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QUINTA-FEIRA, 16 DE FEVEREIRO, 2012
O
ANO 4 | N 624 | R$ 3,00
PUBLISHER RICARDO GALUPPO
DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA
DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA
DIRETOR ADJUNTO (RJ) RAMIRO ALVES
Divulgação
O dote do PSD
Sem clima
Petistas e tucanos fazem os cálculos
para saber se é vantagem ter partido
de Gilberto Kassab como aliado. ➥ P10
O físico José Goldemberg critica
a lentidão do Itamaraty para trazer
chefes de Estado à Rio+20. ➥ P8
Governo corta R$ 55 bi, extermina
emendas, mas tenta preservar PAC
Os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior anunciaram um contingenciamento que não poupou nem a área social e muito
menos as emendas parlamentares. O corte, que excluiu os investimentos no PAC, tenta garantir a meta do superávit primário. ➥ P4
Rodrigo Capote
Forno de Minas negocia
com grupo espanhol
Ingapan, que já atua em 22 países, põe o Brasil no mapa de sua expansão e acerta os detalhes
para erguer uma fábrica com a tradicional fabricante de pães de queijo mineira. ➥ P14
Kellogg compra
batata Pringles
Weg vai crescer
com aquisições
Marca pertencia à P&G, que sai do mercado de
alimentos. Valor do negócio: US$ 2,7 bi. ➥ P14
Objetivo da fabricante de equipamentos
é quadruplicar receita em oito anos . ➥ P32
Vale fechou o
ano passado com
lucro recorde
Brasilprev põe
nova classe
média na mira
Empresa presidida por Sérgio Rosa
teve lucro recorde em 2011 e aposta
na ascensão econômica do brasileiro
para continuar crescendo. ➥ P40
Lucro menor não abala o
otimismo de dirigente da Bolsa
O valor de mercado e o lucro da
BM&FBovespa caíram, mas Edemir Pinto,
seu presidente, calcula que 45 empresas
farão oferta de ações em 2012. ➥ P42
Resultado da mineradora foi de
US$ 22,9 bilhões em 2011, “um
desempenho extraordinário”, disse
o presidente Murilo Ferreira. ➥ P48
Crise força governo
da Itália a cobrar
imposto da Igreja
Proposta prevê taxação de
prédios religiosos usados
comercialmente. Igreja italiana
tem ¤ 9 bilhões em imóveis. ➥ P46
INDICADORES
TAXAS DE CÂMBIO
Dólar comercial (R$/US$)
Euro (R$/€)
JUROS
Selic (ao ano)
BOLSAS
Bovespa — São Paulo
Dow Jones — Nova York
FTSE 100 — Londres
15.2.2012
COMPRA
VENDA
1,7220
2,2454
1,7240
2,2465
META
EFETIVA
10,50%
10,40%
VAR. %
ÍNDICES
0,51
-0,76
-0,13
65.368,49
12.780,95
5.892,16
2 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
ENTREVISTA
OPINIÃO
Henrique Manreza
Avanço
Julio Gomes de Almeida
Professor da Unicamp e ex-secretário de
política econômica do Ministério da Fazenda
“Retrato
de Henrietta
Moraes”
Quadro pintado
em 1963 por
Francis Bacon
ANNA CHAIA
Reuters
Presidente da L’Occitane do Brasil,
fabricante e varejista francesa de cosméticos
“A L’Occitane não consegue
desembarcar em Maceió ”
Embora a operação brasileira da L’Occitane
deva fechar o ano fiscal de 2011/2012, a se
encerrar no próximo mês, com um crescimento
entre 35% e 37% em relação ao exercício
anterior, nem tudo na rotina de Anna Chaia,
comandante da subsidiária, é um mar de
lavandas. Com a expectativa de chegar
a dezembro com 100 lojas em operação
no Brasil, a L’Occitane enfrenta desafios
para expandir sua presença física no país.
Uma das reclamações de Anna é a dificuldade
em encontrar ponto em cidades como
Maceió, capital de Alagoas, e até mesmo
em outros municípios, como Santos (SP).
Há quanto tempo a senhora procura
um ponto em Maceió?
Estamos há dois anos tentando localizar
um ponto para a L’Occitane em Maceió.
A gente já avaliou lojas de rua e de shopping.
Contudo, lá não tem uma rede Multiplan,
Iguatemi ou BR Malls nem uma grande
bandeira instalada. A gente mapeia outras
marcas de varejo para saber onde elas estão.
Quando negociamos um ponto, a gente olha
os contratos já assinados com as marcas de
perfil de cliente semelhante ao da L’Occitane,
como a H. Stern, Vivara e Arezzo. Para abrir
uma L’Occitane, no entorno precisamos
ter lojas do mesmo nível que a nossa.
O mesmo problema ocorre em
outras regiões do Brasil?
Sim. Neste mês estou abrindo loja no
Shopping Praia Mar, em Santos (SP), onde
tentamos achar um ponto durante um ano.
Eu sabia que era o melhor shopping da região
e tivemos que esperar a vaga, que surgiu no
final de 2011. Em janeiro reformamos o espaço
e neste mês inauguramos a L’Occitane lá, a
primeira do litoral paulista. No Rio de Janeiro,
por exemplo, temos sete lojas e gostaríamos
de ter mais cinco, mas ainda não consegui
achar ponto em locais como Ipanema.
Como andam as vendas nas farmácias?
A L’Occitane tem mais de 100 mil fãs
no Facebook e isso explica um dos fatores
do sucesso da companhia no Brasil, que
optou pela estratégia multicanal para crescer.
A gente acredita que vender em farmácias
selecionadas é uma alternativa interessante,
além da abertura de lojas, atualmente
em 90. Estamos em 250 farmácias
e pretendemos chegar a 100 pontos
adicionais até 2013. Françoise Terzian
Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas,
11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP).
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Alheia à crise, Christie’s leiloa
quadro por US$ 33,7 milhões
O retrato de um nu feminino de Francis Bacon
foi vendido por £ 21,3 milhões (US$ 33,7 milhões)
na Christie’s na terça-feira. Pintado em 1963, o
“Retrato de Henrietta Moraes”, pintado em 1963,
atingiu o preço mais alto pago por uma pintura
nesta categoria em quatro anos na casa londrina.
O leilão de pinturas pós-guerra e contemporânea
movimentou £ 80,6 milhões (US$ 127,5 milhões),
resultados sólidos se seguem a um movimento
de £ 179,1 milhões (US$ 282,3 milhões) na
semana passada. O mercado de arte sobreviveu
relativamente ileso à crise do euro e ao lento
crescimento econômico até agora, com preços
aumentando em 2010 e 2011 depois que a crise
financeira o afetou em 2009. Reuters
Retrocesso
A seleção brasileira
caiu um ponto, perdendo o 6º lugar para Portugal
Divulgação
Seleção brasileira cai para o
sétimo lugar no ranking da Fifa
A seleção brasileira caiu para o sétimo lugar
no ranking da Fifa, cedendo o sexto posto para
Portugal. A Espanha manteve o primeiro lugar,
a Alemanha subiu para segundo e a Holanda caiu
para terceiro. Uruguai e Inglaterra continuaram
em quarto e quinto, respectivamente, enquanto
a Itália subiu do nono para o oitavo e a Croácia
caiu do oitavo para o nono. A Argentina deixou
o grupo das dez primeiras, cedendo o 10º lugar
para a Dinamarca. Após vencer a Copa Africana
das Nações, Zâmbia subiu 28 posições para o
43º posto, ocupando pela primeira vez em 11 anos
o grupo das 50 melhores seleções. Reuters
Os ciclos do varejo
O aumento real das vendas do varejo brasileiro em 2011, de
6,7%, revela que a política econômica usou instrumentos que
de fato permitiram atingir o objetivo de desacelerar a demanda de consumo na economia. Vale observar que no ano anterior o varejo havia evoluído nada menos que 10,8%. Aumento
de juros, corte de gastos e, especialmente, as medidas macroprudenciais na área do crédito foram as ações que levaram ao
resultado. Mas, muitos outros fatores independentes da política econômica estiveram em cena, condicionando o desempenho dos vários segmentos do comércio. Os ciclos do varejo passaram a ter uma complexidade muito maior na economia brasileira devido à evolução da renda e do crédito, a mudanças nos
padrões de gastos das famílias e em razão de movimentos decisivos em setores de intensa inovação tecnológica.
O forte aumento do salário mínimo
no corrente ano poderá voltar a
despertar o ciclo anterior de expansão
Podemos chamar de ciclo de renda ao crescimento do setor
de supermercados, produtos alimentícios e bebidas que se inicia já em fins de 2004, como fruto da redistribuição da renda
promovida pelos programas sociais e elevação do salário mínimo. Disto resultaram taxas expressivas que chegaram a 8,9%
em 2010. No ano de crise de 2009, a marca de 8,3% constituiu
um dos sustentáculos para o bom desempenho do varejo nesse
ano (5,9%). O dinamismo do setor correspondeu à intensificação e diversificação do consumo de milhões de novas famílias
que o Brasil iria acrescentar ao seu mercado interno. A desaceleração ocorrida em 2011, quando as vendas do setor tiveram variação de 4%, reflete mudanças no gasto desses novos consumidores, que transitam para itens como bens duráveis e serviços.
O forte aumento do salário mínimo no corrente ano poderá voltar a despertar o ciclo anterior de expansão.
O ciclo de duráveis teve também por base a evolução da
renda, mas seu extraordinário crescimento nos últimos sete
anos (exceção para 2009), teve como alavanca a expansão do
crédito para as pessoas físicas promovida pela inovação financeira representada pela criação do crédito consignado e por
uma intensa concorrência bancária que procurava atrair a nova clientela de consumidores e que promoveu uma ampla
oferta de crédito e expressiva majoração dos prazos de pagamento. As vendas dos segmentos de móveis e eletrodomésticos e de veículos tiveram crescimento superior a 10% em vários anos do último ciclo de expansão da economia brasileira.
Nem mesmo a política de contenção de crédito desacelerou
significativamente a expansão das vendas de móveis e eletrodomésticos, que preservaram um crescimento de 16,6% em
2011 (18,3% em 2010). Mas, no segmento de veículos o ciclo
de duráveis está mostrando sinais de desaceleração: crescimento de 6,1% em 2011 contra 14,1% em 2010.
Finalmente, um longo ciclo de inovação vem dando a tônica
do segmento de maior expansão do varejo, qual seja, equipamentos de escritório, informática e comunicação. Dado o intenso processo inovador que mantém em alta velocidade a diferenciação de produtos e o barateamento dos bens, a expansão nesse caso chegou a 19,6% em 2011, que pode ser considerada em
linha com o crescimento de 24,3% em 2010. ■
NESTA EDIÇÃO
Rodrigo Capote
Petrópolis luta pela vice-liderança no copo
Fabricante de cervejas planeja investimento de R$ 281 milhões neste
ano para enfrentar a concorrência das multinacionais Heineken
e Kirin, informa Douglas Costa, diretor de marketing. ➥ P15
Cortenasemissõesdecarbonoatraiempresas
A preocupação com a redução das emissões de gases
causadores do efeito estufa deixa de ser apenas das grandes
corporações e chega às cadeias de fornecedores. ➥ P36
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 3
MOSAICO POLÍTICO
José Dirceu
Advogado e ex-ministro da Casa Civil e
membro do Diretório Nacional do PT
PEDRO VENCESLAU
[email protected]
Mauricio Lima/AFP
A Europa tem futuro?
Trata-se de uma armadilha que cobra um
custo social alto. A direção das medidas
impostas é a do fim do estado do bem-estar
e uma perigosa supressão de soberanias
Mas, na armadilha alemã, a queda do consumo e o aperto
do mercado interno tornariam a exportação o único caminho, desde que os países não estivessem atrelados ao euro e
pudessem desvalorizar suas moedas. Como não podem, perdem competitividade e assistem à expansão alemã. Trata-se
de uma armadilha que cobra um custo social alto. A direção
das medidas impostas é a do fim do estado do bem-estar e
uma perigosa supressão de soberanias — haja vista o processo de substituição dos governos grego e italiano no ano passado. A perda da soberania atinge, ainda que em menor grau,
até mesmo a França, outrora orgulhosa de suas lideranças
que ecoavam seu status de potência e liderança mundial.
Na Europa de hoje, a ordem é “cortar” — tirar direitos, diminuir o custo do trabalho, achatar até o salário mínimo e os benefícios da previdência, reduzir os gastos e investimentos. Uma
das consequências da crise financeira internacional de
2008-2009 é o aumento do nível de concentração, que desemboca em monopólio, spreads escandalosos e opressão econômica.
Esse cenário associado à liquidação de conquistas sociais
só pode ensejar protestos e revoltas da população. O último
passo para matar o futuro é retirar o poder sagrado dos povos de se levantarem contra as opressões, quaisquer que sejam suas roupagens. Até isso será feito? ■
SP se curva (de novo) ao tempo de Serra
Não existe interlocutor confiável quando o assunto é o projeto de poder de José Serra. Foi assim
em 2004 (prefeitura), 2006 (governo de São Paulo), 2010 (presidência). Em 2012, a novela se
repete. O ex-governador tem bons amigos, claro, mas absolutamente ninguém consegue tirar
dele um sinal concreto sobre suas intenções. Só quando percebe que a margem de erro está caindo perigosamente, o tucano se manifesta com clareza para redistribuir o jogo. Enquanto isso, os
demais agentes do processo se movimentam no escuro. “A entrada do Serra na campanha será
boa para a macropolítica. A tese de que a demora em tomar a decisão prejudica é uma bobagem.
O tempo político tem outra dinâmica”, disse à coluna o sociólogo e vereador Floriano Pesaro,
líder do PSDB na Câmara dos Vereadores. ■
Haddad guarda na cartola
promessa de tucano em 2004
Deputados estaduais tucanos
querem implodir prévias
Em 2004, Serra chegou a assinar um documento
comprometendo-se a ficar no cargo de prefeito até
o final. Como todos sabem, ele acabou deixando
a prefeitura em 2006 para concorrer ao governo.
O episódio já está sendo usado nos discursos
e conversas políticas de Fernando Haddad.
No final da tarde de ontem, a bancada do PSDB na
Assembleia Legislativa paulista clamou por Serra.
Em nota oficial, os deputados disseram que apoiam
a candidatura do ex-governador à prefeitura.
Os 22 parlamentares tucanos querem cancelar
as prévias programadas para o dia 4 de março.
CURTAS
➤
●
A presidente Dilma
Rousseff recebeu Gilberto
Kassab ontem no Palácio do
Planalto. Mas (vai entender...)
não colocou o encontro na
sua agenda oficial. O teor da
conversa não é um mistério: a
dívida de SP e Serra. Sempre ele.
➤
●
Exótica e sem limites, Bangcoc tem uma agitação que
no começo pode deixar o visitante meio confuso, mas aos poucos
ele vai sendo conquistado pelo fascínio da cidade. ➥ P39
Foi lançada ontem
na Câmara a Frente
Parlamentar em Defesa dos
Servidores Públicos Federais.
Ideia do deputado Edson
Santos (PT-RJ), o grupo será
responsável pela interlocução
entre os sindicatos e o governo
no debate sobre a previdência
complementar do funcionalismo
público da União.
Moratóriagrega pode ocorrer em 20de março
➤
●
AvisitaaBangcocdevecomeçarpelostemplos
Ministros da Zona do Euro adiam novamente reunião para
decidir sobre ajuda de ¤ 130 bilhões ao país e provocam reação do
governo grego, cada vez mais ameaçado pela moratória. ➥ P46
Generosa é a Câmara dos
Deputados. Os secretários
parlamentares com cargo de
natureza especial (CNE) terão
outro benefício além de emendar
os feriados: reembolso de
despesas com planos de saúde.
➤
●
A tentação bateu na porta
de Kassab. Ele recebeu
convite de Eduardo Campos
para cair na folia em... Recife.
PRONTO, FALEI
“Olha,vejomuita
gentecom70,
80anos, muito
maisjovem do
quemuitosjovens
queestão aí com
ideiastão antigas
earcaicas”
➤
●
As aparências enganam.
Ou não. O senador
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP),
herói do projeto do Estatuto da
Juventude, está sendo chamado
de Harry Potter do Congresso.
➤
●
Na noite de ontem, o
ex-presidente Lula passou
pela 31ª sessão de radioterapia
no Hospital Sírio-Libanês.
Seu calvário termina amanhã.
Aécio Neves
Senador
mineiro, em
momento
de choque
de gerações
➤
●
Divulgação
Impossível prever o que será do futuro da Europa. Se considerarmos a profundidade da crise no continente e as medidas
capitaneadas pela Alemanha para superá-la, infelizmente,
parece não haver futuro. De fato, o que tem sido construído é
um caldeirão prestes a explodir. A fórmula engendrada é exigir dos países mais fragilizados pela crise um pacote de corte
de gastos e benefícios sociais em troca de auxílio financeiro
para sinalizar ao mercado capacidade de rolar as dívidas. Por
diversos instrumentos, a recomendação é apertar o cinto sobre a população, exigindo um esforço ainda mais acentuado,
para garantir o funcionamento do sistema financeiro.
Inevitável esperar aumento do desemprego e recessão. A
situação de revolta da sociedade na Grécia — tumultos generalizados, greve geral com adesão de 70% dos trabalhadores,
paralisação nos transportes e incêndios em prédios e lojas
históricos — é apenas um sinal do que pode ocorrer se houver insistência pelo caminho de cobrar da população a fatura
gerada pela inoperância dos responsáveis por cuidar das finanças na zona do euro. O pacote empurrado goela abaixo à
Grécia é difícil de engolir: corte de ¤ 3,3 bilhões em pensões
e remunerações, 150 mil empregos e redução de 22% no salário mínimo (!) em contrapartida aos ¤130 bilhões para quitar
uma parcela de ¤ 14,5 bilhões da dívida grega. Certamente,
gregos e europeus devem se questionar o que aconteceria se
esse dinheiro fosse disponibilizado à população para consumo de itens produzidos localmente — aquecimento da economia, alta na arrecadação, freio às demissões, enfim, poderia
ser a ignição de uma retomada da atividade econômica.
A pacata e histórica cidade
de Mariana, ao lado de
Ouro Preto, na região central de
Minas Gerais, bateu ontem um
recorde da política nacional. Os
moradores locais “prestigiaram”
a posse do quinto prefeito
desde 2009. O drama começou
em 2008, quando o ex-prefeito
João Ramos foi assassinado.
4 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
DESTAQUE ORÇAMENTO 2012
Editora: Elaine Cotta
[email protected]
Investimentos fora do PAC e
do Minha Casa são bloqueados
Como ocorre historicamente, governo contingenciou recursos e projetos tocados por vários ministérios
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr
Simone Cavalcanti, de Brasília
[email protected]
Para conseguir fazer o bloqueio
de R$ 55,01 bilhões dos recursos
orçamentários anunciados ontem, o governo não fugiu à regra do que ocorre historicamente: teve de sacrificar uma parcela dos investimentos públicos
vinculados a projetos tocados
pelos ministérios. De um total
de R$ 80,64 bilhões previstos na
Lei Orçamentária, a tesoura foi
passada em R$ 25,57 bilhões.
Já em relação ao custeio, considerada a despesa ruim que está vinculada à manutenção da
máquina pública, o corte foi
mais brando: os gastos orçados
em R$ 165,46 bilhões passaram
para R$ 156,03 bilhões — ou seja, R$ 9,44 bilhões a menos.
Segundo a secretária de Orçamento Federal, Célia Corrêa, a totalidade das emendas
parlamentares (R$ 20,3 bilhões), principalmente as vinculadas aos investimentos ministeriais, foi cortada e voltouse praticamente aos gastos previstos no projeto de lei que o
Executivo enviou ao Congresso em agosto de 2011. “Cortamos até mais um pouco do que
o projeto.”, diz.
De fato, a previsão de despesas obrigatórias foi reduzida
em R$ 20,5 bilhões. Foram reduzidas expectativas de gastos
com subsídios, benefícios previdenciários, despesas do Banco Central e doações e convênios. Além disso, foi retirado da
programação os recursos que
iriam para a complementação
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de funcionários celetistas do governo federal (R$ 2,9 bilhões) e os repasses aos fundos da Amazônia e
do Nordeste (R$ 1,65 bilhão).
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, explicou
que o bloqueio de R$ 7,7 bilhões para os benefícios pagos
à Previdência foi decidido por
causa das boas perspectivas para a trajetória do déficit. O governo calcula que o resultado
previdenciário negativo fique
em 0,9% do Produto Interno
Bruto (PIB), igual ao nível apurado em 2011. “Os benefícios
devem se reduzir como proporção do PIB porque o gasto da
previdência tem crescido menos do que a atividade econômica”, disse a ministra.
No entanto, segundo Célia
Corrêa, essa conta não conside-
Mantega e Belchior:
governo esperou ministra
voltar da licença médica
para anunciar os cortes
ra a criação do Fundo de Pensão dos Servidores Públicos Federais (Funpresp) que, se aprovado esse ano pelo Congresso
como quer o governo, vai elevar o déficit em um primeiro
momento, não reduzi-lo. “Mas
ao longo do ano vamos fazendo
os ajustes necessários na programação orçamentária”, lembrou a ministra.
Miriam Belchior ressaltou
que será republicado um decreto mantendo a contenção para
os gastos de diárias, reformas e
compra de imóveis, máquinas
e equipamentos com a qual o
governo conseguiu economizar R$ 2,2 bilhões no ano passado. “Vamos mudar os procedimentos para garantir que esse
tipo de gasto não aumente.”
Crescer e crescer
Conforme o prometido, o governo livrou o Programa de
Aceleração do Crescimento
(PAC) e o Minha Casa, Minha Vida do bloqueio orçamentário.
Os dois têm, juntos, R$ 42,5 bilhões livres para aplicações
neste ano. “Esse orçamento
privilegia o investimento, que
é a locomotiva do crescimento
do Brasil e fomenta o investimento privado”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para quem, mesmo com
O corte anunciado
pelo governo soma
R$ 55,01 bilhões, dos
quais R$ 20,3 bilhões
são de emendas
parlamentares
vinculadas,
principalmente,
aos investimentos
ministeriais
o valor contingenciado será
possível ao governo impulsionar a atividade econômica a
ponto de fazer o PIB expandir
4,5% neste ano — o que inclui
mais desonerações tributárias
(leia mais ao lado).
Mantega reafirmou ainda o
compromisso do governo com
o programa de consolidação fiscal iniciado em 2001 com o objetivo de reduzir a dívida pública
brasileira em relação ao PIB. A
perspectiva é que, ao conseguir
cumprir a meta de superávit primário neste ano, essa relação
caia de 36,5% para 35,3%. ■
ÁREAS MAIS AFETADAS PELOS CORTES DE DESPESAS
DO GOVERNO FEDERAL EM 2012, EM R$ BILHÕES
6
5,473
4
3,322
3,319
2
0
SAÚDE
CIDADES
DEFESA
Fontes: Ministérios da Fazenda e do Planejamento
2,247
2,193
JUSTIÇA
INTEGRAÇÃO
NACIONAL
1,938
EDUCAÇÃO
R$ 10,7 BI A MENOS
Cortes em Saúde,
Educação e Cidades
se deve a emendas
Juntos, os ministérios da Saúde,
da Educação e das Cidades vão
sofrer bloqueio de R$ 10,73 bilhões
no orçamento deste ano.
Segundo a secretária Orçamento
Federal, Célia Corrêa, esse valor
corresponde integralmente às
emendas parlamentares que foram
integradas ao projeto de lei durante
as discussões no Congresso.
“Do que havíamos planejado no
projeto de Lei, Saúde e Educação
estão poupados”, garantiu ela.
A Lei Orçamentária foi aprovada
com R$ 77,58 bilhões para a pasta
da Saúde. Pelo contingenciamento
anunciado ontem, poderá dispor ao
longo deste ano de R$ 72,11 bilhões.
Na Educação, a previsão legal é
de R$ 35,29 bilhões, mas com o
bloqueio, cai para R$ 33,36 bilhões.
Já o Ministério das Cidades,
responsável pelo programa
Minha Casa, Minha Vida, viu sua
possibilidade de empenho de
gastos cair de R$ 20,78 bilhões
para R$ 17,46 bilhões. A secretária
explicou que o programa, que
receberá R$ 11 bilhões no orçamento,
não será prejudicado porque
está fora das contenções. S.C.
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 5
LEIA MAIS
➤
●
O corte de R$ 55 bilhões vai
sacrificar investimentos
previstos para os ministérios — de
um total de R$ 80,6 bilhões que
estavam previstos, R$ 25,6 bilhões
foram cortados pelo governo.
➤
●
A economia de R$ 20,5 bilhões
com despesas obrigatórias
corre o risco de não se
concretizar. Segundo analistas,
há necessidade de cortes mais
profundos nos gastos de custeio.
Romero Cruz
OPOSIÇÃO
Senadores criticam
contingenciamento
Os cortes no Orçamento foram
criticados por senadores oposicionistas e os chamados “independentes”, aqueles que pertencem a partidos da base aliada, mas se dizem críticos ao governo. O senador Pedro Taques (PDT-MT), por exemplo,
definiu a peça orçamentária
aprovada no fim do ano passado como uma “obra de ficção”.
Segundo ele, o ideal seria
que o Congresso Nacional definisse de maneira obrigatória como os gastos e cortes devem ser
feitos. “Nós temos que ter um
Orçamento que seja impositivo, que leve em conta a necessidade de determinadas áreas como Saúde, Segurança e Educação, para evitar esse tipo de contingenciamento”, disse.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) demonstrou preocupação com o excesso de gastos públicos em áreas não estruturais e com os cortes em setores essenciais como a Educação. “A economia está bem,
mas vai mal”, disse Cristovam.
“O governo está fazendo esse
contingenciamento com a alegação de que haverá uma queda
na receita. E haverá mesmo.
Mas isso é a prova de que as coi-
Álvaro Dias (PSDB-PR)
lembrou que no
ano passado foram
anunciados cortes de
R$ 50 bilhões, mas no
fim só foi necessário
contingenciar
R$ 30 bilhões
Alex Agostini: LRF é clara no
que diz respeito ao impacto dos
gastos nos resultados fiscais
sas não vão bem. O governo
tem que dizer isso com clareza
para evitar que um dia a gente
acorde como a Grécia (país europeu que passa por grave crise
econômica)”, acrescentou.
O líder do principal partido de
oposição, senador Álvaro Dias
(PSDB-PR), acusou o governo
de desorganização. Ele lembrou
que no ano passado foram anunciados cortes de R$ 50 bilhões,
mas no fim só foi necessário contingenciar R$ 30 bilhões. ■
DESONERAÇÕES
O processo de reativação da
economia brasileira deve receber
um componente a mais do
governo além dos investimentos:
desonerações tributárias setoriais.
O ministro da Fazenda, Guido
Mantega, afirmou que o espaço
fiscal para a concessão de mais
benefícios tributários está
garantido a despeito do bloqueio de
R$ 55 bilhões no volume de gastos
Analistas ouvidos pelo BRASIL ECONÔMICO apontam para a necessidade
de maior aperto nas despesas discricionárias para compensar os cortes
Eva Rodrigues
Novas isenções fiscais devem ser concedidas
para estimular o crescimento econômico
Fazenda pode
estender
desonerações da
folha de pagamentos
Mercado vê excesso
na economia de
gastos obrigatórios
anunciado ontem. “Está prevista,
sim, alguma redução tributária
ao longo de 2012”, disse Mantega,
afirmando que não revelaria quais.
Mas deu um exemplo que
pode animar alguns setores.
Segundo ele, segue nos planos do
governo o projeto para estender
a desoneração da folha de
pagamentos. Atualmente o sistema
funciona para setores como
confecções, softwares e calçados.
Mantega já recebeu pedido para
alterar o modelo para confecções,
pois o setor é heterogêneo
e algumas empresas têm
mais empregados que outras.
“Deveremos dar continuidade
a essa expansão, reduzindo
o custo para produção de
manufaturados”, afirmou o
ministro. No ano passado, dentro
do Plano Brasil Maior, o governo
isentou a contribuição patronal
para o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), que era de
20% sobre a folha de salário dos
empregados. Para compensar
perdas para a Previdência
Social, as empresas beneficiárias
passaram a pagar um
pouco a mais na tributação
sobre o faturamento. S.C.
[email protected]
O governo vai realmente gastar
R$ 20,5 bilhões a menos com as
despesas obrigatórias em 2012?
Analistas ouvidos pelo BRASIL
ECONÔMICO veem exagero na dose e apontam a necessidade de
se avaliar a questão legal caso a
estimativa de economia nos gastos orçamentários obrigatórios
não se concretize. “O corte parece muito grande em relação a
essas despesas, o que gera dúvidas em sobre os aspectos legais”, diz o economista-chefe
do Espírito Santo Investment
Bank, Jankiel Santos.
A se considerar que despesas
obrigatórias estão previstas na
Constituição — como Saúde e
Educação, por exemplo, — e
não podem simplesmente ser
cortadas, o economista-chefe
da Austin Rating, Alex Agostini,
observa que caso a projeção do
governo tenha sido subestimada a alternativa serão novos cortes nas despesas. “A Lei de Responsabilidade Fiscal deixa claro
que uma despesa obrigatória precisa ter comprovado o seu impacto no orçamento financeiro de
forma que não afete as metas de
resultados fiscais. Ou seja, se o
governo ultrapassar os gastos
“
O corte foi bom
no sentido de que
veio em linha com
o que se esperava,
é compatível com
o cumprimento
da meta cheia do
superávit primário e
está condizente com
o discurso e o cenário
traçado pelo BC
Vladimir Caramaschi
Economista-chefe do
Crédit Agricole do Brasil
obrigatórios previstos terá que
necessariamente cortar mais nas
despesas discricionárias”, diz.
A reprogramação do Orçamento ficou dentro das expectativas de Jankiel Santos tanto pelo lado das despesas como das receitas “que trouxeram uma queda mais realista do que estava
no Projeto do Orçamento”. Ele
lembra, no entanto, que ao longo do ano passado alguns gastos
foram descongelados porque as
receitas surpreenderam positivamente. “Agora, o governo está
iniciando o ano com um compromisso forte. A questão é se
vai realmente cumprir e, no caso de cumprir, precisamos ver
se será por corte de gastos ou
simplesmente porque as receitas virão melhores”, pondera.
“O corte foi bom no sentido
de que veio em linha com o que
se esperava, é compatível com o
cumprimento da meta cheia do
superávit primário ( de 3,1% do
PIB) e está condizente com o discurso e o cenário traçado pelo
Banco Central”, analisa o economista-chefe do Crédit Agricole
do Brasil, Vladimir Caramaschi.
Em relatório, o economistachefe da Prosper Corretora,
Eduardo Velho, avalia que o ajuste fiscal proposto é positivo no cenário de redução da taxa de juros
e do atual contexto decrescente
da relação entre dívida e PIB.
“Ao contrário de 2010 e 2011, estamos em rota decrescente da taxa média de juros e, dessa forma,
o superávit primário requerido
para manter a trajetória de queda da relação dívida pública e
PIB torna-se mais reduzido.” ■
6 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
BRASIL
Editora: Elaine Cotta [email protected]
Subeditora: Ivone Portes [email protected]
Pequenos frigoríficos querem
disputar mercado externo
Cem unidades de abate devem obter autorização para exportar carne bovina nos próximos cinco anos, diz
associação do setor. Pelo menos 600 têm potencial para internacionalizar suas operações no longo prazo
Rafael Abrantes
[email protected]
As exportações brasileiras de
carne bovina e seus derivados
poderão ter um ganho considerável de capacidade nos próximos cinco anos. A oportunidade, contudo, promete seguir na
contramão das tendências observadas no setor agropecuário
— e em outras áreas produtivas
da economia — ao se concentrar, desta vez, nas mãos dos pequenos e médios frigoríficos.
Segundo estimativas da Associação Brasileira de Frigoríficos
(Abrafrigo), aproximadamente
cem plantas de empresas do setor hoje classificadas como pequenas ou médias deverão ser
habilitadas a exportar seus produtos para um ou mais países
nos próximos cinco anos. O potencial para o comércio exterior entre os menores, já identificado pela associação, seria de
600 plantas neste período. Os
pequenos e médios frigoríficos
contam, em geral, com uma ou
duas plantas, e abatem cerca de
mil cabeças por dia.
A Abrafrigo tem realizado nos
últimos meses um programa de
instrução e acompanhamento
das operações de frigoríficos de
menor porte a fim de ajudá-los a
se adaptar às exigências domésticas e estrangeiras para atender o
mercado externo. “O que observamos é que as empresas precisam investir mais em suas instalações para garantir autorização da
“
Mauricio Lima/AFP
Observamos que as
empresas precisam
investir mais em
suas instalações para
obter autorização
do Ministério
da Agricultura
Péricles Salazar
Presidente da Abrafrigo
Vendas de carne bovina ao
exterior devem aumentar
20% em 2012, estima Abiec
lista geral do Ministério da Agricultura”, afirma Péricles Salazar,
presidente da Abrafrigo. A associação mantém desde o ano passado conversas próximas com
seis frigoríficos interessados em
levar seus cortes bovinos para o
mercado internacional.
Os nomes das empresas não
foram revelados. No ano passado, a entidade, por meio do seu
departamento de comércio exterior, habilitou o Frigorífico Silva, de Santa Maria (RS), e o Frigon (Irmãos Gonçalves), a ex-
portar carne de boi para o Peru.
A lista geral, citada por Salazar,
inclui todas as plantas brasileiras com licenças para enviar cortes de carne — bovina, suína ou
avícola — para fora do país.
Além desta autorização doméstica, as empresas também precisam atender às exigências sanitárias dos países para os quais
querem exportar e isso varia de
nação para nação.
O acesso ao consumo internacional, por isso, não é fácil quando se trata de pequenos e mé-
dios. Particularmente, para as
companhias que até pouco tempo sofriam com falta de capital
ou endividamento elevado desde o choque que a crise econômica causou ao mercado de carne.
“As receitas com exportação
são extremamente importantes
aos frigoríficos, mas não é uma
tarefa simples”, observa José Vicente Ferraz, diretor técnico da
Informa Economics FNP. Para
ele, o principal desafio aos menores empresários é conseguir manter uma estrutura própria nos paí-
EXPORTAÇÕES DE CARNE BRASILEIRA EM 2011
Em bovinos, mesmo com queda no volume vendido, houve aumento de receita
BOVINA
SUÍNA
RECEITAS,
EM US$ BILHÕES
6
VOLUME,
EM MILHÕES DE KG
130
1300,000000
AVES
RECEITAS,
EM US$ BILHÕES
3,500000
VOLUME,
EM MILHÕES DE KG
TOTAL
RECEITAS,
EM US$ BILHÕES
8,200000
900
VOLUME,
EM BILHÕES DE KG
3,9
7,2
4
3,8
951,2
4,1
820,2
86
866,666667
600
1,2
43
433,333333
0
Fonte: MDIC
2011
2011
0
2010
7,5
3,6
13,7
5,466667
3,0
12
2
2,733333
2,1
6
11,8
5,2
5,2
2010
2011
5,0
436,1
300
0,000000
2010
VOLUME,
EM BILHÕES DE KG
1,2
1,166667
0
0,000000
2010
18
8
3,5
5,9
2,333333
463,6
2
RECEITAS,
EM US$ BILHÕES
2011
0,000000
2010
2011
1,2
2010
2011
2,5
0
2010
2011
0,0
2010
2011
ses de destino dos seus produtos.
“O maior gargalo é ter uma
operação local para cuidar da distribuição em tal país ou região. É
um processo penoso, mas sem isto o negócio (fora do Brasil) tornase inviável”, acredita. Sem uma
escala de vendas externas e o
apoio de intermediários in loco,
diz, fica mais complicado ter sucesso em um mercado como o da
China, por exemplo. “O jogo é cada vez mais voltado para os grandes. Os menores ficam segmentados em nichos de mercado.”
Para Antonio Jorge Camardelli,
presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de
Carnes (Abiec), o crescimento de
27% das vendas ao exterior em janeiro deste ano — US$ 400,8 milhões — em comparação com
mesmo mês do ano passado,
acompanhou todos os portes de
frigoríficos. Sua estimativa é de
que as vendas de carne bovina ao
exterior aumentem 20% neste
ano em relação a 2011, e 10% em
tonelagem. “Temos que nos adequar a um novo ambiente de negócios, mais dinâmico. No Brasil,
o processo normal será de aumento da produção e mais acesso a novos mercados”, prevê Camardelli, incluindo a participação das
pequenas do setor pecuário. ■
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 7
Jose Cruz/ABr
Gilberto Carvalho pede perdão a evangélicos
O secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho,
afirmou ontem, em encontro com a bancada evangélica na Câmara
dos Deputados, que foi “mal interpretado” em sua fala durante
o Fórum Social Mundial, quando teria dito que a nova classe média
estava sob a hegemonia de setores conservadores, referindo-se aos
evangélicos. “Pedi perdão, não por minhas palavras, mas sim pelo
sentimento de sofrimento provocado em alguns parlamentares.” ABr
Fiesp contesta
posição da Aneel
sobre concessões
Grandes empresas
dominam o setor
Incentivos do Ministério da Agricultura podem ser insuficientes para
deter a concentração do mercado brasileiro exportador de carne
Carlos Cecconello/Folhapress
Cristina Ribeiro de Carvalho
[email protected]
Diversificar e buscar novos mercados é o lema da economia global hoje. Entretanto, no caso
dos frigoríficos brasileiros, esse
negócio é dominado por quatro
empresas de grande porte, que
detêm quase 50% das exportações de carnes.
As exportações de carne bovina, suína e aves totalizaram cerca de US$ 14 bilhões no ano passado, segundo a Secretaria de
Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio. Deste total, em
torno de US$ 6,8 bilhões foram
de vendas feitas ao exterior pelos frigoríficos JBS, BRF Foods,
Minerva e Marfrig.
Se por um lado as pequenas e
médias tentam ganhar novos
mercados, por outro o avanço
da concentração no setor dificulta esse movimento. “O setor
de carnes em geral está concentrado em apenas 15 países. Então o que vemos aqui é cada vez
mais um mercado de família”,
destaca CEO da OD Consulting,
Osler Desouzart. Na avaliação
dele, entretanto, a grandes continuarão sendo destaque, pois
querem se tornar fornecedoras
mundiais. “As empresas querem ser um player global. E a
tendência em 2012 é que todas
as operações sejam lideradas pela BRF Foods, que têm foco específico em aves e suínos. Já na
carne bovina, o poder deve ficar nas mãos da JBS e Marfrig”,
aposta Desouzart.
Plano de estímulo
Diante desse mercado fechado,
o Ministério da Agricultura criou
um plano para tentar incentivar
os pequenos frigoríficos à exportação e tornar esse mercado
mais competitivo.
Apesar de alguns analistas argumentarem que em primeiro
momento isso pode trazer algum tipo de insegura aos gigantes do mercado, a BRF Foods
afirma entender que essa ação
se trata de uma iniciativa absolutamente positiva. “Quanto
mais as empresas brasileiras reforçarem os volumes de exportação,maiores serão os benefícios para o país: aumento de divisas, projeção internacional,
desenvolvimento interno e,
BRF Foods,
comandada por
José Antônio Fay,
é a favor de
incentivos para
pequenos
exportarem
Ruy Barata Neto, de Brasília
[email protected]
principalmente, maior oferta
de mão de obra tanto na indústria quanto no campo”, informou a empresa por meio de sua
assessoria de imprensa.
Porém, Desouzart alerta que
o programa do Ministério da
Agricultura fará com que a concentração se acentue cada vez
mais. “Novos pequenos sempre irão surgir, mas na fase inicial, a concentração estará nas
mãos de poucos. Exportar é al-
go difícil, é preciso observar
muitas coisas no país que se
pretende entrar, como se adaptar à suas leis, além de ter de se
adaptar ao cliente.”
A iniciativa do governo é válida, mas deveria dar mais prioridade onde o pequeno é absolutamente indispensável, ajudando a manter a competitividade desses frigoríficos dentro
do próprio Brasil, mercado que
cresce”, finaliza. ■
PESOS PESADOS
Quatro frigoríficos detêm quase 50% das exportações de carne*
PARTICIPAÇÃO DE MERCADO
BRF Foods
15%
RECEITAS, EM US$ BILHÕES
Minerva
JBS
2,55
BRF FOODS
2,32
7%
Marfrig
5%
MINERVA
1,04
MARFRIG
0,93
JBS
17%
OUTROS
Outras
55%
Fontes: Secex e Brasil Econômico
Indústria quer transparência
nos cálculos de amortização das
empresas de energia elétrica
*Números fechados de 2011
8,51
0
2
4
6
8
10
A possibilidade de prorrogação
das concessões do setor elétrico, que vencem a partir de
2015, colocou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
no alvo de um fogo cruzado entre a Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp) e
as companhias estaduais e federais de energia. De um lado, as
atuais concessionárias insistem
na renovação dos contratos
com a justificativa de que ainda
não conseguiram amortizar os
elevados investimentos feitos
ao longo das últimas décadas.
De outro, a Fiesp questiona a
avaliação dizendo que apenas
má gestão justificaria o fato de
as empresas ainda não terem
amortizado os investimentos. A
Aneel deverá dar a palavra final
sobre a situação dos ativos públicos ainda este ano.
Em reportagem publicada ontem pelo BRASIL E CONÔMICO, a
Aneel confirma a sinalização do
governo em renovar os atuais
contratos por meio de alteração
da atual legislação, o que forçará a Fiesp a aumentar a pressão
sobre a agência reguladora para
revelar os critérios adotados para justificar tal medida.
Segundo o diretor de infraestrutura da Fiesp, Carlos Cavalcanti, a entidade cobrará nos
próximos dias uma resposta do
Tribunal de Contas da União
(TCU) sobre os critérios que estão sendo adotados pela agência reguladora para balizar a revisão dos atuais contratos. Procurada, a Aneel afirma que está
em fase de conclusão dos estudos e que por isso não comentará o assunto ainda.
O cálculo de reversão dos ativos é fundamental para que sejam previstas as reduções de
preço na tarifa de energia que o
consumidor terá direito com a
revisão dos contratos de concessão. Como, em tese, todos os investimentos feitos para a construção das usinas, distribuidoras e linhas de transmissão já deveriam estar amortizados, a cobrança da tarifa de energia teria
de ser reduzida. A Fiesp argumenta que o preço de geração
da energia poderia ter uma redu-
O cálculo de
reversão dos ativos
é fundamental para
que sejam previstas
as reduções de preço
na tarifa de energia
que o consumidor
terá direito com a
revisão dos contratos
de concessão
ção de até 75% em relação ao
que é cobrado atualmente com
a realização de um leilão para a
escolha de novos concessionários, conforme determina a legislação. Além disso, a atual tarifa paga pelo consumidor poderia ser reduzida em até 20%.
Cavalcanti afirma que o processo de renovação dos contratos prenunciados pela Aneel
não permitirão chegar a esse nível de queda. “A recusa da agência em revelar os critérios técnicos que podem justificar uma renovação dos contratos favorece
a manutenção dos atuais preços
de energia sem os ganhos de redução de tarifa que a sociedade
obterá com a realização de uma
nova licitação”, diz Cavalcanti.
Em compasso de espera
A Fiesp irá aguardar uma oficialização sobre a publicação de um
projeto de lei do governo na direção de promover uma prorrogação dos contratos de energia. Caso a ação se confirme, a federação das indústrias paulistas promete entrar com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo
Tribunal Federal (STF) contra o
governo. Segundo a Aneel, a
proposta de alteração na lei deverá será encaminhada pelo Ministério de Minas e Energia
(MME) ainda neste semestre e
se dará por meio da edição de
um projeto de lei, a ser enviado
ao Congresso Nacional. ■
8 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
BRASIL
Jose Cruz/ABr
JUSTIÇA
CIDADES
CNJ afasta desembargador de Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro por irregularidades
Ministro diz que fiscalizará pessoalmente
obras sob responsabilidade do ministério
O desembargador Roberto Wider, ex-corregedor do Tribunal de Justiça
do Rio de Janeiro (TJRJ), foi aposentado compulsoriamente pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Por 12 votos a 2, os conselheiros
entenderam que ele cometeu irregularidades ao beneficiar pessoas
próximas. Wider, que foi acusado de favorecer um amigo, ainda
pode recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF). ABr
O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, disse ontem que pretende
fiscalizar obras e tentar vencer a burocracia para evitar novos
escândalos em sua pasta envolvendo denúncias de irregularidades.
"Vamos tentar finalizar a equipe logo depois do Carnaval e tratar
pessoalmente dos entraves, sobretudo, as grandes questões que estão
tramitando no ministério, como as obras de mobilidade”, afirmou. ABr
ENTREVISTA JOSÉ GOLDEMBERG
Físico
“Presidente Dilma não parece
engajada no sucesso da Rio+20”
Goldemberg exorta governo a se empenhar mais e critica lentidão do Itamaraty para trazer chefes de Estado
Tuca Vieira/Folhapress
Martha San Juan França
Goldemberg: controle de preço
da gasolina pela Petrobras
prejudica avanço do etanol
[email protected]
Uma das figuras mais proeminentes na organização da Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Eco92, quando era secretário especial do Meio Ambiente no governo de Fernando Collor, o físico
José Goldemberg é crítico em relação ao novo encontro que será realizado no Rio de Janeiro
entre 20 e 22 de junho. A Rio+20
busca avançar em uma proposta de economia verde que concilie crescimento econômico com
baixas emissões de carbono.
Mas, segundo Goldemberg, não
propõe medidas concretas, apenas uma carta de intenções. Na
volta do encontro dos cientistas
ganhadores do Prêmio Planeta
Azul (considerado o Nobel do
meio ambiente) em Londres,ele
critica o que chama de falta de
engajamento da presidente Dilma Rousseff.
Como o senhor avalia os
preparativos para a Rio+20?
Dá para ver que existe muito
menos preparativos do que houve na Eco-92. Não há convenção sendo preparada e não houve conversação sobre essa possibilidade. Existe apenas um documento das Nações Unidas, a
versão zero da proposta da
Rio+20, que se chama “O Futuro que Queremos”.
O senhor considera esse
documento relevante?
Não, basta fazer uma análise do
texto. Dos 128 parágrafos, 18
usam o verbo reafirmar, 32
usam reconhecer, 12 agradecem e 14 o verbo encorajar. Ou
seja, são basicamente manifestações de intenções. Apenas quatro ou cinco parágrafos são mais
de conteúdo e se referem ao fortalecimento do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente), o que é uma
coisa boa. Mas não há qualquer
compromisso de colocar em
marcha uma economia verde
neira, retirou a responsabilidade do Itamarati, que conduzia
os trabalhos com a velocidade
morna com que costuma conduzir as coisas, e me encarregou pessoalmente de trazer os
chefes de estado dos Estados
Unidos, Índia e China para a
conferência. E todos vieram.
O senhor acha que a presidente
Dilma não está tão engajada
como esteve Collor?
Por enquanto não há indicação
de que ela esteja engajada. Seria
bom que ela estivesse — seria
bom para o país e para a humanidade e bom para ela também.
Veja, na época, o Collor já estava com o processo que se encaminhou para o impeachment,
mas durante seis meses ele teve
uma sobrevida e uma visibilidade positiva grande por causa da
Eco-92. O Lula, quando se empenhou pela Rio+20, intuitivamente também percebeu que
ela traria visibilidade. Ele provavelmente estaria mais atuante a
favor da conferência do que a
presidente Dilma.
“
O Código Florestal
não foi adotado
ainda. E, se a Câmara
mexer e aprovar
algo pior do que foi
feito no Senado,
será extremamente
constrangedor para
o Brasil na Rio+20
José Goldemberg
Físico, ganhador do Prêmio
Planeta Azul e ex-secretário
especial do Meio Ambiente
na época da Eco-92
ou medidas concretas nesse sentido. Não é de admirar que os
chefes de estado não tenham
confirmado participação. Sem
contar que houve um problema
de desorganização — a reunião
foi marcada antes para uma época em que ocorre o jubileu da
rainha e vários chefes de estado
que iriam participar da conferência também desejavam ir à
comemoração na Inglaterra. E
mudar agenda de chefes de estado é complicado.
O senhor não vê possibilidade
de a Rio+20 ser bem sucedida?
Pode ser um sucesso se a organização decidir que vai dar um
passo a frente.No nível das conversações diplomáticas que o
Itamarati tem conduzido até
agora, isso não será alcançado.
Como o senhor compara a
Eco-92 com a Rio+20 agora?
A Eco-92 não foi para assinar
uma carta de intenções, mas
uma conferência que adotou as
convenções do clima e da biodiversidade, além da Agenda 21.
Houve um trabalho preliminar
importante para preparar os detalhes das convenções que os
chefes de estado assinaram. A
convenção do clima demorou
a tomar jeito, mas deu origem
ao Protocolo de Kyoto, um documento legal que obriga a reduzir as emissões de carbono.
Demorou muito tempo para os
países ratificarem a Convenção de Biodiversidade, só no
ano passado em Nagoia foi adotado um protocolo equivalente
ao de Kyoto. Resumindo, a
Rio-92 deslanchou um processo que não parou. E o então presidente Fernando Collor, apesar dos problemas que o caracterizaram, tomou medidas muito dramáticas. Ele, de certa ma-
O senhor acabou de voltar
de Londres, onde participou
da reunião com ganhadores
do Prêmio Planeta Azul.
A expectativa é a mesma?
É a mesma coisa, estamos todos
esperando que alguma coisa
aconteça aqui no Brasil para que
a conferência seja mais efetiva.
O que o Brasil poderia
apresentar na Rio+20?
O Código Florestal, talvez uma
das razões para a falta de envolvimento da presidente até agora, não foi adotado ainda. E se
houver um retrocesso, se a Câmara mexer e aprovar algo pior
do que foi feito no Senado, será
extremamente constrangedor
para o Brasil na Rio+20. O Brasil
poderia fazer um bom show na
área dos biocombustíveis. Mas
não do jeito que está, porque a
Petrobras mantém o preço da
gasolina constante, o que vai levar e já levou a uma redução no
consumo do etanol. ■
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 9
10 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
BRASIL
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr
PONTO ELETRÔNICO
TRANSPORTE
Comissão do Senado aprova projeto que
derruba portaria do Ministério do Trabalho
Novo teto tarifário de ferrovias pode reduzir
em até 40% os custos de cargas pesadas
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou ontem o projeto
de decreto legislativo que suspende os efeitos da portaria do
Ministério do Trabalho que regulamenta o sistema de ponto eletrônico.
O entendimento foi de que o aparelho gera uma série de custos para
as empresas. A proposta ainda precisa ser avaliada pela Comissão
de Direitos Humanos e Participação Legislativa da Casa. ABr
Os novos tetos tarifários das ferrovias de carga devem entrar em vigor
em março, segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. Os novos tetos serão, em média,
40% inferiores para cargas pesadas e 15% menores para cargas
gerais, com impacto de cerca de 10% nas receitas das concessionárias.
A agência fez consulta pública que terminou no último dia 10. Reuters
Qual o verdadeiro valor
político de Gilberto Kassab?
Advogado do PSD vai ao TSE cobrar mais tempo de TV e aumento da verba que vem do Fundo Partidário
velmente legislará à favor
do PSD. Após o Carnaval,
o ministro do TSE Marcelo Ribeiro decide se
acolhe ou não o pedido da sigla para que
os recursos do Fundo
Partidários sejam divididos de acordo com o tamanho atual das bancadas na
Câmara. Pela regra atual,
o critério é o número de
parlamentares no dia da
posse, que aconteceu em
2011 — portanto antes da
fundação do PSD.
“Ainda não entramos
com o pedido do tempo de
Pedro Venceslau
[email protected]
Ninguém dúvida da astúcia do
ex-presidente Lula e do ex-governador José Serra para fazer
cálculos eleitorais, mas a obsessão de ambos em selar (e rápido) uma aliança com o prefeito
Gilberto Kassab (PSD) na eleição paulistana gera mais dúvidas do que certezas entre petistas e tucanos. Quais seriam as
vantagens concretas de estar
ao lado de um prefeito cuja avaliação popular não é das melhores (quase 40% dos paulistanos acham a gestão ruim ou
péssima) e líder de um partido
que praticamente não tem tempo na TV ou acesso aos recursos do fundo partidário?
Do ponto de vista político,
quem estiver com Kassab perderá o discurso de oposição e
ainda será obrigado a defender
seu governo nos debates. No caso do PT, o acordo tiraria de cena uma puxadora de votos crucial, a senadora Marta Suplicy,
e ainda espantaria os militantes de base e vereadores que fazem oposição ao prefeito.
Em se tratando do PSDB, a
aliança reabriria mágoas da
disputa entre Kassab e o PSDB
na eleição de 2008. Financeiramente, o naco do PSD kassabista no fundo partidário é irrisório. Em janeiro, a sigla recebeu
um pouco mais de R$ 18 mil,
contra quase R$ 7 milhões do
PT (veja ao lado). Na TV, pela regra atual o partido
tem direito a um tempo
de nanico, 30 segundos.
O argumento de que o
aliado de Gilberto Kassab
terá à sua disposição a máquina da prefeitura é bastante
frágil. A grande maioria das
subprefeituras está sob controle de policiais militares.
Além disso, a disputa política nos bairros tem uma dinâmica própria. Para além das divagações sociológicas sobre o perfil dos eleitores petistas e tucanos e o teto eleitoral das respectivas siglas, o cálculo de Serra
e Lula é baseado em um aposta
bastante concreta: o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) prova-
“
Do ponto de vista
jurídico, não vejo
como perdermos no
TSE. A terceira maior
bancada da Câmara
dos Deputados
não pode ter o
mesmo tempo de TV
do PCO ou do PSTU
Admar Gonzaga
Advogado do PSD
O PESO DO PSD NO TABULEIRO PO
POLÍTICO
Partido fundado por Kassab já é dos maiores do país
PARTIDO
DEPUTADOS SENADORES VERBA DO FUNDO PARTIDÁRIO, EM R$ MILHÕES**
PT
85
13
PMDB
78
18
PSDB
52
10
PSD
47*
2
DEM
27
5
6,9
5,4
4,8
0,
0,18
3,
3,2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Fontes: Cong
Congresso
ngresso
so Nac
Nacional
acion
ional
a eT
TSE
S
** Dis
Distri
tribui
buição
ção do mê
mêss de
de jjaneiro
o
Distribuição
* Deputados
Deputad
Depu
tados em atuação na Câmara, somados aos que
que estã
e
st o em cargos exec
estão
executivos, são 52 deputados
TV, mas vamos fazer isso. A
mesma premissa do Fundo valerá como paradigma para o tempo de TV. Vamos lutar por isso.
