Data de nascimento
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Data de nascimento
Palavra do Presidente Prezado assinante, Nós geralmente descobrimos o que fazer, percebendo aquilo que não devemos fazer. Assim, é muito provável que aquele que nunca cometeu um erro, nunca fez uma descoberta. Não temos qualquer pretensão de sermos o dono da verdade, mas a partir do momento em que nos colocamos em situação de decisão, devemos tomá-la tendo sempre a certeza de que estamos agindo pautados na verdade, mesmo que tal verdade seja certa em nossa visão e errada na dos outros. Digo isto porque como presidente de uma das mais fortes associações da modalidade Três Tambores no País (no sentido de premiação em eventos), eu fui vidraça. Fui muito criticado. E olha que eu sempre estive aberto às críticas. Nunca compactuei com calúnias ou injúrias. Não sou nem nunca serei “Delgolpe” e àqueles que assim me chamaram deveriam mostrar mais a cara e dizer para que vieram, quais os benefícios trazem à indústria do cavalo. Levei o Quarto de Milha brasileiro às portas do mundo, para que todos soubessem o que se passa no Brasil em termos de criação e competição. Por dois anos consecutivos, como Presidente do Conselho Editorial da Editora HS, distribui o Anuário - Garanhões & Matrizes durante o Mundial de Tambor na grandiosa Fieracavalli, na Itália, local – aliás, que foi palco da maior conquista do esporte brasileiro na modalidade Três Tambores. Erguemos a taça de Campeões da Copa do Mundo, evento co-organizado pela FEI (Federação Equestre Internacional). Lá, eu recebi a incumbência da NBHA (National Barrel Horse Association) e da FEI para realizar outro grandioso evento no País, prova esta que será determinante para colocarmos o nosso esporte nos World Equestrian Games. De volta ao Brasil, com a sensação de dever cumprido, para minha surpresa não tive qualquer e-mail recebido dos que administram as associações que regulam as raças que praticam os Três Tambores no País. Recebi, sim, um telefonema da assessoria de imprensa da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo), parabenizando-me e já agendando um encontro para discutirmos o futuro da modalidade. A vitória do Brasil na Copa do Mundo de Tambor tem magnitudes ímpares, uma vez que, definitivamente, o mundo está olhando para nós com outros olhos. Lá na Itália havia 14 países competindo. E a nossa dupla de competidores, Ana Paula Zillo e André Coelho, mostraram a ciência de como competir, com atuações perfeitas, tanto em cavalos bons quanto em animais ruins, sabendo administrar os tempos para nos sagrarmos legítimos Campeões. Então, muito obrigado Ana Paula e André! Vocês me encheram de orgulho e ajudaram o Brasil a dar mais um passo rumo à integração mundial, bandeira que levantamos desde o início dos nossos trabalhos junto a APTB e, agora, à frente da NBHA Brazil. Espero sinceramente que todos nos unamos para o desenvolvimento das modalidades Tambor e Baliza no Brasil. Conto com você, prezado assinante (criador, competidor e empresário do meio equestre). Cheguei onde deu com as minhas próprias pernas, agora, elas não estão tão fortes para continuar a caminhada sozinho. Vamos juntos empunhar a bandeira do nosso querido País e mostrar ao mundo o que temos de melhor! Quando à revista, ela está imperdível, trazendo matérias fantásticas. Nosso Editor captou com muita sensibilidade os dias de ansiedade e alegria que passamos na Itália. O Especial Fieracavalli está imperdível! No mais, tenha uma ótima leitura, um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de planos e de realizações! 4 Marcelo Delchiaro 6 7 Seções 16 18 32 38 74 78 Fatos & Acontecimentos: Curiosidades Entrevista: Herinaldo Menezes Costa Cânter: Jockey Club de Sorocaba, novo tattersal Coluna: Dr. Geraldo de Assis Fanti Em foco: A vida é bela Dica Profissional: A visão do treinador 86 90 102 108 110 112 Internet: Twitter, a nova ferramenta Opinião: A grande festa Mulher: Os benefícios da equitação Reprodutora: Chokolatte Fame Reprodutor: Smart Gray Pistol Viagens & Lazer: Ribatejo, Portugal @ DIRET@ COM A REDAÇÃO LINH 120 Caro leitor, encaminhe-nos suas dúvidas, críticas, sugestões e elogios. Momento Kids: Mr. Horse e jogo da sombra A seção “Linha Direta com a Redação” é o seu espaço exclusivo. Envie-nos cartas ou e-mails para: Alameda Rio Negro, 1030 – Conjunto 1804 – Barueri – Alphaville/SP – CEP 06454-000 ou [email protected]. A sua opinião é muito importante para nós. “Eu simplesmente adorei a capa da última revista. Está linda! Parece àquelas dos Estados Unidos, que vejo nas bancas dos aeroportos. Parabéns!”. Camila Andreotti, de Campinas/SP, via e-mail. “Olá Pardini! Realmente gostei de suas melhorias em meu texto. Ficou mais claro e não alterou em nada o que eu queria transmitir. Parabéns pelo capricho e conhecimento”. Bruno José Ribeiro, de Espírito Santo do Pinhal/SP, via e-mail. “Muito legal a seção Fatos & Acontecimentos. Fico esperando a revista com muita ansiedade só para ver a cara do pessoal caindo. Ainda bem que vocês só publicam aqueles tombos que não machucaram os cavaleiros. Continuem a nos surpreender”. “Gostaria de parabenizar toda a equipe da revista Tambor & Baliza. Li a matéria da seção História e a achei muito interessante. Sem dúvida, é o melhor texto que já li na publicação. Parabéns pela inovação!”. Jéssica Abimael, de Feira de Santana/BA, via e-mail. Abelardo Itamar Peixoto, de Arujá/SP, via e-mail. 8 “Recebi a revista, a matéria ficou ótima. Parabéns! Entretanto, uma correção: nossa clínica chama-se Demaclínica. No texto há referência como Dermoclínica, que é outro centro dermatológico de São Paulo. Seria possível uma errata para que os pacientes possam nos achar? ”. Dr. Caio Roberto Shwafaty de Siqueira, de São Paulo/SP, via e-mail. Errata: O nome correto da clínica, utilizada como fonte para a matéria “Use filtro solar”, da seção Mulher, edição 19, é Dermaclínica, cujo telefone é (11) 3662-4869. “À equipe da revista Tambor & Baliza, os meus sinceros cumprimentos. Tenho procurado informações sobre o mundo das provas de velocidade e a melhor fonte que descobri é a publicação de vocês. Parabéns!”. Antônio Augusto Losi Paupério, de São Paulo/SP, via e-mail. Sumário 52 | 70 | Internacional: Equipe brasileira vence a primeira competição homologada pela FEI 82 | Saúde Animal: 28 | História: Conheça sobre dermatite na quartela. Saiba as causas, as consequências e o tratamento recomendado Internacional: Aproprie-se das ações naturais do cavalo. Você terá melhor convívio com ele e obterá bons resultados O treinador João Fernandes conta seus causos vividos no mundo do cavalo. Para ele, rir das próprias desgraças e fazer bons amigos é o melhor remédio 9 C Editorial Caro leitor, “Ando devagar porque já tive pressa. Levo esse sorriso porque já chorei demais”. Os versos da canção Tocando em frente, de Almir Sater e Renato Teixeira, sintetizam a minha vida. “Só levo a certeza de que muito pouco eu sei. Eu nada sei”. Por isso carrego comigo a curiosidade, talvez a característica mais marcante dos bons jornalistas. Daí a vontade por querer evoluir, aprender, questionar, reinventar. Como “cada um de nós constrói a sua história” e “cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz”, as comemorações de Final de Ano são propícias para o crescimento interior. Época de renovação, com promessas de mudanças, tudo muito valoroso para a chegada de uma nova etapa... 2010. Com muito entusiasmo e dedicação, a última revista Tambor & Baliza de 2009 foi concebida. Em minha opinião, a mais completa de todos os tempos. Assim, nas páginas azuis trazemos as ideias e as opiniões do criador Herinaldo Menezes Costa, da The Horses. E em Eventos, a 1ª Etapa do VI Campeonato da APTB, devidamente oficializado pela NBHA Brazil. A seção Distritos fala sobre o trabalho dos núcleos ligados a NBHA Brazil. Destaque para o Regional Oeste, em São Paulo, e para o Paraná, regiões que estão trabalhando destacadamente em prol da disseminação das modalidades Tambor e Baliza no País. Para Saúde Animal, um texto inédito sobre dermatite na quartela, mal que comumente acomete cavalos de competição. Quem o escreve é o médico veterinário e treinador Ricardo Prianti. Já o colunista desta edição é o Dr. Geraldo de Assis Fanti, responsável técnico pelos eventos da NBHA Brazil. De forma didática, ele lista os exames sanitários exigidos para as provas. Muitas matérias compõem a seção Internacional. Uma delas fala sobre a personalidade equina. Lá, você poderá saber qual o perfil de seu cavalo. Para finalizar, as coberturas completas das participações brasileiras nos principais eventos internacionais. Nos Estados Unidos, Rose Tedesco, que acompanhou a filha (Bruna) no Mundial da NBHA, fez um diário da viagem. Já na Itália, eu relato os sete dias que passamos juntos em Verona, na Copa do Mundo. Na primeira competição homologada pela FEI (Federação Equestre Internacional), fomos mais de 15 brasileiros torcendo por nossa equipe. O texto, um dos mais prazerosos que já escrevi até hoje, está informativo e emocionante. Aposto que você vai gostar! Em Mulher, veja a opinião de especialistas sobre os benefícios da equitação. E Dica Profissional fica por conta do jovem cavaleiro Bruno José Ribeiro. Ele fala sobre as mudanças no treinamento de animais para Tambor e Baliza, ressaltando o papel do treinador na formação das crianças que iniciam no esporte. Em Viagens & Lazer, um roteiro com as cavalgadas no Ribatejo, em Portugal. A Reprodutora em Destaque é Chokollate Fame, que chegou ao Brasil para coletar embrião e também para competir. Vencedora nos Estados Unidos, com Lance Graves, ela é promessa de vitórias também nas pistas brasileiras com o cavaleiro Petrus Peixoto. O Reprodutor em Destaque é o norte-americano, Smart Gray Pistol, que está produzindo potros com futuro promissor para as provas de velocidade. O conteúdo informativa traz também fatos marcantes da vida do experiente treinador João Fernandes. Ele relembra passagens memoráveis em História. Enfim, “como um velho boiadeiro levando a boiada, eu vou tocando os dias pela longa estrada”. Que o próximo ano seja muito positivo para o setor da equinocultura nacional. Tenha um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo! TAMBOR &BALIZA Revista Oficial da NBHA Brazil / APTB Alameda Rio Negro, 1030 - conjunto 1804 CEP 06454-000 - Barueri-SP Fone: (11) 4193-8744 [email protected] www.tamborebaliza.com Diretores Executivos Kriçula Botsaris Delchiaro Marcelo Delchiaro Jornalista Responsável Marcelo Pardini MTB 46933/SP Repórter Malu Guimarães Produção Gráfica F F Criação Editor de Criação Raphael Simone Neto Designer Gráfico Felipe Camargo Simone Fotógrafo Beto Negrão Diretora Comercial Adriane Passos [email protected] Contato de Publicidade Kátia Regina [email protected] Colaboradores Bruno José Ribeiro, Dr. Geraldo de Assis Fanti, Luciano Pires, João Fernandes, Ricardo Prianti, Rose Tedesco, Samara Bedendo e TA Comunicação. Impressão Type Brasil Tiragem 4.000 exemplares Marcelo Pardini Nossa Capa Esta revista é uma publicação da Editora HS HOLLAND WARS Um dos mais premiados garanhões em provas de Tambor e Baliza na história do Quarto de Milha. É filho de Holland Ease em mãe Mr. Three Wars e imprime as qualidades de um Campeão em seus filhos. 10 Reproduções totais ou parciais das matérias e fotos aqui publicadas só serão permitidas através de autorização expressa dos editores. Contatos: Daniel (31) 9103-7043 / 9959-8576 Escritório (31) 2125-9500 As informações prestadas nas páginas de publicidade são de inteira responsabilidade dos anunciantes. Foto Gabriel Oliveira Artigos assinados por colaboradores não expressam necessariamente a opinião da revista. 11 12 13 Prezado associado, confira abaixo as últimas notícias da NBHA Brazil: Provas da NBHA Brazil da revista Tambor & Baliza, publicação da Editora HS, que tem parceira com a NBHA Brazil. Ligue para (11) Em 2010, a National Barrel Horse Association reali- 4193-4786 e informe-se. Só quem é cadastrado e pa- zará no Brasil três eventos seguindo o Regulamento gou devidamente a assinatura da mesma, a recebe oficial da entidade, inclusive, mantendo o tamanho no conforte de sua casa. reduzido da pista – como é praticado em provas nos Estados Unidos e na Itália, por exemplo. Parceria olímpica Será a oportunidade de demonstrar as condições, de forma igualitária, dos atletas brasileiros, tanto cava- A parceria firmada entre a NBHA e a IBHF (Internatio- los como cavaleiros. Isso será muito importante em nal Barrel Horse Federation) com a Federação Eques- termos comparativos do nosso nível competitivo em tre Internacional (FEI) passou a vigorar a partir da relação a competidores de outras partes do mundo. Copa do Mundo de Tambor, na Fieracavalli, em no- Segundo os profissionais que compuseram as delega- vembro, na Itália. ções brasileiras nos dois últimos eventos internacio- Tendo como porta-voz a NBHA Brazil, na pessoa do nais, a prova em pista reduzida irá movimentar o mer- presidente Marcelo Delchiaro, uma das incumbên- cado. Bom para quem mexe com cavalos de Corrida e cias da associação no Brasil é inserir a modalidade para quem lida com cavalos de linhagem de Trabalho. Três Tambores como esporte exibição nas Olimpíadas de 2016, que será sediada no Rio de Janeiro. Recadastramento Com certeza se trata de mais uma ação que irá valorizar a indústria equestre nacional. Aos associados, favor certificarem o cadastro como filiados da NBHA Brazil na Secretaria da nossa associação. Em 10 de fevereiro de 2010, temos que enviar para a matriz, a National Barrel Horse Association, nos Estados Unidos, o Relatório Anual informando sobre os dependentes da filial brasileira. Verifique também se você consta como assinante 14 Calendário NBHA Brazil Provas: 28, 29 e 30 de maio de 2010 04, 05 e 06 de setembro de 2010 26, 27 e 28 de novembro de 2010 15 FATO S & AC O N T E C I M E N TO S Imagens que valem ouro Mais lances exclusivos das lentes do Beto Negrão. Veja: Mini-pônei-guia Mona Ramouni, 28 anos, é deficiente visual. Ela vive em Dearborn, Michigan, nos Estados Unidos. Muçulmana, ela não poderia ter a companhia de um cão-guia, uma vez que segundo os preceitos islâmicos a saliva do cachorro, animal normalmente utilizado para este tipo de serviço, é considera impura. Assim, ela adquiriu Cali, um mini-pônei-guia. Isso mesmo! Você ainda duvida que os equinos sejam os melhores amigos do homem? Mona, que trabalha como revisora de textos em braile, é conduzida para todos os cantos por Cali, inclusive nos transportes públicos exclusivos para deficientes. Afinal, quem não tem cão, passeia a cavalo... Fonte: www.g1.globo.com Em Caminho das Índias… Os temporais que atingem as cidades brasileiras assustam a população, deixando regiões em estado de calamidade pública. Entretanto, a solução para estes problemas vem direto de Hyderabad, na Índia, pois segundo a cultura indiana é auspicioso celebrar uma cerimônia de casamento entre asininos com o objetivo de acalmar os deuses da chuva. Veja que belezinha o novo casal “Raj e Maya”. Arebaba! Fonte: www.g1.globo.com 16 Perigo nas estradas Três cavalos galopavam tranquilamente por uma estrada em Israel, quando um carro surgiu em alta velocidade no sentido oposto da pista. Dois deles conseguiram desviar, porém o terceiro (e maior), na tentativa de fuga, acabou colidindo contra o veículo. Deste episódio, cavalo e ocupantes do veículo sofreram apenas leves escoriações. Mas nem sempre é assim. A TV Globo mostrou no último mês de setembro, um acidente parecido. Um carro em alta velocidade mandou um cavalo “para os ares” e acabou colidindo brutalmente com um poste, na movimentada Avenida Brasil, no Rio de Janeiro. Portanto, ao ver animais na estrada tire o pé do acelerador e ligue para as autoridades responsáveis. Fonte: www.g1.globo.com Koda, o pequenino Decolagem equina A Red Bull, tradicional marca de bebidas energéticas, promoveu um evento “alucinante” em São Paulo, no último mês de agosto. A comemoração reuniu centenas de pessoas criativas, que desenvolveram engenhocas para a disputa do “Dia do Vôo”. A inteligente ação de Marketing da empresa aconteceu num dia ensolarado no Parque Ecológico do Tietê, na Zona Leste da cidade. Os vencedores da disputa foram uns inventores curitibanos, que construíram “o novo cavalo de Tróia”. A peça “cavalar” percorreu 14 metros no ar. Ah, se esta moda pega... Com certeza os tamborzeiros iriam colocar suas máquinas para voar, na busca pelo tão sonhado “15 segundos”! Fonte: www.g1.globo.com Do tamanho de um cachorro de porte médio, o equino Koda desfila charme e elegância em seus 59 centímetros de altura. O cavalinho é filhote de mini-pônei, porém nasceu com nanismo. Os problemas surgiram logo após o nascimento, mas ele se manteve firme e segue com a saúde estável. Hoje ele desfruta até de certos mimos, pois onde passa chama a atenção. O brinquedinho vivo é simpático e cultiva várias amizades, como a de um gatinho que tem a sua altura. Segundo o veterinário Andy Lynch, Koda viverá por muito tempo, pois os problemas decorrentes do nanismo não o estão afetando demasiadamente. Fonte: Blog da revista Época 17 EN TRE V IS TA Herinaldo Menezes Costa O O titular da The Horses conta da sua paixão por cavalos, fala sobre vínculo familiar e aponta seus anseios como criador de animais de velocidade O senhor de modos distintos recebeu a equipe da revista Tambor & Baliza na sala de reuniões da empresa a qual é diretor. Formado em Economia e Ciências Contábeis pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e com especialização em Administração pela Fundação Getúlio Vargas, Herinaldo Menezes Costa nasceu na cidade de Barretos. “Apesar de viver no interior, eu não tinha contato com fazenda, muito menos com cavalos”, revela o homem que se mudou para São Paulo aos 21 anos de idade. “Vim para a capital para estudar e trabalhar”. Herinaldo seguiu com garra e determinação seus objetivos. Quando o coração apertava, ele teve que encontrar subterfúgios para espantar a saudade da família e dos amigos. “Não é bom ficar longe das pessoas queridas, mas eu sabia que meu esforço seria recompensado. Fazia tudo para um bem maior”. Em 1975, ele se casou com Sandra Regina, companheira desde então. O casal teve dois filhos, Leandro (30) e Débora (27). O simpático titular da empresa The Horses, localizada entre os municípios de Sorocaba e Alumínio, no interior de São Paulo, falou com exclusividade à nossa reportagem sobre a importância do cavalo na aproximação familiar, apontou os objetivos futuros de sua criação e, aproveitando o desfecho das Eleições Presidenciais da ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), comentou um pouco sobre política. Leia: Longe da vida rural, empenhado em outras atividades. Como o senhor iniciou a criação de cavalos? Há vinte anos, eu e meu querido amigo José Ribeiro de Souza constituímos a The Horses, na época localizada em sua propriedade rural, na cidade paulista de Quadra. Foram cinco anos na sociedade até que o Zé decidiu abdicar da atividade em prol de uma rotina mais tranquila, já que os cavalos exigem atenção e tempo. Assim, mudamos a localização da The Horses para a divisa entre os municípios de Sorocaba e Alumínio, onde estamos até hoje. Por qual motivo o senhor quis começar a investir no novo empreendimento? Percebi que sentia alívio e bem-estar quando estava perto dos cavalos. Só tive dimensão da importância deles quando entrei definitivamente na criação. Antes, a diversão da família era passar os finais de semana em Peruíbe, no litoral Sul de São Paulo. Na época, inclusive, a Sandra chegou a comentar que não deixaria de lado os banhos de mar por causa dos cavalos. Hoje o discurso dela é totalmente contrário. “ Nas viagens para os Estados Unidos, deixamos a Disney para trás e demos preferência às visitas aos ranchos do Texas e de Oklahoma. Para mim, o cavalo é sinônimo de união familiar 18 Fotos Beto Negrão E qual é o discurso dela atualmente? A chegada da The Horses em minha família foi um divisor de águas. A Sandra acompanha diariamente as atividades da empresa. Ela costuma passar às terças-feiras por lá, supervisionando tudo pessoalmente. Já os meus filhos aguardam ansiosos os finais de semana para que possamos pegar a estrada e rumarmos para o nosso canto favorito, a The Horses. Isso é algo interessante, pois no mundo do cavalo muitas esposas não acompanham os maridos. Como o senhor conseguiu mudar a ideia de “fim de semana ideal” em Dona Sandra? Na verdade, não fui eu quem conseguiu fazer isto. Quem conseguiu foi o cavalo. Ela percebeu o benefício de viver próximo a um animal imponente e com boa índole. Preciso comentar sobre a segurança que tive ao apresentar meus filhos a este universo, um ambiente familiar, saudável, bom para a educação dos meninos. cação da equipe para que o animal acostume com os novos exercícios e com o tipo de treinamento. No caso da Holland, por exemplo, demoramos meses e meses até ela se tornar uma Campeã. Mas confesso que valeu a pena esperar cada segundo deste minucioso trabalho. O animal de linhagem de Corrida, que será destinado às provas de velocidade, precisa ter boa índole. Se forem ensinados desde novinhos e se tiverem preparação adequada, o sucesso acontece naturalmente. “ Eles eram crianças quando o senhor constituiu a The Horses. E eu não sabia como seria a aceitação deles, mas tomei a melhor escolha para preparar meus filhos para o mundo. O Leandro era uma criança hiperativa e desastrada, estava em fase de crescimento e começou a organizar festinhas no colégio. Quando começamos a fazer da The Horses nosso segundo lar, ele tomou gosto e virou competidor, treinando as mais variadas modalidades, assim como a Débora. Ambos aprenderam inglês lendo revistas norte-americanas do segmento. E foi através da atividade com o cavalo que o Leandro melhorou a coordenação motora, passando, inclusive, a se apresentar em público com desenvoltura. Mesmo na adolescência, fase complexa entre pais e filhos, eles continuaram a competir? Sim. Costumo dizer que não tive em casa os famosos “aborrescentes”, pois meus filhos preferiam viajar em companhia dos pais para cuidar dos cavalos ao invés de irem para as baladas. Nas viagens para os Estados Unidos, deixamos a Disney para trás e demos preferência às visitas aos ranchos do Texas e de Oklahoma. Para mim, o cavalo é sinônimo de união familiar. Conte sobre seus primeiros passos como criador. Era um novo mundo para mim, mas fui destrinchando através de estudo e observação. Iniciamos a The Horses com a tropa formada por animais Appaloosa, raça que eu considero uma das mais belas, com exemplares bonitos e funcionais, como, por exemplo, o alazão nevado Arapongas Top Flash (Top Vantage x Frollicking Miss), que mora em meu coração. Há dez anos trabalho apenas com o Quarto de Milha. Qual o motivo desta mudança? A raça Quarto de Milha é mais evoluída em genética. Existe um desenvolvimento contínuo na busca por li- Como a maioria escolheu o Paulo Farha, valorizo e respeito tal decisão. A democracia é fundamental na sociedade. A nova Diretoria terá condições de criar projetos inovadores, focando na melhora do Quarto de Milha ” nhagens específicas, seja para Rédeas, Apartação, Corrida ou Tambor. O cavalo Quarto de Milha tem padrão racial, estrutura física proeminente, aprumos corretos, vitalidade, habilidade e grande patrimônio genético. Percebi que as provas de velocidade, como Três Tambores e Seis Balizas, possuem animais com boa índole e isso me encanta. Foi nesta época que apostei em cavalos de Corrida para tais modalidades, porém a ideia foi rejeitada por muitos profissionais que hoje, por acaso, adotaram tal cruzamento. Cite um exemplo de êxito que o senhor teve em insistir em tal pensamento? Comprei a Holland Shake EM (Holland Ease x Streakin By EM) quando ela tinha apenas três anos de idade. Ela teve bom desempenho nas corridas, sendo AAA-94. Como falado anteriormente, eu passei a apostar em animais velocistas para o Tambor. E a Holland externa tudo isto. Ela foi domada e começou a competir. Em pouco tempo, tornou-se uma das melhores éguas da história do esporte no País. E não é difícil preparar um animal que correu no Jockey Club para as provas de Tambor? Sim. É um trabalho lento, que exige paciência e dedi- Apresente-nos o plantel atual da The Horses? Destaco dois garanhões: Only Dancer VM (Signed To Fly x For Tears Only), AAAT-100, e Signed Bugs Fly (Signed To Fly x Master Bugs Cutie), AAAT-109. Juntos, eles totalizam 09 vitórias no Jockey Club de Sorocaba. Bons nas canchas, melhores na reprodução. Os filhos deles certamente serão vencedores nas pistas de Tambor. Já em relação às nossas matrizes, optamos por selecionar éguas com alta qualidade genética, uma vez que tal característica será determinante na produção de bons potros. Focamos em fêmeas de linhagem de Corrida, como a Holland Shake EM, a Cardinale Dash BR (Holland Ease x Streakin By EM), a Breathless BR (Blazen Bryan x Streakin By EM) e a Tulip Lights (Holland Ease x Heavenly Smash. Temos ainda algumas matrizes de linhagem de Trabalho, sendo a maioria absoluta oriunda da tradicional King Ranch. Por qual motivo focar nesta produção específica? São dois motivos principais: as reprodutoras de Corrida transmitem velocidade, agilidade e prontidão aos produtos, características fundamentais num mercado tão competitivo como as provas de Tambor e Baliza de hoje em dia. Já as éguas King Ranch transferem aos filhos invejável porte físico, aptidão para o trabalho, rusticidade e inteligência. São excelentes matrizes para o cruzamento com garanhões de Corrida, visando animais velozes, resistentes e habilidosos. Dentre elas, destaco Go Flight KRB (Failas Ambasador x Flicka SKR), Sugar Flight KRB (Go Sugar KRB x Go Flight KRB) e Graça Zorrero KRB (El Zorrero x Oculta SKR). No final de outubro, o candidato da oposição, Paulo Farha, conquistou a vitória nas Eleições Presidenciais da ABQM. Qual a sua opinião sobre esta nova fase da associação? Sou um criador de Quarto de Milha e preciso observar esta mudança focando no benefício para o meu trabalho no universo equestre. A entidade está num ótimo período para receber uma nova gestão, que deverá exercer um bom trabalho. Isto porque, a Diretoria anterior fez o seu papel, tendo na figura do amigo Ovídio Vieira Ferreira a marca das boas iniciativas. Como a maioria escolheu o Paulo, valorizo e respeito tal decisão. A democracia é fundamental na sociedade. A nova Diretoria terá condições de criar projetos inovadores, focando na melhora da raça. Isso é o que importa. 