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Transcrição

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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Ju l h o 2 0 0 9
Pastor
Allen
a
Patrick Allen é
nomeado chefe
de estado
11
Riscos da
Radiação
12
Do Egoísmo à
Renúncia
26
Honrando o
Deus Criador
Julho 2009
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial............................. 3
Notícias do Mundo
3 Notícias & Imagens
A R T I G O
D E
C A P A
Pastor Allen
Governa a Jamaica
Por Mark A. Kellner ........... 16
Os adventistas do sétimo dia
estão em evidência nessa nação
insular.
M A R K
A .
K E L L N E R
DEVOCIONAL
Do Egoísmo à Renúncia
Por Ramani Kurian ..................................................................... 12
Ele era um dos “filhos do trovão”, mas foi transformado pela
convivência com Jesus.
VIDA
ADVENTISTA
Uma Pessoa para Cristo Por Dragan Stojanovic................ 14
Esforço intencional para evangelizar uma das cidades
mais seculares da América do Norte.
CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
Batismo — Símbolo Permanente
Por Gifford Rhamie ..................................................................... 20
Não é o fim do processo, mas o início de uma aventura.
ESPÍRITO
DE
PROFECIA
Segurança, Confiança e Dependência
Por Ellen G. White ...................................................................... 22
Enquanto o mundo se desintegra, precisamos de um firme alicerce.
HERANÇA
Janela
7 A Rússia por Dentro
Visão Mundial
8 Almejando o Melhor
SAÚDE
Riscos da Radiação ...... 11
Por Allan R. Handysides e
Peter N. Landless
PERGUNTAS
BÍBLICAS
Honrando o Deus
Criador............................. 26
Por Angel Manuel Rodríguez
ESTUDO
BÍBLICO
O Cordeiro Imolado
do Apocalipse ................ 27
Por Mark A. Finley
INTERCÂMBIO
MUNDIAL
29 Cartas
30 O Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
O Lugar das
Pessoas ............................. 32
ADVENTISTA
O Que Foi Possível Com Um
Pequeno Barco ..................................................................... 24
Uma história missionária que ainda inspira.
CAPA: Patrick Allen, Governador
Geral da Jamaica.
Foto: por Nigel Coke.
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 5, nº 7, julho de 2009.
2
Adventist World | Julho 2009
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
O Valor de Nossas Orações
C
omo estudante universitário, fui
uma daquelas almas iluminadas,
sempre tentando perpetuar lembranças com as palavras.
Fiz anotações no meu diário, no local da Batalha de
Hastings, na antiga Catedral de Chartres, no topo do Monte
Vesúvio e, em Roma, no calabouço em que, de acordo com a
tradição, Pedro e Paulo foram presos.
Estas palavras, porém, escrevi do banco de trás de um
ônibus, viajando de Xangai para Wuxi, China, sabendo que
palavras não fazem justiça às memórias criadas por essa viagem. A vastidão de uma grande terra, com um grande povo,
estende-se à nossa frente enquanto rodamos pela rodovia.
Nossas vozes vão silenciando, uma a uma, ao percebermos
a enormidade da comissão de Jesus de levar Seu evangelho
aonde quer que Ele não seja conhecido e amado.
É chocante lembrar que quase 20% dos seis bilhões de
pessoas do mundo vivem a mais de três mil quilômetros do
local onde vou dormir esta noite, e apenas 1% dos cristãos
do mundo e 2% dos adventistas do sétimo dia vivem nas
“proximidades”. Alegramos-nos, e com razão, porque mais
de 3.500 pessoas são acrescentadas, por dia, ao número de
membros da igreja remanescente de Deus. Entretanto, no
mesmo período de 24 horas, o crescimento da população,
só da China, é quase sete vezes maior: 24.000 pessoas.
Como o evangelho irá alcançar uma população de expansão
tão rápida, onde até mesmo a mídia de massa parece mal
equipada para o desafio? Como uma comunidade global de
adventistas do sétimo dia, hoje perto de 25 milhões de pessoas,
encontrará e usará os recursos para evangelizar a população,
mesmo que dessa única nação, cinquenta vezes maior que
nosso atual número de membros?
A resposta imediata é que não iremos e não conseguiremos
fazê-lo mesmo através dos nossos melhores esforços ou estratégias cuidadosamente elaboradas. Se não for pelo poder de
Deus, operando miraculosa e exponencialmente por meio de
recursos ainda desconhecidos para nós, nunca seremos capazes de alcançar tantas vidas em apenas uma geração.
Jesus disse aos Seus discípulos, quando viram a imensidão
do desafio – quando viram os campos maduros para a colheita
– que deveriam orar, orar para que o Senhor enviasse trabalhadores para Sua seara. É isso que devemos fazer, mesmo que
a tarefa pareça imensa e os desafios, ameaçadores. O Deus que
criou os mundos por meio de Sua palavra tem à Sua disposição recursos com os quais nem podemos sonhar. “Eis que a
mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar;
nem surdo o Seu ouvido, para não poder ouvir”(Is 59:1).
Ele pode pegar a moeda da viúva, a farinha deixada no
fundo da vasilha, a mais débil oração do mais débil crente, e
realizar a Sua vontade na divulgação das boas-novas.
— Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO
“Compreendendo o
Islamismo” – Conferências
de Auxílio aos Adventistas
para Evangelismo
Interconfessional
■ Os líderes da Igreja Adventista do
Sétimo Dia afirmam que duas conferências sobre áreas de entendimento comum entre adventistas e muçulmanos
reforçarão o evangelismo interconfessional da Igreja.
Recentemente, dezenas de líderes
da Igreja reuniram-se em Granada,
Espanha, para ajudar a eliminar incompreensões sobre o Islamismo, entre
EVANGELIZANDO: Ganoune Diop, diretor do Centro de Estudos da Missão
Global para a igreja mundial, organiza conferências para ajudar os adventistas
a compreender os muçulmanos.
R A J M U N D
D A B R O W S K I / A N N
Julho 2009 | Adventist World
3
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
os adventistas, e para aprender como
se concentrar nas crenças em comum,
como Deus, Criação e estilo de vida
saudável, com o propósito de ajudar os
membros das duas crenças a construir
relacionamentos significativos.
“No mundo em que vivemos não
podemos ignorar outras religiões”, disse
Ganoune Diop, diretor dos Centros de
Estudo de Missão Global para a igreja
mundial. “O primeiro ato de cortesia é
conhecer as pessoas como são.”
No princípio deste ano, os líderes da
Igreja participaram da primeira conferência “Compreendendo o Islamismo”,
realizada na Austrália, onde vivem
300 mil mulçumanos, um exemplo da
presença global e do crescimento consistente dessa fé. No âmbito mundial,
de cada cinco pessoas uma segue o
Islam, fazendo com que o evangelismo
adventista entre os muçulmanos seja
imperativo, disse Diop.
As conferências “Compreendendo
o Islamismo” são parte dos esforços
da Igreja para mostrar aos adventistas
como se relacionar com os muçulmanos. É imprescindível que os líderes
religiosos e membros leigos obtenham
informações precisas sobre a fé, antes de
qualquer tentativa de evangelização, diz
Diop. “Por exemplo, a Criação, o respeito pelo Antigo Testamento, a crença na
segunda vinda de Jesus, o julgamento:
esses são pontos em que os muçulmanos creem”, disse ele.
É ilegal falar da fé cristã em alguns
dos países islâmicos, o que torna muito
difícil qualquer tipo de evangelismo,
dizem os líderes da Igreja Adventista.
Eles, porém, encorajam os membros
a desenvolverem um relacionamento
sincero com os muçulmanos, baseado
em áreas de interesse comum.
A Igreja tem feito parceria com
a Sociedade Islâmica da América do
Norte, financiando exposições sobre
saúde. Vários países no Oriente Médio
continuam buscando tal parceria.
Recentemente, representantes do Departamento de Saúde da Igreja e da Comissão Internacional de Prevenção do
Alcoolismo e Dependência de Drogas
reuniram-se em Abu Dhabi com autoridades islâmicas de saúde para planejar
cursos sobre como deixar de fumar para
De cima: PONTE DA VIDA: Mar Mar
Than, 27; o esposo, Zaw Latt, 34; o
filho, Phyo Ko, 5 (segunda fila, à direita)
e dois sobrinhos correm para uma
ponte construída pela ADRA, quando
o Nargis atacou. Mas os pais dos
sobrinhos não sobreviveram.
Esquerda: ESCOLA DEMOLIDA: A
professora Daw Yee Yee Cho, 37, posa em frente ao que restou da escola
primária da Vila Ka Nyin Kine. Agora, as crianças frequentam a escola
em um prédio da redondeza.
F O T O S :
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Adventist World | Julho 2009
os funcionários do governo.
Johnson disse que, ao redor do
mundo, muitos muçulmanos se surpreendem ao saber que há cristãos que
compartilham a crença da abstenção
de porco e álcool. Hoje em dia, o
islamismo não é apenas uma religião
no Oriente Médio, ele acrescentou.
“É uma grande religião espalhada por
toda parte; não está confinada a apenas
algumas regiões do mundo”, disse Johnson, o principal palestrante em ambas
conferências.
—Reportagem de Ansel Oliver e
Elizabeth Lechleitner, Rede Adventista
de Notícias
H E A R LY
M AY R / ©
A D R A
Fotos da ADRA destacam esforço de
ajuda a Mianmar
■ Uma nova exposição de fotografias
destaca o trabalho de assistência da
Agência Adventista de Desenvolvimento
e Recursos Assistenciais (ADRA), para
ajudar os residentes de Mianmar na
restauração de sua comunidade um ano
após um ciclone ter devastado grande
parte dessa nação do sul asiático.
As 32 imagens em exibição mostram
parte do trabalho da ADRA na região,
incluindo assistência médica, abrigos
construídos recentemente contra ciclones, e as pontes resistentes a tempestades, que estão salvando centenas de
vidas. Outras imagens mostram nativos
recebendo arroz como pagamento por
consertarem estradas e edifícios.
“Agora estamos ajudando essas
comunidades a se tornarem autosuficientes outra vez”, disse o fotógrafo
Hearly G. Mayr, diretor de relações
públicas da ADRA. Recentemente, ele
passou quatro dias na região sul do
Delta Irrawaddy documentando o
trabalho da agência.
No entanto, os vestígios do desastre
ainda permanecem na área. Uma foto
mostra uma professora de 37 anos de
idade ao lado da escola destruída, com
rosto quase inexpressivo, exceto pelos
olhos rasos de lágrimas. A mostra revela
outros desafios em curso: uma mãe,
com vários filhos, aguarda socorro da
clínica da ADRA.
A região já sofreu com um tsunami
em 2004. Três anos e meio mais tarde,
no dia 2 de maio de 2008, foi atingida
pelo ciclone Nargis, que matou 138 mil
pessoas.
Na abertura da exposição, Myint
Lwin, relações públicas da embaixada
de Mianmar em Washington, DC, agradeceu às ONGs do mundo pela ajuda.
“Em nome de nosso governo,
agradecemos à ADRA pela assistência
prestada ao nosso povo, após o ciclone
Nargis”, diz Lwin, lembrando-se
também da doação de $24 milhões de
dólares, pelo governo dos EUA, para
ajudar o país. A ADRA informou que
promoveu a exposição em resposta
aos pedidos. Para mais informações
sobre a organização, acesse o site:
www.adra.org.
—Reportagem da Rede Adventista de
Notícias, com equipe da Adventist World.
Adventistas em Porto Rico
Abrem Nova Brigada Contra Câncer
para Servir na Ilha
■ O Hospital Bella Vista, em Mayagüez, Porto Rico, inaugurou um novo
instituto do câncer (estado-de-arte),
durante cerimônia realizada no dia 5
de maio de 2009. O novo instituto, de
6 milhões de dólares, oferece radioterapia avançada para pacientes com
câncer, da ilha.
O prefeito de Mayagüez, José
Guillermo Rodríguez, e o senador do
distrito, Luis D. Muñiz, participaram do
evento de inauguração, junto com os
líderes da igreja.
“Durante esses tempos de dificuldade econômica em nossa ilha, Deus nos
abençoou e permitiu que inaugurássemos esse lindo centro, que dispõe de
uma equipe maravilhosa e experiente”,
disse Jesus Nieves, administrador do
Hospital Bela Vista, que pertence à
Igreja Adventista.
Nieves explica que o Instituto de
Câncer Bela Vista é o primeiro e único
do gênero, no lado ocidental da ilha. O
prédio, com quase 800 m², custou 2,5
milhões de dólares, para ser construído,
e outros 3,5 milhões, para mobiliar e
equipar com a sofisticação necessária a
esse tipo de serviço.
Entre os tratamentos que serão
oferecidos estão a radioterapia com
modulação de intensidade (IMRT),
um método de tratamento de câncer,
que libera altas doses de radiação
diretamente nas células cancerígenas;
a radioterapia tridimensional conformacionada (3D CRT), que usa imagens
tri-dimensionais para mostrar o local e
o tamanho do tumor; e a radioterapia
de altas doses, que provê altas doses de
radiação a pacientes com câncer nos
pulmões, esôfago e tecidos moles, entre
outros. O novo equipamento inclui um
acelerador linear da Varian Clinac IX,
unidade de simulador GE com braquiterapia integrada.
O Instituto do Câncer também
possui uma sala de espera, salas para
exames, salas para tratamento, escritórios médicos e administrativos, salas
para palestras, entre outras.
Israel Leito, presidente da Igreja
Adventista na Divisão Interamericana,
felicita os administradores do hospital e
sua equipe pelas novas instalações.
“Esse é o único hospital, no território da nossa Divisão, que oferece esse
tipo de tratamento, e louvamos a Deus
por isso”, disse Leito.
O novo centro tem capacidade para
tratamento de cerca de 40 a 50 pacientes
por dia e será dirigido pelo Dr. Rudolph
Varesko, formado pela Escola de Medicina da Universidade de Loma Linda.
