Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana

Transcrição

Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Volume II
Ao todo disponibilizei 63 páginas de um total de 152.
As páginas foram selecionadas de várias partes do livro
e depois agrupadas.
Roberto Cardia
TAEKWONDO
Arte Marcial e Cultura
Coreana
Volume II
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TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a
reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou qualquer
meio. A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.610/98) é
crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
Capa e projeto gráfico: Roberto N. Cardia
Diagramação: Roberto N. Cardia
Revisão de diagramação: Cíntia Daflon
Revisão final: Elida Kronig
Gráfica: REPROARTE: soluções gráficas sob medida
FICHA CATALOGRÁFICA
Cardia, Roberto Nascimento, 1970Taekwondo: arte marcial e cultural coreana (v. 2) /
Roberto N. Cardia. Rio de Janeiro: R. N. Cardia, 2011.
Bibliografia
152
1. Taekwondo
2. Arte Marcial 3. História
I. Título.
CDD-796.8
Pedidos e contato com o autor:
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Incentive a produção de publicações sobre o Taekwondo.
Não faça (ou empreste para) a fotoreprodução.
AGRADECIMENTOS
Por mais uma vez agradeço aos amigos que me
acompanharam nesta longa e difícil jornada. Amigos que sabem
o significado de tal palavra: amizade. Amigos que neste momento
são do mais alto grau de parentesco. É por eles que faço minha
pequena homenagem em um simples parágrafo de livro, um naco
de papel onde pouquíssimos leitores se interessam em ler. Todos
foram e são de grande importância na minha vida, sem exceção.
Novamente venho a colocar seus nomes em ordem alfabética,
independente do quanto auxiliaram, pois para mim as pessoas
doam aquilo que podem oferecer, nem mais e nem menos, são
exatas em suas capacidades. A amizade de cada uma delas é
essencial e perfeita. No entanto, nunca poderia deixar de
agradecer aquelas pessoas que tentam persuadir na promoção
da dificuldade e dos empecilhos. Tais personagens fazem parte
da nossa história, são estas que muitas vezes apontam as lacunas
abertas, que nos mostram a barreira fraca, e sempre estão a
espreita de um lapso qualquer para nos atacar. Elas nos fazem
crescer. Porém, devo voltar aos reais merecedores, onde poucas
vezes, com aquele medo de magoar, não nos mostram o caminho
que aqueles outros nos apontam, mas mesmo assim nos fazem
crescer em diversos momentos da vida, nos dão o seu carinho e
afeto, os quais dentre muitos outros sentimentos estão embutidos
na amizade que menciono. Em especial dedico este livro para
minha esposa e nossos guris, os quais são os grandes
mantenedores de minha felicidade.
O meu muito obrigado,
Ms. Roberto Cardia
Alan do Carmo, Alexandre Felix, Angelo Cesar Resende, Bell Menezes, Bruno Passos,
Carlo Felipe Albuquerque dos Santos, Carmelino de Souza Vieira, Chrystiane Stein,
Cintia de Aquino Daflon, Cláudio André, Claudio Chaves, Elida Kronig, Ely Nascimento
Cardia, Erick Pimentel, Francisco Jose de Luccas Braga, Henrique Oliveira, Jadir Fialho
Figueira, João Celso, Ivanildo Marques, José Roberto de Lira, Júlio Cesar, Liebe Busse
Ribeiro (in memoriam 1930 - 2004), Luiz dos Santos, Marcelino Soares Barros, Marcus
Rezende, Nadir de Carvalho (in memoriam 1912 - 2009), Oberdan Silva, Renato
Ribeiro, Rodney Américo dos Reis, Rosane Lumertz, Teófanes Alves Pereira e Vagner
Esteves - Academia Kim, Casa do Alpinista, Confederação Brasileira de Taekwondo,
Federação de Taekwondo do Estado de Minas Gerais e Federação de Taekwondo do
Estado do Rio de Janeiro.
PRESIDENTE DR. CHANG SEON LIN - 9º DAN
Taekwondo - Esporte Olímpico
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FILIADA À CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TAEKWONDO (CBTKD)
FILIADA À PAN AMERICAN TAEKWONDO UNION (PATU)
FILIADA À WORLD TAEKWONDO FEDERATION (WTF)
FILIADA AO COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO (COB)
FILIADA AO COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL (COI)
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
PUBLICAÇÕES ANTERIORES
Primeiro volume do livro “Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana”
(capa em preto e branco), publicado em 2007. Ao lado a capa do livro
transcrito para o braille (sistema de leitura para cegos), publicado em agosto
de 2011 pelo Instituto Benjamin Constant.
Partes selecionadas para download
www.4shared.com/document/9z2c9qvo/
Livro_Taekwondo_Arte_Marcial_e.htm
Uma compilação dos apanhados de
adivinhas da Tia Nadir, que desde
menina foi motivada pelos versos das
adivinhações de sua época.
Em 1920, as adivinhas eram muito
comuns, principalmente as rimadas,
passadas de boca em boca sem que
alguém tivesse o interesse de anotá-las
para a posteridade.
Sou um rapaz elegante
De cinturinha apertada
Tocando o meu violino
A espera da bofetada.
O mosquito
Veja Tia Nadir no youtube:
www.youtube.com/watch?v=TteqEbA10m8&feature=related
“Tae Kwon-Do: Expressando a vida através do movimento”
Missão
Promover a inclusão social das crianças,
adolescentes e adultos, com e sem deficiência, por
meio de atividades educativas, culturais,
esportivas, recreativas e de reabilitação,
fortalecendo suas potencialidades e estendendo os
benefícios a seus familiares.
Apoio
Lira Tae Kwon-Do Clube
Mestre Lira - 6º Dan
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(11) 4056-3545
SP
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Centro - Diadema/SP - CEP: 09910-170
(11) 3481-2048 - [email protected]
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
“O segundo volume propõe uma jornada
através de uma reforma cultural e
profissional, levando o leitor a tratar
seriamente o Taekwondo como ciência,
assim como as diversas “Artes Marciais”.
Revela nuances sobre aspectos marciais
que visam modificar aquele olhar viciado e
sem novas propostas.”
Ms. Roberto Cardia
ESPÍRITO DO TAEKWONDO
CORTESIA
INTEGRIDADE
PERSEVERANÇA
AUTOCONTROLE
ESPÍRITO INDOMÁVEL
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PATROCÍNIO:
GERAÇÃO MESTRE RENATO RIBEIRO
(21) 25399798
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
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Arte Marcial e Cultura Coreana
O Caminho dos Pés e das Mãos
Campeonato Brasileiro Master 2008 - Londrina (13 e 14 de julho).
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Associação de Taekwondo Mestre Alan do Carmo
A tradição marcial e a evolução do esporte olímpico
para formar vencedores na vida.
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
ÍNDICE
o
o
o
o
o
AGRADECIMENTOS / 03
DEDICATÓRIA / 13
PREFÁCIO / 15
NOTA / 17
PALAVRAS DO AUTOR / 19
CAPÍTULO I
o O PRINCÍPIO III / 24
• Arte Marcial Sambaquieira / 24
• Ocupantes de Dunas / 25
• Introdução à “Arte Marcial” no Brasil Pré-colonial / 27
• Arte Marcial Nativa / 29
• Os Primeiros Ocupantes da Floresta no Rio de Janeiro / 41
• Mulheres Guerreiras no Século XVI: as icamiabas / 42
• Século XIX / 43
o CAPOEIRA NO SÉCULO XIX / 49
• Os Nambiquaras no Século XX / 68
• Os Xondaros / 69
• Boleadeiras: armas marciais dos charruas, guenoas e guaranis
/ 73
• BRASIL: a nossa marcialidade / 74
CAPÍTULO II
o
o
o
o
o
TAEKWONDO NO RIO DE JANEIRO / 78
FORMADORES DE OPINIÃO / 88
PUBLICAÇÕES NO TAEKWONDO / 90
IDOSOS NO TAEKWONDO / 91
TAEKWONDO: AULAS EXPERIMENTAIS E DESCONTOS
POR PACOTES / 92
o O FUTURO DO TAEKWONDO (Uma visão do autor II) /
94
CAPÍTULO III
o O CONCEITO DE MESTRE NO TAEKWONDO / 99
o O MERCADO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DE
TAEKWONDO / 102
o TÁTICA E ESTRATÉGIA NO TAEKWONDO / 105
o O CONCEITO DE MESTRE NAS “ARTES MARCIAIS” /
106
o O PERFIL DO PRATICANTE MARCIAL / 109
o ORIGEM DAS ARMAS / 111
o CONDICIONAMENTO FÍSICO X CONDICIONAMENTO
TÉCNICO MARCIAL / 113
o A MELHOR MODALIDADE DAS “ARTES MARCIAIS” /
115
o ESPORTE X ARTE MARCIAL / 116
o UM ARTISTA MARCIAL LENDÁRIO / 118
o CRIANÇAS QUE PRATICAM “ARTES MARCIAIS”: UM
ENFOQUE DIFERENTE / 120
o DEFESA PESSOAL / 123
CAPÍTULO IV
o TÉCNICAS MARCIAIS NA PREVENÇÃO DE PATOLOGIAS
ARTICULARES: ESTUDANDO O OGUL MAKI/ 127
• O Estudo / 127
• A Pesquisa / 128
• Função Marcial / 128
• Ação Terapêutica / 129
• Meridianos Envolvidos / 131
• Pontos de Energia dos Meridianos: como atuam no
movimento? / 132
• Indicação dos Pontos Mencionados / 133
• O Grupo Estudado / 134
• Dados Secundários do Grupo Estudado / 135
• Descrição do Movimento / 135
• Perguntas Principais do Questionário / 136
• Considerações Finais / 136
CAPÍTULO V
o
o
o
o
ANAMNESE NO TAEKWONDO / 140
QUESTIONÁRIO PARA O TAEKWONDO / 142
CRÉDITOS / 143
BIBLIOGRAFIA / 145
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
DEDICATÓRIA
Podemos dedicar uma vida inteira a alguma coisa; podemos
dedicar parte da vida por alguma coisa ou podemos dedicar
coisa alguma em nenhum momento.