19 22 23 E VE N TO S 1ª Etapa do VI Campeonato Nova Temporada de provas da NBHA Brazil/APTB é inaugurada, com competição de alto nível técnico, reunindo os melhores cavaleiros do País O Os principais conjuntos do Brasil nas modalidades hípicas Três Tambores e Seis Balizas tiveram quatro meses de descanso entre uma Temporada e outra da NBHA Brazil/APTB. O VI Campeonato começou no primeiro final de semana de setembro, no Haras Raphaela, em Porto Feliz, cidade do interior de São Paulo. “Foi uma prova bem sucedida, que reuniu mais uma vez os melhores competidores do País”, disse Marcelo Delchiaro, presidente da entidade. A competição somou cerca de 600 inscrições, sem contabilizar as passadas do Tira-teima. “A agenda de eventos do segundo semestre está bem apertada, por isso não tivemos maior número de inscritos. Os organizadores dos principais Torneios têm que se reunir para repensar o Calendário 2010”, ressaltou o organizador. No final da tarde de sexta-feira, dia 04, houve a prova de Três Tambores, categoria Jack Pot. Trata-se de uma avaliação do animal em pista, assim, não há premiação, já que é apenas um test drive para “ajeitar” o cavalo para as disputas reais. A novidade do VI Campeonato para essa classe foi a introdução do estilo norteamericano, adesão feita pela NBHA Brazil/ APTB após observar a boa aceitação dos competidores à ideia lançada em prova da I Copa Amigos do Tambor, evento projetado pelos titulares 24 da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes e do CT Ronildo Morais. “Valer-se de inovações inteligentes de colegas que atuam no meio só traz benefícios ao esporte como um todo”, observou Delchiaro. “É unindo as boas ações que evoluímos”. Crianças em primeiro lugar Para aproveitar todos os momentos do sábado de Outono, a NBHA Brazil/APTB iniciou as provas de Três Tambores às 08 horas, em ponto. Como criança costuma pular cedo da cama, a primeira categoria foi a Kids. Os pequenos de 04 a 08 anos de idade deram show e, logo pela manhã, acordaram a torcida. Ben Cyrulin e Mid Max 2R (Midas Plaudit Sab x Miss Tala Sis 5 MP) cruzaram a linha de chegada em 19s467, vencendo o 1D. O 2D ficou no chamado “vácuo”. E a vitória do 3D foi de Marcela Fortunato, que fez 22s389 com o alazão Shady Hobby Leo (Hobby Top Cody x ST Fifth Blue). Recinto cheio, público animado. Foi neste ambiente que se iniciou a disputadíssima categoria Aberta. Inspirado, o treinador Marcos Monzinho concluiu a passada com o potente alazão Victory Fly VM (Apollo VM X Signed To Liberty) em 17s134, ficando em 1º lugar no 1D. “Entrei compenetrado, pronto pra vencer”, disse o cavaleiro. Logo depois da passada, o treinador voltou a sentir uma antiga lesão na virilha, o que o impossibilitou de tocar seus outros animais. Assim, ele confiou sua tropa ao colega Cláudio Granja, que fez bonito com Home Run Seven (A Streak Of Cash x Carazinho In Concert), marcando 17s840 e conquistando o 1º lugar do 2D. Para finalizar a Aberta, o carioca Victor Amaury, montando El Bueno (sem registro), venceu o 3D com 18s850. A simpática competidora Gabriela Liuti Silva marcou 17s745 com o alazão Malindi da Kirongozi (Effort’s Flash KRB x Erótica RAJ), faturando a 1ª colocação da Júnior 1D, superando 35 concorrentes. Fazendo dobradinha, a amazona Louise Escomparim Rugolo foi a Campeã do 2D com o baio Lord Dun It (Oklahoma Dun It x Dara), 18s493, e também 2ª colocada da mesma divisão com Kit Doc G (Dançarino Doc G x Carinhosa Blackout G), 18s547. Concluindo seu desempenho em 19s683, o com- Fotos Beto Negrão petidor Rogério Lúcio Francisco Filho venceu o 3D com Eternal Ligtner Doc (Shady Doc x Rialex Thay’s 71). Com essa marca, ele deixou o irmão, Matheus Ricardo Francisco, em 1º lugar no 4D. Matheuzinho, que por causa da idade subiu de categoria, fez 22s442 com Fidalgo Boy ZA (Heappy Boy HS x Lara 2A), alegrando a turma do Haras KRM, de Botucatu/SP. Veio a categoria Jovem. E novamente entrou em cena a meiga Caroline Escomparim Rugolo. Com o inseparável companheiro, o garanhão da raça Appaloosa, Cutter Exocet Lee (Exocet Nez Perce x Miss Gay Cutter GG), ela faturou o 1º lugar do 1D. “É importante vencer num Campeonato como o da NBHA Brazil/APTB. É o sonho de todos os grandes competidores”, disse a garota. Parece que a moçada quer ficar registrada na história. A amazona Luiza Cesca Piva não ficou satisfeita em ser Campeã do 2D com o alazão Hickory Leo GR (Beaver San Badger x Docs Hickory Shell), 18s413. Querendo mais, ela faturou o 2º lugar da mesma divisão, agora com Landy Ferrari (Callme Ferrari HP x Panalandya da GR), 18s508. Ana Paula Monteiro marcou 19s662 com o castanho Trouble Pocodo EM (Pocodo Andy x Julia’s Cody FF), conquistando o topo do 3D. “Estava num dia de muita inspiração”, revelou Valdir Figueiredo ao comentar sobre suas conquistas na 1ª Etapa do VI Campeonato. A lista de vitórias foi extensa. Comecemos pela categoria Amador, na qual Valdir ficou em 1º lugar no 1D com Dama Bar Jay (San Gold Bar’s x Wanta Zorra RTJ), 17s601, e em 2º com Geraldos Bee Dee (Mr. Jay Bee Dee x Geraldos Louer), 17s875. A amazona Santa Salles e o castanho Just Objetivo G (Objetivo SKR x Miss Parker San) conseguiram a vitória no 2D, marcando 18s323. Pelo 3D, o sempre animado Áureo Antonio Fiorita atingiu 19s337 com Jokasta Pivot VLO (Máster Pivot x Super Golden Sound), levando o prêmio de 1º lugar. Valdir Figueiredo não teve mais vitórias? Sim. A tal inspiração seguiu forte na classe Sênior, quando ele adentrou em pista com a alazã Espenda Doc G (Doc Fast x Miss Peppy Freckles), vencendo com 18s070. Ele também se sagrou Vice-campeão com Dama Bar Jay, chegando bem próximo do primeiro tempo, 18s091. “Foi um dia especial. Deu tudo certo para mim e para os meus cavalos”, resumiu o sorridente cavaleiro. O sempre solícito André Morganti mostrou que está em constante evolução. Com o baio Jay Bee Solano (Spirit Of Doc Gamay x Librevile Kirongozi), ele marcou 19s136, assegurando a 1ª colocação do 2D da Sênior. E o “papa-prêmios” Wanderlei Justino novamente venceu com o craque Xeque Par VP (Extra Solano KRB x Like Par VP), ganhando o 3D com o tempo de 19s784. Em excelente fase, a jovem Bruna Tedesco Cortelini arrancou aplausos da torcida com sua impecável apresentação com Fishers Down Dash (Fishers Dash x I Feel Lucky Tonight), fazendo 17s420, marca que lhe conferiu o primeiro posto da Feminina 1D. “É só felicidade. Vencer qualquer Etapa do Campeonato da NBHA Brazil/APTB é atingir um sonho como competidora, significa superar meus próprios limites”, disse Bruninha, com o habitual sorriso no rosto. O conjunto Santa Salles e Just Objetivo G 25 reinou de novo na 1ª colocação do 2D, marcando 18s187. Na sequência, Maria Cecília Gomes de Oliveira fechou a categoria com o Appaloosa, Easy Bonanza Lee (Pac-Man-Bonanza x Miss Marileine CRC), conquistando a vitória no 3D, 19s343. O sábado terminou com a realização do Tira-teima de Três Tambores. Até o V Campeonato, os participantes disputavam uma moto zero quilômetro em cada divisão, mas a NBHA Brazil/ APTB remodelou as regras e o formato de disputa, oferecendo o prêmio em dinheiro no valor de R$ 4 mil para cada D. Reginaldo Cafalloni da Rosa Filho venceu o 3D. O competente cavaleiro montou a égua Okie Jay Bee (Three Bee x Oldoak Doc 2F), marcando o tempo de 19s109. No 2D, a vitória foi de Cláudio Granja com a alazã Vivid Apollo (Apollo VM x Vivid Sounds), 18s125. E na primeiríssima posição do 1D, Hernani Azevedo Silva Neto arrasou com o castanho Hollands Best (Holland Ease x A Merri Melody), registrando 17s403. Potro do Futuro de Tambor Mais uma novidade do VI Campeonato da NBHA Brazil/APTB, a categoria Potro do Futuro foi criada para atender a crescente demanda por espaço exclusivo à estreia de jovens animais em pista. A competição reuniu no Haras Raphaela produtos das gerações 2005 e 2006. O cavaleiro Cláudio Muniz Pereira conquistou o 1D com a alazã tostada GF Lady Sugarman (Genuine Sugarman x ST Milk Shady) ao fazer 17s811. No 2D, quem mandou bem foi Márcio Souza. Ele conduziu com competência o alazão Major Failas Leo (Sucesso SKR x Hebe Rebel), marcando 18s578. “Muitos competidores nos procuraram para que abríssemos a categoria Potro do Futuro e assim o fizemos. Esta é a postura da Diretoria da NBHA Brazil/APTB: oferecer aquilo que o associado almeja”, disse Marcelo Delchiaro. Seis Balizas Realizada no domingo, a modalidade Seis Balizas começou às 08 horas, seguindo o novo cronograma da entidade. Elogios ao trabalho eficiente da equipe de prova, desde as secretárias, Samara Bedendo e Karla Nóbrega; passando pelo responsável pela montagem da pista, Domingos Napolitano; o competente juiz, Jean Clanei Guimarães; os mesários, Paulo Bincelli e Janete Souza Rocha, e o locutor, Diogo Calazans, que fez um bom serviço ao substituir o narrador oficial, Édson Antonio. Os atletas puderam competir pelo Jack Pot e em seguida curtiram a apresentação da criançada pela categoria Kids. A pequenina Marcela Fortunato ficou em 1º lugar no 1D com Shady Hobby Leo, 23s673. O cavaleirinho Ben Cyrulin venceu o 2D com Mid Max 2R, 25s995. 26 Entre os profissionais, pela categoria Aberta, Sidney Pereira da Silva Júnior faturou a 1ª colocação do 1D com Clinton Jay ADW (Doc Jay Bar’s x Polca SKR), 20s296. Revelação do esporte em 2009, o rapaz afirmou estar satisfeito com a boa fase. “Vencer é bom. Ganhar provas da NBHA Brazil/APTB, aqui no Haras Raphaela, é melhor ainda”. Pelo 2D, o vencedor foi Izaías Ferreira, que montou Shady Hayward FF (Shady Leo x Miss Hayward), fazendo 21s041. Os competidores da categoria Júnior mostraram bom desempenho. Vitória Cardoso ficou em 1º lugar do 1D com Estrela (sem registro), fazendo o percurso em 22s019. O conjunto Jorge Niyama e Smoking Vit (sem registro) marcou 22s980 e ganhou o 2D. A moçada de 14 a 18 anos entrou em pista para disputar a categoria Jovem. Novamente o cavaleiro Sidney Pereira da Silva Júnior brilhou com Clinton Jay ADW, finalizando a passada em 20s500, assegurando a vitória no 1D. A Campeã do 2D foi Brenda Niyama. Ela montou Cadd To Keys TMR (Keys To The Moon x Caddari), 22s073. Com mérito, ela também ficou em 2º lugar em tal divisão com o tordilho Winner Bruby (Brubaker FF x Fancy Guanaz SA), 26s452. Para concluir a prova de Seis Balizas aconteceu a classe Amador Sênior, que teve como vitorioso o cavaleiro Vamílson José Costa. Ele montou o cavalo Shady Hayward FF, faturando o 1D com 21s306. A amazona Maria Dirce Gomes de Oliveira foi a 1ª colocada do 2D, marcando 22s200 com o castanho Smart Litle Boy (Dancer Mae x Case Boy ATS). Para a próxima... Na 1ª Etapa do VI Campeonato da NBHA Brazil/APTB a questão mais comentada pelo público presente ao evento foi a ausência da tradicional transmissão da prova pela internet. A comissão organizadora, no entanto, promete voltar o uso de tal ferramenta de divulgação já para a 2ª Etapa. “Sabemos da importância da transmissão. Nunca a descartamos. Mas como conseguimos pouco patrocínio, tivemos que cancelar. Estamos revendo nossas ações de Marketing, procurando profissionalizá-las. Agora, o associado pode se tranquilizar, pois as passadas e as entrevistas do nosso próximo evento já poderão ser vistas, pois estamos em fase de fechamento de contrato com o pessoal da Lab3 TV, nossos parceiros nos negócios relacionados à web”, assegurou Marcelo Delchiaro. Os resultados completos da 1ª Etapa do VI Campeonato da NBHA Brazil/APTB estão no website www.nbhabrazil.com.br. Confira os Campeões da 1ª Etapa: Três Tambores - Aberta 1D Marcos Monzinho Victory Fly VM 2D Cláudio Granja Home Run Seven 3D Victor Amaury El Bueno Três Tambores - Amador 1D Valdir Figueiredo Dama Bar Jay 2D Santa Salles Just Objetivo G 3D Áureo Antonio Fiorita Jokasta Pivot VLO Três Tambores - Sênior 1D Valdir Figueiredo Espenda Doc G 2D André Morganti Jay Bee Solano 3D Wanderlei J. de Araújo Xeque Par VP Três Tambores - Feminino 1D Bruna Tedesco Cortelini Fishers Down Dash 2D Santa Salles Just Objetivo G 3D Maria Cecília G. Oliveira Easy Bonanza Lee Três Tambores - Jovem 1D Caroline E. Rugolo Cutter Exocett Lee 2D Luiza Cesca Piva Hickory Lee GR 3D Ana Paula Monteiro Trouble Pocodo EM Três Tambores - Júnior 1D Gabriella Liuti Silva Malindi da Kirongozi 2D Louise E. Rugolo Lord Dun It 3D Rogério Lúcio F. Filho Eternal Ligtner Doc 4D Matheus R. Francisco Fidalgo Boy ZA Três Tambores - Kids 1D Ben Cyrulin Mid Max 2R 3D Marcela Fortunato Shady Hobby Leo Três Tambores - Tira-teima 1D Hernani A. Silva Neto Hollands Best 2D Cláudio Granja Vivid Apollo 3D Reginaldo C. Filho Okie Jay Bee Três Tambores - Potro do Futuro 1D Cláudio Muniz Pereira GF Lady Sugarman 2D Márcio de Souza Major Failas Leo Seis Balizas - Aberta 1D Sidney Pereira S. Júnior 2D Izaías Ferreira Seis Balizas - Amador Sênior 1D Vamílson José Costa 2D Maria Dirce G. Oliveira Seis Balizas - Jovem 1D Sidney Pereira S. Júnior 2D Brenda Niyama Seis Balizas - Júnior 1D Vitória Cardoso 2D Jorge Niyama Seis Balizas - Kids 1D Marcela Fortunato 2D Ben Cyrulin 17s134 17s840 18s850 17s601 18s323 19s337 18s070 19s136 19s784 17s420 18s187 19s343 17s699 18s413 19s662 17s745 18s493 19s683 22s442 19s467 22s389 17s403 18s125 19s109 17s811 18s578 Clinton Jay ADW Shady Hayward FF 20s296 21s041 Shady Hayward FF Smart Little Boy 21s306 22s200 Clinton Jay ADW Cadd To Keys TMR 20s500 22s073 Estrela Smoking Vit 22s019 22s980 Shady Hobby Leo Mid Max 2R 23s673 25s995 27 HISTÓRIA Fotos cedidas Rezas & Venda O treinador João Fernandes conta seus causos vividos no mundo do cavalo. Para ele, rir das próprias desgraças e fazer bons amigos é o melhor remédio S São muitas as histórias que vivi no mundo do cavalo. Gostaria de dividir algumas delas com você, leitor da revista Tambor & Baliza. Desde já, agradeço a repórter Malu Guimarães por me auxiliar nesta missão. Vamos em frente: Peregrinação a cavalo Em abril de 1987 fui convidado pelo amigo João Gonzalez para participar da primeira Romaria de São Roque, no interior paulista, com destino à cidade de Pirapora do Bom Jesus, também próxima à capital. Aceitei o convite e lá fui eu com o meu companheiro da época, o Jasão SAB (Acknowledged x Fanny Quest SAB), animal da raça Appaloosa. Eu nunca havia participado de uma peregrinação reli- 28 Por João Fernandes* giosa, portanto, não sabia o que me esperava. Quando nos reunimos, tive uma grata surpresa: eram cavalos e charretes que não acabavam mais. Acredito que tinham uns mil animais e quinhentas charretinhas preparadas para a viagem. Fiquei admirado com o tamanho da Romaria! E olha como é o tempo... Nesta época, os cavalos mais usados eram os da raça Mangalarga. A maioria dos cavaleiros achava engraçado quem participasse de Romaria montado em cavalos Quarto de Milha ou Appaloosa, que hoje são os mais populares. Este tempo me traz boas recordações. Em minha primeira participação, fiz amigos e guardo no coração e em fotos este momento de alegria. Apartando os briguentos Gostei da andança de São Roque até Pirapora, então, quis participar novamente em 1988. Preparei meu cavalo de Apartação, desta vez da raça Quarto de Milha, e lá fomos nós acompanhados de uma turma animada e religiosa. Depois de rezas e agradecimentos, retornamos a São Roque com paz no coração. Só não sabia que nem todos estavam neste clima. Em determinado momento, na estrada, começou uma discussão entre dois cavaleiros “cabeçudos”. A conversa nada amigável parecia não ter fim até que eles decidiram pular do lombo dos cavalos para resolverem a rixa em terra firme. A turma do “deixa disso” entrou em ação e lá estava eu, no meio da confusão. Não precisei nem descer do meu cavalo para apartar a briga, porque ele fez o serviço sozinho. Foi muito engraçado. Parecia que ele estava numa prova de Apartação. Foi afastando os briguentos com a cabeça até perceber que o clima tenso havia chegado ao fim. Agora se eu disser que não me recordo do nome deste herói equestre... Só não vale dizer que é por causa da minha idade (risos). Travessuras douradas Antigamente, nós usávamos os cavalos de campo para participar de provas. Não existia esta distinção entre animal de competição e de lida. Em 1980, eu morava na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul, e era costume local reunirmos os peões das fazendas próximas para participar de pequenas competições, só de farra mesmo. Lembro-me das risadas que dava com os companheiros João Damacena (i.m.), João Pires, Beto Bobeda e Lucinei Nunes “Tes- ta” (i.m.). O que tínhamos de vontade, não tínhamos de técnica. Mas era muito gostoso participar destas provinhas. Negócio durante o churrasco “Ela é muito brava. Só serve para pular em rodeios”. Foi com esses adjetivos que fui apresentado à égua Princesa JE, da raça Appaloosa. Contrariando a todos, eu me apaixonei por ela e decidi comprá-la. Isso foi em 1992. Treinei-a com muito carinho e entusiasmo, direcionando-a para as provas de Laço de Bezerro, Três Tambores e Seis Balizas. Logo ela se tornou um animal top e, assim, chamou a atenção de importantes criadores, principalmente de João César de Lucca, de Porto Feliz/SP, que colocou na cabeça que tinha que comprá-la de mim, mesmo eu afirmando que não queria vendê-la. Continuamos vencendo várias provas. Lembro-me da minha última conquista com ela, no Campeonato Nacional da ABCCAppaloosa, em 1993, em Ribeirão Preto/SP, quando vencemos em Laço e na Baliza. A comemoração começou à tarde, com o tradicional churrasco na beira do caminhão. A alegria rolava solta. E o João César de Lucca insistia em “tomar” a Princesa de mim. Eu estava começando a vida como treinador e ter uma égua como ela era sinônimo de segurança profissional. Mesmo levando a vida vendendo animais, eu tinha me apegado a ela. Bem, a prosa com o “de Lucca” seguiu churrasco adentro. E perto das duas horas da manhã, ele me fez uma proposta irrecusável. Vendi a minha Princesa. Quando fui entregá-la, tinha juntado um grupo de umas 20 pessoas para ver a nossa despedida. Ninguém acreditou quando eu abri a boca dela e lasquei um belo beijo. Despedi-me dela, de maneira acalorada, e em seguida vieram as lágrimas... 29 Casa itinerante Na viagem para uma grande prova em Maringá, em 1993, eu e a minha esposa, Eliana Regina Luis, queríamos conforto, então, colocamos atrás do caminhão colchões e um pequeno fogão para prepararmos uma comidinha caseira na estrada e tirarmos uma sesta. O pessoal achou a ideia o máximo e tivemos muitos “hóspedes” que curtiram a nossa mordomia naquela temporada. Fizemos um ótimo grupo, formado desde tratadores até treinadores, como Pedro Torres, Vanderlei Tersoni, Chicão “Trinta Conto”, Edgar Pires, “Dadinho”, Edvan Móia. E nesta mesma ocasião aconteceu um fato engraçado. A Prefeitura da cidade estava asfaltando algumas ruas próximas ao recinto, então, eu, o Tersoni, o “Dadinho”, o “Kintanilha”, o “Bodão” (i.m.) e o Chicão tivemos a ideia de subir na máquina de asfaltar para registrar em fotos este nosso momento urbano. Mas o chefe dos maquinistas chegou e ficou bravo com a algazarra que estávamos fazendo. No final das contas, nós “ajeitamos” o moço e seus funcionários convidando-os para irem participar de um churrasco conosco. Ficamos tão amigos, que eles saíram de perto do caminhão só tarde da noite e disseram que se no outro dia a gente quisesse tirar mais retratos, que as máquinas estavam à nossa inteira disposição (risos). Laço traiçoeiro Era uma competição de Laço de Bezerro de mais uma Etapa do Campeonato do extinto NUPA (Núcleo Paulista dos Criadores e Proprietários de Cavalos Appaloosa). Isso por volta de 1995, em Avaré, também no interior de São Paulo. Eu entrei confiante em pista. Ajeitei meu cavalo no brete e mandei soltar. Uma, duas, três boleadas na corda e mandei ver. Lacei o bezerro. Mas quando fui cerrar, a corda passou por entre as patas dele e acabou vindo parar no meu pé. Foi tudo muito rápido. Quando me dei conta, o cavalo estava recuando, fazendo muito bem o que havíamos treinado em casa. Fui arrastado por vários metros e ainda recebendo cabeçadas do bezerro. Isso mesmo! Para não ficar tão chato (como se fosse possível), eu peguei o bixo à unha e não queria soltá-lo. Imagine a cena? Tudo isso com a “peãozada” gritando e fazendo graça no fundo da querência! 30 Quem avisa amigo é Há uns quatro anos, eu estava disputando uma Etapa do Campeonato do Regional Oeste, no Rancho do Tropeiro, na cidade paulista de Juquitiba. Sonha um dia que choveu? Parecia uma cachoeira vinda do céu! A pista “afofou”, era aquele lamaçal. Depois das passadas da modalidade Seis Balizas ficou um desnível no solo, que precisava ser desviado pelos competidores de Três Tambores. Com receio de que alguém se machucasse, eu alertei a todos os participantes. Pois bem. Adivinhe quem foi o único que se esqueceu do “mardito” buraco? Eu estava montando o Napolitano Proud JBF (Proud Impressive x Baby Cowboy JBF) e rodopiei com ele no buraco umas três vezes antes de chegar ao chão. Foi feio mesmo! Daí, eu me levantei como se nada tivesse acontecido. Mas sentindo dores pelo corpo todo, logo caí novamente. Resultado: o Napolitano nada sofreu, mas eu fiquei com a cara deformada. Meus olhos incharam, porque eu tinha batido a cabeça no chão. Fiquei estendido na pista aguardando o socorro. Depois dos primeiros cuidados médicos, eu ia embora com a ambulância. Mas a mesma atolou ao sair da pista. Precisou um bando de marmanjo para empurrá-la. Acho que a bruxa estava solta aquele dia. Eu estava no hospital, já devidamente atendido, e em menos de uma hora chegou outro competidor, o Daniel Nogueira, que tinha machucado o pé... Olha, é rir pra não chorar! Mas estas e muitas outras histórias fazem parte da minha vida e, agora, da vida daqueles que gostam do universo equestre. Um grande abraço! *João Fernandes treina cavalos há 20 anos Contatos: (11) 9620-0108 / 9934-8101 31 CÂNTER passos para a velocidade Fotos Eduardo Custódio Fechamento de 2009 Em 2009, o mercado do cavalo Quarto de Milha de Corrida teve Joquinha Calfat e Caio Aidar acompanham as obras do tattersal Novo tattersal crescimento recorde e os leilões realizados no Jockey Club de Sorocaba puderam registrar tal evolução, com pregões arrecadando milhões de reais nas vendas de alta genética animal, uma O Projeto Tattersal teve início em janeiro de 2008, com a ter- vez que o plantel nacional já é um dos melhores do mundo. raplanagem e o escoamento de água do platô de 11.000 m², Importante destacar também o considerável crescimento das base para a construção da área coberta de 3.300 m². O empre- inscrições para os GP’s e para o Grand Prix 2010, consolidando endimento contará com telhado termo-acústico, 70 baias de definitivamente o setor. Hoje, a atividade não é vista no Brasil alvenaria, alojamento para tratadores, estacionamento para somente como hobby, mas como investimento seguro que, carros e caminhões, escritórios, sala reservada à imprensa, sala além do retorno financeiro, proporciona ao investidor emoções de descanso, cozinha, bar, banheiros etc. Orçado em aproxi- ímpares, que só quem suspira velocidade pode sentir. madamente R$ 1 milhão, trata-se de um dos maiores investi- O Jockey Club de Sorocaba, classificado pelo MAPA (Ministério mentos do Jockey Club de Sorocaba. da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) como hipódromo Será um recinto reservado a eventos e que trará receitas extras Classe A, obedece a regras e especificações oficiais para as cor- para o Jockey, além de trazer grande visibilidade perante a so- ridas do Quarto de Milha no Brasil, servindo de parâmetro para ciedade. O Tattersal simboliza mais um passo importante na outros recintos que se dedicam ao segmento. profissionalização de eventos na região de Sorocaba, cidade No mês de março de 2010 terá início a nova Temporada. A agen- privilegiadamente localizada à uma hora de São Paulo. da seguirá até novembro com grandes eventos do agronegócio O lançamento da pedra fundamental foi no dia 21 de novem- e as maiores premiações do Turfe na América Latina. bro e logo no início de 2010 o Tattersal começa efetivamente as atividades Para mais informações: (15) 3293-1177 ou [email protected]. 32 Encerramento da Temporada 2009 No dia 21 de novembro, o Jockey Club de Sorocaba encerrou com grandes comemorações a Temporada de corridas. No mesmo dia aconteceu a premiação dos Melhores da Estatística 2009. No GP Campeão dos Campeões, com bolsa de R$ 25 mil, a égua Fanfarra For Me (Corona For Me x Atacama Bryan SA), de propriedade do Stud DNA Racing e criação de Gianni Franco Samaja, fez o tempo de 19s22 e venceu a prova dos 365 metros. No GP Profissionais do Turfe, também com dotação de R$ 25 mil, mais uma égua impressionou. Dawnny Henryetta (Holland Ease x Dawny Ryon), criação do Haras Fazenda Bela e propriedade do Stud DNA Racing, do investidor Marcos Cesnik de Souza, venceu a prova dos 301 metros com o tempo de 16s52. Para finalizar, no Páreo Especial GPACI (Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil), realizado em homenagem à instituição homônima, o melhor tempo foi de Fiancee For Me (Corona For Me x Vitesse Bryan SA), fêmea de propriedade da Agropecuária Starland e criação de Gianni Franco Samaja, 16s58. E por mais um ano foi realizada a feijoada beneficente em prol do GPACI, cuja arrecadação com a venda dos convites, bem como com o leilão das obras do projeto Pintura Solidária e das viagens oferecidas pela Nascimento Turismo, foi revertida à entidade. Repetindo o sucesso de 2008, o evento pode contribuir para as reformas de ampliação e compra de novos equipamentos para o centro. A tarde de festa contou com DJ, dupla sertaneja e apresentação da bateria da Gaviões da Fiel (incluindo a presença da Miss Fiel de São Paulo). Por fim, a Diretoria do Jockey Club de Sorocaba ainda realizou a premiação aos melhores do Turfe nacional nas categorias Geral e Estreantes. Foram premiados animais, proprietários, criadores, treinadores e jóqueis. A relação completa com os contemplados está disponível no website www.jockeyclubdesorocaba.com.br. 33 34 35 C O L U NA Os exames sanitários para as provas Médico veterinário, responsável pelos eventos da NBHA Brazil, lista os documentos necessários para a participação dos animais C Foto Beto Negrão Por Dr. Geraldo de Assis Fanti* Como responsável técnico em eventos, sempre sou questionado com relação aos documentos necessários para participar das provas e a importância dos mesmos. Assim, decidi elaborar uma breve lista com os exames sanitários obrigatórios para a liberação da entrada dos animais nas competições. Veja: 1. Exame de Anemia Infecciosa Equina (AIE): - com resultado negativo e dentro da validade até o último dia do evento; - o sangue do animal deve ser coletado por profissional capacitado para preencher a resenha gráfica e descritiva, onde deve conter no mínimo 70% das características do animal, e - a validade é de 60 dias, contando a partir da data de coleta. “ Muitas vezes, nós veterinários, somos taxados de chatos, pois quando recebemos os animais nos eventos procuramos ser corretos na conferência dos documentos 38 ” 2. Atestado de vacinação contra Influenza Equina (gripe): - nome do animal; - data da vacinação; - nome da vacina e do laboratório fabricante; - número da partida e a data de fabricação, e - carimbo e assinatura do médico veterinário. Observação: O atestado de vacinação para participação de eventos é Lei Federal. O ideal é o animal possuir carteira de vacinação, constando o histórico vacinal (primeira vacinação, reforço de 21 a 92 dias e demais vacinações semestrais ou anuais). Alguns locais permitem que os animais participem do evento com atestado de sanidade com, no máximo, 15 dias anteriores. Eu, particularmente, não acho correto, pois a maioria dos animais que participa das provas é vacinada regularmente. Daí a importância para a carteira de vacinação. 3. Guia de Transporte Animal (GTA): - documento Federal, em acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) para controle eficaz de doenças de importância epidemiológica, que são carreadas pelos animais, sendo algumas delas contagiosas para os seres humanos (zoonoses); - um primeiro esboço do referido documento foi Decreto Lei N° 24.548, de 03 de julho de 1934, assinado pelo então presidente da república, Getúlio Vargas. Daí pra frente, tivemos várias alterações; - não é um documento de posse, pois o mesmo não tem valor comercial ou tributário. Quando os animais vão para uma determinada prova e na GTA pede-se o nome do local e o CNPJ é tão somente para que o serviço de Defesa Sanitária possa rastrear os mesmos (ponto de origem, local da prova e o retorno); - na falta da GTA, os animais ficam impossibilitados de desembarcar no recinto. Caso o transporte for parado pelo serviço oficial, implica em multa para o condutor do veículo, pois o mesmo é o responsável pelos animais que transporta, e - pode-se emitir o boleto para pagar a GTA pela internet, acessando o website da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (www.cda.sp.gov.br). Feito isso. Deve-se levar o boleto quitado até o serviço oficial com os demais documentos para a emissão da GTA. Observação: Os três documentos descritos acima devem estar em posse do condutor do veículo de transporte no momento do embarque dos animais em sua origem. Em alguns eventos, dependendo da região, o escritório de Defesa Animal pode solicitar outros documentos ou vacinações. Informe-se antes de ir para as provas. no final de 2008. Desta maneira, os documentos exigidos são para a segurança sanitária dos animais e devem ser vistos com bons olhos. Falando em documentos obrigatórios, alguns esportes hípicos exigem a apresentação do passaporte do animal, principalmente em competições internacionais. Este é emitido pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) e constam as identificações gráficas e descritivas do animal. Atualmente, fala-se em “chipar” cavalos, tecnologia que certamente diminuirá o volume de papéis, mas que não reduzirá a responsabilidade de um controle de doenças eficaz. Enquanto tal prática não é sistematizada, temos que nos conformar com o padrão atual, sempre tentando fazer o melhor trabalho possível. Muitas vezes, nós veterinários, somos taxados de chatos, pois quando recebemos os animais nos eventos procuramos ser corretos na conferência dos documentos. Quando detectamos erros no preenchimento, orientamos para que o mesmo não venha a ocorrer novamente. Pois, acima de tudo, trabalhamos para o bem estar dos animais, que são os artistas principais das provas. Nos grandes eventos equestres, com alta concentração de animais, os cavalos estão expostos a algumas doenças, como Influenza Equina (gripe), Anemia Infecciosa Equina (AIE), Raiva - para regiões endêmicas, e Mormo - que nos causou tanta dor de cabeça *Dr. Geraldo de Assis Fanti, especializado em Odontologia Equina. É também responsável pelos eventos da NBHA Brazil. Contatos: (11) 9794-7514 / Nextel 55*11*55176 e [email protected]. 