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www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br QUINTA-FEIRA, 16 DE FEVEREIRO, 2012 O ANO 4 | N 624 | R$ 3,00 PUBLISHER RICARDO GALUPPO DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA DIRETOR ADJUNTO (RJ) RAMIRO ALVES Divulgação O dote do PSD Sem clima Petistas e tucanos fazem os cálculos para saber se é vantagem ter partido de Gilberto Kassab como aliado. ➥ P10 O físico José Goldemberg critica a lentidão do Itamaraty para trazer chefes de Estado à Rio+20. ➥ P8 Governo corta R$ 55 bi, extermina emendas, mas tenta preservar PAC Os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior anunciaram um contingenciamento que não poupou nem a área social e muito menos as emendas parlamentares. O corte, que excluiu os investimentos no PAC, tenta garantir a meta do superávit primário. ➥ P4 Rodrigo Capote Forno de Minas negocia com grupo espanhol Ingapan, que já atua em 22 países, põe o Brasil no mapa de sua expansão e acerta os detalhes para erguer uma fábrica com a tradicional fabricante de pães de queijo mineira. ➥ P14 Kellogg compra batata Pringles Weg vai crescer com aquisições Marca pertencia à P&G, que sai do mercado de alimentos. Valor do negócio: US$ 2,7 bi. ➥ P14 Objetivo da fabricante de equipamentos é quadruplicar receita em oito anos . ➥ P32 Vale fechou o ano passado com lucro recorde Brasilprev põe nova classe média na mira Empresa presidida por Sérgio Rosa teve lucro recorde em 2011 e aposta na ascensão econômica do brasileiro para continuar crescendo. ➥ P40 Lucro menor não abala o otimismo de dirigente da Bolsa O valor de mercado e o lucro da BM&FBovespa caíram, mas Edemir Pinto, seu presidente, calcula que 45 empresas farão oferta de ações em 2012. ➥ P42 Resultado da mineradora foi de US$ 22,9 bilhões em 2011, “um desempenho extraordinário”, disse o presidente Murilo Ferreira. ➥ P48 Crise força governo da Itália a cobrar imposto da Igreja Proposta prevê taxação de prédios religiosos usados comercialmente. Igreja italiana tem ¤ 9 bilhões em imóveis. ➥ P46 INDICADORES TAXAS DE CÂMBIO Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/€) JUROS Selic (ao ano) BOLSAS Bovespa — São Paulo Dow Jones — Nova York FTSE 100 — Londres 15.2.2012 COMPRA VENDA 1,7220 2,2454 1,7240 2,2465 META EFETIVA 10,50% 10,40% VAR. % ÍNDICES 0,51 -0,76 -0,13 65.368,49 12.780,95 5.892,16 2 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 ENTREVISTA OPINIÃO Henrique Manreza Avanço Julio Gomes de Almeida Professor da Unicamp e ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda “Retrato de Henrietta Moraes” Quadro pintado em 1963 por Francis Bacon ANNA CHAIA Reuters Presidente da L’Occitane do Brasil, fabricante e varejista francesa de cosméticos “A L’Occitane não consegue desembarcar em Maceió ” Embora a operação brasileira da L’Occitane deva fechar o ano fiscal de 2011/2012, a se encerrar no próximo mês, com um crescimento entre 35% e 37% em relação ao exercício anterior, nem tudo na rotina de Anna Chaia, comandante da subsidiária, é um mar de lavandas. Com a expectativa de chegar a dezembro com 100 lojas em operação no Brasil, a L’Occitane enfrenta desafios para expandir sua presença física no país. Uma das reclamações de Anna é a dificuldade em encontrar ponto em cidades como Maceió, capital de Alagoas, e até mesmo em outros municípios, como Santos (SP). Há quanto tempo a senhora procura um ponto em Maceió? Estamos há dois anos tentando localizar um ponto para a L’Occitane em Maceió. A gente já avaliou lojas de rua e de shopping. Contudo, lá não tem uma rede Multiplan, Iguatemi ou BR Malls nem uma grande bandeira instalada. A gente mapeia outras marcas de varejo para saber onde elas estão. Quando negociamos um ponto, a gente olha os contratos já assinados com as marcas de perfil de cliente semelhante ao da L’Occitane, como a H. Stern, Vivara e Arezzo. Para abrir uma L’Occitane, no entorno precisamos ter lojas do mesmo nível que a nossa. O mesmo problema ocorre em outras regiões do Brasil? Sim. Neste mês estou abrindo loja no Shopping Praia Mar, em Santos (SP), onde tentamos achar um ponto durante um ano. Eu sabia que era o melhor shopping da região e tivemos que esperar a vaga, que surgiu no final de 2011. Em janeiro reformamos o espaço e neste mês inauguramos a L’Occitane lá, a primeira do litoral paulista. No Rio de Janeiro, por exemplo, temos sete lojas e gostaríamos de ter mais cinco, mas ainda não consegui achar ponto em locais como Ipanema. Como andam as vendas nas farmácias? A L’Occitane tem mais de 100 mil fãs no Facebook e isso explica um dos fatores do sucesso da companhia no Brasil, que optou pela estratégia multicanal para crescer. A gente acredita que vender em farmácias selecionadas é uma alternativa interessante, além da abertura de lojas, atualmente em 90. Estamos em 250 farmácias e pretendemos chegar a 100 pontos adicionais até 2013. Françoise Terzian Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP). E-mail: [email protected] As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Alheia à crise, Christie’s leiloa quadro por US$ 33,7 milhões O retrato de um nu feminino de Francis Bacon foi vendido por £ 21,3 milhões (US$ 33,7 milhões) na Christie’s na terça-feira. Pintado em 1963, o “Retrato de Henrietta Moraes”, pintado em 1963, atingiu o preço mais alto pago por uma pintura nesta categoria em quatro anos na casa londrina. O leilão de pinturas pós-guerra e contemporânea movimentou £ 80,6 milhões (US$ 127,5 milhões), resultados sólidos se seguem a um movimento de £ 179,1 milhões (US$ 282,3 milhões) na semana passada. O mercado de arte sobreviveu relativamente ileso à crise do euro e ao lento crescimento econômico até agora, com preços aumentando em 2010 e 2011 depois que a crise financeira o afetou em 2009. Reuters Retrocesso A seleção brasileira caiu um ponto, perdendo o 6º lugar para Portugal Divulgação Seleção brasileira cai para o sétimo lugar no ranking da Fifa A seleção brasileira caiu para o sétimo lugar no ranking da Fifa, cedendo o sexto posto para Portugal. A Espanha manteve o primeiro lugar, a Alemanha subiu para segundo e a Holanda caiu para terceiro. Uruguai e Inglaterra continuaram em quarto e quinto, respectivamente, enquanto a Itália subiu do nono para o oitavo e a Croácia caiu do oitavo para o nono. A Argentina deixou o grupo das dez primeiras, cedendo o 10º lugar para a Dinamarca. Após vencer a Copa Africana das Nações, Zâmbia subiu 28 posições para o 43º posto, ocupando pela primeira vez em 11 anos o grupo das 50 melhores seleções. Reuters Os ciclos do varejo O aumento real das vendas do varejo brasileiro em 2011, de 6,7%, revela que a política econômica usou instrumentos que de fato permitiram atingir o objetivo de desacelerar a demanda de consumo na economia. Vale observar que no ano anterior o varejo havia evoluído nada menos que 10,8%. Aumento de juros, corte de gastos e, especialmente, as medidas macroprudenciais na área do crédito foram as ações que levaram ao resultado. Mas, muitos outros fatores independentes da política econômica estiveram em cena, condicionando o desempenho dos vários segmentos do comércio. Os ciclos do varejo passaram a ter uma complexidade muito maior na economia brasileira devido à evolução da renda e do crédito, a mudanças nos padrões de gastos das famílias e em razão de movimentos decisivos em setores de intensa inovação tecnológica. O forte aumento do salário mínimo no corrente ano poderá voltar a despertar o ciclo anterior de expansão Podemos chamar de ciclo de renda ao crescimento do setor de supermercados, produtos alimentícios e bebidas que se inicia já em fins de 2004, como fruto da redistribuição da renda promovida pelos programas sociais e elevação do salário mínimo. Disto resultaram taxas expressivas que chegaram a 8,9% em 2010. No ano de crise de 2009, a marca de 8,3% constituiu um dos sustentáculos para o bom desempenho do varejo nesse ano (5,9%). O dinamismo do setor correspondeu à intensificação e diversificação do consumo de milhões de novas famílias que o Brasil iria acrescentar ao seu mercado interno. A desaceleração ocorrida em 2011, quando as vendas do setor tiveram variação de 4%, reflete mudanças no gasto desses novos consumidores, que transitam para itens como bens duráveis e serviços. O forte aumento do salário mínimo no corrente ano poderá voltar a despertar o ciclo anterior de expansão. O ciclo de duráveis teve também por base a evolução da renda, mas seu extraordinário crescimento nos últimos sete anos (exceção para 2009), teve como alavanca a expansão do crédito para as pessoas físicas promovida pela inovação financeira representada pela criação do crédito consignado e por uma intensa concorrência bancária que procurava atrair a nova clientela de consumidores e que promoveu uma ampla oferta de crédito e expressiva majoração dos prazos de pagamento. As vendas dos segmentos de móveis e eletrodomésticos e de veículos tiveram crescimento superior a 10% em vários anos do último ciclo de expansão da economia brasileira. Nem mesmo a política de contenção de crédito desacelerou significativamente a expansão das vendas de móveis e eletrodomésticos, que preservaram um crescimento de 16,6% em 2011 (18,3% em 2010). Mas, no segmento de veículos o ciclo de duráveis está mostrando sinais de desaceleração: crescimento de 6,1% em 2011 contra 14,1% em 2010. Finalmente, um longo ciclo de inovação vem dando a tônica do segmento de maior expansão do varejo, qual seja, equipamentos de escritório, informática e comunicação. Dado o intenso processo inovador que mantém em alta velocidade a diferenciação de produtos e o barateamento dos bens, a expansão nesse caso chegou a 19,6% em 2011, que pode ser considerada em linha com o crescimento de 24,3% em 2010. ■ NESTA EDIÇÃO Rodrigo Capote Petrópolis luta pela vice-liderança no copo Fabricante de cervejas planeja investimento de R$ 281 milhões neste ano para enfrentar a concorrência das multinacionais Heineken e Kirin, informa Douglas Costa, diretor de marketing. ➥ P15 Cortenasemissõesdecarbonoatraiempresas A preocupação com a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa deixa de ser apenas das grandes corporações e chega às cadeias de fornecedores. ➥ P36 Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 3 MOSAICO POLÍTICO José Dirceu Advogado e ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT PEDRO VENCESLAU [email protected] Mauricio Lima/AFP A Europa tem futuro? Trata-se de uma armadilha que cobra um custo social alto. A direção das medidas impostas é a do fim do estado do bem-estar e uma perigosa supressão de soberanias Mas, na armadilha alemã, a queda do consumo e o aperto do mercado interno tornariam a exportação o único caminho, desde que os países não estivessem atrelados ao euro e pudessem desvalorizar suas moedas. Como não podem, perdem competitividade e assistem à expansão alemã. Trata-se de uma armadilha que cobra um custo social alto. A direção das medidas impostas é a do fim do estado do bem-estar e uma perigosa supressão de soberanias — haja vista o processo de substituição dos governos grego e italiano no ano passado. A perda da soberania atinge, ainda que em menor grau, até mesmo a França, outrora orgulhosa de suas lideranças que ecoavam seu status de potência e liderança mundial. Na Europa de hoje, a ordem é “cortar” — tirar direitos, diminuir o custo do trabalho, achatar até o salário mínimo e os benefícios da previdência, reduzir os gastos e investimentos. Uma das consequências da crise financeira internacional de 2008-2009 é o aumento do nível de concentração, que desemboca em monopólio, spreads escandalosos e opressão econômica. Esse cenário associado à liquidação de conquistas sociais só pode ensejar protestos e revoltas da população. O último passo para matar o futuro é retirar o poder sagrado dos povos de se levantarem contra as opressões, quaisquer que sejam suas roupagens. Até isso será feito? ■ SP se curva (de novo) ao tempo de Serra Não existe interlocutor confiável quando o assunto é o projeto de poder de José Serra. Foi assim em 2004 (prefeitura), 2006 (governo de São Paulo), 2010 (presidência). Em 2012, a novela se repete. O ex-governador tem bons amigos, claro, mas absolutamente ninguém consegue tirar dele um sinal concreto sobre suas intenções. Só quando percebe que a margem de erro está caindo perigosamente, o tucano se manifesta com clareza para redistribuir o jogo. Enquanto isso, os demais agentes do processo se movimentam no escuro. “A entrada do Serra na campanha será boa para a macropolítica. A tese de que a demora em tomar a decisão prejudica é uma bobagem. O tempo político tem outra dinâmica”, disse à coluna o sociólogo e vereador Floriano Pesaro, líder do PSDB na Câmara dos Vereadores. ■ Haddad guarda na cartola promessa de tucano em 2004 Deputados estaduais tucanos querem implodir prévias Em 2004, Serra chegou a assinar um documento comprometendo-se a ficar no cargo de prefeito até o final. Como todos sabem, ele acabou deixando a prefeitura em 2006 para concorrer ao governo. O episódio já está sendo usado nos discursos e conversas políticas de Fernando Haddad. No final da tarde de ontem, a bancada do PSDB na Assembleia Legislativa paulista clamou por Serra. Em nota oficial, os deputados disseram que apoiam a candidatura do ex-governador à prefeitura. Os 22 parlamentares tucanos querem cancelar as prévias programadas para o dia 4 de março. CURTAS ➤ ● A presidente Dilma Rousseff recebeu Gilberto Kassab ontem no Palácio do Planalto. Mas (vai entender...) não colocou o encontro na sua agenda oficial. O teor da conversa não é um mistério: a dívida de SP e Serra. Sempre ele. ➤ ● Exótica e sem limites, Bangcoc tem uma agitação que no começo pode deixar o visitante meio confuso, mas aos poucos ele vai sendo conquistado pelo fascínio da cidade. ➥ P39 Foi lançada ontem na Câmara a Frente Parlamentar em Defesa dos Servidores Públicos Federais. Ideia do deputado Edson Santos (PT-RJ), o grupo será responsável pela interlocução entre os sindicatos e o governo no debate sobre a previdência complementar do funcionalismo público da União. Moratóriagrega pode ocorrer em 20de março ➤ ● AvisitaaBangcocdevecomeçarpelostemplos Ministros da Zona do Euro adiam novamente reunião para decidir sobre ajuda de ¤ 130 bilhões ao país e provocam reação do governo grego, cada vez mais ameaçado pela moratória. ➥ P46 Generosa é a Câmara dos Deputados. Os secretários parlamentares com cargo de natureza especial (CNE) terão outro benefício além de emendar os feriados: reembolso de despesas com planos de saúde. ➤ ● A tentação bateu na porta de Kassab. Ele recebeu convite de Eduardo Campos para cair na folia em... Recife. PRONTO, FALEI “Olha,vejomuita gentecom70, 80anos, muito maisjovem do quemuitosjovens queestão aí com ideiastão antigas earcaicas” ➤ ● As aparências enganam. Ou não. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), herói do projeto do Estatuto da Juventude, está sendo chamado de Harry Potter do Congresso. ➤ ● Na noite de ontem, o ex-presidente Lula passou pela 31ª sessão de radioterapia no Hospital Sírio-Libanês. Seu calvário termina amanhã. Aécio Neves Senador mineiro, em momento de choque de gerações ➤ ● Divulgação Impossível prever o que será do futuro da Europa. Se considerarmos a profundidade da crise no continente e as medidas capitaneadas pela Alemanha para superá-la, infelizmente, parece não haver futuro. De fato, o que tem sido construído é um caldeirão prestes a explodir. A fórmula engendrada é exigir dos países mais fragilizados pela crise um pacote de corte de gastos e benefícios sociais em troca de auxílio financeiro para sinalizar ao mercado capacidade de rolar as dívidas. Por diversos instrumentos, a recomendação é apertar o cinto sobre a população, exigindo um esforço ainda mais acentuado, para garantir o funcionamento do sistema financeiro. Inevitável esperar aumento do desemprego e recessão. A situação de revolta da sociedade na Grécia — tumultos generalizados, greve geral com adesão de 70% dos trabalhadores, paralisação nos transportes e incêndios em prédios e lojas históricos — é apenas um sinal do que pode ocorrer se houver insistência pelo caminho de cobrar da população a fatura gerada pela inoperância dos responsáveis por cuidar das finanças na zona do euro. O pacote empurrado goela abaixo à Grécia é difícil de engolir: corte de ¤ 3,3 bilhões em pensões e remunerações, 150 mil empregos e redução de 22% no salário mínimo (!) em contrapartida aos ¤130 bilhões para quitar uma parcela de ¤ 14,5 bilhões da dívida grega. Certamente, gregos e europeus devem se questionar o que aconteceria se esse dinheiro fosse disponibilizado à população para consumo de itens produzidos localmente — aquecimento da economia, alta na arrecadação, freio às demissões, enfim, poderia ser a ignição de uma retomada da atividade econômica. A pacata e histórica cidade de Mariana, ao lado de Ouro Preto, na região central de Minas Gerais, bateu ontem um recorde da política nacional. Os moradores locais “prestigiaram” a posse do quinto prefeito desde 2009. O drama começou em 2008, quando o ex-prefeito João Ramos foi assassinado. 4 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 DESTAQUE ORÇAMENTO 2012 Editora: Elaine Cotta [email protected] Investimentos fora do PAC e do Minha Casa são bloqueados Como ocorre historicamente, governo contingenciou recursos e projetos tocados por vários ministérios Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr Simone Cavalcanti, de Brasília [email protected] Para conseguir fazer o bloqueio de R$ 55,01 bilhões dos recursos orçamentários anunciados ontem, o governo não fugiu à regra do que ocorre historicamente: teve de sacrificar uma parcela dos investimentos públicos vinculados a projetos tocados pelos ministérios. De um total de R$ 80,64 bilhões previstos na Lei Orçamentária, a tesoura foi passada em R$ 25,57 bilhões. Já em relação ao custeio, considerada a despesa ruim que está vinculada à manutenção da máquina pública, o corte foi mais brando: os gastos orçados em R$ 165,46 bilhões passaram para R$ 156,03 bilhões — ou seja, R$ 9,44 bilhões a menos. Segundo a secretária de Orçamento Federal, Célia Corrêa, a totalidade das emendas parlamentares (R$ 20,3 bilhões), principalmente as vinculadas aos investimentos ministeriais, foi cortada e voltouse praticamente aos gastos previstos no projeto de lei que o Executivo enviou ao Congresso em agosto de 2011. “Cortamos até mais um pouco do que o projeto.”, diz. De fato, a previsão de despesas obrigatórias foi reduzida em R$ 20,5 bilhões. Foram reduzidas expectativas de gastos com subsídios, benefícios previdenciários, despesas do Banco Central e doações e convênios. Além disso, foi retirado da programação os recursos que iriam para a complementação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de funcionários celetistas do governo federal (R$ 2,9 bilhões) e os repasses aos fundos da Amazônia e do Nordeste (R$ 1,65 bilhão). A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, explicou que o bloqueio de R$ 7,7 bilhões para os benefícios pagos à Previdência foi decidido por causa das boas perspectivas para a trajetória do déficit. O governo calcula que o resultado previdenciário negativo fique em 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB), igual ao nível apurado em 2011. “Os benefícios devem se reduzir como proporção do PIB porque o gasto da previdência tem crescido menos do que a atividade econômica”, disse a ministra. No entanto, segundo Célia Corrêa, essa conta não conside- Mantega e Belchior: governo esperou ministra voltar da licença médica para anunciar os cortes ra a criação do Fundo de Pensão dos Servidores Públicos Federais (Funpresp) que, se aprovado esse ano pelo Congresso como quer o governo, vai elevar o déficit em um primeiro momento, não reduzi-lo. “Mas ao longo do ano vamos fazendo os ajustes necessários na programação orçamentária”, lembrou a ministra. Miriam Belchior ressaltou que será republicado um decreto mantendo a contenção para os gastos de diárias, reformas e compra de imóveis, máquinas e equipamentos com a qual o governo conseguiu economizar R$ 2,2 bilhões no ano passado. “Vamos mudar os procedimentos para garantir que esse tipo de gasto não aumente.” Crescer e crescer Conforme o prometido, o governo livrou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida do bloqueio orçamentário. Os dois têm, juntos, R$ 42,5 bilhões livres para aplicações neste ano. “Esse orçamento privilegia o investimento, que é a locomotiva do crescimento do Brasil e fomenta o investimento privado”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para quem, mesmo com O corte anunciado pelo governo soma R$ 55,01 bilhões, dos quais R$ 20,3 bilhões são de emendas parlamentares vinculadas, principalmente, aos investimentos ministeriais o valor contingenciado será possível ao governo impulsionar a atividade econômica a ponto de fazer o PIB expandir 4,5% neste ano — o que inclui mais desonerações tributárias (leia mais ao lado). Mantega reafirmou ainda o compromisso do governo com o programa de consolidação fiscal iniciado em 2001 com o objetivo de reduzir a dívida pública brasileira em relação ao PIB. A perspectiva é que, ao conseguir cumprir a meta de superávit primário neste ano, essa relação caia de 36,5% para 35,3%. ■ ÁREAS MAIS AFETADAS PELOS CORTES DE DESPESAS DO GOVERNO FEDERAL EM 2012, EM R$ BILHÕES 6 5,473 4 3,322 3,319 2 0 SAÚDE CIDADES DEFESA Fontes: Ministérios da Fazenda e do Planejamento 2,247 2,193 JUSTIÇA INTEGRAÇÃO NACIONAL 1,938 EDUCAÇÃO R$ 10,7 BI A MENOS Cortes em Saúde, Educação e Cidades se deve a emendas Juntos, os ministérios da Saúde, da Educação e das Cidades vão sofrer bloqueio de R$ 10,73 bilhões no orçamento deste ano. Segundo a secretária Orçamento Federal, Célia Corrêa, esse valor corresponde integralmente às emendas parlamentares que foram integradas ao projeto de lei durante as discussões no Congresso. “Do que havíamos planejado no projeto de Lei, Saúde e Educação estão poupados”, garantiu ela. A Lei Orçamentária foi aprovada com R$ 77,58 bilhões para a pasta da Saúde. Pelo contingenciamento anunciado ontem, poderá dispor ao longo deste ano de R$ 72,11 bilhões. Na Educação, a previsão legal é de R$ 35,29 bilhões, mas com o bloqueio, cai para R$ 33,36 bilhões. Já o Ministério das Cidades, responsável pelo programa Minha Casa, Minha Vida, viu sua possibilidade de empenho de gastos cair de R$ 20,78 bilhões para R$ 17,46 bilhões. A secretária explicou que o programa, que receberá R$ 11 bilhões no orçamento, não será prejudicado porque está fora das contenções. S.C. Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 5 LEIA MAIS ➤ ● O corte de R$ 55 bilhões vai sacrificar investimentos previstos para os ministérios — de um total de R$ 80,6 bilhões que estavam previstos, R$ 25,6 bilhões foram cortados pelo governo. ➤ ● A economia de R$ 20,5 bilhões com despesas obrigatórias corre o risco de não se concretizar. Segundo analistas, há necessidade de cortes mais profundos nos gastos de custeio. Romero Cruz OPOSIÇÃO Senadores criticam contingenciamento Os cortes no Orçamento foram criticados por senadores oposicionistas e os chamados “independentes”, aqueles que pertencem a partidos da base aliada, mas se dizem críticos ao governo. O senador Pedro Taques (PDT-MT), por exemplo, definiu a peça orçamentária aprovada no fim do ano passado como uma “obra de ficção”. Segundo ele, o ideal seria que o Congresso Nacional definisse de maneira obrigatória como os gastos e cortes devem ser feitos. “Nós temos que ter um Orçamento que seja impositivo, que leve em conta a necessidade de determinadas áreas como Saúde, Segurança e Educação, para evitar esse tipo de contingenciamento”, disse. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) demonstrou preocupação com o excesso de gastos públicos em áreas não estruturais e com os cortes em setores essenciais como a Educação. “A economia está bem, mas vai mal”, disse Cristovam. “O governo está fazendo esse contingenciamento com a alegação de que haverá uma queda na receita. E haverá mesmo. Mas isso é a prova de que as coi- Álvaro Dias (PSDB-PR) lembrou que no ano passado foram anunciados cortes de R$ 50 bilhões, mas no fim só foi necessário contingenciar R$ 30 bilhões Alex Agostini: LRF é clara no que diz respeito ao impacto dos gastos nos resultados fiscais sas não vão bem. O governo tem que dizer isso com clareza para evitar que um dia a gente acorde como a Grécia (país europeu que passa por grave crise econômica)”, acrescentou. O líder do principal partido de oposição, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), acusou o governo de desorganização. Ele lembrou que no ano passado foram anunciados cortes de R$ 50 bilhões, mas no fim só foi necessário contingenciar R$ 30 bilhões. ■ DESONERAÇÕES O processo de reativação da economia brasileira deve receber um componente a mais do governo além dos investimentos: desonerações tributárias setoriais. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o espaço fiscal para a concessão de mais benefícios tributários está garantido a despeito do bloqueio de R$ 55 bilhões no volume de gastos Analistas ouvidos pelo BRASIL ECONÔMICO apontam para a necessidade de maior aperto nas despesas discricionárias para compensar os cortes Eva Rodrigues Novas isenções fiscais devem ser concedidas para estimular o crescimento econômico Fazenda pode estender desonerações da folha de pagamentos Mercado vê excesso na economia de gastos obrigatórios anunciado ontem. “Está prevista, sim, alguma redução tributária ao longo de 2012”, disse Mantega, afirmando que não revelaria quais. Mas deu um exemplo que pode animar alguns setores. Segundo ele, segue nos planos do governo o projeto para estender a desoneração da folha de pagamentos. Atualmente o sistema funciona para setores como confecções, softwares e calçados. Mantega já recebeu pedido para alterar o modelo para confecções, pois o setor é heterogêneo e algumas empresas têm mais empregados que outras. “Deveremos dar continuidade a essa expansão, reduzindo o custo para produção de manufaturados”, afirmou o ministro. No ano passado, dentro do Plano Brasil Maior, o governo isentou a contribuição patronal para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que era de 20% sobre a folha de salário dos empregados. Para compensar perdas para a Previdência Social, as empresas beneficiárias passaram a pagar um pouco a mais na tributação sobre o faturamento. S.C. [email protected] O governo vai realmente gastar R$ 20,5 bilhões a menos com as despesas obrigatórias em 2012? Analistas ouvidos pelo BRASIL ECONÔMICO veem exagero na dose e apontam a necessidade de se avaliar a questão legal caso a estimativa de economia nos gastos orçamentários obrigatórios não se concretize. “O corte parece muito grande em relação a essas despesas, o que gera dúvidas em sobre os aspectos legais”, diz o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos. A se considerar que despesas obrigatórias estão previstas na Constituição — como Saúde e Educação, por exemplo, — e não podem simplesmente ser cortadas, o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, observa que caso a projeção do governo tenha sido subestimada a alternativa serão novos cortes nas despesas. “A Lei de Responsabilidade Fiscal deixa claro que uma despesa obrigatória precisa ter comprovado o seu impacto no orçamento financeiro de forma que não afete as metas de resultados fiscais. Ou seja, se o governo ultrapassar os gastos “ O corte foi bom no sentido de que veio em linha com o que se esperava, é compatível com o cumprimento da meta cheia do superávit primário e está condizente com o discurso e o cenário traçado pelo BC Vladimir Caramaschi Economista-chefe do Crédit Agricole do Brasil obrigatórios previstos terá que necessariamente cortar mais nas despesas discricionárias”, diz. A reprogramação do Orçamento ficou dentro das expectativas de Jankiel Santos tanto pelo lado das despesas como das receitas “que trouxeram uma queda mais realista do que estava no Projeto do Orçamento”. Ele lembra, no entanto, que ao longo do ano passado alguns gastos foram descongelados porque as receitas surpreenderam positivamente. “Agora, o governo está iniciando o ano com um compromisso forte. A questão é se vai realmente cumprir e, no caso de cumprir, precisamos ver se será por corte de gastos ou simplesmente porque as receitas virão melhores”, pondera. “O corte foi bom no sentido de que veio em linha com o que se esperava, é compatível com o cumprimento da meta cheia do superávit primário ( de 3,1% do PIB) e está condizente com o discurso e o cenário traçado pelo Banco Central”, analisa o economista-chefe do Crédit Agricole do Brasil, Vladimir Caramaschi. Em relatório, o economistachefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, avalia que o ajuste fiscal proposto é positivo no cenário de redução da taxa de juros e do atual contexto decrescente da relação entre dívida e PIB. “Ao contrário de 2010 e 2011, estamos em rota decrescente da taxa média de juros e, dessa forma, o superávit primário requerido para manter a trajetória de queda da relação dívida pública e PIB torna-se mais reduzido.” ■ 6 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 BRASIL Editora: Elaine Cotta [email protected] Subeditora: Ivone Portes [email protected] Pequenos frigoríficos querem disputar mercado externo Cem unidades de abate devem obter autorização para exportar carne bovina nos próximos cinco anos, diz associação do setor. Pelo menos 600 têm potencial para internacionalizar suas operações no longo prazo Rafael Abrantes [email protected] As exportações brasileiras de carne bovina e seus derivados poderão ter um ganho considerável de capacidade nos próximos cinco anos. A oportunidade, contudo, promete seguir na contramão das tendências observadas no setor agropecuário — e em outras áreas produtivas da economia — ao se concentrar, desta vez, nas mãos dos pequenos e médios frigoríficos. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), aproximadamente cem plantas de empresas do setor hoje classificadas como pequenas ou médias deverão ser habilitadas a exportar seus produtos para um ou mais países nos próximos cinco anos. O potencial para o comércio exterior entre os menores, já identificado pela associação, seria de 600 plantas neste período. Os pequenos e médios frigoríficos contam, em geral, com uma ou duas plantas, e abatem cerca de mil cabeças por dia. A Abrafrigo tem realizado nos últimos meses um programa de instrução e acompanhamento das operações de frigoríficos de menor porte a fim de ajudá-los a se adaptar às exigências domésticas e estrangeiras para atender o mercado externo. “O que observamos é que as empresas precisam investir mais em suas instalações para garantir autorização da “ Mauricio Lima/AFP Observamos que as empresas precisam investir mais em suas instalações para obter autorização do Ministério da Agricultura Péricles Salazar Presidente da Abrafrigo Vendas de carne bovina ao exterior devem aumentar 20% em 2012, estima Abiec lista geral do Ministério da Agricultura”, afirma Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo. A associação mantém desde o ano passado conversas próximas com seis frigoríficos interessados em levar seus cortes bovinos para o mercado internacional. Os nomes das empresas não foram revelados. No ano passado, a entidade, por meio do seu departamento de comércio exterior, habilitou o Frigorífico Silva, de Santa Maria (RS), e o Frigon (Irmãos Gonçalves), a ex- portar carne de boi para o Peru. A lista geral, citada por Salazar, inclui todas as plantas brasileiras com licenças para enviar cortes de carne — bovina, suína ou avícola — para fora do país. Além desta autorização doméstica, as empresas também precisam atender às exigências sanitárias dos países para os quais querem exportar e isso varia de nação para nação. O acesso ao consumo internacional, por isso, não é fácil quando se trata de pequenos e mé- dios. Particularmente, para as companhias que até pouco tempo sofriam com falta de capital ou endividamento elevado desde o choque que a crise econômica causou ao mercado de carne. “As receitas com exportação são extremamente importantes aos frigoríficos, mas não é uma tarefa simples”, observa José Vicente Ferraz, diretor técnico da Informa Economics FNP. Para ele, o principal desafio aos menores empresários é conseguir manter uma estrutura própria nos paí- EXPORTAÇÕES DE CARNE BRASILEIRA EM 2011 Em bovinos, mesmo com queda no volume vendido, houve aumento de receita BOVINA SUÍNA RECEITAS, EM US$ BILHÕES 6 VOLUME, EM MILHÕES DE KG 130 1300,000000 AVES RECEITAS, EM US$ BILHÕES 3,500000 VOLUME, EM MILHÕES DE KG TOTAL RECEITAS, EM US$ BILHÕES 8,200000 900 VOLUME, EM BILHÕES DE KG 3,9 7,2 4 3,8 951,2 4,1 820,2 86 866,666667 600 1,2 43 433,333333 0 Fonte: MDIC 2011 2011 0 2010 7,5 3,6 13,7 5,466667 3,0 12 2 2,733333 2,1 6 11,8 5,2 5,2 2010 2011 5,0 436,1 300 0,000000 2010 VOLUME, EM BILHÕES DE KG 1,2 1,166667 0 0,000000 2010 18 8 3,5 5,9 2,333333 463,6 2 RECEITAS, EM US$ BILHÕES 2011 0,000000 2010 2011 1,2 2010 2011 2,5 0 2010 2011 0,0 2010 2011 ses de destino dos seus produtos. “O maior gargalo é ter uma operação local para cuidar da distribuição em tal país ou região. É um processo penoso, mas sem isto o negócio (fora do Brasil) tornase inviável”, acredita. Sem uma escala de vendas externas e o apoio de intermediários in loco, diz, fica mais complicado ter sucesso em um mercado como o da China, por exemplo. “O jogo é cada vez mais voltado para os grandes. Os menores ficam segmentados em nichos de mercado.” Para Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o crescimento de 27% das vendas ao exterior em janeiro deste ano — US$ 400,8 milhões — em comparação com mesmo mês do ano passado, acompanhou todos os portes de frigoríficos. Sua estimativa é de que as vendas de carne bovina ao exterior aumentem 20% neste ano em relação a 2011, e 10% em tonelagem. “Temos que nos adequar a um novo ambiente de negócios, mais dinâmico. No Brasil, o processo normal será de aumento da produção e mais acesso a novos mercados”, prevê Camardelli, incluindo a participação das pequenas do setor pecuário. ■ Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 7 Jose Cruz/ABr Gilberto Carvalho pede perdão a evangélicos O secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, afirmou ontem, em encontro com a bancada evangélica na Câmara dos Deputados, que foi “mal interpretado” em sua fala durante o Fórum Social Mundial, quando teria dito que a nova classe média estava sob a hegemonia de setores conservadores, referindo-se aos evangélicos. “Pedi perdão, não por minhas palavras, mas sim pelo sentimento de sofrimento provocado em alguns parlamentares.” ABr Fiesp contesta posição da Aneel sobre concessões Grandes empresas dominam o setor Incentivos do Ministério da Agricultura podem ser insuficientes para deter a concentração do mercado brasileiro exportador de carne Carlos Cecconello/Folhapress Cristina Ribeiro de Carvalho [email protected] Diversificar e buscar novos mercados é o lema da economia global hoje. Entretanto, no caso dos frigoríficos brasileiros, esse negócio é dominado por quatro empresas de grande porte, que detêm quase 50% das exportações de carnes. As exportações de carne bovina, suína e aves totalizaram cerca de US$ 14 bilhões no ano passado, segundo a Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio. Deste total, em torno de US$ 6,8 bilhões foram de vendas feitas ao exterior pelos frigoríficos JBS, BRF Foods, Minerva e Marfrig. Se por um lado as pequenas e médias tentam ganhar novos mercados, por outro o avanço da concentração no setor dificulta esse movimento. “O setor de carnes em geral está concentrado em apenas 15 países. Então o que vemos aqui é cada vez mais um mercado de família”, destaca CEO da OD Consulting, Osler Desouzart. Na avaliação dele, entretanto, a grandes continuarão sendo destaque, pois querem se tornar fornecedoras mundiais. “As empresas querem ser um player global. E a tendência em 2012 é que todas as operações sejam lideradas pela BRF Foods, que têm foco específico em aves e suínos. Já na carne bovina, o poder deve ficar nas mãos da JBS e Marfrig”, aposta Desouzart. Plano de estímulo Diante desse mercado fechado, o Ministério da Agricultura criou um plano para tentar incentivar os pequenos frigoríficos à exportação e tornar esse mercado mais competitivo. Apesar de alguns analistas argumentarem que em primeiro momento isso pode trazer algum tipo de insegura aos gigantes do mercado, a BRF Foods afirma entender que essa ação se trata de uma iniciativa absolutamente positiva. “Quanto mais as empresas brasileiras reforçarem os volumes de exportação,maiores serão os benefícios para o país: aumento de divisas, projeção internacional, desenvolvimento interno e, BRF Foods, comandada por José Antônio Fay, é a favor de incentivos para pequenos exportarem Ruy Barata Neto, de Brasília [email protected] principalmente, maior oferta de mão de obra tanto na indústria quanto no campo”, informou a empresa por meio de sua assessoria de imprensa. Porém, Desouzart alerta que o programa do Ministério da Agricultura fará com que a concentração se acentue cada vez mais. “Novos pequenos sempre irão surgir, mas na fase inicial, a concentração estará nas mãos de poucos. Exportar é al- go difícil, é preciso observar muitas coisas no país que se pretende entrar, como se adaptar à suas leis, além de ter de se adaptar ao cliente.” A iniciativa do governo é válida, mas deveria dar mais prioridade onde o pequeno é absolutamente indispensável, ajudando a manter a competitividade desses frigoríficos dentro do próprio Brasil, mercado que cresce”, finaliza. ■ PESOS PESADOS Quatro frigoríficos detêm quase 50% das exportações de carne* PARTICIPAÇÃO DE MERCADO BRF Foods 15% RECEITAS, EM US$ BILHÕES Minerva JBS 2,55 BRF FOODS 2,32 7% Marfrig 5% MINERVA 1,04 MARFRIG 0,93 JBS 17% OUTROS Outras 55% Fontes: Secex e Brasil Econômico Indústria quer transparência nos cálculos de amortização das empresas de energia elétrica *Números fechados de 2011 8,51 0 2 4 6 8 10 A possibilidade de prorrogação das concessões do setor elétrico, que vencem a partir de 2015, colocou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no alvo de um fogo cruzado entre a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e as companhias estaduais e federais de energia. De um lado, as atuais concessionárias insistem na renovação dos contratos com a justificativa de que ainda não conseguiram amortizar os elevados investimentos feitos ao longo das últimas décadas. De outro, a Fiesp questiona a avaliação dizendo que apenas má gestão justificaria o fato de as empresas ainda não terem amortizado os investimentos. A Aneel deverá dar a palavra final sobre a situação dos ativos públicos ainda este ano. Em reportagem publicada ontem pelo BRASIL E CONÔMICO, a Aneel confirma a sinalização do governo em renovar os atuais contratos por meio de alteração da atual legislação, o que forçará a Fiesp a aumentar a pressão sobre a agência reguladora para revelar os critérios adotados para justificar tal medida. Segundo o diretor de infraestrutura da Fiesp, Carlos Cavalcanti, a entidade cobrará nos próximos dias uma resposta do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os critérios que estão sendo adotados pela agência reguladora para balizar a revisão dos atuais contratos. Procurada, a Aneel afirma que está em fase de conclusão dos estudos e que por isso não comentará o assunto ainda. O cálculo de reversão dos ativos é fundamental para que sejam previstas as reduções de preço na tarifa de energia que o consumidor terá direito com a revisão dos contratos de concessão. Como, em tese, todos os investimentos feitos para a construção das usinas, distribuidoras e linhas de transmissão já deveriam estar amortizados, a cobrança da tarifa de energia teria de ser reduzida. A Fiesp argumenta que o preço de geração da energia poderia ter uma redu- O cálculo de reversão dos ativos é fundamental para que sejam previstas as reduções de preço na tarifa de energia que o consumidor terá direito com a revisão dos contratos de concessão ção de até 75% em relação ao que é cobrado atualmente com a realização de um leilão para a escolha de novos concessionários, conforme determina a legislação. Além disso, a atual tarifa paga pelo consumidor poderia ser reduzida em até 20%. Cavalcanti afirma que o processo de renovação dos contratos prenunciados pela Aneel não permitirão chegar a esse nível de queda. “A recusa da agência em revelar os critérios técnicos que podem justificar uma renovação dos contratos favorece a manutenção dos atuais preços de energia sem os ganhos de redução de tarifa que a sociedade obterá com a realização de uma nova licitação”, diz Cavalcanti. Em compasso de espera A Fiesp irá aguardar uma oficialização sobre a publicação de um projeto de lei do governo na direção de promover uma prorrogação dos contratos de energia. Caso a ação se confirme, a federação das indústrias paulistas promete entrar com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o governo. Segundo a Aneel, a proposta de alteração na lei deverá será encaminhada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) ainda neste semestre e se dará por meio da edição de um projeto de lei, a ser enviado ao Congresso Nacional. ■ 8 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 BRASIL Jose Cruz/ABr JUSTIÇA CIDADES CNJ afasta desembargador de Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro por irregularidades Ministro diz que fiscalizará pessoalmente obras sob responsabilidade do ministério O desembargador Roberto Wider, ex-corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), foi aposentado compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Por 12 votos a 2, os conselheiros entenderam que ele cometeu irregularidades ao beneficiar pessoas próximas. Wider, que foi acusado de favorecer um amigo, ainda pode recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF). ABr O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, disse ontem que pretende fiscalizar obras e tentar vencer a burocracia para evitar novos escândalos em sua pasta envolvendo denúncias de irregularidades. "Vamos tentar finalizar a equipe logo depois do Carnaval e tratar pessoalmente dos entraves, sobretudo, as grandes questões que estão tramitando no ministério, como as obras de mobilidade”, afirmou. ABr ENTREVISTA JOSÉ GOLDEMBERG Físico “Presidente Dilma não parece engajada no sucesso da Rio+20” Goldemberg exorta governo a se empenhar mais e critica lentidão do Itamaraty para trazer chefes de Estado Tuca Vieira/Folhapress Martha San Juan França Goldemberg: controle de preço da gasolina pela Petrobras prejudica avanço do etanol [email protected] Uma das figuras mais proeminentes na organização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Eco92, quando era secretário especial do Meio Ambiente no governo de Fernando Collor, o físico José Goldemberg é crítico em relação ao novo encontro que será realizado no Rio de Janeiro entre 20 e 22 de junho. A Rio+20 busca avançar em uma proposta de economia verde que concilie crescimento econômico com baixas emissões de carbono. Mas, segundo Goldemberg, não propõe medidas concretas, apenas uma carta de intenções. Na volta do encontro dos cientistas ganhadores do Prêmio Planeta Azul (considerado o Nobel do meio ambiente) em Londres,ele critica o que chama de falta de engajamento da presidente Dilma Rousseff. Como o senhor avalia os preparativos para a Rio+20? Dá para ver que existe muito menos preparativos do que houve na Eco-92. Não há convenção sendo preparada e não houve conversação sobre essa possibilidade. Existe apenas um documento das Nações Unidas, a versão zero da proposta da Rio+20, que se chama “O Futuro que Queremos”. O senhor considera esse documento relevante? Não, basta fazer uma análise do texto. Dos 128 parágrafos, 18 usam o verbo reafirmar, 32 usam reconhecer, 12 agradecem e 14 o verbo encorajar. Ou seja, são basicamente manifestações de intenções. Apenas quatro ou cinco parágrafos são mais de conteúdo e se referem ao fortalecimento do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), o que é uma coisa boa. Mas não há qualquer compromisso de colocar em marcha uma economia verde neira, retirou a responsabilidade do Itamarati, que conduzia os trabalhos com a velocidade morna com que costuma conduzir as coisas, e me encarregou pessoalmente de trazer os chefes de estado dos Estados Unidos, Índia e China para a conferência. E todos vieram. O senhor acha que a presidente Dilma não está tão engajada como esteve Collor? Por enquanto não há indicação de que ela esteja engajada. Seria bom que ela estivesse — seria bom para o país e para a humanidade e bom para ela também. Veja, na época, o Collor já estava com o processo que se encaminhou para o impeachment, mas durante seis meses ele teve uma sobrevida e uma visibilidade positiva grande por causa da Eco-92. O Lula, quando se empenhou pela Rio+20, intuitivamente também percebeu que ela traria visibilidade. Ele provavelmente estaria mais atuante a favor da conferência do que a presidente Dilma. “ O Código Florestal não foi adotado ainda. E, se a Câmara mexer e aprovar algo pior do que foi feito no Senado, será extremamente constrangedor para o Brasil na Rio+20 José Goldemberg Físico, ganhador do Prêmio Planeta Azul e ex-secretário especial do Meio Ambiente na época da Eco-92 ou medidas concretas nesse sentido. Não é de admirar que os chefes de estado não tenham confirmado participação. Sem contar que houve um problema de desorganização — a reunião foi marcada antes para uma época em que ocorre o jubileu da rainha e vários chefes de estado que iriam participar da conferência também desejavam ir à comemoração na Inglaterra. E mudar agenda de chefes de estado é complicado. O senhor não vê possibilidade de a Rio+20 ser bem sucedida? Pode ser um sucesso se a organização decidir que vai dar um passo a frente.No nível das conversações diplomáticas que o Itamarati tem conduzido até agora, isso não será alcançado. Como o senhor compara a Eco-92 com a Rio+20 agora? A Eco-92 não foi para assinar uma carta de intenções, mas uma conferência que adotou as convenções do clima e da biodiversidade, além da Agenda 21. Houve um trabalho preliminar importante para preparar os detalhes das convenções que os chefes de estado assinaram. A convenção do clima demorou a tomar jeito, mas deu origem ao Protocolo de Kyoto, um documento legal que obriga a reduzir as emissões de carbono. Demorou muito tempo para os países ratificarem a Convenção de Biodiversidade, só no ano passado em Nagoia foi adotado um protocolo equivalente ao de Kyoto. Resumindo, a Rio-92 deslanchou um processo que não parou. E o então presidente Fernando Collor, apesar dos problemas que o caracterizaram, tomou medidas muito dramáticas. Ele, de certa ma- O senhor acabou de voltar de Londres, onde participou da reunião com ganhadores do Prêmio Planeta Azul. A expectativa é a mesma? É a mesma coisa, estamos todos esperando que alguma coisa aconteça aqui no Brasil para que a conferência seja mais efetiva. O que o Brasil poderia apresentar na Rio+20? O Código Florestal, talvez uma das razões para a falta de envolvimento da presidente até agora, não foi adotado ainda. E se houver um retrocesso, se a Câmara mexer e aprovar algo pior do que foi feito no Senado, será extremamente constrangedor para o Brasil na Rio+20. O Brasil poderia fazer um bom show na área dos biocombustíveis. Mas não do jeito que está, porque a Petrobras mantém o preço da gasolina constante, o que vai levar e já levou a uma redução no consumo do etanol. ■ Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 9 10 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 BRASIL Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr PONTO ELETRÔNICO TRANSPORTE Comissão do Senado aprova projeto que derruba portaria do Ministério do Trabalho Novo teto tarifário de ferrovias pode reduzir em até 40% os custos de cargas pesadas A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou ontem o projeto de decreto legislativo que suspende os efeitos da portaria do Ministério do Trabalho que regulamenta o sistema de ponto eletrônico. O entendimento foi de que o aparelho gera uma série de custos para as empresas. A proposta ainda precisa ser avaliada pela Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa da Casa. ABr Os novos tetos tarifários das ferrovias de carga devem entrar em vigor em março, segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. Os novos tetos serão, em média, 40% inferiores para cargas pesadas e 15% menores para cargas gerais, com impacto de cerca de 10% nas receitas das concessionárias. A agência fez consulta pública que terminou no último dia 10. Reuters Qual o verdadeiro valor político de Gilberto Kassab? Advogado do PSD vai ao TSE cobrar mais tempo de TV e aumento da verba que vem do Fundo Partidário velmente legislará à favor do PSD. Após o Carnaval, o ministro do TSE Marcelo Ribeiro decide se acolhe ou não o pedido da sigla para que os recursos do Fundo Partidários sejam divididos de acordo com o tamanho atual das bancadas na Câmara. Pela regra atual, o critério é o número de parlamentares no dia da posse, que aconteceu em 2011 — portanto antes da fundação do PSD. “Ainda não entramos com o pedido do tempo de Pedro Venceslau [email protected] Ninguém dúvida da astúcia do ex-presidente Lula e do ex-governador José Serra para fazer cálculos eleitorais, mas a obsessão de ambos em selar (e rápido) uma aliança com o prefeito Gilberto Kassab (PSD) na eleição paulistana gera mais dúvidas do que certezas entre petistas e tucanos. Quais seriam as vantagens concretas de estar ao lado de um prefeito cuja avaliação popular não é das melhores (quase 40% dos paulistanos acham a gestão ruim ou péssima) e líder de um partido que praticamente não tem tempo na TV ou acesso aos recursos do fundo partidário? Do ponto de vista político, quem estiver com Kassab perderá o discurso de oposição e ainda será obrigado a defender seu governo nos debates. No caso do PT, o acordo tiraria de cena uma puxadora de votos crucial, a senadora Marta Suplicy, e ainda espantaria os militantes de base e vereadores que fazem oposição ao prefeito. Em se tratando do PSDB, a aliança reabriria mágoas da disputa entre Kassab e o PSDB na eleição de 2008. Financeiramente, o naco do PSD kassabista no fundo partidário é irrisório. Em janeiro, a sigla recebeu um pouco mais de R$ 18 mil, contra quase R$ 7 milhões do PT (veja ao lado). Na TV, pela regra atual o partido tem direito a um tempo de nanico, 30 segundos. O argumento de que o aliado de Gilberto Kassab terá à sua disposição a máquina da prefeitura é bastante frágil. A grande maioria das subprefeituras está sob controle de policiais militares. Além disso, a disputa política nos bairros tem uma dinâmica própria. Para além das divagações sociológicas sobre o perfil dos eleitores petistas e tucanos e o teto eleitoral das respectivas siglas, o cálculo de Serra e Lula é baseado em um aposta bastante concreta: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prova- “ Do ponto de vista jurídico, não vejo como perdermos no TSE. A terceira maior bancada da Câmara dos Deputados não pode ter o mesmo tempo de TV do PCO ou do PSTU Admar Gonzaga Advogado do PSD O PESO DO PSD NO TABULEIRO PO POLÍTICO Partido fundado por Kassab já é dos maiores do país PARTIDO DEPUTADOS SENADORES VERBA DO FUNDO PARTIDÁRIO, EM R$ MILHÕES** PT 85 13 PMDB 78 18 PSDB 52 10 PSD 47* 2 DEM 27 5 6,9 5,4 4,8 0, 0,18 3, 3,2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Fontes: Cong Congresso ngresso so Nac Nacional acion ional a eT TSE S ** Dis Distri tribui buição ção do mê mêss de de jjaneiro o Distribuição * Deputados Deputad Depu tados em atuação na Câmara, somados aos que que estã e st o em cargos exec estão executivos, são 52 deputados TV, mas vamos fazer isso. A mesma premissa do Fundo valerá como paradigma para o tempo de TV. Vamos lutar por isso. Do ponto de vista jurídico, não vejo por que perder”, afirmou ao BRASIL ECONÔMICO o advogado do PSD, Admar Gonzaga. Ponta de lança da ofensiva jurídica arquitetada por Kassab, ele está convencido que a decisão do Tribunal transformará o partido em uma verdadeira potência sob qualquer ponto de vista. O tempo de TV saltaria dos minguados 30 segundos para robustos 3 minutos. E a verba do Fundo cresceria na mesma medida, saltando para algo em torno de R$ 3 milhões mensais. “Vale lembrar que, na mesma medida em que ganharemos tempo e dinheiro, o DEM e outros partidos perderão. Os parlamentares que vieram para o PSD não são, aos olhos da lei, infiéis. Portanto, os votos que conquistaram nas urnas não perderam sua serventia”, conclui o advogado. “Se Kassab ficar conosco, ele racha o outro lado. Além disso, ele tem mais de 50 deputados federais e prefeitos no Brasil inteiro. Trata-se de um movimento nacional”, diz o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). ■ PISANDO EM OVOS Movimento em falso pode “quebrar” os kassabistas Enquanto a novela em torno do apoio de Gilberto Kassab na eleição paulistana não termina, o partido do prefeito se movimenta em todas as direções. Na terça-feira (14), por exemplo, Fernando Haddad esteve reunido com Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores) e líder do braço sindical do “kassabismo”. A expectativa era que o prefeito fosse ao encontro, mas diante dos novos movimentos A principal motivação de Kassab é blindar sua gestão na campanha e pavimentar o terreno para uma candidatura ao Senado em 2014 de Serra, ele preferiu não aparecer. Nas palavras de interlocutor do PSD, Kassab está agora “pisando em ovos”. Qualquer declaração ou imagem pública poderá e será usada contra ele na campanha eleitoral. Dependendo de onde soprar o vento, o ataque virá do PT ou do PSDB. A principal motivação de Kassab é blindar sua gestão na campanha e pavimentar o terreno para uma candidatura ao Senado em 2014. ■ P.V Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 11 O BDMG CRESCE COMPROMETIDO COM: INOVAÇÃO, SUSTENTABILIDADE E SUCESSO DO CLIENTE. BDMG. O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. 