Contudo, estaremos sempre dedicando o nosso tempo...
Por mais uma vez dedico esta obra ao saber e a qualquer
tipo de expressão cultural, incluo aqueles que, ávidos por
conhecimentos, trabalham para se aprimorar como pessoas e
profissionais, no intuito de viver em um mundo destinado ao
convívio de tantas outras formas de vida. São para os justos que
respeitam a vida e enaltecem a cortesia, a integridade, a
perseverança, o autocontrole e o espírito indomável.
Dedico com carinho aos meus pais, irmãos, amigos,
mestres, professores e alunos. Aos parentes que já se foram e
me aconchegaram nas situações difíceis e que comigo brincaram
e sorriram nos momentos alegres.
Aos leitores do primeiro volume que muitas vezes me
retornaram para me parabenizar.
É também para aqueles que me ofenderam e me
caluniaram ou apenas tentaram, com ou sem motivos justificados.
Estes, quando enraivecidos, em especial, fizeram parte do meu
crescimento, contribuindo em minha evolução, tendo a
oportunidade de entendê-los e me conhecer melhor.
Por fim, dedico esta obra ao futuro, ao motivo por estarmos
aqui e ao momento em que se deu o início de toda uma
transformação chamada vida.
Ms. Roberto Cardia
13
EQUIPE DE TAEKWONDO
MESTRE IVANILDO
Educamos jovens capazes de pensar e agir
racionalmente e com atitudes positivas
diante da vida.
WWW.MESTREIVANILDO.COM.BR
[email protected]
Tijuca - Rio de Janeiro - Brasil
8057-3221 / 9276-5136
RJ
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
PREFÁCIO
Seria simplório, da minha parte , registrar que esta obra
é mais uma publicação no meio de tantas outras. Seria
inconsequente dizer que se trata somente de mais uma fonte.
Não, caros leitores, preciso esclarecer que a prática e o empenho
do autor se transformaram em letras e que estas descansaram
sobre o papel para tornar público este conhecimento, muito bem
fundamentado, testado e aplicado.
Roberto Cardia é um nome forte e mais forte é o que o
seu profissionalismo traz.
Ele apreende, reelabora e confia ao leitor páginas e mais
páginas de um conteúdo não modal e histórico... com uma escrita
acessível e linda... como a simplicidade sempre foi... e sempre
será.
Chrystiane Stein
15
Equipe Irmãos Felix de
Taekwondo
Fundada em maio de 2006 pelos professores Thiago Duarte e Alexandre Felix
LOCAIS DE TREINAMENTO
SANTA CRUZ: CIEP Mario de Andrade (Projeto Mais Educação)
ITAGUAI: Colégio UESF
SANTA CRUZ: Vila Olímpica Oscar Schimidt
SANTA CRUZ: Centro Social Urbano (CSU)
CAMPO GRANDE: Colégio Alfredo de Pires Flores
(Projeto Mais Educação)
Professores
Felix - Thiago Apulchro - Vitor Sant´ana - Thiago Duarte
Raianne Mattos - Fabrício Ferreira
Contato
(21) 77587612 / 124*68374 Felix
77242041 / 106*98719 Thiago Duarte
[email protected]
RJ
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
NOTA
Pensei em realizar um livro com título à parte para
trabalhar os conceitos que nesta obra estão. No entanto, o motivo
que me fez manter os volumes foi o simples fato de ter o
Taekwondo como estrutura de vida – além do próprio título da
obra referir o nome “Arte Marcial” –, trabalho e objeto veicular de
conceitos importantes para todos, o qual nos torna o que somos.
Que seja pelo nome “Taekwondo” – e não por outro título
– onde outras modalidades irão conhecer aquilo que foi dedicado
durante anos de trabalho. E é pelo tempo dedicado, mais uma
vez, para o fomento e a divulgação incessante de nossa “Arte
Marcial”.
Tratei e valorizei a arte da guerra como cultura marcial, o
que realmente é. Assim como o Taekwondo e tantas outras
modalidades que lutam por seriedade e em prol de serem
percebidas no meio científico.
O compromisso de escrever um novo livro é de grande
responsabilidade; se houve sucesso no primeiro volume, o
segundo deve ser compatível. A intenção é gerar no leitor a
curiosidade em manter sua mente voltada à leitura sem distração,
trabalhar a temática marcial em outras abordagens, oferecer novas
oportunidades em um campo pouco explorado.
Por mais uma vez ressalto que a importância das palavras
em coreano é secundária, pois como sabemos existem diversas
nomenclaturas para uma técnica ou qualquer outra palavra em
coreano. Manterei desta vez, em toda a extensão desta obra, a
terminologia “Arte Marcial” entre aspas para que sempre
venhamos lembrar o real valor e significado desta palavra,
explicada no primeiro volume e onde destacada em vários
momentos. Outrossim, a palavra “Arte Marcial” vem sempre, desde
a primeira obra, com as suas inicias em caixa alta para que seja
levada em consideração o seu ofício e eleita como ciência. “Arte
Marcial” é ciência! Mesmo, ainda, sem um curso superior deve
ser considerada e trabalhada nesta esfera. Viso e trabalho a nossa
arte e as demais modalidades como ofício e área distinta, valores
culturais e identidade própria, por este motivo continuo o trabalho
que há mais de dez anos venho fazendo para a implantação e
fomentação de uma Universidade de Artes Marciais. Alguns
documentos que estão em minha posse comprovam anos de
trabalho assim como outros que demonstram entidades
universitárias que assumiriam tal projeto e, por motivos nunca
explicados, desistiam e, logo em seguida, desculpas diversas
apareciam para dirimir o andamento de um curso superior.
17
ASSOCIAÇÃO CLÁUDIO ANDRÉ
Centro de Atividade Física e Mental Além de Defesa Pessoal
Valorizando a educação através do esporte!
ENTIDADES FILIADAS
PIEDADE: Colégio Criarte / Tel.: 2269-6538
MÉIER: Colégio Convivendo / Tel.: 2581-9479
INHAÚMA: Clube Caravana / Tel.: 3181-2064
ABOLIÇÃO: Colégio Cems / Tel.: 2599-0909
SANTA TEREZA (UPP): Escondidinho / Tel.: 7805-9119
ABOLIÇÃO: Colégo Projeto do Futuro / Tel.: 3272-9937
CAMPO GRANDE: Colégio Machado e Silva / Tel.: 3316-4055
CAMPO GRANDE: Academia MV / Tel.: 3155-8437
CAXIAS: CIEP nº 369 Jornalista Sandro Moreira / Tel.: 7726-1017
BELFORD ROXO: Colégio São Jorge / Tel.: 8141-5478
PROFESSORES:
Marlene da Silva Soares - Erondino Meireles Lima
Antonio Marcio Queiroz
Supervisão: Ms. Vinícius Garbelotti
LOJA WALL MODAS:
Artigos para artes marciais - Roupas masculinas e femininas
(21)3405-3731 / 7715-6168
CONTATOS:
(21) 7495-5396 / 9574-2199 / 7703-4614 / 7968-2343 / ID.: 14*94550
RJ
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
PALAVRAS DO AUTOR
Acredito que o mais importante é fazer do Taekwondo um
vetor, um meio para instalar boas tendências nos praticantes. A
nossa modalidade, assim como outras na área marcial, exerce
um papel importantíssimo na ótica educacional do indivíduo,
principalmente àqueles que estão à margem da sociedade. Estes
procuram a arte com inclinação de criar meios para sobrepujar
terceiros, entretanto existe aqueles que recebem a nossa
educação para permanecer e melhorar a sua situação no tocante
da inserção social, ou seja, o Taekwondo serve de vínculo para
que muitos não deslizem em atos ilícitos. É assim que vejo nossa
modalidade, independente de qualquer política interna.
O primeiro volume foi pesquisado em diversas fontes. E,
na maioria das vezes, não houve conflitos em suas comparações.
Quando houve dúvidas para chegar a um denominador comum
coloquei nota de rodapé. Em alguns momentos pensei na
possibilidade de abranger outras camadas de leitores, e assim o
fiz: não praticantes leram partes do livro como, por exemplo, a
“Origem e História da Coreia”, além de outros assuntos sobre
nossa arte. Pensei nos aspirantes de Taekwondo, estudiosos,
professores e graduados; praticantes marciais de outras áreas,
os quais poderiam ler sobre a marcialidade de um ângulo
reformado. Por isso foram anos de trabalho, estudos e
reconstruções de textos.
Também não deveremos por este motivo finalizar nossas
pesquisas porque creditamos o autor mas problematizar, discutir
e avaliar a comunicação literária.
