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www.revistaoutdoor.pt
nº1 Setembro/Outubro 2011
outdoor
Revista
Torna-te fã
ESCALADA… Um desafio,
um prazer, um modo de vida!
Isabel Boavida
Chef Chakall
Fotografia com
Sabor a Aventura
Os 7 Cumes
de Ângelo Felgueiras
Travessia
da Ilha de Skye
em bicicleta
Actividades
em família
em Canoa pelo Tejo
Apps
grat
u
oor
para itas
ot
Ipho eu
ne
RESERVAS NATURAIS EM PORTUGAL
Disponível para iPad e iPhone
Outd
Editorial Ficha técnica
Chegou
o novo
número!
C
om o lançamento desta edição pretendemos
agradecer a todos o excelente feedback recebido com novas ideias, criticas, sugestões e muito
mais… A todos os que já se tornaram fãs, aos
leitores, seguidores e colaboradores, o nosso
muito obrigado!
Nesta nova edição, agarrámos nas várias ideias que nos
chegaram e trazemos boas supresas: temos novas personalidades que se destacam no Outdoor, mostrando um Mundo
por descobrir, fornecendo sugestões e ideias para uma quebra na rotina dentro e fora de portas.
Num país como o nosso, recheado de características naturais
propícias à prática de desporto aventura, levamos-te a descobrir alguns dos pontos mais belos do nosso Portugal, inacessíveis de carro ou outro meio de transporte movido a motor.
Boas Aventuras
e até Novembro.
Não se esqueçam de ir acompanhando todas
as novidades no
Portal Aventuras.
www.revistaoutdoor.pt
Desafiámos
também o Chef
Chakall e ele...
aceitou! Vais ter a
oportunidade de
descobrir uma das
suas paixões e claro, saborear uma
receita divinal!
nº1 Setembro/outubro 2011
Já imaginas-te escalar em Sagres? E no Cabo da Roca? Estes
são alguns dos pontos de eleição da Isabel Boavida em Portugal, uma grande aventureira, que nos conta alguns dos seus
truques para vingar na Modalidade. Esta é uma das nossas
sugestões de leitura… mas, levamos-te a muitos outros locais
como a Serra da Freita, a Região de Constância, o Douro, Ilha
de Skye, entre outros.
outdoor
reviSta
torna-te fã
ESCALADA… Um DESAfio,
Um prAzEr, Um moDo DE viDA!
Isabel Boavida
ChEf ChAkALL
FotograFIa com
SaBor a aventura
oS 7 CUmES
4
Edição nº1
WPG – Web Portals Lda
NPC: 509630472
Capital Social: 10.000,00
Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide
Telefone: 214702971
Fax: 214702973
Site internet: www.revistaoutdoor.pt
E-mail: [email protected]
Registo ERC n.º 126085
Editor e Director
Nuno Neves | [email protected]
Marketing, Comunicação e Eventos
Isa Helena | [email protected]
Sofia Carvalho | [email protected]
Revisão
Cláudia Caetano
Colaboraram neste número:
Ana Lima, Ana Barbosa, Ana Isabel Mineiro,
Artur Pegas, Aurélio Faria, ChakalL,
Isabel Boavida, Joel Santos,
Jorge José Portela, Magali Tarouca,
Paulo Nascimento, Paulo Quintans,
Ricardo Alves.
Design Editorial
Inês Rosado
de Ângelo Felgueiras
trAvESSiA
DA iLhA DE SkyE
Em biCiCLEtA
ACtiviDADES
Em fAmíLiA
em Canoa pelo tejo
Equipa Portal
Aventuras
www.portalaventuras.pt
AppS
oUtD
oor
U
pArA itAS
o tEU
ipho
NE
GrAt
rESErvAS NAtUrAiS Em portUGAL
Disponível para iPad e iPhone
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Fotografia de capa
Ricardo Alves
Desenvolvimento
Ângelo Santos
Segue-nos no Facebook!
Directrizes
EDITORIAL
04
GRANDE REPORTAGEM
ESCALADA… Um desafio, um prazer, um modo de vida!
06
EM FAMÍLIA
Em Canoa pelo Tejo
16
B.T.T.: Passeio de Domingo — TORRES VEDRAS
18
VIAJAR — Croácia: Navegação e Caminhadas em Kvarner
21
nº1 Setembro_Outubro
2011
42
AVENTURA
EVENTO — Portugal Dakar Challenge
24
Travessia da Ilha de Skye (Escócia) em bicicleta
30
PERFIL
Os 7 Cumes de Ângelo Felgueiras
42
POR TERRA
Serra da Freita Arouca
50
Douro, Vindimas e Vinho
56
EVENTO — Ainda a Titan Desert
58
Canyoning na Pérola do Atlântico
64
POR ÁGUA
INDOOR — Preparação para Canyoning Indoor
68
EVENTO — Santa Cruz Ocean Spirit 2011
70
Por ar
EVENTO —Red Bull X-Alps 2011 — Só dois sobreviveram...
Ângelo Felgueiras é o português que nos
deixa razões para terminar o ano com um
sorriso. Os 7 cumes do mundo serão alcançados pelo piloto-alpinista que mais uma
vez orgulha o nosso país pela sua grande
conquista.
76
72
FOTOGRAFIA
ENTREVISTA — Chakall por Magali Tarouca
76
FOTOGRAFIA DO MÊS — Por Magali Tarouca
81
PORTFOLIO DO MÊS — Ricardo Silva Alves — Escalada
85
Truques e Dicas de Joel Santos — Fotografar cascatas
86
Aplicação para iPhone e iPad — FilterStorm
88
SOS
SOBREVIVÊNCIA — Bear Grylls
90
SOS — Detecção e alerta de emergência médica em Outdoor
92
KIDS
Festas de aniversário
ACTIVIDADES OUTDOOR
96
100
Para quem não conhecia o mais mediático chef de cozinha do nosso país, aqui
apresentamos o Chef Chakall na primeira
pessoa. Foi em conversa com o mesmo
que descobrimos um dos prazeres que
mais condimenta a sua vida: a fotografia.
DESCOBRIR
Livro Aventura
108
Receitas Outdoor
Espetadas de frango com cardamomo e coentros
110
Geocaching | Passo a Passo...
112
Um dia nos Picos da Europa — Os nevoeiros de Bulnes
116
Reservas Naturais em Portugal
118
Evento — Observanatura - 2011
122
Pousada de Juventude da Lousã
124
COMBOIOS REGIONAIS | LINHA DO DOURO — Festa das vindimas
126
A minha experiênciA
128
DESPORTO ADAPTADO
Boccia Um Jogo de Campeões
129
ESPAÇO APECATE
132
A fechar
135
Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores.
Não é premitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista.
110
Isabel encantam-nos com as suas palavras ao descrever a sua recente
aventura. Classifica-o como “um livro
que retrata a realidade tal como a vi “e
convida-nos a enveredar pelos encantos
de locais paradisíacos que foram embelezados após a sua passagem.
Grande Reportagem
Ilha de Kalymnos Grecia
ESCALADA… Um desafio,
um prazer, um modo de vida!
Parque Nacional Torres del Paine, Chile
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Fotos: Coleção Isabel Boavida
 Por Isabel Boavida
Grande Reportagem
Isabel Boavida
N
ão faço a mínima ideia que horas
são. Nem sei bem porquê, hoje não
trago o relógio no pulso… A única
referência que tenho são os metros
de escalada que tenho atrás de mim.
O sol fugiu há 50 metros atrás. Desde que escureceu que tentamos encontrar uma saída neste
caos de granito. Andamos para à esquerda e
para a direita em busca de uma fissura na rocha,
em busca de presas por onde possamos escalar.
Está frio e infelizmente a lua está longe de estar
cheia. A escuridão envolve-me. A luz do frontal
não é mais do que uma pequena clareira de luz
na imensidão de rocha que tenho literalmente à
minha volta. Algumas aranhas admiradas com
a minha presença e muitos líquenes disformes
distraem-me dos meus pensamentos. Agora que
o sol desapareceu, o vento sopra mais forte e faz
aumentar a sensação de pânico causada pelos
300 metros de vazio que me separam das águas
do Douro. Não podia estar mais suspensa na reunião construída nesta simpática
fissura vertical que em boa
Não
hora encontrámos. Há mais
de uma hora que não propodia estar
gredimos em altura. Semais suspensa na
guimos uma oca fissura
reunião construída
horizontal no granito
nesta
simpática fissura
rugoso que por sorte
não se partiu com a
vertical que em boa hora
nossa passagem. Sorte
encontrámos. Há mais
a nossa! Uma queda
de uma hora que não
nesta situação e a visão
de ficar suspensa no ar
progredimos em
preso à corda a tantos mealtura.
tros do chão só aumenta o
meu batimento cardíaco. Tento
manter-me calma mas sinto um nervosismo irritante que não me deixa tranquila.
Pronto estou nervosa, tenho medo. Provavelmente vamos dormir aqui, um pouco desconfortáveis mas aparentemente seguros. Queria estar
agora no quentinho da minha casa a ouvir uma
boa música enroscada no meu sofá e a ler um
livro de aventuras. Mas não, estou aqui.
Com o batimento cardíaco de um bebé não consigo parar de me questionar o que é que eu estou
aqui a fazer? Não vejo nada para além de 1 metro,
está frio, estou nervosa e desanimada, tenho fome
e estou aqui sem garantias de que dentro de uma
hora vou estar, pelo menos, no quentinho da minha
tenda. Tanto desconforto para quê? Porque é que
mais uma vez me meti nisto? Penso e tenho dificuldade em arranjar uma boa justificação para explicar a minha presença ali. Podia ser a primeira
vez que me questionava e me debatia num momento de introspecção, mas não, estes momentos
Acampamento junto ao Petit Clocher
du Portalet, Alpes suiços
Envers des Aiguilles, Chamonix, França
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
7
Grande Reportagem
sucedem-se a um ritmo vertiginoso na
minha vida e sinto que o futuro será
um espelho do presente.
Há 16 anos atrás, quando comecei
a escalar estava longe de imaginar que um dia ia estar pendurada nas falésias do Douro
em busca de um caminho vertical. O que me fascinava nessa
época eram as montanhas. Desde
pequena, ainda de fraldas, que o
mês de Agosto era passado entre as
montanhas dos Pirenéus e dos Picos da
Europa. Com a pura ingenuidade de uma
criança seguia os meus pais. De quando em vez via
alpinistas ou escaladores a passarem com cordas
penduradas ao pescoço e com imenso material a
tilintar na cintura. Intrigava-me onde eles iriam tão
apetrechados, nada mais que isso. A memória da
beleza destes lugares, a sensação de tranquilidade
e a curiosidade do desconhecido, ficou para sempre
registado como parte de mim.
Quando pela primeira vez coloquei o arnês, os pés
de gato e esfreguei o magnésio nas mãos voltou-me à memória essa ideia de aventura, de subir
mais alto por caminhos não explorados e zonas
inacessíveis. O encanto pelo desconhecido e a
curiosidade sobre a escalada não me dava espaço
para ver o perigo e as dificuldades que ia encontrar. Estava como que apaixonada, só conseguia
ver o lado romântico e bonito de escalar montanhas. E como em qualquer outra paixão, comecei
a sentir-me enganada quando vi o quanto eu teria
de me esforçar para levar esta relação avante. O
lado encantador e romântico foi-se camuflando
aos poucos e as dificuldades foram aparecendo.
Lentamente fui-me afastando da zona de conforto
e os medos foram aparecendo como musgo em
floresta húmida. Mas não será assim em qualquer
desafio da nossa vida?
Inspiramo-nos por algo, seguimos o desafio, aceitamos os medos e perseguimos o sonho. E a escalada é isso, um desafio que docemente se transforma num caminho que sabe bem percorrer. São
esses pedaços de rocha, os sorrisos, os lugares, as
viagens, as pessoas, alegrias e tristezas, sortes e
azares, o desconhecido, o medo de simplesmente
estar ali. É uma miscelânea de ondas num oceano
gigante que nos inspira e dá força. É estar rodeado
de neve no cimo de uma agulha de granito a 3000
metros de altura e olhar à volta e ver a imensidão
da paisagem, a natureza no seu todo e a pequenez
da nossa presença. É viajar ao outro lado do mundo,
conhecer pessoas que se inspiram pelos mesmos
desafios, ver culturas tão diferentes e ao mesmo
tempo tão iguais. É sobretudo vencer o medo nascido da coragem de arriscar.
Desde pequena,
ainda de fraldas,
que o mês de Agosto
era passado entre as
montanhas dos Pirenéus e dos Picos
da Europa.
Vignemale, Gavarnie, Pirinéus
Abertura da via Into the Wild
Grass no Douro Internacional
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Grande Reportagem
Isabel Boavida
Parque Nacional de Yosemite, Califórnia
Acho que ao longo destes anos
sempre procurei encontrar uma
harmonia entre a imensidão de
sentimentos contraditórios que
emergem em todos estes desafios, um misto de felicidade,
medo, angústia, coragem e alegria. Um misto de palavras metaforicamente explicadas pelas
experiências que nós próprios
um dia quisemos viver. Sim,
porque parte de nós essa vontade de explorar o desconhecido,
de nos vermos na imensidão da
montanha, de ver a pequenez na
dimensão do universo imenso
onde nós podemos ser quem
quisermos. E escolher o porquê
de estar ali, de perseguir esse
desafio e não outro, resume-se a esse misto de sentimentos
que se transformam em energia,
em adrenalina que nos dá força
para perseguir os sonhos, para
vivê-los e transformá-los em realidade. Seja numa montanha ou
na escalada da vida.
Mas trocando as introspecções
pelo esforço, já só me faltam
mais 20 metros de terreno fácil
para chegar ao cume da falésia
do Douro. Estou cansada e tenho
sono, tenho os músculos fatigados mas estou feliz. A vontade
de estar no quentinho da minha
casa desapareceu e agora estou
bem aqui. Agora quero abraçar
este universo imenso à minha
frente e sentir este momento.
Posso dar por terminado mais
um desafio. Desta vez, o de escrever este texto. Pôr no papel
todos estes sentimentos que me
fazem ser quem sou, que fazem
da escalada o meu modo de vida.
Isabel Boavida
http://www.isabelboavida.com/
Vista do Cerro Torre, Patagónia
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Grande Reportagem
5 Destinos de eleição
para escalar em Portugal
Cabo da Roca
O granito alaranjado sob a fúria do oceano
faz deste local um dos mais bonitos e singulares de Portugal. As vias são de escalada
clássica em granito de excelente qualidade.
A escalada aqui tende a ser uma experiência memorável. É sem dúvida um local de
eleição para os dias solarengos de Inverno.
Entre as diversas baías dispersam-se inúmeros sectores com vias para quase todos os
gostos. A adrenalina é garantida! Um “must
do” para quem quer iniciar-se na escalada
clássica é a escalada do rochedo A Noiva
na praia da Ursa, ainda que fácil, é uma ascensão muito gira.
Sagres
É das últimas pérolas descobertas em Portugal para a escalada. A possibilidade de
surfar, andar de canoa ou de bicicleta, escalar vias de clássica e de desportiva fazem
deste local um dos mais procurados para
quem gosta de multi-actividades. Os diversos sectores de escalada oferecem uma
grande variedade de emoções sendo a escalada muito psicológica com as protecções
longe e muitas vezes com o mar furioso
como pano de fundo. É um lugar excelente
para largar tensões e rejuvenescer. Aconselho vivamente a experiência única de
escalar na Parede Grande em dias de mar
bravo. Não perder as vias de qualidade excepcional do sector Corgas e o ambiente
único da Parede das Riscas.
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Foto: Ricardo Alves
Serra da Estrela
Local mítico para a escalada clássica, alpinismo e montanhismo. Também é uma das
“mecas” para a prática de boulder. A Serra
da Estrela dispensa apresentações. É esplendorosa com as cores quentes do Verão
e sob o manto branco de Inverno. A não
perder a infinidade de blocos espalhados
pela serra, muitas vezes só acessíveis a pé e
após largas horas de caminhada, as vias de
escalada desportiva no corredor dos mercadores, as vias de escalada clássica em volta
do Cântaro Magro e em Loriga e os corredores e cascatas de gelo que se formam com
as temperaturas gélidas do Inverno rigoroso
e que vão mudando de ano para ano.
Foto: Ricardo Alves
Grande Reportagem
Isabel Boavida
Serra de Sintra
Denominada também de Serra da Lua, Sintra
alberga uma das maiores zonas do país para
a prática de bloco. Os sectores dispersam-se
pela serra e todos os anos aparecem mais e
mais sectores. Não é de estranhar, quando cai
a noite, encontrar pela serra um conjunto de
lunáticos de frontal na cabeça em volta de um
só bloco de granito. A qualidade dos blocos,
o misticismo do local e o microclima que faz
Sintra ser sempre mais fria do que os seus
arredores, são os ingredientes que justificam
a sua fama como zona de bloco. No Penedo
da Amizade encontram-se as vias de escalada
desportiva famosas pela sua peculiar escalada
“nos pés”, onde a aderência é o factor chave
para a progressão do escalador. As vistas do
Penedo são soberbas, a floresta exuberante,
a serra enigmática e o granito cinco estrelas.
Meio Mango, Cabo Espichel
Uma pérola para os praticantes de escalada
desportiva. As vias são de qualidade internacional. O acesso à zona de escalada não é
fácil mas existem vias para todos os níveis,
desde vias fáceis à via mais dura de Portugal.
As condições da falésia são peculiares, encontrando-se a rocha muitas vezes húmida e
com sal. É preciso ter sorte para se desfrutar
em pleno das vias de escalada. O local em
si é um dos mais bonitos para a prática da
modalidade, com as escarpas junto ao mar,
onde só se avista rocha e o mar imenso. Em
dias de mar calmo é comum ver golfinhos
ao largo e é possível desfrutar de grandes e
longos mergulhos entre escaladas. A melhor
época para escalar é o Inverno e os dias ventosos de verão. Mesmo em dias muito frios,
se está sol no Meio Mango temos a sensação
de estarem 30º, salvo em dias de muito vento.
As dicas de Isabel Boavida
para escalar
Dentro da escalada existem várias vertentes todas com o mesmo objectivo: “subir”. A escalada
desportiva, a escalada clássica, a escalada em gelo, o boulder e o psicobloco. Podemos escalar em
livre se nunca usarmos o material para ajudar na progressão, ou escalada artificial quando usamos
o material para progredir em altura. Para começar falemos do material. Como em qualquer outro
desporto para escalar é necessário material. Conforme a vertente de escalada, o material necessário varia. A vertente mais económica é o psicobloco onde só é preciso um par de pés de gato,
alguns sacos de magnésio, um bikini ou calções de banho e uma grande dose de coragem! No caso
da escalada clássica e do alpinismo, o investimento será inevitavelmente maior, além do material
básico para a prática da escalada desportiva é necessário material de autoprotecção e no caso da
escalada em gelo de piolets e crampons mais a roupa técnica.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Grande Reportagem
Material
de escalada
O ideal será começar pela escalada desportiva para ter
uma ideia de como as coisas funcionam, embora se possa
começar logo pelas montanhas e pelo alpinismo.
Aqui ficam algumas dicas sobre o material de escalada
mais comum:
Arnês - É o equipamento que sustenta em caso de
queda e em rappel por isso deve ser o mais confortável
possível. Existem vários modelos, uns com a cintura mais
larga, outros ajustáveis nas pernas, uns com poucos porta
materiais outros com muitos. Para iniciação o melhor é
escolher um arnês confortável com dois a quatro porta-materiais.
Pés de gato - É o calçado do escalador. Normalmente usa-se cerca de 2 números abaixo do calçado
normal. Para quem se inicia neste desporto deve procurar comprar um pé de gato justo mas não exageradamente apertado, caso contrário o sofrimento sobrepõe-se
ao prazer de escalar.
Saco de magnésio - Permite-nos manter as mãos
secas, livres de suor e dessa forma facilita a aderência à
rocha.
Expresses – Usa-se as expresses para prender a
corda à rocha. Para escalar uma via de desportiva nor-
Boulder em Bishop, Califórnia
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
malmente é necessário entre 5 a 15 expresses, tudo depende do tamanho da via. Em alguns casos poderão ser
ainda mais.
Grigri, reverso ou oito – Essencial para a segurança do escalador. O mais usado é o grigri que funciona
com bloqueio automático. O reverso e o oito além de
serem usados para dar segurança também são usados
para fazer rappel.
Corda - É aquilo que nos ajuda a progredir em segurança na escalada de vias de desportiva, clássica, no alpinismo e no montanhismo. Há uma enorme variedade de
cordas, desde cordas simples, duplas e gémeas, de vários
tamanhos e diâmetros. Na escalada desportiva aconselha-se o uso de uma corda de 60 m com 10 mm de diâmetro.
Crash-pad - Colchão usado para amortizar as
quedas na escalada de blocos. Em alguns blocos o ideal é
ter bastantes crash-pads.
Friends e entaladores - Material de autoprotecção
usado na escalada clássica.
Crampons - Material que se prende às botas e que
permite a progressão em terreno gelado como glaciares ou
pendentes de neve e permite a escalada de cascatas de gelo.
Piolets - Usado para os mesmos fins que os crampons.
APP IPHONE
Climbing Grade Converter
Climbing Grade Converter é uma ferramenta simples utilizada para ajudar
a compreensão dos escaladores nos diferentes sistemas de classificação utilizados em todo o mundo da escalada.
Actualmente, a aplicação converte entre
14 diferentes sistemas de classificação de
escalada, incluindo sistemas de boulder.
http://itunes.apple.com/us/app/climbinggrade-converter-lite/id317713055?mt=8
Para quem se quer iniciar na escalada
o melhor conselho é começar por tirar
um curso, onde se aprende desde logo
as regras de segurança, o material, as
manobras de cordas, os locais para
a prática e ainda dicas sobre como
escalar e como treinar para evoluir.
Existem muitos clubes que disponibilizam cursos de escalada, de alpinismo, de montanhismo, entre outros.
Na região de Lisboa destaque para a
Associação de Desportos de Aventura
Desnível (www.desnivel.pt) e para
o Clube de Actividades de Ar Livre
(http://clubearlivre.org/). Já na região do Porto a referência é a Espaços
Naturais (www.espacosnaturais.com).
Após o curso de escalada abre-se um
mundo de aventuras neste desporto.
Mas atenção – não esquecer nunca
que a escalada é um desporto de partilha de experiências e, salvo raras excepções, não se escala sozinho!
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
13
Grande Reportagem
Isabel Boavida
Com duas amigas no cume do Petit clocher du Portalet, Alpes Suiços
Grande Reportagem
Glossário
Glossário com os termos vulgarmente usados na escalada.
6b+, 7a, ... - As vias são cotadas por grau de dificuldade.
Em Portugal usa-se a escala francesa. Assim, do mais
fácil para o mais difícil vem: V, V+, 6a, 6a+, 6b, 6b+, 6c,
6c+, 7a, 7a+, 7b, 7b+, 7c, 7c+, 8a, 8a+, 8b, 8b+, 8c, 8c+,
9a...
À vista - Encadear uma via sem nunca a ter provado e
sem nunca ter visto ninguém a escalá-la.
Abrir a porta - Não aguentar o peso do corpo num movimento dinâmico e soltar-se da parede, normalmente
é acompanhado pelo comentário “Já foste!”.
Ambiente - Via equipada por escaladores duros onde
a imagem de marca é o grande distanciamento entre
as protecções. Normalmente estas vias metem muito
medo.
Apertar - Quando um escalador, a meio de uma via ou
bloco, morde o lábio ou mete a língua de fora e franze
a testa, ou deixa fluir uns sons estranhos. Significa que
a via está difícil e que o escalador tem de se esforçar.
Aplat - Denominação dada a uma presa que não tem
propriamente um sítio para se agarrar. Normalmente é
plana e são necessárias condições de “grip” muito próprias (temperaturas baixas).
Bajolo - Grande presa, também designada presa “inumana”.
Bidedo - Buraco na rocha, onde supostamente só
cabem 2 dedos.
Bife - Bocado de pele que sai de um dedo e que, em
certos casos, pode impedir o escalador mais fanático de
escalar durante vários dias.
Bloca - Usa-se esta expressão, das duas uma, quando
se chega ao cimo de uma via, ou quando o escalador
afrouxou e ao ver que não tem hipóteses de progredir
na via, prefere dizer bloca em vez de voar.
Boulder - Escalar pequenos blocos de pedra sem corda.
Quando não se encadeia cai-se no chão por cima de um
crash-pad. Também se conta com a ajuda de outros escaladores para controlarem a queda.
Chorreira - Formação interessante no calcário, caracterizada por parecer uma escorrência. Normalmente,
é preciso uma técnica apurada para se escalar nestas
vias.
Clássica - Escalar uma parede com recurso a friends
e entaladores que servem de autoprotecção e são colocados em fissuras da rocha. Neste estilo de escalada
as protecções não abundam e normalmente escala-se
com ambiente.
Corda - Bem precioso de um escalador que serve de
segurança a este.
14
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Crash-pad - Colchão que serve para proteger quedas
quando se faz boulder.
Decotador - Escalador que se sente muito forte e acha
que todas as vias estão cotadas fácil, e normalmente
volta a graduar as vias meio ou um grau abaixo.
Descanso - Acto que um escalador procura com frequência a meio de uma via e que serve para este recuperar do inchaço dos braços. Escaladores experientes,
conseguem descansar entalando-se na rocha e largando as mãos.
Desportiva - Estilo de escalada, onde a rocha já foi
preparada anteriormente e encontra-se repleta de plaquetes e tiges.
Encadear - Escalar uma via sem nunca cair, nem
agarrar-se as expresses.
Entalamento - Entalar os dedos nos buracos de tal
forma que não é necessário fazer força.
Escalar em top - Escalar com a corda por cima.
Afrouxar. Usando esta técnica o escalador não “voa” e,
supostamente, não passa medo.
Escola de Escalada - Nome dado a uma falésia repleta
de tiges ou plaquetes e tops, colocados normalmente de
forma sensata.
Expresse - Dois mosquetões ligados por uma fita que
são essenciais para se progredir numa via com segurança. Estes objectos são colocados nas plaquetes ou
tiges e é onde se coloca a corda que nos segura.
Fanático - Um escalador que passa a vida a escalar ou
a pensar em escalar e que vai sempre escalar, quer faça
chuva quer faça sol.
Fissura - Zona onde normalmente se coloca o equipamento de auto-protecção como os friends e entaladores
usados na escalada clássica.
Flash - Encadear uma via após ter visto alguém a escalá-la ou alguém lhe diz os passos da via.
Frouxo - Alguém que tem por hábito afrouxar numa via
(não ir para cima). Fenómeno que acontece com frequência quando a protecção fica abaixo dos pés.
Ganda Baldo - Ocorre quando o escalador cai no momento em que tinha a última protecção a uns 3 metros
dos pés. Ou no caso do psicobloco quando o escalador
cai dentro de água de uma altura de mais de 10 metros.
Inchado - Produção de ácido lácteo resultante do esforço continuo. Verifica-se um claro aumento dos antebraços e bíceps e muitas vezes leva à impossibilidade
de progressão do escalador por falta de força.
Inumano - Expressão muito interessante que é usada
para designar tudo, desde “presa inumana”, a “via inumana”, passando por “estás inumano”, etc...
Invertida - Presa que se estivesse colocada ao contrário
“n” número de ensaios.
Tridedo - Buraco na rocha, onde supostamente só
cabem 3 dedos.
Venga - Expressão retirada do castelhano e que traduzindo para português quer dizer “vai lá”. Usa-se para
incentivar o escalador quando este está a meio de uma
via ou bloco e está em apuros.
Via - Pedaço de rocha preparado ou não para se escalar.
Voar - Quando se cai numa via equipada com ambiente. ø
Agulhas do Taghia, Atlas, Marrocos
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
15
Grande Reportagem
Isabel Boavida
seria uma boa presa.
Já foste! - Expressão usada quando o escalador está a
0,5 segundos de cair.
Lançamento - Movimento que se faz de uma presa para
outra em grande velocidade, em que normalmente se
fica com os pés no ar.
Lavada - Designação dada a uma via que já foi escalada
milhares de vezes, de tal forma, que em algumas presas
é possível vermos reflectida a nossa imagem.
Lesão - Uma cena muito má que, infelizmente, acontece com bastante frequência na vida de um escalador.
Consoante a gravidade, o escalador deixa de apertar ou
deixa mesmo de escalar.
Levantar a asa - Fenómeno muito característico de
um escalador em apuros e que está prestes a cair de
uma via. Acontece quando o cotovelo levanta-se acima
da cabeça, e o antebraço fica com o dobro do tamanho
(inchaço). Esta técnica é também usada, regularmente,
por alguns escaladores com resultados bastante efectivos.
Mõ - Palavra usada pelo escalador para pedir ao seu
segurador um pouco de corda.
Nº de ensaios - Número de vezes que o escalador tenta
uma via.
Pés de gato - Calçado que o escalador usa para progredir na via. Tem uma borracha na sola e, normalmente, usa-se dois números abaixo do calçado habitual.
Pi - Palavra usada para designar bloca. O escalador
pede ao seu segurador para lhe tensar a corda.
Pilha - Expressão usada para designar bloca. Se for
pilha-forte é porque a coisa está mesmo dificil.
Presa - Qualquer coisa na rocha que nós agarramos e
com isso progredimos na via.
Projecto - Uma via dura que teima em não deixar ninguém encadeá-la.
Protecção - São as plaquetes ou tiges que estão colocadas na via e que serve para nossa segurança quando
a escalamos.
