PEREGRINOS JUNTOS EM CALCUTÁ

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PEREGRINOS JUNTOS EM CALCUTÁ
OUTUBRO 2008 - ANO 2 - N° 5 -
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PEREGRINOS JUNTOS EM CALCUTÁ
Comentários dos delegados da Zalca sobre a participação na Assembléia Geral Internacional
“Regressamos de Calcutá, da Assembléia Geral
Internacional, com um sentido renovado da missão,
com um maior conhecimento do estar em
peregrinação juntos, de partilhas intensas,
encontros e reencontros, de viver o diferente, o
novo, a amizade, o cansaço, os odores e sabores
de Calcutá, em fim….. uma experiência
inesquecível, onde a riqueza da diversidade e
sentido de unidade, nos chamam a compreender
melhor as novas etapas da Federação, a um maior
compromisso para viver os enunciados de
Identidade e Missão; o chamado a tentar o risco de
viver as mudanças estruturais e a
busca de novas formas de integração
da Pessoa Acolhida; são sem dúvida
os aspectos com os quais regresso a
nossa zona, sabendo do grande
compromisso
e
trabalho
a
empreender ”
Maria Elvira Santacruz – Coord. Zalca
Participantes da Zalca à Assembléia Internacional
“Participar na Assembléia Geral da Arca Internacional é toda uma experiência de vida, de formação, de
crescimento. Deixa-me muitos desafios sobre o que devemos fazer, sobre os passos que devemos dar no
México para fazer vida a identidade e missão de uma comunidade que pertence a uma federação
inspirada em princípios tão profundos. O desafio é levar isto ao México e construir as maneiras de
fazê-lo vida na comunidade. Que o bom Deus, Pai e Mãe que nos ama, nos fortaleça para
caminhar na vocação da Arca ” .
Pedro Toussaint – Presidente C.Adm. Arca Mexico d.f.
“ Para mim foi uma experiência muito gratificante, conhecer outra cultura diferente da nossa, com diversos
contextos religiosos. Este encontro me permitiu ter uma visão mais ampla da grande família Arca,
da magnitude e da grande missão que temos como comunidades e o quanto afortunados somos
em Choluteca de ser parte desta federação Internacional. Também escutar que partilhamos as
mesmas dificuldades, mas que todos estamos orientados a uma só meta que é a de assegurar a
qualidade de vida das pessoas acolhidas, as relações mutuas e o compromisso de cada membro,
que é uma preocupação a todos os níveis”.
Nancy Lopez- Responsable Comunidad - Arca de Choluteca – Honduras.
“Na Assembléia vivemos uma experiência muito forte de unidade, sobretudo nas celebrações litúrgicas que
expressaram um espírito ecumênico”. “Participamos todos de importantes encontros com tantas
pessoas de diferentes grupos culturais, idiomas, religiões; em meio das diferenças o que nos
unia fortemente era a presença da pessoa com deficiência; esta presença longe de ser simbólica
foi real enquanto deram seus testemunhos e opiniões”. “Sinto que a decisão a uma abertura, a
vivência que é possível ver a Arca crescendo há uma maior coerência do que Jean Vanier
profetizou com sua visão de unidade e paz é o mais forte e transformador que viví e que levo em
meu coração”.
Maria Luisa Malbrán. -Presidente C.Adm. Arca Argentina
““Participar da Assembléia Geral da Arca é de muito crescimento em espírito e valores da Arca; de muita
reflexão pessoal sobre nosso compromisso com a pessoa acolhida. O chamado que nos fez Jean
Vanier a trabalhar pela paz e não pelo poder, mas por amar cada dia mais, criar laços de
amizade, conheocer-nos e intercambiar idéias e sentir-nos parte de uma só família no mundo
inteiro é algo que me tocou muito, algo que se alguém abre o coração, vive com intensidade e
nunca se esquece”.
QUEM SOMOS?
SOMOS
PESSOAS
COM
OU
SEM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL, QUE
PARTILHAMOS
A
VIDA
EM
COMUNIDADES QUE PERTENCEM A
UMA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL.
AS
RELAÇÕES
MÚTUAS
E
A
CONFIANÇA EM DEUS ESTÃO NO
CORAÇÃO
DE
NOSSO
CAMINHAR
JUNTOS.
RECONHECEMOS O VALOR ÚNICO
DE CADA PESSOA E A NECESSIDADE
UNS DOS OUTROS.