40% 21% DE CRESCIMENTO EM OPERAÇÕES DE CRÉDITO BALANÇOS PATRIMONIAIS 31 de dezembro de 2011 e 2010 (em milhares de reais) 2011 DE CRESCIMENTO EM ATIVOS TOTAIS 2010 2011 Ativo 2010 Passivo Circulante 775.020 801.364 1.224 895 292.379 377.034 21.641 49.001 437.239 354.234 Disponibilidades Aplicações interfinanceiras de liquidez Títulos e valores mobiliários Operações de crédito Operações de arrendamento mercantil (114) (31) 22.521 20.139 130 92 Não Circulante 2.064.922 1.544.316 Realizável a Longo Prazo 2.039.054 1.516.666 100.179 - Outros créditos Outros valores e bens Aplicações interfinanceiras de liquidez Títulos e valores mobiliários Operações de crédito 135.619 273.439 1.575.344 1.046.604 Operações de arrendamento mercantil Outros créditos (33) (49) 227.945 196.561 Outros valores e bens - 111 25.868 27.650 2.839.942 2.345.680 Permanente Total do Ativo Circulante 431.089 318.625 Depósitos 100.184 - Captações no mercado aberto Obrigações por repasses do país – instituições oficiais 5.012 - 238.700 216.926 Outras obrigações 87.193 101.699 Não Circulante 1.252.067 999.370 Exigível a Longo Prazo 1.252.067 999.370 Obrigações por repasses do país – instituições oficiais 948.004 743.629 Outras obrigações 304.063 255.741 6.053 4.376 Resultados de exercícios futuros Patrimônio Líquido Capital 1.150.733 1.023.309 1.087.715 1.003.299 Reservas de Lucro 62.196 21.013 822 (1.003) 2.839.942 2.345.680 Ajuste ao valor de mercado – TVM e derivativos Total do Passivo e Patrimônio Líquido DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010 e semestre findo em 31 de dezembro de 2011 (em milhares de reais, exceto lucro líquido por ação expresso em reais) Segundo Semestre Exercícios 2011 2011 2010 Receitas da intermediação financeira 152.354 279.384 278.437 Despesas da intermediação financeira (40.724) (92.128) (80.546) Resultado bruto da intermediação financeira 111.630 187.256 197.891 Outras receitas (despesas) operacionais (45.353) (98.362) (76.666) 121.225 Resultado operacional 66.277 88.894 Resultado não operacional (2.026) 27.200 (3.209) Resultado antes da tributação sobre o lucro 64.251 116.094 118.016 Imposto de Renda e Contribuição Social (1.580) (26.190) (25.120) Provisão para Imposto de Renda (4.553) (28.906) (24.793) Provisão para Contribuição Social (3.491) (18.472) (15.752) 6.464 21.188 15.425 (7.097) (8.394) (8.781) Ativo Fiscal Diferido Participação estatutária no lucro Lucro líquido do semestre / exercício Lucro líquido por ação – R$ 84.115 0,001847 Ativos Totais 3.000 4.500 40% 2.500 4.000 781 890 2.840 3.000 1.518 1.500 21% 3.500 2.130 2.000 2.500 1.138 2.000 1.995 1.775 2.155 2.346 1.500 1.000 500 500 - Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2007 Ano 2011 CARTEIRA DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO RISCO BDMG E DE TERCEIROS – R$ MILHÕES Operações Risco BDMG Risco de Terceiros Carteira Total 5.500 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 - 81.510 0,001787 ATIVOS TOTAIS – R$ MILHÕES CARTEIRA DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO – R$ MILHÕES Operações Risco BDMG 1.000 55.574 0,001218 Risco BDMG Risco de Terceiros 2.227 2.362 781 890 Ano 2007 Ano 2008 2.921 13% 1.500 1.200 2.794 900 2.130 1.518 1.138 846 936 1.002 1.023 1.151 600 300 Ano 2009 Ano 2010 - Ano 2011 Ano 2007 Ano 2008 MOODY’S ÍNDICE BASILÉIA Ano 2011 1.800 3.711 2.573 Ano 2010 PATRIMÔNIO LÍQUIDO – R$ MILHÕES 4.924 3.252 Ano 2009 Patrimônio Líquido Carteira Total 4.439 3.008 Ano 2008 32% ESCALA GLOBAL Ano 2010 Ano 2011 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMPLETAS, COM PARECER DA ERNST & YOUNG TERCO AUDITORES INDEPENDENTES S.S., ESTÃO PUBLICADAS NOS JORNAIS “MINAS GERAIS”, “DIÁRIO DO COMÉRCIO”, “ESTADO DE MINAS”, “HOJE EM DIA” E “O TEMPO”, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2012. ESCALA NACIONAL Ba1 Ano 2009 Aa2.br GIOVANI ROSEMBERG FERREIRA GOMES CONTADOR CRC-MG - 075701/O-5 www.bdmg.mg.gov.br 12 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 ENCONTRO DE CONTAS MARCADO ● Entre os dias 20 e 24, profissionais do Hospital Sírio-Libanês (HSL), de São Paulo, participam da missão de sustentabilidade hospitalar ao Reino Unido, organizada pelo Consulado Geral Britânico de São Paulo. A delegação de 17 brasileiros vai conhecer práticas sustentáveis em hospitais das cidades de Londres, Cambridge e Didcot. ● A agência Rae,MP promove amanhã, na sede da empresa, em São Paulo, um ciclo de palestras em torno do evento global Social Media Week, que ocorre simultaneamente em 12 países. LURDETE ERTEL [email protected] Fotos: Divulgação Céu de brigadeiro GIRO RÁPIDO Com oito pontos em São Paulo, a Brigaderia está abrindo sua primeira pop up. A unidade vai inaugurar neste feriado de Carnaval na área de embarque internacional do Aeroporto de Guarulhos (SP). Criada pela empresária Taciana Kalili, a confeitaria produz 10 mil brigadeiros de vários tipos por dia, vendidos em seis lojas e dois quiosques — todos em shopping. Incrementada A Keko Acessórios, de Flores da Cunha (RS), acaba de incluir o 25º país e o 5º continente no seu rol de exportações. A empresa vai estacionar seus produtos na Tailândia, na Ásia. Líder brasileira em personalização automotiva, a Keko fechou contrato com a GM tailandesa para fornecer acessórios para a nova S10. Canudos na Garoa Mais taças De gole em gole, o Brasil está encorpando a presença de seus vinhos no mercado externo. No ano passado, os rótulos verde-amarelos foram exportados a 31 países, ante 27 de 2010. As vendas do projeto setorial integrado Wines of Brasil — dueto do Ibravin com a Apex — somaram US$ 3,06 milhões em 2011, alta de 33,6%. Segundo a gerente de promoção comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan, a grande novidade do ano foi a entrada da China entre os países consumidores de vinhos brasileiros: com a importação de US$ 390,3 mil em garrafas de cinco vinícolas nacionais, os chineses ficaram em segundo lugar entre os maiores compradores. O principal destino do vinho brasileiro em 2011 foi a Holanda, que ultrapassou o Reino Unido, líder em 2010 e empurrado para terceiro. Na quarta colocação ficaram os EUA, seguidos de Colômbia e Alemanha. São Paulo aparece como a 45ª melhor cidade para cursar universidade no mundo, segundo o QS World University Ranking. A capital paulista é o único destino brasileiro da lista, liderada por Paris, na França. Londres, Boston e Melbourne e outras seis cidades europeias completam o ranking das dez melhores. Na América Latina, além de São Paulo, apareceram Buenos Aires (24ª), Cidade do México (31ª) e Santiago do Chile (41ª). Bumbum biodegradável Depois das sacolas de super, é a vez das fraldas descartáveis entrarem na mira da legislação. A Câmara dos Deputados analisa proposta que proíbe a fabricação e a venda de fraldas descartáveis que não seja biodegradáveis. O projeto do deputado Onofre Santo Agostini (PSD-SC) torna, assim, obrigatório o uso de material biodegradável na elaboração do produto comercializado no país. Estima-se que cada criança use uma média de 6 mil fraldas até os dois anos de idade. Sorria, você está sendo monitorado Entra em funcionamento hoje, no Rio Grande do Sul, o maior projeto de monitoramento de segurança em vídeo do Brasil. O sistema conta com equipamentos da Intelbras e será inaugurado com a presença do governador gaúcho, Tarso Genro. A iniciativa abrange 24 cidades do litoral norte do estado e pretende ajudar a prevenir e investigar ocorrências em uma extensão de 490 km. Integram o projeto 162 câmeras, que são interligadas a outros equipamentos e softwares de alta tecnologia da indústria com sede em São José (SC). Madeixas na passarela Avanço pela beiradas Expansão de gôndolas no interior de São Paulo. A rede de supermercados Mialich, com sede em Ribeirão Preto, vai inaugurar sua nona unidade em março, na cidade de Cravinhos (SP). A loja recebeu investimento de R$ 4 milhões e será âncora de um novo centro comercial a ser erguido ao lado do parque ecológico do município. Esta é a segunda filial do grupo fora de Ribeirão Preto, onde ficam outras seis unidades da rede. A empresa também tem loja em Orlândia. A empresa da cenógrafa Chris Ayrosa assina o layout do camarote vip 2012 da Pantene no Sambódromo de São Paulo. O espaço exibirá imagens da famosa garota-propaganda da marca, Gisele Bündchen, em campanhas para a Pantene. Voto no mouse Brasileiro gosta mesmo de participar de enquetes. Levantamento feito pela empresa de tecnologia da informação WebSoftware mostrou que seu site, o www.enquetes.com.br, registra mais de 2 milhões de votos por mês, ou seja, são cerca de 66 mil opiniões expressadas todos os dias. Desde a sua criação em 1999, o Enquetes já teve quase 10 milhões de enquetes hospedadas de todo o tipo de natureza. E marcou presença em cerca de 12 milhões de sites no Brasil e no exterior. Cardápio pet Meio de campo A multinacional francesa Evialis acaba de ampliar sua fábrica de alimentos para peixes e pet em São Lourenço da Mata (PE). A empresa investiu R$ 6 milhões na esticada das operações, de olho sobretudo na demanda do mercado de peixes. FRASE Fruto energético Um dos frutos brasileiros mais famosos no exterior vai ganhar nova função. O açaí, típico da região amazônica, poderá ter o seu caroço transformado em energia. Um projeto piloto de US$ 2 milhões apoiado pelo Fundo Multilateral de Investimentos, membro do Grupo BID, vai ajudar famílias de baixa renda envolvidas no processamento do açaí no Pará, maior produtor da fruta no país, a se tornarem fornecedores de usinas de biomassa. A maior parte do processamento do açaí ocorre na capital, Belém. “Toda vez que coloco os pés na Itália me sinto perseguido. Tenho problema com o Fisco italiano, que me faz sentir um ladrão. Mas eu nunca roubei nada da Itália e dos italianos” Maradona, ex-craque argentino. A Lacan, empresa de gestão e finanças presidida pelo ex-diretor do Banco Central Luiz Augusto Candiota, acaba de emplacar mais um grande negócio na área de infraestrutura: assessorou o Consorcio Invepar-ACSA na operação de concessão do aeroporto internacional de Guarulhos, em uma operação de mais de R$ 16 bilhões. Antes, a Lacan foi a assessoria financeira responsável pelo Consórcio Porto Novo — Porto Maravilha do Rio de Janeiro, na maior operação de Parceria Público Privada do país, em um negócio de R$ 7,6 bilhões. Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 13 14 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 EMPRESAS Editora: Eliane Sobral [email protected] Subeditora: Estela Silva [email protected] Patrícia Nakamura [email protected] Forno de Minas namora empresa da Espanha [email protected] Giovani Pereira/Folhapress [email protected] Após vender o negócio em 1999 para a americana General Mills, e ter de recomprá-lo dez anos depois, sócios da Forno de Minas agora negociam com a indústria de pães espanhola Ingapan, que há dois anos tenta fugir da crise na Europa e trazer seus produtos ao Brasil. Com presença em 22 países e negócios superiores a ¤ 80 milhões, a Ingapan negocia uma parceria estratégica com a indústria de pães de queijo mineira. Segundo apurou o BRASIL ECONÔMICO, inicialmente, o interesse da empresa era abrir uma fábrica solo no país, mas devido a burocracia, preferiu buscar um sócio local. Os termos do negócio ainda não foram acertados,e não se descarta, inclusive, a possibilidade de uma joint-venture, já que ambas as empresas mostram interesse em expandir para fora de seus respectivos países. A Forno de Minas confirmou que “está em contato com a panificadora espanhola Ingapan para viabilizar o intercâmbio entre as duas marcas”. Segundo a empresa, “o objetivo é apresentar o tradicional pão de queijo mineiro ao mercado espanhol e, em contra partida, oferecer ao mercado nacional, os produtos RAIO X DA INGAPAN FATURAMENTO Fábrica da Forno de Minas: R$ 150 milhões em faturamento previstos para 2012 € 80 milhões PRESENÇA EM 22 países Fundação Produtos Franquias 1959 Pães, doces, tortas, bolos, refeições prontas, e refeições para empresas Restaurantes Dona Vanilr, Don León e Uvepan Fonte: site da empresa da empresa de pães”. A Forno de Minas afirma ainda que “as empresas estão em negociação e nenhum acordo foi oficializado até o momento”. O diretor comercial do Grupo Ingapan, Manuel López, também confirmou as negociações, ressaltando que os produtos da empresa “em breve serão comercializados no Brasil”. A Ingapan contatou no ano passado a BPA, empresa brasileira voltada para fomentar negócios com estrangeiras, para fazer a aproximação com o varejo nacional. Após os contatos com o Forno de Minas, porém, a Ingapan dispensou a BPA, que hoje alega ter um contrato de exclusividade com a espanhola. “Trabalhamos a entrada da empresa no país por um ano e meio e fomos surpreendidos quando eles decidiram nos tirar do negócio”, explicou um diretor da BPA, que garante ter direito sobre as vendas de produtos e negócios da empresa no país. Passado comum Assim como a Forno de Minas, a Ingapan também é uma empresa familiar, fundada em 1959, com a abertura da padaria Chousa, na Galícia. A empresa foi nomeada Ingapan em 1993, quando iniciou sua expansão com o lançamento de franquias de alimentos e serviços para o mercado de alimentação fora do lar. A Forno de Minas foi vendida em 1999 para a General Mills e recomprada pelos fundadores em 2009. A previsão é que a empresa alcance um faturamento de R$ 150 milhões neste ano, 50% a mais do que em 2011. ■ Kellogg compra batata Pringles por US$ 2,7 bi Marca pertencia à P&G, que deixa de atuar no mercado de alimentos. Negociação pode influenciar distribuição do produto no mercado brasileiro Tradicional fabricante de cereais, a Kellogg Company dá um importante passo no mercado de salgadinhos com a compra da famosa marca de batata Pringles, que pertencia à Procter&Gamble (P&G). A negociação de cerca de US$ 2,7 bilhões deve ser concluída até o meio deste ano e encerra a atuação da P&G no segmento de alimentos após ver fracassar a venda da “ Estamos felizes em anunciar essa aquisição estratégica John Bryant Presidente da Kellogg Company marca de batata para a Diamond Food, no ano passado. “A Pringles tem uma abrangência global que nos posicionará como a segunda maior empresa da categoria de salgadinhos em todo o mundo”, diz John Bryant, presidente da Kellogg Company. Comercializada em mais de 140 países, a Pringles conta com unidades de produção nos Estados Unidos, Europa e Ásia, e suas vendas anuais atingem cerca de US$ 1,5 bilhão. Com essa abrangência, a Pringles se encaixa perfeitamente na estratégia de negócios da Kellogg, cujo portfólio é centrado JBS arrenda quatro abatedouros Érica Polo Ingapan, indústria de pães com presença em 22 países, negocia uma possível joint-venture com a empresa mineira a fim de abrir uma fábrica no Brasil Regiane de Oliveira ESTRATÉGIA no segmento de cereais mas que tem expandido sua atuação para o mercado de salgadinhos. Distribuição no país No Brasil, a batata Pringles é distribuída pela Globalbev. Procurada, a empresa não quis comentar o impacto da negociação no contrato que mantém com a fabricante da tradicional marca de batata. Por sua vez, a Kellogg Brasil ainda não recebeu nenhuma informação em relação à possibilidade de realizar a distribuição no país, pois a operação brasileira reporta-se à Kellogg do México. ■ A JBS, maior empresa de carnes do mundo, arrendou quatro abatedouros no Brasil para expandir sua presença no estado do Mato Grosso, de acordo com três pessoas diretamente ligadas ao negócio. A companhia presidida por Wesley Batista arrendou três abatedouros no Mato Grosso e um em Rondônia, disseram as fontes, que pediram para não ser identificadas porque as negociações ainda não são públicas. As unidades foram alugadas da Guaporé Carne e têm capacidade de abater 3,05 mil animais por dia. A JBS atualmente tem, atualmente, capacidade total de abate de 87,2 mil bois diariamente em 62 unidades em seis países, de acordo com informações de seu site. A maior parte dos abatedouros fica no estado do Mato Grosso. Abatedouros ficam no Mato Grosso e em Rondônia e têm capacidade de abater mais de 3 mil cabeças por dia; empresas não comentaram a informação Esse estado responde por 13% do rebanho bovino brasileiro, de 205,3 milhões de animais, maior rebanho comercial do mundo, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um porta-voz da JBS, que pediu para não ser identificado, preferiu não comentar a informação. Carlos Silva, gerente administrativo da Guaporé, não comentou. A divisão de carne bovina da companhia tem sido alvo de fortes investimentos, sobretudo após a decisão de imprimir marca à carne. No final do ano passado, a JBS deu início a uma série de campanhas de marketing para fortalecer a marca Friboi em todo o país. A primeira praça onde foi veiculada a propaganda foi São Paulo. Ainda no primeiro semestre deste ano, o comercial e as ações posteriores realizadas em pontos de venda devem ocorrer nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. ■ Com Bloomberg Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 15 Simon Dawson/Bloomberg Brasil tem 245 milhões de celulares O Brasil fechou janeiro de 2012 com quase 245,2 milhões de linhas ativas na telefonia móvel, ou 125,29 celulares a cada 100 habitantes, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O número absoluto de novas habilitações (2,9 milhões) é o maior registrado em um mês de janeiro nos últimos 13 anos e representa um crescimento de 1,22% em relação a dezembro de 2011. Os terminais 3G (banda larga móvel) totalizaram mais de 50,8 milhões de acessos. Bloomberg Petrópolis corta calorias para crescer Boxmeer: melhor agora que no ano passado, apesar da crise e do verão apático da Europa Companhia lança cerveja light e pretende fechar o ano com receita de R$ 4,71 bi para manter a vice-liderança do mercado de cervejas no país Ciente da briga de gigantes que será a disputa pela vice-liderança no mercado de cervejas no país, o Grupo Petrópolis investirá R$ 281 milhões neste ano para fazer frente à concorrência das multinacionais Heineken e Kirin. A verba será destinada para modernização das linhas de produção e ações de marketing ao longo de 2012, e a pretensão da companhia é fechar o ano com um faturamento de R$ 4,71 bilhões na venda de bebidas, uma alta de quase 25% sobre o ano passado. Além dos investimentos, a cervejaria também aposta em novos produtos. E o primeiro é a Itaipava Light, cerveja com 25% menos calorias do que as versões tradicionais mercado e com 1,0% menos de teor alcoólico em relação à versão normal da marca. “Nos Estados Unidos, as marcas líderes são light. É um produto com grande oportunidade de crescimento e que pode atrair o público feminino”, afirma Douglas Costa, diretor de marketing e relações com o mercado do grupo Petrópolis. A companhia aproveita um mercado que foi timidamente explorado pela Ambev na década passada com a Brahma Light, produto que saiu de circulação Empresa produziu 1,73 bilhões de litros de cerveja em 2011 e espera atingir 1,93 bilhões de litros até o final desse ano, um aumento de 11,5% brasileiro da Kirin, que comprou a Schincariol no ano passado e que agora passa a brigar diretamente com a Petrópolis pela vice-liderança do segmento, cuja diferença é de apenas 0,22%. Esse percentual é exatamente o quanto cresceu a Petrópolis entre dezembro e janeiro, o que mostra o quão acirrada está a disputa entre as duas empresas. “Nossa preocupação é na questão de preço e não queremos ir para esse lado de disputa. E acho que essa não será a estratégia deles”, diz o diretor da Petrópolis, ao comentar que “a guerra de preços não beneficia ninguém”. Ações em velocidade anos depois. “Mas hoje o preconceito sobre esse tipo de produto diminuiu muito”, aponta Costa. Com investimento de R$ 2 milhões para o seu desenvolvimento, a Itaipava Light será posicionada como uma bebida premium e terá produção inicial de 80 mil caixas por mês. Concorrência japonesa Além do novo produto, a companhia tem dado atenção aos primeiros passos no mercado Outro destaque da empresa é o investimento de R$ 162 milhões em ações de marketing, R$ 50 milhões acima da verba de 2011. Em seu portfólio, a marca de energéticos TNT tem forte presença em mídia enquanto que para as cervejas Itaipava e Crystal a estratégia está centrada no automobilismo, que acontece por meio de patrocínios a eventos e equipes. “Esse aumento deve-se às ações mais regionalizadas que pretendemos fazer, principalmente com TNT”, completa Costa. ■ Rodrigo Capote DISPUTA ACIRRADA Briga pela vice-liderança do mercado de cervejas deve esquentar com a entrada da japonesa Kirin no país PARTICIPAÇÃO DE MERCADO Heineken Outros 8,36% Variação -0,34% 1,59% Schincariol 10,68% Variação +0,36% Petrópolis 10,90% Variação +0,22% Ambev 68,47% Variação -0,24% Fonte: empresa, com base nos dados da Nielsen *sobre dados de dezembro Douglas Costa, da Petrópolis: briga por preços não traz benefícios Heineken esvazia o copo e enche o cofre Dona das marcas Kaiser, Sol e Bavária, cervejaria holandesa cresceu 5% no mercado brasileiro em 2011 na comparação com o ano anterior Eliane Sobral [email protected] Embora nem o verão tenha ajudado a melhor as coisas na Europa, a terceira maior cervejaria do mundo comemora crescimento de 3,6% no volume de cervejas vendidas em 2011. Na ponta do lápis, o lucro da holandesa Heineken subiu 9%, totalizando ¤ 1,5 bilhão. “Se você olhar agora, tivemos um quarto trimestre muito bom e a companhia, como um todo, está melhor do que pensávamos”, declarou o presidente-executivo, Jean-François van Boxmeer que não fez nenhuma previsão para 2012 mas diz apostar nos mercados emergentes como principal fonte de receita. No Brasil, a Heineken é dona das marcas Kaiser, Bavária e Sol. De acordo com o comunicado da empresa, a operação brasileira cresceu cerca de 5%. O destaque, segundo a companhia, foi o crescimento dos volumes e preços maiores — “apesar da queda do mercado de 4,5% , reflexo da falta de aumento do salário mínimo, dos preços acima da inflação, do clima desfavorável”. Ainda assim, só a marca Kaiser, relançada pela Heineken em novembro do ano passado, registrou crescimento de 2,5% na comparação com 2010. A Bavária cresceu 5% no mesmo período. A empresa também lembra que a base de comparação com “ Se olharmos agora, tivemos um quarto trimestre muito bom e a companhia, como um todo, está melhor do que pensávamos Jean-François van Boxmeer Presidente-executivo da Heineken 2010 fica comprometida por conta da Copa do Mundo de futebol que, tradicionalmente impulsiona o consumo de cervejas e das verbas de marketing em todo o mundo. Tesoura afiada A Heineken lançou mais um plano de corte de custos, de ¤ 500 milhões. O grupo, que tinha economizado ¤ 614 milhões no programa anterior de três anos, fará os novos cortes por meio de uma visão mais globalizada em compras e tecnologia. O programa exigirá gastos prévios de ¤ 200 milhões. ■ Com Reuters 16 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 EMPRESAS Rodrigo Capote AGRONEGÓCIO INFRAESTRUTURA Lucro da produtora de açúcar Tereos cai 54,5% e fica em R$ 76 milhões Vinci é dona de 5,7% das ações da Triunfo, que integra consórcio que arrematou Viracopos A produtora de açúcar e etanol Tereos Internacional teve lucro líquido de R$ 76 milhões em seu terceiro trimestre fiscal, uma queda de 54,5% contra os R$ 167 milhões obtidos um ano antes, informou a companhia. No terceiro trimestre fiscal, a receita líquida totalizou R$ 1,82 bilhão, 14,4% a mais na comparação anual, refletindo os preços favoráveis nas principais categorias de produtos da empresa. A Vinci Equities Gestora de Recursos informou ontem que alcançou o total de 5,7% de ações da Triunfo Participações e Investimentos. Junto com o grupo UTC, dirigido pelo empresário João Santana, a TPI integra o consórcio que arrematou o aeroporto de Viracopos (SP) no leilão realizado na BM&FBovespa, há dez dias. A gestora é ligada à Vinci Partners, que é controladora da operação do Burger King no Brasil. Ações da Hypermarcas acumulam alta de 52% desde janeiro Papéis chegaram ao fim desta quarta-feira cotados a R$ 12,95; para analistas, definição de foco em áreas de negócios e especulações em torno do interesse do BTG causaram ‘sentimento’ positivo em investidores Henrique Manreza Érica Polo [email protected] Mesmo depois de enfrentar um 2011 difícil, a cúpula da Hypermarcas não tem motivos para se queixar da performance da companhia na Bovespa em 2012. Desde janeiro até ontem, suas ações valorizaram 52,3%, fechando esta quarta-feira cotadas a R$ 12,95, acima do índice Bovespa, que registra alta de 15% no ano. Para analistas de bancos e corretoras, a alta não resulta de um só fator. “Um dos motivos que podem explicar esse movimento é o boato em torno do interesse do BTG Pactual em entrar no capital da companhia, que circulou em janeiro”, diz Iago Whately, analista da Corretora Fator. “Mesmo que já faça algum tempo, a especulação trouxe um sentimento positivo ao mercado, que havia ficado com sensação ruim em relação ao management da companhia depois do que apresentou em 2011”, diz. Além das especulações em torno do interesse de André Esteves, do BTG, pela empresa, a definição de foco estratégico apresentada no fim do ano passado também está ajudando a construir um ‘sentimento’ positivo entre investidores. “Havia uma dispersão de interesses em EM ALTA Valor das ações da Hypermarcas, em R$ Claudio Bergamo, CEO: medicamentos e higiene e beleza oferecem mais rentabilidade 14,50 12,95 12,75 11,00 9,25 8,50 7,50 29/DEZ 23/JAN 15/FEV Fontes: Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico vários segmentos, faltava foco”, diz Sandra Peres, analista da Coinvalores. Em dezembro, ao anunciar a venda da Etti para a Bunge Brasil e da Assolan para a Química Amparo, por R$ 305 milhões, a Hypermarcas afirmou que apostará suas fichas em medicamentos e higiene pessoal, nos quais é líder em categorias. Foram es- colhidos porque oferecem maior rentabilidade, informou Claudio Bergamo, CEO da empresa, em nota na época. A Hypermarcas ainda deve enfrentar um primeiro trimestre fraco, época em que normalmente os consumidores estão endividados e mesmo a venda de produtos de primeira necessidade sofrem, dizem os analis- tas. Há expectativa positiva em relação ao segundo semestre, quando, inclusive, já se deverá notar os efeitos da reestruturação interna, que contou com a contratação de Nicolas Fischer, ex-presidente da Nivea, para comandar a divisão de consumo. Ano ruim O ano passado não foi bom para a Hypermarcas. Alavancada após efetuar uma série de aquisições, foi preciso reestruturar a política comercial agressiva. Segurou produtos e encurtou prazos de pagamentos, o que resultou em queda de vendas. O ebitda foi revisado duas vezes para baixo e passou de R$ 1 bilhão para R$ 700 milhões. As ações tiveram queda de 62%. ■ Merck anuncia parceria com Supera Farma no Brasil Michael Lund/Bloomberg Fabricante mundial de medicamentos anuncia joint venture brasileira com foco na comercialização de produtos em todo território nacional Thais Moreira [email protected] As MSD, conhecida nos Estados Unidos e no Canadá como Merck, anunciou ontem uma joint venture com a Supera Farma, empresa criada em conjunto pela Eurofarma e Cristália no segundo semestre de 2011. O acordo com a americana que fatu- rou US$ 48 bilhões em 2011 prevê a gestão compartilhada de uma nova empresa brasileira com foco na comercialização de medicamentos das três marcas. Batizada de Supera RX Medicamentos, a empresa terá inicialmente 30 produtos em seu portfólio. Um total de 51% da participação nas ações será da MSD e os demais 49% da Supera, dos quais 50% são da Eurofarma e 50% da Cristália. Segundo Helton Carvalho, diretor comercial da Supera Farma, a empresa irá dobrar o número de vendedores nos próxi- Parceria faz parte da estratégia da farmacêutica multinacional para crescer em mercados emergentes. Em 2011, a Merck investiu US$ 8,5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento mos dois meses, chegando a 400 distribuidores. “Vamos caminhar quatro anos em termos de receita”, diz. O objetivo de Carvalho é estar entre as dez maiores do mercado farmacêutico nacional e faturar US$ 500 milhões em 2017, ano em que espera dobrar o número de produtos vendidos, já que o acordo prevê a inclusão de novos itens. A previsão da Supera Farma para o primeiro ano é de faturar R$ 160 milhões. Para a Merck, o negócio e faz parte da estratégia de crescimento nos países emergentes. ■ Kenneth Frazier, presidente mundial da MSD Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 17 natura 2011 18 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 O DESAFIO ÉTICO DO NOSSO TEMPO Vivemos em 2011 a confirmação de que nosso mundo é insustentável, se mantidos o atual padrão de procompanhias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos na América Latina comprovam esse cenário ainda muito promissor. Em pouco tempo o Brasil será o segundo maior mercado mundial em nosso setor. dução e consumo global e os desequilíbrios socioambientais. A onda de acontecimentos dos últimos anos é eloquente: em 2006, emergiu a consciência dos riscos do aquecimento global provocado pelo homem; dois anos Iniciamos nossa mensagem com uma passagem da recém-publicada obra de Christopher Meyer, professor depois, vivenciamos a crise econômica, que ora se aprofunda na Comunidade Europeia. Por fim, desde 2010, da Universidade de Harvard, que descreve, de maneira inspiradora, a forma como acompanhamos com perplexidade as convulsões sociais da Primavera Árabe, de procuramos empreender o nosso negócio. Somos muito gratos por sua generosa diferentes matizes, mas que têm um aspecto comum: a busca pelos fundamentos interpretação, que a um só tempo realça nossos traços distintivos e nos estimula a “A Natura é provavelmente de uma sociedade mais justa e igualitária. Acreditamos que somente uma profunda participar de um novo projeto de capitalismo, mais solidário, justo e inclusivo. Acretransformação baseada na ética da vida, na qual prevaleçam uma nova lógica de deditamos que nossa trajetória de sucesso reside no fato de historicamente buscarmos o exemplo mais evoluído o aperfeiçoamento contínuo e soluções inovadoras para os dilemas do tempo presenvolvimento e uma revigorada governança global, acima de interesses de regiões, que vimos até o momento sente e do porvir, apreendendo o “espírito da época” e projetando-o para o futuro. países, grupos econômicos, será fonte de esperança para as gerações futuras e para Nesse novo contexto, nosso maior desafio será o de unir as novas tecnologias com a continuidade da existência humana na Terra. de empresa que gerencia corações engajados em uma mesma causa. Dessa forma, vislumbramos a possibilidaSe, por um lado, esse cenário nos preocupa, por outro, reafirma nossa determiseu mundo em todas as suas de de expandir o poder transformador de nossa rede de relações. nação de investir os melhores esforços emocionais e intelectuais para que a NaO exercício cada vez mais pleno de nossa Razão de Ser, que é promover o bemescores e maximiza o valor tura cada vez mais atue como agente da necessária transformação social. Sempre tarbem, nos levará a aperfeiçoar e aprofundar os laços que nos unem às nossas congerida segundo os princípios da sustentabilidade, na busca pelos melhores resulagregado de sua ecologia.” sultoras, colaboradores, parceiros de negócios e consumidores. Movida por sonhos tados - de forma integrada - nas dimensões econômica, social e ambiental. Esse e pela busca de realização profissional e pessoal, estamos convencidos de que essa comportamento empresarial, em sintonia com as aspirações da sociedade, nos Christopher Meyer, Standing on the Sun: How explosion comunidade está determinada a promover valores como solidariedade, criatividade impõe a levar a Natura e sua proposta de valor para novas fronteiras e geografias. of capitalism abroad will change business everywhere e altruísmo, com respeito e reverência à vida. Atualmente, o Brasil e a América Latina, nossos principais mercados de Assim, reafirmamos o nosso compromisso histórico de estar ao lado de todos aqueatuação, encontram-se em posição privilegiada. Mesmo não estando imunes aos efeitos de um amles que queiram participar dessa urgente construção coletiva da humanidade. biente internacional mais difícil, tendemos a ser menos impactados pelos desequilíbrios globais. A ascensão econômica de um importante contingente populacional, com destaque à participação feminina, Com a amizade de, parece ter uma envergadura que poderá promover um longo e promissor ciclo de desenvolvimento, ainda ANTONIO LUIZ DA CUNHA SEABRA, GUILHERME PEIRÃO LEAL E PEDRO LUIZ que distante de um projeto de desenvolvimento sustentável, que promova a plena inclusão social, a ampliação BARREIROS PASSOS, Copresidentes do Conselho de Administração da distribuição de riqueza e a mitigação de impactos ambientais. Os expressivos investimentos de grandes AS BASES DA NATURA DO FUTURO Nos últimos cinco anos, promovemos uma profunda transformação na Natura. Praticamente dobramos de Seguimos entusiasmados com a expansão de nossas Operações Internacionais, fruto do trabalho de um time de tamanho entre 2007 e 2011, e os resultados alcançados demonstram a consistência de nossa estratégia: as liderança de alta qualidade, combinando colaboradores com vivência na Natura e com conhecimento dos mercados consultoras e consultores passaram de 718 mil para 1,4 milhão, elevando os pedidos de produtos de 9 milocais. Na Argentina, Chile e Peru, países em que nossas operações estão no estágio de consolidação, crescemos a um lhões para expressivos 17 milhões ao ano; já o Ebitda saltou de R$ 700 milhões para R$ 1,4 bilhão e a receita ritmo de 36% ao ano em moeda local ponderada, melhoramos significativamente nossa rentabilidade e estamos enlíquida avançou de R$ 3 bilhões para R$ 5 bilhões. A participação das Operações tre as marcas preferidas do nosso setor. Em 2011, demos continuidade com a implemenInternacionais, por sua vez, saiu de 4,4% e alcançou 9%. Para dar suporte a esse tação da manufatura local, com o início da produção na Colômbia; duplicamos o Centro ciclo de crescimento, realizamos uma grande evolução em nosso modelo logístico, de Distribuição no México; e começamos a colher os primeiros resultados da “Red de Vamos privilegiar o ganho desenvolvemos e atraímos novas lideranças cada vez mais identificadas com nossa Relaciones Sustentables” (Rede de Relações Sustentáveis), inovação de nosso modelo de produtividade de nossas cultura e comportamento empresarial, implementamos um sistema de gestão estrucomercial, desenvolvida especialmente para atender ao mercado mexicano, estimulando turado em Unidades de Negócios e Unidades Regionais, e prosseguimos investindo o empreendedorismo socioambiental, uma novidade na indústria da venda direta. consultoras pelo aumento em inovação, seja na concepção dos produtos, na gestão dos impactos ambientais No plano econômico, nossa receita líquida avançou 8,9% e o Ebitda cresceu 13,4%. No da frequência de compra dos e em nosso modelo comercial. âmbito social, ampliamos a distribuição de riqueza para os nossos principais públicos Em 2011, realizamos o maior investimento de nossa história, destinando cerca de R$ 350 milhões para ampliação de produção, evolução do modelo logístico e maior e melhor uso da tecnologia da informação, indispensáveis para a sustentação do nosso crescimento. Trabalhamos na mudança de patamar de nossa infraestrutura para que nossos produtos cheguem cada vez mais rápido às mãos das nossas consultoras, com redução do custo do pedido e das emissões dos gases causadores do aquecimento global. consumidores e da variedade de produtos adquiridos. Afinal, temos a marca preferida do mercado e já nos relacionamos com 100 milhões de consumidores no Brasil. Devemos reconhecer que a implementação simultânea de novos sistemas de captação de pedidos e a evolução no nosso modelo logístico, com a abertura de novos CDs, provocou instabilidade em nossas operações, afetando a prestação dos serviços e a qualidade das relações. Ao mesmo tempo enfrentamos uma redução na eficiência comercial e mercadológica. A combinação desses dois fatores repercutiu nos resultados, que ficaram abaixo das nossas expectativas, exigindo ajustes no plano durante o ano. Estamos empenhados em assegurar uma maior assertividade de nossas promoções, equilibrando melhor a parcela feita de forma centralizada e a gerida regionalmente. E temos a certeza de que as mesmas evoluções na infraestrutura permitirão que alcancemos um padrão de serviços que amplie os diferenciais competitivos de nossa marca. O ano também nos trouxe novas oportunidades. Passado um período de significativa expansão do nosso negócio por meio do crescimento do canal de vendas, que possibilitou um aumento de penetração de nossos produtos nos lares brasileiros de 40% para 60%, identificamos espaço para evoluir em nossa estratégia, que passa a privilegiar o ganho de produtividade de nossas consultoras pelo aumento da frequência de compra dos consumidores e da variedade de produtos adquiridos. Afinal, temos a marca preferida do mercado e nossas consultoras já se relacionam com 100 milhões de consumidores no Brasil. de relacionamento. Os ajustes ao longo do ano impactaram o clima organizacional, e as instabilidades no nível de serviços afetaram a satisfação de nossas consultoras. Já na dimensão ambiental, alcançamos as metas de redução de emissões e de uso de recursos naturais, como água e energia. Ao mesmo tempo em que promovemos evoluções em múltiplas frentes, avançamos na direção de uma nova perspectiva para os negócios. Estamos especialmente motivados com o futuro da venda direta. Desde sempre, acreditamos na capacidade empreendedora e transformadora de pessoas, engajadas em propósitos comuns. Num mundo cada vez mais conectado digitalmente, onde o tratamento personalizado para cada consumidor ganha relevância, a venda direta tem uma grande oportunidade de continuada expansão.Vislumbramos um futuro no qual a relação entre consultoras e consumidores será apoiada por alta tecnologia de informação e pelas redes sociais, campo onde os serviços podem evoluir muito e, ao mesmo tempo, ampliar a geração de valor para todos os envolvidos. Inspirados pelo contínuo desejo de ver nossa marca alcançar novos espaços, reafirmamos nosso entusiasmo em prosseguir com todos aqueles que fazem parte da comunidade Natura, dando cada vez mais significado à rede de relações que construímos. ALESSANDRO GIUSEPPE CARLUCCI, Diretor-presidente // JOÃO PAULO FERREIRA, Vice-presidente de Operações e Logística // JOSÉ VICENTE MARINO, Vice-presidente de Negócios // MARCELO CARDOSO, Vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade // ROBERTO PEDOTE, Vice-presidente de Finanças, Jurídico e Tecnologia da Informação Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 19 Contexto do mercado De acordo com os dados mais recentes da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal (Abihpec/ Sipatesp2), o mercado-alvo de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos no País avançou 7,7% em termos nominais nos dez primeiros meses de 2011, abaixo das projeções dos especialistas. Nesse contexto, a Natura manteve a liderança do setor, com participação de 23,2%, com queda de 0,4 ponto percentual sobre o mesmo período do ano anterior. Avanços em infraestrutura Os investimentos em infraestrutura irão oferecer a base para o novo ciclo de crescimento da Natura. Desde 2009, nossa estrutura logística passa por uma expressiva transformação. Buscamos garantir que os nossos produtos cheguem mais rapidamente às mãos das nossas consultoras, com redução do custo do pedido e das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). Em 2011, inauguramos um Centro de Distribuição (CD) e outros três CDs tiveram a capacidade ampliada, com suas linhas substituídas. Equipados com alta tecnologia de separação dos produtos (picking), grande automatização e baixo consumo de energia, estão preparados para atender um número maior de pedidos, incluindo aqueles com menos itens, o que viabiliza o maior fracionamento das entregas. Contribuem, assim, para que tenhamos ganhos de produtividade e redução no custo do pedido. Em 2012, daremos continuidade à expansão com a inauguração de um Centro de Distribuição e um hub, em São Paulo. Com os investimentos realizados, antecipamos em quase dois anos o planejamento para revisão da malha logística. Nosso objetivo é reduzir significativamente o tempo de atendimento a nossas consultoras. Em nossas operações internacionais, alcançamos também ganhos de eficiência logística, com o novo planejamento de distribuição na América Latina, que centralizou o atendimento na Colômbia e no México. Consolidamos a operação de envase de perfumes na Argentina, iniciada em 2010, e passamos a produzir sabonetes na Colômbia. Com isso, esperamos aumentar significativamente a parcela de produtos fabricados localmente. Perfil dos acionistas Pessoas físicas Pessoas jurídicas Brasil Pessoas jurídicas exterior Total 2009 7.699 560 668 8.927 2010 7.838 560 850 9.248 DESEMPENHO DAS AÇÕES Em 2011, as ações Natura sofreram uma desvalorização de 20,4%, pouco abaixo da desvalorização anual de 18,1% do Ibovespa, principal índice da BM&FBOVESPA. (R$ milhões) 43.696 25.983 Apreciação NATU3 x Ibovespa NATU3 FOLLOW ON 31/07/2009 Base 100 => 25/05/2004 Ibovespa 588,0 NATU 3 29/12/2011 R$ 36,21 2011 Fonte: Economática As Operações Internacionais já respondem por 9% de nossa receita líquida. 200.9% NATU 3 25/05/2004 R$ 5,61 NATU3: Ibov: 2010 2009 O Conselho de Administração passou por um processo de renovação com a substituição de dois de seus membros. Depois de contribuírem por mais de uma década para o crescimento e o fortalecimento da Natura, Edson Vaz Musa e José Guimarães Monforte anunciaram sua saída. Para ocupar seus lugares, foram aprovados, na Assembleia Geral Ordinária (AGO) de abril de 2011, os nomes de Marcos Lisboa e Adílson Primo como conselheiros externos e independentes – Primo renunciou ao cargo em novembro e sua vaga ainda não foi preenchida. Na mesma AGO, Guilherme Peirão Leal reassumiu o cargo de copresidente no Conselho de Administração, após um período de afastamento para participar das eleições presidenciais de 2010. Desde 2010, estamos mobilizados para atrair o maior número possível dos nossos 10 mil acionistas à AGO, principalmente nossos pequenos investidores. Acreditamos que essa é uma forma de reafirmar nosso envolvimento e a postura de transparência no relacionamento. Em 2011, preparamos um evento no qual estimulamos o diálogo dos acionistas com todos os membros do Conselho de Administração e do Comitê Executivo, o diretor-presidente, os fundadores da Natura e as áreas de Relações com Investidores e de Governança Corporativa. Outro ponto de destaque foi a realização conjunta da reunião pública com a participação da Apimec-SP (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), o que se repetirá na AGO de 2012, marcada para o dia 13 de abril. Stanley Composite Index e ICO2 (Índice Carbono Eficiente, da BM&FBOVESPA). Desde a abertura de capital, em 2004, mantemos um desempenho bastante superior ao índice, conforme gráfico a seguir: Volume médio diário negociado de ações 33.182 Governança corporativa e mercado de capitais 2011 8.722 659 867 10.248 A Natura faz parte dos principais índices do mercado de ações brasileiro: Ibovespa, IBrX-50 (no qual estão listadas as ações com mais liquidez da BM&FBOVESPA), ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), Índice de Governança Corporativa, Índice de Ações com Tag Along, Índice do Morgan 2004 2005 +87.2% +33.0% +37.9% +28.3% 2006 +51.1% +29.1% 2007 – 41.4% +47.4% Desempenho econômico A receita líquida consolidada da Natura em 2011 foi de R$ 5.591 milhões, evolução de 8,9% em relação a 2010, com Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, imposto de renda, depreciação e amortização) de R$ 1.425 milhões, margem Ebitda de 25,5%; e lucro líquido de R$ 830 milhões, margem de 14,9%. Evolução (R$ milhões) Receita líquida consolidada Ebitda consolidado Lucro líquido consolidado 2009 2010 2011 4.242,1 1.008,5 5.136,7 1.256,8 5.591,4 1.425,0 683,9 744,1 830,9 2009 2008 +18.0% – 41.4% +101.6% +82.7% 2010 +37.0% +1.3% 2011 – 20.4% – 18.1% A geração de caixa livre no ano foi de R$ 411 milhões contra R$ 716 milhões em 2010, uma redução de 42,7%. Em 2011, houve um aumento no capital de giro, concentrado principalmente na ampliação da cobertura de estoques e no aumento de impostos a recuperar. Em 2011, investimos R$ 346 milhões em imobilizado, sobretudo, em tecnologia da informação, capacidade de manufatura e infraestrutura logística. Desempenho socioambiental Seguimos ampliando a geração de valor para os principais públicos da Natura, como mostra a tabela a seguir: Distribuição de riqueza (R$ milhões) Na operação Brasil, a receita líquida cresceu 6,8%, alcançando R$ 5.087 milhões. As operações internacionais, por sua vez, apresentaram crescimento vigoroso de 40% em moeda local ponderada (35,4% em reais), somando R$ 503 milhões, ou 9,0% da receita líquida consolidada da Natura, a maior participação histórica. Acionistas1 Consultoras Colaboradores Fornecedores Governo 2009 551,9 2.302,5 643,0 3.087,5 1.147,4 2010 646,9 2.738,2 769,2 3.707,4 1.476,5 2011 762,9 2.906,1 634,3 4.362,8 1.472,3 1.Os valores de distribuição de riqueza aos acionistas referem-se aos dividendos e juros sobre capital próprio efetivamente pagos aos acionistas, ou seja, consideram o regime de caixa. DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS Em 15 de fevereiro de 2012, o Conselho de Administração aprovou proposta a ser submetida à AGO, que será realizada em 13 de abril de 2012, para pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio, referentes aos resultados auferidos no exercício de 2011, no montante de R$ 762,6 milhões e R$ 61,1 milhões (R$ 51,9 milhões líquidos de imposto de renda na fonte), respectivamente. Em 20 de julho de 2011 foram pagos, ad referendum da Assembleia Geral Ordinária, dividendos no montante de R$ 295,3 milhões e juros sobre o capital próprio no valor de R$ 31,9 milhões (líquidos de imposto de renda na fonte). O saldo remanescente a ser pago em 18 de abril de 2012, após ratificação pela Assembleia Geral Ordinária, será de R$ 467,3 milhões na forma de dividendos e R$ 20,1 milhões na forma de juros sobre o capital próprio (líquidos de imposto de renda na fonte). Esses dividendos e juros sobre capital próprio somados, referentes ao resultado do exercício de 2011 representarão uma remuneração líquida de R$ 1,89 por ação (R$ 1,65 por ação em 2010), correspondendo a 99% do lucro líquido1 de 2011. 1. Resultado final da somatória de todas as receitas e despesas no exercício. 20 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 1. Métrica alterada de consumo de água de unidade faturada por unidade produzida para permitir a antecipação da identificação de oportunidades de melhoria em nossos processos. EDUCAÇÃO Em 2011, evoluímos para uma nova arquitetura de educação para a Natura, baseada na disseminação da sustentabilidade, que vai além da capacitação dos nossos colaboradores, incluindo fornecedores, consultoras e comunidades do entorno, entre outros públicos. Outro pilar fundamental da nossa estratégia de educação é o Instituto Natura. Criado em 2010, a organização sem fins lucrativos é responsável por nosso investimento social privado e está focada na promoção da educação de qualidade. Uma importante expressão desse compromisso é o programa Crer para Ver, cujos recursos são obtidos por meio da venda de uma linha especial de produtos, na qual tanto a Natura quanto os consultores e consultoras abrem mão dos ganhos para que sejam aplicados em projetos de melhoria da educação pública no Brasil e na América Latina. Em 2011, foram arrecadados R$ 8,4 milhões. O Instituto Natura está empenhado em oferecer tecnologias educativas que promovam transformações em larga escala na sociedade, o que já se tornou realidade com o Projeto Trilhas, de estímulo à leitura e à escrita na Educação Infantil, que se tornou uma política pública do Governo Federal: a partir de 2012, alcançará 2 mil municípios e 3 milhões de estudantes em parceria com o Ministério da Educação. EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL Nosso canal de vendas representa uma oportunidade valiosa de incentivar ações de empreendedorismo socioambiental. Algumas iniciativas já começam a explorar esse potencial, como o Perspectivas O Brasil segue como um dos mais prósperos mercados de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do mundo. Embora tenha crescido em 2011 menos do que em anos anteriores, certamente continuará a se expandir a taxas superiores às da indústria global. Nesse ambiente em expansão, estamos empenhados em assegurar que os serviços para nossas consultoras e consumidores finais alcancem um patamar de excelência, ampliando os diferenciais competitivos da marca Natura. Tendo em vista a alta penetração de nossos produtos, presentes nos lares de cerca de 100 milhões de brasileiros, e a liderança da marca Natura na preferência dos consumidores, com mais que o dobro da segunda colocada, temos a oportunidade ampliar a frequência de compra dos consumidores e a variedade de produtos adquiridos. Com isso, impulsionaremos os ganhos de produtividade de nossas consultoras. Para tanto, vamos redirecionar nosso marketing mix e promover inovações para ocupar os espaços onde nossa marca ainda não está presente, entre outras iniciativas. Seguimos confiantes e entusiasmados com a expansão de nossas Operações Internacionais, que se firmam como uma plataforma de negócios relevante, lucrativa e capaz de expressar os valores da Natura na região. Nos países latino-americanos, estamos ampliando o canal de vendas e avançando com a ma- 3,30 3,12 Com nossa expansão na América Latina, ampliamos a participação de fornecedores da região, por meio de uma nova estrutura regional de compras para as Operações Internacionais. Essa ação trouxe-nos ganhos de eficiência em serviços e na compra de materiais indiretos. Em 2011, aprimoramos também nossa base de suprimentos em parceria com os próprios fornecedores, com a definição de novos critérios para compras baseados em aspectos mais amplos – considerando, inclusive, seu impacto socioambiental. Acompanhamos a satisfação dos fornecedores a partir do indicador de lealdade, que mensura a satisfação geral e a intenção de continuar a se relacionar com a Natura e de recomendar a companhia a outros fornecedores. Em 2011, a lealdade de nossos parceiros no Brasil manteve-se em um patamar que consideramos estável: 26,5% contra 27,7% do ano anterior. Consultoras e consultoras (CNs) e consultoras natura orientadoras (CNO) Nosso principal desafio de relacionamento com o canal de vendas em 2011 foi a qualidade do serviço prestado às consultoras e consultores.Trabalhamos intensamente ao longo do ano para reverter os desequilíbrios na disponibilidade de produtos e chegamos aos quatro últimos ciclos de 2011 com uma plataforma de captação e faturamento de pedidos mais estável, indicando a tendência de melhora significativa nos níveis de serviço. Durante o período de instabilidade em nossas operações, procuramos manter um diálogo franco e aberto com a força de vendas. Utilizamos os encontros Natura, realizados regularmente a cada ciclo, para informar sobre nossas dificuldades e as medidas adotadas. Em decorrência, o indicador de lealdade de nossas consultoras e consultores passou de 21% de 2010 para 19%, no mercado brasileiro. Vamos reforçar nossa atuação, pois entendemos que estamos longe do que queremos, porém entusiasmados com o que podemos e o que faremos. Colaboradores 1. CO2e (ou CO2 equivalente): medida utilizada para expressar as emissões dos gases de efeito estufa, baseada no potencial de aquecimento global de cada um. As emissões que ainda não podemos evitar são compensadas pela compra de créditos de carbono de projetos, reflorestamento, eficiência energética e substituição de combustível, reduzindo o impacto de nossa operação e promovendo a economia verde. Em 2011, contratamos o primeiro projeto de compensação fora do Brasil, na cidade de Cáceres, na Colômbia. RESÍDUOS SÓLIDOS Estamos engajados com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) na formulação de propostas que permitam o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em vigor desde 2010. A exemplo do que fazemos com emissões de carbono e consumo de água, desenvolvemos em 2011 uma metodologia que permite a construção de nosso primeiro inventário de geração de resíduos. Acreditamos que a gestão de resíduos pode ser uma alavanca de valor para a geração de negócios por meio de um processo contínuo de inovação. Hoje, conseguimos medir e gerir apenas os resíduos que estão dentro de nossas unidades operacionais. Em 2011, alcançamos a redução de 13%, com a geração de 20,01 gramas por unidade produzida contra 23,09 do ano anterior. SOCIOBIODIVERSIDADE Procuramos fomentar as discussões sobre o uso da sociobiodiversidade e defendemos o estabelecimento de um novo marco legal para o acesso à biodiversidade que favoreça o uso sustentável do patrimônio genético nacional e das manifestações tradicionais associadas. Queremos que essa relação estimule a pesquisa, produção e conservação da diversidade biológica. Por isso, lançamos o Programa Amazônia, que nasce para gerar novos negócios e atuar como um catalisador de conhecimentos, ideias e iniciativas. O desafio da Natura é contribuir para o desenvolvimento sustentável da Região Amazônica por meio de ciência, tecnologia e inovação e adensamento das cadeias produtivas da região. Um movimento que integra os diversos públicos e conhecimentos em uma grande rede de trocas que possa buscar soluções a partir dos produtos e serviços da sociobiodiversidade e revelar o grande potencial de negócios existente na Amazônia. Em 2011, medimos pela primeira vez nosso volume de negócios na Região Amazônica e chegamos ao valor de R$ 64,8 milhões. nufatura local, o que nos abre a perspectiva de acelerar o crescimento em um mercado tão expressivo e no qual ainda temos muito espaço de desenvolvimento. Temos observado atentamente as transformações do ambiente de negócios, com um consumidor mais exigente, o avanço das tecnologias digitais e a conectividade das redes sociais. Pretendemos utilizar essas ferramentas para seguirmos ampliando nossos negócios, gerando renda para as consultoras e consultores e propiciando a melhor experiência de compra aos consumidores. Confiantes no espírito inovador de nossas equipes, acreditamos que esse momento de grande transformação permitirá que a Natura leve sua proposta de valor para novas geografias, ampliando assim o alcance de sua rede de relações e seu potencial de contribuir para a construção do modelo de negócios do futuro. ADERÊNCIA À CÂMARA DE ARBITRAGEM DO MERCADO A Companhia, seus acionistas, Administradores e os membros do Conselho Fiscal obrigam-se a resolver, por meio de arbitragem, perante a Câmara de Arbitragem do Mercado, toda e qualquer disputa ou controvérsia que possam surgir entre eles, relacionadas ou oriundas, em especial, da aplicação, validade, eficácia, interpretação, violação e seus efeitos, das disposições contidas na Lei n.