Psicobloco - O mais radical da escalada. Escala-se em
falésias que dão para a água. Quando não se encadeia
dá-se um grande mergulho.
Regleta - Pequena presa onde só cabe uma falange dos
dedos.
Sacar - Significa que o escalador encadeou uma via
dura.
Tigre - Designação dada a alguém muito, mas mesmo
muito forte, ou que se sente muito forte.
Top - A melhor imagem de um escalador. É o final de
uma via.
Trabalhado - Quando o escalador encadeia a via após
Em família
Em Canoa pelo Tejo
Propomos para uma aventura em família uma descida única em Portugal e provavelmente no mundo.
Pontos Fortes
1- Segurança – Possibilidade de participação
de crianças a partir dos 3/4 anos
2- Aventura
3- Beleza paisagística
4- Integração Cultural
O
que é que tem de especial? O Cas- agem. O local da concentração também poderá
telo de Amourol, empoleirado no ser em Constância com o transporte dos particimaciço rochoso a meio do
pantes no final.
Tejo. Nesta descida o
ponto fundamental é
Após um briefing técnico e de segumesmo o desembarque na ilha e
rança, depois de se equiparem, e
visita ao Castelo e sua Torre de
na companhia do monitor (es)
A descida é tecnimenagem.
entram para a água. A descida
é tecnicamente muito fácil.
camente muito fácil.
A concentração dos particiUma ligeira corrente transUma ligeira corrente
pantes acontece em Tancos,
porta-nos pachorrentamente
transporta-nos palocal onde termina a activirio abaixo.
dade. É nesta povoação de
chorrentamente rio
margens ajardinadas, que
Logo após a largada, ainda
abaixo.
deixam os veículos e é a parfeita nas águas do Zêzere, pastir daqui que são transportados
samos pela foz deste para o Rio
pelos veículos da AVENTUR até
Tejo. É uma passagem calma e
Constância, local de início da Canosem qualquer dificuldade. Avistamos
16
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Em família
Em Canoa pelo Tejo
de imediato a ponte rodo e ferroviária, que alcançamos em poucos minutos, e que passamos
pelo vão central. Aqui o rio ganha uma largura apreciável, e circulando pelo meio podemos
contemplar a força deste curso de água. Passamos ao largo da Praia do Ribatejo, local de férias da elite lisboeta do século XIX. A espaços
erguem-se os palacetes na margem do rio. Uma
antiga indústria há muito abandonada, é guardada no alto da sua chaminé por um casal de
cegonhas. Dependendo da época, podemos observar e ouvir o bater sincronizado dos bicos e
a dança de cabeças, que caracteriza o ritual de
reforço dos laços de acasalamento. Ou mesmo
os pintos sempre à espera de mais uma rã, peixe ou ratinho, trazido pelos progenitores. Muito
frequente também são os saltos das fataças. Depois de um primeiro salto devemos manter-nos
alerta, pois quase sempre este peixe não termina a sua aparição sem concluir 3 a 5 saltos. No
meio do rio, por vezes, fica à vista um afloramento rochoso. Uma grande pedra onde se vêm
empoleirar os corvos marinhos.
Estamos a meio de uma grande curva à direita e
avistamos ao longe o Castelo de Almourol. Pouco a pouco vamos chegando junto a este pedaço
da nossa História. Quase à sombra deste edifício
milenar, apercebemo-nos da importância que
deve ter tido nas conquistas e reconquistas do
território que um dia se tornou Portugal. Desembarcamos na ilha, e vamos visitar o Castelo.
Subimos à torre de menagem e … É uma vista de tirar o fôlego. O Tejo contorcendo-se pela
lezíria a caminho do oceano, e as populações
ribeirinhas caiadas de branco. Demoramo-nos
um pouco mais a ouvir a explicação histórica do
monitor, sobre a construção e ocupação da fortaleza. Estamos em terras de Templários.
Mais uma vez embarcamos nas canoas, agora
para um percurso que rapidamente nos aproxima do fim da descida. Na margem direita e junto
a um grande e antigo cais, está a rampa de desembarque.
Na outra margem está a aldeia de Arrepiado.
Para o visitante parece a povoação gémea de
Tancos, apenas separada pelo rio. Não devemos
abandonar o local sem verificar a régua de medida das cheias. Quase todos ficam surpreendidos com a altura das mais altas.
Estamos prontos para almoçar, e podemos faze-lo no excelente restaurante que fica a 100 metros, o Restaurante Almourol. ø
Aventur
http://www.aventuralazer.com
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Em família
 Por Paulo Quintans
Passeio de Domingo     
A prática de desporto ao ar livre tem
cada vez mais adeptos e a utilização
de bicicleta todo o terreno tem tido
um contributo enorme para este número aumentar cada vez mais.
18
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
TORRES VEDRAS
A
os Domingos de manhã a romaria
aos trilhos aumenta e podemos encontrar todo o tipo de pessoas a praticar este desporto, por isso mesmo
resolvemos deixar-vos algumas dicas de locais propícios a prática de BTT seja em
tom de passeio, ou mesmo treino.
Neste primeiro artigo vamos levar-vos à bela região Oeste, mais precisamente a Torres Vedras.
Com partida do parque da Várzea (mesmo no
centro de Torres Vedras) e onde podemos encontrar o monumento de homenagem àquele
que foi até agora o melhor ciclista Português de
todos os tempos Joaquim Agostinho. Partimos
pela ecovia rumo a praia de Santa Cruz. Por aqui
e maioritariamente em estrada de terra batida
com alguns obstáculos pelo caminho podemos
apreciar uma vasta zona de cultivo ladeando ora
margem direita ora a margem esquerda do rio
Sizandro. Com apenas quatro ou cinco subidas
ligeiras, pois todo o restante percurso é bastante
Em família
B.T.T.
       
rolante atingimos as arribas de Santa Cruz pela
sua parte Sul. Aqui, vale pena efectuar uma paragem e apreciar a maravilhosa paisagem sobre
a foz do rio Sizandro e a praia azul. Subindo mais
um pouco encontramos o miradouro da praia
das Amoeiras. Deste ponto não só podemos observar praia e mar como também grande parte
de Santa Cruz e do Concelho de Torres Vedras.
A partir daqui descemos por alcatrão até ao centro de Santa Cruz para um cafezinho e um pastel
de feijão (doce típico da região) no café Central.
Depois de retemperadas as forças continuamos
pela ecovia, desta vez por asfalto, até a praia de
Porto Novo (cerca de 8 kms em terreno plano e
com uma descida final que servirá para ganhar
força para a ultima parte do passeio, esta mais
técnica e com um grau de dificuldade maior).
Assim chegados a praia de Porto Novo e à foz do
Rio Alcabrichel invertemos a marcha e partimos
à conquista das Arribas a Norte de Santa Cruz.
Aqui vamos encontrar single tracks fantásticos
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
19
Em família
Terminados cerca de 7 kms de arribas chegamos à praia do Navio, onde poderemos tomar
primeiro um banho de mar e depois um duche
nos chuveiros públicos, apreciar o lindíssimo
pôr-do-Sol de Santa Cruz e acompanhar com um
fantástico lanche.
Percorremos cerca de 40 kms em três horas e
meia (com paragens incluídas) e passamos um
final de tarde fantástico…
Brevemente disponibilizaremos o track GPS no
nosso site.
Resta-nos agradecer a Hilzy Cadaval, Scott, Spiuk
e Garmin que colaboraram fornecendo os equipamentos e vestuário para a realização do passeio.
Até ao próximo passeio, boas pedaladas…. ø
com uma vista sobre a praia e o mar. Se tivermos sorte com o tempo, a vista estende-se à Ilha
das Berlengas e Peniche. Este tipo de passeios
proporcionam-nos o acesso a locais com paisagens únicas e das quais só podemos desfrutar e
apreciar de bicicleta ou a pé. Aliás para os mais
inexperientes a sugestão é que em alguns pontos desmontem da bike, apreciem a paisagem, e
não corram riscos pois o que se pretende é que
o passeio seja agradável sem acidentes.
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
 Viajar
Em família
Viajar — Croácia
Croácia:
Navegação e Caminhadas
em Kvarner
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
21
Em família
A
liciante estilo de vida
em contacto permanente com o mar,
navegando todos os
dias e fazendo caminhadas em zonas selvagens e
encantadoras de diversas ilhas
do mar Adriático. Navegaremos
todos os dias na baía Kvarner,
visitando várias ilhas onde faremos caminhadas e onde pernoitaremos nos pequenos portos das
vilas piscatórias.
Visitamos Punat, em Krk, cuja
centro antigo visitaremos. Depois faremos uma travessia através dos povoados de Kaljina e
Spuhotina para o topo do monte
Veli Hlam.
Visitaremos a ilha Rab que possui uma das últimas florestas de
carvalho do Mediterrâneo num
trilho onde vamos abrindo e fechando a porta dos velhos muros
de pedra.
Na ilha Lošinj seremos saudados
por rebanhos de ovelhas na caminhada até à isolada e adormecida aldeia de pedra Lubenice situada na beira de um precipício.
Terminamos com um passeio em
Opatija e mais adiante, Rijeka.
Será uma semana activa e cheia
de experiências interessantes,
que inclui períodos de descontracção, passados no convés do
barco admirando uma paisagem
encantadora.
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Atracções
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
■■
Contacto permanente com o mar,
As caminhadas em zonas selvagens e encantadoras das ilhas,
O ilhéu Kosljun com o seu mosteiro do séc XV,
Mergulhos nas belíssimas águas do mar Adriático,
Travessia da floresta de carvalho em Rab,
Visita das vielas empedradas nos bairros antigos das vilas insulares,
A bonita ilha Ilovik, a “ilha das flores”,
O pôr do sol sobre o mar azul turquesa,
Os golfinhos brincando nas ondas,
A isolada e adormecida aldeia de pedra Lubenice,
Opatija, a “Pérola do Adriático” antes frequentada pela aristocracia autrohúngara,
■■ O cosmopolitismo de Zagreb.
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Em família
Viajar — Croácia
Programa:
D1: Voo Lisboa – Zagreb. Noite em Hotel.
D2: Dia livre em Zagreb. Noite em hotel.
D3: Autocarro para Rijeka e embarque até às 13h. Navegação para ilha de Krk. Pernoita em Punat.
Caminhada de Stara Baska até à vila Baska
(4h30). Navegação até à ilha de Rab.
Caminhada na ilha de Rab (4h30). Navegação até
à ilha de Ilovik.
Caminhada pela ilha de Ilovik (3h30) e depois navegamos até à baía de Èikat, situada na ilha de Lošinj.
Caminhada até ao pico de São Ivan. 3h30.
Caminhada até ao cimo da Serra Osoršica (274m)
e regresso a Osor (5h). Navegação até Martinšćica na
Ilha de Cres.
Caminhada até à isolada e adormecida aldeia de
pedra Lubenice, descida para a baía de Valun. 6h30.
Navegação até à vila de Lovran, caminhada até
Opatija (3h). Navegação até Rijeka, caminhada até Trsat. 4h.
Após o pequeno-almoço, faremos o desembarque até às 9h. Regresso a Zagreb, hotel.
Voo Zagreb – Lisboa.
D4:
D5:
D6:
D7:
D8:
D9:
D10:
D11:
Preço: desde Eur 1180 por pessoa (voos incluídos).
Partidas: Set 1-11, Set 8-18, Set 15-25, Set 22-Out 2, Set
29-Out 9, Out 6-16.
Um Programa: Rotas do Vento ø
http://www.rotasdovento.com/
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Aventura
 Evento
Portugal Dakar
Challenge
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
O
Aventura
Portugal Dakar Challenge
Portugal Dakar Challenge
tem como assinatura a frase
“ A Aventura Mítica Continua
Viva”, pois trata-se de uma
expedição que para muitos
é um sonho que agora se torna realidade,
uma expedição que liga Portugal ao mítico
Lac Rose onde se realizou durante muitos
anos a ultima etapa do Rally Paris Dakar.
Com partida prevista para
o dia 30 de Dezembro,
a prova contará com duas
etapas em território nacional
e logo após a noite de fim de
ano, planeada para a região
do Algarve, as “máquinas e
pilotos” rumam em direcção ao continente
Africano.
Para quem quiser participar basta inscrever-se no site oficial www.portugaldakar.
com , aqui poderá encontrar todas as condições alusivas ao evento, designadamente
o Regulamento Oficial de Prova e demais
questões práticas que envolvem as equipas.
Com partida prevista para o dia 30 de
Dezembro, a prova contará com duas etapas em território nacional e logo após a noite de fim de ano, planeada para a região do
Algarve, as “máquinas e pilotos” rumam em
direcção ao continente Africano.
Fotos: Paulo Castanheira
50 equipas, 15 etapas e 5 países constituem
o desafio, um percurso dedicado aos veículos 4x4 e motos que será acompanhado por
uma tripulação onde se incluirão assistência médica profissional, assistência mecânica e viaturas de apoio que tudo farão para
tornar esta expedição inesquecível.
Com mais de 30 equipas já inscritas, e a
3 meses ( 31 de Outubro de 2011 ) para o
encerramento das inscrições, a Organização prevê uma participação maior do que o
registado na edição passada.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Aventura
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Por água
Aventura
Portugal Dakar Challenge
Em 2010 foi assim!
É difícil descrever através das palavras os
sentimentos e as experiências vividas na
expedição Portugal Dakar Challenge 2010,
os momentos irrepetíveis, as emoções, partilhadas durante 15 dias com todos os que fizeram parte da história deste projecto, não
se explicam!
Durante os mais de 5000 km percorridos,
fomos captando os fantásticos cenários que
a cada instante nos surgiam, os encantos da
natureza, os povos característicos e as tonalidades únicas que nos iam invadindo deram origem a fotografias de rara beleza.
Cenários Únicos !
Algumas das imagens, que partilhamos convosco traduzem os melhores momentos
que os nossos olhares tiveram oportunidade de imortalizar, através da objectiva da
máquina fotográfica.
O privilégio que a vida nos concedeu de podermos, através da imaginação, viajar no
tempo e no espaço, tem nestas imagens,
“janelas” de liberdade.”
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Aventura
Bem Vindos
à Aventura
O projecto Portugal Dakar Challenge, nasceu de
uma vontade colectiva de criar um conceito diferenciado, capaz de agregar valor a todos os agentes e parceiros envolvidos. Uma expedição humana, única e memorável. Um projecto solidário que
associa a vertente recreativa à promoção de diferentes destinos turísticos.
A assinatura do conceito, A Aventura Mítica Continua Viva, traduz o posicionamento de uma “prova” que pretende cumprir com o Sonho chamado
Dakar, para muitos um destino mítico e só possível
através desta expedição.
A criação de uma imagem forte, e o desenvolvimento de um plano de comunicação de âmbito
nacional, permitiram alcançar resultados acima
das expectativas, facto potenciado pelo importante
contributo e envolvimento de alguns dos maiores
grupos de media nacionais.
O sucesso até aqui alcançado, permite projectar
o futuro da “prova” com a certeza de que existe
um público específico que se revê no conceito. O
Portugal Dakar Challenge não é uma competição
muito menos o passeio turístico, para quem já participou fica o testemunho de uma das equipas e
que traduz bem o que se pode esperar:
“sem exageros, acho que vale…por uma vida!”
( citação de Augusto Carrega, Equipa nº 6 – edição 2010 )
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ø
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Por água
Aventura
Portugal Dakar Challenge
Aventura
Travessia da Ilha de Skye
(Escócia) em bicicleta
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Fotos: Paulo Nascimento
Enquanto esperava pela minha
vez, conversei com
um viajante Siciliano e
aprendi mais um “truque”, muito útil a quem
viaja com a bicicleta
numa caixa.
As previsões meteorológicas para a ilha de Skye
nos dois primeiros dias não são nada animadoras.
Aguaceiros fortes e vento de sul com intensidade
de 40 km/h, é o cenário que me espera neste inicio
de aventura. Ainda assim motivação não falta para
cumprir o objectivo.
Ao contrário do que inicialmente previa, desta vez
viajo sozinho, pois um contra tempo de última hora
deixou em terra um companheiro de viagem.
O voo foi de duração curta (1h20) e não teve atrasos, o que permitiu chegar a Glasgow às 08h25.
Desembarquei, passei o controlo policial e troquei
euros para libras. Não passaram mais de 10 minutos para que a caixa da bike e os alforges já andassem a rodar na passadeira de recolha de bagagens.
A montagem da bike tomou-me algum tempo pois
tive inevitavelmente que validar todos os apertos,
montar guarda-lamas, encher os pneus, efectuar
ajustes na fixação dos alforges, lubrificar a transmissão, etc.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
31
Aventura
Travessia da Ilha de Skye
S
ão 05h00 e já estou em Schiphol, Amesterdão. A esta hora o aeroporto não tem
grande movimento e fiz com facilidade o
meu check in e o da bicicleta. Como viajo
com a KLM isto implica um pagamento
adicional de 40 Euros.
Enquanto esperava pela minha vez, conversei com
um viajante Siciliano e aprendi mais um “truque”,
muito útil a quem viaja com a bicicleta numa caixa.
Para se poupar uns euros e não correr o risco de
ultrapassar os 20 kg definidos, deve fazer-se primeiro o check in da bike sem caixa, pedindo no
balcão os autocolantes de identificação de bagagem respectivos. Antes de a entregar na porta das
bagagens fora do formato, coloca-la na caixa devidamente acondicionada. Para termos uma noção,
cada caixa pesa aproximadamente 4,5 kg.
Aventura
Glasgow – Mallaig
Com tudo pronto, chegava na hora de partir.
Pedalei cerca de 2km para apanhar o comboio
em Paisley Gilmour Street, para Glasgow Central. Na porta de saída do aeroporto encontram-se com facilidade as indicações da ciclovia para
o centro da cidade, apenas há que redobrar a
atenção, pois aqui circula-se pela esquerda.
Para chegar a Mallaig nas Highlands a opção
mais “rápida” e económica é mesmo o comboio,
no entanto é obrigatório efectuar 2 transbordos,
um em Glagow Central e outro em Dalmuir com
todos os inconvenientes que isso acarreta para
quem vai carregado. Ao comprar o bilhete online em www.firstgroup.com/scotrail, reservei
um espaço na carruagem para a bike, sem ter
que efectuar qualquer pagamento adicional.
Até Dalmuir, viajei em comboios sub-urbanos
em que não existem lugares marcados. Ao longo
de 5 horas de viagem, o comboio vai serpenteando entre as montanhas, vales profundos, quedas
de água, grandes lagos, …, cenários de grande
beleza natural! Por sorte consegui lugar à janela
o que me proporcionou excelentes imagens.
Até Fort William tudo rolava às mil maravilhas
até que, a velhinha automotora a diesel resolveu parar no meio da linha e não queria trabalhar. Depois de mais de uma hora sem qualquer
tipo de informação, lá arrancou muito devagarinho chegando a Mallaig com bastante atraso.
Muitos passageiros iam hoje para a ilha no ferry, mas como perderam a ligação por motivo
do atraso tiveram que ficar em terra e procurar
alojamento.
O vento sopra fortíssimo em Mallaig e já começou a chover. Encontrado o local de pernoita, o
resto do dia resume-se a um duche quente, jantar e cama que amanhã o dia promete.
Mallaig – Armadale –
Glenbrittle
O acolhimento que tive por parte da família Giles
foi fantástico e logo pela manhã Sue e Tony preparam-me um pequeno-almoço tipicamente Scottish,
carregado de calorias. Na Escócia a melhor opção
de alojamento é definitivamente os B&B, onde o
ambiente familiar é partilhado com os hóspedes.
Esta manhã percebi perfeitamente o porquê de
outros companheiros de viagem muitas vezes me
comentarem que demoram cerca de 1 hora para
arrumar tudo nos alforges para sair. Foi mais ou
menos o que demorei, pode até parecer muito, mas
é necessário acondicionar bem as coisas e colocar
mais à mão o material que se vai precisar durante
o percurso.
Após as despedidas, dirigi-me para o porto de pesca, comprei o bilhete (3,5 + 1,15 libras para a bici32
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Por água
Aventura
Travessia da Ilha de Skye
cleta) e embarquei no primeiro ferry do dia para a
ilha (09h00).
Conforme a previsão meteorológica, o vento sopra
com grande intensidade do quadrante sul.
Trinta minutos são quanto basta para atracarmos
em Armadale. Apesar do vento, o tempo está ameno e não perdi muito tempo até começar a pedalar.
Curta paragem no castelo de Armadale para uma
foto e continuei a bom ritmo bordeando a costa,
passando por Kilbed, Teangue, e Islearnsay.
Para primeira paragem escolhi Boardford, por ser
uma vila com condições para me abastecer de
víveres.
Em Skye não existem muitos locais para abastecimento, as distâncias entre as povoações são significativas e pode correr-se o risco de não se encontrar
comida. As grandes vilas têm sempre supermercados onde podemos comprar de tudo.
Estranhamente a água nos locais mais recônditos
da ilha tem de ser fervida, pois é captada directamente das nascentes das montanhas.
Sigo até Sligacham onde almocei, mas a meio
caminho começaram os primeiros problemas: chuva e vento forte que vinha na minha direcção e me
impedia de avançar a bom ritmo. Especialmente a
descer tive que redobrar a atenção, pois a bicicleta
com alforges torna-se demasiado instável.
Parava ocasionalmente para fazer umas fotos e
aproveitava para hidratar. A paisagem é soberba, de cortar a respiração, com o verde a ser a cor
dominante. Montanhas abruptas, vales profundos,
quedas de água, enseadas abertas ao mar, locais
onde o silêncio é absoluto e a natureza nos revela
todo o seu esplendor. Tudo magnífico, pesa embora
o esforço quase desumano necessário para desfrutar de tanta beleza…
A meio da tarde e exausto por ter pedalado os últimos 40 km contra o vento, cheguei à pousada rural
de Glen Brittle, no sopé das Cuillin Mountains.
A maioria dos usuários do albergue, são adeptos do
montanhismo, especialmente do trekking de montanha, que fazem aqui base para as suas ascensões
na montanha.
Sgurr Alasdair (996 metros) é o pico mais alto da
cordilheira das Cuillin Mountains.
Glen Brittle tem pouco mais que 4 casas e 1 parque de campismo de apoio aos montanheiros. Para
terem uma ideia deste recôndito local, não existem
lojas, nem cafés e tão pouco rede de telemóvel. Um
“isolamento” do mundo quase total. Há muito que
não vivia uma experiência destas!
São maioritariamente ingleses e alemães que residem actualmente no albergue, mas hoje chegaram
5 espanhóis e um “tuga” para compor o panorama… Nunca um banho quente me tinha sabido tão
bem, como o desta tarde…
Para o jantar confeccionei uma sopa com feijão,
legumes e carne. Para sobremesa, fruta da época
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
33
Aventura
em calda. É muito interessante presenciar o espírito de partilha e de entreajuda que reina entre o pessoal na refeição. Tal como na montanha, o pessoal
associa-se em grupos para a confecção da refeição,
bem como para as tarefas de limpeza inerentes.
Estou realmente cansado e são 20h15. Ainda preciso ferver água suficiente para a etapa de amanhã.
Após esta tarefa, recolhi à camarata e adormeci…
Ficha da Etapa
Etapa: Mallaig – Armadale – Glen Brittle – 82,1 km
Tempo de deslocação: 5h12
Avarias: NIL
Velocidade Max.: 53,2 Km/h
Locais de abastecimento: Broadford, parque de
campismo de Glen Brittle e no bar do hotel em Sligachan
Glen Brittle – Talisker
– Fiskavaig – Carbost –
Glen Brittle
Tal como o previsto, fiz base na pousada de Glen
Brittle, para poder percorrer esta parte da ilha, que
maioritariamente são trilhos fora de estrada.
O dia acordou chuvoso mas as previsões faziam
crer que a meio da manhã tudo se alteraria para
melhor.
Após o pequeno-almoço, preparei a bike, efectuei
a afinação no desviador traseiro e lubrificação da
transmissão e parti.
Para hoje tinha preparado uma jornada de BTT,
pelos épicos trilhos das Cuillin Hills e foi com agrado que reparei que para poder aceder às montanhas teria que atravessar a Glen Brittle Forest.
Demorei algum tempo a subir, pois a paisagem que
se observa é de tal modo magnífica que não hesitava em parar para fazer umas fotos. É impressionante…sinto-me pequeno diante de tamanha imensidão de verde.
Duro a subir e perigoso a descer. Todos os cuidados
são poucos, pois brota água de todos os lados e o
trilho está completamente inundado.
A vista para o Loch Eynort, deteve-me alguns minutos, apenas para o contemplar.
Durante os primeiros 30 km do percurso não vi
ninguém. Subi ao colo da Beimn Bhuidhe e desci
rápido para a baía de Talisker.
O vento que soprava “rijo” de Sudoeste e durante a
descida quase congelei. Já em Talisker tive que me
abrigar pois caiu uma chuvada de granizo. Durou
pouco tempo, mas caiu muita pedra mesmo!
Este pequeno lugar é idêntico a Glen Brittle com
4 casas apenas. São casas de pescadores e só são
usadas nas épocas da pesca.
Foi completamente impossível pedalar no single
track de ligação a Fiskavaig. O trilho era a subir e
estava completamente inundado ao estilo diluviano.
34
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Por água
Aventura
Travessia da Ilha de Skye
Durante cerca de 4 km, não tive outro remédio
senão carregar a bicicleta às costa até ficar a salvo
em Ard an T-Sabhail.
Já em asfalto, desci para a baia de Fiskavaig onde
almocei junto à praia.
No alto de Fernilea parei para fazer umas fotos e um
casal de portugueses saudou-me. Estavam a percorrer a ilha de carro. Como tenho sempre a bandeira
nacional na bicicleta é fácil identificarem-me.
Carbost é local de paragem obrigatória para se visitar a destilaria Taliskay. Aqui é produzido um dos
melhores whiskies da Escócia. Por 5 libras, faz-se
a visita guiada que dura 45 minutos e que termina
com a tradicional prova do produto.
Em Skye, o tempo muda a todo o instante. Esteve
uma tarde de sol típica de verão escocês e no percurso de regresso à pousada detive-me em praticamente todos os locais que proporcionavam boas
fotografias.
Cheguei muito antes do horário de abertura da
pousada e resolvi aproveitar o tempo indo até à
praia desfrutar da paisagem.
Esta tarde chegou mais gente, 4 eslovenas e um
polaco o que torna o local ainda mais internacional.
Confeccionei o jantar juntamente com os espanhóis. Após a refeição, seguiu-se o chá e a conversa
sobre aventuras na montanha e claro em bicicleta.
Ficha da Etapa
Etapa: Glen Brittle - Talisker – Fiskavaig – Carbost
– Glen Brittle 47,6 Km
Tempo deslocação: 3h58
Velocidade Max.: 54,9 Km/h
Avarias: NIL
Locais de abastecimento: Carbost e no restaurante
do hotel à entrada de Portnalong
Glen Brittle – Portree –
Staffin – Uig
Levantei-me bastante cedo, pois tinha a noção que
a etapa de hoje seria a mais longa e a mais dura.
Aquela hora da manhã já estava muita gente a
tomar o pequeno-almoço. O pessoal da montanha
ainda é mais madrugador que eu. Partem para as
ascensões bem cedo, pois têm a indicação que esta
tarde o vento vai aumentar de intensidade e a chuva também fará a sua aparição.
Após acondicionar as minhas coisas na bike, inicio
a etapa, cheio de ânimo e a bom ritmo. Os primeiros 14 km são a subir, mas sinto-me bem e avanço
a bom ritmo.
Glen Brittle fica situado na parte sudoeste da ilha e
eu vou para norte da ilha, para Uig, com paragem
em Portree, cidade “capital” da ilha.
À medida que avanço para Norte a paisagem muda
ligeiramente. As altas montanhas de rocha dão
lugar a grandes manchas de floresta de cedros e
pinheiros.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
35
Aventura
Planeei as etapas para pedalar maioritariamente
por estradas secundárias, e para chegar a Portree
segui pela B885 que cruza o vale do rio Snizort.
Embora seja uma zona mais no interior da ilha,
exibe uma beleza natural apreciável.
Já em Portree, efectuei um pequeno abastecimento
e visitei o porto de pesca, com um colorido visível à
distância, pelas suas pitorescas casas.
São 11h15, mas a chuva que estava prevista mais
para o final da tarde, já começou a cair.
Penso cá para comigo: …”Ui isto vai ser duro…”!
Faltam-me cerca de 40 km, 15 dos quais de montanha.
Esperei que abrandasse no posto de turismo, mas
rapidamente de decidi em fazer-me à estrada.
Optei por percorrer a estrada mais a Este da ilha,
que passa por Staffin.
Esta parte da ilha também é bastante montanhosa,
com a costa a ter recortes de rochas abruptas para
o mar.
Parei em Staffin num supermercado, daqueles
pequenos mas que vendem de tudo e pedi um
chocolate quente. Estava gelado e não parava de
chover…
Um casal de suíços que também iam para Uig, perguntaram-me a melhor opção para lá chegar.
Existem duas possibilidades, ou pela montanha
que são 15 km e mais de metade a subir, mas com
vistas soberbas, ou dando a volta pela ponta norte
da ilha que são 36 km.
Ficaram apreensivos… pareceu-me que não
tinham grande experiência, a avaliar também pelo
material que possuíam.
Disse-lhes que ia pela montanha e que podíamos ir
juntos. Eles concordaram!
A subida era longa e começamos lentamente para
não termos “surpresas” a meio. Fomos conversando e conhecendo-nos. Tony é suíço, Olinda equatoriana, mas vive na Suíça à uns anos. Esta era a sua
primeira viagem em bicicleta.
