1 MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO ESCOLA DE

Transcrição

1 MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO ESCOLA DE
1
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO
JOÃO HENRIQUE ALVES SOARES
A PARTICIPAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO NOS MUNDIAIS MILITARES
DE EQUITAÇÃO : A INFLUÊNCIA DOS CAMPEONATOS MUNDIAIS
MILITARES NA MODALIDADE CCE A PARTIR DE 2002.
Rio de Janeiro
2012
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JOÃO HENRIQUE ALVES SOARES
A PARTICIPAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO NOS MUNDIAIS MILITARES
DE EQUITAÇÃO : A INFLUÊNCIA DOS CAMPEONATOS MUNDIAIS
MILITARES NA MODALIDADE CCE A PARTIR DE 2002.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Escolda de Equitação do Exército como parte dos
requisitos para a Conclusão do Curso de Instrutor de
Equitação, sob a orientação do Maj Cav Fabrício
Caldas Albuquerque
Rio de Janeiro
2012
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JOÃO HENRIQUE ALVES SOARES
A PARTICIPAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO NOS MUNDIAIS MILITARES
DE EQUITAÇÃO : A INFLUÊNCIA DOS CAMPEONATOS MUNDIAIS
MILITARES NA MODALIDADE CCE A PARTIR DE 2002.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Escolda de Equitação do Exército como parte dos
requisitos para a Conclusão do Curso de Instrutor de
Equitação, sob a orientação do Maj Cav Fabrício
Caldas Albuquerque.
.
COMISSÃO AVALIADORA
________________________________________________
Fabrício Caldas Albuquerque - Maj Cav
Orientador
______________________________________________
Gustavo Lopes da Cruz – Cap Cav
Escola de Equitação do Exército
______________________________________________
Júlia Renata Roza da Silva de Magalhães – 2º Ten OTT
Escola de Equitação do Exército
Rio de Janeiro
2012
4
Aos meus familiares, que me acompaham em busca do meu sonho de
infância, a Deus, por abençoar meu caminho e à equitação, por me
ensinar o que nenhuma teoria pôde.
5
AGRADECIMENTOS
Ao Maj Cav Fabrício pela orientação na elaboração deste trabalho.
Ao S Ten Bernardi, meu pai, pela colaboração e sugestões.
6
RESUMO
SOARES, João Henrique Alves. A participação do Exército Brasileiro nos Campeonatos
Mundiais Militares de Equitação. Rio de Janeiro: EsEqEx, 2012. Monografia.
Este Trabalho de Conclusão de Curso aborda a participação do Exército Brasileiro nos
Campeonatos Mundiais Militares de Equitação. Traz o histórico das participações brasileiras,
na modalidade Concurso Completo de Equitação, a partir de 2002, data da primeira
participação do Exército Brasileiro neste tipo de evento. Foi focado no citado desde a primeira
participação até os dias atuais (2002-2012), de maneira a comprovar e validar a influência dos
Campeonatos Mundiais na modalidade CCE. A pesquisa de campo, executada através de
cálculos estatísticos provenientes de uma coleta de dados de um questionário, verifica e
discute como se deu tal influência e seu impacto atual, abordando aspectos positivos e
oportunidades de melhoria.
Palavras-chave: Impacto, Influência e Concurso Completo de Equitação.
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ABSTRACT
SOARES, João Henrique Alves. Brazilian Army Participation in World Military
Equestrian Championships. Rio de Janeiro: EsEqEx, 2012. Course Conclusion Paper.
The present Course Conclusion Thesis deals with the Brazilian Army. participation in World
Military Equestrian Championships. It brings a history case of the Brazilian participation in
the Eventing modality since 2002, when the Brazilian Army debuted at this sort of event. It
focused on the aforementioned event since the first championship to feature Brazilian
participation down to the present (2002-2012), so that it confirms and validates the World
Championship’s influence on the Eventing modality. The field research, executed through
calculated statistics originated from data collection by means of a questionnaire, verifies and
discusses how such influence came to be and its present impact, touching positive aspects and
opportunities for improvement.
Key words: Impact, Influence and Eventing.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Símbolo do CISM ............................................................................................ 14
Tabela 1 – Edições dos Campeonatos Mundiais Militares, ano, sede e modalidade de 1969
a 2011 .................................................................................................................................18
Figura 2 – Eventos Internacionais .....................................................................................21
Tabela 2 – Países organizadores e quantitade de vezes que sediaram Campeonatos
Mundiais Militares de Equitação ........................................................................................22
Tabela 3 – Organização por continentes. ............................................................................23
Tabela 4 – Classificação Mundial Militar 2002 individual ................................................23
Tabela 5 – Classificação Mundial Militar 2002 equipes. ...................................................24
Tabela 6 – Classificação Mundial Militar 2003 individual..............................................24
Tabela 7 – Classificação Mundial Militar 2003 equipes ....................................................24
Tabela 8 – Classificação Mundial Militar 2005 individual. ...............................................25
Tabela 9 – Classificação Mundial Militar 2005 por equipe. ..............................................25
Tabela 10 – Classificação Mundial Militar 2006 individual. .............................................26
Tabela 11 – Classificação Mundial Militar 2006 por equipes. ...........................................26
Tabela 12 – Classificação Mundial Militar 2011 individual. .............................................26
Tabela 13 – Classificação Mundial Militar 2011 por equipes. ...........................................27
Figura 3 – Equipe de CCE, em Quillota - Chile. ................................................................ 28
Figura 4 – Premiação da Equipe Militar de CCE. .............................................................. 29
Gráfico 1 – Relação Campeonato EB x CMM. ..................................................................42
Gráfico 2 - Distribuição nas categorias do Campeonato EB de 2006. ............................... 43
Gráfico 3 - Distribuição nas categorias do Campeonato EB de 2007. ............................... 44
Gráfico 4 - Distribuição nas categorias do Campeonato EB de 2011. ............................... 44
Gráfico 5 - Distribuição nas categorias do Campeonato EB de 2012. .............................. 45
Gráfico 6 – Comparação do número de participantes nos níveis 90, I e 1* nos Camp EB dos
anos 2006, 2007 e 2011 . .....................................................................................................45
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAA – Atributos da Área Afetiva
AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras
Cav - Cavalaria
CBH – Confederação Brasileira de Hipismo
CCE – Concurso Completo de Equitação
CCIO – Concurso Completo Internacional Oficial
Cel – Coronel
CISM – Conselho Internacional do Desporto Militar
CMM – Campeonato Mundial Militar de Equitação
CNPq – Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
COB – Comitê Olímpico Brasileiro
DEE – Diretoria de Especialização e Extensão
DEP – Departamento de Ensino e Pesquisa
EE – Estabelecimento de Ensino
EM – Estado Maior
EsEqEx – Escola de Equitação do Exército
EUA – Estados Unidos da América
FAOSTAT - Food and Agriculture Organization of the United Nations
FEI - Fédération Equestre Internationale
Gen Ex – General de Exército
GUEs – Grupamento de Unidades Escola
IGPM – Inspetoria Geral das Polícias Militares
JMM – Jogos Mundiais Militares
MEx – Ministério do Exército
QEMA – Quadro de Estado-Maior da Ativa
RCG – Regimento de Cavalaria de Guarda
UN – Nações Unidas
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................12
2 CISM – THE INTERNATIONAL MILITARY SPORTS COUNCIL ......................13
2.1 Esporte e Solidariedade .............................................................................................. 14
2.2 Esportes ........................................................................................................................14
2.3 Simpósios ......................................................................................................................15
2.4 Esportes pela Paz .........................................................................................................15
2.5 Solidariedade................................................................................................................16
2.6 CISM e os Esportes Equestres....................................................................................17
3. O BRASIL E OS CAMPEONATOS MUNDIAIS MILITARES DE EQUITAÇÃO
............................................................................................................................................20
3.1 O esporte equestre e o Brasil .....................................................................................20
3.2 Difusão do esporte no país .......................................................................................... 20
3.3 Exército Brasileiro e Organização
dos
Campeonatos
Mundiais Militares
de Equitação .......................................................................................................................22
3.4 Campeonatos Mundiais Militares a partir de 2002: resultados .............................. 23
4. RESULTADOS SIGNIFICATIVOS E ANÁLISE .....................................................28
4.1 Análise da preparação para o XVIII Campeonato Mundial Militar de Equitação
.............................................................................................................................................29
4.2 Análise da preparação para o XIX Campeonato Mundial Militar de Equitação
(5º JMM) ............................................................................................................................. 36
5 PESQUISA DE CAMPO .............................................................................................. 40
5.1 Metodologia .................................................................................................................40
5.2 Seleção da amostra .....................................................................................................40
5.3 Coleta de dados e resultados ......................................................................................41
5.3.1 Análise dos participantes dos Campeonatos do Exército de CCE, dos anos 2006,
2007 e 2011 ......................................................................................................................... 43
5.3.2 O cavalo da Coudelaria de Rincão.........................................................................46
5.4 Discussão dos resultados ............................................................................................. 48
5.4.1 Aspectos negativos ....................................................................................................48
5.4.2 Aspectos positivos .....................................................................................................49
11
5.4.3 Apreciação .................................................................................................................50
CONCLUSÃO ...................................................................................................................51
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................54
APÊNDICES .....................................................................................................................56
12
INTRODUÇÃO
Os Campeonatos Mundiais Militares são organizados pelo CISM, fundado em 18 de
fevereiro de 1948, uma das maiores instuições multiesportivas do mundo. Organiza diversos
eventos esportivos das Forças Armadas de mais de 133 países-membros. Os militares, que
previamente se cruzavam em campos de batalha, passaram a se encontrar em arenas e pistas
durante diversas competições para celebrar a paz, de acordo com estatuto assinado em 1998 por
tais nações .
Segundo o lema “Amizade através do Esporte”, o CISM tem como metas
contribuir para a paz mundial através da união dos países pelo esporte.
Foi determinado pelo CISM a incorporação dos esportes equestres em seu
calendário de eventos, estimulando, desta forma, a prática do esporte pelos militares.
Os Campeonatos Mundiais Militares de Equitação têm por objetivo oferecer uma
oportunidade adequada a todos os cavaleiros que tentam adquirir e manter um bom nível
técnico, além de proporcionar-lher boas chances de para competições de maior vulto. E é esta
participação do Exército Brasileiro nos Campeonato Mundiais Militares de Equitação, que é o
tema deste Trabalho de Conclusão de Curso.
A idéia central deste Trabalho é analisar a influência da participação militar
brasileira nos Mundiais Militares na modalidade Concurso Completo de Equitação desde sua
primeira participação, no ano de 2002, até os dias atuais..
Para a verificação da validade desta influência/impacto, a metodologia utilizada
foi verificada através das respostas dos questionários ao universo de atletas, treinadores e
Coordenador do Hipismo Militar. Foi realizada uma Pesquisa de Campo documental, através
de estudo de resultados, projetos futuros, treinamentos e participações em campeonatos, além
de uma pesquisa quantitativa, por meio de questionários e outra qualitativa, através de
entrevistas.
Ao final do Trabalho, há um posicionamento quanto à influência acarretada na
modalidade, com aspectos positivos e oportunidades de melhoria apontadas.
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2. CISM – THE INTERNATIONAL MILITARY SPORTS COUNCIL
Os Campeonatos Mundiais Militares são organizados pelo CISM, the International
Military Sports Council (CISM), fundado em 18 de fevereiro de 1948, uma das maiores
instuições multiesportivas do mundo. Organiza diversos eventos esportivos das Forças Armadas
de mais de 133 países-membros. Os militares, que previamente se cruzavam em campos de
batalha, passaram a se encontrar em arenas e pistas durante diversas competições para celebrar
a paz, de acordo com estatuto assinado em 1998 por tais nações .
Segundo o lema “Amizade através do Esporte”, o CISM tem como metas contribuir
para a paz mundial através da união dos países pelo esporte.
Bélgica, Dinamarca, França, Luxemburgo e Holanda criaram o CISM em um encontro
locado em Nice, em 18 de fevereiro de 1948 e, apesar de serem apenas países europeus, a
fundação de tal instituição sempre teve como objetivo ‘um projeto global’ em mente. O
sentimento de promover a união através dos esportes já não tinha nada de novo em 1948, haja
vista que, logo após a Primeira Guerra Mundial , em 1919, por volta de 1500 atletas
competiram em 24 diferentes esportes em Joinville, subúrbio de Paris, sob o comando do
General Pershing na primeira edição dos Jogos Interaliados.
