Abril - Adventist World

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Abril - Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Ab r i l 2 0 0 9
Interpretando
os
Tempos
ARTIGO ESPECIAL
Um Planeta Poluído pelo Plástico
Veja página 11
A L E S S A N D R O
PA I VA / M O D I F I C A D O
D I G I TA L M E N T E
Abr il 2009
A R T I G O
D E
C A P A
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial ........................ 3
Notícias do Mundo
3 Notícias & Imagens
Visão Mundial
8 Condições para o
Crescimento
Janela
10 Nova Zelândia por Dentro
Interpretando os Tempos
Por Roy Adams ................................................................ 16
Os últimos dias serão desafiadores. Não percamos de
vista nosso alvo.
A R T I G O
E S P E C I A L
Um Planeta Poluído pelo Plástico
Por Allan Handysides ........................................................ 11
Cuidemos do planeta; ele é o único que temos.
DEVOCIONAL
Não Estamos Sozinhos Por Tony Philip Oreso ............... 14
PERGUNTAS
BÍBLICAS
Cristo e
a Salvação .................... 26
Por Angel Manuel Rodríguez
ESTUDO
BÍBLICO
Vida
Cristocêntrica ............. 27
Por Mark A. Finley
Somente na eternidade conheceremos toda a história.
CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
Assim Como Todas as Coisas Vivas
Por Victor Schulz .............................................................. 20
A conversão é apenas o começo.
ESPÍRITO
DE
PROFECIA
Seu Glorioso Aparecimento Por Ellen G. White............ 22
Compensa esperar o cumprimento da promessa feita por Cristo.
INTERCÂMBIO
MUNDIAL
29 Cartas
30 O Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
O Lugar das
Pessoas ........................ 32
SERVIÇO
Adventistas Conversam com Muçulmanos
Por William G. Johnsson .................................................... 24
Construindo pontes por meio do diálogo.
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 5, nº 4, abril de 2009.
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Adventist World | Abril 2009
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
O
Conhecimento Limitado,
Ilimitado Amor
grande hino de amor, escrito por Paulo, em 1 Coríntios
13, contém verdades que nem sempre percebemos, pela
nossa ânsia de desfrutar da promessa do apóstolo de que,
em breve, veremos o Senhor “face a face”. Quatro vezes em
quatro versos, Paulo se declara incompleto, sem compreender
completamente a realidade, tanto do plano de Deus, como de
Seu amor.
Essa não é apenas uma humilde afirmação de nossa humanidade. Nenhum cristão, em sã consciência, realmente duvida
de que o mortal tem apenas uma pequena noção da imortalidade, ou que o finito compreende limitadamente o infinito.
As observações de Paulo sobre a imperfeição e sobre a parcialidade do que conhecemos – do mundo, da igreja e mesmo
dos outros – ressalta quão fundamental o hábito da “caridade”
ou do “amor” é para a igreja nesses “tempos intermediários”.
Porque não sei o que é ser perseguido por causa de minha
fé por um governo totalitário, devo pedir ao Espírito que me
dê o amor que me impele a ajoelhar-me para interceder por
aqueles cujos fardos são realmente grandes e terríveis.
Porque não sei o que é não ter ideia de onde virá minha
próxima refeição, como acontece com milhões de fiéis todos
os dias, ou se encontrarei um abrigo antes de anoitecer, devo
orar por boa vontade para ajudar meus irmãos adventistas
desabrigados pela guerra, pela fome, por desastres naturais.
Porque não sei o que é ser mulher numa cultura dominada por homens, onde sua opinião é rejeitada, tanto no
lar como na igreja, devo orar para que minha igreja ouça
quando mulheres devotas suplicam por uma oportunidade
para usar os dons que o Espírito lhes concedeu para pregar o
evangelho.
Porque não sofro com o fanatismo e com o preconceito
que ainda fere milhares de meus irmãos na fé e que, às vezes,
se sentem excluídos por causa de sua raça ou idioma, devo
orar por um coração que aceite e estimule todos os que
aguardam a volta de Jesus.
Há muitas coisas que não sabemos – nem podemos
saber – até que a perfeição chegue. A resposta do evangelho
para nossa ignorância é o amor que nos humilha diante um
do outro e perante um mundo que nos observa.
— Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO
Cuba: Primeira Geração
de Pastores Adventistas a
Receber Diploma de
Mestrado
■ A Igreja Adventista do Sétimo Dia
em Cuba celebrou uma grande vitória quando quinze de seus pastores
receberam o diploma de mestrado
em teologia pastoral durante uma cerimônia especial em janeiro. O título,
concedido pelo Seminário Teológico
Adventista Interamericano (STAI), da
Divisão Interamericana (DIA), através
do campus de Cuba, é um marco significativo para a igreja na ilha, disseram
os líderes da igreja.
“Esta é uma vitória para a igreja,
uma vitória para nossa divisão”, disse
PRIMEIROS FORMANDOS: Grupo de 15 pastores que completaram o mestrado
em teologia pastoral pelo Seminário Teológico Adventista Interamericano, em
Cuba. Esta é a primeira geração de pastores a obter um título de mestrado na
história da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Cuba.
J A I M E
C A S T R E J O N / D I A
Abril 2009 | Adventist World
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
Jaime Castrejon, presidente do STAI.
“Nunca antes formamos pastores em
nível de pós-graduação em teologia
pastoral em Cuba, e estamos muito
felizes pelo fato de o Senhor ter concedido essa oportunidade aos nossos
pastores aqui.”
Foi necessário grande esforço por
parte dos administradores da STAI e
DIA para manter o currículo em nível
de pós-graduação para pastores, em
Cuba, disse Castrejon. “Houve certa
dificuldade para conseguir professores
que pudessem viajar para a ilha sem
que isso causasse problemas. Contudo,
louvamos a Deus por nos conceder os
professores necessários para preencher
as exigências curriculares.”
O Seminário Teológico Adventista
em Cuba, que recebeu total reconhecimento da Associação de Credenciamento Adventista para conceder
títulos de bacharelado no ano passado,
tornou-se o nono campus do STAC a
ter pastores com título de mestrado
para atender ao número crescente de
membros da ilha.
“Essa vitória da igreja em Cuba
significa que nossos irmãos e irmãs
cubanos têm pastores atualizados
como nas demais regiões do nosso
território”, acrescentou Castrejon.
“O objetivo da diretoria e da Divisão é capacitar pastores para enfrentar
os desafios do ministério, para servir
congregações sofisticadas e para servir
em universidades e igrejas de colégios,
onde há um número expressivo de
profissionais”, disse Castrejon.
Esse objetivo e comprometimento
estão dando aos pastores, em todo o
território cubano, a oportunidade de
ampliar seus estudos e beneficiar os
milhares de membros que se reúnem
em 273 igrejas e congregações na ilha.
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Adventist World | Abril 2009
Em Cuba, 35 pastores já estão matriculados no seminário, para o curso
de mestrado, dando início ao programa de quatro semestres, ministrados
sempre no verão.
Para mais informações sobre o
seminário teológico na Divisão Interamericana, visite www.interamerica.org.
—Reportagem de Libna Stevens, Divisão Interamericana.
ROMÊNIA: Bíblia Itinerante Inspira
Eventos em Vinte Cidades
■ Os Adventistas do Sétimo Dia na
Romênia organizaram, recentemente,
por dez dias, eventos relacionados com
a Bíblia em vinte cidades, incluindo
exposição de Bíblias raras e apresentações sobre o papel da Bíblia ao longo da
história e na vida cotidiana. Os eventos fazem parte da iniciativa da Igreja
Adventista denominada “Siga a Bíblia”,
que acontecerá até agosto de 2010.
“A principal mensagem dos eventos
é que o resultado da leitura diária da
Bíblia é a cura moral, poder espiritual
e melhoria na qualidade de vida”, disse
Viorel Dima, coordenador do Siga a
Bíblia na Romênia.
A iniciativa, patrocinada pela
sede mundial da Igreja Adventista
do Sétimo Dia e suas divisões pelo
mundo, destaca uma Bíblia superdimensionada, escrita em 66 idiomas
diferentes, que viaja ao redor do mundo para promover o estudo da Bíblia.
A Igreja Adventista na Romênia está
trabalhando ativamente, desde 2007,
para promover o estudo bíblico no país
por meio de uma campanha nacional
e clubes de leitura chamados Sola
Scriptura. Os clubes têm centenas de
participantes centrados no formato de
conversação, em lugar de seminários.
A Igreja Adventista na Romênia,
em parceria com a Associação de
C O R T E S I A
D A
R U C
Esquerda: SIGA A BÍBLIA: Viorel
Dima, coordenador do “Siga a
Bíblia” na Romênia, apresenta
a Bíblia itinerante para a
imprensa. A Bíblia viajou pela Europa e norte da África durante o mês de
março. Direita: EXAMINE A PALAVRA: Visitantes observam os 66 livros da
Bíblia itinerante, cada um em um idioma diferente.
U N I Ã O
Liberdade de Consciência e Sociedade
Interdenominacional Romena, emprestou, de colecionadores particulares,
centenas de Bíblias raras para serem
expostas, disseram os líderes da igreja.
Em alguns lugares, foram oferecidos
gratuitamente “downloads” da Bíblia
nos celulares aos visitantes, incluindo
um plano anual de leitura.
Os eventos romenos aconteceram
entre 21 e 31 de janeiro e terminaram
com a apresentação da Bíblia itinerante
numa cerimônia de dedicação dos que
se comprometeram a estudar diariamente a Bíblia.
A Bíblia itinerante viajou pela Europa e pelo norte da África até o mês
de março.
—Reportagem de Aurelian Horja e
equipe da Rede Adventista de Notícias.
Igreja Mundial: Oportunidade
de Partilhar a Fé no Bicentenário
de Darwin
■ Para alguns cristãos, as comemorações do bicentenário do nascimento de
Darwin, neste ano, destacam suas contribuições à ciência e à educação. Para
outros, o aniversário parece ser um
lembrete de suas teorias antibíblicas e
um desafio à criação.
Darwin, famoso cientista britânico
e autor do livro A Origem das Espécies,
recebe o crédito de ser o pioneiro da
teoria da evolução pela seleção natural.
Nascido em 12 de fevereiro de 1809,
em Shrewsbury, Inglaterra, Darwin, a
princípio, estudou teologia antes de
fazer sua famosa viagem no H.M.S.
Beagle. Os estudos de Darwin, durante
sua viagem de cinco anos, iniciaram a
linha de pensamento que resultou na
teoria da Origem das Espécies.
O conceito da origem da vida a
partir dos escritos de Darwin sugere
que a ciência contradiz a religião, disse
A S S O C I A Ç Ã O
B R I T Â N I C A
HOMEM BICENTERNÁRIO: Cientista
britânico, Charles Darwin nasceu em
Shrewsbury, Inglaterra, no dia 12 de
fevereiro de 1809. As comemorações
do bicentenário de seu nascimento
oferecem aos adventistas a
oportunidade de testemunhar de sua
fé na criação bíblica.
Kwabena Donkor, diretor associado do
Instituto de Pesquisas Bíblicas da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.
“Às vezes, as pessoas veem o evolucionismo como ciência verdadeira
e o criacionismo como fé apenas,
mas isso não existe”, diz Donkor. “O
evolucionismo não é uma ciência
física pela qual você observa os dados
e chega a uma hipótese que explica o
que observou.”
Na realidade, diz Donkor, o evolucionismo não é mais ciência física do
que a ciência teológica. “É, na verdade,
uma ciência histórica”, disse ele. “Você
faz conjecturas e suposições esperando
que sua explicação sobre o objeto que
está observando seja a correta.”
Earl Aagaard, professor de biologia
da Universidade Adventista do Sul, em
Collegedale, Tennessee, Estados Unidos, concorda que a fonte de discórdia
reside na especulação histórica.
“Geralmente, os cristãos – em
particular, os adventistas – têm pouca dificuldade com as descobertas
empíricas da ciência”, diz Aagaard.
“Os debates entre teístas e não-teístas
quebra o lado histórico das coisas – na
arqueologia, paleontologia, geologia,
etc. – onde o procedimento é coletar
dados e só então contar uma história
para explaná-lo.”
A Igreja Adventista na Inglaterra
está transmitindo “Darwin Revisto”,
um programa que apresenta quatro
cientistas que discutem sua fé cristã e
como a relacionam com a ciência e a
teoria do evolucionismo. Para saber
o horário dos programas, visite o
site do Hope Channel UK (Televisão
Adventista da Ingleterra). O website
da igreja inglesa também fornece
informação sobre as origens, sob a
perspectiva cristã.
Em última análise, no debate entre
criação versus evolução, o cristão deve
aceitar que não é possível obter todas
as respostas, disse Donkor.
“Cheguei à conclusão de que não
preciso ser capaz de explicar tudo para
ser um cristão. Sinto estar mais seguro
com a inspiração do que simplesmente
seguindo conjecturas humanas.”
Leonard Brand, professor de
biologia na Universidade Loma Linda,
acrescenta que não é lógico achar que
a ciência pode explicar todas as facetas
da criação.
“Deus não nos prometeu provas,
mas apenas evidências adequadas para
basear nossa fé”, disse Brand. “Essa fé
pode nos manter firmes até chegarmos
ao Céu onde teremos tempo e oportunidade para descobrir as respostas que
não estavam disponíveis na Terra.”
—Reportagem de Megan Brauner, Rede
Adventista de Notícias.
Abril 2009 | Adventist World
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
Incêndios Atingem Victoria e
Adventistas Estão Entre as
Vítimas
Não há perda de vidas, mas danos materiais
são elevados. Igreja socorre vítimas
Equipe da Adventist World
O
s adventistas do sétimo dia
do estado de Victoria, Austrália, estão entre os afetados pela série de incêndios
que causou a morte de cerca de 300
pessoas e destruiu aproximadamente
1.800 lares, segundo dados da mídia
sobre a tragédia. Acredita-se que pelo
menos alguns dos focos começaram
por ação criminosa.