Com um ritmo lento, fomos assumindo as passagens mais difíceis, ajudando-nos mutuamente.
Eu, possivelmente mais preparado fisicamente vim
para a frente, trazendo-os na minha roda. Pelo meio
fizemos paragens para umas fotos e para hidratar.
Uma vez atingido o planalto, paramos para contemplar… ao longe o mar, de um lado a cordilheira de
montanhas (The Table, The Needle, The Prision),
do outro, os lagos Cleat e Leum… simplesmente
fantástico!
Fizemos umas fotos para assinalar o momento e
resolvi descer para Uig, pois estava muito vento e
não queria arrefecer.
Despedimo-nos e desci rapidamente para Uig.
Parei para visitar esta pequena vila, pois tinha que
fazer tempo, até à abertura da pousada às 17h00.
Estava prestes a sair um ferry para Lewis, outra
ilha mais a norte da Escócia. As travessias em fer36
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Por água
Aventura
Travessia da Ilha de Skye
ry para as ilhas são asseguradas pela Caledonian
MacBrayne.
Como já tinha a reserva feita pela internet em www.
syha.org.uk, não perdi muito tempo no check in. Se
não tivesse reserva, esta noite não poderia pernoitar aqui, pois a pousada esta lotada.
Fiz o jantar e dediquei o serão a escrever as crónicas em atraso para assim que possível as postar
no blog.
Ficha da Etapa
Etapa: Glen Brittle – Portree – Staffin – Uig – 88 km
Tempo deslocamento: 5h36
Velocidade Max.: 56,8 Km/h
Avarias: NIL
Abastecimentos: Portree, Staffin, Uig
Uig – Broadford
Como hoje tinha uma etapa sem grandes dificuldades, resolvi dormir até mais tarde. As regras das
pousadas escocesas são claras. Às 10h30 toda a
gente tem que deixar as instalações.
Sai pelas 09h30 e já estava a chover. Nada que não
se suportasse…
A primeira parte da etapa até Portree foi monótona e sem grande interesse. Basicamente pedalar
km’s e com bastante atenção, pois circulava por
uma das principais estradas da ilha e bastante
movimentada.
A norte de Skye não existem alternativas para
fugir às estradas principais.
Já em Portree, abasteci-me mais uma vez na padaria Mackenzie’s Bakery, pois fiquei deliciado com
as panquecas e com os scones.
O tempo começou a melhorar e o sol impôs-se por
detrás das montanhas.
Retomei a pedalada e após Sligachan, derivei para
uma estrada cénica paralela ao mar, que passava
por Moll e que permite uma vista fenomenal sobre
a ilha de Raasay e sobre o lago Ainort.
São apenas 3 milhas, é um facto, mas os pontos de
interesse são tantos que me detive a fotografar e
demorei mais de uma hora para a percorrer.
Uma das imagens do lago que me despertou
curiosidade, foi a da azáfama nos viveiros de peixe. Nestas águas pouco profundas mas bastante
frias o salmão domina o negócio.
Retomo a estrada principal e rapidamente atinjo
Broadford, destino final desta etapa. Farei base
aqui duas noites, para poder conhecer melhor
toda a parte sul da ilha.
Com facilidade descobri a localização da pousada
e instalei-me.
Num breve passeio pela cidade, fiz umas compras
e fiquei surpreendido por constatar que muitos
dos produtos em venda que são produzidos na
ilha, nomeadamente lacticínios, ovos, carne e peixe fumado.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
37
Aventura
Ah, consegui finalmente descobrir um local de acesso à internet, com banda larga, mas extremamente
caro, 1.25 libras por 15 minutos. Tinha encontrado
outro, mas era apenas um ponto de acesso com um
terminal ligado com modem de 54Kb/s.
Parece irreal, mas dada a sua orografia, parte da
ilha não tem sequer cobertura de telemóvel.
Ficha da Etapa
Etapa: Uig – Portree – Broadford – 69,3 km
Tempo Deslocação: 03h55
Velocidade Max.: 50,1 km/h
Avarias: NIL
Locais de Abastecimento: Uig, Portree, Broadford
Broadford - Elgol Broadford
Elgol é um pequeno lugar costeiro, mas com grandes referências em qualquer prospecto turístico de
Skye. É o ponto de partida para um dos mais famosos trekkings da ilha, em redor do lago de Coruisk,
que se situa no interior das Black Cuillin Mountains.
A partir de Elgol pode-se ir a pé ou então apanhar
um barco que nos leva ao interior do lago e daí, dar
início ao trekking em seu redor. É um local fantástico, de uma calma singular, onde se pode observar
em determinadas alturas do ano, espécies como
leões-marinhos, baleias, várias aves marinhas e de
rapina.
Esta manhã, sai da pousada de Broadford com destino a Elgol. A estrada estreita, percorre o vale da
cordilheira montanhosa num serpentear constante,
mas com uma envolvente natural de grande beleza. Ao descer para Torrin deparei-me com a bonita
imagem do lago de Slapin, enquadrado pelas cores
do arco-íris.
Já em Elgol, fiquei um pouco decepcionado pois
não pude embarcar para o lago. O barco não podia
transportar a bicicleta e em terra, ninguém se responsabilizava em guardá-la em segurança. Fiquei
na esplanada do Cuillinview, e segui a esteira do
barco em afastamento até se perder no horizonte…
um dia terei que cá voltar!
Não posso deixar de destacar a simpatia dos donos
do Cuillinview, que me prepararam uns scones
caseiros de frutos silvestres e um chocolate quente,
enquanto digeria a minha frustração.
No caminho de regresso a Broadford, fiz um desvio ao percurso original e percorri uns single tracks
junto à costa. O percurso tinha muita pedra e estava
extremamente escorregadio, ainda assim deu para
divertir um pouco.
Como cheguei cedo, foi desta que consegui ir aceder à internet e colocar as primeiras fotos desta
aventura.
Esta é a minha última noite em Broadford, manhã
será a etapa de regresso a Mallaig, onde irei apa38
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Broadford – Armadale – Mallaig
Tinha noção que hoje seria um dia bastante preenchido. É infelizmente o meu último dia na ilha de
Skye, mas no percurso de regresso a Armadale, não
podia deixar de fazer o desvio para poder conhecer
Ord, Tokavaig e Tarskavaig, três comunidades costeiras situadas na parte Sudoeste da ilha.
Acordei cedo, para poder arrumar tudo nos alforges e sair antes das 08h00. Assim aconteceu, mas ao
começar a pedalar deparei-me com o vento a soprar
na minha direcção e que não me deixou avançar ao
ritmo que desejava. Depois de passar Isleornsay, as
condições pioraram com a aparição da chuva.
A estrada para Ord é bastante sinuosa e de apenas
uma faixa. Após passar o primeiro colo de montanha, quase tive um encontro imediato com uma
manada. Com receio do pior, pois teimavam em
não arredar “patas” da estrada, mantive-me quieto à espera que passasse um carro, para poder ter
protecção o que veio a suceder minutos depois.
Já a “salvo”, continuei num sobe e desce constante
até atingir a costa em Ord. Chovia bastante e por
esse motivo, não me detive muito tempo naquele
castiço lugar costeiro.
Continuei a pedalar para Sul, paralelo à praia até
atingir Tokavaig e o seu lendário castelo (Dunscaith Castel). Esta pequena fortaleza, agora em ruínas, deu guarida à deusa celta Scathach e segundo
a lenda, foi construído no decurso de uma única
noite. Pela beleza envolvente de que este local se
reveste, foi de paragem obrigatória, na etapa. Mais
uma grande subida para atingir Tarskavaig, mas a
partir aqui até ao cais de embarque até Armadale,
foi sempre a descer a bom ritmo.
Estava feita mais uma viagem! Foram 6 dias muito intensos de facto, mas parto muito satisfeito,
com os alforges carregados de histórias para contar e de muita energia para as próximas aventuras. Embarquei no ferry para Mallaig e sentado
num dos bancos da coberta do navio, fixei-me
na silhueta da ilha que se esbatia no horizonte…
Goodbye green Skye!
A azáfama das gentes na lota do porto de pesca de
Mallaig, permitiu bons enquadramentos e boas
fotos. O tempo entre os transportes não dava para
estadias prolongadas em Mallaig, limitei-me apenas a umas compras e de seguida dirigi-me para
a estação do comboio. Cinco horas e meia depois,
a velha automotora a diesel chegava à estação de
Glasgow Queen Street. Já no aeroporto, despendi
de algum tempo para proteger a bicicleta para a
viagem, dado que a KLM não dispunha de caixas
de transporte de bicicletas no balcão de Glasgow,
ao contrário do que eu tinha solicitado em confirmado 1 mês antes de embarcar. Felizmente que a
bike foi bem tratada, não sendo necessária reclamação à chegada a Amesterdão.
Ficha da Etapa
Etapa: Broadford – Armadale – Mallaig 44,1 km
Tempo Deslocação: 03h01
Velocidade Max.: 47,8 km/h
Avarias: NIL
Locais de Abastecimento: Broadford, Tarskavaig,
Armadale, Mallaig
Paulo Nascimento
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
39
Por água
Aventura
Travessia da Ilha de Skye
nhar o comboio para Glasgow.
Ficha da Etapa
Etapa: Broadford – Elgol - Broadford 69,3 km
Tempo Deslocação: 03h55
Velocidade Max.: 50,1 km/h
Avarias: NIL
Locais de Abastecimento: Broadford, Torrin, Elgol
Aventura
O que faltou
nesta viagem?
Para esta viagem ter tido a “cereja no topo do bolo”,
apenas lhe faltou mais tempo. Com mais 2 dias no programa, teria tido a oportunidade de visitar o ponto mais
ocidental da ilha e ter feito um dos melhores trekkings
nas Cuillin Mountains.
Os perigos?
A praga de mosquitos que invade a ilha, especialmente
no verão e o excesso de tráfego das estradas principais.
Etapas
1ª Mallaig – Glen Brittle (82,1Km)
2ª Glen Brittle – Glen Brittle (47,6 Km)
3ª Glen Brittle – Uig (88 Km)
4ª Uig – Broadford (69,3 Km)
5ª Broadford – Elgol – Broadford (69,3 Km)
6ª Broadford – Armadale – Mallaig (44,1 Km)
Como chegar
De avião, através dos aeroportos
de Glasgow e Edimburgo. Seguidamente de comboio até Mallaig, com ligação ao ferry para
Armadale.
Caso pretenda alugar bicicleta
na ilha pode fazê-lo, e neste caso,
pode chegar à ilha de autocarro,
com ligações às cidades mais importantes da Escócia.
Caso opte por viajar pelas ilhas
escocesas, pode chegar a Skye
em ferry por Uig no norte da ilha.
40
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Por água
Aventura
Travessia da Ilha de Skye
NÃO ESQUECER
Um bom impermeável (casaco e calças) são peças fundamentais, para viajar por Skye. O tempo muda com muita
rapidez, mesmo no verão. Capas de protecção impermeáveis para os sapatos de ciclismo, vulgo plainitos. Caso
optes pela estadia em pousadas de juventude é importante levar o cartão nacional de alberguista, pois permite ter
descontos nas estadias. Activar o roaming do telemóvel.
Estadias
Das quatro opções possíveis (youth Hostel, parques de
campismo, bed and breakfast e hotéis) eu destaco a
primeira. Existem 3 pousadas em toda a ilha (Broadford, Glen Brittle e Uig) e todas elas oferecem excelentes condições de habitabilidade e diversas facilidades
como: cozinha, salas de convívio, em Broadford internet. Os preços dependem da época do ano, mas são bastante aceitáveis +/- 15 £ no verão.
A melhor
época
Esta viagem é passível de ser realizada em qualquer altura do ano, no entanto as estações mais aconselháveis
são a Primavera e o Outono. No Inverno para além do
clima agreste, devido à neve, algumas estradas podem
estar encerradas. No verão há imenso turismo, os preços
sobem, existe muito tráfego nas principais estradas e necessitas de reservar a estadia com alguma antecedência.
Sítios relacionados:
http://www.syha.org.uk - rede pousadas da juventude inglesas
http://www.firstgroup.com/scotrail - companhia de comboios
http://www.calmac.co.uk – barcos Mallaig/Armadale
http://www.klm.com – companhia aérea
http://www.skye.co.uk – sítio oficial da ilha
http://www.isleofskyeweather.org.uk – meteorologia
http://www.cycling.visitscotland.com – percursos de bike na Escócia
http://www.ukmountainbiker.com - promoção BTT Inglaterra
http://www.mwis.org.uk - mountain weather information service Scotland
http://www.pocketmountains.com – livros de bolso com percursos em BTT e montanha ø
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
41
Perfil
Os 7 Cumes
de Ângelo Felgueiras
E
m ano de crise internacional e pessimismo nacional, Ângelo Felgueiras
é um português especial com todas
as razões para terminar 2011 com
o maior sorriso do mundo. Se tudo
correr conforme o planeado, o Comandante de
aviões de longo curso Airbus 330 e 340 conquistará em Dezembro deste ano o cume de 4.897
metros do Mount Vinson. E com a conquista do
42
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
pico mais alto da Antárctida, o piloto da TAP dará
por cumprido o projecto dos 7 Cumes, ou 7 Summits, como é conhecido na gíria dos alpinistas o
desafio de subir a montanha mais alta de cada
um dos 7 continentes. «Dos Seven Summits, falta-me apenas este (o Vinson); por questões climatéricas e logísticas, a expedição deve realizar-se
quando há maiores hipóteses de sucesso, ou seja
no início do Verão Antárctico que corresponde ao
O PILOTO-ALPINISTA
Aos 47 anos, Ângelo reivindica-se aventureiro
por vocação, e piloto por opção: «Acho graça a ser
agora chamado de piloto alpinista. Um dos meus
irmãos, quando era criança queria ser bispo aviador. Um dos meus filhos quer ser surfista, tenista e capitão da Força Aérea. Eu agora sou piloto
alpinista, o que já não é mau!…» É com ironia
que o ex-piloto da Força Aérea assume o actual
rótulo mediático, depois de ter ganho notoriedade nacional durante os seis anos em que foi
porta-voz e presidente do Sindicato dos Pilotos
da Aviação Civil (SPAC). Desses tempos de luta,
o piloto da TAP guarda as mesmas convicções
e determinação. «Em 1998, fizemos uma greve
que tinha como única reivindicação o direito a
negociar. Não estava em causa nada que não fosse um princípio, e por um princípio, ia e vou até
ao fim do mundo. Qualquer classe profissional
tem direito a decidir as condições de trabalho. A
mediatização desse conflito deu-me naturalmente visibilidade, com vantagens e desvantagens…
Mas actualmente, já me reconhecem mais pelas
montanhas,e sobretudo pela minha actividade
com instituições carenciadas».
Desafiei os três
amigos que estavam
comigo a tentar escalá-lo. Riram-se, mas dois anos
depois, em 2004, lá fomos, e
posso dizer que foi aí que
comecei a gostar da Aventura que a montanha
proporciona…»
OS 7 CUMES
As montanhas e projecto dos 7 Cumes surgiram
por acaso, e já tardiamente na vida de Ângelo.
«Nunca tinha ido às montanhas até 1997, quando
subi o Kilimanjaro (a montanha mais alta de África), a convite de uns amigos. Mas foi só em 2004,
já com 40 anos, é que fui a uma montanha com
consciência – o Aconcágua (6.962m), na América do sul.» Sem sonhar ainda com um futuro nas
alturas, fora do circuito da aviação, em 2002, e
inspirado na Volta ao Mundo em bicicleta de Filipe Palma, - que Ângelo considera o maior aventureiro português-, o piloto resolveu dar uma
volta de bicicleta na Patagónia. Quando descia de
avião para Santiago do Chile, a visão do Aconcágua mudou a sua vida:«Desafiei os três amigos
que estavam comigo a tentar escalá-lo. Riram-se,
mas dois anos depois, em 2004, lá fomos, e posso
dizer que foi aí que comecei a gostar da Aventura
que a montanha proporciona…»
O conhecimento do projecto 7 Summits deu-se
finalmente quando pisou em 2005 o cume do
Elbrus (5.633m), o ponto mais alto da Europa; em
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
43
Perfil
Ângelo Felgueiras
nosso Inverno.» É com grande expectativa que
Ângelo encara a última etapa deste desafio iniciado por acaso há 17 anos: «Muitas pessoas não
associam as montanhas à Antárctida, mas o continente onde está o Pólo sul tem a altitude média
mais elevada, e é também o continente mais
seco, mais ventoso e mais frio do planeta!»
Perfil
conversa com outros alpinistas, perguntaram-lhe
se, com 3 cumes em 3 continentes, - Kilimanjaro
em África, Aconcágua na América do Sul e Elbrus
na Europa-, tencionava completar o circuito iniciado na década de 80 do século XX pelo americano Dick Bass.
Reconhecendo que não dominava ainda a alta
montanha, Ângelo inscreveu-se num curso de
técnicas de sobrevivência em glaciares, na Alasca Mountaneering School. Gostou tanto do curso que resolveu voltar no ano seguinte, e com os
mesmos guias, acabou por escalar o Denali ou
McKinley (6.195m), o cume mais alto da América
do Norte.«Ganhei confiança, e fiquei com a sensação que era capaz de ir mais alto e mais longe!»
2 CUMES ESPECIAIS
Ainda hoje, e dos seis cumes já alcançados, Ângelo
guarda recordações especiais do Denali (O Grande,
na língua local). Com temperaturas entre os 10º C
e -40ºC, ventos superiores a 100km/h e uma marcha de aproximação de 65 km, é considerada pelos
especialistas uma das montanhas mais duras do
mundo. Conquistar este cume situado a uma latitude elevada, acima dos 63 graus Norte, tem semelhanças com uma expedição aos pólos. As tendas
são protegidas com blocos de gelo, e na progressão,
os alpinistas montam depósitos de mantimentos
para assegurar a sobrevivência no regresso.
44
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Perfil
Ângelo Felgueiras
sáveis pelo desporto em Portugal.
Nas memórias recentes está também
O João subiu tudo (os 14 cumes
o dia 17 de Maio de 2010, quando
de 8000m, incluindo o Eveatingiu o Evereste (8.848m), o
Se o alpinismo
rest) sem recurso a oxigénio
cume mais alto do mundo e dos
fosse futebol, o João
artificial, o que é uma dife7 Summits. «Foi o mais difícil
Garcia jogava no Real
rença abissal. Se o alpinisde todos, e foi duro por caumo fosse futebol, o João
sa do tempo passado acima
Madrid, e eu na Distrital.
Garcia jogava no Real
dos oito mil metros porque
Digamos que a semelhança
Madrid, e eu na Distrital.
obriga a uma grande discientre mim e ele é a mesma que
plina e capacidade de sofriDigamos que a sememento só para sobreviver».
lhança entre mim e ele é
tenho com o Carlos Lopes:
a mesma que tenho com
também corro maratonas,
ÂNGELO E JOÃO GARCIA
o Carlos Lopes: também
A conquista do ponto mais
corro maratonas, mas um
mas um bocado mais
alto da Terra foi feita pela face
bocado mais devagar. »
devagar. »
sul,e com o recurso a oxigénio
artificial. Onze anos depois de João
OS 7 CUMES
Garcia, Ângelo subiu a pé até à altitude
Outro pormenor diferencia ainda
a que costuma voar, e tornou-se o segundo porÂngelo de João Garcia que completou em
tuguês a conquistar o Everest. «A comparação 2010 os 7 Cumes com a conquista do Kosciuzko,
com o João Garcia só é inevitável porque somos na Austrália, e finalizou o roteiro idealizado pelo
um país pequeno e com poucos alpinistas. Além milionário Bass.
do gosto e do respeito pelas montanhas, a única «O Kosciuzko só era a montanha mais alta da
coisa que temos em comum é sermos dois portu- Oceânia porque ninguém tinha acesso ao Carstenz», contrapõe Felgueiras que esteve já em
gueses que subiram ao Everest.»
Modesto, Ângelo assume estar noutro “campeo- 2008 nas Pirâmides de Carstenz (4.884m), na ilha
nato”: «Eu sou um curioso com algum currícu- da Nova Guiné, considerada por alguns geógralo, o João é um alpinista de elite mundial e que fos como o ponto mais alto da Oceânia, apesar de
devia ter o reconhecimento devido dos respon- situado num país asiático (a Indonésia).
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
45
Perfil
ESCALADAS SOLIDÁRIAS
Polémica à parte, nas últimas três escaladas,
Ângelo fez questão de associar a aventura a uma
causa social. Na ida às Pirâmides de Carstenz,
angariou verbas para a biblioteca infantil do
Bairro da Cova da Moura, um bairro carenciado
dos arredores de Lisboa.
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Na conquista do Everest, associou a escalada
à compra de uma carrinha para a escolinha de
rugby do bairro da Galiza, no Estoril. No regresso, esteve doze dias num centro comercial para
divulgar o projecto e recolher os fundos necessários à concretização da ajuda ao ATL desta zona
carenciada.
Perfil
Ângelo Felgueiras
Para o Vinson, o piloto-alpinista mantém a associação aventura-solidariedade.
« O que posso revelar, é que terei o apoio, na
área social, da Fundação EDP, que me lançou
um desafio que, além de ambicioso será extremamente motivante, pela marca que deixará em
influenciar os jovens.»
OBJECTOS DE CUME
No Vinson, Ângelo Felgueiras manterá a tradição
de transportar objectos simbólicos que provocam a admiração entre alpinistas que cortam as
escovas de dentes para reduzir gramas de peso.
«Levo sempre comigo uma fotografia da família, uma bandeira de Portugal e dos principais
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
47
Perfil
«A minha montanha favorita é aqui
bem perto de casa: o Pico,
nos Açores. É uma montanha
única! Subir o Pico, ficar lá a
dormir, ver o nascer e o pôr-do-sol, descer e tomar um banho no
Canal (braço de mar entre as
ilhas do Pico e do Faial), é
uma das minhas versões
de Paraíso!»
patrocinadores(Groupama seguros e TAP). E
para admiração dos que partilham o cume comigo, levo ainda um cachecol do Sporting e a Barretina do Colégio Militar, um chapéu com algum
volume e peso, mas que honra a instituição onde
estudei e que me marcou muito pela positiva.»
FAMÍLIA E TEMPOS LIVRES
Pelos perigos e preparação necessária, os alpinistas não envolvem normalmente a família na
aventura, mas Ângelo envolveu já a mulher e os
3 filhos na etapa final dos 7 Cumes. «Basicamente apoiam-me. Sem eles nunca teria sido capaz
de ir onde já fui!»
A experiência máxima aconteceu no início da
expedição ao Everest onde a família Felgueiras fez 130 Km a pé entre os 2000 e os 5200m, e
acompanhou o pai aventureiro até ao acampamento-base e ao glaciar de Khumbu. «Foram 15
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
dias sem eletricidade, casa de banho e água corrente. Se tivesse ido ao Nepal com a idade deles,
não sei como teria sido a minha vida!» Manuel de
15 anos, Francisco de 11, e Teresa de 9, irão no
final deste ano receber o pai a Punta Arenas, no
Chile, no regresso da Antárctida.
A MONTANHA ESPECIAL
Longe dos Himalaias, dos Andes e da Antárctida,
Ângelo tem uma montanha favorita onde voltou
este Verão para “carregar baterias”: «A minha
montanha favorita é aqui bem perto de casa: o
Pico, nos Açores. É uma montanha única! Subir
o Pico, ficar lá a dormir, ver o nascer e o pôr-do-sol, descer e tomar um banho no Canal (braço
de mar entre as ilhas do Pico e do Faial), é uma
das minhas versões de Paraíso!» - resume Ângelo Felgueiras que, mais do que subir montanhas,
garante ter outra modalidade preferida: ser aventureiro. ø
Aurélio Faria,
Jornalista
NOTA: As aventuras de Ângelo Felgueiras podem ser
seguidas em http://www.angelofelgueiras.com
Por terra
SERRA DA FREITA
AROUCA
Caminhos Ancestrais, Vias Romanas,
Albergarias Medievais, Rotas do Volfrâmio ….
Fotos: Jorge José Portela
Poderíamos ir por caminhos mais longínquos, ou apenas empreender uma viagem pelo Quaternário para acompanhar as trilobites
gigantes, os primeiros seres vivos unicelulares, mas ficámos por
roteiros menos ambiciosos.
50
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
A base logística é a aldeia do Merujal e o parque
de campismo “Refúgio da Freita”, onde para desvendar as imensas rotas serranas temos todos os
pontos de partida a pé e para deslocações curtas
de automóvel.
MACIÇO CENTRAL DA SERRA DA FREITA:
FRECHA DA MIZARELA / RIBEIRA / CABAÇOS /
CASTANHEIRA (Pedras Parideiras) / PORTELA DA
ANTA / PEDRAS BOROAS DO JUNQUEIRO / ALBERGARIA DA SERRA
Panorama verdadeiramente diversificado, quedas
de água vertiginosas; relatos de vestígios de vias
romanas (referências físicas e visíveis na aldeia de
Canelas), fenómenos geomorfológicos e a presença
humana desde os tempos pré-históricos.
Rota circular (PR7), saindo e regressando do Refugio da Freita (890m). De salientar este espaço de
apoio às atividades de montanha aqui realizadas. O
1.º trecho deste percurso é executado pela manhã,
planalto, arbóreo, solo pastorício, aldeias relativamente próximas umas de outras, atividade intensa
de pastorícia e agricultura de subsistência.
Aldeia da Mizarela, formada sobre os penhascos
das margens do rio Caima, linha de água famosa
pela sua queda de água brutal (60m). O percurso é
sinuoso e abrupto, sendas escorregadias e sonoras
devido ao barulho das águas em queda livre, em
cada mudança de curva de nível, as paragens são
obrigatórias, pois as cores para as fotografias estão
sempre a mudar, são as cores do arco íris. Arvoredo denso e humidade constante é notório até ao
lugarejo da Ribeira, povoado cunhado na fenda do
Caima.
A descida foi vertiginosa a subida pelo acesso pedonal não foge à regra. Penhascos, passagens “Ferratas”, termo espanhol para passos delicados com
apoio de cabos de aço e degraus. Troço com algum
grau de dificuldade de desnível e passagens delicadas. Uma delicia para os apaixonados destas andanças.
Estamos novamente em cotas altas, planalto ainda
muito rural, seguindo em direção a aldeia de Cabaços (950m), PR15. Percurso muito agradável e desavançar para ver mais fotos
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Por terra
Serra da Freita - Arouca
S
ituada entre o Porto e Aveiro, a Serra da
Freita é um maciço inserido na cordilheira da Gralheira. Estendendo-se para
nascente, inclui além da Freita, as serras
de S. Macário, Leomil e Montemuro.
Por terra
avançar para ver mais fotos
contraído, após a situação anterior. Registo desta
aldeia com uma actividade agrícola precária, com
uma população idosa muito fragilizada com carências sociais. Há que fazer um registo fotográfico, a
aldeia é muito típica carregada de uma arquitetura
“tosca”, serrana. Os quase mil metros já se fazem
sentir, ar fresco, presença de blocos graníticos e
segue-se por cima dos mesmos em direção a Castanheira.
_ Olha aqui um nódulo, olha outro, fabuloso, brilham expostos à luz, dez minutos viciantes na procura como se se tratasse da apanha de berbigão
nas praias algarvias.
Esta fica num plano secundário em detrimento do
fenómeno geológico ali existente.
Funcionou o espírito e o companheirismo. O trajecto prometia um desnível de 150m num plano
horizontal muito curto. Pois a paragem técnica de
reposição de calorias estava por momentos.
As Pedras Parideiras, pequenos nódulos de 3 a 7
cm com formato de amêijoas que se formam sobre
a rocha e que, a determinada momento, se descolam da base deixando a superfície rochosa cheia
de pequenas deformações côncavas. O espaço está
bem definido fisicamente e com boa informação
técnica. Mas que é feito destes nódulos? Numa primeira abordagem não se avistam pois a procura
destas pequenas “Ameijoas” foi infrutífera nesta 1.ª
incursão. OK! Seguimos então para o pico da Gralheira (1045m), circundando muros de pedra e piso
muito fragmentado talhado pelos carros de tração
animal e do gado em pastorícia.
O Fenómeno surgiu! Pequenos brilhantes saltitavam do chão como se de diamantes se tratassem.
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
_ Já não tenho bolsos para tantos Biotites (Termo
correto para estes nódulos de composição mineralógica), ora já não basta a mochila carregada, ainda
temos mais estas “pedras”, uma risota!
Abrigados do vento, encostados às paredes da torre
de vigia, reconfortamo-nos com a paisagem serrana que nos cerca. Pois estamos no maciço central
da Gralheira.
Preparados para a 2.ª parte do percurso (restante,
todo no PR15), este troço seria longo mas nivelado,
pelos planaltos da Freita.
Aqui o panorama é de 360ᴼ, era o que os primeiros
povos queriam, avistar o inimigo. A área não tem
assim tantos vestígios, porque é serrana e os agentes atmosféricos repõem a natureza onde o homem
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
53
Por terra
Serra da Freita - Arouca
Por terra
avançar para ver mais fotos
construiu. Começamos por avistar vestígios pré-históricos, a Anta do Calvo (construção castrense)
e a Anta da Portela (local de sepultura).
Ainda neste trilho granítico, não nos apercebemos,
mas estamos sobre caminhos Romanos, Via Romana que ligava o Porto a Viseu.