O QUE BUSCAMOS?
DAR A CONHECER OS DONS DAS
PESSOAS
COM
DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL,
REVELADOS
ATRAVÉS
DE
RELAÇÕES
MÚTUAS
TRANSFORMADORAS.
FOMENTAR
UM
AMBIENTE
COMUNITÁRIO
INSPIRADO
NOS
VALORES
ESSENCIAIS
DA
NOSSA
HISTÓRIA
FUNDADORA
E
QUE
RESPONDA ÀS NECESSIDADES DE
NOSSOS
MEMBROS
QUE
ESTÃO
SEMPRE EM EVOLUÇÃO.
COMPROMETER-NOS A TRABALHAR
JUNTOS EM NOSSAS DIFERENTES
CULTURAS,
EM
PROL
DE
UMA
SOCIEDADE MAIS HUMANA.
O que foi APROVADO E
RATIFICADO EM CALCUTÁ
2008?
1. A ratificação dos Enunciados de
IDENTIDAE E MISSÃO da ARCA,
ressaltando o processo que nos levou a
identificar quatro grandes prioridades:
• A pessoa com deficiência intelectual.
• A unidade e diversidade.
• O compromisso individual na Arca.
• O compromisso em nossas
respectivas
Rosa Arteaga –Responsable Comunidad - Arca de Tegucigalpa, Honduras.
“A Assembléia, definitivamente foi uma semana como nenhuma outra que vivi. Foi uma experiência intensa e
muito grata. Me senti totalmente acolhida pelos organizadores, pela comunidade da Índia e
também por todos os membros presentes. Me senti parte desta grande família tão diversa, mas
também tive breves momentos de sentir a fragilidade de nossa comunidade e uma espécie de
isolamento do todo. Me encantou a presença e a participação das pessoas acolhidas de várias
culturas
2. Foi ratificado para um segundo
regiões do mundo; igual que todas as atividades nas quais participamos e onde se nota que todas as opiniões
são escutadas. Nesta semana, senti muita alegria e a presença de Deus, de qualquer forma que o celebramos,
no centro da Arca. Foi um momento de entender e sentir a profundidade do que é a Arca no mundo ”.
mandato Mireya de Corrales , como
Presidente da Federação Internacional
Mireille Khairallah – Miembro Consejo Administración , Arca Querétaro, México.
“Foi para mim, uma grata e primeira experiência participar numa Assembléia Internacional da Arca em Calcutá,
lugar com uma cultura diferente da nossa, mas que me serviu para aprender algo novo de seus costumes e
vivências. Em primeiro lugar, porque minha participação foi numa época de transição de
Conselho de Administração da minha comunidade, que me provocou estar atendendo toda a
correspondência recebida das diferentes responsáveis do evento, para que este pudesse resultar
com o êxito obtido. Foi muito grato o relacionamento com o Senhor Jean Vanier que provoca nas
Pessoas muita espiritualidade, simplicidade e humildade. Também foi interessante encontrar
tantas Pessoas interessadas em conhecer a Deus e dar-se através daqueles que transmitem
Amor ”
Modesto Vindel. Presidente C. Administración. Arca Tegucigalpa.
“Assistir a Assembléia Geral da Arca foi para mim um privilégio que agradeço a Deus infinitamente; neste
encontro pude constatar esse milagre de unidade e esperança e dava graças ao Senhor porque a
semente que germinou através de Jean Vanier há 44 anos frutificou em todo o mundo. Estava
meditando no fato de ver tanta gente de tão diferentes lugares, unidas por um espírito comum, a
Missão da Arca, a Visão da acolhida. Dou muitas graças a Deus por esses 7 dias de intensa
atividade entre exposições dos membros do Comitê Internacional, o trabalho em pequenos
grupos, a peregrinação à casa de Gandhi, as celebrações religiosas multiconfissionais tão
enriquecedoras e como broche de ouro, a mensagem tão carregada do espírito cristão de Jean
Vanier, recordando-nos que “o opressor também deve mudar “ e a frase do professor Luther
Smith, um sinal de esperança: “Durmam tranquilos….Deus está acordado .”
Nilda Fernandez. Miembro del C. Administración. El Arca Rep. Dominicana.
