quem tem medo de maria regina?
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quem tem medo de maria regina?
Escrito em:30/1/2009 QUEM TEM MEDO DE MARIA REGINA? Um presentinho pra vocês:esse vídeo acima, um tantinho longo mas pleno de melodrama, retirado da novela SUAVE VENENO: Maria Regina, a vilã, cai de quatro por amor, mas logo se levanta e dá a volta por cima. Ângelo Antônio e Letícia Spiller mostram o seu melhor, com direito a participações de luxo de Glória Pires e José Wilker. Por que postei o vídeo aqui? Como tira-gosto antes de servir meu próximo post, cujo tema será SUAVE VENENO. Essa novela é minha nova obssessão - nos últimos dias não penso em outra coisa senão em escrevê-la de novo... Mas agora da maneira certa, com outro nome e com o diretor ideal que só pode ser o Wolf Maya. Aguardem! _________________________________________________________ BRASIL MOSTRA A TUA CARA! Como disse antes, aceitei sem pestanejar o convite de Gilberto Braga para escrever com ele e Leonor Bassères uma novela. Seríamos co-autores, o que significa que teríamos o mesmo peso quanto à autoria. Mas a idéia original era de Gilberto e, na feitura da sinopse, eu e Leonor apenas ajudaríamos. Foi um trabalho difícil. Ao contrário de mim, que considero a sinopse uma peça literária destinada a vender a história aos executivos da emissora, Gilberto acha que ela deve ser simples, concisa e sem maiores arroubos: quase um relatório, num estilo que afinal de contas não facilita muito a leitura. Talvez por isso ela tenha sido devolvida e reescrita quatro vezes, o que acabou por nos deixar inseguros. Além disso, Daniel Filho não morria de amores pela história e, numa das últimas reuniões antes que ela fosse aprovada por Boni, deixou isso bem claro. Mesmo assim ela foi considerada a novela da vez. E então começamos pra valer o nosso trabalho. Eu e Gilberto temos horários e ritmos diferentes: ele vai dormir quando acordo, e só começa efetivamente a trabalhar quando já estou descansando. Na divisão de trabalho ficou estabelecido que ele faria o resumo do bloco (da semana) e o mandaria pra mim, que, de posse deste material, elaborava as escaletas e depois dividia entre os três o trabalho, ou seja: dizia quem ia escrever que cenas. Gilberto morava no Flamengo. Eu tinha acabado de mudar pra Barra da Tijuca, e o bairro, a não ser pela rua Olegário Maciel e as avenidas Armando Lombardi e das Américas, era um vasto descampado. Ainda não havia internet; e o material que Gilberto me enviava às sextas-feiras, devidamente datilografado, era trazido por um mensageiro ao qual, de modo politicamente incorreto, apelidamos “o Negrinho”. Coitado do Negrinho. Chegava à casa de Gilberto por volta de 19 horas e lá ficava até três, quatro da matina (quando este liberava afinal o “resumo da semana”), e então ia entregá-lo em minha casa. O meu prédio não tinha porteiro e tudo que o Negrinho podia fazer era atirar o envelope através das grades da entrada do prédio e depois ir embora pra sua própria casa lá em Mesquita. Enquanto isso eu não dormia. Temia pela segurança do envelope. E se algum vizinho, de sacanagem, o apanhasse antes de mim e sumisse com ele? Com medo que isto acontece descia várias vezes pra ver se o Negrinho já tinha passado e deixado o envelope; porém isso nunca acontecia antes das 4 da matina, quando afinal eu me via com o resumo da semana, bem a tempo de começar a minha jornada de trabalho às 5 e meia. A essa altura a novela já tinha estreado, vinha causando verdadeira comoção e ameaçava se transformar no assunto do dia. As desventuras de Raquel, as canalhices de Maria de Fátima, as maldades de Odete Roitman eram temas de todas as conversas. Enquanto isso, às sextas-feiras, até que chegasse o tal resumo da semana, eu não dormia. A tensão era tanta que a certa altura eu tive a minha primeira crise hipertensiva e precisei ficar internado um dia. Com o decorrer das semanas os resumos de Gilberto iam ficando cada vez mais sucintos... Até que, numa sexta-feira, ele tinha pouco mais de uma linha, que era: “desenvolver a história da maionese e dar um jeito de botar todos os personagens na trama”. A história da maionese era aquela em que Odete Roitman, na tentativa de prejudicar os negócios de Raquel, providenciava pra que ela servisse maionese estragada na sua empresa de cattering. Gilberto não podia ter sido mais sucinto. Mesmo assim eu desenvolvi a “história da maionese” de modo tal que ela durou uma semana. De vez em quando tínhamos o que chamávamos uma “reunião de trama”. Era sempre na casa de Gilberto, e nunca começava antes das 22 horas. Eu ia mais cedo, chegava no Flamengo por volta de 19 horas, deixava o carro estacionado num posto de gasolina, ia pra Churrascaria Majórica, comia um bifão com batatas fritas e duas caipirinhas... E estava pronto pra varar a madrugada trabalhando. Bons tempos em que não padecia de refluxo nem de azia... Eram reuniões divertidíssimas, pois Gilberto é um grande conversador, e para abrilhantar ainda mais o convescote contava com as intervenções sempre bem humoradas do seu copeiro, Ângelo, e o ajudante deste, um rapaz chamado “Fanha”. Leonor, bem mais velha que nós, era sempre a mais animada e disposta. Ela morreu em 2004, aos 78 anos, mas ainda com espírito de menina que estudou no Colégio Sacre Coeur de Marie. Foi um trabalho árduo, difícil, mas sempre prazeroso. Não houve entre nós sequer uma rusga. Posso dizer que houve apenas uma pequena discordância... Por causa do tal mambo da Heleninha. Em 1958, aos quatorze anos de idade, eu vi no cinema uma das cenas mais impressionantes de toda a minha vida: em “Palavras ao Vento”, um filme do diretor Douglas Sirk, a atriz Dorothy Malone dançava um mambo no seu quarto enquanto na sala o seu pai morria. Dorothy ganhou em 1957 o Oscar de atriz coadjuvante por este filme, e sem dúvida a cena do mambo ajudou muito nisso. Querem ver como foi? Então vejam o vídeo abaixo. Durante anos obcecado por esta cena, eu achei que Heleninha Roitman (Renata Sorrah) devia fazer o mesmo no dia da morte de sua mãe, Odete Roitman (Beatriz Segall). Mas Gilberto foi contra. Pra ele a Heleninha, por causa de suas bebedeiras, já aprontara demais da conta. Eu achava que o público queria mais, e esse plus poderia ser o tal mambo. Mas fui voto vencido, e Heleninha se comportou melhor do que eu queria ao saber da morte da mãe: teve apenas um ataque histérico. De qualquer modo, mas não nessa ocasião, ela acabou dançando um mambo na novela. Ele está no You Tube pra quem quiser ver, e coroa uma longuíssima cena de bebedeira que Renata faz magistralmente. “Vale Tudo” estreou em maio de 1988 e terminou em janeiro de 1989. O detalhe da morte de Odete Roitman é que, ao escrevê-la, não nos preocupamos com a data em que ela iria ao ar... E só descobrimos muito tarde que seria no dia 24 de dezembro: véspera de Natal! Não podia ser uma data mais imprópria... Nem tão ruim para o Ibope, pois, tradicionalmente, esse é o dia do ano em que a audiência da televisão é mais baixa. Por isso, nas escaletas seguintes, tive que apelar mais vezes do que a decência permitia para o flash-back: a cada dois capítulos tínhamos o vale a pena ver de novo da morte de Odete Roitman. Ao decidir quem a matou, escolhemos o personagem menos óbvio, e assim Cássia Kiss é que foi a premiada. Várias versões foram gravadas; e ninguém conseguiu descobrir quem era o assassino até o dia em que a cena foi exibida. O fato é que, com ou sem mambo, Vale Tudo a essa altura já se transformara numa daquelas novelas que as pessoas não esquecem. Não que ela tenha sido uma campeã de audiência: não está nem entre as doze primeiras. Mas é, sem dúvida, uma das mais lembradas. Acabado o trabalho eu nem pude descansar sobre os louros, pois ainda naquele ano de 1989 já estreava com TIETA. E mal esta acabou, em 1990, o telefone tocou na minha casa – trim, trim -, eu atendi, e era Gilberto Braga, que propôs: “Vamos fazer de novo?” Eu disse que sim – é claro. A novela seria “O Dono do Mundo”, e eu já participara de várias reuniões de estabelecimento da sinopse quando veio o recado de Daniel Filho em nome da Rede Globo: “Aguinaldo e Gilberto juntos nunca mais; a partir de agora cada um faz a sua”. E foi por isso – só por isso – que nos separamos. Mas quem sabe um dia a proibição será revogada, e então voltaremos a trabalhar juntos? E a Leonor ainda pode nos