39 40 41 D I S T R I TO M I NAS GER AI S Pausa nos trabalhos A NBHA Brazil/Minas Gerais visa se reestruturar para iniciar nova fase, em 2010, contando com apoio de criadores e competidores mineiros A Aproveitando a proximidade do fim de ano, a Diretoria da NBHA Brazil/Minas Gerais decidiu paralisar as ações e colocar a casa em ordem. “Não realizamos nenhuma prova no segundo semestre. Acreditamos não estar recebendo o devido apoio por parte dos criadores e dos competidores mineiros. Nosso Estado é carente de boas competições de Tambor e Baliza, por isso, precisamos nos unir”, observou Marcio William Furtado, presidente do Distrito. O grande desafio da NBHA Brazil/Minas Gerais em 2010 será realizar provas adequadas aos competidores. “Em nossa região é difícil reunir tudo do bom e do melhor. Sofremos com a falta de patrocínio”. Apaixonado por cavalos e por competições, o presidente do Distrito mineiro promoveu provas oferecendo premiação do próprio bolso - “mas existe o momento em que é preciso optar por gastar dinheiro com um projeto público ou oferecer maior conforto à família”. Ele optou por dar mais atenção aos seus e deixou de lado a ânsia de promover o esporte hípico na região. “Lutar sozinho não é impossível, mas é difícil. Por isso, estou abrindo espaço para que novos interessados se associem a nós, visando valorizar os festivais equestres em nosso Estado”. O presidente da associação aguarda com ansiedade a chegada do novo ano, pois acredita que encontrará portas abertas para dar continuidade aos seus planos para o Tambor em Minas Gerais. “Iniciaremos um ciclo regado a boas ideias. Conquistamos a credibilidade de competidores que estavam afastados das provas. Isso nos motiva a continuar trabalhando. Neste sentido, o apoio da matriz (NBHA Brazil) é vital para que continuemos as nossas atividades”. Saiba mais em www.amtbmg.com.br. 42 43 D I S T R I TO R E G I O NAL SUL Três Tambores com qualidade Pistas concorridas, passadas empolgantes e agenda reformulada. Assim segue o projeto do Distrito da NBHA Brazil no Rio Grande do Sul A A dedicação de Clóvis Burtet para com o Distrito da NBHA Brazil no Rio Grande do Sul é tamanha, que ele continua trabalhando para conquistar a credibilidade dos competidores da região. “Com muita garra e esforço adquirimos a admiração dos cavaleiros que participam de nossos eventos”, diz o presidente da entidade. As provas do Distrito sulista são realizadas durante eventos que aglomeram grande público, disseminando o esporte para um maior número de pessoas. “Conseguimos emplacar o Tambor em exposições de renome”, fala Clóvis. O gaúcho, que preside a associação desde seu surgimento - em 2007, está animado com a visibilidade da NBHA Brazil/Regional Sul. “O povo daqui sempre teve ligação com o cavalo, principalmente o Crioulo. Agora, estamos fortalecendo o Tambor e as raças que mais se adaptam à modalidade, como Quarto de Milha, Paint Horse, Puro Sangue Árabe e Appaloosa”. Clóvis Burtet explica que mais importante do que mostrar ao público a diversão de se praticar os Três Tambores é fundamental oferecer provas com qualidade. “Organização e conforto são quesitos básicos para conquistarmos prestígio”. A agenda hípica da NBHA Brazil/Regional Sul deu uma pausa no segundo semestre de 2009, retomando as atividades no ano que vem. “Estamos fazendo uma reunião atrás da outra. Pareço empresário de multinacional”, brinca o presidente. “Em breve os nossos associados terão novidades”, garante. Para mais informações: www.nbha-rstb.com. 44 45 D I S T R I TO PA R ANÁ Mais duas boas provas do paranaense O III Campeonato da NBHA Brazil/Paraná começa com tempos baixos e mais o jantar de premiação para os vitoriosos de 2008/2009 N “Nada vale mais do que ver a felicidade nos olhos de cada competidor”. Assim Osmar Dias Faria, presidente da NBHA Brazil/Paraná, define o trabalho da Diretoria do Distrito que iniciou a terceira Temporada de eventos em 26 e 27 de setembro, no Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro, em Maringá. “Nossa associação conseguiu fortalecer as modalidades Tambor e Baliza na região Sul do País”. Não há dúvida de que a NBHA Brazil/Paraná conquistou credibilidade junto aos competidores paranaenses. A 1ª Etapa do III Campeonato somou mais de 400 inscrições, recebendo cerca de 120 animais em pista. “Cada evento da associação é uma alegria para a nossa equipe, que trabalha unida pelo objetivo de engrandecer o esporte”, disse Marli Aparecida Jacometto Faria, 1ª tesoureira da entidade. “Agradecemos o carinho dos cavaleiros de nosso Estado, bem como daqueles vindos de Santa Catarina, Mato Grosso e São Paulo, que sempre nos prestigiam”. O evento teve premiação garantida de R$ 30 mil, sendo marcado por disputas acirradas. O melhor tempo em Seis Balizas, 20s554, foi do cavaleiro Márcio Pereira com o alazão Mágico Top Failas G (Hobby Top Cody x Gleaming Faila KRB). E no Tambor, com 17s982, o cowboy Luiz Fernando Lima Nascimento e a égua Twisty Lena (Do Bar Lena x Girl Zero Effort) olharam os demais concorrentes pelo retrovisor. Na tarde de sábado aconteceu o Tira-teima, com 85 passadas. Fazendo 18s092, a amazona Evelyn Gabriele conquistou a 1ª colocação. Ela montou o alazão Paul Stars (San Francisco RC x Belle Three SL). A noite de 26 de setembro foi de confraternização. O jantar de encerramento do II Campeonato da NBHA Brazil/Paraná reuniu os Campeões em traje de gala. “Foi um evento alegre e descontraído, unindo os amigos do Tambor”, resumiu Marli. Os 130 convidados aproveitaram os sorteios de brindes e curtiram boa música sertaneja. Um mês depois, em 24 e 25 de outubro, estava agendada a 2ª Etapa do II Campeonato. A competição aconteceria durante a 32ª EFAPI (Exposição e Feira Agropecuária de Ponta Grossa). “Tinha tudo para ser um grande evento, mas a chuva atrapalhou nossos planos”, lamentou Osmar. As provas do sábado correram normalmente, tendo como melhor tempo, 20s782, do conjunto Alexandre Augusto Silvestre e Mister VJ CGL (Star Diver’s U Be Two FLF x Stately Treasure CGL), em Seis Balizas Aberta. “No domingo, decidimos adiar as provas de Três Tambores, pois a pista não dava condições para as passadas dos atletas”. A decisão foi tomada pela comissão organizadora em conjunto com os competidores. “A 2ª Etapa será finalizada simultaneamente com a execução da 3ª, na inauguração da arena do Rancho Faria, em Apucarana, entre os dias 13 e 14 de março de 2010”, confirmou Osmar. Para mais informações: www.nbha-pr.com.br. 46 47 D I S T R I TO M A R ANHÃO Apostas maranhenses As atividades da NBHA Brazil/Maranhão, iniciadas no 1º semestre, trazem novos rumos para os competidores do Estado nordestino O O Parque Independência, localizado em São Luís, capital maranhense, recebeu entre os dias 07 e 12 de setembro a Exposição Agropecuária do Estado do Maranhão (EXPOEMA). No evento aconteceu a última Etapa do I Campeonato da NBHA Brazil/Maranhão, com provas de Seis Balizas e Três Tambores. “O público lotou as arquibancadas, sempre incentivando os competidores”, disse Luis Almeida, presidente do Distrito. Com premiação garantida de R$ 40 mil, a prova reuniu os melhores cavalos e cavaleiros do Nordeste. “Existe uma visível evolução nas modalidades Tambor e Baliza aqui no Maranhão. A melhor maneira de fomentar o esporte é dar bons prêmios aos competidores e incentivar a entrada de novos participantes”, analisou o organizador. O sucesso da prova de setembro refletiu no agradável evento ocorrido dois meses depois, quando o Distrito realizou a cerimônia de premiação aos vencedores do I Campeonato. A festa aconteceu no Haras 4 Irmãos, na cidade de Raposa. “Foi uma linda reunião”, contou Almeida. Os Campeões receberam fivelas e troféus da NBHA Brazil/Maranhão. “Ainda premiamos o haras mais pontuado e escolhemos as revelações do Circuito: José Nilton e Alessandra Granjero”. Após a solenidade de entrega de premiação foi servido o jantar para 300 convidados. “Os competidores precisaram mostrar habilidade na pista de dança”, brincou o presidente da associação, também proprietário do Haras 03 Irmãos. Ele detalhou as mudanças que a região sofreu após a chegada da filial da NBHA Brazil. “Há um ano estávamos pensando quais as maneiras de fomentar o esporte no Maranhão, já que vivemos num território dominado pela Vaquejada. Por fim, conseguimos parcerias – inclusive com os vaqueiros, e hoje o Tambor e a Baliza só crescem por aqui”. Em janeiro de 2009, a Diretoria da associação ofereceu aos competidores locais um curso com o treinador André Coelho (atual Campeão Mundial de Tambor). Na ocasião, o jovem cavaleiro transmitiu seus conhecimentos sobre doma, treinamento e regras do esporte. Parece que os ensinamentos estão sendo colocados em prática. “Todas as iniciativas propostas pela NBHA Brazil/Maranhão surtiram efeito. Hoje nossas provas têm alto nível técnico”. Para mais informações sobre o I Campeonato da NBHA Brazil/Maranhão entre em contato via e-mail: [email protected]. 48 49 D I S T R I TO R E G I O NAL O EST E Novo Campeonato da NBHA Brazil/Regional Oeste O Distrito, conhecido pelas provas ocorridas em clima familiar, abre a Temporada 09/10 com competição reunindo 400 passadas Fotos Beto Negrão O O início do II Campeonato da NBHA Brazil/Regional Oeste aconteceu no Haras Raphaela, na cidade paulista de Porto Feliz, em 26 de setembro, com a participação de 381 competidores. “Seguimos o formato tradicional de nossas competições, todavia, focamos na melhoria para o público, oferecendo mais qualidade e conforto a cada Etapa”, falou Pedro Lara, membro da comissão organizadora. Na 1ª Etapa, a mudança qualitativa notória foi o sistema de inscrições antecipadas, resultando em conforto aos participantes e agilidade à prova. “As listas de ordem de entrada foram anexadas antecipadamente, assim, os atletas só tiveram a preocupação de fazer uma boa apresentação”. E a estrela da disputa foi o cavaleiro Valdir Figueiredo, que venceu em Três Tambores na classe Aberta 1D com seu fiel companheiro, Geraldos Bee Dee (Mr. Jay Bee Dee x Geraldos Louer), 17s809, e na Amador Máster, com Dama Bar Jay (San Gold Bar’s x Wanta Zorra RTJ), 17s794. Nesta categoria, ele ainda foi Vice-campeão com Espenda Doc G (Doc Fast x Miss Peppy Freckles), 17s880, e 3º lugar com o alazão Geraldos Bee Dee, 17s932. O conjunto de destaque em Seis Balizas foi Abelino Rodrigues Filho e Sally Shady (Shady Leo x Sally Trouble FF). A dupla atingiu o menor tempo no Test Horse, 20s343, e ganhou a Aberta, com excelentes 19s959. “Conseguimos oferecer aos nossos atletas novamente uma prova memorável com êxito nos resultados em pista e nas questões primordiais para uma boa competição: segurança, organização, conforto e alegria”, disse Roberto Ulhôa Canto, também membro da Diretoria. “Trabalhamos incansavelmente pensando no bem estar de nossos competidores, por isso hoje possuímos uma história de credibilidade e confiança para com nossos participantes”. 2ª Etapa A 2ª Etapa do Campeonato foi realizada no Haras GKF, em Quadra, no interior de São Paulo, no dia 21 de novembro. “A chuva prejudicou nossos planos, mas não deixamos a peteca cair”, disse Pedro Lara. “Foi um acontecimento previsível, visto que estamos numa época de clima úmido”. Mesmo com as condições ruins da pista, a amazona Caroline Rugolo fez o melhor tempo da prova nos Três Tambores. Pela Feminina 1D, ela e o Appaloosa Cutter Exocet Lee (Exocet Nez Perce x Miss Gay Cutter GG) marcaram 17s982. Outro destaque foi a vitória de Thiago Salício na classe Amador. Ele montou o alazão Tilly Peppy’s (Moon Peppy’s Lil TMR x Chick Belly), fazendo 18s408. Já o cavaleiro Archeson Teixeira fez bonito em Seis Balizas Aberta, conquistando o 1º lugar com Sharon Cody (Thunder Cody FF x Laikka’s Skippy TH), 20s830. Das já mencionadas mudanças, a premiação é algo que merece destaque. Para o novo Campeonato, os ganhadores das categorias Aberta, Feminina e Amador recebem, cada um, uma moto zero quilômetro. “Criamos também uma maneira de incentivar a Baliza”, informou Ulhôa. “O cavaleiro que somar a maior pontuação no Campeonato também levará para casa uma moto zerinho”. Para mais informações: www.regionaloeste.com.br. 50 51 I N TE RNAC I O NA L A Barrel Racing World Cup 2009 terminou com a seguinte classificação: 1º - Brasil 2º - França 3º - Estados Unidos 4º - Espanha 5º - Austrália 6º - Panamá 7º - Polônia 52 8º - China 9º - Uruguai 10º - Hungria 11º - Alemanha 12º - República Tcheca 13º - Holanda 14º - Itália Brasil é Campeão Mundial Ana Paula Zillo e André Coelho dão show na Itália e equipe brasileira vence a primeira competição homologada pela FEI A A primeira vez que uma equipe brasileira foi participar de eventos internacionais na modalidade Três Tambores foi em 2007, na Itália e nos Estados Unidos. Tal fato marcante já faz parte da história do esporte no País, cuja injeção de ânimo e abertura de fronteiras muito se deve ao trabalho empreendedor de Marcelo Delchiaro, presidente da NBHA Brazil. De subdesenvolvido (inclusive com apelidos pejorativos dados aos cavaleiros brasileiros - “jungle boys”!), o Brasil passou a ser encarado como a potência em ascensão, o tão comentado novo player global nos esportes hípicos, em especial, na prova de Três Tambores. Em sua terceira participação na Barrel Racing World Cup, evento que acontece anualmente durante a Fieracavalli, em Verona, na Itália, o País do futebol finalmente conquistou o topo do pódio no Hipismo, sagrandose Campeão Mundial de Tambor. Confira a reportagem exclusiva feita por nosso enviado especial: 53 Uma das grandes da Europa A bela cidade de Verona, entre outros atributos, é conhecida por ser a sede da casa de Julieta, personagem célebre da obra de William Shakespeare. Lá, também acontece uma das maiores feiras equestres da Europa, a Fieracavalli. O evento, que acontece há 111 anos, atualmente reúne mais de 200 mil visitantes, que se espalham pelos 11 pavilhões do amplo recinto destinado à feira. A diversidade do ambiente é que pauta a festa, que conta com mais de 700 expositores (oriundos de 25 países) e mais de dois mil cavalos de diversas raças. Palavras escritas não descrevem a magnitude do festival, cuja pluralidade é a melhor característica para defini-lo. Tudo muito moderno, lúdico e com visual para agradar aos mais exigentes. A competição Em 2009, recorde de equipes participantes – 14 nações (Alemanha, Austrália, Brasil, China, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Itália, Panamá, Polônia, República Tcheca e Uruguai). A Barrel Racing World Cup foi organizada pela IBHF (International Barrel Horse Federation), com apoio da NBHA (National Barrel Horse Association). O detalhe, que é extremamente valoroso para toda a indústria do Tambor, é que a prova foi homologada pela FEI (Federação Equestre Internacional), o que sugere que o esporte integrará os World Equestrian Games (WEG), podendo se tornar modalidade olímpica num futuro já não tão distante. “A competição seguiu as normas da FEI, que são bem rígidas. Assim como aconteceu com a modalidade Rédeas, o Tambor ganhará força com o reconhecimento da entidade, o que é muito bom para o mercado do cavalo”, disse Marcelo Grilo, médico veterinário brasileiro radicado na Itália e que foi o responsável pela inspeção dos animais na Copa do Mundo. Os mais importantes dirigentes das entidades que comandam a modalidade Três Tambores no mundo estiveram presentes ao evento na Itália. Ian Williams representou a FEI. Pela IBHF e pela NBHA esteve presente a animada presidente Sherry Fulmer. Também participando ativamente de todos os preparativos esteve Mario Iavarone, vice-presidente da IBHF para a Europa e presidente da NBHA Italy, além de Marcelo Delchiaro, vicepresidente da IBHF para a América do Sul e presidente da NBHA Brazil. Cada equipe contou com dois competidores. O Brasil foi representado por Ana Paula Zillo e André Coelho (vide box para conhecer os demais participantes). “Fiquei muito feliz em participar pelo segundo ano da Copa do Mundo de Tambor. Em 2007, junto com o experiente Ronildo Morais, ficamos em 2º lugar. Agora, com a Ana Paula, a equipe se completou. Soubemos trabalhar unidos”, falou André. “Agradeço a oportunidade especialmente ao Marcelo Delchiaro. Todo o suporte que ele nos deu foi fundamental para que nós, atletas, preocupássemonos somente em ter bom desempenho. Saí do Brasil com pensamento positivo, sabendo que seríamos os vencedores”, completou a amazona brasileira. 54 Ficha completa de todas as delegações: Alemanha Dirigente: Manfred Thomas - vice-presidente da NBHA Germany. Competidores: Werner Lieb – Tri-campeão Europeu de Tambor. Herbert Preisach – Campeão Alemão de Tambor. Austrália Dirigente: Susan Penny Brooks - competidora e chefe da equipe de seu País. Competidores: Susan Penny Brooks – Qualificada para a Copa do Mundo. Lynda Anne Graham – Qualificada para a Copa do Mundo. Brasil Dirigente: Marcelo Delchiaro - vice-presidente da IBHF para a América do Sul e presidente da NBHA Brazil. Competidores: Ana Paula Zillo – Sete vezes Campeã Brasileira pela American Quarter Horse Association (AQHA). André Coelho – Quatro vezes Campeão Nacional pela NBHA Brazil. China Dirigente: Meng Cai – membro da IBHF na Ásia e presidente da NBHA China. Competidores: Xin Hui – Campeão Chinês de Tambor. Shi Jing Shan – Ganhador de diversas provas e Campeão Chinês de Tambor. Espanha Dirigente: Ignácio Rubio - chefe da equipe de seu País. Competidores: Patrícia Jarque – Campeã Catalã de Tambor na categoria Aberta. Maria Moya – Campeã Catalã de Tambor na categoria Jovem. Estados Unidos Dirigente: Sherry Fulmer - presidente da IBHF e presidente da NBHA. Competidores: Chad Crider – Tri-campeão Mundial de Tambor. Scott Brown – Tri-campeão Mundial de Tambor. França Dirigente: Laurent Elinguel - vice-presidente da NBHA France. Competidores: Xavier Lorenzon – Campeão Francês de Tambor. Charles Berdon – Campeão Francês de Tambor. Holanda Dirigente: Wendy Schrievers – competidora e chefe da equipe de seu País. Competidores: Diana Grifhorst – Campeã Holandesa de Tambor. Billy Jean van Dijk – Vencedora de rodeios e provas. Hungria Dirigente: Kastély Attila – cavaleiro e chefe da equipe de seu País. Competidores: Kastély Attila – Sete vezes Campeão Húngaro de Tambor. József Dörnyei – Qualificado para a Copa do Mundo. Itália Dirigente: Mario Iavarone - vice-presidente da IBHF para a Europa e presidente da NBHA Italy. Competidores: Domenico Martino – Qualificado para a Copa do Mundo. André Coelho – Qualificado para a Copa do Mundo. Panamá Dirigente: Maria Mireya de Alemán - presidente da NBHA Panama. Competidores: Jazmin de Troetsch - Qualificada para a Copa do Mundo. Heriberto Navarro - Qualificado para a Copa do Mundo. Torcida animada Pra variar, a turma do Brasil era a mais empolgada. Mais de 10 pessoas torceram pela squadra brasiliana. Estiveram presentes, além dos dois competidores e do dirigente da NBHA Brazil: Adriane Passos (Diretora de Publicidade da revista Tambor & Baliza); Marcelo Pardini (Editor-chefe da revista Tambor & Baliza); Raphael Simone Neto (Diretor de Arte da revista Tambor & Baliza e titular da FF Criação) e a esposa Carmen; Marcos Toledo Filho (competidor e esposo de Ana Paula Zillo); Rose Coelho (mãe do cavaleiro André Coelho); Gilmar e José Milaré Garcia (proprietários da Agropecuária J. Garcia); Wilson Dosso Jr. (Diretor da WV Leilões), acompanhado da irmã Lidiana e da namorada Camila Shayeb (presidente do NBQM), e Paulo Zaparolli Dedemo (Haras ZD) com a esposa Isabel e a filha Eloizi. “O ponto alto foi a força da união entre os brasileiros. A gente formou uma grande família. Além dos inúmeros momentos de descontração, quando a equipe precisou do apoio da torcida, nós nos fizemos presentes”, disse Wilsinho Dosso. “Foi uma experiência muito agradável. O Marcelo (Delchiaro) é um sujeito empreendedor. Parabenizo-o pela conquista. Foi bom conhecer a feira na Itália e participar desta importante vitória do Brasil”, falou Gilmar Garcia, tradicional na criação de cavalos para Apartação e que promete altos investimentos também no Tambor. “Quem gosta de cavalo e tiver a oportunidade de conhecer a Fieracavalli não pode perder a chance. O evento é grandioso e muito bem estruturado”, disse Raphael Simone Neto. Para Paulo Dedemo, a feira serviu como importante apoio para suas ações de venda no exterior. “Já temos bom tráfego nos Estados Unidos, agora estamos abrindo mercado para a comercialização de nossos animais na Europa. Além dos contatos, o mais interessante foi ver a vitória da equipe brasileira. Na entrega de premiação, quando tocou o hino nacional, confesso que fiquei emocionado”, revelou o criador. Polônia Dirigente: Ewa Skwarczynska - competidora e chefe da equipe de seu País. Competidores: Jaroslw Bilski – Campeão Polonês de Tambor. Anna Lagodzinska – Campeã Polonesa de Tambor. República Tcheca Dirigente: Krystina Tesarova – competidora de Tambor e chefe da equipe de seu País. Competidores: Zuzana Liskova – Tri-campeã Tcheca de Tambor Jovem e Campeã Tcheca na categoria Aberta. Petra Echová – Campeã Tcheca de Tambor Jovem. Uruguai Dirigente: Herbert Delgado - chefe da equipe de seu País. Competidores: Federico Delgado – Campeão de Tambor Uruguaio pela American Quarter Horse Association (AQHA) e pela Appaloosa Uruguay. Martin Alvarez – Campeão Uruguai de Tambor pela American Quarter Horse Association (AQHA). 55 orientando-a. Sofri na arquibancada. Mas sabia que ela ia se superar”, continuou. Assim, os brasileiros terminaram o 1st go em 7º lugar, ficando atrás de Polônia, Uruguai, Estados Unidos, China, Austrália e Panamá. *Nota da Redação: taxamos tal animal de “invicto”, pois nos três dias de competição nenhum cavaleiro conseguiu virar o primeiro tambor com ele. O Campeão Mundial Chad Crider, inclusive, foi carregado para a cerca. Hora da verdade No sorteio dos animais, o Brasil caiu no grupo 02, com outros seis países. A equipe norte-americana, adversária a ser batida, ficou na chave 01. Isto em nada modificou a estratégica brasileira. “Tal divisão serviu apenas para definir os cavalos que pegaríamos. No cômputo geral, o que contaria era a somatória entre todos os resultados, com a possibilidade de um descarte de cada cavaleiro, independentemente do agrupamento. Então, a ideia era ir pra cima, fazer tempos baixos”, explicou Delchiaro. Para a competição, foram utilizados cavalos de haras da Itália, animais de 2D e 3D. “O sorteio foi justo, sem beneficiar ou prejudicar qualquer equipe, mesmo porque ninguém conhecia os cavalos. Nós tínhamos que explorar ao máximo os bons animais e tentar não fazer tempos altos com os mais fracos”, observou Ana Paula Zillo. Conforme o final da tarde ia chegando, a adrenalina de atletas e torcedores aumentava. Horário marcado, arquibancadas lotadas, festa iniciada. Na bonita apresentação da Barrel Racing World Cup, a dupla brasileira levou com orgulho para a arena a bandeira nacional, agitando-a em direção à animada torcida. Pista liberada e as primeiras passadas. Surpreendentemente, a Polônia e a China fizeram tempos baixos, assumindo provisoriamente a liderança. Pelo Brasil, André Coelho foi o primeiro a adentrar em pista, devido à experiência anterior de competir fora do País. Com o cavalo “invicto”*, ele abriu o primeiro virador, culminando numa passada ruim. A preocupação tomou conta de todos. Veio a segunda bateria e Ana Paula Zillo brilhou. Com um cavalo “do meio”, ela só não foi mais veloz que a atleta Patrícia Jarque, da Espanha, que havia pego o melhor animal da competição. “A Ana Paula gosta de pressão. Como o André não tinha ido bem, ela sabia que a responsabilidade recairia sobre ela. Com determinação e muita garra, ela se apresentou muito bem”, analisou Marquinho Toledo, marido e técnico da competidora. “Como a área de aquecimento é limitada somente aos dois competidores e ao dirigente de cada equipe, fiquei apreensivo por não poder estar ao lado dela, 56 Segundo dia de prova. Os brasileiros pegaram dois bons animais. André fez uma passada firme e rápida. A alegria da torcida verde-amarela na arquibancada contagiou a todos. Os gritos de incentivo aos nossos cavaleiros só não foram mais fortes do que os para os competidores italianos. Chegou a vez de Ana Paula. Ela entrou calmamente. Seu semblante era de confiança. Ela alinhou o cavalo e disparou com tudo. Virou coladinho, seguiu em alta velocidade, contornou bem o segundo e foi para o terceiro virador. Passou bem e seguiu para a reta final, já sentindo que tinha feito o melhor tempo do dia. Festa completa. A noite podia ser regada a muito vinho, pois a liderança estava assegurada. “O meu tempo nos deu segurança. E quando vi que a Ana tinha ‘espancado’, senti a esperança de a vitória virar realidade”, confessou André Coelho. Então, no 2st go, o Brasil deixou para trás, em sequência, França, Holanda, Estados Unidos e Polônia. “Após uma noite bem dormida, com a liderança assegurada, sabíamos que a Final seria difícil. A Ana Paula já tinha dois bons tempos, então, era ir para o tudo ou nada, pois ela tinha direito a um descarte”, falou Delchiaro. “Já o André estava numa situação delicada, pois a primeira passada dele tinha sido ruim. Ele tinha que fazer menos de 17 segundos para vencermos”. A Grande Final causou ansiedade em toda a squadra brasiliana. Nas arquibancadas, cobertos por bandeiras do Brasil e de mãos dadas, os torcedores brasileiros estavam inquietos. Pouco falaram aos cavaleiros, com receio de pressioná-los. Todos desejaram boa sorte e deixaram para André Coelho e Ana Paula Zillo decidirem por todo um País. Ana Paula, que àquela altura já tinha conquistado o respeito e a admiração dos demais concorrentes, sendo até então a mais ve- e faz sinal de positivo. Os uruguaios também cumprimentam André e Ana Paula. Mesmo antes do anúncio oficial, sabíamos que o Brasil era o novo Campeão Mundial de Tambor. Deixando os camarotes e correndo em direção ao filho, Dona Rose desabafou: “Este menino (André Coelho) vale ouro. Ele corre atrás de tudo que quer e sempre alcança seus objetivos. Não é pelo fato de ser mãe dele, mas ele merece todas as glórias do mundo”, desabafou, sem disfarçar o amor materno. loz da Copa do Mundo, adentrou a arena com uma égua tordilha, apelidada pelos brasileiros de “Brasitinha”, em menção à craque Brasita Moon ZO (muito mais pela pelagem do que pela qualidade, sendo a mesma muito inferior à estrela nacional). Com “sangue nos zóios”, a amazona de Lençóis Paulista/SP partiu com tudo. Virou bem o primeiro, entrou bem para o segundo, mas na saída raspou a perna no virador, derrubando-o. Na arquibancada, ninguém se preocupou, pois ela já havia assegurado estabilidade à equipe com os dois tempos anteriores. No entanto, o dirigente Marcelo Delchiaro, que estava assistindo a prova ao lado do competidor André Coelho, esqueceu-se do descarte e foi ao desespero. “Foi tudo embora, perdemos a chance de vencer”, ele falou para André. Imagine a cabeça do jovem cavaleiro, tendo a responsabilidade de não derrubar, fazer menos de 17 segundos e ainda sendo “pilhado” pelo presidente da NBHA Brazil? A equipe norte-americana foi mal e deu adeus à vitória. Isso, sem hipocrisia, trouxe alívio e esperança aos brasileiros. No entanto, os dois bons cavaleiros franceses novamente fizeram tempos baixos, tornando-se a nossa “pedra no sapato”. Com todo o peso nas costas, André Coelho seguiu para a sua última apresentação. A pele morena já mostrava certa palidez, tamanha era a ansiedade do cavaleiro. Não deixando transparecer tal sentimento, ele mostrou o percurso ao cavalo, tentando recuperar a calma e a confiança - suas principais características. Fez um roll back e partiu. A cada galão do galope do cavalo, uma nação inteira corria com ele. O batimento cardíaco de todos foi à milhão. Virou o primeiro caprichosamente. Seguiu com determinação ao segundo e fez um giro rápido. O cavalo não era “dos mais andador”. O terceiro virador ficou para trás. Ufa! Reta final em alta velocidade e... 16s878 no placar. A torcida brasileira se levantou, aplaudiu de pé. Os presentes também se animaram e repetiram o gesto dos brasucas. Porém, o grito de Campeão ainda não saía, pois a França estava coladinha. Minutos de tensão, calculadoras trabalhando sem parar. De repente, Maria Mireya, do Panamá, olha em direção aos brasileiros Topo do mundo Em êxtase, o grupo de brasileiros se uniu na entrada da arena. Beijos, abraços, apertos de mão e muitos sorrisos. O bonito cerimonial de premiação seguia todas as normas, premiando cada equipe. As três melhores colocadas se perfilaram, ficando em primeiro plano. Então, o locutor fez suspense e anunciou o 3º lugar: Estados Unidos. Música emotiva, som alto. E o segundo colocado... França! Pronto. A alegria tomou conta dos brasucas, que antes mesmo de ouvir “i primo postto: Brasile!” já comemoravam a vitória. Fivelas, troféu e certificados entregues aos brasileiros. Hino nacional. Olhos marejados, muita emoção. Após o último refrão do hino, a torcida invade a arena, contrariando as ordens dos cerimonialistas. Os cavaleiros são festejados. Sem pensar, os homens erguem Marcelo Delchiaro, jogando-o para cima, numa forma de agradecê-lo pelo importante trabalho de fomento que o mesmo realiza em prol do esporte Três Tambores no Brasil e no mundo. Festa verde-amarela na Itália. Parafraseando o velho-lobo Zagalo, “vão ter que nos engolir”! Brasil, o novo Nº 1 do Tambor mundial. 57 58 59 I N TE RNAC I O NA L 60 Quase Rei na terra do Tio Sam Equipe brasileira, formada por Bruna Tedesco, Valdir Figueiredo, Caroline Rugolo e Evandro Guerra, por pouco não vence Por Marcelo Delchiaro* Fotos Kenneth Springer C Considero-me uma pessoa de muita sorte na vida, pois Deus tem me dado oportunidades que não tenho desperdiçado. Aliás, dizia o velho sábio chinês: “Sorte é a junção da oportunidade com a competência”. Pois bem. Desde que criamos a Associação Paulista de Tambor e Baliza (APTB), uma dissidência da Associação Nacional de Baliza e Tambor (ANBT), tivemos sempre em mente e como horizonte a integração do competidor brasileiro com o resto do mundo. Depois de cinco anos fazendo incursões nos Estados Unidos e na Itália - dois dos grandes centros praticantes deste esporte, conseguimos no mesmo ano ser Reservado Campeão Mundial da NBHA, nos Estados Unidos, e Campeão da Copa do Mundo da FEI (Federação Equestre Internacional), na Itália. 61 Basicamente, chegamos até mais longe de onde projetamos, uma vez que somos definitivamente reconhecidos pela pátria-mãe dos Três Tambores, os Estados Unidos, como o novo player global do esporte. Como foi bom vencer o mais importante Campeonato da modalidade! Ainda não temos a exata dimensão de tal conquista, mas certamente muitas portas irão se abrir a todos nós brasileiros. Estou muito orgulhoso de ser brasileiro, pelo menos, no mundo do esporte equestre. Antes de vencermos a Copa do Mundo, conquistamos honrosamente o Vice-campeonato no Mundial da NBHA, nos Estados Unidos. Por pouco não desbancamos os donos da casa. Nossa equipe, formada por Bruna Tedesco, Valdir Figueiredo, Caroline Rugolo e Evandro Guerra, foi incrível e deu um show na James Brow Arena, em Augusta, na Georgia. A alegria da equipe brasileira foi contagiante! Depois da Final, fomos comemorar no estacionamento da Arena, ao som de músicas brasileiras, deixando os norte-americanos estarrecidos e curiosos. De aperitivo, a “rider” Louise Rugolo, irmã de Carol, apresentou-se na prova aberta e mostrou seu cartão de visitas com um ótimo tempo. Infelizmente ela ficou no chamado vácuo, não se classificando. De qualquer maneira, mostrou toda a ciência e a garra da amazona brasileira em conduzir um animal de Tambor. Depois foi a vez do Valdir Figueiredo. De forma avassaladora (já se ouvia o estalar do reio no lombo do animal no corredor do partidor), ele fez uma bela apresentação, mas também ficou no vácuo do 2D, fazendo um ótimo tempo. 62 Por último, nosso companheiro Evandro Guerra não “pipocou” e mandou ver. Com muita gana, ele mostrou a que veio, fazendo no Mundial aquele que seria o melhor tempo de todos os participantes, mas que por ironia do destino a queda do primeiro tambor não permitiu que nos sagrássemos Campeões. Mesmo assim, a passada do Evandro foi fantástica! Gostaria de agradecer a todos que muito bem representaram o Brasil e mostraram todo o nosso potencial, deixando as portas abertas para futuras competições na terra do Tio Sam. Estou orgulhoso. Senti que todos, efetivamente, entenderam o espírito de equipe. Elegemos a música Poker Face, de Lady Gaga, como o hino da nossa trupe e até a van conduzida pelo amigo Cláudio Granja entrou na festa, pois onde parávamos, em postos de gasolina, semáforos, restaurantes, a música rolava em alto som e a festa era total. Com certeza esse time brasileiro marcou sua passagem por Augusta, tanto dentro da pista quanto fora dela. Quero agradecer a todos que estiveram lá conosco, nos prestigiando e torcendo juntos para o Brasil. Estou orgulhoso da solidariedade que se estabeleceu entre nós. Parabéns à equipe, que entendeu a importância de estarmos lá representando o nosso glorioso País. Muito obrigado a todos por tudo! *Marcelo Delchiaro é presidente da NBHA Brazil e vice-presidente da IBHF para a América do Sul. 63 I N TE RNAC I O NA L Diário de viagem Veja o ponto de vista de uma mãe de competidora sobre a atuação da equipe brasileira no Mundial da National Barrel Horse Association O Por Rose Tedesco* Fotos Kenneth Springer O amigo e Editor da revista, Marcelo Pardini, estava com o visto vencido e não conseguiu renová-lo a tempo para poder ir ao Mundial da National Barrel Horse Association, em Augusta, na Geórgia, Estados Unidos. Assim, ele me deixou com a incumbência de relatar os fatos ocorridos. Disse-me: “Rose, vamos surpreender o leitor. Escreva um diário da viagem, daí nós o publicaremos tendo a visão de uma mãe de competidora, algo que será inédito e enriquecedor ao assinante da publicação”. Pois bem. Seguindo as orientações dele, eis que escrevi: 64 Primeiro dia Chegamos ao aeroporto internacional de São Paulo. Estamos muito nervosas. Eu, a Renata Lima, a Carmen (filha da Renata) e a Bruna (minha menina) encontramos o André Coelho, o Marcelo Delchiaro e o Valdir Figueiredo na fila do check-in. Mais tarde chegou a família Rugolo. Oh! Agora são exatamente 01h40 da madrugada. Estamos quase saindo do Pará e entrando no Suriname. Estou ouvindo Alan Jackson! Todos estão dormindo. Seu Evandro Guerra ronca bastante, dificultando o meu sono. Estou acordadíssima, parece que tomei uísque com energético! Bom, estamos descendo em Atlanta. De toda a equipe, a pessoa com mais medo de avião é a Bruna. Quando embarcamos, ela suava frio, mas tudo bem... Finalmente chegamos. Passamos pela alfândega. O Valdir teve problema. No Brasil, ele estava levando a espora na bagagem de mão, o que é proibido. Já nos Estados Unidos, encrencaram com a filmadora dele. Já o Delchiaro teve que tirar o cinto, mas a calça estava larga! Demos muita risada. Com as bagagens tudo ok. Ops! Extraviaram a mala da Rose Rugolo. Ela está muito chateada, afinal, terá que ir às compras (risos). Lembramos de um detalhe com a viagem meio turbulenta. A Bruna, sentada na poltrona da janela, enxergava raios e mais raios que caíam sempre no mesmo lugar. Olha o que o medo não faz com a pessoa? Ela abria e fechava a janela diversas vezes, observando atentamente os “raios”, que insistiam em continuar. Só depois foi que ela descobriu que os mesmos eram as luzes externas do avião! Acho que foi o maior “fora” da viagem até agora. Alugamos duas vans, que foram dirigidas pelo Cláudio Granja e pelo Dr. Marcelo. Para a Rose Rugolo, o dia foi muito triste e tenso, porque ela estava preocupada com a mala que havia sumido. Mas no final deu tudo certo. Deu tempo de chegarmos ao hotel e em seguida a mala chegou. Ufa! Dr. Marcelo se revelou uma pessoa muito animada, a Louise Rugolo a piadista do dia e o Claudinho um ótimo chofer. O Gustavo “Cremoso” e a Carol não se largam. Êita casal romântico... O amor está no ar! Almoçamos num lugar chamado Red Lobster. Tinha peixes e esses bichos que nadam (risos). Eu e a xará pedimos uma garrafa de vinho. A garçonete pediu nossas identidades. Ficamos felizes demais! 