Primeiro conselho: duvidem das fontes, duvidem de tudo,
mas mantenham o conteúdo à margem da verdade. Segundo
conselho: atentar que dentro do Taekwondo, a História Oral1 é a
mais difícil de ser trabalhada2 pelo fato de diversas versões
diferentes, e também necessita de comparação com outras fontes.
Terceiro conselho: observar a história como acontecimentos
transitórios que podem ser rápidos ou duradouros. Mas, mesmo
assim, os fatos não são isolados e não devem ser estudados desta
forma. Os fatos são apenas resultados finais de uma série de
acontecimentos.
1
História Oral: estuda o documento oral, ou seja, uma fonte que respalda certos
acontecimentos, passada através de tradições de pai para filho, gravações, etc. A
história escrita, podemos considerar, é relativamente mais confiável.
2
E, ao que parece, é a que tem menor valor.
19
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
Resolvi também colocar neste volume alguns textos que
escrevi anos atrás que circulam na internet como artigos. O fato
é que muitas vezes o leitor não tem acesso a internet, e como as
informações contidas são preciosas resolvi dedicar algumas linhas
nesta obra.
Estudar “uma das diversas” origens da “marcialidade” e o
processo construtivo é permitir entender as culturas que
continham particularidades marcial, onde muitas vezes
encontramos no meio das Artes Marciais Contemporâneas e Artes
Marciais Desportivas, sem fixar-nos somente em samurais
japoneses, hwarangs coreanos, vajramusthi indiano ou o wuchu
chinês. São indústrias marciais repletas de elementos significativos
que fazem parte de nossa historiografia.
Outro fator muito importante foi enfatizar o Taekwondo
como modalidade científica, assim como, nas entrelinhas, as outras
modalidades marciais. O intuito é demonstrar que o Taekwondo é
único e só pertence a ele mesmo e a nós, praticantes! Nenhuma
ciência, seja ela qual for, poderá absorver por completo nossas
bases. De fato precisamos de outras disciplinas3 para que novas
informações sejam úteis ao nosso conhecimento, e devemos
descredibilizar aqueles que propõem ajustar-nos como subclasse
dentro de qualquer área acadêmica. Desta forma, não há curso
superior que possa dizer que estamos fadados ao descrédito por
estarmos desvinculados a conselhos enganosos.
A criação deste segundo volume tem aproximação com o
resgate cultural marcial no tocante de incentivar publicações,
textos, tentativas de instigar o leitor a ser mais crítico com
qualquer publicação e principalmente tratar uma nova visão, de
uma nova reforma. Talvez, a ideia da reforma como principal
motivação venha trazer benefícios importantes não só para o
Taekwondo mas para cada praticante de qualquer modalidade
marcial.
A jornada não foi fácil e a maior problemática foi em
proporcionar um material importante a um público cada vez mais
exigente, para que nas linhas que verão a seguir possam elucubrar
e transcender cada vez mais. Tão difícil quanto o primeiro volume,
a maior preocupação se deu nos cuidados de garantir qualidade
igual à primeira obra, mesmo em suas diferenças.
3
Exemplo notório de disciplina que está em diversos currículos, e em sua grande
maioria, são disciplinas “aplicadas à”: anatomia, neuroanatomia, fisiologia, dentre
outras.
20
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
Espero poder colaborar ainda mais para o nosso
Taekwondo, para a nossa classe profissional, para o crescimento
dos nossos alunos e principalmente para uma sociedade que ainda
verá a nossa modalidade como ciência.
Visite
WWW.TAOCHIDO.COM
21
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Ensinando Artes Marciais Coreanas
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Ensino e Cultura Coreana
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
CAPÍTULO I
O PRINCÍPIO III
Índio caçador.
23
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
O PRINCÍPIO III
No primeiro volume da série deste livro foi abordado, nos dois
primeiros capítulos, o surgimento de uma nova era há 40.000
mil anos, onde homens se defendiam e atacavam com arcos e
flechas rudimentares e suas lanças fabricadas manualmente
com pontas de chifres. Questões sobre a Arte Marcial de
Toumai, Arte Marcial Romana, dentre outras, foram
classificadas para melhor distingui-las. Também foi trabalhado
a Arte Marcial Brasileira em um sentido de notoriedade, e,
neste capítulo serão estudados elementos sobre a identidade
marcial, ou seja, a Arte Marcial Pré-colonial: Sambaquieira e
Nativa4.
Arte Marcial Sambaquieira
O sambaqui5 não era um local de moradia permanente.
Os conhecidos “Homens dos Sambaquis”, “Concheiros” ou
“Sambaquieiros”6, eram grupos formados por cerca de quinze
componentes, com tipo morfológico bem definido, que
deslocavam-se para o interior em busca de outros recursos (caça
e frutos silvestres). Antecedentes dos nativos de Pindorama
viveram na Pré-história de nosso território, deixando vestígios
que oferecem meios para que a arqueologia recupere informações
sobre o aspecto da vida no passado.
As condições do solo favorecem ou não a preservação de
diversos tipos de restos materiais. Um exemplo mais resistente
ao tempo e às condições adversas são as peças manufaturadas
em pedras7, de melhor conservação, que foram descritas no século
XVI pelos portugueses, franceses e diversos viajantes como de
4
Nativos do Pindorama.
5
Sambaqui significa, em tupi, “amontoado de conchas”. São monumentos arqueoló-
gicos localizados na costa, lagos e rios do litoral; são depósitos milenares – de 500
a 8.000 anos –, que contém areia, terra, restos amontoados de conchas e alimentos;
ossos de repteis, aves, peixes e mamíferos; adornos; pontas de anzol de osso; lâminas de machado; raspadores feitos de conchas; lascas cortantes.
6
Estes homens eram caçadores-pescadores-coletores do litoral que migravam na
sazonalidade.
7
Os chamados líticos.
24
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Arte Marcial Nativa20
Em 1500 d.C.21, na terra Pindorama, hoje Brasil, havia
grandes guerreiros que rangiam os dentes e usavam da cólera
em seus combates. Índios nativos, de gesta, que guerreavam
entre si por tradição. Vingavam-se em rituais de comemoração,
matavam seus inimigos e depois os comiam, porém diversos
grupos não praticavam a antropofagia22 .
Antropofagia.
20
Tribal em termos genéricos e nativa quando citamos os que habitavam no “Brasil”.
21
Havia cerca de 700 etnias diferentes em 1500 d.C. Estima-se 5 milhões de nativos,
onde em 1970 havia apenas 200 mil. Atualmente, com o aumento da população,
chegam a 800 mil.
22
Este ritual estava ligado à concepção de transferir as forças do inimigo, ou seja,
absorver sua coragem.
25
I
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
Não somente percebemos os estágios da evolução humana
em diversos setores como também da marcialidade: nas escolhas
das armas para a guerra (clavas, tacapes, zarabatanas), do uso
das armas comuns de proteção do dia a dia (arcos e flechas,
boleadeiras) ou de uso para caça23 .
Os homens estavam destinados à arte da caça, pesca e
guerra, enquanto as mulheres trabalhavam na agricultura,
cerâmica e cestaria. A memória destes nativos estava vinculada
à tradição oral e dividida nos dois maiores troncos linguísticos:
macro-jê e macro-tupi24 .
Para melhor elucidar e respaldar o tema e o período
abordado, as fontes escolhidas foram: Relação do Piloto Anônimo,
de 8 de março de 1500; Capitão Binot Paulmier de Gonneville,
de 19 de junho de 1505; Pêro Vaz de Caminha, de 1 de maio de
1500; Pêro Magalhães Gândavo, da obra História da Província de
Santa Cruz, publicado em 1576; Jean de Léry, da obra Viagem à
Terra Brasil datada de 25 de dezembro de 1577; André Thevet,
da obra As Singularidades da França Antártica, publicada em 1558;
e Hans Staden, da obra Viagem ao Brasil, publicada em 1557.
A análise comparativa segue com diversas citações. Aborda
as armas e suas confecções, as pinturas de guerra, a hierarquia,
o cotidiano, a movimentação e a marcha de guerra, dentre outros.
Os elementos de guerra não tiveram total abrangência, pois nas
fontes escolhidas há ausência de informações para concluir
algumas questões. Entretanto, existem outras fontes que poderão
complementar este trabalho e fechar algumas lacunas, assim como
produzir novas pesquisas. É possível, por exemplo, que não
tenhamos a descrição exata de como era a produção das armas,
se havia algum especialista na produção em alguma das diversas
nações25, cantos ou ritos na fabricação, etc. Mas, com certeza
poderemos afirmar que nossos antepassados “brasileiros” eram
exímios guerreiros marciais, fortes, destemidos, “cruéis” ao olhar
23
Entretanto, nem todas estas armas eram levadas ao combate, somente aquelas
sem uso no no dia a dia eram escolhidas para a guerra como, por exemplo, as
clavas.
24
Existem outras pequenas famílias que não foram relacionadas com os troncos
apresentados, assim como línguas que não foram classificadas e seus dialetos.
25
Até onde sabemos, o habitual, ao que parece, era a produção individual, ou seja,
cada guerreiro fabricava a sua arma.
26
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
através da comprovação dos diversos sambaquis ao longo do
litoral.