Após a Segunda Guerra Mundial, a segunda edição dos Jogos Interaliados ocorreu em
Berlin, em 1946. Apenas competições de atletismo foram organizadas. Por motivos de
discordância política, o Conselho das Forças Aliadas foi extinto em 1947. Entretanto, o ideal da
promoção da união pelo esporte continuou.
Desde sua fundação, o CISM tornou-se cada vez maior. Em 1950, Argentina e Egito
aderiram ao Conselho, em 1951 foi a vez dos Estados Unidos, já em 1952, Iraque, Líbano,
Paquistão e Síria tornaram-se membros.
Através dos anos, o aumento da parceria foi significativo. Porém, com o surgimento da
Guerra Fria e a fundação do SKDA – uma organização de esportes militares cujos integrantes
eram também membros do Pacto de Varsóvia, foi negado ao CISM o status de organização
mundial e universal, pelo IOC, International Organization Council. Entretanto, com a queda do
Muro de Berlin, houve a expansão do CISM, que de 1991 à 1995, teve o aumento de 31 novos
países-membros.
Outro acontecimento significativo foi a organização da primeira edição dos Jogos
Mundiais Militares, em setembro de 1995, em Roma, Itália.
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O CISM tornou-se, com seus 133 integrantes, e seus diversos calendários de esportes
(mundial, continental e regional), além do mais alto nível de competidores, uma das maiores
instituições de esportes no mundo.
Figura 01 – Símbolo do CISM.
Fonte: <http://www.cism-milsport.org/eng/002_ABOUT_CISM/intro.asp>
2.1 ESPORTE E SOLIDARIEDADE
Inúmeras atividades mundiais, continentais e regionais ocorrem em aproximadamente
300 dias do ano. Os dois pilares do CISM que funcionam como base para tais eventos são o
esporte e a solidariedade. O Conselho têm se tornado um estabelecimento que não pode ser
mais ignorado pela comunidade internacional de desporto. Atuando como verdadeiro pioneiro
na solidariedade dos esportes internacionais, o CISM implementa projetos organizados em
conjunto com o Comitê Olímpico Internacional (IOC) e outras organizações, dentre elas
Nações Unidas e Comunidade Européia. Sendo, desta forma, desenvolvido um estreito
trabalho de relacionamento com nacionais e internacionais federações, bem como todas as
autoridades esportivas internacionais.
2.2 ESPORTES
Anualmente, o CISM organiza por volta de vinte Campeonatos Mundiais Militares
para diferente países, nos quais todas as nações podem participar. Também organiza
competições continentais e regionais e a cada quatro anos os Jogos Mundiais Militares. Mais
recentemente, foram realizados os Jogos de Inverno. A primeira edição dos Jogos Mundiais
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Militares ocorreu em 1995, em Roma, na Itália. Nos Jogos, noventa e três nações competiram
em dezessete diferentes esportes para a celebração do quinquagésimo aniversário do fim da
Segunda Guerra Mundial. Quatro anos depois, aproximadamente 7.000 participantes de 82
páises se encontraram em Zagreb, Croácia, para contribuir no grande sucesso da segunda
edição dos Jogos Mundiais Militares. Já a terceira edição do evento ocorreu em Catania,
Itália, no período de 4 a 11 de dezembro de 2003. Atletas de 84 países competiram 18
modalidades. Em Hyderabad, India, no período de 14 a 21 de outubro de 2007, aconteceu a 4ª
edição dos Jogos, marcada com o record de número de países participantes, 101, celebrando a
paz mundial e demonstrando o espírito de amizade e solidariedade que uniu todos os paísesmembros do CISM. A última edição foi sediada na cidade do Rio de Janeiro, em julho de
2011. A pioneira edição dos Jogos Mundiais Militares de Inverno estabeleceu-se na região do
Vale Aosta, Itália, oportunidade na qual 43 países e mais de 800 atletas competiram no mais
alto nível os esportes de inverno.
2.3 SIMPÓSIOS
O CISM preza por organizar simpósios internacionais quase todos os anos, com
objetivo de estudar aspectos sobre educação física e esporte dentro das Forças Armadas. O
último deles teve como assunto o tópico “Ciência esportiva: ferramenta fundamental para
gerenciamento dos esportes modernos” e aconteceu em Praga, República Tcheca, no período
de 18 a 23 de setembro de 2009. Setenta participantes de 27 países estiveram presentes. Um
dos mais relevantes momentos foi o relançamento da Academia CISM. O livro de
procedimentos do simpósio foi lançado em abril de 2010 e distribuído à família CISM.
2.4 ESPORTES PELA PAZ
Em 2005, houve o seminário “Esporte e Paz”, sediado em Mantova, Itália.
Representantes de mais de 22 países, Organizações Internacionais, IOC, UN, UNICEF,
Associações esportivas, Nações - Membro do CISM e entidades diretamente ligadas à paz,
saúde, esportes e educação compareceram ao evento.
Todos os participantes concordaram com o fato de que o esporte tornou-se importante
ferramenta para auxílio na reconstrução de sociedades pós-conflitos.
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Em outubro de 2007, durante os 4º Jogos Mundiais Militares na Índia, o CISM realizou
uma parceria com o IOC, a Associação Olímpica Indiana, e o Comitê Organizador dos Jogos
Mundiais, e promoveu um forúm internacional cujo tema foi “Esporte, uma ferramenta
concreta fundamental para a promoção da Paz”. Por meio de palestras, diferentes autoridades
apresentaram suas experiências e expectativas focando na utilização do esporte enquanto
ferramenta para educação e auxílio do processo de reconstrução em situações pós-conflito. No
corrente ano, em 20 de março, durante os Jogos de Inverno, foi realizada em cooperação com
o IOC, o Fórum Internacional cujo assunto foi “ Esporte pela Paz : de iniciativas positivas a
programas de sistemas integrados”.
Este extraordinário evento, junto com outras prévias iniciativas ( 2005, em Mantova e
2007, em Hyderabad), têm demonstrado que os esportes (principalmente os de natureza
militar) são fundamental ferramenta capaz de promover a paz, e talvez serem utilizáveis em
missões de estabelecimento da paz por volta do mundo. Todos os participantes e instituições
reconheceram que o CISM e as Forças Armadas são importantes atores no movimento
“Esporte pela Paz”, além de concordarem que as parcerias são as mais valiosas lições
aprendidas
e que podem realmente adotar o uso do esporte como ferramenta de
desenvolvimento em áreas de conflito. O fórum contou com a participação de autoridades
como o Príncipe Albert II, de Mônaco, além de outros distintos convidados como palestrantes
do IOC, Nações Unidas, NATO ( Organização do Tratado do Atlântico Norte ), Vaticano,
Organização do Esporte e Paz, antigos comandantes de Operações de Manutenção de Paz, e
autoridades CISM, demonstrando que o Conselho é capaz de construir pontes entre
instituições internacionais para criar sinergias. Os participantes do Fórum assinaram uma
declaração entitulada “ CISM Aosta Call-to-Action 2010 on Sport for Peace”, resumindo
desejos comuns e solicitando às instituições para estabelecerem formalmente um mútuo e
bilateral acordo para empreender programas concretos objetivando o compartilhamento de
boas e efetivas práticas de programas de promoção do “Esporte pela Paz”.
2.5 SOLIDARIEDADE
“ O programa de solidariedade do CISM tem por objetivo promover o desenvolvimento
sustentável para fortalecer os países-membros menos privilegiados do CISM, criando
oportunidades iguais à todas as nações – membros para participação de eventos esportivos
por ele promovidos”
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Como podemos ver na declaração acima, termos-chave como: solidariedade e
desenvolvimento estão presentes no estatuto do CISM como guias às suas ações.
Solidariedade olímpica é um dos pilares, baseada no modelo de desenvolvimento do CISM de
algumas décadas atrás. Tal modelo compreende desde a criação de clínicas técnicas em
países menos favorecidos, transporte de atletas para campeonatos ou expedições com
equipamentos esportivos a regiões desavantajadas. Nos últimos anos, os países-membros
organizaram cada vez mais ações sociais, através de treinamento de campo e envio ou convite
de técnicos em intercâmbio para troca de conhecimentos e promocão e coordenação de
transportes e até mesmo o pagamento de passagens aéreas. Tudo isto baseado na filosofia dos
membros do CISM, sob a égide da “Amizade através do Esporte” ou costumeiros acordos
bilaterais.
O estabelecimento de Centros de Desenvolvimento Regional, os RDC (Regional
Development Centres), é um dos principais objetivos da política de ajuda pelo mundo do
CISM. O primeiro passo dado nesta direção ocorreu em 2006, quando o CAD, CISM African
Development Centre, foi fundado em Nairobi, Quênia. O mais recente empreendimento é o
Centro de Desenvolvimento Regional localizado na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.
Através de sua rede, matéria humana, infra estrutura e capacidade de iniciativa, o
CISM objetiva nada menos que prover significante ajuda em matéria de solidariedade.
Consequentemente, crescerão atividades neste campo nos países-membro do Conselho, o que
é observado no Plano de Viagem e Transporte para a primeira edição dos Jogos Mundiais
Militares de Inverno, oportunidade em que 43 países voaram durante 8 dias rumo ao Vale
Aosta, na Itália, representando o quantitativo de mais de 800 atletas.
2.6 CISM E OS ESPORTES EQUESTRES
Através de uma adequada avaliação, foi determinado pelo CISM a incorporação dos
esportes equestres em seu calendário de eventos, estimulando, desta forma, a prática do
esporte pelos militares. O esporte equestre tem crescido e evoluído principlamente em países
desenvolvidos, e em especial no escopo da população civil, em competições amadoras e/ou
profissionais.
As competições eqüestres reservadas exclusivamente à militares têm por objetivo
oferecer uma oportunidade adequada a todos os cavaleiros que tentam adquirir e manter um
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bom nível técnico, além de proporcionar-lher boas chances de participarem de competições de
maior vulto.
Os Campeonatos Mundiais que contaram com a equitação foram os seguintes:
ANO
PAÍS SEDE
MODALIDADE
1969
Viena - Áustria
Salto/Adestramento/CCE
1971
Fontanibleau - França
Salto/Adestramento/CCE
1977
Teheran - Irã
Salto
1982
Roma - Itália
Salto/Adestramento/CCE
1984
Mafra - Portugal
Salto/CCE
1986
Madrid - Espanha
Salto/Adestramento/CCE
1988
Fontanibleau - França
Salto/Adestramento/CCE
1994
Roma - Itália
Salto/Adestramento/CCE
1995
Roma - Itália
Salto/Adestramento/CCE
1996
Damascus - Síria
1998
Beirut - Líbano
Salto
2000
Roma - Itália
Salto
2001
Ankara - Turquia
Salto
2002
Quillota - Chile
Salto/Adestramento/CCE
2003
Minderhout - Bélgica
Salto/CCE
2004
Rabat - Marrocos
Salto
2005
Buenos Aires -
Salto
Salto/Adestramento/CCE
Argentina
2006
Porto Alegre - Brasil
Salto/Adestramento/CCE
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2007
Fontanibleau - França
Salto
2011
Rio de Janeiro - Brasil
Salto/Adestramento/CCE
Tabela 01 – Edições dos Campeonatos Mundiais Militares, ano, país-sede e modalidades: de 1969 até 2011.
Fonte: CISM (2012).
O país começou sua participação em tais competições a partir de 2002, no 14º
Campeontato Mundial Militar, sediado em Quillota, Chile, ocorrido de 05 a 10 de fevereiro do
mesmo ano.
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3. O BRASIL E OS CAMPEONATOS MUNDIAIS MILITARES DE EQUITAÇÃO
3.1 O ESPORTE EQUESTRE E O BRASIL
O Brasil é um país de dimensões continentais, possuindo a quinta maior área do
mundo, 8.514.876,599 km², 47% do território Sul Americano e dispondo do quinto maior
contingente populacional mundial, 189.612.814 habitantes, é a 6ª maior economia do planeta
e a maior latino-americana. Possui o 4º maior rebanho eqüino do mundo, está em 7º lugar no
quesito país organizador de competições e ainda possui um enorme potencial a ser explorado
no que se refere às atividades que envolvem o esporte eqüestre.
