud Colectiva
de la Universidad de Brasilia y analizar su
implantación a partir de 2010, con foco en
las estrategias de integración curricular.
Construido colectivamente por los profesores
del Departamento de Salud Colectiva, el
punto de partida fue la definición del perfil de
los egresados: salubristas con competencias
para participar en la formulación y gestión
that function as cognitive matrixes that guide
the analysis of and intervention in the sanitary
reality as well as the curriculum organization.
Based on Problem Based Learning and Projects
the units have the purpose to analyze the health
conditions of the population, to evaluate the
structure and performance of SUS (the Brazilian
State Health System) and to formulate/
structure actions plans.
Some disciplines
de políticas públicas saludables de carácter
intersectorial en la práctica de los servicios
sanitarios, movidos por las condiciones de
vida de la población y por la determinación
social del proceso salud-enfermedad-atención,
lo que implica la quiebra de las fronteras
entre disciplinas y la articulación de procesos
de enseñanza – aprendizaje en el mundo del
trabajo e investigación. Articulando contenidos
function as curricular axes that articulate the
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 136
en grado creciente de complejidad por medio
de estrategias de integración curricular, el curso
se por excessiva fragmentação disciplinar,
super-especialização precoce e desintegração
está organizado en tres unidades que funcionan
como matrices cognitivas que orientan no solo
el análisis e intervención sobre la realidad
sanitaria, sino también la organización
curricular. Con base en el Aprendizaje Basado
en Problemas y Proyectos, las unidades tienen
por misión analizar las condiciones de salud de
la población, evaluar la estructura y desempeño
del Sistema Único de Salud (SUS) y formular
entre ensino básico e profissionalizante1.
/ implantar planes de acción. Algunas
disciplinas funcionan como ejes curriculares,
articulando curso vertical y horizontalmente.
Las actividades prácticas siguen la lógica del
proceso de producción en salud, con gran
esfuerzo en el sentido de la diversificación de
los escenarios de aprendizaje, utilizando un
enfoque epidemiológico y sócio-histórico del
proceso salud-enfermedad-atención. Se reveló
fundamental cuidar de la profesionalización
Nacional de Reorientação da Formação
Profissional em Saúde (Pró-Saúde), visando
intervir nesse processo (de)formativo.
docente, instituir proceso de acompañamiento
y evaluación del curso y promover la actuación
del cuerpo docente como un colegiado de
curso.
Palabras-clave: Salud colectiva; formación
profesional en salud; Enseñanza superior;
Educación universitaria, Transdisciplinaridad,
Integración curricular.
INTRoDuÇÃo
As pesquisas sobre o ensino superior na
saúde no Brasil destacam o descompasso entre
a formação profissional e as necessidades
da população e da Reforma Sanitária, em
curso. Construída com enfoque que sempre
privilegiou os determinantes biológicos, a
doença e o hospital, esta formação caracteriza-
Na medida em que, constitucionalmente,
compete ao Sistema Único de Saúde (SUS)
ordenar a formação de recursos humanos na
área de saúde, o Ministério da Saúde (MS) e
o Ministério da Educação (MEC) criaram em
2005/2006, em cooperação com a Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Programa
Apoiando as Instituições de Ensino Superior
que decidam enfrentar a visão “restritiva do
ponto de vista da cidadania, da integralidade
e da equidade que o trabalho em saúde
pode produzir”1, o objetivo geral do PróSaúde é a integração ensino-serviço, visando
a reorientação da formação profissional,
assegurando uma abordagem integral do
processo saúde-doença com ênfase na atenção
básica, promovendo transformações nos
processos de geração de conhecimentos, ensino
e aprendizagem e de prestação de serviços à
população2.
No contexto do Pró-Saúde e com o apoio,
este mais geral, do Programa de Reestruturação
e Expansão das Universidades Federais
(REUNI), a Universidade de Brasília (UnB)
criou novos campi, reestruturou espaços,
contratou profissionais e criou cursos noturnos,
entre os quais o de Gestão em Saúde Coletiva
na Faculdade de Ciências da Saúde (FS).