“A Associação Victoriana dos
Adventistas do Sétimo Dia uniu-se a
todos os membros da igreja da região
(Victoria e Austrália), para expressar
sua profunda simpatia por todas as
famílias que perderam seus queridos,
amigos, propriedades, criações,
animais de estimação nos recentes
incêndios”, disse Wayne Stanley, secretário geral e diretor de comunicação
da associação, em declaração na sua
página da Internet.
“Oramos por força e conforto para
os que sofrem com as terríveis perdas
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Adventist World | Abril 2009
e pela rápida recuperação dos feridos.
Pensamos em Cristo, que demonstrou
imensa compaixão e simpatia pelos
sofredores e oramos para que Seus
seguidores demonstrem a mesma
compaixão e apoio aos seus amigos e
vizinhos”, acrescentou Stanley.
“Enquanto a intensidade do fogo
aumenta, lembramo-nos dos que
lutam para salvar a vida e os bens, e
daqueles que enfrentam a difícil tarefa
de avaliar o nível das perdas na comunidade”, disse ele.
Em reposta aos trágicos e devastadores incêndios em Victoria, a ADRA/
Austrália empregou aproximadamente
100 mil dólares em parceria com a
Cruz Vermelha australiana, agência
indicada pelo governo, para financiar
o socorro. A ADRA/Austrália é antiga
parceira formal da Cruz Vermelha
na Austrália e em quatro territórios
australianos.
Para continuar apoiando os adventistas afetados pela tragédia, a Associação Victoriana arrecadou, em suas
igrejas, uma oferta especial no sábado,
14 de fevereiro. O dinheiro arrecadado
irá diretamente para famílias adventistas e amigos afetados pelos incêndios.
Entre os relatórios iniciais dos
prejuízos sofridos pelas famílias adventistas e parentes, ressalta Stanley, estão
os seguintes: famílias das igrejas de
Healesville, Greensborough e Kinglake
perderam suas casas e uma família da
igreja em Moe perdeu tudo. Alguns
membros da igreja de Seymour, residentes em Broadford, não foram encontrados e um empresário adventista
perdeu grande parte de seu equipamento. Várias famílias adventistas de
Kinglake/Toolangi também perderam
suas casas, e dois ex-alunos da escola
fundamental adventista de Ironbark
perderam a vida.
“A maioria das famílias de nossa
escola em Edinburgh conhece alguém
que perdeu sua casa ou um familiar
nos incêndios”, disse Nathan Hill, diretor da Escola Fundamental Adventista
de Edinburgh. “Alguns alunos foram
evacuados de seus lares devido às contínuas ameaças de incêndio na região.”
D I A
S É T I M O
D O
A D V E N T I S TA S
D O S
V I T O R I A N A
—Com reportagem da Associação
Victoriana.
A S S O C I A Ç Ã O
Acima: SEM UM LAR:
Ruínas de uma casa em
Victoria, Austrália, típica devastação causada
pelos incêndios da área
em fevereiro de 2009. Os
Adventistas do Sétimo
Dia uniram-se aos seus
vizinhos para confortar
as pessoas que tiveram
seus lares destruídos. À direita: ANGARIADORES DE DINHEIRO: Os
alunos da Escola de Ensino Fundamental Adventista Edinburgh em
Victoria, Austrália, fizeram uma campanha de arrecadação para as
vítimas do fogo. Os alunos se uniram aos membros adultos da igreja
e a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais/
Austrália para ajudar os necessitados.
Numa segunda-feira,
funcionários e alunos pararam
para orar por aqueles que sofreram perdas e passaram entre
os estudantes um pedido de doação de agasalhos e brinquedos.
No dia seguinte, os pais dos
alunos lotaram um caminhão
com doações.
“Estou muito orgulhoso
pela compaixão e amor
demonstrados pelas famílias
de nossa escola. Oramos
diariamente pelas vítimas dos
incêndios, para que Deus as
conforte e lhes dê forças para
enfrentar suas trágicas perdas”,
diz Hill. Outra campanha de
levantamento de recursos foi
organizada para que os alunos
continuem seus esforços para
apoiar amigos, parentes e
vizinhos atingidos.
“Nós, de Edinburgh, estamos profundamente tristes
com os terríveis efeitos dos
incêndios e, como escola, nos sentimos
compelidos a tentar ajudar. Fomos
abençoados com a oportunidade
direta de ajudar através da ligação dos
pais com as comunidades afetadas.
Estou muito orgulhoso pelo modo
com que nossos alunos e seus pais se
envolveram, demonstrando verdadeira
compaixão cristã para com os
necessitados.”
A Igreja Adventista do Sétimo Dia
tem uma longa história na Austrália
e profundas conexões no estado de
Victoria. A Signs Publishing Company
(editora da igreja) está localizada em
Warburton.
Abril 2009 | Adventist World
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A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
Condições
para o
rescımento
C
Por Jan Paulsen
N
o final de 2008, Gordon
Brown, primeiro-ministro da
Inglaterra, falou aos diretores
da indústria britânica sobre a crise
financeira mundial. Ele disse: “É um
erro considerar que o trauma da crise
financeira atual é algo que precisamos
‘corrigir’ para que as coisas retornem
ao que eram antes. A porta pela qual
estamos passando não oferece a opção de
retorno ao passado. Não podemos mais
viver isolados – protegidos e limitados
à nossa própria perspectiva, olhando
primeiramente para nossos interesses
nacionais. Agora, precisamos considerar
todo o quadro global. Nossos interesses
nacionais são inseparáveis da grande
comunidade mundial. As barreiras se
foram. O que fazemos para nós mesmos,
fazemos para os outros; e o que os outros
fazem nos afeta também.”
Ao ouvir isso, pensei: Que percepção! Isso é exatamente o que Jesus disse
há dois mil anos, tanto diretamente
como por meio de Seus apóstolos:
“Diante de vocês está uma porta aberta”;
“Em Cristo não há barreiras”; “Vemos
as pessoas de modo diferente de como
víamos antes”; “Vá a todo o mundo”;
“Ame uns aos outros”. Ele está dizendo:
nós estamos ligados. O que afeta um de
nós afeta a todos. O patrimônio mais
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Adventist World | Abril 2009
valioso da igreja não são suas doutrinas
ou finanças, mas as pessoas. Assim, nós
devemos ir, espontaneamente, ao seu
encontro, apoiar e cuidar de todos os
que alcançarmos confirmando seu valor
para Deus e para a nossa comunidade e
acolhendo-os nela. E quando estiverem
conosco, devemos oferecer-lhes um lar
e permitir que se sintam amados e aceitos. A igreja que não está disposta ou é
incapaz de tal realização é falha.
Quero compartilhar com você
alguns pensamentos sobre o “ambiente” que, na intenção de Cristo, deve
ser mantido em nossas igrejas – um
ambiente acolhedor e que ofereça
segurança para os indivíduos crescerem.
Meus comentários são sobre a história
contada por Jesus e que está registrada
em Mateus 13:24-30. É uma história
que você conhece bem. É sobre o campo
que está quase pronto para a colheita,
mas a inevitável erva daninha aparece e
complica tudo. Quem é responsável por
esse joio e o que deve ser feito com ele?
O Dono do campo (e o campo, nessa
história, é a igreja ou a comunidade de
fiéis) não tem culpa. O joio está lá; e
assim é a vida – são assim as pessoas –
e a mesma coisa acontece na igreja.
Então, o que devemos fazer com
essa mistura de trigo e joio? Devemos
investigar e determinar o que é o quê, e
arrancarmos o joio? Jesus disse: “Não,
essa não é uma boa ideia.” E essa é Sua
decisão final sobre o assunto. “Por
enquanto, deixe como está,” diz Ele. “Eu
mesmo vou cuidar disso. Há Meu tempo.”
Essa história é incomum; nosso
impulso natural é arrancar o joio e, de
algum modo, nos livrarmos dele. Mas o
Senhor da colheita diz: “Não! Agora não.”
Essa parábola fala muito sobre como
o Senhor vê a humanidade e sobre a
realidade da vida na igreja. Ele está
dizendo que a igreja é formada de solos
muito distintos; essa é simplesmente a
realidade em que vivemos.
Creio que, pela presença e ação do
Espírito, a igreja pode tornar-se uma comunidade melhor; podemos crescer em
nosso compromisso e devoção, podemos
nos tornar mais úteis a Ele, podemos
aprender com nossos erros do passado.
Não tenho qualquer simpatia para com
os que têm a tendência de realizar uma
purificação pré-advento da igreja, impulsionados pela mentalidade de “vamos
arrancar tudo o que se parece com joio”.
Quando o Dono da terra diz: “Deixe
o joio por enquanto,” Ele não está questionando se na igreja há pessoas que são
estranhas ao Senhor. Pode ser que em
algum período O tenham conhecido,
L A R S
S U N D S T R Ö M / M O D I F I C A D O
D I G I TA L M E N T E
mas por alguma razão tornaram-se fracos em sua caminhada. Mesmo assim,
acham conveniente e seguro permanecer; possivelmente, haja um trabalho
em jogo, ou isso envolva questões familiares importantes. Essa é uma triste
realidade. Para essa realidade, o Senhor
diz: “Deixe que fiquem. Não é uma boa
ideia deixar essas pessoas no ostracismo
ou como responsáveis pelo terreno; não
façam uma limpeza geral. Eu mesmo irei
realizá-la quando achar melhor. É muito
arriscado deixar que você faça isso.”
Podemos perguntar: “Certamente é
bom fazer uma limpeza – não faz sentido? Que risco há nisso?”
■ O risco é muito alto por causa de
minha própria humanidade. Não seria
possível que eu cometesse um engano
ao avaliar outra pessoa? Tenho certeza,
realmente, de que conheço completa e
apuradamente o que há no interior da
outra pessoa? Certamente, Deus sabe. E
se uma pessoa se torna difícil na igreja,
especialmente se for um adolescente,
não é possível que tal comportamento seja assim porque Deus, de algum
modo, está lidando com ele ou tocando
em sua vida? Só Deus sabe o que é necessário para nosso crescimento pessoal;
eu não sei.
■ O risco é muito alto porque hoje
ainda é o dia de salvação. Pode ser que
sejamos capazes de identificar e rotular
o “joio”, mas não podemos nos esquecer
de que Deus ainda não terminou Seu
trabalho. Não estou falando sobre aqueles, em nossas igrejas, que abertamente
abusam ou desobedecem aos ensinos da
Palavra de Deus. Essas pessoas devem
ser disciplinadas pela igreja, para sua
própria salvação. A Bíblia dá à igreja
a autoridade e a responsabilidade de
responder a tais situações. Ao contrário,
estou falando de um número maior
de pessoas que podem estar gastando
seu tempo à margem do reino de Deus.
Temos muitos jovens que desaparecem
da igreja porque se sentem indignos e
rejeitados. Fazemos com que se sintam
espiritualmente fracassados. Nós presumimos a mente de Deus muito facilmente. Não é possível que Ele seja mais
generoso do que eu?
Vejam essas palavras vindas da pena
inspirada de Ellen White:
“Conquanto em nossas igrejas, que
pretendem crer em verdades avançadas,
haja pessoas em faltas e erros, como o joio
em meio do trigo, Deus é longânimo e
paciente … Ele … não destrói os que são
vagarosos em aprender a lição que lhes
quer ensinar; ... Não devem os membros
da igreja tomar alguma resolução espasmódica, zelosa, precipitada, ao excluir
os que eles porventura considerem de
caráter defeituoso.” ı
■ O risco é demasiado elevado, porque
a própria igreja é prejudicada por pessoas
que se intrometem, mesmo que levemente, na vida e opiniões de outras pessoas. E
o estrago pode se espalhar rapidamente;
o ambiente pode se deteriorar de tal
modo que as pessoas boas podem ser
levadas a se sentir inseguras em seu lar
espiritual. O ambiente da igreja tornase desagradável e indesejável, em vez
de um lugar onde as pessoas se sintam
confortáveis e desejadas, salvas e seguras, aceitas e livres.
■ Arrancar as ervas daninhas do
jardim é muito perigoso porque eu, o
investigador, prejudico a mim mesmo
com essas atividades. Minha missão
equivocada altera meu caráter e minha
personalidade se torna sem atrativos.
Sou lembrado pelas palavras de um dos
meus ex-professores, falando a alguém
que, por algum motivo, se vangloriava
de seus feitos e criticava as realizações
dos outros: “Então, você se acha
perfeito, mas tem que ser hostil por
causa disso?”
Nossas congregações devem ser
lugares de cura e renovação. Devem
ser lugares atrativos para receber os
infiéis. Devem ser lugares onde os fiéis
sintam-se em casa: valorizados e aceitos.
Não devem ser campos de batalha, mas
cidades de refúgio. Será que a igreja
onde você e eu adoramos pode receber
tal título? Que tipo de ambiente espiritual estamos criando? Se sua igreja não
é a sociedade espiritual mais atrativa e
convidativa de sua comunidade, o que
você fará para mudar esse quadro?
Nossas igrejas não são clubes
exclusivos para os que são bons e
merecedores. Deus constantemente
está justificando pecadores; eles devem
ser calorosamente recebidos em nossas
igrejas, pois ela é o seu legítimo lar.
Serei franco com você: Detestaria gastar
meu tempo circundado por pessoas
que pensam que tudo o que fazem é
perfeito. Eles se tornam arrogantes, frios
e judiciosos para com aqueles que ainda
necessitam crescer. Cristo nos aceitou a
todos “quando ainda éramos pecadores”
(Rm 5:8). A aceitação é o fôlego da
humanidade. Onde ela é negada, nossa
respiração vacila. O ar se torna rarefeito
e a vida, insuportável!