Além de gerar renda, o esporte eqüestre oferece um grande número de empregos, é
uma forma de inclusão do país no patamar de nações desenvolvidas, ao menos no aspecto
esportivo. Também provoca avanços tecnológicos na ciência do cavalo, a eqüinocultura.
Outro ponto interessante é o surgimento de cursos relacionados diretamente com o cavalo,
como o curso superior de Ciências Eqüinas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná
(PUC-PR).
Não só na economia e educação do país há consequências. No universo Exército
Brasileiro há muito tempo utiliza-se a equitação como fator de desenvolvimento de atributos
da área afetiva, como coragem, iniciativa e decisão, necessários à formação e
desenvolvimento do caráter dos militares. Paralelo a estes aspectos, temos o emprego da
modalidade no aspecto esportivo.
3.2 DIFUSÃO DO ESPORTE NO PAÍS
O esporte eqüestre vem sendo difundido no Brasil desde longa data. O primeiro
registro oficial de competições envolvendo cavalos remete a 1641, quando, por ordem de
Mauricio de Nassau, foi realizado o Torneio de Cavalaria, na Cidade Mauricea (Pernambuco).
A competição envolveu participantes de diversas nacionalidades – portugueses,
brasileiros, holandeses, franceses e alemães – e foi vencida por brasileiros e portugueses.
Como atividade organizada, o esporte ganhou evidência a partir do inicio do século XIX, com
a inclusão da equitação, em 1810, entre as disciplinas da Academia Real Militar (Rio de
Janeiro) e as provas de corrida. No início do século seguinte, surgem os primeiros clubes
hípicos como, por exemplo, o Club Esportivo de Equitação (hoje, Centro Hípico do Exército),
no Rio de Janeiro, e a Sociedade Hípica Paulista, em São Paulo, ambos em 1911.
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O hipismo foi introduzido nos Jogos Olímpicos em 1900 (Paris) e a primeira
participação brasileira ocorreu nos Jogos de 1948 (Londres). Sete anos antes, em 19 de
dezembro de 1941, surgiu a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), órgão máximo do
esporte nacional, sediada no Rio de Janeiro (RJ). Ela foi criada pelas Federações Paulista de
Hipismo (São Paulo – SP), Hípica Metropolitana (Rio de Janeiro – RJ) e Hípica Fluminense
(Niterói – RJ). Atualmente possui 19 federações filiadas, além da Comissão de Desportos do
Exército. A CBH é associada ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e à Fédération Equestre
Internationale (FEI).
Estima-se que cerca de 50 mil atletas praticam esportes hípicos no Brasil, nas suas
diversas modalidades. No entanto, apenas nove mil (aproximadamente) são ligados às
Federações de Hipismo.
Apesar do grande número de atletas que não participam de competições oficiais, o
Brasil ocupa posição de destaque entre os 46 associados da FEI que promovem competições
internacionais. Embora com participação bem inferior em relação aos três principais países, o
Brasil ocupa a sétima posição entre os promotores de eventos internacionais, conforme
demonstra a figura 04. Em 2004, ocorreram 1.533 competições internacionais organizadas por
filados à FEI.
Figura 02 – Eventos internacionais.
Fonte: FEI (2005).
Deve-se ressaltar que o número de competições hípicas tem crescido expressivamente
no mundo todo. Nos últimos dez anos analisados, a quantidade de eventos internacionais
organizados por federações filiadas à FEI aumentou, em média, 12,4% a.a. Esta tendência
tem ocorrido nas diversas modalidades (salto, adestramento e concurso completo de
equitação), com exceção do volteio, que tem se mantido estável.
22
As diversas modalidades de esportes eqüestres também têm apresentado expressivo
crescimento no Brasil. Tomando como exemplo a Federação Paulista de Hipismo – FPH, com
um aumento médio de 15,3% a.a. no período de 1999 a 2004.
O Brasil conta com cerca de 200 clubes e escolas de equitação onde estes esportes são
praticados. Além disso, centenas de eventos são promovidos por associações de criadores e
empresas de turismo eqüestre.
3.3 EXÉRCITO BRASILEIRO E ORGANIZAÇÃO DOS CAMPEONATOS MUNDIAIS
MILITARES DE EQUITAÇÃO
A expansão do esporte equestre no país também teve conseqüências no Exército
Brasileiro, haja vista que o Brasil é o 2º lugar no quesito país organizador de Campeonatos
Mundiais Militares de Equitação, sendo o primeiro lugar das Américas, que é o Continente
que sediou 21,1% de competições desta natureza até agora (Figura K):
Tabela 02 – Países organizadores e quantitade de vezes que sediaram Campeonatos Mundiais Militares de
Equitação.
Fonte: CISM (2012).
Fruto também da nova política do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM)
que tem organizado, anualmente, o Campeonato Mundial Militar de Equitação, que se
encontra na XIX edição. De acordo com o que foi publicado no Boletim do Exército número
25/2006, de 23 de junho de 2006, tais competições eram realizadas, tradicionalmente, no
continente europeu. Com o advento de uma nova política do CISM, o Campeonato chegou à
23
América do Sul, tendo sido realizado no CHILE, em 2002, e na ARGENTINA, em 2005 e
BRASIL em 2006 e 2011.
Organização por Continentes
Continente
No. de Etapas
Percentual
(%)
EUROPA
11
57,9%
AMÉRICA
4
21,1%
ÁFRICA
1
5,3%
ÁSIA
3
15,8%
Total
19
100%
Tabela 03 – Organização por continentes.
Fonte: CISM (2012).
3.4 CAMPEONATOS MUNDIAIS MILITARES A PARTIR DE 2002: RESULTADOS
Edição 2002
A edição ocorreu de 05 a 10 de fevereiro de 2002 em Quillota, Chile, onde obteve-se
o seguinte resultado individual:
CCE
Posição
Cavaleiro / Cavalo
1
Carlos ALFONSO / Varadeno
País
ARG
2
Adolfo GRAZZINI / Nabuco
ARG
3
Jorge FERNANDEZ / Mariachi
URU
Tabela 04 – Classificação Mundial Militar 2002 individual.
Fonte: CISM (2012).
Como resultado por equipes, houve:
Posição
1
País
ARG
2
CHI
Atletas
Tle 1ero C.ALFONSO
Tle A.GRAZZINI
Sgt D. ESPOSITO
Tle 1ero COMEJO
Cap.G.GARIN
Cap.J.VILLARROEL
CXAp.J.CARRERA
Cap. R.STANGHER
24
3
Cap.J.FERNANDEZ
Tle L.ARANCO
Cap. E.QUINTANA
Cap.J.NUNEZ
URU
Tabela 05 – Classificação Mundial Militar 2002 equipes.
Fonte: CISM (2012).
Edição 2003
A edição ocorreu de 14 a 20 de julho de 2003 em Minderhout, Bélgica, onde obtevese o seguinte resultado individual:
Posição
1
CCE
Cavaleiro
Fabrice LUCAS
País
FRA
2
Matte DOHM
ALE
3
Bart HERMANS
BEL
Tabela 06 – Classificação Mundial Militar 2003 individual.
Fonte: CISM (2012).
Como resultado por equipes, houve:
Posição
País
1
FRA
2
ITA
3
ALE
Cavaleiro/ Cavalo
VIRICEL Gilles / Gipsy De Volsin
LE ROUX Erwan / Fidji De Magne
LUCAS Fabrice / Don Juan
WILLEFERT Didier / Green Goblin
FANICIOTTI Fabio / Down Town Brown
FARINA Fabio / Conte II
PORTALE Emilio / Subic Bay
MEZZAROBA Andrea / Tenpo
DHOM Matte / Chatte Noir
BOLTEN Carl-Christian / Lynett
OSTHOLT Andreas / Diablo
FINK Martin / Avellino 6
Tabela 07 – Classificação Mundial Militar 2003 equipes.
Fonte: CISM (2012).
Edição 2004
25
A edição ocorreu de 18 a 25 de maio de 2004 em Rabat e Temara, Marrocos, onde
ocorreu apenas o Campeonato na parte de Salto (Show Jumping).
Edição 2005
A edição ocorreu de 07 a 13 de março de 2005 em Buenos Aires, Argentina, onde
obteve-se o seguinte resultado individual:
Posição
1
CCE
2
3
Cavaleiro
Tte1ro Fernando DOMINGUEZ
SILVA / R Apichanao
My Juan CANDISANO / R
Defendida
Tte1ro Rodolfo GRAZZINI / R
Dessertora
País
ARG
ARG
ARG
Tabela 08 – Classificação Mundial Militar 2005 individual.
Fonte: CISM (2012).
Como resultado por equipes, houve:
Posição
1
Cavaleiro / Cavalo
My Juan CANDISANO / R Defendida
País
ARG
Tte1ro Fernando DOMINGUEZ SILVA / R
Apichanao
Tte 1ro Mariano CHIARA VIEYRA / IRAN A D
Tte 1ro Rodolfo GRAZZINI / R. Desertora
2
3
My Jeferson SGNAOLIN / Nasser
Capt. Fabricio CALDAS / R. Boyero
Capt. Helio F. MOURA DEL ALMEIDA / Zackoo
Rincao
Subof My JAIR GOMES / Buscapé Rincao
Capt. Javier PUERTO / Arrayan
Capt. Wilson ULLOA / Jos Carlitos
Tte Carlos RUIZ VARGA / Vado
Tte Alexander MUNOZ VARGAS / ROF Golosa
BRA
COL
Tabela 09 – Classificação Mundial Militar 2005 por equipe.
Fonte: CISM (2012).
Edição 2006
A edição ocorreu de 01 a 10 de outubro de 2006 em Porto Alegre, Brasil, onde
obteve-se o seguinte resultado individual:
26
CCE
Posição
1
2
3
Cavaleiro
Maj Jeferson Sgnaolin Moreira /
Escudeiro do Rincão
Lt Felipe Martinez Caldera /
Navideno
Maj Jorge Fernandez / Svr Mariachi
País
BRA
CHI
URU
Tabela 10 – Classificação Mundial Militar 2006 individual.
Fonte: CISM (2012).
Como resultado por equipes, houve:
Posição
Conjunto
País
Capt Sergio Iturriaga Delgado / Lago Rupanco
CHI
Lt Felipe Martinez Caldeira / Navideno
Lt Carlos Lobos Munoz / Habitante
Capt Guillermo Garin Hevermann / Literal
Maj Jeferson Sgnaolin Moreira / Escudeiro do Rincao BRA
Capt Antonio Marcos Salles Moura / Lord Green
WO Jair Gomes da Silva / Furacao do Rincão
Sgt Sandro Caetano Moreno / Centurião do Rincão
Lt Rodolfo Grazzini / Remonta Desertora
ARG
Lt Mariano Chiara Vieyra / Remonta Varadero
1
2
3
Lt Fernando Dominguez Silva / Remonta
Apichonado
Lt Col Matias Benavidez / Remonta Fogata
Tabela 11 – Classificação Mundial Militar 2006 por equipes.
Fonte: CISM (2012).
Edição 2011
A edição ocorreu de 19 a 24 de julho de 2011 no Rio de Janeiro, Brasil, onde obtevese o seguinte resultado individual:
CCE
Posição
Cavaleiro
Lt Col Jefferson Sgnolin / Escudeiro
1
do Rincão
Cpt Carlos Lobo / Ranco
2
3
Cpt Felipe Martinez / Navideno
Tabela 12 – Classificação Mundial Militar 2011 individual.
Fonte: CISM (2012).
País
BRA
CHI
CHI
27
Como resultado por equipes, houve:
Posição
Cavaleiro / Cavalo
1
Capt Sergio Iturriaga Delgado / Lago Rupanco
Cpt Felipe Martinez Caldeira / Navideno
Cpt Carlos Lobos Munoz / Ranco
Lt Col Ricardo Stangher / Halesco
Lt Col Jeferson Sgnaolin Moreira / Escudeiro do Rincao
Capt Vinicius Albano / Hebraico do Rincão
Lt Jair Gomes da Silva / Herdeiro do Rincão
Sgt Sandro Caetnano Moreno / Centurião do Rincão
Lt Almitran Martin / Nochero
Lt Tony de Barros / Ramses
Afr Rodrigo Abella / SVR Quimera
Lt Col Hector Lazcano / SVR Quorum
2
3
Tabela 13 – Classificação Mundial Militar 2011 por equipes.