dar uma mãozinha lá de cima. Comentários(1600) Link deste post Indique este Post -------------------------------------------------------------------------------------- Escrito em:27/1/2009 AY, QUE PRECIOSO ES EL MAMBO! “O OUTRO foi uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo em 1987, de 23 de março a 10 de outubro, com 173 capítulos. Foi escrita por Aguinaldo Silva e dirigida por José de Abreu, Fred Confalonieri e Ignácio Coqueiro, tendo a direção geral ficado a cargo de Marcos Paulo, Gonzaga Blota, Ricardo Waddington e Antônio Rangel. A novela contou ainda com a colaboração de Ricardo Linhares. “Embora a novela tenha sofrido com a crítica, O OUTRO foi um sucesso de público. O Jornal do Brasil informou, em 25 de março de 1987, que a estréia da produção havia alcançado média de 75% da audiência pesquisada, contra os 64% de “Selva de Pedra”, em fevereiro de 1986, e os 70% de “Roda de Fogo” em agosto de 1986. “Em O Globo de 10 de abril de 1987, uma notícia confirmava que, já na segunda semana de exibição, O OUTRO havia empatado com a audiência de “Roque Santeiro” no mesmo período, no Rio de Janeiro e em São Paulo. “O OUTRO teve média geral de 61 pontos, ótima para a época.” VERDADE OU MENTIRA? É a mais pura verdade. Tudo o que vocês leram aí em cima foi literalmente copiado da Wikipédia, que cita dados oficiais: O OUTRO, minha primeira novela, foi um sucesso de audiência, apesar dessa profusão de diretores tê-la transformado num verdadeiro fudevu de caçarolê. Ou seja, eu já estreei matando cachorro a grito! Tanto que, um mês depois de escrever os últimos capítulos, o telefone tocou na minha casa – trim-trim! -, e quando atendi, era Gilberto Braga quem estava do outro lado perguntando se eu não estava a fim de escrever outra novela, agora em parceria com ele. É claro que aceitei na hora. E o resultado disso foi que praticamente emendei com O OUTRO um dos trabalhos mais prazerosos de toda a minha vida. Alguns dias depois, eu, Gilberto e Leonor Bassères já estávamos trabalhando numa sinopse, que foi rejeitada quatro vezes pela Rede Globo e quatro vezes reescrita, até que, à falta de outra, acabou aceita; teve o seu nome modificado também várias vezes – numa delas chegou a se chamar “Bufunfa” (eu juro que é verdade!), mas finalmente, por causa da música de Cazuza que lhe serviria de tema, acabou sendo batizada como... VALE TUDO! Como foi a aventura de escrever essa novela que que se tornou um mito? Eu vou contar pra vocês, mas não agora, pois este é apenas um preâmbulo. Amanhã eu volto... E aí sim, vou contar a história do mambo da Heleninha Roitman. _______________________________________________________________ RIO PRECISA DE UM HARVEY MILK! Fui ontem ver "Milk", o filme, numa sessão privê na cabine da Paramout. Não posso escrever sobre ele, pois me comprometi a fazê-lo em primeira mão para o jornal O Globo. Mas posso dar uma palinha. Harvey Milk foi o primeiro político norte-americano assumidamente gay. Chegou a ser "prefeitinho" de San Francisco, e tinha um futuro brilhante pela frente, quando foi assassinado a tiros no prédio da prefeitura por um político rival, em novembro de 1978. O filme não é apenas sobre ele, mas sobre a luta dos ativistas gays americanos em busca dos seus direitos. Sean Penn, no papel título, está simplesmente divino. Mas Josh Brollin, como o assassino, não fica atrás. Os dois concorrem ao Oscar, respectivamente, nas categorias melhor ator e ator coadjuvante. Por enquanto vejam o trailler. Depois eu escrevo mais sobre o filme ______________________________ UAUAUAUAUU, PAIZINHO, ME ADD! Tenho a maior bronca do Orkut. Quer dizer acho a idéia do engenheiro Orkut Büyükkokten, projetista do Googgle, até válida: um site de relacionamento social, onde as pessoas entrariam pra fazer novos amigos. É possível que em países como China e Cuba, onde o povo sabe que pode ser fuzilado a qualquer momento, e por isso evita mijar fora do penico, ela funcione. Mas no Brasil, que escolheu as cores da permissividade para pintalgar sua já coloridíssima bandeira, a idéia tinha que virar o que hoje é: Um valhacouto de freaks, tarados e muquiranas. Não que todos os brasileiros reunidos no Orkut – 23 milhões atualmente, a maior comunidade do mundo – mereçam um desses adjetivos. Tem lá muita gente boa, inclusive eu, que tenho uma página no Orkut sem nunca ter ido lá (depois explico). Mas os bons, como sempre acontece, de um modo geral são discretos, e por isso somem. Já os maus... Bracejam e esperneiam até se transformarem, num raio de milhares de quilômetros, nos únicos seres vivos a se tornar visíveis. Alguém comentou aqui ontem à noite que, no Brasil, crianças ainda nos cueiros já têm perfil no Orkut. E a maioria, principalmente as meninas, revelam nas fotos em que se apresentam uma precocidade de fazer corar muitos adultos. As poses são lascivas. A maquilagem é carregada e ostensiva. A roupa é mínima. As frases sumárias, com mais reticências que letras, prometem descobertas incríveis. “Uauauauauauauauauau paínho, me add!”, escreve uma menina de onze anos sob a foto na qual seu bico, entreaberto em forma de O e pintado de baton vermelhíssimo, só Deus sabe o que sugere. E os pais destas crianças? Ah, quanto mais elas capricham na sensualidade mais eles proclamam: ui ui ui, que lindo! Depois fica todo mundo indignado quando levas e levas de operários europeus em férias desembarcam por aqui em busca da mercadoria que conseguem num simples piscar de olhos: o sexo. Dêem uma olhada em tudo o que se escreveu sobre turismo sexual no Brasil e chegarão à mesma conclusão que eu – para os brasileiros a culpa é sempre dos visitantes, quer dizer: os gringos. Ninguém se dá conta de que, se vem tanto homem aqui atrás de sexo, é porque a oferta é grande, aumenta a cada dia e se torna cada vez mais precoce. Não esqueço jamais da cena que vi certa manhã em Jacarepaguá, quando me preparava para escrever SENHORA DE DESTINO: na fila de mulheres grávidas esperando atendimento à porta da Maternidade (não por acaso chamada Leila Diniz) a maioria tinha menos de dezoito anos. Havia futures mamans que visivelmente tinham treze ou até doze. E todas, apesar do adiantado estado de gravidez, não deixavam de exibir seus barrigões saindo pra fora da roupa mínima, pois, mesmo prestes a parir, aquelas crianças não abriam mão de serem gostosonas e sexies. O interessante disso tudo é que, enquanto as meninas são treinadas desde cedo pra se tornarem predadoras sexuais aos doze anos, os meninos continuam a seguir a lei natural das coisas e só se tornam homens depois dos dezesseis. Sou um homem profundamente conservador em matéria de costumes. Isso fica bem claro nas minhas novelas, nas quais eu fujo da perversão como o vampiro foge da bala de prata. Minhas histórias são contos de fadas moralistas e inocentes. Por isso o Brasil na qual eu as situo parece mais exótico que a distante Índia – aquele Brasil das minhas novelas, tão recatado em matéria de costumes, simplesmente não existe. O que existe é um outro, mostrado em dois flagrantes fotográficos que me foram exibidos por um amigo: na Praça Quinze, no centro mais movimentado e histórico do Rio de Janeiro, duas mulheres se baixam ao pé de uma árvore e fazem xixi diante de todos os passantes. Pois é: se os homens fazem, por que então elas não podem? Essa permissividade brasileira, que espanta o mundo e nos coloca na vanguarda dos meus costumes, achou seu canal de expressão ideal no Orkut. Portanto, eu odeio não a idéia do turco Orkut Büyükkokten, mas o que ela se tornou neste Brasil que exala sexo. Eu disse que odeio o Orkut e nunca entrei nele, mas tinha lá um site, perfil ou como quer que isso se chame. Explico: nunca fui ver, me recuso, mas alguém me disse que existe uma página de Aguinaldo Silva, autor de telenovelas no Orkut, na qual ele convida jovens aspirantes a atrizes a lhe mandarem fotos e contatos “com vistas a trabalhos futuros”. Ou seja, tem um freak, tarado e muquirana comendo mocinhas incautas às minhas custas! “Por que você não recorre à justiça pra tirar essa página do ar?” – alguém aí me pergunta. Já falei com meu advogado a respeito e ele me disse que não adianta: “tudo que você vai conseguir é ganhar uma enorme dor de cabeça”. Pois se até este blog é pirateado! Digitem no Google: “blog, Aguinaldo Silva”. O que vai entrar não é o bloglog, mas um outro hospedeiro, com o qual