Podemos encontrar na Floresta da Tijuca registros não
codificados destas sociedades, onde se constatam populações
que viveram naquele habitat. Outrossim, a proximidade com o
mar, rios, vales e a mata fechada eram os principais locais que
serviram de moradia para os ocupantes que ali estiveram, assim
como o desfrute riquíssimo da flora e da fauna.
Mulheres Guerreiras no Século XVI: as icamiabas
Quando André Thevet esteve aqui conheceu as icamiabas,
as quais fez associação com as mulheres guerreiras (amazonas66)
do poeta grego Homero e do historiador Heródoto. Também, em
1540 o frei Gaspar de Carvajal esteve em uma expedição com o
explorador espanhol Francisco de Orellana no rio Amazonas67,
onde estiveram frente a frente com as mulheres guerreiras.
Entretanto, em nosso “Brasil”, e segundo os autores, estas
mulheres habitaram em ilhotas, longe de qualquer tribo ou pessoa.
Suas ilhas eram como fortalezas, com o intuito de protegerem-se
de outras tribos que tentassem invadir em suas canoas. Os
ataques, assim como suas defesas, eram realizados com flechadas
e, seus escudos – feitos com cascos de tartaruga – as protegiam
de qualquer tiro com arco. Assim como outros nativos da região,
suas atividades eram sempre as guerras, por este motivo são
consideradas mulheres guerreiras.
Existem diversas controvérsias sobre sua origem, tanto que
sua linhagem nativa denomina-se icamiabas ou coniupuiaras.
Entretanto, desmistifiquemos a ideia de que as icamiabas
cortavam os seios, mas sim queimavam um deles na juventude,
porém com o mesmo propósito de se tornarem destras nos tiros
com arco.
Interessante citar e demonstrar a fonte primária, a qual
fez parte da pesquisa. Pêro Magalhães Gândavo relata a forma
de como viu e conviveu com as icamiabas em seu livro História
66
a = sem, privação + mazon = seio
67
O rio Amazonas teve este nome por ter Francisco de Orellana comparado as
icamiabas com as amazonas.
27
I
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Cavalaria guaicuru.
A descoberta de novos fatos, comprovados através de fontes
seguras, aparecem em boas proporções para que possamos
credibilizar na existência marcial em nossa terra. Constata-se
que, de pesquisa em pesquisa teremos cada vez mais a certeza
de que nossos antepassados foram tão guerreiros quanto qualquer
outro, e quem sabe, os mais bravos e valentes como relatou Jean
Chefe guaicuru ao lado do cavalo.
28
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
de Léry. Tal viajante foi um simples sapateiro e estudioso da
teologia, esteve em nossas terras no século XVI e tinha como
função colaborar na tentativa colonizadora de Villegagnon. Este
francês escreveu tudo o que viu e relatou no livro Viagem à Terra
Brasil. Segue parte do que os seus olhos presenciaram a respeito
de um confronto entre dois grupos de nativos: “À proporção que
se aproximavam redobravam os gritos, soavam as cornetas,
levantando os adversários os braços em sinal de ameaça e
mostrando-se mutuamente os ossos dos prisioneiros que haviam
comido e os colares de dentes de mais de duas braças de
comprimento [4,4 metros] que alguns traziam pendentes do
pescoço; e o espetáculo desta guerra era horrível. Ao se
enfrentarem, porém, foi ainda pior.”70. Enquanto conseguiam se
mover continuariam atacando sem nunca recuar, usavam clavas
(tacapes) poderosas que rapidamente matavam o oponente,
similar a um açougueiro71 quando abate um boi.
Foram guerreiros que não cobriam o corpo com proteções,
fora os enfeites de perna, braceletes e outros adornos. Seus
tacapes vermelhos ou pretos mediam de “cinco a seis pés”72 de
comprimento, de forma chata com a extremidade redonda ou
oval, obtendo largura de dois palmos, pesado e afiado. Léry
menciona a dificuldade que um espadachim francês teria de
enfrentar um guerreiro destes, pois eram muito habilidosos,
principalmente quando enraivecidos. Além deste instrumento de
ataque, tinham o arco que era pesado e confeccionado da mesma
madeira que o tacape: “Um europeu não podia vergar e muito
menos atirar com êle mas tão-sòmente conseguiria com um arco
dêsses que usavam os meninos indígenas de nove ou dez anos
de idade.”73. As flechas, com quase uma braça de comprimento74,
tinham em sua ponta ossos pontiagudos ou pedaços de taquara
seca. Usavam também venenosos ferrões de cauda de arraia. No
entanto, com a chegada dos portugueses e dos franceses vieram
a utilizar pontas de pregos quando não mais tinham seus próprios
produtos manufaturados. Defendiam-se das flechas inimigas com
70
LÉRY, 1961, p. 170.
71
Na verdade o autor cita o nome “magarefe”.
72
Cerca de um metro e meio a dois - Um pé é igual a 12 polegadas; uma polegada
é equivalente a 2,54 centímetros.
73
LERY, 1961, p. 167.
74
Dois metros e meio.
29
I
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
CAPOEIRA NO SÉCULO XIX
O discurso é de estabelecer e apresentar o perfil histórico da
Capoeira no Rio de Janeiro – no século XIX –, para isso fontes
importantes foram consultadas como, por exemplo, jornais da
época e a obra “Capoeira Angola, ensaio sócio-etnográfico”, do
etnólogo Waldeloir Rego que, muito considerado em sua época,
marcou o ano de 196878.
Até onde sabemos, estudiosos sobre o tema e fontes
pesquisadas por historiadores relatam que o jogo da Capoeira
não existia antes da chegada dos negros ao Brasil, ou seja, em
terras africanas poderia ou não existir movimentos similares para
que pudéssemos comparar a “Arte Marcial” com qualquer outra
expressão. Entretanto, mesmo que fosse percebido, a dificuldade
em saber se já existia ou se havia sido importada pelos próprios
que a desenvolveram no Brasil, viria a ser considerada um grande
problema no tocante de originalidade. A dúvida seria do simples
fato de que os escravos poderiam comprar sua alforria pela mesma
quantia, desde que se passassem dez anos. Seguindo esta lógica,
e diga-se de passagem que acontecia com frequência, poderíamos
ver o escravo retornando ao berço de sua terra natal com
elementos diversos: os costumes e a própria arte referida. Muniz
Sodré relata que há uma tradição de luta com as pernas na África,
porém esta tradição não esteve presente aqui no Brasil. Descreve
que os haussás eram bons com as pernas assim como Zumbi,
78
Como diz Odorico Tavares na contracapa “Waldeloir, um jovem etnólogo do mais
alto gabarito, encolhido no caramujo de sua modéstia, entregue de corpo e alma às
suas pesquisas e, de repente, nos sai com uma obra que antes de publicar, se torna,
desde já, clássica, pois esgota no todo e para sempre o assunto, sem ranço de
erudição, mas numa prosa das mais atraentes, conforme uma olhada que demos nos
seus originais. E não se pense que faz ali ‘literatura’ sôbre um assunto folclórico. Foi
às raízes, às origens, desde a vinda dos escravos.”. A colocação de Odorico nos faz
perceber e entender o comprometimento e o segmento da linha de pesquisa de
Waldeloir Rego, não somente por ser quem foi, mas pela obra em si quando analisada de perto. Geralmente a história da Capoeira divide-se em três períodos: da escravidão, da marginalidade e da academia.
30
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Instrumentos musicais
O pandeiro entrou no Brasil por via portuguesa, se
fazendo presente na primeira procissão de Corpus Christi, na
Bahia, em 13 de junho de 1549. A partir desta época o negro
aproveitou o pandeiro em suas festas e brincadeiras. Sua
denominação no século XIX foi estudada por Francisco Adolfo
Coelho que propunha – com dúvida – o vocábulo “pandeiro” ao
invés de “pandura” (do latim), porém antes dele, Friedrich Diez
(1887) também propusera o mesmo termo em Etimologgisches
Wörterbuch der romanischen Sprachen.
No caso do berimbau, o instrumento fazia parte do
contexto da época, e sua origem é imprecisa. O atabaque é de
origem árabe, o qual se traduz como mauriche panke – com
tradução de “tímpano mouro” –, e ainda não tinha entrado no
meio da Capoeira no século XIX. Outrossim, Rego acredita que o
atabaque já se encontrava em terras brasileiras antes que os
africanos os trouxessem, e que os portugueses teriam feito tal
introdução. Sobre o caxixi (chocalho) nada de concreto foi definido
acerca da origem do nome e procedência; o ganzá (reco-reco)
também há desconhecimento sobre a origem do nome e da
procedência; o agogô, instrumento de percussão de ferro, tem
procedência no seu nome na língua nagô e significa “sino”, porém
não há relato sobre qual povo africano o trouxe para o Brasil.
O berimbau.
31
I
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Caribé: jogo de Capoeira.
32
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Boleadeiras: armas marciais dos charruas, guenoas e
guaranis
Para alguns, estes índios são chamados de “índios
boleadeiras”, do grupo guarani. Habitantes da Amazônia115 que
utilizavam as boleadeiras116 para a caça e a guerra. Dois tipos de
boleadeiras eram utilizados, tanto para as guerras quanto para
as caçadas. Diferenciavam no número de bolas e na intenção do
alvo. A boleadeira de uma bola, também conhecida como “bola
perdida”, tinha o tamanho aproximado de um punho fechado e
seu destino era atingir a cabeça do oponente. A boleadeira de
duas bolas tinha por alvo as patas dos cavalos dos conquistadores.