Fonte: CISM (2012).
País
CHI
BRA
URU
28
4. RESULTADOS SIGNIFICATIVOS E ANÁLISE
Apesar de, a partir de 2002, no Campeonato Mundial Militar de Equitação em
Quillota, Chile, ter ocorrido a participação do Exército Brasileiro na modalidade Concurso
Completo de Equitação, somente nas edições de 2006 e 2011 os resultados foram, além de
satisfatórios, expressivos. Em 2006 e 2011 a equipe militar brasileira de CCE conquistou o
vice-campeonato, com o 1º lugar individual nelas em comum, o Ten Cel Jeferson Sgnaolin
Moreira.
Figura 03 – Equipe de CCE, em Quillota - Chile.
Fonte: Arquivo Pessoal do Sgt Paulo Sérgio.
Tal expressividade no tangente aos resultados deve-se:
- À infra- estrutura herdada, no CML, dos Jogos Pan Americanos de 2007 e dos 5º
Jogos Mundiais Militares (beneficiou os 5º JMM) e, no CMS, do XVIII Campeonato Mundial
Militar de Equitação, favorecendo o treinamento da equipe de CCE;
- À preparação com relação a escolha, treinamento e apoio da Equipe Brasileira de
CCE;
Primeiramente, o fato de que as duas últimas edições ocorreram no país é, sem
dúvidas, um aspecto que influenciou positivamente. Já em 2011, o país foi beneficado com a
29
infra-estrutura herdada de competições, como a própria de 2006, bem como os Jogos Pan
Americanos de 2007, tendo como conseqüências:
- Construção e reforma do Parque Hípico General Eloy Menezes;
- Participação da Escola de Equitação e do Regimento Andrade Neves na organização e
controle da competição, fato que é, com certeza, de grande valia ao aprimoramento das
técnicas de organização de competições, aperfeiçoando o campo do ensino, favorecendo a
disseminação do ‘know how’ de instrutores, técnicos de equipe, etc.
A inegável preparação para as competições. Para a edição de 2006 é evidente, como
pode ser visto no Boletim do Exército número 25/2006, de 23 de junho de 2006, na
PORTARIA N ° 340, DE 14 DE JUNHO DE 2006, que “Aprova a Diretriz para a
Organização e Execução do XVIII Campeonato Mundial Militar de Equitação e para a
Preparação da Equipe Brasileira e dá outras providências ”. Nesta Portaria, o Comandante do
Exército, usando as atribuições que lhe conferem, realiza uma manobra organizacional nível
EB envolvendo Estado-Maior do Exército, o Departamento Logístico, o Departamento de
Ensino e Pesquisa, o Departamento de Engenharia e Construção, o Comando Militar do Sul, a
Secretaria de Economia e Finanças e o Centro de Comunicação Social do Exército adotem
providências decorrentes da preparação do campeonato e seleção de equipes.
Figura 04 – Premiação da Equipe Militar de CCE.
Fonte: Arquivo Pessoal do Sgt Moreno.
4.1 ANÁLISE DA PREPARAÇÃO PARA O XVIII CAMPEONATO MUNDIAL MILITAR
DE EQUITAÇÃO
30
Realizar-se-à uma análise da DIRETRIZ PARA A ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO
DO XVIII CAMPEONATO MUNDIAL MILITAR DE EQUITAÇÃO E PARA A
PREPARAÇÃO DA EQUIPE BRASILEIRA:
1. FINALIDADES
a. Coordenar o apoio do Órgão de Direção Geral (ODG), dos Órgãos de Direção
Setorial (ODS) e dos Comandos Militares de Área (C Mil A) aos trabalhos do Comando
Militar do Sul (CMS) relacionados à organização e à realização do XVIII Campeonato
Mundial Militar de Equitação, em PORTO ALEGRE – RS, no período de 1º a 8 de outubro de
2006.
b. Coordenar o apoio dos ODS e dos C Mil A aos trabalhos de preparação da Equipe
Brasileira, sob responsabilidade do Estado-Maior do Exército (EME), por intermédio do
Chefe da Missão Brasileira para o XVIII Campeonato Mundial Militar de Equitação.
[...]
3. OBJETIVOS
a. Criar condições para que o CMS seja apoiado pela estrutura do Exército Brasileiro
(EB) na missão de organizar e executar o XVIII Campeonato Mundial Militar de Equitação.
b. Identificar, selecionar e preparar conjuntos (cavalos/cavaleiros) para representar o
Brasil no XVIII Campeonato Mundial Militar de Equitação.
c. Projetar o EB no âmbito esportivo nacional e internacional.
4. ORIENTAÇÃO GERAL
a. Considerações gerais
1) O Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM) tem organizado, anualmente,
o Campeonato Mundial Militar de Equitação, que se encontra na XVIII edição. Estas
competições eram realizadas, tradicionalmente, no continente europeu. Com o advento de
uma nova política do CISM, o Campeonato chegou à América do Sul, tendo sido realizado no
CHILE, em 2003, e na ARGENTINA, em 2005.
2) No corrente ano, véspera dos Jogos Pan-americanos, cabe ao BRASIL sediar este
evento internacional militar e, assim, contribuir para fazer valer o objetivo do CISM - “A
AMIZADE ATRAVÉS DO ESPORTE”.
3) A doutrina da Equitação Militar, difundida pela Escola de Equitação do Exército
(EsEqEx), a experiência e o conhecimento técnico adquiridos e atualizados ao longo dos
oitenta e quatro anos de existência daquela escola, asseguram as condições necessárias para a
31
organização do Campeonato Mundial, dentro dos padrões internacionais exigidos para um
evento de alto nível.
b. Condicionantes básicas para planejamento
1) A competição será organizada pelo CMS e terá como sede principal a Guarnição de
PORTO ALEGRE - RS.
2) O evento teste para a verificação da organização da competição e conclusão do
processo seletivo da Equipe Brasileira será o Campeonato do Exército de Equitação - 2006,
previsto para o mês de julho, a cargo do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda - Regimento
Osório, em PORTO ALEGRE - RS.
3) Os recursos necessários à realização do Campeonato deverão ser captados pelo
Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP), por intermédio da Comissão de Desportos do
Exército (CDE), e alocados à Fundação Parque Histórico Marechal Manoel Luiz Osório
(FPHMMLO), que os disponibilizará à Comissão Organizadora do evento, nomeada pelo
CMS.
4) A seleção e a preparação da Equipe Brasileira serão supervisionadas pelo Chefe da
Missão Brasileira para o Campeonato e contará com três Preparadores Técnicos, um para cada
modalidade eqüestre em disputa.
5) A seleção dos militares para integrar a Equipe Brasileira deverá observar os
atributos esportivos e o conjunto de valores militares que os qualifiquem a bem representar o
EB.
6) A participação de conjuntos militares em competições nacionais e internacionais,
previamente selecionadas, segundo os calendários da Confederação de Desportos do Exército,
da Confederação Brasileira de Hipismo e da Federação Eqüestre Internacional, deverá fazer
parte da preparação e da seleção da Equipe Brasileira.
5. ATRIBUIÇÕES
a. Estado-Maior do Exército
1) Coordenar o apoio dos ODS ao CMS no tocante à realização do Campeonato.
2) Coordenar o apoio dos ODS e dos C Mil A aos trabalhos de preparação da Equipe
Brasileira.
3) Gerenciar os recursos necessários à preparação e à participação da Equipe Brasileira
no Campeonato.
b. Secretaria de Economia e Finanças
1) Para a organização do Campeonato:
32
- Complementar, se for o caso, com recursos financeiros provenientes do Fundo do
Exército, na fase final da organização da competição, pontualmente, as necessidades que não
forem supridas por outras fontes, condicionado à aprovação prévia pelo Comandante do
Exército.
2) Para o treinamento da Equipe Brasileira:
- Descentralizar ao EME os recursos financeiros necessários, previamente informados
pelo Chefe do EME ao Secretário de Economia e Finanças, provenientes do Fundo do
Exército, bem como os previstos para o ano de 2006 na Port Cmt Ex nº 456, de 29 de julho de
2004, para emprego pelo Chefe da Missão Brasileira, no atendimento aos dispêndios de
seleção e treinamento das três modalidades em disputa.
c. Departamento de Ensino e Pesquisa
1) Para a organização do Campeonato:
a) captar, em nome do Exército Brasileiro, por intermédio da CDE, junto aos órgãos
desportivos federais e estaduais e patrocinadores, os recursos necessários à realização do
Campeonato, em coordenação com o CMS;
b) apoiar, por intermédio da EsEqEx, todos os trabalhos técnicos e de julgamento
necessários à realização do Campeonato;
c) encarregar-se, por intermédio da CDE, das ligações necessárias com a Comissão
Desportiva Militar Brasileira (CDMB) e com o CISM;
d) encarregar-se, por intermédio da CDE e em ligação com a CDMB, da divulgação do
Campeonato junto às agências desportivas dos países integrantes do CISM, de forma a
incentivar a participação do maior número possível de equipes; e
e) receber do CMS a indicação de órgãos desportivos e possíveis patrocinadores da
área daquele C Mil A a serem contatados oficialmente na busca dos recursos necessários à
realização do Campeonato.
2) Para o treinamento da Equipe Brasileira:
a) informar, por intermédio da CDE, aos C Mil A os conjuntos selecionados;
b) homologar, por intermédio da Diretoria de Pesquisa e Estudos de Pessoal (DPEP), a
indicação dos Preparadores Técnicos das três modalidades em disputa, a cargo do Chefe da
Missão, nomeando-os em Portaria para as funções;
c) aprovar o planejamento e acompanhar a execução dos programas de treinamento,
através da CDE; e
d) realizar, por intermédio da CDE, as ligações técnicas necessárias com os C Mil A,
com a Confederação Brasileira de Hipismo e com a Federação Eqüestre Internacional (FEI).
33
d. Departamento Logístico (D Log)
1) Para a organização do Campeonato:
- atender às necessidades de suprimento Classe I e III, bem como de forragens e
medicamentos veterinários nas fases de preparação e execução do Campeonato.
2) Para o treinamento da Equipe Brasileira:
a) atender, por intermédio da Seção de Remonta e Veterinária, da Diretoria de
Suprimento (DS), às necessidades de suprimento de forragem eqüina e medicamentos
veterinários, que se fizerem necessários para a melhor performance dos animais em trabalho,
durante a preparação;
b) acompanhar, com a presença do Chefe da Seção de Remonta e Veterinária e de um
veterinário, ambos da DS, o Campeonato do Exército de Equitação - 2006 e o Campeonato
Mundial Militar de Equitação, verificando o estado sanitário, a higidez física, a apresentação,
o forrageamento e o desempenho atlético dos eqüinos participantes, de forma a organizar um
relatório que sirva de instrumento para o melhoramento genético do plantel produzido pela
Coudelaria Militar do Rincão;
c) apresentar, ao final do Campeonato do Exército de Equitação - 2006, um relatório
com uma avaliação parcial dos itens especificados na letra b) acima, ao Chefe da Missão
Brasileira, para correção de procedimentos que se fizerem necessários;
d) apoiar as necessidades de transporte de animais, através da Diretoria de Transporte
e Mobilização; e
e) apoiar, através da Diretoria de Manutenção, a recuperação e a manutenção dos
meios de transporte envolvidos na preparação da Equipe Brasileira e na execução do
Campeonato Mundial Militar de Equitação.
e. Departamento de Engenharia e Construção
- Verificar a possibilidade de apoiar a realização de obras necessárias, previstas ou
não, nas instalações a cargo do 3º RCGd, de maneira a otimizar as estruturas da Unidade no
atendimento às demandas do Campeonato Mundial Militar de Equitação, condicionado ao
prazo necessário para a viabilização de obras de maior vulto e à disponibilidade de recursos.
f. Comando Militar do Sul
1) Gerenciar a organização e a realização do Campeonato, incluindo os recursos para
isso alocados, por intermédio de uma Comissão Organizadora, a ser nomeada pelo próprio
CMS.