Do ponto de vista jurídico, não
vejo por que perder”, afirmou
ao BRASIL ECONÔMICO o advogado
do PSD, Admar Gonzaga. Ponta
de lança da ofensiva jurídica arquitetada por Kassab, ele está
convencido que a decisão do Tribunal transformará o partido
em uma verdadeira potência
sob qualquer ponto de vista. O
tempo de TV saltaria dos minguados 30 segundos para robustos 3 minutos. E a verba do Fundo cresceria na mesma medida,
saltando para algo em torno de
R$ 3 milhões mensais. “Vale
lembrar que, na mesma medida
em que ganharemos tempo e dinheiro, o DEM e outros partidos
perderão. Os parlamentares
que vieram para o PSD não são,
aos olhos da lei, infiéis. Portanto, os votos que conquistaram
nas urnas não perderam sua serventia”, conclui o advogado.
“Se Kassab ficar conosco, ele racha o outro lado. Além disso,
ele tem mais de 50 deputados federais e prefeitos no Brasil inteiro. Trata-se de um movimento
nacional”, diz o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). ■
PISANDO EM OVOS
Movimento em falso pode
“quebrar” os kassabistas
Enquanto a novela em torno
do apoio de Gilberto Kassab
na eleição paulistana não termina, o partido do prefeito se
movimenta em todas as direções. Na terça-feira (14), por
exemplo, Fernando Haddad esteve reunido com Ricardo Patah, presidente da UGT (União
Geral dos Trabalhadores) e líder
do braço sindical do “kassabismo”. A expectativa era que o
prefeito fosse ao encontro, mas
diante dos novos movimentos
A principal
motivação de
Kassab é blindar sua
gestão na campanha
e pavimentar o
terreno para uma
candidatura ao
Senado em 2014
de Serra, ele preferiu não aparecer. Nas palavras de interlocutor do PSD, Kassab está agora
“pisando em ovos”. Qualquer
declaração ou imagem pública
poderá e será usada contra ele
na campanha eleitoral. Dependendo de onde soprar o vento,
o ataque virá do PT ou do PSDB.
A principal motivação de Kassab é blindar sua gestão na campanha e pavimentar o terreno
para uma candidatura ao Senado em 2014. ■ P.V
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 11
O BDMG CRESCE COMPROMETIDO
COM: INOVAÇÃO, SUSTENTABILIDADE
E SUCESSO DO CLIENTE.
BDMG. O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais.
40%
21%
DE CRESCIMENTO EM
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
BALANÇOS PATRIMONIAIS
31 de dezembro de 2011 e 2010 (em milhares de reais)
2011
DE CRESCIMENTO
EM ATIVOS TOTAIS
2010
2011
Ativo
2010
Passivo
Circulante
775.020
801.364
1.224
895
292.379
377.034
21.641
49.001
437.239
354.234
Disponibilidades
Aplicações interfinanceiras de liquidez
Títulos e valores mobiliários
Operações de crédito
Operações de arrendamento mercantil
(114)
(31)
22.521
20.139
130
92
Não Circulante
2.064.922
1.544.316
Realizável a Longo Prazo
2.039.054
1.516.666
100.179
-
Outros créditos
Outros valores e bens
Aplicações interfinanceiras de liquidez
Títulos e valores mobiliários
Operações de crédito
135.619
273.439
1.575.344
1.046.604
Operações de arrendamento mercantil
Outros créditos
(33)
(49)
227.945
196.561
Outros valores e bens
-
111
25.868
27.650
2.839.942
2.345.680
Permanente
Total do Ativo
Circulante
431.089
318.625
Depósitos
100.184
-
Captações no mercado aberto
Obrigações por repasses do país – instituições oficiais
5.012
-
238.700
216.926
Outras obrigações
87.193
101.699
Não Circulante
1.252.067
999.370
Exigível a Longo Prazo
1.252.067
999.370
Obrigações por repasses do país – instituições oficiais
948.004
743.629
Outras obrigações
304.063
255.741
6.053
4.376
Resultados de exercícios futuros
Patrimônio Líquido
Capital
1.150.733
1.023.309
1.087.715
1.003.299
Reservas de Lucro
62.196
21.013
822
(1.003)
2.839.942
2.345.680
Ajuste ao valor de mercado – TVM e derivativos
Total do Passivo e Patrimônio Líquido
DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO
Exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010 e semestre findo em 31 de dezembro de 2011 (em milhares de reais, exceto lucro líquido por ação expresso em reais)
Segundo Semestre
Exercícios
2011
2011
2010
Receitas da intermediação financeira
152.354
279.384
278.437
Despesas da intermediação financeira
(40.724)
(92.128)
(80.546)
Resultado bruto da intermediação financeira
111.630
187.256
197.891
Outras receitas (despesas) operacionais
(45.353)
(98.362)
(76.666)
121.225
Resultado operacional
66.277
88.894
Resultado não operacional
(2.026)
27.200
(3.209)
Resultado antes da tributação sobre o lucro
64.251
116.094
118.016
Imposto de Renda e Contribuição Social
(1.580)
(26.190)
(25.120)
Provisão para Imposto de Renda
(4.553)
(28.906)
(24.793)
Provisão para Contribuição Social
(3.491)
(18.472)
(15.752)
6.464
21.188
15.425
(7.097)
(8.394)
(8.781)
Ativo Fiscal Diferido
Participação estatutária no lucro
Lucro líquido do semestre / exercício
Lucro líquido por ação – R$
84.115
0,001847
Ativos Totais
3.000
4.500
40%
2.500
4.000
781
890
2.840
3.000
1.518
1.500
21%
3.500
2.130
2.000
2.500
1.138
2.000
1.995
1.775
2.155
2.346
1.500
1.000
500
500
-
Ano 2007
Ano 2008
Ano 2009
Ano 2010
Ano 2007
Ano 2011
CARTEIRA DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO RISCO BDMG E DE TERCEIROS – R$ MILHÕES
Operações
Risco BDMG
Risco de Terceiros
Carteira Total
5.500
5.000
4.500
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
-
81.510
0,001787
ATIVOS TOTAIS – R$ MILHÕES
CARTEIRA DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO – R$ MILHÕES
Operações
Risco BDMG
1.000
55.574
0,001218
Risco BDMG
Risco de Terceiros
2.227
2.362
781
890
Ano 2007
Ano 2008
2.921
13%
1.500
1.200
2.794
900
2.130
1.518
1.138
846
936
1.002
1.023
1.151
600
300
Ano 2009
Ano 2010
-
Ano 2011
Ano 2007
Ano 2008
MOODY’S
ÍNDICE
BASILÉIA
Ano 2011
1.800
3.711
2.573
Ano 2010
PATRIMÔNIO LÍQUIDO – R$ MILHÕES
4.924
3.252
Ano 2009
Patrimônio
Líquido
Carteira Total
4.439
3.008
Ano 2008
32%
ESCALA GLOBAL
Ano 2010
Ano 2011
AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMPLETAS, COM PARECER
DA ERNST & YOUNG TERCO AUDITORES INDEPENDENTES S.S.,
ESTÃO PUBLICADAS NOS JORNAIS “MINAS GERAIS”, “DIÁRIO DO
COMÉRCIO”, “ESTADO DE MINAS”, “HOJE EM DIA” E “O TEMPO”,
DE 16 DE FEVEREIRO DE 2012.
ESCALA NACIONAL
Ba1
Ano 2009
Aa2.br
GIOVANI ROSEMBERG FERREIRA GOMES
CONTADOR CRC-MG - 075701/O-5
www.bdmg.mg.gov.br
12 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
ENCONTRO DE CONTAS
MARCADO
● Entre os dias 20 e 24, profissionais do Hospital Sírio-Libanês (HSL),
de São Paulo, participam da missão de sustentabilidade hospitalar ao
Reino Unido, organizada pelo Consulado Geral Britânico de São Paulo.
A delegação de 17 brasileiros vai conhecer práticas sustentáveis em
hospitais das cidades de Londres, Cambridge e Didcot.
● A agência Rae,MP promove amanhã, na sede da empresa, em São
Paulo, um ciclo de palestras em torno do evento global Social Media
Week, que ocorre simultaneamente em 12 países.
LURDETE ERTEL
[email protected]
Fotos: Divulgação
Céu de brigadeiro
GIRO RÁPIDO
Com oito pontos em São Paulo,
a Brigaderia está abrindo
sua primeira pop up.
A unidade vai inaugurar neste
feriado de Carnaval na área de
embarque internacional do
Aeroporto de Guarulhos (SP).
Criada pela empresária Taciana
Kalili, a confeitaria produz 10 mil
brigadeiros de vários tipos por
dia, vendidos em seis lojas e dois
quiosques — todos em shopping.
Incrementada
A Keko Acessórios, de Flores
da Cunha (RS), acaba de incluir
o 25º país e o 5º continente
no seu rol de exportações.
A empresa vai estacionar seus
produtos na Tailândia, na Ásia.
Líder brasileira em
personalização automotiva,
a Keko fechou contrato com
a GM tailandesa para fornecer
acessórios para a nova S10.
Canudos na Garoa
Mais taças
De gole em gole, o Brasil
está encorpando a presença
de seus vinhos no mercado
externo. No ano passado,
os rótulos verde-amarelos
foram exportados a 31 países,
ante 27 de 2010.
As vendas do projeto setorial
integrado Wines of Brasil —
dueto do Ibravin com a Apex —
somaram US$ 3,06 milhões
em 2011, alta de 33,6%.
Segundo a gerente de
promoção comercial do Wines
of Brasil, Andreia Gentilini
Milan, a grande novidade do
ano foi a entrada da China
entre os países consumidores
de vinhos brasileiros: com a
importação de US$ 390,3 mil
em garrafas de cinco vinícolas
nacionais, os chineses ficaram
em segundo lugar entre
os maiores compradores.
O principal destino do vinho
brasileiro em 2011 foi a
Holanda, que ultrapassou o
Reino Unido, líder em 2010
e empurrado para terceiro.
Na quarta colocação
ficaram os EUA, seguidos
de Colômbia e Alemanha.
São Paulo aparece como a 45ª melhor cidade para cursar
universidade no mundo, segundo o QS World University Ranking.
A capital paulista é o único destino brasileiro da lista, liderada
por Paris, na França. Londres, Boston e Melbourne e outras
seis cidades europeias completam o ranking das dez melhores.
Na América Latina, além de São Paulo, apareceram
Buenos Aires (24ª), Cidade do México (31ª) e Santiago do Chile (41ª).
Bumbum biodegradável
Depois das sacolas de super,
é a vez das fraldas descartáveis
entrarem na mira da legislação.
A Câmara dos Deputados analisa
proposta que proíbe a fabricação
e a venda de fraldas descartáveis
que não seja biodegradáveis.
O projeto do deputado Onofre
Santo Agostini (PSD-SC) torna,
assim, obrigatório o uso de
material biodegradável na
elaboração do produto
comercializado no país.
Estima-se que cada criança
use uma média de 6 mil fraldas
até os dois anos de idade.
Sorria, você está sendo monitorado
Entra em funcionamento hoje,
no Rio Grande do Sul, o maior
projeto de monitoramento de
segurança em vídeo do Brasil.
O sistema conta com
equipamentos da Intelbras e será
inaugurado com a presença do
governador gaúcho, Tarso Genro.
A iniciativa abrange 24 cidades
do litoral norte do estado
e pretende ajudar a prevenir
e investigar ocorrências
em uma extensão de 490 km.
Integram o projeto 162 câmeras,
que são interligadas a outros
equipamentos e softwares de alta
tecnologia da indústria com sede
em São José (SC).
Madeixas na passarela
Avanço pela beiradas
Expansão de gôndolas no interior de São Paulo.
A rede de supermercados Mialich, com sede em Ribeirão Preto, vai
inaugurar sua nona unidade em março, na cidade de Cravinhos (SP).
A loja recebeu investimento de R$ 4 milhões e será âncora de um novo
centro comercial a ser erguido ao lado do parque ecológico do município.
Esta é a segunda filial do grupo fora de Ribeirão Preto, onde ficam
outras seis unidades da rede. A empresa também tem loja em Orlândia.
A empresa da cenógrafa Chris
Ayrosa assina o layout do
camarote vip 2012 da Pantene
no Sambódromo de São Paulo.
O espaço exibirá imagens da
famosa garota-propaganda da
marca, Gisele Bündchen, em
campanhas para a Pantene.
Voto no mouse
Brasileiro gosta mesmo de
participar de enquetes.
Levantamento feito pela empresa
de tecnologia da informação
WebSoftware mostrou que seu
site, o www.enquetes.com.br,
registra mais de 2 milhões
de votos por mês, ou seja,
são cerca de 66 mil opiniões
expressadas todos os dias.
Desde a sua criação em 1999, o
Enquetes já teve quase 10 milhões
de enquetes hospedadas de todo
o tipo de natureza. E marcou
presença em cerca de 12 milhões
de sites no Brasil e no exterior.
Cardápio pet
Meio de campo
A multinacional francesa Evialis acaba de ampliar sua fábrica de
alimentos para peixes e pet em São Lourenço da Mata (PE).
A empresa investiu R$ 6 milhões na esticada das operações, de olho
sobretudo na demanda do mercado de peixes.
FRASE
Fruto energético
Um dos frutos brasileiros
mais famosos no exterior
vai ganhar nova função.
O açaí, típico da região
amazônica, poderá ter o seu
caroço transformado em energia.
Um projeto piloto de US$ 2
milhões apoiado pelo Fundo
Multilateral de Investimentos,
membro do Grupo BID, vai
ajudar famílias de baixa renda
envolvidas no processamento
do açaí no Pará, maior produtor
da fruta no país, a se tornarem
fornecedores de usinas
de biomassa.
A maior parte do processamento
do açaí ocorre na capital, Belém.
“Toda vez que coloco
os pés na Itália me sinto
perseguido. Tenho
problema com o Fisco
italiano, que me faz
sentir um ladrão. Mas
eu nunca roubei nada
da Itália e dos italianos”
Maradona, ex-craque argentino.
A Lacan, empresa de gestão e
finanças presidida pelo ex-diretor
do Banco Central Luiz Augusto
Candiota, acaba de emplacar mais
um grande negócio na área de
infraestrutura: assessorou o
Consorcio Invepar-ACSA na
operação de concessão do
aeroporto internacional de
Guarulhos, em uma operação
de mais de R$ 16 bilhões.
Antes, a Lacan foi a assessoria
financeira responsável pelo
Consórcio Porto Novo — Porto
Maravilha do Rio de Janeiro,
na maior operação de Parceria
Público Privada do país, em
um negócio de R$ 7,6 bilhões.
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 13
14 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
EMPRESAS
Editora: Eliane Sobral [email protected]
Subeditora: Estela Silva [email protected]
Patrícia Nakamura [email protected]
Forno de Minas namora
empresa da Espanha
[email protected]
Giovani Pereira/Folhapress
[email protected]
Após vender o negócio em 1999
para a americana General Mills,
e ter de recomprá-lo dez anos
depois, sócios da Forno de Minas agora negociam com a indústria de pães espanhola Ingapan, que há dois anos tenta fugir da crise na Europa e trazer
seus produtos ao Brasil.
Com presença em 22 países e
negócios superiores a ¤ 80 milhões, a Ingapan negocia uma
parceria estratégica com a indústria de pães de queijo mineira. Segundo apurou o BRASIL ECONÔMICO, inicialmente, o interesse da empresa era abrir uma fábrica solo no país, mas devido a
burocracia, preferiu buscar um
sócio local. Os termos do negócio ainda não foram acertados,e
não se descarta, inclusive, a possibilidade de uma joint-venture, já que ambas as empresas
mostram interesse em expandir
para fora de seus respectivos
países.
A Forno de Minas confirmou
que “está em contato com a panificadora espanhola Ingapan
para viabilizar o intercâmbio entre as duas marcas”. Segundo a
empresa, “o objetivo é apresentar o tradicional pão de queijo
mineiro ao mercado espanhol e,
em contra partida, oferecer ao
mercado nacional, os produtos
RAIO X DA INGAPAN
FATURAMENTO
Fábrica da Forno de
Minas: R$ 150 milhões
em faturamento
previstos para 2012
€ 80 milhões
PRESENÇA EM
22 países
Fundação
Produtos
Franquias
1959
Pães, doces, tortas, bolos,
refeições prontas, e
refeições para empresas
Restaurantes Dona Vanilr,
Don León e Uvepan
Fonte: site da empresa
da empresa de pães”. A Forno
de Minas afirma ainda que “as
empresas estão em negociação
e nenhum acordo foi oficializado até o momento”. O diretor
comercial do Grupo Ingapan,
Manuel López, também confirmou as negociações, ressaltando que os produtos da empresa
“em breve serão comercializados no Brasil”.
A Ingapan contatou no ano
passado a BPA, empresa brasileira voltada para fomentar negócios com estrangeiras, para fazer a aproximação com o varejo
nacional. Após os contatos com
o Forno de Minas, porém, a Ingapan dispensou a BPA, que hoje alega ter um contrato de exclusividade com a espanhola.
“Trabalhamos a entrada da empresa no país por um ano e meio
e fomos surpreendidos quando
eles decidiram nos tirar do negócio”, explicou um diretor da
BPA, que garante ter direito sobre as vendas de produtos e negócios da empresa no país.
Passado comum
Assim como a Forno de Minas, a
Ingapan também é uma empresa familiar, fundada em 1959,
com a abertura da padaria Chousa, na Galícia. A empresa foi nomeada Ingapan em 1993, quando iniciou sua expansão com o
lançamento de franquias de alimentos e serviços para o mercado de alimentação fora do lar. A
Forno de Minas foi vendida em
1999 para a General Mills e recomprada pelos fundadores em
2009. A previsão é que a empresa alcance um faturamento de
R$ 150 milhões neste ano, 50%
a mais do que em 2011. ■
Kellogg compra batata Pringles por US$ 2,7 bi
Marca pertencia à P&G,
que deixa de atuar no mercado
de alimentos. Negociação pode
influenciar distribuição do
produto no mercado brasileiro
Tradicional fabricante de cereais, a Kellogg Company dá
um importante passo no mercado de salgadinhos com a compra da famosa marca de batata
Pringles, que pertencia à Procter&Gamble (P&G). A negociação de cerca de US$ 2,7 bilhões
deve ser concluída até o meio
deste ano e encerra a atuação da
P&G no segmento de alimentos
após ver fracassar a venda da
“
Estamos felizes
em anunciar essa
aquisição estratégica
John Bryant
Presidente da Kellogg Company
marca de batata para a Diamond Food, no ano passado.
“A Pringles tem uma abrangência global que nos posicionará como a segunda maior empresa da categoria de salgadinhos
em todo o mundo”, diz John
Bryant, presidente da Kellogg
Company. Comercializada em
mais de 140 países, a Pringles
conta com unidades de produção nos Estados Unidos, Europa
e Ásia, e suas vendas anuais atingem cerca de US$ 1,5 bilhão.
Com essa abrangência, a Pringles se encaixa perfeitamente
na estratégia de negócios da Kellogg, cujo portfólio é centrado
JBS arrenda
quatro
abatedouros
Érica Polo
Ingapan, indústria de pães com presença em 22 países, negocia uma possível
joint-venture com a empresa mineira a fim de abrir uma fábrica no Brasil
Regiane de Oliveira
ESTRATÉGIA
no segmento de cereais mas que
tem expandido sua atuação para o mercado de salgadinhos.
Distribuição no país
No Brasil, a batata Pringles é distribuída pela Globalbev. Procurada, a empresa não quis comentar o impacto da negociação no
contrato que mantém com a fabricante da tradicional marca
de batata. Por sua vez, a Kellogg Brasil ainda não recebeu nenhuma informação em relação
à possibilidade de realizar a distribuição no país, pois a operação brasileira reporta-se à Kellogg do México. ■
A JBS, maior empresa de carnes
do mundo, arrendou quatro abatedouros no Brasil para expandir sua presença no estado do
Mato Grosso, de acordo com
três pessoas diretamente ligadas ao negócio.
A companhia presidida por
Wesley Batista arrendou três abatedouros no Mato Grosso e um
em Rondônia, disseram as fontes, que pediram para não ser
identificadas porque as negociações ainda não são públicas. As
unidades foram alugadas da Guaporé Carne e têm capacidade de
abater 3,05 mil animais por dia.
A JBS atualmente tem, atualmente, capacidade total de abate de
87,2 mil bois diariamente em 62
unidades em seis países, de acordo com informações de seu site.
A maior parte dos abatedouros fica no estado do Mato Grosso.
Abatedouros ficam
no Mato Grosso e
em Rondônia e têm
capacidade de abater
mais de 3 mil cabeças
por dia; empresas
não comentaram
a informação
Esse estado responde por 13%
do rebanho bovino brasileiro, de
205,3 milhões de animais, maior
rebanho comercial do mundo, de
acordo com o último censo do
Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Um porta-voz
da JBS, que pediu para não ser
identificado, preferiu não comentar a informação. Carlos Silva, gerente administrativo da Guaporé, não comentou.
A divisão de carne bovina da
companhia tem sido alvo de fortes investimentos, sobretudo
após a decisão de imprimir marca à carne. No final do ano passado, a JBS deu início a uma série de campanhas de marketing
para fortalecer a marca Friboi
em todo o país. A primeira praça onde foi veiculada a propaganda foi São Paulo. Ainda no
primeiro semestre deste ano, o
comercial e as ações posteriores
realizadas em pontos de venda
devem ocorrer nos estados do
Rio de Janeiro, Minas Gerais e
Goiás. ■ Com Bloomberg
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 15
Simon Dawson/Bloomberg
Brasil tem 245 milhões de celulares
O Brasil fechou janeiro de 2012 com quase 245,2 milhões de linhas
ativas na telefonia móvel, ou 125,29 celulares a cada 100 habitantes,
segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
O número absoluto de novas habilitações (2,9 milhões) é o maior
registrado em um mês de janeiro nos últimos 13 anos e representa
um crescimento de 1,22% em relação a dezembro de 2011. Os terminais
3G (banda larga móvel) totalizaram mais de 50,8 milhões de acessos.
Bloomberg
Petrópolis corta
calorias para crescer
Boxmeer: melhor agora
que no ano passado,
apesar da crise e do
verão apático da Europa
Companhia lança cerveja light e pretende fechar o ano com receita de
R$ 4,71 bi para manter a vice-liderança do mercado de cervejas no país
Ciente da briga de gigantes que
será a disputa pela vice-liderança no mercado de cervejas no
país, o Grupo Petrópolis investirá R$ 281 milhões neste ano para fazer frente à concorrência
das multinacionais Heineken e
Kirin. A verba será destinada para modernização das linhas de
produção e ações de marketing
ao longo de 2012, e a pretensão
da companhia é fechar o ano
com um faturamento de R$ 4,71
bilhões na venda de bebidas,
uma alta de quase 25% sobre o
ano passado.
Além dos investimentos, a
cervejaria também aposta em
novos produtos. E o primeiro é
a Itaipava Light, cerveja com
25% menos calorias do que as
versões tradicionais mercado e
com 1,0% menos de teor alcoólico em relação à versão normal
da marca. “Nos Estados Unidos,
as marcas líderes são light. É
um produto com grande oportunidade de crescimento e que pode atrair o público feminino”,
afirma Douglas Costa, diretor
de marketing e relações com o
mercado do grupo Petrópolis.
A companhia aproveita um
mercado que foi timidamente
explorado pela Ambev na década passada com a Brahma Light,
produto que saiu de circulação
Empresa produziu
1,73 bilhões de litros
de cerveja em 2011
e espera atingir
1,93 bilhões de litros
até o final desse ano,
um aumento de 11,5%
brasileiro da Kirin, que comprou a Schincariol no ano passado e que agora passa a brigar diretamente com a Petrópolis pela vice-liderança do segmento,
cuja diferença é de apenas
0,22%. Esse percentual é exatamente o quanto cresceu a Petrópolis entre dezembro e janeiro,
o que mostra o quão acirrada está a disputa entre as duas empresas. “Nossa preocupação é
na questão de preço e não queremos ir para esse lado de disputa. E acho que essa não será a
estratégia deles”, diz o diretor
da Petrópolis, ao comentar que
“a guerra de preços não beneficia ninguém”.
Ações em velocidade
anos depois. “Mas hoje o preconceito sobre esse tipo de produto
diminuiu muito”, aponta Costa.
Com investimento de R$ 2 milhões para o seu desenvolvimento, a Itaipava Light será posicionada como uma bebida premium e terá produção inicial de
80 mil caixas por mês.
Concorrência japonesa
Além do novo produto, a companhia tem dado atenção aos
primeiros passos no mercado
Outro destaque da empresa é o
investimento de R$ 162 milhões
em ações de marketing, R$ 50
milhões acima da verba de 2011.
Em seu portfólio, a marca de
energéticos TNT tem forte presença em mídia enquanto que
para as cervejas Itaipava e Crystal a estratégia está centrada no
automobilismo, que acontece
por meio de patrocínios a eventos e equipes. “Esse aumento deve-se às ações mais regionalizadas que pretendemos fazer,
principalmente com TNT”, completa Costa. ■
Rodrigo Capote
DISPUTA ACIRRADA
Briga pela vice-liderança do
mercado de cervejas deve
esquentar com a entrada da
japonesa Kirin no país
PARTICIPAÇÃO DE MERCADO
Heineken
Outros
8,36%
Variação
-0,34%
1,59%
Schincariol
10,68%
Variação
+0,36%
Petrópolis
10,90%
Variação
+0,22%
Ambev
68,47%
Variação
-0,24%
Fonte: empresa, com base nos
dados da Nielsen *sobre dados
de dezembro
Douglas Costa,
da Petrópolis:
briga por
preços não traz
benefícios
Heineken esvazia o
copo e enche o cofre
Dona das marcas Kaiser,
Sol e Bavária, cervejaria
holandesa cresceu 5% no
mercado brasileiro em 2011 na
comparação com o ano anterior
Eliane Sobral
[email protected]
Embora nem o verão tenha ajudado a melhor as coisas na Europa, a terceira maior cervejaria
do mundo comemora crescimento de 3,6% no volume de cervejas vendidas em 2011. Na ponta
do lápis, o lucro da holandesa
Heineken subiu 9%, totalizando
¤ 1,5 bilhão. “Se você olhar agora, tivemos um quarto trimestre
muito bom e a companhia, como um todo, está melhor do que
pensávamos”, declarou o presidente-executivo, Jean-François
van Boxmeer que não fez nenhuma previsão para 2012 mas diz
apostar nos mercados emergentes como principal fonte de receita. No Brasil, a Heineken é dona
das marcas Kaiser, Bavária e Sol.
De acordo com o comunicado
da empresa, a operação brasileira
cresceu cerca de 5%. O destaque, segundo a companhia, foi o
crescimento dos volumes e preços maiores — “apesar da queda
do mercado de 4,5% , reflexo da
falta de aumento do salário mínimo, dos preços acima da inflação, do clima desfavorável”. Ainda assim, só a marca Kaiser, relançada pela Heineken em novembro do ano passado, registrou crescimento de 2,5% na
comparação com 2010. A Bavária
cresceu 5% no mesmo período.
A empresa também lembra
que a base de comparação com
“
Se olharmos agora,
tivemos um quarto
trimestre muito
bom e a companhia,
como um todo,
está melhor do
que pensávamos
Jean-François van Boxmeer
Presidente-executivo da Heineken
2010 fica comprometida por
conta da Copa do Mundo de futebol que, tradicionalmente impulsiona o consumo de cervejas
e das verbas de marketing em
todo o mundo.
Tesoura afiada
A Heineken lançou mais um plano de corte de custos, de ¤ 500
milhões. O grupo, que tinha economizado ¤ 614 milhões no programa anterior de três anos, fará
os novos cortes por meio de uma
visão mais globalizada em compras e tecnologia. O programa exigirá gastos prévios de ¤ 200 milhões. ■ Com Reuters
16 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
EMPRESAS
Rodrigo Capote
AGRONEGÓCIO
INFRAESTRUTURA
Lucro da produtora de açúcar Tereos
cai 54,5% e fica em R$ 76 milhões
Vinci é dona de 5,7% das ações da Triunfo, que
integra consórcio que arrematou Viracopos
A produtora de açúcar e etanol Tereos Internacional teve lucro
líquido de R$ 76 milhões em seu terceiro trimestre fiscal, uma queda
de 54,5% contra os R$ 167 milhões obtidos um ano antes, informou
a companhia. No terceiro trimestre fiscal, a receita líquida totalizou
R$ 1,82 bilhão, 14,4% a mais na comparação anual, refletindo os
preços favoráveis nas principais categorias de produtos da empresa.
A Vinci Equities Gestora de Recursos informou ontem que alcançou o
total de 5,7% de ações da Triunfo Participações e Investimentos. Junto
com o grupo UTC, dirigido pelo empresário João Santana, a TPI integra
o consórcio que arrematou o aeroporto de Viracopos (SP) no leilão
realizado na BM&FBovespa, há dez dias. A gestora é ligada à Vinci
Partners, que é controladora da operação do Burger King no Brasil.
Ações da Hypermarcas acumulam
alta de 52% desde janeiro
Papéis chegaram ao fim desta quarta-feira cotados a R$ 12,95; para analistas, definição de foco em áreas de
negócios e especulações em torno do interesse do BTG causaram ‘sentimento’ positivo em investidores
Henrique Manreza
Érica Polo
[email protected]
Mesmo depois de enfrentar um
2011 difícil, a cúpula da Hypermarcas não tem motivos para se
queixar da performance da companhia na Bovespa em 2012. Desde janeiro até ontem, suas ações
valorizaram 52,3%, fechando esta quarta-feira cotadas a R$
12,95, acima do índice Bovespa,
que registra alta de 15% no ano.
Para analistas de bancos e corretoras, a alta não resulta de um
só fator. “Um dos motivos que
podem explicar esse movimento é o boato em torno do interesse do BTG Pactual em entrar no
capital da companhia, que circulou em janeiro”, diz Iago Whately, analista da Corretora Fator.
“Mesmo que já faça algum tempo, a especulação trouxe um
sentimento positivo ao mercado, que havia ficado com sensação ruim em relação ao management da companhia depois do
que apresentou em 2011”, diz.
Além das especulações em
torno do interesse de André Esteves, do BTG, pela empresa, a
definição de foco estratégico
apresentada no fim do ano passado também está ajudando a
construir um ‘sentimento’ positivo entre investidores. “Havia
uma dispersão de interesses em
EM ALTA
Valor das ações da Hypermarcas,
em R$
Claudio Bergamo, CEO:
medicamentos e
higiene e beleza oferecem
mais rentabilidade
14,50
12,95
12,75
11,00
9,25
8,50
7,50
29/DEZ
23/JAN
15/FEV
Fontes: Economatica, BM&FBovespa
e Brasil Econômico
vários segmentos, faltava foco”, diz Sandra Peres, analista
da Coinvalores.
Em dezembro, ao anunciar a
venda da Etti para a Bunge Brasil e da Assolan para a Química
Amparo, por R$ 305 milhões, a
Hypermarcas afirmou que apostará suas fichas em medicamentos e higiene pessoal, nos quais
é líder em categorias. Foram es-
colhidos porque oferecem
maior rentabilidade, informou
Claudio Bergamo, CEO da empresa, em nota na época.
A Hypermarcas ainda deve
enfrentar um primeiro trimestre fraco, época em que normalmente os consumidores estão
endividados e mesmo a venda
de produtos de primeira necessidade sofrem, dizem os analis-
tas. Há expectativa positiva em
relação ao segundo semestre,
quando, inclusive, já se deverá
notar os efeitos da reestruturação interna, que contou com a
contratação de Nicolas Fischer,
ex-presidente da Nivea, para comandar a divisão de consumo.
Ano ruim
O ano passado não foi bom para
a Hypermarcas. Alavancada
após efetuar uma série de aquisições, foi preciso reestruturar a
política comercial agressiva. Segurou produtos e encurtou prazos de pagamentos, o que resultou em queda de vendas. O ebitda foi revisado duas vezes para
baixo e passou de R$ 1 bilhão para R$ 700 milhões. As ações tiveram queda de 62%. ■
Merck anuncia parceria com Supera Farma no Brasil
Michael Lund/Bloomberg
Fabricante mundial de
medicamentos anuncia joint
venture brasileira com foco
na comercialização de produtos
em todo território nacional
Thais Moreira
[email protected]
As MSD, conhecida nos Estados
Unidos e no Canadá como Merck, anunciou ontem uma joint
venture com a Supera Farma,
empresa criada em conjunto pela Eurofarma e Cristália no segundo semestre de 2011. O acordo com a americana que fatu-
rou US$ 48 bilhões em 2011 prevê a gestão compartilhada de
uma nova empresa brasileira
com foco na comercialização de
medicamentos das três marcas.
Batizada de Supera RX Medicamentos, a empresa terá inicialmente 30 produtos em seu portfólio. Um total de 51% da participação nas ações será da MSD e
os demais 49% da Supera, dos
quais 50% são da Eurofarma e
50% da Cristália.
Segundo Helton Carvalho, diretor comercial da Supera Farma, a empresa irá dobrar o número de vendedores nos próxi-
Parceria faz parte
da estratégia da
farmacêutica
multinacional para
crescer em mercados
emergentes. Em 2011,
a Merck investiu
US$ 8,5 bilhões
em pesquisa e
desenvolvimento
mos dois meses, chegando a
400 distribuidores. “Vamos caminhar quatro anos em termos
de receita”, diz. O objetivo de
Carvalho é estar entre as dez
maiores do mercado farmacêutico nacional e faturar US$ 500
milhões em 2017, ano em que espera dobrar o número de produtos vendidos, já que o acordo prevê a inclusão de novos itens.
A previsão da Supera Farma
para o primeiro ano é de faturar
R$ 160 milhões. Para a Merck, o
negócio e faz parte da estratégia de crescimento nos países
emergentes. ■
Kenneth Frazier,
presidente mundial da MSD
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 17
natura 2011
18 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
O DESAFIO ÉTICO DO NOSSO TEMPO
Vivemos em 2011 a confirmação de que nosso mundo é insustentável, se mantidos o atual padrão de procompanhias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos na América Latina comprovam esse cenário ainda
muito promissor. Em pouco tempo o Brasil será o segundo maior mercado mundial em nosso setor.
dução e consumo global e os desequilíbrios socioambientais. A onda de acontecimentos dos últimos anos é
eloquente: em 2006, emergiu a consciência dos riscos do aquecimento global provocado pelo homem; dois anos
Iniciamos nossa mensagem com uma passagem da recém-publicada obra de Christopher Meyer, professor
depois, vivenciamos a crise econômica, que ora se aprofunda na Comunidade Europeia. Por fim, desde 2010,
da Universidade de Harvard, que descreve, de maneira inspiradora, a forma como
acompanhamos com perplexidade as convulsões sociais da Primavera Árabe, de
procuramos empreender o nosso negócio. Somos muito gratos por sua generosa
diferentes matizes, mas que têm um aspecto comum: a busca pelos fundamentos
interpretação, que a um só tempo realça nossos traços distintivos e nos estimula a
“A Natura é provavelmente
de uma sociedade mais justa e igualitária. Acreditamos que somente uma profunda
participar de um novo projeto de capitalismo, mais solidário, justo e inclusivo. Acretransformação baseada na ética da vida, na qual prevaleçam uma nova lógica de deditamos que nossa trajetória de sucesso reside no fato de historicamente buscarmos
o exemplo mais evoluído
o aperfeiçoamento contínuo e soluções inovadoras para os dilemas do tempo presenvolvimento e uma revigorada governança global, acima de interesses de regiões,
que vimos até o momento
sente e do porvir, apreendendo o “espírito da época” e projetando-o para o futuro.
países, grupos econômicos, será fonte de esperança para as gerações futuras e para
Nesse novo contexto, nosso maior desafio será o de unir as novas tecnologias com
a continuidade da existência humana na Terra.
de empresa que gerencia
corações engajados em uma mesma causa. Dessa forma, vislumbramos a possibilidaSe, por um lado, esse cenário nos preocupa, por outro, reafirma nossa determiseu
mundo
em
todas
as
suas
de de expandir o poder transformador de nossa rede de relações.
nação de investir os melhores esforços emocionais e intelectuais para que a NaO exercício cada vez mais pleno de nossa Razão de Ser, que é promover o bemescores e maximiza o valor
tura cada vez mais atue como agente da necessária transformação social. Sempre
tarbem, nos levará a aperfeiçoar e aprofundar os laços que nos unem às nossas congerida segundo os princípios da sustentabilidade, na busca pelos melhores resulagregado de sua ecologia.”
sultoras, colaboradores, parceiros de negócios e consumidores. Movida por sonhos
tados - de forma integrada - nas dimensões econômica, social e ambiental. Esse
e pela busca de realização profissional e pessoal, estamos convencidos de que essa
comportamento empresarial, em sintonia com as aspirações da sociedade, nos
Christopher Meyer, Standing on the Sun: How explosion
comunidade está determinada a promover valores como solidariedade, criatividade
impõe a levar a Natura e sua proposta de valor para novas fronteiras e geografias.
of capitalism abroad will change business everywhere
e altruísmo, com respeito e reverência à vida.
Atualmente, o Brasil e a América Latina, nossos principais mercados de
Assim, reafirmamos o nosso compromisso histórico de estar ao lado de todos aqueatuação, encontram-se em posição privilegiada. Mesmo não estando imunes aos efeitos de um amles que queiram participar dessa urgente construção coletiva da humanidade.
biente internacional mais difícil, tendemos a ser menos impactados pelos desequilíbrios globais.
A ascensão econômica de um importante contingente populacional, com destaque à participação feminina,
Com a amizade de,
parece ter uma envergadura que poderá promover um longo e promissor ciclo de desenvolvimento, ainda
ANTONIO LUIZ DA CUNHA SEABRA, GUILHERME PEIRÃO LEAL E PEDRO LUIZ
que distante de um projeto de desenvolvimento sustentável, que promova a plena inclusão social, a ampliação
BARREIROS PASSOS, Copresidentes do Conselho de Administração
da distribuição de riqueza e a mitigação de impactos ambientais. Os expressivos investimentos de grandes
AS BASES DA NATURA DO FUTURO
Nos últimos cinco anos, promovemos uma profunda transformação na Natura. Praticamente dobramos de
Seguimos entusiasmados com a expansão de nossas Operações Internacionais, fruto do trabalho de um time de
tamanho entre 2007 e 2011, e os resultados alcançados demonstram a consistência de nossa estratégia: as
liderança de alta qualidade, combinando colaboradores com vivência na Natura e com conhecimento dos mercados
consultoras e consultores passaram de 718 mil para 1,4 milhão, elevando os pedidos de produtos de 9 milocais. Na Argentina, Chile e Peru, países em que nossas operações estão no estágio de consolidação, crescemos a um
lhões para expressivos 17 milhões ao ano; já o Ebitda saltou de R$ 700 milhões para R$ 1,4 bilhão e a receita
ritmo de 36% ao ano em moeda local ponderada, melhoramos significativamente nossa rentabilidade e estamos enlíquida avançou de R$ 3 bilhões para R$ 5 bilhões. A participação das Operações
tre as marcas preferidas do nosso setor. Em 2011, demos continuidade com a implemenInternacionais, por sua vez, saiu de 4,4% e alcançou 9%. Para dar suporte a esse
tação da manufatura local, com o início da produção na Colômbia; duplicamos o Centro
ciclo de crescimento, realizamos uma grande evolução em nosso modelo logístico,
de Distribuição no México; e começamos a colher os primeiros resultados da “Red de
Vamos privilegiar o ganho
desenvolvemos e atraímos novas lideranças cada vez mais identificadas com nossa
Relaciones Sustentables” (Rede de Relações Sustentáveis), inovação de nosso modelo
de produtividade de nossas
cultura e comportamento empresarial, implementamos um sistema de gestão estrucomercial, desenvolvida especialmente para atender ao mercado mexicano, estimulando
turado em Unidades de Negócios e Unidades Regionais, e prosseguimos investindo
o empreendedorismo socioambiental, uma novidade na indústria da venda direta.
consultoras pelo aumento
em inovação, seja na concepção dos produtos, na gestão dos impactos ambientais
No plano econômico, nossa receita líquida avançou 8,9% e o Ebitda cresceu 13,4%. No
da frequência de compra dos
e em nosso modelo comercial.
âmbito social, ampliamos a distribuição de riqueza para os nossos principais públicos
Em 2011, realizamos o maior investimento de nossa história, destinando cerca de R$
350 milhões para ampliação de produção, evolução do modelo logístico e maior e
melhor uso da tecnologia da informação, indispensáveis para a sustentação do nosso
crescimento. Trabalhamos na mudança de patamar de nossa infraestrutura para que
nossos produtos cheguem cada vez mais rápido às mãos das nossas consultoras, com
redução do custo do pedido e das emissões dos gases causadores do aquecimento
global.
consumidores e da variedade
de produtos adquiridos. Afinal,
temos a marca preferida do
mercado e já nos relacionamos
com 100 milhões de
consumidores no Brasil.
Devemos reconhecer que a implementação simultânea de novos sistemas de captação de pedidos e a evolução no nosso modelo logístico, com a abertura de novos
CDs, provocou instabilidade em nossas operações, afetando a prestação dos serviços
e a qualidade das relações. Ao mesmo tempo enfrentamos uma redução na eficiência comercial e mercadológica.
A combinação desses dois fatores repercutiu nos resultados, que ficaram abaixo das nossas expectativas, exigindo ajustes no plano durante o ano.
Estamos empenhados em assegurar uma maior assertividade de nossas promoções, equilibrando melhor a
parcela feita de forma centralizada e a gerida regionalmente. E temos a certeza de que as mesmas evoluções
na infraestrutura permitirão que alcancemos um padrão de serviços que amplie os diferenciais competitivos de
nossa marca.
O ano também nos trouxe novas oportunidades. Passado um período de significativa expansão do nosso
negócio por meio do crescimento do canal de vendas, que possibilitou um aumento de penetração de nossos
produtos nos lares brasileiros de 40% para 60%, identificamos espaço para evoluir em nossa estratégia, que
passa a privilegiar o ganho de produtividade de nossas consultoras pelo aumento da frequência de compra dos
consumidores e da variedade de produtos adquiridos. Afinal, temos a marca preferida do mercado e nossas
consultoras já se relacionam com 100 milhões de consumidores no Brasil.
de relacionamento. Os ajustes ao longo do ano impactaram o clima organizacional, e as
instabilidades no nível de serviços afetaram a satisfação de nossas consultoras. Já na dimensão ambiental, alcançamos as metas de redução de emissões e de uso de recursos
naturais, como água e energia.
Ao mesmo tempo em que promovemos evoluções em múltiplas frentes, avançamos na
direção de uma nova perspectiva para os negócios. Estamos especialmente motivados
com o futuro da venda direta. Desde sempre, acreditamos na capacidade empreendedora e transformadora de pessoas, engajadas em propósitos comuns. Num mundo
cada vez mais conectado digitalmente, onde o tratamento personalizado para cada
consumidor ganha relevância, a venda direta tem uma grande oportunidade de continuada expansão.Vislumbramos um futuro no qual a relação entre consultoras e consumidores será apoiada por alta
tecnologia de informação e pelas redes sociais, campo onde os serviços podem evoluir muito e, ao mesmo tempo,
ampliar a geração de valor para todos os envolvidos.
Inspirados pelo contínuo desejo de ver nossa marca alcançar novos espaços, reafirmamos nosso entusiasmo em
prosseguir com todos aqueles que fazem parte da comunidade Natura, dando cada vez mais significado à rede de
relações que construímos.
ALESSANDRO GIUSEPPE CARLUCCI, Diretor-presidente // JOÃO PAULO
FERREIRA, Vice-presidente de Operações e Logística // JOSÉ VICENTE MARINO,
Vice-presidente de Negócios // MARCELO CARDOSO, Vice-presidente de
Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade // ROBERTO PEDOTE,
Vice-presidente de Finanças, Jurídico e Tecnologia da Informação
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 19
Contexto do mercado
De acordo com os dados mais recentes da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal (Abihpec/
Sipatesp2), o mercado-alvo de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos no País avançou 7,7% em termos
nominais nos dez primeiros meses de 2011, abaixo das
projeções dos especialistas. Nesse contexto, a Natura manteve a liderança do setor, com participação de
23,2%, com queda de 0,4 ponto percentual sobre o
mesmo período do ano anterior.
Avanços em
infraestrutura
Os investimentos em infraestrutura irão oferecer a base
para o novo ciclo de crescimento da Natura. Desde 2009,
nossa estrutura logística passa por uma expressiva transformação. Buscamos garantir que os nossos produtos cheguem
mais rapidamente às mãos das nossas consultoras, com redução do custo do pedido e das emissões de Gases do Efeito
Estufa (GEE).
Em 2011, inauguramos um Centro de Distribuição (CD) e
outros três CDs tiveram a capacidade ampliada, com suas linhas substituídas. Equipados com alta tecnologia de separação
dos produtos (picking), grande automatização e baixo consumo de energia, estão preparados para atender um número
maior de pedidos, incluindo aqueles com menos itens, o que
viabiliza o maior fracionamento das entregas. Contribuem, assim, para que tenhamos ganhos de produtividade e redução
no custo do pedido.
Em 2012, daremos continuidade à expansão com a inauguração de um Centro de Distribuição e um hub, em São Paulo.
Com os investimentos realizados, antecipamos em quase dois
anos o planejamento para revisão da malha logística. Nosso
objetivo é reduzir significativamente o tempo de atendimento
a nossas consultoras.
Em nossas operações internacionais, alcançamos também
ganhos de eficiência logística, com o novo planejamento de distribuição na América Latina, que centralizou o atendimento na
Colômbia e no México. Consolidamos a operação de envase
de perfumes na Argentina, iniciada em 2010, e passamos a produzir sabonetes na Colômbia. Com isso, esperamos aumentar
significativamente a parcela de produtos fabricados localmente.
Perfil dos acionistas
Pessoas físicas
Pessoas jurídicas Brasil
Pessoas jurídicas exterior
Total
2009
7.699
560
668
8.927
2010
7.838
560
850
9.248
DESEMPENHO DAS AÇÕES
Em 2011, as ações Natura sofreram uma desvalorização de
20,4%, pouco abaixo da desvalorização anual de 18,1% do
Ibovespa, principal índice da BM&FBOVESPA.
(R$ milhões)
43.696
25.983
Apreciação NATU3 x Ibovespa
NATU3
FOLLOW ON
31/07/2009
Base 100 => 25/05/2004
Ibovespa
588,0
NATU 3
29/12/2011
R$ 36,21
2011
Fonte: Economática
As Operações
Internacionais
já respondem
por 9%
de nossa
receita líquida.
200.9%
NATU 3
25/05/2004
R$ 5,61
NATU3:
Ibov:
2010
2009
O Conselho de Administração passou por um processo
de renovação com a substituição de dois de seus membros. Depois de contribuírem por mais de uma década
para o crescimento e o fortalecimento da Natura, Edson
Vaz Musa e José Guimarães Monforte anunciaram sua
saída. Para ocupar seus lugares, foram aprovados, na Assembleia Geral Ordinária (AGO) de abril de 2011, os nomes de
Marcos Lisboa e Adílson Primo como conselheiros externos e
independentes – Primo renunciou ao cargo em novembro e
sua vaga ainda não foi preenchida. Na mesma AGO, Guilherme Peirão Leal reassumiu o cargo de copresidente no Conselho de Administração, após um período de afastamento para
participar das eleições presidenciais de 2010. Desde 2010,
estamos mobilizados para atrair o maior número possível dos
nossos 10 mil acionistas à AGO, principalmente nossos pequenos investidores. Acreditamos que essa é uma forma de
reafirmar nosso envolvimento e a postura de transparência
no relacionamento. Em 2011, preparamos um evento no qual
estimulamos o diálogo dos acionistas com todos os membros do Conselho de Administração e do Comitê Executivo,
o diretor-presidente, os fundadores da Natura e as áreas de
Relações com Investidores e de Governança Corporativa.
Outro ponto de destaque foi a realização conjunta da reunião pública com a participação da Apimec-SP (Associação
dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de
Capitais), o que se repetirá na AGO de 2012, marcada para
o dia 13 de abril.
Stanley Composite Index e ICO2 (Índice Carbono Eficiente,
da BM&FBOVESPA).
Desde a abertura de capital, em 2004, mantemos um
desempenho bastante superior ao índice, conforme gráfico
a seguir:
Volume médio diário negociado de ações
33.182
Governança corporativa
e mercado de capitais
2011
8.722
659
867
10.248
A Natura faz parte dos principais índices do mercado de
ações brasileiro: Ibovespa, IBrX-50 (no qual estão listadas as
ações com mais liquidez da BM&FBOVESPA), ISE (Índice de
Sustentabilidade Empresarial), Índice de Governança Corporativa, Índice de Ações com Tag Along, Índice do Morgan
2004
2005
+87.2%
+33.0%
+37.9%
+28.3%
2006
+51.1%
+29.1%
2007
– 41.4%
+47.4%
Desempenho econômico
A receita líquida consolidada da Natura em 2011 foi
de R$ 5.591 milhões, evolução de 8,9% em relação a
2010, com Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, imposto de renda, depreciação e amortização) de
R$ 1.425 milhões, margem Ebitda de 25,5%; e lucro líquido de
R$ 830 milhões, margem de 14,9%.
Evolução (R$ milhões)
Receita líquida
consolidada
Ebitda consolidado
Lucro líquido
consolidado
2009
2010
2011
4.242,1
1.008,5
5.136,7
1.256,8
5.591,4
1.425,0
683,9
744,1
830,9
2009
2008
+18.0%
– 41.4%
+101.6%
+82.7%
2010
+37.0%
+1.3%
2011
– 20.4%
– 18.1%
A geração de caixa livre no ano foi de R$ 411 milhões contra
R$ 716 milhões em 2010, uma redução de 42,7%. Em 2011,
houve um aumento no capital de giro, concentrado principalmente na ampliação da cobertura de estoques e no aumento
de impostos a recuperar. Em 2011, investimos R$ 346 milhões
em imobilizado, sobretudo, em tecnologia da informação, capacidade de manufatura e infraestrutura logística.
Desempenho
socioambiental
Seguimos ampliando a geração de valor para os principais
públicos da Natura, como mostra a tabela a seguir:
Distribuição de riqueza (R$ milhões)
Na operação Brasil, a receita líquida cresceu 6,8%, alcançando R$ 5.087 milhões. As operações internacionais, por
sua vez, apresentaram crescimento vigoroso de 40% em
moeda local ponderada (35,4% em reais), somando R$ 503
milhões, ou 9,0% da receita líquida consolidada da Natura, a
maior participação histórica.
Acionistas1
Consultoras
Colaboradores
Fornecedores
Governo
2009
551,9
2.302,5
643,0
3.087,5
1.147,4
2010
646,9
2.738,2
769,2
3.707,4
1.476,5
2011
762,9
2.906,1
634,3
4.362,8
1.472,3
1.Os valores de distribuição de riqueza aos acionistas referem-se aos dividendos e juros sobre capital próprio efetivamente pagos aos acionistas,
ou seja, consideram o regime de caixa.
DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS
Em 15 de fevereiro de 2012, o Conselho de Administração aprovou proposta a ser submetida à AGO,
que será realizada em 13 de abril de 2012, para pagamento
de dividendos e juros sobre capital próprio, referentes aos
resultados auferidos no exercício de 2011, no montante de
R$ 762,6 milhões e R$ 61,1 milhões (R$ 51,9 milhões líquidos de imposto de renda na fonte), respectivamente.
Em 20 de julho de 2011 foram pagos, ad referendum da
Assembleia Geral Ordinária, dividendos no montante de
R$ 295,3 milhões e juros sobre o capital próprio no valor
de R$ 31,9 milhões (líquidos de imposto de renda na fonte).
O saldo remanescente a ser pago em 18 de abril de 2012,
após ratificação pela Assembleia Geral Ordinária, será de
R$ 467,3 milhões na forma de dividendos e R$ 20,1 milhões
na forma de juros sobre o capital próprio (líquidos de imposto de renda na fonte).
Esses dividendos e juros sobre capital próprio somados, referentes ao resultado do exercício de 2011 representarão uma
remuneração líquida de R$ 1,89 por ação (R$ 1,65 por ação
em 2010), correspondendo a 99% do lucro líquido1 de 2011.
1. Resultado final da somatória de todas as receitas e despesas
no exercício.
20 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
1. Métrica alterada de consumo de água de unidade faturada por unidade
produzida para permitir a antecipação da identificação de oportunidades de
melhoria em nossos processos.
EDUCAÇÃO
Em 2011, evoluímos para uma nova arquitetura de educação para a Natura, baseada na disseminação da sustentabilidade,
que vai além da capacitação dos nossos colaboradores, incluindo fornecedores, consultoras e comunidades do entorno, entre
outros públicos.
Outro pilar fundamental da nossa estratégia de educação
é o Instituto Natura. Criado em 2010, a organização sem fins
lucrativos é responsável por nosso investimento social privado
e está focada na promoção da educação de qualidade. Uma
importante expressão desse compromisso é o programa Crer
para Ver, cujos recursos são obtidos por meio da venda de uma
linha especial de produtos, na qual tanto a Natura quanto os
consultores e consultoras abrem mão dos ganhos para que
sejam aplicados em projetos de melhoria da educação pública no Brasil e na América Latina. Em 2011, foram arrecadados
R$ 8,4 milhões.
O Instituto Natura está empenhado em oferecer tecnologias
educativas que promovam transformações em larga escala na
sociedade, o que já se tornou realidade com o Projeto Trilhas,
de estímulo à leitura e à escrita na Educação Infantil, que se
tornou uma política pública do Governo Federal: a partir de
2012, alcançará 2 mil municípios e 3 milhões de estudantes em
parceria com o Ministério da Educação.
EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL
Nosso canal de vendas representa uma oportunidade valiosa
de incentivar ações de empreendedorismo socioambiental. Algumas iniciativas já começam a explorar esse potencial, como o
Perspectivas
O Brasil segue como um dos mais prósperos mercados de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do mundo. Embora tenha
crescido em 2011 menos do que em anos anteriores, certamente
continuará a se expandir a taxas superiores às da indústria global.
Nesse ambiente em expansão, estamos empenhados em
assegurar que os serviços para nossas consultoras e consumidores finais alcancem um patamar de excelência, ampliando os
diferenciais competitivos da marca Natura.
