Tratamento cognitivo comportamental em grupo para fobia social

Transcrição

Tratamento cognitivo comportamental em grupo para fobia social
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Excluído: ¶
¶
Projeto de Doutorado para
Qualificação¶
Formatado: Justificado
Tratamento cognitivo comportamental em grupo para fobia social:
desenvolvimento e avaliação de uma proposta combinando teatro do
Formatado: Fonte: Itálico
oprimido e videofeedback.
Excluído: <sp>
Tese de doutorado submetida ao corpo docente do
Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Instituto
de Psicologia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários
à obtenção do grau de doutor em psicologia.
Formatado: Fonte: 16 pt
Maria Amélia Penido
Formatado: Fonte: 16 pt
Excluído: ¶
Formatado: Fonte: 16 pt
Excluído: ¶
fevereiro/2009
Formatado: Centralizado,
Espaçamento entre linhas:
Duplo
Excluído: Por Maria Amélia
Penido¶
Março/2007¶
Formatado: Esquerda
1
FICHA CATALOGRÁFICA
Formatado: Normal
Formatado: Justificado
Penido, Maria Amélia
Tratamento cognitivo comportamental, em grupo,
para fobia social: desenvolvimento e avaliação de
uma proposta combinando teatro do oprimido e
videofeedback. Rio e Janeiro: IP/UFRJ, 2009.
Orientador: Bernard Pimentel Rangé
Tese (Doutorado) – Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia, 2009.
2
3
DEDICATÓRIA:
“Rir é arriscar parecer tolo
Chorar é arriscar parecer sentimental
Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento
Expor sentimentos é arriscar rejeição
Expor seus sonhos perante a multidão
É arriscar parecer ridículo
Amar é arriscar não ser amado de volta
Seguir adiante face às probabilidades irresistíveis
É arriscar ao fracasso
Apenas uma pessoa que corre riscos é livre”.
Alexandre Lowen
que
participaram
acreditaram
comigo
Formatado: Direita, Recuo:
Esquerda: 4,99 cm, Primeira
linha: 1,25 cm
Formatado: Direita, Recuo:
Esquerda: 7,49 cm
Formatado: Direita
Formatado: Fonte: 14 pt,
Negrito
Dedico esse estudo a todos as
pessoas
Formatado: Direita
Formatado: Justificado,
Espaçamento entre linhas:
Duplo
e
Formatado: Centralizado
Formatado: Fonte: 14 pt,
Negrito
dessa
Formatado: Fonte: 14 pt,
Negrito
pesquisa.
Formatado: Fonte: 14 pt,
Negrito
Formatado: Direita
4
AGRADECIMENTOS:
Formatado: Esquerda,
Espaçamento entre linhas:
simples
As pessoas que tornaram esse trabalho possível aceitando participar da pesquisa; os clientes.
Formatado: Fonte: Times
New Roman
Bernard Pimentel Rangé, meu orientador, amigo e modelo pelo qual tenho profunda admiração.
As co-terapeutas Carla Giglio, Larissa Lessa, Priscila Lourenço Leite pela competência, organização,
dedicação e imensa contribuição ao longo do percurso.
Ao Daniel Sampaio, por seu incentivo, apoio, amor e carinho. Companheiro sempre presente em todas
as minhas conquistas, do vestibular ao doutorado, me dando força.
Ao meu filho, pela alegria imensa com sua chegada.
A Kátia Cristina De Oliveira Telles, pessoa especial que admiro muito, por seu apoio sempre
incondicional.
À minha família: minha mãe pelo exemplo de vida; meus irmãos: Cristiana Penido, Henrique Penido,
Marianna Penido Cesário Alvim, meu cunhado Thiago Cesário Alvim e sobrinhos: Bibi e Pedro pela
amizade a apoio.
A meu pai, Henrique Penido (in memoriam)
Formatado: Fonte: Itálico
As minhas amigas Paola Rocha, Rosana Correa, Marcella Sampaio e Ana Luiza Thiago irmãs por opção,
sempre presentes na minha vida.
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Não
Negrito, Não Itálico
Formatado: Fonte: Não
Negrito, Não Itálico
As minhas sócias e amigas Fernanda Pereira, Luciana Rizo e Fabiana Trotta pelo incentivo e carinho.
Formatado: Fonte: Não
Negrito
A Heitor Pontes Hirata, Fernanda Ponce de Leon Arruda e Sthefani Nogueira Saraiva pelo interesse e
empenho.
Formatado: Fonte: Não
Negrito, Não Itálico
A Eliane Falcone, Ivan Figueira, Paula Ventura, Patrícia Pacheco, Zilda Del Prette, Lucia Novaes e
Leonardo Fontenelle pela disponibilidade, exemplo e contribuição.
A Mônica Rodrigues Campos, pela ajuda na construção do banco de dados e na análise estatística.
Formatado: Fonte: Não
Negrito, Não Itálico
Formatado: Fonte: Times
New Roman
Formatado: Fonte: Times
New Roman
A Maria de Fátima Klotz pela revisão de texto e apoio.
Formatado: Fonte: Times
New Roman
A Ana Cristina Brasil Arcos e Giancarlo Quadros dos Santos Mauro pela boa vontade e atenção
Formatado: Fonte: Times
New Roman
5
RESUMO:
INTRODUÇÃO: A fobia social é considerada um transtorno grave, de curso crônico, que pode chegar a
ser incapacitante. É o segundo transtorno psiquiátrico mais comum, havendo estimativas de que possa
atingir mais de 13% da população geral. È um transtorno cuja característica básica é o medo de ser
avaliado negativamente, em situações sociais. Os fóbicos sociais têm medo de agir, comportar-se ou
mostrar sintomas de ansiedade de maneira que lhes seja embaraçoso ou humilhante, e procuram evitar as
situações sociais ou suportá-las com bastante desconforto. Não evitam apenas estar em situações sociais,
mas também fogem de contato social desviando o olhar, falando baixo e o menos possível, com a cabeça
baixa e os ombros para dentro. Atualmente o tratamento considerado mais efetivo para a fobia social é a
terapia cognitivo-comportamental, em grupo. METODOLOGIA: O presente trabalho é a descrição dos
resultados de uma pesquisa que teve como objetivo desenvolver um programa de tratamento psicológico,
estruturado para fobia social, aliando a terapia cognitivo-comportamental, em grupo, às técnicas do
Teatro do Oprimido e também técnicas de videofeedback, e avaliar a eficácia desse tratamento em
comparação a um grupo controle em lista de espera. Também avaliou especificamente o uso do
videofeedback no treinamento da habilidade social de falar em público. Foram avaliados 35 sujeitos que
participaram do tratamento e 21 sujeitos em lista de espera. As avaliações ocorreram antes do início da
terapia, ao final da terapia e após um mês do término da terapia. Foram realizadas 17 sessões com
duração de duas horas cada e uma sessão com duração de quatro horas; referente à avaliação do uso do
videofeedback no desenvolvimento da habilidade social de falar em público. As sessões ocorreram duas
vezes por semana. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram: Ficha de Identificação; Critério Brasil;
Inventário Beck de Depressão; Inventário Beck de Ansiedade; Inventário de Ansiedade e Fobia Social
(SPAI); Inventário de Habilidades Sociais (IHS); Escala de Fobia Social; Escala de Medo da Avaliação
Negativa (FNE); Escala de Auto-Estima, e os resultados referentes à sessão de videofeedback, avaliados
pelos seguintes instrumentos: Escala de Avaliações Global de Desempenho da Habilidade de Falar em
Público; Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade, e Escala de Avaliação de Desempenho da
Habilidade de Falar em Público. Os instrumentos da sessão de videofeedback foram utilizados apenas no
grupo experimental nos períodos pré e pós videofeedback. RESULTADOS: Foram realizadas duplas
digitações dos dados de todos os instrumentos utilizados na pesquisa e posterior checagem das mesmas,
com correções dos itens discordantes. Para a análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS
versão 8.0. Os resultados encontrados mostram uma diferença, estatisticamente significativa, entre os
resultados do grupo controle e do grupo experimental, inclusive na avaliação da habilidade de falar em
público da sessão de videofeedback. O grupo experimental melhorou significativamente e o grupo
controle não. CONCLUSÕES: Os resultados encontrados indicam que o modelo proposto se mostrou
mais eficaz que a passagem do tempo e o uso do videofeedback, para o desenvolvimento da habilidade
falar em público, foi uma intervenção efetiva.
Palavras-Chave: fobia social, cognitivo-comportamental, videofeedback, teatro do oprimido.
Formatado: Centralizado,
Espaçamento entre linhas:
Duplo
6
ABSTRACT:
INTRODUCTION: social phobia is considered to be a serious disorder, of chronic course that can lead
to incapability. It is the second most common psychiatric disorder, being estimated to reach more than
13% of ordinary population. It is characterized by its carrier’s fear to be evaluated negatively in social
situations. Social phobia patients are afraid to act, behave or demonstrate symptoms of anxiety that
might be embarrassing or humiliating, trying thus to prevent themselves from social situations or on the
other hand cope with the discomfort. They not only, prevent getting involved in social situations but also
flee from social contact by deviating eye contact, speaking the least possible and as low as possible,
head directed to feet and shoulders inward. Today, the treatment considered the most effective for social
phobia is the cognitive behavior therapy in group. METHODOLOGY: this present work is a description
of the results acquired from a research that had the objective of developing a program of structured
psychological treatment for social phobia, aliening behavioral cognitive therapy in group to techniques
of Theater of Oppressed Individuals and also Videofeedback techniques to evaluate the efficiency of this
treatment in comparison to a Control group in stand by list. It was also evaluated, specifically, the use of
videofeedback in the training of the ability to speak out in public. Thirty-five patients who participated in
the treatment, and twenty-one individuals on the stand by list, were evaluated. The evaluations occurred
before the beginning of the therapy, at the end of the therapy and after a month past the end of the
therapy. Seventeen sessions, two hours each and one, lasting four hours; referring to the evaluation of
the videofeedback in the development of social ability of speaking out to an audience were performed.
Thirty-five individuals were evaluated while participating. The sessions happened twice a week.
Instruments used in the research were: Identification slip, Brazil Criterion, Beck Depression Inventory,
Beck Anxiety Inventory; Social Phobia Anxiety Inventory (SPAI); Social Ability Inventory (SAI);
Social Phobia Scale; Fear of Negative Evaluation (FNE); Self Esteem Scale and the results referring to
the videofeedback session, evaluated by the following instruments: Global Scale of Evaluations of
accomplishment of the ability to speak out in public.; Scale of Anxiety Symptom Perception and Scale
of Evaluation of the accomplishment of the ability to speak out in public. The instruments of the
videofeedback session were used only in the experimental group when they were in the pre and post
videofeedback. RESULTS: Double data process was performed in all instruments utilized in the research
and later used in the checking of same; with corrections of the discrepant items. For analysis of the data,
the SPSS statistics pack (version 8.0) was used. The results found showed a significant statistical
difference between the control group and the experimental group, including the evaluation of the ability
to speak out in public in the videofeedback session. The experimental group improved in a significant
way, while the control group did not. CONCLUSIONS: The protocol proposed proved to be more
effective than the passing of time. The videofeedback techniques showed more effective results in the
development of the social ability to speak out in public.
Key Words: social phobia, cognitive behavior therapy, videofeedback, theater of the oppressed.
Formatado: Espaçamento
entre linhas: Duplo
Formatado: Centralizado,
Espaçamento entre linhas:
Duplo
7
Lista de Tabelas e Gráficos
Tabela 1
Distribuição das médias das idades segundo os grupos de comparação do
estudo
162
Tabela 2
Distribuição da frequencia da variável gênero segundo os grupos de
comparação do estudo
163
Tabela 3
Distribuição dos pacientes por estado civil segundo os dois grupos de
investigação do estudo
163
Tabela 4
Distribuição dos pacientes por condição de trabalho segundo os dois grupos de
investigação
164
Tabela 5
Distribuição dos pacientes por nível de escolaridade segundo os dois grupos de
investigação
165
Tabela 6
Distribuição dos pacientes por história de tratamento psicológico segundo os
dois grupos de investigação
165
Tabela 7
Distribuição dos pacientes por uso de antidepressivo segundo os dois grupos
de investigação
166
Tabela 8
Distribuição dos pacientes por uso de ansiolítico segundo os dois grupos do
estudo
166
Tabela 9
Distribuição dos pacientes por consumo de álcool segundo os dois grupos de
investigação
167
Tabela 10
Distribuição dos pacientes por vivência de evento traumático segundo os dois
grupos de investigação
168
Tabela 11
Distribuição dos pacientes por Classe Social segundo os dois grupos de
investigação
168
Tabela 12
Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de depressão segundo
os dois grupos de investigação
169
Tabela 13
Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de ansiedade segundo
os dois grupos de investigação
170
Tabela 14
Di15stribuição das médias dos Inventários Beck de Depressão e An16seidade
segundo os dois grupos de investigação
171
8
Tabela 15
Di18stribuição da frequencia dos pacientes por categorias de fobia19 social
segundo os dois grupos de investigação
173
Tabela 16
Distribuição das médias dos escores do SPAI segundo os dois grupos de
investigação
175
Tabela 17
Distribuição das médias do escore total e fatores do IHS segundo os dois
grupos de investigação
175
Tabela 18
Distribuição da frequencia dos pacientes por categoria no fator enfrentamento
com risco do IHS segundo os dois grupos de investigação
177
Tabela 19
Distribuição da frequencia dos pacientes por categorias de intensidade da
ansiedade de acordo com a Escala de Fobia social segundo os dois grupos de
investigação
178
Tabela 20
Distribuição da frequencia dos pacientes por categorias de evitação de
situações sociais de acordo com a Escala de Fobia social segundo os dois
grupos de investigação
179
Tabela 21
Distribuição das médias da escala de fobia social segundo os grupos de
investigação
180
Tabela 22
Distribuição de frequencia dos pacientes por categoria de acordo com a escala
FNE nos dois grupos de comparação do estudo
181
Tabela 23
Distribuição das médias da escala FNEsegundo os dois grupos de comparação
do estudo
182
Tabela 24
Distribuição de frequencia dos pacientes por categoria de acordo com a Escala
de Auto-Estima nos dois grupos de comparação do estudo
183
Tabela 25
Distribuição das médias da Escala de Auto-Estima segundo os dois grupos de
comparação do estudo
184
Tabela 26
Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de acordo com a EAGD
no grupo experimental em dois periodos de avaliação
185
Tabela 27
Distribuição das médias da EAGD segundo o grupo experimental em dois
periodos de avaliação
185
Tabela 28
Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de acordo com a EPSA
segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação
186
9
Tabela 29
Distribuição das médias da EPSA segundo o grupo experimental em dois
periodos de avaliação
187
Tabela 30
Distribuição de fequencia dos pacientes por categoria de acordo com a EAD
segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação
188
Tabela 31
Distribuição das médias da EAD segundo o grupo experimental em dois
periodos de avaliação
189
Gráfico 1
Box-plot da variável idade segundo os grupos de comparação do estudo
189
Gráfico 2
Box-plot dos escores dos Inventários Beck de Depressão e Ansiedade segundo
os dois grupos de comparação do estudo nos tr~es períodos de investigação
162
Gráfico 3
Box-plot das médias do SPAI segundo os dois grupos de comparação do
estudo nos três períodos de investigação
172
Gráfico 4
Box-plot das médias dos fatores da Escala de Fobia Social segundo os dois
grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação
174
Gráfico 5
Box-plot das médias da FNE segundo os dois grupos de comparação do estudo
nos três períodos de investigação
180
Gráfico 6
Box-plot das médias da Escala de Auto-Estima segundo os dois grupos de
comparação do estudo nos três períodos de investigação
182
Gráfico 7
Box-plot das médias da EAGD segundo o grupo experimental em dois períodos
de avaliação
184
Gráfico 8
Box-plot das médias da EPSA segundo o grupo experimental em dois períodos
de avaliação
186
Gráfico 9
Box-plot das médias da EAD segundo o grupo experimental em dois períodos
de avaliação
187
10
Lista de Siglas
ABA
Associação Brasileira de Anunciantes
ABIPEME
Associação Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado
ANEP
Associação Nacional das Empresas de Pesquisa de Mercado
APA
American Psychology Association
CIS-R
Clinical Interview Schedule
DPA
Divisão de Psicologia Aplicada
DSM
Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais
EAD
Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade Falar em Público
Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade Falar em
EAGD
Público
EPSA
Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade
FNE
Escala de Medo da Avaliação Negativa
IHS
Inventário de Habilidades Sociais
NCS
Nacional Comorbidity Survey
OMS
Organização Mundial da Saúde
SCID-II
Structured Clinica Interview for DSM-III Personality Disirders
SPAI
Inventário de Ansiedade e Fobia Social
TA
Treino Assertivo
TCC
Terapia Cognitivo-Comportamental
THS
Treinamento em Habilidades Sociais
TKS
Taijin Kyofusho
TO
Teatro do Oprimido
TREC
Terapia Racional Emotivo Comportamental
UFRJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Formatado: Esquerda,
Espaçamento entre linhas:
Duplo
11
Excluído: ¶
Formatado: Cor da fonte:
Automática
SUMÀRIO
Formatado: Cor da fonte:
Automática
1. INTRODUÇÂO
16
1.1 OBJETIVOS
18
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
18
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
18
2.1 FOBIA SOCIAL:
18
2.1.1 Descrição do Transtorno
18
2.1.2 Curso
19
2.1.3 Subtipos
19
2.1.4 Prevalência
20
2.1.5 Comorbidades
21
2.1.6 Diferenças Culturais
25
2.2 ETIOLOGIA DA FOBIA SOCIAL
26
2.2.1 Fatores hereditários
26
2.2.2 Fatores biológicos
26
2.2.3 Condicionamento clássico e operante
28
2.2.4 Fatores neurobiológicos
29
2.2.5 Modelo de preparo
31
2.2.6 Aprendizagem vicária
34
2.2.7 Fatores etológicos
34
3. TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL
35
3.1 TERAPIA COGNITIVA
38
3.2 MODELO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA FOBIA SOCIAL
39
3.3 TRATAMENTO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA FOBIA SOCIAL
42
3.3.1 Terapia cognitivo-comportamental em grupo
43
3.3.2 Terapia cognitivo-comportamental em grupo para fobia social
50
4. HABILIDADES SOCIAIS:
4.1 TREINAMENTO EM HABILIDADES SOCIAIS
51
56
4.1.1 Treinamento em Habilidades Sociais e Fobia Social
60
4.1.2 Habilidade Social Falar em Público
62
5. TEATRO DO OPRIMIDO
5.1 Teatro do Oprimido e Terapia Cognitivo-Comportamental
Formatado: Cor da fonte:
Automática
68
72
VIDEO COMO FEEDBACK
74
7. MÉTODO
82
12
7.1 Tipo de estudo
82
7.2 Local do estudo
82
7.3 População estudada
82
7.4 Instrumentos
82
7.4.1 CIS_R- Clinical Interview Schedule
82
7.4.2 SCID-III Structured Clinical Interview for DSM-III Personality Disorders
83
7.4.3 Ficha de identificação
83
7.4.4 Critério Brasil
83
7.4.5 Inventário de Ansiedade e Fobia Social- SPAI
83
7.4.6 Inventário de Habilidades Sociais- IHS
84
7.4.7 Inventário Beck de Ansiedade
85
7.4.8 Inventário Beck de Depressão
85
7.4.9 Escala de Fobia Social
85
7.4.10 Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE)
85
7.4.11 Escala de Auto-Estima
85
7.4.12 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade de falar em
86
7.4.13 Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade da Habilidade de Falar em
Público
86
7.4.14 Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em Público
87
7.5 Critérios de inclusão
87
7.6 Critérios de exclusão
87
7.7 Aspectos éticos
87
7.8 Procedimentos
88
7.9 Descrição do protocolo de tratamento em grupo utilizado na pesquisa
91
8 RESULTADOS
8.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA
161
162
8.1.1 Idade
162
8.1.2 Gênero
163
8.1.3 Estado Civil
163
8.1.4 Condição de trabalho atual
164
8.1.5 Grau de escolaridade
165
8.1.6 Tratamento psicológico
165
8.1.7 Uso de medicação
166
8.1.8 Consumo de álcool para manejo de ansiedade
166
8.1.9 Vivência de evento traumático precipitante
167
8.2 CRITÉRIO BRASIL
167
13
8.3 INVENTÁRIOS BECK DE DEPRESSÃO E ANSIEDADE
168
8.3.1 Inventário Beck de Depressão
168
8.3.2 Inventário Beck de Ansiedade
169
8.4 INVENTÁRIO DE ANSIEDADE E FOBIA SOCIAL (SPAI)
172
8.5 INVENTÁRIO DE HABILIDADES SOCIAIS (IHS)
174
8.6 ESCALA DE FOBIA SOCIAL
177
8.7 ESCALA DE MEDO DA AVALIAÇÃO NEGATIVA (FNE)
181
8.8 ESCALA DE AUTO-ESTIMA
182
8.9 ESCALAS DE AVALIAÇÃO DA SESSÃO DE VIDEOFEEDBACK
184
8.9.1 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade de falar em Público
186
8.9.2 Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade da Habilidade de Falar em
Público
187
8.9.3 Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em Público
187
9 DISCUSSÃO
190
10 CONCLUSÃO
195
11 REFERÊNCIAS
198
12 APÊNDICES
206
12.1 APOSTILA ENTREGUE A PACIENTES
12.1.1Descrição do relaxamento proposto
207
248
12.2 GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DA SESSÃO DE VIDEOFEEDBACK
249
13. ANEXOS:
250
13.1 Aprovação do Comitê de Ètica
251
13.2 Termo de consentimento Livre e Esclarecido
252
13.3 Ficha de identificação
253
13.4 Critério Brasil
254
13.5 Inventário Beck de Depressão
255
13.6 Inventário Beck de Ansiedade
257
13.7 Inventário de Ansiedade e Fobia Social- SPAI
258
13.8 Inventário de Habilidades Sociais- IHS
263
13.9 Escala de Fobia Social
266
13.10 Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE)
268
13.11 Escala de Auto-Estima
269
13.12 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade de falar em Público
271
13.13 Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade da Habilidade de Falar em
Público
13.14 Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em Público
272
273
14
Formatado: Recuo: Esquerda:
0 cm, Espaçamento entre
linhas: 1,5 linha
1. INTRODUÇÃO
Excluído: Justificativa
Uma característica básica da vida humana é a sociabilidade. É bastante improvável que a vida humana
Formatado: Fonte: Negrito
pudesse existir no isolamento social. O caráter societário da vida humana aparece no pensamento de
filósofos gregos desde o célebre pensamento de Aristóteles “O homem é um animal social” (Del Prette
& Del Prette, 1999). Se a vida humana ocorre em sociedade podemos considerar que a dificuldade de
interagir socialmente constitui um problema relevante. A maioria das pessoas apresenta alguma
dificuldade interpessoal, porém, quando essa dificuldade é extrema e causa prejuízos significativos à
vida do indivíduo então é caracterizada como patológica.
Excluído: ansiedade social
A fobia social é um transtorno cuja característica básica é o medo de ser avaliado negativamente em
situações sociais. O fóbico social tem medo de agir, comportar-se ou mostrar sintomas de ansiedade de
maneira que lhe seja embaraçoso ou humilhante, e procura evitar as situações sociais ou suportá-las com
Excluído: ansiedade social
bastante desconforto. Atualmente o tratamento considerado mais efetivo para a fobia social é a terapia
cognitivo-comportamental, em grupo, (Caballo,2003; Falcone & Figueira, 2001).
O interesse pelo desenvolvimento desse tema surgiu ao longo do meu curso de graduação e mestrado.
Nesse período realizei trabalhos na área clínica com abordagem cognitivo-comportamental, realizei um
projeto de iniciação científica cujo tema era a utilização do vídeo em pesquisa psicossocial e desenvolvi
um trabalho em grupo referente à utilização de técnicas de teatro do oprimido, aplicadas à psicologia. No
mestrado trabalhei com avaliação do repertório de habilidades sociais de pacientes com fibromialgia.
Como estagiária da Divisão de Psicologia Aplicada (DPA-UFRJ) tive a oportunidade de trabalhar com
pacientes fóbicos sociais como terapeuta em um tratamento cognitivo-comportamental, em grupo. O
elemento principal desse tratamento foi à reestruturação cognitiva combinada à exposição, ao vivo.
Intervenção de eficácia comprovada. Porém, ao realizar esse grupo, percebi a necessidade de trabalhar
mais o repertório não verbal dos pacientes. Os fóbicos sociais não evitam apenas estar em situações
sociais, mas também fogem do contato social desviando o olhar, falando baixo e o menos possível, com
a cabeça baixa e os ombros para dentro.
15
Integrar técnicas de teatro e vídeo ao tratamento poderia maximizar a eficácia da terapia cognitivoExcluído: ansiedade social
comportamental, em grupo, para fobia social; melhorando a qualidade de vida de pessoas com esse
problema. Essa proposta possibilita trabalhar a reestruturação cognitiva e a exposição, de maneira
criativa, além de trabalhar o repertório gestual e a imagem dos pacientes fazendo com que, ao fim da
terapia, eles tenham adquirido ferramentas suficientes para interagir socialmente.
Excluído: ansiedade social
De acordo com o DSM-IV-TR (2002), os indivíduos com fobia social podem ter habilidades sociais
deficientes (e.g., contato visual direto deficiente ou inadequado) ou sinais de ansiedade como tremor,
rubor e mãos úmidas. Pessoas com esse problema podem ter um desempenho abaixo do esperado no
trabalho, em função da ansiedade durante trabalhos em grupo, de falar em público ou com figuras de
autoridade e colegas, ou podem se engajar em comportamentos de esquiva dessas situações. Muitas
vezes essas pessoas dispõem de redes diminuídas de apoio social e têm dificuldade de interagir com o
gênero oposto, tendo menor probabilidade de estabelecer relações estáveis e duradouras. Em casos
graves, os indivíduos podem abandonar os estudos ou perder o emprego, não procurando outro em
virtude da dificuldade em realizar entrevistas. É comum também que essas pessoas tenham qualificação
para ocupar cargos melhores do que ocupam, rejeitando promoções em função dessa patologia.
Excluído: ansiedade social
A fobia social é uma patologia grave que pode chegar a ser incapacitante. É o 3º transtorno psiquiátrico
mais comum, havendo estimativas de que possa atingir 13% da população geral (Echeburúa, 1997).
Considero que todas essas características tornam relevante o tema proposto.
Caballo (2003) ressalta a importância de se dispor de programas de tratamento psicológicos estruturados
e protocolizados. Isso não constitui um impedimento para que o terapeuta possa modificar, eliminar ou
Excluído: ansiedade social
incluir os elementos que acredite ser necessários a um paciente com fobia social.
A existência de programas estruturados daria a muitos psicólogos uma maior segurança por
dispor de intervenções que se tenham mostrado eficazes com determinados transtornos
psicológicos, independentemente de que a experiência e o conhecimento que possua cada
psicólogo o ajudem a planejar uma intervenção que se adapte melhor às características
peculiares do sujeito ou grupo de sua prática clínica. (Caballo, 2003, p.114).
16
Formatado: Sem sublinhado
1.1 Objetivos
Desenvolver um programa de tratamento psicológico estruturado para fobia social, aliando a terapia
cognitivo-comportamental, em grupo, a técnicas do Teatro do Oprimido e técnicas de vídeofeedback.
Excluído: e em comparação a um
tratamento cognitivo
comportamental sem teatro e
videofeedback¶
Avaliar a eficácia desse tratamento em comparação a um grupo controle em lista de espera
1.2. Objetivos específicos
Formatado: Fonte: Itálico
-Avaliar especificamente o uso do videofeedback no treinamento da habilidade de falar em público.
Formatado: Normal,
Justificado
-Realizar um grupo controle em lista de espera sem atendimento psicológico.
observados ao falar em público, ao tocar piano ou ao escrever (citado por Heckelman & Schneie, 1995).
Excluído: ¶
-Realizar um grupo de tratamento
cognitivo comportamental sem
técnicas de teatro e videofedback¶
-Realizar o protocolo de
psicoterapia cognitivo
comportamental em grupo com as
técnicas de videofeedback e teatro
do oprimido avaliando sua eficácia
em comparação ao grupo de
tratamento cognitivo
comportamental sem técnicas de
teatro do oprimido e videoffedback ¶
-Comparar as duas intervenções de
tratamento com o grupo controle
em lista de espera sem tratamento¶
¶
¶
¶
¶
¶
¶
¶
¶
¶
¶
¶
O conceito atual de fobia social começa a ser esboçado na década de 60, pelos trabalhos de Marks e
Excluído: Fundamentação
Teórica
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Fobia Social (Transtorno de ansiedade social).
2.1.1 Descrição do Transtorno.
Observamos, ao longo da história, que o medo e a ansiedade em situações sociais têm sido descritos nos
mais diferentes contextos. Os termos síndrome da timidez, fobia social e evitação social aparecem na
literatura desde os tempos antes de Hipócrates. O termo fobia social aparece descrito, pela primeira vez,
nos estudos de Janet, que datam de 1903, referindo-se a pacientes que apresentam medo de serem
Excluído: ¶
Gelder (1966) que descrevem uma condição em que um indivíduo fica muito ansioso em situações que
se considera exposto à observação e avaliação alheia. Marks continua a estudar esse fenômeno,
Formatado: Sem sublinhado
Excluído: Ansiedade Social
Formatado: Sem sublinhado
desenvolvendo o conceito de fobia social, que em 1980 passa a fazer parte do DSM-III (APA, 1980).
Formatado: Sem sublinhado
Essa data marca o aparecimento da fobia social como entidade nosológica, sendo definido como um
Excluído: ¶
medo excessivo e irracional, acompanhado de um desejo de evitar situações em que o indivíduo é
Excluído: ansiedade social
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Justificado
exposto à avaliação dos outros.
17
Em 1994 é publicado o DSM-IV (APA, 1994), que descreve com mais precisão o conceito de fobia
social, que passa a caracterizar-se pelo medo excessivo de comportar-se de maneira embaraçosa ou
humilhante, associado à necessidade do indivíduo de evitar situações em que possa ser observado ou
avaliado por outros. Estando nas situações temidas, os fóbicos sociais podem apresentar sinais físicos de
ansiedade, como o aparecimento de rubor, sudorese, palpitação, tremor nas mãos ou da fala e urgência
em evacuar, urinar e/ou vomitar, ou apenas “autoconsciência” (tendência do indivíduo a concentrar a
atenção excessivamente em si mesmo) e medo (Heimberg, Liebowitz, Hope & Schneier, 1995; Rapee,
1995). As situações temidas mais freqüentes são: falar em público, ler ou assinar em público, comer e
beber diante de outras pessoas, falar ao telefone e a maioria das situações que envolvem contato
interpessoal. Essas características causam prejuízo significativo na vida profissional e social dos fóbicos
sociais, que passam a evitar as situações temidas ou suportá-las com grande desconforto (Clark & Wells,
1995; Heckelman et al, 1995). A evitação fóbica pode ser sutil: desviando os olhos, evitando iniciar uma
conversação; ou extrema, ao se evitar todos os contatos interpessoais fora do ambiente familiar, (Falcone
& Figueira, 2001).
De acordo com o CID-10 (OMS, 1993), a fobia social faz parte dos transtornos fóbicos e caracteriza-se
por um medo de ser exposto à observação atenta de outras pessoas. Assim esse medo leva à esquiva de
situações sociais.
2.1.2 Curso:
De acordo com o DSM-IV-TR (2002), a fobia social se inicia em uma fase intermediária da
adolescência, podendo emergir a partir de um histórico de inibição social ou timidez na infância. Pode
ser desencadeado por um evento estressante ou humilhante, ou pode ser insidioso. O curso é
freqüentemente contínuo e a duração é comumente vitalícia, podendo oscilar em gravidade ao longo dos
diferentes períodos da vida.
2.1.3 Subtipos:
Excluído: ansiedade social
A fobia social é dividida em dois subtipos. O subtipo de fobia social generalizada, quando os temores
estão relacionados à maioria das situações sociais, como: situações de desempenho em público e
situações de interação social (iniciar ou manter conversas, participar de grupos, interagir com pessoa do
18
gênero oposto, falar com figuras de autoridade, comparecer a festas). Os indivíduos que não preenchem
as características para o subtipo generalizado compõem um grupo heterogêneo denominado na
bibliografia como circunscrito, que inclui os que temem uma única situação de desempenho (por
exemplo, assinar ou comer em público), bem como aqueles que temem várias, mas não a maioria das
situações.
Como foi ressaltado por Falcone (1995) a inclusão do subtipo generalizado nos critérios diagnósticos da
fobia social constitui um avanço, uma vez que as formas generalizadas e circunscritas apresentam
diferenças significativas quanto a início, curso, prognóstico e tratamento. Na fobia social circunscrita a
incidência em homens é equivalente à incidência em mulheres; o distúrbio se inicia após os 10 anos e é
súbito, e o tratamento mais apropriado é a exposição com manejo de ansiedade; já na fobia social
generalizada, a incidência em homens é maior do que em mulheres, a fobia é mais severa, o tipo de fobia
é difuso e se inicia na infância; seu desenvolvimento é gradual e o tratamento mais apropriado é o treino
em habilidades sociais.
2.1.4 Prevalência:
Excluído: ansiedade social
A prevalência encontrada para a fobia social varia muito. Atualmente é considerado um dos transtornos
mentais mais frequentes, com prevalência variando de 3 a 13% (APA, 1994). Um estudo, realizado pelo
Nacional Comorbidity Survey (NCS), com 8.098 sujeitos, entre 15 e 54 anos, encontrou prevalência de
13,3%. Esses resultados colocam a fobia social como o 3º transtorno psiquiátrico mais comum, atrás do
alcoolismo com uma taxa de 14,1% e da depressão maior com uma taxa de 17,1% (Echeburúa,1997;
Formatado: Fonte: Itálico
Falcone & Figueira, 2001). Em 2008 foi realizada a replicação do estudo realizado pelo Nacional
Comorbidity Survey encontrando prevalência de 12,1% (Ruscio, Brown, Chiu Sareen, Stein & Kessler,
2008).
Essa variação pode depender do limiar usado para determinar sofrimento ou prejuízo e do número de
situações levantadas. Alguns estudos epidemiológicos apontam prevalência de 2 a 3 % de fóbicos sociais
na população geral, (Turner & Beidel 1989), porém esses dados podem ter sido subestimados, uma vez
que a população de indivíduos com fobia social é muito maior do que a que recebe tratamento. Alguns
19
autores consideram que indivíduos com fobia social acreditam que a timidez é uma característica de
personalidade, ou acreditam que os tratamentos existentes para esse problema são ineficazes, (Heimberg,
Dodge & Becker, 1987; Malerbi, Savoia & Bernick, 2000). Além disso, pessoas com esse transtorno
procuram tratamento por causa de outros transtornos de ansiedade e do humor em comorbidade com a
fobia social e muitas vezes os profissionais de saúde se encontram pouco informados para diagnosticar e
encaminhar corretamente esses pacientes, (Falcone & Figueira, 2001; Malerbi et al. 2000).
Excluído: -
2.1.5 Comorbidades:
A fobia social aparece muito freqüentemente associada a outros transtornos, principalmente a outros
transtornos de ansiedade. Segundo Barlow (1999), a presença de um transtorno de ansiedade aumenta a
probabilidade da ocorrência de outro. Vários estudos indicam que transtornos do Eixo I e do Eixo II são
prováveis de se associarem à fobia social. Num estudo realizado por Sanderson, DiNardo, Rapree e
Barlow (1990), com uma amostra de 24 fóbicos sociais, quase 60% dos indivíduos preencheram critérios
para outra síndrome clínica.
Um estudo realizado por Turner, Beidel, Borden, Stanley e Jacob (1991), teve como objetivo investigar
os transtornos do Eixo I e do Eixo II mais freqüentes de ocorrer em comorbidade com a fobia social.
Esse estudo examinou 71 fóbicos sociais e concluiu que a fobia social é frequentemente associada a
outro transtorno do Eixo I e do Eixo II: o transtorno de ansiedade generalizada é o transtorno do Eixo I
que apareceu mais comumente associado à fobia social (33%), seguido pela fobia simples (8%), no Eixo
II, o transtorno evitativo de personalidade (22%) seguido pelo transtorno de personalidade obsessivocompulsivo (9%), aparecem como transtornos mais prováveis de ocorrer com a fobia social.
Nos últimos anos o transtorno de ansiedade generalizada tem sido apontado como o transtorno do Eixo I
mais concorrente com a fobia social, seguido pelas fobias simples. Porém uma revisão recente de
Treviño et. al. (1999 citado por Falcone & Figueira, 2001), aponta a fobia simples como transtorno do
Eixo I mais concorrente, com um índice de 37,6% seguido pela agorafobia, com um índice de 23,3%. Os
transtornos do humor (41,4%) e o abuso de substâncias (39,6%) também aparecem se sobrepondo a
fobia social. Em relação aos transtornos do Eixo II, os dados encontrados na pesquisa anterior são
confirmados, os transtornos mais comuns continuam sendo o transtorno evitativo de personalidade
20
(22%) e o transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo (13%). Um estudo realizado por Ruscio el.
Al (2008) aponta a fobia social como um fator predisponente para depressão e abuso de substância.
Outra questão interessante em relação às comorbidades mais comuns de ocorrerem com a fobia social no
Eixo II, é o alto índice encontrado entre a fobia social e o transtorno evitativo de personalidade, uma vez
que os critérios diagnósticos do DSM-IV para esses dois transtornos são semelhantes. A diferença entre
esses dois transtornos tem sido cada vez mais questionada na literatura. Com o objetivo de esclarecer
essa questão alguns autores têm sugerido critérios de diferenciação indicando que o transtorno evitativo
de personalidade é mais provavelmente encontrado entre indivíduos que adotam a evitação como um
estilo de vida e são menos responsivos ao tratamento, (Falcone, 1995). Barlow (1990), propõe ainda a
existência de um continuum de gravidade envolvendo fobia social circunscrita, generalizada e transtorno
evitativo de personalidade.
Os dados encontrados nos estudos referentes às comorbidades mais comuns de ocorrerem associadas à
fobia social são de extrema importância para a prática clínica. Esses dados sugerem a necessidade de
diferentes intervenções, de acordo com a gravidade e especificidade do quadro de fobia social.
Excluído: Ansiedade Social
Fobia Social e o uso de álcool
Formatado: Sublinhado
Existe um aumento do risco de desordens alcoólicas nos transtornos ansiosos em geral, e fobia social em
Excluído: ansiedade social
particular. Aproximadamente 20-28% dos indivíduos com fobia social que buscam tratamento se
enquadram no critério para o abuso de álcool, (Abrams, Kushner, Medina & Voight, 2002). Alguns
estudos retrospectivos indicam que a ansiedade severa precede o início do alcoolismo ou abuso de
substâncias na maioria dos casos, (Abrams et. al, 2002; Thomaz, Randall & Carrigan, 2003). Em um
estudo realizado no Brasil por Bittencourt, Oliveira e Souza (2005) observou-se o diagnóstico de fobia
social em 35% do total de uma amostra de 100 sujeitos internados para o tratamento de dependência de
Excluído: ansiedade social
álcool. O consumo de álcool foi identificado como atenuante dos sintomas de fobia social para 97,6%
Excluído: ansiedade social
dos sujeitos. Confirmando a comorbidade frequente entre alcoolismo e fobia social. Outro estudo
realizado no Brasil por Terra, Figueira e Barros (2004) avaliando o impacto do uso de álcool em
pacientes com fobia social e transtorno do pânico concluiu que o uso do álcool na fobia social alivia os
sintomas em um primeiro momento, porém com o passar do tempo os agrava.
21
A relação entre o consumo de álcool e o alívio do estresse tem sido bastante estudada. Uma das
hipóteses é a de redução de tensão: o consumo de álcool age reduzindo o medo e ansiedade, funcionando
como um reforçador nas situações que induzem tais emoções. A hipótese da automedicação, (Khantzian,
1985), segue a mesma linha e acrescenta que o uso contínuo do álcool funciona aliviando os sintomas de
estresse podendo causar dependência. Outra hipótese divergente das anteriores é baseada no modelo da
auto-apresentação da vergonha em que as pessoas acreditam que a bebida levará a conseqüências
negativas, embaraçosas, e por isso evitam beber em situações sociais.
Na literatura podemos encontrar estudos tanto indicando que o uso de álcool aumenta após um evento
estressante, quanto estudos indicando que o uso de álcool aumenta antes de um evento estressante. Com
o objetivo de investigar melhor essa contradição, Abrams et. al (2002) realizaram um estudo com 45
fóbicos sociais faziam uso de álcool. Esse estudo teve como objetivos investigar se pessoas com fobia
social que tendem a responder às situações estressantes fazendo uso de álcool em quantidades maiores
do que em resposta a um evento neutro, e se o uso de álcool aumenta antes ou depois do evento
estressante, em comparação com o evento neutro. Os resultados encontrados nesse estudo indicaram que
Excluído: ansiedade social
os pacientes com fobia social consomem mais álcool depois da situação estressante do que depois do
evento neutro. Em contraste, os indivíduos consomem menos álcool antes do evento estressante do que
do evento neutro. Esses dados confirmam a hipótese de que o aumento do uso de álcool ocorre após um
evento estressante. Uma possível variável que influenciou esse resultado foi o evento estressante
escolhido: falar em público, muitos dos pacientes relataram não usar álcool antes do evento devido ao
medo de interferir em seu desempenho, deixando para usar depois, uma vez que consideram que o álcool
alivia as sensações de ansiedade.
Outro estudo realizado por Greenfield, Guydish e Temple (1989) com estudantes, confirma essa
explicação, apontando evidências de que em algumas situações o uso do álcool antes de um evento
estressante ocorre por se avaliar que nessas situações o álcool melhora o desempenho, como em festas
ou interação com o gênero oposto. O tipo de estressor é uma importante influência na decisão de beber.
22
Thomas et al., (2003) realizaram um estudo com o propósito de investigar o consumo de álcool como
Excluído: ansiedade social
estratégia para lidar com situações difíceis em pessoas com fobia social, em comparação com indivíduos
não ansiosos. Esse estudo procurou investigar 3 hipóteses:
1. O grupo de ansiosos sociais iria beber com mais frequência para lidar com os medos sociais
antes e durante as situações, em comparação ao grupo controle;
2. Os ansiosos evitariam mais as situações ansiogênicas em que a bebida alcoólica não estivesse
disponível;
3. Os fóbicos sentir-se-iam mais aliviados em beber.
A seleção dos participantes foi feita através de avisos em jornal local e panfletos distribuídos na
comunidade, solicitando o comparecimento de pessoas com mais de 21 anos que bebessem álcool
(bebida alcoólica) regularmente ou que se sentissem desconfortáveis ou nervosos diante de outras
pessoas. Foram selecionados através de entrevistas estruturadas 23 sujeitos para o grupo de ansiosos
sociais e 23 sujeitos para o grupo controle.
Os resultados indicaram que 74% dos ansiosos do estudo consumiam alguma bebida alcoólica antes de
algum evento social, enquanto no grupo controle apenas 39% o faziam. O resultado em relação ao uso
Excluído: ansiedade social
de álcool durante o evento social foi de 87% do grupo com fobia social vs. 61% do grupo controle. Isso
indica que o álcool é usado tanto para situações antecipatórias, quanto para situações estressantes, em
Excluído: ansiedade social
uma proporção maior no grupo com fobia social.
Na hipótese, 2, 47% dos ansiosos vs 0 % do grupo controle relataram evitar situações sociais em que o
álcool não estivesse disponível antes do evento. Na situação sem álcool durante o evento social, a
Excluído: ansiedade social
relação ficou 55% do grupo com fobia social vs. 7% do grupo controle. A 3ª hipótese do estudo foi
confirmada: um número significativamente maior de ansiosos sociais relatou sentir alívio com o
consumo de álcool, em comparação ao grupo controle. Sendo assim, esses resultados indicam que o
consumo de álcool tem sido uma prática mais frequente entre os ansiosos sociais, funcionando como
importante estratégia utilizada para enfrentar as situações. Através desse estudo, observou-se também
que em ambos os grupos o consumo de bebida alcoólica é mais comum nas situações de interação social.
23
Enfim, seja com o objetivo de aliviar os sintomas de ansiedade ou com o objetivo de garantir um melhor
desempenho, pessoas com fobia social tendem a utilizar álcool para enfrentar melhor o transtorno, o que
aumenta o risco de desenvolvimento de alcoolismo. Esses dados se tornam mais relevantes ao se
constatar, em outros estudos, que fóbicos sociais alcoólatras apresentam um quadro mais grave, com
níveis mais severos de medos sociais e aparecem classificados no subtipo generalizado de fobia social.
(Bittencourt et al., 2005, Falcone,1998).
2.1.6 Diferenças Culturais:
Diferenças culturais afetam a prevalência e as características da fobia social. Na Arábia Saudita se
diagnosticou 13% de 305 pacientes com distúrbios neuróticos em tratamento num hospital como fóbicos
sociais, (Chaleby, 1987). Em comparação com outros pacientes fóbicos sociais nesse mesmo hospital
constatou-se prevalência de 80% de homens, com uma educação boa e em bons cargos. Chaleby
considera que esses índices altos aparecem devido às regras rígidas de comportamento que o governo da
Arábia Saudita impõe e devido à importância dada pela sociedade em se manter uma boa reputação.
Outro exemplo é um tipo de fobia com características bastante semelhantes às características da fobia
social, encontrado em culturas coletivistas, nas quais o indivíduo é definido com referência a seu grupo,
como no Japão, é o Taijin Kyofusho (TKS) que significa medo de encarar outra pessoa. O DSM-IV
admite semelhanças entre os dois, mas não inclui o TKS na seção de fobia social. O TKS é descrito
como uma obsessão de vergonha, manifestada pelo medo mórbido de embaraçar ou ofender os outros ao
ruborizar, emitir odores ofensivos ou flatulência, fitar de forma inapropriada, adotar expressões faciais
impróprias e apresentar marcas ou deformidades físicas, (Kleinknecht, Dinnel, Hiruma & Harada, 1997).
Por outro lado, um estudo recente realizado por Kleinknecht et. al. (1997), com amostras de estudantes
Excluído: ansiedade social
americanos e japoneses, indica que as variáveis culturais podem mediar a expressão de fobia social, mas
Excluído: ansiedade social
ambas as formas de fobia social podem ser encontradas em cada amostra .
24
Formatado: Sem sublinhado
2.2 Etiologia da Fobia Social:
Excluído: Ansiedade Social
De acordo com Picon e Knijnik (2004) as causas para o surgimento da fobia social são múltiplas Dessa
Excluído: ansiedade social
forma, o modelo etiológico atual para esse transtorno é multifatorial. Estudos empíricos têm investigado
diferentes fatores, como: hereditários, biológicos, neuropsicológicos, etiológicos, de condicionamento
clássico, operante e vicário, e cognitivos.
Excluído: .
2.2.1 Fatores hereditários:
Excluído: ansiedade social
Estudos de fatores hereditários indicam que a fobia social parece ocorrer com maior freqüência entre os
parentes biológicos de 1º grau dos indivíduos com o transtorno, em comparação com a população em
geral, (Heimberg et al., 1995). De acordo com Falcone e Figueira (2001) existem fortes evidências
Excluído: ansiedade social
quanto à existência de um componente genético para a fobia social. Hettema, Neale e Kendler (2001) em
Excluído: ansiedade social
um estudo revisando os fatores genéticos na fobia social concluem que a influência genética presente na
Excluído: ansiedade social
fobia social constitui um fator de vulnerabilidade para desenvolver o transtorno.
2.2.2 Fatores Biológicos:
Os estudos acerca dos fatores biológicos ainda são recentes e não conclusivos, devido à existência de
poucas pesquisas sobre a neurobiologia da fobia social. Dentro das investigações que têm sido
apresentadas, os objetivos sobre os aspectos funcionais dos fatores biológicos são: (1) diferir a fobia
social de níveis normais de desconforto social, outros transtornos de ansiedade e condições
fenomenológicas, de forma a validar classificações diagnósticas, (2) desenvolver abordagens de
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tratamento, como novos fármacos e (3) por fim, vir a funcionar como método preventivo, através do
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conhecimento de possíveis predisposições biológicas ou fatores de risco para o desenvolvimento do
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transtorno, (Heimberg, et al., 1995).
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Desse modo, as vias cerebrais que mais têm sido alvo de estudos são: serotoninérgicas, noradrenérgicas,
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dopaminérgicas e gabaérgicas. Além disso, há também um pequeno número de estudos que avalia as
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funções neuroendocrinológicas.
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As evidências da relação entre a fobia social e a dopamina são defendidas, uma vez que diferentes linhas
demonstram que há: 1) resposta medicamentosa; 2) desenvolvimento de sintomas de fobia social após
tratamento com bloqueadores dopaminérgicos; 3) taxas elevadas de fobia social em pacientes com
doença de Parkinson; 4) correlação entre introversão e baixos níveis de dopamina no liquor
cefaloraquidiano em pacientes deprimidos; 5) baixa atividade dopaminérgica nos ratos tímidos e 6)
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estudos com tomografia computadorizada com emissão de fóton simples para investigar os sítios de
recaptação de dopamina nos pacientes com fobia social indicando níveis reduzidos, (Falcone & Figueira,
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2001).
O sistema serotoninérgico também estaria relacionado à fisiopatologia da fobia social. De acordo com
Graef (citado por Falcone & Figueira, 2001), existem duas vias serotoninérgicas distintas envolvidas na
ansiedade as quais teriam efeitos opostos. Uma via facilita o medo condicionado (via ascendente do
núcleo dorsal da rafe para a amígdala e córtex frontal), tendo a serotonina um papel ansiogênico; a outra
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facilitaria o medo incondicionado (do núcleo dorsal da rafe para a substância cinzenta periaquedutal),
tendo a serotonina um efeito ansiolítico.
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Uma terceira via envolvida é a adrenérgica, que tem como evidência a presença dos sintomas físicos
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(taquicardia, tremor, sudorese, rubor) intensificados nas situações sociais de desempenho, além disso,
estudos demonstram que os pacientes com fobia social tem aumento da atividade dos receptores
periféricos beta-adrenérgicos quando envolvidos nessas situações, em relação a um grupo controle
normal, (Falcone & Figueira, 2001).
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A ação eficaz dos benzodiazepínicos (agonistas gabaérgicos) em aliviar os sintomas, indica o
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envolvimento desse sistema na fisiopatologia da fobia social, (Falcone & Figueira, 2001). Alguns
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estudos avaliaram o uso do álcool (agonista gabaérgico) para enfrentar situações sociais, em pacientes
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com fobia social e os achados indicam que, comparados com pacientes sem fobia social, os fóbicos
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sociais recorrem com mais frequência ao uso de álcool, (Abram set al. , 2002).
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Por fim, um pequeno número de estudos tem avaliado o papel dos eixos hipotalâmico-pituitário-adrenal,
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(HPA) e hipotalâmico-pituitário-tireoidiano, bem como o hipotalâmico-pituitário-hormônio de
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crescimento. No entanto, os estudos ainda estão em estágio inicial, não existindo dados significativos
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que expliquem o desenvolvimento do transtorno, (Heimberg et al. 1995, e Falcone & Figueira, 2001).
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2.2.3 Condicionamento Clássico e Operante:
De acordo com LeDoux (1998) os transtornos de ansiedade refletem o funcionamento do sistema do
medo no cérebro. A teoria do condicionamento da ansiedade surgiu na década de 20 a partir dos
experimentos de Pavlov sobre medo condicionado. No condicionamento do medo, um estímulo
incondicionado (EI) é produzido ao final de um estímulo condicionado, após algumas repetições o
estímulo incondicionado adquire a capacidade de produzir uma ampla variedade de reações físicas. Por
exemplo, um rato é exposto a um som, ao mesmo tempo em que é ativado um choque, essa experiência é
realizada repetidas vezes. Depois disso, o som, mesmo que sozinho, produzirá reações de medo
condicionado.
A partir da década de 30, outra forma de aprendizado passou a ser estudada: o condicionamento
operante. Nesse condicionamento uma resposta arbitrária é aprendida se receber um reforço; é a
aprendizagem que ocorre em função das conseqüências de um determinado comportamento, a resposta é
fortalecida pelo reforço (aumentam a freqüência do comportamento). O reforço pode ser positivo,
quando se refere a um estímulo que, ao ser acrescentado a uma situação, aumenta a probabilidade de
ocorrência de uma resposta, por exemplo, comportamento do rato de pressionar a barra e receber o
alimento, o alimento funciona reforçando o comportamento de pressionar a barra. Ou o reforço pode ser
negativo, quando se refere a um estímulo que, ao ser retirado de uma situação, aumenta a probabilidade
de ocorrência de uma resposta, por exemplo, ratos condicionados a pressionarem uma alavanca para se
livrarem de um choque elétrico (o reforço é a retirada do estímulo aversivo).
Alguns autores, (Barlow, 1999; ‘Ost e Hugdahl, 1981 citados por Falcone & Figueira, 2001), propõem
que a fobia social possa se desenvolver como conseqüência de uma ou mais experiências de
condicionamento traumático. Os sintomas de fobia social podem constituir uma resposta condicionada,
em que a situação fóbica se torna um estímulo condicionado associado a uma experiência aversiva. Após
essa associação, a freqüente esquiva da situação fóbica se torna reforçada pela eliminação ou redução da
27
Excluído: A investigação dos
fatores biológicos relacionados à
fobia social é uma área de estudo
recente que investiga a ação de
neurotransmissores cerebrais. As
vias cerebrais que têm sido mais
estudadas são: vias
serotoninérgicas, vias
noradrenérgicas e vias
GABAérgicas . Para Picon e
Knijnik (2004), a principal
evidência da implicação destas
vias neuronais são as respostas
farmacológicas obtidas com os
fármacos atualmente utilizados. ¶
Existem fortes evidências de que a
via dopaminérgica está envolvida
na ansiedade social: 1) resposta
medicamentosa 2)
desenvolvimento de sintomas de
ansiedade social após tratamento
com bloqueadores dopaminérgicos
3) taxas elevadas de ansiedade
social em pacientes com doença de
Parkinson 4) correlação entre
introversão e baixos níveis de
dopamina no liquor
cefalorraquidiano em pacientes
deprimidos 5) baixa atividade
dopaminérgica nos ratos tímidos e
6) estudos com tomografia
computadorizada com emissão de
fóton simples para investigar os
sítios de recaptação de dopamina
nos pacientes com fobia social
indicando níveis reduzidos
(Falcone & Figueira, 2001).¶
Também existem evidências do
envolvimento da via
serotoninérgica. De acordo com
Graef (1986, citado por Falcone &
Figueira, 2001) existem duas vias
distintas serotoninérgicas
envolvidas na ansiedade, as quais
teriam efeitos opostos. Uma via
atua facilitando o medo
condicionado (via ascendente do
núcleo dorsal da rafe para a
amígdala e córtex frontal), tendo a
serotonina um papel ansiogênico; a
outra facilitaria o medo
incondicionado (do núcleo dorsal
da rafe para a substância cinzenta
periaquedutal), tendo a serotonina
um efeito ansiolítico.¶
Outra via envolvida é a via
adrenérgica, as evidências da
participação dessa via na ansiedade
social se devem principalmente aos
sintomas físicos (tremor, sudorese,
rubor) que são mediados pelo
sistema adrenérgico e pela eficácia
no uso de medicações que
bloqueiam esse sistema. A ação
dos benzodiazepínicos (agonistas
gabaérgicos) em aliviar os
sintomas indica o envolvimento
desse sistema na fisiopatologia da
ansiedade social. Há muitos anos
se sabe que o aumento da função
gabaérgica está associado a
redução de quadros de ansiedade
(Falcone & Figueira, 2001).
Estudos avaliando a relação entre
... [1]
uso de álcool para enfrentar
Excluído: ansiedade social
ansiedade condicionada. Assim, a evitação mantém a ansiedade, uma vez que o indivíduo não aprende
que a situação temida não é perigosa ou não é tão perigosa assim.
Excluído: Fatores
Neurobiológicos:
2.2.4 Fatores Neuropsicológicos:
Os sistemas neurais que estariam relacionados às respostas de medo condicionado tem sido alvos de
muitos estudos dentro da neurobiologia, e estes apontam para uma importante participação da amígdala,
com importantes implicações nos transtornos de ansiedade, (Callegaro & Landeira-Fernandez, 2007). A
amígdala é a estrutura alojada no lobo temporal, responsável por adquirir e armazenar informações de
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natureza emocional associadas a pessoas, situações ou objetos, sendo composta por um conjunto de no
mínimo doze sub-regiões ou núcleos, que estão, cada um, relacionado a processos de natureza
emocionais específicos, (Callegaro et al. , 2007). LeDoux e Phels (2005) reiteram que esta estrutura é
importante também na expressão das respostas de medo, além disso, um de seus núcleos, o núcleo
basolateral, serviria como a interface sensorial da amígdala e peça chave de sua plasticidade, enquanto
que o núcleo central é visto como a região de saída das informações. O núcleo lateral recebe estímulos
tanto corticais quanto talâmicos do sistema auditivo, e ambos estão envolvidos no condicionamento do
medo. Pesquisas com animais tem mostrado que a amígdala recebe informação sensorial através de duas
vias: uma rápida proveniente do tálamo sensorial e outra lenta, porém mais precisa, vinda do córtex
sensorial. Em situações de perigo a capacidade de ação rápida é extremamente útil, o tempo que a
amígdala economiza ao agir com base na informação talâmica, em vez de esperar pela via cortical, pode
significar a diferença entre viver e morrer, (Ledoux, 2005).
Atualmente, já é comum pensar no cérebro contendo uma variedade de diferentes sistemas de memória.
A memória explícita consciente é mediada pelo hipocampo, e relaciona-se com as áreas corticais,
enquanto diversas formas implícitas da memória são mediadas por sistemas diferentes. O sistema de
memória implícito emocional envolve a amígdala e regiões correlatas. Os sistemas implícitos e
explícitos funcionam em associação. Descreverei a seguir um exemplo desse funcionamento após uma
situação traumática: uma pessoa é assaltada à noite em um ônibus e experimenta essa situação como
traumática. Alguns dias depois a pessoa é exposta a estímulos que estavam presentes na ocasião do
28
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Automática
Excluído: ¶
Os estudos recentes em
neurobiologia têm investigado os
sistemas neurais envolvidos nas
respostas de medo condicionado,
apontando uma participação
importante dos circuitos da
amígdala nesse processo. A
amígdala é essencial para a
aquisição e armazenamento da
memória de experiências de medo
e também na expressão das
respostas de medo. O núcleo
lateral é tipicamente visto como a
interface sensorial da amigdala, e
peça chave de sua plasticidade, ao
passo que o núcleo central é visto
como a região de saída das
informações.
trauma; muito provavelmente ambos os sistemas serão reativados. Graças ao sistema do hipocampo o
indivíduo lembrará com quem estava e o que estava fazendo durante o trauma, bem como o caráter
terrível da situação. Por meio do sistema da amígdala, os estímulos vão produzir tensão muscular,
alterações na pressão sanguínea e nos batimentos cardíacos, e a liberação de hormônios além de outras
reações cerebrais e corporais, (Ledoux, 1998).
Um estudo realizado por Furmark, Tillfors, Marteinsdottir, Fischer, Pissiota, Langstrom e Fredrikson
(2002) procurou investigar as mudanças neurofuncionais associadas ao alívio de ansiedade em pacientes
Excluído: ansiedade social
com fobia social. Para esse estudo foram selecionados 18 pacientes diagnosticados com fobia social.
Excluído: ansiedade social
Esses pacientes foram pareados por gênero, idade e gravidade do transtorno e divididos em três grupos:
Excluído: ansiedade social
grupo 1 – tratamento cognitivo comportamental, em grupo, para fobia social; grupo 2 – tratamento
medicamentoso (citalopram) e grupo 3 – grupo controle em lista de espera sem tratamento. Os sujeitos
do estudo foram submetidos à tomografia computadorizada com emissão de prótons antes do início dos
grupos, nove semanas após o início e um ano depois. Os grupos de tratamento cognitivocomportamental e medicamentoso apresentaram melhora significativa dos sintomas em comparação ao
grupo controle. Essa melhora foi acompanhada por uma diminuição na ativação da amígdala,
hipocampo, córtex paraamidaloide, rhinal e parahipocampal durante uma tarefa de falar em público. A
diminuição de ativação da amígdala discriminava com precisão os pacientes que apresentaram um
resultado melhor, com diminuição significativa dos sintomas após um ano. Esse resultado sugere que
uma diminuição da ativação da amígdala e áreas associadas no cérebro pode ser crucial para a
manutenção dos resultados de melhora dos sintomas, a longo prazo. Esse estudo é um dos primeiros a
investigar e comparar os efeitos do tratamento medicamentoso e da psicoterapia na atividade cerebral em
resposta a um estímulo provocador de ansiedade (falar em público). Os resultados encontrados sugerem
que as regiões cerebrais de atuação do citalopram e da psicoterapia cognitivo comportamental, em
grupo, convergem na amígdala, hipocampo e áreas corticais vizinhas, possivelmente representando um
Excluído: ansiedade social
caminho comum nos tratamentos eficazes para fobia ocial.
29
Essa área de pesquisa utilizando neuroimagem é recente e muito interessante, porém ainda com poucos
Excluído: ansiedade social
estudos sobre fobia social. Esse é um campo em desenvolvimento e novas pesquisas poderão cada vez
mais aumentar nosso conhecimento sobre a ação da psicoterapia no cérebro.
Excluído: o
2.2.5 Modelo de Preparo:
No início da década de 70, Martin Seligman (LeDoux, 1998) mostrou algumas diferenças significativas
entre a ansiedade humana e o condicionamento do medo em animais. Em suas pesquisas concluiu que as
fobias humanas parecem mais resistentes à extinção, e mais irracionais, do que os medos condicionados
em animais. Propõe que essas diferenças ocorrem em função da natureza dos estímulos: enquanto em
laboratório os estímulos condicionados são arbitrários (luz, som), as fobias humanas costumam envolver
objetos ou situações carregados de significado (insetos, cobras). Argumenta que talvez estejamos
preparados pela evolução para aprender certas coisas com mais facilidades que outras, e que estes
exemplos biologicamente estimulados de aprendizado são especialmente potentes e duradouros.
Segundo ele as fobias refletem nossa preparação evolutiva para aprender sobre o perigo e reter a
informação adquirida com toda sua intensidade, (Ledoux, 1998).
Excluído: consequentemente
Em um ambiente estável os perigos mudam com lentidão, conseqüentemente um mecanismo eficiente de
aprender rapidamente coisas consideradas perigosas por nossos ancestrais é muito útil. Porém, como
nosso ambiente hoje é muito diferente, nossa preparação genética para aprender quais são os perigos
ancestrais pode nos trazer problemas, levando-nos a ter medo de situações que não são particularmente
perigosas em nosso mundo.
Em 1978, Ohman e Dimberg (citado por Heinberg et. al, 1995) integraram o modelo de preparo de
Seligman, as fobias e medos sociais. Esses autores postularam que os medos sociais se desenvolvem
como um subproduto das hierarquias de dominância. As hierarquias de dominância funcionam
estabelecendo uma ordem na vida social de muitos animais. O estabelecimento dessas hierarquias se
desenvolve e muda em função de demonstrações de violência e agressividade pelo animal dominante e
comportamentos de submissão do animal derrotado. Esses rituais envolvem um componente forte de
expressões faciais de raiva por parte do animal dominante e expressões faciais de medo pelo animal
30
submisso. Os autores propõem que expressões faciais de raiva são um estímulo preparado, em que o
condicionamento do medo é mais rapidamente obtido e mais resistente à extinção. Em estudos
comparando expressões faciais neutras, de alegria e de raiva os autores encontraram evidência
confirmando essa hipótese. Em estudos posteriores os autores sugerem que a reação condicionada de
medo ocorre quando a expressão de raiva é direcionada pontualmente para o alvo. Um dado interessante
que confirma essa hipótese é o fato de que encarar olho no olho favorece comportamentos de fuga em
humanos, e que um comportamento comum submisso é evitar o contato ocular direto com um agressor.
Excluído: ansiedade social
Pessoas com fobia social evitam o contato ocular direto em situações de ansiedade. Esse mecanismo
Excluído: frequentemente
teria evoluído pela sua utilidade já que as expressões faciais mudam freqüentemente e podem ser
direcionadas a diferentes membros do grupo em momentos diferentes, é mais adaptativo um indivíduo
aprender quais membros do grupo são perigosos e emitir a resposta de medo quando a expressão facial
de raiva for direcionada especificamente para si. Um estudo realizado por Dimberg e Ohman (1983
citado por Heinberg et al. 1995) vai de encontro a essa idéia, a resistência à extinção do medo
condicionado ao estímulo preparado apareceu apenas quando a expressão facial de raiva era direcionada
especificamente para o animal. O resultado de estudos semelhantes a esse sugere que os animais
aprendem quem são os dominantes perigosos, porém apenas emitem a resposta de medo se o olhar do
dominante estiver direcionado para si. Esses estudos indicam que existe uma predisposição
Formatado: Fonte: Negrito
evolucionária para a aquisição de medo a expressões faciais de raiva, crítica, medo e rejeição.
Essa teoria parece receber apoio de estudos atuais em neuropsicologia que investigam o papel da
amígdala nos medos sociais. Pacientes com lesões na amígdala que não tem nenhum desajuste marcante
no comportamento social apresentam déficits nas respostas sociais em algumas circunstâncias. Apesar
de ter a habilidade de gerar expressões faciais normais das emoções eles nem sempre conseguem
interpretar corretamente a expressão facial de outras pessoas. Essa dificuldade é mais aparente para
expressões de medo. Lesões na amígdala resultam em uma dificuldade para interpretar a intensidade da
expressão de medo nos outros, (LeDoux, 2005)
Estudos recentes sugerem que a amígdala primariamente responde aos olhos em expressões de medo, e
lesões na amígdala resultam em uma dificuldade de focar apropriadamente nos olhos quando
31
interpretando expressões faciais. Essa dificuldade também resulta em interpretar faces como mais
amigáveis e confiáveis do que em controles. Essa dificuldade é sutil, porém importante, além de ser
consistente com os resultados de estudos com primatas que indicam uma influência da amígdala em
emoções sociais, (LeDoux, 2005).
Dimberg e Ohman (citado por Heinberg et al. 1995) também demonstraram que o condicionamento do
medo ao estímulo preparado pode acontecer de forma subliminar, sem acesso a consciência. Essa via
rápida e subliminar de condicionamento é encontrada apenas no estímulo preparado (expressão facial de
raiva e medo) em comparação a expressão facial de alegria. Propõe que esses estudos podem ajudar a
Excluído: ansiedade social
entender a natureza irracional da fobia social, (Ohman, 1986; Dimberg & Esteves, 1989 citados por
Heinberg et al. ,1995).
Estudos em neuropsicologia apontam para a existência de um circuito transitório de feedback, no qual o
estímulo emocional via modulação da amígdala influencia o processamento cortical sensorial. As
primeiras evidências que apóiam esse modelo vem de estudos com neuroimagem que demonstram que a
ativação da amígdala em resposta a faces de medo não depende da percepção consciente das faces. A
amígdala responde a estímulos de medo automaticamente e rapidamente, antes da preocupação,
sugerindo que esta resposta rápida e automática da amígdala, no início do processamento do estímulo,
modula a resposta subseqüente de atenção e percepção.
A influência da amígdala na plasticidade cortical sensorial pode também resultar em um aumento da
percepção de estímulos que tenham adquirido significado emocional através de experiências de
aprendizagem anteriores.
Ao influenciar atenção e percepção a amígdala atua nas bases do processamento de informação. A
amígdala age criando uma preferência no processamento da informação para estímulos que são
emocionalmente ou potencialmente perigosos, garantindo que as informações importantes para o
organismo sejam mais prováveis de influenciar o comportamento.
Excluído: ansiedade social
Na fobia social o indivíduo interpreta situações sociais como perigosas, ativando uma resposta
autonômica de medo no organismo, essa reação influencia negativamente o desempenho, criando um
registro negativo da situação social através de um processamento pós-evento. Esse registro negativo
32
passa a ser ativado sempre que existe a possibilidade de repetição da situação ansiogência, gerando uma
ansiedade antecipatória, ou processamento pré-evento, em que a expectativa de repetir falhas anteriores
gera ativação autonômica que favorece comportamentos de evitação das situações sociais consideradas
perigosas ou o enfrentamento com grande desconforto, se instalando um ciclo negativo que mantêm o
transtorno.
2.2.6 Aprendizagem Vicária:
O condicionamento vicário também constitui uma forma de aquisição de medos sociais. Isso acontece a
partir da observação de alguém manifestando medo em situações sociais (Bandura,1965) . Há muito se
acreditava que macacos tinham medo inato de cobras, porém macacos criados em laboratório não
apresentam apreensão na primeira exposição a uma cobra. Grande parte das pesquisas anteriores testava
os macacos na presença de suas mães. Se o filhote é apresentado a uma cobra quando separado de sua
mãe, ele não demonstra medo. Ao que parece o filhote aprende a ter medo de cobras ao observar sua
mãe numa atitude de apreensão. Os jovens símios não aprendiam dessa maneira outros estímulos que
não assustavam, o que sugere a existência de um preparo biológico que os torna susceptíveis ao rápido e
intenso aprendizado pela observação, (Ledoux, 2005). Seres humanos aprendem muita coisa observando
os outros em situações sociais, e sugeriu-se que a ansiedade, especialmente a ansiedade patológica, às
vezes, e até mesmo com frequência, é aprendida pela observação social.
2.2.7 Fatores Etológicos:
Excluído: ansiedade social
Investigar a fobia social a partir de modelos animais é um pouco complicado devido à natureza interrelacional do transtorno, porém muitos estudos tem sido realizados com primatas, resultando em dados
Excluído: ansiedade social
relevantes para o entendimento da fobia social. Assim como os humanos, os primatas são
particularmente dependentes de relações sociais, o que favorece a realização de estudos com esses
animais para investigar comportamentos sociais.
Marks e Torgensen, (1969 citado por Heimberg et. al., 1995 ), classificaram as fobias em três principais
categorias: as fobias específicas misturadas, que compreendem os objetos inanimados e os fenômenos da
natureza, as fobias de animais e as fobias sociais. Paralelamente, Mayr, (1974 citado por Heimberg et.
al., 1995), criou um sistema de classificação a partir da biologia evolucionária, que faz uma distinção
33
entre comportamento não comunicativo, comportamento comunicativo interespecífico que ocorre entre
predador e presa e comportamento comunicativo intra-específico que ocorre entre animais da mesma
espécie. Öhman, Dimberg e Öst, (1985 citado por Heimberg el al., 1995), relacionaram a classificação
de Marks e Torgensen com a de Mayr para comparar os conhecimentos recentes sobre medos e fobias de
animais, com os conhecimentos recentes sobre medos e fobias sociais. Esses autores concluíram que os
medos de animais correspondem aos medos interespecíficos de predadores potenciais e evoluíram com o
objetivo de ajudar os organismos a desenvolver respostas eficientes para lidar com os predadores
ameaçadores. Assim, os medos e as fobias de animais são mais prováveis de se originar no início do
desenvolvimento, porque os seres jovens de uma espécie são mais vulneráveis a predação. Os medos
sociais por sua vez correspondem aos medos intra-específicos e evoluíram como um subproduto das
hierarquias de dominância, que tinham como objetivo estabelecer ordem na vida social de animais como
os primatas. Os confrontos entre os membros de um grupo social ocorrem para que sejam estabelecidas
hierarquias de dominância, em que o animal vencido manifesta medo e comportamento submisso, sendo
relegado a posições mais baixas da hierarquia. Fazendo uma analogia com o comportamento social
humano, Ohman, (1986 citado por Heimberg et al, 1995), propõe que a família imediata constitua o
primeiro e o mais importante sistema social para o pré-adolescente. Nessa hierarquia os papéis sociais já
estão definidos previamente, com base em diferenças de idade e de capacidade física dos pais e das
crianças. No período da adolescência em que as relações e os grupos rivais se estabelecem, as crianças
deverão estabelecer seu lugar naquele novo sistema social, que não é o familiar. Elas serão avaliadas
pelos outros membros do grupo e situadas em uma hierarquia. As crianças mais vulneráveis ao estresse
Formatado: Sem sublinhado,
Cor da fonte: Automática
podem responder a esse confronto com ansiedade ou recolhimento.
Formatado: Fonte: Negrito,
Cor da fonte: Automática
3. TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
As terapias cognitivas tiveram seu início em 1958 quando Albert Ellis, previamente um psicanalista que
havia sido influenciado por Alfred Adler e trabalhado com Karen Horney, publicou um artigo na revista
Journal of General Psychology intitulado Rational Psychotherapy, ( citado por Ellis, 1962). Nesse
artigo, ele defendia a importância das crenças irracionais na produção de estados emocionais
34
Formatado: Fonte: Negrito,
Sem sublinhado
perturbados. Em outros trabalhos continuou enfatizando a mesma posição, mas foi na publicação de seu
clássico Reason and Emotion in Psychotherapy, (Ellis, 1962), que apresentou as 11 crenças irracionais
que lhe deram fama e estimularam o aparecimento de novas abordagens cognitivas.
Para se falar das terapias cognitivas é necessário se reportar às contribuições das abordagens
comportamentais em psicologia, uma vez que há uma grande identificação entre os métodos e valores
das duas abordagens. Primeiramente, há uma identidade entre os aspectos metodológicos com uma
orientação objetiva, empírica e experimental comum a ambas. Há também uma preocupação comum em
testar intervenções e procedimentos, muito freqüentemente antes até de suas aplicações clínicas. A
preocupação com a efetividade e com a manutenção dos resultados tem sido uma marca destas
abordagens psicoterápicas. É observado também o uso de técnicas comportamentais e cognitivas de
forma complementar.
A ênfase originada no behaviorismo com a objetividade e na eleição do método experimental como o
principal instrumento de investigação em psicologia, implicou em um fortalecimento do controle de
variáveis e conduziu inexoravelmente à formulação de hipóteses testáveis e verificáveis. Por este
motivo, a maior parte do trabalho realizado pelo neobehaviorismo derivava de estudos de laboratório,
quase sempre com animais, dadas as inúmeras vantagens oferecidas por eles quanto ao controle
experimental de variáveis mais complexas, como linguagem, cultura, socialização etc.
A ênfase no processo de aprendizagem resultou no desenvolvimento de uma enorme quantidade de
pesquisas nessa área que vieram a sustentar a formulação de várias teorias da aprendizagem. Apesar das
diferenças quanto aos fatores fundamentais no processo de aprendizagem (contiguidade X efeito,
aprendizagem de respostas X aprendizagem de cognições etc.), as diversas teorias de aprendizagem que
caracterizaram a fase neobehaviorista, produziram um conjunto de princípios que, tomados em conjunto
e minoradas as diferenças, vieram a ser conhecidos como “a” Teoria da Aprendizagem. Abrigaram-se
historicamente sob este título genérico a teoria do reforço de Hull, (1943), a teoria da contiguidade de
Guthrie, (1935), a teoria cognitiva de Tolman, (1932), a análise experimental do comportamento de
Skinner, (1938) e as retificações ou complementações à teoria de Hull feitas por vários cientistas como
Spence (1960), Miller e Dollard (1941) e Mowrer (1950).
35
Mais recentemente, desenvolveu-se um ramo desta orientação teórica, que, ao realizar pesquisas com
seres humanos e valorizar aspectos das interações sociais, não pôde deixar de dar conta de variáveis
tipicamente humanas como a influência social. Foi formulada uma Teoria da Aprendizagem Social, que
não rejeita, mas apenas amplia, com novos conceitos, os horizontes da outra (Bandura e Walters, 1963;
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Bandura, 1969). Ela manteve a ênfase no rigor experimental como subsídio para a construção teórica e a
complementou com a conceituação de construtos mediacionais, principalmente cognitivos.
Uma das principais diferenças entre as terapias cognitivo-comportamentais e as comportamentais foi à
incorporação, pelas primeiras, do modelo mediacional. A incorporação desse modelo ocorreu em
diferentes tipos de terapias cognitivo-comportamentais e em diferentes épocas, mas a maior parte dessa
influência ocorreu a partir do final da década de 60 e do começo da década de 70 (Kazdin, 1978).
Podemos considerar, de acordo com Dobson e Block (1998), alguns fatores que influenciaram e
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
permitiram o desenvolvimento da teoria cognitivo-comportamental:
1) Apesar do behaviorismo ter sido uma força dominante em psicologia, no final da década de 60,
existia um descontentamento, principalmente com a idéia de que um modelo não-mediacional
fosse suficiente para explicar todos os comportamentos humanos. O behaviorismo começou a
receber críticas, principalmente em relação ao seu marcado tecnicismo e por suas deficiências em
lidar com os comportamentos humanos complexos.
2) O desenvolvimento da Teoria da Aprendizagem Social de Bandura (1969; 1977), seu conceito de
aprendizagem vicária, que desafiava a explicação comportamental tradicional, além do conceito
de auto-eficácia que incluía a cognição nos processos de aprendizagem, deu força ao modelo
mediacional.
3) Ao mesmo tempo em que crescia o descontentamento com o modelo S-R, continuava a rejeição
ao modelo psicodinâmico de personalidade e terapia, incluindo estudos que rejeitavam a ênfase
psicodinâmica no inconsciente.
4) Além disso, o desenvolvimento da Psicologia Cognitiva, com um número crescente de pesquisas
que incluíam o modelo mediacional, estavam sendo publicados. Talvez, uma dessas principais
contribuições tenha sido o desenvolvimento do modelo de processamento cognitivo da
36
Formatados: Marcadores e
numeração
Formatado: Cor da fonte:
Automática
informação que recebeu grande apoio dos laboratórios cognitivos. Um número grande de estudos
foram desenvolvidos nas décadas de 60 e 70 investigando o modelo mediacional aplicado aos
processos clínicos.
5) Outro fator foi o surgimento de terapeutas e estudiosos que claramente se identificaram como
cognitivos: Ellis (1962); Cautela (1967, 1971); Beck (1967, 1976); Beck, Rush, Show & Emery
1979; Beck, Emery & Greemberger,1985; Beck, Freeman & Davis, 1990; Mahoney (1974) e
Meichenbaum (1973).
6) A fundação, em 1977, da revista Cognitive Therapy and Research, com o objetivo de criar um
espaço para desenvolvimento e debate, além de estimular pesquisas na área cognitiva.
7) A publicação de estudos concluindo que a terapia cognitivo-comportamental se mostrava tão ou
mais efetiva que a terapia estritamente comportamental (Ledgewidge, 1978).
É difícil definir todo o espectro que hoje temos englobado sob o título de terapias cognitivocomportamentais. Todas dividem os mesmos princípios fundamentais:
Formatados: Marcadores e
numeração
1) O comportamento é influenciado por um processamento cognitivo;
2) Esse processamento cognitivo pode ser monitorado e alterado;
3) A mudança de comportamento pode ser influenciada por mudança cognitiva, (Dobson e Block,
1998).