Ele obteve vasta experiência na área
da oncologia durante o tempo em que
trabalhou no Memorial Sloan-Kettering
Julho 2009 | Adventist World
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
LUTANDO CONTRA O CÂNCER: O acelerador linear é um dos novos
equipamentos disponíveis no recém-inaugurado Instituto do Câncer do
Hospital Bela Vista, em Mayagües, Porto Rico. A instituição oferece tratamento
com radioterapia avançada para os pacientes da parte ocidental da ilha.
D I V I S Ã O
Cancer Center, na cidade de Nova
Iorque. É licenciado pelo Conselho
Americano de Radiologia.
“Com o estabelecimento do Instituto do Câncer Bela Vista, reafirmamos
mais uma vez nosso compromisso de
oferecer os mais elevados serviços no
cuidado da saúde, apoiados por uma
excelente equipe de profissionais e da
mais avançada tecnologia”, diz Nieves.
Fundado em 1954 e um dos 13 hospitais adventistas da América Central, o
Hospital Bela Vista continua oferecendo
6
Adventist World | Julho 2009
I N T E R A M E R I C A N A
serviços médicos especializados em
Porto Rico. O hospital tem capacidade
para 157 leitos e uma equipe de 200
servidores, entre médicos e funcionários. Para mais informações sobre o
Hospital Bela Vista e seus serviços, visite
www.bvhpr.org.
—Reportagem de Libna Stevens e Freddy
Sosa/Divisão Interamericana
Holanda: Adventistas Continuam
Construindo em Haia
■ O sábado 18 de abril, dia longamente esperado, finalmente chegou
para a União Holandesa da Igreja
Adventista. A congregação de Haia
mudou-se oficialmente para o novo
prédio: a Christus Koningkerk (Igreja
do Rei Cristo).
No culto especial de dedicação,
líderes, pastores, construtores e amigos
da Igreja Adventista desfrutaram
da hospitalidade demonstrada pela
congregação de Haia. Linda música, a
apresentação de um vídeo de excelente
qualidade sobre a construção e vários
discursos enriqueceram a cerimônia. O
último presidente da Igreja Adventista
na Holanda, Reinder Bruinsma, falou
sobre a aventura de vender o antigo
prédio e adquirir outro mais adequado.
Duco Kerssen, pastor da igreja de Haia,
recebeu a chave da igreja de Gerard
Frenk, que, em nome da União, solicitou que abrisse as portas da igreja o
máximo com mais frequência.
Graças à dedicação dos voluntários
dessa igreja, sob a orientação de Piet
Gude, da comissão de imóveis da União
da Holanda, esse prédio, de projeto
singular, tornou-se um grande sucesso.
O templo tem capacidade para mais
de 700 assentos e o saguão pode ser
dividido em três salas menores, com
capacidade para mais 200 assentos cada
uma. Isso é muito prático, uma vez
que a Igreja Adventista de Haia realiza,
normalmente, dois cultos simultâneos
em holandês e inglês.
A congregação em Haia sabe muito
bem que, embora a construção física
esteja concluída, o verdadeiro trabalho
de construção apenas começou. Construir uma comunidade de crentes e
proporcionar um refúgio acolhedor e
amoroso para a sociedade é um esforço
contínuo, plenamente abraçado pela
Igreja de Haia.
—Reportagem do Departamento de
Comunicação da Divisão Transeuropeia
O C E A N O AT L Â N T I C O N O R T E
NORUEGA
OCEANO ÁRTICO
SUÉCIA
ALEMANHA
FINLÂNDIA
POLÔNIA
JANELA
UCRÂNIA
A
Por
Hans Olson
Rússia
por Dentro
A
Rússia é um grande país que se
expande desde o leste da Europa
até a região leste da Ásia. Geograficamente, não é apenas a maior nação do
mundo, mas também quase o dobro
do segundo maior país, o Canadá. A
Rússia faz fronteira com a Escandinávia, Oriente Médio, China, os oceanos
Ártico e Pacífico, e possui cerca de 38
mil quilômetros de litoral.
O país evoluiu a partir do Principado de Muscovy durante o décimo
segundo século. Ao longo dos 500
anos seguintes, Muscovy foi sistematicamente amalgamando os territórios
adjacentes. No princípio do século
XVII, a Dinastia de Romanov estendeu
o domínio russo até quase o tamanho
atual. Pedro, o Grande, ocidentalizou a
Rússia durante o início dos anos 1700
e transformou o país em um grande
império europeu.
À medida que o território russo
se expandia, entrou em um ciclo de
guerras durante as quais não apenas
conquistava novos territórios mas
defendia seu próprio território. Para
que isso fosse possível, os líderes
ROMÊNIA
Moscou
TURQUIA
RÚSSIA
CASAQUISTÃO
Mar
do
Japão
CHINA
JAPÃO
MONGÓLIA
russos aniquilavam qualquer um que
discordasse deles. Diferentemente
da Europa Ocidental, onde novas
ideias floresciam, os intelectuais eram
considerados inimigos do Estado, e
por essa razão a Reforma protestante
não foi amplamente disseminada ali.
Entretanto, há relatos sobre a existência de grupos cristãos, guardadores do
sábado, que viviam na Rússia durante
o século XIV.
Adventistas na Rússia
No fim da década de 1870, um
grupo de colonizadores de língua
alemã mudou-se da Rússia para os
Estados Unidos, onde descobriram o
Adventismo. Eles enviaram livros e
revistas impressas em alemão para a
família e amigos que viviam na Crimeia e no Cáucaso, regiões da Rússia.
A princípio, todos os novos adventistas
na Rússia eram imigrantes alemães.
Os russos, normalmente, hesitavam
em converter-se, pois temiam a perseguição. Posteriormente, a situação
mudou e os russos começaram a ir à
Igreja Adventista. Em 1907, havia 2.600
adventistas na Rússia, frequentando
mais de 40 congregações. A igreja se
expandiu do oeste da Rússia até a
RÚSSIA
Capital:
Língua Oficial:
Religião:
Moscou
Russo
Ortodoxa Russa, 15-20%;
Islamismo, 10-15%; outras cristãs, 2%;
sem religião, 65-75%
População:
141,7 milhões*
Membros adventistas: 51.875*
Adventistas per capita: 1:2.731*
* Arquivos e Estatísticas da Associação Geral, 145° Relatório Estatístico Anual.
cidade de Tashkent, na Ásia central,
onde é hoje o Uzbequistão.
Em 1917, a Dinastia Romanov
foi deposta. Vladimir Lenin e o Partido Comunista tomaram o poder e
formaram a União Soviética. Novas
leis foram promulgadas para limitar
a influência da ex-igreja do Estado, a
poderosa Igreja Ortodoxa Russa. O
fato deu uma nova liberdade religiosa
aos protestantes e, como resultado, a
Igreja Adventista cresceu rapidamente.
Quando Lenin morreu em 1924, Joseph
Stalin assumiu o controle e tornou
ainda mais rígidas as leis comunistas.
Durante o fim dos anos 1920, o
regime soviético começou a limitar a
liberdade religiosa. Tornou-se crime
ensinar religião a qualquer pessoa,
menor de 18 anos de idade. Em 1929,
o contato entre a Igreja Adventista na
União Soviética com o resto do mundo
foi quase eliminado. Nos anos 1980,
Mikhail Gorbachev subiu ao poder
e introduziu a glasnost (abertura) e
perestroika (reestruturação). Como
parte dessa nova abertura, em 1990, foi
permitido à Igreja Adventista ser oficialmente reorganizada. Os esforços de
Gorbachev resultaram no colapso da
União Soviética, dividindo a nação em
Rússia e 14 repúblicas independentes.
A Igreja Adventista na Rússia
emergiu após anos de estritas leis
comunistas. Além do crescimento do
número de membros, foi possível à
Igreja Adventista fundar escolas, uma
casa publicadora e um centro de mídia.
Por favor, orem pela Igreja Adventista
na Rússia.
Para saber mais sobre o trabalho da
Igreja Adventista do Sétimo Dia na
Rússia, visite: www.AdventistMission.org
Julho 2009 | Adventist World
7
A Igreja em Ação
U N I V E R S I D A D E
A D V E N T I S TA
S O U T H E R N / E R I C
S T E N B A K K E N
VISÃO MUNDIAL
H
á trinta e seis anos, dois professores, Neil Psotman
e Charles Weingartner, fizeram um contraste
categórico entre “escolaridade” e “educação”.1
Eles observaram que a escolaridade concentravase em tradições mecânicas, fatos isolados, estruturas sedentárias e tarefas desarticuladas, muito aquém de uma verdadeira
educação. Para muitos educadores, esse era um pensamento
inovador. Os adventistas do sétimo dia, porém, estabeleceram
essa distinção cem anos antes.
Os adventistas têm definido historicamente a educação
como algo além de um curso de estudos. Ao contrário, é um
caminho de desenvolvimento contínuo ao longo da vida, que
tem como objetivo imediato o serviço e, como meta final, a
vida eterna.2 Desde seu início, o adventismo tem abraçado a
filosofia de que a educação deve ser redentora em seu objetivo
e abrangente em sua natureza. Os adventistas reconhecem
Almejando
o
elhor
M
O que faz a
educação superior
adventista ser
“adventista”?
8
Adventist World | Julho 2009
Por
Ella Simmons
que a educação exige um âmbito mais amplo, um objetivo
mais elevado do que tradições humanas.3
Mas a verdadeira educação não ignora os valores do
conhecimento científico ou realizações literárias; não há
virtude na ignorância e o conhecimento não impedirá, necessariamente, o crescimento cristão.4 A verdadeira educação,
entretanto, valoriza o poder acima da informação, a bondade
acima do poder e o caráter acima de aptidões intelectuais.5 A
verdadeira educação provê mais do que disciplina mental e
treinamento físico. Fortalece o caráter de modo que a verdade
e a retidão não sejam sacrificadas ao desejo egoísta ou à ambição mundana.6
Modelo
A verdadeira “educação superior” é transmitida por
Aquele com quem estão a “sabedoria e a força”7 e de cuja
boca “vem o conhecimento e o entendimento”.8 No entanto,
o ensino superior adventista do sétimo dia rejeita a suposta
controvérsia entre a fé e a razão, a força e o conhecimento, a
humildade intelectual e a realização, o mistério inspirado por
Deus e o conhecimento. Na verdade, tudo isso é compatível.
A Natureza do Conhecimento e o Currículo. A mais
elevada educação inclui o conhecimento da Palavra de Deus9
e andar diária e conscienciosamente nas pegadas de Cristo.10
A mais elevada educação adventista não deve ser inferior à
educação secular em sua busca por realizações educacionais.
A mais elevada educação adventista procura avançar, tanto no
conhecimento como na disciplina, para o melhor desenvolvimento do caráter.11
Com muita frequência, quando aumenta o conhecimento,
dá-se lugar secundário à sabedoria do alto na vida dos alunos.
Considera-se o muito saber como a própria essência do êxito
na vida12, sem compreender os propósitos da educação. Nesta
geração, a informação tem se multiplicado enquanto o conhecimento – a compreensão da informação – diminuiu pela
metade; e a sabedoria – saber como usar o conhecimento –
baixou para um quarto.
Os adventistas reconhecem que a sabedoria é o principal
exercício. A verdadeira educação comunica essa sabedoria.
Ensina o melhor uso não somente de uma, mas de todas as
nossas habilidades e aquisições. Assim, abrange todo o ciclo
das obrigações: para com nós mesmos, para com o mundo
e para com Deus.13 O conhecimento do mundo em que
vivemos é essencial; se, no entanto, omitimos a eternidade de
nossa compreensão, falharemos.14
Condição Humana e Ênfase na Saúde. Por muito tempo,
as escolas adventistas têm defendido elevados padrões no estilo de vida saudável, apoiados por pesquisas de domínio público. Restrições ao álcool, fumo e outras drogas, juntamente
com dieta nutritiva e atividade física, são fatores que contribuem para a saúde e a longevidade. A mídia secular exalta as
virtudes da mensagem adventista de saúde e atribui severos
males e morte prematura à opção por um estilo de vida não
saudável.15 Educadores de todos os quadrantes reconhecem a
influência que os professores exercem sobre os jovens em suas
escolhas para a vida.
Natureza da Instrução e Relacionamentos. Nutrir relacionamentos é primordial para o crescimento e o bem-estar.
Os professores de nossas escolas devem ser homens e mulheres devotos, cujo caráter e palavras reflitam o que desejam
que seus alunos se tornem. A tarefa de moldar mentes jovens
não deve ser delegada para aqueles que não valorizam a vida
com Deus e Suas normas.16 A verdadeira educação é a obra
mais importante já confiada a seres humanos; e nunca antes
foi seu diligente estudo tão importante como hoje. Jamais
qualquer geração prévia teve de enfrentar transes tão momentosos; nunca antes jovens foram defrontados por perigos
tão grandes como hoje.17
É imperativo que em nossas escolas haja professores
adventistas consagrados, que vivam a mensagem adventista.
No entanto, é difícil encontrar tais professores adventistas
simplesmente porque muito poucos estão disponíveis. Além
da constante ameaça do secularismo, nossos maiores desafios
estão associados à proliferação de instituições com duplicação
de cursos em algumas áreas e crescente controle governamental, em outras.
Ainda há os que optam por professores de diferentes
religiões para troca de ideias que consideram essenciais para
a qualidade da educação. No entanto, esses intercâmbios
podem ser realizados por meio de publicações acadêmicas
profissionais e da participação em conferências, reuniões
acadêmicas ou de conferencistas convidados.
O Instituto de Prevenção de Vícios da Universidade Andrews, co-patrocinado pela Associação Geral e Andrews, é um
exemplo primordial de professores que servem plenamente à
Igreja Adventista, enquanto participam da sociedade em geral
por seu conhecimento e serviços. Um exemplo semelhante é
o famoso Projeto Arqueológico das Planícies Madaba da Jordânia, que foi criado em 1968 por professores adventistas da
Universidade Andrews. O projeto expandido continua como
um recurso para a igreja, enquanto representa a igreja para
o mundo por intermédio de uma vasta gama de colaboração
com pessoas de fora da igreja numa investigação rigorosa de
fatores bíblicos, históricos e antropológicos.