Mantemo-nos na cota dos 1050m, afastamo-nos
ao sabor do vento e aproximamo-nos das torres
eólicas, aqui já com 15km de percurso decorrido,
fletimos para poente e entramos no fio inicial do
rio Caima.
Neste troço confrontamo-nos com mais umas formas estranhas de rochedos “Pedras boroas do
Junqueiro”, fenómenos de erosão em blocos graníticos. Recanto Pitoresco, zona de “Mochila de Ataque” pois o dia vai Longo. Ponto de paragem obrigatório e toca a apreciar!
Troço final, belo percurso de socalcos sempre paralelo ao Caima, que aqui já mostrava a sua rapidez
e a sua bravura do que seria mais à frente (as fisgas
da Mizarela).
Estamos a chegar à aldeia principal, Junta de Freguesia, Albergaria da Serra. Até lá ainda saltitamos
sobre o Caima, encovado, formando belas bacias e
espelhos de água.
Chegamos a Albergaria da Serra, importante ponto
estratégico! “Hoje” ainda não, mas “amanhã” como
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
referência turística e “Ontem” como referência
obrigatória numa das vias importantes Romanas
“O troço de calçada, pertencente à via romana entre Porto e Viseu, que partia da aldeia de Albergaria da Serra (ou das Cabras) no alto da Serra, foi
destruída pelas obras de “Requalificação na Serra”
que decorrem por iniciativa da Câmara Municipal
de Arouca. Por agora ainda subsiste o fantástico troço de calçada na aldeia de Gestoso, continuação da
via que passa em Portela da Anta”. O nome deriva
de uma antiga albergaria que ali houve e de que
ainda há notícia em inscrição lapidar incorporada
no muro do cemitério da localidade. “Altas horas
da noite, tocava nessa albergaria uma buzina para
guiar os viajantes transviados, principalmente os
almocreves que se dirigiam às feiras da região de
Viseu” e ainda conhecida como Albergaria das Cabras, relacionada com uma actividade importante!
A criação e pastoreio do gado caprino.
O contato com estas gentes e deveras importante,
pois são poucos, espreitam pela curiosidade do nosso colorido, e basta um dedo de conversa e temos
amizade para varias horas de cerveja. Necessário
será encontrar o proprietário do único estabelecimento.
Mais ½ hora e estamos no local de partida, Merujal.
Já com luz no crepúsculo!
Puro lazer, Dois dias; Desportivo, um dia (6horas);
Misto, um dia (10 horas) ø
Jorge José Portela
Por terra
Serra da Freita - Arouca
avançar para ver mais fotos
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Por terra
 Douro, Vindimas e Vinho
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Na mais antiga Região Demarcada
do Mundo finais de Setembro e Outubro é a época das Vindimas.
No Douro, é o culminar de um ano
de trabalho onde o produto final é a
imagem de marca. O vinho.
Venha experimentar um programa
único, preparado para lhe despertar os 5 sentidos: os olhos cheios
de cores quentes, os ouvidos embalados com cantigas, o paladar
estimulado pelas provas e o olfato
com os cheiros intensos dos mostos que fermentam...
Seja bem vindo!
O dia começa com uma recepção calorosa e uma
mesa cheia de iguarias regionais. Afinal os participantes vão participar numa vindima e é bom matar a
fome primeiro.
De seguida iremos para as vinhas. Depois de distribuídas as tesouras e os baldes lá vamos nós ao som
da concertina, elemento importante para animar a
malta durante a apanha dos cachos.
Já com algumas tesouradas e muita animação vamos
visitar a Adega Cooperativa de Favaios, local onde a
maioria dos produtores entrega as suas uvas e onde poderemos observar todo o processo do fabrico do moscatel de Favaios. E porque a barriga “já dá de si” regressamos à Quinta da Avessada para um repasto tradicional
duriense. Num espaço mesmo no meio das vinhas somos presenteados com uma sopa de pedra, um arroz de
feijão com pataniscas e bom vinho da região.
Com o dia a correr calmamente é hora de conhecermos um pouco mais da história da região. Uma viagem que o nosso anfitrião conta com paixão, e um
brilho nos olhos e nos conduz até junto dos lagares
da quinta para dar início à lagarada. Para os mais
afoitos é a oportunidade de pisar as uvas e reviver
uma tradição única. Ao som das concertinas os participantes podem desfrutar do calor humano que as
vindimas proporcionam.
O dia termina com uma prova comentada de vinhos
moscatel, um brinde a todos nós e muitas recordações para partilhar.
Épocas recomendadas: 15 de Setembro a 15 de Outubro
O que deve trazer: Os participantes devem trazer chapéu, uma t-shirt e calções para participar na lagarada.
Preço: 57 euros
Inclui: Almoço, prova de vinhos e seguros. A actividade realiza-se todos os dias com um mínimo de 8
pessoas. ø
Um programa: Oficina da Natureza
http://www.oficinadanatureza.pt/
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Por terra
Douro, Vindimas e Vinho
Actividade
Por terra
Ainda a Titan Desert
N
este momento em que organização
já se encontra a iniciar os preparativos para a edição de 2012, recolhemos o testemunho de um dos
nomes do ciclismo nacional Vitor
Gamito, e a descrição do Vitor não podia ser melhor… No entanto permitam-me que acrescente
algumas observações:
Esta foi a edição com mais participantes de sempre
numa prova deste nível em pleno deserto do Saara (500 participantes) por isso mesmo houve sem
dúvida algumas falhas, falhas essas admitidas pela
organização e com toda certeza corrigidas já em
2012.
Uma das falhas tem a ver com os banhos. Este ano
a fila para o duche era enorme e por vezes a água
faltou, não podemos no entanto esquecer-nos que
estamos no meio do deserto e aqui a água é o bem
mais precioso, por isso mesmo temos de preservá-lo e poupá-lo.
Quanto ao alojamento as fantásticas tendas berberes são únicas, no entanto tem o inconveniente
de deixar entrar todo o tipo de bicharada, pó e se
chove a coisa fica mais complicada, mas o espírito
berbere é este mesmo.
58
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Já a alimentação este ano falhou quanto a mim
apenas na variedade, pois ao fim de 3 dias a comer
a mesma coisa ao almoço e jantar o nosso estômago e principalmente o nosso paladar já reclama outros sabores:)
Quanto aos WC, aqui sim a organização terá de
melhorar significativamente ou então irá acontecer o que aconteceu este ano, que bem melhor
que uma sanita era uma duna com uma vista deslumbrante.
Em resumo não é uma prova para todos, é duríssima por todas as características que tem não só
de competição, de todo o tipo de terrenos, mas
também das condições de alojamento, transporte,
higiene e alimentação a que estamos sujeitos, mas
é isto mesmo que faz da Titan Desert uma prova
única e uma aventura memorável que vale a pena
viver pelo menos uma vez… Eu já a vivi 3 e em
2012 lá estarei novamente… Só quem a completa é um verdadeiro Titan, no caso do Vitor além
de completar ainda ganhou a sua categoria o que
de facto torna a participação ainda mais saborosa.
Deixo-vos agora o relato do meu amigo e companheiro de equipa Vitor Gamito, um abraço a todos
e boas pedaladas…
Paulo Quintans
Fotos: Organização Titan Desert
 Evento
Não foi propositado, mas se calhar comecei logo
pela prova de BTT mais dura do mundo. E esta dureza não se deve unicamente ao tipo de percurso e
quilometragem das etapas, mas sobretudo às restantes horas do dia que passámos sem a bicicleta
em que, o que mais sobressaia era a falta de condições de descanso, alimentação e sobretudo higiene.
Foi sem dúvida um teste à capacidade e resistência
física e psíquica dos cerca de 550 participantes desta edição do Titan Desert, e em que cerca de 20%
não conseguiu concluir este desafio.
Quando aceitei o convite dos meus amigos que estavam a formar o projecto MEO TEAM, nomeadamente o Paulo Quintans que já tinha participado
nas duas edições anteriores, preparei-me psicológica e fisicamente para a dureza de uma prova
desportiva no deserto e tudo o que isso implica. O
Paulo já nos tinha dado a informação para que fizéssemos essa preparação da melhor forma. Mas o
que nós não esperávamos, nem o Paulo e os outros
portugueses da comitiva que já tinham participado em edições anteriores. As condições desta prova
pioraram significativamente este ano, sobretudo
porque a organização não acompanhou o aumento
significativo do número de participantes. Faltaram
condições básicas, não só aos atletas, como a todo
o staff que acompanhou as equipas. As instalações
sanitárias eram insuficientes, assim como a água
para a higiene pessoal.Havia filas de espera para
tudo. Os ciclistas que chegavam um pouco mais
tarde das etapas, tinham que esperar horas para
conseguirem tomar banho, porque só havia 15 duches para mais de 700 pessoas. Os sanitários ainda
eram em menor número. A comida para além de
ser pouco variada, era de fraca qualidade e sobretudo de higiene.
Não é de estranhar que uma grande percentagem
dos participantes tivesse sofrido de problemas intestinais e gástricos. Felizmente e muito graças à
suplementação todos estes problemas de saúde
passaram ao lado de toda a MEO TEAM.
Após cortarmos a meta de cada
etapa, tínhamos direito a
1,5litro de água, que
tinha que dar para
Não foi
o resto do dia.
propositado,
Mas como é óbvio, não chegamas se calhar
va! As próprias
comecei logo pela
bebidas das reprova de BTT
feições tinham
que ser pagas.
mais dura do
mundo.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
59
Por terra
Titan Desert
“T
erminou a minha primeira
grande aventura em BTT.
Foram 6 dias de prova e mais
3 de viagens e preparativos
bastantes cansativos. A minha participação nesta aventura quase dava para
escrever um livro, mas vou tentar resumir aqui.
Por terra
Na última crónica que escrevi quando já estávamos
em viagem para Marrocos, defini como objectivo
principal no que respeita a resultado desportivo,
lutar pela vitória na categoria master. E como disse
também, mesmo sem saber quem seriam os meus
principais adversários. Tinha consciência da minha
forma física, fruto da dura e intensa preparação que
realizei durante 3 meses. Faltava saber quem seriam os principais adversários e em que condição
física se apresentariam nesta prova. Como segundo
objectivo, apontei também um lugar no top-ten na
classificação geral.
Quando chegámos ao hotel onde iria começar a
primeira etapa, comecei a cruzar com caras conhecidas do pelotão internacional do ciclismo de estrada. Alguns deles já os tinha visto na lista de inscritos, nomeadamente Oscar Pereiro, Roberto Heras,
Euleutério Anguita e Melcior Mauri. Este último
seria para mim um dos principais adversários à
luta pela vitória em masters. Aliás, o Mauri já tinha
ganho uma edição do Titan Desert. Mas também
me cruzei com ilustre do ciclismo mundial, e que
não sabia que iria estar presente: Manuel Beltrán
(40 anos), mais conhecido por Triki.
Em conversa com Triki, disse-me que estava ali só
para desfrutar da prova e que não tinha treinado
muito, mas como esta é sempre a lengalenga dos
ciclistas, fiquei na expectativa e passei a contar com
mais um nome de peso para lutar pela vitória na
categoria Master. Mais tarde fiz uma pesquisa na
60
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
net, e descobri que o Triki tem participado em provas de BTT em Espanha e inclusive tinha ganho a
última em que participou.
Logo na primeira etapa todas as minhas dúvidas
acerca dos meus adversários ficaram esclarecidas.
Triki foi o terceiro da etapa, atrás de Roberto Heras e de Milton Ramos. Eu apanhei 29 minutos de
Triki e Melcior Mauri foi apenas 73º a mais de 30
minutos de mim. Concluí também que afinal a minha fasquia talvez tivesse sido colocada demasiado
alta, face ao andamento do grupo da frente. Mas
esta primeira etapa, para além de ter sido das mais
duras desta edição do Titan, demasiados problemas
prejudicaram a minha prestação.
Consegui nesta etapa um 14º lugar e fui o 4º Master.
Neste dia pensei muitas vezes o que estava ali a fazer e qual a necessidade de tanto sofrimento. Tanto
treino nestes últimos meses para conseguir apenas
um 4º lugar em Master logo na primeira etapa, e já
a quase meia hora do primeiro!
Depois da minha prestação nesta primeira etapa,
teria que decidir se deveria redefinir os meus objectivos para esta prova.
O segundo dia foi o primeiro dia da etapa maratona. A etapa maratona consiste em duas tiradas.
A primeira com 103km e a segunda com 137km.
As horas que dividem estas duas tiradas, são de
auto-suficiência, isto é, não temos mecânico, nem
massagista, nem duches, nem tendas, nem camas.
A organização fornece apenas, almoço, jantar,
que, apesar de ter descido de 14º para 18º na classificação geral, subi de 4º para 3º na classificação
Master! Afinal, tinha havido mais “cortes de corrente” naquele dia. A primeira etapa tinha deixado
mossa a muito boa gente. Não foi só a mim.
Decidi então não baixar os braços ainda, e que no
terceiro dia (2ª parte da etapa maratona) iria mais
uma vez tentar aguentar o ritmo do grupo da frente
e ficar na expectativa a ver se mais algum adversário directo cederia.
Ao terceiro dia, realizámos a tirada mais longa da
história do Titan Desert - 137km!
Mais uma vez tentei seguir com o grupo da frente
durante alguns quilómetros, pelo menos para fugir
à confusão inicial. Passados uns 20km, optei por levantar o pé e seguir o meu ritmo, pois estava sujeito
a dar o estoiro. A etapa era muito longa. Resultado
final: subi um lugar na classificação geral, e reduzi
o tempo de diferença para o 2º classificado master.
As sensações físicas iam melhorando a cada dia
que passava.
Quarto dia, a etapa mais dura em solo marroquino, caracterizada pela muita pedra que iríamos
Naquele
momento decidi
esquecer a luta pela
classificação Master e
aguardar pela Celina para
tentar ajudá-la. E assim
esperei. Fui devagar. Entretanto chega o grupo
onde Celina vinha
integrada.
pela classificação Master e aguardar pela Celina
para tentar ajudá-la. E assim esperei. Fui devagar. Entretanto chega o grupo onde Celina vinha
integrada. Eram uns 10-15. Os restantes 20km que
faltavam para chegar ao acampamento foram para
puxar pela Celina para que perdesse o menos tempo possível para Rebeca Rush. Terminada a 1ª tirada da etapa Maratona, tinha ficado decidido que
iria levar o resto do Titan Desert mais na desportiva, até porque nesse dia terei perdido uns 30-40
minutos para Manuel Beltran e o grupo da frente.
Mas a meio da tarde, e por curiosidade, fui ver as
classificações da tirada. E tal não é o meu espanto
apanhar. Apesar de já termos mais de 300km nas
pernas, e pouco descanso, mais uma vez saiu-se
a 1000 por hora! Mas desta vez consegui aguentar
melhor o grupo da frente, apenas composto por
cerca de 10 elementos, e Manuel Beltran não era
um deles. Mais uma vez, quem impunha um ritmo
muito forte neste grupo era o checo Martin Horak.
Rolámos muitas vezes a quase 40km/h, e ninguém
ia à vontade na roda do campeão checo. Apesar de
me sentir bem, tive mesmo que ceder e seguir o
meu ritmo. Passados os 15km do troço em pedra,
aumentei o ritmo e ainda consegui passar por 2 ciclistas que iam na frente. Nessa etapa fiz 10º e subi
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
61
Por terra
Titan Desert
pequeno-almoço, e um toldo onde colocamos os
nossos sacos-camas para pernoitar. Também havia
lavatórios para uma higiene mínima, mas rapidamente terminou a água.
Assim, no segundo dia do Titan, tivemos que transportar carga extra.
Depois de ter terminado a primeira etapa bastante desgastado (físico e psíquico) e com bastantes
dores musculares, devido à queda, às cãibras, ao
ritmo da prova e à avaria da suspensão, a minha
condição e a moral no segundo dia não estavam em
alta. No entanto, quando se deu o tiro de partida,
mais uma vez posicionei-me na frente. Nos primeiros 2km o ritmo até era confortável, mas logo de
seguida o checo Martin Horak atacou fortíssimo!
Ainda tentei seguir o grupo da frente, mas de imediato vi que era impossível. Continuei a pedalar, até
que fui apanhado por um grande grupo (cerca de
20) no qual vinha a líder feminina – Rebeca Rush.
Foi nesta altura que tive um corte de corrente. Pensei: “vão uns 20 na frente, estou todo dorido (sobretudo mãos, braços e costas), a principal adversária
da minha colega Celina vem aqui comigo, e eu não
faço ideia se a Celina vem próximo ou mais atrasada!”. Naquele momento decidi esquecer a luta
Por terra
ao primeiro lugar da categoria Master. A faltar duas
etapas para o final do Titan, era 12º da classificação
geral e líder da classificação Master, com 17 minutos de vantagem do espanhol Manuel Beltran.
A quinta etapa foi a mais curta – 61km – e também
a mais rápida – 33km/h. Mais uma saída a fundo,
mais uma vez apanhei o comboio da frente, e mais
uma vez Manuel Beltran ficava para trás. Com isto
consolidei a minha liderança, tinha agora 45 minutos de vantagem.
nas descidas finais. Eu não quis arriscar, pois na
situação em que estava tinha garantida a vitória na
categoria, e segui no meu ritmo.
No final dos 6 dias de competição tinha conseguido o meu objectivo principal – vencer a categoria
Master – e fiquei apenas a 1 lugar do meu objectivo
secundário – o top-ten da classificação geral. Quem
diria?! Depois de logo ao segundo dia pensar que já
não teria hipótese de atingir o meu objectivo!
Só podemos fazer o balanço de uma prova por etapas, após todas terem sido concluídas. Numa proDepois de uma noite muito mal dormida e a alimen- va de BTT com esta dureza, em que a capacidade
tação ter sido quase nula, no Sábado arrancámos de recuperação é o factor mais importante para
de Alba (Espanha) para a última etapa. Momentos um bom resultado, em que as condições, forneciantes, ainda tive uma situação de bastante stress. O das pela organização, para esta recuperação são
amigo Jota tinha trazido de Portugal uma suspen- escassas, todos os truques são importantes. No
são Lefty para substituir a que estava estragada. E meu caso em particular, e no caso de toda a equio Rui Silva (Barbo Racing) tinha a delicada missão pa Meo Team, em que todos foram finishers, um
de fazer a substituição em “cima do joelho” e sem dos truques utilizados, foi uma boa suplementaas ferramentas mais apropriadas. Serviu-se apenas ção nutricional. Como já referi a alimentação era
de um minúsculo alicate, que andava comigo no ca- desequilibrada. Mas toda a Meo Team estava bem
melbak para alguma emergência, um conjunto de suplementada, ou não tivéssemos o alto patrocínio
chaves de sextavadas e um taco de madeida GoldNutrition (uma curiosidade: Roberra. Felizmente e graças à experiência
to Heras também o tem). O Fast Recodo Rui neste tipo de situações de
very, o Goldrink Premium, o SAFE,
stress competitivo como mecâo ZMA, o Magnésio, o Tribulus, o
No final dos 6
nico oficial da equipa Yamanha
Muscle Repair e ainda o Kyodias de competição
(motocross) tudo correu bem,
-Dophilus (da marca Kyolic)
tinha conseguido o meu
e na última etapa, finalmenforam peças fundamentais
te tinha uma suspensão da
no sucesso de toda a Meo
objectivo principal – vencer
frente.
Team, do Roberto Heras e do
a categoria Master – e fiquei meu em particular. ø
apenas a 1 lugar do meu
Vitor Gamito
A última etapa tinha 110km
com 2.500 de subida acuobjectivo secundário – o
mulada. Subidas longas junto
top-ten da classificaà Serra Nevada. Foi o dia que
ção geral.
me senti melhor. Quando Milton Ramos, principal adversário de
Roberto Heras, atacava nas subidas mais inclinadas, só ficávamos
4 na frente: Milton, Heras, Pinto e
eu. Depois o grupo abrandava e alguns ciclistas juntavam-se ao grupo. Entretanto, e por momentos,
perdemo-nos duas vezes. Tinham
retirado algumas marcações colocadas pela organização. Isto foi
pretexto suficiente para alguns
atletas (aqueles que iam mais
juntos) convencerem os outros a
fazer um pacto de não agressão
durante o resto da etapa. Todos
concordaram (ou quase todos). A
partir daqui seguimos num ritmo
moderado. Terminadas as subidas
mais duras, alguns lançaram-se
62
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
TARIFÁRIO
O MELHOR TARIFÁRIO,
VENHA O OITO QUE VIER.
Com o tarifário Pop 8 da Optimus sempre que
carregas falas mais barato. Adere ao Pop 8 e fala
até 8 cêntimos por minuto para todas as redes.
O POP 8 é o melhor tarifário, venha o oito que vier.
optimuspop.pt
800 93 88 88
Por água
CANYONING
NA PÉROLA
DO ATLÂNTICO
O “Canyoning” é um desporto de
aventura que se desenvolve nos
leitos abruptos de ribeiras quase
inexploradas, e para ultrapassar
os obstáculos temos de caminhar, saltar, fazer rappel e nadar.
A ilha da Madeira é sem sombra
de dúvida um dos melhores lugares de Portugal e da Europa para
a prática desta modalidade. Oferecendo uma paisagem deslumbrante aliada a boa temperatura
que se faz sentir ao longo do ano,
a Madeira oferecer mais de sessenta itinerários de Canyoning
que podem variar em termos de
grau de dificuldade e beleza.
F
azer Canyoning dentro da floresta
Laurissilva catalogada pela UNESCO
como Património Mundial da Humanidade desde 1999 é uma experiência
única e inigualável. A abundância de
água nesta floresta faz com que o Canyoning
seja das actividades mais procuradas pelos milhares de turistas que visitam a ilha ao longo do
ano. O verde que se faz brotar das principais espécies de Lauráceas levam nós a descobrir uma
64
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
floresta única que só através do Canyoning pode
ser observada no seu estado primitivo.
Adventure Kingdom é uma empresa de referência na área do canyoning, oferecendo a todos os
clientes a possibilidade de descobrir a modalidade sempre acompanhado e guiado em segurança por guias devidamente credenciados pela
federação de campismo e montanhismo de Portugal.
www.madeira-adventure-kingdom.com
■■ Devido a orografia da ilha desde cedo o Madeirense “habitou-se” ao uso de manobras de
cordas chegando no inicio a praticar um desporto semelhante ao Canyoning denominado de
“Aguagens”.
■■ O Canyoning como modalidade foi introduzido
na Madeira pelas mãos do Francês Antoine Florin no ano 2000, tendo sido o pioneiro da actividade na Madeira e tendo equipado a grande
maioria dos Canyons.
■■ Entre 2000 e 2005 foram abertos na Madeira perto de uma trintena de Canyons.
■■ Em 2007 foi publicado pelo Antoine Florin um
guia com os croquis das ribeiras equipadas por
ele próprio.
Equipamento
individual para
o Canyoning:
Fato de Neoprene de 5 mm
Capacete
Botas de Canyoning ou ténis
Arnês equipado (Mosquetões, oito,
e longes)
Cordas principal e de Resgate
Mochila equipada com Bidão, Kit
de Primeiros socorros e Telemóvel
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
65
Por água
CANYONING
Canyoning
na Madeira
Por água
Testemunho:
“UMA EXPERIENCIA INESQUECÌVEL”
Fazer Canyoning foi um dos nossos melhores momentos durante a visita a Madeira,
é uma actividade acessível a todos graças as explicações dos guias que em todo
momento estiveram atentos as nossas necessidades. Uma forma divertida de fazer
desporto e desfrutar das paisagens da ilha
nadando em lindas lagoas. (…) ø
www.tripadvisor.com
APP IPHONE
Knot Guide
As pessoas de todo o mundo,
desde os tempos antigos, descobriram que os nós são ao mesmo
tempo fascinantes e essenciais.
Estes são usados na vela, escalada, poda de árvores, joalharia,
nas tarefas diárias, entre outros.
Se é novato ou tem alguma
experiência com cordas, Knot
Guide irá ajudá-lo!
http://itunes.apple.com/us/app/knot-guide/
id293111210?mt=8
66
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Por água
 Indoor
1
PREPARAÇÃO
PARA
CANYONING
INDOOR
2
Trabalho para o músculos peitorais e
braços em máquina.
Recomendação- 3 séries x 20 repetições
68
P
ara participares numa actividade de
Canyoning, para além de saberes as
principais técnicas de rappel, escalada e
natação, deves ter uma boa preparação
física! Se queres entrar nesta aventura
com toda a segurança, segue as sugestões de exercícios do Professor Cláudio Silva do Aquafitness Health Club, e prepara-te indoor para uma grande AVENTURA OUTDOOR! Irás conhecer locais fantásticos,
paisagens inesquecíveis e a diversão é garantida.
Boas Aventuras ø
3
Trabalho de resistência para os músculos das costas, ou dorsais, em máquina.
recomendações: 3x 20
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
4
Trabalho de força para os biceps no
puxador.
4x10
Na foto: Paula Teixeira
Trabalho para o recto abdominal
Ajuda na sustentação e equilíbrio do tronco.
Recomenda-se 4 séries de 30 repetições cada.
Por água
Treino Indoor
5
Trabalho para os oblíquos.
Ajuda sempre nos movimentos de rotação do tronco durante as descidas e subidas.
Recomeda-se 2 séries de 25 repetições .
7
Trabalho de força para os músculos
posteriores da coxa.
recomendações- 4x10
8
6
www.aquafitness.pt
Trabalho dos membros inferiores com
maior incidência nos músculos da coxa.
4X12
Trabalho de resistência com cabo para
os ombros na máquina Kinesis.
3x20
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
69
Por água
 Evento
Cerca de 50.000 pessoas visitaram o maior
festival de desportos
de ondas da Europa
T
erminou a quinta edição do Santa
Cruz Ocean Spirit, na Praia do Navio, em Torres Vedras. Depois da
neblina de manhã e de temperaturas muito altas durante o dia, foram
conhecidos os vencedores do Ocean Spirit Santa
Cruz World Waveski Surfing Titles e do Internacional de Skimboard. Já a categoria principal da
prova de Bodyboard, o “Vert Pro-Am Santa Cruz
powered by Custom X”, não pôde ser concluída
devido às condições do mar.
Nas finais do Mundial de Waveski, prova que recebeu quase 80 atletas, o grande vencedor da categoria Open foi o francês Virgile Humbert, campeão do mundo júnior em 2009 e campeão francês
Open em 2010. “Foi uma grande surpresa, ter
ganho. Aliás, também não esperava estar na final!
Defrontei o Rees Duncan nas meias-finais, que é
um campeão mundial. E ter acesso à final foi magnífico para mim. Nem consigo exprimir o que sinto agora”, disse depois de subir ao pódio. Esta é a
segunda vez que está em Portugal. “Estive na Ericeira em Setembro do ano passado, a surfar boas
ondas”. Virgile acrescentou ainda que vai voltar
em breve. Sobre o Santa Cruz Ocean Spirit comentou ainda: “É uma ideia excelente, juntar todos os
desportos. É óptimo estarmos juntos e divertirmo-nos.” Em segundo lugar ficou o também francês
Pablo Arrouays, vice-campeão francês Open em
2010 e três vezes campeão francês júnior.
70
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Fotos: Tomanephotos.com/Zeca Photography
Santa Cruz
Ocean Spirit 2011
Entre os Veteranos (com mais de 60 anos), o
primeiro lugar foi para o sul-africano Willy Graser. Nos Grandmasters, o vencedor foi o francês
Charles DuPlessis. Nos Masters, a vitória foi para
o australiano Stephen Farthing, o grande destaque da categoria. O seu conterrâneo Rees Duncan venceu a categoria de Séniores, e o francês
Mael Divialle a de New Age. Entre os Juniores, o
primeiro lugar foi para o francês Pablo Arrouays
e nos Cadetes para Maxime Gaborit (FRA). Na
categoria Women, a vencedora foi a sul-africana
Sandra Piennar.
Além destes, que subiram ontem ao pódio do
Santa Cruz Ocean Spirit, foram ainda atribuídos alguns prémios especiais, nomeadamente
para a melhor onda, que foi para o australiano
Rees Duncan, alcançando 9,67 pontos (em 10
possíveis). Destaque ainda para o prémio para
o atleta mais velho, o escocês David Allan, com
70 anos, e para o atleta mais jovem, o francês
Baptiste Escola, com 13 anos apenas.
De salientar também o prémio “The Reason for
Living”, para o atleta norte-americano Jeff Munson, pela atitude e coragem de ter continuado,
após uma lesão na coluna que há 11 anos o deixou paraplégico, num acidente de surf.
A prova de Bodyboard “Vert Pro-Am Santa Cruz
powered by Custom X”, a decorrer com quatro categorias (Pro/Am, Júnior, Dropknee e Women), só viu três delas serem concluídas.
que contou com o maior Prize Money de sempre nesta categoria, no valor de 2000 euros, a
grande vencedora foi Sofia Lopes. Leila Mendes
ficou em segundo lugar, Filipa Pinto em terceiro
e a brasileira Viviane Grieco em quarto.
“Estava um bocado renhido entre mim e a Leila.
Eu fiz duas boas ondas e pensei que se calhar
ia safar-me. Quando ouvi o meu nome… foi o
delírio,” confessou Sofia Lopes, que foi também
uma das organizadoras do evento.
“Foi muito engraçado! Eu e a Pipa [Filipa Pinto]
fartámo-nos de trabalhar para deixar tudo feito,
mas é de louvar a RESUL, pelo apoio que nos
deu. Não é todos os dias que alguém aposta num
desporto que é diferente, mas que está a crescer.