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Fonte: Não
Negrito, Sem sublinhado, Cor
da fonte: Automática
3.1 Terapia Cognitiva
Aaron T. Beck era também um psicanalista e estava inclinado a tentar validar empiricamente o modelo
psicanalítico da melancolia. Começou a atender pacientes com depressão e, à medida que os atendia,
começou a constatar certas características do processamento cognitivo desses pacientes, marcado por um
forte pessimismo em relação a si mesmos, ao mundo do qual faziam parte e ao futuro. Solicitados por ele
a apresentar desempenhos em tarefas específicas, estes não se diferenciavam dos indivíduos sem
depressão. Na verdade, suas observações o levaram a identificar, no conteúdo dos pensamentos e sonhos
de seus pacientes, uma tendência para interpretar os acontecimentos de forma negativa. Seus estudos
resultaram em um livro publicado com o título Depression: Causes and Treatment (1967). Este livro já
37
Formatado: Fonte: Não
Negrito, Cor da fonte:
Automática
Formatado: Fonte: Não
Negrito
antecipava aquilo que veio a ficar mais claro quando da publicação do seu clássico livro Terapia
Cognitiva da Depressão (Beck et al. ,1979).
A terapia cognitiva guarda semelhanças com a TREC de Albert Ellis, principalmente quanto à idéia de
que crenças irracionais são a fonte de reações emocionais e comportamentais, perturbadas. Guarda
semelhanças também com as pesquisas de comportamentalistas contemporâneos como Bandura que, já
em 1969, destacava a importância de mudanças simbólicas, como aquelas produzidas pelo conceito de
modelação (Bandura, 1969).
A terapia cognitiva é uma abordagem fundamentalmente fenomenológica na qual cliente e terapeuta
buscam identificar na experiência pessoal de cada momento em cada indivíduo as interpretações que ele
faz dos acontecimentos que lhe afetam. Uma das principais contribuições é a idéia de que o
comportamento é influenciado pela forma como o indivíduo vê a si mesmo e ao mundo. O foco da
terapia é no aqui-e-agora, isto é no presente. O passado e o futuro são vistos como sendo constantemente
filtrados através do momento presente. A teoria do processamento da informação também está na base
da terapia cognitiva, na medida em que sustenta a existência de um processamento cognitivo como
mediador entre o estímulo e a resposta.
Excluído: ¶
2.2.8 Fatores Cognitivos-
3.2 Modelo Cognitivo-comportamental da fobia social.
Formatado: Sem sublinhado
O modelo cognitivo desenvolvido por Beck (1967) propõe que os transtornos psicológicos decorrem de
um modo distorcido ou disfuncional de perceber os acontecimentos, influenciando o afeto e o
comportamento. Não podemos, com base nessa afirmação, dizer que os pensamentos causam os
problemas emocionais, mas sim que eles modulam e mantêm as emoções disfuncionais, independentes
de suas origens, (Falcone & Figueira, 2001). A maneira como um indivíduo interpreta situações
específicas influencia seus sentimentos, motivações e ações. A relação entre pensamento, sentimento,
comportamento e reações físicas é considerada um processo dinâmico. O foco da teoria do modelo
cognitivo está na interação dos pensamentos, sentimentos e comportamentos.
As interpretações que um indivíduo faz do mundo estruturam-se progressivamente, durante seu
desenvolvimento formando crenças, regras ou esquemas. Estes ajudam a orientar, organizar, selecionar
suas novas interpretações, bem como ajudam a estabelecer critérios de avaliação de eficácia ou
38
Excluído: ansiedade social
adequação de sua ação no mundo. Assim, esquemas são espécies de "fórmulas" que uma pessoa tem a
seu dispor para lidar com situações regulares de maneira a evitar todo o complexo processamento que
existe quando uma situação é nova. Orientam e ajudam a uma pessoa a selecionar os detalhes relevantes
do ambiente e a evocar dados arquivados na memória também relevantes para sua interpretação. Os
esquemas podem se organizar em compostos mais complexos chamados constelações cognitivas, que se
manifestam através de prontidões cognitivas (sets), entendidas como estados de ativação cognitiva que
preparam um indivíduo para um certo tipo de atividade cognitiva específica como a detecção de um
perigo, uma apreciação estética etc, (Rangé, 2001).
Entre os esquemas de um indivíduo, um deles ou alguns tendem a se estruturar como mais centrais;
condensador das experiências recorrentes e/ou marcante de sua relação com as pessoas significativas de
sua formação. Uma crença central funciona como uma matriz das interpretações momentâneas das
relações de um indivíduo com o mundo. Em condições normais, um estado de prontidão cognitiva varia
de acordo com mudanças na estimulação, porém, se houver uma persistência através de diversas
situações, o estado está evidenciando uma tendenciosidade que denuncia a ativação de um modo
(esquema ativado passa a funcionar se auto-reforçando). Um modo ativado significa que o indivíduo fica
funcionando apenas naquela função (Rangé, 2001). Há, por exemplo, modos negativistas (depressão),
narcisistas, vulneráveis (ansiedade), eróticos etc. De acordo com Beck et al. (1985), os indivíduos com
transtorno de ansiedade funcionam no modo vulnerabilidade, onde veem o mundo como um lugar
perigoso, no qual devem estar sempre vigilantes.
Excluído: ansiedade social
Clark e Wells (1995) propõem um modelo cognitivo para fobia social. De acordo com esse modelo o
Excluído: ansiedade social
aspecto central da fobia social é a preocupação em causar uma impressão favorável nos outros e uma
insegurança grande em relação à própria capacidade em alcançar esse objetivo. Ao entrar em uma
situação social, os fóbicos sociais acreditam que se comportarão de modo inadequado, e como
conseqüência, serão rejeitados. Pessoas com esse problema vêem as situações sociais como perigosas e
ativam o modo de vulnerabilidade - esse modo desencadeia mudanças cognitivas, fisiológicas, afetivas e
comportamentais que tem o objetivo de proteger o indivíduo. Essas reações autonômicas tem o propósito
de permitir que o indivíduo se defenda e sobreviva, mas muitas vezes o que acontece é que esses
39
sintomas de ansiedade são percebidos como novas fontes de ameaça, e são interpretados como algo que
prejudica a auto-apresentação e o autoconceito.
Os autores desse modelo apontam quatro processos que impedem os fóbicos sociais de desconfirmar
suas crenças negativas sobre os perigos sociais: (1) a atenção autofocada e a construção de uma
impressão de si mesmo como objeto social (autoprocessamento); (2) a influência dos comportamentos
de segurança na manutenção das crenças negativas e de ansiedade; (3) o efeito do comportamento dos
fóbicos sociais sobre o comportamento das outras pessoas e (4) os processamentos antecipatórios e póseventos.
A atenção autofocada e a construção de uma impressão de si mesmo como objeto social ocorre nas
situações sociais em que o indivíduo fóbico social pensa estar correndo risco de ser avaliado
negativamente. Nesse momento sua atenção se dirige para uma auto-observação detalhada, que aumenta
a ansiedade e interfere no processamento da situação. Com esse comportamento os fóbicos sociais
geram uma impressão negativa de si mesmos, e acreditam que essa impressão reflete a visão dos outros
Excluído: ansiedade social
sobre eles mesmos. Uma pessoa com fobia social pode ter a sensação de estar tremendo muito e pensar
que os outros estão percebendo, mas na verdade o que se percebe é um tremor sutil ou nenhum tremor.
Os comportamentos de segurança ou tentativas sutis de evitar as situações temidas adotados por pessoas
com esse problema impedem experiências que possam desconfirmar crenças distorcidas, além de poder
favorecer o aumento dos comportamentos temidos. Por exemplo, o comportamento de segurar um copo
com força para evitar tremer faz com que a mão fique mais propensa a tremer.
O comportamento dos fóbicos sociais tem efeito sobre o comportamento de outras pessoas: a
preocupação com a monitoração da própria ansiedade e do desempenho, aliada aos comportamentos de
segurança podem dar uma impressão pouco amigável. Essas deficiências de interação comprometem a
relação, fazendo com que as outras pessoas se distanciem, produzindo um padrão negativo de interação
Excluído: ansiedade social
que contribui para a manutenção da fobia social.
O processamento antecipatório é um processo no qual os fóbicos sociais, ao pensarem sobre a situação
social que irão enfrentar, sentem-se muito ansiosos, lembram-se de falhas passadas e de sua autoimagem negativa, avaliando antecipadamente seu desempenho como negativo. Por isso tendem a evitar
40
ao máximo as situações em que possam vir a se desempenhar mal e, caso se encontrem nessas situações
temidas, ativam o modo de processamento autofocado, gerando expectativas de falha e desvalorização.
Após uma situação de interação social esses indivíduos conduzem um “pós-morte” do evento, em que a
situação é revista em detalhes. Nesse pós-evento ocorre o processamento da autopercepção negativa e
dos sentimentos de ansiedade que passam a ficar fortemente codificados na memória. Dessa forma, a
situação é avaliada como muito mais negativa do que realmente foi e um sentimento de vergonha tende a
aparecer, permanecendo após a redução da ansiedade (Wells, 1997).
O modelo cognitivo explica a origem da fobia social segundo o modo como as crenças desenvolveramExcluído: ansiedade social
se e interagiram no início do transtorno. As crenças centrais ou os esquemas característicos da fobia
social tornam o indivíduo vulnerável a vários fatores cognitivos e comportamentais que mantém o
transtorno.
Formatado: Sem sublinhado
3.3 Tratamento Cognitivo-Comportamental para Fobia Social:
Em 2004 foi publicado um estudo feito pelo Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica da França
Formatado: Cor da fonte:
Automática
em que se fez uma avaliação das psicoterapias. Cerca de 1.000 artigos e documentos constituíram a base
documental desta perícia. O campo da perícia foi aplicado a três grandes abordagens psicoterápicas: a
abordagem psicodinâmica (psicanalítica), a abordagem cognitivo-comportamental e a terapia sistêmica
familiar e de casais. A TCC se mostrou mais eficaz do que as outras nos seguintes quadros: transtornos
ansiosos, como: transtorno da ansiedade generalizada, transtorno de pânico, agorafobia, transtorno de
ansiedade social, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de estresse pós-traumático, fobias
específicas; transtornos do humor, como: transtorno depressivo maior (brando / moderado), em pacientes
hospitalizados, com idosos, transtorno bipolar com uso de medicamentos; esquizofrênicos crônicos e
agudos em tratamento conjunto com uso de neurolépticos; transtornos de personalidade borderline e
evitativa; transtornos de dependência de álcool, transtornos alimentares, incluindo bulimia e anorexia
Formatado: Fonte: Itálico,
Cor da fonte: Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
nervosas e transtorno de compulsão alimentar periódica, (INSERM, 2004).
Uma evidência a favor do modelo cognitivo-comportamental é a eficácia do tratamento cognitivo
comportamental para a fobia social. Roth e Fonagy (1996) realizaram uma revisão de estudos referentes
41
à eficácia de tratamentos para fobia social, esses autores concluíram que: (1) estudos metanalíticos
indicam uma taxa variando de moderada a forte quanto à eficácia de tratamentos cognitivos e
Excluído: ¶
comportamentais, (2) uma revisão geral de estudos de caso apontam fortes evidências de que a
exposição ao vivo é uma intervenção eficaz, (3) os efeitos do treino em habilidades sociais não estão
claros, mas parecem promissores, principalmente para pacientes com transtorno de personalidade
evitativo, (4) existe alguma evidência de que o tratamento combinando reestruturação cognitiva e
exposição ao vivo é mais eficaz do que o tratamento com exposição ao vivo apenas, (5) não existe
nenhuma evidência apontando que a terapia cognitiva sozinha, ou o treino em habilidades sociais
sozinho, sem o componente de exposição ao vivo, seja efetivo.
Uma outra revisão realizada por Hope e Heimberg (1996) se concentrou nos estudos que testaram a
eficácia das intervenções cognitiva e de exposição combinadas. Concluíram que um programa
combinado de exposição e reestruturação cognitiva parece ser uma intervenção efetiva para a fobia
social. Esses autores destacam a importância das evidências crescentes de que três em cada quatro
fóbicos sociais apresentam mudanças clinicamente significativas após um ensaio razoavelmente
intensivo de terapia cognitivo comportamental em grupo ou um programa semelhante combinado de
exposição e reestruturação cognitiva. As estratégias terapêuticas mais indicadas para o tratamento da
fobia social são a exposição ao vivo combinada à reestruturação cognitiva no tratamento em grupo,
(Caballo, 2003; Hope & Heimberg 1996; Falcone & Figueira, 2001) .
3.3.1 Terapia cognitivo-comportamental em grupo:
A terapia cognitivo-comportamental em grupo foi considerada tão efetiva quanto a terapia individual É
uma terapia baseada no modelo cognitivo proposto para terapia individual. É homogênea, de tempo
limitado e relativamente breve. Enfatiza a estrutura, o foco e a aquisição de habilidades cognitivas e
comportamentais, (Bieling, McCabe & Antony, 2008; Yalom, 2006, White & Freeman, 2003). Muitas
vezes utiliza protocolos para grupos fechados de tratamento em populações específicas, fechado
significa que não entram novos participantes após o início da terapia. Tipicamente o protocolo aborda
Excluído: ¶
2.3 Tratamento CognitivoComportamental¶
Uma evidência a favor desse
modelo é a eficácia do tratamento
cognitivo comportamental para a
ansiedade social. Roth e Fonagy
(1996) realizaram uma revisão de
estudos referentes à eficácia de
tratamentos para ansiedade social,
esses autores concluíram que : (1)
estudos metanalíticos indicam uma
taxa variando de moderada a forte
quanto a eficácia de tratamentos
cognitivos e comportamentais (2)
uma revisão geral de estudos de
caso apontam fortes evidências de
que a exposição ao vivo é uma
intervenção eficaz (3) os efeitos do
treino em habilidades sociais não
estão claros, mas parecem
promissores, principalmente para
pacientes com transtorno de
personalidade evitativo (4) existe
alguma evidência de que o
tratamento combinando
reestruturação cognitiva e
exposição ao vivo é mais eficaz do
que o tratamento com exposição ao
vivo apenas (5); não existe
nenhuma evidência apontando que
a terapia cognitiva sozinha, ou o
treino em habilidades sociais
sozinho, sem o componente de
exposição ao vivo, seja efetivo. ¶
Uma outra revisão realizada por
Hope e Heimberg (1996) se
concentrou nos estudos que
testaram a eficácia das
intervenções cognitiva e de
exposição combinadas.
Concluíram que um programa
combinado de exposição e
reestruturação cognitiva parece ser
uma intervenção efetiva para a
ansiedade social. Esses autores
destacam a importância das
evidências crescentes de que três
em cada quatro fóbicos sociais
apresentam mudanças clinicamente
significativas após um ensaio
razoavelmente intensivo de terapia
cognitivo comportamental em
grupo ou um programa semelhante
combinado de exposição e
reestruturação cognitiva. As
estratégias terapêuticas mais
indicadas para o tratamento da
ansiedade social são a exposição
ao vivo combinada à
reestruturação cognitiva no
tratamento em grupo (Caballo,
2003; Hope & Heimberg 1996;
Falcone & Figueira, 2001).¶
¶
¶
Formatado: Expandido por
1,5 pt
Excluído: 2
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Cor da fonte:
Automática
42
um conjunto básico de habilidades clínicas, sessão a sessão, que tem como objetivo orientar terapeutas e
pacientes, (White & Freeman, 2003).
Inicialmente o tratamento em grupo na terapia cognitivo-comportamental surgiu em função de algumas
vantagens: possibilidade de atender mais pessoas, economia de tempo do terapeuta, custo menor, e
estudos apresentando bons resultados. Esse movimento ocorreu no início da década de 70,
principalmente com grupos para tratar depressão, (Bieling et al. , 2008).
Os tratamentos em grupo da TCC sugerem que a aplicação em grupo é semelhante a individual, muda
apenas o número de pessoas, mantendo-se a aplicação de técnicas. Pouca atenção tem sido dada aos
processos grupais, ou seja, as formas pelas quais os membros dos grupos interagem entre si e com os
terapeutas. Os aspectos relacionais dos grupos são pouco abordados nos protocolos em TCC, (Bieling et
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
al. ,2008).
Existe uma distinção entre os processos grupais e as técnicas. O termo processos grupais é impreciso e
se refere à quase qualquer fenômeno que ocorra no grupo. A terapia de grupo tradicional entende que o
Formatado: Cor da fonte:
Automática
processo grupal em si é a intervenção, enquanto que a TCC foca na aplicação da terapia cognitivo
comportamental a grupos. Bieling, McCabe e Antony (2008) propõe uma distinção mais específica, as
“técnicas” se referem a qualquer método utilizado para modificação dentro do modelo cognitivocomportamental e o “processo” se refere às interações interpessoais entre os membros do grupo e entre
os membros do grupo e terapeuta.
Um dos principais autores na literatura geral para terapias de grupo é Irvin Yalom, em seu livro
Psicoterapia de Grupo, teoria e prática (2006) ele revisa um modelo enfatizando o processo grupal na
Formatado: Cor da fonte:
Automática
terapia de grupo e propõe alguns fatores primários naturais que dividem a experiência de grupo, são eles:
Formatado: Cor da fonte:
Automática
1) Instalação de esperança: considerado um fator crucial para qualquer psicoterapia, enfatiza a
necessidade dos terapeutas reforçarem diretamente o potencial da abordagem grupal, apontando
as vantagens da terapia e resultados anteriores positivos.
2) Universalidade: a invalidação dos sentimentos de singularidade de um paciente é uma poderosa
fonte de alívio. Ajuda as pessoas a se sentirem pertencentes a uma comunidade que divide com
elas muitas semelhanças. Desaparece o sentimento de solidão, de incapacidade e de estranheza
43
Formatado: Numerada +
Nível: 1 + Estilo da
numeração: 1, 2, 3, … +
Iniciar em: 1 + Alinhamento:
Esquerda + Alinhado em: 0,63
cm + Tabulação após: 1,27
cm + Recuar em: 1,27 cm,
Tabulações: Não em 5,71 cm
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Numerada +
Nível: 1 + Estilo da
numeração: 1, 2, 3, … +
Iniciar em: 1 + Alinhamento:
Esquerda + Alinhado em: 0,63
cm + Tabulação após: 1,27
cm + Recuar em: 1,27 cm
resultante do pensamento de serem os únicos com aquele tipo de problema. Esse fator é muito
importante devido à natureza da fobia social, muitos fóbicos sociais nunca discutiram seus medos
com alguém e, conseqüentemente, muitas vezes acreditam que seus problemas são únicos (Hope
& Heimberg, 1996).
3) Compartilhamento de informações: componente presente na maioria dos grupos. Pode ocorrer
por instrução didática das informações oferecidas pelo terapeuta (psicoeducação) ou orientação
direta do terapeuta ou outros membros do grupo.
4) Altruísmo: refere-se à possibilidade de membros do grupo ajudarem aos demais, o paciente tem a
oportunidade de beneficiar outras pessoas, se sentindo útil. Também favorece a mudança de
papéis, hora no papel de quem ajuda, hora no papel de quem recebe ajuda.
5) Recapitulação corretiva do grupo familiar primário: Considera que a terapia em grupo funciona
como um microcosmo social e que a maioria dos pacientes tem um histórico de experiência
insatisfatória com a família primária (primeiro grupo familiar). No grupo de terapia podemos
observar a formação de relações interpessoais baseadas nos esquemas que os pacientes
aprenderam em sua vida, a ativação desses esquemas com membros do grupo possibilita uma
experiência corretiva na medida em que o paciente recebe o feedback. Os pacientes aprendem a
entender a forma como estão construindo seu mundo interpessoal e que podem modificá-lo. Ao
testar uma nova forma de se comportar no grupo e perceber melhores consequências, a nova
abordagem torna-se parte de um “espiral ajustável”.
6) Comportamento imitativo: a aprendizagem por modelação (conceito de aprendizagem vicária de
Bandura) é enfatizada nesse aspecto, o paciente aprende observando os outros membros do grupo
e terapeuta.
7) Coesão grupal: definido como atração que os membros tem pelo grupo e por outros membros,
considerada um aspecto fundamental, assim como a relação terapêutica é fundamental na terapia
individual a coesão é fundamental para a terapia em grupo. A coesão inclui aceitação, apoio e
confiança. É fundamental para a coesão grupal o compartilhamento afetivo das experiências do
44
paciente e a aceitação dos outros. Um grupo coeso valoriza o grupo e os membros se sentem
Formatado: Cor da fonte:
Automática
aceitos e amparados pelos membros do grupo e terapeuta.
8) Catarse: considerada uma variável fundamental nos grupos, a catarse é definida como qualquer
Formatado: Cor da fonte:
Automática
verbalização feita pelos membros do grupo para o terapeuta e membros do grupo em que ocorra
o sentimento de alívio, de se livrar de um fardo ou compartilhar algo emocionalmente
importante. A catarse em si não garante um desfecho positivo, despejar sentimentos no vazio não
é necessariamente benéfico, e sim a reação ao evento catártico, esse fator é também igualmente
importante. A reação ao evento catártico inclui feedback ou informações de outro tipo que se
Formatado: Cor da fonte:
Automática
refiram a uma situação específica.
Bieling, McCabe e Antony (2008) em seu livro Terapia Cognitivo-comportamental em Grupos ressaltam
Formatado: Cor da fonte:
Automática
a importância dos fatores de Yalom e sua possível interseção com a TCC. Para os autores os protocolos
de TCC em grupo tem muitas afinidades com os processos grupais propostos por Yalom. Podemos
destacar os seguintes fatores:
1) Instalação de esperança e compartilhamento de informação didática: os protocolos de TCC para
transtornos específicos inicialmente focam em explicar para os pacientes um modelo de suas
dificuldades que enfatiza a possibilidade de mudança. Muitas vezes faz uso te textos
Formatado: Numerada +
Nível: 1 + Estilo da
numeração: 1, 2, 3, … +
Iniciar em: 1 + Alinhamento:
Esquerda + Alinhado em: 0,63
cm + Tabulação após: 1,27
cm + Recuar em: 1,27 cm
Formatado: Cor da fonte:
Automática
informativos (psicoeducação) e procura familiarizar o cliente com o modelo cognitivo, a relação
entre pensamentos, sentimentos, comportamentos e reações físicas e como a modificação dos
pensamentos pode influenciar a modificação de comportamentos e subseqüente melhora dos
problemas apresentados. Os bons resultados de pesquisas anteriores mostrando a efetividade da
TCC no tratamento de diversos transtornos também é informação útil para instalação de
esperança, a própria natureza colaborativa do modelo cognitivo, em que o paciente acompanha,
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
passo a passo, a lógica referente à utilização das técnicas facilita a instalação de esperança.
2) Universalidade: o fato dos grupos em TCC na maioria das vezes ser homogêneo facilita o
sentimento de universalidade, as experiências compartilhadas são comuns a todos os membros do
grupo. O reconhecimento através dos relatos autobiográficos das dificuldades de cada um e o
sentimento de pertencimento oferecido pela experiência de outros membros são fatores que
45
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
parecem facilitar a instalação da coesão grupal e preparar os pacientes para a introdução das
estratégias mais específicas em TCC.
3) Altruísmo e modelação: a natureza das estratégias em TCC que objetivam a identificação e
modificação de pensamentos através de reestruturação cognitiva favorece o altruísmo nos
membros do grupo, que são convidados a ajudar nessas tarefas de reestruturação. Os pacientes
podem e devem ser estimulados a ajudar no questionamento socrático de outros pacientes, com
isso alternam nos papéis de dar e receber ajuda, além de aprenderem por modelação nos
exemplos de cada membro do grupo. O grupo oferece uma gama maior de perguntas e idéias
para questionamento socrático do que apenas o terapeuta questionando. O trabalho de TCC em
grupo avança focando em planos de ação e modificação de comportamentos desadaptativos,
nesse momento os membros do grupo podem se beneficiar muito da aprendizagem por
modelação, tanto nas experiências com resultados positivos de modificação de comportamento
quanto nas avaliadas como mais negativas. Estas funcionam para analisar falhas de planejamento
e aprender com isso. O grupo também oferece muitas oportunidades dos membros praticarem
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
novos comportamentos entre si, como no comportamento interpessoal, por exemplo, praticando
habilidades sociais.
4) Coesão grupal: a coesão grupal deve ser estimulada nos grupos de TCC, utilizando a abordagem
para aumentar a coesão. A coesão pode ser descrita como um fator que soma o senso de
confiança nos outros membros do grupo, ao apoio dado por eles. Na maioria dos transtornos o
Formatado: Recuo: Esquerda:
0,63 cm, Deslocamento: 0,63
cm, Numerada + Nível: 1 +
Estilo da numeração: 1, 2, 3, …
+ Iniciar em: 1 + Alinhamento:
Esquerda + Alinhado em: 0,63
cm + Tabulação após: 1,27
cm + Recuar em: 1,27 cm
paciente acredita possuir “segredos” ou material cognitivo emocional que nunca compartilhou
anteriormente, quanto mais alto o nível de coesão mais provável do paciente poder expressar
importantes questões afetivas. A TCC em grupo pode utilizar estratégias específicas para
aumentar a coesão, como: composição homogenia dos grupos, escolha e treino do terapeuta e
estilo de liderança, preparação dos membros para o grupo e atitude empática e genuína dos
terapeutas.
Formatado: Recuo: Esquerda:
0,63 cm
46
Uma recente análise secundária de um grande teste comparativo de psicoterapias, o Treatmente of
Formatado: Fonte: Itálico,
Cor da fonte: Automática
Depression Collaborative Research Program, do Nacional Institute of Mental Health’s, concluiu
que a terapia de sucesso seja ela cognitivo-comportamental ou interpessoal, exige a presença de um
Formatado: Fonte: Itálico,
Cor da fonte: Automática
apego positivo com uma figura de autoridade benevolente, solidária e tranqüilizadora. A pesquisa
mostra que o vínculo entre o paciente e o terapeuta e os elementos técnicos da terapia cognitiva são
sinérgicos: um vínculo forte e positivo em si já ajuda a desafiar crenças depressivas e facilita o
trabalho de modificar distorções cognitivas. A ausência de vínculo positivo torna as intervenções
Formatado: Cor da fonte:
Automática
técnicas ineficientes e até prejudiciais. (Yalom, 2006. p. 62)”.
Formatado: Fonte: 12 pt, Não
Itálico, Cor da fonte:
Automática
5) Catarse e recapitulação corretiva do grupo familiar: esses dois aspectos são considerados menos
relevantes para a TCC, principalmente em função de serem baseados em modelos teóricos
opostos aos da TCC. A catarse como intervenção pos si só não é considerada útil, porém sua
combinação a reestruturação cognitiva pode ser. O grupo de TCC deve propiciar um ambiente no
qual os indivíduos fiquem confortáveis para revelar informações pessoais e sentimentos, não
sendo a catarse o objetivo final dessas revelações. A TCC, ao focar na origem das crenças
centrais, possibilita um ambiente em que as experiências precoces possam ser compartilhadas e
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Fonte: 12 pt, Cor
da fonte: Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Fonte: 12 pt, Cor
da fonte: Automática
Formatado: Recuo: Esquerda:
0,63 cm, Deslocamento: 0,61
cm
Formatado: Fonte: 12 pt, Cor
da fonte: Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
discutidas. A ativação de crenças e esquemas interpessoais no grupo é desejável, assim os
membros do grupo e terapeuta podem funcionar como agentes modificadores desses esquemas e
crenças, permitindo que o paciente tenha mais consciência da ativação e possa experimentar
outras formas de agir, testando primeiramente no grupo, para depois generalizar para sua vida.
Nesse sentido os grupos de TCC funcionam como um “microambiente” social. Mesmo focando
no aqui e agora os grupos de TCC têm aspectos em comum com o processo grupal de
recapitulação corretiva do grupo familiar primário.
Bieling, McCabe e Antony (2008) ainda acrescentam três fatores aos propostos por Yalom. São elas: a
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
estrutura do contexto grupal, as características do paciente e a liderança.
47
1) Estrutura do contexto grupal: os protocolos de TCC comumente especificam a estrutura dos
grupos, a maioria dos grupos são fechados, homogêneos, com duração especificada e tem como
base um conjunto de habilidades que devem ser aprendidas.
Formatado: Numerada +
Nível: 1 + Estilo da
numeração: 1, 2, 3, … +
Iniciar em: 1 + Alinhamento:
Esquerda + Alinhado em: 0,63
cm + Tabulação após: 1,27
cm + Recuar em: 1,27 cm
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Os protocolo de TCC enfatizam mais o conteúdo do que o processo.
Formatado: Cor da fonte:
Automática
2) Características do paciente: se refere às características e distinções individuais dos pacientes,
enfatizado também pelos grupos de TCC, que muitas vezes formam grupos de acordo com
classes diagnósticas descritas no DSM-IV, avaliando a eficácia do tratamento para transtornos
específicos, especialmente os do Eixo I.
3) Liderança: considera esse fator como um importante elo entre os vários fatores grupais. Muitas
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Numerada +
Nível: 1 + Estilo da
numeração: 1, 2, 3, … +
Iniciar em: 1 + Alinhamento:
Esquerda + Alinhado em: 0,63
cm + Tabulação após: 1,27
cm + Recuar em: 1,27 cm
Formatado: Cor da fonte:
Automática
vezes esse fator não é enfatizado nos protocolos de TCC, usando então o modelo da TCC
individual: empatia, ênfase no empirismo colaborativo, habilidades de realizar a descoberta
guiada por questionamento socrático. Os autores propõeem mais atenção a essa variável,
Formatado: Cor da fonte:
Automática
acrescentando a importância do terapeuta desenvolver habilidades especificamente para
coordenar grupos, como: atenção aos processos grupais, tomada de decisão, equilibrar a atenção
dada ao processo e ao efeito desse processo em cada membro do grupo, ou seja, além de dominar
as técnicas em TCC dar atenção também aos processos grupais.
Formatado: Recuo: Esquerda:
0,63 cm
“Grupos eficientes de TCC incluem um protocolo construído com cuidado que aborda as
Formatado: Fonte: Itálico,
Cor da fonte: Automática
informações e exercícios cruciais para sustentar técnicas cognitivas e comportamentais específicas.
Mas essas técnicas também devem ser inseridas em uma compreensão abrangente dos fatores de
processo grupal que, em todo sentido possível, estão constantemente interagindo com o emprego de
técnicas para alterar a experiência global do grupo para seus membros”, (Bieling et al. , 2008 p.
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
31).
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
48
3.3.2 Terapia Cognitivo-comportamental em grupo para Fobia Social:
Apesar de parecer contra-intuitivo, o tratamento em grupo oferece muitas vantagens em relação ao
tratamento individual e ajuda o paciente fóbico social a enfrentar seus medos. Vários autores destacam
vantagens do formato grupal de terapia, (Caballo, 2003; Falcone, 1998; Del Prette & Del Prette, 2001;
Rangé, 2001): podemos destacar:
(1) maior número de parceiros para contribuir com diferentes tipos de resposta, sem depender
exclusivamente das alternativas propostas pelo terapeuta.
(2) provimento pelo grupo de situações similares às da vida real, criando situações para a prática de
novas variações de contato social.
(3) utilização de um maior número de situações problema, propiciando mais experiências e suporte na
solução desses problemas.
(4) possibilidade de prática e apoio em situações extra treinamento.
(5) feedback e reforçamento feito pelos membros do grupo.
(6) menor despesas para cada participante pela racionalização do tempo do terapeuta.
(7) diminuir a lista de espera em serviços de psicologia.
(8) maximização das oportunidades de aprendizagem vicária.
(9) múltiplos parceiros para dramatizar.
(10) o terapeuta tem a oportunidade de conhecer a subcultura grupal, importante nas decisões sobre
objetivos comportamentais e critérios de avaliação.
(11) universalidade do funcionamento em grupo.
Vários modelos de tratamento cognitivo comportamental em grupo são encontrados na literatura
(Caballo, Andrés & Bas, 2001; Heimberg et al, 1995; Odriozola & Irízar, 1999, Echeburúa, 1997). De
acordo com Caballo et. al. (2001) o tratamento cognitivo comportamental tradicional para a fobia social
é dividido em quatro tipos de procedimentos: estratégias de relaxamento, treinamento em habilidades
sociais, exposição ao vivo e reestruturação cognitiva. Esses autores consideram que:
Os próximos anos serão testemunha de uma consolidação do tratamento cognitivo comportamental para a fobia
social, embora seja provável que a contribuição de cada um dos procedimentos incluídos nesse tipo de
49
Formatado: Recuo de corpo
de texto 3, Esquerda, Espaço
Antes: 6 pt, Depois de: 6 pt
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
intervenção se torne mais conhecida, inclusive acrescentando alguma nova estratégia não empregada
Formatado: Fonte: Itálico
atualmente, de forma rotineira, no tratamento do transtorno. Mas aparentemente, o caminho escolhido é o
Formatado: Fonte: 12 pt,
Negrito
correto e as futuras pesquisas fornecerão elementos para melhorar e aumentar a eficácia da intervenção
cognitivo comportamental.(Caballo et al., 2001. p.81).
4. HABILIDADES SOCIAIS
O campo de estudo das habilidades sociais é um campo recente que vem recebendo cada vez mais
atenção, principalmente pela relação existente entre o repertório de habilidades sociais e a saúde, a
satisfação pessoal, a realização profissional e a qualidade de vida, (Del Prette & Del Prette, 2001).
A relação entre déficits em habilidades sociais e transtornos psiquiátricos tem sido bastante estudada, e
atualmente existe certo consenso em relação à idéia de que os transtornos psiquiátricos têm um
importante componente de problemas de comunicação e relações interpessoais, chegando a ser, em
alguns casos, o núcleo central do transtorno, como, por exemplo, nos casos de fobia social, transtorno de
personalidade evitativo, problemas de casais, entre outros, (APA, 2000; Caballo et al., 2001)
O campo das habilidades sociais teve sua época de maior difusão em meados dos anos 70 e continua
atualmente sendo um campo crescente de interesse e pesquisa. Iniciou-se com os estudos de Salter
(1949) sobre desempenho social seguido pelos estudos de Wolpe (1976), primeiro autor a empregar o
termo “assertivo”, dando início a um amplo movimento denominado Treino Assertivo (TA). Wolpe
criou um método para tratar a ansiedade e facilitar a expressão de sentimentos, definindo a assertividade
como a capacidade de expressar adequadamente qualquer emoção, que não fosse ansiedade, em relação
a uma outra pessoa. Alberti e Emmons publicaram o primeiro livro dedicado exclusivamente ao tema
assertividade: “Comportamento assertivo: um guia de auto-expressão”, (Alberti & Emmons, 1978), que
se tornou um livro referencial sobre assertividade.
Paralelamente ao surgimento dos estudos sobre assertividade nos Estados Unidos ocorria na Inglaterra o
desenvolvimento de estudos sobre habilidades sociais. Em 1967, Argyle e Kendon, influenciados pelo
conceito de “habilidade” aplicado às interações homem–máquina, introduziram o uso do termo
habilidades na interação homem-homem, usando o termo habilidades sociais, tendo início aí a área de
treinamento em habilidades sociais (THS), caracterizada como um conjunto de técnicas que se aplicam a
Excluído: ¶
Apesar de parecer contra-intuitivo,
o tratamento em grupo oferece
muitas vantagens em relação ao
tratamento individual e ajuda o
paciente fóbico social a enfrentar
seus medos. Vários autores
destacam vantagens do formato
grupal de terapia (,Caballo, 2003;
Falcone, 1998; Del Prette & Del
Prette, 2001; Rangé, 2001):,
podemos destacar:¶
(1) maior número de parceiros
para contribuir com diferentes
tipos de resposta, sem depender
exclusivamente das alternativas
propostas pelo terapeuta ¶
(2) provimento pelo grupo de
situações similares às da vida real,
criando situações para a prática de
novas variações de contato social ¶
(3) utilização de um maior número
de situações problema, propiciando
mais experiências e suporte na
solução desses problemas ¶
(4) possibilidade de prática e apoio
em situações extratreinamento ¶
(5) feedback e reforçamento feito
pelos membros do grupo ¶
(6) menor despesas para cada
participante pela racionalização do
tempo do terapeuta ¶
(7) diminuir a lista de espera em
serviços de psicologia ¶
(8) maximização das
oportunidades de aprendizagem
vicária ¶
(9) múltiplos parceiros para
dramatizar ¶
(10) o terapeuta tem a
oportunidade de conhecer a
subcultura grupal, importante nas
decisões sobre objetivos
comportamentais e critérios de
avaliação ¶
(11) universalidade do
funcionamento em grupo.¶
A universalidade dos grupos
terapêuticos ajuda as pessoas a se
sentirem pertencentes a uma
comunidade que divide com elas
muitas semelhanças. Desaparece o
sentimento de solidão, de
incapacidade e de estranheza
resultante do pensamento de serem
os únicos com aquele tipo de
problema. Esse fator é muito
importante devido à natureza da
ansiedade social, muitos fóbicos
sociais nunca discutiram seus
medos com alguém e,
conseqüentemente, muitas vezes
acreditam que seus problemas são
únicos ( Hope & Heimberg,
1996).¶
Vários modelos de tratamento
cognitivo comportamental em
grupo são encontrados na literatura
(Caballo, Andrés & Bas, 2001;
Heimberg et al, 1995; Odriozola &
Irízar, 1999, Echeburúa, 1997). De
acordo com Caballo et. al. (2001) o
tratamento cognitivo
... [2]
comportamental tradicional para a
Excluído: 3
Excluído: ansiedade social
50
todo e qualquer déficit de natureza interpessoal, sendo um campo de estudos abrangente. De acordo com
Falcone (2000) ainda não existe um consenso quanto ao conceito de habilidade social e o termo
assertividade. Muitas vezes é utilizado como sinônimo de habilidade social. Caballo (2003) utiliza os
dois termos como sinônimos por considerar que os termos “treinamento assertivo” e “treinamento em
habilidades sociais” referem-se praticamente aos mesmos elementos de tratamento e o mesmo grupo de
categorias comportamentais a treinar. Porém, alguns autores não apóiam essa idéia (Falcone, 1998, Del
Prette & Del Prette, 1999) e consideram que a assertividade é um tipo de habilidade, entre outras,
necessária a uma interação social satisfatória. Para MacKay, (citado por Falcone, 1998) a habilidade
social compreende um repertório mais amplo de respostas e o treinamento em habilidades sociais é mais
amplo que o treinamento assertivo.
De acordo com Del Prette e Del Prette (2001), para melhor entender o conceito de habilidade social é
importante definir o conceito de desempenho social, que se refere a qualquer desempenho ou seqüência
de comportamentos que ocorrem em uma situação social, que podem ser caracterizados como
socialmente competentes ou não, dependendo do contexto cultural e da situação específica. A
competência social é um atributo avaliativo desse desempenho, que depende de sua funcionalidade e da
coerência com os pensamentos e sentimentos do indivíduo. As habilidades sociais são aquelas classes de
comportamentos existentes no repertório do indivíduo que compõem um desempenho socialmente
competente. Uma pessoa pode ter as habilidades sociais em seu repertório e não usá-las em diversas
situações por diferentes razões como ansiedade, crenças errôneas e dificuldades na leitura dos sinais do
ambiente.
De acordo com Del Prette e Del Prette (2001) a assertividade é uma das subclasses de desempenho
socialmente competente e pode ser definida como o exercício dos próprios direitos e da expressão de
qualquer sentimento, com manejo da ansiedade e sem ferir o direito do outro. Os comportamentos
assertivos constituem uma classe de habilidades sociais em situações que envolvem risco de
conseqüências aversivas e costumam eliciar alta ansiedade, podendo ser caracterizadas como uma classe
de comportamentos de enfrentamento. Esses autores propõem uma organização das principais classes e
51
subclasses de habilidades sociais, que têm como objetivo orientar a avaliação e a promoção da
competência social. São elas:
- Habilidades sociais de comunicação: fazer perguntas e responder, pedir feedback,
gratificar/elogiar, oferecer feedback, iniciar, manter e encerrar conversações;
- Habilidades sociais de civilidade: dizer, por favor, agradecer, apresentar-se, cumprimentar,
despedir-se;
- Habilidades sociais assertivas, direito e cidadania: manifestar opinião, concordar/discordar,
dizer não, fazer, aceitar e recusar pedidos, desculpar-se, admitir falhas, interagir com autoridades,
estabelecer relacionamentos afetivos e/ou sexuais, encerrar relacionamentos, expressar raiva/desagrado,
pedir mudança de comportamentos e lidar com críticas;
- Habilidades empáticas: parafrasear, refletir sentimentos, expressar apoio;
- Habilidades sociais de trabalho: coordenar grupo, falar em público, resolver problemas, tomar
decisões e mediar conflitos;
- Habilidades sociais de expressão de sentimentos positivos: fazer amizades, expressar
solidariedade, cultivar o amor.
Para Caballo (2003) o comportamento socialmente hábil é um conjunto de comportamentos emitidos por
um indivíduo em um contexto interpessoal que expressa sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou
direitos desse individuo de modo adequado à situação, respeitando esses comportamentos nos demais, e
que geralmente resolve os problemas imediatos da situação, enquanto minimiza a probabilidade de
futuros problemas.
De acordo com Caballo (2003), as dimensões comportamentais mais comumente aceitas são as
seguintes:
1. Fazer elogios;
2. Aceitar elogios;
3. Fazer pedidos;
4. Expressar amor, agrado e afeto;
5. Iniciar e manter conversações;
52
6. Defender os próprios direitos;
7. Recusar pedidos;
8. Expressar opiniões pessoais, inclusive o desacordo;
9. Expressar incômodo, desagrado ou enfado justificados;
10. Pedir mudança de conduta do outro;
11. Desculpar-se ou admitir ignorância;
12. Enfrentar as críticas.
Essas doze dimensões comportamentais são as mais básicas, mas pode-se acrescentar também a
habilidade de solicitar satisfatoriamente um trabalho e a habilidade de falar em público.
Para Falcone (2001) o comportamento socialmente habilidoso abrange além dos desempenhos verbais e
não verbais em situações de interação, aspectos cognitivos, de percepção e de processamento de
informação. Um comportamento socialmente habilidoso deve incluir a especificação de três elementos:
um elemento comportamental relacionado ao tipo de habilidade; um elemento cognitivo das variáveis do
indivíduo e um elemento situacional referente ao contexto em que se está inserido (Falcone, 2000). De
acordo com Bendell e Lenox (1997, citado por Falcone, 2000) as habilidades sociais incluem três
elementos principais: 1) selecionar de maneira precisa informações relevantes de um contexto
interpessoal; 2) fazer uso dessas informações para emitir comportamentos apropriados dirigidos à meta e
3) se desempenhar obtendo e mantendo a meta de boas relações com os outros. Para Falcone (2001) o
conceito atual de habilidades sociais propõe que o individuo socialmente habilidosos seja capaz de obter
ganhos com maior freqüência, desempenhando o mínimo possível de tarefas indesejáveis, além de
desenvolver e manter relacionamentos mutuamente benéficos e sustentadores.
Em Falcone (1999, 2000, 2001) a assertividade é entendida como um componente das habilidades
sociais que muitas vezes não é suficiente para produzir um comportamento socialmente habilidoso, ela
ressalta a importância da habilidade empática e da habilidade para solucionar problemas interpessoais. A
empatia pode ser entendida como “a capacidade de compreender e de expressar compreensão acurada
sobre a perspectiva do outro e sentimentos de outra pessoa, além de experimentar sentimentos de
compaixão e de interesse pelo bem estar desta” (Falcone, 1999, p.07). A habilidade de solucionar
53
problemas refere-se a “capacidade de reconhecer e solucionar um problema, antes que este seja óbvio
para os outros, ou quando ele alcança níveis elevados de emoção” (Bedell & Lennox, 1997, citado por
Falcone, 1999, p. 09).
A autora ressalta que as habilidades assertiva, empática e de solução de
problemas se complementam na obtenção de satisfação pessoal e na manutenção de qualidade de
interação. Além disso, a autoconsciência (consistindo na identificação dos próprios sentimentos,
expectativas e desejos) corresponde ao componente cognitivo da assertividade; a consciência do outro
(que identifica os sentimentos, expectativas e desejos da outra pessoa) corresponde ao componente
cognitivo da empatia; a autoconsciência e a consciência do outro constituem os componentes cognitivos
da capacidade de solucionar problemas interpessoais.
Em um artigo intitulado “Uma proposta de um sistema de Classificação das Habilidades Sociais”
Excluído: citadas acima
Falcone (2001) define as habilidades : assertividade, solução de problemas e empatia e faz uma revisão
da literatura coletando e sistematizando os componentes comportamentais e cognitivos das habilidades
sociais.
Com base nessa explicação teórica são descritas 15 habilidades sociais: 1) iniciar conversação; 2)
manter conversação; 3) encerrar conversação; 4) fazer pedido sem conflito de interesses; 5) fazer pedido
com conflito de interesses; 6) pedir a alguém para mudar o comportamento; 7) recusar pedidos; 8)
responder a criticas; 9) expressar opiniões pessoais; 10) expressar afeição; 11) fazer elogios; 12) receber
elogios; 13) defender os próprios direitos; 14) convidar alguém para um encontro; 15) conversar com
uma pessoa que está revelando um problema. Essas habilidades sociais aparecem ligadas às habilidades
sociais mais globais. Podendo ser agrupadas da seguinte forma:
Habilidades relacionadas a empatia: 1) iniciar conversação; 8) responder à críticas; 15)
conversar com uma pessoa que está com problema
Habilidades relacionadas à assertividade: 3) encerrar conversação; 4) fazer pedido sem
conflito de interesses; 12) receber elogios; 13) defender os próprios direitos; 14) convidar alguém para
um encontro;
Habilidade relacionada à solução de problemas: 6) pedir a alguém para mudar o
comportamento
54
Excluído: (
Excluído: )
Habilidades relacionadas à assertividade e empatia: 2) manter conversação; 5) fazer pedido
com conflito de interesses; 7) recusar pedidos; 9) expressar opiniões pessoais; 10) expressar afeição; 11)
fazer elogios;
Del Prtette e Del Prete (1999) também destacam a importância dos componentes cognitivos das
habilidades sociais. Consideram que o conhecimento prévio de um indivíduo formado ao longo de sua
trajetória sobre a cultura, o ambiente, os papéis sociais e sobre si próprio além das crenças e expectativas
que incluem seus valores planos, metas estilos de atribuição e as estratégias e habilidades de
processamento que já tenha adquirido são os principais componentes cognitivos que influenciam o
repertorio de habilidades sociais de cada um.
As habilidades sociais são aprendidas, mais comumente de forma não sistemática nas relações
interpessoais com as outras pessoas, com os pais, o círculo de amigos, o cônjuge, os colegas de trabalho
e a mídia em geral, que são importantes agentes de promoção ou de restrição do repertório de
habilidades sociais; mas também de forma sistemática através de programas de treinamento em
habilidades sociais, tanto terapêuticos como preventivos (Del Prette & Del Prette, 2002). Dessa forma,
ao identificarmos as deficiências no repertório de habilidades sociais de uma população, é possível criar
formas de desenvolvimento dessas habilidades.
4.1 Treinamento em Habilidades Sociais:
De acordo com Goldsmith e MacFall (1975, citado por Caballo, 2003) o THS pode ser definido como
“um enfoque geral da terapia dirigido a incrementar a competência da atuação em situações críticas da
vida” (p. 181) ou como, de acordo com Curran (1985, citado por Caballo, 2003) “uma tentativa direta e
sistemática de ensinar estratégias e habilidades interpessoais aos indivíduos com intenção de melhorar
suas competências interpessoal individual em tipos específicos de situações sociais”(p.182).
As premissas do THS são (Curran,1985 citado por Caballo, 2003):
1. As relações interpessoais são importantes para o desenvolvimento e o funcionamento
psicológicos.
2. A falta de harmonia interpessoal pode contribuir ou conduzir a disfunções e perturbações
psicológicas.
55
3. Certos estilo e estratégias interpessoais são mais adaptativos que outros para tipos específicos de
encontros sociais.
4. Esses estilos e estratégias interpessoais podem ser especificados e ensinados.
5. Uma vez aprendidos, esses estilos e estratégias melhorarão a competência em situações
específicas.
6. A melhoria na competência interpessoal pode contribuir ou conduzir à melhoria no
funcionamento psicológico.
Existem uma série de razões que impedem o indivíduo de manifestar um comportamento socialmente
hábil. Segundo Caballo (2003) esses fatores são os seguintes:
1. No repertório de respostas de um indivíduo não estão presentes as respostas hábeis. O indivíduo
pode nunca ter aprendido o comportamento apropriado ou pode até mesmo ter aprendido um
comportamento inapropriado.
2. O indivíduo é impedido de responder de maneira socialmente adequada, uma vez que sente
ansiedade condicionada.
3. O indivíduo contempla de maneira incorreta sua atuação social, auto-avaliando-se
negativamente, com acompanhamento de pensamentos “auto-derrotistas”.
4. Falta de motivação para atuar apropriadamente em determinada situação.
5. O indivíduo não sabe discriminar adequadamente as situações nas quais determinada resposta
provavelmente seja efetiva.
6. O indivíduo não está seguro de seus direitos.
7. No caso de pacientes psiquiátricos, os penetrantes efeitos da internação fizeram com que o
paciente se desabituasse com as respostas sociais.
8. Obstáculos ambientais restritivos que impedem o indivíduo de se expressar apropriadamente ou
que, até mesmo, punem a manifestação desse comportamento socialmente adequado.
Dessa forma podemos ressalta alguns elementos fundamentais do THS (Caballo, 2003)
1. Treinamento em habilidades, onde são ensinados comportamentos específicos, praticados e
integrados ao repertório comportamental do indivíduo.
56
2. Redução da ansiedade em situações sociais problemáticas.
3. Reestruturação cognitiva, modificando valores, crenças, cognições e/ou atitudes do indivíduo.
4. Treinamento em solução de problemas
O Treinamento em Habilidades sociais pode ser realizado em formato individual e grupal, de forma
geral ambos usam as mesmas técnicas, modificando alguns procedimentos (Del Prette e Del Prette,
1999). O treinamento em habilidades sociais é geralmente desenvolvido em duas fases: a fase de
planejamento em que se realiza a avaliação das habilidades sociais previamente a segunda fase, de
aplicação do treinamento. Na fase de planejamento procura-se através de entrevistas, instrumentos de
avaliação, auto-relato, observação e desempenho de papéis avaliar o grupo ou sujeito, buscando
identificar as dificuldades para desenvolver o programa de treinamento mais adequado. O programa de
THS vai depender das características dos participantes e muitas técnicas podem ser usadas.
A etapa da aplicação do programa consiste em analisar por que o indivíduo não se comporta de forma
socialmente adequada. Consiste em que o paciente entenda e diferencie entre respostas assertivas,
passivas e agressivas. Aborda a reestruturação cognitiva dos modos de pensar incorretos do individuo
socialmente inadequado. O objetivo de tais técnicas cognitivas consiste em ajudar os pacientes a
reconhecer como os pensamentos influenciam os sentimentos e comportamentos. Uma parte específica
do THS é constituída pelo ensaio comportamental das respostas socialmente adequadas em situações
determinadas. Os principais procedimentos empregados ao longo do THS são: o ensaio de
comportamento, a modelação, as instruções, a retroalimentação/reforço e as tarefas de casa. (Caballo,
2003).
O ensaio comportamental:
Por meio do ensaio comportamental representam-se maneiras apropriadas e efetivas de enfrentar as
situações da vida real que são problemáticas para o paciente. Seu objetivo consiste em aprender a
modificar modos de respostas não adaptativos, substituindo-os por novas respostas.
No ensaio de comportamento, o paciente representa curtas cenas que simulam situações da vida real. Ele
descreve brevemente a situação-problema real.
57
De acordo com Caballo (2003), para fazer o ensaio de comportamento em um formato grupal, são
necessários os seguintes passos:
1. Descrição da situação-“problema”.
2. Representação do que o paciente faz normalmente nessa situação.
3. Identificação
das
possíveis
cognições
desadaptativas
que
estejam
influenciando
o
comportamento socialmente inadequado do paciente.
4. Identificação dos direitos humanos básicos implicados na situação.
5. Identificação de um objetivo adequado para a resposta do paciente (solução de problemas).
6. Sugestão de respostas alternativas pelos outros membros do grupo e pelos treinadores/terapeutas.
7. Demonstração de uma dessas respostas pelos membros do grupo ou treinadores para o paciente
(modelação).
8. O paciente pratica de modo encoberto o comportamento que vai efetuar como preparação para a
representação de papéis.
9. Representação, por parte do paciente, da resposta escolhida, levando em conta o comportamento
modelo que acaba de presenciar.
10. Avaliação da eficácia da reposta: por quem representa o papel, baseando-se no nível de
ansiedade presente e no grau de eficácia que pensa ter tido a resposta; e também pelos outros
membros/treinadores do grupo, baseando-se no critério de treinamento hábil.
11. Levando em conta a avaliação realizada pelo paciente e o resto do grupo, o terapeuta ou outro
membro do grupo volta a representar o comportamento, incorporando sugestões feitas.
12. Repetem-se os passos 8 a 11 tantas vezes quantas seja necessário, até que o paciente e os
terapeutas e membros do grupo pensem que a resposta chegou a um nível adequado para ser
transferida para ávida real.
A modelação
A exposição do paciente a um modelo que mostre corretamente o comportamento-objetivo do
treinamento permitirá a aprendizagem observacional desse modo de atuação (Caballo, 2003).
58
No THS, a modelação é apropriada quando: uma pessoa mostra o comportamento inadequado, ou
quando um paciente não responde em absoluto ou não parece saber como começar.
Instruções, feedback: e reforço:
Observar e apontar as discrepâncias entre a atuação do indivíduo e o critério utilizado para avaliar um
comportamento socialmente adequado, desenvolvendo também uma resposta adequada. Além de
observar, apontar informações específicas sobre o desempenho do sujeito na situação, buscando a
melhora do desempenho. O reforço serve tanto para adquirir novos comportamentos, recompensando
aproximações sucessivas, como para aumentar determinados comportamentos adaptativos no paciente
Tarefas para casa
As tarefas para casa são uma parte essencial do THS. Elas constituem o veículo pelo qual as habilidades
aprendidas na sessão de treinamento são praticadas no ambiente real, isto é, são generalizadas à vida
diária do paciente.
Procedimentos Cognitivos
Em praticamente todo programa de THS estão implicados elementos cognitivos. A informação do
terapeuta pode modificar as expectativas e as metas do paciente. A modelação pode alterar as atribuições
de auto-eficácia. O ensaio de comportamento pode fornecer evidência comportamental que altere as
atribuições negativas sobre si mesmo. E o feedback social sobre a manifestação do novo comportamento
mais efetivo, nas tarefas para casa, tem um efeito nas concepções do sujeito sobre si mesmo (Trower,
O’Mahony & Dryden, 1978, citado por Caballo 2003).
4.1.1 THS e Fobia Social:
Existem diversos programas estruturados para o tratamento da fobia social (Caballo, Andrés & Bas,
2001; Heimberg et al, 1995; Odriozola & Irízar, 1999, Echeburúa, 1997). Um exemplo desses programas
nos quais o THS ocupa o lugar central é o proposto por Turner, Beidel e Cooley ( 1985, citado por
Caballo, 2003), que é baseado em quatro componentes: 1) Educativo: informar os participantes sobre a
natureza da ansiedade e dos temores sociais; 2) THS: ensina e/ou refina as habilidades sociais do
indivíduo e proporcionar prática das interações sociais; 3) Exposição: consiste em expor, ao vivo ou na
59
imaginação o sujeito á situações ansiogênicas; 4) Prática programada: atividades de casa. Podemos
dividir em três partes os componentes do THS para fobia social:
1. Dar-se conta do ambiente social: ensina-se para o indivíduo quando, como e onde iniciar e
terminar as interações sociais.
2. Melhora das habilidades interpessoais: o indivíduo aprende os aspectos verbais e não-verbais
das relações sociais adequadas.
3. Melhora das habilidades para falar em público: ensina-se aos participantes os elementos
essenciais de falar em público, incluindo a construção do que há de dizer e sua apresentação.
Essas três partes abordam um conjunto específico de problemas comuns a maioria dos sujeitos
com fobia social (Turner e cols., 1994 citado por Caballo, 2003). Os temas incluídos no THS são os
seguintes:
•
Iniciar conversações.
•
Temas apropriados e manter conversações.
•
Prestar atenção e lembrar. Mudança de temas.
•
Estabelecer e manter amizades. Habilidades para telefonar.
•
Interações heterossociais.
•
Habilidades assertivas.
•
Escolher um tema e desenvolvê-lo.
•
Estratégias para evitar que o público se distraia e como começar uma palestra de forma
eficaz.
•
Terminar uma palestra; forma e linguagem.
•
Elementos não-verbais; discussões e conversas informais; participação em congressos,
jornadas etc.
O treinamento em habilidades sociais vem sendo empregado há muito tempo para remediar os
problemas de inadequação social, e atualmente é considerado uma opção adequada para tratar a fobia
social (Caballo,2003).
60
4.1.2 Habilidade social de Falar em Público:
Uma dificuldade comum apontada pela literatura em pacientes com fobia social é a dificuldade com a
habilidade social de falar em público. Falar em público envolve uma situação de exposição considerada
bastante ansiogênica por pessoas com fobia social, muitas vezes a dificuldade nessa habilidade tem
impacto significativo na carreira das pessoas desde a faculdade até a vida profissional, impedindo um
crescimento e trazendo frustração. A maioria dos protocolos de tratamento para fobia social incluem o
desenvolvimento dessa habilidade como parte importante do tratamento. O uso do videofeedback para
desenvolver a habilidade de falar em público tem sido uma técnica cada vez mais pesquisada. Dessa
forma torna-se relevante para o presente estudo uma descrição detalhada dos componentes da habilidade
social de falar em público. Podemos destacar componentes cognitivos e comportamentais dessa
habilidade. Destacamos os fatores cognitivos apontados por Del Prette e DelPrette (1999):
conhecimentos prévios, expectativas, crenças, estratégias e habilidades de processamento. Essas varáveis
cognitivas influenciam a expressão ou não da habilidade e o desenvolvimento dessa habilidade passa por
modificar os fatores cognitivos individuais que na história de vida de cada um atrapalham. Para tal
utiliza-se no protocolo desenvolvido técnicas de reestruturação cognitiva, modificação de crenças e
exposição gradual. A autoconsciência componente cognitivo destacado por Falcone (1999) para a
habilidade assertiva também é importante para a habilidade social de falar em público, é relevante que o
indivíduo tenha consciência dos próprios desejos, pensamentos e sentimentos.
De acordo com Caballo (2003) e Encheburúa (1997) a habilidade de falar em público é composta por
alguns elementos comportamentais, podemos destacar:
Formatado: Cor da fonte:
Automática
1) Contato visual.
Para Echeburúa (1997) o contato visual é definido como olhar outra pessoa nos olhos ou, de maneira
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
Automática
mais geral, na parte superior do rosto. A troca de olhares significa que se estabeleceu contato visual com
Formatado: Cor da fonte:
Automática
a outra pessoa. Para o mesmo autor, os padrões de olhares podem significar: atitudes, uma vez que
Formatado: Cor da fonte:
Automática
pessoas que dirigem o olhar a outras são consideradas mais agradáveis, porém o olhar extremamente
fixo é considerado hostil; expressões de emoções, quando se sustenta mais o olhar intensifica algumas
61
Formatado: Cor da fonte:
Automática
emoções como a raiva; e acompanhamento da fala, quando olhar é utilizado para sincronizar e/ou
acompanhar a fala.
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
Automática
2) A expressão facial.
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Compreender as emoções é crucial para o bem-estar pessoal, para as relações íntimas e para ter êxito em
Formatado: Cor da fonte:
Automática
muitas profissões. Existe uma evidência de que o rosto é o principal sistema de sinais para mostrar as
emoções, além de ser uma área importante e complexa da comunicação não-verbal e a parte do corpo
que mais de perto se observa durante a interação.
A expressão facial representa vários papéis na interação social humana (Argyle 1969, citado por
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Caballo, 2003):
Formatados: Marcadores e
numeração
1.
Mostra o estado emocional de um indivíduo, embora ele possa tentar ocultá-lo.
2.
Proporciona uma retroalimentação contínua sobre o que se compreende, se está surpresa, se está de
acordo etc., com relação ao que é dito.
3.
Indica atitudes para com os outros.
4.
Pode atuar como metacomunicação, modificando ou comentando o que é dito ou feito ao mesmo
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
tempo.
De acordo com Ekman e Frien (1975, citado por Caballo, 2003) e Echeburúa (1997), existem seis
principais expressões de emoções e três áreas do rosto responsáveis por sua manifestação. As seis
emoções são: alegria, surpresa, tristeza, medo, ira e nojo/desprezo; e as três regiões faciais: a
testa/sobrancelhas, olhos/pálpebras e a parte inferior do rosto. Essas expressões faciais da emoção são
universais e inatas. Não obstante, embora sejam biologicamente determinadas, há diferenças culturais
com relação à intensidade da expressão emocional e ao que provoca a emoção. Além disso, há
diferenças quanto às estratégias que as pessoas têm para tentar controlar a aparência de seus rostos em
situações sociais determinadas.
Alberti e Emmons (1977, citado por Caballo, 2003) assinalaram que as condutas hábeis requerem uma
expressão facial que esteja de acordo com a mensagem; por exemplo, se uma pessoa tem uma expressão
facial de medo ou de enfado enquanto tentar iniciar uma conversação com alguém é provável que não
tenha êxito.
62
Formatado: Cor da fonte:
Automática
3) Orientação corporal.
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
Automática
Existem três principais posturas humanas: em pé; sentado, agachado ou ajoelhado; e deitado; que podem
Formatado: Cor da fonte:
Automática
ser subdivididas de acordo com o modo como se dá.
De acordo com Mehrabian (1972,citado por Caballo, 2003), a posição do corpo e dos membros, a forma
Formatado: Cor da fonte:
Automática
como a pessoa se senta, como está de pé e como anda, reflete suas atitudes e sentimentos sobre si mesma
e sua relação com os outros. Esse mesmo autor aponta quatro categorias posturais:
Formatados: Marcadores e
numeração
1.
Aproximação: uma postura atenta comunicada por uma inclinação do corpo para diante;
2.
Retirada: uma postura negativa, de recusa ou de repulsa, comunicada retrocedendo, jogando-se para
trás ou voltando-se para o outro lado;
3.
Expansão: uma postura orgulhosa, arrogante ou de desprezo, comunicada pela expansão do peito, um
tronco ereto ou inclinado para trás, cabeça ereta e ombros elevados.
4.
Contração: uma postura depressiva, cabisbaixa ou abatida, comunicada por um tronco inclinado para
frente, uma cabeça afundada, ombros caídos e um peito afundado.
Trower, Bryant e Argyle (1978,citado por Caballo, 2003), assinalam que as posições da postura servem
Formatado: Cor da fonte:
Automática
para comunicar diferentes características como:
1.
Atitudes: uma série de posições da postura que reduzem a distância e aumentam a abertura em
Formatados: Marcadores e
numeração
relação ao outro são calorosas, amigáveis, íntimas, etc.
2.
Emoções: a postura pode comunicar emoções específicas com as seguintes condutas: ombros
encolhidos, braços erguidos, mãos estendidas (indiferença); inclinação para diante, braços estendidos,
punhos apertados (ira); vários movimentos pélvicos, cruzar e descruzar as pernas (flertar, no caso das
mulheres).
3.
Acompanhamento da fala: as mudanças importantes da postura são usadas para marcar amplas
unidades da fala, como nas mudanças de tema, para dar ênfase e para sinalizar o tomar ou ceder a
palavra.
Para Alberti e Emmons (1977, citado por Caballo, 2003), uma postura ativa e ereta, diretamente de
frente para a outra pessoa, acrescenta mais “assertividade” à mensagem.
63
Formatado: Cor da fonte:
Automática
A orientação corporal refere-se ao grau que os ombros e as pernas de um indivíduo dirigem-se para, ou
desviam-se da pessoa com quem está se comunicando. O grau de orientação corporal assinala o status ou
o agrado para com a outra pessoa. Em geral, pode-se dizer que uma posição mais direta encontra-se
associada com uma atitude mais positiva. Uma orientação que é geralmente adequada para uma grande
quantidade de situações é a frontal modificada, na qual as pessoas que se comunicam encontram-se
ligeiramente angulados com relação a uma confrontação direta – de 10 a 30º. Essa posição sugere um
alto grau de envolvimento, livrando-se ocasionalmente do contato visual (Caballo, 2003; Echeburúa,
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
Automática
1997).
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
Automática
4) Gestos.
Para Echeburúa (1997), um gesto é uma ação que envia um estímulo visual a um observador. Para
Formatado: Cor da fonte:
Automática
chegar a ser um gesto, um ato tem de ser visto por outro e tem de comunicar alguma informação. Os
gestos são basicamente culturais.
A atividade verbal e a gestual podem relacionar-se de diversas maneiras. A gestual pode apoiar-se e
amplificar a verbal, ou pode contradizê-la, como quando alguém procura ocultar seus verdadeiros
sentimentos. Argyle (1969, citado por Caballo, 2003) destaca que, depois do rosto, as mãos são as partes
Formatado: Cor da fonte:
Automática
do corpo mais visíveis e expressivas, embora se preste muito menos atenção a elas do que ao rosto.
Ekman e Friesen (1975, citado por Caballo, 2003) assinalam que os movimentos da mão podem servir
Formatado: Cor da fonte:
Automática
como:
1.
Emblemas: que são movimentos que podem ser substituídos normalmente por uma ou duas palavras
ou por uma frase.
2.
Adaptadores: são movimentos aprendidos como parte dos próprios esforços adaptativos para
satisfazer necessidades corporais, ou para realizar ações corporais, ou para controlar e enfrentar as
emoções, ou para desenvolver ou manter contatos interpessoais prototípicos, ou para aprender atividades
instrumentais.
3.
Ilustradores: são movimentos unidos diretamente com a fala; parecem ilustrar o que é dito
verbalmente.
64
Formatados: Marcadores e
numeração
Trower (1980, citado por Caballo, 2003) concluiu, ao comparar um grupo de indivíduos hábeis com
Formatado: Cor da fonte:
Automática
outro que não o era, que o grupo hábil gesticulava durante 10% do tempo total, enquanto o outro nãohábil o fazia durante 4%. Conger e Farrell (1981, citado por Caballo, 2003) concluíram que os gestos,
Formatado: Cor da fonte:
Automática
associados ao tempo de fala, ao olhar e aos sorrisos, estavam positivamente correlacionados com as
avaliações da habilidade social.
Já os movimentos de cabeça são muito visíveis, mas a quantidade de informação que podem transmitir é
limitada. Os assentimentos de cabeça têm um papel importante na interação: indicam concordância, boa
vontade para com o outro que fala e atuam como reforços de alguma conduta durante a interação.
A conduta de auto-contato ocorre quando tocamos nossos corpos. Essa conduta nos proporciona sinais
genuínos com relação a nosso estado de humor interno. As intimidades consigo podem ser definidas
como movimentos que procuram bem-estar, porque constituem atos mímicos inconscientes que
representam ser tocado por outro (Caballo, 2003).
5) Volume da Voz.
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
Automática
O volume tem como função básica fazer com que a mensagem chegue até um potencial ouvinte. Para
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Caballo (2003) um volume baixo de voz pode indicar submissão ou tristeza, enquanto um alto volume
de voz pode indicar segurança, domínio, extroversão e/ou persuasão. O falar demasiadamente alto (que
sugere agressividade, ira ou rudeza) pode ter, também, conseqüências negativas – as pessoas poderiam ir
embora ou evitar encontros futuros. Um volume moderado geralmente indica agrado, atividade, alegria.
As mudanças no volume da voz são muito usadas numa conversação para enfatizar pontos. Uma voz que
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
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varia pouco de volume não será interessante de escutar (Echeburúa, 1997).
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
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6) Entonação.
A entonação serve para comunicar sentimentos e emoções. As pessoas são consideradas mais dinâmicas
Formatado: Cor da fonte:
Automática
e extrovertidas quando mudam a entonação das vozes várias vezes durante uma conversa. Para
Echeburúa (1997), em geral, uma entonação crescente é encarada positivamente (como alegria), uma
entonação decrescente, negativamente (como tristeza) e uma entonação linear, neutra. Muitas vezes a
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
Automática
entonação dada a palavra é mais importante que a mensagem verbal que se quer transmitir.
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
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7) Fluência.
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Vacilações, falsos começos e repetições são bastante comuns nas conversações. Para Caballo (2003) e
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Automática
Echeburúa (1997) as perturbações excessivas da fala podem causar uma impressão de insegurança,
incompetência, pouco interesse ou ansiedade. Existem três tipos de perturbações na fala. Uma é a
presença de muitos períodos de silêncio (pausas sem recheio). Outro tipo é o emprego excessivo de
“palavras de recheio” durante as pausas, p. ex., “você sabe”, “bem”, ou sons como “hum” ou “ah”. As
expressões com muitas pausas recheadas (“ahs” e “ehs”) provocam percepções de ansiedade ou de
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
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enfado. O terceiro inclui repetições, gaguejos, erros de pronúncia, omissões e palavras sem sentido.
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
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8) Velocidade.
Knapp (1982, citado por Caballo, 2003) assinala que a velocidade normal da fala é de 125 a 190 palavras
por minuto, e que a compreensão começa a diminuir quando a velocidade se encontra entre 275 e 300
Formatado: Cor da fonte:
Automática
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Automática
palavras por minuto.
Falar lentamente pode deixar impaciente e aborrecido quem escuta, e por outro lado, falar rapidamente
gera dificuldades para entender o conteúdo (Echeburúa, 1997).
9) Clareza.
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
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Algumas pessoas balbuciam as palavras, arrastam-nas, pronunciam mal ou falam aos borbotões, ou têm
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um sotaque excessivo. Esses padrões da fala podem ser desagradáveis para o ouvinte (Caballo, 2003).
10) Conteúdo.
Formatado: Fonte: Não
Itálico, Cor da fonte:
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Como a fala serve para muitos propósitos, como comunicar idéias, descrever sentimentos, persuadir e
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Automática
argumentar, as palavras empregadas sempre dependeram da situação em que a pessoa se encontre, seu
papel nessa situação e o que pretende seguir. O conteúdo da fala pode ser íntimo ou impessoal, simples
ou complexo, informal ou técnico (Echeburúa, 1997).
11) Aparência do palestrante.
Formatado: Fonte: Não
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A aparência pessoal refere-se ao aspecto exterior da pessoa. As roupas e os adornos representam um
Formatado: Cor da fonte:
Automática
papel importante na impressão que os demais formam do indivíduo. De acordo com Argyle (1969,
Formatado: Espaçamento
entre linhas: Duplo
citado por Caballo, 2003), a principal finalidade da manipulação da aparência é a auto-apresentação, que
Formatado: Cor da fonte:
Automática
indica como vê a si mesmo o que assim se apresenta e como gostaria de ser tratado. Os componentes nos
quais se baseiam o atrativo e as percepções do outro são as roupas, o físico, o rosto, o cabelo e as mãos.
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A aparência é preparada com mais ou menos cuidado e tem um grande efeito sobre as percepções e
reações dos outros. A apresentação de uma imagem própria aos demais é uma parte essencial da conduta
social, mas deve ser feita de modo adequado.
Esses componentes constituintes da habilidade de falar em público foram utilizados na pesquisa como
base para desenvolver os instrumentos de avaliação para a sessão de videofeedbeck da habilidade social
Formatado: Cor da fonte:
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Formatado: Fonte: Itálico,
Cor da fonte: Automática
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de falar em público.
Excluído: 4
5 Teatro do Oprimido:
“O teatro nasce quando o ser humano descobre que pode observar-se a si mesmo: ver-se em ação.
Descobre que pode ver-se no ato de ver-ver-se em situação.” (Boal, 1996 p 27). Para Boal (1996) o
teatro ou teatralidade é uma propriedade humana, todo ser humano pode se ver em ação, pode se autoobservar. O ator e espectador, em um primeiro momento, são a mesma pessoa, quando existe uma
separação entre atores e espectadores, ou seja, uns se especializam em atuar e outros em observar,
nascem as formas teatrais, os teatros, a profissão de ator. Para Boal “o teatro é uma atividade vocacional
de todos os seres humanos” (1996, p 28). O Teatro do Oprimido tem por objetivo resgatar essa vocação,
democratizando o teatro, transformando-o em um instrumento para a modificação social e interpessoal.
Existem três vertentes principais do teatro do Oprimido: educativa, social e terapêutica.
O Teatro do Oprimido foi criado por Augusto Boal, na década de 60, com o objetivo de desenvolver em
todos a capacidade de se expressar através do teatro, de transformar o espectador em agente da ação
dramática (Boal, 1998). O Teatro do Oprimido é um conjunto de técnicas, exercícios e jogos teatrais,
organizados em diferentes modalidades, que tem como principal objetivo colocar o teatro a serviço da
transformação social (Nunes, 2001). É uma metodologia transformadora que propõe o diálogo como
meio de refletir e buscar alternativas para conflitos interpessoais e sociais.
O processo do Teatro do Oprimido, além de democratizar o teatro, serve como uma forma de incluir o
indivíduo na sociedade, trabalhando com grupos de minorias, estabelece uma comunicação direta e ativa
entre espectadores e atores, gerando um diálogo na sociedade fazendo com que os indivíduos
67
desenvolvam sua autoconsciência, lembrando que no Teatro do Oprimido não há espectadores, e sim
observadores ativos. (Dall”Orto, 2008)
Boal (2005) propõe a analogia com uma árvore para explicar o que é o Teatro do Oprimido. Destaca no
solo, onde nasceu o TO, a importância da ética, política, história e filosofia, seguido pela estética do
oprimido como o início do tronco. O conceito de estética do oprimido descrito por Boal (2005) se refere
a busca por desenvolver em quem o pratica, a capacidade de perceber o mundo através de todas as
formas de arte, destaca a palavra (escrever poemas e narrativas); o som (invenção de instrumentos e
novos sons) e a imagem (pintura, escultura, fotografia). O tronco da árvore contêm os jogos, que como
na sociedade tem regras: as regras ou leis são necessárias, porém assim como no jogo, necessitam de
liberdade criativa. Ainda no tronco do TO tem o Teatro imagem e o Teatro fórum, seguido pelos galhos
e folhas: Teatro Jornal, Teatro invisível, Teatro Legislativo e Arco-Íris do Desejo. Os frutos da árvore
que caem no solo são a multiplicação (quem o pratica deve multiplicar seu uso), a solidariedade
(conhecer não apenas as próprias opressões, mas as opressões alheias).
Teatro Imagem
Técnica teatral que transforma questões, problemas e sentimentos em imagens concretas. A partir da
leitura da linguagem corporal, busca-se a compreensão dos fatos. Dispensa-se o uso da palavra para usar
outras formas perceptivas.
Teatro Jornal
Conjunto de doze técnicas de transformação de textos jornalísticos em cenas teatrais. Criada em 1971,
no Teatro de Arena de São Paulo, esta técnica foi muito usada na época da ditadura militar brasileira
para revelar informações distorcidas pelos jornais da época, todos sob censura oficial.
Teatro Invisível
Teatralização de uma cena do cotidiano apresentada no local onde realmente poderia acontecer, sem que
se identifique como evento teatral. Desta forma, os espectadores são reais participantes, reagindo e
opinando espontaneamente à discussão provocada pela encenação.
Teatro Legislativo
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É um conjunto de procedimentos que misturam o teatro-fórum e os rituais convencionais de uma
Câmara ou Assembléia, com objetivo de chegar à formulação de projetos de leis coerentes e viáveis.
Teatro-Fórum:
Essa é uma das modalidades desenvolvidas por Boal mais praticada no mundo todo. O fórum é um
debate através da cena (Nunes, 2001). A característica principal do teatro fórum é a relação com a
platéia, chamada por Boal (2005) de “spect-atores”, uma vez que o espectador também é ator. A platéia
é convidada a participar da peça, entrando em cena para atuar, não apenas usando a palavra, mas
teatralmente revelar seus pensamentos, desejos e propostas de solução para o conflito apresentado.
No teatro fórum monta-se uma cena baseada em conflitos reais experienciados pelo grupo e que se
deseje modificar, cada pessoa é convidada a contar situações de conflito em que se sentiu oprimida, o
grupo então escolhe uma história contada ou uma combinação das histórias contadas que melhor
represente as opressões do grupo. Com base nessa escolha se monta a cena de teatro fórum, em que o
conflito não se resolve, a cena apresenta o problema sem a solução, apenas o conflito entre opressor e
oprimido. A cena é passada para a platéia uma vez dessa forma, em seguida o coringa pergunta se
alguém da platéia imagina outra forma de agir para o oprimido, uma alternativa para a ação do oprimido
na cena e convida a pessoa para entrar em cena no lugar do oprimido e atuar sua alternativa, em seguida
o grupo é convidado a debater a solução apresentada. Esse mecanismo se repete até que várias soluções
apresentadas pela platéia sejam encenadas. O coringa é o facilitador do TO, um especialista na
metodologia capaz de coordenar e dirigir grupos de TO e mediar o diálogo entre o elenco e a platéia nas
sessões de teatro fórum.
O personagem oprimido é o porta-voz das dificuldades do grupo, ele quer algo e não consegue devido a
ação de outros personagens (opressores). Podem ter um ou mais aliados do protagonista e um ou mais
antagonistas. Após várias intervenções realizadas na cena com a proposta de diferentes alternativas é
importante que o coringa estimule a participação da platéia no debate das alternativas propostas, a
ativação do espectador para que se torne além do que observa o que age (Nunes, 2001).
69
Para Nunes (2001) algumas observações são pertinentes ao desenvolvimento do teatro fórum, a autora
destaca que a primeira modificação ocorre no relato de cada um de suas opressões que leva a construção
de uma identidade de grupo, uma história individual passa a ser coletiva para se propor algum tipo de
ação. Também é importante desenvolver a autoconsciência dos personagens e do grupo sobre as
opressões relatadas e encenadas, o grupo deve se perguntar e responder: O que quer em relação às
queixas compartilhadas? O que atrapalha a conseguir o que quer? e Quais são as saídas? É sempre
importante que existam saídas para as situações apresentadas, mesmo que sejam difíceis de identificar e
executar, devem ser sempre procuradas. O objetivo do fórum é propor a ação, ver alternativas de
solução: passa-se em situações em que algo pode ser feito. “O Teatro do Oprimido, em todas as suas
formas, busca sempre a transformação” (Boal, 2005 p 19)
Arco-Íris do Desejo:
É a vertente terapêutica do teatro do Oprimido, usa todas as formas do TO com objetivo terapêutico.