nunca tive nenhum contato e onde o Blogão aparece cheio de anúncios! E é claro que eu não ganho nada por isso... Por toda essa pouca vergonha que parece tomar conta de modo irreversível da boa idéia que era a internet é que estou pensando em desistir de viver on line para voltar a escrever a mão e com a velha e boa tinta Parker. Pra isso já encomendei mata-borrões, além de algumas penas... Arrancadas do rabo de um certo ganso. Porque, mesmo mal humorado, eu perco um dedo, mas não perco uma piada... (nas fotos abaixo: pois é, eu já morei na Lapa, reconheço e assumo. Mas recebi o Chamado do Senhor e me tornei um Cidadão de Respeito!) Comentários(887) Link deste post Indique este Post -------------------------------------------------------------------------------------Escrito em:24/1/2009 MINHA CASA É UM MUSEU, PART TWO! Nas fotos acima, eu e meu Bertrand du Guesclin, cavaleiro francês do século XIV que, pela feiura, inspirou a lenda da Bela e a Fera, obra do escultor Fremiet; eu e minha Walkiria de Colinet, uma das duas únicas mulheres que ficou famosa como escultora (a outra foi Camille Claudel); e um dos cantinhos art deco da minha casa. Cada peça foi produto de uma exaustiva negociação em leilões ou antiquários. A mais antiga de todas, é claro, sou eu mesmo... _________________________________________ ALGUÉM AÍ QUER SER ETERNO? Morrer só é ruim porque não se pode mais ouvir as músicas de Cole Porter. A frase acima não é minha; foi atribuída a Paulo Francis, mas acho que também não é dele... E encerra uma grande verdade: o chato de morrer é que a gente deixa de fazer o que gosta. E como eu gosto de ouvir Cole Porter... Foi o que fiz, diariamente, nos últimos vinte anos de minha vida. E não apenas em minhas casas, onde tenho todo tipo de coletâneas com as músicas dele - ou apenas ligo no canal de “standards” da Sky-Net, onde elas tocam a cada instante, cantadas por diferentes vozes... Mas também nos hotéis, nos elevadores, nas lojas mais requintadas onde ele é sempre o must do som ambiente... Pois Cole Porter é um clássico. E o que é um clássico? É aquilo que se entranha no subconsciente das pessoas e a cada vez que ressurge parece sempre novo. No terreno da música, aqui no Brasil, temos dois clássicos recentes: Cazuza e Marina. Esses dois vão ficar pra toda vida, sabem por quê? Mesmo que a gente ouça a música deles mil vezes não enjôa. E olha que não se passa um dia sem que se escute Marina ou Cazuza pelo menos meia dúzia de vezes... E todas são sempre prazerosas. Esse homenzinho cuja foto publico lá em cima também é um clássico: Elton John. Será que existe algum Zé Ruela que não goste da musica dele? Com suas canções Elton nos embalou a todos nos últimos trinta e cinco anos. E mesmo depois que ele se for - e nós também - suas canções ficarão pelas gerações a fora, tal como ficaram as de Cole Porter. Como diria outro clássico, George Gershwin, they got rhythm, gente! Rítmo e estilo. Não fui à apresentação de Elton no sambódromo, como pretendia. A doença de Tadeu não me deixou sair de casa. Mas, segundo todos os críticos, mesmo os mais rigorosos, ela foi antológica. Deixei passar a oportunidade, mas me resta um consolo: é só ligar o rádio e não se passarão nem dez minutos sem que eu tenha Elton cantando em minha sala. Fico pensando se existe alguma novela que tenha virado um clássico da televisão brasileira. Será? Falase muito, por exemplo, de “Gabriela”, Ou “Roque Santeiro”, ou “Dancin Days”, ou “Vale Tudo”, ou “Tieta”. O problema é que essas novelas fizeram muito sucesso em sua própria época, e depois, o que restou delas foi apenas a lenda. Será que elas resistiriam a reexibições constantes, como acontece com alguns seriados americanos? Por exemplo: quem é que muda de canal se estiver passando “Seinfeld”? Ou “Sex and the City”? Ou “Os Sopranos”? Quem se atreve a mexer no controle remoto se der de cara com o velho “Perdidos no Espaço”? Ou “Alf, o Extra-Terrestre”? São tanto os seriados de tevê americanos que se tornaram clássicos! Sempre repetidos à exaustão, sem que o público jamais se canse deles. Já as novelas... Seria difícil aturá-las o tempo todo, entre outras coisas por causa do formato interminável. Telenovela é sempre passageira. É igual a ônibus: a cada cinco minutos um deles passa e vai embora O ano passado Aline Moraes era a maior vilã de todos os tempos. Mal começou “A Favorita” e o posto passou a pertencer a Flora. Não se iludam, daqui a uma semana “a maior vilã de todos os tempos” estará fazendo suas caras e bocas na novela da Glória. Eu sempre digo que novela é como o jornal de ontem. Depois que acaba só serve mesmo pra embrulhar peixe... Ou pra outras funções ainda menos nobres. Por isso não me limito a escrevê-las, mas também lanço livros, produzo peças de teatro, faço jornalismo e crio polêmica. Pra não ter que ficar com a impressão, a cada vez que termino uma novela, de que até começar a próxima eu “já era”. Ah sim, e além de fazer tudo isso, agora e sempre, eu ouço Cole Porter. Night and day!... (E agora vamos às fotos, aí embaixo, dos dois mais recentes premiados do Blogão do Aguinaldão: o baiano Luiz Carlos, na foto com sua querida irmã Thamyris, e a portuguesinha Cláudia Barreiro. Os prêmios, respectivamente, um exemplar de “Autores – o livro”, e uma caixa de DVDs da primeira temporada de “30 Rock” seguem ainda esta semana. Parabéns quereeeeeeeeedos!) (Ah sim, e já temos mais um premiado. O autor do comentário 4000 - é mole ou querem mais? - foi o... DHIO AVELINO! Isso mesmo, quereeeedo, aguarde contato). Comentários(1091) Link deste post Indique este Post -------------------------------------------------------------------------------------- Escrito em:18/1/2009 AUTOR FAMOSO CONFIRMA: "APANHEI E GOSTEI"! p> Vejam aí em cima, em primeirésima mão, um video com os indicados ao Oscar 2009. E começem a preparar a pipoca e a torcer pelos seus favoritos. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- (Vejam Annie Lennox cantando "Every Time We Say Goodbye", de Cole Porter, no vídeo acima. É uma espécie de "trailler" para o meu próximo post, que será sobre Cole, Elton John, Cazuza, Marina Lima, todos clássicos, e o que é ou não clássico na televisão.) ____________________________________________________________________________ __________________ A manchete acima, de autoria do futuro titio Rodrigo Lima, foi a grande vencedora, por votação direta, do nosso concurso de manchetes fifis. Fez-se justiça. Era muito boa, embora as duas que vieram a seguir na votação não ficassem atrás. Foram as seguintes, pela ordem: MODERADOR DO BLOG ESCREVE LIVRO CONTANDO PODRES DO PATRÃO, de Lara Simeão Romero, e AGUINALDO SILVA LEVA COIÓ EM PARIS, de Davi Vallerio. Foi uma competição muito divertida, assim como foi divertida a votação, e a leitura das justificações de voto. Mas uma manchete só e completa se embaixo dela vir um texto. E que texto um Fifi escreveria para justificar essa manchete? Abaixo vai a minha sugestão: Após ser agredido por uma desconhecida no café Le Deux Magots, em Paris, e levar um tapa na cara, o telenovelista Aguinaldo Silva declarou: “Apanhei sim... E gostei!” Tanto gostou que decidiu criar uma nova modalidade de diversão, o spank, que consiste no seguinte: o spankador ataca alguém de surpresa, sempre em lugares públicos, dá-lhe um tapa na cara e depois sai correndo. Segundo Aguinaldo, algumas pessoas,em vez de spankar, vão preferir ser spankadas, como é o caso dele. Depois de prever que essa “nova forma de contato físico” fará grande sucesso, Aguinaldo Silva sugeriu até a criação de spankódromos, onde os que gostam de bater e os que gostam de apanhar se encontrariam livremente. “Eu mesmo seria frequentador assíduo” – encerrou o novelista. Seria este o texto. Agora, quanto querem apostar como daqui a pouco ele estará nos sites dos Fifis, como se eu tivesse realmente dito isso? Agora quanto ao prêmio: seria um jantar comigo e minha entourage. Mas como Rodrigo mora em Recife, terá que esperar até que eu apareça por lá, o que, espero, deve acontecer dentro em breve. _______________________________________________ __________ ÓI ELES AQUI: OS NOVOS PREMIADOS! O Blogão do Aguinaldão dá tantos prêmios que estou até atrasado na apresentação dos premiados. Já existem dois –Cláudia Barreiro e Luiz Carlos – na fila de espera, e só agora eu estou postando as fotos de Mirela e João Sequeira de