O objetivo deste trabalho é descrever o Projeto
Político-Pedagógico (PPP) desse novo curso de
Gestão em Saúde Coletiva da UnB e analisar
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 137
a sua implantação a partir de 2010, com foco
nas estratégias de integração curricular: matriz
sanitaristas com competências para participar
ativamente da formulação e implementação
integrativa, eixos curriculares, programas de
aprendizagem e corredores disciplinares, entre
outras. O texto está organizado segundo os três
eixos propostos pelo Pró-Saúde: Orientação
Teórica, Orientação Pedagógica e Cenários de
Prática.
de políticas públicas saudáveis de caráter
intersetorial e da realização de ações na prática
cotidiana dos serviços de saúde, mobilizado
pelas condições de vida da população e pelo
reconhecimento de que há uma “determinação
social da saúde-doença-cuidado”, numa
perspectiva generalista, critica e reflexiva.
DesCRIÇÃo
Do
PolíTICo-PeDAgógICo
PRojeT o
oRIeNTAÇÃo TeóRICA
Construído coletivamente pelos professores
do Departamento de Saúde Coletiva (DSC)
entre 2008 e 2009, o PPP do curso de Gestão em
Saúde Coletiva, com carga de 3225 horas-aula
(215 créditos), prevê uma duração mínima de
oito semestres e máxima de doze; as disciplinas
obrigatórias constituem 55% do total de
créditos, o limite máximo de integralização de
módulo livre foi estabelecido em 24 créditos e
das atividades complementares, em dez.
Nosso ponto de partida foi a definição do
perfil profissiográfico pretendido: “meta e
utopia, no sentido de ser tomado como um
alvo a ser alcançado ao longo do processo,
em movimento de aproximações sucessivas,
ao longo do percurso de construção de
conhecimento, efetivado no curso pelos
universitários”3. Na medida em que ainda
não foram aprovadas Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN) para os cursos de Saúde
Coletiva, a construção coletiva do perfil
dos egressos permitiu ao grupo delinear os
contornos do futuro profissional, apreendê-lo
numa visão de conjunto.
Assumiu-se como objetivo do curso formar
Embora toda sociedade comporte a crença
de que a saúde tem um valor intrínseco para
as pessoas e cuidados de saúde são necessários
para manter a vida e para aliviar o sofrimento,
os objetivos dos sistemas de saúde variam de
um país para outro, assim como as concepções
acerca do que seja saúde-doença e de como
esta é determinada.
O reconhecimento da saúde como um
direito de todo cidadão brasileiro e um dever
do Estado, isto é, a noção de “direito social à
saúde” foi decorrência, ao menos em parte, do
reconhecimento de que há uma “determinação
social da saúde-doença-cuidado”. Este conceito
teve origem nos estudos da epidemiologia
social latino-americana da década de 70, que
o desenvolveram à luz da teoria marxista. No
Brasil, em um contexto de luta contra a Ditadura
Militar, esta abordagem marxista do conceito
exerceu enorme influência na formação do
pensamento no campo da Saúde Coletiva. 4
A Saúde Coletiva pode ser compreendida
como um campo complexo de produção
e utilização de conhecimentos sobre a
problemática da saúde-doença-cuidado, que
se desdobra em processos de desenvolvimento
e experimentação tecnológica no âmbito de
práticas sociais de promoção e proteção da
saúde e prevenção de riscos e agravos5.
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 138
A construção de um projeto curricular
voltado para a formação de um sanitarista
prática transitiva dos agentes.6
engajado socialmente, participativo, crítico,
com capacidade para solucionar problemas
existentes e novos que surgirão, com uma visão
abrangente do processo de determinação social
da saúde-doença (e não apenas voltada aos
determinantes biológicos) implica a quebra das
fronteiras entre as disciplinas e a articulação
dos processos de ensino-aprendizagem ao
mundo do trabalho e à pesquisa1.
A expectativa é, pois, de que esses novos
“operadores transdisciplinares” da Saúde
Coletiva sejam sujeitos mutantes prontos
para o trânsito interdisciplinar, transversais,
capazes de transpassar fronteiras, à vontade
nos diferentes campos de saber. Sua formação,
obrigatoriamente, terá etapas em distintos
campos científicos6.
De fato, cresce no campo científico a
consciência de que, num mundo em constante
mutação, é necessário articular os diversos
conhecimentos numa perspectiva de totalidade
de maneira a dar resposta a problemas
complexo, sob pena de as disciplinas serem
transformadas em um mero repertório de
técnicas e conhecimentos superados. De acordo
com Lewin6, o objeto complexo é: sintético,
Coletiva - Noturno foi, então, construído, a
muitas mãos, na perspectiva de uma formação
sintonizada com a realidade social, orientado
não-linear, múltiplo, plural e emergente.