“Calcutá foi surpreendente. Primeiro o impacto ante o caos, a pobreza, a sujeira da cidade. Depois, o impacto
da acolhida da comunidade e dos organizadores, o capricho extremo com que prepararam tudo,
nos mínimos detalhes. O tema das palestras e das discussões em grupo foram muito produtivos. E
as cerimônias religiosas em todos os cultos foram de uma sensibilidade tocante. Atravessei
Calcutá como um pequeno barco em um mar ora revolto, ora tranqüilo, ora com sol, ora com
tempestades. Uma mistura de emoções, ora de pertencer a um grande grupo, ora isolado deste
mesmo grupo. Foi realmente um grande aprendizado, e espero poder traduzi-lo para minha
comunidade, e fomentar nosso crescimento através dele. Inesquecível! ".
da Arca.
3. A nomeação de novos integrantes do
comitê executivo internacional:
• Doug Steinburg . Vice-presidente da
Federação.
• Paul Schiettecatte . Tesoureiro
• Viviane le Polain . Secretária.
4. Foi aprovado que durante os três
próximos anos acontecerá um processo
de reflexão e ensaio sobre a colocação
em prática de NOVAS ESTRUTURAS
na Federação: diferentes formas de
governabilidade e reconfiguração
geográfica.
5. Foram aprovadas as emendas
realizadas na Constituição
Internacional.
Rui Terenzi – Presidente C. Administración. Arca do Brasil.
“ “Em Calcutá, também vivemos uma mini-Assembléia de nossa Zona, com nossos delegados (bem
representados por Fredy e Antoine) e em nossa Grande Assembléia Internacional, num país como a Índia, me
deu a dimensão deste importante e difícil momento de mudanças que estamos vivendo nas Arcas
de todo o mundo. Estivemos por vários dias em contato com o diferente (cultura e hábitos dos
Hindus) e tratamos de respeitar esta diferença, apesar de sua complexidade; como disse o neto
de Gandhi em seu discurso, “A Índia é assim e ninguém quer mudar esta realidade”. Para muitos
a realidade de Calcutá foi muito forte, mas penso que assim é nossa vida. Apesar e graças a
nossas diferenças, conseguimos viver uma unidade que só a vida comunitária pode explicar por
si mesma.”
VITAMINAS PARA EL ALMA
Ione Aparecida Xavier – Presidente del Consejo Administración de Zalca.
"Calcutá para mim, foi muita felicidade e emoções fortes, também de descobrimentos. Creio que nunca antes
havíamos sentido esta diversidade na unidade e também estes ventos de mudança na Federação. Creio que
desde já falaremos “de assembléias da arca antes da Índia e assembléias depois da Índia”. Muitas imagens e
lembranças perduraram em mim: os amigos da Índia, sua autenticidade, sua acolhida e essa explosão de cores
e sabores. As discussões sobre o compromisso à Arca também me marcaram com um pouco de inquietação
pelo futuro. Não osquecerei jamais a última imagem de Jean Vanier, com essa lição de humildade e de
perdão".
Evelyne Verdier. C. Administración- Arcas de Haití.
O LENHADOR E SEU
MACHADO
Um lenhador caminhando por um
bosque, perguntava às árvores se
podiam lhe dar um cabo para o
seu machado.
As enormes e frondosas árvores,
depois de consultar umas às
outras, ofereceram ao lenhador
uma árvore pequena, um pouco
triste, jovem e ainda muito frágil.
Imediatamente o lenhador a pegou e
depois de ter feito o novo cabo
para o seu machado com esta
árvore tão jovem, pouco atrativa e
frágil; começou a cortar e a cortar
todas as árvores maiores e nobres
do bosque.
“…“…Ele me encheu de luz, de vida e me deu
muita força”
Texto escrito por Fredy Lainez da Arca de Choluteca (Honduras)
sobre sua participação na assembléia internacional da Arca na
Índia.
Esta assembléia para mim foi muito boa, uma vez que pude conhecer
mais irmãos e irmãs de outras Arcas no mundo. Algo que gostei muito
foi quando conheci Jean Vanier, eu não podia crer que tinha ele na
Uma árvore velha, vendo a
destruição de suas amigas, falou
tristemente e disse: "Pensávamos
que ao entregar ao lenhador nossa
pequena e frágil irmãzinha, ficaria
satisfeito e nos deixaria em paz,
mas descobrimos que nosso
descuido em não proteger o
frente dos meus olhos, me sentia muito contente, quando ele me
abraçou, senti como se fosse um abraço do santo Papa, João Paulo II, ele me encheu de luz e de vida, me deu
muita fortaleza, eu queria que todos em minha comunidade estivessem e vivessem este momento.
pequeno, o frágil, causou nossa
Dou graças a Deus por ter me permitido conhecer tanta
gente, as comunidades gêmeas, as pessoas que nos
apóiam, eu disse a eles que sempre estarão em minhas
orações, eles foram muito amáveis, tiramos fotos juntos.