º 6.404/76, no estatuto social da Companhia, nas normas À medida que expandimos nossa atuação, tanto no Brasil como nas Operações Internacionais, aumenta o nosso desafio de compor, manter e desenvolver nossas equipes, de maneira que, além das competências funcionais, também estejam aderentes à nossa Essência. Por isso, temos trabalhado para fortalecer os instrumentos de desenvolvimento dos nossos profissionais, que teve em 2011 o refinamento de nossa proposta de educação, condição indispensável para uma organização que reúne 6,7 mil pessoas. Buscamos manter um ambiente de trabalho, ao mesmo tempo, acolhedor e estimulante. Nossa expectativa tem sido sempre a de elevar a satisfação dos colaboradores, medida na pesquisa de clima organizacional, que engloba todas as operações. O cenário adverso e diferente das nossas expectativas gerou muito retrabalho de nossas equipes e foi um importante fator para que esse indicador atingisse a marca de 70% de favorabilidade, três pontos percentuais abaixo do ano anterior. Vamos ampliar nossos esforços para reverter essa situação e colocá-lo no patamar de excelência que almejamos. Pesquisa de clima– Favorabilidade (%)1 74 73 70 2011 0,40 2011 0,42 2010 2009 0,42 3,55 Fornecedores Acreditamos que o desenvolvimento da Natura depende do nosso potencial de buscar respostas aos desafios atuais de forma ampla e coletiva e dos laços que estabelecemos com os diversos públicos com os quais nos relacionamos. Para transformar essa crença em ações, contamos com uma gestão estruturada de relacionamentos desde 2009, que incluem canais de interação permanentes com nossos stakeholders. Para a Natura, esse é um meio de cocriação, de encontrar as melhores soluções, com mais profundidade e qualidade técnica e relacional. Veja a seguir os resultados que alcançamos com os públicos mais próximos de nossa atividade: 2010 Consumo de água (litros/unidade produzida)1 Emissões relativas (kg CO2e / kg produto faturado)1 QUALIDADE DAS RELAÇÕES 2009 Ao longo dos anos, temos aprimorado nossos processos produtivos e conquistado eficiência no uso da água em nossas operações. Em 2011, reduzimos nosso consumo, que no ano anterior, foi de 0,42 para 0,40 litro por unidade produzida. Sabemos, no entanto, que nosso impacto vai além do consumo na produção. Para aprofundar nosso conhecimento, iniciamos há dois anos um amplo estudo, que resultou em nosso primeiro inventário hídrico, desenvolvido de acordo com a metodologia da Water Footprint Network (WFN), organização internacional de referência na promoção do uso sustentável, equitativo e eficiente de água. A Natura foi a primeira empresa do setor de cosméticos a aplicar essa tecnologia e a única companhia do mundo a contemplar nesse inventário a fase de uso dos produtos pelos consumidores. Nosso compromisso com a redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) teve início em 2007, quando lançamos o Programa Carbono Neutro e nos comprometemos em reduzir em 33% das emissões relativas em toda a nossa cadeia estendida, da extração da matéria-prima ao consumo. Até o final de 2011, alcançamos a redução relativa de 25,4% em comparação com 2007. Temos também o objetivo adicional de cortar em 10% nossas emissões absolutas (geradas em nosso processo produtivo) até o fim de 2012. Em 2011 as emissões absolutas cresceram 11% em relação à 2008, mas mantivemos o compromisso em função de projetos que devem ser implementados ao longo deste ano. 2011 ÁGUA MUDANÇAS CLIMÁTICAS 2010 Antes de mais nada, olhar para os desafios da sustentabilidade é uma grande fonte de inovação para a Natura. Trabalhamos continuamente para integrar os aspectos econômico, social e ambiental em toda a gestão da Natura. Nossa proposta de valor passa pela construção de um modelo de desenvolvimento sustentável, que considere os riscos e oportunidades nas três dimensões do chamado triple bottom line, gerando valor para a sociedade e os negócios. A sustentabilidade é, portanto, um princípio que perpassa nossos processos, integra o Planejamento Estratégico e é acompanhado pela alta gestão. A definição das prioridades de atuação ocorre em conjunto com nossos stakeholders. Em 2011, concluímos a revisão bianual desses focos de ação, aqueles que consideramos críticos para o futuro da Natura, reportados mensalmente pelo Comitê de Sustentabilidade à Diretoria Executiva. Conheça a seguir as principais evoluções nesses temas: Programa Acolher, que apoia projetos socioambientais desenvolvidos por CNs e CNOs. Outra inovação é a Rede de Relações Sustentáveis, que criamos no México. Nesse modelo, lançado em meados de 2011, as consultoras têm níveis de envolvimento com a Natura e vão ascendendo não apenas conforme seu resultado comercial, mas também com seu engajamento em projetos e iniciativas socioambientais nas comunidades onde vivem. Após os primeiros nove ciclos de atuação em 2011, o modelo apresenta resultados que nos deixam entusiasmados, ao mesmo tempo em que está gerando importantes aprendizados. 2009 Temas prioritários de sustentabilidade 1. Equivale a porcentagem de colaboradores que classificaram 4 e 5 (top 2 box) em uma escala de 0 a 5 pontos. em uma escala de 0 a 5 pontos. Comunidades fornecedoras Em 2011, trabalhamos com 32 comunidades fornecedoras, envolvendo 3.235 famílias. Esses números apontam crescimento de 40% no número de famílias envolvidas, o que também se refletiu em aumento de 15% no repasse de recursos a essas comunidades e resultados significativos no desenvolvimento local. Comunidades fornecedoras 2009 2010 2011 25 25 32 Famílias beneficiadas nas comunidades fornecedoras 2.012 2.301 3.235 Comunidades com as quais a Natura se relaciona Seguindo os anos anteriores, ampliamos nossos negócios com as comunidades fornecedoras dentro da estratégia de expandir o benefício social gerado pelo acesso aos ativos da biodiversidade e do conhecimento tradicional associado. Vale destacar que o principal movimento impulsionador foi o aumento da vegetalização de nossos produtos – especialmente da linha Ekos, relançada em 2011. Desta forma, repassamos R$ 10 milhões às comunidades fornecedoras em 2011. A quantia representa a soma paga por fornecimento de insumos, contratos de repartição de benefícios, acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, uso de imagem e investimentos para o desenvolvimento local. Recursos destinados (R$ milhares) 2009 Fornecimento1 2.767,1 Repartição de benefícios por acesso ao patrimônio genético ou conhecimento 1.056,2 tradicional associado2 1.087,6 Fundos e apoios3 14,5 Uso de imagem4 Capacitação5 151,7 6 27,8 Certificação e manejo 435,1 Estudos e assessorias7 Total 5.540,3 2010 4.373,6 2011 6.749,1 1.480,1 1.551,7 76,5 184,5 212,2 827,7 8.706,4 1.597,4 1.002,2 22,0 133,0 21,5 512,0 10.037,2 1. Consiste no valor pago pelos beneficiadores ou pela Unidade Industrial de Benevides pelas compras de matéria-prima utilizadas em nossos produtos. 2. Corresponde aos valores pagos pela Natura a título de Repartição de Benefícios às comunidades em que foram acessados patrimônio genético e/ou conhecimento tradicional associado de uma espécie da biodiversidade brasileira. 3. Fundos e convênios de desenvolvimento sustentável voluntários da Natura, cujo desembolso está atrelado à realização de projetos ou patrocínios de melhorias de infraestrutura. 4. Valores pagos pela Natura para uso de imagem dos membros das comunidades em materiais de divulgação institucional ou de marketing. 5. Contempla oficinas e cursos pagos pela Natura às comunidades para aperfeiçoar suas técnicas de produção sustentável. 6. Valores investidos em certificação e planos de manejo em áreas de cultivo. 7. Inclui todos os estudos de antropólogos, advogados, economistas, ONGs e demais contratações feitas pela Natura. Também inclui estudos técnicos contratados pela área de Bioagricultura para a estruturação de cadeias produtivas. Consumidores O momento atual é marcado por alterações profundas na forma como as empresas se relacionam com seus consumidores. A Natura considera que está diante de uma grande oportunidade para transformar e aprimorar a qualidade desse relacionamento. Vale destacar que, em 2011, a penetração da Natura nos domicílios brasileiros ampliou-se de maneira considerável, passando de 54,8% para 61,9%. Isso significa que atingimos aproximadamente 100 milhões de pessoas. Tendo em vista sermos a marca preferida em cosméticos, temos uma grande oportunidade de aumentar a frequência de compra desses consumidores que já têm contato com nossas consultoras. editadas pelo Conselho Monetário Nacional, pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários, bem como nas demais normas aplicáveis ao funcionamento do mercado de capitais em geral, além daquelas constantes do Regulamento do Novo Mercado, do Regulamento de Arbitragem, do Regulamento de Sanções e do Contrato de Participação no Novo Mercado. RELACIONAMENTO COM OS AUDITORES INDEPENDENTES Em conformidade com a Instrução CVM nº 381/03, informamos que a Sociedade e suas controladas adotam como procedimento formal consultar os auditores independentes Deloitte Touche Tohmatsu, no sentido de assegurar-se de que a realização da prestação de outros serviços não venha afetar a independência e a objetividade necessária ao desempenho dos serviços de auditoria independente, bem como obter a devida aprovação de seu Comitê de Auditoria. A política da empresa na contratação de serviços de auditores independentes assegura que não haja conflito de interesses, perda de independência ou objetividade. Durante o exercício de 2011 não houve nenhuma contratação de serviços desta natureza. Adicionalmente, em conformidade com a Instrução CVM nº 308/99, a Sociedade e suas controladas informam a contratação da auditoria independente Ernst & Young Terco Auditores Independentes S.S. para auditar as demonstrações financeiras da Companhia relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2012, em substituição à Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes (“Deloitte”), que realizou a verificação do exercício que apresentamos nesse Relatório de Administração. A decisão ocorreu na reunião do Conselho de Administração do dia 10 de janeiro de 2012, conforme recomendação do Comitê de Auditoria da Companhia. DIRETRIZES PARA A COMUNICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE Para retratar com fidelidade e transparência nossos desempenhos nos planos econômico, ambiental e social, adotamos as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI-G3.1), cujos critérios serão extensivamente desenvolvidos em nosso Relatório Anual 2011. Todos os dados socioambientais contidos nos indicadores GRI passam pela verificação externa de auditores independentes da companhia Ernst & Young Terco Auditores Independentes S.S.. No caso das emissões de GEE, foi realizada uma verificação específica (asseguração limitada) dos dados do inventário GEE de 2011 pela KPMG. Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 21 Natura Cosméticos S.A. Demonstrações contábeis referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2011 e parecer dos auditores independentes 2012 BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 DEMONSTRAÇÕES DO FLUXO DE CAIXA PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 (Em milhares de reais - R$) ATIVOS CIRCULANTES Caixa e equivalentes de caixa Contas a receber de clientes Estoques Impostos a recuperar Partes relacionadas Instrumentos financeiros derivativos Outros ativos circulantes Total dos ativos circulantes NÃO CIRCULANTES Realizável a longo prazo: Impostos a recuperar Imposto de renda e contribuição social diferidos Depósitos judiciais Outros ativos não circulantes Investimentos Imobilizado Intangível Total dos ativos não circulantes TOTAL DOS ATIVOS Nota explicativa Controladora (BRGAAP) 2011 2010 Consolidado (BRGAAP e IFRS) 2011 2010 5 6 7 8 27.1 4.2 11 166.007 535.309 217.906 69.417 37.908 28.184 115.328 1.170.059 206.125 493.692 185.092 34.799 25.361 52.470 997.539 515.610 641.872 688.748 201.620 28.626 126.783 2.203.259 560.229 570.280 571.525 101.464 66.399 1.869.897 8 9.a) 10 11 12 13 13 12.299 80.145 244.938 4.562 1.253.721 332.215 78.929 2.006.809 3.176.868 4.921 87.491 289.070 20.052 1.099.188 92.175 18.586 1.611.483 2.609.022 111.239 189.552 295.839 29.935 800.434 162.754 1.589.753 3.793.012 109.264 180.259 337.007 44.904 560.467 120.073 1.351.974 3.221.871 Nota PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO explicativa CIRCULANTES Empréstimos e financiamentos 14 Fornecedores e outras contas a pagar 15 Fornecedores - partes relacionadas 27.1 Salários, participações nos resultados e encargos sociais Obrigações tributárias 16 Instrumentos financeiros derivativos 4.2 Outras obrigações Total dos passivos circulantes NÃO CIRCULANTES Empréstimos e financiamentos 14 Obrigações tributárias 16 Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 17 Outras Provisões 18 Total dos passivos não circulantes PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 19.a) Reservas de capital Reservas de lucros Ações em tesouraria 19.c) Dividendo adicional proposto 19.b) Outros resultados abrangentes Total do patrimônio líquido dos acionistas controladores Participação dos acionistas não controladores no patrimônio líquido das controladas Total do patrimônio líquido TOTAL DOS PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Controladora (BRGAAP) 2011 2010 Consolidado (BRGAAP e IFRS) 2011 2010 66.424 183.317 293.024 58.551 260.027 29.359 890.702 60.086 113.232 246.589 63.769 199.698 3.340 41.788 728.502 168.962 488.980 132.045 446.800 37.932 1.274.719 226.595 366.494 162.747 366.006 4.061 52.064 1.177.967 852.549 97.955 49.600 35.818 1.035.922 368.356 175.575 53.282 25.806 623.019 1.017.737 140.545 64.957 44.809 1.268.048 465.068 215.125 73.784 32.425 786.402 427.073 160.313 292.457 (102.849) 490.885 (17.635) 1.250.244 418.061 149.627 282.944 (14) 430.079 (23.196) 1.257.501 427.073 160.313 292.457 (102.849) 490.885 (17.635) 1.250.244 418.061 149.627 282.944 (14) 430.079 (23.196) 1.257.501 1.250.244 3.176.868 1.257.501 2.609.022 1 1.250.245 3.793.012 1 1.257.502 3.221.871 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis. DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 (Em milhares de reais - R$, exceto o lucro líquido do exercício por ação) RECEITA LÍQUIDA Custo dos produtos vendidos Nota explicativa 21 22 LUCRO BRUTO (DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS Com vendas Administrativas e gerais Participação dos colaboradores nos resultados Remuneração dos administradores Resultado de equivalência patrimonial Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas LUCRO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO RESULTADO FINANCEIRO Receitas financeiras Despesas financeiras LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Imposto de renda e contribuição social 3.473.263 22 22 22 27 12 25 (1.503.069) (816.818) (3.765) (9.443) 54.789 43.579 3.230.389 (1.292.365) (837.808) (18.174) (14.417) 25.764 456 Consolidado (BRGAAP e IFRS) 2011 2010 5.591.374 5.136.712 (1.666.300) (1.556.806) 3.925.074 (1.952.740) (680.730) (30.168) (9.443) 63.077 Nota explicativa FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Lucro líquido do exercício Ajustes para reconciliar o lucro líquido do exercício com o caixa líquido gerado pelas atividades operacionais: Depreciações e amortizações Provisão decorrente dos contratos de operações com derivativos “swap” e “forward” Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas Atualização monetária de depósitos judiciais Imposto de renda e contribuição social Resultado na venda e baixa de ativo imobilizado e intangível Resultado de equivalência patrimonial Juros e variação cambial sobre empréstimos e financiamentos Variação cambial sobre outros ativos e passivos Despesas com planos de outorga de opções de compra de ações Provisão para deságio na alienação de créditos de ICMS Provisão para créditos de liquidação duvidosa Provisão para perdas nos estoques Provisão com plano de assistência médica e créditos carbono Reconhecimento de crédito tributário de processo judicial Reconhecimento de crédito tributário extemporâneo 13 17 9.a) 24 6 7 18 25 25 Controladora (BRGAAP) 2011 2010 830.901 744.050 Consolidado (BRGAAP e IFRS) 2011 2010 830.901 744.050 27.565 15.305 109.921 88.848 (16.442) (2.866) (28.841) 330.890 1.559 (54.789) 5.477 106 (15.318) 309.073 (468) (25.764) (14.305) (7.998) (51.173) 406.829 13.457 - 8.787 3.545 (18.129) 374.120 32.620 - 94.985 22 (4.668) - 121.674 (7.767) (5.137) - 6.359 (492) 9.801 4.081 9.005 3.981 13.369 323 (674) 19.725 11.288 465 9.149 30.132 10.012 (11.887) (15.461) 1.181.316 10.739 1.055.598 12.384 (16.852) (40.378) 1.389.436 10.400 1.290.137 (AUMENTO) REDUÇÃO DOS ATIVOS Contas a receber de clientes Estoques Impostos a recuperar Outros ativos Subtotal AUMENTO (REDUÇÃO) DOS PASSIVOS Fornecedores nacionais e estrangeiros Salários, participações nos resultados e encargos sociais, líquidos Obrigações tributárias Outros passivos Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas Subtotal CAIXA GERADO PELAS ATIVIDADES OPERACIONAIS (41.125) (42.615) (14.648) (171.952) (270.340) (88.052) (77.360) 97.664 (43.394) (111.142) (70.918) (136.948) (45.224) (157.950) (411.040) (126.561) (92.106) 45.134 (41.418) (214.951) 69.443 (5.218) 28.692 34.006 (816) 126.107 1.037.083 28.761 7.019 74.726 62.565 (2.673) 170.398 1.114.854 121.752 (30.702) 24.060 (14.132) (829) 100.149 1.078.545 111.212 31.955 50.844 34.528 (2.658) 225.881 1.301.067 OUTROS FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Pagamentos de imposto de renda e contribuição social Pagamentos de recursos por liquidação de operações com derivativos Pagamento de juros sobre empréstimos e financiamentos (255.182) (15.082) (57.812) (221.535) (9.006) (35.405) (319.623) (18.382) (76.700) (269.001) (13.378) (44.902) CAIXA LÍQUIDO GERADO PELAS ATIVIDADES OPERACIONAIS 709.007 848.908 663.840 973.785 (277.036) 2.535 72.973 34.000 (121.173) (66.870) 3.174 (86.096) 30.000 (117.486) (346.367) 3.726 92.341 - (236.876) 9.864 (86.524) - (288.701) (237.278) (250.300) (313.536) (425.383) 822.047 (592.075) 565.293 (648.687) 1.045.702 (781.931) 819.275 FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Adições de imobilizado e intangível Recebimento pela venda de ativo imobilizado e intangível Levantamento (pagamento) de depósitos judiciais Recebimentos de dividendos de controladas Investimentos em controladas 13 12 CAIXA LÍQUIDO UTILIZADO NAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Amortização de empréstimos e financiamentos - principal Captações de empréstimos e financiamentos Pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio referentes ao exercício anterior 19.b) Antecipação de dividendos e juros sobre o capital próprio referentes ao exercício corrente Compra de ações em tesouraria Utilização de ações em tesouraria pelo exercício de opções de compra de ações Aumento de capital por subscrição (353.289 ações ordinárias ao preço médio de R$39,69) CAIXA LÍQUIDO UTILIZADO NAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Efeito de variação cambial sobre o caixa e equivalentes de caixa (430.079) (357.611) (430.079) (357.611) (332.809) (104.452) (289.375) - (332.809) (104.452) (289.375) - 1.240 - 1.240 - 9.012 (460.424) 13.800 (659.968) 9.012 (460.073) 13.800 (595.841) (4.473) - - 1.914 AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA (40.118) (48.338) (44.619) 59.935 Saldo inicial do caixa e equivalentes de caixa Saldo final do caixa e equivalentes de caixa 206.125 166.007 254.463 206.125 560.229 515.610 500.294 560.229 AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA (40.118) ITENS QUE NÃO AFETAM O CAIXA: Financiamento (leasing) de ativo imobilizado 13 56.694 Compensação de passivo tributário com depósito judicial 17 114.345 INFORMAÇÕES ADICIONAIS ÀS DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA Numerários com utilização restrita 11 Limites de contas garantidas sem utilização 117.900 (48.338) (44.619) 59.935 - 56.694 114.345 - 147.900 6.757 235.500 6.155 265.500 3.579.906 (1.704.322) (605.442) (70.351) (14.417) (17.468) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis. 1.238.536 1.093.845 1.315.070 1.167.905 24 24 86.502 (163.247) 17.515 (58.237) 122.698 (200.038) 53.639 (103.375) 9.b) 1.161.791 (330.890) 1.053.123 (309.073) 1.237.730 (406.829) 1.118.169 (374.120) 830.901 744.050 830.901 744.050 830.901 - 744.050 - 830.901 - 744.050 - 1,9320 1,9279 1,7281 1,7219 1,9320 1,9279 1,7281 1,7219 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO ATRIBUÍVEL A Acionistas da Sociedade Acionistas não controladores LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO POR AÇÃO - R$ Básico Diluído Controladora (BRGAAP) 2011 2010 5.848.777 5.514.315 (2.375.514) (2.283.926) (Em milhares de reais - R$) 26.1 26.2 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis. DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO ABRANGENTE PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 (Em milhares de reais - R$) Nota Controladora (BRGAAP) Consolidado (BRGAAP e IFRS) explicativa LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Outros resultados abrangentes: Ganhos (perdas) na conversão de demonstrações contábeis de controladas no exterior 12 2011 830.901 2010 744.050 2011 830.901 2010 744.050 5.561 (4.473) 5.561 (4.473) TOTAL DO RESULTADO ABRANGENTE DO EXERCÍCIO 836.462 739.577 836.462 739.577 ATRIBUÍVEL A Acionistas da Sociedade Acionistas não controladores 836.462 - 739.577 - 836.462 - 739.577 - As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis. DEMONSTRAÇÕES DO VALOR ADICIONADO PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 (Em milhares de reais - R$, exceto informação suplementar) Nota Explicativa RECEITAS Vendas de mercadorias, produtos e serviços Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas Constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS Custo dos produtos vendidos e dos serviços prestados Materiais, energia, serviços de terceiros e outros VALOR ADICIONADO BRUTO RETENÇÕES Depreciações e amortizações VALOR ADICIONADO PRODUZIDO PELA SOCIEDADE VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA Resultado de equivalência patrimonial Receitas financeiras - incluem variações monetárias e cambiais VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 25 6 13 12 24 Controladora (BRGAAP) 2011 2010 6.847.933 6.394.783 6.887.213 6.477.739 43.580 456 (82.860) (83.412) (4.538.955) (4.278.970) (2.610.197) (2.488.991) (1.928.758) (1.789.979) 2.308.978 2.115.813 (27.565) (15.305) (27.565) (15.305) 2.281.413 2.100.508 141.291 43.279 54.789 25.764 86.502 17.515 2.422.704 2.143.786 Consolidado (BRGAAP) 2011 2010 7.499.050 6.850.225 7.524.250 6.951.106 63.078 (17.468) (88.278) (83.412) (4.362.838) (3.707.385) (2.624.578) (2.355.631) (1.738.260) (1.351.754) 3.136.212 3.142.841 (109.921) (88.848) (109.921) (88.848) 3.026.291 3.053.993 122.698 53.639 122.698 53.639 3.148.989 3.107.632 DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (2.422.704) (2.143.786) (3.148.989) (3.107.632) Pessoal e encargos sociais (250.870) (222.957) (634.261) (769.245) Impostos, taxas e contribuições (1.182.449) (1.111.331) (1.472.345) (1.476.512) Despesas financeiras e aluguéis (158.485) (65.448) (211.483) (117.825) Dividendos (762.563) (659.570) (762.563) (659.570) Juros sobre o capital próprio (61.130) (59.883) (61.130) (59.883) Lucros retidos (7.207) (24.597) (7.207) (24.597) Informações suplementares às demonstrações do valor adicionado: Dos valores registrados na rubrica “Impostos, taxas e contribuições” em 2011 e 2010, os montantes de R$442.063 e R$454.114, respectivamente, referem-se ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - Substituição Tributária - ICMS - ST incidente sobre a margem de lucro presumida definida pelas Secretarias das Fazendas Estaduais, obtida nas vendas realizadas pelos(as) Consultores(as) Natura para o consumidor final. Para a análise desse impacto tributário nas demonstrações do valor adicionado, tais valores devem ser deduzidos daqueles registrados na rubrica “Vendas de mercadorias, produtos e serviços” e da própria rubrica “Impostos, taxas e contribuições”, uma vez que os valores das receitas de vendas não incluem o lucro presumido dos(as) Consultores(as) Natura na venda dos produtos, nos montantes de R$2.906.137 e R$2.738.227, em 2011 e 2010, respectivamente, considerando-se a margem presumida de lucro de 30%. As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis. 22 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 DEMONSTRAÇÃO DA MUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 (EM MILHARES DE REAIS - R$, EXCETO OS DIVIDENDOS POR AÇÃO) Nota explicativa SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 Lucro líquido do exercício Outros resultados abrangentes Total do resultado abrangente do exercício Dividendos e juros sobre o capital próprio referentes ao exercício de 2009 aprovados na AGO de 06 de abril de 2010 Aumento de capital por subscrição de ações Movimentação dos planos de opção de compra de ações: Outorga de opções de compra Exercício de opções de compra Destinação do lucro líquido do exercício: Constituição de reserva de incentivo fiscal Antecipação de dividendos e juros sobre o capital próprio Dividendos declarados em 23 de fevereiro de 2011 Juros sobre o capital próprio declarados em 23 de fevereiro de 2011 Reserva de retenção de lucros SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 Lucro líquido do exercício Outros resultados abrangentes Total do resultado abrangente do exercício Dividendos e juros sobre o capital próprio referentes ao exercício de 2010 aprovados na AGO de 08 de abril de 2011 Aumento de capital por subscrição de ações Aquisição de ações em tesouraria Venda de ações em tesouraria pelo exercício de opções de compra de ações Movimentação dos planos de opção de compra de ações: Outorga de opções de compra Exercício de opções de compra Destinação do lucro líquido do exercício: Constituição de reserva de incentivo fiscal Antecipação de dividendos e juros sobre o capital próprio Dividendos declarados em 15 de fevereiro de 2012 Juros sobre o capital próprio declarados em 15 de fevereiro de 2012 Reserva de retenção de lucros SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 Capital social 404.261 - Reservas de capital Reserva de Ágio na incentivo fiscal Capital Reservas de lucros emissão/venda Subvenção para adicional Incentivos Retenção de ações investimentos integralizado Legal fiscais de lucros 103.620 17.378 21.995 18.650 4.961 230.082 - Ações em tesouraria (14) - Dividendo adicional proposto 357.611 - Lucros acumulados 744.050 744.050 Outros resultados abrangentes (18.723) (4.473) (4.473) Participação dos acionistas não Patrimônio controladores líquido no patrimônio Patrimônio dos acionistas líquido das líquido controladores controladas total 1.139.821 1 1.139.822 744.050 744.050 (4.473) (4.473) 739.577 739.577 19.a) 13.800 - - - - - - - (357.611) - - - (357.611) 13.800 - (357.611) 13.800 23.2 23.2 - - - 11.288 (4.654) - - 4.654 - - - - 11.288 - - 11.288 - 19.b) 19.b) 19.b) 19.f) - - - - - 5.973 - 18.624 - 405.623 24.456 - (5.973) (289.374) (405.623) (24.456) (18.624) - (289.374) - - (289.374) - 418.061 - 103.620 - - - 18.650 - 10.934 - 253.360 - (14) - 430.079 - 830.901 830.901 1 - 1.257.502 830.901 5.561 836.462 19.a) 19.c) 19.c) 9.012 - (377) - - - - - (104.452) 1.617 (430.079) - - - (430.079) 9.012 (104.452) 1.240 - (430.079) 9.012 (104.452) 1.240 23.2 23.2 - - - 13.369 (2.306) - - 2.306 - - - - 13.369 - - 13.369 - 19.b) 19.b) 19.b) 19.f) - - - - - 3.677 - 3.530 - 467.261 23.624 - (3.677) (332.809) (467.261) (23.624) (3.530) - (332.809) - - (332.809) - 427.073 103.243 17.378 39.692 18.650 14.611 259.196 490.885 - (17.635) 1.250.244 1 1.250.245 12 17.378 - 28.629 - - (102.849) (23.196) 5.561 5.561 1.257.501 830.901 5.561 836.462 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis. NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS INDIVIDUAIS E CONSOLIDADAS PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 (Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto se de outra forma indicado) 1. INFORMAÇÕES GERAIS A Natura Cosméticos S.A. (“Sociedade”) é uma sociedade anônima de capital aberto listada no segmento especial denominado Novo Mercado da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, sob o código “NATU3”, com sede em Itapecerica da Serra, Estado de São Paulo. Suas atividades e as de suas controladas (doravante denominadas “Sociedades”) compreendem o desenvolvimento, a industrialização, a distribuição e a comercialização de cosméticos, fragrâncias em geral e produtos de higiene pessoal, substancialmente por meio de vendas diretas realizadas pelos(as) Consultores(as) Natura, bem como a participação como sócia ou acionista em outras sociedades no Brasil e no exterior. 2. RESUMO DAS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS 2.1. Declaração de conformidade e base de preparação As demonstrações contábeis da Sociedade compreendem: • As demonstrações contábeis consolidadas preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (“IFRSs”) emitidas pelo “International Accounting Standards Board - IASB” e as práticas contábeis adotadas no Brasil, identificadas como consolidado - IFRS e BR GAAP. • As demonstrações contábeis individuais da controladora preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, identificadas como controladora - BR GAAP. As práticas contábeis adotadas no Brasil compreendem aquelas incluídas na legislação societária brasileira e os pronunciamentos técnicos e as orientações e interpretações técnicas emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM. As demonstrações contábeis individuais apresentam a avaliação dos investimentos em controladas, empreendimentos controlados em conjunto e coligadas pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com a legislação brasileira vigente. Dessa forma, essas demonstrações contábeis individuais não são consideradas como estando conforme as IFRSs, que exigem a avaliação desses investimentos nas demonstrações separadas da controladora pelo seu valor justo ou pelo custo de aquisição. Como não existe diferença entre o patrimônio líquido consolidado e o resultado consolidado atribuíveis aos acionistas da controladora, constantes nas demonstrações contábeis consolidadas preparadas de acordo com as IFRSs e as práticas contábeis adotadas no Brasil, e o patrimônio líquido e o resultado da controladora, constantes nas demonstrações contábeis individuais preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, a Sociedade optou por apresentar essas demonstrações contábeis individuais e consolidadas em um único conjunto, lado a lado. As demonstrações contábeis foram elaboradas com base no custo histórico, exceto por determinados instrumentos financeiros mensurados pelos seus valores justos, conforme descrito nas práticas contábeis a seguir. O custo histórico geralmente é baseado no valor justo das contraprestações pagas em troca de ativos. As principais práticas contábeis aplicadas na preparação das demonstrações contábeis consolidadas estão definidas a seguir. Essas práticas foram aplicadas de modo consistente no exercício anterior apresentado, salvo disposição em contrário. 2.2. Consolidação a) Controladas e controladas em conjunto Controladas são todas as entidades que a Sociedade tem o poder de governar as políticas financeiras e operacionais para obter benefícios de suas atividades e nas quais normalmente há uma participação societária superior a 50%. Nos casos aplicáveis, a existência e o efeito de potenciais direitos de voto, que são atualmente exercíveis ou conversíveis, são levados em consideração ao avaliar se a Sociedade controla ou não outra entidade. As controladas são integralmente consolidadas a partir da data em que o controle é transferido à Sociedade e deixam de ser consolidadas, nos casos aplicáveis, a partir da data em que o controle deixa de existir. Nos casos em que o controle é tido em conjunto, a consolidação das demonstrações contábeis é feita proporcionalmente ao percentual de par ticipação. b) Sociedades incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas Participação - % Participação direta: 2011 2010 Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. 99,99 99,99 Natura Cosméticos S.A. - Chile 99,99 99,99 Natura Cosméticos S.A. - Peru 99,94 99,94 Natura Cosméticos S.A. - Argentina 99,97 99,97 Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. 99,99 99,99 Natura Cosméticos y Servicios de Mexico, S.A. de C.V. 99,99 99,99 Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V. 99,99 99,99 Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V. 99,99 99,99 Natura Cosméticos Ltda. - Colômbia 99,99 99,99 Natura Cosméticos España S.L. - Espanha 100,00 100,00 Natura (Brasil) International B.V. - Holanda 100,00 100,00 Participação indireta: Via Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.: Natura Logística e Serviços Ltda. 99,99 99,99 Via Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda.: Ybios S.A. (consolidação proporcional - controle conjunto) 43,33 42,11 Natura Innovation et Technologie de Produits SAS - França 100,00 100,00 Via Natura (Brasil) International B.V. - Holanda: Natura Brasil Inc. - EUA - Delaware 100,00 100,00 Natura International Inc. - EUA - Nova York 100,00 100,00 Natura Worldwide Trading Company - Costa Rica 100,00 100,00 Natura Brasil SAS - França 100,00 100,00 Natura Brasil Inc. - EUA - Nevada 100,00 100,00 Natura Europa SAS - França 100,00 100,00 Na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas, foram utilizadas demonstrações encerradas na mesma data-base e consistentes com as práticas contábeis da Sociedade. Foram eliminados os investimentos na proporção da participação da investidora nos patrimônios líquidos e nos resultados das controladas, os saldos ativos e passivos, as receitas e despesas e os resultados não realizados, líquidos de imposto de renda e contribuição social, decorrentes de operações entre as empresas. As atividades das controladas diretas e indiretas são como segue: • Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.: suas atividades concentram-se, preponderantemente, na industrialização e comercialização dos produtos da marca Natura para a Natura Cosméticos S.A. - Brasil, Natura Cosméticos S.A. - Chile, Natura Cosméticos S.A. - Peru, Natura Cosméticos S.A. - Argentina, Natura Cosméticos Ltda. - Colômbia, Natura Europa SAS – França e Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V.. • Natura Cosméticos S.A. - Chile, Natura Cosméticos S.A. - Peru, Natura Cosméticos S.A. - Argentina, Natura Cosméticos Ltda. - Colômbia e Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V.: suas atividades são semelhantes às atividades desenvolvidas pela controladora Natura Cosméticos S.A. - Brasil. • Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda.: suas atividades concentram-se em desenvolvimento de produtos e tecnologias e pesquisa de mercado. É controladora integral da Natura Innovation et Technologie de Produits SAS - França, centro satélite de pesquisa e tecnologia inaugurado durante o ano 2007, em Paris. • Natura Europa SAS - França: suas atividades concentram-se na compra, venda, importação, exportação e distribuição de cosméticos, fragrâncias em geral e produtos de higiene. • Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V.: suas atividades concentram-se na importação e comercialização de cosméticos, fragrâncias em geral e produtos de higiene pessoal para a Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V.. • Natura Cosméticos y Servicios de Mexico, S.A. de C.V.: suas atividades concentram-se na prestação de serviços administrativos e logísticos às empresas Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V. e Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V.. • Natura Cosméticos España S.L.: encontra-se em fase pré-operacional e suas atividades consistirão nas mesmas atividades desenvolvidas pela controladora Natura Cosméticos S.A. - Brasil. • Natura Logística e Serviços Ltda.: suas atividades concentram-se na prestação de serviços administrativos e logísticos para as sociedades sediadas no Brasil. • Natura Innovation et Technologie de Produits SAS - França: suas atividades concentram-se em pesquisas nas áreas de testes “in vitro”, alternativos aos testes em animais, para estudo da segurança e eficácia de princípios ativos, tratamento de pele e novos materiais de embalagens. • Ybios S.A.: suas atividades concentram-se na pesquisa, na gestão, no desenvolvimento de projetos, produtos e serviços voltados para a área de biotecnologia, podendo, inclusive, firmar acordos e parcerias com universidades, fundações, empresas, cooperativas e associações, entre outras entidades públicas e privadas, na prestação de serviços na área de biotecnologia e na participação em outras sociedades. Por ser uma controlada em conjunto, cujas demonstrações contábeis foram incluídas proporcionalmente nas demonstrações contábeis consolidadas da Sociedade, a seguir são demonstradas as principais contas do grupo de ativo, passivo e resultado, incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas à razão de 43,33% de participação (42,11% em 31 de dezembro de 2010), após os ajustes de eliminação da participação societária: 2011 2010 Ativo circulante 567 630 Ativo imobilizado 56 98 Passivo circulante 30 87 Receita líquida do exercício 128 1.098 Prejuízo do exercício (1.086) (682) • Natura Europa SAS - França e Natura Cosmetics USA Co.: em janeiro de 2009 as cotas correspondentes ao capital social dessas controladas foram conferidas como aporte de capital na empresa “holding” Natura (Brasil) International B.V. - Holanda, passando a Sociedade a possuir a correspondente participação indireta nessas empresas por intermédio dessa empresa “holding” sediada na Holanda. c) Encerramento de atividades de controladas Em reuniões do Conselho de Administração realizadas em julho e outubro de 2009, foi aprovado o encerramento das operações da controlada Natura Cosméticos C.A. - Venezuela, gerando a necessidade de constituição de provisão para perdas na realização de ativos. Em 31 de dezembro de 2011, o saldo dos ativos líquidos da Natura Cosméticos C.A. - Venezuela, registrado nas demonstrações contábeis consolidadas da Sociedade, deduzido de provisões para eventuais perdas na desvalorização de ativos e exigibilidade de passivos no processo de encerramento das referidas operações, era de R$306. 2.3. Apresentação de informações por segmentos As informações por segmentos operacionais são apresentadas de modo consistente com o relatório interno fornecido para o principal tomador de decisões operacionais. O principal tomador de decisões operacionais, responsável pela alocação de recursos e pela avaliação de desempenho dos segmentos operacionais, é representado pelo Comitê Executivo da Sociedade. 2.4. Conversão para moeda estrangeira a) Moeda funcional Os itens incluídos nas demonstrações contábeis da controladora e de cada uma das empresas incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas são mensurados usando a moeda do principal ambiente econômico no qual as empresas atuam (“moeda funcional”). b) Transações e saldos em moeda estrangeira As transações em moeda estrangeira são convertidas para a moeda funcional da Sociedade (reais) utilizando as taxas de câmbio vigentes nas datas das transações. Os saldos das contas de balanço são convertidos pela taxa de câmbio vigente nas datas dos balanços. Os ganhos e as perdas de variação cambial resultantes da liquidação dessas transações e da conversão de ativos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira são reconhecidos no resultado do exercício, nas rubricas “Receitas financeiras” e “Despesas financeiras”. c) Moeda de apresentação e conversão das demonstrações contábeis As demonstrações contábeis são apresentadas em reais (R$), que correspondem à moeda de apresentação da Sociedade. Na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas, as demonstrações do resultado e dos fluxos de caixa e todas as outras movimentações de ativos e passivos das controladas no exterior, cuja moeda funcional é a moeda local, são convertidas para reais à taxa de câmbio média mensal, que se aproxima da taxa de câmbio vigente na data das correspondentes transações. O balanço patrimonial é convertido para reais às taxas de câmbio do encerramento de cada exercício. Os efeitos das variações da taxa de câmbio resultantes dessas conversões são apresentados sob a rubrica “Outros resultados abrangentes” nas demonstrações do resultado abrangente e no patrimônio líquido. No caso de alienação total ou parcial de uma participação em uma empresa, mediante venda ou como resultado de pagamento de capital, a diferença cambial acumulada é reconhecida na demonstração do resultado como parte do ganho ou da perda na alienação do investimento. 2.5. Caixa e equivalentes de caixa Incluem caixa, depósitos bancários à vista e aplicações financeiras realizáveis em até 90 dias da data da aplicação ou considerados de liquidez imediata ou conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitos a um risco insignificante de mudança de valor, os quais são registrados pelos valores de custo, acrescidos dos rendimentos auferidos até as datas dos balanços, que não excedem o seu valor de mercado ou de realização. 2.6. Instrumentos financeiros 2.6.1. Categorias A categoria depende da finalidade para a qual os ativos e passivos financeiros foram adquiridos ou contratados e é determinada no reconhecimento inicial dos instrumentos financeiros. Os ativos financeiros mantidos pela Sociedade são classificados sob as seguintes categorias: Ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado São ativos financeiros mantidos para negociação, quando são adquiridos para esse fim, principalmente no curto prazo e são mensurados ao valor justo na data das demonstrações contábeis, sendo as variações reconhecidas no resultado. Os instrumentos financeiros derivativos também são classificados nessa categoria. Os ativos dessa categoria são classificados no ativo circulante. No caso da Sociedade, nessa categoria estão incluídos unicamente os instrumentos financeiros derivativos. Os saldos dos instrumentos derivativos não liquidados são mensurados ao valor justo na data das demonstrações contábeis e classificados no ativo ou no passivo circulante, sendo as variações no valor justo registradas, respectivamente, nas rubricas “Receitas financeiras” ou “Despesas financeiras”. Ativos financeiros mantidos até o vencimento Compreendem investimentos em determinados ativos financeiros classificados no momento inicial da contratação, para serem levados até a data de vencimento, os quais são mensurados ao custo amortizado pelo método de taxa de juros efetiva. Ativos financeiros disponíveis para venda Quando aplicável, são incluídos nessa classificação os ativos financeiros não derivativos, que sejam designados como disponíveis para venda ou não sejam classificados como: (a) empréstimos e recebíveis; (b) investimentos mantidos até o vencimento; ou (c) ativos financeiros a valor justo por meio do resultado. Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, a Sociedade não possuía ativos financeiros registrados nas demonstrações contábeis sob essa classificação. Empréstimos e recebíveis São incluídos nessa classificação os ativos financeiros não derivativos com recebimentos fixos ou determináveis, que não são cotados em um mercado ativo. São registrados no ativo circulante, exceto, nos casos aplicáveis, aqueles com prazo de vencimento superior a 12 meses após a data do balanço, os quais são classificados como ativo não circulante. Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, no caso da Sociedade, compreendem caixa e equivalentes de caixa (nota explicativa nº 5) e contas a receber de clientes (nota explicativa nº 6). Os passivos financeiros mantidos pela Sociedade são classificados sob as seguintes categorias: Passivos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado São classificados como ao valor justo por meio do resultado quando são mantidos para negociação ou designados ao valor justo por meio do resultado. Outros passivos financeiros São mensurados ao custo amortizado utilizando o método de juros efetivos. Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, no caso da Sociedade, compreendem empréstimos e financiamentos (nota explicativa nº 14) e saldos a pagar a fornecedores nacionais e estrangeiros. 2.6.2. Mensuração As compras e vendas regulares de ativos financeiros são reconhecidas na data da negociação, ou seja, na data em que a Sociedade se compromete a comprar ou vender o ativo. Os empréstimos e recebíveis e ativos financeiros mantidos até o vencimento são mensurados ao custo amortizado. Os ativos financeiros a valor justo por meio do resultado são, inicialmente, reconhecidos pelo valor justo, e os custos de transação são registrados na demonstração do resultado. Os ganhos ou as perdas decorrentes de variações no valor justo de ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado são registrados na demonstração do resultado nas rubricas “Receitas financeiras” ou “Despesas financeiras”, respectivamente, no período em que ocorrem. Para os ativos financeiros classificados como “Disponíveis para venda”, quando aplicável, essas variações são registradas na rubrica “Outros resultados abrangentes”, no resultado abrangente e no patrimônio líquido, até o momento da liquidação do ativo financeiro, quando, por fim, são reclassificadas para o resultado do exercício. 2.6.3. Compensação de instrumentos financeiros Ativos e passivos financeiros são compensados e o valor líquido é apresentado no balanço patrimonial quando há um direito legalmente aplicável de compensar os valores reconhecidos e há a intenção de liquidá-los em uma base líquida ou realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente. 2.6.4. Instrumentos financeiros derivativos e contabilização de “hedge” As operações com instrumentos financeiros derivativos, contratadas pela Sociedade e por suas controladas, resumem-se em “swap” e compra a termo de moeda (“Non Deliverable Forward - NDF”), que visam exclusivamente à proteção contra riscos cambiais associados a posições no balanço patrimonial, além dos fluxos de caixa dos aportes de capital nas controladas projetados em moedas estrangeiras. São mensurados ao seu valor justo, com as variações registradas contra o resultado do exercício, exceto quando designados em uma contabilidade de “hedge” de fluxo de caixa, cujas variações no valor justo são registradas na rubrica “Outros resultados abrangentes” no patrimônio líquido. O valor justo dos instrumentos financeiros derivativos é calculado pela tesouraria da Sociedade com base nas informações de cada operação contratada e nas respectivas informações de mercado nas datas de encerramento das demonstrações contábeis, tais como taxas de juros e câmbio. Nos casos aplicáveis, tais informações são comparadas com as posições informadas pelas mesas de operação de cada instituição financeira envolvida. Embora as Sociedades façam uso de derivativos com o objetivo de proteção (“hedge”), estas não adotam a prática contábil de contabilização de instrumentos de proteção (“hedge accounting”). Os valores justos dos instrumentos financeiros derivativos estão divulgados na nota explicativa nº 4. 2.6.5. Método de juros efetivos É utilizado para calcular o custo amortizado de um instrumento da dívida e alocar sua receita de juros ao longo do período correspondente. A taxa de juros efetiva desconta exatamente os recebimentos de caixa futuros estimados (incluindo todos os honorários e pontos pagos ou recebidos que sejam parte integrante da taxa de juros efetiva, os custos da transação e outros prêmios ou deduções) durante a vida estimada do instrumento da dívida ou, quando apropriado, durante um período menor, para o valor contábil líquido na data do reconhecimento inicial. A receita é reconhecida com base nos juros efetivos para os instrumentos de dívida não caracterizados como ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado. 2.7. Contas a receber de clientes e provisão para créditos de liquidação duvidosa As contas a receber de clientes são registradas pelo valor nominal e deduzidas da provisão para créditos de liquidação duvidosa, a qual é constituída utilizando o histórico de perdas por faixas de vencimento, sendo considerada suficiente pela Administração para cobrir eventuais perdas, conforme os valores demonstrados na nota explicativa nº 6. 