Para Boal (1996), no arco-íres do desejo todas as intervenções “tentam ajudar a analisar-lhe as cores
para recombiná-las noutras proporções, noutras formas, noutros quadros que se desejam” (Boal, 1996, p
29). Pode ser definido como um conjunto de técnicas terapêuticas e teatrais, adequadas para a análise de
questões interpessoais e/ou individuais. Para Boal (1996) um procedimento é terapêutico quando permite
ao paciente ter escolha, ou seja, o estimula na escolha de uma alternativa á situação na qual se encontra.
O processo teatral de trazer para o presente uma situação já vivida, oferece em si mesmo, uma
alternativa, ao permitir que o protagonista veja a si mesmo, o próprio desejo de mostrar o obriga a ver.
Nas psicoterapias teatrais não é apenas a entrada do corpo em cena o importante e sim o efeito da
atuação sobre a consciência do protagonista, que, em cena torna-se sujeito e objeto, consciente de si
mesmo e de sua ação, além de ser um espaço livre para testar alternativas, um ensaio de situações e
soluções. Para Boal (1996, 2005) existe uma mecanização no cotidiano em que prestamos mais atenção
a outras pessoas e coisas, na atuação nos voltamos para nós mesmos e podemos ficar mais conscientes
das mecanizações, ou padrões de comportamento que seguimos. Afirma que:
70
“Ao desenvolver sempre os mesmos movimentos, cada pessoa mecaniza seu corpo para melhor executálos, privando-se de possíveis alternativas para cada situação original (...). O ator também tem suas ações
mecanizadas (...) e é necessário começar pela desmecanização física e intelectual para torná-lo capaz de
assumir outras possibilidades” (Boal, 1998, p 61).
Novamente a prática do teatro fórum aparece, agora com um foco maior nos conflitos individuais e
interpessoais e não tanto em questões sociais. O espectador que entra em cena substituindo o
protagonista converte-se imediatamente em protagonista, mostra sua alternativa, vivencia sua execução
na atuação e observa seus efeitos e consequências, reflete sobre novas técnicas e estratégias e aumenta
sua percepção de sentimentos e pensamentos. Identifica o que deseja, o que o impede e quais as saídas.
Outro aspecto terapêutico relevante apontado por Boal (1996) no teatro fórum usado no arco-íris do
desejo é a empatia. O grupo que observa não funciona como no teatro tradicional, apenas um
observador, mas também se permite penetrar na experiência vivida pelo protagonista, viajando para o
interior desse protagonista, sentindo suas emoções e reconhecendo seus pontos de vista, suas
perspectivas, podendo se identificar com o protagonista e compreendê-lo.
“O teatro é essa psique onde podemos ver nossa psique (o teatro é um espelho onde se reflete a natureza,
diz Shakespeare). E o Teatro do Oprimido é um espelho onde podemos penetrar e modificar nossa
imagem.” (Boal, 1996,p42)
Teatro do Oprimido e a Terapia Cognitivo-Comportamental:
Não foi encontrada na revisão da literatura realizada para esta pesquisa material sobre a combinação do
teatro do oprimido e a terapia cognitivo-comportamental. A idéia da combinação desse teatro com a
TCC surgiu da experiência pessoal da autora como terapeuta cognitivo-comportamental e por trabalhos
realizados com a metodologia do teatro do oprimido.
Para o modelo cognitivo-comportamental a forma como interpretamos uma situação, ou seja, nossos
pensamentos a respeito de uma situação influenciam nossos sentimentos e comportamentos. A nossa
forma de pensar é influenciada por nossas experiências de vida, como aprendemos a ver o mundo, os
outros e nós mesmos. Muitas vezes não vemos todas as alternativas possíveis de interpretação de uma
71
situação, e podemos estar distorcendo, com base em experiências anteriores, a situação. Uma das
principais intervenções dessa terapia é a reestruturação cognitiva, que consiste em questionar nossos
Formatado: Fonte: 12 pt
pensamentos buscando alternativas mais realistas de avaliação das situações vividas. O foco da terapia é
no aqui-e-agora, isto é no presente. O passado e o futuro são vistos como sendo constantemente filtrados
através do momento presente. No teatro, podemos trazer eventos passados para o presente, tendo o foco
também no aqui e agora. No teatro fórum exploram-se alternativas para uma situação problema,
questionado e propondo diferentes formas de solução para um mesmo problema, questionando
constantemente e refletindo sobre as alternativas apresentadas. Dessa forma, um problema é dramatizado
(possibilitando algum grau de exposição) e todos podem participar buscando uma solução (solução de
problemas e reestruturação cognitiva). Esse método possibilita um trabalho mais dinâmico, uma vez que
teatro é ação. Além de desenvolver a autoconsciência e empatia conforme citado anteriormente.
Além do teatro fórum, os jogos propostos por Boal (1998) para a desmecanização física e intelectual têm
muito em comum com os objetivos da TCC no tratamento da fobia social. No modelo proposto por
Clark e Wells (1995), além da característica principal da fobia social ser o medo da avaliação negativa
dos outros, os principais fatores de manutenção são: (1) a atenção autofocada e a construção de uma
impressão de si mesmo como objeto social (autoprocessamento); (2) a influencia dos comportamentos
de segurança na manutenção das crenças negativas e de ansiedade; (3) o efeito do comportamento dos
fóbicos sociais sobre o comportamento das outras pessoas e (4) os processamentos antecipatórios e pósevento. Todos esses elementos poder ser trabalhados através de jogos e exercícios propostos por Boal
(1998), principalmente os adaptando aos objetivos terapêuticos da TCC. Esses jogos e exercícios
propostos por Boal (1998) tem na experimentação um dos principais instrumentos do teatro, buscando
desenvolver um ambiente livre de preconceitos e julgamentos que permita a ampliação do mundo
pessoal de cada um para experimentação de novas formas de comportamento, sentimento e pensamento.
Boal (1998) usa o termo exercício para designar todo movimento físico, muscular, respiratório, motor,
vocal que permita um melhor conhecimento de seu corpo. O exercício é uma reflexão física sobre si
mesmo. Os jogos tratam da expressividade dos corpos como receptores e emissores de mensagens,
incluindo pensamentos, sentimentos e comportamentos. O objetivo dos jogos e exercícios é a
72
desmecanização física e intelectual de quem o pratica, procurando uma liberdade de pensar agir e se
comportar que se expresse através do corpo e das atitudes. Permitindo trabalhar com o fóbico social a
preocupação com a avaliação e julgamento negativo do outro.
“Os jogos teatrais preparam para uma atuação que une a experimentação e a técnica, libertando o
indivíduo para um comportamento fluente no palco, livrando-o da preocupação dos julgamentos e das
aprovações, e reconhecendo a platéia como membro participante da experiência, sem deixar se
influenciar por ela.” (Spolin, 1998, citado por Garcia, 2005, p 42)
Excluído: ansiedade social
Adaptar as técnicas dessa metodologia ao tratamento cognitivo-comportamental em grupo para fobia
Social permite trabalhar de forma criativa os principais processos descritos no modelo cognitivo: a
reestruturação cognitiva, a exposição ao vivo, o treino em habilidades sociais, o treino em solução de
problemas e desenvolver os processo grupais (coesão, altruísmo, esperança, universalidade); além de
acrescentar a possibilidade de se trabalhar o repertório não verbal dos pacientes, complementando o
tratamento.
O protocolo de tratamento cognitivo-comportamental em grupo desenvolvido para essa pesquisa adaptou
os jogos e exercícios do teatro do oprimido para trabalhar a reestruturação cognitiva, reestruturação de
crenças centrais, modelo cognitivo da fobia social, exposição, processos grupais (coesão, altruísmo,
esperança, universalidade) e treinamento em habilidades sociais. Ao final do tratamento cada grupo
montou uma peça de teatro fórum e apresentou a uma platéia aleatória (convidada no dia da
apresentação no campus da universidade).
Excluído: 5
6 VÍDEO COMO FEEDBACK
No início da década de 70, muitos artigos de pesquisa e de casos clínicos surgiram atestando os efeitos
positivos do vídeo em psicoterapia (Heilveil, 1984). Desde essa época vem se aprimorando a pesquisa
nessa área. A literatura crescente sugere que, quando o vídeo é usado como uma técnica complementar
ao tratamento, os clientes tendem a aumentar a produção de comportamentos desejados e tendem a
aprender novas estratégias de enfrentamento com rapidez maior do que somente com a psicoterapia.
73
O vídeo como feedback tem sido criativamente empregado no tratamento de uma grande diversidade de
problemas, incluindo problemas comportamentais, hiperatividade, baixa auto-estima, alcoolismo, vício
de drogas, depressão, ansiedade, disfunções sexuais e anorexia Nesse tipo de trabalho o paciente é
levado a considerar seus modos habituais de responder em determinadas situações, o que lhe confere a
oportunidade de modificar voluntariamente esses comportamentos. O vídeo é um poderoso auxiliar no
processo de aprendizagem que pode atuar maximizando os efeitos positivos da terapia, economizando
tempo, (Heilveil, 1984).
Indivíduos com fobia social tendem a subestimar seu desempenho em situações sociais, alguns modelos
Excluído: ansiedade social
propostos para fobia social têm pontuado a importância da diferença entre a imagem/desempenho que o
indivíduo gostaria de representar e a imagem/desempenho que ele se sente capaz de representar diante
da ansiedade, (Alden, Bieling & Wallace, 1994; Clark & Wells, 1995).
Excluído: ansiedade social
Rapee e Hayman (1996) propõeem que indivíduos com fobia social subestimam seu desempenho na
maioria das situações sociais porque utilizam os sinais internos como indicadores para sua autoavaliação, uma vez que os sinais internos na situação de ansiedade estão fortemente ativados, cria-se
uma representação mental negativa do desempenho.
O vídeofeedback vem sendo uma técnica utilizada para a modificação da auto percepção negativa do
Excluído: ansiedade social
desempenho que ocorre em indivíduos com fobia social. Um estudo realizado por Rapee e Hayman
(1996) procurou avaliar o efeito do videofeedback na modificação da auto percepção negativa que ocorre
Excluído: ansiedade social
em indivíduos com fobia social apresentando e analisando o resultado de três estudos resumidos a
seguir:
Formatado: Sem sublinhado
Estudo 1:
S. tem 15 anos, branco, gênero masculino, estudante, procurou atendimento para “ansiedade de
desempenho”, recebendo o diagnostico de fobia social. Principal queixa: extrema ansiedade ao tocar
guitarra em público e comportamento de evitação dessa situação, alem de evitar falar com o gênero
oposto, se juntar a um grupo durante uma conversa e dificuldade em dizer não. Ele reportou nunca ter se
visto em vídeo.
74
S. foi instruído a tocar diante de 7 pessoas e seu desempenho foi filmado nessa situação. Imediatamente
após o fim da exposição S. mensurou a qualidade de seu desempenho, de acordo com cinco escalas que
mediam habilidades especificas e globais, pontuadas de 5 (desempenho muito pobre) até 27 (excelente
desempenho). Após o preenchimento, ele foi levado a uma sala na qual se viu através do vídeo, e após
isso, preencheu novamente as mesmas escalas. Onde antes ele havia marcado 8 pontos, após o vídeo,
marcou 15, 5, enquanto que o auditório que também respondeu às escalas, marcou 19,4.
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Estudo 2:
Este estudo foi realizado com um grupo de 62 estudantes de psicologia, os estudantes foram convidados
através de cartazes recrutando voluntários para participar de um estudo sobre o desempenho ao falar em
público. Participaram nove homens e cinqüenta e três mulheres com idade média de 22 e 8 anos. A
tarefa proposta consistia em apresentar um discurso enquanto filmados. Tratava-se de 2 minutos de
preparação e 3 minutos discursando sobre qualquer tópico. Os participantes foram instruídos a olhar para
o experimentador e não para a câmera de vídeo. O experimentador foi instruído a manter uma postura
interessada. Como instrumento de avaliação foi utilizada uma escala de avaliação de desempenho ao
falar em publico e medidas de avaliação de ansiedade. Os participantes, após a exposição, foram
solicitados a avaliar como sentiam que haviam realmente se desempenhado, em seguida assistiram ao
vídeo e avaliaram como tinham se visto no vídeo. Dois pesquisadores funcionaram como observadores
neutros. Sua tarefa consistia em avaliar o desempenho dos participantes através dos mesmos
instrumentos de avaliação preenchidos pelos sujeitos da pesquisa.
Formatado: Fonte: Itálico
Os resultados desse estudo indicaram que o uso do videofeedback permite ao sujeito adotar uma
perspectiva de observador externo de si mesmo, fazendo uma avaliação mais positiva de seu
desempenho após se ver em vídeo, mais consistente com a avaliação dos observadores externos.
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Estudo 3:
Esse estudo foi realizado com 40 estudantes universitários convidados a participar através de cartazes
Formatado: Fonte: Não
Negrito
que recrutavam voluntários interessados em superar o medo de falar em público. Os participantes foram
Formatado: Fonte: Itálico
divididos aleatoriamente e alocados em dois grupos: um grupo com vídeofeedback (VF) e um grupo
Formatado: Fonte: Itálico
controle sem videofeedback (SVF), completaram escalas de avaliação de desempenho em público e
75
ansiedade. Os sujeitos foram instruídos a apresentar um discurso enquanto filmados. Tratava-se de 2
minutos de preparação e 3 minutos discursando sobre qualquer tópico. Foram instruídos a olhar para o
experimentador e não para a câmera de vídeo. O pesquisador foi instruído a manter uma postura
interessada. Após o primeiro discurso os dois grupos realizaram uma avaliação do desempenho. Em
seguida o grupo VF assistiu ao vídeo, e preencheu novamente a avaliação, enquanto que o grupo SVF
aguardou 3 minutos e preencheu a 2ª avaliação com base no que se lembrava. Os participantes
aguardaram 10 minutos para realizar um segundo discurso, de 3 minutos, sobre outro tema, também
tiveram dois minutos para se preparar. Ao final preencheram novamente uma avaliação. Dois
pesquisadores funcionaram como observadores neutros, não foram informados da divisão dos grupos.
Sua tarefa consistia em avaliar o desempenho dos participantes através dos mesmos instrumentos de
avaliação preenchidos pelos sujeitos da pesquisa.
Formatado: Fonte: Itálico
Os resultados encontrados indicaram que o grupo com videofeedback avaliou seu desempenho de
maneira mais consistente, como a dos observadores externos, em comparação ao grupo sem
videofeedback. O grupo com videofeedback também fez uma avaliação mais positiva de seu desempenho
após o 2º discurso, em comparação ao grupo sem videofeedback. Como já foi descrito, em uma situação
social, os fóbicos sociais formam uma representação mental de seu desempenho baseado em uma
avaliação dos sintomas internos que funcionam reforçando seus pensamentos e percepções. Ao observar
o desempenho no vídeo, a representação mental pode vir a ser alterada. O resultado encontrado nessa
pesquisa em que a representação modificada continua em um segundo discurso feito 10 minutos após,
sugere que, de algum modo, a informação fica integrada na memória.
O estudo 3, especificamente, não demonstrou que a ansiedade foi significantemente afetada pelo
videofeedback, uma vez que ocorreu em ambos os grupos no 2º discurso. Esse resultado talvez reflita um
processo de habituação.
Os autores desse estudo Rappe e Hayman (1996) encerram o artigo concluindo que o uso do
vídeofeedback funciona melhorando o autoprocessamento e atenção auto focada de pacientes ansiosos
sociais. Como o vídeofeedback foi a única intervenção utilizada, os autores recomendam a realização de
Formatado: Fonte: Itálico
novos estudos que investiguem os efeitos da redução de ansiedade alcançada através do vídeofeedback,
76
Formatado: Fonte: Não
ao se combinar essa técnica com outras formas de feedback, como o realizado pelo terapeuta, por grupos
ou por outras pessoas significantes.
Formatado: Fonte: Itálico
De acordo com Clark e Wells (1995), o vídeofeedback pode ser útil no tratamento da fobia social, já que
aqueles que sofrem deste transtorno superestimam sua ansiedade em decorrência de uma percepção
distorcida sobre eles mesmos. Outros estudos chamam atenção para o fato de que as pessoas que ficam
ansiosas ao terem que discursar ou falar em público, diagnosticadas ou não com o quadro de fobia
social, tendem a subestimar seu desempenho em comparação às avaliações feitas por observadores
(Rapee & Hayman, 1996; Hofmann, 2004; Harvey 2000). Em ambos os modelos, as impressões
distorcidas estão fortemente ligadas aos sintomas ansiosos cognitivos, somáticos e comportamentais,
sendo assim, se o vídeofeedback pode apontar informações corretas e reais, por extensão, deverá
diminuir os sintomas ansiosos citados.
Clark e Wells (1995) observaram que durante o videofeedback indivíduos com fobia social tendem a
lembrar de imagens de como estavam se sentindo na situação social e essas imagens diferem das
imagens no vídeo, levando a um estado de confusão. Eles então propuseram a realização de um preparo
cognitivo anterior ao videofeedback com o objetivo de maximizar os efeitos da técnica. O preparo
cognitivo proposto pelos autores tem três etapas:
1) Propor ao paciente refletir sobre cada detalhe do conteúdo que aparecerá no vídeo.
2) Formar uma imagem do desempenho.
3) Instruir os pacientes a assistirem ao vídeo como se estivessem vendo uma outra pessoa.
De acordo com esse modelo Harvey (2000) realizou uma pesquisa comparando os resultados de um
grupo que recebeu o preparo cognitivo com um grupo sem preparo cognitivo. Os participantes que
receberam o preparo cognitivo anterior ao vídeo fizeram avaliações significantemente mais positivas
sobre seu desempenho do que aqueles que só receberam o vídeo. No entanto, ele pontuou a importância
da estabelecer a generalização, pedindo aos participantes que fizessem uma segunda apresentação. Essa
foi uma limitação de seu estudo que ficou como sugestão para estudos futuros. Kim, Lundh e Harvey
(2002), realizaram um estudo com o propósito de replicar o achado de Harvey (2000), bem como
77
demonstrar o efeito de generalização a partir de uma segunda apresentação. Para a realização da
Excluído: ansiedade social
pesquisa foram selecionados 40 participantes diagnosticados com fobia social, divididos aleatoriamente
em dois grupos: Grupo com preparo cognitivo (n=20) e Grupo sem preparo cognitivo (n=20) A pesquisa
Excluído: ansiedade social
utilizou escalas de avaliação para ansiedade, perfeccionismo, falar em público, fobia social e depressão.
Os participantes foram instruídos a apresentar um discurso de 3 minutos de duração ao experimentador e
a câmera. Além disso, dois psicólogos avaliaram seu desempenho durante o discurso. O tema era de
livre escolha e os participantes tiveram 3 minutos para se preparar, não podendo fazer lembretes. Após o
discurso eles preencheram as escalas de avaliação.
O grupo do preparo cognitivo recebeu as seguintes instruções:
1.
Perguntava-se aos participantes para onde estava voltado o foco da atenção durante a
apresentação, e se tal comportamento era típico em situações similares. Após uma reflexão,
questionava-se como eles imaginavam que a atenção poderia afetar a memória sobre a situação.
Se eles afirmavam não haver relação, perguntava-se então qual era a diferença. Levou de 2-3
minutos.
2.
Os participantes deveriam dizer detalhadamente como acreditavam ter se saído no vídeo. Por
exemplo, se avaliavam “maçante” como 9, pedia-se que identificassem sinais ou indicações dos
momentos maçantes.
3.
Foi feita uma “exposição” imaginaria para que formassem uma imagem clara de como se viram
durante a apresentação, e logo após deveriam avaliar de 0 a 10 o quão vivido foi à imaginação.
4.
O experimentador discutiu a distinção entre como alguém se sente durante a apresentação e como
se parece, e foi solicitado aos participantes que percebessem como eles haviam se
desempenhado, e não como eles se sentiram.
Ambos os grupos assistiram às imagens de suas apresentações em vídeo e novamente preencheram as
escalas. Passados 30 minutos os grupos foram instruídos a realizar outro discurso nos mesmos moldes do
anterior, porém mudando o tema. Novamente preencheram as escalas de avaliação.
78
Este estudo confirmou o de Harvey. (2000), indicando que o efeito do vídeofeedback é melhorado
quando há um preparo cognitivo, e complementou o estudo anterior ao demonstrar que o comportamento
é generalizado para avaliação de uma segunda apresentação, e tal efeito tende a ser mais forte. Um
Formatado: Fonte: Itálico
aspecto importante destacado pelo estudo, aqueles que só receberam o vídeofeedback mostraram uma
tendência a avaliar negativamente o segundo discurso.
Formatado: Fonte: Itálico
Um estudo que não encontrou resultados comprovando a eficácia do videofeedback foi o realizado por
Smits, Powers, Buxkamper e Telch (2005). Os autores tentaram avaliar a eficácia do uso de duas formas
Formatado: Fonte: Itálico
de videofeedback em associação ao tratamento de exposição ao vivo para fobia social. O estudo ocorreu
Excluído: ansiedade social
com 77 pacientes diagnosticados com fobia social. Os pacientes foram aleatoriamente distribuídos em
Excluído: ansiedade social
Formatado: Fonte: Itálico
quatro grupos: a) grupo placebo; b) exposição ao vivo sem videofeedback; c) exposição ao vivo com
Formatado: Fonte: Itálico
videofeedback e d) exposição com feedback de outras pessoas (platéia). Os resultados encontrados
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
indicaram que o videofeedback não aumentou a eficácia do tratamento de exposição ao vivo. Esse
resultado vai de encontro ao resultado encontrado em outro estudo realizado por Roudebaug (2004), nos
mesmos moldes, porém comparando apenas dois grupos: a) exposição com videofeedback e b) exposição
sem videofeedback. Ambos os estudos realizaram preparo cognitivo antes do videofeedback, conforme
indicado na literatura. Esses dois estudos levantam duas hipóteses para os dados encontrados:
Formatado: Fonte: Itálico
1) as técnicas de videofeedback ajudam a reestruturar uma imagem distorcida que os pacientes com
Excluído: ansiedade social
fobia social tendem a ter, porém não muda diretamente a idéia de que o desempenho precisa ser
perfeito, ou seja, não diminui o grau de exigência e a preocupação com o desempenho.
2) Na literatura existe um consenso de que terapias baseadas em exposição ao vivo têm um
Excluído: ansiedade social
resultado efetivo para fobia social e ainda não está claro se as terapias com intervenções
cognitivas produzem resultados mais efetivos.
Atualmente a literatura apresenta estudos com resultados controversos em relação à eficácia do uso de
Excluído: ansiedade social
técnicas de videofeedback no tratamento de pacientes com fobia social. Porém, existem mais estudos
Excluído:
apontando o uso do videofeedback como efetivo do que o inverso, principalmente se incluir um preparo
cognitivo como parte da técnica de videofeedback.
79
Excluído: ansiedade social
Os estudos mais recentes dedicados ao tratamento da fobia social têm focado no desenvolvimento de
estratégias que tornem o tratamento mais eficaz, uma vez que a eficácia da terapia cognitivocomportamental para este transtorno está bem estabelecida na literatura. O desenvolvimento de novas
técnicas tem ocorrido a partir dos modelos psicossociais contemporâneos, focando nos processos
envolvidos na manutenção do transtorno. No modelo proposto por Clark e Wells (1995) os principais
fatores de manutenção são: (1) a atenção autofocada e a construção de uma impressão de si mesmo
como objeto social (autoprocessamento); (2) a influencia dos comportamentos de segurança na
manutenção das crenças negativas e de ansiedade; (3) o efeito do comportamento dos fóbicos sociais
sobre o comportamento das outras pessoas e (4) os processamentos antecipatórios e pós-evento. Com
base nesse modelo Clark, Ehlers, McManus, Hackmann, Fennell e Campbell (2003), propõe um
Excluído: ansiedade social
programa novo de tratamento cognitivo para fobia social, incluindo novas técnicas baseadas nos fatores
de manutenção, como técnicas de videofeedback , além de técnicas para mudança do autoprocessamento,
processamento pré e pós-evento e modificação de comportamentos de segurança. O resultado desse
estudo sugere que a inclusão dos novos procedimentos aumenta a eficácia da terapia cognitivocomportamental, porém esses resultados precisam ser confirmados em estudos comparando tratamentos
com e sem os novos procedimentos.
O vídeo como feedback é útil no treinamento das habilidades sociais, uma vez que o paciente é levado a
Formatado: Normal,
Justificado, Espaço Antes: 0
pt, Depois de: 0 pt
considerar seus modos habituais de responder em determinadas situações, o que lhe confere a
oportunidade de modificar voluntariamente esses comportamentos. O vídeo se torna assim um poderoso
auxiliar no processo de aprendizagem. Booraem e Flowers (conforme citado por Caballo, 2003) apontam
que a gravação, em gravador ou em vídeo, possa facilitar o treinamento do volume apropriado ao
proporcionar aos pacientes retroalimentação direta e imediata sobre seu volume de voz.
Aliar técnicas de vídeofeedback a técnicas de teatro do oprimido em um protocolo de tratamento
Excluído: ansiedade social
cognitivo comportamental em grupo para fobia social pode potencializar os efeitos do tratamento,
maximizando os ganhos e o tempo gasto em terapia.
80
Excluído: 6
7. MÉTODO
Excluído: Método:
Excluído: 6
7.1 Tipo de Estudo:
Formatado: Sem sublinhado
Experimental
Formatado: Sem sublinhado
7.2 Local do estudo:
Excluído: 6
Formatado: Sem sublinhado
Divisão de Psicologia Aplicada, Prof.ª Isabel Adrados - DPA da UFRJ no Campus da Praia Vermelha,
Avenida Pasteur, 250 – Pavilhão Nilton Campos. A DPA, vinculada ao Instituto de Psicologia da UFRJ,
oferece atendimento psicoterápico e avaliação neuropsicológica às comunidades interna e externa à
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Universidade. Funciona de 2ª a 6ª feira das 08h00min às 20h00min, possui oito salas para atendimento
psicológico e disponibiliza uma sala para a realização de atendimentos em grupo.
7.3 Amostra:
Adultos entre 18 e 65 anos, de ambos os gêneros, que receberam o diagnóstico de fobia social de acordo
com os critérios diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais DSM-IV-TR e
fizeram triagem na Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ.
7.4 Instrumentos:
7.4.1 CIS-R (Clinical Interview Schedule):
Excluído: Divisão de Psicologia
Aplicada da UFRJ no Campus da
Praia Vermelha AV. Vencesláu
Brás 71. A Divisão de Psicologia
Aplicada da UFRJ é um espaço
dedicado a realização de estágio e
pesquisa na área de psicologia
clinica . Funciona de 2ª a 6ª feira
das 8:00 às 19:00hs, possui oito
salas para atendimento psicológico
e disponibiliza uma sala para a
realização de atendimentos em
grupo. Pretende-se utilizar a sala 8
duas vezes na semana, sempre 2ª e
6ª feira de 10:00 ás 12:00 e 13:30
ás 15:30.¶
Formatado: Sem sublinhado
Foi criado por Goldemberg, Cooper, Eastwood e Kedwond em 1970, revisado por Lewis e Pelosi em
1990 e traduzido para o português por Botega em 1994. É uma entrevista estruturada usada para
diagnosticar transtornos psiquiátricos. È dividida em duas partes, a primeira investiga o estado
psiquiátrico geral através de 10 itens e a segunda avalia sintomas específicos em 12 itens. Na segunda
parte os fatores específicos investigam a presença de fadiga, falta de concentração, alteração do sono,
irritabilidade, preocupação com o funcionamento corporal, idéias depressivas, ansiedade, nível de
evitação de situações de ansiedade, presença de compulsões, presença de obsessões, elação e idéias de
referência. Cada parte tem um escore de 0 a 4 em que 0 corresponde à ausência de distúrbio psiquiátrico;
1- Distúrbio emocional subclínico leve; 2- Distúrbio emocional clinicamente significante leve; 3Distúrbio psiquiátrico moderado; e 4- distúrbio psiquiátrico grave.
81
Excluído: 6
Formatado: Sem sublinhado
Excluído: 6
Formatado: Sem sublinhado,
Português (Brasil)
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Sem sublinhado
Excluído: 6
Formatado: Português
(Brasil)
Formatado: Fonte: Itálico,
Português (Brasil)
Formatado: Fonte: Itálico,
Português (Brasil)
Formatado: Português
Excluído: em
Excluído:
Excluído: 6
7.4.2 SCID-II Structured Clinical Interview for DSM-III Personality Disorders (Spitzer; Williams &
Formatado: Fonte: Itálico
Gibbon,1987) Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-III, versão para Transtornos da Personalidade
Formatado: Cor da fonte:
Automática
traduzida e validada para o português por Del Porto; Yamaguti; Lacks; Torres (1989):
É uma entrevista clínica, semi-estruturada para diagnóstico de transtornos de personalidade, segundo os
critérios do DSM-III-R, (APA, 1990).
Excluído: 6
7.4.3 Ficha de identificação:
É uma ficha de identificação criada pela autora que tem como objetivo coletar as seguintes informações:
Excluído: tempo de diagnóstico,
nome; idade; endereço, telefone; estado civil; condição de trabalho; escolaridade; medicação utilizada,
tratamento psicológico, se usa álcool em situações sociais e se lembra de evento traumático precipitante
Excluído: do
ao transtorno (anexo 3).
Excluído: 6
7.4.4 Critério Brasil:
Excluído: que
O Critério Brasil tem como objetivo medir o poder aquisitivo do consumidor. Os critérios para
classificação social do País foram estabelecidos pela Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) e
ANEP (Associação Nacional das Empresas de Pesquisa de Mercado), com a participação da Associação
Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado (ABIPEME), com base nos Levantamentos
Socioeconômico de 1993 e 1997. A classificação socioeconômica do Brasil foi estratificada em cinco
classes (A1, A2, B1, B2, C, D e E), sendo que as duas de maior poder aquisitivo foram subdivididas. O
sistema de pontuação desse instrumento é baseado na posse de bens de consumo duráveis, instrução do
chefe da família e outros fatores, como a presença de empregados domésticos (anexo 4).
Excluído: ¶
¶
¶
7.4.5 Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI) (Turner, Dancu, Beidel & Stanley, 1988).
Traduzido e validado no Brasil por Picon, (2006). Esse instrumento apresenta um total de 45 itens,
divididos em duas subescalas: fobia social: (1-32) e agorafobia (itens 33 a 45). Os itens avaliam
quantitativamente a gravidade dos sintomas de fobia social e agorafobia através de escala Likert de 7
pontos (0 = nunca; 1 = muito raramente;2 = raramente;3 = ás vezes;4 = freqüentemente;5 = muito
freqüentemente e 6 = sempre). A subescala de agorafobia auxilia na distinção de entre os diagnósticos de
fobia social e transtorno do pânico com agorafobia . A subescala de fobia social investiga também em
82
Excluído: 6
Excluído: ¶
seus vários itens (9 a 25) a ansiedade presente em diversas situações, levando em consideração quatro
diferentes tipos de audiência avaliados por subitens: com estranhos, com figuras de autoridade, com
gênero oposto e com pessoas em geral. As subescalas são mensuradas separadamente. A subescala de
agorafobia pela adição aritmética de seus itens gera o escore total de agorafobia. Na subescala de fobia
social o escore total é calculado pela somo de cinco subescores. O escore máximo para essa subescala é
de 192 e o escore máximo para a subescala de agorafobia é de 78. O escore diferencial ou escore total de
avaliação da fobia social é obtido subtraindo o escore total de agorafobia do escore total de fobia social.
De acordo com Picon Gauer, Fachel e Manfro (2004), esse escore diferencial tem sido validado
empiricamente como uma medida pura de fobia social. È apontado como o mais preciso para a
discriminação entre casos e não casos de provável fobia social em estudos clínicos e não clínicos,
minimizando o número de falsos positivos ou negativos. De acordo com escore diferencial total
(utilizado nessa pesquisa) o individuo pode ser classificado em: improvável fobia social, possível fobia
social e provável fobia social. O ponto de corte discriminativo máximo é 80 para a identificação de
prováveis casos de fobia social. O SPAI foi validado traduzido e validado para o português apresentando
validade de face aceitável (Picon,2006). (anexo 5)
Excluído: 6
7.4.6 Inventário de Habilidades Sociais (IHS)
De autoria de Zilda P. Del Prette e Almir Del Prette (2001). Os dados desse instrumento foram
submetidos à validade e confiabilidade através da consistência interna pelo alpha de Cronbach e
estrutura fatorial. Foi validado inicialmente junto à população universitária (grupo amostral de 472
respondentes, idade entre 17 e 25 anos). Esse método, porém, já tem sido utilizado na avaliação do
desempenho social de adultos com formação no ensino médio e superior. É um instrumento de autorelato que confere o repertório de habilidades sociais requerido usualmente numa amostra de situações
interpessoais cotidianas. (anexo 6)
Excluído: 6.4.7
7.4.7 Inventário Beck de Ansiedade (Beck; Epstein; Brown & Steer, 1988).
Formatado: Fonte: 12 pt
É uma escala sintomática, composta por 21 itens, destinada a medir a gravidade dos sintomas de
ansiedade, que foi validada para o Brasil por Cunha (2001). A pontuação total é resultado da soma da
83
Excluído: 6
Excluído:
Formatado: Fonte: 12 pt
pontuação em cada item. Pontuação entre 0 e 10 corresponde a mínimo de ansiedade; entre 11 e 19,
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
ansiedade leve; entre 20 e 30, ansiedade moderada e entre 31 e 63, ansiedade grave. (anexo 7)
Formatado: Fonte: 12 pt
7.4.8 Inventário Beck de Depressão (Beck; Ward.; Mendelson, Mock & Erbaugh, 1961).
Formatado: Fonte: 12 pt
É destinado a medir a intensidade da depressão, a partir do escore resultante da soma do total de pontos.
Excluído: 6
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Assim como o BAI, também foi validado no Brasil por Cunha (2001). È composto por 21 afirmações.
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
No escore total pontuação entre 1 e 10 correspondem a oscilações consideradas normais; entre 11 e 16,
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
leve transtorno do humor; entre 17 e 20, limite para depressão clínica; entre 21 e 30, depressão
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
moderada; entre 31 e 40, depressão severa e acima de 40, depressão extrema. (anexo 8)
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
7.4.9 Escala de Fobia Social (Liebowitz,1987)
É uma escala para avaliar a gravidade da fobia social, não foi validada para o Brasil. Essa escala é
indicada no manual de tratamento para fobia social desenvolvido por Echeburúa (1997). A escala é
Formatado: Fonte: 12 pt, Não
Negrito
Formatado: Fonte: 12 pt, Não
Negrito
composta de 24 itens que pontuam em duas categorias: medo/ansiedade e evitação. É uma escala tipo
Likert de 0 a 3, na categoria ansiedade 0 = nenhum; 1 = pouco; 2 = moderado e 3 = profundo e na
categoria evitação 0 = nunca; 1 = ocasionalmente; 2 = freqüentemente e 3 = geralmente. A escala varia
de 0 a 144 e subdivide-se em três categorias: leve (abaixo de 51), moderada (entre 52 e 81) e grave
Formatado: Fonte: 12 pt, Não
Negrito
(acima ou igual a 82). (anexo 9)
Formatado: Fonte: 12 pt, Não
Negrito
7.4.10 Escala de Medo e Avaliação Negativa (FNE), (Watson & Friend, 1969).
É uma escala para avaliar o componente cognitivo da fobia social, não foi validada para o Brasil. Essa
escala é indicada no manual de tratamento para fobia social desenvolvido por Echeburúa (1997). Mede o
Formatado: Fonte: 12 pt, Não
Negrito
Formatado: Fonte: 12 pt, Não
Negrito
Formatado: Fonte: 12 pt, Não
Negrito
grau de temor que as pessoas sentem diante da possibilidade de serem julgadas negativamente pelos
demais. A escala é composta por 30 itens do tipo dicotômico (verdadeiro ou falso), variando de 0 a 30. O
ponto de corte proposto é de 24 para diferenciar pessoas sem problemas e pessoas acometidas por fobia
social. Na população americana esse instrumento foi validado em amostra de estudantes universitários e
Formatado: Fonte: 12 pt, Não
Negrito
considerado muito útil (Watson & Friend, 1969) (anexo 10)
Formatado: Fonte: 12 pt, Não
Negrito
7.4.11 Escala de Auto-Estima, (Rosenberg, 1965).
Formatado: Fonte: 12 pt, Não
Negrito
84
Este instrumento tem o objetivo de avaliar o sentimento de satisfação de um indivíduo em relação a si
próprio. Originalmente, essa escala foi padronizada em uma população de 5024 adolescentes em 10
escolas públicas selecionadas de Nova York, obtendo alto coeficiente de confiabilidade (0.92). É uma
medida unidimensional tipo Guttman (as opções de resposta variam em extremos opostos), com 10 itens
designados a avaliar globalmente a atitude positiva ou negativa de si mesmo. Pode ser usada para
adultos e adolescentes, obtendo uma alta consistência interna. As opções de resposta variam em 4 tipos:
concordo totalmente, concordo, discordo, discordo totalmente. Uma elevada auto-estima é indicada por
um escore alto. Avanci (2003) realizou a adaptação desse instrumento à realidade brasileira seguindo o
modelo de equivalência proposto por Herdman (1998), que compreende a equivalência conceitual, de
itens, semântica, operacional, de mensuração e funcional, com o objetivo de garantir a qualidade do
processo de aferição. A adaptação do instrumento foi considerada eficiente, verificou-se um alfa de
Cronbach de 0.68, a Correlação Intraclasse (ICC) de 0.70 e kappa predominantemente moderado. Na
análise fatorial 3 fatores foram gerados, com grau de explicação de 54,03% da variância. Esses
resultados indicam a boa qualidade do instrumento à nossa realidade, podendo ser utilizado em estudos
de diagnóstico e de grandes populações. (anexo 11)
Instrumentos sessão Videofeedback:
Esses instrumentos foram desenvolvidos pela autora e colaboradoras para essa pesquisa.
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Não
Negrito
7.4.12 Escala de avaliação de Desempenho da habilidade Falar em Público:
Trata-se de um instrumento de auto-relato que avalia o desempenho para cada componente da habilidade
social de “falar em público”. Os componentes avaliados são: contato visual; expressão facial; orientação
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Formatado: Cor da fonte:
Automática
corporal; gestos; volume da voz; entonação; fluência; velocidade; clareza; conteúdo; organização dos
tópicos; domínio do tema; organização do tempo; e aparência do palestrante. Cada componente, baseado
nos componentes da habilidade de falar em público propostos por Caballo (2003) e Echeburúa (1997), é
avaliado em: muito ruim; ruim; um pouco ruim; moderado; um pouco bom; bom; ou muito bom (anexo
Formatado: Cor da fonte:
Automática
12)
Formatado: Fonte: Não
Negrito
7.4.13 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade Falar em Público:
85
É um instrumento de auto-relato que avalia de uma forma geral o desempenho da habilidade social de
Formatado: Cor da fonte:
Automática
“falar em público”. Avaliando em: muito pior; pior; um pouco pior; igual; um pouco melhor; melhor; ou
Formatado: Cor da fonte:
Automática
muito melhor (Anexo 13).
Formatado: Fonte: Não
Negrito
7.4.14 Escala de Percepção dos Sintomas da Ansiedade da Habilidade Falar em Píblico:
É um instrumento de auto-relato que avalia o quão incomodado (a) se sente o paciente com os sintomas
comuns da ansiedade, ao falar ou pensar em falar em público. Os sintomas avaliados são: dormência ou
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
formigamento, calores, pernas bambas, boca seca, tonteira ou cabeça leve, coração acelerado,
inquietação, voz embargada, nervoso(a), sensação de sufocamento, mãos tremendo, trêmulo(a), brancos,
gagueira, placas vermelhas pelo corpo, indigestão ou desconforto no abdômen, e face ruborizada.
Avaliando em: nada, fraco (“Não me incomodou muito”), moderado (“Foi muito desagradável mas
Formatado: Cor da fonte:
Automática
aguentei”), ou muito forte (“Quase não consegui aguentar”), (Anexo 14).
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
7.5 Critérios de Inclusão:
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Ser paciente da Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ.
Excluído: ¶
Excluído: 6
Ter entre 18 e 65 anos.
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Sem sublinhado
Ter diagnóstico de Fobia Social Generalizada de acordo com os critérios diagnósticos do
Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais, DSM-IV-TR.
Excluído: 6
7.6 Critérios de Exclusão:
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Sem sublinhado
Apresentar déficit cognitivo.
Ter diagnóstico do eixo II de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças
Mentais, DSM-IV.
Ter diagnóstico de esquizofrenia ou outros transtornos psicóticos.
Formatado: Sem sublinhado
7.7 Aspectos Éticos:
Excluído: 6
O estudo em questão está de acordo com a resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde, de
10/10/1996, que regula os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil. Este estudo
86
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Clementino Fraga filho em 15 de dezembro
de 2006 (anexo1). A pesquisa segue a regulamentação da resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde, garantindo a gratuidade do tratamento e a entrega do termo de consentimento livre e esclarecido
a todos os participantes.
Os dados coletados serão guardados em responsabilidade do pesquisador pelo período de cinco anos. Os
resultados da pesquisa serão tornados públicos, sejam eles favoráveis ou não.
Formatado: Sem sublinhado
7.8 Procedimentos:
Excluído: 3.66
Etapa 1: revisão da literatura; seleção e treinamento de três colaboradores:
Excluído: dois
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Sem sublinhado
Revisão da literatura.
Formatado: Fonte: Itálico
Essa etapa tem como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre os seguintes temas: fobia social,
Formatado: Fonte: Itálico
habilidades sociais, teatro do oprimido, videofeedback e tratamento cognitivo comportamental, em
grupo, para fobia social.
Formatado: Fonte: Itálico
Seleção e treinamento de colaboradores.
Formatado: Fonte: Itálico
Para colaborar com a pesquisa foram convidados a participar estudantes cursando o último ano de
psicologia na UFRJ que faziam estágio na equipe de terapia cognitivo-comportamental com
Excluído: Duas
disponibilidade de 12 horas por semana. Três estudantes se interessaram e atuaram como colaboradoras
no estudo. Oito horas presenciais foram dedicadas ao contato com os pacientes, avaliação e realização
Excluído: m
Excluído: são
Excluído: são
dos grupos como co-terapeutas; as quatro horas restantes foram dedicadas a leitura e discussão de textos.
Formatado: Sem sublinhado
Etapa 2: realização de um grupo piloto:
Excluído: m
A realização do grupo piloto teve como objetivo desenvolver o modelo de tratamento utilizando teatro
Formatado: Fonte: Itálico
do oprimido e videofeedback e treinamento das colaboradoras para funcionarem como co-terapeutas nos
Excluído: .
grupos do estudo. O grupo piloto ocorreu no 1º semestre de 2006 em um total de 18 sessões, 17 sessões
com duração de duas horas e uma sessão com duração de 4 horas. A freqüência dos encontros foi
semanal.
Excluído: 4
Etapa 3: divulgação e seleção de sujeitos para a pesquisa.
87
Excluído: é
O objetivo dessa etapa foi conseguir a adesão de pessoas interessadas em participar como sujeitos da
pesquisa. Com esse objetivo foi criado material de divulgação para ser enviado por email a psiquiatras e
psicólogos e cartazes expostos em lugares de atendimento psiquiátrico e psicológico. Esse material de
Excluído: a
divulgação convidou as pessoas a procurarem a DPA para realização de uma triagem. Essa triagem
Excluído: é
inicial na instituição foi realizada por estagiários das várias equipes que atendem na DPA e os pacientes
Excluído: ansiedade social
considerados com características de fobia social eram encaminhados para a equipe cognitivocomportamental, como possíveis candidatos ao estudo. Na equipe de TCC, os colaboradores
Excluído: são
Excluído: as
Excluído: duas alunas
responsáveis pelo grupo de pesquisa se encarregam de marcar uma entrevista com cada sujeito.
1ª entrevista: duração de 50 minutos: nessa entrevista as estagiárias realizaram uma triagem investigando
Excluído: é
o diagnóstico de fobia social. Cada entrevista foi discutida com o pesquisador responsável e em se
Excluído: ,
confirmando o diagnóstico, marcava-se um segundo encontro.
Excluído: é
Em não se confirmando o diagnóstico essa triagem era encaminhada à equipe de TCC. Na equipe,
havendo disponibilidade de vaga, o atendimento ocorria imediatamente. No caso de não haver vaga as
Excluído: á
Excluído: e
Excluído: em
Excluído: que ofereça vaga.
duas colaboradoras da pesquisa faziam o encaminhamento para uma instituição pública com vaga.
Excluído: é
2ª entrevista: duração de até duas horas: realizada pelas colaboradoras, nessa entrevista o paciente era
Excluído: são
convidado a participar da pesquisa. Todos os detalhes eram explicados e dúvidas tiradas e no caso de
Excluído: ,
Excluído: são
Excluído: é
aceitar participar o termo de consentimento livre e esclarecido era lido e assinado. A colaboradora
Excluído: e
Excluído: é
preenchia a ficha de identificação do estudo e aplicava o CIS. No caso de não aceitar o paciente era
encaminhado para a equipe de TCC. Na equipe, havendo disponibilidade de vaga, o atendimento ocorria
imediatamente. No caso de não haver vaga, as duas colaboradoras da pesquisa faziam o
encaminhamento para uma instituição pública com vaga.
Excluído:
Excluído: Na equipe, havendo
disponibilidade de vaga, o
atendimento ocorre imediatamente.
No caso de não haver vaga as duas
colaboradoras da pesquisa fazem o
encaminhamento para uma
instituição pública que ofereça
vaga.¶
Excluído: a
3ª entrevista: duração de até 2 horas realizado pelos colaboradores: aplicação do SCID.
Excluído: estagiárias
Os resultados do CIS e SCID eram levados para supervisão, os pacientes que puderam participar, de
Excluído: K
Excluído: K
acordo com os critérios de inclusão do estudo, foram contatados e informados de que em breve o
Excluído: s
tratamento seria iniciado. Os pacientes excluídos da pesquisa em função dos critérios de exclusão do
Excluído: e
Excluído: ão
Excluído: e
estudo, ou incompatibilidade de horário, foram encaminhados a equipe de TCC . Na equipe, havendo
Excluído: são
Excluído: contactados
Excluído: será iniciado
Excluído: são
88
Excluído: e
disponibilidade de vaga, o atendimento ocorria imediatamente. No caso de não haver vaga, as
Excluído: duas
colaboradoras da pesquisa fizeram o encaminhamento para uma instituição pública com vaga.
Excluído: fazem
Excluído: que ofereça vaga.
Divisão dos grupos:
Excluído: ¶
¶
1ª parte da formação dos grupos:
Excluído: serão
No 1º semestre de 2007 foram selecionados 34 sujeitos divididos aleatoriamente entre grupo controle
(lista de espera) e grupo experimental. O objetivo inicial era conseguir selecionar 40 sujeitos, porém a
Excluído: 4
Excluído: 0
Excluído: randomicamente
Excluído: serão
realidade da procura não permitiu. Os grupos foram divididos em:
Formatado: Fonte: Negrito
Grupo controle:
Grupo Controle 1 (GC1) com 10 participantes e o Grupo Controle 2 (GC2) com 4 participantes, esses
grupos permaneceram sem atendimento em lista de espera.
Ao final da realização dos grupos, o GC1 ficou com 8 sujeitos e o grupo GC2 com 2 sujeitos, totalizando
10 sujeitos. A soma do GC1 mais o GC2 (10 sujeitos) se transformou em Grupo Experimental 3 (GC3)
na etapa seguinte.
Excluído: e Grupo controle 2
(GC2) com dez participantes
cada ; ¶
Grupo experimental:
Grupo experimental 1 (GE1) com 10 sujeitos e grupo experimental 2 (GE2) com 10 participantes, esses
Formatado: Fonte: Negrito
grupos participaram do tratamento cognitivo-comportamental em grupo com 18 sessões.
Excluído:
Formatado: Fonte: Negrito
Excluído: cada,
Ao final da realização dos grupos, o GE1 ficou com 8 sujeitos e o GE2 ficou com 5 sujeitos, totalizando
Excluído: realizarão a
intervenção com teatro e
videofeedback
13 sujeitos.
2ª parte da formação dos grupos:
No 2º semestre de 2007 foram selecionados mais 30 sujeitos divididos aleatoriamente entre grupo
Excluído: ¶
Após o término dos grupos
experimental 1 e 2 serão
selecionados mais
controle (lista de espera) e grupo experimental. Os grupos foram divididos em:
Excluído: 20
Grupo Controle:
Excluído: sujeitos para
participarem como grupo controle,
Formatado: Fonte: Negrito
Grupo Controle 3 (GC3) com 10 sujeitos e Grupo Controle 4 (GC4) com 10 sujeitos. Os grupos GC3 e
GC4 foram atendidos posteriormente nos mesmos moldes da pesquisa, porém seus dados não fazem
parte dessa pesquisa como grupo de tratamento, apenas como grupo em lista de espera, devido a uma
limitação de tempo para a coleta de dados.
89
Ao final da realização dos grupos, o GC3 ficou com 5 sujeitos e o grupo GC4 com 6 sujeitos, totalizando
11 sujeitos.
Somando os grupos: GC1, GC2, GC3 e GC4 temos um total de 21 sujeitos que participaram da pesquisa
em lista de espera nas avaliações pré-teste e pós-teste e 11 sujeitos que compareceram para a avaliação
de pós 1 mês.
Formatado: Fonte: Negrito
Gupo Experimental.
Formatado: Fonte: Negrito
O Grupo Experimental 4 (GE4), com 10 sujeitos, participou do tratamento cognitivo-comportamental,
em grupo, com 18 sessões no mesmo período que o GE3 com 10 sujeitos (formado pela soma dos GC1 e
GC2, lista de espera da primeira etapa).
Ao final da realização dos grupos, o GE3 ficou com 7 sujeitos e o CE4 ficou com 5 sujeitos, totalizando
12 sujeitos.
Excluído: formando os grupos:
Somando os Grupos: GE1, GE2, GE3 e GE4 temos um total de 35 sujeitos que iniciaram o tratamento
em grupo proposto, 25 sujeitos que terminaram o tratamento e 24 sujeitos que compareceram para a
avaliação de pós 1 mês.
Etapa 5: realização dos grupos e recolhimento de dados.
Os grupos tiveram um total de 18 sessões, 17 sessões com duração de duas horas e uma sessão com
duração de 4 horas, referente ao uso do videofeedback para a habilidade social falar em público. A
Excluído: Grupo controle 3
(GC3) e Grupo controle 4 (GC4),
com dez sujeitos cada.¶
Os grupos controle GC1 e GC2
passam a ser Grupo experimental 3
(GE3) e Grupo experimental 4
(GC4), esses grupos realizarão o
grupo de TCC sem teatro e sem
videofedback. Ao final da
realização dos grupos
experimentais 3 e 4 os grupos
controle 3 e 4 receberão tratamento
cognitivo comportamental em
grupo, porém seus dados não farão
parte da pesquisa em função do
tempo necessário para análise dos
dados.¶
freqüência dos encontros foi de duas vezes na semana, ocorrendo às segundas e sextas feiras. Os
Excluído: terão 1
instrumentos para avaliação da efetividade da terapia foram aplicados antes do início do tratamento, na
Excluído: cada,
Excluído: 8
Formatado: Fonte: Itálico
última sessão e um mês após a última sessão.
Formatado: Fonte: Itálico
Excluído: realizados
7.9 Descrição do protocolo de terapia usado no grupo:
Abaixo segue a descrição do protocolo de tratamento desenvolvido para a pesquisa aliando técnicas de
teatro do oprimido e técnicas de videofeedback, além de observações a respeito dos grupos realizados. A
Excluído: . Pretende-se realizar
quatro grupos com 10 sujeitos
cada. Dois grupos realizarão a
intervenção combinada de TCC
com teatro e videofeedback e dois
grupos realizarão a intervenção
com TC sem teatro e sem
videofeedback.¶
Excluído: serão
Excluído: ¶
descrição começa com os objetivos da sessão e a descrição das tarefas de casa propostas, seguidos pela
Formatado: Sem sublinhado
descrição das vivências utilizadas.
Formatado: Fonte: Itálico,
Sem sublinhado
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Fonte: Não
90
O material entregue aos pacientes (apostila para pacientes), ao longo do tratamento, referente a textos,
Formatado: Fonte: Não
folhas de registro e tarefas de casa se encontra no apêndice 1.
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão I:
Objetivos:
Apresentação do terapeuta e co-terapeutas.
Apresentação da pesquisa.
Apresentação dos pacientes.
Estabelecimento de contrato de terapia.
Favorecimento do sentimento de universalidade e facilitação da coesão grupal.
Introdução do modelo cognitivo para fobia social: relação entre ansiedade, atenção, memória e
sintomas físicos de ansiedade.
Estabelecimento de esperança e expectativas reais para terapia.
Estabelecimento do papel do terapeuta e co-terapeutas e o papel dos pacientes ao longo da terapia
(o que se espera de cada membro do grupo e do grupo como um todo).
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Leitura e preenchimento do texto sobre fobia social da apostila e narração de
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
sua história através de 10 fotos, selecionar para levar a sessão seguinte.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Descrição das vivências e observações:
Formatado: Sublinhado
Vivência: Batizado Mineiro adaptado com base no descrito por Boal (2002).
Objetivos:
Quebrar o gelo.
Aprender os nomes de cada participante.
Provocar um nível baixo de ansiedade.
Demonstrar como a ansiedade influencia a atenção e a memória.
Descrição:
Todos ficam de pé formando um círculo. Não é dita toda a regra do jogo, uma tarefa dos participantes é
adivinhar a regra que não foi falado.
91
- O terapeuta diz seu nome: Maria Amélia e olha para a pessoa seguinte da roda, que também diz seu
nome. Todos seguem até que chegue na terapeuta novamente.
- O terapeuta diz seu nome e um adjetivo: Maria Amélia Maravilhosa e olha para a pessoa seguinte (a
pessoa deverá dizer seu nome e um adjetivo que comece com a primeira letra de seu nome; essa é a regra
que deverá ser descoberta) Se perceber que a pessoa está ansiosa o terapeuta deve oferecer ajuda
dizendo: “Você quer uma ajudinha para lembrar de um adjetivo?” Se a pessoa disser que sim, o
terapeuta pede ao grupo para dar uma sugestão de adjetivo. Assim que tiver uma sugestão de adjetivo, a
pessoa deve dizer seu nome e o adjetivo, passando para a pessoa seguinte e assim por diante, (sempre
oferecendo ajuda aos que estiverem ansiosos) até chegar no terapeuta novamente. O terapeuta pergunta
se alguém já descobriu a regra, caso não, ele sinaliza quem do grupo seguiu a regra. O terapeuta diz:
“Vou dar uma dica, algumas pessoas, mesmo sem saber, acertaram: Maria Amélia Maravilhosa; Joana
Jóia, Alice alegre. E aí, já descobriram?” Se sim o terapeuta continua a Vivência, se não, o terapeuta
revela e segue a Vivência.
“Agora vamos todos fazer de acordo com a regra, acrescentando mais uma instrução. Dessa vez eu vou
fazer e todos vão juntos, em seguida, me imitar”.
O terapeuta diz: Maria Amélia Maravilhosa e acompanha com um movimento e gesto, dando um passo
adiante na roda. Em seguida todos imitam a fala, o movimento e o gesto, indo para frente na roda, ao
mesmo tempo, em coro. A pessoa seguinte fará o mesmo e todos o imitarão e assim por diante até voltar
ao terapeuta (sempre oferecendo ajuda aos que estiverem ansiosos).
O terapeuta elogia dizendo que está muito bom e propõe que cada um lembre dos nomes que vieram
antes de ter de falar o seu. E diz que quem não lembrar, não tem problema. O terapeuta pede para a
pessoa que fica depois dela começar, essa pessoa só precisa dizer o nome do terapeuta, a pessoa seguinte
deve dizer o nome do terapeuta e da pessoa logo antes e assim por diante até chegar ao terapeuta
novamente.
O terapeuta pede que todos voltem a sentar para conversar sobre a Vivência. O terapeuta pergunta como
se sentiram. O que acharam.
92
Nos grupos os pacientes gostaram de fazer essa vivência, funcionou descontraindo o grupo. No feedback
eles relataram ter sentido ansiedade, que ia aumentando ao chegar perto da vez de cada um falar, e alívio
depois de ter falado. Relataram também que, conforme o exercício se repetia, ficava mais fácil,
principalmente porque sabiam que no caso de ter um branco, receberiam ajuda. Ficou claro que por
estarem ansiosos e preocupados com sua vez de falar tiveram dificuldade em prestar atenção às pessoas
que vinham antes na roda.
Esse exercício abriu a discussão para o tópico:
Fobia Social: O que é? Como se sente uma pessoa com fobia social?
Formatado: Fonte: 12 pt
Terapeuta: “Esse foi um exercício para aprendermos os nomes de cada um e também para mostrar um
pouco como a fobia social se manifesta. Constatamos o quanto é mais fácil lembrar o nome de quem
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
veio depois do que quem veio antes, isso porque cada pessoa, antes da sua vez, estava preocupada com
seu desempenho, focada em si mesmo, com medo de falhar, pagar mico, dar branco, ou seja, preocupada
Formatado: Fonte: 12 pt
com a avaliação do outro. Essa é a principal característica da fobia social: o medo de ser avaliado
negativamente em uma situação social, esse medo, em geral, faz com que a pessoa evite situações em
Formatado: Fonte: 12 pt
que possa ser avaliada, ou enfrente essas situações com grande desconforto. Eu gostaria agora de saber
Formatado: Fonte: 12 pt
um pouco sobre a vida de cada um de vocês, para isso vamos fazer um jogo”.
Vivência: Quem sou eu? O que eu quero? Adaptado com base no descrito por Boal, 2002.
Objetivos:
Todos se conhecerem.
Desenvolver sentimento de universalidade do grupo.
Avaliar objetivos e expectativas para a terapia.
Favorecer sentimento de esperança
Descrição:
Cada pessoa recebe três tiras de papel de mais ou menos cinco centímetros cada. O grupo é instruído a
escrever três definições sobre si mesmos, mas sem colocar seu nome. Primeira definição:
1) Quem sou eu? Cada pessoa deve escrever no máximo um parágrafo para cada definição.
93
2) O que eu quero? (solicitar que escolham coisas possíveis e específicas, em vez de ser feliz, escrever o
que exatamente isso significa. Coisas que não dependam de sorte, como ganhar na loto, ficar rico).
3) O que me impede de alcançar o que eu quero?
O terapeuta recolhe os papéis, misturando em três sacos, um para cada pergunta, em seguida cada pessoa
pega um papel de cada saco para ler. Cada um lê os papéis que tirou na ordem Quem sou eu? O que eu
quero? E o que me impede?
Em seguida pede para que cada pessoa fale um pouquinho sobre si, o que faz? Como é a sua fobia
social? No que a fobia social atrapalha sua vida? E o que espera da terapia? Essas perguntas ou diretrizes
estão escritas no quadro para facilitar, e conforme a pessoa fala o terapeuta faz algumas perguntas.
Terapeuta diz: “Lembrem-se, todos aqui compartilham o mesmo problema, por isso, mesmo que seja
desconfortável, é importante que cada um fale um pouco. Quem quer começar?”.
Se ninguém se oferecer, o terapeuta fala um signo (ex. capricórnio) e quem for de capricórnio começa,
depois segue a ordem da roda até que todos tenham falado.
Depois que todos tiverem falado o terapeuta agradece e fala:
Formatado: Fonte: 12 pt
Terapeuta: “Percebo que muitos esperam melhorar com a terapia, isso também é o que eu espero, porém,
precisamos entender que para alcançar esse objetivo nosso grupo precisa funcionar como um barco em
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
que todos remam juntos. A terapia não é uma solução milagrosa, em que o simples fato de vir aqui vai
Formatado: Fonte: 12 pt
funcionar. A terapia é um esforço conjunto de todos que estão aqui. O comprometimento de cada pessoa
consigo mesma e com o grupo é o que produz um bom resultado. Ninguém tem culpa de ter fobia social,
a fobia social é um transtorno psiquiátrico, porém cada um tem responsabilidade em querer se tratar
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
verdadeiramente. A terapia que vamos fazer envolve a participação ativa de todos nas tarefas propostas.
Muitas dessas tarefas serão para realização entre as sessões, no dia a dia de vocês, isso é uma parte
fundamental do tratamento. Os terapeutas darão todo o suporte, incentivo e preparo para que isso
Formatado: Fonte: 12 pt
aconteça e a opção de fazer é responsabilidade de vocês para com o processo”.
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Observação: respostas encontradas nos grupos para essa vivência:
QUEM SOU EU?
94
1) Sou alguém que está sempre à procura de conhecimento. Estou sempre à procura de algo que
possibilite novas descobertas que me enriqueça como pessoa humana. Saúde psíquica, harmonia
e interação com os meus semelhantes é a minha meta.
2) Alguém extremamente crítico consigo mesmo, que observa tudo, mas não consegue colocar em
prática por medo de se expor, que faz o possível para não perder a juventude, mas ao mesmo
tempo se sente limitada por não conseguir falar o que pensa e fazer o que tem vontade.
3) Uma pessoa amiga. Tolerante até certo ponto, gosta de ajudar muito os outros. Pensa muito em
terceiros. Eu sempre fico em último lugar, não sei dizer não. Sinto-me feliz sendo útil aos
demais.
4) Uma pessoa ansiosa, com muita energia, sempre alto astral, guerreira, sonhadora, persistente, que
procura sempre melhorar, mas que vê na timidez, talvez seu maior entrave.
5) Uma pessoa que está procurando se conhecer melhor, pois é difícil responder esta pergunta. Não
consigo pensar em nada, a princípio.
6) Sou uma pessoa que achava que a timidez não era um grande problema, que poderia viver muito
bem com ela, mas que percebeu recentemente que ela só é uma fonte de vários problemas e
dificuldades sociais. Sou feliz, mas nunca havia percebido o fardo que carregava até pouco
tempo atrás.
7) Sou uma pessoa em busca de algo que me faça sentir melhor na sociedade em que vivo e para
isso entendo que devo procurar ajuda para superar essa limitação que é a ansiedade social.
8) Sou uma pessoa que não está se aceitando. Gostaria de me sentir menos angustiada.
9) Uma pessoa batalhadora, com vontade de vencer na vida.
10) Uma pessoa que sofre com a timidez, há muito tempo.
11) Uma pessoa que sabe o que quer mais tem medo de buscar.
12) Uma pessoa amiga.
95
13) Um cara de 20 anos, estudante de história, bastante autocrítico, persistente e capaz de superar os
desafios que por ventura apareçam.
14) Ninguém.
15) Não sei. Um pouco triste, um pouco feliz. Um pouco inteligente, um pouco burra.
16) Estudante, amigo, honesto, sério, determinado, ansioso.
17) Sou um rapaz em fase de transição. Desde longos anos mirando as ruas de janelas semi cerradas.
As ruas eram monstros. Eu via meus segredos refletidos nos olhos acusadores dos transeuntes.
Agora, asas estão crescendo em mim. Posso me atirar dessa janela para as ruas estranhas, alheias,
sem medo de estourar o corpo no chão.
18) Depois dessa viagem, a apresentação. Tenho 23 anos, sou estudante universitário. Faço letras
aqui na UFRJ (campus Fundão) e aos poucos, com certa resistência vou conseguindo libertar-me
de mim. Ser o que sou e não o que as pessoas querem. Ou sou eu que imagino que elas querem?
19) Uma pessoa simples, amiga, suave, que acredita no ser humano, apesar de, às vezes, sentir –se
desconfortável em sua presença. Acho a vida o maior presente de Deus. Adoro viver.
20) Uma mulher, mãe, profissional buscando reconhecimento; longe da sua terra natal e família.
21) Desligado.
22) Sou tímido, amigo, legal, leal, prestativo.
23) Uma pessoa ansiosa.
24) Sou uma pessoa menos do que antes, mais muito crítica e pessimista quanto a mim mesma e ao
futuro. Sou uma pessoa às vezes tristes e muitas vezes, solitária.
25) Ansiosa e feliz.
26) Uma pessoa querendo viver com menos ansiedade.
96
27) Eu sou uma pessoa que não acredita no próprio potencial. Sou esforçada. Sei que tenho muitas
qualidades, mas como eu cobro muito, me culpo muito, acabo desacreditando disso. Eu sou uma
pessoa que está em busca de crescimento: emocional, psíquico e espiritual.
28) Sou uma pessoa discreta, tento muitas vezes não ser percebida em um grupo, o que muitas vezes
acaba fazendo o efeito contrário, pois as pessoas me cobram com perguntas como: “você não
fala?”.
O QUE EU QUERO?
1) Eu quero me relacionar melhor com as pessoas, principalmente, com as do gênero oposto. Perder
o medo de falar com qualquer pessoa e de dizer o que realmente penso.
2) Quero gostar mais de mim mesma. Gostaria de diminuir o grau de preocupação e tensão no
convívio de modo geral.
3) Quero melhorar a dificuldade em me relacionar com os outros, em tornar decisões, em saber o
que quero e em me valorizar.
4) Ser capaz de lidar de maneira confortável com certas exigências da minha vida acadêmica e
futuramente profissional (apresentações/reuniões).
5) Relacionar-me harmonicamente com todos e poder entrar em contato com minha parte saudável,
minhas potencialidades, as que julgo ter. No momento está sendo difícil, é sofrido e conflituoso,
mas no todo, sinto uma luz no túnel, uma grande possibilidade.
6) Quero viver com um nível de ansiedade aceitável. Quero poder conversar com grupos de pessoas
tranquilamente. Quero não me preocupar tanto com a opinião das outras pessoas.
7) Melhorar muito meu comportamento perante aos outros. Acabar se possível com a timidez e com
a preocupação excessiva comigo mesmo. Acho que com tudo isto, vou melhorar o meu
condicionamento físico e mental. Agradecer desde já a existência de vocês com tanta boa
vontade de ajudar.
97
8) Quero ter a liberdade de demonstrar às pessoas as minhas opiniões e sentimentos, sem medo de
errar e parecer ridícula.
9) Sei que o processo de desconstrução e reconstrução de “eu” pode ser árduo. Quero apenas a
chave para abrir as portas, o chão para andar nas ruas, olhos para olhar o que existe. Quero olhos
para olhar sem medo os olhos da outra pessoa.
10) Ser menos tímido, ter mais segurança, ser mais objetivo.
11) Fazer parte do cotidiano.
12) Estar descontraído nos relacionamentos sociais.
13) Quero perder o medo de falar em público.
14) Ser outra pessoa.
15) Ver-me livre da fobia social.
16) Ter a liberdade de fazer o que eu quero para mim; ser feliz.
17) Só uma vida normal.
18) Que eu possa usar a minha capacidade sem barreiras para isso e ser reconhecida por isso.
19) No plano profissional quero me formar e continuar com a minha pesquisa a respeito dos expresidiários políticos de Ilha Grande, além de conciliar com a licenciatura. No plano pessoal não
tenho grandes planos, acredito que isso seja reflexo do meu sucesso profissional.
20) Sucesso profissional e afetivo.
21) Poder me comunicar com facilidade.
22) Quero conseguir um emprego bom, onde eu possa me relacionar bem com todo mundo e em
momento algum me sentir assustado ou sentir que as outras pessoas são mais do que eu pelo
cargo ou posição social. Também quero voltar à faculdade.
98
23) Conquistar um emprego.
24) Ser mais feliz (comunicativo e extrovertido).
25) “Transitar” pelas situações da vida de um modo mais relaxado.
26) Conseguir viver normalmente, sem estar me cobrando ou criticando o tempo todo.
27) Ser feliz. Conseguir me sentir bem entre outras pessoas, mesmo sendo diferente. Ou me sentir
mais igual.
28) Ter uma profissão. Algo que ainda não consegui. Digo, me realizar profissionalmente. Já estou
me sentindo velho e tenho medo de não conseguir. Também ter uma família e dar orgulho aos
meus pais. E a mim mesmo.
O QUE ME IMPEDE DE ALCANÇAR O QUE EU QUERO?
1) O medo de parecer ridículo, de parecer desengonçado, infantil, ou até mesmo frio. Muitas
pessoas me dizem que não há motivo para eu ficar tão receoso com as coisas, mas é automático.
2) Saber o que fazer, talvez medo. Não sei, não é claro.
3) A boa vontade de sair e procurar ajuda. E, ou melhor, explicado; a falta de coragem para tomar
iniciativas.
4) A minha mente porque as minhas crenças sobre o que eu penso de mim impedem que eu consiga
o que quero. E quando consigo, eu desisto.
5) Medo da rejeição. Medo da solidão. Medo da crítica feita pelo próximo.
6) O medo de fazer papel de bobo. O medo de receber um não. O medo de me expor ao ridículo.
Enfim, apenas eu mesmo me impeço de conseguir o que quero.
7) Eu mesmo me impeço, sinto-me travado, preso, uma estranho na multidão.
99
8) O outro. O olhar do outro. Sentir que posso estar sendo avaliado o tempo todo. Fazer o melhor. À
primeira dificuldade que aparece, desabo.
9) A timidez, a falta de oportunidade e a insegurança.
10) O medo de expor meus defeitos.
11) Minha insegurança ou me déficit de inteligência ou os dois.
12) A timidez e a falta de vontade.
13) A minha falta de segurança.
14) A timidez.
15) Autocrítica e inércia
16) Muita ansiedade, querer coisas demais, pouca determinação.
17) O nervossismo, ansiedade, precipitação, a preocupação em pensar o que o outro esta pensando
sobre mim. O fato de me achar diminuído em relação ao chefe ou a alguém que me julgue
superior.
18) Eu mesmo. As minhas limitações pessoais.
19) Muita timidez.
20) Acho que é esse problema de fobia.
21) Timidez, mercado de trabalho altamente competitivo.
22) A fobia social e a depressão.
23) A timidez, a baixa auto-estima e a falta de confiança em mim mesmo.
100
24) Falta de coragem. O tempo passou. Não dá para apagar o passado, o que não aconteceu, não
aconteceu. Nem sempre dá para recuperar o tempo perdido.
25) Minha insegurança.
26) Falta de vontade, pois não acredito que o meu objetivo possa ser alcançado, tendo como base a
análise e exame das minhas experiências anteriores.
27) O pessimismo que eu tenho em relação a mim, e também um certo desanimo. Sou uma pessoa
preguiçosa.
28) Preocupação demasiada sobre o que os outros pensam a meu respeito.
Estratégia Gráfico de Pizza.
Objetivos:
Desenvolver senso de responsabilidade e comprometimento com a terapia.
Instalar esperança.
Reestruturar expectativas para a terapia.
Estabelecer regras de funcionamento para o grupo.
Descrição:
“Estou entregando lápis de cor e uma folha de papel para cada um com um círculo desenhado, gostaria
que pensassem nas expectativas que colocaram para a terapia e em seguida dividissem o círculo em
fatias, como uma pizza. Nessa divisão em fatias, cada um deve representar o quanto da melhora com o
tratamento é responsabilidade sua; o quanto pode ser atribuído ao tratamento e o quanto pode ser
atribuído a outras variáveis. Podem fazer”.
Depois que todos tiverem terminado o terapeuta pede que cada um compartilhe com o grupo seu gráfico,
abrindo esse tema para discussão até que se chegue a um consenso razoável em que a pessoa seja
responsável por pelo menos 50% do tratamento.
Formatado: Fonte: 12 pt
O terapeuta volta a falar: “Que bom que conseguimos chegar a um consenso e que as expectativas para a
terapia estejam mais claras, além do papel de cada um. Precisamos agora combinar como nosso grupo
101
Formatado: Fonte: 12 pt
vai funcionar. Quais regras e normas vamos seguir durante o trajeto? Vamos criar juntos um contrato do
grupo, todos devem concordar para que ele seja instituído? Vou propor alguns pontos e cada um
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
acrescenta conforme desejar. Tópicos: pontualidade, freqüência, sigilo, tarefas entre sessões. Quanto à
freqüência, sugiro que três faltas sejam motivo para exclusão do grupo. Como expliquei antes, as faltas
atrapalham o andamento de todos, quem perde uma parte fica menos preparado para a parte seguinte.
Também proponho que mais de três atrasos de 20 minutos seja motivo de exclusão do grupo. Quanto às
Formatado: Fonte: 12 pt
tarefas de casa, proponho que todos se comprometam, ao máximo, fazer. Não é esperado que a pessoa
Formatado: Fonte: 12 pt
consiga fazer todas as tarefas propostas, e sim apenas que tente fazer. Podemos aprender muito com as
Formatado: Fonte: 12 pt
dificuldades nas tarefas”.
Em seguida o grupo discute até chegar a um consenso e escreve no verso da folha do gráfico o que foi
acordado.
O terapeuta ressalta a idéia de que o grupo tem de se preocupar com o andamento do todo, cumprindo
com o que foi combinado para que possam juntos alcançar o objetivo de melhora da fobia social.
Conversa final em que cada um é convidado a falar o que achou da sessão. O terapeuta explica a
tarefa de casa.
Formatado: Fonte: 12 pt
Terapeuta: “Hoje nos conhecemos um pouco mais e conversamos sobre a terapia, fizemos nosso
contrato e vimos à importância de cada um no sucesso da terapia A cada sessão vamos nos conhecer um
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
pouco mais. Para facilitar esse processo, vamos juntos, na próxima sessão, construir um mural de fotos.
Formatado: Fonte: 12 pt
Cada um deve separar 10 fotos para contar sua vida até hoje, pensando em responder as questões: Quem
sou eu? Quem são as pessoas importantes para mim? Quais foram os momentos mais marcantes da
Formatado: Fonte: 12 pt
minha vida? Qual o papel da fobia social na minha vida?”.
Sessão II
Formatado: Fonte: Negrito,
Sem sublinhado
Objetivos:
Favorecer sentimento de universalidade, coesão grupal e altruísmo no grupo.
Ativar sintomas de ansiedade para identificar elementos do modelo cognitivo da fobia social.
Identificar e reestruturar pensamentos automáticos provocados pelas vivências.
Identificar aspectos importantes relacionados à fobia social na história de vida de cada um.
102
Tarefas entre sessões: cada um deve refletir sobre a sessão de hoje, pensar em tudo que foi dito,
Formatado: Fonte: Negrito
nas fotos e em sua história de vida e escrever, na folha de tarefa de casa, a sua história e a história
Formatado: Fonte: Negrito
da fobia social, pensando no modelo cognitivo, como se desenvolve e o que mantém. Ler o Texto
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
entregue.
Formatado: Fonte: Negrito
Descrição das vivências e observações:
Vivência: Hipnotismo colombiano (Boal, 2002).
Objetivo:
Aquecer o grupo e soltar o corpo, percebendo os movimentos automáticos e os sentimentos relacionados
ao exercício.
Perceber os sintomas físicos que acompanham a ansiedade e sua relação com a fobia social.
Avaliar quem prefere hipnotizar (estar no controle) e quem prefere ser hipnotizado (dar o controle),
como isso se aplica à vida de cada um e à fobia social.
Descrição:
O terapeuta e co-terapeuta demonstram para ensinar:
Uma pessoa põe a mão a poucos centímetros do rosto de outra pessoa; este, como hipnotizado, deve
manter o rosto sempre à mesma distância da mão do hipnotizador. O hipnotizador inicia uma série de
movimentos com as mãos, retos e circulares, para cima e para baixo, para os lados, andando, abaixando.
O hipnotizado deve seguir a mão que o está hipnotizando com todo o corpo em movimento. O
hipnotizador deve fazer o hipnotizado mexer todos os músculos possíveis. A mão do hipnotizador pode
mudar, para fazer, por exemplo, com que o hipnotizado seja forçado a passar por entre as pernas do
hipnotizador. A mão do hipnotizador não deve fazer movimentos rápido que não possam ser seguidos. O
hipnotizador deve ajudar seu parceiro a assumir todas as posições ridículas, grotescas, não usuais.
Depois de alguns minutos trocam-se o hipnotizador e o hipnotizado. Se o terapeuta perceber
movimentos limitados pode intervir estimulando os participantes.
Em seguida forma-se a roda e abre-a para discussão: como cada um se sentiu? Como foi ter o corpo
comandado por outra pessoa? Como foi realizar movimentos não usuais, até ridículos. Deixar que o
grupo fale e perguntar se na vida real já sentiram não ter controle sobre o próprio corpo. Essa pergunta
inicia a discussão sobre os sintomas físicos de ansiedade, taquicardia, sudorese, rubor. O terapeuta
103
Formatado: Fonte: Não
Negrito
aproveita para explorar esse tópico, colocando que quanto mais se tenta controlar os sinais de ansiedade
do corpo, mais eles se intensificam. Perguntar se isso já aconteceu com eles.
2ª Vivência: Caminhando, pensando e seguindo a instrução.
Objetivos:
Perceber o corpo.
Entender a relação entre pensamento-sentimento-comportamento e reações físicas.
Provocar ansiedade para identificar e reestruturar pensamentos quentes.
Associar a história de vida com a fobia social.
Descrição:
1º Andar: instruir os pacientes a andarem livremente pela sala, ocupando todos os espaços, soltando o
corpo. O terapeuta instrui: “percebam a forma como vocês andam, o movimento de seus corpos, o
contato dos pés com o chão, procurem focar apenas em seus corpos”.
2º Deixá-los andando por alguns minutos e pedir: “continuem andando e comecem a pensar nas fotos
que vocês selecionaram para trazer, nos aspectos da vida de cada um que podem ter relação com a fobia
social”.
3º Deixá-los andando um pouco e pedir: “procurem selecionar na memória uma situação marcante em
que ficaram ansiosos, pensem nos detalhes da situação, como se estivessem vendo um filme. Continuem
andando e tentem perceber os sentimentos relacionados à situação. Deixá-los um tempinho:” agora,
procurem perceber as reações físicas presentes...tempinho.... Agora os pensamentos
4ª Deixá-los andando e realizando o que foi pedido por alguns minutos e pedir: “agora vocês vão
continuar a andar e começar a falar como quem anda na rua, pensando alto: todos os pensamentos que
vierem à cabeça: andando e falando. O terapeuta observa e se alguém não está falando, começa a andar
atrás da pessoa, como uma sombra, incentivando; até que todos tenham conseguido andar alguns
minutos falando os pensamentos”.
5º Terapeuta: “agora quando eu falar PÁRA! Vocês vão formar um círculo”. ”PARA!”.
104
No círculo, é aberto espaço para debate, cada um sendo perguntado como se sentiu em relação ao
exercício, se foi fácil imaginar e identificar os sentimentos e pensamentos, se alguém experimentou
sintomas físicos de ansiedade.
O terapeuta começa a identificar e mostrar a correlação entre situação, sentimento, pensamento,
Formatado: Fonte: Não
Negrito
comportamento e reações físicas.
Vivência: Situação, Ação!
Objetivos:
Provocar ansiedade para identificar pensamentos quentes.
Identificar a relação entre situação, sentimento, pensamento, comportamento e reações físicas.
