Janeiro 2014 - Enseada Indústria Naval

Transcrição

Janeiro 2014 - Enseada Indústria Naval
Juntos
Fase industrial
pede novo perfil
profissional
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Ano 2 • Edição n.º 5 • Janeiro/2014
Boletim informativo do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) e do Consórcio Estaleiro Paraguaçu (CEP)
Plano Básico Ambiental (PBA) – Programa de Comunicação Social
Enseada ganha
posto policial
3
Gabrielli Borges,
armadora do CEP.
Superguindaste
pesa 8 mil
toneladas
4
Esperanças
renovadas com
a chegada do
ano novo
P
raças cheias, árvores surpreendentes, construídas
com material reciclado, shows
de música e dança de rua, distribuição de presentes para as
crianças, apresentação de coral
e de samba de roda. Assim foi
o Natal da Esperança produzido pelo Estaleiro no final de
dezembro e prestigiado por,
pelo menos, 700 pessoas de três
comunidades: Enseada, São Roque e Conceição de Salinas.
No primeiro deles, em São
Roque, o gerente administrativo do EEP, Bernardo Pedral,
lembrou os desafios e as oportunidades que virão junto com o
novo ano. Convidou a população a se capacitar sempre, para
que possa crescer profissionalmente. “Queremos que vocês
se estabeleçam aqui, que criem
seus filhos aqui, para que possamos construir uma relação sólida de confiança e comprometimento”, afirmou. Mario Moura,
gerente industrial do EEP, também vê 2014 como um ano de
desenvolvimento: “Tenho certeza de que seremos referência
na indústria naval brasileira.”
Em Enseada, o diretor
de Relações Institucionais e
Sustentabilidade, Humberto
Rangel, ressaltou que ter um
emprego na obra é a porta de
entrada para uma relação de
longo prazo com o Estalei-
ro. “Queremos o máximo de
pessoas da região conosco. É
preciso estudar e se dedicar ao
próprio desenvolvimento sempre, para criar um horizonte,
um bom futuro para suas vidas”, argumentou.
Lideranças locais, como o
prefeito de Salinas da Margarida, Jorginho Castelucci, disseram esperar que a parceria com
o Estaleiro se estreite ainda
mais e agradeceram a geração
de empregos na região, como
frisou a líder comunitária Márcia, de Conceição. “Pela primeira vez, homens maduros
têm a oportunidade de ter sua
carteira assinada, assim como
jovens aproveitados no programa Jovem Aprendiz.”
Em todas as localidades, houve show do compositor Tom
Barreto, que retrata, em suas
canções, o cotidiano de marisqueiras, quilombolas e pescadores. Acompanhado de uma afinada banda, o cantor salinense
mexeu com a plateia, que se pôs
a dançar com ele. A festa ganhou
mais cores ainda com a presença
das sambadeiras de Enseada.
A valorização da cultura
local foi um dos aspectos destacados pela gerente de Sustentabilidade, Carol Azevedo,
Foto FILIPE RODRIGUES, JULIUS SÁ E MARCELO GENTIL
Foto JULIUS SÁ
Navegando
a responsável pela organização
do Natal da Esperança. Ela
disse que a festa foi a forma
encontrada pelo Estaleiro para
demonstrar o carinho e o respeito do empreendimento pe-
los moradores. “Vocês têm de
se orgulhar das tradições culturais que cultivam. É de uma
riqueza sem par”, disse Carol,
agradecendo a receptividade
dos moradores da região.
O Estaleiro organizou
diversas iniciativas
no canteiro e nas
comunidades de
Enseada, São Roque e
Conceição de Salinas.
2•
Navegando Juntos
Fotos RENATO VELASCO
Este ano reserva muitas novidades para todos. Em 2014 as
obras de conclusão do Estaleiro
ganham força total, para que sejam concluídas dentro do prazo
previsto. Equipes de todos os
setores – da produção às áreas
de apoio – se empenham em
atingir essa meta, que é a maior
prioridade deste novo ano.
Paralelamente, há uma rede
de departamentos trabalhando
em conjunto em outro tipo de
construção: a construção do
processo de transição que está
em andamento. Quando for
entregue, em 2015, o EEP tem
de estar preparado para operar
como indústria naval. As atividades que já vêm sendo executadas em São Roque se estenderão para a Enseada.