2.8. Estoques Registrados pelo custo médio de aquisição ou produção, ajustados ao valor realizável líquido, quando este for menor que o custo. Os detalhes estão divulgados na nota explicativa nº 7. 2.9. Investimentos em controladas, coligadas e controladas em conjunto A Sociedade possui participações em controladas, coligadas e controladas em conjunto (controle compartilhado). As controladas são empresas nas quais a Sociedade possui controle. Controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais de uma empresa, a fim de obter benefícios de suas atividades, o que em geral consiste na capacidade de exercer a maioria dos direitos de voto. Os potenciais direitos de voto são considerados na avaliação do controle exercido pela Sociedade sobre outra entidade, quando puderem ser exercidos no momento de tal avaliação. Uma coligada é uma entidade sobre a qual a Sociedade possui influência significativa e que não se configura como uma controlada nem como uma participação em um empreendimento sob controle comum (“joint venture”). Influência significativa é o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da investida, sem exercer controle individual ou conjunto sobre essas políticas. As investidas com controle compartilhado são entidades controladas em conjunto, em que os empreendedores têm um acordo contratual que estabelece o controle conjunto sobre as atividades econômicas da entidade. Os investimentos em controladas, coligadas e controladas em conjunto são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial. As demonstrações contábeis das controladas, coligadas e controladas em conjunto são elaboradas para a mesma data-base de apresentação da controladora. Sempre que necessário, são realizados ajustes para adequar as práticas contábeis às da Sociedade. De acordo com o método da equivalência patrimonial, a parcela atribuível à Sociedade sobre o lucro ou prejuízo líquido do período desses investimentos é registrada na demonstração do resultado sob a rubrica “Resultado de equivalência patrimonial”. Ganhos e perdas não realizados decorrentes de transações entre a controladora e as investidas são eliminados com base no percentual de participação nas investidas. Os outros resultados abrangentes de controladas, coligadas e controladas em conjunto são registrados diretamente no patrimônio líquido da Sociedade sob a rubrica “Outros resultados abrangentes”. 2.10. Imobilizado Avaliado ao custo de aquisição e/ou construção, acrescido de juros capitalizados durante o período de construção, quando aplicável, para os casos de ativos qualificáveis, e reduzido pela depreciação acumulada e pelas perdas por “impairment”, quando aplicável. Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da Sociedade e de suas controladas, originados de operações de arrendamento mercantil do tipo financeiro, são registrados como se fosse uma compra financiada, reconhecendo no início de cada operação um ativo imobilizado e um passivo de financiamento, sendo os ativos também submetidos às depreciações calculadas de acordo com as vidas úteis estimadas dos respectivos bens. Terrenos não são depreciados. A depreciação dos demais ativos é calculada pelo método linear, para distribuir seu valor de custo ao longo da vida útil estimada, como segue: Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 23 Anos Edificações 25 Máquinas e equipamentos 13 Moldes 3 Instalações e benfeitorias de terceiros 5 - 13 Móveis e utensílios 14 Veículos 3 As vidas úteis são revisadas anualmente. Os ganhos e as perdas em alienações são apurados comparando-se o valor da venda com o valor residual contábil e são reconhecidos na demonstração do resultado. 2.11. Intangível 2.11.1 Softwares As licenças de programas de computador (softwares) e de sistemas de gestão empresarial adquiridas são capitalizadas e amortizadas conforme as taxas descritas na nota explicativa nº 13 e os gastos associados à manutenção são reconhecidos como despesas quando incorridos. Os gastos com aquisição e implementação de sistemas de gestão empresarial são capitalizados como ativo intangível quando há evidências de geração de benefícios econômicos futuros, considerando sua viabilidade econômica e tecnológica. Os gastos com desenvolvimento de software reconhecidos como ativos são amortizados pelo método linear ao longo de sua vida útil estimada. As despesas relacionadas à manutenção de software são reconhecidas no resultado do exercício quando incorridas. 2.11.2 Marcas e patentes As marcas e patentes adquiridas separadamente são demonstradas pelo custo histórico. As marcas e patentes adquiridas em uma combinação de negócios são reconhecidas pelo valor justo na data da aquisição. A amortização é calculada pelo método linear, com base nas taxas demonstradas na nota explicativa nº 13. 2.11.3 Créditos de carbono - Programa Carbono Neutro Em 2007, a Sociedade assumiu com seus colaboradores, clientes, fornecedores e acionistas o compromisso de ser uma empresa Carbono Neutro, que consiste em neutralizar suas emissões de Gases do Efeito Estufa - GEE, em sua cadeia completa de produção, desde a extração das matérias-primas até o pós-consumo. Esse compromisso, apesar de não ser uma obrigação legal, já que o Brasil não adotou as exigências do protocolo de Kioto, é considerado uma obrigação construtiva, conforme o CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, que determina o reconhecimento de uma provisão nas demonstrações contábeis se esta for passível de desembolso e mensurável. O passivo é estimado através dos inventários auditados de emissão de carbono realizados anualmente e valorizado com base nos preços médios de aquisição de toneladas dos contratos em vigor e nos preços estimados para as próximas aquisições. Em 31 de dezembro de 2011, o saldo registrado no passivo na rubrica “Outras provisões” (vide nota explicativa nº 18), refere-se ao total das emissões de carbono do período de 2007 a 2011 que ainda não foram neutralizadas através dos projetos correspondentes, portanto, não há efetivação do certificado de carbono. Em linha com suas crenças e princípios, a Sociedade optou por não realizar aquisições diretas de créditos de carbono, mas sim investir em projetos socioambientais em comunidades. Dessa forma, os gastos incorridos gerarão créditos de carbono após a finalização ou maturação desses projetos. Durante referido período, os gastos foram registrados a valor de custo como um ativo intangível (vide nota explicativa nº 13), já que representam um direito futuro de uso. Em 31 de dezembro de 2011, o saldo registrado no ativo intangível refere-se aos gastos incorridos com projetos socioambientais que gerarão à Sociedade certificados futuros de carbono. No momento em que os respectivos certificados de carbonos são efetivamente entregues à Sociedade, a obrigação de ser Carbono Neutro é efetivamente cumprida, portanto, os saldos de ativos são compensados com os saldos de passivos. A diferença entre os saldos de ativo e de passivo em 31 de dezembro de 2011 refere-se ao valor de caixa que a Sociedade ainda desembolsará com outros projetos socioambientais para futura geração de certificados. Essa metodologia contábil foi elaborada de acordo com a IAS 8 - “Accounting Policies, Changes in Accounting Estimates and Errors”, que determina que na ausência de um pronunciamento, ou uma interpretação ou orientação aplicados especificamente a uma transação, a Administração deverá exercer seu julgamento no desenvolvimento e na aplicação de uma política contábil que resulte em informação que seja relevante para a tomada de decisão por parte dos usuários e confiável, de tal modo que as demonstrações contábeis representem adequadamente a posição patrimonial e financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade. 2.12. Gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtos Dados o alto índice de inovação e a taxa de rotação de produtos na carteira de vendas da Sociedade, esta adota como prática contábil registrar como despesa do exercício, quando incorridos, os gastos com pesquisa e desenvolvimento de seus produtos. Os detalhes estão divulgados na nota explicativa nº 22. 2.13. Arrendamento mercantil A classificação dos contratos de arrendamento mercantil é realizada no momento da sua contratação. Os arrendamentos nos quais uma parcela significativa dos riscos e benefícios da propriedade é retida pelo arrendador são classificados como arrendamentos operacionais. Os pagamentos efetuados para arrendamentos operacionais são registrados como despesa do exercício pelo método linear, durante o período do arrendamento. Os arrendamentos nos quais a Sociedade e suas controladas detêm, substancialmente, todos os riscos e as recompensas da propriedade são classificados como arrendamentos financeiros. Estes são capitalizados no balanço patrimonial no início do arrendamento pelo menor valor entre o valor justo do bem arrendado e o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento. Cada parcela paga do arrendamento é alocada parte ao passivo e parte aos encargos financeiros, para que, dessa forma, seja obtida uma taxa de juros efetiva constante sobre o saldo da dívida em aberto. As obrigações correspondentes, líquidas dos encargos financeiros, são classificadas nos passivos circulante e não circulante de acordo com o prazo do contrato. O bem do imobilizado adquirido por meio de arrendamentos financeiros é depreciado durante a vida útil-econômica do ativo, conforme mencionado na nota explicativa nº 2.10, ou de acordo com o prazo do contrato de arrendamento, quando este for menor. 2.14. Avaliação do valor recuperável dos ativos Os bens do imobilizado e intangível e, quando aplicável, outros ativos não circulantes são avaliados anualmente para identificar evidências de perdas não recuperáveis, ou, ainda, sempre que eventos ou alterações significativas nas circunstâncias indicarem que o valor contábil pode não ser recuperável. Quando aplicável, se houver perda decorrente das situações em que o valor contábil do ativo ultrapasse seu valor recuperável, definido pelo maior entre o valor em uso do ativo e o seu valor líquido de venda, ela é reconhecida no resultado do exercício. Para fins de avaliação do valor recuperável, os ativos são agrupados nos menores níveis para os quais existam fluxos de caixa identificáveis separadamente (Unidades Geradoras de Caixa - UGCs). 2.15. Contas a pagar aos fornecedores Reconhecidas pelo valor nominal e acrescidas, quando aplicável, dos correspondentes encargos e das variações monetárias e cambiais incorridos até as datas dos balanços. 2.16. Empréstimos e financiamentos Reconhecidos pelo valor justo, no momento do recebimento dos recursos, líquidos dos custos de transação nos casos aplicáveis e acrescidos de encargos, juros e variações monetárias e cambiais conforme previsto contratualmente, incorridos até as datas dos balanços, conforme demonstrado na nota explicativa nº 14. 2.17. Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas Reconhecidas quando a Sociedade e suas controladas têm uma obrigação presente ou não formalizada como resultado de eventos passados, sendo provável que uma saída de recursos seja necessária para liquidar a obrigação e o valor possa ser estimado com segurança. As provisões são quantificadas ao valor presente do desembolso esperado para liquidar a obrigação, sendo utilizada a taxa adequada de desconto de acordo com os riscos relacionados ao passivo. São atualizadas até as datas dos balanços pelo montante estimado das perdas prováveis, observadas suas naturezas e apoiadas na opinião dos assessores legais da Sociedade. Os fundamentos e a natureza das provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas estão descritos na nota explicativa nº 17. 2.18. Imposto de renda e contribuição social - correntes e diferidos Reconhecidos na demonstração do resultado do exercício, exceto, nos casos aplicáveis, na proporção em que estiverem relacionados com itens reconhecidos diretamente no patrimônio líquido. Nesse caso, os tributos são reconhecidos também diretamente no patrimônio líquido, na rubrica “Outros resultados abrangentes”. Exceto pelas controladas localizadas no exterior, onde são observadas as alíquotas fiscais válidas para cada um dos países em que se situam essas controladas, o imposto de renda e a contribuição social da Sociedade e das controladas no Brasil são calculados às alíquotas de 25% e 9%, respectivamente. A despesa de imposto de renda e contribuição social - correntes é calculada com base nas leis e nos normativos tributários promulgados na data de encerramento do exercício, de acordo com os regulamentos tributários brasileiros. A Administração avalia periodicamente as posições assumidas na declaração de renda com respeito a situações em que a regulamentação tributária aplicável está sujeita à interpretação que possa ser eventualmente divergente e constitui provisões, quando adequado, com base nos valores que espera pagar ao Fisco. O imposto de renda e a contribuição social - diferidos são calculados sobre as diferenças temporárias entre as bases fiscais dos ativos e passivos e seus valores contábeis. O imposto de renda e a contribuição social - diferidos são determinados usando as alíquotas de imposto promulgadas nas datas dos balanços e que devem ser aplicadas quando o respectivo imposto de renda e a contribuição social - diferidos ativos forem realizados ou quando o imposto de renda e a contribuição social - diferidos passivos forem liquidados. O imposto de renda e a contribuição social - diferidos ativos são reconhecidos somente na proporção da probabilidade de que o lucro real futuro esteja disponível e contra o qual as diferenças temporárias possam ser usadas. Os montantes de imposto de renda e contribuição social - diferidos ativos e passivos são compensados somente quando há um direito exequível legal de compensar os ativos fiscais circulantes contra os passivos fiscais circulantes e/ou quando o imposto de renda e a contribuição social - diferidos ativos e passivos se relacionam com o imposto de renda e a contribuição social incidentes pela mesma autoridade tributária sobre a entidade tributável ou diferentes entidades tributáveis em que há intenção de liquidar os saldos em uma base líquida.Os detalhes estão divulgados na nota explicativa nº 9. 2.19. Plano de outorga de opções de compra de ações A Sociedade oferece a seus executivos planos de participações com base em ações, liquidados com as ações desta. O plano de outorga de opções de compra de ações é mensurado pelo valor justo na data da outorga e a despesa é reconhecida no resultado durante o período no qual o direito é adquirido em contrapartida à rubrica “Capital adicional integralizado” no patrimônio líquido. Nas datas dos balanços, a Administração da Sociedade revisa as estimativas quanto à quantidade de opções, cujos direitos devem ser adquiridos com base nas condições, e reconhece, quando aplicável, no resultado do exercício em contrapartida ao patrimônio líquido o efeito decorrente da revisão dessas estimativas iniciais. Os detalhes estão divulgados na nota explicativa nº 23.2. 2.20. Participação nos resultados A Sociedade reconhece um passivo e uma despesa de participação nos resultados com base em uma fórmula que considera o lucro atribuível aos acionistas da Sociedade após certos ajustes, o qual é vinculado ao alcance de metas operacionais e objetivos específicos, estabelecidos e aprovados no início de cada exercício. 2.21. Dividendos e juros sobre o capital próprio A proposta de distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio efetuada pela Administração da Sociedade que estiver dentro da parcela equivalente ao dividendo mínimo obrigatório é registrada como passivo circulante no grupo “Outras obrigações”, por ser considerada como uma obrigação legal prevista no estatuto social da Sociedade; entretanto, a parcela dos dividendos superior ao dividendo mínimo obrigatório, declarada pela Administração após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, mas antes da data de autorização para emissão das referidas demonstrações contábeis, é registrada na rubrica “Dividendo adicional proposto” no patrimônio líquido, sendo seus efeitos divulgados na nota explicativa nº 18.(b). Para fins societários e contábeis, os juros sobre o capital próprio estão demonstrados como destinação do resultado diretamente no patrimônio líquido. 2.22. Ganhos e perdas atuariais do plano de assistência médica e outros custos de planos de benefícios a colaboradores Os custos associados às contribuições efetuadas pela Sociedade e por suas controladas aos planos de aposentadoria de contribuição definida são reconhecidos pelo regime de competência. Os ganhos e as perdas atuariais apurados no plano de extensão de assistência médica a colaboradores aposentados são reconhecidos no resultado em conformidade com as regras da IAS 19 e do CPC 33 - Benefícios a Empregados, com base em cálculo atuarial elaborado por atuário independente, conforme detalhes divulgados na nota explicativa nº 18. 2.23. Apuração do resultado e reconhecimento da receita O resultado é apurado em conformidade com o regime contábil de competência, sendo a receita de venda reconhecida no resultado do exercício quando os riscos e benefícios inerentes aos produtos são transferidos para os clientes. A receita decorrente de incentivos fiscais, recebida sob a forma de ativo monetário, é reconhecida no resultado do exercício quando recebida em contraposição de custos e investimentos incorridos pela Sociedade na localidade onde o incentivo fiscal é concedido. Não há condições estabelecidas a serem cumpridas pela Sociedade que pudessem afetar o reconhecimento da receita decorrente de incentivos fiscais. A parcela dos incentivos fiscais reconhecida no resultado é destinada para a constituição da reserva de incentivos fiscais no grupo “Reserva de lucros” no patrimônio líquido. 2.24. Demonstração do valor adicionado Esta demonstração tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela Sociedade e sua distribuição durante determinado período e é apresentada pela Sociedade, conforme requerido pela legislação societária brasileira, como parte de suas demonstrações contábeis individuais e como informação suplementar às demonstrações contábeis consolidadas, pois não é uma demonstração prevista nem obrigatória conforme as IFRSs. A demonstração do valor adicionado foi preparada com base em informações obtidas dos registros contábeis que servem de base de preparação das demonstrações contábeis e seguindo as disposições contidas no CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado. Em sua primeira parte apresenta a riqueza criada pela Sociedade, representada pelas receitas (receita bruta das vendas, incluindo os tributos incidentes sobre ela, as outras receitas e os efeitos da provisão para créditos de liquidação duvidosa), pelos insumos adquiridos de terceiros (custo das vendas e aquisições de materiais, energia e serviços de terceiros, incluindo os tributos incluídos no momento da aquisição, os efeitos das perdas e da recuperação de valores ativos e a depreciação e amortização) e pelo valor adicionado recebido de terceiros (resultado de equivalência patrimonial, receitas financeiras e outras receitas). A segunda parte da referida demonstração apresenta a distribuição da riqueza entre pessoal, impostos, taxas e contribuições, remuneração de capitais de terceiros e remuneração de capitais próprios. 2.25. Novas normas, alterações e interpretações de normas a) Normas, interpretações e alterações de normas existentes em vigor em 31 de dezembro de 2011 e que não tiveram impactos relevantes sobre as demonstrações contábeis da Sociedade As interpretações e alterações das normas existentes a seguir foram editadas e estavam em vigor em 31 de dezembro de 2011. Entretanto, não tiveram impactos relevantes sobre as demonstrações contábeis da Sociedade: Norma Melhorias nas IFRSs - 2010 Principais exigências Alteração de diversos pronunciamentos contábeis. Alterações à IFRS 1 Isenção limitada de divulgações comparativas da IFRS 7 para adotantes iniciais. Divulgações de partes relacionadas. Alterações à IAS 24 Alterações à IFRIC 14 Pagamentos antecipados de exigência mínima de financiamento. Alterações à IAS 32 Classificação dos direitos de emissão. IFRIC 19 Extinção de passivos financeiros através de instrumentos patrimoniais. Data de entrada em vigor Aplicável a exercícios com início em ou após 1o de janeiro de 2011. Aplicável a exercícios com início em ou após 1o de julho de 2010. Aplicável a exercícios com início em ou após 1o de janeiro de 2011. Aplicável a exercícios com início em ou após 1o de janeiro de 2011. Aplicável a exercícios com início em ou após 1o de fevereiro de 2010. Aplicável a exercícios com início em ou após 1o de julho de 2010. b) Normas, interpretações e alterações de normas existentes que ainda não estão em vigor e não foram adotadas antecipadamente pela Sociedade As normas e alterações das normas existentes a seguir foram publicadas e são obrigatórias para os períodos iniciados após 31 de dezembro de 2011. Todavia, não houve adoção antecipada dessas normas e alterações de normas por parte da Sociedade. Norma IFRS 9 (conforme alterada em 2010) Principais exigências Instrumentos financeiros. Data de entrada em vigor Aplicável a exercícios com início em ou após 1o de janeiro de 2013. Alterações à IFRS 1 Eliminação de datas fixas Aplicável a exercícios para adotantes pela primeira com início em ou após vez das IFRSs. 1o de julho de 2011. Alterações à IFRS 7 Divulgações - transferências Aplicável a exercícios de ativos financeiros. com início em ou após 1o de julho de 2011. Alterações à IAS 12 Impostos diferidos - recuperação Aplicável a exercícios dos ativos subjacentes quando com início em ou após o ativo é mensurado pelo modelo 1o de janeiro de 2012. de valor justo de acordo com a IAS 40. IAS 28 (Revisada 2011) Revisão da IAS 28 para incluir Aplicável a exercícios Investimentos em as alterações introduzidas com início em ou após Coligadas e Entidades pelas IFRSs 10, 11 e 12. 1o de janeiro de 2013. com Controle Compartilhado IAS 27 (Revisada 2011) Requerimentos da IAS 27 Aplicável a exercícios Demonstrações relacionados às demonstrações com início em ou após Financeiras Separadas contábeis consolidadas são 1o de janeiro de 2013. substituídos pela IFRS 10. Requerimento para demonstrações contábeis separadas são mantidos. IFRS 10 Substituiu a IAS 27 em Aplicável a exercícios Demonstrações relação aos requerimentos com início em ou após Financeiras aplicáveis às demonstrações 1o de janeiro de 2013. Consolidadas contábeis consolidadas e a SIC 12. A IFRS 10 determinou um único modelo de consolidação com base em controle, independentemente da natureza do investimento. IFRS 11 Eliminou o modelo de Aplicável a exercícios Acordos consolidação proporcional para com início em ou após de Participação as entidades com controle 1o de janeiro de 2013. compartilhado, mantendo apenas o modelo pelo método da equivalência patrimonial. Eliminou também o conceito de “ativos com controle compartilhado”, mantendo apenas “operações com controle compar tilhado” e “entidades com controle compartilhado”. IFRS 12 - Divulgações Expande os requerimentos de Aplicável a exercícios de Participações em divulgação de investimentos com início em ou após Outras Entidades nas entidades que a Sociedade 1o de janeiro de 2013. possui influência significativa. IFRS 13 Substitui e consolida todas as Aplicável a exercícios Mensurações orientações e requerimentos com início em ou após ao Valor Justo relacionados à mensuração 1o de janeiro de 2013. ao valor justo contidos nos demais pronunciamentos das IFRSs em um único pronunciamento. A IFRS 13 define valor justo, e orienta como determinar o valor justo e os requerimentos de divulgação relacionados à mensuração do valor justo. Entretanto, ela não introduz nenhum novo requerimento nem alteração com relação aos itens que devem ser mensurados ao valor justo, os quais permanecem nos pronunciamentos originais. Aplicável a exercícios Alterações à IAS 19 - Eliminação do enfoque do Benefícios aos corredor (“corridor approach”), com início em ou após Empregados sendo os ganhos ou as perdas 1o de janeiro de 2013. atuariais reconhecidos como outros resultados abrangentes para os planos de pensão e o resultado para os demais benefícios de longo prazo, quando incorridos, entre outras alterações. Alterações à IAS 1 - Introduz o requerimento de que Aplicável a exercícios Apresentação das os itens registrados em outros com início em ou após Demonstrações resultados abrangentes sejam 1o de janeiro de 2013. Financeiras segregados e totalizados entre itens que são e os que não são posteriormente reclassificados para lucros e perdas. Considerando as atuais operações da Sociedade e de suas controladas, a Administração não espera que essas novas normas, interpretações e alterações tenham um efeito relevante sobre as demonstrações contábeis a partir de sua adoção. O CPC ainda não editou os respectivos pronunciamentos e modificações correlacionados às IFRSs novas e revisadas apresentadas anteriormente. Em decorrência do compromisso de o CPC e a CVM manterem atualizado o conjunto de normas emitidas com base nas atualizações feitas pelo IASB, é esperado que esses pronunciamentos e modificações sejam editados pelo CPC e aprovados pela CVM até a data de sua aplicação obrigatória. 3. ESTIMATIVAS E PREMISSAS CONTÁBEIS CRÍTICAS A preparação de demonstrações contábeis requer o uso de certas estimativas contábeis críticas e também o exercício de julgamento por parte da Administração da Sociedade no processo de aplicação das políticas contábeis. As estimativas e premissas contábeis são continuamente avaliadas e baseiam-se na experiência histórica e em outros fatores, incluindo expectativas de eventos futuros consideradas razoáveis para as circunstâncias.Tais estimativas e premissas podem diferir dos resultados efetivos. Os efeitos decorrentes das revisões das estimativas contábeis são reconhecidos no período da revisão. As premissas e estimativas significativas para demonstrações contábeis estão relacionadas a seguir: a) Imposto de renda, contribuição social e outros impostos A Sociedade reconhece ativos e passivos diferidos com base nas diferenças entre o valor contábil apresentado nas demonstrações contábeis e a base tributária dos ativos e passivos utilizando as alíquotas em vigor. A Sociedade revisa regularmente os impostos diferidos ativos em termos de possibilidade de recuperação, considerando-se o lucro histórico gerado e o lucro tributável futuro projetado, de acordo com um estudo de viabilidade técnica. b) Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas A Sociedade é parte em diversos processos judiciais e administrativos, como descrito na nota explicativa nº 17. Provisões são constituídas para os riscos tributários, cíveis e trabalhistas referentes a processos judiciais que representam perdas prováveis e estimadas com um certo grau de segurança. A avaliação da probabilidade de perda inclui a avaliação das evidências disponíveis, a hierarquia das leis, as jurisprudências disponíveis, as decisões mais recentes nos tribunais e sua relevância no ordenamento jurídico, bem como a avaliação dos assessores legais. A Administração acredita que essas provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas estão corretamente apresentadas nas demonstrações contábeis. c) Plano de assistência médica O valor atual do plano de assistência médica depende de uma série de fatores que são determinados com base em cálculos atuariais, que atualizam uma série de premissas, como, por exemplo, taxa de desconto, entre outras, as quais estão divulgadas na nota explicativa nº 18. A mudança em uma dessas estimativas poderia afetar os resultados apresentados. 4. GESTÃO DE RISCO FINANCEIRO 4.1 Considerações gerais e políticas A administração dos riscos e a gestão dos instrumentos financeiros são realizadas por meio de políticas, definição de estratégias e implementação de sistemas de controle, definidos pelo Comitê de Tesouraria e aprovados pelo Conselho de Administração da Sociedade. A aderência das posições de tesouraria em instrumentos financeiros, incluindo os derivativos, em relação a essas políticas é apresentada e avaliada mensalmente pelo Comitê de Tesouraria da Sociedade e posteriormente submetida à apreciação dos Comitês de Auditoria e Executivo e do Conselho de Administração. A gestão de riscos é realizada pela Tesouraria Central da Sociedade, que tem também a função de aprovar todas as operações de aplicações e empréstimos realizadas pelas controladas da Sociedade. 4.2. Fatores de risco financeiro As atividades da Sociedade e de suas controladas as expõem a diversos riscos financeiros: riscos de mercado (incluindo risco de moeda e de taxa de juros), de crédito e de liquidez. O programa de gestão de risco global da Sociedade concentra-se na imprevisibilidade dos mercados financeiros e busca minimizar potenciais efeitos adversos no desempenho financeiro, utilizando instrumentos financeiros derivativos para proteger certas exposições a risco. a) Riscos de mercado A Sociedade e as controladas estão expostas a riscos de mercado decorrentes das atividades de seus negócios. Esses riscos de mercado envolvem principalmente a possibilidade de flutuações na taxa de câmbio e mudanças nas taxas de juros. i) Risco cambial A Sociedade e suas controladas estão expostas ao risco de câmbio resultante de instrumentos financeiros em moedas diferentes de suas moedas funcionais. Para a redução da referida exposição, foi implantada uma política para proteger o risco cambial, que estabelece níveis de exposição vinculados a esse risco (Política de Proteção Cambial). Os procedimentos de tesouraria definidos pela política vigente incluem rotinas mensais de projeção e avaliação da exposição cambial consolidada da Sociedade e de suas controladas, sobre as quais se baseiam as decisões tomadas pela Administração. A Política de Proteção Cambial considera os valores em moeda estrangeira dos saldos a receber e a pagar de compromissos já assumidos e registrados nas demonstrações contábeis oriundos das operações da Sociedade. Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, a Sociedade e suas controladas estão expostas basicamente ao risco de flutuação do dólar norteamericano. Para proteger as exposições cambiais com relação à moeda estrangeira, a Sociedade e suas controladas contratam operações com instrumentos financeiros derivativos do tipo “swap” e compra a termo de moeda denominada “Non Deliverable Forward - NDF” (“forward”). Conforme a Política de Proteção Cambial os derivativos contratados pela Sociedade ou por suas controladas deverão limitar a perda referente à desvalorização cambial em relação ao lucro líquido projetado para o exercício em curso, dada uma determinada estimativa de desvalorização cambial em relação ao dólar norte-americano. Essa limitação define o teto ou a exposição cambial máxima permitida à Sociedade e a suas controladas com relação ao dólar norte-americano. Em 31 de dezembro de 2011, o balanço patrimonial da controladora e consolidado inclui contas denominadas em moeda estrangeira que, em conjunto, representam um passivo de R$438.667 e R$444.894, respectivamente (em 31 de dezembro de 2010, R$52.567 e R$58.675, respectivamente). Essas contas constituídas por empréstimos e financiamentos, na sua totalidade em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, são protegidas com derivativos do tipo “swap”. Instrumentos derivativos para proteção do risco de câmbio A Sociedade classifica os derivativos em “financeiros” e “operacionais”. Os “financeiros” são derivativos do tipo “swap” ou “forwards” contratados para proteger o risco cambial dos empréstimos e financiamentos denominados em moeda estrangeira. Os “operacionais” são derivativos (geralmente “forwards”) contratados para proteger o risco cambial dos fluxos de caixa operacionais do negócio. Em 31 de dezembro de 2011, os contratos em aber to de “swap” e “forward” têm vencimentos entre janeiro de 2013 e janeiro de 2018, foram celebrados com contrapar tes representadas pelos bancos Bradesco (25%), Brasil (12%), Bank of America (62%) e HSBC (1%) e estão assim compostos: Derivativos “financeiros” - controladora Valor principal 2011 2010 Ganho (perda) do exercício 2011 2010 Valor justo 2011 2010 Descrição Contratos de “swap” (1): Ponta ativa: Posição comprada dólar 396.938 53.534 435.094 52.121 Ponta passiva: Taxa CDI pós-fixada: Posição vendida no CDI 396.938 53.534 406.910 54.231 28.184 (2.110) - - Derivativos “financeiros” - consolidado Valor principal 2011 2010 Valor justo 2011 2010 Descrição Contratos de “swap” (1): Ponta ativa: Posição comprada dólar 404.662 59.817 442.574 57.367 Ponta passiva: Taxa CDI pós-fixada: Posição vendida no CDI 404.662 59.817 413.947 60.197 Derivativos “operacionais” - controladora e consolidado Valor principal Descrição 2011 2010 Contratos “forward” (2): Ponta ativa: Posição comprada dólar 34.542 Ganho (perda) do exercício 2011 2010 28.626 (2.830) - - Ganho (perda) do exercício 2011 2010 Valor justo 2011 2010 - 34.555 - (1.231) Ponta passiva: Taxa prefixada: Posição vendida pré-fixada 34.542 35.786 (1) As operações de “swap” financeiros consistem na troca da variação cambial por uma correção relacionada a um percentual da variação do Certificado de Depósito Interbancário - CDI pós-fixado. (2) As operações de “forward” operacionais estabelecem uma paridade futura entre o real e a moeda estrangeira tomando-se como base a paridade do momento da contratação corrigida por uma determinada taxa de juros prefixada. O valor principal representa os valores dos derivativos contratados. O valor justo refere-se ao valor reconhecido no balanço dos derivativos contratados ainda em aberto nas datas dos balanços. Para os instrumentos financeiros derivativos mantidos pela Sociedade e por suas controladas em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, devido ao fato de os contratos serem efetuados diretamente com instituições financeiras e não por meio da BM&FBOVESPA, não há margens depositadas como garantia das referidas operações. Análise de sensibilidade Para análise de sensibilidade dos instrumentos financeiros derivativos “financeiros”, a Administração da Sociedade entende que há necessidade de considerar os ativos e passivos com exposição à flutuação das taxas de câmbio registrados no balanço patrimonial, conforme demonstrado no quadro a seguir : Controladora Consolidado Empréstimos e financiamentos em moeda estrangeira (*) 438.667 444.894 Contas a receber em moeda estrangeira (5.231) Contas a pagar em moeda estrangeira 15.043 18.765 Valor principal dos derivativos “financeiros” (435.543) (439.742) Exposição passiva líquida 18.168 18.685 (*) O valor apresentado não considera o empréstimo de sua controlada no Peru, no valor de R$36.483. A Administração entende que não há exposição cambial sobre esse passivo, pois este será liquidado pela própria controlada com recursos provenientes de suas operações naquele país, portanto, na mesma moeda em que a dívida foi captada. A seguir estão demonstrados o ganho (perda) que teriam sido reconhecidos no resultado do exercício findo em 31 de dezembro de 2011 de acordo com os seguintes cenários: Controladora Risco da Cenário Cenário Cenário Descrição: Sociedade provável II III Exposição passiva líquida Alta do dólar (322) (4.542) (9.084) Descrição: Exposição passiva líquida Risco da Sociedade Alta do dólar Consolidado Cenário Cenário provável II (331) (4.671) Cenário III (9.342) O cenário provável considera as taxas futuras do dólar nor teamericano, conforme cotações obtidas na BM&FBOVESPA nas datas previstas dos vencimentos dos instrumentos financeiros com 24 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 exposição ao câmbio. Os cenários II e III consideram uma alta do dólar norte-americano de 25% (R$2,34/US$1,00) e de 50% (R$2,81/ US$1,00), respectivamente. Os cenários provável, II e III estão sendo apresentados em atendimento à Instrução CVM nº 475/08. A Administração utiliza o cenário provável na avaliação das possíveis mudanças na taxa de câmbio e apresenta o referido cenário em atendimento à IFRS 7 - Instrumentos Financeiros: Divulgações. A Sociedade e suas controladas não operam com instrumentos financeiros derivativos com propósitos de especulação. ii) Risco de taxa de juros O risco de taxa de juros decorre de aplicações financeiras e de empréstimos. Os instrumentos financeiros emitidos a taxas variáveis expõem a Sociedade e suas controladas ao risco de fluxos de caixa associado à taxa de juros. Os instrumentos financeiros emitidos às taxas prefixadas expõem a Sociedade e suas controladas ao risco de valor justo associado à taxa de juros. O risco de fluxos de caixa associado à taxa de juros da Sociedade decorre de aplicações financeiras e empréstimos e financiamentos de curto e longo prazos emitidos a taxas pós-fixadas. A Administração da Sociedade tem como política manter os indexadores de suas exposições a taxas de juros ativas e passivas atrelados a taxas pósfixadas. As aplicações financeiras são corrigidas pelo CDI e os empréstimos e financiamentos são corrigidos pela Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP, CDI e taxas prefixadas, conforme contratos firmados com as instituições financeiras e por meio de negociações de valores mobiliários com investidores desse mercado. A Administração da Sociedade entende como baixo o risco de grandes variações no CDI e na TJLP nos próximos 12 meses, levando em conta a estabilidade promovida pela atual política monetária conduzida pelo Governo Federal, bem como diante do histórico de aumentos promovidos na taxa básica de juros da economia brasileira nos últimos anos. Dessa forma, não tem contratado derivativos para proteger esse risco. A Sociedade e suas controladas têm como política contratar derivativos do tipo “swap”, com o objetivo de mitigar os riscos das operações de empréstimos e financiamentos contratadas com indexador distinto do CDI, da TJLP e das taxas prefixadas. No entanto, em 31 de dezembro de 2011 e de 2010 a Sociedade e suas controladas não tinham esse tipo de derivativo, por considerarem o risco baixo, conforme descrito anteriormente. Análise de sensibilidade Conforme mencionado anteriormente no item “Risco cambial”, em 31 de dezembro de 2011 quase a totalidade dos empréstimos e financiamentos denominados em moeda estrangeira possuem contratos de “swap”, trocando a indexação do passivo de moeda estrangeira para a variação do CDI, devido à política da Sociedade de proteção de riscos cambiais. Dessa forma, o risco da Sociedade passa a ser a exposição à variação do CDI. A seguir está apresentada a exposição a risco de juros das operações vinculadas à variação do CDI e da TJLP, incluindo as operações com derivativos: Controladora Consolidado Total dos empréstimos e financiamentos (480.305) (705.322) - em moeda local (nota explicativa no 14) Operações com derivativos atrelados ao CDI e à TJLP (438.667) (444.894) 138.078 424.159 Aplicações financeiras (nota explicativa no 5) (726.057) Exposição passiva líquida (780.895) Controladora Em 31 de dezembro de 2011 Circulante: Empréstimos e financiamentos Fornecedores Derivativos Não circulante: Empréstimos e financiamentos A análise de sensibilidade considera a exposição dos empréstimos e financiamentos atrelados ao CDI e à TJLP, líquidos das aplicações financeiras, também indexadas ao CDI (nota explicativa nº 5). As tabelas seguintes demonstram a perda (ganho) incremental que teria sido reconhecida(o) no resultado do exercício findo em 31 de dezembro de 2011 de acordo com os seguintes cenários: Descrição: Passivo líquido Risco da Sociedade Alta da taxa Controladora Cenário Cenário provável II 1.328 (19.561) Cenário III (40.450) Descrição: Passivo líquido Risco da Sociedade Alta da taxa Consolidado Cenário Cenário provável II 1.234 (18.188) Cenário III (37.610) O cenário provável considera as taxas futuras de juros conforme cotações obtidas na BM&FBOVESPA nas datas previstas dos vencimentos dos instrumentos financeiros com exposição às taxas de juros. Os cenários II e III consideram uma alta das taxas de juros em 25% (13,4% ao ano) e 50% (16,1% ao ano), respectivamente. b) Risco de crédito O risco de crédito refere-se ao risco de uma contraparte não cumprir com suas obrigações contratuais, levando a Sociedade a incorrer em perdas financeiras. As vendas da Sociedade e de suas controladas são efetuadas para um grande número de Consultores(as) Natura e esse risco é administrado por meio de um rigoroso processo de concessão de crédito. O resultado dessa gestão está refletido na rubrica “Provisão para créditos de liquidação duvidosa”, conforme demonstrado na nota explicativa nº 6. A Sociedade e suas controladas estão sujeitas também a riscos de crédito relacionados aos instrumentos financeiros contratados na gestão de seus negócios, principalmente, representados por caixa e equivalentes de caixa, aplicações financeiras e instrumentos derivativos. A Sociedade considera baixo o risco de crédito das operações que mantém em instituições financeiras com as quais opera, que são consideradas pelo mercado como de primeira linha. A Política de Aplicações Financeiras estabelecida pela Administração da Sociedade elege as instituições financeiras com as quais os contratos podem ser celebrados, além de definir limites quanto aos percentuais de alocação de recursos e valores absolutos a serem aplicados em cada uma delas. c) Risco de liquidez A gestão prudente do risco de liquidez implica manter caixa, títulos e valores mobiliários suficientes, disponibilidades de captação por meio de linhas de crédito compromissadas e capacidade de liquidar posições de mercado. A Administração monitora o nível de liquidez consolidado da Sociedade considerando o fluxo de caixa esperado em contrapartida às linhas de crédito não utilizadas. O valor contábil consolidado dos passivos financeiros, mensurados pelo método do custo amortizado, e seus correspondentes vencimentos são demonstrados a seguir: Menos de um ano Entre um e dois anos Entre dois e cinco anos Mais de cinco anos Total Efeito do desconto Valor contábil 2011 118.949 148.805 29.555 - - - 118.949 148.805 29.555 (52.525) (1.371) 66.424 148.805 28.184 943.842 (91.293) 852.549 Total Efeito do desconto Valor contábil 2011 (30.553) (1.322) 168.962 454.093 28.626 - 810.404 53.284 80.154 Consolidado Em 31 de dezembro de 2011 Circulante: Empréstimos e financiamentos Fornecedores Derivativos Menos de um ano Entre um e dois anos Entre dois e cinco anos Mais de cinco anos 199.515 454.093 29.948 - - - 199.515 454.093 29.948 Não circulante: Empréstimos e financiamentos - 890.243 146.652 94.300 1.131.195 4.3. Gestão de capital Os objetivos da Sociedade ao administrar seu capital são os de salvaguardar a capacidade de continuidade da Sociedade para oferecer retorno aos acionistas e benefícios a outras partes interessadas, além de manter uma estrutura de capital ideal para reduzir esse custo. A Sociedade monitora o capital com base nos índices de alavancagem financeira. Esse índice corresponde à dívida líquida dividida pelo patrimônio líquido. A dívida líquida, por sua vez, corresponde ao total de empréstimos e financiamentos (incluindo empréstimos e financiamentos de curto e longo prazos, conforme demonstrado no balanço patrimonial consolidado) subtraído do montante de caixa e equivalentes de caixa. A dívida líquida a seguir demonstrada não considera os ajustes dos derivativos contratados para mitigar o risco cambial. Os índices de alavancagem financeira consolidados em 31 de dezembro de 2011 e de 2010 estão demonstrados a seguir: Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Empréstimos e financiamentos de curto e longo prazos 918.973 428.442 1.186.699 691.663 Caixa e equivalentes de caixa (166.007) (206.125) (515.610) (560.229) Dívida líquida 752.966 222.317 671.089 131.434 Patrimônio líquido 1.238.553 1.257.501 1.238.554 1.257.502 Índice de alavancagem financeira 60,79% 17,68% 54,18% 10,45% 4.4. Estimativa de valores justos Os instrumentos financeiros são mensurados ao valor justo nas datas dos balanços conforme determinado pelo CPC 40 - Instrumento Financeiros: Evidenciação e de acordo com a seguinte hierarquia: • Nível 1: Avaliação com base em preços cotados (não ajustados) em mercados ativos para ativos e passivos idênticos nas datas dos balanços. Um mercado é visto como ativo se os preços cotados estiverem pronta e regularmente disponíveis a partir de uma Bolsa de Mercadoria e Valores, um corretor, grupo de indústrias, serviço de precificação ou agência reguladora e aqueles preços representam transações de mercado reais, as quais ocorrem regularmente em bases puramente comerciais. • Nível 2: Utilizado para instrumentos financeiros que não são negociados em mercados ativos (por exemplo, derivativos de balcão), cuja avaliação é baseada em técnicas que, além dos preços cotados incluídos no Nível 1, utilizam outras informações adotadas pelo mercado para o ativo ou passivo, direta (ou seja, como preços) ou indiretamente (ou seja, derivados dos preços). • Nível 3: Avaliação determinada em virtude de informações, para os ativos ou passivos, que não são baseadas nos dados adotados pelo mercado (ou seja, informações não observáveis). Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, a mensuração da totalidade dos derivativos da Sociedade e de suas controladas corresponde às características do Nível 2. O valor justo dos derivativos de câmbio (“swap” e “forwards”) é determinado com base nas taxas de câmbio futuras nas datas dos balanços, com o valor resultante descontado ao valor presente. Valores justos de instrumentos financeiros avaliados ao custo amortizado Aplicações financeiras Os valores contábeis das aplicações financeiras aproximam-se dos seus valores justos em virtude de as operações serem efetuadas a juros pósfixados e apresentarem possibilidade de resgate imediato. Empréstimos e financiamentos Os valores contábeis dos empréstimos e financiamentos, exceto aqueles atrelados à taxa prefixada, aproximam-se dos seus valores justos, pois estão atrelados a uma taxa de juros pós-fixada, no caso, a variação do CDI. Os valores contábeis dos financiamentos atrelados à TJLP aproximam-se dos seus valores justos em virtude de a TJLP ter correlação com o CDI e ser uma taxa pós-fixada. Os valores justos dos empréstimos e financiamentos contratados com juros prefixados correspondem a valores próximos aos saldos contábeis divulgados na nota explicativa nº 14. (113.458) 1.017.737 Contas a receber e fornecedores Estima-se que os valores contábeis das contas a receber de clientes e das contas a pagar aos fornecedores estejam próximos de seus valores justos de mercado, em virtude do curto prazo das operações realizadas. 5. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Caixa e bancos 27.929 9.688 98.208 38.314 Aplicações financeiras CDBs pós-fixados 138.078 196.437 417.402 521.915 166.007 206.125 515.610 560.229 Em 31 de dezembro de 2011, os Certificados de Depósito Bancário CDBs são remunerados por taxas que variam entre 100,0% e 101,5% (100,0% e 101,5% em 31 de dezembro de 2010) do CDI. 6. CONTAS A RECEBER DE CLIENTES Controladora 2011 2010 Contas a receber de clientes 591.480 550.355 Provisão para créditos de liquidação duvidosa (56.171) (56.663) 535.309 493.692 Consolidado 2011 2010 706.861 635.944 (64.989) (65.664) 641.872 570.280 A seguir estão demonstrados os saldos de contas a receber de clientes por idade de vencimento: Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 A vencer 452.392 432.703 543.472 492.947 Vencidos: Até 30 dias 102.107 79.136 117.560 93.967 De 31 a 60 dias 14.029 10.897 16.254 16.777 De 61 a 90 dias 9.950 8.072 13.306 9.406 De 91 a 180 dias 13.002 19.547 16.269 22.847 591.480 550.355 706.861 635.944 O saldo da rubrica “Contas a receber de clientes” no consolidado está predominantemente denominado em reais, com aproximadamente 89% do saldo em aberto em 31 de dezembro de 2011 (91% em 31 de dezembro de 2010), sendo o saldo remanescente denominado em moedas diversas e formado pelas vendas das controladas do exterior. A movimentação da provisão para créditos de liquidação duvidosa para o exercício findo em 31 de dezembro de 2011 está assim representada: Controladora Saldo em 2010 (56.663) Adições (a) (82.860) Saldo em 2010 (65.664) Adições (a) (88.277) Baixas (b) 83.352 Saldo em 2011 (56.171) Consolidado Baixas (b) 88.952 Saldo em 2011 (64.989) (a) Provisão constituída conforme a nota explicativa nº 2.7. (b) Compostas por títulos vencidos há mais de 180 dias, baixados em virtude do não recebimento. A despesa com a constituição da provisão para créditos de liquidação duvidosa foi registrada na rubrica “Despesas com vendas” na demonstração do resultado. Quando não existe expectativa de recuperação de numerário adicional, os valores creditados na rubrica “Provisão para créditos de liquidação duvidosa” são em geral revertidos contra a baixa definitiva do título. A exposição máxima ao risco de crédito na data das demonstrações contábeis é o valor contábil de cada faixa de idade de vencimento líquida da provisão para créditos de liquidação duvidosa, conforme demonstrado no quadro de saldos a receber por idade de vencimento. A Sociedade e suas controladas não mantêm nenhuma garantia para os títulos em atraso. 7. ESTOQUES Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Produtos acabados 219.626 181.188 565.739 465.027 Matérias-primas e materiais de embalagem - 149.806 127.305 Material promocional 18.560 14.383 52.288 37.576 Produtos em elaboração 16.314 17.290 Provisão para perdas (20.280) (10.479) (95.399) (75.673) 217.906 185.092 688.748 571.525 A movimentação da provisão para perdas na realização dos estoques para o exercício findo em 31 de dezembro de 2011 está assim representada: Controladora Saldo em Saldo em 2010 Adições (a) Baixas (b) 2011 (20.741) 10.940 (20.280) (10.479) Consolidado Saldo em 2010 (75.673) Adições (a) (66.900) Baixas (b) 47.175 Saldo em 2011 (95.398) (a) Referem-se à constituição de provisão para perdas por descontinuidade, validade e qualidade, para cobrir as perdas esperadas na realização dos estoques, de acordo com a política estabelecida pela Sociedade e por suas controladas. (b) Compostas pelas baixas dos produtos descartados pela Sociedade e por suas controladas. 8. IMPOSTOS A RECUPERAR Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 ICMS a compensar sobre aquisição de insumos - 154.942 97.888 ICMS - ST a ressarcir sobre vendas interestaduais - RS 3.022 3.022 ICMS - ST a ressarcir sobre vendas interestaduais - SP (a) 8.296 7.120 8.296 7.120 ICMS - ST a ressarcir processo de denúncia espontânea - SP (b) 16.421 Impostos a compensar controladas no exterior 22.170 21.567 ICMS a compensar sobre aquisição de ativo imobilizado 15.428 6.825 24.318 16.136 PIS e COFINS a compensar sobre aquisição de ativo imobilizado 7.376 11.826 PIS e COFINS a compensar sobre aquisição de insumos 45.012 19.743 68.187 20.025 PIS e COFINS oriundo de ganho de processo judicial (c) 11.887 16.852 IRPJ e CSLL a compensar 728 10 3.236 1.746 PIS, COFINS e CSLL retidos na fonte 2.024 5.574 Outros 365 3.000 8.834 12.282 Provisão para deságio na alienação de créditos de ICMS (3.376) (2.879) 39.720 312.859 210.728 81.716 Circulante 69.417 34.799 201.620 101.464 Não circulante 12.299 4.921 111.239 109.264 (a) Refere-se ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - Substituição Tributária - ICMS - ST que vem sendo mensalmente destacado e retido nas operações de venda realizadas pela Sociedade e por sua controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., com mercadorias destinadas a clientes localizados em outras Unidades da Federação (Estados e Distrito Federal) que não o Estado de São Paulo, conforme legislação fiscal do Estado de São Paulo, vigentes desde fevereiro de 2008. A Sociedade obteve em 2010 com a Secretaria da Fazenda - SeFaz um regime especial que permite a compensação dos referidos créditos através de um mecanismo denominado “Via Rápida” (“Fast Track”), no qual os créditos são compensados no mês seguinte ao da apuração, amparados por carta de fiança bancária em mesmo valor. (b) Em 24 de setembro de 2008, foi emitido expediente pela Coordenadoria de Administração Tributária da SeFaz - SP que acata a denúncia espontânea formalizada pela controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., relacionada à adoção de procedimentos sobre o ICMS - ST nos meses de fevereiro a maio de 2008 em desacordo com os artigos 264, inciso IV, 313-E e 313-G do Regulamento do ICMS - RICMS/2000. O referido expediente esclareceu os procedimentos necessários para a regularização das operações realizadas pela controlada no referido período. Os requerimentos foram atendidos e o crédito foi integralmente compensado durante o exercício de 2011. (c) O montante demonstrado refere-se ao reconhecimento de crédito tributário de Programa da Integração Social - PIS e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS oriundo de ganho de processo judicial que questionava a inconstitucionalidade e ilegalidade da majoração da base de cálculo das contribuições citadas, instituídas pela Lei nº 9.718/98.Vide mais detalhes na nota explicativa nº 17.