Apresentar o modelo cognitivo da fobia social.
Descrição:
O terapeuta pede para que formem trios, e cada trio, entre si, compartilha as situações que pensaram no
exercício anterior, tentando identificar os pensamentos, sentimentos, comportamentos e reações físicas
(categorias estão escritas no quadro).
Deixa um tempo e pede para que cada trio escolha uma das três situações para compartilhar com o
grupo, cada um vai representar um elemento da situação em uma encenação.
Por exemplo: o primeiro faz a mímica da situação, o segundo dramatiza os pensamentos e sentimentos e
o terceiro, o comportamento e reações físicas. O terapeuta os instrui a dramatizar de forma exagerada,
como se fosse uma novela mexicana. Todos os grupos se apresentam e o terapeuta corrige qualquer
confusão entre os elementos: situação, pensamento, sentimento, comportamento e reações físicas.
Abre-se a roda e cada trio conta sua situação identificando os elementos do quadro:
Situação
Sentimento
Pensamento
Comportamento e
Reações físicas.
105
A realização dessa vivência foi muito interessante, conforme eles foram contando o que estavam
dramatizando, outros elementos começaram a aparecer, como: processamento antecipatório, pós-evento
e crenças. Dessa forma esses elementos passaram a fazer parte dessa vivência.
No caso de, em algum grupo, esses elementos não aparecerem espontaneamente, o terapeuta os ajuda a
identificar através de perguntas e completa o quadro, ficando o seguinte esquema:
Situação
Processamento pré-evento
Sentimento
Pensamento
Comportamento
Reações físicas
Processamento pós-evento
Abre-se a roda e resume-se o esquema do quadro, encerrando a Vivência.
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Vivência: As imagens da minha vida
Objetivos:
Favorecer a revelação de aspectos importantes da vida relacionada à fobia social.
O grupo se conhecer melhor, favorecendo uma maior integração.
Aceitar a fobia social.
Identificar aspectos importantes relacionados à fobia social: crenças, aspectos culturais, genéticos,
experiências marcantes de vida.
Favorecer a coesão grupal, altruísmo e sentimento de universalidade no grupo.
Descrição:
O terapeuta pede para que os pacientes peguem as fotos e sentem em roda no chão.
O terapeuta fornece uma cartolina para cada, cola e fita adesiva.
Pede para que cada um monte uma exposição das fotos que trouxe, na cartolina.
Deixa um tempo e escreve no quadro:
106
Crenças:
Sobre si, os outros e o mundo.
Aspectos biológicos/genéticos.
Aspectos familiares.
Relação com colegas e experiências de vida
Relação com familiares
Relação com aspectos culturais.
O terapeuta explica o modelo cognitivo da fobia social usando todos os elementos do quadro e
introduzindo a idéia de crenças centrais ou esquemas.
Depois pede que olhem as fotos e pensem nos elementos no quadro.
Deixa-os por alguns minutos e pede para que cada um exponha suas fotos contando como entende os
elementos da fobia social em sua história de vida, que fatores contribuíram e contribuem para o
desenvolvimento da fobia social.
O terapeuta se mostra empático às colocações, tira dúvidas, ajuda-os a refletir sobre suas histórias de
vida e discute a idéia: quem são vocês sem a fobia social?
Será que vocês são a fobia social? E se melhorarem, como ficará a vida?
Ajuda os pacientes a separarem-se eles mesmos do transtorno, com isso começando a trabalhar a
aceitação e possibilidade de modificação.
Os terapeutas também incentivam os membros do grupo a serem empáticos.
Sessão IIIObjetivos:
Identificar os aspectos do modelo cognitivo da fobia social em exemplos da vida de cada um.
Identificar as crenças centrais de cada um.
Desenvolver a habilidade social de aprender a escutar o outro.
Vivenciar e identificar os componentes do modelo cognitivo da fobia social: processamento préFormatado: Fonte: Negrito
evento, pós-evento, situação, pensamento, comportamento, reações físicas e crenças.
Motivação para alcançar os objetivos da terapia.
107
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Anotar as experiências da tarefa entre sessões, ler o texto sobre crenças e
Formatado: Fonte: Negrito
distorções cognitivas e preencher a folha “entendendo a ansiedade social” (apêndice 1). Anotar as
Formatado: Fonte: Negrito
crenças que cada um mais se identificou e tentar refletir sobre evidências de que elas não sejam
Formatado: Fonte: Negrito
verdade, anotando e deixando espaço para a cada semana de tratamento acrescentar mais coisas.
Formatado: Fonte: Negrito
Escolher pelo menos três pessoas que causem um nível baixo de ansiedade para exercitar a tarefa
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
de ouvir o outro, em vez de fazer autoprocessamento.
Formatado: Fonte: Negrito
Descrição das vivências e observações:
Vendo a tarefa entre sessões:
Roda sentada, terapeuta pede para que falem da tarefa de casa, como se sentiram, pontos principais que
pensaram. O que escreveram. Discute as informações do texto e relembra o modelo cognitivo. Usa os
quadros preenchidos para iniciar a técnica da seta descendente.
Exemplo de diálogo real ocorrido no grupo:
Técnica da Seta Descendente
O que significa para você essa situação?
Que não consigo, sou um desastre.
Porquê?
Porque fico nervoso, não interajo como todo mundo.
O que significa não interagir como todo mundo?
Que sou diferente, fico ansioso.
Diferente como, o que isso diz a seu respeito?
Não consigo me controlar. Fico ansioso.
Uma pessoa que não se controla é uma pessoa o quê?
Uma pessoa fraca.
Então demonstrar ansiedade significa ser fraco?
É, sim, significa ser fraco, incapaz, inferior aos outros.
Terapeuta repete essa seqüência um por um, procurando identificar as crenças de cada paciente. Nos
grupos foram identificadas as seguintes crenças:
108
Sou Fraco
Sou incapaz
Sou inferior
Sou incompetente
Não sou suficientemente bom
Sou inadequado
Sou Burro
Terapeuta anota no quadro as crenças e pede que cada um comente sobre a crença que identificou: desde
quando sente isso? Com quanta freqüência? Pede para cada um anotar em um papel evidências a favor
da sua crença. O que lhe faz pensar que sua crença, por exemplo: sou um fraco, é verdadeira? Após
todos terem escrito, pede para escreverem no verso o oposto: O que lhe faz pensar que (crença, por
exemplo: sou um fraco) não é verdadeiro?
Terapeuta auxilia perguntando:
E os outros, como são? Todos perfeitos?
O que realizou em sua vida, mesmo se sentindo assim?
Se você não tivesse fobia social, teria essa crença?
Mostrar a importância de tentar modificar essas concepções, idéias, olhar de outra forma.
Discutir que o objetivo do tratamento não é ajudá-los a esconder ter ansiedade, não são ferramentas para
criar uma máscara e se esconder, e sim poder entender a ansiedade de outra forma, aceitando-se e
através disso, modificando-se.
O tratamento envolve essa modificação, esse questionamento, além do desenvolvimento ou
potencialização de habilidades sociais que estejam impedindo ou prejudicando a interação.
Mudar essas crenças envolve testá-las gradualmente, como já temos feito nos exercícios aqui, que
provocam ansiedade e como vamos começar a fazer com as tarefas de casa.
Vivência: 1ª e 2ª revelação de Tereza adaptado com base no descrito por Boal (2002).
Objetivos:
109
Importância de ouvir o outro.
Perceber o autoprocessamento para modificá-lo
E vivenciar os componentes do modelo cognitivo da fobia social.
Descrição:
O grupo se divide em duplas, um de frente para o outro. O terapeuta pede para cada um pensar em uma
situação de embaraço social e quando o terapeuta falar, “1ª revelação”, um da dupla começa a contar o
que pensou, fica falando, procurando detalhes, até o terapeuta falar, “2ª revelação”, e o outro da dupla
fala enquanto o 1º que falou escuta, até o terapeuta falar, “Pare!”.
Assim que o segundo parar, o terapeuta pede ao que falou primeiro para contar em detalhes o que o
outro lhe revelou e depois troca.
O terapeuta observa se o grupo teve dificuldade em prestar atenção devido ao auto processamento ou
processamento pré-evento, pontuar esses processos explicando o que aconteceu. Depois que todos
tenham contado a revelação do outro para a roda pede para que cada um olhe para o quadro e identifique
os elementos do esquema, tentando identificar e perceber a diferença entre os elementos que estão no
quadro (descritos a seguir).
Situação
Crenças Processamento pré-evento memória
Sentimento
Pensamento
Comportamento
Reações físicas
Processamento pós-evento.
O terapeuta procura ressaltar a importância desse modelo, lembrando que essa representação é didática,
esse modelo é dinâmico e cada elemento influencia os outros e o todo.
Pergunta a quem falava como se sentia em relação a quem ouvia. Questiona se a pessoa que estava
fazendo a revelação se sentiu compreendida; escutar é uma habilidade social importante.
110
Como o outro deve se sentir, é possível ter uma conversa coerente dessa forma, sem escutar o outro?
1ª habilidade social: aprender a escutar
Terapeuta inicia o treino nessa habilidade questionando:
O que vocês mais querem na interação?
Respostas obtidas: causar uma boa impressão desempenhar-se bem, não demonstrar ansiedade.
E o que acaba acontecendo?
O oposto.
Então, quanto mais se preocupam, menos conseguem, é isso que acaba acontecendo?
Sim.
Discute a importância de escutar o outro, como no exercício da sessão, e reforça a importância de
começar a mudar o autoprocessamento.
Vivência de encerramento da sessão: Corredor brasileiro, (Del prette e Del Prette, 2002).
Objetivo:
Identificar e relatar o que deseja alcançar com a terapia.
Motivar-se para a busca de soluções de problemas pessoais.
Expressar apoio.
Desenvolver colaboração.
Solicitar ajuda.
Descrição:
Forma-se um corredor, tipo corredor polonês. A pessoa que vai passar primeiro pelo corredor é
solicitada a dizer o que deseja alcançar com a terapia, em seguida, passa pelo corredor. As pessoas que
formam o corredor são instruídas a incentivar quem esta passando, dizendo frases de encorajamento e
fazendo gestos de apoio e força.
Encerramento: pede a algum voluntário para dar um feedback da sessão, aproveita para explicar o que é
um feedback, e os tipos de feedback. Para um bom feedback a pessoa deve ter conseguido prestar
atenção ao comportamento do outro.
111
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão IV:
Objetivos:
Apreender respiração diafragmática.
Reestruturação de pensamentos automáticos e crenças.
Preencher a folha “entendendo a ansiedade social”.
Discutir distorções cognitivas e sua relação com a crença central.
Desenvolver as habilidades sociais: escutar o outro e ler o ambiente social.
Desenvolver as habilidades sociais: iniciar e manter conversas.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Praticar a respiração diafragmática e escolher pelo menos três situações de
Formatado: Fonte: Negrito
interação para iniciar e manter uma conversa, preenchendo a folha de tarefa entre sessões. E
continuar fazendo a folha “Entendendo a ansiedade social”
Descrição das vivências e observações:
Avaliar com o grupo o preenchimento da folha ”entendendo a ansiedade social”, possíveis dificuldades e
como usar a folha. Ver o exercício de distorções cognitivas, discutindo com o grupo.
Formatado: Fonte: Negrito
Vivência: a cruz e o círculo, (Boal, 2002).
Objetivos:
Aquecer o grupo.
Perceber a diferença entre movimentos voluntários e involuntários
Ensinar respiração diafragmática.
Descrição:
Pede-se que seja feito um círculo com a mão direita, grande ou pequeno, como puderem, é fácil e todo
mundo faz. Pede-se, depois, que seja feita uma cruz com a mão esquerda, é ainda mais fácil; todos
conseguem. Pede-se, então, que façam as duas coisas ao mesmo tempo. É quase impossível.
Ao terminar abre-se a roda para conversação sobre como se sentiram e o terapeuta introduz a idéia de
reação de luta e fuga. E ensina a respiração diafragmática.
112
Em seguida o terapeuta integra essas informações à sessão anterior, lembrando pontos importantes:
Modelo cognitivo da fobia social, mudança das crenças, perfeccionismo, importância da opinião do
outro.
Conversam sobre a folha de distorções cognitivas da tarefa de casa. Quem se identificou com qual?
Reestruturam as distorções que forem destacadas através de questionamento socrático realizado pelo
terapeuta. O terapeuta explica a ligação entre as distorções e manutenção da crença central.
Vivência: Dramatização no modelo Fórum adaptado com base no que foi descrito por Boal, 2002.
Ao longo do tratamento essa vivência é usada muitas vezes, por isso uma descrição mais detalhada é
fornecida nesse momento. Os objetivos específicos serão descritos sempre que essa vivência for usada e
os objetivos gerais estão descritos abaixo.
Objetivos gerais:
Desenvolver habilidades sociais.
Reestruturar pensamentos.
Revelar dificuldades.
Solucionar problemas através de várias alternativas.
Maximizar o desenvolvimento dos componentes não verbais e paralinguísticos das habilidades sociais.
Expor os pacientes a situações de ansiedade, manejando-as.
Falar sobre si mesmo.
Desenvolver a criatividade.
Favorecer altruísmo, sentimento de universalidade e coesão grupal.
Descrição:
No fórum, os participantes selecionam uma situação de conflito ou difícil que tenham vivido. Realizam a
cena como ocorreu, terminando a encenação, sem resolver a dificuldade. A platéia (restante do grupo e
terapeutas) é convidada a entrar em cena, sempre no lugar de quem passa pelo problema ou situação
difícil, encenando uma alternativa de comportamento. O grupo analisa a alternativa nova, identificando
113
os elementos e as diferenças entre as alternativas apresentadas. A sala fica arrumada como em um teatro,
platéia e palco. Cada cena é apresentada uma vez, em seguida o terapeuta pergunta a platéia: Alguém
gostaria de entrar no lugar da pessoa que está passando pelo problema nesta cena e fazer diferente? Se
sim, o terapeuta observa, se não, o terapeuta avalia se deve intervir como modelo para respostas mais
elaboradas. Sempre que alguém da platéia entrar e dramatizar sua sugestão, em seguida o terapeuta
pergunta ao grupo o que de diferente a sugestão nova trouxe em termos de habilidades sociais. O
terapeuta deve sempre ressalta a linguagem não verbal, ou seja, que gestos diferentes a opção nova
introduziu? Ou, teve diferença no tom de voz? O terapeuta ainda pode explorar sentimentos e
pensamentos da opção nova perguntando: Nessa nova opção o que a pessoa que interpretou
provavelmente estava sentindo? E Pensando? Por isso o comportamento foi diferente?
Formatado: Fonte: 12 pt
Vivência no modelo Fórum focando as habilidades sociais:
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Ler o ambiente social e escutar o outro.
Formatado: Fonte: 12 pt
Dividir em duplas e encenar como foi a tarefa de casa de cada um. Depois da apresentação os colegas e
terapeuta podem entrar nas cenas dando sugestões para um desempenho mais elaborado. Focar nas
habilidades; ler o ambiente social e escutar o outro. O terapeuta questiona o grupo em relação ao
desempenho nessas habilidades, incentivando respostas sempre mais elaboradas.
Introduzir o tópico iniciar e manter uma conversa:
Perguntas abertas e fechadas, postura, pensamentos, emoções e comportamentos.
Vivência no modelo Fórum focando as habilidades sociais: iniciar e manter uma conversa.
Objetivos:
Desenvolver essas habilidades através da dramatização de situações vivenciadas.
Trabalhar os elementos do modelo cognitivo, ajudando os pacientes a identificá-los no momento que
estão ativados.
Descrição:
114
Repetem a dramatização das situações da tarefa de casa, incluindo os elementos novos: iniciar e manter
uma conversa. O terapeuta os ajuda a identificar e desenvolver os componentes dessas habilidades.
Perceber o ciclo da fobia social presente no exercício.
Sessão V:
Objetivos:
Reestruturação cognitiva.
Desenvolver habilidades para solução de problemas.
Desenvolver as habilidades sociais: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar uma
conversação.
Favorecer coesão e altruísmo no grupo.
Realizar o relaxamento muscular progressivo (apêndice 2).
Desenvolver habilidades de civilidade.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido; escolher pelo
Formatado: Fonte: Negrito
menos três situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e
Formatado: Fonte: Negrito
encerrar uma conversação com conhecidos e desconhecidos, preencher a folha de tarefa entre
sessões. Continuar preenchendo evidências contra a crença central a cada semana e preenchendo a
folha “entendendo a ansiedade social”, procurando identificar a ativação de distorções cognitivas e
crenças na realização dos exercícios entre sessões.
Descrição das vivências e observações:
Vivência: Buscando Saídas, (Del Prette e Del Prette, 2002).
Objetivos:
Efetuar a leitura do ambiente social e de pequenas mudanças ocorridas em uma situação.
Elaborar alternativas de comportamento para uma mesma situação.
Reagir diferencialmente a pequenas mudanças na situação.
115
Estabelecer analogia entre situação simbólica vivenciada e problemas do cotidiano.
Fazer pedidos.
Manejar a ansiedade.
Agradecer.
Elogiar.
Falar sobre si mesmo.
Desenvolver a criatividade.
Descrição:
O terapeuta convida 6 a 8 pessoas para participarem como grupo vivencial (GV). Dá aos demais (GO)
tarefas específicas de observação: a) do comportamento não verbal das pessoas em treinamento; b) das
estratégias por eles utilizadas; c) das mudanças de desempenho em diferentes momentos do treinamento.
Em seguida, coloca uma pessoa no centro do espaço e as demais de mãos dadas formando um círculo ao
seu redor. As pessoas do círculo são instruídas a ficar atentas às suas instruções ou “dicas” (verbais ou
não verbais). Diz para a pessoa colocada no interior do círculo que ela se encontra simbolicamente em
uma situação social problemática. Pede que ela imagine essa situação que será resolvida quando ela
conseguir sair do círculo. Completando, acrescenta, em tom audível a todos:
“Sua tarefa, portanto, é sair dessa situação”.
Após a primeira tentativa, geralmente bem sucedida, a pessoa é recolocada na mesma situação, pedindose a ela que apresente, agora, uma alternativa, diferente da que já foi utilizada, para novamente sair do
círculo. Neste segundo momento, caso seja necessário, o terapeuta pode induzir alguma aversividade à
situação, provocando a pessoa com perguntas do tipo: A situação de ficar dentro do círculo lhe provoca
desconforto? Você não quer tentar sair? Pense em alternativas.
A cada tentativa bem sucedida, a pessoa deve voltar ao centro e elaborar alternativas melhores em
relação aos desempenhos anteriores. Aos demais, solicita-se que permitam a saída da situação problema
se o desempenho da pessoa for considerado melhor que o anterior. Nesse caso o terapeuta pode dar
sinais, ajudando o grupo a decidir se houve melhora ou não.
116
Após tentativas em que a pessoa se dirige a um interlocutor, chamando-o pelo nome, apresentando-se,
expondo seu problema de maneira objetiva e clara, mantendo contato visual e postura pertinente á
situação, pode-se aumentar a dificuldade, colocando-se as pessoas que formam o círculo de costas para
ela, ou mesmo, restringindo-lhe o espaço de movimentação. Com isso, cria-se uma situação que requer
desempenhos mais elaborados.
Naqueles casos em que a dificuldade é muito grande o terapeuta pode solicitar a alguém do GO que
ofereça “deixas” para auxiliar a pessoa do círculo. Por exemplo, circular ao redor do grupo falando em
voz alta: Por que será que fulano está ali? Muita gente vive situação semelhante. Será que ele precisa de
ajuda? Espera-se que a pessoa em treinamento aproveite a “deixa” para pedir ajuda.
Ao final, conduz uma reflexão sobre os problemas do cotidiano e as estratégias utilizadas para resolvêlos. Qual a relação com os problemas da fobia social? O GO é solicitado a fornecer feedback do
comportamento do GV. O terapeuta aproveita para reforçar o treino em dar e receber feedback.
Introduz o tópico solução de problemas e discute com o grupo alternativas para problemas
Formatado: Fonte: Negrito
vividos.
Vivência Dramatização no modelo fórum focando as habilidades: iniciar, manter, mudar de
assunto e encerrar uma conversação.
O grupo em duplas encena uma situação da tarefa entre sessões. Em seguida aproveita as mesmas cenas
para acrescentar as habilidades: mudar de assunto e encerrar conversação.
Primeiro o terapeuta fala um pouco dessas habilidades, dando exemplos, em seguida abre espaço para
quem desejar também comentar, e pede para que a cena anterior seja repetida, incluindo esses elementos.
O terapeuta pontua aspectos não verbais da interação, treinando o desempenho na cena.
117
Novamente, a cada dramatização, o terapeuta abre a opção da platéia entrar para apresentar uma
alternativa diferente.
Vivência: Corrida para ver quem chega por último, (Boal, 2002).
Objetivo:
Acalmar o grupo, prestar atenção nos músculos, no corpo e na respiração.
Descrição:
O grupo forma uma fila de um lado da sala, o terapeuta instrui o grupo para andar o mais devagar
possível, percebendo seu corpo e cada movimento, até o outro lado da sala. Quem chegar por último
ganha. Não pode ficar parado, tem sempre de estar em movimento, porém o mais lentamente possível.
Relaxamento (adaptação do Relaxamento Muscular Progressivo de Jacobson, 1938 citado por
Formatado: Fonte: Negrito
Rangé, 2001) (Descrição no anexo do apêndice 2.1.2).
Sessão VI:
Objetivos:
Reestruturação cognitiva.
Discutir o tópico evitações sutis de situações de ansiedade.
Manejar ansiedade.
Desenvolver aspectos não verbais das habilidades sociais.
Continuar a desenvolver os tópicos: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar conversação.
Desenvolver as habilidades sociais: fazer e receber elogios.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos três pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo
Formatado: Fonte: Negrito
a ansiedade social com alguma situação de ansiedade durante a semana, lembrar que as tarefas
são cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar conversar e continuar
fazendo o relaxamento, além de anotar as evidências contra as crenças centrais.
Descrição das vivências e observações:
Formatado: Fonte: Negrito,
Sem sublinhado
Vivência: A série do cego adaptado com base no descrito por Boal, 2002.
118
Objetivos:
Aquecer o grupo.
Perceber características de controle e confiança.
Reestruturação cognitiva.
Perceber comportamentos de evitação sutil que mantêm o ciclo negativo da fobia social.
Descrição:
O grupo se divide em duplas: um parceiro será o cego, e o outro o guia. O terapeuta distribui alguns
obstáculos pela sala e pede ao guia para começar a andar lentamente pela sala conduzindo o cego, é
responsabilidade do guia que o cego não se machuque, ele pode guiar tocando nos ombros do cego, que
deve aceitar ser conduzido. Solicita que as duplas andem em rítimos diferentes e passem pelos
obstáculos da sala. Em seguida as duplas trocam de posição, quem conduziu agora será conduzido.
Repetindo o exercício, após alguns minutos, o terapeuta instrui que os guias não podem mais tocar no
cego, cada guia deve criar um som e fazer para o cego ouvir, o cego deve passar a ser guiado pelo som
que seu guia está fazendo. Quando o guia parar de fazer o som, o cego deve parar também. O guia deve
mudar constantemente de posição e também variar o volume do som, ás vezes fazendo bem baixinho.
Em seguida inverte, quem conduz será agora conduzido pelo som.
Encerra abrindo para debate: Como cada um se sentiu? Foi mais fácil ser cego ou ser guia? Por quê?
Existe alguma relação com os sintomas de fobia social
Nos grupos, algumas pessoas que preferiram o papel de cego relataram que esse papel era mais
confortável por sentirem-se menos cobradas. No papel de guia, ficaram preocupados com seu
desempenho, sendo mais fácil transferir o controle para outra pessoa. Essas colocações levaram a uma
conversa sobre as evitações sutis que ás vezes fazemos, deixando outros tomarem a iniciativa por nós ou
realizar por nós. Todos revelaram ter alguma atividade que evitavam com a desculpa de que o outro faria
melhor, ou queria fazer, porém relataram no fundo saber que não faziam porque tinham medo e
preferiam se acomodar. O terapeuta então solicitou que cada um se comprometesse a modificar esse
comportamento evitativo. Explicou que a evitação mantém o medo, uma vez que a pessoa não arrisca
descobrir o quanto é capaz ou não, ou o que pode aprender, desenvolver na situação. O comportamento
119
de evitação contribui mantendo as crenças já discutidas e o ciclo negativo da fobia social, gerando um
sentimento de incapacidade. Um dos objetivos da terapia é justamente essa modificação, e isso se faz
tentando, sendo menos exigente em relação ao seu próprio desempenho. Aceitando seus próprios limites.
O período de tratamento é o momento ideal para experimentar ao máximo, arriscar aproveitando o apoio
do grupo.
Algumas pessoas relataram preferir o papel de guia, uma vez que de olhos fechado se sentiam
vulneráveis, expostos. Relataram um sentimento de incômodo por não terem o controle da situação.
Esses comentários permitiram ao grupo abordar a questão do controle, porque temos que controlar o
ambiente o tempo todo. Sugestões de perguntas:
Caso a pessoa relaxe dessa vigilância o que pode acontecer? E isso já aconteceu? É algo possível de ser
superado? Será que não estão exagerando a repercussão de uma situação? As pessoas são avaliadas por
uma única situação de desempenho que vira um rótulo para sempre? As situações de desempenho ruim
pesam mais que as de desempenho bom? A opinião do outro é tão valiosa assim? E se duas pessoas lhe
avaliarem ao mesmo tempo, uma diz que você é inteligente e a outra diz que você é burro, em quem vai
acreditar? Não é melhor criar critérios próprios de avaliação pessoal com base em evidências concretas
da realidade, em vez da opinião de outra pessoa?
Após discutir com o grupo esses tópicos o terapeuta encerra e segue adiante.
Vivência: Variação da dramatização no modelo fórum (o diretor surpreende) focando as
habilidades: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar uma conversação.
Objetivos:
Identificar sentimentos.
Identificar pensamentos.
Focar nos aspectos não verbais.
Provocar a ansiedade manejando-a.
Descrição:
Escolher a situação que foi mais difícil de executar como tarefa de casa para se dividir em duplas e
encenar. Após a primeira passagem da cena pelas duplas, o terapeuta solicita que sejam repetidas, sendo
120
que agora o terapeuta é o diretor, então durante a encenação vai dar alguns comandos que devem ser
seguidos e improvisados. Solicita à platéia que preste atenção nos mínimos detalhes. Comandos para
alternar nas duplas: 1)encenar sem som, apenas no gestual; quem assiste procura identificar o que se
passa. 2) intensificar sentimentos da cena, como em novela mexicana. 3) interpretar a cena escolhendo
um sentimento que deve ser expresso ao máximo, por exemplo: amor, raiva, alegria, ironia. 4) Falar em
gromelô (falar em sons sem significado, tipo: dalidusa, dinimin, parara?).
Encerrar e abrir para discussão: Como se sentiram? O que repararam? O que do exercício foi similar a
alguma característica da fobia social?
Questionar se na vida deles algum modo que foi ensaiado no exercício está faltando.
Formatado: Fonte: 12 pt
Por exemplo:
Terapeuta: acabamos de fazer as situações de vocês de tarefa de casa de formas diferentes, com ênfase
em alguns sentimentos e movimentos. Como se sentiram?
Alguém se sentiu ridículo? Qual o problema de fazer coisas ridículas?
Na vida de vocês alguns desses sentimentos ou movimentos estão faltando?
Conduzir o debate até que todos se coloquem.
Introduzir tópico novo: fazer e receber elogios.
Pedir para que cada um fale de uma situação difícil em relação a isso. Terapeuta usa exemplos para
questionar pensamentos e crenças relacionados a essa habilidade, além de sentimentos e
comportamentos relacionados.
Vivência: Berlinda de elogios:
Objetivos:
Exercitar a habilidade de receber e fazer elogios.
Reestruturar pensamentos.
Incentivar esse comportamento nas pessoas do grupo.
Descrição:
É solicitado que todos formem a roda, o terapeuta vai ao centro e pede que um por vez faça um elogio. O
terapeuta funciona como modelo respondendo de forma variada. Em seguida, outro vai para o centro e
121
assim por diante, até que todos tenham ido. O terapeuta instrui para que não ocorram elogios repetidos e
nem falsos, o conteúdo deve ser verdadeiro. No caso de alguém apresentar dificuldade para responder os
elogios na berlinda o co-terapeuta entra e fica junto na berlinda, ajudando com dicas ao ouvido de quem
está na berlinda. Se alguém estiver com dificuldade de elogiar o terapeuta chega perto e também fornece
alguma dica. Essa vivência foi muito rica, alguns pacientes relataram estar com ansiedade antecipatória,
imaginando que em sua vez ninguém conseguiria achar elogios para fazer; com a vivência foi possível
testar essa hipótese e verificar que poderiam sim receber elogios verdadeiros e variados.
Sessão VII:
Objetivos:
Reestruturação cognitiva.
Introduzir a folha “Testando Pensamentos” (apêndice 1).
Desenvolver expressão facial e corporal nas interações sociais.
Favorecer criatividade, coesão e altruísmo.
Introduzir a idéia de cometer gafes.
Desenvolver as habilidades sociais: fazer e receber elogios.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos uma situação social que cause ansiedade moderada
para preencher as folhas: “entendendo a fobia social” e “testando pensamentos”. Escolher duas
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
gafes para cometer, o terapeuta avalia, de acordo com o caso individual, quais as melhores
Formatado: Fonte: Negrito
situações para cometer gafes.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Descrição das vivências e observações:
Formatado: Fonte: Negrito
Em roda conversam como foi a tarefa de casa: grau de dificuldade, ansiedade e pensamentos.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Vivência: Se isso não fosse uma garrafa, o que seria. (Boal, 2002).
Objetivo:
122
Ver como o nosso olhar pode transformar a realidade, cada situação tem sempre muitos ângulos para
serem interpretados.
Estimular criatividade e exposição à avaliação do grupo.
Descrição:
Um objeto é colocado no meio da roda, por exemplo: uma garrafa de coca-cola de 2 litros vazia. O
terapeuta então pergunta: Se isso não fosse uma garrafa, o que seria? Pede para ninguém falar, apenas
observar seu comportamento e tentar adivinhar a mímica que vai fazer, então se dirige ao centro da roda
e usa a garrafa de outra forma, por exemplo, como se estivesse ninando um neném. Espera até que
adivinhem. Instrui que quem tiver uma idéia de como usar a garrafa deve ir até o centro e fazer; não
pode falar, tem de fazer a mímica. Se estiverem com dificuldade o terapeuta fala no ouvido e pede para
a pessoa ir, até que o grupo comece a aderir.
Fazer com três objetos (cadeira de plástico e kanga, por exemplo).
Abrir para discussão, como se sentiram e o que entenderam do exercício.
Será que cada um poderia estar em sua vida olhando os acontecimentos de uma mesma forma, sem
questionar alternativas? Abrir para que cada um se coloque. Fazer conexão com as crenças de cada um e
o modelo cognitivo.
Vivência: Completando a imagem, (Boal, 2002).
Objetivo:
Iniciar o tópico, reestruturação cognitiva.
Desenvolver criatividade.
Desenvolver expressão corporal e facial.
O co-terapeuta e um voluntário se cumprimentam, apertando-se as mãos. Congela-se a imagem. Pede-se
ao grupo que diga, quais os possíveis significados para a imagem: é um encontro de negócios, amantes
123
se despedindo, um negociante de drogas, etc.? Várias possibilidades são exploradas. As imagens não
dependem apenas delas mesmas, mas dos observadores.
O co-terapeuta sai e deixa o voluntário congelado na mesma imagem, sem mudar de posição. O
terapeuta pergunta sobre significados possíveis da imagem que resta. O terapeuta convida quem desejar
a entrar na imagem, completando-a para um outro significado. Se ninguém for, o co-terapeuta se
candidata para iniciar, completando a cena, o primeiro voluntário continua imóvel. Novamente pergunta
os possíveis significados da nova imagem, em seguida convida alguém a completar a cena, sem que
tenha saído ninguém, até a imagem estar com umas quatro pessoas. Encerra e divide o grupo em duplas;
cada dupla começa com a imagem do aperto de mão. Um parceiro de cada dupla, conforme indicação do
terapeuta, se retira da imagem, deixando o outro congelado com sua mão estendida. Agora em vez de
dizer o que pensa que essa nova imagem significa, o parceiro que saiu retorna e completa a imagem,
mostrando o que vê como um possível significado seu, se colocando em uma posição diferente com
relação à mão estendida (por exemplo, pode se joelhar na frente como se estivesse recebendo uma
benção), mudando o significado da imagem. Então inverte, o segundo parceiro sai e entra modificando a
imagem.
Em seguida o terapeuta deixa as duplas congeladas e pede para que os parceiros da direita saiam da
imagem, e rodem para a direita completando a imagem do colega ao lado, até que todos tenham
completado a imagem de todos. O terapeuta pode adicionar algum objeto; uma cadeira, lápis, etc.
Não importa que a maneira escolhida para completar a imagem não tenha um significado literal, o
importante é deixar as idéias fluírem. No caso de dificuldade o terapeuta auxilia com opções. Em
seguida pede que todos voltem para a roda e solicita um voluntário para ir ao centro executar um
movimento, pede que a pessoa fique congelada. Solicita aos companheiros da roda que entrem e
completando a imagem, formando uma cena com todos. Em seguida encerra abrindo a roda para
discussão. Como se sentiram? O que perceberam?
O terapeuta aproveita para introduzir a idéia de reestruturação cognitiva: a forma como interpretamos
um evento pode ser modificada através de uma reflexão questionadora. Introduz a folha “testando
pensamentos”. Cada um escolhe um pensamento da folha, entendendo a fobia social, que foi feita em
124
casa, para juntos preencher a folha, testando pensamentos. O terapeuta, em roda, faz com que cada um
responda uma folha, os colegas observam e tentam acompanhar.
O terapeuta ajuda a integrar as informações novas com as já obtidas, pontuando as principais distorções
cognitivas de cada um e como estas podem estar relacionadas às crenças já identificadas.
Introduzir a ideia de cometer gafes para testar pensamentos e habituar-se aos sintomas de ansiedade
Formatado: Fonte: 12 pt
Exemplos de gafes:
Tropeçar ou cair na frente de outras pessoas, falar alto ao celular em um lugar cheio, tremer ao comer,
derrubar coisas, pedir algo que não consta no menu; sair com uma roupa descombinando ou do avesso;
pedir algo, que obviamente não é vendido naquela loja; fazer perguntas indiscretas, fora de um contexto,
solicitar uma informação e pedir para a pessoa repetir várias vezes como se não estivesse entendendo;
falar uma bobagem, por exemplo, errar uma informação atual (dizer errado o nome de algum político
Formatado: Fonte: 12 pt
importante); fazer uma pergunta usando um tom de voz estranho ou gaguejando; chegar atrasado de
propósito a um compromisso; chegar perto e quase entrar no banheiro do gênero oposto; comprar algo
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Sem sublinhado
que você normalmente ficaria envergonhado de fazer; entre outros.
Sessão VIII:
Objetivos:
Reestruturação cognitiva.
Discutir sentimento de ridículo.
Desenvolver habilidades empáticas.
Uso do videofeedback para o desenvolvimento das habilidades empáticas.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: ler o texto sobre empatia e escolher pelo menos três situações para ser
Formatado: Fonte: Negrito
empático preenchendo a folha de tarefa entre sessões. Continuar praticando as habilidades
anteriores, inclusive, cometer gafes.
Formatado: Fonte: Negrito
Descrição das vivências e observações:
Avaliar como foi a realização da tarefa entre sessões: cometer gafes, discutindo o sentimento de
ridículo.
125
Formatado: Fonte: Negrito,
Sem sublinhado
Identificar os pensamentos automáticos referentes à tarefa de casa:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Testando pensamentos:
Terapeuta divide o grupo em duplas. Cada dupla deve escolher duas folhas testando pensamentos,
preenchidas em casa (uma de cada). São instruídos a examinar, juntos, tirando possíveis dúvidas e vendo
outras possibilidades de resposta para cada pergunta, além de identificar distorções cognitivas. Durante
esse exercício os terapeutas andam pela sala ajudando um pouco cada dupla, tirando possíveis dúvidas.
Depois que todos tiverem terminado, o terapeuta pergunta se ainda existe alguma dúvida e encerra.
Vivência: Seqüência do espelho adaptado com base na descrita por Boal, 2002.
Cada etapa desta seqüência pode durar um, dois, três minutos, ou até mais dependendo do envolvimento
dos participantes e estímulo do terapeuta. O importante é conseguir que os participantes sejam
minuciosos, detalhados, exatos e reveladores o quanto possível:
O espelho simples:
Duas filas de participantes, cada um olhando fixamente para a pessoa que está a sua frente, olho no olho.
Na fila A estão os sujeitos e na fila B as imagens. Em um primeiro momento o terapeuta os instrui a ficar
apenas olhando olho no olho, sem desviar o olhar. Os terapeutas observam e mantêm o exercício até que
todos tenham conseguido ao menos dois minutos sem desviar o olhar. Em seguida o exercício começa e
cada sujeito inicia uma série de movimentos e de expressões faciais em câmera lenta, que devem ser
reproduzidos nos mínimos detalhes pela imagem que tem em frente (fila B). O sujeito não deve
considerar-se inimigo da imagem: não se trata de uma competição e sim da busca perfeita de uma
sincronia entre pessoa e imagem. É importante que os movimentos sejam lentos para que possam ser
copiados nos mínimos detalhes. Assim que todos tenham conseguido uma sincronia grande o terapeuta
pede para inverter, quem era imagem vira sujeito e vice-versa, repetindo o exercício. Em seguida pede
que parem e fechem os olhos, todos, e que procurem fazer a respiração diafragmática. Enquanto isso os
terapeutas cochicham no ouvido de cada sujeito da fileira A um sentimento (tristeza, raiva, alegria,
saudade, medo e etc.) Pede que a fileira B continue respirando e instrui a fileira A a procurar sentir o
sentimento que foi dito. Espera alguns segundos e pede que todos abram os olhos. O terapeuta então
126
pede que a fileira B preste atenção na fileira A, além de imitar a imagem, terão de descobrir o
sentimento da imagem e também sentir. O exercício se inicia e o terapeuta observa, intervindo se for
necessário para que todos façam o melhor possível. Em seguida as fileiras se invertem e a fileira que
criará a imagem é solicitada a escolher livremente um sentimento e começar a fazer, durante a execução,
após alguns minutos o terapeuta pede que eles intensifiquem ao máximo o sentimento, inclusive usando
além do rosto, o corpo. Expressando ao máximo, com toda a intensidade. Deixa por alguns minutos e
instrui que os grupos se invertam novamente para realizar a mesma instrução. O terapeuta estimula e
provoca medo, realmente conseguindo que expressem com muita intensidade os sentimentos. O
terapeuta agora diz os sentimentos que todos da fileira que cria imagens devem fazer. O terapeuta
aproveita esse momento para explorar sentimentos que não tenham aparecido e para estimular o grupo
que imita a realmente sentir o que o outro sente. Após o terapeuta, avalia que todos os sentimentos foram
explorados ele instrui que todos fechem os olhos novamente e respirem, deixar alguns minutos e
encerrar o exercício, abrindo a roda para conversar sobre o exercício. Como foi, como se sentiram? O
que acharam?
Introduz o tópico Empatia:
O terapeuta explica o conceito: componentes cognitivos, afetivos e comportamentais e pede que cada um
dê exemplos de sua vida em que foram empáticos com alguém, ou que alguém foi empático com eles.
Terapeuta aproveita para apontar os componentes da empatia.
Vivência: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades empáticas.
Formatado: Fonte: Itálico
Essa vivência é filmada para videofeedback.
Divide o grupo em duplas e pede para que cada dupla escolha uma situação de empatia vivenciada para
dramatizar, cada dupla apresenta e em seguida a platéia é convidada a entrar em cena com alternativas.
O terapeuta pode entrar para funcionar como modelo.
127
Terapeuta encerra a sessão resumindo a empatia e pedindo para que cada um avalie como imagina que
foi seu desempenho em cena, como imagina aparecerá no vídeo filmado. O terapeuta ajuda o grupo a ser
descritivo, e pede que cada um escreva sua avaliação e traga na próxima sessão.
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão IX:
Objetivos:
Videofeedback habilidades empáticas, continuar desenvolvendo esse tópico.
Reestruturação cognitiva.
Desenvolver as habilidades demonstrar afetividade e expressar sentimentos.
Favorecer altruísmo no grupo.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: escolher pelo menos três situações para demonstrar afeto, inclusive com o
corpo, procurando abraçar, tocar, ser carinhoso. Preencher as folhas: “entendendo a fobia social”
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
e “testando pensamentos”.
Formatado: Fonte: Negrito
Descrição das vivências e observações:
Formatado: Fonte: Negrito
Videofeedback:
Ver o filme da sessão anterior e comparar a imagem da tela com a avaliação que cada um fez pontuando
as diferenças e reestruturando pensamentos a partir da imagem.
Conversar sobre o texto empatia: dúvidas e comentários.
Introduzir o tópico demonstrar afetividade, expressar sentimentos.
Pedir ao grupo para dar exemplos de dificuldade nesse tópico. Em seguida pedir a cada um que revele
um sentimento que o incomoda e normalmente não compartilha com ninguém. O terapeuta se comporta
de forma empática a cada revelação. Não intervêm com reestruturação, apenas escuta e é empático.
Estimula o grupo a fazer o mesmo.
128
Vivência: Adaptação da dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades expressar
sentimentos positivos e demonstrar afetividade.
Essa vivência é filmada e cada um descreve como imagina ter se desempenhado.
Objetivos:
Desenvolver as habilidades expressar sentimentos positivos e demonstrar afeto.
Reestruturar pensamentos disfuncionais.
Desenvolver a afetividade no grupo, maximizando a expressão corporal.
Descrição:
Dividir o grupo em duplas e pedir que cada dupla selecione duas situações relacionadas a essa habilidade
(uma de cada um) para dramatizar. Cada dupla dramatiza a cena como foi, com toda a dificuldade, em
seguida o terapeuta pede que interpretem a cena como gostariam que tivesse ocorrido, em seguida pede
que se repita a cena com muito amor e carinho, em que se demonstre através de abraços, gestos e falas.
Ao final da apresentação do conjunto da mesma cena, o terapeuta e pacientes ajudam a pessoa a
identificar os pensamentos e sentimentos presentes e intervêm ajudando a reestruturar.
Observação:
Formatado: Fonte: 12 pt
Nos grupos esse tema foi muito rico, todos tinham dificuldade, principalmente em abraçar ou receber
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
afeto de outra pessoa. O sentimento mais revelado foi o de inadequação e inferioridade.
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Abraço coletivo e individual:
O grupo em roda, de pé, se abraça, todos juntos, em um abraço coletivo; em seguida o terapeuta instrui
para que todos dêem um abraço em cada membro do grupo e terapeutas.
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão X:
Objetivos:
Videofeedback das habilidades: demonstrar afetividade e expressar sentimentos.
Reestruturação cognitiva.
Desenvolver habilidades assertivas.
129
Desenvolver a habilidade de dar e receber feedback.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Ler o texto sobre assertividade, escolher pelo menos três situações para ser
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
assertivo, identificando os elementos da assertividade discutidos na sessão.
Formatado: Fonte: Negrito
Descrição das vivências e observações:
Formatado: Fonte: Negrito,
Sem sublinhado
Videofeedback
Ver o filme da sessão anterior confrontando a imagem com a avaliação descritiva que cada um fez
reestruturando pensamentos distorcidos através da confrontação com a imagem.
Avaliar como foi a tarefa de casa e dividir o grupo em duplas para que analisem, juntos, as folhas
preenchidas.
Vivência: Direitos Humanos e Interpessoais (Del Prette e DelPrette,2002).
Objetivos:
Reconhecer que o respeito ou desrespeito aos direitos interpessoais envolve o pensar, o sentir e o agir.
Tomar conhecimento da Carta dos Direitos Humanos da qual o Brasil é signatário.
Conscientizar-se dos diferentes direitos interpessoais.
Valorizar a identificação e defesa de direitos interpessoais.
Reconhecer relação entre sentimento, pensamento e comportamento.
Compreender a reciprocidade entre os próprios direitos e os direitos das outras pessoas.
Descrição:
O terapeuta introduz o tópico, assertividade, explicando os componentes cognitivos, afetivos e
comportamentais dessa habilidade. Discute a noção de defender direitos, que direitos temos enquanto
seres humanos. Deixa o grupo se colocar e complementa. Em seguida, entrega um cartão com a lista de
direitos interpessoais, no verso há uma folha de resposta (descreve usando poucas palavras: sentimentos,
pensamentos e ações imaginadas) e pede que todos leiam atentamente a lista e circule o número daquele
que julga mais importante. Enfatiza que apenas um deve ser circulado. Em seguida conduz a vivência
130
pedindo que todos imaginem uma sociedade em que o direito escolhido é respeitado. O terapeuta faz
essa exposição imaginária com muitos detalhes. Pede que abram os olhos e escrevam no verso,
completando a folha de resposta. Na segunda fase, o terapeuta pede que cada pessoa circule um outro
direito importante para ela e refaz a exposição imaginária, porém pede que imaginem uma sociedade
onde o direito escolhido não é respeitado. Também nesse caso, solicita que preencham a folha de
resposta.
Introduzindo o tópico assertividade: o terapeuta explica o conceito e exemplifica situações, em seguida
pede ao grupo para contar experiências em que foram assertivos, passivos ou agressivos. Explica os
componentes cognitivos, afetivos e comportamentais da assertividade.
Vivência Nem passivo, nem agressivo, assertivo! Adaptação do descrito por Del Prette e Del
Prette, 2002.
Objetivo:
Identificar elementos da assertividade
Revelar situações pessoais
Reestruturar pensamentos.
Aprender a ser assertivo
Trabalhar o repertório não verbal dessa habilidade.
Descrição:
O terapeuta escreve no quadro os elementos da autoconsciência: O que quero? Quais as minhas
expectativas? Que sentimentos estou experimentando.
O grupo é dividido em duplas que sorteiam um tema: passivo, agressivo ou assertivo. Cada grupo é
instruído a escolher uma situação (que um da dupla vivenciou) de acordo com o tema sorteado para
dramatizar. Cada pessoa recebe 3 cartões de cartolina: um vermelho representando agressividade, um
amarelo representando a passividade e um verde representando assertividade. A platéia é instruída para
ao final de cada apresentação levantar o cartão que mais considera ser adequado à cena dramatizada.
131
Assim que a platéia se manifestar o terapeuta procura identificar se todos concordaram e faz perguntas
para estimular o entendimento dos conceitos. Por exemplo: O que vocês acham que a pessoa realmente
queria nessa situação? Ela conseguiu? Por quê? Os gestos e tom de voz demonstravam o que?
Em seguida pergunta se alguém da platéia deseja entrar em cena para mostrar outras alternativas de
comportamento (só podem entrar na cena no lugar da pessoa que tem fobia social). Os terapeutas
também podem entrar em cena para servir de modelo, dependendo do grau de dificuldade do grupo.
Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão XI:
Objetivos:
Desenvolver aspectos não verbais da assertividade.
Desenvolver assertividade no grupo.
Identificar e expressar sentimentos no grupo, favorecendo a coesão grupal.
Desenvolver os tópicos: dizer não, fazer e recusar pedidos e reclamar em estabelecimento
comercial.
Videofeedback das habilidades assertivas.
Trabalhar feedback descritivo com o grupo.
Reestruturação cognitiva.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefas entre sessões: Criar situações para colocar em prática cada uma das habilidades
trabalhadas na sessão (dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento
comercial). Preencher a folha testando pensamentos com alguma situação da tarefa de casa.
Descrição das vivências e observações:
Formatado: Fonte: Negrito,
Sem sublinhado
Vivência: Quantos “a” existem em um “a”. (Boal, 2002).
Objetivo: explorar componentes não verbais, em especial a voz.
132
Em círculo, o terapeuta vai ao centro e exprime um sentimento, sensação, emoção ou idéia usando
somente um dos muitos sons da letra “a”, com todas as inflexões, movimentos e gestos que for capaz de
expressar. Todos os outros participantes no círculo repetirão o som e a ação duas vezes, tentando sentir
também aquela emoção, sensação, sentimento ou idéia que originou o movimento e o som. O terapeuta
então convida alguém que tenha alguma outra idéia, sentimento ou sensação para usar o “a”, a ir até o
centro e fazê-lo; seguido novamente pelo grupo duas vezes. Quando muitos “as” tiverem sido criados o
terapeuta passa para outras vogais, quando esgotar as vogais passa para as palavras sim e não. Pede para
observarem que algumas vezes, dependendo do tom e gestual o sim quer dizer não e o não quer dizer
sim. O corpo envia uma mensagem e a palavra outra. Finalmente utiliza frases inteiras, expressões ou
ditados da vida cotidiana, sempre tentando expressar, com as mesmas frases diferentes emoções,
sensações ou idéias.
Quando o terapeuta avaliar que todos participaram e muitos sentidos para cada elemento foram
explorados, encerra abrindo para discussão: Como foi e o que sentiram, o que foi mais forte, a palavra
falada ou a mensagem do corpo? Como isso se manifesta na vida cotidiana de cada um?
O terapeuta aproveita para ressaltar a importância do tom de voz e movimento do corpo na comunicação
social.
Vivência: 1 2,3 de Bradford, adaptação com base no descrito por Boal, 2002.
Objetivos:
Identificar sentimentos.
Expressar sentimentos.
Favorecer o sentimento de grupo.
Em duplas, face a face. Cada dupla recebe um papel, anota 3 sentimentos e guarda.
1ª parte: os dois participantes de cada dupla contam até três, em voz alta, alternadamente: o primeiro dirá
um; o segundo dois; o primeiro três; e assim por diante. Devem tentar contar o mais rápido possível.
2ª parte: em vez de dizer um, o primeiro passará a fazer um som e um gesto rítmico, e nenhum dos dois
dirá mais a palavra um, que se transformou em um movimento rítmico e um som inventado pela
primeira pessoa da dupla. Isso deve ser feito com base no 1º dos 3 sentimentos que a dupla escolheu, ou
133
seja, o movimento e o som devem representar de alguma forma aquele sentimento. O terapeuta intervém
pedindo algo bem original, com bastante movimento e ritmo primeiro fará o seu movimento e som
inventado para representar o um e o segundo dirá dois, o primeiro dirá três e assim por diante. O som e a
ação criados pelo primeiro devem ser repetidos sempre no lugar do 1 na seqüência 1, 2,3.
3ª parte: agora, a segunda pessoa da dupla inventará um movimento e som para representar o dois (com
base no 2º sentimento), a dupla repete a seqüência, um dois três, em que o 1 e 2 são substituídos pelas
novas representações.
4ª parte: agora o primeiro da dupla criará um movimento e som diferente dos anteriores para representar
o três (com base no 3º sentimento escolhido). Então teremos um ritmo de dança, somente com sons e
movimentos rítmicos, sem nenhuma palavra.
O terapeuta estimula ao máximo a criatividade dos sons e movimentos. Ao final, cada dupla apresenta o
seu ritmo para os demais, que tentam adivinhar os sentimentos. Em seguida, cada dupla deve explicar
porque escolheu aqueles sentimentos, gestos e sons. Então o terapeuta solicita que o grupo, como um
todo, escolha uma sequência que os represente, podendo misturar os elementos criados por cada dupla.
Abre-se a roda para conversar sobre a Vivência: Como se sentiram? Foi difícil? Provocou ansiedade, por
quê? Os sentimentos apresentam relação com alguma coisa que ocorreu durante a semana? Ou em
relação às exposições de tarefa de casa? A seqüência que escolheram para representar o grupo significa o
que para cada um?
Observação:
Formatado: Fonte: 12 pt
Esse exercício funcionou muito bem nos grupos, foi rico para trazer sentimentos importantes de cada um
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
e para unificar o grupo. Escolheram uma sequência de:
Formatado: Fonte: 12 pt
Grupo 1): ansiedade-esperança-alegria e explicaram que ao chegarem ao grupo estavam ansiosos e hoje
Formatado: Fonte: 12 pt
o grupo representa a esperança de alcançar a alegria.
Formatado: Fonte: 12 pt
Grupo 2): ansiedade-raiva-alegria.
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Grupo 3): ansiedade-libertação-união.
Formatado: Fonte: 12 pt
Grupo 4): ansiedade-desesperança-alegria.
Formatado: Fonte: 12 pt
134
O terapeuta aproveita algum sentimento trazido para conversar sobre o texto assertividade introduzindo,
em seguida, as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento
comercial. Explica cada habilidade e pede que o grupo compartilhe as dificuldades que têm nessas
habilidades.
Vivência: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não, fazer pedido,
recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial.
Essa vivência é filmada.
Em duplas, cada uma escolhe uma situação entre as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido
e reclamar em estabelecimento comercial. Cada dupla representa sua situação, o terapeuta pede que a
platéia identifique os sentimentos e pensamentos presentes, ajudando a pessoa com dificuldade a
reestruturar. Em seguida a platéia é convidada a entrar em cena apresentando outras opções de
comportamento para aquela situação. Em cada opção se identificam pensamentos para reestruturar. O
componente não verbal de cada habilidade é estimulado, por exemplo: tom de voz para ser assertivo na
situação, postura corporal, direção do olhar.
Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão.
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão XII
Objetivos:
Videofeedback das habilidades assertivas.
Reestruturação cognitiva.
Aliar empatia e assertividade nas interações sociais.
Trabalhar sentimento de vergonha e ridículo em situações sociais.
Identificar situações que ainda evitam e planejar exposições.
Incentivar prática das tarefas entre sessões.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Escolher situações para colocar em prática o conjunto empatia-assertividade,
quanto mais situações, melhor. Preencher a folha testando pensamentos. Cada um deve selecionar
135
uma música para trazer na sessão que vem. Pode ser uma música representativa de sua vida, ou
Formatado: Fonte: Negrito
apenas uma música que goste. Ler e preencher o texto sobre a construção de uma hierarquia (esse
exercício será visto na sessão IV para que cada um preencha com calma e possa observar para
Formatado: Fonte: Negrito
incluir o máximo de situações).
Descrição das vivências e observações:
Formatado: Fonte: Negrito,
Sem sublinhado
Videofeedback com o filme da sessão anterior examinando as habilidades assertivas.
Vivência: Adaptação da dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não,
fazer pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial além de aliar empatia e
assertividade.
Objetivos: produzir um grau maior de ansiedade e dificuldade nas situações, ajudando os pacientes a
modificar crenças. Trabalhando as habilidades dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em
estabelecimento comercial além de aliar empatia e assertividade.
Descrição:
Em duplas, cada uma escolhe duas situações da tarefa de casa para representar. Enquanto uma dupla
apresenta, os outros membros são a platéia. Ao final de cada cena o terapeuta entra na cena, no lugar do
“opressor” (pessoa da cena que impõe a situação em que o outro deve ser assertivo) e dificulta a
interação para o oprimido (pessoa que está tentando ser assertiva). O terapeuta usa tom de voz e gestual
para oprimir, podendo chegar a representar um comportamento um pouco agressivo. O opressor tenta
uma opção de interação mais difícil. Em seguida o terapeuta pergunta se alguém da platéia deseja tentar
outra alternativa de resposta para aquela situação. Caso ninguém queira, o co-terapeuta entra como
modelo, representando um comportamento assertivo. Essa sequência é feita em todas as cenas. Ao final,
abre para debate. O terapeuta aproveita esse momento para introduzir a idéia de aliar empatia á
assertividade, como uma alternativa que em muitas situações melhora a qualidade das relações.
Relembra o conceito de empatia e fornece alguns exemplos da combinação dessas habilidades. Em
136
seguida pede que cada dupla escolha uma das duas situações anteriores, agora o oprimido vai tentar ser
empático e assertivo. Após cada apresentação novamente à platéia é convidada a entrar com outras
alternativas, se necessário o terapeuta entra como modelo.
Vivência: Anda, Pára, Justifica adaptação da descrita por Boal, 2002.
Objetivos:
Trabalhar o sentimento de vergonha em situações que se sentem ridículos
Avaliar coisas que gostam de fazer e evitam, os incentivando a fazer.
Identificar situações sociais que precisam ainda serem trabalhadas.
Motivar as exposições entre sessões, lembrando as habilidades já trabalhadas.
Descrição:
O terapeuta instrui o grupo a andar pela sala ocupando todos os espaços, pede que prestem atenção
apenas em seu caminhar, sua respiração, o contato dos pés com o chão. Aguarda alguns instantes e pede
para que caminhem de forma estranha, bizarra, o mais que puderem. Aguarda um pouco e diz: “Pára!
Todos em estátua!”. Chega perto de uma estátua e fala: “justifique”. A pessoa deve justificar a postura.
O terapeuta faz com algumas pessoas e pede que voltem a andar pela sala e instruí:
“Todos andando como o presidente lula”.
“Agora como um mendigo”.
“Agora como um camelo, quem sabe como o camelo anda?”.
Se ninguém sabe, o terapeuta informa: “pé direito, mão direita”.
“Como elefante? Pé direito, mão esquerda, em xadrez”.
“Agora como (terapeuta fala o nome de alguém do grupo, em alguns minutos fala de outra pessoa do
grupo até que todos tenham sido imitados)”.
Pede que voltem a andar livremente e agora diz uma categoria e todos devem escolher uma ação para
fazer, por exemplo: atividades domésticas, em seguida, coisas que cada um mais gosta de fazer, em
seguida, coisas que menos cada um gosta de fazer, em seguida, algo que imagina que jamais fariam.
Terapeuta encerra e abre para debate: como se sentiram? Explora o sentimento de ridículo de algumas
137
caminhadas, questionando como é se sentir ridículo? Como se sentiram executando o exercício e que
coisas gostam e não estão fazendo. O terapeuta os estimula a fazer planos de ação para colocar em
prática, principalmente comportamentos que são evitados devido à fobia social. Pede que todos listem
coisas que gostariam de fazer, porém evitam devido à fobia social. O terapeuta aproveita para lembrar o
quão importante é a prática entre sessões, não apenas das tarefas pedidas, mas de qualquer situação
social que evitam e que eles já adquiriram estratégias para enfrentar. Lembra as estratégias e incentiva
ação.
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão XIII:
Objetivos:
Videofeedback do conjunto empatia-assertividade.
Reestruturação cognitiva.
Desenvolver habilidades sociais referentes ao tópico: Interação com o gênero oposto.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Colocar em prática a habilidade de interação com o gênero oposto planejada
Formatado: Fonte: Negrito
e continuar colocando em prática as outras habilidades. Preencher a folha de tarefa entre sessões.
Descrição das vivências e observações:
Formatado: Fonte: Negrito,
Sem sublinhado
Dramatização: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: empatia e assertividade
Formatado: Fonte: Itálico
Essa vivência é filmada e em seguida feito o videofeedback analisando as habilidades assertivas e
empáticas.
Em duplas, cada dupla escolhe uma situação da tarefa de casa (empatia assertividade) para dramatizar no
modelo fórum. Videofeedback do exercício.
Vivência: Jogo dos animais adaptação do descrito por Boal, 2002.
Objetivos:
Introduzir o tópico, interação com o gênero oposto.
Trabalhar componentes não verbais.
Trabalhar sinais sociais.
138
O sentimento de ridículo.
Descrição:
Em pequenos pedaços de papel em branco escrevem-se os nomes de animais, e o gênero: macho ou
fêmea (sempre que colocar um macho, colocar também um papel com a fêmea daquele animal,
formando casais de bichos). Cada pessoa do grupo sorteia um papel. O terapeuta pede que todos
comecem a andar pela sala pensando no animal que está escrito no seu papel. Como é o animal, como se
movimenta, em seguida, pede que cada um comece a se comportar como se fosse o animal. Pede que
sigam as seguintes instruções: andar como o animal que ele sorteou. Os animais tem fome. Como será
que cada um come? Com gula ou com medo? De pé ou sentado? Escondido ou exibindo-se? Parado ou
em movimento? Fugindo ou agredindo? (cada pessoa está representando como seu animal come) O
terapeuta estimula ao máximo, para que todos se esforcem na representação.
Os animais tem sede? Eles bebem rápido ou devagar? E assim por diante com vários comportamentos,
como: como mostram raiva, medo, alegria, cuidado? Como dormem, de pé, sentados, pendurados, em
galhos, deitados?
Os animais acordam e sentem falta de um par e tentam procurá-lo. Cada bichinho aqui tem um par,
continuem interpretando e procurando. Como o pavão paquera? E a leoa? Quem encontrar seu par deve
fazer a cena de paquera, aproximação e namoro. Cada casal que encontrar seu par e namorar pode parar
e confirmar se realmente é seu par. Se o tamanduá namorar a formiga eles devem voltar e encenar até
encontrar seu amor verdadeiro. Quando todos tiverem encontrado seu verdadeiro amor, um círculo é
formado e um par de cada vez vai representar a cena de encontro paquera e namoro. O grupo avalia se o
casal se desempenhou bem, no caso de não, o grupo funciona como um diretor, até avaliarem que o
desempenho está bom. Depois que todos os casais tiverem se apresentado, encerra e abre para debate:
Como Foi? O que perceberam? O terapeuta introduz o tópico: interação com o gênero oposto. Todos são
convidados a falar dessa habilidade, se é difícil e por quê.
É preciso levar em consideração que existem níveis de dificuldades e diferentes demandas com relação
aos vários tipos de interação com o gênero oposto (situações formais, ambiente de trabalho, com pessoas
estranhas, entre outros).
139
Vivência: Luz Dança e Ação!
Essa vivência é filmada.
Objetivo:
Trabalhar desinibição.
Manejar ansiedade.
Habilidade de dançar.
Identificar e reestruturar pensamentos.
Descrição:
O terapeuta deixa cada membro do grupo falar sobre a escolha, a música. Em seguida, pede que formem
duas filas uma de frente para o outro. A fileira A tem os olhos vendados e a fileira B, não. O terapeuta
coloca uma das músicas trazidas, o ideal durante o exercício é intercalar as músicas e rítimos trazidos e
pedir ao grupo A (com venda nos olhos) para dançar e o grupo B para imitar, funcionando como
espelho. O terapeuta estimula o grupo A, a se desinibir completamente, dançar conforme o ritmo o mais
animado possível. Pode dizer: “como se estivessem no melhor show de música do mundo, muito
animado!”. Em seguida inverte; o grupo A passa a venda para o grupo B e a Vivência se repete
conforme descrito acima. Em seguida, o terapeuta passa o vídeo da Vivência e aproveita para
reestruturar os pensamentos disfuncionais ao se verem em vídeo, questionando a preocupação com a
observação do outro e o desconforto com sua própria imagem e discute a relação dos sentimentos
provocados por essa Vivência e as situações de vida.
Retoma o assunto: interação com o gênero oposto e os estimula a planejar uma situação para colocar em
prática
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão XIV:
Objetivos:
Videofedback referente à habilidade interação com o gênero oposto.
Reestruturação cognitiva.
140
Feedback da terapia até o momento.
Construir hierarquia e estimular sua execução entre sessões.
Identificar pensamentos e crenças que podem interferir na execução das exposições para
reestruturar.
Estimular auto-revelação e altruísmo no grupo.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Colocar em prática as situações da hierarquia e usar a folha testando
pensamentos para reestruturar, preenchendo a folha de tarefas entre sessões.
Descrição das vivências e observações:
Videofeedback da vivência da sessão anterior: Luz Dança Ação.
Rever o tópico, interação com o gênero oposto e conversar sobre a tarefa de casa reestruturando
pensamentos disfuncionais.
Feedback da terapia até esse momento, construção da hierarquia (ver exercício tarefa de casa sessão
XII)
O terapeuta solicita que cada um fale como tem se sentido até agora com a terapia, o que tem melhorado
e o que ainda falta. O terapeuta coloca que muitas vezes resistimos a trazer coisas que estão nos
incomodando, pensando sempre em deixar para falar depois, porém o ideal seria aproveitar a sessão de
hoje para dividir com o grupo qualquer aspecto relacionado à fobia social que esteja incomodando. O
terapeuta encoraja o grupo a aproveitar a terapia ao máximo, não postergando nada. Lembra que o grupo
vai dar apoio e analisar junto com cada um a dificuldade apresentada. Nessa sessão o terapeuta avalia as
dificuldades de cada um, aproveitando a auto-revelação para que o grupo se ajude mutuamente. Deixa o
grupo se colocar diante de cada questão trazida, apenas estimulando a reestruturação de pensamentos
relacionados às situações trazidas.
Discute com cada um a hierarquia preenchida em casa, avalia a reestruturação dos pensamentos
relacionados a cada situação da hierarquia e procura lembrar a reestruturação das crenças centrais de
cada um, incentivando a prática da hierarquia.
141
Formatado: Fonte: Negrito
Avalia junto o material de construção de uma hierarquia em ordem de dificuldade e reestruturação dos
pensamentos associados a cada exposição.
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão XV:
Objetivos:
Avaliar como estão ocorrendo as exposições da hierarquia, reestruturando pensamentos e
incentivando a prática entre sessões.
Dar e receber feedback.
Desenvolver habilidades de argumentação e falar em pequenos grupos.
Introduzir o tópico falar em público, reestruturando pensamentos e crenças e incentivando
exposição.
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Criar pelo menos três situações para “pegar a palavra” e argumentar,
defendendo um ponto de vista, uma opinião. Preparar esboço para apresentar em público (cinco
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
minutos) e vestir-se de acordo. Ler e preencher o texto sobre a habilidade de falar em público,
Formatado: Fonte: Negrito
identificando e reestruturando pensamentos antecipatórios á exposição de falar em público.
Formatado: Fonte: Negrito,
Sem sublinhado
Descrição das vivências e observações:
Vivência: “Exigindo a palavra”.
Objetivos:
Falar em pequenos grupos.
Desenvolver habilidades de argumentação e
Desenvolver os aspectos não verbais.
Descrição:
Pede para o grupo escolher um tema do cotidiano para iniciar uma conversa informal, por exemplo: o
desabamento do metrô em São Paulo, o Big Brother (tema escolhido pelo grupo piloto), entre outros.
142
O grupo inicia uma conversa sobre esse tópico, cada um deve dar sua opinião, se colocar. O terapeuta
procura centralizar a conversa, sendo mal educado, falando alto, interrompendo, colocando um ponto de
vista crítico e polêmico, de preferência o inverso do que perceber ser a opinião da maioria. Deixa assim
por algum tempo e interrompe perguntando como cada um está se sentindo? Estão tendo dificuldade em
colocar suas opiniões? Por quê? Quais sentimentos essa situação está trazendo? No dia a dia deles, isso
já aconteceu? O grupo conversa, o terapeuta os ajuda a entender suas dificuldades e a identificar quais
elementos do comportamento do terapeuta influenciou na Vivência, tipo: postura do corpo e tom de voz
(o terapeuta se colocava ereto na cadeira, se inclinando a frente e gesticulando, também falava alto).
Pede para repetirem a interação, porém, dessa vez, tentando cortar o terapeuta. O terapeuta apenas se
permite ser cortado se o outro estiver com postura e tom de voz adequados, mostrando realmente querer
falar. Em seguida abre para avaliarem juntos esse segundo momento. O terapeuta pode repetir essa
seqüência até avaliar que todos estejam se colocando com postura e tom de voz adequados. Pode
estimular isso dividindo o grupo em um grupo menor, ou pedindo para quem já conseguiu fique calado.
Em seguida o terapeuta pergunta quem tem dificuldade para falar em pequenos grupos, como reuniões.
Quem tem dificuldade de argumentação ou de se colocar quando muitos estão falando. Dificuldade em
pedir a palavra e argumentar. Abre para que todos se coloquem e reestrutura, junto com o grupo, os
pensamentos distorcidos relacionados a essas situações.
Vivência: Advogado do Diabo
Objetivos:
Falar em público.
Desenvolver estratégias para argumentar.
Defender a própria opinião.
Reestruturar pensamentos.
Descrição:
O grupo escolhe um tema polêmico (tipo: legalização da maconha, liberação do aborto, etc.) e é dividido
em dois. Metade é solicitada a desenvolver por escrito, argumentos a favor do tema (mesmo que
143
pessoalmente não concorde), a outra metade deve escrever argumentos contra o tema escolhido. Em
seguida, um grupo de frente para o outro, inicia um debate. O terapeuta estimula, instigando e garantindo
que todos falem. Em seguida pede que os grupos invertam a posição ideológica. Quem era a favor, passa
a ser contra, e quem era contra, passa a ser a favor. O debate acontece novamente. O terapeuta estimula
novos argumentos de cada lado.
Ao final, abre para o grupo colocar como se sentiu em relação à Vivência e aborda o tema: expressar
opinião e argumentação. Toda situação tem mais de uma forma para ser entendida. O importante é que
cada um acredite na sua forma de entendimento para poder argumentar; sem querer agradar aos outros e
sim defender sua própria opinião. Escutar o outro, reavaliando seus próprios argumentos, para decidir a
forma como pensa, sem a preocupação em ser aceito. Avaliar essas questões com o grupo: sentimentos e
pensamentos
Vivência: Quem conta um conto, acrescenta um ponto.
Objetivos:
Falar em público.
Dar e receber feedback.
Identificar e expressar comportamentos não verbais adequados ao conteúdo.
Desenvolver criatividade.
Identificar pensamentos automáticos e reestruturar.
Um voluntário é solicitado e instruído a pensar em uma situação de sua vida que possa compartilhar com
o grupo, o terapeuta pede que pense em uma situação que tenha sido Vivência, com outros envolvidos.
Uma história que considere interessante para compartilhar.
Em seguida pede ao voluntário para escolher 6 pessoas do grupo. O restante do grupo é instruído a
observar a Vivência. Enquanto o terapeuta explica a Vivência o co-terapeuta escolhe 2 pessoas do grupo
de observação, instruindo (cochichando ao ouvido) que um deles se comporte de forma desinteressada,
sem prestar atenção, como se achasse a história muito chata: deve bocejar, dar uma cochilada. O outro é
instruído a conversar durante a narração puxando assunto com outros colegas. O co-terapeuta fica
144
sentado junto ao grupo de observação e mantêm uma postura bem séria, como se não tivesse gostando de
nada.
O voluntário começa a contar sua história e duas pessoas que ele selecionou começam a interpretar a
situação contada sem falar, apenas com o corpo. As outras, que foram selecionadas por ele, ficam em pé
ao seu lado, apenas assistindo. O restante do grupo apenas observa. Após o voluntário ter contado sua
história o terapeuta fala Pára, a imagem dos que interpretam se congela, e o terapeuta pergunta a 1ª
pessoa que está ao lado de quem estava contando a história: Se isso não fosse um: (o terapeuta diz aqui o
que realmente foi o tom da história contada), por exemplo: drama e sim um filme de terror, como seria?
(poderia ser terror ou comédia ou tragédia grega, romance, suspense, ficção científica e etc.). O terapeuta
instrui dizendo que ele pode modificar o quanto desejar, e deve incluir um novo personagem ao enrredo.
Quanto mais criativo melhor. Ao contar a história você deve usar um tom de voz adequado ao que deseja
passar, você é o narrador da imagem e deve colocar emoção no que está contando. A 1ª pessoa que
estava contando a história entra para o grupo que encena a imagem. Ao final da 2ª história as instruções
se repetem modificando novamente o tom da história e acrescentando mais um personagem. Nesse
momento a platéia pode ser consultada para escolher o novo tom, o terapeuta pergunta a platéia que tipo
de filme eles gostariam de ver agora? Ação? Suspense? Romance? E assim por diante.
O terapeuta deve ajudar no caso da pessoa estar com dificuldade, interrompendo e dando exemplo de
como colocar emoção ao narrar. Também deve estimular ao grupo da imagem, pedindo que usem o
corpo como um todo, expressões faciais e muita criatividade para encenar a história que está sendo
contada. Essa sequência é repetida até que as pessoas que foram selecionadas para ficar ao lado do 1º
narrador tenham contado uma versão da história. Em seguida, o grupo que estava observando é
solicitado a dar feedback do desempenho de cada pessoa que participou da Vivência. Tanto do grupo
que narrou quanto do grupo que encenou. Eles devem fornecer uma avaliação descritiva do desempenho
de cada um, o tom de voz foi adequado, convincente? Foi criativo? E em relação ao grupo que encenou:
Todos se concentraram? Os movimentos foram adequados? Usaram o corpo todo? As expressões faciais
seguiram o enrredo?
145
Em seguida o grupo todo é convidado a conversar sobre a Vivência: Como se sentiram? Foi difícil? Qual
parte? O que perceberam com o exercício? Caso ninguém fale o terapeuta pergunta ao grupo que narrou
e encenou: Vocês olharam para a platéia? Como estava? Prestando atenção? Interessada?
Aproveita essa discussão e introduz o tópico falar em público. Pergunta quem tem dificuldade. Explica
que essa é uma dificuldade muito comum, mesmo pessoas sem fobia social se sentem ansiosas para falar
em público. Assim como outras interações sociais, falar em público requer a compreensão dos
componentes das habilidades verbais e não verbais para uma boa apresentação. Alguns componentes
apareceram na Vivência que fizemos. Alguém tem idéia de quais? Caso ninguém responda o terapeuta
explica os componentes: boa apresentação pessoal, adequada à situação; tom de voz, clareza na fala,
ritmo da fala, postura corporal, expressão facial, pensamentos automáticos referentes à situação:
processamento pré e pós-evento. Outros elementos que vamos construir juntos, como: escolha e
conhecimento do tema, breve introdução ao assunto, despertando interesse da platéia, roteiro do discurso
(organização de tópicos e da relação entre eles), material visual, estratégias para descontrair a platéia e
prender atenção (como dizer algo instigante, engraçado ou fazer perguntas) e encerramento da
apresentação.
O terapeuta solicita que cada pessoa escolha um tema para preparar uma apresentação de cinco minutos
e pense em que situação apresentaria esse tema: trabalho? Igreja? Grupo de amigos? Colégio dos filhos?
O terapeuta pede que na sessão seguinte venham com um esboço do assunto escolhido, e vestidos de
acordo com a situação escolhida.
O terapeuta pede para que não faltem, analisa pensamentos que podem levar a fuga da situação e
tranquiliza o grupo de que tudo será feito respeitando a ansiedade de cada um.
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão XVI:
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão de videofeedback com duração de 4 horas.
Objetivos:
Desenvolver a habilidade social falar em público.
Fazer videofeedback de uma apresentação de cinco minutos.
146
Realizar um preparo cognitivo antes do videofeedback.
Tarefa entre sessões: Treinar a habilidade de falar em público, preenchendo a folha de tarefas
Formatado: Fonte: Negrito
entre sessões.
Formatado: Sublinhado
Descrição da sessão:
Grupo preenche três questionários sobre a habilidade de falar em público antes do início da
sessão.
Escala de Avaliação Global de Desempenho na Habilidade Falar em Público.
Escala de Percepção dos Sintomas de Ansiedade na Habilidade de Falar em Público.
Escala de Avaliação de Desempenho na Habilidade de Falar em Público.
Aquecimento e treino:
O terapeuta divide o grupo em duplas, que devem se ajudar mutuamente a estruturar a apresentação do
tema pesquisado em casa. Os terapeutas andam pela sala, ajudando cada dupla na tarefa. Pede para que
um apresente informalmente para o outro quando considerar estar pronto, ajustando detalhes. Pede que
cada dupla avalie os pensamentos automáticos antecipatórios, reestruturando.
Em seguida o terapeuta relembra todos os aspectos da habilidade falar em público, conversados na
sessão anterior.
Feedback:
Cada membro do grupo terá seu desempenho avaliado pelos outros membros do grupo e dois coterapeutas, que, após cada apresentação, preencherão o inventário: Escala de Avaliação de Desempenho
na Habilidade de Falar em Público. Só vão preencher depois que a pessoa tiver terminado a
apresentação. Durante a apresentação, basta prestar atenção para poder avaliar em seguida.
Instrução:
A pessoa que vai apresentar é instruída a olhar para a platéia e não diretamente para a câmera.
Preparo cognitivo:
Após todos terem se apresentado o terapeuta fornece, conforme indicado na literatura, um preparo
cognitivo anterior ao vídeofeedback:
147
1- Solicita que cada um diga detalhadamente como acredita ter se saído no vídeo.
2- O terapeuta realiza uma exposição imaginaria, pedindo que cada um visualize, o mais nítido possível,
a imagem de como se viram durante a apresentação, em seguida, cada um avalia de 0 a 10 o quão vivido
foi à imaginação.
3- O terapeuta pontua a distinção entre como alguém se sente durante uma apresentação e como se
parece, e solicita que os participantes procurem perceber, na imagem do vídeo, como foi seu
desempenho, e não como se sentiram.
Formatado: Fonte: Itálico
Videofeedback:
O grupo assiste ao vídeo das apresentações de todos e em seguida preenche novamente os três
questionários. Após isso, cada um comenta o que percebeu. O terapeuta indaga como foi se ver no vídeo,
o que perceberam, existiu alguma diferença entre a imagem mental do desempenho e o desempenho em
vídeo. O terapeuta estimula a reestruturação de pensamentos distorcidos usando as imagens de vídeo
como evidência.
Sessão XVII:
Formatado: Fonte: Negrito,
Sem sublinhado
Objetivos:
Feedback do grupo e co-terapeutas quanto á tarefa de falar em público da sessão anterior.
Reestruturação cognitiva.
Avaliação da terapia até o momento, procurando identificar dificuldades que ainda persistem
para estimular sua modificação e incentivo ás exposições que ainda faltam,
Desenvolver a habilidade de solucionar problemas.
Trabalhar modificação de crenças centrais.
Desenvolver cartão de enfrentamento para fim da terapia.
Trabalhar prevenção de recaída.
148
Formatado: Fonte: Negrito
Tarefa entre sessões: Continuar colocando as habilidades em prática, principalmente as
identificadas na hierarquia; Reler todo o material de terapia e preencher a folha para criar o
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
cartão de enfrentamento.
Descrição das vivências e observações:
Feedback do grupo da habilidade de falar em público:
O terapeuta entrega um gráfico, feito á partir dos questionários preenchidos pelos membros do grupo e
dois co-terapeutas, contendo a média das avaliações em cada quesito da Escala de Avaliação de
Desempenho na Habilidade de Falar em Público (apêndice 3). Abre para discussão, relembrando os
pontos principais da sessão de videofeedback. Compara o feedback do grupo, o videofeedback e a
percepção de cada um sobre seu desempenho na tarefa de falar em público.
O grupo é estimulado a conversar sobre a terapia, como foi até aqui. O que consideram ter
melhorado. Quais dificuldades ainda persistem. Como resolver.