26 de outubro Tomamos um vitaminado, que é tão fraco que quase não teve forças para sair da xícara. E lá fomos nós para o recinto. O Claudinho e sua turma ainda não chegaram, disseram que a “Maria do GPS” estava sem rumo. Louca! Dá pra acreditar? (risos). Saímos para fazer compras. Eu, Bruna, Carol, Gustavo, Rose, Louise e Rafael (filho de Seu Evandro). Tudo muito bonito, mas dá pena de gastar os dólares. A Carol perdeu o Nextel, mas a polícia achou e logo devolveu. E ela só nos contou que tinha perdido depois que os policiais chegaram (risos). Terminamos o dia jantando em um restaurante australiano e tomando um belo chopp. 27 de outubro Amanheceu um dia muito chuvoso. O cara que alugou os cavalos para a Rose é muito enrolado! Dois dias para vermos os animais e ele não compareceu com os horses. O Dr. Marcelo nos levou até Carolina do Sul para fazermos compras em uma loja country. A turma dele está confusa com a “Josefina” (irmã da Maria do GPS). Achamos que elas têm problemas, pois se perdem demais (risos). Long Horn! Esse é o nome do tal restaurante, o melhor até hoje. Tinha charme e elegância! O Marcelo nos levou até lá e foi muito bom (tirando o tanto de pimenta que vem no “bifão”). 28 de outubro Estamos na arena, aguardando o Dr. Marcelo ver a programação do dia para nós. Enquanto isto, Seu Evandro dança com as criancinhas de uma escola de música. Lembrava a coreografia do “pintinho amarelinho”. Eu e a Rose estamos realizadas! Compramos todos os eletrônicos que queríamos! A Rose Rugolo ficou estressada ao ver os cavalos (medonhos) que a Carol, a Louise e o Claudinho iriam correr. Quase desistiram, mas após experimentá-los viram que não eram tão ruins e ficaram com dois, porque o Claudinho achou melhor não correr. Agora faltam vinte cavalos para o Valdir entrar em pista. Logo em seguida entram a Carol e a Louise. Depois vai correr o Mundial e a Bruninha foi escolhida para iniciar a competição representando o Brasil. O Dr. Marcelo disse que a égua dela tem o queixo de ferro, o pior dos animais da competição. “No ano passado ela deu voltas olímpicas pela pista”, ele disse. Graças a Deus isso não aconteceu com a Bruna! Mas também não foi uma passada bonita de se ver (risos). Fomos para um bar comemorar a linda (cof! cof!) passada. 29 de outubro O que falar da noite de ontem? Levaramnos a um bar chamado Hooters, um lugar muito “exótico”, como diria o nosso amigo Beto Negrão. Com garçonetes com corpinhos esbeltos, shortinhos e regatas. Ótima ideia para copiarmos no Brasil, mas como vivemos num País justo, aqui deveria haver homens em trajes sensuais. A surpresa da noite ficou por conta do André e da Bruna, que animaram a equipe, dançando no meio do bar (e dançaram sem música!). Adorei! Claudinho Granja era o mais sério. As moças passavam e ele colocava o cardápio no rosto para não vê-las (risos). Já a Carol tirou o time de campo e levou o namorado para fora do recinto. Foi jantar num bar ao lado. Adivinha por quê? “Ficou com ciúme das meninas daqui”, disse a sábia Louise. Voltando ao hotel quem pagou para cuidar do André foi o Rafael, que pulou na piscina para ajudar o amigo. Afinal, companheiro é companheiro! Ontem foi o dia mais divertido aqui na arena. O Valdir “espancou”! Os gringos não deixaram usar espora, mesmo assim ele foi com tudo e deixou o Brasil em 1º lugar. Só que antes disso, ele e a Louise quase nos mataram do coração. (Mas um dia vai ter troco!). Eu, a Bruna, o André, a Carol, o Gustavo e o Dr. Marcelo fomos fazer compras. O Valdir ligou para nós avisando que iria correr dentro de cinco minutos. Fomos muito rápido para o estádio, só que um bendito trem que corta a cidade estava 65 passando em nosso caminho justamente naquele momento! O Dr. Marcelo ficou no carro, o André queria ir montado no trem porque seria mais rápido, mas o trem parou, então, corremos muito. Eram umas dez quadras até o estádio. O coração saltando pela boca! A Carol passando mal, o André correndo no gás, a Bruna logo atrás... Enfim, chegamos lá. O Dr. Marcelo chegou logo depois com o carro... Era tudo mentira! Pensamos até em fazer um “vuduzinho” deles, mas não conhecemos as leis norte-americanas, então, achamos melhor relevarmos (por enquanto). Saímos para comer novamente e perdoamos a pegadinha, afinal, como diz a Louise: equipe é equipe! Depois veio a Austrália e derrubou também. Em seguida, o Canadá, que repetiu o mesmo erro. Será que era o nosso dia? Não. Os Estados Unidos conquistaram o 1º lugar e nós ficamos como Vicecampeões. Uma ótima colocação e pra variar... Fomos comemorar! Brindamos e tomamos duas garrafas de vinho de dois dólares cada uma, que compramos no Wallmart. Dançamos no estacionamento do estádio. As pessoas passavam e ficavam olhando, afinal, brasileiro é brasileiro! Não tinha povo mais animado que a gente. Lá dentro, o locutor pediu até uma salva de palmas para a nossa equipe. A gasolina estava acabando e fomos a a Itália. Nós esperamos o embarque até as 21 horas, pois o vôo atrasou. um posto. Estava demorando muito para abastecer, então, saímos da van e começamos a dançar ali mesmo. O André deu um show! E todos balançaram o esqueleto. Minha barriga até doía de tanto rir. Fomos ao Hooters e demos muitas risadas! união foi tão enriquecedora, que culminou num churrasco aqui na Fazenda Espelho D’água, em Botucatu, no dia 28 de novembro. Vieram todos. Foi muito legal! Tiramos várias fotos... A maioria impublicável! (risos). Só faltou o Dr. Marcelo, mas que foi muito bem representado pelo Pardini. 03 de novembro A Bruna foi ao banheiro e depois deu bom dia às pessoas da equipe. Vejo-a voltando chorando sem conseguir nem falar. Ela ria muito! O Claudinho sentou ao lado de uma mulher com uma criança de um ano e três meses, e o bebê ficou a noite inteira chutando-o, pegando a comida dele... Outro fato engraçado da viagem foi ele dizendo: “saudade da minha mulher, das minhas crianças”. Deu tudo certo! Divertimo-nos demais e estávamos muito unidos! Foi ótimo! A 30 de outubro Hoje era o dia da Carol no Mundial. Ela tinha sido a única até o momento a conseguir tocar aquele cavalo sem derrubar. Só que o Canadá foi melhor e liderou a prova, então, o Brasil passou para a 3ª posição. Agora é esperar o Seu Evandro amanhã. Ele é muito confiante! Acreditamos que ele vá bem. A Bruna disse que ele vai fazer 14 segundos (sendo que o melhor tempo até o momento é de 15 segundos). Tomara. Saímos para comemorar no Hooters, menos o Seu Evandro. Ele tinha que estar concentrado para competir e aquele bar, definitivamente, atrapalha a concentração dos atletas. 31 de outubro Estamos muito animados! Como em todos os dias, cantamos no carro. Balançamos a van! As pessoas ao lado olhavam assustadas, vendo o automóvel mexendo de um lado para o outro. Chega a hora de Seu Evandro correr! O dono do cavalo ficou com gracinha. Todos já estavam montando e ele não podia montar. O Brasil tinha o melhor cavalo nas mãos, com sangue nos olhos... E os gringos estavam morrendo de medo. Seu Evandro foi o primeiro a entrar em pista. Ele tocou o cavalo demais, então, o animal voltou muito no primeiro, derrubando na saída. Ele continuou tocando e fez uma linda prova! O tempo de 14s800. Espancou! Pena que derrubou. 66 1º de novembro Não! Está quase na hora de ir embora. Em nosso último dia fomos às compras. E depois comemoramos o sucesso da viagem. 02 de novembro Entregamos as vans e fomos ao aeroporto. Dr. Marcelo e André embarcaram para *Rose Tedesco é administradora da Fazenda Espelho D’água, em Botucatu/SP, e mãe da competidora Bruna Tedesco Cortelini. 67 68 69 I N TE RNAC I O NA L Análise da personalidade equina Aproprie-se das ações naturais do cavalo. Desta maneira, você terá melhor convívio com ele e irá obter bons resultados nas competições Por Stacy Westfall* (America’s Horse - agosto de 2009) - Tradução: Sarita Pavia. Adaptação: Marcelo Pardini. E Entender seu cavalo é a chave para o bom treinamento. Ser capaz de ler a sua linguagem corporal irá lhe permitir entendê-lo melhor. Mas antes de aprender como fazer isto, temos que analisar quem ele é: naturalmente preguiçoso? Agitado? Lerdo? Ou se ele é “Médico e Monstro”, ou seja, quieto num dia e nervoso no outro? Temos que sempre fazer o balanço de nosso trabalho, portanto, pergunte a si mesmo: qual é meu percentual em relação ao quanto o animal evoluiu ou regrediu nos treinos e nas provas? Cavalos são muito mais parecidos conosco do que podemos imaginar. Eles nascem com determinadas personalidades e tendências e, embora algumas possam ser alteradas através do treinamento, muitas compõem a personalidade dele. Podemos aprender muito sobre quem eles são apenas observando-os em suas atividades diárias normais. Agora, para que você descubra o estágio de ligação que tem com seu cavalo, assinale as alternativas as quais mais se identifica no box da página 72: “ Cavalos são muito mais parecidos conosco do que imaginamos. Podemos aprender muito sobre quem eles são apenas observando-os em suas atividades diárias normais 70 71 Se o seu cavalo abrisse sozinho a porta da baia, quando ninguém estivesse por perto, ele: A. ficaria parado como se nada tivesse acontecido. B. sairia, exploraria, viraria tudo, puxaria os cabrestos pendurados nas portas. C. correria em direção aos piquetes. Quando está solto junto com a tropa, o seu cavalo: A. geralmente não se intromete em nada. B. agita os outros animais, ergue a cabeça, tem dominância sobre os outros. C. frequentemente dá coices, empina, corre, agita-se. Isto não é para ser uma lista exaustiva ou um diagnóstico completo de seu cavalo, mas uma maneira de começar a pensar mais sobre ele. Em ambos os exemplos, o cavalo “A” tende a ser do tipo mais tranquilo, provavelmente o velho companheiro em quem você confia, indicado também para crianças e cavaleiros iniciantes. O “B” é um pouco mais complexo. Ele é ativo e parece constantemente estar pensando em alguma arte, algo para explorar ou maneiras de se movimentar. Já o “C” parece bastante agitado, podendo até ser assustado ou fujão, uma vez que sua primeira reação seria correr para fora do pavilhão de baias. Se você observar o cavalo em um dia normal, em circunstâncias em que ele está acostumado, as respostas apontam para as tendências naturais. Então, como podemos saber sobre a personalidade inata dele e como ele se relaciona com o treinamento ao qual é submetido? Vamos começar dizendo que todos os cavalos criados como selvagens, uma vez capturados, se parecem com o “C”, pois 72 “ O cavalo preguiçoso também precisa de treinamento. Por mais quieto que ele pareça, não confie apenas em sua boa índole. Treine-o para obter o máximo de suas habilidades estariam procurando um lugar para correr. Isto significa que os animais capturados têm a mentalidade do “C”? Claro que não. Mesmo selvagens, se os observarmos em grupo, você encontraria cavalos com traços variados, incluindo os mais tranquilos. Uma vez juntos, eles aparentam ser agitados. Isso não é demonstração de traços de personalidade, trata-se de um assunto relacionado ao treinamento. Devido à falta de treinos (exposição a humanos, novo ambiente etc), eles irão aparentar ter um único comportamento: serem bravios. Eu gosto de dar números às personalidades dos cavalos. Um cavalo +10 seria bastante agitado. Mesmo treinado, ele sempre terá muita energia. Um cavalo -10 já é muito quieto, sendo até preguiçoso. Um animal perfeitamente equilibrado é um 0, que está bem no centro. Ele vai onde você quer que ele vá e pára quando você quer que o faça. Infelizmente, eu nunca conheci um equino que nasceu 0. Já tive animais que chegaram perto, mas tendem a se inclinar para um ou para outro lado da escala. Aliás, para vocês que acham que tem um “Médico e Monstro”, tenham fé! Quanto mais próximo seu cavalo é do 0, mais ele exibirá sinais de ambos os lados da escala. O cavalo que é +10 geralmente exibe traços altamente enérgicos. Sem treinamento, ele tende a ser mais “quente”, às vezes, assustado, sempre pronto para partir. Estes são recomendados para os cavaleiros mais experientes, pois são explosivos, rápidos e com mais habilidades físicas. O cavalo -10 geralmente exibe traços quietos e preguiçosos. É aquele que nada o incomoda. A primeira vez que a gente o sela, ele é fácil de montar, porque nada acontece. Cachorros podem latir, crianças podem correr, motores podem roncar... E nada parece incomodá-lo. Se muito, mo- tivá-lo será o maior problema. Sem treinamento, este cavalo será excessivamente preguiçoso. E, acredite se quiser, esses são mais perigosos que os “quentes”, pois as pessoas presumem que eles sempre serão quietos e os deixam nas mãos dos novatos. Aí é que mora o perigo! O cavalo próximo a 0 é quase sempre um “Médico e Monstro”. É um animal que pode variar dois ou três pontos, tanto para cima quanto para baixo. Na segunda-feira ele pode estar mais quieto (-2), mas na terça já está +1. Todos os cavalos precisam de treinamento para trazê-los mais próximos ao 0. Imagine que seja um treinamento mental. Não estou sugerindo que você pegue um +10 e o transforme em um grande animal para iniciantes, mas você pode ensiná-lo a controlar as emoções para que você canalize sua energia em direção às atividades que você escolheu para ele, seja Corrida, Tambor ou Apartação. E o cavalo preguiçoso também precisa de treinamento. Por mais quieto que ele pareça, se não for treinado, ele não irá para onde você quer que ele vá. Quando exigilo, ele precisa corresponder prontamente. Não confie apenas em sua boa índole. Treine-o para obter o máximo de suas habilidades. T&B *Stacy Westfall é treinadora de Rédeas. Ela reside em Mount Gilead, Ohio, Estados Unidos. Visite www.westfallhorsemanship.com. 73 EM FOCO A vida é bela Muitas vezes nos esquecemos que a felicidade está nas pequenas coisas: na simplicidade das atitudes, na pureza dos sentimentos Por Kriçula Botsaris Delchiaro* Foto Beto Negrão * Kriçula Botsaris Delchiaro é diretora do Conselho Editorial da Editora HS. 74 O O mundo moderno é caracterizado pela falta de substancialidade nas relações sociais. Vivemos a era dos rápidos e descartáveis. Não temos tempo a perder. Estamos quase sempre estressados. Vivemos atônitos e desorientados. São tantos os conflitos sociais e pessoais. O trânsito excessivo, a violência, a delinquência. E com esse pano de fundo precisamos dar conta de tudo: trabalho, casa, filhos, amigos, férias e, é claro, precisamos ser felizes. É neste mundo, totalmente turbinado, que precisamos lembrar que “os homens agem sobre o mundo e o transforma. E são, por sua vez, transformados pelas consequências de suas ações”. O homem-criador transforma o mundo com suas ideias e atitudes. Muitas vezes nos esquecemos que a felicidade está nas pequenas coisas: na simplicidade das atitudes, na pureza dos sentimentos, nas verdades que dizemos, nos abraços que damos e recebemos. Devemos exercitar o hábito de olhar as pessoas como verdadeiramente elas são, respeitando os diferentes pontos de vista e as divergências de opinião. Levando em conta, obviamente, a personalidade e o caráter dessas pessoas. Precisamos fazer com que virtudes como a paciência, o perdão, a compaixão e, principalmente, o respeito e o amor ao próximo sejam premissas em nossas vidas. O homem é o único ser que procura um sentido para a vida. O desejo de encontrar um significado o leva à busca de valores que o empurra para tomada de decisões livres e individuais. Neste âmbito do comportamento ético humano, temos a obrigação moral de construirmos um mundo melhor, lutando para que todas as crianças tenham comida, abrigo, educação e, principalmente, não sofram nenhum tido de violência ou abusos. Vamos reivindicar que todas as mulheres sejam respeitadas e livres. E que todos os homens reencontrem a dignidade e as oportunidades para uma vida mais humana. Vamos interceder para que haja um mundo sem divisas e que todos sejam considerados iguais com direito a viver em paz. Que tempos são estes que muitos entre nós não pensavam viver? Vamos buscar a essência da vida dentro de nós e nos deixar levar por aquilo que o nosso coração mandar. Um brinde à esperança! Um brinde à vida! Que em 2010 nossos corações permaneçam cheios de alegria. E, no mundo do cavalo, que o “Feliz Ano Novo” chegue a galope! 75 76 77 DI CA PRO F IS SI O NA L Com a palavra... o treinador Jovem cavaleiro, com mais de 10 anos de experiência, analisa a evolução do mercado do cavalo no Brasil Por Bruno José Ribeiro* A Aproveito este espaço para transferir a você, leitor, um pouco do que aprendi nestes 10 anos de atuação no meio equestre, bem como analisar o que pensam e sentem os profissionais que estão por trás das cortinas do esporte Tambor e Baliza, os treinadores. Ficar citando problemas ou erros é tarefa fácil, mas respeito muito aquilo que cada um pensa e a forma como age. Assim, quem define os bons e os maus profissionais é o mercado, “o grande expert”. Mas o que quero dizer com isto? É simples, o esporte evolui porque os conceitos evoluem e quem reluta em não os acompanhar fica para trás. 78 Foto ilustrativa “ Foto Gerson Verga O velho estigma de que só é bom quem fica em primeiro lugar já não vale mais para os treinadores de Tambor, pois existe grande leque de profissionais gabaritados Eu sou do tempo que o A partir do momento em que você faz parte desta in- Tambor e a Baliza eram as dústria, novos conceitos são inseridos em sua forma modalidades pelas quais de agir e pensar. Hoje, trabalhamos com animais de os quartistas aprendiam alto valor agregado (grande capital investido), cuja a montar. Dali, muitos maior satisfação dos investidores (competidores e fa- migraram para outras provas, como Rédeas, Apartação miliares) é o lazer. Evidentemente que a relação custo e Laço, por exemplo. Grandes nomes de outras áreas x benefício não é deixada de lado, uma vez que a pro- se destacaram primeiro no Tambor e na Baliza, poste- fissionalização do segmento se torna fator essencial e riormente fazendo sucesso em outras arenas. é partindo desse ponto de vista que tudo começa a Depois veio a disseminação das Festas do Peão de mudar. Boiadeiro, espalhadas por todo o País, cujo advento Criatórios estão se profissionalizando e se tornando do chamado “rodeio completo” (com inúmeras provas, máquinas de produzir atletas, agregando as melhores além das tradicionais montarias em touros e cavalos) genéticas nacionais com as internacionais. Boas arenas garantiu lugar cativo às meninas competidoras de foram montadas, estruturas colossais que trouxeram Tambor num esporte outrora taxado como de domi- conforto, qualidade e glamour ao esporte. Técnicos de nância masculina. diversas áreas relacionadas à equinocultura trazem, a Hoje nosso esporte é uma indústria poderosa e respei- cada dia, novidades para os nossos atletas. Provas com tada por todos, sendo acessível para qualquer tipo de exame antidoping, transmissão ao vivo pela internet cavaleiro, dos iniciantes aos mais experientes. O velho e premiações milionárias contribuíram diretamente estigma de que só é bom quem fica em primeiro lugar para os passos largos rumo ao futuro que demos em já não vale mais para os treinadores de Tambor, pois curto espaço de tempo. Além, é lógico, dos leilões, existe grande leque de profissionais gabaritados, que cujas melhores médias de preço são dos animais de estão se alternando nas melhores colocações. Hoje, os Tambor e Baliza. proprietários têm consigo que a brutalidade e os maus Desta forma, lanço a seguinte questão: para onde os tratos não são o melhor caminho para a obtenção de treinadores têm que caminhar? Para a capacitação resultados satisfatórios em pista. O esporte evoluiu profissional, proporcionando satisfação aos clientes. O de tal forma que há inúmeros cavaleiros conceituados trabalho de base, com crianças e adolescentes, é vital, que não ganham provas sistematicamente, mesmo as- pois graças ao envolvimento de cavaleiros iniciantes é sim, são ótimos em preparar animais para amadores. que o mercado cresce de maneira sólida e bem estru- Graças à vinda de técnicos e técnicas norte-america- turada. nas, tivemos avanço no setor. O mais incrível é que a Em se tratando da relação proprietários x treinado- prova de Três Tambores é respeitada e cobiçada pelo res, a grande evolução está ocorrendo nos Centros mundo inteiro. Neste sentido, quem tem feito um tra- de Treinamento, onde há harmonia entre o ritmo de balho diferenciado no País é NBHA Brazil, que fez com treinamento do cavaleiro profissional, a capacidade que os olhos do mundo se voltassem para os cavalos evolutiva do animal e a expectativa de resultados por e os cavaleiros brasileiros, valorizando toda a cadeia parte do investidor. Em minha opinião, reside nesta envolvida com a modalidade. combinação de fatores o sucesso de um programa de 79 condicionamento e preparação para o cavalo de Tam- E, finalizando, deixo minha mensagem a todos que bor e Baliza. São notórios nos dias de hoje os bons de- amam este esporte, repetindo as palavras que um sá- sempenhos obtidos quando tudo caminha de forma bio cavaleiro certa vez me disse: “tenho orgulho de di- harmônica. zer que sou treinador de cavalos de Tambor e Baliza, E que os proprietários não se enganem, pois nem sem- pois trabalho para o desenvolvimento e a prática de pre dos primeiros lugares vêm os melhores resultados. um esporte maravilhoso e valorizado, que está cheio Isso se dá pela busca do alcance do limite do conjunto, de gente boa lutando pelo mesmo bem que eu”. cavalo-cavaleiro, algo salutar desde que saibamos respeitar tais limitações. Precisamos buscar sempre a evolução sustentada em princípios, como honestidade, trabalho sério e companheirismo. Ninguém constrói nada derrubando o vizinho. Temos que trabalhar juntos para a evolução do esporte. Temos que nos orgulhar por termos a Associação Brasileira de Treinadores de Tambor e Baliza (ABTB), que com certeza é um marco para a profissionalização do setor. Fator crucial na evolução do esporte é a imparcialidade do resultado dos eventos, pois não existe juiz mais justo e honesto que o relógio. Ele é o fator crucial para o sucesso das modalidades Tambor e Baliza. Independentemente quem for, de onde for, ou como for, o melhor tempo será o Campeão. Não há subjetividade, nem trapaças. Isso não ocorre em provas de julgamento subjetivo, em que a falta de padronização das notas e a qualidade dos julgadores muitas vezes suscitam questionamentos por parte dos competidores. Utilizando-me do exemplo acima, chego à conclusão de que devemos ser justos não só dentro da pista, como também precisamos trabalhar sempre para darmos os melhores rumos para o esporte, pois é muito fácil administrar algo crescente e que está em alta, sendo procurado por quem não é do meio. No entanto, decisões erradas, tomadas em épocas de bonança, podem por tudo a perder. Enfim, devemos como treinadores incentivar os pólos regionais do esporte, cada qual em sua localidade dentro deste imenso Brasil. Faz parte do papel do profissional não só participar, mas incentivar e auxiliar na promoção dos eventos, o mesmo se aplicando aos organizadores em buscar a opinião e o apoio dos treinadores. A troca de informações manterá sempre o esporte atualizado, pois é através dos cavaleiros que partem a maioria dos anseios e as necessidades dos competidores. 80 “ Precisamos buscar sempre a evolução sustentada em princípios como honestidade, trabalho sério e companheirismo. Ninguém constrói nada derrubando o vizinho ” *Bruno José Ribeiro participa das provas de Tambor e Baliza desde 1994. É engenheiro agrônomo e inspetor oficial da ABQM. Ele atende em seu Centro de Treinamento em Espírito Santo do Pinhal/SP. Contato: www.ctbrunoribeiro.com.br. 81 SAÚDE ANIMAL Dermatite da quartela Conheça mais sobre a enfermidade que acomete cavalos de competição. Saiba as causas, as consequências e o tratamento recomendado Por Ricardo Prianti* D Dentre tantos problemas aos quais os cavalos de compe- e urina, pastagens barrentas com charcos e água parada tição são suscetíveis, um que não é tão comentado pelos são os principais fatores que predispõem ao desenca- veículos de imprensa especializados no meio equestre é deamento da afecção, preferencialmente nos membros a dermatite da quartela. Pensando nisto, resolvi abordar posteriores. o assunto, uma vez que pude acompanhar uma série de Uma das situações predisponentes mais frequentes é animais com tal comprometimento. quando se lava o animal com mangueira para retirar a Dermatite da quartela é o nome comum dado à doen- lama dos membros, deixando-os molhados para seca- ça de pele que afeta a porção distal do referido mem- rem naturalmente. Isto proporciona um ambiente de bro, mais comumente localizada na parte posterior do umidade, ideal para a bactéria se aproveitar e estabele- mesmo. Trata-se de uma inflamação da pele causada por cer a infecção. uma bactéria denominada Dermatophilus congolensis. A pele dos cavalos na parte posterior da quartela é muito A doença, também conhecida como Dermatofilose, ma- fina e extremamente sensível. A doença pode também nifesta-se em animais que permanecem em precárias ser transmitida de animal para animal através de fômites condições de higiene. Baias sujas, com acúmulo de fezes (equipamentos, utensílios de limpeza) contaminados. “ Dermatite da quartela é o nome comum dado à doença de pele que afeta a porção distal do referido membro, mais comumente localizada na parte posterior do mesmo 82 ” Inicialmente, é observada dermatite da região com irritação e Nas fases iniciais, quando a dermatite seborréica é pronuncia- vermelhidão da pele, desde a face caudal do boleto até a co- da, o processo pode ser confundido com a sarna carióptica da roa do casco, junto aos talões, desencadeando coronite. Ocorre quartela, havendo, portanto, necessidade de diagnóstico dife- excessiva produção de secreção seborréica conferindo aspecto rencial, feito através de raspado de pele e exame microscópico. grosseiro à pele e formação de crostas. Nesta fase, aparecem sul- O tratamento vai depender da gravidade das lesões. O funda- cos ou rachaduras, proporcionando invasão bacteriana secun- mental é retirar os animais do meio predisponente para locais dária. O animal geralmente apresenta manqueira, desde grau limpos e secos, como baias amplas e arejadas, e piquetes pla- I até grau III ou IV, chegando a ficar impossibilitado de apoiar nos. A região afetada deve ser lavada com água e sabão para a o membro no solo devido ao descolamento da coroa do casco remoção das crostas. Após a lavagem é muito importante que na região dos talões e ao comprometimento do coxim adiposo a região afetada seja completamente seca com toalhas limpas. do pé. Ocasionalmente, poderá ocorrer crescimento anormal do As medicações devem ser prescritas por médico veterinário e, casco com tendência à substituição do estojo córneo. como dito anteriormente, dependerão da gravidade das lesões. “ O tratamento vai depender da gravidade das lesões. O fundamental é retirar os animais do meio predisponente para locais limpos e secos, como baias amplas e arejadas, e piquetes planos ” *Ricardo Prianti é médico veterinário e treinador de cavalos para as provas de Tambor e Baliza. Contatos: (11) 4652-6613 / 7103-5820. Foto ilustrativa 83 84 85 IN T E R N E T Twitter - informações constantes em segundos Nova mania mundial conquista internautas brasileiros, que utilizam a rede social para compartilhar afazeres pessoais E Em um tempo não tão distante, os treinadores de cavalos costumavam condicionar os animais dentro de redondéis, tendo como fiscalização as próprias percepções. Hoje já existem equipamentos eletrônicos que fornecem preparação mais eficiente do que a dada pelos humanos, inclusive, seguindo programações de atividades físicas embasadas em estudos científicos. Isso é fruto da modernidade, que sempre caminha ao lado da evolução tecnológica. Dentre as novas tecnologias, mais especificamente relacionadas à rede mundial de computadores, o Twitter é a sensação do momento. Criado pelos norte-americanos Christopher Isaac Stone “Biz”, Jack Dorsey e Evan Williams, a rede social já conta com 50 milhões de usuários em todo o planeta. Isto em apenas dois anos de uso. A ideia inicial era fornecer informações pelo computador através de mensagens curtas, com até 140 caracteres, de maneira rápida e instantânea. “O modelo foi inspirado nas mensagens de texto dos celulares”, explicou Biz à revista Veja de 21 de outubro. “O que desperta maior interesse são os assuntos relacionados à comunidade em que o usuário está inserido. Observamos que muita gente busca informações sobre seu microcosmo”. Os criadores do Twitter perceberam que as pessoas queriam estar interligadas sobre notícias de seu universo particular, como tomar conhecimento instantâneo sobre a falta de água no bairro, por exemplo. “O conjunto de muitos posts sobre uma enormidade de temas é o que movimenta o Twitter”, falou Biz a Veja. Para os apaixonados em Três Tambores e Seis Balizas, o maior interesse é ficar antenado nas novidades sobre as duas modalidades, focando no microcosmo equestre. Seguindo tal tendência global, no último mês de outubro, a revista Tambor & Baliza lançou seu espaço no Twitter. “Nosso propósito é oferecer modernidade e facilidade aos nossos leitores através da nova ferramenta”, diz Marcelo Delchiaro, presidente da Editora HS. Os leitores podem acessar a página twitter.com/revistateb para trocar ideias com os profissionais da Redação da revista. “É uma forma eficaz de divulgação no meio”, explica Danilo Bravo, responsável pelo fluxo de mídia da Lab3, empresa que programa as ações de web da Editora HS. 86 Atualmente, o Twitter é a quarta rede social mais acessada no Brasil, com 10 milhões de visitantes ao mês. Tamanho sucesso não surpreendeu os criadores da ferramenta. “A vontade de se conectar com outras pessoas é algo intrínseco à cultura brasileira. Além do mais é possível escolher as notícias recebidas e questionar a fonte”, continuou Biz na entrevista dada à maior publicação semanal impressa do País. O criador de cavalos Thomas de Mello e Souza, da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, aderiu à nova sensação global e chegou à conclusão de que é preciso tempo para participar da rede. “É uma ótima ideia, mas é preciso ter disponibilidade para atualizar a página pessoal com a frequência que ela demanda”. Compreendendo a fórmula do sucesso do Twitter, ele diz que o mesmo é benéfico às empresas devido ser um meio gratuito de investimento em divulgação da marca. Sobre a utilização demasiada do Twitter em circunstâncias mais polêmicas, como em campanhas políticas, por exemplo, o inventor Biz não faz rodeios. “A internet foi criada para dar a todos a possibilidade de obter e publicar informações”. Não há quem não possa fazer uso desta invenção tecnológica, mas a dica é seguir a etiqueta da internet para não entrar em apuros. Rafael Marques, do Haras Três Pinheiros, vive twittando. “É uma maneira prática de passar e receber recados”, diz. Além de ser criador de cavalos, Rafael tem uma banda chamada Vida. “Uso o Twitter para dar notícias fresquinhas aos nossos fãs”. Na rede, o jovem não segue muitas pessoas ligadas ao universo equestre - “poucos do meio estão no Twitter, mas já adicionei a revista Tambor & Baliza”. A nova mania mundial possui ferramentas curiosas como a Trending Topics, que capta os termos mais utilizados pelos “twitteiros” e os transfere aos devidos interessados, ou seja, direcionando o assunto a quem interessa. Em breve, o Twitter terá versões em alemão, francês e espanhol, tornando-se ainda mais atrativo e, certamente, aumentando sua popularidade. A simplicidade da rede social agrega constantemente novos usuários. “No Twitter não há necessidade de resposta. Ele permite fugir desta obrigação”, explica Biz. T&B 87 H O M E NAG E M A sina de uma Campeã Mãe e filha, unidas pelos mesmos ideais. Como o amor materno pode superar toda e qualquer dificuldade só para ver o sorriso do rebento Fotos cedidas B Bruna Tedesco Cortelini, 18 anos, é competidora das provas de Hipismo Rural desde os quatro anos de idade. Há cinco anos morando em Botucatu, no interior de São Paulo, a menina - natural de Chapecó/SC, deixou sua terra natal aos 13 em busca da realização de seu maior sonho, tornar-se uma autêntica Campeã das modalidades Tambor e Baliza. Desacreditada por muitos, que achavam loucura ela e a mãe saírem de casa para se aventurar em outro Estado, sem certezas, nem garantias, tampouco apoio, ela sempre acreditou em seus ideais, tendo em mente a seguinte frase: “quando você tem um sonho e luta por ele, o universo conspira a seu favor”. Foi acreditando nisso, que ela teve força para ir superando as dificuldades, as dores, as decepções. Incontáveis foram as lágrimas derramadas. Mas desistir nunca esteve em seus planos. Perseverante, ela vez valer uma frase dita por Antonio Augusto do Amaral, o Tuta, dono da Rádio Jovem Pan: “ninguém alcança o sucesso sozinho”. Foi o que aconteceu com a Bruna, que teve no carinho de uma família paulista a certeza de externar seu talento. Tal família recebeu mãe e filha catarinenses como entes queridos, tornando-se a “Família Espelho D’água” - Marcos, Renata, Lucca e Carmem, juntos com o treinador e amigo Itamar Marques da Silva. Reconhecendo o talento da menina, renomados criadores a procuraram para que ela montasse seus animais. Hoje, além dos cavalos da Fazenda Espelho D’água, de Botucatu, a jovem competidora monta os animais da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, de Jaguariúna/SP, propriedade do casal Roberta Paes de Almeida e Thomas de Mello e Souza, bem como do Haras Horizonte, do Recife/PE, do titular Guy Peixoto Júnior. Em junho de 2009, na Final do V Campeonato da NBHA Brazil/APTB, em Porto Feliz/SP, Bruna conseguiu se consagrar Campeã, montando Victory Fly VM, garanhão recordista nacional. Um mês depois, durante o Campeonato Nacional da raça Quarto de Milha, em Avaré/SP, ela foi Reservada Campeã, novamente com Victory. Caro leitor, este é mais um espaço exclusivo a você. Envie-nos fotos e textos para [email protected]. As homenagens são publicadas seguindo o critério de ordem de chegada. 