Afinal, o EEP foi concebido
para construir seis navios-sondas. Essa é uma tarefa bastante
complexa, que envolve procedimentos e rotinas bem diferentes
daquelas que acontecem num
canteiro de obras. Para dar conta desse desafio, o Estaleiro precisará se cercar de profissionais
com outro tipo de qualificação.
“Estamos empenhados em
preparar os trabalhadores da
primeira etapa a ocuparem os
cargos que surgirão na etapa
industrial. Aqueles que forem bem avaliados serão requalificados nas profissões da
operação. Nosso objetivo é
continuar a garantir o desenvolvimento socioeconômico
da região”, afirma Silvio Zen,
diretor de implantação do EEP.
As áreas de Educação Profissional e de RH vêm mapeando as necessidades de mão de
obra dessa nova fase. Internamente, a qualificação dos integrantes vem sendo feita por
meio de capacitações, como
o Ondas de Aprendizagem.
Apenas ajudantes classificados
como meio oficiais são indicados para o treinamento.
Já os moradores das comunidades, interessados em disputar
uma vaga no Estaleiro, também
podem se qualificar. A maioria dos cursos de capacitação é
dada pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI), parceiro do EEP.
Foto JULIUS SÁ
Fase industrial pede novo perfil
profissional
Milhares de jovens estão sendo beneficiados com os treinamentos do Acreditar e Prominp.
Comportamento,
a palavra-chave
Os cursos específicos da área
naval vêm sendo realizados nas
comunidades de Maragojipe
(caldeireiro naval), São Roque
(soldador), Salinas (mecânico,
ajustador e caldeireiro). Todos
os alunos são residentes das
comunidades da região. Izabel
Porto, psicóloga organizacional do EEP, explica que essa
fase industrial exige funcionários comprometidos com a empresa em todos os sentidos.
“Hoje não basta ter apenas
conhecimento técnico, mas
uma postura adequada nas entrevistas de seleção e nos cursos”, diz. Isso significa não apenas prestar atenção, se mostrar
interessado e não faltar às aulas. “Os jovens das comunidades precisam entender que não
é adequado usar shorts, boné e
óculos escuros e que é fundamental respeitar as regras e o
professor” explica a psicóloga.
Ela garante que o comportamento tem mais de 50% de peso
Profissões
em alta
A seguir, algumas das
profissões necessárias para
a fase industrial do Estaleiro:
Caldeireiro Naval:
confecciona, repara, instala
e solda peças e elementos
diversos em chapas, barras
perfiladas e tubos de metal
Rigger; opera máquinas e
equipamentos de campo.
Soldador TIG: faz soldas
em tubulações, estruturas
e equipamentos pelo
processo TIG.
Mecânico de Manutenção:
avalia condições de
funcionamento e desempenho
de componentes de máquinas
e equipamentos e documenta
informações técnicas.
A fase de operação exigirá
uma capacitação mais
específica e refinada para
a indústria naval.
Navegando Juntos
Foto JULIUS SÁ
3
“A atitude expressa o
Fotos AMÉRICO VERMELHO
Enseada
ganha posto
policial
Uma das maiores
preocupações do brasileiro
é a segurança. O mesmo
acontece com a população
da Enseada. A tranquila vila
de pescadores e marisqueiras
modificou seu ritmo de
vida em função da chegada
do Estaleiro: mais gente
transitando pelas ruas, novos
moradores, mais entra e
sai de pessoas estranhas à
comunidade.
Prestar queixa de alguma
ocorrência ou contar com
o apoio da polícia sempre
foi um problema para os
moradores do distrito,
que pertence ao município
de Maragojipe. Graças a
negociações conduzidas pelo
Estaleiro, Enseada agora
abriga um posto policial
que responde à delegacia de
Salinas da Margarida e ao
comando regional da PM de
Feira de Santana.
“Num processo que durou
quase um ano, conseguimos
modificar a circunscrição
da delegacia de Salinas,
que agora se estende até
Enseada. Qualquer cidadão,
agora, pode abrir ocorrência
no posto de Enseada,
sem ter de se deslocar até
Maragojipe”, explicou
Danilo Albano, coordenador
de Infraestrutura Regional
do EEP.