Sousa, dois dos nossos mais ativos e queridos colaboradores. Na sequência abaixo Mirela, uma verdadeira candidata a nossa musa, aparece sozinha na primeira foto, e na segunda com o namorado Marcos e o sogro, o senhor Pedro, que entende mais de telenovela do que eu: é telespectador fanático! A seguir temos João Sequeira de Sousa, o primeiro da legião de portugueses frequentadores do blogão a ser premiado. Na primeira foto ele aparece com a camisa do valoroso Futebol Clube do Porto, pelo qual o nosso Moderador – além de meio Portugal – também torce. E na segunda, com o seu grande, fervoroso e querido amigo de todas as horas. Os prêmios já seguiram via sedex, e a essa altura devem estar chegando. Os de Cláudia e Luiz Carlos seguem ainda hoje. Quanta gente bonita, né não? Beijos pra todos! _______________________________________________ COMO ESCREVER UM CAPÍTULO DE NOVELA! Faz tempo vocês me pedem pra publicar uma escaleta (e seu capítulo respectivo) de uma de minhas novelas. Eu sempre prometo fazer isso, porém vou adiando. Mas ontem à noite, vendo como falavam de teatro, comentavam sobre Tchekov, faziam profundas reflexões sobre a vida (pessoal e alheia), e assim mantinham o Blogão do Aguinaldão no mais alto nível, concluí que era meu dever fazer o que me pediam. Portanto, seguem abaixo os links para a escaleta 171 e o capítulo respectivo de DUAS CARAS. Coloquei tudo no RapidShare. Os três primeiros links abrem o capítulo 171. Os três seguintes abrem a escaleta 171. Ou seja: dá pra fazer 30 cópias. Por favor, façam apenas um download de cada, que é pra não tirar a vez dos outros. Recomendo que leiam primeiro a escaleta, imprimam, e depois leiam o capítulo com a cópia impressa da escaleta ao lado. Será um ótimo exercício pra quem deseja se enfronhar não apenas na arte de escrever novelas, mas também na de elaborar roteiros. Divirtam-se! http://rapidshare.com/files/185689412/cap171.doc.html http://rapidshare.com/files/185689997/cap171.doc.html http://rapidshare.com/files/185690403/cap171.doc.html http://rapidshare.com/files/185690841/esc171.doc.html http://rapidshare.com/files/185691218/esc171.doc.html http://rapidshare.com/files/185691562/esc171.doc.html E agora uma explicação sobre o bicho aí embaixo. Quem o fez foi Rosana Ruas, uma brasileira que comandava a ala onde ficava a minha suite no Splendour of the Seas. Todas as noites ela ia de cabine em cabine e, com as toalhas limpas, improvisava um animalito. Cada dia era um espécime diferente. Esse aí ela fez na última noite, no trajeto entre Vitória e Rio. O tempo tinha virado, o mar estava revolto, o navio balançava, e o bicho – mico ou preguiça - ficou a noite inteira pendurado no cabide sobre a minha cama, oscilando prum lado e pro outro. Rosana é um dos incríveis trabalhadores brasileiros que conheci no navio, e sobre os quais pretendo escrever em breve. Ela é carioca, filha de uma figura lendária do samba, Bira da Mangueira, de formação universitária e com pós-graduação, mas que estava ali, dando o maior duro, porque, segundo suas próprias palavras, “precisava juntar uma grana pra comprar uma casa”. Pela eficiência e simpatia que demonstrou durante toda a viagem, torço pra que ela alcance o seu objetivo. Beijo, Rossana! (não era um pato, minha gente, nem qualquer outro animal da familia dos palmípedes... Era um mico! E estava, tal como aparece na foto acima, me esperando ontem à noite quando entrei no meu quarto!) __________________________________________ ___________________________________ DONA GALINHA E SEUS PINTINHOS FOFINHOS Os frequentadores da primeira fase do blogão certamente se lembram do “Sufocador”, um sujeito que, durante certo período, ficou on line conosco praticamente 24 horas por dia. Era um maníaco. E tinha como objetivo perturbar todo mundo e fazer com que as pessoas desistissem de comentar neste espaço. A tática dele era simples: se Fulano entrava com um comentário, ele entrava logo a seguir contestando de modo ofensivo o que o tal Fulano havia escrito. Fulano retrucava, ele respondia de modo ainda mais ofensivo, outras pessoas interferiam em defesa de Fulano e ele também as atacava... E em pouco tempo estava todo mundo se insultando. Ou seja, o sujeito não se auto-apelidava de Sufocador à toa, pois ele queria mesmo era sufocar a nós todos. Foi por causa dele que eu tive que fazer uma coisa que detesto – moderar o blog. Mas, como sempre levei a sério aquela lição tão cara às pessoas simplórias segundo a qual, “se lhe dão um limão, trate de fazer uma limonada”, foi também graças a ele que consegui tirar a novela DUAS CARAS de sua maior crise: “intimado” a detonar o cenário da uisqueria e a dança de Alzira da novela no espaço de uma noite, já de madrugada, quando o Sufocador se mostrava mais ativo, ciscando feito um piterodáctilo no meu blog, eu tive a idéia: E SE EU BOTAR UM PERSONAGEM CHAMADO “SUFOCADOR” PRA EXPLODIR A UISQUERIA? E SE ELE, NAS SOMBRAS TAL COMO AGE AQUI NO BLOG, PASSAR A ATACAR AS MULHERES DA NOVELA? E assim daquele azedíssimo limão eu fiz uma gostosa limonada. O Sufocador imediamente sumiu do blog.Voltou depois com outros nicknames, volta sempre. Mas o fato é que não suportou o sucesso que o personagem com o seu nome fez em DUAS CARAS e perdeu totalmente o rebolado. Esse é o grande drama enfrentado pela pessoa que decide ter um blog. Ela tem que mostrar a cara, se expor, ser franca e sincera pra passar credibilidade... Mas não pode exigir nada disso dos seus comentadores. Eles podem ter nome falso, fingir uma coisa e ser outra, aparentar bondade e altruismo, porém ser mau, perverso e perigoso... E, se conseguirem criar uma persona e se enquadrar dentro dela, com boas ou más intenções, serão capazes de enganar meio mundo. Mas eu não estou aqui pra me enganar a respeito das pessoas, nem pra deixar que alguém seja enganado. Assim, ao primeiro sinal de que tem alguma coisa errada fico atento. E quando essa desconfiança começa a se tornar certeza... Nem penso duas vezes e tomo o que Meire Siqueira chamou de “medidas drásticas”. Há pessoas que entram aqui e, franca e abertamente, esculhambam comigo, me chamam até de veado. Desses eu gosto. Mas não gosto daqueles que fingem uma coisa que não são pra poder chegar sei lá onde, e demonstram um prazer enorme em ser tortuosos com meio mundo. O blog, é bom que se reafirme sempre, não é uma repartição pública nem um calçadão de livre trânsito. Ele tem um responsável e um dono. E cabe a este zelar pelo bom funcionamento do todo. Nesta nova fase do blogão aconteceu uma coisa incrível: em poucos meses nós nos tornamos uma verdadeira legião de amigos. Isso não foi programado por mim, pelo contrário, eu queria tornar este espaço bem mais sério... Mas vocês me levaram pra o lado contrário... E eu seria idiota se não os seguisse. Somos uma família. Estamos aqui pra nos divertir: este deveria ser o nosso lema. E, pra evitar que a diversão se transforme em aborrecimento, estou disposto a ir às últimas consequências. É claro que às vezes errarei. Mas de uma coisa vocês podem estar certos: será sempre por excesso de zelo. Por último, puta velha que sou, e mesmo sem que me peçam, gostaria de lhes dar um conselho: cuidado com aqueles que usam o espaço do blog pra lhes pedir que “me add” ou até seus e-mails. Prefiram a comunicação franca e aberta que o blogão lhes permite; foi pra isso que criei o CHAT DOS INSONES. Sei que estou me comportando como se fosse a galinha e seus pintinhos. Mas o fato é que, vendo a maioria de vocês aqui, tão abertos, tão sinceros, tão francos, é assim que me sinto. MANCHETES FINALISTAS E agora vamos às cinco finalistas do concurso de melhores manchetes fifis. Uma delas será eleita, por votação direta, a melhor de todas; e o seu autor terá direito a um jantar com uma famosa estrela “global” (quem é? Surprise, não vou revelar nem morta!): Moderador do bloglog escreve livro contando podres do patrão (Lara Simeão Romero). Aguinaldo Silva e Moderador são a mesma pessoa (Luiz Carlos). Garçon francês será o novo Roque Santeiro (Dhio Adhelino). Aguinaldo Silva leva coió em Paris (Davi Vallerio). Autor famoso confirma: “apanhei e gostei” (Rodrigo Lima). Podem começar a votar. Cada comentarista um voto. Daqui a dois dias sairá o resultado. (Na foto abaixo: sabem quem é esse Zé Ruela deitado com sua Rolleyflex em 1941 nas areias de Copacabana: Walt Disney! Isso mesmo, o pai de Mickey