(a) (ativos contingentes). 9. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL a) Diferidos Os valores de Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL diferidos são provenientes de diferenças temporárias na controladora e nas controladas. Esses créditos são mantidos no ativo não circulante, conforme regulamentação do CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis. Os valores são demonstrados a seguir: Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Provisão para créditos de liquidação duvidosa (nota explicativa nº 6) 19.098 19.266 19.098 19.266 Provisão para perdas nos estoques (nota explicativa nº 7) 6.895 3.563 28.219 21.725 Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas (nota explicativa nº 17) 17.743 18.884 36.896 40.375 Não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS (nota explicativa nº 17) 620 573 39.173 28.869 Passivo atuarial - plano de assistência médica (nota explicativa nº 18) 6.573 4.462 9.565 6.702 (Ganhos) perdas decorrentes das mudanças no valor justo dos instrumentos derivativos (nota explicativa nº 24) (9.583) 1.136 (9.733) 1.381 Provisão de ICMS - ST PR, DF, MS, MT e RJ (nota explicativa nº 16) 8.247 13.672 8.247 13.672 Provisões para perdas na realização de adiantamentos a fornecedores 1.992 3.879 2.137 4.432 Provisões para obrigações contratuais 1.439 1.947 2.713 2.777 Provisão para deságio na cessão de créditos de ICMS 1.148 979 Provisões para repartição de benefícios e parcerias a pagar 6.178 6.874 6.178 6.874 Diferenças temporárias das operações internacionais 9.681 6.562 Provisões para participação nos resultados 3.955 10.947 Ajuste de taxa de depreciação vida útil (Regime Tributário de Transição - RTT) 1.420 (6.989) Outras diferenças temporárias 15.568 13.235 32.272 26.645 87.491 189.552 180.259 80.145 A Administração, com base em suas projeções de lucros tributáveis futuros, estima que os créditos tributários registrados serão integralmente realizados em até cinco exercícios. A expectativa da Administração para realização dos créditos tributários está apresentada a seguir: Controladora Consolidado 2012 42.679 83.230 2013 11.753 18.180 2014 4.633 59.240 2015 em diante 21.080 28.902 189.552 80.145 Sobre as controladas da Sociedade no exterior, exceto pela operação da Argentina que apresenta lucro tributável, as demais controladas não apresentam créditos tributários registrados em suas demonstrações contábeis sobre prejuízos fiscais e diferenças temporárias devido à ausência de histórico de lucros tributáveis e projeções de lucros tributáveis para os próximos exercícios. Em 31 de dezembro de 2011, os valores dos créditos tributários, calculados às alíquotas vigentes nos respectivos países onde se situam as controladas, são demonstrados conforme segue: Diferenças temporárias totais: Prejuízos fiscais: Argentina 9.533 Chile 82.379 México 110.771 Colômbia 73.980 França 110.678 Exceto pelas controladas na Argentina e no México, os créditos tributários sobre os prejuízos fiscais gerados pelas demais controladas não possuem prazo para serem compensados. Para tais controladas, os créditos tributários possuem os seguintes prazos para compensação: Argentina México 2012 3.060 2013 4.564 2014 11 2015 1.909 7.434 2016 em diante 103.326 110.771 9.533 b) Reconciliação do imposto de renda e da contribuição social Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Lucro antes do imposto de renda e da contribuição social 1.161.791 1.053.123 1.237.730 1.118.169 Imposto de renda e contribuição social à alíquota de 34% (395.009) (358.062) (420.828) (380.177) Benefício dos gastos com pesquisa e inovação tecnológica - Lei nº 11.196/05 (*) 22.386 19.035 22.386 19.035 Incentivos fiscais 6.582 5.820 9.668 8.296 Equivalência patrimonial (nota explicativa nº 12) 18.628 8.760 Crédito fiscal não constituído sobre prejuízos fiscais gerados por controladas no exterior - (28.915) (31.459) Regime Tributário de Transição - RTT (Medida Provisória nº 449/08) ajustes da Lei nº 11.638/07 (774) 649 (3.242) (1.623) Baixa do ágio - liquidação da Flora Medicinal 8.332 8.332 Benefício fiscal de juros sobre o capital próprio 21.067 18.242 21.067 18.242 Outras diferenças permanentes (3.770) (11.849) (6.965) (14.766) Despesa com imposto de renda e contribuição social (330.890) (309.073) (406.829) (374.120) Imposto de renda e contribuição social – correntes (323.543) (313.612) (416.123) (408.233) Imposto de renda e contribuição social – diferidos (7.347) 4.539 9.294 34.113 Taxa efetiva - % 28,5 30,5 32,9 33,5 (*) Refere-se ao benefício fiscal instituído pela Lei nº 11.196/05, que permite a dedução diretamente na apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social do valor correspondente a 60% do total dos gastos com pesquisa e inovação tecnológica, observadas as regras estabelecidas na referida Lei. A movimentação do imposto de renda e da contribuição social no exercício é conforme segue: Controladora Saldo em 2010 Débito/(Crédito) Saldo em 2011 no resultado 7.346 80.145 87.491 Saldo em 2010 180.259 Consolidado Débito/(Crédito) no resultado (9.293) Saldo em 2011 189.552 10. DEPÓSITOS JUDICIAIS Representam ativos restritos da Sociedade e de suas controladas e estão relacionados a quantias depositadas e mantidas em juízo até a solução dos litígios a que estão relacionadas. Os depósitos judiciais mantidos pela Sociedade e por suas controladas em 31 de dezembro de 2011 e de 2010 estão assim representados: Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 ICMS - ST (nota explicativa nº 17.(a)(passivos contigentes)) 80.304 53.809 80.304 53.809 ICMS - ST exigibilidade suspensa (nota explicativa nº 16.(b)) 88.521 167.019 88.521 167.019 Outras obrigações tributárias provisionadas (nota explicativa nº 16.(e) e (g)) 9.434 8.556 52.024 48.106 Outras obrigações tributárias com exigibilidade suspensa (nota explicativa nº 17.(c)) 10.955 10.426 10.955 10.426 Processos tributários sem provisão 34.373 30.676 38.254 36.034 Processos tributários provisionados (nota explicativa nº 17) 9.952 9.600 11.515 10.754 Processos cíveis sem provisão 1.016 938 1.108 1.343 Processos cíveis provisionados (nota explicativa nº 17) 1.886 1.874 1.992 1.976 Processos trabalhistas sem provisão 5.844 4.410 6.999 5.130 Processos trabalhistas provisionados (nota explicativa nº 17) 2.653 1.762 4.167 2.410 244.938 289.070 295.839 337.007 11. OUTROS ATIVOS CIRCULANTES E NÃO CIRCULANTES Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Adiantamento para propaganda 111.690 64.886 112.666 66.246 Ativos destinados à venda 17.752 17.752 Seguros 1.829 1.565 2.464 2.224 Caixa restrito - CDB (*) 6.757 6.155 Outros 6.371 6.071 17.079 18.926 119.890 72.522 156.718 111.303 Circulante 115.328 52.470 126.783 66.399 Não circulante 4.562 20.052 29.935 44.904 Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 25 (*) Este saldo refere-se a um bloqueio para garantia de uma execução fiscal por meio da qual se pretende cobrar o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI referente ao mês de julho de 1989, quando da equiparação dos estabelecimentos comerciais atacadistas a estabelecimento industrial pela Lei nº 7.798/89. O processo encontrase no Tribunal Regional Federal da 3a Região (SP), para julgamento do recurso de apelação da executada. Com base na análise efetuada pelos assessores legais da Sociedade, a probabilidade de perda desse processo é possível. 12. INVESTIMENTOS Controladora 2011 2010 1.099.188 1.253.721 Investimentos em controladas e controladas em conjunto Informações e movimentação dos saldos para o exercício findo em 31 de dezembro de 2011 Indústria e Comércio de Natura Cosméticos Cosméticos Natura Ltda. S.A. - Chile Natura Cosméticos S.A. - Peru Capital social 526.155 101.336 13.903 Percentual de participação 99,99% 99,99% 99,94% Patrimônio líquido das controladas 1.060.440 20.385 1.486 Participação no patrimônio líquido 1.060.334 20.383 1.485 Lucro líquido (prejuízo) do exercício das controladas 124.882 (3.535) (4.728) Valor contábil dos investimentos Saldos em 31 de dezembro de 2010 930.614 23.246 (891) Resultado de equivalência patrimonial 124.881 (3.535) (4.725) Variação cambial e outros ajustes na conversão dos investimentos das controladas no exterior 672 357 Contribuição da controladora para planos de opções de ações concedidos a executivos de controladas e outras reservas 4.839 Distribuição de lucros Aumentos de capital 6.744 1.485 Saldos em 31 de dezembro de 2011 1.060.334 20.383 Natura Cosméticos S.A. Argentina Natura Cosméticos C.A. Venezuela 106.116 99,97% 72.847 72.825 6.609 99,99% 306 306 Natura Inovação e Tecnologia Natura de Produtos Cosméticos de Ltda. México S.A. (*) 5.008 99,99% 28.812 28.809 192.975 99,99% 47.601 47.596 Natura Natura (Brasil) Cosméticos International Natura Ltda. B.V. - Cosméticos Colômbia Holanda (*) España S.L. Total 72.948 85.847 73 1.110.970 99,99% 100,00% 100,00% 13.435 8.444 106 1.253.861 13.434 8.444 106 1.253.721 7.685 (1) 15.527 (46.023) (20.973) (18.052) 56.902 7.683 273 (1) 45.021 15.527 26.950 8.782 8.208 (46.019) (20.970) (18.052) 2.431 34 89 (384) 1.893 468 2.171 - (34.000) 306 28.809 67.049 47.596 23.729 13.434 17.819 8.444 - 54.782 83 1.099.188 - 54.789 - 5.561 7.010 - (34.000) 23 121.173 106 1.253.721 13. IMOBILIZADO E INTANGÍVEL Controladora Taxa média ponderada anual de depreciação - % 21 15 4 2011 2010 Custo Depreciação Valor Custo Depreciação corrigido acumulada Residual corrigido acumulada 39.010 (16.991) 22.019 34.234 (14.491) 35.419 (11.844) 23.575 23.486 (9.053) 114.844 (7.421) 107.423 27.668 (3.018) 56.694 56.694 11.633 (3.006) 8.627 6.264 (2.584) 50.867 (7.024) 43.843 6.614 (3.803) 67.843 67.843 11.699 2.191 2.191 15.159 (46.286) 332.215 125.124 (32.949) 378.501 7 18 - Valor Residual 19.743 14.433 24.650 3.680 2.811 11.699 15.159 92.175 Controladora INTANGÍVEL Softwares e outros Créditos de carbono (c) Referência A B 5.809 72.825 (*) Informações consolidadas das seguintes empresas: Natura Cosméticos de México S.A.: Natura Cosméticos y Servicios de Mexico, S.A. de C.V., Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V. e Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V. Natura (Brasil) International B.V. - Holanda: Natura (Brasil) International B.V. (Holanda), Natura Brasil Inc. (EUA - Delaware), Natura International Inc. (EUA - Nova York), Natura International Inc. (EUA - Nevada), Natura Worldwide Trading Company (Costa Rica), Natura Europa SAS (França) e Natura Brasil SAS (França) Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda.: Ybios S.A. e Natura Innovation et Technologie de Produits S.A.S. - França IMOBILIZADO Veículos Benfeitorias em propriedade de terceiros (a) Máquinas e equipamentos Edifícios Móveis e utensílios Equipamentos de informática Projetos em andamento Adiantamentos a fornecedores 14. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Referência Moeda local BNDES - EXIM 67.607 116.388 A Financiadora de Estudos e Projetos FINEP 27.106 27.633 B Debêntures 353.256 352.669 353.256 352.669 C BNDES 21.708 23.206 141.689 110.996 D Conta garantida 2.001 E Capital de giro 48.613 48.613 F BNDES - FINAME 7.336 6.506 G Banco do Brasil Fundo de Amparo do Trabalhador FAT Fomentar 2.697 3.908 H Arrendamentos mercantis financeiros 56.729 56.729 940 I FINEP subvenção 289 2.086 J Total em moeda local 480.306 375.875 705.322 623.127 Taxa média ponderada anual de amortização - % 17 2011 Custo Amortização corrigido acumulada 88.848 (17.356) 7.437 96.285 (17.356) 2010 Valor Custo Amortização Residual corrigido acumulada 71.492 23.852 (10.604) 7.437 5.338 78.929 29.190 (10.604) Valor Residual 13.248 5.338 18.586 Moeda Real Real IMOBILIZADO Máquinas e equipamentos Edifícios Instalações Terrenos Moldes Veículos Equipamentos de informática Móveis e utensílios Benfeitorias em propriedade de terceiros (a) Projetos em andamento Adiantamentos a fornecedores Outros 2011 2010 Custo Depreciação Valor Custo Depreciação Valor corrigido acumulada Residual corrigido acumulada Residual 410.901 (145.342) 265.559 308.262 (124.315) 183.947 207.836 (60.400) 147.436 151.161 (54.305) 96.856 132.919 (73.512) 59.407 120.440 (65.066) 55.374 27.214 27.214 27.180 27.180 116.068 (87.966) 28.102 105.362 (79.921) 25.441 59.490 (22.430) 37.060 56.361 (21.181) 35.180 76.305 (23.933) 52.372 75.749 (45.969) 29.780 32.976 (11.937) 21.039 27.164 (11.926) 15.238 50.599 (18.581) 32.018 44.273 (18.725) 25.548 80.563 80.563 35.489 35.489 47.724 47.724 28.648 28.648 4.196 (2.256) 1.940 3.897 (2.111) 1.786 800.434 983.986 (423.519) 560.467 1.246.791 (446.357) Consolidado Taxa média ponderada anual de INTANGÍVEL amortização - % Softwares 18 Créditos de carbono (c) Fundo de comércio - Natura Europa SAS - França (b) Marcas e patentes 10 (a) As taxas de amortização consideram os prazos de aluguel dos imóveis arrendados, os quais variam de três a cinco anos. (b) O fundo de comércio gerado na compra da Natura Europa SAS - França está fundamentado na existência de ponto comercial em que esta se localiza, conforme laudo de avaliação emitido por peritos independentes, com sustentação de tratar-se de um ativo intangível, comercializável, que não sofre perda de valor em virtude da passagem do tempo. A variação ocorrida no saldo, entre 31 de dezembro de 2011 e de 2010, deve-se exclusivamente aos efeitos da variação cambial. (c) Programa Carbono Neutro (nota explicativa no 2.11.3). A Sociedade efetuou uma análise do prazo de vida útil-econômica remanescente dos bens do ativo imobilizado e intangível com efeitos registrados a partir de 1º de janeiro de 2010. Como consequência da revisão dessa estimativa contábil, que visou realinhar o prazo da vida útil remanescente dos bens e, consequentemente, a depreciação remanescente ao período de vida residual dos bens, foi registrado um impacto a crédito no resultado da depreciação do exercício de 2011, comparado com a depreciação registrada no exercício anterior, no montante de R$11.482. Informações adicionais sobre o imobilizado e intangível: a) Bens dados em garantia e penhora Em 31 de dezembro de 2011, a Sociedade e suas controladas possuíam bens do imobilizado dados como penhora e aval em operações de empréstimos e financiamentos bancários, bem como arrolados em defesa de processos judiciais, conforme os montantes demonstrados a seguir: Controladora Consolidado Veículos 4.229 4.229 Equipamentos de informática 3.477 4.063 Máquinas e equipamentos 3.171 3.171 11.463 Saldos no fim do exercício 10.877 b) Arrendamentos mercantis (leasing) A Sociedade efetuou no exercício de 2011 operação de arrendamento mercantil financeiro para aquisição de ativo imobilizado no valor de R$56.694, na rubrica “Edifícios” e uma operação de “sale leaseback” no valor de R$24.537, na rubrica “Máquinas e equipamentos”. Em 31 de dezembro de 2011, o saldo a pagar dessas operações, classificado na rubrica de “Empréstimos e financiamentos” (nota explicativa nº 14), totaliza R$79.673. c) Saldo de juros capitalizados no ativo imobilizado Consolidado 2011 2010 1.479 Edifícios 1.427 2011 2010 Custo Amortização Valor Custo Amortização Valor corrigido acumulada Residual corrigido acumulada Residual 182.890 (32.676) 150.214 183.322 (73.376) 109.946 7.437 7.437 5.338 5.338 5.074 5.074 4.629 4.629 1.652 (1.623) 29 1.573 (1.413) 160 (34.299) 162.754 194.862 (74.789) 120.073 197.053 Mutações do imobilizado Saldos no início do exercício Adições (líquidas das transferências de projetos em andamento encerrados): Máquinas e equipamentos Projetos em andamentos/ adiantamentos a fornecedores Veículos Moldes Instalações Equipamentos de informática Móveis e utensílios Outras Controladora 2011 2010 92.175 50.375 Consolidado 2011 2010 560.467 492.256 28.373 8.884 45.037 29.669 114.902 15.069 40.611 4.176 4.777 207.908 56.694 (20.814) 32.389 13.498 769 545 1.036 57.121 (12.615) 165.726 21.031 15.344 6.112 11.377 5.679 5.524 275.830 56.694 (84.108) 84.555 24.193 16.986 7.208 7.304 1.618 3.696 175.228 (69.412) (2.706) 92.175 (8.449) 800.434 (37.605) 560.467 Leasing Depreciação Transferências e baixas líquidas (3.748) Saldos no fim do exercício 332.215 Mutações do intangível Saldos no início do exercício Adições: Softwares (inclui gastos com implementação) Créditos de carbono Transferências e baixas líquidas Amortização Saldos no fim do exercício Controladora 2011 2010 18.586 11.527 Consolidado 2011 2010 120.073 82.740 Consolidado 2011 2010 Referência Moeda estrangeira BNDES - EXIM 1.229 BNDES 4.486 2.479 10.713 7.358 Resolução nº 4.131/62 411.237 50.088 411.238 50.088 Operação internacional - Peru 36.483 9.861 Arrendamentos mercantis financeiros 22.944 22.944 Total em moeda estrangeira 438.667 52.567 481.377 68.536 Total geral 918.973 428.442 1.186.699 691.663 Circulante 66.424 60.086 168.962 226.595 Não circulante 852.549 368.356 1.017.737 465.068 K L M N O Vencimento Março de 2014 Encargos Juros de 2,5% a.a. + TJLP Garantias Aval da controladora Natura Cosméticos S.A. Março de 2013 e maio 2019 TJLP para a parcela com vencimento em 2013 e 5% e para parcela com vencimento em maio de 2019 Juros de 108% do CDI com vencimento em maio de 2013 TJLP+ juros de 0,7% a 2,8% a.a. para a parcela com vencimento em março de 2016 e 2,3% para a parcela com vencimento em 2018 123,9% do CDI a.a. + IOF (b) 105,5% do CDI a.a. + IOF (b) Juros de 4,5% a.a. + TJLP Aval da controladora Natura Cosméticos S.A. e carta de fiança bancária C Real Maio de 2013 D Real Janeiro de 2018 E F G Real Real Real Abril de 2011 Janeiro de 2012 Setembro de 2016 Não há Carta de fiança bancária Aval da controladora Natura Cosméticos S.A. Aval da controladora Natura Cosméticos S.A. Alienação fiduciária, aval da controladora Natura Cosméticos S.A. e notas promissórias H Real Fevereiro de 2014 Juros de 4,4% a.a. + TJLP Alienação fiduciária, aval da controladora Natura Cosméticos S.A. e notas promissórias I Real Até Agosto de 2026 Juros de 108,0% da taxa DI - CETIP (c) Alienação fiduciária dos bens objeto dos contratos de arrendamento mercantil J Real Dezembro de 2012 Não há Não há K Dólar Fevereiro de 2011 Variação cambial + 8,31% a.a. (a) Aval da Natura Cosméticos S.A. L Dólar Janeiro de 2018 Variação cambial + 1,8% a.a. Aval da Natura Cosméticos S.A. + Resolução nº 635 (a) e carta de fiança bancária M Dólar Outubro de 2013 Variação cambial + juros de Aval da controlada Indústria e Comércio de 1,87% a 3,89% a.a. (a) Cosméticos Natura Ltda. N Novo sol Dezembro de 2012 Juros de 5,2% a.a. Carta de fiança bancária O Dólar Dezembro de 2016 Variação cambial + juros Alienação fiduciária dos de 3,87% a.a. (a) bens objeto dos contratos (a) Empréstimos e financiamentos para os quais foram contratados instrumentos financeiros do tipo “swap” com a troca da indexação da moeda estrangeira para CDI. (b) IOF - Imposto sobre Operações Financeiras. (c) DI - CETIP - índice diário calculado a partir da taxa média DI, divulgada pela Cetip S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos. Os vencimentos da parcela registrada no passivo não circulante estão demonstrados como segue: Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 2012 6.530 39.425 2013 771.468 355.820 840.496 379.440 2014 11.067 4.450 48.132 22.963 2015 8.364 1.539 38.413 19.001 2016 em diante 61.650 17 90.696 4.239 852.549 368.356 1.017.737 465.068 Consolidado Taxa média ponderada anual de depreciação - % 6 4 9 30 21 19 11 15 3 Controladora 2011 2010 Os contratos de empréstimos bancários vigentes são como seguem: a) Descrição dos empréstimos bancários 1. Programas BNDES – EXIM: Pré-embarque e Pré-embarque Especial A controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. é beneficiária dos programas de financiamento na fase pré-embarque para a exportação de bens e serviços com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES. Em regra, os requisitos para a participação nos referidos programas são: (i) possuir crédito aprovado com a instituição financeira que celebrará o contrato de financiamento; e (ii) fabricar produtos com um índice mínimo de nacionalização de 60%. 2. Contratos de financiamento com o BNDES A Sociedade e suas controladas Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., Natura Logística e Serviços Ltda. e Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. possuem contratos de financiamento mediante a abertura de crédito com o BNDES para viabilizar investimentos diretos na Sociedade e em suas controladas, como, por exemplo, aperfeiçoamento de determinadas linhas de produtos, capacitação da área de pesquisa e desenvolvimento, otimização das linhas de separação de produtos do parque industrial de Cajamar - SP e implementação de novos centros de distribuição, bem como adequação administrativa da unidade de Itapecerica da Serra - SP e aquisição de equipamentos necessários para esses fins. 3. Contrato de financiamento com a FINEP A controlada Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. possui programas de inovação que buscam o desenvolvimento e a aquisição de novas tecnologias por meio de parcerias com universidades e centros de pesquisa no Brasil e no exterior. Tais programas de inovação têm o apoio de programas de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico com a FINEP, que viabiliza e/ou cofinancia equipamentos, bolsas científicas e material de pesquisa para as universidades participantes. Tais recursos foram destinados ao custeio parcial dos investimentos incorridos na elaboração dos projetos “Plataformas de Tecnologia para Novos Produtos Cosméticos e Suplementos Nutricionais” e “Pesquisa e Inovação para o Desenvolvimento de Novos Produtos Cosméticos”. 4. Financiamento de Máquinas e Equipamentos - FINAME A Sociedade é beneficiária de uma linha de crédito com o BNDES, relativa a operações de repasse de FINAME, um empréstimo destinado a financiar a aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional, concedido pelo BNDES. O mencionado repasse ocorre por meio da concessão de crédito à controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., gerando direitos de recebimento por parte da instituição financeira credenciada como agente financeiro, usualmente Banco Votorantim S.A., Banco Itaú Unibanco S.A., Banco do Brasil S.A. e HSBC Bank Brasil S.A., que contratam com a controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. as referidas operações de financiamento. Os contratos firmados têm como garantia a transferência da propriedade fiduciária dos bens descritos nos respectivos contratos. Figura como fiel depositário desses bens a própria controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., sendo a Sociedade a avalista. Adicionalmente, a Sociedade e suas controladas ficaram obrigadas a cumprir as disposições aplicáveis aos contratos do BNDES e condições gerais reguladoras das operações relativas ao FINAME. 5. Resolução nº 4.131/62 Cédula de Crédito Bancário - Repasse de recursos captados no exterior por meio da Lei nº 4.131/62 por intermédio de instituições financeiras. 6. Debêntures Primeira emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor total de R$350.000, série única, sem garantia, bem como sem “covenants” financeiros, com valor nominal unitário de R$1.000, segundo a Instrução CVM nº 476/09, emitidas em 26 de maio de 2010 e subscritas e integralizadas em 28 de maio de 2010, com pagamento de juros semestrais nos meses de maio e novembro, com vencimento de principal em 26 de maio de 2013. b) Obrigações de arrendamento mercantil financeiro As obrigações financeiras são compostas como segue: Obrigações brutas de arrendamento financeiro - pagamentos mínimos de arrendamento: Consolidado 2011 2010 64.993 4.135 69.128 4.411 5.338 9.749 66.402 4.135 70.537 56.310 5.338 61.648 Menos de um ano Mais de um ano e menos de cinco anos Mais de cinco anos 12.633 54.102 78.800 145.535 642 377 1.019 (2.034) (6.751) 78.929 (2.690) 18.586 (2.043) (25.813) 162.754 (4.879) (19.436) 120.073 Encargos de financiamento futuros sobre os arrendamentos financeiros Obrigações de arrendamento financeiro - saldo contábil (65.862) (79) 79.673 940 c) Cláusulas restritivas de contratos Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, a maioria dos contratos de empréstimos e financiamentos mantidos pela Sociedade e por suas controladas não contém cláusulas restritivas que estabelecem obrigações quanto à manutenção de índices financeiros por parte da Sociedade e de suas controladas. O contrato firmado com o BNDES em julho de 2011 apresenta cláusulas restritivas que estabelecem os seguintes indicadores financeiros: - Margem EBITDA igual ou superior a 15%; e - Dívida líquida / EBITDA igual ou inferior a 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) Em 31 de dezembro de 2011 a Sociedade cumpria integralmente todas essas cláusulas restritivas. 15. FORNECEDORES E OUTRAS CONTAS A PAGAR Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Fornecedores nacionais 133.762 77.805 435.328 326.945 Fornecedores estrangeiros (*) 15.043 842 18.765 4.964 Fretes a pagar 34.512 34.585 34.887 34.585 183.317 113.232 488.980 366.494 (*) Referem-se, em sua maioria, a valores denominados em dólares norte-americanos. 16. OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 PIS e COFINS a pagar (medida liminar) (a) 1.823 1.686 115.214 84.908 ICMS ordinário a pagar 59.894 50.807 81.687 75.657 ICMS - ST a pagar (b) 89.301 167.019 89.301 167.019 IRPJ e CSLL a pagar 127.458 99.347 150.639 125.816 IRPJ e CSLL (medida liminar) (c) 56.941 33.472 56.941 33.472 IRPJ e CSLL (medida liminar PAT) 2.656 6.029 2.261 IRRF 7.621 7.901 11.974 13.203 IPI - produtos isentos e com alíquota zero (d) 42.432 39.404 Correção da UFIR sobre tributos federais (e) 6.361 6.216 6.519 6.360 Crédito de IPI sobre aquisições de ativo imobilizado e material de uso e consumo (f) 3.768 Ação anulatória de débito fiscal de INSS (g) 3.073 2.893 3.073 2.893 PIS/COFINS/CSLL retidos na fonte a recolher 2.490 5.319 3.324 7.554 PIS/COFINS a pagar 1.110 6.663 Impostos a pagar controladas no exterior 17.888 9.354 ISS a pagar 364 613 1.214 2.799 357.982 375.273 587.345 581.131 Depósitos judiciais ((b) e (g)) (nota explicativa nº 10) (97.955) (175.575) (140.545) (215.125) Circulante 260.027 199.698 446.800 366.006 Não circulante 97.955 175.575 140.545 215.125 (a) A Sociedade e sua controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. discutem judicialmente a não inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições para o PIS e a COFINS. Em junho de 2007, a Sociedade e sua controlada obtiveram autorização judicial para efetuar o pagamento das contribuições para PIS e COFINS sem a inclusão do ICMS em suas bases de cálculo, a partir da apuração de abril de 2007. Os saldos registrados em 31 de dezembro de 2011 referem-se aos valores não pagos de PIS e COFINS apurados entre abril de 2007 e dezembro de 2011, cuja exigibilidade está integralmente suspensa, os quais estão acrescidos de atualização pela taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia). Parte do saldo, no montante atualizado de R$3.065, encontra-se depositada judicialmente. (b) Em 31 de dezembro de 2011, do saldo total registrado na controladora e no consolidado, os montantes de R$12.669, R$52.305, R$23.274, R$273 e R$780 referem-se ao ICMS - ST dos Estados do Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rio de Janeiro, respectivamente (R$119.371, R$34.969 e R$12.679 referem-se ao ICMS - ST dos Estados do Paraná, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, respectivamente, em 31 de dezembro de 2010), que estão sendo discutidos judicialmente pela Sociedade, conforme também mencionado na nota explicativa nº 17.(a) (passivos contingentes - risco de perda possível). A Sociedade vem efetuando depósitos judiciais mensais com relação aos montantes não recolhidos. 26 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Em 26 de novembro de 2011, a Sociedade formalizou um acordo, para aplicação prospectiva a essa data, com o Estado do Paraná para definir a Margem de Valor Agregado - “MVA” aplicável no cálculo do ICMS-ST devido nas operações dos(as) Consultores(as) Natura. Para tanto, a Sociedade reconheceu a aplicação da MVA (no limite determinado pelo estudo técnico) para os fatos geradores anteriores a novembro de 2011 e desistiu parcialmente das ações judiciais que discutem o tema, o que resultou: (i) na conversão em renda ao Estado do Paraná de R$114.345 a título de ICMS - ST; e (ii) no levantamento de R$16.930 depositados a maior em razão de prorrogação retroativa de benefício fiscal. Remanesce a discussão sobre a MVA aplicável aos fatos geradores anteriores a novembro de 2011 que está na fase final da perícia judicial. (c) Em 4 de fevereiro de 2009, a Sociedade obteve medida liminar posteriormente confirmada por sentença que suspendeu a exigibilidade do imposto de renda e da contribuição social incidentes sobre quaisquer valores recebidos a título de juros de mora, pagos pelo atraso no cumprimento de obrigações contratuais das operações com vendas para os(as) Consultores(as) Natura. Aguarda-se o julgamento do recurso de apelação interposto pela União Federal. (d) Refere-se a créditos de IPI sobre matérias-primas e materiais de embalagem adquiridos com a incidência de alíquota zero, como não tributados ou isentos. A controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. impetrou mandado de segurança e obteve liminar concedendo o direito ao crédito. Em 25 de setembro de 2006, a liminar foi cassada por sentença, que julgou o pedido improcedente. A Sociedade interpôs recurso de apelação para reapreciação do mérito e restabelecimento dos efeitos da liminar. Para suspender a exigibilidade do crédito tributário, em outubro de 2006 a Sociedade efetuou depósito judicial em relação ao valor compensado sob a vigência da liminar, cujo saldo atualizado monetariamente em 31 de dezembro de 2011 é de R$42.432 (R$39.404 em 31 de dezembro de 2010). No quarto trimestre de 2009, para o aproveitamento dos benefícios concedidos pela Medida Provisória nº 470/09, através da instituição das modalidades de pagamento e parcelamento de débitos fiscais, a controlada protocolou petição desistindo parcialmente do mandado de segurança impetrado, no tocante à discussão dos créditos de IPI, dos produtos adquiridos com a incidência de alíquota zero e não tributados (vide detalhes no tópico “Parcelamentos de débitos tributários instituídos pela Medida Provisória nº 470/09” a seguir). Nessa data, após ter cumprido com os requerimentos para adesão ao pagamento dos débitos fiscais instituído pela Medida Provisória nº 470/09, a controlada aguarda o deferimento por parte da autoridade tributária para dar baixa, tanto dos valores registrados no passivo de exigibilidade suspensa quanto dos valores dos depósitos judiciais correspondentes. Ato Contínuo, em dezembro de 2011, a controlada protocolou petição desistindo também da discussão em relação aos créditos sobre os produtos isentos, os quais se encontram depositados judicialmente, tendo em vista a classificação de risco para perda provável. Assim, aguarda-se a conversão em renda dos valores depositados judicialmente. (e) Refere-se à incidência da correção monetária pela Unidade Fiscal de Referência - UFIR dos tributos federais (IRPJ, CSLL e Imposto sobre o Lucro Líquido - ILL) do ano 1991, discutida em mandado de segurança. O valor envolvido nesse processo encontra-se depositado judicialmente. Em 26 de fevereiro de 2010, para aproveitamento dos benefícios concedidos pela Lei nº 11.941/09, através da instituição das modalidades de pagamento e parcelamento de débitos fiscais, a Sociedade protocolou petição desistindo da respectiva ação, aguardando-se o trânsito em julgado da ação. (f) A controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. discute, por meio de mandados de segurança, o direito ao crédito de IPI nas aquisições de bens para o ativo imobilizado e de materiais de consumo. Em 26 de fevereiro de 2010, para aproveitamento dos benefícios concedidos pela Lei nº 11.941/09, através da instituição das modalidades de pagamento e parcelamento de débitos fiscais, a controlada protocolou petição desistindo da respectiva ação. (g)Refere-se à contribuição previdenciária exigida em autos de infração lavrados pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em processo de fiscalização, que exigiu da Sociedade, na qualidade de contribuinte solidária, valores de contribuição devidos na contratação de serviços prestados por terceiros. Os valores são discutidos na ação anulatória de débito fiscal e encontram-se depositados judicialmente. Os valores exigidos no auto de infração compreendem o período de janeiro de 1990 a outubro de 1999. Durante o exercício de 2007, a Sociedade reverteu o montante de R$1.903, correspondente à decadência de parte do montante envolvido no processo referente ao período de janeiro de 1990 a outubro de 1994, conforme orientação da Súmula Vinculante nº 08 do Supremo Tribunal Federal - STF. Em 1º de março de 2010, foi protocolada petição desistindo parcialmente da ação, bem como renunciando parcialmente ao seu direito, para fins de adesão aos benefícios previstos na Lei nº 11.941/09, em relação às contribuições previdenciárias devidas pelas empresas que prestavam serviços à Sociedade (responsabilidade solidária) no período compreendido entre novembro de 1994 e dezembro de 1998. Parcelamentos de débitos tributários instituídos pela Lei nº 11.941/09 Em 27 de maio de 2009, o Governo Federal publicou a Lei nº 11.941, resultado da conversão da Medida Provisória nº 449/08, a qual, entre outras alterações na legislação tributária, trouxe um novo parcelamento de débitos tributários administrados pela Receita Federal do Brasil e pelo INSS e de débitos com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN, incluindo o saldo remanescente dos débitos consolidados no REFIS (Lei nº 9.964/00), no Parcelamento Especial - PAES (Lei nº 10.684/03) e no Parcelamento Excepcional - PAEX (Medida Provisória nº 303/06), além dos parcelamentos convencionais previstos no artigo 38 da Lei nº 8.212/91 e no artigo 10 da Lei nº 10.522/02. As entidades que optaram pelo pagamento ou parcelamento dos débitos nos termos dessa Lei poderão liquidar, nos casos aplicáveis, os valores correspondentes à multa, de mora ou de ofício, e a juros moratórios, inclusive relativos a débitos inscritos em dívida ativa, com a utilização de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da contribuição social próprios, e terão benefícios de redução de multas, juros e encargos legais, cujos percentuais de redução dependem da opção de prazo de pagamento escolhida. Conforme regras definidas, para o cumprimento da primeira etapa dos parcelamentos, a Sociedade e suas controladas, após terem protocolado petições na Justiça oficializando a desistência das ações judiciais, cujos tributos estão sendo objeto de parcelamento, fizeram os requerimentos de adesão aos parcelamentos, escolhendo as modalidades de parcelamento e indicando a natureza genérica dos débitos fiscais, para os quais foram feitos os pagamentos das respectivas prestações iniciais, conforme as regras definidas na Portaria Conjunta da Secretaria da Receita Federal e PGFN. A seguir são demonstrados os débitos tributários que foram inscritos no parcelamento pela Sociedade e por suas controladas, conforme a Lei nº 11.941/09: Controladora Ação anulatória de débito fiscal de INSS (a) Débitos fiscais de IRPJ, CSLL e ILL (b) 2010 2.893 6.216 9.109 Adições Reversões 186 (521) 186 (521) 2010 2.893 6.360 Adições Reversões 186 (521) Pagamentos - Atualização monetária 2011 180 3.073 480 6.361 660 9.434 Consolidado Débitos fiscais de INSS - ação anulatória (a) Débitos fiscais de IRPJ, CSLL e ILL (b) Débitos fiscais de IPI sobre aquisições de ativo imobilizado e material de uso e consumo (c) 3.768 13.021 186 Pagamentos - Atualização monetária 180 494 2011 3.073 6.519 (223) (223) 109 783 9.592 (3.654) (4.175) (a) Os detalhes desse processo estão mencionados no item (g) desta mesma nota. (b) Os detalhes desse processo estão mencionados no item (e) desta mesma nota. (c) Os detalhes desse processo estão mencionados no item (f) desta mesma nota. Devido à inexistência de saldos remanescentes de prejuízos fiscais e base de cálculo negativa da contribuição social, a Sociedade não se compensará destes para liquidação da parcela de juros dos parcelamentos. No segundo semestre de 2011, após a consolidação dos débitos, os processos administrativos foram quitados em parcela única, gerando um estorno de provisão. Para a sequência das etapas do parcelamento dos débitos fiscais da Sociedade e de suas controladas que se encontram em esfera judicial, aguarda-se a decisão sobre a consolidação dos valores para que haja a sua quitação, por meio de conversão em renda dos valores depositados. Parcelamentos de débitos tributários instituídos pela Medida Provisória nº 470/09 Em 13 de outubro de 2009, foi editada a Medida Provisória nº 470, que instituiu o pagamento e parcelamento de débitos fiscais decorrentes do aproveitamento indevido do incentivo fiscal setorial instituído pelo artigo 1º do Decreto-lei nº 491, de 5 de março de 1969, e decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do IPI, no âmbito da PGFN e da Receita Federal do Brasil. Em 3 de novembro de 2009, a PGFN e a Receita Federal do Brasil publicaram, no Diário Oficial da União - DOU, a Portaria Conjunta nº 9, que dispõe sobre o pagamento e parcelamento de débitos de que trata o artigo 3º da Medida Provisória nº 470/09. Os débitos decorrentes do aproveitamento indevido do incentivo fiscal setorial instituído pelo artigo 1º do Decreto-lei nº 491/69 e os decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do IPI, no âmbito da PGFN e da Receita Federal do Brasil, foram pagos ou parcelados, no âmbito de cada um dos órgãos, até 30 de novembro de 2009. Conforme mencionado no item (d) desta mesma nota, a controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. protocolou petição desistindo parcialmente do mandado de segurança impetrado com referência a créditos de IPI decorrentes dos produtos adquiridos com a incidência de alíquota zero e não tributados. Em 31 de dezembro de 2011, a Sociedade aguarda o posicionamento do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, após manifestação da PGFN e Secretaria da Receita Federal do Brasil, para concluir a etapa referente à consolidação dos débitos fiscais e para baixar os saldos do passivo de exigibilidade suspensa contra os depósitos judiciais efetuados até a referida data pelos valores atualizados monetariamente. Devido à existência de depósitos judiciais efetuados em períodos anteriores e à opção feita pela controlada pelo pagamento à vista, nenhum ganho foi registrado no resultado do exercício quanto à reversão de multa de mora e juros. 17. PROVISÕES PARA RISCOS TRIBUTÁRIOS, CÍVEIS E TRABALHISTAS A Sociedade e suas controladas são partes em ações judiciais de natureza tributária, trabalhista e cível e em processos administrativos de natureza tributária. A Administração acredita, apoiada na opinião e nas estimativas de seus assessores legais, que as provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas são suficientes para cobrir as eventuais perdas. Essas provisões estão assim demonstradas: Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Tributários 27.612 29.867 33.850 42.970 Cíveis 12.234 9.284 16.986 14.137 Trabalhistas 9.754 14.131 14.219 16.677 49.600 53.282 65.055 73.784 Riscos tributários Os riscos tributários provisionados são compostos pelos processos a seguir relacionados: Controladora Pagamentos Atualização monetária 2011 999 7.562 4.452 3.342 424 - (666) - (683) - 54 323 1.182 172 794 7.885 4.968 3.514 951 12.561 29.867 (9.600) 424 - (635) (3.137) (4.438) - (683) - (316) 1.027 10.451 2.442 27.612 (352) (9.952) 2010 Multas moratórias sobre tributos federais recolhidos em atraso (a) Dedutibilidade da CSLL (Lei nº 9.316/96) (b) Auto de infração - IRPJ e CSLL - honorários advocatícios (c) Auto de infração - IRPJ 1990 (d) Não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS - honorários advocatícios (e) Honorários advocatícios e outros (g) Risco tributário total provisionado Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10) Adições Reversões Consolidado Multas moratórias sobre tributos federais recolhidos em atraso (a) Dedutibilidade da CSLL (Lei nº 9.316/96) (b) Auto de infração - IRPJ e CSLL - honorários advocatícios (c) Ação anulatória - Auto de infração - IRPJ 1990 (d) Não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS - honorários advocatícios (e) PIS semestralidade - Decretos-lei nº 2.445/88 e nº 2.449/88 (f) Honorários advocatícios e outros (g) Risco tributário total provisionado Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10) 2010 1.505 7.562 4.452 3.342 6.063 2.191 17.855 42.970 (10.754) Adições Reversões 424 (453) (666) 700 1.124 - (5.588) (6.571) (13.278) - Pagamentos (683) (683) - Atualização monetária 72 323 1.182 172 2011 865 7.885 4.968 3.514 (475) 129 2.320 2.314 14.298 3.717 33.850 (761) (11.515) (a) Referem-se à incidência de multa moratória no recolhimento em atraso de tributos federais. (b) Refere-se ao mandado de segurança que questiona a constitucionalidade da Lei nº 9.316/96, a qual proibiu a dedutibilidade da CSLL da sua própria base de cálculo e da base de cálculo do IRPJ. Parte da provisão, no montante atualizado de R$5.905 (R$5.559 em 31 de dezembro de 2010), está depositada judicialmente. O processo está sobrestado aguardando posicionamento do STF sobre o caso, que será decidido por meio de Repercussão Geral. (c) Refere-se aos honorários advocatícios para defesa dos autos de infração lavrados contra a Sociedade, em agosto de 2003, dezembro de 2006 e dezembro de 2007, pela Receita Federal do Brasil, em que se exigem créditos tributários de IRPJ e CSLL relativos à dedutibilidade da remuneração das debêntures emitidas pela Sociedade, nos períodos-base 1999, 2001 e 2002, respectivamente. Os autos de infração relativos aos períodos-base 2001 e 2002 aguardam decisão definitiva do Conselho de Contribuinte. A opinião dos assessores legais é de que a probabilidade de perda decorrente dos referidos autos de infração é remota. O auto de infração lavrado contra a Sociedade em agosto de 2003, relativo à dedutibilidade no período-base 1999, teve decisão administrativa transitada em julgado em janeiro de 2010, sendo mantido parcialmente em relação ao IRPJ e integralmente em relação à CSLL. Após essa decisão, em 7 de abril de 2010, a Sociedade ingressou com uma ação na esfera judicial objetivando cancelar a parcela remanescente do IRPJ e da CSLL. A opinião dos assessores legais é de que a perspectiva de perda na ação judicial é remota. (d) Refere-se a auto de infração lavrado pela Receita Federal do Brasil exigindo o pagamento de imposto de renda sobre o lucro decorrente de exportações incentivadas, ocorridas no ano-base 1989, à alíquota de 18% (Lei nº 7.988, de 29 de dezembro de 1989) e não 3%, conforme era determinado pelo artigo 1º do Decreto-lei nº 2.413/88, no qual a Sociedade se fundamentou para efetuar os recolhimentos na época. A Sociedade ingressou com uma ação na esfera judicial objetivando cancelar o auto de infração. O processo está sobrestado aguardando posicionamento do STF sobre o caso. (e) Refere-se aos honorários advocatícios para propositura de ações judiciais que discutem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, no período de fevereiro de 1998 aos dias atuais. Foi revertida a provisão para honorários durante o segundo trimestre de 2011 em virtude da probabilidade de perda na opinião dos assessores legais ter sido revisada e alterada de remota para possível com base no andamento do “leading case” (ADC-18) em trâmite no STF, bem como em virtude da alteração da composição da Corte. (f) Refere-se à compensação do PIS pago na forma dos Decretos-lei nº 2.445/88 e nº 2.449/88, no período de 1988 a 1995, com impostos e contribuições federais devidos em 2003 e 2004. Durante o exercício de 2007, a Sociedade efetuou a reversão no montante de R$14.910, devido à decisão favorável e definitiva à Sociedade, proferida em agosto de 2007. A provisão remanescente refere-se à parcela correspondente à controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., que aguarda apreciação do processo pelo Conselho de Contribuintes. (g) O saldo refere-se a honorários advocatícios para defesa dos interesses da Sociedade e de suas controladas em processos tributários. Do montante provisionado: (i) R$4.000 referem-se aos honorários advocatícios para elaboração de defesa no auto de infração de IRPJ e de CSLL contra a Sociedade, lavrado em 30 de setembro de 2009, que tem como objeto o questionamento da dedutibilidade fiscal da amortização do ágio decorrente de incorporação de ações da Natura Participações S.A. que possuía ágio sobre o investimento mantido na então controlada Natura Empreendimentos S.A. Na opinião dos assessores legais da Sociedade, a operação tal como foi estruturada e seus efeitos fiscais são defensáveis, motivo pelo qual o risco de perda é classificado como remoto; e (ii) R$700 referem-se aos honorários advocatícios devidos para defesa apresentada na Autuação da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, a qual exige supostas diferenças de ICMS - ST em relação às remessas interestaduais realizadas a estabelecimentos da Sociedade localizados no Rio Grande do Sul. Na opinião dos assessores legais da Sociedade, o risco de perda é classificado como remoto. Riscos cíveis Controladora Atualização 2010 Adições Reversões Pagamentos monetária 2011 Diversas ações cíveis (a) 4.828 10.925 (9.052) (133) 219 6.787 Honorários advocatícios - ação cível ambiental (b) 1.512 (64) 87 1.535 Ações cíveis e honorários advocatícios - Nova Flora Participações Ltda. 2.944 (3) 971 3.912 10.925 (9.119) (133) 1.277 12.234 Risco cível total provisionado 9.284 Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10) (1.874) (12) (1.886) Consolidado Diversas ações cíveis (a) Honorários advocatícios - ação cível ambiental (b) Honorários - processos IBAMA e Biodiversidade (c) Ações cíveis e honorários advocatícios - Nova Flora Participações Ltda. Risco cível total provisionado Depósitos judiciais (nota explicativa no10) 2010 5.716 1.512 3.965 2.944 14.137 (1.976) Adições Reversões 11.193 (9.291) (64) (301) (3) 11.193 (9.659) - Atualização Pagamentos monetária 2011 (146) 250 7.723 87 1.535 152 3.816 971 3.912 (146) 1.460 16.986 (16) (1.992) (a) A Sociedade e suas controladas, em 31 de dezembro 2011, são partes em 2.491 ações e procedimentos cíveis (1.211 em 31 de dezembro de 2010), entre os quais 2.382 no âmbito da justiça cível, do juizado especial cível e do Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor - PROCON, movidos por Consultores(as) Natura, consumidores, fornecedores e ex-colaboradores, sendo a maioria referente a pedidos de indenização. (b) Do total provisionado, o montante de R$1.192 refere-se aos honorários advocatícios para defesa dos interesses da Sociedade nos autos da Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal do Estado do Acre em face da Sociedade e de outras instituições, sob a alegação de acesso ao conhecimento tradicional associado ao ativo Murumuru. Na opinião dos assessores legais a probabilidade de perda é remota. (c) Referem-se aos honorários advocatícios para defesa administrativa nos autos de infração lavrados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA contra a Sociedade em 2010 por acessos supostamente irregulares ao patrimônio genético brasileiro ou ao conhecimento tradicional associado, bem como para a adoção das medidas judiciais consideradas pertinentes pelos assessores legais da Sociedade. A Sociedade recebeu até dezembro de 2011, 70 multas do IBAMA, no total de R$21.955 e apresentou defesa administrativa para todas mas ainda não houve decisão de mérito do IBAMA em nenhum caso, razão pela qual tais multas não representam créditos exigíveis. A Administração da Sociedade e seus assessores legais consideram como remota a possibilidade de perda nos autos de infração relacionados à suposta ausência de repartição de benefícios e como possível a perda nos autos de infração relacionados ao suposto acesso irregular ao patrimônio genético em virtude do cumprimento de todos os princípios estabelecidos na Convenção da Diversidade Biológica - CDB, tratado internacional firmado na Rio-92 e das ilegalidades e inconstitucionalidades do atual marco legal que incorporou a CDB no sistema legal brasileiro. Com exceção de insumos provenientes de terras da União, que se recusa a negociar, porque não estabeleceu até hoje os Comitês de Negociação. A Sociedade reparte benefícios em 100% dos acessos no uso da biodiversidade, sendo inclusive a pioneira na repartição de benefícios com comunidades tradicionais e possuindo aproximadamente 68% das solicitações ao órgão regulador de pedidos de autorização para acesso à biodiversidade. Riscos trabalhistas A Sociedade e suas controladas, em 31 de dezembro de 2011, são partes em 827 reclamações trabalhistas movidas por ex-colaboradores e terceiros (766 em 31 de dezembro de 2010), cujos pedidos se constituem em pagamentos de verbas rescisórias, adicionais salariais, horas extras e verbas devidas em razão da responsabilidade subsidiária. As provisões são revisadas periodicamente com base na evolução dos processos e no histórico de perdas das reclamações trabalhistas para refletir a melhor estimativa corrente. Controladora Atualização 2010 Adições Reversões monetária 2011 Risco trabalhista total provisionado 14.131 4.439 (9.241) 425 9.754 Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10) (1.762) (891) - (2.653) Consolidado Atualização 2010 Adições Reversões monetária 2011 Risco trabalhista total 930 14.219 provisionado 16.677 7.708 (11.096) Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10) (2.410) (1.757) - (4.167) Passivos contingentes - risco de perda possível A Sociedade e suas controladas possuem ações de natureza tributária, cível e trabalhista que não estão provisionadas, pois envolvem risco de perda classificado pela Administração e por seus assessores legais como possível. As contingências passivas estão assim representadas: Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Tributárias: Ação Declaratória - ICMS - ST (a) 80.304 53.809 80.304 53.809 Compensação de 1/3 da COFINS - Lei nº 9.718/98 (b) 5.357 5.121 5.357 5.121 Ação anulatória de débito fiscal de INSS (c) 4.910 4.567 4.910 4.567 Auto de infração - IPI (d) 5.451 5.178 5.451 5.178 Processo administrativo - auto de infração - ICMS - ST - DF (e) 8.815 25.077 8.815 25.077 Processo administrativo - auto de infração - ICMS - ST - PA (e) 3.423 3.423 Processo administrativo - débito fiscal - ICMS - ST - RS (f) 9.066 15.919 9.066 15.919 Auto de infração lavrado pela Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul (g) 30.184 30.184 Auto de infração - SeFaz de SP - fiscalização do ICMS (h) 9.837 9.837 Auto de infração - preço de transferência em contratos de mútuo com empresa ligada do exterior (i) 1.856 1.779 1.856 1.779 Outras 36.837 55.870 43.828 54.355 167.320 203.031 175.642 186.203 Cíveis 2.953 3.315 3.076 4.133 Trabalhistas 42.792 61.547 73.856 85.899 232.182 279.963 265.674 231.948 (a) Em 31 de dezembro de 2011, o montante demonstrado apresenta a seguinte composição: 1. ICMS - ST - PR - R$49.962 (R$46.768 em 31 de dezembro de 2010) - Ação movida pela Sociedade, com o objetivo de discutir as alterações na base de cálculo do ICMS - ST, de forma ilegal, promovido pelo Decreto Paranaense nº 7.018/06. O valor discutido na ação, relativo aos meses de janeiro de 2007 a dezembro de 2011, está sendo integralmente depositado em juízo, conforme mencionado nas notas explicativas nº 10 e nº 16(b), estando sua exigibilidade suspensa. 