No entanto, foi isso mesmo que fez com que nos
quisessem patrocinar,” acrescentou.
Até para o ano Santa Cruz, seguramente com
muito espírito! ø
Purofeeling Comunicação
Sabe mais sobre o Ocean Spirit em www.oceanspirit.pt
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
71
Por água
Ocean Spirit 2011
Na categoria Júnior, o grande vencedor foi Daniel Fonseca, actual campeão nacional sub-18.
Entre as senhoras, o primeiro lugar foi para Catarina Sousa. A Top 4 mundial destacou-se ainda
na prova Pro/Am, depois de ter passado várias
rondas e eliminado alguns dos melhores atletas
em prova. Na categoria “Dropknee”, o vencedor
foi André da Silva, que destronou Nuno “Batata”
Leitão, o grande favorito.
No Internacional de Skimboard, prova que é
disputada nas categorias Open, Sénior, Master,
Feminino, Júnior e Juvenil, decorreram hoje as
meias-finais e finais de todas as categorias. A final Open premiou Hugo Santos como o grande
vencedor da prova, deixando o segundo lugar
para Emanuel “Mega” Embaixador (actual campeão nacional), o terceiro para André Abrantes e
o quarto para Lino Curado, atleta de 31 anos que
pratica a modalidade desde os 9.
Depois de serem anunciados os vencedores, o
ex-campeão nacional confessou que não estava
à espera. “Nunca se está à espera, mas o heat
correu bem... estava à espera de uma boa posição, talvez segundo ou terceiro”, disse. Hugo
Santos venceu o heat graças a uma última onda,
em que alcançou dez pontos, a pontuação máxima. “Percebi que seria muito bem pontuada,
mas nunca esperava um 10! Talvez um 9... não
tinha ideia que tinha sido assim tão boa”, conta.
Hugo Santos acumula já nove títulos de campeão Europeu. Sobre os nacionais, diz que já
lhes perdeu a conta. “Sinceramente, não sei ao
certo, mas acho que são oito ou nove.” O atleta
já vem ao Santa Cruz Ocean Spirit desde o primeiro ano e promete voltar. “É o campeonato
pelo qual todos nós esperamos. Não é só um
conjunto de modalidades mas um encontro de
amigos de várias modalidades.”
Já no “Spirit Skim Girls”, uma prova feminina
Por ar
 Evento
Red Bull X-Alps 2011
Só dois sobreviveram...
Fotos: Red Bull Contentpool
Ventos fortes, chuva e até nevões. As condições climatéricas instáveis
fizeram da edição deste ano do Red Bull X-Alps a mais dura de sempre.
Percorrendo 1807 quilómetros de parapente e a pé, o suíço Christian
Maurer voltou a vencer no ano de estreia de Portugal.
72
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Por ar
Red Bull X-Alps 2011
avançar para ver mais fotos
D
epois de cumprida a sua quinta edição, o Red Bull X-Alps reforçou claramente o seu estatuto. Não é à toa
que esta é já considerada uma das
mais duras expedições de desportos
não-motorizados do Mundo. Uma elite de 30 atletas
de 22 países foi escolhida para enfrentar no prazo
máximo de 14 dias um percurso de 864 quilómetros entre a cidade austríaca de Salzburgo e o Mónaco. Exclusivamente a pé e de parapente, poucos
foram no entanto os que “sobreviveram” à extrema
dureza alpina.
O traçado passou por quatro países e incluiu os
principais picos dos Alpes - incluindo o famoso
Monte Branco com os seus 4792 metros. Condições
climatéricas muito instáveis, com ventos fortes,
chuva e até nevões acabaram por transformar o
dia-a-dia da caravana num autêntico calvário. Foi
neste quadro negro que se destacou uma vez mais
o suíço Christian Maurer - que repetiu a vitória de
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
73
Por ar
2009 e aterrou no Mónaco ao fim de 11 dias, 4 horas e 22 minutos. A proeza de Maurer é ainda mais
expressiva se tivermos em conta a vantagem que
alcançou no terreno - quase 200 quilómetros face
ao seu mais directo perseguidor - e também o facto
de ter recebido uma penalização que o obrigou a
estar parado 24 horas! Questionado no fim sobre o
seu estado de espírito, Maurer disse “precisar de algum tempo para gerir o que sente”. A aproximação
ao Mónaco incluiu até algumas acrobacias, sem
dúvida um sinal da satisfação do atleta que afirmou
mais tarde ter temido o pior; “Pensei que teria de
andar até à meta, mas felizmente consegui voar”.
Além de Maurer, apenas o romeno Toma Coconea
conseguiu cumprir o objectivo final do Red Bull X-Alps - chegando ao Mónaco ao fim de 14 dias (próximo do limite imposto pela organização). Dos 30
atletas que partiram de Salzburgo, 12 desistiram ou
foram eliminados e os restantes 16 ficaram no terreno a distâncias que variaram entre 9 e 400 quilómetros do Mónaco.
Os 1.807 quilómetros (1.321 em parapente e 486
Kms a pé) que Maurer teve de percorrer face ao
traçado ideal da prova (864 Kms) mostram bem o
esforço físico e psicológico que está em causa no
Red Bull X-Alps.
74
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
NUNO VIRGÍLIO
FAZ BALANÇO POSITIVO DA ESTREIA
Embora não tenha conseguido chegar ao fim,
Nuno Virgílio escreveu mais um capítulo na história do desporto português. Eliminado ao fim de
seis dias de competição, o recordista português de
distância de voo em parapente faz um balanço positivo desta estreia no Red Bull X-Alps; “Mesmo não
tendo cumprido o objectivo de chegar ao Mónaco,
estou consciente de que dei o meu melhor e vivi
aqui uma experiência única. Infelizmente as condições climatéricas adversas não me permitiram
voar muito e por isso acabei por me atrasar... Mas
mais do que isso, as pesadas penalizações que sofri
acabaram por ser fatais. Agora é tempo de reflectir
e começar já a pensar na próxima edição!”.
Com 32 anos, Nuno Virgílio é recordista nacional
de distância de voo em parapente e também um
dos mais internacionais atletas neste campo. Para
esta aventura, o parapentista de Juncal (Leiria)
contou com o apoio logístico do experiente montanhista Samuel Lopes, de 46 anos. Para se prepararem para este, ambos seguiram um rigoroso
treino desenvolvido pela Faculdade de Motricidade
Humana – pela mesma equipa que orientou, entre
outros, o alpinista João Garcia. ø
Thomaz Mayo
Por ar
Red Bull X-Alps 2011
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
75
Fotografia
 Entrevista – Chakall por Magali Tarouca
FOTO: Artur
Nem só de aromas e sabores é
feito o dia-a-dia do mais mediático chef de cozinha do nosso
país. Por detrás do turbante a
que nos habituámos a ver na televisão e nas revistas, encontra-se um homem do mundo, apaixonado pelas emoções fortes e
com um baú repleto de recordações e experiências de vida
únicas que resolveu partilhar
com a revista Outdoor. Foi em
conversa com o chef Chakall que
descobrimos um dos prazeres
que mais condimenta a sua vida:
a fotografia!
76
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
N
A curiosidade natural de um jornalista aventureiro
fez com que Chakall saísse do seu país e partisse
numa busca incessante por si próprio. Percorreu
todo o mundo e pode-se orgulhar de ter no currículo mais de 90 países visitados, mas foi no Continente
Africano que encontrou uma paixão inesperada: a
culinária. Depois de uma passagem de um ano, em
1998, por Portugal, Chakall partiu numa aventura
de dois anos por África onde se abriram as portas
para um mundo novo de cheiros e sabores desconhecidos. Munido de especiarias e com um turbante debaixo do braço, que viria a ser a sua imagem
de marca, regressou a Portugal pronto para iniciar
um brilhante percurso enquanto chef de cozinha.
Depressa se deixou cativar pelo nosso país e resol-
Fotografia
Entrevista – Chakall
asceu a 5 de Junho de 1972, em Buenos Aires. Fruto de uma mistura das
culturas galega, basco-francesa, helvético-alemã, italiana e indígena do
norte da Argentina, Chakall revela
ter herdado da sua família o espírito de aventura, nunca podendo prever o que estará a fazer no
dia seguinte. Jornalista de formação, tirou o curso
na Universidad del Salvadore e chegou a exercer
a profissão no diário El Cronista de Buenos Aires.
No entanto, o destino do jovem chef reservava-lhe
outras direcções, bem mais longínquas, imprevisíveis… e saborosas.
A curiosidade natural
de um jornalista
aventureiro fez com
que Chakall saísse do
seu país e partisse
numa busca incessante por si próprio.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
77
Fotografia
Mas, mesmo com uma
agenda tão preenchida, o chef tem
ainda tempo para
alimentar uma das
suas paixões: a
fotografia.
veu ficar, tendo comprado uma casa na Lourinhã,
onde é o feliz proprietário de uma colorida horta na
qual planta muitos dos alimentos que enchem de
vida e cor os seus peculiares e inconfundíveis cozinhados. Mais de uma década depois de ter abraçado o nosso país, o cozinheiro construiu um verdadeiro império de sabores e é, actualmente, é um
dos mais prestigiados e originais chefs de cozinha
nacional. Mas, como o seu espírito inquieto não lhe
permite resignar-se à rotina de um comum mortal,
ao longo dos anos Chakall tem alternando os seus
negócios em Portugal, onde gere vários restaurantes, com o lançamento de vários livros de cozinha,
os seus projectos na Alemanha, na França, em Espanha, e nos Emiratos Árabes Unidos e o programa
de televisão na China.
Mas, mesmo com uma agenda tão preenchida, o
chef tem ainda tempo para alimentar uma das suas
paixões: a fotografia. Pode-se dizer que o gosto pela
imagem nasceu com ele, e tem vivido consigo quase como uma testemunha do seu percurso inesperado e apaixonante. “Antes de qualquer carreira,
em pequeno pegava numa Polaroid e fazia fotografias aos meus familiares. Adorava ver algo congelado no tempo e ficava fascinado com a magia que
estava por detrás disso”, conta-nos.
Quando questionamos Chakall sobre o que consi78
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Fotografia
Entrevista – Chakall
dera serem os ingredientes essenciais para fazer
uma boa fotografia, o chef afirma que são “a luz e o
enquadramento que mostram o olhar do fotógrafo.
Um metro mais à frente ou mais atrás muda radicalmente o significado do que queremos transmitir. Na verdade, nunca fiz uma fotografia a pensar
em quem a vai ver, mas somente em mim próprio”,
sublinha.
Como companheira de viagem Chakall não dispensa a sua Sony Alpha 850. “Não trocava esta câmara
por nenhuma das marcas mais conhecidas. Uso
várias objectivas fantásticas: uma 24-70 mm, uma
50mm, uma 85 mm, uma 135 mm e uma objectiva
olho de peixe. Para além disso, todas as imagens
que faço gravo-as simultaneamente em RAW e
JPEG.
Na fotografia o que mais o atrai são os retratos e
os objectos, tendo desde sempre optado por fotografar paisagens apenas com a mente. “Os retratos
mostram o percurso de uma vida. Os olhos, a boca
dizem-nos muito mais do que pensamos. Se forem
de pessoas de idade, temos um mundo de rugas
que me fascinam.” No entanto, Chakall tem um
sentimento duplo em relação a retratar alguém. “
Por um lado, quando vejo alguém que me chama
a atenção quero fazer a fotografia para ficar com
essa memória registada, mas, por outro lado, não
quero ’interromper’ o momento com uma câmara
fotográfica. Quanto aos objectos, são motivos que
mostram algo. Por exemplo, adoro fotografar cartazes porque, muitas vezes, sem estarem inseridos
numa cultura, podem até ser ridículos ou cómicos:
imaginem em Portugal um cartaz a proibir elefantes de atravessar uma estrada.”
Apesar de ser no deserto que se sente “como um
peixe na água” Chakall considera Portugal uma
verdadeira caixinha de surpresas. “O parque nacional da Peneda-Gerês é fantástico assim como o
Alentejo, o Douro e o Minho. É difícil dizer de que
zona gosto mais porque cada lugar tem o seu encanto, mas julgo que as ilhas dos Açores me cativaram bastante”.
Além fronteiras, desde o Pólo Norte onde fotografou
uma rena a cair de um avião em pleno voo à Mauritânia onde se viu encurralado dentro de um jipe,
rodeado pela água do mar e sem conseguir fugir, foi
durante a sua viagem pelo Ghana, em África, que
Chakall viveu uma das situações mais surreais da
sua vida. “Eu e os meus amigos estávamos à espera
de um barco para subir o lago Volta e convidaram-nos para a festa de uma tribo. Estava tudo a correr
lindamente até que começámos a tirar fotografias
com uma Polaroid. De um momento para o outro,
as pessoas começam a lutar pelas fotos e rapida-
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
79
Fotografia
mente a festa se transformou numa
guerra campal entre duas famílias.
Voaram pedras e facas e nós a correr no meio de toda aquela confusão que, no fundo, tinha sido
provocada por nós. Para eles,
era uma máquina que fazia magia negra, pois fazia aparecer os
rostos das pessoas em segundos.
Julgo que ainda guardo fotos deste momento.”
É caso para dizer que a vida do cozinheiro dava um livro de aventuras, com
as centenas de histórias que terá para contar.
Toda a sua vida tem sido pautada pela aventura e
pelo gosto pelo desconhecido, é assim que Chakall
quer continuar a encarar o futuro. Com uma série
de projectos guardados na manga, este verdadeiro
homem dos sete ofícios está sempre a postos para
abraçar um novo projecto com o qual se identifique, sempre com a mesma energia e profissionalismo que são o seu melhor cartão-de-visita. Quanto
à fotografia, entre tachos e panelas, Chakall não irá
abandonar a magia da fotografia que o apaixonou
em criança. Aguardaremos curiosos para saber o
paladar das suas próximas fotografias, certamente
com um intenso sabor a aventura. ø
Quanto
à fotografia,
entre tachos e panelas, Chakall não irá
abandonar a magia
da fotografia que o
apaixonou
em criança.
80
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
A natureza é algo absolutamente surpreendente e consegue proporcionar momentos em que só se
acreditamos quando vemos com os nossos próprios olhos. Esta imagem foi registada no início deste
ano, em Ponte da Barca, num dia em que, momentaneamente, a chuva deu lugar a um lindo céu violeta,
carregado de nuvens baste peculiares. Depois de carregar no obturador, ao olhar para o ecrã da câmara,
não queria acreditar no efeito que uma nuvem em particular tinha criado ao ficar espelhada na água:
uma meia-lua gigante! São momentos como estes que nos fazem amar o nosso planeta e sentirmo-nos
privilegiados por estarmos no momento certo, à hora certa com uma câmara na mão. De facto, a fotografia é algo único, permitindo registar para a eternidade um momento que dura apenas um segundo. ø
Foto: Magali Tarouca
Magali Tarouca http://www.facebook.com/Magali.Tarouca.Fotografia
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Fotografia
Foto do Mês
Fotografia do mês
Fotografia
 Portfólio do mês — Ricardo Silva Alves
Escalada
Filipe Silva batalha na via ‘’bLAbLAbLA’’, localizada na parede
do Meio Mango – Cabo Espichel. A descoberta do Meio Mango
foi uma lufada de ar fresco na escalada Nacional e depressa
se tornou o laboratório de dificuldade da zona de Lisboa.
82
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
numa beleza natural estonteante. Talvez o gosto pela fotografia tenha começado aí, na tentativa de retratar as magníficas paisagens ou de
captar os pequenos detalhes da natureza.
A vontade de conhecer novos lugares tem sido
a força motriz para viajar por esse mundo fora,
aliando o gosto pela aventura, à paixão pela fotografia.
Este portfólio, é constituído por fotografias das minhas grandes paixões… Escalada e Natureza!
Fotos: Ricardo Silva Alves
A
escalada e a fotografia sempre andaram de braços dados ao longo da
minha vida. Não sei ao certo qual
surgiu primeiro. A escalada diria
que é uma paixão mais instintiva e
encaro-a como uma experiência espiritual. A
fotografia ocupa a veia artística e potencia mais
o meu lado criativo.
Como amante da natureza, dou por mim muitas
vezes em lugares selvagens, isolados e imersos
Fotografia
Portfólio
Leopoldo Faria sobe uma parede numa das milhares de ilhas de rocha que é possível encontrar em Halong Bay – Vietname.
Um destino Asiático também muito procurado pelos adeptos do dwg ou psicobloc (escalada sem corda sobre a água).
Leopoldo Faria experimenta um novo projecto na Serra de
Sintra. Devido à densa floresta, muitos blocos de Sintra só
são encontrados por mero acaso e passado algum tempo
voltam a ser engolidos pela vegetação.
Edgar Silva a fazer boulder no caos granítico do Covão
Cimeiro – Serra da Estrela. A serra alberga ainda uma das
maiores zonas de bloco do País, a Pedra do Urso, situada
perto das Penhas da Saúde.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
83
Miguel Loureiro suspenso no tecto da Praia do Beliche - Sagres, num típico dia de Verão.
Sagres, ao longo da sua faixa costeira oferece excelentes condições para prática de escalada desportiva, dws ou psicobloc (escalada sobre a água) e boulder sobre a areia.
Biografia:
Ricardo Silva Alves, natural de Lisboa, viveu em Macau durante 8 anos
e regressou para se formar em Engenharia Civil pela FCT da UNL em
2000. Hoje em dia reparte o seu tempo trabalhando como engenheiro
e fotografando. O seu fascínio pela
fotografia despertou por volta dos 16
anos no decorrer de viagens pela Ásia
e desde aí nunca mais se extinguiu. A
sua paixão pela natureza e aventura
faz com que passe muito tempo no
exterior, explorando lugares exóticos e captando a natureza em estado puro com a sua câmara. Procura
essencialmente composições dinâmicas, cores fortes e ângulos com
impacto. As suas fotografias já foram
premiadas e publicadas em diversas
revistas Nacionais e Internacionais e
Participou em várias exposições colectivas e individuais.
84
Nuno Pinheiro na via ‘’Esta via não é para velhos’’, a aguentar o
lançamento com a força dos braços. A via situa-se no Espinhaço
– Cabo da Roca, uma das mais emblemáticas paredes do País.
Nicolas Favresse a escalar o clássico esporão ‘’Varano’’ em Albarracin, enquanto um amigo lhe aponta a próxima presa que deve agarrar. Por vezes a escalada pratica-se à noite para tirar o máximo partido das baixas temperaturas.
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Fotografia
Portfólio
Palácio da Pena envolto em nevoeiro, erguendo-se
acima da floresta de mágica de Sintra.
Praia da Adraga, ao pôr-do-sol, com as suas peculiares
formações de rocha esculpidas pelo vento e pelo mar.
www.pbase.com/ricardoalves ø
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
85
Fotografia
 Truques e Dicas de Joel Santos
Fotografar
cascatas
Fotografar cascatas pode ter tanto de
compensador como de frustrante.
Para que nada falhe é importante que,
mesmo antes de sair de casa, tenha
em conta alguns aspectos, que vamos
partilhar consigo.
A
ntes de mais, o primeiro aspecto fulcral é verificar as condições meteorológicas. Se estiver no Verão e não
chover há bastante tempo, existe a
probabilidade de chegar ao local e ter
apenas um fio de água a correr. Contudo, se tiver
chovido recentemente, certamente verá a cascata
no seu máximo potencial e, consequente, as imagens poderão ficar mais impressionantes.
Outro aspecto que não deverá descurar é a presença (ou ausência) de luz solar a incidir directamente sobre a cascata. Assim, idealmente, deverá esperar até a mesma se encontrar à sombra,
senão acabará com uma fotografia sobreexposta
nas altas luzes e sem qualquer tipo de detalhe na
água, o qual nem em pós-produção conseguirá recuperar. Deste modo, procure fotografar ao nascer
ou ao pôr-do-sol. No entanto, se estiver bastante
nublado, poderá fotografar em qualquer altura
do dia, já que os contrastes tendem a estar
muito mais atenuados, resultado de as
nuvens atuarem como um difusor
natural da luz solar.
cata, principalmente se for uma com um grande
fluxo água, é possível que existam gotas a saltar
constantemente. Por isso, não se esqueça de ter
sempre à mão um bom pano de limpeza para
poder ter a objectiva sempre imaculada, evitando
o dissabor de ter imagens que julgava boas
completamente arruinadas pelas pequenas gotículas de água. Já agora,
Outro aspecto
evite trocar de objectivas perto da
que não deverá
Ultrapassada a questão da mecascata. Faça-o num local seco e
lhor altura para fotografar,
onde não haja pó, nem gotas de
descurar é a presenimporta agora equipar-se
água, no ar. Outra ferramenta esça (ou ausência) de
para ir para o terreno. Um
sencial, sem a qual nem vale a pena
luz solar a incidir dipar de galochas é um bom
aventurar-se a fotografar cascatas, é
aliado caso seja um fotógrafo
o tripé. Ele permitirá fotografar com
rectamente sobre a
aventureiro e goste de enquabaixas
velocidades de obturação (ou
cascata.
dramentos mais arrojados que
seja, com tempos de exposição mais
o levem a entrar pelo rio dentro.
longos) para conseguir aqueles efeitos
Tenha atenção à subida do nível das
de arrastamento da água com que a maioria
águas se começar a chover, pois, a certa aldos fotógrafos sonham. Também facilitará o uso
tura, poderá ver-se “encurralado” no meio do rio, do filtro polarizador, perfeito para reduzir os rejá para não falar das pedras escorregadias quando flexos na superfície da água e da vegetação cirse encontram molhadas. Se estiver a fotografar ao cundante, mas igualmente útil para aumentar a
final do dia e estiver num local de acesso compli- exposição em cerca de 1 a 2 stops (aumentando
cado, é sempre bom levar uma lanterna consigo assim a probabilidade de obter um arrasto por mopara iluminar o caminho de regresso. Numa cas- vimento na água). Caso o seu tripé seja muito leve
86
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Fotografia
Truques e Dicas
e esteja muito vento, pode sempre tentar pendurar
um saco com pedras ou mesmo a sua mochila da
fotografia no gancho da coluna central (ou à volta
da cabeça do tripé) para o tornar mais estável. Um
bom aliado do tripé é o cabo disparador, já que
depois de ter a câmara montada no tripé não vai
querer estragar tudo quando carregar no botão do
obturador e tremer a câmara com a pressão dos
dedos. Se não tiver cabo disparador, pode sempre
activar o temporizador da sua câmara.
De um ponto de vista técnico, poderá usar o modo
de exposição Prioridade à Abertura, definindo
um valor de f/ elevado (isto, é uma abertura pequena). Desta forma, não só maximizará a profundidade de campo (obtendo assim nitidez do
primeiro plano ao plano de fundo, não se esqueçendo de focar para o primeiro), mas também
aumentará os tempos de exposição (quanto mais
pequena a abertura, maior o tempo de exposição,
o que, como já foi mencionado, contribui para o
efeito de arrastamento da água). Também será importante definir uma sensibilidade ISO baixa (ISO
100, por exemplo), para obter a máxima qualidade
de imagem e, novamente, aumentar os tempos
de exposição. De resto, sobretudo se fotografar
no formato JPEG e não em RAW, importa definir
um equilíbrio de brancos apropriado ao tipo de luz
ambiente, sendo que, tipicamente, as definiçoes
Nublado e Sombra oferecem os melhores resultados, conferindo cores quentes e vivas, sem as
inestéticas dominantes de azul.
Por fim, no que diz respeito à composição, importa
experimentar todos os pontos de vista possíveis,
variando a orientação da câmara (vertical ou horizontal), procurando elementos no primeiro plano
que funcionem como ponto de interesse adicional
ou utilizando linhas condutoras do olhar (o próprio
curso da água ou algum tronco de árvore que esteja no local). Tenha também atencão a elementos
que possam funcionar como uma distração desnecessária, como galhos a cruzar a composição ou a
fazer tangentes com as extremidades do enquadramento.
Boas fotos! ø
Joel Santos
www.joelsantos.net
www.facebook.com/joel.santos.photography
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
87
Fotografia
 Aplicação para iPhone e iPad
FilterStorm
APP IPHONE
Para quem gosta de fotografia e está em permanente movimento, a aplicação FliterStorm é
uma excelente opção para importar, classificar
e, acima de tudo, tratar as suas imagens sem
necessidade de ir carregado com o portátil.
Q
uanto pensamos em tratamento de
imagem, a primeira referência que
nos vem à cabeça é o Photoshop, mas
no reino das aplicações para iPhone
e iPad a aplicação FilterStorm dá
cartas. Se tiver um iPad e um adaptador USB para
câmaras fotográficas (Camera Connection Kit), a
versão Pro permite-lhe importar imagens diretamente da câmara fotográfica ou de um cartão de
memória SD, criando coleções de imagens. O mesmo poderá ser feito com imagens já presentes no
iPad ou iPhone, quer estas tenham sido transferidas via iTunes ou realizadas com a câmara interna
(iPhone ou iPad 2).
Depois de criadas as coleções de imagens, estas
poderão ser classificadas com estrelas (de uma a
cinco), identificado aquelas que realmente merecem passar à fase da pós-produção. Adicionalmente, na versão Pro para o iPad, também poderá enriquecer os ficheiros de imagem com metadados,
atribuindo palavras-chave, título, descrição, entre
outras informações potencialmente relevantes.
88
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Um aspecto distintivo de todas estas ferramentas é
a facilidade com que estas podem ser usadas, bastando deslizar os dedos pelo ecrã para mover os
ponteiros de ajuste. Os ajustes podem ser aplicados
localmente, usando pinceis de tamanho, suavidade
e opacidade variáveis, mas também através de filtros digitais em gradiente. Como se tal já não fosse
suficiente, poderá ainda fazer seleções baseadas na
cor, o que permite tratar as imagens de uma forma
bastante profissional e flexível. Para dar o toque
final, a aplicação FilterStorm permite redimensionar, cortar, alinhar e rodar as imagens, isto sem
esquecer a possibilidade de criar uma moldura em
torno das fotografias ou até mesmo de adicionar
uma marca de água. A cereja no topo do bolo, re-
side no facto de todos os passos ficarem registados
num historial, o que permite, em qualquer altura,
regressar a um determinado ponto passado do tratamento de imagem.
Obviamente, esta aplicação não estaria completa
sem uma função de exportação dos resultados, algo
que também não ficou de fora. Assim, quando tudo
estiver pronto, poderá gravar o resultado final na
biblioteca de imagens do iPhone ou iPad, podendo
atingir uma resolução máxima de 7.5 megapíxeis
no iPad ou de 21 megapíxeis no iPad 2.
Em suma, como se pode constatar, nunca tanto poder de processamento de imagem esteve na palma
da sua mão, algo que, seguramente, irá mudar a forma como trabalhamos e partilhamos as nossas imagens num contexto em que a mobilidade impera. ø
Info sobre
a aplicação:
Preços
iPhone: €2,99
iPad: €2,99 ou €11,99 (versão Pro, que permite a importação/gestão de imagens a partir da própria aplicação)
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Fotografia
APP iPhone
Apesar de estas funcionalidades serem bastante impressionantes, designadamente quando temos em
consideração que se trata de uma aplicação para
um dispositivo móvel, são as ferramentas de edição
de imagem que realmente surpreendem. De facto,
o leque de opções é incrivelmente vasto: brilho/
contraste, curva de tons, saturação/matiz, equilíbrio
de brancos, nitidez, conversação para preto-e-branco, clonagem, mapeamento de tons (para simular o
aspecto hiperrealista da técnica HDR), inserção de
texto, redução/criação de ruído, correção de olhos
vermelhos, coloração, vinhetagem, posterização e,
por fim, fusão de duas exposição distintas.
S.O.S.
 Sobrevivência
A Gerber
apresenta
a colecção
Gerber Bear
Grylls
Produtos
SCOUTTM
Desenhada com os escuteiros em
mente, este modelo de faca foi
criado com base na experiência
do Bear como chefe dos escuteiros Ingleses e figura de proa para 28 milhões de escuteiros
em todo o mundo.
CARACTERÍSTICAS
■■ Faca dobrável, fina e leve;
■■ ½ Lâmina de serrilha em aço inox de carbono;
■■ Sistema de abertura nos dois lados - Para abertura fácil
apenas com uma mão;
■■ Pega ergonómica com textura aderente em borracha – Maximiza o conforto e não escorre nas mãos;
■■ Sistema de bloqueio – tranca de segurança para máxima
segurança;
■■ Clip para pendurar de forma conveniente no cinto e/ou
bolso;
■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear.
COMPACT SCOUT
TTM
O complemento perfeito do modelo
Scout. A Compact Scout é ultraleve e
muito compacta. Ideal para ter sempre à mão no seu bolso. Nunca se sabe
quando pode necessitar dela.
CARACTERÍSTICAS
■■ Faca dobrável, fina e leve;
■■ ½ Lâmina de serrilha em aço inox de carbono;
■■ Sistema de abertura fácil
■■ Sistema de bloqueio – tranca de segurança para máxima
segurança;
■■ Pega mais larga na zona dos dedos para uma maior aderência à mão;
■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear.
90
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
FOLDING SHEATH KNIFEM
Baseada no modelo Ultimate Knife, esta faca é
para quem não prescinde
de uma boa lâmina, mas
compacta, dobrável e facilmente transportada numa bolsa
ou no cinto.
CARACTERÍSTICAS
■■ ½ Lâmina de serrilha em aço inox de carbono;
■■ Sistema de abertura nos dois lados - Para abertura fácil
apenas com uma mão;
■■ Pega ergonómica com textura aderente em borracha – Maximiza o conforto e não escorre nas mãos;
■■ Sistema de bloqueio – tranca de segurança para máxima
segurança;
■■ Bolsa em Nylon - Leve, de nível militar, anti-mofo;
■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear.