2) Fazer o levantamento das necessidades em recursos para a realização do
Campeonato e informar, de forma discriminada, ao DEP/ CDE e ao EME.
34
3) Indicar ao DEP/CDE as entidades públicas e privadas de sua área de
responsabilidade, previamente contatadas, que estejam dispostas a participar como
patrocinadoras do evento.
6. PRESCRIÇÕES DIVERSAS
a. As organizações militares detentoras de efetivos de eqüinos deverão colocar à
disposição do XVIII Campeonato Mundial Militar de Equitação todos os animais reiunos ou
particulares estabulados (com prévia autorização, por escrito, do proprietário), participantes
ou não do Campeonato do Exército de Equitação - 2006 que, no julgamento da Comissão
Organizadora e do Chefe da Missão, sejam necessários à composição da Equipe Brasileira e
para eventual empréstimos às equipes visitantes.
b. O Campeonato do Exército de Equitação - 2006 será o evento final do período de
seleção da Equipe Brasileira. Os militares e animais convocados deverão permanecer no local
da realização da competição, para a última fase de treinamento, devendo ser desconvocados
após a realização do XVIII Campeonato Mundial Militar de Equitação.
c. Todos os militares envolvidos nas atividades de preparação, treinamento e execução
do Campeonato que, por qualquer razão, forem deslocados de suas sedes farão jus à
Gratificação de Representação prevista na Port Cmt Ex nº 386, de 7 de agosto de 2002,
modificada pela Port Cmt Ex nº 446, de 28 de agosto de 2002.
d. Para a preparação e participação da Equipe Brasileira no XVIII Campeonato
Mundial Militar de Equitação, as despesas com o translado de cavaleiros e de cavalos e as
demais despesas para a acomodação e manutenção da equipe correrão por conta do EME.
Tal preparação e seleção das equipes para a participação do Campeonato Mundial
Militar de 2006 é notória através de tal portaria, onde se comprova a preocupação da Força no
processo de escolha e preparo da equipe de CCE, mais especificamente, através das medidas:
- Escolha do Chefe da missão e dos três preparadores técnicos, um para cada
modalidade: salto, CCE e adestramento;
- Estabelecimento de quesitos para a seleção dos militares atletas;
- Participação das equipes em competições nacionais e internacionais, de acordo com
os calendários da CDE, CBH e FEI;
- Gerenciamento dos recursos para a Equipe Brasileira do Campeonato, pelo Estado
Maior do Exército;
- Descentralização ao EME dos recursos financeiros necessários, previamente
informados pelo Chefe do EME ao Secretário de Economia e Finanças, provenientes do
35
Fundo do Exército, bem como os previstos para o ano de 2006 na Port Cmt Ex nº 456, de 29
de julho de 2004, para emprego pelo Chefe da Missão Brasileira;
- Pelo Departamento de Ensino e Pesquisa:
a) informar, por intermédio da CDE, aos C Mil A os conjuntos selecionados;
b) homologar, por intermédio da Diretoria de Pesquisa e Estudos de Pessoal (DPEP), a
indicação dos Preparadores Técnicos das três modalidades em disputa, a cargo do Chefe da
Missão, nomeando-os em Portaria para as funções;
c) aprovar o planejamento e acompanhar a execução dos programas de treinamento,
através da CDE; e
d) realizar, por intermédio da CDE, as ligações técnicas necessárias com os C Mil A,
com a Confederação Brasileira de Hipismo e com a Federação Eqüestre Internacional (FEI).
- Pelo Departamento Logístico:
a) atender, por intermédio da Seção de Remonta e Veterinária, da Diretoria de
Suprimento (DS), às necessidades de suprimento de forragem eqüina e medicamentos
veterinários, que se fizerem necessários para a melhor performance dos animais em trabalho,
durante a preparação;
b) acompanhar, com a presença do Chefe da Seção de Remonta e Veterinária e de um
veterinário, ambos da DS, o Campeonato do Exército de Equitação - 2006 e o Campeonato
Mundial Militar de Equitação, verificando o estado sanitário, a higidez física, a apresentação,
o forrageamento e o desempenho atlético dos eqüinos participantes, de forma a organizar um
relatório que sirva de instrumento para o melhoramento genético do plantel produzido pela
Coudelaria Militar do Rincão;
c) apresentar, ao final do Campeonato do Exército de Equitação - 2006, um relatório
com uma avaliação parcial dos itens especificados na letra b) acima, ao Chefe da Missão
Brasileira, para correção de procedimentos que se fizerem necessários;
d) apoiar as necessidades de transporte de animais, através da Diretoria de Transporte
e Mobilização; e
e) apoiar, através da Diretoria de Manutenção, a recuperação e a manutenção dos
meios de transporte envolvidos na preparação da Equipe Brasileira e na execução do
Campeonato Mundial Militar de Equitação.
- Pelo Estado Maior do Exército, a as despesas com o translado de cavaleiros e de
cavalos e as demais despesas para a acomodação e manutenção da equipe ;
36
4.2 ANÁLISE DA PREPARAÇÃO PARA O XIX CAMPEONATO MUNDIAL MILITAR
DE EQUITAÇÃO (5º JMM)
Realizar-se-à uma análise da DIRETRIZ PARA A PREPARAÇÃO DA EQUIPE DE
HIPISMO DO EXÉRCITO VISANDO À PARTICIPAÇÃO NOS JOGOS MUNDIAIS
MILITARES DE 2011:
1. FINALIDADE
Orientar a preparação de militares do Exército Brasileiro (EB) para compor a Equipe
de Hipismo do Exército que participará dos Jogos Mundiais Militares de 2011, nas
modalidades Salto, Concurso Completo de Equitação (CCE) e Adestramento, integrando a
Equipe Brasileira.
2. OBJETIVOS
a. Criar condições para que a Equipe de Hipismo do Exército participe dos Jogos
Mundiais Militares de 2011, integrando a Equipe Brasileira.
b. Identificar, selecionar e preparar conjuntos do Exército (cavalos e cavaleiros) para
integrar a Equipe Militar Brasileira de Hipismo.
c. Orientar o treinamento dos conjuntos do Exército.
d. Projetar o EB no âmbito esportivo nacional e internacional.
3. DEFINIÇÕES
a. Coordenador das Atividades Hípicas Militares
É um oficial possuidor do Curso de Instrutor da Escola de Equitação do Exército
(EsEqEx), vinculado à Diretoria de Pesquisa e Estudos de Pessoal (DPEP), com
conhecimento das particularidades, da abrangência e das vinculações funcionais do hipismo e
do cavalo no EB, cuja tarefa é orientar, coordenar, controlar e acompanhar todas as atividades
que visam ao desenvolvimento da equitação no EB.
b. Equipe de Hipismo do Exército
É o conjunto dos cavaleiros militares em condições de representar o EB em
competições nacionais ou internacionais.
4. ORIENTAÇÃO GERAL
a. Considerações gerais
1) O EB tem obtido resultados significativos em competições militares e civis, no
âmbito nacional e internacional, o que lhe dá condições para ser o responsável por compor e
37
preparar uma Equipe Militar de Hipismo para representar o Brasil nos próximos Jogos
Mundiais Militares, em 2011, na cidade do Rio de Janeiro.
2) Os conhecimentos difundidos pela EsEqEx e a qualidade dos animais produzidos na
Coudelaria do Rincão propiciam os meios necessários para, aliados aos conjuntos (cavalos e
cavaleiros) em atividade na Força, a formação de uma equipe de alto nível nas três
modalidades clássicas do hipismo.
b. Condicionantes básicas para planejamento
1) A preparação da Equipe de Hipismo do Exército deverá ser realizada em três fases:
a) primeira fase: observação, orientação e acompanhamento do desempenho dos
conjuntos (cavalos e cavaleiros) em competições civis e militares de âmbito regional e
nacional, em particular nos campeonatos de hipismo do Exército de 2008 a 2011;
b) segunda fase: convocação, concentração, treinamentos específicos e seleção das
equipes, por modalidades, dois meses antes do início dos Jogos Mundiais Militares; e
c) terceira fase: participação nos Jogos Mundiais Militares.
2) O programa de treinamento deverá manter os conjuntos (cavalos e cavaleiros) em
suas sedes, criando condições para que os mesmos participem de competições nacionais e
internacionais que lhes permita evoluir pelo aprimoramento da técnica e pelo incremento da
competitividade.
3) A DPEP/Comissão de Desportos do Exército (CDE) deverá organizar, anualmente,
o calendário das competições nacionais e internacionais nas quais deverá haver a participação
da Equipe de Hipismo do Exército.
4) A Composição da Equipe de Hipismo do Exército, para cada evento, deverá dar
prioridade aos conjuntos existentes na região da competição, sendo complementada, quando
necessário, com conjuntos de outras regiões.
5) O acompanhamento do desempenho esportivo e as conseqüentes orientações
corretivas serão realizados por um Coordenador das Atividades Hípicas Militares (CAHM),
nomeado pelo Comandante do Exército. O CAHM será também o Chefe da Equipe e terá a
atribuição de planejar, coordenar e orientar os trabalhos de seleção e treinamento, além de
sugerir à CDE a composição do calendário das competições de treinamento.
7) As agências desportivas dos comandos militares de área deverão acompanhar o
treinamento e o desempenho dos conjuntos em atividade em suas regiões, segundo a
orientação do CAHM.
8) O CAHM deverá enviar, semestralmente, à DPEP/CDE um relatório das atividades
e dos resultados no período.
38
5. ATRIBUIÇÕES
a. Departamento de Ensino e Pesquisa
1) Buscar a formalização de convênios com fundações ou empresas privadas que
possam aportar recursos para a preparação da equipe.
2) Convocar os conjuntos para as competições constantes do calendário de
treinamento e outras, surgidas em função de classificações e pontuações.
3) Por proposta da DPEP, indicar ao Comandante do Exército o Coordenador das
Atividades Hípicas Militares.
4) Por proposta da DPEP, preparar, anualmente, o calendário de treinamento e o
cronograma de desembolso dos recursos alocados para a atividade.
5) Oportunamente, propor ao Departamento-Geral do Pessoal a designação como
Prestadores de Tarefa por Tempo Certo (PTTC) oficiais da reserva, para serem os treinadores
das três modalidades eqüestres em disputa.
b. Centro de Comunicação Social do Exército
Divulgar as atividades da Equipe de Hipismo do Exército.
O Boletim do Exército nº 48/2008, de 28 de novembro de 2008, através da Portaria nº
931, de 24 de novembro de 2008, refere-se às diretrizes para preparação das equipes na
modalidade hipismo, visando os 5º Jogos Mundiais Militares de 2011. Tal documento orienta
a preparação dos militares para comporem o universo de atletas da Equipe Militar Brasileira
da modalidade Hipismo, nas três modalidades, incluindo a Concurso Completo de Equitação.
Na portaria, há a divisão do treinamento em três fases distintas:
a) primeira fase: observação, orientação e acompanhamento do desempenho dos
conjuntos (cavalos e cavaleiros) em competições civis e militares de âmbito regional e
nacional, em particular nos campeonatos de hipismo do Exército de 2008 a 2011;
b) segunda fase: convocação, concentração, treinamentos específicos e seleção das
equipes, por modalidades, dois meses antes do início dos Jogos Mundiais Militares; e
c) terceira fase: participação nos Jogos Mundiais Militares.
A diretriz também:
- Prioriza que os conjuntos permaneçam em suas sedes, sendo que deverá haver
condições para a participação em competições nacionais e internacionais, quando planejado;
39
- A Composição da Equipe de Hipismo do Exército, para cada evento, deverá priorizar
os conjuntos existentes na região da competição, sendo complementada, quando necessário,
com conjuntos de outras regiões.
- O acompanhamento do desempenho esportivo será realizado por um Coordenador
das Atividades Hípicas Militares (CAHM), nomeado pelo Comandante do Exército. O CAHM
será também o Chefe da Equipe e terá a atribuição de planejar, coordenar e orientar os
trabalhos de seleção e treinamento, além de sugerir à CDE a composição do calendário das
competições de treinamento.