2. ICMS - ST - DF - R$15.401 (R$5.574 em 31 de dezembro de 2010) Ação declaratória movida pela Sociedade, com o objetivo de discutir sua responsabilidade pelo recolhimento do ICMS - ST, em razão da ausência de norma legal e de critério para a aferição da base de cálculo desse imposto ou, sucessivamente, a necessidade de celebração de Termo de Acordo fixando a base de cálculo do ICMS - ST. O valor discutido na ação, relativo aos meses de fevereiro de 2009 a dezembro de 2011, está sendo integralmente depositado em juízo, conforme mencionado nas notas explicativas nº 10 e nº 16(b), estando sua exigibilidade suspensa. 3. ICMS - ST - MS - R$9.734 (R$1.467 em 31 de dezembro de 2010) - Ação declaratória ajuizada objetivando o reconhecimento da inexistência de relação jurídica com o Estado do Mato Grosso do Sul que atribua à Sociedade o dever de recolher o ICMS - ST ante a ausência de norma legal que lhe atribua a responsabilidade por substituição tributária e inexistência de critério válido e adequado para a aferição da base de cálculo desse imposto. O valor discutido na ação, relativo aos meses de fevereiro de 2010 a dezembro de 2011, está sendo integralmente depositado em juízo, conforme mencionado nas notas explicativas nº 10 e nº 16(b), estando sua exigibilidade suspensa. 4. ICMS - ST - MT - R$3.410 em 31 de dezembro de 2011 - Ação declaratória ajuizada objetivando o reconhecimento da inexistência de relação jurídica com o Estado do Mato Grosso que atribua à Sociedade o dever de recolher o ICMS - ST ante a ausência de norma legal que lhe atribua a responsabilidade por substituição tributária e inexistência de critério válido e adequado para a aferição da base de cálculo desse imposto. O valor discutido na ação, relativo aos meses de outubro de 2009 a julho de 2011, está integralmente depositado em juízo, conforme mencionado nas notas explicativas nº 10 e nº 16(b), estando sua exigibilidade suspensa. 5. ICMS - ST - SC - R$1.797 em 31 de dezembro de 2011 - Ação declaratória ajuizada objetivando o reconhecimento da inexistência de relação jurídica com o Estado de Santa Catarina que atribua à Sociedade o dever de recolher o ICMS - ST ante a ausência de norma legal que lhe atribua a responsabilidade por substituição tributária e inexistência de critério válido e adequado para a aferição da base de cálculo desse imposto. O valor discutido na ação, relativo aos meses de julho e agosto de 2011, está sendo integralmente depositado em juízo, conforme mencionado nas notas explicativas nº 10 e nº 16(b), estando sua exigibilidade suspensa. (b) A Lei nº 9.718/98 aumentou a alíquota da COFINS de 2% para 3% e permitiu que esse diferencial de 1% fosse compensado, durante 1999, com a contribuição social a recolher do mesmo ano. A Sociedade e suas controladas, entretanto, impetraram, em 1999, mandado de segurança e obtiveram liminar suspendendo a exigibilidade do crédito tributário (diferença de 1% da alíquota) e autorizando o recolhimento da COFINS com base na Lei Complementar nº 70/91, vigente até então. Em dezembro de 2000, tendo em vista precedentes desfavoráveis do Poder Judiciário, a Sociedade e suas controladas aderiram ao Programa de Recuperação Fiscal - REFIS, parcelando a dívida referente à COFINS não recolhida no período. Com o recolhimento do tributo, a Sociedade e suas controladas passaram a ter direito à compensação de 1% da COFINS com a contribuição social, que foi feita no primeiro semestre de 2001. A Receita Federal do Brasil, no entanto, entende que o prazo para a compensação estava restrito ao ano-base 1999. Em 11 de setembro de 2006, a Sociedade foi notificada do indeferimento das compensações realizadas e tempestivamente entrou com o recurso cabível. O processo aguarda julgamento do recurso voluntário interposto pela Sociedade. (c) Ação movida pela Sociedade que pretende declarar a inexigibilidade do crédito fiscal cobrado pelo INSS, através de auto de infração lavrado, com o objetivo de exigir a contribuição previdenciária sobre a ajuda de custo para a manutenção de veículos paga às Promotoras de Venda. Os valores são discutidos na ação anulatória de débito fiscal e encontramse depositados judicialmente. Os valores exigidos no auto de infração compreendem o período de janeiro de 1994 a outubro de 1999. (d) Refere-se à execução fiscal visando à exigência de IPI decorrente de suposta falta de recolhimento e incorreta classificação de produtos comercializados. A Sociedade apresentou defesa na esfera judicial e aguarda seu julgamento definitivo. (e) Auto de infração de cobrança de ICMS - ST, exigido pelo Estado do Distrito Federal e do Pará, em razão de suposto recolhimento a menor referente à diferença exigida a título de ICMS - ST. A Sociedade apresentou defesa na esfera administrativa e aguarda seu julgamento definitivo. (f) Auto de infração lavrado pela Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul em face da Sociedade, em razão de sua condição de substituta tributária, para cobrança de ICMS supostamente devido, em razão da ausência de critério para aferição da base de cálculo correta desse imposto, relativo às operações subsequentes praticadas pelas revendedoras autônomas domiciliadas no Estado do Rio Grande do Sul. A Sociedade propôs ação anulatória para afastar essa exigência, a qual aguarda seu julgamento definitivo. (g) Autos de infração lavrados pela Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul exigindo crédito tributário referente ao ICMS por suposta aplicação indevida de redução de base de cálculo concedida nas operações internas e suposta redução da alíquota interna na apuração do diferencial de alíquotas. Foram apresentadas defesas administrativas, as quais aguardam seu julgamento definitivo. (h) Autuação lavrada pela SeFaz, em razão de suposto creditamento do ICMS decorrente de aquisição de bens para integração dos ativos imobilizados transferidos, na data da compra, para outros estabelecimentos, bem como a bens adquiridos e supostamente não relacionados diretamente à atividade de produção e comercialização. A Sociedade apresentou defesa na esfera administrativa, alegando a possibilidade dos creditamentos efetuados, decadência do crédito tributário, bem como a ilegalidade da aplicação dos juros no montante de um décimo por cento ao dia, e aguarda seu julgamento definitivo. (i) Refere-se a auto de infração lavrado contra a Sociedade no qual a Receita Federal do Brasil exige IRPJ e CSLL sobre a diferença de juros em contratos de mútuo com pessoa jurídica vinculada no exterior. Em 12 de julho de 2004, foi apresentada a defesa administrativa, que foi julgada improcedente. No mês de junho de 2008, a Sociedade apresentou recurso voluntário em face da decisão desfavorável perante o Conselho de Contribuintes, o qual está pendente de apreciação pelo órgão julgador. Ativos contingentes A Sociedade e suas controladas possuem os seguintes processos ativos relevantes: a) A Sociedade e sua controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. questionam judicialmente a inconstitucionalidade e ilegalidade da majoração da base de cálculo das contribuições ao PIS e à COFINS instituídas pelo parágrafo 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98. Os valores envolvidos nas ações judiciais, atualizados até 31 de dezembro de 2011, totalizavam R$21.935 (R$20.920 em 31 de dezembro de 2010). Durante o primeiro trimestre foi proferido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região acórdão favorável à Sociedade por meio dos Embargos de Declaração opostos pelas empresas, autorizando a compensação desses créditos tributários: (i) com débitos de quaisquer tributos e contribuições federais no que se refere à empresa Natura Cosméticos; e (ii) limitado aos débitos das referidas contribuições no que se refere à Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. Como consequência, a Sociedade reconheceu os créditos de PIS e COFINS no montante de R$16.852 na rubrica “Impostos a recuperar” referente aos recolhimentos indevidos efetuados nos últimos cinco anos anteriores à data de propositura das ações, a crédito do resultado do exercício na rubrica “Outras receitas (despesas) operacionais”. Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 27 A Sociedade e sua controlada apresentaram recurso especial e extraordinário ao Superior Tribunal de Justiça - STJ e ao STF, a fim de obter o reconhecimento do direito à compensação dos respectivos tributos recolhidos indevidamente nos dez anos anteriores à data de propositura de ambas as ações, bem como, no que se refere à Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., o direito de compensar esses créditos com quaisquer tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil. A Sociedade já apresentou e aguarda a habilitação dos respectivos créditos reconhecidos para efetiva compensação destes com débitos referentes a tributos e contribuições federais. A Sociedade e suas controladas Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. e Natura Logística e Serviços Ltda. pleiteiam a restituição das parcelas do ICMS e do Imposto Sobre Serviços - ISS incluídas na base de cálculo do PIS e da COFINS, recolhidas no período de abril de 1999 a março de 2007. Os valores envolvidos nos pedidos de restituição, atualizados até 31 de dezembro de 2011, totalizavam R$135.305 (R$120.808 em 31 de dezembro de 2010). A opinião dos assessores legais é que a probabilidade de perda é possível. 18. OUTRAS PROVISÕES Controladora 2011 2010 Plano de assistência médica aposentados Crédito de carbono (nota explicativa no 2.11.3) Outras provisões Consolidado 2011 2010 19.332 13.123 28.132 19.713 16.486 35.818 12.683 25.806 16.486 191 44.809 12.683 29 32.425 A Sociedade e suas controladas mantêm um plano de assistência médica pós-emprego para um grupo determinado de ex-colaboradores e seus respectivos cônjuges, conforme regras por elas estipuladas. Em 31 de dezembro de 2011, o plano contava com 1.073 e 2.144 colaboradores na controladora e no consolidado, respectivamente. Em 31 de dezembro de 2011, a Sociedade e suas controladas mantinham uma provisão para o passivo atuarial referente a esse plano no montante de R$19.332 e R$28.132 na controladora e no consolidado, respectivamente (R$13.123 e R$19.713, respectivamente, na controladora e no consolidado em 31 de dezembro de 2010). Durante o exercício os reflexos desse plano no resultado estão relacionados ao custo do serviço no valor de R$1.192, custo dos juros no valor de R$2.823 e variações nas premissas atuariais no valor de R$4.499. O passivo demonstrado foi calculado por atuário independente considerando as seguintes principais premissas: Percentual anual (em termos nominais) 2011 Taxa de desconto financeiro 10,5 Crescimento das despesas médicas (reduzindo 0,5% ao ano) 10,5 a 5,5 Inflação de longo prazo 4,5 Tábua de mortalidade geral RP2000 19. PATRIMÔNIO LÍQUIDO a) Capital social Em 31 de dezembro de 2010, o capital da Sociedade era R$418.061. No primeiro trimestre de 2011 foram subscritas 153.230 ações ordinárias sem valor nominal ao preço médio de R$24,78, totalizando R$3.797, passando o capital social da Sociedade em 31 de março de 2011 para 431.034.646 ações nominativas ordinárias subscritas e integralizadas, totalizando o montante de R$421.858. O capital autorizado passou de 10.428.709 para 10.275.479 ações nominativas ordinárias. No segundo trimestre de 2011, foram subscritas 200.059 ações ordinárias sem valor nominal ao preço médio de R$25,51, totalizando R$5.104, passando o capital social da Sociedade em 30 de junho de 2011 para 431.234.705 ações nominativas ordinárias subscritas e integralizadas, totalizando o montante de R$426.962. O capital autorizado passou de 10.275.479 para 10.075.420 ações nominativas ordinárias. No terceiro trimestre de 2011, foram subscritas 4.559 ações ordinárias sem valor nominal ao preço médio de R$24,71, totalizando R$111, passando o capital social da Sociedade para 431.239.264 ações nominativas ordinárias subscritas e integralizadas, totalizando o montante de R$427.073. O capital autorizado passou de 10.075.420 para 10.070.861 ações nominativas ordinárias. No quarto trimestre de 2011, não houve alteração no capital social, portanto o patrimônio líquido demonstrado na data-base 31 de dezembro de 2011 apresenta a composição de capital social detalhada anteriormente. b) Política de distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio Os acionistas terão direito a receber, em cada exercício social, a título de dividendos, um percentual mínimo obrigatório de 30% sobre o lucro líquido, considerando, principalmente, os seguintes ajustes: • Acréscimo das importâncias resultantes da reversão de reservas para contingências, anteriormente formadas. • Decréscimo das importâncias destinadas à constituição da reserva legal e de reservas para contingências. O Estatuto Social faculta à Sociedade o direito de levantar balanços semestrais ou intermediários e, com base neles, o Conselho de Administração poderá aprovar a distribuição de dividendos intermediários. Em 14 de abril de 2011, foram pagos dividendos no valor total de R$405.623 (R$0,9414 por ação) e juros sobre o capital próprio no valor total bruto de R$24.456 (R$0,0567 bruto por ação), conforme distribuição aprovada pelo Conselho de Administração em 23 de fevereiro de 2011 e ratificada em Assembleia Geral Ordinária realizada em 8 de abril de 2011, referente ao lucro líquido do exercício de 2010, que somados aos R$253.947 de dividendos e R$35.427 de juros sobre o capital próprio pagos em agosto de 2010 correspondem a uma distribuição de aproximadamente 95% do lucro líquido auferido no exercício de 2010. Em 20 de julho de 2011, o Conselho de Administração aprovou, “ad referendum” da Assembleia Geral Ordinária destinada a apreciar as demonstrações contábeis do exercício a findar-se em 31 de dezembro de 2011, a proposta para pagamento de dividendos intermediários e juros sobre o capital próprio, referentes aos resultados auferidos no primeiro semestre de 2011, nos montantes de R$295.302 (R$0,68 por ação) e R$37.507, bruto de Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF (R$0,087 bruto por ação), respectivamente. O montante total dos dividendos intermediários e dos juros sobre o capital próprio corresponde a 98% do lucro líquido consolidado registrado no primeiro semestre de 2011. Adicionalmente, em 15 de fevereiro de 2012, o Conselho de Administração aprovou “ad referendum” da Assembleia Geral Ordinária, que será realizada em 13 de abril de 2012, a proposta para pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio, nos montantes de R$467.261 e R$23.624 (R$20.080, líquidos de IRRF), respectivamente, referentes aos resultados auferidos no exercício de 2011, que somados aos R$295.302 de dividendos e R$37.506 de juros sobre o capital próprio pagos em agosto de 2011 correspondem a uma distribuição de aproximadamente 99% do lucro líquido auferido no exercício de 2011. Os dividendos foram calculados conforme demonstrado a seguir: Controladora 2011 2010 Lucro líquido do exercício 830.901 744.050 Reserva para incentivos fiscais - subvenção para investimentos (3.677) (5.973) Base de cálculo para os dividendos mínimos 827.224 738.077 Dividendos mínimos obrigatórios 30% 30% Dividendo anual mínimo 248.167 221.423 Dividendos propostos 762.563 659.570 Juros sobre o capital próprio 61.130 59.883 IRRF sobre os juros sobre o capital próprio (9.170) (8.983) Total de dividendos e juros sobre o capital próprio, líquidos de IRRF 814.523 710.470 Valor excedente ao dividendo mínimo obrigatório 566.356 489.047 Dividendos por ação - R$ 1,7760 1,5312 Juros sobre o capital próprio por ação, líquidos - R$ 0,1208 0,1182 Remuneração total por ação, líquida - R$ 1,8968 1,6494 Conforme mencionado na nota explicativa nº 2.21, a parcela dos dividendos excedente ao dividendo mínimo obrigatório, declarada pela Administração após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, mas antes da data de autorização para emissão destas, não deverá ser registrada como passivo nas respectivas demonstrações contábeis, devendo os efeitos da parcela dos dividendos complementares ser divulgados em nota explicativa. Portanto, em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, as seguintes parcelas referentes ao valor excedente ao dividendo mínimo obrigatório foram registradas no patrimônio líquido como “Dividendo adicional proposto”: Controladora 2011 2010 Dividendos 467.261 405.623 Juros sobre o capital próprio 23.624 24.456 430.079 490.885 c) Ações em tesouraria A Sociedade adquiriu durante o exercício 3.066.300 de ações ordinárias, ao preço médio de R$34,06, para atender ao exercício das opções outorgadas aos administradores e colaboradores da Sociedade, assim como aos administradores e colaboradores das controladas diretas ou indiretas. Adicionalmente às aquisições de ações no exercício, foram utilizadas nos exercícios de opções um total de R$895 a um custo médio unitário de R$32,92. Em 31 de dezembro de 2011, a rubrica “Ações em tesouraria” possuía a seguinte composição: 2011 Preço médio Quantidade R$ por ação de ações (em milhares) R$ Saldo no início do exercício 655 14 21,37 Adquiridas 3.066.300 104.452 34,06 Utilizadas (45.198) (1.617) 26,58 Saldo no fim do exercício 3.021.757 102.849 34,04 d) Ágio na emissão de ações Refere-se ao ágio gerado na emissão das 3.299 ações ordinárias, decorrente da capitalização das debêntures no montante de R$100.000, ocorrida em 2 de março de 2004. e) Reserva legal Em virtude de o saldo da reserva legal, somado às reservas de capital de que trata o parágrafo 1º do artigo 182 da Lei nº 6.404/76, ter ultrapassado 30% do capital social, a Sociedade, em conformidade com o estabelecido no artigo 193 da mesma Lei, decidiu por não constituir a reserva legal sobre o lucro líquido auferido nos exercícios a partir de 2006. f) Reserva de retenção de lucros Em 31 de dezembro de 2011, a reserva de retenção de lucros foi constituída nos termos do artigo 196 da Lei nº 6.404/76, com o objetivo de aplicação em futuros investimentos, no montante de R$3.530 (R$23.421 de constituição em 31 de dezembro de 2010). A retenção da reserva referente ao exercício de 2011 está fundamentada em orçamento de capital, elaborado pela Administração e aprovado pelo Conselho de Administração no dia 15 de fevereiro de 2012 e será ratificado na Assembleia Geral Ordinária que será realizada no dia 13 de abril de 2012. g) Outros resultados abrangentes A Sociedade reconhece nesta rubrica o efeito das variações cambiais sobre os investimentos em controladas no exterior. Esse efeito acumulado será revertido ao resultado do exercício como ganho ou perda somente em caso de alienação ou baixa do investimento. 20. INFORMAÇÕES SOBRE SEGMENTOS DE NEGÓCIOS Os segmentos operacionais são reportados de forma consistente com os relatórios gerenciais fornecidos ao principal tomador de decisões operacionais para fins de avaliação de desempenho de cada segmento e alocação de recursos. Conforme relatórios analisados para tomadas de decisões da Administração, embora o principal tomador de decisões analise as informações sobre as receitas em diversos níveis, a principal segmentação dos negócios da Sociedade é baseada em vendas de cosméticos por regiões geográficas, as quais incluem a seguinte segregação: Brasil (“Operação Brasil”), América Latina (“LATAM”) e demais países (“Outros”). Além disso, a LATAM é analisada em dois grupos: (a) Argentina, Chile e Peru (“Operações em Consolidação”); e (b) México e Colômbia (“Operações em Implementação”). Os segmentos possuem características de negócios semelhantes e cada um oferece produtos similares por meio da mesma metodologia de acesso aos consumidores. A receita líquida por região está representada da seguinte forma em 2011: • Operação Brasil: 91,0% • Operações em Consolidação: 6,0% • Operações em Implementação: 2,7% • Outros: 0,3% Embora os segmentos internacionais não representem mais que 10% das informações necessárias para se agregar um segmento, conforme critérios de agregação descritos na IFRS 8 - Segmentos Operacionais, a Administração possui fortes indicadores de que seus negócios no exterior sofrerão aumento significativo em sua representatividade perante os saldos financeiros consolidados e, dessa forma, optou por divulgá-los separadamente. As práticas contábeis de cada segmento são as mesmas descritas na nota explicativa nº 2, descrição do negócio da Natura e políticas contábeis significativas. O desempenho dos segmentos da Sociedade foi avaliado com base nas receitas operacionais líquidas, no lucro líquido do exercício e no ativo não circulante. Essa base de mensuração exclui os efeitos de juros, imposto de renda e contribuição social, depreciação e amortização. Nas tabelas a seguir há informação financeira sumariada relacionada aos segmentos da Sociedade para 31 de dezembro de 2011 e de 2010. Os valores fornecidos ao Comitê Executivo com relação ao resultado e ao total de ativos são consistentes com os saldos registrados nas demonstrações contábeis, bem como com as políticas contábeis aplicadas. Brasil Argentina, Chile e Peru México, Venezuela e Colômbia Outros (*) Consolidado Receita líquida 5.089.533 355.058 149.166 17.617 5.591.374 2011 Lucro Depreciação e Resultado Imposto líquido amortização financeiro de renda 916.148 (102.938) (73.470) (406.168) (578) (4.226) (2.625) 379 (66.996) (2.183) (1.245) (1.040) (17.673) (574) 830.901 (109.921) (77.340) 406.829 Ativo não circulante 1.535.676 25.282 11.857 16.938 1.589.753 Ativo total 3.482.649 187.016 96.070 27.277 3.793.012 Passivo circulante 1.142.356 90.915 34.730 6.718 1.274.719 Brasil Argentina, Chile e Peru México, Venezuela e Colômbia Outros (*) Consolidado Receita líquida 4.767.741 255.702 98.275 14.994 5.136.712 2010 Lucro Depreciação e Resultado Imposto líquido amortização financeiro de renda 835.484 (82.692) (47.918) (374.412) (19.822) (3.405) (842) (1.027) (45.992) (2.104) (976) 1.319 (25.620) (647) 744.050 (88.848) (49.736) (374.120) Ativo não circulante 1.305.450 19.489 10.858 16.177 1.351.974 Ativo total 2.970.381 156.666 69.041 25.783 3.221.871 Passivo circulante 1.074.101 76.802 33.009 6.738 1.190.650 (*) Inclui operações da França e Corporativo LATAM. 21. RECEITA LÍQUIDA Controladora 2011 2010 A Sociedade possui apenas uma classe de produtos comercializados pelos(as) Consultores(as) Natura denominada “Cosméticos”. Dessa forma, a divulgação da receita por classe de produtos não é aplicável. A Sociedade possui uma car teira de clientes pulverizada, sem nenhuma concentração de receita. A receita de par tes externas informadas ao Comitê Executivo foi mensurada de maneira condizente com aquela apresentada na demonstração do resultado. Receita bruta: Mercado interno Mercado externo Outras vendas Devoluções e cancelamentos Impostos incidentes sobre as vendas Receita líquida Consolidado 2011 2010 6.898.727 6.486.421 6.896.735 6.487.124 - 637.593 471.185 1.437 1.479 6.898.727 6.486.421 7.535.765 6.959.788 (11.514) (8.682) (12.212) (8.682) (1.038.436) (963.424) (1.932.179) (1.814.394) 5.848.777 5.514.315 5.591.374 5.136.712 22. DESPESAS OPERACIONAIS E CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS a) Está demonstrada a seguir a abertura por função das despesas operacionais e dos custos dos produtos vendidos: Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Custo dos produtos vendidos 2.375.514 2.283.926 1.666.300 1.556.806 Despesas com vendas 1.503.069 1.292.365 1.952.740 1.704.322 Despesas gerais e administrativas 816.818 837.808 680.731 605.442 Participação dos colaboradores nos resultados (nota explicativa nº 23.1) 3.765 18.174 30.168 70.351 Remuneração dos administradores (nota explicativa nº 27.2) 9.443 14.417 9.443 14.417 Total 4.708.609 4.446.690 4.339.382 3.951.338 b) Está demonstrada a seguir a abertura por natureza das despesas operacionais e dos custos dos produtos vendidos: Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Custos variáveis e gastos indiretos de produtos e materiais de revenda 2.375.514 2.283.926 1.385.624 1.319.106 Despesas com marketing 955.713 846.913 1.016.101 910.489 Despesas com frete 246.563 223.236 265.148 234.066 Despesas com prestação de serviços 57.927 65.227 180.332 171.970 Benefícios pagos a colaboradores e administradores (nota explicativa nº 23) 263.540 261.441 644.983 628.078 Depreciação e amortização 27.565 15.305 109.921 88.848 Remuneração dos administradores (nota explicativa nº 27.2) 9.443 14.417 9.443 14.417 Outras despesas 103.275 141.083 727.830 584.364 Prestação de serviços administrativos (nota explicativa nº 27.1) 433.192 328.183 Prestação de serviços de pesquisa e desenvolvimento (nota explicativa nº 27.1) 235.877 266.959 Total 4.708.609 4.446.690 4.339.382 3.951.338 23. DESPESAS DE BENEFÍCIOS A COLABORADORES Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Salários e bonificações 183.741 177.326 439.684 414.167 Participação dos colaboradores nos resultados 3.765 18.174 30.168 70.351 Plano de pensão de contribuição definida (nota explicativa nº 23.1) 2.553 2.167 4.300 2.528 Ganho de executivos 6.359 4.081 13.369 11.288 Impostos e contribuições sociais 67.122 59.693 157.462 129.744 263.540 261.441 644.983 628.078 23.1. Participação nos resultados A Sociedade e suas controladas concedem participação nos resultados a seus colaboradores e administradores, vinculada ao alcance de metas operacionais e objetivos específicos, estabelecidos e aprovados no início de cada exercício. Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, foram registrados, a título de participação nos resultados, os montantes demonstrados a seguir: Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Colaboradores 3.765 18.174 30.168 70.351 Administradores (*) 6.018 6.018 3.765 24.192 30.168 76.369 (*) Incluídos na rubrica “Remuneração dos administradores”. 23.2. Ganhos baseados em ações O Conselho de Administração reúne-se anualmente para, dentro das bases do programa, estabelecer o plano, indicando os diretores e gerentes que receberão as opções e a quantidade total a ser distribuída. No formato válido até o ano 2008, os planos possuem prazo de quatro anos para elegibilidade ao exercício das opções, sendo 50% ao final do terceiro ano e 50% ao final do quarto ano, havendo ainda um prazo máximo de dois anos para o exercício das opções após o término do quarto ano de elegibilidade. Em 2009, o formato do programa foi alterado, sendo o prazo de elegibilidade ao exercício das opções de 100% ao final do quarto ano, com a possibilidade de sua antecipação para três anos, mediante a condição de cancelamento de 50% das opções outorgadas nos planos, e foi fixado o prazo máximo de quatro anos para o exercício das opções após o término do quarto ano de elegibilidade. No âmbito desse novo modelo do programa, foram outorgadas 1.491.780 opções em 23 de março de 2011, pelo preço de exercício de R$42,39. As variações na quantidade de opções de compra de ações em circulação e seus correspondentes preços médios ponderados do exercício estão apresentados a seguir: 2011 2010 Preço médio Preço médio de exercício Opções de exercício Opções por ação-R$ (milhares) por ação-R$ (milhares) Saldo no início do exercício 28,10 6.839 23,22 5.538 Concedidas 42,39 1.492 34,17 2.176 Canceladas 29,35 (563) 22,80 (268) Exercidas 25,33 (405) 22,74 (607) Saldo no fim 7.363 28,10 6.839 do exercício 32,84 Das 7.363 mil opções existentes em 31 de dezembro de 2011 (6.839 mil opções em 31 de dezembro de 2010), 1.214 mil opções (822 mil opções em 31 de dezembro de 2010) são exercíveis. As opções exercidas em 2011 resultaram na emissão de 405 mil ações (607 mil ações no exercício findo em 31 de dezembro de 2010) e na utilização de 45 mil ações do saldo de ações em tesouraria. A despesa referente ao valor justo das opções concedidas reconhecida no resultado do exercício findo em 31 de dezembro de 2011, de acordo com o prazo transcorrido para aquisição do direito ao exercício das opções, foi de R$6.359 e R$13.369 na controladora e no consolidado, respectivamente (R$4.081 e R$11.288, respectivamente, na controladora e no consolidado em 31 de dezembro de 2010). As opções de compra de ações em circulação no fim do exercício têm as seguintes datas de vencimento e preços de exercício: Em 31 de dezembro de 2011 Vida remanescente Preço de Opções contratual Opções Data da outorga exercício - R$ existentes (anos) exercíveis 29 de março de 2006 31,97 319.317 0,21 319.317 24 de abril de 2007 30,24 470.274 1,33 470.274 22 de abril de 2008 23,48 848.250 2,34 424.125 22 de abril de 2009 25,61 2.249.793 5,39 19 de março de 2010 37,58 2.004.244 6,31 21 de março de 2011 43,85 1.470.940 7,31 1.213.716 7.362.818 Em 31 de dezembro de 2010 Preço de Data da outorga exercício - R$ 16 de março de 2005 20,25 29 de março de 2006 30,17 24 de abril de 2007 28,53 22 de abril de 2008 22,16 22 de abril de 2009 24,17 19 de março de 2010 35,46 Vida remanescente Opções contratual Opções existentes (anos) exercíveis 82.981 0,21 82.981 414.120 1,23 414.120 650.333 2,35 325.167 1.128.902 3,36 2.436.105 6,40 2.126.372 7,32 822.268 6.838.813 Em 31 de dezembro de 2011, o preço de mercado era de R$36,26 (R$47,69 em 31 de dezembro de 2010) por ação. As opções foram mensuradas ao valor justo na data da outorga com base na norma IFRS 2 - Pagamento Baseado em Ações. A média ponderada do valor justo das opções em 31 de dezembro de 2011 era de R$32,84. As opções foram precificadas com base no modelo “Binomial” e os dados significativos incluídos no modelo para precificação do valor justo das opções concedidas em 2011 foram: • Volatilidade de 36% (37% em 31 de dezembro de 2010). • Rendimento de dividendos de 5,3% (5,3% em 31 de dezembro de 2010). • Vida esperada da opção correspondente a três e quatro anos. • Taxa de juros livre de risco anual de 10,9% (10,8% em 31 de dezembro de 2010). 23.3. Plano de previdência complementar A Sociedade e suas controladas patrocinam dois planos de benefícios a colaboradores, sendo um de complementação de benefícios de aposentadoria, por intermédio de um plano de previdência complementar administrado pela Brasilprev Seguros e Previdência S.A., e um de extensão de assistência médica para ex-funcionários aposentados. O plano de previdência complementar é estabelecido na forma de “contribuição definida”, criado em 1º de agosto de 2004 e elegível para todos os colaboradores admitidos a partir daquela data. Nos termos do regulamento desse plano, o custeio é paritário, de modo que a parcela da Sociedade equivale a 60% daquela efetuada pelo colaborador de acordo com uma escala de contribuição embasada em faixas salariais, que variam de 1% a 5% da remuneração do colaborador aposentado. Em 31 de dezembro de 2011, não existiam passivos atuariais em nome da Sociedade e de suas controladas decorrentes do plano de previdência complementar. As contribuições realizadas pela Sociedade e por suas controladas totalizaram R$2.553 na controladora e R$4.300 no consolidado, no exercício findo em 31 de dezembro de 2011 (R$2.167 na controladora e R$2.528 no consolidado em 31 de dezembro de 2010), as quais foram registradas como despesa do exercício. 24. RECEITAS (DESPESAS) FINANCEIRAS Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Receitas financeiras: Juros com aplicações financeiras 21.707 13.171 55.463 35.809 Ganhos com variações monetárias e cambiais (a) 3.218 34 Ganhos com operações de “swap” e “forward” 40.438 2.403 39.469 3.901 Outras receitas financeiras 24.357 1.941 24.548 13.895 86.502 17.515 122.698 53.639 Despesas financeiras: Juros com financiamentos (72.487) (39.896) (92.044) (58.457) Perdas com variações monetárias e cambiais (a) (36.496) (3.757) (38.266) (7.130) Perdas com operações de “swap” e “forward” (26.359) (9.491) (27.688) (12.218) Ganhos (perdas) no ajuste a valor de mercado de derivativos “swap” e “forward” (1.171) 416 (1.040) 142 Outras despesas financeiras (26.735) (5.509) (40.999) (25.712) (163.248) (58.237) (200.037) (103.375) Receitas (despesas) financeiras (76.746) (40.722) (77.340) (49.736) As aberturas a seguir têm o objetivo de explicar melhor os resultados das operações de proteção cambial contratadas pela Sociedade, bem como as respectivas contrapartidas registradas no resultado financeiro demonstrado no quadro anterior: Consolidado 2011 2010 (a) Ganhos com variações monetárias e cambiais 3.218 34 Perdas com variações monetárias e cambiais (38.266) (7.130) (7.096) (35.048) (a) Abertura: Variações cambiais dos empréstimos e financiamentos (32.104) (2.781) Variações monetárias dos financiamentos (55) 34 Variações cambiais das importações (2.256) (1.089) Variações cambiais das contas a pagar nas controladas no exterior (3.852) (1.399) Variação cambial dos recebíveis de exportação 3.218 (1.861) (35.048) (7.096) 25. OUTRAS RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS, LÍQUIDAS Controladora Consolidado 2011 2010 2011 2010 Resultado na venda de imobilizado 918 106 (1.125) (9.044) Créditos tributários de PIS e COFINS (*) 11.887 16.852 Créditos extemporâneos de PIS/COFINS 15.461 40.378 Outras receitas (despesas) operacionais 15.313 350 6.973 (8.424) Outras receitas (despesas) 456 63.078 (17.468) operacionais, líquidas 43.579 (*) O saldo demonstrado inclui os créditos tributários reconhecidos de PIS e COFINS, oriundos de ganho de processo judicial que questionava a inconstitucionalidade e ilegalidade da majoração da base de cálculo das contribuições citadas, instituídas pela Lei nº 9.718/98. Vide mais detalhes na nota explicativa nº 17(a) (ativos contingentes). 26. LUCRO POR AÇÃO 26.1. Básico O lucro básico por ação é calculado mediante a divisão do lucro atribuível aos acionistas da Sociedade pela quantidade média ponderada de ações ordinárias emitidas durante o exercício, excluindo as ações ordinárias compradas pela Sociedade e mantidas como ações em tesouraria. 2011 2010 Lucro atribuível aos acionistas da Sociedade 830.901 744.050 Média ponderada da quantidade de ações ordinárias emitidas 431.129.772 430.548.910 Média ponderada das ações em tesouraria (1.059.330) (655) Média ponderada da quantidade de ações ordinárias em circulação 430.070.442 430.548.255 Lucro básico por ação - R$ 1,9320 1,7281 26.2. Diluído O lucro por ação diluído é calculado ajustando-se a média ponderada da quantidade de ações ordinárias em circulação supondo a conversão de todas as ações ordinárias potenciais que provocariam diluição. A Sociedade tem apenas uma categoria de ações ordinárias potenciais que provocariam diluição: as opções de compra de ações. 2011 2010 Lucro atribuível aos acionistas da Sociedade 830.901 744.050 Média ponderada da quantidade de ações ordinárias em circulação 430.070.442 430.548.255 Ajuste por opções de compra de ações 930.348 1.564.844 Quantidade média ponderada de ações ordinárias para o lucro diluído por ação 431.000.790 432.113.098 Lucro diluído por ação - R$ 1,9279 1,7219 27. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS 27.1. Saldos e transações com partes relacionadas Os saldos a receber e a pagar por transações com partes relacionadas estão demonstrados a seguir: Controladora 2011 2010 Ativo circulante: Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. (a) 12.531 13.143 Natura Logística e Serviços Ltda. (b) 20.809 12.218 Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. (c) 4.568 37.908 25.361 Passivo circulante: Fornecedores: Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. (c) 163.146 153.597 Natura Logística e Serviços Ltda. (d) 114.737 47.356 Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. (e) 15.141 45.636 246.589 293.024 As transações efetuadas com partes relacionadas estão demonstradas a seguir: Controladora Venda de produtos Compra de produtos 2011 2010 2011 2010 Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. 3.155.905 3.006.596 Natura Cosméticos S.A.-Brasil - 2.972.918 2.837.687 Natura Cosméticos S.A.-Peru 35.382 34.104 Natura Cosméticos S.A. -Argentina 49.852 42.693 Natura Cosméticos S.A.-Chile 33.211 32.971 Natura Cosméticos S.A.-México 38.715 35.533 Natura Cosméticos Ltda. -Colômbia 19.989 18.514 Natura Europa SAS-França 5.365 4.672 Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. 431 388 Natura Logística e Serviços Ltda. 42 34 3.155.905 3.006.596 3.155.905 3.006.596 28 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Venda de serviços 2011 2010 Estrutura administrativa: (f) Natura Logística e Serviços Ltda. 433.192 Natura Cosméticos S.A. - Brasil Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. 433.192 Pesquisa e desenvolvimento de produtos e tecnologias: (g) Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. 235.877 Natura Cosméticos S.A. - Brasil 235.877 Pesquisas e testes “in vitro”: (h) Natura Innovation et Technologie de Produits SAS - França 2.790 Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. 2.790 Locação de imóveis e encargos comuns: (i) Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. 7.296 Natura Logística e Serviços Ltda. Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. Natura Cosméticos S.A. - Brasil 7.296 Total da venda ou compra de produtos e serviços 3.835.060 Contratação de serviços 2011 2010 438.095 - 323.715 328.183 - 67.694 67.810 - 41.783 42.102 438.095 433.192 438.095 266.959 - 235.877 266.959 266.959 235.877 266.959 3.538 - - 3.538 2.790 2.790 3.538 3.538 6.728 - 4.227 3.899 6.728 1.699 1.370 7.296 1.567 1.262 6.728 (f) Prestação de serviços logísticos e administrativos em geral. (g) Prestação de serviços de desenvolvimento de produtos e tecnologias e pesquisa de mercado. (h) Prestação de serviços de pesquisas e testes “in vitro”. (i) Locação de parte do complexo industrial situado no município de Cajamar - SP e de prédios localizados no município de Itapecerica da Serra - SP. Os principais saldos de ativos e passivos em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, bem como as transações que influenciaram os resultados do exercício findos naquelas datas, relativos às operações com partes relacionadas decorrem de transações entre a Sociedade e suas controladas. Devido ao modelo das operações mantido pela Sociedade e por suas controladas, bem como ao formato do canal de distribuição dos produtos, a qual é efetuada por meio de vendas diretas por Consultores(as) Natura, parte substancial das vendas da controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. é realizada para a controladora Natura Cosméticos S.A. no Brasil e para as suas controladas no exterior. As vendas para partes não relacionadas totalizaram R$5.341 no exercício de findo em 31 de dezembro de 2011 (R$5.650 em 31 de dezembro de 2010). Sobre os saldos a receber entre as empresas Natura em 31 de dezembro de 2011 e de 2010 não há provisão registrada para créditos de liquidação duvidosa, devido à ausência de títulos em atraso com risco de realização. Conforme detalhes mencionados na nota explicativa nº 14, tem sido prática entre as empresas Natura conceder entre si avais e garantias para suportar operações de empréstimos e financiamentos bancários. 27.2. Remuneração do pessoal-chave da Administração A remuneração total do pessoal-chave da Administração da Sociedade está assim composta: 2011 Remuneração Variável (*) Total 3.721.916 3.835.060 3.721.916 (a) Adiantamentos concedidos para a prestação de serviços de desenvolvimento de produtos e tecnologias e pesquisa de mercado. (b) Adiantamentos concedidos para a prestação de serviços de logística e administrativos em geral. (c) Valores a pagar pela compra de produtos. (d) Contas a pagar pela prestação dos serviços descritos no item (f). (e) Contas a pagar pela prestação dos serviços descritos no item (g). Fixa Conselho de Administração Diretores estatutários Diretores não estatutários RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Aos Acionistas, Conselheiros e Administradores da Natura Cosméticos S.A. Itapecerica da Serra - SP Examinamos as demonstrações contábeis individuais e consolidadas da Natura Cosméticos S.A. (“Sociedade”), identificadas como Controladora e Consolidado, respectivamente, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2011 e as respectivas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. 3.786 5.657 9.443 - 3.786 5.657 9.443 2010 Remuneração Variável (*) Total Fixa 3.348 5.051 8.399 1.985 5.333 4.033 9.084 6.018 14.417 30.587 2.390 32.977 25.194 14.917 40.111 (*) Refere-se à participação nos resultados registrados no exercício. Os valores contemplam eventuais complementos e/ou reversões à provisão efetuada no exercício anterior, em virtude da apuração final das metas estabelecidas aos conselheiros e diretores, estatutários e não estatutários. 27.3. Ganhos baseados em ações Os ganhos de executivos da Sociedade estão assim compostos: 2011 2010 Outorga de opções Outorga de opções Saldo das opções Preço médio de Saldo das opções Preço médio de (quantidade) (a) exercício - R$ (b) (quantidade) (a) exercício - R$ (b) Diretores estatutários Diretores não estatutários 1.700.155 32,84 1.512.569 28,10 3.173.327 32,84 2.961.042 28,10 (a) Refere-se ao saldo das opções maduras (“vested”) e não maduras (“nonvested”), não exercidas, nas datas dos balanços. (b) Refere-se ao preço médio ponderado de exercício da opção à época dos planos de outorga, atualizado pela variação da inflação apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Ampliado - IPCA, até as datas dos balanços. 28. COMPROMISSOS ASSUMIDOS 28.1. Contratos de fornecimento de insumos A controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. possui compromisso decorrente de contrato de fornecimento de energia elétrica para suprimento de suas atividades de manufatura, vigente até 2015, devendo ser adquirido o volume mínimo mensal de 3,6 Megawatts, equivalente a R$363. Em 31 de dezembro de 2011, a controlada estava adimplente com o compromisso desse contrato. Os valores estão demonstrados por meio das estimativas de consumo de energia de acordo com o prazo de vigência do contrato, cujos preços estão baseados nos volumes, também estimados, resultantes das operações contínuas da controlada. Os pagamentos totais mínimos de fornecimento, mensurados a valor nominal, segundo o contrato, são: Menos de um ano Mais de um ano e menos de cinco anos Mais de cinco anos A Administração da Sociedade é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis individuais de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e das demonstrações contábeis consolidadas de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro (“IFRSs”), emitidas pelo “International Accounting Standards Board - IASB”, e de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, assim como pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração dessas demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. 2010 3.899 9.591 2.578 16.068 28.2. Obrigações por arrendamentos operacionais A Sociedade e suas controladas mantêm compromissos decorrentes Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e das divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis da Sociedade para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados às circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Sociedade. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela Administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Responsabilidade da Administração sobre as demonstrações contábeis 2011 3.983 9.842 13.825 Opinião sobre as demonstrações contábeis individuais Em nossa opinião, as demonstrações contábeis individuais anteriormente referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Natura Cosméticos S.A. em 31 de dezembro de 2011, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. de contratos de arrendamentos operacionais de imóveis onde estão localizadas algumas de suas controladas no exterior, bem como a sua sede administrativa no Brasil, e imóveis onde se localizam as “Casas Natura” no Brasil e no exterior. Os contratos têm prazos de arrendamento entre um e dez anos e não possuem cláusula de opção de compra no respectivo término, porém permitem renovações tempestivas de acordo com as condições de mercado em que eles são celebrados, sendo em média de dois anos. Em 31 de dezembro de 2011, o compromisso assumido com as contraprestações futuras desses arrendamentos operacionais possuía os seguintes prazos para pagamento: Controladora Consolidado 2012 1.217 6.011 2013 1.119 4.940 2014 em diante 2.687 6.618 17.569 5.023 29. COBERTURA DE SEGUROS A Sociedade e suas controladas adotam uma política de seguros que considera, principalmente, a concentração de riscos e sua relevância, contratados por montantes considerados suficientes pela Administração, levando em consideração a natureza de suas atividades e a orientação de seus consultores de seguros. A cobertura dos seguros, em valores de 31 de dezembro de 2011, é assim demonstrada: Importância Item Tipo de cobertura segurada Complexo industrial/ Quaisquer danos materiais estoques a edificações, instalações e máquinas e equipamentos 916.659 Veículos Incêndio, roubo e colisão para 1.337 veículos 52.242 Lucros cessantes Não realização de lucros decorrentes de danos materiais em instalações, edificações e máquinas e equipamentos de produção 1.615.685 30. APROVAÇÃO PARA EMISSÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS As presentes demonstrações contábeis individuais e consolidadas da Sociedade foram aprovadas para publicação pelo Conselho de Administração em reunião realizada em 15 de fevereiro de 2012. Ênfase Conforme descrito na nota explicativa nº 2.1., as demonstrações contábeis individuais foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. No caso da Natura Cosméticos S.A. essas práticas diferem das IFRSs, aplicáveis às demonstrações contábeis separadas, somente no que se refere à avaliação dos investimentos em controladas, coligadas e controladas em conjunto pelo método de equivalência patrimonial, enquanto para fins das IFRSs seria custo ou valor justo. Nossa opinião não está ressalvada em virtude desse assunto. Outros assuntos Demonstrações do valor adicionado Examinamos, também, as demonstrações individual e consolidada do valor adicionado (“DVA”), referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2011, preparadas sob a responsabilidade da Administração da Sociedade, cuja apresentação é requerida pela legislação societária brasileira para companhias abertas, e como informação suplementar pelas IFRSs que não requerem a apresentação da DVA. Essas demonstrações foram submetidas aos mesmos procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, estão adequadamente apresentadas, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Responsabilidade dos auditores independentes Opinião sobre as demonstrações contábeis consolidadas São Paulo, 15 de fevereiro de 2012 Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis consolidadas anteriormente referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira consolidada da Natura Cosméticos S.A. em 31 de dezembro de 2011, o desempenho consolidado de suas operações e os seus fluxos de caixa consolidados para o exercício findo naquela data, de acordo com as IFRSs emitidas pelo IASB e as práticas contábeis adotadas no Brasil. Auditores Independentes CRC nº 2 SP 011609/O-8 COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DIRETORIA ESTATUTÁRIA ANTONIO LUIZ DA CUNHA SEABRA Copresidente do Conselho de Administração JULIO MOURA NETO Conselheiro GUILHERME PEIRÃO LEAL Copresidente do Conselho de Administração LUIZ ERNESTO GEMIGNANI Conselheiro PEDRO LUIZ BARREIROS PASSOS Copresidente do Conselho de Administração MARCOS DE BARROS LISBOA Conselheiro ALESSANDRO GIUSEPPE CARLUCCI Diretor-Presidente JOSÉ VICENTE MARINO Diretor Comercial Edimar Facco Contador CRC nº 1 SP 138635/O-2 RESPONSÁVEL TÉCNICO BRUNO RIGHETTO IFANGER Gerente de Contabilidade CRC 1 SP-251905/O-8 LUCILENE SILVA PRADO Diretora Jurídica ROBERTO PEDOTE Diretor Financeiro e de Relações com Investidores bem estar bem Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 29 EMPRESAS Renato Araujo/ABr INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EXPANSÃO Grupo Bimbo inaugura fábrica em Brasília com investimento de US$ 29 milhões EPE vê aumento de 4,5% no consumo de energia elétrica no Brasil A Bimbo inaugurou ontem uma fábrica em Brasília, a primeira na região Centro-Oeste. A nova planta consumiu US$ 29 milhões e produzirá as linha de pães brancos e de forma, bisnagas Pullman, torradas Nutrella, entre outros produtos. Com a unidade, a Bimbo passar a somar oito fábricas no país. “O Brasil é estratégico para o crescimento do grupo no mundo", disse Daniel Servitje, diretor geral do grupo Bimbo. O consumo geral de energia elétrica no Brasil deve crescer aproximadamente 4,5 % em 2012, afirmou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Em 2011, o consumo global teve um crescimento menor, de 3,6% ante 2010. A expansão em 2012 será puxada, pelo aumento da renda e pela retomada da produção industrial. Chris Ratcliffe/Bloomberg Verwaayen, presidente da Alcatel-Lucent, quer cortar R$ 1 bi em custos Tablet faz lucro da Acer encolher Concorrência de outros fabricantes provoca diminuição do mercado de PCs e Notebooks Clare Jim e Argin Chang Reuters Alcatel-Lucent em busca da retomada Com o Brasil imune ao plano mundial de corte de custos, companhia tenta driblar a queda da demanda na Europa Carolina Pereira [email protected] SAINDO DO VERMELHO O mundo está se tornando mais “móvel”, com o aumento do uso de smartphones e tablets, o que tende a aumentar a demanda por redes que transmitam esses dados, principal negócio da Alcatel-Lucent. Paralelamente a isso, a Europa, maior mercado da companhia, vem atravessando uma crise macroeconômica com reflexo em diferentes setores, inclusive o de telecomunicações. Como equilibrar estes dois pontos conflitantes e ainda conseguir reduzir custos é, hoje, o maior desafio do holandês Ben Verwaayen, presidente mundial da empresa. Ao mesmo tempo em que comemora os resultados positivos, atingidos pela primeira vez em 2011, o executivo vem sofrendo as consequências da recessão europeia, que já resultou na demissão de 336 funcionários da empresa, anunciadas em fevereiro. O corte faz parte de um plano de redução de custos arquitetado por Verwaayen, 2011 foi o primeiro ano sem prejuízo na Alcatel-Lucent, em € bilhões 0 1,10 0 -0,524 -0,334 0 0 -3,50 0 -5,22 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: empresa que deve chegar a ¤ 500 milhões, cerca de R$ 1,1 bilhão. Segundo ele, ainda é possível que hajam mais demissões. “É só olhar para os números da Apple para saber que o mundo está se tornando móvel e digital, o que vai aumentar a demanda por rede. No entanto, a economia precisa se recuperar”, disse em entrevista exclsuiva ao BRASIL ECONÔMICO Verwaayen, que não arrisca uma perpectiva para este ano. O que se sabe até agora é que a queda da demanda das operadoras de telefonia, consequência da crise, fez os números do quarto trimestre da Alcatel-Lucent despencarem. A receita caiu 12,5% em relação ao mesmo período de 2010 e o lucro, embora já fosse negativo no ano anterior, caiu cerca de 20%. No início do mês, reportagem publicada pelo The Wall Street Journal apontava que 1,8 mil, dos 78 mil funcionários da Alcatel-Lucent serão demitidos. Verwaayen não confirma este número e evita falar sobre o futuro. A empresa garante que o Brasil passa longe dos cortes mas não fornece o número de pessoas contratadas no país atualmente, dizendo apenas que de 2010 para 2011 o número se manteve estável. “Nosso plano é analisado de mercado a mercado e no Brasil o negócio está crescendo, então é uma situação diferente de outras regiões”, avisa Verwaayen. ■ A Acer anunciou lucro líquido no quarto trimestre abaixo do esperado, apesar de o resultado ter representando uma melhora após dois trimestres consecutivos de prejuízos e a fabricante taiwanesa ter dito que seus negócios estavam equilibrados. A companhia tem sido uma força dominante na indústria de PCs, principalmente no segmento de notebooks de baixo custo, mas não acompanhou o sucesso dos tablets, que diminuíram as vendas de computadores e os lucros. “A Acer está de volta e o quarto trimestre é o da reviravolta”, disse o presidente-executivo J.T. Wang em teleconferência. A quarta maior vendedora de PCs do mundo teve lucro líquido de 75 milhões de dólares taiwaneses ( US$ 2,54 milhões ) no trimestre de outubro a dezembro, abaixo da previsão de 202,24 milhões de dólares taiwaneses de 16 analistas ouvidos pela Thomson Reuters I/B/E/S. Em comunicado prévio, a fa- A companhia não acompanhou o sucesso dos tablets, que contribuíram para diminuir as vendas de computadores e os lucros bricante tinha arredondado o número para 100 milhões de dólares taiwaneses. O resultado se compara ao prejuízo líquido de 1,1 bilhão de dólares taiwaneses no terceiro trimestre e ao lucro líquido de 3,9 bilhões de