FIRE STARTER
Pequena e compacta esta ferramenta para fazer fogo oferece
anos de uso. Com uma construção estanque à água mantem-se
seguro e seco para usar quando
necessita.
CARACTERÍSTICAS
■■ Compacto com haste em
ferrocério e incendiador (mecha) em metal;
■■ Cordão de segurança para colocar no pulso;
■■ Compartimento estanque para o incendiador;
■■ Apito de emergência – Integrado no cordão de segurança;
■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear.
Construção robusta, alicate de
mola, ferramentas com acesso pelo
exterior e um cabo extra aderente, o
seu nome: Ultimate multi-tool.
CARACTERÍSTICAS
■■ 12 ferramentas de aço inox resistente às intempéries:
■■ Alicate de pontas;
■■ Canivete;
■■ Serrilha;
■■ Serra;
■■ Chave Phillips
■■ Chave de fendas média
■■ Chave de fendas pequena
■■ Cordão com apito de emergência
■■ Abre garrafas;
■■ Abre latas;
■■ Tesoura
■■ Corta arame integrado no alicate
■■ Pega ergonómica com textura de borracha para maior
aderência e conforto;
■■ Alicate de molas para maior comodidade e uso com uma
só mão;
■■ Acesso às ferramentas pelo exterior;
■■ Sistema de segurança “Safe T.Plus” patenteado – Segurança melhorada com bloqueio das ferramentas em posição
de utilização;
■■ Bolsa em nylon - Leve, de nível militar, anti-mofo;
■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear.
COMPACT MULTI-TOOLTTM
O único alicate multi-funções compacto do mercado com
duas lâminas de tamanho normal. Este
multifunções é suficientemente pequeno
para ser usado num porta-chaves ou no
bolso, no entanto irá carregar consigo
úteis ferramentas para quando mais necessitar.
CARACTERÍSTICAS
■■ 10 Ferramentas:
■■ Alicate de pontas;
■■ Corta arame integrado no alicate
■■ Canivete;
■■ Serrilha;
■■ Chave Phillips
■■ Chave de fendas média
■■ Chave de fendas pequena
■■ Cordão com apito de emergência
■■ Abre garrafas;
■■ Pinças
■■ Compacto e ultraleve – Para usar no porta-chaves ou no
bolso
■■ Acesso às ferramentas pelo exterior;
■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear.
BASIC KITTM
Este conjunto de sobrevivência pode
salvar a sua vida. O lema aqui é: fique preparado…fique vivo! (stay prepared – stay alive)
CARACTERÍSTICAS
■■ Conjunto de 8 peças:
■■ Saco em nylon à prova de água;
■■ Faca Gerber Mini-Paraframe
■■ Apito de emergência;
■■
■■
■■
■■
■■
Fire Starter – Incendiador (Mecha)
Fósforos à prova de água
Fio de laçar
Corda de emergência
Bolas de algodão (para servir de mecha e atear fogo)
■■ Saco em nylon, ultraleve, com fecho de correr, à prova de
água
■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear.
ULTIMATE KIT
Um conjunto de sobrevivência criado para os ambientes
mais hostis. Leve o Ultimate Kit
consigo e espere nunca ter que o
usar. Se o fizer, ele contem tudo o
que necessita para sobreviver nas
mais adversas e duras condições.
CARACTERÍSTICAS
■■ Conjunto de 15 peças:
■■ Mini alicate multifunções
Gerber:
■■ Alicate de pontas
■■ Corta arame
■■ Canivete
■■ Serrilha
■■ Chave Phillips
■■ Chave de fendas pequena
■■ Chave de fendas média
■■ Pinças
■■ Abre garrafas
■■ Saco à prova de água
■■ Mini lanterna
■■ Serra de mão
■■ Espelho para sinalizar emergência
■■ Manta de sobrevivência
■■ Fire Starter – Incendiador (mecha)
■■ Fósforos à prova de água
■■ Bolas de algodão (para servir de mecha e atear fogo)
■■ Fio de laçar
■■ Corda de emergência
■■ Fio encerado
■■ Kit de pesca;
■■ Kit de costura médica
■■ Saco em nylon, ultraleve, com fecho de correr, à prova de
água
■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear.
PARANGTM
Esta paranga é a versão moderna dos tradicionais machetes usados pelas tribos da
selva. A sua pesada lâmina
torna mais fácil o trabalho
de abertura de trilhos. Uma
ferramenta inestimável na
selva.
CARACTERÍSTICAS
■■ Lâmina angulada – Ideal para abrir trilhos;
■■ Robusta lâmina em aço de carbono – Aumenta a força, resistente à corrosão e fácil de afiar
■■ Construção compacta – Aumenta a durabilidade;
■■ Pega ergonómica com textura de borracha para maior
aderência e conforto;
■■ Cordão de segurança para colocar no pulso;
■■ Bolsa em nylon - Leve, de nível militar, anti-mofo;
■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear.
mais informações em:
http://www.dualbrand.net/site/inicio.aspx
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
91
S.O.S.
Sobrevivência
ULTIMATE MULTI-TOOLTM
S.O.S.
...
Detecção e alerta de emergência
médica em Outdoor
APP IPHONE
First Aid White Cross
Mais informações: http://itunes.apple.
com/pt/app/first-aid-white-cross/
id295175159?mt=8
92
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Foto: Tatonka
Sabe como agir num cenário
de primeiros socorros? Se
não souber, “First Aid White Cross” é a aplicação certa
para as suas necessidades. É
fácil de usar e permite lidar
correctamente com uma situação de emergência.
O tema que hoje nos trás ao
vosso contacto, prende-se
com a ocorrência de acidente,
e doença súbita em eventos
outdoor. Gostaríamos de dar
o nosso contributo para que
cada elemento do staff de
cada organização de eventos
passasse a actuar como verdadeiro elemento integrado
no sistema, e por isso capaz
de reconhecer o grau da gravidade da situação com que se
depara, accionando somente
se necessário os serviços de
emergência médica (SEM).
Existem
muitas situações de Urgência
médica que não justificam o envio de meios de
Emergência Médica, embora não deixem de
ser urgentes, se compreendermos estes princípios, estaremos a contribuir para a disponibilização dos meios de emergência médica para
os casos que necessitam de fato deles, contribuindo ainda para evitar o congestionamento
do Centro de Orientação de Doentes Urgentes
Nacional (CODU – Nacional) e em suma contribuindo para o aumento da eficácia de todo o
Sistema Integrado de Emergência Médica.
Um dos princípios fundamentais de qualquer
evento outdoor, é sem dúvida a garantia de que
o evento possui pelo menos um ou dois socorristas experientes, ou mesmo uma equipa de
emergência médica. Tal como os SUSF, existem
em Portugal outras empresas e associações vocacionadas para o socorro de urgência e emergência em eventos. Ao longo das próximas edições, contamos contribuir para dotar o leitor
de competências de identificação de situações
urgentes e emergentes, bem como de conhecimentos de primeiros socorros. Mas o nosso
contributo não se ficará por aqui, em parceria
com o Portal Aventuras e outros parceiros,
iremos realizar workshop´s destinados aos organizadores de eventos, para que o primeiro
socorro seja acessível ao maior número possível de pessoas.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
93
S.O.S.
Em BTT
Emergência Médica Boa Tarde...
Estamos aqui numa actividade
de BTT na serra da Lousã onde
praticante, um homem de 24
anos deu uma queda de aproximadamente quatro metros...
S.O.S.
Urgência Médica
SEGURANÇA ACTIVA
Nesta edição trazemos ao vosso conhecimento algumas definições e conceitos que
vos ajudam a tomar decisões, bem como a
forma adequada de contactar os serviços
de emergência médica:
Situação que ocorre súbita e inesperadamente ou se
instala progressivamente no espaço de horas ou dias,
podendo vir a desenvolver um estado de saúde que
leve ao compromisso de um ou mais sistemas do corpo
humano e se venha a representar uma situação de
Emergência Médica. Nestas situações a vítima deve
ser encaminhada (transporte particular) a um centro
de saúde, ou ser obtido aconselhamento pela linha
Saúde 24 , 808242424
Exemplos práticos:
- Que informações devo reunir e porque ordem as devo
transmitir ao TOTE?1º - Tentar falar calma e sucintamente para que a mensagem seja mais facilmente perceptível e evitar questionar novamente e não se perder
mais tempo.
1º - Local preciso da ocorrência.
2º - Sexo e idade da(s) vítima(s)
3º - Ocorrência.
Neste ponto, deveremos ter em conta 2 tipos de ocorrências: Acidente e/ou doença súbita.
Acidente:
■■ Tipo de acidente (despiste, colisão, queda (de que altura), afogamento, etc)
■■ Se estão presas em algo (encarceradas) ou se estão
em algum local perigoso
■■ Estado da(s) vítima(s) – Consciente? Respira? (Bem
Emergência Médica
Situação que ocorre súbita e inesperadamente e devido ao
compromisso imediato de um ou mais sistemas do corpo
humano, coloca a vida em risco imediato.
Estas situações carecem de actuação urgente por equipa
especializada de socorristas e técnicos de emergência médica, bem como o rápido acesso da vítima a uma unidade
hospitalar. Deverá contactar de Imediato via o CODU, do
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica, marcando 112 e solicitando a passagem da chamada à emergência médica. Esta chamada é inicialmente atendida por
agentes policiais num centro operacional 112, sendo de
seguida encaminhada em função do tipo de situação.
Exemplos práticos:
- Fractura com hemorragia interna ou externa, Alterações Cardio-Respiratórias, Acidentes Vasculares Cerebrais, Traumatismo Crânio-Encefálico (do crânio),
Traumatismo Vertebro-Medular (da coluna), intoxicação com produtos perigosos, queimaduras graves…..
Nestes casos não perca tempo, ligue 112, e forneça toda
a informação que lhe for solicitada pelo TOTE (Técnico
Operador de Telecomunicações de Emergência), porque
cada segundo conta. Desligue apenas o telefone quando
tal lhe for indicado.
94
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
ou com dificuldade?), Vê-se sangue a sair de alguma
parte do corpo? Há alguma deformação visível?
■■ Há quanto tempo foi o acidente?
■■ Se souber, se a pessoa tem algum antecedente pessoal (Hemofilico, Insuficiente Renal, se toma medicação (ex: anticoagulantes).
No caso de acidentes (onde existe possibilidades de
trauma) NÃO MEXER
No entanto, deve SEMPRE responder às questões do
operador CODU, para que se possa enviar o(s) meio(s)
mais adequado(s) ao tipo de ocorrência.
Ex: Bom dia, estou aqui num evento de uma empresa,
onde a actividade era canoagem e houve um homem
de cerca de 35 anos que caiu à água e a canoa embateu-lhe na cabeça.
Conseguimos retira-lo da água, mas ele tem uma ferida aberta na cabeça, a deitar muito sangue e um
pouco desorientado.
Esta informação demora cerca de 15s a ser dada. Depois o operador poderá fazer mais 1 ou 2 perguntas,
mas está quase tudo dito para que se possa enviar os
meios adequados à situação.
Neste exemplo a vítima poderá ter sofrido um traumatismo craneo-encefálico e que terá que ser transportado ao hospital.
Se houver alguém no local que possa fazer o resgate
Doença súbita:
■■ Sinais/Sintomas: Dores, queixas ou sinais que vê em
alguém fora do habitual.
■■ Início dos sintomas:
■■ Antecedentes Pessoais (nota: problemas da idade não é
um antecedente pessoal)
Ex: Bom dia, está aqui um senhor sentado num banco
no Largo 1º Maio na Brandoa (Amadora) fte ao nº 8,
com cerca de 65 anos de idade, que se queixa com uma
dor no peito que parece um peso sobre o peito que vai
para as costas há cerca de 30 min e está muito suado.
Ele diz que tem problemas de hipertensão arterial, colesterol.
Provavelmente o TOTE poderá acrescentar mais uma
pergunta ou outra pergunta, mas a grande informação
está na mensagem.
Notas finais: Passar a informação calma e sucintamente, e responder as perguntas dos operadores, evitando atraso na prestação do socorro.
O serviço 112 no que diz respeito à emergência médica
é um serviço de emergência que é necessário saber resumidamente qual o tipo de ocorrência e avaliar a sua
gravidade para que possa ser dado um aconselhamento
o mais precocemente possível e enviar o(s) meio(s)
mais adequados à situação. Não se trata de um serviço
público de envio de ambulâncias quando as pessoas
querem ou quando apenas precisam de um transporte
gratuito às urgências hospitalares, mas sim de um serviço de emergência, onde existe a possibilidade de risco
de vida eminente. ø
SUSF - SOCORRISTAS UNIDOS SEM
FRONTEIRAS “ Associação de Proteção Civil”
O movimento Técnico-operacional que viria a
originar os SUSF- SOCORRISTAS UNIDOS SEM
FRONTEIRAS tem início em meados da década
de 90, quando um grupo de socorristas oriundos
de Bombeiros, INEM, Cruz Vermelha, Serviço
Nacional de Proteção Civil,se junta para assegurar a assistência pré-hospitalar em eventos,
e a formação complementar em emergência
pré-hospitalar. Pioneiros da implementação do
primeiro programa de Desfibrilhação Automática Externa em Portugal em 1996, muito foi o
trabalho desenvolvido desde então sobre esta e
outras matérias.
Embora o nome SOCORRISTAS UNIDOS SEM
FRONTEIRAS leve o leitor a remeter de imediato
uma organização internacional, na verdade na
origem da denominação, estão fronteiras ideológicas e institucionais, pelo simples fato da
SUSF ter sido a primeira associação nacional de
protecção civil com o propósito de quebrar o
tabu dessas mesmas fronteiras, motivo de que
nos orgulhamos e que faz com que os membros
dos SUSF sejam hoje oriundos de:
■■
■■
■■
■■
■■
Hospitais
INEM
Cruz Vermelha
Forças Armadas
Bombeiros
Estes socorristas ultrapassaram ainda outras
fronteiras, pois, médicos, enfermeiros, técnicos
de ambulância, e outros, trabalham lado a lado
na SUSF sem preconceitos ou barreiras ideológicas, unindo forças na prestação de um socorro
de qualidade em ambiente pré-hospitalar.
A SUSF desenvolve actualmente as seguintes
actividades:
■■ Prevenção e Socorro em Eventos
■■ Formação de Socorrismo em Escolas Técnico-
-Profissionais, e para a população em geral
■■ Formação em Técnicas de Emergência Médica
Pré-Hospitalar
■■ Assistência Pré-Hospitalar Social (à comunidade
sem abrigo de Lisboa) mais informação em:
www.susf.pt
Co-autores:
■■ Jorge Pereira – Técnico de Emergência Médica
(TEM)
■■ João Saraiva – Técnico de Operações de Socorro
(TOS)
Organizações Envolvidas:
■■ SUSF - Associação de Protecção Civil
www.susf.pt
■■ Conselho Português de Protecção Civil
www.protecaocivil.org
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
95
S.O.S.
Em BTT
da vítima e fazer o primeiro socorro é óptimo. Poderá
retirar a vítima dentro da água com as técnicas devidas,
poderá logo fazer um controlo de hemorragia, poderá
efectuar uma melhor avaliação acerca do estado de
consciência e parâmetros vitais da mesma e solicitar
via 112 logo o meio mais adequado ao tipo de vítima e
se for num local de difícil acesso poderá ser logo accionado um helicóptero.
Kid’s
FESTAS DE ANIVERSÁRIO
Transforma o teu aniversário
num dia inesquecível, realizando
a festa no Jardim Zoológico.
Animais de todos os continentes
estão à tua espera!
Vamos levar-te à descoberta do
Reino Animal. Criámos 5 programas, mas podemos desenvolver
uma festa à tua medida.
O Jardim Zoológico, rodeado de
vida selvagem e de equipamentos
de diversão, é o cenário perfeito
para uma festa de aniversário
com muita animação!
96
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
PROGRAMAs
Canguru
Até aos 5 anos
Temos jogos adequados à tua idade e vais ficar rendido
com os nossos ateliers.
Festas de Janeiro a Dezembro
10h00-13h00 / 15h00-18h00
Pinguim
A partir dos 6 anos
“Diverte-te enquanto aprendes”. O comboio do Zoo leva-te numa viagem única pelo mundo animal que termina
na Baía dos Golfinhos. As surpresas estão reservadas e o
beijinho aos golfinhos não será esquecido.
Festas de Outubro a Março
10h00-13h00 (lanche às 13h00) 14h00-17h00 (lanche às
17h00)
Festas de Abril a Setembro
10h00-13h00 (lanche às 13h00) 14h00-17h00 (lanche às
17h00) 15h30-18h30 (lanche às 18h30)
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
Girafa
Caça ao Tesouro 6-7 anos
Peddy-papper a partir dos 8 anos
Foto-papper a partir dos 6 anos
Terás de contornar diversos obstáculos para encontrar
um tesouro. O teu prémio favorito estará à tua espera.
Festas de Janeiro a Dezembro
10h00-13h00 (lanche às 11:30h) / 11h00-14h00 (lanche às
12:30h) / 14h00 – 17h00 (lanche às 15h30h) / 15h00-18h00 (lanche às 16h30h)
Urso
A Partir dos 8 anos
Vais recolher informação sobre os animais e mostrar o
que vales num concurso muito divertido.
Será uma festa diferente e inesquecível
Festas de Janeiro a Dezembro
10h00-13h00 (lanche às 11H30) / 15h00-18h00 (lanche
às 16h30)
Mais Informações em Jardim Zoológico
(Link: http://www.zoo.pt/festas_de_aniversario.aspx)
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
97
Kid’s
Festas de Aniversário
Elefante
A partir dos 6 anos
“Um por todos e todos por um”. Tens de ter um forte espírito de equipa para te conduzir à vitória.
Festas de Janeiro a Dezembro
10h00-13h00 / 15h00-18h00
Kid’s
Outros
programas
Com saída de S. Pedro de Sintra -- do Espaço Muitaventura - com GPS Outdoor, as equipas irão saber
como as tropas de D. Afonso Henriques, Conquistaram
o Castelos dos Mouros, sem guerra e sem sangue. Este
jogo pode ser ainda mais radical se introduzir Rappel
ou cultural com a visita a um monumentos ou museu:
Quinta da Regaleira, Palácio Nacional ou o Palácio da
Pena, Castelo dos Mouros, Museu Anjos Teixeira, Museu de História Natural ou outro.
Onde: Serra de Sintra, Castelo dos Mouros.
Idades: dos 6 aos 8 anos.
Valor: Desde 12,50€ por criança.
Programa: MuitAventura
Workshop de Bodyboard
– Aventura na Água
Uma manhã cheia de energia, um desafio
recheado de diversão onde vais aprender as
técnicas básicas da modalidade de Bodyboard … e dar aos teus amigos essa oportunidade. Com o Programa na “Aventura na
Água - Sessão de Bodyboard”, a tua festa de
anos vai ser um sucesso!
Onde: Praia de Carcavelos
Idades: dos 8 aos 17 anos.
Duração: uma manhã
Valor: Desde 28,91€ por criança.
Programa: Equinócio
www.sxc.hu
Jogo de Confronto Laser
O Confronto Laser é o Paintball do futuro. É um jogo
muito parecido com o Paintball mas com disparos ilimitados e um nível de segurança acrescida que permite participantes desde os 6 anos de idade.
Onde: Parque Aventura Sniper
Idades: a partir dos 6 anos
Duração: 4 horas
Valor: 25,00€/criança
Grupo mínimo: 10 participantes
Um Programa: Sniper ø
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
Conquista ao Castelo
dos Mouros
Actividades Outdoor
OUTDOOR
Até 25€
Passeio Pedestre
Nocturno em Sintra
A aposta da Muitaventura desta feita é
levá-lo a embrenhar-se pela Serra de
Sintra, sobejamente conhecida desde
os tempos árabes como “Monte da
Lua”.
Não podia vir mais a propósito com a
chegada dos dias quentes!
Este percurso pedestre inicia-se e termina em S. Pedro de Sintra de forma
bem peculiar: com chá e bolinhos.
A envolvência da serra ao seu máximo esplendor, por caminhos de bosque, num cenário edílico de paisagem
natural, contemple os Astros e saiba
algo mais sobre a História de Sintra
Onde: Serra de Sintra
Preço: 12,50€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: MuitAventura
Rappel Nocturno em Sintra
O rappel, actividade de manobra de cordas, que consiste em
descer, através de uma corda,
um obstáculo vertical. Esta actividade é óptima no desenvolvimento da auto-confiança e
auto-estima, superando desta
forma algum medo latente. O
rappel é muito seguro e quando realizado à noite supera todas as expectativas!
Onde: Serra de Sintra
Preço: 20€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: MuitAventura
Caminhada Monte da Lua
Uma caminhada de baixa dificuldade que nos levará a apreciar a variedade paisagística e
de ambientes de Sintra.
Onde: Serra de Sintra
Preço: 16,61€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Equinócio
100
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Caminhada Sintra Fantasmagórica
Esta caminhada pretende desafiá-lo a superar
possíveis superstições. O
encontro será fantasmagórico! Na realidade, ou
por mera sugestão, encontramos uma Serra de
Sintra nova e desconhecida. Partindo dos Capuchos, partimos até à densa mata, onde nos embrenhamos
no escuro.
Onde: Serra de Sintra
Preço: 16,61€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Equinócio
Iniciação à escalada
Onde: Praia na zona do Porto/
Gaia
Duração: 2h
Preço: 25€/pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Trilhos
Caminhada Aquática
Onde: Local praia na zona do Porto/Gaia
Duração: 2h
Preço: 25€ /pessoa. Realizado por marcação.
Um Programa: Trilhos
Caminhada aquática
pelo leito do rio Ceira.
Este rio possui uma
galeria ripícola bem
preservada. Tem início
na Foz da Fonte, um
local espectacular do
rio, onde no passados
os habitantes locais
desviaram o leito do rio Ceira, escavando um túnel na
montanha. O percurso inicia-se aqui, junto ao túnel, um
local que se presta para fotografias inesquecíveis, num local onde mais ninguém vai. O percurso inclui a passagem
e transposição de alguns açudes através de saltos.
Onde: Rio Ceira.
Duração: 4 a 5 horas.
Preço: 17,5€ /pessoa. Realizado por marcação.
Um Programa: Transserrano
Rota do Fresco ao Luar
Noites quentes de luar, a Rota do
Fresco leva-o a descobrir tesouros
desconhecidos ao luar...e com uma
ceia ao som do cante alentejano
como recompensa.
Conheça os frescos escondidos do Alentejo numa experiência única…. Com uma visita à ermida isolada de
S.Neutel em vila nova da baronia, à igreja matriz de alvito
e ao fresco renascentista, ermida de S.Sebastião e frescos
seiscentistas de José de Escobar.
Onde: Évora
Duração: 2 horas.
Dificuldade: Fácil
Preço: 15€ /pessoa. Realizado por marcação
Um Programa: Rota do Fresco
Andando na Chã
Passeio na Chã dos Navegantes
(Espichel) com visita ao Forte da
Baralha onde vamos abordar conteúdos, como história e cultura
do Santuário do Cabo Espichel, a
fauna e flora locais e a história do Forte da Baralha.
Onde: Sesimbra
Duração: 3h
Preço: 8€ /pessoa. Realizado por marcação.
Um Programa: Vertente Natural
Descida do Rio Mondego
Descida com 12 km de extensão, indicado para a iniciação à canoagem. O percurso começa a jusante do açude
da Carvoeira em Penacova. Tem uma envolvente natural
deslumbrante com vegetação variada e inúmeras aves.
Durante o verão, existe 3 pequenos rápidos que proporcionam alguma emoção.
Onde: Rio Mondego
Duração: 3h
Preço: 20€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: TransSerrano
Na Brama dos Veados
Na época de acasalamento destes cervídeos é possível observar, com alguma facilidade, o maior mamífero da Serra
da Lousã. Nesta época, são mais fáceis de detectar pois encontram-se na altura do acasalamento,
também chamada de época da brama.
Onde: Serra da Lousã
Duração: 4 a 5 horas
Preço: 17,5€ /pessoa.
Realizado por marcação.
Um Programa: Transserrano
Paintball
O Paintball é um jogo de acção e
estratégia, que desenvolve nas
pessoas um espírito de equipa, responsabilidade, liderança e tomada de decisões sob condições de
pressão psicológica. É jogado com
equipamento de protecção e uma arma que dispara bolas
de tinta, que rebentam aquando do seu impacto, marcando a zona atingida.
Onde: Parque Aventura Sniper, Bucelas
Duração: 4h
Dificuldade: Fácil / Médio
Preço: 17,5€ /pessoa. Realizado por marcação
Um Programa: Sniper
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
101
Actividades Outdoor
Iniciação ao equilíbrio em Slackline
Actividades Outdoor
OUTDOOR
Até 25€ (cont.)
Aventura 3
Este programa promete umas horas
bem passadas e cheias de emoções
fortes com actividades que, não obstante as excepcionais sensações que
provocam, são simples de executar.
Com a duração de uma manhã ou
uma tarde, escolha as 3 actividades
(ex: pontes de cordas, escalada, rappel, slide, matraquilhos
humanos, entre outras) que mais gostar e o seu programa
está feito.
Onde: Parque Aventura Sniper, Bucelas
Duração: 3h
Dificuldade: Fácil / Médio
Valor: 18,50€ /pessoa
Realizado por marcação
Um Programa: Sniper
Trilho dos Currais
Com início e fim junto à Pedra Bela, o
Trilho dos Currais percorre três currais do Baldio de Vilar da Veiga: o Curral da Espinheira, o Curral da Carvalha das Éguas e o Curral da Lomba do
Vidoeiro. De âmbito Cultural e Paisagístico, este trilho proporciona um
contacto directo com o espírito e tradições comunitárias
locais, nomeadamente as actividades silvo-p astoris predominantes ou que predominaram na serra do Gerês.
Onde: Gerês.
Duração: 5h
Preço: 20€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Oficinas da Natureza
Passeio de iniciação
Costa de Piratas 9Km
Em épocas imemoriais este
troço da Costa Sintrense serviu
de guarida a temerosos piratas.
Escondiam-se entre as baías e
enseadas deste litoral bravio,
forjavam sinais que atraiam as embarcações para armadilhas implacáveis, consumidas pelo naufrágio, eram
posteriormente pilhadas e os sobreviventes mortos sem
piedade.
Onde: Parque Natural Sintra - Cascais
Duração: 3 horas.
Preço: 15€ /pessoa.
Realizado por marcação
Um Programa: Pápa-Léguas
102
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Canoagem Lagoa de Albufeira
Canoagem em águas abrigadas (Lagoa de Albufeira), onde
se pode descobrir praias pouco
frequentadas e observar inúmeras espécies de aves limícolas.
Onde: Lagoa de Albufeira
Duração: 3 a 4 horas.
Preço: 20€ /pessoa.
Realizado por marcação
Um Programa: Vertente Natural
Trilho dos Dinossáurios 12km
Começamos a andar... a aragem marítima trará lendas e
estórias da região que nos guiarão por carreiros panorâmicos,
serpenteando a vegetação, até
um árido e rochoso planalto onde homens homens do
mar e da terra fazem há séculos, uma peregrinação.
Onde: Arrábida
Duração: 3 horas.
Preço: 20€ /pessoa.
Realizado por marcação
Um Programa: Pápa-Léguas
Trekking no Parque Natural
Sintra-Cascais
Trekking acessível para toda a família. Sons incríveis, vistas e odores revigorantes nesta floresta. Fique a conhecer estes locais escondidos.
Experimente uma actividade natural
no magnífico Parque Natural de Sintra-Cascais afastado da cidade e do turismo de massas.
Onde: Sintra, Cascais
Duração: Meio dia.
Dificuldade: Fácil
Preço: 20€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Guincho Adventours
Tour em Btt em Sintra
Este tour permite uma experiência intensa de sensações no c oração do Parque Natural de Sintra Cascais. Fantásticos trilhos, floresta verde com lagoas,
cascatas e miradouros sobre o Oceano
Atlântico. Oferecemos-te toda a formação necessária para começares!
Onde: Sintra, Cascais
Duração: Meio-dia.
Dificuldade: Fácil
Preço: 24€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Guincho Adventours
Parapente
Voe pelas arribas da Praia Grande,
Praia da Aguda e Arrábida. Uma experiência inigualável que o deixará
literalmente nas nuvens.
Onde: Sintra e Cascais
Duração: 3h
Valor: 45€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: MuitAventura
Workshop de Bodyboard
Canyoning Ribeira da Pena
Uma manhã cheia de energia,
um desafio recheado de diversão onde serão transmitidas as
técnicas básicas da modalidade
de Bodyboard. Um desafio aos
próprios limites e a descoberta
de um desporto que dá asas a
uma sensação inevitável de liberdade e prazer.
Onde: Praia do Guincho ou Carcavelos
Data: Realizado por marcação.
Duração: 3h
Valor: 28,91€ /pessoa
Realizado por marcação
Um Programa: Equinócio
Actividade que implica a descida a pé da Ribeira da Pena, com
recurso a saltos para a água,
descidas em rapel e travessias
por dentro de água. Esta ribeira percorre um vale encaixado
e abrupto, cujo leito, margens e
encostas são formados por impressionantes fragas que tornam este local quase inacessível.
Onde: Ribeira da Pena
Duração: 3h
Valor: 35€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Transserrano
Coasteering Blue Line
O Costeering Blue
Line é uma actividade nova, principalmente em Portugal.