Também utilizavam arcos e flechas, com uma característica que
os diferenciam dos demais: as pontas de pedra das flechas eram
elaboradas com ótima técnica de lascamento, formando pontas
perfeitas.
Eram guerreiros temidos pelos portugueses. Seus gritos
de guerra ficaram famosos assim como a sua coragem. Fabricaram
Boleadeiras.
115
Migraram para o sul a cerca de 2 000 AP. Fixaram-se nos vales dos rios Jacuí e da
Bacia Platina, assim como às margens das lagoas.
116
Foi na região uruguaio-riograndense que a boleadeira se tornou arma de guerra
pela primeira vez, assim como a utilização dos cavalos para a montaria.
33
I
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
CAPÍTULO II
TAEKWONDO NO RIO DE JANEIRO
FORMADORES DE OPINIÃO
PUBLICAÇÕES NO TAEKWONDO
IDOSOS NO TAEKWONDO
TAEKWONDO: AULAS EXPERIMENTAIS E DESCONTOS POR
PACOTES
O FUTURO DO TAEKWONDO (Uma visão do autor II)
O CONCEITO DE MESTRE NO TAEKWONDO
O MERCADO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DE
TAEKWONDO
TÁTICA E ESTRATÉGIA NO TAEKWONDO
Rio de Janeiro - Baía de Guanabara (século XVI).
34
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
TAEKWONDO NO RIO DE JANEIRO
Aspectos do Taekwondo no Rio e Janeiro.
Uma história baseada nos relatos de ícones de nosso Estado.
“Eu vou deixar em dia a vida e a minha energia...”
(Hermes de Aquino, década de 70)
O objetivo é resgatar a história do Rio de Janeiro através
da lembrança daqueles que viveram um tempo diferente e
guardaram na bagagem diversas experiências. Nas linhas abaixo
compartilharemos do imaginário de décadas anteriores através
das contribuições de faixas-pretas: atores da historiografia
marcial.
Evidente que muitos atletas e profissionais de nossa área
contribuíram para o crescimento da modalidade. Difícil apontar,
aqui nestas linhas, todos os que formaram a coluna vertebral do
Taekwondo quando introduzido no Brasil. Porém, grandes
personagens do Taekwondo como Rodney Américo dos Reis, João
Henrique Sobrinho, Reinaldo Evangelista122, Hélio de Mello, dentre
muitos de sua época até a atualidade, viveram a década de setenta
e continuam contribuintes do Taekwondo, ou seja, estão na ativa.
O Grão Mestre Teófanes, 7º Dan WTF, nos revela que na
sua época havia muita disposição para a luta e que precisavam
mostrar o potencial do Taekwondo para os brasileiros, por ser
uma luta nova. Muitas vezes foram desafiados por lutadores de
Karatê “Muitas vezes éramos desafiados pelos praticantes de
Karatê. Mostrávamos o que tínhamos aprendido...”. Seu grupo
sempre foi unido nos treinamentos e desafios, estavam sempre
confiantes devido ao bom treinamento e amizade. Entretanto,
relata que nunca houve agressividade por parte dos praticantes
de Taekwondo “Havia rixa, nos ringues de luta e disputa por
namoradinhas que gostavam de namorar os novos campeões.”.
Além de tudo, o Jiu Jitsu também participava de confrontos,
invadiam academias para se firmarem na nova arte, mas sem
muita repercussão.
Segundo o Sabumnin Edimir Kawakubo, V Dan ITF, que
iniciou no Taekwondo em 1982, relata nomes importantes entre
os brasileiros: Rodney Américo (ligado ao mestre Woo Jae Lee),
122
Conhecido como Pelé.
35
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Regras oficiais de Taekwondo: década de 70.
36
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
João Henrique Sobrinho (ligado ao mestre Woo Jae Lee); entre
os coreanos: Yong Min Kim, Jung Roul Kim, Nam Ho Lee e Sin
Hwa Lee. Conta-nos também sobre Hélio de Mello, hoje grão
mestre 7º Dan WTF, que derrotou muitos capoeiristas que o
desafiavam. Mas, se tratando do grupo de Kawakubo, não havia
muitas rixas, pois Woo Jae Lee sempre foi eticamente e
moralmente corretíssimo, não aceitava tais atitudes de seus
alunos.
Mestre Marcus Resende, 6º Dan WTF, conta que nas
décadas de 80 e 90 todos os atletas, com raras exceções, sofreram
grande influência da filosofia marcial, e que três mestres cariocas,
Yong Min Kim, Nam Ho Lee e Jung Roul Kim conseguiram embutir
nos cariocas uma refinada técnica marcial, garra, raça, firmeza
em combates “Alguns atletas como eu, Carlos Fernandes, Luiz
Octávio Domingues, Alexandre Barbosa Lima, Milcley Mattos,
Marcos Rodrigues, Juacy Mendes, buscávamos a atualização da
arte marcial que se transformava em desporto, sem negligenciar
dos conceitos marciais. Carlos Fernandes foi o mais vitorioso de
todos e quem mais fez intercâmbio internacional entre 85 e 91.”.
A partir de 2000 muito mudou principalmente pela maior
navegação na internet e do fácil acesso a materiais escritos, vídeos
competitivos e explicativos, assim como pela entrada do
Taekwondo nas Olimpíadas, que o fez ser reconhecido por todo o
Brasil. “O Modo de lutar de paulistas, cariocas, mineiros, gaúchos
e paranaenses era muito parecido. O que prevalecia era o aspecto
tático, sobretudo o desenvolvido por atletas paulistas e
paranaenses.”.
Em 1974, na Praia Vermelha, Mestre Carmelino de Souza
Vieira123 conhecia o Taekwondo em uma demonstração através
do Mestre Woo Jae Lee, onde a modalidade era representada
pela Confederação Brasileira de Pugilismo (CBP). Chegou a
Coordenador Técnico. Em seguida, conta que foi para Campos
com Woo Jae Lee, enquanto que Yong Min Kim administrava a
academia de Botafogo, na Rua Voluntários da Pátria. “Nós
participávamos de algumas demonstrações, de campeonatos (...)
Aquele era meu grupo: Rodney Américo dos Reis, Roberto Carlos
Américo dos Reis (Bob), Bento, Ivan Varela (um dos primeiros do
Taekwondo) (...) esse grupo era mesmo o primeiro time...”.
123
Também faixa-preta de Karatê e Judô.
37
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Mestre Carmelino não esquece também de apontar outros
grandes ícones como Nélio, Park, Chang Seon Lim e Flávio Molina124
“Lembro de Nilo, um grandalhão que tinha uma academia no Largo
Machado (...) Ele brigava sempre com o Molina. Os dois se
atracavam, saiam em brigas homéricas. Isso em luta, claro.”.
Seu relato vai além quando relembra que Molina adorava briga
de rua, pois era bom capoeirista. Como lutador da arte entrava
nas rodas e batia de verdade, assim como no Taekwondo que
girava com ginga, se esquivava, batia para machucar.
Nas décadas de 70 e 80 o Rio de Janeiro aproximou-se da
cultura oriental com as massagens, origamis e “Arte Marcial”, onde
a última foi inserida nas academias as quais ensinavam outras
modalidades marciais. Algumas academias, na época, eram fiéis
à modalidade ensinada como, por exemplo, Academia Faixa Preta
(1972), na Tijuca. Modelo para duas vias, a primeira pelo modelo
marcial Taekwondo e o que representa. A segunda via está pelo
período de existência. Iniciou com o Taekwondo em um primeiro
momento, em um segundo mesclou outras modalidades de artes
marciais. Talvez o Taekwondo tenha entrado em um novo ciclo.
Segundo o Mestre carioca Rodney Américo dos Reis, 5º Dan
WTF, o primeiro faixa-preta do Brasil, os protetores de bambu
faziam muito barulho “Naquela época ainda não usávamos
protetores em campeonato. Mais tarde foi introduzido o protetor
de bambu que fazia um barulho danado, quando acertávamos
um chute certeiro.”. Relata também que na retirada do Mestre
Woo Jae Lee do Estado do Rio de Janero, deixou o Mestre João
Henrique Sobrinho (um dos mais antigos) cuidando dos exames
de faixas coloridas e faixas pretas após realizar uma reunião. Ao
chegar o Mestre Yong Min Kim no Brasil, os exames começaram a
ser feitos em conjunto, e somente foram separados após a
mudança técnica dos poomsaes. “Eram cerca de cinquenta alunos
por turma entre os anos de 1973 e 1990, quinhentos alunos por
exame e duzentos e cinqüenta alunos que eu levava. A propaganda
na época era: Seja também um demônio voador!”.
Em sua época o Taekwondo era conhecido como “Taekwondo
Arte” que atacava das mais diferentes formas para serem lutadores
124
Molina era policial e faleceu em um salvamento quando conseguiu resgatar uma
pessoa de um abismo.
38
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
perigosos, fazendo com que seus adversários ficassem sem
chances de reação. O treino era diversificado e constante: defesas
de mãos e de pés, esquivas, bandas e rasteiras (por trás, pela
frente, pelos lados). Os ataques de mãos eram enfatizados,
diferente da atualidade “Treinávamos inúmeras vezes até a
exaustão: o maior número de socos e chutes com ou sem pulo
para dominarmos uma técnica variada.”. Cita também que o 1º
campeonato entre estados foi realizado em 1975 em Brasília e a
equipe do Rio foi a campeã.