Está ao nosso alcance criar e modelar o ambiente espiritual de nossas
comunidades para o futuro. Meu
apelo é que criemos um lar feliz,
familiar, acolhedor, no qual as pessoas
possam se comunicar, compreender
uns aos outros, respeitar o lugar uns
dos outros e reconhecer que o Senhor
está sempre em ação, tornando melhor
aquilo que, em nossa opinião, pode
ser imperfeito.
1
Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, p. 45, 46.
Jan Paulsen é o presidente
mundial da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.
Abril 2009 | Adventist World
9
A Igreja em Ação
Auckland
Oceano Pacífico
JANELA
Nova
Por Hans Olson
Zelândia
por Dentro
uma flora e fauna únicas que chamam
a atenção de turistas de todo o globo.
Montanhas espetaculares entalhadas
nas geleiras, lagos, praias e águas terWellington
mais atraem os visitantes. Sua economia
é considerada uma das dez mais estáveis
N e wZelândia
Z e a l a n d
Nova
do mundo. Essa nação insular tem
Oceano
P a c i Pacífico
f i c O c e a imensos recursos renováveis de energia
e usa a hidrelétrica em grande parte do
seu consumo de eletricidade.
C
hamada de Nova Zelândia pelo
explorador holandês Abel Tasman,
em 1642, em homenagem à província
holandesa de Zelândia, a Nova Zelândia
é uma nação insular, com 2.100 km
ao largo da costa da Austrália. Tasman
foi o primeiro europeu a avistar a ilha.
Pensando ser uma extensão do continente sul, ainda não descoberto então,
Tasman não navegou ao redor da Nova
Zelândia e nunca descobriu que ela é
um grupo de ilhas totalmente diferente.
A Nova Zelândia é composta por
duas ilhas principais – Ilhas Sul e
Norte – e diversas ilhas pequenas. Um
polinésio maori (povo nativo da Nova
Zelândia) foi o primeiro a descobrir e
a habitá-la, por volta de 800 d.C. Em
1769, o cartógrafo e explorador britânico James Cook a reivindicou como
propriedade do Reino Unido. Ele foi
o primeiro a mapear todo o litoral e a
registrar o nome de Nova Zelândia.
Em 1840, um maori assinou um
tratado dando a soberania da Nova
Zelândia ao Império Britânico, o que
Adventistas na Nova Zelândia
lhes permitia manter alguns direitos
territoriais. Mais tarde, naquele ano, foi
organizado o primeiro assentamento
colonial. No entanto, os britânicos e os
maoris tiveram problemas de convivência e, em 1843, começou uma série de
guerras pelas terras na ilha.
Os maoris, finalmente, admitiram a
derrota em 1872. Os direitos territoriais
continuam a ser um problema significativo na Nova Zelândia, enquanto o
governo tenta aliviar o antigo ressentimento dos maoris. Embora a Nova Zelândia tenha recebido sua independência
da Grã-Bretanha em 1907, a monarca
britânica, Rainha Elizabeth II, é reconhecida como chefe de estado do país.
O isolamento da Nova Zelândia em
relação ao resto do mundo proporciona
Wellington
Língua oficial:
Inglês, Maori, Linguagem de Sinais
Religião:
Cristã, 53% (Anglicana, 15%; Católica, 12%; Presbiteriana, 11% ;
Metodista, 3%; Pentecostal, 2%; Batista, 1%; outros cristãos, 9%);
outras, 4%; nenhuma ou inespecífica, 43%.
População:
11.213*
Membros
adventistas:
11,213*
Adventistas
per capita:
1:373*
*Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 144°
Relatório Estatístico Anual.
10
Adventist World | Abril 2009
L E E
Capital:
K R E T S C H M A R
NOVA ZELÂNDIA
O primeiro adventista a chegar à
Nova Zelândia, em 1885, foi o missionário americano Steven N. Haskell, que
passou alguns meses na Ilha Norte. Ele
iniciou um pequeno grupo de guardadores do sábado em Auckland e Kaeo,
antes de voltar para a Austrália. Um ano
mais tarde, Haskell visitou Kaeo, em sua
viagem de retorno aos Estados Unidos e
batizou quinze pessoas. Naquele mesmo
ano, o evangelista e futuro presidente da
Associação Geral, A. G. Daniells, realizou
uma série evangelística numa tenda, em
Kaeo, e batizou outras quinze pessoas.
Edward Halsey, um padeiro, treinado
no Sanatório de Battle Creek, chegou dos
Estados Unidos em 1900, para preparar
alimentos saudáveis para o lar de saúde
em Christchurch, na Ilha Sul. O que teve
seu início em um quarto de madeira,
anexado a uma casa, transformou-se
na Sanitarium Health Food Company,
importante indústria de alimentos saudáveis em funcionamento até hoje, tanto
na Nova Zelândia como na Austrália. A
indústria é de total propriedade da Igreja
Adventista e é a maior produtora de
alimentos para desjejum da Austrália.
Ela é composta de três fábricas, 150
produtos e 1.700 funcionários.
A maior parte dos habitantes da
Nova Zelândia considera-se cristã, mas
poucos frequentam uma igreja; mais de
um quarto da população não pratica
nenhuma religião. A Igreja Adventista
tem 11.213 membros ou um adventista
para cada 373 pessoas. Ainda há muito
para ser feito para evangelizar esse país.
Para saber mais sobre o trabalho das
missões da Igreja Adventista do Sétimo
Dia, visite www.AdventistMission.org.
A RT I G O E S P E C I A L
Planeta
Poluído
Um
E L
I S M A
pelo Plástico
N C O
F R A
D
urante minhas viagens de trabalho, muitas
vezes vejo cenas de desespero humano. Poucas
situações me comovem mais do que ver seres
humanos revirando lixo. Quando se trata de
crianças, a cena é ainda mais dolorosa de se ver.
Apenas duas semanas antes de escrever essas palavras, observei, em agonia, jovens procurando comida em um lixão em
Madagáscar. Anteriormente, durante outra viagem, vi pessoas
vasculhando um enorme depósito de lixo, na Índia. Mais assustador foi saber que essas pessoas vivem na lixeira. Elas dormem
ali, criam os filhos e morrem ali. Em meio ao lixo, a vida dessas
pessoas se resume ao mero imperativo da existência. Como o
Evangelho pode penetrar tal nível de necessidade?
Essas ideias foram recentemente salientadas quando li um
livro de Alan Weisman intitulado O Mundo sem Nós. O autor
é evolucionista, mas descreve sua visão do que aconteceria
com a Terra se a humanidade fosse misteriosamente removida. Sua formação científica permite-lhe imaginar cenários e
ainda pintar um futuro horrendo, se os homens e mulheres
não desaparecerem do planeta.
Enorme Depósito de Lixo
Weisman descreve que a possibilidade de toda a Terra tornarse um enorme depósito de lixo é incontornável. Isso reforça
minha crença de que Jesus precisa voltar logo e de que todos
os seres humanos são parte do problema da poluição; portanto,
devem ser parte de qualquer melhoria da condição da Terra.
No capítulo intitulado “Os Polímeros São Para Sempre”,
Weisman descreve o trabalho de vários biólogos marinhos.
Será muito tarde para mudar?
Por
Allan R. Handysides
Um deles, Richard Thompson, enquanto cursava a faculdade,
ajudou a limpar uma das praias da Grã-Bretanha. Removendo algumas toneladas de lixo trazido para a terra todos os
dias, ele observou que as maiores peças flutuantes pareciam
ter sido trazidas pelo vento. Isso significa que ele estava limpando o lixo flutuante da Irlanda e Inglaterra, o qual estava
se acumulando no litoral da Escandinávia. Ao contrário dos
grandes materiais flutuantes, no entanto, Thompson encontrou uma enorme quantidade de pequenas partículas de lixo,
geralmente despercebidas entre as garrafas, sacos plásticos,
pneus de automóvel, pedaços de corda e tampas plásticas.
Hoje, como professor da Universidade de Plymouth, na
Inglaterra, Thompson ressalta uma subespécie de partículas
chamadas “nurdles”, encontradas nas águas em torno de
Plymouth. Com o formato de pequenos bastões uniformes,
medindo cerca de dois milímetros de comprimento, essas
“nurdles” são a matéria-prima usada para criar produtos plásticos de qualquer formato concebível. Thompson diz que elas devem ter sido levadas pelas correntes por centenas de quilômetros,
porque não existem fábricas de plástico na região de Plymouth.
A ação das ondas tritura as partículas plásticas em
tamanhos cada vez menores. Quando os fragmentos da
Allan R. Handysides é diretor do
Departamento de Saúde da
Associação Geral.
Abril 2009 | Adventist World
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D E V O C I O N A L
Y
H A N
B E T
N
L S O
C A R
R O D O L F
O
partícula foram analisados no laboratório de Thompson, ele
descobriu que um terço eram fragmentos biológicos, um
terço eram partículas plásticas e o outro terço, composto de
partículas sem definição exata, mas são polímeros plásticos
de alguma espécie.
No início do século 20, Alistair Hardy, também biólogo
marinho, iniciou uma coleção de amostras do mar coletando
o krill (crustáceo minúsculo, parecido com o camarão) em
um dispositivo especial e concebido para ser arrastado para
trás dos navios em movimento, no oceano.
A amostragem tem continuado desde o início do programa
com o armazenamento de espécimes, fornecendo uma
história cronológica dos oceanos em todo o século passado.
O aparato draga cerca de dez metros abaixo da superfície
coletando o krill. Essas pequenas criaturas são parte da
camada rochosa da corrente alimentar da Terra. Elas ingerem
minúsculas partículas e funcionam como uma micropeneira
no oceano.
O plástico existe há apenas setenta anos e, na primeira
metade do século, não esteve presente nas amostras. Nos anos
1960, entretanto, descobriu-se que os krills estavam ingerindo
partículas plásticas. Lá pelos anos 1990, a presença de plástico
no oceano havia triplicado.
O plástico não se decompõe; torna-se apenas mais particulado – pequeno o suficiente para ser ingerido pelo minúsculo krill. Estamos acostumados a fotografias de tartarugas
comendo sacos plásticos, de pássaros estrangulados por
linhas plásticas ou fios de nylon, mas os menores animais
12
Adventist World | Abril 2009
C L I X
do mundo estão ingerindo micropartículas plásticas, com
consequências letais.
Não é novidade para os fabricantes de plástico que seu
produto não é biodegradável. Cientes das montanhas de lixo
plástico, as fábricas criaram os sacos plásticos “biodegradáveis”, feitos de uma mistura de celulose e plástico. A celulose
desfaz-se muito bem, pois é basicamente um açúcar, mas as
partes plásticas permanecem − com a diferença de que, agora,
estão em forma de micropartículas e mais facilmente levadas
para o oceano.
Está em Toda Parte!
O plástico está em todo lugar. Recentemente, contei os frascos plásticos em meu próprio banheiro. Ao redor do perímetro
da banheira, estavam dois frascos de xampu, dois de condicionador, um de sabonete líquido e um de sabonete facial. Na
prateleira do outro lado do banheiro, estavam as embalagens
plásticas do hidratante e dos medicamentos manipulados.
O cesto de lixo estava vestido com um saco plástico. Percebi
que minha escova de dente e a de cabelo são feitas de plástico,
assim como o saco onde transporto meu “kit” de viagem. E
não para por aí. Se o mundo continuar, daqui a mil anos, essas
“utilidades” plásticas persistirão como detritos em alguma
praia enferma.
Milhões de garrafas plásticas são usadas todos os dias
por um incalculável número de pessoas cuja fonte de água
é segura, mas preferem a conveniência de uma garrafa descartável. Em vez disso, um simples filtro pode tornar o sabor
G A R R A F A S
P O R
M AT T H E W
H E R Z E L /
M O D I F I C A D O
D I G I TA L M E N T E
Deus deve olhar para nós com espanto, à
medida que o mundo se torna mais e mais
como um amontoado de lixo e poluição.
da água de qualquer cidade americana tão bom quanto o da
água engarrafada. Por que não beber de uma garrafa de metal
reabastecida em casa?
As partículas plásticas dos abrasivos faciais que usamos
para nos embelezar escorrem pelo esgoto e finalmente, até o
mar. Não em quantidade suficiente para serem levadas pelo
vento, mas por poderosas correntes profundas. Weisman diz
que elas estarão por ali “para sempre”.
Até mesmo quando limpamos a sujeira de nossos animais
de estimação, colocamos seus excrementos em saco plástico.
Nossa sociedade “descartável” transformou-se numa engrenagem em tão alta rotação que vastas áreas do oceano têm se
tornado, lentamente, latrinas rotativas.
O giro subtropical do Pacífico Norte é um despejo de 16
milhões de quilômetros quadrados no oceano. Esse vagaroso
sifão giratório do esgoto do Pacífico é um dos seis sistemas
semelhantes existentes nos oceanos do mundo. Amostras desse atoleiro flutuante revelam que partículas plásticas superam
o plâncton em seis vezes.
As partículas de plástico marinho têm a capacidade de
agir como uma esponja para venenos como o DDT e o tóxico
polychrotidae biplanos (PCBs). Antigamente, era usado para
deixar o plástico mais maleável, mas devido à sua toxidade,
em 1970, foi proibido. Mesmo assim, os fragmentos pré-1970
espalharão seu PCB por séculos, se tiverem oportunidade.
Tony Andrady, um dos maiores especialistas em plástico,
diz: “Cada pedaço de plástico fabricado em todo o mundo
durante os últimos 50 anos ainda permanece no meio ambiente.” Isso é mais de um bilhão de toneladas de material!
É provável que, para nós, seja inconcebível viver sem o
plástico. Mas, pelo menos, devemos reciclá-lo. Atualmente,
reciclar custa mais que produzir um novo, porque não contamos seu custo para o planeta. A reciclagem precisa tornar-se
mais fácil e rentável, e os produtos reciclados deveriam receber incentivos ficais.