Algo que me chamou a atenção foi que em Calcutá
tinham muitos deuses e em Honduras só há Jesus e
respeitamos a virgem Maria, minha responsável me
disse que isso era algo cultural, próprio da Índia. A pesar
de que me explicou, ainda assim não entendo como
adoram ouros deuses que não seja Jesus. Uma coisa
que não gostei foi a comida, tinha muita pimenta e um
sabor muito esquisito que eu não gostava, mas esse é o
costume de lá.
Paty Dowling - El Arca Choluteca Honduras.
própria destruição".
MINI-ASSEMBLÉIA DA ZONA
AMÉRICA LATINA E CARIBE
Reunidos em Calcutá, dia 10 de
outubro, os delegados da Zona América
Latina/Caribe se reuniram em duas
Em geral, meus companheiros de quarto Miguel e Pedro
da Espanha foram muito bons, atenciosos comigo, o
mesmo com senhor Modesto de Tegucigalpa, a pesar de ser o único que se levantava mais tarde. Ele muito
preocupado por mim, à noite punha uma máscara nos olhos que me fazia rir (óculos de noite para evitar a
claridade da luz) e eu não sabia se ele estava acordado ou não para dizer que se levantasse.
Tudo foi uma experiência interessante para mim, subir num avião foi muito bonito, à princípio tive medo, mas
depois não tive nenhum medo, minha responsável e eu nos demos as mãos para dar coragem um ao outro, já
que ela também tinha medo, mas depois já não precisamos mais.
pequenas sessões para revisar uma
agenda definida sobre processos
concernentes à Zalca. O que foi
aprovado?
¨ CONVÊNIO DE MEMBRO entre as
Comunidades e Zalca: acordo que
busca assegurar a fidelidade das metas
e o espírito dos Princípios básicos da
Agradeço a todos aqueles que tornaram possível que eu fosse à Índia, principalmente a Deus que tornou
possível tudo isso. Amém.
Federação Internacional, respeitando a
Constituição ZALCA e seus
Regulamentos.
Fredy Lainez, Honduras
¨ Mandato da ZALCA : plano de
prioridades a considerar nas
"Meus dias na Assembléia "
Vivências de Antoine George, delegado da
Arca de Chantal (Haiti), sobre a Assembléia
Geral Internacional de Calcutá.
De nossa viagem à Índia, estou surpreso por seu
idioma, Não pude compreender nada, também
por sua forma de se vestir, sobretudo os homens
que se vestem com Sari, como as mulheres e
por seu costume de comer com os dedos; a
comida é muito diferente da que como em minha
casa. Depois de várias refeições, pude comer
sem problemas.
O pão se chama ruty e eles também servem o frango como em minha casa, que chamamos Frango bucanero.
Da assembléia geral da Arca, primeiro foi o encontro com todas as comunidades da Arca, a acolhida de todos e
depois a possibilidade que tive de conhecer muitas pessoas amáveis. Fiquei muito contente em voltar a ver
Jean Vanier e participar em sua grande festa e contente, também, em encontrar nossos amigos de Québec e
Canadá.
Antoine George, Haiti
“… Ao reencontrar a família ficamos comovidos pelo ânimo e a esperança
de cada um…”
"Relatos de nossas férias pelas Arcas de Honduras
e
da
República
Dominicana".
(Françoise
Uylenbroeck)
Neste verão de 2008 tive a grande sorte de acompanhar
o padre Jean Kockerols da Bélgica a uma viagem por
Honduras e República Dominicana. Ele queria realizar
um sonho para celebrar seus 50 anos: conhecer um
pouco da América Latina, ver, sentir, encontrar gente da
igreja, confrontar esta vivência com tudo o que ouviu e
leu sobre ela e faze-lo passando pela “porta santa” das
comunidades da Arca e seus amigos. Ele foi assistente
na Arca por 3 anos antes de ser ordenado sacerdote.