Tendo em vista a alta penetração de nossos produtos, presentes nos lares de cerca de 100 milhões de brasileiros, e a
liderança da marca Natura na preferência dos consumidores,
com mais que o dobro da segunda colocada, temos a oportunidade ampliar a frequência de compra dos consumidores e a
variedade de produtos adquiridos. Com isso, impulsionaremos
os ganhos de produtividade de nossas consultoras.
Para tanto, vamos redirecionar nosso marketing mix e promover inovações para ocupar os espaços onde nossa marca
ainda não está presente, entre outras iniciativas.
Seguimos confiantes e entusiasmados com a expansão de
nossas Operações Internacionais, que se firmam como uma plataforma de negócios relevante, lucrativa e capaz de expressar
os valores da Natura na região. Nos países latino-americanos,
estamos ampliando o canal de vendas e avançando com a ma-
3,30
3,12
Com nossa expansão na América Latina, ampliamos a participação de fornecedores da região, por meio de uma nova estrutura regional de compras para as Operações Internacionais. Essa
ação trouxe-nos ganhos de eficiência em serviços e na compra
de materiais indiretos.
Em 2011, aprimoramos também nossa base de suprimentos
em parceria com os próprios fornecedores, com a definição de
novos critérios para compras baseados em aspectos mais amplos
– considerando, inclusive, seu impacto socioambiental.
Acompanhamos a satisfação dos fornecedores a partir do indicador de lealdade, que mensura a satisfação geral e a intenção
de continuar a se relacionar com a Natura e de recomendar a
companhia a outros fornecedores. Em 2011, a lealdade de nossos
parceiros no Brasil manteve-se em um patamar que consideramos estável: 26,5% contra 27,7% do ano anterior.
Consultoras e consultoras (CNs) e
consultoras natura orientadoras (CNO)
Nosso principal desafio de relacionamento com o canal de
vendas em 2011 foi a qualidade do serviço prestado às consultoras e consultores.Trabalhamos intensamente ao longo do ano
para reverter os desequilíbrios na disponibilidade de produtos
e chegamos aos quatro últimos ciclos de 2011 com uma plataforma de captação e faturamento de pedidos mais estável,
indicando a tendência de melhora significativa nos níveis de serviço. Durante o período de instabilidade em nossas operações,
procuramos manter um diálogo franco e aberto com a força
de vendas. Utilizamos os encontros Natura, realizados regularmente a cada ciclo, para informar sobre nossas dificuldades e as
medidas adotadas.
Em decorrência, o indicador de lealdade de nossas consultoras e consultores passou de 21% de 2010 para 19%, no mercado brasileiro. Vamos reforçar nossa atuação, pois entendemos
que estamos longe do que queremos, porém entusiasmados
com o que podemos e o que faremos.
Colaboradores
1. CO2e (ou CO2 equivalente): medida utilizada para expressar as emissões dos
gases de efeito estufa, baseada no potencial de aquecimento global de cada um.
As emissões que ainda não podemos evitar são compensadas pela compra de créditos de carbono de projetos, reflorestamento, eficiência energética e substituição de combustível, reduzindo o impacto de nossa operação e promovendo a
economia verde. Em 2011, contratamos o primeiro projeto de
compensação fora do Brasil, na cidade de Cáceres, na Colômbia.
RESÍDUOS SÓLIDOS
Estamos engajados com a Associação Brasileira da Indústria
de Higiene, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) na formulação
de propostas que permitam o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em vigor desde 2010.
A exemplo do que fazemos com emissões de carbono e
consumo de água, desenvolvemos em 2011 uma metodologia
que permite a construção de nosso primeiro inventário de
geração de resíduos. Acreditamos que a gestão de resíduos
pode ser uma alavanca de valor para a geração de negócios por
meio de um processo contínuo de inovação. Hoje, conseguimos
medir e gerir apenas os resíduos que estão dentro de nossas
unidades operacionais. Em 2011, alcançamos a redução de 13%,
com a geração de 20,01 gramas por unidade produzida contra
23,09 do ano anterior.
SOCIOBIODIVERSIDADE
Procuramos fomentar as discussões sobre o uso da sociobiodiversidade e defendemos o estabelecimento de um novo marco legal para o acesso à biodiversidade que favoreça o uso sustentável do patrimônio genético nacional e das manifestações
tradicionais associadas. Queremos que essa relação estimule a
pesquisa, produção e conservação da diversidade biológica.
Por isso, lançamos o Programa Amazônia, que nasce para
gerar novos negócios e atuar como um catalisador de conhecimentos, ideias e iniciativas. O desafio da Natura é contribuir
para o desenvolvimento sustentável da Região Amazônica por
meio de ciência, tecnologia e inovação e adensamento das
cadeias produtivas da região. Um movimento que integra os
diversos públicos e conhecimentos em uma grande rede de
trocas que possa buscar soluções a partir dos produtos e serviços da sociobiodiversidade e revelar o grande potencial de
negócios existente na Amazônia. Em 2011, medimos pela primeira vez nosso volume de negócios na Região Amazônica e
chegamos ao valor de R$ 64,8 milhões.
nufatura local, o que nos abre a perspectiva de acelerar o crescimento em um mercado tão expressivo e no qual ainda temos
muito espaço de desenvolvimento.
Temos observado atentamente as transformações do
ambiente de negócios, com um consumidor mais exigente,
o avanço das tecnologias digitais e a conectividade das redes
sociais. Pretendemos utilizar essas ferramentas para seguirmos
ampliando nossos negócios, gerando renda para as consultoras
e consultores e propiciando a melhor experiência de compra
aos consumidores.
Confiantes no espírito inovador de nossas equipes, acreditamos
que esse momento de grande transformação permitirá que a
Natura leve sua proposta de valor para novas geografias, ampliando assim o alcance de sua rede de relações e seu potencial de
contribuir para a construção do modelo de negócios do futuro.
ADERÊNCIA À CÂMARA
DE ARBITRAGEM DO MERCADO
A Companhia, seus acionistas, Administradores e os membros
do Conselho Fiscal obrigam-se a resolver, por meio de arbitragem, perante a Câmara de Arbitragem do Mercado, toda e qualquer disputa ou controvérsia que possam surgir entre eles, relacionadas ou oriundas, em especial, da aplicação, validade, eficácia,
interpretação, violação e seus efeitos, das disposições contidas na
Lei n.º 6.404/76, no estatuto social da Companhia, nas normas
À medida que expandimos nossa atuação, tanto no Brasil
como nas Operações Internacionais, aumenta o nosso desafio
de compor, manter e desenvolver nossas equipes, de maneira
que, além das competências funcionais, também estejam aderentes à nossa Essência. Por isso, temos trabalhado para fortalecer os instrumentos de desenvolvimento dos nossos profissionais, que teve em 2011 o refinamento de nossa proposta
de educação, condição indispensável para uma organização que
reúne 6,7 mil pessoas.
Buscamos manter um ambiente de trabalho, ao mesmo
tempo, acolhedor e estimulante. Nossa expectativa tem sido
sempre a de elevar a satisfação dos colaboradores, medida na
pesquisa de clima organizacional, que engloba todas as operações. O cenário adverso e diferente das nossas expectativas
gerou muito retrabalho de nossas equipes e foi um importante
fator para que esse indicador atingisse a marca de 70% de favorabilidade, três pontos percentuais abaixo do ano anterior.
Vamos ampliar nossos esforços para reverter essa situação e
colocá-lo no patamar de excelência que almejamos.
Pesquisa de clima– Favorabilidade (%)1
74
73
70
2011
0,40
2011
0,42
2010
2009
0,42
3,55
Fornecedores
Acreditamos que o desenvolvimento da Natura depende
do nosso potencial de buscar respostas aos desafios atuais de
forma ampla e coletiva e dos laços que estabelecemos com os
diversos públicos com os quais nos relacionamos. Para transformar essa crença em ações, contamos com uma gestão estruturada de relacionamentos desde 2009, que incluem canais de
interação permanentes com nossos stakeholders. Para a Natura,
esse é um meio de cocriação, de encontrar as melhores soluções, com mais profundidade e qualidade técnica e relacional.
Veja a seguir os resultados que alcançamos com os públicos
mais próximos de nossa atividade:
2010
Consumo de água (litros/unidade produzida)1
Emissões relativas (kg CO2e / kg produto faturado)1
QUALIDADE DAS RELAÇÕES
2009
Ao longo dos anos, temos aprimorado nossos processos
produtivos e conquistado eficiência no uso da água em nossas
operações. Em 2011, reduzimos nosso consumo, que no ano
anterior, foi de 0,42 para 0,40 litro por unidade produzida.
Sabemos, no entanto, que nosso impacto vai além do consumo na produção. Para aprofundar nosso conhecimento, iniciamos há dois anos um amplo estudo, que resultou em nosso
primeiro inventário hídrico, desenvolvido de acordo com a
metodologia da Water Footprint Network (WFN), organização
internacional de referência na promoção do uso sustentável,
equitativo e eficiente de água. A Natura foi a primeira empresa
do setor de cosméticos a aplicar essa tecnologia e a única companhia do mundo a contemplar nesse inventário a fase de uso
dos produtos pelos consumidores.
Nosso compromisso com a redução de emissões de Gases
do Efeito Estufa (GEE) teve início em 2007, quando lançamos o
Programa Carbono Neutro e nos comprometemos em reduzir
em 33% das emissões relativas em toda a nossa cadeia estendida, da extração da matéria-prima ao consumo. Até o final de
2011, alcançamos a redução relativa de 25,4% em comparação
com 2007. Temos também o objetivo adicional de cortar em
10% nossas emissões absolutas (geradas em nosso processo
produtivo) até o fim de 2012. Em 2011 as emissões absolutas
cresceram 11% em relação à 2008, mas mantivemos o compromisso em função de projetos que devem ser implementados
ao longo deste ano.
2011
ÁGUA
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
2010
Antes de mais nada, olhar para os desafios da sustentabilidade é uma grande fonte de inovação para a Natura. Trabalhamos
continuamente para integrar os aspectos econômico, social e
ambiental em toda a gestão da Natura. Nossa proposta de valor passa pela construção de um modelo de desenvolvimento
sustentável, que considere os riscos e oportunidades nas três
dimensões do chamado triple bottom line, gerando valor para
a sociedade e os negócios. A sustentabilidade é, portanto, um
princípio que perpassa nossos processos, integra o Planejamento Estratégico e é acompanhado pela alta gestão. A definição
das prioridades de atuação ocorre em conjunto com nossos
stakeholders. Em 2011, concluímos a revisão bianual desses focos de ação, aqueles que consideramos críticos para o futuro
da Natura, reportados mensalmente pelo Comitê de Sustentabilidade à Diretoria Executiva. Conheça a seguir as principais
evoluções nesses temas:
Programa Acolher, que apoia projetos socioambientais desenvolvidos por CNs e CNOs. Outra inovação é a Rede de Relações
Sustentáveis, que criamos no México. Nesse modelo, lançado em
meados de 2011, as consultoras têm níveis de envolvimento com
a Natura e vão ascendendo não apenas conforme seu resultado
comercial, mas também com seu engajamento em projetos e iniciativas socioambientais nas comunidades onde vivem. Após os
primeiros nove ciclos de atuação em 2011, o modelo apresenta
resultados que nos deixam entusiasmados, ao mesmo tempo em
que está gerando importantes aprendizados.
2009
Temas prioritários
de sustentabilidade
1. Equivale a porcentagem de colaboradores que classificaram 4 e 5 (top 2 box)
em uma escala de 0 a 5 pontos. em uma escala de 0 a 5 pontos.
Comunidades fornecedoras
Em 2011, trabalhamos com 32 comunidades fornecedoras,
envolvendo 3.235 famílias. Esses números apontam crescimento
de 40% no número de famílias envolvidas, o que também se
refletiu em aumento de 15% no repasse de recursos a essas comunidades e resultados significativos no desenvolvimento local.
Comunidades fornecedoras
2009
2010
2011
25
25
32
Famílias beneficiadas nas
comunidades fornecedoras 2.012
2.301
3.235
Comunidades com as
quais a Natura se relaciona
Seguindo os anos anteriores, ampliamos nossos negócios
com as comunidades fornecedoras dentro da estratégia de
expandir o benefício social gerado pelo acesso aos ativos da
biodiversidade e do conhecimento tradicional associado. Vale
destacar que o principal movimento impulsionador foi o aumento da vegetalização de nossos produtos – especialmente
da linha Ekos, relançada em 2011.
Desta forma, repassamos R$ 10 milhões às comunidades fornecedoras em 2011. A quantia representa a soma paga por fornecimento de insumos, contratos de repartição de benefícios, acesso
ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado,
uso de imagem e investimentos para o desenvolvimento local.
Recursos destinados (R$ milhares)
2009
Fornecimento1
2.767,1
Repartição de benefícios
por acesso ao patrimônio
genético ou conhecimento
1.056,2
tradicional associado2
1.087,6
Fundos e apoios3
14,5
Uso de imagem4
Capacitação5
151,7
6
27,8
Certificação e manejo
435,1
Estudos e assessorias7
Total
5.540,3
2010
4.373,6
2011
6.749,1
1.480,1
1.551,7
76,5
184,5
212,2
827,7
8.706,4
1.597,4
1.002,2
22,0
133,0
21,5
512,0
10.037,2
1. Consiste no valor pago pelos beneficiadores ou pela Unidade Industrial de
Benevides pelas compras de matéria-prima utilizadas em nossos produtos.
2. Corresponde aos valores pagos pela Natura a título de Repartição de Benefícios às comunidades em que foram acessados patrimônio genético e/ou conhecimento tradicional associado de uma espécie da biodiversidade brasileira.
3. Fundos e convênios de desenvolvimento sustentável voluntários da Natura,
cujo desembolso está atrelado à realização de projetos ou patrocínios de
melhorias de infraestrutura.
4. Valores pagos pela Natura para uso de imagem dos membros das comunidades em materiais de divulgação institucional ou de marketing.
5. Contempla oficinas e cursos pagos pela Natura às comunidades para
aperfeiçoar suas técnicas de produção sustentável.
6. Valores investidos em certificação e planos de manejo em áreas de cultivo.
7. Inclui todos os estudos de antropólogos, advogados, economistas, ONGs e
demais contratações feitas pela Natura. Também inclui estudos técnicos contratados pela área de Bioagricultura para a estruturação de cadeias produtivas.
Consumidores
O momento atual é marcado por alterações profundas na
forma como as empresas se relacionam com seus consumidores. A Natura considera que está diante de uma grande oportunidade para transformar e aprimorar a qualidade desse relacionamento. Vale destacar que, em 2011, a penetração da Natura
nos domicílios brasileiros ampliou-se de maneira considerável,
passando de 54,8% para 61,9%.
Isso significa que atingimos aproximadamente 100 milhões
de pessoas. Tendo em vista sermos a marca preferida em cosméticos, temos uma grande oportunidade de aumentar a frequência de compra desses consumidores que já têm contato
com nossas consultoras.
editadas pelo Conselho Monetário Nacional, pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários, bem como
nas demais normas aplicáveis ao funcionamento do mercado de
capitais em geral, além daquelas constantes do Regulamento do
Novo Mercado, do Regulamento de Arbitragem, do Regulamento de Sanções e do Contrato de Participação no Novo Mercado.
RELACIONAMENTO COM
OS AUDITORES INDEPENDENTES
Em conformidade com a Instrução CVM nº 381/03, informamos que a Sociedade e suas controladas adotam como
procedimento formal consultar os auditores independentes
Deloitte Touche Tohmatsu, no sentido de assegurar-se de que
a realização da prestação de outros serviços não venha afetar a
independência e a objetividade necessária ao desempenho dos
serviços de auditoria independente, bem como obter a devida
aprovação de seu Comitê de Auditoria. A política da empresa
na contratação de serviços de auditores independentes assegura que não haja conflito de interesses, perda de independência
ou objetividade. Durante o exercício de 2011 não houve nenhuma contratação de serviços desta natureza.
Adicionalmente, em conformidade com a Instrução CVM
nº 308/99, a Sociedade e suas controladas informam a contratação da auditoria independente Ernst & Young Terco Auditores
Independentes S.S. para auditar as demonstrações financeiras
da Companhia relativas ao exercício findo em 31 de dezembro
de 2012, em substituição à Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes (“Deloitte”), que realizou a verificação do
exercício que apresentamos nesse Relatório de Administração.
A decisão ocorreu na reunião do Conselho de Administração
do dia 10 de janeiro de 2012, conforme recomendação do
Comitê de Auditoria da Companhia.
DIRETRIZES PARA A COMUNICAÇÃO
DA SUSTENTABILIDADE
Para retratar com fidelidade e transparência nossos desempenhos nos planos econômico, ambiental e social, adotamos as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI-G3.1), cujos critérios serão extensivamente desenvolvidos em nosso Relatório Anual 2011.
Todos os dados socioambientais contidos nos indicadores
GRI passam pela verificação externa de auditores independentes da companhia Ernst & Young Terco Auditores Independentes
S.S.. No caso das emissões de GEE, foi realizada uma verificação
específica (asseguração limitada) dos dados do inventário GEE
de 2011 pela KPMG.
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 21
Natura Cosméticos S.A.
Demonstrações contábeis referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2011
e parecer dos auditores independentes
2012
BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011
DEMONSTRAÇÕES DO FLUXO DE CAIXA
PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011
(Em milhares de reais - R$)
ATIVOS
CIRCULANTES
Caixa e equivalentes de caixa
Contas a receber de clientes
Estoques
Impostos a recuperar
Partes relacionadas
Instrumentos financeiros derivativos
Outros ativos circulantes
Total dos ativos circulantes
NÃO CIRCULANTES
Realizável a longo prazo:
Impostos a recuperar
Imposto de renda e contribuição social diferidos
Depósitos judiciais
Outros ativos não circulantes
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Total dos ativos não circulantes
TOTAL DOS ATIVOS
Nota
explicativa
Controladora (BRGAAP)
2011
2010
Consolidado (BRGAAP e IFRS)
2011
2010
5
6
7
8
27.1
4.2
11
166.007
535.309
217.906
69.417
37.908
28.184
115.328
1.170.059
206.125
493.692
185.092
34.799
25.361
52.470
997.539
515.610
641.872
688.748
201.620
28.626
126.783
2.203.259
560.229
570.280
571.525
101.464
66.399
1.869.897
8
9.a)
10
11
12
13
13
12.299
80.145
244.938
4.562
1.253.721
332.215
78.929
2.006.809
3.176.868
4.921
87.491
289.070
20.052
1.099.188
92.175
18.586
1.611.483
2.609.022
111.239
189.552
295.839
29.935
800.434
162.754
1.589.753
3.793.012
109.264
180.259
337.007
44.904
560.467
120.073
1.351.974
3.221.871
Nota
PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
explicativa
CIRCULANTES
Empréstimos e financiamentos
14
Fornecedores e outras contas a pagar
15
Fornecedores - partes relacionadas
27.1
Salários, participações nos resultados e encargos sociais
Obrigações tributárias
16
Instrumentos financeiros derivativos
4.2
Outras obrigações
Total dos passivos circulantes
NÃO CIRCULANTES
Empréstimos e financiamentos
14
Obrigações tributárias
16
Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas
17
Outras Provisões
18
Total dos passivos não circulantes
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social
19.a)
Reservas de capital
Reservas de lucros
Ações em tesouraria
19.c)
Dividendo adicional proposto
19.b)
Outros resultados abrangentes
Total do patrimônio líquido dos acionistas controladores
Participação dos acionistas não controladores
no patrimônio líquido das controladas
Total do patrimônio líquido
TOTAL DOS PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Controladora (BRGAAP)
2011
2010
Consolidado (BRGAAP e IFRS)
2011
2010
66.424
183.317
293.024
58.551
260.027
29.359
890.702
60.086
113.232
246.589
63.769
199.698
3.340
41.788
728.502
168.962
488.980
132.045
446.800
37.932
1.274.719
226.595
366.494
162.747
366.006
4.061
52.064
1.177.967
852.549
97.955
49.600
35.818
1.035.922
368.356
175.575
53.282
25.806
623.019
1.017.737
140.545
64.957
44.809
1.268.048
465.068
215.125
73.784
32.425
786.402
427.073
160.313
292.457
(102.849)
490.885
(17.635)
1.250.244
418.061
149.627
282.944
(14)
430.079
(23.196)
1.257.501
427.073
160.313
292.457
(102.849)
490.885
(17.635)
1.250.244
418.061
149.627
282.944
(14)
430.079
(23.196)
1.257.501
1.250.244
3.176.868
1.257.501
2.609.022
1
1.250.245
3.793.012
1
1.257.502
3.221.871
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO
PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011
(Em milhares de reais - R$, exceto o lucro líquido do exercício por ação)
RECEITA LÍQUIDA
Custo dos produtos vendidos
Nota
explicativa
21
22
LUCRO BRUTO
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS
Com vendas
Administrativas e gerais
Participação dos colaboradores nos resultados
Remuneração dos administradores
Resultado de equivalência patrimonial
Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas
LUCRO OPERACIONAL ANTES
DO RESULTADO FINANCEIRO
RESULTADO FINANCEIRO
Receitas financeiras
Despesas financeiras
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
Imposto de renda e contribuição social
3.473.263
22
22
22
27
12
25
(1.503.069)
(816.818)
(3.765)
(9.443)
54.789
43.579
3.230.389
(1.292.365)
(837.808)
(18.174)
(14.417)
25.764
456
Consolidado (BRGAAP e IFRS)
2011
2010
5.591.374
5.136.712
(1.666.300)
(1.556.806)
3.925.074
(1.952.740)
(680.730)
(30.168)
(9.443)
63.077
Nota
explicativa
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro líquido do exercício
Ajustes para reconciliar o lucro líquido do exercício
com o caixa líquido gerado pelas atividades operacionais:
Depreciações e amortizações
Provisão decorrente dos contratos de operações
com derivativos “swap” e “forward”
Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas
Atualização monetária de depósitos judiciais
Imposto de renda e contribuição social
Resultado na venda e baixa de ativo imobilizado e intangível
Resultado de equivalência patrimonial
Juros e variação cambial sobre empréstimos
e financiamentos
Variação cambial sobre outros ativos e passivos
Despesas com planos de outorga de opções
de compra de ações
Provisão para deságio na alienação de créditos de ICMS
Provisão para créditos de liquidação duvidosa
Provisão para perdas nos estoques
Provisão com plano de assistência médica
e créditos carbono
Reconhecimento de crédito tributário de processo judicial
Reconhecimento de crédito tributário extemporâneo
13
17
9.a)
24
6
7
18
25
25
Controladora (BRGAAP)
2011
2010
830.901
744.050
Consolidado (BRGAAP e IFRS)
2011
2010
830.901
744.050
27.565
15.305
109.921
88.848
(16.442)
(2.866)
(28.841)
330.890
1.559
(54.789)
5.477
106
(15.318)
309.073
(468)
(25.764)
(14.305)
(7.998)
(51.173)
406.829
13.457
-
8.787
3.545
(18.129)
374.120
32.620
-
94.985
22
(4.668)
-
121.674
(7.767)
(5.137)
-
6.359
(492)
9.801
4.081
9.005
3.981
13.369
323
(674)
19.725
11.288
465
9.149
30.132
10.012
(11.887)
(15.461)
1.181.316
10.739
1.055.598
12.384
(16.852)
(40.378)
1.389.436
10.400
1.290.137
(AUMENTO) REDUÇÃO DOS ATIVOS
Contas a receber de clientes
Estoques
Impostos a recuperar
Outros ativos
Subtotal
AUMENTO (REDUÇÃO) DOS PASSIVOS
Fornecedores nacionais e estrangeiros
Salários, participações nos resultados e encargos sociais, líquidos
Obrigações tributárias
Outros passivos
Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas
Subtotal
CAIXA GERADO PELAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
(41.125)
(42.615)
(14.648)
(171.952)
(270.340)
(88.052)
(77.360)
97.664
(43.394)
(111.142)
(70.918)
(136.948)
(45.224)
(157.950)
(411.040)
(126.561)
(92.106)
45.134
(41.418)
(214.951)
69.443
(5.218)
28.692
34.006
(816)
126.107
1.037.083
28.761
7.019
74.726
62.565
(2.673)
170.398
1.114.854
121.752
(30.702)
24.060
(14.132)
(829)
100.149
1.078.545
111.212
31.955
50.844
34.528
(2.658)
225.881
1.301.067
OUTROS FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
Pagamentos de imposto de renda e contribuição social
Pagamentos de recursos por liquidação de operações com derivativos
Pagamento de juros sobre empréstimos e financiamentos
(255.182)
(15.082)
(57.812)
(221.535)
(9.006)
(35.405)
(319.623)
(18.382)
(76.700)
(269.001)
(13.378)
(44.902)
CAIXA LÍQUIDO GERADO PELAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
709.007
848.908
663.840
973.785
(277.036)
2.535
72.973
34.000
(121.173)
(66.870)
3.174
(86.096)
30.000
(117.486)
(346.367)
3.726
92.341
-
(236.876)
9.864
(86.524)
-
(288.701)
(237.278)
(250.300)
(313.536)
(425.383)
822.047
(592.075)
565.293
(648.687)
1.045.702
(781.931)
819.275
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
Adições de imobilizado e intangível
Recebimento pela venda de ativo imobilizado e intangível
Levantamento (pagamento) de depósitos judiciais
Recebimentos de dividendos de controladas
Investimentos em controladas
13
12
CAIXA LÍQUIDO UTILIZADO NAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Amortização de empréstimos e financiamentos - principal
Captações de empréstimos e financiamentos
Pagamento de dividendos e juros sobre o capital
próprio referentes ao exercício anterior
19.b)
Antecipação de dividendos e juros sobre o capital
próprio referentes ao exercício corrente
Compra de ações em tesouraria
Utilização de ações em tesouraria pelo exercício
de opções de compra de ações
Aumento de capital por subscrição (353.289 ações
ordinárias ao preço médio de R$39,69)
CAIXA LÍQUIDO UTILIZADO NAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Efeito de variação cambial sobre o caixa e equivalentes de caixa
(430.079)
(357.611)
(430.079)
(357.611)
(332.809)
(104.452)
(289.375)
-
(332.809)
(104.452)
(289.375)
-
1.240
-
1.240
-
9.012
(460.424)
13.800
(659.968)
9.012
(460.073)
13.800
(595.841)
(4.473)
-
-
1.914
AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA
(40.118)
(48.338)
(44.619)
59.935
Saldo inicial do caixa e equivalentes de caixa
Saldo final do caixa e equivalentes de caixa
206.125
166.007
254.463
206.125
560.229
515.610
500.294
560.229
AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA
(40.118)
ITENS QUE NÃO AFETAM O CAIXA:
Financiamento (leasing) de ativo imobilizado
13
56.694
Compensação de passivo tributário com depósito judicial
17
114.345
INFORMAÇÕES ADICIONAIS ÀS DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA
Numerários com utilização restrita
11
Limites de contas garantidas sem utilização
117.900
(48.338)
(44.619)
59.935
-
56.694
114.345
-
147.900
6.757
235.500
6.155
265.500
3.579.906
(1.704.322)
(605.442)
(70.351)
(14.417)
(17.468)
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
1.238.536
1.093.845
1.315.070
1.167.905
24
24
86.502
(163.247)
17.515
(58.237)
122.698
(200.038)
53.639
(103.375)
9.b)
1.161.791
(330.890)
1.053.123
(309.073)
1.237.730
(406.829)
1.118.169
(374.120)
830.901
744.050
830.901
744.050
830.901
-
744.050
-
830.901
-
744.050
-
1,9320
1,9279
1,7281
1,7219
1,9320
1,9279
1,7281
1,7219
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
ATRIBUÍVEL A
Acionistas da Sociedade
Acionistas não controladores
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO POR AÇÃO - R$
Básico
Diluído
Controladora (BRGAAP)
2011
2010
5.848.777
5.514.315
(2.375.514)
(2.283.926)
(Em milhares de reais - R$)
26.1
26.2
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO ABRANGENTE
PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011
(Em milhares de reais - R$)
Nota
Controladora (BRGAAP)
Consolidado (BRGAAP e
IFRS)
explicativa
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Outros resultados abrangentes:
Ganhos (perdas) na conversão de demonstrações
contábeis de controladas no exterior
12
2011
830.901
2010
744.050
2011
830.901
2010
744.050
5.561
(4.473)
5.561
(4.473)
TOTAL DO RESULTADO ABRANGENTE DO EXERCÍCIO
836.462
739.577
836.462
739.577
ATRIBUÍVEL A
Acionistas da Sociedade
Acionistas não controladores
836.462
-
739.577
-
836.462
-
739.577
-
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
DEMONSTRAÇÕES DO VALOR ADICIONADO
PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011
(Em milhares de reais - R$, exceto informação suplementar)
Nota
Explicativa
RECEITAS
Vendas de mercadorias, produtos e serviços
Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas
Constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa
INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
Custo dos produtos vendidos e dos serviços prestados
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
VALOR ADICIONADO BRUTO
RETENÇÕES
Depreciações e amortizações
VALOR ADICIONADO PRODUZIDO PELA SOCIEDADE
VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
Resultado de equivalência patrimonial
Receitas financeiras - incluem variações monetárias e cambiais
VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR
25
6
13
12
24
Controladora (BRGAAP)
2011
2010
6.847.933
6.394.783
6.887.213
6.477.739
43.580
456
(82.860)
(83.412)
(4.538.955)
(4.278.970)
(2.610.197)
(2.488.991)
(1.928.758)
(1.789.979)
2.308.978
2.115.813
(27.565)
(15.305)
(27.565)
(15.305)
2.281.413
2.100.508
141.291
43.279
54.789
25.764
86.502
17.515
2.422.704
2.143.786
Consolidado (BRGAAP)
2011
2010
7.499.050
6.850.225
7.524.250
6.951.106
63.078
(17.468)
(88.278)
(83.412)
(4.362.838)
(3.707.385)
(2.624.578)
(2.355.631)
(1.738.260)
(1.351.754)
3.136.212
3.142.841
(109.921)
(88.848)
(109.921)
(88.848)
3.026.291
3.053.993
122.698
53.639
122.698
53.639
3.148.989
3.107.632
DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
(2.422.704)
(2.143.786)
(3.148.989)
(3.107.632)
Pessoal e encargos sociais
(250.870)
(222.957)
(634.261)
(769.245)
Impostos, taxas e contribuições
(1.182.449)
(1.111.331)
(1.472.345)
(1.476.512)
Despesas financeiras e aluguéis
(158.485)
(65.448)
(211.483)
(117.825)
Dividendos
(762.563)
(659.570)
(762.563)
(659.570)
Juros sobre o capital próprio
(61.130)
(59.883)
(61.130)
(59.883)
Lucros retidos
(7.207)
(24.597)
(7.207)
(24.597)
Informações suplementares às demonstrações do valor adicionado:
Dos valores registrados na rubrica “Impostos, taxas e contribuições” em 2011 e 2010, os montantes de R$442.063 e R$454.114, respectivamente,
referem-se ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - Substituição Tributária - ICMS - ST incidente sobre a margem de lucro
presumida definida pelas Secretarias das Fazendas Estaduais, obtida nas vendas realizadas pelos(as) Consultores(as) Natura para o consumidor final.
Para a análise desse impacto tributário nas demonstrações do valor adicionado, tais valores devem ser deduzidos daqueles registrados na rubrica
“Vendas de mercadorias, produtos e serviços” e da própria rubrica “Impostos, taxas e contribuições”, uma vez que os valores das receitas de vendas
não incluem o lucro presumido dos(as) Consultores(as) Natura na venda dos produtos, nos montantes de R$2.906.137 e R$2.738.227, em 2011
e 2010, respectivamente, considerando-se a margem presumida de lucro de 30%.
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
22 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
DEMONSTRAÇÃO DA MUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011
(EM MILHARES DE REAIS - R$, EXCETO OS DIVIDENDOS POR AÇÃO)
Nota
explicativa
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009
Lucro líquido do exercício
Outros resultados abrangentes
Total do resultado abrangente do exercício
Dividendos e juros sobre o capital próprio referentes ao exercício de 2009
aprovados na AGO de 06 de abril de 2010
Aumento de capital por subscrição de ações
Movimentação dos planos de opção de compra de ações:
Outorga de opções de compra
Exercício de opções de compra
Destinação do lucro líquido do exercício:
Constituição de reserva de incentivo fiscal
Antecipação de dividendos e juros sobre o capital próprio
Dividendos declarados em 23 de fevereiro de 2011
Juros sobre o capital próprio declarados em 23 de fevereiro de 2011
Reserva de retenção de lucros
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010
Lucro líquido do exercício
Outros resultados abrangentes
Total do resultado abrangente do exercício
Dividendos e juros sobre o capital próprio referentes ao exercício de 2010
aprovados na AGO de 08 de abril de 2011
Aumento de capital por subscrição de ações
Aquisição de ações em tesouraria
Venda de ações em tesouraria pelo exercício de opções de compra de ações
Movimentação dos planos de opção de compra de ações:
Outorga de opções de compra
Exercício de opções de compra
Destinação do lucro líquido do exercício:
Constituição de reserva de incentivo fiscal
Antecipação de dividendos e juros sobre o capital próprio
Dividendos declarados em 15 de fevereiro de 2012
Juros sobre o capital próprio declarados em 15 de fevereiro de 2012
Reserva de retenção de lucros
SALDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011
Capital
social
404.261
-
Reservas de capital
Reserva de
Ágio na
incentivo fiscal
Capital
Reservas de lucros
emissão/venda Subvenção para
adicional
Incentivos
Retenção
de ações
investimentos integralizado
Legal
fiscais
de lucros
103.620
17.378
21.995
18.650
4.961
230.082
-
Ações em
tesouraria
(14)
-
Dividendo
adicional
proposto
357.611
-
Lucros
acumulados
744.050
744.050
Outros
resultados
abrangentes
(18.723)
(4.473)
(4.473)
Participação
dos acionistas não
Patrimônio controladores
líquido
no patrimônio Patrimônio
dos acionistas líquido das
líquido
controladores controladas
total
1.139.821
1 1.139.822
744.050
744.050
(4.473)
(4.473)
739.577
739.577
19.a)
13.800
-
-
-
-
-
-
-
(357.611)
-
-
-
(357.611)
13.800
-
(357.611)
13.800
23.2
23.2
-
-
-
11.288
(4.654)
-
-
4.654
-
-
-
-
11.288
-
-
11.288
-
19.b)
19.b)
19.b)
19.f)
-
-
-
-
-
5.973
-
18.624
-
405.623
24.456
-
(5.973)
(289.374)
(405.623)
(24.456)
(18.624)
-
(289.374)
-
-
(289.374)
-
418.061
-
103.620
-
-
-
18.650
-
10.934
-
253.360
-
(14)
-
430.079
-
830.901
830.901
1
-
1.257.502
830.901
5.561
836.462
19.a)
19.c)
19.c)
9.012
-
(377)
-
-
-
-
-
(104.452)
1.617
(430.079)
-
-
-
(430.079)
9.012
(104.452)
1.240
-
(430.079)
9.012
(104.452)
1.240
23.2
23.2
-
-
-
13.369
(2.306)
-
-
2.306
-
-
-
-
13.369
-
-
13.369
-
19.b)
19.b)
19.b)
19.f)
-
-
-
-
-
3.677
-
3.530
-
467.261
23.624
-
(3.677)
(332.809)
(467.261)
(23.624)
(3.530)
-
(332.809)
-
-
(332.809)
-
427.073
103.243
17.378
39.692
18.650
14.611
259.196
490.885
-
(17.635)
1.250.244
1
1.250.245
12
17.378
-
28.629
-
-
(102.849)
(23.196)
5.561
5.561
1.257.501
830.901
5.561
836.462
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS INDIVIDUAIS E CONSOLIDADAS
PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011
(Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto se de outra forma indicado)
1. INFORMAÇÕES GERAIS
A Natura Cosméticos S.A. (“Sociedade”) é uma sociedade anônima de
capital aberto listada no segmento especial denominado Novo Mercado
da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, sob o
código “NATU3”, com sede em Itapecerica da Serra, Estado de São Paulo.
Suas atividades e as de suas controladas (doravante denominadas
“Sociedades”) compreendem o desenvolvimento, a industrialização, a
distribuição e a comercialização de cosméticos, fragrâncias em geral e
produtos de higiene pessoal, substancialmente por meio de vendas diretas
realizadas pelos(as) Consultores(as) Natura, bem como a participação
como sócia ou acionista em outras sociedades no Brasil e no exterior.
2. RESUMO DAS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS
2.1. Declaração de conformidade e base de preparação
As demonstrações contábeis da Sociedade compreendem:
• As demonstrações contábeis consolidadas preparadas de acordo com
as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (“IFRSs”) emitidas pelo
“International Accounting Standards Board - IASB” e as práticas contábeis
adotadas no Brasil, identificadas como consolidado - IFRS e BR GAAP.
• As demonstrações contábeis individuais da controladora preparadas
de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, identificadas
como controladora - BR GAAP.
As práticas contábeis adotadas no Brasil compreendem aquelas
incluídas na legislação societária brasileira e os pronunciamentos
técnicos e as orientações e interpretações técnicas emitidos pelo
Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e aprovados pela
Comissão de Valores Mobiliários - CVM.
As demonstrações contábeis individuais apresentam a avaliação dos
investimentos em controladas, empreendimentos controlados em
conjunto e coligadas pelo método da equivalência patrimonial, de acordo
com a legislação brasileira vigente. Dessa forma, essas demonstrações
contábeis individuais não são consideradas como estando conforme as
IFRSs, que exigem a avaliação desses investimentos nas demonstrações
separadas da controladora pelo seu valor justo ou pelo custo de aquisição.
Como não existe diferença entre o patrimônio líquido consolidado
e o resultado consolidado atribuíveis aos acionistas da controladora,
constantes nas demonstrações contábeis consolidadas preparadas
de acordo com as IFRSs e as práticas contábeis adotadas no Brasil,
e o patrimônio líquido e o resultado da controladora, constantes
nas demonstrações contábeis individuais preparadas de acordo com
as práticas contábeis adotadas no Brasil, a Sociedade optou por
apresentar essas demonstrações contábeis individuais e consolidadas
em um único conjunto, lado a lado.
As demonstrações contábeis foram elaboradas com base no
custo histórico, exceto por determinados instrumentos financeiros
mensurados pelos seus valores justos, conforme descrito nas práticas
contábeis a seguir. O custo histórico geralmente é baseado no valor
justo das contraprestações pagas em troca de ativos.
As principais práticas contábeis aplicadas na preparação das
demonstrações contábeis consolidadas estão definidas a seguir. Essas
práticas foram aplicadas de modo consistente no exercício anterior
apresentado, salvo disposição em contrário.
2.2. Consolidação
a) Controladas e controladas em conjunto
Controladas são todas as entidades que a Sociedade tem o poder de
governar as políticas financeiras e operacionais para obter benefícios de
suas atividades e nas quais normalmente há uma participação societária
superior a 50%. Nos casos aplicáveis, a existência e o efeito de potenciais
direitos de voto, que são atualmente exercíveis ou conversíveis, são levados
em consideração ao avaliar se a Sociedade controla ou não outra entidade.
As controladas são integralmente consolidadas a partir da data em que o
controle é transferido à Sociedade e deixam de ser consolidadas, nos casos
aplicáveis, a partir da data em que o controle deixa de existir.
Nos casos em que o controle é tido em conjunto, a consolidação
das demonstrações contábeis é feita proporcionalmente ao
percentual de par ticipação.
b) Sociedades incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas
Participação - %
Participação direta:
2011
2010
Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. 99,99
99,99
Natura Cosméticos S.A. - Chile
99,99
99,99
Natura Cosméticos S.A. - Peru
99,94
99,94
Natura Cosméticos S.A. - Argentina
99,97
99,97
Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda.
99,99
99,99
Natura Cosméticos y Servicios de Mexico, S.A. de C.V. 99,99
99,99
Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V.
99,99
99,99
Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V.
99,99
99,99
Natura Cosméticos Ltda. - Colômbia
99,99
99,99
Natura Cosméticos España S.L. - Espanha
100,00
100,00
Natura (Brasil) International B.V. - Holanda
100,00
100,00
Participação indireta:
Via Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.:
Natura Logística e Serviços Ltda.
99,99
99,99
Via Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda.:
Ybios S.A. (consolidação proporcional
- controle conjunto)
43,33
42,11
Natura Innovation et Technologie
de Produits SAS - França
100,00
100,00
Via Natura (Brasil) International B.V. - Holanda:
Natura Brasil Inc. - EUA - Delaware
100,00
100,00
Natura International Inc. - EUA - Nova York
100,00
100,00
Natura Worldwide Trading Company - Costa Rica 100,00
100,00
Natura Brasil SAS - França
100,00
100,00
Natura Brasil Inc. - EUA - Nevada
100,00
100,00
Natura Europa SAS - França
100,00
100,00
Na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas, foram utilizadas
demonstrações encerradas na mesma data-base e consistentes com as
práticas contábeis da Sociedade. Foram eliminados os investimentos na
proporção da participação da investidora nos patrimônios líquidos e
nos resultados das controladas, os saldos ativos e passivos, as receitas e
despesas e os resultados não realizados, líquidos de imposto de renda e
contribuição social, decorrentes de operações entre as empresas.
As atividades das controladas diretas e indiretas são como segue:
• Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.: suas atividades
concentram-se, preponderantemente, na industrialização e
comercialização dos produtos da marca Natura para a Natura
Cosméticos S.A. - Brasil, Natura Cosméticos S.A. - Chile, Natura
Cosméticos S.A. - Peru, Natura Cosméticos S.A. - Argentina, Natura
Cosméticos Ltda. - Colômbia, Natura Europa SAS – França e Natura
Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V..
• Natura Cosméticos S.A. - Chile, Natura Cosméticos S.A. - Peru, Natura
Cosméticos S.A. - Argentina, Natura Cosméticos Ltda. - Colômbia
e Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V.: suas atividades são
semelhantes às atividades desenvolvidas pela controladora Natura
Cosméticos S.A. - Brasil.
• Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda.: suas atividades
concentram-se em desenvolvimento de produtos e tecnologias e
pesquisa de mercado. É controladora integral da Natura Innovation
et Technologie de Produits SAS - França, centro satélite de pesquisa e
tecnologia inaugurado durante o ano 2007, em Paris.
• Natura Europa SAS - França: suas atividades concentram-se na
compra, venda, importação, exportação e distribuição de cosméticos,
fragrâncias em geral e produtos de higiene.
• Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V.: suas atividades
concentram-se na importação e comercialização de cosméticos,
fragrâncias em geral e produtos de higiene pessoal para a Natura
Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V..
• Natura Cosméticos y Servicios de Mexico, S.A. de C.V.: suas
atividades concentram-se na prestação de serviços administrativos e
logísticos às empresas Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V. e
Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V..
• Natura Cosméticos España S.L.: encontra-se em fase pré-operacional
e suas atividades consistirão nas mesmas atividades desenvolvidas pela
controladora Natura Cosméticos S.A. - Brasil.
• Natura Logística e Serviços Ltda.: suas atividades concentram-se na
prestação de serviços administrativos e logísticos para as sociedades
sediadas no Brasil.
• Natura Innovation et Technologie de Produits SAS - França: suas
atividades concentram-se em pesquisas nas áreas de testes “in vitro”,
alternativos aos testes em animais, para estudo da segurança e eficácia
de princípios ativos, tratamento de pele e novos materiais de embalagens.
• Ybios S.A.: suas atividades concentram-se na pesquisa, na gestão, no
desenvolvimento de projetos, produtos e serviços voltados para a área
de biotecnologia, podendo, inclusive, firmar acordos e parcerias com
universidades, fundações, empresas, cooperativas e associações, entre
outras entidades públicas e privadas, na prestação de serviços na área
de biotecnologia e na participação em outras sociedades.
Por ser uma controlada em conjunto, cujas demonstrações contábeis foram
incluídas proporcionalmente nas demonstrações contábeis consolidadas da
Sociedade, a seguir são demonstradas as principais contas do grupo de ativo,
passivo e resultado, incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas à
razão de 43,33% de participação (42,11% em 31 de dezembro de 2010),
após os ajustes de eliminação da participação societária:
2011
2010
Ativo circulante
567
630
Ativo imobilizado
56
98
Passivo circulante
30
87
Receita líquida do exercício
128
1.098
Prejuízo do exercício
(1.086)
(682)
• Natura Europa SAS - França e Natura Cosmetics USA Co.: em janeiro
de 2009 as cotas correspondentes ao capital social dessas controladas
foram conferidas como aporte de capital na empresa “holding” Natura
(Brasil) International B.V. - Holanda, passando a Sociedade a possuir a
correspondente participação indireta nessas empresas por intermédio
dessa empresa “holding” sediada na Holanda.
c) Encerramento de atividades de controladas
Em reuniões do Conselho de Administração realizadas em julho e
outubro de 2009, foi aprovado o encerramento das operações da
controlada Natura Cosméticos C.A. - Venezuela, gerando a necessidade
de constituição de provisão para perdas na realização de ativos.
Em 31 de dezembro de 2011, o saldo dos ativos líquidos da Natura
Cosméticos C.A. - Venezuela, registrado nas demonstrações contábeis
consolidadas da Sociedade, deduzido de provisões para eventuais
perdas na desvalorização de ativos e exigibilidade de passivos no
processo de encerramento das referidas operações, era de R$306.
2.3. Apresentação de informações por segmentos
As informações por segmentos operacionais são apresentadas
de modo consistente com o relatório interno fornecido para o
principal tomador de decisões operacionais. O principal tomador
de decisões operacionais, responsável pela alocação de recursos
e pela avaliação de desempenho dos segmentos operacionais, é
representado pelo Comitê Executivo da Sociedade.
2.4. Conversão para moeda estrangeira
a) Moeda funcional
Os itens incluídos nas demonstrações contábeis da controladora e
de cada uma das empresas incluídas nas demonstrações contábeis
consolidadas são mensurados usando a moeda do principal ambiente
econômico no qual as empresas atuam (“moeda funcional”).
b) Transações e saldos em moeda estrangeira
As transações em moeda estrangeira são convertidas para a moeda
funcional da Sociedade (reais) utilizando as taxas de câmbio vigentes nas
datas das transações. Os saldos das contas de balanço são convertidos
pela taxa de câmbio vigente nas datas dos balanços. Os ganhos e as
perdas de variação cambial resultantes da liquidação dessas transações
e da conversão de ativos e passivos monetários denominados em
moeda estrangeira são reconhecidos no resultado do exercício, nas
rubricas “Receitas financeiras” e “Despesas financeiras”.
c) Moeda de apresentação e conversão das demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis são apresentadas em reais (R$), que
correspondem à moeda de apresentação da Sociedade.
Na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas, as
demonstrações do resultado e dos fluxos de caixa e todas as outras
movimentações de ativos e passivos das controladas no exterior, cuja
moeda funcional é a moeda local, são convertidas para reais à taxa de
câmbio média mensal, que se aproxima da taxa de câmbio vigente na data
das correspondentes transações. O balanço patrimonial é convertido para
reais às taxas de câmbio do encerramento de cada exercício.
Os efeitos das variações da taxa de câmbio resultantes dessas conversões
são apresentados sob a rubrica “Outros resultados abrangentes” nas
demonstrações do resultado abrangente e no patrimônio líquido. No
caso de alienação total ou parcial de uma participação em uma empresa,
mediante venda ou como resultado de pagamento de capital, a diferença
cambial acumulada é reconhecida na demonstração do resultado como
parte do ganho ou da perda na alienação do investimento.
2.5. Caixa e equivalentes de caixa
Incluem caixa, depósitos bancários à vista e aplicações financeiras
realizáveis em até 90 dias da data da aplicação ou considerados de
liquidez imediata ou conversíveis em um montante conhecido de
caixa e que estão sujeitos a um risco insignificante de mudança de
valor, os quais são registrados pelos valores de custo, acrescidos dos
rendimentos auferidos até as datas dos balanços, que não excedem o
seu valor de mercado ou de realização.
2.6. Instrumentos financeiros
2.6.1. Categorias
A categoria depende da finalidade para a qual os ativos e passivos
financeiros foram adquiridos ou contratados e é determinada no
reconhecimento inicial dos instrumentos financeiros.
Os ativos financeiros mantidos pela Sociedade são classificados sob as
seguintes categorias:
Ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado
São ativos financeiros mantidos para negociação, quando são adquiridos
para esse fim, principalmente no curto prazo e são mensurados ao
valor justo na data das demonstrações contábeis, sendo as variações
reconhecidas no resultado. Os instrumentos financeiros derivativos
também são classificados nessa categoria. Os ativos dessa categoria são
classificados no ativo circulante.
No caso da Sociedade, nessa categoria estão incluídos unicamente
os instrumentos financeiros derivativos. Os saldos dos instrumentos
derivativos não liquidados são mensurados ao valor justo na data
das demonstrações contábeis e classificados no ativo ou no passivo
circulante, sendo as variações no valor justo registradas, respectivamente,
nas rubricas “Receitas financeiras” ou “Despesas financeiras”.
Ativos financeiros mantidos até o vencimento
Compreendem investimentos em determinados ativos financeiros
classificados no momento inicial da contratação, para serem levados até
a data de vencimento, os quais são mensurados ao custo amortizado
pelo método de taxa de juros efetiva.
Ativos financeiros disponíveis para venda
Quando aplicável, são incluídos nessa classificação os ativos financeiros
não derivativos, que sejam designados como disponíveis para venda
ou não sejam classificados como: (a) empréstimos e recebíveis; (b)
investimentos mantidos até o vencimento; ou (c) ativos financeiros a
valor justo por meio do resultado. Em 31 de dezembro de 2011 e
de 2010, a Sociedade não possuía ativos financeiros registrados nas
demonstrações contábeis sob essa classificação.
Empréstimos e recebíveis
São incluídos nessa classificação os ativos financeiros não derivativos
com recebimentos fixos ou determináveis, que não são cotados em um
mercado ativo. São registrados no ativo circulante, exceto, nos casos
aplicáveis, aqueles com prazo de vencimento superior a 12 meses após
a data do balanço, os quais são classificados como ativo não circulante.
Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, no caso da Sociedade,
compreendem caixa e equivalentes de caixa (nota explicativa nº 5) e
contas a receber de clientes (nota explicativa nº 6).
Os passivos financeiros mantidos pela Sociedade são classificados sob
as seguintes categorias:
Passivos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado
São classificados como ao valor justo por meio do resultado quando
são mantidos para negociação ou designados ao valor justo por meio
do resultado.
Outros passivos financeiros
São mensurados ao custo amortizado utilizando o método de juros
efetivos. Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, no caso da Sociedade,
compreendem empréstimos e financiamentos (nota explicativa nº 14)
e saldos a pagar a fornecedores nacionais e estrangeiros.
2.6.2. Mensuração
As compras e vendas regulares de ativos financeiros são reconhecidas
na data da negociação, ou seja, na data em que a Sociedade se
compromete a comprar ou vender o ativo. Os empréstimos e recebíveis
e ativos financeiros mantidos até o vencimento são mensurados ao custo
amortizado.
Os ativos financeiros a valor justo por meio do resultado são,
inicialmente, reconhecidos pelo valor justo, e os custos de transação
são registrados na demonstração do resultado. Os ganhos ou as
perdas decorrentes de variações no valor justo de ativos financeiros
mensurados ao valor justo por meio do resultado são registrados
na demonstração do resultado nas rubricas “Receitas financeiras” ou
“Despesas financeiras”, respectivamente, no período em que ocorrem.
Para os ativos financeiros classificados como “Disponíveis para venda”,
quando aplicável, essas variações são registradas na rubrica “Outros
resultados abrangentes”, no resultado abrangente e no patrimônio
líquido, até o momento da liquidação do ativo financeiro, quando, por
fim, são reclassificadas para o resultado do exercício.
2.6.3. Compensação de instrumentos financeiros
Ativos e passivos financeiros são compensados e o valor líquido é
apresentado no balanço patrimonial quando há um direito legalmente
aplicável de compensar os valores reconhecidos e há a intenção de liquidá-los
em uma base líquida ou realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente.
2.6.4. Instrumentos financeiros derivativos e contabilização de “hedge”
As operações com instrumentos financeiros derivativos, contratadas
pela Sociedade e por suas controladas, resumem-se em “swap” e
compra a termo de moeda (“Non Deliverable Forward - NDF”), que
visam exclusivamente à proteção contra riscos cambiais associados a
posições no balanço patrimonial, além dos fluxos de caixa dos aportes
de capital nas controladas projetados em moedas estrangeiras.
São mensurados ao seu valor justo, com as variações registradas contra o
resultado do exercício, exceto quando designados em uma contabilidade
de “hedge” de fluxo de caixa, cujas variações no valor justo são registradas
na rubrica “Outros resultados abrangentes” no patrimônio líquido.
O valor justo dos instrumentos financeiros derivativos é calculado
pela tesouraria da Sociedade com base nas informações de cada
operação contratada e nas respectivas informações de mercado
nas datas de encerramento das demonstrações contábeis, tais como
taxas de juros e câmbio. Nos casos aplicáveis, tais informações são
comparadas com as posições informadas pelas mesas de operação
de cada instituição financeira envolvida.
Embora as Sociedades façam uso de derivativos com o objetivo
de proteção (“hedge”), estas não adotam a prática contábil de
contabilização de instrumentos de proteção (“hedge accounting”).
Os valores justos dos instrumentos financeiros derivativos estão
divulgados na nota explicativa nº 4.
2.6.5. Método de juros efetivos
É utilizado para calcular o custo amortizado de um instrumento
da dívida e alocar sua receita de juros ao longo do período
correspondente. A taxa de juros efetiva desconta exatamente
os recebimentos de caixa futuros estimados (incluindo todos os
honorários e pontos pagos ou recebidos que sejam parte integrante
da taxa de juros efetiva, os custos da transação e outros prêmios
ou deduções) durante a vida estimada do instrumento da dívida ou,
quando apropriado, durante um período menor, para o valor contábil
líquido na data do reconhecimento inicial.
A receita é reconhecida com base nos juros efetivos para os
instrumentos de dívida não caracterizados como ativos financeiros ao
valor justo por meio do resultado.
2.7. Contas a receber de clientes e provisão para créditos de
liquidação duvidosa
As contas a receber de clientes são registradas pelo valor nominal e
deduzidas da provisão para créditos de liquidação duvidosa, a qual é
constituída utilizando o histórico de perdas por faixas de vencimento,
sendo considerada suficiente pela Administração para cobrir eventuais
perdas, conforme os valores demonstrados na nota explicativa nº 6.