Mesmo as pequenas mudanças fazem grande diferença.
Quando lhe derem a opção entre saco plástico ou de papel,
em um supermercado, pode lhe parecer que optando pelo
plástico, estará salvando as árvores. Escolha errada! Opte sempre pelo tecido ou saco de papel.
Quando Isso Vai Terminar?
Toda essa poluição acabará em breve? Felizmente, como
adventistas, cremos que sim. Entretanto, enquanto formos
incumbidos como mordomos da Terra e ocupá-la até Jesus
voltar, mesmo os países considerados pequenos continuarão
produzindo milhares de toneladas de sacos plásticos todos
os meses. Quanto aos “nurdles”, são produzidos cerca de 113
bilhões de quilos por ano. É uma quantidade bem grande para
um produto quase indestrutível! É esse o modo como as pessoas estão cumprindo seu papel como mordomos da Terra? É
desta forma que estamos cuidando da criação de Deus?
O plástico é apenas um dos milhares de produtos descartados que nosso mundo consumista está produzindo. Com
a disseminação da industrialização no mundo, a quantidade
de resíduos de produtos está aumentando. Só os entulhos de
nossos computadores “obsoletos” já são gigantescos. O dióxido de carbono está aquecendo o planeta e, ao mesmo tempo,
sujando a atmosfera. Resíduos radioativos com meia-vida de
milhares de anos, ainda estão sendo produzidos.
Já não é tempo de pensarmos seriamente em nossa parcela
de culpa por encher a Terra com lixo? Certamente, como guardiões do planeta, precisamos aprender a consumir menos, conservar mais e cuidar melhor do que Deus criou com Suas mãos.
Em Apocalipse 11:18, a Bíblia fala que Jesus voltará para
destruir aqueles que destroem a Terra. Quando menino, a
Terra me parecia tão vasta, tão imensa, que para uma insignificante geração de homens e mulheres destruí-la parecia
incompreensível. Hoje, com a população cada vez mais crescente e a proliferação industrial, a destruição da Terra parece
muito possível, até mesmo provável. Ela está envelhecendo
como uma roupa, e somos nós que a estamos vestindo!
Ao nosso planeta se encolher “embrulhado em plástico”, todo
tipo de vida é espremido e distorcido. À medida que o mundo se
torna mais e mais como um amontoado de lixo e poluição, Deus
deve olhar para nós com espanto. Mais uma vez, estamos freneticamente envolvidos com a “cura” e desprezando a prevenção.
Pode ser muito fácil dizer: “Jesus um dia vai transformar
tudo.” Mas não quero estar entre os que fizeram tudo errado!
Certamente, respeitamos Deus o suficiente para honrar a
obra das Suas mãos.
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D E V O C I O N A L
Não
estamos
Sozinhos
Os anjos ligam os Céus à Terra
Por Tony Philip Oreso
R O M A
A
inda me lembro de ouvir, quando
criança, as badaladas do sino
da igreja, às 8h45 em ponto,
aos sábados pela manhã.
Era um aviso de que a Escola Sabatina
começaria em exatos quinze minutos.
Às nove horas, os bancos da igreja estavam lotados, os hinários eram abertos
e vibrantes hinos de louvor enchiam o
ambiente da igreja; o maestro do coral
sempre regia a congregação quando
cantava “Santo Sábado, Dia de Repouso”.
Para mim, entretanto, a parte favorita
do programa ocorria quando os diferentes grupos eram separados por faixa etária
para estudarem a Bíblia com materiais
apropriados à sua idade. Para nós, crianças, isso significava incríveis histórias da
Bíblia sobre heróis de Deus e como eram
visitados e ajudados pelos anjos.
Hoje, faz mais de duas décadas que
me sentei naquelas pequenas cadeiras
para aprender como Deus enviava Seus
anjos para servir e proteger Seu povo.
E concluo que nem tudo que aprendi
encontra base bíblica.
14
Adventist World | Abril 2009
Na escola de ensino médio, nosso
diretor nos contava histórias sobre
anjos, cuja principal responsabilidade
era a comunicação, anotando todos
os nossos erros, que eram entregues a
Deus, com todos os detalhes, todas as
noites, após irmos dormir. Assim, eu via
os anjos com certa apreensão.
Qual é, então, a verdadeira história?
O que a Bíblia diz? Como nossa vida
é afetada pela existência dos seres
angelicais?
Revelação das Escrituras
Sobre os Anjos
A palavra original da Bíblia
traduzida como “anjo” significa “mensageiro”; eles são seres sobrenaturais
que representam Deus para os seres
humanos. No Antigo Testamento, os
anjos apareceram a Agar (Gn 16), Ló
(Gn 19), Jacó (Gn 28), Moisés (Êx 3,
14, 23), Gideão (Jz 6), Elias (1Rs 19),
Daniel (Dn 6) e a outros.
Os anjos estiveram presentes na vida
e no ministério de Jesus. Eles também
F L O W E R S
auxiliaram na formação da igreja primitiva. O livro de Apocalipse menciona os
anjos mais de setenta vezes.
Mas isso foi naquele tempo, e agora?
O que os anjos fazem por nós?
Os anjos guardam quem procura
encontrar a verdade. Embora Jesus não
tenha recebido a educação dos rabinos,
Sua sabedoria e Seu conhecimento derivavam da grande biblioteca da criação
de Deus. E mais, Ele gastava incontáveis
horas aprendendo de seus pais sobre
como Deus dirigiu Seu povo através dos
tempos.
Ellen White escreveu sobre a obra
dos anjos, ajudando-nos a encontrar
as verdades da Palavra de Deus: “Toda
criança pode adquirir conhecimento
como Jesus o adquiriu. Ao procurarmos
relacionar-nos com nosso Pai celestial
através de Sua Palavra, anjos se achegarão a nós, nossa mente será fortalecida, nosso caráter elevado e apurado.
Tornar-nos-emos mais semelhantes a
nosso Salvador” (O Desejado de Todas as
Nações, p. 70).
Podemos contar
com os anjos
de Deus para
nos trazer
mensagens de
esperança e
encorajamento
Esse exemplo nos ajuda a fazer uma
imagem gráfica da realidade: “Anjos do
mundo da luz acham-se ao pé daqueles
que, em humildade, buscam a guia
divina”(Ibid., p. 141).
Os anjos nos livram dos espíritos
maus. A grande oposição que frequentemente encontramos ao realizarmos
a obra de Deus, pode muitas vezes
nos dominar. De quando em quando,
as lutas diárias que enfrentamos, sem
mencionar as batalhas espirituais
que travamos, quebram as defesas de
nossa alma. As barreiras levantadas pela
oração habitual, devoção e ministério,
muitas vezes começam a se desintegrar
e a dúvida começa a obscurecer a liderança do Espírito de Deus. Pensamos
que nosso caso é perdido, mas não é!
Assim como um anjo apareceu a
Elias após o episódio com os profetas
de Baal no Monte Carmelo, com
nutrição tanto física como espiritual
(1Rs 19:1-9), podemos contar com o
anjo, mensageiro de Deus, para nos
trazer mensagens de esperança e enco-
rajamento no momento em que precisarmos. O encorajamento pode não
chegar por uma fonte sobrenatural (do
modo como pensamos ser sobrenatural), mas podemos estar certos de que
anjos estão agindo – mesmo por meio
de agentes humanos – para diminuir
nossos fardos e nos ajudar a perceber a
presença de Deus.
Quando nos entregamos totalmente
a Deus, Ele toma o controle e Seus anjos
nos libertam dos agentes que nos aprisionavam. Ele nos toma de volta e o Céu
se regozija com nossa recuperação.
Sejamos claros: Os espíritos das
trevas lutam pelas almas que estão sob
seu domínio; mas os anjos de Deus
disputam por essas almas com prevalecente poder.
Os anjos protegem os seguidores de
Cristo. Ló e sua família foram protegidos por anjos e conduzidos, com
segurança, para fora de Sodoma, antes
que essa ímpia cidade fosse destruída
(Gn 19:15-17). E quando Jesus agonizava no Jardim do Getsêmani com
a enormidade do sacrifício que estava
prestes a fazer pelos pecadores, anjos
vieram para fortalecê-Lo emocional e
espiritualmente.
Essas histórias mostram o envolvimento dos anjos com os seguidores
de Cristo, hoje. Ellen White escreveu:
“Assim, em todas as épocas, os anjos
têm estado perto dos fiéis seguidores
de Cristo... De que perigos, visíveis
e invisíveis, temos sido protegidos
mediante a intervenção de anjos, jamais
saberemos até que, à luz da eternidade,
as providências de Deus nos sejam
reveladas. Saberemos então que toda a
família celestial estava interessada na
família aqui de baixo, e que mensageiros
do trono de Deus dia a dia nos assistiram os passos”(O Desejado de Todas as
Nações, p. 240).
Mas o ministério dos anjos não é
garantia de que o povo de Deus será
preservado de todo mal. Citando o
exemplo de João Batista, Ellen White
escreveu: “Conquanto nenhum miraculoso livramento fosse proporcionado
a João, ele não fora abandonado.
Tivera sempre a companhia dos anjos
celestiais, que lhe abriram as profecias
concernentes a Cristo, e as preciosas
promessas da Escritura. Estas foram
seu sustentáculo, como haviam de ser
do povo de Deus nos séculos por vir”
(Ibid., p. 224).
Assim, mesmo não sendo salvos do
perigo e do mal, podemos sentir-nos
seguros das promessas de Deus e ter fé
no resultado positivo.
Os anjos cooperam na proclamação
do evangelho. Os anjos se mantêm
em completa reverência ao Senhor.
Com suas mãos unidas às dos agentes
humanos, emprestam suas energias
na proclamação do evangelho de
Cristo. Junto com o Espírito Santo,
eles nos convencem do pecado e nos
ensinam como servir a Deus. Seu
poder celestial, combinado com as
habilidades humanas, encaminha
pessoas para Cristo.
“Devemos ser co-obreiros dos
anjos celestes em apresentar Jesus ao
mundo,” escreveu Ellen White. “Com
quase impaciente ansiedade esperam
os anjos nossa cooperação; …
E, quando nos entregamos a Cristo
numa consagração de toda a alma,
os anjos se alegram de poderem falar
por meio de nossa voz, para revelar o
amor de Deus”(Ibid., p. 297).
“Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradores enviados para servir
aqueles que hão de herdar a salvação?”
perguntou o escritor da carta aos
Hebreus (Hb 1:14, NVI). Nos tempos
difíceis em que vivemos, anjos mensageiros de Deus ainda estão trabalhando
para manter-nos perto de Deus e
para preparar-nos para a breve volta
de Jesus.
Tony Philip Oreso
escreve de Nairobi,
Quênia.
Abril 2009 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
Interpretando
os
Tempos
Evitemos a histeria.
As Escrituras
devem ser nosso
parâmetro.
Por
Roy Adams
16
Adventist World | Abril 2009
H
á várias versões da lenda sobre o papa e um judeu
idoso chamado Moishe. Note uma delas:
Há cerca de um século, o papa decidiu que todos
os judeus deviam deixar Roma. Vendo, porém, o alvoroço
na comunidade judaica e querendo dar a impressão de que
era conciliador, teve uma nova ideia. Ele faria um debate com
qualquer judeu que a comunidade judaica escolhesse. Se essa
pessoa vencesse o debate, os judeus poderiam ficar. Mas se o
papa vencesse, eles teriam que ir embora.
Como todos os judeus eruditos e poderosos se recusaram
a enfrentar o Golias cristão, a comunidade escolheu um velho
zelador chamado Moishe.
Embora muito preocupado com suas reduzidas qualidades de oratória, Moishe concordou em debater, mas com
uma condição: que o evento acontecesse em total silêncio. Por
incrível que pareça, o papa concordou.
Quando o grande dia chegou, Moishe e o papa sentaramse frente a frente. Por um longo minuto, ficaram se observando silenciosamente e imóveis.
Finalmente, o papa ergueu a mão e mostrou três dedos.
Moishe o encarou e ergueu um dedo.
A L E S S A N D R O
PA I VA / M O D I F I C A D O
D I G I TA L M E N T E
A seguir, o papa fez um círculo ao redor de sua cabeça
com o dedo. Moishe apontou firmemente para o chão onde
estava sentado.
O papa, então, pegou uma hóstia (pão da comunhão)
e um cálice de vinho e colocou-os sobre a mesa. Moishe
puxou uma maçã e a colocou à sua frente.
A essa altura, o papa se levantou e disse: “Eu desisto. Esse
homem é muito bom. Os judeus podem ficar.”
Após o debate, os cardeais se reuniram ao redor do papa,
perguntando o que acontecera. O papa disse: “Primeiro, eu
levantei três dedos para representar a Trindade. Ele respondeu segurando apenas um dedo para me lembrar que há
apenas um Deus, comum às nossas religiões. Então, com o
dedo, fiz um círculo sobre minha cabeça para mostrar que
Deus estava ao nosso redor. Ele respondeu apontando para
o chão, mostrando que Deus também estava bem ali, conosco. Peguei o vinho e a hóstia para mostrar que Deus perdoa
os nossos pecados. Ele pegou uma maçã para me lembrar do
pecado original. Ele tinha uma reposta para cada coisa. O
que eu poderia fazer?”
Enquanto isso, a comunidade judaica se amontoou ao
redor de Moishe, espantada com o fato de que o velho e
inculto zelador fora capaz de fazer o que todos os eruditos
achavam impossível. “O que aconteceu?” perguntavam.
“Bem”, disse Moishe, “primeiro, ele levantou três dedos para
me dizer que os judeus tinham três dias para sair de Roma.
Eu levantei um dedo para dizer-lhe que nenhum de nós
sairia. Então, fazendo um círculo sobre sua cabeça, disse-me
que essa cidade santa ficaria limpa dos judeus. Eu apontei
um dedo para o chão para que ele soubesse que nós ficaríamos exatamente aqui.”