Primeiro chegamos um domingo pela manhã a
Tegucigalpa , no aeroporto, nos esperavam desde cedo
vários amigos das comunidades de Tegu e Choluteca, de imediato me amoleceu o coração de tanta emoção,
fiquei sem palavras, olhando e abraçando cada um. Havia algo tão tranquilo na Marcia, Jony e Santos, muita
paz e uma alegria profunda. Encontrei depois de todos estes anos, pessoas adultas, ao mesmo tempo os
mesmos, mas diferentes, simplesmente felizes de voltar a ver uma irmã. Não podia deixar de contemplá-los; só
esta acolhida já eram férias! E este sentimento, eu tive durante toda a viagem: reencontrar minha família, como
um parente que se foi aos Países por longos anos sem voltar.
Neste mesmo domingo, fomos à missa na basílica de Suyapa e ofereceram ao padre Jean, concelebrar e ler o
longo evangelho do semeador, diante de uma igreja cheia de fieis!!!, Este foi seu batismo imediato na igreja de
Honduras! Depois, com toda a comunidade, almoçamos na Casa Nazareth; me comoveu ver os amigos que
rodeiam o lar, casais jovens com história na Arca e que a cuidam tanto. Raízes que vão dando corpo à Arca de
comunidades durante o período 082011.
¨ Foram apresentados também informes
das atividades desenvolvidas pelo
Cazalca.
As arcas da América Latina
presentes
na
revista
internacional "Cartas da
Arca" (Letters of L´Arche)
hoje. Obrigada Rosa por tudo o que partilhamos.
Héctor me emprestou seu quarto para que dormisse tranqüila e passamos quatro dias juntos no lar, partilhando
e jogando. Um tesouro imenso! Apesar de que às vezes tinham que me amarrar para não andar na rua longas
horas, com os vizinhos, as comadres e os amigos!
E a oficina, que edifício mais belo! Gostei muito da tarde de formação com os assistentes e o testemunho de
seu caminhar na Arca. De todos os lados, tantas perguntas, mas também tantos frutos, tanto amor que brota
das amizades que se vão tecendo e fortalecendo cada dia na comunidade; tanta beleza e pureza em um
mundo tão duro e violento.
Depois fomos para Choluteca com Santos, Pedro e Elizabeth, sem esquecer as deliciosas rosquillas de
Sabana Grande. Era o dia do cacique Lempira, celebrado em todo o país a identidade hondurenha. Então nos
acolheram na comunidade com danças folclóricas. Incrível! Mil agradecimentos Nancy, por tanto carinho. O
trabalho na oficina é de muita beleza e dignidade! É verdadeiramente um lugar onde as pessoas se sentem
gente! E ver como os operários gostam do seu trabalho!
Paty havia deixado sua casinha para o Padre; passamos um tempo muito bom entre Flor del Campo e a casa
San José. Fiquei admirada por Angélica e Kellin, as duas responsáveis de lar. Estão fazendo um grande
trabalho e apesar de sua juventude, assumem muitas responsabilidades. Outro momento forte foi na
celebração da missa na oficina; Padre Jean celebrou com Pipe a seu lado e na homilia falou dos sinais de
Jonas e quais são estes sinais hoje: acolhida, perdão e alegria. Disse que por isso, todos somos um milagre de
Deus. Perguntou a Pipe, para ilustrar seu propósito: “Pipe, a vida comunitária é sempre fácil?” “Sim, Padre”,
disse Pipe! Pensou que Pipe ia dizer que não e perguntou outra vez, mas Pipe, rindo, disse outra vez que sim!!!
Bela lição para nós!
No domingo, fomos visitar o Padre Florentino na paróquia San José Obrero, é um amigo da Arca há muitos
anos, nos levou a uma celebração da Palavra de Deus muito interessante. Não havia luz, era de noite e a
capela estava cheia de gente.
Há meu Deus, tinha que despedir-me para voar há Santo Domingo!
Chegamos tarde da noite e estava Sandra, o avô Goyo, seu filho e até Frank Eli; membro do Conselho Adm. da
Comunidade; esperando-nos no calorzinho gostoso da ilha. No dia seguinte, tivemos um lindo encontro com os
assistentes. Eram muitos, muito alegres, quase todos novos, em torno de Anny, Sandra, Clara, Flor e Rafaela.