Para uma abordagem respeitosa destes
atributos, a organização disciplinar da ciência
precisa ser superada, instaurando formas
alternativas da disciplinaridade. Entretanto, para
que essa quebra das fronteiras interdisciplinares
se realize, é imprescindível compartilhar
linguagem e estruturas lógicas e simbólicas,
bem como a inexistência de hierarquias entre
os saberes e sua comensurabilidade, além de
tolerância e modéstia das partes.
No campo da Saúde Coletiva, a síntese
transdisciplinar decorre da possibilidade de
comunicação não entre campos disciplinares,
mas entre agentes, através da circulação não
dos discursos, mas pelo trânsito dos sujeitos,
podendo ser construída em dois níveis: no
âmbito do campo científico e/ou construída na
O PPP do curso de Gestão em Saúde
pelos princípios da inter/transdisciplinaridade,
da articulação entre teoria e prática e da
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão, assumindo:
1.
A educação como um processo
intencional que tem como finalidade a
promoção do desenvolvimento humano
e, na saúde, como um processo que
possibilita uma maior compreensão e
intervenção na realidade concreta dos
serviços e das comunidades;
2.
em
A saúde e a doença entendidas
um enfoque ampliado, como
processo, não só biológico, mas também
social, resultante do modo como os seres
humanos estabelecem relações com o
meio, incorporando a subjetividade dos
sujeitos;
3.
A atenção à saúde com base nos
princípios doutrinários e organizativos
do Sistema Único de Saúde (SUS),
possibilitando a construção de relações
contínuas como forma de responder às
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 139
necessidades sociais em saúde;
organização disciplinar tem importante papel
na estabilidade do currículo, já que promove
4.
O cuidado do ser humano
como uma relação de troca permanente
(incluindo a relação docente e discente),
sendo abordado como um processo
interpessoal, mas também de uso de
tecnologias assistenciais e de promoção
da saúde;
a fragmentação e a redução das lutas e
conflitos pela distribuição dos recursos e do
conhecimento, enquanto a mudança decorreria
dos diferentes interesses em jogo e dos
discursos especializados que estão sendo mais
valorizados em dado contexto sócio-histórico9.
5.
A gestão em saúde coletiva
como uma teoria e prática da gestão
de sistemas e serviços de saúde que
reconhece a complexidade dos problemas
de saúde e enfatiza o diálogo gerador de
compromissos e a negociação entre os
agentes da prática.
oRIeNTAÇÃo PeDAgógICA
Metodologias ativas de aprendizagem
sempre estiveram presentes na prática
educacional como iniciativas isoladas; nas
últimas décadas, entretanto, experimenta-se
um relativo consenso em relação às formas
pelas quais os sujeitos aprendem7,8.
Duas perspectivas teóricas embasam a
orientação pedagógica do curso de Gestão em
Saúde Coletiva: a concepção do currículo como
construção sócio-histórica; e aquela referente
aos conteúdos e as relações professor-aluno e
entre as disciplinas a serem transmitidas, mas
também o modo como se dá essa transmissão,
nos currículos do tipo integrado.
Quanto à concepção do currículo como
construção sócio-histórica, isto é, a noção de
que o mesmo não é um elemento inocente
e neutro de transmissão desinteressada do
conhecimento, é importante perceber que a
Quanto aos conteúdos a serem transmitidos
e o modo dessa transmissão, Bernstein10
chama a atenção para o fato de que o discurso
pedagógico é uma recontextualização de textos
e para suas relações sociais geradoras, a partir
de posições dominantes no interior dos campos
econômico e de controle simbólico. Segundo
este autor, o currículo organiza-se com base em
dois princípios: classificação e enquadramento.
A classificação refere-se às relações entre as
categorias, ao grau de manutenção de fronteiras
ou ao grau de isolamento entre disciplinas,
áreas ou conteúdos (expressão das relações de
poder). O enquadramento refere-se à forma de
transmissão da mensagem pedagógica, sendo
assim uma expressão das relações de controle.
Os códigos de poder regulam as relações
entre categorias, estabelecendo relações
legítimas de ordem, enquanto os códigos de
controle estabelecem as formas legítimas de
comunicação a cada categoria10.