− E daí? – perguntou uma senhora.
− Eu não sei − disse Moishe. – Ele pegou o lanche dele e
eu peguei o meu.
Moral da história: Podemos estar olhando para os mesmos acontecimentos, os mesmos sinais, as mesmas evidências. Mas esses acontecimentos, sinais e evidências estão em
silêncio; eles não falam. Geralmente, as interpretações que
fazemos resultam de nossas pressuposições pessoais.
Por isso, é necessário que nos assentemos aos pés de
Jesus para ouvir, outra vez – com mais atenção, com ouvidos
menos preconceituosos – o que Ele tem a dizer, enquanto
fala diretamente sobre os acontecimentos do fim do mundo.
Um de Seus discursos mais comentados sobre o assunto
está relatado em Mateus 24.* Por falta de espaço, eu me
concentrarei nos primeiros doze versos apenas, crendo que
eles resumem todo o discurso.
Calmo e Sem Histerismo
Em resposta aos Seus discípulos, que tinham grande
admiração pelo Templo, Jesus previu, nos versos um e dois,
a destruição do edifício. Completamente chocados, três
deles se aproximaram de Jesus, em particular, para uma
explicação mais elaborada. “Dize-nos, quando acontecerão
essas coisas? perguntaram, “E qual será o sinal da Tua vinda
e do fim dos tempos?”
Suas perguntas centralizavam-se em duas coisas: tempo
e sinais. Jesus abordou ambas, mas é importante perceber o
que vem em primeiro lugar em Sua resposta. Como se não
tivesse ouvido nada sobre tempo e sinais, Ele disse: “Cuidado, que ninguém os engane” (verso 4). A questão do engano
é muito importante na resposta de Jesus, e retornarei a ela,
mais adiante. Mas vejamos, agora, os versos 6 a 8:
“Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras,
mas não tenham medo. É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra
nação, e reino contra reino. Haverá fomes e terremotos em
vários lugares. Tudo isso será o início das dores.”
O que percebo, ao ler esses versos mais uma vez, é a
calma de Jesus, a ausência de histerismo. Na sequência de
calamidades e catástrofes, os discípulos não deveriam
esperar que o fim chegasse no dia seguinte. De fato, Jesus
está descrevendo o cenário de um futuro distante. “É necessário”, disse Ele, “que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o
fim.” Em outras palavras, não devemos fazer uma conexão
direta entre conflitos militares ou catástrofes naturais e a
Segunda Vinda.
Como adventistas, tradicionalmente tentamos fazer um
paralelo entre a Segunda Vinda e as guerras e crises econômicas. Durante as duas guerras mundiais, nossos sermões
evangelísticos eram cheios de predições a esse respeito! Mas
as guerras terminaram e Jesus não retornou.
A Grande Depressão do fim dos anos 20 e início dos
anos 30 deixou milhares sem emprego e multidões famintas –
um colapso econômico de grandes proporções. Mas a Grande
Depressão não desencadeou a Segunda Vinda.
Quando a Guerra do Golfo estava prestes a começar,
em 1991, e Sadam Hussein propagava avisos assustadores
sobre “a mãe de todas as batalhas,” nossos ânimos proféticos
se elevaram novamente, e alguns adventistas subiram
aos púlpitos e apressaram-se em fazer advertências sobre a
batalha do Armagedom.
Hoje, o histerismo continua. Certo obreiro adventista
diz ter dados da inteligência secreta, fornecidos por alguns
pastores evangélicos anônimos, de que o presidente dos
Estados Unidos (George W. Bush, na época) havia enviado
ordens sigilosas a todas as forças armadas do país sobre
o que fazer quando a próxima crise chegasse. Quando a
Roy Adams é editor associado da
Adventist World.
Abril 2009 | Adventist World
17
crise se estabelecesse – por ataque terrorista ou por colapso
financeiro −, as famílias dos militares teriam duas horas
para sair das cidades em direção às montanhas ou vilas
isoladas. Todas as grandes cidades dos EUA seriam fechadas;
ninguém poderia entrar ou sair.
Ao mesmo tempo, os militares já teriam estocados
milhões de caixões − quinhentos mil apenas na área de
Atlanta – presumivelmente para colocar os milhões que
seriam mortos. E a ideia é que os adventistas deveriam ter
um esconderijo com alimentos e estar preparados para fugir
para as montanhas.
Eu me pergunto: Por que os adventistas se envolveriam
em tamanha tolice? Mas quando o fazemos, depreciamos
o valor da profecia e expomos nossa religião ao ridículo
perante pessoas que, de outro modo, poderiam ser ouvintes
simpatizantes – e mesmo fiéis em potencial. Uma de nossas
principais preocupações deveria ser a credibilidade da igreja
em longo prazo. Falando ou escrevendo, devemos colocar
as coisas de tal maneira que os difamadores da igreja não
tenham argumentos fáceis para espalhar por aí.
Lembremo-nos de que nossas devotas predições sobre a
proximidade da Segunda Vinda, baseadas em calamidades
recentes, não influenciam o tempo do evento. Se influenciassem, Jesus já estaria aqui desde a metade do século
dezenove, um tempo de fervor e expectativa pela Sua volta,
sem precedentes.
Estamos falando sobre o soberano Deus do Universo.
Seus planos não são afetados pelos erros de Roy Adams ao
interpretar as profecias. Ellen G. White diz:
“… como as estrelas no vasto circuito de sua indicada
órbita, os desígnios de Deus não conhecem adiantamento
nem tardança” (O Desejado de Todas as Nações, p. 32).
Maior Preocupação
O que mais me preocupa quando leio Mateus 24 não é
o que Jesus disse acerca das guerras, terremotos, fomes e
pestilências; mas o que disse sobre nós! Após falar sobre
os Seus seguidores sendo perseguidos, colocados à morte
e “odiados por todas as nações” (coisa difícil!), Ele diz que
“muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos
outros” (verso 10).
Contra esse cenário, veja o que diz Ellen G. White:
“Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa
que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas
não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona sua posição. Homens de talento e maneiras agradáveis,
que se haviam já regozijado na verdade, empregam sua
capacidade em enganar e transviar as almas. Tornam-se os
piores inimigos de seus antigos irmãos” (O Grande Conflito,
p. 608).
Olhemos, agora, o verso 11: “e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos”. Às vezes, pensamos que
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Adventist World | Abril 2009
O que mais me
preocupa quando leio
Mateus 24 não é
o que Jesus disse
acerca das guerras,
terremotos, fomes e
pestilências; mas o que
disse sobre nós!
somos a geração mais inteligente. Entre nós, porém,
estão alguns dos seres mais tolos que já caminharam sobre
o planeta. Na primavera de 2005, milhares de pessoas
fizeram peregrinações para a parte inferior da ponte ferroviária de Chicago, onde um vazamento de água de esgoto
havia criado uma mancha que se assemelhava à Virgem
Maria!
Se uma mancha de água de esgoto pode produzir
tal resposta, imagine o que acontecerá se o que Ellen
White diz, na citação abaixo, acontecer do modo como
foi escrito:
“Como ato culminante no grande drama do engano, o
próprio Satanás personificará Cristo … Em várias partes
da Terra, Satanás se manifestará entre os homens como um
ser majestoso, com brilho deslumbrante … A glória que o
cerca não é excedida por coisa alguma que os olhos mortais
já tenham contemplado. Ressoa nos ares a aclamação de
triunfo: ‘Cristo veio!’ O povo se prostra em adoração diante
dele, enquanto este ergue as mãos e sobre eles pronuncia
uma bênção, … cura as moléstias do povo, e então, em seu
pretenso caráter de Cristo, alega ter mudado o sábado para
o domingo … É este o poderoso engano, quase invencível”
(O Grande Conflito, p. 624).
Isso, sim, deve nos causar preocupação. Permaneceremos fiéis?
A P
P H O T O / D I TA
A L A N G K A R A
A P
A P
P H O T O / M A R K
R I C H A R D S ,
Se procurarmos por um sinal que aponte para a eminência da volta de Jesus – um sinal que, quando cumprido,
poderemos dizer: “É este!” – então o local para encontrá-lo
é Mateus 24:14: “E este evangelho do Reino será pregado em
todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então
virá o fim.”
Esse não é um sinal espalhafatoso. Não atrai a atenção
histérica. Não aciona os botões do pânico, mas é muito
importante. Foi o único sinal que Jesus ligou diretamente ao
advento.
Alguns podem ter um perverso conforto com a aparente
lentidão do avanço do evangelho, admitindo poder ter
um pé no mundo e ficar de olho no cumprimento da
comissão evangélica, para então, voltar para a igreja na hora
undécima.
Mas isso seria tolice. Em primeiro lugar, o cumprimento
da pregação do evangelho em todo o mundo não é algo
que possa ser medido humanamente. Como seres humanos,
não podemos saber quando essa tarefa será concluída de
acordo com a inescrutável sabedoria de Deus. Tampouco
podemos ter ideia da multiplicidade de meios que nosso
onipotente Deus tem para realizar Sua obra entre as nações.
Somente a eternidade revelará isso. (Acho que vamos nos
surpreender.)
R E L Ó G I O P O R C R A I G
D I G I TA L M E N T E
J E W E L L / J AY
D E J O N G
P O O L
Ápice do Texto
I M A G E N S D E
M O D I F I C A D A
P H O T O / P E T E R
S I M M O N S /
A segunda consideração nesse ponto é a incerteza da vida.
Na manhã do dia 11 de setembro de 2001, catorze mil pessoas
saíram para seus escritórios e compromissos nas poderosas
torres gêmeas do outro lado do Rio Hudson, na cidade de
Nova Iorque. Ninguém, nem mesmo vagamente, suspeitava
de algo diferente de um dia normal. Entretanto, 40 segundos
passados das 8h46 minutos, boom! E mil pessoas foram
arremessadas para os ares sem um minuto de alerta!
Nossa única segurança é estar ancorados em Deus, hoje –
e todos os dias, permitindo que a Grande Comissão seja
cumprida em nós e por nós.
Tempo de Expectativa e Alegria
O modo com que Lucas 21:25-28 é formulado nos leva à
conclusão de que, imediatamente antes do advento haveria
uma reprise, uma repetição de determinados sinais, talvez
em maior escala. O texto fala de alguns sinais no Sol, Lua e
nas estrelas; de uma “grande tribulação” na Terra e que os
poderes celestes serão abalados. “Então ...”, diz Jesus, “todas
as nações da terra ... verão o Filho do homem vindo nas
nuvens do céu com poder e grande glória” (verso 30).
Mesmo em meio a esse período calamitoso, não deveremos temer.
*Todas as referências bíblicas são da Nova Versão Internacional.
Abril 2009 | Adventist World
19
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
U
ma das memórias de minha infância aconteceu no
campo missionário. Um dia, meus pais sugeriram
que marcássemos nossa altura em um dos portais
da casa para medir nosso crescimento. Sendo o mais velho,
eu era o mais alto dentre as quatro crianças. Meus irmãos
ficaram um pouco enciumados com esse fato e decidiram
aumentar sua ingestão alimentar para crescer mais rápido,
alcançar e ultrapassar a estatura do irmão mais velho. Isso
deu início a uma interessante competição.
Gostaria de sugerir que todos nós colocássemos um alvo
para nosso crescimento em Cristo, tornando-nos como Ele.
Não estou dizendo para crescer nos mandamentos ou nas
NÚMERO 11
Quase tudo muda na natureza. Tudo o que está vivo cresce.
Se não houver crescimento, o resultado é morte certa. Fisicamente, quando nascemos, espera-se que cresçamos. Se não
houver crescimento, morreremos. A mesma coisa acontece
com a experiência cristã. Quando nascemos de novo, cumprenos crescer e isso envolve constante mudança. Não há meiotermo. Se não há crescimento, a morte espiritual é certa.
Não estar em Cristo significa estar desligado da fonte de
vida e de mudança, o que torna inevitável nossa destruição
final. Salvação não é uma experiência única, algo que acontece
apenas por aceitar a Cristo. Não é algo que acontece uma vez, e
pronto. Ao contrário, envolve um processo, um crescimento em
Cristo (Hb 5:11-14). Esse processo inclui
justificação e também santificação, uma
purificação que termina em redenção.
Assim ComoTodas
as Coisas
Vıvas
Por
Victor A.
Schulz
Raquel era uma jovem bonita, membro de uma de minhas igrejas e filha de
um dos anciãos. Ela era um problema na
igreja. Entre outras coisas, vestia-se de
modo extremamente provocativo – saias
curtas, blusas decotadas. Seus pais, membros da igreja e pastores já haviam falado
com ela, sem obter sucesso. Seu caso foi
levado à comissão da igreja.
Eu me aproximei dela, usando todas
as minhas habilidades persuasivas de
jovem pastor recém-formado. Nada
aconteceu.
De repente, todos nós percebemos
que o modo de ela se vestir e outros
fatores externos estavam mudando. Tão surpreso como os
demais, conversei com ela, um dia, esperando ouvir que a
mudança era resultado de um dos meus “poderosos” sermões.
Sua resposta, porém, foi bem simples. Ela se apaixonara por
um rapaz de um grupo religioso bem estrito. Ela o amava
tanto que, ao saber que ele não aprovaria sua aparência,
começou a se arrumar e a se vestir de modo diferente. Ele
não havia falado com ela sobre o assunto. Seu amor por ele
produziu a transformação que todas as conversas e sermões
não conseguiram produzir.
Milagres de transformação acontecem quando nós realmente
nos apaixonamos por Jesus. Começamos a crescer nEle. O
processo de santificação é total, uma experiência dinâmica e
progressiva, até nos tornarmos completamente desenvolvidos,
na estatura cristã ideal.
“Há dois mil anos, um pregador idoso descreveu, em três
palavras, uma das verdades mais sublimes de todos os tempos.
