Programa 2016.2 - Departamento de Letras da PUC-Rio
Transcrição
Programa 2016.2 - Departamento de Letras da PUC-Rio
CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH DEPARTAMENTO: LETRAS LET 2501/1DB PERÍODO: 2016.2 Seminário de Formulação de Projeto e Desenvolvimento de Pesquisa I CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS CRÉDITOS: 3 PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito Prof. Frederico Coelho Terças-Feiras de 16h – 19h OBJETIVOS Elaborar os projetos a partir de suas etapas de produção – objetivos, justificativa, hipóteses, metodologia, teoria, cronograma. Para cada passo, analisar suas motivações, impasses e potências para cada projeto proposto. Debater em sala de aula no que consiste uma pesquisa de acordo com os objetos escolhidos por cada aluno e suas possíveis conexões com outros trabalhos. EMENTA O curso consistirá em encontros coletivos e individuais para pensarmos juntos os processos de trabalho que nos conduzem a uma qualificação. Etapa obrigatória do percurso da dissertação, a qualificação é o momento do mestrando apresentar os fundamentos de sua pesquisa e os possíveis caminhos de sua escrita visando a defesa final no próximo ano. Elaborar problemas sobre o próprio trabalho e o trabalho dos colegas da turma, montar bibliografias, organizar uma fala de apresentação e preparar-se para a defesa de suas ideias, serão alguns dos pontos que o curso irá trabalhar. Pensaremos juntos as motivações de sua pesquisa, as forças e fraquezas de um trabalho intelectual ainda em aberto e a forma como ele pode ser desenvolvido de acordo com seus temas e desejos de escrita. PROGRAMA Como se transforma uma ideia em uma pesquisa? E como se transforma uma pesquisa em um projeto? Em outras palavras, como elaborar o caminho entre uma abstração e uma escrita? O seminário se dedicará a pensar essas e outras perguntas. A partir de leituras que forneçam algumas ferramentas críticas, problematizaremos os principais eixos dos projetos sob a perspectiva de uma pós-graduação de literatura, cultura e contemporaneidade. Escolher um tema, defini-lo como um objeto de pesquisa, elaborar os caminhos de investigação, levantar, organizar e aproveitar de forma efetiva uma bibliografia, selecionar as diretrizes críticas que guiarão o trabalho, executar uma escrita de qualidade, entender o melhor formato de dissertação (Texto acadêmico? Ensaio? Diário? Ficções críticas?) de acordo com o seu tema serão os pontos principais que investigaremos no período. AVALIAÇÃO Participação efetiva nas discussões e atividades do curso, apresentação do projeto para a turma e elaboração de projeto de pesquisa para a dissertação. BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL (no máximo 5) ADORNO, Theodor W. “O ensaio como forma”. In: Notas de Literatura I. São Paulo: Duas Cidades/Editora 34, 2003. BARTHES, Roland. A Preparação do Romance – Vol. 2. São Paulo: Martins Fontes, 2005. (Texto “O desejo de escrever”). BARTHES, Roland. O Rumor da Língua. São Paulo: Martins Fontes, 2005. (Texto “Escrever a leitura”). COMPAGNON, Antoine. O trabalho da citação. Belo Horizonte: UFMG, 2007. DELEUZE, Gilles e PARNET, Claire. “Uma conversa, o que é, para que serve?”, In: Diálogos. São Paulo: Escuta, 1998. GINZBURG, Carlos. “Sinais – Raízes de um paradigma indiciário”. In: Mitos, Emblemas, Sinais. São Paulo: Companhia das letras, 1989. SONTAG, Susan. “Contra a interpretação”, In: Contra a interpretação. Porto Alegre: L&PM, 1987. OBS: A bibliografia preliminar deverá ser ajustada em função dos projetos e interesses de pesquisa dos estudantes e do desenvolvimento das discussões do curso. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ANTELO, Raul. “A pesquisa como desejo de vazio”, In: Anais do I Seminário dos alunos da pós-graduação em literatura da Universidade Federal de Santa Catarina. Conferência de abertura. Florianópolis, SC, 2011. p. 08-39. BASBAUM, Ricardo. “A crítica de arte como campo privilegiado para a ficção contemporânea”, In: Manual do Artista-etc. Rio de Janeiro: Azougue, 2013. BOURRIAUD. Nicolas. Formas de vida – a arte moderna e a invenção de si. São Paulo: Martins Fontes, 2011. FLUSSER, Vilém. “Ensaios” e “Criação científica e criação artística”, In: Ficções Filosóficas. São Paulo: Edusp, 1998. NODARI, Alexandre. “A Literatura como Antropologia especulativa”, in: www.academia.edu CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH DEPARTAMENTO: LETRAS PERÍODO: 2016.2 LET 2501 Título da disciplina: Seminário de Formulação de Projeto e Desenvolvi- Turma 1DB mento de Pesquisa I CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 horas CRÉDITOS: 3 PRÉ-REQUISITO(S): Prof. Alexandre Montaury OBJETIVOS O curso pretende examinar diferentes procedimentos de trabalho no campo dos estudos literários, artísticos e culturais, visando o desenvolvimento bem-sucedido de pesquisas individuais. Ao considerar as especificidades dos processos inscritos nesses campos de estudo, a disciplina pretende instaurar um espaço de diálogo e de discussão que busca, antes de tudo, evidenciar a aderência entre tópicos fundamentais: 1) os objetivos a serem alcançados com a pesquisa, 2) a metodologia a ser adotada, 3) o cronogramas de trabalho, 4) as premissas teóricas e metas a atingir. Neste sentido, será estimulada a constante interlocução dos Mestrandos com seus Orientadores durante a disciplina. EMENTA O curso consistirá em encontros coletivos e individuais para pensarmos juntos os processos de trabalho que nos conduzem a uma qualificação. Etapa obrigatória do percurso da dissertação, a qualificação é o momento do mestrando apresentar os fundamentos de sua pesquisa e os possíveis caminhos de sua escrita visando a defesa final no próximo ano. Elaborar problemas sobre o próprio trabalho e o trabalho dos colegas da turma, montar bibliografias, organizar uma fala de apresentação e preparar-se para a defesa de suas ideias, serão alguns dos pontos que o curso irá trabalhar. Pensaremos juntos as motivações de sua pesquisa, as forças e fraquezas de um trabalho intelectual ainda em aberto e a forma como ele pode ser desenvolvido de acordo com seus temas e desejos de escrita. PROGRAMA 1 Leitura e análise de projetos de pesquisa; 2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 2 3 4 5 6 AVALIAÇÃO BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL (no máximo 5) das premissas iniciais à conclusão: arcos argumentativos, lugares teóricos, lugares de enunciação e autoria do pensamento; análise de procedimentos metodológicos radicados nos campos de estudo em questão; processos de estudo, procedimentos de pesquisa, formas da escrita no espaço do Projeto; da descrição de teorias à argumentação teórica; a alusão, a referência e a formulação. Participação nos debates em sala, apresentação de, pelo menos, um seminário e entrega, no prazo, da versão final do Projeto de Pesquisa na conclusão do curso. Compagnon, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999. Derrida, Jacques. Mal de Arquivo: uma impressão freudiana. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001. Jameson, Fredric. “Sobre os estudos de cultura” In: Novos Estudos CEBRAP, n. 39, trad. John Manuel Monteiro e Otacílio Nunes, p. 11-48, julho, 1994. Santos, Boaventura de Sousa. “Para além do Pensamento Abissal: Das linhas globais a uma ecologia de saberes”. In: Epistemologias do sul. Coimbra: Almedina, 2009. Souza, Eneida Maria de. “A teoria em crise”. In: Revista Brasileira de Literatura Comparada, n. 4, 1998. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR Canclini, Néstor Garcia. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp, 2000 (Ensaios Latino-americanos, 1). Eagleton, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 1997. Miranda, Wander, Melo (org). A trama do arquivo. Belo Horizonte: Editora UFMG, Centro de Estudos Literários, 1995 CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH DEPARTAMENTO: LETRAS LET 2524 PERÍODO: 2016.2 Tópicos avançados em teorias e crítica contemporâneas III CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS CRÉDITOS: 3 PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito Prof. Luiz Camillo Osorio OBJETIVOS Discutir o desenvolvimento da curadoria desde o final da década de 1960, analisando-a a partir das noções de colagem, ensaio e tomando-a como desdobramento da atividade crítica. EMENTA O curso objetiva responder - alternadamente - aos desafios e interrogações do presente, investigando os códigos culturais da contemporaneidade e suas expressões artísticas e literárias. Será discutida criticamente a coexistência, hoje, de quadros conceituais distintos, de opções epistemológicas heterogêneas e de agendas políticas dissonantes, testando novas racionalidades e sensibilidades na elaboração de saber na esfera dos estudos literários e culturais. Neste âmbito, serão avaliadas, ainda, apropriações de repertórios teóricos e de ferramentas metodológicas elaboradas em domínios diversos das humanidades, ensaiando-se