dólares taiwaneses no mesmo trimestre do ano anterior. A companhia, no entanto, fechou o ano com prejuízo de 6,6 bilhões de dólares taiwaneses, prejudicada por itens extraordinários. Em 2010 a Acer teve lucro líquido de 15,1 bilhões de dólares taiwaneses. “Com o resultado do quarto trimestre, estou otimista com o primeiro trimestre e o fechado do ano”, disse Wang. ■ Fatia de mercado do iPhone deve cair Companhia de pesquisa prevê diminuição de vendas de smartphones da Apple A Apple, que se tornou a maior vendedora de smartphones do mundo no quarto trimestre, verá a participação de mercado do seu iPhone cair por alguns trimestres à medida que o ímpeto de seu modelo 4S perde força, disse a empresa de pesquisas Gartner ontem. A companhia americana viu as vendas do iPhone mais do que dobrarem no último trimestre, quando abocanhou uma fatia de 24% do mercado de smartphones, ajudada pelo intervalo de 15 meses antes do lançamento do 4S. O Gartner disse que o forte desempenho da Apple continua- rá no primeiro trimestre de 2012, à medida que a disponibilidade do mais recente aparelho se amplia. Mas sem a vantagem das compras adiadas, as vendas cairiam ante o trimestre anterior. Em contraste com o explosivo trimestre da Apple, a ex-líder do mercado de smartphones Nokia viu sua participação do mercado cair para 12 %, ante 30 % há apenas um ano. O Gartner também disse que o crescimento do mercado de celulares desaceleraria neste ano, com o crescimento de 11%no ano passado para 7% neste ano, por conta da menor demanda em meio ao enfraquecimento da economia em algumas regiões, enquanto o avanço do mercado de smartphones cairia de 58% para 39%. ■ 30 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 EMPRESAS Michael Dalder/Reuters JUSTIÇA INTERNET Sócio do site Megaupload ganha liberdade condicional na Nova Zelândia No Brasil, Google facilita ascensão do Facebook à liderança O cofundador do Megaupload, Mathias Ortmann, ganhou liberdade condicional ontem. Ele estava preso desde 19 de janeiro, quando uma operação da polícia neozelandesa em parceria com o FBI invadiu a casa do fundador do site, Kim "Dotcom" Schmitz, e cumpriu os mandatos de prisão. O tribunal neozelandês que concedeu a soltura provisória de Ortmann impôs 17 condições para que ela fosse realizada. A popularidade do Facebook no Brasil disparou ao longo dos últimos 12 meses e a companhia deve esse avanço ao seu maior concorrente. Na documentação que apresentou recentemente para sua Oferta Pública Inicial (IPO, em inglês), o Facebook informou que seu número de usuários ativos no Brasil triplicou em 2011, o que o levou a superar o serviço de rede social Orkut, do Google, e fez dele o líder no país. HP investe internamente para retomar confiança Presidente mundial reafirma investimentos em pesquisa e desenvolvimento Jonathan Alcorn/Bloomberg Patrícia Nakamura INVESTIMENTO EM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO [email protected] Quanto tempo vai durar o reinado de Meg Whitman à frente da HP não se sabe mas, a julgar pela recepção calorosa que a CEO global da companhia recebeu ontem no evento que reuniu mais de três mil parceiros de vendas da empresa, em Las Vegas, Meg terá vida longa. De blazer marrom, calças pretas e colar de pérolas, a loira de quase um metro e oitenta centímetros de altura foi ovacionada como legítima pop-star. Entre outras notícias, Meg disse que a HP vai dobrar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. No ano fiscal de 2011, foram nada menos que US$ 3,3 bilhões gastos na busca por novas soluções. O montante equivale a 2,6% do faturamento da companhia. “Uma empresa do nosso porte precisa investir para manter-se revolucionária e, principalmente, competitiva” , disse a executiva de 56 anos e que há apenas cinco meses assumiu a companhia, após a turbulenta passagem de Leo Apotheker no cargo. Por mais de uma vez a executiva disse acreditar no crescimento da companhia por meio de soluções criadas dentro de casa, mudando a estratégia de expansão por meio de aquisições vultosas. “Vamos investir em empresas inovadoras e jovens”. Em novembro, durante Meg Whitman: promessa de estabilidade Em US$ bilhões 7,2 6,0* 4,8 2,8 3,0 3,3 2,4 0,0 2009 Fonte: HP 2010 2011 2012 *Previsão divulgação dos resultados da empresa, Meg havia dito que a companhia estará de olho em aquisições que custem em média US$ 500 milhões, uma fração pequena diante dos US$ 10 bilhões investidos para comprar a empresa de software comercial Autonomy. Muito sorridente e de fala rápida, Meg Whitman aproveitou para fazer uma espécie de balanço do seu trabalho frente a HP depois dos desastrosos anúncios da gestão anterior, de forma a acalmar os ânimos e dissipar de vez os temores do mercado sobre os rumos da empresa. “Meu trabalho foi tirar a HP do drama e trazer de volta a estabilidade e a confiança em nossos produtos”, afirmou. ■ PRODUÇÃO NACIONAL Brasil será o único na América Latina a produzir componentes do gen8 A HP vai começar a produzir, em Campinas, alguns equipamentos da linha de servidores gen8 , lançados nesta semana em Las Vegas. Os primeiros equipamentos “made in brazil” já devem ser entregues ao primeiros clientes em abril, de acordo com Denoel Eller, vice-presidente de servidores, armazenamento e redes da subsidiaria brasileira. O Brasil é o único país da América do Sul a produzir o equipamento. Toda a produção de Campinas será destinada ao mercado local — aquecido com a proximidade da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. “São eventos que vão exigir grande capacidade de processamento e transmissão de dados”, afirma Leonardo Rangel, gerente de canais e alianças de serviço da HP. O aumento de demanda por serviços de comunicação e de transações bancárias da classe C também devem puxar para cima o mercado de servidores no país, diz o executivo. P.N. Hackers derrubamcarnaval da Tam eGol Companhias aéreas tiveram venda de passagens interrompidas por ataque virtual Michele Loureiro [email protected] Tam e Gol registraram instabilidade nos sites ontem e tiveram a venda de passagens interrompida durante todo o dia. A falha teria sido motivada por um ataque de hackers brasileiros do grupo Anonymous. Assim como já fizeram com sites de bancos, Febraban e governo, o grupo de hackers postou uma espécie de ameaça na noite de terça-feira (14/2) na rede social Twitter. “Atenção senhores passageiros: apertem os cintos porque ao amanhecer daremos início a mais uma missão!” As companhias aéreas confirmaram que suas páginas sofreram com instabilidade, mas não falaram em ataque virtual. “A Gol informa que passou por um momento de instabilidade em seu website, mas o sistema já está normalizado”, afirmou a nota da aérea. “A Tam informa que seu site está apresentando instabilidade, mas a área de Tecnologia da Informação está tomando as providências necessárias para normalizar a operação. Recomendamos aos clientes que tiverem alguma difi- culdade de acesso, que utilizem nossos outros canais de atendimento”, disse a nota da Tam. O grupo de hackers atualizou o status da operação durante todo dia com mensagens na rede social. “Estão bailando a 5 horas e 52 minutos”, dizia uma das mensagens. “Estamos atacando os sites da Gol e da Tam, se você não gostou o problema é seu, atenciosamente Anonymous”, avisava em outro post. ■ SEGURANÇA Hackers são presos no Brasil A Operação Orion, que culminou na prisão de hackers acusados de praticar fraudes bancárias on-line contra clientes do Banco do Brasil em Cuiabá, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Ceará, também envolveu três empresas e a prisão de seus representantes. A Polícia Civil não informou o nome de todas, citando, apenas, a Winco, uma companhia de tecnologia e soluções de segurança da informação representante da AVG no Brasil. A suposta envolvida garantiu não ter qualquer ligação com as acusações. Conforme comunicado da Polícia Civil, sócios-proprietários da Winco foram presos no Rio. Além da detenção preventiva, a polícia também realizou buscas em dois endereços e apreenderam mais de dez hard disks, computadores, CDs, disquetes entre outros documentos. A polícia explicou que, para obter os acessos bancários de clientes, os comandos eram executados a partir de um servidor de subdomínio, este, por sua vez, contido dentro do domínio da Winco. A empresa, em comunicado, explicou “que oferece soluções de segurança de informação, dentre eles o DDNS, termo técnico usado para manter a atualização em tempo real da internet Domain Name System (DNS). O DDNS é um serviço bastante usado, existindo dezenas de empresas que fazem este processo no mundo”. A assessoria de imprensa da Winco afirmou que o caso já está sendo esclarecido e que seus representantes já prestaram depoimento para a polícia. Entenda o caso No total, dez pessoas foram presas na Operação Orion, comandada pela Polícia Civil do Mato Grosso, acusadas de fraudes contra correntistas do Banco do Brasil. A ordem inicial era para deter nove suspeitos, mas durante a execução outra pessoa foi presa em flagrante. De acordo com comunicado do órgão, foram 13 ordens de busca e apreensão em cinco Estados.Pelas informações, os crimes foram praticados por meio do internet banking e afetaram clientes de cinco regiões. ■ ITweb Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 31 Balanços Patrimoniais Consolidados levantados em 31 de dezembro de 2011 e de 2010 (Em milhares de reais - R$) 2011 Circulante e Não Circulante Realizável a Longo Prazo Disponibilidades Aplicações interfinanceiras de liquidez Títulos e valores mobiliários e instrumentos financeiros derivativos Relações interfinanceiras Operações de crédito Outros créditos Outros valores e bens Permanente Investimentos Imobilizado de uso Intangível Total do ativo (Em milhares de reais - R$) PASSIVO ATIVO 12.093.154 26.795 2.107.405 8.928.266 11.285 1.598.368 741.498 124.737 7.141.764 1.795.678 155.277 11.561 581 10.959 21 1.126.389 87.340 5.157.305 854.151 93.428 10.244 590 9.616 38 12.104.715 2011 2010 10.137.455 4.542.008 1.269.531 1.492.557 583 17.678 1.826.634 42.899 22.207 923.358 14.200 633 1.952.427 7.153.730 3.193.864 1.134.528 667.508 7.863 1.379.711 87.037 19.531 663.688 6.361 599 1.777.820 1.359.143 1.313 599.605 (1.840) (5.794) 12.104.715 1.359.143 1.441 424.780 356 (7.900) 8.938.510 2010 8.938.510 Circulante e Não Circulante Exigível a Longo Prazo Depósitos Captações no mercado aberto Recursos de aceites e emissões de títulos Relações interfinanceiras Relações interdependências Obrigações por empréstimos e repasses Instrumentos financeiros derivativos Provisões técnicas de seguros Outras obrigações Resultados de exercícios futuros Participação dos minoritários Patrimônio líquido Capital De domiciliados no país Reservas de reavaliação Reservas de lucros Ajustes de avaliação patrimonial Ações em tesouraria Total do passivo Demonstrações do Resultado Consolidado para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e de 2010 A íntegra das Demonstrações Financeiras auditadas pela Deloitte Touche Tohmatsu, sem ressalvas, encontra-se publicada no Jornal Valor Econômico e Diário Oficial do Estado de São Paulo, edição de 15 de Fevereiro de 2012. Para mais informações sobre o desempenho do Banco Daycoval, acesse o endereço www.daycoval.com.br/ri - Relações com Investidores. 2011 1.923.903 (1.299.488) 624.415 2010 1.260.160 (708.558) 551.602 Outras receitas / despesas operacionais Resultado operacional (156.646) 467.769 (127.406) 424.196 Resultado não operacional Resultado antes da tributação sobre o lucro (7.198) 460.571 (9.756) 414.440 Imposto de renda e contribuição social Participações no resultado Participação de minoritários (122.088) (33.375) (48) (110.151) (29.555) (39) Lucro líquido do exercício 305.060 274.695 215.704.049 215.478.453 1,41 1,27 Receitas da intermediação financeira Despesas da intermediação financeira Resultado bruto da intermediação financeira Quantidade de ações Lucro líquido por ação - em R$ A ADMINISTRAÇÃO JOSÉ ROBERTO MAYER - TCCRC 1SP097138/O-1 32 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 EMPRESAS Divulgação INTERNET AVIAÇÃO Buenos Aires é a capital do cibercrime, segundo pesquisa Azul Linhas Aéreas inicia operações em Ipatinga, Minas Gerais A Norton e a Sperling's BestPlaces se uniram para descobrir as 10 cidades da América Latina que possuem o maior número de fatores de risco do cibercrime. A cidade de Buenos Aires (Argentina) ganhou o 1 º lugar com a pontuação mais alta das regiões em relação aos dados de crimes cibernéticos, o uso da internet e das redes sociais. São Paulo e Rio de Janeiro ocupam o quarto e o quinto lugar, respectivamente. Começaram ontem os voos da Azul linhas Aéreas que ligarão o Vale do Aço à capital mineira. A companhia operará três frequências diárias de voo entre Ipatinga e Belo Horizonte-Confins. Este é o quarto destino operado pela Azul no estado que, juntamente com a capital, oferece também voos para Uberaba e Juiz de Fora. Montes Claros será o quinto destino mineiro atendido pela companhia com voos a partir de março. Divulgação Weg reforça plano de ataque mirando receita de R$ 20 bi Laurence Beltrão Gomes, diretor de Finanças da Weg: aquisições podem acontecer fora do país Fabricante brasileira de equipamentos vai investir pesado em aquisições para quadruplicar receita em oito anos Michele Loureiro [email protected] COMPRAR PARA CRESCER A estratégia de comprar para crescer vai reger a Weg neste ano. A fabricante brasileira de equipamentos pesados vai dar continuidade ao projeto de aquisições, iniciado no ano passado, e promete esquentar o negócio com a compra de mais empresas para ampliar o portfólio. Dinheiro para financiar o plano parece não ser problema: além dos R$ 293,7 milhões anunciados para modernização de fábricas em 2012, há um caixa de volume não revelado destinado especialmente para aquisições. Laurence Beltrão Gomes, diretor de Finanças da Weg, afirma que não está preocupado com a geografia das novas empresas. “Temos alguns estudos em andamento e não estamos priorizando as empresas por região. Pode ser tanto no Brasil, como fora dele”, disse. No ano passado a Weg comprou três empresas e firmou Operações realizadas pela Weg, em 2011 AQUISIÇÕES Pulverlux (Argentina) Electric Machine (EUA) Watt Drive (Áustria) JOINT VENTURES M Torres (Espanha) Cestari (Brasil) PREVISÃO DE INVESTIMENTO PARA 2012 R$ 293,7 milhões Fonte: empresa joint venture com outras duas. Apenas uma das companhias era brasileira, a Cestari. O processo para este ano deve ser ainda mais agressivo, diz Gomes. “Estamos realmente focados em ampliar o portfólio”, diz. Investimentos Além dos gastos previstos para a aquisição de novas companhias, a Weg vai investir na ampliação e modernização de suas sete unidades fabris localizadas no Brasil. “A maior parte do total de R$ 293,7 milhões fica no país”, define o executivo. Segundo informações da empresa, além dos investimentos nas fábricas, em 2012 haverá R$ 328,4 milhões de investimentos em capital de giro. Somando imobilizado e capital de giro, a empresa prevê R$ 622,1 milhões em investimentos totais. Apesar do reforço para o crescimento em solo nacional, a Weg admite que os negócios globais também tem muita relevância. Em 2011, 41% da receita lí- quida da companhia veio de outros países. “É uma parcela expressiva que deve ser incrementada nos próximos anos”, disse o executivo, evitando falar no prazo previsto de quando a receita fora do Brasil responderá por metade dos negócios. A fábrica de motores de alta tensão na Índia, inaugurada em fevereiro de 2011, vai colaborar para o aumento da participação internacional. Dois dígitos A Weg registrou crescimento de 18,2% na receita líquida em 2012, somando R$ 5,2 bilhões. “Retomamos o crescimento de dois dígitos, já que em 2010 crescemos 5%. A previsão é que este volume alcance os R$ 20 bilhões em 2020”, diz Gomes. A Weg encerrou 2011 com lucro de R$ 586,9 milhões, um crescimento de 13% sobre os R$ 519,8 milhões de 2010. ■ Lucro da Peugeot Citroën desacelera 48% em 2011 Companhia anuncia política de redução de custos e venda de ativos para tentar conter crise Philippe Varin, presidente mundial do Grupo PSA Peugeot Citroën definiu os resultados da companhia em 2011 como “bastante decepcionantes”. Isso porque a empresa registrou uma queda de 48% no lucro do ano passado, caindo de ¤1,1 bilhão em 2010 para ¤ 588 milhões. Segundo o executivo, o resultado abaixo da expectativa foi prejudicado pelo agravamento da crise na zona do euro. Para tentar conter uma sequência de resultados ruins, Varin afirmou que a empresa está “implantando um programa intenso de economia”. Segundo ele, as medidas de corte de ¤ 800 milhões anunciadas em outubro passado serão reforçadas para alcançar ¤ 1 bilhão neste ano. No mês passado o executivo anunciou que a montadora estava deixando a corrida de resistência “Le Mans 24 Hours” como forma de colocar as contas em dia. Além disso, o executivo afirmou que quer levantar ¤ 1,5 bilhão em vendas de ativos, incluindo uma grande participação na transportadora Gefco. Michael Moore Philippe Varin, presidente mundial do Grupo PSA Peugeot Citroën: plano de economia de ¤ 1 bilhão para conter crise Varin também deixou a construção de uma fábrica na Índia em suspenso e afirmou que a Peugeot pode abrir o investimento planejado para um sócio, em entrevista ao jornal francês Le Monde. Previsões De acordo Varin, a expectativa é de que 2012 seja um ano marcado por condições de mercado ainda difíceis na Europa, embora a empresa mantenha sua estratégia de globalização. Por conta disso, a companhia espera que haja uma retração de 5% nos mercados automotivos na Europa e 10% na França. Fo- ra da Europa, o grupo projeta um crescimento aproximado de 7% na China, 6% na América Latina e 5% na Rússia. “Em 2012, o Grupo tem como objetivo a redução substancial da dívida, graças à contribuição do plano de gestão da liquidez e de cessão de ativos e ao lançamento de novos modelos”, afirma o presidente em nota. Varin disse que está otimista com novos produtos neste ano. “Este ano será marcado pelos lançamentos do Peugeot 208 e do Citroën DS5, além da chegada ao mercado de quatro produtos híbridos a diesel em estreia mundial”, afirmou. ■ M.L. Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 33 34 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 EMPRESAS Chris Ratcliffe/Bloomberg VAREJO COMÉRCIO VIRTUAL Material de construção registra alta de 2,5% nas vendas nacionais do mês de janeiro Vendas pela internet crescem 17% na região metropolitana de São Paulo As vendas de material de construção se mantiveram estáveis em janeiro na comparação com dezembro, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). Já na comparação com janeiro de 2011, o desempenho foi 2,5% superior. “No Nordeste, mais de um terço dos lojistas tiveram queda no volume de vendas”, diz Cláudio Conz, presidente da Anamaco. Levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), mostra que as vendas do comércio eletrônico na região metropolitana de São Paulo registraram aumento de 17% no ano passado, totalizando R$ 3 bilhões. Já o comércio varejista tradicional contabilizou R$ 151,4 bilhões, alta de 3,1% em relação a 2010. Karime Xavier/Folhapress Granado expande atuação de Phebo com loja conceito Empresa fatura R$ 200 milhões em 2011 e investe no lançamento de uma nova linha denominada Mediterrâneo Divulgação Annie Morrissey: vice-presidente de marketing da Atlantica Hotels Érica Ribeiro [email protected] A Granado, formada pelas marcas Granado e Phebo depois das lojas próprias e das vendas de alguns itens em supermercados, abre em 6 de março a sua primeira loja-conceito, ocupando um dos andares da conhecida multimarcas carioca Dona Coisa, de Roberta Damasceno. Vai ser a primeira experiência da empresa em seu processo de evolução da marca Phebo na área de perfumaria. Além das parcerias ja feitas entre Phebo com os estilistas Isabela Capeto e Amir Slama, a empresa acaba de investir no lançamento de mais uma linha, a Mediterrâneo, que será a primeira a ser apresentada no novo formato de loja da Granado. “A linha Mediterrâneo tem como proposta destacar os sentidos e levar o consumidor a uma viagem imaginária rumo às regiões banhadas pelo Mediterrâneo”, destaca a Diretora de Marketing da Phebo, Sissi Freeman. “As novas fragrâncias transmitem sensações de frescor, leveza e ousadia”, completa ela, que está à frente de todo o processo de crescimento e modernização da empresa, hoje com 11 lojas próprias, além da loja virtual. Com faturamento anual de R$ 200 milhões , 15% acima do registrado no ano anterior, tem uma produção que ultrapassa quatro milhões de unidades de suas linhas de produtos. Sissi Freeman, da Phebo: viagem imaginária e banhos no Mediterrâneo Atlantica Hotels quer internautas Rede hoteleira, que tem como foco mercado corporativo, aposta no Facebook para vender diárias de seus hotéis para o viajante individual Nova linha de produtos conta com ilustrações da designer francesa Anne-Marie Helies Novo visual É uma nova fase também de investimentos em design.As ilustrações para a nova linha de produtos foram desenvolvidas pela designer francesa AnneMarie Helies, responsável também pelos desenhos da linha Águas de Phebo e do site da marca. Sua referência foram os azulejos pintados à mão, tradicionais da região e vistos como importante suporte para a expressão artística. As cores vivas e atraentes, características dos azulejos e dos produtos Phebo (o azul, o violeta, o verde, o vermelho e o laranja), remetem à intensidade de cada uma das novas fragrâncias e estampam as embalagens. A Granado foi fundada em 1870, pelo português José Antônio Coxito Granado. O estabelecimento ficava na rua Direita, 14/16, no Centro da cidade do Rio de Janeiro, uma das mais movimentadas da época. Hoje, esta rua chama-se Primeiro de Março, e a Granado lá permanece com suas portas abertas. Cristopher Freeman comprou a marca em 1994 e em 2004, foi a vez da Phebo. Sissi, sua filha e herdeira do grupo, chegou em meados dos anos 2000, aos 25 anos e com experiência de quem viveu fora do Brasil, para cuidar do Marketing e modernizar a companhia genuinamente brasileira e com muita história para contar. Tudo isso sem perder o estilo vintage que é a marca registrada da empresa e que hoje é o diferencial para novos negócios. ■ Depois de conquistar sete mil seguidores no Facebook, a Atlantica Hotels International decidiu que estes internautas que “curtem” a marca merecem ganhar destaque. A empresa lança hoje seu canal de vendas pelo Facebook. Hoje, 70% a 75% das reservas da empresas vem de agências e operadoras de viagens. “Mas temos muitos clientes que gostam de fazer reserva sozinhos, sem intermediários”, afirma Annie Morrissey, vicepresidente de marketing e vendas da Atlantica Hotels. Atualmente, os hotéis já divulgam promoções para os clientes que frequentam a página da empresa na rede social. Mas a ideia é oferecer descontos exclusivos, especialmente para diárias de final de semana. A iniciativa é bem vinda, especialmente por conta do peso do aumento das diárias nas redes hoteleiras. No ano passado, a Atlantica teve um aumento na diária média de 15,52% e uma ocupação 3,51% acima da média de 2010. “A ocupação ficou em média de 66%, mas sabemos do peso da demanda na valorizando das diárias”, conta. As receitas brutas totais somaram R$ 658,2 milhões com alta A empresa abriu cinco hotéis em 2011, a maioria em cidades do interior, e tem cerca de R$ 1 bilhão em ativos para adminsitrar até 2015 de 27,59% sobre 2010. No mesmo período o RevPar (receita por apartamento) avançou 17,94%. “Foi um ano de muito trabalho para trazer resultado aos investidores”, afirma. Projetos A Atlantica abriu cinco hotéis em 2011, a maioria em cidades do interior, e também fez duas conversões de hotéis em São Paulo. Também foram assinados 18 novos contratos, para projetos que serão desenvolvidos nos próximos dois, três anos. “Vamos entrar em 16 novas cidades, especialmente as que estão tendo seus negócios avalancados pela exploração do pré-sal”, diz Annie. A empresa anunciou que estão em sua carteira de negócios R$ 1 bilhão em ativos para administração até 2015. ■ Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 35 CRIATIVIDADE & MÍDIA R$ 1 milhão Editora: Eliane Sobral [email protected] No ringue: Lacta versus Nestlé Cannes Lions anuncia mais três jurados O Cannes Lions Festival Internacional de Criatividade divulgou mais três nomes brasileiros entre os jurados. João Ciaco, Dulcídio Caldeira e Léo Xavier juntam-se aos 11 selecionados anteriormente, e representarão o país em 14 das 15 categorias. Murillo Constantino Françoise Terzian Mariana, da Kraft, incremento de 70% na verba de marketing [email protected] Com exceção de um ou outro paladar avesso ao açúcar, todo mundo adora comer chocolate. Vender bombons, tabletes e ovos, contudo, não é tão doce quanto parece e a Lacta, marca da Kraft que está completando 100 anos, e a Nestlé sabem bem disso. Nesta Páscoa, celebrada em 8 de abril, as duas marcas partirão literalmente para o ringue de chocolate para abocanhar participação de mercado. O golpe, pelo menos para os amantes do doce criado a partir do cacau, é baixo. De um lado do ringue está o Ovo Kit Kat e o o Ovo Suflair de Colher, da Nestlé. De outro surge o Ovo Lacta 100 anos, um 3 em 1 que reúne cinco sabores históricos como Sonho de Valsa e Diamante Negro. Isso sem falar na invenção dos Ovinhos Halls, da Kraft. Líder na venda de ovos de chocolate com 37% de participação em volume segundo a Nielsen, a Lacta vai distribuir 27 milhões de ovos neste ano, dois milhões a mais que em 2011. “Estamos investindo 70% a é o valor injetado pela Dabster Comunicação para reposicioná-la no mercado. O montante será destinado ao novo formato em comunicação visual, ampliação do quado de funcionários e reformas na estrutura da sede. A Dabster completa 10 anos de atuação e projeto 30% de crescimento com a estratégia. COM A PALAVRA... ...OSWALDO NARDINELLI Diretor-geral da Arcor, fabricante argentina de balas e chocolates Murillo Constantino Loducca leva conta da japonesa Yamaha mais em marketing nesta Páscoa que na anterior”, garante Mariana Perota, gerente de marketing de Páscoa da Kraft. Já a Nestlé, que é vice-líder de Páscoa com 23% de participação, vai produzir 17 milhões de ovos, 5% a mais que em 2011. “Vamos ganhar participação neste ano em pelo menos meio ponto percentual e o Justin Bieber vai nos ajudar nisso”, brinca Ricardo Bassani, gerente de chocolates da Nestlé, que colocou o astro juvenil no ovo. A Loducca acaba de conquistar a conta da Yamaha, fabricante japonesa de motos que está no Brasil há 42 anos e é vice-líder no segmento. A agência bateu as concorrentes Dentsu, Lew’Lara/TBWA, Negoama/BBH, Salles Chemistri e Z+. A marca era atendida pela FAM. O chocolate vem acompanhado de uma foto autografada pelo cantor, além de um código para os fãs baixarem uma música pela internet. Esta estratégia deve fazer sucesso no que depender da previsão de Roberto Nascimento de Oliveira, professor do núcleo de estudos do varejo da ESPM. “O grande diferencial para qualquer marca não é mais externo, mas interno. O chocolate precisa vir com conteúdo, o que significa bons brindes”, garante. Haja criatividade! ■ Coca-Cola faz ação reciclável no Carnaval Tudo reciclado e reciclável de novo no painel externo da Coca-Cola Brasil. Desenvolvida pela DPZ, a arte é feita de 10 quilos de latas recicladas que ganharam efeito de purpurina. Depois do baticum, a tela será transformada em bolsas. PARA LEMBRAR NO MUNDO DIGITAL Tudo anda bem com Bardahl Capricho vai investir em aplicativos para celular Não adianta só transportar o conteúdo para o celular. A dica é desenvolver novos produtos para o formato. A revista Capricho divulgou que este ano pretende ampliar sua linha de aplicativos para “smartphones”. A marca voltada para o público jovem coleciona bons resultados dentro do segmento. Somente o site contabiliza 75 milhões de acessos. Outra ação que costuma se mostrar desafiadora tanto para anunciantes quanto para agências é o uso do SMS. O serviço da publicação conta com quase 300 mil assinantes. VAIVÉM ● Marcelo Pereira Dick Tracy deve ter disparados alguns tiros a esmo por conta do detetive Bardahl. Ele e sua Turminha Brava foram criados nos Estados Unidos pela agência Miller, Mackay, Hoeck e Hartung para a Bardahl gringa. Por aqui, as estrelas dos comerciais da fabricante de óleos e aditivos ganharam nomes que explicavam os problemas que poderiam atrapalhar a máquina. A Alcântara Machado rebatizou-os de Antônio Sujo, Zé dos Anéis Presos, Carvãozinho e Chico Válvula Presa. A Denison assumiu a conta e inseriu as curvas de Clarimunda. ISABELLA MULHOLLAND Diretora de planejamento da JWT Brasil renovou a ➤ AsuaJWT área de planejamento. Isabella Muholand é a nova diretora do setor. Antes de flertar com a JWT, Isabella atuava na mesma função na Loducca, onde atendia contas de empresas como Nextel, Peugeot, GVT, Leroy Merlin e Red Bull. Ela acumula ainda passagens pela Souza Cruz como “brand manager” para as marcas Lucky Strike, Hollywood e Camel, e pelas agências Y&R, Fischer América e Neogama/BBH. Como anda o apetite da Arcor para a Páscoa de 2012? Grande. Vamos produzir seis milhões de ovos de chocolate neste ano, um incremento de 20% em relação ao volume fabricado no ano passado. Qual a grande aposta da marca para atrair as crianças e combater concorrentes de peso como Lacta e Nestlé? A Páscoa representa por volta de 20% do nosso faturamento anual de chocolates. Portanto, vamos investir 30% a mais em marketing e licenciamento. Uma de nossas grandes apostas é o programa infantil Patati Patatá, do SBT, que atinge as crianças de até nove anos. No ano passado, fechamos com a dupla e 20 dias antes da Páscoa todos os ovos haviam se esgotado, sucesso que pretendemos repetir neste ano. Estima-se que 80% dos ovos vendidos durante a Páscoa são direcionados ao público infantil. Quais outras ações vão conduzir para ampliar as vendas a este consumidor? Tortuguita é uma marca forte da Arcor e uma das referências entre o público infantil. Neste ano, estamos inovando com brindes como um amplificador de voz que acompanha um dos ovos Tortuguita. E qual será a estratégia para atingir o público jovem e adulto? Vamos trabalhar com o ator e apresentador Rodrigo Faro, da Rede Record, que promoverá a "Estação Páscoa Arcor" para a campanha de 2012. Como fica o reajuste de preços para esta Páscoa? Vai depender do produto, mas o aumento ficará entre 6% e 9%, pois nossos contratos para compra de commodities tipo açúcar e cacau foram fechados em maio, mês em que se registrou um salto nos preços. F.T. 36 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 INOVAÇÃO & SUSTENTABILIDADE SEXTA-FEIRA SEGUNDA-FEIRA TECNOLOGIA ECONOMIA CRIATIVA Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] Pressão para cortar carbono cresce e envolve fornecedores Investidores exigem redução de emissões de empresas que fazem o mesmo com sua cadeia de suprimentos Divulgação Martha San Juan França [email protected] Estimulados por empresas do porte da Vale, Fibria, Walmart, que participam do mercado globalizado, centenas de fornecedores brasileiros — grandes e pequenos — começam a se movimentar para responder ao questionário do Carbon Disclosure Project (CDP) Supply Chain. O objetivo é aderir ao compromisso internacional de inventariar e divulgar suas emissões de carbono e, a partir daí, empreender ações de redução. Da parte das grandes corporações, a iniciativa visa diminuir a pegada de carbono, o que só é possível pressionando pela rastreabilidade da cadeia de suprimentos. No Brasil, a resposta aos questionários ainda é incipiente e muito nova. Em 2008, o Bradesco, um dos pioneiros a incentivar a medida, começou a realizar um evento anual abordando o tema e a importância da gestão das emissões, com a participação de especialistas na área, e passou a responder o questionário no ano seguinte. “Hoje, além do Bradesco, Fibria, Suzano, Vale, AES Eletropaulo e Sabesp, entre outras, já fazem esse trabalho de conscientização”, diz Juliana Campos Lopes, gerente regional para a América Latina do CDP. Ela conta que a proposta está em processo de amadurecimento, mas já apresenta resultados. “De um ano para outro houve uma nítida evolução da parte das próprias empresas”, afirma. Segundo Juliana, questões como busca de eficiência e alternativas sustentáveis, degradação da água e do ar, que antes eram preocupações apenas da área de sustentabilidade, passaram a fazer parte do dia a dia das equipes de compras. O relatório do CDP Supply Fibria: pioneira no setor florestal a disponibilizar questionário de emissões para fornecedores Chain de 2011, desenvolvido com a ajuda da Accenture, comprova essa mudança. Em relação às empresas que têm estratégias para combater as mudanças climáticas, por exemplo, 90% incluíram essas orientações em seus contratos no último ano, ante 79% que fizeram isso em 2010. Já 67% das companhias consultadas afirmaram que incorporaram a gestão de carbono em suas políticas. Outros dados apontam que 50% das companhias têm ou estão desenvolvendo obrigações contratuais para fornecedores que incluem infor- mações sobre a gestão de emissões de carbono. Mas ainda falta muito a ser feito. Processo longo O CDP, criado em 2003, é o maior registro voluntário de informações sobre políticas e estratégias de empresas em matéria de controle de emissões de gases do efeito estufa. Financiado pelo Carbon Trust do governo britânico e por um grupo de entidades filantrópicas, liderado pela Fundação Rockfeller, reúne 534 investidores globais, contando com a participação dos maiores bancos, segu- MEDIDAS PARA REDUZIR EMISSÕES DE CARBONO 100 80 74% 79% 90% POLÍTICAS DE INCENTIVO AOS FORNECEDORES 100 100 63% 26% 40 41% 0 2009 2010 2011 Fonte: Pesquisa Accenture/CDP Supply Chain 2009 2010 2011 RECONHECIMENTO FGV adere à proposta e cria programa 62% 20 0 COOPERAÇÃO 1 FORMAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS PARA GESTÃO DE CARBONO 60 Isso ocorre apesar de 39% das empresas perceberem economias financeiras com seus planos de diminuição de emissões e 34,5% terem se beneficiado com novos fluxos de receita por causa da redução de emissões de seus fornecedores. Enquanto isso, 30% das companhias declararam que as mudanças climáticas já afetaram suas cadeias de suprimento e 53% dos fornecedores responderam que o fenômeno deve causar ou já está causando aumento nos custos operacionais. Ou seja, ainda é preciso um longo caminho a percorrer. ■ ● Pesquisa mostra que houve evolução nas respostas das empresas IMPLANTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS PARA COMBATER EMISSÕES radoras e fundos de pensão. Inicialmente, esse relatório visava apenas as grandes corporações, mas com o tempo ficou evidente que os resultados destas dependiam do que ocorria no âmbito de seus fornecedores. Surgiu assim, em 2007, o CDP Supply Chain. O relatório desse ano mostrou que, enquanto 43% das 49 firmas multinacionais consultadas, como L´Oréal, PepsiCo, Philips e Walmart, têm conseguido reduzir suas emissões anualmente, apenas 28% de seus fornecedores, dos 1.864 entrevistados, têm feito o mesmo. 19% 28% 2009 2010 0 2011 A importância dos fornecedores levou a Fundação Getúlio Vargas a criar também um programa de inovação. A ideia é promover a cooperação com as grandes corporações, para negócios, produtos e serviços sustentáveis. 2 ● Grupo Fleury se torna referência O Grupo Fleury estimula o relacionamento com os fornecedores com um programa de excelência que é referência no setor. Os critérios de participação são qualidade, sustentabilidade, criatividade e inovação. Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 37 TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA EMPREENDEDORISMO EDUCAÇÃO/GESTÃO Relatório internacional traz benefícios a longo prazo, diz Fibria Fabricante de celulose tem lista de 91 fornecedores que participam do CDP e complementam as informações de suas próprias emissões de carbono Empresa que desenvolve projetos de gestão florestal, a Emflora já vinha trabalhando há anos com a Fibria na manutenção sustentável de suas matas plantadas. Há dois anos, ela foi convidada pela fabricante de celulose para participar do CDP Supply Chain como fornecedora. “Foi um tempo curto para preenchermos o questionário”, lembra José de Assis Martins Júnior, gerente de saúde, meio ambiente e segurança ocupacional da Emflora. “Por isso, fizemos um relatório qualitativo com histórico, comprometimento da empresa, gerenciamento dos processos ambientais.” Foi o ponto de partida para que, no ano seguinte, a Emflora providenciasse informações consolidadas para dar início ao inventário de emissões de carbono. A empresa passou a fazer parte da lista de doze grupos com 91 fornecedores da Fibria que vendem produtos químicos, oxigênio, fazem o transporte e serviços de base florestal da empresa e contribuem com 70% das emissões de carbono de sua cadeia de suprimentos. O resultado surpreendeu. “Se no primeiro ano, 45% das empresas responderam o questionário, em 2011 foram 71%”, diz João Augusti, gerente de meio ambiente florestal da Fibria. “Melhor do que isso, 28% alcançaram um desempenho acima da média das empresas.” Augusti acredita que mais do que responder formalmente um questionário, a participação no CDP Supply Chain proporcionou um contato mais direto com os fornecedores. “O beneficio pode não ser tangível no primeiro momento mas na relação de longo prazo é importante”, afirma. Segundo o executivo, a Divulgação João Augusti Gerente de meio ambiente florestal da Fibria melhoria ocorreu no relacionamento, que ganhou em transparência, credibilidade e qualidade. Além disso, as informações complementaram o relatório da companhia, uma das mais de 150 empresas brasileiras que disponibilizam suas informações para os investidores globais. Internalização “O resultado surpreendeu. Se no primeiro ano, 45% das empresas responderam o questionário, em 2011 foram 71%” PARTICIPAÇÃO 43% das 49 firmas multinacionais consultadas pelo CDP afirmaram terem conseguido reduzir as emissões anualmente. EM EXPANSÃO 28% dos 1.864 fornecedores entrevistados conseguiram reduzir emissões, apesar de perceberem benefícios. Outro ponto importante lembrado por Giusti foi o que ele chamou de “internalização da questão ambiental”. Como resultado da necessidade de quantificar as emissões de carbono, muitas empresas fornecedoras passaram a discutir questões relacionadas a mudanças climáticas e modificar o posicionamento sobre transportes, energia e metas ambientais. “Fomos criando uma estrutura interna de gestão dos processos sustentáveis”, exemplifica Martins Júnior, da Emflora. “O comitê faz o levantamento dos passos que devem ser tomados para incorporar essas questões ao planejamento estratégico da empresa.” Além disso, a Emflora ganhou em transparência. Como resultado do processo, a empresa desenvolveu um software de gerenciamento dos gases do efeito estufa que permite a rastreabilidade do processo. Ou seja, começa a estender a mesma necessidade de inventariar as emissões em toda a sua cadeia. “Podemos alimentar o sistema com dados mensais e saber exatamente quem está emitindo e onde”, explica Martins Júnior. Para a empresa trata-se também de uma oportunidade de reduzir custos ao identificar os gargalos de consumo de energia e água, por exemplo, e explorar novos nichos de negócios. ■ Exemplo da Itautec atrai adesões Empresa participa do CDP como parte da lista de fornecedores da Sabesp e amplia processo para incluir sua própria cadeia de suprimentos Membro do grupo de empresas que participam do CDP como parte do Grupo Itaúsa, a Itautec participou do Supply Chain como fornecedora da Sabesp, em- presa responsável pela distribuição de água, coleta e tratamento dos esgotos no Estado de São Paulo. E começa a estender o mesmo processo a seus fornecedores. “Já fizemos encontros para iniciar o trabalho de inclusão de critérios socioambientais nas empresas, como por exemplo, uso de veículos a etanol ou biodiesel e, em 2013, devemos convidá-los para participar do questionário”, diz Ricardo Bloj, vice-presidente de operações. Para Wanderley Paganini,superintendente de Gestão Ambiental da Sabesp, o CDP oferece padrões internacionais para medir as emissões, “mas o mais importante é tomar atitudes que antecedem a adesão a esse projeto”. ■ LUCIANO MARTINS COSTA Jornalista e escritor, consultor em estratégia e sustentabilidade Um desafio para a cultura corporativa A adoção de processos sustentáveis demorou 40 anos para se impor à gestão empresarial, desde que pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology produziram, em 1972, o primeiro estudo global sobre o perigo do crescimento econômico sem controle. O relatório, que recebeu o título de “Os limites do crescimento”, foi atualizado 20 anos depois e demonstrou que não bastava conhecer os riscos de esgotamento das reservas de matérias-primas, de destruição do patrimônio natural e de envenenamento das águas e das terras agricultáveis: o trabalho induzia à conclusão de que um futuro sustentável deveria exigir a criação de novas tecnologias e profundos realinhamentos psicológicos e sociais. Esse é o ponto focal das mudanças de paradigmas nas empresas, cinco anos depois que os cientistas reunidos pela ONU no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas divulgaram o relatório sobre a origem antropogênica dos eventos meteorológicos extremos que têm fustigado o planeta. O dilema que se apresenta aos gestores, investidores, formuladores de políticas públicas e cidadãos comuns é justamente a questão da mudança de hábitos. A recente tentativa de supermercados paulistas As dificuldades de eliminar o uso de sapara engajar colas plásticas é um fornecedores em exemplo do grau de difiprocessos nos quais culdade desse desafio. Basta lembrar que eles não se sentem em muitos países — enbeneficiados tre eles o Brasil — ainda se luta para banir o uso indicam a do silicato de magnésio necessidade hidratado, conhecido de repactuação como amianto. Nem toda a vasta literatura médas relações dica a respeito dos risde negócios cos que esse material representa para a saúde humana e o meio ambiente tem sido suficiente para que seja eliminado definitivamente do nosso convívio. Uma longa lista de materiais poderia se juntar aos indícios de que não basta o conhecimento para que se produza a mudança. Sabe-se que o desenvolvimento econômico-social se produz em ciclos de avanço, consolidação e retrocesso, que se repetem — supondo-se que os avanços sejam mais duráveis e consistentes que os retrocessos, como condição para a consolidação dos resultados. Nas empresas, esse processo pode ser administrado no planejamento estratégico e apoiado por técnicas de estimulação da cultura corporativa; por exemplo, com o incentivo à inovação. No caso da gestão com foco na sustentabilidade, esses procedimentos exigem um quesito adicional: o envolvimento da cadeia produtiva, para que o resultado agregue o valor pretendido em todas as etapas até o último momento de vida útil do produto. As dificuldades para engajar fornecedores em processos nos quais eles não se sentem beneficiados indicam a necessidade de repactuação das relações de negócio. Por exemplo, no setor alimentício os fornecedores de embalagens estão automaticamente agregados aos pressupostos da relação com o consumidor. Na indústria automotiva, as responsabilidades também são claramente compartilhadas, como se pode observar nos casos de recall e no compromisso solidário diante da lei dos resíduos sólidos. Mas o obstáculo dos condicionamentos sociais e psicológicos precisam ser trabalhados cuidadosamente na estratégia de comunicação com todos os parceiros. Compartilhar os ganhos com a redução das emissões de carbono pode ser um incentivo eficaz. ■ 38 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 SE SUA EMPRESA GOSTA DE CRESCER, AUMENTE O ALCANCE DE SUA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA. PUBLIQUE SEU BALANÇO NO BRASIL ECONÔMICO. PUBLIQUE SEU BALANÇO NO BRASIL ECONÔMICO. Fone: (11) 3320-2119 / (11) 3320-2179 • [email protected] www. rasileconomico.com.br Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 39 PLANO DE VIAGEM Priscilla Vilariño/Divulgação São Paulo apagada Que a cidade de São Paulo está sem graça todo mundo sabe. Agora é um bom momento para os candidatos apresentarem um plano de iluminação da cidade. Desde quando foi aprovada a Lei Cidade Limpa proibindo os outdoors, placas e luminosos, as cores sumiram e a cidade ficou cinza. Não existe cidade no mundo que abra mão das luzes para virar referência e aparecer, aí sim, bonita nas fotos. MARCIO MORAES [email protected] A fascinante Bangcoc Fotos: divulgação Conheça uma cidade sem tolerâncias, onde o exagero ainda faz parte do básico Exótica e sem limites, Bangcoc é um lugar que nos deixa sem palavras. São carros, pessoas e monumentos por todos os lados. A movimentação e a agitação nos deixa um pouco confuso, mas entramos no ritmo rapidinho. A melhor maneira de conhecer a cidade é começando pelos grandiosos templos. Visite o Wat Pho, popular pelo Buda deitado; Wat Phra Kaeo, o Templo do Buda de Esmeralda e o mais sagrado da Tailândia, e o Wat Ratchanadda, famoso como Loha Prasat, considerado patrimônio mundial pela Unesco. Pegue uma carona de Tuk Tuk (um triciclo com cabine muito popular) até Palácio Vimanmek e o Grande Palácio Real, a residência oficial do rei. Continue pelo Temple Tiger, onde você fará carinho em tigres! Depois pare no Mercado Flutuante para compras de especiarias. No fim de semana, vá ao Chatuchak Weekend Market para provar alimentos exóticos como gafanhotos empanados e adquirir artesanatos. Reserve um momento para relaxar em um dos mundialmente conhecidos spas, como o Bangkok Oasis Spa. Aliás, a massagem é uma atividade obrigatória. Termine o dia com um belo jantar de barco no Rio Chaophraya ou no topo da cidade no restaurante Sirocco. E depois se aventure na noite pelos shows de fantoches, casas noturnas e bares para todos os gostos. Bangcoc é assim, um lugar único e incomparável. ■ O seu santuário Tranquilidade e lazer em 61 andares no coração de Bangcoc Mais do que um hotel, o Banyan Tree oferece ao seu hóspede uma experiência sensacional em todos os sentidos. Apresenta uma vista panorâmica espetacular da cidade na cobertura, o excêntrico restaurante Vertigo, um famoso spa e quartos luxuosos. “ Tailândia é uma viagem sensorial. Os olhos são tocados pelas cores, as mãos são maravilhadas pelas texturas, a boca é encantada pelos sabores e o olfato inebriado pelos perfumes e especiarias João Annibale CEO da The Leading Hotels of the World no Brasil Classe e sabor Aprecie a autêntica culinária tailandesa no Celadon PÍLULAS Validade Remédios Fora do Brasil É bom aproveitar para conferir o prazo de validade e os vistos do seu passaporte. Surpresa desagradável nos aeroportos é tudo que você não precisa em véspera de Carnaval. Um detalhe fundamental! Lembre-se de levar seus remédios de uso contínuo e até um pequeno kit básico na bagagem. Às vezes, vale pedir uma receita em inglês caso precise de reforço outside. Nem sempre é tão fácil como no Brasil. Conheça as praias do Sul da Itália com o programa Companhia de Viagem. Fomos à Costa Sorrentina e ainda demos um pulo até Paris para mostrar as tendências de moda. Domingo, dia 19, às 3 da tarde, na RedeTV! Sobre um lago repleto de flores de lótus com um terraço, desfrute os sabores da Tailândia em um ambiente calmo, localizado no The Sukhothai Hotel. Considerado o Melhor Restaurante de Bangcoc, o chef Chamlong Pewthaisong prepara pratos impecáveis. 