Teoria da Contigencia

Transcrição

Teoria da Contigencia
Teoria da Contingência
Eduardo de Oliveira Fargnoli
Etel Maria Mendes de Almeida
Gustavo Diniz Palhares
Keiliane Souza Silvério
Raphaela Gomes Marques
RESUMO
O objetivo principal de presente ensaio é demonstrar as principais características da Teoria da
Contingência. Está teoria tem como característica principal o estudo das teorias das
organizações onde os pesquisadores analisam três aspectos principais, que são a organização
quanto a sua forma de estrutura organizacional, o ambiente externo e interno de uma
organização, o mercado, em que esta inserida, a tecnologia dividiu em três grupos que são: a
tecnologia de produção unitária ou oficina, produção em massa e produção contínua.
Podemos perceber em que no final da pesquisa os pesquisadores concluíram que não existe
uma única maneira de estruturar uma organização e que as organizações precisam cada vez se
ajustar às condições ambientais de acordo com as suas necessidades internas e externas.
Palavras-chave: estrutura organizacional, tecnologia, produção.
ABSTRACT
The main objective of this paper is to demonstrate the main features of
Contingency Theory. In that theory has as main feature the study of
theories of organizations where researchers analyze three main aspects,
which are the organization and its form of organizational structure, the
external and internal environment of an organization, the market, in which is
inserted, the technology that is divided into three groups that are the
technology of production unit or workshop, mass production and continuous
production. We can see that the end of the study the researchers concluded
that there is no single way to structure an organization and that
organizations need time to adjust to environmental conditions in
accordance with their internal and external needs.
Keywords: organizational structure, technology, production.
1 - INTRODUÇÃO
A Teoria da Contingência enfatiza o mais recente estudo integrando na teoria da
Administração; é sem dúvida a mais eclética de todas as teorias, pois além de considerar as
contribuições das diversas teorias anteriores, consegue coordenar os princípios básicos da
administração como: as tarefas, as estruturas, as pessoas, a tecnologia e o ambiente.
Chiavenato (1997) diz que a palavra contingência significa algo incerto ou eventual, que pode
suceder ou não. A abordagem contingencial salienta que não se atinge os objetivos de forma
eficaz seguindo um único modelo ou diretriz, ou forma pré-estabelecida para todas as
circunstancias, mas sim através de diversas variáveis internas e externas.
Tudo é composto de variáveis sejam situacionais, circunstanciais, ambientais, tecnologias,
econômicas; enfim diferem de diferentes graus de variação. Essa teoria enfoca as
organizações de dentro para fora colocando o ambiente como fator primordial na estrutura e
no comportamento das organizações que é um sistema aberto.
A tecnologia provavelmente será um fator para a terceira revolução industrial, aliada ao
ambiente e a forma como as organizações e a própria administração saberão utiliza e adaptar
estes dois importantes fatores face à globalização de todos os conceitos organizacionais.
Há um aspecto proativo e não apenas reativo na abordagem contingencial: a
administração contingencial pode ser intitulada de abordagem de “se-então” o
reconhecimento, diagnostico e adaptação à situação são fundamentais para
abordagem contingencial. Mas não são suficientes. As relações funcionais entre as
condições ambientais e as práticas administrativas precisam ser constantemente
identificadas e ajustadas. (CHIAVENATO, 2000).
2 - ORIGEM DA TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A teoria da contingência surgiu a partir de varias pesquisas feita para verificar os modelos das
estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de empresa.
As pesquisas eram feitas isoladamente, pretendiam confirmar se as organizações mais
eficazes seguiam os princípios da Teoria Clássica, como a divisão do trabalho e a
especialização do operário, ênfase na estrutura – com a tradicional hierarquia de autoridade,
visão microscópica do homem, ou seja, aquela administração mecanicista.
Podemos dizer que essas pesquisas foram contingentes, no sentido em que procuram
compreender e explicar o modo como às empresas funcionavam em diferentes condições que
variam de acordo com o ambiente ou contexto que a empresa escolheu como seu domínio de
operação. Ou seja, podemos dizer que essas condições são ditadas de fora da empresa, isto é,
do seu ambiente. Essas contingências externas podem ser consideradas oportunidades e
imperativos ou restrições e ameaças que influenciam a estrutura e os processos internos da
organização.