Segundo as lembranças do Mestre Rodney, segue os lutadores
do passado: Sobrinho, Caroço, André, Carlinhos (Ms. J. R. Kim);
Nélio (Ms. Lee); Nilo (Ms. Lee); Nelson Pissini (Ms. Rodney); Marcio
e Ivan Atherino (Ms. Rodney); Manoel da Ilha (Ms. Lee); André
(Prof. Manoel/Ms. Rodney); Flavio Molina (Ms. Kim); David Noguchi
(Ms. Lee); Flavio Black (Ms. Lee/Ms. Rodney); Baiano (Ms. Kim);
Gabriel (Prof.André); Santos e seu irmão Gerson (Ms. Lee);
Marcelino de Campos (Ms. Lee); Paulinho Valadão (Ms. Rodney);
Julio (Ms. Rodney); Leonardo (Ms. Rodney); Saul (Ms. Rodney);
Salvador (Ms. Rodney); Sandoval (Ms. Kim); Milcley, João Henrique
(Ms. Lee); Hélio de Melo (Ms. João Henrique); Alexandre
(Marinho); Alan Luxardo (Marinho); Portela (Ms. J. R. kim); Silva
(Ms. J. R. Kim); Cesar (Ms. J. R. Kim); Zito (Ms. Nam Ho Lee);
Eduardo Barreto (Bob); Luis Paulo (Bob); Ronaldo (Bob); Susu
(Ms. Rodney); Oldemar (Ms. Kim); Varela (Ms. Lee); Bento (Ms.
Lee); Paulo Sergio Gomes (Ms. Kim); Pelé (Ms. Lee/Ms. Kim);
Pimpolho (Ms. Kim); Rodney (Ms. J. R. Kim); Oliveira (Ms. Kim);
Marcus Rezende e outros, aos quais peço desculpas por não me
lembrar no momento, mas que também brilharam nos dojans e
merecem todo o nosso respeito e admiração, pois serviram de
exemplo para outras gerações.
Mestre Jadir Fialho, 5º Dan WTF, e atual Coordenador Técnico
da CBTKD, relata que iniciou o Taekwondo aos oito anos com Ivan
Varela, um dos primeiros no Rio de Janeiro e dissidente do Karatê.
Ivan Varela fundou a Associação Fluminense de Taekwondo, foi o
responsável pelo projeto no Corpo de Bombeiros Campinho e
ministrava aulas com o Professor Carlos de Deus: “Na época,
quando iniciei, eles davam almoço. Minha família passava
dificuldades. O precursor de projetos sociais no Rio de Janeiro foi
Ivan Varela e Carlos de Deus.”. Lembra também dos doboks de
gabardine acetinado que em duas horas estavam secos e dos
campeonatos fluminenses que no início eram absolutos, não
tinham categorias de peso, mas com certo limite em relação a
graduação. Mestre Jadir nos descreve como Varela era dedicado,
ao ponto de agendar mensalmente, na baixada fluminense,
39
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Apostila da Academia Faixa Preta.
40
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
demonstrações em escolas, faculdades e quartéis. Realizava tui
yop chagi por dentro de um bambolê pegando fogo: era o seu
grand finale. “Ele ia de escola em escola. Várias escolas em um
mês com quatro ou seis atletas. Quebramento de mão, luta e
saltos. Na baixada fluminense é o pai do Taekwondo.”. O impacto
destas demonstrações nas pessoas era notório, pois naquela época
os filmes de Bruce Lee estavam em voga. Lembra também dos
principais precursores: na zona sul Mestre Yong Ming Kim e Mestre
Woo Jae Lee; Mestre Nam Ho Lee no Méier e Campo Grande e
Ivan Varela no subúrbio do Rio de Janeiro. “Você pode abrir o
livro, aquele do Mestre Woo Jae Lee: Aprenda Taekwondo. No 5º
II
Ivan Varela.
41
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
gub tem uma foto de um professor dando um tui dollyo chagi.
Este é o Varela arrancando uma maçã na cabeça, naquela foto
está de bigode. Na minha opinião, ele foi um dos maiores
propagadores do Taekwondo no Rio de Janeiro.”. Varela ensinava
na Academia Flores de Nilópolis, fazia rodízio de luta com
professores convidados de várias modalidades: Boxer, Karatê,
Kung Fu, dentre outras. Focava o Taekwondo marcial e os
calejamentos.
Por fim, nos conta a impressionante história de como o
Taekwondo do Rio de Janeiro pode modificar a vida de todos:
“Em 2000 implantei um trabalho socioeducativo em meio aberto
e havia um garoto, em uma determinada escola, que afrontava
os professores por conta da sua relação com pessoas do tráfico.
Por ocasião, descobriu o Taekwondo, se identificou e logo tornouse Campeão Carioca, além de conseguir ser o aluno com melhor
rendimento em sua turma: se tornou um exemplo. Para mim o
Taekwondo contribui para a construção dos valores e é uma
excelente ferramenta para prevenção.”.
Notoriamente muito mudou com o final da Academia Faixa
Preta e o início da Academia Tanchien, a qual continuou o trabalho
da primeira e abriu oportunidade para diversas modalidades
marciais, pois a Academia Faixa Preta mantinha o Kung Fu com
os Professores “Fome” e Rangel (Garra de Águia)125, e depois
Marcos Vinícius (Hung Gar). Entretanto, como as “Artes Marciais”
estavam em declínio, e até mesmo o Taekwondo não tinha muita
força por existirem muitos grupos
distintos. Ms. Luiz Octávio precisou
modificar o cenário para manter-se no
mercado, incluindo posteriormente a
musculação, a dança, etc.
“A Academia Faixa Preta realmente
foi o símbolo do Taekwondo no Rio de
Janeiro e da Tijuca, sempre considerada
a melhor em sua época, vivia lotada e
cheia de campeões, assim como os
diversos troféus e quadros pelas
paredes. Naquele momento podia ver
Escudo da Academia Faixa
Preta para colocar no
dobok.
125
42
Professores do autor.
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
a dedicação nos rostos de todos e na confiança e respeito ao
mestre. O símbolo gravado na parede mantinha o respeito e
significava o brasão de um grupo, o brasão do Taekwondo. O
leão impunha o respeito e o único palavrão era “caraca”, nenhum
mais. Ninguém reclamava do calor e por não ter ar condicionado
e nem do carpete no chão, das bolhas que surgiam para que os
calos pudessem aparecer e proteger os pés; o saco de Box pesado
e duro preso na parede por um grande “ele” envergado com o
peso; os treinos fortes sem protetores, onde somente o mestre
dava auxílio em momentos que os primeiros socorros orientais e
também ocidentais precisavam ser utilizados; os chutes voadores
praticados em todas as aulas; uso com pesos no tornozelo e na
cintura; as técnicas de defesa pessoal contra baionetas e os treinos
com armas; as abdominais com socos no abdome e as flexões
que só poderiam ser realizadas com as mãos fechadas, o
cumprimento de joelhos que também era feito com as mãos
fechadas; as faixas não eram pedidas pelos alunos que queriam
se graduar rapidamente, pois tinham a humildade de saber
esperar e ser apontado pelo mestre e não era necessário ensinar
o aluno a cumprimentar para entrar e sair da sala de treino, pois
todos faziam isso ao ver os mais graduados. Era uma época onde
havia verdadeiro respeito por uma cultura, uma cultura marcial
que hoje declinou para dar lugar a competitividade que não
acompanhou a filosofia da nossa arte. Claro que muito do que
vivíamos foi condenado e modificado para que no futuro tenhamos
a nossa atualidade condenada e modificada por mais uma vez,
ou seja, sempre haverá ganhos e perdas com a ideia de avançar
e melhorar.” (Roberto Cardia)
43
II
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Livro “Aprenda Taekwondo”. Mestre Woo Jae Lee. 1978.
44
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
TAEKWONDO: AULAS EXPERIMENTAIS
E DESCONTOS POR PACOTES
Nada existe de inadequado às aulas experimentais, pois é certo
que os novos alunos desejam realmente experimentar e a
partir da primeira aula ser mais um integrante nas salas de
Taekwondo. Entretanto, a ideia é mostrar um outro lado, onde
muitas vezes deixamos passar conceitos importantes.
Praticamos durante anos em academias ou clubes para
nos graduar, atingir a faixa-preta e seguir um novo ofício. É nesta
questão que devemos ao menos conhecer e entender que não
somos nem mais e nem menos que qualquer outra profissão,
seja ela regulamentada ou não. Realmente não importa! O que
importa é tratarmos nossa profissão como ciência e cada vez
mais devemos apontar as falhas que foram e são cometidas para
que surjam novas tendências nos setores educativos, técnicos e
etc. Uma destas falhas está no momento que entramos em uma
academia para lecionar, onde nunca somos perguntados se
queremos ou não dar aulas experimentais ou se queremos que
nossa arte esteja em meio a pacotes, ou seja, o Taekwondo e
outras atividades juntas a um preço menor. Como todos sabem
neste pacote existirá um desconto, o qual diminuirá o valor real
do profissional. É importante citar mais uma vez que não há
nenhum problema nas aulas experimentais ou nos pacotes, desde
que combinado antes, mas infelizmente isso não acontece na
prática.