88 Em setembro, na I Etapa do VI Campeonato da NBHA Brazil/ APTB, Bruna carimbou o passaporte para o Mundial da modalidade Três Tambores, pois conseguiu não só o primeiro lugar, mas o segundo, o quarto e o sexto na Classificatória para o evento da National Barrel Horse Association, competição que aconteceu na cidade de Augusta, no Estado da Geórgia, nos Estados Unidos, no final do mês de outubro. Foi um momento único, inesquecível, que veio para coroar estes 14 anos de muita luta e persistência. Passamos por todas as etapas e degraus, não pulamos nada e, hoje, tudo o que conseguimos é verdadeiro e real. Agradecemos a Deus e a todos que acreditaram em nós... Muito obrigada! Rosimeri Tedesco Mãe, admiradora e amiga 89 OPINIÃO A grande festa “ Minha viagem começou em 1963 e só vai terminar quando eu morrer. Tudo que aconteceu antes, durante e depois é o que realmente importa A vida é uma sucessão de fatos e acontecimentos, um processo de pesquisa, descobertas e preparação, portanto, tenha visão holística ”E Por Luciano Pires* Em minha palestra “O Meu Everest”, descrevo tudo que precisei fazer para realizar o sonho da minha vida: chegar o mais próximo possível da maior montanha do mundo. Começo a palestra falando de minha infância em Bauru/SP, em 1963, e dos sonhos de uma criança com seis anos de idade. Depois vou caminhando pelo tempo, contando da fascinação pelos aventureiros, do encontro com o Everest ao assistir um documentário e do processo de pesquisa, descobertas e preparação para a viagem da minha vida. É uma história divertida e repleta de lições, cujo ponto culminante é o momento em que - depois de nove dias de caminhada, chego aos 5350 metros de altura do Campo Base do Everest. Uma vitória. Então, apresento uma série de fotos do acampamento e brinco com a platéia: “ao ver estas fotos vocês provavelmente me farão perguntas”: – É isso? O que é que tem lá? – Pedras. – O que mais? – Gelo. – Dá pra ver o Everest? – Não. – Como assim? Você saiu da sua casa, foi para o fim do mundo, correu risco de vida, passou frio para ver uma pedreira? Você é maluco? As pessoas não entendem... O Campo Base do Everest tinha muito pouco a oferecer. Na verdade, ele serviu mesmo foi para apontar a direção, para ajudar a calcular quanto tempo levaria a caminhada. Ele possibilitou que eu fizesse um plano. O Campo Base era a materialização de meu sonho. Mas as pessoas pensam que fui para lá por causa dele. Não fui. Minha viagem começou em 1963 e só vai terminar quando eu morrer. Tudo que aconteceu antes, durante e depois é o que realmente importa. “O meu Everest” é um processo de transformação, que me fez uma pessoa diferente. O Campo Base era só um detalhe. Mas é só o que a maioria das pessoas consegue ver... Bem, conquistamos o direito de organizar a Olimpíada de 2016 no Brasil. Pessoalmen- Foto divulgação 90 te acho que temos outras prioridades nas quais aplicar os milhões que o evento exigirá, mas o que está feito, está feito, e fiquei feliz. Agora é fazer direito. Minha preocupação – à parte as questões da corrupção, incom- Mas será que a turma do curto prazo tratará os Jogos como um petência, intenções eleitoreiras e conchavos, é que os responsá- fim, não como um processo? Focará na construção de obras sem veis tratem a Olimpíada como as pessoas tratam a minha viagem: planejar sua sustentabilidade? Usará os atletas, descartando-os de olho apenas no objetivo tangível. em seguida até a próxima Olimpíada? Organizar a Olimpíada exigirá um grau de profissionalismo como Será que no dia seguinte o Brasil tirará a fantasia e voltará ao que raramente demonstramos antes, mas daremos um jeito. O im- era antes? Se assim for, não teremos aprendido nada. Perdere- portante é que os Jogos não podem ser vistos apenas como “os mos a oportunidade de usar a Olimpíada para transformar o País. Jogos”. Tudo que acontecerá até, durante e depois deles é o que Como aconteceu no Pan do Rio, apenas mostraremos ao mundo importa. que somos bons de festa. Isso é muito pouco. Os Jogos em si serão apenas um detalhe - se quisermos que a Olimpíada seja realmente um ponto de inflexão na curva de *Luciano Pires é jornalista, escritor, conferencista e cartunista. amadurecimento do Brasil. Leia mais artigos do autor em www.lucianopires.com.br. “ Será que após o término da Olimpíada de 2016, o Brasil tirará a fantasia e voltará ao que era antes? Se assim for, não teremos aprendido nada. Perderemos a oportunidade de usar os Jogos para transformar o País ” 91 92 CARAS do TAMBOR Fotos Beto Negrão 93 96 Haras Modelo Haras Bella Vista Conheça a história de um dos mais belos recintos de provas e eventos do interior paulista. E entenda a bonita relação que os proprietários do local têm com os cavalos J Jorge Luís da Silva e Elaine Peixoto Ferreira da Silva estão casados há 27 anos. Empresários do agronegócio, eles são titulares do Haras Bella Vista, um dos mais belos centros de eventos do interior de São Paulo. A paixão por animais vem desde a infância. Jorge, nascido e criado em São Pedro, desde novinho aprendeu a amar e a admirar os cavalos. Já a paulistana Elaine praticava equitação numa hípica em Interlagos, na capital. O encontro não poderia ter sido melhor. Eles se conheceram, apaixonaram-se e estabeleceram Fotos Beto Negrão a união, sempre pautada em carinho, amor, companheirismo e, claro, paixão por cavalos. Tal ligação envolvendo a natureza e os animais foi partilhada com os filhos, Bianca (26) e Jorge Filho (21). Há três anos, a primogênita se casou com Fernando Mazzonetto, com quem teve a pequena Liz. E, hoje, é essa criança quem impulsiona os caminhos dos empresários, que fizeram do Haras Bella Vista não só o idílio rural da família, mas o espaço para àqueles que sabem apreciar as belezas da vida no campo. 97 História O Haras Bella Vista foi projetado no final da década de 90. Sempre foi o local de descanso e lazer da família. “Tudo começou por hobby em razão do nosso filho pedir um cavalo de presente. Na época, por coincidência, ganhamos um Anglo-árabe de um amigo”, conta Jorge. “Como gostávamos de fazer cavalgadas, partimos para o Mangalarga. Mas quando conhecemos o Quarto de Milha, com toda sua inteligência, beleza, força e habilidade, ficamos fascinados pela raça”. Tão logo optaram pelo Quarto de Milha, eles passaram a ser conhecidos por fazerem aberturas de festas do peão. “Fazíamos coreografias com 12 cavalos em rodeios em São Pedro e em cidades circunvizinhas. Foram momentos marcantes, agradáveis e feitos com muita seriedade”, relembra Elaine. “Em cada prova os momentos são especiais e únicos. A adrenalina aumenta quando a sintonia homem-cavalo se completa. Parece que a pulsação é uma só e tudo sai conforme o esperado” Elaine Peixoto, competidora 98 Equipe do Haras Bella Vista na entrada da propriedade. Lá, atender bem significa ser eficiente e distribuir sorrisos Já tendo uma boa tropa, o Haras Bella Vista direcionou os trabalhos para as provas de Tambor e Baliza. Isso em 2006, quando Bianca se interessou pelo esporte. “Por este motivo decidimos contratar um treinador que se adequasse ao nosso perfil e, em junho de 2007, o José Eduardo Pereira passou a trabalhar conosco. Ele é um profissional sério e dedicado, que lidera a equipe do Centro de Treinamento HBV. Somos gratos a ele pelos resultados que vimos alcançando”, fala Elaine. Derrotas e vitórias Perguntados sobre as dificuldades na trajetória do Haras Bella Vista, Jorge e Elaine são taxativos: “enfrentar a tristeza da perda de cavalos queridos”. Para superar as mazelas, só com boas doses de alegria. E são muitas. “Há três anos eu comecei a brincar de passar no tambor, mas nunca imaginei que um dia fosse participar de provas oficiais”, confessa Elaine. “Mas a relação com os cavalos é tão incrível que hoje eu monto até o nosso garanhão, o Safari Dun It”. Tamanha garra e determinação fizeram com que a amazona conquistasse importantes títulos, como o do Congresso Brasi- leiro de 2008 - Amador Principiante. Ela foi também Reservada Campeã do NBQM de 2009 - Amador Máster, e Reservada Campeã da Copa Campeão dos Campeões de 2009 – Amador Máster. “Em cada prova os momentos são especiais e únicos. A adrenalina aumenta quando a sintonia homem-cavalo se com99 Only Moon Dash LR Cath Leo Trouble Safari Dun It LN “ Como gostávamos de fazer cavalgadas, partimos para o Mangalarga. Mas quando conhecemos o Quarto de Milha, com toda a sua inteligência, beleza, força e habilidade, ficamos fascinados pela raça ” Jorge Luís da Silva, proprietário Inter Jay SZ pleta. Parece que a pulsação é uma só e tudo sai conforme o esperado. Mesmo não dando certo, ou seja, não atingindo o objetivo, o que realmente vale é sempre a esperança e a vontade de melhorar cada vez mais”, diz Elaine, com brilho nos olhos digno de quem conhece as verdadeiras belezas da vida. Seleção genética Quando partiram para as provas de Tambor e Baliza, os titulares do Haras Bella Vista optaram por selecionar animais de linha- gem de Trabalho. “No entanto, hoje em dia nós selecionamos Just El Shady 100% genética de Corrida”, aponta Jorge. Atualmente, o Haras Bella Vista e o Centro de Treinamento HBV contam com cerca de 30 animais. São produtos que já estão em competição ou em fase de preparação para as provas. Dentre os craques das arenas, destaque para: • Safari Dun It LN (Melodys Dun It x Falling Star HDN); • Only Moon Dash LR (Only A Streaker x Bet Moon LR); • Cath Leo Trouble (Mr. Trouble FF x Hirondele Leo HED); • Inter Jay SZ (Jay Apolo Bars x City Girl RC); • Just El Shady (El Shady Zorrero x Penéllope JZ); • Frank Dancer (Lachat SKR x Sweety Dancer CY), e • Bella Líder (Líder da SM x Orquídea Selvagem LS). 100 Estrutura completa Localizado numa área de 20,15 hectares, o Haras Bella Vista tem completa infra-estrutura, não só para receber eventos hípicos, como também festas de aniversário, formaturas e casamentos. As instalações são de alto nível e com beleza natural incomparável. Para o ano de 2010, inclusive, o “HBV Eventos” já conta com festividades agendadas para o segundo semestre. A parte referente ao Centro de Treinamento é composta por 30 baias, 20 piquetes, pista oficial drenada e iluminada, além de redondel e girador mecânico. Compõem a equipe profissional os médicos veterinários Dr. Luciano Mazzonetto (Esporte) e Dr. Fernando Bassan (Acupuntura). O treinador José Eduardo Pereira é auxiliado por Daniel Ricardo Bexiga. E o trato dos animais fica a cargo de João Paulo e Ricardo Bexiga. Para finalizar os bons cuidados dados à tropa, o ferrageador Cristiano Braz, o Moreno, tem como assistente Cristian de Souza, que deixam os animais “na ponta dos cascos”. E importantes competidores vestem a camisa do Haras Bella Vista nas principais provas do País. São clientes do Centro de Treinamento HBV: Raquel Marques e João Guilherme Gozetto, Luciana Risso Gianetti, Gustavo Gazal Cattalini, Lígia Mesquita, Silvana e Sara Bertato, Luiz Paulo Martins Filho, Paulo Henrique Verdi e Virgínio Brunelli. “Estamos trabalhando com lotação máxima porque o mercado reconhece a competência do Eduardo Todo o conforto e o capricho nas instalações para receber diversos tipos de eventos (José Eduardo Pereira). Há anos ele vem fazendo na mesma sintonia, eles fizeram do idealismo a realidade, hoje um excelente trabalho, transmitindo seus conhecimentos firmemente concretizada nas instalações do Haras Bella Vista. aos cavalos com muita técnica e sabedoria. Como incenti- “Quando vejo a Elaine e a Bianca numa competição, fico imen- vo, nós separamos nosso melhor potro de 2010 para que samente feliz porque sei que o maior e melhor resultado não ele próprio participe das provas no ano que vem”, diz Elai- são as vitórias conquistadas e, sim, a superação delas em cada ne, antecipando a informação que estava em segredo. prova. Fazer o melhor de si e conquistar espaço especial diante Sonho que se sonha só... de Deus, que é quem nos proporciona toda essa vida, é fazer de cada tempo baixo uma esperança na busca do impossível. Parafraseando uma das canções célebres de Raul Seixas, “so- Isso retrata a nossa vida. Amamos o mundo do cavalo porque nho que se sonha só... É só um sonho. Mas sonho que se sonha ele nos impulsiona para descobertas. Com força e vitalidade, junto... É realidade”. Assim, o amor pelos cavalos fez com que o o cavalo nos dá segurança nas ‘viradas’ da vida e na busca de casal Jorge Luís e Elaine traçassem seus caminhos. Trabalhando resultados”, encerra Jorge, sintetizando o espírito Bella Vista. O Haras Bella Vista está localizado na Estrada do Limoeiro, s/nº, em São Pedro, no interior de São Paulo. Agende uma visita: (19) 3181-2263 / 9763-6647 / 9763-5861. E-mail: [email protected]. 101 MU L H E R Em forma para montar A equitação é um ótimo esporte para a manutenção do condicionamento físico. Ao invés de horas na academia, dedique-se aos cavalos M Imagens ilustrativas Montar não é apenas diversão ou ganhar novas habilidades. É também uma excelente maneira de se exercitar. Para iniciantes ou intermediários, o esporte oferece tanto exercício aeróbico quanto ganho de força. “É uma atividade prazerosa que faz gastar calorias”, diz a médica e atleta de equitação, Simone Aoki. “Os exercícios de trote e galope exigem contrações coordenadas de quase todos os grupos de músculos, promovendo musculação isométrica dessas fibras musculares”. É uma boa maneira de conquistar o corpo perfeito? “Existe uma melhora visível da força e do tônus muscular, principalmente de áreas como abdômen, glúteos, períneos e tríceps”. Ao ganhar mais habilidade como equitadora, o valor do exercício diminui porque você não tem que usar todo o peso do corpo, despendendo menos esforço. Mas mesmo para os experts, montar ajuda a manter a forma. E, cá entre nós, é muito mais divertido do que andar na esteira. “É um esporte que exige mais do animal, mesmo assim, não impede que a amazona também se esforce”, fala Camila Mazza, atleta olímpica de Salto e professora de equitação do Clube Hípico Santo Amaro, na cidade de São Paulo. “É uma academia diária que faz mexer o esqueleto e os músculos”. Ter corpo escultural é o sonho feminino. Sempre há algum “defeitinho” que a mulher deseja eliminar ou disfarçar. Algumas dessas imperfeições são evidenciadas pela postura errada. Se você sofre deste mal, procure agora mesmo uma escola de equitação. “É um esporte que aprimora a postura do cavaleiro, pois fortalece a musculatura responsável pela sustentação da coluna vertebral”, explica Simone Aoki. 102 103 Entre outras recomendações, a médica salienta a importância do cuidado com a exposição da pele ao sol. “É preciso formar o conjunto perfeito. Boa estrutura corporal e cútis saudável”. A revista Tambor & Baliza adverte com frequência aos leitores o valor de se utilizar acessórios e protetores solares para manter a saúde em dia. Experimente montar sem colocar os pés nos estribos. Isso a ajudará a ter melhor equilíbrio e fará com que você trabalhe os músculos abdominais e as coxas. Comece devagar e aumente para 10 a 15 minutos – ao trote e ao galope. Certifique-se de estar segura antes de fazer o exercício. Uma alça no pescoço do cavalo onde você possa se segurar, caso se desequilibre, é interessante. Antes de montar, tire maior proveito de seu tempo, acrescentando novos exercícios. Ao escovar o cavalo, use as duas mãos ao mesmo tempo, tendo escovas idênticas em cada uma das mãos. Passe as escovas com vigor, desta maneira você estará trabalhando membros superiores, fazendo exercícios aeróbicos e melhorando a coordenação bilateral (habilidade importante para quem monta). O cavalo ganha o dobro de brilho enquanto os dois aquecem os músculos. “Indico que os atletas façam alongamento antes de montar”, fala Camila Mazza. “Caso contrário, os efeitos da equitação podem ser prejudiciais”. A atleta olímpica afirma que os casos mais comuns são desvios na coluna e hérnia de disco. “Para evitar estes traumas é preciso, além de supervisão profissional, o uso de aparatos de proteção”. Aos que pretendem iniciar na equitação é recomendável vestir capacetes, luvas, botas e até, se possível, air-bags que aliviam o impacto das inevitáveis quedas. Não adianta ir com sede ao pote, pois não será da noite para o dia que o corpo definido surgirá em frente ao espelho. É indicado que os iniciantes pratiquem equitação duas vezes por semana com duração de uma hora cada aula. “A equitação é uma atividade competitiva, em que o conjunto trabalha o limite”, explica o médico ortopedista especializado em coluna, Alexandre Sadao Iutaka. O profissional que atende na Clínica Vita, no bairro paulista de Higienópolis, afirma que lesões são mais frequentes quando há ritmo intenso nos treinos. “No entanto, se houver correção de técnica e de ergonomia é possível evitar os malefícios do esporte”. Equitação diferente Durante o inverno e nos períodos de chuva, quando você tem menos tempo para montar, mantenha a forma com a ajuda de uma bola de exercícios, que trabalha a postura e o alinhamento da espinha dorsal. “Os exercícios alongam e fortalecem todo o corpo”, diz a fisioterapeuta Maira Seincman. “O praticante é desafiado a conseguir simetria enquanto se exercita”. Ao sentar na bola, você pode esticar e alongar o tendão de Aquiles, ajudando a manter os calcanhares bem posicionados na sela. Montando a bola, você poderá apertá-la com os joelhos em séries de 10 repetições, fortalecendo os músculos das coxas. Você também pode praticar abertura e fechamento da pélvis e praticar o movimento de levantar e sentar durante o trote elevado. “A coordenação e o equilíbrio são treinados 104 juntos com a força e a mobilidade”. A bola de exercícios deve ser resistente e rígida. Não utilize as esponjosas e mais simples, porque as mesmas não imitam o dorso do cavalo. As rígidas e de mais qualidade são melhores. Doutor Alexandre Sadao Iutaka ressalta a importância de os exercícios serem acompanhados por fisioterapeuta ou educador físico. “Tendo correta orientação profissional, o atleta desenvolverá o controle motor ideal no trabalho com a bola”. A lista de vantagens para quem utiliza o material não termina por aqui. “É um treino com custo baixo, praticidade, versatilidade e permite trabalhar a musculatura necessária e similar dos gestos praticados na equitação”. Se você já está se rendendo aos encantos da equitação, o médico ortopedista sentencia: “é possível realizar o esporte sem lesões, com prazer e longevidade”. Então, tenha uma boa montaria! Contatos: Dra. Simone Aoki (11) 3842-8734 Camila Mazza (11) 7737-9852 Maira Seincman (11) 9883-9576 Dr. Alexandre Sadao (11) 3123-8482 105 106 107 RE PRODU TO R A E M D E STAQ UE Chokolatte Fame a estrela do momento Acostumada com vitórias, égua chega ao Brasil para breve Temporada na reprodução e para arrasar nas competições F Fotos Beto Negrão “ Lance Graves construiu uma base sólida para a Chokolatte trilhar um belo caminho no esporte, tornando-a vencedora no Tambor Guy Peixoto, proprietário 108 ” Foi nos pastos do criatório norte-americano, Champus Racing Club, que em 15 de abril de 2005 nasceu a alazã Chokolatte Fame. Desde novinha, ela já carregava consigo o peso de ser filha do maior produtor de craques nos Três Tambores no mundo, Dash Ta Fame (First Down Dash x Sudden Fame) - ganhador de US$ 290 mil e progenitor de US$ 12 milhões em Corrida e US$ 1,6 milhão em Tambor. Na linha baixa, ela traz o sangue não menos importante de Chocolate Champus (Champus x Features Favorite). Portanto, o destino lhe reservou apenas uma saída: ser vencedora. Assim que mostrou firmeza nas patas, Chokolatte Fame seguiu para o Graves Ranch, localizado em Oklahoma, também nos Estados Unidos, onde passou a ser treinada por Lance Graves. O respeitado profissional, considerado o melhor do mundo na arte de iniciar potros para a prova de Três Tambores, logo gostou dela. “Chokolatte sempre foi dedicada aos treinamentos. Ela trabalha com vontade. É um animal muito inteligente”, diz o cavaleiro. “Gosto de montar os filhos do Dash Ta Fame porque sei que eles são bons. Não importa se serão vencedores ou não. Trabalho-os tranquilo, porque sei que serão capazes de vencer”. O brasileiro Guy Peixoto, atual proprietário da alazã, é fã do treinador norte-americano. “Lance Graves construiu uma base sólida para a Chokolatte trilhar um belo caminho no esporte, tornando-a vencedora no Tambor”, aponta. O titular do Haras Horizonte, com sede em Bezerros, no Pernambuco, e filial em Jaguariúna, no interior de São Paulo, está otimista quanto ao retorno de Chokolatte Fame às competições. “Ela chegou ao Brasil no 2º semestre de 2008. Demos um tempo para ela se adaptar e, posteriormente, aproveitamos a nova Estação de Monta para deixá-la aos cuidados da Central Internacional de Reprodução Equina do Rancho das Américas, onde ela está em processo de coleta de embrião”. A equipe da central está satisfeita com a chegada de Chokolatte, definida como um animal manso, de fácil manejo e muita docilidade, segundo a Dra. Denise Florêncio de Athaide, titular do local. “É fundamental a importação de animais que contribuam para a genética nacional. A Chokolatte Fame agora está no hall destas históricas matrizes”, aponta a médica veterinária. “Logo no início de 2010, ela já retomará os treinamentos”, diz o entusiasmado Guy Peixoto, um dos maiores investidores no cavalo de Tambor no Brasil. O criador aposta que os filhos de Chokolatte Fame serão fantásticos. “Mesclar animais brasileiros com o sangue do Nº 1 do Tambor, Dash Ta Fame, é mágico. Os produtos serão de primeira linha”. O plantel brasileiro está repleto de garanhões de boa qualidade, que possuem genéticas ideais para acasalamentos com matrizes de sangue Dash Ta Fame. Guy aponta três exemplares que, segundo sua experiência, terão êxito nos cruzamentos com Chokolatte Fame. São eles: os Campeões de Tambor - Victory Fly VM (Apollo VM x Signed To Liberty) e Cash Fly Doc (Signed To Fly x Miss Cash Bid), e o velocista - Streak Of Cash (A Streak Of Cash x Reseda LR). “Quero muito ver a produção dela com tais reprodutores. Tenho certeza que serão animais altos, fortes, inteligentes e velozes”. Dentre as novidades do Haras Horizonte, Guy Peixoto informa que está trazendo dos Estados Unidos um novo garanhão, que certamente irá servir Chokolatte Fame no futuro. “Trata-se de Corona Candy (Corona Czech x Sex N Candy), um animal excepcional”, fala o criador. Índice de Velocidade 95, o jovem reprodutor de 05 anos de idade ganhou mais US$ 30 mil em prêmios na Corrida. Segundo um website norte-americano, especializado em velocidade, ele é “grande, bonito e rápido”. É o Brasil cada vez mais se especializando em genética específica para cada modalidade, por isso está tão na moda dizer (e não é redundância!) que somos o novo player global do esporte. Chokolatte Fame é a nova “menina dos olhos” do Haras Horizonte, da família Peixoto. Como tal, ela recebe tratamento de princesa. “Não diria desta maneira”, sorri Guy. “Mas não posso negar que ela é uma égua querida e que merece tudo “ Se brigar com ela, você não chega a lugar algum. É preciso compreendê-la, pois ela foi domada nos Estados Unidos, em estilo diferente ao nosso Petrus Peixoto, competidor ” do bom e do melhor”, continua. O jovem Petrus Peixoto, filho de Guy, que atualmente mora nos Estados Unidos, onde segue construindo uma carreira brilhante como cavaleiro, diz que pretende montar Chokolatte Fame em 2010 no Brasil. “Acredito que no próximo ano ela já esteja em pista, mostrando todo o seu potencial”, vislumbra o rapaz, que conquistou importantes prêmios com a égua na terra do Tio Sam. Petrus conhece o jeito de Chokolatte Fame. “Se brigar com ela, você não chega a lugar algum. É preciso compreendê-la, pois ela foi domada nos Estados Unidos, em estilo diferente ao nosso”, ensina. Chokolatte Fame está agitando na reprodução, despertando interesse dos mais renomados criadores brasileiros. Ela tem beleza, tem genética e tem desempenho. O que o público brasileiro espera é que ela faça belas apresentações, assim como fez nos Estados Unidos, tornando-se mais uma craque nas pistas do Brasil, o que só enriquecerá o esporte nacional. “Se mantiverem o treinamento que eu iniciei aqui nos Estados Unidos e se tiverem calma para que ela se adapte às condições de prova no Brasil, tenho plena convicção de que em breve ela será mais um nome forte nas arenas brasileiras”, prevê Lance Graves. 