Trabalhando crenças centrais:
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Exercício de Imaginação adaptado com base no descrito por Young (2001):
O terapeuta entrega outra folha de crença central, (como no início da terapia) pedindo para que os
pacientes anotem a crença central mais forte. Juntos pensam em evidências que não comprovem a
crença. Em seguida o terapeuta propõe um exercício de imaginação. Pede que todos fechem os olhos,
concentrando-se apenas na respiração, procurando uma posição confortável, prestando atenção no corpo,
aliviando a tensão a cada expiração. Deixa alguns minutos e pede que imaginem um lugar seguro,
imaginando com muitos detalhes, focando no sentimento de segurança, procurando intensificá-lo ao
máximo. Deixa alguns minutos e pede para que apaguem essa cena e comecem a focar no sentimento
ruim relacionado à crença central identificada, deixando vir à mente uma situação da infância que esse
sentimento tivesse presente. Pede que tentem imaginar mais nitidamente possível, identificando os
detalhes da situação: Qual o lugar? Como está vestido? Como esta o tempo? A outra pessoa, como está?
Qual a expressão facial? O que esta acontecendo, o que está sendo dito?
Procurando identificar e intensificar o sentimento, percebendo o que queria naquela situação,
imaginando um diálogo em que diga para o outro o que gostaria e imaginando a reação do outro. Deixa
149
alguns minutos pedindo para que imaginem um diálogo até o fim. Deixa um pouco e pede para que
apaguem aquela cena, prestando atenção apenas no sentimento, deixando vir uma imagem da vida adulta
em que esse sentimento esteve presente. Novamente pede para que imaginem com muitos detalhes,
identificando os próprios sentimentos e pensamentos. O que queriam naquela situação, imaginando um
diálogo em que expressem seus sentimentos e o que gostariam, imaginando também a reação da pessoa,
até que o diálogo se esgote e tenham dito tudo. Deixa alguns minutos e pede para que novamente
apaguem aquela cena, voltando a imaginar o lugar seguro, com muitos detalhes, intensificando os
sentimentos de segurança. Deixa alguns minutos e pede para que se imaginem voltando à sala e
instruindo que vai contar até três e no três eles podem abrir os olhos.
Abre para que cada um conte a experiência, procurando associar com a identificação da crença central.
Pensar nas experiências de vida, além das imaginadas, que se relacionam com a crença e com o que já
foi visto em terapia. Explica que todos temos diferentes modos de funcionamento, somos pessoas
diferentes dependendo do contexto. Podemos ter uma faceta carente, outra mimada, outra responsável,
que se ativa dependendo da situação. Muitas vezes internalizamos uma faceta relacionada aos nossos
pais ou experiências de infância, pode ser uma faceta que cobra, ou invalida. Podemos nomear como
minha faceta cobradora, invalidadora. Por exemplo, o Paulo cobrador, ou o Paulo invalidador e também
o Paulo saudável. A faceta saudável provavelmente permitiu que vocês buscassem a terapia e chegassem
até aqui. A faceta cobradora muitas vezes foi responsável pelos pensamentos automáticos negativos que
identificamos ao longo da terapia. Cada um consegue identificar seus modos? Vamos anotá-los e os
principais pensamentos associados a cada modo, o terapeuta ajuda até que todos tenham identificado.
Propõe como tarefa de casa a construção de um cartão de enfrentamento que seria a voz do modo
saudável. Pede que todos durante a semana tirem um tempo para refletir sobre todo o trabalho
terapêutico, relendo o material, pensando nas coisas que consideraram mais importantes. Pede para
identificarem sua voz saudável que foi fortalecida com o trabalho terapêutico, imaginando que coisas
importantes essa voz eventualmente vai precisar dizer em momentos difíceis. Anotem o mais possível e
levem para a próxima sessão.
O terapeuta encerra trabalhando a prevenção de recaída:
150
O terapeuta conversa sobre a importância de continuar colocando as habilidades em prática. Não evitar
situações que causem ansiedade, eles tem ferramentas suficientes para enfrentar as situações. Lembrar
que o processo de melhora é uma construção. Juntos, no grupo, construímos uma base sólida para que
cada um possa continuar sempre construindo. Mesmo que em alguma situação futura aconteça uma
recaída, ou seja, uma situação social que não conseguiram manejar, isso não significa que tenham
desaprendido tudo. Não se desesperar pensando que tudo vai voltar a ser ruim sempre, e sim entender
como uma experiência de aprendizado. Que elementos estiveram presentes nessa situação? Que
pensamentos? Crença? O que posso aprender e agregar ao que aprendi no grupo, para manejar melhor,
as situações futuras? Não somos perfeitos e não é possível acertar sempre. Situações sociais que causam
ansiedade são normais e nem sempre nos desempenhamos da melhor maneira possível. Aceitar a fobia
social significa entender isso e aproveitar as situações para construir sempre mais. É um trabalho
contínuo.
Sessão XVIII:
Objetivos:
Construção da peça de Teatro Fórum.
Exposição a um nível alto de ansiedade (encenar a peça para público desconhecido).
Reestruturação de pensamentos e crenças.
Finalizar o cartão de enfrentamento e compartilhar com o grupo (cada membro levou uma cópia
do cartão de enfrentamento do outro).
Feedback dos terapeutas para cada membro do grupo.
Feedback dos membros do grupo para terapeutas e outros membros.
Incentivo para continuar os exercícios.
Tarefa entre sessões: Ler o texto de encerramento
Encerramento
Descrição das vivências e observações:
151
Vivência: Construção da peça de teatro fórum de acordo com o indicado por Boal, 2002.
Escolha do tema para a peça de teatro fórum:
O terapeuta explica o que é o teatro fórum e como vem sendo usado na terapia. Em seguida pede para
que cada um reflita sobre uma situação vivida que poderia ser tema para a peça. Lembra que o tema
escolhido deve representar o grupo, as angustias do grupo, para que todos possam se identificar. São
situações em que se sentiram oprimidos. Cada um do grupo que desejar, conta uma situação que queira
compartilhar em detalhes. Após ouvir todas as situações o grupo é solicitado a decidir qual deseja usar
como base para criar a peça. Após a escolha, a situação começa a ser improvisada. Cada um escolhe um
personagem. É importante que todos participem, o roteiro deve incluir todos, com ao menos uma fala. A
cena vai sendo moldada através de várias passagens.
Ensaios:
Encenar a improvisação do roteiro escolhido. Quando se chegar a um consenso de como será a cena
(deve tem no máximo 15 minutos) alguns ensaios se realizam. A cena de teatro fórum não apresenta a
solução para a situação de conflito, ela termina com o conflito sem solução.
Esses ensaios têm como objetivo preparar os participantes para a realização do fórum. Cada um deve
conhecer bem seu personagem, o que pensa, o que quer.
1º: durante a passagem da cena o terapeuta diz: “Pára!”. E todos devem começar a falar o que aquele
personagem está pensando
2º: durante a passagem da cena o terapeuta diz: “Pára!”. Todos ficam em estátua. O terapeuta toca em
um personagem e começa a interrogá-lo: Quantos anos ele tem. O que quer naquela situação. Por quê?
Faz com todos.
3º a cena é passada uma vez, ao final passa a cena de novo. Nessa 2ª passagem o co-terapeuta diz
“Pára!”, e pede para entrar em cena no lugar do oprimido, trazendo uma possível solução para a
situação. O grupo em cena atua interagindo agora com o co-terapeuta, apresentando argumentos e
tentando continuar a opressão. Ao final, o terapeuta fornece feedback, instruindo como devem se
comportar no fórum. Não podem oprimir, a ponto da pessoa não conseguir apresentar sua solução, mas
152
também não podem ceder completamente, como em um passe de mágica. Se necessário esse tipo de
ensaio é repetido até o grupo todo estar se desempenhando bem.
Ao terminar esses ensaios o terapeuta verifica como o grupo está se sentindo. Reestrutura pensamentos e
os encoraja a prosseguir.
Convidando uma platéia:
O grupo então sai para convidar uma platéia. Todos juntos saem pelo campus da universidade
convidando as pessoas para assistirem uma peça com duração de 15 minutos.
No horário combinado (15 minutos depois de convidar as pessoas) o Fórum começa.
O Fórum:
O terapeuta explica a platéia como funciona o teatro fórum, em seguida realiza uma vivência de
aquecimento. Alguma que tenha sido feita com o grupo ao longo da terapia, como “quantos “a” existem
em um “a”.
A peça é encenada uma vez. O terapeuta diz ao público que a peça acontecerá novamente e que assim
que alguém tiver uma outra sugestão e solução para a opressão (lembrando que deve partir do oprimido)
é só falar Pare! Assim que alguém falar Pare, o terapeuta para a peça e pede para a pessoa entrar em cena
no lugar do oprimido, encenando sua proposta de solução. Após a pessoa apresentar sua solução o
terapeuta pergunta a platéia o que eles perceberam que mudou? Abre para debate e se alguém começar a
dar outra solução pede para que entre em cena, e assim por diante, até considerar que o tema foi
discutido, e mais de uma solução proposta. O fórum se encerra e o grupo volta a se reunir para encerrar o
grupo.
Comentários finais:
Cada um coloca como se sentiu com a realização do fórum. O terapeuta agradece a participação de
todos, fornece um feedback de como se sentiu em relação ao grupo e como cada um evoluiu.
O grupo é convidado a fazer comentários finais e a terapia se encerra. Entrega um texto sobre prevenção
de recaída.
Observação:
Abaixo segue a descrição de exemplos de cartões de enfrentamento criados pelos pacientes. Cada um
criou seu modelo com base na folha de cartão de enfrentamento.
153
Paciente 1
Crença central: “SOU INFERIOR / SOU INCOMPETENTE”.
Por ter dificuldade de me expressar, tenho bloqueios e me paraliso. Diante deste comportamento, tento
generalizar essa experiência para toda as áreas, então eu não sirvo pra nada. É comum me autodepreciar,
me sabotar antes mesmo de me dar o direito a passar pela experiência.
O que mais me ajudou foi saber que não preciso ser excepcionalmente bom, não tenho que estar pronto o
tempo todo com respostas certas, pois tenho o meu tempo de prontidão, e tenho o meu processo. A
minha história de vida conta, não existe o certo nem o errado. São as minhas respostas possíveis naquele
momento.
Pensar assim ajuda a baixar o nível de ansiedade. Pensar que naquele momento o que conta é estar em
consonância (sintonizado com o meu desejo) e é isso que é o de melhor, quando isso acontece as minhas
respostas não são padronizadas, referencias não externa é baseada na minha experiência de vida.
O outro ponto é: se quando outras pessoas têm a mesma dificuldade eu sou mais bonzinho. Não acho tão
horrível, sempre acho que elas se saem de uma forma menos ruim do que eu. Acho ate que elas lidam
melhor com a situação, talvez mais jogo de cintura. Não devo fazer isso, sou igual aos outros.
Paciente 2
O que anotei durante o processo que não apóia a crença central:
•
Consigo falar com estranho com maior facilidade;
•
Tenho ido a festas, sozinho e conseguido me enturmar;
•
A utilização da empatia tem me ajudado a manter conversas;
•
Apesar de ter consciência de meus problemas sociais, tenho outras qualidades que não me fazem
uma pessoa inferior;
•
Os exercícios mostram que eu tenho qualidades que não sabia que tinha;
•
Quando converso com superiores, meus medos não se confirmam. Eles normalmente são
receptivos;
•
O fato de eu pertencer a uma minoria étnica me traz certas dificuldades. O importante é aceitar
que terei uma dificuldade maior do que os outros.
Cartão de enfrentamento.
•
Tenho um medo de enfrentamento social que prejudica minha vida na área profissional, familiar,
amizades e amorosa. Só o enfrentamento sistemático e freqüente irá modificar isso.
•
Todos os exercícios da terapia eu consegui realizar. Porém, demanda alguns sacrifícios do meu
tempo livre.
Obs.: Freqüentar e enfrentar as 18 sessões não é para qualquer um.
154
Paciente 3:
Crença central: “SOU INFERIOR”
•
Não sou inferior em tudo ao mesmo tempo e mesmo que seja em algumas coisas não é o fim do
mundo.
•
Exemplo: recebo elogios e críticas, não só um deles.
•
Tenho capacidade para algumas coisas, por exemplo: passei no vestibular, tenho facilidade com
línguas, com informática, etc.
•
Muitas vezes noto que me sinto inferior em determinados pontos (como conhecimento de algo)
por preguiça em adquirir este conhecimento, assim ainda não posso dizer que sou incapaz no
assunto.
Diálogo interno / respostas a pensamentos disfuncionais:
•
Ao me sentir inferior, saber que “na verdade isso é mais um pensamento emocional do que um
fato, eu não tenho provas”.
•
Não é preciso e ninguém é perfeito em tudo, para que a vida e as situações valham a pena.
•
Se eu for inferior em alguma coisa, isso é normal e não precisa me derrubar.
•
Eu posso discordar ou não querer alguma coisa sem que isso seja motivo para não gostarem de
mim: eu tenho direito.
•
As críticas são normais e todos as recebem, não devo maximizar seus efeitos.
•
As pessoas não estão prestando atenção em tudo que estou fazendo e mesmo que julguem, é algo
passageiro que não deve fazer diferença e me impedir.
•
Não preciso que 100% das pessoas simpatizem comigo para que eu me sinta feliz. Eventualmente
alguém não “irá com a minha cara”, como acontece entre todas as pessoas.
Paciente 4:
Crença central: “NÃO SOU CAPAZ”.
•
Sou capaz de dizer não, de ter boas idéias, de explicar bem o que sei (ensino), de conquistar
amigos, de conquistar rapazes (namoro), de ser bom aluno com notas altas, de arrumar emprego,
de passar em concursos, de fazer perguntas quando estou com dúvida, de dar bons conselhos.
O que mais te ajudou? Qual diálogo interno você precisa acreditar mais? Como responder a pensamentos
disfuncionais?
155
•
Definitivamente eu sou capaz de muitas coisas, não de tudo porque ninguém é. Mas, muito além
do que acreditei todos estes anos.
•
Tenho várias evidências de que realmente sou capaz, como por exemplo, minhas notas sempre
foram muito boas durante toda minha vida escolar e acadêmica, passei na maioria das dinâmicas e
entrevistas que realizei, também fui capaz de conquistar alguns amigos e inúmeros colegas que
me apoiaram quando por causa da ansiedade social eu me via dificuldades nas apresentações para
a faculdade.
•
Com tudo isso, quero dizer que sou o que sou e que o fato de ter ansiedade social não garante que
eu não seja capaz, pois na vida tenho certeza que conseguirei algumas coisas e outras não,
algumas vezes ganharei outras perderei. Entender e aceitar dependerá somente de mim. Portanto,
a partir de agora me entenderei, me aceitarei e acima de tudo acreditarei mais em mim.
Paciente 5:
1. A terapia em grupo foi ótima, pois expus meus problemas sem medo de ser julgado e percebi que não
sou o único a ter fobia social. Agora tenho consciência de que existem distorções do pensamento e que,
o que sinto não corresponde obrigatoriamente à realidade.
2. Não estou sendo avaliado constantemente e, se em algum momento me avaliam, acredito que será de
maneira positiva, pois tenho consciência que sou uma pessoa de bom caráter, bons valores e de muitas
qualidades.
3. Estou tendo esses pensamentos, pois é característica da fobia social. Estou consciente disto. A crença
de que sou incapaz não procede, pois tenho consciência de diversos fatos que desmentem esta crença.
Paciente 6:
1. Elas vão falar de mim, e daí?
2. Não me despedi do Rafael! Que gafe! Que vergonha! O que ele vai pensar de mim x Ele nem lembra
mais disso, há esta hora. Esqueci sim e daí? Não tenho que me preocupar com o que pensam de mim.
3. Ela ficou chateada. O clima no quarto vai ficar ruim x Quando chegar em casa, ela estará mais calma.
Ela é que ficou aborrecida, não fui eu que quis aborrecê-la. Não posso ficar querendo agradar aos outros
deixando de dar a minha opinião. Opinião é opinião, se o outro não gostar o problema é dele.
4. Pessoas são diferentes de outras pessoas; pessoas diferentes se comportam de formas diferentes em
situações semelhantes.
5. Não preciso falar do que não quero.
156
Paciente 7:
1. Acho que os outros percebem a minha timidez, mas e daí? Eu posso ser querida e aceita desse jeito.
Ser mais fechada também pode ter seu charme para algumas pessoas, nem todo mundo gosta de uma cor
apenas, por exemplo. E, além disso, tenho muitas outras qualidades, coisas que já desenvolvi e aprendi.
Não sou menor por ser mais tímida que, por exemplo, minha irmã.
2. Se eu não for perfeita, não irão gostar de mim. Irão sim. Todo mundo tem defeito, todo mundo erra.
Ninguém é tão severo assim com o outro. Podem achar ruim na hora, mas depois passa. Não existe
perfeição nesse mundo. O pior de tudo é não viver para não errar. É não se expor para não ser rejeitada.
As experiências irão nos ajudar a crescer e a aprender. Flexibilize mais! Ninguém esta julgando o outro a
todo o momento, e se estiver, é porque é um tolo com quem não se deve se preocupar. E se acontecer de
alguém não gostar mais de você porque errou, é apenas uma opinião que pode não corresponder com a
realidade. O que é uma opinião dentre milhões de opiniões?
3. Tenho que fazer tudo certinho para garantir que os outros gostem de mim. Tenho sim que viver a
minha vida sem me preocupar com os outros, fazer o que tenho vontade, ser feliz, me permitir errar. Isso
não é ser menor, mas ser um ser humano igual a todos os outros. Posso tentar fazer o meu melhor, mas
sem cobranças, sem exigências, apenas para doar o melhor de mim. Sem culpas. Estou aprendendo,
estou me esforçando para aprender.
4. Acho que vou ser rejeitada. Todos nós, humanos, passamos por isso. Por que eu não posso passar
também? Será que eu me considero tão mais que os outros que não posso ser rejeitada? E quanto mais a
exposição, maior a probabilidade de rejeição e de acertos. Isso é viver! É ser livre (como diz o poema). É
arriscar. É ter coragem de se expor, é estar fazendo parte da vida e não mais à margem dela. Se for
rejeitada, poderei aproveitar as críticas, refletir sobre elas (até mais fortalecida), pois toda experiência é
útil.
5. Tenho que parecer competente. Eu não tenho que nada. Posso ser eu mesma, com todos os meus
defeitos e qualidades, acertos e enganos, sempre procurando dar o melhor. Mas não preciso impressionar
ninguém. Ser como todo mundo. Várias pessoas já me elogiaram acerca do meu trabalho. Posso e devo
me desenvolver, não para os outros, mas para mim, para minha auto-estima. Sei que sou uma pessoa
competente em certas áreas, responsável.
6. Se eu não conseguir falar nada de interessante, irão me julgar. Ninguém fala só coisas interessantes.
Mais vale eu falar o que eu tiver vontade ou se preferir, ficar calada. Aprender a me ouvir mais para
saber o que estou a fim de fazer, para não me agredir, e com isso, diminuir a minha auto-estima. As
157
pessoas não estão o tempo todo julgando as outras. Relaxe mais! Se não gostarem, lembre-se sempre do
botão do dane-se. E se falar besteira, não tem problema. As pessoas podem achar, mas passa e ninguém
vai ficar lembrando isso eternamente.
7. Eu sou feia/desinteressante; os homens não me paqueram, acho que estou na média. Posso não ser
uma Gisele Bündchen, mas tenho muitas coisas legais. O gosto de cada pessoa varia muito e se assim
não fosse, só as mulheres de TV namorariam/casariam. É importante prestar atenção na minha postura
em festas. Sou eu quem me fecho, não sinalizo, mas para amar tem que se arriscar. O exercício de olhar
para as qualidades e valorizá-las é importante. Parar de fixar nos pontos negativos. Aceitá-los ou ser
infeliz para o resto da vida? Esperar para consertar o que não gosta e ficar na geladeira? Ou aceitar e ir
em frente? Todos nós temos coisas em nós que não gostamos tanto. Mas temos muitas coisas legais (que
superam). Lembrar do que o Diogo disse:
Exemplo do que uma mulher tem que ter:
Afinidade
Beleza
Ser Honesta
Ser Batalhadora
Não se comparar com ninguém. É como as arvores; há diversas, de vários modelos e frutas. Cada uma
com sua beleza natural. Acho que quanto mais natural, mais aparece à beleza interior. Toda vez que eu
estou natural, minha vida social é boa.
8. Trabalho no centro. Estou me esforçando para dar o melhor que já possuo, ninguém está me
analisando, criticando. Essa não é a finalidade do trabalho. Se estiverem, o problema não é meu, estou
indo para ajudar, com bons propósitos. Tenho dificuldades, mas estou trabalhando para superá-las. A
espiritualidade mais vê os esforços e o que se passa no coração. Observar apenas a questão do orgulho:
não querer fazer bonito, e sim ser verdadeira com os sentimentos, pois o meu compromisso, bem como o
de todos que ali estão, é com Deus e não com as pessoas. O importante é a sua consciência tranqüila. A
experiência vira à medida que formos vivenciando.
9. Tenho que ser agradável/simpática, as pessoas estão fazendo o que elas querem e o que as deixa
felizes. É claro que eu vou ser educada, mas não preciso fazer força, basta que eu seja como sou. Quanto
menos força eu fizer, mais eu vou estar natural. Aceitar a timidez e não querer escamotear. É muito
gasto de energia, primeiro porque as pessoas percebem da mesma forma, e segundo porque a gente vai
ver que as pessoas gostam da gente do mesmo jeito.
158
10. O que elas estão pensando ao meu respeito? Não importa. Aproveite o momento. Aperte o botão do
dane-se. Curta a vida. Ninguém está preocupado o tempo todo em analisar o outro. Saia de você. Saia
desse ciclo de pensamento e vá para a vida presente, usufrua dela. Se não gostarem, dane-se, é só uma
opinião.
11. Sou inferior a fulano. Estamos em posições diferentes, mas isso não me faz menor. Posso saber
menos intelectualmente, mas também posso aprender. Ninguém ou pelo menos a maioria das pessoas,
não estão tão bem informadas assim. Seja qual for à situação social, eu vou sempre sobreviver a ela.
Aceitação da minha timidez. (Slogan: Sou tímida sim, e daí?).
Não forçar para não parecer tímida. Não esconder a timidez. Não se esforçar tanto para agradar
ou para interagir. Quanto mais isso acontecer, mas eu ficarei travada ou com o peso nas costas.
Amar é arriscar não ser amado de volta. (Se não gostar, eu me despeço do castelo e vou).
Expor sentimentos é arriscar rejeição.
Aceitar que eu, talvez, não tenha o desempenho social de alguém que está na “estrada” há mais
tempo, mas que eu posso sim estar a cada dia me superando.
Ter uma postura de adulto e não de adolescente rebelde.
Procurar, sempre que possível, ser sincera.
Muitas vezes exageramos, damos muita importância a um fato.
Talvez o que pensamos não corresponda com a realidade.
Não tem nada de anormal ou errado em demonstrar fragilidades.
Muitas vezes os outros estão equivocados quando gozam de você ou te julgam.
O que é ser fácil?
Ajude em casa, participe.
Quantas outras pessoas mais sentem medos parecidos com os meus.
O que eu quero nessa situação?
Aprendi a ouvir.
A ser assertiva. A prestar atenção para que ninguém invada seu limite sem a minha autorização.
É um direito.
Ser empática quando quiser.
Aprender a assumir a responsabilidade de convidar amigos para sair. Não ficar esperando só ser
convidada.
Diminuir o padrão de exigência herdado da família.
Paciente 8:
159
1. Compreender que possuo a fobia social. Tenho minhas dificuldades, mas posso superá-las com o
tempo e a pratica.
2. Eu sou capaz e igual aos outros. É preciso acreditar no meu potencial, parar de me boicotar. Não
preciso sofrer tanto, todos também ficam nervosos, ou em parte.
3. Não estou criando uma catástrofe? Fazendo leitura mental? Já demonstrei ser capaz.
8 RESULTADOS.
Foram realizadas duplas digitações dos dados de todos os instrumentos utilizados na pesquisa e posterior
checagem das mesmas, com correções dos itens discordantes. Para a análise dos dados foi utilizado o
pacote estatístico SPSS (versão 8.0.).
A descrição dos grupos será feita de acordo com as variáveis levantadas pela Ficha de Identificação, que
são: Idade; Gênero; Estado Civil; Condição de Trabalho Atual; Grau de Escolaridade; Tratamento
Psicológico; Uso de Medicação; Consumo de álcool para manejo de ansiedade em situações sociais;
Vivência de evento traumático precipitante e o Critério Brasil, para definir classe social. Seguido pelos
instrumentos utilizados na pesquisa para avaliar o resultado da intervenção terapêutica comparando os
grupos, experimental (que sofreu intervenção) e controle (lista de espera), nos três períodos de
investigação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês), a saber: Inventário Beck de Depressão;
Inventário Beck de Ansiedade; Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI); Inventário de
Habilidades Sociais (IHS); Escala de Fobia Social; Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE);
Escala de Auto-Estima e os resultados referentes à sessão de videofeedback, avaliados pelos seguintes
instrumentos: Escala de Avaliações Global de Desempenho da Habilidade de Falar em Público; Escala
de Percepção de Sintomas de Ansiedade e, Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar
em Público. Os instrumentos da sessão de videofeedback foram utilizados apenas no grupo experimental
nos períodos pré e pós videofeedback.
Para comparação dos dois grupos sob investigação neste estudo, ou seja, grupo controle e o grupo
experimental, a análise dos resultados incluiu a estatística de teste pelo chi-quadrado ou teste exato de
Fisher, quando aplicável, ou seja, quando o valor esperado de alguma das células da tabela de
160
contingência for inferior a cinco, ambos os testes ao nível de significância de 5% (Arango, 2001). Serão
ainda verificadas as diferenças no tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e
experimental, ocorreu modificação das médias dos escores totais ao longo do tempo (avaliações préteste; pós-teste e pós-um mês) e as diferenças entre os grupos (Teste de Mann-whitney), ou seja, se
existe diferença entre os resultados do grupo controle e os resultados do grupo experimental no tocante
ás média dos escores totais, ambos com intervalo de confiança ao nível de significância de 5% (Arango,
2001). Além disso, para visualização dos resultados das comparações de médias foram elaborados boxplot de cada grupo separadamente, controle e experimental.
Formatado: Cor da fonte:
Automática
8.1 - Descrição da amostra:
Como apresentado anteriormente, a descrição dos grupos será desenvolvida a partir das variáveis
levantadas pela Ficha de Identificação, seguido pelos resultados dos instrumentos utilizados na pesquisa.
Formatado: Fonte: Não
Negrito
8.1.1 - Idade:
Comparando as médias das idades entre os dois grupos não foram encontradas diferenças
estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,986), apesar de, como pode ser visto no boxplot (gráfico 1), a dispersão das idades entre os grupos é distinta, ou seja, as idades no grupo
experimental são mais simétricas em torno da mediana, enquanto que as do grupo controle são mais
assimétricas, com a presença de valores mais extremos. Esses resultados podem ser observados na tabela
(Tabela 1) e gráfico abaixo (Gráfico 1):
Tabela 1. Distribuição das médias das idades segundo os grupos de comparação do estudo
(controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de janeiro, 2008.
idade
N
Média
Grupo
Controle Experimental
21
35
34,1
34,2
Total
Formatado
56
34,1
P_valor = 0,98
161
Gráfico 1. Box-plot da variável idade segundo os grupos de comparação do estudo (controle e
experimental). DPA-UFRJ, Rio de janeiro, 2008.
Idade
70
97
60
127
3
129
50
40
IDADE
30
20
10
N=
21
35
Controle
Experimental
Grupo
Formatado: Fonte: Não
Negrito
8.1.2- Gênero:
Ao avaliar as proporções da variável gênero entre os dois grupos não foram encontradas diferenças
estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,577). Esses resultados podem ser observados
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Formatado: Fonte: Não
Negrito
na tabela (Tabela 2).
Tabela 2. Distribuição da freqüência da variável gênero segundo os grupos de comparação do
estudo (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de janeiro, 2008.
Gênero
Feminino
Masculino
Total
N
%
N
%
N
%
Grupos
Controle
Experimental
11
21
52,4
60,0
10
14
47,6
40,0
21
35
100,0
100,0
total
32
57,1
24
42,8
56
100,0
p-valor = 0,577
8.1.3 - Estado Civil:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,112), ao se
comparar às proporções entre os dois grupos na variável Estado Civil A maior porcentagem, tanto no
grupo controle quanto no grupo experimental, se concentra na categoria solteiro, respectivamente 90,5%
e 71,4%. Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (Tabela 3).
162
Tabela 3. Distribuição dos pacientes por estado civil segundo os dois grupos de investigação
(controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
grupos
Controle
Experimental
19
25
90,5
71,4
2
7
9,5
20,0
0
3
Estado Civil
Solteiro
N
%
Casado
N
%
Separado
N
%
N
%
total
0,0
21
100,0
Total
8,6
35
100,0
44
78,6
9
16,1
3
5,4
56
100,0
P-valor = 0,112
8.1.4 - Condição de trabalho atual:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Na variável Condição de Trabalho Atual, comparando as proporções entre os dois grupos não foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,684). A maior
porcentagem, tanto no grupo controle quanto no grupo experimental se concentra na categoria “ativo”,
respectivamente 47,6% e 48,6%; seguido pela categoria “estudante” com 28,6% dos casos em ambos os
grupos. O número de pessoas, separadas por grupo, em cada categoria pode ser observado na tabela
abaixo (Tabela 4.).
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Tabela 4. Distribuição dos pacientes por condição de trabalho segundo os dois grupos de
investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Trabalho atual
ativo
do lar
desempregado
beneficio
aposentado
estudante
total
N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
Grupo
Controle Experimental
10
17
47,6
48,6
1
1
4,8
2,9
3
6
14,3
17,1
1
0
4,8
0,0
0
1
0,0
2,9
6
10
28,6
28,6
21
35
100,0
100,0
Total
27
48,2
2
3,6
9
16,1
1
1,8
1
1,8
16
28,6
56
100,0
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Vermelho
p-valor = 0,684
163
8.1.5 – Grau de Escolaridade:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Em relação ao grau de escolaridade a maior concentração no grupo controle ocorre dentro da categoria
Formatado: Espaçamento
entre linhas: Duplo
“3º incompleto”, 52,4%, já no grupo experimental a maior freqüência aparece em duas categorias “3º
incompleto”, 42,9% e “3º completo e +”, 42,9%. As diferenças entre os dois grupos
não são estatisticamente
significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,653). A distribuição dos grupos pode ser observada na tabela
Formatado: Fonte: Não
Negrito
abaixo (tabela 5.).
Tabela 5. Distribuição dos pacientes por nível de escolaridade segundo os dois grupos de
investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Escolaridade
1º incompleto
n
%
2º completo
n
%
2º incompleto
n
%
3º incompleto
n
%
3º completo e +
n
%
total
n
%
Grupo
Controle Experimental
0
1
0,0
2,9
3
3
14,3
8,6
1
1
4,8
2,9
11
15
52,4
42,9
6
15
28,6
42,9
21
35
100,0
100,0
Total
1
1,8
6
10,7
2
3,6
26
46,4
21
37,5
56
100,0
Formatado: Cor da fonte:
Vermelho
Formatado: Cor da fonte:
Vermelho
P-valor = 0,653
8.1.6 - Tratamento Psicológico:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Os grupos aparecem distribuídos de forma semelhante entre as categorias de tratamento psicológico, não
Formatado: Fonte: Não
Negrito
existindo diferenças estatisticamente significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,087). A distribuição dos
Formatado: Justificado,
Espaçamento entre linhas:
Duplo
grupos pode ser observada na tabela abaixo (tabela 6.).
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Tabela 6. Distribuição dos pacientes por história de tratamento psicológico segundo os dois grupos
de investigação. DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Tratamento psicológico
Nenhum
n
%
Anterior
n
%
Atual
n
%
Total
n
%
Grupo
Controle Experimental
11
12
52,4
34,3
10
19
47,6
54,3
0
2
0,0
11,4
21
35
100,0
100,0
Total
23
41,1
29
51,8
4
7,1
56
100,0
P-valor= 0,087
164
8.1.7 Uso de Medicação:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Comparando as proporções da variável Uso de Medicação nas categorias “antidepressivo” e
Formatado: Fonte: Não
Negrito
“ansiolitico”, entre os dois grupos do estudo – controle e experimental, não foram encontradas
diferenças estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,509 e 0, 543, respectivamente para
antidepressivos e ansiolíticos). Esses resultados podem ser observados nas tabelas abaixo (Tabelas 7e 8).
Nos dois grupos do estudo, em relação ao uso de antidepressivo e ao uso de ansiolitico a maior
concentração foi na categoria de não uso, respectivamente: antidepressivo 71,4% (experimental); 62,9%
(controle) e ansiolítico 66,7% (experimental); 74,3% (controle).
Tabela 7. Distribuição dos pacientes por uso de antidepressivo segundo os dois grupos de
investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
sim
não
Total
Grupo
Controle Experimental
6
13
28,6
37,1
15
22
71,4
62,9
21
35
100,0
100,0
uso de antidepressivo
n
%
n
%
n
%
Total
19
33,9
37
66,1
56
100,0
p-valor= 0,509
Tabela 8. Distribuição dos pacientes por uso de ansiolítico segundo os dois grupos de investigação
(controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
uso de ansiolítico
sim
não
Total
n
%
n
%
n
%
Grupo
Controle Experimental
7
9
33,3
25,7
14
26
66,7
74,3
21
35
100,0
100,0
Total
16
28,6
40
71,4
56
100,0
p-valor= 0,543
8.1.8. Consumo de álcool para manejo de ansiedade:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Comparando as proporções da variável Consumo de álcool para manejo de ansiedade em situações
sociais entre os dois grupos não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, ao nível de
5% (p-valor= 0,333). Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (Tabela 9).
Nos dois grupos do estudo, em relação ao consumo de álcool a maior concentração foi na categoria de
não uso, respectivamente: 61,9% (controle) e 74,3% (experimental).
165
Tabela 9. Distribuição dos pacientes por consumo de álcool segundo os dois grupos de
investigação. DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Grupo
Uso de álcool para enfrentamento
de situações sociais
sim
n
% col
não
n
% col
Total
n
% col
Total
17
30,4
39
69,6
56
100,0
Controle Experimental
8
9
38,1
25,7
13
26
61,9
74,3
21
35
100,0
100,0
P-valor= 0,333
8.1.9. Vivência de Evento Traumático Precipitante:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Comparando as proporções da variável Vivência de Evento Traumático Precipitante entre os dois grupos
não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,773). Esses
resultados podem ser observados na tabela abaixo (Tabela 10).
Nos dois grupos do estudo, em relação a variável vivência de evento traumático precipitante a maior
concentração foi na categoria de não vivência, respectivamente: 66,7% e 62,9%.
Tabela 10. Distribuição dos pacientes por vivência de evento traumático segundo os dois grupos de
investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Vivência de evento traumático
precipitante
sim
n
%
não
n
%
Total
n
%
Grupos
Controle Experimental
7
13
33,3
37,1
14
22
66,7
62,9
21
35
100,0
100,0
Total
20
35,7
36
64,3
56
100,0
P-valor= 0,773
8.2 Critério Brasil:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
A distribuição dos dois grupos, entre as classes sociais estabelecidas por esse instrumento, pode ser
observada na tabela abaixo (tabela 11.). Os grupos não aparecem distribuídos de forma semelhante entre
as classes sociais. Desta forma observa-se significativa diferença, ao nível de 5% (p-valor= 0,000),
especificamente para as classes “B” (19% controle x 66% experimental) e “E” (48% controle x 0%
experimental). Assim, vê-se que a maioria dos pacientes do grupo experimental são da classe “B” (66%)
166
Formatado: Fonte: Não
Negrito
enquanto que do controle são da classe “E” (48%), embora cerca de 30% deles sejam classe “C”
independentemente do grupo.
Tabela 11. Distribuição dos pacientes por Classe Social segundo os dois grupos de investigação
(controle e expermental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Classe Social
(critério Brasil)
A2
B
C
E
Total
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
Grupo
Controle Experimental
1
2
4,8
5,7
4
23
19,0
65,7
6
10
28,6
28,6
10
0
47,6
0,0
21
35
100,0
100,0
Total
3
5,4
27
48,2
16
28,6
10
17,9
56
100,0
p-valor = 0,000
8.3. Inventários Beck de Depressão e Ansiedade:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
8.3.1 Inventário Beck de Depressão:
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Comparando os resultados do grupo controle nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um
mês) não foi encontrada diferença estatisticamente significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,505). Dessa
forma o grupo controle não se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem
ser observados na tabela abaixo 12. Porém, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três
períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês) foi encontrada diferença estatisticamente
significativa ao nível de 5% (p-valor= 0,000). No grupo experimental a distribuição da freqüência de
pacientes se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem ser observados na
tabela 12.
167
Tabela 12. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de depressão de acordo com o
Inventário Beck de Depressão segundo os grupos de comparação do estudo (controle e
experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPAUFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Formatado: Justificado
Avaliações
Intensidade da
Total
prépóspós-um
depressão
teste
teste
mês
Mínima
n
4
6
5
15
19,0
28,6
45,5
28,3
%
Leve
n
8
6
2
16
38,1
28,6
18,2
30,2
%
Moderada
n
8
6
2
16
38,1
28,6
18,2
30,2
%
Grave
n
1
3
2
6
4,8
14,3
18,2
11,3
%
Total
n
21
21
11
53
100,0
100,0
100,0
100,0
%
Mínimo
n
8
21
18
47
22,9
84,0
75,0
56,0
%
Leve
n
18
4
6
28
%
51,4
16,0
25,0
33,3
Moderada
n
9
0
0
9
%
25,7
0,0
0,0
10,7
Total
n
35
25
24
84
100,0
100,0
100,0
100,0
%
(*) p valor = 0,505 e (**) p valor = 0,000
Experimental (**)
controle (*)
grupos
8.3.2 Inventário Beck de Ansiedade:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,162) comparando
os resultados do grupo controle nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). Dessa
forma o grupo controle não se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem
ser observados na tabela 13. Porém, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três
períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês) foi encontrada diferença estatisticamente
significativa ao nível de 5% (p-valor= 0,001). No grupo experimental a distribuição da freqüência de
pacientes se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem ser observados na
tabela 13.
168
Tabela 13. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de ansiedade de acordo com o
Inventário Beck de Ansiedade segundo os grupos de comparação do estudo (controle e
experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPAUFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Formatado: Justificado
Avaliações
Intensidade da
Total
prépóspós-um
ansiedade
teste
teste
mês
Mínimo
n
4
9
3
16
19,0
42,9
27,3
30,2
%
Leve
n
11
3
2
16
52,4
14,3
18,2
30,2
%
Moderada
n
4
5
4
13
%
19,0
23,8
36,4
24,5
Grave
n
2
4
2
8
%
9,5
19,0
18,2
15,1
Total
n
21
21
11
53
100,0
100,0
100,0
100,0
%
Mínimo
n
4
14
14
32
11,4
56,0
58,3
38,1
%
Leve
n
19
7
4
30
54,3
28,0
16,7
35,7
%
Moderada
n
6
2
5
13
17,1
8,0
20,8
15,5
%
Grave
n
6
2
1
9
17,1
8,0
4,2
10,7
%
Total
n
35
25
24
84
100,0
100,0
100,0
100,0
%
(*) p valor = 0,162 e (**) p valor =0,001
Experimental (**)
controle (*)
grupos
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Escores Médios dos Inventários Beck de Ansiedade e Depressão
Anteriormente analisamos a distribuição da freqüência dos pacientes no tempo para os resultados dos
Inventários Beck de Ansiedade e Beck de Depressão. Nesse momento serão expostos os resultados
médios dos escores totais dos inventários Beck citados acima. Serão ainda verificadas as diferenças no
tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e experimental, ocorreu
modificação das médias dos escores totais ao longo do tempo (avaliações pré-teste; pós-teste e pós-um
mês) e as diferenças entre os grupos (Teste de Mann-whitney), ou seja, se existe diferença entre os
resultados do grupo controle e os resultados do grupo experimental no tocante ás média dos escores
totais. Assim, de acordo com os achados da tabela 14, confirmando-se os resultados das tabelas 12 e 13,
foram encontradas importantes diferenças entre os grupos experimental e controle (p-valores = 0,000
para depressão e 0,015 para ansiedade). Além disso, o grupo controle não se modificou
significativamente ao longo do tempo (p-valores= 0,179 para depressão e 0,607 para ansiedade),
169
Formatado: Fonte: Times
New Roman, Negrito
Formatado: Fonte: Times
New Roman, Negrito
enquanto o experimental sim (p-valores= 0,000 para depressão e 0,014 para ansiedade). Tais resultados
constam também no gráfico 2.
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Tabela 14. Distribuição das médias dos Inventários Beck de Depressão e Beck de Ansiedade
segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de
avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Beck
Beck
depres ansiedade
são
Testes
Avaliações
Prépóspós-um
Grupo
p_valor(*)
teste
teste
mês
17,7
18,1
21,2
Controle
Média
0,607
N
21
21
11
18,1
11,8
11,4
Experimental Média
0,014
N
35
25
24
0,179
Controle
Média
18,5
20,4
19,0
Total
p_valor(**)
18,6
53
0,015
14,3
84
19,4
0,000
10,8
0,000
16,8
6,0
7,2
Experimental Média
(*) Teste não paramétrico de Friedman - diferenças entre as 3 avaliações
(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x experimental
170
Formatado: Justificado
Gráfico 2. Box-plot dos escores dos Inventários Beck de Depressão e Beck de Ansiedade segundo
os dois grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação. DPA-UFRJ, Rio de
Janeiro, 2008.
Beck Depressão
GRUPO= Experimental
GRUPO= Controle
40
50
54
55
56
57
30
30
20
20
10
10
0
BD
BD
1
40
0
N=
21
21
11
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
131
-10
N=
35
25
24
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
Avaliações
Avaliações
Beck Ansiedade
GRUPO= Experimental
GRUPO= Controle
50
50
40
40
1
89
94
25
30
30
13
20
20
10
10
34
0
BA
BA
0
-10
-10
N=
N=
21
21
11
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
Avaliações
35
25
24
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
Avaliações
8.4. Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI) (Turner, Dancu, Beidel e Stanley, 1988):
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Com intuito de se diferenciar os pacientes no tocante à situação de “fobia social”, utilizando-se o
Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI), foi possível comparar os resultados do grupo controle
nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês), para o qual não encontrou-se diferença
estatisticamente significativa, ao nível de significância de 5% (p-valor= 0,407). Assim, o grupo controle
não se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem ser observados na
tabela tabela 15. Por outro lado, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três períodos do
estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês) detectou-se diferença estatisticamente significativa, ao nível
de significância de 5% (p-valor= 0,000). Observa-se, então, que o grupo experimental se modificou
significativamente ao longo do tempo, evoluindo a maior concentração de pacientes, no pré-teste, das
171
Formatado: Fonte: Não
Negrito
categorias “sem problemas” 2,9%; “provável fobia social” 8,6% e “diagnóstico de fobia social” 89%
para as categorias “sem problemas” 42%; “provável fobia social” 25% e “diagnóstico de fobia social”
33,3% no pós-um mês. Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (tabela 15)
Tabela 15. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de fobia social de acordo com o
Inventário de Ansiedade e fobia social (SPAI) segundo os grupos de comparação do estudo
(controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um
mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
grupos
controle (*)
SPAI
Improvável fobia social
Possível fobia social
Provável fobia social
Total
Experimental (**)
Improvável fobia social
Possível fobia social
Provável fobia social
Total
Préteste
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
1
4,8
3
14,3
17
81,0
21
100,0
1
2,9
3
8,6
32
88,6
35
100,0
Avaliações
Total
póspós-um
teste
mês
2
1
4
9,5
9,1
7,5
2
4
9
9,5
36,4
17,0
17
6
40
81,0
54,5
75,5
21
11
53
100,0
100,0
100,0
8
10
19
34,8
41,7
23,2
4
6
13
17,4
25,0
15,9
11
8
50
47,8
33,3
61,0
23
24
82
100,0
100,0
100,0
Formatado: Justificado
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
(*) p valor = 0,407 e (**) p valor =0,000
Como realizado para os inventários Beck de Ansiedade e Beck de Depressão, analisou-se a distribuição
de freqüência e a evolução dos pacientes no tempo para os transtornos ansiedade e depressão seguido
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
dos resultados médios dos escores totais dos inventários Beck citados acima, aqui será também analisado
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
no tocante à fobia social. Então, seguir-se-a expondo-se os resultados médios dos escores totais do
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
inventário SPAI utilizado no estudo para definir os pacientes segundo grau de fobia social. Assim, de
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
acordo com os achados da tabela 16, pode-se ver que foi encontrada importante diferença, ao nível de
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
significância de 5%, entre os três momentos da investigação no grupo experimental (p-valor: 0,000) e
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
não no controle (p-valor: 0,913), ou seja, o grupo experimental se modificou no tempo e o controle não.
No entanto, ao comparar os escores totais médios entre os grupos controle e experimental, certamente
dado o tamanho da amostra, bem como a dispersão dos resultados, não encontrou-se aqui diferença
significativa ao nível de 5%, destacando-se o p-valor “borderline” de 0,121 (Tabela 16). Esses resultados
também podem ser observados no gráfico 3.
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
172
Tabela 16. Distribuição das médias dos escores do Inventário de ansiedade e fobia social (SPAI)
segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de
avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Formatado: Justificado
SPAI
Avaliações
prépóspós-um
Testes
Grupo
p_valor(*)
Total
P_valor(**)
teste
teste
mês
99,7
93,5
87,5
94,7
Controle
Média
0,913
N
21
21
11
53
0,121
104,6
75,7
70,4
86,2
Experimental
Média
0,000
N
35
25
24
84
(*) Teste não paramétrico de Friedman - diferenças entre as 3 avaliações
(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental
Gráfico 3. Box-plot das médias do Inventário de Ansiedade e Fobia Social segundo os dois grupos
de comparação do estudo (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
SPAI
GRUPO= Controle
GRUPO= Experimental
160
140
120
100
80
60
40
3
20
0
N=
21
21
11
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
Escala de fobia social diferencial (SPAI)
Escala de fobia social diferencial (SPAI)
160
140
120
100
80
60
40
20
0
N=
35
25
24
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
Avaliações
Avaliaçõe s
8.5. Inventário de Habilidades Sociais (IHS) (Del Prette e Del Prette, 2001).
Formatado: Fonte: Não
Negrito
O principal problema encontrado na proposição de utilizar-se o inventário de habilidades sociais foi o
Formatado: Fonte: Não
Negrito
fato deste requerer em sua análise final a separação dos grupos segundo gênero feminino e masculino, o
Formatado: Fonte: Não
Negrito
que fragmenta em muito o total de pacientes investigados por grupo, que originalmente no desenho desta
Formatado: Justificado,
Recuo: Esquerda: 0 cm,
Espaçamento entre linhas:
Duplo
investigação já era limite. Assim, ao analisar-se os resultados obtidos a partir da investigação deste
instrumento deve-se levar em conta tal limitação do número pequeno de indivíduos em cada grupo de
análise. Desta forma, verificando as diferenças no tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada
grupo, controle e experimental, ocorreu modificação das médias dos escores totais e escores de cada um
dos cinco fatores apontados pelo instrumento, apenas o grupo experimental masculino apresentou
diferenças significativas em dois fatores: enfrentamento com risco, ao nível de 5% (p-valor = 0,005); e
173
auto-exposição a desconhecidos e pessoas novas, ao nível de 5% (p-valor = 0,002). Esses resultados
podem ser observados na tabela 17.
Já na comparação das diferenças entre os dois grupos, ou seja, se existe diferenças entre os resultados do
grupo controle e os resultados do grupo experimental no tocante ás médias dos escores totais e escores
de cada um dos cinco fatores do instrumento, a análise do fator conversação e desenvoltura social, na
amostra masculina e feminina, apresentou diferença significativa ao nível de 5% (p-valor = 0,043 no
feminino e p-valor = 0,045 no masculino). O escore total do grupo masculino também apresentou
diferença significativa ao nível de 5% (p-valor = 0,037). Esses resultados podem ser observados na
tabela 17.
Formatado: Justificado
174
Tabela 17. Distribuição das médias do escore total e fatores do Inventário de Habilidades Sociais
segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de
avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês) e por gênero (feminino e masculino). DPAUFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Inventário de Habilidades Sociais-IHS
Grupo
Gêne
ro
Experimental
Feminino
Controle
Média Escore total - IHS
Enfrentamento com risco
Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo
Conversação e desenvoltura social
Auto-exposição a desconhecidos/situações novas
Autocontrole da agressividade
N
Escore total - IHS
Média Escore total - IHS
Enfrentamento com risco
Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo
Conversação e desenvoltura social
Auto-exposição a desconhecidos/situações novas
Auot-controle da agressividade
N
Escore total - IHS
Experimental
Masculino
Controle
Média Escore total - IHS
Enfrentamento com risco
Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo
Conversação e desenvoltura social
Auto-exposição a desconhecidos/situações novas
Auot-controle da agressividade
N
Escore total - IHS
Média Escore total - IHS
Enfrentamento com risco
Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo
Conversação e desenvoltura social
Auto-exposição a desconhecidos/situações novas
Auot-controle da agressividade
N
Escore total - IHS
Formatado: Justificado
Avaliações
pppósvalor
valor
prépósum
(*)
Total (**)
teste teste mês
71,5
70,8
80 0,223
71,9 0,675
5,1
5,4
6 0,223
5,3 0,067
6,8
7,3
9 0,135
7,2 0,354
6,4
6,5
8,0 0,607
6,6 0,043
3,6
3,1
2 0,067
3,3 0,627
0,4
0,4
0 0,156
0,4 0,858
11
11
2
24
74,0
71,6
72,1 0,796
72,7
5,4
6,7
7,4 0,127
6,4
7,6
7,5
7,7 0,627
7,6
6,6
5,0
4,9 0,085
5,6
3,4
3,1
2,8 0,074
3,1
0,2
0,4
0,3 0,349
0,3
21
16
15
52
69,7
63,2
67 0,412
66,7 0,037
6,0
6,1
7 0,147
6,4 0,077
6,5
5,9
5 0,139
5,9 0,008
6,7
5,7
7 0,717
6,3 0,045
2,5
2,4
3 0,814
2,6 0,135
0,6
0,5
1 0,804
0,5 0,857
10
10
9
29
73,1
74,8
81,2 0,187
75,9
6,6
9,4
9,5 0,005
8,2
8,0
7,8
7,7 0,368
7,9
5,9
4,1
4,4 0,062
5,0
3,3
2,8
2,8 0,002
3,0
0,8
0,3
0,4 0,325
0,5
14
9
9
32
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 3 avaliações
(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental
Nesta etapa, com o intuito de observar-se a evolução da freqüência de pacientes dada à classificação
Formatado: Justificado,
Recuo: Esquerda: 0 cm,
Espaçamento entre linhas:
Duplo
quanto à elaboração do repertório de habilidades sociais (de bastante elaborado à deficiente) foram
desenvolvidas às análises para cada um dos fatores deste instrumento e seu escore total. Porém, como
exposto no início deste item, tem-se a limitação quanto ao número de indivíduos, assim decidiu-se por
apresentar-se apenas os fatores cuja significância estatística tenha se mostrado favorável à exposição de
diferenças, no tempos (pré, pós e pós um mês), em cada grupo da intervenção (controle e experimental).
Ou seja, como pode se ver na tabela 18, foram apresentados os resultados para o fator “enfrentamento
com risco”.
175
Formatado: Fonte: 12 pt
No fator enfrentamento com risco houve diferença significativa para o grupo experimental ao nível de
5% (p-valor = 0,019) e não para o controle (p-valor = 0,407). Passando, no grupo experimental, de uma
distribuição menos uniforme: 71,4% “deficiente em habilidades sociais”, 14,3% “bom repertório abaixo
da média”, 14,3%,“bom repertório acima da média” e 0% “bastante elaborado”; para uma distribuição
mais uniforme no pós um mês: 33,3% “deficiente em habilidades sociais”, 37,5% “bom repertório
abaixo da média”, 12,5% “bom repertório acima da média” e 16,7% “bastante elaborado”. Esses
resultados podem ser observados na Tabela 18.
Tabela 18. Descrição de freqüência dos pacientes por categoria no fator “Enfrentamento com
risco” do Inventário de Habilidades Sociais segundo dois grupos de comparação do estudo
(controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um
mês) DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
grupos
IHS-Enfrentamento com risco
Bastante elaborado
controle (*)
Bom Repertório acima da média
Bom repertório abaixo da média
deficiente em Habilidades Sociais
Total
Bastante elaborado
Experimental (**)
préteste
Bom Repertório acima da média
Bom repertório abaixo da média
deficiente em Habilidades Sociais
Total
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
n
%
0
0,0
0
0,0
5
23,8
16
76,2
21
100,0
0
0,0
5
14,3
5
14,3
25
71,4
35
100,0
Avaliações
póspós-um
teste
mês
2
1
9,5
9,1
0
0
0,0
0,0
3
3
14,3
27,3
16
7
76,2
63,6
21
11
100,0
100,0
3
4
12,0
16,7
4
3
16,0
12,5
6
9
24,0
37,5
12
8
48,0
33,3
25
24
100,0
100,0
Formatado: Justificado
Total
3
5,7
0
0,0
11
20,8
39
73,6
53
100,0
7
8,3
12
14,3
20
23,8
45
53,6
84
100,0
(*) p valor = 0,407 (**) p valor = 0,019
Formatado: Fonte: Não
Negrito
8.6. Escala de Fobia Social (Liebowitz, 1987):
A análise dos resultados da Escala de Fobia Social (Liebowitz) subdivide-se em duas subescalas:
subescala de intensidade da ansiedade e subescala de evitação. Em específico para a subescala de
176
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Formatado: Fonte: Não
Negrito
intensidade da ansiedade, entre os grupos controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste,
pós-teste e pós um mês) não foi encontrada diferença estatisticamente significativa para o grupo
controle, ao nível de significância de 5% (p-valor= 0,893). O grupo controle não se modificou ao longo
do tempo de forma significativa. Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (tabela 19).
Porém, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três períodos do estudo (pré-teste, pósteste e pós um mês) foi encontrada diferença estatisticamente significativa, ao nível de significância de
5% (p-valor= 0,019). Assim, vê-se que, o grupo experimental se modificou ao longo do tempo de forma
significativa. No pré-teste 67,6% encontravam-se na categoria “leve” e 32,4% na categoria, “moderado”;
no pós um mês a categoria “leve” passou a ter 91,7% e a categoria “moderado” 8,3%, esses resultados
podem ser observados na tabela 19.
Tabela 19. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de intensidade da ansiedade de
acordo com a Escala de Fobia Social segundo os grupos de comparação do estudo (controle e
experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPAUFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações
intensidade da
Total
Prépóspós-um
ansiedade
teste
teste
mês
Leve
n
15
14
7
36
71,4
66,7
63,6
67,9
%
Moderada
n
6,0
7,0
4,0
17,0
%
28,6
33,3
36,4
32,1
Total
n
21
21
11
53
100,0
100,0
100,0
100,0
%
Leve
n
23,0
23,0
22,0
68,0
67,6
92,0
91,7
81,9
%
Moderada
n
11,0
2,0
2,0
15,0
32,4
8,0
8,3
18,1
%
Total
n
34,0
25,0
24,0
83,0
%
100,0
100,0
100,0
100,0
(*) p valor = 0,893 (**) p valor =0,019
experimental (**)
controle (*)
grupos
Na análise dos resultados da Escala de Fobia Social, para a subescala de evitação, entre os grupos
controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês) não foi
encontrada diferença estatisticamente significativa para o grupo controle, ao nível de significância de 5%
(p-valor= 0,068) e nem para o experimental (p-valor= 0,093). Os grupos controle e experimental não se
modificaram ao longo do tempo de forma significativa. Esses resultados podem ser observados na tabela
abaixo (tabela 20). Cabe ressaltar o mínimo quantitativo observado na categoria “moderada” em todos
177
Formatado: Justificado
os períodos de investigação em ambos os grupos controle e experimental devido ao ponto de corte
proposto neste método – que agrega muitos pacientes somente na categoria “leve”, o que compromete a
consistência dos testes estatísticos utilizados e evoca limitações na consideração dos p-valores,
dificultando a verificação de diferenças entre os grupos.
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Tabela 20. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de evitação de situações sociais
de acordo com a Escala de Fobia Social segundo os grupos de comparação do estudo (controle e
experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPAUFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
grupos
evitação
controle (*)
n
20
95,2
%
Moderada
n
1
4,8
%
Total
n
21
100,0
%
Leve
n
30
%
88,2
Moderada
n
4
11,8
%
Total
n
34,0
100,0
%
(*) p valor = 0,068 (**) p valor =0,093
experimental (**)
Leve
préteste
Avaliações
Total
póspós-um
teste
mês
17
7
44
81,0
63,6
83,0
4
4
9,0
19,0
36,4
17,0
21
11
53
100,0
100,0
100,0
24
24
78,0
96,0
100,0
94,0
1
0
5,0
4,0
0,0
6,0
25,0
24,0
83,0
100,0
100,0
100,0
Formatado: Justificado
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Anteriormente analisamos a distribuição de freqüência e a evolução dos pacientes no tempo de acordo
com os resultados na Escala de Fobia Social. Neste momento serão expostos os resultados médios dos
escores deste inventário, verificando-se ainda as diferenças no tempo (teste de Friedman) e entre os
grupos (Teste de Mann-Whitney). Assim, de acordo com os achados da tabela 21, especificamente para
a subescala de intensidade de ansiedade, confirmando-se os resultados das tabelas 19, pode-se ver que
foram encontradas importantes diferenças entre os grupos controle e experimental (p-valor= 0,002), bem
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
como diferenças entre os três momentos da investigação, porém este último significativo apenas no
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
grupo experimental (p-valores: 0,734 e 0,000 – controle e experimental respectivamente).
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Da mesma forma que verificado para a subescala de ansiedade, agora ao observar-se os escores médios
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
da subescala de evitação vê-se na tabela 21 diferenças significativas entre controle e experimental (p-
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
valor= 0,007), bem como diferenças significativas entre períodos no grupo experimental (p-valor=
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
178
0,000) e não para o controle (p-valor= 0,428). Tais resultados podem, também, ser observados no gráfico
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
Formatado: Não Expandido
por / Condensado por
4.
Tabela 21. Distribuição das médias da Escala de Fobia Social (intensidade e evitação) segundo os
grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do
estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Escala
(EFS)
Avaliações
póspós-um
pré-teste
teste
mês
Grupos
Controle
Experimental
Controle
Ansiedade
Experimental
Controle
Evitação
Experimental
N
n
n
média
média
média
média
21
34
44,3
43,8
36,6
37,5
21
25
44,0
32,3
38,1
25,5
p valor
(*)
11
24
44,4
30,9
37,5
23,3
Total
53
83
44,2
36,6
37,4
29,8
0,734
0,000
0,428
0,000
p valor
(**)
0,002
0,007
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 3 avaliações
(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental
Gráfico 4. Box-plot das médias dos fatores (intensidade e evitação) da Escala de Fobia Social
segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de
avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Escala de Fobia Social Intensidade
GRUPO= Controle
80
GRUPO= Experimental
70
70
60
60
50
50
40
40
30
20
EFS_ANS
EF S_ANS
30
20
10
N=
10
0
N=
21
21
11
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
34
25
24
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
Avaliações
Avaliações
Escala de Fobia Social Evitação
GRUPO= Controle
GRUPO= Experimental
80
70
13
60
60
92
50
40
40
30
20
3
51
-20
N=
21
21
11
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
EF S_EVIT
EFS_EVIT
20
0
10
0
-10
N=
34
25
24
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
Avaliações
Avaliações
179
Formatado: Fonte: Não
Negrito, Cor da fonte:
Automática
Formatado: Justificado
Formatado: Fonte: Não
Negrito
8.7. Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE) ( Watson e Friend, 1969):
Na análise dos resultados da Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE), comparando os resultados
Formatado: Fonte: Não
Negrito
dos grupos controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês), não
foi encontrada diferença significativa ao nível de 5% para o grupo controle (p-valor= 0,885), porém para
o experimental sim (p-valor= 0,000). O grupo experimental se modificou significativamente ao longo do
tempo, passando sua distribuição, no pré-teste, de: 80% na categoria, “afetado” e 20% na categoria “sem
problema”, para, no pós um mês: 33,3% na categoria ‘afetado” e 66,7 na categoria “sem problemas”.
Esses resultados podem ser observados na tabela 22.
Tabela 22. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com a Escala de
Medo da Avaliação Negativa segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e
experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPAUFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
experimental (**)
controle (*)
grupos
Avaliações
Medo da Avaliação préTotal
póspós-um
Negativa
teste
teste
mês
Sem Problema
n
6
6
4
16
28,6
28,6
36,4
30,2
%
Afetado
n
15
15
7
37
71,4
71,4
63,6
69,8
%
Total
n
21
21
11
53
100,0
100,0
100,0
100,0
%
Sem Problema
n
7
16
16
39
20,0
64,0
66,7
46,4
%
Afetado
n
28
9
8
45
80,0
%
n
35
100,0
%
(*) p valor = 0,885 (**) p valor =0,000
Total
36,0
25
100,0
33,3
24
100,0
53,6
84
100,0
Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Medo e Avaliação Negativa (FNE) no
tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e experimental, ocorreu
modificações das médias dos escores totais ao longo do tempo, observou-se que no grupo controle essa
diferença não foi significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,313) e no grupo experimental sim (p-valor=
0,000). Confirmando os resultados da tabela 22, a tabela 23 expõe esses resultados, o grupo
experimental se modificou significativamente ao longo do tempo.
180
Formatado: Justificado
Comparando o grupo experimental com o grupo controle (teste de Mann-whitney), no tocante às médias
dos escores totais, foram encontradas diferenças significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,019). Os
resultados do grupo experimental são significativamente deferentes dos resultados do grupo controle.
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Tais resultados podem ser observados na tabela 23 e no gráfico 6
Tabela 23. Distribuição das médias da Escala de Medo da Avaliação Negativa segundo os grupos
de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (préteste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
préteste
FNE
Grupos
n
média
n
Experimental
média
21
23,6
35
25,1
Controle
Avaliações
póspós-um
p valor
teste
mês
(*)
21
11
0,313
23,2
23,8
25
24
0,000
19,1
16,6
Formatado: Justificado
p valor
(**)
Total
53
23,5
84,0
20,9
0,019
(*) Teste não paramétrico de Friedman - diferenças entre as 3 avaliações
(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental
Gráfico 6. Box-plot das médias da Escala de Medo da Avaliação Negativa segundo os dois grupos
comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (préteste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Formatado: Justificado
Escala de Medo da Avaliação Negativa-FNE
GRUPO= Experimental
GRUPO= Controle
40
40
30
Medo de Avaliação Negativa
Medo de Avaliação Negativa
30
20
10
52
20
117
119
10
0
N=
0
N=
21
21
11
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
35
25
24
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
Avaliações
Avaliações
Formatado: Fonte: Não
Negrito
8.8. Escala de Auto-estima (Rosemberg, 1965):
De acordo com a análise dos resultados da Escala de Auto-estima (Rosemberg), comparando os grupos
controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês), não foi
encontrada diferença significativa ao nível de 5% para o grupo controle (p-valor= 0,627), porém para o
experimental sim (p-valor= 0,013). O grupo experimental se modificou significativamente ao longo do
181
Formatado: Fonte: Não
Negrito
tempo, passando sua distribuição, no pré-teste, de: 40% na categoria “auto-estima abaixo da média” e
60% na categoria “sem problema”, para, no pós um mês: 12,5% na categoria ‘auto-estima abaixo da
média” e 87,5% na categoria “sem problemas”. Esses resultados podem ser observados na tabela 22.
Tabela 24. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com a Escala de
Auto-estima segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três
períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro,
2008.
grupos
experimental (**)
controle (*)
Escala de auto-estima
Sem problemas
préteste
n
%
n
%
n
%
n
%
n
12
57,1
9
42,9
21
100,0
21
60,0
14
%
n
%
(*) p valor = 0,627 (**) p valor = 0,013
40,0
35
100,0
Auto-estima abaixo da média
Total
Sem Problema
Auto-estima abaixo da média
Total
Avaliações
póspós-um
total
teste
mês
9
5
26
42,9
45,5
49,1
12
6
27
57,1
54,5
50,9
21
11
53
100,0
100,0
100,0
22
21
64
88,0
87,5
76,2
3
3
20
12,0
25
100,0
12,5
24
100,0
23,8
84
100,0
Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Auto-estima no tempo (teste de
Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e experimental, ocorreu modificações das médias
dos escores totais ao longo do tempo, observou-se que no grupo controle essa diferença não foi
significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,619) e no grupo experimental sim (p-valor= 0,001).
Confirmando os resultados da tabela 24, a tabela 25 expõe esses resultados, o grupo experimental se
modificou significativamente ao longo do tempo.
Comparando o grupo experimental com o grupo controle (teste de Mann-whitney), no tocante às médias
dos escores totais, foram encontradas diferenças significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,001). Os
resultados do grupo experimental são significativamente deferentes dos resultados do grupo controle.
Tais resultados podem ser observados na tabela 25 e no gráfico 7.
182
Formatado: Justificado
Tabela 25. Distribuição das médias da Escala de Auto-estima segundo os grupos de comparação
do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e
Escala de Autoestima
pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
préteste
Grupos
Controle
Experimental
n
média
n
21
24,6
35
Avaliações
póspós-um
teste
mês
21
25,2
25
p valor
(*)
11
25,4
24
p valor
(**)
Total
53
25,0
84
0,619
0,001
0,001
25,5
28,8
29,1
27,5
média
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 3 avaliações
(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental
Gráfico 7. Box-plot das médias da Escala de Auto-estima segundo os grupos de comparação do
estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós
um mês) DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Escala de auto-estima
GRUPO= Experimental
40
40
30
30
Escala de auto-estima
Escala de auto-estima
GRUPO= Controle
20
10
N=
21
21
11
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
Avaliaçõe s
Formatado: Justificado
20
10
N=
35
25
24
pré-teste
pós-teste
pós 1 mês
Avaliações
8.9. Resultados da Avaliação da sessão de videofeedback da habilidade social falar em público.
Formatado: Fonte: Não
Negrito
8.9.1 Escala de Avaliação Global de Desempenho (videofeedback):
Formatado: Fonte: Não
Negrito, Itálico
Os resultados da Escala de Avaliação Global de Desempenho, comparando o grupo experimental nas
categorias pré e pós videofeedback, indicam no pré-teste uma distribuição de freqüência mais
concentrada nas categorias de pior desempenho e no pós-teste uma distribuição mais concentrada nas
categorias de melhor desempenho, passando de 8,3% para 0% na categoria “muito pior”; de 20,8% para
0%na categoria pior; de 20,8 para 10,6 na categoria “um pouco pior”; de 16,7% para 26,1% na categoria
“igual”; de 29,2% para 34,8% na categoria “um pouco melhor”; de 4,2% para 26,1% na categoria
183
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Formatado: Fonte: Não
Negrito
melhor e de 0% para 8,7% na categoria “muito melhor”. Essas diferenças são significativas ao nível de
5% (p-valor= 0,002) e podem ser observados na tabela 26.
Tabela 26. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com Escala de
Avaliação Global de Desempenho (EAGD) no grupo experimental em dois períodos de avaliação
(pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Escala de Avaliação
Global de Desempenho
Muito Pior
n
%
Pior
n
%
Um pouco Pior
n
%
Igual
n
%
Um Pouco Melhor
n
%
Melhor
n
%
Muito Melhor
n
%
Total
n
%
(*) p valor = 0,002
Experimental (*)
grupo
Avaliações
pré-teste pós-teste
2
1
8,3
4,3
5
0
20,8
0
5
0
20,8
0
4
6
16,7
26,1
7
8
29,2
34,8
1
6
4,2
26,1
0
2
0
8,7
24
23
100
100
Formatado: Justificado
Total
3
6,4
5
10,6
5
10,6
10
21,3
15
31,9
7
14,9
2
4,3
47
100
Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Avaliação Global de Desempenho no
tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro do grupo experimental ocorreu modificações das médias
dos escores totais ao longo do tempo, encontrou-se importante diferença entre o pré e pós-teste, ao nível
de 5% (p-valor= 0,000). Esses resultados podem ser observados na tabela 27, e no gráfico 7.
Tabela 27. Distribuição das médias da Escala de Avaliação Global de Desempenho (EAGD)
segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pósvideofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Teste
EAGD
Grupo
Experimental
Média
N
Avaliações
p_valor(*)
pré-teste
pós-teste
3,5
5,0
0,000
24
23
Total
4,2
47
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 2 avaliações
184
Formatado: Justificado
Escala de avaliação Global de desempenho (Video)
Gráfico 7. Box-plot das médias da Escala de Avaliação Global de Desempenho (EAGD) segundo o
grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré videofeedback e pós videofeedback). DPAUFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
EAGD
8
7
6
5
4
3
2
1
1
0
N=
24
23
Pré-teste
Pós-teste
Avaliaçõe s
8.9.2. Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade (videofeedback):
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Comparando os resultados da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade, no grupo experimental,
Formatado: Fonte: Não
Negrito
entre as categorias pré e pós videofeedback foi encontrada diferença significativa ao nível de 5% (p-
Formatado: Fonte: Não
Negrito
valor= 0,002). A distribuição entre as categorias nos dois momentos, respectivamente pré e pós
videofeedack, ficou: 8,3% na categoria “sem problemas” para 52,2%; 45,8% na categoria “fraco” para
39,1% e 41,7% na categoria “moderado” para 8,7% Esses resultados podem ser observados na tabela 28.
Tabela 28. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com Escala de
Percepção de Sintomas de Ansiedade (EPSA) segundo o grupo experimental em dois períodos de
avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações
Escala de Sintomas de
Ansiedade
pré-teste
pós-teste
Sem Problemas
n
2
12
8,3
52,2
%
Fraco
n
11
9
45,8
39,1
%
Moderado
n
10
2
41,7
8,7
%
Muito forte
n
1
0
4,2
0
%
n
24
23
100
100
Total
%
(*) p valor = 0,002
Experimental (*)
grupo
Total
14
29,8
20
42,6
12
25,5
1
2,1
47
100
Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade
no tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro do grupo experimental ocorreu modificações das
185
Formatado: Justificado
médias dos escores totais ao longo do tempo, encontrou-se importante diferença entre o pré e pós-teste,
ao nível de 5% (p-valor= 0,000). Esses resultados podem ser observados na tabela 29, e no gráfico 8.
Tabela 29. Distribuição das médias da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade (EPSA)
segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pósvideofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Teste
EPSA
Grupo
Experimental
Média
N
Avaliações
p_valor(*)
pré-teste
pós-teste
44,9
31,6
0,000
24
23
Formatado: Justificado
Total
38,4
47
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 2 avaliações.
Gráfico 8. Box-plot das médias da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade (EPSA) segundo
o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPAUFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
. Escala de Sintomas de Ansiedade Vídeo
Escala de percepção de ansiedade (Video)
70
60
50
40
30
20
10
N=
24
23
Pré-teste
Pós-teste
Avaliações
Formatado: Fonte: Não
Negrito
8.9.3. Escala de Avaliação de Desempenho (videofeedback):
Comparando os resultados da Escala de Avaliação de Desempenho, no grupo experimental, entre as
categorias pré e pós videofeedback foi encontrada diferença significativa ao nível de 5% (p-valor=
0,000). A distribuição entre as categorias nos dois momentos, respectivamente pré e pós vidofeedack,
ficou: 25% na categoria “ruim” para 0%; 41,7% na categoria, “moderado” para 17,4%; 33,3% na
categoria “bom” para 43,5% e 0% na categoria”muito bom” para 39,1%. Esses resultados podem ser
observados na tabela 30.
186
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Tabela 30. Distribuição de freqüência dos pacientes por categoria de acordo com a Escala de
Avaliação de Desempenho (EAD) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação
(pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações
Escala de Avaliação
de Desempenho
pré-teste
pós-teste
Ruim
n
6
0
25,0
0,0
%
Moderada
n
10
4
41,7
17,4
%
Bom
n
8
10
33,3
43,5
%
Muito Bom
n
0
9
%
0,0
39,1
n
24
23
100
100
Total
%
(*) p valor = 0,000
Formatado: Justificado
grupo
Experimental (*)
Total
6
12,8
14
29,8
18
38,3
9
19,1
47,0
100
Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Avaliação de Desempenho no tempo
(teste de Friedman), ou seja, se dentro do grupo experimental ocorreu modificações das médias dos
escores totais ao longo do tempo, encontrou-se importante diferença entre o pré e pós-teste, ao nível de
5% (p-valor= 0,000). Esses resultados podem ser observados na tabela 31, e no gráfico 9.
Tabela 31. Distribuição das médias da Escala de Avaliação de Desempenho(EAD) segundo o grupo
experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ,
Rio de Janeiro, 2008.
Teste
Grupo
EAD
Média
Experimental N
Avaliações
p_valor(*)
pré-teste
pós-teste
48,3
70,7
0,000
24
23
Total
59,2
47
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 2 avaliações
187
Formatado: Justificado
Escala de avaliação de desempenho (Video)
Gráfico 9. Box-plot das médias da Escala de Avaliação de Desempenho(EAD) segundo o grupo
experimental em dois períodos de avaliação (pré videofeedback e pós videofeedback). DPA-UFRJ,
Rio de Janeiro, 2008.
Escala de Avaliação de Desempenho
100
80
60
40
23
17
20
0
N=
24
23
Pré-teste
Pós-teste
Avaliações
188
Formatado: Justificado
9 DISCUSSÃO
Inicialmente serão abordados os resultados que caracterizam a amostra deste estudo. Em seguida, os
Excluído: 7 Cronograma da
Pesquisa¶
2005
... [3]
resultados encontrados na avaliação do protocolo de tratamento.
O grupo controle não apresenta diferenças significativas em relação ao grupo experimental nas
variáveis: média de idade (34,1 controle e 34,2 experimental),gênero (52, 4% feminino e 47,6%
masculino no controle e 60% feminino e 40% masculino no experimental), estado civil (ambos os
grupos tem a concentração maior na categoria solteiro), condição de trabalho atual (a categoria ativo em
ambos os grupos tem a maior concentração), grau de escolaridade (o grupo controle tem a maior
concentração na categoria 3º incompleto e o grupo experimental tem a maior concentração dividida nas
categorias 3º incompleto e 3º completo), tratamento psicológico, uso de medicação, consumo de álcool
para manejo de ansiedade e vivência de evento traumático precipitante. Podemos concluir que os grupos
são estatisticamente homogêneos quanto a essas variáveis, tornando o grupo controle mais confiável pela
similaridade com o grupo experimental.
Na variável uso de medicação, podemos destacar que ambos os grupos, em relação ao uso de ansiolítico
e antidepressivo, tiveram maior concentração na categoria não uso, apenas 28,6% do controle e 37,1%
do experimental estavam na categoria de uso de antidepressivo; e 33,3% do controle e 25,7% do
experimental estavam na categoria de uso de ansiolítico. Devido ao número pequeno da amostra não foi
possível avaliar se ocorreram diferenças no resultado dos grupos em pacientes que usaram medicação e
pacientes que não usaram.
Na variável consumo de álcool para manejo de ansiedade os dados encontrados confirmam os dados da
literatura em que indivíduos com fobia social fazem uso de álcool para manejar ansiedade (Abram
et.al.,2002; Bittencourt et.al., 2005; Terra et. al.,2004). Na amostra desta pesquisa 38,1% do grupo
controle e 25,7% do grupo experimental se encontram na categoria de uso de álcool para manejo de
ansiedade.
Alguns autores (Barlow, 1999; Öst e Hugdahl, 1981 citados por Falcone & Figueira, 2001) propõem que
Excluído: ansiedade social
a fobia Social possa se desenvolver como conseqüência de uma ou mais experiências de
condicionamento traumático, por isso foi perguntado na ficha de identificação se os pacientes
189
conseguiam associar o início da fobia social com algum evento traumático precipitante. Apenas 33,3 %
do grupo controle e 37,1% do grupo experimental responderam sim. Esses resultados podem indicar que
em alguns casos a fobia social é influenciada pela vivência de um evento traumático precipitante, porém
a amostra é muito pequena e apenas uma pergunta foi realizada. È indicada a realização de outras
pesquisas para investigar essa hipótese.
O resultado referente ao Critério Brasil foi a única indicação de diferença significativa entre o grupo
experimental e o grupo controle na caracterização da amostra. A maioria dos pacientes do grupo
experimental apareceram na classe “B”, enquanto a maioria dos pacientes do grupo controle aparecem
na classe “E”, embora em ambos os grupos cerca de 30% aparecem na classe “C”.
Um dos objetivos da pesquisa foi avaliar a intervenção realizada em comparação a um grupo em lista de
espera em três momentos diferentes, antes do início da terapia, ao final da terapia e um mês após o final
da terapia. Para tal foram usados diversos instrumentos indicados na literatura (Echeburua, 1997;
Caballo, 2003). Alem de avaliar aspectos referentes a fobia social especificamente, procurou se avaliar
também o repertório de habilidades sociais, a auto-estima e o nível de ansiedade e depressão.
A fobia social é um transtorno de curso crônico, com início na infância e considerado grave por causar
prejuízo significativo à vida de quem sofre desse problema. São comuns comorbidades associadas ao
transtorno, principalmente transtornos de ansiedade. Pode ocorrer o desenvolvimento de uma depressão
secundária ao diagnóstico de fobia social, precipitada pelos prejuízos causados pelo transtorno primário,
a fobia social. Ruscio e colaboradores (2008), num estudo que buscou replicar os resultados do National
Comorbidity Survey nos Estados Unidos, concluíram, confirmando dados da literatura, que a fobia
social é um fator precipitante de depressão e abuso de substância. Dessa forma justifica-se o uso do
Inventário Beck de Depressão e Ansiedade nessa pesquisa. Os resultados encontrados no estudo foram
significativamente positivos, tanto na comparação das diferenças das médias entre grupos e ao longo do
tempo, quanto na distribuição de freqüência no tempo. Após a intervenção, o grupo experimental
melhorou significativamente ao longo do tempo (avaliação pré, pós e pós um mês de tratamento) tanto
em relação a depressão quanto a ansiedade, e o grupo controle não.
190
Em relação ao Inventário Beck de Depressão o grupo experimental passou no pré-teste de 22,9% na
categoria “depressão mínima”; 51,4% na categoria “depressão leve” e 25,7% na categoria “depressão
moderada” para, no pós um mês, 75% na categoria “depressão mínima”; 25% na categoria “depressão
leve”, 0% na categoria “depressão moderada”.
Nos resultados referentes ao Inventário Beck de Ansiedade o grupo experimental passou no pré-teste de
11,4% na categoria “ansiedade mínima”; 54,3% na categoria “ansiedade leve”, 17,1% na categoria
“ansiedade moderada” e 17,1% na categoria “ansiedade grave” para, no pós 1-mês, 58,3% na categoria
“ansiedade mínima”; 16,7% na categoria “ansiedade leve”, 20,8% na categoria “ansiedade moderada” e
4,2% na categoria “ansiedade grave”.