Natureza da Excelência e a Extensão do seu Valor. O que
os estudantes levam consigo ao deixarem nossas escolas? Aonde vão? O que irão fazer? Foram educados para sabiamente
estar à frente de uma família ou da comunidade? Receberam
a verdadeira “educação superior”?18
Os alunos devem ser inspirados a atingir o mais alto
desenvolvimento das faculdades mentais, e a educação não
deve restringir o que Deus não pôs limites.19 Uma vez que a
educação superior adventista equilibra o desenvolvimento
da pessoa como um todo, estendendo-se até a eternidade,
sua extensão completa transcende o período escolar. Ela não
termina neste mundo.
Desafios e Oportunidades da Educação Superior
Adventista no Século XXI
A Igreja Adventista provê educação superior para o total
desenvolvimento de seus jovens e suas escolhas de viver uma
vida de serviço para Deus e para a humanidade. O crescente
Ella Simmons, educadora e administradora
experiente, é vice-presidente da Associação
Geral dos Adventistas do Sétimo Dia em
Silver Spring, Maryland, EUA.
Julho 2009 | Adventist World
9
A Igreja em Ação
número de alunos mostra sua influência sobre outros que
desejam esses mesmos valores e ideais.
Desafio e Oportunidade. O número de alunos na educação superior adventista elevou-se de 42.562, em 1990, para
66.393, em 2000, um aumento de 56% com projeção para
103.500 alunos em 2010. Desse modo, o número de alunos de
orientações religiosas diferentes da adventista passou de 18%
em 1990 para quase 32% em 2000, com a expectativa de 45%
até 2010.
Devemos ficar alarmados? Devemos ser vigilantes e sábios,
mas não alarmados, pois sabemos que muitos virão para
aprender e receber o que oferecemos.20 Líderes nacionais
reconhecem os pontos academicamente fortes e a intencionalidade do desenvolvimento do caráter em nossas escolas e
Embora os métodos tenham mudado,
devemos permanecer firmes aos padrões
originais da educação adventista.
desafiam as escolas adventistas a compartilhar essas virtudes
empenhando-se com eles na construção da nação.
A Universidade Sahmyook, na Coreia, tem a reputação
de servir ao público e ao mesmo tempo manter os padrões
adventistas e de lealdade à nossa missão. Durante os últimos
quatro anos, o número de alunos cresceu de 3.000 para cerca
de 6.000 alunos, e somente 1.600 são adventistas. A boa
notícia é que o número de batismos em Sahmyook cresceu
na mesma proporção. Por darem extrema atenção ao crescimento espiritual, 2.900 alunos foram batizados durante esses
quatro anos, sendo que 2.300 desses, nos últimos dois anos.
A Universidade do Sul do Caribe, em Trinidad, tem agora
a oportunidade de acrescentar mil novos alunos anualmente.
O número de alunos, nos últimos quatro anos, cresceu de
780 para 3.078, sendo que 1.558 são adventistas. Os batismos
subiram de 2 para 198. Além disso, a Universidade Babcock,
na Nigéria, está sendo pressionada para admitir mais alunos
da população em geral. Durante esse período, o número de
alunos cresceu de 3.000 para quase 5.000 alunos, dos quais,
apenas 1.200 são adventistas. A escola, recentemente, patrocinou uma campanha evangelística bem-sucedida, durante a
qual centenas de alunos decidiram-se pelo batismo.
Uma aluna do Columbia Union College, nos Estados
Unidos, testemunha de sua experiência de transformação. Ela
buscava um reavivamento espiritual. Após assistir a aulas de
religião, estudar a Bíblia informalmente com os colegas e um
professor e participar de uma semana de oração, foi batizada.
Ela exclamou: “Mal posso esperar para ver qual a obra e o
10
Adventist World | Julho 2009
plano que Deus tem para mim, aqui.”21 Esse é o poder transformador da verdadeira educação.
Sumário: O Futuro da Educação Adventista
Embora os métodos tenham mudado, é para tais tempos
como estes que devemos manter os padrões originais da educação adventista. Cumpre-nos entender que a educação não
se limita à aquisição de conhecimento; ela tem um alcance
mais amplo.22 Na verdadeira educação, a ambição egoísta, a
ganância de poder e o desrespeito pelos direitos e necessidades da humanidade são combatidos.
Hoje, muito da educação superior é uma perversão do
nome. Nenhuma educação pode ser chamada de educação
superior, a menos que leve à semelhança do Céu, a menos
que leve à semelhança de Cristo.23 Infelizmente, alguns se
desviaram do caminho original e consideram esse desvio,
afastados de Cristo, como um progresso. Estão enganados.
Eles se engajaram num tipo de farisaísmo intelectual. Assim
como no passado, Cristo foi rejeitado por aqueles que Ele veio
abençoar, em nossos tempos, Ele é rejeitado intelectualmente.
Paulo admoesta Timóteo e a igreja de hoje: “Tu, porém,
permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado,
sabendo de quem o tens aprendido” (2Tm 3:14). Os que são
fiéis direcionarão a educação para Aquele que é muito sábio
para errar.24
Conhecimento é poder, mas só o é para o bem, quando
unido à verdadeira piedade. Para servir aos mais nobres fins,
ele deve ser vivificado pelo Espírito de Deus.25
Se for fiel à missão original, a educação superior
adventista produzirá pessoas fortes no pensar e agir, mestres
e não escravos das circunstâncias, pessoas com grandeza
de espírito, clareza de pensamento e coragem em suas
convicções.26
1
Neil Postman and Charles Weingartner, The School Book: For People Who Want to Know What All
the Hollering Is About (New York: Delacorte Press, 1973).
2
Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 26; White, Educação, p. 18; Mc 4:28.
3
White, Educação, p. 13.
4
White, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 223.
5
White, Educação, p. 225.
6
Ibid., p. 18.
7
Jó 12:13.
8
Pv 2:6; White, Educação, p. 14.
9
White, Conselhos a Pais, Professores e Estudantes, p. 45.
10
Ibid., p. 36.
11
Ibid., p. 45.
12
Ibid., p. 412.
13
White, Educação, p. 225.
14
White, Conselhos a Pais, Professores e Estudantes p. 388.
15
The Journal of the American Medical Association 293, Nº. 3 (2005): 293.
16
White, Conselhos a Pais, Professores e Estudantes, p. 401.
17
White, Educação, p. 225.
18
White, Fundamentos da Educação Cristã, p. 467.
19
White, Conselhos a Pais, Professores e Estudantes, p. 387.
20
Ibid., p. 455.
21
Andre J. Hardy, “Student Accepts Call to Join Adventist Church,” Columbia Union Conference
Visitor, abril de 2009, p. 29.
22
White, Conselhos a Pais, Professores e Estudantes, p. 402.
23
White, Fundamentos da Educação Cristã, p. 467.
24
White, Conselhos a Escritores e Editores, p. 117.
25
White, Conselhos a Pais, Professores e Estudantes, p. 38.
26
White, Educação, p. 18 (no prefácio).
S A Ú D E
N O
M U N D O
rıscos
Radıação
da
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
Estou preocupado com a quantidade de radiação a que os médicos submetem seus pacientes. Preocupo-me que ela cause
câncer e, portanto, seja mais prejudicial que benéfica. Qual é sua opinião?
N
a vida deve haver sempre
um equilíbrio entre riscos
e benefícios, o que também
pode ser aplicado aos diagnósticos por
irradiação. É importante para detectar
problemas como ossos quebrados,
bloqueios em artérias, câncer e muitas
doenças que, sem investigação, permaneceriam sem diagnóstico. A adição de
computadores para a intensificação e
maior definição de imagens realmente
levou o diagnóstico por imagens a um
patamar de sofisticação, com o qual
eu podia apenas sonhar, quando era
um jovem médico. Nem todos os diagnósticos utilizam a radiação, mas a TC
(tomografia computadorizada) utiliza.
Tanto a ecografia (ultrassom) como a
ressonância magnética não a utilizam.
A radiação pode danificar o DNA ou
o “controle manual” das células e pode
levar a erro na transmissão de dados,
a qual, por sua vez, pode levar a uma
divisão celular descontrolada, ou câncer.
A radiação está presente em todo lugar
na natureza, ao nosso redor, mas em
pequenas doses. Ela é medida em
“millisieverts” (mSvs).
Por acompanharmos a proliferação
da radiação a partir do início do século
XX, tivemos um adicional 3mSv acrescentado à exposição média por pessoa.
Esse dado inclui toda radiação de procedimentos médicos, liberações de testes
nucleares, centrais nucleares, televisores,
microondas, rastreadores de voo dos
aeroportos, computadores, detectores de
fumaça, e assim por diante. Esse foi um
grande aumento, pois em 1980, o acréscimo era de apenas 0,5mSv por pessoa.
A Tomografia Computadorizada é responsável por boa parte desse aumento
de radiação. A quantidade de radiação
liberada varia dependendo do tipo de
exame. A Falculdade Americana de
Radiologia, a Sociedade de Saúde Física
e Estatísticas e os relatórios da Carta do
Coração da Harvard dão os seguintes
números referentes à radiação:*
Raio X Dental
0,005mSv
Raio X de Tórax
0,02mSv
Mamografia
0,7mSv
TC Abdominal
10,0mSv
TC Cardíaca (64-fatias)
7,23mSv
TC Cardíaca (320-fatias)
10,18mSV
Angioplastia
7,57mSv
É óbvio que a Tomografia Computadorizada (TC) empurrou para cima as
dosagens de manifold. A estimativa do
Comitê da Academia Nacional de Ciências (EUA) sobre os Efeitos Biológicos da
Radiação Ionizante, é que poderia haver
um caso extra de câncer acima dos 420
que “naturalmente” ocorrem, para cada
mil pessoas submetidas à TC de 10mSv.
O que realmente é preocupante é o
crescente uso da tomografia computa-
dorizada. Alguns médicos pedem uma
TC tanto para se proteger da acusação
de falta de diagnóstico como para
comprovar a suspeita da existência de
uma doença.
Como são necessários entre 10 a
20 anos para que os efeitos do câncer
sejam percebidos, é menos preocupante
fazer uma TC em alguém com 80 anos
de idade do que em um jovem de 18.
O fato é que não se deve pedir uma
TC, nem concordar em submeter-se a
ela, a menos que seja imprescindível
para a coleta de informações importantes para a sustentação da vida. Os
doentes devem ter cautela no volume
de pressão que colocam sobre os médicos que, como eles, são apenas seres
humanos.
*Harvard Heart Letter, v. 19, Nº 8, abril de 2009.
Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG,
é diretor geral do Departamento
de Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B., B.Ch.,
M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C.,
é diretor executivo da ICPA
e diretor associado do
Departamento de Saúde.
Julho 2009 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
J
oão era um simples pescador. Entretanto, tornou-se
autor do livro do Apocalipse, de um Evangelho e de três
epístolas que também levam o seu nome. É conhecido
como “o discípulo que Jesus amava” (discípulo do Amor).
Ele é mencionado, pela primeira vez, em Mateus 4:21,
quando Jesus o chamou e a seu irmão Tiago, enquanto
ajudavam o pai a trabalhar com redes de pesca às margens
do lago. João e seu irmão Tiago prontamente deixaram o pai
para seguir a Jesus.
Você vê algo de anormal aí? Algo incomum e um tanto
irresponsável? Humanamente falando, é isso que parece.
Mas o que há por trás dessa aparente anormalidade?
tem efeitos de longo alcance, como vemos na vida de
João e Tiago. Como pais, devemos considerar cuidadosamente a influência que exercemos sobre os filhos. Devemos
levar em conta seus interesses, tanto temporais quanto
eternos.
João seguiu Jesus imediatamente. Isso, porém, não significa que ele era puro, santo e livre de todas as influências
mundanas. Era como qualquer um de nós, orgulhoso, ambicionava honras, impetuoso e se ressentia quando injuriado.
Ele e seu irmão eram chamados por Jesus de “filhos do trovão”. Ellen G. White observa que eles receberam esse título
por causa de seu temperamento.
Do
Egoísmo à
Reflexão sobre
a vida do apóstolo João
Por Ramani Kurian
en
R
Influência do Lar
Dois Incidentes Revelam a Natureza de João
João e seu irmão vieram de uma família laboriosa e
colocaram a missão de Jesus e as coisas de Deus acima do
próprio bem-estar. Lemos em Marcos 15:40 e 41 sobre algumas mulheres que observavam a crucifixão de Jesus. Entre
elas estava Salomé. Segundo o Comentário Bíblico Adventista
do Sétimo Dia, essa Salomé (que seguiu Jesus e O ajudava)
era a mãe de João e Tiago (v. 5, p. 657).
Se isso é verdade, então essa mãe deve ter sido um bom
exemplo para os filhos no ministério para Jesus, preparando-os desde a infância para seguir os caminhos do Senhor.
Obviamente, seu pai (com quem trabalhavam) também
exerceu importante papel, criando os filhos no temor e na
disciplina do Senhor. E assim, Jesus os encontrou ajudando
o pai no trabalho. Zebedeu não se opôs à decisão dos filhos de
seguir a Jesus e abandonar o trabalho. Toda a família devia
estar esperando pelo Messias, pelo Libertador, embora não
alguém que seria crucificado numa cruz.
A influência de pais tementes a Deus (especialmente
da mãe) sobre os filhos nos primeiros anos é importante e
1. Retaliação e Vingança.
Quando os samaritanos se recusaram a aceitar e respeitar
Jesus como João e Tiago o faziam, eles Lhe perguntaram:
“Queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” (Lc 9:54).
Quão rapidamente o sentimento de inimizade se desenvolveu no coração deles em face da menor provocação! Será
que você e eu reagiríamos diferentemente? Sabendo que Jesus
tinha poder, teríamos nós pensado em destruir os que O
desonram? A tendência de retaliar e vingar-se daqueles que
nos ferem descreve perfeitamente a natureza de João. Ele não
era diferente de nós.