O ambiente é tudo aquilo que envolve externamente uma organização (ou um sistema). É o
contexto dentro do qual uma organização está inserida. Como o ambiente é vasto, envolvendo
tudo o mais ao redor da organização, ele pode ser analisado em dois segmentos:
Ambiente Geral: é o macroambiente, ou seja, o ambiente genérico e comum a todas as
organizações. O ambiente geral é constituído de um conjunto de condições semelhantes para
as organizações. As principais dessas condições são: condições tecnológicas, econômicas,
políticas, legais, demográficas, ecológicas e culturais.
Ambiente de tarefa: é o ambiente mais próximo e imediato de cada organização. É o
segmento do ambiente geral do qual uma determinada organização extrai as suas entradas e
deposita suas saídas. Ele é constituído por: fornecedores de entradas, clientes ou usuários,
concorrentes e entidades reguladoras.
O grande problema com que as organizações de hoje se defrontam é a incerteza. Aliás, a
incerteza é o grande desafio atual da Administração. Contudo, a incerteza não está no
ambiente. A incerteza está na percepção e na interpretação das organizações e não na
realidade ambiental percebida. Parece mais adequado falar-se em incerteza na organização,
pois o mesmo ambiente pode ser percebido de maneiras diferentes por duas organizações.
Tecnologia é o conhecimento que pode ser utilizado para transformar elementos materiais em
bens ou serviços, modificando sua natureza ou suas características. A tecnologia tem a
propriedade de determinar a natureza da estrutura e do comportamento organizacional. Existe
um forte impacto da tecnologia sobre a vida, natureza e funcionamento das organizações.
Toda organização tem que adotar uma tecnologia podendo ser ela tosca, isto é, grosseira, rude
ou sofisticada, como o uso de computadores, mas todas as organizações precisam de uma
tecnologia para funcionar e chegarem aos fins desejados. Na parte administrativa, a tecnologia
é desenvolvida nas organizações através de Know-how, os resultados são obtidos com os
serviços e produtos.
A tecnologia não incorporada são as pessoas competentes para desenvolver sua função dentro
da empresa e a tecnologia incorporada é o capital (dinheiro), matérias-primas, etc. seja qual
for, está presente no dia a dia das empresas, transformando as matérias-primas em produtos
consumíveis e produtivos para a humanidade.
A tecnologia variável ambiental é aquela que assume a tecnologia criada para outras empresas
de seu ambiente de tarefa em seus sistemas de dentro para fora. A tecnologia variável
organizacional é quando a tecnologia esta presente em sua empresa, influencia e desempenha
melhor em seu ambiente de tarefa.
Enfim, a tecnologia cria incentivos nas empresas para levar os administradores a melhorarem
cada vez mais a eficiência, mas sempre dentro dos limites do critério normativo. Por isso, a
tecnologia tem influenciado muito sobre as organizações e seus participantes.
A abordagem contingencial conclui que os fatores ambientes e tecnologia são fundamentais
para o equilíbrio e ponderação dentro das organizações, podendo tais aspectos atuarem como
oportunidade ou restrições que influenciam a estrutura e os processos internos da organização
e que tais fatores devem ser constantemente identificados, especificados e reformulados para
uma Administração equilibrada e de acordo com seu objetivo alcançado.
3 - PESQUISA
Pesquisa de Chandler sobre Estrutura e Estratégia
Alfred Chandler realizou uma investigação histórica sobre as mudanças estruturais de grandes
organizações relacionando-as com a estratégia de negócios. O autor estuda a experiência de
quatro grandes empresas americanas (Dupont, General Motors, Standard Oil e a Sears
Roebuck), e examina comparativamente essas corporações americanas demonstrando como a
sua estrutura foi sendo continuamente adaptada e ajustada a sua estratégia. A conclusão de
Chandler é que a estrutura organizacional das grandes empresas americanas foi sendo
gradativamente determinada pela sua estratégia mercadológica. A estrutura organizacional
corresponde ao desenho da organização, isto é, a forma organizacional que ela assumiu para
integrar seus recursos, enquanto a estratégia corresponde ao plano global de alocação de
recursos para atender as demandas do ambiente.