É com base nesses dois princípios
regulativos que Bernstein10 identifica dois
tipos de currículo: o currículo tipo coleção,
com alto grau de enquadramento e de
classificação, e o tipo integrado, com baixo
grau de enquadramento e de classificação, que
corresponde à escolha e desafio em tela. Na
realidade, existem variações entre um extremo
e outro, ou seja, entre o tipo coleção e o tipo
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 140
integrado, sendo pouco freqüente formas puras.
fazer a partir da novas diretrizes curriculares.
Nesta perspectiva, a proposta curricular do
Orientada pelo referido marco teórico, a
organização curricular do curso de Gestão
em Saúde Coletiva enfatizou a integração
curricular e a articulação dos saberes, tal
como vem sendo interpretado que é possível
curso articula conteúdos em grau crescente
de complexidade por meio de estratégias de
integração horizontal e vertical (Figura 1).
A
integração
vertical
está
sendo
Figura 1 – Ilustração dos conceitos integração horizontal e vertical (longitudinal).
desenvolvida por meio de duas estratégias
principais: a organização do curso em Unidades
que, correspondendo a matrizes cognitivas,
orientam a organização curricular (teoria
e prática) e articulam os eixos curriculares
geradores e instrumentos de avaliação, e por
meio de reuniões pedagógicas organizadas por
Módulo do curso, da qual participam todos
os professores responsáveis pelas disciplinas
que compõem o semestre e representantes
verticais; e a construção de quatro grandes
corredores disciplinares por tronco comum de
conhecimentos: 1) Epidemiologia, Ambiente e
Trabalho; 2) Política, Planejamento e Gestão
em Saúde; 3) Saúde, Cultura e Cidadania; e 4)
Bioética.
estudantis.
A integração horizontal, por outro lado, está
sendo desenvolvida por meio de duas estratégias
principais: ao interior das Unidades (Momentos
Além disso, duas outras estratégias têm
favorecido tanto a integração horizontal
quanto a vertical, mas não serão o foco
de nosso relato: as reuniões semestrais
de planejamento e avaliação relativas aos
planos de ensino (objetivos das disciplinas,
conteúdos programáticos, metodologias de
ensino-aprendizagem, sistema de avaliação
do PES), quando são compartilhados temas
e bibliografias), assim como às melhores
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 141
práticas dialógicas entre professores e alunos;
e o desenvolvimento docente por meio de um
Pelas atuais determinações legais de
âmbito nacional, hoje os currículos têm a
Programa de Educação Permanente.
possibilidade de superar a fragmentação
tradicional disciplinar através da integração
ou articulação das antigas disciplinas, ou de
elementos essenciais das mesmas, em módulos,
tomados então como uma parte articulada do
sistema curricular, responsável por uma tarefa,
numa etapa definida. (...) Os módulos agrupam
saberes de áreas que convergem para efetivação
do perfil nos diversos momentos curriculares,
conforme os objetivos propostos3.
Matricialmente, o curso está, então,
organizado em três grandes unidades:
originalmente “Momentos” do Planejamento
Estratégico Situacional (PES), que funcionam
como matrizes cognitivas que orientam a
análise e a intervenção sobre a realidade
sanitária, mas também e, fundamentalmente,
a organização curricular e os Programas de
Aprendizagem operacionalizados pelos eixos
curriculares (Figura 2).
Com base na Aprendizagem Baseada em
Problemas e Projetos (ABPP), cada unidade
Figura 2 – unidades que compõem o curso de gestão em saúde Coletiva.
é definida por uma missão: desenvolver um
projeto de pesquisa/intervenção e executá-lo.
Na primeira e segunda unidades, orientados
por “uma metodologia de avaliação do
desempenho do sistema de saúde brasileiro”11,
realiza-se uma análise das condições de saúde
e desempenho do SUS, respectivamente. A
terceira unidade corresponde à formulação e
implantação de planos de ação orientados por
essa análise de situação (Figura 3).
da população e uma avaliação de estrutura
ABPP como um “método sistemático de
Markham, Larmer e Ravitz12 definem a
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 142
Figura 3 –esquema dos produtos esperados das unidades I, II e III do curso.
ensino que envolve os alunos na aquisição de
As disciplinas Seminários Integradores em
conhecimentos e de habilidades por meio de um
extenso processo de investigação estruturado
em torno de questões complexas e autênticas
e de produtos e tarefas cuidadosamente
planejados”.
