Instruções: Exercício 2 - LMC
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Instruções: Exercício 2 - LMC
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PEF2602 - Estruturas na Arquitetura II: Sistemas Reticulados 2º SEMESTRE DE 2010 SEGUNDO EXERCÍCIO EM GRUPO PRAZO DE ENTREGA: 10/10/2011 Instruções: Este exercício deverá ser resolvido em grupos de três a cinco alunos, de qualquer uma das três turmas de PEF-2602, devidamente inscritos na lista aberta junto à secretaria do AUT. A entrega deverá ser feita pela internet, no endereço [email protected], até o dia 10/10/2011. O e-mail deverá ser identificado exclusivamente pelo assunto Eqnmex02, e o relatório deverá ser anexado em arquivo PDF, com o nome Eqnm-ex02.pd, onde nm é o número do grupo. O relatório deve conter uma página de rosto, identificando os componentes do grupo, com fotografia dos mesmos (obrigatório!). O relatório deve também incluir o detalhamento dos cálculos manuais necessários para o desenvolvimento do trabalho e apresentar os resultados do programa Ftool, de forma gráfica, com breves comentários interpretativos. Veja na página da disciplina exemplos de relatórios dos anos anteriores. O formado do relatório é livre, mas ele será avaliado tanto pela correção dos resultados como pela sua clareza, estrutura lógica e qualidade da apresentação. Figura 1. Inmos Factory – Vista Frontal Exercício 2: O prédio da Inmos factory, mostrado na Figura 1, está localizado em Newport, Wales, Reino Unido, e foi projetado pelo arquiteto inglês Richard Rogers, famoso por seus projetos funcionalistas, e autor de obras como o Centre Pompidou, em Paris, o Millennium Dome em Londres e a Corte Européia de Direitos Humanos, em Estrasburgo. Uma característica marcante dos trabalhos de Rogers é a exposição dos serviços e da estrutura, escolha controversa quando de seu surgimento na Europa, nos anos 70, mas que acabou por influenciar fortemente a arquitetura européia subseqüente, especialmente o estilo “High Tech”. A construção do Inmos Factory se iniciou em 1980 e se completou em 1982. O projeto recebeu uma série de prêmios, e a obra foi apontada pelo crítico de arquitetura Reyner Banham como “o primeiro edifício realmente desafiador da década de 1980”. Figura 2. Vista isométrica, mostrando duas vigas treliçadas e dois pórticos centrais, bem como as vigas de travamento transversal. FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PEF2602 - Estruturas na Arquitetura II: Sistemas Reticulados 2º SEMESTRE DE 2010 SEGUNDO EXERCÍCIO EM GRUPO PRAZO DE ENTREGA: 10/10/2011 Figura 3. Esquema da Inmos factory - vista lateral Figura 5. Modelo plano simplificado A estrutura primária do Inmos Factory é composta por uma sucessão de vigas metálicas treliçadas, conforme mostram as Figuras 2 e 3. A extremidade interna de cada viga treliçada é vinculada a um pórtico central, por meio de uma articulação (ponto F, na Figura 8). Na extremidade externa, a viga se apóia em um mastro tipo “Vêinvertido”, mais uma vez de forma articulada (ponto C), existindo um trecho em balanço cuja ponta (ponto B) é vinculada a dois estais inferiores (ou “freios”), ancorados aos pés do mastro-Vê. Cada viga é ainda sustentada em pontos intermediários (pontos D e E), localizados nos terços dos comprimentos dos banzos superiores da treliça, por meios de dois pares de estais, cujas extremidades são ancoradas aos vértices de topo do pórtico central (ponto A). Numa primeira aproximação, a estrutura pode ser entendida como uma sucessão de nove sistemas planos, cada um deles composto por um pórtico central e duas vigas treliçadas laterais (vide Figura 5). Nesta representação, os dois banzos superiores de cada treliça são assimilados a um único “banzo equivalente”, o mesmo ocorrendo com cada par de estais, assim como as diagonais das treliças, as pernas dos mastros-Vê e os freios de extremidade. Considere que a estrutura deva ser projetada para uma carga total (peso-próprio da estrutura + peso próprio da cobertura + cargas de serviço), uniformemente distribuída sobre a cobertura, Figura 4. Vista de uma das vigas treliçadas, onde se percebem o banzo superior duplo, os pares de estais e os mastros e freios tipo Vê-invertidos. nm /10, q 1,5 nm / 20, nm / 30, sendo se nm 15 se 16 nm 30 se nm 31 nm o número de inscrição de seu grupo e q em kN/m2. Admita que cargas de vento nunca superem as cargas de peso próprio, podendo, portanto ser desconsideradas, a favor da segurança. FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PEF2602 - Estruturas na Arquitetura II: Sistemas Reticulados 2º SEMESTRE DE 2010 SEGUNDO EXERCÍCIO EM GRUPO PRAZO DE ENTREGA: 10/10/2011 A carga distribuída é transferida da cobertura para as vigas treliçadas por meio de sete vigas transversais, distanciadas entre si de 5,625m, que se apóiam alternadamente em nós dos banzos superior e inferior da viga treliçada. As Figuras 5, 6 e 7 informam as dimensões relevantes. 