Trata-se de uma actividade em que se
percorre a linha de
costa, recorrendo a
natação, escalada,
saltos para a água e
caminhada.
Grau de dificuldade do programa: Médio
Onde: Sesimbra
Valor: 30€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Vertente Natural
Lagoa de Óbidos 13km + canoagem
Iniciamos a
marcha ao longo de um caminho que acompanha um dos
braços mais bonitos da Lagoa
de Óbidos, o espelho de água
reflecte a beleza do local que serve de abrigo a uma grande variedade
de aves marinhas, como patos, corvos-marinhos e garças.
Onde: Lagoa de Óbidos
Duração: 3h
Valor: 35€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Papa-Léguas
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
103
Actividades Outdoor
OUTDOOR
Até 75€
Actividades Outdoor
Paintball + Aventura 3
Valada do Tejo e Aldeias Avieiras
8km + Cruzeiro Tradicional
Apresentamos uma actividade numa região um pouco esquecida e que preserva vários pontos de interesse sob o
ponto de vista natural e etnológico. A Lezíria do Tejo é
fertilíssima e já diziam os romanos que os campos de Valada eram os mais férteis da Península... Terra das Lei das
Sesmarias e de tratados de paz com Castela.
Onde: Rio Tejo
Duração: 3h
Valor: 35€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Papa-Léguas
Experiência de Buggy
ou Moto 4
Desafiamos te á diversão num dos
nossos automáticos Moto 4 ou Buggy
todo o terreno.Cenários de Montanha
e Praia, obstáculos à medida & fotos
inesquecíveis.
Onde: Sintra
Duração: 1h30.
Valor: 75€/ para duas pessoas.
Realizado por marcação.
Um Programa: Guincho Adventours.
104
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Este programa, com duração de
um dia inteiro, vai proporcionar-lhe um conjunto de sensações
variadas. Inclui uma sessão normal de Paintball numa metade
do dia, sendo que na outra metade irá fazer 3 actividades (Pontes
de Cordas, Escalada, Rappel, Tiro com Arco, entre outras)
escolhidas por si. A nossa Sessão de Paintball inclui 6 jogos efectuados nos 5 cenários diferentes que possuímos; o
último jogo repetem o cenário que gostaram mais.
Onde: Parque Aventura Sniper
Duração: 1 dia
Valor: 34€ /pessoa
Realizado por marcação
Um Programa: Sniper.
Iniciação ao Canyon
na zona do Porto/Castelo de Paiva
Onde: Porto/Castelo de Paiva
Valor: 35€ /pessoa
Duração: 2 / 3 horas
Realizado por marcação.
Um Programa: Trilhos
Actividades Outdoor
OUTDOOR
+ 75€
Jeep Safari a 2
Conheça Sintra de uma forma diferente num fantástico percurso de Jeep, na magnífica formação rochosa
dos arredores de Lisboa, Parque Natural e P atrimónio
Mundial. Por trilhos verdejantes e envolventes, vislumbre a paisagem pelos fantásticos miradouros que
lhe irão dar uma perspectiva magnífica dos palácios,
quintas, falésias, com paragens para sessões fotográficas.
Onde: Arrábida
Duração: 2 horas. Inclui: almoço volante
Valor: 100€. para duas pessoas.
Realizado por marcação.
Um Programa: MuitAventura
Escalada Clássica
com Pedro Pacheco
Escalada Clássica com Pedro
Pacheco (responsável pela
abertura de várias dezenas de
inovadoras vias de escalada em
Portugal). Escalada de via de
escalada com vários largos na
zona do Porto/Arouca. Possibilidade de escalar uma das vias
clássicas abertas pelo próprio Pedro Pacheco.
Onde: Porto/Arouca
Duração: 4/6 horas
Preço: 100€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Trilhos
Grande Falha
Dia 1 Formação teórica e prática em verticais. Dia 2 Visita
à gruta com acesso feito em rappel de cerca de 100 metros. Este rappel tem vários fraccio namentos pelo que é
de grau elevado. A progressão na gruta faz-se por via de
barcos/bóia na zona dos lagos e a pé nas restantes zonas
que apresentam dimensões razoáveis. A Grande Falha
situa-se no Cabo Espichel e é parte integrante do sistema
cársico deste.
Onde: Arrábida
Duração: 2 dias
Valor: 85,50€ /pessoa.
Realizado por marcação.
Um Programa: Vertente Natural
Formação Intensiva de Bodyboard
Uma forma activa e divertida de aproveitares as tuas
férias a treinar as técnicas
de Bodyboard! Formação Intensiva em Bodyboard para
jovens com mais de 8 anos
que pretendem iniciar a modalidade ou que pretendam
melhorar a sua performance. O material está todo incluído.
A Formação é dada por um professor federado, tendo uma
componente teórica e prática. Esta formação é intensiva
com a duração 16h (4 manhãs de 4 horas)
Onde: Praia de Carcavelos, Cascais.
Duração: 4 manhãs
Preço: 195€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Equinócio
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Fim-de-semana Paintball
Léguas no Piódão
Com entrada no Sábado de manhã, dormida em cabana de
madeira, alimentação incluída, piscina e muitas actividades,
umas atrás das outras, para preencher o Sábado e o Domingo com emoções sensacionais. Reúna um grupo de amigos e
venha experimentar.
Onde: Parque Aventura Sniper, Bucelas
Duração: Dois Dias e uma noite
Preço: 85€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Sniper
Serra do Açor... Fraga da Pena... Aldeia do Piodão...
Mata da Margaraça... Estes são alguns dos condimentos para um fim-de-semana de aventura e lazer numa
região perdida no centro do país. Propomos dois dias de
descoberta da natureza emoldurada pelos horizontes
das cumeadas e pelo pitoresco dos lugares!
Onde: Piódão
Duração: Um fim-de-semana
Preço: 195€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Papa-Léguas
Léguas no Douro Vinhateiro
Chama-se Douro Vinhateiro... Mas esta região é
muito mais que o seu título. É claro que a vinha e
o vinho são omnipresentes ao acantonarem-se nas
encostas e nas nossas mesas mas há o Rio Douro e
as suas cores de paletas azuis. Há o casario branco
das aldeias que respira o ar puro dos vales e há as
pessoas que se misturam com a paisagem para a
desenharem em harmonia.
Onde: Douro
Valor: 195€ /pessoa
Realizado por marcação.
Um Programa: Papa-Léguas ø
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
Actividades Outdoor
Descobrir
Ana Isabel Mineiro
Nasci em Vila Nova de Gaia, estudei no Porto e segui
uma carreira de professora durante sete anos em vários
locais do norte do país, até decidir dedicar-me exclusivamente a viajar e ao jornalismo freelance nesta área.
Tenho colaborado, desde 1993, com várias publicações
portuguesas e espanholas, nomeadamente a saudosa
Grande Reportagem e, sobretudo, com a revista Fugas
do jornal PÚBLICO. Nas horas vagas, as viagens suscitam-me ainda outras ocupações, como dar workshops
de cozinha do mundo em versão vegetariana.
Publiquei, em 2008, o livro “Onde os Rios Têm Marés”,
e tenho mais obras na calha.
Fotos: Ana Isabel Mineiro
 Livro Aventura
Introdução ao livro
“Onde os Rios têm Marés”
108
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
viagens são feitas por terra, de preferência com os
pés em cima dela – sou praticante incondicional
de trekking, apesar dos meus pés tentarem incessantemente impedi-lo – o meu ritmo é lento, e não
faltam histórias picarescas com pessoas, transportes e tudo o mais que enche os dias de quem
quer viver como quem “lá” vive. Como é costume em todas as minhas viagens, sei onde quero
ir e eventualmente até consigo lá chegar, mas sou
constantemente desviada do caminho, sendo que
os percalços, muitas vezes, são o melhor de tudo.
Citando J.R.R. Tolkien, “Nem todos os que deambulam andam perdidos”. Eu, por exemplo. ø
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
109
Descobrir
Livro Aventura
“T
ens de escrever o que contas!” é uma frase que continuo a ouvir. Um amigo
editor fez-me uma proposta
directa: “Vais ao Paquistão?
Quando voltares contas a história – mas desta
vez é por escrito…”
O resultado é um relato de viagem – aquilo a que
os anglo-saxões chamam travelogue – despretensioso, num registo muito pessoal, mas com alguma contextualização histórica, social e religiosa.
Não é um livro de “filosofia de viagem”, muito menos um guia; é um livro que retrata a realidade tal
como a vi, e que classificaria como “de entretenimento informativo”. Mistura o relato
do que vivi pela estrada
do Karakorum acima
através do norte do
Paquistão, até ao lago
de Karakuli e à cidade
de Kashgar, na China,
com alguma informação sobre os espaços
geográficos e culturas
por onde vou passando.
Como 99% das minhas
Descobrir
 Receitas Outdoor
Uma rubrica destinada à partilha de receitas e sugestões de Cozinha Outdoor.
Partilha as tuas receitas Outdoor preferidas!
Envia-nos um email para [email protected] e poderás ver a tua receita na próxima edição da Revista
Outdoor e no Portal Aventuras.
Nesta edição da Revista Outdoor, convidámos
um apaixonado por cozinha e amante de viagens! O Chef Chakall dispensa apresentações e
deixou-nos uma sugestão fantástica para uma
receita Outdoor saudável e deliciosa… Nós já
experimentámos e adorámos!
Espetadas de frango
com cardamomo e
coentros
Ingredientes para 4 pessoas:
■■ 600 g de peito de frango
■■ 2 colheres de sopa de coentros
Vitacress
■■ Sumo de 2 limas
■■ 2 Sementes de cardamomo
■■ 1 cm de gengibre ralado
■■ 1 chávena de iogurte
■■ 2 colheres de sopa de azeite Sal
e pimenta-preta
Preparação:
Picar os coentros, juntar com
o sumo das limas, o iogurte, as
sementes de cardamomo e o
gengibre. Corte o peito de frango
em tiras e mergulhe-as no molho
de iogurte. Retire, coloque-os em
espetos de madeira e grelhe no
grelhador pré-aquecido. Tempere
com sal e pimenta e sirva regado
com fios de azeite. ø
Sabe mais sobre a deliciosa
cozinha do Chakall em
www.cozinhadivina.com
110
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Descobrir
 Geocaching | Passo a Passo...
O que é o Geocaching?
O Geocaching é uma caça ao
tesouro com recurso a dispositivos GPS, é um jogo praticado
mundialmente. A ideia principal
é localizar caixas escondidas,
conhecidas como geocaches,
em diversos locais e depois
partilhar as experiências online.
Qualquer pessoa pode utilizar
as coordenadas disponibilizadas pelo Geocaching.com para
encontrar Geocaches.
112
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
O que é uma Geocache?
Todas as geocaches tem como
conteúdo um livro de registos
para os participantes fazerem
o seu registo. Os recipientes de
tamanho superior podem conter brindes para troca, normalmente brinquedos, ou brindes
de baixo valor monetário. Esse
conteúdo é o “tesouro”.
Podes retirar um item de troca
da geocache, desde que deixes
algo em troca do mesmo valor
ou superior, para que existe
algo para o próximo geocacher
trocar.
As geocaches podem ter diferentes tamanhos e formas. Muitas por vezes estão muito bem
camufladas.
Existem diversos tipos de geocaches listadas em Geocaching.com, das quais destacamos as seguintes:
Tradicionais: O tipo mais comum de geocache, consiste
no mínimo numa caixa e um logbook. As coordenadas listadas deste tipo de cache são da localização exacta da geocache.
Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/
naturais do nosso planeta. As páginas deste tipo de caches
incluem as explicações dos fenómenos que iremos observar
no local. Para mais informações sobre earthcaching visita:
www.earthcaches.org
cache_details.aspx?guid=71427fba-e663-4445-a1841881cbf931b8
Cashe In Trash Out: São eventos de cariz ambiental, o objectivo é limpar uma determinada zona ou área. No fundo
é uma forma de os geocachers tem de retribuir à natureza
pelo que a mesma nos oferece. Podes saber mais sobre este
tipo de evento em:
Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/
Multi-Cache: Uma multi-cache envolve duas ou mais lo-
cache_details.aspx?guid=8d2f4745-4d59-48c0-aa372be6a30442b2
calizações. Na coordenada inicial deste tipo de cache irás
encontrar uma pista(s) para poderes encontrar os pontos
seguintes até à geocache final, onde terás um logbook para
assinar.
Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/
cache_details.aspx?guid=41a25ead-99bf-4c3e-9e605f0ac02990d8
Eventos: Os eventos são organizados por geocachers e para
geocachers. O objectivo será sempre o encontro para troca
de experiências e ideias. Pode ser durante um jantar, um
café ou durante uma caminhada.
Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/
cache_details.aspx?guid=be1e733e-11c8-4ff7-84d47abd6ab615bb
Mistério ou cache puzzle: Este tipo de cache podem envolver enigmas/puzzle que precisas de os resolver para
teres acesso à coordenada da geocache.
Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/
cache_details.aspx?guid=28bc928e-d1fe-43bf-ad7888da8181c282
Earthcaches: As earthcaches são uma cache mais
educacional, permite-nos descobrir um local especial onde
poderemos aprender mais sobre a ciência e fenómenos
Mega-Eventos: São eventos de maior dimensão, normalmente são eventos anuais. Para ser um mega evento é preciso haver a participação de 500 pessoas nesse evento.
Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/
cache_details.aspx?guid=82bd8bdb-f5d2-4546-9393446777fbcd4f
Existem outros tipos de Geocaches, mas estas são as mais
comuns em Portugal.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
113
Descobrir
Geocaching
Tipos de Geocaches
que podes encontrar.
Descobrir
Outras questões
Quem esconde as Geocaches?
Quando posso praticar Geocaching?
As geocaches são escondidas pelos membros da comunidade. Qualquer geocacher pode esconder uma geocache,
desde que tenha permissão do dono do local. Sugerimos
que encontres pelo menos umas 50 geocaches antes de
esconderes a tua primeira, assim poderás ver como se encontra um bom esconderijo para a tua geocache.
A maioria das geocaches estão disponíveis o ano inteiro,
algumas geocaches poderão ter acesso limitado devido a
condições climatéricas, horários de funcionamento e outros factores.
Algumas Geocaches, conhecidas como geocaches nocturnas, são preparadas para que sejam procuradas durante a
noite, pois as pistas estão escondidas da luz do dia e apenas
à noite se revelam.
Quem pode praticar Geocaching?
Pessoas de todas as faixas etárias podem participar no
Geocaching, dos estudantes aos reformados...Podemos
praticar Geocaching sozinhos, em grupo, família, com os
nossos filhos, etc...
Cada geocache tem uma página própria onde tem a dificuldade e terreno. Sendo 1/1 as mais fáceis de encontrar e
uma 5/5 a mais difícil de encontrar. Isto permite-nos procurar Geocaches que sejam indicadas para a nossa habilidade e forma física.
Trackables e Geocoins
Trackables
Dentro das geocaches também poderás encontrar trackables.
Estes items que tem um código único que permite que os geocachers sigam a viagem deste item pelo mundo em Geocaching.com
Os donos destes trackables normalmente atribuem a estes items uma missão específica, por exemplo visitar todos os distritos de Portugal.
Os Geocachers ajudam estes trackables a completarem as
suas missões, movendo-os de geocache em geocache.
Não é necessário trocar um trackable por qualquer item, mas
se retirares um trackable, deves ter a disponibilidade de o ajudar na sua missão.
O Travel Bug é um item trackable que os geocachers movem
de Geocache em Geocache. Cada travel bug tem uma página
própria em Geocaching.com, onde podes conhecer qual a sua
missão, visualizar o seu percurso e adicionar a tua história.
Geocoins
Geocoins são trackables com um desenho diferente. Como os
travel bugs, cada geocoin tem uma pagina própria em Geocaching.com e devem ser movidas de Geocache em Geocache
quando encontradas.
O Travel Bug Backpacker consiste numa tampa trackable para
os rolos fotográficos de 35mm, para que os donos possam incluir uma folha de registos, a descrição do Backpacker, missão
e outros pequenos items no container.
Exemplos:
Travel bug: http://www.geocaching.com/track/details.
aspx?id=1751715
http://www.geocaching.com/track/details.aspx?id=2167826
Geocoins: http://www.geocaching.com/track/details.
aspx?id=2495983
http://www.geocaching.com/track/details.aspx?id=2409968
114
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
O que necessitas para praticar Geocaching?
- Um aparelho GPS ou um dispositivo móvel com GPS
- Acesso à internet ou através de um dispositivo móvel
- Estar registado em Geocaching.com, o registo é gratuito.
Onde encontrar Geocaches?
Existem geocaches em todos os continentes, desde a Antárctica ao Algarve. Pode mesmo haver uma na tua rua, ou
num parque perto de ti, no final de uma grande caminhada
ou mesmo debaixo de água. Neste momento existem mais
de um milhão de geocaches espalhadas pelos mundo.
APP IPHONE
Geocaching Intro
Esta aplicação é uma introdução ao
Maior passatempo baseado em localização do mundo – o Geocaching
- com mais de 1.400.000 geocaches
escondidas em todo o mundo e esperando para ser encontrado por si!
http://itunes.apple.com/
us/app/geocaching-intro/
id329541503?mt=8
Descobrir
Geocaching
Começar a praticar Geocaching
1 – Registo no Geocaching.com
■■ Acede a www.geocaching.com e cria a tua conta
gratuita.
■■ Clica em “Play” e depois “Hide & Seek” a cache
■■ Coloca uma localidade ou morada
■■ Escolhe uma cache da lista
■■ Introduz as coordenadas da Geocache no teu GPS e
parte á aventura.
2- O que fazer quando encontro a geocache?
■■ Deves assinar o logbook
■■ Se a geocache tiver items de troca, poderás efectuar trocas desde que deixes algo do mesmo “valor”
ou superior.
■■ Esconder a cache no local onde a encontras-te.
■■ Partilhar a tua história e fotos online.
Dicas para a tua primeira experiência no Geocaching
■■ Escolhe uma cache com a dificuldade e o terreno
(D/T) de nível 1/1, assim poderás perceber o conceito do Geocaching.
■■ Verifica o tamanho da geocache no topo da página
da geocache, para teres uma ideia do que estás à
procura.
■■ Lê com atenção a página da geocache.
■■ Verifica que se alguém logou a cache recentemente, para que possas perceber que a cache não desapareceu.
■■ Lembra-te que os GPS tem alguma margem de
erro, por isso quando estiveres a uns 10 metros da
cache deixa o GPS e confia nos teus olhos.
■■ Quando estás no local da cache procura por algo
que não se enquadra no ambiente, algo diferente.
Por exemplo um monte de pedras ou de troncos dariam um bom esconderijo para uma cache.
Porque é que mais de 6 milhões
de pessoas, de todo o mundo
praticam Geocaching?
Porque o Geocaching...
... é a melhor formar de explorar locais perto ou
distantes de nós; as pessoas escondem caches
em locais de interesse histórico ou de grande
beleza natural que dificilmente irias descobrir se
não existisse uma Geocache nesse local.
... junta amigos e família para tirarem prazer da
natureza e ar livre.
... pode ser bastante desafiante; as geocaches por
vezes estão extremamente bem camufladas.
... conjugado com outras actividades de ar livre,
tal como caminhadas, BTT ou escalada, tornando
assim a actividade mais prazerosa. ø
Mais informações sobre geocaching:
www.geocacherzone.pt | www.gzportugal.pt |
www.geocaching.com
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
115
Descobrir
 Um dia nos Picos da Europa
Os nevoeiros de Bulnes
-Para onde marchan?
-Joder, para onde van vosotros? Soy guardia del refugio Verónica y con esta niebla hay que saberlo.
Na realidade sabíamos para onde queríamos marchar, não sabíamos era quem era aquela singular
personagem que se plantou diante de nós com um
ar… altivo.
Para norte as nuvens iam descendo. O céu e a terra
queriam à força unir-se, escondendo tudo o que de
belo fizeram nesta paisagem.
Toda a gente sabe que não se deve ir para a montanha sozinho. Pelo menos dois, não vá um magoar-se, e há sempre outro para pedir auxílio. Bom bom
era haver uma terceira pessoa, precisamente pelo
mesmo motivo – um magoa-se, outro pede auxílio,
e o terceiro reconforta o sinistrado até chegar a
ajuda. Nós éramos seis. Estávamos mais que salvaguardados.
O que chateava mesmo era o nevoeiro. Adensava-se. O remoer no estômago da pizza comida de véspera também não ajudava. Raios partam a pizza e
a pizzaria. Base feita do pior pão espanhol, coberta
com o mais fedorento queijo asturiano, regado com
o pior azeite ibérico. Resultado: a maior má disposição de que há memória. Mas, o que chateava mesmo era o nevoeiro.
De Fuente Dé sai um teleférico, que em menos de
cinco minutos nos coloca perto dos 1800 metros. A
partir desse ponto, é sempre a dar à sola, que os
meios mecânicos deixaram de estar disponíveis.
Casa às costas, botas calçadas e um ávido apetite
por uns dias de aventura serviam de alimento ao
apetite pelo desconhecido. Os mapas, esses insubstituíveis pedaços de papel que conhecem o caminho melhor que nós, foram consultados várias vezes. Orientados a norte, neles identificamos trilhos,
elevações, lagoas. Só as cabras e alguns cavalos
que por ali pastavam não estavam assinalados.
Subíamos suavemente em direcção ao nevoeiro.
Pensando bem, o nevoeiro até era positivo, pois não
nos mostrava toda a extensão da subida. Funcionava como um véu para a beleza da paisagem, que
não se deixava adivinhar de uma só vez. Mostrava-se, a esparsas, aqui e ali, jogando um perigoso e
excitante jogo de descoberta e sedução. We love it!
116
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Continuávamos a ganhar altura. O estradão, passou
a trilho de pé posto e as nuvens, já as tratávamos por
tu. Não víamos bem o que estava atrás de nós, nem
adivinhávamos o que estava muito à frente, limitávamo-nos a subir, uns atrás dos outros, com conversas regadas pela boa disposição. A pizza da noite anterior, o velho guarda do refúgio e o nevoeiro
entrelaçavam as chalaças e aplanavam o caminho.
No entanto, tudo o que sobe, desce. Mais rápido ou
mais lento. De rabo no chão ou a pé firme. Agarrado às cordas ou aos bastões.
Por momentos, o céu abriu-se. No colo que fazia a
transição entre vales, era bem visível a descida que
tínhamos que fazer. E esse era o problema. Ver a
descida sem ver bem por onde iríamos descer injectou-nos uma pequena dose de adrenalina. Pesados,
com grandes mochilas e o centro de gravidade alterado, iniciámos o jogo. A regra era simples. Passar
nevoeiros inclinados sem olhar para baixo. Descer
trilhos de pedra solta agarrados às amarrações fixas
na rocha. Nunca cair. Sempre com cara alegre.
Cá em baixo, sabe bem contemplar o que descemos. Dois quadrados de chocolate. Três golos de
água. Dois figos secos. Seis amigos no trilho.
Já passava do meio da tarde quando recomeçamos
o jogo do gato e do rato com as nuvens. Adivinhava-se que estávamos perto. Mas, … muito perto? Algo
perto? Pouco perto? Maldito seja este manto branco
que nos envolve e nos rouba as referências. Ter um
mapa sem referências da paisagem é como dar um
livro a um cego. Por muito detalhado que seja, não
serve para nada.
A romper a monotonia espreitava o Naranjo. Via-se
o topo e não tardou a deixar-se ver por completo. O
monólito calcário foi um verdadeiro farol. Entre a
penumbra, devo confessar que aquele pedregulho
que se ergue até aos 2550 metros, foi como um anjo.
Apesar de não ser consensual, a etimologia dos Picos da Europa, advirá de serem as primeiras terras
que os navegantes veriam quando regressavam da
América. Outros, diziam exactamente o mesmo,
atribuindo o avistamento dos picos aos navegadores que deixavam a Bretanha rumando a Sul. Seja
como for, aquele pico da Europa, naquele preciso
momento, foi um marco inequívoco que a marcha
estava no fim.
Descobrir
Picos da Europa
Assentamos arraiais num local de uma beleza que
não se via, mas que se adivinhava. Três tendas. Três
fogões. Três sopas instantâneas. Uma nuvem inteirinha só para nós. O nevoeiro apoderou-se defini-
tivamente da noite. Esta retribui com o mais gélido
dos seus mantos, e assim se aninharam até o vento
desfazer este enlace pela madrugada. ø
Artur Pegas
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
117
Descobrir
 Reservas Naturais em Portugal
Entende-se por reserva natural uma área que
contenha características ecológicas, geológicas e
fisiográficas ou outro tipo de atributos com valor
científico, ecológico ou educativo.
A classificação de uma reserva natural visa a protecção dos valores naturais existentes, assegurando
que as gerações futuras terão oportunidade de
desfrutar e compreender durante um prolongado
período de tempo, e a adopção de medidas compatíveis com os objectivos da sua classificação.
118
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
1. Dunas de São Jacinto
A ria de Aveiro é um vasto corpo de águas salobras
rodeado de extensa e fértil planície pujante de actividade humana. A Área Protegida, situada no extremo
sul de uma estreita península situada entre o Atlântico e a ria, inclui praias, dunas fixas e móveis, pinhal
e lagoas de água doce com vegetação aquática e lagoas artificiais, refúgios para avifauna.
Contacto RNDSJ
Estrada Nacional 327, 3800-901 São Jacinto
Telef. e Fax: 234 831 063;
E-mail: [email protected]
Informação actualizada sobre a RNDSJ:
ver portal ICNB (www.icnb.pt)
3. Paul de Arzila
2. Serra da Malcata
Sucessão de cabeços arredondados de natureza xistosa a perderem-se Espanha adentro. Talhados por
ravinas e pequenas linhas de água. Resquícios de
carvalhais e vastas áreas de exóticas. Extensas áreas
de matagal mediterrânico abrigando fauna variada.
Último local de Portugal que albergou o lince-ibérico,
um dos felinos mais ameaçados do continente europeu. Escasso povoamento humano.
Contacto RNSM
Rua Dr. António Nunes Ribeiro Sanches 60 - Apartado
38, 6090-587 Penamacor
Telef.: 277 394 467; Fax: 277 394 580;
E-mail: [email protected]
Informação actualizada sobre a RNSM:
ver portal ICNB (www.icnb.pt).
Entre Coimbra e a Figueira da Foz a bacia do Mondego inclui um troço - o Baixo Mondego - objecto ao
longo do tempo de trabalhos hidráulicos que alteraram a sua ecologia inicial. Integrado nesse vasto
corredor o Paul de Arzila, anteriormente agricultado
com arroz e actualmente em fase de regeneração natural, apresenta uma cobertura de vegetação hidrófila. Diversidade de aves e presença de lontra.
Contacto RNPA
Mata Nacional do Choupal, 3000-611 Coimbra
Telef.: 239 499 020; Fax: 239 499 029;
E-mail: [email protected]
Informação actualizada sobre a RNPA:
ver portal ICNB (www.icnb.pt)
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
119
Descobrir
Reservas Naturais
Reservas
NatUrais
Descobrir
4. Berlengas
Ilha de natureza granítica situada a noroeste de Peniche e do cabo Carvoeiro a que se associam vários ilhotes. A omnipresença do mar condiciona
todas as formas de vida. Espécies botânicas características e interessante
população de répteis. Zona de nidificação para avifauna marinha e ponto
de passagem de aves migradoras. Na área de Reserva Marinha presença
de um património florístico e ictiológico de grande valor.
Contacto RNB
Avenida Mariano Calado 57, 2520-224 Peniche
Telef.: 262 787 910; Fax: 262 787 930;
E-mail: [email protected]
Informação actualizada sobre a RNB:
ver portal ICNB (www.icnb.pt).
5. Paul do Boquilobo
Zona húmida interior situada nas proximidades da Golegã dependente do volume dos caudais do Tejo e do Almonda. Exuberante
vegetação ribeirinha. Um dos maiores garçais do País, lugar de
invernada para anatídeos e ponto importante nas migrações outonais de numerosas aves. Pastagens e culturas regadas na área
circundante e um dos mais emblemáticos locais de criação do “Cavalo Lusitano”.
Contacto RNPB
Edifício Equuspolis, R. D. João IV, 2150-170 Golegã
Telef.: 249 820 550; Fax: 249 820 378;
E-mail: [email protected]
Informação actualizada sobre o RNPB:
ver portal ICNB (www.icnb.pt)
6. Estuário do Tejo
Superfície plana, em que as águas estuarinas - Mar da Palha - quase
se perdem de vista. A Reserva Natural também inclui mouchões,
vasas, sapais, salinas, pastagens e pequenas áreas de pinhal manso
e montado. Importância internacional como local de nidificação e
de passagem para aves migradoras. A lezíria envolvente é palco de
intensa actividade agrícola e pecuária.
Contacto RNET
Avenida dos Combatentes da Grande Guerra 1,
289-015 Alcochete
Telef.: 212 348 021; Fax: 212 341 654;
E-mail: [email protected]
Informação actualizada sobre a RNET:
ver portal ICNB (www.icnb.pt)
7. Estuário do Sado
Formação estuarina de grande dimensão incluindo um troço do rio Sado,
sapais, bancos de vasa e areia, montado e áreas agrícolas, praias e dunas
costeiras com destaque para o cordão arenoso Tróia-Comporta. Local de
nidificação e invernada para numerosas aves. Interessante população
residente de roaz-corvineiro. Curioso porto “palafítico” na Carrasqueira
e moinho de maré nas Mouriscas.