Saúde Coletiva (SISC), Práticas Integradas
de Saúde (PISC) e Trabalho de Conclusão
de Curso (TCC) funcionam como eixos
curriculares do curso, isto é, “se articulam
com os conteúdos essenciais, visando efetivar
o perfil profissiográfico proposto no projeto
político pedagógico do curso, funcionando
como centro dos estudos ao longo de todo
processo curricular”3.
Partindo de problemas reais e formulando
planos de ação que contribuam para a
compreensão do problema e sua solução,
a ABPP busca conciliar teoria e prática7,9.
Além de considerar aspectos intrínsecos à
aprendizagem dos sujeitos, o trabalho com
a ABPP pode favorecer o desenvolvimento
de capacidades relacionadas ao trabalho em
equipe, à reflexão e à tomada de decisão8.
Mas, afinal, ao interior de que espaçostempo “disciplinares” previstos na matriz
curricular são formulados e executados os
referidos projetos de pesquisa e intervenção?
Noutras palavras, trabalhando com pequenos
grupos de forma tutorial, SISC, PISC e TCC
articulam o curso verticalmente, ao mesmo
tempo em que favorecem uma integração
horizontal das disciplinas ao interior de cada
Módulo (Figura 4):
1.
Na Unidade I, os estudantes,
em pequenos grupos, desenvolvem, em
SISC1 (Módulo 2), um Projeto de Análise
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 143
das Condições de Saúde da população
residente no território (assumido como o
um Projeto de Avaliação da Estrutura e
Desempenho do Sistema Saúde-Escola
Sistema Saúde-Escola) que é executado em
PISC1 (Módulo 3);
(Regional de Saúde do Paranoá/Itapoã) a
ser executado em PISC2 (Módulo 5);
2.
Na
Unidade
II,
dando
continuidade ao exercício, os estudantes
desenvolvem, em SISC2 (Módulo 4),
Todas as disciplinas que compõem cada
Módulo são convidadas a se articularem
em diferentes níveis com SISC/PISC. Para
Figura 4 – Esquema das disciplinas que compõem os eixos curriculares do curso.
exemplificar: no Módulo 2, as disciplinas
Pesquisa Social, Epidemiologia Descritiva
e Informação em Saúde não apenas aportam
da Unidade II e de SISC3/TCC, professores
das três unidades. Destaca-se que trata-se de
oportunidade preciosa para práticas de pesquisa
conhecimentos e habilidades necessárias à
elaboração de Projetos de Análise de Condições
de Saúde, como programam suas aulas de
modo a haver concatenação entre os conteúdos
ministrados e ainda utilizam os produtos de
SISC1 em seus processos avaliativos (temas
geradores e avaliações compartilhadas).
e intervenção interdisciplinares.
Participam como tutores de SISC1/PISC1
os professores responsáveis pelas disciplinas
Além de SISC/PISC/TCC, outras disciplinas
devem desenvolver mecanismos de integração
inter-disciplinar em todos os semestres, motivo
pelo qual deverão compor Programas de
Aprendizagem articuladores dos seus conteúdos
e métodos. No presente momento, todos os
esforços estão sendo empreendidos no sentido
de identificar os Programas de Aprendizagem
da Unidade I; de SISC2/PISC2, os professores
Integrados que podem ser construídos ao
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 144
interior de cada Módulo do Curso e por dentro
dos corredores disciplinares.
CeNáRIos De PRáTICA
O desenvolvimento de atividades práticas do
curso de Gestão em Saúde Coletiva no âmbito
dos serviços de saúde e em outros “cenários de
aprendizagem” segue, sempre que possível, a
lógica do processo de produção em saúde, com
grande esforço no sentido da diversificação
dos cenários de prática (comunitário e com
em Saúde.
Com carga de 150 horas/semestre e oito
semanas de duração cada, corresponderão a
vivências em situações reais. Esta imersão
dos sujeitos em cenários reais possibilita
a
integração
universidade-comunidade,
ampliando a inserção social13.
Por fim, embora não haja a intenção de
oferecer o Curso na modalidade à distância
(EAD), há diretriz institucional das instâncias
atividades práticas realizadas em todos os
níveis de gestão do sistema), utilizando enfoque
epidemiológico e sócio histórico do processo
superiores da UnB no sentido de que 20% das
atividades de cada disciplina venham a ser
oferecida utilizando tecnologias de informação
saúde-doença-cuidado e, portanto, centrado
nas necessidades de saúde da população de
referência.
e comunicação (TIC) para complementar as
aulas presenciais a partir de ambientes virtuais
de aprendizagem na plataforma Moodle.