A resposta de Jesus veio na forma de repreensão: “Jesus, porém, voltando-Se, os repreendeu [e disse: Vós não sabeis de que
espírito sois]. [Pois o Filho do Homem não veio para destruir
as almas dos homens, mas para salvá-las]” (Lc 9:55). Envergonhados pelo seu comportamento, começaram a enxergar a
realidade sobre Jesus e Sua missão. Aquilo tocou seu coração
e seu comportamento começou a mudar. A cada experiência
12
Adventist World | Julho 2009
H E R Z E L
M AT T H E W
úncia
semelhante e à medida que olhavam para Jesus, seu Mestre,
cresciam espiritualmente, reconhecendo suas falhas pessoais.
2. Amor Próprio e Desejo de Posição
João e Tiago enviaram a mãe deles para pedir a Jesus que
os colocasse em lugares de honra em Seu reino. Como muitos
de nós, esses jovens, egoístas e ambiciosos, desejavam altas
posições. Jesus não os condenou pela ambição, mas aproveitou a oportunidade para lhes ensinar uma lição de liderança
servidora. “Quem quiser ser o primeiro entre vós”, disse-lhes,
“será vosso servo; tal como o Filho do homem, que não veio
para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate
por muitos” (Mt 20:27,28).
A lição de serviço desinteressado, ensinada por Jesus,
penetrou no coração deles e os acompanhou para sempre,
mesmo em face de perigo e perseguição.
Vida Transformada
Egoísmo, temperamento forte, desejo de vingança e
espírito crítico eram características do “discípulo amado”.
Mas Jesus lia o coração de todos, e pôde reconhecer, embaixo
de todas essas fraquezas, o ardente, receptivo, humilde e
amoroso coração de João. Quando repreendeu seu desejo
de autopromoção, frustrou suas ambições e testou sua fé. As
lições calaram fundo no coração de João e ele reconheceu sua
miséria. Assim, ele se humilhou para ser usado pelo Espírito
Santo, resultando na transformação total de sua vida.
Não importa quão defeituoso seja o caráter. Todo aquele
que se humilha ante o poder do Espírito Santo, pela graça
divina, será transformado em efetiva testemunha de Cristo.
Durante três anos e meio, João viveu testemunhando o
amor transformador de Jesus e aprendeu a lição do amor verdadeiro, sendo diariamente santificado pelo poder de Deus.
“Quando o caráter do Ser divino lhe foi manifestado, João viu
suas próprias deficiências, e foi feito humilde pela revelação. Dia
a dia, em contraste com seu próprio espírito violento, ele observava a ternura e longanimidade de Jesus e ouvia-Lhe as lições
de humildade e paciência. Dia a dia, seu coração era atraído
para Cristo, até que perdeu de vista o próprio eu no amor pelo
Mestre... Ele submeteu seu temperamento ambicioso e vingativo
ao modelador poder de Cristo, e o divino amor operou nele a
transformação do caráter” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos,
p. 557). Um pescador comum transformou-se na poderosa
testemunha para o Senhor do Céu.
João passou a valorizar a mansidão, a humildade e o amor
que encontrou em Jesus e reconheceu esses elementos essenciais para o crescimento na graça e para a aptidão do trabalho
para o qual foi chamado. Sua afeição pelo Mestre crescia
diariamente e, finalmente, sua vida tornou-se como a dEle.
Seu eu foi escondido em Cristo e embora Jesus amasse todos
os Seus discípulos, João parecia ser o mais amado (veja João
19:26). Sabemos que, na hora da crucifixão, Jesus confiou a
ele o cuidado de Sua mãe (Jo 19:26).
“Após a ascensão de Cristo, João permaneceu como fiel e
ardoroso obreiro do Mestre... A vida do apóstolo estava em
harmonia com Seus ensinos. O amor de Cristo ... induziu-o a
empenhar-se em fervoroso e incansável labor por seus semelhantes.” E “João, sentindo que o amor fraternal estava diminuindo
na igreja, insistiu com os crentes sobre a constante necessidade
deste amor” (Atos dos Apóstolos, p. 546, 548).
Ocorrerá uma mudança em nossa vida ao aprendermos
como esse humilde servo do Senhor, ao receber a amorosa
repreensão de Jesus, foi transformado numa poderosa testemunha para o reino de Deus. Somos os mensageiros do amor, cuja
missão é levar outros para o reino de Deus nestes últimos dias.
Que tipo de testemunhas nós somos para Ele em nossa
vida pessoal?
Ramani Kurian é diretora de Recursos
Humanos do Departamento de Educação da
Divisão Sul Asiática, em Hosur, Índia.
Julho 2009 | Adventist World
13
V I D A
A D V E N T I S T A
D
esapontadas com ideologias fantasiosas e com o caos
econômico e ambiental, muitas pessoas na cultura
secular de hoje encontram cada vez menos razões
para pertencer a uma comunidade de fé. Buscam profundidade
espiritual, mas a religião perdeu seu charme e, às vezes, parece
incompatível com as tendências de liberdade e satisfação
pessoal. Viver sem preocupação com o futuro tornou-se uma
obsessão. Cada um tem se agarrado ao seu próprio momento,
à sua maneira, estabelecendo valores que lhes sejam mais
convenientes para “viver em plenitude”. Na busca pela espiritualidade, cada um procura a felicidade pessoal.
Veja, a seguir, o processo que desenvolvemos e usamos em
2008 e que, facilmente, pode ser adaptado e desenvolvido em
outros contextos:
1. Janeiro: Mês de Amor Genuíno − Para ser uma verdadeira testemunha das boas novas da salvação, primeiro temos
que escolher amigos a quem mostraremos a autenticidade do
amor de Deus. Dizer que amamos os dois milhões de pessoas
em Montreal é apenas uma declaração de intenção e não uma
realidade tangível. Jesus não Se dedicou superficialmente à
Sua missão. Ele curou muitas pessoas e pregou em muitas
ocasiões, mas escolheu os doze apóstolos para lhes mostrar a
Uma
Pessoa
cristo
para
Onze passos para evangelizar uma
sociedade secularizada
Por
Dragan Stojanovic
F R A N Ç O I S
C H A R E S T
Estudos mostram que o Quebec é uma das regiões mais
seculares da América do Norte. Assim, os líderes da igreja
local, pastores e administradores, criaram um plano para alcançar os que se afastaram dos valores tradicionais cristãos. A
ideia de uma aproximação progressiva levou o que chamamos
“Uma Pessoa para Cristo” a um programa anual de amizade e
evangelismo.
Para se colher resultados positivos, primeiro tivemos de
realizar duas coisas: (1) Encontrar um método que cause
forte impacto nas mentes seculares e (2) desenvolver uma
estratégia que mostre aos nossos membros que o evangelismo
não é um fardo e que o crente pode sentir alegria e satisfação
em proclamar o evangelho eterno.
14
Adventist World | Julho 2009
profundidade do amor de Seu Pai. Os secularistas podem ser
impressionados apenas por um amor sacrifical que se expressa
de modo significativo. Sem um plano de ação definido e uns
poucos amigos, não seremos capazes de demonstrar esse amor
completamente. O primeiro mês é separado para a meditação
e reflexão, para selecionarmos aqueles a quem o Senhor deseja
que alcancemos. Faça uma lista de conhecidos (o número sete é
um ponto de partida equilibrado): padeiro, colegas de trabalho,
amizades feitas nas férias, etc. A lista deve ser atualizada regularmente, dependendo da resposta de cada pessoa.
2. Fevereiro: Mês de Oração − A oração induz ao evangelismo e o evangelismo induz à oração. O testemunho cristão e eficaz não pode ser concebido sem Deus, que vai adiante
de nós, em nossas ações. Entregamos nossos sete amigos a
Ele para que dirija tudo de acordo com Sua sabedoria. Assim,
as igrejas do Quebec organizaram quatro fins de semana de
oração e dedicaram o dia 24 de fevereiro de 2008 a um jejum
especial.
3. Março: Mês da Bondade − Pessoas secularistas
buscam novas doutrinas e conselhos sobre saúde. Precisam
sentir-se amadas. Saúde e doutrina virão no tempo certo. É
por meio de nossos atos de bondade que criamos avenidas no
coração deles.
Consequentemente, a primeira ação não é a proclamação
da mensagem. Ao contrário, observamos sua vida e vamos ao
encontro de suas necessidades.
4. Abril: Mês da Hospitalidade − Outro aspecto de nosso comprometimento com nossos novos amigos é um convite
para visitar nosso lar. Ao abrirmos as portas, mostramos que
desejamos ser seus amigos e que são bem-vindos em nosso
círculo de amigos. O tempo que gastamos juntos nos ajudará
a conhecê-los melhor e a descobrir a melhor maneira de
apresentá-los ao nosso Pai celestial. Assim, a amizade se torna
uma ferramenta essencial para fortes laços.
5. Maio: Mês da Bíblia − Presentear é uma maneira de
expressar amor e apreciação para nossos amigos, especialmente quando os presentes são de valor excepcional. É assim
que deveríamos apresentar a Bíblia, o livro mais precioso.
Quando deixamos o presente, não devemos demorar. Uma
boa ideia é ter um marca-página indicando o Sermão da
Montanha e o Evangelho de João. Nossa experiência mostra
que essas Bíblias devem ser acompanhadas por nossas orações
na certeza de que Deus providenciará que Sua Palavra “não
voltará para Mim (Deus) vazia” (Is 55:11).
6. Junho: Mês do Testemunho Pessoal – O testemunho
da transformação pessoal é a mais poderosa ferramenta usada
por Deus para tocar corações. Lembre-se de que “é a graça de
Cristo em nós que nos torna testemunhas Suas” (Mensagens
Escolhidas, v. 2, p. 170). Sem Ele, não podemos fazer nada. É
Jesus, a Testemunha fiel e verdadeira, quem fala por nosso
intermédio.
7. Julho e Agosto: Meses de Intercessão − Em fevereiro,
oramos por nossos amigos. Durante os meses de julho e agosto, ore com eles, pedindo a Deus que supra suas necessidades.
Se o testemunho de nossa vida convencê-los de que a oração
funciona, não recusarão essa oportunidade de ouro.
8. Setembro: Mês da Visitação − Nossas visitas, breves
e informais, nos permitirão dizer a nossos amigos que eles
são muito importantes para nós e que desejamos conhecêlos melhor, fortalecer nossa ligação espiritual pela oração.
9. Outubro: Mês do Convite − Após completar, com
sucesso, os oito passos anteriores, é mais fácil convidar para
participar de reuniões “neutras” na sua igreja local. Seminá-
rios sobre saúde, vida familiar e curso de culinária podem ser
degraus que mostrem o valor de uma vida balanceada e uma
ajuda para aqueles que buscam caminhos para melhorar sua
qualidade de vida e querem permanecer saudáveis.
10. Novembro: Mês para se Unir a Jesus − É tempo
de sugerir vários meios de ajudar nossos amigos a conhecer
melhor a Cristo, talvez por um curso bíblico por correspondência ou pelo programa de televisão Está Escrito. Devemos
encontrar meios adequados e insistir que religião não é um
sistema, mas relacionamento, ligação com Alguém, assim
como o conhecimento de que, por meio de Jesus, encontraremos o caminho que nos leva à vida eterna.
11. Dezembro: Mês do Compromisso − Esse último
passo não é o fim da história; ao contrário, é a preparação
para o que vem a seguir. Durante esse mês, convide seus
amigos para sua primeira reunião espiritual (ou série de reuniões), que enfatizem a importância de estudar as Escrituras
por toda a vida. Em outras palavras, promova os pequenos
grupos, que é o método mais apropriado para o crescimento
espiritual de uma mente secular.
A Associação do Quebec está satisfeita com os resultados dessa aventura, pois o evangelismo obtém melhores
resultados com o grupo. Podemos, facilmente, fazer o
acompanhamento e proporcionar motivação. Primeiro, o
testemunho dos membros é um valioso incentivo para toda a
igreja. Segundo, o ministério da oração é vital para o sucesso
do projeto. Terceiro, o futuro dos pequenos grupos depende
do evangelismo da amizade. A revitalização dessas unidades
de testemunho é o âmago de sua sobrevivência. O programa
Uma Pessoa para Cristo permite que os grupos se renovem
facilmente. É por isso que as igrejas adventistas na província
criaram um número crescente de pequenos grupos, permitindo que os membros da Associação do Quebec fizessem
um evangelismo de acordo com o método dAquele que não
comete erros.
Pela graça de Deus, tem havido progresso. Ainda há
espaço para progredir, mas em 2007, antes desse projeto ser
implantado, 203 pessoas foram batizadas (em uma Associação com 5.200 membros). Em 2008, Deus nos deu a alegria de
preparar 312 pessoas para o batismo, um acréscimo de mais
de 50% na colheita.
Glórias ao Seu nome!
Dragan Stojanovic é presidente da
Associação Adventista do Sétimo Dia do
Quebec, no Canadá.
Julho 2009 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
Pastor
Allen
a
Por Mark A. Kellner
V
indo de um chefe de estado,
as palavras soam incomuns,
até mesmo surpreendentes.
Mas o doutor Patrick Linton
Allen não é um chefe de estado comum.
De fato, o sexto governador geral
da Jamaica não é apenas o primeiro
adventista do sétimo dia a ocupar tal posição honrosa em sua terra natal, mas é o
primeiro pastor adventista a chegar a tão
elevado cargo. Ellen G. White, fundadora
pioneira do movimento adventista do
sétimo dia, falou sobre um tempo em que
os adventistas ocupariam altas posições
no governo e, hoje, Allen é um deles.
Mark A. Kellner é
editor de notícias para
a Adventist World e
Adventist Review.
16
Adventist World | Julho 2009
Assim, quando o governador geral
fala sobre a necessidade de um tipo muito particular de descanso, sua mensagem
repercute não apenas para sua família
adventista.
“O sábado é o momento em que
posso ficar longe de todo o estresse e das
tensões do trabalho público e estar com
Deus de uma forma muito especial”,
diz Allen, em recente entrevista para a
Adventist World: “Eu não conseguiria
viver sem o sábado, e ponto final. É uma
bênção para mim.”
E continua: “Tudo para. Antes de eu
assumir o cargo, todos sabiam que do
pôr do sol de sexta-feira ao pôr do sol de
sábado, não estaria à disposição [nesse
período de tempo]. Esse é meu tempo
de pausa, eu preciso dele, pois é muito
precioso para mim. O país sabe disso e
o povo não me pressiona para nenhum
tipo de atividade durante essas horas.”