Na maioria das vezes não haveria necessidade de aulas
experimentais, porque a sociedade sabe exatamente o que é uma
“Arte Marcial”: luta, filosofia e etc. Todos sabem que Taekwondo
é uma modalidade de contato, e para aqueles que não conhecem
basta assistir. Na verdade, quando damos aulas experimentais o
intuito é gratuidade: trabalhamos sem remuneração. Faremos
então uma singela comparação entre ofícios. Não existem
consultas experimentais na medicina, atendimentos “0800” na
odontologia, almoços gratuitos nos restaurantes, etc. Não existem
também aulas experimentais em musculação porque as pessoas
sabem que se trata de levantamento de peso. Muitos donos de
academias não aceitam bolsa integral ou parcial quando um
professor resolve oferecer esta gratuidade para alunos de baixa
renda, mas continuam com a política de que o pacote deve existir
e abaixam o valor dos nossos profissionais. Não há acordos, mas
sim abusos e indiferenças.
45
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Seria mais correto estipular valores para aulas
experimentais, mesmo que simbólicos, as quais seriam tratadas
como avulsas. A partir desta aula o profissional estaria recebendo
– o que seria justo – e caso o interessado se identifique com a
modalidade poderia abater na mensalidade o valor pago. Muitas
pessoas comentam sobre os “espertos” que procuram as
academias para fazer aulas experimentais durante algum tempo
no intuito de praticar gratuitamente e depois com aquele ar de
pseudo-honestidade contam suas pobres façanhas.
O que acontece é uma acomodação social, onde as pessoas
estão acostumadas com tudo de graça, principalmente em nossa
área. A sociedade ainda não enxerga nossa modalidade como
profissão, nem tão pouco os donos de academias. Muitos deles
citam os praticantes de “Artes Marciais” como pessoas “sem
cultura”; difíceis de lidar; sem compromisso com o trabalho; e
quando o ensino superior é incompleto não teriam o mérito de
estar em sua empresa. Muitos relatam que a falta de compromisso
provém de um trabalho fixo externo e que estão dando aulas
somente por prazer ou como “bico”.
Enfim, aulas gratuitas e pacotes são bem vindos somente
quando o profissional concorda, no contrário devem ser
consideradas como imposição e desrespeito à nossa profissão.
46
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
HARANG
CENTRO DE ARTES MARCIAIS
Mestre Erick Pimentel
TAEKWONDO - MUAYTHAI - BOXE - MMA
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PENHA:
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- Centro Educacional Multipla Escolha - Rua Antônio do Carmo nº 75
VILA DA PENHA:
- Centro Educacional Brilho do Sol - Av. Gal. Silveira Sobrinho nº 422
OLARIA:
- Jardim Escola Faz e Conta - Rua Antônio Rego nº 768
CONTATO
(21) 30661033 - 99923853
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47
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
CAPÍTULO III
O CONCEITO DE MESTRE NO TAEKWONDO
O PERFIL DO PRATICANTE MARCIAL
ORIGEM DAS ARMAS
CONDICIONAMENTO FÍSICO X CONDICIONAMENTO TÉCNICO
A MELHOR MODALIDADE DAS “ARTES MARCIAIS”
ESPORTE X ARTE MARCIAL
UM ARTISTA MARCIAL LENDÁRIO
CRIANÇAS QUE PRATICAM “ARTES MARCIAIS”: UM ENFOQUE
DIFERENTE
DEFESA PESSOAL
Pintura rupestre de caçador/dançarino.
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
ORIGEM DAS ARMAS
A história da criação e evolução das armas iniciou-se a partir
da necessidade de proteger os campos e a vida dos indefesos
trabalhadores que pagavam altos impostos, onde muitas vezes
se defendiam de salteadores que invadiam a cidade para
saquear e destruir.
Na pré-história, galhos de árvores eram queimados para
melhorar a questão do afiamento de uma nova arma que surgia.
Posteriormente, antes da metalurgia, a fabricação de pontas de
flechas de pedras e lanças de pedras foram confeccionadas para
diversos fins.
Mais adiante, problemas de guerras internas e externas,
grupos de saqueadores peregrinos que, por onde passavam,
deixavam as marcas do roubo e da destruição. Bandidos viajantes
e animais selvagens que ameaçavam a integridade de moradores
e negociantes conseguiram fazer com que a produção e a
descoberta de armas no campo fossem elaboradas rapidamente.
Os camponeses eram pessoas humildes e de poucos
recursos financeiros, fato que não poderia justificar a compra de
uma espada, a qual era a mais cara das armas e a mais cobiçada
pela sua eficácia. Existia também a proibição de uso em certas
culturas. Contudo, conseguiram desenvolver e adaptar objetos
de trabalho do dia a dia para a autodefesa.
O desenvolvimento da espada surgiu a partir da
necessidade de alongar objetos cortantes. Facas foram
“transformadas” em lanças e espadas por adaptações sem que o
guerreiro precisasse entrar em contato direto com o seu oponente.
Foram armas elaboradas por artesãos qualificados, que
começaram a confeccionar novas armas no intuito de invalidar
ações de uma outra arma já existente.
A origem do Bastão articulado, por exemplo, está
intrinsecamente relacionada com o mangual. O mangual é um
instrumento rústico e articulado, de uso específico para malhar e
debulhar determinados cereais como o arroz. O tamanho varia
de 0,90 cm para o pírtigo e de 1.80 cm para o mango. Ambos são
unidos por uma tira de couro cru chamada de inçadouro, tem
cerca de 5 cm de largura e 30 cm de comprimento. Dependendo
do país e da região, o tamanho, forma e matéria-prima variam
conforme a cultura local. Este instrumento deu origem direta ao
bastão articulado: nunchacu (Japão), yion bom (Coreia) ou lan ti
kuan (China). Nesta arma, também, o tamanho e a matéria-prima
49
III
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
variam de acordo com o usuário. Em sua maioria, são
confeccionados dois bastões de madeira do tamanho do antebraço,
ligados por uma corrente ou corda. Posteriormente, foi criado o
sam yon bom coreano, bastão articulado de três partes.
Outras armas como a corda, a bengala, o bastão, o tridente
e a foice também tiveram a sua história baseada no
desenvolvimento dos utensílios camponeses.
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Guerreiro Xondaro.
51
MG
31 3497-8999 / 8832-9888
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CAPÍTULO IV
TÉCNICAS MARCIAIS NA PREVENÇÃO
DE PATOLOGIAS ARTICULARES:
ESTUDANDO O OGUL MAKI
Taekwondistas.
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
TÉCNICAS MARCIAIS NA PREVENÇÃO DE PATOLOGIAS
ARTICULARES: ESTUDANDO O OGUL MAKI
Mesmo com algumas variações, dentro de nossa modalidade ou
com nomenclatura diferente em diversas “Artes Marciais”, o
movimento ogul maki foi pesquisado e estudado.
O Estudo
Existem diversos movimentos nas “Artes Marciais” que
colaboram na manutenção da saúde. Porém, na atual conjuntura
e sobre a óptica de algumas classes da área de saúde não são
abordados separadamente, mas sim como um conjunto de
exercícios benéficos que melhoram a resistência cardiorespiratória,
coordenação motora, autoestima, etc.
Diversas pesquisas foram feitas, mas não as que tangem
conceitos sobre abordagens preventivas e, não houve, pelo menos
até agora, nenhum relato ou informação. Não há também estudos
sobre as relações dos meridianos (“canais de energia”) e os
movimentos que estão envolvidos na execução muscular, nem
tão pouco sobre os movimentos musculares exercendo influências
nos órgãos internos através dos meridianos correspondentes, e
principalmente relacionados com as “Artes Marciais”.
Este trabalho refere-se ao estudo de apenas um único
movimento contido em diversas “Artes Marciais”, sem o
envolvimento de ganho de força, velocidade, etc., o qual foi
possível descobrir ganhos sobre a função da amplitude do
complexo articular do ombro.134
O movimento abordado é o ogul maki, uma das técnicas
da “Arte Marcial” Taekwondo, porém são várias as modalidades
que a utilizam, mas tecnicamente de forma parecida. Na verdade
temos por base a elevação do braço acima da cabeça e não
propriamente uma técnica perfeita. Ogul maki é apenas uma
134
Seguindo a mesma linha de pensamento é importante registrar que o autor con-
seguiu desenvolver, através da acupuntura, ganhos bastante significativos no aumento da amplitude dos movimentos e velocidade nas técnicas de chutes: com ajuda de exercícios direcionados que poderão estar envolvidos com pesos ou não.
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
referência da potencialidade dos movimentos marciais que há
muito tempo foi ignorada.
Ao final é mencionado o movimento ogul maki em sua
íntegra, com os músculos envolvidos, planos e graus, função
marcial e meridianos correspondentes.
A Pesquisa
O início desta pesquisa deu-se por diversos atendimentos
com acupuntura 135 a pacientes com redução do movimento
articular do ombro, principalmente acima da cabeça e a prática
da docência marcial observada em sala de aula. Em sua maioria,
o grupo estudado foram idosos (praticantes perpétuos, novos
praticantes e ex-praticantes).
A pesquisa envolveu praticantes de várias áreas:
Taekwondo, Karatê, Kung Fu e Tai Chi Chuan. É evidente o
interesse pelo Tai Chi Chuan por ser uma arte de leve intensidade
em termos de movimentos marciais, pois é a mais procurada por
idosos, considerada a de menor baixo impacto para esta faixa
etária.