cruzamentos e trocas inter e transdisciplinares. PROGRAMA Entre a crítica e a curadoria: deslocamentos da arte na era dos museus. O lugar da curadoria ganhou enorme destaque nas últimas décadas. De mero organizador de exposições, o curador passou a desempenhar uma função crítica que pretende contribuir na construção de novas narrativas para a história da arte moderna e contemporânea. Nosso objetivo no curso será o de analisar as condições em que se desenvolveu a atividade curatorial e em que medida é possível tratá-la, por um lado, como o desdobramento da atividade 2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 crítica (que teve um encolhimento paralelo no período) e, por outro, como uma instância crítica atuando dentro do espaço institucional. A estratégia poética das colagens e o estatuto ensaístico de uma escrita crítica e filosófica, serão analisados como determinantes para o desenvolvimento da curadoria e seu desafio na experimentação de novas narrativas históricas. Duas exposições serão tratadas como paradigmáticas para o desenvolvimento da atividade curatorial, a saber: When Attitudes Become Form, de 1969, curada por Harald Szeemann; e Les Magiciens de la Terre, de 1989, curada por J.H. Matrtin. Em que medida estas curadorias foram além da mera composição de obras de arte para a redefinição da curadoria enquanto um dispositivo relacional e conceitual que se põe em obra numa exposição. AVALIAÇÃO Trabalho no final do semestre. BIBLIOGRAFIA PERLOFF, M. – O Momento Futurista, EDUSP, SP, 1993 (Cap.2). PRINCIPAL ADORNO, T. – Notas de Literatura 1, Editora 34, SP, 2012 (Cap.1). (no máximo 5) CELANT, G. (org.) – When Attitudes Become Form, Fondazione Prada, Berna 1969/ Veneza 2013. STEEDS, L. (org.) – Making Art Global, Part 2: Magiciens de la terre, Afterall Books, Londres, 2014. HOFFMANN , J. – Theater of Exhibitions, Sternberg Press, Berlim, 2015. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR A ser definida no primeiro dia de aula. CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH DEPARTAMENTO: LETRAS LET 2529 PERÍODO: 2016.2 Escrita e cultura contemporânea ENTRE LITERATURA E ETNOGRAFIA – UM ESPAÇO DAS ESCRITAS MODERNO-CONTEMPORÂNEAS CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 h/a CRÉDITOS: 3 PRÉ-REQUISITO(S): nenhum Profª. Marília Rothier Cardoso A leitura de “O artista como etnógrafo”, ensaio de Hal Foster, incluído em O retorno do real, ao lado das referências frequentes a obras da literatura brasileira nos argumentos de Eduardo Viveiros de Castro em defesa da vertente “simétrica” da antropologia, onde se situam as noções de “multinatureza” e “perspectivismo ameríndio”, funcionaram como apoio para um enfoque histórico-crítico de escritas brasileiras modernas e contemporâneas. Tais escritas destacam-se pela apropriação inventiva de pesquisas etnográficas, por sua afinidade com motivos etnológicos e até por anteciparem problemas propostos pelas constantes autocríticas da disciplina antropológica. Aproveitando o relançamento de O turista aprendiz de Mário de Andrade, por iniciativa do IPHAN, e o interesse intermitente da parte mais radical da crítica pela tese oswaldiana da “antropofagia”, surge a oportunidade de pensar a atração de nossos modernistas pela etnografia em paralelo com o trabalho de literatura e pensamento, desenvolvido por escritores franceses, dissidentes do surrealismo (Bataille, Leiris, Artaud), nos anos 20 e 30. Se o autor de Macunaíma, texto emblemático da vanguarda brasileira, e das crônicas de O turista apoiou-se na leitura de antropólogos e viajantes e fez-se, também, etnógrafo quase-profissional, sua linhagem teve continuidade com o estilo arcaico-construtivista de Guimarães Rosa, pesquisador de campo e de gabinete. A consulta a textos de antropólogos contemporâneos de linhas diferentes, mas voltados para a consideração da arte e da literatura (James Clifford, Lévy-Strauss, Bruno Latour e o já mencionado Viveiros de Castro) pode ajudar na captura das estratégias rosianas de construção ficcional de uma noção de alteridade, que envolve humanos, animais, minerais e espíritos. Trazendo o foco para as produções recentes, em que escritas verbais e imagéticas se contaminam, consideram-se as sugestões de Didi-Huberman, teórico e historiador da arte, na discussão de experiências de incursão nesse tema por parte de narradores como Luiz Ruffato, Bernardo Carvalho e Alberto Mussa e poetas de diversas dicções como Mário Peixoto, Roberto Piva e os novíssimos Alice Sant’Anna, Domingos Guimaraens e Lucas Viriato. EMENTA PROGRAMA A conjuntura contemporânea, caracterizada pelo avanço da tecnologia das comunicações e do controle, pelo intercâmbio cosmopolita e pela assimetria entre as relações interculturais. A produção de diferentes escritas conectadas em rede. Os questionamentos e transformações do conceito de “escrita”. 1- Leitura de trechos de O turista aprendiz em contraponto com itens da correspondência de Mário de Andrade, trechos de Macunaíma e poemas de Clã do jabuti e Remate de Males; 2- Contraponto rápido entre o grupo francês liderado por Bataille (cf. “Sobre o surrealismo etnográfico” de James Clifford) e os modernistas brasileiros; 3- Leitura de contos, novelas e trechos de Grande sertão: veredas de Guimarães Rosa, em paralelo com material recolhido em seu arquivo, conservado no AMLB da Casa de Rui Barbosa e no IEB-USP; 4- Debate rápido sobre alguns itens da fortuna crítica de Guimarães Rosa, incluindo observações de Viveiros de Castro; 5- Observação do comportamento escritural dos contemporâneos, em confronto com posições recentes da antropologia. AVALIAÇÃO Participação em seminários e redação de trabalho final. BIBLIOGRAFIA ANDRADE, Mário de. O turista aprendiz. Org. Telê Ancona Lopez et alii. Brasília: IPHAN, 2015. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas canibais. São Paulo: Cosac Naify, PRINCIPAL (no máximo 5) BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ANDRADE, Mário de. Balança, Trombeta e Battleship: ou o descobrimento da alma. Ed. genética e crítica de Telê Ancona Lopez. São Paulo: Inst. Moreira Salles; IEB-USP, 1994. -------------. Café. Romance inédito. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. ANDRADE, Oswald. Do Pau Brasil à Antropofagia e às utopias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970. ANTELO, Raúl. Maria com Marcel; Duchamp nos trópicos. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010. BATAILLE, Georges. A noção de despesa. In: -----. A parte maldita. Rio de Janeiro: Imago, 1975. -----------. L’apprenti sorcier. In: HOLLIER, Denis. Le Collège de Sociologie. 19371939. Paris: Gallimard, 1979. CASCUDO, Luís da Câmara & Mário de Andrade. Cartas. São Paulo: Global, 2010. CLIFFORD, James. A experiência etnográfica; antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1998. Correspondência Mário de Andrade & Manuel Bandeira. Org. Marcos Antonio de Moraes. São Paulo: EdUSP, 2000. DIDI-HUBERMAN, Georges. A semelhança informe. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015. FOSTER, Hal. O retorno do real. São Paulo: Casac Naify, 2014. ----------------. Bad new days; art, criticism, emergency (review); http://www.theguardian.com/books/2015/sep/03/bad-new-days-art-criticism-emergencyhal-foster-review GARRAMUÑO, Florencia. A experiência opaca; literatura e desencanto. Trad. Paloma Vidal. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2012. ---------------------------------. Frutos estranhos: sobre a inespecificidade na estética contemporânea. Trad. Carlos Nougué. Rio de Janeiro: Rocco, 2014. LEIRIS, Michel. A África fantasma. São Paulo: Cosac Naify, 2007. -----------. Le sacré dans la vie quotidienne. In: HOLLIER, Denis. Le Collège de Sociologie. 