Para um Tempo como Esse
O anúncio da nomeação de Allen,
no dia 13 de janeiro – cujo consentimento foi dado pela rainha da GrãBretanha, Elizabeth II, atual “chefe de
estado”, a quem o governador geral
representa – foi uma surpresa para a
Jamaica, a terceira maior ilha do Caribe, com 235 km de comprimento e 56
km de largura. Os governadores gerais
anteriores eram educadores, políticos,
mas pastor? E um pastor adventista do
sétimo dia?
Mesmo havendo um adventista
do sétimo dia para cada 423 pessoas
na Terra (utilizando os dados do
Escritório de Referência da População Mundial, onde consta que há
6.624.528.000 pessoas), a Igreja de 146
anos de idade não é muito conhecida,
ou compreendida, como deveria ser.
A participação de um adventista como
N I G E L
C O K E
Abaixo: EMPOSSADO: Zaila McCalla,
Chefe de Justiça da Jamaica,
felicita o Dr. Patrick Allen, o sexto
governador geral do país, após sua
posse no dia 26 de fevereiro de 2009,
em Kingston, Jamaica.
M A R K
A .
K E L L N E R
Acima: FAMÍLIA ADVENTISTA: O Dr. Patrick Linton Allen, ex-presidente da União das
Índias Ocidentais, é agora o governador geral da Jamaica. Ao seu lado, o filho Kurt
(extrema esquerda), a esposa Patrícia, a filha Candice e o filho David.
chefe de estado na Jamaica – onde a
Igreja é conhecida como a maior
igreja cristã protestante do país, com
11 a 12% da população como membros – eleva a denominação aos olhos
de uma nação inteira, senão em toda
a região.
“Para muitos de nós, isso é importante para a autoestima de nossa igreja”, disse Derek Bignall, que substituiu
Allen como presidente da União das
Índias Ocidentais. “Agora sabemos que
temos que ir para um patamar mais
elevado em nossas atividades.”
Ele completa dizendo que a atitude
interna agora é: “Levante os ombros e
ande ereto, pois você é um adventista.”
O Rev. Courtney Stewart, ministro
batista que dirige a Sociedade
Bíblica das Índias Ocidentais, é um
antigo amigo de Allen, que foi vicepresidente do conselho administrativo
da sociedade. A ascensão para o cargo
de governador geral diz boas coisas
sobre o pastor adventista e o povo que
ele representa, disse Stewart.
Antes do anúncio, Stewart disse à
Adventist World: “Os adventistas eram
vistos como diferentes dos outros.
A nomeação de um adventista para
governador geral mostra que nosso
povo amadureceu.”
Allen, disse Stewart, foi “escolhido
não porque é adventista, mas por sua
integridade, bondade, clareza de pensamento e mente arguta. O fato de ele
ser adventista não é problema.”
Bignall acrescentou: “A maior
parte da Igreja (Adventista do Sétimo
Dia) daqui e no exterior está muito
feliz ao ver um de nossos líderes
com tal valor e capacidade, digno de
ocupar tão elevada posição em
nosso país.”
Degraus para a Liderança
Valor e capacidade parecem definir
a vida de Allen. Nascido na aldeia do
Vale Frutífero, no distrito de Jamaica,
ou Estado de Portland, Allen, terceira
geração de adventista, começou a servir a Igreja em 1981, após uma década
de trabalho para o governo jamaicano.
Ele foi pastor de várias igrejas adventistas em Clarendon e St. Catherine,
onde os líderes dizem que “todas
cresceram espiritual e numericamente”.
Ele dirigiu igrejas com congregações
de até 1.600 membros, tendo batizado
centenas de conversos e implantado
várias novas igrejas.
Esse recorde resultou no chamado
para ser o presidente da Associação da
Jamaica Central dos Adventistas do
Sétimo Dia, na época, a maior associação de língua inglesa entre as igrejas da
Divisão Interamericana. Em dois anos
Julho 2009 | Adventist World
17
Acima: MULTIDÃO AO AR LIVRE: Milhares
se reuniram na Casa do Rei, em Kingston,
residência e escritório do governador geral,
para assistir à posse do Dr. Allen.
Direita: MÚSICA NO AR: O Coral da
Universidade do Norte Caribenho, da qual
o Dr. Allen foi administrador, apresenta-se
na cerimônia de posse.
apenas, Allen foi eleito (2000) presidente da União das Índias Ocidentais,
cargo que manteve por oito anos.
Em nível de União, Allen liderou
o crescimento e desenvolvimento da
Igreja Adventista na Jamaica, Bahamas,
Ilhas Turks, Caicos e Cayman. Foi presidente das comissões administrativas
da União das Índias Ocidentais, da
Universidade do Norte Caribenho,
do Andrews Memorial Hospital, da
Administradora de Investimentos da
União das Índias Ocidentais Ltda.
(AIU), o braço regional da Agência
Adventista de Desenvolvimento e
Recursos Assistenciais (ADRA), dos
centros de publicação e nutrição.
Durante esses anos, duas novas
missões foram estabelecidas e uma
terceira missão, nas Ilhas Cayman,
transformou-se em associação, pronta
para decolar. O número de membros
cresceu de 190 mil, em 2000, para mais
18
Adventist World | Julho 2009
de 263 mil no fim de 2008 – crescimento de 38%.
Allen, entretanto, ainda encontrou
tempo para servir seu país: era membro da Polícia Civil de Autoridade de
Supervisão; do Comitê de Aplicação
de Supervisão da Força Policial da
Jamaica, da Companhia de Comunicação Pública da Jamaica e serviu
como juiz de paz para o distrito de
Manchester, desde 2003.
Essas impressionantes realizações
nacionais colocaram Allen em destaque
para outra honra: em agosto de 2006,
o governo jamaicano conferiu-lhe o
título de Comandante da Ordem de
Distinção [OD] pelos serviços sociais,
educação e religião. Sir Kenneth
Hall, então governador geral, conferiu
a comenda a Allen sem que ambos
soubessem, na ocasião, que o
condecorado seria o sucessor naquela
função.
Âmbito Maior
Durante uma entrevista de quarenta minutos para a Adventist World,
Allen reconheceu que os jamaicanos
esperam que o homem que pastoreou
congregações influencie agora uma
nação de 2, 8 milhões de pessoas.
“De todas as esferas sociais, as pessoas esperam que eu faça coisas para as
quais não tenho autoridade administrativa para realizar mudanças estruturais.
Mas elas sabem que o poder de que fui
investido é fruto da virtude do sagrado
poder, o poder do caráter. Acham que,
ao assumir o cargo, eu estabeleceria
um tipo de liderança digno de ser
seguido pelo povo”, disse.
“Minha função é motivar o povo a
se unir a mim no desafio de aconselhar
uma geração a crescer e se transformar
numa geração de líderes. Levando em
consideração o contexto social e a função de liderança, sou responsável por
F O T O S :
dar orientação moral para o país, ser
conselheiro do povo e unir a nação”,
declarou Allen.
Enquanto os adventistas agem com
cautela quando a linha entre estado e
igreja se aproxima, Allen, que pediu
demissão de seu cargo de presidente da
União para se tornar governador geral,
tem uma oportunidade única, disse
um observador.
“Trata-se de águas desconhecidas
para o país o fato de termos um verdadeiro homem de Deus no mais elevado
cargo, dando-nos a oportunidade de
mostrar, como cristãos, a diferença que
podemos levar à função de governador
geral. Esse é um grande desafio e uma
grande oportunidade”, disse Desmond
Allen, editor chefe do Jamaica Observer.
O editor, que não é parente do
governador geral, tem a reputação
de ter chamado a atenção do público
jamaicano para o trabalho de Patrick
M A R K
A .
K E L L E R
Allen, com uma entrevista em 2005, na
qual o então presidente da União foi
aclamado como um dos “segredos mais
bem guardados” da nação.
Segundo Desmond Allen, o líder
adventista “era um líder bem arguto
e um santo homem combinados em
um. Um homem de profunda fé e de
profundo conhecimento dos assuntos
de estado.”
O jornalista disse que, enquanto
“alguns pensavam que o adventismo
seria imposto ao povo, outros reconheciam que precisávamos de uma bússola
moral”, e saudou a nomeação de Allen.
“Afinal, o povo ficou feliz”, disse
Desmond Allen. “Hoje, temos um excelente governador geral e ele teve um
bom começo. Tenho a impressão de
que foi uma decisão acertada.”
Essa “decisão acertada” não removeu o governador geral de suas raízes,
disse Patrick Allen.
“O que faço e como vivo minha
vida é incentivado pela Igreja. Fico
perdido sem ligação com minha igreja”,
disse ele. “Não preciso hesitar ou
temer; sei que estou em terreno sólido.
Ninguém está me atacando por causa
de minha moral, pelo modo como
vivo. As pessoas apreciam isso e me
olham com respeito. Tudo isso acontece porque vivo minha vida conforme
os ensinamentos de minha igreja.”
Allen diz que, embora tenha havido
mudanças aparentes na vida dele e de
sua esposa Patrícia Allen, “a ideia de
que devemos ser servidos não subiu à
nossa cabeça; por isso, continuamos
servindo”, disse o governador geral.
“Como esposa de pastor, mulher
de administrador de igreja, Patrícia
sempre serviu. Agora, serve a nação. Ela
continua ocupada com as questões de
caridade, tratando de assuntos relacionados à mulher. De modo que não é
difícil. Também temos tempo para nós.
Podemos ‘cavar’ um tempinho, quando
queremos.”
Será que Allen sente saudade do
tempo em que atuou como pastor e
líder de igreja? Sua resposta sincera é
sim. Ele havia planejado servir a igreja
até aposentar-se, mas sente que Deus o
chamou para seu novo trabalho.
“Tenho muita saudade, mas devo
informar que estou certo de que isso é
o que o Senhor quer que eu faça agora”,
disse Allen. “Por mais que sinta falta,
estou ciente de que meu trabalho tem
um âmbito mais amplo. O trabalho da
Igreja me restringe em relação a meus
parâmetros. Na atual função, tenho o
abrangente universo da nação.”
Julho 2009 | Adventist World
19
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
NÚMERO 15
S
ímbolo é uma ideia ou algo que representa outra coisa.
Um símbolo espiritual nos permite ter uma experiência
profunda e de significado duradouro que, de outro modo,
seria um acontecimento comum. Os símbolos têm, também,
uma dimensão dinâmica. Podem evocar diferentes tipos de
reflexões em diferentes períodos de nossa vida, proporcionando diferentes formas de observar a mesma experiência,
a mesma verdade. Por isso, os símbolos permanecem – e
são adaptáveis a explanações diferentes – mesmo quando
permanecem os mesmos de ontem, de hoje e de amanhã.
Nesse contexto, gostaria de partilhar minha experiência
pessoal com o símbolo do batismo. Resumindo, “o batismo
é um símbolo de nossa união com Cristo, do perdão de
nossos pecados e do nosso recebimento do Espírito Santo”
(“Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia”,
Nº 15). É realizado em nome e sob a autoridade do Deus
triúno: Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28:19, 20). A palavra
significa imersão em água, ato que traz em si um significado
simbólico poderoso.
Encontro, pelo menos, quatro significados para minha
vida pessoal no símbolo do batismo.
—
atismo
B
Símbolo
Permanente
Para mim, é profundamente pessoal
Por
Gifford
Rhamie
1. Novo Começo
Para mim, o batismo marca o início de um novo compromisso com Deus. É uma expressão externa da decisão
que estou tomando – assumindo deliberadamente minha
fidelidade a uma nova Pessoa. É, também, um passo natural
a tomar à medida que a influência do domínio de Deus
cresce em meu coração. Lembro-me de dizer a Deus: “Veja,
já somos amigos íntimos há um bom tempo; já está na hora
de me aproximar mais do Senhor, pois não me envergonho
disso. Quero que essa amizade se torne pública!”
O batismo para mim, naquela época, não era um relacionamento para a vida toda, mas um novo começo de um re-
O
Batismo
Pelo batismo, confessamos nossa fé na morte e ressurreição
de Jesus Cristo e atestamos nossa morte para o pecado e
nosso propósito de andar em novidade de vida. Assim, reconhecemos a Cristo como Senhor e Salvador, tornamo-nos
Seu povo e somos aceitos como membros por recebimento do
Espírito Santo. O batismo é por imersão e depende de uma afirmação
de fé em Jesus e da evidência de arrependimento do pecado. Segue-se à
instrução nas Escrituras Sagradas e à aceitação de seus ensinos. (Rm 6:1-6;
Cl 2:12, 13; At 16:30-33; 22:16; 2:38; Mt 28:19, 20.)
lacionamento comprometido. Era algo parecido ao início de
um casamento, que marca o princípio de algo significativo,
com a compreensão necessária num relacionamento a dois.
Algumas pessoas podem dizer: “Senhor, serei fiel a Ti
pelo resto da minha vida!” Isso é louvável. Mas, naquele
tempo (quando fui batizado), eu não podia dizer isso. Na
verdade, tinha medo de decepcionar a Deus. No entanto,
conclui: se eu conseguir me concentrar apenas no fato de
que o batismo marca um novo começo, vou viver cada dia
subsequente como ele se apresentar. Essa abordagem tinha
a vantagem de não me colocar sob pressão em relação ao
modo como funcionaria meu relacionamento com Deus. Ao
contrário, eu só precisava me concentrar em começar cada
dia com Ele.
Jesus disse a Nicodemos: “A não ser que você nasça de
novo, pela água e pelo Espírito, não verá o reino de Deus”
(João 3:3-8, parafraseado). No contexto dessas palavras, era
como se Deus estivesse me dizendo: “Já somos amigos há
algum tempo, Gifford; é tempo de seguir em frente, tempo
para tomar uma decisão, de dar um passo racional.”