109 RE PRO D U TO R E M D ESTAQ UE Smart Gray Pistol, o imponente Saiba detalhes da história do tordilho, de Apartação, que produz animais para as provas de Tambor e Baliza A “ A égua Chiquita Pistol (Smart Little Pistol x Miss Chiquita Tari) ganhou fama nas pistas norte-americanas após conquistar a Tríplice Coroa da NCHA (National Cutting Horse Association). Com as vitórias, ela elevou sua linhagem ao sucesso. Desta forma, o criador Antônio Carbonari Netto, titular do Rancho Coyote, localizado em Itatiba, no interior de São Paulo, viajou aos Estados Unidos com a pretensão de obter um produto da mesma genética da craque da Apartação. Assim, no Verão de 2005 chegou ao plantel de Carbonari o então potro Smart Gray Pistol (Smart Little Pistol x Sassy Nu Flip), nascido em 1º de fevereiro de 2004. Já sob propriedade do criador brasileiro, Smart tinha futuro traçado. Certamente seria Campeão de Apartação. Porém, ele sofreu uma lesão que o deixou de fora do Potro do Futuro da ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha). Pelagem tordilha. Esta era a exigência fundamental do criador e treinador João Duprat para adquirir um garanhão Quarto de Milha. “Encontrei muitos animais, mas tive perseverança em aguardar o cavalo ideal, aquele que faria a diferença em minha vida”, diz o cavaleiro. Certo dia, o proprietário do Rancho Mombuca foi visitar o amigo Carbonari. Ao ver Smart solto no pasto, o jovem criador logo se apaixonou pelo tordilho. “Além de boa estrutura e pedigree fantástico, o Smart tem a pelagem que eu considero a mais bonita. Quando o adquirimos, concretizei um sonho antigo”, afirma Duprat, após fazer sociedade com Marcelo Guevara e comprar 50% do animal. A compra se deu em 02 de março de 2008. “Smart Gray Pistol possui o espírito da versatilidade que a raça Quarto de Milha exige”. Sem demora, o garanhão foi levado para o Rancho Mombuca, onde foi “batizado”, como Duprat costuma dizer. “Fizemos a apresentação dele para os amigos mais próximos”. Não satisfeitos em deter 50% do reprodutor, João e Marcelo aumentaram a proposta para Carbonari. “O queríamos por inteiro, só nosso”, conta Guevara, aos risos. Então, em dezembro de 2008, a dupla se tornou proprietária integral do raçador. “Foi uma festa. Até parecia que o Brasil tinha ganhado a Copa”, conta Duprat. “Não, a felicidade foi tamanha, que até me lembrou a Argentina Campeã”, retruca o argentino Guevara, em tom de descontração. Seja como for, desta vez hermanitos e brasileiros venceram juntos. Além de boa estrutura e pedigree fantástico, o Smart tem a pelagem que eu considero a mais bonita. Quando o adquirimos, concretizei um sonho antigo ” João Duprat, sócio-proprietário 110 Desde a chegada ao Rancho Mombuca, Smart ficou Fotos Gerson Verga hospedado numa “suíte máster”, ou melhor, em uma ampla baia com piquete particular anexo. As primeiras coberturas foram comercializadas no Leilão do Rancho Coyote, realizado no Congresso da ABQM em 2008. “Superamos nossa expectativa e já tratamos de congelar bastante sêmen dele”, conta Guevara. Para dar andamento aos serviços de coleta, o condomínio nomeou o Dr. Ricardo Pisciotta como responsável pela saúde reprodutiva de Smart. “Tudo é feito no próprio Rancho Mombuca. Não queríamos deixá-lo longe de nós na estação de monta, pois é um privilégio conviver com Smart”, reforça João Duprat. Os sócios explicam que o tordilho tem papel ideal para àqueles que buscam animais de Tambor. “Smart possui estrutura óssea forte e inteligência surpreendente. E tem explosão nas manobras”. Importado dos Estados Unidos, o garanhão de linhagem de Apartação tem sangue interessante para cruzar com matrizes de Corrida. A chegada de Smart Gray Pistol aguçou a alma publicitária de seus proprietários. A divulgação da venda das coberturas, que custam R$ 2,5 mil, é inovadora. Em 2008, eles apostaram na sexagem do embrião. Este ano, eles dão a chance de os compradores adquirirem duas coberturas e ganharem a terceira. Além disso, o imponente animal é “patrocinador” do Smart Gray Pistol tem genética recomendada para produzir animais de Tambor e Baliza Campeonato Regional Leste. “Ele empresta o nome “Mesmo sem proteção, os pelos de Smart são macios e brilhanao evento”, explica Duprat. Até o fim do ano, a estimativa é que nasçam 40 filhos de Smart. tes”, conta Guevara, que adora dar banho no cavalo. “Uso sham“Nosso objetivo é dobrar este número em 2010”. O condomínio poo de bebê para não arder os olhos dele”, revela o criador, que possui alguns filhos do garanhão, como o alazão Bandido Pistol não esconde os mimos que faz. E os funcionários do Mombuca (por Kriska Doc’s Peppy). “Todos os potros de Smart têm muscula- até brincam que só falta João dormir na baia com o tordilho. “Totura delineada, aprumos corretos e garupa avantajada”, conta João dos nós temos prazer em cuidar dele. Hoje Smart é um membro Duprat, que contabilizou que 60% dos produtos nascem tordilhos. da nossa família”. Smart passa às tardes se exercitando no piquete. “Ele brinca o tempo todo. Vai até a cerca, relincha, chama a atenção dos outros animais e se exibe com arranques e paradas bruscas”, conta o titular do Rancho Mombuca, que relembra uma situação engraçada, quando um tratador levou um “baile” do garanhão. Precisou até a namorada de João, a zootecnista Fernanda Manelli, intervir. Fala a amazona: “eu estava almoçando e acompanhei toda a cena. O Smart estava brincando com o menino. Eu estava de vestido e sandália. Entrei no piquete, falei com ele, chamei sua atenção, e tirei o cabresto sem dificuldade. Se você não mostra segurança, ele assume o controle da situação”. Esta não foi a única situação em que Smart mostrou sua personalidade forte. João confidencia que o amigo Marcelo Guevara é perfeccionista ao extremo. Para a chegada do garanhão ao Rancho Mombuca, o argentino mandou confeccionar uma capa para o animal, com o nome do raçador bordado a mão. “Ele ficou lindo com a vestimenta”, lembra Guevara, com um olhar de desilusão. Mas o que houve? “Só não imaginei que ele iria rasgá-la inteirinha”, conta o criador aos risos. Outras duas capas foram compradas, mas o destino foi único: viraram fiapos. “ Smart está ao lado de pessoas que o amam. E tal sentimento faz com que tudo dê certo. A compra dele foi toda planejada, um trabalho feito com os pés no chão Marcelo Guevara, sócio-proprietário ” Para encerrar, Marcelo Guevara diz que Smart está ao lado de pessoas que o amam. “E tal sentimento faz com que tudo dê certo. A compra dele foi toda planejada, um trabalho feito com os pés no chão”, diz. “O mais gostoso não é conquistar o sonho e, sim, mantê-lo. Não acho palavras para explicar como sou feliz por conviver e cuidar do Smart todos os dias”, fala João Duprat, demonstrando explicitamente seu carinho pelo reprodutor tordilho. 111 VI AGE N S & L A Z E R Rota das tradições portuguesas Acumule Cultura e muita diversão. Como? Passeando a cavalo pela terra de Camões e José Saramago em roteiros de até sete dias de viagem A Fotos divulgação Atração turística portuguesa que conserva na bruma dos tempos as tradições tauromáquicas e o paraíso dos cavalos na província do Ribatejo. Situada no coração de Portugal, ao longo do Rio Tejo, a região possui diferentes paisagens que podem ser desvendadas a cavalo pelos turistas através da rota montada pela agência Cavalgadas Brasil. “É uma opção de passeio escolhida principalmente por casais que são apresentados a uma grande riqueza cultural e gastronômica”, afirma Paulo Junqueira Arantes, diretor da empresa. O Ribatejo é um paraíso para os cavaleiros, tendo como a capital da raça Puro Sangue Lusitano o distrito da Golegã. “Foi um sonho vivido em quase dez dias de andança”, resume Ângela Schonburg, que em julho de 2009 saiu de São Paulo para se aventurar com a família neste passeio. Acompanhada do marido, Eduard, e das filhas Carolina (08) e Glória (10), ela percorreu quintas históricas e degustou a saborosa culinária local. “Somos uma família equestre e minhas filhas estão acostumadas a montar, por isso foi uma viagem agradável e inesquecível”, conta. Esta foi a primeira vez que o casal incluiu as crianças no pacote. “É um programa belíssimo, só que é cansativo. Mas as meninas se comportaram bem”. 112 Fotos divulgação a serviço do mercado equestre Profissionais capacitados Equipamentos de última geração A melhor distribuição O maior número de assinantes Parceiros anunciantes fiéis Incansável busca pela excelência Editorial de qualidade Diferenciais? Não. Apenas nosso estilo de trabalho. 113 A família Schonburg ressaltou as belas paisagens por onde passaram. O pacote criado pela Cavalgadas Brasil englobou uma região formidável. “As acomodações foram bem escolhidas, fazendo com que descansássemos bem durante a noite. As refeições gostosas repuseram nossas energias e as florestas de cortiça parecem saídas de um quadro”. Paisagens exuberantes A natureza preservada nesta região portuguesa chama a atenção dos grupos que lá estão a passeio. “Há diferentes paisagens para serem desvendadas no lombo do cavalo”, diz Junqueira. “Cada metro andado significa colírio para os olhos”. Ao longo das margens do Rio Tejo existe terra de aluvião, lezírias que formam um ondulado de colinas e vales, onde reinam oliveiras e a vinha. Há também a charneca que se desenha na paisagem, característica no coberto vegetal de sobreiro, nos touros bravos que pastam em liberdade, em arrozais que aproveitam os vales de rios e ribeiras afluentes do Tejo. Região do Ribatejo É ideal para o turismo por causa da riqueza cultural, da beleza natural e dos elementos históricos que conservam a tradição portuguesa. Cidades encantadas, pequenas aldeias, castelos, igrejas barrocas e quintas são visitadas durante o período da viagem. Como cavalo também é Cultura... àqueles que participarem deste fabuloso passeio conhecerão Constança, cidade natal do maior poeta da língua portuguesa, Luís Vaz de Camões. Atravessar vinhedos plantados com flores no jardim, margear o Tejo com curvas e espelhos d’água fazem parte desta aventura realizada em grupos de, no máximo, 114 doze pessoas. “Os detalhes fazem a diferença e nesta escolha é preciso tempo e tranquilidade para aproveitá-los, algo que não seria possível com uma turma grande”, explica o diretor da agência. Montados em cavalos Lusitanos devidamente selados no estilo da equitação portuguesa, as cavalgadas iniciam pela manhã, ao passo, e após os integrantes se acostumarem com a montaria, o ritmo acelera para trote e galope. E qual a melhor época do ano para se fazer o passeio? “Em qualquer mês do ano, já que se trata de uma região de clima temperado. Não neva e nem faz aquele calor insuportável”. Programação especial Na Quinta do Pilar acontece o jantar de boas-vindas com repouso na Quinta da Cerca, localizada na Mata Nacional das Virtudes, que possui regime de proteção especial. No café da manhã é apresentado o planejamento da viagem, onde o guia mostra as zonas previstas de paradas e os destaques que terão no caminho. Neste dia, o grupo conhece um pouco da criação de cavalos Puro Sangue Lusitano, passeia pela área florestal dominada por sobreiros – as árvores que encantaram a família Schonburg, e toma o famoso vinho português. Campos com bois são atravessados até chegar a Quinta do Gaio, propriedade dedicada à criação de touros bravos. Visita a lezíria do Tejo, zona agrícola importante na região e, por fim, a Quinta da Marchanta, trecho contrastante entre a charneca e as lezírias do Ribatejo, onde o destaque fica para a cavalgada na praia deserta do rio, através de um vasto areal. No quarto dia de passeio, as cavalgadas são em zonas extensas de vinha e campos agrícolas. O almoço é no povoado de Ribeira de Santarém, permitindo aproximação com os costumes locais. A chegada para o jantar na Quinta Boa Vista é um momento especial já que a beleza e a magnitude da propriedade causam grande impacto à primeira vista. O repouso é na tradicional Casa da Azinhaga, na vila da Azinhaga, terra do escritor José Saramago. A casa solarenga pertencente à família do Marquês de Rio Major mantém o estilo acolhedor das grandes residências ribatejanas. O percurso realizado no 5º dia coincide com o caminho tradicional da peregrinação a Fátima e segue entre zonas de vinha e estradas de campo. O restaurante Pateo dos Burgos é tradicional na região e ponto de reposição de energia do grupo no almoço. Depois, ida ao Hotel Lusitanus na Golegã, decorado com temas equestres. Uma breve parada na Quinta da Cardiga, um monumento tendo vários edifícios de extrema importância econômica. O conjunto arquitetônico mistura estilos, tendo até um portal manuelino. O passeio por dentro de Azinhaga focado nas zonas que destacam a cultura agregada aos cavalos e touros é realizado no sexto dia da viagem. Quinta de Mato Miranda é o destino para degustar um almoço regado com vinho produzido pelas uvas das vinhas percorridas a cavalo. Depois do merecido descanso, hora de atravessar a reserva natural chegando novamente a Golegã, capital do cavalo em Portugal. O sétimo dia é de visita ao Picadeiro Central de Golegã e à sede da Lusitanus Turismo Equestre, onde há aulas de equitação em determinas épocas do ano. O retorno a Lisboa é à tarde, porém existe a opção de incluir um passeio pelas praias com parada na Vila Nova da Continuação e a possibilidade de cavalgar nas águas do Tejo ao invés de retornar à capital portuguesa neste dia. O valor estimado para conhecer o encanto português a cavalo é de 162 euros por dia (aproximadamente 450 reais diariamente). Mais informações: www.cavalgadasbrasil.com.br. 115 PE L O PA Í S II Grand Prix Haras Raphaela O A mais moderna arena do País, localizada no interior de São Paulo, vai sediar a prova particular de Tambor com maior premiação da história – R$ 340 mil O primeiro grande evento de Três Tambores em 2010 no Brasil será sistema 4D. “A palavra do evento é inovação. O II Grand Prix vai sur- realizado entre os dias 05 e 07 de março, no Haras Raphaela, na ci- preender a todos”, afirma Ulhôa. dade paulista de Porto Feliz. No recinto da família Rugolo, conside- A cidade de Porto Feliz terá aumento na procura por hospedagem rado pelos profissionais do meio o melhor local para promoção de e alimentação, sacudindo o giro econômico local. Responsável pelo eventos da modalidade, acontecerá o II Grand Prix, com premiação “show equestre”, Dirley Rugolo pretende fazer desta competição garantida de R$ 340 mil. um marco na história hípica da região. “A concretização do II Grand “É provável que o valor total de prêmios ultrapasse a quantia anun- Prix do Haras Raphaela será o ápice para nós, que já estamos apron- ciada”, diz Roberto Ulhôa, titular da R4, empresa que assessora o tando todos os detalhes, resolvendo tudo com antecedência”, diz Haras Raphaela. Estima-se que serão distribuídos durante os três o anfitrião. dias de evento mais de R$ 360 mil, incluindo 15 motos e 05 carros. Algumas inovações ainda não foram reveladas pela organização. “Será a maior premiação garantida dos Três Tambores na história Mas, dentre as novidades, a revista Tambor & Baliza confirma a rea- para provas particulares no País”, reforça Ulhôa. lização de um pregão exclusivo de animais de Tambor. “Na noite de No final de semana abonado, os competidores poderão levar os sexta-feira (05) acontecerá um ótimo leilão, com produtos de ponta potros para participar do I Derby (geração 2005). “Acreditamos que à venda”, afirma Dirley Rugolo. haverá grande procura nesta categoria, já que as provas voltadas A comissão organizadora pretende televisionar a prova, bem como para jovens animais são restritas”. Aos interessados fica aqui a infor- transmiti-la via internet, oferecendo àqueles que são apaixonados mação crucial: o prêmio ao vencedor será um carro zerinho. pelo esporte e que moram longe, a oportunidade de participar do No II Grand Prix serão premiados até o 6º lugar de cada divisão, maior evento particular da modalidade no Brasil. somando 24 contemplados, uma vez que a competição será no Mais informações: www.harasraphaela.com.br. 116 117 118 119 AC O N T E C E U Fotos Chamorro Três Tambores, o sucesso do Oásis Horse Show A modalidade embeleza a segunda edição do importante evento equestre, reunindo a nata do esporte no Brasil, com um festival de boas passadas O O Rancho Oásis, localizado em Jaguariúna, no interior de São Paulo, realizou o II Oásis Horse Show entre os dias 18 e 20 de setembro. A festividade - organizada pelo casal de criadores de cavalos Quarto de Milha, Carlos e Tânia Gaspar, reuniu competidores de Tambor, Rédeas e Team Penning. “Novamente o destaque ficou por conta da Turma dos Três Tambores. É um público bonito, alegre, cheio de energia”, disse a anfitriã. Zelosos para oferecer aos “compadres” do Tambor um bom evento, Carlos e Tânia Gaspar contaram com a colaboração da ABTB (Associação Brasileira dos Treinadores de Tambor e Baliza) para a realização da prova. “Há cerca de 60 dias do evento, fomos convidados para avaliar a pista de competição”, falou Abelardo Peixoto, presidente da entidade. A equipe da associação supervisionou a obra de remodelação da arena, cujo resultado final agradou a maioria dos cavaleiros. “Os privilegiados deste trabalho foram os participantes, que tiveram à disposição uma pista com alto nível competitivo, tendo segurança total”. A dedicação da comissão organizadora foi recompensada com a presença maciça de competidores vindos das mais distantes regiões do País. No total, 820 inscrições, o que revelou o prestígio do Oásis Horse Show. “Foi apenas a 2ª edição do evento. Mesmo sendo um bebê perto dos grandes Campeonatos, a competição já se estabeleceu no calendário anual de provas”, observou Tânia. “Queremos sempre promover uma festa bonita em nossa casa”, continuou Carlos Gaspar. 120 A prova seguiu os Regulamentos da NBHA Brazil e da ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), entidades que homologaram o evento. Com reformas estruturais e novas construções, o Rancho Oásis se mostrou um belo palco para a exibição dos mais importantes conjuntos do Brasil. O Tambor teve início na tarde de sexta-feira. Para aquecer o público houve a categoria Exibição, sem premiação, depois foi a vez da Aberta, que teve como Campeão do 1D o conjunto Marco Antônio Bueno e Zip Fidash SA (Fishers Dash x My Lovewest SA), 17s696. Pela categoria Potro do Futuro, o cavaleiro Mauricio Quitério brilhou com a castanha Erinia Dash (Nikko Dash SA x Tarada Dawn West), fazendo 17s964 e vencendo o 1D. A pequenina Letícia Dollo adentrou em pista com o zaino Indian Líder (Executive Líder FV x Izabela Capc) e faturou o 1º lugar do 1D da classe Kids, 20s588. Os tempos baixos prevaleceram na Júnior, que teve vitória no 1D da amazona Vanessa Calixto, com Miss Freckles Baldy (Freckles Baldy FM x Bella Doc Belle), 17s 552 – menor tempo de toda a prova. Já o conhecido conjunto Gabriela Ferro e Cashanova West LR (Sir Cashanova x Kat Moon LR) foi o Campeão da Jovem 1D, com 17s734. Na Amador, o vencedor do 1D foi Thiago Salício. Ele fez 17s841 com Tilly Peppy’s (Moon Peppy’s Lil TMR x Chick Belly). Tal conjunto foi preparado pelo jovem treinador Adeílton Alves Ribeiro, uma das mais gratas revelações do esporte nos últimos anos. Como não poderia deixar de ser, Caroline Rugolo deixou sua marca no II Oásis Horse Show. A habilidosa competidora conquistou o 1º lugar no 1D da categoria Feminino. Ela conduziu o companheiro de todas as horas, o garanhão da raça Appaloosa, Cutter Exocet Lee (Exocet Nez Perce x Miss Gay Cutter GG), e fez 17s633. Colhendo os frutos da ótima fase, o veterano competidor Valdir Figueiredo venceu a Máster 1D ao marcar 17s894 com o alazão Failas Bee Dee (Remador SKR x Little Girl Pink). E para terminar o evento em grande estilo, Hernani Kerber Aze- 121 vedo Silva e o atual recordista nacional, Hollands Best (Holland Ease x A Merri Melody), fizeram 17s573, papando o Tira-Teima. Homenagem Desde a 1ª edição, o Oásis Horse Show homenageia uma figura importante no universo equestre. “É uma maneira carinhosa de agradecer os grandes profissionais brasileiros”, explicou Tânia. Em 2009, após pesquisa de campo, o nome escolhido foi Marcão Toledo, venerável treinador de Três Tambores. A homenagem realizada na noite de sexta-feira emocionou os presentes, que acompanharam um video sobre a carreira do vaqueiro. “Um coração foi pouco. Não aguentei assistir o filme inteiro. Fiquei muito emocionado pelo carinho”, confessou o homenageado. “Costumo dizer que tenho uma riqueza na vida que nem todos possuem: a amizade”. A história do lendário cowboy fez brotar lágrimas até dos mais durões. “Nunca pensei em receber uma homenagem. Fiquei maravilhado. É coisa de Deus”, disse Marcão. “É sinal de que plantei coisas boas nesta vida”. O II Oásis Horse Show teve ainda a promoção de um leilão homônimo, que movimentou quase R$ 1 milhão. “Nosso evento é completo. Conseguimos reunir no mesmo espaço praticantes de três modalidades distintas. Isso é enriquecedor para todos que amam o cavalo Quarto de Milha”, disse Carlos Gaspar. O empresário, que investiu alto nas reformas e ampliações no recinto, programa receber vários festivais equestres em 2010. “Estamos de portas abertas aos promotores de provas. Queremos sediar competições que contribuam para o desenvolvimento do setor” Para ver o resultado completo e obter mais informações acesse: www.ranchooasis.com. 122 123 Foto cedida AC O N T E C E U H Mairinque Rodeo Festival Cidade que empresta o nome ao evento, localizada no interior de São Paulo, promove festa do peão no feriado de Nossa Senhora Aparecida Há oito anos não havia um grande evento rural em Mairinque, cidade próxima à capital paulista. Assim, a FOS Eventos decidiu inovar. E com autorização da Prefeitura do município realizou de 08 a 12 de outubro o Mairinque Rodeo Festival, com montaria em cavalos e touros, além da prova dos Três Tambores - tendo premiação garantida de R$ 39 mil. Segundo a comissão organizadora, o evento atingiu as expectativas. As noites caipiras foram festejadas com música sertaneja e grandes desafios entre homens e feras indomáveis. Tudo abençoado pela Padroeira dos peões brasileiros. Em relação à prova de Tambor, as classificatórias aconteceram de sexta a domingo, pela parte da manhã. O treinador João Fernandes, titular do Clube do Cavalo - local da competição, ficou lisonjeado em receber as meninas em sua casa. “É um acontecimento importante para a cidade e para o esporte. As mulheres vêm demonstrando empenho e profissionalismo, tornando o espetáculo dos Três Tambores ainda mais bonito”, disse. A final da competição foi realizada no Centro Hípico de Mairinque, em 12 de outubro, com a participação de quinze meninas que disputaram o 1º lugar. Com disciplina, regularidade e bom rendimento, a amazona Simone Zamora, representante 124 da cidade paulista de Presidente Prudente, atingiu a soma de tempo de 42s368 com o alazão Sarambu Chicks RT (Eclipse RAJ x Noz Beedee RT), conquistando a tão desejada primeira colocação. “O tempo chuvoso tornou a prova uma luta desde o primeiro dia, mas entrei com garra em pista, apostando no potencial do Sarambu”, falou a competidora. Ela também ressaltou a boa organização do evento. “Para mim, o importante é o antes, o durante e o depois. É frequente em alguns rodeios, nós recebermos a premiação só dali alguns dias da prova, mas aqui em Mairinque houve, acima de tudo, respeito para com os competidores. Eu ganhei o prêmio assim que saí da arena”. Vinda de São Lourenço do Turvo/SP, a Vice-campeã foi Melina Thomé, que somou 42s665. Ela montou Bango Moom FRL (Reno FRL x Queenie da Semawi). Em terceiro lugar, completando o pódio, ficou a riopretense Daiane Sudário, atual Campeã do Rodeio de Barretos. Em Mairinque, com o alazão Pretty Jail 3L (Shady Leo x Pretty Jags ND), ela totalizou 43s012. A comissão organizadora já planeja a 2ª edição do evento para 08 a 11 de outubro de 2010. Programe-se. Mais informações: www.mairinquerodeofestival.com.br. 125 AC O N T E C E U Abertura do XIV Campeonato Bauruense Sob o comando da nova presidente, Camila Shayeb, um dos mais atuantes núcleos da raça Quarto de Milha no País inicia a Temporada 2009/2010 O Fotos Chamorro O final de semana de 04 a 06 de setembro teve céu nublado com temperatura baixa na capital paulista. Já o clima em Bauru, no interior, esteve primoroso para iniciar a Temporada 2009/2010 do NBQM (Núcleo Bauruense do Cavalo Quarto de Milha). A 1ª Etapa do XIV Campeonato aconteceu no Recinto Mello Moraes e serviu para apresentar ao público os novos membros da Diretoria da entidade. “Eu ficava nos bastidores dos eventos, não aparecia muito. Agora serei mais presente. Defenderei os interesses dos competidores da nossa região”, disse a nova presidente, Camila Shayeb. Apesar de jovem, ela mostrou pulso firme à frente do primeiro desafio, evento que somou mais de mil inscrições. “Não há segredo. O NBQM tem tradição e credibilidade. A nova administração apenas seguirá as diretrizes dos comandantes anteriores, reduzindo as falhas e introduzindo boas ideias”. O amplo conhecimento em competições equestres confere à presidente a segurança necessária para promover eventos de qualidade. “O mercado do cavalo está solidificado no Brasil, crescendo de forma sustentada. Por isso é que temos que profissionalizar todas as nossas ações”. Para Vágner Simionato, um dos treinadores mais premiados do País, o NBQM promove o maior Campeonato regional de Tambor e Baliza do Brasil. “As provas daqui são completas, por isso há cinco anos realizo a competição de meu Centro de Treinamento durante uma Etapa do núcleo”. Simionato apóia a renovação da Diretoria. “A antiga comissão organizadora fez um ótimo trabalho, que deve ser mantido e, se possível, melhorado pelos novos membros. Penso que toda associação deveria ser reestruturada a cada dois anos”. Momento único “É uma data especial para mim”, disse Lilian Almeida, vice-presidente do NBQM, que celebrou o aniversário ao lado dos amigos, em 05 de setembro. “Estou lisonjeada por ser membro desta entusiasmada equipe, cujo foco é beneficiar os competentes atletas de Bauru e região”. A nova Diretoria estava tão animada com a realização do primeiro evento, que nem esquentou a cabeça quando São Pedro mandou uma forte chuva na noite de sextafeira, 04. “O clima da cidade estava muito seco, então, o toró d’água só ajudou a amaciar a pista”, falou Lilian. Ela também comentou sobre a mudança da equipe de funcionários que trabalharam durante a prova. “Colocamos novos pisteiros e ficamos atentos para que o solo da arena estivesse em perfeita condição da primeira até a última passada”. Deu até pra dizer que o evento saiu de um script de filme, graças à perfeição nos detalhes cuidados pessoalmente pela nova Diretoria. “Foi tudo redondinho, sem 126 grandes falhas”, comemorou Lilian. A vice-presidente aproveitou para elogiar o alto nível dos competidores presentes à 1ª Etapa. “Os tempos foram baixos e tivemos passadas perfeitas”. Cada virada, um flash A prova de Três Tambores Potro do Futuro revelou algumas novas apostas no esporte. A castanha Katrina Question (PG Billy Gray x Miss Question It FF) passou direitinho e venceu a competição 2009, marcando 17s811 sob o comando do experiente cavaleiro José Benedito Marciano, o Ditinho. O treinador Vágner Simionato competiu com a potra Miss King Black EK (Shady King Times EK x Inajá KRB). Ele soube tirar o melhor do animal, marcando 17s711 e conquistando o 1º lugar do Potro 2010. Como o gosto da vitória é doce, nada mais saboroso do que prová-lo novamente. Então, o conjunto José Benedito Marciano e Katrina Question foi o Campeão da Aberta Júnior 1D, com 17s703. No 2D, vitória do tordilho Nitro Chico Lena (Nitro Dual Doc x Chic Bar GLO), montado por Abelino Rodrigues de Araújo Filho, o conhecido Fio, que venceu com 18s211. Entre tantas categorias disputadas durante os três dias de evento, vale comentar o desempenho da amazona Vanessa Calixto na classe Feminina. Disposta a deixar seu legado na história dos Três Tambores, a competidora – que é presença constante nos pódios das grandes provas nacionais, entrou em pista com o castanho Juramento Dash HR (Tlaloc SA x Liz Country HR) e marcou 17s579, tempo muito baixo para a pesada pista de Bauru. A vencedora do 1D deixou, assim, como 1º lugar do 2D a bauruense Nathália Lavado, que montou o “Harley-Davidson” Fendi Peppy Lee RNN (Peppy Lee San x Flower Mac SLN), 18s195. E quem foi o nome em Seis Balizas? Só pra variar... Fio venceu novamente. Fazendo 20s022, ele conquistou o 1º lugar na Aberta Júnior com WCG Rambo Shady Blue (Shady Blue x Rainha Pepper). Na Aberta Sênior, ele e a imbatível Sally Shady (Shady Leo x Sally Trouble FF) marcaram 20s139, levando com folga a 1D. O Campeão do 2D foi o cavaleiro Reginaldo de Lima, que correu com a castanha Patsy King EK (Shady King Times EK X Castanhola), completando o percurso em 20s681. A classe Amador teve no 1D a vitória de Paola Daré Braga. A expresidente do NBQM deixou de lado só o comando da entidade, não o eficiente controle sobre os animais. Com Hot Baker SA (Brubaker FF x Gona), ela fez 20s305. “Fiquei feliz com a vitória e mais alegre ainda por passar a direção do núcleo a pessoas competentes. Tenho certeza que a Camila fará um trabalho tão bom ou melhor que o meu”, disse. Retornando às pistas, Wilson Dosso Júnior venceu o 2D com Shady Baby Bars (Shady Two Times x Baby Ambassador ER), 21s217. Ele, que outrora foi um dos mais vencedores competidores do País, mostrou que os ensinamentos aprendidos no passado ainda são eficientes hoje em dia. “Tenho dedicado muito tempo da minha vida à empresa da família (WV Leilões), então, voltar a montar é muito prazeroso. Além de desestressar da correria do dia a dia, ainda faço o que gosto e encontro os amigos”, falou o cavaleiro. As modalidades Três Tambores e Seis Balizas tiveram premiação garantida através do sistema de divisões, oferecendo prêmios até o 4º lugar de cada categoria, exceto nas classes Principiante A, B e C - que laurearam os vitoriosos com rateio de 50% do valor arrecadado com as inscrições nas mesmas. Após as passadas, o clima de comemoração continuou fora da arena. “Tivemos a festa de encerramento do Campeonato anterior. Foi um evento amigável, onde reunimos os grandes nomes do esporte para celebrar suas conquistas”, disse Lilian Almeida. O jantar oferecido a 350 convidados foi regado à boa música sertaneja. 5º VS Treinamentos A 2ª Etapa do XIV Campeonato do NBQM acontecerá junto ao 5º VS Treinamentos Festival. Durante os dias 03 e 06 de dezembro, o Recinto Mello Moraes será palco para as feras do esporte. “Se acharam que a prova de setembro estava cremosa, aguardem para a 2ª Etapa”, avisou Váguinho Simionato. O evento, que encerrará a agenda hípica das modalidades Tambor e Baliza em 2009 no Estado de São Paulo, é considerado o maior festival do cavalo no final do ano. “Além das provas, teremos dois pregões: o 1º Leilão Virtual Amigos do VS na noite de quinta-feira, 03, e o 5º Leilão VS Treinamentos, no sábado, a partir das 19 horas. Os animais à venda, ofertados por grandes criadores, são exemplos de qualidade”, informou o anfitrião. As competições de Três Tambores e Seis Balizas começarão na manhã de 04 de dezembro. Haverá também competição em ambas as modalidades do Potro do Futuro 2010. “Não há melhor maneira de treinar, sentir e preparar os animais para os grandes Campeonatos do que ajeitá-lo em provas regionais”, explicou Simionato. O treinador ainda comentou sobre a alta premiação, incluindo a distribuição de 11 motos. “Os ganhadores querem ser reconhecidos por seu esforço, então, nada melhor do que estimulá-los com prêmios gordos”, disse o promotor. “Os pequenos cavaleiros da categoria Kids e as amazonas também terão premiação diferenciada, com troféus até a 6ª colocação”. Criando mecanismos para fomentar a modalidade Seis Balizas, Váguinho premiará com uma moto o conjunto que fizer o melhor tempo da Etapa. A comissão organizadora espera receber os apaixonados do esporte para mais um evento que marcará a história do NBQM. Para mais informações acesse www.nbqm.com. 127 AC O N T E C E U Fotos Beto Negrão 2ª Etapa da I Copa Amigos do Tambor A “pequena grande prova” agrada os competidores, que fazem boas passadas na veloz arena coberta do Haras Jaguary, no interior paulista U Um final de semana após a III Copa Campeão dos Campeões e do XXX Potro do Futuro da ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha) aconteceu a 2ª Etapa da I Copa Amigos do Tambor, organizada pelo treinador Ronildo Morais (Haras Jaguary) e pelo casal Roberta Paes de Almeida e Thomas de Mello e Souza (Fazenda Nossa Senhora de Lourdes). A competição do dia 17 de outubro aconteceu no Haras Jaguary, em Jaguariúna/SP, e contou com 275 inscrições, número esperado pela organização. “Se recebermos muitos competidores, fugiremos do intuito da Copa, cujas Etapas se desenrolam num único dia”, disse Thomas. “Queremos unir a Família do Tambor e fazer um evento gostoso, oferecendo conforto e segurança”, reforçou Roberta. Os competidores mostraram satisfação em participar da 2ª Etapa. “Aprovo o novo formato, pois posso estar em contato com os cavalos no sábado e curtir a minha família no domingo. E, ainda, não fico exausto com longas viagens”, disse José Sintra Santana, que mora em Arujá, próximo à capital. “A única ressalva que faço é que fica faltando uma grande torcida na beira da pista para nos incentivar”, complementa. Para a amazona Bruna Tedesco, de Botucatu/SP, a importância da I Copa Amigos do Tambor se dá, principalmente, no trabalho de iniciação de jovens animais. “Nos grandes eventos há a participação de cavalos bem preparados. Já neste tipo de prova, com menos participantes, podemos trazer os potros para se acostumarem com o ambiente de competição”. A jovem Júlia Gomes Moretti, de Campinas/SP, era uma das mais empolgadas, já que estava participando de uma prova pela terceira vez. “Treino Tambor há um ano e meio. Comecei a frequentar as competições somente agora. A Copa dos Amigos oferece a oportunidade para quem está dando os primeiros passos no esporte. É um grande estímulo para mim”. A I Copa dos Amigos segue os Regulamentos da ABQM e da NBHA Brazil, além de também ser oficializada pela ABC Paint (Associação Brasileira do Cavalo Paint). A prova, aberta para todas as raças, teve na 2ª Etapa a premiação garantida de R$ 25 mil, além do rateio de 70% das inscrições para as categorias Potro do Futuro e Máster. 