40 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 FINANÇAS Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected] Editora: Maria Luíza Filgueiras [email protected] Subeditora: Priscila Dadona [email protected] Brasilprev tem lucro recorde e busca a nova classe média Empresa de previdência privada do Banco do Brasil avança 30% em resultado e quer manter ritmo este ano Vanessa Correia [email protected] O mercado de previdência privada vai de vento em popa, a julgar pelos números da Brasilprev, braço de previdência privada do Banco do Brasil (BB). No ano passado, a companhia atingiu lucro líquido de R$ 385,7 milhões, avanço de quase 30% quando comparado a 2010. “O lucro recorde sintetiza o potencial de expansão do segmento de previdência privada”, afirma Sérgio Rosa, presidente da Brasilprev. A expectativa é manter o ritmo de crescimento este ano, segundo o executivo. “Temos condições para isso, assim como o mercado como um todo”, diz o executivo. Entre os fatores que devem impulsionar os resultados de previdência privada este ano estão estabilidade do cenário macroeconômico brasileiro e crescimento real da renda da população, com migração de classes econômico-sociais — um dos principais alvos da Brasilprev para se expandir. “Queremos acessar cada vez mais a nova classe média. Esse segmento está redefinindo seu padrão de consumo e sabemos que, em algum momento, reservará parte do salário para a aposentadoria”, diz Rosa. O executivo completa que o braço de previdência privada do BB não mudará os parâmetros dos produtos para atender a esse nicho mas fará sim ações específicas de comunicação juntamente com a instituição financeira. Missão cumprida No ano passado, quase todas as metas traçadas pela Brasilprev foram atingidas. Além do avanço no lucro líquido, a companhia encerrou 2011 com R$ 49,2 bilhões em ativos sob gestão, montante 32,2% maior quando comparado aos R$ 37,2 bilhões obtidos em igual período do ano anterior. “Não chegamos aos R$ 50 bilhões em ativos sob gestão por pouco. Mas batemos esse resultado em meados de janeiro”, destaca Rosa. Do total arrecadado pela Brasilprev no ano passado — R$ 11,7 bilhões —, 80% correspondem a aportes realizados em planos da modalidade Vida Gera- “ Rodrigo Capote Não chegamos aos R$ 50 bilhões em ativos sob gestão por pouco em 2011, mas batemos esse resultado em meados de janeiro Sérgio Rosa Presidente da Brasilprev dor de Benefício Livre (VGBL, mais procurado por quem faz declaração de Imposto de Renda no modelo simplificado), 16% em Planos Geradores de Benefício Livre (PGBL) e 4% nos planos tradicionais, que não são mais comercializados. Segundo o presidente da Brasilprev, o VGBL continua sendo o produto que mais impulsiona o mercado. “Crescemos 24,2% nessa modalidade, totalizando R$ 9,4 bilhões. No caso do PGBL, o incremento foi de 9,5%, somando R$ 1,9 bilhão em arrecadação”, ressalta. Com relação ao desempenho por segmento, os planos individuais lideraram de longe a arrecadação, com R$ 10,2 bilhões, seguidos pelos planos para menores de idade (R$ 787,9 milhões) e planos corporativos (R$ 720 milhões). “Os planos individuais continuarão puxando a expansão do segmento de previdência privada, mas acredito que há grande espaço para os planos empresariais evoluírem, uma vez que esse segmento reflete o desempenho do mercado de trabalho”, aponta o presidente da companhia. Já com relação aos planos chamados de Ciclo de Vida (que mesclam renda fixa e renda variável de acordo com a faixa etária do investidor), conhecidos como fundos compostos, o ano passado não foi expressivo. “Mas apesar da indústria de previdência privada ter perdido 13% em patrimônio líquido, conseguimos manter a estabilidade em relação a 2010”, diz Rosa, complementando que a Brasilprev estuda um novo produto no Ciclo de Vida com prazo de resgate mais longo (o máximo atual é 2040). ■ Sérgio Rosa, da Brasilprev: “Queremos atingir a nova classe média” BRASILPREV Evolução dos resultados entre 2010 e 2011, em R$ bilhões LUCRO LÍQUIDO Variação 28,5% 0,40 0,35 0 35 ATIVOS 0,38 0,30 RESERVAS TÉCNICAS Variação 32,2% 50 40 0,30 49,2 37,2 Variação 32,2% 50 40 ARRECADAÇÃO TOTAL 48,5 Variação 20,8% 12 10 36,7 11,7 97 9,7 8 0,25 30 30 20 20 0,20 6 0,15 4 0,10 10 10 0 0 2 0,05 0,00 2010 Fonte: Brasilprev 2011 2010 2011 0 2010 2011 2010 2011 Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 41 Henrique Manreza Derivativos na mira dos reguladores AGENDA O Ministério da Fazenda criou um grupo para avaliar e acompanhar o mercado de derivativos, segundo portaria publicada ontem no Diário Oficial da União. O grupo, em parceria com o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários, comandada por Maria Helena Santana, tem como objetivo propor medidas que promovam o crescimento “equilibrado” desse mercado, além de monitorar a evolução das exposições das empresas a esses instrumentos. ● No Brasil, pela manhã, saem IPC-Fipe e IPC-S. ● Às 11h30, nos Estados Unidos, dados de auxílio desemprego. Também serão divulgadas as permissões para construção de residências e o índice de atividade, pelo Fed Filadélfia. Rodrigo Capote Empresas usam caixa para pagar fusões Amaral, da Anbima: empresas e bancos brasileiros como protagonistas de operações Negociações feitas em dinheiro representaram 57,8% do total em 2011 Pagamentos em dinheiro foram responsáveis por 57,8% do volume de negociações EVOLUÇÃO DE FUSÕES E AQUISIÇÕES Variação do número e montante de operações Marília Almeida MONTANTE, EM R$ BILHÕES MAIORES OPERAÇÕES [email protected] 184,8 200 Com mais dinheiro em caixa, empresas optaram por pagar transações de fusão e aquisição em 2011 com capital, em detrimento de troca de ações. É o que aponta relatório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), com volume de negociações feitas em dinheiro representando 57,8% do volume das operações no ano passado (R$ 82,5 bilhões). Levantamento do Brasil Econômico mostra que os recursos em caixa de 20 empresas de grande porte no país, que já fecharam os resultados de 2011, aumentaram de R$ 39,7 milhões em 2010 para R$ 48,3 milhões no ano passado — amos- 150 125,9 119 2008 2009 142,8 100 50 0 2010 2011 NÚMERO DE OPERAÇÕES 99 95 143 179 Reestruturação societária de Telemar Participações VALOR, EM R$ BILHÕES 20,8 Incorporação da Vivo pela Telesp 11,3 Aumento do capital da Petrogal Brasil com a entrada da Sinopec 9,1 Entrada da Ternium na Usiminas 5,8 Fonte: Anbima tra do fôlego para arcar com o pagamento de aquisições à vista — ou pelo menos parte dele. A segunda opção nas negociações é a troca de ações, que representou 38,97% do volume das operações (R$ 55,7 bilhões), segundo a Anbima. Mas a retomada do mercado acionário pode favorecer esse tipo de paga- mento. Para Rodrigo Pasin, sócio da V2 Finance, consultoria especializada em fusões e aquisições, a compra de ações minoritárias deve crescer. “O aumento da competição no mercado colabora para este cenário, assim como a recuperação da bolsa de valores. As empresas buscam minimizar riscos e não querem perder oportunidades”, avalia. Apesar de operações de fusões e aquisições ter atingido recorde em 2011, com 179 operações, o volume financeiro das negociações anunciadas teve queda de 22,7% em 2011, quando comparado a 2010, atingindo R$ 142,8 bilhões. ASSESSORES FINANCEIROS Cinco bancos de investimento com maior atuação, em R$ bilhões BANCOS DE INVESTIMENTO Brasileiros protagonizam negociações 35 35 O banco de André Esteves lidera o ranking em ambos os critérios. “Isso é fruto da reestruturação do banco a partir de 2009. Agora, focamos em oportunidades também na América Latina”, diz Marco Gonçalves, sócio responsável pela área no BTG. Bruno Amaral, coordenador do subcomitê de fusões e aquisi- ções da Anbima, também destaca o protagonismo das empresas brasileiras nas aquisições. “Mais da metade das fusões no ano passado tiveram empresas brasileiras como compradora ou vendedora, o que mostra o interesse crescente por negócios no país diante de um cenário de crise internacional”, diz. ■ M.A. 2010 26 30 25 Pela primeira vez três bancos de investimento brasileiros aparecem entre os 10 mais atuantes em fusões e aquisições no país, considerando-se o volume de operações anunciadas no ano passado, segundo a Anbima: BTG Pactual, Itaú BBA e Bradesco BBI. Em operações fechadas, constam BTG e BBI. Mas Bruno Amaral, coordenador do subcomitê de fusões e aquisições da associação, considera o balanço positivo. “Apesar da queda, o volume é o segundo maior da série histórica, iniciada em 2006”, diz. O tíquete médio das transações também caiu, de R$ 1 bilhão para R$ 600 milhões. ■ 20 19 19 BOFA MERRILL LYNCH JP MORGAN ITAÚ BBA/ ITAÚ BES 17 16 14 MORGAN STANLEY SANTANDER JP MORGAN 20 15 5 0 10 35 MORGAN STANLEY 34 2011 30 25 20 15 13 5 0 10 BTG PACTUAL BES Fonte: Anbima Mais agências para puxar crédito do Mercantil Banco lucrou R$ 80,31 milhões em 2011 e quer que total de agências chegue a 200 Ana Paula Ribeiro [email protected] O banco Mercantil do Brasil planeja um crescimento de 30% em sua carteira de crédito em 2012. Para garantir essa meta, irá abrir 31 agências, elevando a rede de atendimento para 200 pontos. “Vamos incrementar a nossa base de clientes e dar continuidade à nossa estratégia, que é conceder consignado, especialmente a pensionistas do INSS, e crédito pessoal apenas a clientes do banco”, disse o vicepresidente, André Brasil. O Mercantil conseguiu um crescimento de sua carteira de crédito de 22% em 2011, chegando a R$ 6,42 bilhões. Apesar dessa expansão, o lucro caiu 41%, para R$ 80,31 milhões. De acordo com o executivo, a queda é justificada pelo resultado extraordinário do banco em 2010 referente a ganhos de R$ 180 milhões com o ganho de uma ação Mercantil continuará concentrado em operações de consignado para pensionistas do INSS. Já o BDMG espera elevar a assessoria financeira para operações estruturadas a empresas de Minas Gerais judicial que questionava o recolhimento da Cofins. Já o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) encerrou o ano passado com um lucro de R$ 82 milhões, valor 2,4% inferior ao de 2010. Para o presidente da instituição, Matheus de Carvalho, o principal destaque de 2011 foi o crescimento de 40% da carteira de crédito, que chegou em dezembro a R$ 2,130 bilhões. Carvalho explicou que embora seja um banco de fomento, o BDMG quer cada vez mais atuar como um prestador de serviços para as empresas do estado. “Queremos diversificar a nossa atuação, com a assessoria para operações estruturadas, como fundos de investimento de direitos creditórios (FIDCs) e a parceria público privadas (PPPs).” O Pine foi outro banco que anunciou o resultado ontem. O lucro líquido no ano foi de R$ 161,5 milhões, crescimento de 36,6%. Em relatório, a instituição atribuiu o resultado ao crescimento da carteira de crédito, de 20,4%, e operações de derivativos com clientes. ■ 42 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 FATO RELEVANTE BM&FBovespa sente pressão no lucro e no valor de mercado Brasileira aparece na 9ª colocação do setor quando considerada valorização das empresas listadas Murillo Constantino Natália Flach [email protected] A elevada volatilidade e a desconfiança dos investidores explicam por que o total de negócios no mercado de capitais, em todo o mundo, diminuiu 6,4%, no ano passado, enquanto o valor de mercado das empresas listadas nas bolsas registrou queda de 13,6% ante 2010. Para se ter ideia, enquanto o Ibovespa retraiu 18,11%, o total referente às companhias listadas enconlheu 10,7% em reais. Já no caso da americana Nyse, o valor de mercado caiu 11,9% — mesmo com o índice Dow Jones tendo subido 5% e o S&P 500 ficado estável. Os dados são da Federação Mundial de Bolsas (WFE, na sigla em inglês). A BM&FBovespa aparece na nona colocação do ranking de 2011 das maiores bolsas em valor de mercado com US$ 1,22 trilhão. Apesar do salto registrado no mês passado para US$ 1,39 trilhão, o total é ainda 5,6% inferior ao apresentado no mesmo período de 2011. Desempenho Assim como parte das companhias que integram a bolsa, os resultados operacionais e financeiros da BM&FBovespa também não vieram totalmente no azul. O lucro líquido, por exemplo, apresentou queda de 12,2% em 2011 — enquanto no quarto trimestre a retração foi de 34,6%, devido a menores receitas nos mercados de renda fixa e variável. Já o resultado operacional no ano caiu 14%, enquanto o financeiro diminuiu 2,9%. Lucro líquido da bolsa caiu 12,2% no ano para R$ 1 bilhão; só no quarto trimestre o recuo foi de 34,6% devido a menores receitas nos mercados de renda fixa e variável Na outra ponta está o aumento das despesas em 28,9%. A explicação para essa alta, no quarto trimestre, foi a transferência de R$ 92,3 milhões de recursos restritos para a BSM (BMF& FBovespa Supervisão de Mercados) para aumentar a fiscalização e regulação. “Poderíamos ter feito isso em outro momento, mas sabemos a importância da supervisão”, afirma Edemir Pinto, presidente da bolsa. A meta para este ano é manter o patamar de despesas registrado em 2011, entre R$ 580 milhões e R$ 590 milhões. Segundo o executivo, a Comissão de Valores Mobiliários Edemir Pinto, da BM&F: até abril será entregue estudo sobre concorrência no mercado de capitais brasileiro (CVM) deve divulgar entre março e abril o resultado de um estudo sobre concorrência no mercado de capitais no Brasil. “O que os possíveis concorrentes querem é flexibilidade e, pelo que tem mostrado o regulador, não é aqui que eles vão encontrar.” Ele acrescenta que não há interesse, pelo menos até o fim de 2013, em fornecer serviços de clearing para as concorrentes. A palavra de ordem, neste ano, é trazer mais liquidez para a casa. Para isso, a intenção é aumentar a família de fundos de índices, investir em aluguel de ações e nos serviços de balcão de derivativos e renda fixa. ■ AS MAIORES BOLSAS DO MUNDO Valor de mercado, em US$ trilhões 12,63 NYSE (US) NASDAQ TÓQUIO LONDRES NYSE (EUROPE) HONG KONG XANGHAI TMX GROUP BM&FBOVESPA AUSTRÁLIA 4,15 3,47 3,40 2,56 2,48 2,46 2,01 1,39 1,30 0 3 “Janela para IPO está entreaberta” Expectativa é que, neste ano, até 45 empresas façam abertura de capital e follow on Apesar do revés nas duas ofertas públicas iniciais que estavam previstas para o início deste ano, a expectativa da BM& FBovespa é que sejam realizadas até 45 operações de abertura de capital e follow on (captação subsequente) ao longo de 2012. Segundo Edemir Pinto, presidente da bolsa, a janela de opor- Henrique Manreza Ivan Clark Sócio da Pricewaterhouse Coopers “A Europa continua um desastre, enquanto há áreas na Ásia, como a Mongólia, que estão muito bem. Estou animado” tunidades está entreaberta e logo deverá se abrir totalmente. “As ofertas ficaram represadas no ano passado por causa da capitalização da Petrobras e da crise aguda na Europa. Mas agora a crise está precificada”, pontua. “No entanto, se um projeto não tiver começo, meio e fim não terá demanda. O que aconteceu (com a Brasil Travel) serve de alerta.” Segundo Ivan Clark, sócio da Pricewaterhouse Coopers, três empresas (da Amazônia, do nor- 6 9 Fontes: Federação Internacional nte de e Bolsas de Valores al al e Brasil il E Econômico * Valores em janeiro/2012 te fluminense e outra do extremo Sul do país) procuraram a consultoria, nesta semana, para tentar ir a mercado. “A Europa continua um desastre, enquanto há áreas na Ásia, como a Mongóli, que estão muito bem. Já os Estados Unidos estão mais animados com o IPO do Facebook, que deve abrir portas, e muitos private equities querem desovar. No Brasil, o mercado de dívidas está aberto e esperamos ofertas públicas iniciais em abril ou maio.” ■ 12 15 COMPANHIA ABERTA Grupo Templars pede registro da quarta empresa seguida A Companhia Aurífera Brasileira entrou com pedido de registro de empresa aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a quarta solicitação feita pelo grupo Templars nos últimos dois meses. Trata-se de uma companhia pré-operacional com o objetivo de captar recursos com venda de ações para serem aplicados em pesquisas de exploração de ouro, aproveitando o momento de alta do metal. Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 43 MERCADO Andrey Rudakov/Bloomberg Estreia Novo Mercado de Renda Fixa A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) concedeu registros do Novo Mercado de Renda Fixa para duas séries de debêntures da Cemig. Os títulos serão os primeiros lançados de acordo com as características de alta governança propostas pela Anbima. Para o presidente da entidade, Marcelo Giufrida, “o desafio é incentivar o mercado a buscar outro equilíbrio, com maiores volumes de emissões, prazos mais longos e outro perfil de indexação”. MOEDAS Dólar tem segundo dia consecutivo de alta BOLSAS Só em fevereiro, o saldo líquido de entrada de dólares no Brasil chega a US$ 7,622 bilhões Enquanto o Dow Jones Industrial Average, um dos principais índices acionários do mercado americano, fechou a sessão ontem com queda de 0,68%, e o S&P500 com baixa de 0,36%, as ações da companhia de cosméticos Avon operaram em sentido oposto. A alta de 1,5% em um dia fraco para o mercado se explica pelo plano de demissões da empresa — o que pode ser um desagrado institucional mas animou os investidores. As ações a US$ 17,80 refletiram o anúncio do presidente da Avon, Kimberly Ross, em uma teleconferência sobre avaliação para corte imediato de custos. A empresa está trabalhando o plano de reestruturação global e corte de gastos da América do Norte com ajuda da consultoria McKinsey. Na Europa, os principais índices acionários fecharam em alta e, no Brasil, o Ibovespa encerrou a sessão com avanço de 0,65%, aos 65.368 pontos. Hypermarcas ON liderou a alta, subindo 5,71%. Na ponta oposta, Bradespar PN teve o pior desempenho, com queda de 2,89%. ■ O dólar fechou ontem em alta diante do real, depois de oscilar ao longo do dia ao sabor das notícias sobre a situação econômica internacional. A cotação da moeda avançou 0,10%, a R$ 1,7232, depois de ter subido 0,38% na véspera. Em relação a uma cesta de moedas, a divisa dos Estados Unidos apresentava alta de 0,06%. O investidores atuaram atentos às notícias internacionais. A China informou que continuará comprando papéis da dívida da zona do euro. Novas preocupações com o risco de calote desordenado da Grécia também pesaram no humor geral. Por outro lado, dados melhores do que o esperado sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da França e da Alemanha e a produção industrial dos Estados Unidos inesperadamente estável em janeiro seguraram parte da piora ao longo do dia. Ingresso de dólares Já o cenário interno continua sendo favorável ao ingresso de dólares no país. O Brasil voltou a registrar entrada líquida de moeda na semana passada, embora num ritmo um pouco menor, mostraram dados do Banco Central. Entre os dias 6 e 10 deste mês, o superávit cambial foi de US$ 3,828 bilhões, ante os US$ 4,575 bilhões que ingressaram na semana anterior. O economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, chamou a atenção para o fato de que o fluxo cambial de fevereiro registra uma concentração de ingresso de recursos nos dias 3 e 8 — exatamente os dias em que o Banco Central realizou leilões de compra de dólar no mercado a termo. No dia 3, o fluxo financeiro registrou a entrada de cerca de US$ 3 bilhões no país, enquanto no dia 8 entraram cerca de US$ 3,7 bilhões. “Essa concentração significa que o fluxo não foi tão forte quanto se pensava”, disse Barbutti. Ele observou que, na quinta-feira da próxima semana, quando o BC divulgar a nota sobre o setor externo e a posição cambial dos bancos, será possível estimar o “ Há uma certa resistência em comprar a ideia de que a assinatura do acordo na Grécia resolve todos os problemas Alfredo Barbutt Economista-chefe da corretora BGC Liquidez impacto de suas intervenções no mercado de câmbio. “Aí, sim, saberemos se o BC enxugou o fluxo”, afirmou o economista. De acordo com Barbutti, a percepção de que o ingresso de recursos externos no Brasil foi concentrado em apenas dois dias ajudou a puxar para cima a cotação da moeda norte-americana. Em relação ao cenário internacional, Barbutti declarou que “há uma certa resistência em comprar a ideia de que a assinatura do acordo na Grécia resolve todos os problemas”. De acordo com o economista, tal resistência também contribui para a alta do dólar, na medida em que reduz o apetite por ativos de risco devido às preocupações com a economia global. No acumulado do mês até a última sexta-feira, o fluxo de dólares é positivo em US$ 7,622 bilhões, ainda sustentado quase que totalmente pela conta financeira, que tem saldo positivo de US$ 7,337 bilhões no período, ante superávit de US$ 284 milhões no lado comercial. No ano, as entradas de recursos superam as saídas em US$ 14,904 bilhões. ■ Reuters JUROS COMMODITIES Avon na Menor taxa Ameaça contramão para janeiro do Irã faz do índice de 2013 óleo subir Os juros futuros encerraram a sessão ontem no menor nível histórico no contrato mais negociado, com vencimento em janeiro de 2013, após o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) de fevereiro ter vindo abaixo das expectativas. Os contratos chegaram a reduzir a queda após o governo anunciar corte de R$ 55 bilhões no orçamento, dentro das expectativas. Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, anunciaram o corte do orçamento ontem em Brasília. O governo promete limitar os gastos e cumprir a meta de superávit primário neste ano, abrindo espaço para o Banco Central continuar cortando a taxa Selic. “O corte no orçamento veio dentro do que estávamos imaginando”, disse Mariano Cirello, diretor de investimentos da Mapfre DTVM SA, à Bloomberg. “O contrato mais líquido reduziu a queda e outros vencimentos subiram porque o anúncio foi considerado “sem surpresas, sem um corte mais agressivo”, disse Cirello. ■ O preço do petróleo encerrou a quarta-feira em alta impulsionado pela intenção do Irã de “revisar” as exportações de óleo para os países europeus. O barril de petróleo tipo WTI, para entrega em março, fechou o pregão negociado a US$ 101,86 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nyse). “O mercado tem ficado muito atento ao Irã e ao que pode acontecer na região”, afirmou Tom Bentz, de BNP Paribas. Desde a manhã, a notícia que o Irã teria intenções de cortar as exportações para seis países europeus foi a principal força que movimentou os preços do petróleo. Segundo um anúncio realizado pela televisão iraniana, o governo local chamou os embaixadores de seis países europeus (França, Itália, Espanha, Grécia, Portugal e Holanda) para informa sobre suas intenções de cortar a venda de petróleo para estas nações. Teerã já havia ameaçado, nas últimas semanas, promover a interrupção da venda de petróleo à Europa, que corresponde a 20% de suas exportações. ■ AFP 44 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 FINANÇAS PESSOAIS VIAJAR Falta de planejamento de viagem pesa, e muito, no bolso Preços do Carnaval mostram que custo de comprar pacotes em cima da hora chega a ser 70% maior Flávia Furlan [email protected] É véspera de Carnaval e muita gente ainda está em busca de hotéis, passagens aéreas e pacotes de viagens. Levantamento feito pelo site especializado Decolar. com ao BRASIL ECONÔMICO mostra que na última semana, entre os dias 8 e 14 de fevereiro, os bilhetes emitidos para os 10 destinos mais procurados no Carnaval representaram quase um terço do total emitido de novembro até 7 de fevereiro deste ano. De acordo com o presidente da Decolar.com, Alípio Camanzano, para viagens internacionais, os brasileiros buscam aproveitar as melhores tarifas ofertadas com antecedência —mas o contrário acontece em viagens nacionais. “Nesta semana, o volume de procura está alto, o que quer dizer que bastante gente está comprando de última hora”, aponta Camanzano. Deixar as definições de viagem para a última hora, no entanto, tem impacto no bolso. E não só na alta temporada. O setor de turismo tende a subir preços com a proximidade do embarque e, além disso, as opções mais baratas ficam mais escassas com o passar do tempo. “Se comprar com antecedência, o turista tem desconto de até 70% nos pacotes”, diz o vicepresidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav-Nacional), Edmar Bull. No segmento de luxo, a dinâmica é a mesma. “Quem comprar em cima da hora está mais onerado, mesmo o cliente com maior poder aquisitivo, para o qual a alta de preços faz também diferença”, pondera o diretor de Negócios da Litoral Verde Viagens, Gilberto Hingel. Uma viagem de cinco noites em um resort de luxo em Angra dos Reis (RJ) custa agora R$ 4.970 o casal, enquanto em novembro era R$ 3.976. Com relação à passagem aérea, o turista chega a pagar mais de três vezes pela falta de planejamento. Em novembro, o custo da passagem aérea em um pacote para o Carnaval de Salvador, partindo de São Paulo, era de R$ 560 na operadora de luxo e hoje é de R$ 1.800. O que acon- “ Divulgação ■ PACOTE Planejamento pode gerar uma economia para o turista de até Às vezes, temos cancelamentos de última hora por força maior, como doença, e podemos vender o pacote no valor anterior 70 % ■ HOSPEDAGEM Neste caso, a economia ao reservar com antecedência é de até 20 Edmar Bull % Vice-presidente da Abav ■ AÉREO Preço das passagens compradas em cima da hora pode variar 3 AOS ATRASADOS Dicas para economizar na viagem de última hora Busque destinos que não sejam os mais requisitados para a época Faça contato com agências de viagem à procura de pacotes cancelados por outros turistas Fique de olho em promoções de última hora em redes sociais Não embarque e desembarque nos dias de maior fluxo aéreo Escolha voos em horários evitados por outros turistas, como de madrugada, por exemplo Procure aeroportos alternativos vezes Camanzano, da Decolar.com, diz que brasileiro deixa para última hora compra de viagem para destinos nacionais tece no setor aéreo é que eles começam a vender as tarifas de classe econômica mais rápido do que as demais. Bull, da Abav, diz que é possível escapar deste custo maior se o turista optar por embarcar em períodos de menor movimentação. “Não vá viajar, por exemplo, na sexta-feira e sábado de Carnaval”, diz. Nos pacotes, só contando com a sorte. “Às vezes, temos cancelamentos de última hora por força maior, como doença, e podemos vender o pacote no valor anterior.” No caso dos hotéis, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo (Abih-SP), Bruno Omori, conta que a reserva antecipada pode fazer o turista economizar entre 10% e 20%, sendo o desconto maior de acordo com a forma de pagamento. “Um hotel de três estrelas com 100 apartamentos consegue pagar suas despesas com 37% de ocupação, então até chegar a este patamar ele pratica a tarifa com desconto. Depois, trabalha com a tarifa padrão”. A forma de economizar com a hospedagem seria ir contra o fluxo. O setor hoteleiro de São Paulo, por exemplo, está fazendo promoções pa- ra atrair um público durante a época de Carnaval, quando a ocupação na cidade fica em uma média de 30% a 40%. “Vemos casos de hotéis com descontos de até 60% na cidade.” Outra forma de economizar é ficar de olho nas redes sociais. “As empresas estão diversificando seus canais de venda para oferecer promoções, como o Facebook”, explica Annie Morrissey, vice-presidente de marketing da Atlantica Hotels, que lança hoje seu canal de vendas na rede social (veja mais na página 34). ■ Colaborou Regiane de Oliveira Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 45 Divulgação Indusval migra para o Nível 2 da bolsa O Banco Indusval está finalizando o processo de listagem de suas ações no Nível 2 da BM&FBovespa, segundo na escala de governança corporativa da bolsa. A proposta foi aprovada em assembleia geral extraordinária no dia 22 de dezembro e o Banco Central homologou as alterações estatutárias no dia 7 de fevereiro. A última fase desse processo é fazer a formalização junto à bolsa. A divulgação da data de início das negociações no Nível 2 será feita nos próximos dias. HOME BROKER (fechamento em R$) BR Malls ON (BRML3) 24,00 23,999999 23,30 22,25 22,249999 21,85 20,50 20,500000 18,75 18,750000 20,40 18,65 17,00 17,17,000000 00000 1/NOV Suporte 5/DEZ Objetivo 10/JAN 15/FEV Fontes: Leandro Ruschel, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico BRMalls rompe máximas e segue em alta O setor de consumo apresenta papel importante na bolsa neste ano, com vários ativos fortes, mas as ações ordinárias da BRMalls se destacam entre seus pares. Enquanto o Índice de Consumo (ICON) subiu 1,49% no último pregão, as ações da companhia integrada de shoppings registraram alta de 3,55%, para R$ 21,85. Para o assessor de investimentos e sócio da Leandro & Stormer, Leandro Ruschel, a ação vem em tendência de alta desde setembro do ano passado, quando o principal índice da bolsa paulista ainda não tinha deslanchado e enfrentava congestão. “Em 2011 o papel fez um movimento de alta de cerca de 15%, enquanto o Ibovespa caiu na faixa de 20%, e conseguiu romper a máxima histórica”, conta o assessor. A resistência, rompida no pregão de terça-feira (14/2), era de R$ 20,40 e a ação segue em tendência de alta. Como não há outro topo histórico, Ruschel usa outros parâmetros técnicos para traçar o tópico e projeta preço-alvo de R$ 23,30 para o papel. “Acredito que há espaço para continuar o movimento, tendência confirmada por outros papéis, como os da BR Properties”, avalia. Os fundamentos também são favoráveis, já que há esforços governamentais para manter a economia aquecida, o setor varejista tem obtido boa performance, os aluguéis são reajustados acima da inflação e as taxas de ocupação são altas. Os resultados do último trimestre de 2011 e do ano devem ser divulgados no dia 27 de fevereiro, após fechamento dos mercados. Weruska Goeking DESEMPENHO VENCIMENTO Fundos já receberam R$ 9,64 bi em 2012 Curto prazo e renda fixa são as categorias com maiores captações no ano Os aportes nos fundos brasileiros em 2012 já superaram o volume dos saques em R$ 9,64 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). As carteiras que mais atraem recursos nessa indústria são as que realizam alocações no curto prazo e as destinadas a aplicações em renda fixa, com captações de, respectivamente, R$ 4,37 bilhões e R$ 3,05 bilhões. No sentido inverso, a categoria mais penalizada com o saque de recursos é a de fundos multimercados com estratégia em moedas e juros, que somam no ano saídas líquidas de R$ 361,54 milhões. Esses saques reforçam um movimento iniciado já no ano passado. No acumulado dos 12 meses, essa categoria está com uma captação negativa de R$ 21,96 bilhões. Ainda de acordo com dados da Anbima, a indústria de fundos no Brasil totalizava no dia 10 de fevereiro (último dado disponível) um patrimônio de R$ 1,79 trilhão. Ao levar em conta os fundos estruturados e os no exterior (off shore), o total chega a R$ 2,01 trilhões. ■ TWITTADAS “Analistas projetam lucro menor para a #VALE5, investidores resolveram não acreditar em um milagre e desde ontem estão em retirada!!” Picapau Trader, @picapautrader, investidor “A Grécia tem uma história de prometer reformas para os credores e não cumprir. Desta vez parece não ser diferente” Thomson Reuters, @thomsonreuters, twitter da agência de notícias “Frase do dia: ‘O que quer que aconteça no mercado hoje, já aconteceu e acontecerá outra vez’” — Jesse Livermore Marcos Moore, @Marcos_Moore, analista BR MALLS Emissão de debêntures em R$ 405 milhões é vista como positiva por Ativa ANALISTA CONSIDERA TAXA ATRATIVA PARA CAPTAÇÃO APLICATIVO A BR Malls anunciou emissão de debêntures no montante de R$ 405 milhões, valor que diz respeito a debêntures adicionais e suplementares. De acordo com a analista da Ativa Corretora, Julia Monteiro, a emissão é positiva, ainda que a companhia seja a mais alavancada de seu setor, com um indicador de dívida líquida sobre o Ebitda (lucro antes de juro, imposto, amortização e depreciação) de 2,96 vezes, de acordo com dados do terceiro trimestre de 2011. “Julgamos que a remuneração das debêntures é favorável para a BR Malls”, afirma a analista. A companhia anunciou no terceiro trimestre de 2011 um custo médio de sua dívida equivalente a Índice de Preços Geral - Mercado (IGP-M) mais 6,92%. As novas debêntures serão simples, não conversíveis em ações e a primeira série terá vencimento de cinco anos e remuneração com atualização do valor nominal de 100% do DI mais 0,94%, enquanto a segunda terá prazo de sete anos e juros prefixados de 6,4% ao ano mais Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A empresa destinará os recursos para reforço de caixa e resgate antecipado de notas promissórias. “A empresa deverá continuar seu agressivo plano de expansão, principalmente, via aquisição de shopping centers.” SILVERADO SERVIÇOS DE INFORMAÇÕES CADASTRAIS LTDA. CNPJ nº 07.721.591/0001-35 BR Brokers sobe Opções sobre após compra o Ibovespa WinTrade no iPhone A compra de parte da Bamberg por R$ 25,5 milhões fez a Brasil Brokers apresentar a maior alta em seis meses ontem. A ação encerrou o pregão a R$ 7,40, valorização de 6,47%, maior desde 9 de agosto de 2011 (7,68%). A Brasil Brokers assinou contrato para comprar 55% da Bamberg e assumiu o compromisso de adquirir os 45% restantes em até quatro anos a partir da data da aquisição, segundo comunicado ao mercado. A Bamberg atua exclusivamente no mercado secundário de imóveis. ■ A WinTrade, home broker da Alpes Corretora, está lançando um aplicativo que permite a negociação de ações e derivativos via iPhone. A ferramenta, chamada WinMobile, ficará disponível gratuitamente na App Store a partir do dia 27 deste mês, e possui todas as funções de um home broker normal, incluindo a negociação de minicontratos de índice futuro e dólar. Por meio do aplicativo, será possível ainda ver as cotações em tempo real, acompanhando até 15 ativos ao mesmo tempo. ■ O exercício de opções sobre o Índice Bovespa (Ibovespa) movimentou ontem R$ 5,10 bilhões, com 82.820 contratos negociados. Do volume de operações exercidas, R$ 4,93 bilhões referem-se a opções de compra e R$ 172,2 milhões refere-se a opções de venda. Já o segmento BM&F registrou o último dia de negociação do contrato de Ibovespa Futuro com vencimento em fevereiro de 2012 (G12). Foram negociados 35.220 contratos para este vencimento, que giraram R$ 2,31 bilhões. ■ EDITAL DE CONVOCAÇÃO - REUNIÃO DE SÓCIOS Ficam convocados os sócios da empresa para se reunirem em reunião de sócios, às 10:00h, do dia 27 de Fevereiro de 2012, na sede da Sociedade na Capital do Estado de São Paulo, na Av. Engenheiro Luis Carlos Berrini, nº 1.511, 17º andar, Cidade Monções, CEP: 04571-011, para deliberarem sobre (i) a alteração da numeração da sede da Sociedade e endereço comercial dos Sócios, (ii) pela abertura de duas filiais da Sociedade em Salvador/BA e Belo Horizonte/MG; (iii) pelo aumento no Capital Social da Sociedade; e (iv) a aprovação da alteração do Contrato Social e consequente consolidação do mesmo. São Paulo, 16 de Fevereiro de 2011 Manoel Teixeira de Carvalho Neto - Sócio Administrador MARINHA DO BRASIL CENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHA NO RIO DE JANEIRO (COMRJ) AVISO DO PREGÃO ELETRÔNICO N°04/2011 OBJETO: AQUISIÇÃO DE UNIFORMES PARA O RECOMPLETAMENTO. EDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos dias úteis, no COMRJ. a) Recebimento das propostas de preços até às 10:00 horas do dia 01/03/2012, exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado no endereço www.comprasnet.gov.br. b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 10:00 horas do dia 01/03/2012, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br. End. Av. Brasil 10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-008 ou Fax (21) 2101-0815. Acesso ao Edital no site-www.comrj.mar.mil.br 46 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 MUNDO Christian Hartmann/Reuters SUCESSÃO Timothy Geithner e Hillary Clinton estão entre os nomes cotados para assumir o Bird O processo sucessório no Banco Mundial (Bird) foi aberto, ontem, depois que o titular Robert Zoellick anunciou que deixará o cargo ao final de seu mandato dia 30 de junho. O ex-funcionário do governo de George W. Bush e ex-assessor do Goldman Sachs foi o décimo-primeiro a ocupar o posto. Fonte ligada ao Bird revelou que o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e a secretária de Estado, Hillary Clinton, são possíveis candidatos. AFP Simon Dawson/Bloomberg Grécia cada vez mais perto da moratória “Sangue” no Banco da Grécia durante protestos em Atenas Governo luta para não ter que sair da Zona do Euro O cancelamento de uma reunião de ministros das Finanças da Eurozona sobre a Grécia prevista para acontecer ontem foi ressentido pelo governo grego que, apesar de acreditar que alguns de seus parceiros querem o país longe, assegura que respeitará as exigências. “É necessário dizer a verdade ao povo grego, existem vários países da Eurozona que não nos querem mais. Precisamos convencê-los” de que a Grécia pode “renascer”, disse o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos.” Na terça-feira, o presidente da Zona do Euro, Jean-Claude Juncker, afirmou que as autoridades gregas não responderam e que, por isso, a decisão sobre o novo plano de ajuda foi passada para segunda-feira, data da próxima reunião do grupo. Os parceiros da Grécia esperam o detalhamento do plano de ¤ 325 milhões em cortes de gastos adicionais que são exigidos para o or- PAPAGAIO ¤ 14,5 bilhões é o valor da dívida da Grécia que vence no dia 20 de março e que caso não seja paga colocará o país em moratória. çamento de 2012 do país. Juncker ressaltou que “não recebeu garantias por escrito dos líderes da coalizão grega sobre a aplicação do programa de austeridade”. O ministro alemão das Finanças Wolfgang Schäuble repetiu ontem a disposição de seu país em ajudar a Grécia, mas somente se o país não for um “poço sem fundo.” Ao mesmo tempo, o ministro das Finanças de Luxemburgo, Luc Frieden, deu a entender que a Grécia pode ser excluída da Zona do Euro, caso não cumpra suas promessas de reduzir o déficit público. O tempo é curto: a operação de troca da dívida, que deve ser implementada por credores privados para perdoar deliberadamente ¤ 100 bilhões de dívida grega, se receber sinal verde da Eurozona, deve durar várias semanas. A Grécia entrará em moratória no dia 20 de março caso não pague nesta mesma data ¤ 14,5 bilhões de dívida. ■ AFP Andrew Davis/Bloomberg Prédios religiosos usados com fins comerciais poderão ter que pagar imposto Itália pode taxar prédios da igreja O patrimônio imobiliário da Igreja Católica no país é avaliado em cerca de ¤ 9 bilhões O governo italiano anunciou a intenção de apresentar uma emenda ao Parlamento para fazer a Igreja pagar um imposto sobre os prédios usados com finalidades comerciais. No total, a igreja italiana possuiria pelo menos 100.000 prédios avaliados em ¤ 9 bilhões. A Concordata — convenção entre o Estado e a Igreja acerca de assuntos religiosos — entre a Itália e a Santa Sé prevê um reconhecimento particular do valor social das atividades de instituições sem fins lucrativos. O problema é que alguns edifícios abrigam atividades dos dois tipos (por exemplo, uma capela e um hotel) o que vem permitindo a isenção. Em carta ao vice-presidente da Comissão Europeia, Joaquin Almunia, o primeiro -ministro Mario Monti anunciou a intenção de esclarecer a questão no parlamento e destacou que “a isenção da taxa predial para a Igreja se refere, apenas, aos imóveis consagrados de forma exclusiva a uma atividade não comercial”. O porta-voz da CEI (Conferência Episcopal Italiana), Monsenhor Domenico Pompili desejou que seja “analisado o valor social das atividades não lucrativas” da igreja em todo o mundo. Os bispos italianos afirmam que a isenção do imposto predial para as obras educativas, sanitárias e de luta contra a pobreza, permite preencher lacunas do sistema social italiano. ■ AFP Vincent Kessler/Reuters PIB da Zona do Euro recua 0,3% e indica leve recessão A economia da Zona do Euro encolheu no fim de 2011 e flertará com uma leve recessão em meio à crise de dívida soberana, mas a força da França e a resistência da Alemanha podem manter o bloco longe do desastre. A atividade econômica das 17 nações da região caiu 0,3% no quarto trimestre em relação ao terceiro, informou a Eurostat. A queda foi a primeira desde o segundo trimestre de 2009, quando houve recuo 0,2%. Mesmo uma leve recessão mas- cara a diferença entre as nações mais ricas do norte da Europa e aquelas mais pobres e menos produtivas do sul. O PIB alemão caiu 0,2% no quarto trimestre, contra crescimento de 0,6% no período entre julho e setembro. A França foi melhor, crescendo 0,2%. Enquanto isso, a economia da Itália contraiu-se 0,7% no quarto trimestre ante o período anterior, mais que o esperado, empurrando o país para a recessão, que deve persistir neste ano. ■ Reuters TAL MÃE TAL FILHA A deputada italiana Licia Ronzulli participa de uma uma sessão do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na França, com a filha no colo. Durante os trabalhos, ela imitou a mãe nos gestos, sobressaindo-se entre os aparentemente compenetrados parlamentares. Reuters Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 47 PONTO FINAL Sarkozy vai concorrer à reeleição na França O presidente da França, Nicolas Sarkozy, declarou ao vivo na televisão nesta quarta-feira que está concorrendo a um segundo mandato nas próximas eleições presidenciais de abril. Sarkozy, de centro-direita, anunciou sua candidatura no noticiário noturno do canal TF1, já que o socialista François Hollande, que lidera as pesquisas de opinião, fazia o seu segundo grande comício de campanha na cidade de Rouen, no norte da França. “Sim, sou candidato à eleição presidencial”, disse ele. Reuters IDEIAS/DEBATES [email protected] Adriano Pires Alfredo Assumpção Diretor do Centro de InfraEstrutura (CBIE) Economista e presidente da Fesa, empresa de recrutamento de executivos A concessão dos aeroportos Que país é este? A privatização dos aeroportos de Cumbica, Viracopos e Brasília, através do modelo jurídico da concessão, mostrou que a única saída para que o país tenha um setor de infraestrutura moderno e com qualidade é com a entrada de investimentos privados e operação privada. É uma pena que o governo tenha adiado tanto essa decisão e vamos torcer para que ainda possamos ter a tempo aeroportos adequados para atender eventos como a Copa e a Olimpíada. O leilão foi um sucesso, mas poderia ser ainda maior, caso o modelo adotado não tivesse mantido o ranço ideológico, que fez com que a Infraero ficasse com 49% de todos os consórcios que ganharam ou que vierem a ganhar os leilões dos aeroportos. Com certeza, a presença da Infraero irá dificultar a gestão dos aeroportos, principalmente no que se refere à implantação de uma gerência mais eficiente. O perigo é que ocorra um aumento de tarifas, que serão pagas pelos consumidores e as empresas aéreas, ao invés de um aumento da eficiência na gestão dos aeroportos. No mais, é curioso que o modelo de concessão com cessão onerosa, implantado no governo FHC e tão criticado pelo PT, tenha sido adotado no caso dos aeroportos. Acho que o governo percebeu o fracasso dos leilões de estrada realizados no governo Lula com critério da menor tarifa, que não provocou ainda nenhum grande investimento, ao contrário, estamos pagando pedágio e a qualidade dessas estradas licitadas continua péssima. País sem terrorismo, miscigenado, multirracial, que aceita a diversidade, diferentes religiões e religiosidades, operando sob a égide de uma única norma legal em todo o seu território. Comunica-se com um único idioma, sem dialetos. Convive com um mínimo de catástrofes climáticas, temperado com um clima mais ou menos estável o ano inteiro. Democrático e estável, política e economicamente. Aumenta significativamente o número de pessoas entrando na classe média nos últimos anos. Caminha para uma redução do nível de pobreza. Evidencia um caminho sem volta para o desenvolvimento. Seu mercado interno é forte, com 80% da riqueza sendo gerada e consumida aqui. Relaciona-se amistosamente com todos os países do mundo. Brasil, você é o país da moda. Ufanismos à parte, o que fazer para conseguir um atalho e sair da posição de sexta maior economia do mundo para sermos a sexta mais desenvolvida? Com base no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ostentamos a vexatória 84ª posição dentre 187 países e territórios reconhecidos pela ONU. Dada a benevolência da entidade para com seus membros, mesmo nesta classificação, o Brasil posiciona-se junto aos países de alto desenvolvimento humano. É que os países são distribuídos agora em quatro grandes grupos: desenvolvimento humano muito alto, os 25% com maior IDH; alto desenvolvimento humano (onde se encontra o Brasil); os 25% imediatamente abaixo, médio, o terceiro grupo; e baixo desenvolvimento humano, os 25% piores. Medem-se aqui três dimensões básicas do desenvolvimento humano — vida longa e saudável, conhecimento e padrão de vida digno — relacionadas à educação, saúde e renda. A evolução do IDH do país entre 1980 e 2011 foi de 31%, com uma taxa média de crescimento de 0,87% ao ano. Neste mesmo período, o PIB do país saiu de US$ 163 bilhões em 1980, 12ª economia no mundo, para US$ 2,2 trilhões em 2011, como sexta maior economia, uma variação de 1.250%. Notase claramente que a qualidade de vida da população, nos quesitos saúde, educação e renda, não evoluiu na mesma proporção. Está na hora de deixar de lado o debate ideológico de que infraestrutura é dever do Estado e as acusações de viés político sobre qual partido privatiza melhor Por fim, é de lamentar que alguns importantes quadros do PT continuem atacando as privatizações ocorridas no governo FHC ao afirmar que os aeroportos foram concedidos à iniciativa privada, enquanto anteriormente a operação era de venda. Na verdade, todas as privatizações que ocorreram no governo FHC, em setores caracterizados como serviços públicos ou onde existia a presença de monopólio natural, foram realizadas sob o regime jurídico da concessão. Isso ocorreu com as empresas distribuidoras de energia elétrica, com as de telecomunicações, com as estradas, ferrovias. A única grande privatização do governo FHC que não seguiu esse modelo foi a da Vale, pois se tratava da venda de ações que o estado detinha numa empresa que não presta um serviço público e atua num mercado onde não há a presença do chamado monopólio natural. Está mais do que na hora de deixarmos de lado o debate ideológico de que infraestrutura é dever exclusivo do Estado e as acusações de viés estritamente político partidário sobre qual partido privatiza melhor. É preciso dar continuidade às privatizações, baseadas no modelo de concessão tendo o capital privado como empreendedor e o Estado como fiscalizador e regulador. Com isso, estaremos dando segurança jurídica aos investidores, diminuindo o risco regulatório e atraindo empresas com real capacidade de fornecer uma infraestrutura moderna e com o padrão dos países desenvolvidos. Feito isso, o grande ganhador e beneficiário será toda a sociedade brasileira. ■ Nota-se claramente que a qualidade de vida da população, nos quesitos saúde, educação e renda, não evoluiu na mesma proporção O que nos falta fazer? Voltar a investir em infraestrutura nos níveis dos anos 1970 que rondavam os 5,5% do PIB para melhorar portos, aeroportos, estradas, ferrovias, etc. Reduzir a carga tributária para níveis de 22% a 25% do PIB, saindo dos atuais 36%, para fortalecer o setor privado, que, assim, poderá investir em educação e desenvolvimento de pessoas, podendo produzir mais barato e com qualidade, tornando o produto brasileiro competitivo na arena global. Interromper o processo de desindustrialização. Sair do modelo fazendão exportador, pura e simples, de produtos primários, commodities agrícolas e minérios, para competir também com produtos industrializados. Se 95% das empresas brasileiras têm planos de saúde nos níveis das nações mais desenvolvidas do mundo, empregando pessoas garante-se assistência médica à população. Haverá geração de empregos, reduzindo assistencialismos e custos para o governo. Aumentará renda e melhorará nosso IDH. ■ Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretores Executivos Alexandre Freeland e Ricardo Galuppo Publisher Ricardo Galuppo Diretor de Redação Joaquim Castanheira Diretor Adjunto (SP) Costábile Nicoletta Diretor Adjunto (RJ) Ramiro Alves Editores Executivos Gabriel de Sales, Jiane Carvalho, Thaís Costa [email protected] BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. CONTATOS: Redação - Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158 Administração - Fone RJ (21) 2222-8050 - SP (11) 3320-2128 Publicidade - Fone RJ (21) 2222-8151 - SP (11) 3320-2182 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos [email protected] Fone (11) 3320-2017 (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais) Redação - Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP) Atendimento ao assinante/leitor Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 São Paulo e demais localidades - Fone 0800 021-0118 De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30 Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h www.brasileconomico.com.br/assine [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro Fone (11) 3320-2112 Sede - Rua Joaquim Palhares, 40 Torre Sul - 7º andar - Cidade Nova – CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Impressão Editora O Dia S.A. (RJ) Diário Serv Gráfica & Logística (SP) FCâmara Gráfica e Editora Ltda. (DF/GO) 48 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A., com sede à Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar - CEP 04578-901 - Brooklin - São Paulo (SP) - Fone (11) 3320-2000 Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) (21) 3878-9100 - [email protected] É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômica S.A. ÚLTIMA HORA Vale tem lucro recorde de US$ 22,9 bi Renzo Gostoli/Bloomberg A Vale registrou em 2011 lucro líquido recorde de US$ 22,9 bilhões, equivalente a US$ 4,36 por ação diluído. “Nosso desempenho financeiro foi extraordinário, o melhor de todos os tempos”, afirmou o presidente Murilo Ferreira. No entanto, o resultado do quarto trimestre de 2011 foi de US$ 4,67 bilhões de lucro líquido, US$ 0,90 por ação diluído, volume 20% inferior ao do mesmo período de 2010, em consequência dos menores preços de minério de ferro, cobre e níquel, causados pela recessão europeia e as expectativas negativas produzidas pela crise de endividamento da zona do euro, justificou a companhia. ■ Redação [email protected] Publisher Corte positivo, mas... Natura investirá R$ 420 mi em produção e logística Fotos: divulgação Pedote, da Natura: este ano será melhor que 2011 Ricardo Galuppo A Natura vai investir R$ 420 milhões em 2012, após aportar R$ 350 milhões no ano passado, até então o recorde da empresa. O montante será usado no incremento da capacidade industrial das fábricas de Cajamar (SP) e Benevides (PR) e também no sistema de logística, que está transitando de um modelo centralizado para o descentralizado. “Vamos começar a fabricar sabonetes no Pará, onde até então só produzíamos o noodle (massa que serve de matéria-prima para a produção do sabonete)”, afirma Roberto Pedote, vice-presidente de finanças, jurídico e tecnologia da informação da companhia. O aporte também será injetado no novo centro de distribuição que a Natura está construindo na Marginal Tietê, na capital paulistana, e que deverá ser inaugurado até o final do ano. Com isso, a empresa planeja aposen- tar a área de distribuição da matriz, em Cajamar, que se concentrará na vocação industrial. A companhia mantém oito pontos de distribuição. O investimento em serviços é mandatório para a empresa que perdeu 0,3% de participação de mercado em 2011 por conta de problemas logísticos e também das mudanças que ela está implementando para chegar a 2013 com 93% dos pedidos entregues em até 48 horas. Hoje, o prazo gira entre cinco e seis dias. A Natura registrou uma receita líquida consolidada de R$ 5,5 bilhões em 2011, salto de 8,9% em relação a 2010. O Ebtida de R$ 1,4 bilhão avançou 13,4%, com margem de 25,5%. O lucro líquido do ano foi de R$ 830,9 milhões, com evolução de 11,7% e margem líquida de 14,9%. O número de consultoras subiu 16% para 1,4 milhão. ■ Françoise Terzian Mais do que o valor do corte anunciado — de R$ 55 bilhões no Orçamento da União deste ano —, uma frase do ministro Guido Mantega no anúncio das medidas dá o tom do que pode ser um passo importante na condução da política econômica daqui por diante. Conforme o ministro, a busca da consolidação fiscal implica uma necessidade fundamental: “a contenção dos gastos de custeio, de modo a viabilizar recursos maiores para investimentos e programas sociais”. A lógica é positiva: o governo contrata menos e, portanto, reduz os gastos com os salários do funcionalismo e, também, com a manutenção da frota, por exemplo. Na outra ponta, destina mais recursos às obras de infraestrutura necessárias para desfazer o nó que impede um crescimento mais rápido. Gastos como esses têm um efeito duplamente positivo sobre o PIB. Em primeiro lugar porque o gasto, por si só, já é um estímulo considerável à geração de riqueza. Em segundo lugar porque a utilização da energia das hidrelétricas, a agilidade dos portos modernizados e o transporte de mercadorias sobre ferrovias construídas com recursos federais terão um impacto formidável no que diz respeito à ativação da economia. Além desse impacto sobre a economia, outro aspecto precisa ser ressaltado: o da mudança de postura do governo da presidente Dilma Rousseff em relação ao de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Para Lula, todo dinheiro destinado ao custeio da máquina (o que incluía aumentos dos salários, do vale-refeição e de outros benefícios ao funcionalismo) parecia pouco. Para Dilma, pelo que se viu no ano passado (quando foi prometido um corte de R$ 50 bilhões) e pelo que se vê este ano (quando se fala num valor 10% superior), parece melhor destinar os gastos a projetos que movimentem a economia do que inchar ainda mais a máquina. Orçamentos no Brasil são tratados como peças de ficção — só encontram semelhança com a realidade por mera coincidência Ficha Limpa volta à pauta com placar de 4 a 1 a favor da lei O julgamento da Lei da Ficha Limpa no Supremo Tribunal Federal (STF) foi suspenso ontem à noite com 4 votos a 1 a favor de uma das principais inovações criadas com a norma — a inelegibilidade de políticos condenados criminalmente. A sessão foi encerrada depois do voto da ministra Cármen Lúcia e será retomada hoje. O primeiro a votar foi Antonio Dias Toffoli. O ministro entendeu que a norma é ilegal, pois viola o princípio de presunção de inocência, previsto na Constituição, que declara qualquer pessoa como inocente enquanto durarem recursos em instâncias superiores. Pela Lei da Ficha Limpa, porém, basta uma condenação em órgão colegiado para que o político se torne inelegível. A ministra Rosa Weber foi a próxima a votar. Ela deixou claro desde o início que tinha total afinidade com os avanços moralizadores da norma. Disse que a Lei da Ficha Limpa surgiu devido à repulsa da sociedade pelo sistema até então vigente. “Tínhamos políticos com péssima reputação e com vida pregressa mergulhada em extensa ficha de registros negativos, que podiam lançar mão do poder político para encobrir políticas desabonadoras, usando mandato em proveito próprio.” Rosa Weber argumentou que até princípios que parecem intocáveis, como o da presunção de inocência, po- dem ser relativizados dependendo da situação. Ela lembrou, por exemplo, as hipóteses de prisão temporária e preventiva, que são aplicadas quando o cidadão ainda não foi condenado. A ministra também entendeu que políticos que renunciaram para escapar de cassação devem ser atingidos pela Lei. Próxima a votar, Carmen Lúcia aderiu totalmente ao voto de Luiz Fux, relator do tema e que se posicionou a favor da lei no ano passado, antes da votação ter sido interrompida por pedido de vistas. Faltam votar seis integrantes da Corte: o presidente do STF, Cezar Peluso, e os ministros Ricardo Lewandowski, Ayres Britto, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello. ■ ABr Visto pelo lado mencionado acima, o anúncio do corte é positivo. Os R$ 55 bilhões a serem cortados representam pouco menos de 3,5% do Orçamento da União, que é de R$ 1,6 trilhão. Por esse ponto de vista, o corte não é tão grande assim. Mas, pelo ponto de vista da seriedade do documento e pelo impacto dos R$ 55 bilhões sobre a economia, o corte é enorme. É justamente aí que está o problema: o Orçamento é novo demais para ser posto de lado logo no início do ano. Por que, em lugar de cortar, já não se elaborou um documento que refletisse a real intenção de gastos do governo? Afinal de contas, nem o cenário brasileiro nem o mundial sofreram alterações importantes entre o dia da aprovação do Orçamento pelo Congresso Nacional (22 de dezembro do ano passado), sua sanção sem vetos pela presidente da República, Dilma Rousseff, (19 de janeiro deste ano) e o anúncio feito ontem por Mantega e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Na hora de elaborar o documento, o governo encaminha ao Congresso uma proposta que acaba inflada por emendas de deputados e senadores. Depois que o documento é aprovado, o governo o adapta às suas necessidades e interesses. Historicamente, os Orçamentos no Brasil são tratados como peças de ficção — aquelas que só encontram semelhança com a realidade por mera coincidência. Está na hora de mudar isso. Mais do que na hora. ■ www.brasileconomico.com.br