2. Renovação Espiritual
O batismo é símbolo de uma renovação espiritual e de
cura. Quando fui batizado, eu estava pronto e ansioso por
uma experiência espiritual. Queria preencher um vazio que
havia em minha vida. Romanos 6:1-4 fala do batismo como
morte, sepultamento e ressurreição do novo crente. Esse
texto não deve ser mal compreendido. Para Paulo, esse não
é um momento com efeito instantâneo, que leva à estatura
espiritual completa em um momento. Na verdade, o batismo é um acontecimento que serve também como início de
um processo, uma jornada espiritual de mudança de vida
em direção a um nível novo e elevado.
Nessa experiência, o novo crente experimenta Deus,
maravilhosamente, por meio de um símbolo. É um mistério.
Experimentei o imenso significado de morrer, ser enterrado
e ressuscitar para um novo viver. Deus agiu sobre meu espírito lavando o que existia. Então, saí da água com uma nova
expectativa para minha vida. É uma experiência transformadora na qual o coração se abre à presença sobrenatural
de Deus – a presença que permite novas possibilidades para
sua vida. Ela marca e celebra a mudança da escravidão do
pecado para a liberdade em Cristo. Marca o nascimento de
um novo coração, receptivo a novos valores, novos gostos,
novos desejos e novas possibilidades.
3. Nova Família
O batismo também me revela que sou membro de uma
nova família, nova comunidade que a Bíblia chama de corpo
de Cristo, a igreja (Ef 3:6; 1Co 12:12, 13). O testemunho da
comunidade local adiciona intimidade e compartilha da
felicidade da experiência batismal. Senti a boa vontade da
família da igreja em unir-se a mim em minha caminhada
espiritual, me encorajando e capacitando.
Quando minha mãe, minha mentora espiritual, se
levantou enquanto seus quatro filhos entraram no tanque
batismal (fui batizado com meus três irmãos), ela estava
dizendo junto com a congregação: “Você não está sozinho.
Também estamos celebrando e apoiando você.”
Esse é o corpo a que o novo membro se une pelo batismo.
4. A Experiência de Novos Dons
O batismo, finalmente, é o símbolo da unção. Quando
fui batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
recebi um novo poder e autoridade para servir às pessoas
(veja Mt 3:16; At 19:1-5). Em nome do Espírito Santo, fui
ungido e meus talentos naturais foram batizados comigo.
Essa foi uma boa notícia para mim. Significava que eu
não apenas era desejado pelo Pai, mas também necessário e
confiável. Eu não tinha sido abandonado. O desafio de uma
igreja local é ajudar o novo membro a reconhecer que isso
faz parte de sua herança batismal, especialmente nesse período da experiência espiritual, quando estão muito zelosos
e entusiasmados com o poder transformador de Deus em
sua vida. Descobri como essa experiência nos habilita a ver
como Deus nos dota com os dons espirituais para a construção do corpo de Cristo (veja em 1Co 12:27-30).
Foi assim que, como recém-converso, habilitado com
novos dons, floresceu meu ministério musical (se é que
posso dar um exemplo pessoal), ao tentar cooperar com
outros ministérios da igreja, para crescer física, emocional
e espiritualmente. Meu campo de trabalho não se limitou
apenas à família da igreja, mas estendeu-se à comunidade.
Essa constância entre o ambiente externo e o ambiente de
adoração manteve-me útil ao longo dos anos.
Assim, o batismo foi o marco de um novo começo
ousado e ilimitado com Deus; uma renovação espiritual
na minha vida (mesmo com todas as suas complexidades
e contradições); o senso de pertencer a uma nova família
(uma comunidade multifacetária e diversa)e novos recursos
de poder espiritual (manifestado por meio dos dons espirituais e da comunicação). A experiência do batismo me
lançou numa doce jornada de aventuras com Deus.
Gifford Rhamie é professor do Departamento
de Teologia no Newbold College, Inglaterra,
onde se especializou em Novo Testamento
e Estudos Pastorais, e vice-diretor do Centro
de Diversidade.
Julho 2009 | Adventist World
21
E S P Í R I T O
D E
P R O F E C I A
T
odos nós necessitamos de firme
confiança em Jesus. Quando fixamos os olhos nEle, não enxergamos somente as coisas que se veem,
mas as coisas que se não veem. Ele diz:
“Considerai como crescem os lírios
do campo: eles não trabalham, nem
fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem
Salomão, em toda a sua glória, se vestiu
como qualquer deles. Ora, se Deus veste
assim a erva do campo, que hoje existe
e amanhã é lançada no forno, quanto
mais a vós outros, homens de pequena
fé?” Nossa fé é muito débil. Em breve,
graves tribulações virão sobre o povo de
Jesus, Ajuda-nos ao
Dizer ao Mundo
Este é um mundo de trevas. Aqueles
para os quais foram apresentadas as
preciosas verdades da Palavra de Deus
devem estudar as Escrituras por si
mesmos, para que, por sua vez, possam
apresentar a verdade a outros. Os leais
e verdadeiros são agora chamados à
frente para deixarem sua luz brilhar
com raios fortes e permanentes…Nenhum de nós pode enfrentar as trevas
do mundo, a menos que esteja firmado
em Jesus, nosso poderoso ajudador.
Todo o Céu está interessado na salvação
metendo-lhes que teriam ajuda e poder
especiais. Ao vermos essa promessa e
o grande amor de Deus pelo homem,
torna-se difícil para muitos compreenderem por que Ele permite que Seus
seguidores sofram como os mártires
sofreram com a crueldade satânica de
homens que professam ser sucessores
de Cristo. Essa dúvida me incomodou
por anos. Quando, porém, vi os anjos
de Deus pairando sobre essas preciosas
joias, como pairaram sobre a cruz de
Cristo, meus sentimentos mudaram.
Pela fé, esses fiéis viram… Jesus, seu
amoroso comandante, cuidando deles.
s e g u r a n ç a,
confiança
e
dependência
Por
Ellen G.
White
Cultivar, no presente, os atributos da fé garante uma vida melhor no futuro
Deus neste e em outros países. Hoje é o
tempo de obtermos melhor compreensão de Sua Palavra.
Que é a maior evidência de que Jesus
nos ama que o fato de Ele ter morrido
por nós? E porque Ele vive, também
viveremos. … De coração agradecido e
lábios tocados pelo santo fogo, deixe irromper a feliz canção: “Jesus ressuscitou;
Ele vive para interceder por nós.” “Todo
aquele que tem nEle essa esperança
purifica-se a si mesmo, assim como Ele
é puro.” Agarre-se a essa esperança e ela
manterá sua alma como âncora firme e
segura. Creia e verá a glória de Deus.
22
Adventist World | Julho 2009
da família humana; e quando Deus vê
que estamos interessados na salvação de
outros, trabalhará conosco e por nós.
Eu imploro a você, meu irmão e irmã,
que trabalhe em prol da salvação das
almas pelas quais Cristo morreu. Não
espere por mais estímulo antes de agir.
Se eu tivesse esperado pelos sentimentos, metade da minha vida teria sido
gasta sem nada fazer. Os sentimentos
não devem ser nosso critério…
Quando Jesus ascendeu ao Céu,
encarregou os homens de serem Seus
representantes para levar adiante, em
Seu nome, a obra que Ele iniciou, pro-
Compreendi, então, porque nosso Pai
celeste permite que as tentações, provas
e aflições atinjam aqueles a quem Ele
ama. Isso acontece para dar aos Seus
filhos um senso mais profundo de Sua
presença e providência divina. São
também Suas visitas de providência e
misericórdia que trazem de volta os que
se distanciaram dEle…
Não permita que o cristão, quando
for provado, pense que foi esquecido.
Nem mesmo um pardal cai ao chão
sem que seja notado pelo Pai do Céu.
Ele ama e cuida da mais débil criatura.
Não há como desonrar mais a Deus do
que duvidando dEle. Necessitamos de
uma fé viva, que confie nEle em meio às
trevas das provações.
Permanecendo Conectado
Gostaria, hoje, de poder impressionar cada alma diante de mim com a
importância de ter uma relação íntima
com Deus. Se o coração for puro,
poderemos ir com ousadia ao trono da
graça. Se crermos que Deus nos ouve,
agiremos como se soubéssemos que
Ele nos ouve. Isso é fé. Se
esperarmos por
um sen-
da! O amor ao que é certo deve estar
inculcado em nós enquanto estivermos
na Terra. Então, a luz do Céu virá, nosso
coração se abrirá a Jesus e teremos perfeita submissão à vontade de Deus.
Mantendo Aberta a Linha
de Comunicação
Jesus nos deixou perfeito exemplo.
Devemos estudá-lo cuidadosamente e,
ao estudarmos e orarmos, desenvolveremos íntima conexão com o Céu…
Não há tempo a perder. Todos os que
entrarem no Céu terão, como resultado de seu trabalho, alguma
nossa mente fixa sobre o glorioso aparecimento dAquele que “a Si mesmo Se
deu por nós, a fim de remir-nos de toda
iniquidade e purificar, para Si mesmo,
um povo exclusivamente Seu, zeloso de
boas obras”; e vivamos todos os dias de
nossa vida como se crêssemos que Sua
vinda está bem próxima.
Abramos a porta de nosso coração
para que Jesus entre e o pecado saia.
Renunciemos ao mal e escolhamos o
bem, lembrando-nos de que “a nossa
luta não é contra o sangue e a carne, e
sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo
Vivamos todos os dias
de nossa vida como se
crêssemos que Sua vinda
está bem próxima.
timento especial,
poderemos ficar desapontados. Sentimentos não têm nenhuma
relação com a fé. As condições de
aceitação são o fato de termos saído do
mundo e sermos separados, que deixamos de lado pecados secretos e deixamos de transgredir conscientemente os
requisitos de Deus.
Que tipo de Céu seria se cada um de
nós fosse para lá com seu temperamento peculiar, com o desejo de seguir seus
próprios caminhos! Quão tristes seriam
tais pessoas, mesmo no Céu, se não
pudessem sempre fazer o que lhes agraM AT T H E W
H E R Z E L
alma para apresentar a Jesus. O “bem
está” nunca será dito para aqueles que
não agiram bem. Devemos ser fiéis,
devemos ser ativos para recebermos a
recompensa prometida aos fiéis.
A religião de Cristo não consiste
em que meramente tenhamos nosso
nome escrito no livro da igreja; ele
deve estar no livro da vida do Cordeiro… Há nítida diferença entre os seguidores de Cristo e o mundo… O grande
motivo apresentado a eles é: “aguardando a bendita esperança e a manifestação
da glória do nosso grande Deus e
Salvador Cristo Jesus”. Mantenhamos
tenebroso, contra as forças espirituais
do mal, nas regiões celestes”. Todos
os que entrarem na cidade de Deus, o
farão como vencedores. Jesus venceu e
nós venceremos, se lutarmos as nossas
batalhas em Seu nome.
Este artigo foi extraído de um dos primeiros
que foram publicados na Advent Review
and Sabbath Herald, hoje Adventist
Review, de 16 de março de 1886. Os
adventistas do sétimo dia creem que Ellen
G. White exerceu o dom profético bíblico
durante mais de 70 anos de ministério
público.
Julho 2009 | Adventist World
23
H E R A N Ç A
A D V E N T I S T A
O
Que Foi Possível
Com Um
equeno
arco
P
B
A clínica flutuante Luzeiro distribuía remédios e partilhava o
evangelho, abrindo portas para a saúde do corpo e da alma
Leo e Jessie Halliwell serviram no Brasil por 38 anos. Quando
foram chamados para a região Norte, havia apenas três outros
membros da igreja na imensa área ao redor de Belém. A pobreza, superstição e doença do povo ao longo do Amazonas mostraram a Halliwell que uma lancha seria o meio mais adequado
para alcançar os dois milhões de pessoas que viviam ao longo
dos mais de 60 mil quilômetros de rios navegáveis que formam a
bacia do rio Amazonas.
Recursos foram doados pela Sociedade MV (Missionários
Voluntários) das Américas do Norte e do Sul. Halliwell fez o
desenho, o esboço da lancha e projetou o casco usando as madeiras da Amazônia. Ele mesmo instalou o motor, fez a instalação
elétrica e começou a tarefa de 30 anos dirigindo a Luzeiro, para
cima e para baixo, os 1.600 quilômetros entre Belém e Manaus,
cobrindo cerca de 19.000 quilômetros por ano. Leo e Jessie
trataram as doenças de mais de 250 mil brasileiros e índios,
enquanto levavam o evangelho.1
24
Adventist World | Julho 2009
C
erta vez, estávamos no rio e não tínhamos ido muito
longe, quando vimos um homem em frente à sua casa
acenando com uma toalha branca para que parássemos. A febre estava muito forte naquele ano e ceifava muitas
vidas. Quando nosso barco chegou perto daquele ribeirinho,
vimos várias pessoas doentes que haviam se reunido, à espera
da Luzeiro. Montamos nossa clínica na varanda da pequena
casa de sapé. As canoas chegavam de todas as direções. Alguns
pescadores trouxeram uma criancinha que encontraram numa
casa, dentro de uma rede junto à mãe morta. Com exceção do
bebê, com seis meses de idade e muito doente, todos na casa
estavam mortos como consequência dessa terrível praga.
Já era bem tarde quando atendemos o último paciente.
Como a Sra. Halliwell estivesse muito cansada, fomos rio abaixo, para um lindo local. À medida que o sol descia no poente,
seus raios pintavam o céu de um lindo carmesim e o seu reflexo nas plácidas águas era perfeito. As altas palmeiras ao longo
das margens jogavam sua sombra sobre o riacho, enquanto
araras e outros pássaros tropicais retornavam para seus ninhos
para o descanso da noite. Nos trópicos não há penumbra.
Assim que desapareceu o belo carmesim, as trevas rodearam
nosso pequeno barco.
Rapidamente o lado leste do céu começou a clarear enquanto
a lua tropical nascia iluminando o topo das palmeiras, invertendo
a posição das sombras e pintando de prata as águas escuras.
Saindo da Escuridão
Tudo estava quieto quando nos sentamos em nosso
pequeno barco, maravilhados com essa porção do cenário
no Amazonas. Foi quando ouvimos, vindo de longe, um som
muito fraco, mas, à medida que se aproximava, conseguimos
distinguir o som de remos cortando as águas. Em seguida,
uma pequena canoa saiu das sombras e, ao ser iluminada pela
luz prateada da lua, pudemos discernir a silhueta de um garotinho. Antes que falasse uma palavra, sabíamos o que queria, e
ele gritou: “Vocês têm algum remédio para febre?”