2.8. Estoques
Registrados pelo custo médio de aquisição ou produção, ajustados ao
valor realizável líquido, quando este for menor que o custo. Os detalhes
estão divulgados na nota explicativa nº 7.
2.9. Investimentos em controladas, coligadas e controladas em conjunto
A Sociedade possui participações em controladas, coligadas e
controladas em conjunto (controle compartilhado).
As controladas são empresas nas quais a Sociedade possui controle.
Controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais
de uma empresa, a fim de obter benefícios de suas atividades, o que
em geral consiste na capacidade de exercer a maioria dos direitos de
voto. Os potenciais direitos de voto são considerados na avaliação
do controle exercido pela Sociedade sobre outra entidade, quando
puderem ser exercidos no momento de tal avaliação.
Uma coligada é uma entidade sobre a qual a Sociedade possui
influência significativa e que não se configura como uma controlada
nem como uma participação em um empreendimento sob controle
comum (“joint venture”). Influência significativa é o poder de participar
nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da investida,
sem exercer controle individual ou conjunto sobre essas políticas.
As investidas com controle compartilhado são entidades controladas em
conjunto, em que os empreendedores têm um acordo contratual que
estabelece o controle conjunto sobre as atividades econômicas da entidade.
Os investimentos em controladas, coligadas e controladas em conjunto
são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial. As
demonstrações contábeis das controladas, coligadas e controladas em
conjunto são elaboradas para a mesma data-base de apresentação
da controladora. Sempre que necessário, são realizados ajustes para
adequar as práticas contábeis às da Sociedade.
De acordo com o método da equivalência patrimonial, a parcela
atribuível à Sociedade sobre o lucro ou prejuízo líquido do período
desses investimentos é registrada na demonstração do resultado sob
a rubrica “Resultado de equivalência patrimonial”. Ganhos e perdas
não realizados decorrentes de transações entre a controladora e as
investidas são eliminados com base no percentual de participação nas
investidas. Os outros resultados abrangentes de controladas, coligadas
e controladas em conjunto são registrados diretamente no patrimônio
líquido da Sociedade sob a rubrica “Outros resultados abrangentes”.
2.10. Imobilizado
Avaliado ao custo de aquisição e/ou construção, acrescido de juros
capitalizados durante o período de construção, quando aplicável, para
os casos de ativos qualificáveis, e reduzido pela depreciação acumulada
e pelas perdas por “impairment”, quando aplicável.
Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da Sociedade e de suas controladas,
originados de operações de arrendamento mercantil do tipo
financeiro, são registrados como se fosse uma compra financiada,
reconhecendo no início de cada operação um ativo imobilizado e
um passivo de financiamento, sendo os ativos também submetidos às
depreciações calculadas de acordo com as vidas úteis estimadas dos
respectivos bens.
Terrenos não são depreciados. A depreciação dos demais ativos é
calculada pelo método linear, para distribuir seu valor de custo ao longo
da vida útil estimada, como segue:
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 23
Anos
Edificações
25
Máquinas e equipamentos
13
Moldes
3
Instalações e benfeitorias de terceiros
5 - 13
Móveis e utensílios
14
Veículos
3
As vidas úteis são revisadas anualmente.
Os ganhos e as perdas em alienações são apurados comparando-se
o valor da venda com o valor residual contábil e são reconhecidos na
demonstração do resultado.
2.11. Intangível
2.11.1 Softwares
As licenças de programas de computador (softwares) e de sistemas de
gestão empresarial adquiridas são capitalizadas e amortizadas conforme
as taxas descritas na nota explicativa nº 13 e os gastos associados à
manutenção são reconhecidos como despesas quando incorridos.
Os gastos com aquisição e implementação de sistemas de gestão
empresarial são capitalizados como ativo intangível quando há evidências
de geração de benefícios econômicos futuros, considerando sua viabilidade
econômica e tecnológica. Os gastos com desenvolvimento de software
reconhecidos como ativos são amortizados pelo método linear ao longo
de sua vida útil estimada. As despesas relacionadas à manutenção de
software são reconhecidas no resultado do exercício quando incorridas.
2.11.2 Marcas e patentes
As marcas e patentes adquiridas separadamente são demonstradas
pelo custo histórico. As marcas e patentes adquiridas em uma
combinação de negócios são reconhecidas pelo valor justo na data da
aquisição. A amortização é calculada pelo método linear, com base nas
taxas demonstradas na nota explicativa nº 13.
2.11.3 Créditos de carbono - Programa Carbono Neutro
Em 2007, a Sociedade assumiu com seus colaboradores, clientes,
fornecedores e acionistas o compromisso de ser uma empresa
Carbono Neutro, que consiste em neutralizar suas emissões de Gases
do Efeito Estufa - GEE, em sua cadeia completa de produção, desde a
extração das matérias-primas até o pós-consumo. Esse compromisso,
apesar de não ser uma obrigação legal, já que o Brasil não adotou
as exigências do protocolo de Kioto, é considerado uma obrigação
construtiva, conforme o CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes
e Ativos Contingentes, que determina o reconhecimento de uma
provisão nas demonstrações contábeis se esta for passível de
desembolso e mensurável.
O passivo é estimado através dos inventários auditados de emissão
de carbono realizados anualmente e valorizado com base nos preços
médios de aquisição de toneladas dos contratos em vigor e nos preços
estimados para as próximas aquisições. Em 31 de dezembro de 2011,
o saldo registrado no passivo na rubrica “Outras provisões” (vide nota
explicativa nº 18), refere-se ao total das emissões de carbono do período
de 2007 a 2011 que ainda não foram neutralizadas através dos projetos
correspondentes, portanto, não há efetivação do certificado de carbono.
Em linha com suas crenças e princípios, a Sociedade optou por não realizar
aquisições diretas de créditos de carbono, mas sim investir em projetos
socioambientais em comunidades. Dessa forma, os gastos incorridos gerarão
créditos de carbono após a finalização ou maturação desses projetos.
Durante referido período, os gastos foram registrados a valor de custo como
um ativo intangível (vide nota explicativa nº 13), já que representam um
direito futuro de uso. Em 31 de dezembro de 2011, o saldo registrado no
ativo intangível refere-se aos gastos incorridos com projetos socioambientais
que gerarão à Sociedade certificados futuros de carbono.
No momento em que os respectivos certificados de carbonos são
efetivamente entregues à Sociedade, a obrigação de ser Carbono
Neutro é efetivamente cumprida, portanto, os saldos de ativos são
compensados com os saldos de passivos.
A diferença entre os saldos de ativo e de passivo em 31 de dezembro de
2011 refere-se ao valor de caixa que a Sociedade ainda desembolsará
com outros projetos socioambientais para futura geração de certificados.
Essa metodologia contábil foi elaborada de acordo com a IAS
8 - “Accounting Policies, Changes in Accounting Estimates and
Errors”, que determina que na ausência de um pronunciamento,
ou uma interpretação ou orientação aplicados especificamente a
uma transação, a Administração deverá exercer seu julgamento no
desenvolvimento e na aplicação de uma política contábil que resulte
em informação que seja relevante para a tomada de decisão por parte
dos usuários e confiável, de tal modo que as demonstrações contábeis
representem adequadamente a posição patrimonial e financeira, o
desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade.
2.12. Gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtos
Dados o alto índice de inovação e a taxa de rotação de produtos
na carteira de vendas da Sociedade, esta adota como prática contábil
registrar como despesa do exercício, quando incorridos, os gastos
com pesquisa e desenvolvimento de seus produtos. Os detalhes estão
divulgados na nota explicativa nº 22.
2.13. Arrendamento mercantil
A classificação dos contratos de arrendamento mercantil é realizada no
momento da sua contratação. Os arrendamentos nos quais uma parcela
significativa dos riscos e benefícios da propriedade é retida pelo arrendador
são classificados como arrendamentos operacionais. Os pagamentos
efetuados para arrendamentos operacionais são registrados como despesa
do exercício pelo método linear, durante o período do arrendamento.
Os arrendamentos nos quais a Sociedade e suas controladas detêm,
substancialmente, todos os riscos e as recompensas da propriedade
são classificados como arrendamentos financeiros. Estes são
capitalizados no balanço patrimonial no início do arrendamento pelo
menor valor entre o valor justo do bem arrendado e o valor presente
dos pagamentos mínimos do arrendamento.
Cada parcela paga do arrendamento é alocada parte ao passivo e parte
aos encargos financeiros, para que, dessa forma, seja obtida uma taxa de
juros efetiva constante sobre o saldo da dívida em aberto. As obrigações
correspondentes, líquidas dos encargos financeiros, são classificadas
nos passivos circulante e não circulante de acordo com o prazo do
contrato. O bem do imobilizado adquirido por meio de arrendamentos
financeiros é depreciado durante a vida útil-econômica do ativo,
conforme mencionado na nota explicativa nº 2.10, ou de acordo com o
prazo do contrato de arrendamento, quando este for menor.
2.14. Avaliação do valor recuperável dos ativos
Os bens do imobilizado e intangível e, quando aplicável, outros ativos
não circulantes são avaliados anualmente para identificar evidências de
perdas não recuperáveis, ou, ainda, sempre que eventos ou alterações
significativas nas circunstâncias indicarem que o valor contábil pode
não ser recuperável. Quando aplicável, se houver perda decorrente
das situações em que o valor contábil do ativo ultrapasse seu valor
recuperável, definido pelo maior entre o valor em uso do ativo e o
seu valor líquido de venda, ela é reconhecida no resultado do exercício.
Para fins de avaliação do valor recuperável, os ativos são agrupados
nos menores níveis para os quais existam fluxos de caixa identificáveis
separadamente (Unidades Geradoras de Caixa - UGCs).
2.15. Contas a pagar aos fornecedores
Reconhecidas pelo valor nominal e acrescidas, quando aplicável, dos
correspondentes encargos e das variações monetárias e cambiais
incorridos até as datas dos balanços.
2.16. Empréstimos e financiamentos
Reconhecidos pelo valor justo, no momento do recebimento dos
recursos, líquidos dos custos de transação nos casos aplicáveis e
acrescidos de encargos, juros e variações monetárias e cambiais
conforme previsto contratualmente, incorridos até as datas dos
balanços, conforme demonstrado na nota explicativa nº 14.
2.17. Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas
Reconhecidas quando a Sociedade e suas controladas têm uma
obrigação presente ou não formalizada como resultado de eventos
passados, sendo provável que uma saída de recursos seja necessária para
liquidar a obrigação e o valor possa ser estimado com segurança. As
provisões são quantificadas ao valor presente do desembolso esperado
para liquidar a obrigação, sendo utilizada a taxa adequada de desconto
de acordo com os riscos relacionados ao passivo.
São atualizadas até as datas dos balanços pelo montante estimado das perdas
prováveis, observadas suas naturezas e apoiadas na opinião dos assessores
legais da Sociedade. Os fundamentos e a natureza das provisões para riscos
tributários, cíveis e trabalhistas estão descritos na nota explicativa nº 17.
2.18. Imposto de renda e contribuição social - correntes e diferidos
Reconhecidos na demonstração do resultado do exercício, exceto, nos
casos aplicáveis, na proporção em que estiverem relacionados com
itens reconhecidos diretamente no patrimônio líquido. Nesse caso, os
tributos são reconhecidos também diretamente no patrimônio líquido,
na rubrica “Outros resultados abrangentes”.
Exceto pelas controladas localizadas no exterior, onde são observadas
as alíquotas fiscais válidas para cada um dos países em que se situam
essas controladas, o imposto de renda e a contribuição social da
Sociedade e das controladas no Brasil são calculados às alíquotas de
25% e 9%, respectivamente.
A despesa de imposto de renda e contribuição social - correntes é
calculada com base nas leis e nos normativos tributários promulgados
na data de encerramento do exercício, de acordo com os regulamentos
tributários brasileiros. A Administração avalia periodicamente as
posições assumidas na declaração de renda com respeito a situações
em que a regulamentação tributária aplicável está sujeita à interpretação
que possa ser eventualmente divergente e constitui provisões, quando
adequado, com base nos valores que espera pagar ao Fisco.
O imposto de renda e a contribuição social - diferidos são calculados
sobre as diferenças temporárias entre as bases fiscais dos ativos e
passivos e seus valores contábeis. O imposto de renda e a contribuição
social - diferidos são determinados usando as alíquotas de imposto
promulgadas nas datas dos balanços e que devem ser aplicadas quando
o respectivo imposto de renda e a contribuição social - diferidos ativos
forem realizados ou quando o imposto de renda e a contribuição social
- diferidos passivos forem liquidados.
O imposto de renda e a contribuição social - diferidos ativos são
reconhecidos somente na proporção da probabilidade de que o lucro
real futuro esteja disponível e contra o qual as diferenças temporárias
possam ser usadas.
Os montantes de imposto de renda e contribuição social - diferidos
ativos e passivos são compensados somente quando há um direito
exequível legal de compensar os ativos fiscais circulantes contra os
passivos fiscais circulantes e/ou quando o imposto de renda e a
contribuição social - diferidos ativos e passivos se relacionam com
o imposto de renda e a contribuição social incidentes pela mesma
autoridade tributária sobre a entidade tributável ou diferentes
entidades tributáveis em que há intenção de liquidar os saldos em uma
base líquida.Os detalhes estão divulgados na nota explicativa nº 9.
2.19. Plano de outorga de opções de compra de ações
A Sociedade oferece a seus executivos planos de participações com
base em ações, liquidados com as ações desta.
O plano de outorga de opções de compra de ações é mensurado
pelo valor justo na data da outorga e a despesa é reconhecida no
resultado durante o período no qual o direito é adquirido em
contrapartida à rubrica “Capital adicional integralizado” no patrimônio
líquido. Nas datas dos balanços, a Administração da Sociedade revisa as
estimativas quanto à quantidade de opções, cujos direitos devem ser
adquiridos com base nas condições, e reconhece, quando aplicável, no
resultado do exercício em contrapartida ao patrimônio líquido o efeito
decorrente da revisão dessas estimativas iniciais. Os detalhes estão
divulgados na nota explicativa nº 23.2.
2.20. Participação nos resultados
A Sociedade reconhece um passivo e uma despesa de participação nos
resultados com base em uma fórmula que considera o lucro atribuível
aos acionistas da Sociedade após certos ajustes, o qual é vinculado ao
alcance de metas operacionais e objetivos específicos, estabelecidos e
aprovados no início de cada exercício.
2.21. Dividendos e juros sobre o capital próprio
A proposta de distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio
efetuada pela Administração da Sociedade que estiver dentro da parcela
equivalente ao dividendo mínimo obrigatório é registrada como passivo
circulante no grupo “Outras obrigações”, por ser considerada como
uma obrigação legal prevista no estatuto social da Sociedade; entretanto,
a parcela dos dividendos superior ao dividendo mínimo obrigatório,
declarada pela Administração após o período contábil a que se referem
as demonstrações contábeis, mas antes da data de autorização para
emissão das referidas demonstrações contábeis, é registrada na rubrica
“Dividendo adicional proposto” no patrimônio líquido, sendo seus efeitos
divulgados na nota explicativa nº 18.(b).
Para fins societários e contábeis, os juros sobre o capital próprio
estão demonstrados como destinação do resultado diretamente no
patrimônio líquido.
2.22. Ganhos e perdas atuariais do plano de assistência médica e
outros custos de planos de benefícios a colaboradores
Os custos associados às contribuições efetuadas pela Sociedade e
por suas controladas aos planos de aposentadoria de contribuição
definida são reconhecidos pelo regime de competência. Os ganhos
e as perdas atuariais apurados no plano de extensão de assistência
médica a colaboradores aposentados são reconhecidos no resultado
em conformidade com as regras da IAS 19 e do CPC 33 - Benefícios
a Empregados, com base em cálculo atuarial elaborado por atuário
independente, conforme detalhes divulgados na nota explicativa nº 18.
2.23. Apuração do resultado e reconhecimento da receita
O resultado é apurado em conformidade com o regime contábil de
competência, sendo a receita de venda reconhecida no resultado do
exercício quando os riscos e benefícios inerentes aos produtos são
transferidos para os clientes.
A receita decorrente de incentivos fiscais, recebida sob a forma de ativo
monetário, é reconhecida no resultado do exercício quando recebida
em contraposição de custos e investimentos incorridos pela Sociedade
na localidade onde o incentivo fiscal é concedido. Não há condições
estabelecidas a serem cumpridas pela Sociedade que pudessem afetar
o reconhecimento da receita decorrente de incentivos fiscais.
A parcela dos incentivos fiscais reconhecida no resultado é destinada
para a constituição da reserva de incentivos fiscais no grupo “Reserva
de lucros” no patrimônio líquido.
2.24. Demonstração do valor adicionado
Esta demonstração tem por finalidade evidenciar a riqueza criada
pela Sociedade e sua distribuição durante determinado período e
é apresentada pela Sociedade, conforme requerido pela legislação
societária brasileira, como parte de suas demonstrações contábeis
individuais e como informação suplementar às demonstrações
contábeis consolidadas, pois não é uma demonstração prevista nem
obrigatória conforme as IFRSs.
A demonstração do valor adicionado foi preparada com base em
informações obtidas dos registros contábeis que servem de base de
preparação das demonstrações contábeis e seguindo as disposições
contidas no CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado. Em sua
primeira parte apresenta a riqueza criada pela Sociedade, representada
pelas receitas (receita bruta das vendas, incluindo os tributos incidentes
sobre ela, as outras receitas e os efeitos da provisão para créditos
de liquidação duvidosa), pelos insumos adquiridos de terceiros (custo
das vendas e aquisições de materiais, energia e serviços de terceiros,
incluindo os tributos incluídos no momento da aquisição, os efeitos
das perdas e da recuperação de valores ativos e a depreciação e
amortização) e pelo valor adicionado recebido de terceiros (resultado
de equivalência patrimonial, receitas financeiras e outras receitas). A
segunda parte da referida demonstração apresenta a distribuição da
riqueza entre pessoal, impostos, taxas e contribuições, remuneração de
capitais de terceiros e remuneração de capitais próprios.
2.25. Novas normas, alterações e interpretações de normas
a) Normas, interpretações e alterações de normas existentes em vigor
em 31 de dezembro de 2011 e que não tiveram impactos relevantes
sobre as demonstrações contábeis da Sociedade
As interpretações e alterações das normas existentes a seguir foram editadas
e estavam em vigor em 31 de dezembro de 2011. Entretanto, não tiveram
impactos relevantes sobre as demonstrações contábeis da Sociedade:
Norma
Melhorias nas
IFRSs - 2010
Principais exigências
Alteração de diversos
pronunciamentos contábeis.
Alterações à IFRS 1
Isenção limitada de divulgações
comparativas da IFRS 7
para adotantes iniciais.
Divulgações de
partes relacionadas.
Alterações à IAS 24
Alterações à IFRIC 14 Pagamentos antecipados
de exigência mínima
de financiamento.
Alterações à IAS 32
Classificação dos
direitos de emissão.
IFRIC 19
Extinção de passivos financeiros
através de instrumentos
patrimoniais.
Data de entrada em vigor
Aplicável a exercícios
com início em ou após
1o de janeiro de 2011.
Aplicável a exercícios
com início em ou após
1o de julho de 2010.
Aplicável a exercícios
com início em ou após
1o de janeiro de 2011.
Aplicável a exercícios
com início em ou após
1o de janeiro de 2011.
Aplicável a exercícios
com início em ou após
1o de fevereiro de 2010.
Aplicável a exercícios
com início em ou após
1o de julho de 2010.
b) Normas, interpretações e alterações de normas existentes que ainda
não estão em vigor e não foram adotadas antecipadamente pela Sociedade
As normas e alterações das normas existentes a seguir foram
publicadas e são obrigatórias para os períodos iniciados após 31 de
dezembro de 2011. Todavia, não houve adoção antecipada dessas
normas e alterações de normas por parte da Sociedade.
Norma
IFRS 9 (conforme
alterada em 2010)
Principais exigências
Instrumentos financeiros.
Data de entrada em vigor
Aplicável a exercícios
com início em ou após
1o de janeiro de 2013.
Alterações à IFRS 1 Eliminação de datas fixas
Aplicável a exercícios
para adotantes pela primeira
com início em ou após
vez das IFRSs.
1o de julho de 2011.
Alterações à IFRS 7 Divulgações - transferências
Aplicável a exercícios
de ativos financeiros.
com início em ou após
1o de julho de 2011.
Alterações à IAS 12 Impostos diferidos - recuperação Aplicável a exercícios
dos ativos subjacentes quando com início em ou após
o ativo é mensurado pelo modelo 1o de janeiro de 2012.
de valor justo de acordo com
a IAS 40.
IAS 28 (Revisada 2011) Revisão da IAS 28 para incluir Aplicável a exercícios
Investimentos em
as alterações introduzidas
com início em ou após
Coligadas e Entidades pelas IFRSs 10, 11 e 12.
1o de janeiro de 2013.
com Controle
Compartilhado
IAS 27 (Revisada 2011) Requerimentos da IAS 27
Aplicável a exercícios
Demonstrações
relacionados às demonstrações com início em ou após
Financeiras Separadas contábeis consolidadas são
1o de janeiro de 2013.
substituídos pela IFRS 10.
Requerimento para
demonstrações contábeis
separadas são mantidos.
IFRS 10 Substituiu a IAS 27 em
Aplicável a exercícios
Demonstrações
relação aos requerimentos
com início em ou após
Financeiras
aplicáveis às demonstrações
1o de janeiro de 2013.
Consolidadas
contábeis consolidadas e a SIC
12. A IFRS 10 determinou um
único modelo de consolidação
com base em controle,
independentemente da natureza
do investimento.
IFRS 11 Eliminou o modelo de
Aplicável a exercícios
Acordos
consolidação proporcional para com início em ou após
de Participação
as entidades com controle
1o de janeiro de 2013.
compartilhado, mantendo apenas
o modelo pelo método da
equivalência patrimonial. Eliminou
também o conceito de “ativos com
controle compartilhado”, mantendo
apenas “operações com controle
compar tilhado” e “entidades
com controle compartilhado”.
IFRS 12 - Divulgações Expande os requerimentos de Aplicável a exercícios
de Participações em divulgação de investimentos
com início em ou após
Outras Entidades
nas entidades que a Sociedade 1o de janeiro de 2013.
possui influência significativa.
IFRS 13 Substitui e consolida todas as
Aplicável a exercícios
Mensurações
orientações e requerimentos
com início em ou após
ao Valor Justo
relacionados à mensuração
1o de janeiro de 2013.
ao valor justo contidos nos demais
pronunciamentos das IFRSs em
um único pronunciamento. A IFRS
13 define valor justo, e orienta
como determinar o valor justo
e os requerimentos de divulgação
relacionados à mensuração do
valor justo. Entretanto, ela não
introduz nenhum novo requerimento
nem alteração com relação aos itens
que devem ser mensurados ao valor
justo, os quais permanecem nos
pronunciamentos originais.
Aplicável a exercícios
Alterações à IAS 19 - Eliminação do enfoque do
Benefícios aos
corredor (“corridor approach”), com início em ou após
Empregados
sendo os ganhos ou as perdas 1o de janeiro de 2013.
atuariais reconhecidos como
outros resultados abrangentes
para os planos de pensão e o
resultado para os demais benefícios
de longo prazo, quando incorridos,
entre outras alterações.
Alterações à IAS 1 - Introduz o requerimento de que Aplicável a exercícios
Apresentação das
os itens registrados em outros com início em ou após
Demonstrações
resultados abrangentes sejam
1o de janeiro de 2013.
Financeiras
segregados e totalizados entre
itens que são e os que não são
posteriormente reclassificados
para lucros e perdas.
Considerando as atuais operações da Sociedade e de suas
controladas, a Administração não espera que essas novas normas,
interpretações e alterações tenham um efeito relevante sobre as
demonstrações contábeis a partir de sua adoção.
O CPC ainda não editou os respectivos pronunciamentos e modificações
correlacionados às IFRSs novas e revisadas apresentadas anteriormente. Em
decorrência do compromisso de o CPC e a CVM manterem atualizado o
conjunto de normas emitidas com base nas atualizações feitas pelo IASB, é
esperado que esses pronunciamentos e modificações sejam editados pelo
CPC e aprovados pela CVM até a data de sua aplicação obrigatória.
3. ESTIMATIVAS E PREMISSAS CONTÁBEIS CRÍTICAS
A preparação de demonstrações contábeis requer o uso de certas
estimativas contábeis críticas e também o exercício de julgamento
por parte da Administração da Sociedade no processo de aplicação
das políticas contábeis.
As estimativas e premissas contábeis são continuamente avaliadas e
baseiam-se na experiência histórica e em outros fatores, incluindo
expectativas de eventos futuros consideradas razoáveis para as
circunstâncias.Tais estimativas e premissas podem diferir dos resultados
efetivos. Os efeitos decorrentes das revisões das estimativas contábeis
são reconhecidos no período da revisão.
As premissas e estimativas significativas para demonstrações contábeis
estão relacionadas a seguir:
a) Imposto de renda, contribuição social e outros impostos
A Sociedade reconhece ativos e passivos diferidos com base nas
diferenças entre o valor contábil apresentado nas demonstrações
contábeis e a base tributária dos ativos e passivos utilizando as alíquotas
em vigor. A Sociedade revisa regularmente os impostos diferidos ativos
em termos de possibilidade de recuperação, considerando-se o lucro
histórico gerado e o lucro tributável futuro projetado, de acordo com
um estudo de viabilidade técnica.
b) Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas
A Sociedade é parte em diversos processos judiciais e administrativos,
como descrito na nota explicativa nº 17. Provisões são constituídas para
os riscos tributários, cíveis e trabalhistas referentes a processos judiciais
que representam perdas prováveis e estimadas com um certo grau de
segurança. A avaliação da probabilidade de perda inclui a avaliação das
evidências disponíveis, a hierarquia das leis, as jurisprudências disponíveis,
as decisões mais recentes nos tribunais e sua relevância no ordenamento
jurídico, bem como a avaliação dos assessores legais. A Administração
acredita que essas provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas
estão corretamente apresentadas nas demonstrações contábeis.
c) Plano de assistência médica
O valor atual do plano de assistência médica depende de uma série de
fatores que são determinados com base em cálculos atuariais, que atualizam
uma série de premissas, como, por exemplo, taxa de desconto, entre outras,
as quais estão divulgadas na nota explicativa nº 18. A mudança em uma
dessas estimativas poderia afetar os resultados apresentados.
4. GESTÃO DE RISCO FINANCEIRO
4.1 Considerações gerais e políticas
A administração dos riscos e a gestão dos instrumentos financeiros
são realizadas por meio de políticas, definição de estratégias e
implementação de sistemas de controle, definidos pelo Comitê de
Tesouraria e aprovados pelo Conselho de Administração da Sociedade.
A aderência das posições de tesouraria em instrumentos financeiros,
incluindo os derivativos, em relação a essas políticas é apresentada e
avaliada mensalmente pelo Comitê de Tesouraria da Sociedade e
posteriormente submetida à apreciação dos Comitês de Auditoria e
Executivo e do Conselho de Administração.
A gestão de riscos é realizada pela Tesouraria Central da Sociedade, que
tem também a função de aprovar todas as operações de aplicações e
empréstimos realizadas pelas controladas da Sociedade.
4.2. Fatores de risco financeiro
As atividades da Sociedade e de suas controladas as expõem a diversos
riscos financeiros: riscos de mercado (incluindo risco de moeda e
de taxa de juros), de crédito e de liquidez. O programa de gestão
de risco global da Sociedade concentra-se na imprevisibilidade dos
mercados financeiros e busca minimizar potenciais efeitos adversos
no desempenho financeiro, utilizando instrumentos financeiros
derivativos para proteger certas exposições a risco.
a) Riscos de mercado
A Sociedade e as controladas estão expostas a riscos de mercado
decorrentes das atividades de seus negócios. Esses riscos de mercado
envolvem principalmente a possibilidade de flutuações na taxa de
câmbio e mudanças nas taxas de juros.
i) Risco cambial
A Sociedade e suas controladas estão expostas ao risco de câmbio
resultante de instrumentos financeiros em moedas diferentes de suas
moedas funcionais. Para a redução da referida exposição, foi implantada
uma política para proteger o risco cambial, que estabelece níveis de
exposição vinculados a esse risco (Política de Proteção Cambial).
Os procedimentos de tesouraria definidos pela política vigente
incluem rotinas mensais de projeção e avaliação da exposição cambial
consolidada da Sociedade e de suas controladas, sobre as quais se
baseiam as decisões tomadas pela Administração.
A Política de Proteção Cambial considera os valores em moeda
estrangeira dos saldos a receber e a pagar de compromissos já
assumidos e registrados nas demonstrações contábeis oriundos das
operações da Sociedade.
Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, a Sociedade e suas controladas
estão expostas basicamente ao risco de flutuação do dólar norteamericano. Para proteger as exposições cambiais com relação à moeda
estrangeira, a Sociedade e suas controladas contratam operações
com instrumentos financeiros derivativos do tipo “swap” e compra
a termo de moeda denominada “Non Deliverable Forward - NDF”
(“forward”). Conforme a Política de Proteção Cambial os derivativos
contratados pela Sociedade ou por suas controladas deverão limitar a
perda referente à desvalorização cambial em relação ao lucro líquido
projetado para o exercício em curso, dada uma determinada estimativa
de desvalorização cambial em relação ao dólar norte-americano. Essa
limitação define o teto ou a exposição cambial máxima permitida à
Sociedade e a suas controladas com relação ao dólar norte-americano.
Em 31 de dezembro de 2011, o balanço patrimonial da controladora
e consolidado inclui contas denominadas em moeda estrangeira que,
em conjunto, representam um passivo de R$438.667 e R$444.894,
respectivamente (em 31 de dezembro de 2010, R$52.567 e R$58.675,
respectivamente). Essas contas constituídas por empréstimos e
financiamentos, na sua totalidade em 31 de dezembro de 2011 e de
2010, são protegidas com derivativos do tipo “swap”.
Instrumentos derivativos para proteção do risco de câmbio
A Sociedade classifica os derivativos em “financeiros” e “operacionais”.
Os “financeiros” são derivativos do tipo “swap” ou “forwards”
contratados para proteger o risco cambial dos empréstimos e
financiamentos denominados em moeda estrangeira. Os “operacionais”
são derivativos (geralmente “forwards”) contratados para proteger o
risco cambial dos fluxos de caixa operacionais do negócio.
Em 31 de dezembro de 2011, os contratos em aber to de “swap”
e “forward” têm vencimentos entre janeiro de 2013 e janeiro de
2018, foram celebrados com contrapar tes representadas pelos
bancos Bradesco (25%), Brasil (12%), Bank of America (62%) e
HSBC (1%) e estão assim compostos:
Derivativos “financeiros” - controladora
Valor principal
2011
2010
Ganho (perda)
do exercício
2011
2010
Valor justo
2011
2010
Descrição
Contratos de “swap” (1):
Ponta ativa:
Posição comprada dólar
396.938
53.534
435.094
52.121
Ponta passiva:
Taxa CDI pós-fixada:
Posição vendida no CDI
396.938
53.534
406.910
54.231
28.184
(2.110)
-
-
Derivativos “financeiros” - consolidado
Valor principal
2011
2010
Valor justo
2011
2010
Descrição
Contratos de “swap” (1):
Ponta ativa:
Posição comprada dólar
404.662
59.817
442.574
57.367
Ponta passiva:
Taxa CDI pós-fixada:
Posição vendida no CDI
404.662
59.817
413.947
60.197
Derivativos “operacionais” - controladora e consolidado
Valor principal
Descrição
2011
2010
Contratos “forward” (2):
Ponta ativa:
Posição comprada dólar
34.542
Ganho (perda)
do exercício
2011
2010
28.626
(2.830)
-
-
Ganho (perda)
do exercício
2011
2010
Valor justo
2011
2010
-
34.555
-
(1.231)
Ponta passiva:
Taxa prefixada:
Posição vendida pré-fixada
34.542
35.786
(1) As operações de “swap” financeiros consistem na troca da variação cambial por uma correção relacionada a um percentual da variação do
Certificado de Depósito Interbancário - CDI pós-fixado.
(2) As operações de “forward” operacionais estabelecem uma paridade futura entre o real e a moeda estrangeira tomando-se como base a
paridade do momento da contratação corrigida por uma determinada taxa de juros prefixada.
O valor principal representa os valores dos derivativos contratados. O
valor justo refere-se ao valor reconhecido no balanço dos derivativos
contratados ainda em aberto nas datas dos balanços.
Para os instrumentos financeiros derivativos mantidos pela Sociedade
e por suas controladas em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, devido
ao fato de os contratos serem efetuados diretamente com instituições
financeiras e não por meio da BM&FBOVESPA, não há margens
depositadas como garantia das referidas operações.
Análise de sensibilidade
Para análise de sensibilidade dos instrumentos financeiros
derivativos “financeiros”, a Administração da Sociedade entende
que há necessidade de considerar os ativos e passivos com
exposição à flutuação das taxas de câmbio registrados no balanço
patrimonial, conforme demonstrado no quadro a seguir :
Controladora Consolidado
Empréstimos e financiamentos em
moeda estrangeira (*)
438.667
444.894
Contas a receber em moeda estrangeira
(5.231)
Contas a pagar em moeda estrangeira
15.043
18.765
Valor principal dos derivativos “financeiros” (435.543)
(439.742)
Exposição passiva líquida
18.168
18.685
(*) O valor apresentado não considera o empréstimo de sua controlada
no Peru, no valor de R$36.483. A Administração entende que não há
exposição cambial sobre esse passivo, pois este será liquidado pela
própria controlada com recursos provenientes de suas operações
naquele país, portanto, na mesma moeda em que a dívida foi captada.
A seguir estão demonstrados o ganho (perda) que teriam sido
reconhecidos no resultado do exercício findo em 31 de dezembro de
2011 de acordo com os seguintes cenários:
Controladora
Risco da
Cenário Cenário Cenário
Descrição:
Sociedade
provável
II
III
Exposição passiva
líquida
Alta do dólar
(322) (4.542)
(9.084)
Descrição:
Exposição passiva
líquida
Risco da
Sociedade
Alta do dólar
Consolidado
Cenário Cenário
provável
II
(331)
(4.671)
Cenário
III
(9.342)
O cenário provável considera as taxas futuras do dólar nor teamericano, conforme cotações obtidas na BM&FBOVESPA nas
datas previstas dos vencimentos dos instrumentos financeiros com
24 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
exposição ao câmbio. Os cenários II e III consideram uma alta do
dólar norte-americano de 25% (R$2,34/US$1,00) e de 50% (R$2,81/
US$1,00), respectivamente. Os cenários provável, II e III estão sendo
apresentados em atendimento à Instrução CVM nº 475/08. A
Administração utiliza o cenário provável na avaliação das possíveis
mudanças na taxa de câmbio e apresenta o referido cenário em
atendimento à IFRS 7 - Instrumentos Financeiros: Divulgações.
A Sociedade e suas controladas não operam com instrumentos
financeiros derivativos com propósitos de especulação.
ii) Risco de taxa de juros
O risco de taxa de juros decorre de aplicações financeiras e de
empréstimos. Os instrumentos financeiros emitidos a taxas variáveis
expõem a Sociedade e suas controladas ao risco de fluxos de caixa
associado à taxa de juros. Os instrumentos financeiros emitidos às
taxas prefixadas expõem a Sociedade e suas controladas ao risco de
valor justo associado à taxa de juros.
O risco de fluxos de caixa associado à taxa de juros da Sociedade
decorre de aplicações financeiras e empréstimos e financiamentos de
curto e longo prazos emitidos a taxas pós-fixadas. A Administração
da Sociedade tem como política manter os indexadores de suas
exposições a taxas de juros ativas e passivas atrelados a taxas pósfixadas. As aplicações financeiras são corrigidas pelo CDI e os
empréstimos e financiamentos são corrigidos pela Taxa de Juros de Longo
Prazo - TJLP, CDI e taxas prefixadas, conforme contratos firmados
com as instituições financeiras e por meio de negociações de valores
mobiliários com investidores desse mercado.
A Administração da Sociedade entende como baixo o risco de grandes
variações no CDI e na TJLP nos próximos 12 meses, levando em conta
a estabilidade promovida pela atual política monetária conduzida pelo
Governo Federal, bem como diante do histórico de aumentos promovidos
na taxa básica de juros da economia brasileira nos últimos anos. Dessa
forma, não tem contratado derivativos para proteger esse risco.
A Sociedade e suas controladas têm como política contratar derivativos
do tipo “swap”, com o objetivo de mitigar os riscos das operações de
empréstimos e financiamentos contratadas com indexador distinto do CDI,
da TJLP e das taxas prefixadas. No entanto, em 31 de dezembro de 2011 e
de 2010 a Sociedade e suas controladas não tinham esse tipo de derivativo,
por considerarem o risco baixo, conforme descrito anteriormente.
Análise de sensibilidade
Conforme mencionado anteriormente no item “Risco cambial”,
em 31 de dezembro de 2011 quase a totalidade dos empréstimos
e financiamentos denominados em moeda estrangeira possuem
contratos de “swap”, trocando a indexação do passivo de moeda
estrangeira para a variação do CDI, devido à política da Sociedade
de proteção de riscos cambiais. Dessa forma, o risco da Sociedade
passa a ser a exposição à variação do CDI. A seguir está apresentada a
exposição a risco de juros das operações vinculadas à variação do CDI
e da TJLP, incluindo as operações com derivativos:
Controladora Consolidado
Total dos empréstimos e financiamentos
(480.305)
(705.322)
- em moeda local (nota explicativa no 14)
Operações com derivativos atrelados
ao CDI e à TJLP
(438.667)
(444.894)
138.078
424.159
Aplicações financeiras (nota explicativa no 5)
(726.057)
Exposição passiva líquida
(780.895)
Controladora
Em 31 de dezembro de 2011
Circulante:
Empréstimos e financiamentos
Fornecedores
Derivativos
Não circulante:
Empréstimos e financiamentos
A análise de sensibilidade considera a exposição dos empréstimos
e financiamentos atrelados ao CDI e à TJLP, líquidos das aplicações
financeiras, também indexadas ao CDI (nota explicativa nº 5).
As tabelas seguintes demonstram a perda (ganho) incremental que
teria sido reconhecida(o) no resultado do exercício findo em 31 de
dezembro de 2011 de acordo com os seguintes cenários:
Descrição:
Passivo líquido
Risco da
Sociedade
Alta da taxa
Controladora
Cenário Cenário
provável
II
1.328 (19.561)
Cenário
III
(40.450)
Descrição:
Passivo líquido
Risco da
Sociedade
Alta da taxa
Consolidado
Cenário Cenário
provável
II
1.234 (18.188)
Cenário
III
(37.610)
O cenário provável considera as taxas futuras de juros conforme
cotações obtidas na BM&FBOVESPA nas datas previstas dos
vencimentos dos instrumentos financeiros com exposição às taxas de
juros. Os cenários II e III consideram uma alta das taxas de juros em
25% (13,4% ao ano) e 50% (16,1% ao ano), respectivamente.
b) Risco de crédito
O risco de crédito refere-se ao risco de uma contraparte não cumprir
com suas obrigações contratuais, levando a Sociedade a incorrer em
perdas financeiras. As vendas da Sociedade e de suas controladas são
efetuadas para um grande número de Consultores(as) Natura e esse
risco é administrado por meio de um rigoroso processo de concessão
de crédito. O resultado dessa gestão está refletido na rubrica “Provisão
para créditos de liquidação duvidosa”, conforme demonstrado na nota
explicativa nº 6.
A Sociedade e suas controladas estão sujeitas também a riscos de
crédito relacionados aos instrumentos financeiros contratados na
gestão de seus negócios, principalmente, representados por caixa e
equivalentes de caixa, aplicações financeiras e instrumentos derivativos.
A Sociedade considera baixo o risco de crédito das operações que
mantém em instituições financeiras com as quais opera, que são
consideradas pelo mercado como de primeira linha.
A Política de Aplicações Financeiras estabelecida pela Administração da
Sociedade elege as instituições financeiras com as quais os contratos podem
ser celebrados, além de definir limites quanto aos percentuais de alocação de
recursos e valores absolutos a serem aplicados em cada uma delas.
c) Risco de liquidez
A gestão prudente do risco de liquidez implica manter caixa, títulos
e valores mobiliários suficientes, disponibilidades de captação por
meio de linhas de crédito compromissadas e capacidade de liquidar
posições de mercado.
A Administração monitora o nível de liquidez consolidado da
Sociedade considerando o fluxo de caixa esperado em contrapartida
às linhas de crédito não utilizadas.
O valor contábil consolidado dos passivos financeiros, mensurados pelo
método do custo amortizado, e seus correspondentes vencimentos
são demonstrados a seguir:
Menos
de um
ano
Entre um
e dois
anos
Entre dois
e cinco
anos
Mais de
cinco
anos
Total
Efeito do
desconto
Valor
contábil
2011
118.949
148.805
29.555
-
-
-
118.949
148.805
29.555
(52.525)
(1.371)
66.424
148.805
28.184
943.842
(91.293)
852.549
Total
Efeito do
desconto
Valor
contábil
2011
(30.553)
(1.322)
168.962
454.093
28.626
-
810.404
53.284
80.154
Consolidado
Em 31 de dezembro de 2011
Circulante:
Empréstimos e financiamentos
Fornecedores
Derivativos
Menos
de um
ano
Entre um
e dois
anos
Entre dois
e cinco
anos
Mais de
cinco
anos
199.515
454.093
29.948
-
-
-
199.515
454.093
29.948
Não circulante:
Empréstimos e financiamentos
-
890.243
146.652
94.300
1.131.195
4.3. Gestão de capital
Os objetivos da Sociedade ao administrar seu capital são os de
salvaguardar a capacidade de continuidade da Sociedade para oferecer
retorno aos acionistas e benefícios a outras partes interessadas, além
de manter uma estrutura de capital ideal para reduzir esse custo.
A Sociedade monitora o capital com base nos índices de alavancagem
financeira. Esse índice corresponde à dívida líquida dividida pelo
patrimônio líquido. A dívida líquida, por sua vez, corresponde ao total de
empréstimos e financiamentos (incluindo empréstimos e financiamentos
de curto e longo prazos, conforme demonstrado no balanço patrimonial
consolidado) subtraído do montante de caixa e equivalentes de caixa.
A dívida líquida a seguir demonstrada não considera os ajustes dos
derivativos contratados para mitigar o risco cambial.
Os índices de alavancagem financeira consolidados em 31 de
dezembro de 2011 e de 2010 estão demonstrados a seguir:
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Empréstimos e financiamentos
de curto e longo prazos 918.973
428.442 1.186.699 691.663
Caixa e equivalentes
de caixa
(166.007) (206.125) (515.610) (560.229)
Dívida líquida
752.966
222.317 671.089 131.434
Patrimônio líquido
1.238.553 1.257.501 1.238.554 1.257.502
Índice de alavancagem
financeira
60,79%
17,68%
54,18%
10,45%
4.4. Estimativa de valores justos
Os instrumentos financeiros são mensurados ao valor justo nas datas
dos balanços conforme determinado pelo CPC 40 - Instrumento
Financeiros: Evidenciação e de acordo com a seguinte hierarquia:
• Nível 1: Avaliação com base em preços cotados (não ajustados)
em mercados ativos para ativos e passivos idênticos nas datas dos
balanços. Um mercado é visto como ativo se os preços cotados
estiverem pronta e regularmente disponíveis a partir de uma Bolsa
de Mercadoria e Valores, um corretor, grupo de indústrias, serviço
de precificação ou agência reguladora e aqueles preços representam
transações de mercado reais, as quais ocorrem regularmente em bases
puramente comerciais.
• Nível 2: Utilizado para instrumentos financeiros que não são
negociados em mercados ativos (por exemplo, derivativos de balcão),
cuja avaliação é baseada em técnicas que, além dos preços cotados
incluídos no Nível 1, utilizam outras informações adotadas pelo
mercado para o ativo ou passivo, direta (ou seja, como preços) ou
indiretamente (ou seja, derivados dos preços).
• Nível 3: Avaliação determinada em virtude de informações, para os
ativos ou passivos, que não são baseadas nos dados adotados pelo
mercado (ou seja, informações não observáveis).
Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, a mensuração da totalidade
dos derivativos da Sociedade e de suas controladas corresponde às
características do Nível 2. O valor justo dos derivativos de câmbio
(“swap” e “forwards”) é determinado com base nas taxas de câmbio
futuras nas datas dos balanços, com o valor resultante descontado ao
valor presente.
Valores justos de instrumentos financeiros avaliados ao custo
amortizado
Aplicações financeiras
Os valores contábeis das aplicações financeiras aproximam-se dos seus
valores justos em virtude de as operações serem efetuadas a juros pósfixados e apresentarem possibilidade de resgate imediato.
Empréstimos e financiamentos
Os valores contábeis dos empréstimos e financiamentos, exceto
aqueles atrelados à taxa prefixada, aproximam-se dos seus valores
justos, pois estão atrelados a uma taxa de juros pós-fixada, no caso, a
variação do CDI. Os valores contábeis dos financiamentos atrelados à
TJLP aproximam-se dos seus valores justos em virtude de a TJLP ter
correlação com o CDI e ser uma taxa pós-fixada.
Os valores justos dos empréstimos e financiamentos contratados
com juros prefixados correspondem a valores próximos aos saldos
contábeis divulgados na nota explicativa nº 14.
(113.458) 1.017.737
Contas a receber e fornecedores
Estima-se que os valores contábeis das contas a receber de clientes
e das contas a pagar aos fornecedores estejam próximos de seus
valores justos de mercado, em virtude do curto prazo das operações
realizadas.
5. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Caixa e bancos
27.929
9.688
98.208 38.314
Aplicações financeiras CDBs pós-fixados
138.078 196.437 417.402 521.915
166.007 206.125 515.610 560.229
Em 31 de dezembro de 2011, os Certificados de Depósito Bancário CDBs são remunerados por taxas que variam entre 100,0% e 101,5%
(100,0% e 101,5% em 31 de dezembro de 2010) do CDI.
6. CONTAS A RECEBER DE CLIENTES
Controladora
2011
2010
Contas a receber
de clientes
591.480 550.355
Provisão para créditos
de liquidação duvidosa
(56.171) (56.663)
535.309 493.692
Consolidado
2011
2010
706.861 635.944
(64.989) (65.664)
641.872 570.280
A seguir estão demonstrados os saldos de contas a receber de clientes
por idade de vencimento:
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
A vencer
452.392 432.703 543.472 492.947
Vencidos:
Até 30 dias
102.107
79.136 117.560 93.967
De 31 a 60 dias
14.029
10.897
16.254 16.777
De 61 a 90 dias
9.950
8.072
13.306
9.406
De 91 a 180 dias
13.002
19.547
16.269 22.847
591.480 550.355 706.861 635.944
O saldo da rubrica “Contas a receber de clientes” no consolidado está
predominantemente denominado em reais, com aproximadamente
89% do saldo em aberto em 31 de dezembro de 2011 (91% em 31
de dezembro de 2010), sendo o saldo remanescente denominado em
moedas diversas e formado pelas vendas das controladas do exterior.
A movimentação da provisão para créditos de liquidação duvidosa para
o exercício findo em 31 de dezembro de 2011 está assim representada:
Controladora
Saldo em
2010
(56.663)
Adições (a)
(82.860)
Saldo em
2010
(65.664)
Adições (a)
(88.277)
Baixas (b)
83.352
Saldo em
2011
(56.171)
Consolidado
Baixas (b)
88.952
Saldo em
2011
(64.989)
(a) Provisão constituída conforme a nota explicativa nº 2.7.
(b) Compostas por títulos vencidos há mais de 180 dias, baixados em
virtude do não recebimento.
A despesa com a constituição da provisão para créditos de
liquidação duvidosa foi registrada na rubrica “Despesas com vendas”
na demonstração do resultado. Quando não existe expectativa
de recuperação de numerário adicional, os valores creditados na
rubrica “Provisão para créditos de liquidação duvidosa” são em geral
revertidos contra a baixa definitiva do título.
A exposição máxima ao risco de crédito na data das demonstrações
contábeis é o valor contábil de cada faixa de idade de vencimento líquida
da provisão para créditos de liquidação duvidosa, conforme demonstrado
no quadro de saldos a receber por idade de vencimento. A Sociedade e
suas controladas não mantêm nenhuma garantia para os títulos em atraso.
7. ESTOQUES
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Produtos acabados
219.626 181.188 565.739 465.027
Matérias-primas e
materiais de embalagem
- 149.806 127.305
Material promocional
18.560
14.383
52.288
37.576
Produtos em elaboração
16.314
17.290
Provisão para perdas
(20.280) (10.479) (95.399) (75.673)
217.906 185.092 688.748 571.525
A movimentação da provisão para perdas na realização dos estoques para
o exercício findo em 31 de dezembro de 2011 está assim representada:
Controladora
Saldo em
Saldo em
2010
Adições (a)
Baixas (b)
2011
(20.741)
10.940
(20.280)
(10.479)
Consolidado
Saldo em
2010
(75.673)
Adições (a)
(66.900)
Baixas (b)
47.175
Saldo em
2011
(95.398)
(a) Referem-se à constituição de provisão para perdas por
descontinuidade, validade e qualidade, para cobrir as perdas esperadas
na realização dos estoques, de acordo com a política estabelecida pela
Sociedade e por suas controladas.
(b) Compostas pelas baixas dos produtos descartados pela Sociedade
e por suas controladas.
8. IMPOSTOS A RECUPERAR
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
ICMS a compensar
sobre aquisição de insumos
- 154.942
97.888
ICMS - ST a ressarcir sobre
vendas interestaduais - RS
3.022
3.022
ICMS - ST a ressarcir sobre
vendas interestaduais - SP (a)
8.296
7.120
8.296
7.120
ICMS - ST a ressarcir processo de denúncia
espontânea - SP (b)
16.421
Impostos a compensar controladas no exterior
22.170
21.567
ICMS a compensar sobre
aquisição de ativo
imobilizado
15.428
6.825
24.318
16.136
PIS e COFINS a compensar
sobre aquisição de ativo
imobilizado
7.376
11.826
PIS e COFINS a compensar
sobre aquisição de insumos 45.012
19.743
68.187
20.025
PIS e COFINS oriundo de
ganho de processo judicial (c) 11.887
16.852
IRPJ e CSLL a compensar
728
10
3.236
1.746
PIS, COFINS e CSLL retidos na fonte
2.024
5.574
Outros
365
3.000
8.834
12.282
Provisão para deságio
na alienação de créditos
de ICMS
(3.376)
(2.879)
39.720 312.859 210.728
81.716
Circulante
69.417
34.799 201.620 101.464
Não circulante
12.299
4.921 111.239 109.264
(a) Refere-se ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
- Substituição Tributária - ICMS - ST que vem sendo mensalmente
destacado e retido nas operações de venda realizadas pela Sociedade e
por sua controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.,
com mercadorias destinadas a clientes localizados em outras Unidades
da Federação (Estados e Distrito Federal) que não o Estado de São
Paulo, conforme legislação fiscal do Estado de São Paulo, vigentes desde
fevereiro de 2008. A Sociedade obteve em 2010 com a Secretaria da
Fazenda - SeFaz um regime especial que permite a compensação dos
referidos créditos através de um mecanismo denominado “Via Rápida”
(“Fast Track”), no qual os créditos são compensados no mês seguinte ao
da apuração, amparados por carta de fiança bancária em mesmo valor.
(b) Em 24 de setembro de 2008, foi emitido expediente pela
Coordenadoria de Administração Tributária da SeFaz - SP que acata a
denúncia espontânea formalizada pela controlada Indústria e Comércio
de Cosméticos Natura Ltda., relacionada à adoção de procedimentos
sobre o ICMS - ST nos meses de fevereiro a maio de 2008 em desacordo
com os artigos 264, inciso IV, 313-E e 313-G do Regulamento do ICMS
- RICMS/2000. O referido expediente esclareceu os procedimentos
necessários para a regularização das operações realizadas pela
controlada no referido período. Os requerimentos foram atendidos e
o crédito foi integralmente compensado durante o exercício de 2011.
(c) O montante demonstrado refere-se ao reconhecimento de crédito
tributário de Programa da Integração Social - PIS e Contribuição para
o Financiamento da Seguridade Social - COFINS oriundo de ganho de
processo judicial que questionava a inconstitucionalidade e ilegalidade da
majoração da base de cálculo das contribuições citadas, instituídas pela Lei nº
9.718/98.Vide mais detalhes na nota explicativa nº 17.(a) (ativos contingentes).
9. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
a) Diferidos
Os valores de Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ e Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido - CSLL diferidos são provenientes de
diferenças temporárias na controladora e nas controladas. Esses créditos
são mantidos no ativo não circulante, conforme regulamentação do
CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis. Os valores são
demonstrados a seguir:
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Provisão para créditos
de liquidação duvidosa
(nota explicativa nº 6)
19.098
19.266
19.098
19.266
Provisão para perdas nos
estoques (nota explicativa nº 7) 6.895
3.563
28.219
21.725
Provisões para riscos
tributários, cíveis
e trabalhistas
(nota explicativa nº 17)
17.743
18.884
36.896
40.375
Não inclusão do ICMS
na base de cálculo do PIS
e da COFINS
(nota explicativa nº 17)
620
573
39.173
28.869
Passivo atuarial - plano de
assistência médica
(nota explicativa nº 18)
6.573
4.462
9.565
6.702
(Ganhos) perdas decorrentes
das mudanças no valor justo
dos instrumentos derivativos
(nota explicativa nº 24)
(9.583)
1.136
(9.733)
1.381
Provisão de ICMS - ST PR, DF, MS, MT e RJ
(nota explicativa nº 16)
8.247
13.672
8.247
13.672
Provisões para perdas na
realização de adiantamentos
a fornecedores
1.992
3.879
2.137
4.432
Provisões para obrigações
contratuais
1.439
1.947
2.713
2.777
Provisão para deságio na
cessão de créditos de ICMS
1.148
979
Provisões para repartição
de benefícios e parcerias
a pagar
6.178
6.874
6.178
6.874
Diferenças temporárias das
operações internacionais
9.681
6.562
Provisões para participação
nos resultados
3.955
10.947
Ajuste de taxa de depreciação
vida útil (Regime Tributário
de Transição - RTT)
1.420
(6.989)
Outras diferenças
temporárias
15.568
13.235
32.272
26.645
87.491 189.552 180.259
80.145
A Administração, com base em suas projeções de lucros tributáveis
futuros, estima que os créditos tributários registrados serão
integralmente realizados em até cinco exercícios.