•
na avaliação de um aluno ou de
um profissional. “A atitude expressa o caráter do indivíduo.
Parte do perfil do candidato, que
é feito durante o processo de
seleção ou de requalificação, se
baseia no comportamento dele.
Escolher a pessoa com perfil
comportamental adequado é
uma espécie de garantia para a
empresa de que ela vai executar
seu trabalho com maior qualidade”, argumenta Izabel.
Dinamismo e criatividade
Não há dúvidas de que nosso
comportamento tem influência
em nosso desempenho, aumentando ou diminuindo nossa eficiência, nossa produtividade.
A maneira como nos comunicamos, a forma como reagimos
a uma discussão ou a uma crítica, o jeito como executamos
nossas tarefas revelam muito
do nosso caráter. Ser cordial
e capaz de se relacionar com a
equipe, por exemplo, são duas
atitudes que contam pontos
positivos na hora da avaliação.
“A fase industrial do Estaleiro vai exigir dos integrantes
outro tipo de postura”, reafirma Izabel. Segundo ela, têm
mais chances de serem reaproveitados aqueles funcionários
que demonstram criatividade
e dinamismo no dia a dia no
canteiro. “Identificar oportunidades para resolver problemas
de outro jeito, por exemplo, é
muito importante”, explica.
Muitos ajudantes sugeriram o
uso de outras ferramentas de
trabalho que facilitaram a maneira de fazer as coisas. “Isso é
inovação. Demonstra um alto
grau de comprometimento
com o trabalho”, argumenta.
Izabel explica que ter uma
boa comunicação, respeitar e
conviver bem com pessoas com
opiniões diferentes e praticar
diariamente os procedimentos de segurança no trabalho
também valorizam o profissional. “O canteiro está dando a
oportunidade de troca de experiência, de conhecimento e de
valores entre pessoas da região
e outras que vieram do Maranhão, do Pará, de Pernambuco, Minas, São Paulo. Isso está
fortalecendo a capacitação dos
integrantes”, esclarece.
Nessa troca, todos ganham.
E ganha também o Estaleiro,
porque poderá contar com um
grupo de profissionais talentosos e comprometidos em dar o
melhor de si na construção dos
navios. Junto com os navios, os
trabalhadores que se destacarem estarão construindo também o próprio futuro.
Qualidades
valorizadas
Certas posturas dão
destaque ao integrante
do CEP/EEP. Conheça
algumas delas:
• ser claro na hora de falar
e saber ouvir;
• respeitar a hierarquia;
• respeitar pontos de vista
diferentes;
• ser dinâmico e criativo;
• comprometer-se com
sua equipe;
• praticar o código de
conduta da empresa;
• ter capacidade de inovar;
• incorporar os procedimentos de segurança;
• seguir as normas de
meio ambiente e de
sustentabilidade.
caráter do indivíduo.
Parte do perfil do
candidato, que
é feito durante o
processo de seleção
ou de requalificação,
se baseia no
comportamento
dele. Escolher a
pessoa com perfil
comportamental
adequado é uma
espécie de garantia
para a empresa de
que ela vai executar
seu trabalho com
maior qualidade”
Izabel Porto, psicóloga
organizacional
do EEP.
O Estaleiro precisará continuar
contando com profissionais
talentosos e comprometidos
em dar o melhor de si na
construção dos seis navios.
Navegando Juntos
Boletim informativo do Estaleiro
Enseada do Paraguaçu (EEP) e do
Consórcio Estaleiro Paraguaçu (CEP).
www.eepsa.com.br
[email protected]
Presidente: Fernando Barbosa
Vice-presidente de Operações:
Guilherme Guaragna
Diretor de Implantação: Silvio Zen
Diretor de Relações Institucionais:
Humberto Rangel
Diretor de Pessoas e Organização:
Ricardo Lyra
Diretor de Execução:
José Luis Coutinho de Faria
Gerente de Comunicação Externa:
Hermann Nass
Coordenador de Comunicação e Editor:
Marcelo Gentil (Conrerp 7ª/nº 1771)
Redação: Denise Ribeiro (MTB 12.379)
Fotografia: Julius Sá e Márcio Lima
Apoio: Malany Tavares, Roque Peixoto,
Thaise Muniz e Caíque Fróis
Projeto gráfico e editoração:
Solisluna Design
Revisão: Maria José Bacelar Guimarães
Pré-impressão e impressão:
Rocha Impressões
Tiragem: 15.000 exemplares
O EEP é uma empresa associada
à Associação Brasileira de
Comunicação Empresarial (Aberje).