A questão foi descobrir e analisar se os praticantes idosos
mantinham a função regular da articulação do ombro, se houve
melhora pós-prática e se continuam ativos em sua modalidade.
Sobre os idosos que nunca tiveram contatos marciais e/ou estavam
sedentários, nenhum dado foi colhido, pois como sabemos
inúmeros trabalhos apontam que a falta de exercício físico para
terceira idade é prejudicial à saúde e inibe a mobilidade.
Função Marcial
Para o Taekwondo, esta técnica é uma defesa contra um
soco, e defendida com o antebraço. Seu início é aproximadamente
na metade da distância entre o umbigo ao apêndice xifoide, no
135
No Ocidente a acupuntura é considerada uma neurociência com ações anti-infla-
matórias que estimula a produção de corticóides através da glândula supra-renal.
Após aplicação de agulhas há liberação natural de neurotransmissores como, por
exemplo, as serotoninas (atuantes no humor) e endorfinas (atuantes em analgesias).
55
IV
Treinamos atletas desde 1985.
Mais de 30 instrutores formados (faixas pretas).
Taekwondo
Kickboxing
Arte Marcial Coreana
Esporte Olímpico
Luta de Contato Americana
Karate com Boxe Inglês
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Informações: (31) 3271-7293
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CAPÍTULO V
ANAMNESE NO TAEKWONDO
QUESTIONÁRIO PARA O TAEKWONDO
CRÉDITOS
BIBLIOGRAFIA
Mas. Oyama.
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
ANAMNESE NO TAEKWONDO
O atestado médico é obrigatório, assim como a avaliação
funcional, que darão acesso à pratica marcial. Porém, ainda
não é o bastante, pois na maioria das vezes o professor não
conhece o histórico patológico pregresso (HPP) do seu novo
aluno.
Sendo de suma importância que este profissional tenha
consciência do estado de saúde físico e mental do aluno, a
anamnese é a “carta de ingresso” para o novo adepto que irá
revelar dados importantes ao professor. De acordo com algumas
dificuldades na relação academia/professor, o sugerido é que cada
profissional retenha dados de cada aluno e periodicamente realize
novas abordagens do que seria de mais pertinente em nossa
modalidade.
Esta anamnese determina o perfil de cada aluno, sem ela
dados importantes poderão passar desapercebidos e alguma
patologia séria deixará de ser identificada, assim como a
ocorrência de riscos à saúde do aluno.
A intenção é melhorar cada vez mais os procedimentos
do professor em seu ofício, aumentar o leque de informações
para que chegue mais rápido e com maior segurança à meta
desejada: o treinamento e seus benefícios. No entanto, as
informações que seguem abaixo são sugestões, e cada profissional
poderá montar suas perguntas da forma que melhor lhe convier.
Data; nome; ocupação; estado civil; nascimento; idade;
naturalidade; nacionalidade; sexo; telefone fixo e celular; nome
do pai; nome da mãe; endereço; bairro; cidade; CEP; email.
Sente dores? Onde?
Histórico das dores ou doenças:
Tratamentos anteriores:
Histórico de doenças familiares:
Histórico familiar (quantas pessoas na família/
relacionamento familiar):
Histórico social (bebe/fuma/diversão/qual frequência):
Comunicação (introvertida/extrovertida/guarda sentimentos
de raiva, rancor, etc.):
Disposição geral (quando acorda/durante o dia):
Alterações da mente (tristeza, confusão metal, depressão,
síndromes persecutórias, dentre outros):
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Alimentação (alimentos regulares):
Digestão (queimação/refluxo esofágico/empanzinamento):
Medicamentos em uso (quais/tempo de uso):
Circulação (varizes/micro varizes/sensibilidade tátil):
Respiração (ruidosa/falta de ar):
Audição (zumbidos/surdez), visão (escotomas/hiperemia)
e olfato:
Peso atual (e histórico do seu peso) e altura:
Alergias:
Pressão arterial:
Implantes: silicone, metais, dentre outros:
Observações:
Assinatura do responsável:
Assinatura do aluno:
V
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
CRÉDITOS
Para facilitar aquele leitor que deseja encontrar a origem
bibliográfica da imagem, abaixo é descrito as devidas
referências, e ainda, a página em que se encontra.
Imagem 1: Ms. Roberto Cardia; arquivo. p. 7.
Imagem 2: Taekwondo em coreano; CD-ROM “A Arte do
Taekwondo”. p. 9.
Imagem 3: Ms. Roberto Cardia; arquivo. p. 9.
Imagem 4: Índio caçador; O Brasil de Debret. p. 23.
Imagem 5: Antropofagia; Viagem à terra Brasil. p. 29.
Imagem 6: Tupinambá segurando a ibirapema; Viagem à terra
Brasil. p. 37.
Imagem 7: Konyan-Bébe; Viagem à terra Brasil. p. 38.
Imagem 8: Texto original; História da Província de Santa Cruz. p.
43.
Imagem 9: Cavalaria guaicuru; Coleção Imagens do Brasil. O
Brasil de Debret. p. 44.
Imagem 10: Chefe guaicuru ao lado do cavalo; Coleção Imagens
do Brasil. O Brasil de Debret. p. 44.
Imagem 11: Momento antropofágico: a descida da ibirapema;
Viagem à terra Brasil. p. 46.
Imagem 12: Guerreiros botocudos; Coleção Imagens do Brasil:
O Brasil de Debret. p. 47.
Imagem 13: O uso da navalha na Capoeira. Capoeira, os
fundamentos da malícia. p. 53.
Imagem 14: O berimbau; Coleção Imagens do Brasil: O Brasil de
Debret. p. 55.
Imagem 15: Caribé: jogo de Capoeira; Capoeira, os fundamentos
da malícia. p. 59.
Imagem 16: Caribé: jogo de Capoeira; Capoeira, os fundamentos
da malícia. p. 61.
Imagem 17: Guerreiro Xondaro; A Nova Democracia. p. 70.
Imagem 18: Boleadeiras; arquivo. p. 73.
Imagem 19: Chefe Charrua; Coleção Imagens do Brasil: O Brasil
de Debret. p. 74.
Imagem 20: Albano Neves: n´golo; Revista de História da
Biblioteca Nacional. p. 75.
Imagem 21: Huka Huka; arquivo. p. 76.
Imagem 22: Rio de Janeiro - Baía de Guanabara (século XVI);
Viagem à Terra Brasil. p. 77.
Imagem 23: Regras oficiais de Taekwondo: década de 70. p. 79.
60
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
Imagem 24: Apostila da Academia Faixa Preta (capa); arquivo.
p. 83.
Imagem 25: Ivan Varela; Aprenda Taekwondo. p. 84.
Imagem 26: Escudo da Academia Faixa Preta para colocar no
dobok; arquivo. p. 85.
Imagem 27: Capa do livro “Aprenda Taekwondo”. p. 87.
Imagem 28: Pintura rupestre de caçadores/dançarinos; A dança
e a Escola de Ballet. p. 97.
Imagem 29: Taekwondo Adaptado; arquivo. p. 98.
Imagem 30: Taekwondistas; Angelo Cesar Resende. p. 125.
Imagem 31: Taekwondistas; Angelo Cesar Resende. p. 126.
Imagem 32: Ogul maki; Korean Karate, Free Figthing Tecniques.
p. 129.
Imagem 33: “Ogul maki”; Karate-do: manual prático. p. 130.
Imagem 34: “Ogul maki”; Tai-chi chuan: arte marcial, técnica da
longa vida. p. 131.
Imagem 35: Mas. OYAMA; This is Karate. p. 139.
Imagem 36: Logo Roberto Cardia; arquivo. p. 137.
Imagem 37: Ms. Roberto Cardia; arquivo. p. 148.
Imagem 38: Faça Taekwondo, não a guerra!; arquivo. p. 151.
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
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RODRIGUES, Raimundo Nina. Os Africanos no Brasil, vol. 9. 3a
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NAKAYAMA, M., DRAEGER, Donn F. Practical Karate: against the
unarmed assailant. Tokyo. Editora Charles E. Tuttle Company.
1963.
V
63
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
Roberto Cardia
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana II
Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Volume II
Academia Tan Chien (antes academia Faixa Preta - Tijuca).
“Todos os caminhos servem para aqueles que não sabem para
onde ir.”
Ms. Roberto Cardia
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Taekwondo, Arte Marcial e Cultura Coreana
Volume II
Depois de nove anos de trabalho no primeiro volume, Taekwondo,
Arte Marcial e Cultura Coreana II nasceu de diversos estudos e
pesquisas fundamentadas em diversas fontes após cinco anos.
Possui uma reforma cultural no tocante de tratar as Artes Marciais
como ciência, assim como perceber a marcialidade em culturas
que antes não faziam parte de nosso universo.
Um trabalho finalizado após quatro anos de dedicação.
Pedidos e contato com o autor:
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Aos amigos que ajudaram na fomentação deste livro, os quais
sabem que meus sentimentos são de profundo carinho,
respeito e amizade. Agradeço a confiabilidade e crédito neste
segundo trabalho.
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(11) 4056-3545
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Cláudio André
(21) 7495-5396
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Faça Taekwondo, não a guerra!
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