Os inventários aplicados especificamente avaliando a fobia social foram: Inventário de Ansiedade e
Fobia Social (SPAI), Escala de Fobia Social e Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE).
No Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI) os resultados encontrados indicaram que o grupo
controle não se modificou ao longo do tempo e o experimental sim, no tocante a distribuição de
freqüência no tempo, reduzindo, na categoria diagnóstico de fobia social, de 89% no pré-teste para
33,3% no pós um mês. Porem, na comparação entre as médias do grupo controle e as médias do grupo
experimental os resultados não indicaram diferenças estatisticamente significativas, ou seja, não existem
diferenças significativas entre os resultados do grupo controle e os resultados do grupo experimental no
tocante ás médias dos escores totais. Possivelmente esses resultados refletem o tamanho pequeno da
amostra e a dispersão dos resultados.
A Escala de Fobia Social (Liebowitz, 1987) se subdivide em duas: subescala de intensidade da ansiedade
e subescala de evitação. Na subescala de intensidade da ansiedade os resultados forma
significativamente positivos tanto na distribuição de freqüência no tempo quanto na comparação de
médias, podemos afirmar que o grupo controle não se modificou ao longo do tempo e o experimental
sim. No pré-teste 67,6% encontravam-se na categoria “leve” e 32,4% na categoria “moderado”; no pós
um mês a categoria “leve” passou a ter 91,7% e a categoria “moderado” 8,3%. Os resultados da
subescala de evitação não indicaram diferenças significativas entre os grupos controle e experimental na
distribuição de freqüência ao longo do tempo, porém na comparação das médias as diferenças
191
encontradas foram significativas, o grupo experimental é diferente do controle significativamente e o
grupo experimental se modificou ao longo do tempo, enquanto o controle não. A média do grupo
experimental reduziu de 37,5% no pré-teste para 23,3% no pós um mês.
Na Escala de Medo de Avaliação Negativa os resultados encontrados foram positivos em todas as
análises realizadas, tanto na distribuição das freqüências no tempo quanto nas diferenças das médias.
Podemos afirmar que o grupo controle não se modificou ao longo do tempo e o experimental sim, tanto
na distribuição de médias, quanto de freqüência e que os resultados do grupo experimental são diferentes
dos resultados do grupo controle.
Podemos concluir que a subescala de intensidade da ansiedade da Escala de Fobia Social e a Escala de
Medo da Avaliação Negativa apresentaram resultados positivos em todas as análises estatísticas feitas,
indicando uma melhora significativa no grupo experimental após a intervenção terapêutica. Já o
Inventário de Ansiedade e Fobia Social e a subescala de evitação da Escala de Fobia Social apresentados
resultados parciais positivos. De forma geral podemos afirmar que os instrumentos avaliando
especificamente a fobia social apresentaram resultados favoráveis a pesquisa.
Para a avaliação das habilidades sociais no grupo foi utilizado o Inventário de Habilidades Sociais (IHS),
porém os resultados encontrados não foram conclusivos, a análise estatística desse instrumento ficou
prejudicada pelo número pequeno da amostra, que nesse caso, ainda se subdivide em masculino e
feminino e posteriormente em cinco fatores de análise.
A avaliação da auto-estima realizada na pesquisa pela Escala de Auto-Estima (Rosemberg,1965)
mostrou resultados positivos em todas as análises realizadas, tanto na distribuição das freqüências no
tempo quanto nas diferenças das médias. Podemos afirmar que o grupo controle não se modificou ao
longo do tempo e o experimental sim, tanto na distribuição de médias, quanto de freqüência e que os
resultados do grupo experimental são diferentes dos resultados do grupo controle.
Na literatura a auto-estima é definida como a tendência relativamente estável de sentir-se bem ou mal a
respeito de si mesmo. Pode ser definida como a avaliação que a pessoa efetua e mantêm a respeito de si
mesmo, que envolve sentimento de valor próprio, expressando uma atitude de aprovação/desaprovação
em relação a si mesma (Bandeira, Quaglia, Bachetti,Ferreira, Souza, 2005; Romano et, al.,2004;
192
Rosemberg, 1965). A auto-estima tem sido relacionada com o desempenho social, uma vez que ela pode
influenciar a expectativa que as pessoas possuem sobre o resultado de seu próprio desempenho. Essa
expectativa, por sua vez, tem sido considerada uma variável importante para o desempenho social, em
particular do comportamento assertivo (Del Prette & Del Prette, 1999). Diversos artigos na literatura
apontam uma correlação positiva entre habilidades sociais e o grau de auto-estima (Riggio,
Throckmorton & DePaola, 1990; Riggio, Watring & Throckmorton,1993; Bandeira et.al.,2005). Um
estudo realizado por Kernis, Cornell, Sun, Berry e Halow (1993) com 125 universitários mostrou que a
auto-estima afeta a resposta das pessoas a feedback dos outros, os indivíduos com alto grau de autoestima aceitavam melhor o feedback positivo dos outros do que os indivíduos com baixa auto-estima. Ao
contrário, os indivíduos com baixa auto-estima aceitavam melhor o feedback negativo dos outros do que
os indivíduos com alta auto-estima. Bandeira et. al. (2004) realizaram uma pesquisa investigando a
relação do comportamento assertivo com ansiedade, lócus de controle e auto-estima em universitários,
os resultados indicaram que quanto maior o grau de assertividade dos sujeitos, maior seu escore de autoestima. Também podemos considerar o modelo cognitivo da fobia social em que a auto avaliação
negativa do desempenho realizada, assim como auto-verbalizações negativas sobre si próprio presentes
no quadro afetam negativamente a auto-estima.
Dessa forma os resultados encontrados na pesquisa para essa variável (auto-estima) são relevantes,
confirmando os dados da literatura. De acordo com a Escala de Auto-Estima (Rosemberg,1965), no pré
teste, 42,9% da amostra do grupo controle e 40% da amostra do grupo experimental aparecem na
categoria auto-estima abaixo da média. No pós um mês, 54,5% do grupo controle e apenas 12,5% do
grupo experimental permanecem nessa categoria. O tratamento proposto teve impacto positivo nessa
variável.
Um outro objetivo da pesquisa foi avaliar o uso do videofeedback no treinamento da habilidade falar em
público. A literatura aponta resultados positivos do uso dessa ferramenta para o treinamento da
habilidade de falar em público, em especial ao se fazer um preparo cognitivo antes do videofeedback
(Alden, et. Al , 1994; Clark et.al., 1995; Rapee et.al, 1996; Harvey, 2000; Clark et. al., 2003). Para a
avaliação da sessão de falar em público foram utilizados três instrumentos: Escala de Avaliação Global
193
de Desempenho da Habilidade de falar em Público, Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade da
Habilidade de falar em Público e Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em
Público, aplicados apenas no grupo experimental antes e depois do videofeedback. Foi realizada a
análise de distribuição de freqüência no tempo e diferenças de médias no tempo (pré e pós
videofeedback), os resultados, nos três instrumentos, foram significativamente positivos, tanto na análise
de freqüências quanto de médias. O uso do videofeedback teve impacto positivo no treinamento da
habilidade social falar em público, confirmando os dados encontrados na literatura que apontam o uso do
videofeddback com preparo cognitivo como estratégia eficaz para esse problema.
10 CONCLUSÃO
O presente estudo teve como objetivo desenvolver um protocolo estruturado em grupo para fobia social,
combinando a terapia cognitivo-comportamental á técnicas de teatro do oprimido e videofeedback, além
de aplicar esse tratamento avaliando sua eficácia em comparação a um grupo controle em lista de espera.
Outro objetivo foi avaliar o uso do videofeedback, especificamente no treinamento da habilidade social
de falar em público. Também foi realizada uma revisão da literatura dos seguintes temas: fobia social,
terapia cognitivo-comportamental em grupo, habilidades sociais, teatro do oprimido e videofeedback.
Os resultados encontrados indicam que o modelo proposto se mostrou mais eficaz que a passagem do
tempo e o uso do videofeedback, para o desenvolvimento da habilidade falar em público, foi uma
intervenção efetiva.
O presente estudo apresenta muitas limitações, a primeira a ser destacada se refere ao número pequeno
da amostra, o que limita a generalização dos resultados.
Chambless e Hollon (1998) propõem alguns critérios para definir uma terapia como clinicamente
comprovada, definido como psicoterapias claramente descritas que mostraram resultados efetivos em
pesquisas controladas para populações específicas. Nesse artigo os autores fazem uma distinção entre
psicoterapias eficazes (pesquisas clinicas controladas), psicoterapias efetivas (psicoterapias úteis) e
194
psicoterapias eficientes (psicoterapias com bom custo benefício).
Os autores destacam algumas
perguntas importantes a serem respondidas:
a. O tratamento se mostrou benéfico em estudos controlado?
b. O tratamento é útil, pode ser aplicado na clinica cotidiana? Em quais pacientes e em que
circunstâncias?
c. Tem um bom custo benefício em relação a outros tratamentos?
Nesse artigo alguns critérios são propostos para avaliar a eficácia de tratamentos em grupo, podemos
destacar:
1) Descrição da amostra: a população deve ser claramente definida
2) Replicabilidade: apenas quando um tratamento é considerado eficaz em ao menos dois estudos
independentes ele pode ser considerado uma psicoterapia clinicamente comprovada. Se apenas
um estudo controlado foi realizado os resultados são considerados promissores e o tratamento é
caracterizado como possivelmente eficaz.
3) Comparação com um grupo controle em lista de espera, conferindo mais confiabilidade aos
resultados
4) Comparação com grupo placebo
5) Combinação de tratamentos: avaliar intervenções específicas, por exemplo: grupos com e sem
medicação, ou grupos com relaxamento e sem relaxamento. Dessa forma pode se especificar
melhor quais intervenções são eficazes para que problemas.
6) Seleção de instrumentos de avaliação: instrumentos selecionados devem ser validados e
pertinentes ao que se deseja avaliar de acordo com o descrito na literatura
7) Resultados ao longo do tempo: incluir avaliações após o término do tratamento para identificar se
os resultados se mantêm
8) Manuais de tratamento: descrição detalhada em manual da psicoterapia avaliada
9) Monitoramento e treinamento de terapeutas: terapeutas devem estar devidamente treinados para
execução da pesquisa
195
10) Análise dos dados: análise estatística adequada, levando em conta o tamanho da amostra e a
confiabilidade na interpretação dos dados que devem ser expostos de forma clara.
A presente pesquisa pode responder parcialmente as perguntas apontadas por Chambless e Hollon
(1998), o tratamento proposto se mostrou benéfico em um estudo controlado, pode ser aplicado na
clinica cotidiana, porém o terapeuta deve ter experiência na condução de grupos. Deve ser realizado em
pacientes com fobia social em contexto grupal. Quanto ao custo benefício, o fato de ser em grupo
maximiza o tempo do terapeuta e dilui custos, porem a literatura aponta outras intervenções em grupo
igualmente eficazes (Echeburua, 1997; Rangé, 1994). Não foi possível avaliar quais intervenções
específicas usadas (teatro do oprimido, videofeedback, reestruturação cognitiva) foram efetivas e nem
comparar os resultados dessa proposta com outros tratamentos cognitivo-comportamentais em grupo
para fobia social. Esses temas devem sem contemplados em pesquisas futuras.
Quanto aos critérios propostos por Chambless e Hollon (1998) a pesquisa contemplou os itens: descrição
da amostra bem definida, comparação com um grupo controle em lista de espera; desenvolvimento de
um manual de tratamento detalhado; monitoramento e treinamento de terapeutas, análise dos dados.
Quanto ao quesito seleção de instrumentos, a pesquisa atendeu parcialmente, uma vez que alguns
instrumentos são validados e outros não. A pesquisa não contemplou os seguintes itens: replicabilidade,
comparação com placebo, combinação de tratamentos.
O modelo de tratamento proposto nesse estudo não pode ser considerado clinicamente comprovado, e
sim, possivelmente eficaz de acordo com os critérios propostos. A pesquisa precisa ser replicada e de
preferência em uma amostra maior.
196
Excluído: 8
11- REFERÊNCIAS
Excluído: Referências
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204
Excluído: Sessão I:¶
Cadeiras em circulo, terapeutas
distribuídos entre os pacientes
sentados na roda.¶
Minha apresentação e
apresentação das estagiárias¶
Bom dia, eu sou Maria Amélia, a
terapeuta que vai conduzir o
trabalho que vamos realizar juntos.
Gostaria de agradecer a presença
de vocês, optar por se tratar é
sempre uma escolha corajosa, pois
envolve querer sair do problema e
arriscar mudanças. Estão todos de
parabéns, ainda mais porque sei
que para a maioria aqui, estar em
grupo é desconfortável. Eu sou a
psicóloga responsável por essa
pesquisa e a Carla e Larissa, que
vocês já conheceram nas
entrevistas anteriores, são
estagiárias de psicologia que
participam do projeto. ¶
Apresentação da pesquisa¶
Vou falar um pouco sobre a
pesquisa, sei que vocês já
receberam algumas informações e
assinaram um termo de
consentimento. Vocês são
voluntário para a realização de um
grupo piloto, é o grupo que vai me
ajudar a construir a estrutura de um
tratamento em grupo para
ansiedade social. A partir desse
nosso grupo outros serão
realizados. Essa pesquisa é de
doutorado, eu sou aluna aqui na
UFRJ e tenho um orientador que
acompanha e também contribui
para o que estamos fazendo, o
nome dele é Bernard Rangé, um
profissional com muita experiência
em psicologia. Tudo que vamos
propor foi elaborado com muito
estudo, cuidado e seriedade. É uma
proposta nova que combina
técnicas de tratamento para
ansiedade social que tem eficácia
comprovada, ou seja, funcionam, a
técnicas de teatro e videofeedback.
Aos poucos durante o tratamento
vocês vão poder entender melhor.
Alguém tem alguma dúvida que
gostaria de perguntar agora?
Estarei sempre disponível para
responde qualquer dúvida.¶
A participação de vocês é muito
importante, pois me ajudará a
entender um pouco mais sobre a
ansiedade social. Nosso grupo vai
ter 18 sessões com duas horas de
duração cada, é um grupo fechado,
ou seja, não entrara mais ninguém
até o final. Todos que estão aqui
receberam um diagnóstico de
ansiedade social. O objetivo do
grupo é trabalharmos juntos para
entender e manejar a ansiedade
social. Eu, Carla e Larissa vamos
nos comprometer a usar nosso
conhecimento em psicologia para
esse objetivo, e cabe, a cada um de
vocês, se comprometer ao máximo
com a terapia. É um trabalho de
colaboração em conjunto, vamos
formar por 18 encontros uma...
força
[4]
tarefa de tratamento para ansiedade
Formatado
... [5]
12 Apêndices:
205
Formatado: Fonte: 16 pt
12.1 Apêndice : Apostila
Formatado: Fonte: 16 pt,
Negrito
entregue aos participantes do grupo
Material Sessão I
Formatado: Sublinhado
Formatado: Centralizado
Ansiedade Social:
“ Rir é arriscar parecer tolo
Chorar é arriscar parecer sentimental
Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento
Expor sentimentos é arriscar rejeição
Expor seus sonhos perante a multidão
É arriscar parecer ridículo
Amar é arriscar não ser amado de volta
Seguir adiante face às probabilidades irresistíveis
É arriscar ao fracasso
Apenas uma pessoa que corre riscos é livre”.
Alexandre Lowen
Você está começando um tratamento em grupo para fobia social. Estar aqui já é muito, a opção por
tentar modificar algo em vez de se acomodar já é uma vitória, ainda mais por começar enfrentando um
grupo. Optar por se tratar é sempre uma escolha corajosa, pois envolve querer sair do problema e
arriscar mudanças.
A primeira boa notícia é que você não está sozinho, a fobia social é o 3º transtorno psiquiátrico mais
comum, atrás da depressão e alcoolismo. Em média 3 a 13% da população tem fobia social.
Você deve estar se perguntado: se isso é verdade, como conheço muitas pessoas deprimidas e ninguém
com fobia social? O que acontece é que as pessoas com fobia social muitas vezes consideram que seu
problema é um traço de personalidade e não acreditam existir tratamento. Isso não é verdade, a
ansiedade social é um transtorno psiquiátrico que pode ser tratado com psicoterapia e ou medicação.
Vamos conhecer o caso de Sara, uma mulher de 35 anos que relata ter ansiedade social desde a
adolescência. Ela descreve o seu problema da seguinte maneira:
“Me sinto diferente das outras pessoas, tem algo errado comigo, não sou normal. Fico nervosa quando
estou perto de outras pessoas, penso que sou uma idiota, que só fala besteiras e não sabe se comportar.
Sinto que estão todos me olhando e percebendo que fico nervosa. Isso me arrasa. Tento ao máximo
evitar estar com outras pessoas além da minha família. Isso me entristece muito, gostaria de ter amigos,
sair para me divertir sem preocupações, sem me sentir mal.
Tenho 35 anos e muita dificuldade para namorar, fico apavorada quando alguém se aproxima, acho
que a pessoa vai me achar ridícula e se afastar.
Sou funcionária pública, escolhi um trabalho que tem estabilidade e que não preciso estar falando com
pessoas o tempo todo. Meu setor tem apenas cinco pessoas e já me acostumei com elas. Sonhava em ser
juíza, promotora, mais sei que isso não é para mim. Já fui convidada para outros cargos melhores,
206
Sessão I:
Como virar supervisora da minha área, porém sempre recuso. Prefiro ficar aonde já me acostumei.
Nesse sentido o meu trabalho é tranqüilo, o único problema é se eu precisar falar com meu chefe ou ele
me chamar. Isso é torturante, fico nervosa, me enrolo para falar as coisas, começo a suar muito, muito
mesmo. Fico vermelha e muito nervosa, minha voz fica estranha, não consigo raciocinar, só penso em
sair dali o mais rápido possível.
Não saio para almoçar; levo comida de casa com a desculpa que é para economizar, mais na verdade é
porque me apavora a idéia de ir almoçar com o grupo. Sei que vou me sentir mal e que vai ser horrível,
todos vão perceber que não sou normal. Vivo inventando desculpas para não fazer as coisas. Quando
penso nisso me dá vontade de sumir, ir para um lugar em que eu não me sinta assim".
Outra suposição comum é se considerar louco, isso também não procede. A ansiedade em situações
sociais é uma experiência universal necessária para a sobrevivência. Talvez seja mais fácil imaginar isso
em outros tempos, quando tínhamos que sair em grupo para caçar e se proteger. Nessa época ficar longe
do grupo poderia significar morrer, então, o desejo de pertencer ao grupo, ser aceito, significa
sobreviver. É um sentimento natural do ser humano, somos animais sociais. Algum grau de ansiedade
em situações sociais é desejável e benéfico. O problema é quando essa ansiedade começa a ficar muito
extrema, chegando a impedir as relações, provocando isolamento. Nesse caso a ansiedade se torna um
transtorno de ansiedade: a ansiedade social ou fobia social. Então o que é a fobia social?
É um transtorno cuja característica básica é o medo de ser avaliado negativamente em situações sociais.
O fóbico social tem medo de agir, comportar-se ou mostrar sintomas de ansiedade de maneira que lhe
seja embaraçoso ou humilhante, e procura evitar as situações sociais ou suportá-las com bastante
desconforto. A exposição às situações temidas pode provocar:
Sintomas cognitivos
Menor concentração, não saber o que
falar, pensamentos negativos entre outros;
Sintomas emocionais
Medo, pânico, terror, angustia entre
outros;
Sintomas fisiológicos
Tremor, rubor, suor, voz embargada entre
outros;
Sintomas comportamentais
Evitação da situação, evitação sutil:
desviar o olhar, falar pouco entre outros;
207
No caso de Sara podemos identificar esses sintomas, por exemplo:
Sintomas cognitivos
Todos vão perceber que não sou normal
tem algo errado comigo, estão todos me
olhando, falo besteira, pareço idiota, sei
que não vai dar certo, vai ser horrível.
Sintomas emocionais
Tristeza, angústia.
Sintomas fisiológicos
Rubor, suor, voz embargada.
Sintomas comportamentais
Não sai para almoçar, evita sair com os
amigos, evita falar com o chefe.
E no seu caso, conheça um pouco mais sua ansiedade social e preencha o quadro abaixo:
Sintomas cognitivos
Sintomas emocionais
Sintomas fisiológicos
Sintomas comportamentais
Então o que causa a Fobia Social?
Essa é uma pergunta bastante difícil de responder, infelizmente as pesquisas ainda não têm uma resposta
única, simples e direta para essa pergunta. Muito provavelmente não podemos falar em uma causa única
e sim em muitos fatores combinados, além disso, depois que o transtorno se desenvolve, diferentes
fatores podem atuar na sua manutenção. Podemos destacar a influência de fatores genéticos, estudos de
fatores hereditários indicam que a ansiedade social parece ocorrer com maior freqüência entre os
parentes biológicos de 1º grau dos indivíduos com o transtorno, em comparação com a população em
geral. O componente genético pode agir deixando a pessoa vulnerável para desenvolver o transtorno. As
experiências de vida de uma pessoa podem influenciar o aparecimento do transtorno, como no caso de
experiências humilhantes ou embaraçosas. Também a convivência em família com pessoas tímidas ou
retraídas, observando o comportamento delas. A forma como fomos criados, ambiente seguro, crítico,
super protegido. Todos esses fatores podem influenciar o surgimento da fobia social.
Sessão I: Tarefa entre sessões
208
Pensando nisso, nas suas experiências de vida, selecione até dez fotos para trazer na próxima sessão. O
objetivo é compartilhar sua vida através das fotos e entender que fatores influenciaram o surgimento da
sua fobia social.
Formatado: Centralizado
Material Sessão II
Formatado: Sublinhado
Tarefa entre sessões:
Escreva agora, completando a dinâmica das fotos realizada na sessão, sobre sua vida, os aspectos mais
importantes, como a ansiedade social começou e como se mantém, além das diferenças entre a ansiedade
social e sua personalidade.
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209
Formatado: Sublinhado
Formatado: Centralizado
Material Sessão III:
Formatado: Sublinhado
Voltando ao caso de Sara podemos perceber, nos quadros preenchidos, que os sintomas cognitivos são
os nossos pensamentos. No caso de Sara podemos observar vários pensamentos, como:
“Todos vão perceber que não sou normal”
“Tem algo errado comigo”
“Estão todos me olhando”
“Falo besteira”
“Pareço idiota”
“Sei que não vai dar certo”
“Sei que sempre vai ser horrível”
Sara está sempre preocupada com seu desempenho e com a avaliação que as outras pessoas estão
fazendo dela. Antes de uma situação social ela já começa a pensar que não vai dar certo e já começa a
ficar ansiosa.
Nem sempre a forma como estamos pensando corresponde à realidade, ás vezes exageramos nas nossas
previsões, ou nos baseamos nos nossos sentimentos em vez de em fatos. Na terapia cognitivocomportamental, perceber e questionar os pensamentos é um aspecto bastante importante, dessa forma
chamamos de distorções cognitivas os pensamentos que não correspondem à realidade. Todos nós temos
pensamentos distorcidos ás vezes, e no caso da fobia social, podemos observar algumas distorções
comuns relacionadas ao transtorno. Abaixo segue uma descrição das principais distorções cognitivas ou
distorções de pensamento. Leia com atenção e faça um asterisco nas distorções que você percebe fazer
no seu dia a dia.
1. Pensamento Dicotômico: é a tendência de interpretar todas as experiências em termos de categorias
opostas e polarizadas (preto/branco, tudo/nada, sempre/nunca, perfeição/fracasso, absoluta segurança/
perigo total).
Exemplo: Se tremo, é porque sou um fracasso.
2. Abstração Seletiva: é a tendência a focalizar apenas um detalhe retirado de um contexto, ignorando
outros aspectos também importantes, e conceber a totalidade da experiência com base no fragmento.
Exemplo: Minha apresentação foi horrível porque tremi, não analisando a totalidade do contexto, como:
conteúdo apresentado, fala articulada.
3.generalização: é a tendência a ver um evento negativo único como parte de um padrão interminável
de perigos ou sofrimentos.
Exemplo: Sei que sempre minha vida vai ser sempre horrível depois dessa apresentação.
4. Desqualificação do Positivo: é a tendência a rejeitar experiências ou fatos positivos por insistir que
"não contam", por qualquer motivo.
Exemplo: Fui bem dessa vez por pura sorte ou apenas porque estava medicado.
5. Raciocínio Emocional: é a tendência a tomar as próprias emoções como provas de uma "verdade".
Exemplo: senti que fiquei ansioso, logo tenho certeza que todos perceberam.
210
Formatado: Fonte: Não
Negrito, Sublinhado
6. Rotulação: é a tendência a descrever erros ou medos por características estáveis do comportamento,
por rótulos pessoais.
Exemplo: Sou um idiota por ficar ansioso
7. Tirania dos "Deveria": é a tendência a dirigir a própria vida em termos de "deverias" e "não
deverias", por avaliações de "certo" ou "errado", em vez de dirigi-la por seus desejos.
Exemplo.: eu deveria estudar mais em vez de eu quero (ou não quero) estudar mais.
8. Leitura Mental: é a tendência a antecipar negativamente, sem provas, o que as pessoas vão pensar
sobre você.
Exemplo: ansioso para comer em público “todos pensam que sou um idiota”
9. Catastrofização: é a tendência a exagerar a probabilidade e a magnitude dos efeitos de uma situaçã
antecipada.
Exemplo: Minha vida vai ser sempre muito ruim, não tem jeito, uma pessoa como eu não tem valor e
não pode ser feliz.
Vamos conhecer agora um pouco da vida de João:
“João relata que foi uma criança muito tímida, considera que sua mãe também era muito tímida.
Quando ele tinha 11 anos seus pais se separaram e João se sentiu muito triste, não entendia na época o
motivo do pai ir embora. Começou a pensar que talvez ele não fosse um bom filho e passou a querer
muito ser um filho melhor. Tentava sempre ajudar sua mãe e estudava sozinho, passou a tirar notas
ainda melhores do que as que já tirava.
Sua mãe era muito exigente, achava que tirar 10 era sua obrigação e sempre comparava João com
outras crianças. Seu pai os visitava bem pouco e depois mudou de Estado, passando a ver menos ainda.
Na adolescência João usava aparelho e óculos, não tinha muitos amigos e se sentia diferente das outras
pessoas. Os colegas de colégio encarnavam nele o chamando de “nerd”, “estranhoso” “feioso” e isso
o deixava muito chateado. Tinha muita vergonha de chegar perto de meninas, toda vez que tentava
ficava tremendo, gaguejava, suava.
João relata que sua adolescência foi estudar e ficar em seu quarto, isolado. No quarto ele escutava
música, lia, escrevia. Lá ele se sentia seguro.
Passou para uma faculdade pública e as coisas começaram a melhorar um pouco, fez alguns amigos, já
não usava mais aparelho nem óculos e gostava muito de jogar futebol.
Quando estava começando a achar que sua vida melhoraria começou a ter pavor das apresentações
orais e trabalhos em grupo, além de continuar com muita dificuldade para falar com as garotas. João
pensou “vão descobrir que sou uma farsa, que na verdade não sou normal”.
Muitas pessoas com fobia social pensam assim, se consideram uma farsa e acham que se outraspessoas
se aproximarem muito, vão perceber e se afastar, criticar ou rejeitar. Essa forma de pensar pode acabar
levando a uma preocupação grande em disfarçar os sintomas de ansiedade para que ninguém descubra
ou perceba suas fragilidades.
211
O primeiro passo para sair do quadro de fobia social é justamente aceitar que tem o transtorno. Isso
significa não precisar mais ficar preocupado com o que os outros vão perceber a nosso respeito.
Significa entender que ninguém é perfeito e demonstrar fragilidades não é o fim do mundo.
O objetivo do nosso tratamento não é ajudar vocês a criarem mais máscaras ou disfarçarem melhor o
quadro, mas sim entender, aceitar e manejar o transtorno. Para isso precisamos entender um pouco da
vida de cada um. Na vida de João, por exemplo, podemos observar muitos fatos que aconteceram e
podem ter relação com sua fobia social.
Por exemplo:
Sua mãe ser tímida, João pode ter uma predisposição genética para desenvolver a fobia
social além de ter observado o comportamento dela por muitos anos.
A separação de seus pais: sentiu-se responsável; que não era um bom filho.
A vida escolar, dificuldade de interação com os amigos, ter sido muito encarnado.
Dificuldade em paquerar.
Dificuldade na faculdade para falar em público.
Esses fatores foram se somando e deixando João inseguro, com a sensação de ser diferente, anormal.
E no seu caso? Coloque resumidamente no quadro abaixo os fatores importantes da sua vida que tem
relação com suas inseguranças:
João procurou terapia e esta tentando entender suas dificuldades, abaixo um diálogo seu com o
terapeuta:
Terapeuta: O que significa para você essa situação (de falar em público)?
João: Que não consigo, sou um desastre.
212
Terapeuta: Por quê?
João: Porque fico nervoso, não ajo como todo mundo.
Terapeuta: O que significa não interagir como todo mundo?
João: Que sou diferente, fico ansioso.
Terapeuta: Diferente como, o que isso diz a seu respeito?
João: Não consigo me controlar; fico ansioso.
Terapeuta: Uma pessoa que não se controla é uma pessoa o quê?
João: Uma pessoa diferente das outras.
Terapeuta: Diferente como?
João: inferior.
Terapeuta: Então demonstrar ansiedade significa ser inferior?
João: É, sim, significa ser inferior, incapaz, fraco.
Com essas perguntas o terapeuta ajudou João a identificar uma crença, João acredita que é inferior aos
outros e um fraco e acaba olhando o mundo à partir dessa constatação. O filtro dos pensamentos de João
tem relação com essa crença que influência o modo como João olha cada situação, muitas vezes tendo
pensamentos distorcidos.
Por exemplo:
Diante de uma situação de ansiedade pensa: “não sou normal”, nesse momento João está generalizando,
entendendo que uma falha significa que é anormal e esquecendo que apesar dessa dificuldade ele
conseguiu passar em um vestibular muito concorrido, está conseguindo ter alguns amigos, jogar futebol.
Diante ter passado no vestibular pensa: “foi pura sorte” nesse momento João está desqualificando o
positivo, podemos questionar que em um vestibular tão concorrido, apenas sorte seja suficiente para
explicar seu bom resultado.
O que acontece com os pensamentos de João ajuda a manter a fobia social, ele está na maioria das vezes
tendo pensamentos que confirmam sua inferioridade, porém muitas vezes seus pensamentos estão
distorcidos, o deixando preso a um círculo vicioso negativo.
213
Anote as distorções que percebe ter, dando exemplos de seu dia a dia:
Situação:______________________________________________________________
Pensamento:____________________________________________________________
Distorção:______________________________________________________________
Situação:_______________________________________________________________
Pensamento:____________________________________________________________
Distorção:______________________________________________________________
Situação:_______________________________________________________________
Pensamento:____________________________________________________________
Distorção:_____________________________________________________________
Hoje na terapia vocês identificaram, através do exercício feito, as suas próprias crenças.
Anote abaixo a crença ou crenças que tem a seu respeito:
Vamos começar a questionar essa crença, será que ela é realmente 100% verdadeira?
A cada semana vamos registrar fatos que questionam essa crença na folha abaixo:
Crença Central________________________________________________________
Fatos que questionam:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
214
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
João relata que hoje sua principal dificuldade social é falar em público. Quando sabe que vai ter de se
apresentar já começa a ficar preocupado com seu desempenho, imaginando que vai ser um desastre, que
todos vão perceber que fica ansioso. Imagina uma catástrofe: suas mãos tremendo muito, gaguejando,
tendo brancos, todos rindo dele. Um terror! João tenta ao máximo evitar ter de se apresentar, pede ao
grupo para fazer sozinho toda a parte escrita para não ter de se apresentar, às vezes inventa que ficou
doente e falta.
Os pensamentos do João antes do evento é o que chamamos de processamento pré-evento, nesse
processamento de João podemos identificar:
Possível situação social: apresentar trabalho na faculdade.
Processamento antecipatório
Pensamentos: todo mundo vai estar me avaliando, me olhando, vão perceber que estou ansioso, vou
tremer, gaguejar, vão rir de mim, se já estou assim agora, imagina na hora,
Sentimentos: ansiedade, medo.
Comportamentos: tentar evitar a situação.
Reações físicas: respiração acelerada, coração acelerado, suor.
Antes mesmo da situação acontecer, João já está ativando sintomas físicos da ansiedade social e ficando
cada vez com mais medo: “se já estou assim agora, imagina na hora”.
215
Caso João tenha de enfrentar a situação ele já chegará ansioso e preocupado com seu desempenho
devido ao processamento pré-evento. Na situação em si também podemos identificar o ciclo de
pensamentos de João:
Situação Social: apresentação
.
Pensamentos: estou nervoso, estão todos percebendo, não consigo me controlar, não tem jeito.
Sentimentos: ansiedade, insegurança.
Comportamentos: tentar acabar o mais rápido possível para sair da situação.
Reações físicas: tremor, suor, coração acelerado, rosto vermelho, gagueira.
João passou pela situação, apresentou com muito desconforto sua parte na apresentação e foi embora o
mais rápido possível sem falar com ninguém.
No caminho para casa João fez o que chamamos de processamento pós-evento, ou seja, ele faz uma
avaliação de como foi seu desempenho baseado em como se sentiu.
Abaixo o exemplo de João:
Processamento pós evento
Pensamentos: Foi horrível, um desastre, todos perceberam minha incapacidade, devem estar rindo de
mim. Tremi, gaguejei, fiquei vermelho. Sou um idiota, anormal!
Sentimentos: tristeza, raiva, angustia.
Comportamentos: faltar uma semana de aula.
Reações físicas: dor no peito, dor de cabeça.
Com base nesse processamento pós-evento João se jogou ainda mais para baixo e criou uma memória
negativa que vai influenciar uma próxima situação social, instalando-se um ciclo negativo que mantém o
transtorno.
Resumindo:
Na ansiedade social o indivíduo interpreta situações sociais como perigosas ativando uma resposta
autonômica de medo no organismo. Essa reação influencia negativamente o desempenho, criando um
registro negativo da situação social através de um processamento pós-evento. Esse registro negativo
passa a ser ativado sempre que existe a possibilidade de repetição da situação que causou ansiedade,
gerando uma ansiedade antecipatória, ou processamento pré-evento, em que a expectativa de repetir
216
falhas anteriores gera ativação autonômica que favorece comportamentos de evitação das situações
sociais consideradas perigosas ou o enfrentamento com grande desconforto, instalando-se um ciclo
negativo que mantêm o transtorno.
217
Preencha a folha abaixo com uma situação sua parecida com a do João:
FOLHA - ENTENDENDO A ANSIEDADE SOCIAL
CRENÇAS – Sobre si, os outros e o mundo
_________________________________________________________
Aspectos biológicos-genéticos/ Aspectos familiares/ Experiências de vida.
Possível situação social:
Processamento antecipatório
Pensamentos_______________________________________________________
Sentimentos________________________________________________________
Comportamentos____________________________________________________.
Reações físicas_____________________________________________________.
Situação Social
Pensamentos__________________________________________________
Sentimentos___________________________________________________
Comportamentos_______________________________________________
Reações físicas_________________________________________________
Processamento pós evento
Pensamentos_________________________________________________
Sentimentos___________________________________________________
Comportamentos_______________________________________________
Reações Físicas_______________________________________________
E o outro?
218
Sessão III: Tarefa entre sessões: Criar três situações para escutar o outro, evitando fazer autoprocessamento e preencher a folha entendendo a fobia social.
Formatado: Fonte: Negrito
Descrever as três situações da tarefa entre sessões:
OBS: pelo menos uma pessoa desconhecida e uma conhecida.
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
219
Formatado: Sublinhado
Material Sessão IV
Formatado: Centralizado
Tarefa entre sessões:
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Praticar a respiração diafragmática.
Escolher pelo menos três situações para iniciar e manter uma conversa com pessoas conhecidas e
desconhecidas, procurando ler o ambiente social e escutar o outro.
Preencher a folha entendendo a fobia social.
Descrever as três situações da tarefa entre sessões:
OBS: pelo menos uma pessoa desconhecida e uma conhecida.
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
220
Formatado: Sublinhado
Material Sessão V
Formatado: Centralizado
Em nosso trabalho juntos temos identificado a relação entre pensamentos, sentimentos, reações físicas, e
comportamentos.
As reações físicas aparecem sempre que ficamos ansiosos, por exemplo: suor, coração acelerado, ficar
vermelho, respiração acelerada, tremer, gaguejar. No momento da ansiedade nosso organismo responde
ao perigo que estamos identificando, pessoas com fobia social se sentem ameaçadas em situações sociais
e o corpo reage para se proteger. Isso é o que chamamos de reação de luta e fuga. Esse nome é
justamente porque o organismo se prepara para lutar ou fugir de um perigo. Para os nossos ancestrais,
que viviam em cavernas, essa reação permitia a sobrevivência, e ainda hoje esse mecanismo é
fundamental, por exemplo, um carro vem em sua direção á toda velocidade buzinando, é essa ativação
rápida e automática que faz você correr, lhe protegendo.
Nos transtornos de ansiedade não é a reação de luta e fuga o problema, mas sim a ativação da reação em
uma situação que não é ameaçadora para nossa vida. Por mais desagradável que uma situação social
seja, ela não é perigosa.
Uma forma de manejar melhor nossos sintomas físicos é aprender a relaxar através de uma mudança na
nossa forma de respirar e de perceber a tensão nos músculos do corpo, além de desligar, um pouco, os
pensamentos. Isso pode ser alcançado pelo treino repetido da respiração diafragmática aprendida e do
relaxamento realizado na sessão. O ideal é praticar mais de uma vez por dia com o CD fornecido.
Sessão V: Tarefa entre sessões:
Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido.
Escolher pelo menos 3 situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e
encerrar uma conversação com conhecidos e desconhecidos.
Descrever as três situações da tarefa entre sessões:
OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida
Situação 1:
221
Situação 2:
Situação 3:
Formatado: Sublinhado
Material Sessão VI
Formatado: Centralizado
Tarefa entre sessões:
Escolher pelo menos três pessoas para elogiar.
Preencher a folha entendendo a ansiedade social com alguma situação de ansiedade durante a semana.
Lembrar que as tarefas são cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar tópicos já
trabalhados.
Lembrar os tópicos até hoje, mencionados:
Continuar preenchendo a folha que questiona a crença central, buscando evidências que desconfirme a
crença.
Aprender a escutar o outro, não fazendo auto processamento.
Ler o ambiente social.
Iniciar conversas com conhecidos e desconhecidos.
Manter a conversa (perguntas abertas).
Mudar de assunto, avaliando o tempo ideal para isso, como brechas e fim de outros assuntos.
Encerrar conversa.
Identificar pensamentos automáticos e quais são as distorções de pensamento que podem estar mais se
ativando no seu caso.
Identificar o ciclo da fobia social: processamento pré-evento, na situação e pós-evento.
222
Estabelecer diferenças entre situação, sentimento, pensamento, comportamento e reações físicas em cada
fase do ciclo.
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão VI Tarefa entre sessões:
Formatado: Fonte: Negrito
Como manejar as reações físicas: respiração diafragmática e relaxamento muscular.
Escolher pelo menos três pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo a ansiedade social com
alguma situação de ansiedade durante a semana.
Descrever as três situações da tarefa entre sessões:
Formatado: Justificado
OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida.
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
223
Formatado: Sublinhado
Material Sessão VII:
Formatado: Centralizado
Tarefa entre sessões:
Escolher pelo menos uma situação social que cause ansiedade moderada para preencher as folhas
entendendo a ansiedade social e testando pensamentos.
Escolher duas gafes para cometer, o terapeuta avalia de acordo com o caso individual quais as melhores
situações para cometer gafes.
Descrever as três situações da tarefa entre sessões, incluindo as duas situações de gafes:
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
224
Folha: Testando Seus Pensamentos.
• Qual é a situação: _____________________________________________________
Formatados: Marcadores e
numeração
• O que estou pensando ou imaginando? _____________________________________
Formatados: Marcadores e
numeração
• Quanto acredito nisso?
avalie de 0 a 10: ___ )
um pouco
• Como esse pensamento fez me sentir?
______________________
• Quão forte é o sentimento?
10: __)
médio
zangado
um pouco forte
muito
triste
(ou
Formatados: Marcadores e
numeração
nervoso outro:
médio
Formatados: Marcadores e
numeração
muito forte (ou avalie de 0 a
Formatado: Cor da fonte:
Automática
Formatados: Marcadores e
numeração
• O que me faz pensar que o pensamento é verdadeiro?
Formatados: Marcadores e
numeração
• O que me faz pensar que o pensamento não é verdadeiro ou totalmente verdadeiro?
Formatados: Marcadores e
numeração
• Há alguma outra forma de ver isso?
Formatados: Marcadores e
numeração
• Qual o pior que poderia acontecer? Eu poderia sobreviver a isso?________________
Formatados: Marcadores e
numeração
• Qual o melhor que poderia acontecer?___________
Formatados: Marcadores e
numeração
• O que é o que mais provavelmente irá acontecer?___________________
Formatados: Marcadores e
numeração
•
O que acontecerá se continuar a pensar da mesma forma?
•
O que aconteceria se eu mudasse o meu pensamento?
•
O que eu diria para um amigo meu se isso acontecesse com ele?
Formatados: Marcadores e
numeração
• O que eu deveria fazer agora?
• Quanto eu acredito nesse pensamento negativo agora? um pouco
Formatados: Marcadores e
numeração
médio muito
(ou avalie de 0 a 10: ____ )
• Quão forte está o meu sentimento negativo agora?
muito forte (ou avalie de 0 a 10: ___ )
um pouco forte
médio
Formatados: Marcadores e
numeração
225
Formatado: Sublinhado
Material Sessão VIII:
Formatado: Centralizado
Formatado: Sublinhado
Habilidades Empáticas:
A empatia é uma habilidade social bastante importante, já começamos a praticá-la nas nossas sessões.
Ser empático significa compreender e sentir o que outra pessoa pensa e sente em uma situação,
devolvendo essa compreensão e sentimento. Para sermos empáticos é importante tentar se colocar no
lugar do outro identificando três componentes:
Componente cognitivo: interpretar e compreender os sentimentos e pensamentos do outro.
Componente afetivo: se colocar no lugar do outro, buscando experienciar sua emoção.
Componente comportamental: expressar a compreensão e sentimentos para o outro através de
comportamentos verbais e não verbais.
Já começamos a fazer isso nos exercícios em que aprendemos a escutar o outro, para ser empático
precisamos saber escutar verdadeiramente o outro, e responder com sinceridade. Além de escutar o
outro, prestar atenção, iniciar uma conversa, conversar com alguém que está revelando um problema,
expressar sentimentos positivos e negativos, expressar afeto e apoio também são habilidades empáticas.
A empatia não significa consolar o outro dando conselhos ou dizendo frases feitas de caráter
conformista, mas sim verdadeiramente se colocar no lugar do outro compartilhando sentimentos e
pensamentos.
Para sermos empáticos precisamos estar conscientes dos pensamentos e sentimentos do outro, prestando
atenção e ouvindo verdadeiramente o outro. Escutar o outro significa deixar de lado momentaneamente
seus próprios sentimentos e pensamentos, procurando se colocar no lugar do outro, o aceitando, sem
julgar. O bom ouvinte é aquele que aprecia a outra pessoa tal como ela é, aceitando os seus sentimentos
e idéias, tais como eles são. Como conseqüência, a pessoa se sente entendida, reconhecida, aceita e
valorizada. Os comportamentos que demonstram atenção empática são predominantemente não-verbais:
(a) fitar diretamente a outra pessoa, adotando uma postura que identifique envolvimento; (b) adotar uma
postura aberta, evitando cruzar os braços e as pernas; (c ) inclinar-se levemente em direção à pessoaalvo; (d) acenar com a cabeça e/ou usar vocalizações breves (ex.: “hum-hum”) quando a pessoa está
revelando algo importante; (e) adotar uma postura descontraída - gestos nervosos, tais como: tamborilar,
balançar a perna ou remexer-se na cadeira demonstram impaciência e desinteresse.
Procurar identificar as emoções do outro enquanto ele fala, as expressões faciais e movimentos que
possam indicar seus sentimentos. Por exemplo, comportamento corporal (postura, movimentos
corporais), expressões faciais (sorrisos, cenho franzido, sobrancelhas arqueadas, lábios contraídos);
relação entre a voz e o comportamento (tom de voz, intensidade, inflexão, espaço entre as palavras,
fluência etc.); respostas autonômicas observáveis (respiração acelerada, rubor, palidez, dilatação da
pupila), aparência geral.
226
Relacionar essas informações percebidas para entender realmente a outra pessoa, devolvendo a ela sua
compreensão. A função da verbalização empática é fazer com que a outra pessoa se sinta compreendida,
encorajando-a a explorar as suas preocupações de forma mais completa.
Um exemplo de verbalização empática dirigida a uma pessoa que está triste por não conseguir um
emprego após passar por um processo seletivo, poderia ser: “É muito ruim esforçar-se tanto para
conseguir um emprego e depois de uma seleção longa não conseguir. Você deve estar se sentindo
frustrado por não ver seus esforços recompensados, não é mesmo?”.
Nesse exemplo, a outra pessoa foi ouvida, sem julgamentos e compreendida. Um exemplo de
verbalização não empática poderia ser: “Não há razão para ficar triste. Outras oportunidades vão
aparecer”. Neste caso o sentimento e a perspectiva da outra pessoa são desvalorizados. O indivíduo é
considerado inadequado por “exagerar” no seu sentimento e por “supervalorizar” a importância do
emprego.
Mesmo em situações difíceis de briga e conflito a empatia pode ser muito adequada. Quando a outra
pessoa está com raiva ou magoada, demonstrar compreensão e aceitação dos sentimentos e perspectivas
desta pode melhorar a comunicação.
Hoje, na sessão, conversamos sobre empatia e fizemos alguns exercícios, para continuarmos a
desenvolver essa habilidade é importante colocá-la em prática entre as sessões. Escolha pelo menos três
situações com nível médio de dificuldade para ser empático. Preencha a folha “testando pensamentos” e
lembre-se que as tarefas são cumulativas e sua participação em insistir praticando é fundamental para o
sucesso do tratamento.
Sessão VIII:
Tarefas entre sessões:
Descreva as três situações da tarefa entre sessões, habilidades empáticas:
Situação 1:
227
Situação 2:
Situação 3:
Formatado: Sublinhado
Material Sessão IX
Formatado: Centralizado
Crie situações para colocar em prática pelo menos três situações para treinar as habilidades empáticas:
expressar afetividade e revelar sentimentos.
Situação 1:
Situação 2:
228
Situação 3:
Formatado: Sublinhado
Material Sessão X:
Formatado: Centralizado
Habilidades assertivas:
Formatado: Sublinhado
Desenvolver as habilidades assertivas favorece a comunicação, permitindo que a pessoa lute e defenda
seus próprios direitos, respeitando o direito dos outros. A assertividade é definida como a capacidade de
defender os próprios direitos e de expressar pensamentos, sentimentos e crenças de forma honesta, direta
e apropriada, sem violar os direitos da outra pessoa. A autoconsciência é um componente importante da
assertividade. Desenvolver a autoconsciência significa organizar e entender os próprios pensamentos,
sentimentos e comportamentos. Para atingir a autoconsciência, o indivíduo necessita procurar saber o
que quer na situação, qual é o seu desejo; identificar quais são suas expectativas e identificar seus
próprios sentimentos.
Quando não somos assertivos em uma situação podemos estar sendo passivos, mesmo estando
incomodado ou se sentindo desrespeitado ficar calado, por medo de desaprovação, ou vergonha. Em
geral quando repetimos o comportamento passivo, acumulamos raiva e descontentamento até não
aguentarmos mais, explodindo, muitas vezes, nos comportando de forma agressiva. Ser assertivo muitas
vezes é difícil por significar discordar ou enfrentar outra pessoa, gerando ansiedade e esquiva. É uma
habilidade que muitas vezes pode melhorar a qualidade das relações, porém nem sempre que nos
comportamos de forma assertiva o outro compreende. O importante é focarmos em estarmos bem com
229
nossa consciência, escolhendo de acordo com o próprio desejo qual a melhor forma de agir em uma
situação. Muitas vezes escolhemos ser passivo devido as consequências de uma situação. Por exemplo,
nem sempre é possível ser assertivo com nosso chefe, ou com uma pessoa idosa, ou em uma situação
que avaliamos não valer a pena. Não existe certo e errado nos comportamentos sociais, mas sim qual a
melhor forma de agir de acordo com nosso objetivo em uma situação. A idéia do tratamento é
desenvolver várias habilidades sociais para aumentar a opção de escolha de vocês nas situações
cotidianas.
Podemos destacar algumas habilidades assertivas, como: manifestar opinião, concordar/discordar,
encerrar conversação, dizer não, fazer, aceitar e recusar pedidos, desculpar-se, admitir falhas, interagir
com autoridades, estabelecer relacionamentos afetivos e/ou sexuais, encerrar relacionamentos, expressar
raiva/desagrado, pedir mudança de comportamentos, defender os próprios direitos e lidar com críticas.
Durante as próximas sessões estaremos trabalhando para desenvolver as habilidades assertivas.
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão X:
Tarefa entre sessões:
Escolher pelo menos três situações para colocar em prática as habilidades assertivas trabalhadas na
sessão. Continuar a preencher as folhas “Entendendo a ansiedade social” e “testando pensamentos”
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
230
Formatado: Sublinhado
Material Sessão XI:
Formatado: Centralizado
Formatado: Fonte: Negrito,
Sublinhado
Tarefas entre sessões:
Criar situações para colocar em prática cada uma das habilidades trabalhadas na sessão (dizer não, fazer
pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial). Preencher a folha testando
pensamentos com alguma situação da tarefa de casa.
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
Situação 4
231
Formatado: Sublinhado
Material Sessão XII:
Formatado: Centralizado
Formatado: Sublinhado
Tarefa entre sessões:
1) Ler e preencher o material sobre situações que ainda evita.
Formatados: Marcadores e
numeração
2) Escolher situações para colocar em prática do conjunto empatia-assertividade, quanto mais
Formatado: Sem sublinhado
situações, melhor.
3) Cada um deve selecionar uma música para trazer na sessão que vem. Pode ser uma música
Formatado: Sem sublinhado
representativa de sua vida, ou apenas uma música que goste.
Já estamos do meio para o final da terapia, temos trabalhado muitas habilidades sociais e tentado
modificar pensamentos disfuncionais e as crenças que cada um identificou no início da terapia. É
fundamental que continuem a exercitar cada habilidade que trabalhamos, questionando os pensamentos
que atrapalham. Porém existem atividades que evitamos, de forma sutil ou não, que apenas nós podemos
identificar. Vamos compartilhar com o grupo o que ainda evitamos devido à fobia social, preenchendo a
lista abaixo. Vamos pensar nas situações que ainda evitamos e dar uma nota de 0 a 10, em que 0
significa nenhuma ansiedade, e 10 representa ansiedade máxima. Preencha suas situações nas linhas
abaixo:
Lista de situações que evita devido à ansiedade social:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________
232
Agora coloque as situações em ordem de dificuldade, da situação que provoca menos ansiedade para a
que provoca mais ansiedade, anotando ao lado os pensamentos ansiosos ligados a cada situação e
também os sentimentos.
Lista de situações em ordem de dificuldade e pensamentos / sentimentos associados:
Situação e nota do grau de pensamentos
sentimentos
ansiedade (0-10).
Exemplo:
Perguntar
Vou parecer idiota, todos Medo/ ansiedade.
a
algum me notarão e verão como
professor em sala de aula – sou idiota.
nota: 3.
233
Agora preencha a folha testando pensamentos para cada situação e traga na próxima sessão. Folha
Testando Seus Pensamentos:
• Qual é a situação: __________________________________________________________________
Formatados: Marcadores e
numeração
• O que estou pensando ou imaginando? _________________________________________________
Formatados: Marcadores e
numeração
• Quanto acredito nisso?
avalie de 0 a 10: ___ ).
Formatados: Marcadores e
numeração
um pouco
• Como esse pensamento fez me sentir?
outro______________________
• Quão forte é o sentimento?
10: __).
médio
zangado
um pouco forte
muito
triste
(ou
nervoso
médio
Formatados: Marcadores e
numeração
muito forte (ou avalie de 0 a
Formatados: Marcadores e
numeração
• O que me faz pensar que o pensamento é verdadeiro?______________________________________
Formatados: Marcadores e
numeração
• O que me faz pensar que o pensamento não é verdadeiro ou totalmente verdadeiro?______________
Formatados: Marcadores e
numeração
• Há alguma outra forma de ver isso?____________________________________________________
Formatados: Marcadores e
numeração
• Qual o pior que poderia acontecer? Eu poderia sobreviver a isso?_____________________________
Formatados: Marcadores e
numeração
• Qual o melhor que poderia acontecer? __________________________________________________
Formatados: Marcadores e
numeração
• O que é o que mais provávelmente irá acontecer? _________________________________________
Formatados: Marcadores e
numeração
• O que acontecerá se continuar a pensar da mesma forma?___________________________________
• O que aconteceria se eu mudasse o meu pensamento?______________________________________
• O que eu diria para um amigo meu se isso acontecesse com ele?______________________________
• O que eu deveria fazer agora?_________________________________________________________
Formatados: Marcadores e
numeração
• Quanto eu acredito nesse pensamento negativo agora? um pouco
Formatados: Marcadores e
numeração
médio muito
(ou
avalie de 0 a 10: ____ )
• Quão forte está o meu sentimento negativo agora?
um pouco forte
médio
muito forte (ou avalie de 0 a 10: ___ )
234
Sessão XII: Tarefa entre sessões:
Escolher pelo menos três situações para colocar em prática o conjunto empatia-assertividade; quanto
mais situações, melhor.
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
235
Formatado: Sublinhado
Material Sessão XIII
Formatado: Centralizado
Tarefa entre sessões:
Escolher pelo menos três situações para colocar em prática as habilidades relacionadas à interação com o
gênero oposto e paquera.
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
236
Formatado: Sublinhado
Material Sessão XIV
Formatado: Centralizado
Hoje na sessão acabamos de construir a hierarquia de situações sociais difíceis para cada um, anotamos e
reestruturamos os pensamentos automáticos relacionados a cada item, graduamos do mais fácil para o
mais difícil e planejamos uma ação para cada item. Essa hierarquia deve ser colocada em prática
gradualmente até o final da terapia. Até a próxima sessão tente ao máximo fazer os primeiros itens e
anote abaixo como foi:
Item 1:
Item 2:
Item 3:
Formatado: Centralizado
237
Formatado: Fonte: Negrito,
Sublinhado
Material Sessão XV
Formatado: Sublinhado
Tarefa entre sessões:
Formatado: Fonte: Negrito,
Sublinhado
1) Criar pelo menos três situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista,
uma opinião.
2) preparar esboço para apresentar em público (5 minutos) e vestir-se de acordo.
Siga o roteiro abaixo:
Preparando uma apresentação:
Escolha do tema:
Quem é o público? Leigos, homens, mulheres, pessoas com conhecimento profundo de uma área?
Formatados: Marcadores e
numeração
Qual o objetivo de sua apresentação? Informar, expor resultados, entreter, convencer, vender,
aprofundar um tema?
Qual o tema geral de sua apresentação?
Identificar pontos principais da apresentação, o que exatamente você deseja que o público
aprenda?Em geral as apresentações tem 2 ou 3 pontos principais.
Organização das informações:
Em que ordem vai apresentar? Seqüência de pontos relevantes organizados em ordem de tempo; ou
Formatados: Marcadores e
numeração
introdução, hipóteses, discussão e conclusão; ou identificação de um problema e apresentação de
soluções efetivas?
Como tornar sua apresentação mais interessante para a platéia?
1. Desenvolver
2. Fornecer
material visual que complemente resumidamente a apresentação.
uma visão geral, roteiro da apresentação. Facilita a platéia acompanhar a apresentação
Por exemplo: Existem 3 processos cognitivos na fobia social: processamento pré-evento;
processamento durante o evento e processamento pós-evento. No processamento pré-evento e
continuar.
3. Resumir
Formatados: Marcadores e
numeração
um assunto que acabou de falar para introduzir um outro ponto.
Por exemplo: A fobia social ativa um processamento cognitivo em que o medo da avaliação
negativa do outro, ativa um ciclo vicioso que se retroalimenta. Além dos fatores já discutidos, as
pesquisas atuais têm investigado o papel da ativação cerebral na fobia social e continuar.
Como começar a apresentação:
A introdução é uma parte importante da apresentação, deve ser breve, não mais que 10 a 20% do total de
tempo da apresentação.
Uma boa forma de iniciar é falando da importância do tema para aquela platéia, em que as informações
poderão ser úteis, ou o que torna o tema interessante para você e para a platéia. Especifique a
importância do tópico.
238
Exemplo:
Hoje a fobia social atinge de 3 a 13% da população, sendo o 3º transtorno psiquiátrico mais comum.
Hoje falarei sobre o diagnóstico e tratamento desse transtorno que causa um prejuízo significativo na
vida das pessoas que sofrem com esse diagnóstico. Acredito que a melhor forma dos profissionais de
saúde ajudarem em nossa estatística é possuir um conhecimento atualizado.
Outra opção é surpreender a platéia contando uma história ou fazendo uma declaração bizarra ou de
impacto;
Exemplo: Hoje falarei sobre a fobia social, meu interesse por esse tema surgiu de minha própria
dificuldade, há um ano atrás eu não conseguia falar em público e não poderia estar aqui.
A fobia social é um transtorno muito prevalente, atinge de 3 a 13 % da população e continuar.
Questionar a platéia também é uma opção.
Exemplo:
Hoje falarei sobre fobia social, um transtorno psiquiátrico em que as pessoas têm medo da avaliação
negativa do outro Esse medo leva a fuga de situações sociais ou a exposição com muito desconforto,
causando um prejuízo significativo. Gostaria que cada um de vocês pensasse se conhecem alguém que
poderia se encaixar nesse diagnóstico. Quem conhecer, por favor, levante a mão.
Não esquecer de especificar o tema da apresentação e ao longo da apresentação cada tópico. Essa
informação é óbvia para o apresentador, mas não para a platéia.
Organizar os tópicos, bem como o que é fundamental ser dito em cada tópico
Como encerrar a apresentação?
Encerrar a apresentação é semelhante a introduzir, não deve levar mais do que 10 a 15% do tempo.
Informe ao público que está finalizando através de palavras: concluindo, resumindo, como era seu
objetivo inicial, enfim, a proposta dessa apresentação foi e continuar.
Resumir a idéia da apresentação: idéia central e pontos principais.
Resumir os pontos mais relevantes para a platéia.
Voltar para introdução e ligar as idéias expostas.
Procurar ser direto e objetivo.
Agradecer a atenção ou a oportunidade.
Exemplo:
Tema: Fobia Social
Público: profissionais da área
Tempo estimado: 20 minutos
239
Objetivo: apresentar os resultados de uma pesquisa que investigou o tratamento desse transtorno,
chamando atenção para a importância do encaminhamento para tratamento psicológico, em grupo.
Tópicos:
Introdução: Por que é interessante? Por que eu escolhi esse tema?
Resumo da apresentação:
O que á a fobia social?
Prevalência, critérios de diagnóstico (informações em ordem cronológica de 1980 a 2007).
Como é o tratamento?
Objetivos, número de pessoas, principais intervenções psicológicas.
Resultados da pesquisa.
Dados antes do tratamento, na última sessão e um mês após o término.
Dados qualitativos (minhas observações enquanto terapeuta).
Conclusão:
O tratamento em grupo é o mais indicado.
Outros estudos que têm os mesmos resultados.
Agradecimento.
Dicas:
Procurar estar vestido de acordo com a situação, em geral um pouco mais arrumado que a platéia.
Alternar o tom de voz, dando vida às informações.
Fazer contato ocular com a platéia, alternado entre pessoas em toda a extensão da platéia.
Movimentar o corpo espontaneamente, procurando tranqüilidade.
Usar as técnicas de respiração.
Usar as técnicas de reestruturação de pensamentos para ter segurança, sem medo de errar.
Você consegue! Não esqueça que a prática é fundamental, falar em público é uma habilidade, quanto
mais prática, melhor o desempenho.
Preencha o quadro abaixo:
Pensamentos automáticos disfuncionais
Pensamentos alternativos reestruturados
sobre apresentar em público
Exemplo: vai me dar branco
Isso é desagradável, porém não estragará a
apresentação, estou bem preparado e
possuo um roteiro. Apenas eu sei o que
devo falar, logo se me der branco vou para
o item seguinte e depois se lembrar, volto
240
Formatados: Marcadores e
numeração
Formatado: Sem sublinhado
Tarefas entre sessões:
Escolher pelo menos três situações para colocar em prática as habilidades relacionadas à argumentação.
Criar situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista, uma opinião.
Situação 1:
Situação 2:
241
Situação 3:
Formatado: Sublinhado
Material Sessão XVI
Formatado: Centralizado
Hoje treinamos a habilidade falar em público, cada um teve a oportunidade de ver seu desempenho em
vídeo e reestrutura pensamentos, além de treinar os passos para a construção de uma boa apresentação.
A tarefa entre sessões é justamente tentar criar uma situação ou mais para treinar essa habilidade. Pode
ser uma apresentação no trabalho, faculdade, clube, igreja ou juntar amigos e conhecidos para
colaborarem com o tratamento e servirem de platéia. Tente ao máximo criar situações para falar em
público, anotando os pensamentos automáticos relacionados.
Exposição falar em público:
242
Formatado: Centralizado
Formatado: Sublinhado
Material Sessão XVII
Formatado: Centralizado
Na terapia vocês identificaram uma crença central que interfere na vida de cada um. Vamos relembrar
juntos qual a crença e que coisas vocês anotaram durante a terapia que não apóiam essa crença.
Crença Central ________________________________________________________
Fatos que questionam:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
243
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
Formatado: Fonte: Negrito
Sessão XVII: Tarefa entre sessões:
Tentar construir agora um cartão de enfrentamento conforme conversado na sessão. Em um cartão de
enfrentamento escrevemos coisas que aprendemos na terapia e podem ser úteis em possíveis recaídas.
O que mais lhe ajudou? Qual diálogo interno você precisa acreditar mais? Como responder a
pensamentos disfuncionais? Como é sua faceta saudável?
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
Formatado: Sublinhado
Material Sessão XVIII
244
Encerramento
Hoje foi nosso último dia de terapia, dia para avaliarmos os ganhos e nos prepararmos para situações
futuras. Como vimos nas sessões, o processo de melhora não acabou, pelo contrário, acabou de começar.
Com o fim de nossos encontros é importante continuar colocando em prática as habilidades trabalhadas
em grupo. Lembre-se, não se progride de forma uniforme, os altos e baixos fazem parte do processo e
são esperados. Isso não deve ser motivo para desanimo, e sim entendido como uma situação de
aprendizado, uma oportunidade para identificar pensamentos, crenças, comportamentos e entender um
pouco mais de si e de seu processo de melhora. Também é normal que seu humor tenha altos e baixos;
temos dias piores e dias melhores, isso não significa um retrocesso, apenas faz parte da vida cotidiana.
O ideal é enfrentar as situações sociais colocando o aprendizado da terapia em prática, evitar é sempre
pior. Se uma situação estiver muito difícil, procure fazer uma hierarquia, dividindo aquela situação em
pequenos pedaços, reestruturando pensamentos, identificando o processamento característico da fobia
social, usando o relaxamento, as anotações de terapia, se preparando para enfrentar gradualmente o
desafio. Se mesmo assim recair, não se desespere, reflita para identificar o que aconteceu. Quais os
pensamentos? Alguma distorção cognitiva? Será que o passo da hierarquia não estava grande demais?
Reavalie a situação propondo outro plano de ação para seguir em frente.
Sempre aprendemos com os fracassos, não abandone, continue tentando para se descobrir capaz. Olhe o
cartão de enfrentamento construído na terapia e siga em frente!
Lembre-se:
“Rir é arriscar parecer tolo
Chorar é arriscar parecer sentimental
Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento
Expor sentimentos é arriscar rejeição
Expor seus sonhos perante a multidão
É arriscar parecer ridículo
Amar é arriscar não ser amado de volta
Seguir adiante face à probabilidades irresistíveis
É arriscar ao fracasso
Apenas uma pessoa que corre riscos é livre”.
Alexandre Lowen.
PARABÉNS POR TER CHEGADO ATÉ AQUI! ISSO É UMA GRANDE VITÓRIA E SINAL
DE MUITA FORÇA E DETERMINAÇÃO!
Formatado: Cor da fonte:
Automática
12. 1.1 Apêndice: Relaxamento (adaptação do Relaxamento Muscular Progressivo de Jacobson,
1938 citado por Rangé, 2001).
245
Formatado: Fonte: Não
Negrito
Instruções de Relaxamento
• De início, procure ficar o mais confortável possível. Deite-se confortavelmente, procurando livrar seu corpo de toda
tensão, deixando-o mole.
• Agora respire fundo, aspirando profundamente e retendo o ar por 5 segundos. Expire, exalando o ar suavemente e
sentindo uma sensação de calma começando a se expandir. Então continue a respirar suavemente, apenas concentrando-se
em sentir o peso de seu corpo, por toda a parte.
• Estude o peso de seu próprio corpo. Isso deverá trazer uma sensação de calma e tranqüilidade por toda a parte (pausa de
10 segundos).
• Contraia suavemente os seus braços (punhos, antebraços e braços). Imagine que você está segurando algo pesado com
seus dois braços estendidos. Sinta a tensão em cada parte deles. Solte-os! Solte tudo em cada braço. Sinta a diferença
entre o momento anterior quando estavam contraídos e agora que estão soltos e relaxados. Repita isto três vezes, variando
o grau de tensão cada vez. Procure localizar onde você sente tensão quando estão contraídos e solte os músculos de modo
a ficarem bem soltos e relaxados nos locais em você sente a tensão. Depois apenas deixe-os soltos, procurando sentir o
peso de cada braço e tentando aumentar cada vez mais a sensação de peso que será maior quanto mais você soltar seus
músculos do braço e eles ficarem moles. Repita para si mesmo dez vezes: "estou sentindo meus braços cada vez mais
pesados, pesados; estou sentindo meus braços cada vez mais soltos, relaxados e pesados". E vá sentindo o relaxamento
deles aumentar. Deixe-os ficarem bem soltos e relaxados, pesados... pesados... (Não os movimente mais.)
• Faça o mesmo com sua pernas. Contraia suas coxas, sentindo-as ficarem duras na parte superior. Contraia sua batatas das
pernas, trazendo as pontas dos pés para trás, na direção das coxas. Sinta toda a tensão de suas pernas. Localize onde a
sente a tensão e perceba como suas pernas ficam quando estão tensas e duras. Agora relaxe! Solte todos os músculos das
pernas. Compare a diferença entre este momento e o anterior. Veja como é agradável ter as pernas soltas e relaxadas. Abra
os pés o máximo possível para fora e sinta os músculos internos das coxas. Solte-os e sinta as pernas totalmente soltas,
pesadas, com os pés caídos para os lados. Repita contrações e relaxamentos com tensões variáveis até finalmente soltar
tudo e deixar as pernas bem pesadas. Procure aumentar a sensação de peso soltando cada vez mais. Repita para você
mesmo 10 vezes: "estou sentindo minhas pernas cada vez mais pesadas; estou sentindo minhas pernas cada vez mais
soltas, relaxadas... pesadas... pesadas..." (Não as movimente mais.)
• Levante os ombros, como se tentasse encostá-los nas orelhas. Sinta a tensão que se produz e onde ela se localiza. Solte-os.
Compare a diferença. Movimente-os para trás, abrindo o peito. Sinta a tensão e perceba onde ela se localiza. Faça o
mesmo para a frente. Solte os ombros completamente e deixe-os ficarem bem pesados e confortáveis.
• Movimente sua cabeça para o lado direito e sinta a tensão que se produz e onde se localiza. Faça o mesmo para o lado
esquerdo. Depois faça para trás. Depois levante-a um pouco e sinta a tensão e onde ela se produz. Solte a cabeça e o
pescoço, deixando-a cair pesadamente sobre o travesseiro.
• Contraia o abdômen deixando-o bem duro. Sinta como fica e solte-o. Perceba a diferença entre os dois momentos. Agora,
contraia-o para fora, estufando a barriga. Sinta como ele fica e relaxe, percebendo a diferença entre os dois momentos.
Encolha a barriga para o fundo, como se tentasse encostá-la nas costas. Sinta a tensão, como ela é e onde se localiza. Solte
e relaxe totalmente a barriga. Deixe-a movimentar-se apenas pela respiração suave e superficial. Solte os músculos do
tórax, deixando os ombros caírem pesados. Concentre-se na sua respiração e deixe-a ficar bem suave, calma e tranqüila.
Repita para si mesmo 10 vezes: "estou sentindo minha respiração cada vez mais calma e tranqüila; estou sentindo meu
corpo cada vez mais calmo e tranqüilo, pesado... pesado..."
• Contraia sua testa como se você quisesse olhar para cima da sua cabeça sem movimentá-la. Ela vai ficar toda enrugada,
como quando a gente fica espantado. Perceba onde se localiza a tensão. Solte a sua testa e couro cabeludo e perceba a
diferença entre os dois momentos. Franza o cenho, encostando uma sobrancelha na outra. Sinta onde localiza esta tensão.
Solte e relaxe a sua testa, completamente. Deixe-a ficar solta e relaxada.
• Feche seus olhos e contraia suas pálpebras com força. Sinta a tensão que se produz e onde ela se localiza. Solte. Deixe-as
apenas caírem sobre os olhos. Movimente agora os seus olhos, sem abri-los, para a direita e para a esquerda, para cima e
para baixo. Sinta a tensão que se produz. Agora deixe-os soltos. Perceba a diferença entre tensão e relaxamento nos olhos
e pálpebras e deixe ambos ficarem bem relaxados. Deixe suas pálpebras ficarem bem pesadas, pesadas, caindo
pesadamente sobre os olhos e estes soltos, bem soltos.
• Contraia seus lábios, mandíbulas, língua e boca. Sinta a tensão que se produz na parte de baixo de sua face. Solte tudo.
Deixe seu queixo cair e a boca ficar entreaberta. Sinta como sua face está cada vez mais relaxada: sua testa está solta, seus
olhos e pálpebras estão pesados, seus lábios estão soltos, sua boca está entreaberta e pesada pois seu queixo está caído.
• Continue a respirar suavemente. Repare como sua respiração está calma e tranqüila, sua face está solta e relaxada, seu
corpo está pesado... pesado... Repita para você mesmo 10 vezes: "estou sentindo meu corpo cada vez mais relaxado,
calmo e tranqüilo, pesado... pesado".
• Sinta o seu corpo todo relaxado e pesado. Sinta como é agradável ter o corpo todo relaxado. Repita para você mesmo 10
vezes: "estou sentindo meu corpo cada vez mais relaxado... calmo... tranqüilo... pesado... pesado... calmo... tranqüilo...
pesado, pesado..."
• Imagine uma situação muito diafragmática, calma, tranqüila: pode ser você deitado em uma praia deserta, na sombra, com
uma pequena brisa roçando seu corpo; ou numa relva no campo; enfim, aquela situação em que você ficaria o mais
relaxado possível, calmo... tranqüilo... pesado... pesado... Observe como o seu corpo está verdadeiramente muito pesado.
Sinta a resistência da cama ou sofá onde você está deitado. Deixe-se ficar assim por um minuto, sentindo o gozo de estar
totalmente relaxado.
246
• Quando tiver cansado de estar relaxado, comece a movimentar suavemente os dedos das mãos, dos pés, os braços e
pernas, depois abra os olhos e comece a se espreguiçar bem devagar, dizendo mentalmente a fórmula: “Cinco,
quatro...três...dois...um. Estou me sentindo bem, calmo e tranqüilo”, até finalmente se levantar.
247
12.2.
Apêndice: Gráfico de avaliação da sessão de videofeedback (exemplo)
Gráfico 10. Gráfico da avaliação por parte do grupo e co-terapeutas do desempenho de cada um na
apresentação em público de acordo com a Escala de Avaliação de Desempenho
Excluído: ¶
<sp><sp>FOLHAENTENDENDO A ANSIEDADE
SOCIAL¶
CRENÇAS –Sobre si, os outros
e
... [6]
o mundo¶
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
7,00
Formatado: Fonte: Negrito
I.1- Contato Visual
I.2- Expressão Facial
I.3- Orientação Corporal
I.4- Gestos
I.5- Volume da voz
I.6- Entonação
I.7- Fluência
I.8- Velocidade
I.9- Clareza
I.10- Conteúdo
I.11- Organização dos tópicos
I.12- Domínio do tema
I.13- Otimização do tempo
I.14- Aparência do palestrante
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado
... [7]
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
MEDIA GERAL
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado
... [8]
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado
248
... [9]
13.
ANEXOS
249
13.1ANEXO
250
13. 2 ANEXO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DE PARTICIPAÇÃO
EM PROTOCOLO DE PESQUISA CLÍNICA
Pesquisador responsável: Maria Amélia Penido
Projeto de pesquisa: Uma Experiência de Tratamento Cognitivo-Comportamental em Grupo para Ansiedade
Social utilizando Teatro do Oprimido e Vídeo-Feedback
NOME :_____________________________________________________
Eu, abaixo assinada, declaro ter lido e/ou ouvido a leitura do presente Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido e informo estar ciente do que se segue:
Esta pesquisa destina-se a avaliar a eficácia de um tratamento psicológico em grupo para ansiedade
social Esse tratamento será realizado na Divisão de Psicologia Aplicada da Universidade Federal do Rio
de janeiro –UFRJ- em 20 sessões de uma hora e cinqüenta minutos com freqüência semanal . As sessões
serão conduzidas sempre por dois psicólogos pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Nessas 20 sessões serão utilizadas técnicas de teatro e utilização de filmagem em vídeo para o
tratamento psicológico. Cada participante deverá responder a questionários de avaliação psicológica
antes do inicio do tratamento, no último dia do tratamento e um mês após o término do tratamento, e três
meses após o término do tratamento. Não é garantido que este tratamento funciona.
É garantido o anonimato dos resultados individuais obtidos, que não serão divulgados. A participação
nessa pesquisa é voluntária, cada participante pode se retirar a qualquer momento, bem como recusar a
responder qualquer item quando achar ser conveniente, sem que isso acarrete nenhum prejuízo ou
problema quanto ao atendimento. No caso de desistência a pessoa será atendida de acordo com o
funcionamento normal da Divisão de Psicologia Aplicada. Estando ciente de que a minha participação é
inteiramente voluntária, declaro estar de acordo com a coleta de dados nos termos acima descritos.
ASSINATURA DO PARTICIPANTE:
__________________________________________DATA:____/____/ _____
ASSINATURA DO PESQUISADOR:
__________________________________________DATA:____/____/_____
Telefone para contato: Maria Amélia Penido – 22958113
251
13.3 ANEXO -FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____
3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento
4 ( ) pós 1 mês
2-( ) pré trat/pós tempo 3- ( ) pós tratamento
5- ( ) pós três meses
A1Dia do grupo _____________ A2Horário do grupo: _________________________________
Nome: ________________________________________________________________________
Código de Triagem: ___________________
Endereço: _______________________________________________________________________
CEP: ___________________
Tel.(s): ____________________________________
Data de Nasci.: ______/______/__________
Idade: ___________________________
Nome do médico: _______________________________________________tel:_______________
A3 Estado civil: 1( ) solteiro(a)
2( ) viúvo(a)
3( ) casado(a)/amigado(a)
4( ) separado(a)
A4Condição de trabalho atual:
1( ) ativo 2( ) do lar 3( ) desempregado 4( ) em benefício (auxílio doença)
5( ) aposentado 6 ( ) estudante
A5Grau de escolaridade:
1( ) analfabeto 2( ) 1º grau incompleto
5( ) 2º grau incompleto
3( ) 1º grau completo
6( ) 3º grau incompleto
4( ) 2º grau completo
7( ) 3º grau completo e mais
A6Tratamento psicológico: 1( ) nenhum 2( ) anterior 3( ) atual
A7 Tempo de diagnóstico:______________meses___________anos
A8 Medicamentos psiquiátricos:
I8a- Antidepressivos 1 ( ) sim
2 ( ) não nome:________________________________
I8b- Ansiolítico
1 ( ) sim
2 ( ) não nome:________________________________
I8c- outros
1 ( ) sim
2 ( ) não nome:________________________________
A9 consumo de álcool para manejo de ansiedade em situações sociais: 1( ) sim 2(
) não
A10 vivência de evento traumático precipitante : : 1( ) sim 2( ) não
252
13.4 ANEXO CRITÉRIO BRASIL
1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____
3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento
4- ( ) pós 1 mês
2-( ) pré trat/pós tempo 3- ( ) pós tratamento
5- ( ) pós três meses
Como se aplica e se calcula
Responder sobre a quantidade dos itens:
Quantas televisões em cores = ____
Quantos rádios = _____
Quantos banheiros = _____
Quantos automóveis = _____
Quantas empregadas mensalistas = _____
Quantos aspiradores de pó = _____
Quantas máquinas de lavar = _____
Quantos videocassetes ou aparelhos de CD = ____
Quantas geladeiras = _____
Quantos freezers (independente ou parte de geladeira duplex) = __
(OBS. Se a pessoa possui duas ou mais casas e usufrui das duas – computar o total dos itens daquela que apresenta as melhores condições)
B1- Pontuar cada item
Na tabela abaixo, verifique quantos pontos vale a quantidade de cada um dos itens e assinale quantos pontos você alcançou em cada item.
Veja que a quantidade de cada item está indicada no alto da tabela e a pontuação para cada quantidade está indicada no corpo da tabela
(parte sombreada) Por exemplo, ter 01 aparelho de TV a cores vale 02 pontos, ter 02 aparelhos vale 03 pontos e assim por diante.