www.navegandojuntos.com.br
4•
Navegando Juntos
Reprodução em
3D da maquete do
estaleiro que está
sendo construído
em Maragojipe, no
Recôncavo Baiano.
Fala
comunidade
Quer ficar por dentro das
principais notícias e ainda
interagir com o Estaleiro? Então
acesse o nosso blog oficial:
www.navegandojuntos.com.br
Gigante como
um golias,
superguindaste
garante alto
índice de
produtividade
Tem até elevador
O Goliath possui uma subestação elétrica própria e
um elevador para levar o operador, que trabalhará
numa altura de 120 metros (um prédio de 40 andares).
O profissional tem de ser um exímio operador de
guindaste, saber o que pode levantar e em qual
velocidade e estar preparado para realizar içamentos
extremamente complexos e para enfrentar ventos fortes.
Um equipamento gigante, que
vai facilitar o trabalho de montagem de navios no Estaleiro,
promete parar o canteiro quando chegar. Conhecido como
Goliath, ele é tão imenso que
vai ser transportado em três navios, cada um saindo de um país
diferente. O Goliath encomendado pelo Estaleiro à empresa
finlandesa Konecranes está sendo construído na Finlândia, na
China e na Coreia do Sul.
No final de janeiro, a viga
principal e outros componentes saem da Coreia do Sul com
destino ao Brasil. Deve chegar
à Bahia em meados de fevereiro. As “pernas” e os “bugs”
(rodas) partem da China e
desembarcam na Enseada no
final de março. Já os componentes elétricos e o tambor do
Goliath, de origem finlandesa,
atracam no Estaleiro em abril.
O superguindaste só estará
completamente montado em
agosto de 2014. “Ele é o mais
alto do Brasil e um dos mais altos do mundo”, afirma Admir
Paulo Negocia Jr., gerente de
Suprimentos do CEP e responsável pela compra do equipamento no exterior. O Goliath,
que na verdade é um pórtico
com uma estrutura apoiada em
duas “pernas” com rodas, pesa
8 mil toneladas. Ele tem cerca
de 150 metros de altura (o que
corresponde a um prédio de 50
andares) e o vão entre os dois
trilhos sobre os quais se desloca mede 143,5 metros.
“A capacidade de içamento
do nosso Goliath é de 1.800 toneladas. O nosso foi construído
com essa altura toda para carregar, numa peça só, a torre de
perfuração dos navios-sonda.
Ele executa sozinho a operação de trazer a torre em pé e já
colocá-la montada no navio”,
explica o engenheiro mecânico
Dimitrios Levendakos, coordenador de Logística, Diligenciamento e Inspeção do CEP.
O Goliath terá a função de
movimentar os megablocos do
Estaleiro. Ele vai pegá-los na
área de montagem e levá-los
para o dique seco, para a montagem final do navio. “Fun-
ciona como um jogo Lego. O
navio vai sendo montado por
encaixe, solda, estruturas parafusadas. Cada bloco tem de se
encaixar perfeitamente no outro. Um Goliath como o nosso tem capacidade de montar
megablocos grandes, o que dá
mais agilidade ao trabalho”,
diz Dimitrios.
O processo de compra do
Goliath levou quase um ano
e envolveu equipes de diferentes áreas da Kawasaki, do
CEP e do EEP. “É um desafio para toda a indústria naval,
no mundo todo, se aparelhar
para construir navios-sonda.
O nosso Goliath foi projetado para tornar mais rápidas as
etapas de construção”, explica
o engenheiro químico Edgard
Miura, gerente de Engenharia
do EEP e um dos envolvidos
nas negociações.
Um segundo Goliath está
previsto na planta do Estaleiro e
deve ser comprado assim que a
empresa fechar novos contratos.
Que venham as encomendas!