e Pato Donald! A revista Life abriu seus arquivos fotográficos pra pesquisa e de lá vocês já podem sacar fotos como essa, incríveis! Em breve vou publicar uma série delas sobre essa visita de Walt Disney ao Brasil, aguardem) Comentários(4071) Link deste post Indique este Post -------------------------------------------------------------------------------------- Escrito em:13/1/2009 MANCHETES FIFIS: DOZE SEMIFINALISTAS! (Vejam só quem aparece na foto acima, no frescor dos seus 23 anos: ninguém menos que a aniversariante do dia, a nossa querida ISADORA RODRIGUES! Num esforço de reportagem o blogão conseguiu a foto e a publica. Felicidades quereeeeeda, milhões de anos de vida e o nosso beijo!) Eu disse que ia dormir, mas não consegui. Quando liguei os alarmes da minha casa (que tocam “Like a Virgin” quando disparam) eles não funcionaram. Daí tive que chamar o rapaz israelita que cuida da minha segurança, e ele deu um jeito só agora. Aproveitou pra insistir que eu devia, em vez de música, botar uma sirene esganiçada como tudo mundo, mas de novo lhe respondi que não. Portanto, se um de vocês que mora na Barra ouvir Maddona cantando “Like a Virgin” de madrugada em cem mil decibéis, fiquem tranqüilos, foi o meu alarme que disparou. Enquanto o rapaz dos alarmes trabalhava eu, pra me distrair, resolvi fazer a escolha das manchetes fifis semifinalistas do nosso concurso. São doze, e dentre elas serão escolhidas cinco finalistas amanhã. Aí vão: Moderador do blog escreve livro contando podres do patrão (Lara Simeão Romero). Flora está escondida na casa de Aguinaldo Silva (Dhio Adhelino) Aguinaldo Silva e Moderador são a mesma pessoa (Luiz Carlos) Madonna estapeia Aguinaldo Silva em Paris (Pedro) Garçon francês será o novo Roque Santeiro (Dhio Adhelino) Ameaçado pela internet Aguinaldo Silva fecha blog (João Sequeira Sousa) Mulher com doença da vaca louca ataca novelista em Paris (Valéria Adrião) Néo nazistas atacam Aguinaldo Silva em Paris (Davi Vallerio) Aguinaldo Silva leva coió em Paris (Davi Vallerio) Autor famoso confirma: “apanhei e gostei” (Rodrigo Lima) Autor de novela se casa com garçon em Paris (Daniel Tsunami Pedro Almodovar filma sinopse de Aguinaldo Silva (João Sequeira Sousa) A escolha foi difícil, pois tinha pelo menos mais dez que eram igualmente ótimas. Mas agora está feito. Amanhã vamos saber quem será a grande vencedora. _________________________________________ ESTOU COM ISRAEL E NÃO ABRO! Muita gente estranhou porque, nas sugestões que fiz para o roteiro de "Puta que Paris!", incluí um cafetão de ascendência árabe. Alguém, se não me engano Alexandre Ganso, chegou a perguntar se eu tinha "algum problema" com esse tipo de pessoas. A bem da verdade, tenho sim, mas só com os fundamentalistas. Pois não posso deixar de ter problemas com pessoas que cortam o clitóris das mulheres ainda em crianças, condenam os homossexuais à morte, e professam o mesmo destino para as pessoas de outra religião que não querem se converter à delas. Por isso é que acho a esquerda burra. Para combater o "o inimigo maior" - que no final das contas é a democracia -, eles apóiam os fundamentalistas árabes, sem perceber que estes são seus maiores inimigos, pois o fundamentalismo é a mais extrema de todas as direitas. Ou vocês já ouviram falar da existência de um partido comunista em algum desses países de extremistas religiosos? Mas não quero falar aqui sobre política, assunto, aliás, que me dá cada vez mais nojo e sim reafirmar que estou com Israel e não abro. Poderia dar minhas razões para tanto, mas em vez disso recomendo a vocês que leiam o artigo de hoje de Cora Rónai, em O Globo ou no seu blog, cujo endereço é o seguinte; http://cora.blogspot.com/ Leiam, e depois voltem aqui e me digam o que acharam. _____________________________________________________________ VAMOS ESTUDAR ROTEIRO JUNTOS? (O vídeo acima é só pra vocês terem uma idéia da minha casa em Lisboa. Dá pra ver apenas a entrada do sobradão em que vivo, e o escritório no qual trabalho quando estou lá. A repórter é Sofia Cerveira, uma das belas e talentosas moças da SIC, uma emissora de tevê local que leva ao ar as novelas da Rede Globo. O tema da entrevista é antigo, mas Vale a Pena Ver de Novo, né não?...) Quando parti pra cima do material que vocês enviaram com vistas à elaboração da sinopse de “PQP”, logo me vi diante de um dilema: como ignorar as duas pré-sinopses que me foram enviadas por Pedro Carvalhaes e Daniel Tsunami? Era impossível, pois eles apresentaram, com base em tudo que vocês sugeriram, duas versões em estilos diferentes de praticamente a mesma história. Pedro ficou a meio caminho entre a comédia romântica e o filme de aventuras; Daniel elaborou um alentado melodrama. Por mais incrível que pareça, mesmo seguindo caminhos diferentes, as duas não são opostas. Pois têm no cerne as sugestões feitas por vocês, e que nelas estão bem claras, só que trabalhadas mais detalhadamente. Os personagens, com pequenas variações de perfil, são praticamente os mesmos. A cena capital, do tapa na cara, talvez por já ter sido escrita por mim, é redigida quase da mesma maneira. Os finais também se aproximam: os dois escolheram o happy end, embora no final Tsunami deixe no ar uma dúvida: e se o final feliz for apenas aparência, e a gaúcha do tapa estiver se preparando para consumar a fase final de sua vingança? Gosto muito desta possibilidade. Do que não gosto? Do modo, nas duas histórias, como o escritor chega à mulher que lhe deu o tapa. O ideal seria que ele a perseguisse e ficasse com uma pista do seu paradeiro, mas assim perderíamos a cena com o garçon, a não ser que o escritor voltasse ao Lês Deux Magots depois de tudo. Mas não quero, não posso e não devo dar pitacos, já que a história é de vocês todos. Em suma: é a mesma história, apenas com tratamentos diferentes. Em diferentes versões menos trabalhadas vocês fizeram a mesma coisa. Algumas sugestões, de Lara, dos dois Brunos, de Luiz Carlos, de WVigh, de Rodrigo Lima, de Davi Vallerio, de Cláudia Barreiro e outros, me espantaram pela originalidade: sem a obrigação de dar sequência à história eles foram ainda mais longe que Pedro e Tsunami. Alguns dos comentários pinçados por Bruno Facchia até me deixaram com inveja. Quando eu falei que a primeira coisa a fazer era perder o pudor e o senso do ridículo, vocês entenderam o que eu quis dizer e trataram de ir bem fundo. O que fazer com este material tão alentado? Eu podia juntar tudo, passar no liquidificador e, com minha experiência de cozinheiro, fazer uma sopa, que seria a minha própria versão da história. Mas achei que, se fizesse isso, não estaria sendo justo, pois vocês é que tiveram todo o trabalho. Assim resolvi fazer diferente do combinado. Vou postar quantas vezes puder no RapidShare as duas versões “oficiais”, de Pedro e Tsunami. Vocês baixam, lêem, e então comentam, fazem observações e criticam aqui no blog. Esta será a segunda fase do nosso trabalho... MAS NÃO SERÁ A ÚLTIMA! Pois na sexta-feira passada, durante um jantar com meus amigos Jacqueline e Eduardo, da Barroso Pires Produções Artísticas, gastamos boa parte do tempo a falar sobre o que estava acontecendo àquela altura aqui no blogão do Aguinaldão, ou seja: o delírio criativo que, como uma febre de verão, acometeu vocês todos. Foi quando eles comentaram: “Se você é capaz de motivar as pessoas assim através do blog, imagine ao vivo...” E então acrescentaram: “Por que não dá um curso de roteiro?” Aí eu falei pra eles do workshop que fiz em Portugal, e que os portugueses, com aquele jeito formal deles que eu adoro, preferiram chamar de master class. Foi assim: uma produtora de tevê de Lisboa, a Scriptwriters, fez uma seleção prévia entre os candidatos, eu mandei que eles escrevessem uma determinada cena e, baseado no que escreveram, escolhi dez deles... E durante três semanas nos reunimos três horas por dia, de segunda a sexta-feira, com uma missão específica: bolar uma sinopse e o primeiro capítulo de uma novela. Ou seja, meu trabalho era ensinar aos dez como se elabora uma novela, mas não na teoria, e sim na prática... Embora, sempre através da prática, eu também fosse passando a teoria. O resultado desse trabalho foi uma sinopse chamada FIA-TE NA VIRGEM, que agora anda rolando pelos corredores das emissoras portuguesas com amplas possibilidades de algum dia vir a ser produzida. Mal eu contei essa