As três palavras somadas … [é a essência da vida cristã]. O
pregador era o apóstolo Paulo; sua mensagem – tão verdadeira
para nós, hoje, como para a igreja em Colossos – declara,
‘Cristo é tudo’ (Cl 3:11) … Se você e eu um dia andarmos em
Há crescimento quando
permanecemos em Cristo
doutrinas. Ou mesmo crescer na igreja. Sem reduzir a importância dessas áreas, nossa maior necessidade é crescer em nosso
irmão mais velho, Jesus Cristo.
Não Podemos ser Estáticos
Se Cristo reina em nós (Rm 8:9), então estamos em um
processo de mudança. “Mesmo que o nosso homem exterior se
corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em
dia” (1Co 4:16). “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo
Senhor, o Espírito” (1Co 3:18). Cristo, nosso supremo exemplo,
define o tom para nós. A Bíblia diz que Ele “crescia … em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2:52).
Victor A. Schulz é um evangelista
internacional; reside em Alberta, Canadá.
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Adventist World | Abril 2009
História de Raquel
ruas de ouro…, é porque encontramos o único caminho nesta
vida – Jesus, o caminho – e O seguimos. ‘E não há salvação em
nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro
nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos
salvos’ (At 2:12).” (Robert Pierson, We Still Believe, p. 49, 50).
Salvação em Cristo, essa é a pedra fundamental da grande
mensagem do advento, centralizada em Cristo.
Outro Caso
Quando era estudante de Teologia, em 1967, eu ajudava
um de nossos grandes pregadores numa campanha evangelística. Além de fazer visitas e dar estudos bíblicos, era escalado
para, à noite, ficar na entrada principal da igreja dando as
boas-vindas às visitas.
Uma noite, uma jovem senhora, ao entrar, entregou-me um
pedaço de papel dizendo que precisava falar com a pessoa cujo
nome estava escrito ali. Quando lhe disse que eu era a pessoa,
ela começou a chorar muito. Após algum tempo, envergonhado, pois as pessoas estavam entrando e questionando o que
estaria acontecendo, levei-a para um local rodeado de palmeiras
e com bancos no centro. Seu choro continuava, seus olhos eram
como cachoeira, suas lágrimas fluíam como torrentes. Eu observava sua linda face distorcida pela angústia.
Após o que me pareceu uma eternidade, ela se recompôs e
começou a contar sua história. Alice (não é seu nome verdadeiro)
cresceu em um lar abusivo. Quando adolescente, se apaixonou
profundamente. Logo o rapaz começou a pedir-lhe o que chamava de “prova de amor”, e eles tiveram relações sexuais. Mas ele só
a estava usando para satisfazer suas paixões e logo a descartou.
Depois dele, ela conheceu outro rapaz. Vulnerável como
estava, outra vez as coisas acabaram em sexo e, depois de um
tempo, esse rapaz também a abandonou. Uma terceira pessoa,
então, entrou em sua vida. Ela sentiu que esse amor era puro
e sincero. A história, porém, se repetiu e dessa vez, para tornar
as coisas ainda piores, ela descobriu que estava grávida.
Quando o terceiro namorado soube, desapareceu, deixando-a sozinha. Com medo de seu pai, ela seguiu um mau
conselho e provocou aborto.
Assim, com a tenra idade de 17 anos, ela estava ali, comigo,
naquela noite de maio, sentada sob as palmeiras, sentindo-se rejeitada por todos, culpada, porque ela cria ter matado uma vida
incipiente, seu próprio filho. Ela se sentiu abandonada por seus
pais e namorados, sozinha, desesperada, sem saber o que fazer.
Como Deus Trabalha
Foi seu vizinho, para quem eu estava dando estudos bíblicos, que, após perceber que ela era uma suicida em potencial,
escreveu meu nome num pedaço de papel naquela noite,
esperando que pudéssemos ajudá-la.
De repente, ela se levantou e começou a gritar: “Estou
perdida! Estou perdida! Não há esperança para mim! Vou me
jogar na frente do primeiro ônibus que passar. Estou perdida!”
Quando, finalmente, ela se acalmou, eu li para ela a história da mulher adultera e como Jesus a perdoara dizendo-lhe:
“Vai e não peques mais”(Jo 8:1-11). Vagarosamente, a paz
entrou naquele coração. Oramos juntos e lhe dei uma cópia
do livro Caminho a Cristo, de Ellen G. White, recomendando
especialmente o capítulo sobre o perdão.
Anos mais tarde, voltei àquela mesma cidade e fui visitar
um prédio moderno adquirido para ser um centro evangelístico, após o fim daquela bem-sucedida campanha evangelística.
E quem estava à porta recepcionando as pessoas? Alice! Ela
era, agora, uma mulher intensamente espiritual, nitidamente
feliz, totalmente em paz consigo mesma.
Certamente, ela havia crescido em Cristo! Essa mesma experiência de crescimento deve ser a sua e a minha também.
Crescimento
em
Cristo
Com Sua morte na cruz, Jesus triunfou
sobre as forças do mal. Durante o Seu
ministério terrestre, subjugou os espíritos
demoníacos, quebrou o poder do maligno e
confirmou sua condenação final. A vitória
de Jesus dá-nos a vitória sobre as forças
do mal que ainda procuram controlar-nos,
ao andarmos com Ele em paz, alegria e
com a certeza do Seu amor. Agora, o Espí-
rito Santo habita em nós e reveste-nos de
poder. Estando continuamente comprometidos com Jesus como nosso Salvador e
Senhor, somos libertados do fardo dos atos
cometidos no passado. Não mais vivemos
nas trevas, com medo dos poderes do mal,
na ignorância e na vida sem sentido de
outrora. Nessa nova liberdade em Jesus,
somos chamados a crescer na semelhan-
ça do Seu caráter, comungando com Ele
diariamente em oração, alimentando-nos
de Sua Palavra, meditando nela e na Sua
providência, cantando Seus louvores,
reunindo-nos nos cultos e participando da
missão da igreja. Ao entregar-nos para o
amoroso serviço em prol dos que estão em
torno de nós e ao testemunharmos de Sua
salvação, Sua constante presença conosco por meio do Espírito transforma cada
momento e cada tarefa em uma experiência espiritual. (Sl 1:1, 2; 23:4; 77:11, 12; Cl
1:13, 14; 2:6, 14, 15; Lc 10:17-20; Ef 5:19, 20;
6:12-18; 1Ts 5:23; 2 Pe 2:9; 3:18; 2Co 3:17, 18;
Fl 3:7-14; 1Ts 5:16-18; Mt 20:25-28; Jo 20:21;
Gl 5:22-25; Rm 8:38, 39; 1Jo 4:4; Hb10:25.)
Abril 2009 | Adventist World
21
E S P Í R I T O
D E
P R O F E C I A
E
ntre o primeiro e o segundo
advento de Cristo, será observado
um maravilhoso contraste.
Nenhuma linguagem humana poderá
retratar as cenas da segunda vinda do
Filho do homem nas nuvens dos céus.
Ele virá com Sua própria glória, com
a glória do Pai e dos santos anjos. Virá
envolto em um manto de luz, o qual
tem usado por toda a eternidade. Anjos
O acompanharão. Milhões de anjos irão
escoltá-Lo por todo o caminho. Será
ouvido o som da trombeta chamando
os que dormem nas sepulturas. A voz de
Cristo atravessará os túmulos e penetrará os ouvidos dos mortos, “e todos os
que estiverem nos sepulcros … sairão”.
“E todas as nações serão reunidas em
Sua presença.” O mesmo que morreu
pelos homens os julgará no último dia;
pois o Pai “a ninguém julga, mas ao
Filho confiou todo julgamento: … e Lhe
deu autoridade para julgar, porque é o
Filho do homem”. Que dia será aquele,
quando todos os que rejeitaram a
Cristo contemplarão Aquele que foi
traspassado pelos seus pecados! Saberão, então, que Ele lhes teria oferecido
todo o Céu se tivessem se colocado ao
Seu lado como filhos obedientes por
quem pagou infinito preço por sua redenção, mas que rejeitaram a liberdade
pela terrível escravidão do pecado.
Cenas da Vida do Mestre
Enquanto contemplam Sua glória,
passa como lampejo em sua mente a
memória do Filho do homem vestido
em Sua humanidade. Lembram-se de
como O trataram, como O rejeitaram …
As cenas da vida de Cristo aparecem
claramente diante deles. Tudo o que
fizeram, tudo o que disseram, a humilhação a que foi exposto para salvá-los
da mácula do pecado, está diante deles
a condená-los.
Eles O contemplam entrando em
Jerusalém, presenciam Sua agonia e
lágrimas perante a cidade impenitente
que rejeitou Sua mensagem. Sua voz,
22
Adventist World | Abril 2009
que foi ouvida convidando, em súplica,
em tom de gentil dedicação, parece cair
sobre seus ouvidos.
A cena no Jardim do Getsêmani
ergue-se diante deles, e ouvem a impressionante oração: “Pai, se possível,
passa de Mim esse cálice.”
Mais uma vez, eles ouvem Pilatos
dizer: “Eu não acho nEle crime algum”.
Acompanham a cena vexatória da sala
do julgamento, com Barrabás em pé ao
lado de Cristo, e onde tiveram o privilégio de escolher O inocente. Ouvem
mais uma vez as palavras de Pilatos:
“Qual quereis que vos solte? Barrabás,
ou Jesus, chamado Cristo?” E eles ouvem a resposta: “Este não, mas Barrabás.” Para a pergunta de Pilatos: “Que
farei então de Jesus, chamado Cristo?” a
resposta veio: “Seja crucificado.”
Mais uma vez, eles veem seu Sacrifício a suportar o opróbrio da cruz.
Seu
Glorioso
parecım
A
Por
Ellen G. White
“O Senhor não quer que
nenhum pereça, senão que todos
cheguem ao arrependimento”
—2 Pedro 3:9
Ouvem os fortes e triunfantes insultos
exclamando: “Se és Filho de Deus, desce
da cruz.” “Salvou os outros, e a Si mesmo não pode salvar-Se.”
Agora O contemplam, não no
Jardim do Getsêmani, não na sala de
julgamento, não na cruz do Calvário.
Os sinais de Sua humilhação haviam
passado e olham para a face de Deus
– face em que cuspiram, face na qual
os sacerdotes e juízes bateram com a
dAquele que Se assenta no trono e da
ira do Cordeiro, porque chegou o grande
Dia da ira deles; e quem é que pode
suster-se?”
Revisão de Minha Vida
Estamos em meio aos perigos dos
últimos dias. As cenas do conflito se
agitam e o dia dos dias está perto de
nós. Estamos preparados para esse
evento? Toda obra, pequena ou grande,
praticado. O pecado secreto, que agora
parece insignificante, quando colocado
diante dos homens sob a luz da face de
Deus, parecerá atroz.
Como estão nossos registros nos
livros do Céu? Escolhemos nós ser
participantes com Cristo de Seus
sofrimentos? Estamos aprendendo
na escola de Cristo, Sua mansidão e
humildade de coração? Temos permanecido ao lado de Jesus e suportado
Seu opróbrio? Temos tomado Seu
jugo sobre nós e levantado na cruz a
abnegação e sacrifício próprio? Estamos
ajudando ao Senhor a suportar Seu
fardo e cooperando em Sua obra?
Plano da Salvação Completo
ento
palma das mãos. Agora, a verdade, com
toda a nitidez, lhes é revelada. Terão
que encarar a fúria do Cordeiro, dAquele que veio para extirpar o pecado
do mundo, dAquele que sempre lhes
ofereceu infinita ternura, resignada
paciência e inexprimível amor. Percebem que perderam todas as riquezas
de Sua grande salvação. Ao olhar para
Aquele que morreu para retirar-lhes a
culpa, clamam às rochas e montanhas:
“Caí sobre nós e escondei-nos da face
será trazida ao nosso conhecimento. O
que aqui foi considerado trivial será,
então, exposto como é. As duas moedas
da viúva serão reconhecidas. O copo
de água fria oferecido a alguém, a
visita à prisão, os famintos alimentados, cada ação trará sua própria
recompensa. E os deveres negligenciados, aquele ato egoísta, não serão esquecidos. No tribunal aberto ao redor
do trono de Deus, ele aparecerá como
algo muito diferente do que quando foi
Satanás desceu com grande poder,
… mas não é necessário que ninguém
seja enganado; e não o seremos, se
tomarmos nossa posição com Cristo,
e segui-Lo por meio do bom e do mau
relatório. … O glorioso memorial do
maravilhoso poder de Deus em breve
será restaurado ao seu lugar de direito.
O paraíso perdido será então o paraíso
restaurado. O plano de Deus para a
redenção do homem estará completo.
O Filho do homem colocará sobre os
justos a coroa da vida eternal, e eles
“O servem de dia e de noite no Seu santuário; e Aquele que Se assenta no trono
estenderá sobre eles o Seu tabernáculo.
Jamais terão fome, nunca mais terão
sede, não cairá sobre eles o sol, nem
ardor algum, pois o Cordeiro que Se encontra no meio do trono os apascentará
e os guiará para as fontes da água da
vida. E Deus lhes enxugará dos olhos
toda lágrima.”
Este artigo foi extraído de um dos primeiros
que foram publicados na Advent Review
and Sabbath Herald, hoje Adventist
Review (www.adventistreview.org), de
5 de setembro de 1899. Os adventistas do
sétimo dia creem que Ellen G. White
exerceu o dom profético bíblico durante
mais de 70 anos de ministério público.
Abril 2009 | Adventist World
23
S E R V I Ç O
Adventistas
onversam
C com Muçulmanos
Por
William G.
Johnsson
Quebrando o preconceito ao construir pontes
O
mundo islâmico está mudando diante de nossos
olhos, agora que líderes muçulmanos procuram diálogo com cristãos e judeus. Os adventistas do sétimo
dia estão cada vez mais envolvidos como convidados, e eles
mesmos tomam a iniciativa de dialogar com os muçulmanos.