A expectativa da Administração para realização dos créditos tributários
está apresentada a seguir:
Controladora Consolidado
2012
42.679
83.230
2013
11.753
18.180
2014
4.633
59.240
2015 em diante
21.080
28.902
189.552
80.145
Sobre as controladas da Sociedade no exterior, exceto pela operação
da Argentina que apresenta lucro tributável, as demais controladas não
apresentam créditos tributários registrados em suas demonstrações
contábeis sobre prejuízos fiscais e diferenças temporárias devido
à ausência de histórico de lucros tributáveis e projeções de lucros
tributáveis para os próximos exercícios.
Em 31 de dezembro de 2011, os valores dos créditos tributários,
calculados às alíquotas vigentes nos respectivos países onde se situam
as controladas, são demonstrados conforme segue:
Diferenças temporárias totais:
Prejuízos fiscais:
Argentina
9.533
Chile
82.379
México
110.771
Colômbia
73.980
França
110.678
Exceto pelas controladas na Argentina e no México, os créditos
tributários sobre os prejuízos fiscais gerados pelas demais controladas
não possuem prazo para serem compensados. Para tais controladas, os
créditos tributários possuem os seguintes prazos para compensação:
Argentina
México
2012
3.060
2013
4.564
2014
11
2015
1.909
7.434
2016 em diante
103.326
110.771
9.533
b) Reconciliação do imposto de renda e da contribuição social
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Lucro antes do imposto
de renda e da contribuição
social
1.161.791 1.053.123 1.237.730 1.118.169
Imposto de renda e
contribuição social à
alíquota de 34%
(395.009) (358.062) (420.828) (380.177)
Benefício dos gastos com
pesquisa e inovação
tecnológica - Lei nº
11.196/05 (*)
22.386
19.035
22.386
19.035
Incentivos fiscais
6.582
5.820
9.668
8.296
Equivalência patrimonial
(nota explicativa nº 12)
18.628
8.760
Crédito fiscal não
constituído sobre prejuízos
fiscais gerados por controladas
no exterior
- (28.915) (31.459)
Regime Tributário de
Transição - RTT (Medida
Provisória nº 449/08) ajustes da Lei nº 11.638/07
(774)
649
(3.242)
(1.623)
Baixa do ágio - liquidação
da Flora Medicinal
8.332
8.332
Benefício fiscal de juros
sobre o capital próprio
21.067
18.242
21.067
18.242
Outras diferenças
permanentes
(3.770) (11.849)
(6.965) (14.766)
Despesa com imposto de
renda e contribuição social (330.890) (309.073) (406.829) (374.120)
Imposto de renda e
contribuição social –
correntes
(323.543) (313.612) (416.123) (408.233)
Imposto de renda e
contribuição social –
diferidos
(7.347)
4.539
9.294
34.113
Taxa efetiva - %
28,5
30,5
32,9
33,5
(*) Refere-se ao benefício fiscal instituído pela Lei nº 11.196/05, que
permite a dedução diretamente na apuração do lucro real e da base de
cálculo da contribuição social do valor correspondente a 60% do total
dos gastos com pesquisa e inovação tecnológica, observadas as regras
estabelecidas na referida Lei.
A movimentação do imposto de renda e da contribuição social no
exercício é conforme segue:
Controladora
Saldo em 2010
Débito/(Crédito)
Saldo em 2011
no resultado
7.346
80.145
87.491
Saldo em 2010
180.259
Consolidado
Débito/(Crédito)
no resultado
(9.293)
Saldo em 2011
189.552
10. DEPÓSITOS JUDICIAIS
Representam ativos restritos da Sociedade e de suas controladas e
estão relacionados a quantias depositadas e mantidas em juízo até a
solução dos litígios a que estão relacionadas.
Os depósitos judiciais mantidos pela Sociedade e por suas controladas
em 31 de dezembro de 2011 e de 2010 estão assim representados:
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
ICMS - ST (nota explicativa
nº 17.(a)(passivos contigentes)) 80.304
53.809
80.304
53.809
ICMS - ST exigibilidade
suspensa (nota explicativa
nº 16.(b))
88.521 167.019
88.521 167.019
Outras obrigações tributárias
provisionadas (nota
explicativa nº 16.(e) e (g))
9.434
8.556
52.024
48.106
Outras obrigações tributárias
com exigibilidade suspensa
(nota explicativa nº 17.(c)) 10.955
10.426
10.955
10.426
Processos tributários
sem provisão
34.373
30.676
38.254
36.034
Processos tributários
provisionados (nota
explicativa nº 17)
9.952
9.600
11.515
10.754
Processos cíveis
sem provisão
1.016
938
1.108
1.343
Processos cíveis provisionados
(nota explicativa nº 17)
1.886
1.874
1.992
1.976
Processos trabalhistas
sem provisão
5.844
4.410
6.999
5.130
Processos trabalhistas
provisionados (nota
explicativa nº 17)
2.653
1.762
4.167
2.410
244.938 289.070 295.839 337.007
11. OUTROS ATIVOS CIRCULANTES E NÃO CIRCULANTES
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Adiantamento para
propaganda
111.690
64.886 112.666
66.246
Ativos destinados à venda
17.752
17.752
Seguros
1.829
1.565
2.464
2.224
Caixa restrito - CDB (*)
6.757
6.155
Outros
6.371
6.071
17.079
18.926
119.890
72.522 156.718 111.303
Circulante
115.328
52.470 126.783
66.399
Não circulante
4.562
20.052
29.935
44.904
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 25
(*) Este saldo refere-se a um bloqueio para garantia de uma execução
fiscal por meio da qual se pretende cobrar o Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI referente ao mês de julho de 1989, quando
da equiparação dos estabelecimentos comerciais atacadistas a
estabelecimento industrial pela Lei nº 7.798/89. O processo encontrase no Tribunal Regional Federal da 3a Região (SP), para julgamento
do recurso de apelação da executada. Com base na análise efetuada
pelos assessores legais da Sociedade, a probabilidade de perda desse
processo é possível.
12. INVESTIMENTOS
Controladora
2011
2010
1.099.188
1.253.721
Investimentos em controladas
e controladas em conjunto
Informações e movimentação dos saldos para o exercício findo em 31 de dezembro de 2011
Indústria e
Comércio de
Natura
Cosméticos Cosméticos
Natura Ltda. S.A. - Chile
Natura
Cosméticos
S.A. - Peru
Capital social
526.155 101.336 13.903
Percentual de participação
99,99% 99,99% 99,94%
Patrimônio líquido das controladas 1.060.440 20.385
1.486
Participação no patrimônio líquido 1.060.334 20.383
1.485
Lucro líquido (prejuízo) do exercício
das controladas
124.882 (3.535) (4.728)
Valor contábil dos investimentos
Saldos em 31 de dezembro de 2010 930.614 23.246
(891)
Resultado de equivalência patrimonial 124.881 (3.535) (4.725)
Variação cambial e outros ajustes
na conversão dos investimentos
das controladas no exterior
672
357
Contribuição da controladora
para planos de opções de ações
concedidos a executivos de
controladas e outras reservas
4.839
Distribuição de lucros
Aumentos de capital
6.744
1.485
Saldos em 31 de dezembro de 2011 1.060.334 20.383
Natura
Cosméticos
S.A. Argentina
Natura
Cosméticos
C.A. Venezuela
106.116
99,97%
72.847
72.825
6.609
99,99%
306
306
Natura
Inovação e
Tecnologia
Natura
de Produtos Cosméticos de
Ltda. México S.A. (*)
5.008
99,99%
28.812
28.809
192.975
99,99%
47.601
47.596
Natura
Natura
(Brasil)
Cosméticos International
Natura
Ltda. B.V. - Cosméticos
Colômbia Holanda (*) España S.L.
Total
72.948
85.847
73 1.110.970
99,99% 100,00% 100,00%
13.435
8.444
106 1.253.861
13.434
8.444
106 1.253.721
7.685
(1)
15.527
(46.023) (20.973) (18.052)
56.902
7.683
273
(1)
45.021
15.527
26.950
8.782
8.208
(46.019) (20.970) (18.052)
2.431
34
89
(384)
1.893
468
2.171
- (34.000)
306
28.809
67.049
47.596
23.729
13.434
17.819
8.444
-
54.782
83 1.099.188
- 54.789
-
5.561
7.010
- (34.000)
23 121.173
106 1.253.721
13. IMOBILIZADO E INTANGÍVEL
Controladora
Taxa média
ponderada
anual de
depreciação - %
21
15
4
2011
2010
Custo Depreciação
Valor
Custo Depreciação
corrigido acumulada
Residual corrigido acumulada
39.010
(16.991)
22.019
34.234
(14.491)
35.419
(11.844)
23.575
23.486
(9.053)
114.844
(7.421)
107.423
27.668
(3.018)
56.694
56.694
11.633
(3.006)
8.627
6.264
(2.584)
50.867
(7.024)
43.843
6.614
(3.803)
67.843
67.843
11.699
2.191
2.191
15.159
(46.286)
332.215
125.124
(32.949)
378.501
7
18
-
Valor
Residual
19.743
14.433
24.650
3.680
2.811
11.699
15.159
92.175
Controladora
INTANGÍVEL
Softwares e outros
Créditos de carbono (c)
Referência
A
B
5.809
72.825
(*) Informações consolidadas das seguintes empresas:
Natura Cosméticos de México S.A.: Natura Cosméticos y Servicios de Mexico, S.A. de C.V., Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V. e Natura
Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V.
Natura (Brasil) International B.V. - Holanda: Natura (Brasil) International B.V. (Holanda), Natura Brasil Inc. (EUA - Delaware), Natura International
Inc. (EUA - Nova York), Natura International Inc. (EUA - Nevada), Natura Worldwide Trading Company (Costa Rica), Natura Europa SAS (França)
e Natura Brasil SAS (França)
Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda.: Ybios S.A. e Natura Innovation et Technologie de Produits S.A.S. - França
IMOBILIZADO
Veículos
Benfeitorias em propriedade de terceiros (a)
Máquinas e equipamentos
Edifícios
Móveis e utensílios
Equipamentos de informática
Projetos em andamento
Adiantamentos a fornecedores
14. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010 Referência
Moeda local
BNDES - EXIM
67.607 116.388
A
Financiadora de
Estudos e Projetos
FINEP
27.106 27.633
B
Debêntures
353.256 352.669 353.256 352.669
C
BNDES
21.708
23.206 141.689 110.996
D
Conta garantida
2.001
E
Capital de giro
48.613
48.613
F
BNDES - FINAME
7.336
6.506
G
Banco do Brasil Fundo de Amparo
do Trabalhador FAT Fomentar
2.697
3.908
H
Arrendamentos
mercantis financeiros
56.729
56.729
940
I
FINEP subvenção
289
2.086
J
Total em
moeda local
480.306 375.875 705.322 623.127
Taxa média
ponderada
anual de
amortização - %
17
2011
Custo Amortização
corrigido acumulada
88.848
(17.356)
7.437
96.285 (17.356)
2010
Valor
Custo Amortização
Residual corrigido acumulada
71.492
23.852
(10.604)
7.437
5.338
78.929
29.190
(10.604)
Valor
Residual
13.248
5.338
18.586
Moeda
Real
Real
IMOBILIZADO
Máquinas e equipamentos
Edifícios
Instalações
Terrenos
Moldes
Veículos
Equipamentos de informática
Móveis e utensílios
Benfeitorias em propriedade de terceiros (a)
Projetos em andamento
Adiantamentos a fornecedores
Outros
2011
2010
Custo Depreciação
Valor
Custo Depreciação
Valor
corrigido acumulada
Residual corrigido acumulada
Residual
410.901 (145.342)
265.559
308.262 (124.315)
183.947
207.836
(60.400)
147.436
151.161
(54.305)
96.856
132.919
(73.512)
59.407
120.440
(65.066)
55.374
27.214
27.214
27.180
27.180
116.068
(87.966)
28.102
105.362
(79.921)
25.441
59.490
(22.430)
37.060
56.361
(21.181)
35.180
76.305
(23.933)
52.372
75.749
(45.969)
29.780
32.976
(11.937)
21.039
27.164
(11.926)
15.238
50.599
(18.581)
32.018
44.273
(18.725)
25.548
80.563
80.563
35.489
35.489
47.724
47.724
28.648
28.648
4.196
(2.256)
1.940
3.897
(2.111)
1.786
800.434
983.986 (423.519)
560.467
1.246.791 (446.357)
Consolidado
Taxa média
ponderada
anual de
INTANGÍVEL
amortização - %
Softwares
18
Créditos de carbono (c)
Fundo de comércio - Natura Europa SAS - França (b)
Marcas e patentes
10
(a) As taxas de amortização consideram os prazos de aluguel dos
imóveis arrendados, os quais variam de três a cinco anos.
(b) O fundo de comércio gerado na compra da Natura Europa SAS
- França está fundamentado na existência de ponto comercial em
que esta se localiza, conforme laudo de avaliação emitido por peritos
independentes, com sustentação de tratar-se de um ativo intangível,
comercializável, que não sofre perda de valor em virtude da passagem
do tempo. A variação ocorrida no saldo, entre 31 de dezembro de 2011
e de 2010, deve-se exclusivamente aos efeitos da variação cambial.
(c) Programa Carbono Neutro (nota explicativa no 2.11.3).
A Sociedade efetuou uma análise do prazo de vida útil-econômica
remanescente dos bens do ativo imobilizado e intangível com efeitos
registrados a partir de 1º de janeiro de 2010. Como consequência da
revisão dessa estimativa contábil, que visou realinhar o prazo da vida útil
remanescente dos bens e, consequentemente, a depreciação remanescente
ao período de vida residual dos bens, foi registrado um impacto a crédito
no resultado da depreciação do exercício de 2011, comparado com a
depreciação registrada no exercício anterior, no montante de R$11.482.
Informações adicionais sobre o imobilizado e intangível:
a) Bens dados em garantia e penhora
Em 31 de dezembro de 2011, a Sociedade e suas controladas possuíam
bens do imobilizado dados como penhora e aval em operações de
empréstimos e financiamentos bancários, bem como arrolados em
defesa de processos judiciais, conforme os montantes demonstrados a
seguir:
Controladora Consolidado
Veículos
4.229
4.229
Equipamentos de informática
3.477
4.063
Máquinas e equipamentos
3.171
3.171
11.463
Saldos no fim do exercício
10.877
b) Arrendamentos mercantis (leasing)
A Sociedade efetuou no exercício de 2011 operação de arrendamento
mercantil financeiro para aquisição de ativo imobilizado no valor de
R$56.694, na rubrica “Edifícios” e uma operação de “sale leaseback” no valor
de R$24.537, na rubrica “Máquinas e equipamentos”. Em 31 de dezembro
de 2011, o saldo a pagar dessas operações, classificado na rubrica de
“Empréstimos e financiamentos” (nota explicativa nº 14), totaliza R$79.673.
c) Saldo de juros capitalizados no ativo imobilizado
Consolidado
2011
2010
1.479
Edifícios
1.427
2011
2010
Custo Amortização
Valor
Custo Amortização
Valor
corrigido acumulada
Residual corrigido acumulada
Residual
182.890
(32.676)
150.214
183.322
(73.376)
109.946
7.437
7.437
5.338
5.338
5.074
5.074
4.629
4.629
1.652
(1.623)
29
1.573
(1.413)
160
(34.299)
162.754
194.862
(74.789)
120.073
197.053
Mutações do imobilizado
Saldos no início do exercício
Adições (líquidas das
transferências de projetos
em andamento encerrados):
Máquinas e equipamentos
Projetos em andamentos/
adiantamentos a fornecedores
Veículos
Moldes
Instalações
Equipamentos de informática
Móveis e utensílios
Outras
Controladora
2011
2010
92.175
50.375
Consolidado
2011
2010
560.467 492.256
28.373
8.884
45.037
29.669
114.902
15.069
40.611
4.176
4.777
207.908
56.694
(20.814)
32.389
13.498
769
545
1.036
57.121
(12.615)
165.726
21.031
15.344
6.112
11.377
5.679
5.524
275.830
56.694
(84.108)
84.555
24.193
16.986
7.208
7.304
1.618
3.696
175.228
(69.412)
(2.706)
92.175
(8.449)
800.434
(37.605)
560.467
Leasing
Depreciação
Transferências
e baixas líquidas
(3.748)
Saldos no fim do exercício 332.215
Mutações do intangível
Saldos no início do exercício
Adições:
Softwares (inclui gastos
com implementação)
Créditos de carbono
Transferências e
baixas líquidas
Amortização
Saldos no fim do exercício
Controladora
2011
2010
18.586
11.527
Consolidado
2011
2010
120.073
82.740
Consolidado
2011
2010 Referência
Moeda estrangeira
BNDES - EXIM
1.229
BNDES
4.486
2.479
10.713
7.358
Resolução
nº 4.131/62
411.237
50.088 411.238 50.088
Operação
internacional - Peru
36.483
9.861
Arrendamentos
mercantis financeiros
22.944
22.944
Total em moeda
estrangeira
438.667
52.567 481.377 68.536
Total geral
918.973 428.442 1.186.699 691.663
Circulante
66.424
60.086 168.962 226.595
Não circulante
852.549 368.356 1.017.737 465.068
K
L
M
N
O
Vencimento
Março de 2014
Encargos
Juros de 2,5% a.a. + TJLP
Garantias
Aval da controladora Natura Cosméticos S.A.
Março de 2013 e
maio 2019
TJLP para a parcela com
vencimento em 2013 e 5% e para
parcela com vencimento em maio
de 2019
Juros de 108% do CDI com
vencimento em maio de 2013
TJLP+ juros de 0,7% a 2,8% a.a.
para a parcela com vencimento
em março de 2016 e 2,3% para a
parcela com vencimento em 2018
123,9% do CDI a.a. + IOF (b)
105,5% do CDI a.a. + IOF (b)
Juros de 4,5% a.a. + TJLP
Aval da controladora Natura Cosméticos S.A.
e carta de fiança bancária
C
Real
Maio de 2013
D
Real
Janeiro de 2018
E
F
G
Real
Real
Real
Abril de 2011
Janeiro de 2012
Setembro de 2016
Não há
Carta de fiança bancária
Aval da controladora Natura Cosméticos S.A.
Aval da controladora Natura Cosméticos S.A.
Alienação fiduciária, aval da controladora
Natura Cosméticos S.A. e notas promissórias
H
Real
Fevereiro de 2014
Juros de 4,4% a.a. + TJLP
Alienação fiduciária, aval da controladora
Natura Cosméticos S.A. e notas promissórias
I
Real
Até Agosto de 2026
Juros de 108,0% da taxa DI - CETIP (c) Alienação fiduciária dos bens objeto dos
contratos de arrendamento mercantil
J
Real
Dezembro de 2012
Não há
Não há
K
Dólar
Fevereiro de 2011
Variação cambial + 8,31% a.a. (a)
Aval da Natura Cosméticos S.A.
L
Dólar
Janeiro de 2018
Variação cambial + 1,8% a.a.
Aval da Natura Cosméticos S.A.
+ Resolução nº 635 (a)
e carta de fiança bancária
M
Dólar
Outubro de 2013
Variação cambial + juros de
Aval da controlada Indústria e Comércio de
1,87% a 3,89% a.a. (a)
Cosméticos Natura Ltda.
N
Novo sol
Dezembro de 2012
Juros de 5,2% a.a.
Carta de fiança bancária
O
Dólar
Dezembro de 2016
Variação cambial + juros
Alienação fiduciária dos
de 3,87% a.a. (a)
bens objeto dos contratos
(a) Empréstimos e financiamentos para os quais foram contratados instrumentos financeiros do tipo “swap” com a troca da indexação da moeda
estrangeira para CDI.
(b) IOF - Imposto sobre Operações Financeiras.
(c) DI - CETIP - índice diário calculado a partir da taxa média DI, divulgada pela Cetip S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos.
Os vencimentos da parcela registrada no passivo não circulante estão
demonstrados como segue:
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
2012
6.530
39.425
2013
771.468 355.820 840.496 379.440
2014
11.067
4.450
48.132
22.963
2015
8.364
1.539
38.413
19.001
2016 em diante
61.650
17
90.696
4.239
852.549 368.356 1.017.737 465.068
Consolidado
Taxa média
ponderada
anual de
depreciação - %
6
4
9
30
21
19
11
15
3
Controladora
2011
2010
Os contratos de empréstimos bancários vigentes são como seguem:
a) Descrição dos empréstimos bancários
1. Programas BNDES – EXIM: Pré-embarque e Pré-embarque Especial
A controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. é
beneficiária dos programas de financiamento na fase pré-embarque para a
exportação de bens e serviços com o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social - BNDES. Em regra, os requisitos para a participação
nos referidos programas são: (i) possuir crédito aprovado com a instituição
financeira que celebrará o contrato de financiamento; e (ii) fabricar
produtos com um índice mínimo de nacionalização de 60%.
2. Contratos de financiamento com o BNDES
A Sociedade e suas controladas Indústria e Comércio de Cosméticos
Natura Ltda., Natura Logística e Serviços Ltda. e Natura Inovação e
Tecnologia de Produtos Ltda. possuem contratos de financiamento
mediante a abertura de crédito com o BNDES para viabilizar
investimentos diretos na Sociedade e em suas controladas, como,
por exemplo, aperfeiçoamento de determinadas linhas de produtos,
capacitação da área de pesquisa e desenvolvimento, otimização das
linhas de separação de produtos do parque industrial de Cajamar
- SP e implementação de novos centros de distribuição, bem como
adequação administrativa da unidade de Itapecerica da Serra - SP e
aquisição de equipamentos necessários para esses fins.
3. Contrato de financiamento com a FINEP
A controlada Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. possui
programas de inovação que buscam o desenvolvimento e a aquisição
de novas tecnologias por meio de parcerias com universidades
e centros de pesquisa no Brasil e no exterior. Tais programas de
inovação têm o apoio de programas de fomento à pesquisa e ao
desenvolvimento tecnológico com a FINEP, que viabiliza e/ou cofinancia
equipamentos, bolsas científicas e material de pesquisa para as
universidades participantes.
Tais recursos foram destinados ao custeio parcial dos investimentos
incorridos na elaboração dos projetos “Plataformas de Tecnologia para
Novos Produtos Cosméticos e Suplementos Nutricionais” e “Pesquisa
e Inovação para o Desenvolvimento de Novos Produtos Cosméticos”.
4. Financiamento de Máquinas e Equipamentos - FINAME
A Sociedade é beneficiária de uma linha de crédito com o BNDES, relativa
a operações de repasse de FINAME, um empréstimo destinado a financiar
a aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional,
concedido pelo BNDES. O mencionado repasse ocorre por meio da
concessão de crédito à controlada Indústria e Comércio de Cosméticos
Natura Ltda., gerando direitos de recebimento por parte da instituição
financeira credenciada como agente financeiro, usualmente Banco
Votorantim S.A., Banco Itaú Unibanco S.A., Banco do Brasil S.A. e HSBC
Bank Brasil S.A., que contratam com a controlada Indústria e Comércio de
Cosméticos Natura Ltda. as referidas operações de financiamento.
Os contratos firmados têm como garantia a transferência da
propriedade fiduciária dos bens descritos nos respectivos contratos.
Figura como fiel depositário desses bens a própria controlada Indústria
e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., sendo a Sociedade a avalista.
Adicionalmente, a Sociedade e suas controladas ficaram obrigadas a
cumprir as disposições aplicáveis aos contratos do BNDES e condições
gerais reguladoras das operações relativas ao FINAME.
5. Resolução nº 4.131/62
Cédula de Crédito Bancário - Repasse de recursos captados no exterior
por meio da Lei nº 4.131/62 por intermédio de instituições financeiras.
6. Debêntures
Primeira emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações,
no valor total de R$350.000, série única, sem garantia, bem como
sem “covenants” financeiros, com valor nominal unitário de R$1.000,
segundo a Instrução CVM nº 476/09, emitidas em 26 de maio de 2010
e subscritas e integralizadas em 28 de maio de 2010, com pagamento
de juros semestrais nos meses de maio e novembro, com vencimento
de principal em 26 de maio de 2013.
b) Obrigações de arrendamento mercantil financeiro
As obrigações financeiras são compostas como segue:
Obrigações brutas de arrendamento financeiro - pagamentos
mínimos de arrendamento:
Consolidado
2011
2010
64.993
4.135
69.128
4.411
5.338
9.749
66.402
4.135
70.537
56.310
5.338
61.648
Menos de um ano
Mais de um ano e menos de cinco anos
Mais de cinco anos
12.633
54.102
78.800
145.535
642
377
1.019
(2.034)
(6.751)
78.929
(2.690)
18.586
(2.043)
(25.813)
162.754
(4.879)
(19.436)
120.073
Encargos de financiamento futuros
sobre os arrendamentos financeiros
Obrigações de arrendamento financeiro
- saldo contábil
(65.862)
(79)
79.673
940
c) Cláusulas restritivas de contratos
Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, a maioria dos contratos
de empréstimos e financiamentos mantidos pela Sociedade e por
suas controladas não contém cláusulas restritivas que estabelecem
obrigações quanto à manutenção de índices financeiros por parte da
Sociedade e de suas controladas.
O contrato firmado com o BNDES em julho de 2011 apresenta
cláusulas restritivas que estabelecem os seguintes indicadores
financeiros:
- Margem EBITDA igual ou superior a 15%; e
- Dívida líquida / EBITDA igual ou inferior a 2,5 (dois inteiros e
cinco décimos)
Em 31 de dezembro de 2011 a Sociedade cumpria integralmente todas
essas cláusulas restritivas.
15. FORNECEDORES E OUTRAS CONTAS A PAGAR
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Fornecedores nacionais
133.762
77.805 435.328 326.945
Fornecedores estrangeiros (*) 15.043
842
18.765
4.964
Fretes a pagar
34.512
34.585
34.887
34.585
183.317 113.232 488.980 366.494
(*) Referem-se, em sua maioria, a valores denominados em dólares
norte-americanos.
16. OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
PIS e COFINS a pagar
(medida liminar) (a)
1.823
1.686 115.214
84.908
ICMS ordinário a pagar
59.894
50.807
81.687
75.657
ICMS - ST a pagar (b)
89.301 167.019
89.301 167.019
IRPJ e CSLL a pagar
127.458
99.347 150.639 125.816
IRPJ e CSLL (medida
liminar) (c)
56.941
33.472
56.941
33.472
IRPJ e CSLL (medida
liminar PAT)
2.656
6.029
2.261
IRRF
7.621
7.901
11.974
13.203
IPI - produtos isentos
e com alíquota zero (d)
42.432
39.404
Correção da UFIR sobre
tributos federais (e)
6.361
6.216
6.519
6.360
Crédito de IPI sobre
aquisições de ativo
imobilizado e material
de uso e consumo (f)
3.768
Ação anulatória de débito
fiscal de INSS (g)
3.073
2.893
3.073
2.893
PIS/COFINS/CSLL retidos
na fonte a recolher
2.490
5.319
3.324
7.554
PIS/COFINS a pagar
1.110
6.663
Impostos a pagar controladas no exterior
17.888
9.354
ISS a pagar
364
613
1.214
2.799
357.982 375.273 587.345 581.131
Depósitos judiciais ((b) e (g))
(nota explicativa nº 10)
(97.955) (175.575) (140.545) (215.125)
Circulante
260.027 199.698 446.800 366.006
Não circulante
97.955 175.575 140.545 215.125
(a) A Sociedade e sua controlada Indústria e Comércio de Cosméticos
Natura Ltda. discutem judicialmente a não inclusão do ICMS na base de
cálculo das contribuições para o PIS e a COFINS. Em junho de 2007, a
Sociedade e sua controlada obtiveram autorização judicial para efetuar
o pagamento das contribuições para PIS e COFINS sem a inclusão do
ICMS em suas bases de cálculo, a partir da apuração de abril de 2007.
Os saldos registrados em 31 de dezembro de 2011 referem-se aos
valores não pagos de PIS e COFINS apurados entre abril de 2007 e
dezembro de 2011, cuja exigibilidade está integralmente suspensa, os
quais estão acrescidos de atualização pela taxa SELIC (Sistema Especial
de Liquidação e Custódia). Parte do saldo, no montante atualizado de
R$3.065, encontra-se depositada judicialmente.
(b) Em 31 de dezembro de 2011, do saldo total registrado na
controladora e no consolidado, os montantes de R$12.669, R$52.305,
R$23.274, R$273 e R$780 referem-se ao ICMS - ST dos Estados do
Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rio de
Janeiro, respectivamente (R$119.371, R$34.969 e R$12.679 referem-se
ao ICMS - ST dos Estados do Paraná, Distrito Federal e Mato Grosso
do Sul, respectivamente, em 31 de dezembro de 2010), que estão
sendo discutidos judicialmente pela Sociedade, conforme também
mencionado na nota explicativa nº 17.(a) (passivos contingentes - risco
de perda possível). A Sociedade vem efetuando depósitos judiciais
mensais com relação aos montantes não recolhidos.
26 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
Em 26 de novembro de 2011, a Sociedade formalizou um acordo,
para aplicação prospectiva a essa data, com o Estado do Paraná para
definir a Margem de Valor Agregado - “MVA” aplicável no cálculo do
ICMS-ST devido nas operações dos(as) Consultores(as) Natura.
Para tanto, a Sociedade reconheceu a aplicação da MVA (no
limite determinado pelo estudo técnico) para os fatos geradores
anteriores a novembro de 2011 e desistiu parcialmente das ações
judiciais que discutem o tema, o que resultou: (i) na conversão em
renda ao Estado do Paraná de R$114.345 a título de ICMS - ST; e
(ii) no levantamento de R$16.930 depositados a maior em razão de
prorrogação retroativa de benefício fiscal.
Remanesce a discussão sobre a MVA aplicável aos fatos geradores
anteriores a novembro de 2011 que está na fase final da perícia judicial.
(c) Em 4 de fevereiro de 2009, a Sociedade obteve medida liminar
posteriormente confirmada por sentença que suspendeu a
exigibilidade do imposto de renda e da contribuição social incidentes
sobre quaisquer valores recebidos a título de juros de mora, pagos pelo
atraso no cumprimento de obrigações contratuais das operações com
vendas para os(as) Consultores(as) Natura. Aguarda-se o julgamento
do recurso de apelação interposto pela União Federal.
(d) Refere-se a créditos de IPI sobre matérias-primas e materiais
de embalagem adquiridos com a incidência de alíquota zero, como
não tributados ou isentos. A controlada Indústria e Comércio de
Cosméticos Natura Ltda. impetrou mandado de segurança e obteve
liminar concedendo o direito ao crédito. Em 25 de setembro de 2006,
a liminar foi cassada por sentença, que julgou o pedido improcedente. A
Sociedade interpôs recurso de apelação para reapreciação do mérito e
restabelecimento dos efeitos da liminar. Para suspender a exigibilidade do
crédito tributário, em outubro de 2006 a Sociedade efetuou depósito
judicial em relação ao valor compensado sob a vigência da liminar,
cujo saldo atualizado monetariamente em 31 de dezembro de 2011
é de R$42.432 (R$39.404 em 31 de dezembro de 2010). No quarto
trimestre de 2009, para o aproveitamento dos benefícios concedidos
pela Medida Provisória nº 470/09, através da instituição das modalidades
de pagamento e parcelamento de débitos fiscais, a controlada
protocolou petição desistindo parcialmente do mandado de segurança
impetrado, no tocante à discussão dos créditos de IPI, dos produtos
adquiridos com a incidência de alíquota zero e não tributados (vide
detalhes no tópico “Parcelamentos de débitos tributários instituídos pela
Medida Provisória nº 470/09” a seguir). Nessa data, após ter cumprido
com os requerimentos para adesão ao pagamento dos débitos fiscais
instituído pela Medida Provisória nº 470/09, a controlada aguarda o
deferimento por parte da autoridade tributária para dar baixa, tanto
dos valores registrados no passivo de exigibilidade suspensa quanto
dos valores dos depósitos judiciais correspondentes. Ato Contínuo, em
dezembro de 2011, a controlada protocolou petição desistindo também
da discussão em relação aos créditos sobre os produtos isentos, os quais
se encontram depositados judicialmente, tendo em vista a classificação
de risco para perda provável. Assim, aguarda-se a conversão em renda
dos valores depositados judicialmente.
(e) Refere-se à incidência da correção monetária pela Unidade Fiscal
de Referência - UFIR dos tributos federais (IRPJ, CSLL e Imposto
sobre o Lucro Líquido - ILL) do ano 1991, discutida em mandado de
segurança. O valor envolvido nesse processo encontra-se depositado
judicialmente. Em 26 de fevereiro de 2010, para aproveitamento dos
benefícios concedidos pela Lei nº 11.941/09, através da instituição
das modalidades de pagamento e parcelamento de débitos fiscais,
a Sociedade protocolou petição desistindo da respectiva ação,
aguardando-se o trânsito em julgado da ação.
(f) A controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.
discute, por meio de mandados de segurança, o direito ao crédito
de IPI nas aquisições de bens para o ativo imobilizado e de materiais
de consumo. Em 26 de fevereiro de 2010, para aproveitamento dos
benefícios concedidos pela Lei nº 11.941/09, através da instituição
das modalidades de pagamento e parcelamento de débitos fiscais, a
controlada protocolou petição desistindo da respectiva ação.
(g)Refere-se à contribuição previdenciária exigida em autos de infração
lavrados pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em processo
de fiscalização, que exigiu da Sociedade, na qualidade de contribuinte
solidária, valores de contribuição devidos na contratação de serviços
prestados por terceiros. Os valores são discutidos na ação anulatória
de débito fiscal e encontram-se depositados judicialmente. Os valores
exigidos no auto de infração compreendem o período de janeiro de
1990 a outubro de 1999. Durante o exercício de 2007, a Sociedade
reverteu o montante de R$1.903, correspondente à decadência de
parte do montante envolvido no processo referente ao período de
janeiro de 1990 a outubro de 1994, conforme orientação da Súmula
Vinculante nº 08 do Supremo Tribunal Federal - STF. Em 1º de março
de 2010, foi protocolada petição desistindo parcialmente da ação, bem
como renunciando parcialmente ao seu direito, para fins de adesão aos
benefícios previstos na Lei nº 11.941/09, em relação às contribuições
previdenciárias devidas pelas empresas que prestavam serviços à
Sociedade (responsabilidade solidária) no período compreendido
entre novembro de 1994 e dezembro de 1998.
Parcelamentos de débitos tributários instituídos pela Lei nº 11.941/09
Em 27 de maio de 2009, o Governo Federal publicou a Lei nº 11.941,
resultado da conversão da Medida Provisória nº 449/08, a qual, entre
outras alterações na legislação tributária, trouxe um novo parcelamento
de débitos tributários administrados pela Receita Federal do Brasil e
pelo INSS e de débitos com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
- PGFN, incluindo o saldo remanescente dos débitos consolidados
no REFIS (Lei nº 9.964/00), no Parcelamento Especial - PAES (Lei nº
10.684/03) e no Parcelamento Excepcional - PAEX (Medida Provisória
nº 303/06), além dos parcelamentos convencionais previstos no artigo
38 da Lei nº 8.212/91 e no artigo 10 da Lei nº 10.522/02.
As entidades que optaram pelo pagamento ou parcelamento dos
débitos nos termos dessa Lei poderão liquidar, nos casos aplicáveis,
os valores correspondentes à multa, de mora ou de ofício, e a juros
moratórios, inclusive relativos a débitos inscritos em dívida ativa,
com a utilização de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da
contribuição social próprios, e terão benefícios de redução de multas,
juros e encargos legais, cujos percentuais de redução dependem da
opção de prazo de pagamento escolhida.
Conforme regras definidas, para o cumprimento da primeira etapa
dos parcelamentos, a Sociedade e suas controladas, após terem
protocolado petições na Justiça oficializando a desistência das ações
judiciais, cujos tributos estão sendo objeto de parcelamento, fizeram
os requerimentos de adesão aos parcelamentos, escolhendo as
modalidades de parcelamento e indicando a natureza genérica dos
débitos fiscais, para os quais foram feitos os pagamentos das respectivas
prestações iniciais, conforme as regras definidas na Portaria Conjunta
da Secretaria da Receita Federal e PGFN.
A seguir são demonstrados os débitos tributários que foram
inscritos no parcelamento pela Sociedade e por suas controladas,
conforme a Lei nº 11.941/09:
Controladora
Ação anulatória de débito fiscal de INSS (a)
Débitos fiscais de IRPJ, CSLL e ILL (b)
2010
2.893
6.216
9.109
Adições Reversões
186
(521)
186
(521)
2010
2.893
6.360
Adições Reversões
186
(521)
Pagamentos
-
Atualização
monetária 2011
180 3.073
480 6.361
660 9.434
Consolidado
Débitos fiscais de INSS - ação anulatória (a)
Débitos fiscais de IRPJ, CSLL e ILL (b)
Débitos fiscais de IPI sobre aquisições de ativo
imobilizado e material de uso e consumo (c)
3.768
13.021
186
Pagamentos
-
Atualização
monetária
180
494
2011
3.073
6.519
(223)
(223)
109
783
9.592
(3.654)
(4.175)
(a) Os detalhes desse processo estão mencionados no item (g) desta mesma nota.
(b) Os detalhes desse processo estão mencionados no item (e) desta mesma nota.
(c) Os detalhes desse processo estão mencionados no item (f) desta mesma nota.
Devido à inexistência de saldos remanescentes de prejuízos fiscais e base
de cálculo negativa da contribuição social, a Sociedade não se compensará
destes para liquidação da parcela de juros dos parcelamentos.
No segundo semestre de 2011, após a consolidação dos débitos, os
processos administrativos foram quitados em parcela única, gerando
um estorno de provisão.
Para a sequência das etapas do parcelamento dos débitos fiscais da
Sociedade e de suas controladas que se encontram em esfera judicial,
aguarda-se a decisão sobre a consolidação dos valores para que haja a
sua quitação, por meio de conversão em renda dos valores depositados.
Parcelamentos de débitos tributários instituídos pela Medida
Provisória nº 470/09
Em 13 de outubro de 2009, foi editada a Medida Provisória nº 470, que
instituiu o pagamento e parcelamento de débitos fiscais decorrentes
do aproveitamento indevido do incentivo fiscal setorial instituído pelo
artigo 1º do Decreto-lei nº 491, de 5 de março de 1969, e decorrentes
do aproveitamento indevido de créditos do IPI, no âmbito da PGFN e
da Receita Federal do Brasil.
Em 3 de novembro de 2009, a PGFN e a Receita Federal do Brasil
publicaram, no Diário Oficial da União - DOU, a Portaria Conjunta
nº 9, que dispõe sobre o pagamento e parcelamento de débitos de
que trata o artigo 3º da Medida Provisória nº 470/09. Os débitos
decorrentes do aproveitamento indevido do incentivo fiscal setorial
instituído pelo artigo 1º do Decreto-lei nº 491/69 e os decorrentes
do aproveitamento indevido de créditos do IPI, no âmbito da PGFN e
da Receita Federal do Brasil, foram pagos ou parcelados, no âmbito de
cada um dos órgãos, até 30 de novembro de 2009.
Conforme mencionado no item (d) desta mesma nota, a controlada
Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. protocolou petição
desistindo parcialmente do mandado de segurança impetrado com
referência a créditos de IPI decorrentes dos produtos adquiridos com a
incidência de alíquota zero e não tributados.
Em 31 de dezembro de 2011, a Sociedade aguarda o posicionamento
do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, após manifestação da PGFN
e Secretaria da Receita Federal do Brasil, para concluir a etapa referente
à consolidação dos débitos fiscais e para baixar os saldos do passivo
de exigibilidade suspensa contra os depósitos judiciais efetuados até
a referida data pelos valores atualizados monetariamente. Devido à
existência de depósitos judiciais efetuados em períodos anteriores e
à opção feita pela controlada pelo pagamento à vista, nenhum ganho
foi registrado no resultado do exercício quanto à reversão de multa
de mora e juros.
17. PROVISÕES PARA RISCOS TRIBUTÁRIOS,
CÍVEIS E TRABALHISTAS
A Sociedade e suas controladas são partes em ações judiciais de
natureza tributária, trabalhista e cível e em processos administrativos
de natureza tributária. A Administração acredita, apoiada na opinião e
nas estimativas de seus assessores legais, que as provisões para riscos
tributários, cíveis e trabalhistas são suficientes para cobrir as eventuais
perdas. Essas provisões estão assim demonstradas:
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Tributários
27.612
29.867
33.850
42.970
Cíveis
12.234
9.284
16.986
14.137
Trabalhistas
9.754
14.131
14.219
16.677
49.600
53.282
65.055
73.784
Riscos tributários
Os riscos tributários provisionados são compostos pelos processos a seguir relacionados:
Controladora
Pagamentos
Atualização
monetária
2011
999
7.562
4.452
3.342
424
-
(666)
-
(683)
-
54
323
1.182
172
794
7.885
4.968
3.514
951
12.561
29.867
(9.600)
424
-
(635)
(3.137)
(4.438)
-
(683)
-
(316)
1.027 10.451
2.442 27.612
(352) (9.952)
2010
Multas moratórias sobre tributos federais
recolhidos em atraso (a)
Dedutibilidade da CSLL (Lei nº 9.316/96) (b)
Auto de infração - IRPJ e CSLL - honorários advocatícios (c)
Auto de infração - IRPJ 1990 (d)
Não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS
e da COFINS - honorários advocatícios (e)
Honorários advocatícios e outros (g)
Risco tributário total provisionado
Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10)
Adições Reversões
Consolidado
Multas moratórias sobre tributos federais recolhidos em atraso (a)
Dedutibilidade da CSLL (Lei nº 9.316/96) (b)
Auto de infração - IRPJ e CSLL - honorários advocatícios (c)
Ação anulatória - Auto de infração - IRPJ 1990 (d)
Não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS
- honorários advocatícios (e)
PIS semestralidade - Decretos-lei nº 2.445/88 e nº 2.449/88 (f)
Honorários advocatícios e outros (g)
Risco tributário total provisionado
Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10)
2010
1.505
7.562
4.452
3.342
6.063
2.191
17.855
42.970
(10.754)
Adições Reversões
424
(453)
(666)
700
1.124
-
(5.588)
(6.571)
(13.278)
-
Pagamentos
(683)
(683)
-
Atualização
monetária
72
323
1.182
172
2011
865
7.885
4.968
3.514
(475)
129
2.320
2.314 14.298
3.717 33.850
(761) (11.515)
(a) Referem-se à incidência de multa moratória no recolhimento em atraso de tributos federais.
(b) Refere-se ao mandado de segurança que questiona a constitucionalidade da Lei nº 9.316/96, a qual proibiu a dedutibilidade da CSLL da sua própria base
de cálculo e da base de cálculo do IRPJ. Parte da provisão, no montante atualizado de R$5.905 (R$5.559 em 31 de dezembro de 2010), está depositada
judicialmente. O processo está sobrestado aguardando posicionamento do STF sobre o caso, que será decidido por meio de Repercussão Geral.
(c) Refere-se aos honorários advocatícios para defesa dos autos de infração lavrados contra a Sociedade, em agosto de 2003, dezembro de 2006 e dezembro de
2007, pela Receita Federal do Brasil, em que se exigem créditos tributários de IRPJ e CSLL relativos à dedutibilidade da remuneração das debêntures emitidas pela
Sociedade, nos períodos-base 1999, 2001 e 2002, respectivamente. Os autos de infração relativos aos períodos-base 2001 e 2002 aguardam decisão definitiva do
Conselho de Contribuinte. A opinião dos assessores legais é de que a probabilidade de perda decorrente dos referidos autos de infração é remota.
O auto de infração lavrado contra a Sociedade em agosto de 2003, relativo à dedutibilidade no período-base 1999, teve decisão administrativa
transitada em julgado em janeiro de 2010, sendo mantido parcialmente em relação ao IRPJ e integralmente em relação à CSLL. Após essa decisão,
em 7 de abril de 2010, a Sociedade ingressou com uma ação na esfera judicial objetivando cancelar a parcela remanescente do IRPJ e da CSLL. A
opinião dos assessores legais é de que a perspectiva de perda na ação judicial é remota.
(d) Refere-se a auto de infração lavrado pela Receita Federal do Brasil exigindo o pagamento de imposto de renda sobre o lucro decorrente de
exportações incentivadas, ocorridas no ano-base 1989, à alíquota de 18% (Lei nº 7.988, de 29 de dezembro de 1989) e não 3%, conforme era determinado
pelo artigo 1º do Decreto-lei nº 2.413/88, no qual a Sociedade se fundamentou para efetuar os recolhimentos na época. A Sociedade ingressou com uma
ação na esfera judicial objetivando cancelar o auto de infração. O processo está sobrestado aguardando posicionamento do STF sobre o caso.
(e) Refere-se aos honorários advocatícios para propositura de ações judiciais que discutem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da
COFINS, no período de fevereiro de 1998 aos dias atuais. Foi revertida a provisão para honorários durante o segundo trimestre de 2011 em
virtude da probabilidade de perda na opinião dos assessores legais ter sido revisada e alterada de remota para possível com base no andamento
do “leading case” (ADC-18) em trâmite no STF, bem como em virtude da alteração da composição da Corte.
(f) Refere-se à compensação do PIS pago na forma dos Decretos-lei nº 2.445/88 e nº 2.449/88, no período de 1988 a 1995, com impostos e
contribuições federais devidos em 2003 e 2004. Durante o exercício de 2007, a Sociedade efetuou a reversão no montante de R$14.910, devido à
decisão favorável e definitiva à Sociedade, proferida em agosto de 2007. A provisão remanescente refere-se à parcela correspondente à controlada
Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., que aguarda apreciação do processo pelo Conselho de Contribuintes.
(g) O saldo refere-se a honorários advocatícios para defesa dos interesses da Sociedade e de suas controladas em processos tributários. Do montante
provisionado: (i) R$4.000 referem-se aos honorários advocatícios para elaboração de defesa no auto de infração de IRPJ e de CSLL contra a Sociedade,
lavrado em 30 de setembro de 2009, que tem como objeto o questionamento da dedutibilidade fiscal da amortização do ágio decorrente de
incorporação de ações da Natura Participações S.A. que possuía ágio sobre o investimento mantido na então controlada Natura Empreendimentos
S.A. Na opinião dos assessores legais da Sociedade, a operação tal como foi estruturada e seus efeitos fiscais são defensáveis, motivo pelo qual o risco
de perda é classificado como remoto; e (ii) R$700 referem-se aos honorários advocatícios devidos para defesa apresentada na Autuação da Secretaria
da Fazenda do Rio Grande do Sul, a qual exige supostas diferenças de ICMS - ST em relação às remessas interestaduais realizadas a estabelecimentos
da Sociedade localizados no Rio Grande do Sul. Na opinião dos assessores legais da Sociedade, o risco de perda é classificado como remoto.
Riscos cíveis
Controladora
Atualização
2010 Adições Reversões Pagamentos monetária 2011
Diversas ações cíveis (a)
4.828
10.925
(9.052)
(133)
219 6.787
Honorários advocatícios - ação cível ambiental (b)
1.512
(64)
87 1.535
Ações cíveis e honorários advocatícios - Nova Flora Participações Ltda.
2.944
(3)
971 3.912
10.925
(9.119)
(133)
1.277 12.234
Risco cível total provisionado
9.284
Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10)
(1.874)
(12) (1.886)
Consolidado
Diversas ações cíveis (a)
Honorários advocatícios - ação cível ambiental (b)
Honorários - processos IBAMA e Biodiversidade (c)
Ações cíveis e honorários advocatícios - Nova Flora Participações Ltda.
Risco cível total provisionado
Depósitos judiciais (nota explicativa no10)
2010
5.716
1.512
3.965
2.944
14.137
(1.976)
Adições Reversões
11.193
(9.291)
(64)
(301)
(3)
11.193
(9.659)
-
Atualização
Pagamentos monetária
2011
(146)
250 7.723
87 1.535
152 3.816
971 3.912
(146)
1.460 16.986
(16) (1.992)
(a) A Sociedade e suas controladas, em 31 de dezembro 2011, são partes em 2.491 ações e procedimentos cíveis (1.211 em 31 de dezembro
de 2010), entre os quais 2.382 no âmbito da justiça cível, do juizado especial cível e do Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor
- PROCON, movidos por Consultores(as) Natura, consumidores, fornecedores e ex-colaboradores, sendo a maioria referente a pedidos de
indenização.
(b) Do total provisionado, o montante de R$1.192 refere-se aos honorários advocatícios para defesa dos interesses da Sociedade nos autos da
Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal do Estado do Acre em face da Sociedade e de outras instituições, sob a alegação de
acesso ao conhecimento tradicional associado ao ativo Murumuru. Na opinião dos assessores legais a probabilidade de perda é remota.
(c) Referem-se aos honorários advocatícios para defesa administrativa nos autos de infração lavrados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA contra a Sociedade em 2010 por acessos supostamente irregulares ao patrimônio genético brasileiro
ou ao conhecimento tradicional associado, bem como para a adoção das medidas judiciais consideradas pertinentes pelos assessores legais da
Sociedade. A Sociedade recebeu até dezembro de 2011, 70 multas do IBAMA, no total de R$21.955 e apresentou defesa administrativa para
todas mas ainda não houve decisão de mérito do IBAMA em nenhum caso, razão pela qual tais multas não representam créditos exigíveis. A
Administração da Sociedade e seus assessores legais consideram como remota a possibilidade de perda nos autos de infração relacionados à
suposta ausência de repartição de benefícios e como possível a perda nos autos de infração relacionados ao suposto acesso irregular ao patrimônio
genético em virtude do cumprimento de todos os princípios estabelecidos na Convenção da Diversidade Biológica - CDB, tratado internacional
firmado na Rio-92 e das ilegalidades e inconstitucionalidades do atual marco legal que incorporou a CDB no sistema legal brasileiro. Com exceção
de insumos provenientes de terras da União, que se recusa a negociar, porque não estabeleceu até hoje os Comitês de Negociação. A Sociedade
reparte benefícios em 100% dos acessos no uso da biodiversidade, sendo inclusive a pioneira na repartição de benefícios com comunidades
tradicionais e possuindo aproximadamente 68% das solicitações ao órgão regulador de pedidos de autorização para acesso à biodiversidade.
Riscos trabalhistas
A Sociedade e suas controladas, em 31 de dezembro de 2011, são partes
em 827 reclamações trabalhistas movidas por ex-colaboradores e terceiros
(766 em 31 de dezembro de 2010), cujos pedidos se constituem em
pagamentos de verbas rescisórias, adicionais salariais, horas extras e verbas
devidas em razão da responsabilidade subsidiária. As provisões são revisadas
periodicamente com base na evolução dos processos e no histórico de
perdas das reclamações trabalhistas para refletir a melhor estimativa corrente.
Controladora
Atualização
2010 Adições Reversões monetária 2011
Risco trabalhista total
provisionado
14.131 4.439
(9.241)
425 9.754
Depósitos judiciais
(nota explicativa nº 10) (1.762) (891)
- (2.653)
Consolidado
Atualização
2010 Adições Reversões monetária 2011
Risco trabalhista total
930 14.219
provisionado
16.677 7.708 (11.096)
Depósitos judiciais
(nota explicativa nº 10) (2.410) (1.757)
- (4.167)
Passivos contingentes - risco de perda possível
A Sociedade e suas controladas possuem ações de natureza tributária,
cível e trabalhista que não estão provisionadas, pois envolvem risco de
perda classificado pela Administração e por seus assessores legais como
possível. As contingências passivas estão assim representadas:
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Tributárias:
Ação Declaratória
- ICMS - ST (a)
80.304
53.809
80.304
53.809
Compensação de 1/3 da
COFINS - Lei nº 9.718/98 (b)
5.357
5.121
5.357
5.121
Ação anulatória de débito
fiscal de INSS (c)
4.910
4.567
4.910
4.567
Auto de infração - IPI (d)
5.451
5.178
5.451
5.178
Processo administrativo - auto
de infração - ICMS - ST - DF (e) 8.815
25.077
8.815
25.077
Processo administrativo - auto
de infração - ICMS - ST - PA (e) 3.423
3.423
Processo administrativo - débito
fiscal - ICMS - ST - RS (f)
9.066
15.919
9.066
15.919
Auto de infração lavrado pela
Secretaria da Fazenda do
Rio Grande do Sul (g)
30.184
30.184
Auto de infração - SeFaz de
SP - fiscalização do ICMS (h)
9.837
9.837
Auto de infração - preço de
transferência em contratos
de mútuo com empresa
ligada do exterior (i)
1.856
1.779
1.856
1.779
Outras
36.837
55.870
43.828
54.355
167.320 203.031 175.642
186.203
Cíveis
2.953
3.315
3.076
4.133
Trabalhistas
42.792
61.547
73.856
85.899
232.182 279.963 265.674
231.948
(a) Em 31 de dezembro de 2011, o montante demonstrado apresenta
a seguinte composição:
1. ICMS - ST - PR - R$49.962 (R$46.768 em 31 de dezembro de
2010) - Ação movida pela Sociedade, com o objetivo de discutir as
alterações na base de cálculo do ICMS - ST, de forma ilegal, promovido
pelo Decreto Paranaense nº 7.018/06. O valor discutido na ação,
relativo aos meses de janeiro de 2007 a dezembro de 2011, está sendo
integralmente depositado em juízo, conforme mencionado nas notas
explicativas nº 10 e nº 16(b), estando sua exigibilidade suspensa.
2. ICMS - ST - DF - R$15.401 (R$5.574 em 31 de dezembro de 2010) Ação declaratória movida pela Sociedade, com o objetivo de discutir sua
responsabilidade pelo recolhimento do ICMS - ST, em razão da ausência
de norma legal e de critério para a aferição da base de cálculo desse
imposto ou, sucessivamente, a necessidade de celebração de Termo de
Acordo fixando a base de cálculo do ICMS - ST. O valor discutido na
ação, relativo aos meses de fevereiro de 2009 a dezembro de 2011, está
sendo integralmente depositado em juízo, conforme mencionado nas
notas explicativas nº 10 e nº 16(b), estando sua exigibilidade suspensa.
3. ICMS - ST - MS - R$9.734 (R$1.467 em 31 de dezembro de
2010) - Ação declaratória ajuizada objetivando o reconhecimento
da inexistência de relação jurídica com o Estado do Mato Grosso do
Sul que atribua à Sociedade o dever de recolher o ICMS - ST ante
a ausência de norma legal que lhe atribua a responsabilidade por
substituição tributária e inexistência de critério válido e adequado para
a aferição da base de cálculo desse imposto. O valor discutido na ação,
relativo aos meses de fevereiro de 2010 a dezembro de 2011, está
sendo integralmente depositado em juízo, conforme mencionado nas
notas explicativas nº 10 e nº 16(b), estando sua exigibilidade suspensa.