história Jacqueline e Eduardo reagiram entusiasmados e decidiram: “Você vai ter que fazer a mesma coisa aqui no Brasil, e nem pense em dizer que não... Pois está intimado!” Em resposta, eu apenas soltei um sorriso misterioso e fui vago, mas pensei: “Não estou a fim de ter dor de cabeça nem de arranjar trabalho!” Ou seja, eu ia adiar o assunto até que ele morresse. Mas quando cheguei em casa, liguei o computador e vi o quanto vocês estavam entusiasmados, bem como a quantidade de boas idéias que aqui iam surgindo, já comecei a me dizer: “talvez, quem sabe?” E agora digo: “POR QUE NÃO?” Lá em Lisboa o curso foi caríssimo, cada aluno teve que pagar 1500 euros. Mas aqui, se fizer a bendita master class, ela teria que ser grátis... E o pessoal aqui do blog sem dúvida teria a primazia na lista de escolhidos. Já liguei pra Jacqueline e Eduardo e disse: “Eu topo!” E agora é só buscar os patrocinadores. Assim, em breve vocês terão notícias, através da mídia, da minha futura master class. Portanto, aguardem. Agora vamos às fotos. Na primeira, Nayara, a feliz ganhadora do nosso último prêmio e o maridão Marcelo Portela. Ainda Nayara na segunda, em plena orla de Búzios. Atenção para o curioso atrás do pé de coco. A seguir, Cláudia Barreiro e o seu avô Niso, o sr. Dionísio, (que em 2004 saiu de Insalde, Portugal, para viver em uma outra aldeia lá no céu). E por último seu Niso quando era o homem mais cobiçado de Insalde. Vejam a festa que as senhoras lhe fazem, e o olhar crítico de um dos seus rivais, ao fundo... Comentários(1580) Link deste post Indique este Post -------------------------------------------------------------------------------------Escrito em:8/1/2009 EM PRIMEIRA MÃO, A ESTRÉIA DE MARÍLIA! Acabei de chegar da estréia de "Gloriosa", com Marília Pêra, no Teatro Fashion Mall. Não resisti e vim direto pro blogão dividir com vocês as alegrias desta noite. Teatro lindo, lotadíssimo, com astros suficientes para fechar três elencos de novela. Susana Vieira chegou e arrasou. Passou por mim, caiu nos meus braços e sussurrou no meu ouvido: "voce está mais bonito do que eu, não pode!" Ganhei meu dia ao ouví-la é claro, e ele se tornou ainda luxuoso por conta do espetáculo: Marília e seus coadjuvantes de luxo, Eduardo Galvão e Guida Vianna, quase me fizeram mijar de tanto rir! É espetáculo pra ficar em cartaz now and forever. Saí de lá nas nuvens! Nas fotos, feitas pelo "paparazzi" do blogão, o Moderador Careca: Marília após cantar uma arrasadora "Ave Maria" de Gounod; A Diva e seus dois companheiros de palco; Marília dando adeuzinho para o governador Sérgio Cabral e o Prefeito Eduardo Paes, e os convidando a continuar frequentando os teatros (junto com ela na foto estão Eduardo Galvão, Cláudio Botelho, Sandro Chaim e Charles Möeller, os responsáveis pelo magnifico espetáculo) Vão correndo, não percam! ________________________________________________________________________ HOJE É DIA DE VER MARÍLIA PÊRA! (Nas fotos acima: eu e Marília; a Diva me mostrando como será o agudo de Florence – igual à sirena do Corpo de Bombeiros!; eu. Guida Vianna... E Marília na capa do livro) Hoje cedo um velho amigo, solitário e early bird como eu, ligou às sete da matina e entre outras queixas resmungou: “Ai meu Deus, que chatice, mais uma daquelas segundas-feiras!” Eu, do outro lado da linha, achei melhor não dizer nada. Mas pensei: “Esta não é uma segunda-feira igual às outras, ô Zé Ruela, porque à noite vamos ter ninguém menos que Marília Pêra!” E assim mesmo, com acento circunflexo no “Pêra” apesar das mudanças do acordo ortográfico, porque, como ela já disse muito apropriadamente: “O Pêra é nome de família e nome de família não se muda!” E quem poderia pronunciar essa frase de extrema sabedoria senão a grande, imensurável Marília? Mas lá vou eu ladeira abaixo divagando de novo. Volto ao tema. Eu disse que esta é uma segunda-feira especial, porque teremos logo mais à noite Marília Pêra. E não apenas ela, mas um novo teatro no Rio de Janeiro, mais precisamente em São Conrado e no Fashion Mall, que Marília está inaugurando com uma peça chamada “Gloriosa”. Enfim, inauguram alguma coisa de útil em São Conrado, em vez de mais um barraco na Rocinha! Quanto à peça... Trata-se de uma comédia musical, na qual a nossa diva canta... E ela que é afinadíssima - propositalmente desafina! O autor é o norte-americano Peter Quilter, a produção é dos enfant-terribles Charles Möeller (é alemão, por isso o trema continua!) e Cláudio Botelho, no elenco ainda tem, como se não bastasse a estrela, o bonitão Eduardo Galvão e a espampanante Guida Viana! A peça fala de um personagem real: uma socialite, ascendente direta da nossa Vera Loyola, que não se conformou em apenas dar pinta e resolveu ser cantora lírica! E como não tinha voz e era desafinada, virou um fenômeno de mídia. Os recitais que ela dava eram imperdíveis! Ninguém queria perder o auge climático no qual ela dava um agudo digno do Corpo de Bombeiros e suas sirenas... E os espectadores se mijavam de tanto dar risada! Claro, todo mundo achava a pobre coitada desafinada... Menos ela, que não entendia porque a crítica a esculhambava tanto... E, detalhe trágigo da história, por causa dessa “incompreensão” acabou morrendo de tão deprimida. Agora, imaginem Marília Pêra vivendo essa figura e guinchando feito ela. É imperdível! Quem quiser comprar ingresso para os próximos dias tem que fazêlo com muita antecedência, portanto... O que vocês estão esperando, seus Zé Ruelas? _______________________________________________________________________ LA VIEYRA ATACA OUTRA VEZ! (nas fotos, eu e Susana à época de SENHORA DO DESTINO: obrigado por existir, querida) Há muito tempo não folheava a “Caras” nem mesmo nas antesalas de consultórios médicos. Nem ela nem outras revistas que nos fornecem a over-dose semanal de fotos e declarações das mesmas celebridades, que vão do A de Adriane Galisteu ao Z de uma outra qualquer igualmente vazia. Mas ontem, ao fazer minhas compras no Supermercado Pão de Açúcar aqui da Barra, entre uma saudação e outra das caixas e empacotadoras - que são minhas grandes colaboradoras quando estou escrevendo uma novela -, vi a revista, e a sua chamada de capa: “exclusivo: Susana Vieira”. Sim, depois do silêncio a que ela se entregou após aquele drama do ex-marido morto, Susana resolveu falar e escolheu a “Caras” pra fazer isso. Ponto pra revista. Comprei um exemplar na hora. Susana Vieira, vocês sabem de cor e salteado, é uma das pessoas que mais amo neste mundo, e minha atriz preferida. Não consigo escrever nada sem pensar num personagem que caiba direitinho no corpaço dela. Por isso tratei de arrancar o plástico que protegia a revista e, ainda no caminho pra casa (entre o supermercado e o meu condomínio existe uma passagem secreta), tratei de ler a entrevista. Fiquei impressionado. Não há nela uma palavra a mais, ou fora do contexto. Susana disseca o assunto com tamanha propriedade, que, aos menos avisados, até parece que ela decorou frase por frase antes de falar à revista. Sem dramas, sem choradeira, sem arrependimentos idiotas, ela diz tudo que tinha a dizer, encerra o assunto, e deixa bem claro, embora não com essas palavras: A vida continua, e ela vai partir pra outra. Grande, querida, monumental Susana Vieira. Uma mulher como quase nenhuma. Em casa, reli a entrevista e me emocionei de novo. A seguir olhei com olhos de lupa cada foto dela. E me detive na melhor de todas: aquela em que Susana, descalça, de biquíni, braços abertos segurando uma canga como se fossem asas, corre na areia e molha os pés à beira d’água, ostentando, na melhor das formas, um corpinho de mulher de trinta. Sessenta e seis anos declarados, gente! Por favor me respondam: que força da natureza faz com que ela seja assim? Que fenômeno é aquele? Que mulher é esta? Beijo teus pés, Susana Vieira. Obrigado por existir e ser tão maravilhosa, querida. _______________________________________________________________________ LEVEI UM TAPA NA CARA EM PARIS! Sempre que estou em Paris dou um jeito de sentar na esplanada do Le Deux Magots, um café do Boulevard Saint Germain, e lá fico, a tomar um “Portô”, e a fingir que estou esperando Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir pra termos juntos uma discussão filosófica. Coisas de escritor solitário e maluco. Dia desses estava eu sentado na mesa em que, na foto acima, o garçon