Outra vez, o mesmo milagre: cada um está aprendendo tanto, convivendo ou trabalhando com os jovens
acolhidos apesar de tantas perguntas e dúvidas.
Era tempo de férias para a oficina e planejavam cada dia atividades recreativas. Assim foi que nos levaram um
dia ao mar, desfrutamos das belas praias deste país e como gostei de voltar a nadar com Luisito, com Luis
Rafael e minha afilhada Jocelyne.
Comoveu-me, reencontrar todos estes gestos familiares da vida cotidiana, coar café, fazer arroz com comcom,
lavar a roupa da maneira “dominicana”, me escondendo da Tata que fazia brincadeiras, lavar a louça com
Heriberto e Jocelyn, e ver…novelas com Flor! Desfrutamos de uma noite no lar “Jesus Amigo”, com o
filme “Perico Ripiao”; Isso sim que é típico dominicano e ainda que a tenham visto umas 50 vezes, Heriberto,
Flor e Jesus riam sempre muito.
Outras notícias:
- Nova responsável de Comunidade da
Arca de TEGUCIGALPA : ROSITA
ARTEAGA -Nova assistente administrativa do
Cazalca: Laura Rodriguez
[email protected]
- Nova sessão de notícias no site de
Padre Jeam concelebrou na paróquia e disse ao final da missa, que pedia a Deus duas coisas: que lhe desse
uma igreja cheia de gente como esta e um coro que cante como o de Marcos!
Tantos encontros lindos que vivemos, com Maria Elvira, Carmen-Jane, Antonio e Milagros e também um
domingo inteiro com Padre Javier s.j, que acompanhou a comunidade da Arca durante uns anos e agora é
pároco de um dos bairros mais “violentos” da capital. Ele nos levou para conhecer a Ciénaga, imenso bairro à
margem do rio Ozama. Milhares de casinhas construídas sobre um pântano, o solo, sempre úmido, com tudo o
que isto pode ter de perigo. Vimos tanta gente boa, uns projetos de escolinhas para os jovens dominicohaitianos que crescem sem certidão de nascimento, sem
possibilidade de conseguir uma identidade legal.
tormentas e ciclones?
Tivemos a grande felicidade, também, de ir uns dias à
fronteira do Haiti, no norte da ilha, vivendo com os
padres jesuítas em Loma de Cabrera. Ali vive Max
Michel s.j. um amigo belga de muitos anos, o irmão
Arzeño e Padre David Pantaleón s.j que canta e põe em
música os salmos de Benjamín González Buelta s.j,.
Foram dias de descanso, de oração e de visitas
também. Fomos ao mercado de Dajabón, aberto para as
pessoas do Haiti. Estivemos um bom tempo nesta pontefronteira, olhando as pessoas que vão e vêm; levam
cargas muito pesadas até os caminhões do outro lado
da fronteira. O que será deles depois destas recentes
Meu coração está pleno de todos estes encontros. As pessoas da Arca de Honduras e da
República Dominicana são tão parte de mim. Ao mesmo tempo sei que é bom para mim estar
de regresso em Bruxelas para viver simplesmente o que me toca viver.
Quero dizer a todos obrigada por tanto carinho, por todos estes anos vividos juntos que são
nossos, que nada pode apagar e por sorte! Como disse um amigo da Arca aqui na Europa,
esta viagem “me fez cair de joelhos em meu coração”.
COMUNICAÇÃO
Com o objetivo de que todas as
comunidades tenham sua página na
WEB,
a
partir
www.arcalatina.org
de
2009
oferecerá um
espaço exclusivo, gratuito para publicar
informação, fotos, pedidos e histórias
sobre cada
acessar
comunidade.
em
Poderão
www.arcalatina.org/nombredelacomunid
ad (ex. www.arcalatina.org/haiti).
Estaremos recebendo informação e
seções nas próximas semanas, para dar
início à campaña. Enviar informação a
Maria
Mullen:
Françoise Uylenbroeck (Chica)
[email protected]
Oficina de Inculturação no Canadá e visita à comunidades dos EUA
por Salvador "Chavo" Delgado
De 7 a 12 de maio tivemos uma oficina de Inculturação junto a várias comunidades da Arca e foi muito
gratificante para mim. Não estamos sozinhos, existem outras pessoas que têm nossos próprios ideais. O tema
da inculturação foi muito importante já que estamos começando uma etapa de conhecimento de nossas
culturas, abertos a partilhar e aprender de outras. A oficina foi muito boa, com muito trabalho a realizar por
parte de cada comunidade, para estar sempre em contato com outras culturas enriquecendo-nos delas,
enquanto respeitamos sempre a nossa.