1937-1939. Paris: Gallimard, 1979. LUDMER, Josefina. Literaturas posautônomas. Revista Z Cultural: http://revistazcultural.pacc.ufrj.br/literaturas-postautonomas-2-0-de-josefina-ludmer/ ------------------------. Literaturas posautônomas. Revista Sopro: http://www.culturaebarbarie.org/sopro/n20.pdf SANTOS, Roberto Corrêa dos & REZENDE, Renato. No contemporâneo; arte e escritura expandidas. Rio de Janeiro: Circuito; FAPERJ, 2011. SCHOLLHAMMER, Karl Erik. Além do visível: o olhar da literatura. Rio de Janeiro: 7 Letras; FAPERJ, 2007. CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH DEPARTAMENTO: LETRAS LET 2546 Período: 2016.2 LITERATURA E EXPERIÊNCIA URBANA II CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS 2ª-feira, de 16h às 19h; CRÉDITOS: 3 PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito Prof. Renato Cordeiro Gomes OBS. Este programa poderá ter ajustes e complementos, depois de discuti-lo com a turma. OBJETIVOS Pesquisar e atualizar a bibliografia teórica sobre representações da cidade na cultura das mídias e na literatura. Pôr em questão a legibilidade da cidade moderna, suas derivas pós-modernas e da cidade contemporânea, pesquisando temas como cidade e subjetividade, a cidade como arena cultural, os imaginários urbanos, cidade e acervo, o cotidiano urbano, o pós-urbano, lugares e nãolugares, cidade e destruição: demolição e ruína, produtos da cultura midiática e da literatura. Analisar as representações da cidade em produtos da cultura midiática e da cultura contemporânea e suas relações com as tecnologias. Investigar na produção cultural do século XXI os imaginários urbanos, privilegiando as relações entre o espaço urbano, a cidade escrita e a cidade fílmica. Investigar se, frente à crise da representação, a cidade pode ser, hoje, narrada pelos meios massivos de comunicação e pela literatura. E mais: com que linguagem? Ou dito de outra forma (aproveitando a formulação de Canclini): “Em nossas metrópoles dominadas pela desconexão, atomização e falta de sentido podem existir histórias?” EMENTA PROGRAMA Representações da cidade moderna e suas derivas pós modernas: da grande cidade ao domínio urbano do não lugar. Cidade, progresso e cosmopolitismo. Olhares sobre a cidade condicionados pelas tecnologias. Ficção urbana (literária e midiática) contemporânea: as tensões entre o local e o global na atualidade, considerando-se o caráter transnacional da informação e seu impacto nas culturas locais. Cidade e subjetividade. Cidade, instante e cotidiano: as teorizações de Simmel, Leo Charney e Michel de Certeau. A literatura panorâmica e a crônica; o cinema e a fixação do instante. Espaço urbano e cidade fílmica O curso centra-se nas relações da cultura das mídias e da literatura com as representações da cidade, a partir da discussão de textos teóricos que tematizam a cidade moderna e suas derivas pós-modernas, bem como da cidade contemporânea. Busca-se, assim, atualizar um quadro teórico que, numa perspectiva inter/transdisciplinar e transmidiática, permita ler as imagens 2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 e representações da cidade em produtos da cultura midiática e da literatura, ou seja, estudar as representações da cidade, seus limites e (im)possibilidades e suas relações com o universo mais amplo da cultura. O foco das investigações considera tópicos como: a legibilidade da cidade moderna e pós-moderna, e da a cidade contemporânea; cidade, tecnologias e imaginação tecnológica; cidades em rede; cibercidade; cidade, progresso e cosmopolitismo; o contexto da globalização, território, desterritorialização e reterritorialização nas narrativas urbanas contemporâneas; cidade e subjetividade; mitologias urbanas. Uma linha de força do curso enfatizará a questão do imaginário urbano, a sobrevivência das imagens urbanas, as intervenções urbanas na contemporaneidade e a problemática do pós-urbano, a obsessão pela ruína na cultura contemporânea, as reconfigurações do território, a tradição moderna (tradição inacabada) das miniaturas metropolitanas. 1- Leitura de textos teóricos, que tratam de cultura e experiência urbana, na cidade moderna e suas derivas pós-modernas e na cidade contemporâbea, e suas representações: Georg Simmel, Walter Benjamin, Ítalo Calvino, Michel de Certeau, Marc Augé, Nestor García Canclini, Felix Guatarri, David Harvey, Massimo Di Felice, Armando Silva, Nelson Brissac, Jesús Martín-Barbero, Beatriz Sarlo, Francesco Carreri, Renato Cordeiro Gomes, Beatriz Resende entre outros. 2- A dialética do olhar e o caminhar como prática estética (a teoria de Francesco Carreri e o filme Stalker, de Andrei Tarkóvski, tomado como lugar teórico): zonas de amnésias urbanas e o vazio urbano; a cidade nômade, o potencial da cidade X a arquitetura enquanto espetáculo. O flâneur e a enunciação pedestre. A sobrevivência das imagens da rua e da janela: duas matrizes que se tornaram imagens recorrentes ao longo de dois séculos, na literatura e nas mais diversas mídias, para a representação da cidade moderna e suas derivas pós-modernas: a cidade vista na perspectiva da rua e a cidade vista na perspectiva da janela: os contos “O homem da multidão”, de Edgar Allan Poe, e “A janela de esquina do meu primo”, de E. T. A. Hoffman. 3- Representação e as miniaturas metropolitanas, segundo Andreas Huyssen, a partir da matriz baudelairiana. A sobrevivência desse “gênero” na literatura brasileira contemporânea: Dalton Trevisan, Fernando Bonassi, Luiz Ruffato dentre outros. 4- Experiência urbana na modernidade: Simmel e Walter Benjamin (Paris e as imagens do pensamento). Paisagens pós-urbanas: o fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar (Massimo Di Felice). A relação comunicativa entre sujeito, território e mídia. “O Habitar como prática comunicativa”. O conceito de ambiente na tradição do pensamento ocidental, as alterações técnicas da percepção sensorial, as tecnologias midiáticas, no decorrer das revoluções tecnológicas e comunicativas. 5- A legibilidade da cidade moderna e suas derivas pós-modernas: da “grande cidade” ao “domínio urbano do não-lugar”. Lugar/não-lugar, segundo Marc Augé. O território como questão das cidades contemporâneas: desterritorialização e re-territorialização. 6- Representação do cotidiano urbano: a teoria de Certeau; a crônica e a imprensa; a literatura panorâmica; o cotidiano na literatura e nas mídias contemporâneas, com destaque para a imprensa, a televisão, e o cinema. A representação do banal e do anônimo em narrativas urbanas contemporâneas. O infra-ordinário, o exótico e o endótico, segundo Georges Perec. O romance Cosmópolis, de DonDeLillo 7- Destruição, demolição e a obsessão pela ruína na cultura contemporânea. Restauração, requalificação ou reabilitação de espaços urbanos: processos e projetos de gentrificação. 8- A narrativa urbana contemporânea em produtos midiáticos (representações da cidade nos discursos jornalístico, fílmico, fotográfico, televisivo, publicitário etc) e na literatura. Cidade e subjetividade. A cidade no cinema de Kleber Mendonça Filho (Recife gelado; O som ao redor; Aquarius) 3 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 9- Intervenções urbanas: movimentos artísticos, intervenções visuais e espaço público; a cidade como suporte; a problemática do graffitti e da pixação; ativismo e intervenção urbana e ação coletiva; a retomada da rua; espaço público virtual: as redes sociais. 10- Representações do Rio de Janeiro: processos de metropolização, racionalidade, ordem/desordem: do “Rio civiliza-se” ao “choque de ordem”. Violência e medo. Mitologias cariocas. O Rio de Janeiro no século XXI. Os romances Vista do Rio (2004), de Rodrigo Lacerda; Anatomia do Paraíso (2015), de Beatriz Bracher, dentre outros; OBS.: As obras de ficção e os filmes aqui citados são exemplificativos e podem ser melhor definidos em função dos projetos e interesses dos pós-graduandos. AVALIAÇÃO Categoria 12. Apresentação de pelo menos um seminário em sala de aula. `Presença e participação ativa nos debates em sala. Entrega de uma monografia no final do curso, que se relacione efetivamente com as questões tratadas durante o desenvolvimento do programa. BIBLIOGRAFIA - BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas III: Charles Baudelaire, um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989. - CARRERI, Francesco. Walkscapes: o caminhar como prática estética. São Paulo: Ed. G. Gilli, 2015. - CERTEAU, Michel de, GIARD, Luce & MAYOL, Pierre. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1997.DI FELICE, Massimo. Paisagens pós-urbanas: o fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar. São Paulo: Annablume, 2009. - DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente. .História da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013. - GOMES, Renato Cordeiro. Todas as cidades, a cidade: literatura e experiência urbana. 2 ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2008. - HUYSSENS, Andreas, Miniature Metropolis. Cambridge, Mass: Harvard University Press, 2015 SARLO, Beatriz. La ciudad vista: mercancias y cultura urbana. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2009. (Há tradução brasileira). SILVA, Armando. Imaginários urbanos. São Paulo: Perspectiva, 2001. PRINCIPAL (no máximo 5) . BIBLIOGRAFIA - COMPLEMENTAR - AUGÉ, Marc. Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. Campinas: Papirus, 1994. BARBER, Stephen. Ciudades proyetadas: cine y espacios urbanos. Barcelona: Gustavo Gill, 2006. - BENJAMIN, Walter. Eduard Fuchs, colecionador e historiador. In: O anjo da história. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. - BENJAMIN, Walter. Imagens do pensamento. Sobre o haxixe e outras drogas. TRd. João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Ed. 34: Edusp, 2000. CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. - 4 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 - CANCLINI, Nestor. Imaginarios urbanos. Buenos Aires: Editorial Universitaria de Buenos Aires, 1997. CHARNEY, Leo & SCHWARTZ, R. (org.). O cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac &Naify, 2004. - DIDI-HUBERMAN, Georges. De semelhança a semelhança. Alea, v.13, n.1, 26-51, janjun 2011. - DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2011 EGAÑA, Miguel & SCHEFER, Olivier (ed.). Esthétique des ruines. Poïétique de la destruction. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2015. FIGUEIREDO, Vera Follain de. Narrativas migrantes: literatura, roteiro e cinema. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: & Letras, 2011. GAGNEBIN, Jeanne Marie. Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Waletr Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2014 (ver especialmente os ensaios: “ O olhar contido e o passo em falso” e “ De uma estética da visibilidade a uma estética da tatibilidade”). GAGNEBIN, Jeanne Marie, Apagar os rastros, recolher os restos. In: SEDLMAYER, Sabrina e GINZBURK, Jaime (org.). Walter Benjamin: rastro, aura e história. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2012. GRAHAM, Stephen (ed.). The cybercities reader. London: New York: Routledge, 2004. GUATTARI, Félix. “Restauração da cidade subjetiva”. In: Caosmose: um novo paradigma estético. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992 HARVEY, David. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 1992. MARGATO, Izabel & GOMES, Renato Cordeiro (org.). Espécies de espaço: territorialidades, literatura, mídia. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2008. - - - MARQUES, Reinaldo. Arquivos literários: teorias, histórias, desafios. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2015 - MARTÍN-BARBERO, Jesús. Ofício de cartógrafo: travessias latino-americanas da comunicação na cultura. São Paulo: Loyola, 2004 - - NEEDELL, Jeffrey D. Belle Époque tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. NOVAES, Aline da Silva. João do Rio e seus cinematógrafos: o hibridismo da crônica na narrativa da belle époque tropical. Rio de Janeiro: Mauad: FAÈRJ, 2015. PATROCINIO, Paulo Roberto Tonani do. A cidade de lobos. A representação de territórios marginais na obra de Rubens Figueiredo. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2016. PEIXOTO, Nelson Brissac. Paisagens urbanas. São Paulo: SENAC: Marca D’Água, 1996. RAMOS, Julio. Desencontros da modernidade na América Latina. Belo Horizonte: Ed, UFMG, 2008. RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível. São Paulo: Editora 34, 2009. RESENDE, Beatriz. Os contemporâneos. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2008. RIO, João do. João do Rio por Renato Cordeiro Gomes. Rio de Janeiro: Agir, 2006. RISÉRIO, Antonio. Mulher, casa e cidade. São Paulo: Ed. 34, 2015. - SANTIAGO, Silviano. O cosmopolitismo do pobre. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2004. - SANTAGO, Silviano. Aos sábados, pela manhã. Sobre autores & livros.. Org. Frederico Coelho,. Rio de Janeiro: Rocco, 2013. - SCHOLLHAMMER, Karl Eric. Ficção brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasielra, 2010. SEVCENKO, Nicolau. O prelúdio republicano, astúcias da ordem e ilusão do progresso; A capital irradiante: técnica, ritmo e ritos do Rio. In: _____ (org.). História da vida privada no Brasil – República: da Belle Époque à era do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. SIMMEL, Georg. A metrópole e a vida mental, in VELHO, Octavio (org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987 - - - - 5 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 - SEMEAR, Revista da Cátedra Padre António Vieira de Estudos Portugueses da PUCRio, em especial os números 3,4, 6 e 11 (disponíveis em http://www.letras.pucrio.br/unidades&nucleos/catedra/index.html - SOUZA, Eneida Maria de. Crítica cult. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2002 SOUZA, Eneida Maria de & MARQUES, Reinaldo. (Org.). Modernidades alternativas na América Latina. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2009. CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH DEPARTAMENTO: LETRAS LET 2352 PERÍODO: 2015.2 ESTUDOS DE POESIA CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS CRÉDITOS: 3 PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito Prof. Paulo Henriques Britto OBJETIVOS O curso visa apresentar ao aluno uma leitura detalhada da obra de quatro nomes importantes da poesia brasileira contemporânea, devidamente situados no contexto literário atual. EMENTA Análise da produção de poetas pertencentes a diferentes literaturas, períodos e filiações estéticas. Abordagens históricas, sincrônicas, comparadas, formalistas e estruturais. Leitura e discussão de textos críticos, em diálogo com os principais posicionamentos teóricos da atualidade. Questões de versificação e prosódia, temática e estilo, periodização e classificação. PROGRAMA Análise da produção de quatro poetas brasileiros contemporâneos: Orides Fontella, Eucanaã Ferraz, Ricardo Domeneck e Ana Martins Marques. AVALIAÇÃO Monografia entregue ao final do curso, versando sobre conceito(s) teórico(s), texto(s) crítico(s), poeta(s) ou obra(s) de poeta(s) discutido(s) no curso. BIBLIOGRAFIA FONTELA, Orides. Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015. PRINCIPAL FERRAZ, Eucanaã. Escuta. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. (no máximo 5) DOMENECK, Ricardo. Medir com as próprias mãos a febre. Rio de Janeiro: 7Letras, 2015. MARQUES, Ana Martins. O livro das semelhanças. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. 2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR BOSI, Viviana. "Como se a casca da água, a canção". Metamorfoses 6, Rio de Janeiro: Faculdade de Letras – UFRJ, Cátedra Jorge de Sena para Estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros / Caminho: Lisboa, pp. 329-331. Disponível em http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=47&id_livro=6&resenha=1 BRITTO, Paulo H. “O natural e o artificial: algumas reflexões sobre o verso livre”. eLyra 3, 3/2014, p. 27-41. ISSN 2182-8954 http://www.elyra.org/index.php/elyra/article/view/40/42 CANDIDO, Antonio. Orelha de FONTELA, Orides. Trevo. Coleção Claro Enigma. São Paulo: Duas Cidades, 1988. CANTINHO, Maria João. “Desassombro.” Falar/Hablar de Poesia, n. 6, 2002. Apartado, Espanha/ Lisboa, Portugal; Câmara Municipal de Cultura de Lisboa, Casa Fernando Pessoa, Junta de Extremadura, 2002, p. 3. Disponível em http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=28&id_livro=3&resenha=1 CASTELLO, José. “O exilado do nome”. O Globo, suplemento “Prosa”, 04/04/2015. Disponível em http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=106&id_livro=36&resenha=1 CASTRO, Gustavo. O enigma Orides. São Paulo: Hedra, 2015. CAVALCANTI, Jardel Dias. “A poesia sem ancoradouro de Ana Martins Marques”. Suplemento Literário de Minas Gerais, jan.-fev. 2010. Disponível em http://www.cultura.mg.gov.br/files/2010-janeiro-fevereiro-1328.pdf COSTA, Alexandre Rodrigues da. “O silêncio da esfinge.” Zunái — Revista de poesia e debates, 2003-1005. DOMENECK, Ricardo. Carta aos anfíbios. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2005. __________. “Ideologia da percepção ou algumas considerações sobre a poesia contemporânea no Brasil”. Inimigo Rumor 18, 2º sem. de 2005/ 1º sem. de 2006, 175–216. __________. A cadela sem Logos. São Paulo: Cosac Naify / Rio de Janeiro: 7Letras, 2007. __________. Sons: Arranjo: Garganta. Cosac Naify / Rio de Janeiro: Viveiros de Castro Editora, 2009. __________. “O jogo de equivalências”. Postado em 16/05/2009. Disponível em http://ricardo-domeneck.blogspot. com.br/2009/05/o-jogo-de-equivalencias.html. __________. Cigarros na cama. Rio de Janeiro: Modo de Usar & Co., 2011. __________. Ciclo do amante substituível. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012. FARIA, Anaterra Gomes Engelhardt Barreto de. “Entre o verbo e o real inefável: os modos do silêncio em Orides Fontela”. Monografia de graduação. Curitiba: UFPR, 2014. FERRAZ, Eucanaã. Livro primeiro. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1990. __________. Martelo. Rio de Janeiro: 7Letras, 1997. __________. Desassombro. Rio de Janeiro: 7Letras, 2002. __________. Rua do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. __________. Cinemateca. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. 3 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 __________. Sentimental. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. FERREIRA, Letícia Raimundi. A lírica dos símbolos em Orides Fontela. Santa Maria: Pallotti, 2002. FONTELA, Orides. “Nas trilhas do Trevo”. In MASSI, Augusto (org.). Artes e ofícios da poesia. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1991. __________. “Sobre poesia e filosofia — um depoimento”. In PUCHEU, Alberto (org.). Poesia (e) filosofia. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1998. FREITAS, Manuel de. “A suave nitidez das sombras”. Expresso, Cartaz, Lisboa, 23/03/2002. Disponível em http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=26&id_livro=3&resenha=1 GANDOLFI, Leonardo. “Sentimental”. Revista Colóquio/Letras. Recensões Críticas, n.