conversa com dois clientes, quando uma mulher loura e grandalhona, que ia passando pela calçada, me viu e veio falar comigo. “Você é o Aguinaldo Silva, tche?” – ela me perguntou em português, e com forte sotaque gaúcho. “Sim, sou o próprio” – eu respondi já todo pimpão, pensando ter sido reconhecido por uma fã... E logo em Paris, imaginem! Porém, mal respondi, a mulher me deu um tremendo tapa na cara, gritou: “safado, veado fascista, reacionário filha da puta!” E saiu cavalgando feito uma autêntica centaura dos pampas até desaparecer na esquina da Rue Bonaparte. Atônito, olhei em torno e vi que, nas mesas lotadas, todos me observavam no mais absoluto e crítico silêncio. “Que vexame” – eu pensei, enquanto me fingia de estátua. Foi o garçon, este que aparece na foto, quem se aproximou e quebrou o gelo: “O que foi isso?” – ele me perguntou muito sério. E eu, já com as engrenagens da minha imaginação de ficcionista desvairado funcionando, respondi em francês, e bastante alto pra que todo mundo ouvisse: “Minha ex-esposa!” Ao que o garçon deduziu: “Já sei: o senhor a traiu, ou pior ainda, deixou-a por outra”. “Por outra não” – eu não resisti e repliquei: “por outro”. E acrescentei: “Se é que você me entende”. Ao que o garçon, sem perder o rebolado, disse que não entendia e que, se eu estava falando de “monsieur avec monsieur”, homem com homem, era melhor ficar logo sabendo: “Isso é uma coisa que não existe aqui na França”. Após o que deu-me as costas e foi embora. Nos cinco minutos seguintes eu pensei numa fileira enorme de “pedês” notórios, lésbicas, bibas e sub-bibas que nasceram ou buscaram refúgio na terra do General De Gaulle, incluindo Oscar Wilde e aquele seu garoto muito do safado. Lembrei do atual prefeito de Paris, Bernard de La Noé, que é homossexual declarado... E aí tive um ataque de riso: “Esse garçon deve ser de outro planeta!” – eu disse pra mim mesmo... E acertei em cheio, pois no minuto seguinte ele me trouxe a conta. “Mas eu não pedi isso!” – reagi. “Mesmo assim resolvi trazê-la.” – ele respondeu. E encerrou: “agora trate de pagá-la”. E eu assim o fiz. Antes que ele me expulsasse a pontapés, paguei dignamente a dolorosa – um Porto, um expresso e uma água mineral com gás por 20 euros! – botei o meu rabo de raposa loura e felpuda entre as pernas e fui embora. Claro, quando estou em Paris ainda sento na esplanada do Le Deux Magots e fico a esperar Sartre e Simone, embora eles não venham nunca, pois em todos os sentidos já estão mortos e enterrados. Mas antes de sentar passo umas duas ou três vezes no local até me certificar de que o tal garçon homófobo está de folga. E quando saio do café, entro na Igreja de Saint Germain dês prés ali em frente, e lá me ajoelho e rezo fervorosamente pra que ele cometa alguma bobagem e seja logo demitido por justa causa... Pra que eu possa voltar a sentar no Le Deux Magots quantas vezes queira, e lá dar toda pinta que me der na telha, como faz um verdadeiro “safado, veado fascista, reacionário filha da puta”... Porém cheio de euros no bolso e vitorioso. Kakakakakakakakakakakakakaká! E NAS FOTOS... Agora vamos às fotos. A do alto, claro, é do Les Deux Magots numa hora mais tranqüila. E as de baixo são da nossa última leva de premiados: Cile e Giuseppe, diretamente de Bolonha. Os dois foram vítimas de um “colpo di fulmine”, ou seja: amor à primeira vista; Valéria Adrião e o maridão (embaixo): basta a gente olhar a foto pra ver o quanto se amam; e o inefável, condestável, adorável... Daniel Tsunami! Comentários(1189) Link deste post Indique este Post -------------------------------------------------------------------------------------- Escrito em:2/1/2009 VAMOS BRINCAR DE ESCRITORES? Algumas considerações sobre o CHAT DOS INSONES, primeiro pra quem pegou o bonde andando. Eu permiti que, entre 8 horas da noite e 6 horas da manhã, os freqüentadores do blog conversassem entre si. Mas isso não exclui aqueles que comentam normalmente, pelo contrário: eles podem entrar e até sugerir temas para a conversa. Eu mesmo vou sugerir temas de vez em quando. A idéia é tornar o blogão um espaço realmente democrático, onde todos podem se expressar livremente, sem intervenções minhas ou do Moderador. A condição essencial é que se fale de e sobre televisão, que é o tema principal aqui do espaço. Neste horário em que são vocês quem mandam, eu sou apenas um leitor. Leio todos, ABSOLUTAMENTE TODOS os comentários. Se não ao vivo, pelo menos na manhã seguinte, quando acordo. Hoje mesmo eu fiz isso: li todos. Quase três páginas de comentários, gente! E nenhum do tipo: “shuashuashuashuá”, que eu detesto. Vi consistência em todos, até mesmo nos mais sucintos. Mas vi, também, certa despreocupação com a linguagem e o estilo. Um das coisas que eu mais gosto aqui no Blogão do Aguinaldão é que todos os comentaristas escrevem bem. Mas no CHAT DOS INSONES, na pressa de se expressar, às vezes o bom português é um pouquinho agredido. Por isso, pra melhorar o nível, resolvi criar um prêmio. Vou escolher, aleatoriamente e em dias incertos, o comentário que achei mais bem escrito e estiloso. E o seu autor ganhará um o DVD de um filme bem maneiro. Portanto, a partir de hoje à noite, caprichem na linguagem e no estilo, mas nada de bancar o Shakespeare, ou pior ainda, o Zé Saramago. Pronto: foi bom pra vocês ou querem mais? Vocês tomam conta do pedaço, se divertem, fazem amizades, e ainda são premiados! Ah sim, em matéria de novidades: ainda hoje vou postar as fotos dos vencedores do sorteio anterior: Cile_It, Valéria Adrião e Tsunami queridos: aguardem. Agora a capa de 98 TIROS DE AUDIÊNCIA lá em cima: arrasou, não acham? Eu achei linda! E se a publico aqui é pra anunciar que, atendendo a pedidos, resolvi colocar no RapidShare um capítulo do livro pra quem não pôde comprá-lo.Vou colocar três vezes, pra permitir 30 downloads. Posso fazer isso a qualquer momento, mas antes anuncio aqui no blogão, portanto... FIQUEM DE OLHO! ______________________________________ GENTE, O CHAT DOS INSONES BOMBOU! Pois é gente, aconteceu comigo exatamente o que alguns de vocês escreveram nos comentários: depois de levar milhares de picadas de laser no meu rostinho fiquei tão estressado que tratei de tomar um sossega-leão daqueles e CATAPLUM!... Apaguei. Consegui ver apenas metade de Maysa. Gravei tudo, e vou ver daqui a pouco de olhos bem abertos. Tive um sono pesadíssimo. Sonhei até com o Alemão da Lapa, que, creio - e levando em conta as duas balas que tinha alojadas no corpo e não podiam ser retiradas -, há muito deve ter morrido! Porém, mal acordei, vim ver como é que vocês se comportaram ontem à noite no CHAT DOS INSONES e fiquei muito feliz: passaram a noite falando de e sobre televisão, que é o assunto principal do Blogão do Aguinaldão! Li todos os comentários e amei. Devia ter anotado as perguntas que me fizeram pra responder a todas agora. Como não anotei, vou tentar responder pelo menos algumas. Aí vai: O seriado do Marcílio estreou? Espero que tenha arrebentado. Eu escrevi um seriado policial faz cinco anos, está lá nas gavetas do Globo. Por que não produziram? Não sei. Mas afirmo que ao deixar de fazê-lo marcaram bobeira: essa é a minha opinião. Por que não escrevo minissérie entre uma novela e outra? Eu sou gatilho de aluguel, só escrevo sob encomenda, e minissérie ninguém me pede! Até parece que não fui eu quem escreveu a primeira, LAMPIÃO E MARIA BONITA, e a segunda, BANDIDOS DA FALANGE. Além disso, Maria Adelaide Amaral sempre atropela na reta final e faz todas as minisséries, e aí não sobra pra mais ninguém. Se algum dia 98 TIROS DE AUDIÊNCIA vai virar minissérie? Vai sim, já existe uma proposta neste sentido... Mas não da Rede Globo. Quem eu escalaria pra fazer Haroldina Brunet numa minissérie baseada no meu livro? Não Zé Ruela, Mateus Natchergale com aquela obviedade terceiro-mundista, mas nem morta! Porém Pedro Neschling talvez. Dizem que Sean Penn vai ganhar o Oscar este ano fazendo Harvey Milk, o prefeito gay de San Francisco assassinado no cargo. Adoro ver atores heteros fazendo gays – eles sempre fogem do óbvio. Pra fazer a Estrela, a Diva, a DIVINA AURORA? Letícia Spiller é claro. Antônio Fagundes daria um ótimo Mister Zee, né não? E pra fazer Everardo Lopez, o autor no qual reuni todos os defeitos meus e dos meus colegas, eu pensaria em Dalton Vigh à beira de um ataque de nervos e vestindo Ermenegildo