TIPO DE ITENS
ZERO
Televisão em cores
0
Rádio
0
Banheiro
0
Automóvel
0
Empregada mensalista
0
Aspirador de pó
0
Máquina de lavar
0
Videocassete ou aparelho de CD 0
Geladeira
0
Freezer
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
QUANTIDADE DE CADA ITEM
2
3
4 OU MAIS
2
3
4
2
3
4
2
3
4
2
3
4
2
3
4
2
3
4
2
3
4
2
3
4
2
3
4
2
3
4
ESCOR FINAL
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
B2 Responder sobre o grau de instrução
GRAU DE INSTRUÇÃO DO CHEFE DA FAMÍLIA
Analfabeto/Primário incompleto
Primário completo/Ginasial incompleto
Ginasial completo/Colegial incompleto
Colegial completo/Superior incompleto
Superior completo
PONTOS
0
1
2
3
4
Somar todos os pontos
Verificar o nível sócio-econômico na Tabela
Classe
A1
A2
B1
B2
C
D
E
Pontos
30-34
25-29
21-24
17-20
11-16
6-10
0-5
253
13.5 ANEXO INVENTÁRIO BECK DE DEPRESSÃO
1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____
3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento 2-( ) pré trat/pós tempo 3- ( ) pós tratamento
4- ( ) pós 1 mês
5- ( ) pós três meses
Este questionário consiste de 21 grupos de afirmações. Depois de ler cuidadosamente cada grupo, faça um círculo em torno
do número (0, 1, 2 ou 3) da afirmação, em cada grupo, que melhor descreva a maneira como você se sentiu na última
semana, incluindo hoje. Se várias afirmações num grupo parecerem se aplicar igualmente bem, circule cada uma. Tenha o
cuidado de ler todas as afirmações em cada grupo antes de fazer sua escolha.
C1
0 Não me sinto triste
1
Sinto-me triste
2
sempre triste e não consigo sair disso
3
Estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar
C2
0
1
2
3
C3
0
1
2
3
Não estou especialmente desanimado em relação ao futuro
Sinto-me desanimado quanto ao futuro
Acho que nada tenho a esperar
Acho que o futuro é sem esperança e tenho a
impressão que as coisas não podem melhorar
Não me sinto um fracasso
Acho que fracassei mais que uma pessoa comum
Quando olho para trás, na minha vida, tudo o que
posso ver é uma porção de fracassos
Acho que, como pessoa, sou um completo
fracasso
C4
0
1
2
3
Tenho tanto prazer em tudo como antes
Não sinto mais prazer nas coisas como antes
Não encontro prazer real em mais nada
Estou insatisfeito ou aborrecido com tudo
C5
0
1
2
3
Não me sinto especialmente culpado
Sinto-me culpado às vezes
Sinto-me culpado na maior parte do tempo
Sinto-me como se estivesse bem ruim e sem valor
C6
0.
1.
2.
3.
Não acho que esteja sendo punido (castigado)
Acho que posso ser punido
Creio que vou ser punido
Acho que estou sendo punido
C7
0
1
2
3
Não me sinto decepcionado comigo mesmo
Estou decepcionado comigo mesmo
Estou enojado de mim
Eu me odeio
C8
0
1
2
3
Não me sinto de qualquer modo pior do que os outros
Sou crítico em relação a mim devido a minhas fraquezas
Culpo-me sempre por minhas falhas
Culpo-me por tudo de mal que acontece
C9
0
1
2
3
C10
0
1
2
3
C11
0
Não tenho quaisquer de me matar
Tenho idéias de me matar, mas não as colocaria em prática
Gostaria de me matar
Eu me mataria se tivesse oportunidade
Não choro mais do que o habitual
Choro mais agora do que costumava
Agora, choro o tempo todo
Costumava ser capaz de chorar, mas agora não consigo mesmo que queira
Não sou mais irritado agora do que já fui
254
1
2
Fico aborrecido ou irritado mais facilmente do que costumava
Atualmente, sinto-me irritado o tempo todo
3
C12
0
1
2
3
Absolutamente não me irrito as coisas que costumavam me irritar
Não perdi o interesse nas outras pessoas
Interesso-me menos do que costumava nas pessoas
Perdi a maior parte do meu interesse nas outras pessoas
Perdi todo o meu interesse nas pessoas
C13
0
1
2
3
Tomo decisões mais ou menos tão bem quanto sempre tomei
Adio as minhas decisões mais do que costumava
Tenho maior dificuldade em tomar decisões do que antes
Não consigo mais tomar decisões
C14
0
1
2
3
Não sinto que minha aparência esteja pior do que costumava ser
Preocupo-me por estar parecendo velho ou sem atrativos
Sinto que há mudanças permanentes em minha aparência que me fazem parecer
Considero-me feio
C15
0
1
2
3
Posso trabalhar mais ou menos tão bem como antes
Preciso de um esforço extra para começar qualquer coisa
Tenho de me esforçar muito até fazer qualquer coisa
Não consigo fazer nenhum trabalho
sem atrativos
C16
0
1
2
3
C17
Durmo tão bem quanto de hábito
Não durmo tão bem quanto costumava
Acordo 1-2 horas mais cedo do que de hábito e tenho dificuldade para voltar a dormir
Acordo várias horas mais cedo do que costumava e tenho dificuldade em voltar a dormir
0
1
2
3
Não fico mais cansado do que de hábito
Fico cansado com mais facilidade do que costumava
Sinto-me cansado ao fazer quase qualquer coisa
Estou cansado demais para fazer qualquer coisa
C18
0
1
2
3
Meu apetite não está pior do que de hábito
Meu apetite não está tão bom quanto costumava ser
Meu apetite está muito pior agora
Não tenho mais nenhum apetite
C19
0
1
2
3
Não perdi muito peso, se é que perdi algum, ultimamente
Perdi mais de 2,5 kg
Perdi mais de 5,0 kg
Perdi mais de 7,0 kg
Estou deliberadamente tentando perder peso, comendo menos: SIM ( ) NÃO ( )
C20
0
1
2
3
Não me preocupo mais do que o de hábito com minha saúde
Preocupo-me com problemas físicos como dores e aflições ou perturbações no estômago ou prisão de ventre
Estou muito preocupado com problemas físicos e é difícil pensar em outra coisa que não isso
Estou tão preocupado com meus problemas físicos que não consigo pensar em outra coisa
C21
0
1
2
3
Não tenho notado qualquer mudança recente no meu interesse sexual
Estou menos interessado em gênero do que costumava
Estou bem menos interessado em gênero atualmente
Perdi completamente o interesse por gênero
255
13.6 ANEXO INVENTÁRIO BECK DE ANSIEDADE
1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____
3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento 2-( ) pré trat/pós tempo 3- ( ) pós tratamento
4- ( ) pós 1 mês
5- ( ) pós três meses
Abaixo está uma lista de sintomas comuns de ansiedade. Por favor, leia cuidadosamente cada item da lista. Indique o
quanto você foi incomodado por cada sintoma durante a ÚLTIMA SEMANA, INCLUSIVE HOJE colocando um X no
espaço correspondente da coluna próxima a cada sintoma.
0
1-Fraco
2-Moderadamente
3-Muito forte
ESCOR
Nada
Não me
Foi muito desagradável
Eu quase não
FINAL
incomodou mas consegui agüentar
consegui
agüentar
muito
D1
Dormência ou formigamento
D2 Calores
D3 Pernas bambas
D4 Incapaz de relaxar
D5 Medo do pior acontecer
D6 Tonteira ou cabeça leve
D7 Coração batendo forte ou
acelerado
D8 Inquieto(a)
D9 Aterrorizado(a)
D10 Nervoso(a)
D11 Sensação de sufocamento
D12 Mãos tremendo
D13 Trêmulo(a)
D14 Medo de perder o controle
D15 Dificuldade de respirar
D16 Medo de morrer
D17 Assustado(a)
D18 Indigestão ou desconforto no
abdomen
D19 Desmaio
D20 Face ruborizada
D21 Suores (não devido a calor)
256
13. 7 ANEXO INVENTÁRIO DE ANSIEDADE E FOBIA SOCIAL (SPAI)
1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____
3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento
) pós 1 mês
2-( ) pré trat/pós tempo 3- ( ) pós tratamento
4- (
5- ( ) pós três meses
Por favor, use a escala apresentada no lado oposto e faça um círculo no número que melhor represente
quão freqüentemente você experimenta estas respostas.
0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente
Freqüente
6 = Sempre
2 = Infreqüente
3 = Algumas vezes
4= Freqüente
5 = Muito
E1 Sinto-me ansioso quando entro em situações sociais em que há um grupo pequeno
0
1
2
3
4
5
6
E1
E2 Sinto-me ansioso quando entro em situações sociais em que há um grupo grande
0
1
2
3
4
5
6
E2
E3 Sinto-me ansioso quando estou em uma situação social e me torno o centro das atenções
0
1
2
3
4
5
6
E3
E4 Sinto-me ansioso quando estou em uma situação social em que haja expectativas de que eu faça algo
0
1
2
3
4
5
6
E4
E5 Sinto-me ansioso quando tenho que fazer um discurso para uma platéia
0
1
2
3
4
5
6
E5
E6 Sinto-me ansioso quando falo num pequeno grupo informal
0
1
2
3
4
5
6
E6
E7 Sinto-me tão ansioso com reuniões sociais que evito essas situações
0
1
2
3
4
5
6
E7
E8 Sinto-me tão ansioso com reuniões sociais que saio das reuniões
0
1
2
3
4
5
6
E8
E9 Sinto-me ansioso quando me relaciono com um pequeno grupo de:
E9
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
E10 Sinto-me ansioso quando me relaciono com um grupo grande de:
E10
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E11 Sinto-me ansioso quando estou num bar ou restaurante com:
a
E11
estranhos
0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente
4= Freqüente
2 = Infreqüente
5 = Muito Freqüente
0
1
2
3
4
5
6
a
3 = Algumas vezes
6 = Sempre
b
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
b
c
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
c
d
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
d
E12 Sinto-me ansioso e não sei o que fazer quando estou numa situação nova com:
E12
257
a
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
a
b
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
b
c
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
c
d
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
d
E13 Sinto-me ansioso e não sei o que fazer quando estou numa situação de confrontação com:
E13
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E14 Sinto-me ansioso e não sei o que fazer quando estou numa situação embaraçosa com:
E14
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E15 Sinto-me ansioso quando discuto sentimentos íntimos com:
E15
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E16 Sinto-me ansioso quando dou opiniões para:
E16
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E17 Sinto-me ansioso quando discuto negócios com:
A
E17
estranhos
0 = Nunca
1 = Muito Infreqüente
4= Freqüente
2 = Infreqüente
5 = Muito Freqüente
0
1
2
3
4
5
6
A
3 = Algumas vezes
6 = Sempre
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E18 Sinto-ansioso quando me aproximo ou inicio conversas com:
A
E18
estranhos
0
258
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E19 Sinto-me ansioso quando tenho que interagir por mais tempo do que alguns minutos com:
E19
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E20 Sinto-me ansioso quando bebo (qualquer tipo de bebida) e/ou como na frente de:
E20
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E21 Sinto-me ansioso quando escrevo ou datilografo na frente de:
E21
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E22 Sinto-me ansioso quando falo na presença de:
E22
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E23 Sinto-me ansioso quando estou sendo criticado ou rejeitado por:
A
B
E23
estranhos
pessoas com autoridade
0 = Nunca
1 = Muito Infreqüente
4= Freqüente
2 = Infreqüente
5 = Muito Freqüente
0
1
2
3
4
5
6
A
0
1
2
3
4
5
6
B
3 = Algumas vezes
6 = Sempre
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E24 Tento evitar situações sociais quando há:
E24
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
259
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
E25 Deixo situações sociais em que há:
D
E25
A
estranhos
0
1
2
3
4
5
6
A
B
pessoas com autoridade
0
1
2
3
4
5
6
B
C
pessoas do gênero oposto
0
1
2
3
4
5
6
C
D
pessoas em geral
0
1
2
3
4
5
6
D
E26 Antes de entrar numa situação social penso em todas as coisas que podem dar errado.
E26
A Os tipos de pensamentos que tenho são:
A
B
Estarei vestido adequadamente?
0
1
2
3
4
5
6
B
C
Farei provavelmente bobagens e vou parecer ridículo
0
1
2
3
4
5
6
C
D
O que farei se ninguém falar comigo?
0
1
2
3
4
5
6
D
E
Se houver um silêncio na conversa, sobre o que poderei falar?
0
1
2
3
4
5
6
E
F
As pessoas vão reparar como estou ansioso
0
1
2
3
4
5
6
F
E27 Sinto-me ansioso antes de entrar numa situação social
0
1
2
3
4
5
6
E27
E28 Minha voz acaba ou oscila quando estou em situações sociais
0
1
2
3
4
5
6
E28
E29 Não tendo a falar quando com pessoas até que elas falem comigo
0
1
2
3
4
5
6
E29
E30 Tenho pensamentos problemáticos quando estou numa situação social. Por exemplo:
E30
A
Gostaria de poder sair e evitar a situação toda
0
1
2
3
4
5
6
A
B
Se fizer uma confusão de novo, vou realmente perder a confiança em mim
0
1
2
3
4
5
6
B
C
Que tipo de impressão estou causando?
0
1
2
3
4
5
6
C
D
Seja o que for que eu disser, vou provavelmente parecer um estúpido
0
1
2
3
4
5
6
D
E31 Antes de entrar numa situação social sinto o seguinte :
E31
A
Suor
0
1
2
3
4
5
6
A
B
Urgência de urinar
0
1
2
3
4
5
6
B
0
1
2
3
4
5
6
C
C
Palpitações
0 = Nunca
1 = Muito Infreqüente
4= Freqüente
2 = Infreqüente
5 = Muito Freqüente
3 = Algumas vezes
6 = Sempre
E32 Experimento o seguinte quando estou numa situação social
E32
A
Suor
0
1
2
3
4
5
6
A
B
Enrubescimento
0
1
2
3
4
5
6
B
C
Tremores
0
1
2
3
4
5
6
C
D
Urgência de urinar
0
1
2
3
4
5
6
D
E
Palpitações
0
1
2
3
4
5
6
E
0
1
2
3
4
5
6
E33
E33 Sinto-me ansioso quando estou em casa sozinho
260
E34 Sinto-me ansioso quando estou num lugar estranho
0
1
2
3
4
5
6
E34
E35 Sinto-me ansioso quando estou em qualquer tipo de transporte público (p.ex., ônibus, trem, avião)
0
1
2
3
4
5
6
E35
E36 Sinto-me ansioso quando atravesso ruas
0
1
2
3
4
5
6
E36
E37 Sinto-me ansioso quando estou em locais públicos cheios (p.ex., lojas, igrejas, cinemas, restaurantes)
0
1
2
3
4
5
6
E37
E38 Estar num lugar grande e aberto me faz sentir ansioso
0
1
2
3
4
5
6
E38
.E39 Sinto-me ansioso quando estou fechado em locais fechados (p.ex., elevadores, túneis)
0
1
2
3
4
5
6
.E39
E40 Estar em lugares altos me faz sentir ansioso (p.ex., edifícios altos)
0
1
2
3
4
5
6
E40
E41 Sinto-me ansioso quando fico esperando numa fila comprida
0
1
2
3
4
5
6
E41
E42 Há momentos em que sinto que como se tivesse que segurar coisas pois tenho medo de cair
0
1
2
3
4
5
6
E42
E43 Quando saio de casa e vou a vários lugares, vou com alguém da família ou um amigo
0
1
2
3
4
5
6
E43
E44 Sinto-me ansioso quando dirijo um automóvel
0
1
2
3
4
5
6
E44
E45 Há lugares que eu não vou porque posso me sentir sem saída
0
1
2
3
4
5
6
E45
261
13.8 ANEXO INVENTÁRIO DE HABILIDADES SOCIAIS
Instruções:
Leia atentamente cada um dos itens que se seguem. Cada um deles descreve uma ação (reação) ou
sentimento (parte grifada) diante de uma situação dada (parte não grifada). Avalie a freqüência com que
você age ou se sente tal como descrito no item. Responda a todas as questões. Se uma dessas situações
nunca lhe ocorreu, responda como se estivesse ocorrido, considerando o seu possível comportamento.
Considerando um total de 10 vezes em que poderia se encontrar na situação descrita no item avalie a
freqüência com que você reagiria da maneira descrita; sendo que:
A . Nunca ou raramente se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma no máximo 2 vezes
B . Com pouca freqüência se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma 3 a 4 vezes
C . Com regular freqüência se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma de 5 a 6 vezes
D. Muito freqüentemente se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma de 7 a 8 vezes
E . Sempre ou quase sempre se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma de 9 a 10 vezes
1- Em um grupo de pessoas desconhecidas, fico à vontade, conversando naturalmente.
2- Quando um de meus familiares (pais, irmãos mais velhos ou cônjuge) insiste em dizer o que eu
devo fazer, contrariando o que penso, acabo aceitando para evitar problemas.
3- Ao ser elogiado (a) sinceramente por alguém, respondo-lhe agradecendo.
4- Em uma conversação (conversa), se uma pessoa me interrompe, solicito que aguarde até eu
encerrar o que estava dizendo.
5- Quando um(a) amigo(a) a quem emprestei dinheiro, esquece de me devolver, encontro um jeito
de lembrá-lo(a).
6- Quando alguém faz algo que eu acho bom, mesmo que não seja diretamente a mim, faço menção
a isso (me refiro a isso), elogiando- o (a) na primeira oportunidade.
7- Ao sentir desejo de conhecer alguém a quem não fui apresentado(a), eu mesmo(a) me apresento a
essa pessoa.
8- Mesmo junto de conhecidos da escola ou trabalho, encontro dificuldade em participar da
conversação (conversa) (“enturmar”)
9- Evito fazer exposições ou palestras (falar em público sobre um assunto) a pessoas desconhecidas.
10- Em minha casa, expresso (demonstro) sentimentos de carinho através de palavras e gestos a
meus familiares.
11- Em uma sala de aula ou reunião, se o professor ou dirigente faz uma afirmação incorreta, eu
exponho meu ponto de vista.
12- Se estou interessado(a) em uma pessoa para relacionamento sexual, consigo aborda-la para
iniciar conversação (conversa).
13- Em meu trabalho ou em minha escola, se alguém me faz um elogio, fico encabulado(a)
(envergonhado(a)) sem saber o que dizer.
262
14- Faço exposição (pó exemplo palestras), em sala de aula, no trabalho ou na igreja, quando sou
indicado(a).
15- Quando um familiar me critica injustamente, expresso (coloco) meu aborrecimento diretamente
a ele.
16- Em um grupo de pessoas conhecidas, se não concordo com a maioria, expresso verbalmente
minha discordância (opinião contrária)
17- Em uma conversa com amigos, tenho dificuldade em encerrar minha participação (me retirar),
preferindo aguardar que outros o façam.
18- Quando um de meus familiares, por algum motivo, me critica, reajo de forma agressiva.
19- Mesmo encontrando-me próximo de uma pessoa importante, a quem gostaria de conhecer, tenho
dificuldade em aborda-la para iniciar conversação (conversa).
20- Quando estou gostando de alguém com quem venho saindo, tomo a iniciativa de expressar-lhe
meus sentimentos.
21- Ao receber uma mercadoria com defeito, dirijo-me até a loja onde a comprei, exigindo a sua
substituição (troca).
22- Ao ser solicitado(a) por um(a) colega para colocar seu nome em um trabalho feito sem a sua
participação (em que ele não participou), acabo aceitando mesmo achando que não devia.
23- Evito fazer perguntas a pessoas desconhecidas.
24- Tenho dificuldade em interromper uma conversa ao telefone mesmo com pessoas conhecidas.
25- Quando sou criticado de maneira direta e justa, consigo me controlar admitindo meus erros ou
explicando minha posição (minhas idéias).
26- Em campanhas de solidariedade (ajuda aos outros), evito tarefas que envolvam pedir donativos
(dinheiro ou coisas) ou favores a pessoas desconhecidas.
27- Se um(a) amigo(a) abusa de minha boa vontade, expresso-lhe diretamente meu desagrado
(minha insatisfação).
28- Quando um de meus familiares (filhos, pais, irmãos, cônjuge) consegue alguma coisa importante
pela qual se empenhou muito, eu o elogio pelo seu sucesso.
29- Na escola ou no trabalho, quando não compreendo uma explicação sobre algo que estou
interessado (que me interessa), faço as perguntas que julgo necessárias ao meu esclarecimento
(para entender melhor).
30- Em uma situação de grupo, quando alguém é injustiçado, reajo em sua defesa.
31- Ao entrar em um ambiente onde estão várias pessoas desconhecidas, cumprimento-as.
32- Ao sentir que preciso de ajuda, tenho facilidade em pedi-la a alguém de meu círculo de
amizades.
263
33- Quando meu(minha) parceiro(a) insiste em fazer gênero sem o uso da camisinha, concordo para
evitar que ele(a) fique irritado(a) ou magoado(a).
34- No trabalho ou na escola, concordo em fazer as tarefas que me pedem e que não são da minha
obrigação, mesmo sentindo um certo abuso nesses pedidos.
35- Se estou sentindo-me bem (feliz), expresso isso para as pessoas de meu círculo de amizades.
36- Quando estou com uma pessoa que acabei de conhecer, sinto dificuldade de manter um papo
interessante.
37- Se preciso pedir um favor a um(a) colega, acabo desistindo de faze-lo.
38- Consigo “levar na esportiva” as gozações de colegas de escola ou de trabalho a meu respeito
264
13.9 ESCALA DE FOBIA SOCIAL
Data: ____/____/____
Grupo: ____________
ESCALA DE FOBIA SOCIAL
(Liebowitz, 1987)
Sente medo ou ansiedade:
Evita:
0 = Nenhum (a)
1 = Pouco (a)
2 = Moderado (a)
3 = Profundo (a)
0 = Nunca (0%)
1 = Ocasionalmente (10%)
2 = Freqüentemente (33 – 67%)
3 = Geralmente (67 – 100%)
Situações
Sente medo/
Ansiedade
Evita
1.
Telefonar em publico (D)
2.
Participar de grupos pequenos (D)
3.
Comer em lugares públicos (D)
4.
Beber com outras pessoas
em lugares públicos (D)
5.
Falar com autoridades (S)
6.
Representar ou discursar (D)
7.
Ir a uma festa (S)
8.
Trabalhar enquanto é observado (D)
9.
Escrever enquanto é observado (D)
10.
Chamar alguém que você
não conhece bem (S)
11.
Falar com pessoas que você
não conhece bem (S)
12.
Encontrar-se com desconhecidos (S)
13.
Utilizar um banheiro público (D)
14.
Entrar em casa quando outras
265
pessoas já estão sentadas (D)
15.
Ser o centro das atenções (S)
16.
Falar em uma reunião (D)
17.
Submeter-se a algum tipo de exame (D)
18.
Expressar desacordo ou desaprovação
em relação a pessoas que você
não conhece bem (S)
19.
Olhar nos olhos de pessoas que
você não conhece bem (S)
20.
Fazer um discurso (D)
21.
Tentar ficar com alguém (D)
22.
Devolver mercadorias em uma loja (S)
23.
Dar uma festa (S)
24.
Resistir à pressão de um vendedor (S)
Pontuação total:__________________________________________________________________
Subescala de Ansiedade de Desempenho (D):___________________________________________
Subescala de Ansiedade Social (S):____________________________________________________
266
13.10 ANEXO, Escala de Medo e Avaliação Negativa (FNE) (Watson e Friend,1969)
1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____
3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento
2- ( ) pós tratamento
3- ( ) pós 1 mês
4- ( ) pós três
meses
Em seguida assinale verdadeiro ou falso em cada uma das frases escritas neste inventário.
V = Verdadeiro
F = Falso
H1. Quase nunca fico preocupado em parecer tolo diante dos outros.............................................. V
F
H2. Fico preocupado com o que as pessoas pensam de mim, até mesmo
quando sei que isso não me causará nenhum problema.................................................................... V
F
H3. Fico tenso e nervoso se sei que alguém está me analisando / avaliando.................................... V
F
H4. Não me importa saber se as pessoas estão tendo uma impressão desfavorável de mim............ V
F
H5. Fico aborrecido quando alguém comete alguma gafe................................................................. V
F
H6. A opinião a meu respeito vinda de pessoas importantes causa-me pouca ansiedade................. V
F
H7. Muitas vezes tenho medo de parecer ridículo ou de fazer alguma bobagem.............................. V
F
H8. Só sei reagir quando outras pessoas me censuram...................................................................... V
F
H9. Muitas vezes tenho medo de que as pessoas percebam meus defeitos....................................... V
F
H10. A desaprovação dos outros não me afetaria muito.................................................................... V
F
H11. Se alguém está me avaliando, tenho a tendência de esperar o pior.......................................... V
F
H12. Raramente me preocupo com a impressão que causo em alguém............................................ V
F
H13. Tenho medo de que os outros não aprovem minha conduta...................................................... V
F
H14. Tenho receio de que as pessoas me critiquem........................................................................... V
F
H15. Não me importa a opinião dos outros a meu respeito................................................................ V
F
H16. Não me afeta sempre o fato de alguém não simpatizar comigo............................................... V
F
H17. Quando falo com alguém, fico preocupado com o que possa estar pensando de mim............. V
F
H18. Acho que às vezes é normal cometer gafes. Então, por que devo me preocupar?.................... V
F
H19. Em geral fico preocupado com a impressão que eu possa causar............................................. V
F
H20. Preocupa-me bastante o que meus superiores pensam de mim................................................ V
F
H21. Não me abalo com o fato de saber que alguém está me julgando............................................. V
F
267
13.11 ANEXO Escala de Auto-Estima (Rosenberg, 1965)
1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____
3- Avaliação: 1-( ) pré tratamento
2- ( ) pós tratamento 3- ( ) pós 1 mês
4- ( ) pós três meses
Por favor, responda os seguintes itens, circulando a resposta que considerar adequada:
Respostas
1 = Concordo totalmente
2 = Concordo
3 = Discordo
4 = Discordo totalmente
I1. Sinto que sou uma pessoa digna de apreço, pelo menos igual aos outros.
1
2
3
4
Concordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Discordo
Totalmente
I2. Acho que, no fundo, sou um fracassado.
1
2
Concordo
Concordo
Totalmente
I3. Creio que tenho varias qualidades boas.
3
4
Discordo
Discordo
Totalmente
1
2
3
4
Concordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Discordo
Totalmente
I4. Posso fazer as coisas tão bem como a maioria das pessoas.
1
2
3
4
Concordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Discordo
Totalmente
268
I5. Creio que tenho muitos motivos para sentir orgulho do que sou.
1
2
3
4
Concordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Discordo
Totalmente
I6. Tenho uma atitude positiva em relação a mim mesmo.
1
2
3
4
Concordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Discordo
Totalmente
I7. Em geral, estou satisfeito comigo mesmo.
1
2
3
4
Concordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Discordo
Totalmente
I8. Gostaria de me valorizar mais.
1
2
3
4
Concordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Discordo
Totalmente
I9. Às vezes me sinto verdadeiramente inútil.
1
2
3
4
Concordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Discordo
Totalmente
I10. Às vezes penso que não sirvo para nada.
1
2
3
4
Concordo
Totalmente
Concordo
Discordo
Discordo
Totalmente
269
Data: ____/____/____
Grupo: ____________
13.12 ANEXO ESCALA DE PERCEPÇÃO GLOBAL DE MUDANÇA
(Echeburúa e Corral, 1987)
NOME: ____________________________________________________ Nº:_______________
TERAPEUTA: ______________________________________________ DATA:____________
Assinale como se sente em geral desde o último encontro com o terapeuta:
1
Muito
pior
2
3
4
5
Bastante
pior
Um pouco
pior
Igual
270
Um pouco
melhor
6
Bastante
melhor
7
Muito
melhor
13.13 ANEXO Escala de Percepção dos Sintomas da Ansiedade
1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____
3- Avaliação: 1-( ) pré video 2- ( ) pós vídeo
Abaixo há uma lista de sintomas comuns de ansiedade, leia e identifique o quão você se sente incomodado (a) por cada
sintoma ao falar ou pensar em falar em público, circulando o algarismo correspondente:
Respostas
1 = Nada
2 = Fraco (“Não me incomodou muito”)
3 = Moderado (“Foi muito desagradável mas agüentei”)
4 = Muito forte (“Quase não consegui agüentar”)
Dormência ou formigamento
L-1. Calores
L-2. Pernas
L-3. Boca
bambas
seca
L-4. Tonteira ou cabeça
L-5. Coração
acelerado
leve
1
2
Nada
Fraco
1
2
Nada
Fraco
1
2
Nada
Fraco
1
2
Nada
Fraco
1
2
Nada
Fraco
1
2
Nada
271
Fraco
3
Moderado
3
Moderado
3
Moderado
3
Moderado
3
Moderado
3
Moderado
4
Forte
4
Forte
4
Forte
4
Forte
4
Forte
4
Forte
L-6. Inquietação
L-7. Voz
embargada
L-8. Nervoso (a)
L-9. Sensação de
sufocamento
1
2
Nada
Fraco
1
2
Nada
Fraco
1
2
Nada
Fraco
1
Mãos tremendo
L-11.
L-12.
L-13.
L-14.
Trêmulo(a)
Brancos
Gagueira
Placas vermelhas pelo corpo
4
Moderado
Forte
3
4
Moderado
3
Forte
4
Moderado
2
Nada
Forte
3
Fraco
1
4
Moderado
2
Nada
L-10.
3
3
Fraco
4
Moderado
1
2
Nada
Fraco
Moderado
1
2
3
Nada
Fraco
Moderado
1
2
3
Nada
Fraco
Moderado
1
2
3
272
Forte
Forte
3
4
Forte
4
Forte
4
Forte
4
L-15.
L-16.
L-17.
Indigestão ou desconforto no abdômen
Face ruborizada
Suores (não ligado ao calor)
Nada
Fraco
Moderado
Forte
1
2
3
4
Nada
Fraco
Moderado
Forte
1
2
3
4
Nada
Fraco
Moderado
Forte
1
2
Nada
Fraco
273
3
Moderado
4
Forte
13. 14 Anexo Escala de Avaliação de Desempenho
1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____
3- Avaliação: 1-( ) pré video 2- ( ) pós vídeo
Indique em que grau você avaliaria o seu desempenho para cada componente da Habilidade Social “falar
em público”. Deste modo, faça um círculo no algarismo que melhor corresponder à sua opinião:
Respostas
1 = Muito ruim
2 = Ruim
3 = Um pouco ruim
4 = Moderado
5 = Um pouco bom
6 = Bom
7 = Muito bom
H-1.
Contato visual: ao falar para um público, fazer contato visual com pessoas da platéia
1
2
Muito
ruim
Ruim
H-2.
3
Um pouco
ruim
4
5
6
Moderado
Um pouco
bom
Bom
7
Muito
bom
Expressão facial: forma pela qual as emoções expressadas se identificam com o
conteúdo da fala
1
2
3
4
5
6
7
Muito
Um pouco
Um pouco
Muito
Ruim
Moderado
Bom
ruim
ruim
bom
bom
H-3. Orientação corporal: posição do corpo que busca o meio termo entre a rigidez e a
flexibilidade total, procurando sentir-se confortável e confiante.
1
2
Muito
ruim
Ruim
3
Um pouco
ruim
4
5
6
Moderado
Um pouco
bom
Bom
274
7
Muito
bom
H-4.
Gestos: forma de comunicação que procura acompanhar as palavras de forma a enfatizar a
mensagem dando mais franqueza, autoconfiança e entusiasmo à fala.
1
2
Muito
ruim
Ruim
H-5.
Um pouco
ruim
4
5
6
Moderado
Um pouco
bom
Bom
7
Muito
bom
Volume da voz: sua função é fazer com que a mensagem chegue até o ouvinte.
1
2
Muito
ruim
Ruim
H-6.
3
3
Um pouco
ruim
4
5
6
Moderado
Um pouco
bom
Bom
7
Muito
bom
Entonação: a variação do tom da voz. É utilizada para comunicar sentimentos como a raiva,
excitação, ironia, desinteresse, etc.
1
2
Muito
ruim
Ruim
H-7.
3
Um pouco
ruim
4
5
6
Moderado
Um pouco
bom
Bom
7
Muito
bom
Fluência: fala sem perturbações excessivas, como: períodos longos de silêncio, repetições,
gaguejos, erros de pronúncia, excesso de expressões (“tipo”, “ah”, “eh”, “uhm”,...).
1
2
3
4
5
6
7
Muito
H-8.
Um pouco
Um pouco
Ruim velocidade
Moderado
Bom
Velocidade:
em que se
passa o conteúdo
de maneira que
se entenda oMuito
que é
ruim
ruim
bom
bom
dito sem impaciência os ouvintes.
H-9.
Clareza: discursar sem: balbuciar as palavras, sotaques excessivos, etc.
1
Muito
ruim
H-10.
2
3
4
5
6
7
Um pouco
Um pouco
Muito
Moderado
Bom
ruim
bom
bom
Conteúdo: a fala empregada está diretamente ligada ao momento em que a pessoa se
Ruim
encontra, sua função nesta situação pode variar entre expor idéias, persuadir e argumentar.
1
Muito
ruim
2
Ruim
3
Um pouco
ruim
4
5
Moderado
275
Um pouco
bom
6
7
Bom
Muito
bom
H-11.
Organização dos tópicos: devem estar organizados de acordo com os objetivos da
apresentação, de forma que facilite a compreensão do conteúdo e torne mais interessante para o
publico.
1
2
Muito
ruim
Ruim
H-12.
3
Um pouco
ruim
4
5
6
Moderado
Um pouco
bom
Bom
7
Muito
bom
Domínio do tema: um bom nível de conhecimento torna a fala coerente, além de transmitir
segurança à platéia.
1
2
Muito
ruim
Ruim
H-13.
3
Um pouco
ruim
4
5
6
Moderado
Um pouco
bom
Bom
7
Muito
bom
Otimização do tempo: dentro de um tempo já determinado, expor as informações de forma
que a apresentação não se torne monótona ou exaustiva, procurando o meio termo.
1
2
Muito
ruim
Ruim
H-14.
3
Um pouco
ruim
4
5
6
Moderado
Um pouco
bom
Bom
7
Muito
bom
Aparência do palestrante: varia de acordo com o ambiente em que se encontra, mas devendo
estar, em geral, mais arrumado que a platéia.
1
2
Muito
ruim
Ruim
3
Um pouco
ruim
4
5
6
Moderado
Um pouco
bom
Bom
276
7
Muito
bom
Formatado: Fonte: 16 pt,
Negrito
277
Página 27: [1] Excluído
COMPUTADOR
20/11/2008 10:31
A investigação dos fatores biológicos relacionados à fobia social é uma área de estudo recente que
investiga a ação de neurotransmissores cerebrais. As vias cerebrais que têm sido mais estudadas são:
vias serotoninérgicas, vias noradrenérgicas e vias GABAérgicas . Para Picon e Knijnik (2004), a
principal evidência da implicação destas vias neuronais são as respostas farmacológicas obtidas com os
fármacos atualmente utilizados.
Existem fortes evidências de que a via dopaminérgica está envolvida na ansiedade social: 1) resposta
medicamentosa 2) desenvolvimento de sintomas de ansiedade social após tratamento com bloqueadores
dopaminérgicos 3) taxas elevadas de ansiedade social em pacientes com doença de Parkinson 4)
correlação entre introversão e baixos níveis de dopamina no liquor cefalorraquidiano em pacientes
deprimidos 5) baixa atividade dopaminérgica nos ratos tímidos e 6) estudos com tomografia
computadorizada com emissão de fóton simples para investigar os sítios de recaptação de dopamina nos
pacientes com fobia social indicando níveis reduzidos (Falcone & Figueira, 2001).
Também existem evidências do envolvimento da via serotoninérgica. De acordo com Graef (1986,
citado por Falcone & Figueira, 2001) existem duas vias distintas serotoninérgicas envolvidas na
ansiedade, as quais teriam efeitos opostos. Uma via atua facilitando o medo condicionado (via
ascendente do núcleo dorsal da rafe para a amígdala e córtex frontal), tendo a serotonina um papel
ansiogênico; a outra facilitaria o medo incondicionado (do núcleo dorsal da rafe para a substância
cinzenta periaquedutal), tendo a serotonina um efeito ansiolítico.
Outra via envolvida é a via adrenérgica, as evidências da participação dessa via na ansiedade social se
devem principalmente aos sintomas físicos (tremor, sudorese, rubor) que são mediados pelo sistema
adrenérgico e pela eficácia no uso de medicações que bloqueiam esse sistema. A ação dos
benzodiazepínicos (agonistas gabaérgicos) em aliviar os sintomas indica o envolvimento desse sistema
na fisiopatologia da ansiedade social. Há muitos anos se sabe que o aumento da função gabaérgica está
associado a redução de quadros de ansiedade (Falcone & Figueira, 2001). Estudos avaliando a relação
entre uso de álcool para enfrentar situações sociais em pacientes com ansiedade social indicam que,
1
comparados com pacientes sem ansiedade social, os fóbicos sociais recorrem com mais freqüência ao
uso de álcool, que é um agonista gabaérgico (Abrams et. al., 2001).
Página 50: [2] Excluído
COMPUTADOR
29/11/2008 4:18
Apesar de parecer contra-intuitivo, o tratamento em grupo oferece muitas vantagens em relação ao
tratamento individual e ajuda o paciente fóbico social a enfrentar seus medos. Vários autores destacam
vantagens do formato grupal de terapia (,Caballo, 2003; Falcone, 1998; Del Prette & Del Prette, 2001;
Rangé, 2001):, podemos destacar:
(1) maior número de parceiros para contribuir com diferentes tipos de resposta, sem depender
exclusivamente das alternativas propostas pelo terapeuta
(2) provimento pelo grupo de situações similares às da vida real, criando situações para a prática de
novas variações de contato social
(3) utilização de um maior número de situações problema, propiciando mais experiências e suporte na
solução desses problemas
(4) possibilidade de prática e apoio em situações extratreinamento
(5) feedback e reforçamento feito pelos membros do grupo
(6) menor despesas para cada participante pela racionalização do tempo do terapeuta
(7) diminuir a lista de espera em serviços de psicologia
(8) maximização das oportunidades de aprendizagem vicária
(9) múltiplos parceiros para dramatizar
(10) o terapeuta tem a oportunidade de conhecer a subcultura grupal, importante nas decisões sobre
objetivos comportamentais e critérios de avaliação
(11) universalidade do funcionamento em grupo.
A universalidade dos grupos terapêuticos ajuda as pessoas a se sentirem pertencentes a uma comunidade
que divide com elas muitas semelhanças. Desaparece o sentimento de solidão, de incapacidade e de
estranheza resultante do pensamento de serem os únicos com aquele tipo de problema. Esse fator é
2
muito importante devido à natureza da ansiedade social, muitos fóbicos sociais nunca discutiram seus
medos com alguém e, conseqüentemente, muitas vezes acreditam que seus problemas são únicos ( Hope
& Heimberg, 1996).
Vários modelos de tratamento cognitivo comportamental em grupo são encontrados na literatura
(Caballo, Andrés & Bas, 2001; Heimberg et al, 1995; Odriozola & Irízar, 1999, Echeburúa, 1997). De
acordo com Caballo et. al. (2001) o tratamento cognitivo comportamental tradicional para a ansiedade
social é dividido em quatro tipos de procedimentos: estratégias de relaxamento, treinamento em
habilidades sociais, exposição ao vivo e reestruturação cognitiva. Esses autores consideram que:
“os próximos anos serão testemunha de uma consolidação do tratamento cognitivo
comportamental para a fobia social, embora seja provável que a contribuição de cada um
dos procedimentos incluídos nesse tipo de intervenção se torne mais conhecida, inclusive
acrescentando alguma nova estratégia não empregada atualmente, de forma rotineira, no
tratamento do transtorno. Mas aparentemente o caminho escolhido é o correto e as futuras
pesquisas fornecerão elementos para melhorar e aumentar a eficácia da intervenção
cognitivo comportamental.” (Caballo et al. , 2001. p.81)
Página 189: [3] Excluído
COMPUTADOR
3
5/12/2008 12:44
7 Cronograma da Pesquisa
2005
Meses/
Mar
2006
Abr
Mai
Ju
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
B
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
G
G
G
G
G
G
A
A
A
A
A
fases
I
II
III
IV
V
Página 204: [4] Excluído
COMPUTADOR
8/12/2008 8:17
Sessão I:
Cadeiras em circulo, terapeutas distribuídos entre os pacientes sentados na roda.
Minha apresentação e apresentação das estagiárias
Bom dia, eu sou Maria Amélia, a terapeuta que vai conduzir o trabalho que vamos realizar juntos. Gostaria de agradecer a
presença de vocês, optar por se tratar é sempre uma escolha corajosa, pois envolve querer sair do problema e arriscar
mudanças. Estão todos de parabéns, ainda mais porque sei que para a maioria aqui, estar em grupo é desconfortável. Eu sou a
psicóloga responsável por essa pesquisa e a Carla e Larissa, que vocês já conheceram nas entrevistas anteriores, são
estagiárias de psicologia que participam do projeto.
Apresentação da pesquisa
Vou falar um pouco sobre a pesquisa, sei que vocês já receberam algumas informações e assinaram um termo de
consentimento. Vocês são voluntário para a realização de um grupo piloto, é o grupo que vai me ajudar a construir a estrutura
de um tratamento em grupo para ansiedade social. A partir desse nosso grupo outros serão realizados. Essa pesquisa é de
doutorado, eu sou aluna aqui na UFRJ e tenho um orientador que acompanha e também contribui para o que estamos fazendo,
o nome dele é Bernard Rangé, um profissional com muita experiência em psicologia. Tudo que vamos propor foi elaborado
com muito estudo, cuidado e seriedade. É uma proposta nova que combina técnicas de tratamento para ansiedade social que
tem eficácia comprovada, ou seja, funcionam, a técnicas de teatro e videofeedback. Aos poucos durante o tratamento vocês
vão poder entender melhor. Alguém tem alguma dúvida que gostaria de perguntar agora? Estarei sempre disponível para
responde qualquer dúvida.
A participação de vocês é muito importante, pois me ajudará a entender um pouco mais sobre a ansiedade social. Nosso
grupo vai ter 18 sessões com duas horas de duração cada, é um grupo fechado, ou seja, não entrara mais ninguém até o final.
Todos que estão aqui receberam um diagnóstico de ansiedade social. O objetivo do grupo é trabalharmos juntos para entender
e manejar a ansiedade social. Eu, Carla e Larissa vamos nos comprometer a usar nosso conhecimento em psicologia para esse
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objetivo, e cabe, a cada um de vocês, se comprometer ao máximo com a terapia. É um trabalho de colaboração em conjunto,
vamos formar por 18 encontros uma força tarefa de tratamento para ansiedade social. È muito importante que vocês tentem
ao máximo não faltar, como o trabalho é progressivo, a cada semana avançamos um pouco, então quem faltar perde um
pedaço. A pontualidade também é importante e um sinal de respeito a todos que chegaram na hora.
Agora já falei muito e gostaria de conhecer vocês, para isso vou propor um exercício:
Vivência: Batizado Mineiro adaptado com base no descrito por Boal (2002)
Objetivos:
Quebrar gelo
Aprender os nomes de cada participante
Provocar um nível baixo de ansiedade
Demonstrar como a ansiedade influência atenção e memória
Descrição:
Todos ficam em pé formando um círculo. Não vou dizer toda a regra do jogo, uma tarefa de vocês é
adivinhar a regra que não falei.
- Terapeuta diz seu nome: Maria Amélia e olha para a pessoa seguinte da roda, que também diz seu
nome. Todos seguem até que chegue na terapeuta novamente
- Terapeuta diz seu nome e um adjetivo: Maria Amélia Maravilhosa e olha para a pessoa seguinte (a
pessoa deverá dizer seu nome e um adjetivo que comece com a primeira letra de seu nome, essa é a regra
que deverá ser descoberta) Se perceber que a pessoa está ansiosa o terapeuta deve oferecer ajuda
dizendo: Você quer uma ajudinha para lembrar de um adjetivo? Se a pessoa disser que sim a terapeuta
pede ao grupo para dar uma sugestão de adjetivo. Assim que tiver uma sugestão de adjetivo a pessoa
deve dizer seu nome e o adjetivo, passando para a pessoa seguinte e assim por diante, (sempre
oferecendo ajuda aos que estiverem ansiosos) até chegar na terapeuta novamente. A terapeuta pergunta
se alguém já descobriu a regra, caso não, ela sinaliza quem do grupo seguiu a regra. A terapeuta diz:
Vou dar uma dica, algumas pessoas, mesmo sem saber, acertaram: Maria Amélia Maravilhosa; Joana
Jóia, Alice alegre. E aí, já descobriram? Se sim a terapeuta continua a dinâmica, se não, a terapeuta
revela e segue a dinâmica.
Agora vamos todos fazer de acordo com a regra e acrescentando mais uma instrução. Dessa fez eu vou
fazer e todos vão juntos, em seguida, imitar.
Terapeuta diz: Maria Amélia Maravilhosa e acompanha com um movimento e gesto, indo a frente na
roda. Em seguida todos imitam a fala, o movimento e o gesto, indo á frente na roda ao mesmo tempo em
coro. A pessoa seguinte fará o mesmo e todos imitarão e assim por diante até voltar ao terapeuta (sempre
oferecendo ajuda aos que estiverem ansiosos).
A terapeuta elogia dizendo que está muito bom e propõe que cada um lembre dos nomes que vieram
antes de ter de falar o seu. E diz que quem não lembrar, não tem problema. A terapeuta pede para a
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pessoa que fica depois dela começar, essa pessoa só precisa dizer o nome da terapeuta, a pessoa
seguinte deve dizer o nome do terapeuta e da pessoa logo antes e assim por diante até chegar ao
terapeuta novamente.
A terapeuta pede que todos voltem a sentar para conversar sobre a dinâmica. O terapeuta pergunta como
se sentiram? O que acharam?
No grupo piloto os pacientes gostaram de fazer essa dinâmica, funcionou descontraindo o grupo. No
feedback eles relataram ter sentido ansiedade, que ia aumentando ao chegar perto da vez de cada um
falar, e alívio depois de ter falado. Relataram também que, conforme o exercício se repetia, ficava mais
fácil, principalmente porque sabiam que no caso de branco, receberiam ajuda. Ficou claro que por
estarem ansiosos e preocupados com sua vez de falar tiveram dificuldade em prestar atenção às pessoas
que vinham antes na roda.
Esse exercício abriu a discussão para o tópico:
Ansiedade Social: o que é? Como uma pessoa com ansiedade social se sente?
A terapeuta fala um pouco:
Terapeuta: Esse foi um exercício para aprendermos os nomes de cada um e também para mostrar um pouco como a ansiedade
social se manifesta. Constatamos o quanto é mais fácil lembrar o nome de quem veio depois do que quem veio antes, isso
porque cada pessoa, antes da sua vez, estava preocupada com seu desempenho, focada em si mesmo, com medo de falhar,
pagar mico, dar branco, ou seja, preocupada com a avaliação do outro. Essa é a principal característica da ansiedade social: o
medo de ser avaliado negativamente em uma situação social, esse medo em geral faz com que a pessoa evite situações em
que possa ser avaliada, ou enfrente essas situações com grande desconforto.
Eu gostaria agora de saber um pouco sobre a vida de cada um de vocês, para isso vamos fazer um jogo.
Dinâmica: Quem sou eu? O que eu Quero? Adaptado com base no descrito por Boal, 2002
Objetivos:
Todos se conhecerem
Desenvolver sentimento de universalidade do grupo
Avaliar objetivos para a terapia
Descrição:
Cada pessoa recebe 3 tiras de papel de mais ou menos 5 centímetros cada para escrever 3 definições
sobre ela mesma, mas sem colocar seu nome. Primeira definição:
Quem sou eu? Cada pessoa deve escrever no máximo um parágrafo para cada definição.
O que eu quero? (solicitar que escolham coisa possíveis e específicas, em vez de ser feliz, escrever o que
exatamente isso significa. Coisas que não dependam de sorte, como ganhar na loto, ficar rico)
O que me impede de alcançar o que eu quero?
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O terapeuta recolhe os papéis, misturando em três sacos, um para cada pergunta, em seguida cada
pessoa pega um papel de cada saco para ler. Cada um lê os papéis que tirou na ordem Quem sou eu? O
que eu quero? E o que me impede?
Em seguida pede para que cada pessoa fale um pouquinho sobre si, o que faz? Como é a sua ansiedade
social? No que a ansiedade social atrapalha sua vida? E o que espera da terapia? Essas perguntas ou
diretrizes estão escritas no quadro para facilitar, e conforme a pessoa for falando o terapeuta faz algumas
perguntas. Terapeuta diz: Lembrem-se, todos aqui compartilham o mesmo problema, por isso, mesmo
que seja desconfortável, é importante que cada um fale um pouco. Quem quer começar?
Se ninguém se oferecer a terapeuta fala um signo (ex. capricórnio) e quem for de capricórnio começa,
depois segue a ordem da roda até que todos tenham falado.
Depois que todos tiverem falado a terapeuta agradece e fala:
Percebo que muitos esperam melhorar com a terapia, isso também é o que eu espero, porém precisamos entender que para
alcançar esse objetivo nosso grupo precisa funcionar como um barco em que todos remam juntos. A terapia não é uma
solução milagrosa, em que o simples fato de vir aqui vai funcionar. A terapia é um esforço conjunto de todos que estão aqui,
o comprometimento de cada pessoa consigo mesma e com o grupo é o que produz um bom resultado. Ninguém tem culpa de
ter ansiedade social, a ansiedade social é um transtorno psiquiátrico, porém cada um tem responsabilidade em querer se tratar
verdadeiramente. A terapia que vamos fazer envolve a participação ativa de todos nas tarefas propostas. Muitas dessas tarefas
serão para realização entre as sessões, no dia a dia de vocês, isso é uma parte fundamental do tratamento. Os terapeutas darão
todo o suporte, incentivo e preparo para que isso aconteça e a opção em fazer é responsabilidade de vocês com o processo.
Estratégia Gráfico de Pizza
Estou entregando lápis de cor e uma folha de papel para cada um com um círculo desenhado, gostaria
que pensassem nas expectativas que colocaram para a terapia e em seguida dividissem o círculo em
fatias, como uma pizza. Nessa divisão em fatias, cada um deve representar o quanto da melhora com o
tratamento é responsabilidade sua; o quanto pode ser atribuído ao tratamento e o quanto pode ser
atribuído a outras variáveis..
. Podem fazer.
Depois que todos tiverem terminado o terapeuta pede que cada um compartilhe com o grupo seu gráfico,
abrindo esse tema para discussão até que se chegue a um consenso razoável em que a pessoa seja
responsável por pelo menos 50% do tratamento.
O terapeuta volta a falar:
Que bom que conseguimos chegar a um consenso e que as expectativas para a terapia estejam mais claras, além do papel de
cada um. Precisamos agora combinar como nosso grupo vai funcionar, quais regras e normas vamos seguir durante o trajeto.
Vamos criar juntos um contrato do grupo, todos devem concordar para que ele seja instituído. Vou propor alguns pontos e
cada um acrescenta conforme desejar. Tópicos: pontualidade, freqüência, sigilo, tarefas entre sessões. Quanto à freqüência,
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sugiro que duas faltas sejam motivo para exclusão do grupo. Como expliquei antes, as faltas atrapalham o andamento de
todos, quem perde uma parte fica menos preparado para a parte seguinte. Também proponho que mais de dois atrasos de 20
minutos seja motivo de exclusão do grupo. Quanto às tarefas de casa, proponho que todos se comprometam ao máximo fazer.
Em seguida o grupo discute até chegar a um consenso e escreve no verso da folha do gráfico o que foi
acordado.
A terapeuta ressalta a idéia de que o grupo tem de se preocupar com o andamento do todo, cumprindo o
que foi combinado para que possam juntos alcançar o objetivo de melhora da Ansiedade Social.
A terapeuta propõe um exercício de encerramento:
Conversa final em que cada um é convidado a falar o que achou da sessão. A terapeuta explica a
tarefa de casa.
Terapeuta: Hoje nos conhecemos um pouco mais e conversamos sobre a terapia, fizemos nosso contrato e vimos a
importância de cada um no sucesso da terapia A cada sessão vamos nos conhecer um pouco mais, para facilitar esse processo,
vamos juntos, na próxima sessão, construir um mural de fotos. Cada um deve separar 10 fotos para contar sua vida até hoje,
pensando em responder as questões: Quem sou eu? Quem são as pessoas importantes para mim? Quais foram os momentos
mais marcantes da minha vida?
Tarefa entre sessões: contar sua história através de 10 fotos, selecionar para levar a sessão seguinte
Sessão II
A sala foi preparada para essa sessão sem cadeiras, apenas uma mesa de apoio. Foi pedido a todos que
tirassem os sapatos
Dinâmica: Hipnotismo colombiano (Boal, 2002)
Objetivo: aquecer o grupo e soltar o corpo, percebendo os movimentos automáticos e os sentimentos
relacionados ao exercício.
Descrição:
O terapeuta e co-terapeuta demonstram para ensinar:
Uma pessoa põe a mão a poucos centímetros do rosto de outra pessoa; este, como hipnotizado, deve
manter o rosto sempre á mesma distância da mão do hipnotizador. O hipnotizador inicia uma série de
movimentos com as mãos, retos e circulares, para cima e para baixo, para os lados, andando, abaixando.
O hipnotizado deve seguir a mão que o está hipnotizando com todo o corpo em movimento. O
hipnotizador deve fazer o hipnotizado mexer todos os músculos possíveis. A mão do hipnotizador pode
mudar, para fazer, por exemplo com que o hipnotizado seja forçado a passar por entre as pernas do
hipnotizador. A mão do hipnotizador não deve fazer movimentos rápido que não podem ser seguidos. O
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hipnotizador deve ajudar seu parceiro a assumir todas as posições ridículas, grotescas, não usuais.
Depois de alguns minutos traçam-se o hipnotizador e o hipnotizado. Se o terapeuta perceber movimentos
limitados pode intervir estimulando os participantes.
Em seguida formar a roda e abrir para discussão: como cada um se sentiu? Como foi ter o corpo
comandado por outra pessoa? Como foi realizar movimentos não usuais, até ridículos.
Deixar que o grupo fale e pergunta se na vida real já sentiram não ter controle sobre o próprio corpo.
Essa pergunta inicia a discussão sobre os sintomas físicos de ansiedade, taquicardia, sudorese, rubor.
O terapeuta aproveita para explorar esse tópico, colocando que quanto mais se tenta controlar os sinais
de ansiedade do corpo, mais eles se intensificam. Pergunta se isso já aconteceu com eles.
2ª dinâmica: Caminhando, pensando e seguindo a instrução
Objetivos:
Perceber o corpo;
Entender a relação entre pensamento-sentimento-comportamento e reações físicas,
Provocar ansiedade.
Descrição:
1º andar: instruir os pacientes a andar livremente pela sala, ocupando todos os espaços, soltando o corpo.
O terapeuta instrui: perceba a forma como vocês andam, o movimento de seu corpo, o contato dos pés
com o chão, procure focar apenas em seu corpo. Deixa-os andando por alguns minutos e pede:
2º continuem andando e comecem a pensar nas fotos que vocês selecionaram para trazer, nos aspectos da
vida de cada um que podem ter relação com a ansiedade social. Deixa-os andando um pouco e pede:
3º procurem selecionar na memória uma situação marcante em que ficaram ansiosos, pensem nos
detalhes da situação, como se estivessem vendo um filme. Continuem andando e tentem perceber os
sentimentos relacionados à situação. Deixa um tempinho: agora procurem perceber as reações físicas
presentes ......tempinho.... agora os pensamentos. Deixa-os andando e realizando o que foi pedido por
alguns minutos e pede:
4ª Agora vocês vão continuar a andar e começar a falar como quem anda na rua pensando alto: todos os
pensamentos que vieram à cabeça: andando e falando. O terapeuta observa, e se alguém não estiver
falando, começa a andar atrás da pessoa, como uma sombra, incentivando, até que todos tenham
conseguido andar alguns minutos falando os pensamentos.
5º Agora quando eu falar PARA! Vocês vão formar um círculo. PARA!
No círculo, abre para debate, perguntando como cada um se sentiu em relação ao exercício, se foi fácil
imaginar e identificar os sentimentos e pensamentos, se alguém experimentou sintomas físicos de
ansiedade.
O terapeuta começa a identificar e mostrar a correlação entre situação sentimento pensamento
comportamento e reações físicas
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Dinâmica: Situação, Ação!
Objetivos:
Provocar ansiedade;
Identificar a relação entre situação, sentimento, pensamento, comportamento e reações físicas;
Apresentar o modelo cognitivo da ansiedade social
Descrição:
O terapeuta pede para que formem trios, e cada trio, entre si, compartilha as situações que pensaram no
exercício anterior, tentando identificar os pensamentos, sentimentos, comportamentos e reações físicas
(categorias estão escritas no quadro)
Deixa um tempo e pede para que cada trio escolha uma situação das 3 para compartilhar com o grupo,
cada um vai representar um elemento da situação em uma encenação.
Por exemplo: o primeiro faz a mímica da situação, o segundo dramatiza os pensamentos e sentimentos e
o 3º o comportamento e reações físicas. O terapeuta os instrui a dramatizar de forma exagerada, como se
fosse uma novela mexicana. Todos os grupos se apresentam e o terapeuta corrige qualquer confusão
entre os elementos: situação, pensamento, sentimento, comportamento e reações físicas
Abre
a
roda
e
cada
trio
conta
sua
situação
identificando
os
elementos
do
quadro:
situação
Sentimento
Pensamento
Comportamento e
reações físicas
A realização dessa dinâmica foi muito interessante, conforme eles foram contando o que estavam
dramatizando, outros elementos começaram a aparecer, como: processamento antecipatório, pós evento
e crenças. Dessa forma esses elementos passaram a fazer parte dessa dinâmica
No caso de, em algum grupo, esses elementos não aparecerem espontaneamente, o terapeuta os ajuda a
identificar através de perguntas e completa no quadro, ficando o seguinte esquema:
Situação
Processamento pré evento
Sentimento
Pensamento
Comportamento
reações físicas
processamento pós evento
Abre a roda e resume o esquema do quadro, encerrando a dinâmica.
Dinâmica: As imagens da minha vida
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Objetivos:
Favorecer a revelação de aspectos importantes da vida relacionados à ansiedade social;
O grupo se conhecer melhor, favorecendo uma maior integração;
Aceitar a ansiedade social
Identificar aspectos importantes relacionados à ansiedade social: crenças, aspectos culturais, genéticos,
experiências marcantes de vida e
Descrição:
O terapeuta pede para que os pacientes peguem as fotos e sentem em roda no chão
O terapeuta fornece 1 cartolina para cada, cola e fita adesiva
Pede para que cada um monte uma exposição das fotos que trouxe na cartolina
Deixa um tempo e escreve no quadro:
Crenças:
Sobre si, os outros e o mundo
Aspectos biológicos/genéticos
Aspectos familiares
Relação com colegas e experiências de vida
Relação com familiares
Relação com aspectos culturais
O terapeuta explica o modelo cognitivo da ansiedade social usando todos os elementos do quadro e
introduzindo a idéia de crenças centrais ou esquemas
Depois pede que olhem as fotos e pensem nos elementos no quadro
Deixa alguns minutos e pede para que cada um exponha suas fotos contando como entende os elementos
da ansiedade social em sua história de vida, que fatores contribuíram e contribuem para o
desenvolvimento da ansiedade social.
O terapeuta se mostra empático ás colocações, tira dúvidas, os ajuda a refletir sobre suas histórias de
vida e discute a idéia: quem são vocês sem a ansiedade social?
Será que vocês são a ansiedade social? E se melhorarem, como ficará a vida?
Ajuda os pacientes a separar eles mesmos do transtorno, com isso começa a trabalhar a aceitação e
possibilidade de modificação.
Tarefa entre sessões: cada um deve refletir sobre a sessão de hoje, pensar em tudo que foi dito, nas
fotos e em sua história de vida e escrever, como em um diário, a sua história e a história da ansiedade
social, pensando no modelo cognitivo. Terapeuta entrega um texto sobre ansiedade social e modelo
cognitivo, a uma cópia do que estava escrito no quadro, além de folha em branco para realizar o
exercício
Sessão III11
Sala com cadeiras e todos de sapato
Roda sentada, terapeuta pede para que falem da tarefa de casa, como se sentiram, pontos principais que
pensaram. O que escreveram. Discute as informações do texto e relembra o modelo cognitivo. Usa os
quadros preenchidos para iniciar a técnica da seta descendente.
Exemplo de diálogo real ocorrido no grupo piloto:
Técnica da Seta Descendente
O que significa para você essa situação?
Que não consigo, sou um desastre
Porquê?
Porque fico nervoso, não interajo como todo mundo
O que significa não interagir como todo mundo?
Que sou diferente, fico ansioso
Diferente como, o que isso diz a seu respeito?
Não consigo me controlar, fico ansioso
Uma pessoa que não se controla é uma pessoa o quê?
Uma pessoa fraca
Então demonstrar ansiedade significa ser fraco?
É, sim, significa ser fraco, incapaz, inferior aos outros
Terapeuta repete essa seqüência um por um, procurando identificar as crenças de cada paciente. No
grupo piloto foram identificadas as seguintes crenças:
Sou Fraco
Sou incapaz
Sou inferior
Sou incompetente
Anotar no quadro as crenças e pedir que cada um comente sobre a crença que identificou: desde quando
sente isso, com quanta freqüência. Pede para cada um anotar em um papel evidências a favor da sua
crença. O que te faz pensar que (crença, por exemplo: sou um fraco) é verdadeira? Após todos terem
escrito, pede para escreverem no verso o oposto: O que te faz pensar que (crença, por exemplo: sou um
fraco) não é verdadeiro?
Terapeuta auxilia perguntando:
E os outros, como são? Todos perfeitos?
O que realizou em sua vida, mesmo se sentindo assim?
Se você não tivesse ansiedade social você não teria essa crença?
Mostrar a importância de tentar modificar essas concepções, idéias, olhar de outra forma.
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Discute que o objetivo do tratamento não é ajudá-los a esconder ter ansiedade, não são ferramentas para
criar uma máscara e se esconder e sim poder entender a ansiedade de outra forma, se aceitando e através
disso se modificar.
O tratamento envolve essa modificação, esse questionamento, além do desenvolvimento ou
potencialização de habilidades sociais que estejam impedindo ou prejudicando a interação.
Mudar essas crenças envolve testá-las gradualmente, como já temos feito nos exercícios aqui, que
provocam ansiedade e como vamos começar a fazer com as tarefas de casa.
Dinâmica: Se isso não fosse uma garrafa, o que seria? (Boal, 2002)
Objetivo:
Ver como o nosso olhar pode transformar a realidade, cada situação tem sempre muitos ângulos para
serem interpretados.
Descrição:
Um objeto é colocado no meio da roda, por exemplo: uma garrafa de coca-cola de 2 litros vazia. O
terapeuta então pergunta: Se isso não fosse uma garrafa, o que seria? Pede para ninguém falar, apenas
observar seu comportamento e tentar adivinhar a mímica que vai fazer, então se dirige ao centro da roda
e usa a garrafa de outra forma, por exemplo, como se estivesse ninando um neném. Espera até que
adivinhem. Instrui que quem tiver uma idéia de como usar a garrafa deve ir até o centro e fazer, não
pode falar, tem de fazer a mímica. Se estiverem com dificuldade o terapeuta fala no ouvido e pede para
a pessoa ir, até que o grupo comece a aderir.
Fazer com 3 objetos (cadeira de plástico e kanga, por exemplo)
Abrir para discussão, como se sentiram e o que entenderam do exercício.
Será que cada um poderia estar em sua vida olhando os acontecimentos de uma mesma forma, sem
questionar outras alternativas? Abrir para que cada um se coloque.
Dinâmica: 1ª e 2ª revelação de Tereza adaptado com base no descrito por Boal (2002)
Objetivos: importância de ouvir o outro;
Perceber o autoprocessamento para modificá-lo e
Vivenciar os componentes do modelo cognitivo da ansiedade social
Usar a técnica da seta descendente em associação com essa dinâmica para identificar crenças centrais
Descrição:
O grupo se divide em duplas, um de frente para o outro. O terapeuta pede para cada um pensar em uma
situação de embaraço social e quando o terapeuta falar: 1ª revelação, um da dupla começa a contar o que
pensou, fica falando, procurando detalhes, até a terapeuta falar: 2ª revelação e o outro da dupla fala
enquanto o 1º que falou escuta, até a terapeuta falar pare!
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Assim que parar a terapeuta pede ao que falou primeiro para contar em detalhes o que o outro lhe
revelou e depois troca.
Observar se tiveram dificuldade em prestar atenção devido ao auto-processamento ou processamento pré
evento, pontuar esses processos explicando o que aconteceu. Depois que todos tenham contado a
revelação do outro para a roda pedir para que cada um olhe para o quadro e identifique os elementos do
esquema, tentando identificar e perceber a diferença entre os elementos que estão no quadro (descritos a
seguir).
Situação
Crenças Processamento pré evento
memória
Sentimento
Pensamento
Comportamento
reações físicas
processamento pós evento
A terapeuta procura ressaltar a importância desse modelo, lembrando que essa representação é didática,
esse modelo é dinâmico e cada elemento influencia os outros e o todo.
Pergunta como quem falava se sentia em relação a quem ouvia. Questionar se a pessoa que estava
fazendo a revelação se sentiu compreendida. Escutar é uma habilidade social importante
Como o outro deve se sentir, é possível ter uma conversa coerente dessa forma, sem escutar o outro.
1ª habilidade social: aprender a escutar,
Terapeuta inicia o treino nessas habilidades questionando:
O que vocês mais querem na interação?
Respostas obtidas: causar uma boa impressão, se desempenhar bem, não demonstrar ansiedade
E o que acaba acontecendo?
O oposto
Então, quanto mais se preocupam, menos conseguem, é isso que acaba acontecendo?
Sim
Discute a importância de escutar o outro como no exercício da sessão e reforça a importância de
começar a mudar o auto-processamento.
Tarefa entre sessões: anotar as crenças que você mais se identificou e tentar refletir sobre evidências
de que elas não sejam verdade, anotando e deixando espaço para a cada semana de tratamento
acrescentar mais coisas
Escolher pelo menos 3 pessoas que causem um nível baixo de ansiedade para exercitar a tarefa de ouvir
o outro em vez de fazer auto-processamento. Anotar as experiências da tarefa entre sessões e ler a folha
sobre distorções cognitivas.
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Dinâmica de encerramento da sessão: Corredor brasileiro (Del prette e Del Prette, 2002)
Objetivo:
Identificar e relatar o que deseja alcançar com a terapia
Motivar-se para a busca de soluções de problemas pessoais
Expressar apoio
Desenvolver colaboração e
Solicitar ajuda
Descrição:
Forma-se um corredor, tipo corredor polonês, a pessoa que vai passar 1ª pelo corredor é solicitada a
dizer o que deseja alcançar com a terapia, em seguida, passa pelo corredor. As pessoas que formam o
corredor são instruídas a incentivar quem esta passando dizendo frases de encorajamento e fazendo
gestos de apoio e força
Encerramento: pede a algum voluntário para dar um feedback da sessão, aproveita para explicar o que é
um feedback, tipos de feedback. Para um bom feedback a pessoa deve ter conseguido prestar atenção ao
comportamento do outro.
Sessão IV:
Dinâmica: a cruz e o círculo (Boal, 2002)
Objetivos:
Aquecer o grupo,
Perceber a diferença entre movimentos voluntários e involuntários e
Ensinar respiração diafragmática
Descrição:
Pede-se que façam um círculo com a mão direita, grande ou pequeno, como puderem: é fácil e todo
mundo faz. Pede-se, depois, que façam uma cruz com a mão esquerda: é ainda mais fácil, todos
conseguem. Pede-se, então, que façam as duas coisas ao mesmo tempo. É quase impossível.
Ao terminar abre a roda para conversar sobre como se sentiram e a terapeuta introduz a idéia de reação
de luta e fuga. E ensina a respiração diafragmática.
Em seguida o terapeuta integra essas informações com a sessão anterior, lembrando pontos importantes:
Modelo cognitivo da ansiedade social, mudança das crenças, perfeccionismo, importância da opinião do
outro.
Conversam sobre a folha de distorções cognitivas da tarefa de casa. Quem se identificou com qual?
Reestruturar as distorções que forem destacadas através de questionamento socrático realizado pelo
terapeuta
Dinâmica: Dramatização no modelo Fórum adaptado com base descrito por Boal, 2002
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Ao longo do tratamento essa dinâmica é usada muitas vezes, por isso uma descrição mais detalhada é
fornecida nesse momento. Os objetivos específicos serão descritos sempre que essa dinâmica for usada e
os objetivos gerais estão descritos abaixo.
Objetivos gerais::
Desenvolver habilidades sociais
Reestruturar pensamentos
Revelar dificuldades
Solucionar problemas através de várias alternativas
Maximizar o desenvolvimento dos componentes não verbais e paralinguísticos das habilidades sociais
Expor os pacientes á situações de ansiedade, manejando-as
Falar sobre si mesmo
Desenvolver a criatividade
Descrição:
No fórum, os participantes selecionam uma situação de conflito ou difícil que tenham vivido. Realizam a
cena como ocorreu, terminando a encenação, sem resolver a dificuldade. A platéia é convidada a entrar
em cena, sempre no lugar de quem passa pelo problema ou situação difícil, encenando uma outra
alternativa de comportamento. O grupo analisa a alternativa nova, identificando os elementos e as
diferenças entre as alternativas apresentadas. A sala fica arrumada como em um teatro, platéia e palco.
Cada cena é apresentada uma vez, em seguida o terapeuta pergunta a platéia: Alguém gostaria de entrar
no lugar da pessoa que está passando pelo problema nesta cena e fazer diferente? Se sim, terapeuta
observa, se não, o terapeuta avalia se deve intervir como modelo para respostas mais elaboradas. Sempre
que alguém da platéia entrar e dramatizar sua sugestão, em seguida o terapeuta pergunta ao grupo o que
de diferente a sugestão nova trouxe em termos de habilidades sociais. O terapeuta deve sempre ressalta a
linguagem não verbal, ou seja, que gestos diferentes a opção nova introduziu? Ou, teve diferença no tom
de voz? O terapeuta ainda pode explorar sentimentos e pensamentos da opção nova perguntando: Nessa
nova opção o que a pessoa que interpretou provavelmente estava sentindo? E Pensando? Por isso o
comportamento foi diferente?
Dinâmica no modelo Fórum focando as habilidades sociais: ler o ambiente social e escutar o outro
Dividir em duplas e encenar como foi a tarefa de casa de cada um, depois da apresentação os colegas e
terapeuta podem entrar nas cenas dando sugestões para um desempenho mais elaborado. Focar nas
habilidades ler o ambiente social e escutar o outro. O terapeuta questiona o grupo em relação ao
desempenho nessas habilidades, incentivando respostas sempre mais elaboradas.
Introduzir o tópico iniciar e manter uma conversa:
Perguntas abertas e fechadas, postura, pensamentos, emoções e comportamentos.
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Dinâmica no modelo Fórum focando as habilidades sociais: iniciar e manter uma conversa
Objetivos: desenvolver essas habilidades através da dramatização de situações vivenciadas
Trabalhar os elementos do modelo cognitivo, ajudando os pacientes a identificá-los no momento que
estão ativados.
Descrição:
Repetem a dramatização das situações da tarefa de casa, incluindo os elementos novos: iniciar e manter
uma conversa. O terapeuta os ajuda a identificar e desenvolver os componentes dessas habilidades.
Perceber o ciclo da ansiedade social presente no exercício. Cada um preenche a folha Entendendo a
ansiedade social na sessão. O terapeuta ajuda.
Tarefa entre sessões: praticar a respiração e escolher pelo menos 3 situações de interação para iniciar e
manter uma conversa. Preencher a folha: Entendendo a ansiedade social. Escrever no verso da folha
como foi cada situação de interação.
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Página 248: [6] Excluído
FOLHA-
ENTENDENDO A ANSIEDADE SOCIAL
CRENÇAS –Sobre si, os outros e o mundo
_________________________________________________________
Aspectos biológicos-genéticos/ Aspectos familiares/ Experiências de vida
Possível situação social:
Processamento antecipatório
Pensamentos_______________________________________________________
Sentimentos________________________________________________________
Comportamentos____________________________________________________
Reações físicas______________________________________________________
Situação Social
Pensamentos__________________________________________________
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Sentimentos___________________________________________________
Comportamentos_______________________________________________
Reações físicas_________________________________________________
Processamento pós evento
Pensamentos__________________________________________________
Sentimentos___________________________________________________
Comportamentos_______________________________________________
Reaçõesfísicas_______________________________________________
E o outro?
Tarefa entre sessões
Sessão 4:
Treinar a respiração diafragmática
Criar 3 situações para iniciar e manter uma conversa, preenchendo a folha entendendo a ansiedade
social.
Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões:
OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida
Situação 1:
Situação 2:
22
Situação 3:
Sessão V
Dinâmica: Buscando Saídas (Del Prette e Del Prette, 2002)
Objetivos:
Efetuar a leitura do ambiente social e de pequenas mudanças ocorridas em uma situação;
Elaborar alternativas de comportamento para uma mesma situação;
Reagir diferencialmente a pequenas mudanças na situação;
Estabelecer analogia entre situação simbólica vivenciada e problemas do cotidiano;
Fazer pedidos;
Manejar a ansiedade;
Agradecer;
Elogiar;
Falar sobre si mesmo;
Desenvolver a criatividade;
23
Descrição:
O terapeuta convida 6 a 8 pessoas para participarem como grupo vivencial (GV). Dá aos demais (GO)
tarefas específicas de observação: a) do comportamento não verbal das pessoas em treinamento; b) das
estratégias por eles utilizadas; c) das mudanças de desempenho em diferentes momentos do treinamento
Em seguida, coloca uma pessoa no centro do espaço e as demais de mãos dadas formando um círculo ao
seu redor. Instruí as pessoas do círculo para ficarem atentas ás suas instruções ou “dicas” (verbais ou não
verbais). Diz para a pessoa, colocada no interior do círculo, que ela se encontra simbolicamente em uma
situação social problemática. Pede que ela imagine essa situação, que será resolvida quando ela
conseguir sair do círculo. Completando, acrescenta, em tom audível a todos:
Sua tarefa, portanto, é sair dessa situação
Após a primeira tentativa, geralmente bem sucedida, a pessoa é recolocada na mesma situação , pedindose a ela que apresenta, agora, uma alternativa, diferente da que já foi utilizada, para novamente sair do
círculo. Neste segundo momento, caso seja necessário, o terapeuta pode induzir alguma aversividade á
situação, provocando a pessoa com perguntas do tipo: A situação de ficar dentro do círculo lhe provoca
desconforto? Você não quer tentar sair? Pense em outra alternativa.
A cada tentativa bem sucedida, a pessoa deve voltar ao centro e elaborar outras alternativas melhores em
relação aos desempenhos anteriores. Aos demais, solicita-se que permitam a saída da situação problema
se o desempenho da pessoa for considerado melhor que o anterior. Nesse caso o terapeuta pode dar
sinais, ajudando o grupo a decidir se houve melhora ou não.
Após tentativas em que a pessoa se dirige a um interlocutor, chamando-o pelo nome, apresentando-se,
expondo seu problema de maneira objetiva e clara, mantendo contato visual e postura pertinente á
situação, pode-se aumentar a dificuldade, colocando-se as pessoas que formam o círculo de costas para
ela, ou mesmo, restringindo-lhe o espaço de movimentação. Com isso, cria-se uma situação que requer
desempenhos mais elaborados.
Naqueles casos em que a dificuldade é muito grande o terapeuta pode solicitara a alguém do GO que
ofereça “deixas” para auxiliar a pessoa do círculo. Por exemplo, circular ao redor do grupo falando em
24
voz alta: Por que será que fulano está ali? Muita gente vive situação semelhante.....Será que ele precisa
de ajuda? Espera-se que a pessoa em treinamento aproveite a “deixa” para pedir ajuda.
Ao final conduz uma reflexão sobre os problemas do cotidiano e as estratégias utilizadas para resolvêlos. Qual a relação com os problemas da ansiedade social? O GO é solicitado a fornecer feedback do
comportamento do GV. O terapeuta aproveita para reforçar o treino em dar e receber feedback
Dinâmica Dramatização no modelo fórum focando as habilidades: iniciar, manter, mudar de
assunto e encerrar uma conversação.
O grupo em duplas encena uma situação da tarefa entre sessões
Em seguida aproveita as mesmas cenas para acrescentar as habilidades: mudar de assunto e encerrar
conversação.
Primeiro o terapeuta fala um pouco dessas habilidades, dando exemplos, em seguida abre para quem
desejar também comentar, e pede para que repitam a cana anterior incluindo esses elementos.
Pontuar aspectos não verbais da interação, treinando o desempenho na cena.
Novamente a cada dramatização o terapeuta abre a opção da platéia entrar para apresentar uma
alternativa diferente.
Dinâmica: Corrida para ver quem chega por último (Boal, 2002)
Objetivo: Acalmar o grupo, prestar atenção nos músculos, no corpo e na respiração
Descrição:
O grupo forma uma fila de um lado da sala, o terapeuta instruí ao grupo para andar o mais devagar
possível, percebendo seu corpo e cada movimento, até o outro lado da sala. Quem chegar por último
ganha. Não pode ficar parado, tem sempre de estar em movimento, porém o mais lento possível.
Relaxamento (adaptação do Relaxamento Muscular Progressivo de Jacobson, 1938 citado por
Rangé, 2001) Duração de 30 minutos (CD em anexo ao apêndice)
Tarefa entre sessões: Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido; escolher pelo menos 3
situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar uma conversação
com conhecidos e desconhecidos
25
Sessão 5:Tarefa entre sessões
Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido;
Escolher pelo menos 3 situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e
encerrar uma conversação com conhecidos e desconhecidos.
Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões:
OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
Sessão VI:
26
Dinâmica: A série do cego adaptado com base no descrito por Boal, 2002
Objetivo: aquecer o grupo;
Perceber características de controle e confiança,
Reestruturação cognitiva e
Perceber comportamentos de evitação sutil que mantêm o ciclo negativo da ansiedade social
Descrição:
O grupo se divide em duplas: um parceiro será o cego, e o outro o guia. O terapeuta distribui alguns
obstáculos pela sala e pede ao guia para começar a andar lentamente pela sala conduzindo o cego, é
responsabilidade do guia o cego não se machucar, ele pode guiar tocando nos ombros do cego, que deve
aceitar ser conduzido. Solicita que as duplas andem em rítimos diferentes e passem pelos obstáculos da
sala. Em seguida as duplas trocam de posição, quem conduziu agora será conduzido. Repetindo o
exercício, após alguns minutos o terapeuta instrui que os guias não podem mais tocar no cego, cada guia
deve criar um som e fazer para o cego ouvir, o cego deve passar a ser guiado pelo som que seu guia está
fazendo. Quando o guia parar de fazer o som, o cego deve parar também. O guia deve mudar
constantemente de posição e também variar o volume do som, ás vezes fazendo bem baixinho. Em
seguida inverte, quem conduz será agora conduzido.
Encerra abrindo para debate: Como cada um se sentiu? Foi mais fácil ser cego ou ser guia? Por quê?