128 Pista liberada No início do calorento sábado foi realizado o Jack Pot, em estilo norte-americano, ou seja, tendo cada competidor uma senha e escolhendo o horário que melhor lhe conviesse para correr – entre sete e meia até as onze horas da manhã. “Já utilizamos este sistema na 1ª Etapa e tivemos boa aceitação. A ideia é que o aprimoremos a cada evento”, disse Roberta. Em seguida foi a vez do Potro do Futuro, que somou dezoito passadas e teve como Campeão do 1D o treinador Marco Antonio Bueno com a alazã Pamela Vista (Apollo VM x Best Empress), 17s818. No 2D, vitória de Ronildo Morais com Pocodo Chic Olena SZ (Pocodo Andy x Smart Chics Tari), 18s577. O treinador Cláudio Granja marcou 17s467 (o melhor tempo da competição) com o garanhão da raça Appaloosa, Cutter Exocet Lee (Exocet Nez Perce x Miss Gay Cutter GG), conquistando o 1º Lugar da Aberta 1D. Com 18s005, o cavaleiro Abelino Araújo Filho foi o ganhador do 2D. Ele montou Racy Melodys (Melodys Dun It x Brink’s Royal Lady). Ao som de vários aplausos, o pequenino Lucas Souza fez uma apresentação muito fofa com Double Face Zan PI (Zanador x Orca PI) pela categoria Kids. O cavaleiro completou o percurso em 62s084. “É bom participar de uma prova tão bem organizada. Melhor ainda é vencer. Estou muito feliz pela vitória”, falou a competidora Keila Mendonça, que faturou o 1º lugar da Júnior 1D, fazendo 17s706 com a castanha Play Ruler JA (Makin A Play x Raise The Ruler). E a tímida Larissa Mendonça, irmã de Keila, também teve motivo para comemorar. Ela marcou 19s152 com Dark Moon Badger (Moon Badger TMR x Mary Star JB) e conquistou a 1ª colocação do 2D na mesma categoria. O competidor Lucca Martin venceu a Jovem 1D com o Paint Horse, QT Pocodo (Pocodo Andy x Lil Miss QT), fazendo 18s227. Na sequência, pelo 2D, a Campeã foi Grazielli Silva com a égua Appaloosa, HM Magic Doc (That Dandy Doc x Magic Touch RFP), marcando 18s948. Na categoria Amador, quem levou a 1D foi Valdir Figueiredo, que fez uma bela apresentação com Geraldos Bee Dee (Mr. Jay Bee Dee x Geraldos Louer), 17s808. “A pista estava um ‘creme’. Foi muito bom vencer”, falou o Campeão. A conquista do 2D ficou para Tatiana Carvalho com Circle Skip MA (Spectacool Skip HQ x Doc’s Diamond Doll), 18s311. José Sintra Santana, o mesmo que a nossa reportagem ouviu acima, subiu ao pódio em dose dupla na categoria Máster. Ele ficou em 1º e 2º na 1D, marcando 18s353 com Jive Casy (Chicks Bambino x Easy Hungry) e 19s136 com Shady Moon HSB (Moon Oak TMR x Shady Superleo APF). A pista coberta do Haras Jaguary foi um alívio para organizadores e participantes da 2ª Etapa da I Copa Amigos do Tambor, pois o tempo mudou no final da tarde e o céu acinzentado logo anunciou a forte chuva, que veio sem dó. A categoria Feminina seguiu debaixo de um baita “pé d’água”. Marcando no placar 17s652, a amazona Marielle de Assis novamente reencontrou a vitória. Ela montou Break Leo EK (One More Shady x Alligator’s Daybreak) e venceu a primeira divisão da referida categoria. A mineirinha ficou eufórica. Contente também ficou Bárbara Prata ao vencer a 2D, com Silk San Badger (Smarvelous Lena x Spring San Badger), 18s185. A 3ª Etapa da I Copa Amigos do Tambor será em 30 de janeiro de 2010, na Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, também em Jaguariúna. Mais informações: www.lwagricola.com.br. 129 AC O N T E C E U 6ª Prova dos Três Tambores da Estância Ferradura Tradicional prova em São José do Rio Preto, em São Paulo, distribui alta premiação garantida e reúne os mais importantes competidores da região Fot os Bet o Neg rão 130 A A cidade de São José do Rio Preto/SP ficou pequena com a chegada de cavaleiros e amazonas que disputaram a premiação garantida de R$ 58,4 mil na 6ª Prova dos Três Tambores da Estância Ferradura, realizada entre os dias 21 e 22 de novembro. O recinto, localizado na estrada de Talhados, recebeu um público de aproximadamente três mil pessoas, que prestigiaram o evento oficializado pela ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha). Dentre as inovações deste ano, a categoria Aberta Livre - que distribuiu R$ 41,8 mil aos vencedores, foi repartida em até seis divisões. “Foi um ano de muito trabalho para realizar a prova, que superou todas as expectativas, desde número de inscrições até a presença do público”, afirmou Sidnei Batista, presidente da comissão organizadora. “Alcançamos nossos objetivos, oferecendo um evento de qualidade aos competidores e conforto aos visitantes. Queremos agradecer o prestígio daqueles que acreditaram e engrandeceram a nossa prova”. Agradecimentos à parte, vamos aos destaques da 6ª Prova dos Três Tambores da Estância Ferradura, que totalizou 649 inscrições. O novo recorde da pista foi conquistado na categoria Aberta Júnior 1D pelo cowboy Vágner Simionato com o tordilho Nordick Dash (Nordick Only VM x Fishing Compliment), 17s325. “Neste ano, eu competi em muitas provas pelo Brasil afora, mas foi difícil encontrar um evento tão bem organizado como este”, afirmou o treinador Campeão. A classe Feminina também abrilhantou a competição. No 1D, a vitória foi de Daiane Sudário com o alazão Pretty Jail 3L (Shady Leo x Pretty Jags ND), 17s934. A competidora Silvia Simionato entrou em pista com o castanho Big Sur SMA (El Shady Zorrero x Samaria SMA) e fez 18s515, conquistando o 1º lugar do 2D. Com 18s974, o conjunto Carolina Batista e Marani Tonto 8 (Tonto SKR x Amanda da FB) levou a 1ª colocação do 3D. O Campeão da categoria Amador foi Ricardo Peetz com o tordilho El Shady Leo (El Shady Zorrero x Hoping Fishers), 18s193. O cavaleiro Sidnei Batista Dias venceu a Máster completando o percurso com o alazão Marani Tonto 8 em 19s046. Já o destaque na classe Mirim foi a pequena amazona Maria Fernanda Zolla Perez, que montando Snipper Bid Leo (Autumn Gold KRB x Java GK) fez uma bela apresentação, atingindo 18s342. Tendas para os espectadores, arquibancada coberta, espaço para o aquecimento dos animais sem que os cavaleiros se preocupassem com chuva, ordens de entrada em quadros, além de lojas de produtos western fizeram parte da elogiada estrutura da prova. “Convidamos a todos que prestigiaram esta edição e àqueles que não puderam comparecer que participem de nosso trabalho em 2010”, convidou Batista. A 7ª Prova dos Três Tambores da Estância Ferradura será nos dias 20 e 21 de novembro. “Novamente distribuiremos grande premiação”. Mais informações: [email protected]. 131 AC O N T E C E U I Copa Elite de Tambor e Baliza Competição em Casimiro de Abreu, no Estado do Rio de Janeiro, marca os 150 anos da cidade e reúne a nata dos cavaleiros da região Foto s Mar celo Mac had o N Nem só de sol e praia vivem cariocas e fluminenses. O Estado do Rio de Janeiro é uma das principais localidades onde se concentram grandes criadores e aficionados pelas modalidades Três Tambores e Seis Balizas. Para fomentar ainda o esporte equestre na região foi realizada a I Copa Elite, em Casimiro de Abreu, no Parque de Exposições do município. O evento ofereceu mais de R$ 30 mil em prêmios. “Foi um verdadeiro sucesso”, afirmou Sandro Mastra, membro da comissão organizadora. Comemorando 150 anos da cidade, o evento ocorrido entre 11 e 13 de setembro totalizou 231 inscrições e recebeu 123 animais. “Os números só revelam o crescimento do Rio de Janeiro nas atividades hípicas”, reforçou Mastra. “Só escutamos comentários positivos sobre o evento. Isso nos incentiva a trabalhar mais e melhor”. A I Copa contou com a presença de Frederico e Fábio da Silva Mendonça, presidente e diretor de esportes da RJQM (Associação de Criadores de Cavalo Quarto de Milha do Estado do Rio de Janeiro), respectivamente. Fábio ficou entusiasmo com a novidade apresentada no Tira-teima do Tambor, disputado em equipes de três cavaleiros. “Esta inovação veio para ficar”, afirmou o dirigente. A estreia de tal formato animou os competidores. E o trio que fez a menor média, 18026, foi formado por Edson Richer e Doc’s Negrita (Doc’s Surprise x Fada da Cunha), Edson Carlos e Best Beaver 3D (Angolano Beaver CV x Laila VC) e Caroline Frera e Tinky Good (Queemii’s Gold HP x Cheirosa Santa América). O melhor tempo marcado em Três Tambores também foi o recorde da pista. A amazona Thaisa Ribeiro arrasou ao marcar 17s201 com a incrível alazã Miss Squaw (Sr. Harlenes Bar x Squaw’s 5) pela classe Júnior. Já em Seis Balizas, o destaque ficou para a passada de Ordeli Gomes com Belle Sana Lince (Freckles Sana Doc x Belle DP), 21s520, marca que lhes garantiu a vitória na categoria Aberta. Mais informações: www.ranchomataruna.com. 132 AC O N T E C E U Cinco anos de Malta Cleyton Empresa comemora aniversário de serviços prestados à equinocultura brasileira e anuncia novos investimentos por aqui, bem como o lançamento de produtos N No último mês de outubro, a Malta Cleyton do Brasil S.A. comemorou cinco anos de atividades no País. A trajetória de sucesso da empresa teve início em 1991, com a fusão de duas marcas de grande prestígio e experiência nos mercados mexicano e brasileiro: Anderson Clayton e Malta S.A. Os produtos da Malta Cleyton foram introduzidos no Brasil em 2004, iniciando com a linha de camarão, que consolidou a participação da empresa no mercado brasileiro e possibilitou a inserção das linhas de peixe, cavalo, pet e profeed. Durante estes cinco anos, a empresa disponibilizou não só produtos diferenciados e de excelente performance, mas também uma equipe técnica qualificada e comprometida com o desempenho dos clientes. Isso gerou um forte plano de novos investimentos no Brasil, além da criação de uma estratégia para a introdução de futuros lançamentos no mercado nacional. “Obtivemos resultados positivos no País graças ao nosso grande empenho e também a confiança de nossos clientes, parceiros, distribuidores, lojistas e colaboradores”, ressalta Gustavo Jiménez, presidente da multinacional. 133 AC O N T E C E U Fotos Beto Negrão 6ª Prova da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes Duas mil pessoas acompanham os dois dias de evento em Jaguariúna, no interior paulista, aplaudindo as passadas eletrizantes dos Três Tambores R Recorde de inscrições na história da prova da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, em Jaguariúna, no interior de São Paulo. “Contabilizamos 800 passadas durante os dois dias de competição”, informou Roberta Paes de Almeida, organizadora do evento que aconteceu entre 07 e 08 de novembro. Apesar de começar oficialmente na manhã de sábado, a 6ª edição da prova da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes teve início no final da tarde de sexta-feira, dia 06. “Fizemos um treino pago para àqueles que já estavam devidamente instalados e queriam montar, corrigir os animais e se divertir”, disse Roberta, representante do local que recebeu 600 competidores e 400 cavalos para o evento. As provas realizadas na Fazenda Nossa Senhora de Lourdes são marcadas por público constituído de famílias completas, oriundas dos quatro cantos do Brasil. A vibração da torcida a cada passada, o incentivo aos atletas que mostram (ou não) seu melhor desempenho em pista e a energia de companheirismo tomaram conta do local. O início das atividades oficiais foi novamente com o treino pago, que registrou cerca de 250 inscrições. “O formato que implantamos fez sucesso. Ficamos satisfeitos em oferecer aos nossos convidados uma estrutura melhor a cada ano”, disse Thomas de Mello e Souza, esposo da anfitriã. Em seguida foi a vez da categoria Aberta. Em torno de 200 conjuntos se apresentaram em pista. Entre uma passada e outra, um grande susto. A competidora Bruna Tedesco Cortelini, que se apresentava com o garanhão Victory Fly VM (Apollo VM x Signed To Liberty), foi ao chão na virada do terceiro tambor. O alazão, assustado, disparou pela arena, deixando Bruninha estirada na areia, onde recebeu os primeiros socorros da equipe médica. O diagnóstico da queda foi dado no hospital da cidade: uma costela trincada. “Graças a Deus que não foi nada mais grave. Sabe que por um lado foi até bom? Agora eu dedicarei mais tempo à faculdade”, disse a garota, em entrevista via telefone, direto de sua casa, em Botucatu/SP, onde está em repouso. “Estou usando proteção para a coluna e ficarei afastada dos treinos por duas semanas”. Passado o susto, a categoria seguiu sua trajetória normalmente. O Campeão do 1D foi Marco Antonio Bueno com Zip Fidash SA (Fishers Dash x My Lovewest SA), 17s524. No 2D, a amazona Giovanna Balbo deu o galope da vitória com Dee Doc Lady (Doc Streak Winnin x Lady Dee Made), 18s028. Retornando em grande estilo aos primeiros lugares, o experiente treinador João Fernandes conquistou o 1ª lugar do 3D. Ele tocou Fishers The Track (Fishers Dash x Signing The Track), marcando 18s532. “Parabenizo os organizadores da prova. Trata-se de um evento que só tem a engrandecer o cenário do esporte equestre nacional”, falou a mineira Margarida da Cunha Brenck, dona da égua Carawella Q Falcão (Rocky Mountain x EF Macarena Shady), 134 estreante em competições paulistas. “São Paulo é o ícone nos Três Tambores. Ter um animal em uma competição tão bem organizada, como a da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, é a melhor e mais excitante sensação que os proprietários podem experimentar”. Cerca de noventa competidores participaram da classe Amador, que teve como vencedor do 1D o jovem Décio Talon com Mister Red Wars (Castanho Red x Beiba Wars), 17s567. A amazona Ana Paula Scanavachi venceu o 2D. Ela fez 18s210 com o castanho Night Mistic Tivo (Negro Tivo KRB x Tina HD). Figura assídua nas disputas (e nos pódios) das principais provas de Três Tambores do Brasil, o cavaleiro Wanderlei Justino marcou 18s587 com Payacan Cutter (Tiny Cutter BS x SS River KRB), levando o 3D. Na 1ª colocação da categoria Máster 1D quem brilhou foi Valdir Figueiredo. Com a alazã Dama Bar Jay (San Gold Bar’s x Wanta Zorra RTJ), o tocador fez 17s741. Ainda mais jovial, após perder alguns quilinhos, José Sintra Santana foi o Campeão do 2D montando Jive Casy (Chicks Bambino x Easy Hungry), 18s321. Não é costume informarmos os três primeiros colocados do 3D, porém, a exceção se deve ao inusitado desempenho do mineiro Wanderlei Justino, que conquistou vitória tripla, ficando em 1º, 2º e 3º lugares: 18s911 com Payacan Cutter, 19s067 com Xeque Par VP (Extra Solano KRB x Like Par VP) e 19s123 com Frontier Solano KRB (Víbora Solano x Frontier Lily KRB). “Fé e sorte são os principais fatores para minhas vitórias, seguidas de esforço para estar no hall dos vencedores e o prazer em entrar em pista”, contou Justino. Fomentar a participação e o surgimento das jovens estrelas equestres. Com este objetivo, a comissão organizadora da 6ª Prova de Tambor da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes realizou o Futurity FNSL. Na noite de sábado foi realizado o primeiro round, tendo em torno de 70 inscrições e premiação até o 10º colocado. “O formato agradou aos competidores e aos treinadores. Esperamos que outros organizadores sigam nossa ideia”, disse Thomas. Com o castanho Dragster Deck ZO (Apollo VM x Streakin Lady HES), o craque Ronildo Morais conquistou o 1º lugar com 17s777. A 2ª colocação foi para Décio Talon com Mister Red Wars, 18s013. As disputas terminaram por volta das 20 horas. A noite foi brindada com chuva, mas como a Fazenda Nossa Senhora de Lourdes possui pista coberta, o piso da arena ficou impecável para a continuidade do evento no domingão. Nove 09 horas. Entrada da categoria Kids. A vitória do 1D foi da pequena Patrícia Baldiceras com Dark Queen Gold (Ianque San KRB x Marquesa RM 95), que completou a prova em 18s640. O conjunto Letícia Dollo e Indian Líder (Executive Líder FV x Izabela CAPC) marcou 20s209, ficando em 1º lugar no 2D. Disputando o 1º lugar entre quase cinquenta competidores na categoria Júnior, a carioquinha Thaisa Ribeiro agitou a torcida ao completar o percurso com a sua inseparável égua, Miss Squaw (Sr. Harlenes Bar x Squaw’s 5), em apenas 17s463, levando para casa mais um título da primeira divisão para o currículo. Abel Barcelos venceu o 2D com Big Sur SMA (El Shady Zorrero x Samaria SMA), 18s120. O 1º lugar do 3D ficou para Diogo Baságlia com o alazão Mr. Veleiro ZD (Remador SKR x Miss Verona ZD), 18s503. Em seguida foi a vez de o público assistir as belíssimas passadas dos jovens cavaleiros. Quando o assunto é competição, Sidney Pereira da Silva Júnior deixa a timidez de lado e mostra astúcia. Marcando 17s984 com a castanha Lolita Trouble HSC (Dust Trouble FF x Cyrenaica Kirongozi), ele foi o Campeão do 1D. A amazona Gabriela Simões levou a melhor no 2D com Sanja Lachat CY (Lachat SKR CY x Oferenda Jay CY), 18s501. E o cavaleiro Victor Hugo Liuti Silva marcou 19s073 com o castanho Leo King Fly ZD (Leo Cath Bid x Lady Skippy HED), vencendo o 3D. A categoria Feminina contou com 70 inscrições. Famosas competidoras participaram da disputa. Os conjuntos foram passando, passando, até a chegada da carioquinha Thaisa Ribeiro. Determinada, ela adentrou a arena com a sempre companheira Miss Squaw e marcou imbatíveis 17s401, melhor tempo da categoria e de toda a prova. “Eu não acreditei quando olhei no cronômetro. Fiz um tempo menor do que na júnior. Foi demais!”, comemorou a menina, sempre com a meiguice e a educação, que lhe são peculiares. “Competi com mulheres muito mais experientes do que eu. Fico feliz por estar fazendo cada vez mais apresentações marcantes”. E qual a importância de ganhar no Estado de São Paulo? “Aqui as provas têm nível superior, são mais disputadas, o que me deixa ainda mais feliz”. Por fim, a adolescente revelou: “sempre quando venço parece que é a primeira vez. A sensação é única”. 135 Para não ficar apenas com a 1ª colocação, Thaisa fez bonito também com Queluzita Failas (Duke Failas KRB x Jamaica Quick), marcando 17s811 e ficando em 2º lugar do 1D. Já a Campeã do 2D foi Giovanna Balbo, que conduziu Dafne Little BW (Líder da SM x Flashi Little ND), 17s903. E a competidora Roberta Donato levou o 1º lugar do 3D com Big Ninja JBC (Ninja San EO x Bar Dash Thing JBC), 18s406. O encerramento da 6ª Prova da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes aconteceu com o 2º round do Futurity. O bauruense Vágner Simionato mostrou o potencial do tordilho Nordick Dash (Nordick Only VM x Fishing Compliment), que cruzou a fotocélula em 18s016. Com Bruno Ribeiro no comando, a potra My Sweet Girl (My Boy Trouble x Sweet Little Girl) marcou 18s017, ficando apenas um décimo de segundo atrás do vencedor. A Final do Futurity foi definida com a média dos tempos das duas apresentações. Assim, o Campeão foi o treinador Flávio Barbieri com Olinda Doc G (Imbatível Objetivo G x Caldwell Doc G), 18s099. Tal conjunto chamou bastante a atenção do público presente. O Vice-campeão foi Ronildo Morais com Dragster Deck ZO, 18s115, dupla que havia vencido o first go. “Esta foi a última prova oficial da qual participamos em 2009”, contou Odilon Diniz, proprietário do B2B Ranch, do Rio de Janeiro. “O sucesso de uma competição está nos detalhes e a equipe da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes oferece o melhor para os participantes, por isso que fazemos questão de prestigiar este grande evento”. 136 Sílvia Simionato, esposa de Váguinho, sugeriu que em 2010 haja mais incentivos ao público infantil. “As crianças querem ganhar bons prêmios, inclusive em dinheiro. É desta maneira que fomentamos o esporte e conseguimos manter as pequenas estrelas em pista”. O conselho veio seguido de muitos elogios: “a prova da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes melhora a cada edição. Aqui encontramos competidores e profissionais de todo o Brasil. A disputa é grande e o clima de amizade e companheirismo são maiores ainda”. Dentre as inovações, a organização apostou numa agressiva campanha de Marketing, que culminou na venda de faixas dispostas na cerca da arena, mais anúncios via locução do evento e comerciais via transmissão pela internet. Esta última, sempre tendo retorno full-time através do Mural de Recados comandado pela equipe da Lab3 TV, empresa pioneira neste tipo de ferramenta da web para o setor do agronegócio. “Este ano ainda tivemos a presença do canal de TV ‘BandSports’, que exibiu nosso evento em sua programação”, informou Roberta Paes de Almeida. “Tendo patrocínio, a divulgação é maciça e tendo divulgação maciça, o patrocínio chega. Por isso, vamos nos empenhar ainda mais em 2010”, disse a anfitriã. “Obrigada a todos que colaboraram para o sucesso de mais uma prova da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes”, encerrou. Para mais detalhes: www.lwagricola.com.br. 137 AC O N T E C E U M ac ha do Fo to s M ar ce lo 2ª Etapa da Copa dos Amigos – RJ Prova termina debaixo de muita chuva, mesmo assim, ânimo dos competidores cariocas não cai e evento segue com animação total U Um forte temporal castigou a cidade de Araruama, no Rio de Janeiro, entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro, bem na data da 2ª Etapa da Copa dos Amigos. “O evento seria um sucesso, mas a natureza falou mais alto”, disse o bem humorado Sandro Mastra, titular do Rancho Mataruna, um dos responsáveis pela organização da prova. O local escolhido para reunir os amantes dos Três Tambores e das Seis Balizas foi o Parque de Exposições de Araruama. As competições seguiram bem durante o sábado. Espetáculo à parte do treinador Miguel Dias, que montando Queluzita Failas (Duke Failas KRB x Jamaica Quick) fez 17s674 no Tambor Aberta, quebrando o recorde da pista. O evento recebeu cerca de 160 animais e somou 341 inscrições. Não foram apenas competidores cariocas e fluminenses que prestigiaram a competição. A comissão organizadora informou sobre a presença de conjuntos vindos de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Com premiação garantida de R$ 33,4 mil, a festa seria perfeita - não fosse o presente de São Pedro. O pé d’água obrigou os responsáveis pelo evento a adiarem as provas de Seis Balizas, que aconteceriam no domingo. A modalidade será disputada durante a 3ª Etapa da Copa dos Amigos, ainda sem data definida. Mais informações: www.ranchomataruna.com. 138 139 AC O N T E C E U Meninas de ouro A delicadeza e a garra das atletas que disputam a premiação garantida de R$ 17 mil na 2ª Etapa da Associação Nacional dos Três Tambores A A 20ª Festa do Peão de Cerquilho, realizada no Centro Municipal de Eventos Cidade das Rosas, foi palco da 2ª Etapa do VII Campeonato da ANTT (Associação Nacional dos Três Tambores). A prova aconteceu durante os dias 13 e 15 de novembro. A premiação dividida entre as dez finalistas da Etapa somou R$ 17 mil. Ao todo, foram mais de quarenta inscrições, número considerado expressivo pela Diretoria da entidade. “Novamente tivemos sucesso em nossa prova”, afirmou Fernanda Jurca, vice-presidente da ANTT. A amazona Gabriela Zampieri Ferro, representante da cidade de São Pedro, também no interior paulista, entrou em pista decidida a deixar sua marca. Com a somatória de 46s048, ela conquistou o 1º lugar. A montaria? O bom e velho parceiro Cashanova West LR (Sir Cashanova x Kat Moon LR). Gabi ainda fez o menor tempo da Etapa, 15s013. A Campeã levou para casa o prêmio de R$ 5 mil. Na 2ª colocação e faturando R$ 3,5 mil, a dupla Caroline Rugolo e Cutter Exocet Lee (Exocet Nez Perce x Miss Gay Cutter GG) somou 46s294. “Este é um Campeonato importante, por isso fiquei muito feliz em conquistar mais um bom resultado”, disse Carol. E a vice-presidente da ANTT também terminou no pódio. Fernanda Jurca ficou em 3º lugar com Squawk (Anjin San x Squaw’s 5), somando 46s402, o que lhe conferiu o prêmio de R$ 2,5 mil. “Esta nova Temporada tem como novidade a premiação garantida, incentivando todas as participantes do Brasil. Nenhuma amazona vai querer perder as Etapas, que ainda somam pontos no Ranking para a disputa da Final em Barretos”, explicou Jurca. E o melhor: o valor das inscrições sofreu redução, tornando o Campeonato ainda mais interessante no quesito custo x benefício. 140 Confira as cinco finalistas da 2ª Etapa do VII Campeonato: 1ª) 2ª) 3ª) 4ª) 5ª) Gabriela Ferro Caroline Rugolo Fernanda Jurca Thaís Munique Daiane Sudário Cashanova West LR Cutter Exocet Lee Squawk Miss Opponency VJS Pretty Jail 2L 46s048 46s294 46s402 46s621 46s680 Quer saber o motivo do show feminino na arena da Festa de Peão de Cerquilho? “A pista estava muito boa, dando condições de um verdadeiro espetáculo. O resultando só poderia ser uma grande prova”, disse Graziella Agnes, também vice-presidente da associação. A Diretoria não se esqueceu de pedir desculpas ao público pelo imprevisto ocorrido na sexta-feira, 13. “Tivemos falta de luz no recinto, o que resultou no atraso da Eliminatória”, justificou Agnes, que também agradeceu o carinho e o respeito com que os organizadores do evento as trataram. “Um abraço especial em nome da ANTT ao Tito Polezer e ao Gustavo Gaioto”. A próxima Etapa será na cidade paranaense de Colorado, porém, a agenda oficial da Associação Nacional dos Três Tambores só será divulgada no final do ano. A Diretoria afirma que está colhendo os frutos das boas ações realizadas em 2009 e promete que o próximo ano será de conquistas e novidades para as competidoras. Mais informações: www.antt.org.br. 141 AC ONT E C E U Copa H3P Provas de Tambor e Baliza agitam a Exposição Agropecuária do Maranhão, tendo importante evento com mais de R$ 40 mil em prêmios Fotos cedidas 142 O O Estado do Maranhão tem sido um dos maiores responsáveis pelo fomento das modalidades Três Tambores e Seis Balizas no Nordeste do País. Nesta empolgação foi realizada a 3ª Copa H3P, no Parque de Exposição Independência, durante a 53ª Exposição Agropecuária do Maranhão (EXPOEMA), em São Luís, na capital maranhense. Organizada por Talib Naufel Neto, criador de cavalos Quarto de Milha, a Copa começou no dia 07 de setembro, com a modalidade Seis Balizas. Já entre os dias 11 e 12 foram realizadas as provas de Tambor. Homologada pela NBHA Brazil e pela ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), a competição agitou o público local, que marcou presença em peso. Este ano, a EXPOEMA movimentou cerca de R$ 9 milhões em vendas de animais, máquinas e equipamentos. “Em torno de 150 mil pessoas passaram pelo recinto e tiveram a oportunidade de assistir as passadas de Tambor e Baliza”, disse Talib. A premiação garantida de mais de R$ 40 mil foi o chamariz para os competidores, inclusive atraindo cavaleiros de outras regiões do Brasil. “Estou muito feliz com a repercussão da Copa H3P. Aproveito a oportunidade para agradecer a todos que nos ajudaram”. Em Três Tambores, o cavaleiro Thiago Santana Pereira venceu a categoria Aberta 1D com The First Doc JAV (Doc Storm Pep JAV x Jane Fonda), 18s537. Pedro da Rocha Portela foi o Campeão da Amador 1D, marcando 19s089 com Special Easy Effort (Rambling Effort x Go Birdie Jet). Já na Feminina, a amazona Marise Miranda brilhou com o zaino Zorro Charge JRL (Little Spook GR x Sparta JRL), fazendo 19s045 e conquistando a 1ª colocação do 1D. O Tira-teima do Tambor teve como grande vencedor do 1D o cowboy Divino Simões, que montou Willa Ket (Ease Kat x Fiesta Pivot HC), marcando o menor tempo da modalidade: 18s377. Em Seis Balizas, a Aberta foi dominada pelo conjunto André Lopes e Red Melodys (Melodys Dusty x Red Flag JC), 21s 629. Pela categoria Jovem, o cavaleiro Petrus Peixoto levou o 1º lugar do 1D com o alazão Sanjaycario OA (Don Macário NNF x Miss Leo San), 22s792. E quem venceu a classe Júnior foi Ricardo da Fonte, que fechou a passada em 22s864, sendo o Campeão do 1D com o mesmo Sanjaycario OA. “No ano que vem, esperamos competidores de todo o Brasil em nossas provas. É uma felicidade fortalecer estas modalidades, pois é um estilo de vida, um grande amor”, finalizou Talib. Saiba mais: (98) 3235-7744/8401-0804. 