Zegna da cabeça aos pés. Claro que a direção teria que ser de Wolf Maya ou de mais ninguém. Mas, como costumo escrever aqui – e a espertinha da Josephine Guidon anda me imitando -, DIVAGO. O que eu queria dizer era o seguinte: propor um tema para o CHAT DOS INSONES foi sem dúvida um achado. Vocês reagiram à altura e brilharam. Até o Moderador entrou na dança! Mas se ele pensa que vou pagar hora extra, está muito enganado. Um tema e uma discussão pela madrugada a fora. Vamos fazer isso sempre, quereeeeeeeedos! Quanto às estréias de ontem (se é que Marcílio estreou mesmo ontem, ainda estou sob os efeitos do Olcadil e não li os jornais), desejo às duas muita sorte... E MUITO IBOPE, GENTE! Quanto a mim não se preocupem: graças a vocês meu IBOPE está altíssimo! O pessoal do Bloglog anda soltando rojões... Agora vou tomar um banho, me embelezar e perfumar todo, ficar ainda mais lindo do que sou... E daqui a pouco eu volto! ____________________________________________ NOTAS AMARGAS SOBRE AS DUAS MAYSAS Pois é, o assunto Maysa - a verdadeira e o falso – continua sendo o alvo principal dos comentários aqui no blog. A minissérie estréia hoje à noite, e eu espero que vocês aceitem a sugestão de Letícia Campos (vide comentários) e a transformem no tema do nosso CHAT DOS INSONES. Já o falso Maysa... Todos se questionam porque ele se matou tão cedo: “estava doente?” Me perguntam. E eu respondo: estava sim, mas de tédio. Fernando Maysa foi sempre uma criança. Tinha verdadeiro horror não de ficar velho, porque nem chegava a pensar nisso, mas de se tornar adulto. Nos seus escritos – meio desordenados, visivelmente influenciados por Jean-Paul Sartre, pois ele lia muito – isso ficava evidente. Ele achava que um homem adulto perdia todo o encanto, e só servia “praquilo”. Lembro-me de certa vez, na casa de Newton Faria, um famoso jornalista da época a quem amávamos muito – e que também se matou logo depois do golpe militar -, nós dois nus diante de um espelho a nos pavonearmos, e de repente ele me perguntou: “Eu não pareço um menino?” Vejam a foto que publico aí embaixo pescada diretamente dos meus arquivos (atenção para a patte d’elephant dele e pro meu tamanco de matar baratas): é uma foto tirada em 1973, Maysa já tinha quase 30 anos... Mas sim, ainda parecia um menino. Quando ele se matou, alguns anos depois, engordara, tinha o rosto inchado por causa da bebida e já tinha perdido boa parte dos seus cabelos louros. Na certa se olhou no espelho, viu o que o futuro reservava para o menino que ele queria ser a qualquer preço e concluiu: “Não vale a pena continuar vivo”. O que mais nos surpreendeu, a nós que éramos seus velhos amigos, foi o fato de aquela criatura tão doce possuir um revólver, e pior ainda, ter coragem de usá-lo contra si mesmo! Quando Fernando Maysa se matou eu estava no Rio e só fui informado depois que ele já tinha sido enterrado. Pouco antes eu tinha perdido minha mãe, dona Maria do Carmo Ferreira da Silva, a quem tento dar vida de novo até hoje através de algum personagem de todas as minhas novelas. Enfim... Minha mãe, Fernando Maysa, a verdadeira Maysa (de quem publico outra foto da minha coleção particular, ela chegando em Madri para uma apresentação, numa de suas fases de gordinha)... A vida é feita de perdas... Até chegar a nossa vez de perdê-la. ________________________________________________________________________ SIMPLESMENTE MAYSA! “Num dos programas Show do dia 7, da TV Record, canal 7 de São Paulo, nos anos 1960, os artistas tinham que cumprir tarefas. A Maysa coube destrinchar um frango. Sonia Ribeiro, a apresentadora, ofereceu-lhe uma tesoura de cortar frango (trinchante). Para surpresa de todos, Maysa pegou o frango com as mãos e o cortou todo nas juntas ignorando a apresentadora.” O primeiro gay assumido que eu conheci - em 1959, enquanto tomava um sundae na Confeitaria Confiança, na Rua da Imperatriz, Recife - apresentou-se como Fernando Antonio Van der Stouvhen, filho de nobres austríacos. Na verdade, como sua legião de amigos descobriu dois anos depois, ele se chamava Fernando Antônio de Sousa, e nada sabia sobre seus verdadeiros pais, pois era filho adotivo. Além disso gostava mesmo era que o chamassem pelo seu apelido, MAYSA, por causa da cantora, de quem ele achava ter “os mesmos olhos verdes, a beleza e a loucura”. O que levava um garoto de 16 anos a se orgulhar de ter uma possível semelhança com Maysa? É que esta, naquela época e durante quase toda a sua vida, foi vista como uma espécie de madrinha ou santa padroeira por todos os freaks e malditos. Eles a reconheciam como um deles. Maysa era simplesmente Maysa: uma mulher de rara coragem, que rompera com todas as convenções e se atirara de boca na vida. Sofrera muito por causa disso... Mas deixava claro, em tudo o que fazia, que a palavra arrependimento pra ela não existia. Não gostei quando ouvi pela primeira vez um dos seus discos. Nós estávamos reunidos na casa de um rapaz conhecido como Zé Perobo, que tinha uma electrola – uma raridade! – pra ouvir seu novo elepê, e eu disse pros meus amigos: “Maysa não canta, só diz as coisas!” Só muitos anos depois eu percebi que esse era o grande mérito de Maysa: Com sua voz gutural e amarga ela dizia as coisas que todos nós, os malditos da vida, queríamos ouvir, e que podiam ser resumidas numa única frase: “como dói a vida!”. Fernando Antônio de Sousa, o meu inseparável amigo Maysa, suicidou-se em meados da década de 70. Deu um tiro no ouvido, na casa que herdara dos pais adotivos, debaixo de uma arvore na qual havia mais de cem gaiolas cheias de pássaros que ele criava. Sem dúvida uma alusão ao livro “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel Garcia Marquez, que ele lera e odiara. Sim, porque o meu amigo Maysa era um intelectual. Tenho até hoje, rasgado e meio comido pelas traças, o exemplar de “As Flores do Mal”, de Baudelaire, que ele me deu e no qual escreveu à guisa de dedicatória: “uma lembrança da nossa juventude bela, terrível e eterna ”. A juventude dele foi eterna, já que Maysa morreu cedo. Já a minha... Afinal, estou aqui até agora. Maysa, a verdadeira, morreu incrível e absurdamente cedo, em 1977, num desastre na Ponte Rio-Niterói, quando afinal parecia ter domado os seus sentidos e já sabia que ia se tornar uma lenda. Fernando Antônio de Sousa, o falso Maysa, e a Maysa verdadeira, pelas constantes provas de coragem a que se submetiam, pelos obstáculos que criavam pra si mesmos só pelo prazer de vencêlos, me ensinaram que pra viver é preciso ter coragem, e por isso tiveram importância capital na minha vida. Por isso já estou aqui, concentrado, mais ansioso que nas estréias das minhas novelas, para ver a minissérie escrita por Manoel Carlos, dirigida por Jayme Monjardim (que é filho da cantora) e em boa hora produzida pela Rede Globo. E exijo que vocês que gostam de mim façam o mesmo: não percam! Dia desses eu estava jantando na Tasquinha, um restaurante que fica perto da minha casa em Lisboa, quando o fadista que lá se apresenta, José Matoso, anunciou que ia cantar, em rítmo de fado, uma composição da cantora brasileira Maysa. E atacou de “Lama”, que não é de Maysa – nem sei se algum dia foi gravada por ela -, mas tem o espírito da própria. Pois é impossível alguém ter sentimentos e não gostar de Maysa. O trecho em negrito que abre este post, de absoluta relevância pra quem deseja saber como era Maysa, está na wikipedia. É de se esperar que a cena em que ela destrincha um frango com as mãos tenha sido lembrada pelo autor da minissérie. Nesse país doente de Alzenheimer, cuja memória não consegue guardar mais do que os últimos cinco minutos, espero que a minissérie mostre a todos o quanto Maysa continua viva. No vídeo acima, Maysa num dos seus grandes momentos. E nas fotos abaixo: Maysa na Avenida Madison, em Nova Iorque no dia 16 de setembro de 1960, numa das várias fotos que tenho dela na minha coleção particular); num “close”,tirado no mesmo dia e no mesmo local; eu e Fernando Maysa em 1973, diante da igreja de Igarassu, em Pernambuco, no mesmo sítio em que, tantos anos depois, Marconi Ferraço viveu suas primeiras cenas em DUAS CARAS; e o fadista José Matoso, na Tasquinha, em Lisboa “cantando uma composição da cantora brasileira Maysa”. Comentários(1211) Link deste post Indique este Post --------------------------------------------------------------------------------------