Pesquisa de Burns e Stalker sobre Organizações
Tom Burns e G. M. Stalker pesquisaram vinte indústrias inglesas para verificar a relação
existente entre as práticas administrativas e o ambiente externo dessas indústrias.
Impressionados com os diferentes procedimentos administrativos encontrados nessas
indústrias, classificaram-nas em dois tipos: mecanística e orgânica.
A conclusão de Burns e Stalker é que a forma mecanística de organização é apropriada para
condições ambientais estáveis, enquanto que a forma orgânica é apropriada para condições
ambientais de mudanças e inovação. Em resumo, há um imperativo ambiental, isto é,
ambiente que determina a estrutura e o funcionamento das organizações.
Pesquisa de Lawrence e Lorsch sobre o ambiente
Paul R. Lawrence e Jay W. Loesch fizeram uma pesquisa sobre o defrontamento entre
organização e ambiente que marca o aparecimento da Teoria da Contingência. Este nome
derivou desta pesquisa. Estes autores, preocupados com as características que as empresas
devem ter para enfrentar com eficiência as diferentes condições externas, tecnológicas e de
mercado, fizeram uma pesquisa sobre três empresas com diferentes meios industriais
(plásticos alimentos empacotados e recipientes/containers). Os autores concluíram que os
problemas organizacionais básicos são: a diferenciação e a integração.
Integração requerida e Diferenciação requerida referem-se a predições do ambiente da
empresa que mais se aproxima das características requeridas pelo ambiente, onde terá mais
sucesso do que a empresa que se afasta muito delas.
Em resumo, a Teoria da Contingência explica que não há nada de absoluto nos princípios da
administração. Os aspectos universais e normativos devem ser substituídos pelo critério de
ajuste entre cada organização e seu ambiente e tecnologia.
Pesquisa de Woodward sobre a Tecnologia.
Joan Woodward organizou uma pesquisa para saber se os princípios da administração
propostos pelas teorias administrativas se relacionavam com êxito do negócio quando
colocados em prática. A pesquisa envolveu 100 empresas de vários tipos de negócios, nas
quais foram classificadas em três grupos de tecnologia de produção: produção unitária ou
oficina, produção em massa e produção continua.
Em resumo, há um imperativo tecnológico, isto é, a tecnologia adotada pela empresa
determina a sua estrutura e comportamento organizacional.
4 - CONCLUSÃO
Esta pesquisa mostrou que não existe uma única maneira de melhor de organizar, em vez
disso, as organizações precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais.
Assim a Teoria da Contingência apresentam os seguintes aspectos básicos: a organização é de
natureza sistêmica; ela é um sistema aberto. As variáveis organizacionais apresentam um
complexo inter-relacionamento entre si e com o ambiente.
Para se ter boas medidas na administração são necessárias ter além de diferentes tipos de
enfoques, tarefas e organizações, se analisarem principalmente o ambiente o qual está
inserido. Essas são as principais idéias ao enfoque contingencial da organização na moderna
análise organizacional de Gareth Morgan.
Concluiu que há uma estreita dependência da organização em relação ao seu ambiente e a
tecnologia adotada, onde uma organização não depende dela própria, mas das circunstancias
ambientais e da tecnologia que ela utiliza no momento.
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA
MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. São Paulo: Editora Atlas, 1996.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Editora Atlas, 1980.
CHIAVE NATO, Idalberto. Introdução À Teoria Geral da Administração. 2º Ed. Rio de
Janeiro: Editora Campus, 2000.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 6º Ed. Rio de Janeiro: Editora
Campus, 2002.
Dutra, Gilberto W. Barreto, Willian B. O Portal do Administrador. Teoria da Contingência.
Disponível: http://www.administradores.com.br. Acesso em: 25 junho 2012.

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