Ao chegar a nado pela lateral de nosso barco, sua face pálida e cansada já nos mostrou que ele também era uma vítima
da terrível febre. Quando ele se acomodou na lancha, a Sra.
Halliwell perguntou:
− Como é seu nome?
− Antônio, − foi sua resposta – Eu estava havia três horas
na minha canoa, tentando encontrar vocês.
− Onde estão seu pai e sua mãe? – perguntamos.
− Meu pai morreu de febre ontem − respondeu – e minha
mãe está em casa, queimando de febre… Eu tinha dois irmãos, mas eles morreram na semana passada.
Ao prepararmos uma injeção antitérmica de quinino para ele,
perguntamos sua idade. Nunca me esquecerei de sua resposta.
− Tenho dez anos de idade e estou lutando para chegar aos 11.
Duvido que o pequeno Antônio tenha chegado aos 11
anos de idade.
− Antônio, há quanto tempo você está sofrendo com essa
febre? – perguntamos.
− Há três meses – foi a resposta.
− Já recebeu algum tipo de tratamento?
− Sim! Fui tratado pelo feiticeiro. Ele nos fechou em uma
choupana e queimou cabelo, penas, couro e chifre de boi, tentando espantar os espíritos maus que estão causando a febre.
Quando ele não conseguiu espantá-los, pegou um galho da
árvore de espinhos e nos bateu com ele.
O garoto levantou sua camisa e nos mostrou as costas
cobertas com profundas feridas causadas pelos espinhos que
sulcaram sua carne, enquanto o feiticeiro tentava expulsar os
maus espíritos.
Suas Mãos Eram as Mãos de Jesus
Tratamos o pequeno Antônio e lhe demos remédios e
alimento para levar para sua mãe, em casa. Então, vimos a frágil
e enferma silhueta nadar de nossa lancha para sua canoa, que
deslizou pelo caminho prateado pela luz da lua, até desaparecer
na escuridão da noite. Ouvimos os golpes dos remos cada vez
mais suaves, até que, finalmente, desapareceram na distância.
O pequeno Antônio estava voltando para sua casa, mas
não para o que nós, nos Estados Unidos, chamamos de lar. O
seu era apenas uma choupana às margens do rio, com a densa
floresta ao fundo, cheia de animais selvagens, cobras e o mosquito anopheles, transmissor da febre mortal (malária). Seu lar
Página à esquerda: PEÇA DE MUSEU: Luzeiro I em
doca seca. José Alves, último capitão, diz que “todo
o norte do Brasil foi influenciado pelo pioneirismo
dos Halliwell”. Acima: FIGURAS MONUMENTAIS:
Gerações de adventistas aprenderam sobre missões
lendo sobre as aventuras de Leo e Jessie Halliwell.
Direita: RECONHECIMENTO PÚBLICO: Os Halliwell
receberam do presidente do Brasil a comenda
Cruzeiro do Sul, honra concedida aos que prestam
relevantes serviços à nação.
era de pobreza, doença, sofrimento, superstição e morte. O
mais triste, porém: eles não tinham Deus nem esperança no
mundo. Assim como o pequeno Antônio, há milhares de pessoas que vivem ao longo do grande Amazonas, as quais nunca
ouviram do amor do Salvador pela humanidade perdida.
Halliwell disse: “Somos gratos pelo fato de o Senhor nos
ter dado saúde para trabalhar na região amazônica. Cremos
que para nós não foi um sacrifício, mas um privilégio. Nunca
nos arrependemos, nem por um momento, de nossa decisão
[de servir no Brasil].”2
O impacto do trabalho dos Halliwell pode ser visto hoje
nas instituições sonhadas por eles para a selva amazônica.
A clínica médica fundada em 1941 é hoje o Hospital Belém,
uma das principais instituições médicas do norte do Brasil. A
igreja administra dois grandes hospitais em Belém e Manaus.
Há 59 escolas com 21 mil alunos matriculados; cerca de 1.600
igrejas com 311 mil membros e mais de 250 pastores. A
Faculdade Adventista do Norte será inaugurada em 2010.
Houve 25 lanchas Luzeiro no Amazonas. Hoje, apenas
uma lancha é mantida pelos membros da igreja. A Associação
provê os distritos com 11 lanchas “voadoras”, cujo custo é
bem mais baixo para aquisição e manutenção.
1
2
Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia (Review and Herald Publishing Association, 1996).
Leo B. Halliwell, Light Bearer to the Amazon (The Southern Publishing Association, 1945).
Julho 2009 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
P E R G U N TA : É
verdade que alguns cientistas
e teólogos adventistas já não acreditam que Deus
criou todas as coisas em seis dias literais?
literatura era comum no antigo Oriente Médio, onde essa
literatura servia para comunicar a ideia de que determinado
deus era o supremo criador. Esse argumento é, assim, aplicado
a Gênesis 1 e 2. Entretanto, as narrativas da criação do antigo
Oriente Próximo descrevem inadequadamente um deus
específico criando todas as coisas. Na realidade, os estudiosos,
resposta curta e ao ponto é: “Sim, é verdade”. Em sua
agora, consideram uma das narrativas mais longas como sendo
carta, você também pergunta qual é a causa. Não
uma história-propaganda criada para justificar o supremo paposso entrar em todos os pormenores, mas vou lhe
pel de um deus sobre outros deuses, não a narrativa da criação.
dar algumas das principais razões por trás da opinião deles.
Além disso, Gênesis 1 e 2 é singular no antigo Oriente
Deixe-me esclarecer que o número de teólogos adventistas
Próximo. Nenhum dos textos da antiguidade se aproxima
que abraçam alguma ideia evolucionista é muito pequeno.
dele em termos de estilo de narrativa, organização e profunImagino que a mesma coisa se aplica aos cientistas. Entre os
didade teológica. Em Gênesis, temos a impressão de ouvir
teólogos, a questão fundamental diz respeito à metodologia
uma testemunha descrevendo o que viu. Essa singularidade
correta de interpretar a Bíblia. A leitura que fazem de
o coloca em uma categoria
Gênesis 1-11 se baseia em
diferente, a categoria de revedeterminada compreensão
lação bíblica. Alguns desses
da revelação e inspiração.
estudiosos concluíram que
1. Revelação e Inspiração:
a força explanatória da evoOs adventistas creem que a
lução natural era suficiente
Bíblia interpreta a si mesma.
para determinar sua confiaEsse pensamento é baseado
bilidade. Agora a “ciência” é
na convicção de que Deus é o
usada para definir a teologia
seu autor e, uma vez havendo
e a doutrina cristãs.
um autor, há uma unidade
3. Sua Preocupação: O
fundamental na mensagem
espaço não me permite dizer
da Bíblia, e que uma passamais sobre a tragédia de
gem deve ser interpretada em
adventistas evolucionistas.
seu sentido literal, a não ser
Por
Quero, entretanto, abordar
que o contexto aponte para
Angel Manuel Rodríguez sua preocupação sobre como
uma direção diferente. Os que
os pais adventistas devem
promovem alguma forma
agir nessa situação. Concordo que é revoltante ter professores
de evolucionismo dentro da igreja rejeitam ou questionam a
maior parte desses princípios. Na área da revelação e inspiração, em nossas faculdades e universidades que apoiam a ideia de
que a evolução natural é a melhor alternativa para a compreenfatizam exageradamente o pensamento – inspiração –
ensão das origens. Eles não apenas violentam o significado do
e que Deus apenas revela pensamentos e ideias aos profetas.
texto bíblico, mas também a confiança que a igreja colocou
Essa ideia, levada ao extremo, limita a autoridade da Bíblia.
sobre eles, chamando-os para ensinar nossos jovens.
Com respeito a Gênesis 1 e 2, significa – para eles – que Deus
Temos poucas alternativas. Lembre-se de que você
não revelou aos escritores bíblicos como Ele criou. Para eles, a
está pagando para que seus filhos recebam uma educação
questão é qual foi o pensamento ou ideia revelado por Deus
adventista e, se a escola não está oferecendo o que você está
aos profetas. Sua resposta é: Deus estava revelando que Ele
era o Criador. Uma vez que o texto não define como Ele criou, pagando para receber, terá que tomar uma decisão. Eis a
minha sugestão: Visite nossos colégios e converse com os
dizem eles, a resposta para essa pergunta pode ser a evolução.
professores sobre sua opinião na questão da evolução natural
Em vez de permitir que a Bíblia se interprete a si mesma,
e sua interpretação de Gênesis 1 e 2. Se você se sentir insao que, neste caso, significaria que Deus é o Criador porque
tisfeito com as respostas, aconselhe seu filho ou filha a não
Ele criou todas as coisas em seis dias, eles arbitrariamente
frequentar tal escola. A maioria dos professores em outras
concluem que isso não responde ao como. Alguém pode até
escolas adventistas permanece fiel ao que a Bíblia ensina. Você
sugerir que eles primeiro aceitam a evolução como um conceito e, então, interpretam o texto para que se encaixe em suas também pode informar a administração da escola sobre suas
conclusões.
conclusões prévias.
2. Pressupostos Trazidos ao Texto: Esses teólogos usam
materiais não bíblicos para determinar o significado do
texto bíblico. Argumentam que a narração da criação bíblica
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas
Bíblicas da Associação Geral.
não deve ser interpretada literalmente porque esse tipo de
A
Honrando
o
Deus
Crıador
26
Adventist World | Julho 2009
E S T U D O
O
Cordeiro
B Í B L I C O
Por
Mark A.
Finley
Imolado
do
apocalipse
O tema central do livro de Apocalipse é o Cordeiro de Deus. Em muitos textos, Jesus é
descrito como o Cordeiro. Nenhuma expressão é mais preciosa ou mais repleta de
significado para o Filho de Deus do que o “Cordeiro Imolado”. Na lição deste mês,
descobriremos lições espirituais profundas, aplicáveis à nossa vida, em nosso estudo
sobre o Cordeiro de Deus.
1. Uma das cenas mais comoventes da Bíblia é quando, em visão profética, João
contemplou o julgamento celestial (Ap 5:1, 2). Os livros dos registros eternos foram
abertos. O que viu João no meio dessa solene cena de julgamento?
“Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo
sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a
Terra” (Ap 5:6).
No meio dessa cena de julgamento, João viu
como tendo sido
.
Que incentivo para nós hoje! Não temos que comparecer sozinhos perante o tribunal de
Deus. Quando os livros dos Céus forem abertos, Jesus Se levanta para nos representar. O
sangue por Ele derramado provê perdão. Seu sacrifício nos livra da culpa e da condenação
do pecado. Por meio dEle, o dom da vida eterna é nosso.
2. Quando o plano da salvação entrou em vigor? Faça um círculo na resposta correta no
texto abaixo.
“E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a Terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida
do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8).
O plano da salvação já estava em vigor antes de Adão e Eva pecarem. Todos os sacrifícios,
ao longo de toda a história do Antigo Testamento, apontavam para Jesus, o Cordeiro de Deus.
3. Como o livro de Apocalipse descreve os que vencem as tentações de Satanás?
“Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e,
mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12:11).
Vencemos as tentações do inimigo:
a) pelo
do Cordeiro.
b) e pela palavra do nosso
.
Ao contemplarmos Jesus morrendo na cruz por nossos pecados − justos e injustos,
inocentes e culpados – nosso coração se rende a Ele. Recebemos força de Seu amor
infalível. Ao testemunharmos de Seu amor para os outros, as “palavras de nosso
testemunho” nos dão força para vencer.
Julho 2009 | Adventist World
27
4. Qual é a promessa de Deus para Seus seguidores que respondem ao Seu amor e
fielmente O seguem neste mundo?
“São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens,
primícias para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14:4).
Os redimidos serão
para Deus e para o
.
5. Que maravilhoso convite Deus faz a cada um de Seus filhos?
“Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.
E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19:9).
Deus nos convida, individualmente, para participar das
do Cordeiro.
A ceia das bodas do Cordeiro é a gloriosa celebração do triunfo de Cristo sobre todas as
forças do mal e Sua vitória sobre todos os poderes do inferno.
6. Leia os versos abaixo e preencha os espaços em branco com os símbolos que
descrevem Jesus.
“Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. A cidade não
precisa nem do sol, nem da lua para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a
sua lâmpada” (Ap 21:22, 23).
O Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro são seu
.
A
.
de Deus ilumina a cidade e o Cordeiro é sua
Escreva, com suas palavras, qual é o significado de o Cordeiro ser o templo e a luz da Nova Terra.
7. Onde os nossos nomes são escritos quando aceitamos a Jesus como nosso Salvador?
“Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas
somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro” (Ap 21:27).
Nosso nome será escrito no Livro da
do
Que grande notícia! Quando vamos a Jesus, nosso nome é escrito no Livro da Vida do
Cordeiro. Nossa condenação é anulada por meio do sacrifício do Cordeiro que foi morto;
recebemos o dom da vida eterna. Um dia, nos regozijaremos com os santos de todos os
tempos por toda a eternidade, nas bodas do Cordeiro.
“O Sacerdote Intercessor do
Apocalipse” é o título do estudo bíblico
do próximo mês.
28
Adventist World | Julho 2009
.
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Duas
Questões,
Dois Temas
Refiro-me a dois
artigos. Primeiro,
felicito os editores
pela publicação
do artigo “O
Projeto Elias”,
por Mark A.
Finley, na edição de março de 2009 da
Adventist World. Em nossos dias, precisamos estar firmemente unidos no
trabalho missionário. “O testemunho
é o chamado de vida de todo cristão.
Jovens e idosos são igualmente chamados por Deus para fazer a diferença em
Seu reino”, disse Finley.
Durante o verão nas Ilhas das
Filipinas, havia muitas igrejas em Metro Manila que realizaram uma “Série
Evangelística”. Os pastores iniciaram
esse trabalho missionário no qual os
jovens, adultos jovens, idosos e membros da igreja adventista do sétimo dia
uniram forças para glorificar a Deus,
compartilhando sua fé com outros que
estão longe do evangelho de Cristo.