143 Iniciando pela seta, siga o caminho e descubra quais as cores que o Mr. Horse TB mais gosta. Depois, escreva o nome das cores no espaço abaixo. Aprendendo com… Mr. Horse TB E aí, garotada: Vocês estão concentrados? Seguem algumas dicas sobre nós, equinos. • Equinofobia e Hipofobia são os nomes dados ao sentimento de medo do cavalo. • Em termos de sensibilidade, os lábios do cavalo correspondem à ponta dos dedos dos seres humanos. • Segundo historiadores, as estátuas equestres têm diferentes significados: se o animal se apresenta com as patas dianteiras levantadas, o cavaleiro que o monta foi morto em batalha; se somente uma está para cima, o personagem foi ferido, e se as quatro estão pousadas no chão, a pessoa morreu de causas naturais. Fo to B et o PERFIL COMPETIDOR KIDS Nome: Lucas Paes de Almeida de Mello e Souza Idade: 04 anos (05/7/05) Pais: Roberta Paes de Almeida e Thomas de Mello e Souza Animal: Double Face Zan PI (Zanador x Orca PI) Local onde treina: Fazenda Nossa Senhora de Lourdes Cidade: Jaguariúna/SP N eg rã o PERFIL Foto Beto Negrão Nome: Santa Santana Sales Natural de: Conceição do Almeida/BA Reside em: São Paulo/SP Data de nascimento: 02 de novembro de 1977 146 CRIADOR A A baiana Santa Santana Sales, nascida em Conceição do Almeida (a 160 quilômetros de Salvador), mudou-se para São Paulo aos 09 anos de idade. Na juventude, a filha de Cosme Piton Sales (i.m.) e Antônia Araújo Santana, formou-se no exterior como esteticista e cabeleireira. Mais tarde, tornou-se empresária do ramo imobiliário. Santa Sales conta que o pai foi um fazendeiro bastante respeitado na Bahia. Através dos frutos do campo, ele criou os 17 filhos. “Vem daí a minha forte ligação com os animais”, diz a sorridente loira. Acostumada a passar os finais de semana em sua chácara, em São Roque/SP, acompanhada do esposo, Paulo Niyama, e dos cinco filhos, Leo Rick, Luiz, Kevin, Brenda e Jorge, a empresária tomou conhecimento sobre algumas modalidades hípicas ao visitar o Haras Icaraí, próximo à sua propriedade rural. “Quando voltei a ter contato com “ Santa Sales evoluir. Há dois anos iniciamos as construções no haras, que continuam em ritmo acelerado. E na área de treinamento, estamos bem servidos, pois contamos com os serviços dos capacitados treinadores Alex Fernandes e José Armando (novo contratado)”. O companheirismo do marido é ressaltado por Santa Sales. “Paulo apóia todas as minhas decisões. Ele foi o responsável por me trazer de volta ao contato com os animais. E tem me ajudado bastante, tanto nas competições, como no desenvolvimento do haras”. E é no Rancho Santa Sales que a criadora encontra paz e harmonia para transpor as barreiras da vida. “Lá, eu consigo renovar minhas energias”. De personalidade guerreira, Santa Sales conta sobre seu novo projeto. “Quero ajudar a fortalecer a Baliza, por isso pretendo reunir os participantes da modalidade para fomentarmos a prova, que ” Eu não monto por negócio e, sim, por prazer. Nas provas, eu vibro, choro, torço e grito. Praticar Tambor e Baliza me enche de alegria cavalos, o amor da infância pelos animais ressurgiu com muita intensidade”. Assim, ela adquiriu o Mangalarga Asterix. “Foi amor à primeira vista. Fico até emocionada ao falar dele, porque ele é meu xodó, minha paixão”. Após um dia de passeio a cavalo, Santa Sales e família assistiram um treino de Tambor e Baliza. Eles ficaram entusiasmados e começaram a treinar. Em pouco tempo, a amazona já dava os primeiros passos rumo à criação de cavalos, principalmente após adquirir um terreno maior em Alumínio, também no interior paulista, para a construção do empreendimento que viria a ser o Rancho Santa Sales. “Cometi alguns erros por causa da inexperiência, mas logo me inteirei do assunto e me dediquei à nossa seleção equestre”, conta. Buscando o aperfeiçoamento, ela foi à compra de máquinas do Tambor. Hoje já é proprietária de 70 animais. Dentre os prediletos, ela destaca a alazã Beaver’s Verdade MA (Lil Verdad x Beaverlena) e o castanho Just Objetivo G (Objetivo SKR x Miss Parker SAN). “Estamos sempre buscando hoje está muito abaixo do Tambor, em termos de número de concorrentes e de premiação”. A criadora pretende abrir a porteira do Rancho Santa Sales ao público assim que as construções forem concluídas. “Em breve, iremos promover provas que irão valorizar cavalos e cavaleiros. Esta á a nossa meta”. Antes de encerrar a entrevista, ela faz questão de falar um pouco mais sobre o pai: “a paixão pela vida e pelos animais, eu herdei dele. Se ele ainda estivesse aqui, com certeza ficaria feliz em me ver ligada ao meio rural”. Ela também demonstra gratidão aos amigos que fez no mercado do cavalo: “não me vejo longe da Família do Tambor. Já é a extensão da minha casa”. Ao ser questionada sobre o significado das provas equestres em sua vida, a criadora falou sem titubear: “eu não monto por negócio e, sim, por prazer. Nas provas, eu vibro, choro, torço e grito. Praticar Tambor e Baliza me enche de alegria”. Revivendo as origens e amando os animais, Santa Santana Sales busca a plenitude. 147 PERFIL Foto Beto Negrão Nome: Sidney Zilio Lima Natural de: Bauru/SP Reside em: Bauru/SP Data de nascimento: 26 de abril de 1962 148 P R O P R I ET ÁR I O O Sidney Zilio O bauruense Sidney Zilio Lima desde a infância carrega consigo a paixão pelo cavalo. No entanto, quando garoto sua família não gozava de condição financeira que lhe propiciasse o convívio com o meio equestre. “Mas sonhar não custa nada, então, eu ficava imaginando o dia em que conseguiria ter minha própria tropa”, diz o hoje cavaleiro da categoria Máster. E, com persistência e muito trabalho, este dia chegou. Estabelecido profissionalmente no ramo atacadista de eletrodomésticos, Sidney se dispôs a ir atrás de sua fantasia de criança. Isso já em Váguinho foi ao Haras Lagoa Real a fim de ensinar as técnicas do esporte a Sidney. Mas toda a família Zílio Lima se apaixonou por Tambor e Baliza. “Minha esposa, Cleide Costa, e os meus filhos, Jéssica e Vinícius, ficaram encantados. Rolou paixão tamanho família”, brinca o cowboy. Dedicando-se às competições, ele continuou a comprar bons animais. Destaque para Top Fly Agae (Charging Wrangler x Limelight Agae) que hoje dá show nas pistas com a jovem Gabriela Ferro, de São Pedro/SP, e EF Shady Flyer (Shady Leo x Dri Lark Shining) – garanhão-chefe 2002. Assim, ele comprou a alazã Eternity Dream (Rambo Boy HDN x Yellow Mellow R4), égua já desaparecida, que ficou hospedada na antiga chácara de Sidney, em Bauru, cidade do interior de São Paulo, onde ele nasceu e mora até hoje. Em seguida, ele adquiriu Olivia Wange LS (Hamlet LS x Miss Wange Bid). Com as duas matrizes, ele iniciou a criação de Quarto de Milha. do Haras Lagoa Real. Desde 2007 os animais do Haras Lagoa Real são treinados por Paulo Henrique de Souza, o Lela, que é assessorado pela equipe do VS Treinamentos. Sidney pode ser considerado um milagre da Medicina, pois em 1993 ele sofreu duas operações para retirada de quatro hérnias de disco na coluna. “O médico disse que talvez eu não “ ” Tive uma infância humilde. Mas como sonhar não custa nada, eu ficava imaginando o dia em que conseguiria ter minha própria tropa Caprichoso, Sidney Zílio emprenhou suas duas éguas com o garanhão Shady Blue (Shady Leo x DS Blue Ribbon) e, em 2003, nasceram seus primeiros produtos, ambos machos e baios amarilhos, Shady Dream SZL (Eternity Dream) e Dyamond Poise SZL (Olivia Wange LS). A antiga chácara foi toda reformada, tornandose o Haras Lagoa Real. “Fiz tudo passo a passo, sem pressa. Abrir a janela de casa e ver a minha tropa no pasto é relembrar a minha vida”. Da mesma forma como começou a criação, gradativamente, ele iniciou no esporte Tambor e Baliza. O ano: 2004. “Não sei dizer o exato momento em que decidi participar das provas. Aconteceu naturalmente, como haveria de andasse mais. E o mais fascinante é que hoje o meu maior prazer é montar”, comemora. “As dores ainda são intensas e só melhoram quando estou no lombo de um cavalo. Esta é minha glória”. Ele afirma que quando cavalga tudo fica bem, as dores somem. Apesar disso, não se arriscou a contar ao médico sobre sua atividade esportiva. “Só falei que ando a cavalo de vez em quando, mas não entrei muito no assunto”, diz Sidney com jeito faceiro. Corinthiano roxo, ele frequentou os estádios de futebol durante quinze anos. “Eu ia todos os finais de semana ver o timão jogar”. Agora com pouco tempo na agenda, devido à correria do trabalho, o cavaleiro acompanha a equipe pela ser”. Na ocasião, Sidney já possuía cerca de 30 animais. E o ponta pé inicial para praticar as referidas modalidades hípicas se deu no final de 2005, quando ele conheceu o treinador Vágner Simionato. “O Váguinho se tornou um grande amigo e me animou a competir”. televisão. Entre outros hobbies, pratica duas vezes por semana natação. “Além de ser recomendação médica, é uma atividade deliciosa também”. E para brindar as vitórias da vida, ele reúne os amigos com o tradicional churrasco com cerveja. Isso que é viver! PERFIL C O M P ET I DO R AMADO R A Foto Beto Negrão Nome: Durval Fernandes de Souza Neto Natural de: Além Paraíba/MG Reside em: Sapucaia/RJ Data de nascimento: 22 de outubro de 1986 Durval Fernandes A família Souza sempre teve contato com a natureza e afinidade para lidar com animais. E quem continua tal tradição é o cavaleiro Durval Fernandes de Souza Neto, que começou a montar com apenas quatro anos de idade, sempre em companhia do avô paterno, Sr. Durval de Souza (i.m.). Mineiro de nascimento e fluminense de coração, o menino foi aprendendo a amar os cavalos. Em 1992, ele foi convidado por um amigo a participar de uma prova de Tambor na Feira Agropecuária anual de Sapucaia/RJ. “Recordo-me que competi com uns cavalos de fazenda, que nunca haviam passado em percurso algum”. Apesar de as condições não serem as melhores, Neto levou para casa uma medalha. “Não sei se foi por mérito ou somente pela participação”, brinca. “O importante é que fiquei tão feliz que dormi abraçado a ela durante uma semana”. “ ” Quando ganhei minha primeira medalha numa prova de Tambor, fiquei tão feliz que dormi abraçado a ela durante uma semana Após dois anos, o rebento do casal Durval Filho e Stella Maris de Souza recebeu novo convite para participar de tal provinha. “Desta vez eu peguei emprestado um animal melhor”, conta Neto, referindo-se a Vênus AF (Tiny’s Over AF x Canela Comum), égua que lhe foi presenteada pelo pai. “O início no esporte é complicado para todos os atletas e comigo não foi diferente. Meu pai não gostava muito de cavalos, por isso tive que convencê-lo a comprar a Vênus”, recorda Neto. “Mas ao ver que meu envolvimento com as provas equestres se acentuou, ele começou a me apoiar incondicionalmente”. Dali em diante, o cavaleiro passou a competir em eventos da RJQM (Associação de Criadores de Cavalo Quarto de Milha do Estado do Rio de Janeiro), sendo recompensado com muitas alegrias e vitórias. Com o passar do tempo, o jovem foi concretizando uma carreira vitoriosa, sagrando-se onze vezes Cam- 150 peão Estadual e Tri-campeão Nacional em Seis Balizas pela ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha) - 2001, 2002 e 2006. Este ano, ele venceu as competições de Potro do Futuro de Tambor, na categoria Amador, da NBHA Brazil e do Ability. “Competir é prazeroso, mas vencer é ainda mais empolgante. As modalidades Tambor e Baliza me agradam pela adrenalina que sinto ao competi-las”. Qual a semelhança entre os treinadores André Coelho e Miguel Dias? É fácil. Ambos são profissionais consagrados e com carreiras brilhantes, repletas de conquistas. Os dois são exemplos para Durval Neto. “Eu os admiro. André é diferenciado, destaca-se pelo profissionalismo. E o Miguel, em minha opinião, é o melhor competidor do Brasil”. Com formação acadêmica em Administração de Empresa, cursando MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, o mineiro procura treinar ao menos duas vezes por semana no Rancho 3D, propriedade de sua família. Lá, ele recebe orientação do treinador José Aparecido Pereira. Dentre as feras que o rapaz de 23 anos monta, os mais premiados são Angolano Beaver CV (Playboys Goldust x Candy San Badger), Beaver Love 3D (Angolano Beaver CV x Entry Love ATS), Breacking Times 3D (Angolano Beaver CV x Rope Burner FM) e Guest Winner CV (Playboys Goldust x Candy San Badger). “Meu caminho nas pistas de Tambor e Baliza é abençoado por Deus. Sempre agradeço a Ele pelas minhas vitórias”, diz o cavaleiro, que também é grato aos pais: “eles sempre estão presentes em minha vida, nos bons e nos maus momentos”. Encerrando o bate-papo, ele se recorda do avô, responsável por lhe apresentar ao mundo do cavalo. “Ele não mediu esforços para realizar meus sonhos”. PERFIL Foto Beto Negrão Nome: Itamar Marques da Silva Natural de: Paranavaí/PR Reside em: Botucatu/SP Data de nascimento: 15 de dezembro de 1977 152 C O M P ET I DO R AB ERTA Itamar Marques da Silva S Serenidade nas palavras e tranquilidade nas atitudes. O jeito pacato do treinador da Fazenda Espelho D’Água (Botucatu/SP) fica perceptível logo que começa a conversa com a equipe da revista Tambor & Baliza. Nascido e criado em Paranavaí, cidade localizada na região Noroeste do Paraná, Itamar Marques da Silva é o filho mais velho do casal Gildemar e Aparecida. Desde pequeno, ele teve ligação com os animais, pois quando criança costumava montar a cavalo no sítio do avô materno, Joaquim Pedro. Em 1994, Itamar foi atrás de seu sonho, tornar-se treinador de cavalos. “Foi o ponta pé para minha carreira”, afirma o cavaleiro, que começou como enfermeiro no Haras Três Fronteiras, situado em sua cidade natal. Depois, trabalhou na Fazenda Maravilha, na cidade mineira de Bom Jesus do Amparo. “ Em 2003, Itamar trabalhou durante seis meses com Ronildo Morais, no Haras Jaguary, em Jaguariúna/SP. “Ronildo é um mestre. Ele conhece tudo de Tambor e Baliza”. Tempos depois, o jovem cavaleiro iniciou como auxiliar no Centro de Treinamento do Victor Amaury, então localizado em Sorocaba, também no interior paulista. No dia 05 de janeiro de 2007, Itamar Marques da Silva começou a trabalhar na Fazenda Espelho D’Água, onde estreou como treinador. “Fazer cavalos para os outros é recompensador. Exige habilidade e demanda tempo. Formar conjuntos sincronizados é como vencer duas vezes”, fala o rapaz, que foi indicado para tal função pelas amigas Bruna e Rose Tedesco. Em suas recordações, ele tem na lembrança o alazão Filito 2F (Shady Leo x Bianca EB ” Fazer cavalos para os outros é recompensador. Exige habilidade e demanda tempo. Formar conjuntos sincronizados é como vencer duas vezes “Continuei na enfermagem, aproveitando para aprender com todos os profissionais com os quais trabalhei”. Já havia passado três anos dessas experiências profissionais, quando Itamar se mudou para Papucaia, no Rio de Janeiro, a fim de se juntar à equipe da Clínica Veterinária do Dr. Flávio Tavares. Bem em frente ao estabelecimento se localiza o Haras Terra Ramos, onde trabalhava o treinador Paulo Giovani, que acabou se tornando um grande amigo. “Ele me apresentou o Tonhão (Antônio Barbosa) que, por sua vez, convidou-me para ajudá-lo no Rancho Ubatã, na cidade carioca de Maricá”, recorda. Durante cinco anos, Itamar seguiu os passos de Tonhão, treinador que até hoje admira e tem como exemplo. Com o amigo, ele foi trabalhar também no Haras Floriano Varejão, na cidade de Aimorés, divisa entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. “Não desperdicei nenhuma oportunidade que me foi oferecida. Com força de vontade, eu fui construindo minha carreira”. 33), animal que montava no Rancho Ubatã. Agora, o treinador fala com amor de dois pupilos: Cash Fly Doc (Signed To Fly x Miss Cash Bid) - “meu trabalho ganhou destaque depois que o Cash começou a vencer provas importantes”, e a potra Cool Baby do EDA (Picasso Toll x HI Baby Bye) - “ela está atrasada, mas aposto em seu potencial para as competições do ano que vem”. Itamar diz que não fica cansado com o serviço. “Gosto muito do que faço. E tudo que é feito com paixão é gratificante”. Mesmo assim, quando há um tempinho livre, ele vai pescar na lagoa da fazenda. Também gosta de churrasco, de preferência, em companhia dos amigos e ouvindo uma moda de viola. “Estou sempre querendo aprender. E a busca por conhecimento nunca acaba”, finaliza o rapaz de sorriso fácil, que agradece às pessoas queridas, que acreditaram em sua competência, em especial à equipe da Fazenda Espelho D’Água. “Lá, não somos um simples time. Somos uma família”. 153 PERFIL Foto Beto Negrão Nome: Juliana Almeida Theodoro Natural de: Adolfo/SP Reside em: São Paulo/SP Data de nascimento: 12 de maio de 1990 154 C O M P ET I DO R FEMI NI NO A Juliana Theodoro Aos 19 anos de idade, Juliana Almeida Theodoro é sinônimo de valentia. Determinada a superar o antigo medo de andar a cavalo, a paulista de Adolfo (a 468 quilômetros da capital) viu a oportunidade de quebrar tal cisma há quatro anos, quando teve coragem de participar de uma cavalgada que aconteceu em sua cidade natal. “Sabe aquela frase: é agora ou nunca? Pois então. Foi o que passou pela minha cabeça”, recorda Juliana, que numa demonstração de força de vontade montou pela primeira vez. Nesta época, a menina conheceu Carina Ayres, mãe dos competidores de Três Tambores e Seis Balizas, João Pedro e Mariana. A partir desta amizade, Juliana começou a se interessar pela equitação, passando a treinar em Mendonça, cidade próxima a Adolfo, onde a família Ayres reside e mantém o “ Três anos após dar os primeiros passos na modalidade, Juliana conquistou prêmios importantes, como o 1º lugar no Rio Preto Country Bulls e a vitória no rodeio de Monte Aprazível. Em 2009, ela também foi 5º lugar na Festa do Peão de Boiadeiro de Americana, e segunda colocada na Copa Campeão dos Campeões da ABQM. Sobre este último desempenho, ela comentou: “fiquei muito feliz. Eu e a Vanity fizemos 18s096, um tempo muito bom para a pista”. Atualmente, a competidora reside em São Paulo, onde cursa Administração na ESPM e só retorna a Adolfo aos finais de semana, quando segue para a Estância Sobradinho para ter aulas com os treinadores José Milton e Valter Novaes, o Japonês. “Em certos períodos que a faculdade demanda mais atenção e dedicação, eu costumo ir às pro- ” Com o passar do tempo, eu fui pegando gosto pela prova de Tambor e, sem perceber, entrei para o time dos apaixonados pela modalidade haras que prepara animais para as competições. “Eu não gostava de Tambor, comecei a praticá-lo mais pelo incentivo dado por meu pai, João Theodoro, do que por vontade própria”, revela a competidora. “Com o passar do tempo, eu fui pegando gosto pela prova e, sem perceber, entrei para o time dos apaixonados pela modalidade”. Em 2006, Juliana participou de sua primeira competição, na cidade de Promissão. “Como não tinha experiência, não fiz boa apresentação”. Sempre dando apoio à filha, João e a esposa, Fernanda Maria Theodoro, presentearam a garota com uma égua da raça Quarto de Milha, Vanity Trouble ZD (Mr. Trouble FF x It’s a Girl). “Tenho enorme carinho por ela. Vanity é linda”, derrete-se a jovem, que hoje também compete com a Paint Horse, Cherokee Times ZD (Cherokee Indian x Sandy Time ZD). Determinada, a amazona se esforçou nos treinamentos e, ainda em 2006, conquistou o primeiro lugar, no rodeio de Mendonça. “Foi muito gostoso. Em pouco tempo de montaria, eu já experimentava o sabor da vitória”. vas sem treinar. Acabo disputando na raça mesmo”, confessa. A garota de fibra não se incomoda com a fase corrida que está vivendo. São muitas viagens da capital paulista até a sua casa. Mas vale a pena, porque é em seu lar que ela encontra o carinho dos pais e do irmão, Gustavo. “Logo irei colher a recompensa de todo meu esforço”, diz Juliana, com convicção de mulher madura. Ao invés de competir, a futura administradora poderia aproveitar os finais de semana para descansar, porém ela nem cogita tal possibilidade. “Participar das provas é um prazer para mim. E tudo fica melhor quando consigo vencê-las”. É para as pessoas queridas, que Juliana deixa o agradecimento final: “estou curtindo demais esta nova fase da minha vida. Para tanto, preciso manter atividades que me façam feliz, entre elas, curtir os amigos e a família”. Para encerrar, ela ainda fala: “competir é bom, vencer é melhor, receber tanto amor e carinho é melhor ainda. Obrigado àqueles que sempre estão ao meu lado”. 155 PERFIL Foto Beto Negrão Nome: Vitória Caroline Gohr Natural de: Joinville/SC Reside em: Joinville/SC Data de nascimento: 10 de agosto de 1992 156 C O M P ET I DO R J OVEM J Vitória Gohr Julho de 1998. De malas prontas, o casal Club, nos Estados Unidos. Edson Roberto Gohr e Andrea Muller (i.m.) “É bom ter garra e coragem para seguir bata- seguiu com as filhas Vitória e Fernanda lhando e treinando, sempre visando melho- para a Fazenda Parque Hotel, localizada res resultados”. Incansável, a jovem é adepta na cidade de Gaspar, em Santa Catarina. a uma rotina com variados esportes: tênis, “Sempre amei atividades radicais, então, surfe, bike, futsal. “Eu também frequento a logo topei fazer trilha a cavalo”, conta Vitó- academia de ginástica”. Ufa, aja fôlego! Vitória ria, relembrando o prazeroso passeio em mostra seu estilo “camaleão”, revelando que família. Durante os quatro dias de viagem, adora tocar guitarra e violão, além de par- Vi não saiu de perto dos animais. “Foi pai- ticipar de competições de motocross. Toda xão à primeira montada”, brinca. essa agitação é benéfica para as competições Assim, o pai de Vitória começou a incentivá-la. equestres. “Em casa, nós mantemos o preparo Aos oito anos de idade, Edson a levou ao Ha- físico em qualquer época do ano, não apenas ras Rancho da Serra, em Curitiba/PR, para que em véspera de prova”. ela conhecesse as modalidades Tambor e Ba- Aluna do 3º colegial, a loira de 17 anos de ida- liza. Mostrando habilidade acima do normal, a de se dedica com afinco a tudo que se propõe menina logo começou a competir. a fazer. “Uma boa vida social é importante “ ” É bom ter garra e coragem para seguir batalhando e treinando, sempre visando melhores resultados “Meu professor e meu grande amigo. Um cui- para o bem-estar do atleta, cuja estabilidade dava do outro em pista”, diz Vitória ao se re- psicológica é indispensável para boa concen- cordar do primeiro animal, Murilo Bill (sem re- tração em pista”, fala a sábia Campeã. gistro). “Com ele, ganhei mais de 120 troféus. De espírito aventureiro, a amazona é fã do Para muitos, ele era apenas um cavalo campei- treinador Vágner Simionato. “Fui aluna dele ro, mas para mim era um grande Campeão”. O por um período e, mais do que títulos, ele velho parceiro continua ensinando crianças me proporcionou muitos aprendizados”. Sob em provinhas regionais no Sul do País. “Ele é orientação de Váguinho, ela venceu o Con- meu amor terno”, diz a competidora. gresso da Associação Brasileira de Criadores Hoje em dia, a simpática catarinense monta de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), em 2003, no Centro de Treinamento Farol, em sua cida- em Seis Balizas Jovem Principiante, com a ala- de natal. Lá, ela recebe orientação de Edson da zã Tammy Rose Times (Trouble Two Times x EF Silva “Farol”, que a treina com os animais Bre- Tammy Shady). no Okie DC (Almost Dockie MS x Varsóvia PI) e “Agradeço ao nosso criador Deus pelo que Raio Streak MA (Huracan Streak x Candy Cat). conquistei em minha vida”. Em seguida, Vitó- A brilhante trajetória de Vitória, já proferida ria faz questão de agradecer aos patrocínios em seu nome, é comprovada pela vasta quan- que recebe da Rede de Postos Veneza, do Co- tidade de títulos conquistados. Ela ganhou légio Positivo, do Tony Hair e da Casa da Sela. Campeonatos Nacionais e Pan-americanos da “Sou muito grata também ao Edson Farol”, raça Appaloosa. Em 2005, foi Vice-campeã em finaliza a catarinense, que hoje já não é mais Seis Balizas no Mundial da Appaloosa Horse menina. Tornou-se uma linda mulher. PERFIL Foto Beto Negrão Nome: Keila Suelen Aparecida de Mendonça Natural de: São José dos Campos/SP Reside em: São José dos Campos/SP Data de nascimento: 17 de novembro de 1997 158 C O M P ET I DO R J ÚNI O R F Keila Mendonça “Filha de peixe, peixinho é”. O dito popular é ideal para definir Keila Mendonça, filha mais velha de Helena dos Santos e do treinador Rogério Mendonça. Nascida no município paulista de São José dos Campos, a garota de 12 anos de idade foi acostumada a cavalgar desde quando era bebê. “Minha mãe conta que com alguns meses de nascida eu já ficava no colo do meu pai em cima dos cavalos”, relata. Precoce, com quatro aninhos ela já montava sozinha. Sempre contando com o incentivo do papai Rogério, Keila começou a treinar para as provas aos sete. “Foi um interesse natural, afinal, eu cresci observando e admirando o trabalho do meu pai”. Com o alazão Looking Par (Night Warrior “ cou 17s568, com Play Ruler JA. O ano de 2009 tem sido brilhante para a competidora, que também foi Campeã em Seis Balizas Júnior 1D pela NBHA Brazil/APTB. A garota costuma ir às provas acompanhada da irmã caçula, Larissa, com quem adora brincar. “Pegar estrada para as competições fica mais divertido em companhia dela, que além de irmã, é uma grande amiga”. Boa aluna, a menina cursa a 5ª série. “Durante a manhã, eu estudo normalmente, mas ao chegar em casa, entro em outro mundo, muito mais sertanejo”, brinca Keila, que reside no Centro de Treinamento Rogério Mendonça, em São José dos Campos. “Não posso ficar longe de casa por muitas horas porque sinto saudade dos cavalos”. No período da tarde ” Conhecer as modalidades Tambor e Baliza foi o melhor presente que eu poderia ter ganhado de Deus HG x Beauty From Sanbento), a competidora fez suas primeiras apresentações em pista. “Ele é um grande amigo, pois me ensinou tudo que sei. Com benevolência, Looking foi meu melhor professor”. Atualmente, a amazona compete com Dark Moon Badger (Moon Badger TMR x Mary Star JB) e Play Ruler JA (Makin a Play x Play Even JA). E foi no Campeonato Nacional da ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha) deste ano que Keila diz ter feito sua melhor prova, quando terminou em 3º lugar em Três Tambores Jovem (11 anos ou menos). “Montei a Play Ruler. Ela trabalhou bem demais. Ser recompensada, a cada prova, com novas conquistas em pista é uma grande felicidade para mim”. O melhor tempo de Keila no Tambor aconteceu meses depois, em agosto, durante a 1ª Etapa da I Copa Amigos do Tambor, na Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, em Jaguariúna/SP. Ela mar- ela ajuda o pai no trato com os animais e depois treina. Keila vive o sonho de muitos competidores: ter uma pista de Tambor bem no quintal de casa. “É gostoso, pois treino todos os dias”. E com o apoio do pai, incentivos não lhe faltam. “Se estou preguiçosa, ele logo me anima. Meu pai é o máximo. Sou a maior fã dele”. O vínculo de Keila com os animais não se resume aos equinos. Ela tem como bicho de estimação uma gatinha chamada Meg. “Passo horas e horas ao lado dela, que é dengosa e fofa demais”, fala a menina. Keila Mendonça agradece à família e aos amigos que torcem por ela, bem como à grande equipe que a acompanha nas competições. Nestes doze anos de vida, a competidora conta o que mais gostou de vivenciar: “conhecer as modalidades Tambor e Baliza foi o melhor presente que eu poderia ter ganhado de Deus”. L A N Ç A M E N TOS Guabi no Nordeste Com novo empreendimento, a tradicional empresa visa crescimento na produção e no faturamento com inovações para os clientes I Investimento de R$ 50 milhões. Como parte do projeto de expansão da empresa, o Grupo Guabi anunciou a aquisição da BRFISH Tilápia – indústria de ração para aquacultura. A área de 60 mil m² está localizada em São Gonçalo do Amarante, no Ceará, e possui capacidade de produção de 1,5 mil toneladas por mês. Agora, o Grupo Guabi passa a ser composto por oito unidades fabris. Além da nova filial cearense, tem atuação em Campinas/SP, Bastos/SP, Sales de Oliveira/SP, Pará de Minas/MG, Anápolis/GO, Goiana/PE e Além Paraíba/MG. A Guabi exporta para mais de trinta países. Com portfólio composto por 430 produtos é considerada uma das maiores produtoras de rações do País, atuando em todos os segmentos. A expectativa de fechamento anual em 2009 é de R$ 470 milhões, aumento de 7% em relação ao ano passado. “Só não houve ascensão maior devido à crise financeira mundial, no primeiro semestre. Acreditamos no Brasil e visamos mais investimentos”, diz Francisco Olbrich, vice-presidente de Inovação e Novos Projetos. As inovações da Guabi seguem por todo o País. Em Anápolis/GO foi concluído, em setembro, a ampliação da fábrica local para aumentar a produção da linha de ração comercial. E no segundo semestre de 2010 haverá a inauguração da nova fábrica destinada para rações comerciais em Goiana/PE. Para conferir as novidades da Guabi acesse www.guabi.com.br. 160 161 Prosas e Causos Papai e Mamãe Atiraram tanta pedra em meu caminho que com elas eu consegui o meu altar. A Lei Divina manda só fazer o bem para os inimigos no altar eu vou rezar. Para aqueles que só sabem jogar pedra como resposta, peço para Deus perdoar. Quem tiver noventa e nove mora na casa dos cem. Aceite o que Deus lhe deu, mas não tire nada de ninguém. Não devemos ser importante com a importância que não se tem. O trabalho desonesto não merece parabéns. No campo da liberdade poucos vão passar no teste. Quem achar que estou errado eu aceito que me conteste. No palanque de Aroeira touro bravo não investe. Ajudar o nosso irmão é Lei do Divino Mestre. Quem tem papai e mamãe nada lhe falta na vida. Papai é um Deus na terra e mamãe uma santa querida. Eu, porém, já perdi nesta vida os meus queridos pais. Mesmo assim, não lastimo o destino porque Deus sempre sabe o que faz. E aqueles que também perderam não lastime a sorte a sós. Ofereça uma prece para Deus que do céu Ele roga por nós. *Marcão Toledo é um dos mais respeitados treinadores de cavalos da história do Quarto de Milha no Brasil. Envie seus Causos, Versos e Poesias para o e-mail abaixo: [email protected] 162 Foto ilustrativa 163 164 165 CALENDÁRIO de Tambor e Baliza M A R ÇO 2 0 1 0 FEVEIRO 2010 JANEIRO 2010 DEZ. 2009 Confira abaixo os principais eventos do País 166 Data Evento Local Contato 12 Tambor & Baliza Natalino Rancho do Cavalo Mairinque/SP João Fernandes (11) 9620-0108 (11) 9934-8101 - (11) 9916-3484 15 a 17 1ª Clínica de Três Tambores com Kenny Knowlton Rancho Bonanza Guararema/SP Rafael Simões (11) 7236-1986 (11) 8152-1570 - (44) 9982-7493 16 e 17 2ª Copa André Coelho de Tambor & Baliza (1ª Etapa do II Campeonato da NBHA Brazil/Maranhão) Haras 4 Irmãos Raposa/MA [email protected] 30 3ª Etapa da I Copa Amigos do Tambor Fazenda Nossa Senhora de Lourdes Jaguariúna/SP www.lwagricola.com.br 05 a 07 3ª Etapa do XVI Campeonato do NBQM Recinto Mello Morais Bauru/SP www.nbqm.com 27 3ª Etapa do II Campeonato da NBHA Brazil/ Regional Oeste Haras Jaguary Jaguariúna/SP www.regionaloeste.com.br 05 a 07 2º Grand Prix Haras Raphaela Haras Raphaela Porto Feliz/SP www.harasraphaela.com.br 06 e 07 2ª Etapa do II Campeonato da NBHA Brazil/ Maranhão Haras Onorato Paço do Lumiar/MA [email protected] 13 e 14 3ª Etapa do III Campeonato da NBHA Brazil/ Paraná Rancho Faria Apucarana/PR www.nbha-pr.com.br 20 4ª Etapa da I Copa Amigos do Tambor Haras Jaguary Jaguariúna/SP www.lwagricola.com.br 26 a 28 4ª Etapa do XVI Campeonato do NBQM Recinto Mello Morais Bauru/SP www.nbqm.com 26 a 28 3ª Etapa do VII Campeonato da ANTT Pq. Benedito Hignácio Ribeiro Colorado/PR www.antt.org.br MAIO 2010 ABRIL 2010 MAR. 2010 Data Evento Local Contato 26 a 28 2ª Etapa do Campeonato Estadual 2009/2010 da RJQM A definir www.rjqm.com.br 03 3ª Etapa da II Copa União de Tambor e Baliza C.T. “L.F.” (Univap) São José dos Campos/SP (12) 3652-4117 [email protected] 03 e 04 3ª Etapa do II Campeonato da NBHA Brazil/Maranhão Haras 4 Irmãos Raposa/MA [email protected] 10 4ª Etapa do II Campeonato da NBHA Brazil/Regional Oeste A definir www.regionaloeste.com.br 20 a 25 Congresso Brasileiro de Trabalho e Conformação da ABQM A definir www.abqm.com.br 07 a 09 3ª Etapa do Campeonato Estadual 2009/2010 da RJQM A definir www.rjqm.com.br 15 5ª Etapa do II Campeonato da NBHA Brazil/Regional Oeste A definir www.regionaloeste.com.br 22 4ª Etapa da II Copa União de Tambor e Baliza C.T. André Coelho Caçapava/SP (12) 3652-4117 [email protected] 22 e 23 4ª Etapa do III Campeonato da NBHA Brazil/Paraná A definir www.nbha-pr.com.br 28 a 30 Prova da NBHA Brazil A definir www.nbhabrazil.com.br 28 a 30 4ª Etapa do Campeonato Estadual 2009/2010 da RJQM A definir www.rjqm.com.br 29 e 30 4ª Etapa do II Campeonato da NBHA Brazil/Maranhão CT Chácara Valente Paço do Lumiar/MA [email protected] Atenção organizadores de prova: este é o Calendário de Tambor e Baliza. Divulgue seu evento gratuitamente. Envie-nos e-mail com todas as informações para • [email protected] *As informações contidas nesta seção são de responsabilidade dos organizadores. Datas e locais dos eventos estão sujeitos à alterações. Informe-se. 167 CLASSIFICADOS 168 Animais, Produtos e Serviços 169 170
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