º 184, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, set. 2013, p. 278281. Disponível em http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=117&id_livro=34&resenha=1 MARQUES, Ana Martins. A vida submarina. Belo Horizonte: Scriptum, 2009. __________. Da arte das armadilhas. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. MOREIRA, Luiza Franco. “Transgressões de silêncio: o zen e a poesia de Orides Fontela.” In SÜSSEKIND, Flora et al. (orgs.). Vozes femininas: gênero, mediações e práticas de escrita. Rio de Janeiro: 7letras, 2003. MORICONI, Italo. “Pós-modernismo e volta do sublime na poesia brasileira.” In PEDROSA, Celia, et al. (orgs.). Poesia hoje. Niterói: EdUFF, 1998. PEREIRA, Victor Hugo Adler. Martelo. Poesia Sempre, ano 7, número 11, Rio de Janeiro, Fundação Biblioteca Nacional, out. 1999, p. 255-258. Disponível em http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=13&id_livro=2&resenha=1 SILVA, Tatiana Pequeno. “‘A coisa contra a coisa: A (in)útil crueldade da análise’ ou spots sobre Orides Fontela”. In PEDROSA, Celia; e ALVES, Ida (orgs.). Subjetividades em devir: estudos de poesia moderna e contemporânea. Rio de Janeiro: 7letras, 2008. SIMON, Iumna Maria. “Condenados à tradição: O que fizeram com a poesia brasileira”. In Piauí 61, 2011. SISCAR, Marcos. “A cisma da poesia brasileira”. Sibiia 8-9, 2005, p. 41-60. STROPARO, Sandra M. “O gosto da diferença”. Gazeta do povo, Caderno G, Curitiba, 03/08/2008. Disponível em http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=70&id_livro=15&resenha=1 SÜSSEKIND, Flora. “Uma discreta cirurgia da flor”. In Papéis colados. Rio de Janeiro: EdUFRJ, 1993. VILLAÇA, Alcides. “Símbolo e acontecimento na poesia de Orides”. Novos Estudos CEBRAP 34, p. 198-214, nov. 1993. CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH DEPARTAMENTO: LETRAS LET 2558 PERÍODO: 2016.2 Tópicos avançados em teorias e crítica contemporâneas IV Imagem, linguagem e história: considerações sobre metáfora e ficção a partir de Benjamin, Ricoeur e Blumenberg CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS CRÉDITOS: 3 PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito Profa. Dra. Patrícia Lavelle OBJETIVOS O objetivo mais geral deste curso será interrogar a imagem a partir da reflexão contemporânea sobre a linguagem, o que nos conduzirá ao problema de sua historicidade e, consequentemente, à historicidade da verdade produzida pela invenção literária, levando-nos também a repensar o estatuto da racionalidade reflexiva e seu papel na elaboração do saber teórico. Para isto, consideraremos teoricamente a metáfora e a ficção através das contribuições de Walter Benjamin, Paul Ricoeur e Hans Blumenberg. EMENTA O curso objetiva responder - alternadamente - aos desafios e interrogações do presente, investigando os códigos culturais da contemporaneidade e suas expressões artísticas e literárias. Será discutida criticamente a coexistência, hoje, de quadros conceituais distintos, de opções epistemológicas heterogêneas e de agendas políticas dissonantes, testando novas racionalidades e sensibilidades na elaboração de saber na esfera dos estudos literários e culturais. Neste âmbito, serão avaliadas, ainda, apropriações de repertórios teóricos e de ferramentas metodológicas elaboradas em domínios diversos das humanidades, ensaiando-se cruzamentos e trocas inter e transdisciplinares. PROGRAMA Ao longo da história da filosofia, as imagens produzidas pela poesia e pela ficção foram frequentemente objeto de suspeita em razão de sua relação ao devir e ao contingente. Platão desconfia das imagens dos poetas pois estas seriam copias de aparências efêmeras e não de essências eternas. Em Descartes, a imaginação é vista como uma fonte de erros e enganos que nos desviam da certeza racional, e o ideal cartesiano de uma língua filosófica perfeitamente determinada consistiria na eliminação de todo vestígio de metaforicidade. Por outro lado, para Heidegger, a 2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 inteligibilidade própria à metáfora e seu parentesco com a analogia a tornam suspeita de ser em parte responsável pela separação tradicional entre o sensível e o não sensível que caracterizaria o conceito metafisico de representação. Esta ultima avaliação do tropo influenciou boa parte do pensamento contemporâneo, tendo sido explorada em particular por Derrida. Examinar a relação entre imagem, linguagem e história nos levará a uma outra posição dentro da reflexão contemporânea que, valorizando a racionalidade própria à metáfora e a toda a constelação do simbólico, conduz a pensar a historicidade da verdade produzida pela literatura. Um conceito linguístico de imagem e de imaginação constituirá portanto o objeto privilegiado desta investigação que parte da leitura de três autores: Walter Benjamin, Paul Ricoeur e Hans Blumenberg. Procurando estabelecer diálogos entre eles, examinaremos também sua relação com a tradição filosófica e literária. AVALIAÇÃO Monografia temática individual a ser entregue no final do semestre. BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL (no máximo 5) BENJAMIN, Walter. “A imagem de Proust”, “A doutrina das semelhanças”, in: _ Magia e técnica, arte e politica. Obras Escolhidas vol. I. Tradução de Sergio Paulo Rouanet, prefacio de Jeanne Marie Gagnebin. São Paulo: Brasiliense, 1993, p.36-49, p.108-113. BENJAMIN, Walter. Origem do drama trágico alemão. Edição e tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011. BLUMENBERG, Hans. Teoria da não conceitualidade. Tradução e introdução de Luiz Costa Lima. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013. RICOEUR, Paul. A Metáfora viva. Tradução de Dion Davi Macedo. São Paulo: Edições Loyola, 2005. RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa, v. I. Tradução de Claudia Berliner e Marcia Valeria Martinez de Aguiar. São Paulo: Martins Fontes, 2010. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR AMALRIC, Jean-Luc. Ricoeur, Derrida. L’enjeu de la métaphore. Paris: PUF, 2006. ARISTÓTELES. Poétique. Tradução francesa de J. Hardy. Paris: Belles Lettres, 2008. BENJAMIN, Walter. Sobre alguns temas em Baudelaire. Tradução de Hemerson Alves Baptista. in: _Charles Baudelaire, um lírico no auge do capitalismo. Obras Escolhidas, v. III. São Paulo: Brasiliense, 1994, p.103-149. BENJAMIN, Walter. Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem do homem, A tarefa do tradutor, in:_ Escritos sobre mito e linguagem. Tradução de Susana Kampff Lages e Ernani Chaves, organização, apresentação e notas de Jeanne Marie Gagnebin. São Paulo: Livraria Duas Cidades/Editora 34, 2011, p.49-73, p.101-119. 3 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 BENJAMIN, Walter. As Afinidades eletivas de Goethe. Tradução de Mônica Krausz Bornebusch, in:_ Ensaios Reunidos: escritos sobre Goethe. São Paulo: Livraria Duas Cidades/Editora 34, p.11-121. BLUMENBERG, Hans. Perspectives sur une théorie de l’inconceptualité, in:_ Naufrage avec Spectateur. Tradução francesa de Laurent Cassagnau. Paris: L’Arche, 1994, p.93-115. BLUMENBERG, Hans. Paradigmes pour une métaphorologie. Tradução francesa de Didier Gammelin, posfácio de Jean-Claude Monod. Paris: Vrin, 2006. BOURIAU, Ch. Qu’est-ce que l’imagination? Paris: Vrin, 2010. COSTA LIMA, Luiz. Os Eixos da linguagem: Blumenberg e a questão da metáfora. São Paulo: Iluminuras, 2015. DERRIDA, Jacques. Torres de Babel. Tradução de Júnia Barreto. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. DERRIDA, Jacques. La Mithologie blanche. La métaphore dans le texte philosophique, in:_ Marges de la philosophie. Paris: Les editions de Minuit, 1972, p.247-324. KANT, Emanuel. Critica da faculdade do juízo. Tradução de Valério Rohden e Antonio Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. KOSELLECK, Reinhardt. (org.) O Conceito de História. Tradução de René E. Gertz, prefacio de Arthur Alfaix Assis e Sérgio da Mata. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. LAVELLE, Patrícia. Religion et histoire. Sur le concept d’expérience chez Walter Bejamin. Paris: Cerf, 2008. LAVELLE, Patrícia (org.) Walter Benjamin. Paris: L’Herne (Collection Cahiers de l’Herne), 2013. LAVELLE, Patricia; LAUNAY, Marc de (orgs). Revue philosophique de Louvain, dossier: Les Visages du monde chez Hans Blumenberg, t. 113, n°2, mai 2015. MONOD, Jean-Claude. Hans Blumenberg. Paris: Belin, 2007. MONOD, Jean-Claude. (org.) Archives de philosophie, dossier: Les Mondes de Hans Blumenberg, t.67, Cahier 2, été 2004. REVAULT D’ALLONES, Miriam; AZOUVI, François. (orgs). Paul Ricoeur. Paris: L’Herne (Collection Cahiers de l’Herne), 2004. RICOEUR, Paul. Sobre a tradução. Tradução e prefacio de Patrícia Lavelle. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. RICOEUR, Paul. L’imagination dans le discours et dans l’action, in: Du texte à l’action. Essais d’herméneutique II. Paris: Le Seuil, 1986, p.237-262. RICOEUR, Paul. Les Directions de la recherche philosophique sur l’imagination (manuscrito n°17779, Fonds Ricoeur). VICO, Giambattista. La Science nouvelle. Tradução francesa e apresentação de Alain Pons. Paris: Fayard, 2001. CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH DEPARTAMENTO: LETRAS LET2559/1DA PERÍODO: 2016.2 Tópicos avançados em teorias e crítica contemporâneas V Experiências-limite nas artes e na literatura: Abrir dossiês CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS CRÉDITOS: 3 PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito Profa. Dra. Rosana Kohl Bines com a Profa. Dra. Leila Danziger (Instituto de Artes, UERJ) OBJETIVOS Um conjunto de obras literárias e artísticas realizadas no embate com experiências-limite ensejam reflexões em torno de políticas da memória, impasses da imaginação, da grafia, circulação e recepção daquilo que Jacques Rancière denominou como o regime do intolerável. A disciplina busca o adensamento do contato sensível com a construção das diferentes memórias e esquecimentos que nos constituem; investiga a memória, não como fardo, mas como potência na construção de um presente resistente; volta-se para a “memória ardente”, capaz de produzir “gestos de levante” (soulèvement), como nos diz Georges Didi-Huberman em suas conferências recentes. Abriremos dossiês, uma forma de conhecimento assumidamente esboçado, lacunar, cujos contornos serão definidos no processo da disciplina, com a participação de todos. Cada dossiê propõe um conjunto inicial de obras visuais e literárias a partir das quais queremos discutir a força e os dilemas da arte na aproximação com a barbárie, o que demanda também uma interrogação sobre nossos próprios atos de olhar. "Que faz com que uma imagem se torne intolerável? [...] Será tolerável fazer tais imagens e propô-las à visão dos outros?" (Rancière, 2010, p. 125). 2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 O curso convida ao exercício de olhar de perto certas fotografias, poemas, instalações, monumentos, cartas, filmes, ensaios, romances, obras plásticas para pensar como esses materiais nos olham de volta, que tipo de atenção suscitam com seus expedientes singulares, que perturbações provocam nos modos como rememoramos o passado e que aberturas propiciam para o enfrentamento do escuro de nosso próprio tempo. EMENTA O curso objetiva responder - alternadamente - aos desafios e interrogações do presente, investigando os códigos culturais da contemporaneidade e suas expressões artísticas e literárias. Será discutida criticamente a coexistência, hoje, de quadros conceituais distintos, de opções epistemológicas heterogêneas e de agendas políticas dissonantes, testando novas racionalidades e sensibilidades na elaboração de saber na esfera dos estudos literários e culturais. Neste âmbito, serão avaliadas, ainda, apropriações de repertórios teóricos e de ferramentas metodológicas elaboradas em domínios diversos das humanidades, ensaiando-se cruzamentos e trocas inter e transdisciplinares. PROGRAMA Programa Preliminar: Dossiê 1 – Gestos de memória Didi-Huberman, "Cascas" (ensaio) Noemi Jaffé, “Pedra” (In: O que os cegos estão sonhando) Esther Shalev-Gerz, Menschendinge, "o aspecto humano dos objetos" (instalação, Museu de Buchenwald 2004-2006). Dossiê 2 – Em que língua contar/mostrar? Dilemas do testemunho Esther Shalev-Gerz , "Entre l’écoute et la parole: derniers témoins" (instalação, Hotel de Ville, Paris, 2005) Paul Celan (poemas e áudio) Primo Levi, "On obscure writing" (ensaio) Didi-Huberman, “Blancs soucis de notre histoire”(ensaio) Geoffrey Hartman, “Holocausto, testemunho, arte e trauma” (ensaio) Dossiê 3 – Escrever e apagar por vestígios Christian Boltanski, "La maison manquante" (monumento, Berlim) Patrick, Modiano, Dora Bruder (romance) George Perec, W ou a memoria da infância (romance, fragmentos) Entrevista com Christian Bolstanski (Les grands entretiens d’art press) Jochen Gerz, Monumento contra o fascismo (Hamburgo) Micha Ullman, Biblioteca (monumento, Berlim) 3 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 Dossiê 4 – “Não passarão” Alfredo Jaar, Os Olhos de Gutete Emerita (instalação, 29a.Bienal de São Paulo, 2010) Doris Salcedo, Shibboleth (Londres, 2007); Noviembre 6 y 7 (Bogotá,2002 ; Plegária muda (São Paulo, 2011) Luiz Cláudio da Costa, “O espaço comum da arte e da memória – Alfredo Jaar”; “A imagem afetiva da história: ausência partilhada – Doris Salcedo” (ensaios) Poemas Paul Celan – “Schibboleth” (in: von Schwelle zu Schwelle / de umbral a umbral) e “Em um” / In Eins (in: Die Niemandsrose / A Rosa de ninguém). Dossiê 5 – O intolerável da imagem “O Filho de Saul” (filme) Didi-Huberman, Le fils de Saul (carta-livro ao cineasta) Marcio Seligmann-Silva, “O Filho de Saul de Lázlá Nemez: um novo mito de Auschwitz?” (ensaio) Rancière, “A imagem intolerável” (ensaio) Didi-Huberman, “Quatre bouts de pelicule arrachés à l’enfer”; "Envers et contre tout inimaginable" (ensaios) Dossiê 6 – Do amor e da vida nua Marguerite Duras, A Dor (fragmentos selecionados) Robert Antelme, A espécie humana (fragmentos selecionados) Dossier Antelme (depoimentos de Jean-Luc Nancy, Maurice Blanchot, George Perec) Agamben, "O muçulmano" (ensaio) Léon Delarbre, desenhos clandestinos (Buchenwald, 1944) David Nebreda, autorretratos (fotografias, década de 2000) Dossiê 7 – O que resta da ditadura Bernardo Kucinsky, K. Relato de uma busca (romance) Flavia Castro, Diário de uma busca (filme) Martha Nehring, 15 Filhos (filme) Infancia Roubada: crianças atingidas pela Ditadura Militar no Brasil (Comissão da Verdade, SP) Jeanne Marie Gagnebin, “O preço de uma reconciliação extorquida" (ensaio) Nelly Richard, “Politicas da memoria e técnicas do esquecimento” (ensaio) Dossiê 8 - “Becos da memória” Conceição Evaristo, Becos da memória (romance); “Olhos d’água” (contos). Rosana Paulino (instalação, gravura) Roberto Conduru, "Entre o ativismo e a macumba – arte e afrodescendência no Brasil contemporâneo" (ensaio) Visita ao Museu da Maré 4 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 AVALIAÇÃO Presença e participação em aula; trabalho final. BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL (no máximo 5) AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auschwitz? Trad. Selvino J. Assman. São Paulo: Boitempo, 2008. CELAN, Paul. Sete rosas mais tarde. Antologia Poética. Edição Bilíngue. Seleção, tradução e introdução de João Barrento e Y.K. Centeno. 3ª Ed. Lisboa: Ed. Cotovia, 2006 DIDI-HUBERMAN, "Cascas". In: Revista Serrote, IMS, n. 13, março 2013. HUYSSEN, Andreas. Culturas do passado-presente. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ADORNO, Theodor. Minima Moralia: Reflections from Damaged Life. Trad. E. F. Jephcott. London: New Left Books, 1951. AGAMBEN, Giorgio. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007. ________. Infância e História, Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2005. ALTER, Robert. Anjos necessários: tradição e modernidade em Kafka, Benjamin e Scholem. Rio de Janeiro: Imago, 1993. ANTELME, Robert. A espécie humana. Trad. Maria de Fátima Oliva do Couto. Rio de Janeiro: Record, 2013. BARTHES, Roland. Como viver junto. São Paulo: Martins Fontes, 2011. BECKETT, Samuel. "Catastrophe". Collected Shorter Plays. London: Faber & Faber, 1984. BINES, Rosana Kohl. “Longe dele, longe dela”. IN: VERSIANI, Daniela. Rio de Janeiro, 7 Letras, 2015. ___________. "Para ouvir Paul Celan". Poesia Sempre , v. 28, p. 233-239, 2008. BLANCHOT, Maurice. L’Écriture du désastre. Paris: Gallimard, 1980. BENJAMIN, Walter, Obras escolhidas I, II, III, São Paulo: Brasiliense, 1985, 1987, 1989. BOLTANSKI, Christian. Les grands entretiens d’art press, Paris: IMEC Editéur/ ART PRESS, 2014. CELAN, Paul. Cristal (tradução Cláudia Cavalcanti), São Paulo: Iluminuras, 1999. ______. Ausgewählte Gedichte. Frankfurt: Suhrkamp, 1968. CONDURU, Roberto. Pérolas negras, primeiros fios: experiências artísticas e culturais nos fluxos entre África e Brasil, Rio de Janeiro: EdUERJ/ FAPERJ, 2013. ______________. Arte afro-brasileira, Belo Horizonte: C/arte, 2007. COSTA, Luiz Cláudio. Dispositivos de registro na arte contemporânea, Rio de Janeiro: Contracapa/ FAPERJ, 2010. ___________. A gravidade da imagem: arte e memória na contemporaneidade. Rio de janeiro: Quartet/ FAPERJ, 2014. DANZIGER, Leila. Micha Ullman: "escavar, revolver, lembrar". Porto Arte, Revista de Artes Visuais, PPGAV/UFRGS, v. 17, n. 29, 2010, pp. 131 – 143. __________. "Jochen Gerz: o monumento como processo e mediação." Arte & Ensaios, Revista do PPGAV/EBA/UFRJ, n. 21, dez 2010, pp. 100 – 107. DERRIDA, Jacques. Schibboleth. Para Paul Celan, Paris: Galilée, 1986. 5 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 ___________. Mal de Arquivo: uma impressão freudiana, Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001. DIDI-HUBERMAN, Georges. Devant le temps. Histoire de l´art et anachronisme des images, Paris: Minuit, 2000. _____________. L’image survivante. Histoite de l ‘art et temps des fantômes selon Aby Warburg, Paris: Ed. de Minuit, 2002. _____________. Images malgré tout. Paris: Ed. de Minuit, 2003. _____________. Quand les images prennent position. L'Oeil de l'histoire 1, Paris: Ed. de Minuit, 2009. __ _____________. Sobrevivência dos vagalumes, Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. _____________.