- As agências desportivas dos comandos militares de área deverão acompanhar o
treinamento e o desempenho dos conjuntos em atividade em suas regiões, segundo a
orientação do CAHM.
- O CAHM deverá enviar, semestralmente, à DPEP/CDE um relatório das atividades e
dos resultados no período.
- Pelo Departamento de Ensino e Pesquisa:
a) Oportunamente, propor ao Departamento-Geral do Pessoal a designação como
Prestadores de Tarefa por Tempo Certo (PTTC) oficiais da reserva, para serem os treinadores
das três modalidades eqüestres em disputa.
É importante salientar que, de acordo com tal diretriz, uma das fases da seleção da
equipe militar foi a observância dos últimos Campeonatos do Exército, no caso da modalidade
de estudo Concurso Completo de Equitação.
No próximo Capítulo, serão observados dados sobre os alguns dos últimos
Campeonatos do Exército de CCE.
40
5 PESQUISA DE CAMPO
É a estratégia de pesquisa que visa, utilizando de maneira sistemática os
conhecimentos
existentes,
elaborar
uma
nova
intervenção
ou
melhorar
consideravelmente uma intervenção existente ou, ainda, elaborar ou melhorar um
instrumento, um dispositivo ou um método de medição. (CONTANDRIOPOULOS et
al., 1997)
A pesquisa de campo realizada teve o objetivo de complementar e ampliar o estudo
sobre o impacto da participação do Exército Brasileiro em Campeonatos Mundiais Militares
de Equitação através do tema “ A participação do Exército Brasileiro nos Mundiais Militares
de Equitação : a influência dos Campeonatos Mundiais Militares na modalidade CCE a partir
de 2002 ”.
5.1 METODOLOGIA
Como método de pesquisa, utilizou-se um questionário (apêndice “A”) direcionado ao
universo de militares que participaram como atletas nas diversas edições dos Campeonatos
Mundiais Militares de Equitação, na modalidade Concurso Completo. O uso do instrumento
foi de grande valia, uma vez que os respondentes da amostra encontram-se geograficamente
dispersos. O questionário apresentava perguntas complexas sobre como ocorreram a seleção
dos atletas, treinamento dos conjuntos, se foi percebido aumento no investimento na
modalidade, oportunidades de melhoria em busca de alcance de maiores resultados, se foi
observada relação do Campeonato de Exército de CCE com a seleção da equipe para eventos
de magnitude do Campeonato Mundial Militar, com respostas abertas, complementadas por
um espaço para justificativa, caso o militar respondente julgasse necessário.
5.2 SELEÇÃO DA AMOSTRA
41
Foram submetidos ao questionário militares da ativa e reserva do Exército Brasileiro
envolvidos nos Campeonatos Mundiais Militares, seja como técnico, seja como atleta. Para
tanto, foram enviados 10 (dez) questionários para tal universo, haja vista que o universo
selecionado é pequeno. Por correio eletrônico, e 6 (seis) militares responderam.
5.3 COLETA DE DADOS E RESULTADOS
Quanto à coleta de dados, utilizou-se um espaço em torno de sessenta dias, para envio,
preenchimento e retorno dos questionários.
Estudando-se o efetivo pesquisado, foram divididos os resultados em respostas
subjetivas, de acordo com blocos distintos. O primeiro bloco versa sobre as edições de
Campeonatos Mundiais Militares que os atletas participaram. O resultado abrangeu todas as
edições que contou com a participação do país, ajudando na credibilidade da pesquisa.
O segundo bloco corresponde à indagação de como foi realizado o processo de seleção
da equipe da modalidade CCE para o(s) Campeonato(s) Mundial(is) Militar(es) participados
por aqueles que responderam ao questionário. Foi respondido que:
- Em 2002, resultados em concursos militares e civis para convocação após
desempenho durante os treinamentos;
- Em 2003, o critério foi subjetivo;
- Em 2005, foi pelo critério objetivo, levando em consideração o Campeonato do
Exército de CCE;
- Em 2006, resultados em concursos militares e civis para convocação após
desempenho durante os treinamentos;
- Em 2011, resultado do último Campeonato do Exército e provas seletivas pré
definidas pelo técnico após desempenho durante o treinamento da equipe.
O terceiro bloco se refere à verificação de que houve um aumento no investimento na
modalidade CCE ( maior participação em competições importantes, realização de clínicas,
etc), desde a primeira participação do país em edições do Campeonato Mundial Militar. A
maioria das respostas foi positiva, entretanto houve uma certa divergêngia, haja vista que
alguns remeteram respostas:
- De que poderia haver mais incentivo, na realização de mais provas de CCE nas OM
durante o ano, possibilitando uma maior participação de novos conjuntos e não ‘estatizando’ a
modalidade aos cavaleiros já experientes em Campeonatos;
42
- Foi respondido por outro que a estrutura está localizada principalmente no Comando
Militar do Leste, devido às competições neste comando ocorridas, facilitando apenas os
militares que ali servem;
- A partir de 2009, ocorreu um apoio maior, tendo em vista os Jogos Mundiais
Militares de 2011.
A quarta parte é relativa à percepção de alguma relação do Campeonato de Exército de
CCE com a seleção da equipe para eventos de magnitude do Campeonato Mundial Militar (se
aumenta incentivo, número de conjutos,etc.). Como respostas, obteve-se, conforme gráfico:
Gráfico 01 – Relação Campeonato EB x CMM.
Fonte: Dados da pesquisa.
Alguns pontos diveregentes foram verificados:
- Em parte, visto que o Campeonato serve como observatório para avaliar os conjuntos
que estão fora do circuito Sudeste e Leste;
- Não. Inclusive, no ano anterior (2011, ano do Mundial no Brasil), o Campeonato
tenha tido uma participação menor do que nos anos anteriores, não evidenciando relação;
- Sim, inclusive os conjuntos selecionados pras seletivas do último Campeonato
Mundial Militar estavam figurando entre os primeiros colocados nos Campeonatos do
Exército.
5.3.1 ANÁLISE DOS PARTICIPANTES DOS CAMPEONATOS DO EXÉRCITO DE CCE,
DOS ANOS DE 2006, 2007 ,2011 e 2012.
43
Através do estudo da influência dos Campeonatos Mundiais Militares na modalidade
CCE, a partir de 2002, surgiu uma natural verificação de alguns Campeonatos do Exército
realizados, junto à leitura da DIRETRIZ PARA A PREPARAÇÃO DA EQUIPE DE
HIPISMO DO EXÉRCITO VISANDO À PARTICIPAÇÃO NOS JOGOS MUNDIAIS
MILITARES DE 2011, que trata a respeito de que uma das fases da seleção da equipe militar
foi a observância dos últimos Campeonatos do Exército, no caso da modalidade de estudo
Concurso Completo de Equitação. “ É de suma importância o Campeonato do Exército,
inclusive, por se tratar de uma competição no mesmo nível dos últimos Campeonatos
Mundiais Militares” segundo o Cel Cyro Rivaldo Filho, atual técnico da Equipe Brasileira de
CCE.
Os anos estudados foram 2006, 2007, 2011 e 2012, tendo em vista o envio de apenas
estes três anos por parte das OM que organizaram os Campeonatos do EB de CCE.
Primeiramente, na edição de 2006, dos 53 conjuntos participantes, houve a seguinte
distribuição em categorias no Campeonato do Exército:
Gráfico 02 – Distribuição nas categorias do Campeonato EB de 2006.
Fonte: Dados da pesquisa.
44
Na edição de 2007, dos 30 conjuntos participantes, houve a seguinte distribuição em
categorias:
Gráfico 03 - Distribuição nas categorias do Campeonato EB de 2007.
Fonte: Dados da pesquisa.
Na edição de 2011, dos 41 conjuntos participantes, houve a seguinte distribuição em
categorias:
Gráfico 04 - Distribuição nas categorias do Campeonato EB de 2011.
Fonte: Dados da pesquisa.
45
Na edição de 2012, dos 46 conjuntos participantes, do universo estudado, houve a
seguinte distribuição em categorias:
Gráfico 05 - Distribuição nas categorias do Campeonato EB de 2012.
Fonte: Dados da pesquisa
Na análise da evolução do número de concorrentes nestas quatro edições, não houve
aumento perceptível:
Gráfico 06 – Comparação do número de participantes nos níveis 90, I e 1* nos Camp EB dos anos 2006, 2007,
2011 e 2012 .
Fonte: Dados da pesquisa.
46
5.3.2 O CAVALO DA COUDELARIA DE RINCÃO
Ao longo da pesquisa, recebimento das respostas dos questionários enviados,
entrevistas com o Cel Cyro, técnico da seleção brasileira de CCE e Gen Paulo Chagas,
Coordenador do Hipismo no Exército Brasileiro, chegou-se a um ponto onde o cavalo
inevitavelmente haveria de ser observado. Algumas indagações vieram em questão. Cavalos
da Coudelaria de Rincão foram utilizados nos Mundiais? Houve uma evolução na cavalhada
nos últimos 10 anos?
A totalidade dos atletas questionados respondeu que montou, em pelo menos uma
edição em que participou, cavalo da Coudelaria de Rincão. Quanto à evolução dos conjuntos
conforme o tempo, as respostas foram favoráveis. Porém, não é um resultado objetivo e as
causas podem ter sido várias, como:
- Uma melhoria do produto da Coudelaria de Rincão;
- Aperfeiçoamento do trabalho na doma e iniciação dos cavalos, na própria Coudelaria
de Rincão e nas Organizações Militares que recebem tais produtos, como os Regimentos de
Cavalaria de Guarda.
Segundo o Cel Cyro, os animais da CR melhoraram muito nos últimos 10 anos, mas
não para CCE. Para CCE existe a necessidade de fazer uma programação de criação
direcionada para um cavalo longilíneo, leve, galopador, com bom andamento e com mecânica
de salto, assim como os alemães têm hoje. Nossos cavalos atuais não são especialistas em
CCE, não fazem uma prova de cross 3*** dentro do tempo.
Em entrevita, o Gen Paulo Chagas, Coordenador do Hipismo no Exército Brasileiro,
declarou que com os meios disponíveis e dentro das rotinas da criação de cavalos em Rincão,
há que se direcionar a produção para animais com as características morfológicas e genéticas
recomendadas para a modalidade, como já está sendo feito para o próximo Plano de Monta
(2013), com 12 matrizes selecionadas e sêmen importado. Juntamente com a produção de
equinos voltada para o CCE, há que se fazer também o direcionamento da especialização na
EsEqEx com prioridade para o Concurso Completo. Entendo que o currículo prático e teórico
da Escola deve ser voltado, prioritariamente, para a formação do especialista em Prova
Completa, única modalidade do esporte hípico que permite ao militar, sem desviar-se das
prioridades da atividade fim, almejar integrar as equipes nacionais.
5.3.3 PROJEÇÕES DO COORDENADOR DE HIPISMO DO EXÉRCITO BRASILEIRO
47
Em entrevista concedida em prol deste Trabalho de Conclusão de Curso, o Gen Paulo
Chagas respondeu à algumas questões, dentre elas sobre se haverá investimentos na
modalidade.
Declarou que: “Sim, considerando os resultados que temos alcançado, prevejo um
aporte correspondente de recursos enquanto não nos for possível, por injunções da própria
estrutura militar, encontrar uma forma sistemática e efetiva de obter um patrocínio que
desonere o orçamento do Exército.
Qualquer investimento, no entanto, dependerá da manutenção de resultados positivos
nas competições de âmbito nacional, em primeiro lugar, e internacional quando, pela evolução
no esporte, estivermos integrando as equipes do Brasil.
Paralelamente, com os meios disponíveis e dentro das rotinas da criação de cavalos em
Rincão, há que se direcionar a produção para animais com as características morfológicas e
genéticas recomendadas para a modalidade, como já está sendo feito para o próximo Plano de
Monta (2013), com 12 matrizes selecionadas e sêmen importado.
Juntamente com a produção de equinos voltada para o CCE, há que se fazer também o
direcionamento da especialização na EsEqEx com prioridade para o Concurso Completo.