Vivendo com outras comunidades se aprende muito, já que compartilhamos a mesma espiritualidade. As
pessoas acolhidas não vêm, nem importa a elas o idioma nem as condições sociais ou raciais. Eles são tão
sinceros e carinhosos que se deixam amar por todos, a pesar de às vezes não ter sido fácil a comunicação
verbal, existiu uma comunicação muito positiva através da comunicação não verbal. Isso fortalece aos que
queremos viver e partilhar nossa vida na Arca.
A experiência que vivi na comunidade de Tacoma foi muito rica, já que me permitiu ver como suas oficinas são
muito boas para o crescimento dos acolhidos. A pesar de que são muito diferentes às nossas, são similares no
sentido de que dão uma melhor dignidade aos acolhidos e trabalhar é uma responsabilidade para eles. É assim
que eles vêm e desfrutam. A organização e a grande ajuda que têm dos governos locais foi um ensinamento
muito grande para mim e me convida a seguir lutando pelos direitos das pessoas com deficiência. Ajudam a
que lhes seja dada uma vida melhor, com dignidade e confiança e que sejam reconhecidos como pessoas úteis
na sociedade e para a sociedade.
Salvador Delgado (Chavo) - Responsável da Comunidade El Arca de Querétaro.
_________________________________________________________
Posso dizer que a experiência foi altamente positiva. Foi muito interessante conhecer a realidade da Arca
dentro de um contexto cultural tão diferente ao próprio, como também, poder fazer parte da experiência de uma
Comunidade com mais história e caminho percorrido.
Tinha muito desejo em poder conhecer outras comunidades da Arca. No Canadá pude começar a transitar por
este caminho da diversidade e das semelhanças. Apesar de viver em lugares muito distantes, realidades muito
diferentes, pude constatar que há um “ar” muito característico que se respira dentro do ambiente da Arca. É
estranho, mas pode-se sentir parte da família, ainda entre pessoas que nunca se viu anteriormente. Tive esta
experiência tanto no Canadá como nos EUA. Isto me leva a pensar que estamos unidos por laços espirituais
muito fortes, que têm a ver com esta experiência da relação com a pessoa com deficiência. Ela nos faz entrar
numa terra comum na qual caminhamos juntos tecendo esta aliança de amizade.
A respeito da festa de 80 anos, Jean
Vanier, disse:
« Temos uma graça excepcional na Arca
e é realmente verdade, os mais
pequenos cuidam de nós e... quando
chegamos à minha idade -e ainda me
sinto jovem, eu quero pedir perdão;
porque sei que pedir
necessário quando se
perdão
exerce
é
a
autoridade, porque nem sempre estamos
à escuta como deveria ser. Causamos
danos e por isso eu peço perdão”.
Pessoalmente, posso dizer que fui muito bem recebido em ambos os lugares. Nos EUA, onde passei a maior
parte do tempo, me senti como em minha própria casa desde o momento da minha chegada.
Basicamente, pude observar que os desafios e questões da vida comunitária são similares em todas as partes.
Creio que há duas grandes preocupações que estão latentes nos diferentes contextos:
1- A espiritualidade da Arca: num contexto onde há certas dimensões da vida comunitária que tendem a
profissionalizar-se, se apresenta o desafio de manter a mística, aquele núcleo que alimenta a vida comunitária
e lhe dá seu horizonte de sentido;
2- Os assistentes e as diferentes modalidades de presença e participação dentro da vida comunitária.
Nos EUA tive a oportunidade de ir percorrendo os diferentes setores da Comunidade: desde a vida cotidiana
nos lares, até o trabalho administrativo no escritório. Fiquei surpreso com a boa organização que existe neste
lugar. Creio que isto faz parte do contexto cultural. Por outro lado, há uma preocupação em aprofundar na
espiritualidade.
Fernando Barilatti, Responsável Arca Argentina.
Ajude às comunidades da arca na
américa latina
faça sua doação a :
[email protected]
BPD Bank - 90 Broad Street
New York, NY 10004
Nome da Conta: EL ARCA
LATINOAMERICA
Conta No. 335169 ABA 026010757
SWIFT BPIBUS33BIC

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