Por que os adventistas desejam se envolver em tais iniciativas? E por que os muçulmanos, devido ao grande número
de entidades cristãs, estão interessados em reunir-se com uma
pequena parcela do grande cenário da fé cristã? As respostas a
essas perguntas nos dão uma ideia das rápidas mudanças que
estão ocorrendo.
Nossa Longa Sombra
Do lado adventista, as razões para nossa participação é
simples e resume-se em uma palavra: missão. Somos uma
igreja mundial, com a distinta identidade e missão de declarar
o caráter de Deus e de ajudar a preparar um povo para o
breve retorno de Jesus Cristo. De igual modo, os muçulmanos
são uma religião mundial, com seguidores não apenas nos
24
Adventist World | Abril 2009
países entre o Morrocos e a Indonésia, mas em crescimento
em países com bases tradicionais cristãs. Hoje, cerca de cinco
milhões de muçulmanos vivem na França, representando
10% da população. Nos Estados Unidos, os muçulmanos
chegam a aproximadamente dez milhões.
Assim, quase em toda a face da Terra, adventistas e muçulmanos ocupam o mesmo solo. Os muçulmanos são nossos
vizinhos, não apenas seguidores de uma religião longínqua.
Como servos do Senhor Jesus Cristo, temos a incumbência
de interagir com eles em todos os níveis, de vizinhos aos
contratos oficiais.
Por muitos anos, a Igreja Adventista do Sétimo Dia está
envolvida em diálogos com representantes de outras igrejas.
Esses encontros têm produzido bons resultados, quebrando
estereótipos e eliminando equívocos de ambos os lados. Do
lado adventista, um grande benefício foi a queda da falsa
denominação de nossa igreja como um “culto” ou “seita”.
Estive envolvido nesses diálogos interdenominacionais
por mais de vinte anos e estou convencido de que são de valor
significativo. Fui convencido, também, de que em todos os
encontros dessa natureza devemos apresentar nossas crenças
distintas com polidez, mas clara, sábia e honestamente, sem
reter nada do que defendemos. Tentar bater de frente com a
outra parte é desencadear um desastre, tanto em curto como
em longo prazo.
Quando nosso diálogo é com outros cristãos ou com
seguidores de outras religiões, nossa proposta deve ser para
que haja genuíno e mútuo reconhecimento de quem somos
(e somos nós quem melhor podemos expor isso), que valores
buscamos e defendemos, e por que optamos por aparecer e
não pela obscuridade.
Desafios Singulares
Esse novo diálogo nos apresenta novos desafios. Os muçulmanos têm a tendência de pintar todos os cristãos com o
mesmo pincel: no estilo de vida, comedores de carne de porco
e bebedores de álcool; em nível geopolítico, como pró-Israel
e anti-árabes. O maior alvo para os adventistas é mostrar e
explicar que não somos como as outras denominações
cristãs; nosso estilo de vida é similar ao dos muçulmanos
em áreas fundamentais; que somos uma comunidade de fé
internacional e global, cuja agenda não é guiada pelos ventos
e direções da política secular. Queremos que saibam, também,
que nossas convicções sobre liberdade religiosa (assunto extremamente importante para muçulmanos de alguns países)
nos levam a encorajar os líderes de todas as nações a fim de
permitir adeptos de religiões minoritárias a construir locais
de culto e de reunião em conjunto.
Embora as diferenças de crença entre os adventistas e
muçulmanos − em particular, sobre a pessoa e trabalho de
Jesus Cristo – sejam grandes e não devam ser “silenciadas”,
há importantes pontos de contato que convidam ao diálogo.
Entre eles, estão o elevado respeito que temos pelos escritos
sagrados; a crença na criação, em vez de na evolução, na
expectativa e na preparação para o Dia do Juízo; na Segunda
Vinda de Jesus Cristo e a crença em mensageiros proféticos.
Assim, os adventistas têm abertura para conversas produtivas
com os muçulmanos, as quais outras igrejas cristãs não têm.
Projetos Recentes
Por muitos anos, os adventistas têm se envolvido em
atividades de cooperação com os muçulmanos. No Reino da
Arábia Saudita, uma equipe de cardiologistas da Universidade
de Loma Linda prestou um serviço, muito apreciado, e essa
universidade ainda mantém contato por meio de cursos de
extensão oferecidos no país. Do mesmo modo, no Afeganistão,
a obra médica adventista tem uma longa história e, hoje, o pessoal de Loma Linda desempenha papel muito importante ali.
Além de tais demonstrações práticas do Adventismo, a
Igreja fundou um Instituto de Relações entre Muçulmanos e
Aventistas. Seus representantes têm difundido discretamente
o conhecimento de quem somos e aquilo que defendemos
entre o mundo islâmico.
Recentemente, uma das primeiras iniciativas muçulmanas
para o diálogo originou-se no Estado de Catar, no Golfo
Pérsico. Por seis anos consecutivos, o Ministério de Assuntos
Estrangeiros e o Departamento de Estudos Sharia, da Universidade de Catar, têm patrocinado uma Conferência Internacional
sobre o Diálogo Interreligioso. Nos encontros mais recentes,
em 2007 e 2008, os adventistas foram convidados a participar e
a apresentar trabalhos com todas as despesas pagas.
Com a publicação da carta aberta “Um Mundo Comum”,
em 6 de outubro de 2007, assinada pelos 138 altos clérigos e
líderes muçulmanos, o ritmo da paz interconfessional está
acelerado. Agora, “diálogo” parece ter se tornado a palavra em
voga. O Vaticano pôs em curso diálogos com líderes do Islam
e das principais denominações cristãs, além de organismos
como o Conselho Mundial de Igrejas, que se reúne para
decidir sua resposta ao convite recebido pela carta aberta.
Dez dias após a publicação da carta aberta, a Igreja
Adventista enviou uma resposta aos autores, aplaudindo a
iniciativa e indicando nossa disposição de nos engajar no
diálogo com os muçulmanos.
Quando uma junta de eruditos cristãos e muçulmanos se
reuniu na Universidade Yale, em julho de 2008, um adventista
foi convidado para participar do grupo de 150 pessoas
reunidas para a discussão. Do mesmo modo, quando o Rei
Abdullah, do Reino da Arábia Saudita, convocou uma reunião
para planejar o diálogo internacional interconfessional,
em Madri, Espanha, de 13 a 15 de julho, um adventista foi
incluído entre os convidados.
Nos Estados Unidos, estabelecemos uma relação com a
Sociedade Islâmica da América do Norte, a maior organização muçulmana na América. A Associação Geral sediou um
encontro com seus representantes, na sede mundial da Igreja,
e os adventistas e muçulmanos cooperaram em conjunto
na Expo Saúde, convenção anual do grupo, realizada em
Columbus, Ohio, EUA, de 30 de agosto a 1º de setembro.
Quarenta mil pessoas participaram do encontro.
Iniciativas mais expressivas estão por vir. Temos desenvolvido excelente relacionamento com os diretores do Instituto
Royal da Jordândia de Estudos Intercofessionais, em Omã,
Jordânia. A primeira de uma série de diálogos oficiais está
planejada para um futuro próximo.
Esse é só o começo. O mundo islâmico, em rápida mudança, é vasto e diverso. Impelidos pela missão, necessitamos
envolver os muçulmanos em diversas partes do globo. Sempre
e onde o Senhor abrir uma porta de oportunidade, é preciso
avançar sem demora.
William G. Johnsson é assistente do
presidente da Associação Geral na área das
Relações Interconfessionais.
Abril 2009 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
3. A missão e o Espírito: O que Deus faria se não houvess cristãos respondem de maneiras diferentes a essa
se cristãos? Proponho que o Espírito continue a ser responpergunta. Apresentarei algumas reflexões que me
sável pela realização da missão. Quando a visão expressa do
ajudaram a tirar minhas próprias conclusões. Para tanto,
povo de Deus não é acessível em alguma região do mundo,
examinarei algumas provas bíblicas e farei observações de
seja por questões políticas, religiosas ou quaisquer outras, a
natureza teológica.
missão salvadora de Deus para o mundo não é desativada.
1. A salvação por meio de Cristo e da missão: Alguns
Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem
cristãos negam que possa haver salvação separada do conheao conhecimento da verdade” (1 Tm 2:4). Encontramos um
cimento de Cristo, o que poderia ser chamado de resposta
bom exemplo disso na experiência de Cornélio, gentio que
exclusivista. Certas passagens bíblicas parecem apoiar esse
temia a Deus, mas que não dispunha de um cristão para enponto de vista. Por exemplo, Jesus disse: “Esta é a vida eterna:
siná-lo. Nessa situação, o
que Te conheçam, o único
Senhor falou diretamente
Deus verdadeiro, e a Jesus
com ele, em visão, e o
Cristo, a quem enviaste”(Jo
guiou a Pedro (At 10:117:3)*. Pedro reafirmou
10). Deus não ficou sem
essa convicção: “E não
testemunhas entre as nahá salvação em nenhum
ções que vivem em trevas
outro; porque abaixo do
espirituais. De tempos
Céu não existe nenhum
em tempos, Ele levanta
outro nome, dado entre os
profetas entre eles e a luz
homens, pelo qual impordivina os alcança (cf. Nm
ta que sejamos salvos” (At
P E R G U N TA :
24:2). Jesus, por meio do
4:12). De fato, a comissão
É
possível
que
alguém
Espírito,
continua a ser
do evangelho requer que
“a verdadeira luz que
o conhecimento da salvaque nunca ouviu falar
ilumina todos os hoção, por meio de Cristo,
mens”
(Jo 1:9). Isso suseja proclamado a todas as
de Jesus seja salvo?
gere que os não-cristãos
pessoas (Mt 28:18-20; cf.
que estão longe do conAp 14:6-12). Salvação rePor
tato com o povo de Deus,
quer fé em Jesus (Rm 1:16;
Angel Manuel
quando tocados pelo
10:9; At 16:30-34). A morRodríguez
Espírito, sinceramente
te redentora de Jesus e a
anseiam por algo melhor
reivindicação exclusiva de
(cf
Tg
1:17).
Eles
podem
experimentar
o poder salvador
que salvação só é possível por meio dEle é o alicerce da missão
da igreja. Foi isso que o Senhor ordenou que fizéssemos, e nós, de Deus na mente e no caráter. Seu conhecimento pode ser
extremamente limitado, mas eles foram transformados pela
em humilde submissão a Ele, vamos e cumprimos a missão.
graça de Cristo em seu coração e, sem saber de Jesus, foram
2. A missão continua sendo a missão de Deus: Outro
abençoados por Sua graça salvadora.
aspecto desta questão é: A missão não teve início na igreja,
Essa obra do Espírito não legitima religiões não cristãs
mas em Deus e continua sendo dEle. Ele a iniciou enviando
ou permite pluralismo religioso. Certamente, em Seu
Seu Filho como nosso Salvador (Jo 3:16). Cada aspecto do
trabalho, o Espírito pode usar fragmentos da verdade que
ministério de Jesus foi o cumprimento da missão salvadora
possa haver em qualquer religião; mas Ele não está preso a
de Deus para a raça caída. No fim de Seu ministério, Jesus
tais elementos. A graça é concedida por Cristo às pessoas
disse ao Pai que havia completado “a obra que Me deste para
por meio do Espírito. No entanto, essa obra do Espírito não
fazer” (Jo 17:4).
torna o testemunho irrelevante. Pelo contrário, a obra do
O Espírito está pessoalmente envolvido na missão divina.
Espírito Santo prepara o caminho para que a igreja cumpra
Jesus estava cheio do Espírito no cumprimento de Sua missão
sua missão mais efetivamente.
(Is 11:1-5; Mt 3:16, 17). A própria igreja foi capacitada pelo
Espírito para cumprir sua missão (At 1:8). A profunda ligação
*Todas as referências bíblicas são da Nova Versão Internacional.
entre a igreja e o Espírito indica que, embora a igreja tenha sido
estabelecida para a missão, a missão é de Deus. É cumprida
pelo Espírito por meio da igreja. O Espírito, de acordo com o
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas
desígnio divino, usa os fiéis para realizar a missão de Deus.
Bíblicas da Associação Geral.
O
Cristo e a
Salvação
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Adventist World | Abril 2009
E S T U D O
B Í B L I C O
Vida
Por
Mark A.
Finley
Cristocêntrica
Você já se sentiu frustrado com sua vida cristã? Provavelmente, você se considere um
perdedor por ceder repetidamente à mesma tentação. Talvez almeje libertação e vitória;
contudo, é sempre derrotado. A lição de hoje mostra o plano de Cristo para que você
obtenha o poder necessário para o desenvolvimento da vida cristã. Ao estudar a Palavra
de Deus, você descobrirá os princípios bíblicos que o ajudarão a viver vitoriosamente.
O plano da salvação provê perdão para o pecado e nos liberta de seu poder. Como
cristãos, estamos sujeitos a tropeçar e cair, mas já não somos escravos do pecado.
1. Que promessa há, nas Escrituras, para aqueles que entregam a vida a Cristo?
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”
(2Co 5:17).
A Bíblia nos garante que, quando estamos “em Cristo”, somos
.
As coisas antigas se fizeram
.
Estar “em Cristo” significa submeter-nos a Ele e a convidar Seu Espírito a preencher nossa
vida com Seu amor, graça e poder.
2. É possível mudarmos a nós mesmos? O que estamos acostumados a ser sem Jesus?
“Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem,
estando acostumados a fazer o mal” (Jr 13:23).
Nossa tendência natural é fazer o
.
3. Como Jesus descreve a miraculosa mudança de Nicodemos?
“A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o
reino de Deus” (Jo 3:3).
Jesus instruiu Nicodemos a
de novo.
Descreva, em poucas palavras, o que você entende por ‘nascer de novo’.