Ao mostrarmos para o mundo inteiro
nosso sincero amor e preocupação
para com o nosso próximo, compartilhando a luz que recebemos ao
convidá-los para nossas reuniões evangelísticas; e por permanecermos firmes
na fé, teremos sucesso em levar pessoas
a Cristo, as quais, no fim de todas as
coisas, glorificarão nosso Pai celestial.
A coluna de Angel Manuel
Rodríguez, de dezembro de 2008,
“Único e Incomparável”, me incentivou
a fazer um comentário. Hoje, existem
dois tipos de pessoas. Um grupo representa aqueles que não acreditam na
existência de Deus, enquanto o outro
representa não apenas os que acreditam na existência de Deus, mas no fato
de que esse Deus é santo, único e sem
igual. Esse é um grande tema que
necessita de muito espaço. Na minha
opinião, somente o Espírito Santo
pode conceder ao espírito humano o
conhecimento do que é santo. Somente
o Espírito de Deus, que é o Espírito
da verdade, pode nos demonstrar que
Deus é absoluto, o mais perfeito exemplo de excelência moral, infinitamente
perfeito em justiça, pureza, retidão e
santidade. Ele está além do poder de
imaginação do pensamento humano.
O que Rodríguez disse sobre Deus
ser “sem igual” é verdade. Isso apenas
prova que Deus não pode deixar de ser
o que Ele é. Nenhuma força externa
pode afetar a Deus. Ele é sem paralelo
em Sua fidelidade.
Larry R. Valorozo
Makati City, Filipinas
Projeto Elias
Gostei muito do artigo de Mark A.
Finley (veja “O Projeto Elias”, Adventist
World, março de 2009). Do que pude
ler no artigo, parece-me que o Centro
Global de Evangelismo da AG e a ASI
está oferecendo sermões evangelísticos,
DVDs, rolos de figuras e recentemente
investiram cerca de “1,5 milhão de
dólares nas divisões do mundo”.
Creio em Finley quando disse que
“a Igreja Adventista tem muito mais
para oferecer a esses jovens do que
atrações com vestimentas religiosas.
Temos a visão de levar o mundo a
Cristo. Para realizar essa esmagadora
e aparentemente impossível tarefa, a
igreja necessita das melhores e mais
brilhantes mentes.”
Em meses recentes, tenho frequentado uma congregação de porte médio,
a Igreja Adventista do Sétimo Dia de
Novaliches, em Quezon City, Filipinas.
Sinto uma coisa: ali, com certeza, há
unidade, amor e uma ligação familiar
sincera entre os membros dessa igreja.
Com a dinâmica liderança do Pastor
Sarco e o irrestrito apoio dos anciãos,
os incansáveis oficiais, membros da
igreja e liderança jovem adventista,
creio que essa igreja atingirá seus alvos
– particularmente no divino esforço
para crescer em sua missão de convencer mais pessoas a servir ao Senhor.
Como exemplo, a recente “Cruzada da
Bíblia”, com uma semana de duração,
atraiu muitos visitantes interessados
não apenas em ouvir a Palavra, mas em
ser batizados.
À medida que se aproxima o fim
deste mundo enfermo, que olhemos
para o alto e coloquemos nossas esperanças no trono de misericórdia de
Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador,
que está assentado à direita de nosso
Em nossos dias, precisamos
estar firmemente unidos
no trabalho missionário.
— Larry R. Valorozo
Makati City, Filipinas
Julho 2009 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Pai celestial. Ao vivermos irrepreensivelmente, como luzes no meio das
trevas, aproveitemos, agora, todas as
oportunidades para fazer o bem, sobretudo em compartilhar nossa fé com
o perdido, a mesma missão do Senhor,
que veio para buscar o perdido.
Lawrence R. Tesoro
Quezon City, Filipinas
Coluna Preferida dos Leitores
Sou pastor adventista e fui aluno dos
colunistas e doutores Allan R.
Handysides e Peter N. Landless quando
cursei o mestrado, na Nigéria. Desde
que me encontrei com os dois em maio
e junho de 2008, desenvolvi interesse
especial pelos princípios de saúde.
Como forma de testemunhar,
tanto para adventistas como para não
adventistas, assumi a responsabilidade
de distribuir a Adventist World para
muitas pessoas. De fato, na minha
experiência, a coluna sobre saúde está
ganhando mais leitores para a revista do que qualquer outro artigo.
Isso prova que, nos últimos dias, a
mensagem de saúde abrirá portas
para espalharmos o evangelho.
O artigo sobre “Doenças
Cardiovasculares” (junho de 2008)
foi prático. As pessoas expressaram
apreciação pela leitura. Gostamos
de ler as mensagens sobre saúde.
Portanto, continuem seu bom
trabalho.
Que Deus abençoe ricamente o ministério da Adventist World preparando
pessoas para a vinda do reino de Deus.
Daniel Opoku-Adjei
Kumasi, Gana
Emocionado
Fico emocionado ao ler a Adventist
World e desfrutar das aventuras, frases,
motivação e as fotografias tocantes. Tenho 19 anos de idade e sou adventista
de uma cidade localizada na região
oeste de Gana.
No momento,
nossa igreja tem
crescido rapidamente, pela graça
de Deus. Estou
convicto de que,
como uma parte
dessa família,
devemos enviar
artigos e fotografias da nossa região. E
vocês poderiam nos enviar mais exemplares da revista, a fim de que vidas
sejam transformadas.
Ahenkorah Emmanuel
Sefwi Wiawso, Gana
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO
Sou o único adventista em casa e estou
na igreja há quatro anos. Peço oração
por meus estudos e por maturidade
espiritual. Meu pedido é para que eu
me torne forte no Senhor e permaneça
fiel a Ele. Orem para que Deus abra o
caminho para meus estudos.
Harriet, Uganda
Peço que orem a Deus em favor de
minha família. Orem para que sejamos
libertos do devorador e possamos viver
livres como filhos de Deus.
Javier, Nicarágua
Por favor, orem pela confraternização
dos estudantes adventistas da Universidade Estadual Ebnyi, Chapter Abakaliki.
30
Adventist World | Julho 2009
Gostaríamos que Deus suprisse nossa
necessidade financeira para concluirmos nossa igreja no campus, atualizar
nosso sistema de som e realizar um
mega evento evangelístico.
Bob, Nigéria
Trabalho para uma empresa alemã.
Compreendo a maioria das palavras
em alemão, mas ainda não falo bem.
Sinto-me incapaz e inferior. Orem para
que Deus me ajude a superar esses
sentimentos e a aprender que a graça é
tudo de que preciso nesta situação.
Michael, Alemanha
Trabalho com crianças órfãs. Precisamos
levantar fundos para cuidar delas. Meus
companheiros e eu também vamos de
porta em porta, orando, entregando
folhetos e realizando reuniões nas ruas.
Lembrem-se de nós em suas orações.
John, India
Por favor, orem por Larry e Carlos, dois
jovens que estão com câncer. Muito
obrigado.
Jonathan, Chile
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana,
nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido,
seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu
material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para:
Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
Amigo Fiel
Verdadeiro
e
Funcionário da Rádio Mundial Adventista dá seu testemunho
E
u tinha sete anos de idade quando minha mãe morreu. Após a morte dela,
meu pai se casou com uma mulher que tinha um filho, Diadia. Fiquei feliz
por ter uma mãe e um amigo.
As coisas, porém, não aconteceram como eu esperava. Com o passar do tempo,
sentia-me cada vez mais infeliz. Eu era maltratado por minha madrasta e tinha que
fazer todo o trabalho de casa. Durante o inverno, eu trabalhava sozinho na lavoura da
minha família. Meu pai via o que estava acontecendo, mas não dizia nada. Sentia-me
sozinho e abandonado. Meu coração estava cheio de tristeza e não havia ninguém
para me confortar! Diadia, deixou de ser meu amigo e eu não sabia por quê.
Alguma coisa parecia estranha. Todas as vezes que eu ia para a floresta, sentia
uma presença, como se eu estivesse sendo seguido. O trabalho que eu tinha para
fazer, geralmente, estava semipronto, mas quem o teria feito?
Durante o inverno, quando eu ia para a lavoura, parte do trabalho já havia sido
feito. Por quem? Diadia voltava para casa no mesmo horário em que eu voltava. Ele
parecia infeliz, mesmo tendo o afeto do meu pai e de sua mãe.
Um dia, minha madrasta estava à porta me esperando. Inesperadamente, ela
começou a me bater, dizendo: “Onde está o dinheiro? Onde está o dinheiro? Você
nunca mais vai dormir nesta casa.” Então, eu saí de casa. Estava muito escuro lá
fora, mas havia uma casa abandonada na vila, na qual encontrei abrigo.
Mais tarde, naquela noite, ouvi uma voz me chamar: “Ambiane, Ambiane, você
está aí?” Era o velho Badiate, amigo de minha mãe. Ele me tomou nos braços e disse:
“Não tenha medo! Sou eu. Vim buscar você.” E acrescentou: “Seu amigo está lá fora.”
Eu estava chorando, e respondi: “Eu não tenho nenhum amigo.”
“Sim”, ele replicou, “você tem um que lhe segue onde quer que você vá. Quando
você está triste e chora, ele chora também. Quando está em perigo, ele corre para
buscar quem o ajude.”
“Quem é esse amigo, vovô?” perguntei.
“Venha ver,” respondeu ele. Era Diadia.
Meus olhos se encheram de lágrimas quando meu amigo Diadia me explicou
por que tinha cicatrizes nas costas. Sua mãe havia proibido que ele brincasse comigo e batia nele todas as vezes que ele trabalhava para mim. A lavoura cultivada,
os trabalhos começados na floresta, as tarefas quase prontas, tudo era feito por ele.
Diadia sempre me seguia, me ajudava e arriscava sua vida por mim. Diadia e eu nos
tornamos amigos para sempre.
Se você pensa que está sozinho nesse mundo, tenho um Amigo para lhe apresentar. Ele o seguirá por todos os lugares e será seu apoio nos momentos difíceis.
Esse Amigo é Jesus Cristo.
Esse amigo sofreu por você. O castigo caiu sobre Ele sem que você soubesse. Ele
deu Sua vida por você, sem que você O conhecesse. Ele será seu amigo para sempre.
—Mathurin Diatta participou, recentemente, de um treinamento da Rádio
Mundial para produtores, em Dacar, Senegal. Ele escreveu seu testemunho para um
trabalho de classe.
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela
Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente;
Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K.
Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C.
Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith;
Robert E. Kyte, assessor jurídico
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson;
Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
Bill Knott
Editores em Silver Spring, Maryland
Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados),
Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner,
Kimberly Luste Maran
Editores em Seul, Coréia
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Editor Online
Carlos Medley
Coordenadora Técnica
Merle Poirier
Assistente Executiva de Redação
Rachel J. Child
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Alfredo Garcia-Marenko
Atendimento ao Leitor
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Diretor de Arte e Diagramação
Jeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson
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Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu,
Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa,
Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka
T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong
Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara,
Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Ulrich W.
Frikart, D. Ronald Watts, Bertil A. Wiklander
Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD
20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638
E-mail: [email protected]
Website: www.adventistworld.org
A menos que indicado de outra forma, todas as referências
bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida,
Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do
Brasil, 1993.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.
Vol. 5, No. 7
Julho 2009 | Adventist World
31
Q U E
L U G A R
É
E S S E ?
O Lugar Das
AS
COMPARTILHE CONOSCO!
O Lugar das Pessoas é a cornucópia de itens
de leitores de todo o mundo; são pequenas fatias
da vida que fazem os leitores pensar, sorrir e
apreciar ainda mais sua família adventista. Pequenos textos, nessa categoria, são bem-vindos.
FRASES (profundas e espontâneas)
QUE LUGAR É ESSE? (fotos em alta qualidade de
membros da igreja mundial)
CONHEÇA SEU VIZINHO (fotos em alta qualidade,
com biografia concisa, de membros recémbatizados, adventistas que estejam ativamente
envolvidos no trabalho comunitário, pequenos
grupos ou responsáveis por novas iniciativas
na obra de compartilhar o evangelho (máximo
de 75 palavras).
Envie um e-mail para [email protected].
org; ou envie fax para
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Unidos) ou envie para
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T R E C A
M E R
RT
H O
I N
F R A S E
D O
H O M E R T R E C A R T I N
PESS
VIDA ADVENTISTA
Eu estava aplicando um teste de conversação para dois alunos
de inglês, do nível 2. Um deles havia faltado por vários dias e
também perdera a explicação sobre a matéria do teste, cujo
assunto era sobre computadores e utensílios domésticos. Durante
o teste, os alunos devem fazer perguntas um ao outro e responder
usando as dicas contidas no fim do livro, baseadas nas perguntas
que já haviam praticado. Uma das dicas era “tamanho” [big rice
cooker] (grande panela elétrica para cozinhar arroz). Meu pobre
aluno olhou e olhou para a dica e finalmente disse: “Desculpe,
professora, mas eu não sei. O que é ‘rice cooker’?”.
Sem hesitar, respondi: “chang gee bap sote”, que em coreano quer
dizer “panela de cozinhar arroz” (graças aos meus cartões de ajuda).
Meu outro aluno quase caiu da carteira, chocado por eu saber
a palavra e poder responder antes dele. Mas essa não foi a parte
mais engraçada. O aluno que havia feito a pergunta, de repente,
com ar de compreensão nos olhos, disse: “Aaaaaahh! Eu pensei
que ‘rice cooker’ fosse uma pessoa!”
—Kathryn Arnott, Coréia, professora voluntária de inglês e religião para o
Serviço de Voluntariado Adventista.
M Ê S
“Quem dá ao necessitado abençoa aos outros e
ainda é muito mais abençoado.”
—Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 253
RESP O S TA : Em Nicósia, Chipre, membros da igreja adventista assistem ao batismo do bebê de um amigo grego
ortodoxo. Nessas igrejas, as pessoas sentam-se em bancos com encostos altos, cujos assentos são dobráveis.
A maioria das pessoas fica em pé durante a cerimônia, mas podem sentar-se quando ficam cansadas.

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