Entendo que o currículo prático e teórico da Escola deve ser voltado, prioritariamente, para a
formação do especialista em Prova Completa, única modalidade do esporte hípico que permite
ao militar, sem desviar-se das prioridades da atividade fim, almejar integrar as equipes
nacionais.”
Ao ser indagado sobre o impacto na preparação e seleção da equipe a partir da
participação no Campeonato Mundial Militar em 2002, no Chile, respondeu que sim.
“...Qualquer evolução no esporte tem por base a motivação para a conquista de objetivos. A
participação em Mundiais Militares, desde 2002, passou a ser um fator de vontade e
dedicação de cada um e, na medida em que o EB apercebeu-se desse potencial, passou a
apoiar com recursos a participação dos cavaleiros militares em provas nacionais, única forma
de evoluir com segurança e consistência em qualquer modalidade esportiva, e, mais do que
isto, o EB entendeu que valia a pena, não só participar, mas organizar competições aqui no
Brasil, como foi o caso do MME de 2006 e dos JMM de 2011.
Cabe, no entanto, levar em consideração que o CISM, em decisão tomada após os V
JMM, retirou o Hipismo da relação de seus esportes obrigatórios, o que impõe aos exércitos
que ainda mantém a equitação como esporte e meio de formação o incremento de
competições regionais como se pretende realizar em 2013 no CMS, até que, pela evolução, o
48
esporte seja recolocado em seu devido lugar de destaque e de prestígio, vis-a-vis de sua
origem militar, em particular o CCE...” segundo o General.
5.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
5.4.1 Aspectos negativos
Alguns aspectos negativos foram apontados no decorrer da pesquisa e devem ser
levantados:
- A modalidade CCE é dependente da estrutura física do local. O Mundial Militar de
2006 e de 2011 concentraram a infra-estrutura necessária à modalidade nos Comandos
Militares do Leste e do Sul. Sendo que no CMS, apenas no Parque Histórico Marechal
Manoel Luís Osorio, onde ocorre apenas uma competição por ano, o interior do estado do Rio
Grande do Sul, atualmente, não realiza nenhum Concurso Completo;
- Ao passo que, a partir de 2002, houve um maior foco na modalidade, este foi dado
apenas às categorias mais técnicas (Níveis 1*, 2**), já a base não está sendo devidamente
favorecida, diminuindo cada vez mais. É necessário o conhecimento de que os atletas que
participam das categorias de base (nível 80, 90 e I ) um dia serão os das mais técnicas;
- O ‘fator cavalo’ deve ser considerado. Para CCE existe a necessidade de fazer uma
programação de criação direcionada para um cavalo longilíneo, leve, galopador, com bom
andamento e com mecânica de salto, assim como os alemães têm hoje. Nossos cavalos atuais
não são especialistas em CCE, não fazem uma prova de cross 3*** dentro do tempo, de
acordo com o Cel Cyro;
- Conforme estudado, o Campeonato do Exército, que em tese é um instrumento de
verificação dos conjuntos da modalidade e uma forma de selecioná-los de maneira mais
objetiva, não está sendo agraciado com o crescimento do número de participantes. Pelo
contrário, este número cada vez está menor. Os atletas que compuseram o universo daqueles
que responderam ao questionário vislumbraram relação com o Campeonato Mundial Militar,
a partir de 2002. Entretanto, como já dito, não houve aumento visível no número de
competidores, o que nos leva a suposições de como, por exemplo, que houve investimentos
em militares já participantes de tais campeonatos, não em novos conjuntos.
49
5.4.2 Aspectos positivos
Para manutenção e aprimoramento da modalidade Concurso Completo, devem ser
mostrados os aspectos positivos a seguir listados:
- Atualmente, está havendo clínicas com instrutores de renome, militares ou não;
Como, por exemplo, com o Cel Cyro Rivaldo Filho, técnico da equipe brasileira militar, afim
de normatizar e verificar o nível técnico dos conjuntos nos Regimentos de Cavalaria de
Guarda e Escola de Equitação do Exército;
- Segundo o Gen Paulo Chagas, Coordenador do Hipismo no Exército Brasileiro,
haverá o Plano de Monta (2013), com 12 matrizes selecionadas e sêmen importado, com o
objetivo de direcionar a produção para animais com as características morfológicas e
genéticas recomendadas para a modalidade, cujo resultado só será visto daqui, no mínimo, 5
anos;
-
A preocupação em aprovisionar o equipe brasileira militar. As condições para
treinamento do CCE dos JMM de 2011, foram muito boas e atenderam perfeitamente todos os
segmentos do treinamento, como a qualidade da alimentação, ferragem, exames e
medicamentos veterinários, material para treinamento, transporte para competições treinos,
assim como muito boas condições de alojamento e alimentação dos tratadores, atletas e
comissão técnica, segundo o próprio Cel Cyro.
5.4.3 Apreciação
A participação em Mundiais Militares, desde 2002, passou a ser um fator de vontade e
dedicação de cada um e, na medida em que o EB apercebeu-se desse potencial, passou a
apoiar com recursos a participação dos cavaleiros militares em provas nacionais, única forma
de evoluir com segurança e consistência em qualquer modalidade esportiva, e, mais do que
isto, o EB entendeu que valia a pena, não só participar, mas organizar competições aqui no
Brasil, como foi o caso do MME de 2006 e dos JMM de 2011. (Gen PAULO CHAGAS)
Logo, para fazer face à multiplicidade em relação à estrutura organizacional e ao que
concerne projetos para incentivo da modalidade, o Exército Brasileiro deve dar mais atenção e
50
preparar-se para cumprir da melhor maneira possível uma de suas funções institucionais, que
é a de representação perante os outros países na parte esportiva. Para isso, propõe-se:
- incentivar uma maior ocorrência de competições nas categorias de base (nível 80, 90
e I ) ,base de onde sairão os conjuntos que um dia serão pertencentes às categorias mais
técnicas. Caso isso não ocorra, a modalidade Consurso Completo, de natureza militar, irá
diminuir sensivelmente culminando, talvez, em sua extinção;
- especializar-se, a EsEqEx,
com prioridade para o Concurso Completo. Há a
necessidade do currículo prático e teórico da Escola voltado, prioritariamente, para a
formação do especialista em Prova Completa, única modalidade do esporte hípico que permite
ao militar, sem desviar-se das prioridades da atividade fim, almejar integrar as equipes
nacionais.;
- direcionar a produção para animais com as características morfológicas e genéticas
recomendadas para a modalidade, assim como fizeram os alemães;
- incrementar competições regionais como se pretende realizar em 2013 no CMS, até
que, pela evolução, o esporte seja recolocado em seu devido lugar de destaque e de prestígio,
vis-a-vis de sua origem militar, em particular o CCE. Tudo isso levando em consideração que
o CISM, em decisão tomada após os V JMM, retirou o Hipismo da relação de seus esportes
obrigatórios,
- investir na boa imagem da Força enquanto estrutura organizacional, haja vista a
elogiada organização de eventos de grande porte, como o XVIII CMM em Porto Alegre, os
Jogos Pan Americas e os V JMM, no Rio de Janeiro. Desta forma, poderá ser aproveitada a
infra-estrutura herdada nos Completos de Equitação do Exército Brasileiro ;
“Qualquer evolução tem por base a motivação para a conquista de objetivos.” (Gen PAULO
CHAGAS)
51
6 CONCLUSÃO
Atualmente, no panorama esportivo da modalidade CCE, há:
-a participação do Ten Cel Jeferson Sgnaolin Moreira, nas Olimpíadas de Beijing, em
2008;
- a 2ª colocação por equipes da Equipe Militar de CCE do Brasil, na última edição dos
Jogos Mundiais Militares, com a 1ª colocação do Ten Cel Sgnaolin;
- o país com o ‘status’ de referência em organização de eventos, vide jogos Pan
Americanos de 2007, Campeonatos Mundial Militar de 2006, e Jogos Mundiais Militares de
2011, sendo que o Complexo Gen Eloy Menezes será sede do segmento hípico dos Jogos
Olímpicos de 2016;
- o Maj Fabrício Caldas concorreu à vaga nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012;
- competição de CCE ocorrida em Durazno, Uruguai, sob a supervisão do Cel Cyro e
Gen Paulo Chagas;
- a realização de ‘workshops’ nas Organizações Militares e Escolas de Formação que
recebem cavalos da Coudelaria de Rincão, a fim de normatizar e avaliar o nível técnico em
que se encontram os conjuntos;
-
as condições para treinamento do CCE dos JMM de 2011 foram muito boas e
atenderam perfeitamente todos os segmentos do treinamento, como a qualidade da
alimentação, ferragem, exames e medicamentos veterinários, material para treinamento,
transporte para competições treinos, assim como muito boas condições de alojamento e
alimentação dos tratadores, atletas e comissão técnica, segundo o Cel Cyro.
Fatores como estes representam um bom período à modalidade Consurso Completo,
fazendo com que cada vez melhor o país seja representados em competições.
Os Jogos Pan Americanos de 2007 foram realizados no Brasil e, posteriormente os V
Jogos Mundiais Militares em 2011. Para sediar as competições de hipismo, foi utilizado o
Parque Gen Eloy Menezes, que passou por uma reforma para comportar uma competição de
tal magnitude. Este legado deixado pelos Jogos Pan Americanos, no aspecto instalações, é
uma oportunidade de resgate pela Escola de Equitação do Exército e do Hipismo no Exército
do seu espaço no cenário nacional.
Este Trabalho de Conclusão de Curso objetivou comprovar a influência da
participação do Exército Brasileiro nos Mundiais Militares de Equitação, a partir de 2002, na
52
modalidade CCE, com o intuito de apontar e estudar as mudanças ocorridas e estabelecer
parâmetros que comprovassem tal transformação, bem como uma análise crítica de como está
estabelecido o Concurso Completo no Exército Brasileiro.
O resultado significativo nos V Jogos Mundiais Militares da equipe brasileira de CCE
refletiu o apoio do EB em recursos financeiros, visando à participação em provas de nível
mais elevado; em crédito na possibilidade de incremento e evolução do potencial apresentado
nas competições militares (Campeonato do Exército) e civis; na melhoria permanente da
produção da Coudelaria de Rincão e na motivação de todos os cavaleiros militares que
entenderam que, com o apoio da Instituição e com a dedicação de cada um, todos tinham
possibilidades de integrar a Equipe do Brasil.
Foi trabalhada a hipótese da influência de forma positiva na modalidade CCE, sendo
que, de certa forma, esta foi comprovada, inclusive, pelo Coordenador do Hipismo no
Exército, cujas palavras foram: “A participação em Mundiais Militares, desde 2002, passou a
ser um fator de vontade e dedicação de cada um e, na medida em que o EB apercebeu-se
desse potencial, passou a apoiar com recursos a participação dos cavaleiros militares em
provas nacionais, única forma de evoluir com segurança e consistência em qualquer
modalidade esportiva, e, mais do que isto, o EB entendeu que valia a pena, não só participar,
mas organizar competições aqui no Brasil, como foi o caso do MME de 2006 e dos JMM de
2011.”
Existem pontos a serem esclarecidos:
- A modalidade CCE está concentrada nos Comandos Militares do Leste e do Sul. O
CMP tem muito boa estrutura e atualmente, poucos cavaleiros. Sendo que no CMS, somente
no Parque Histórico Marechal Manoel Luís Osorio, onde ocorre apenas uma competição por
ano, o interior do estado do Rio Grande do Sul, atualmente, não realiza nenhum Concurso
Completo;
- A partir de 2002, houve um maior foco na modalidade, mas este foi dado apenas às
categorias mais técnicas (Níveis 1*, 2**), já a base não está sendo devidamente favorecida.
- Nossos cavalos atuais não são especialistas em CCE, não fazem uma prova de cross
3*** dentro do tempo;
- O Campeonato do Exército, que em tese é um instrumento de verificação dos
conjuntos da modalidade e uma forma de selecioná-los de forma mais objetiva, conta com um
número cada vez menor de participantes, o que nos leva a indícios de que, provavelmente, os
investimentos feitos estão focados em conjuntos mais experientes e que já figuram na
53
modalidade, não favorecendo à formação de uma base maior de participantes principiantes no
Concurso Completo e, posteriormente, seu amadurecimento esportivo.