Existe alguma relação com os sintomas de ansiedade social
No grupo piloto, algumas pessoas que preferiram o papel de cego relataram que esse papel era mais
confortável por sentirem-se menos cobradas. No papel de guia, ficaram preocupados com seu
desempenho, sendo mais fácil transferir o controle para outra pessoa. Essas colocações levaram a uma
conversa sobre as evitações sutis que ás vezes fazemos, deixando outros tomarem a iniciativa por nós ou
realizar por nós. Todos revelaram ter alguma atividade que evitam com a desculpa de que o outro faz
melhor, ou quer fazer, porém relataram no fundo saber que não fazem porque tem medo e preferem se
acomodar. O terapeuta então solicitou que cada um se comprometesse a modificar esse comportamento
evitativo. Explicou que a evitação mantêm o medo, uma vez que a pessoa não arrisca descobrir o quanto
é capaz ou não, ou o que poderia aprender, desenvolver na situação. O comportamento de evitação
27
contribui mantendo as crenças já discutidas e o ciclo negativo da ansiedade social, gerando um
sentimento de incapacidade. Um dos objetivos da terapia é justamente essa modificação, e isso se faz
tentando, sendo menos exigente em relação ao seu próprio desempenho. Aceitando seus próprios limites.
O período de tratamento é o momento ideal para experimentar ao máximo, arriscar aproveitando o apoio
do grupo.
Algumas pessoas relataram preferir o papel de guia, uma vez que de olhos fechado se sentiam
vulneráveis, expostos. Relataram um sentimento de incômodo por não ter o controle da situação. Esses
comentários permitiram ao grupo abordar a questão do controle, porque temos que controlar o ambiente
o tempo todo. Sugestões de perguntas:
Caso a pessoa relaxe dessa vigilância o que pode acontecer? E isso já acontecer? É algo possível de ser
superado? Será que não estão exagerando a repercussão de uma situação? As pessoas são avaliadas por
uma única situação de desempenho que vira um rótulo para sempre? As situações de desempenho ruim
pesam mais que as de desempenho bom? A opinião do outro é tão valiosa assim? E se duas pessoas te
avaliarem ao mesmo tempo, uma diz que você é inteligente e a outra diz que você é burro, em quem vai
acreditar? Não é melhor criar critérios próprios de avaliação pessoal com base em evidências concretas
da realidade, em vez da opinião de outra pessoa?
Após discutir com o grupo esses tópicos o terapeuta encerra e segue adiante
Dinâmica: Variação da dramatização no modelo fórum focando as habilidades : incicia, manter,
mudar de assunto e encerrar uma conversação
Objetivo:
identificar sentimentos;
identificar pensamentos;
focar nos aspectos não verbais e
provocar ansiedade manejando-a
Descrição:
Escolher a situação que foi mais difícil de executar como tarefa de casa para se dividir em duplas e
encenar. Após a primeira passagem da cena pelas duplas o terapeuta solicita que sejam repetidas, sendo
28
que agora o terapeuta é o diretor, então durante a encenação vai dar alguns comandos que devem ser
seguidos e improvisados. Solicita à platéia que preste atenção nos mínimos detalhes. Comandos para
alternar nas duplas: 1)encenar sem som, apenas no gestual, quem assiste procura identificar o que se
passa;
2) intensificar sentimentos da cena, como em novela mexicana;
3) interpretar a cena escolhendo um sentimento que deve ser expresso ao máximo, por exemplo: amor,
raiva, alegria, ironia
4) Falar em gromelô (falar em sons sem significado, tipo: dalidusa, dinimin,parara?)
Encerrar e abrir para discussão: como se sentiram? O que repararam? O que do exercício foi similar a
alguma característica da ansiedade social.
Questionar se na vida deles algum modo que foi ensaiado no exercício está faltando.
Por exemplo:
Terapeuta: acabamos de fazer as situações de vocês de tarefa de casa de formas diferentes, com ênfase em alguns sentimentos
e movimentos. Como se sentiram?
Alguém se sentiu ridículo? Qual o problema de fazer coisas ridículas?
Na vida de vocês alguns desses sentimentos ou movimentos estão faltando?
Conduzir o debate até que todos se coloquem.
Introduzir tópico novo: fazer e receber elogios. Pedir para que cada um fale de uma situação difícil
em relação a isso. Terapeuta usa exemplos para questionar pensamentos e crenças relacionados a essa
habilidade, além de sentimentos e comportamentos relacionados.
Dinâmica: Berlinda de elogios:
Objetivos:
Exercitar a habilidade de receber e fazer elogios;
Reestruturar pensamentos e
Incentivar esse comportamento nas pessoas do grupo
Descrição:
É solicitado que todos formem a roda, o terapeuta vai ao centro e pede que um por vez faça um elogio.
A terapeuta funciona como modelo respondendo de forma variada, mesmo que os elogios sejam
29
repetidos. Em seguida, outro vai para o centro e assim por diante, até que todos tenham ido. No caso de
alguém apresentar dificuldade para responder os elogios na berlinda o co-terapeuta entra e fica junto na
berlinda, ajudando com dicas ao ouvido de quem está na berlinda. Se alguém estiver com dificuldade de
elogiar o terapeuta chega perto e também fornece alguma dica.
Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos 3 pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo a
ansiedade social com alguma situação de ansiedade durante a semana, lembrar que as tarefas são
cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar conversar e continuar fazendo o
relaxamento, além de anotar as evidências contra as crenças centrais
Sessão 6:
Tarefa entre sessões
Escolher pelo menos 3 pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo a ansiedade social com
alguma situação de ansiedade durante a semana.
Lembrar que as tarefas são cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar tópicos já
trabalhados.
Lembrando os tópicos até hoje:
Aprender a escutar o outro, não fazendo auto-processamento
Ler o ambiente social
Iniciar conversas com conhecidos e desconhecidos
Manter a conversa, perguntas abertas
Mudar de assunto, avaliando o tempo ideal para isso, como brechas e fim de outros assuntos
Encerrar conversa
Identificar pensamentos automáticos e quais distorções de pensamento podem estar se ativando
Identificar o ciclo da fobia social: processamento pré evento, na situação e pós evento
Diferenças entre situação, sentimento, pensamento, comportamento e reações físicas em cada fase do
ciclo
Como manejar as reações físicas: respiração diafragmática e relaxamento muscular
Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões:
OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida
30
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
Sessão VII
Em roda conversam como foi a tarefa de casa: grau de dificuldade, ansiedade e pensamentos
Dinâmica: Completando a imagem (Boal, 2002)
Objetivo:
Iniciar o tópico reestruturação cognitiva;
Desenvolver criatividade e
31
Desenvolver expressão corporal e facial
O co-terapeuta e um voluntário se cumprimentam, apertando-se as mãos. Congela-se a imagem. Pede-se
ao grupo que diga quais os possíveis significados para a imagem: é um encontro de negócios, amantes se
despedindo, um negociante de drogas, etc.,? Várias possibilidades são exploradas. As imagens não
dependem apenas delas mesmas, mas dos observadores.
O co-terapeuta sai e deixa o voluntário congelado na mesma imagem, sem mudar de posição. O
terapeuta pergunta sobre significados possíveis da imagem que resta. O terapeuta convida quem desejar
a entrar na imagem, completando-a para um outro significado. Se ninguém for, o co-terapeuta se
candidata para iniciar, completando a cena, o primeiro voluntário continua imóvel. Novamente pergunta
os possíveis significados da nova imagem, em seguida convida alguém a completar a cena, sem que
tenha saído ninguém, até a imagem estar com umas quatro pessoas. Encerra e divide o grupo em duplas,
cada dupla começa com a imagem do aperto de mão. Um parceiro de cada dupla, conforme indicação do
terapeuta, se retira da imagem, deixando o outro congelado com sua mão estendida. Agora em vez de
dizer o que pensa que essa nova imagem significa, o parceiro que saiu retorna e completa a imagem,
mostrando o que vê como um possível significado seu, se colocando em uma posição diferente com
relação à mão estendida (por exemplo, pode se joelhar na frente como se estivesse recebendo uma
benção), mudando o significado da imagem. Então inverte, o segundo parceiro sai e entra modificando a
imagem.
Em seguida o terapeuta deixa as duplas congeladas e pede para que os parceiros da direita saiam da
imagem e rodem para a direita completando a imagem do colega ao lado, até que todos tenham
completado a imagem de todos. O terapeuta pode adicionar algum objeto, uma cadeira, lápis, etc...
Não importa que a maneira escolhida para completar a imagem não tenha um significado literal, o
importante é deixar as idéias fluírem. No caso de dificuldade o terapeuta auxilia com opções. Em
seguida pede que todos voltem para a roda e solicita um voluntário para ir ao centro executar um
movimento, pede que a pessoa fique congelada. Solicita aos companheiros da roda que entrem e
completando a imagem, formando uma cena com todos. Em seguida encerra abrindo a roda para
discussão. Como se sentiram? O que perceberam?
32
O terapeuta aproveita para introduzir a idéia de reestruturação cognitiva: a forma como interpretamos
um evento pode ser modificada através de uma reflexão questionadora. Introduz a folha “testando
pensamentos” Cada um escolhe um pensamento da folha entendendo a ansiedade social que foi feita em
casa para juntos preencher a folha testando pensamentos. O terapeuta, em roda, faz com cada um
responda uma folha, os colegas observam e tentam acompanhar.
O terapeuta ajuda a integrar as informações novas com as já obtidas, pontuando as principais distorções
cognitivas de cada um e como estas podem estar relacionadas às crenças já identificadas.
Sessão 7:
Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos 1 situação social que cause ansiedade moderada para
preencher as folhas entendendo a ansiedade social e testando pensamentos.
Escolher 2 gafes para cometer, o terapeuta avalia de acordo com o caso individual quais as melhores
situações para cometer gafes.
Exemplos de gafes:
Tropeçar ou cair na frente de outras pessoas, falar alto ao celular em um lugar cheio, tremer ao comer, derrubar coisas, pedir
algo que não consta no menu; sair com um a roupa descombinando ou do avesso; pedir algo, que obviamente não é vendido
naquela loja; fazer perguntas indiscretas, fora de um contexto, solicitar uma informação e pedir para a pessoa repetir várias
vezes como se não estivesse entendendo; falar uma bobagem, por exemplo, errar uma informação atual (dizer errado o nome
de algum político importante); fazer uma pergunta usando um tom de voz estranho ou gaguejando;chegar atrazado de
propósito a um compromisso; chegar perto e quase entrar no banheiro do sexo oposto; comprar algo que você normalmente
ficaria envergonhado de fazer; entre outros...
Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões, incluindo as duas situações de gafes:
Situação 1:
33
Situação 2:
Situação 3:
Quebra de página
Folha Testando Seus Pensamentos
Qual é a situação: __
O que estou pensando ou imaginando? ______________
Quanto acredito nisso?
avalie de 0 a 10: ___ )
um pouco
médio
muito
(ou
Como esse pensamento fez me sentir?
outro: _________
zangado
triste
Quão forte é o sentimento? um pouco forte
médio muito forte
(ou avalie de 0 a 10: __)
O que me faz pensar que o pensamento é verdadeiro?
O que me faz pensar que o pensamento não é verdadeiro ou totalmente verdadeiro?
Há alguma outra forma de ver isso? .
Qual o pior que poderia acontecer? Eu poderia sobreviver a isso?________________
Qual o melhor que poderia acontecer? ___________
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nervoso
O que é o que mais provávelmente irá acontecer? ___________________
O que acontecerá se continuar a pensar da mesma forma?
O que aconteceria se eu mudasse o meu pensamento?
O que eu diria para um amigo meu se isso acontecesse com ele?
O que eu deveria fazer agora?
Quanto eu acredito nesse pensamento negativo agora?
(ou avalie de 0 a 10: ____ )
um pouco
Quão forte está o meu sentimento negativo agora? um pouco forte
forte (ou avalie de 0 a 10: ___ )
médio muito
médio
muito
Sessão VIII
Terapeuta divide o grupo em duplas, cada dupla deve escolher duas folhas testando pensamentos
preenchidas em casa (uma de cada um). São instruídos a examinar juntos, tirando possíveis dúvidas e
vendo outras possibilidades de resposta para cada pergunta, além de identificar distorções cognitivas.
Durante esse exercício os terapeutas andam pela sala ajudando um pouco cada dupla, tirando possíveis
dúvidas. Depois que todos tiverem terminado o terapeuta pergunta se ainda existe alguma dúvida e
encerra.
Dinâmica: Seqüência do espelho adaptado com base na descrita por Boal, 2002
Cada etapa desta seqüência pode durar um, dois, três minutos, ou até mais dependendo do envolvimento
dos participantes e estímulo do terapeuta. O importante é conseguir que os participantes sejam
minuciosos, detalhados, exatos e reveladores o quanto possível:
O espelho simples:
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Duas filas de participantes, cada um olhando fixamente para a pessoa que está a sua frente, olho no
olho. A fila A são os sujeitos e a fila B as imagens. Em um primeiro momento terapeuta os instrui a
ficar apenas olhando olho no olho, sem desviar o olhar. Os terapeutas observam e mantêm o exercício
até que todos tenham conseguido ao menos dois minutos sem desviar o olhar. Em seguida o exercício
começa e cada sujeito inicia uma série de movimentos e de expressões faciais em câmera lenta, que
devem ser reproduzidos nos mínimos detalhes pela imagem que tem em frente (fila B). O sujeito não
deve considerar-se inimigo da imagem: não se trata de uma competição e sim da busca perfeita de uma
sincronia entre pessoa e imagem. É importante que os movimentos sejam lentos para que possam ser
copiados nos mínimos detalhes. Assim que todos tenham conseguido uma sincronia grande o terapeuta
pede para inverter, quem era imagem vira sujeito e vice versa, repetindo o exercício. Em seguida pede
que parem e fechem os olhos, todos, e que procurem fazer a respiração diafragmática. Enquanto isso os
terapeutas cochicham no ouvido de cada sujeito da fileira A um sentimento (tristeza, raiva, alegria,
saudade, medo e etc.) Pede que a fileira B continue respirando e instrui a fileira A a procurar sentir o
sentimento que foi dito. Espera alguns segundos e pede que todos abram os olhos. O terapeuta então
pede que a fileira B preste atenção na fileira A, além de imitar a imagem, terão de descobrir o
sentimento da imagem e também sentir. O exercício se inicia e o terapeuta observa, intervindo se for
necessário para que todos façam o melhor possível. Em seguida as fileiras se invertem e a fileira que
criará a imagem é solicitada a escolher livremente um sentimento e começar a fazer, durante a execução,
após alguns minutos o terapeuta pede que eles intensifiquem ao máximo o sentimento, inclusive usando
além do rosto o corpo. Expressando ao máximo, com toda a intensidade. Deixa por alguns minitos e
instrui que os grupos se invertam novamente para realizar a mesma instrução. O terapeuta estimula e
provoca mito, realmente conseguindo que expressem com muita intensidade os sentimentos. O terapeuta
agora diz os sentimentos que todos da fileira que cria imagens devem fazer. O terapeuta aproveita esse
momento para explorar sentimentos que não tenham aparecido e para estimular o grupo que imita a
realmente sentir o que o outro sente. Após o terapeuta avaliar que todos os sentimentos foram
explorados ele instrui que todos fechem os olhos novamente e respirem, deixar alguns minutos e
36
encerrar o exercício, abrindo a roda para conversar sobre o exercício. Como foi, como se sentiram? O
que acharam?
Introduz o tópico Empatia, o terapeuta explica o conceito: componentes cognitivos, afetivos e
comportamentais e pede que cada um dê exemplos de sua vida em que foram empáticos com alguém, ou
que alguém foi empático com eles. Terapeuta aproveita para apontar os componentes da empatia.
Dinâmica Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades empáticas
Essa dinâmica é filmada para videofeedback
Divide o grupo em duplas e pede para que cada dupla escolha uma situação de empatia vivênciada para
dramatizar, cada dupla apresenta e em seguida a platéia é convidada a entrar em cena com outras
alternativas. O terapeuta pode entrar para funcionar como modelo.
Terapeuta encerra a sessão resumindo a empatia e pedindo para que cada um avalie como imagina que
foi seu desempenho em cena, como imagina aparecerá no vídeo filmado. O terapeuta ajuda o grupo a ser
descritivo, e pede que cada um escreva sua avaliação e traga na próxima sessão.
Tarefa entre sessões: ler o texto sobre empatia e escolher pelo menos 3 situações para ser empático
Sessão IX
Ver o filme filmado na sessão anterior e comparar a imagem da tela com a avaliação que cada um fez
pontuando as diferenças e reestruturando pensamentos á partir da imagem.
Conversar sobre o texto empatia: dúvidas e comentários
Introduz o tópico demonstrar afetividade, expressar sentimentos. Pede ao grupo para dar exemplos
de dificuldade nesse tópico. Em seguida pede a cada um que revele um sentimento que o incomoda e
normalmente não compartilha com ninguém. O terapeuta se comporta de forma empática a cada
revelação. Não intervem com reestruturação, apenas escuta e é empático.
Dinâmica: Adaptação da dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades expressar
sentimentos positivos e demonstrar afetividade
Essa dinâmica é filmada e ao final cada um escreve uma avaliação descritiva de como imagina ter se
desempenhado
37
Objetivos: desenvolver essas habilidades em cena, reestruturando pensamentos disfuncionais e
desenvolver a afetividade no grupo, maximizando a expressão corporal
Descrição:
Divide o grupo em duplas e pede que cada dupla selecione duas situações relacionadas a essa habilidade
(uma de cada um) para dramatizar. Cada dupla dramatiza a cena como foi, com toda a dificuldade, em
seguida o terapeuta pede que interpretem a cena como gostariam que tivesse ocorrido, em seguida pede
que se repita a cena com muito amor e carinho, em que se demonstre através de abraços, gestos e falas.
Ao final da apresentação do conjunto da mesma cena, o terapeuta e pacientes ajudam a pessoa a
identificar os pensamentos e sentimentos presentes e intervêm ajudando a reestruturar.
OBS: no grupo piloto esse tema foi muito rico, todos tinham dificuldade, principalmente em abraçar ou receber afeto de
outra pessoa. O sentimento mais revelado foi o de inadequação e inferioridade.
Tarefa entre sessões: escolher pelo menos 3 situações para demonstrar afeto, inclusive com o corpo,
procurando abraçar, tocar, ser carinhoso. Preencher as folhas: entendendo a ansiedade social e testando
pensamentos
Sessão X
Ver o filme da sessão anterior confrontando a imagem com a avaliação descritiva que cada um fez
reestruturando pensamentos distorcidos através da confrontação com a imagem.
Avalia como foi a tarefa de casa e divide o grupo em duplas para que analisem juntos as folhas
preenchidas
Dinâmica: Direitos Humanos e Interpessoais (Del Prette e DelPrette,2002)
Objetivos:
Reconhecer que o respeito ou desrespeito aos direitos interpessoais envolve o pensar, o sentir e o agir;
Tomar conhecimento da Carta dos Direitos Humanos da qual o Brasil é signatário;
Conscientizar-se dos diferentes direitos interpessoais;
Valorizar a identificação e defesa de direitos interpessoais;
Reconhecer relação entre sentimento, pensamento e comportamento e
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Compreender a reciprocidade entre os próprios direitos e os direitos das outras pessoas
Descrição:
O terapeuta introduz o tópico assertividade, explicando os componentes cognitivos, afetivos e
comportamentais dessa habilidade. Discute a noção de defender direitos, que direitos temos enquanto
seres humanos? Deixa o grupo se colocar e complementa. Em seguida, entrega um cartão com a lista de
direitos Interpessoais, no verso contem uma folha de resposta (descreve usando poucas palavras:
sentimentos, pensamentos e ações imaginadas) e pede que todos leiam atentamente a lista e circule o
número daquele que julga mais importante. Enfatiza que apenas um deve ser circulado. Em seguida
conduz a vivência pedindo que todos imaginem uma sociedade em que o direito escolhido é respeitado.
O terapeuta faz essa exposição imaginária com muitos detalhes. Pede que abram os olhos e escrevam no
verso, completando a folha de resposta. Na segunda fase, o terapeuta pede que cada pessoa circule um
outro direito importante para ela e refaz a exposição imaginária, porém pede que imaginem uma
sociedade onde o direito escolhido não é respeitado. Também nesse caso, solicita que preencham a folha
de resposta.
Introduz o tópico assertividade: terapeuta explica o conceito e exemplifica situações, em seguida pede ao
grupo para contar experiências em que foram assertivos, passivos ou agressivos. Explica os
componentes cognitivos, afetivos e comportamentais da assertividade.
Dinâmica Nem passivo, nem agressivo, assertivo! Adaptação do descrito por Del Prette e Del
Prette, 2002
Objetivo:
Identificar elementos da assertividade;
Revelar situações pessoais;
Reestruturar pensamentos e
Aprender a ser assertivo
Trabalhar o repertório não verbal dessa habilidade
Descrição:
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O terapeuta escreve no quadro os elementos da autoconsciência: O que quero? Quais as minhas
expectativas? Que sentimentos estou experimentando?
O grupo é dividido em duplas que sorteia um tema: passivo, agressivo ou assertivo. Cada grupo é
instruído a escolher uma situação (que um da dupla vivenciou) de acordo com o tema sorteado para
dramatizar. Cada pessoa recebe 3 cartões de cartolina: um vermelho representando agressividade, um
amarelo representando a passividade e um verde representando assertividade. A platéia é instruída para
ao final de cada apresentação levantar o cartão que mais considera se adequar à cena dramatizada.
Assim que a platéia se manifestar o terapeuta procura identificar se todos concordaram e faz perguntas
para estimular o entendimento dos conceitos. Por exemplo: O que vocês acham que a pessoa realmente
queria nessa situação? Ela conseguiu? Por quê? Os gestos e tom de voz demonstravam o que?
Em seguida pergunta se alguém da platéia deseja entrar em cena para mostrar outras alternativas de
comportamento (só podem entrar na cena no lugar da pessoa que tem ansiedade social). Os terapeutas
também podem entrar em cena para servir de modelo, dependendo do grau de dificuldade do grupo.
Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão
Tarefa entre sessões: Ler o texto sobre assertividade, escolher pelo menos 3 situações para serem
assertivos, identificando os elementos da assertividade discutidos na sessão
Sessão XI:
Dinâmica: Quantos “a” existem em um “a”? ( Boal,2002)
Objetivo: explorar componentes não verbais, em especial a voz.
Em círculo. O terapeuta vai ao centro e exprime um sentimento, sensação, emoção ou idéia usando
somente um dos muitos sons da letra “a”, com todas as inflexões, movimentos e gestos que for capaz de
expressar. Todos os outros participantes no círculo repetirão o som e a ação duas vezes, tentando sentir
também aquela emoção, sensação, sentimento ou idéia que originou o movimento e o som. O terapeuta
então convida quem tiver alguma outra idéia, sentimento ou sensação para usar o “a”, que vá até o centro
e faça. , seguido novamente pelo grupo duas vezes. Quando muitos ‘as” tiverem sido criados o terapeuta
passa para outras vogais, quando esgotar as vogais passa para as palavras sim e não. Pede para
observarem que algumas vezes, dependendo do tom e gestual o sim quer dizer não e o não quer dizer
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sim. O corpo envia uma mensagem e a palavra outra. Finalmente utiliza frases inteiras, expressões ou
ditados da vida cotidiana, sempre tentando expressar, com as mesmas frases diferentes emoções,
sensações ou idéias.
Quando o terapeuta avaliar que todos participaram e muitos sentidos para cada elemento foram
explorados, encerra abrindo para discussão: Como, foi, o que sentiram? O que é mais forte, a palavra
falada ou a mensagem do corpo? Como isso se manifesta na vida cotidiana de cada um?
Terapeuta aproveita para ressaltar a importância do tom de voz e movimento do corpo na comunicação
social
Dinâmica: 1, 2 ,3 de Bradford, adaptação com base no descrito por Boal, 2002
Objetivos:
Identificar sentimentos;
Expressar sentimentos;
Favorecer o sentimento de grupo;
Em duplas, face a face. Cada dupla recebe um papel, anota 3 sentimentos e guarda.
1ª parte: os dois participantes de cada dupla contam até três, em voz alta, alternadamente: o primeiro dirá
um; o segundo dois; o primeiro três; e assim por diante. Devem tentar contar o mais rápido possível.
2ª parte: em vez de dizer um, o primeiro passará a fazer um som e um gesto rítmico, e nenhum dos dois
dirá mais a palavra um, que se transformou em um movimento rítmico e um som inventado pela
primeira pessoa da dupla. Isso deve ser feito com base no 1º dos 3 sentimentos que a dupla escolheu, ou
seja, o movimento e o som devem representar de alguma forma aquele sentimento. O terapeuta intervém
pedindo algo bem original, com bastante movimento e ritmo.O primeiro fará o seu movimento e som
inventado para representar o um e o segundo dirá dois, o primeiro dirá três e assim por diante. O som e a
ação criados pelo primeiro devem ser repetidos sempre no lugar do 1 na seqüência 1, 2,3.
3ª parte: agora, a segunda pessoa da dupla inventará um movimento e som para representar o dois (com
base no 2º sentimento), a dupla repete a seqüência um dois três, em que o 1 e 2 são substituídos pelas
novas representações.
41
4ª parte: agora o primeiro da dupla criará um movimento e som diferente dos anteriores para
representar o três (com base no 3º sentimento escolhido). Então teremos um ritmo de dança, somente
com sons e movimentos rítmicos, sem nenhuma palavra.
O terapeuta estimula ao máximo a criatividade dos sons e movimentos. Ao final cada dupla apresenta o
seu ritimo para os demais, que tentam adivinhar os sentimentos. Em seguida, cada dupla deve explicar
porque escolheu aqueles sentimentos, gestos e sons. Então o terapeuta solicita que o grupo, como um
todo, escolha uma seqüência que os represente, podendo misturar os elementos criados por cada dupla.
Abre a roda para conversar sobre a dinâmica: Como se sentiram? Foi difícil? Provocou ansiedade, por
quê? Os sentimentos apresentam relação com alguma coisa que ocorreu durante a semana? Ou em
relação às exposições de tarefa de casa? A seqüência que escolheram para representar o grupo significa o
que para cada um?
Esse exercício funcionou muito bem no grupo piloto, foi rico para trazer sentimentos importantes de cada um e para unificar
o grupo. Escolheram uma seqüência de ansiedade- esperança -alegria e explicaram que ao chegarem ao grupo estavam
ansiosos e hoje o grupo representa a esperança de alcançar a alegria.
O terapeuta aproveita algum sentimento trazido para conversar sobre o texto assertividade,
introduzindo, em seguida, as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em
estabelecimento comercial. Explica cada habilidade e pede que o grupo compartilhe as dificuldades que
têm nessas habilidades.
Grupo manhã: ansiedade-raiva-alegria
Grupo tarde: ansiedade-libertação-união
Dinâmica: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não, fazer pedido,
recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial.
Essa dinâmica é filmada
Em duplas, cada uma escolhe uma situação entre as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido
e reclamar em estabelecimento comercial. Cada dupla representa sua situação, o terapeuta pede que a
platéia identifique os sentimentos e pensamentos presentes, ajudando a pessoa com dificuldade a
reestruturar. Em seguida a platéia é convidada a entrar em cena apresentando outras opções de
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comportamento para aquela situação. Em cada opção se identificam pensamentos para reestruturar. O
componente não verbal de cada habilidade é estimulado, por exemplo: tom de voz para ser assertivo na
situação, postura corporal, direção do olhar.
Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão
Tarefas entre sessões:
Criar situações para colocar em prática cada uma das habilidades trabalhadas na sessão (dizer não, fazer
pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial). Preencher a folha testando
pensamentos com alguma situação da tarefa de casa.
Sessão XII
Videofeedback com o filme da sessão anterior examinando as habilidades assertivas
Dinâmica Adaptação dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não, fazer
pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial além de aliar empatia e
assertividade
Objetivos: produzir um grau maior de ansiedade e dificuldade nas situações, ajudando os pacientes a
modificar crenças . Trabalhando as habilidades dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em
estabelecimento comercial além de aliar empatia e assertividade
Descrição:
Em duplas, cada dupla escolhe duas situações da tarefa de casa para representar. Enquanto uma dupla
apresenta os outros membros são platéia. Ao final de cada cena o terapeuta entra na cena, no lugar do
“opressor” (pessoa da cena que impõe a situação em que o outro deve ser assertivo) e dificulta a
interação para o oprimido (pessoa que está tentando ser assertiva). O terapeuta usa tom de voz e gestual
para oprimir, podendo chegar a representar um comportamento um pouco agressivo. O opressor tenta
uma opção de interação mais difícil. Em seguida o terapeuta pergunta se alguém da platéia deseja tentar
outra alternativa de resposta para aquela situação. Caso ninguém queira o co-terapeuta entra como
modelo, representando um comportamento assertivo. Essa seqüência é feita em todas as cenas. Ao final
abre para debate. O terapeuta aproveita esse momento para introduzir a idéia de aliar empatia á
assertividade, como uma alternativa que em muitas situações melhora a qualidade das relações.
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Relembra o conceito de empatia e fornece alguns exemplos da combinação dessas habilidades. Em
seguida pede que cada dupla escolha uma das duas situações anteriores, agora o oprimido vai tentar ser
empático e assertivo. Após cada apresentação novamente a platéia é convidada a entrar com outras
alternativas, se necessário o terapeuta entra como modelo.
Dinâmica: Anda, Pára, Justifica adaptação da descrita por Boal, 2002
Objetivos:
Trabalhar o sentimento de vergonha em situações que se sentem ridículos;
Avaliar coisas que gostam de fazer e evitam, os incentivando a fazer;
Identificar situações sociais que precisam ainda ser trabalhadas e
Motivar as exposições entre sessões, lembrando as habilidades já trabalhadas
Descrição:
O terapeuta instrui o grupo a andar pela sala ocupando todos os espaços, pede que prestem atenção
apenas em seu caminha, sua respiração, o contato dos pés com o chão. Aguarda alguns instantes e pede
para que caminhem de forma estranha, bizarra, o mais que puderem. Aguarda um pouco e diz: Pára!
Todos em estátua! Chega perto de uma estátua e fala: justifica: a pessoa deve justificar a postura. Faz
com algumas pessoas e pede que voltem a andar pela sala e instruí:
Todos andando como o presidente lula
Agora como um mendigo
Agora como um camelo, quem sabe como o camelo anda?
Se ninguém sabe, terapeuta informa: pé direito mão direita
Como elefante? Pé direito mão esquerda, em xadrez
Agora como (terapeuta fala o nome de alguém do grupo, em alguns minutos fala de outra pessoa do
grupo até que todos tenham sido imitados)
Pede que voltem a andar livremente e agora diz uma categoria e todos devem escolher uma ação para
fazer, por exemplo: atividades domésticas, em seguida, coisas que cada um mais gosta de fazer, em
seguida, coisas que menos cada um gosta de fazer, em seguida, algo que imagina que jamais fariam.
Terapeuta encerra e abre para debate: come se sentiram? Explora o sentimento de ridículo de algumas
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caminhadas, questionando como é se sentir ridículo? Como se sentiram executando o exercício e que
coisas gostam e não estão fazendo. Terapeuta os estimula a fazer planos de ação para colocar em prática,
principalmente comportamentos que são evitados devido a ansiedade social. Pede que todos listem
coisas que gostariam de fazer, porém evitam devido à ansiedade social. Terapeuta aproveita para lembrar
o quão importante é a prática entre sessões, não apenas das tarefas pedidas, mas de qualquer situação
social que evitam e que eles já adquiriram estratégias para enfrentar. Lembra as estratégias e incentiva
ação.
Tarefa entre sessões: Escolher situações para colocar em prática o conjunto empatia-assertividade,
quanto mais situações, melhor. Preencher a folha testando pensamentos. Cada um deve selecionar uma
música para trazer na sessão que vem. Pode ser uma música representativa de sua vida, ou apenas uma
música que goste.
Sessão XIII
Dramatização: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: empatia e assertividade
Essa dinâmica é filmada e em seguida feito o videofeedback analisando as habilidades assertivas e
empáticas
Em duplas. Cada dupla escolhe uma situação da tarefa de casa (empatia assertividade) para dramatizar
no modelo fórum. Videofeedback do exercício.
Dinâmica: Jogo dos animais adaptação do descrito por Boal, 2002
Objetivos:
Introduzir o tópico interação com o sexo oposto;
Trabalhar componentes não verbais;
Trabalhar sinais sociais e
o sentimento de ridículo
Descrição:
Em pequenos pedaços de papel em branco escrevem-se os nomes de animais, e o sexo: macho ou fêmea
(sempre que colocar um macho, colocar também um papel com a fêmea daquele animal, formando
casais de bichos). Cada pessoa do grupo sorteia um papel. O terapeuta pede que todos comecem a andar
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pela sala pensando no animal que está escrito no seu papel. Como é o animal, como se movimenta, em
seguida, pede que cada um comece a se comportar como se fosse o animal. Pede que sigam as seguintes
instruções: Andando como o animal que você sorteou. Os animais tem fome. Como será que cada um
come? Com gula ou com medo? D pé ou sentado? Escondido ou exibindo-se? Parado ou em
movimento? Fugindo ou agredindo? (cada pessoa está representando como seu animal come) O
terapeuta estimula ao máximo, para que todos se esforcem na representação.
Os animais tem sede? Eles bebem rápido ou devagar? E assim por diante com vários comportamentos,
como: como mostram raiva, medo, alegria, cuidado?; Como dormem, de pé, sentados, pendurados, em
galhos, deitados?
Os animais acordam e sentem falta de um par e tentam procura-lo. Cada bichinho aqui tem um par,
continuem interpretando e procurando. Como o pavão paquera? E a leoa? Quem encontrar seu par deve
fazer a cena de paquera, aproximação e namoro. Cada casal que encontrar seu par e namorar pode parar
e confirmar se realmente é seu par. Se o tamanduá namorar a formiga eles devem voltar e encenar até
encontrar seu amor verdadeiro. Quando todos tiverem encontrado seu verdadeiro amor , forma-se um
circulo e um par de cada vez vai representar a cena de encontro paquera e namoro. O grupo avalia se o
casal se desempenhou bem, no caso de não, o grupo funciona como um diretor, até avaliarem que o
desempenho está bom. Depois que todos os casais tiverem apresentado, encerra e abre para debate:
Como Foi? O que perceberam? Terapeuta introduz o tópico: interação com o sexo oposto. Todos são
convidados a falar dessa habilidade, se é difícil? Por quê?
É preciso levar em consideração que existem níveis de dificuldades e diferentes demandas com relação
aos vários tipos de interação com o sexo oposto (situações formais, ambiente de trabalho, com pessoas
estranhas, entre outros).
Dinâmica: Luz Dança e Ação!
Essa dinâmica é filmada
Objetivo:
Trabalhar desinibição;
Manejar ansiedade;
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Habilidade de dançar e
Identificar e reestruturar pensamentos
Descrição:
O terapeuta deixa cada membro do grupo falar sobre a escolha a música. Em seguida, pede que formem
duas filas uma de frente para o outro. A fileira A tem os olhos vendados e a fileira B, não. O terapeuta
coloca uma das músicas trazidas, o ideal durante o exercício é intercalar as músicas e rítimos trazidos e
pede ao grupo A (com venda nos olhos) para dançar e o grupo B para imitar, funcionando como espelho.
O terapeuta estimula o grupo A a se desinibir completamente, dançar conforme o ritimo o mais animado
possível. Pode dizer: como se estivessem no melhor show de música do mundo, muito animado! Em
seguida inverte, o grupo A passa a venda para o grupo B e a dinâmica se repete conforme descrito
acima. Em seguida o terapeuta passa o vídeo da dinâmica e aproveita para reestruturar os pensamentos
disfuncionais ao se verem em vídeo, questionando a preocupação com a observação do outro e o
desconforto com sua própria imagem. Discute a relação dos sentimentos provocados por essa dinâmica e
as situações de vida.
Retoma o assunto: interação com o sexo oposto e os estimula a planejar uma situação para colocar em
prática
Tarefa entre sessões: colocar em prática a habilidade de interação com o sexo oposto planejada e
continuar colocando em prática as outras habilidades
Sessão XIV:
Videofeedbak. da vivência da sessão anterior: Luz Dança Ação
Rever o tópico interação com o sexo oposto e conversar sobre a tarefa de casa reestruturando
pensamentos disfuncionais
O terapeuta solicita que cada um fale como tem se sentido até agora com a terapia, o que tem melhorado
e o que ainda falta. O terapeuta coloca que muitas vezes resistimos a trazer coisas que estão nos
incomodando, pensando sempre em deixar para falar depois, porém o ideal seria aproveitar a sessão de
hoje para dividir com o grupo qualquer aspecto relacionado à ansiedade social que esteja incomodando.
O terapeuta encoraja o grupo a aproveitar a terapia ao máximo, não postergando nada. Lembra que o
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grupo vai dar apoio e analisar junto com cada um a dificuldade apresentada. Nessa sessão o terapeuta
avalia as dificuldades de cada um, aproveitando a auto-revelação para que o grupo se ajude mutuamente.
Deixa o grupo se colocar diante de cada questão trazida, apenas estimulando a reestruturação de
pensamentos relacionados às situações trazidas.
Discute com cada um a hierarquia preenchida em casa, avalia a reestruturação dos pensamentos
relacionados a cada situação da hierarquia e procura lembrar a reestruturação das crenças centrais de
cada um, incentivando a prática da hierarquia.
Avalia junto o material de construção de uma hierarquia em ordem de dificuldade e reestruturação dos
pensamentos associados a cada exposição.
Tarefa entre sessões:
Colocar em prática ás situações da hierarquia e usar a folha testando pensamentos para reestruturar
Sessão XV
Dinâmica: “Exigindo a palavra”
Objetivos:
Falar em pequenos grupos,
Desenvolver habilidades de argumentação e
Desenvolver os aspectos não verbais
Descrição:
Pede para o grupo escolher um tema do cotidiano para iniciar uma conversa informal, por exemplo: o
desabamento do metrô em São Paulo, o Big Brother (tema escolhido pelo grupo piloto), entre outros.
O grupo inicia uma conversa sobre esse tópico, cada um deve dar sua opinião, se colocar. O terapeuta
procura centralizar a conversa, sendo mal educado, falando alto, interrompendo, colocando um ponto de
vista crítico e polêmico, de preferência o inverso do que perceber ser a opinião da maioria. Deixa assim
por algum tempo e interrompe perguntando como cada um está se sentindo? Estão tendo dificuldade em
colocar suas opiniões? Por quê? Quais sentimentos essa situação está trazendo? No dia a dia deles, isso
já aconteceu? O grupo conversa, o terapeuta os ajuda a entender suas dificuldades e a identificar quais
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elementos do comportamento do terapeuta influenciou na dinâmica, tipo: postura do corpo e tom de voz
(o terapeuta se colocava ereto na cadeira, se inclinando a frente e gesticulando, também falava alto).
Pede para repetirem a interação, porém, dessa vez, tentando cortar o terapeuta. O terapeuta apenas se
permite ser cortado se o outro estiver com postura e tom de voz adequados, mostrando realmente querer
falar. Em seguida abre para avaliarem juntos esse segundo momento. O terapeuta pode repetir essa
seqüência até avaliar que todos estão se colocando com postura e tom de voz adequados. Pode estimular
isso dividindo o grupo em um grupo menor, ou pedindo para quem já conseguiu ficar calado.
Em seguida o terapeuta pergunta quem tem dificuldade para falar em pequenos grupos, como reuniões.
Quem tem dificuldade de argumentação ou de se colocar quando muitos estão falando. Dificuldade em
pedir a palavra e argumentar. Abre para que todos se coloquem, reestrutura junto com o grupo os
pensamentos distorcidos relacionados a essas situações.
Dinâmica: Advogado do Diabo
Objetivos:
Falar em público,
Desenvolver estratégias para argumentar,
Defender a própria opinião e
Reestruturar pensamentos
Descrição:
O grupo escolhe um tema polêmico (tipo: legalização da maconha, liberação do aborto, etc...) e é
dividido em dois. Metade é solicitada a desenvolver por escrito argumentos a favor do tema (mesmo que
pessoalmente não concorde), a outra metade deve escrever argumentos contra o tema escolhido. Em
seguida, um grupo de frente para o outro, inicia um debate. O terapeuta estimula, instigando e garantindo
que todos falem. Em seguida pede que os grupos invertam a posição ideológica, quem era a favor, passa
a ser contra, e quem era contra, passa a ser a favor. O debate acontece novamente. O terapeuta estimula
novos argumentos de cada lado.
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Ao final, abre para o grupo colocar como se sentiu em relação à dinâmica e aborda o tema: expressar
opinião e argumentação. Toda situação tem mais de uma forma para ser entendida, o importante é cada
um acreditar na sua forma para poder argumentar, sem querer agradar aos outros, e sim defendendo sua
própria opinião. Escutando o outro, reavaliando seus próprios argumentos, para decidir a forma como
pensa. Sem a preocupação em ser aceito. Avaliar essas questões com o grupo: sentimentos e
pensamentos
Dinâmica: Quem conta um conto, acrescenta um ponto.
Objetivos:
Falar em público;
Dar e receber feedback;
Identificar e expressar comportamentos não verbais adequados ao conteúdo;
Desenvolver criatividade e
Identificar pensamentos automáticos e reestruturar
Um voluntário é solicitado e instruído a pensar em uma situação de sua vida que possa compartilhar com
o grupo, o terapeuta pede que pense em uma situação que tenha sido dinâmica, com outros envolvidos.
Uma história que considere interessante para compartilhar.
Em seguida pede ao voluntário para escolher 6 pessoas do grupo. O restante do grupo é instruído a
observar a dinâmica. Enquanto o terapeuta explica a dinâmica o co-terapeuta escolhe 2 pessoas do grupo
de observação, instruindo (cochichando ao ouvido) que um deles se comporte de forma desinteressada,
sem prestar atenção, como se achasse a história muito chata: deve bocejar, dar uma cochilada. O outro é
instruídos a conversar durante a narração, puxando assunto com outros colegas. O co- terapeuta fica
sentado junto ao grupo de observação e mantêm uma postura bem séria, como se não tivesse gostando de
nada.
O voluntário começa a contar sua história e duas pessoas que ele selecionou começam a interpretar a
situação contada sem falar, apenas com o corpo. As outras, que foram selecionadas por ele, ficam em pé
ao seu lado, apenas assistindo. O restante do grupo apenas observa. Após o voluntário ter contado sua
história o terapeuta fala Pára, a imagem dos que interpretam se congela, e o terapeuta pergunta a 1ª
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pessoa que está ao lado de quem estava contando a história: Se isso não fosse um: ( o terapeuta diz aqui
o que realmente foi o tom da história contada) por exemplo:drama e sim um filme de terror, como seria?
( poderia ser terror ou comédia ou tragédia grega , romance, suspense, ficção científica e etc..) O
terapeuta instrui dizendo que ele pode modificar o quanto desejar, e deve incluir um novo personagem
ao enrredo. Quanto mais criativo melhor. Ao contar a história você deve usar um tom de voz adequado
ao que deseja passar, você é o narrador da imagem e deve colocar emoção no que está contando. A 1ª
pessoa que estava contando a história entra para o grupo que encena a imagem. Ao final da 2ª história as
instruções se repetem modificando novamente o tom da história e acrescentando mais um personagem.
Nesse momento a platéia pode ser consultada para escolher o novo tom, o terapeuta pergunta a platéia
que tipo de filme eles gostariam de ver agora? Ação? Suspense? Romance ? e etc....
O terapeuta deve ajudar no caso da pessoa estar com dificuldade, interrompendo e dando exemplo de
como colocar emoção ao narrar. Também deve estimular ao grupo da imagem, pedindo que usem o
corpo como um todo, expressões faciais e muita criatividade para encenar a história que está sendo
contada. Essa seqüência é repetida até que as pessoas que foram selecionadas para ficar ao lado do 1º
narrador tenham contado uma versão da história. Em seguida, o grupo que estava observando é
solicitado a dar feedback do desempenho de cada pessoa que participou da dinâmica. Tanto do grupo
que narrou quanto do grupo que encenou. Eles devem fornecer uma avaliação descritiva do desempenho
de cada um, o tom de voz foi adequado, convincente? Foi criativo? E em relação ao grupo que encenou:
Todos se concentraram? Os movimentos foram adequados? Usaram o corpo todo? As expressões faciais
seguiram o enrredo?
Em seguida o grupo todo é convidado a conversar sobre a dinâmica: Como se sentiram? Foi difícil?
Qual parte? O que perceberam com o exercício? Caso ninguém fale o terapeuta pergunta ao grupo que
narrou e encenou: Vocês olharam para a platéia? Como estava? Prestando atenção? Interessada?
Aproveita essa discussão e introduz o tópico falar em público. Pergunta quem tem dificuldade? Explica
que essa é uma dificuldade muito comum, mesmo pessoas sem ansiedade social se sentem ansiosas para
falar em público. Assim como outras interações sociais, falar em público requer a compreensão dos
componentes das habilidades verbais e não verbais para uma boa apresentação. Alguns componentes
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apareceram na dinâmica que fizemos, alguém tem idéia de quais? Caso ninguém responda o terapeuta
explica: boa apresentação pessoal, adequada à situação. Tom de voz, clareza na fala, ritmo da fala,
postura corporal, expressão facial. Pensamentos automáticos referentes à situação: processamento pré e
pós evento. Outros elementos que vamos construir juntos, como: escolha e conhecimento do tema, breve
introdução ao assunto, despertando interesse da platéia, roteiro do discurso (organização de tópicos e da
relação entre eles), material visual, estratégias para descontrair a platéia e prender atenção (como dizer
algo instigante, engraçado ou fazer perguntas) e encerramento da apresentação.
O terapeuta solicita que cada pessoa escolha um tema para preparar uma apresentação de 5 minutos e
pense em que situação apresentaria esse tema: trabalho? Igreja? Grupo de amigos? Colégio dos filhos?
O terapeuta pede que na sessão seguinte venham com um esboço do assunto escolhido e vestidos de
acordo com a situação escolhida.
O terapeuta pede para que não faltem, analisa pensamentos que podem levar a fuga da situação e
tranqüiliza o grupo de que tudo será feito respeitando a ansiedade de cada um.
Tarefa entre sessões:
1) Criar pelo menos 3 situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista,
uma opinião.
2) preparar esboço para apresentar em público e vestir-se de acordo
Siga o roteiro abaixo:
Preparando uma apresentação:
Escolha do tema:
Quem é o público? Leigos, homens, mulheres, pessoas com conhecimento profundo de uma área?
Qual o objetivo de sua apresentação? Informar, expor resultados, entreter, convencer, vender, aprofundar
um tema?
Qual o tema geral de sua apresentação?
Identificar pontos principais da apresentação, o que exatamente você deseja que o público aprenda? Em
geral as apresentações têm 2 ou 3 pontos principais.
Organização das informações:
Em que ordem vai apresentar? Seqüência de pontos relevantes organizados em ordem de tempo; ou
introdução, hipóteses, discussão e conclusão; ou identificação de um problema e apresentação de
soluções efetivas?
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Como tornar sua apresentação mais interessante para a platéia?
1) Desenvolver material visual que complemente resumidamente a apresentação.
2) Fornecer uma visão geral, roteiro da apresentação. Facilita a platéia acompanhar a apresentação
Por exemplo: Existem 3 processos cognitivos na fobia social: processamento pré evento; processamento
durante o evento e processamento pós evento. No processamento pré evento.......
3) Resumir um assunto que acabou de falar para introduzir um outro ponto.
Por exemplo: A fobia social ativa um processamento cognitivo em que o medo da avaliação negativa do
outro ativa um ciclo vicioso que se retroalimenta.
Além dos fatores já discutidos as pesquisas atuais tem investigado o papel da ativação cerebral na fobia
social....
Como começar a apresentação?
A introdução é uma parte importante da apresentação, deve ser breve, não mais que 10 a 20% do total de
tempo da apresentação.
Uma boa forma de iniciar é falando da importância do tema para aquela platéia, em que as informações
poderão ser úteis, ou o que torna o tema interessante para você e para a platéia. Especifique a
importância do tópico.
Exemplo:
Hoje a fobia social atinge de 3 a 13% da população, sendo o 3º transtorno psiquiátrico mais comum.
Hoje estarei falando sobre o diagnóstico e tratamento desse transtorno que causa um prejuízo
significativo na vida das pessoas que sofrem com esse diagnóstico. Acredito que a melhor forma dos
profissionais de saúde ajudarem nessa estatística é possuindo um conhecimento atualizado.
Outra opção é surpreender a platéia contando uma história ou fazendo uma declaração bizarra ou de
impacto;
Exemplo:
Hoje estarei falando sobre a fobia social, meu interesse por esse tema surgiu de minha própria
dificuldade, há um ano atrás eu não conseguia falar em público e não poderia estar aqui.
A fobia social é um transtorno muito prevalente, atinge de 3 a 13 % da população....
Questionar a platéia também é uma opção
Exemplo:
Hoje estarei falando sobre fobia social, um transtorno psiquiátrico em que as pessoas têm medo da
avaliação negativa do outro, esse medo leva a fuga de situações sociais ou a exposição com muito
desconforto, causando um prejuízo significativo. Gostaria que cada um de vocês pensasse se conhecem
alguém que poderia se encaixar nesse diagnóstico. Quem conhecer por favor levante a mão.
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Não esquecer de especificar o tema da apresentação e ao longo da apresentação cada tópico. Essa
informação é obvia para o apresentador, mas não para a platéia.
Organizar os tópicos e o que é fundamental de ser dito em cada tópico
Como encerrar a apresentação?
Encerrar a apresentação é semelhante a introduzir, não deve levar mais do que 10 a 15% do tempo.
Informe ao público que está finalizando através de palavras: concluindo, resumindo, como era meu
objetivo inicial, enfim, a proposta dessa apresentação foi.....
Resumir a idéia da apresentação: idéia central e pontos principais
Resumir os pontos mais relevantes para a platéia
Voltar para introdução e ligar as idéias expostas
Procurar ser direto e objetivo
Agradecer a atenção ou a oportunidade
Exemplo:
Tema: Fobia Social
Público: profissionais da área
Tempo estimado: 20 minutos
Objetivo: apresentar os resultados de uma pesquisa que investigou o tratamento desse transtorno,
chamando atenção para a importância do encaminhamento para tratamento psicológico em grupo
Tópicos:
Introdução: porque é interessante? Porque eu escolhi esse tema?
Resumo da apresentação:
O que á a fobia social?
Prevalência, critérios de diagnóstico (informações em ordem cronológica de 1980 a 2007)
Como é o tratamento?
Objetivos, número de pessoas, principais intervenções psicológicas
Resultados da pesquisa
Dados antes do tratamento, na última sessão e um mês após o término
Dados qualitativos (minhas observações enquanto terapeuta)
Conclusão:
O tratamento em grupo é o mais indicado
Outros estudos que têm os mesmos resultados
agradecimento
Dicas:
Procurar estar vestido de acordo com a situação, em geral um pouco mais arrumado que a platéia
Alternar o tom de voz, dando vida ás informações
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Fazer contato ocular com a platéia, alternado entre pessoas em toda a extensão da platéia
Movimentar o corpo espontaneamente, procurando tranqüilidade
Usar as técnicas de respiração
Usar as técnicas de reestruturação de pensamentos para ter segurança, sem medo de errar
Você consegue!!! Não esqueça que a prática é fundamental, falar em público é uma habilidade, quanto
mais prática, melhor o desempenho.
Escolher pelo menos 3 situações para colocar em prática as habilidades relacionadas a argumentação.
Criar situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista, uma opinião.
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
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Quebra de página
Sessão XVI
Sessão de videofeedback
O terapeuta divide o grupo em duplas, que devem se ajudar mutuamente a estruturar a apresentação do
tema pesquisado em casa. Os terapeutas andam pela sala, ajudando cada dupla na tarefa. Pede para que
um apresente informalmente para o outro quando considerar estar pronto, ajustando detalhes. Pede que
cada dupla avalie os pensamentos automáticos antecipatórios reestruturando.
Em seguida o terapeuta relembra todos os aspectos da habilidade falar em público conversados na sessão
anterior. Distribui um papel para cada um e para o co-terapeuta. Uma pessoa vai apresentar e cada um
vai avaliar seu desempenho na tarefa. Só vão escrever depois que a pessoa tiver terminado a
apresentação, durante a apresentação basta prestar atenção para poder avaliar em seguida. A pessoa que
vai apresentar é instruída a olhar para a platéia e não diretamente para a câmera.
Cada pessoa do grupo faz sua apresentação, que é filmada. Ao final de cada um o grupo avalia por
escrito no papel e o co-terapeuta também. Quando todos terminarem o terapeuta fornece, conforme
indicado na literatura, um preparo cognitivo anterior ao vídeofeedback:
1- Solicita que cada um diga detalhadamente como acredita ter se saído no vídeo.
2- O terapeuta realiza uma exposição imaginaria, pedindo que cada um visualize, o mais nítido possível
a imagem de como se viram durante a apresentação, em seguida, cada um avalia de 0 a 10 o quão vivido
foi a imaginação.
3- O terapeuta pontua a distinção entre como alguém se sente durante uma apresentação e como se
parece, e solicita que os participantes procurem perceber, na imagem do vídeo, como foi seu
desempenho, e não como se sentiram.
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A pessoa avalia seu próprio desempenho, respondendo aos questionários de desempenho
imaginado.
Em seguida o grupo assiste ao vídeo das apresentações e preenche novamente os questionários. Em
seguida cada um comenta o que percebeu. Como foi se ver no vídeo. Quais as diferenças entre as
avaliações feitas anteriormente e o que aparece no vídeo.
O terapeuta estimula a reestruturação de pensamentos distorcidos usando as imagens de vídeo como
evidência.
Sessão XVII:
O grupo é estimulado a conversar sobre a terapia, como foi até aqui? O que consideram ter
melhorado?
A terapeuta entrega outra folha de crença central (como no início da terapia) pedindo para que os
pacientes anotem a crença central mais forte e juntos pensam em evidências que não comprovem a
crença. Em segyida o terapeuta propõe um exercício de imaginação. Pde que todos fechem os olhos, se
concentrando apenas na respiração, procurando uma posição confortável, prestando atenção no corpo,
aliviando a tensão a cada expiração. Deixa alguns minutos e pede que imaginem um lugar seguro,
imaginando com muitos detalhes, focando no sentimento de segurança, procurando intensificá-lo ao
máximo. Deixa alguns minutos e pede para que apaguem essa cena e comecem a focar no sentimento
ruim relacionado a crença central identificada, deixando vir a mente uma situação da infância que esse
sentimento tivesse presente. Pede que tentem imaginar mais nitidamente possível, identificando os
detalhes da situação: qual o lugar? Como está vestido? Como esta o tempo? A outra pessoa, como está?
Qual a expressão facial? O que esta acontecendo, o que está sendo dito.
Procurando identificar e intensificar o sentimento, percebendo o que queria naquela situação,
imaginando um diálogo em que diga para o outro o que gostaria e imaginando a reação do outro. Deixa
alguns minutos pedindo para que imaginem um diálogo até o fim. Deixa um pouco e pede para que
apaguem aquela cena, prestando atenção apenas no sentimento, deixando viruma imagem da vida adulta
em que esse sentimento esteve presente. Novamente pede para que imaginem com muitos detalhes,
identificando os próprios sentimentos e pensamentos. O que queriam naquela situação, imaginando um
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diálogo em que expressem seus sentimentos e o que gostariam, imaginando também a reação da pessoa,
até que o diálogo se esgote e tenham dito tudo. Deixa alguns minutos e pede para que novamente
apaguem aquela cena voltando a imaginar o lugar seguro, com bastante detalhes, intensificando os
sentimentos de segurança . Deixa alguns minutos e pede para que se imaginem voltando a sala e
instruindo que vai contar até três e no Três eles podem abrir os olhos.
Abre para que cada um conte a experiência, procurando associar com a construção da crença central. As
experiências de vida, além das imaginadas que se relacionam com a crença e com o que já foi visto em
terapia. Explica que todos temos diferentes modos de funcionamento, somos pessoas diferentes
dependendo do contexto. Podemos ter uma faceta carente, outra mimada, outra responsável, que se ativa
dependendo da situação. Muitas vezes internalizamos uma faceta relacionada aos nossos pais ou
experiências de infância, pode ser uma faceta que cobra, ou invalida. Podemos nomear como minha
faceta cobradora, invalidadora. Por exemplo, o Paulo cobrador, ou o Paulo invalidador e também o
Paulo saudável. A faceta saudável provavelmente permitiu que vocês buscassem a terapia e chegassem
até aqui. A faceta cobradora muitas vezes foi responsável pelos pensamentos automáticos negativos que
identificamos ao longo da terapia. Cada um consegue identificar seus modos? Vamos anotá-los e os
principais pensamnetos associados a cada modo.O terapeuta ajuda até que todos tenham identificado.
Propõe como tarefa de casa a construção de um cartão de enfrentamento que seria a voz do modo
saudável. Pede que todos durante a semana tirem um tempo para refletir sobre todo o trabalho
terapêutico, relendo o material, pensando nas coisas que consideraram mais importantes. Pede para
identificarem sua voz saudável que foi fortalecida com o trabalho terapêutico, imaginando que coisas
importantes essa voz eventualmente vai precisar dizer em momentos difíceis. Anotem o mais possível e
levem para a próxima sessão.
O terapeuta encerra trabalhando a prevenção de recaída:
A terapeuta conversa sobre a importância de continuar colocando as habilidades em prática. Não evitar
situações que causem ansiedade, eles tem ferramentas suficientes para enfrentar as situações. Lembrar
que o processo de melhora é uma construção. Juntos, no grupo, construímos uma base sólida para que
cada um possa continuar sempre construindo. Mesmo que em alguma situação futura aconteça uma
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recaída, ou seja, uma situação social que não conseguiram manejar, isso não significa que tenham
desaprendido tudo. Não se desesperar pensando que tudo vai voltar a ser ruim sempre, e sim entender
como uma experiência de aprendizado. Que elementos estiveram presentes nessa situação? Que
pensamentos? Crença? O que posso aprender e agregar ao que aprendi no grupo, para manejar melhor
situações futuras. Não somos perfeitos e não é possível acertar sempre. Situações sociais que causam
ansiedade são normais e nem sempre nos desempenhamos da melhor maneira possível. Aceitar a
ansiedade social significa entender isso e aproveitar as situações para construir sempre mais. É um
trabalho contínuo.
Sessão XVIII
Dinâmica: Construção da peça de teatro fórum de acordo com o indicado por Boal, 2002
Escolha do tema para a peça de teatro fórum:
Terapeuta explica o que é o teatro fórum e como vai ser usado na terapia. Em seguida pede para que
cada um reflita sobre uma situação vivida que poderia ser tema para a peça. Lembrar que o tema
escolhido deve representar o grupo, as angustias deles, para que todos possam se identificar. São
situações em que se sentiram oprimidos. Cada um do grupo que desejar, conta uma situação que queira
compartilhar em detalhes. Após ouvir todas as situações o grupo é solicitado a decidir qual deseja usar
como base para criar a peça. Após a escolha, a situação começa a ser improvisada, cada um escolhe um
personagem. É importante que todos participem, o roteiro deve incluir todos com ao menos uma fala. A
cena vai sendo moldada através de várias passagens.
Dinâmica: Construção da peça de teatro fórum de acordo com o indicado por Boal, 2002
Ensaios:
Encenar a improvisação do roteiro escolhido. Quando se chegar a um consenso de como será a cena
(deve tem no máximo 15 minutos) alguns ensaios se realizam. A cena de teatro fórum não apresenta a
solução para a situação de conflito, ela termina com o conflito sem solução.
Esses ensaios têm como objetivo preparar os participantes para a realização do fórum. Cada um deve
conhecer bem seu personagem, o que pensa, o que quer.
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1º durante a passagem da cena o terapeuta diz: para! e todos devem começar a falar o que aquele
personagem está pensando
2º durante a passagem da cena o terapeuta diz: Pára! Todos ficam em estátua. O terapeuta toca em um
personagem e começa a interrogá-lo: Quantos anos ele tem? O que quer naquela situação? Por quê? Faz
com todos
3º a cena é passada uma vez, ao final passa a cena de novo. Nessa 2ª passagem o co-terapeuta diz Pára! e
pede para entrar em cena no lugar do oprimido, trazendo uma possível solução para a situação. O grupo
em cena atua interagindo agora com o co-terapeuta, apresentando argumentos e tentando continuar a
opressão. Ao final o terapeuta fornece feedback, instruindo como devem se comportar no fórum. Não
podem oprimir, a ponto da pessoa não conseguir apresentar sua solução, mas também não podem ceder
completamente, como em um passe de mágica. Se necessário esse tipo de ensaio é repetido até o grupo
todo estar se desempenhando bem.
Ao terminar esses ensaios o terapeuta verifica como o grupo está se sentindo. Reestrutura pensamentos e
os encoraja a prosseguir. O grupo então sai para convidar uma platéia. Todos juntos saem pelo campus
da universidade convidando as pessoas a assistirem uma peça com duração de 15 minutos.
No horário combinado (15 minutos depois de convidar as pessoas) o Fórum começa. O terapeuta explica
a platéia como funciona o teatro fórum, em seguida realiza uma dinâmica de aquecimento. Alguma que
tenha sido feita com o grupo ao longo da terapia, como “se eu disser que sim, você vai dizer que não...”.
A peça é encenada uma vez. O terapeuta diz ao público que a peça acontecerá novamente e que assim
que alguém tiver uma outra sugestão e solução para a opressão (lembrando que deve partir do oprimido)
é só falar Pare!. Assim que alguém falar Pare o terapeuta para a peça e pede para a pessoa entrar em cena
no lugar do oprimido, encenando sua proposta de solução. Após a pessoa apresentar sua solução o
terapeuta pergunta a platéia o que eles perceberam que mudou? Abre para debate e se alguém começar a
dar outra solução pede para que entre em cena, e assim por diante, até considerar que o tema foi
discutido, e mais de uma solução proposta.
O fórum se encerra e o grupo volta a se reunir para encerrar o grupo. Cada um coloca como se sentiu
com a realização do fórum. O terapeuta agradece a participação de todos, fornece um feedback de como
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se sentiu em relação ao grupo e como cada um evoluiu. O grupo é convidado a fazer comentários finais
e a terapia se encerra. Entrega um texto sobre prevenção de recaída.
9.2 Sessões Grupo Controle
Sessão I:
-Apresentação dos terapeutas
-Apresentação da pesquisa
-Apresentação dos pacientes (cada um é convidado a falar um pouco sobre si, terapeuta estimula a autorevelação com perguntas)
-Modelo cognitivo comportamental: relação entre pensamento-sentimento e comportamento
-Ansiedade social: O que é? Terapeuta e pacientes conversam
Estratégia Gráfico de Pizza
-Contrato: que assegure o sigilo de identidade e das informações compartilhadas, definir o horário e
número de sessões e ressaltar a importância da presença às sessões de terapia.
Discutir a importância do grupo como um barco que precisa remar junto
Tarefa entre sessões: ler o texto sobre ansiedade social, pensar nos acontecimentos da vida que
influenciaram o surgimento do transtorno
Sessão II:
- Avaliar a tarefa de casa, discutindo o texto e procurando estabelecer ponte com a sessão anterior,
revendo o modelo cognitivo e as informações sobre ansiedade social. Deixar que cada paciente fale um
pouco sobre sua ansiedade social e como se vê diante das informações compartilhadas até aqui.
-Reforçar o entendimento do modelo cognitivo da ansiedade social: processamento pré evento,
pensamento, sentimento, comportamento, reações físicas e processamento pós evento. Cada paciente
deve dar exemplos de situações vividas para identificar esses elementos da ansiedade social
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-Iniciar o treino em reestruturação cognitiva: identificar situações, sentimento e pensamentos. Escolher
uma situação de cada paciente para preencher no quadro as 3 primeiras perguntas da folha testando
pensamentos
- Identificar na vida de cada um os elementos escritos no quadro. O terapeuta explica o modelo cognitivo
da ansiedade social usando todos os elementos do quadro e introduzindo a idéia de crenças centrais ou
esquemas. Cada paciente é convidado a falar da relação dos elementos do quadro com sua própria vida
Escreve no quadro:
Crenças:
Sobre si, os outros e o mundo
Aspectos biológicos/genéticos
Aspectos familiares
Relação com colegas e experiências de vida
Relação com familiares
Relação com aspectos culturais
- Discutir a importância de aceitar a ansiedade social
Tarefa entre sessões: preencher as 3 primeiras perguntas da folha testando pensamentos.
Quebra de seção (próxima página)
Sessão III-Ver a folha testando pensamentos preenchida em casa, corrigindo possíveis confusões entre
pensamentos, sentimentos e comportamentos.
-Completar a folha testando pensamentos de cada paciente, ensinando-os a fazer reestruturação de
pensamentos automáticos através de questionamento socrático. Mostrar a relação entre pensamentos
distorcidos e ansiedade social.
- ler a folha de distorções cognitivas os ajudando a identificar na folha testando pensamentos
- Preencher no quadro usando um exemplo de cada paciente
- Introduzir a habilidade: ler o ambiente social
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Tarefa de casa: Preencher a folha testando pensamentos e se engajar em pelo menos 3
situações sociais para ler o ambiente
Sessão IV-Ver a folha testando pensamentos da tarefa de casa reforçando a habilidade de
reestruturação cognitiva. - Discutir as principais distorções cognitivas
- Explorar os exemplos de leitura de ambiente da tarefa de casa
- discutir a importância de não fazer autoprocessamento
- Iniciar treino em respiração diafragmática, mostrando a ralação entre pensamentos,
sentimentos, comportamentos e reações físicas.
Dinâmica: Exposição imaginária
Objetivo:
Perceber a relação entre pensamentos e reações físicas
Iniciar o treino em respiração diafragmática
Descrição:
Fazer um exercício de exposição imaginária que induz a calma em um primeiro momento,
usando respiração e imagens de segurança e bem estar; quando perceber que os pacientes
estão um pouco relaxados, introduzir uma imagem ansiogênica, como, por exemplo, falar
em público. Quando perceber a tensão encerrar a imaginação de forma positiva e discutir o
exercício com os pacientes: como se sentiram, quais modificações perceberam no corpo de
uma imagem para a outra, quais pensamentos e sentimentos tiveram. Quais reações físicas?
Tarefa entre sessões: treinar a respiração diafragmática e preencher as folhas testando
pensamentos
Sessão V
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- Ver as folhas de tarefa de casa trabalhando as dificuldades
- O terapeuta fornece uma explicação da habilidade dar e receber feedback e pede a algum
voluntário para fornecer um feedback da terapia até esse momento
- Avaliar dificuldades com respiração diafragmática
- Fazer o relaxamento muscular progressivo (adaptação do relaxamento descrito por
Jacobson, 1938 citado por Rangé, 2001)
Tarefa de casa: fazer o relaxamento ao menos 1 vez por dia, preencher a folha testando
pensamentos, identificando as principais distorções cognitivas
Sessão VI:
- Avaliar como foi o treino em relaxamento, tirar possíveis dúvidas.
- Explicar o conceito de habilidades sociais e a importância de desenvolver habilidades
sociais como ferramenta para manejo da ansiedade social.
- Introduzir a habilidade : escutar o outro
Tarefa entre sessões: se expor a situações sociais para escutar o outro e ler o ambiente
social, procurando identificar pensamentos automáticos
Sessão VII
- Avaliar como foi a realização do experimento comportamental aproveitando para fazer
reestruturação cognitiva.
-Utilizar as situações descritas para reforçar o entendimento do modelo cognitivo da
ansiedade social. -
-Continuar o treino em habilidades sociais: iniciar e manter
conversação. Discutir tópicos para a manutenção de conversas com pessoas conhecidas e
com estranhos enfatizar a importância de perguntas abertas e do reconhecimento de sinais
sociais.
Dinâmica:
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Objetivo: avaliar o grau de atenção que a pessoa conseguir ter e discutir como isso acontece
devido a ansiedade no dia a dia. Selecionar tópicos para iniciar, manter e mudar de assunto
em uma conversa
Descrição: entregar para cada pessoa um papel descrevendo um personagem: idade, sexo e
profissão. Cada paciente irá ler o seu e criar em cima desses dados uma apresentação de 2
minutos. Cada pessoa se apresenta e em seguida o terapeuta pergunta quem lembra das
informações da pessoa que logo antes do paciente se apresenta.
Tarefa entre sessões: iniciar e manter conversas com pessoas conhecidas e desconhecidas e
preencher a folha testando pensamentos.
Sessão VIII:
- Avaliar a tarefa de casa e a folha testando pensamentos, discutir possíveis dificuldades e
comportamentos sutis de evitação, como desvio dos olhos.
- Treino de habilidades sociais: prestando atenção, lembrando, mudando de assunto e
encerrando uma conversa.
Dinâmica: Treino de habilidades sociais: prestando atenção, lembrando, mudando de
assunto e encerrando uma conversa.
Descrição:
Divide o grupo em dois grupos e cada grupo em duplas e pede para que um grupo converse
procurando fazer perguntas abertas, percebendo o tempo certo para mudar de assunto e
encerrar a conversa e o outro grupo assiste; em seguida inverte. No final abre para
discussão.
- Pedir um voluntário para dar feedback da sessão
Tarefa entre sessões: incentivar o engajamento em situações sociais para poder colocar em
pratica as habilidades discutidas na sessão e preencher a folha testando pensamentos
65
Sessão IX:
- Avaliar tarefas de casa: grau de dificuldade, pensamentos distorcidos, evitação. Cada um
deve contar como foi seu experimento, suas dificuldades, sentimentos, pensamentos e
reações físicas.
-Introduzir outro tópico do treino de habilidades sociais: contato ao telefone e a importância
de estabelecer e manter amizades.
-Listar situações da vida de cada paciente que permita o engajamento na atividade proposta;
elaborar um plano de ação para ser realizado como tarefa de casa que procure estabelecer e
manter amizades.
- Preencher com os pacientes mais exemplos da folha testando pensamentos de
pensamentos antecipatórios ansiogêncos
- Expressar afetividade : pede ao grupo para dar exemplos de dificuldade nesse tópico. Em
seguida pede a cada um que revele um sentimento que o incomoda e normalmente não
compartilha com ninguém. O terapeuta se comporta de forma empática a cada revelação.
Não intervem com reestruturação, apenas escuta e é empático.
Tarefa de casa: convidar alguém para fazer alguma atividade social por telefone, expressar
afetividade e preencher a folha testando pensamentos
Sessão X:
- Avaliar as tarefas de casa trabalhando dificuldades através de reestruturação cognitiva
- fazer uma plano para manter amizades, como por exemplo telefonar com freqüência,
combinar atividades em comum, fazer perguntas abertas que permitam a conversa fluir,
restar atenção no outro, não fazendo autoprocessamento.
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-Introduzir novo tópico: empatia. Discutir o conceito de empatia pedindo aos pacientes para
identificarem situações em que foram empáticos ou em que outros foram empáticos com
eles. Identificar o componente cognitivo, emocional e comportamental da empatia. Discutir
a importância de expressar afeição e fazer e receber elogios.
- Cada paciente é solicitado a contar um problema e o grupo é incentivado a ser empático
Tarefa entre sessões: escolher pelo menos uma situação para ser empático outra para
expressar afeição por alguém e outra para fazer um elogio e preencher a folha testando
pensamentos
Sessão XI:
-Avaliar a tarefa de casa, como se sentiu realizando os exercícios, qual foi a reação da outra
pessoa.
- Discutir a crença I de Ellis e introduzir o tópico assertividade. Discutir o conceito de
assertividade, a diferença entre os comportamentos passivo, assertivo e agressivo.
Desenvolver a consciência de si mesmo, de seus direitos e desejos em cada situação para
avaliar qual habilidade social é mais adequada.
- Dinâmica: Direitos Humanos e Interpessoais (Del Prette e Del Prette, 2002)
- Discutir a relação entre assertividade e empatia. Usar exemplos dos pacientes para
demonstrar as habilidades.
Tarefa entre sessões: identificar nas situações da semana seus direitos e desejos, o que
gostaria em cada situação e fazer um pedido a alguém
Sessão XII
- Avaliar a tarefa de casa: o que conseguiram identificar, como foi fazer um pedido, quais
pensamentos e sentimentos apareceram na situação.
- Ler e discutir reestruturando a crença II de Ellis.
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- Introduzir o tópico: Pedir mudança de comportamento. Avaliar com cada paciente que
comportamentos eles gostaria que as pessoas mudassem. Escolher um comportamento para
treinar os componentes empáticos e assertivos na sessão como preparação para executar
como tarefa de casa.
-Avaliar pensamentos automáticos e sentimentos em relação a tarefa. Pensar na
possibilidade de não ser atendido.
Tarefa entre sessões: executar o experimento planejado na sessão de pedir mudança de
comportamento
Sessão XIII
- Avaliar as tarefas de casa.
-Discutir a crença III de Ellis.
-Iniciar o tópico dizer não e expressar opinião.
- Selecionar situações da vida dos pacientes para realizar como ensaio comportamental na
sessão, desenvolvendo as habilidades selecionadas.
Dinâmica Ensaio comportamental (Caballo, 1996)
Objetivo: aprender a modificar modos de respostas não adaptativas, substituindo-as por
novas respostas
Descrição:
O paciente representa cenas curtas que simulam situações da vida real. Pede-se ao ator
principal (paciente) que descreva brevemente a situação problema real (no caso dificuldade
em assertividade). As perguntas quem, o que, como e quando são úteis para marcar a cena.
Chama-se os atores pelos nomes das pessoas descritas na situação real. Uma vez em que a
cena comoça a ser representada é papel dos terapeutas assegurar que o paciente tente seguir
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os passos comportamentais enquanto atua. Se o paciente apresentar dificuldade em uma
cena deve-se pedir para discuti-la.
Passos:
Descrição da situação problema
Representação do que o paciente faz normalmente nessa situação
Identificação das possíveis cognições desadaptativas que estejam influenciando o
comportamento inadequado do paciente
Identificação dos direitos humanos implicados na situação
Identificação de um objetivo adequado para a resposta do paciente
Sugestão verbal de outros comportamentos por parte dos terapeutas e membros do grupo
Demonstração de uma das alternativas por um membro do grupo (modelação)
Representação pelo paciente da resposta escolhida
Avaliação da efetividade da resposta
Repetição da apresentação incluindo os elementos sugeridos , em cada ensaio tenta-se
melhorar os aspectos verbais e não verbais
Encerramento da dinâmica: feedback
- Reestruturar pensamentos distorcidos referentes ao exercício.
Tarefa entre sessões: escolher uma ou mais situações para dizer não e expressar opinião,
preencher a folha testando pensamentos
Sessão XIV:
- Avaliar tarefa de casa discutindo dificuldades.
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-Introduzir novo tópico: interação com o sexo oposto. Discutir dificuldades que o grupo
possa ter nessa habilidade social, lembrar da importância de ler os sinais sociais.
Reestruturar pensamentos distorcidos em relação a essa habilidade
- Fazer ensaio comportamental dessa habilidade
Tarefa entre sessões: preencher folha testando pensamentos e convidar alguém do sexo
oposto para sair , ou outro tipo de interação com o sexo oposto que se tenha dificuldade
Sessão XV
- Avaliar tarefas de casa
- Iniciar o tópico falar em pequenos grupos, argumentar
- Dinâmica Argumentação:
Objetivo: desenvolver a habilidade de argumentação e falar em pequenos grupos
Descrição:
Dividir o grupo em dois, cada terapeuta com um grupo, propõe assuntos para os grupos
conversarem. Deixa cada grupo pensar em argumentos e cada grupo inicia uma discussão
sobre o tema. Todos devem se colocar. Em seguida escolhe-se outro tópico para ser
discutido com o grupo todo. Encerramento: voluntário para dar feedback do exercício
-Introduzir o tópico falar em público: selecionar temas com cada paciente, fazer um esboço
da apresentação que deve ser completado em casa para uma apresentação de 10 minutos na
sessão seguinte. Avaliar pensamentos automáticos e ansiedade antecipatória.
- Conversar sobre dificuldades que ainda não compartilharam, lembrando que o grupo é o
momento ideal para isso.
- Terapeuta os estimula a fazer planos de ação para colocar em prática, principalmente
comportamentos que são evitados devido a ansiedade social. Pede que todos listem coisas
que gostariam de fazer, porém evitam devido à ansiedade social. Terapeuta aproveita para
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lembrar o quão importante é a prática entre sessões, não apenas das tarefas pedidas, mas de
qualquer situação social que evitam e que eles já adquiriram estratégias para enfrentar.
Lembra as estratégias e incentiva ação.
Tarefa entre sessões: preparar apresentação e argumentar, pegando a palavra em alguma
conversa
Sessão XVI:
Cada participante deve apresentar seu tema. Pede-se que cada participante faça uma
avaliação em relação a sua apresentação, descrevendo o que sentiu , pensou e como
considera seu desempenho (muito bom; bom ou ruim) e o porquê além de uma avaliação
em relação à apresentação dos colegas. Após todos terem apresentado e avaliado por escrito
seu próprio desempenho e o dos colegas realiza-se o feedback cruzando as avaliações de
cada pessoa. A pessoa relata como se avaliou e os colegas compartilham como o avaliaram.
No caso de diferenças reestruturar a possibilidade da pessoa se ver muito mais
negativamente do que os outros, exagerando para pior seu desempenho. Usar essa
experiência para lembrar o modelo cognitivo da ansiedade social e para identificar
distorções cognitivas.
Tarefa de casa: continuar colocando as habilidades já discutidas em prática para avaliar
quais dificuldades ainda tem
Sessão XVII:
-Rever os pontos principais da terapia e pedir a cada paciente que liste quais atividades
ainda sente dificuldade, procurando reestruturar pensamentos associados e fazer exercícios
de ensaio comportamental em que o grupo possa ajudar a encontrar formas de lidar com
essas situações.
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-Discutir prevenção de recaída lembrando as ferramentas que eles agora possuem para
enfrentar melhor a ansiedade social.
- Explicar o ataque de vergonha e combinar quais serão as duplas e as situações escolhidas
para fazer
Tarefa entre sessões: fazer o ataque de vergonha e uma avaliação das modificações que
alcançou com a terapia e do que vai precisar fazer para manter os ganhos.
Sessão XVIII:
-Avaliar como foi a realização do ataque de vergonha procurando reforçar as habilidades
aprendidas.
-Discutir a avaliação de ganhos que cada um fez em casa e o plano de ação para manter
esses ganhos.
-Pedir uma avaliação do trabalho feito e encerrar.
Anexo do Apêndice: CD de Relaxamento (adaptação do Relaxamento
Muscular Progressivo de Jacobson, 1938 citado por Rangé, 2001)
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10- Anexos
10.1 FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
10.2 CIS
10.3. SKID
10.4 CRITERIO BASIL
10.5 TERMO DE CONSENTIMENTO
10.6 SPAI
10.7 IHS
10.8 INVENTÁRIO BECK DE ANSIEDADE
10.9 INVENTÁRIO BECK DE DEPRESSÃO
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Fonte: Negrito, Itálico, Sem sublinhado
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