2,25m 2,25m Cargas transferidas pelas vigas transversais 1,50m 2,25m 1,125m 3,50m 5,625m Figura 7. Dimensões da treliça plana equivalente A NAD A NAD NAE NAE p B Figura 6. C E D P=12p ~12m F B C D E F P=12p ~12m ~12m ~12m Figura 8. “zonas de influências” dos estais e viga-equivalente FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PEF2602 - Estruturas na Arquitetura II: Sistemas Reticulados 2º SEMESTRE DE 2010 SEGUNDO EXERCÍCIO EM GRUPO PRAZO DE ENTREGA: 10/10/2011 Etapas de resolução: 1. Para uma estimativa preliminar dos esforços na estrutura, admita que o trecho CDEF de cada treliça se comporte como uma “viga equivalente” bi-apoiada, sujeita a uma carga linearmente distribuída p qd N AD e N AE (para (para baixo), bem como a cargas concentradas cima, na direção dos estais), conforme se sugere na Figura 8. 2. Admita que cada estai seja responsável por um terço da carga total aplicada sobre a viga (ou seja, P pL / 3 ), valor que deve ser equilibrado pela componente vertical da tração no estai. Note que os trechos DE e EF da viga equivalente ficam sujeitos à flexão composta. Tratando-se de uma primeira aproximação, desconsidere a excentricidade existente entre os pontos de aplicação das cargas dos estais e o eixo da viga equivalente. 3. Calcule os esforços na viga equivalente analicamente (“à mão”), e verifique-os com o programa FTool. Tratando-se de um modelo isostático, as propriedades dos materiais e as características das seções transversais são irrelevantes, para a determinação dos esforços solicitantes. 4. De posse dos esforços solicitantes na viga equivalente, faça uma estimativa dos esforços nos banzos e diagonais da “treliça plana equivalente”, por meio de um ou mais cortes de Ritter, nas regiões mais solicitadas. 5. Com base nos esforços determinados acima, faça um prédimensionamento das barras dos estais, de seção circular maciça, e dos banzos e diagonais da treliça, bem como das pernas do mastro-Vê, de seção circular vazada. Recorde-se que os membros comprimidos devem ser verificados à flambagem, e que esses elementos são duplos (à exceção do banzo inferior). Consulte catálogos de fornecedores de tubos de aço para definição das propriedades dos materiais e das bitolas comercialmente disponíveis. Adote coeficientes de segurança s=1,15 para as tensões e s=1,4 para a estabilidade. 6. De posse desse pré-dimensionamento, use o programa Ftool para modelar a treliça plana equivalente. Admita que os pórticos são suficientemente rígidos para serem assimilados a apoios articulados, nos pontos A e F, de modo treliças laterais necessita ser modelada. que apenas uma das 7. Considere que os freios, de seção circular maciça, devem ter a mesma área de seção transversal que as diagonais da treliça. Modele tanto a treliça como os tirantes, os mastros e os freios. Considere espessuras equivalentes para os elementos duplos. Note que o apoio esquerdo deve ser colocado no pé do mastro-Vê. Note também que as cargas da cobertura, transferidas pelas vigas transversais, devem ser convertidas em cargas concentradas, conforme se sugere na Figura 7. 8. Compare os resultados deste segundo modelo, com os resultados do modelo anterior. Se necessário, redimensione a treliça, os estais e os demais elementos metálicos, atualize as seções transversais no modelo Ftool e re-analise a estrutura. 9. Novamente compare os esforços solicitantes determinados neste último modelo com os esforços determinados anteriormente. Se necessário, altere a rigidez dos estais, para balancear as componentes verticais das cargas aplicadas à treliça. 10. Estude a influência dos freios, aplicando a eles cargas de protensão variáveis (use variações de temperatura para simular as cargas de protensão). Verifique o efeito de diferentes valores de protensão sobre os esforços e as deformações da viga treliçada e dos estais. 11. Faça uma estimativa do peso total e do custo dessa estrutura (se fosse construída no Brasil), pesquisando os custos unitários na internet. 12. Enriqueça o Memorial de Cálculo com uma pesquisa acerca do autor do projeto. Descreva as qualidades arquitetônicas da obra. Descreva também os materiais empregados e os detalhes construtivos. Last, but not least, identifique quais os engenheiros responsáveis pelo projeto estrutural. Este é um exercício trabalhoso e bastante aberto. Não deixe a resolução para última hora, e não hesite em discutir com os professores as hipóteses e os modelos de cálculo adotados, bem como os resultados obtidos! Boa sorte e bom trabalho! Profs. Januário, Rui Oyamada e Ruy Pauletti