Pela maioria dos pontos levantados, este Trabalho de Conclusão de Curso confirma a
influência da participação do Exército Brasileiro nos Mundiais Militares de Equitação, a partir
de 2002, na modalidade CCE.
Cabe-nos saber, até quando conseguir-se-á manter o satisfatório patamar em que se
encontra a modalidade, principalmente, pelo fato da decisão tomada pelo CISM após os V
JMM, onde retirou o Hipismo da relação de seus esportes obrigatórios, o que impõe aos
exércitos que ainda mantém a equitação como esporte e meio de formação o incremento de
competições regionais. Pretende-se realizar em 2013 no CMS, até que, pela evolução, o
esporte seja recolocado em seu devido lugar de destaque e de prestígio, conforme era de sua
origem militar, em particular o CCE.
54
REFERÊNCIAS
BARTLETT, John. Familiar Quotations: A Collection of Passages, Phrases and Proverbs
Traced to Their Sources in Ancient and Modern Literature. EUA: Ed. Garden City
Publishing, 1944.
BERNARDES, Sérgio Perdigão. O cavalo na formação da nacionalidade brasileira: seu
emprego militar, referências e possibilidades. ECEME, Monografia, 1988.
CHURCHILL, W.S. Minha Mocidade. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 57, 1977.
CONTANDRIOPOULOS, A. P. et al. Saber preparar uma pesquisa : definição, estrutura,
financiamento. 2 ed. São Paulo: Hucitec. p. 37, 1997..
ALVES, João Henrique. História da Escola de Equitação do Exército: ensinamentos
colhidos da Escola Nacional de Equitação. AMAN, Monografia, 2009.
ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO. Diretriz para o Desporto no Exército (Boletim do
Exécito Nº 13/2012). Brasília, 2012.
ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO. Boletim do Exécito Nº 25/2006. Brasília, 2006.
ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO. Boletim do Exécito Nº 31/2004. Brasília, 2004.
ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO. Diretriz Técnica do Hipismo Militar 2011. Brasília,
2011.
RESULTADOS.
Rio
2011,
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2012.
Disponível
em:
<
http://www.rio2011.mil.br/results/POR/EQ/EQR178A_EQX003003>. Acesso em: 8 abril
2012.
MEMÓRIAS EsEqEx. Escola de Equitação do Exército, 12 mar. 2011. Disponível em: <
http://www.eseqex.ensino.eb.br/equitacao/index.php?option=com_content&view=article&id=
458:memorias-da-eseqex-comando-do-cel-noronha-2001-a-2003&catid=68:memorias-daeseqex&Itemid=57>. Acesso em: 16 abril. 2012.
CISM results. The International Military Sports Council, 13 abr. 2011. Disponível em: <
http://www.cism-milsport.org/eng/002_ABOUT_CISM/intro.asp >. Acesso em: 8 abril. 2012.
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO. R-169: Regulamento da Escola de Equitação do Exército.
asília, 1992.
RIGUEIRA, Sérgio de Aragão Costa. O Despertar do Líder: Cavalo e Cavaleiro. Escola de
Equitação do Exército, Monografia.Rio de Janeiro – RJ, 2003.
.
55
56
ANEXO 1A
Entrevista realizada com o Gen Paulo Chagas, Coordenador do Hipismo Militar.
Este questionário faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso do 1º Ten Cav João Henrique
Alves Soares, aluno da Escola de Equitação do Exército, acerca do tema “ A participação do
Exército Brasileiro nos Mundiais Militares de Equitação :
a influência dos
Campeonatos Mundiais Militares na modalidade CCE a partir de 2002 ”, é de grande
importância que Vossa Excelência responda às perguntas abaixo para a complementação de
tal projeto.
Sobre o tema, responda as seguintes perguntas:
a) Vª Exª, enquanto Coordenador do Hipismo no Exército Brasileiro, prevê um maior
investimento na equipe militar brasileira de CCE (em processo de seleção dos cavalos
e cavaleiros, idas a competições de grande porte, participação em clínicas, carga de
treinamento, etc.) ?
Resp: Sim, considerando os resultados que temos alcançado, prevejo um aporte
correspondente de recursos enquanto não nos for possível, por injunções da
própria estrutura militar, encontrar uma forma sistemática e efetiva de obter um
patrocínio que desonere o orçamento do Exército.
Qualquer investimento, no entanto, dependerá da manutenção de resultados
positivos nas competições de âmbito nacional, em primeiro lugar, e internacional
quando, pela evolução no esporte, estivermos integrando as equipes do Brasil.
Paralelamente, com os meios disponíveis e dentro das rotinas da criação de
cavalos em Rincão, há que se direcionar a produção para animais com as
características morfológicas e genéticas recomendadas para a modalidade, como
já está sendo feito para o próximo Plano de Monta (2013), com 12 matrizes
selecionadas e sêmen importado.
Juntamente com a produção de equinos voltada para o CCE, há que se fazer
também o direcionamento da especialização na EsEqEx com prioridade para o
Concurso Completo. Entendo que o currículo prático e teórico da Escola deve ser
voltado, prioritariamente, para a formação do especialista em Prova Completa,
única modalidade do esporte hípico que permite ao militar, sem desviar-se das
prioridades da atividade fim, almejar integrar as equipes nacionais.
b) Vª Exª verificou que houve alguma impacto na preparação e seleção da equipe a partir
da participação no Campeonato Mundial Militar em 2002, no Chile ?
Resp: Sim. Qualquer evolução no esporte tem por base a motivação para a
conquista de objetivos. A participação em Mundiais Militares, desde 2002, passou
a ser um fator de vontade e dedicação de cada um e, na medida em que o EB
apercebeu-se desse potencial, passou a apoiar com recursos a participação dos
cavaleiros militares em provas nacionais, única forma de evoluir com segurança e
consistência em qualquer modalidade esportiva, e, mais do que isto, o EB
57
entendeu que valia a pena, não só participar, mas organizar competições aqui no
Brasil, como foi o caso do MME de 2006 e dos JMM de 2011.
Cabe, no entanto, levar em consideração que o CISM, em decisão tomada após os
V JMM, retirou o Hipismo da relação de seus esportes obrigatórios, o que impõe
aos exércitos que ainda mantém a equitação como esporte e meio de formação o
incremento de competições regionais como se pretende realizar em 2013 no CMS,
até que, pela evolução, o esporte seja recolocado em seu devido lugar de destaque
e de prestígio, vis-a-vis de sua origem militar, em particular o CCE.
c) A quais fatores o senhor atribui o resultado significativo nos V Jogos Mundiais
Militares da equipe brasileira de CCE?
Resp: Os resultados refletem o apoio do EB em recursos financeiros, visando à
participação em provas de nível mais elevado; em crédito na possibilidade de
incremento e evolução do potencial apresentado nas competições militares
(Campeonato do Exército) e civis; na melhoria permanente da produção da
Coudelaria de Rincão e na motivação de todos os cavaleiros militares que
entenderam que, com o apoio da Instituição e com a dedicação de cada um, todos
tinham possibilidades de integrar a Equipe do Brasil.
Repetindo o que foi dito na resposta anterior, qualquer evolução tem por base a
motivação para a conquista de objetivos.
FIM DO QUESTIONÁRIO
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ANEXO 1B
Entrevista realizada com o Cel Cyro, técnico da equipe brasileira de CCE.
Este questionário faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso do 1º Ten Cav João Henrique
Alves Soares, aluno da Escola de Equitação do Exército, acerca do tema “ A participação do
Exército Brasileiro nos Mundiais Militares de Equitação :
a influência dos
Campeonatos Mundiais Militares na modalidade CCE a partir de 2002 ”, é de grande
importância que o senhor responda às perguntas abaixo para a complementação de tal projeto.
Sobre o tema, e enquato treinador, responda as seguintes perguntas:
a) Como foi realizado o processo de seleção da equipe da modalidade CCE para cada
Campeonato Mundial Militar?
Na seleção preliminar foram convocados todos os conjuntos que estavam no
ranking e em atividades e que tinham condições de acompanhar os treinamentos.
b) Qual foi a duração dos treinamentos , no que se refere ao período desde a convocação
até a competição propriamente dita?
60 dias.
c) O senhor, enquanto treinador, verificou que houve um aumento no investimento na
modalidade CCE, desde a primeira participação do país (2002) em edições do
Campeonato Mundial Militar?
Não conheço as condições de 2002.
As condições para treinamento do CCE dos JMM de 2011, foram muito boas e
atenderam perfeitamente todos os segmentos do treinamento, como a qualidade
da alimentação, ferragem, exames e medicamentos veterinários, material para
treinamento, transporte para competições treinos, assim como muito boas
condições de alojamento e alimentação dos tratadores, atletas e comissão técnica.
d) Explique, sucintamente, como foram realizados os treinamentos no período de
convocação dos atletas (locais, duração, cavalos, processo de seleção cavalhada).
Foi estabelecido um QTS, procurando abranger todas as particularidades do
CCE e treinar muito os fundamentos da equitação.
e) Quais foram as oportunidades de melhoria verificadas pelo senhor que podem ocorrer
para otimizar o alcance de resultados da equipe de CCE, enquanto atleta?
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O que melhora a qualidade dos conjuntos de CCE é a objetividade do trabalho.
Estabelecer um objetivo principal, organizar os objetivos secundários para
alcançar o principal e trabalhar com método, seriedade e disciplina.
f) O senhor vê alguma relação do Campeonato de Exército de CCE com a seleção da
equipe para eventos de magnitude do Campeonato Mundial Militar? Acha válida a
realização do Campeonato do EB para a verificação de conjuntos de alto rendimento?
1- Muito importante, inclusive porque é o mesmo nível de competição.
2- Sim, por isso a partir deste ano já teremos provas de 2** e futuramente
teremos provas de 3***, para colocar o Campeonato do Exército de CCE
num nível para medir o alto rendimento.
g) O senhor selecionou para a competição cavalos da Coudelaria de Rincão? Notou
alguma evolução no produto da Coudelaria nos últimos 10 anos?
1- Todos os animais eram da Coudelaria do Rincão.
2- Os animais da CR melhoraram muito nos últimos 10 anos, mas não para
CCE. Para CCE existe a necessidade de fazer uma programação de criação
direcionada para um cavalo longilíneo, leve, galopador, com bom andamento
e com mecânica de salto, assim como os alemães têm hoje. Nossos cavalos
atuais não são especialistas em CCE, não fazem uma prova de cross 3***
dentro do tempo.
FIM DO QUESTIONÁRIO
ANEXO 1 C
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Modelo de questionário enviado aos atletas
Este questionário faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso do 1º Ten Cav João Henrique
Alves Soares, aluno da Escola de Equitação do Exército, acerca do tema “ A participação do
Exército Brasileiro nos Mundiais Militares de Equitação :
a influência dos
Campeonatos Mundiais Militares na modalidade CCE a partir de 2002 ”, é de grande
importância que o senhor responda às perguntas abaixo para a complementação de tal projeto.
Sobre o tema, responda as seguintes perguntas:
a) O senhor participou como atleta de quais edições dos Campeonatos Mundiais de
Equitação, a partir de 2002?
b) Como foi realizado o processo de seleção da equipe da modalidade CCE para o(s)
Campeonato(s) Mundial(is) Militar(es) que o senhor participou?
c)
O senhor, enquanto atleta, verificou que houve um aumento no investimento na
modalidade CCE ( maior participação em competições importantes, realização de
clínicas, etc), desde a primeira participação do país em edições do Campeonato
Mundial Militar?
d) Explique, sucintamente, como foram realizados os treinamentos no período de
convocação dos atletas (treinador, locais, duração dos treinamentos, duração da estada,
atletas, cavalos, processo de seleção cavalhada).
e) Quais foram as oportunidades de melhoria verificadas pelo senhor que podem ocorrer
para otimizar o alcance de resultados da equipe de CCE?
f) O senhor vê alguma relação do Campeonato de Exército de CCE com a seleção da
equipe para eventos de magnitude do Campeonato Mundial Militar?
g) O senhor montou algum cavalo produto da Coudelaria de Rincão em alguma edição
e/ou na preparação para o campeonato? Notou alguma melhora nos produtos da
Coudelaria ao longo do tempo?
FIM DO QUESTIONÁRIO
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