Abril 2009 | Adventist World
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4. O apóstolo Paulo usou outra imagem para descrever a mudança miraculosa que
ocorre quando vamos a Jesus. Qual é? “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive,
mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou
e a Si mesmo Se entregou por mim” (Gl 2:20).
Paulo disse: “Estou
com
.”
Descreva, em suas palavras, o que significa estar crucificado com Cristo.
5. Quando Jesus entra em nossa vida por meio de Seu Santo Espírito, que mudanças
ocorrem? Leia os versos abaixo e escreva sua resposta nas linhas em branco.
“Mas a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no
Seu nome” (Jo 1:12).
“E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no
Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5:24, 25).
a.
b.
c.
6. Quando se opera esse miraculoso nascimento? No texto abaixo, faça um círculo nas
palavras que descrevem o que precisamos fazer.
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com
ele, e ele, comigo” (Ap 3:20).
Para experimentar o novo nascimento, tudo o que precisamos fazer é abrir o coração a
Jesus e deixar que Ele cumpra Sua vontade em nossa vida.
7. O que Jesus promete quando vamos a Ele?
“O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6:37).
Jesus não nos
Esta é a grande notícia. Não podemos mudar a nós mesmos. Mas, ao irmos a Jesus, Ele
transforma nossa vida. Ele não nos rejeita, pois nos ama e aceita como somos. Podemos ir
do jeito que estamos, mas não permaneceremos assim. Há poder no evangelho de Cristo
para nos modificar. Essa é a grande notícia!
“Fé que Transforma a Vida”
é o tema do Estudo Bíblico
do próximo mês.
28
Adventist World | Abril 2009
.
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Reconhecimento
Na edição de janeiro, li que o Vietnã
concedeu à Igreja Adventista o reconhecimento oficial, e estou interessado
em ser missionário no Vietnã do Sul,
especialmente ao redor de Saigon. Nasci
a apenas 45 minutos de Saigon e gostaria de retornar para lá para fazer a obra
de Deus. Espero conseguir entrar em
contato com o pastor Khoi Tran e perguntar-lhe se posso ajudar na próxima
vez que retornar ao Vietnã do Sul.
Muito obrigado por esse artigo. Ele
tocou meu coração, assim como minha
alma.
Minha família veio do Vietnã como
imigrante para os Estados Unidos, há
muitos anos e, com a bênção de Deus,
estamos bem. Como gratidão a Deus,
gostaria de trabalhar para Ele, por
algum tempo, no Sul do Vietnã.
Kimberly Lu, M.P.H.
Thousand Oaks, Califórnia,
Estados Unidos
Pregando Contra o Tabaco
Estou respondendo à coluna sobre
Saúde da revista de janeiro de 2009,
intitulada “Igrejas no Mundo Pregam
Contra o Tabaco”. Congratulo-me
com o Departamento do Ministério
da Saúde da Associação Geral por sua
proposta de agir no campo da saúde
mundial em parceria com outras entidades na questão do fumo, resgatando
sua imagem de pioneiros na área. Os
tempos mudaram e os desafios assim o
determinam.
O Brasil possui um dos três melhores métodos antitabaco do mundo,
coordenado pela organização conhecida como INCA [Instituto Nacional do
Câncer] (MS) [Ministério da Saúde],
cuja estrutura original, de 1970, usou
Os mandamentos
do Pai e os de Cristo são
um e o mesmo.
— Larry R. Valorozo
Makati City, Philippines
a experiência da Igreja Adventistas do
Sétimo Dia, sob o título de Plano de
Como Parar de Fumar em Cinco Dias.
Jonatas Reichert, M.D.
Curitiba, Brasil
são de que Davi e Paulo se sentiriam
bem fora de lugar na maioria de nossas
igrejas.
Marc Judd
Moorpark, Califórnia,
Estados Unidos
Adorar a Deus Levantando
as Mãos
A Lei
Apreciei a boa vontade de Angel Manuel Rodríguez ao abordar um tema
tão controvertido como “Adorar a Deus
Levantando as Mãos” (fevereiro de
2009). A questão foi colocada de forma
correta: Há base bíblica para esse tipo
de adoração?
Grande parte do artigo salientou
vários textos das Escrituras em que o
ato é, não só permitido, mas também
incentivado. A única coisa lamentável
é que a conclusão de Rodríguez concentra-se mais no povo e na cultura do
que em responder à questão sobre o que
diz a Palavra de Deus. Pode ser sábia a
sugestão de “seguir a prática comum
da congregação”. Mas será que o fato de
levantar as mãos não seria perturbador
e refletiria negativamente sobre quem
levanta as mãos ou sobre aqueles que
são facilmente distraídos e intolerantes
a respeito do assunto? Tenho a impres-
Fui tocado pela coluna Perguntas
Bíblicas, de Angel Manuel Rodríguez,
da edição de novembro de 2008. Do
meu ponto de vista, há leis para diferenciar a questão da “lei de Deus” ou
“lei de Moisés”. Hoje, muitos cristãos
professos ignoram completamente
essas leis. A maioria dessas organizações religiosas, tanto católicas como
protestantes, crê que a “lei de Deus
foi abolida e pregada na cruz” quando
Jesus morreu. Para iluminar a mente
de nossos leitores, gostaria de salientar
o que Jesus disse sobre a lei de Deus.
Como Jesus Se refere à lei de Deus em
Seu famoso sermão? Ele disse: “Não
penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir. Porque em verdade vos digo:
até que o céu e a terra passem, nem um i
ou um til jamais passará da Lei, até que
tudo se cumpra” (Mt 5:17, 18).
Abril 2009 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Alguns teorizam que os Dez
Mandamentos são do Pai, enquanto
que os mandamentos de Cristo são
apenas dois, totalmente desconectados dos Dez Mandamentos do
Antigo Testamento.
Porém, um estudo minucioso
dos Dez Mandamentos revela que
os quatro primeiros referem-se ao
nosso amor para com Deus, enquanto os seis últimos referem-se ao nosso
relacionamento com nosso próximo.
É por isso que Jesus disse: “Destes dois
mandamentos dependem toda a Lei e os
profetas” (Mt. 22:40). Os mandamentos
do Pai e os de Cristo são um e o mesmo.
Larry R. Valorozo
Makati City, Filipinas
Trabalho
Reconhecido
Estou agradecido
por Deus usar
[pessoas] como
vocês para
trabalharem
por Ele! Sei que
o trabalho que
vocês realizam na
Adventist World é silencioso, mas cheio
de poder. Que o Santo Espírito continue
usando-os.
A revista tem realizado uma grande
obra em Zimbábue. Antes de deixar
Dubai, nos Emirados Árabes, minha
associação me enviou para um distrito
remoto chamado Dete, com o desafio
de trabalhar baseado no lema: “Exalte
Jesus, conte ao mundo sem demora.”
Após distribuir a revista, um jovem
senhor me procurou, após ler a revista,
pedindo para ser batizado. Ele me disse
que, na realidade, havia lido a Adventist
World várias vezes e o apelo para o
batismo continuava a incomodá-lo. Nós
o batizamos.
Thabani Moyo
Bulawayo, Zimbábue
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO
Necessito de uma bênção em minha
vida – tenho baixa autoestima e estou
deprimido. Sou jovem e quero alcançar
meus objetivos, mas comecei mal. Por
favor, orem por mim.
Percy, Estados Unidos
Atualmente, estou cursando mestrado
em neuropsicologia. Por favor, orem
para que eu consiga terminar o curso
com sucesso dentro do período estipulado e também para que eu tenha os
meios para manter minhas duas irmãs
mais novas e uma sobrinha que estão
estudando.
Gabriel, Zâmbia
30
Adventist World | Abril 2009
Por favor, orem para que Deus me
abençoe com sabedoria e um trabalho
estável. Orem também por minha
família.
Victor, Malavi
Por favor, orem pelo meu tio que sofreu
derrame. Orem para que Deus o cure,
prolongando seus dias e para que ele
entregue a vida a Cristo.
Elle, Estados Unidos
Muito obrigado por suas orações pelos
meus estudos. Continuo no curso de
ciências, na universidade, e planejo candidatar-me para uma bolsa de estudos
para um curso de graduação em aviação,
se for da vontade de Deus. Por favor,
lembrem-se de mim em suas orações.
Robert, Vanuatu
Por favor, orem pelos meus dois irmãos
e por mim, para que tenhamos suporte
financeiro para cursar a faculdade.
Espero me formar no próximo ano.
Meu sonho é trabalhar na Academia
Adventista Palawan.
Melody, Filipinas
Ao longo de doze anos de casamento,
tenho tentado ter um bebê, mas todas as
tentativas terminaram em aborto. Por
favor, orem para que este ano seja um
bom ano para mim e para todas as que
enfrentam o mesmo problema.
Sihle, Zimbábue
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana,
nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido,
seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu
material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para:
Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
Bıblıa
Bem Usada
Uma
Neste mês, uma leitora mostra a dedicação
de sua mãe à oração.
P
or 39 anos, de 1945 até sua morte, em 1984, Sarah Lee Peterson
orou diariamente por seus filhos.
Ela colocava as mãos sobre Isaías 54 e
55 todas as vezes que orava. Como você
pode observar nas fotos, a Sra. Peterson
gastou as páginas enquanto reclamava
as promessas daqueles capítulos,
especialmente a de Isaías 54:13. A filha
da Sra. Peterson, Anice Schwarzer, de
Collegedale, Tennessee, recentemente
mostrou o surrado livro para o grupo
feminino de estudo da Bíblia, que ela
frequenta.
A Sra. Peterson seguiu à risca as admoestações das Escrituras. Representou
bem as palavras de Ellen G. White:
“É impossível calcular o poder da
influência de uma mãe que ora. Ela reconhece Deus em todos os seus caminhos.
Leva seus filhos ante o trono de graça e
No destaque: Anice Schwarzer
apresenta-os a Jesus, suplicando sobre eles
mostra às amigas a Bíblia surrada
Suas bênçãos … O poder das orações de
que herdou de sua mãe, Sarah Lee
uma mãe não pode ser demasiadamente
Peterson. Acima: Por 39 anos, Sarah
estimado. Aquela que se ajoelha ao lado
Lee Peterson colocou as mãos
do filho ou filha, em suas vicissitudes da
sobre Isaías 54 e 55, em sua Bíblia,
infância, nos perigos de sua juventude,
não saberá, senão no juízo, a influência
enquanto orava por seus filhos
de
suas orações sobre a vida de seus filhos.
R A L P H N E A L L
… Quando a paixão está lutando para
dominar, o poder do amor, a influência restritiva, fervente e determinada da mãe pode
fazer baixar a balança para o lado do direito” (O Lar Adventista, p. 266).
—Enviado por Ralph Neall, de Ooltewah, Tennessee, E.U.A.
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela
Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente;
Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K.
Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C.
Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith;
Robert E. Kyte, assessor jurídico
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson;
Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
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Editores em Silver Spring, Maryland
Roy Adams (editor associado), Sandra Blackmer,
Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran
Editores em Seul, Coréia
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Editor Online
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Luka T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler,
Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana,
Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider,
Artur A. Stele, Ulrich W. Frikart, D. Ronald Watts,
Bertil A. Wiklander
Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD
20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638
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Website: www.adventistworld.org
A menos que indicado de outra forma, todas as referências
bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida,
Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do
Brasil, 1993.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.
Vol. 5, No. 4
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31
Q U E
L U G A R
É
E S S E ?
O Lugar Das
—Linbrook Barker, Riverside, Califórnia, Estados Unidos
Y
R
R
E
T
R
E
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S
—Nadine Brown, Ajax,
Ontário, Canadá
D A
FRASE
DO
MÊS
“Se comparado com a eternidade,
nosso tempo na Terra é apenas um
piscar de olhos, mas suas consequências
duram para sempre.”
—Larry L. Lichtenwalter, pastor titular da Igreja Adventista do Sétimo Dia da
Vila, Berrien Springs, Michigan; extraído de seu livro A Grande História de
Amor do Apocalipse.
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Estamos procurando textos para as seguintes categorias:
FRASES ADVENTISTAS (profundas ou espontâneas)
VIDA ADVENTISTA (histórias curtas, especialmente de adultos)
QUE LUGAR É ESSE? (Fotos, com boa qualidade, de membros da
igreja ao redor do mundo)
Enviar para Give & Take, Adventist World, 12501 Old Columbia
Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA; fax 301-680-6638;
e-mail: [email protected]. Por gentileza, inclua o número
do seu telefone. O material enviado não será devolvido.
RESP O S TA : Em Melchtal, Lucerna, Suíça, Desbravadores do Clube Estrela do Sul desfrutam a
natureza. O clube é da igreja angolana, em Zurique e é composto em sua maioria de angolanos,
mas também há brasileiros e paraguaios. A igreja é de língua portuguesa.
C
Na manhã de um domingo, saímos para
nadar. Meu esposo, Craig, disse ao nosso filho,
em tom severo: “Edmund, sua camiseta está
com as costas para frente; você não se olhou
no espelho?”
Olhei para meu esposo e disse: “Meu bem,
você se olhou no espelho? Sua camiseta está
do avesso.” Essa foi minha oportunidade de
parafraseá-lo e lembrá-los do texto de Mateus
7:3, onde nos é dito por que “você vê o cisco
que está no olho do seu irmão
e não repara na trave de
madeira que está no
seu próprio olho?”
(NTLH)
R .
VID A A D V EN T I S TA
Quando estava na Jamaica, como voluntário
no Andrews Memorial Hospital, fui chamado
às pressas, certo sábado, para pregar, uma vez
que o orador convidado não apareceu.
Após o sermão, enquanto cumprimentava
os membros à porta, recebi o maior elogio que
jamais recebera. Uma garota de 13 anos de
idade, enquanto apertava minha mão, disse:
“Hoje eu não dormi.”
S I LV E I R A
AS
D A N I E L
PESS

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