Concretamente, as atividades práticas
das várias disciplinas que compõem o curso
ANálIse DA
estão concentradas na Regional de Saúde do
Paranoá. De base local e ao interior do SUS
do Distrito Federal, a construção do Sistema
Saúde-Escola pelos cursos da área da saúde
da UnB articula, com o apoio do Pró-Saúde,
a formação profissional com as necessidades
de saúde da população, bem como com os
desafios dos serviços e sua gestão. A maior
dificuldade, entretanto, tem sido compatibilizálas com o horário de funcionamento da maioria
Em resumo, a proposta curricular do curso
dos serviços públicos de saúde, raramente
noturnos.
No presente momento, o desafio da práxis
é articular, já para 2013, os campos de
Estágio Supervisionado em quatro áreas de
intervenção: Vigilância em Saúde, Ambiente e
Trabalho; Promoção da Saúde e Qualidade de
Vida; Gestão, Informação e Comunicação em
Saúde e Gestão de Redes de Cuidados Integrais
ImPlANTAÇÃo
em tela dedica importância equivalente aos
determinantes biológicos e sociais na análise
do processo saúde-doença, bem como às
dimensões da promoção, prevenção, cura
e reabilitação na gestão do cuidado em
saúde, considerando fortemente a dimensão
epidemiológica, portanto, as necessidades de
saúde da população residente na Região de
Saúde do Paranoá (Sistema Saúde-Escola da
FS).
Pode-se dizer que o curso opera, com
metodologias interativas e emancipadoras, que
valorizam: a reflexão crítica sobre as práticas
visando a transformação da própria prática e
das organizações, a pesquisa e processos de
auto-aprendizagem que envolvam situações
diversificadas (resolução de problemas,
análises de casos, simulações, dentre outras) em
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 145
distintos cenários (Escola, SUS, comunidade
etc.). Nessa pedagogia, o processo de ensino se
a partir dela mesma, mas da realidade onde o
processo pedagógico está inserido, que passa
baseia na relação dialógica entre os atores da
aprendizagem.
Por meio desses procedimentos constrói-
a ser a base dos conteúdos programáticos15. O
esquema a seguir sintetiza o desenho do curso:
apresenta as Unidades e Módulos, Disciplinas
e Eixos Curriculares, Produtos e Cenários de
Prática (Figura 5).
O curso teve treze vagas ociosas em 2010,
das quais quatro corresponderam a vagas
remanescentes do ingresso primário (vestibular
e Programa de Avaliação Seriada) e nove
se uma matriz curricular que não se instituiu
foram geradas por desligamentos. Na UnB, as
Aprender é um ato de conhecimento da realidade
concreta, isto é, da situação real vivida pelo
educando, que se dá através de uma aproximação
crítica dessa realidade. O que é aprendido não
decorre da imposição ou memorização, mas
do nível crítico de conhecimento ao qual se
chega pelo processo de compreensão, reflexão e
crítica14.
Figura 5 –esquema da orientação Teórica, Pedagógica e Cenários de Prática.
vagas ociosas de cada curso correspondem às
vagas remanescentes do ingresso primário e
as geradas por desligamentos e transferências,
subtraído o número de Transferências
Obrigatórias e demais ingressos primários
deferidos no período letivo anterior (Resolução
CEPE/UnB 01/2009).
Este número de vagas ociosas significou
16,25% do ingresso primário. Compreendese esta situação como uma decorrência de
processos correlacionados: o curso ainda
estava em suas primeiras coortes (a primeira
turma é de 2010.1); a área do curso, Saúde
Coletiva, é nova como graduação, os primeiros
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 146
cursos no país datam de 2009; e a concorrência
no vestibular tem sido baixa.
A taxa de permanência dos alunos no curso
de graduação em 2010 foi de 88,2% e a taxa de
evasão, de 11,8%; o percentual de trancamento
de disciplinas no primeiro semestre de 2010 foi
de 4% e o percentual de reprovação em alguma
disciplina, 17%. Entre as causas da evasão,
trancamentos e reprovação, supomos as mais
relevantes: curso novo e de baixa concorrência
atraindo candidatos sem perfil; insegurança
quanto às perspectivas profissionais da nova
área, pois o curso ainda não é reconhecido pelo
MEC; disciplinas novas e em construção; e
material de apoio didático ainda inadequado.