4. ICMS - ST - MT - R$3.410 em 31 de dezembro de 2011 - Ação
declaratória ajuizada objetivando o reconhecimento da inexistência de
relação jurídica com o Estado do Mato Grosso que atribua à Sociedade
o dever de recolher o ICMS - ST ante a ausência de norma legal que
lhe atribua a responsabilidade por substituição tributária e inexistência
de critério válido e adequado para a aferição da base de cálculo desse
imposto. O valor discutido na ação, relativo aos meses de outubro
de 2009 a julho de 2011, está integralmente depositado em juízo,
conforme mencionado nas notas explicativas nº 10 e nº 16(b), estando
sua exigibilidade suspensa.
5. ICMS - ST - SC - R$1.797 em 31 de dezembro de 2011 - Ação
declaratória ajuizada objetivando o reconhecimento da inexistência
de relação jurídica com o Estado de Santa Catarina que atribua à
Sociedade o dever de recolher o ICMS - ST ante a ausência de norma
legal que lhe atribua a responsabilidade por substituição tributária e
inexistência de critério válido e adequado para a aferição da base de
cálculo desse imposto. O valor discutido na ação, relativo aos meses de
julho e agosto de 2011, está sendo integralmente depositado em juízo,
conforme mencionado nas notas explicativas nº 10 e nº 16(b), estando
sua exigibilidade suspensa.
(b) A Lei nº 9.718/98 aumentou a alíquota da COFINS de 2% para 3%
e permitiu que esse diferencial de 1% fosse compensado, durante 1999,
com a contribuição social a recolher do mesmo ano. A Sociedade e suas
controladas, entretanto, impetraram, em 1999, mandado de segurança
e obtiveram liminar suspendendo a exigibilidade do crédito tributário
(diferença de 1% da alíquota) e autorizando o recolhimento da
COFINS com base na Lei Complementar nº 70/91, vigente até então.
Em dezembro de 2000, tendo em vista precedentes desfavoráveis do
Poder Judiciário, a Sociedade e suas controladas aderiram ao Programa
de Recuperação Fiscal - REFIS, parcelando a dívida referente à COFINS
não recolhida no período. Com o recolhimento do tributo, a Sociedade
e suas controladas passaram a ter direito à compensação de 1% da
COFINS com a contribuição social, que foi feita no primeiro semestre
de 2001. A Receita Federal do Brasil, no entanto, entende que o
prazo para a compensação estava restrito ao ano-base 1999. Em 11
de setembro de 2006, a Sociedade foi notificada do indeferimento
das compensações realizadas e tempestivamente entrou com o
recurso cabível. O processo aguarda julgamento do recurso voluntário
interposto pela Sociedade.
(c) Ação movida pela Sociedade que pretende declarar a inexigibilidade
do crédito fiscal cobrado pelo INSS, através de auto de infração lavrado,
com o objetivo de exigir a contribuição previdenciária sobre a ajuda de
custo para a manutenção de veículos paga às Promotoras de Venda. Os
valores são discutidos na ação anulatória de débito fiscal e encontramse depositados judicialmente. Os valores exigidos no auto de infração
compreendem o período de janeiro de 1994 a outubro de 1999.
(d) Refere-se à execução fiscal visando à exigência de IPI decorrente
de suposta falta de recolhimento e incorreta classificação de produtos
comercializados. A Sociedade apresentou defesa na esfera judicial e
aguarda seu julgamento definitivo.
(e) Auto de infração de cobrança de ICMS - ST, exigido pelo Estado
do Distrito Federal e do Pará, em razão de suposto recolhimento
a menor referente à diferença exigida a título de ICMS - ST. A
Sociedade apresentou defesa na esfera administrativa e aguarda seu
julgamento definitivo.
(f) Auto de infração lavrado pela Secretaria da Fazenda do Rio
Grande do Sul em face da Sociedade, em razão de sua condição de
substituta tributária, para cobrança de ICMS supostamente devido, em
razão da ausência de critério para aferição da base de cálculo correta
desse imposto, relativo às operações subsequentes praticadas pelas
revendedoras autônomas domiciliadas no Estado do Rio Grande do
Sul. A Sociedade propôs ação anulatória para afastar essa exigência, a
qual aguarda seu julgamento definitivo.
(g) Autos de infração lavrados pela Secretaria da Fazenda do Rio
Grande do Sul exigindo crédito tributário referente ao ICMS por
suposta aplicação indevida de redução de base de cálculo concedida
nas operações internas e suposta redução da alíquota interna na
apuração do diferencial de alíquotas. Foram apresentadas defesas
administrativas, as quais aguardam seu julgamento definitivo.
(h) Autuação lavrada pela SeFaz, em razão de suposto creditamento
do ICMS decorrente de aquisição de bens para integração dos
ativos imobilizados transferidos, na data da compra, para outros
estabelecimentos, bem como a bens adquiridos e supostamente não
relacionados diretamente à atividade de produção e comercialização.
A Sociedade apresentou defesa na esfera administrativa, alegando
a possibilidade dos creditamentos efetuados, decadência do crédito
tributário, bem como a ilegalidade da aplicação dos juros no montante
de um décimo por cento ao dia, e aguarda seu julgamento definitivo.
(i) Refere-se a auto de infração lavrado contra a Sociedade no qual a
Receita Federal do Brasil exige IRPJ e CSLL sobre a diferença de juros
em contratos de mútuo com pessoa jurídica vinculada no exterior. Em
12 de julho de 2004, foi apresentada a defesa administrativa, que foi
julgada improcedente. No mês de junho de 2008, a Sociedade apresentou
recurso voluntário em face da decisão desfavorável perante o Conselho
de Contribuintes, o qual está pendente de apreciação pelo órgão julgador.
Ativos contingentes
A Sociedade e suas controladas possuem os seguintes processos
ativos relevantes:
a) A Sociedade e sua controlada Indústria e Comércio de Cosméticos
Natura Ltda. questionam judicialmente a inconstitucionalidade e ilegalidade
da majoração da base de cálculo das contribuições ao PIS e à COFINS
instituídas pelo parágrafo 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98. Os valores
envolvidos nas ações judiciais, atualizados até 31 de dezembro de 2011,
totalizavam R$21.935 (R$20.920 em 31 de dezembro de 2010). Durante
o primeiro trimestre foi proferido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª
Região acórdão favorável à Sociedade por meio dos Embargos de
Declaração opostos pelas empresas, autorizando a compensação desses
créditos tributários: (i) com débitos de quaisquer tributos e contribuições
federais no que se refere à empresa Natura Cosméticos; e (ii) limitado
aos débitos das referidas contribuições no que se refere à Indústria e
Comércio de Cosméticos Natura Ltda. Como consequência, a Sociedade
reconheceu os créditos de PIS e COFINS no montante de R$16.852 na
rubrica “Impostos a recuperar” referente aos recolhimentos indevidos
efetuados nos últimos cinco anos anteriores à data de propositura das
ações, a crédito do resultado do exercício na rubrica “Outras receitas
(despesas) operacionais”.
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 27
A Sociedade e sua controlada apresentaram recurso especial e
extraordinário ao Superior Tribunal de Justiça - STJ e ao STF, a fim de obter
o reconhecimento do direito à compensação dos respectivos tributos
recolhidos indevidamente nos dez anos anteriores à data de propositura
de ambas as ações, bem como, no que se refere à Indústria e Comércio
de Cosméticos Natura Ltda., o direito de compensar esses créditos com
quaisquer tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do
Brasil. A Sociedade já apresentou e aguarda a habilitação dos respectivos
créditos reconhecidos para efetiva compensação destes com débitos
referentes a tributos e contribuições federais.
A Sociedade e suas controladas Indústria e Comércio de Cosméticos
Natura Ltda., Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. e Natura
Logística e Serviços Ltda. pleiteiam a restituição das parcelas do ICMS
e do Imposto Sobre Serviços - ISS incluídas na base de cálculo do
PIS e da COFINS, recolhidas no período de abril de 1999 a março
de 2007. Os valores envolvidos nos pedidos de restituição, atualizados
até 31 de dezembro de 2011, totalizavam R$135.305 (R$120.808 em
31 de dezembro de 2010). A opinião dos assessores legais é que a
probabilidade de perda é possível.
18. OUTRAS PROVISÕES
Controladora
2011
2010
Plano de assistência
médica aposentados
Crédito de carbono (nota
explicativa no 2.11.3)
Outras provisões
Consolidado
2011
2010
19.332
13.123
28.132
19.713
16.486
35.818
12.683
25.806
16.486
191
44.809
12.683
29
32.425
A Sociedade e suas controladas mantêm um plano de assistência médica
pós-emprego para um grupo determinado de ex-colaboradores e seus
respectivos cônjuges, conforme regras por elas estipuladas. Em 31 de
dezembro de 2011, o plano contava com 1.073 e 2.144 colaboradores
na controladora e no consolidado, respectivamente.
Em 31 de dezembro de 2011, a Sociedade e suas controladas
mantinham uma provisão para o passivo atuarial referente a esse
plano no montante de R$19.332 e R$28.132 na controladora e no
consolidado, respectivamente (R$13.123 e R$19.713, respectivamente,
na controladora e no consolidado em 31 de dezembro de 2010).
Durante o exercício os reflexos desse plano no resultado estão
relacionados ao custo do serviço no valor de R$1.192, custo dos juros no
valor de R$2.823 e variações nas premissas atuariais no valor de R$4.499.
O passivo demonstrado foi calculado por atuário independente
considerando as seguintes principais premissas:
Percentual anual (em termos nominais)
2011
Taxa de desconto financeiro
10,5
Crescimento das despesas médicas (reduzindo 0,5% ao ano) 10,5 a 5,5
Inflação de longo prazo
4,5
Tábua de mortalidade geral
RP2000
19. PATRIMÔNIO LÍQUIDO
a) Capital social
Em 31 de dezembro de 2010, o capital da Sociedade era R$418.061.
No primeiro trimestre de 2011 foram subscritas 153.230 ações ordinárias
sem valor nominal ao preço médio de R$24,78, totalizando R$3.797,
passando o capital social da Sociedade em 31 de março de 2011 para
431.034.646 ações nominativas ordinárias subscritas e integralizadas,
totalizando o montante de R$421.858. O capital autorizado passou de
10.428.709 para 10.275.479 ações nominativas ordinárias.
No segundo trimestre de 2011, foram subscritas 200.059 ações
ordinárias sem valor nominal ao preço médio de R$25,51, totalizando
R$5.104, passando o capital social da Sociedade em 30 de junho de 2011
para 431.234.705 ações nominativas ordinárias subscritas e integralizadas,
totalizando o montante de R$426.962. O capital autorizado passou de
10.275.479 para 10.075.420 ações nominativas ordinárias.
No terceiro trimestre de 2011, foram subscritas 4.559 ações ordinárias
sem valor nominal ao preço médio de R$24,71, totalizando R$111,
passando o capital social da Sociedade para 431.239.264 ações
nominativas ordinárias subscritas e integralizadas, totalizando o
montante de R$427.073. O capital autorizado passou de 10.075.420
para 10.070.861 ações nominativas ordinárias.
No quarto trimestre de 2011, não houve alteração no capital social,
portanto o patrimônio líquido demonstrado na data-base 31 de dezembro
de 2011 apresenta a composição de capital social detalhada anteriormente.
b) Política de distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio
Os acionistas terão direito a receber, em cada exercício social, a título
de dividendos, um percentual mínimo obrigatório de 30% sobre o lucro
líquido, considerando, principalmente, os seguintes ajustes:
• Acréscimo das importâncias resultantes da reversão de reservas para
contingências, anteriormente formadas.
• Decréscimo das importâncias destinadas à constituição da reserva
legal e de reservas para contingências.
O Estatuto Social faculta à Sociedade o direito de levantar balanços
semestrais ou intermediários e, com base neles, o Conselho de
Administração poderá aprovar a distribuição de dividendos intermediários.
Em 14 de abril de 2011, foram pagos dividendos no valor total de
R$405.623 (R$0,9414 por ação) e juros sobre o capital próprio
no valor total bruto de R$24.456 (R$0,0567 bruto por ação),
conforme distribuição aprovada pelo Conselho de Administração
em 23 de fevereiro de 2011 e ratificada em Assembleia Geral
Ordinária realizada em 8 de abril de 2011, referente ao lucro líquido
do exercício de 2010, que somados aos R$253.947 de dividendos
e R$35.427 de juros sobre o capital próprio pagos em agosto de
2010 correspondem a uma distribuição de aproximadamente 95%
do lucro líquido auferido no exercício de 2010.
Em 20 de julho de 2011, o Conselho de Administração aprovou, “ad
referendum” da Assembleia Geral Ordinária destinada a apreciar as
demonstrações contábeis do exercício a findar-se em 31 de dezembro
de 2011, a proposta para pagamento de dividendos intermediários e juros
sobre o capital próprio, referentes aos resultados auferidos no primeiro
semestre de 2011, nos montantes de R$295.302 (R$0,68 por ação) e
R$37.507, bruto de Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF (R$0,087
bruto por ação), respectivamente. O montante total dos dividendos
intermediários e dos juros sobre o capital próprio corresponde a 98%
do lucro líquido consolidado registrado no primeiro semestre de 2011.
Adicionalmente, em 15 de fevereiro de 2012, o Conselho de
Administração aprovou “ad referendum” da Assembleia Geral Ordinária,
que será realizada em 13 de abril de 2012, a proposta para pagamento de
dividendos e juros sobre o capital próprio, nos montantes de R$467.261
e R$23.624 (R$20.080, líquidos de IRRF), respectivamente, referentes aos
resultados auferidos no exercício de 2011, que somados aos R$295.302
de dividendos e R$37.506 de juros sobre o capital próprio pagos em
agosto de 2011 correspondem a uma distribuição de aproximadamente
99% do lucro líquido auferido no exercício de 2011.
Os dividendos foram calculados conforme demonstrado a seguir:
Controladora
2011
2010
Lucro líquido do exercício
830.901
744.050
Reserva para incentivos fiscais
- subvenção para investimentos
(3.677)
(5.973)
Base de cálculo para os dividendos mínimos 827.224
738.077
Dividendos mínimos obrigatórios
30%
30%
Dividendo anual mínimo
248.167
221.423
Dividendos propostos
762.563
659.570
Juros sobre o capital próprio
61.130
59.883
IRRF sobre os juros sobre o capital próprio (9.170)
(8.983)
Total de dividendos e juros sobre
o capital próprio, líquidos de IRRF
814.523
710.470
Valor excedente ao dividendo
mínimo obrigatório
566.356
489.047
Dividendos por ação - R$
1,7760
1,5312
Juros sobre o capital próprio
por ação, líquidos - R$
0,1208
0,1182
Remuneração total por ação, líquida - R$
1,8968
1,6494
Conforme mencionado na nota explicativa nº 2.21, a parcela dos
dividendos excedente ao dividendo mínimo obrigatório, declarada
pela Administração após o período contábil a que se referem as
demonstrações contábeis, mas antes da data de autorização para
emissão destas, não deverá ser registrada como passivo nas respectivas
demonstrações contábeis, devendo os efeitos da parcela dos dividendos
complementares ser divulgados em nota explicativa. Portanto, em 31
de dezembro de 2011 e de 2010, as seguintes parcelas referentes ao
valor excedente ao dividendo mínimo obrigatório foram registradas no
patrimônio líquido como “Dividendo adicional proposto”:
Controladora
2011
2010
Dividendos
467.261
405.623
Juros sobre o capital próprio
23.624
24.456
430.079
490.885
c) Ações em tesouraria
A Sociedade adquiriu durante o exercício 3.066.300 de ações
ordinárias, ao preço médio de R$34,06, para atender ao exercício
das opções outorgadas aos administradores e colaboradores da
Sociedade, assim como aos administradores e colaboradores das
controladas diretas ou indiretas. Adicionalmente às aquisições de
ações no exercício, foram utilizadas nos exercícios de opções um
total de R$895 a um custo médio unitário de R$32,92.
Em 31 de dezembro de 2011, a rubrica “Ações em tesouraria” possuía a
seguinte composição:
2011
Preço médio
Quantidade
R$ por ação de ações (em milhares)
R$
Saldo no início do exercício
655
14
21,37
Adquiridas
3.066.300
104.452
34,06
Utilizadas
(45.198)
(1.617)
26,58
Saldo no fim do exercício
3.021.757
102.849
34,04
d) Ágio na emissão de ações
Refere-se ao ágio gerado na emissão das 3.299 ações ordinárias,
decorrente da capitalização das debêntures no montante de
R$100.000, ocorrida em 2 de março de 2004.
e) Reserva legal
Em virtude de o saldo da reserva legal, somado às reservas de capital de
que trata o parágrafo 1º do artigo 182 da Lei nº 6.404/76, ter ultrapassado
30% do capital social, a Sociedade, em conformidade com o estabelecido
no artigo 193 da mesma Lei, decidiu por não constituir a reserva legal
sobre o lucro líquido auferido nos exercícios a partir de 2006.
f) Reserva de retenção de lucros
Em 31 de dezembro de 2011, a reserva de retenção de lucros foi
constituída nos termos do artigo 196 da Lei nº 6.404/76, com o objetivo de
aplicação em futuros investimentos, no montante de R$3.530 (R$23.421
de constituição em 31 de dezembro de 2010). A retenção da reserva
referente ao exercício de 2011 está fundamentada em orçamento de
capital, elaborado pela Administração e aprovado pelo Conselho de
Administração no dia 15 de fevereiro de 2012 e será ratificado na
Assembleia Geral Ordinária que será realizada no dia 13 de abril de 2012.
g) Outros resultados abrangentes
A Sociedade reconhece nesta rubrica o efeito das variações cambiais
sobre os investimentos em controladas no exterior. Esse efeito
acumulado será revertido ao resultado do exercício como ganho ou
perda somente em caso de alienação ou baixa do investimento.
20. INFORMAÇÕES SOBRE SEGMENTOS DE NEGÓCIOS
Os segmentos operacionais são reportados de forma consistente com
os relatórios gerenciais fornecidos ao principal tomador de decisões
operacionais para fins de avaliação de desempenho de cada segmento
e alocação de recursos. Conforme relatórios analisados para tomadas
de decisões da Administração, embora o principal tomador de decisões
analise as informações sobre as receitas em diversos níveis, a principal
segmentação dos negócios da Sociedade é baseada em vendas de
cosméticos por regiões geográficas, as quais incluem a seguinte segregação:
Brasil (“Operação Brasil”), América Latina (“LATAM”) e demais países
(“Outros”). Além disso, a LATAM é analisada em dois grupos: (a) Argentina,
Chile e Peru (“Operações em Consolidação”); e (b) México e Colômbia
(“Operações em Implementação”). Os segmentos possuem características
de negócios semelhantes e cada um oferece produtos similares por meio
da mesma metodologia de acesso aos consumidores.
A receita líquida por região está representada da seguinte forma em 2011:
• Operação Brasil: 91,0%
• Operações em Consolidação: 6,0%
• Operações em Implementação: 2,7%
• Outros: 0,3%
Embora os segmentos internacionais não representem mais que 10%
das informações necessárias para se agregar um segmento, conforme
critérios de agregação descritos na IFRS 8 - Segmentos Operacionais,
a Administração possui fortes indicadores de que seus negócios no
exterior sofrerão aumento significativo em sua representatividade
perante os saldos financeiros consolidados e, dessa forma, optou por
divulgá-los separadamente.
As práticas contábeis de cada segmento são as mesmas descritas na nota
explicativa nº 2, descrição do negócio da Natura e políticas contábeis
significativas. O desempenho dos segmentos da Sociedade foi avaliado
com base nas receitas operacionais líquidas, no lucro líquido do exercício
e no ativo não circulante. Essa base de mensuração exclui os efeitos de
juros, imposto de renda e contribuição social, depreciação e amortização.
Nas tabelas a seguir há informação financeira sumariada relacionada
aos segmentos da Sociedade para 31 de dezembro de 2011 e de
2010. Os valores fornecidos ao Comitê Executivo com relação
ao resultado e ao total de ativos são consistentes com os saldos
registrados nas demonstrações contábeis, bem como com as
políticas contábeis aplicadas.
Brasil
Argentina, Chile e Peru
México, Venezuela e Colômbia
Outros (*)
Consolidado
Receita
líquida
5.089.533
355.058
149.166
17.617
5.591.374
2011
Lucro Depreciação e Resultado
Imposto
líquido
amortização financeiro
de renda
916.148
(102.938)
(73.470) (406.168)
(578)
(4.226)
(2.625)
379
(66.996)
(2.183)
(1.245)
(1.040)
(17.673)
(574)
830.901
(109.921)
(77.340)
406.829
Ativo não
circulante
1.535.676
25.282
11.857
16.938
1.589.753
Ativo
total
3.482.649
187.016
96.070
27.277
3.793.012
Passivo
circulante
1.142.356
90.915
34.730
6.718
1.274.719
Brasil
Argentina, Chile e Peru
México, Venezuela e Colômbia
Outros (*)
Consolidado
Receita
líquida
4.767.741
255.702
98.275
14.994
5.136.712
2010
Lucro Depreciação e Resultado
Imposto
líquido
amortização financeiro
de renda
835.484
(82.692)
(47.918) (374.412)
(19.822)
(3.405)
(842)
(1.027)
(45.992)
(2.104)
(976)
1.319
(25.620)
(647)
744.050
(88.848)
(49.736) (374.120)
Ativo não
circulante
1.305.450
19.489
10.858
16.177
1.351.974
Ativo
total
2.970.381
156.666
69.041
25.783
3.221.871
Passivo
circulante
1.074.101
76.802
33.009
6.738
1.190.650
(*) Inclui operações da França e Corporativo LATAM.
21. RECEITA LÍQUIDA
Controladora
2011
2010
A Sociedade possui apenas uma classe de produtos comercializados
pelos(as) Consultores(as) Natura denominada “Cosméticos”. Dessa
forma, a divulgação da receita por classe de produtos não é aplicável.
A Sociedade possui uma car teira de clientes pulverizada, sem
nenhuma concentração de receita.
A receita de par tes externas informadas ao Comitê Executivo foi
mensurada de maneira condizente com aquela apresentada na
demonstração do resultado.
Receita bruta:
Mercado interno
Mercado externo
Outras vendas
Devoluções e
cancelamentos
Impostos incidentes
sobre as vendas
Receita líquida
Consolidado
2011
2010
6.898.727 6.486.421 6.896.735 6.487.124
- 637.593 471.185
1.437
1.479
6.898.727 6.486.421 7.535.765 6.959.788
(11.514)
(8.682)
(12.212)
(8.682)
(1.038.436) (963.424) (1.932.179) (1.814.394)
5.848.777 5.514.315 5.591.374 5.136.712
22. DESPESAS OPERACIONAIS E CUSTOS
DOS PRODUTOS VENDIDOS
a) Está demonstrada a seguir a abertura por função das despesas
operacionais e dos custos dos produtos vendidos:
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Custo dos produtos
vendidos
2.375.514 2.283.926 1.666.300 1.556.806
Despesas com vendas
1.503.069 1.292.365 1.952.740 1.704.322
Despesas gerais
e administrativas
816.818 837.808 680.731 605.442
Participação dos
colaboradores nos resultados
(nota explicativa nº 23.1)
3.765
18.174
30.168
70.351
Remuneração dos
administradores
(nota explicativa nº 27.2)
9.443
14.417
9.443
14.417
Total
4.708.609 4.446.690 4.339.382 3.951.338
b) Está demonstrada a seguir a abertura por natureza das despesas
operacionais e dos custos dos produtos vendidos:
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Custos variáveis e gastos
indiretos de produtos e
materiais de revenda
2.375.514 2.283.926 1.385.624 1.319.106
Despesas com marketing 955.713 846.913 1.016.101 910.489
Despesas com frete
246.563 223.236 265.148 234.066
Despesas com prestação
de serviços
57.927
65.227 180.332 171.970
Benefícios pagos a colaboradores e administradores
(nota explicativa nº 23)
263.540 261.441 644.983 628.078
Depreciação e amortização 27.565
15.305 109.921
88.848
Remuneração dos
administradores
(nota explicativa nº 27.2)
9.443
14.417
9.443
14.417
Outras despesas
103.275 141.083 727.830 584.364
Prestação de serviços
administrativos (nota
explicativa nº 27.1)
433.192 328.183
Prestação de serviços de
pesquisa e desenvolvimento
(nota explicativa nº 27.1) 235.877 266.959
Total
4.708.609 4.446.690 4.339.382 3.951.338
23. DESPESAS DE BENEFÍCIOS A COLABORADORES
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Salários e bonificações
183.741 177.326 439.684 414.167
Participação dos colaboradores nos resultados
3.765
18.174
30.168
70.351
Plano de pensão de
contribuição definida
(nota explicativa nº 23.1)
2.553
2.167
4.300
2.528
Ganho de executivos
6.359
4.081
13.369
11.288
Impostos e contribuições
sociais
67.122
59.693 157.462 129.744
263.540 261.441 644.983 628.078
23.1. Participação nos resultados
A Sociedade e suas controladas concedem participação nos resultados
a seus colaboradores e administradores, vinculada ao alcance de metas
operacionais e objetivos específicos, estabelecidos e aprovados no início de
cada exercício. Em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, foram registrados, a
título de participação nos resultados, os montantes demonstrados a seguir:
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Colaboradores
3.765
18.174
30.168
70.351
Administradores (*)
6.018
6.018
3.765
24.192
30.168
76.369
(*) Incluídos na rubrica “Remuneração dos administradores”.
23.2. Ganhos baseados em ações
O Conselho de Administração reúne-se anualmente para, dentro
das bases do programa, estabelecer o plano, indicando os diretores e
gerentes que receberão as opções e a quantidade total a ser distribuída.
No formato válido até o ano 2008, os planos possuem prazo de quatro anos
para elegibilidade ao exercício das opções, sendo 50% ao final do terceiro ano
e 50% ao final do quarto ano, havendo ainda um prazo máximo de dois anos
para o exercício das opções após o término do quarto ano de elegibilidade.
Em 2009, o formato do programa foi alterado, sendo o prazo de
elegibilidade ao exercício das opções de 100% ao final do quarto ano,
com a possibilidade de sua antecipação para três anos, mediante a
condição de cancelamento de 50% das opções outorgadas nos planos, e
foi fixado o prazo máximo de quatro anos para o exercício das opções
após o término do quarto ano de elegibilidade.
No âmbito desse novo modelo do programa, foram outorgadas 1.491.780
opções em 23 de março de 2011, pelo preço de exercício de R$42,39.
As variações na quantidade de opções de compra de ações em
circulação e seus correspondentes preços médios ponderados do
exercício estão apresentados a seguir:
2011
2010
Preço médio
Preço médio
de exercício
Opções
de exercício Opções
por ação-R$ (milhares) por ação-R$ (milhares)
Saldo no início
do exercício
28,10
6.839
23,22
5.538
Concedidas
42,39
1.492
34,17
2.176
Canceladas
29,35
(563)
22,80
(268)
Exercidas
25,33
(405)
22,74
(607)
Saldo no fim
7.363
28,10
6.839
do exercício
32,84
Das 7.363 mil opções existentes em 31 de dezembro de 2011 (6.839
mil opções em 31 de dezembro de 2010), 1.214 mil opções (822
mil opções em 31 de dezembro de 2010) são exercíveis. As opções
exercidas em 2011 resultaram na emissão de 405 mil ações (607 mil
ações no exercício findo em 31 de dezembro de 2010) e na utilização
de 45 mil ações do saldo de ações em tesouraria.
A despesa referente ao valor justo das opções concedidas reconhecida
no resultado do exercício findo em 31 de dezembro de 2011, de
acordo com o prazo transcorrido para aquisição do direito ao
exercício das opções, foi de R$6.359 e R$13.369 na controladora e no
consolidado, respectivamente (R$4.081 e R$11.288, respectivamente,
na controladora e no consolidado em 31 de dezembro de 2010).
As opções de compra de ações em circulação no fim do exercício têm
as seguintes datas de vencimento e preços de exercício:
Em 31 de dezembro de 2011
Vida
remanescente
Preço de
Opções contratual Opções
Data da outorga
exercício - R$ existentes (anos) exercíveis
29 de março de 2006
31,97
319.317
0,21
319.317
24 de abril de 2007
30,24
470.274
1,33
470.274
22 de abril de 2008
23,48
848.250
2,34
424.125
22 de abril de 2009
25,61 2.249.793
5,39
19 de março de 2010
37,58 2.004.244
6,31
21 de março de 2011
43,85 1.470.940
7,31
1.213.716
7.362.818
Em 31 de dezembro de 2010
Preço de
Data da outorga
exercício - R$
16 de março de 2005
20,25
29 de março de 2006
30,17
24 de abril de 2007
28,53
22 de abril de 2008
22,16
22 de abril de 2009
24,17
19 de março de 2010
35,46
Vida
remanescente
Opções contratual Opções
existentes (anos) exercíveis
82.981
0,21
82.981
414.120
1,23
414.120
650.333
2,35
325.167
1.128.902
3,36
2.436.105
6,40
2.126.372
7,32
822.268
6.838.813
Em 31 de dezembro de 2011, o preço de mercado era de R$36,26
(R$47,69 em 31 de dezembro de 2010) por ação.
As opções foram mensuradas ao valor justo na data da outorga com base
na norma IFRS 2 - Pagamento Baseado em Ações. A média ponderada
do valor justo das opções em 31 de dezembro de 2011 era de R$32,84.
As opções foram precificadas com base no modelo “Binomial” e os
dados significativos incluídos no modelo para precificação do valor justo
das opções concedidas em 2011 foram:
• Volatilidade de 36% (37% em 31 de dezembro de 2010).
• Rendimento de dividendos de 5,3% (5,3% em 31 de dezembro de 2010).
• Vida esperada da opção correspondente a três e quatro anos.
• Taxa de juros livre de risco anual de 10,9% (10,8% em 31 de
dezembro de 2010).
23.3. Plano de previdência complementar
A Sociedade e suas controladas patrocinam dois planos de benefícios
a colaboradores, sendo um de complementação de benefícios
de aposentadoria, por intermédio de um plano de previdência
complementar administrado pela Brasilprev Seguros e Previdência S.A., e
um de extensão de assistência médica para ex-funcionários aposentados.
O plano de previdência complementar é estabelecido na forma de
“contribuição definida”, criado em 1º de agosto de 2004 e elegível para
todos os colaboradores admitidos a partir daquela data. Nos termos do
regulamento desse plano, o custeio é paritário, de modo que a parcela
da Sociedade equivale a 60% daquela efetuada pelo colaborador de
acordo com uma escala de contribuição embasada em faixas salariais,
que variam de 1% a 5% da remuneração do colaborador aposentado.
Em 31 de dezembro de 2011, não existiam passivos atuariais em
nome da Sociedade e de suas controladas decorrentes do plano de
previdência complementar.
As contribuições realizadas pela Sociedade e por suas controladas
totalizaram R$2.553 na controladora e R$4.300 no consolidado, no
exercício findo em 31 de dezembro de 2011 (R$2.167 na controladora
e R$2.528 no consolidado em 31 de dezembro de 2010), as quais
foram registradas como despesa do exercício.
24. RECEITAS (DESPESAS) FINANCEIRAS
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Receitas financeiras:
Juros com aplicações
financeiras
21.707
13.171
55.463
35.809
Ganhos com variações
monetárias e cambiais (a)
3.218
34
Ganhos com operações
de “swap” e “forward”
40.438
2.403
39.469
3.901
Outras receitas financeiras 24.357
1.941
24.548
13.895
86.502
17.515 122.698
53.639
Despesas financeiras:
Juros com financiamentos (72.487) (39.896) (92.044) (58.457)
Perdas com variações
monetárias e cambiais (a) (36.496)
(3.757) (38.266)
(7.130)
Perdas com operações
de “swap” e “forward”
(26.359)
(9.491) (27.688) (12.218)
Ganhos (perdas) no ajuste
a valor de mercado de derivativos “swap” e “forward” (1.171)
416
(1.040)
142
Outras despesas financeiras (26.735)
(5.509) (40.999) (25.712)
(163.248) (58.237) (200.037) (103.375)
Receitas (despesas)
financeiras
(76.746) (40.722) (77.340) (49.736)
As aberturas a seguir têm o objetivo de explicar melhor os resultados
das operações de proteção cambial contratadas pela Sociedade, bem
como as respectivas contrapartidas registradas no resultado financeiro
demonstrado no quadro anterior:
Consolidado
2011
2010
(a)
Ganhos com variações monetárias e cambiais
3.218
34
Perdas com variações monetárias e cambiais (38.266)
(7.130)
(7.096)
(35.048)
(a) Abertura:
Variações cambiais dos
empréstimos e financiamentos
(32.104)
(2.781)
Variações monetárias dos financiamentos
(55)
34
Variações cambiais das importações
(2.256)
(1.089)
Variações cambiais das contas
a pagar nas controladas no exterior
(3.852)
(1.399)
Variação cambial dos recebíveis
de exportação
3.218
(1.861)
(35.048)
(7.096)
25. OUTRAS RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS, LÍQUIDAS
Controladora
Consolidado
2011
2010
2011
2010
Resultado na venda
de imobilizado
918
106
(1.125)
(9.044)
Créditos tributários
de PIS e COFINS (*)
11.887
16.852
Créditos extemporâneos
de PIS/COFINS
15.461
40.378
Outras receitas (despesas)
operacionais
15.313
350
6.973
(8.424)
Outras receitas (despesas)
456
63.078 (17.468)
operacionais, líquidas
43.579
(*) O saldo demonstrado inclui os créditos tributários reconhecidos de
PIS e COFINS, oriundos de ganho de processo judicial que questionava
a inconstitucionalidade e ilegalidade da majoração da base de cálculo
das contribuições citadas, instituídas pela Lei nº 9.718/98. Vide mais
detalhes na nota explicativa nº 17(a) (ativos contingentes).
26. LUCRO POR AÇÃO
26.1. Básico
O lucro básico por ação é calculado mediante a divisão do lucro atribuível
aos acionistas da Sociedade pela quantidade média ponderada de ações
ordinárias emitidas durante o exercício, excluindo as ações ordinárias
compradas pela Sociedade e mantidas como ações em tesouraria.
2011
2010
Lucro atribuível aos acionistas da Sociedade
830.901
744.050
Média ponderada da quantidade de ações
ordinárias emitidas
431.129.772 430.548.910
Média ponderada das ações em tesouraria
(1.059.330)
(655)
Média ponderada da quantidade de ações
ordinárias em circulação
430.070.442 430.548.255
Lucro básico por ação - R$
1,9320
1,7281
26.2. Diluído
O lucro por ação diluído é calculado ajustando-se a média ponderada
da quantidade de ações ordinárias em circulação supondo a conversão
de todas as ações ordinárias potenciais que provocariam diluição. A
Sociedade tem apenas uma categoria de ações ordinárias potenciais
que provocariam diluição: as opções de compra de ações.
2011
2010
Lucro atribuível aos acionistas da Sociedade
830.901
744.050
Média ponderada da quantidade de ações
ordinárias em circulação
430.070.442 430.548.255
Ajuste por opções de compra de ações
930.348
1.564.844
Quantidade média ponderada de ações
ordinárias para o lucro diluído por ação
431.000.790 432.113.098
Lucro diluído por ação - R$
1,9279
1,7219
27. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS
27.1. Saldos e transações com partes relacionadas
Os saldos a receber e a pagar por transações com partes relacionadas
estão demonstrados a seguir:
Controladora
2011
2010
Ativo circulante:
Natura Inovação e Tecnologia
de Produtos Ltda. (a)
12.531
13.143
Natura Logística e Serviços Ltda. (b)
20.809
12.218
Indústria e Comércio de
Cosméticos Natura Ltda. (c)
4.568
37.908
25.361
Passivo circulante:
Fornecedores:
Indústria e Comércio de Cosméticos
Natura Ltda. (c)
163.146
153.597
Natura Logística e Serviços Ltda. (d)
114.737
47.356
Natura Inovação e Tecnologia
de Produtos Ltda. (e)
15.141
45.636
246.589
293.024
As transações efetuadas com partes relacionadas estão demonstradas a seguir:
Controladora
Venda de produtos Compra de produtos
2011
2010
2011
2010
Indústria e Comércio de
Cosméticos Natura Ltda.
3.155.905 3.006.596
Natura Cosméticos S.A.-Brasil
- 2.972.918 2.837.687
Natura Cosméticos S.A.-Peru
35.382
34.104
Natura Cosméticos S.A.
-Argentina
49.852
42.693
Natura Cosméticos S.A.-Chile
33.211
32.971
Natura Cosméticos S.A.-México
38.715
35.533
Natura Cosméticos Ltda.
-Colômbia
19.989
18.514
Natura Europa SAS-França
5.365
4.672
Natura Inovação e Tecnologia
de Produtos Ltda.
431
388
Natura Logística e
Serviços Ltda.
42
34
3.155.905 3.006.596 3.155.905 3.006.596
28 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
Venda de serviços
2011
2010
Estrutura administrativa: (f)
Natura Logística
e Serviços Ltda.
433.192
Natura Cosméticos S.A. - Brasil
Indústria e Comércio de
Cosméticos Natura Ltda.
Natura Inovação e Tecnologia
de Produtos Ltda.
433.192
Pesquisa e desenvolvimento
de produtos e tecnologias: (g)
Natura Inovação e Tecnologia
de Produtos Ltda.
235.877
Natura Cosméticos S.A. - Brasil
235.877
Pesquisas e testes “in vitro”: (h)
Natura Innovation et Technologie
de Produits SAS - França
2.790
Natura Inovação e Tecnologia
de Produtos Ltda.
2.790
Locação de imóveis
e encargos comuns: (i)
Indústria e Comércio de
Cosméticos Natura Ltda.
7.296
Natura Logística e Serviços Ltda.
Natura Inovação e Tecnologia
de Produtos Ltda.
Natura Cosméticos S.A. - Brasil
7.296
Total da venda ou compra
de produtos e serviços
3.835.060
Contratação
de serviços
2011
2010
438.095
- 323.715 328.183
-
67.694
67.810
- 41.783 42.102
438.095 433.192 438.095
266.959
- 235.877 266.959
266.959 235.877 266.959
3.538
-
-
3.538
2.790
2.790
3.538
3.538
6.728
-
4.227
3.899
6.728
1.699
1.370
7.296
1.567
1.262
6.728
(f) Prestação de serviços logísticos e administrativos em geral.
(g) Prestação de serviços de desenvolvimento de produtos e tecnologias
e pesquisa de mercado.
(h) Prestação de serviços de pesquisas e testes “in vitro”.
(i) Locação de parte do complexo industrial situado no município de
Cajamar - SP e de prédios localizados no município de Itapecerica
da Serra - SP.
Os principais saldos de ativos e passivos em 31 de dezembro de 2011 e de
2010, bem como as transações que influenciaram os resultados do exercício
findos naquelas datas, relativos às operações com partes relacionadas
decorrem de transações entre a Sociedade e suas controladas.
Devido ao modelo das operações mantido pela Sociedade e por suas
controladas, bem como ao formato do canal de distribuição dos produtos,
a qual é efetuada por meio de vendas diretas por Consultores(as)
Natura, parte substancial das vendas da controlada Indústria e Comércio
de Cosméticos Natura Ltda. é realizada para a controladora Natura
Cosméticos S.A. no Brasil e para as suas controladas no exterior.
As vendas para partes não relacionadas totalizaram R$5.341 no
exercício de findo em 31 de dezembro de 2011 (R$5.650 em 31 de
dezembro de 2010).
Sobre os saldos a receber entre as empresas Natura em 31 de dezembro
de 2011 e de 2010 não há provisão registrada para créditos de liquidação
duvidosa, devido à ausência de títulos em atraso com risco de realização.
Conforme detalhes mencionados na nota explicativa nº 14, tem sido
prática entre as empresas Natura conceder entre si avais e garantias
para suportar operações de empréstimos e financiamentos bancários.
27.2. Remuneração do pessoal-chave da Administração
A remuneração total do pessoal-chave da Administração da Sociedade
está assim composta:
2011
Remuneração
Variável
(*) Total
3.721.916 3.835.060 3.721.916
(a) Adiantamentos concedidos para a prestação de serviços de
desenvolvimento de produtos e tecnologias e pesquisa de mercado.
(b) Adiantamentos concedidos para a prestação de serviços de logística
e administrativos em geral.
(c) Valores a pagar pela compra de produtos.
(d) Contas a pagar pela prestação dos serviços descritos no item (f).
(e) Contas a pagar pela prestação dos serviços descritos no item (g).
Fixa
Conselho de
Administração
Diretores estatutários
Diretores
não estatutários
RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES
SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Aos Acionistas, Conselheiros e Administradores da Natura Cosméticos S.A.
Itapecerica da Serra - SP
Examinamos as demonstrações contábeis individuais e consolidadas da Natura Cosméticos
S.A. (“Sociedade”), identificadas como Controladora e Consolidado, respectivamente,
que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2011 e as respectivas
demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e
dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais
práticas contábeis e demais notas explicativas.
3.786
5.657
9.443
-
3.786
5.657
9.443
2010
Remuneração
Variável
(*) Total
Fixa
3.348
5.051
8.399
1.985 5.333
4.033 9.084
6.018 14.417
30.587 2.390 32.977 25.194 14.917 40.111
(*) Refere-se à participação nos resultados registrados no exercício. Os
valores contemplam eventuais complementos e/ou reversões à provisão
efetuada no exercício anterior, em virtude da apuração final das metas
estabelecidas aos conselheiros e diretores, estatutários e não estatutários.
27.3. Ganhos baseados em ações
Os ganhos de executivos da Sociedade estão assim compostos:
2011
2010
Outorga de opções
Outorga de opções
Saldo das opções Preço médio de Saldo das opções Preço médio de
(quantidade) (a) exercício - R$ (b) (quantidade) (a) exercício - R$ (b)
Diretores
estatutários
Diretores não
estatutários
1.700.155
32,84
1.512.569
28,10
3.173.327
32,84
2.961.042
28,10
(a) Refere-se ao saldo das opções maduras (“vested”) e não maduras
(“nonvested”), não exercidas, nas datas dos balanços.
(b) Refere-se ao preço médio ponderado de exercício da opção à
época dos planos de outorga, atualizado pela variação da inflação
apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Ampliado - IPCA, até
as datas dos balanços.
28. COMPROMISSOS ASSUMIDOS
28.1. Contratos de fornecimento de insumos
A controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. possui
compromisso decorrente de contrato de fornecimento de energia
elétrica para suprimento de suas atividades de manufatura, vigente até
2015, devendo ser adquirido o volume mínimo mensal de 3,6 Megawatts,
equivalente a R$363. Em 31 de dezembro de 2011, a controlada estava
adimplente com o compromisso desse contrato.
Os valores estão demonstrados por meio das estimativas de consumo
de energia de acordo com o prazo de vigência do contrato, cujos
preços estão baseados nos volumes, também estimados, resultantes das
operações contínuas da controlada.
Os pagamentos totais mínimos de fornecimento, mensurados a valor
nominal, segundo o contrato, são:
Menos de um ano
Mais de um ano e menos de cinco anos
Mais de cinco anos
A Administração da Sociedade é responsável pela elaboração e adequada apresentação das
demonstrações contábeis individuais de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e
das demonstrações contábeis consolidadas de acordo com as normas internacionais de relatório
financeiro (“IFRSs”), emitidas pelo “International Accounting Standards Board - IASB”, e de
acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, assim como pelos controles internos que
ela determinou como necessários para permitir a elaboração dessas demonstrações contábeis
livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro.
2010
3.899
9.591
2.578
16.068
28.2. Obrigações por arrendamentos operacionais
A Sociedade e suas controladas mantêm compromissos decorrentes
Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência
a respeito dos valores e das divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os
procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos
riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por
fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes
para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis da Sociedade
para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados às circunstâncias, mas não
para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Sociedade.
Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a
razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela Administração, bem como a avaliação da
apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.
Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar
nossa opinião.
Responsabilidade da Administração sobre as demonstrações contábeis
2011
3.983
9.842
13.825
Opinião sobre as demonstrações contábeis individuais
Em nossa opinião, as demonstrações contábeis individuais anteriormente referidas apresentam
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Natura
Cosméticos S.A. em 31 de dezembro de 2011, o desempenho de suas operações e os seus
fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis
adotadas no Brasil.
de contratos de arrendamentos operacionais de imóveis onde estão
localizadas algumas de suas controladas no exterior, bem como a sua
sede administrativa no Brasil, e imóveis onde se localizam as “Casas
Natura” no Brasil e no exterior.
Os contratos têm prazos de arrendamento entre um e dez anos e não
possuem cláusula de opção de compra no respectivo término, porém
permitem renovações tempestivas de acordo com as condições de
mercado em que eles são celebrados, sendo em média de dois anos.
Em 31 de dezembro de 2011, o compromisso assumido com as
contraprestações futuras desses arrendamentos operacionais possuía os
seguintes prazos para pagamento:
Controladora Consolidado
2012
1.217
6.011
2013
1.119
4.940
2014 em diante
2.687
6.618
17.569
5.023
29. COBERTURA DE SEGUROS
A Sociedade e suas controladas adotam uma política de seguros que
considera, principalmente, a concentração de riscos e sua relevância,
contratados por montantes considerados suficientes pela Administração,
levando em consideração a natureza de suas atividades e a orientação de
seus consultores de seguros. A cobertura dos seguros, em valores de 31
de dezembro de 2011, é assim demonstrada:
Importância
Item
Tipo de cobertura
segurada
Complexo industrial/
Quaisquer danos materiais
estoques
a edificações, instalações e
máquinas e equipamentos
916.659
Veículos
Incêndio, roubo e colisão
para 1.337 veículos
52.242
Lucros cessantes
Não realização de lucros
decorrentes de danos
materiais em instalações,
edificações e máquinas e
equipamentos de produção
1.615.685
30. APROVAÇÃO PARA EMISSÃO
DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As presentes demonstrações contábeis individuais e consolidadas
da Sociedade foram aprovadas para publicação pelo Conselho de
Administração em reunião realizada em 15 de fevereiro de 2012.
Ênfase
Conforme descrito na nota explicativa nº 2.1., as demonstrações contábeis individuais foram
elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. No caso da Natura
Cosméticos S.A. essas práticas diferem das IFRSs, aplicáveis às demonstrações contábeis
separadas, somente no que se refere à avaliação dos investimentos em controladas, coligadas e
controladas em conjunto pelo método de equivalência patrimonial, enquanto para fins das IFRSs
seria custo ou valor justo. Nossa opinião não está ressalvada em virtude desse assunto.
Outros assuntos
Demonstrações do valor adicionado
Examinamos, também, as demonstrações individual e consolidada do valor adicionado (“DVA”),
referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2011, preparadas sob a responsabilidade
da Administração da Sociedade, cuja apresentação é requerida pela legislação societária brasileira
para companhias abertas, e como informação suplementar pelas IFRSs que não requerem a
apresentação da DVA. Essas demonstrações foram submetidas aos mesmos procedimentos
de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, estão adequadamente apresentadas,
em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações contábeis tomadas em
conjunto.
Responsabilidade dos auditores independentes
Opinião sobre as demonstrações contábeis consolidadas
São Paulo, 15 de fevereiro de 2012
Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis
com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais
de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que
a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as
demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante.
Em nossa opinião, as demonstrações contábeis consolidadas anteriormente referidas apresentam
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira consolidada
da Natura Cosméticos S.A. em 31 de dezembro de 2011, o desempenho consolidado de suas
operações e os seus fluxos de caixa consolidados para o exercício findo naquela data, de acordo
com as IFRSs emitidas pelo IASB e as práticas contábeis adotadas no Brasil.
Auditores Independentes
CRC nº 2 SP 011609/O-8
COMPOSIÇÃO DO
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
DIRETORIA
ESTATUTÁRIA
ANTONIO LUIZ DA CUNHA SEABRA
Copresidente do Conselho
de Administração
JULIO MOURA NETO
Conselheiro
GUILHERME PEIRÃO LEAL
Copresidente do Conselho
de Administração
LUIZ ERNESTO GEMIGNANI
Conselheiro
PEDRO LUIZ BARREIROS PASSOS
Copresidente do Conselho
de Administração
MARCOS DE BARROS LISBOA
Conselheiro
ALESSANDRO GIUSEPPE CARLUCCI
Diretor-Presidente
JOSÉ VICENTE MARINO
Diretor Comercial
Edimar Facco
Contador
CRC nº 1 SP 138635/O-2
RESPONSÁVEL
TÉCNICO
BRUNO RIGHETTO IFANGER
Gerente de Contabilidade
CRC 1 SP-251905/O-8
LUCILENE SILVA PRADO
Diretora Jurídica
ROBERTO PEDOTE
Diretor Financeiro e de Relações
com Investidores
bem
estar bem
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 29
EMPRESAS
Renato Araujo/ABr
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA
EXPANSÃO
Grupo Bimbo inaugura fábrica em Brasília
com investimento de US$ 29 milhões
EPE vê aumento de 4,5% no consumo
de energia elétrica no Brasil
A Bimbo inaugurou ontem uma fábrica em Brasília, a primeira na região
Centro-Oeste. A nova planta consumiu US$ 29 milhões e produzirá as
linha de pães brancos e de forma, bisnagas Pullman, torradas Nutrella,
entre outros produtos. Com a unidade, a Bimbo passar a somar
oito fábricas no país. “O Brasil é estratégico para o crescimento do
grupo no mundo", disse Daniel Servitje, diretor geral do grupo Bimbo.
O consumo geral de energia elétrica no Brasil deve crescer
aproximadamente 4,5 % em 2012, afirmou o presidente
da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.
Em 2011, o consumo global teve um crescimento menor,
de 3,6% ante 2010. A expansão em 2012 será puxada, pelo
aumento da renda e pela retomada da produção industrial.
Chris Ratcliffe/Bloomberg
Verwaayen, presidente
da Alcatel-Lucent, quer
cortar R$ 1 bi em custos
Tablet faz lucro
da Acer encolher
Concorrência de outros fabricantes provoca
diminuição do mercado de PCs e Notebooks
Clare Jim e Argin Chang
Reuters
Alcatel-Lucent em
busca da retomada
Com o Brasil imune ao plano mundial de corte de custos,
companhia tenta driblar a queda da demanda na Europa
Carolina Pereira
[email protected]
SAINDO DO VERMELHO
O mundo está se tornando mais
“móvel”, com o aumento do
uso de smartphones e tablets, o
que tende a aumentar a demanda por redes que transmitam esses dados, principal negócio da
Alcatel-Lucent. Paralelamente
a isso, a Europa, maior mercado da companhia, vem atravessando uma crise macroeconômica com reflexo em diferentes
setores, inclusive o de telecomunicações. Como equilibrar
estes dois pontos conflitantes e
ainda conseguir reduzir custos
é, hoje, o maior desafio do holandês Ben Verwaayen, presidente mundial da empresa.
Ao mesmo tempo em que comemora os resultados positivos, atingidos pela primeira vez
em 2011, o executivo vem sofrendo as consequências da recessão europeia, que já resultou
na demissão de 336 funcionários da empresa, anunciadas em
fevereiro. O corte faz parte de
um plano de redução de custos
arquitetado por Verwaayen,
2011 foi o primeiro ano
sem prejuízo na Alcatel-Lucent,
em € bilhões
0
1,10
0
-0,524 -0,334
0
0 -3,50
0
-5,22
2007
2008
2009
2010
2011
Fonte: empresa
que deve chegar a ¤ 500 milhões, cerca de R$ 1,1 bilhão. Segundo ele, ainda é possível que
hajam mais demissões.
“É só olhar para os números
da Apple para saber que o mundo está se tornando móvel e digital, o que vai aumentar a demanda por rede. No entanto, a economia precisa se recuperar”,
disse em entrevista exclsuiva
ao BRASIL ECONÔMICO Verwaayen,
que não arrisca uma perpectiva
para este ano.
O que se sabe até agora é que
a queda da demanda das operadoras de telefonia, consequência da crise, fez os números do
quarto trimestre da Alcatel-Lucent despencarem. A receita
caiu 12,5% em relação ao mesmo período de 2010 e o lucro,
embora já fosse negativo no ano
anterior, caiu cerca de 20%.
No início do mês, reportagem publicada pelo The Wall
Street Journal apontava que
1,8 mil, dos 78 mil funcionários da Alcatel-Lucent serão
demitidos. Verwaayen não confirma este número e evita falar
sobre o futuro.
A empresa garante que o Brasil passa longe dos cortes mas
não fornece o número de pessoas
contratadas no país atualmente,
dizendo apenas que de 2010 para
2011 o número se manteve estável. “Nosso plano é analisado de
mercado a mercado e no Brasil o
negócio está crescendo, então é
uma situação diferente de outras
regiões”, avisa Verwaayen. ■
A Acer anunciou lucro líquido
no quarto trimestre abaixo do
esperado, apesar de o resultado
ter representando uma melhora
após dois trimestres consecutivos de prejuízos e a fabricante
taiwanesa ter dito que seus negócios estavam equilibrados.
A companhia tem sido uma
força dominante na indústria
de PCs, principalmente no segmento de notebooks de baixo
custo, mas não acompanhou o
sucesso dos tablets, que diminuíram as vendas de computadores e os lucros.
“A Acer está de volta e o quarto trimestre é o da reviravolta”,
disse o presidente-executivo
J.T. Wang em teleconferência.
A quarta maior vendedora de
PCs do mundo teve lucro líquido de 75 milhões de dólares
taiwaneses ( US$ 2,54 milhões )
no trimestre de outubro a dezembro, abaixo da previsão de
202,24 milhões de dólares taiwaneses de 16 analistas ouvidos pela Thomson Reuters I/B/E/S.
Em comunicado prévio, a fa-
A companhia não
acompanhou o
sucesso dos tablets,
que contribuíram
para diminuir
as vendas de
computadores
e os lucros
bricante tinha arredondado o
número para 100 milhões de dólares taiwaneses. O resultado se
compara ao prejuízo líquido de
1,1 bilhão de dólares taiwaneses
no terceiro trimestre e ao lucro
líquido de 3,9 bilhões de dólares taiwaneses no mesmo trimestre do ano anterior.