Écorces, Paris: Ed. de Minuit, 2011. ____________. Peuples exposés, peuples figurants. L’oeil de l’histoire 4, Paris: Ed. de Minuit, 2012. ___________. Blancs soucis de notre histoire. Paris: Les Éditions de Minuit, 2013. _____________. Sortir du noir. Paris: Ed. de Minuit, 2015. DURAS, Marguerite. A dor. Trad. Vera Adami. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. EVARISTO, Conceição. Becos da memória, Florianópolis: Ed. Mulheres, 2013. _____________. Olhos d’água, Rio de Janeiro: Pallas, 2015. GAGNEBIN, Jeanne-Marie. Sete Aulas sobre Linguagem, Memória e História, São Paulo: Imago, 1997. __________. Lembrar, escrever, esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006. __________. Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2014. HUYSSEN, Andreas. Memórias do Modernismo, Rio de Janeiro: Ed. Da UFRJ, 1996. ____________. Seduzidos pela memória, Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000. ____________. Culturas do passado-presente. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014. JAFFÉ, Noemi. "Pedra". In: O que os cegos estão sonhando, São Paulo: Ed. 34, 2012. KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos, Rio de Janeiro: Contraponto, Puc-Rio, 2006. KUCINSKI, Bernard. K. Relato de uma busca, São Paulo: Cosac Naify, 2014. _____________. Você vai voltar pra mim e outros contos, São Paulo: Cosac Naify, 2014. LANZMANN, Claude. Shoah. Vozes e Faces do Holocausto. São Paulo: Brasiliense, 1987. LEVI, Primo. É isto um homem. Trad. Luigi Del Re. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. _________. Os afogados e os sobreviventes. Trad. Luiz Henriques. Rio de Janeiro: Paz&Terra, 1990. _________. A trégua. Trad. Marco Lucchesi. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. MODIANO, Patrick. Dora Bruder, Rio de Janeiro: Rocco, 1998. NIETZSCHE, Friedrich. Escritos sobre História, Rio de Janeiro: Editora PucRio; São Paulo: Loyola, 2005. PEREC, George. W ou a memória da infância. Trad. Paulo Neves. São Paulo: RICOEUR, Paul. L’Histoire, la mémoire, l’oublie, Paris: Seuil, 2000. RANCIÈRE, Jacques. O destino das imagens. São Paulo: Editora 34, 2003. ___________. A partilha do sensível. São Paulo: Editora 34, 2005. ___________. O inconsciente estético. São Paulo: Editora 34, 2009. 6 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 ___________. “A imagem intolerável”. In: O espectador emancipado. Trad. José Miranda Justo. Lisboa: Orfeu Negro, 2010. RICHARDS, Nelly. "Poéticas da memória e técnicas do esquecimento". MIRANDA, Wander Melo (Org.). Narrativas da modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999, pp.321- 339. SAFATLE, Vladimir. O que resta da ditadura?, Rio de Janeiro: Boitempo, 2014. SELIGMANN-SILVA, Márcio. O local da memória, São Paulo: Ed. 34, 2005. __________. (org.). Palavra e imagem, memória e escritura, Chapecó: Argos, 2006. __________. (org.) com Nestrowski, Artur). Catástrofe e representação, São Paulo: Escuta, 2000. __________. (org.) História, Memória, Literatura: o testemunho na era das catástrofes, Campinas: Ed. Unicamp, 2003. __________. "O filho de Saul de Lázló Nemes: um novo mito de Auschwitz?" Arquivo Maaravi. Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, vol. 10. Nº18, 2016. SONTAG, Susan. Diante da dor dos outros. Tradução Rubens Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras. 2007. YATES, Frances. A Arte da Memória, Campinas: Ed. Da Unicamp, 2008. WEINRICH, Harald. Lete: arte e crítica do esquecimento, Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2000. CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH DEPARTAMENTO: LETRAS LET 2543 1DA Período: 2016-2 Representações da africanidade: INSCRIÇÕES DA RACIALIDADE NA ARTE E NO PENSAMENTO SOCIAL CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS CRÉDITOS: 3 PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito Prof. Eneida Leal Cunha OBJETIVOS Desde o período da escravidão colonial africana até a nossa contemporaneidade global, inúmeras visões e versões do Brasil (quer operadas pelas elites, quer pelos subalternizados) emanaram enorme força subjetiva, tanto na configuração simbólica do que identificamos como formação sociocultural brasileira quanto na sua interpretação pelas linguagens artísticas e pelo pensamento social. No centro dessas configurações – nas artes, nas teorias sociais e nos discursos dos meios de comunicação – esteve sempre presente mas sempre dissimulada a ideia de raça. O curso, valendo-se de colaboração multidisciplinar e da avaliação um corpus de imagens, produzidas pelas artes visuais, pela literatura, pelo cinema, pela música e pela fotografia, propõe-se a articular três diferentes dimensões desta problemática: a questão da alteridade e da africanidade para arte no ocidente; qual o lugar da ideia de raça em obras artísticas canônicas e no pensamento social brasileiro; como ler contemporaneamente as articulações entre racialidade e mestiçagem e entre racialidade e as atuais recuperações de uma memória negro-africana. Com estrutura de seminários e a partir de autores/obras significativos para a reflexão atual sobre a legibilidade das imagens, no âmbito da história e da crítica das artes e do pensamento social, o curso procura estabelecer um locus para uma reflexão em perspectiva comparada, quer com as teorias eurocêntricas, quer com as teorias pós-coloniais, sobre as realidades, subjetividades, identidades, contratualidades e representações constitutivas dos parâmetros que fazem do Brasil o Brasil que imaginamos. EMENTA Ementa: As imagens da “África” produzidas nos países do continente africano de língua oficial portuguesa e da africanidade diaspórica reconstruída no Brasil. As recuperações da ancestralidade e as formulações de uma memória negro-africana. As inscrições da racialidade e as diferentes perspectivas acerca da mestiçagem. As elaborações em torno do escravismo. As inscrições da guerra e da violência, em suas diversificadas feições. As tematizações do trabalho e da pobreza. 2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 PROGRAMA INSCRIÇÕES DA RACIALIDADE NA ARTE E NO PENSAMENTO SOCIAL BRASILEIRO Tópicos 1. A propósito da imagem: Georges Didi Huberman e a legibilidade das imagens. Stuart Hall, o valor da visualidade e uma outra configuração de “raça”. Karl Einstein, Negerplastik (1915, Escultura negra), a atualidade do anacronismo. Achille Mbembe, “O devir negro do mundo”. 2. Negras imagens do século XIX: Jean-Baptiste Debret: a composição visual da subalternidade. Louis Agassiz: corpo, fotografia e racismo científico. 3. O elogio da mestiçagem, a “assimilação cultural” e a “harmonia racial”: Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade. Gilberto Freyre, Jorge Amado. 4. Fome, pobreza e exclusão racializadas: Florestan Fernandes, “o mito da democracia racial” Michel Foucault, biopolítica e racismo Archile Mbembe, a “necropolitica” Quanto vale ou é por quilo?, filme de Sérgio Bianchi. 5. Outras imagens: Ayrson Heráclito, Roberto Conduru e a arte afro-brasileira contemporânea. AVALIAÇÃO BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL (no máximo 5) Critério 12 Conduru, Roberto. Arte Afro-Brasileira. Rio de Janeiro: Ed. C-arte. 2007. Didi-Huberman, Georges. Diante da Imagem; Questão colocada aos fins de uma história da arte. São Pulo: Editora 34, 2013 Didi-Huberman, Georges. O que vemos, o que nos olha São Paulo: Editora 34, 1998. Einstein, Karl. Negerplastik. Florianópolis: Ed UFSC, 2011. Hall, Stuart. The spectacle of the ‘other’. In Representation: cultural representation and signifying practices. London: Sage Publications/The Open Univer sity, 2002. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR Albuquerque, Wlamira; Fraga Filho, Walter. Uma História do Negro no Brasil. Salvador/ Brasília: CEAO-UFBA/Fundação Cultural Palmares, 2006. Amado, Jorge. Jubiabá. Rio de Janeiro: Record, 1995. Barbosa, Maria Aparecida. Carl Einstein Interdisciplinar: sobre Escultura Negra (Negerplastik). Pandaemonium, São Paulo, n. 18, Dez. /2011, p. 121-137 – www.fflch.usp.br/dlm/alemao/pandaemoniumgermanicum 2 3 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 Bhabha, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998. Brookshaw, David. Raça e cor na literatura brasileira. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1983. Capone, Stefania. A busca da África no Candomblé: tradição e poder no Brasil. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria\Pallas, 2004. Carneiro, Sueli. Ser ou não-ser: dispositivo de racialidade no Brasil. Manuscrito no prelo. 