Pretende-se reduzir estas taxas de evasão
e de reprovação para 5% até 2015 por meio
de algumas ações: pesquisa com evadidos;
comunicação social; assistência estudantil;
Quanto ao desafio de articular os saberes
que compõem o campo da Saúde Coletiva, esta
comunicação interdisciplinar é dificílima, pois
os princípios e conceitos fundamentais que
compõem uma matriz teórica e metodológica
não podem ser decodificados, traduzidos e
recombinados. Somente a quem já se encontra
“dentro” de um paradigma, e que por isso
já o incorpora, consegue ver o seu objeto
privilegiado6.
Por esta complexidade da ação curricular
numa matriz articulada e do enfoque da ABPP,
já seria importante cuidar da profissionalização
docente do profissional que exerce a docência
para a mediação necessária entre os estudantes
e o quadro teórico-prático proposto no PPP3.
Além disso, a diretriz institucional no sentido
de que 20% das atividades de cada disciplina
venham a ser oferecidas em ambientes virtuais
de aprendizagem não deixa de ser um desafio
aperfeiçoamento pedagógico do corpo docente;
acompanhamento e avaliação das disciplinas
do curso; produção de textos didáticos pelo
corpo docente. Quanto ao reconhecimento do
curso pelo MEC, estão sendo empreendidas
ações nesse sentido pela Associação Brasileira
de Saúde Coletiva (ABRASCO) e pelo Fórum
Nacional de Coordenadores de Cursos de
Graduação em Saúde Coletiva.
tecnológico para os professores.
O quadro docente atual do DSC apresentase como o principal nó-crítico deste processo:
com vinte professores, todos em regime de
dedicação exclusiva (DE), nas diversas áreas
de conhecimento, ministram mais de quarenta
disciplinas de graduação para os diversos
cursos da Faculdade de Ciências da Saúde e da
Faculdade de Medicina e encontram-se com o
desafio de implantar os Mestrados Profissional
A Lei de Diretrizes e Bases n.9.394/96 preceitua
“a preparação” do professor universitário em
nível de pós-graduação stricto sensu sem,
contudo, explicitar a necessidade de formação
pedagógica como requisito para o ingresso na
carreira.
e Acadêmico em Saúde Coletiva.
se traduz na indissociabilidade do ensino com
É possível, ainda, que alguns dos impasses
sejam tributários da falta de formação dos
professores para a docência. As pesquisas são
unânimes em apontar, como um dos maiores
problemas do ensino, a precária formação dos
professores13,16. Grande parcela dos docentes do
Ensino Superior não foi, de fato, formada para
ser educador: aprendemos a ensinar, ensinando!
A importância da pesquisa científica para a
qualidade da Educação Superior é inconteste e
Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 147
a pesquisa e dessas com a extensão. É certo,
contudo, que o sistema de pós-graduação está
destaque para os demais membros da Comissão
de Ensino de Graduação nesse período: Daphne
indissociavelmente relacionado com o sistema
de financiamento à pesquisa. O equívoco
está, pois, no desinvestimento na formação
profissional para a docência, talvez supondo
que os saberes da pesquisa são suficientes para
garantir um ensino de qualidade. Explica-se
assim, ao menos em parte, a tendência dos
professores universitários em construir sua
identidade profissional com base na produção
Rattner, Elza Maria de Souza, Maria da Graça
Hoefel, Mauro Sanchez, Muna Odeh, Natan
Monsores de Sá e Ximena Pamela Bermudez.
científica, que gera mérito acadêmico e
benefício profissional16.
ComeNTáRIos FINAIs
Aproveitando o apoio do Pró-Saúde aos
processos de construção e revisão curricular
da UnB, temos partido da prática docente
real para revisá-la, por meio de estudos e
realização de educação permanente a partir
de consultoria especializada contratada.
Mas tal empreitada só é possível se o
corpo docente atuar como um verdadeiro
“colegiado de curso”, o que pode permitir
definir níveis crescentes de aprofundamento
e complexidade em cada fase curricular a
partir da avaliação e acompanhamento. O
processo de acompanhamento e avaliação da
implantação do PPP tem se revelado, neste
sentido, imprescindível, “pois o processo exige
3
reconduções sempre que necessário” .
AgRADeCImeNT os
Este trabalho reflete a visão dos autores,
mas a experiência de construção e implantação
do curso de graduação em Gestão em Saúde
Coletiva da Universidade de Brasília,
relatada, é produto de todo o corpo docente
do Departamento de Saúde Coletiva, com
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