A companhia, no entanto, fechou o ano com prejuízo de 6,6
bilhões de dólares taiwaneses,
prejudicada por itens extraordinários. Em 2010 a Acer teve lucro líquido de 15,1 bilhões de
dólares taiwaneses. “Com o resultado do quarto trimestre, estou otimista com o primeiro trimestre e o fechado do ano”,
disse Wang. ■
Fatia de mercado
do iPhone deve cair
Companhia de pesquisa
prevê diminuição de vendas
de smartphones da Apple
A Apple, que se tornou a maior
vendedora de smartphones do
mundo no quarto trimestre, verá a participação de mercado do
seu iPhone cair por alguns trimestres à medida que o ímpeto
de seu modelo 4S perde força,
disse a empresa de pesquisas
Gartner ontem.
A companhia americana viu
as vendas do iPhone mais do
que dobrarem no último trimestre, quando abocanhou
uma fatia de 24% do mercado
de smartphones, ajudada pelo
intervalo de 15 meses antes do
lançamento do 4S.
O Gartner disse que o forte
desempenho da Apple continua-
rá no primeiro trimestre de
2012, à medida que a disponibilidade do mais recente aparelho
se amplia. Mas sem a vantagem
das compras adiadas, as vendas
cairiam ante o trimestre anterior. Em contraste com o explosivo trimestre da Apple, a ex-líder do mercado de smartphones Nokia viu sua participação
do mercado cair para 12 %, ante
30 % há apenas um ano.
O Gartner também disse que
o crescimento do mercado de
celulares desaceleraria neste
ano, com o crescimento de
11%no ano passado para 7%
neste ano, por conta da menor
demanda em meio ao enfraquecimento da economia em algumas regiões, enquanto o avanço
do mercado de smartphones cairia de 58% para 39%. ■
30 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
EMPRESAS
Michael Dalder/Reuters
JUSTIÇA
INTERNET
Sócio do site Megaupload ganha liberdade
condicional na Nova Zelândia
No Brasil, Google facilita ascensão
do Facebook à liderança
O cofundador do Megaupload, Mathias Ortmann, ganhou liberdade
condicional ontem. Ele estava preso desde 19 de janeiro, quando
uma operação da polícia neozelandesa em parceria com o FBI invadiu
a casa do fundador do site, Kim "Dotcom" Schmitz, e cumpriu os
mandatos de prisão. O tribunal neozelandês que concedeu a soltura
provisória de Ortmann impôs 17 condições para que ela fosse realizada.
A popularidade do Facebook no Brasil disparou ao longo dos últimos
12 meses e a companhia deve esse avanço ao seu maior concorrente.
Na documentação que apresentou recentemente para sua Oferta
Pública Inicial (IPO, em inglês), o Facebook informou que seu número
de usuários ativos no Brasil triplicou em 2011, o que o levou a superar
o serviço de rede social Orkut, do Google, e fez dele o líder no país.
HP investe internamente
para retomar confiança
Presidente mundial reafirma investimentos em pesquisa e desenvolvimento
Jonathan Alcorn/Bloomberg
Patrícia Nakamura
INVESTIMENTO EM PESQUISA
E DESENVOLVIMENTO
[email protected]
Quanto tempo vai durar o reinado de Meg Whitman à frente da
HP não se sabe mas, a julgar pela recepção calorosa que a CEO
global da companhia recebeu
ontem no evento que reuniu
mais de três mil parceiros de
vendas da empresa, em Las Vegas, Meg terá vida longa. De blazer marrom, calças pretas e colar de pérolas, a loira de quase
um metro e oitenta centímetros
de altura foi ovacionada como
legítima pop-star.
Entre outras notícias, Meg disse que a HP vai dobrar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. No ano fiscal de
2011, foram nada menos que
US$ 3,3 bilhões gastos na busca
por novas soluções. O montante equivale a 2,6% do faturamento da companhia. “Uma
empresa do nosso porte precisa
investir para manter-se revolucionária e, principalmente,
competitiva” , disse a executiva
de 56 anos e que há apenas cinco meses assumiu a companhia,
após a turbulenta passagem de
Leo Apotheker no cargo.
Por mais de uma vez a executiva disse acreditar no crescimento da companhia por meio
de soluções criadas dentro de
casa, mudando a estratégia de
expansão por meio de aquisições vultosas. “Vamos investir
em empresas inovadoras e jovens”. Em novembro, durante
Meg Whitman:
promessa de
estabilidade
Em US$ bilhões
7,2
6,0*
4,8
2,8
3,0
3,3
2,4
0,0
2009
Fonte: HP
2010
2011
2012
*Previsão
divulgação dos resultados da
empresa, Meg havia dito que a
companhia estará de olho em
aquisições que custem em média US$ 500 milhões, uma fração pequena diante dos US$ 10
bilhões investidos para comprar a empresa de software comercial Autonomy.
Muito sorridente e de fala rápida, Meg Whitman aproveitou
para fazer uma espécie de balanço do seu trabalho frente a HP
depois dos desastrosos anúncios da gestão anterior, de forma a acalmar os ânimos e dissipar de vez os temores do mercado sobre os rumos da empresa.
“Meu trabalho foi tirar a HP do
drama e trazer de volta a estabilidade e a confiança em nossos
produtos”, afirmou. ■
PRODUÇÃO NACIONAL
Brasil será o único na América Latina
a produzir componentes do gen8
A HP vai começar a produzir, em
Campinas, alguns equipamentos
da linha de servidores gen8 ,
lançados nesta semana
em Las Vegas. Os primeiros
equipamentos “made in brazil”
já devem ser entregues ao
primeiros clientes em abril,
de acordo com Denoel Eller,
vice-presidente de servidores,
armazenamento e redes da
subsidiaria brasileira. O Brasil
é o único país da América do Sul
a produzir o equipamento.
Toda a produção de Campinas
será destinada ao mercado local
— aquecido com a proximidade
da Copa do Mundo e dos Jogos
Olímpicos. “São eventos que
vão exigir grande capacidade
de processamento e transmissão
de dados”, afirma Leonardo
Rangel, gerente de canais
e alianças de serviço da HP.
O aumento de demanda por
serviços de comunicação e de
transações bancárias da classe C
também devem puxar para
cima o mercado de servidores
no país, diz o executivo. P.N.
Hackers derrubamcarnaval da Tam eGol
Companhias aéreas tiveram
venda de passagens
interrompidas por ataque virtual
Michele Loureiro
[email protected]
Tam e Gol registraram instabilidade nos sites ontem e tiveram
a venda de passagens interrompida durante todo o dia. A falha teria sido motivada por um
ataque de hackers brasileiros
do grupo Anonymous.
Assim como já fizeram com sites de bancos, Febraban e governo, o grupo de hackers postou
uma espécie de ameaça na noite
de terça-feira (14/2) na rede social Twitter. “Atenção senhores
passageiros: apertem os cintos
porque ao amanhecer daremos
início a mais uma missão!”
As companhias aéreas confirmaram que suas páginas sofreram com instabilidade, mas
não falaram em ataque virtual.
“A Gol informa que passou por
um momento de instabilidade
em seu website, mas o sistema
já está normalizado”, afirmou
a nota da aérea.
“A Tam informa que seu site está apresentando instabilidade,
mas a área de Tecnologia da Informação está tomando as providências necessárias para normalizar
a operação. Recomendamos aos
clientes que tiverem alguma difi-
culdade de acesso, que utilizem
nossos outros canais de atendimento”, disse a nota da Tam.
O grupo de hackers atualizou
o status da operação durante todo dia com mensagens na rede
social. “Estão bailando a 5 horas
e 52 minutos”, dizia uma das
mensagens. “Estamos atacando
os sites da Gol e da Tam, se você
não gostou o problema é seu,
atenciosamente Anonymous”,
avisava em outro post. ■
SEGURANÇA
Hackers
são presos
no Brasil
A Operação Orion, que culminou na prisão de hackers acusados de praticar fraudes bancárias on-line contra clientes do
Banco do Brasil em Cuiabá, Rio
de Janeiro, São Paulo, Bahia e
Ceará, também envolveu três
empresas e a prisão de seus representantes. A Polícia Civil
não informou o nome de todas,
citando, apenas, a Winco, uma
companhia de tecnologia e soluções de segurança da informação representante da AVG no
Brasil. A suposta envolvida garantiu não ter qualquer ligação
com as acusações.
Conforme comunicado da Polícia Civil, sócios-proprietários
da Winco foram presos no Rio.
Além da detenção preventiva, a
polícia também realizou buscas em dois endereços e apreenderam mais de dez hard disks,
computadores, CDs, disquetes
entre outros documentos.
A polícia explicou que, para
obter os acessos bancários de
clientes, os comandos eram
executados a partir de um servidor de subdomínio, este, por
sua vez, contido dentro do domínio da Winco.
A empresa, em comunicado,
explicou “que oferece soluções
de segurança de informação,
dentre eles o DDNS, termo técnico usado para manter a atualização em tempo real da internet Domain Name System
(DNS). O DDNS é um serviço
bastante usado, existindo dezenas de empresas que fazem este processo no mundo”. A assessoria de imprensa da Winco
afirmou que o caso já está sendo esclarecido e que seus representantes já prestaram depoimento para a polícia.
Entenda o caso
No total, dez pessoas foram presas na Operação Orion, comandada pela Polícia Civil do Mato
Grosso, acusadas de fraudes
contra correntistas do Banco do
Brasil. A ordem inicial era para
deter nove suspeitos, mas durante a execução outra pessoa
foi presa em flagrante. De acordo com comunicado do órgão,
foram 13 ordens de busca e
apreensão em cinco Estados.Pelas informações, os crimes foram praticados por meio do internet banking e afetaram clientes de cinco regiões. ■ ITweb
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 31
Balanços Patrimoniais Consolidados levantados em 31 de dezembro de 2011 e de 2010
(Em milhares de reais - R$)
2011
Circulante e Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
Disponibilidades
Aplicações interfinanceiras de liquidez
Títulos e valores mobiliários e
instrumentos financeiros derivativos
Relações interfinanceiras
Operações de crédito
Outros créditos
Outros valores e bens
Permanente
Investimentos
Imobilizado de uso
Intangível
Total do ativo
(Em milhares de reais - R$)
PASSIVO
ATIVO
12.093.154
26.795
2.107.405
8.928.266
11.285
1.598.368
741.498
124.737
7.141.764
1.795.678
155.277
11.561
581
10.959
21
1.126.389
87.340
5.157.305
854.151
93.428
10.244
590
9.616
38
12.104.715
2011
2010
10.137.455
4.542.008
1.269.531
1.492.557
583
17.678
1.826.634
42.899
22.207
923.358
14.200
633
1.952.427
7.153.730
3.193.864
1.134.528
667.508
7.863
1.379.711
87.037
19.531
663.688
6.361
599
1.777.820
1.359.143
1.313
599.605
(1.840)
(5.794)
12.104.715
1.359.143
1.441
424.780
356
(7.900)
8.938.510
2010
8.938.510
Circulante e Não Circulante
Exigível a Longo Prazo
Depósitos
Captações no mercado aberto
Recursos de aceites e emissões de títulos
Relações interfinanceiras
Relações interdependências
Obrigações por empréstimos e repasses
Instrumentos financeiros derivativos
Provisões técnicas de seguros
Outras obrigações
Resultados de exercícios futuros
Participação dos minoritários
Patrimônio líquido
Capital
De domiciliados no país
Reservas de reavaliação
Reservas de lucros
Ajustes de avaliação patrimonial
Ações em tesouraria
Total do passivo
Demonstrações do Resultado Consolidado para
os exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e de 2010
A íntegra das Demonstrações Financeiras auditadas pela Deloitte Touche Tohmatsu, sem ressalvas,
encontra-se publicada no Jornal Valor Econômico e Diário Oficial do Estado de São Paulo, edição de 15 de Fevereiro de 2012.
Para mais informações sobre o desempenho do Banco Daycoval, acesse o endereço www.daycoval.com.br/ri - Relações com Investidores.
2011
1.923.903
(1.299.488)
624.415
2010
1.260.160
(708.558)
551.602
Outras receitas / despesas operacionais
Resultado operacional
(156.646)
467.769
(127.406)
424.196
Resultado não operacional
Resultado antes da tributação sobre o lucro
(7.198)
460.571
(9.756)
414.440
Imposto de renda e contribuição social
Participações no resultado
Participação de minoritários
(122.088)
(33.375)
(48)
(110.151)
(29.555)
(39)
Lucro líquido do exercício
305.060
274.695
215.704.049
215.478.453
1,41
1,27
Receitas da intermediação financeira
Despesas da intermediação financeira
Resultado bruto da intermediação financeira
Quantidade de ações
Lucro líquido por ação - em R$
A ADMINISTRAÇÃO
JOSÉ ROBERTO MAYER - TCCRC 1SP097138/O-1
32 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
EMPRESAS
Divulgação
INTERNET
AVIAÇÃO
Buenos Aires é a capital do
cibercrime, segundo pesquisa
Azul Linhas Aéreas inicia operações
em Ipatinga, Minas Gerais
A Norton e a Sperling's BestPlaces se uniram para descobrir as
10 cidades da América Latina que possuem o maior número de fatores
de risco do cibercrime. A cidade de Buenos Aires (Argentina) ganhou o
1 º lugar com a pontuação mais alta das regiões em relação aos dados
de crimes cibernéticos, o uso da internet e das redes sociais. São Paulo
e Rio de Janeiro ocupam o quarto e o quinto lugar, respectivamente.
Começaram ontem os voos da Azul linhas Aéreas que ligarão o Vale
do Aço à capital mineira. A companhia operará três frequências diárias
de voo entre Ipatinga e Belo Horizonte-Confins. Este é o quarto destino
operado pela Azul no estado que, juntamente com a capital, oferece
também voos para Uberaba e Juiz de Fora. Montes Claros será o quinto
destino mineiro atendido pela companhia com voos a partir de março.
Divulgação
Weg reforça plano
de ataque mirando
receita de R$ 20 bi
Laurence Beltrão
Gomes, diretor de
Finanças da Weg:
aquisições
podem acontecer
fora do país
Fabricante brasileira de equipamentos vai investir pesado
em aquisições para quadruplicar receita em oito anos
Michele Loureiro
[email protected]
COMPRAR PARA CRESCER
A estratégia de comprar para
crescer vai reger a Weg neste
ano. A fabricante brasileira de
equipamentos pesados vai dar
continuidade ao projeto de aquisições, iniciado no ano passado,
e promete esquentar o negócio
com a compra de mais empresas para ampliar o portfólio. Dinheiro para financiar o plano parece não ser problema: além
dos R$ 293,7 milhões anunciados para modernização de fábricas em 2012, há um caixa de volume não revelado destinado especialmente para aquisições.
Laurence Beltrão Gomes, diretor de Finanças da Weg, afirma que não está preocupado
com a geografia das novas empresas. “Temos alguns estudos
em andamento e não estamos
priorizando as empresas por região. Pode ser tanto no Brasil,
como fora dele”, disse.
No ano passado a Weg comprou três empresas e firmou
Operações realizadas pela Weg,
em 2011
AQUISIÇÕES
Pulverlux (Argentina)
Electric Machine (EUA)
Watt Drive (Áustria)
JOINT VENTURES
M Torres (Espanha)
Cestari (Brasil)
PREVISÃO DE INVESTIMENTO PARA 2012
R$ 293,7 milhões
Fonte: empresa
joint venture com outras duas.
Apenas uma das companhias
era brasileira, a Cestari. O processo para este ano deve ser ainda mais agressivo, diz Gomes.
“Estamos realmente focados em
ampliar o portfólio”, diz.
Investimentos
Além dos gastos previstos para
a aquisição de novas companhias, a Weg vai investir na ampliação e modernização de suas
sete unidades fabris localizadas
no Brasil. “A maior parte do total de R$ 293,7 milhões fica no
país”, define o executivo.
Segundo informações da empresa, além dos investimentos
nas fábricas, em 2012 haverá R$
328,4 milhões de investimentos
em capital de giro. Somando
imobilizado e capital de giro, a
empresa prevê R$ 622,1 milhões em investimentos totais.
Apesar do reforço para o crescimento em solo nacional, a
Weg admite que os negócios globais também tem muita relevância. Em 2011, 41% da receita lí-
quida da companhia veio de outros países. “É uma parcela expressiva que deve ser incrementada nos próximos anos”, disse
o executivo, evitando falar no
prazo previsto de quando a receita fora do Brasil responderá
por metade dos negócios.
A fábrica de motores de alta
tensão na Índia, inaugurada
em fevereiro de 2011, vai colaborar para o aumento da participação internacional.
Dois dígitos
A Weg registrou crescimento
de 18,2% na receita líquida em
2012, somando R$ 5,2 bilhões.
“Retomamos o crescimento de
dois dígitos, já que em 2010 crescemos 5%. A previsão é que este volume alcance os R$ 20 bilhões em 2020”, diz Gomes.
A Weg encerrou 2011 com lucro de R$ 586,9 milhões, um
crescimento de 13% sobre os
R$ 519,8 milhões de 2010. ■
Lucro da Peugeot Citroën desacelera 48% em 2011
Companhia anuncia política de
redução de custos e venda de
ativos para tentar conter crise
Philippe Varin, presidente mundial do Grupo PSA Peugeot Citroën definiu os resultados da
companhia em 2011 como “bastante decepcionantes”. Isso porque a empresa registrou uma
queda de 48% no lucro do ano
passado, caindo de ¤1,1 bilhão
em 2010 para ¤ 588 milhões.
Segundo o executivo, o resultado abaixo da expectativa foi
prejudicado pelo agravamento
da crise na zona do euro.
Para tentar conter uma sequência de resultados ruins,
Varin afirmou que a empresa
está “implantando um programa intenso de economia”. Segundo ele, as medidas de corte
de ¤ 800 milhões anunciadas
em outubro passado serão reforçadas para alcançar ¤ 1 bilhão neste ano.
No mês passado o executivo
anunciou que a montadora estava deixando a corrida de resistência “Le Mans 24 Hours” como forma de colocar as contas
em dia.
Além disso, o executivo afirmou que quer levantar ¤ 1,5 bilhão em vendas de ativos, incluindo uma grande participação na transportadora Gefco.
Michael Moore
Philippe Varin,
presidente
mundial do
Grupo PSA
Peugeot Citroën:
plano de
economia de
¤ 1 bilhão para
conter crise
Varin também deixou a construção de uma fábrica na Índia
em suspenso e afirmou que a
Peugeot pode abrir o investimento planejado para um sócio,
em entrevista ao jornal francês
Le Monde.
Previsões
De acordo Varin, a expectativa é
de que 2012 seja um ano marcado por condições de mercado
ainda difíceis na Europa, embora a empresa mantenha sua estratégia de globalização.
Por conta disso, a companhia
espera que haja uma retração de
5% nos mercados automotivos
na Europa e 10% na França. Fo-
ra da Europa, o grupo projeta
um crescimento aproximado de
7% na China, 6% na América Latina e 5% na Rússia.
“Em 2012, o Grupo tem como
objetivo a redução substancial
da dívida, graças à contribuição
do plano de gestão da liquidez e
de cessão de ativos e ao lançamento de novos modelos”, afirma o presidente em nota.
Varin disse que está otimista
com novos produtos neste ano.
“Este ano será marcado pelos
lançamentos do Peugeot 208 e
do Citroën DS5, além da chegada ao mercado de quatro produtos híbridos a diesel em estreia
mundial”, afirmou. ■ M.L.
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 33
34 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
EMPRESAS
Chris Ratcliffe/Bloomberg
VAREJO
COMÉRCIO VIRTUAL
Material de construção registra alta de 2,5%
nas vendas nacionais do mês de janeiro
Vendas pela internet crescem 17%
na região metropolitana de São Paulo
As vendas de material de construção se mantiveram estáveis em
janeiro na comparação com dezembro, segundo dados divulgados
pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção
(Anamaco). Já na comparação com janeiro de 2011, o desempenho foi
2,5% superior. “No Nordeste, mais de um terço dos lojistas tiveram
queda no volume de vendas”, diz Cláudio Conz, presidente da Anamaco.
Levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP),
mostra que as vendas do comércio eletrônico na região
metropolitana de São Paulo registraram aumento de 17% no ano
passado, totalizando R$ 3 bilhões. Já o comércio varejista tradicional
contabilizou R$ 151,4 bilhões, alta de 3,1% em relação a 2010.
Karime Xavier/Folhapress
Granado expande
atuação de Phebo
com loja conceito
Empresa fatura R$ 200 milhões em 2011 e investe no
lançamento de uma nova linha denominada Mediterrâneo
Divulgação
Annie Morrissey:
vice-presidente
de marketing da
Atlantica Hotels
Érica Ribeiro
[email protected]
A Granado, formada pelas marcas Granado e Phebo depois das
lojas próprias e das vendas de
alguns itens em supermercados, abre em 6 de março a sua
primeira loja-conceito, ocupando um dos andares da conhecida multimarcas carioca Dona
Coisa, de Roberta Damasceno.
Vai ser a primeira experiência
da empresa em seu processo de
evolução da marca Phebo na
área de perfumaria. Além das
parcerias ja feitas entre Phebo
com os estilistas Isabela Capeto
e Amir Slama, a empresa acaba
de investir no lançamento de
mais uma linha, a Mediterrâneo, que será a primeira a ser
apresentada no novo formato
de loja da Granado.
“A linha Mediterrâneo tem como proposta destacar os sentidos e levar o consumidor a uma
viagem imaginária rumo às regiões banhadas pelo Mediterrâneo”, destaca a Diretora de Marketing da Phebo, Sissi Freeman.
“As novas fragrâncias transmitem sensações de frescor, leveza
e ousadia”, completa ela, que está à frente de todo o processo de
crescimento e modernização da
empresa, hoje com 11 lojas próprias, além da loja virtual. Com
faturamento anual de R$ 200 milhões , 15% acima do registrado
no ano anterior, tem uma produção que ultrapassa quatro milhões de unidades de suas linhas de produtos.
Sissi Freeman,
da Phebo: viagem
imaginária e
banhos no
Mediterrâneo
Atlantica Hotels
quer internautas
Rede hoteleira, que tem como
foco mercado corporativo,
aposta no Facebook para
vender diárias de seus hotéis
para o viajante individual
Nova linha de
produtos conta
com ilustrações da
designer francesa
Anne-Marie Helies
Novo visual
É uma nova fase também de investimentos em design.As ilustrações para a nova linha de
produtos foram desenvolvidas
pela designer francesa AnneMarie Helies, responsável também pelos desenhos da linha
Águas de Phebo e do site da
marca. Sua referência foram os
azulejos pintados à mão, tradicionais da região e vistos como
importante suporte para a expressão artística. As cores vivas e atraentes, características
dos azulejos e dos produtos
Phebo (o azul, o violeta, o verde, o vermelho e o laranja), remetem à intensidade de cada
uma das novas fragrâncias e estampam as embalagens.
A Granado foi fundada em
1870, pelo português José Antônio Coxito Granado. O estabelecimento ficava na rua Direita,
14/16, no Centro da cidade do
Rio de Janeiro, uma das mais
movimentadas da época. Hoje,
esta rua chama-se Primeiro de
Março, e a Granado lá permanece com suas portas abertas.
Cristopher Freeman comprou a marca em 1994 e em
2004, foi a vez da Phebo. Sissi,
sua filha e herdeira do grupo,
chegou em meados dos anos
2000, aos 25 anos e com experiência de quem viveu fora do
Brasil, para cuidar do Marketing e modernizar a companhia
genuinamente brasileira e com
muita história para contar. Tudo isso sem perder o estilo vintage que é a marca registrada da
empresa e que hoje é o diferencial para novos negócios. ■
Depois de conquistar sete mil seguidores no Facebook, a Atlantica Hotels International decidiu
que estes internautas que “curtem” a marca merecem ganhar
destaque. A empresa lança hoje
seu canal de vendas pelo Facebook. Hoje, 70% a 75% das reservas da empresas vem de
agências e operadoras de viagens. “Mas temos muitos clientes que gostam de fazer reserva
sozinhos, sem intermediários”,
afirma Annie Morrissey, vicepresidente de marketing e vendas da Atlantica Hotels.
Atualmente, os hotéis já divulgam promoções para os
clientes que frequentam a página da empresa na rede social.
Mas a ideia é oferecer descontos
exclusivos, especialmente para
diárias de final de semana.
A iniciativa é bem vinda, especialmente por conta do peso
do aumento das diárias nas redes hoteleiras. No ano passado,
a Atlantica teve um aumento na
diária média de 15,52% e uma
ocupação 3,51% acima da média de 2010. “A ocupação ficou
em média de 66%, mas sabemos do peso da demanda na valorizando das diárias”, conta.
As receitas brutas totais somaram R$ 658,2 milhões com alta
A empresa abriu
cinco hotéis em 2011,
a maioria em cidades
do interior, e tem
cerca de R$ 1 bilhão
em ativos para
adminsitrar até 2015
de 27,59% sobre 2010. No mesmo período o RevPar (receita
por apartamento) avançou
17,94%. “Foi um ano de muito
trabalho para trazer resultado
aos investidores”, afirma.
Projetos
A Atlantica abriu cinco hotéis
em 2011, a maioria em cidades
do interior, e também fez duas
conversões de hotéis em São
Paulo. Também foram assinados 18 novos contratos, para
projetos que serão desenvolvidos nos próximos dois, três
anos. “Vamos entrar em 16 novas cidades, especialmente as
que estão tendo seus negócios
avalancados pela exploração do
pré-sal”, diz Annie.
A empresa anunciou que estão em sua carteira de negócios
R$ 1 bilhão em ativos para administração até 2015. ■
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 35
CRIATIVIDADE & MÍDIA
R$ 1
milhão
Editora: Eliane Sobral [email protected]
No ringue: Lacta versus Nestlé
Cannes Lions anuncia
mais três jurados
O Cannes Lions Festival
Internacional de Criatividade
divulgou mais três nomes
brasileiros entre os jurados.
João Ciaco, Dulcídio Caldeira
e Léo Xavier juntam-se aos
11 selecionados anteriormente,
e representarão o país
em 14 das 15 categorias.
Murillo Constantino
Françoise Terzian
Mariana, da Kraft,
incremento de 70% na
verba de marketing
[email protected]
Com exceção de um ou outro
paladar avesso ao açúcar, todo mundo adora comer chocolate. Vender bombons, tabletes e ovos, contudo, não é tão
doce quanto parece e a Lacta,
marca da Kraft que está completando 100 anos, e a Nestlé
sabem bem disso. Nesta Páscoa, celebrada em 8 de abril,
as duas marcas partirão literalmente para o ringue de chocolate para abocanhar participação de mercado.
O golpe, pelo menos para os
amantes do doce criado a partir
do cacau, é baixo. De um lado
do ringue está o Ovo Kit Kat e o
o Ovo Suflair de Colher, da Nestlé. De outro surge o Ovo Lacta
100 anos, um 3 em 1 que reúne
cinco sabores históricos como
Sonho de Valsa e Diamante Negro. Isso sem falar na invenção
dos Ovinhos Halls, da Kraft.
Líder na venda de ovos de
chocolate com 37% de participação em volume segundo a
Nielsen, a Lacta vai distribuir 27
milhões de ovos neste ano, dois
milhões a mais que em 2011.
“Estamos investindo 70% a
é o valor injetado pela Dabster
Comunicação para reposicioná-la
no mercado. O montante será
destinado ao novo formato em
comunicação visual, ampliação
do quado de funcionários e
reformas na estrutura da sede.
A Dabster completa 10 anos
de atuação e projeto 30% de
crescimento com a estratégia.
COM A PALAVRA...
...OSWALDO NARDINELLI
Diretor-geral da Arcor, fabricante
argentina de balas e chocolates
Murillo Constantino
Loducca leva conta
da japonesa Yamaha
mais em marketing nesta Páscoa que na anterior”, garante
Mariana Perota, gerente de marketing de Páscoa da Kraft.
Já a Nestlé, que é vice-líder
de Páscoa com 23% de participação, vai produzir 17 milhões de
ovos, 5% a mais que em 2011.
“Vamos ganhar participação
neste ano em pelo menos meio
ponto percentual e o Justin Bieber vai nos ajudar nisso”, brinca Ricardo Bassani, gerente de
chocolates da Nestlé, que colocou o astro juvenil no ovo.
A Loducca acaba de conquistar
a conta da Yamaha, fabricante
japonesa de motos que está no
Brasil há 42 anos e é vice-líder
no segmento. A agência
bateu as concorrentes Dentsu,
Lew’Lara/TBWA, Negoama/BBH,
Salles Chemistri e Z+.
A marca era atendida pela FAM.
O chocolate vem acompanhado de uma foto autografada pelo cantor, além de um código
para os fãs baixarem uma música pela internet.
Esta estratégia deve fazer sucesso no que depender da previsão
de Roberto Nascimento de Oliveira, professor do núcleo de estudos
do varejo da ESPM. “O grande diferencial para qualquer marca não
é mais externo, mas interno. O
chocolate precisa vir com conteúdo, o que significa bons brindes”,
garante. Haja criatividade! ■
Coca-Cola faz ação
reciclável no Carnaval
Tudo reciclado e reciclável
de novo no painel externo da
Coca-Cola Brasil. Desenvolvida
pela DPZ, a arte é feita de
10 quilos de latas recicladas que
ganharam efeito de purpurina.
Depois do baticum, a tela
será transformada em bolsas.
PARA LEMBRAR
NO MUNDO DIGITAL
Tudo anda bem com Bardahl
Capricho vai investir em
aplicativos para celular
Não adianta só transportar o conteúdo para
o celular. A dica é desenvolver novos produtos
para o formato. A revista Capricho divulgou
que este ano pretende ampliar sua linha
de aplicativos para “smartphones”. A marca
voltada para o público jovem coleciona bons
resultados dentro do segmento. Somente
o site contabiliza 75 milhões de acessos.
Outra ação que costuma se mostrar desafiadora
tanto para anunciantes quanto para agências
é o uso do SMS. O serviço da publicação
conta com quase 300 mil assinantes.
VAIVÉM
●
Marcelo Pereira
Dick Tracy deve ter disparados alguns tiros
a esmo por conta do detetive Bardahl.
Ele e sua Turminha Brava foram criados nos Estados
Unidos pela agência Miller, Mackay, Hoeck e Hartung
para a Bardahl gringa. Por aqui, as estrelas dos
comerciais da fabricante de óleos e aditivos ganharam
nomes que explicavam os problemas que poderiam
atrapalhar a máquina. A Alcântara Machado
rebatizou-os de Antônio Sujo, Zé dos Anéis Presos,
Carvãozinho e Chico Válvula Presa. A Denison
assumiu a conta e inseriu as curvas de Clarimunda.
ISABELLA MULHOLLAND
Diretora de planejamento da JWT
Brasil renovou a
➤ AsuaJWT
área de planejamento.
Isabella Muholand é a nova
diretora do setor. Antes de
flertar com a JWT, Isabella
atuava na mesma função
na Loducca, onde atendia contas
de empresas como Nextel,
Peugeot, GVT, Leroy Merlin
e Red Bull. Ela acumula ainda
passagens pela Souza Cruz
como “brand manager”
para as marcas Lucky Strike,
Hollywood e Camel, e pelas
agências Y&R, Fischer
América e Neogama/BBH.
Como anda o apetite da Arcor
para a Páscoa de 2012?
Grande. Vamos produzir seis
milhões de ovos de chocolate
neste ano, um incremento
de 20% em relação ao volume
fabricado no ano passado.
Qual a grande aposta da
marca para atrair as crianças
e combater concorrentes
de peso como Lacta e Nestlé?
A Páscoa representa por volta
de 20% do nosso faturamento
anual de chocolates. Portanto,
vamos investir 30% a mais em
marketing e licenciamento. Uma
de nossas grandes apostas é o
programa infantil Patati Patatá,
do SBT, que atinge as crianças de
até nove anos. No ano passado,
fechamos com a dupla e 20 dias
antes da Páscoa todos os ovos
haviam se esgotado, sucesso que
pretendemos repetir neste ano.
Estima-se que 80% dos
ovos vendidos durante
a Páscoa são direcionados
ao público infantil.
Quais outras ações vão
conduzir para ampliar as
vendas a este consumidor?
Tortuguita é uma marca forte
da Arcor e uma das referências
entre o público infantil. Neste
ano, estamos inovando com
brindes como um amplificador
de voz que acompanha
um dos ovos Tortuguita.
E qual será a estratégia
para atingir o público
jovem e adulto?
Vamos trabalhar com o ator
e apresentador Rodrigo Faro,
da Rede Record, que promoverá
a "Estação Páscoa Arcor"
para a campanha de 2012.
Como fica o reajuste de
preços para esta Páscoa?
Vai depender do produto, mas
o aumento ficará entre 6% e
9%, pois nossos contratos para
compra de commodities tipo
açúcar e cacau foram fechados
em maio, mês em que se registrou
um salto nos preços. F.T.
36 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
INOVAÇÃO & SUSTENTABILIDADE
SEXTA-FEIRA
SEGUNDA-FEIRA
TECNOLOGIA
ECONOMIA CRIATIVA
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
Pressão para cortar carbono
cresce e envolve fornecedores
Investidores exigem redução de emissões de empresas que fazem o mesmo com sua cadeia de suprimentos
Divulgação
Martha San Juan França
[email protected]
Estimulados por empresas do
porte da Vale, Fibria, Walmart,
que participam do mercado globalizado, centenas de fornecedores brasileiros — grandes e
pequenos — começam a se movimentar para responder ao
questionário do Carbon Disclosure Project (CDP) Supply
Chain. O objetivo é aderir ao
compromisso internacional de
inventariar e divulgar suas
emissões de carbono e, a partir
daí, empreender ações de redução. Da parte das grandes corporações, a iniciativa visa diminuir a pegada de carbono, o
que só é possível pressionando
pela rastreabilidade da cadeia
de suprimentos.
No Brasil, a resposta aos questionários ainda é incipiente e
muito nova. Em 2008, o Bradesco, um dos pioneiros a incentivar a medida, começou a realizar um evento anual abordando
o tema e a importância da gestão das emissões, com a participação de especialistas na área, e
passou a responder o questionário no ano seguinte. “Hoje,
além do Bradesco, Fibria, Suzano, Vale, AES Eletropaulo e Sabesp, entre outras, já fazem esse trabalho de conscientização”, diz Juliana Campos Lopes, gerente regional para a
América Latina do CDP. Ela conta que a proposta está em processo de amadurecimento, mas
já apresenta resultados.
“De um ano para outro houve
uma nítida evolução da parte
das próprias empresas”, afirma. Segundo Juliana, questões
como busca de eficiência e alternativas sustentáveis, degradação da água e do ar, que antes
eram preocupações apenas da
área de sustentabilidade, passaram a fazer parte do dia a dia
das equipes de compras.
O relatório do CDP Supply
Fibria: pioneira no setor
florestal a disponibilizar
questionário de emissões
para fornecedores
Chain de 2011, desenvolvido
com a ajuda da Accenture, comprova essa mudança. Em relação às empresas que têm estratégias para combater as mudanças climáticas, por exemplo,
90% incluíram essas orientações em seus contratos no último ano, ante 79% que fizeram
isso em 2010.
Já 67% das companhias consultadas afirmaram que incorporaram a gestão de carbono em
suas políticas. Outros dados
apontam que 50% das companhias têm ou estão desenvolvendo obrigações contratuais para
fornecedores que incluem infor-
mações sobre a gestão de emissões de carbono. Mas ainda falta
muito a ser feito.
Processo longo
O CDP, criado em 2003, é o
maior registro voluntário de informações sobre políticas e estratégias de empresas em matéria de controle de emissões de
gases do efeito estufa. Financiado pelo Carbon Trust do governo britânico e por um grupo de
entidades filantrópicas, liderado pela Fundação Rockfeller,
reúne 534 investidores globais, contando com a participação dos maiores bancos, segu-
MEDIDAS PARA REDUZIR EMISSÕES DE CARBONO
100
80
74%
79%
90%
POLÍTICAS DE INCENTIVO AOS
FORNECEDORES
100
100
63%
26%
40
41%
0
2009
2010
2011
Fonte: Pesquisa Accenture/CDP Supply Chain
2009
2010
2011
RECONHECIMENTO
FGV adere à proposta
e cria programa
62%
20
0
COOPERAÇÃO
1
FORMAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS PARA
GESTÃO DE CARBONO
60
Isso ocorre apesar de 39% das
empresas perceberem economias financeiras com seus planos de diminuição de emissões
e 34,5% terem se beneficiado
com novos fluxos de receita por
causa da redução de emissões
de seus fornecedores.
Enquanto isso, 30% das companhias declararam que as mudanças climáticas já afetaram
suas cadeias de suprimento e
53% dos fornecedores responderam que o fenômeno deve
causar ou já está causando aumento nos custos operacionais.
Ou seja, ainda é preciso um longo caminho a percorrer. ■
●
Pesquisa mostra que houve evolução nas respostas das empresas
IMPLANTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS
PARA COMBATER EMISSÕES
radoras e fundos de pensão. Inicialmente, esse relatório visava apenas as grandes corporações, mas com o tempo ficou
evidente que os resultados destas dependiam do que ocorria
no âmbito de seus fornecedores. Surgiu assim, em 2007, o
CDP Supply Chain.
O relatório desse ano mostrou que, enquanto 43% das 49
firmas multinacionais consultadas, como L´Oréal, PepsiCo,
Philips e Walmart, têm conseguido reduzir suas emissões
anualmente, apenas 28% de
seus fornecedores, dos 1.864 entrevistados, têm feito o mesmo.
19%
28%
2009
2010
0
2011
A importância dos fornecedores
levou a Fundação Getúlio Vargas
a criar também um programa
de inovação. A ideia é promover
a cooperação com as grandes
corporações, para negócios,
produtos e serviços sustentáveis.
2
●
Grupo Fleury se
torna referência
O Grupo Fleury estimula
o relacionamento com os
fornecedores com um programa
de excelência que é referência no
setor. Os critérios de participação
são qualidade, sustentabilidade,
criatividade e inovação.
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 37
TERÇA-FEIRA
QUARTA-FEIRA
EMPREENDEDORISMO
EDUCAÇÃO/GESTÃO
Relatório internacional
traz benefícios a
longo prazo, diz Fibria
Fabricante de celulose tem lista de 91 fornecedores que participam do CDP
e complementam as informações de suas próprias emissões de carbono
Empresa que desenvolve projetos de gestão florestal, a Emflora já vinha trabalhando há anos
com a Fibria na manutenção sustentável de suas matas plantadas. Há dois anos, ela foi convidada pela fabricante de celulose
para participar do CDP Supply
Chain como fornecedora. “Foi
um tempo curto para preenchermos o questionário”, lembra José de Assis Martins Júnior, gerente de saúde, meio ambiente
e segurança ocupacional da
Emflora. “Por isso, fizemos um
relatório qualitativo com histórico, comprometimento da empresa, gerenciamento dos processos ambientais.”
Foi o ponto de partida para
que, no ano seguinte, a Emflora
providenciasse informações
consolidadas para dar início ao
inventário de emissões de carbono. A empresa passou a fazer
parte da lista de doze grupos
com 91 fornecedores da Fibria
que vendem produtos químicos, oxigênio, fazem o transporte e serviços de base florestal da
empresa e contribuem com
70% das emissões de carbono
de sua cadeia de suprimentos.
O resultado surpreendeu.
“Se no primeiro ano, 45% das
empresas responderam o questionário, em 2011 foram 71%”,
diz João Augusti, gerente de
meio ambiente florestal da Fibria. “Melhor do que isso, 28%
alcançaram um desempenho
acima da média das empresas.”
Augusti acredita que mais do
que responder formalmente um
questionário, a participação no
CDP Supply Chain proporcionou um contato mais direto
com os fornecedores. “O beneficio pode não ser tangível no primeiro momento mas na relação
de longo prazo é importante”,
afirma. Segundo o executivo, a
Divulgação
João Augusti
Gerente de
meio ambiente
florestal
da Fibria
melhoria ocorreu no relacionamento, que ganhou em transparência, credibilidade e qualidade. Além disso, as informações
complementaram o relatório da
companhia, uma das mais de
150 empresas brasileiras que disponibilizam suas informações
para os investidores globais.
Internalização
“O resultado surpreendeu.
Se no primeiro ano, 45% das
empresas responderam o
questionário, em 2011 foram 71%”
PARTICIPAÇÃO
43%
das 49 firmas multinacionais
consultadas pelo CDP afirmaram
terem conseguido reduzir
as emissões anualmente.
EM EXPANSÃO
28%
dos 1.864 fornecedores
entrevistados conseguiram
reduzir emissões, apesar
de perceberem benefícios.
Outro ponto importante lembrado por Giusti foi o que ele chamou de “internalização da questão ambiental”. Como resultado da necessidade de quantificar as emissões de carbono, muitas empresas fornecedoras passaram a discutir questões relacionadas a mudanças climáticas
e modificar o posicionamento
sobre transportes, energia e metas ambientais.
“Fomos criando uma estrutura interna de gestão dos processos sustentáveis”, exemplifica
Martins Júnior, da Emflora. “O
comitê faz o levantamento dos
passos que devem ser tomados
para incorporar essas questões
ao planejamento estratégico da
empresa.” Além disso, a Emflora ganhou em transparência.
Como resultado do processo, a empresa desenvolveu um
software de gerenciamento
dos gases do efeito estufa que
permite a rastreabilidade do
processo. Ou seja, começa a estender a mesma necessidade
de inventariar as emissões em
toda a sua cadeia. “Podemos
alimentar o sistema com dados
mensais e saber exatamente
quem está emitindo e onde”,
explica Martins Júnior.
Para a empresa trata-se também de uma oportunidade de reduzir custos ao identificar os
gargalos de consumo de energia
e água, por exemplo, e explorar
novos nichos de negócios. ■
Exemplo da Itautec atrai adesões
Empresa participa do CDP como
parte da lista de fornecedores
da Sabesp e amplia processo
para incluir sua própria
cadeia de suprimentos
Membro do grupo de empresas
que participam do CDP como
parte do Grupo Itaúsa, a Itautec
participou do Supply Chain como fornecedora da Sabesp, em-
presa responsável pela distribuição de água, coleta e tratamento dos esgotos no Estado de São
Paulo. E começa a estender o
mesmo processo a seus fornecedores. “Já fizemos encontros para iniciar o trabalho de inclusão
de critérios socioambientais
nas empresas, como por exemplo, uso de veículos a etanol ou
biodiesel e, em 2013, devemos
convidá-los para participar do
questionário”, diz Ricardo Bloj,
vice-presidente de operações.
Para Wanderley Paganini,superintendente de Gestão Ambiental da Sabesp, o CDP oferece padrões internacionais para
medir as emissões, “mas o
mais importante é tomar atitudes que antecedem a adesão a
esse projeto”. ■
LUCIANO MARTINS
COSTA
Jornalista e escritor,
consultor em estratégia
e sustentabilidade
Um desafio para a
cultura corporativa
A adoção de processos sustentáveis demorou 40 anos
para se impor à gestão empresarial, desde que pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology produziram, em 1972, o primeiro estudo global sobre o perigo
do crescimento econômico sem controle. O relatório,
que recebeu o título de “Os limites do crescimento”, foi
atualizado 20 anos depois e demonstrou que não bastava conhecer os riscos de esgotamento das reservas de
matérias-primas, de destruição do patrimônio natural
e de envenenamento das águas e das terras agricultáveis: o trabalho induzia à conclusão de que um futuro
sustentável deveria exigir a criação de novas tecnologias e profundos realinhamentos psicológicos e sociais.
Esse é o ponto focal das mudanças de paradigmas nas
empresas, cinco anos depois que os cientistas reunidos
pela ONU no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas divulgaram o relatório sobre a origem antropogênica dos eventos meteorológicos extremos que
têm fustigado o planeta. O dilema que se apresenta aos
gestores, investidores, formuladores de políticas públicas e cidadãos comuns é justamente a questão da mudança de hábitos. A recente tentativa de supermercados paulistas
As dificuldades
de eliminar o uso de sapara engajar
colas plásticas é um
fornecedores em
exemplo do grau de difiprocessos nos quais culdade desse desafio.
Basta lembrar que
eles não se sentem
em muitos países — enbeneficiados
tre eles o Brasil — ainda
se luta para banir o uso
indicam a
do silicato de magnésio
necessidade
hidratado, conhecido
de repactuação
como amianto. Nem toda a vasta literatura médas relações
dica a respeito dos risde negócios
cos que esse material representa para a saúde
humana e o meio ambiente tem sido suficiente para que seja eliminado definitivamente do nosso convívio. Uma longa lista de materiais poderia se juntar aos indícios de que não basta o
conhecimento para que se produza a mudança.
Sabe-se que o desenvolvimento econômico-social se
produz em ciclos de avanço, consolidação e retrocesso,
que se repetem — supondo-se que os avanços sejam
mais duráveis e consistentes que os retrocessos, como
condição para a consolidação dos resultados. Nas empresas, esse processo pode ser administrado no planejamento estratégico e apoiado por técnicas de estimulação da cultura corporativa; por exemplo, com o incentivo à inovação. No caso da gestão com foco na sustentabilidade, esses procedimentos exigem um quesito adicional: o envolvimento da cadeia produtiva, para que o
resultado agregue o valor pretendido em todas as etapas até o último momento de vida útil do produto.
As dificuldades para engajar fornecedores em processos nos quais eles não se sentem beneficiados indicam a
necessidade de repactuação das relações de negócio.
Por exemplo, no setor alimentício os fornecedores de
embalagens estão automaticamente agregados aos pressupostos da relação com o consumidor. Na indústria automotiva, as responsabilidades também são claramente
compartilhadas, como se pode observar nos casos de recall e no compromisso solidário diante da lei dos resíduos sólidos. Mas o obstáculo dos condicionamentos sociais e psicológicos precisam ser trabalhados cuidadosamente na estratégia de comunicação com todos os parceiros. Compartilhar os ganhos com a redução das emissões de carbono pode ser um incentivo eficaz. ■
38 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
SE SUA EMPRESA
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Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 39
PLANO DE VIAGEM
Priscilla Vilariño/Divulgação
São Paulo apagada
Que a cidade de São Paulo está sem graça todo mundo sabe.
Agora é um bom momento para os candidatos apresentarem
um plano de iluminação da cidade. Desde quando foi aprovada
a Lei Cidade Limpa proibindo os outdoors, placas e luminosos,
as cores sumiram e a cidade ficou cinza. Não existe cidade
no mundo que abra mão das luzes para virar referência
e aparecer, aí sim, bonita nas fotos.
MARCIO MORAES
[email protected]
A fascinante Bangcoc
Fotos: divulgação
Conheça uma cidade sem
tolerâncias, onde o exagero
ainda faz parte do básico
Exótica e sem limites, Bangcoc é
um lugar que nos deixa sem palavras. São carros, pessoas e monumentos por todos os lados. A movimentação e a agitação nos deixa um pouco confuso, mas entramos no ritmo rapidinho. A melhor maneira de conhecer a cidade é começando pelos grandiosos
templos. Visite o Wat Pho, popular pelo Buda deitado; Wat Phra
Kaeo, o Templo do Buda de Esmeralda e o mais sagrado da Tailândia, e o Wat Ratchanadda, famoso
como Loha Prasat, considerado
patrimônio mundial pela Unesco.
Pegue uma carona de Tuk Tuk
(um triciclo com cabine muito
popular) até Palácio Vimanmek e
o Grande Palácio Real, a residência oficial do rei. Continue pelo
Temple Tiger, onde você fará carinho em tigres! Depois pare no
Mercado Flutuante para compras
de especiarias. No fim de semana, vá ao Chatuchak Weekend
Market para provar alimentos
exóticos como gafanhotos empanados e adquirir artesanatos.
Reserve um momento para relaxar em um dos mundialmente
conhecidos spas, como o Bangkok Oasis Spa. Aliás, a massagem é uma atividade obrigatória. Termine o dia com um belo
jantar de barco no Rio Chaophraya ou no topo da cidade no
restaurante Sirocco. E depois se
aventure na noite pelos shows
de fantoches, casas noturnas e
bares para todos os gostos. Bangcoc é assim, um lugar único e incomparável. ■
O seu santuário
Tranquilidade e lazer em 61
andares no coração de Bangcoc
Mais do que um hotel, o Banyan
Tree oferece ao seu hóspede
uma experiência sensacional
em todos os sentidos. Apresenta
uma vista panorâmica espetacular
da cidade na cobertura, o
excêntrico restaurante Vertigo,
um famoso spa e quartos luxuosos.
“
Tailândia é uma viagem sensorial. Os olhos são
tocados pelas cores, as mãos são maravilhadas
pelas texturas, a boca é encantada pelos sabores
e o olfato inebriado pelos perfumes e especiarias
João Annibale
CEO da The Leading Hotels of the World no Brasil
Classe e sabor
Aprecie a autêntica culinária
tailandesa no Celadon
PÍLULAS
Validade
Remédios
Fora do Brasil
É bom aproveitar para conferir
o prazo de validade e os vistos
do seu passaporte. Surpresa
desagradável nos aeroportos
é tudo que você não precisa
em véspera de Carnaval.
Um detalhe fundamental!
Lembre-se de levar seus
remédios de uso contínuo e
até um pequeno kit básico na
bagagem. Às vezes, vale pedir
uma receita em inglês caso
precise de reforço outside. Nem
sempre é tão fácil como no Brasil.
Conheça as praias do Sul da
Itália com o programa Companhia
de Viagem. Fomos à Costa
Sorrentina e ainda demos um
pulo até Paris para mostrar as
tendências de moda. Domingo,
dia 19, às 3 da tarde, na RedeTV!
Sobre um lago repleto de flores
de lótus com um terraço, desfrute
os sabores da Tailândia em um
ambiente calmo, localizado no
The Sukhothai Hotel. Considerado
o Melhor Restaurante de Bangcoc,
o chef Chamlong Pewthaisong
prepara pratos impecáveis.
40 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
FINANÇAS
Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected]
Editora: Maria Luíza Filgueiras [email protected]
Subeditora: Priscila Dadona [email protected]
Brasilprev tem lucro recorde
e busca a nova classe média
Empresa de previdência privada do Banco do Brasil avança 30% em resultado e quer manter ritmo este ano
Vanessa Correia
[email protected]
O mercado de previdência privada vai de vento em popa, a julgar pelos números da Brasilprev, braço de previdência privada do Banco do Brasil (BB). No
ano passado, a companhia atingiu lucro líquido de R$ 385,7 milhões, avanço de quase 30%
quando comparado a 2010. “O
lucro recorde sintetiza o potencial de expansão do segmento
de previdência privada”, afirma Sérgio Rosa, presidente da
Brasilprev.
A expectativa é manter o ritmo de crescimento este ano, segundo o executivo. “Temos condições para isso, assim como o
mercado como um todo”, diz o
executivo. Entre os fatores que
devem impulsionar os resultados de previdência privada este
ano estão estabilidade do cenário macroeconômico brasileiro
e crescimento real da renda da
população, com migração de
classes econômico-sociais —
um dos principais alvos da Brasilprev para se expandir.
“Queremos acessar cada vez
mais a nova classe média. Esse
segmento está redefinindo seu
padrão de consumo e sabemos
que, em algum momento, reservará parte do salário para a aposentadoria”, diz Rosa. O executivo completa que o braço de
previdência privada do BB não
mudará os parâmetros dos produtos para atender a esse nicho
mas fará sim ações específicas
de comunicação juntamente
com a instituição financeira.
Missão cumprida
No ano passado, quase todas as
metas traçadas pela Brasilprev
foram atingidas. Além do avanço no lucro líquido, a companhia encerrou 2011 com R$ 49,2
bilhões em ativos sob gestão,
montante 32,2% maior quando
comparado aos R$ 37,2 bilhões
obtidos em igual período do ano
anterior. “Não chegamos aos
R$ 50 bilhões em ativos sob gestão por pouco. Mas batemos esse resultado em meados de janeiro”, destaca Rosa.
Do total arrecadado pela Brasilprev no ano passado — R$
11,7 bilhões —, 80% correspondem a aportes realizados em planos da modalidade Vida Gera-
“
Rodrigo Capote
Não chegamos aos
R$ 50 bilhões em
ativos sob gestão
por pouco em 2011,
mas batemos esse
resultado em
meados de janeiro
Sérgio Rosa
Presidente da Brasilprev
dor de Benefício Livre (VGBL,
mais procurado por quem faz
declaração de Imposto de Renda no modelo simplificado),
16% em Planos Geradores de Benefício Livre (PGBL) e 4% nos
planos tradicionais, que não são
mais comercializados. Segundo
o presidente da Brasilprev, o VGBL continua sendo o produto
que mais impulsiona o mercado. “Crescemos 24,2% nessa
modalidade, totalizando R$ 9,4
bilhões. No caso do PGBL, o incremento foi de 9,5%, somando R$ 1,9 bilhão em arrecadação”, ressalta.
Com relação ao desempenho
por segmento, os planos individuais lideraram de longe a arrecadação, com R$ 10,2 bilhões,
seguidos pelos planos para menores de idade (R$ 787,9 milhões) e planos corporativos
(R$ 720 milhões). “Os planos individuais continuarão puxando
a expansão do segmento de previdência privada, mas acredito
que há grande espaço para os
planos empresariais evoluírem,
uma vez que esse segmento reflete o desempenho do mercado
de trabalho”, aponta o presidente da companhia.
Já com relação aos planos chamados de Ciclo de Vida (que mesclam renda fixa e renda variável
de acordo com a faixa etária do
investidor), conhecidos como
fundos compostos, o ano passado não foi expressivo. “Mas apesar da indústria de previdência
privada ter perdido 13% em patrimônio líquido, conseguimos
manter a estabilidade em relação
a 2010”, diz Rosa, complementando que a Brasilprev estuda um
novo produto no Ciclo de Vida
com prazo de resgate mais longo
(o máximo atual é 2040). ■
Sérgio Rosa, da Brasilprev:
“Queremos atingir a
nova classe média”
BRASILPREV
Evolução dos resultados entre 2010 e 2011, em R$ bilhões
LUCRO LÍQUIDO
Variação
28,5%
0,40
0,35
0
35
ATIVOS
0,38
0,30
RESERVAS TÉCNICAS
Variação
32,2%
50
40
0,30
49,2
37,2
Variação
32,2%
50
40
ARRECADAÇÃO TOTAL
48,5
Variação
20,8%
12
10
36,7
11,7
97
9,7
8
0,25
30
30
20
20
0,20
6
0,15
4
0,10
10
10
0
0
2
0,05
0,00
2010
Fonte: Brasilprev
2011
2010
2011
0
2010
2011
2010
2011
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 41
Henrique Manreza
Derivativos na mira dos reguladores
AGENDA
O Ministério da Fazenda criou um grupo para avaliar e acompanhar
o mercado de derivativos, segundo portaria publicada ontem no
Diário Oficial da União. O grupo, em parceria com o Banco Central
e a Comissão de Valores Mobiliários, comandada por Maria Helena
Santana, tem como objetivo propor medidas que promovam
o crescimento “equilibrado” desse mercado, além de monitorar
a evolução das exposições das empresas a esses instrumentos.