Contacto RNES
Praça da República, 2900-587 Setúbal
Telef.: 265 541 140; Fax: 265 541 155;
E-mail: [email protected]
Informação actualizada sobre a RNES:
no portal do ICNB (www.icnb.pt)
120
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
8. Lagoas de Santo André e da Sancha
Descobrir
Reservas Naturais
A Reserva Natural assenta em duas lagoas costeiras e
uma faixa marítima adjacente. Presença de mais de
duas centenas de espécies de aves com destaque para
as aves aquáticas e passeriformes. Vegetação constituída por caniçais, juncais e salgueirais nas zonas
lagunares a que se associam plantações de pinheiro-bravo e matos atlânticos. Curioso espectáculo anual
aquando da abertura (artificial) da Lagoa de Santo
André ao mar.
Contacto RNLSAS
Pavilhão A, Galiza - Santo André, Apartado 98,
7500 - 999 Vila Nova de Santo André
Telef.: 269 708 063; Fax: 269 708 065;
E-mail: [email protected]
Informação actualizada sobre a RNLSAS:
ver portal ICNB (www.icnb.pt)
9. Sapal de Castro Marim
e Vila Real de Santo António
Zona húmida na foz do Guadiana constituída por complexo sistema de áreas de sapal, salinas, esteiros, canais,
corpos de água salobra, lagoas temporárias e pastagens.
Área de reprodução, alimentação e invernada de numerosas espécies avifaunísticas. Interessantes comunidades
vegetais no sapal bem como em torno das salinas. Morro
acastelado a testemunhar vários passados e mirante privilegiado do Sotavento algarvio.
Contacto RNSCMVRSA
Sapal de Venta Moinhos, Apartado 7,
8951-909 Castro Marim
Telef.: 281 510 680; Fax: 281 531 257;
E-mail: [email protected]
Informação actualizada sobre a RMSCMVRA:
ver portal ICNB (www.icnb.pt)
As Áreas Protegidas
“Áreas Protegidas”? De que “áreas” estamos
a falar? “Protegidas” de quê ou de quem?
Dos cumes da Peneda-Gerês às ilhas barreiras que separam a Ria Formosa do Atlântico o continente português alberga inúmeros
espaços que graças à expressão própria que
nelas assume o que temos por natural se distinguem do todo de que fazem parte sendo
portanto objecto de especial protecção.
O carácter destas áreas torna-as pois apetecíveis para a prática de inúmeras actividades
humanas que, caso realizadas de forma desregrada, colidem com a preservação pretendida. Daí a razão de ser do estatuto de protecção que lhes foi atribuído e dos cuidados
em matéria de uso que do mesmo decorrem.
O Instituto da Conservação da
Natureza e da Biodiversidade, I.P.
No âmbito do Ministério do Ambiente e Ordenamento
do Território (MAOT), o Instituto da Conservação da
Natureza e da Biodiversidade, I.P. (ICNB, I.P.) tem por
missão essencial propor, acompanhar e assegurar a
execução das políticas de conservação da natureza e
da biodiversidade.
Ao ICNB, I.P. compete, entre outras atribuições:
- exercer as funções de autoridade nacional para a
conservação da natureza e da biodiversidade;
- assegurar a preservação da conservação da natureza e da biodiversidade e a gestão sustentável de espécies e habitats naturais da flora e da fauna selvagens;
- propor a criação de áreas classificadas, terrestres
e marinhas, assegurando a gestão das áreas de interesse nacional.
Contacto ICNB, I.P.
Instituto da Conservação da Natureza
e da Biodiversidade, I.P.
Rua de Santa Marta, 55, 1169 - 230 LISBOA
Telef.: (351) 213 507 900; Fax: (351) 213 507 984;
E-mail: [email protected]
Portal ICNB: www.icnb.pt
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
121
Descobrir
 Evento
OBSERVANATURA - 2011
122
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
N
Descobrir
OBSERVANATURA - 2011
os dias 8 e 9 de Outubro, a Herdade
da Mourisca, Setúbal, recebe, pela
terceira vez, a feira
“ObservaNatura”, dedicada ao
tema do Turismo de Natureza,
em especial ao birdwatching,
uma modalidade com particular
ênfase na observação de aves, directa ou com recurso a binóculos
ou telescópios de campo. Inclui
também a fotografia, a pintura e
a ilustração da natureza.
O crescente interesse pelos recursos turísticos naturais, e em
particular pelas aves, poderá
traduzir-se numa importante
vantagem para a conservação
da natureza e da biodiversidade,
na medida em que a vivência do
lugar e a observação das aves in
loco sensibiliza o visitante para o
valor dos recursos relacionados
directa ou indirectamente com
as espécies observadas e com
os seus habitats. Por outro lado,
esta modalidade de turismo,
potencialmente sustentável nas
áreas protegidas, é um contributo significativo para as comunidades locais que, deste modo,
se envolvem de forma responsável com os valores naturais em
presença, ao mesmo tempo que
promovem uma experiência de
alta qualidade aos visitantes.
O vasto programa da feira “ObservaNatura” propõe
workshops, mini-cursos, passeios pela Reserva Natural do
Estuário do Sado, por terra e no
rio, para observação de aves,
ateliês e sessões de anilhagem.
É a oportunidade para o encontro entre as empresas de turismo de natureza, as organizações
não governamentais, as editoras
e empresas de material óptico e
os turistas ornitológicos, em torno dos valores da biodiversidade. Garças, colhereiros e flamingos são algumas das espécies
que podem ser observadas nesta
altura do ano. ø
www.observanatura.com
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
123
Descobrir
Pousada de
Juventude
da Lousã
A Pousada de Juventude da Lousã é uma excelente opção, para quem pretende passar
umas férias tranquilas e em perfeito equilíbrio com a natureza!
A
qui encontras a serenidade necessária para renovar forças e deliciar o
corpo e o espírito, numa envolvente que mistura o verde da serra da
Lousã com o azul do céu, proporcionando-te um contacto pleno com a natureza.
A Pousada de Juventude da Lousã disponibiliza
modernas e confortáveis instalações oferecendo
uma capacidade total de 62 camas, distribuídas
por sete quartos duplos (um dos quais destinado
a pessoas de mobilidade condicionada) e doze
quartos múltiplos de quatro camas. A Pousada
oferece ainda áreas socais e de apoio como o
refeitório, cozinha e lavandaria de alberguista,
sala de convívio com bar, e uma óptima esplanada com um espelho de água, ideal para terminar
o teu final de tarde.
Esta pousada, do segmento natureza-aventura,
situa-se no centro da cidade.
A Lousã caracteriza-se por ter inúmeros motivos
de interesse, desde as aldeias de xisto e os diversos percursos pedestres, passando pelas actividades de Todo-o-Terreno, até à prática de desportos aventura, tais como o parapente, provas de
orientação, atletismo, de montanha e outros.
124
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Depois de um dia bem preenchido nada melhor
do que relaxares na Pousada de Juventude da
Lousã, ideal para uma estadia em beleza! ø
Características
■■ 62 camas distribuídas por:
■■ Sete Quartos Duplos c/ WC (um adapta-
Descobrir
Pousadas
A serra da Lousã encerra autênticos tesouros
paisagísticos e monumentais, em dias de bastante calor um mergulho nas piscinas naturais
é indispensável, a distância da Pousada às piscinas é perfeitamente possível de fazer a pé, até
porque estacionar não é fácil por aquelas bandas. Aproveita o passeio para ir apreciando o
que a Serra te oferece de diferente.
do a pessoas com mobilidade reduzida);
■■ 12 Quartos Múltiplos c/ 4 camas;
■■ Horário: das 8h00 às 24h00 (recepção)
■■ 24 horas (funcionamento)
■■ Serviços: Refeitório; Cozinha e Lavandaria
de Alberguista; Bar; Esplanada; Sala de Convívio; Internet; Parque de Estacionamento.
Preços
Época Baixa (de 02/01/11 a 28/02/11 e de 01/10/11 a
29/12/11)
Quarto Múltiplo (p/ pessoa) - 11,00 €
Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) - 32,00 €
Quarto Familiar s/ WC (p/quarto) – 38,50 €
Época Média (de 01/03/11 a 14/04/11; 01/05/11 a
09/06/11; 01/09/11 a 30/09/11)
Quarto Múltiplo (p/ pessoa) - 13,00 €
Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) - 35,00 €
Quarto Familiar s/ WC (p/quarto) – 45,50 €
Época Alta (de 15/04/11 a 30/04/11; 10/06/11 a
31/08/11; 30/12/11 a 31/12/11 e 01/01/2011)
Quarto Múltiplo (p/ pessoa) – 15,00 €
Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) – 40,00 €
Quarto Familiar s/ WC (p/quarto) – 52,50 €
Como efectuar a reserva
Podes reservar alojamento em qualquer Pousada de Juventude, ou através da Internet
em www.pousadasjuventude.pt. Para tal, basta escolheres a Pousada, indicar o número de
pessoas, o tipo de quarto, datas de entrada e saída… depois é só pagar. Se preferires, telefona para o 707 20 30 30 ou envia um e-mail para [email protected]. Também podes
efectuar a tua reserva nas lojas Ponto Já ou directamente na Pousada que escolheres.
Com Cartão Jovem tens desconto em alojamento nas
Pousadas de Juventude em Portugal Continental. Mas,
se quiseres dormir numa pousada, e não tiveres este
cartão, tens de possuir o Cartão de Alberguista, que te dá
acesso às Pousadas de Juventude em todo o mundo e é
válido por um ano. Podes obter o Cartão de Alberguista
numa Pousada de Juventude ou nas lojas Ponto Já (Delegações Regionais do Instituto Português da Juventude).
Contactos
Pousada de Juventude da Lousã
Rua da Feira
3200-264 Lousã
Tel. +351 239 994 354 / Fax. +351 239 995 565
E-mail [email protected]
www.pousadasjuventude.pt
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
125
Descobrir
 COMBOIOS REGIONAIS | LINHA DO DOURO
FESTA DAS
VINDIMAS
Até ao parar do Comboio é vindima.
Dias 11, 18, 24 de Setembro e 1 de Outubro de 2011.
126
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
FESTA DAS
VINDIMAS
Conheça o percurso turístico: “A Festa
das Vindimas”.
Este programa, combinado de viagem
de comboio e participação na Festa
das Vindimas, baseia-se não só na
celebração e agradecimento da boa
colheita, mas também em dar a
conhecer e manter vivas as tradições
associadas a esta altura do ano na
Região Demarcada do Douro.
O programa tem início de manhã, na estação de Porto
Campanhã, com viagem em comboio especial exclusivo até à Régua e transfer em autocarro até à Quinta
de Campanhã. Aqui será oferecido um Porto de Honra,
com actuação de um grupo típico de danças e cantares,
visita guiada à adega e almoço regional com actuação
do rancho folclórico.
De tarde, as actividades incluem a participação nas famosas “lagaradas”.*
No fim do dia, regresso à estação da Régua de onde sairá
o comboio especial com destino a Porto Campanhã.
Serviço de minibar disponível, sob pagamento, a bordo do comboio.
* Recomenda-se a utilização de vestuário adequado (calções e
chinelos) a cargo do próprio.
Quinta de Campanhã
Horários
IDA
8:45
8:51
8:56
9:17
9:22
9:31
10:39
Porto-Campanhã
Rio Tinto
Ermesinde
Paredes
Penafiel
Caíde
Régua
Volta
20:18
20:12
20:07
19:47
19:43
19:34
18:24
Preços
O preço inclui viagens de comboio, transfer,
Porto de Honra à chegada, almoço e animação.
ADULTO – €49
Este ano com preços mais baixos
CRIANÇA – €29
(dos 4 aos 8 anos, inclusive)
PONTOS DA VENDA
■■ Estações CP
■■ netTICKET em cp.pt
■■ Call Center CP - 808 208 208
A aquisição de bilhetes pode ser feita com uma antecedência
até 30 dias.
PARCERIAS
Os Clientes da Festa das Vindimas poderão
ainda usufruir de condições especiais de alojamento no Hotel Tryp Porto Centro, tendo direito a
um desconto de 40% sobre o preço
de balcão, nos fins-de-semana em que se realiza o
programa.
Os parques de estacionamento nas Estações
de Porto Campanhã e Braga, garantem uma tarifa especial de €3 por 24 horas, a todos os Clientes
deste programa que ali deixem o seu automóvel. ø
Contactos: 221052524/526/511
E-mail: [email protected]
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
127
Descobrir
Festa das Vindimas
PROGRAMA
Descobrir
 A minha experiência
Uma rubrica destinada à partilha de experiências e aventuras no mundo Outdoor.
Nesta edição da Revista Outdoor,
convidámos um praticante de escalada desportiva! Miguel Pinto, pratica
escalada à 8 anos e conta-nos uma das
suas muitas experiências da escalada
e descreve-nos pormenorizadamente
um dos seus emocionantes episódios.
Partilha igualmente a tua experiência
connosco e poderás ser o próximo a
estar presente nesta rubrica.
Miguel Pinto
Sou um praticante regular de escalada desportiva e tive várias experiências ao longo destes
últimos 8 anos desde que comecei.
As aventuras já foram muitas, mas vou partilhar uma que me marcou … Se a memória
não me falha terá sido no ano de 2005, altura
a que me juntei a uma actividade de escalada proporcionada por um clube ao qual ainda
pertenço. Fomos para Maiorca, uma das ilhas
baleares espanholas situadas no mediterrâneo.
Por incrível que pareça nesta ilha existem, provavelmente, tantos locais para escalar como os
que existem em Portugal. Tinhamos ido a um
desses locais e vimos uma via com cerca de 200
metros. Para terem uma noção, em Portugal,
não temos vias com esta dimensão (normalmente as nossas vias têm entre 10 a 30 metros).
Nesse dia não fizemos a via porque escalar uma
via deste tamanho envolve alguma logística e
preparação prévia. Decidimos, no entanto, eu e
mais duas pessoas voltar lá num dia que estava
programado ser um dia de descanso.
A noite que antecedeu o grande dia não poderia ter sido pior pois adoeci … os meus colegas
por volta das 7h da manhã foram ter comigo já
prontos para atacar a falésia e questionaram-me muitas vezes se não era preferível ficar a
descansar. Claro que eu disse que não porque,
e apesar de não me sentir nas melhores condições, estava entusiasmadíssimo por escalar
algo tão imponente como aquela falésia.
Para vos tentar enquadrar na logística envolvida numa escalada a uma via desta dimensão,
a via tem de ser feita por partes (chamados na
giria de largos). Ou seja, há um escalador que
sobe, por exemplo, os primeiros 20 metros,
autosegura-se numa reunião (pontos próprios
para o efeito) e “sobe” os outros escaladores.
128
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Para perceberem melhor cada largo demorava
cerca de 30 a 45 minutos para ser conquistado.
Escusado será dizer que eu era o elo mais fraco e
estava a fazer com que a ascenção fosse bastante
lenta. E estava em sofrimento... passadas 4 a 5 horas estavamos sensivelmente a meio da via. Aproveitamos uma plataforma natural nessa reunião e
almoçámos.
Entretanto nessa mesma altura tomei a decisão de
não continuar por não estar em condições nem físicas nem psicológicas para o fazer. Só que naquela
altura teria de ficar quieto a 100 metros de altura e
esperar que eles terminassem a ascenção, descessem novamente e só então poderia descer quando
eles se cruzassem comigo na sua descida. Foram
umas 4 a 5 horas muito mal passadas. O local apesar de ser uma plataforma natural não era propriamente espaçoso e não tinha sombras. Depois
passado uma meia hora de eles terem recomeçado
a ascensão deixei de ter qualquer tipo de contacto
com eles ou com quem quer que fosse. E por fim,
passado umas 4 horas de estarmos completamente
sozinhos numa meio de uma falésia e sem material
que nos permita ascender ou descer começamos a
pensar coisas do género “será que lhes aconteceu
alguma coisa?”, “será que vou ter de passar aqui a
noite até que o resto do grupo dê pela nossa falta e
somente no dia seguinte é que nos vêm resgatar?”.
Felizmente, já perto do anoitecer, os meus 2 companheiros lá apareceram para meu grande alívio.
Ao chegarmos à base da via, já totalmente de noite
e ao puxarmos a corda alguém se esqueceu de tirar o nó e a corda ficou presa na reunião. Tivemos
de voltar lá no dia seguinte só para recuperarmos
a corda.
Esta foi uma das experiências mais marcantes
para mim enquanto praticante de escalada e a qual
guardo bem na minha memória. ø
Um Jogo de
Campeões
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
129
Desporto Adaptado
Boccia
Boccia
Desporto Adaptado
O
Boccia tem influências do jogo
tradicional, petanca, oriunda das
civilizações gregas e romanas,
tornando-se uma modalidade Paralímpica em 1984, nos jogos de
Nova Iorque. Esta é a modalidade principal para
atletas portadores de paralisia cerebral.
É um desporto indoor, de precisão, em que são
arremessadas bolas, seis de couro azuis e seis
vermelhas, com o objectivo de as colocar o mais
perto possível de uma bola branca chamada de
“jack” ou bola alvo. É permitido o uso das mãos,
dos pés ou de instrumentos de auxílio para atletas com grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. Está modalidade
pode ser disputada de forma individual, pares
ou por equipas.
Antes de começar a partida, o árbitro sorteia
através de moeda ao ar, a escolha da cor das
bolas com que cada equipa vai competir, contudo dá o direito aos participantes de escolher se
quer competir com as bolas de couro vermelhas
ou azuis. O lado que escolhe as vermelhas inicia
a disputa, jogando primeiro o “jack” e uma bola
vermelha. Depois é a vez da bola azul entrar em
acção. A partir de então, os adversários se revezam a cada lance para ver quem consegue posicionar as bolas o mais perto possível do “jack”.
As partidas ocorrem em quadras cobertas, planas e com demarcações no piso. A área de jogo
mede 6m de largura por 12,5m de comprimento.
Para ganhar um ponto, o atleta tem de jogar a
bola o mais próximo do “jack”. Caso este mesmo
jogador tenha colocado outras bolas mais próxi-
130
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Classificação
Os jogadores podem ser classificados
em quatro classes:
■■ BC1: Atletas podem competir com o auxílio de
assistentes, que devem permanecer fora da área
de jogo do atleta. O assistente pode apenas estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar
a bola a pedido.
■■ BC2: Os jogadores não podem receber assistência.
■■ BC3: Para jogadores com características funcionais mais limitadas, já que não conseguem arremessar as bolas.. Para o lançamento das bolas os
jogadores utilizam dispositivos auxiliares, calhas,
capacetes com ponteiros e são auxiliados sempre
por um acompanhante que deve manter-se sempre de costas para a área de jogo. Se esta regra for
quebrada o jogador sofrerá penalizações.
■■ BC4: Para jogadores com outras deficiências locomotoras, mas que são totalmente autónomos
relativamente à funcionalidade exigida pelo jogo
não podem receber auxílio.
mas do alvo, cada uma delas também vale um
ponto. Se duas bolas de cores diferentes ficam
à mesma distância da esfera branca (Jack), os
dois lados recebem um ponto. Vence quem acumula a maior pontuação.
Neste ano de 2011, a competição “Taça do Mundo” fez 20
anos, a primeira edição deste
troféu decorreu em 1991 em
Coimbra, onde Portugal foi o
primeiro país a conquistar este
troféu.
Portugal foi a Belfast com a selecção renovada, dos 11 atletas
convocados, cinco são estreantes na competição, como é
o caso de Bruno Ribeiro, Luís
Silva, Susana Barroso, Pedro
Clara e Domingos Vieira. ø
FPDD
Portugal não terá comprometido a presença
nos Jogos de Londres 2012, mas ficou um sério
aviso às cores lusas que nos próximos Jogos
Paralímpicos a luta pelos lugares do pódio vai
ser muitíssimo cerrada.
Resultados
Individuais
Classe BC1
Vencedor
6º Lugar
António Marques
João Paulo Fernandes 8º Lugar
Coreia do Sul
Kwang Min JI
Classe BC2
Abílio Valente
Fernando Ferreira
Cristina Gonçalves
1º Lugar
17º Lugar
29º Lugar
Classe BC3
Luís Silva
Armando Costa
José Carlos Macedo
Ho Won Jeong
9º Lugar
12º Lugar
14º Lugar
Coreia do Sul
Domingos Vieira
Pedro da Clara
Susana Barroso
Eliseu dos Santos
3º Lugar (medalha de Bronze)
11 º Lugar
34º Lugar
Brasil
Vencedor
Classe BC4
Curiosidade:
Através do jogo disponível
no site http://paralympics.
channel4.com/boccia/
pode aprender mais sobre
esta modalidade de uma
forma muito mais divertida
e dinâmica.
O Pais vencedor desta edição da Taça do Mundo foi a Coreia do Sul.
Vencedor
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
131
Desporto Adaptado
Boccia
Ao longo dos anos, Portugal foi obtendo resultados muito significativos nesta modalidade. Nos
Jogos Paralímpicos os atletas portugueses foram
medalhados em todas as edições de 1984 a 2008,
nas várias classes.
A mais recente competição foi a Taça do Mundo
de Boccia que se realizou na University of Ulster, Jordanstown Campaus, em Belfast na Irlanda de 18 a 27 de Agosto.
Espaço APECATE
 Actividades de Animação Turística
em Áreas Protegidas
Para quando as Cartas
de Desporto de Natureza?
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Embora o objectivo destas alterações tenha sido
a simplificação, diz-nos a experiência que muitas empresas ainda têm dificuldades em situar-se
perante esta nova realidade: umas, por falta de
informação (o que não é desculpa porque tudo o
que precisam de saber está nos websites do Turismo de Portugal e do ICNB); outras, porque esta
nova realidade não está tão simplificada quanto
se desejaria.
A importância destas Cartas que, por uma questão de coerência conceptual com o citado diploma, deveriam denominar-se Cartas de Turismo
e Desporto de Natureza, é fácil de entender: elas
são o documento de ordenamento que concretiza, na perspectiva do Turismo de Natureza, quais
são as actividades de animação turística que podem realizar-se em cada AP, onde e quando.
Enquanto não forem publicadas, todos os agentes de Animação Turística com actividades classificadas como Turismo de Natureza têm que
cumprir aquilo a que se comprometeram com a
assinatura do Código de Boas Práticas: respeitar
o estipulado para as suas actividades nos Planos
de Ordenamento e outros documentos de ordenamento.
Quando a lei da Animação Turística saiu, nada
apoiava as empresas no trabalho de descodificação destes diplomas.
Nas reuniões então havidas sobre esta matéria,
entre a APECATE, as Secretarias de Estado do Turismo e do Ambiente e o ICNB (2009 e 2010), tivemos oportunidade de defender a posição de que
seria muito pouco justo passar para os agentes
de Animação Turística o ónus de interpretação
destes textos, complexos, eivados de imprecisões
conceptuais de vária índole, sem uniformidade
Fotos: Javsport, lda
O que é que ainda a complica?
Na nossa opinião, uma única falha objectiva
(subjectivas há várias): a ausência de Cartas de
Desporto de Natureza na quase totalidade das
Áreas Protegidas (AP); e a (ainda) não adaptação
das duas existentes (Parques Naturais das Serras
de Aire e Candeeiros e de Sintra-Cascais) às alterações trazidas pelo decreto-lei nº108/2009.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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Espaço APECATE
Animação Turística
O
DL nº 108/2009 de 15 de Maio consagra grandes alterações à lógica
anterior da relação dos agentes de
Animação Turística com as Áreas
Protegidas (AP): define um novo
conceito de turismo de natureza; cria um balcão
único de licenciamento sob a forma de registo –
o RNAAT, abolindo o processo das anteriores licenças ambientais emitidas pelo ICNB; define as
tipologias de actividades consideradas como actividades de turismo de natureza; e alarga a responsabilidade das empresas ao fazer depender a
sua actuação nas AP da assinatura de um código
de boas práticas com força de lei.
Espaço APECATE
entre si e, sobretudo, concebidos fora do actual
enquadramento jurídico do turismo de natureza.
O que foi conseguido com a colocação desta questão não resolveu o problema mas já tem que ser
considerado um avanço considerável: os serviços
centrais do ICNB solicitaram a todas as AP sem
CDN a elaboração de quadros nos quais estão
identificadas, para cada uma, as actividades de
turismo de natureza consideradas livres, condicionadas a várias categorias de pareceres e interditas. http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/O+ICNB/
Turismo+de+Natureza/Actividades/
Foi um trabalho que estas entidades optaram por
fazer sozinhas, ou seja, sem debate prévio quer
com a APECATE quer com os agentes de Animação
Turística que operam em cada AP. Neste particular,
não aceitaram a nossa proposta.
Como na altura exprimimos à Direcção do ICNB,
foi uma pena.
Este debate teria seguramente permitido alterar algumas visões absurdamente restritivas como, por
exemplo, a necessidade de solicitar pareceres para
andar a pé em percursos sinalizados pela própria
AP, em zonas de Protecção Parcial e Complementar. Ou, sabe-se lá em nome de que critério, a limitação de isenção de pareceres a grupos inferiores a
15 pessoas.
Não tenho notícia que tal aconteça em qualquer
outro sítio do mundo. Em Portugal, como poderá verificar quem quiser dar-se ao trabalho de ir
consultar estes quadros, existem várias APs nestas
circunstâncias. Felizmente também há honrosas
excepções.
As Cartas de Desporto e Turismo de Natureza devem, precisamente, evitar estas situações, reduzindo ao mínimo a necessidade de pareceres. Por isso,
a par de uma sinalização e fiscalização adequadas
das AP, são as condições mínimas exigíveis pelo objectivo de simplificação do exercício dos agentes de
Animação Turística na Áreas Protegidas.
Mas, para que cumpram este objectivo, não podem
ser elaboradas unilateralmente nem limitar-se a
pedidos de parecer escritos e à distância. Exigem a
participação activa e de proximidade da APECATE
e de todos os agentes de Animação Turística que
queiram dar o seu contributo. Deveria ser evidente, para quem tem em Portugal a árdua tarefa de
defender e conservar a natureza e a biodiversidade, que os agentes económicos do Turismo de Natureza são seus aliados. Ainda não é.
Não temos qualquer dúvida de que, em conjunto,
conseguiremos, com muito menos dificuldade,
criar Cartas de Turismo e de Desporto de Natureza
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Este espaço é seu
Envie-nos as suas dúvidas e questões sobre
temáticas de Animação Turística, Congressos e Eventos e a APECATE responderá.
[email protected]
com as características que já tivemos oportunidade
de propor à anterior tutela do Ambiente: documentos simples, de fácil interpretação e actualização e
que tenham conteúdos estritamente relacionados
com o seu objectivo principal, a saber, promover
uma utilização turística e desportiva sustentável
das AP.
De acordo com o RNAAT, existem 287 empresas
com actividades classificadas como Turismo de
Natureza.
Teríamos muito gosto em ouvir o que têm a dizer sobre este assunto, caso aceitem contactar-nos através deste espaço de comunicação empresarial. ø
Ana Barbosa
Presidente da Secção de Animação Turística da APECATE
www.apecate.pt
A fechar
Davide Machado volta a brilhar
RevistaObistiundicim eos aut ipsapitias as doloriDavide Machado voltoubus
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9,0 km
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comcus,
o tempo
de 27:36
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nonsedit
e
e com entrada directa no pódio, o que acontece
pelaitatia
segunda
vez
nestes Mundiais. O jovem atleta da Póvoa de Lanhoso melhora assim o 11º lugar alcançado por Daniel Marques em 2010, cotando-se
como a grande figura da nossa Selecção presente em Itália.
Mais Informações:
http://www.portalaventuras.pt/informacoes/noticias/4335-davide_
machado_volta_a_brilhar.html
Billabong Azores Islands
O Billabong Azores Islands Pro presented by Nissan está de volta às
ondas da ilha de S. Miguel, Açores, entre os dias 26 de Setembro e 2
de Outubro. Este ano não há mesmo motivos para não assistir ao
Billabong Azores Islands Pro presented by Nissan, na Ribeira Grande, ilha de S. Miguel, Açores… ou num monitor perto de si!
Mais Informações
http://www.portalaventuras.pt/informacoes/eventos/4316-billabong_azores_islands.html
Aplicação Praias Fluviais
As melhores praias fluviais de Portugal (região centro) ao alcance
de um dedo. Versão completa de Norte a Sul do país a disponibilizar
brevemente.
Mais Informações
http://itunes.apple.com/pt/app/ipraias-fluviais/id455727314?mt=8
7º Aniversário da Associação Paintugal
Terá lugar dia 8 de Outubro de 2011 no Campo Militar de Santa Margarida. Esperam-se cerca de 600 jogadores de norte a sul de Portugal e do Estrangeiro, estando já confirmadas inscrições de jogadores da Inglaterra, Espanha e Estados Unidos.
Inscreve-te já!
http://www.portalaventuras.pt/informacoes/noticias/3919-7_Aniversario_Paintugal.html
Patagónia Luso Expedition
Em ano de dificuldades, decidimos ousar e ir mais além com uma
aventura em português.
Atravessaremos no próximo dia 11 de Novembro a 18 de Dezembro,
em autonomia e de forma sustentável, despretensiosa, ecológica e
solidária a Patagónia e a Tierra del Fuego com o auxílio da bicicleta.
oditatatem et ariaeElisim quatur, Mais Informações
quiberc hillit apisciati sinulles
o
et
sitatist,
sus
et
platur?
veliquis rest, aut explaboreium
http://www.portalaventuras.pt/informacoes/noticias/3831-Patagonia%20Luso%20Expedition.html
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