2011. Conduru, Roberto. Arte Afro-Brasileira. Rio de Janeiro: Ed. C-arte. 2007. Conduru, Roberto. Uma crítica sem plumas: A propósito de Negerplastik de Carl Einstein. concinnitas ano 9, volume 1, número 12, julho 2008. Conduru. Roberto. Negrume Multicor : Arte, África e Brasil para além de raça e etnia. Acervo, Rio de Janeiro, v. 22, n. 2, p. 29-44, jul/dez 2009. Costa, Emília Viotti da. “O mito da democracia racial”. In: _____. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Editora Unesp, 2005. Costa, Sergio. Dois Atlânticos: teoria social, anti-racismo, cosmopolitismo. Belo Horizonte: Ed UFMG, 2006. Cunha, Eneida Leal. Dentro e fora da nova ordem mundial: as cores da paisagem da cidade. In: Margato, I.; Gomes, R.C. Espécies de espaço. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2008. Cunha, Eneida Leal. Estampas do imaginário: literatura, história e identidade cultural. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006. Didi-Huberman, Georges. A imagem sobrevivente. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013. Didi-Huberman, Georges. Diante da Imagem; Questão colocada aos fins de uma história da arte. São Pulo: Editora 34, 2013 Didi-Huberman, Georges. O que vemos, o que nos olha São Paulo: Editora 34, 1998. Einstein, Karl. Negerplastik. Florianópolis: Ed UFSC, 2011. Fanon, Franz. Pele negra máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2007. Foucault, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999. Freyre, Gilberto. Casa-grande e senzala: formação da família brasileira sob regime de economia patriarcal. 51ed. São Paulo: Global, 2007. (1933). Gonzalez, Lélia. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. In: Machado, Luiz Antônio et alii. Movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos. Brasília: ANPOCS, 1983, p.223-244. Haag, Carlos. “As negras imagens do professor Agassiz”. IN Pesquisa Fapesp 175, setembro, 2010 Hall, Stuart. Raça, o significante flutuante. IN Z Cultural; Revista do Programa Avançado em cultura contemporânea. Ano VIII, n.2. Disponível em http://revistazcultural.pacc.ufrj.br/?ano=16&edicao=40 Hall, Stuart. The spectacle of the ‘other’. In Representation: cultural representation and signifying practices. London: Sage Publications/The Open University, 2002. Hall, Stuart. Da diáspora: identidade e mediações culturais. Belo Horizonte, Ed UFMG, 2003. Holanda, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995 (1936). Kossoy, Boris; Carneiro, Ma. Luiza Tucci. O olhar europeu. São Paulo: EDUSP, 1994. Mbembe, Achille. On the Postcolony. Berkeley, CA: University of California Press, 2001. 3 4 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234 Mbembe, Achille. “As formas africanas de auto-inscrição”. In: In: Estudos AfroAsiáticos, a.23, n.1, p.171-209, 2001. Mbembe, Achille. Crítica da razão negra. Lisboa: Antígona, 2014. Munanga, Kabengele. “O que é africanidade”. In: Vozes da África – Biblioteca entre livros. Editora Duetto, edição especial nº 6, 2007. Munanga, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. 2ª ed. Belo Horizonte, 2006. Nascimento, Abdias. O quilombismo 2a. ed. Brasília/Rio de Janeiro: Fundação Cultural Palmares/OR Editor Produtor Editorial, 2002 (1980). Romero, Sílvio. História da Literatura Brasileira, tomos I e II. Rio de Janeiro: Imago; Aracaju: Universidade Federal de Sergipe, 2001. (1888) Sansone, Livio. Negritude sem etnicidade: o local e o global nas relações raciais e na produção cultural negra no Brasil. Salvador/Rio de Janeiro: Edufba/Pallas, 2004. Santiago, Silviano. Interpretes do Brasil. Rio de Janeiro: Aguilar, 2000. 3v Santiago, Silviano. O cosmopolitismo do pobre. Belo Horizonte: Ed.UFMG, 2004. Schwarcz, Lilia; Queiroz, Renato da Silva (orgs.). Raça e diversidade. São Paulo: EDUSP, 1995. Schwarcz, Lilia. “Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade contemporânea”. In: História da vida privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. Sovik, Liv. Aqui ninguém é branco. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2009. Vergès, Françoise. La mémoire enchainée: questions sur l’esclavage. (Col. Pluriel) Paris: Hachette, 2008, p.53-103. Viana, Oliveira. Raça e Assimilação. Companhia Editora Nacional, 1938. 4 LET 2536 – Tópicos em Critica e Interpretação Profa. Ana Kiffer Aula: quinta-feira 16-19hs Tema do curso: CORPO, Experiências MICROPOLÍTICAS e Produção de SUBJETIVIDADES Da Utopia às Heterotopias: processos subjetivação a ditadura vista desde hoje; golpe (s); democracia: qual estado? e dessubjetivação Da Utopia às Heterotopias: acontecimento revolucionário, acontecimento movimentos, ocupações, revolucionário, multidões, manifestações, o movimentos, ocupações, comum, o vivermultidões, junto manifestações, o comum, o viver junto sujeitos políticos – história, crítica, impasses, afetos e desejos esquerdadireita e microfascismos O curso quer rever – desde a perspectiva da atualidade – a história política do Brasil a partir da ditadura civil militar de 1964 até os dias de hoje, interessado em deflagrar dois processos concomitantes. Num deles os alunos serão convocados a produzirem eles mesmos os relatos acerca dos momentos históricos do passado e do presente (é o que chamo de processos de reconversão subjetiva de acontecimentos históricos no âmbito micro-político). No outro interessará ler e pensar acerca dessa história política mais do ponto de vista filosófico do que historiográfico. Mais fabulador do que factual. Sendo assim todos serão convidados a deflagrarem conceitos existentes, ou mesmo a buscarem criar novos conceitos que sirvam para por em funcionamento as zonas acima esboçadas, tais como máquinas acopladoras de contextos diferentes, das passagens de um tempo para outro, ou mesmo da indeterminação e contagio entre uma e outra zona. (Por exemplo qual noção de sujeito político poderá acoplar-se às atuações performáticas nas manifestações de 2013? Ou ainda: em que medida a ocupação de uma escola transforma-a num espaço muito mais heterotópico do que no espaço codificado e instituído que as escolas ocupam nas sociedades disciplinares? De que modo a produção de uma relação subjetivante [independente da existência de relatos familiares sobre a época] com a ditadura militar pode engendrar numa produção política desejante no presente? Quais as formas de guerra predominantes no sistema neoliberal e como elas atuam diretamente sobre os núcleos subjetivos: vida laboral, sonhos, desejos, etc.?). Os dois processos reúnem-se em torno da aposta de criação de um arquivo histórico-conceitual afetivo. Que sirva à reflexão desse período de transformação atual que exige novas contribuições, mas também e sobretudo que sirva como caixa de ferramentas para uso pessoal, a ser acoplado às reflexões e práticas artísticas que executam de modo mais consistente e partilhável. O curso conta com a participação ativa das ‘escritas’ dos alunos e com aulas, palestras e intervenções de pessoas convidadas: Mariana Patrício – 4 aulas (professora e ativista); Marielle Franco – 1 aula (candidata vereadora PSOL, feminista – como e por que política?); Thamyra Tamara (1 aula – modos de vida da favela); Mel Duarte (1 aula poesia e subjetividade); Ivana Bentes (1 aula desejo e poder); Rodrigo Guéron (1 aula – análise de conjuntura). Todos os convidados ainda sujeitos a confirmação. Bibliografia: Livros: DELEUZE, Gilles. / GUATTARI, Félix. L’Anti-Oedipe – Capitalisme et Schizophrénie. Paris, Editions de Minuit, 1972/1973. DEMIER, Felipe, HOEVLER, Rejane (orgs.). A onda conservadora . Rio de Janeiro: Editora Mauad, 2016. FOUCAULT, Michel. « L’écriture de soi ». In : Dits et Écrits ,1954-1988. Tome IV. Paris, NRF, Gallimard, 1994. P. 415-430. __________. « Entretien avec Michel Foucault ». In: Dits et Écrits, Tome IV. Paris, Gallimard, 1994. P. 41-95. _________. El cuerpo utópico – las heterotopías. Buenos Aires, Nueva Vision, 2010. __________. A Hermenêutica do Sujeito. São Paulo, Martins Fontes, 2014. KIFFER, Ana; REZENDE, Renato; BIDENT, Christophe. Experiência e Arte Contemporânea. Rio de Janeiro, Editora Circuito, CAPES, 2012. KIFFER, A. Em torno de uma noção crítica-clínica da cultura. IN: O Papel da Crítica (orgs.) SCHOLLAMMER, K. & OLINTO, H. Rio de Janeiro, 7Letras, 2016. NOLL, João Gilberto. Quieto animal da esquina. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1991 BRACHER, Beatriz. Anatomia do paraíso. São Paulo: Editora 34, 2015. PENNA, João Camillo & DIAS, Ângela Maria Dias (orgs.). Comunidades sem fim. Rio de Janeiro, Editora Circuito, 2013. RAGo, Margareth & VEIGA-NETO, Alfredo (orgs.). Para uma vida não fascista. Belo Horizonte, Autêntica Editora, 2009. Blogs e sites da internet. - Agora é que são elas. agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br - Blogueiras negras. Blogueirasnegras.org - Revista DR. revistadr.com.br - A mulher negra e o feminismo. https://www.facebook.com/Negra.Feminista/?fref=ts - Gênero e materialismo. https://www.facebook.com/generoematerialismo/?fref=ts - Travesti reflexiva. https://www.facebook.com/travestilidade/?fref=ts - Beatriz Preciado/Peau de Rat. http://lemagazine.jeudepaume.org/blogs/beatrizpreciado/en/