● No Brasil, pela manhã,
saem IPC-Fipe e IPC-S.
● Às 11h30, nos Estados Unidos,
dados de auxílio desemprego.
Também serão divulgadas
as permissões para construção
de residências e o índice de
atividade, pelo Fed Filadélfia.
Rodrigo Capote
Empresas usam caixa
para pagar fusões
Amaral, da Anbima: empresas
e bancos brasileiros como
protagonistas de operações
Negociações feitas em dinheiro representaram 57,8% do total em 2011
Pagamentos em dinheiro
foram responsáveis por 57,8%
do volume de negociações
EVOLUÇÃO DE FUSÕES E AQUISIÇÕES
Variação do número e montante de operações
Marília Almeida
MONTANTE, EM R$ BILHÕES
MAIORES OPERAÇÕES
[email protected]
184,8
200
Com mais dinheiro em caixa,
empresas optaram por pagar
transações de fusão e aquisição
em 2011 com capital, em detrimento de troca de ações. É o
que aponta relatório da Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), com volume de
negociações feitas em dinheiro
representando 57,8% do volume das operações no ano passado (R$ 82,5 bilhões).
Levantamento do Brasil Econômico mostra que os recursos
em caixa de 20 empresas de
grande porte no país, que já fecharam os resultados de 2011,
aumentaram de R$ 39,7 milhões em 2010 para R$ 48,3 milhões no ano passado — amos-
150
125,9
119
2008
2009
142,8
100
50
0
2010
2011
NÚMERO DE OPERAÇÕES
99
95
143
179
Reestruturação societária de
Telemar Participações
VALOR, EM
R$ BILHÕES
20,8
Incorporação da Vivo pela Telesp
11,3
Aumento do capital da Petrogal
Brasil com a entrada da Sinopec
9,1
Entrada da Ternium na Usiminas
5,8
Fonte: Anbima
tra do fôlego para arcar com o
pagamento de aquisições à vista
— ou pelo menos parte dele.
A segunda opção nas negociações é a troca de ações, que representou 38,97% do volume
das operações (R$ 55,7 bilhões),
segundo a Anbima. Mas a retomada do mercado acionário pode favorecer esse tipo de paga-
mento. Para Rodrigo Pasin, sócio da V2 Finance, consultoria
especializada em fusões e aquisições, a compra de ações minoritárias deve crescer. “O aumento da competição no mercado colabora para este cenário, assim como a recuperação
da bolsa de valores. As empresas buscam minimizar riscos e
não querem perder oportunidades”, avalia.
Apesar de operações de fusões e aquisições ter atingido
recorde em 2011, com 179 operações, o volume financeiro
das negociações anunciadas teve queda de 22,7% em 2011,
quando comparado a 2010,
atingindo R$ 142,8 bilhões.
ASSESSORES FINANCEIROS
Cinco bancos de investimento com maior atuação, em R$ bilhões
BANCOS DE INVESTIMENTO
Brasileiros protagonizam negociações
35
35
O banco de André Esteves lidera o ranking em ambos os critérios. “Isso é fruto da reestruturação do banco a partir de 2009.
Agora, focamos em oportunidades também na América Latina”, diz Marco Gonçalves, sócio
responsável pela área no BTG.
Bruno Amaral, coordenador
do subcomitê de fusões e aquisi-
ções da Anbima, também destaca o protagonismo das empresas brasileiras nas aquisições.
“Mais da metade das fusões no
ano passado tiveram empresas
brasileiras como compradora ou
vendedora, o que mostra o interesse crescente por negócios no
país diante de um cenário de crise internacional”, diz. ■ M.A.
2010
26
30
25
Pela primeira vez três bancos
de investimento brasileiros aparecem entre os 10 mais atuantes
em fusões e aquisições no país,
considerando-se o volume de
operações anunciadas no ano
passado, segundo a Anbima:
BTG Pactual, Itaú BBA e Bradesco BBI. Em operações fechadas,
constam BTG e BBI.
Mas Bruno Amaral, coordenador do subcomitê de fusões e
aquisições da associação, considera o balanço positivo. “Apesar da queda, o volume é o segundo maior da série histórica, iniciada em 2006”, diz. O tíquete médio das transações
também caiu, de R$ 1 bilhão para R$ 600 milhões. ■
20
19
19
BOFA MERRILL
LYNCH
JP MORGAN
ITAÚ BBA/ ITAÚ
BES
17
16
14
MORGAN
STANLEY
SANTANDER
JP MORGAN
20
15
5
0
10
35
MORGAN
STANLEY
34
2011
30
25
20
15
13
5
0
10
BTG
PACTUAL
BES
Fonte: Anbima
Mais agências para puxar crédito do Mercantil
Banco lucrou R$ 80,31 milhões
em 2011 e quer que total
de agências chegue a 200
Ana Paula Ribeiro
[email protected]
O banco Mercantil do Brasil planeja um crescimento de 30%
em sua carteira de crédito em
2012. Para garantir essa meta,
irá abrir 31 agências, elevando a
rede de atendimento para 200
pontos. “Vamos incrementar a
nossa base de clientes e dar continuidade à nossa estratégia,
que é conceder consignado, especialmente a pensionistas do
INSS, e crédito pessoal apenas a
clientes do banco”, disse o vicepresidente, André Brasil.
O Mercantil conseguiu um
crescimento de sua carteira de
crédito de 22% em 2011, chegando a R$ 6,42 bilhões. Apesar dessa expansão, o lucro caiu 41%,
para R$ 80,31 milhões. De acordo com o executivo, a queda é
justificada pelo resultado extraordinário do banco em 2010
referente a ganhos de R$ 180 milhões com o ganho de uma ação
Mercantil continuará
concentrado em
operações de
consignado para
pensionistas do
INSS. Já o BDMG
espera elevar a
assessoria financeira
para operações
estruturadas
a empresas de
Minas Gerais
judicial que questionava o recolhimento da Cofins.
Já o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) encerrou o ano passado com um lucro
de R$ 82 milhões, valor 2,4% inferior ao de 2010. Para o presidente da instituição, Matheus de Carvalho, o principal destaque de
2011 foi o crescimento de 40% da
carteira de crédito, que chegou
em dezembro a R$ 2,130 bilhões.
Carvalho explicou que embora seja um banco de fomento, o
BDMG quer cada vez mais atuar
como um prestador de serviços
para as empresas do estado.
“Queremos diversificar a nossa
atuação, com a assessoria para
operações estruturadas, como
fundos de investimento de direitos creditórios (FIDCs) e a parceria público privadas (PPPs).”
O Pine foi outro banco que
anunciou o resultado ontem. O
lucro líquido no ano foi de R$
161,5 milhões, crescimento de
36,6%. Em relatório, a instituição atribuiu o resultado ao crescimento da carteira de crédito,
de 20,4%, e operações de derivativos com clientes. ■
42 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
FATO RELEVANTE
BM&FBovespa sente pressão
no lucro e no valor de mercado
Brasileira aparece na 9ª colocação do setor quando considerada valorização das empresas listadas
Murillo Constantino
Natália Flach
[email protected]
A elevada volatilidade e a desconfiança dos investidores explicam
por que o total de negócios no
mercado de capitais, em todo o
mundo, diminuiu 6,4%, no ano
passado, enquanto o valor de mercado das empresas listadas nas
bolsas registrou queda de 13,6%
ante 2010. Para se ter ideia, enquanto o Ibovespa retraiu 18,11%,
o total referente às companhias
listadas enconlheu 10,7% em
reais. Já no caso da americana Nyse, o valor de mercado caiu 11,9%
— mesmo com o índice Dow Jones tendo subido 5% e o S&P 500
ficado estável. Os dados são da Federação Mundial de Bolsas (WFE,
na sigla em inglês).
A BM&FBovespa aparece na
nona colocação do ranking de
2011 das maiores bolsas em valor de mercado com US$ 1,22 trilhão. Apesar do salto registrado
no mês passado para US$ 1,39
trilhão, o total é ainda 5,6% inferior ao apresentado no mesmo período de 2011.
Desempenho
Assim como parte das companhias que integram a bolsa, os
resultados operacionais e financeiros da BM&FBovespa também não vieram totalmente no
azul. O lucro líquido, por exemplo, apresentou queda de 12,2%
em 2011 — enquanto no quarto
trimestre a retração foi de
34,6%, devido a menores receitas nos mercados de renda fixa e
variável. Já o resultado operacional no ano caiu 14%, enquanto
o financeiro diminuiu 2,9%.
Lucro líquido da
bolsa caiu 12,2% no
ano para R$ 1 bilhão;
só no quarto
trimestre o recuo
foi de 34,6% devido
a menores receitas
nos mercados de
renda fixa e variável
Na outra ponta está o aumento das despesas em 28,9%. A explicação para essa alta, no quarto trimestre, foi a transferência de R$ 92,3 milhões de recursos restritos para a BSM (BMF&
FBovespa Supervisão de Mercados) para aumentar a fiscalização e regulação. “Poderíamos
ter feito isso em outro momento, mas sabemos a importância
da supervisão”, afirma Edemir
Pinto, presidente da bolsa. A
meta para este ano é manter o
patamar de despesas registrado em 2011, entre R$ 580 milhões e R$ 590 milhões.
Segundo o executivo, a Comissão de Valores Mobiliários
Edemir Pinto, da BM&F:
até abril será entregue estudo
sobre concorrência no mercado
de capitais brasileiro
(CVM) deve divulgar entre março e abril o resultado de um estudo sobre concorrência no mercado de capitais no Brasil. “O que
os possíveis concorrentes querem é flexibilidade e, pelo que
tem mostrado o regulador, não
é aqui que eles vão encontrar.”
Ele acrescenta que não há interesse, pelo menos até o fim de
2013, em fornecer serviços de
clearing para as concorrentes.
A palavra de ordem, neste
ano, é trazer mais liquidez para a
casa. Para isso, a intenção é aumentar a família de fundos de índices, investir em aluguel de
ações e nos serviços de balcão de
derivativos e renda fixa. ■
AS MAIORES BOLSAS DO MUNDO
Valor de mercado, em US$ trilhões
12,63
NYSE (US)
NASDAQ
TÓQUIO
LONDRES
NYSE (EUROPE)
HONG KONG
XANGHAI
TMX GROUP
BM&FBOVESPA
AUSTRÁLIA
4,15
3,47
3,40
2,56
2,48
2,46
2,01
1,39
1,30
0
3
“Janela para IPO está entreaberta”
Expectativa é que, neste ano,
até 45 empresas façam
abertura de capital e follow on
Apesar do revés nas duas ofertas públicas iniciais que estavam previstas para o início deste ano, a expectativa da BM&
FBovespa é que sejam realizadas até 45 operações de abertura de capital e follow on (captação subsequente) ao longo de
2012. Segundo Edemir Pinto, presidente da bolsa, a janela de opor-
Henrique Manreza
Ivan Clark
Sócio da
Pricewaterhouse
Coopers
“A Europa continua um desastre,
enquanto há áreas na Ásia,
como a Mongólia, que estão
muito bem. Estou animado”
tunidades está entreaberta e logo
deverá se abrir totalmente. “As
ofertas ficaram represadas no
ano passado por causa da capitalização da Petrobras e da crise aguda na Europa. Mas agora a crise
está precificada”, pontua. “No
entanto, se um projeto não tiver
começo, meio e fim não terá demanda. O que aconteceu (com a
Brasil Travel) serve de alerta.”
Segundo Ivan Clark, sócio da
Pricewaterhouse Coopers, três
empresas (da Amazônia, do nor-
6
9
Fontes: Federação Internacional
nte
de
e Bolsas de Valores
al
al
e Brasil
il E
Econômico
* Valores em janeiro/2012
te fluminense e outra do extremo
Sul do país) procuraram a consultoria, nesta semana, para tentar
ir a mercado. “A Europa continua
um desastre, enquanto há áreas
na Ásia, como a Mongóli, que estão muito bem. Já os Estados Unidos estão mais animados com o
IPO do Facebook, que deve abrir
portas, e muitos private equities
querem desovar. No Brasil, o mercado de dívidas está aberto e esperamos ofertas públicas iniciais
em abril ou maio.” ■
12
15
COMPANHIA ABERTA
Grupo Templars pede
registro da quarta
empresa seguida
A Companhia Aurífera Brasileira
entrou com pedido de registro
de empresa aberta na Comissão
de Valores Mobiliários (CVM),
a quarta solicitação feita pelo
grupo Templars nos últimos
dois meses. Trata-se de uma
companhia pré-operacional com
o objetivo de captar recursos
com venda de ações para serem
aplicados em pesquisas de
exploração de ouro, aproveitando
o momento de alta do metal.
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 43
MERCADO
Andrey Rudakov/Bloomberg
Estreia Novo Mercado de Renda Fixa
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
Capitais (Anbima) concedeu registros do Novo Mercado de Renda Fixa
para duas séries de debêntures da Cemig. Os títulos serão os primeiros
lançados de acordo com as características de alta governança propostas
pela Anbima. Para o presidente da entidade, Marcelo Giufrida,
“o desafio é incentivar o mercado a buscar outro equilíbrio, com maiores
volumes de emissões, prazos mais longos e outro perfil de indexação”.
MOEDAS
Dólar tem
segundo dia
consecutivo de alta
BOLSAS
Só em fevereiro, o saldo líquido de entrada
de dólares no Brasil chega a US$ 7,622 bilhões
Enquanto o Dow Jones Industrial Average, um dos principais
índices acionários do mercado
americano, fechou a sessão ontem com queda de 0,68%, e o
S&P500 com baixa de 0,36%,
as ações da companhia de cosméticos Avon operaram em sentido oposto. A alta de 1,5% em
um dia fraco para o mercado se
explica pelo plano de demissões
da empresa — o que pode ser
um desagrado institucional mas
animou os investidores.
As ações a US$ 17,80 refletiram o anúncio do presidente
da Avon, Kimberly Ross, em
uma teleconferência sobre avaliação para corte imediato de
custos. A empresa está trabalhando o plano de reestruturação global e corte de gastos da
América do Norte com ajuda
da consultoria McKinsey.
Na Europa, os principais índices acionários fecharam em alta
e, no Brasil, o Ibovespa encerrou
a sessão com avanço de 0,65%,
aos 65.368 pontos. Hypermarcas ON liderou a alta, subindo
5,71%. Na ponta oposta, Bradespar PN teve o pior desempenho,
com queda de 2,89%. ■
O dólar fechou ontem em alta
diante do real, depois de oscilar ao longo do dia ao sabor
das notícias sobre a situação
econômica internacional. A
cotação da moeda avançou
0,10%, a R$ 1,7232, depois de
ter subido 0,38% na véspera.
Em relação a uma cesta de moedas, a divisa dos Estados Unidos apresentava alta de 0,06%.
O investidores atuaram atentos às notícias internacionais.
A China informou que continuará comprando papéis da dívida da zona do euro. Novas
preocupações com o risco de
calote desordenado da Grécia
também pesaram no humor geral. Por outro lado, dados melhores do que o esperado sobre
o Produto Interno Bruto (PIB)
da França e da Alemanha e a
produção industrial dos Estados Unidos inesperadamente
estável em janeiro seguraram
parte da piora ao longo do dia.
Ingresso de dólares
Já o cenário interno continua
sendo favorável ao ingresso de
dólares no país. O Brasil voltou
a registrar entrada líquida de
moeda na semana passada, embora num ritmo um pouco menor, mostraram dados do Banco
Central. Entre os dias 6 e 10 deste mês, o superávit cambial foi
de US$ 3,828 bilhões, ante os
US$ 4,575 bilhões que ingressaram na semana anterior.
O economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, chamou a atenção para o
fato de que o fluxo cambial de fevereiro registra uma concentração de ingresso de recursos nos
dias 3 e 8 — exatamente os dias
em que o Banco Central realizou leilões de compra de dólar
no mercado a termo. No dia 3, o
fluxo financeiro registrou a entrada de cerca de US$ 3 bilhões
no país, enquanto no dia 8 entraram cerca de US$ 3,7 bilhões.
“Essa concentração significa
que o fluxo não foi tão forte quanto se pensava”, disse Barbutti.
Ele observou que, na quinta-feira da próxima semana, quando o
BC divulgar a nota sobre o setor
externo e a posição cambial dos
bancos, será possível estimar o
“
Há uma certa
resistência em
comprar a ideia
de que a assinatura
do acordo na
Grécia resolve
todos os problemas
Alfredo Barbutt
Economista-chefe da
corretora BGC Liquidez
impacto de suas intervenções no
mercado de câmbio.
“Aí, sim, saberemos se o BC
enxugou o fluxo”, afirmou o
economista. De acordo com
Barbutti, a percepção de que o
ingresso de recursos externos
no Brasil foi concentrado em
apenas dois dias ajudou a puxar
para cima a cotação da moeda
norte-americana.
Em relação ao cenário internacional, Barbutti declarou que
“há uma certa resistência em
comprar a ideia de que a assinatura do acordo na Grécia resolve todos os problemas”. De
acordo com o economista, tal resistência também contribui para a alta do dólar, na medida em
que reduz o apetite por ativos
de risco devido às preocupações com a economia global.
No acumulado do mês até a última sexta-feira, o fluxo de dólares é positivo em US$ 7,622 bilhões, ainda sustentado quase
que totalmente pela conta financeira, que tem saldo positivo de
US$ 7,337 bilhões no período,
ante superávit de US$ 284 milhões no lado comercial.
No ano, as entradas de recursos superam as saídas em
US$ 14,904 bilhões. ■ Reuters
JUROS
COMMODITIES
Avon na
Menor taxa Ameaça
contramão para janeiro do Irã faz
do índice
de 2013
óleo subir
Os juros futuros encerraram a
sessão ontem no menor nível
histórico no contrato mais negociado, com vencimento em janeiro de 2013, após o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) de fevereiro ter vindo abaixo das expectativas. Os contratos chegaram a reduzir a queda após o governo anunciar corte de R$ 55
bilhões no orçamento, dentro
das expectativas.
Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, anunciaram o corte do orçamento ontem em Brasília. O governo promete limitar os gastos e cumprir a meta de superávit primário neste ano, abrindo espaço
para o Banco Central continuar
cortando a taxa Selic.
“O corte no orçamento veio
dentro do que estávamos imaginando”, disse Mariano Cirello,
diretor de investimentos da Mapfre DTVM SA, à Bloomberg.
“O contrato mais líquido reduziu a queda e outros vencimentos subiram porque o anúncio
foi considerado “sem surpresas, sem um corte mais agressivo”, disse Cirello. ■
O preço do petróleo encerrou a
quarta-feira em alta impulsionado pela intenção do Irã de “revisar” as exportações de óleo para
os países europeus. O barril de petróleo tipo WTI, para entrega em
março, fechou o pregão negociado a US$ 101,86 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nyse).
“O mercado tem ficado muito atento ao Irã e ao que pode
acontecer na região”, afirmou
Tom Bentz, de BNP Paribas.
Desde a manhã, a notícia que
o Irã teria intenções de cortar
as exportações para seis países europeus foi a principal
força que movimentou os preços do petróleo.
Segundo um anúncio realizado pela televisão iraniana, o governo local chamou os embaixadores de seis países europeus
(França, Itália, Espanha, Grécia, Portugal e Holanda) para
informa sobre suas intenções
de cortar a venda de petróleo
para estas nações. Teerã já havia ameaçado, nas últimas semanas, promover a interrupção da venda de petróleo à Europa, que corresponde a 20%
de suas exportações. ■ AFP
44 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
FINANÇAS PESSOAIS
VIAJAR
Falta de planejamento de viagem
pesa, e muito, no bolso
Preços do Carnaval mostram que custo de comprar pacotes em cima da hora chega a ser 70% maior
Flávia Furlan
[email protected]
É véspera de Carnaval e muita
gente ainda está em busca de hotéis, passagens aéreas e pacotes
de viagens. Levantamento feito
pelo site especializado Decolar.
com ao BRASIL ECONÔMICO mostra
que na última semana, entre os
dias 8 e 14 de fevereiro, os bilhetes emitidos para os 10 destinos
mais procurados no Carnaval representaram quase um terço do
total emitido de novembro até 7
de fevereiro deste ano.
De acordo com o presidente
da Decolar.com, Alípio Camanzano, para viagens internacionais, os brasileiros buscam aproveitar as melhores tarifas ofertadas com antecedência —mas o
contrário acontece em viagens
nacionais. “Nesta semana, o volume de procura está alto, o que
quer dizer que bastante gente
está comprando de última hora”, aponta Camanzano.
Deixar as definições de viagem para a última hora, no entanto, tem impacto no bolso. E
não só na alta temporada. O setor de turismo tende a subir preços com a proximidade do embarque e, além disso, as opções
mais baratas ficam mais escassas com o passar do tempo.
“Se comprar com antecedência, o turista tem desconto de
até 70% nos pacotes”, diz o vicepresidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem
(Abav-Nacional), Edmar Bull.
No segmento de luxo, a dinâmica é a mesma. “Quem comprar em cima da hora está mais
onerado, mesmo o cliente com
maior poder aquisitivo, para o
qual a alta de preços faz também diferença”, pondera o diretor de Negócios da Litoral Verde
Viagens, Gilberto Hingel. Uma
viagem de cinco noites em um
resort de luxo em Angra dos
Reis (RJ) custa agora R$ 4.970 o
casal, enquanto em novembro
era R$ 3.976.
Com relação à passagem aérea, o turista chega a pagar mais
de três vezes pela falta de planejamento. Em novembro, o custo da passagem aérea em um pacote para o Carnaval de Salvador, partindo de São Paulo, era
de R$ 560 na operadora de luxo
e hoje é de R$ 1.800. O que acon-
“
Divulgação
■ PACOTE
Planejamento pode
gerar uma economia
para o turista de até
Às vezes, temos
cancelamentos
de última hora
por força maior,
como doença,
e podemos vender
o pacote no
valor anterior
70
%
■ HOSPEDAGEM
Neste caso, a economia
ao reservar com
antecedência é de até
20
Edmar Bull
%
Vice-presidente da Abav
■ AÉREO
Preço das passagens
compradas em cima
da hora pode variar
3
AOS ATRASADOS
Dicas para economizar na
viagem de última hora
Busque destinos que não
sejam os mais requisitados
para a época
Faça contato com agências de
viagem à procura de pacotes
cancelados por outros turistas
Fique de olho em promoções
de última hora em redes
sociais
Não embarque e desembarque
nos dias de maior fluxo aéreo
Escolha voos em horários
evitados por outros turistas,
como de madrugada,
por exemplo
Procure aeroportos
alternativos
vezes
Camanzano, da
Decolar.com, diz
que brasileiro deixa
para última hora
compra de viagem
para destinos
nacionais
tece no setor aéreo é que eles começam a vender as tarifas de
classe econômica mais rápido
do que as demais.
Bull, da Abav, diz que é possível escapar deste custo maior se
o turista optar por embarcar em
períodos de menor movimentação. “Não vá viajar, por exemplo, na sexta-feira e sábado de
Carnaval”, diz. Nos pacotes, só
contando com a sorte. “Às vezes, temos cancelamentos de última hora por força maior, como doença, e podemos vender
o pacote no valor anterior.”
No caso dos hotéis, o presidente da Associação Brasileira
da Indústria de Hotéis de São
Paulo (Abih-SP), Bruno Omori,
conta que a reserva antecipada
pode fazer o turista economizar
entre 10% e 20%, sendo o desconto maior de acordo com a
forma de pagamento. “Um hotel de três estrelas com 100 apartamentos consegue pagar suas
despesas com 37% de ocupação, então até chegar a este patamar ele pratica a tarifa com
desconto. Depois, trabalha com
a tarifa padrão”. A forma de economizar com a hospedagem seria ir contra o fluxo. O setor hoteleiro de São Paulo, por exemplo, está fazendo promoções pa-
ra atrair um público durante a
época de Carnaval, quando a
ocupação na cidade fica em
uma média de 30% a 40%. “Vemos casos de hotéis com descontos de até 60% na cidade.”
Outra forma de economizar é
ficar de olho nas redes sociais.
“As empresas estão diversificando seus canais de venda para
oferecer promoções, como o Facebook”, explica Annie Morrissey, vice-presidente de marketing da Atlantica Hotels, que
lança hoje seu canal de vendas
na rede social (veja mais na página 34). ■ Colaborou Regiane de
Oliveira
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 45
Divulgação
Indusval migra para o Nível 2 da bolsa
O Banco Indusval está finalizando o processo de listagem de suas
ações no Nível 2 da BM&FBovespa, segundo na escala de governança
corporativa da bolsa. A proposta foi aprovada em assembleia geral
extraordinária no dia 22 de dezembro e o Banco Central homologou
as alterações estatutárias no dia 7 de fevereiro. A última fase desse
processo é fazer a formalização junto à bolsa. A divulgação da data
de início das negociações no Nível 2 será feita nos próximos dias.
HOME BROKER
(fechamento em R$)
BR Malls ON (BRML3)
24,00
23,999999
23,30
22,25
22,249999
21,85
20,50
20,500000
18,75
18,750000
20,40
18,65
17,00
17,17,000000
00000
1/NOV
Suporte
5/DEZ
Objetivo
10/JAN
15/FEV
Fontes: Leandro Ruschel, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico
BRMalls rompe máximas e segue em alta
O setor de consumo apresenta papel importante na bolsa neste ano,
com vários ativos fortes, mas as ações ordinárias da BRMalls se
destacam entre seus pares. Enquanto o Índice de Consumo (ICON)
subiu 1,49% no último pregão, as ações da companhia integrada de
shoppings registraram alta de 3,55%, para R$ 21,85. Para o
assessor de investimentos e sócio da Leandro & Stormer, Leandro
Ruschel, a ação vem em tendência de alta desde setembro do ano
passado, quando o principal índice da bolsa paulista ainda não
tinha deslanchado e enfrentava congestão. “Em 2011 o papel fez
um movimento de alta de cerca de 15%, enquanto o Ibovespa caiu
na faixa de 20%, e conseguiu romper a máxima histórica”, conta
o assessor. A resistência, rompida no pregão de terça-feira (14/2),
era de R$ 20,40 e a ação segue em tendência de alta. Como não
há outro topo histórico, Ruschel usa outros parâmetros técnicos
para traçar o tópico e projeta preço-alvo de R$ 23,30 para o papel.
“Acredito que há espaço para continuar o movimento, tendência
confirmada por outros papéis, como os da BR Properties”, avalia.
Os fundamentos também são favoráveis, já que há esforços
governamentais para manter a economia aquecida, o setor varejista
tem obtido boa performance, os aluguéis são reajustados acima
da inflação e as taxas de ocupação são altas. Os resultados do
último trimestre de 2011 e do ano devem ser divulgados no dia
27 de fevereiro, após fechamento dos mercados. Weruska Goeking
DESEMPENHO
VENCIMENTO
Fundos já receberam
R$ 9,64 bi em 2012
Curto prazo e renda fixa
são as categorias com
maiores captações no ano
Os aportes nos fundos brasileiros em 2012 já superaram o volume dos saques em R$ 9,64 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades
dos Mercados Financeiro e de
Capitais (Anbima).
As carteiras que mais atraem
recursos nessa indústria são as
que realizam alocações no curto
prazo e as destinadas a aplicações
em renda fixa, com captações
de, respectivamente, R$ 4,37 bilhões e R$ 3,05 bilhões.
No sentido inverso, a categoria mais penalizada com o saque
de recursos é a de fundos multimercados com estratégia em
moedas e juros, que somam no
ano saídas líquidas de R$ 361,54
milhões.
Esses saques reforçam um
movimento iniciado já no ano
passado. No acumulado dos 12
meses, essa categoria está com
uma captação negativa de R$
21,96 bilhões.
Ainda de acordo com dados
da Anbima, a indústria de fundos no Brasil totalizava no dia
10 de fevereiro (último dado
disponível) um patrimônio de
R$ 1,79 trilhão. Ao levar em conta os fundos estruturados e os
no exterior (off shore), o total
chega a R$ 2,01 trilhões. ■
TWITTADAS
“Analistas projetam lucro
menor para a #VALE5,
investidores resolveram
não acreditar em um
milagre e desde ontem
estão em retirada!!”
Picapau Trader, @picapautrader,
investidor
“A Grécia tem uma história
de prometer reformas
para os credores e não
cumprir. Desta vez
parece não ser diferente”
Thomson Reuters, @thomsonreuters,
twitter da agência de notícias
“Frase do dia: ‘O que
quer que aconteça no
mercado hoje, já aconteceu
e acontecerá outra
vez’” — Jesse Livermore
Marcos Moore, @Marcos_Moore,
analista
BR MALLS
Emissão de debêntures em R$ 405 milhões é vista como positiva por Ativa
ANALISTA
CONSIDERA TAXA
ATRATIVA
PARA CAPTAÇÃO
APLICATIVO
A BR Malls anunciou emissão
de debêntures no montante
de R$ 405 milhões, valor que diz
respeito a debêntures adicionais
e suplementares. De acordo com
a analista da Ativa Corretora,
Julia Monteiro, a emissão é
positiva, ainda que a companhia
seja a mais alavancada de seu
setor, com um indicador de
dívida líquida sobre o Ebitda
(lucro antes de juro, imposto,
amortização e depreciação) de
2,96 vezes, de acordo com dados
do terceiro trimestre de 2011.
“Julgamos que a remuneração
das debêntures é favorável para
a BR Malls”, afirma a analista.
A companhia anunciou no terceiro
trimestre de 2011 um custo
médio de sua dívida equivalente a
Índice de Preços Geral - Mercado
(IGP-M) mais 6,92%. As novas
debêntures serão simples, não
conversíveis em ações e a
primeira série terá vencimento
de cinco anos e remuneração
com atualização do valor nominal
de 100% do DI mais 0,94%,
enquanto a segunda terá prazo
de sete anos e juros prefixados
de 6,4% ao ano mais Índice de
Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA). A empresa destinará os
recursos para reforço de caixa
e resgate antecipado de notas
promissórias. “A empresa deverá
continuar seu agressivo plano
de expansão, principalmente, via
aquisição de shopping centers.”
SILVERADO SERVIÇOS DE INFORMAÇÕES CADASTRAIS LTDA.
CNPJ nº 07.721.591/0001-35
BR Brokers sobe Opções sobre
após compra
o Ibovespa
WinTrade
no iPhone
A compra de parte da Bamberg
por R$ 25,5 milhões fez a Brasil
Brokers apresentar a maior alta
em seis meses ontem. A ação encerrou o pregão a R$ 7,40, valorização de 6,47%, maior desde
9 de agosto de 2011 (7,68%). A
Brasil Brokers assinou contrato
para comprar 55% da Bamberg
e assumiu o compromisso de adquirir os 45% restantes em até
quatro anos a partir da data da
aquisição, segundo comunicado ao mercado. A Bamberg atua
exclusivamente no mercado secundário de imóveis. ■
A WinTrade, home broker da Alpes Corretora, está lançando
um aplicativo que permite a negociação de ações e derivativos
via iPhone. A ferramenta, chamada WinMobile, ficará disponível gratuitamente na App Store
a partir do dia 27 deste mês, e
possui todas as funções de um
home broker normal, incluindo
a negociação de minicontratos
de índice futuro e dólar. Por
meio do aplicativo, será possível ainda ver as cotações em
tempo real, acompanhando até
15 ativos ao mesmo tempo. ■
O exercício de opções sobre o Índice Bovespa (Ibovespa) movimentou ontem R$ 5,10 bilhões,
com 82.820 contratos negociados. Do volume de operações
exercidas, R$ 4,93 bilhões referem-se a opções de compra e
R$ 172,2 milhões refere-se a opções de venda. Já o segmento
BM&F registrou o último dia de
negociação do contrato de Ibovespa Futuro com vencimento
em fevereiro de 2012 (G12). Foram negociados 35.220 contratos para este vencimento, que
giraram R$ 2,31 bilhões. ■
EDITAL DE CONVOCAÇÃO - REUNIÃO DE SÓCIOS
Ficam convocados os sócios da empresa para se reunirem em reunião de sócios, às 10:00h, do dia 27 de
Fevereiro de 2012, na sede da Sociedade na Capital do Estado de São Paulo, na Av. Engenheiro Luis
Carlos Berrini, nº 1.511, 17º andar, Cidade Monções, CEP: 04571-011, para deliberarem sobre
(i) a alteração da numeração da sede da Sociedade e endereço comercial dos Sócios, (ii) pela abertura de
duas filiais da Sociedade em Salvador/BA e Belo Horizonte/MG; (iii) pelo aumento no Capital Social da
Sociedade; e (iv) a aprovação da alteração do Contrato Social e consequente consolidação do mesmo.
São Paulo, 16 de Fevereiro de 2011
Manoel Teixeira de Carvalho Neto - Sócio Administrador
MARINHA DO BRASIL
CENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHA
NO RIO DE JANEIRO (COMRJ)
AVISO DO PREGÃO ELETRÔNICO N°04/2011
OBJETO: AQUISIÇÃO DE UNIFORMES PARA O RECOMPLETAMENTO.
EDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos
dias úteis, no COMRJ.
a) Recebimento das propostas de preços até às 10:00 horas do dia 01/03/2012,
exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado no
endereço www.comprasnet.gov.br.
b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 10:00 horas
do dia 01/03/2012, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br. End. Av. Brasil
10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-008 ou Fax (21) 2101-0815.
Acesso ao Edital no site-www.comrj.mar.mil.br
46 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
MUNDO
Christian Hartmann/Reuters
SUCESSÃO
Timothy Geithner e Hillary Clinton estão
entre os nomes cotados para assumir o Bird
O processo sucessório no Banco Mundial (Bird) foi aberto, ontem, depois
que o titular Robert Zoellick anunciou que deixará o cargo ao final de seu
mandato dia 30 de junho. O ex-funcionário do governo de George W. Bush
e ex-assessor do Goldman Sachs foi o décimo-primeiro a ocupar o posto.
Fonte ligada ao Bird revelou que o secretário do Tesouro, Timothy Geithner,
e a secretária de Estado, Hillary Clinton, são possíveis candidatos. AFP
Simon Dawson/Bloomberg
Grécia cada
vez mais
perto da
moratória
“Sangue” no Banco da Grécia
durante protestos em Atenas
Governo luta para não ter que sair da Zona do Euro
O cancelamento de uma reunião de ministros das Finanças
da Eurozona sobre a Grécia prevista para acontecer ontem foi
ressentido pelo governo grego
que, apesar de acreditar que alguns de seus parceiros querem o
país longe, assegura que respeitará as exigências. “É necessário
dizer a verdade ao povo grego,
existem vários países da Eurozona que não nos querem mais.
Precisamos convencê-los” de
que a Grécia pode “renascer”,
disse o ministro das Finanças,
Evangelos Venizelos.”
Na terça-feira, o presidente
da Zona do Euro, Jean-Claude
Juncker, afirmou que as autoridades gregas não responderam
e que, por isso, a decisão sobre
o novo plano de ajuda foi passada para segunda-feira, data da
próxima reunião do grupo.
Os parceiros da Grécia esperam
o detalhamento do plano de ¤ 325
milhões em cortes de gastos adicionais que são exigidos para o or-
PAPAGAIO
¤ 14,5 bilhões
é o valor da dívida da Grécia
que vence no dia 20 de março
e que caso não seja paga
colocará o país em moratória.
çamento de 2012 do país. Juncker
ressaltou que “não recebeu garantias por escrito dos líderes da coalizão grega sobre a aplicação do programa de austeridade”.
O ministro alemão das Finanças Wolfgang Schäuble repetiu
ontem a disposição de seu país
em ajudar a Grécia, mas somente se o país não for um “poço
sem fundo.” Ao mesmo tempo,
o ministro das Finanças de Luxemburgo, Luc Frieden, deu a
entender que a Grécia pode ser
excluída da Zona do Euro, caso
não cumpra suas promessas de
reduzir o déficit público.
O tempo é curto: a operação
de troca da dívida, que deve ser
implementada por credores privados para perdoar deliberadamente ¤ 100 bilhões de dívida grega, se receber sinal verde da Eurozona, deve durar várias semanas.
A Grécia entrará em moratória
no dia 20 de março caso não pague nesta mesma data ¤ 14,5 bilhões de dívida. ■ AFP
Andrew Davis/Bloomberg
Prédios religiosos usados com fins
comerciais poderão ter que pagar imposto
Itália pode taxar prédios da igreja
O patrimônio imobiliário da
Igreja Católica no país é avaliado
em cerca de ¤ 9 bilhões
O governo italiano anunciou a intenção de apresentar uma emenda ao Parlamento para fazer a Igreja pagar um imposto sobre os prédios usados com finalidades comerciais. No total, a igreja italiana possuiria pelo menos 100.000
prédios avaliados em ¤ 9 bilhões.
A Concordata — convenção entre o Estado e a Igreja acerca de assuntos religiosos — entre a Itália e
a Santa Sé prevê um reconhecimento particular do valor social
das atividades de instituições sem
fins lucrativos. O problema é que
alguns edifícios abrigam atividades dos dois tipos (por exemplo,
uma capela e um hotel) o que
vem permitindo a isenção.
Em carta ao vice-presidente
da Comissão Europeia, Joaquin Almunia, o primeiro -ministro Mario Monti anunciou a intenção de
esclarecer a questão no parlamento e destacou que “a isenção da taxa predial para a Igreja se refere,
apenas, aos imóveis consagrados
de forma exclusiva a uma atividade não comercial”.
O porta-voz da CEI (Conferência Episcopal Italiana), Monsenhor Domenico Pompili desejou que seja “analisado o valor
social das atividades não lucrativas” da igreja em todo o mundo.
Os bispos italianos afirmam que
a isenção do imposto predial para as obras educativas, sanitárias e de luta contra a pobreza,
permite preencher lacunas do
sistema social italiano. ■ AFP
Vincent Kessler/Reuters
PIB da Zona do Euro recua
0,3% e indica leve recessão
A economia da Zona do Euro encolheu no fim de 2011 e flertará
com uma leve recessão em meio à
crise de dívida soberana, mas a
força da França e a resistência da
Alemanha podem manter o bloco
longe do desastre. A atividade econômica das 17 nações da região
caiu 0,3% no quarto trimestre em
relação ao terceiro, informou a Eurostat. A queda foi a primeira desde o segundo trimestre de 2009,
quando houve recuo 0,2%.
Mesmo uma leve recessão mas-
cara a diferença entre as nações
mais ricas do norte da Europa e
aquelas mais pobres e menos produtivas do sul. O PIB alemão caiu
0,2% no quarto trimestre, contra
crescimento de 0,6% no período
entre julho e setembro. A França
foi melhor, crescendo 0,2%.
Enquanto isso, a economia da
Itália contraiu-se 0,7% no quarto
trimestre ante o período anterior,
mais que o esperado, empurrando o país para a recessão, que deve persistir neste ano. ■ Reuters
TAL MÃE TAL FILHA
A deputada italiana
Licia Ronzulli participa
de uma uma sessão do
Parlamento Europeu,
em Estrasburgo, na
França, com a filha
no colo. Durante os
trabalhos, ela imitou
a mãe nos gestos,
sobressaindo-se entre
os aparentemente
compenetrados
parlamentares. Reuters
Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 Brasil Econômico 47
PONTO FINAL
Sarkozy vai concorrer à reeleição na França
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, declarou ao vivo na televisão nesta
quarta-feira que está concorrendo a um segundo mandato nas próximas
eleições presidenciais de abril. Sarkozy, de centro-direita, anunciou
sua candidatura no noticiário noturno do canal TF1, já que o socialista
François Hollande, que lidera as pesquisas de opinião, fazia o seu segundo
grande comício de campanha na cidade de Rouen, no norte da França.
“Sim, sou candidato à eleição presidencial”, disse ele. Reuters
IDEIAS/DEBATES
[email protected]
Adriano Pires
Alfredo Assumpção
Diretor do Centro
de InfraEstrutura (CBIE)
Economista e presidente da Fesa,
empresa de recrutamento de executivos
A concessão dos aeroportos
Que país é este?
A privatização dos aeroportos de Cumbica, Viracopos e Brasília, através do
modelo jurídico da concessão, mostrou que a única saída para que o país tenha um setor de infraestrutura moderno e com qualidade é com a entrada de
investimentos privados e operação privada. É uma pena que o governo tenha
adiado tanto essa decisão e vamos torcer para que ainda possamos ter a tempo aeroportos adequados para atender eventos como a Copa e a Olimpíada.
O leilão foi um sucesso, mas poderia ser ainda maior, caso o modelo adotado não tivesse mantido o ranço ideológico, que fez com que a Infraero ficasse com 49% de todos os consórcios que ganharam ou que vierem a ganhar os leilões dos aeroportos. Com certeza, a presença da Infraero irá dificultar a gestão dos aeroportos, principalmente no que se refere à implantação de uma gerência mais eficiente. O perigo é que ocorra um aumento de
tarifas, que serão pagas pelos consumidores e as empresas aéreas, ao invés
de um aumento da eficiência na gestão dos aeroportos. No mais, é curioso
que o modelo de concessão com cessão onerosa, implantado no governo
FHC e tão criticado pelo PT, tenha sido adotado no caso dos aeroportos.
Acho que o governo percebeu o fracasso dos leilões de estrada realizados no
governo Lula com critério da menor tarifa, que não provocou ainda nenhum grande investimento, ao contrário, estamos pagando pedágio e a qualidade dessas estradas licitadas continua péssima.
País sem terrorismo, miscigenado, multirracial, que aceita a diversidade,
diferentes religiões e religiosidades, operando sob a égide de uma única
norma legal em todo o seu território. Comunica-se com um único idioma,
sem dialetos. Convive com um mínimo de catástrofes climáticas, temperado com um clima mais ou menos estável o ano inteiro. Democrático e estável, política e economicamente. Aumenta significativamente o número de
pessoas entrando na classe média nos últimos anos. Caminha para uma redução do nível de pobreza. Evidencia um caminho sem volta para o desenvolvimento. Seu mercado interno é forte, com 80% da riqueza sendo gerada e consumida aqui. Relaciona-se amistosamente com todos os países do
mundo. Brasil, você é o país da moda.
Ufanismos à parte, o que fazer para conseguir um atalho e sair da posição de sexta maior economia do mundo para sermos a sexta mais desenvolvida? Com base no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ostentamos
a vexatória 84ª posição dentre 187 países e territórios reconhecidos pela
ONU. Dada a benevolência da entidade para com seus membros, mesmo
nesta classificação, o Brasil posiciona-se junto aos países de alto desenvolvimento humano. É que os países são distribuídos agora em quatro grandes
grupos: desenvolvimento humano muito alto, os 25% com maior IDH; alto
desenvolvimento humano (onde se encontra o Brasil); os 25% imediatamente abaixo, médio, o terceiro grupo; e baixo desenvolvimento humano,
os 25% piores. Medem-se aqui três dimensões básicas do desenvolvimento
humano — vida longa e saudável, conhecimento e padrão de vida digno —
relacionadas à educação, saúde e renda.
A evolução do IDH do país entre 1980 e 2011 foi de 31%, com uma taxa média de crescimento de 0,87% ao ano. Neste mesmo período, o PIB do país
saiu de US$ 163 bilhões em 1980, 12ª economia no mundo, para US$ 2,2 trilhões em 2011, como sexta maior economia, uma variação de 1.250%. Notase claramente que a qualidade de vida da população, nos quesitos saúde, educação e renda, não evoluiu na mesma proporção.
Está na hora de deixar de lado o debate
ideológico de que infraestrutura é dever
do Estado e as acusações de viés político
sobre qual partido privatiza melhor
Por fim, é de lamentar que alguns importantes quadros do PT continuem
atacando as privatizações ocorridas no governo FHC ao afirmar que os aeroportos foram concedidos à iniciativa privada, enquanto anteriormente a
operação era de venda. Na verdade, todas as privatizações que ocorreram
no governo FHC, em setores caracterizados como serviços públicos ou onde
existia a presença de monopólio natural, foram realizadas sob o regime jurídico da concessão. Isso ocorreu com as empresas distribuidoras de energia
elétrica, com as de telecomunicações, com as estradas, ferrovias. A única
grande privatização do governo FHC que não seguiu esse modelo foi a da Vale, pois se tratava da venda de ações que o estado detinha numa empresa
que não presta um serviço público e atua num mercado onde não há a presença do chamado monopólio natural.
Está mais do que na hora de deixarmos de lado o debate ideológico de que
infraestrutura é dever exclusivo do Estado e as acusações de viés estritamente político partidário sobre qual partido privatiza melhor. É preciso dar continuidade às privatizações, baseadas no modelo de concessão tendo o capital
privado como empreendedor e o Estado como fiscalizador e regulador. Com
isso, estaremos dando segurança jurídica aos investidores, diminuindo o risco regulatório e atraindo empresas com real capacidade de fornecer uma infraestrutura moderna e com o padrão dos países desenvolvidos. Feito isso, o
grande ganhador e beneficiário será toda a sociedade brasileira. ■
Nota-se claramente que a qualidade de vida
da população, nos quesitos saúde, educação
e renda, não evoluiu na mesma proporção
O que nos falta fazer? Voltar a investir em infraestrutura nos níveis dos
anos 1970 que rondavam os 5,5% do PIB para melhorar portos, aeroportos,
estradas, ferrovias, etc. Reduzir a carga tributária para níveis de 22% a 25%
do PIB, saindo dos atuais 36%, para fortalecer o setor privado, que, assim, poderá investir em educação e desenvolvimento de pessoas, podendo produzir
mais barato e com qualidade, tornando o produto brasileiro competitivo na
arena global. Interromper o processo de desindustrialização. Sair do modelo
fazendão exportador, pura e simples, de produtos primários, commodities
agrícolas e minérios, para competir também com produtos industrializados.
Se 95% das empresas brasileiras têm planos de saúde nos níveis das nações
mais desenvolvidas do mundo, empregando pessoas garante-se assistência
médica à população. Haverá geração de empregos, reduzindo assistencialismos e custos para o governo. Aumentará renda e melhorará nosso IDH. ■
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos
Diretor-Presidente José Mascarenhas
Diretores Executivos Alexandre Freeland e Ricardo Galuppo
Publisher Ricardo Galuppo
Diretor de Redação Joaquim Castanheira
Diretor Adjunto (SP) Costábile Nicoletta
Diretor Adjunto (RJ) Ramiro Alves
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Jiane Carvalho, Thaís Costa
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48 Brasil Econômico Quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012
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ÚLTIMA HORA
Vale tem lucro recorde de US$ 22,9 bi
Renzo Gostoli/Bloomberg
A Vale registrou em 2011 lucro líquido recorde de US$ 22,9 bilhões, equivalente a
US$ 4,36 por ação diluído. “Nosso desempenho financeiro foi extraordinário, o melhor de todos os tempos”, afirmou o presidente Murilo Ferreira. No entanto, o resultado
do quarto trimestre de 2011 foi de US$ 4,67 bilhões de lucro líquido, US$ 0,90 por ação diluído, volume 20% inferior ao do mesmo
período de 2010, em consequência dos menores preços de minério de ferro, cobre e
níquel, causados pela recessão europeia e
as expectativas negativas produzidas pela
crise de endividamento da zona do euro,
justificou a companhia. ■ Redação
[email protected]
Publisher
Corte positivo, mas...
Natura investirá R$ 420 mi em produção e logística
Fotos: divulgação
Pedote,
da Natura:
este ano
será melhor
que 2011
Ricardo Galuppo
A Natura vai investir R$ 420 milhões
em 2012, após aportar R$ 350 milhões no ano passado, até então o recorde da empresa. O montante será
usado no incremento da capacidade
industrial das fábricas de Cajamar
(SP) e Benevides (PR) e também no
sistema de logística, que está transitando de um modelo centralizado para o descentralizado. “Vamos começar a fabricar sabonetes no Pará, onde até então só produzíamos o noodle
(massa que serve de matéria-prima
para a produção do sabonete)”, afirma Roberto Pedote, vice-presidente de finanças, jurídico e tecnologia
da informação da companhia.
O aporte também será injetado no
novo centro de distribuição que a Natura está construindo na Marginal Tietê, na capital paulistana, e que deverá
ser inaugurado até o final do ano.
Com isso, a empresa planeja aposen-
tar a área de distribuição da matriz,
em Cajamar, que se concentrará na
vocação industrial. A companhia
mantém oito pontos de distribuição.
O investimento em serviços é
mandatório para a empresa que perdeu 0,3% de participação de mercado em 2011 por conta de problemas
logísticos e também das mudanças
que ela está implementando para
chegar a 2013 com 93% dos pedidos
entregues em até 48 horas. Hoje, o
prazo gira entre cinco e seis dias.
A Natura registrou uma receita líquida consolidada de R$ 5,5 bilhões
em 2011, salto de 8,9% em relação a
2010. O Ebtida de R$ 1,4 bilhão avançou 13,4%, com margem de 25,5%.
O lucro líquido do ano foi de R$ 830,9
milhões, com evolução de 11,7% e
margem líquida de 14,9%. O número
de consultoras subiu 16% para 1,4 milhão. ■ Françoise Terzian
Mais do que o valor do corte anunciado — de R$ 55 bilhões no Orçamento da União deste ano —, uma frase do
ministro Guido Mantega no anúncio das medidas dá o
tom do que pode ser um passo importante na condução
da política econômica daqui por diante. Conforme o ministro, a busca da consolidação fiscal implica uma necessidade fundamental: “a contenção dos gastos de custeio,
de modo a viabilizar recursos maiores para investimentos e programas sociais”. A lógica é positiva: o governo
contrata menos e, portanto, reduz os gastos com os salários do funcionalismo e, também, com a manutenção da
frota, por exemplo. Na outra ponta, destina mais recursos às obras de infraestrutura necessárias para desfazer o
nó que impede um crescimento mais rápido. Gastos como esses têm um efeito duplamente positivo sobre o
PIB. Em primeiro lugar porque o gasto, por si só, já é um
estímulo considerável à geração de riqueza. Em segundo
lugar porque a utilização da energia das hidrelétricas, a
agilidade dos portos modernizados e o transporte de
mercadorias sobre ferrovias construídas com recursos federais terão um impacto formidável no que diz respeito
à ativação da economia. Além desse impacto sobre a economia, outro aspecto precisa ser ressaltado: o da mudança de postura do governo da presidente Dilma Rousseff
em relação ao de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Para Lula, todo dinheiro destinado ao custeio da máquina (o que incluía aumentos dos salários, do vale-refeição e de outros benefícios ao funcionalismo) parecia pouco. Para Dilma, pelo que se viu no ano passado (quando
foi prometido um corte de R$ 50 bilhões) e pelo que se vê
este ano (quando se fala num valor 10% superior), parece melhor destinar os gastos a projetos que movimentem a economia do que inchar ainda mais a máquina.
Orçamentos no Brasil são tratados
como peças de ficção — só
encontram semelhança com
a realidade por mera coincidência
Ficha Limpa volta
à pauta com placar
de 4 a 1 a favor da lei
O julgamento da Lei da Ficha Limpa no Supremo Tribunal
Federal (STF) foi suspenso ontem à noite com 4 votos a 1 a
favor de uma das principais inovações criadas com a norma — a inelegibilidade de políticos condenados criminalmente. A sessão foi encerrada depois do voto da ministra
Cármen Lúcia e será retomada hoje.
O primeiro a votar foi Antonio Dias Toffoli. O ministro entendeu que a norma é ilegal, pois viola o princípio
de presunção de inocência, previsto na Constituição,
que declara qualquer pessoa como inocente enquanto
durarem recursos em instâncias superiores. Pela Lei da
Ficha Limpa, porém, basta uma condenação em órgão
colegiado para que o político se torne inelegível.
A ministra Rosa Weber foi a próxima a votar. Ela deixou claro desde o início que tinha total afinidade com
os avanços moralizadores da norma. Disse que a Lei da
Ficha Limpa surgiu devido à repulsa da sociedade pelo
sistema até então vigente. “Tínhamos políticos com péssima reputação e com vida pregressa mergulhada em extensa ficha de registros negativos, que podiam lançar
mão do poder político para encobrir políticas desabonadoras, usando mandato em proveito próprio.”
Rosa Weber argumentou que até princípios que parecem intocáveis, como o da presunção de inocência, po-
dem ser relativizados dependendo da situação. Ela lembrou, por exemplo, as hipóteses de prisão temporária e
preventiva, que são aplicadas quando o cidadão ainda
não foi condenado. A ministra também entendeu que
políticos que renunciaram para escapar de cassação devem ser atingidos pela Lei.
Próxima a votar, Carmen Lúcia aderiu totalmente ao
voto de Luiz Fux, relator do tema e que se posicionou a
favor da lei no ano passado, antes da votação ter sido interrompida por pedido de vistas.
Faltam votar seis integrantes da Corte: o presidente
do STF, Cezar Peluso, e os ministros Ricardo Lewandowski, Ayres Britto, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello. ■ ABr
Visto pelo lado mencionado acima, o anúncio do
corte é positivo. Os R$ 55 bilhões a serem cortados representam pouco menos de 3,5% do Orçamento da
União, que é de R$ 1,6 trilhão. Por esse ponto de vista,
o corte não é tão grande assim. Mas, pelo ponto de vista da seriedade do documento e pelo impacto dos R$
55 bilhões sobre a economia, o corte é enorme. É justamente aí que está o problema: o Orçamento é novo demais para ser posto de lado logo no início do ano. Por
que, em lugar de cortar, já não se elaborou um documento que refletisse a real intenção de gastos do governo? Afinal de contas, nem o cenário brasileiro nem
o mundial sofreram alterações importantes entre o
dia da aprovação do Orçamento pelo Congresso Nacional (22 de dezembro do ano passado), sua sanção sem
vetos pela presidente da República, Dilma Rousseff,
(19 de janeiro deste ano) e o anúncio feito ontem por
Mantega e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Na hora de elaborar o documento, o governo encaminha ao Congresso uma proposta que acaba inflada por emendas de deputados e senadores. Depois que
o documento é aprovado, o governo o adapta às suas
necessidades e interesses. Historicamente, os Orçamentos no Brasil são tratados como peças de ficção —
aquelas que só encontram semelhança com a realidade por mera coincidência. Está na hora de mudar isso.
Mais do que na hora. ■
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